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Universidade de São Paulo
Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”
Fenologia e qualidade de frutos de nespereira
Alexandre Manzoni Grassi
Dissertação apresentada para obtenção do
título de Mestre em Agronomia. Área de
concentração: Fitotecnia
Piracicaba
2008
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Alexandre Manzoni Grassi
Engenheiro Agrônomo
Fenologia e qualidade de frutos de nespereira
Orientador:
Prof. Dr. JOÃO ALEXIO SCARPARE FILHO
Dissertação apresentada para obtenção do
título de Mestre em Agronomia. Área de
concentração: Fitotecnia
Piracicaba
2008
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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
DIVISÃO DE BIBLIOTECA E DOCUMENTAÇÃO - ESALQ/USP
Grassi, Alexandre Manzoni
Fenologia e qualidade de frutos de nespereira / Alexandre Manzoni Grassi. - -
Piracicaba, 2008.
72 p. : il.
Dissertação (Mestrado) - - Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, 2008.
Bibliografia.
1. Fenologia 2. Fruto – Qualidade 3. Nêspera 4. Raleio I. Título
CDD 634.16
G769f
“Permitida a cópia total ou parcial deste documento, desde que citada a fonte – O autor”
3
À minha amada esposa Renata,
Dedico meu trabalho e este soneto que pego emprestado:
“Amo-te tanto, meu amor... não cante
O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade.
Amo-te afim, de um calmo amor prestante
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.
Amo-te como um bicho, simplesmente
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.
E de te amar assim, muito e amiúde
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.
Vinícius de Moraes.
4
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais Lúcia e José pelo amor e apoio nessa empreitada.
A toda minha família, especialmente aos meus irmãos, avós, tios, sogros e
cunhados, por todo o carinho e pela confiança depositada.
À Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” pela oportunidade de
desenvolvimento e aperfeiçoamento dos conhecimentos por ela gerados
desde a minha graduação.
Ao querido Prof. Dr. João Alexio Scarpare Filho, um exemplo de formador
entre os professores dessa instituição, pela amizade, orientação, sugestões
e apoio no decorrer de todo este trabalho, possibilitando a realização de um
sonho.
Ao Dr. Edvan Alves Chagas, Diretor do Centro de Frutas – IAC, um
pesquisador por excelência, pela amizade, co-orientação e auxílio no
desenvolvimento do projeto de pesquisa e análise dos resultados.
Ao Instituto Agronômico de Campinas, pela permissão para a utilização de
suas dependências para a instalação das pesquisas.
Aos funcionários do Centro de Frutas – IAC, pelo apoio técnico e
operacional no desenvolvimento dos experimentos.
Aos professores Francisco de Assis Mourão Filho, Beatriz Appezzato-da-
Glória, Simone Mello, Sônia Maria de Stefano Piedade, José Laércio
Favarin, Edgar Gomes Ferreira de Beauclair, Sílvio Moure Cícero, Rafael
5
Pio e Maurilo Monteiro Terra, pela oportunidade do convívio e do
ensinamento transmitido.
À Luciane Aparecida Lopes Toledo, secretária do curso de Pós-Graduação
em Fitotecnia, pelo auxílio administrativo.
Aos colegas do curso, Alessandro Rodrigues e Eduardo Augusto Girardi,
pela amizade e bons momentos compartilhados.
Aos colegas Emerson e Leandro, pelo grande apoio no desenvolvimento
das pesquisas.
A todos que direta ou indiretamente contribuíram para a realização desse
trabalho, em especial Thiago, que colaborou com seus conhecimentos da
língua inglesa.
6
SUMÁRIO
RESUMO.............................................................................................................. 7
ABSTRACT.......................................................................................................... 8
LISTA DE FIGURAS............................................................................................ 9
LISTA DE TABELAS............................................................................................ 11
LISTA DE ABREVIATURAS................................................................................. 13
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................. 14
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.............................................................................. 16
2.1 Aspectos Econômicos.................................................................................... 16
2.2 Aspectos Botânicos........................................................................................ 17
2.3 Estádios Fenológicos..................................................................................... 18
2.4 Manejo da Cultura.......................................................................................... 23
2.5 Intensidade de Raleio..................................................................................... 26
2.6 Ensacamento dos Frutos............................................................................... 28
3 MATERIAL E MÉTODOS.................................................................................. 31
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO........................................................................ 37
4.1 Experimento 1 – Fenologia de cultivares e seleção de nespereira................ 37
4.2 Experimento 2 – Avaliação da intensidade de raleio na qualidade de frutos
de nespereira.......................................................................................................
45
4.3 Experimento 3 – Avaliação da qualidade de frutos em função do
ensacamento em diferentes estádios de desenvolvimento.................................
50
5 CONCLUSÕES................................................................................................. 56
REFERÊNCIAS ................................................................................................... 57
APÊNDICES......................................................................................................... 63
7
RESUMO
Fenologia e qualidade de frutos de Nespereira
A nespereira é uma planta rústica, que prescinde da utilização sistemática
de defensivos, o que torna o cultivo atraente, para atender ao público que cresce,
dia a dia, à procura de produtos naturais.O trabalho teve por objetivo realizar a
caracterização fenológica da nespereira, estabelecendo os estádios fenológicos e
o ciclo de produção de 5 cultivares e de uma seleção.Também estudou-se a
melhor fase para o ensacamento dos frutos e a intensidade de raleio para a
obtenção de frutos de alta qualidade. Foi estabelecida uma escala fenológica
contendo sete estádios de desenvolvimento para a nespereira. Os estágios
observados foram: 0 – Desenvolvimento da Gema; 1 – Desenvolvimento das
folhas; 3 – Desenvolvimento dos Brotos; 5 –
Emergência da Inflorescência; 6 –
Florescimento; 7 – Desenvolvimento dos frutos; 8 – Maturação dos frutos, de
acordo com a escala BBCH. Mediante o estudo da escala fenológica das 5
cultivares e da seleção IAC NE3, verificou-se a existência de diferenças no ciclo
de produção das cultivares estudadas e também da seleção, possibilitando a
observação de três grupos. O primeiro grupo, mais precoce, foi formado pelas
cultivares Mizuho e Mizumo, com ciclo médio de 195 dias contados a partir do
início do desenvolvimento das gemas até a colheita dos frutos. As cultivares
Néctar de Cristal e Centenária formaram um segundo grupo apresentando um
ciclo intermediário com uma média de 203 dias. Já a cultivar Mizauto e a seleção
IAC NE3 foram as mais tardias, uma vez que o ciclo foi concluído 208 dias, em
média, após o início do desenvolvimento das gemas.A intensidade de raleio a ser
adotada deve ser de 4 ou 6 frutos por panícula, levando-se em conta a safra
esperada; o ensacamento dos frutos deve ser realizado nos estádios 1 (frutos com
1,0 cm de diâmetro) ou 2 (frutos com 1,5 cm de diâmetro).
Palavras-chaves: Nêspera; Fenologia; Raleio; Ensacamento de fruto; Qualidade
de fruto
8
ABSTRACT
Fenology and fruit quality of Loquat
The Loquat is a rustic plant, which renounce the systematic use of
defensive, which makes the cultivation attractive, to attend the public that grows,
day by day, the demand for natural products. The study aimed to carry out the
phenological characterization of loquat, setting the phenological stages and the
cycle of production of 5 cultivars and a selection. Also studied is the best stage for
the bagging of panicles and thinning intensity for obtaining fruits of high quality.
Was established a scale containing seven phenological stages of development for
loquat. The stages were observed: 0 - Development of bud, 1 - Development of the
leaves, 3 - Development of shoot, 5 - Emergency of Inflorescence, 6 - Blooming; 7
- Development of fruit; 8 - Ripening fruits, according to the scale BBCH. Through
the study of phenological scale from 5 cultivars and selection IAC NE3, there are
differences in the production cycle of cultivars and the selection, enabling the
observation of three groups. The first group, earlier, was formed by cultivars with
Mizuho and Mizumo cycle average of 195 days counted from the beginning of the
development of buds until the harvest fruit. Cultivars nectar of Cristal and
Centenária formed a second group presenting a cycle intermediary with an
average of 203 days. The cultivar Mizauto and the select IAC NE3 were the most
late, since the cycle was completed 208 days on average after the start of the
development of buds. The intensity of thinning to be used must be 4 or 6 fruits per
raceme, considering the crop waited and the fruit price in the market. The fruit
bagging must be realized in the harvest time 1(fruits with 1,0 cm of diameter) or
2(fruits with 1,5 cm of diameter).
Keywords: Loquat; Fenology; Propagation; Thinning; Bagging; Fruit quality
9
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Início das avaliações: gema floral com 2 mm de comprimento.............32
Figura 2 – Imagem ilustrativa da intensidade de raleio efetuado, deixando-se 4 (A),
6 (B), 8 (C) e 10 (D) frutos em cada panícula.........................................................33
Figura 3 – Diâmetro médio dos frutos ensacados..................................................34
Figura 4 – Imagem ilustrativa do ensacamento das panículas: panícula ensacada
(A) e disposição da panícula dentro do saco de jornal (B).....................................35
Figura 5 – Imagem ilustrativa da escala de danos causados pela mosca-das-
frutas, avaliados nos frutos de nespereira, em função do estádio de ensacamento:
ausência de dano (A), danos leves (B), danos razoáveis (C) e danos severos
(D)...........................................................................................................................36
Figura 6 – Desenvolvimento da gema: A – estádio 010; B – estádio 013; C –
estádio 017; D – estádio 019..................................................................................39
Figura 7 – Desenvolvimento das Folhas: A – estádio 110; B – estádio 111; C –
estádio 115; D – estádio 119..................................................................................39
Figura 8 – Desenvolvimento dos Brotos: estádio 315............................................40
Figura 9 – Emergência da Inflorescência: A – estádio 501; B – estádio 503; C –
estádio 504; D – estádio 505; E – estádio 507; F – estádio 509............................40
Figura 10 – Florescimento: A – estádio 600; B – estádio 601; C – estádio 605; D –
estádio 607; E – estádio 609..................................................................................41
10
Figura 11 – Desenvolvimento do Fruto: A – estádio 701; B – estádio 705; C –
estádio 709.............................................................................................................41
Figura 12 – Maturação do Fruto: A – estádio 801; B – estádio 805; C – estádio
809..........................................................................................................................42
Figura 13 – Escala cronológica de desenvolvimento fenológico das cultivares e
seleção de nespereiras estudadas.........................................................................42
11
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Estádios fenológicos da nespereira para a região de Jundiaí / SP /
Brasil......................................................................................................................37
Tabela 2 – Resumo da análise de variância para o comprimento do fruto (CF),
diâmetro do fruto (DF), peso do fruto (PF), peso da semente (PS), pH, acidez total
e sólidos solúveis totais (SST)................................................................................44
Tabela 3 – Comparação das médias do comprimento do fruto (CF), diâmetro do
fruto (DF), peso do fruto (PF), peso da semente (PS), pH, acidez total e sólidos
solúveis totais (SST) em relação às cultivares Mizauto, Néctar de Cristal, Mizuho,
Mizumo, Centenária e para a seleção IAC NE 3....................................................46
Tabela 4 – Comparação das médias de comprimento de fruto (mm) das cultivares
Mizauto, Néctar de Cristal, Mizuho, Mizumo, Centenária e para a seleção IAC NE3
em relação às intensidades de raleio [4 frutos por panícula (4), 6 frutos por
panícula (6), 8 frutos por panícula (8), 10 frutos por panícula
(10)].........................................................................................................................46
Tabela 5 – Comparação das médias do comprimento do fruto (CF) e do diâmetro
do fruto (DF) em relação à intensidades de raleio [4 frutos por panícula (4), 6 frutos
por panícula (6), 8 frutos por panícula (8), 10 frutos por panícula
(10)]........................................................................................................................47
Tabela 6 – Resumo da análise de variância para o comprimento do fruto (CF),
diâmetro do fruto (DF), peso do fruto (PF), peso da semente (PS), dano interno no
fruto (DI), dano interno no fruto (DE) e presença de mancha arroxeada
(PMA)......................................................................................................................49
12
Tabela 7 – Comparação das médias do comprimento do fruto (CF), dano interno
no fruto (DI), dano externo no fruto (DE) e presença de mancha arroxeada (PMA)
em relação aos estádios de ensacamento: 1 - frutos com 1,0 cm de diâmetro, 2 -
frutos com 1,5 cm de diâmetro, 3 - frutos com 2,0 cm de diâmetro........................50
Tabela 8 – Comparação das médias do comprimento do fruto (mm) das cultivares
Mizauto, Néctar de Cristal, Mizuho, Mizumo, Centenária e para a seleção IAC NE3
em relação aos estádios de ensacamento: 1 - frutos com 1,0 cm de diâmetro, 2 -
frutos com 1,5 cm de diâmetro, 3 - frutos com 2,0 cm de
diâmetro..................................................................................................................50
Tabela 9 – Comparação das médias dos danos internos nos frutos das cultivares
Mizauto, Néctar de Cristal, Mizuho, Mizumo, Centenária e para a seleção IAC NE3
em relação aos estádios de ensacamento: 1 - frutos com 1,0 cm de diâmetro, 2 -
frutos com 1,5 cm de diâmetro, 3 - frutos com 2,0 cm de
diâmetro..................................................................................................................51
Tabela 10 – Comparação das médias dos danos externos nos frutos das cultivares
Mizauto, Néctar de Cristal, Mizuho, Mizumo, Centenária e para a seleção IAC NE3
em relação aos estádios de ensacamento: 1 - frutos com 1,0 cm de diâmetro, 2 -
frutos com 1,5 cm de diâmetro, 3 - frutos com 2,0 cm de
diâmetro..................................................................................................................52
Tabela 11 – Comparação das médias da presença de mancha arroxeada nos
frutos das cultivares Mizauto, Néctar de Cristal, Mizuho, Mizumo, Centenária e
para a seleção IAC NE3 em relação aos estádios de ensacamento: 1 - frutos com
1,0 cm de diâmetro, 2 - frutos com 1,5 cm de diâmetro, 3 - frutos com 2,0 cm de
diâmetro..................................................................................................................52
Tabela 12 – Comparação das médias do comprimento do fruto (CF), diâmetro do
fruto (DF), peso do fruto (PF) em relação às cultivares Mizauto, Néctar de Cristal,
Mizuho, Mizumo, Centenária e para a seleção IAC NE3........................................53
13
LISTA DE ABREVIATURAS
CF – Comprimento do Fruto
DE – Dano Externo
DF – Diâmetro do Fruto
DI – Dano Interno
GL – Grau de Liberdade
PF – Peso do Fruto
PMA – Presença de Mancha Arroxeada
PS – Peso da Semente
SST – Sólidos Solúveis Totais
14
1 INTRODUÇÃO
A nespereira é uma frutífera tipicamente de origem subtropical, porém com
ampla adaptação a regiões de clima temperado com temperaturas baixas pouco
rigorosas e regiões tropicais onde predomina inverno ameno. Originária do
sudoeste da China, a nespereira foi introduzida no Japão e logo naturalizada,
sendo cultivada pelos japoneses há mais de 1000 anos.
