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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
FACULDADE DE MEDICINA
DEPARTAMENTO DE FISIOLOGIA E FARMACOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FARMACOLOGIA
ESTUDO DOS EFEITOS COMPORTAMENTAIS, NEUROQUÍMICOS E
TÓXICOS DO ÓLEO ESSENCIAL DE Zingiber officinale Roscoe
CÍCERO FRANCISCO BEZERRA FELIPE
Fortaleza-Ce
2004
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ii
CÍCERO FRANCISCO BEZERRA FELIPE
ESTUDO DOS EFEITOS COMPORTAMENTAIS, NEUROQUÍMICOS E
TÓXICOS DO ÓLEO ESSENCIAL DE Zingiber officinale Roscoe
Fortaleza-Ce
2004
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F353e Felipe, Cícero Francisco Bezerra
Estudo dos efeitos comportamentais, neuroquímicos e tóxicos do
óleo essencial de Zingiber officinale Roscoe/ Cícero Francisco
Bezerra Felipe; orientador: Glauce Socorro de Barros Viana. –
Fortaleza, 2004.
166f. :il.
Dissertação. Universidade Federal do Ceará. Faculdade de
Medicina, 2004.
1. Gengibre – química 2. Memória 3. Escopolamina 4.
Oxotremorina 5. Pilocarpina I.Viana, G.S.B (Orient.) II. Título
CDD: 615.32421
iii
Cícero Francisco Bezerra Felipe
Estudo dos efeitos comportamentais, neuroquímicos e tóxicos do óleo
essencial de Zingiber officinale Roscoe.
Dissertação apresentada à Coordenação do Programa de Pós-graduação
em Farmacologia do Departamento de Fisiologia e Farmacologia da
Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará - UFC, como
requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Farmacologia.
Orientadora:
Profa. Dra. Glauce Socorro de Barros Viana
Fortaleza-Ce
2004
iv
Cícero Francisco Bezerra Felipe
Estudo dos efeitos comportamentais, neuroquímicos e tóxicos do óleo
essencial de Zingiber officinale Roscoe.
Dissertação apresentada à Coordenação do Programa de Pós-graduação
em Farmacologia do Departamento de Fisiologia e Farmacologia da
Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará - UFC, como
requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Farmacologia.
Data da aprovação: 02 de Fevereiro de 2004.
BANCA EXAMINADORA:
_____________________________________
Profa. Dra. Glauce Socorro de Barros Viana
Orientadora da Dissertação
______________________________________
Profa. Dra. Marta Maria de França Fonteles
Co-orientadora da Dissertação
_____________________________________
Prof. Dr. Carlos Maurício de Castro Costa
Depto. de Fisiologia e Farmacologia - UFC
v
“Finalmente, irmãos, tudo que é verdadeiro,
tudo o que é respeitável, tudo o que é justo,
tudo o que é puro, tudo o que é amável,
tudo o que é de boa fama, se alguma
virtude há, e se algum louvor existe, seja
isso que ocupe o vosso pensamento.”
Filipenses 4:8
vi
AGRADECIMENTOS
A Deus, por Seu amor incondicional e Sua maravilhosa graça, sem os
quais, a vida não teria sentido;
Aos meus pais, Felipe e Necí, por todo amor, esforço e tempo dedicados
ao longo da minha caminhada;
As minhas irmãs, Aparecida Fátima e Virgínia, pelo carinho e alegria que
transmitem tão espontaneamente;
À Profa. Dra. Glauce Viana, pelo exemplo de profissionalismo e por
acreditar que vale a pena investir e capacitar o futuro pesquisador a
assumir uma postura íntegra e relevante na sociedade;
À Profa. Dra. Marta Fonteles, pelo compromisso, amizade, dedicação e
amor à profissão, ao ensino e à pesquisa;
Ao prof. Dr. Maurício por ter prontamente aceito fazer parte da banca de
avaliação deste trabalho e pelas sugestões apontadas para o
aprimoramento desta dissertação;
À Profa. Dra. Maria Goretti, pelo apoio e incentivo demonstrados antes,
durante e depois do meu ingresso no mestrado;
À Profa. Dra. Geanne Matos, por sua grande amizade e por ter aceitado o
convite de fazer parte da banca do meu exame de qualificação;
vii
Ao Prof. Dr. Manoel Andrade, por ter disponibilizado parte do seu tempo
para contribuir com a realização deste trabalho;
Ao Iri Sandro, pela valiosa amizade e por estar sempre disposto a ajudar;
À Lissiana Magna, por seu jeito meigo e carinhoso e por ser uma grande
amiga, a quem tenho grande estima, carinho e admiração;
À Danielle Silveira, outra grande amiga a quem sou bastante grato pela
ajuda e companheirismo demonstrados durante a execução deste
trabalho;
Às amigas Silvânia Vasconcelos e Kalyne Leal pela valiosa contribuição
e apoio no meu processo de aprendizado no dia-a-dia do laboratório;
Aos amigos Aline, Emanuelle, Flávio, Gislei, Juvênia, Lyvia, Patrícia e
Rivelilson, pelo companheirismo e amizade cultivados durante os dias de
aprendizado;
Aos bolsistas Kamyla Sales, André Luiz, Emídio Alves e Norberto, pela
preciosa ajuda e empenho prestados para a realização deste trabalho;
Ás técnicas Vilaní e Jacqueline, pela seriedade, zelo e profissionalismo
em tudo que fazem;
À Dra. Artemiza, pela sua atenção e por ter disponibilizado os animais
utilizados neste trabalho;
viii
Ao Laboratório de Neurofarmacologia, pela receptividade junto à
excelente equipe de profissionais que fazem desse laboratório um
referencial de seriedade, qualidade e compromisso com a pesquisa;
Ao CNPq, pelo apoio financeiro, sem o qual seria impossível a realização
deste trabalho.
ix
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS xiii
LISTA DE TABELAS xvi
LISTA DE ABREVIATURAS xviii
RESUMO xix
ABSTRACT xxii
1. INTRODUÇÃO 01
1.1.GENERALIDADES 01
1.2. ZINGIBER OFFICINALE ROSCOE (GENGIBRE) 04
Historico
04
Aspectos botânicos
05
Aspectos químicos
08
Aspectos farmacológicos
16
Aspectos toxicológicos
25
2. OBJETIVOS
27
3. MATERIAIS E MÉTODOS 29
3.1. ANIMAIS 29
3.2. DROGAS 29
3.3. ESTUDO DOS EFEITOS COMPORTAMENTAIS DO OEG 31
Procedimento experimental
31
Teste do labirinto em cruz elevado (avaliação da
atividade ansiolítica)
34
x
Teste do campo aberto (avaliação da atividade
locomotora)
36
Teste do rota rod (avaliação da coordenação motora)
38
Teste da esquiva-passiva (avaliação da memória
recente e tardia)
40
Teste dos tremores induzidos por oxotremorina
(avaliação dos efeitos colinérgicos)
42
3.4. ESTUDO DOS EFEITOS NEUROQUÍMICOS DO OEG 43
Método da cromatografia líquida de alta eficiência
(CLAE)
43
Procedimento experimental
44
Soluções reagentes
47
3.5. ESTUDO DOS EFEITOS TÓXICOS DO OEG 48
Avaliação dos efeitos gerais (teste hipocrático) e da
toxicidade do OEG
48
A
valiação do OEG sobre a função hepática de ratios
tratados com tetracloreto de carbono (CCl4)
49
Determinação da concentração de bilirrubina
50
Determinação da atividade das enzimas alanina
transaminase (ALT/TGP) e aspartato transaminase
(AST/TGO)
52
Determinação da enzima fosfatase alcalina (FA)
55
3.6. ANÁLISE ESTATÍSTICA 57
xi
4. RESULTADOS 58
4.1. ESTUDO DOS EFEITOS COMPORTAMENTAIS DO OEG 58
Teste do labirinto em cruz elevado (avaliação da
atividade ansiolítica)
58
Teste do campo aberto (avaliação da atividade
locomotora)
61
Teste do rota rod (avaliação da coordenação motora)
69
Teste da esquiva-passiva (avaliação da memória
recente e tardia)
72
Teste dos tremores induzidos por oxotremorina
(avaliação dos efeitos colinérgicos)
79
4.2. ESTUDO DOS EFEITOS NEUROQUÍMICOS DO OEG 81
Determinação da concentraçãodas monoaminas e seus
metabólitos em hipocampo e corpo estriado de
camundongos
81
4.3. ESTUDO DOS EFEITOS TÓXICOS DO OEG 84
Avaliação dos efeitos gerais (teste hipocrático) e da
toxicidade do OEG
84
Avaliação do OEG sobre a função hepática de ratios
tratados com tetracloreto de carbono (CCl4)
85
5. DISCUSSÃO 91
5.1. ESTUDO DOS EFEITOS COMPORTAMENENTAIS E
NEUROQUÍMICOS DO OEG
91
5.2. ESTUDO DOS EFEITOS TÓXICOS DO OEG
105
6. CONCLUSÕES
111
xii
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 114
xiii
LISTA DE FIGURAS
INTRODUÇÃO
Figura 1.2.1.
Aspectos botânicos de Zingiber officinale
Roscoe.
07
Figura 1.2.2.
Cromatograma do óleo essencial extraído do
gengibre (Zingiber officinale Roscoe)
proveniente do município de Baturité – Ce.
11
Figura 1.2.3.
Estruturas químicas dos principais
componentes do óleo essencial do gengibre
(Zingiber officinale Roscoe) proveniente do
município de Baturité – Ce.
12
MATERIAIS E MÉTODOS
Figura 3.3.1.
Labirinto em Cruz Elevado (LCE). 35
Figura 3.3.2.
Campo aberto (CA). 37
Figura 3.3.3.
Rota rod (RR). 39
Figura 3.3.4.
Esquiva-passiva (EP).
Figura 3.4.1.
Aparelho de cromatografia líquida de alta
eficiência –CLAE.
46
RESULTADOS
Figura 4.1.1.
Efeito do OEG (25, 50 e 100 mg/Kg, i.p.) em
camundongos submetidos ao teste do campo
aberto (NC).
63
Figura 4.1.2.
Efeito do OEG (25, 50 e 100 mg/Kg, i.p.) em
camundongos submetidos ao teste do campo
64
xiv
aberto (NG).
Figura 4.1.3.
Efeito do OEG (25, 50 e 100 mg/Kg, i.p.) em
camundongos submetidos ao teste do campo
aberto (NR).
65
Figura 4.1.4.
Efeito do OEG (25, 50 e 100 mg/Kg, v.o.) em
camundongos submetidos ao teste do campo
aberto (NC).
66
Figura 4.1.5.
Efeito do OEG (25, 50 e 100 mg/Kg, v.o.) em
camundongos submetidos ao teste do campo
aberto (NG).
67
Figura 4.1.6. Efeito do OEG (25, 50 e 100 mg/Kg, v.o.) em
camundongos submetidos ao teste do campo
aberto (NR).
68
Figura 4.1.7.
Efeito do OEG (25, 50 e 100 mg/Kg, i.p.) em
camundongos submetidos ao teste da esquiva
passiva (Esquiva 15 min).
75
Figura 4.1.8.
Efeito do OEG (25, 50 e 100 mg/Kg, i.p.) em
camundongos submetidos ao teste da esquiva
passiva (Esquiva 24 h).
76
Figura 4.1.9.
Efeito do OEG (25, 50 e 100 mg/Kg, v.o.) em
camundongos submetidos ao teste da esquiva
passiva (Esquiva 15 min).
77
Figura 4.1.10.
Efeito do OEG (25, 50 e 100 mg/Kg, v.o.) em
camundongos submetidos ao teste da esquiva
passiva (Esquiva 24 h).
78
xv
Figura 4.1.11.
Efeito do OEG (50 e 100 mg/Kg, i.p.) sobre os
tremores induzidos por oxotremorina em
camundongos.
80
Figura 4.3.1.
Efeito do OEG (50, 100 e 200 mg/Kg, i.p.)
sobre a concentração plasmática de bilirrubina
em ratos tratados com tetracloreto de carbono
(CCl4).
88
Figura 4.3.2.
Efeito do OEG (50, 100 e 200 mg/Kg, i.p.)
sobre a atividade da enzima ALT/TGP em soro
de ratos tratados com tetracloreto de carbono
(CCl4).
89
Figura 4.3.3. Efeito do OEG (50, 100 e 200 mg/Kg, i.p.)
sobre a atividade da enzima AST/TGO em
soro de ratos tratados com tetracloreto de
carbono (CCl4).
90
xvi
LISTA DE TABELAS
INTRODUÇÃO
Tabela 1.2.1.
Identificação e valores percentuais dos
principais constituintes químicos presentes no
óleo essencial de gengibre (Zingiber officinale
Roscoe), proveniente do município de Baturité -
Ce.
13
Tabela 1.2.2.
Concentração de minerais presentes no rizoma
do gengibre (Zingiber officinale Roscoe).
14
Tabela 1.2.3.
Perfil fitoquímico dos constituintes presentes no
rizoma do gengibre (Zingiber officinale Roscoe)
proveniente do município de Baturité - Ce.
15
MATERIAIS E MÉTODOS
Tabela 3.3.1.
Padrão de administração das drogas ao longo
dos oito dias de tratamento.
33
RESULTADOS
Tabela 4.1.1.
Efeito do OEG (25, 50 e 100 mg/Kg, i.p.) em
camundongos submetidos ao teste do labirinto
em cruz elevado.
59
Tabela 4.1.2.
Efeito do OEG (25, 50 e 100 mg/Kg, v.o.) em
camundongos submetidos ao teste do labirinto
em cruz elevado.
60
Tabela 4.1.3.
Efeito do OEG (25, 50 e 100 mg/Kg, i.p.) em
camundongos submetidos ao teste do rota rod.
70
xvii
Tabela 4.1.4.
Efeito do OEG (25, 50 e 100 mg/Kg, v.o.) em
camundongos submetidos ao teste do rota rod.
71
Tabela 4.2.1.
Efeito do OEG (100 mg/Kg, i.p.) sobre a
concentração das monoaminas e seus
metabólitos em hipocampo e corpo estriado de
camundongos.
83
Tabela 4.3.1.
Efeito do OEG (50, 100 e 200 mg/Kg, i.p.) sobre
a atividade da enzima fosfatase alcalina em
soro de ratos tratados com tetracloreto de
carbono (CCl4).
87
xviii
LISTA DE ABREVIATURAS
ANOVA- Análise de Variância
AMPC- Adenosina Monofosfato Cíclico
ALT- Alanina Transaminase
AST- Aspartato Transaminase
CA- Campo Aberto
DA- Dopamina
DOPAC- Ácido 3,4-diidroxifenilacético
EP- Esquiva-passiva
GABA- Ácido Gama Aminobutírico
HPLC- High Performance Liquid Cromatography
HVA- Ácido Homovanílico
IP- Intraperitoneal
RR- Rota Rod
LCE- Labirinto em Cruz Elevado
NC- Número de Cruzamentos
NG- Número de Grooming
NR- Número de Rearing
NE - Norepinefrina
OEG- Óleo Essencial de Gengibre
USA- United States of América
VO- Via Oral
5HT- 5-hidroxitriptamina
5HIAA- 5-hidroxiindolacético
xix
RESUMO
xx
ESTUDO DOS EFEITOS COMPORTAMENTAIS, NEUROQUÍMICOS E
TÓXICOS DO ÓLEO ESSENCIAL DE Zingiber officinale Roscoe.
CÍCERO FRANCISCO BEZERRA FELIPE. Orientadora: Dra. Glauce
Socorro de Barros Viana. Dissertação de Mestrado. Programa de
Pós-graduação em Farmacologia. Departamento de Fisiologia e
Farmacologia - UFC.
O Gengibre (Zingiber officinale Roscoe) é uma planta bastante apreciada
em todo o mundo, não apenas como um condimento, mas também por
suas importantes propriedades medicinais. Os efeitos comportamentais e
neuroquímicos do óleo essencial do gengibre - OEG foram estudados em
camundongos tratados diariamente com o óleo essencial de gengibre
(OEG 25, 50 e 100 mg/Kg, i.p. e v.o.). No sétimo dia de tratamento foram
realizados os testes do labirinto em cruz elevado (LCE), campo aberto
(CA), rota rod (RR), esquiva-passiva (EP) e teste dos tremores induzidos
por oxotremorina. No oitavo dia do protocolo, os animais que receberam
OEG (100 mg/Kg, i.p.) foram sacrificados para o estudo dos efeitos
neuroquímicos do OEG em hipocampo e corpo estriado. Os efeitos
tóxicos do OEG foram estudados em camundongos (tratados com única
administração de OEG 200, 400 e 800 mg/Kg, i.p.) e ratos (nos quais foi
induzida lesão hepática por CCl4, e tratados com OEG 50, 100 e 200
mg/Kg, i.p. em única administração). Os resultados mostraram que o
OEG não possui efeito ansiolítico de acordo com o modelo do LCE; no
CA, o OEG (50 e 100 mg/Kg, i.p.) apresentou efeito sedativo ao reduzir o
NC, o NG e NR em 37%, 28% e 75%, respectivamente. Foi observada,
também, a ocorrência de efeito dose-dependente da droga, cujo efeito
máximo parece ser obtido com a dose de 100 mg/Kg (i.p.). A
administração oral do OEG também produziu sedação, porém o efeito só
foi observado no grupo tratado com a dose maior do óleo essencial. No
modelo do RR, o OEG não produziu alteração significativa na
coordenação motora dos animais tratados. No modelo da EP, o OEG
produziu um dano cognitivo nos animais tratados com a dose de 100
mg/Kg, i.p. e v.o. Mesmo após 24 horas da administração da droga, o
dano ainda era evidente. Quando associado à escopolamina, o OEG (50
e 100 mg/Kg, i.p. e v.o.) potencializou o efeito amnésico da droga. O
efeito anticolinérgico do OEG (100 mg/Kg, i.p.) foi comprovado ao
reverter os tremores induzidos por oxotremorina em camundongos. Em
relação aos efeitos neuroquímicos do OEG em corpo estriado, a droga
diminuiu a concentração de DA, aumentou NE, DOPAC e 5HT em 40%,
22%, 15% e 81%, respectivamente. No hipocampo observou-se que
houve uma diminuição de DA, DOPAC e um aumento de 5HT em 75%,
xxi
64% e 81%, respectivamente. A diminuição de DA no corpo estriado
explicaria o efeito sedativo da droga, e o conjunto de alterações
observadas no hipocampo parece contribuir também para o efeito
amésico do OEG. O estudo dos efeitos tóxicos do OEG revelou que a
droga é relativamente segura e destituída de efeitos tóxicos significativos
nos protocolos utilizados no presente estudo. A administração aguda do
óleo essencial (200, 400 e 800 mg/Kg, i.p.) não produziu outro efeito
sobre os animais, a não ser a sedação, efeito já observado com doses
menores do óleo essencial. A administração diária do OEG também não
produziu efeitos tóxicos além de diarréia observada nos animais tratados
com a droga nas doses de 50 e 100 mg/Kg, i.p. e v.o. O OEG (200
mg/Kg, i.p.) mostrou-se efetivo ao reverter a lesão hepática induzida por
CCl4 em ratos. O tratamento com o óleo essencial na dose de 200
mg/Kg, i.p. reduziu em 35% e 23% a atividade das enzimas ALT e AST,
respectivamente. O OEG parece exercer a ação hepatoprotetora ao
combater a peroxidação lipídica gerada pelo metabolismo hepático do
CCl4 que produz radicais livres, altamente lesivos.
Palavras-chave: Zingiber officinale Roscoe, memória, escopolamina,
oxotremorina e pilocarpina.
xxii
ABSTRACT
xxiii
STUDY OF THE BEHAVIORAL, NEUROCHEMICAL AND TOXIC
EFFECTS FROM THE ESSENTIAL OIL OF Zingiber officinale Roscoe.
CÍCERO FRANCISCO BEZERRA FELIPE. Supervisor: Dr. Glauce
Socorro de Barros Viana. Master degree’s thesis. Graduation
program in Pharmacology. Department of Phisiology and
Pharmacology - UFC.
