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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
FACULDADE DE MEDICINA
DEPARTAMENTO DE FISIOLOGIA E FARMACOLOGIA
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FARMACOLOGIA
AVALIAÇÃO FARMACOCINÉTICA DE DUAS
FORMULAÇÕES DE MINOCICLINA EM CONDIÇÕES DE
JEJUM E APÓS DIETA RICA EM CÁLCIO
ANA PAULA DE AZEVEDO LEITÃO
FORTALEZA – CE
2001
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L 548a Leitão, Ana Paula de Azevedo
Avaliação farmacocinética de duas formulações de
minociclina em condições de jejum e após dieta rica em
cálcio / Ana Paula de Azevedo Leitão – Fortaleza, 2001.
181 f.
Orientadora: Profa. Dra. Maria Elisabete Amaral de
Moraes.
Dissertação (Mestrado). Universidade Federal do Ceará.
Departamento de Fisiologia e Farmacologia.
1. Minociclina 2. Dieta rica em cálcio 3. Farmacocinética
I. Título.
CDD 615.329
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ii
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
FACULDADE DE MEDICINA
DEPARTAMENTO DE FISIOLOGIA E FARMACOLOGIA
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FARMACOLOGIA
AVALIAÇÃO FARMACOCINÉTICA DE DUAS
FORMULAÇÕES DE MINOCICLINA EM CONDIÇÕES DE
JEJUM E APÓS DIETA RICA EM CÁLCIO
ANA PAULA DE AZEVEDO LEITÃO
Dissertação submetida à Coordenação do Curso
de Pós Graduação em Farmacologia do
Departamento de Fisiologia e Farmacologia da
Universidade Federal do Ceará, como requisito
parcial para obtenção do título de Mestre em
Farmacologia.
Orientadora: Profa. Dra. Maria Elisabete
Amaral de Moraes
2001
iii
AVALIAÇÃO FARMACOCINÉTICA DE DUAS
FORMULAÇÕES DE MINOCICLINA EM CONDIÇÕES DE
JEJUM E APÓS DIETA RICA EM CÁLCIO
ANA PAULA DE AZEVEDO LEITÃO
Esta dissertação foi submetida como parte
dos requisitos necessários para a obtenção
do Grau de Mestre em Farmacologia,
outorgado pela UFC e encontra-se a
disposição dos interessados na Biblioteca
do Centro de Ciências da Saúde da
referida universidade.
A citação de qualquer trecho desta
dissertação é permitida, desde que
realizada de acordo com as normas da
ética científica.
Dissertação aprovada em:22 / 08 / 2001
Profª Dra. Maria Elisabete Amaral de Moraes
Orientadora
Profª Dra. Geanne Matos de Andrade Cunha
Profª Dra. Helena Serra Azul Monteiro
iv
P
P
O
O
E
E
M
M
A
A
“Teu amor sem exigência me diminui,
tua exigência sem amor me desanima,
teu amor exigente me faz crescer.”
v
D
D
E
E
D
D
I
I
C
C
A
A
T
T
Ó
Ó
R
R
I
I
A
A
Dedico esta dissertação a todas as preciosidades que Deus me deu, meu pai,
minha mãe, meu esposo e meu filhinho que estar por nascer.
vi
Agradecimentos
A Deus, por se fazer sempre muito presente, dando-me forças para
enfrentar todos os momentos dessa caminhada.
Minha Família, em especial ao Carmelo Filho, por me compreender e
me ajudar sempre, participando de todos os momentos desse trabalho, em
especial os mais difíceis, me apoiando em tudo que fosse necessário.
Dra. Mª Elisabete Amaral de Moraes, minha orientadora, a qual
apoiou-me na construção do saber científico, através de seus ensinamentos, bem
como, oferecendo a oportunidade de realização de cursos em outros estados
brasileiros. Também pude observar o afinco, a dedicação e o respeito a pesquisa
clínica, ao voluntário, o que a faz conquistar espaços ainda obscuros.
Dra. Geanne Matos de Andrade Cunha, por ter aceitado participar da
banca examinadora da dissertação de mestrado. Por ser um exemplo de ser
humano. Com sua sala sempre cheia de bolsistas e pós-graduandos de diversos
laboratórios, sempre fui recebida com um sorriso largo e despedi-me com uma
valiosa contribuição científica.
Dra. Helena Serra Azul Monteiro, por ter aceito participar como
membro da banca examinadora da dissertação de mestrado.
vii
Dr. Manoel Odorico de Moraes, por colaborar sempre, seja com sua
biblioteca, ou na confecção de slides, ou ainda com seus ensinamentos
enriquecedores que muito contribuíram ao longo do Mestrado, bem como em
sua participação no Exame de Qualificação.
Dr. Fernando Antônio Frota Bezerra, amigo e professor, por estar
sempre disposto a nos ensinar a ciência com grande arte e sabedoria de um
mestre.
Dra. Gisela Costa Camarão, por ter participado da banca do Exame de
Qualificação contribuindo bastante para o meu engrandecimento acadêmico.
Dr. Jaime Ilha por estar sempre disposto à prestar seus valiosos
esclarecimentos sobre bioestatística.
Professores do Curso de Pós-Graduação, por terem transmitido com
muita sapiência seus conhecimentos.
Amigos da Unidade de Farmacologia Clínica, meu agradecimento a
todos vocês por terem colaborado na minha pesquisa científica, fazendo do
trabalho diário um ambiente mais ameno e alegre.
viii
Colegas de Pós-Graduação, por termos juntos vencidos tantas
disciplinas, apresentações de artigos e provas com um saldo maravilhoso, que é
nossa amizade.
À Maria Tereza e Flávia, da UNIFAC, pela presteza e competência
com que colaboram, bem como pelos momentos agradáveis que tivemos.