A produção mundial da fruta é de aproximadamente 200.000 toneladas,
destacando-se como principais produtores a China, os países mediterrâneos
(Espanha, Argélia, Turquia, Israel e Itália), Japão e Brasil.
No Brasil, o Estado de São Paulo é o maior produtor de nêsperas. A
exploração econômica iniciou-se na década de 40, com interesse crescente entre
os fruticultores, chegando a cerca de 200 mil plantas em 1985, principalmente nas
regiões produtoras de Mogi das Cruzes e Atibaia. Segundo dados do Instituto de
Economia Agrícola (IEA), entre os anos de 2000 e 2004, houve plantio de 12.500
novas plantas no Estado de São Paulo, com maiores destaques para os
municípios de Botucatu, Itapetininga, Sorocaba e Mogi das Cruzes.
Atualmente, o Estado apresenta aproximadamente 320.000 plantas em
produção, sendo que 70% dessas plantas concentram-se no município de Mogi
das Cruzes, que é responsável pela produção de 2 milhões de caixas/ano (caixa
de 5 Kg), do total de 3.700.000 caixas produzidas no Estado (PIO et al., 2006).
Segundo Ojima et al. (2007), nos últimos anos constata-se uma sensível
redução da entrada de nêsperas no mercado e conseqüente demanda reprimida
do produto, como resultado da forte retração da cultura nas regiões mais
tradicionais.
Nas condições da região Sudeste do Brasil, o período de produção dos
frutos inicia-se em maio e estende-se até meados de outubro, o que vem a ser
uma excelente alternativa para a diversificação de propriedades frutícolas, uma
vez que na época de safra da nespereira há escassez de outras frutas estacionais
no mercado. Além do mais, a colheita da nêspera coincide justamente com o
15
período de entressafra de outras frutas, o que permite ao fruticultor manter boa
continuidade de renda durante o ano.
O período longo da safra é devido ao hábito de florescimento da nespereira
ser em etapas, num ciclo amplo. Essa é a razão pela qual a produção das
nêsperas é muito menos afetada do que das outras culturas, nos anos em que
ocorrem intempéries, como geadas fortes, secas prolongadas, granizo, etc. Por
outro lado, pouco se sabe a respeito dos principais estádios fenológicos da
espécie.
Vale ressaltar que a nespereira é uma planta rústica, que prescinde da
utilização sistemática de defensivos, o que torna o cultivo atraente, para atender
ao público que cresce, dia a dia, à procura de produtos naturais. Os frutos, no
entanto, necessitam ser ensacados para obtenção de produto de alto valor
comercial, impedindo o ataque da mosca das frutas e o surgimento da mancha
arroxeada dos frutos. Sem desbaste, é uma fruta pequena, de cor amarela e
casca aveludada, e de modo errôneo é popularmente chamada de ameixa-
amarela ou ameixa-japonesa.
Este trabalho teve por objetivo realizar a caracterização fenológica da
nespereira, estabelecendo os estádios fenológicos e o ciclo de produção das 5
cultivares e da seleção estudada, o estádio ideal para o ensacamento dos frutos e
a intensidade de raleio para a obtenção de frutos de alta qualidade, em diferentes
cultivares.
16
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 Aspectos Econômicos
A produção mundial da nêspera é de aproximadamente 200.000 toneladas,
destacando-se a China, os países mediterrâneos (Espanha, Argélia, Turquia,
Israel e Itália), Japão e Brasil como principais produtores (FAO, 1999). Em escala
menor se cultiva na Índia e em proporção muito limitada, no Chile, nos Estados
Unidos (TOUS; FERGUSON, 1996) e Portugal (SOUSA et al., 1995). A China é o
principal produtor mundial, com uma produção de 102.000 t (LIN et al., 1999),
seguido da Espanha com 40.000 t., Argélia com 22.000 t, Japão e Brasil com
18.000 t cada (LUPESCU et al., 1980; LLACER et al., 1995). Na Itália se alcança
uma produção anual de 6.000 t (MONASTRA et al., 1995) e em Portugal, 1.300 t
(SOUSA et al., 1995).
O Estado de São Paulo é o maior produtor nacional. A exploração
econômica iniciou-se na década de 40 no Estado, com interesse crescente entre
os fruticultores, chegando a cerca de 200 mil plantas em 1985, principalmente nas
regiões produtoras de Mogi das Cruzes e Atibaia. Segundo dados do Instituto de
Economia Agrícola (IEA), entre os anos de 2000 e 2004 houve plantio de 12.500
novas plantas no Estado de São Paulo, com maiores destaques para os
municípios de Botucatu, Itapetininga, Sorocaba e Mogi das Cruzes. Atualmente, o
Estado apresenta aproximadamente 320.000 plantas em produção, sendo que
70% dessas plantas concentram-se no município de Mogi das Cruzes, que é
responsável pela produção de 2 milhões de caixas/ano (caixa de 5 Kg), do total de
3.700.000 caixas produzidas no Estado (PIO et al., 2006).
Segundo Ojima et al. (2007), nos últimos anos constata-se uma sensível
redução da entrada de nêsperas no mercado e conseqüente demanda reprimida
do produto, como resultado da forte retratação da cultura nas regiões mais
tradicionais. Esse fato traduz perspectivas das mais promissoras à cultura, e torna
oportuna a retomada da atividade. O otimismo deve-se às seguintes razões:
17
1) Enquanto a falta de muitas frutas pode ser suprida através de
importação, a nêspera é aqui abastecida com produção inteiramente nacional.
Devido às exigências peculiares da cultura e à escassa distribuição no globo,
dificilmente outros países poderão colocar a nêspera no mercado brasileiro, em
termos competitivos. Ao contrário, trata-se de uma fruta que tem amplas
possibilidades de exportação;
2) As novas culturas de nespereira têm sido implantadas
predominantemente em zonas novas, de clima subtropical, tanto em São Paulo
como nos Estados vizinhos, onde as condições agrícolas são muito mais propícias
à expansão da atividade;
3) A colheita da nêspera coincide com o período de entressafra de outras
frutas para a mesa – pêssego, ameixa, caqui e goiaba – que costumam ser
exploradas na mesma propriedade, o que permite ao fruticultor manter boa
continuidade de renda durante o ano;
4) A nêspera é consumida ao natural ou em salada de frutas e também se
presta à produção de excelente compota, atividade esta ainda bem pouco
explorada. O aproveitamento industrial das nêsperas, principalmente em forma de
compotas finas, vislumbra ser uma atividade das mais lucrativas, podendo servir
de incentivo à expansão da cultura;
5) A produção conta com novas tecnologias – cultivares e técnicas de
cultivo especialmente desenvolvidas pelo IAC – para se adaptar às condições
agrícolas e edafoclimáticas locais. A exploração da nespereira em pomar
compacto, com uso de marmeleiro como porta-enxerto, poderá constituir em
alternativa interessante na produção intensiva das frutas.
2.2 Aspectos Botânicos
A nespereira (Eriobotrya japonica Lindl.) é uma árvore perenifólia da família
Rosaceae, subfamília Pomoideas, gênero Eriobotrya e espécie japonica, com
copa arredondada, tronco curto, ramos aveludados e sistema radicular raso se
estendendo por aproximadamente 25 - 30 cm de profundidade (RODRÍGUEZ,
18
1983). Possui uma fruta pequena, de cor amarela, rica em vitamina C e sais
minerais como o cálcio e o fósforo. As folhas de nêspera geralmente são eliptica-
lanceoladas, verde-escuras e lustrosas na face superior, e brancas ou
enferrujadas com pilosidade na face inferior; as nervuras são grossas e duras,
com veias paralelas, oblíquas conspícuas com tamanhos que variam entre 18 e 40
cm de comprimento. As flores são pequenas, brancas, docemente fragrantes e,
antes de se abrirem, têm uma textura enferrujada-aveludada.
Originária do sudoeste da China, ela foi introduzida no Japão e logo
naturalizada, sendo cultivada pelos japoneses há mais de 1000 anos (MARTINEZ-
CALVO et al., 2000). Presume-se que imigrantes chineses introduziram a nêspera
no Havaí e em muitas outras partes do mundo. Sendo uma espécie subtropical, a
nespereira se desenvolve bem em regiões onde a temperatura média anual fica
acima de 15°C e não sujeitas a temperaturas inferiores a -3°C, que podem causar
danos pelo frio (“chilling”) nos frutos.
O período de safra da nêspera é bastante extenso, normalmente de abril a
outubro, pois seu florescimento acontece por etapas, sendo, por isso, muito
menos afetada por intempéries, como geadas fortes, secas prolongadas e granizo,
que costumam prejudicar muitas culturas (PIO et al., 2008).
A planta desenvolve-se muito bem em altitudes superiores a 600 metros e
necessita de 1200 a 1800 mm de água por ano, condição satisfeita pelas chuvas
que caem no Estado de São Paulo. Seus principais cultivares no Brasil são:
Mizuho, Precoce de Itaquera (Fukuhara) e Precoce de Campinas. Também foram
relatados cultivos de Centenária, Mizumo, Mizauto, Parmogi e Néctar de Cristal,
todavia em menor quantidade (OJIMA et al., 1999).
2.3 Estádios Fenológicos
Em seu ciclo ontogenético, os vegetais experimentam mudanças visíveis ou
não e que estão em estreita relação com as condições ambientais e genéticas. O
ramo da Bioclimatologia Agrícola que conecta os elementos do clima com os
19
fenômenos periódicos que exteriorizam os seres vivos se denomina Fenologia
(CAUTÍN; AGUSTÍ, 2005).
A Fenologia pode ser definida como o estudo dos eventos biológicos
repetitivos, sendo no reino vegetal representados, em maior grau de importância,
pela floração e frutificação das angiospermas, que representam os principais
mecanismos de perpetuação da espécie (PIRES-O’BRIEN; O’BRIEN, 1995). Os
mesmos autores apontam que a fenologia pode ser explicada por fatores
genéticos, como por exemplo, a alta sincronização fenológica de certos tipos de
bambus, que florescem a cada trinta anos, ou ainda por fatores externos, como
variações climáticas (seca, chuva, secura do ar), tipo do solo, entre outros. No
caso das zonas temperadas, outros eventos cíclicos poderiam ser expressos pela
dormência e quebra de dormência.