Ginger (Zingiber officinale Roscoe) is a plant largely used around the
world, not just as a spice, but also for its medicinal properties. The
behavioral and neurochemical effects were studied in mice daily
administered with the essential oil of Ginger (EOG 25, 50 e 100 mg/Kg,
i.p. and p.o.). In the 7th day of treatment, it was assessed the elevated-
plus maze (EPM), open field (OF) rota rod (RR), passive avoidance (PA)
and oxotremorine-induce tremor tests, to evaluate the behavioral effects
of the drug. In the 8th day of the protocol, mice that received EOG (100
mg/Kg, i.p.) were killed to study the neurochemical effects of EOG on
hipoccampus and striatum. Toxic effects of EOG were studied in mice
(that received a single administration of EOG 200, 400 e 800 mg/Kg, i.p.),
and rats (with hepatic injury induced by CCl4, and treated with EOG 50,
100 e 200 mg/Kg, i.p. in a single administration). Results showed that
OEG does not have anxiolytic effects on EPM test; in OF test, EOG (50 e
100 mg/Kg, i.p.) showed a sedative effect, decreasing the number of
crossings, grooming and rearing in 37%, 28% and 75%, respectively, with
OEG 100 mg/Kg. It was also observed a dose-dependent effect of the
drug, which maximum effect observed with 100 mg/Kg (i.p.) of the drug.
The oral administration of EOG also induced a sedative effect, occuring
only in the group treated with the highest dose of the essential oil. In RR
test, EOG did not induce any significant alteration on motor coordination
of the animals. In PA test, EOG produced a cognitive impairment in
animals treated with EOG100 mg/Kg, i.p. and p.o. Even 24h after the drug
administration, the cognitive impairment was still evident. When
associated with scopolamine, EOG (50 e 100 mg/Kg, i.p. and p.o.)
potentiated the amnesic effect of scopolamine. The anticholinergic effect
of EOG (100 mg/Kg, i.p.) was proved to reverse the tremors induced by
oxotremorine in mice. EOG, in striatum decreased DA and increased the
concentrations of DOPAC, NE and 5HT in 40%, 15%, 22% and 81%,
respectively. In hippocampus, OEG decreased DA, DOPAC and
increased 5HT in 75%, 64% e 81%, respectively. The decrease of DA in
striatum justifies the sedative effect of the drug and the aterations
observed on hipoccampus seem to contribute to the amnesic effect of
EOG. The study of toxic effects of EOG showed that the drug is relatively
xxiv
safe and it does not have any toxic effects, according to the protocols
established in the present work. The acute administration of the essential
oil (200, 400 and 800 mg/Kg, i.p.) did not induce any other toxic effect
besides sedation. The daily administration of EOG did not produce any
toxic effect, besides the diarrhea, observed in animals that received EOG
50 and 100 mg/Kg, i.p. and p.o. EOG (200 mg/Kg, i.p.) was effective in
reversing the hepatic injury induced by CCl4 in rats. The treatment with
the essential oil (200 mg/Kg, i.p.) reduced in 35% and 23% the activity of
the enzymes ALT and AST, respectively. EOG seems to exert its
hepatoprotective action by decreasing lipid peroxidation generated by the
hepatic metabolism of CCl4, wich produces extremely danous free
radicals.
Key words: Zingiber officinale Roscoe, memory, scopolamine,
oxotremorine and pilocarpine.
1. INTRODUÇÃO
1
1.1. GENERALIDADES:
Dentre todas as terapias complementares disponíveis, a
fitoterapia (a prática do uso de plantas medicinais com finalidade
terapêutica) vem-se impondo atualmente e já não pode ser mais
considerada como simples modismo (Ávila et al., 1999). Segundo
Oliveira & Akisue (1998), planta medicinal é todo vegetal que contém
em um ou vários de seus órgãos, substâncias que podem ser
empregadas para fins terapêuticos ou precursores de substâncias para
tais fins.
As drogas de origem natural têm sido usadas desde a
antiguidade como remédios para o tratamento de uma série de
doenças. Apesar dos grandes avanços observados na medicina
moderna nas últimas décadas, as plantas ainda apresentam
importante contribuição à saúde da população. Desde a década
passada, o interesse em drogas derivadas de plantas, especialmente
os fitoterápicos, tem aumentado expressivamente. Estima-se que
cerca de 25% de todos os medicamentos modernos são direta ou
indiretamente derivados de plantas (Cragg et al., 1997; De Smet et al.,
1997; Shu, 1998). Atualmente, as principais companhias farmacêuticas
têm demonstrado grande interesse em investigar as plantas medicinais
como princípios para novas drogas, bem como para o
desenvolvimento de agentes fitoterápicos padronizados com eficácia,
segurança e qualidade comprovadas (Blumenthal, 1999; De Smet et
al., 1997).
Comparados com os medicamentos sintéticos, os fitoterápicos
possuem algumas diferenças bem claras (Calixto, 2000):
O(s) princípio(s) ativo(s) são por vezes desconhecidos;
1. INTRODUÇÃO
2
Controle de qualidade e estabilidade é possível, mas não
facilmente realizáveil;
Estudos toxicológicos e farmacológicos clínicos são
relativamente poucos;
São amplamente utilizados pela população em geral;
Possuem um amplo espectro de indicações terapêuticas e são
úteis no tratamento crônico;
A ocorrência de efeitos colaterais parece ser menos freqüente
com os fitoterápicos, porém estudos bem controlados têm
revelado que eles também ocorrem;
Possuem em geral menor custo em relação aos medicamentos
sintéticos.
As preparações medicinais à base de plantas são normalmente
muito populares nos países em desenvolvimento que possuem uma
longa tradição no uso destes vegetais, bem como em alguns países
desenvolvidos (Blumenthal et al., 1998; Grunwald, 1995; Roberts et al.,
1998). Na Europa, com o avanço dostodos analíticos, o controle de
qualidade de drogas vegetais usadas no sistema alopático de
medicina tem-se tornado bem estabelecido e padronizado. Em países
como a Alemanha, estão oficializadas em torno de 300 monografias
publicadas pela Commision E, relacionando sobre cada planta,
nomenclatura, composição química, indicações, contra-indicações,
efeitos colaterais, interação medicamentosa, dosagem, ações
farmacológicas, farmacocinética e toxicologia (Blumenthal, 1999).
Desde 1980, mais de 300 estudos clínicos têm sido realizados com
fitoterápicos padronizados, incluindo Ginkgo, Hypericum, Kava-kava e
outros (Wagner, 1999).
1. INTRODUÇÃO
3
Apesar da sua imensa flora, aspectos culturais e o grande uso
de ervas medicinais, ainda são poucos os esforços feitos no Brasil
para estabelecer a qualidade, segurança e eficácia desses produtos.
Em 1994, o Ministério da Saúde criou uma comissão para avaliar a
situação dos agentes fitoterápicos no país. A comissão propôs uma
diretriz baseada, principalmente, nos regulamentos francês e alemão
(Calixto, 2000). Atualmente, os medicamentos fitoterápicos, no Brasil,
devem ser preparações padronizadas e, segundo a RDC N° 17,
24/02/2000, devem ser obtidos por processos tecnologicamente
adequados, empregando-se exclusivamente matérias-primas vegetais,
com finalidade profilática, curativa, paliativa ou para fins de
diagnóstico, devendo ser caracterizados pelo conhecimento da
eficácia e dos riscos de seus usos, assim como pela reprodutibilidade
e constância de suas qualidades. Não se considera medicamento
fitoterápico aquele que na sua composição, inclua substâncias ativas
isoladas, de qualquer origem, nem as associações destas com
extratos vegetais.
Indiscutivelmente o reino vegetal tem contribuído com inúmeras
substâncias bioativas, o que justifica o número crescente de plantas
que vêm sendo investigadas quanto a suas possíveis propriedades
farmacológicas (Evans, 1996). O organismo vegetal pode ser
considerado um laboratório biossíntético não só no que se refere aos
compostos químicos (carboidratos, proteínas e gorduras) utilizados
como alimentos pelos seres humanos e outros animais, mas também
no que se refere a uma infinidade de compostos, incluido cumarinas,
flavonóides, taninos, saponinas, alcalóides, terpenóides e ácidos
fenólicos, que representam o grupo de metabólitos secundários, que
são, em geral, responsáveis pelas ações biológicas da planta
(Bruneton, 1999; Robbers et al., 1997).
1. INTRODUÇÃO
4
1.2. ZINGIBER OFFICINALE ROSCOE (GENGIBRE):
Histórico:
Os efeitos terapêuticos do gengibre são reconhecidos
milhares de anos. O gengibre tem um papel importante na medicina
popular tradicional em várias partes do mundo, sendo mencionado,
inclusive, em certas escrituras religiosas. Por volta do ano 2000 a.C., a
literatura védica da Índia já mencionava o uso de vários condimentos e
suas respectivas indicações terapêuticas. Esta tradicional forma de
medicina, denominada medicina Ayurvedica, ainda é sistematicamente
e fielmente praticada na Índia (Lawless, 1995), na qual utiliza o
gengibre como remédio caseiro para o tratamento de problemas
pediátricos como a tosse por exemplo (Kapil et al., 1990; Mishra et al.,
1994).
O gengibre é uma planta altamente valorizada e estimada na
China, onde seus usos são diversos, seja na culinária chinesa, ou em
cerimônias religiosas (Ghazanfar, 1994). Na China e Japão, o gengibre
é um ingrediente bastante utilizado para o tratamento de desordens
gastrointestinais, hepáticas e para o tratamento da hipertensão arterial
(Iwu, 1993).
O mundo árabe há muito tempo reconhece as vantagens do uso
do gengibre o qual é utilizado como remédio para constipação, catarro,
acidez do estômago, bronquite e catarata. O suco do extrato do
gengibre é usado algumas vezes até como colírio, e o chá, como um
tônico geral. Acredita-se também no uso do gengibre como um
afrodisíaco (Ghazanfar, 1994). A medicina popular africana também
1. INTRODUÇÃO
5
valoriza bastante o uso deste rizoma como composto
carminativo, diurético e antiemético (Iwu, 1993).
Foi no primeiro século d.C. que os negociantes europeus
introduziram o gengibre na região do mediterrâneo, o qual chegou à
Inglaterra por volta do século 11 d.C. Logo após a conquista
espanhola, o gengibre foi introduzido nas Índias Ocidentais e México
pelos espanhóis e, a partir de então, foi comercializado e consumido
no mundo inteiro (The New Encyclopedia Brittanica, 1991). A
introdução do gengibre no Brasil é atribuída, por alguns autores, aos
holandeses (Corrêa, 1926).
Aspectos botânicos:
Plantas aromáticas são definidas como vegetais que
apresentam algum tipo de aroma, caracterizado pela presença de
componentes voláteis, como os óleos essenciais. Várias plantas
aromáticas podem ser encontradas crescendo livremente ou cultivadas
desde o litoral e montanhas até o interior do nordeste do Brasil.
Algumas dessas plantas são espécies exóticas trazidas da Europa,
África e Ásia ao Brasil durante o período colonial, sendo cultivadas
atualmente para o uso como preparações medicinais caseiras (Matos
et al., 1999).
Zingiber officinale Roscoe (Figura 1.2.1a e 1.2.1b), membro da
família Zingiberaceae, apresenta-se como uma erva de rizoma perene,
reptante, articulado, anguloso e muito ramoso, de 1-2cm de
espessura, ligeiramente achatado, carnoso, revestido de epiderme
rugosa, amarelada ou pardacenta, tendo na parte superior, pequenos
1. INTRODUÇÃO
6
tubérculos anelados e muito aproximados, resultantes da base
dos antigos caules aéreos, e na parte inferior numerosas raízes
adventíceas, cilíndricas, brancas e carnosas (Figura 1.2.1c); os caules
são eretos, de 30-120cm de altura, guarnecidos de bastante folhas
dísticas, sendo as basilares reduzidas a simples bainhas glabras e
estriadas no sentido longitudinal; as bainhas superiores, amplexicaules
na base, terminam com um limbo séssil, linear, lanceolado,
acuminado, até 28cm de comprimento e 3cm de largura, com
numerosas punctuações translúcidas e as nervuras secundárias finas,
aproximadas e paralelas, partindo da nervura média e dirigindo-se
muito obliquamente para o ápice do limbo, sendo que no ponto de
junção deste com a bainha há uma língua bífida prolongada
lateralmente em duas aurículas; flores verde-amareladas ,
hermafroditas, zigomorfas, dispostas em espigas ovóides ou
elipsóides, de 4-6cm, no ápice dos escarpos ou pedúnculos de 15-
20cm, emitidos diretamente dos rizomas, revestidos, como as próprias
espigas, por grandes escamas invaginantes e imbricadas , obtusas,
decrescentes na base para o ápice; brácteas florais suborbiculares, às
vezes obovadas, até 25mm, esverdeadas, frequentemente com
margens as amareladas, punctuadas de roxo, cada uma envolvendo
uma só flor, curto-pedicelada; cálice de 1cm, 3 denteado, corola com
tubo de 2cm e lobos lanceolados, agudos; labelo ovado-oblongo,
purpúreo e com punctuações amarelas, mais curtos que os lobos da
corola; fruto cápsula 3-locular, abrindo-se em três valvas; sementes
azuladas e com albúmen carnoso (Corrêa, 1926).
1. INTRODUÇÃO
7
Figura 1.2.1. Aspectos botânicos de Zingiber officinale Roscoe.
As figuras a e b mostram um exemplar de Zingiber officinale Roscoe,
onde podem ser observados os componentes aéreos (caule, folhas e
flores) do vegetal; a figura c apresenta mais detalhadamente o rizoma
da planta. As ilustrações foram retiradas, respectivamente, dos
seguintes sites:
http://www.healathsma.com
http://www.dominioherbal.com
http://www.agriculture-industry-india.com
a
b
c
1. INTRODUÇÃO
8
Aspectos químicos:
Purseglove (1972) afirma que o gengibre apresenta suas
propriedades organolépticas características em função de duas
principais classes de constituintes químicos: os constituintes voláteis,
presentes no óleo essencial, e os não voláteis.
Os óleos essenciais, também conhecidos como óleos etéreos ou
voláteis, são essências aromáticas concentradas que conferem
proteção à planta. Esses óleos são uma mistura de vários
componentes que podem ser encontrados nas mais variadas partes
das plantas, tais como nos brotos florais, folhas, casca, sementes,
lenho e raízes. Destas partes, os óleos essenciais podem ser
extraídos especialmente por destilação, mas também por outros
processos. Os componentes químicos dos óleos essenciais são
geralmente mono e sesquiterpenos e seus derivados, ésteres, álcoois,
aldeídos, cetonas e fenóis. Devido à diversidade da composição
química, estes compostos podem apresentar diferentes efeitos e
indicações terapêuticas. Dentre os hidrocarbonetos, existem as de
cadeias alifáticas, tais como os hidrocarbonetos mono e
sesquiterpenos, que são anti-sépticos e bactericidas, analgésicos,
antiinflamatórios, tranquilizantes e hipotensores. Os diterpenos são
expectorantes, e purgativos, enquanto alguns outros são anti-fúngicos
anti-virais e estimulantes. Estes compostos são geralmente atóxicos e
não causam reação cutânea (Matos et al., 1999).
Os constituintes voláteis presentes no rizoma do gengibre são
responsáveis por seu aroma característico, o qual é descrito como
doce, caloroso, delicado e cítrico (Van Beek et al., 1987). Os principais
constituintes do óleo essencial são os hidrocarbonetos
1. INTRODUÇÃO
9
sesquiterpenos: zingibereno (35%, sendo o mais abundante) e
farneseno (10%). Bisaboleno e β-sesquifelandreno contribuem com
uma menor parte desses constituintes. Os hidrocarbonetos
monoterpenos, encontrados em quantidades menores, ocorrem em
muitas formas: 1,8-cineol, linalol, borneal, neral e geraniol (Andrews et
al., 1995; Govindarajan, 1982).
Existem diferenças substanciais na composição de óleos
extraídos de rizomas cultivados em regiões diferentes ou até em uma
mesma região (Van Beek et al., 1987). A análise química do óleo
essencial do gengibre proveniente do município de Baturité - Ce é
mostrada nas figuras 1.2.2 e 1.2.3 e tabela 1.2.1. A análise dos
constituintes químicos do OEG foi realizada no Parque de
Desenvolvimento Tecnológico (PADETEC) da Universidade Federal do
Ceará. O procedimento empregou um cromatógrafo Gás-líquido
acoplado a Espectrômetro de Massa; a identificação dos constituintes
químicos foi feita por pesquisa em espectroteca, comparação visual
com espectros da literatura (Adams, 1989) e determinação dos Índices
de Kovats simulados (Alencar et al., 1990).
Os principais constituintes químicos não voláteis encontrados no
rizoma do gengibre são os gingeróis, os quais formam uma família de
compostos homólogos, diferenciados entre si pelo número de átomos
de carbono em sua cadeia lateral: 10, 12 e 14 átomos de carbono dão
origem ao [6]-, [8]- e [10]-gingerol, respectivamente, sendo o [6]-
gingerol o composto mais abundantemente encontrado. A
desidratação dos compostos ora citados origina [6]-, [8]- e [10]-shogaol
(Govindarajan, 1982). Além destes constituintes químicos, a
composição remanescente do gengibre inclui gorduras (~7%), fibras
(~2-4%), carboidratos, cêras, vitaminas e minerais (Tabela 1.2.2.)
1. INTRODUÇÃO
10
(Afzal et al., 2001). Uma análise fitoquímica realizada no Laboratório
de Farmacognosia do Departamento de Farmácia, da Faculdade de
Farmácia, Odontologia e Enfermagem da Universidade Federal do
Ceará (dados não publicados) mostrou a presença de outros
componentes químicos com conhecidas atividades farmacológicas.
Tais componentes são apresentados na tabela 1.2.3.
1. INTRODUÇÃO
11
Figura 1.2.2. Cromatograma do óleo essencial extraído de gengibre
(Zingiber officinale Roscoe) proveniente do município de Baturité - Ce.
O cromatograma acima consiste no registro dos principais
constituintes químicos presentes no óleo essencial do gengibre. A
técnica utilizada permite a separação, identificação e quantificação de
cada um dos componentes existentes no óleo essencial extraído dos
rizomas da planta.
1. INTRODUÇÃO
12
Figura 1.2.3. Estruturas químicas dos principais componentes do óleo
essencial de Zingiber officinale Roscoe.
A figura mostra as estruturas químicas de alguns dos constituintes do
óleo essencial do gengibre apresentados na tabela 1.2.1.
Fonte: Afzal et al., 2001.
Neral
Geranial Geraniol Acetato de Geranil
Linalol
Acetato de Citronil α-terpineol
Borneol
α-curcumeno
(-) Zingibereno
Acetato de Bornil
β-felandreno
β-bisaboleno
β-sesquifelandreno
Neral
Geranial Geraniol Acetato de Geranil
Linalol
Acetato de Citronil α-terpineol
Borneol
α-curcumeno
(-) Zingibereno
Acetato de Bornil
β-felandreno
β-bisaboleno
β-sesquifelandreno
1. INTRODUÇÃO
13
Tabela 1.2.1. Identificação e valores percentuais dos principais
constituintes químicos presentes no óleo essencial de gengibre
(Zingiber officinale Roscoe), proveniente do município de Baturité - Ce.
Constituinte I Kovak %
Canfeno 937 1,17
Benzaldeído 954 1,04
Beta-mirceno 977 0,83
Delta-9-careno 998 0,56
Beta-felandreno 1011 3,56
1,8-cineol 1013 2,78
Alfa-terpinoleno 1089 1,75
Citronelal 1142 0,53
Endo-borneol 1156 3,12
Alfa-terpineol 1182 1,48
Z-citral 1243 10,9
E-citral 1278 12,23
2-undecanona 1292 0,89
Propionato de citronelila 1352 0,37
Alfa-copaeno 1366 0,41
Formiato de geranila 1385 2,07
Z,E-alfa-farneseno 1426 0,37
Trans-cariofileno 1449 0,44
Zingibereno 1495 18,39
Farneseno 1507 12,5
Beta-sesquifelandreno 1521 10,08
E-farneseno 1543 0,84
Nerolidol 1553 1,05
Trans-beta-farneseno 1575 0,69
Beta-farneseno 1597 0,98
Beta-eudesmol 1627 0,46
1. INTRODUÇÃO
14
Tabela 1.2.2. Concentração de minerais presentes no rizoma de
gengibre (Zingiber officinale Roscoe).
Elemento Concentração
µg/g (peso seco)
Cr
0,89 (± 0,02)
Mn
358 (± 10)
Fe
145 (± 9)
Co*
18 (± 2)
Zn
28,2 (± 2)
Na
443 (± 13)
K
129000 (± 1100)
As*
12 (± 10)
Se
0,31 (± 0,02)
Hg*
6,0 (± 1)
Sb*
39 (± 3)
Cl
579 (± 23)
Br
2,1 (± 0,2)
Hf
0,07 (± 0,003)
Rb
2,7 (± 0,6)
Cs*
24 (± 2)
Sc*
42 (± 4)
Eu*
44 (± 3)
* Concentração em ng/g (Afzal et al., 2001)
1. INTRODUÇÃO
15
Tabela 1.2.3. Perfil fitoquímico dos constituintes presentes no rizoma
de gengibre (Zingiber officinale Roscoe) proveniente do município de
Baturité - Ce.