Ao Ronaldo Soares, da UNIFAC, por sempre transmitir com boa
vontade seu saber e sua experiência.
As secretárias do Departamento de Fisiologia e Farmacologia, Sílvia,
Aura, Marta, Joana e Rejane que sempre estiveram dispostas a nos ajudar no que
fosse preciso.
Aos técnicos, Silvana e Evanir pelo apoio na realização dos
experimentos.
Comitê de Ética em Pesquisa Clínica, pelas críticas e sugestões,
engrandecendo ainda mais o trabalho a ser desenvolvido e não permitindo
abusos com seres humanos.
ix
Laboratório Stiefel Ltda., Brasil, por ter patrocinado o estudo,
oferecendo subsídios para que o mesmo fosse realizado.
CNPq, por ter colaborado financeiramente durante todo o
desenvolvimento da pesquisa.
x
Índice
Poema iv
Dedicatória v
Agradecimentos vi
Índice x
Lista de Abreviaturas xiv
Lista de Figuras xv
Lista de Tabelas xvi
Anexos xviii
Resumo xix
Abstract xx
Prefácio xxi
Definições xxiii
Introdução 02
A Importância da Farmacologia Clínica 02
As Quatro Fases da Terapêutica 08
Fase Farmacêutica 08
Figura 1 - Fase Farmacêutica 09
Fase Farmacocinética 10
Absorção 10
Distribuição 12
Biotransformação 12
Eliminação dos Fármacos 14
Fase Farmacodinâmica 16
Fase Terapêutica 17
Minociclina 17
Figura 2 - Fórmula estrutural da minociclina 18
Figura 3 - Fórmula estrutural da tetraciclina 19
Farmacologia 19
Farmacologia Clínica 21
Farmacocinética 23
Biodisponibilidade 23
Distribuição 24
Metabolismo 24
Relação Dose-Efeito 25
Microbiologia 25
Espectro Antibacteriano 26
Bactérias Gram Negativas 26
Bactérias Gram Positivas 26
xi
Indicações Terapêuticas 27
Contra-indicações 28
Interações com Drogas 33
Exemplos de Interações Medicamentosas com
Tetraciclinas
34
Interações com Alimento 35
Tetraciclinas versus Alimentos 37
Apresentação Farmacêutica 38
Objetivos 39
Material e Métodos 40
Protocolo Clínico 42
Delineamento do Estudo 42
Seleção de Voluntários 43
Exames Laboratoriais 43
Critérios de Inclusão 44
Critérios de Exclusão 45
Critérios para a Retirada do Estudo 46
Entrada do Voluntário no Estudo 47
Internamento 47
Restrições 48
Produtos Estudados 49
Esquema Experimental 49
Inventário das Amostras 50
Tabela 1 - Randomização da Minociclina 51
Coleta de Sangue 52
Efeitos Adversos 53
Definições de Efeitos Adversos quanto à Intensidade 53
Relacionamento suposto com a Droga Experimental 53
Etapa Analítica 54
Análise da droga 54
Preparo das Soluções Padrões Reagentes
55
Preparação das Amostras da Curva de Calibração e
Controles de Qualidade
55
Pré-tratamento das Amostras de Plasma 56
Condições Cromatográficas e de Espectrometria de
Massa
57
Recuperação 58
Precisão e Acurácia 58
Especificidade 59
Parâmetros Farmacocinéticos Determinados 59
Tabela 2 - Parâmetros Farmacocinéticos 60
xii
Análise Estatística 60
Comitê de Ética 32
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 62
Confidenciabilidade 64
Resultados e Discussão 65
Resultados 66
Tabela 3 - Resultados Hematológicos das Determinações
Laboratoriais (média ± SD) dos 24 voluntários
68
Tabela 4 - Resultados Bioquímicos das Determinações
Laboratoriais (média ± SD) dos 24 voluntários
69
Tabela 5 - Resultados das Determinações Laboratoriais do
Exame de Sumário de Urina (média ± SD) dos 24 voluntários
70
Etapa Analítica 71
Figura 4 - Curva de Calibração - Linearidade 72
Figura 5 - Plasma em condições de jejum, hiperlipêmico e
hemolizado.