Segundo Longhi (1984), a Fenologia é o estudo dos aspectos biológicos
que se sucedem no desenvolvimento de uma espécie, acomodados dentro de
certo ritmo periódico como brotação, floração e maturação dos frutos.
Já Morellato et al. (2007) diz que Fenologia é o estudo da época de
ocorrência de fenômenos naturais repetitivos, especialmente em relação ao clima.
Muitos processos fenológicos, como a queda de folhas e a floração, estão
claramente relacionados ao clima.
Dourado Neto e Fancelli (2000) definem Fenologia como o estudo dos
eventos periódicos da vida vegetal em vista da sua reação às condições do
ambiente e sua correlação com os aspectos morfológicos da planta. Assim,
quando bem caracterizada ao longo do ciclo, a fenologia da planta evidencia as
relações e o grau de dependência dos fatores envolvidos no seu desenvolvimento,
como temperatura, luminosidade, necessidade hídrica e nutricional, entre outros.
O ciclo vital de um vegetal, de acordo com Bergamaschi (2008), implica no
nascimento, crescimento, desenvolvimento, reprodução e morte. O nascimento, na
visualização de uma nova planta, pode ser gerado a partir de uma semente,
denominando-se, nesse caso, germinação, ou a partir de uma parte do vegetal, e
em tal caso será brotação.
20
Segundo Bergamaschi (2008), as observações fenológicas na agricultura
são de suma importância, já que o conhecimento das necessidades climáticas de
uma espécie vegetal permite uma melhor seleção do tipo de produção a
implementar em uma zona ou região. Isto é, a observação e quantificação dos
distintos fenômenos dos vegetais, que se relacionam com os elementos e fatores
climáticos, significam um passo no conhecimento das formas e metodologias que
permitam um uso racional do meio ambiente em benefício da produção.
As espécies vegetais, de acordo com o ciclo de desenvolvimento, podem
ser
anuais, quando cumprem todo o seu desenvolvimento dentro de um mesmo
ano; ou
perenes, cujos indivíduos permanecem vivos por diversos anos. Há,
ainda, exemplos de espécies bienais, como a cebola, que necessitam de dois
anos para cumprir todo o ciclo vital; no primeiro ano ela vai de semente a bulbo e,
no segundo ano, ela vai de bulbo a semente (BERGAMASCHI, 2008).
As espécies perenes podem, ainda, ser agrupadas em plantas que vegetam
o ano todo e plantas que alternam períodos vegetativo e de repouso em um
mesmo ano. No primeiro caso, estão aquelas espécies que permanecem com
seus tecidos ativos, vegetando o tempo todo, por diversos anos. O ambiente deve
ser suficientemente adequado às exigências da espécie, para que o indivíduo se
mantenha vegetando de forma ininterrupta (BERGAMASCHI, 2008).
No segundo grupo estão espécies que, embora sendo perenes, seus
indivíduos cumprem uma periodicidade anual, com etapas fenológicas que
acompanham grandes oscilações do ambiente. A ocorrência de uma estação seca
(exemplo do semi-árido) ou de um inverno frio pode exigir um período de repouso
(dormência), intercalado a um período vegetativo anual. Assim, a planta cumpre
um ciclo anual, embora a espécie seja classificada de perene, já que o mesmo
indivíduo permanece vivo por diversos anos (BERGAMASCHI, 2008).
A escala estendida BBCH é um sistema utilizado para uma codificação
uniforme de identificação fenológica dos estádios de crescimento para todas as
espécies de plantas monocotiledôneas e dicotiledôneas (HACK et al., 1992).
21
O código decimal se divide principalmente entre os estádios de crescimento
principais e secundários e está baseado no código desenvolvido por Zadoks et al.
(1974), com a intenção de dar-lhe um uso maior para as chaves fenológicas.
Segundo Hack et al. (1992) os princípios básicos da escala são:
A escala geral é base para todas as espécies, elaborando-se as escalas
individuais a partir dela. A escala geral pode ser aplicada em qualquer espécie
para as quais não existe escala individual.
O mesmo estádio fenológico das diversas espécies deverá ter o mesmo
código.
Para cada código, a descrição é conhecida, e para alguns estádios
importantes, incluem-se figuras.
Para a descrição dos estádios fenológicos de desenvolvimento, utilizam-se
características externas claramente reconhecíveis.
Como regra, somente se tomará em consideração o desenvolvimento do ramo
principal.
A avaliação deve ser feita individualmente, com base em algumas plantas
representativas do conjunto da espécie.
Para indicar os tamanhos relativos das espécies e/ou cultivares durante seu
desenvolvimento, utilizam-se os tamanhos relativos em relação aos tamanhos
finais esperados.
Os estádios secundários 0 a 9 correspondem ao respectivo número ordinal ou
valor porcentual.
Tratamentos de pós-colheita ou armazenamento incluem-se sob o código 99.
Tratamentos da semente anteriores a semeadura situam-se sob o código 00.
O ciclo completo de desenvolvimento das plantas se subdivide em dez
fases principais de desenvolvimento claramente distinguíveis. Estes estádios
principais de crescimento são descritos usando números do 0 ao 9 em ordem
crescente. Os estádios principais de crescimento estão descritos no Apêndice A
deste trabalho.
22
Para uma codificação unificada abrangendo espécies de plantas
extremamente diferentes, tornou-se necessário basear-se, primeiramente, em
critérios fenológicos. Assim, juntou-se, por exemplo, germinação de semente e
brotação em um só macro-estádio, mesmo tratando-se de processos
biologicamente bem diferentes.
Na descrição dos micro-estádios, disponível no Apêndice B, tiveram que ser
consideradas, naturalmente, maiores diferenças no decorrer do desenvolvimento
dos diversos grupos de culturas e ervas daninhas. Este problema foi enfrentado
com o oferecimento de várias definições para um determinado micro-estádio, caso
a formulação única de um texto não seja possível.
Martinez-Calvo et al. (1999) determinaram os estádios fenológicos da
nespereira, para a região de Moncada (Valencia, Espanha) (Apêndice C),
utilizando a escala estendida BBCH. Segundo eles, a fase vegetativa das
nespereiras dura do outono até o verão. A fase generativa ocorre no outono e no
inverno, e não há claramente demarcado a fase em que se inicia a queda das
folhas. A senescência das folhas ocorre durante todo o ano.
Para se distinguir os eventos durante a fase vegetativa, Martinez-Calvo et
al. (1999) usam três meso-estádios (1-3) correspondentes ao desenvolvimento da
planta no outono, primavera e verão, respectivamente. O Meso-estádio 0 é
utilizado para a fase generativa.
Os estádios fenológicos descritos por Matinez-Calvo et al. (1999) estão
descritos no Apêndice C.
A fenologia de plantas perenes vem sendo utilizada no Brasil para ampliar
os conhecimentos em silvicultura, medicina popular, melhoramento genético,
agrometeorologia, ecologia, paisagismo, turismo, manejo correto de culturas e em
outras áreas afins, assim como na preservação e planificação dos ecossistemas
tropicais, em determinadas regiões. Esses estudos revelam que as fases
vegetativa e reprodutiva estão associadas aos fatores climáticos, sendo que a
disponibilidade de água e a temperatura são fatores limitantes deste mecanismo
no ciclo anual das plantas (MORELLATO et al., 1990).
23
As árvores de frutas temperadas e tropicais de menor cultivo foram
relativamente negligenciadas pelas comunidades científicas e agriculturais. Foram
consideradas culturas com baixa renda e houve pouca melhoria genética nos
cultivares existente.
Estas plantas mantêm ainda uma base genética larga que as tornam
apropriadas para o cultivo em áreas marginais. A conservação, a caracterização e
a utilização destas espécies menores são importantes, permitindo a diversificação
da produção do agro-alimento pelo uso de um número maior de espécies
(MORICO et al., 1998). A coleção e a conservação das espécies apropriadas
apenas começaram e restam muitas brechas nas coleções existentes.
A conservação e a utilização de tal germoplasma requerem a
caracterização e a avaliação exata. Uma primeira etapa é definir, através de
marcadores fenotípicos, traços visíveis que são altamente hereditários e são
expressos em todos os ambientes (MORICO et al., 1998). Isto inclui os eventos
fenológicos tais como o desenvolvimento da gema, floração e a maturação do
fruto, que são regulados pelo clima sazonal. O estabelecimento dos estádios
fenológicos importantes auxilia também quanto à melhor gerência do pomar e
quanto ao sincronismo de práticas culturais tais como raleio de frutos, aplicação
dos reguladores de crescimento ou tratamentos para controlar pragas
(ensacamento dos frutos), doenças e desordens fisiológicas.
2.4 Manejo da Cultura
O manejo do pomar, por sua vez, quando norteado em função dos
diferentes estádios de crescimento da planta, vai favorecer sobremaneira e definir
estratégias de manejo e tomadas de decisão, contribuindo para o aumento da
eficiência no uso de insumos e do rendimento da cultura. A caracterização
fenológica também é imprescindível em estudos que buscam descrever modelos
de crescimento e de previsão de safra para as espécies cultivadas (HEEMST,
1988).
24
As aplicações agronômicas da fenologia de plantas são amplas, das quais,
segundo Bergamaschi (2008), podem-se destacar:
Subdivisão do ciclo. Para muitos propósitos é necessária a segmentação do ciclo
vital das plantas, segundo critério bem definidos. A localização no tempo das
principais fases e sub-períodos permite confrontar a ocorrência de eventos
importantes com as respectivas condições de ambiente, em diferentes períodos e
locais. Com isto, torna-se possível avaliar o desempenho das culturas ou mesmo o
impacto de qualquer fenômeno adverso do meio, restando bem caracterizadas as
condições da planta e ambiente.
Determinação de exigências ecoclimáticas. A caracterização das necessidades e
sensibilidades das espécies também necessita de uma descrição detalhada das
etapas fenológicas. Em diversas aplicações práticas é necessário que as
principais exigências de cada espécie, como as hídricas, fotoperiódicas, de calor
ou frio, sejam associadas a cada etapa importante do seu ciclo. Por definição, a
cada fase fenológica as plantas modificam suas exigências ecofisiológicas, e isto
exige sua observação segundo critérios claros, objetivos e de fácil reprodução em
outras situações.
Determinação de períodos críticos. Ao longo do ciclo das plantas, há momentos
em que são mais intensas as influências do meio, com também o impacto de
qualquer fator estressante. Para as principais culturas, são bem conhecidos os
chamados períodos críticos, durante os quais um estresse do meio provoca
prejuízos maiores e, às vezes, irreversíveis. Esses períodos também devem ser
muito bem caracterizados, no sentido de evitar ou, pelo menos, minimizar os
danos às plantas e à produção. Esta é uma maneira particular de caracterizar
exigências ecoclimáticas das culturas, que permite ao técnico ou produtor evitar
grandes prejuízos às lavouras por eventos altamente danosos, como secas,
geadas, vendavais e granizo. Em levantamentos para fins de laudos técnicos, em
25
sistemas de seguros ou qualquer outra forma de ressarcimento, a descrição
detalhada de eventos importantes, incluindo estádios fenológicos, é indispensável.
Classificação das cultivares segundo sua precocidade. Desde o seu lançamento
no mercado, cada cultivar recebe uma classificação segundo seu grupo de
maturação. Dependendo dos critérios utilizados para cada espécie, elas são
classificadas como de ciclo precoce, médio e tardio. O detalhamento desta
classificação varia segundo a espécie e o tipo de aplicação que é dada a ela.
Saber se uma cultivar é de ciclo curto (precoce) ou longo (tardia) é fundamental
para inúmeras práticas de planejamento e manejo. Por exemplo, sabendo-se a
duração do ciclo e a época de ocorrência de períodos críticos é possível planejar
as lavouras de maneira a diluir prejuízos por estresses climáticos e distribuir
melhor atividades como colheita e tratos culturais.
Zoneamentos agrícolas. A elaboração e o uso adequado dos zoneamentos das
culturas, sobretudo os zoneamentos agroclimáticos, também necessitam da
caracterização fenológica das espécies e suas cultivares. A escolha de melhores
locais e épocas de semeadura/plantio de cada cultura é feita observando-se os
zoneamentos, que são oficializados pelo Ministério da Agricultura. Estes
zoneamentos são elaborados de forma a combinar as exigências das espécies
com as disponibilidades climáticas das diferentes regiões. Ao definir as exigências
das culturas, também são consideradas as diferenças entre as cultivares, segundo
o seu grupo de precocidade.