Constituintes Resultado
Alcalóides Positivo
Flavonóides Positivo
Digitálicos Negativo
Saponinas Positivo
Taninos Catéquicos Positivo
Taninos Pirogálicos Negativo
1. INTRODUÇÃO
16
Aspectos farmacológicos:
Os princípios ativos presentes no gengibre parecem estar
representados pelos constituintes voláteis (cujos principais
componentes são os sesquiterpenos bisaboleno, zingibereno e
zingiberol) e não voláteis (gingeróis) os quais possuem uma variedade
de efeitos fisiológicos (Connell et al., 1969; Govindarajan, 1982; Newall
et al., 1996; Yoshikawa et al., 1993).
Já é bem conhecido que vários compostos presentes no
gengibre possuem efeitos inibitórios sobre a síntese de
prostaglandinas e leucotrienos através da inibição direta da
prostaglandina sintetase e 5-lipoxigenase. Gingeróis, shogaóis e várias
gingerodionas são particularmente ativos (Kiuchi et al., 1992). Os
níveis de tromboxano que contribuem para a agregação plaquetária
são também reduzidos pelo consumo do gengibre (Srivastava, 1986).
De acordo com (Backon, 1986; Srivastava, 1984; Srivastava, 1986)
extratos obtidos do gengibre inibem a produção da ciclooxigenase
plaquetária, a geração de tromboxano e a agregação plaquetária, de
maneira dose-dependente. O gingerol também é capaz de inibir a
agregação plaquetária mediada por tromboxano (Guh et al., 1995). O
tromboxano A2, um composto com atividade pró-agregante, é
fortemente inibido com um pequeno volume do extrato aquoso do
gengibre. Este fenômeno é acompanhado pela redução da síntese de
endoperóxidos e prostaglandinas, de maneira dose-dependente
(Srivastava, 1984).
O uso do gengibre tem sido sugerido para o tratamento da
doença de Kawasaki. Esta doença é uma síndrome mucocutânea dos
nódulos linfáticos com alta incidência em crianças. Postula-se que,
1. INTRODUÇÃO
17
uma vez que o tromboxano está envolvido no desenvolvimento da
doença de Kawasaki e o gengibre inibe potencialmente a biossíntese
do composto, o uso deste rizoma, portanto, parece ser uma escolha
interessante para o tratamento desta patologia (Backon, 1991).
O gengibre também apresenta efeitos sobre a pressão
sanguínea e ritmo cardíaco. Em um estudo realizado para investigar
esses efeitos farmacológicos, observou-se que extratos do gengibre
diminuem a pressão sanguínea quando injetados na veia femoral de
ratos. Este efeito é produzido de maneira dose-dependente com a
administração de [6]-shogaol (1-100µg/Kg) e [6]-gingerol (0,1-100
µg/Kg). Em doses mais elevadas, [6]-shogaol e [6]-gingerol causam
uma diminuição imediata da pressão sanguínea, seguida por um
aumento significativo dos valores pressóricos e subsequente queda da
pressão (Suekawa et al., 1984).
Há dez anos atrás, descobriu-se que o gengibre estimula a
atividade da bomba de Ca2+ de retículo sarcoplasmático (RS)
fragmentado, preparado a partir de musculos cardíacos de coelhos e
cães. O gingerol (3-30 µM) aumenta a atividade da bomba de Ca2+ do
RS do músculo esquelético e cardíaco de forma dose-dependente
(Kobayashi et al., 1987). Dados in vitro mostram que o gingerol
aumenta a contratilidade do músculo atrial de cobaia em preparações
isoladas e em animais, apresenta efeitos inotrópicos e cronotrópicos.
Neste estudo [8]-gingerol apresentou efeitos inotrópicos e
cronotrópicos positivos dose-dependentes, em concentrações que
variaram de 1 x 10-6 a 3 x 10-5 (Kobayashi et al., 1988; Shoji et al.,
1982).
1. INTRODUÇÃO
18
Estudos que utilizaram veias e artérias mesentéricas isoladas de
camundongos mostraram que [6]- e [8]-gingerol aumentam a
contração causada por várias prostaglandinas (PGF2, PGE2 e PG12).
Por outro lado, o efeito constrictor causado pelo tromboxano A2 e
leucotriennos é inibido (Kimura et al., 1989). Além disso, observou-se
que tanto o [6]-gingerol quanto o [6]-shogaol inibem a contração
induzida pela norepinefrina e estimulam a contração induzida pela
PGF2-α (Pancho et al., 1989).
Estudos sobre os efeitos hipolipemiantes do gengibre têm
apresentado resultados ainda controversos (Bhrandari et al., 1998).
Alguns desses estudos confirmam que a administração oral ou
intragástrica dos extratos obtidos do gengibre reduz os níveis de
colesterol sérico e hepático, aumentando, consequentemente, a
concentração de colesterol nas fezes. Estes resultados sugerem que o
gengibre pode reduzir a absorção intestinal do colesterol (Tanabe et
al., 1993).
Em ratos com hipercolesterolemia, alguns dados sobre os
efeitos do gengibre são conflitantes; alguns estudos mostram efeitos
positivos e outros, entretanto, não mostram efeito algum (Sambaiah et
al., 1991; Srinivasan et al., 1991). Mais recentemente, um estudo
analisou os efeitos do gengibre e do alho, associados, sobre os níveis
séricos de glicose e colesterol. Neste estudo, o qual utilizou ratos
Wistar machos, descobriu-se que todos os animais apresentaram
aumento de peso corpóreo, exceto aqueles que receberam uma
combinação de gengibre e alho. Além deste resultado, ocorreu
também uma redução significativa da glicose e do colesterol
sanguíneos e fosfatase alcalina sérica. As lipoproteínas de alta
densidade (HDL) apresentaram-se aumentadas (Ahmed et al., 1997).
1. INTRODUÇÃO
19
Em homogenatos de fígado de camundongos e ratos, extratos
de gengibre interferem metabolismo do colesterol (Tanabe et al.,
1993). Para tanto, o gengibre teve seus efeitos testados sobre o
sistema hepático de oxigenase de função mista. Este complexo de
enzimas está envolvido na hidroxilação dos esteróides e no
metabolismo de diversos fármacos no organismo. Experimentos in vivo
realizados em ratos albinos adultos (fêmeas) mostraram que o
gengibre (10 e 40 mg%) aumenta os níveis microssomais hepáticos do
citocromo P450 e citocromo b5. A atividade da glicuronil transferase e
NADPH-citocromo c redutase não foi alterada (Sambaiah et al., 1989).
A atividade da enzima colesterol-7-hidroxilase (uma enzima hepática
limitante para o processo da biossíntese do colesterol e ácidos
biliares), entretanto, apresentou-se significativamente elevada nos
ratos alimentados com gengibre (Kimura et al., 1989). O gengibre,
portanto, não afeta diretamente as concentrações séricas do
colesterol, e sim, as enzimas envolvidas na conversão do colesterol a
ácidos biliares no fígado, o que leva a uma diminuição dos níveis
plasmáticos de colesterol (Afzal, et al., 2001).
O gengibre exibe seus efeitos mais proeminentes no sistema
gastrointestinal, onde parece estimular a motilidade gastrointestinal.
Doses orais do extrato orgânico do gengibre, administrado em
camundongos (75 mg/Kg; 2,5 mg/Kg de [6]-shogaol ou 5mg/Kg de [6]-,
[8]- ou [10]-gingerol) parecem estimular o transporte intestinal de
alimentos. Alguns estudos sugerem que a via de administração dos
extratos pode alterar o efeito resultante. Desta forma, a administração
intravenosa de 3,5 mg/Kg de [6]-gingerol e [6]-shogaol em ratos inibe a
motilidade intestinal. Entretanto, quando administrado via oral, o
shogaol aumenta a motilidade intestinal com a dose de 35 mg/Kg
(Suekawa et al., 1984; Suekawa et al., 1986) Em camundongos, os
1. INTRODUÇÃO
20
efeitos do gengibre em aumentar a motilidade intestinal são similares
aos efeitos da metoclopramida (Yamahara et al., 1990). Por outro lado,
um composto diterpenóide presente em extratos do gengibre,
conhecido como galanolactona, apresenta efeitos antagonistas sobre o
receptor da serotonina (5-hidroxitriptamina ou 5-HT). A galanolactona
inibe as respostas contráteis do íleo de cobaia, frente a ação da 5-HT,
especificamente sobre os receptores 5-HT3. Desta forma, o efeito do
gengibre sobre a motilidade gastrointestinal parece ocorrer devido à
ação antagonista da planta sobre os receptores 5-HT3 (Huang et al.,
1991).
A emese é um sintoma comum tanto à cinetose, quanto à
náusea pós-operatória. Em função disto, muitas investigações foram
realizadas para estudar as ações antieméticas do gengibre (Grontved
et al., 1988). Em cães e ratos, extratos do rizoma reduzem
efetivamente o vômito associado à quimioterapia (Yamahara et al.,
1989; Sharma et al., 1997). De acordo com (Frisch et al., 1995), uma
combinação de ervas incluindo gengibre e ginkgo é tão eficaz quanto a
metoclopramida em modelos de náusea induzida experimentalmente.
Estudos em ratos e camundongos sugerem que o gengibre exerce
seus efeitos antieméticos estimulando receptores colinérgicos e
histaminérgicos e/ou antagonizando os receptores para 5-
hidroxitriptamina (serotonina) no intestino (Huang et al., 1991; Qian et
al., 1992). Micklefield et al., 1999, afirmam que em seres humanos,
durante o jejum ou após uma refeição padrão, extratos do gengibre
aumentam significativamente a motilidade gastroduodenal.
Outros estudos têm avaliado a efetividade do gengibre na
prevenção da cinetose, bem como os mecanismos potenciais para
esta ação farmacológica (Anônimo, 1997). Em um estudo aberto,
1. INTRODUÇÃO
21
composto por 1741 turistas que viajavam em um navio, uma
suplementação à base de gengibre (250 mg a cada duas horas) foi tão
efetiva em prevenir a cinetose, quanto os medicamentos
frequentemente prescritos para este fim (Schmid et al., 1994).
Historicamente, o gengibre tem sido usado como um composto
carminativo, que aumenta a motilidade gastrointestinal e diminui a
flatulência. Em camundongos, o zingibereno e o gingerol reduzem
significativamente a ulceração gástrica induzida experimentalmente
por etanol e ácido clorídrico (Yamahara et al, 1985). Estes resultados
foram confirmados em vários estudos subsequentes, nos quais, alguns
constituintes do gengibre, incluindo beta-sesquifelandreno, beta-
bisaboleno, ácido gingerosulfônico, curcumeno e 6-shogaol
demonstraram efeitos antiúlcera, protegendo a mucosa gástrica contra
a ação do álcool, de drogas antiinflamatórias não esteroidais e do
ácido clorídrico (Al-Yahya et al., 1989; Yamahara et al, 1992). Lesões
gástricas induzidas por esses compostos em ratos são inibidas pela
administração oral do extrato acetônico do gengibre (1 g/Kg),
zingibereno e [6]-gingerol (100 mg/Kg) em 97,5%, 53,6% 3 54,5%,
respectivamente (Yamahara et al., 1988). Extratos de gengibre
administrados em ratos promoveram um aumento da secreção biliar
(Yamahara et al., 1985).
Os eicosanóides (prostaglandinas, prostaciclinas, tromboxanos,
leucotrienos e lipoxinas) são formados a partir do ácido araquidônico
(AA), em resposta a um dano tecidual qualquer. Em tecidos
inflamados, as quantidades de prostaglandinas e leucotrienos
encontram-se aumentadas pela atividade elevada das enzimas
ciclooxigenase e 5-lipoxigenase, respectivamente (Mustafa et al.,
1993).
1. INTRODUÇÃO
22
Sabe-se que vários compostos presentes no gengibre possuem
atividades inibitórias sobre a síntese de prostaglandinas e leucotrienos
pela inibição direta da enzima prostaglandina sintetase e 5-
lipoxigenase. Os gingeróis, shogaóis e algumas gingerodionas são
particularmente ativos (Kiuchi et al., 1992). Dados in vitro mostram que
extratos do gengibre bloqueiam a formação de compostos
inflamatórios como tromboxanos, leucotrienos e prostaglandias (Flynn
et al., 1986; Kiuchi et al., 1982).
Na medicina Ayurvedica, o gengibre é usado como um remédio
antiinflamatório para artrite e dor de cabeça (Mustafa et al., 1990).
Muitos estudos têm mostrado o efeito antiinflamatório do gengibre na
artrite e doenças relacionadas. A artrite é uma condição inflamatória
crônica, cujo processo é mediado por eicosanóides: prostaglandina E2
e leucotrieno B4. A ingestão diária de gengibre (5g do rizoma fresco ou
0,5-1 g do rizoma pulverizado) alivia a dor, melhora os movimentos e
reduz o edema em pacientes com artrite reumatóide (Srivastava et al.,
1989). Em um estudo com sete pacientes que apresentava artrite
reumatóide, Srivastava et al., (1989) demonstraram que uma
suplementação à base de gengibre produziu uma melhora dos
sintomas apresentados pelos pacientes. Em outro estudo contendo 56
voluntários (28 com artrite reumatóide, 18 com osteoartrite e 10 com
desconforto muscular), os quais receberam gengibre pulverizado como
suplementação, mais de 3/4 dos pacientes que apresentavam artrite
relataram alívio da dor e inflamação em graus variáveis; todos os
pacientes com desconforto muscular relataram também alívio do
sintoma. Nenhum dos pacientes relatou a ocorrência de qualquer
efeito adverso durante o consumo do gengibre, o qual teve uma
duração que variou de três mêses a dois anos e meio (Srivastava et
al., 1992). Sharma et al., (1994) demostraram em modelos animais de
1. INTRODUÇÃO
23
artrite crônica que o óleo essencial do gengibre (33 mg/Kg)
administrado em ratos, reduz efetivamente a inflamação e o edema da
artrite induzida nos joelhos e patas.
O gengibre possui, também uma efetiva atividade antipirética.
Mais especificamente, o [6]-shogaol apresenta este efeito quando
administrado endovenosamente na dose de 1,75-3,5 mg/Kg
(Srivastava et al., 1992).
Em vários países tropicais, alguns condimentos como o
gengibre, são utilizados para conservar alimentos que se deterioram
muito facilmente, como as frutas, por exemplo, (Chen et al., 1985;
Ejechi et al., 1998). Denyer et al., (1994) afirmam que alguns
sesquiterpenos presentes no gengibre possuem atividade in vitro
antirhinoviral. Extratos do gengibre também apresentam atividade
antibacteriana contra microorganismos gram-positivos e gram-
negativos, tais como Clostridium, Listeria, Enterococcus e
Staphylococcus; entretanto, este efeito é perdido com o calor
(cozimento) (Chen et al., 1985; Janes et al., 1999; Mascolo et al.,
1989). Alguns constituintes químicos do gengibre, como as
gingerenonas A, B e C e isogingerenona B mostraram alguma
atividade antifúngica in vitro (Vimala et al., 1999).
Dados in vitro (Murakami et al., 1998; Vimala et al., 1999)
mostraram o gengibre inibe a ativação do vírus Epstein-Barr, e que
alguns de seus constituintes químicos (6-gingerol e 6-paradol)
apresentaram efeitos sobre a viabilidade e síntese de DNA em células
promielocíticas leucêmicas humanas (Lee et al., 1998; Surh et al.,
1998). Camundongos tratados com o extrato alcoólico do gengibre
1. INTRODUÇÃO
24
apresentaram uma proteção significativa contra tumores de pele
induzidos experimentalmente (Lee et al., 1998; Matthes et al., 1980).
A peroxidação lipídica é um processo que ocorre quando
espécies reativas de oxigênio atacam lipídeos (particularmente os
ácidos graxos poliinsaturados), resultando na formação de
lipoperóxidos, os quais são agentes potencialmente lesivos às células
e ao DNA. As lipoproteínas de baixa densidade (LDL), se oxidadas,
podem tornar-se um fator chave para a formação de placas
ateroscleróticas, o que constitui um alto fator de risco para as
chamadas doenças cardíacas. Recentemente, alguns estudos têm
mostrado que a peroxidação lipídica em organismos vivos está
intimamente relacionada ao início de algumas doenças humanas como
o câncer, doença coronariana e mal de Alzheimer (Masuda et al.,
1998).
Muitas pesquisas são realizadas com o intuito de descobrir
substâncias inibidoras da peroxidação lipídica. Alguns extratos do
gengibre têm demonstrado possuir alguma atividade antioxidante. De
fato, a zingerona atua como sequestrados de ânions superóxido,
atividade esta medida através da redução do nitrobluetetrazolium em
meio contendo o sistema xantina/xantina-oxidase (Krishnakantha et
al., 1993). Em células endoteliais de aorta humana, a zingerona
também demonstrou ter efeitos antioxidantes significativos sobre as
lipoporteínas de baixa densidade (LDL) (Pearson et al, 1997; Zhou et
al., 1992). Sujatha et al., (1995) relatam que o gengibre exibe
propriedades antioxidantes em membranas de eritrócitos humanos
submetidos à peroxidação lipídica induzida pelo sistema FeSO4-
ascorbato. Nestas condições, o gengibre inibiu a peroxidação lipídica
em 72%, inibindo, também, a formação de dienos, trienos e tetraenos
1. INTRODUÇÃO
25
conjugados nas membranas de eritrócitos humanos. Em condrócitos
humanos, o óleo essencial do gengibre reduziu efetivamente a
produção de peróxido de hidrogênio induzida pelo ácido fúlvico (Guo et
al, 1997).
Ratos alimentados com uma dieta rica em colesterol, ao
receberem uma suplementação com gengibre, apresentaram efeitos
antioxidantes significativos, ocorrendo um aumento das concentrações
teciduais das enzimas superóxido dismutase (SOD) e catalase, e
consequente redução dos níveis de glutathiona (Jeyakumar et al.,
1999).
Aspectos toxicológicos:
Reações alérgicas ao gengibre têm sido relatadas apenas como
dermatites de contato em indivíduos com exposição ocupacional ao
condimento (Kanerva et al., 1996). Com exceção à leve indisposição
estomacal em pessoas não acostumadas a comidas apimentadas, o
gengibre não possui toxicidade aguda conhecida, nas doses usuais
para consumo com propósitos alimentares ou medicinais. Doses de 6g
ou maiores podem levar à irritação e perda da proteção da mucosa
gástrica (Desai et al., 1990). Em doses normais (até 2g diárias), o
gengibre não interfere com a coagulação sanguínea ou qualquer outro
parâmetro individual do processo de coagulação (Bordia et al., 1997;
Janssen et al., 1996; Lumb, 1994). Por outro lado, uma vez que o
gengibre inibe a agregação plaquetária e a biossíntese de
prostaglandinas, tromboxanos e leucotrienos, seu uso como profilático
para a náusea pós-operatória e vômito pode resultar em complicações
(Backon, 1991).
1. INTRODUÇÃO
26
A DL50 aguda do gengibre em ratos é maior que 5 g do óleo por
quilograma de peso corpóreo (Mascolo et al., 1989). Não se tem
relatos de qualquer atividade carcinogênica ou mutagênica do
gengibre (Nagabhushan et al, 1987; Nakamura et al., 1982). Alguns
especialistas desaconselham o consumo do gengibre em pacientes
com algumas condições cardíacas, cálculos e outras doenças do
sistema biliar ou pacientes com diabetes ou hipoglicemia (Newall et al.,
1996; Brinker, 1997; McGuffin et al., 1997). O uso durante a gravidez é
presumidamente seguro, baseado na sua longa história de uso como
alimento, entretanto, devido à atividade uterotônica de uma espécie
relacionada (Zingiber cassumunar), alguns especialistas recomendam
evitar o consumo do gengibre durante a gravidez (Newall et al., 1996;
Brinker, 1997; Kanjanapothi, 1987).
2. OBJETIVOS
27
2.1. OBJETIVO GERAL:
Em função do reduzido número de artigos existentes na
literatura que abordam os efeitos do óleo essencial do gengibre sobre
o SNC, o presente trabalho teve como objetivo estudar os efeitos
comportamentais, neuroquímicos e xicos do óleo essencial de
gengibre (OEG).