74
Figura 6 - Área do pico padrão (analito e padrão interno) 76
Etapa Farmacocinética 77
Tabela 6 - Parâmetros farmacocinéticos após a
administração de 100mg de minociclina (Minomax
®
) em 24
voluntários em condições de jejum
78
Tabela 7 - Parâmetros farmacocinéticos após a
administração de 100mg de minociclina (Minomax
®
) + dieta padrão
específica em 24 voluntários
79
Tabela 8 - Parâmetros farmacocinéticos após a
administração de 100mg de minociclina (Minoderm) em 24
voluntários em condições de jejum
80
Tabela 9 - Parâmetros farmacocinéticos após a
administração de 100mg de minociclina (Minoderm) + dieta padrão
específica em 24 voluntários
81
Tabela 10 - Média dos parâmetros farmacocinéticos obtidos
dos 24 voluntários após a administração de 100mg de minociclina
em condições de jejum
82
Tabela 11 - Média dos parâmetros farmacocinéticos obtidos
dos 24 voluntários após a administração de 100mg de minociclina +
dieta padrão específica
83
Figura 7 - Média ± desvio padrão (SD) da concentração
plasmática da minociclina (ng/mL) versus tempo (h) obtida após
uma única administração oral de 100mg de minociclina, formulação
referência (Minomax
®
), na ausência e na presença de dieta padrão
específica em 24 voluntários sadios
84
Figura 8 - Média ± desvio padrão (SD) da concentração
85
xiii
plasmática da minociclina (ng/mL) versus tempo (h) obtida após
uma única administração oral de 100mg de minociclina formulação
teste (Minoderm), na ausência e na presença de dieta padrão
específica em 24 voluntários sadios
Tabela 12 - Valores médios de concentração plasmática
(ng/mL) de minociclina (Minomax
®
) sob condições de jejum e com
dieta padrão específica durante o período médio de absorção de uma
droga administrada por via oral
86
Tabela 13 - Valores médios de concentração plasmática
(ng/mL) de minociclina (Minoderm) sob condições de jejum e com
dieta padrão específica durante o período médio de absorção de uma
droga administrada por via oral
87
Figura 9 - Resultados médios (n=24) obtidos das curvas de
concentração plasmática (ng/mL) versus tempo (h) do medicamento
referência (Minomax
®
) e do teste (Minoderm) sob condições de
jejum
88
Figura 10 - Resultados médios (n=24) obtidos das curvas de
concentração plasmática (ng/mL) versus tempo (h) do medicamento
referência (Minomax
®
) e do teste (Minoderm) na presença de dieta
padrão específica
89
Tabela 14 - Análise estatística das razões individuais de
AUC
(0-96h)
e C
max
para as duas formulações de minociclina
(Minoderm e Minomax
®
) na ausência e na presença de dieta padrão
específica
90
Tabela 15 - Meia vida de eliminação-t
1/2
(h) obtida das
curvas de concentração plasmática (ng/mL) versus tempo (h) das
duas formulações de minociclina (Minoderm e Minomax
®
) na
ausência e na presença de dieta padrão específica
91
Discussão 92
Conclusão 97
Referências 100
Anexos 109
Anexo I - Ficha clínica do voluntário 01 SCC 110
Anexo II - Gráficos da concentração plasmática (ng/mL)
versus tempo (h) dos 24 voluntários quando administrado
minociclina (Minomax
®
e Minoderm) em condições de jejum e
quando administrado minociclina (Minomax
®
e Minoderm) na
presença de dieta padrão específica
130
Anexo III - Procedimento Operacional Padrão para Transporte
das Amostras da UNIFAC para a Unidade Analítica Cartesius - ICB
– USP
178
Anexo IV - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 179
xiv
Lista de Abreviaturas
% porcentagem
±
mais ou menos
menor ou igual
µg/mL
micrograma por mililitro
µL/min
microlitro por minuto
> maior
art. artigo
cm centímetro
SD desvio padrão
eV elétron volt
h hora
Kcal kilocaloria
Kg kilograma
L litro
ln logaritmo neperiano
mg/dia miligrama por mililitro
mg/Kg miligrama por kilograma
mg/mL miligrama por mililitro
mM milimolar
ng/mL nanograma por mililitro
nº número
rpm rotação por minuto
tto tratamento
V volt
v/v volume por volume
xv
Lista de figuras
Figura 1. Fase farmacêutica
Figura 2. Fórmula estrutural da minociclina
Figura 3. Fórmula estrutural da tetraciclina
Figura 4. Curva de Calibração - Linearidade
Figura 5. Plasma em condições de jejum, hiperlipêmico e hemolizado
Figura 6. Área do pico padrão (analito e padrão interno)
Figura 7. Média ± desvio padrão (SD) da concentração plasmática da
minociclina (ng/mL) versus tempo (h) obtida após uma única administração oral
de 100mg de minociclina, formulação referência (Minomax
®
), na ausência e na
presença de dieta padrão específica em 24 voluntários sadios
Figura 8. Média ± desvio padrão (SD) da concentração plasmática da
minociclina (ng/mL) versus tempo (h) obtida após uma única administração oral
de 100mg de minociclina formulação teste (Minoderm), na ausência e na
presença de dieta padrão específica em 24 voluntários sadios
Figura 9. Resultados médios (n=24) obtidos das curvas de concentração
plasmática (ng/mL) versus tempo (h) do medicamento referência (Minomax
®
) e
do teste (Minoderm) sob condições de jejum
Figura 10. Resultados médios (n=24) obtidos das curvas de concentração
plasmática (ng/mL) versus tempo (h) do medicamento referência (Minomax
®
) e
do teste (Minoderm) na presença de dieta padrão específica
xvi
Lista de tabelas
Tabela 1. Randomização da Minociclina
Tabela 2. Parâmetros Farmacocinéticos
Tabela 3. Resultados Hematológicos das Determinações Laboratoriais (média ±
SD) dos 24 voluntários
Tabela 4. Resultados Bioquímicos das Determinações Laboratoriais (média ±
SD) dos 24 voluntários
Tabela 5. Resultados das Determinações Laboratoriais do Exame de Sumário de
Urina (média ± SD) dos 24 voluntários
Tabela 6. Parâmetros farmacocinéticos após a administração de 100mg de
monociclina (Minomax
®
) em 24 voluntários em condições de jejum
Tabela 7. Parâmetros farmacocinéticos após a administração de 100mg de
minociclina (Minomax
®
) + dieta padrão específica em 24 voluntários
Tabela 8. Parâmetros farmacocinéticos após a administração de 100mg de
monociclina (Minoderm) em 24 voluntários em condições de jejum
Tabela 9. Parâmetros farmacocinéticos após a administração de 100mg de
minociclina (Minoderm) + dieta padrão específica em 24 voluntários
Tabela 10. Média dos parâmetros farmacocinéticos obtidos dos 24 voluntários
após a administração de 100mg de minociclina em condições de jejum
Tabela 11. Média dos parâmetros farmacocinéticos obtidos dos 24 voluntários