Manejo de culturas. Além de aspectos ligados ao planejamento das culturas, como
a escolha de cultivares, épocas e locais, diversas práticas de manejo exigem
observar detalhadamente a condição fenológica das plantas. Para o manejo
adequado da irrigação é necessário que se conheça com precisão as
necessidades hídricas das plantas, as quais variam de acordo com o seu estádio
de desenvolvimento. Com isso, é possível aplicar a dose de rega correta, no
26
momento mais adequado, evitando prejuízos às plantas e promovendo o uso mais
eficiente da água.
As recomendações para manejo de pragas e moléstias de diversas culturas
também são acompanhadas de uma detalhada caracterização fenológica das
plantas. Isto permite o emprego de práticas de controle no momento certo e com o
uso mais racional possível de defensivos. O mesmo ocorre com o manejo de
alguns fertilizantes, principalmente a adubação nitrogenada de cobertura. O
melhor retorno das aplicações e o menor desperdício de fertilizantes são
possíveis, se forem observados os estádios recomendados.
2.5 Intensidade de Raleio
O raleio consiste em eliminar parte dos frutos, para que os que venham a
permanecer na planta alcancem um bom desenvolvimento. É uma prática
indispensável para produzir frutos de qualidade. Um número excessivo de frutos
por planta resulta em redução de tamanho e alteração em suas características
organolépticas. Nessas condições, os frutos apresentam-se com coloração menos
intensa e com qualidade inferior, comparativamente àqueles remanescentes em
plantas bem raleadas (RASEIRA et al., 1998 apud MONTEIRO et al., 2004).
Na produção de pêssegos de mesa, um dos requisitos para uma boa
aceitação pelo mercado consumidor é o tamanho do fruto, que requer dos
produtores a utilização de técnicas que aumentem o seu tamanho e possibilitem
maiores ganhos financeiros. Nesse aspecto, o raleio é uma prática cultural
indispensável e usada em todas as áreas produtoras de pêssegos e de outras
frutas de caroço, como forma de aumentar a dimensão do fruto, dada a estreita
relação existente entre o número de frutos e o seu tamanho (JOHNSON;
HANDLEY, 1989 apud SCARPARE FILHO et al., 2000).
O raleio de flores e frutos de Prunus é prática comercial que visa maximizar
o valor da colheita, otimizando o tamanho do fruto, a cor, a forma e a qualidade,
além de promover o retorno do vigor, e manter o crescimento e as estruturas da
27
planta. Ademais, o raleio promove maior uniformidade da frutificação, não
permitindo a bianualidade da produção, aproveitando ao máximo o uso do
trabalho, do campo e das instalações de pós-colheita (BYERS et al., 2003).
O método de raleio mais comumente utilizado é o manual, uma vez que o
raleio químico não apresenta aplicação comercial, dadas as diferentes respostas
observadas em distintos climas e cultivares e o número reduzido de produtos
químicos eficazes nesta última operação (COUTINHO, 1994). Para a execução do
raleio manual, é tomada como base a capacidade produtiva da planta.
Son (2004), em seu trabalho, conclui que todos os métodos de aplicação de
raleio, tanto químico como manual, melhoram as características qualitativas do
damasco, sendo essencial para que o fruto alcance seu tamanho máximo, pois
diminui a redução do vigor da planta.
Outra conclusão a que chegou Son (2004) foi que o raleio mais eficiente é
obtido com o método manual. O raleio manual trouxe benefícios, por ser mais
seletivo e remover todos os frutos mal formados ou atacados por pragas e
doenças.
A nespereira (Eriobotrya japonica Lindl.) apresenta uma inflorescência que
origina uma quantidade de frutos superior ao que, comercialmente, pode suportar
a árvore, dando uma elevada quantidade de frutos de baixo calibre e que,
portanto, terão menor valor comercial (ATENA, 2002.).
Na cultura da nêspera, na região de Marina Baixa, Espanha, pratica-se o
raleio, a fim de obter um fruto com tamanho comercial ótimo e rentável. Conforme
aumenta o número de frutos por árvore, o tamanho do fruto diminui (SOLER;
JUAN, 2003). Os autores referidos concluíram que do ponto de vista do custo, o
melhor raleio é o realizado no fim da florada, quando o número das flores é quase
o número de frutos (um fruto por ramificação da panícula).
Segundo Crane e Caldeira (2006), para melhorar o tamanho do fruto da
nespereira, pode-se ralear manualmente as flores ou o fruto, permitindo o
desenvolvimento de 4 a 10 frutos por panícula. O raleio aumentará o tamanho do
fruto em 25% a 100%.
28
Chen (2003) assevera que o raleio dos frutos deve ser feito em duas
etapas, depois que os frutos ultrapassarem 1,0 cm de diâmetro. O primeiro raleio é
feito para retirar os frutos doentes, deformados e os frutos gêmeos. No segundo
raleio, remove-se todos os frutos pequenos, os extremamente grandes, os laterais
superiores e os com pecíolos extremamente longos. Assim, as panículas,
contendo de 2 a 4 frutos, amadurecem ao mesmo tempo, facilitando a colocação
dos sacos e a colheita.
2.6 Ensacamento dos Frutos
Segundo Biasi et al. (2007), a técnica de ensacamento dos Frutos vem
sendo utilizada por muitos produtores, visando a melhor qualidade de frutos, a
redução de aplicação de agrotóxicos e a diminuição dos danos provocados por
pragas e doenças.
A técnica vem sendo preconizada pela pesquisa em vários produtos, como
em pêras, maçãs, mangas, nêsperas, kiwis, pêssegos, uvas e figos. O
ensacamento dos frutos permite produzi-los com aspecto visual mais agradável,
evita danos ocasionados pela chuva, insetos, doenças, pássaros, além de reduzir
a quantidade de agrotóxicos aplicados (MAZARO et al., 2005).
O ensacamento dos frutos para protegê-las do ataque de moscas é uma
das práticas fitossanitárias mais antigas e eficazes, principalmente para o
pêssego, pêra e ameixa. O ensacamento não é efetivo somente no controle de
pragas e doenças, mas também interfere na aparência dos frutos e reduz o
resíduo químico nos mesmos (KITAGAWA et al., 1992).
Usavam-se sacos de papel encerado e de papel manteiga e, também,
folhas de jornal, para proteger as panículas de uva contra o ataque de vespas e
outros insetos (ROSA, 2002).
A partir do final da década de 60 e início dos anos 70, o ensacamento
praticamente deixou de ser feito, substituído pela aplicação de iscas com
inseticidas para controle da mosca-das-frutas. A escassez de mão-de-obra na
29
zona rural, o maior custo, o tamanho dos pomares e o preço final da fruta são
fatores que hoje limitam aquela prática a determinadas espécies e cultivares.
A proteção de pêssegos com saquinhos de papel é bastante eficiente
contra a mosca-das-frutas. Os frutos não ficam bichados e apresentam melhor
aparência pela sanidade e maturação uniforme.
Piza Junior e Kavati (2007), citados por Malgarim e Mendes (2007),
reportando-se ao ensacamento da goiaba de mesa (Psidium guajava L.),
consideram que os frutos remanescentes do desbaste são protegidos por sacos
de papel-manteiga, com as dimensões usuais de 15x12 cm, que podem ser
adquiridos prontos. Todavia, os produtores preferem fazer sacos a partir de
resmas de papel adquiridas do fabricante, pela melhor qualidade do produto
empregado, que apresenta maior durabilidade e resistência. Os sacos são presos
no pedúnculo do fruto ou no ramo que o sustenta, por meio de um fitilho vegetal
ou arame fino.
O ensacamento das goiabas novas (tamanho da azeitona), visa obter frutos
de melhor qualidade e sem resíduos de agrotóxicos. Tem a finalidade de proteger
o fruto do ataque do gorgulho, das moscas-das-frutas e da incidência direta do sol
(SILVA, 1998).
Na bananicultura é uma prática usada principalmente para cultivos
destinados à exportação, apresentando como vantagens: aumentar a velocidade
de desenvolvimento dos frutos; evitar o ataque de pragas e melhorar a qualidade
geral da fruta pela redução dos danos relacionados com raspões no fruto
ocasionados pela fricção de folhas dobradas, escoras e processo de corte da
panícula e também pelo seu manuseio. A operação consiste em se eliminar a
última penca, deixando-se apenas um "dedo", que permitirá a circulação normal
da seiva (ALVES, 1999).
Jordão e Nakano (2000) testaram o efeito do ensacamento de pencas de
tomates, visando o controle das pragas dos frutos, Neoleucinodes elegantalis e
Helicoverpa zea, associadas ou não a repelentes, constatando uma redução do
ataque dessas pragas com resultados semelhantes ao controle químico padrão.
30
Em nespereira, a panícula é revestida com saquinhos de papel para impedir
o ataque de aves e insetos (JORDÃO; NAKANO, 2000), além de proteger as
frutas contra a incidência de “manchas-arroxeadas”, o que deprecia amplamente
os frutos para o comércio, especialmente no cultivar Mizuho, o mais suscetível a
este distúrbio genético-fisiológico (PIO et al., 2008).
Segundo Ojima et al. (1999), para obter uma maior eficiência do processo
de ensacamento dos frutos, deve-se efetuá-lo logo em seguida ao desbaste. Para
isso, segundo Ojima (1972) e Pio et al. (2008), os sacos de papel de jornal de
paredes duplas, abertos em ambas as extremidades e no tamanho de 30 x 19 cm,
têm provado ser os mais apropriados dentre os vários tipos experimentados.
O custo relacionado principalmente ao ensacamento do fruto nos pés é
elevado (PEROSA et al., 2006), contudo esta operação constitui o ponto crucial de
uma cultura bem sucedida (OJIMA et al., 1999).
31
3 MATERIAL E MÉTODOS
O trabalho foi realizado no Centro Avançado de Pesquisa Tecnológica do
Agronegócio de Frutas do Instituto Agronômico (Centro de Frutas/IAC), sediado
em Jundiaí, SP.
A região está localizada à 23º8’S, 46º55´W e altitude de 700 metros. O
clima da região, segundo classificação de Köeppen, é classificado como
mesotérmico de inverno seco (Cwa), comumente chamado de tropical de altitude,
apresentando temperatura anual média de 21,4°C (média mínima: 15,3°C; média
máxima: 27,4°C) e precipitação média anual de 1.400 mm (Figura 1). O solo no
local do experimento é raso, pouco desenvolvido e bem drenado, identificado
como unidade Currupira-modal (Cur), pertencente ao grande grupo Litosol, fase
substrato filito-xisto (Valadares et al, 1971).
Utilizaram-se cinco cultivares [‘Mizuho’, ‘Mizumo’ (IAC 1567-411), ‘Mizauto’
(IAC 167-4), ‘Néctar de Cristal’ (IAC 866-7) e ‘Centenária’ (IAC 1567-420)] e uma
seleção (IAC NE3) de nespereiras do banco ativo de germoplasma do Centro de
Frutas/IAC.
As cultivares IAC, utilizadas no trabalho, possuem desenvolvimento
vegetativo e reprodutivo comparados às das renomadas cultivares estrangeiras
(OJIMA et al., 1999).
Assim, foram realizados três experimentos:
Experimento 1:
Fenologia de cultivares e seleção de nespereira
As avaliações iniciaram-se em maio de 2007, quando as gemas foliares
estavam no início da sua formação, estendendo-se até a colheita dos frutos, em
outubro de 2007. As observações foram realizadas em quatro quadrantes da copa.
A caracterização das fases de crescimento, florescimento e frutificação foi
baseada em avaliações semanais utilizando-se a escala estendida BBCH, com
algumas modificações, apresentada nos Apêndices A e B, agrupando-se 7
32
estádios: 0 – Desenvolvimento da Gema Foliar; 1 – Desenvolvimento das folhas; 3
– Desenvolvimento dos Brotos; 5 –
Emergência da Inflorescência; 6 –
Florescimento; 7 – Desenvolvimento dos frutos; 8 – Maturação dos frutos –
ajustada de acordo com as fases da fenologia.
Para homogeneizar as avaliações, foram demarcados pontos em que a
gema foliar possuía 2 mm de comprimento (Estádio 0) (Figura 1).
Figura 1 – Gema foliar de nespereira no
estádio zero com 2 mm de
comprimento.
Para testar a significância das diferenças entre cultivares, ocorridas nas
diversas fases do estudo, utilizou-se o programa estatístico SAS (SAS, 2000).
Para a execução das análises foi usado o procedimento GLM e solicitado o teste
Tukey para comparação das médias dos cultivares.
Experimento 2:
Avaliação da intensidade de raleio na qualidade de
frutos de nespereira
Avaliaram-se as respostas dos cultivares de nêspera Mizuho, Mizumo,
Mizauto, Centenário, Néctar de Cristal e da seleção IAC NE3 a quatro
intensidades de raleio de frutos (4, 6, 8 e 10 frutos por panículas) (Figura 2).