2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
Estudar os efeitos comportamentais da administração diária do
OEG (25, 50 e 100 mg/Kg, i.p. e v.o.) em camundongos
submetidos aos testes do Labirinto em Cruz Elevado (LCE),
Campo Aberto (CA), Rota Rod (RR) e Esquiva Passiva (EP);
Avaliar o efeito do OEG (100 mg/kg, i.p.) sobre os tremores
induzidos por oxotremorina (0,5 mg/Kg, i.p.) em camundongos;
Verificar a ocorrência de possíveis alterações no conteúdo das
monoaminas e seus metabólitos em hipocampo e corpo estriado
de camundongos tratados diariamente com OEG (100 mg/Kg,
i.p.);
Verificar a ocorrência de possíveis efeitos tóxicos do OEG
quando administrado em dose única (200, 400 e 800 mg/Kg, i.p.)
ou diária (25, 50 e 100 mg/Kg, i.p. e v.o.) em camundongos;
Avaliar o efeito do OEG (50, 100 e 200 mg/Kg, i.p.) sobre a
função hepática de ratos tratados com tetracloreto de carbono
(CCl4), através da análise dos marcadores de função hepática:
2. OBJETIVOS
28
alanina transaminase (ALT), aspartato transaminase (AST),
fosfatase alcalina (FA) e bilirrubina.
3. MATERIAIS E MÉTODOS
29
3.1. ANIMAIS:
Para a realização do presente estudo, foram utilizados
camundongos Swiss machos, com peso médio de 25 g e ratos Wistar
machos, com peso médio de 150 g. Os animais utilizados foram
provenientes do Biotério Central do Departamento de fisiologia e
Farmacologia, da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do
Ceará e mantidos em ambiente com temperatura constante e ciclo
claro/escuro de 12 horas cada. Todos os experimentos foram
realizados de acordo com “National Institutes of Health Guide for Care
and Use of Laboratory Animals”.
3.2. DROGAS:
Atropina:
Atropina (Sigma Chemical, Co, USA) foi dissolvida em água
destilada e administrada na dose de 10 mg/Kg, i.p., como droga
padrão de efeito anticolinérgico no teste dos tremores induzidos por
oxotremorina.
Diazepam:
Ampolas de diazepam (União Química, Brasil) 20 mg/2mL foram
utilizadas. O diazepam foi diluído em água destilada e administrado na
dose de 1,0 mg/Kg, via intraperitoneal, como droga padrão no modelo
do Labirinto em Cruz Elevado.
3. MATERIAIS E MÉTODOS
30
Escopolamina:
O cloridrato de escopolamina (Sigma Chemical, Co, USA) foi
dissolvido em água destilada e administrado na dose de 0,5 mg/Kg, via
intraperitoneal, como droga padrão no modelo da esquiva-passiva.
Oxotremorina:
Oxotremorina (Sigma Chemical, Co, USA) foi dissolvida em
água destilada e administrado na dose de 0,5 mg/Kg, via
intraperitoneal, no teste da indução de tremores.
Óleo essencial de Zingiber officinale Roscoe:
O material vegetal (rizomas) utilizado para a extração do óleo
essencial foi proveniente do município de Baturité-Ce. Um exemplar
deste material encontra-se devidamente acondicionado e registrado no
Herbário Prisco Bezerra da UFC (exsicata n. 32.420).
Para a extração do óleo essencial, os rizomas do gengibre foram
lavados em água corrente para retirar algumas impurezas e em
seguida triturados. O material vegetal foi então transferido para um
balão, ao qual foi adicionada água destilada em quantidade suficiente
para imergir todo o material. A mistura foi submetida à ebulição por
aproximadamente três horas. A fase orgânica (OEG) foi separada da
fase aquosa (hidrolato) por separação simples em camada de sulfato
de sódio anidro, para retirar traços de água ainda presentes no óleo
essencial.
3. MATERIAIS E MÉTODOS
31
Em seguida, o óleo essencial foi emulsificado em água destilada
com Tween 80 a 0,5% com auxílio de um aparelho sonicador. Três
soluções de concentrações diferentes do OEG foram preparadas, nas
doses de 25 mg/Kg (G25), 50 mg/Kg (G50) e 100 mg/Kg (G100).
Tetracloreto de carbono (CCl4):
Tetracloreto de carbono (Proquímicos) foi diluído em óleo de
oliva à uma concentração final de 50%. A mistrura foi administrada via
intraperitoneal em um volume de 0,5 mL/Kg.
3.3. ESTUDO DOS EFEITOS COMPORTAMENTAIS DO OEG:
Procedimento experimental:
Os animais (camundongos) foram divididos em nove grupos
diferentes, com oito animais cada: grupo controle (C), diazepam (D),
escopolamina (E), gengibre 25 (G25), gengibre 50 (G50), gengibre 100
(G100), gengibre 25 + escopolamina (G25/E), gengibre 50 +
escopolamina (G50/E) e gengibre 100 + escopolamina (G100/E).
O protocolo experimental consistiu em tratar os animais durante
oito dias consecutivos, obedecendo sempre o mesmo horário e padrão
de administração (Tabela 3.3.1). No sétimo dia de tratamento, os
camundongos dos grupos C, D, G25, G50 e G100 foram submetidos
ao teste do Labirinto em Cruz Elevado (LCE), seguido pelos testes do
Campo Aberto (CA) e Rota Rod (RR). No oitavo dia de tratamento, os
animais dos grupos C, E, G25, G50, G100, G25/E, G50/E e G100/E
foram submetidos ao teste da Esquiva-Passiva (EP), o qual foi
repetido no dia seguinte, desta vez, na ausência das drogas. Para
3. MATERIAIS E MÉTODOS
32
efeito de comparação, o protocolo experimental foi realizado
administrando-se as drogas (veículo e OEG) via intraperitoneal (i.p.) e
oral (v.o.). Todos os testes comportamentais foram realizados sempre
no horário de 12:30 às 17:30 horas, em uma sala fechada de
temperatura constante (23 ± 1° C) e iluminação de pouca intensidade
(lâmpada vermelha de 15V).
3. MATERIAIS E MÉTODOS
33
Tabela 3.3.1. Padrão de administração das drogas ao longo dos oito
dias de tratamento.
GRUPOS D1 D2 D3 D4 D5 D6 D7
C
Veíc.
Veíc.
Veíc.
Veíc.
Veíc.
Veíc.
Veíc.
D
Veíc. Veíc. Veíc. Veíc. Veíc. Veíc. Dzp
E
Veíc. Veíc. Veíc. Veíc. Veíc. Veíc. Veíc.
G25
OEG OEG OEG OEG OEG OEG OEG
G50
OEG OEG OEG OEG OEG OEG OEG
G100
OEG OEG OEG OEG OEG OEG OEG
G25/E
OEG OEG OEG OEG OEG OEG OEG
G50/E
OEG OEG OEG OEG OEG OEG OEG
G100/E
OEG OEG OEG OEG OEG OEG OEG
Legenda: Veíc. (veículo – Tween 80, 0,5%, i.p. ou v.o.), Dzp.
(diazepam 1,0 mg/Kg, i.p.), OEG (óleo essencial de Zingiber officinalis,
i.p. ou v.o.), Esc. (escopolamina 0,5 mg/Kg i.p.; quando associada ao
OEG, sua administração foi realizada 30min após a do óleo essencial).
3. MATERIAIS E MÉTODOS
34
Teste do labirinto em cruz elevado (avaliação da atividade
ansiolítica):
O labirinto em cruz elevado (LCE) para camundongos (Lister,
1987) é um aparelho constituído por dois braços abertos (30 x 5 cm) e
dois braços fechados (30 x 5 x 25 cm), unidos entre si por uma
plataforma central (5 x 5cm), formando uma cruz, a qual encontrava-se
elevada a 45cm do solo. As paredes do labirinto foram confeccionadas
em acrílico transparente, e o piso, confeccionado em acrílico preto
(Figura 3.3.1.).
Decorrido o tempo de administração das drogas (30 min para a
administração i.p. ou 1 h para a administração v.o.), cada animal foi
colocado na plataforma central do labirinto com o focinho voltado para
um dos braços fechados, e seu comportamento observado por 5
minutos. Neste teste foram observados os seguintes parâmetros de
comportamento: o número de entradas do animal nos braços abertos
(NEBA) e o tempo de permanência nos braços abertos (TPBA). O
modelo utilizou o diazepam (1,0 mg/Kg, i.p.) como droga padrão para a
ação ansiolítica.
3. MATERIAIS E MÉTODOS
35
Figura 3.3.1. Labirinto em Cruz Elevado (LCE).
Aparelho utilizado para avaliar a atividade ansiolítica de drogas. O
modelo do LCE é bastante utilizado para o estudo de fármacos com
ação do tipo benzodiazepínica.
Fonte: http://www.colinst.com
3. MATERIAIS E MÉTODOS
36
Teste do campo aberto (avaliação da atividade locomotora):
O aparelho do campo aberto (CA) (Figura 3.3.2.) consistiu em
uma arena de formato quadrado, com as paredes confeccionadas em
acrílico transparente (30 x 30 x 15 cm) e piso em acrílico preto,
dividido em nove quadrantes iguais (Archer, 1973).
Após o teste o LCE, cada camundongo foi colocado com as
quatro patas no centro da arena do campo aberto, e o seu
comportamento foi observado por cinco minutos. Os parâmetros
comportamentais observados neste teste foram: o número de
cruzamentos (NC); o número de rearing (NR), postura na qual o animal
ficava na posição vertical, apoiado somente pelas patas traseiras, e o
número de grooming (NG), ato de auto-limpeza do animal. Para o
registro do NC, foram contados todos os quadrantes cruzados pelo
animal, quando este se encontrava com as quatro patas dentro do
mesmo quadrante.
3. MATERIAIS E MÉTODOS
37
Figura 3.3.2. Campo Aberto (CA).
Aparelho utilizado para o estudo da ação de drogas sobre a atividade
locomotora espontânea (ALE). A avaliação é feita mediante a
observação de três parâmetros: o número de cruzamentos (NC), o
número de rearing (NR) e o número de grooming (NG), durante 5 min.
3. MATERIAIS E MÉTODOS
38
Teste do Rota rod (avaliação da coordenação motora):
No teste do Rota rod, cada camundongo foi colocado com as
quatro patas sobre uma barra giratória de 2,5 cm de diâmetro, elevada
a 25 cm do piso (Figura 3.3.3.), a uma rotação de 12rpm, durante 1
minuto. Para cada animal, foram registrados os seguintes parâmetros
comportamentais: o número de quedas (NQ) sofridas (sendo o limite
máximo de 3 quedas para cada animal) e o tempo de permanência
(TP) na barra giratória (Dunham & Myia, 1957). O teste do RR foi
realizado em sequência ao teste do CA.
3. MATERIAIS E MÉTODOS
39
Figura 3.3.3. Rota rod (RR).
Aparelho utilizado para o estudo da ação de drogas sobre a
coordenação motora. A avaliação desta ação é feita mediante a
observação de dois parâmetros: o tempo de permanência (TP) do
animal sobre a barra giratória e o número de quedas (NQ) sofridas,
durante 1min.
Fonte: http://www.ugobasile.com
3. MATERIAIS E MÉTODOS
40
Teste da esquiva-passiva (avaliação da memória recente e
tardia):
O aparelho da esquiva-passiva consistiu em uma caixa de
acrílico (48 x 22 x 22 cm), dividida em dois compartimentos (um claro,
iluminado por uma lâmpada e um compartimento escuro, com piso
eletrificado), separados por uma porta (Figura 3.3.4.).
O protocolo foi realizado de acordo com Imanishi et al (1996).
Após o tratamento com as drogas (Tabela 3.3.1.), cada animal foi
colocado no equipamento (desligado) durante 1 min para habituação.
Decorrido este tempo, o animal era retirado e após 30 segundos,
recolocado no compartimento claro do aparelho (desta vez, ligado)
para iniciar a fase de treino. Ao passar do compartimento claro para o
escuro, o animal recebia um choque de 1,0 mA de intensidade,
durante 1 segundo, e era retirado do aparelho logo em seguida. Após
15 minutos, o procedimento era repetido para registrar o tempo que o
animal levava para entrar no compartimento escuro do aparelho
(latência) e receber o choque novamente. Esta fase avaliava o
aprendizado do camundongo (esquiva 15 min). Decorridas 24 h, o
procedimento era realizado mais uma vez para avaliar a memória do
animal (esquiva 24 h). O tempo limite de permanência do camundongo
no compartimento claro era de 300 seg. O modelo utilizou
escopolamina (0,5 mg/Kg, i.p.) como padrão para indução de amnésia.
3. MATERIAIS E MÉTODOS
41
Figura 3.3.4. Esquiva-passiva (EP).
Aparelho utilizado para o estudo de drogas com possíveis ações sobre
o aprendizado e a memória. O equipamento possui um compartimento
claro, iluminado por uma lâmpada, e outro compartimento escuro, com
piso eletrificado, separado por uma porta. O modelo fundamenta-se no
uso de um estímulo aversivo (choque elétrico) para que o processo de
formação e retenção da memória ocorra.
Fonte: http://www.ugobasile.com
3. MATERIAIS E MÉTODOS
42
Teste dos tremores induzidos por oxotremorina (avaliação
dos efeitos colinérgicos):
O experimento foi realizado segundo a técnica descrita por
Fukuzaki et al. (2000): camundongos Swiss foram divididos em quatro
grupos, tratados com veículo (grupo C), atropina 10 mg/Kg (grupo
A/O), OEG 50 mg/Kg (G50/O) e OEG 100 mg/Kg (G100/O). Todas as
drogas foram administradas via i.p. Decorridos 30 min da
administração das drogas, cada animal recebeu uma injeção de
oxotremorina (0,5 mg/Kg, i.p.) e teve seu comportamento avaliado 10,
20 e 30 min após a administração da oxotremorina. A intensidade dos
tremores apresentados pelos animais foi avaliada de acordo com uma
escala descrita por Coward et al. (1977):
0- Ausência de tremores;
1- Tremores fracos e isolados;
2- Tremores moderados e pouco persistentes;
3- Tremores intensos e persistentes.
3. MATERIAIS E MÉTODOS
43
3.4. ESTUDO DOS EFEITOS NEUROQUÍMICOS DO OEG:
Método da cromatografia líquida de alta performance
(CLAE):
Para a determinação dos níveis de monoaminas e seus
metabólitos, foi utilizado o aparelho de cromatografia líquida de alta
eficiência - CLAE (Figura 3.4.1.). Na cromatografia líquida clássica, um
adsorvente (alumina ou sílica) é empacotado em uma coluna, e eluído
por um líquido ideal (fase móvel). Uma determinada mistura a ser
separada é então introduzida na coluna, a qual é carregada através da
mesma por um líquido eluente. Caso um composto presente na
mistura (soluto) seja adsorvido fracamente pela superfície da fase
sólida estacionária, este atravessará a coluna mais rapidamente que
um outro soluto que seja mais fortemente adsorvido. A separação dos
solutos, então, trona-se possível caso existam diferenças na adsorção
pelo sólido.
Os detectores eletroquímicos medem a condutância do eluente,
ou a corrente associada com a oxidação ou redução dos solutos. Para
que a detecção ocorra, faz-se necessário que, no primeiro caso, os
solutos sejam iônicos, e, no segundo caso, os solutos devem ter a
característica de serem relativamente fáceis de sofrerem oxidação ou
redução. Os detectores eletroquímicos são também chamados de
detectores amperimétricos ou coulométricos, uma vez que medem a
corrente associada com a oxidação ou redução de solutos. No
presente estudo, foi utilizado o tipo amperométrico , o qual reage com
uma quantidade muito menor de soluto (em torno de 1%). Todas as
técnicas eletroquímicas envolvem a aplicação de um potencial para
um eletrodo (geralmente de carbono vítreo), oxidação da substância
3. MATERIAIS E MÉTODOS
44
que está sendo estudada, próxima à superfície do eletrodo, seguindo a
amplificação e medida da corrente produzida. As catecolaminas
(monoaminas e metabólitos) sofrem oxidação nos grupos de anel
hidroxil, com consequente produção de um derivado ortoquinônico,
com liberação de dois elétrons.
Procedimento experimental:
Após a realização do último experimento (esquiva 24h), os
animais dos grupos C e G100, tratados via i.p., foram sacrificados por
deslocamento cervical e decaptados com uma tesoura cirúrgica. Seus
cérebros foram removidos e dissecados rapidamente sob gelo para
retirada do hipocampo (H) e corpo estriado (CE), os quais foram
armazenados em papel-alumínio e mantidos a uma temperatura de
70° C abaixo de zero para posterior análise do conteúdo de
monoaminas (noradrenalina, dopamina e serotonina) e seus
metabólitos (HVA, DOPAC e 5-HIAA).
O H e CE foram utilizados para preparar homogenatos a 20% e
10% respectivamente. Os tecidos cerebrais foram sonicados em ácido
perclórico (HClO4) por 30 seg e centrifugados em seguida por 15min
em uma centrícuga refrigerada (4° C) a 15.000 rpm. Uma alíquota de
20 µL do sobrenadante foi, então, injetada no equipamento de HPLC
para análise química.
Para a análise das monoaminas, uma coluna CLC-ODS(M) com
comprimento de 25 cm, calibre 4,6 mm e diâmetro de partícula de 3µm
(Shimadzu, Japão) foi utilizada. A fase móvel foi composta por tampão
de ácido cítrico 0,163M, pH 3,0, contendo ácido octanosulfônico
3. MATERIAIS E MÉTODOS
45
sódico, 0,69M (SOS), como reagente formador do par iônico;
acetonitrila 4% v/v e tetrahidrofurano 1,7% v/v.
3. MATERIAIS E MÉTODOS
46
Figura 3.4.1. Aparelho de cromatografia líquida de alta eficiência -
CLAE.
Aparelho utilizado na análise do conteúdo das monoaminas e seus
metabólitos em hipocampo e corpo estriado de camundongos tratados
diariamente com OEG (100 mg/Kg, i.p).
Fonte: http://www.shimadzu.com
3. MATERIAIS E MÉTODOS
47
Soluções reagentes:
FASE MÓVEL: A fase móvel foi preparada pesando-se 17,75 g
de ácido cítrico (Grupo Química, Rio de Janeiro, Brasil), o qual foi
dissolvido com água milli-Q para um volume de 400 mL. A solução
preparada teve seu pH ajustado para um valor igual a 3,0 com
hidróxido de sódio 12,5 M (Reagen, Rio de Janeiro, Brasil). A esta
solução foram adicionados 75mg de SOS (ácido octanosulfônico
sódico - Sigma Chemical, Co, USA) e o volume acrescido para 471,5
mL com água milli-Q. A solução preparada foi então filtrada e
degaseificada e acrescidos 20mL de acetonitrila (Carlo Erba Reagenti,
MI, Itália) e 10 mL de tetrahidrofurano (Sigma Chemical, Co, USA),
completando um volume final de 500 mL.
ÁCIDO PERCLÓRICO 0,1M: A 1,8 mL de ácido perclórico
(Sigma Chemical, Co, USA) foi adicionada água destilada em
quantidade suficiente para 300 mL. O procedimento de diluição foi
realizado com auxílio de um balão volumétrico.
PADRÕES: Os padrões foram preparados em uma
concentração final de 4ng de DA, NA, 5-HT, DOPAC, HVA e 5-HIAA
(Sigma Chemical, Co, USA). A partir da altura ou área dos picos
destes padrões, as amostras foram calculadas no programa Microsoft
Excel em um computador PC, e os resultados expressos em ng/g de
tecido.
3. MATERIAIS E MÉTODOS
48
3.5. ESTUDO DOS EFEITOS TÓXICOS DO OEG:
Avaliação dos efeitos gerais (teste hipocrático) e da
toxicidade do OEG:
Para a avaliação da toxicidade do OEG foram utilizados
camundongos Swiss machos, com peso médio de 25 g. Os animais
foram divididos em quatro grupos de seis animais cada. Cada grupo
recebeu o óleo essencial nas doses de 200, 400 e 800 mg/Kg, i.p., em
um volume de 10 mL/Kg. O grupo controle recebeu igual volume de
veículo (Tween 80 à 0,5 %). Neste experimento (Teste Hipocrático)
foram avaliados os seguintes parâmetros: motilidade, respiração,
contorção, ataxia, tremor, convulsão, postura, ereção da cauda,
catalepsia, estereotipia, ptose palpebral, piloereção, cianose,
salivação, lacrimejamento, diarréia, analgesia, anestesia, sudorese,
sedação, coma e morte. Os animais foram observados 5, 10, 15, 30,
60, 120 minutos e em intervalos de 24, 48 e 72 horas após a
administração do OEG.
A avaliação da toxicidade do OEG também foi realizada ao
longo do tratamento diário (8 dias) dos animais com o óleo essencial,
nas doses de 25, 50 e 100 mg/Kg, v.o. e i.p.