após a administração de 100mg de minociclina + dieta padrão específica
xvii
Tabela 12. Valores médios de concentração plasmática (ng/mL) de minociclina
(Minomax
®
) sob condições de jejum e com dieta padrão específica durante o
período médio de absorção de uma droga administrada por via oral
Tabela 13. Valores médios de concentração plasmática (ng/mL) de minociclina
(Minoderm) sob condições de jejum e com dieta padrão específica durante o
período médio de absorção de uma droga administrada por via oral
Tabela 14. Análise estatística das razões individuais de AUC
(0-96h)
e C
max
para as
duas formulações de minociclina (Minoderm e Minomax
®
) na ausência e na
presença de dieta padrão específica
Tabela 15. Meia vida de eliminação-t
1/2
(h) obtida das curvas de concentração
plasmática (ng/mL) versus tempo (h) das duas formulações de minociclina
(Minoderm e Minomax
®
) na ausência e na presença de dieta padrão específica
xviii
Anexos
Anexo I. Ficha clínica do voluntário 01 SCC
Anexo II. Gráficos da concentração plasmática (ng/mL) versus tempo (h) dos 24
voluntários quando administrado minociclina (Minomax
®
e Minoderm) em
condições de jejum e quando administrado minociclina (Minomax
®
e
Minoderm) na presença de dieta padrão específica
Anexo III. Procedimento Operacional Padrão para Transporte das Amostras da
UNIFAC para a Unidade Analítica Cartesius - ICB – USP
Anexo IV. Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
xix
Resumo
Avaliação Farmacocinética de Duas Formulações de Minociclina em
Condições de Jejum e Após Dieta Rica em Cálcio.Ana Paula de Azevedo
Leitão. Dissertação de Mestrado. Curso de Pós-Graduação em Farmacologia,
Departamento de Fisiologia e Farmacologia, Faculdade de Medicina, UFC,
2001. Objetivo: avaliar, em voluntários sadios, o comportamento de uma
formulação teste de minociclina, Minoderm comprimido 100mg, fornecida pelo
Laboratório Stiefel Ltda., Brasil, contra uma formulação referência de
minociclina, Minomax
®
, comprimido 100mg, fornecida pelo Laboratório
Wyeth, Brasil, na ausência e na presença de uma dieta padrão específica: 200mL
de suco de laranja, 200mL de iogurte de morango, 4 bolachas e 20g de queijo.
Desenvolver um método preciso e sensível para quantificação das duas fórmulas
de minociclina 100mg utilizando espectrometria de massa (LC-MS-
MS).Método: 24 voluntários sadios, ambos os sexos, foram selecionados para o
estudo. Todos concordaram em participar da pesquisa e assinaram o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido. O estudo foi aberto, randomizado, cruzado,
dose única e 4 tratamentos. Para quantificação da minociclina no plasma
humano foi desenvolvido um método acurado e sensível utilizando
Cromatografia Líquida Acoplada ao Espectrômetro de Massa (LC-MS-
MS).Resultados: ambas formulações de minociclina foram bem toleradas na
dose administrada. A administração com dieta padrão específica retardou o
tempo de absorção comparada em condições de jejum, porém sem interferir em
Cmax e AUC. Análise estatística das razões individuais de AUC
(0-96h)
e C
max
para as duas formulações de minociclina (Minoderm/Minomax
®
) na ausência e
na presença de dieta padrão específica foram: AUC em jejum 101,2 e sob dieta
97,2; Cmax em jejum 106,0 e sob dieta 91,2. Os exames clínicos e laboratoriais
realizados não apresentaram alterações de significado clínico. Conclusão: os
parâmetros farmacocinéticos da minociclina administrada em jejum ou na
presença de dieta padrão específica permaneceram inalterados sendo
bioequivalentes com um intervalo de confiança de 80-125%. O método analítico
desenvolvido mostrou-se adequado para sua quantificação.
xx
Abstract
Pharmacokinetic Analyse of Two Formulations of Minocycline in
Conditions of Fast and After Rich Diet in Calcium. Ana Paula de Azevedo
Leitão. Principal Guide: Dra Maria Elisabete Amaral de Moraes. Department of
Phisiology and Pharmacology, Faculty of Medical Sciences, UFC, 2001. Aims
The purpose of this study was to evaluate, on healthy human volunteers, the
performance of one minocycline tablet formulation (Minoderm, tablets, 100 mg,
by Laboratórios Stiefel Ltda., Brazil) against one standard minocycline tablet
formulation (Minomax
®
, tablets, 100 mg, by Wyeth, Brazil) in the absence and
in the presence of a diet pattern specific: 200mL of orange juice, 200mL of
strawberry yogurt, 4 crackers type cream cracker and 20g of cheese. So, we
developed an accurate and sensitive liquid chromatography-tandem mass
spectrometry (LC-MS-MS) method, for the quantification of minocycline in
human plasma and to assess the bioequivalence of two commercial 100 mg
tablet formulations of the drug. Methods Twenty four healthy male and female
volunteers (twelve of each sex) were enrolled on study. All subjects gave their
written informed consent to participate in the study. This study was conducted
as an open-label, randomized, single dose, four treatment, crossover design.. For
quantification of the minocycline in the human plasma a perfected method was
developed and sensitive using Liquid Chromatography Coupled to the
Spectrometer of Mass (LC-MS-MS). Results Both minocycline formulations
were well tolerated in the administered dose. The administration with diet
pattern specific delayed the time of absorption compared in fast conditions,
however without interfering in Cmax and AUC. Statistical analysis of the
individual reasons of AUC (0-96h) and Cmax for the two minocycline
formulations (Minoderm/Minomax®) in the absence and in the presence of diet
pattern specific they were: AUC in fast 101,2 and under diet 97,2; Cmax in fast
106,0 and under diet 91,2. The clinical exams and accomplished laboratorial
didn't present alterations of clinical meaning. Conclusion the parameters
pharmacokinetics of the minocycline administered in fast or in the presence of
diet pattern specific they stayed unaffected being bioequivalents with an interval
of confiance of 80-125%. The developed analytic method was shown
appropriate for your quantification.
xxi
Prefácio
A importância de um estudo clínico que avalie a interferência da
alimentação na biodisponibilidade de fármacos é de extrema importância sob os
aspectos farmacocinéticos e principalmente dentro do contexto atual da Política
Nacional de Medicamentos adotada em nosso país.