Foram raleadas 16 panículas de cada cultivar e da seleção, sendo que cada
tratamento foi constituído por 4 repetições, sendo 4 panículas por repetição,
33
distribuídas uniformemente pela copa da árvore, sendo que cada repetição de
cada tratamento ficou localizada em um quadrante da nespereira.
A
B
C D
Figura 2 – Intensidade de raleio de frutos de
nespereira. A – 4 frutos por panícula;
B – 6 frutos por panícula; C – 8 frutos
por panícula; D – 10 frutos por
panícula.
As panículas selecionadas possuíam frutos com tamanhos equivalentes,
aproximadamente 1,5 cm de diâmetro. Em seguida, os frutos foram raleados
manualmente, deixando-se a quantidade de frutos de acordo com cada
tratamento. Posteriormente, realizou-se o ensacamento dos frutos utilizando-se
papel jornal. Todas as panículas foram raleadas e ensacadas no mesmo dia.
A colheita foi realizada quando os frutos estavam maduros, no ponto de
consumo, e levados ao laboratório, onde foram avaliadas as variáveis:
- comprimento e diâmetro do fruto: realizados com auxílio de um
paquímetro digital, calculando o valor médio das medições;
34
- peso do fruto e da semente: realizado com auxílio de balança eletrônica,
calculando o valor médio das medições;
- pH: determinado com auxílio de pHmetro digital;
- acidez total: determinada por titulometria com solução de hidróxido de sódio
(0,1N), e os resultados expressos em gramas de ácido málico por 100 mL de suco;
- sólidos solúveis total: determinado em refratômetro digital, sendo os valores
expressos em °Brix;
- ciclo: avaliado pela diferença em dias a partir da plena floração à colheita.
O experimento foi instalado num delineamento inteiramente casualisado,
em esquema fatorial 6 (Cultivares e seleção) x 4 (Intensidades de raleio), com
quatro repetições, sendo cada uma composta por 4 panículas. Os dados obtidos
foram submetidos à análise de variância (teste F) e as médias foram comparadas
pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. Utilizou-se o Programa
Computacional de Análise de Variância – SISVAR (FERREIRA, 2000).
Experimento 3:
Avaliação da qualidade de frutos em função do
ensacamento em diferentes estádios de desenvolvimento.
Avaliou-se o efeito do ensacamento em diferentes estádios de
desenvolvimento na qualidade dos frutos de nespereira. Foram estudadas as
respostas dos cultivares de nêspera Mizuho, Mizumo, Mizauto, Centenário, Néctar
de Cristal e da seleção IAC NE3 a três estádios de ensacamento, ou seja, quando
os diâmetros médios dos mesmos atingiram 0,5 cm, 1,0 cm e 1,5 cm (Figura 3).
35
0,5cm 1,0cm 1,5cm
Figura 3 – Estádio dos frutos de
nespereira submetidos ao
ensacamento.
O ensacamento foi realizado utilizando papel jornal (Figuras 4). Todas as
panículas foram ensacadas no mesmo dia.
A
B
Figura 4 – Panícula ensacada: A – vista lateral; B – Vista interna.
Quando maduros, no ponto de consumo, foram colhidos e levados ao
laboratório, onde foram avaliadas as variáveis:
- comprimento e diâmetro do fruto: realizados com auxílio de um
paquímetro digital, calculando o valor médio das medições;
- peso do fruto e da semente: realizado com auxílio de balança eletrônica,
calculando o valor médio das medições;
36
- dano interno e externo: avaliado em função do dano causado pela mosca-
das-frutas e quantificado pelas seguintes notações: 0 – sem dano, 1 - com danos
leves, 2 – com danos razoáveis e, 3 – frutos com danos severos (Figura 5)
A
B
C
D
Figura 5 – Danos causados pela mosca-das-frutas, em nespereira:
A – ausência de dano; B – danos leves; C – danos
médios; D – danos severos.
- presença de mancha arroxeada: avaliou-se a presença e ausência de
mancha arroxeada;
O experimento foi instalado num delineamento inteiramente casualisado,
em esquema fatorial 6 (Cultivares e seleção) x 3 (estádios de ensacamento), com
quatro repetições, sendo cada uma composta por 4 panículas. Os dados obtidos
foram submetidos à análise de variância (teste F) e as médias foram comparadas
pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. Utilizou-se o Programa
Computacional de Análise de Variância – SISVAR (FERREIRA, 2000).
37
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Experimento 1:
Fenologia de cultivares e seleção de nespereira
As avaliações do experimento iniciaram-se em 08 de março de 2007,
quando as gemas foliares estavam fechadas e cobertas por escamas castanho-
acinzentadas e esbranquiçadas e felpudas, estendendo-se até o fruto maduro
para o consumo, em 01 de outubro 2007. As observações foram realizadas em
cinco cultivares e uma seleção. A caracterização dos estádios fenológicos seguiu
o padrão estabelecido por Martinez-Calvo et al. (1999), utilizando a escala
estendida BBCH, com algumas modificações. Assim foram determinados os
estádios fenológicos da nespereira, para a região de Jundiaí-SP. Os estádios
observados são apresentados na Tabela 1 abaixo.
Tabela 1 – Estádios fenológicos da nespereira para a região de Jundiaí / SP / Brasil
(continua)
Código Descrição
Estádio Principal de Crescimento 0: Desenvolvimento da gema
010 Dormência: as gemas foliares estão fechadas e cobertas por escamas castanho-
acinzentadas e esbranquiçadas e felpudas. (Figura 6-A)
011 Início da expansão das gemas foliares; as escamas que formam a gema
começam a se alongar e a se separar.
013 Fim da expansão das gemas foliares. (Figura 6-B)
017 Início da extremidade da primeira folha verde visível. (Figura 6-C)
019 Extremidade da folha verde entre 5 a 10 mm acima das escamas da gema.
(Figura 6-D)
Estádio Principal de Crescimento 1: Desenvolvimento das folhas.
110 Extremidade da folha verde com mais de 10 mm acima das escamas da gema;
primeiras folhas separadas. (Figura 7-A)
111 Primeiras folhas abertas. (Figura 7-B)
115 Mais folhas abertas, mas ainda não totalmente expandidas. (Figura 7-C)
119 Primeiras folhas totalmente expandidas. (Figura 7-D)
38
Tabela 1 – Estádios fenológicos da nespereira para a região de Jundiaí / SP / Brasil
(conclusão)
Código Descrição
Estádio Principal de Crescimento 3: Desenvolvimento dos Brotos
311 O eixo de desenvolvimento dos brotos está visível.
315 Brotos com 50% do tamanho final. (Figura 8)
319 Brotos com 90% do tamanho final.
Estádio Principal de Crescimento 5: Emergência da Inflorescência
500 As gemas de inflorescências mais espessas estão fechadas e cobertas por
escamas verdes.
501 Início da expansão das gemas de inflorescência; as escamas das gemas
começam a se separar. (Figura 9-A)
503 Abertura da gema: início do desenvolvimento das panículas.(Figura 9-B)
504 Os ramos das panículas começam a se alongar. (Figura 9-C)
505 As panículas estão completamente expandidas; algumas gemas floríferas
terminais começam a se expandir. (Figura 9-D)
507 Início da quebra das gemas floríferas: sépalas levemente abertas, primeiras
pétalas brancas visíveis. (Figura 9-E)
509 A maior parte das flores com pétalas, formando uma esfera oca. (Figura 9-F)
Estádio Principal de Crescimento 6: Florescimento
600 Primeiras flores abertas. (Figura 10-A)
601 Início da floração: com 10% das flores abertas. (Figura 10-B)
605 Plena Floração: com pelo menos 50% das flores abertas, primeiras pétalas
caindo. (Figura 10-C)
607 Queda das flores: maioria das pétalas caídas. (Figura 10-D)
609 Fim do Florescimento: todas as pétalas caídas. (Figura 10-E)
Estádio Principal de Crescimento 7: Desenvolvimento do Fruto
701 Fruto com 10% do tamanho final. (Figura 11-A)
705 Fruto com 50% do tamanho final. (Figura 11-B)
709 Fruto com 90% do tamanho final. (Figura 11-C)
Estádio Principal de Crescimento 8: Maturação do Fruto
801 Início da coloração do fruto. (Figura 12-A)
805 Aumento da coloração; coloração específica do cultivar. (Figura 12-B)
807 Fruto maduro para a colheita. (Figura 12-C)
809 Fruto maduro para o consumo: o fruto está com sabor e textura típica do cultivar.
(Figura 12-D)
39
A
B
C D
Figura 6 – Estádios Fenológicos da nespereira. Desenvolvimento da gema:
A – estádio 010; B – estádio 013; C – estádio 017; D – estádio 019.
A
B
C
Figura 7 – Estádios Fenológicos da nespereira. Desenvolvimento das Folhas:
A – estádio 110; B – estádio 111; C – estádio 115; D – estádio 119
D
40
Figura 8 – Estádios Fenológicos da nespereira.
Desenvolvimento dos Brotos: estádio 315
A
B
D
C
E
Figura 9 – Estádios Fenológicos da nespereira. Emergência da Inflorescência: A – estádio
501; B – estádio 503; C – estádio 504; D – estádio 505; E – estádio 507; F –
estádio 509
F
41
B C
A
D
E
Figura 10 – Estádios Fenológicos da nespereira. Florescimento: A – estádio 600; B
– estádio 601; C – estádio 605; D – estádio 607; E – estádio 609
42
A
B
C
Figura 11 – Estádios Fenológicos da nespereira. Desenvolvimento do
Fruto: A – estádio 701; B – estádio 705; C – estádio 709
A
B
C
Figura 12 – Estádios Fenológicos da nespereira.Maturação do
Fruto: A – estádio 801; B – estádio 805; C – estádio 809
43
Baseado nos estádios fenológicos da nespereira descritos para a região de
Jundiaí / SP / Brasil, foi traçado uma escala cronológica de desenvolvimento da
planta para cada uma das cultivares estudadas, e também para a seleção IAC
NE3. Esta escala descreve o tempo decorrido entre o início do desenvolvimento
das gemas e a colheita do fruto maduro no ponto de consumo.
De acordo com a Figura 13, a cultivar Mizuho apresentou um período
vegetativo de 37 dias; já as cultivares Néctar de Cristal e Centenária levaram
respectivamente 44 e 46 dias para completar o mesmo período. As demais
cultivares e a seleção IAC NE3 levaram 51 dias para atingir o fim desse período.
Estádio
0 1 3 5 6 7 8
Florescimento
Plena
Florada
Maturação
do Fruto
Colheita
Cultivar Nectar de Cristal
Dia
0 8 31 44 93 100 142 191 200
Cultivar Mizuho
Dia
0 10 20 37 107 114 135 186 193
Cultivar Mizumo
Dia
0 10 31 51 103 124 135 186 195
Cultivar Mizauto
Dia
0 14 31 51 93 109 142 197 207
Cultivar Centenária
Dia
0 14 31 46 93 100 135 193 203
Seleção IAC NE3
Dia
0 10 31 51 93 100 142 200 209
Figura 13 – Escala cronológica de desenvolvimento fenológico das cultivares e seleção de
nespereiras estudadas.
As cultivares Néctar de Cristal, Mizuho, Centenária e a seleção IAC NE3
apresentaram o menor período entre o início do florescimento e a plena florada, 7
dias. A cultivar Mizauto levou 16 dias para atingir o pleno florescimento após a
abertura da primeira flor; já a cultivar Mizumo levou 21 dias.
44
Por meio do estudo das fases fenológicas das 5 cultivares e da seleção IAC
NE3, verificou-se a existência de diferenças no ciclo de produção, o que
possibilitou a observação de três grupos. O primeiro grupo, mais precoce, foi
formado pelas cultivares Mizuho e Mizumo, com ciclo médio de 195 dias contados
a partir do início do desenvolvimento das gemas até a colheita dos frutos. As
cultivares Néctar de Cristal e Centenária formaram um segundo grupo,
apresentando um ciclo intermediário com uma média de 203 dias. Já a cultivar
Mizauto e a seleção IAC NE3 foram as mais tardias, uma vez que o ciclo foi
concluído 208 dias, em média, após o início do desenvolvimento das gemas.
Com a descrição temporal do desenvolvimento das cultivares pode-se
planejar melhor a escolha das cultivares a serem plantadas no pomar, tendo como
intuito obter uma melhor distribuição da colheita ao longo da safra. Dessa maneira,
a safra pode começar mais cedo e terminar mais tarde, aumentando o período
para a comercialização da safra, e procurando obter melhores preços no mercado.