3. MATERIAIS E MÉTODOS
49
Avaliação do efeito do OEG sobre a função hepática de
ratos tratados com tetracloreto de carbono (CCl4):
A realização do experimento foi feita segundo modificações da
metodologia empregada por Janakat et al. (2003): ratos Wistar machos
(150 g) foram divididos em cinco grupos contendo seis animais cada:
grupo controle (C), tetracloreto de carbono (T), OEG 50 mg/Kg (G50),
OEG 100 mg/Kg (G100). E OEG 200 mg/Kg (G20). Os animais do
grupo controle receberam veículo (Tween 80 à 0,5% em água
destilada, i.p.) e, passados 30min, receberam óleo de oliva via i.p. na
proporção de 0,5mL/Kg. Os animais dos grupos T, G50, G100 e G200
receberam, respectivamente, veículo (Tween 80 à 0,5% em água
destilada, i.p.) e OEG (50, 100 e 200 mg/Kg, i.p.). Meia hora após a
administração das drogas, cada animal recebeu uma injeção
intraperitoneal de CCL4 (50% em óleo de oliva), na dose de 0,5mL/Kg.
Todos os animais foram mantidos em jejum e submetidos à
coleta de sangue através do plexo orbital 24 h após a administração
das drogas. As amostras de sangue foram submetidas à centrifugação
(3000 r.p.m. durante 10 min) para separação do soro e posterior
análise bioquímica (atividade das enzimas AST, ALT, FA e
concentração plasmática de bilirrubina). Imediatamente após a coleta
de sangue, os animais foram sacrificados, seus fígados removidos e
conservados em solução de formaldeído à 10% para posterior análise
histopatológica.
3. MATERIAIS E MÉTODOS
50
Determinação da concentração de bilirrubina:
O método empregado neste trabalho encontra-se descrito em
http://www.labtest.com.br
. A bilirrubina é dosada por diazotização e
formação de azobilirrubina vermelha com absorção máxima em 525
nm. A bilirrubina direta (diglicuronídeo) é dosada em meio aquoso,
enquanto que a total (direta e indireta) é dosada por ação de potente
solubilizador de ação catalisadora.
Adicionou-se uma gota do nitrito de sódio a 1,5 ml do Ácido
Sulfanílico. A mistura preparada deve ser ustilizada no dia da
preparação. Em seguida, foram tomados 3 tubos de ensaio e o
procedimento foi realizado como mostrado a seguir:
Branco Direta Total
Água destilada
1,8 mL 1,8 mL _
Acelerador
_ _ 1,8 mL
Ácido sulfanílico
0,15 mL _ _
Diazo reagente
_ 0,15 mL 0,15 mL
Soro ou plasma
0,05 mL 0,05 mL 0,05 mL
Após a devida agitação das misturas, as mesmas foram
deixadas em repouso durante 5 minutos. Em seguida, foram
determinadas as absorbâncias das bilirrubinas direta e total em 525
nm ou filtro verde (500 a 540 nm), zerando o aparelho com o branco. A
cor é estável por 30 minutos. Os valores foram expressos em mg/dL
para as bilirrubinas direta e total utilizando o fator de calibração obtido
3. MATERIAIS E MÉTODOS
51
com o Padrão de Bilirrubina. A bilirrubina indireta é obtida pela
diferença das bilirrubinas total e direta.
Na técnica descrita, a reação é linear até 45 mg/dL. Para valores
maiores, a amostra deve ser diluída com NaCl 150 mmol/l, (0,85%) e
repetir a determinação. O resultado obtido deverá ser multiplicado pelo
fator de diluição. A amostra deverá ser diluída de tal modo que o valor
encontrado se situe 10 e 30 mg/dL. Soros fortemente hemolisados
podem fornecer valores falsamente diminuídos.
3. MATERIAIS E MÉTODOS
52
Determinação da atividade das enzimas alanina
transaminase (ALT/TGP) e aspartato transaminase
(AST/TGO):
O método empregado encontra-se descrito em
http://www.labtest.com.br
. A determinação da alanina transaminase ou
transaminase glutâmico pirúvica (ALT/TGP) em amostras de sangue é
útil na avaliação da função hepática, sendo mais sensível na detecção
de lesão hepatocelular que de obstrução biliar. A ALT catalisa a
transferência de grupos amina da alanina para o cetoglutarato, com
formação de glutamato e piruvato. Este é reduzido a lactato por ação
da lactato desidrogenase (LDH), enquanto que a coenzima NADH é
oxidada a NAD+. A conseqüente redução da absorbância em 340 ou
365 nm, monitorizada espectrofotometricamente, é diretamente
proporcional à atividade da enzima na amostra.
ALT
L-Alanina + Cetoglutarato Piruvato + L-Glutamato
LDH
Piruvato + NADH L-Lactato + NAD
Comprimento de onda de 340 ou 365 nm; cubeta termostatizada
a 30º C com 10 mm de espessura de solução; banda de passagem de
8 nm ou menos e luz espúria menor que 0,1%. A 1,0 ml do reagente
de trabalho, adicionou-se 0,1 ml de amostra. A mistura foi
homogeneizada, transferida para uma cubeta termostatizada a 30º C e
deixada em repouso durante 1min. Em seguida foi feita uma leitura
inicial, a qual foi repetida após 1, 2 e 3 minutos. A média das
3. MATERIAIS E MÉTODOS
53
diferenças de absorbância por minuto ( A/minuto) foi determinada, e
utilizada para calcular o resultado:
ALT/TGP (U/L) 340 nm = A/minuto x 1746
ALT/TGP (U/L) 365 nm = A/minuto x 3333
Quando o A/minuto for maior que 0,220 em 340 nm ou maior
que 0,100 em 365 nm, amostra deve ser diluída com NaCl 150 mmol/l
e repetida a determinação. Multiplicar o resultado obtido pelo fator de
diluição. Amostras fortemente lipêmicas e ictéricas aumentam
acentuadamente a absorbância em 340 nm. Quando a atividade
enzimática destas amostras estiver muito aumentada, ocorre consumo
bastante rápido do substrato sem haver diminuição significativa na
absorbância. Nestes casos, quando a diferença de absorbância por
minuto for muito pequena, deve-se repetir a determinação utilizando a
amostra diluída 1:2 com NaCl 0,85%, multiplicando o resultado por 2.
A hemólise prejudica o teste devido a elevada concentração de ALT
nas hemácias, fornecendo valores falsamente elevados.
A determinação da aspartato transaminase ou transaminase
glutâmico oxalacética (AST/GOT) em amostras de sangue é útil na
avaliação da função hepática. A AST catalisa a transferência de
grupos amina da alanina para o cetoglutarato, com formação de
glutamato e oxalacetato. Este é reduzido a malato por ação da malato
desidrogenase (MDH), enquanto que a coenzima NADH é oxidada a
NAD+. A conseqüente redução da absorbância em 340 ou 365 nm,
monitorizada espectrofotometricamente, é diretamente proporcional à
atividade da enzima na amostra.
AST
L-Aspartato + Cetoglutarato Oxalacetato + L-Glutamato
3. MATERIAIS E MÉTODOS
54
LDH
Oxalacetato + NADH L-Malato + NAD
Foi adicionado 0,1 ml de amostra a 1,0 ml do reagente de
trabalho, homogeneizando-se adequadamente. A mistura foi
transferida para uma cubeta termostatizada a 30º C e deixada em
repouso durante 1 min. Em seguida foi feita uma leitura inicial, a qual
foi repetida após 1, 2 e 3 minutos. A média das diferenças de
absorbância por minuto (A/minuto) foi determinada, e utilizada para
calcular o resultado
AST/TGO (U/L) 340 nm = A/minuto x 1746
AST/TGO (U/L) 365 nm = A/minuto x 3333
Quando o A/minuto for maior que 0,220 em 340 nm ou maior
que 0,1000 em 365 nm, a amostra deve ser diluída com NaCl 150
mmol/l e repetida a determinação. Multiplicar o resultado obtido pelo
fator de diluição.
Amostras fortemente lipêmicas e ictéricas aumentam
acentuadamente a absorbância em 340 nm. Quando a atividade
enzimática destas amostras estiver muito aumentada, ocorre consumo
bastante rápido do substrato sem haver diminuição significativa na
absorbância. Nestes casos, quando a diferença de absorbância por
minuto for muito pequena, deve-se repetir a determinação utilizando a
amostra diluída 1:2 com NaCl 0,85%, multiplicando o resultado por 2.
A hemólise prejudica o teste devido a elevada concentração de AST
nas hemácias, fornecendo valores falsamente elevados.
3. MATERIAIS E MÉTODOS
55
Determinação da atividade da enzima fosfatase alcalina
(FA):
Método descrito em http://www.labtest.com.br
. A determinação
da fosfatase alcalina em amostras de sangue é útil na avaliação de
doenças hepáticas e ósseas. A fosfatase alcalina do soro hidrolisa a
timolftaleína monofosfato liberando timolftaleína, que tem cor azul em
meio alcalino. A cor formada, diretamente proporcional a atividade
enzimática, é medida em 590 nm. O produto final da reação se
constitui de uma mistura de cor azul e a cor própria do substrato.
Branco Teste Padrão
Substrato
0,05 ml 0,05 ml 0,05 ml
Tampão
0,5 ml 0,5 ml 0,5 ml
Padrão
_ _ 0,05 ml
Os tubos contendo as misturas foram colocados em banho-
maria a 37º C 2 minutos. Em seguida foram adicionados 0,05 ml de
amostra nos tubos teste. As misturas foram incubadas em banho-
maria a 37º C por 10 minutos. Ao final dos 10min, foram adicionados
2,0 mL do reagente de cor nº 3 a todos os tubos, os quais foram
devidamente homogeneizados. As absorbâncias do controle, teste e
padrão foram determinadas em espectrofotômetro a 590 nm ou filtro
laranja (580 a 590 nm), acertando o zero com água destilada.
3. MATERIAIS E MÉTODOS
56
Abs do teste
Fosfatase alcalina(U/l) = x 45
Abs do padrão
Devido a grande reprodutibilidade que pode ser obtida com a
metodologia, o método do fator pode ser empregado.
45
Fator de calibração =
Abs do padrão
Unidade de medida U/I: Uma unidade é igual a quantidade de
enzima que libera por hidrólise 1 micromol de timolftaleína por minuto,
por litro de soro nas condições do teste.
A reação é linear, com cinética de ordem zero, até 500 U/I.
Quando a absorbância do teste for maior que 0,8, diluir o produto
corado e o branco com o Reagente de Cor, fazer nova leitura e
multiplicar o resultado obtido pelo fator de diluição. Se após a diluição
for obtido um valor igual ou maior que 500 U/I, diluir a amostra com
NaCl 150 mmol/l, realizar nova dosagem e multiplicar o resultado
obtido pelo fator de diluição. Diluir a amostra de tal modo que o valor
encontrado se situe entre 40 e 150 U/I.
Interferentes: Citrato, fluoreto, oxalato e EDTA são inibidores da
atividade da fosfatase alcalina porque formam complexos com o
magnésio. Elevações nos níveis de fosfatase alcalina podem ocorrer 2
a 4 horas após refeições gordurosas. Valores de bilirrubina até 32
mg/dl não interferem na reação. Valores de triglicérides maiores que
1800 mg/dl produzem resultados falsamente elevados. Estrógenos em
3. MATERIAIS E MÉTODOS
57
altas doses, contraceptivos orais, agentes hipoglicemiantes,
fenotiazina, eritromicina encontram-se entre as drogas que podem
provocar aumento dos níveis de fosfatase alcalina.
3.6. ANÁLISE ESTATÍSTICA:
Os resultados foram expressos em média ± EPM e analisados
através da ANOVA, seguido do teste Student-Newman-Keuls (post
hoc). Foram considerados estatisticamente significativos todos os
valores que obtiveram p < 0,05.
4. RESULTADOS
58
4.1. ESTUDO DOS EFEITOS COMPORTAMENTAIS DO OEG:
Teste do labirinto em cruz elevado (avaliação da atividade
ansiolítica):
O tempo de permanência nos braços abertos (TPBA) e o
número de entradas nos braços abertos (NEBA) foram os parâmetros
avaliados para o estudo da atividade ansiolítica do OEG, no modelo
do LCE. O diazepam (1 mg/Kg, i.p.) foi utilizado como droga padrão, e
como tal, foi capaz de reduzir a ansiedade dos animais, aumentando
os valores de TPBA e NEBA (Tabelas 4.1.1. e 4.1.2.), de forma que os
animais não só entravam mais vezes nos braços abertos do labirinto,
como também ficavam lá por mais tempo.
O óleo essencial de Zingiber officinale Roscoe(OEG), nas doses
(25, 50 e 100 mg/Kg) e vias (oral e intraperitoneal) utilizadas, não
apresentou efeito algum sobre os parâmetros estudados, quando
comparado aos grupos C e D. Observou-se, entretanto, um pequeno
aumento no TPBA no grupo G100, tratado com o OEG via i.p (Tabela
4.1.1.). O NEBA, no entanto, não sofreu alteração alguma neste grupo.
Este comportamento reflete apenas uma tendência para uma possível
atividade ansiolítica do OEG quando administrado i.p., na dose de 100
mg/Kg. Entretanto, os resultados obtidos não se equivalem aqueles
apresentados pelo diazepam. Os demais grupos não apresentaram
qualquer alteração comportamental (Tabelas 4.1.1. e 4.1.2.) para os
parâmetros estudados.
4. RESULTADOS
59
Tabela 4.1.1. Efeito do OEG (25, 50 e 100 mg/Kg, i.p.) em
camundongos submetidos ao teste do labirinto em cruz elevado - LCE.
LABIRINTO EM CRUZ ELEVADO
GRUPOS
TPBA (seg) NEBA
C
121,00 ± 9,18 (26) 6,48 ± 0,43 (25)
D
163,31 ± 10,91 a (28) 11,08 ± 0,80 a (26)
G25
94,53 ± 6,34 b (15) 6,50 ± 0,29 b (16)
G50
84,38 ± 7,58 b (13) 6,08 ± 0,38 b (13)
G100
129,81 ± 11,45 b,c (16) 5,86 ± 0,44 b (16)
O tempo de permanência nos braços abertos (TPBA) e o número de
entradas nos braços abertos (NEBA) foram os parâmetros estudados
no modelo do LCE. Os resultados foram expressos em média ± EPM;
o número de animais utilizados encontra-se entre parentesis. Para
análise estatística foram utilizados ANOVA e teste de Student-
Newman-Keuls como teste post hoc. Os resultados foram
considerados estatisticamente significativos (a, b, c; quando
comparado ao controle (C), diazepam (D) e OEG 50 mg/Kg (G50),
respectivamente) para valores de p < 0,05.
4. RESULTADOS
60
Tabela 4.1.2. Efeito do OEG (25, 50 e 100 mg/Kg, v.o.) em
camundongos submetidos ao teste do labirinto em cruz elevado - LCE.
LABIRINTO EM CRUZ ELEVADO
GRUPOS
TPBA (seg) NEBA
C
129,31 ± 8,28 (13) 7,4 ± 0,46 (15)
D
184,21 ± 11,75 a (14) 11,9 ± 0,98 a (10)
G25
135,75 ± 10,62 b (12) 6,33 ± 0,47 b (12)
G50
119,42 ± 9,83 b (12) 6,67 ± 0,41 b (15)
G100
118,00 ± 10,50 b (11) 6,08 ± 0,37 b (13)
O tempo de permanência nos braços abertos (TPBA) e o número de
entradas nos braços abertos (NEBA) foram os parâmetros estudados
no modelo do LCE. Os resultados foram expressos em média ± EPM;
o número de animais utilizados encontra-se entre parentesis. Para
análise estatística foram utilizados ANOVA e teste de Student-
Newman-Keuls como teste post hoc. Os resultados foram
considerados estatisticamente significativos (a, b; quando comparado
ao controle (C) e diazepam (D), respectivamente) para valores de p <
0,05.
4. RESULTADOS
61
Teste do campo aberto (avaliação da atividade locomotora):
A administração do OEG durante sete dias provocou alterações
significativas nos animais, quando estes foram submetidos ao teste do
campo aberto (CA). Em relação ao parâmetro número de cruzamentos
(NC), os grupos apresentaram os seguintes valores: C [49,61 ± 2,78
(26)], G25 [44,26 ± 2,38 (15)], G50 [35,40 ± 2,16 (15)] e G100 [30,77 ±
2,87 (18)], para a administração i.p., e C [61,00 ± 4,99 (14)], G25
[52,57 ± 3,37 (14)], G50 [49,84 ± 2,54 (13)] e G100 [41,91 ± 3,18 (12)],
para a administração v.o. As figuras 4.1.1. e 4.1.4. mostram o efeito do
OEG sobre o NC exibido pelos animais. De acordo com a figura 4.1.1.,
a administração i.p. do OEG diminuiu, de maneira dose-dependente, o
NC dos animais em aproximadamente 37% no grupo G100, em
relação ao grupo C. A administração oral do OEG não foi capaz de
promover as mesmas alterações observadas nos grupos que
receberam as drogas via i.p. O grupo que recebeu o OEG na dose de
100 mg/Kg, v.o., apresentou redução do NC (31%) em relação ao
grupo C (Figura 4.1.4.), não sendo observado efeito dose-resposta
entre os outros grupos tratados com o óleo essencial via oral.
O número de grooming (NG) foi outro parâmetro que apresentou
alterações frente a administração do OEG, via intraperitoneal e oral,
respectivamente: C [4,10 ± 0,29 (28)], G25 [3,07 ± 0,45 (14)], G50
[1,78 ± 0,26 (14)], G100 [1,50 ± 0,27 (18)] e C [2,78 ± 0,47 (14)], G25
[3,92 ± 0,50 (14)], G50 [3,30 ± 0,62 (13)], G100 [2,00 ± 0,22 (13)].
Através da figura 4.1.2. observa-se que o OEG, nas doses de 50 e
100mg/Kg, i.p., foi capaz de reduzir significativamente o NG , e tal
redução parece ser obtida em seu efeito máximo com a dose de 100
mg/Kg (redução de aproximadamente 63%). A administração oral do
4. RESULTADOS
62
OEG na dose de 100 mg/Kg provocou uma redução do NG de
aproximadamente 28%, em relação ao grupo C.
O número de rearing (NR) apresentou também alterações
significativas nos grupos que receberam OEG via intraperitoneal e
oral: C [13,33 ± 2,44 (27)], G25 [18,21 ± 2,03 (14)], G50 [5,53 ± 1,81
(13)], G100 (3,22 ± 0,86 (18)], para a administração i.p e C [8,92 ± 1,27
(13)], G25 [12,58 ± 2,96 (12)], G50 [4,33 ± 0,99 (12)], G100 [5,33 ±
1,22 (12)]. A figura 4.1.3. mostra que a administração i.p. do OEG
promove uma redução no NR, da ordem de 75% para G100 e 58%
para o grupo G50, ambos comparados ao grupo C. Não se observa,
entretanto, diferença de efeito do ponto de vista estatístico entre as
doses de 50 e 100 mg/Kg de OEG. Tal fato sugere que o efeito
máximo (diminuição do NR) seja alcançado com a dose de 100 mg/Kg,
quando administrado via i.p. A administração oral, por sua vez,
apresenta efeitos farmacológicos semelhantes aqueles apresentados
pelo OEG, quando administrado via intraperitoneal: as doses de 50 e
100 mg/Kg reduzem o NR em torno de 51% e 40%, respectivamente,
quando comparado ao grupo C, não apresentando diferenças
significativas entre si.
Os dados apresentados para os parâmetros movimento aleatório
espontâneo, número de grooming e rearing corroboram para o fato de
que a ação do OEG sobre a atividade locomotora de camundongos
ocorre de maneira dose-dependente, sendo seu efeito máximo obtido
com a dose de 100 mg/Kg, seja a administração i.p. ou v.o.
4. RESULTADOS
63
Figura 4.1.1. Efeito do OEG (25, 50 e 100 mg/Kg, i.p.) sobre o número
de cruzamentos de camundongos submetidos ao teste do campo
aberto.
A atividade locomotora (número de cruzamentos) foi o parâmetro
estudado. Os resultados foram expressos em média ± EPM. Para
análise estatística foram utilizados ANOVA e teste de Student-
Newman-Keuls como teste post hoc. Os resultados foram
considerados estatisticamente significativos (a, b; quando comparado
ao controle (C) e OEG 25 mg/kg (G25), respectivamente) para valores
de p < 0,05.
0
10
20
30
40
50
60
C G25 G50 G100
Movimento Aleatório
Espontâneo / 5min
a
a,b
4. RESULTADOS
64
Figura 4.1.2. Efeito do OEG (25, 50 e 100 mg/Kg, i.p.) sobre o número
de grooming de camundongos submetidos ao teste do campo aberto.
O número de grooming foi o parâmetro estudado. Os resultados foram
expressos em média ± EPM. Para análise estatística foram utilizados
ANOVA e teste de Student-Newman-Keuls como teste post hoc. Os
resultados foram considerados estatisticamente significativos (a, b;
quando comparado ao controle (C) e OEG 25 mg/kg (G25),
respectivamente) para valores de p < 0,05.