Primeiramente, através da realização desse estudo, desmistificamos o
fato de que as tetraciclinas, especificamente a minociclina, apresenta alterações
significativas na sua biodisponibilidade quando ingerida com alimentos,
principalmente, aqueles ricos em metais como cálcio.
Outro aspecto relevante é o estudo da bioequivalência em si, termo até
bem pouco tempo desconhecido, uma vez que nosso país aprovou apenas
recentemente a Lei de Medicamentos Genéricos (Lei 9787 de 1999) e a
Resolução que regulamenta esta lei (Res. 391/97 e RDC nº 10, de 2 de janeiro de
2001-ANVISA). Estas dizem exatamente que para um medicamento ser
bioequivalente, ter-se-á que ser intercambiável com o medicamento de marca ou
inovador.
O ponto que considero mais importante e que na verdade, é
conseqüência da Lei de Medicamentos Genéricos, é a produção de
medicamentos com qualidade e segurança comprovada com preços reduzidos,
xxii
permitindo que a classe menos favorecida tenha acesso, possibilitando o
tratamento farmacológico completo, minimizando os riscos de não adesão ao
tratamento ou interrupção do mesmo.
Não podemos esquecer que para alguns pacientes o preço de uma
prescrição é o principal fator, portanto, sugiro aos profissionais médicos que
tenham conhecimento de quanto custa o tratamento, pois o compromisso do
paciente com o mesmo depende também da possibilidade em adquirir a
medicação.
Com os pontos abordados, demonstro o valor dessa pesquisa tanto no
âmbito da saúde como no social e econômico, já que o nosso país apresenta uma
grande população desfavorecida, pois tenho certeza que essa pesquisa extravasa
os limites da Unidade de Farmacologia Clínica da Universidade Federal do
Ceará, para atender, de um modo geral, aos anseios de cura do povo brasileiro,
nos estimulando cada vez mais a trabalhar na área de Farmacologia Clínica.
xxiii
D
D
E
E
F
F
I
I
N
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I
I
Ç
Ç
Õ
Õ
E
E
S
S
xxiv
Definições
Biodisponibilidade Absoluta (F): a fração da droga sistemicamente absorvida e
a disponibilidade da droga da forma farmacêutica quando comparada com a
biodisponibilidade da droga após administração intravenosa. É usualmente
calculada como a razão da área sobre a curva (AUC) da concentração plasmática
versus tempo, para a forma farmacêutica administrada oralmente em relação a
AUC obtida após administração intravenosa da droga. Um valor F de 0,80 ou
80% indica que apenas 80% da droga ficou disponível sistemicamente da forma
farmacêutica.
Biodisponibilidade Oral: indica a velocidade e a extensão de absorção de um
princípio ativo em uma forma de dosagem, a partir de sua curva concentração
plasmática versus tempo na circulação sistêmica ou a partir de sua excreção
urinária. É a fração da dose de um medicamento, oralmente administrado, que
foi absorvida e atinge a circulação como princípio ativo.
Biodisponibilidade Relativa: disponibilidade sistêmica da droga a
partir de sua forma farmacêutica quando comparada a uma formulação de
referência. É calculada como a razão da área sobre a curva da concentração
plasmática versus tempo, AUC para a forma farmacêutica em relação ao AUC
da referência. Uma biodisponibilidade relativa de F = 1,0 ou 100% implica que a
xxv
biodisponibilidade apartir da forma farmacêutica é a mesma, mas não indica a
completa absorção sistêmica da droga. A determinação da biodisponibilidade é
muito importante em estudos de medicamentos.
Bioequivalência: dois medicamentos são ditos bioequivalentes quando são
administrados na mesma dose molar, nas mesmas condições experimentais e não
apresentam diferenças estatisticamente significativas em relação à
biodisponibilidade, segundo a Resolução RDC nº 10, de 2 de janeiro de 2001-
ANVISA.
Bioequivalência: existe quando a natureza e a extensão dos efeitos tóxicos e
terapêuticos são iguais seguindo a administração de dose iguais. É usada para
comparar duas formulações ou rotas diferentes de administração de uma droga.
Food and Drug Administration (USA).
Curva de Calibração: é preparada usando plasma humano controle com
soluções padrões contendo o analito a ser quantificado.
Denominação Comum Brasileira: denominação do fármaco, ou princípio
farmacologicamente ativo, aprovado pelo órgão federal brasileiro responsável
pela vigilância sanitária, e recomendada pela Organização Mundial de Saúde.
xxvi
Denominação Comum Internacional: denominação do fármaco ou princípio
farmacologicamente ativo, e recomendada pela Organização Mundial de Saúde.
Droga: é a matéria prima mineral, vegetal ou animal da qual se podem extrair
um ou mais princípios ativos. De acordo com esta acepção, os agentes
terapêuticos de origem sintética não são drogas.
Droga Referência: medicamento inovador registrado no órgão federal
responsável pela vigilância sanitária e comercializado no país cuja eficácia,
segurança e qualidade foram comprovadas cientificamente junto ao órgão
federal competente, por ocasião do registro. É o primeiro medicamento que foi
registrado no país. Seu nome é determinado pela Denominação Comum
Brasileira (DCB) e na ausência desta, seguir-se-á a Denominação Comum
Internacional (DCI).