Quanto à formação dos ramos, não foram detectadas diferenças
significativas quanto ao comprimento e ao diâmetro dos mesmos nas diferentes
cultivares e na seleção.
Em relação à panícula foi concluído não haver diferença significativa entre
as cultivares e a seleção quanto às variáveis número de racemos e número de
flores.
45
4.2 Experimento 2:
Avaliação da intensidade de raleio na qualidade de frutos
de nespereira
A análise de variância para as variáveis analisadas está apresentada na
Tabela 2. Não houve interação significativa entre os fatores testados.
Entretanto, observa-se diferença significativa no comprimento do fruto (CF),
diâmetro do fruto (DF), peso do fruto (PF), peso da semente (PS), pH, acidez total
e sólidos solúveis totais (SST), para o fator cultivar. Já o fator Intensidade de
Raleio, encontrou diferença significativa somente para as variáveis comprimento
(CF) e diâmetro (DF) dos frutos.
Tabela 2 – Resumo da análise de variância para o comprimento do fruto (CF), diâmetro do fruto
(DF), peso do fruto (PF), peso da semente (PS), pH, acidez total e sólidos solúveis
totais (SST)
F calculado
CF DF PF PS pH Acidez SST
Fontes de
variação
G.L.
(mm) (mm) (g) (g) Total (°Brix)
Cultivar (A) 5 16,946** 20,946** 20,154** 6,039** 9,697** 22,891** 7,248**
Intensidade (B) 3 7,081** 4,745* 4,330
ns
0,754
ns
1,413
ns
0,786
ns
2,269
ns
A x B 15 0,776
ns
0,574
ns
0,659
ns
0,980
ns
0,868
ns
1,036
ns
1,296
ns
Resíduo 72
C.V. 10,86 9,27 27,12 39,93 7,22 26,04 9,31
** significativo a 1% de probabilidade, segundo o teste F.
* significativo a 5% de probabilidade, segundo o teste F.
ns
não significativo
O maior comprimento do fruto (41,34 mm) foi obtido pela seleção IAC NE3,
seguido pelas cultivares Centenária, Mizumo, Mizuho, Néctar de Cristal, e por
último, pela cultivar Mizauto. Quanto à variável diâmetro do fruto, a seleção IAC
NE3 obteve o maior valor (39,95 mm), seguido pelas cultivares Mizumo,
Centenária, Néctar de Cristal, Mizuho e, por último, pela cultivar Mizauto.
O fruto mais pesado também proveio da seleção IAC NE3, com 39,29 g,
seguido pelas cultivares, Mizumo, Mizuho, Centenária, Néctar de Cristal e, por
último, pela cultivar Mizauto.
46
A cultivar Néctar de Cristal apresentou a semente mais pesada (1,00g),
sendo a única que apresentou diferença significativa em relação às demais
cultivares e seleção.
Ojima et al. (1977, 1981 e 1987), em publicações sobre as cultivares de
nêsperas lançadas pelo Instituto Agronômico de Campinas, com exceção da
seleção IAC NE3, descreve as cultivares Mizuho, Mizumo e Centenária como
possuindo os maiores frutos. Contudo, ao contrário dos dados encontrados no
presente trabalho, Ojima et al. (1977, 1981 e 1987) descreve a cultivar Mizauto
contendo frutos maiores que a cultivar Néctar de Cristal.
O pH do fruto da cultivar Mizauto foi o maior entre as cultivares e a seleção
estudada, com um valor de 4,07, sendo seguido pela Mizumo, Centenária, IAC
NE3, Mizuho e, por último, pela cultivar Néctar de Cristal.
A maior Acidez Total (0,42) foi obtida pela cultivar Néctar de Cristal,
seguida pelas cultivares Centenária, Mizumo, Mizuho, Néctar de Cristal e, por
último, pela cultivar Mizauto.
Finalmente, a concentração de Sólidos Solúveis Totais foi maior na cultivar
Néctar de Cristal (12,21 °Brix), sendo seguida pela seleção IAC NE3 e pelas
cultivares Mizauto, Mizumo, Mizuho e Centenária.
Os valores das variáveis pH, Acidez Total e Sólidos Solúveis são, com
poucas diferenças, os mesmos encontrados na descrição das cultivares feitas por
Ojima et al. (1999) e Pio et al. (2008).
Todos os dados relacionados anteriormente foram estudados
independentemente do raleio aplicado, sendo portanto a média das observações
realizadas em cada cultivar e na seleção. Todos os dados são encontrados na
Tabela 3 a seguir.
47
Tabela 3 – Comparação das médias do comprimento do fruto (CF), diâmetro do fruto (DF), peso do
fruto (PF), peso da semente (PS), pH, acidez total e sólidos solúveis totais (SST) em
relação às cultivares Mizauto, Néctar de Cristal, Mizuho, Mizumo, Centenária e para a
seleção IAC NE3
CF DF PF PS pH Acidez SST
Cultivar
(mm) (mm) (g) (g) Total (°Brix)
Mizauto 34,77 a 28,67 a 13,61 a 0,50 a 4,07 c 0,42 a 11,09 ab
Néctar de
Cristal
35,40 a 35,47 b 26,08 b 1,00 b 3,47 a 0,94 c 12,21 c
Mizuho 40,12 b 35,45 b 27,33 b 0,60 a 3,55 ab 0,68 b 10,68 ab
Mizumo 41,17 b 37,57 bc 31,72 bc 0,68 a 3,79 b 0,55 ab 11,05 ab
Centenária 41,34 b 35,77 b 26,96 b 0,64 a 3,76 b 0,45 a 10,21 a
IAC NE3 41,34 c 39,95 c 39,20 c 0,71 a 3,70 ab 0,58 ab 11,59 bc
Médias seguidas por letras distintas diferem entre si a 1% de probabilidade, segundo o teste de
Tukey.
A intensidade de raleio apresentou diferenças significativas nas médias das
cultivar Mizuho e também na da seleção IAC NE3, não apresentando diferença
significativa na média das cultivares Mizauto, Mizumo, Centenária e Néctar de
Cristal (Tabela 4).
Tabela 4 – Comparação das médias de comprimento de fruto (mm) das cultivares Mizauto, Néctar
de Cristal, Mizuho, Mizumo, Centenária e para a seleção IAC NE3 em relação às
intensidades de raleio [4 frutos por panícula (4), 6 frutos por panícula (6), 8 frutos por
panícula (8), 10 frutos por panícula (10)] .
Cultivar
Intensidade
Centenária IAC NE3 Mizauto Mizuho Mizumo Néctar de Cristal
4 44,610 a 49,542 ab 37,450 a 44,928 b 44,325 a 37,350 a
6 39,090 a 51,610 b 36,770 a 39,478 ab 40,233 a 36,243 a
8 40,383 a 43,900 ab 32,860 a 36,633 a 40,950 a 33,730 a
10 41,295 a 42,665 a 31,988 a 39,458 ab 39,183 a 34,270 a
Médias seguidas por letras distintas diferem entre si a 1% de probabilidade, segundo o teste de
Tukey.
Para as cultivares Centenária e Mizuho, a intensidade 4 (quatro frutos por
panícula) foi a que apresentou frutos com os maiores comprimentos. Já a seleção
48
IAC NE3 apresentou melhor resultado quando o raleio foi feito com intensidade 6
(seis frutos por panícula). As outras cultivares, apesar de não apresentarem
diferenças significativas entre as intensidades de raleio, obtiveram os maiores
frutos quando foi utilizado a intensidade 4 (quatro frutos por panícula) (Tabela 5).
Considerando-se as intensidades de raleio, foram obtidas diferenças
significativas no comprimento do fruto e também no seu diâmetro,
independentemente da cultivar estudada.
Tanto para a variável comprimento do fruto como para o diâmetro do fruto,
os melhores resultados, 43,03mm e 37,32mm, respectivamente, foram obtidos
quando deixaram-se quatro frutos por panícula (Tabela 5), seguido, tanto no caso
do comprimento como no do diâmetro dos frutos, pelos tratamentos com
intensidade 6 (seis frutos por panícula), 10 (dez frutos por panícula) e 8 (oito frutos
por panícula). O mesmo ocorrendo com relação ao peso do Fruto cujo melhor
resultado foi 31,34 g quando o raleio foi realizado com intensidade 4 ( quatro frutos
por panícula).
Tabela 5 – Comparação das médias do comprimento do fruto (CF) e do diâmetro do fruto (DF) em
relação a intensidades de raleio [4 frutos por panícula (4), 6 frutos por panícula (6), 8
frutos por panícula (8), 10 frutos por panícula (10)]
CF DF
PF
Intensidade
(mm) (mm)
(g)
4 43,03 b 37,32 b
31,34 b
6 40,57 ab 35,89 ab
28,79 ab
8 38,08 a 33,91 a
24,65 a
10 38,14 a 34,81 a
25,15 a
Médias seguidas por letras distintas diferem entre si a 5% de probabilidade para as médias de
CF e DF e a 10% de probabilidade para PF, segundo o teste de Tukey.
Normalmente a nespereira produz elevada carga de frutos que, deixados a
se desenvolver naturalmente, resultam em produtos de tamanho reduzido e com
um padrão de qualidade ruim para o mercado.
Ojima et al. (1999) verificaram também que o desbaste deve ser efetuado
com severidade, pois os melhores resultados, em suas pesquisas, foram
49
alcançados quando foram deixados quatro frutos por panícula, número capaz de
proporcionar nêsperas de bom peso e produção total satisfatória. Já neste
trabalho, os resultados com quatro ou seis frutos por panícula não mostraram
diferenças significativas nas médias, tanto de comprimento como de diâmetro dos
frutos, sendo, portanto, possível deixar um número maior de frutos na panícula, a
fim de aumentar a quantidade colhida quando a frutificação for pequena em
determinada safra.
O melhor desenvolvimento das panículas com quatro frutos pode ser
explicado pela maior disponibilidade de nutrientes, uma vez que a competição
entre os frutos é menor. Este fato também é relatado por Agusti et al. (2000), que
enfatiza, de acordo com os resultados encontrados em seus experimentos, que a
competição entre os frutos é o fator de maior influência capaz de determinar o
desenvolvimento destes.
Quanto à variável Presença de Mancha Arroxeada, não foi detectada em
nenhum fruto das cultivares, nem mesmo na seleção estudada,
independentemente do tratamento a que foram submetidos.
50
4.3 Experimento 3:
Avaliação da qualidade de frutos em função do
ensacamento em diferentes estádios de desenvolvimento
A análise de variância para as variáveis analisadas está apresentada na
Tabela 6. Houve diferença significativa no comprimento do fruto (CF), diâmetro do
fruto (DF), peso do fruto (PF), peso da semente (PS), Dano Interno (DI), Dano
Externo (DE) e Presença de Mancha Arroxeada (PMA). Não houve interação
significativa entre os fatores testados.
Tabela 6 – Resumo da análise de variância para o comprimento do fruto (CF), diâmetro do fruto
(DF), peso do fruto (PF), peso da semente (PS), dano interno no fruto (DI), dano
interno no fruto (DE) e presença de mancha arroxeada (PMA)
F calculado
CF DF PF PS DI DE PMA
Fontes de
variação
G.L.
(mm) (mm) (g) (g)
Cultivar 5 21,758** 10,268** 20,072** 2,314
ns
1,694
ns
1,013
ns
0,408
ns
Estádio 2 10,437** 2,010
ns
2,679
ns
1,048
ns
42,511** 56,479** 35,040**
Cultivar x
Estádio
10 1,621
ns
1,436
ns
1,879
ns
1,144
ns
1,693
ns
1,201
ns
0,912
ns
Resíduo 54
C.V. 9,56 9,6 22,84 32,99 26,92 27,99 20,18
** significativo a 1% de probabilidade, segundo o teste F.
ns
não significativo
Independentemente da cultivar estudada, foi constatado um menor
desenvolvimento do comprimento do fruto quando ele foi ensacado no estádio 1
(frutos com 1,0 cm de diâmetro).
Já para as outras variáveis que apresentaram diferenças significativas
(dano interno no fruto, dano externo no fruto e presença de mancha arroxeada), o
ensacamento no estádio 3 (frutos com 2,0 cm de diâmetro) foi o que apresentou
os piores resultados, sendo os frutos ensacados neste período os mais atacados
por pragas e doenças, e que também sofreram mais devido ao atrito de folhas e
ramos no fruto. Os outros dois períodos em estudo, estádio 1 (frutos com 1,0 cm
51
de diâmetro) e estádio 2 (frutos com 1,5 cm de diâmetro), praticamente não
sofreram ataques de pragas ou doenças, nem injúrias mecânicas causadas pelo
atrito das folhas ou dos ramos. Esses dados podem ser observados na Tabela 7.