0
1
2
3
4
5
CG25G50G100
Número de Grooming / 5min
a,b
a,b
4. RESULTADOS
65
Figura 4.1.3. Efeito do OEG (25, 50 e 100 mg/Kg, i.p.) sobre o número
de rearing de camundongos submetidos ao teste do campo aberto.
O número de rearing foi o parâmetro estudado. Os resultados foram
expressos em média ± EPM. Para análise estatística foram utilizados
ANOVA e teste de Student-Newman-Keuls como teste post hoc. Os
resultados foram considerados estatisticamente significativos (a, b;
quando comparado ao controle (C) e OEG 25 mg/kg (G25),
respectivamente) para valores de p < 0,05.
0
5
10
15
20
25
C G25 G50 G100
Número de Rearing / 5min
b
a,b
4. RESULTADOS
66
Figura 4.1.4. Efeito do OEG (25, 50 e 100 mg/Kg, v.o.) sobre o
número de cruzamentos de camundongos submetidos ao teste do
campo aberto.
A atividade locomotora (número de cruzamentos) foi o parâmetro
estudado. Os resultados foram expressos em média ± EPM. Para
análise estatística foram utilizados ANOVA e teste de Student-
Newman-Keuls como teste post hoc. Os resultados foram
considerados estatisticamente significativos (a; quando comparado ao
controle (C)) para valores de p < 0,05.
0
10
20
30
40
50
60
70
C G25 G50 G100
Movimento Aleatório
Espontâneo / 5min
a
4. RESULTADOS
67
Figura 4.1.5. Efeito do OEG (25, 50 e 100 mg/Kg, v.o.) sobre o
número de grooming de camundongos submetidos ao teste do campo
aberto.
O número de grooming foi o parâmetro estudado. Os resultados foram
expressos em média ± EPM. Para análise estatística foram utilizados
ANOVA e teste de Student-Newman-Keuls como teste post hoc. Os
resultados foram considerados estatisticamente significativos (a;
quando comparado a OEG 25 mg/kg (G25), respectivamente) para
valores de p < 0,05.
0
1
2
3
4
5
C G25 G50 G100
Número de Grooming / 5min
a
4. RESULTADOS
68
Figura 4.1.6. Efeito do OEG (25, 50 e 100 mg/Kg, v.o.) sobre o
número de rearing de camundongos submetidos ao teste do campo
aberto.
O número de rearing foi o parâmetro estudado. Os resultados foram
expressos em média ± EPM. Para análise estatística foram utilizados
ANOVA e teste de Student-Newman-Keuls como teste post hoc. Os
resultados foram considerados estatisticamente significativos (a;
quando comparado a OEG 25 mg/kg (G25), respectivamente) para
valores de p < 0,05.
0
5
10
15
20
C G25 G50 G100
Número de
Rearing
/ 5min
a
a
4. RESULTADOS
69
Teste do rota rod (avaliação da coordenação motora):
Os animais tratados por sete dias com o OEG, nas doses de 25,
50 e 100 mg/Kg, via intraperitoneal ou oral, não apresentaram
alteração alguma na coordenação motora (número de quedas - NQ e
tempo de permanência - TP na barra giratória), quando comparados
aos animais do grupo C (ver Tabelas 4.1.3. e 4.1.4.).
4. RESULTADOS
70
Tabela 4.1.3. Efeito do OEG (25, 50 e 100 mg/Kg, i.p.) em
camundongos submetidos ao teste do rota rod.
“ROTA ROD”
GRUPOS
TP (seg) NQ
C
44,12 ± 2,98 (25) 2,37 ± 0,17 (27)
G25
52,42 ± 2,97 (14) 2,20 ± 0,26 (15)
G50
52,15 ± 2,72 (13) 2,07 ± 0,30 (14)
G100
44,94 ± 3,93 (17) 2,11 ± 0,26 (17)
O tempo de permanência (TP) e o número de quedas (NQ) foram os
parâmetros estudados. Os resultados foram expressos em média ±
EPM. O número de animais utilizados encontra-se entre parentesis.
Para análise estatística foram utilizados ANOVA e teste de Student-
Newman-Keuls como teste post hoc.
4. RESULTADOS
71
Tabela 4.1.4. Efeito do OEG (25, 50 e 100 mg/Kg, v.o.) em
camundongos submetidos ao teste do rota rod.
“ROTA ROD”
GRUPOS
TP (seg) NQ
C
37,50 ± 4,06 (14) 2,56 ± 0,18 (16)
G25
41,84 ± 3,75 (13) 2,69 ± 0,17 (13)
G50
44,53 ± 3,24 (13) 2,26 ± 0,22 (15)
G100
34,75 ± 4,76 (12) 2,61 ± 0,21 (13)
O tempo de permanência (TP) e o número de quedas (NQ) foram os
parâmetros estudados. Os resultados foram expressos em média ±
EPM. O número de animais utilizados encontra-se entre parentesis.
Para análise estatística foram utilizados ANOVA e teste de Student-
Newman-Keuls como teste post hoc.
4. RESULTADOS
72
Teste da esquiva-passiva (avaliação do aprendizado e da
memória):
A avaliação dos efeitos do OEG sobre o aprendizado e memória
foi realizada através do teste da esquiva-passiva (EP). Neste modelo,
foi utilizado cloridrato de escopolamina (0,5 mg/Kg, i.p.) como droga
padrão para efeito amnésico. O aprendizado (esquiva 15 min) e a
memória (esquiva 24 h) foram os parâmetros avaliados neste teste.
Para a esquiva 15 min, os resultados da administração i.p. foram os
seguintes: C [257,65 ± 13,71 (31)], E [44,52 ± 5,21 (26)], G25 (270,88
± 22,48 (9)], G25/E (52,98 ± 9,81 (14)], G50 (253,49 ± 23,22 (7)],
G50/E (51,48 ± 6,40 (12)], G100 (167,20 ± 43,29 (9)] e G100/E [72,18
± 21,18 (14)]. Através da figura 4.1.7. pode-se observar que a
administração da escopolamina, sozinha ou associada ao OEG,
causou dano ao aprendizado dos camundongos, o qual foi refletido no
curto período de tempo que o animal levou para entrar no
compartimento escuro do aparelho e receber o choque elétrico
(latência). A escopolamina reduziu o tempo de latência do grupo E em
aproximadamente 82%, comparado ao grupo C. Os valores de latência
dos grupos E, G25/E, G50/E e G100/E não apresentam diferenças
significativas entre si, de forma que o OEG, uma vez associado à
escopolamina, não é capaz de reverter os efeitos amnésicos desta
droga. Por outro lado, quando administrado sozinho, o OEG não
produz alterações cognitivas nos animais, nas doses de 25 e 50
mg/Kg. A dose de 100 mg/Kg, entretanto, promoveu uma redução da
latência, da ordem de 35% em relação ao grupo C, indicando que a
administração diária (8dias) do OEG, na dose de 100 mg/Kg, via i.p.,
causou dano no aprendizado dos camundongos.
4. RESULTADOS
73
Os valores da esquiva 24 h, por sua vez, diferem bastante
daqueles apresentados pelos mesmos grupos de animais tratados
com OEG via i.p.: C [295,42 ± 3,71 (34)], E [102,44 ± 15,96 (24)], G25
[293,06 ± 6,94 (10)], G25/E [177,75 ± 30,89 (13)], G50 [300 ± 0,00 (7)],
G50/E [187,39 ± 34,84 (12)], G100 [256,05 ± 37,91 (6)] e G100/E
[65,18 ± 17,00 (14)]. Os valores mostram que, após 24 h, os animais
tratados com escopolamina sozinha ou associada ao OEG apresentam
melhora das funções cognitivas, o que pode ser observado pelo
aumento nos valores das latências dos grupos (Figura 4.1.7.), quando
comparados aos valores da esquiva 15 min. O grupo G100, 24 h após
a administração da droga, ainda apresenta um certo dano cognitivo, o
qual é mais acentuado quando o OEG é associado à escopolamina
(grupo G100/E). A associação parece potencializar o efeito amnésico
da escopolamina. Isto pode ser observado na figura 4.1.7. onde o valor
da latência para o grupo G100/E ainda permanece bastante diminuído,
mesmo após um período de 24 h da administração das drogas.
Os efeitos cognitivos observados com a administração oral do
OEG assumem um perfil semelhante àquele visto com a administração
i.p. do óleo: C [205,08 ± 26,59 (17)], E [38,81 ± 8,73 (10)], G25 [149,53
± 33,76 (10), G25/E [35,83 ± 8,77 (9)], G50 [164,5 ± 39,78 (10)], G50/E
[36,91 ± 4,87 (9)], G100 [ 126,43 ± 33,51 (10)], G100/E [26,56 ± 5,62
(8)], para esquiva 15 min e C [297,48 ± 1,77 (16)], E [156,41 ± 42,41
(10)], G25 [277,31 ± 18,11 (9)], G25/E [266,34 ± 37,21 (10)], G50
[300,00 ± 0,00 (10)], G50/E [108,8 ± 33,94 (10)], G100 [300,00 ± 0,00
(9)], G100/E [54,58 ± 9,71 (9)], para esquiva 24 h.
Seja para a esquiva 15 min ou 24 h, a administração oral do
OEG não é capaz de reverter os efeitos amnésicos da escopolamina,
4. RESULTADOS
74
como pode ser visto nas figuras 4.1.8. e 4.1.9. No primeiro gráfico, os
grupos tratados com OEG associado à escopolamina apresentam
valores de latência semelhantes aos do grupo E. Neste mesmo
gráfico, a administração do OEG sozinho não provoca alterações
cognitivas nas doses de 25 e 50 mg/Kg. Ocorreu, entretanto, uma
tendência para a redução da latência no grupo G100. Este fenômeno
ocorreu, provavelmente, devido à via de administração utilizada (v.o.)
não favorecer a completa absorção da droga. Ao se observar a figura
4.1.9. percebe-se que, 24 h após a administração das drogas, os
grupos tratados com escopolamina (sozinha ou associada)
apresentam uma melhor preformance no teste da EP, indicando
recuperação dos efeitos amnésicos da escopolamina. Estes grupos,
entretando, ainda apresentam diferenças significativas em relação aos
grupos que receberam apenas veículo ou OEG. Observa-se também
que o OEG, nas doses de 50 e 100 mg/Kg, quando associado à
escopolamina, potencializa os efeitos desta última droga.
4. RESULTADOS
75
Figura 4.1.7. Efeito do OEG (25, 50 e 100 mg/Kg, i.p.) em
camundongos submetidos ao teste da esquiva-passiva ( esquiva 15
min).
A latência para entrar no compartimento escuro, 15 min após o treino,
foi o parâmetro estudado. Os resultados foram expressos em média ±
EPM. Para análise estatística foram utilizados ANOVA e teste de
Student-Newman-Keuls como teste post hoc. Os resultados foram
considerados estatisticamente significativos (a, b, c, d, e; quando
comparado ao controle (C), escopolamina (E), OEG 25mg/kg (G25),
OEG 50 mg/Kg (G50) e OEG 100 mg/Kg (G100), respectivamente)
para valores de p < 0,05.
0
50
100
150
200
250
300
350
C
E
G2
5
G2
5/
E
G5
0
G5
0/
E
G10
0
G100/E
Latência / 300seg
a
b
a,c
b
a,e
a,b,c,d
a,b,c,d,e
4. RESULTADOS
76
Figura 4.1.8. Efeito do OEG (25, 50 e 100 mg/Kg, i.p.) em
camundongos submetidos ao teste da esquiva-passiva (esquiva 24 h).
A latência para entrar no compartimento escuro, 24 h após o treino, foi
o parâmetro estudado. Os resultados foram expressos em média ±
EPM. Para análise estatística foram utilizados ANOVA e teste de
Student-Newman-Keuls como teste post hoc. Os resultados foram
considerados estatisticamente significativos (a, b, c, d, e, f, g; quando
comparado ao controle (C), escopolamina (E), OEG 25 mg/kg (G25),
OEG 25 mg/kg + escopolamina (G25/E), OEG 50 mg/Kg (G50), OEG
50 mg/Kg + escopolamina (G50/E), OEG 100 mg/Kg (G100),
respectivamente) para valores de p < 0,05.
0
50
100
150
200
250
300
350
C
E
G
2
5
G25/E
G50
G
50
/
E
G
10
0
G100/E
Latência / 300seg
a
b
a,b,c
b
a,b,e
b
a,d,f,g
4. RESULTADOS
77
Figura 4.1.9. Efeito do OEG (25, 50 e 100 mg/Kg, v.o.) em
camundongos submetidos ao teste da esquiva-passiva (esquiva 15
min).
A latência para entrar no compartimento escuro, 15 min após o treino,
foi o parâmetro estudado. Os resultados foram expressos em média ±
EPM. Para análise estatística foram utilizados ANOVA e teste de
Student-Newman-Keuls como teste post hoc. Os resultados foram
considerados estatisticamente significativos (a, b, c, d; quando
comparado ao controle (C), escopolamina (E), OEG 25 mg/kg (G25), e
OEG 50 mg/Kg (G50), respectivamente) para valores de p < 0,05.
0
50
100
150
200
250
C
E
G25
G25/E
G50
G50
/
E
G100
G100
/
E
Latência / 300seg
a
b
a,c
b
a,d
a
4. RESULTADOS
78
Figura 4.1.10. Efeito do OEG (25, 50 e 100 mg/Kg, v.o.) em
camundongos submetidos ao teste da esquiva-passiva (esquiva 24 h).
A latência para entrar no compartimento escuro, 24 h após o treino, foi
o parâmetro estudado. Os resultados foram expressos em média ±
EPM. Para análise estatística foram utilizados ANOVA e teste de
Student-Newman-Keuls como teste post hoc. Os resultados foram
considerados estatisticamente significativos (a, b, c, d, e; quando
comparado ao controle (C), escopolamina (E), OEG 25 mg/kg +
escopolamina (G25/E), OEG 50 mg/Kg (G50) e OEG 100 mg/Kg
(G100), respectivamente) para valores de p < 0,05.
0
50
100
150
200
250
300
350
C
E
G25
G
2
5/
E
G50
G50/E
G100
G
1
00/E
Latência / 300seg
a
b
b
b
a,c,d
b
a,b,c,e
4. RESULTADOS
79
Teste dos tremores induzidos por oxotremorina:
A administração do OEG (100 mg/Kg, i.p.) reduziu,
significativamente, a intensidade dos tremores induzidos por
oxotremorina em aproximadamente 27%, quando comparado ao grupo
C. O mesmo efeito, entretanto, não foi observado com a dose menor
do óleo essencial (50 mg/Kg, i.p.): C [2,56 ± 0,19 (10)], O/A [0,00 ±
0,00 (10)], G50 [2,16 ± 0,17 (10)] e G100 [1,86 ± 0,19 (10)].
4. RESULTADOS
80
Figura 4.1.11. Efeito do OEG (50 e 100 mg/Kg, i.p.) sobre os tremores
induzidos por oxotremorina em camundongos.
A intensidade dos tremores induzidos por oxotremorina foi o parâmetro
estudado. Os resultados foram expressos em média ± EPM. Para
análise estatística foram utilizados ANOVA e teste de Student-
Newman-Keuls como teste post hoc. Os resultados foram
considerados estatisticamente significativos (a, b; quando comparado
ao controle (C) e oxotremorina + atropina (O/A), respectivamente) para
valores de p < 0,05.
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
C O/A O/G50 O/G100
Intensidade dos Tremores
a
b
a,b
4. RESULTADOS
81
4.2. ESTUDO DOS EFEITOS NEUROQUÍMICOS DO OEG:
Determinação da concentração das monoaminas e seus
metabólitos em hipocampo e corpo estriado de
camundongos:
A análise química realizada pelo método da cromatografia
líquida de alta eficiência (CLAE) em amostras de tecido cerebral
(hipocampo e corpo estriado) de camundongos, mostrou que o
tratamento diário com OEG (100 mg/Kg, i.p.) promoveu alterações na
concentração de alguns neurotransmissores e metabólitos no
hipocampo e corpo estriado daqueles animais. Os resultados estão
devidamente representados na tabela 4.2.1.
A análise dos resultados obtidos em hipocampo mostram que o
OEG promoveu uma diminuição da concentração de DA e seu
metabólito DOPAC em aproximadamente 75% e 64%, em relação aos
seus respectivos controles; o tratamento, entretanto, não alterou a
concentração de HVA, um outro metabólito da DA. Observa-se
também que houve um aumento da concentração de 5HT de
aproximadamente 80% em relação ao grupo controle; o seu metabólito
(5HIAA), entretanto, não apresentou alteração significativa.
A análise dos resultados obtidos em corpo estriado forneceu
alguns valores, cujo perfil difere daquele descrito no parágrafo anterior:
a concentração de DA mostrou-se diminuída aproximadamente 40%
em relação ao grupo controle e o seu metabólito (DOPAC) apresentou
um aumento de concentração de aproximadamente 15% em relação
ao seu respectivo grupo controle. A concentração de HVA não sofreu
modificação significativa. Os níveis de 5HT aumentaram (81%) com a
4. RESULTADOS
82
administração diária do OEG, porém, o seu metabólito 5HIAA não
sofreu alterações. A análise do conteúdo de NE no corpo estriado
mostrou um aumento significativo (aproximadamente 22%) da
concentração do neurotransmissor, em relação ao grupo controle.
4. RESULTADOS
83
Tabela 4.2.1. Efeito do OEG (100 mg/Kg, i.p.) sobre a concentração
das monoaminas e seus metabólitos em hipocampo e corpo estriado
de camundongos.
CROMATOGRAFIA LÍQUIDA DE ALTA EFICIÊNCIA (CLAE)
CONCENTRAÇÃO (ng/g Tecido) MONOAMINAS
METABÓLITOS
GRUPO
HIPOCAMPO C. ESTRIADO
NE
C _
189,21 ± 15,20 (8)
G100 _
243,86 ± 26,11*(13)
DA
C
50,41 ± 15,74 (5) 1.846,63 ± 186,52 (9)
G100
12,58 ± 3,61*(7) 1.104,00 ± 80,65*(12)
DOPAC
C
54,53 ± 15,71 (5) 1.442,67 ± 174,49 (9)
G100
19,15 ± 3,96*(6) 1.700,51 ± 282,10*(13)
5HT
C
32,36 ± 7,00 (6) 51,05 ± 12,12 (7)
G100
166,14 ± 38,41*(6) 273,39 ± 52,38* (13)
5HIAA
C
247,06 ± 41,95 (7) 64,25 ± 16,91 (7)
G100
321,71 ± 64,67 (7) 94,16 ± 14,47 (12)
HVA
C
70,37 ± 9,18 (6) 708,07 ± 76,07 (8)
G100
88,87 ± 20,51 (9) 336,96 ± 60,01 (13)
A concentração das monoaminas e metabólitos em hipocampo e corpo
estriado de camundongos foram os parâmetros estudados. Os
resultados foram expressos em média ± EPM. O número de animais
utilizados encontra-se entre parentesis. Para análise estatística foram
utilizados ANOVA e teste t de Student; os resultados foram
considerados estatisticamente significativos (*) para valores de p <
0,05.
4. RESULTADOS
84
4.3. ESTUDO DOS EFEITOS TÓXICOS DO OEG:
Avaliação dos efeitos farmacológicos gerais (teste
hipocrático) e da toxicidade do OEG:
A administração aguda do OEG (200, 400 e 800 mg/Kg, i.p.)
promoveu sedação em todos os animais tratados. Este efeito ocorreu
de maneira dose-dependente e a ação da droga teve início por volta
de 10-15 minutos após a administração do óleo. Durante a ação da
droga os animais mostravam-se bastante passivos, apresentando
diminuição da motilidade e do comportamento exploratório.
As doses de 200 e 400 mg/Kg não apresentaram nenhum outro
efeito farmacológico; a dose de 800 mg/Kg, entretanto produziu uma
leve diminuição da frequência respiratória, sem que houvesse prejuízo
às condições vitais dos animais. Durante todo o período de
observação (08 dias) não foi observada a ocorrência de morte dos
animais tratados.
A administração diária (8 dias) do OEG (25, 50 e 100 mg/Kg,
v.o. e i.p.) não produziu outro efeito farmacológico diferente daqueles
já observados. Alguns animais tratados com OEG (50 e 100 mg/Kg,
v.o. e i.p.) apresentaram diarréia.