Droga Teste: medicamento que se propõe a ser intercambiável com o
medicamento referência.
Equivalência Farmacêutica: assegura que dois medicamentos apresentam o
mesmo princípio ativo, ou seja, mesmo sal ou éster da mesma molécula
terapeuticamente ativa, na mesma quantidade e forma farmacêutica, podendo ou
não conter excipientes idênticos.
xxvii
Equivalentes Farmacêuticos: são medicamentos que contém o mesmo
princípio ativo, ou seja, mesmo sal ou éster da mesma molécula
terapeuticamente ativa, na mesma quantidade e forma farmacêutica, podendo ou
não conter excipientes idênticos. Devem cumprir as mesmas especificações
atualizadas da Farmacopéia Brasileira; no caso desta não abordar, deve-se seguir
à outros códigos autorizados pela legislação vigente ou ainda com outros
padrões aplicáveis de qualidade, relacionados à identidade, dosagem, pureza,
potência, uniformidade de conteúdo, tempo de desintegração e velocidade de
dissolução, quando for o caso.
Estudo Aberto: tanto o pesquisador responsável, como o sujeito da pesquisa, é
informado e têm conhecimento sobre a medicação que será administrada.
Estudo Cruzado: em uma das fases da pesquisa administra-se ao sujeito da
pesquisa (voluntário) o medicamento referência e na outra o medicamento teste,
ou vice–versa. O mesmo voluntário deve ser submetido às duas formulações.
Fármaco: é a substância química de constituição definida que pode ter
aplicação em Farmácia, seja como preventivo, seja como curativo, seja como
agente de diagnóstico; a ser aceita esta definição, a matéria prima mineral,
vegetal ou animal da qual se podem extrair uma ou mais bases medicamentosas
não é fármaco, pois sua constituição química não é necessariamente conhecida.
xxviii
Índice de Massa Corpórea (IMC): é a razão do peso (Kg) pela altura ao
quadrado (m). É o melhor indicador de obesidade, pois enfatiza a adiposidade
relativa dos indivíduos e minimiza os efeitos da altura. O valor ótimo é de 20 -
27 segundo Ministry of National Health and Welfare, Canadá, entretanto, a
National Academy of Sciences enfatiza que o IMC aumenta com a idade, de 19 –
24 para adultos jovens e de 24 – 29 para acima de 65 anos.
Medicamento: produto farmacêutico, tecnicamente obtido ou elaborado, com
finalidades profiláticas, curativas, paliativas ou para fins de diagnóstico. É uma
forma farmacêutica terminada que contém o fármaco, geralmente em associação
com adjuvantes farmacotécnicos (Resolução 391, de 9 de agosto de 1999). É o
mesmo que fármaco, mas especialmente quando se encontra na sua forma
farmacêutica (Andrejus Korolkovas, Joseph H. Burckhalty. Química
Farmacêutica. Editora Guanabara Koogan S.A., 1988, Rio de Janeiro – RJ).
A Organização Mundial de Saúde não faz distinção entre fármaco e
medicamento como “toda substância contida em um produto farmacêutico
empregado para modificar ou explorar sistemas fisiológicos ou estados
patológicos em benefício da pessoa a que se administra”, e produto farmacêutico
com “forma farmacêutica que contém um ou mais medicamentos juntamente
com outra substância adicionadas no curso do processo de fabricação”.
xxix
Padrão Interno: substância que apresenta semelhanças com a droga em
questão, fórmula estrutural e tempo de retenção diferente na determinação
analítica. Deve apresentar concentração conhecida, pois funcionará como um
controle de qualidade do funcionamento do aparelho que irá quantificar o
princípio ativo e/ou seus metabólitos.
Parâmetros Farmacocinéticos
Área sob a Curva da Concentração Plasmática versus Tempo, de
Zero ao Infinito – AUC
(0-)
: relaciona-se com a quantidade ou a extensão de
absorção da droga. A quantidade da absorção sistêmica da droga é diretamente
relacionada com AUC que é geralmente calculado pelo método trapezoidal e
expresso em unidades de concentração vezes tempo. A extrapolação dessa área
para o infinito (AUC
(0-)
) é feita adicionando-se o valor Cx/K ao calculado
(AUC
(0-xh)
) [onde C
x
= concentração plasmática calculada da equação da
regressão log-linear obtida através de K xh após a dose]. X é o último horário de
coleta de sangue.
Concentração Máxima Atingida no Plasma - C
max
: concentração mais elevada
da droga atingida na circulação sangüínea após administração de um fármaco.
Relaciona-se a intensidade da resposta farmacológica. O C
max
ideal deve estar
dentro da janela terapêutica.
xxx
Constante de Eliminação K: representa a soma de todas as taxas constantes
para remoção da droga do organismo, incluindo a taxa constante da excreção
renal e metabolismo (biotransformação) como descrito através da equação: K =
Ke + Km, onde Ke = constante de excreção renal e Km = constante de
metabolismo. Determina a taxa de eliminação da droga dos vasos sangüíneos.
Serve para determinar a concentração da droga em um tempo t. É inversamente
relacionada à meia vida do fármaco: K= 0,693/t
1/2
.
Meia Vida de Eliminação da Droga t
1/2
: representa o tempo em que a
concentração da droga no plasma é reduzida a metade. Calcula-se através do
logaritmo neperiano (ln) de 2 (ln2= 0,693) dividido pela constante de eliminação
t
1/2
= ln2/K
Tempo correspondente à Concentração Máxima Atingida no Plasma -
Tmax: tempo correspondente para que o fármaco atinja a concentração máxima
(C
max
).
xxxi
I
I
N
N
T
T
R
R
O
O
D
D
U
U
Ç
Ç
Ã
Ã
O
O
xxxii
INTRODUÇÃO
A IMPORTÂNCIA DA FARMACOLOGIA CLÍNICA
Até meados do século XIII a terapêutica era realizada sem qualquer
embasamento científico, portanto, era na maioria dos casos ineficiente. Nessa
época ainda não havia conhecimentos sobre farmacologia, fisiologia, bioquímica
e fisiopatologia, o que levou o escritor inglês Richard Gordon a afirmar: “A
história da medicina foi, em grande parte, até os fins do século passado, a
substituição da ignorância por mentiras”.