Tabela 7 – Comparação das médias do comprimento do fruto (CF), dano interno no fruto (DI), dano
externo no fruto (DE) e presença de mancha arroxeada (PMA) em relação aos estádios
de ensacamento: 1 - frutos com 1,0 cm de diâmetro, 2 - frutos com 1,5 cm de diâmetro,
3 - frutos com 2,0 cm de diâmetro
CF DI DE PMA
Estádio
(mm)
1 36,074 a 0,744 a 0,756 a 0,729 a
2 40,689 b 0,787 a 0,823 a 0,772 a
3 39,810 b 1,362 b 1,567 b 1,117 b
Médias seguidas por letras distintas diferem entre si a 1% de probabilidade, segundo o teste de
Tukey.
Somente a seleção IAC NE3 e a cultivar Mizuho apresentaram diferença
significativa na variável comprimento do fruto, sendo que em ambos os casos o
estádio 2 foi o que apresentou melhor resultado, com 49,39mm e 45,04mm,
respectivamente (Tabela 8).
As demais cultivares não apresentaram diferenças significativas.
Tabela 8 – Comparação das médias do comprimento do fruto (mm) das cultivares Mizauto, Néctar
de Cristal, Mizuho, Mizumo, Centenária e para a seleção IAC NE3 em relação aos
estádios de ensacamento: 1 - frutos com 1,0 cm de diâmetro, 2 - frutos com 1,5 cm
de diâmetro, 3 - frutos com 2,0 cm de diâmetro
Cultivar
Estádio
Centenária IAC NE3 Mizauto Mizuho Mizumo ctar de Cristal
1 34,66 a 42,91 a 33,67 a 36,09 a 39,25 a 29,87 a
2 40,03 a 49,39 b 37,25 a 45,04 b 41,40 a 31,03 a
3 39,79 a 47,53 ab 38,39 a 35,57 a 43,59 a 34,00 a
Médias seguidas por letras distintas diferem entre si a 1% de probabilidade, segundo o teste de
Tukey.
52
Com relação aos danos internos causados por pragas e doenças, foi
observado que o estádio 3 (frutos com 2,0cm de diâmetro) apresentou, em todas
as cultivares, os ataques mais severos. Os outros estádios não apresentaram
diferenças entre si para as cultivares e a seleção estudada (Tabela 9).
As cultivares Mizauto e Mizumo não apresentaram diferença significativa
para esta variável em nenhum estádio estudado.
Tabela 9 – Comparação das médias dos danos internos nos frutos das cultivares Mizauto, Néctar
de Cristal, Mizuho, Mizumo, Centenária e para a seleção IAC NE3 em relação aos
estádios de ensacamento: 1 - frutos com 1,0 cm de diâmetro, 2 - frutos com 1,5 cm
de diâmetro, 3 - frutos com 2,0 cm de diâmetro
Cultivar
Estádio
Centenária IAC NE 3 Mizauto Mizuho Mizumo Néctar de Cristal
1 0,707 a 0,707 a 0,707 a 0,707 a 0,926 a 0,707 a
2 0,707 a 0,837 ab 0,707 a 0,707 a 0.926 a 0,837 a
3 1,184 b 1,225 b 1,127 a 1,798 b 1,274 a 1,564 b
Médias seguidas por letras distintas diferem entre si a 1% de probabilidade, segundo o teste de
Tukey.
Quanto aos danos externos causados por pragas, folhas e ramos, foi
observado que, assim como no caso da variável danos internos, o estádio 3 (frutos
com 2,0 cm de diâmetro) apresentou, em todas as cultivares, o pior resultado
(Tabela 10). Os outros estádios não apresentaram diferenças entre si para as
cultivares e a seleção estudada.
A cultivar Mizumo não apresentou diferença significativa para esta variável
em nenhum estádio estudado.
53
Tabela 10 – Comparação das médias dos danos externos nos frutos das cultivares Mizauto, Néctar
de Cristal, Mizuho, Mizumo, Centenária e para a seleção IAC NE3 em relação aos
estádios de ensacamento: 1 - frutos com 1,0 cm de diâmetro, 2 - frutos com 1,5 cm
de diâmetro, 3 - frutos com 2,0 cm de diâmetro
Cultivar
Estádio
Centenária IAC NE3 Mizauto Mizuho Mizumo Néctar de Cristal
1 0,707 a 0,707 a 0,707 a 0,707 a 0,998 a 0,707 a
2 0,707 a 0.926 ab 0,707 a 0,837 a 0,926 a 0,837 a
3 1,580 b 1,403 b 1,346 b 1,871 b 1,403 a 1,798 b
Médias seguidas por letras distintas diferem entre si a 1% de probabilidade, segundo o teste de
Tukey.
A Presença de Mancha Arroxeada foi observada com maior intensidade e
freqüência quando o ensacamento foi realizado no estádio 3 (frutos com 2,0cm de
diâmetro), em todas as cultivares estudas, sendo que somente na cultivar Mizauto
ela não apresentou diferença significativa para os estádios em questão (Tabela
11).
A mesma constatação foi feita por Ojima (1972), que em seu trabalho
concluiu que não houve diferença entre os dois primeiros estádios, com menores
índices de incidência das manchas, mas diferiram da época 3.
Tabela 11 – Comparação das médias da presença de mancha arroxeada nos frutos das cultivares
Mizauto, Néctar de Cristal, Mizuho, Mizumo, Centenária e para a seleção IAC NE3
em relação aos estádios de ensacamento: 1 - frutos com 1,0 cm de diâmetro, 2 -
frutos com 1,5 cm de diâmetro, 3 - frutos com 2,0 cm de diâmetro
Cultivar
Estádio
Centenária IAC NE3 Mizauto Mizuho Mizumo Néctar de Cristal
1 0,707 a 0,707 a 0,707 a 0,707 a 0,837 a 0,707 a
2 0,707 a 0,837 ab 0,707 a 0,837 a 0,837 a 0,707 a
3 1,095 b 1,095 b 1,095 b 1,225 b 0,966 a 1,225 b
Médias seguidas por letras distintas diferem entre si a 1% de probabilidade, segundo o teste de
Tukey.
54
O maior comprimento do fruto (46,61mm) foi obtido pela seleção IAC NE3,
seguido pelas cultivares Mizumo, Mizuho, Centenária, Mizauto e, por último, pela
cultivar Néctar de Cristal.
Quanto à variável diâmetro do fruto, a seleção IAC NE3 obteve o maior
valor (38,08mm), seguido pelas cultivares Mizumo, Centenária, Mizuho, Néctar de
Cristal e, por último, pela cultivar Mizauto.
O fruto mais pesado também proveio da seleção IAC NE3, com 33,99g,
seguido pelas cultivares, Mizumo, Mizuho, Centenária, Néctar de Cristal e, por
último, pela cultivar Mizauto.
Esses dados são equivalentes aos expostos por Ojima et al. (1999) na
descrição das cultivares.
Todos os dados relacionados anteriormente foram estudados
independentemente do estádio de ensacamento aplicado, sendo, portanto, a
média das observações realizadas em cada cultivar e na seleção. Todos os dados
são encontrados na Tabela 12 abaixo.
Tabela 12 – Comparação das médias do comprimento do fruto (CF), diâmetro do fruto (DF), peso
do fruto (PF), em relação às cultivares Mizauto, Néctar de Cristal, Mizuho, Mizumo,
Centenária e para a seleção IAC NE3
CF DF PF
Cultivar
(mm) (mm) (g)
Mizauto 36,44 b 30,80 a 16,45 a
Néctar de Cristal 31,63 a 31,02 a 16,70 a
Mizuho 38,90 bc 31,66 a 22,11 ab
Mizumo 41,41 c 35,83 bc 27,42 b
Centenária 38,16 bc 32,60 ab 20,74 a
IAC NE3 46,61 d 38,08 c 33,99 c
Médias seguidas por letras distintas diferem entre si a 1% de probabilidade, segundo o teste de
Tukey.
Ojima et al. (1976a) constataram que a incidência da mosca-das-frutas nas
nêsperas é sempre elevada e que o ataque tem início cerca de 30 dias após o fim
do florescimento. Em outro trabalho, Ojima et al. (1976b) relatam que os frutos da
nespereira começam a ser atingidos pela “mancha-arroxeada”, distúrbio que afeta
55
a epiderme dos frutos, já aos 30 dias após a florada, apesar de não mostrarem os
sintomas.
Para ambos os casos, Ojima et al. (1976a, b) recomendam o ensacamento
dos frutos no início da sua formação como o melhor método para o controle
desses problemas.
Os dados de Ojima et al. (1976a, b) corroboram os dados encontrados no
presente trabalho, pois os resultados com menor incidência de danos internos e
presença de mancha-arroxeada foram obtidos quando os frutos foram ensacados
no estádio 1 ou 2, não apresentando diferença significativa entre elas. Na China,
região de origem da Nêspera, vários outros problemas são solucionados com o
ensacamento dos frutos, tanto que
Cai-Ping et al. (2005) afirmam que o
ensacamento é um importante método para o controle de doenças.
Outro importante resultado encontrado foi o de que, quanto mais cedo
foram ensacados os frutos, menores foram os danos causados por atrito de folhas
e ramos, melhorando sua apresentação, uma vez que os frutos não apresentaram
arranhões ou cicatrizes.
Lin-XiuPing (2006), em seu trabalho sobre danos
causados por pássaros, concluiu que o ensacamento dos frutos levou a zero o
nível dos danos provocados pelos pássaros; já as testemunhas, não ensacadas,
tiveram uma perda de 42,5% da produção.
56
5 CONCLUSÃO
De acordo com os resultados apresentados pôde-se concluir que:
a) Foi estabelecida uma escala fenológica contendo sete estádios de
desenvolvimento para a nespereira. Os estágios observados foram: 0 –
Desenvolvimento da Gema; 1 – Desenvolvimento das folhas; 3 –
Desenvolvimento dos Brotos; 5 –
Emergência da Inflorescência; 6 –
Florescimento; 7 – Desenvolvimento dos frutos; 8 – Maturação dos frutos, de
acordo com a escala BBCH.
b) Por meio do estudo das fases fenológicas das 5 cultivares e da seleção IAC
NE3, verificou-se a existência de diferenças no ciclo de produção das
cultivares estudadas e também da seleção, possibilitando a observação de três
grupos. O primeiro grupo, mais precoce, foi formado pelas cultivares Mizuho e
Mizumo, com ciclo médio de 195 dias contados a partir do início do
desenvolvimento das gemas até a colheita dos frutos. As cultivares Néctar de
Cristal e Centenária formaram um segundo grupo, apresentando um ciclo
intermediário com uma média de 203 dias. Já a cultivar Mizauto e a seleção
IAC NE3 foram as mais tardias, uma vez que o ciclo foi concluído 208 dias, em
média, após o início do desenvolvimento das gemas.
c) A intensidade de raleio interferiu na qualidade dos frutos de nespereira, sendo
que as panículas que sofreram um raleio mais intenso (4 ou 6 frutos por
panícula) apresentaram frutos com maior comprimento e diâmetro. As variáveis
peso do fruto (PF), peso da semente (PS), pH, acidez total e sólidos solúveis
totais (SST), não foram afetadas pela intensidade de raleio;
d) O ensacamento interferiu na qualidade dos frutos de nespereira, influenciando
no comprimento do fruto (CF), Dano Interno (DI), Dano Externo (DE) e
Presença de Mancha Arroxeada (PMA). Os estádios 1 (frutos com 1,0 cm de
diâmetro) e 2 (frutos com 1,5 cm de diâmetro) foram os que apresentaram
melhores resultados.