4. RESULTADOS
85
Avaliação do efeito do OEG sobre a função hepática de
ratos tratados com tetracloreto de carbono (CCl4):
Os resultados referentes à ação do OEG sobre a função
hepática de ratos tratados com CCl4 estão representados na tabela
4.3.1. e figuras 4.3.1., 4.3.2. e 4.3.3. Como se pode observar, os
valores da atividade da enzima fosfatase alcalina não sofreram
alteração alguma de acordo com o protocolo experimental utilizado
(Tabela 4.3.1.). Os valores de bilirrubina também não apresentaram
alterações significativas, com exceção do grupo G200, que mostrou
um aumento da concentração plasmática do pigmento em torno de
40% em relação ao grupo controle e 35% em relação ao grupo T. Os
resultados sugerem, portanto, que o OEG na dose de 200 mg/Kg, i.p.
parece potencializar os efeitos hepatotóxicos do tetracloreto de
carbono.
A análise da atividade da enzima ALT/TGP apresentou os
seguintes valores (U/L): C [14,68 ± 1,02 (11)], T [92,34 ± 11,87 (15)],
G50 [120,40 ± 13,83 (10)], G100 [87,50 ± 4,45 (12)] e G200 [43,50 ±
6,48 (6)]. Pode-se observar que a administração do OEG reduziu em
53%a lesão hepática induzida por tetracloreto de carbono. Observa-se
ainda que tal redução ocorreu de maneira dose-dependente (Figura
4.3.2.).
A atividade da enzima AST/TGO, por sua vez, apresentou os
seguintes valores (U/L): C [55,25 ± 3,16 (12)], T [145,4 ± 9,20 (15)],
G50 [139,11 ± 6,23 (9)], G100 [125,00 ± 6,36 (10)] e G200 [111,00 ±
7,18 (6)]. Estes resultados reforçam a hipótese de que a dose de 200
mg/Kg de OEG protegeu o tecido hepático contra os efeitos tóxicos do
4. RESULTADOS
86
tetracloreto de carbono, mostrando uma redução da lesão hepática de
aproximadamente 23% em relação ao grupo T. Observa-se, também,
a ocorrência de um efeito dose-dependente muito sutil, de acordo com
a figura 4.3.3.
4. RESULTADOS
87
Tabela 4.3.1. Efeito do OEG (50, 100 e 200 mg/Kg, i.p.) sobre a
atividade da enzima fosfatase alcalina em soro de ratos tratados com
tetracloreto de carbono (CCl4).
GRUPOS ATIVIDADE DA ENZIMA FOSFATASE
ALCALINA
C
3,14 ± 0,30 (7)
T
3,98 ± 0,35 (6)
G50
4,15 ± 0,66 (6)
G100
4,91 ± 0,67 (6)
G200
3,80 ± 0,15 (6)
A atividade da enzima fosfatase alcalina foi o parâmetro estudado. Os
resultados foram expressos em média ± EPM. O número de animais
utilizados encontra-se entre parentesis. Para análise estatística foram
utilizados ANOVA e teste de Student-Newman-Keuls como teste post
hoc.
4. RESULTADOS
88
Figura 4.3.1. Efeito do OEG (50, 100 e 200 mg/Kg, i.p.) sobre a
concentração plasmática de bilirrubina em ratos tratados com
tetracloreto de carbono (CCl4).
A concentração plasmática de bilirrubina foi o parâmetro estudado. Os
resultados foram expressos em média ± EPM. Para análise estatística
foram utilizados ANOVA e teste de Student-Newman-Keuls como teste
post hoc. Os resultados foram considerados estatisticamente
significativos (a,b,c,d; quando comparado a C, T, OEG 50 mg/Kg
(G50) e OEG 100 mg/kg (G100), respectivamente) para valores de p <
0,05.
0
1
2
3
4
5
C T G50 G100 G200
Bilirrubina (mg/dL)
a,b,c,d
4. RESULTADOS
89
Figura 4.3.2. Efeito do OEG (50, 100 e 200 mg/Kg, i.p.) sobre a
atividade da enzima ALT/TGP em soro de ratos tratados com
tetracloreto de carbono (CCl4).
A atividade da enzima ALT/TGP foi o parâmetro estudado. Os
resultados foram expressos em média ± EPM. Para análise estatística
foram utilizados ANOVA e teste de Student-Newman-Keuls como teste
post hoc. Os resultados foram considerados estatisticamente
significativos (a,b,c,d; quando comparado a C, T, OEG 50 mg/Kg
(G50) e OEG 100 mg/kg (G100), respectivamente) para valores de p <
0,05.
0
50
100
150
C T G50 G100 G200
ALT/TGP (U/L)
a
a
a
b,c,d
4. RESULTADOS
90
Figura 4.3.3. Efeito do OEG (50, 100 e 200 mg/Kg, i.p.) sobre a
atividade da enzima AST/TGO em soro de ratos tratados com
tetracloreto de carbono (CCl4).
A atividade da enzima AST/TGO foi o parâmetro estudado. Os
resultados foram expressos em média ± EPM. Para análise estatística
foram utilizados ANOVA e teste de Student-Newman-Keuls como teste
post hoc. Os resultados foram considerados estatisticamente
significativos (a,b; quando comparado a C e T, respectivamente) para
valores de p < 0,05.
0
50
100
150
200
C T G50 G100 G200
AST/TGO (U/L)
a
a
a
a,b
5. DISCUSSÃO
91
5.1. ESTUDO DOS EFEITOS COMPORTAMNTAIS E
NEUROQUÍMICOS DO OEG:
Zingiber officinale Roscoe, membro da família Zingiberaceae,
conhecido popularmente como gengibre, é amplamente utilizado como
condimento em muitas partes do mundo. Durante séculos, os rizomas
desta planta têm sido utilizados como remédio natural na tradicional
medicina chinesa e indiana para o tratamento de uma série de
doenças, tais como reumatismo, asma, constipação, diabetes e etc. O
gengibre contém um grande número de ingredientes ativos presentes
em seus rizomas. Estas estruturas, ao sofrerem o processo de
destilação, produzem um óleo essencial que contém uma grande
quantidade de hidrocarbonetos sesquiterpenos, sendo o zingibereno o
principal constituinte do óleo essencial (Govindarajan, 1982). Outro
constituinte químico abundante no óleo essencial do gengibre é o
citral, composto bastante conhecido por sua atividade depressora
central (Vale et al., 1999).
A literatura disponível ainda não oferece informações suficientes
a respeito das ações centrais do óleo essencial de gengibre e de seus
principais constituintes químicos. Com o intuito de contribuir para um
maior conhecimento dos efeitos do óleo essencial de gengibre sobre o
sistema nervoso central, o presente trabalho estudou a possível
utilidade do óleo essencial como uma droga adjuvante no tratamento
de alguns transtornos comportamentais. Desta forma, o óleo essencial
do gengibre apresentou efeitos farmacológicos interessantes, cuja
importância será discutida a seguir.
A ansiedade é um termo utilizado para descrever um estado
emocional normal associado ao stress ou dificuldade psicológica
5. DISCUSSÃO
92
associada a uma condição patológica. Quando a ansiedade é crônica
e não está claramente associada a um evento bem definido, ela é
geralmente considerada anormal e própria para uma intervenção
psicológica ou psiquiátrica. Embora muitas formas de tratamento
sejam aplicadas, a ansiedade é atualmente tratada com drogas
ansiolíticas (Sanger, 1991).
Atualmente, o Labirinto em cruz elevado (LCE) é um dos
métodos mais populares, através do qual a ansiedade pode ser
medida em roedores (Montgomery, 1958; Pellow et al., 1985). Neste
modelo um rato (ou camundongo) é colocado no centro do labirinto
para livre exploração daquele ambiente (Rodgers et al., 1993; Rodgers
et al., 1997; Andersen et al., 2000).
Sabe-se que a relutância dos roedores em explorar os braços
abertos do labirinto é causada mais pelo medo que esses animais têm
de espaços abertos, do que pela própria altura do aparelho (Pellow et
al., 1985; Falter et al., 1992; Fernandes et al., 1996). Treit et al. (1993)
forneceram evidências de que a ausência da proteção lateral nos
braços abertos seria mais importante do que a altura, no
desencadeamento do medo no LCE, ou seja, o labirinto é um modelo
de ansiedade animal baseado no medo inato de que os roedores
possuem de ficar em espaços abertos e elevados.
Várias drogas ansiolíticas usadas rotineiramente
(benzodiazepínicos e alguns anticonvulsivantes) estão entre as
classes de drogas que modulam alostericamente os receptores GABA
(Olson, 2002). O ácido gama-amino butírico (GABA) é o
neurotransmissor inibitório predominante no sistema nervoso central e
5. DISCUSSÃO
93
o seu receptor (GABAA) é o principal alvo farmacológico de drogas
usadas em psiquiatria para induzir ansiólise e sedação.
Nos testes realizados no presente trabalho, o composto
ansiolítico diazepam (1,0 mg/Kg) comprovou sua atividade ansiolítica
no teste do LCE ao aumentar os parâmetros estudados (TPBA- tempo
de permanência nos braços abertos e NEBA- número de entradas nos
braços abertos) em relação ao grupo controle. A administração diária
do OEG, entretanto não alterou o comportamento dos animais tratados
no modelo do LCE, quando comparado ao diazepam e ao grupo
controle; isto ocorreu possivelmente pelo fato do constituinte químico
majoritário do óleo essencial (zingibereno) ser destituído de atividade
farmacológica do tipo benzodiazepínica (ansiolítica). Hansenorhl et al.
(1996) afirmam que o extrato padronizado hidrossolúvel (Zingicomb)
preparado a partir dos rizomas de Zingiber officinale Roscoe e das
folhas de Gingko biloba apresenta potente ação ansiolítica no modelo
do LCE. Os resultados obtidos no presente trabalho discordam, em
parte, daqueles apresentados por Hasenorhl. A disparidade de
resultados pode ser justificada pelo fato do material utilizado nos
trabalhos (óleo essencial e extrato padronizado - Zingicomb)
apresentar composição química diferente e, consequentemente, ação
farmacológica distinta.
O efeito ansiolítico do fitofármaco Zingicomb, portanto, parece
ocorrer em função da associação entre os rizomas de Zingiber
officinale Roscoe e as folhas de Gingko biloba, visto que os autores
ora citados (Hasenorhl et al., 1996) afirmam que os componentes
isolados do fitofármaco não apresentam efeito farmacológico no teste
do labirinto em cruz elevado. Esta última observação reforça o fato de
que o rizoma de Zingiber officinale Roscoe, per si, parece ser
5. DISCUSSÃO
94
destituído de constituintes químicos com efeito ansiolítico comprovado
no teste do LCE.
Hasenohrl et al. (1998) afirmam ainda que algumas drogas de
origem vegetal, como os rizomas pulverizados de gengibre, possuem a
propriedade de antagonizar os receptores para o neurotransmissor
serotonina (5HT). Na busca de drogas alternativas ao uso de
compostos benzodiazepínicos, antagonistas do receptor serotonérgico
(5HT3) têm sido estudados por causa de seus potenciais usos no
tratamento de desordens relacionadas ao medo e ansiedade (Costall
et al., 1992). Alguns constituintes químicos dos rizomas de Zingiber
officinale Roscoe, tais como os gingeróis e galactonas diterpenóides
são potentes antagonistas dos receptores serotonérgicos (Huang et al,
1990; Huang et al, 1991), os quais se encontram localizados no
hipocampo e amígdala, regiões do sistema límbico envolvidas na
gênese do medo e ansiedade (Kilpatrick et al., 1987). A administração
diária do OEG promoveu um aumento significativo da concentração de
serotonina no hipocampo dos animais tratados. Isto explicaria o fato de
o OEG ser destituído da atividade ansiolítica, relatada por alguns
autores.
O LCE é uma excelente ferramenta para detectar compostos
que tenham ação com o complexo receptor GABAA/Benzodiazepínico.
Este teste mostra-se muito sensível para determinar a influência do
receptor GABAA/Benzodiazepínico no processo de ansiedade, visto
que, outras drogas como a buspirona, que envolvem receptores
serotonérgicos, apresentam resultados muito variáveis em relação ao
modelo citado (Rodgers et al., 1997). Esta afirmação reforça os
resultados obtidos com o OEG no labirinto em cruz elevado,
5. DISCUSSÃO
95
mostrando a ausência de efeito ansiolítico do óleo essencial nas doses
e vias de administração utilizadas.
Pellow et al. (1985) afirmam que compostos que aumentam o
número de entradas nos braços abertos do LCE, como os
benzodiazepínicos, diminuem o comportamento exploratório e a
atividade motora de animais tratados; entretanto, compostos que não
apresentam efeito sobre a ansiedade, como o haloperidol e
antidepressivos tricíclicos, também diminuem o comportamento
exploratório e a atividade locomotora. Esta afirmação reforça os
resultados obtidos com o OEG no modelo do campo aberto, pois a
administração diária (i.p. ou v.o.) do óleo essencial diminuiu a
atividade exploratória (MAE, grooming e rearing) dos animais sem, no
entanto, apresentar efeito algum no modelo do LCE.
Testes de atividade locomotora e exploração em roedores são
largamente utilizados na avaliação de agentes psicotrópicos. Para
tanto, uma grande variedade de aparatos são utilizados como, por
exemplo, o campo aberto (Archer, 1973).
Atualmente, o campo aberto é um dos modelos animais mais
populares no campo da psicologia (Belzung, 1999). Neste modelo, um
animal (usualmente um roedor) é inserido em um ambiente
desconhecido, cuja escapatória seja impossibilitada pela presença de
paredes laterais que cercam este ambiente (Walsh et al., 1976).
Os efeitos de diferentes tipos de drogas têm sido investigados
no modelo do campo aberto, incluindo compostos com efeitos
ansiolíticos (benzodiazepínicos, neuropeptídeos e drogas
serotonérgicas), estimulantes (anfetaminas, cocaína), sedativos
5. DISCUSSÃO
96
(neurolépticos) ou indutores de prostração (drogas epileptogênicas)
(Prut et al., 2003). O modelo do campo aberto, portanto, possibilita
discutir a especificidade do efeito de uma droga, caso ela seja
estimulante, sedativa, ansiolítica ou ansiogênica (Lister, 1987).
O aumento da atividade locomotora pode ser considerado um
efeito estimulante, enquanto que a diminuição da atividade vertical
(NR) e horizontal (NC) são relacionados à sedação (Prut et al., 2003).
A administração diária do OEG promoveu diminuição da atividade
exploratória horizontal (NC), vertical (NR) e do comportamento de
auto-limpeza (NG) nos animais tratados com o óleo essencial nas
doses de 50 e 100mg/Kg.
A diminuição da atividade motora espontânea fornece uma
indicação do nível de excitabilidade do sistema nervoso central
(Mansur et al., 1971). Desta forma, os resultados revelam um
interessante efeito depressor (sedativo) do óleo essencial, o qual
ocorre de forma dose-dependente e cujo efeito máximo é obtido com a
dose de 100 mg/Kg, quando administrada via intraperitoneal. O
mesmo não pode ser observado com a administração oral da droga,
devido possivelmente à via de administração utilizada, a qual favorece
uma menor biodisponibilidade e o efeito farmacológico esperado não
ocorre em toda a sua plenitude.
Algumas plantas aromáticas do Nordeste do Brasil, como, por
exemplo, Lippia alba, apresentam efeito depressor no sistema nervoso
central, o qual parece ocorrer devido à presença de citral, um
componente químico presente em grande quantidade no óleo
essencial extraído das folhas da planta. O efeito deste constituinte
assemelha-se aquele observado com o composto diazepam (Matos et
5. DISCUSSÃO
97
al., 1999). Estudos das ações farmacológicas do citral sobre o sistema
nervoso central revelam que esta substância diminui a atividade
locomotora no campo aberto, reduz o tempo total de imobilidade e
potencializa a ação da imipramina do teste do nado forçado (Komori et
al., 1995). Desta forma, a presença de citral como um dos constituintes
químicos majoritários do OEG reforça o fato de que o óleo essencial
apresenta importante efeito sedativo no modelo do campo aberto.
Quase todas as espécies de animais passam uma grande parte
do tempo em comportamento de grooming (MacFarland et al., 1974).
Embora vários neurotransmissores possam modular a expressão
desse comportamento (Moody et al., 1988; Traber et al., 1988), a
dopamina está particularmente envolvida no processo (Cools et al.,
1988; Drago et al., 1999). O comportamento de grooming em roedores
ocorre pela estimulação e bloqueio dos sub-tipos de receptores
dopaminérgicos (Starr et al., 1986; Cromwell et al, 1996). Os
receptores dopaminérgicos dividem-se em duas famílias: a família D1-
símile, a qual inclui os subtipos D1 e D5 e a família D2-símile, que
inclui os subtipos D2, D3 e D4. Esses receptores realizam suas ações
por se acoplarem e ativarem diferentes complexos de proteínas G. Os
receptores D1-símile interagem com o complexo de proteínas Gs,
resultando em ativação da adenilil ciclase e aumento nos níveis de
AMPc intracelular. Os receptores D2-símile interagem com um
complexo de proteínas Gi com consequente inibição da produção de
AMPc (Cooper et al., 1991; Civelli et al., 1993; De Keyser, 1993).
A administração diária do OEG provocou uma diminuição do
número de “grooming” apresentado pelos animais no teste do CA. O
efeito apresentado pelo OEG sobre o número de grooming corrobora
com o fato de que o óleo essencial parece exercer um importante
5. DISCUSSÃO
98
efeito farmacológico sobre o sistema dopaminérgico, o qual é o
principal alvo farmacológico da terapia antipsicótica. A diminuição da
atividade locomotora e do comportamento exploratório nos grupos
tratados com OEG revela a ocorrência de efeitos farmacológicos
comuns àqueles observados com o uso de drogas antipsicóticas
(Bruhwyler et al., 1991). A análise da concentração das monoaminas e
seus respectivos metabólitos em corpo estriado dos animais tratados
com OEG revelou que o óleo essencial de gengibre diminuiu os níveis
de DA e aumentou a concentração do metabólito DOPAC. A
diminuição do neurotransmissor naquela área cerebral justifica a
ocorrência do efeito sedativo da droga em estudo. O mecanismo
envolvido neste processo parece ocorrer em função de um possível
aumento do metabolismo da DA, o que leva a uma diminuição do
neurotransmissor e consequente aumento da concentração do seu
respectivo metabólito (DOPAC).
A coordenação motora é um comportamento complexo e pode
refletir equilíbrio, força muscular e alterações na deambulação.
Dificuldades na performance motora pode prejudicar a realização de
testes comportamentias, tais como aprendizado e memória,
exploração e motivação. Um dos testes mais utilizados para o estudo
da coordenação motora é o teste do rota rod (Bogo et al., 1981). Este
teste foi popularizado por Dunham e Miya com a finalidade de avaliar
déficits neurológicos em ratos e camundongos (Rustay et al., 2003).
O tratamento diário com o OEG não produziu qualquer alteração
da coordenação motora nos animais submetidos ao teste do rota rod.
Este fato reflete a segurança quanto ao uso da droga, que, nas doses
e vias de administração utilizadas mostrou-se desprovida de qualquer
efeito tóxico central que comprometa a coordenação motora. De
5. DISCUSSÃO
99
acordo com Massaquoi et al. (1998), a perda da coordenação motora é
uma característica comum de muitas desordens neurológicas e um
dos efeitos farmacológicos mais facilmente observáveis em casos de
intoxicação. Sob este ponto de vista, o óleo essencial do gengibre
parece ser desprovido de qualquer potencial neurotóxico, de acordo
com o protocolo utilizado neste trabalho.
Rustay et al. (2003) recomendam que sejam utilizadas múltiplas
doses de drogas a serem testadas no modelo do rota rod, porque
muitos agentes depressores, como o etanol (Pohorecky 1977; Dudek
et al., 1994), barbitúricos (Dudek et al., 1994), benzodiazepínicos
(Crabbe et al., 1998) e alguns antagonistas glutamatérgicos (Diana et
al., 1994; Starr et al., 1994) podem apresentar efeito locomotor
bifásico, isto é, produzir estimulação em baixas doses e sedação em
doses maiores. O efeito bifásico mencionado anteriormente não foi
observado com a administração do OEG nas doses de 25, 50 e 100
mg/Kg, via oral ou intraperitoneal. A ocorrência de sedação com a
dose de 100 mg/Kg, entretanto, não foi capaz de produzir qualquer
déficit motor no teste do “rota rod”.
Drogas com ação depressora central alteram a coordenação
motora e habilidades manuais (Dale et al., 2001), prejudicando a
execução de atividades que exigem reflexo e um bom controle motor.
Este efeito de relaxamento muscular é observado com drogas do
grupo dos hipnóticos-sedativos, particularmente os benzodiazepínicos.
Estas drogas inibem os reflexos polissinápticos e a transmissão
internuncial e, em altas doses, podem deprimir a transmissão na
junção neuromuscular esquelética (Katsung, 2003). Os resultados
obtidos com o OEG no teste do rota rod são de fato importantes, pois
revelam que o óleo essencial, no protocolo utilizado, é desprovido de
5. DISCUSSÃO
100
efeitos prejudiciais ao desempenho motor e esta característica é de
grande valia quando se deseja uma droga com ação sedativa que não
cause comprometimento da coordenação motora.