No século XIX um cientista francês chamado Claude Bernard formalizou
critérios para reunir informações com base na experimentação, tratando, a partir
daí, a medicina como ciência; apesar de ainda haver muitas falhas como, por
exemplo, o efeito terapêutico de um medicamento era baseado nos costumes de
um povo ou relato individual do médico. Essa falha na segurança e eficácia do
medicamento é devido à inexistência, até então, de uma ciência chamada
Farmacologia Clínica, a qual refere-se a investigação de fármacos em seres
humanos, e que só foi introduzida no meio científico em 1952, apesar de estudos
com pesquisa clínica controlada terem sido iniciados por Harry Gold em 1930.
xxxiii
Pode-se tentar definir a Farmacologia Clínica como sendo uma ciência
que define métodos científicos, a fim de desmistificar a terapêutica
medicamentosa, promovendo a cura ou aliviando o estado patológico.
Atualmente, a Farmacologia Clínica desenvolve principalmente duas
atividades, ou seja, estudos farmacocinéticos e elaboração, execução e análise de
ensaios clínicos para verificar a segurança, qualidade e eficácia dos
medicamentos em seres humanos.
Os testes de bioequivalência são de extrema importância, pois através
deles assegura-se que o medicamento pesquisado apresentará eficazmente o
efeito esperado, após ter passado com sucesso pelas etapas que antecedem a
etapa terapêutica, as quais sejam farmacêutica, farmacocinética e
farmacodinâmica.
O 1º teste de bioequivalência farmacêutica realizada no Brasil foi em
1989, até então esse tipo de estudo era desconhecido no país. Sabia-se apenas da
experiência internacional, enquanto que o Brasil era palco para o mercado de
centenas de medicamentos similares e com Denominação Comum Brasileira
(DCB), supostamente cópias fiéis dos originais que os inspiravam, mas sem
apresentarem a comprovação necessária de qualidade, eficácia e segurança.
xxxiv
Após 12 anos dos primeiros estudos de bioequivalência pode-se observar
um grande avanço nessa área, pois no princípio trabalhava-se com estrutura
precária e com enorme ceticismo da comunidade científica. Atualmente o Brasil
conta com tecnologia de ponta, estrutura física adequada e corpo científico
qualificado, o que contribui para a credibilidade com que se faz jus desta nova
área de pesquisa, a Farmacologia Clínica. Diante de tantas mudanças pode-se
afirmar que o objetivo foi mantido, verificar se duas ou mais formulações
farmacêuticas podem ser intercambiáveis, termo muito popular na atualidade
frente a política de medicamentos genéricos.
Como tudo que é novo, inédito no país, a comunidade científica
demonstrou um sentimento de rejeição mesmo sobre o que era desconhecido. No
início da década de 90, os meios de comunicação desencadearam forte
campanha contra o recrutamento de voluntários sadios para testar drogas cuja
toxicidade já havia sido exaustivamente demonstrada. Com um pouco de
conhecimento a polêmica foi intensamente discutida por órgãos federais, como o
Conselho Federal de Medicina e pelo Conselho Nacional de Saúde. Foi então
elaborada uma regulamentação, baseada na Declaração de Helsinque, e
publicada a Resolução CNS nº 196/96, que disciplinou as condições e critérios
para participação de seres humanos em pesquisa.
xxxv
Uma parcela da indústria farmacêutica sempre demonstrou interesse em
avaliar alguns de seus produtos, antes mesmo que houvesse uma regulamentação
própria pelo Sistema de Vigilância Sanitária do Brasil. Até a década de 90, foi
realizado o primeiro Teste Fase I no Brasil (Frota Bezerra, 1999), estudo que
corresponde à primeira administração de uma nova entidade química em
humanos, além de vários estudos de interação de drogas em voluntários sadios,
assim como avaliação de eficácia terapêutica em suas diversas Fases, em
voluntários pacientes.
O tempo para realização de um estudo de bioequivalência deve-se à
instância de tramitação com o Conselho de Ética em Pesquisa (CEP)
credenciado pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP-CNS) e às
etapas de seleção e internação dos voluntários, terminando com a quantificação
do medicamento no líquido biológico e análise estatística.
Para realização dos estudos clínicos de bioequivalência, voluntários de
ambos os sexos são selecionados através de rigorosa avaliação clínica e
laboratorial, só sendo internado depois de comprovado estado de higidez.
O ressarcimento do voluntário que participa de um estudo de
bioequivalência depende de vários fatores. Podemos citar entre eles, o tempo
despendido pelo voluntário na sua participação no estudo que, vai desde o
xxxvi
momento em que realiza a avaliação clínica e laboratorial, o número de
formulações a serem testadas, o número de internamentos e o tipo de desenho do
estudo, se dose única ou múltipla. A complexidade da etapa analítica, como se
há ou não a necessidade de quantificar metabólitos, não é preditivo para o
ressarcimento do voluntário, mas é um dos fatores que contribui
substancialmente com o orçamento do estudo.
As normas que regem a vigilância sanitária no país permitem assegurar
ao medicamento genérico sua intercambialidade com o medicamento inovador.
Ou seja, através de estudos in vitro (equivalência farmacêutica) e estudos in vivo
em voluntários sadios (bioequivalência) verifica-se a qualidade, eficácia e
segurança do medicamento teste em relação à referência.