57
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63
APÊNDICES
64
APÊNDICE A - Macro-estádios para a descrição dos estádios fenológicos de
desenvolvimento das culturas e ervas daninhas
Estádio
Definição
0 Germinação / Brotação
1 Desenvolvimento de folhas (gema principal)
2 Formação de gemas laterais / Perfilhamento
3 Crescimento (comprimento) de rosetas da gema principal / Desenvolvimento dos
ramos / Elongação (haste principal)
4 Desenvolvimento de partes vegetativas (partes colhíveis) ou dos órgãos
vegetativos de reprodução / Inchaço das espigas
5 Aparecimento dos órgãos de florescimento (gema principal) / Espigamento
6 Florescimento (gema principal)
7 Formação de frutos
8 Maturação de frutos e sementes ou Coloração dos frutos
9 Senescêcia ou início da dormência
Fonte: Bleiholde et al. (1991)
65
APÊNDICE B - Código decimal para a descrição dos estádios de desenvolvimento
de plantas – esquema geral
(continua)
Código Descrição
D Dicotiledôneas
M Monocotiledôneas
G Gramíneas
P Perenes
V Desenvolvimento por órgãos vegetativos de sobrevivência ou reprodução
Estádio principal de crecimento 0: Germinação, brotação, desenvolvimento da gema
00 Semente seca
1)
P, V Dormência invernal ou período de repouso
01 Começa a inchação da semente
P, V Começa a inchação da gema
03 Inchação completa
P, V Fim da inchação da gema
05 A radícula (raiz embrionária) emerge da semente
P,V Os órgãos de multiplicação vegetativa começam a emitir raízes
06 Elongação da radícula, formação de pêlos radiculares e/ou raízes laterais
07 M O coleóptilo emerge da semente (cariópside)
D O hipocótilo com os cotilédones ou a raiz saem através do tegumento
seminal
P,V A gema começa a abrir ou a brotar
08 D O hipocótilo com os cotilédones crescem, dirigindo-se para a superfície do
solo
P,V O broto cresce, dirigindo-se para a superfície do solo
09 M Emergência: O coleóptilo sai através da superfície do solo
D Emergência: Os cotilédones saem através da superfície do solo (exceto
na germinação hipógea)
D, V Emergência: Brotos / folhas saem através da superfície do solo
P Botões mostram pontas verdes
Estádio principal de crescimento 1: Desenvolvimento das folhas (Gema principal)
10 M A 1ª folha verdadeira emerge do coleóptilo;
D Folhas cotiledonares completamente desenroladas
P Primeiras folhas se abrem
11 1ª folha / 1ª par de folhas (ou folha composta) desdobrada
66
APÊNDICE B - Código decimal para a descrição dos estádios de
desenvolvimento de plantas – esquema geral
(continuação)
Código Descrição
P 1ª folhas desdobradas
12 2ª folha / 2° par de folhas (ou folha composta) desdobrada
13 3ª folha / 3° par de folhas (ou folha composta) desdobrada
1. Estádios continuam até ...
19 9 ou mais folhas / pares de folhas (ou folhas compostas) desdobradas
Estádio principal de crescimento 2: Formação de gemas laterais / perfilhamento
21 1ª gema lateral visible
G 1ª gema de perfilho visível
22 2ª gema lateral visible
G 2ª gema de perfilho visível
23 3ª gema lateral visible
G 3ª gema de perfilho visível
2. Estádios continuam até ...
29 9 ou mais gemas laterais visíveis
G 9 ou mais gemas de perfilhos visíveis
Estádio principal de crescimento 3: Crescimento (comprimento) de roseta da gema
principal / Desenvolvimento dos ramos / Elongação (haste princiapal)
31 10% do comprimento máximo ou do tamanho de roseta, típico da espécie,
alcançado
G
32 20% do comprimento máximo ou do tamanho de roseta, típico da espécie,
alcançado
G
33 30% do comprimento máximo ou do tamanho de roseta, típico da espécie,
alcançado
G
3. Estádios continuam até ...
39 Comprimento / Diâmetro máximo alcançado
G 9 ou mais nós
67
APÊNDICE B - Código decimal para a descrição dos estádios de
desenvolvimento de plantas – esquema geral
(continuação)
Código Descrição
Estádio principal de crescimento 4: Desenvolvimento de partes vegetativas (partes
colhíveis) ou dos órgãos vegetativos de reprodução / Inchaço dos cachos ou espigas
(embuchamento).
40 Inicia-se o desenvolvimento das partes vegetativas colheitáveis da planta
ou dos órgãos de propagação vegetativa
41 G A bainha da folha bandeira em fase de elongação
43 As partes vegetativas colheitáveis ou os órgãos de propagação vegetativa
alcançaram 30% de seu tamanho definitivo.
G A bainha da folha bandeira começa a inchar (embuchar)
45 As partes vegetativas colheitáveis ou os órgãos de propagação vegetativa
alcançaram 50% de seu tamanho definitivo.
G A bainha da folha bandeira está inchada (embuchada)
47 As partes vegetativas colheitáveis ou os órgãos de propagação vegetativa
alcançaram 70% de seu tamanho definitivo.
G A bainha da folha bandeira se abre
49 As partes vegetativas colheitáveis ou os órgãos de propagação vegetativa
estão em seu tamanho final
G Pontas das aristas visíveis
Estádio principal de crescimento 5: Aparecimento do órgão floral (haste principal) / saída
das espigas ou cachos (espigamento)
51 Órgãos florais ou botões florais visíveis
G Inicia-se a saída das espigas ou cachos
55 Primeiras flores isoladas visíveis (ainda fechadas)
G Metade da saída das espigas ou cachos
59 Primeiras pétalas visíveis
G Final da saída das espigas ou cachos
Estádio principal de crescimento 6: Floração (haste principal)
60 Primeiras flores abertas
61 Começo da floração: 10% de flores abertas ou 10% de plantas
florescendo
62 20% de flores abertas ou 20% de plantas florescendo
63 30% de flores abertas ou 30% de plantas florescendo
68
APÊNDICE B - Código decimal para a descrição dos estádios de
desenvolvimento de plantas – esquema geral
(continuação)
Código Descrição
64 40% de flores abertas ou 40% de plantas florescendo
65 Plena floração: 50% das flores abertas ou 50% das plantas florecendo; as
primeiras pétalas caem ou secam
67 Floração chegando a seu final: maioria das pétalas caídas ou secas
68 Fim da floração: início da frutificação
Estádio principal de crescimento 7: Formação do fruto
70 Primeiros frutos visíveis
71 Primeiros frutos visíveis ou frutos alcançam em média 10% do seu
tamanho final
G Grão acuoso
72 30% dos frutos alcançam o tamanho específico de sua espécie/ variedade
ou frutos alcançam 30% do tamanho final
73 30% dos frutos alcançam o tamanho específico de sua espécie/ variedade
ou frutos alcançam 30% do tamanho final
74 40% dos frutos alcançam o tamanho específico de sua espécie/ variedade
ou frutos alcançam 40% do tamanho final
50% dos frutos alcançam o tamanho específico de sua espécie/ variedade
ou frutos alcançam 50% do tamanho final
G Grão leitoso
76 60% dos frutos alcançam o tamanho específico de sua espécie/ variedade
ou frutos alcançam 60% do tamanho final
77 70% dos frutos alcançam o tamanho específico de sua espécie/ variedade
ou frutos alcançam 70% do tamanho final
78 80% dos frutos alcançam o tamanho específico de sua espécie/ variedade
ou frutos alcançam 80% do tamanho final
79 Os frutos alcançaram o tamanho próprio de sua espécie/ variedade
Estádio principal de crescimento 8: Maturação de frutos e sementes ou coloração de
frutos.
81 Começo da maturação ou coloração dos frutos
85 Continuação da coloração dos frutos segundo sua espécie/ variedade
G Grão semi-duro (pastoso)
88 Diminuição da consistência do fruto
69
APÊNDICE B - Código decimal para a descrição dos estádios de
desenvolvimento de plantas – esquema geral
(conclusão)
Código Descrição
89 Maturação plena. Coloração típica segundo a espécie/ variedade. Os
frutos ou as infrutescências se desprendem com relativa facilidade
Estádio principal de crescimento 9: Senescência ou início da dormência
91 P Término do crescimento das hastes ou tronco, mas folhagem ainda verde
93 Princípio da descoloração das folhas ou da desfolha
95 50% das folhas descoloridas ou caídas
97 Fim da desfolha. Plantas ou partes aéreas estão mortas ou se encontram
em estádio de dormência
P A planta está em dormência
99 Partes colheitáveis (estádio para caracterizar os tratamentos de pós-
colheita, por exemplo, para armazenamento, exceto tratamento das
sementes = 00)
1)
Os tratamentos da semente efetuam-se no estádio 00
Fonte: Hack et al. (1992)
70
APÊNDICE C – Estádios fenológicos da nespereira segundo Martinez-Calvo et al.
(1999)
(Continua)
Código Descrição
Estádio Principal de Crescimento 0: Desenvolvimento da gema
010 Dormência no Outono: as gemas foliares estão fechadas e cobertas por
escamas castanho-acinzentadas e esbranquiçadas e felpudas.
011 Início da expansão das gemas foliares; as escamas que formam a gema
começam a se alongar e a se separar.
013 Fim da expansão das gemas foliares.
017 Início da :extremidade da primeira folha verde visível.
019 Extremidade da folha verde entre 5 a 10 mm acima das escamas da
gema.
020 Dormência na Primavera: as gemas foliares estão fechadas e cobertas
por escamas castanho-acinzentadas e esbranquiçadas e felpudas.
021 Início da expansão das gemas foliares; as escamas que formam a gema
começam a se alongar e a se separar.
023 Fim da expansão das gemas foliares.
027 Início da extremidade da primeira folha verde visível.
029 Extremidade da folha verde entre 5 a 10 mm acima das escamas da
gema.
030 Dormência no Verão: as gemas foliares estão fechadas e cobertas por
escamas castanho-acinzentadas e esbranquiçadas e felpudas.
031 Início da expansão das gemas foliares; as escamas que formam a gema
começam a se alongar e a se separar.
033 Fim da expansão das gemas foliares.
037 Início da extremidade da primeira folha verde visível.
039 Extremidade da folha verde entre 5 a 10 mm acima das escamas da
gema.
Estádio Principal de Crescimento 1: Desenvolvimento das folhas.
110 Desenvolvimento do Outono: extremidade da folha verde com mais de 10
mm acima das escamas da gema; primeiras folhas separadas.
111 Primeiras folhas abertas.
115 Mais folhas abertas, mas ainda não totalmente expandidas.
119 Primeiras folhas totalmente expandidas.
71
APÊNDICE C – Estádios fenológicos da nespereira segundo Martinez-Calvo et
al. (1999)
(Continuação)
Código Descrição
120 Desenvolvimento da Primavera: extremidade da folha verde com mais de
10 mm acima das escamas da gema; primeiras folhas separadas.
121 Primeiras folhas abertas.
125 Mais folhas abertas, mas ainda não totalmente expandidas.
129 Primeiras folhas totalmente expandidas.
130 Desenvolvimento do Verão: extremidade da folha verde com mais de 10
mm acima das escamas da gema; primeiras folhas separadas.
131 Primeiras folhas abertas.
135 Mais folhas abertas, mas ainda não totalmente expandidas.
139 Primeiras folhas totalmente expandidas.
Estádio Principal de Crescimento 3: Desenvolvimento dos Brotos
311 Início do desenvolvimento dos brotos no Outono: o eixo de
desenvolvimento dos brotos está visível.
315 Brotos com 50% do tamanho final.
319 Brotos com 90% do tamanho final.
321 Início do desenvolvimento dos brotos na Primavera: o eixo de
desenvolvimento dos brotos está visível.
325 Brotos com 50% do tamanho final.
329 Brotos com 90% do tamanho final.
331 Início do desenvolvimento dos brotos no Verão: o eixo de
desenvolvimento dos brotos está visível.
335 Brotos com 50% do tamanho final.
339 Brotos com 90% do tamanho final.
Estádio Principal de Crescimento 5: Emergência da Inflorescência
500 As gemas de inflorescências mais espessas estão fechadas e cobertas
por escamas verdes.
501 Início da expansão das gemas de inflorescência; as escamas das gemas
começam a se separar.
503 Abertura da gema: início do desenvolvimento dos cachos de flores.
504 Os ramos dos cachos de flores começam a se alongar.
505 Os cachos de flores estão completamente expandidos; algumas gemas
floríferas terminais começam a se expandir.
72
APÊNDICE C – Estádios fenológicos da nespereira segundo Martinez-Calvo et
al. (1999)
(Conclusão)
Código Descrição
507 Início da quebra das gemas floríferas: sépalas levemente abertas,
primeiras pétalas brancas visíveis.
509 A maior parte das flores com pétalas, formando uma esfera oca.
Estádio Principal de Crescimento 6: Florescimento
600 Primeiras flores abertas.
601 Início da floração: com 10% das flores abertas.
605 Plena Floração: com pelo menos 50% das flores abertas, primeiras
pétalas caindo.
607 Queda das flores: maioria das pétalas caídas.
609 Fim do Florescimento: todas as pétalas caídas.
Estádio Principal de Crescimento 7: Desenvolvimento do Fruto
701 Fruto com 10% do tamanho final.
705 Fruto com 50% do tamanho final.
709 Fruto com 90% do tamanho final.
Estádio Principal de Crescimento 8: Maturação do Fruto
801 Início da coloração do fruto.
805 Aumento da coloração; coloração específica da variedade.
807 Fruto maduro para colheita.
809 Fruto maduro para o consumo: o fruto está com sabor e textura típica da
variedade.
Fonte: Martinez-Calvo et al. (1999)
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