Em poucas áreas das neurociências houve tantos avanços nos
últimos 10 anos como no referente aos mecanismos fisiológicos e
moleculares da formação ou consolidação da memória. Memória é a
aquisição, a formação, a conservação e a evocação de informações. A
aquisição é também chamada de aprendizagem: só se “grava” aquilo
que foi aprendido. A evocação é também chamada de recordação,
lembrança, recuperação (Izquierdo, 2002).
Evidências clínicas e experimentais têm dado suporte para a
hipótese de que o sistema colinérgico no cérebro está envolvido em
processos mnemônicos (Decker et al., 1991; Fibiger, 1991; Gallagher
et al, 1995). Hasselmo e colaboradores (Hasselmo et al., 1993;
Hasselmo, 1995) estudaram a influência neuromodulatória colinérgica
sobre o aprendizado e memória no hipocampo e córtex.
A acetilcolina é o neurotransmissor responsável pela
transferência de impulsos dos neurônios colinérgicos de células
nervosas colinoceptivas para células de tecidos inervados (Tucek et
al., 1993). Estudos fisiológicos sobre a acetilcolina indicam que o seu
efeito neuromodulador em nível celular é diverso, causando facilitação
sináptica e supressão, bem como hiperpolarização direta e
despolarização, tudo isto na mesma área cortical (Kimura et al., 1999).
Há mais de 86 anos atrás, Dale em 1914, dividiu as ações da
acetilcolina em muscarínicas e nicotínicas. Estes efeitos são mediados
por duas classes distintas de receptores que possuem pouca coisa em
5. DISCUSSÃO
101
comum, a não ser a habilidade de se ligar à acetilcolina (Ehlert et al.,
1995).
Experimentos comportamentais indicam que a acetilcolina está
envolvida em uma grande variedade de funções cognitivas, tais como
percepção, atenção seletiva, aprendizado associativo e memória
(Hasselmo, 1995; Everit et al., 1997; Holland, 1997). O papel do
sistema colinérgico sobre o aprendizado e memória tem sido
exaustivamente estudado (Watts et al., 1981; Bartus et al., 1982;
Murray et al., 1986).
Os receptores muscarínicos são amplamente distribuídos em
todo o corpo e exercem inúmeras funções vitais no cérebro e no
sistema nervoso autonômico. No cérebro, os receptores muscarínicos
são importantes na memória (Drachman et al., 1974; Safer et al.,
1971) e na fisiopatofisiologia de doenças afetivas (Janowsky et al.,
1972; Sitaram et al., 1980) e esquizofrenia (Tandon et al., 1991;
Tandon et al., 1992). Devido ao seu possível papel na função cognitiva
os receptores muscarínicos são alvo de pesquisa no caso da doença
de Alzheimer.
A doença de Alzheimer é caracterizada por uma disfunção
colinérgica no neocórtex e hipocampo, a qual é diretamente
proporcional à severidade do déficit cognitivo em pacientes que
apresentam a doença (Perry et al., 1978; Wilcock et al., 1982). Esses
achados levaram à busca de agentes que aumentem o nível de
acetilcolina no cérebro (Isoame et al., 2003). Com este propósito,
foram estudadas as ações do OEG sobre as funções cognitivas
(aprendizado e memória) de camundongos submetidos ao teste da
esquiva-passiva. Este teste mimetiza um déficit colinérgico, como
5. DISCUSSÃO
102
aquele observado na doença de Alzheimer, o qual se reflete nas
funções cognitivas do animal. Tal efeito é obtido com a administração
intraperitoneal de um antagonista colinérgico (escopolamina), o qual
altera a performance cognitiva de animais experimentais em uma
grande variedade de testes de aprendizado e memória, como no caso
da esquiva-passiva (Isoame et al., 2003).
O OEG apresentou um efeito inesperado, porém bastante
interessante: a administração do óleo essencial promoveu um déficit
no aprendizado e na memória dos camundongos, quando submetidos
à esquiva de 15 min e 24 horas, respectivamente. Este efeito foi mais
evidenciado com a dose de 100mg/Kg, i.p. e v.o. Quando associado à
escopolamina, o OEG parece potencializar os efeitos cognitivos da
droga. No modelo da esquiva-passiva, o OEG aparenta possuir um
efeito anticolinérgico. Tal evidência é apoiada por Prado-Alcalá et al.
(1993), ao afirmar que em muitos casos, a administração central ou
sistêmica de drogas anticolinérgicas ou lesões do sistema colinérgico
causam déficit na memória, enquanto que drogas que aumentam a
atividade colinérgica exercem o efeito contrário. Este resultado, um
tanto desapontador, descarta a possibilidade do OEG ser uma droga
adjuvante no tratamento da doença de Alzheimer, visto que o uso do
óleo essencial poderia piorar o déficit cognitivo causado pela patologia.
Hasenohrl et al. (1998) ao estudar o efeito do fitofármaco
Zingicomb sobre a memória de ratos submetidos aos testes da
esquiva-passiva e do labirinto aquático de Morris, concluiram que o
fitofármaco é desprovido de qualquer efeito negativo sobre as funções
cognitivas (aprendizado e memória). Estes resultados contrastam com
aqueles obtidos no presente trabalho, uma vez que o OEG, no teste da
esquiva-passiva, parece potencializar o efeito amnésico da
5. DISCUSSÃO
103
escopolamina. Em adição, o efeito positivo do Zingicomb sobre a
memória pode ser o resultado da ação farmacológica do Gingko
biloba, componente do fitofármaco com comprovada atividade
neuroprotetora (Oberpichler et al., 1988; Droy-Lefaix et al., 1995).
Sabe-se ainda que extratos de Gingko biloba causam melhora do
aprendizado (Stoll et al., 1996) e da memória em ratos velhos (Petkov
et al., 1993) e atenuam a amnésia induzida pela escopolamina no
teste da esquiva-passiva (Chopin et al., 1992). É bem possível,
portanto, que o efeito do Zingicomb sobre as funções cognitivas dos
animais seja exercido pelo Gingko biloba, e não pela associação com
Zingiber officinale Roscoe.
A oxotremorina é uma droga agonista dos receptores
muscarínicos e sua atividade tremorogênica parece ser mediada
principalmente através da estimulação central do sistema colinérgico
(Bebbington et al., 1966). Ao reverter os tremores induzidos por
oxotremorina, o OEG (100 mg/Kg, i.p.) comprovou exercer um efeito
antagonista sobre o sistema colinérgico, confirmando a hipótese de
que o óleo essencial produz déficit cognitivo sozinho ou quando
associado à escopolamina, potencializando os efeitos anticolinérgicos
desta droga no modelo da esquiva-pasiva.
A análise do conteúdo das monoaminas e seus metabólitos em
hipocampo de camundongos tratados com OEG mostrou que o óleo
essencial diminuiu significativamente os níveis de DA, DOPAC. A
diminuição dessas substâncias parece ter participação no déficit
cognitivo induzido pelo OEG. Denemberg et al. (2004) afirmam que o
sistema dopaminérgico está implicado em processos cognitivos em
uma grande variedade de áreas cerebrais, incluindo o sistema
mesolímbico, e que a dopamina endógena parece ser um fator
5. DISCUSSÃO
104
regulador importante em alterações sinápticas observadas durante
certos estágios dos processos de aprendizado, memória e plasticidade
sináptica (Weiss et al., 2003). Em adição, Jay (2003) afirma que a
administração de serotonina (5HT) produz um déficit significante no
teste da esquiva-passiva; isto ocorre porque os receptores 5HT estão
envolvidos nos efeitos amnésicos da serotonina. O aumento da
concentração de 5HT e a diminuição de DA e DOPAC no hipocampo
dos animais tratados com OEG parece exercer um efeito adicional
sobre o déficit cognitivo observado nos animais tratados com OEG.
5. DISCUSSÃO
105
5.2. ESTUDO DOS EFEITOS TÓXICOS DO OEG:
A administração aguda do OEG, nas doses de 200, 400 e 800
mg/Kg não provocou qualquer efeito tóxico nos animais tratados.
Mascolo et al., (1989) afirmam que a DL50 aguda do gengibre em
ratos é maior que 5 g do óleo por quilograma de peso corpóreo,
mostrando que o composto em questão apresenta uma baixa
toxicidade. Os efeitos farmacológicos obtidos com a administração
aguda do óleo essencial diferem muito pouco daqueles observados
quando o OEG é administrado durante oito dias consecutivos, nas
doses de 25, 50 e 100 mg/Kg, v.o. e i.p. A administração diária do
OEG, entretanto, provocou diarréia em alguns animais que receberam
a droga nas doses de 50 e 100 mg/Kg, v.o. e i.p. O gengibre exibe
seus efeitos mais proeminentes no sistema gastrointestinal, onde
parece estimular a motilidade gastrointestinal (Suekawa et al., 1984;
Suekawa et al., 1986). De fato, os efeitos do gengibre em aumentar a
motilidade intestinal são similares aos efeitos da metoclopramida
(Yamahara et al., 1990), o que justifica a ocorrência de diarréia em
alguns animais tratados com o óleo essencial.
Existe um grande número de drogas de origem natural,
utilizadas como hepatoprotetores na tradicional medicina chinesa e
indiana. Os mecanismos de ação envolvidos no processo diferem
bastante; muitas dessas drogas agem como sequestradores de
radicais livres, outras como inibidoras enzimáticas ou até mesmo como
mitógenos. Os antioxidantes e sequestradores de radicais livres têm
sido usados particularmente no estudo do mecanismo de toxicidade
induzido pelo tetracloreto de carbono (CCl4), protegendo as células
hepáticas contra o dano induzido pelo CCl4, ao quebrar a reação em
cadeia da peroxidação lipídica (Weber et al., 2003).
5. DISCUSSÃO
106
De Groot et al., (1986) afirmam que a ação tóxica de alguns
compostos químicos parece ser originada da destruição dos ácidos
graxos poliinsaturados ligados à membrana durante o processo de
peroxidação lipídica. De fato, a toxicidade de compostos químicos ou
de seus metabólitos pode ser o resultado de interações covalentes
(primárias) com alvos moleculares críticos, tais como o DNA, lipídeos,
proteínas e carboidratos, ou de alterações de processos bioquímicos
(peroxidação lipídica e geração de espécies reativas de oxigênio)
(Weber et al., 2003).
O fígado é o principal sítio para que os efeitos tóxicos do
tetracloreto de carbono se manifestem. Mudanças patológicas que
seguem o envenenamento por CCl4 têm sido identificadas a nível
bioquímico e ultraestrutural (Reynolds, 1963). O tetracloreto de
carbono CCl4, uma hepatotoxina, tem sido usado durante décadas
para induzir dano hepático em vários modelos experimentais para
elucidar os mecanismos envolvidos no processo de hepatotoxicidade
(Hardin, 1954). Após a administração oral, o CCl4 é concentrado no
fígado e atinge um nível máximo de cerca de 1 mg por grama de
tecido hepático em um intervalo de tempo de 1 a 2 horas (Reynolds,
1963). Os primeiros achados histológicos de dano hepático podem ser
observados de 5 a 6 horas após a administração do composto, tempo
no qual o processo de necrose tem início (Lockard et al., 1983). Após
12 horas, uma zona central de necrose torna-se evidente, que evolui
para uma necrose maciça no intervalo de 24 a 48 horas (Zimmermann,
1976).
O dano hepático induzido por CCl4 é caracterizado pela
alteração de um grande número de funções celulares e as alterações
bioquímicas ocorrem antes que o dano histológico seja evidente.
5. DISCUSSÃO
107
Nesse período ocorre um aumento nos lipídeos microssomais, que
pode ser observado 3 horas após a administração de CCl4, porém o
dano mitocondrial ainda não é evidente (Recknagel et al., 1959).
O CCl4 pertence ao grupo de hepatotoxinas que necessitam de
ativação metabólica para desencadear suas ações tóxicas (Monks et
al., 1988; Nelson et al., 1990). O metabolismo da droga tem início com
a formação do radical livre triclorometil CCl3* (McCay et al., 1984)
através da ação do sistema de oxigenases de função mista do
citocromo P450 do retículo endoplasmático (Slater, 1984; Nelson et al.,
1987). Este processo envolve a clivagem redutora da ligação carbono-
cloro. O radical CCl3* formado reage com várias substâncias de
importância biológica, tais como os aminoácidos, nucleotídeos, ácidos
graxos, proteínas, ácidos nucléicos e lipídeos (Castro, 1984), retirando
delas um átomo de hidrogênio, especialmente dos ácidos graxos
insaturados, com consequente formação de moléculas de clorofórmio.
Na presença do hidrogênio, o radical CCl3* é convertido a outro radical
livre, o preoxil-triclorometil (CCl3OO*).
O radical CCl3OO* reage prontamente com os ácidos graxos
poliinsaturados, retirando átomos de hidrogênio destes compostos,
dando início ao processo de peroxidação lipídica. A retirada de átomos
de hidrogênio dos ácidos graxos inicia uma série complexa de reações
que culminam com a desintegração completa das moléculas de ácidos
graxos poliinsaturados e a formação aldeídos, grupamentos carbonil e
alcanos (Cheeseman et al., 1985; Comporti, 1985; Tribble et al., 1987).
Na China e Japão, o gengibre é um ingrediente bastante
utilizado para o tratamento de desordens gastrointestinais e hepáticas
(Iwu, 1993). Tal fato tem sido comprovado com os resultados do
5. DISCUSSÃO
108
presente estudo, os quais mostraram que o OEG realmente apresenta
ação hepatoprotetora, ao diminuir a lesão hepática induzida por
tetracloreto de carbono em ratos, como foi evidenciado através da
análise da atividade das enzimas ALT/TGP e AST/TGO.
O aumento plasmático das enzimas aminotransferases ocorre
como consequência da peroxidação lipídica induzida pelo CCl4. Este
processo destrói a membrana plasmática dos hepatócitos,
promovendo a liberação daquelas enzimas para a corrente sanguínea.
A determinação de ALT e AST em amostras de sangue fornece,
portanto, um perfil da função hepática, sendo a ALT mais sensível na
detecção de lesão hepatocelular. Valores de ALT são iguais ou
superiores aos de AST na maioria dos casos de hepatite viral, icterícia
pós-hepática ou colestase intra-hepática. Nos casos de cirrose
hepática, hepatite alcóolica ou carcinoma metastático, os valores de
ALT são inferiores aos de AST (http://www.labtest.com.br
). O processo
de cirrose induzido em ratos através do CCl4 parece ser similar ao que
ocorre em seres humanos (Tamayo, 1983). A administração do OEG
(200 mg/Kg, i.p.) ao reduzir os valores das aminotransferases mostrou-
se eficaz no tratamento da cirrose hepática quimicamente induzida.
Dhuley et al. (1997); Goleet al. (1997) e Mitra et al. (1999)
afirmam que 2 mL de CCl4 corresponde à melhor dose para induzir o
dano hepático, uma vez que ocorre um aumento significativo da
atividade das enzimas ALT, AST e FA e dos níveis séricos de
bilirrubina, sem que ocorra a morte dos animais. Doses menores de
tetracloreto de carbono causam um aumento da atividade das enzimas
ALT e AST e pouca alteração da atividade da FA e dos níveis de
bilirrubina (Janakat et al., 2002). Um perfil semelhante a este foi
reproduzido no presente trabalho: a administração de 0,5 mL/Kg de
5. DISCUSSÃO
109
CCl4 (50% em óleo de oliva, i.p.) aumentou a atividade das enzimas
ALT e AST e o tratamento com o OEG diminuiu, de maneira dose-
dependente, a atividade das aminotransferases. A enzima FA não
sofreu alteração alguma. Os valores de bilirrubina, entretanto,
apresentaram-se surpreendentemente elevados no grupo G200. Tal
fato, entretanto, não contradiz os resultados obtidos através da
atividade das enzimas ALT e AST, visto que estas enzimas são
marcadores mais sensíveis da lesão aguda dos hepatócitos. A
bilirrubina, entretanto, pode apresentar-se elevada no plasma como
uma consequência de vários fatores, a saber: hemólise; incapacidade
do mecanismo de conjugação no interior do hepatócito e obstrução do
sistema biliar (Gaw et al., 2001).
O mecanismo bioquímico envolvido no desenvolvimento da
hepatotoxicidade induzida por CCl4 já é bastante conhecido, de forma
que a geração do radical livre triclorometil a partir do metabolismo do
CCl4 é o fator crucial na patogênese da lesão hepática quimicamente
induzida (Clawson, 1989). Ahmed et al. (1999) comprovaram a ação
anti-oxidante do gengibre em animais experimentais. Este fato reforça
a hipótese de que o OEG parece exercer uma ação hepatoprotetora
ao combater a peroxidação lipídica gerada pelo metabolismo hepático
do CCl4 com a formação subsequente de radicais livres, altamente
lesivos.
Alguns achados mostram que a toxicidade induzida por CCl4
pode ser revertida por meio de um pré-tratamento com inibidores do
metabolismo do CCl4 (Brady et al., 1991) e compostos com ação
antioxidante (Min et al., 1992; Paduraru et al., 1996). Ahmed et al.
(2000) mostraram que o gengibre inibe a peroxidação lipídica ao
modular a atividade das enzimas anti-oxidantes (SOD, Catalase,
5. DISCUSSÃO
110
Glutathiona peroxidase), o que protegeria o tecido hepático contra o
stress oxidativo. Este, portanto, parece ser o mecanismo responsável
pelo efeito hepatoprotetor do OEG, em ratos.
6. CONCLUSÕES
111
6. CONCLUSÕES:
O OEG, nas doses e vias de administração utilizadas, não
apresentou efeito ansiolítico no modelo do LCE;
O OEG diminuiu o número de cruzamentos, de grooming e de
rearing dos animais tratados diariamente com o óleo essencial
nas doses de 50 e 100 mg/Kg, i.p.;
O efeito sedativo do OEG ocorre de forma dose-dependente e o
efeito máximo da droga parece ocorrer com a dose de 100
mg/Kg, i.p.;
A administração oral do OEG diminuiu o movimento aleatório
espontâneo, o número de grooming e rearing dos animais
tratados diariamente com o óleo essencial na dose de 100
mg/Kg, i.p.;
O OEG, nas doses e vias de administração utilizadas, não
alterou a coordenação motora dos animais no teste do RR;
No teste dos tremores induzidos por oxotremorina o OEG (100
mg/Gg, i.p.) apresentou efeito anticolinérgico ao reduzir a
intensidade dos tremores;
A administraçãpo diária do OEG diminuiu os níveis de DA e
aumentou a concentração de DOPAC e 5HT em hipocampo de
camundongos tratados com OEG (100 mg/Kg, i.p.);
6. CONCLUSÕES
112
A administraçãpo diária do OEG diminuiu os níveis de DA,
DOPAC e aumentou a concentração de 5HT em corpo estriado
de camundongos tratados com OEG (100 mg/Kg, i.p.);
O efeito sedativo do OEG parece ocorrer como o resultado da
diminuição de DA e conseqüente aumento do seu metabólito
(DOPAC) no corpo estriado dos animais tratados com o óleo
essencial;
A administração do OEG (50 e 100 mg/Kg, i.p. e v.o.), sozinho
ou associado à escopolamina, promoveu uma perda de memória
nos animais no teste da EP. Este efeito ainda era evidente
mesmo após o tempo de 24 horas da administração do óleo
essencial;
O efeito amnésico do OEG ocorre como o resultado da ação do
óleo essencial sobre o sistema colinérgico (ação anti-
colinérgica);
A diminuição da concentração de DA e o aumento de 5HT no
hipocampo de camundongos tratados com OEG parece
influenciar no dano cognitivo observado nos animais tratados
com OEG;
O OEG administrado diariamente (25, 50 e 100 mg/Kg, i.p. e
v.o.) mostrou ser uma droga relativamente segura, visto que não
apresentou outros efeitos tóxicos além de diarréia apresentada
por alguns animais tratados com OEG nas doses de 50 e 100
mg/Kg, i.p e v.o.;
6. CONCLUSÕES
113
A administração de doses maiores do OEG (200, 400 e 800
mg/Kg, i.p.) não apresentou outro efeito, além da sedação já
observada com doses menores da droga;
O OEG (200 mg/Kg, i.p.) apresentou efeito hepatoprotetor,
reverter a lesão hepática induzida por CCl4. Este efeito foi
observado através da diminuição da atividade das enzimas AST
e ALT no soro dos animais;
O efeito hepatoprotetor do OEG parece ocorrer como o
resultado da ação anti-oxidante do óleo essencial sobre os
radicais livres formados a partir do metabolismo hepático do
CCl4.
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