As mesmas associações foram encontradas para a Densidade Total da
Microfauna, principalmente, a correlação direta com a remoção de DBO das lagoas
(0,43) e inversa com a DBO das lagoas (-0,44), indicando a importância da microfauna
na redução de matéria orgânica nesta etapa do tratamento, mas o mesmo não se
constatou com a DBO do efluente final.
Algumas associações diferem dos dados de Bento et al. (2001), que
considerou as concentrações de sólidos em suspensão totais (SST) e a turbidez do
efluente diretamente proporcionais a densidade total da microfauna com coeficientes
de 0,55 e 0,26, respectivamente, pois nesta pesquisa a microfauna não teve
correlação significante com estes dois parâmetros do efluente final, mas encontrou
correlação com os SST e a Turbidez das lagoas aeradas (-0,31 e -0,26).
Os CF, representados por um único gênero, Vorticella sp, foram os únicos que
apresentaram correlação com o oxigênio dissolvido medido nas lagoas aeradas, com
coeficiente de -0,27, portanto inversamente proporcional. A mesma correlação inversa
foi obtida por Lee et al. (2002) para a espécie Opercularia microdiscus (-0,26) e o
gênero Carchesium sp (-0,33), já Madoni (1994) demonstrou correlação direta dos
ciliados sésseis com o OD (0,34), mas inversa para a espécie Vorticella micróstoma (-
0,67) e também para o gênero Opercularia spp (-0,74).
Tiveram ainda associações negativas com CF, os parâmetros, DBO, Ssed,
SST, ST e STV do efluente final; a Temperatura, STV e IVL das lagoas. E correlações
positivas com a vazão e remoção de DBO e Ssed do sistema. Portanto, quanto maior
a densidade dos CF melhor a qualidade do efluente final, uma vez que estes se fixam
nos flocos auxiliando na decantação, e melhoram a eficiência do sistema na remoção
de matéria orgânica. Entretanto, as associações mais significantes foram com a
temperatura das lagoas (-0,42), assim como registrado por Bento (2000) (-0,38) e com
a vazão (0,44).
O Fator de Carga, a Carga Orgânica e a Vazão, foram os parâmetros que
apresentaram melhor significância com as densidades de TECA, com coeficientes de
0,43, 0,54 para os dois primeiros, o que não era esperado, pois este grupo é um
indicador da baixa carga segundo Madoni (1994). Por outro lado, a correlação inversa
com a vazão com coeficiente de -0,45 pressupõe que, quanto maior a entrada de
esgoto no sistema, menor a densidade de TECA.
A associação inversa de TECA com o IVL (-0,33) e direta com a remoção de
DQO do sistema (0,28), estão de acordo com Jardim et al. (1997) (-0,32) e Zhou et al.
(2006) (-0,38) para o IVL e com Bento et al. (2001) (0,52) para o segundo parâmetro.
Os valores de Turbidez do efluente final apresentaram significante correlação
direta com PFLAG (0,46), o que está em conformidade com os hábitos deste grupo