Pesquisador: Isso por que ele está no mercado há mais tempo, as empresas o conhecem
mais... são mais antigos...
GAD 5
É um pré-conceito. Eu acompanhei este retorno dos cursos técnicos que o Senai tem feito... e
o Senac, uma campanha bem forte em cima. O Senac é conceituado até fora do país. E o
Senai também tá retomando isso. Sandro, eu acho, que no Brasil, eu acho que isso é até uma
questão de mudança cultural mesmo, eu acho que vai levar um certo tempo. Alemanha... a
gente sabe que valorizado é o técnico... hoje a gente sente dificuldade em técnico... às vezes
eu deixo de atender um cliente porque não tem profissional preparado... técnico em
edificação, técnico em mineração... então às vezes a gente não encontra no mercado de
trabalho, porque não tem. Eu acho que se for feito uma campanha melhor, esclarecer melhor,
por exemplo: o conteúdo, nível de qualificação destes cursos, para que mude, sabe, por que
eu vou ser bem sincera com você: faculdade é ótimo, a gente tem que fazer sim. Te abre
caminho, te expande conhecimento... não para todos. Faculdade não te traz cultura. Ela te
traz a teoria. Cultura e conhecimento você adquiri fora. Mas eu acho que, sinceramente, é
isso que eu estou te falando, os cursos técnicos do Senai, por exemplo, são excelentes. Hoje,
eu vejo, por exemplo, o curso de chefe de cozinha do Senac e tem a Estácio de Sá que tem o
curso de gastronomia. O gastronomia, ele é um pouquinho mais completo. Você tem...
completo que eu digo assim... eu acho que é mais floreado para estender, porque no Senac
você aprende basicamente as mesmas coisas: é gerenciar, é ter liderança, é vender,
atendimento, é cozinhar, é lidar com seu estoque, montar seu restaurante. A faculdade
também. Eu acho que o curso de gastronomia são três anos, o Senac, um ano. Você sai tanto
quanto ou melhor até do que um que fez o curso superior. E na verdade, também, por já ter
sido estudante, observar os meninos que estão estudando, muita gente leva a faculdade só
para ter o diploma. Ao contrário de quem faz o curso técnico, que já é uma pessoa que já está
mais velho, com uma bagagem de vida mais sofrida, porque são pessoas com um nível
aquisitivo menor, não tem condições de pagar uma faculdade, você leva com mais seriedade.
Isso de conversar com as pessoas... assim, as pessoas levam mais a sério. Saem excelentes
profissionais. Eu tenho visto muita gente que faz faculdade, gasta, investe... eu não
contrataria se eu tivesse o emprego. De jeito nenhum. Porque não leva a sério, não está nem
aí.
Pesquisador: O que definiria, na hora da contratação, esse profissional? Você tem dois
funcionários: um técnico e um graduado. O que definiria a contratação: a formação ou a
experiência dele?
GAD 5
A experiência... dependendo do cliente, Sandro, que ele nos passa, por exemplo, perfil
pessoal: pessoa madura, pró-ativa, comprometida, dinâmica, interessada, com conhecimento
sólido ou experiência... então eu acho que é isso que o cliente está olhando hoje, um
pouquinho. Mas existe sim, ainda, de alguns segmentos, um pré-conceito em relação a esses
cursos técnicos. Mas eu acho que tem que mudar. Para mudar eu acho que tem que ter um
esclarecimento melhor. Divulgar mais... por exemplo: lá em Santa Luzia, eu monto os
quadros sobre... cada vez eu ponho um sobre as profissões técnicas, que é esse almanaque do
Senai. Então por exemplo, o da panificação põe lá. O pessoal acha que fazer um curso de
panificação é sair padeiro, e não é. Então quando ele chega e lê todas as possibilidades
profissionais e conhecimentos, ele te mostra uma oportunidade... não é ser só aquele