Os testes de bioequivalência consistem em estudos comparativos de
medicamentos que contêm o mesmo fármaco, na mesma concentração e que são
administrados pela mesma via a voluntários sadios. Dois produtos são
considerados bioequivalentes quando, ao serem administrados ao mesmo
indivíduo, sob as mesmas condições experimentais e a mesma dose molar não
apresentam diferença significativa em relação a velocidade e a extensão de
absorção do princípio ativo (Resolução RDC nº 10, de 2 de janeiro de 2001-
ANVISA).
xxxvii
Na realidade, pequenas diferenças, mesmo que significativas, são
aceitas, desde que contidas dentro de uma faixa validada cientificamente e
estabelecida por lei. Este processo de absorção é quantificado através dos
parâmetros AUC, Cmax e em alguns casos o Tmax é também levado em
consideração.
O cronograma de coletas das amostras deve contemplar um tempo igual
ou superior a 3 a 5 (três a cinco) vezes a meia-vida de eliminação (t
1/2
) do
fármaco ou do metabólito, caso este seja quantificável e ativo.
O intervalo entre os dois períodos de coleta (estudo cruzado) deve ser de,
no mínimo, 7 (sete) vezes a meia-vida de eliminação (t
1/2
) do fármaco ou do
metabólito ativo, o que assegura a depuração completa do fármaco, evitando um
efeito de carreamento (Resolução – RDC nº 10/2001-ANVISA).
No caso específico deste estudo, avaliou-se a farmacocinética de um
medicamento em duas situações: jejum e sob alimentação e ainda comparou-se
os resultados deste com o de outra marca também em igual situação, ou seja, foi
feito estudo de biodisponibilidade e bioequivalência.
xxxviii
AS QUATRO FASES DA TERAPÊUTICA
Para que um medicamento possa atuar em seus sítios receptores, deve
concluir com êxito uma série de etapas, as quais são: farmacêutica e
farmacocinética. Após essas duas etapas ele passará a fase farmacodinâmica, a
qual nos referimos anteriormente e a terapêutica, objetivo final de toda
administração de fármaco.
Fase Farmacêutica
A fase farmacêutica inicia-se, a depender da forma farmacêutica, mesmo
antes da administração, pois em relação aos medicamentos de uso parenteral, o
manuseio ou o preparo para administração é fundamental para o êxito da
terapêutica. Tratando-se de medicamentos de uso enteral, como sob a forma
sólida, a fase farmacêutica ocorre após a administração do medicamento e antes
que ele seja absorvido. Essa fase agrega as seguintes etapas: desintegração
liberação da droga do produto farmacêutico, formando grânulos ou agregados;
desagregação transformando esses grânulos ou agregados em partículas cada
vez mais finas e dissolução da droga em ambiente aquoso permitindo a
solubilização da mesma. Para as drogas sólidas que possuem essa solubilidade
limitada, a dissolução torna-se um passo limitante à etapa farmacocinética, uma
vez que para drogas de liberação controlada, a liberação da forma farmacêutica é
um passo limitante.
xxxix
Figura 1: Fase Farmacêutica. Adaptado do gráfico de Leon Shargel.
Comprehensive Pharmacy Review. Second edition. Harwal Publishing, 1994,
Unites States of America.
As soluções, misturas homogêneas de um ou mais solutos dispersos
molecularmente em um solvente, são ditas apresentarem a maior
biodisponibilidade, pois já estando dissolvidas, não há necessidade da
dissolução antes da absorção. Portanto, em relação as formulações orais sólidas
são tidas como referência. Quando o solvente utilizado é hidroalcoólico (elixir),
a droga forma um precipitado fino no trato gastrointestinal, de tal modo que
serão redissolvidas antes da absorção. O mesmo ocorre com as suspensões, onde
as partículas encontram-se finamente dispersas no líquido.
Partículas
finas
Comprimido
ou cápsula
Droga em
solução
Grânulos ou
agregados
Dissolução
Desagregação
Desintegração
Dissolução
Dissolução
xl
Fase Farmacocinética
A fase farmacocinética, a qual teve por objetivo essa dissertação,
compreende os processos de absorção, distribuição, metabolização e eliminação.
Uma das definições clássicas de farmacocinética é exatamente o que o
organismo faz com a droga.
Absorção
Primeiramente, a droga é absorvida do sítio de administração, atinge
circulação sistêmica e se distribui pelo organismo; a velocidade e o padrão de
distribuição podem variar largamente de uma droga para outra. Finalmente, a
droga é removida do plasma e eliminada do organismo através de
biotransformação metabólica e/ou excreção da droga inalterada.
As drogas são absorvidas a partir dos muitos sítios de administração,
mas cada rota leva a um diferente acesso da droga a circulação sistêmica. A
escolha da via de administração é feita, entre outras, pela via oral, sublingual,
subcutânea, intravenosa, intra-arterial, intramuscular, tópica, pulmonar ou retal.
A absorção da droga do sítio de administração pode ser influenciada por
muitos fatores, dentre eles destacamos: 1) os físico-químicos, como a presença
xli
de alimentos no trato gastrointestinal, como é o caso da interação que ocorre
com alguns antibióticos tetraciclínicos com o íon cálcio principalmente; veículo
de administração; o pH gástrico; o tamanho e a formulação das partículas; a
velocidade de dissolução para formas sólidas que é o fator limitante da absorção,
e 2) fatores fisiológicos, como as condições intrínsecas do sítio de
administração, como a circulação para o local de absorção; adiposidade do
tecido; área da superfície absorvente; motilidade gastrointestinal e o fluxo
sangüíneo esplâncnico o qual é reduzido em estados hipovolêmicos diminuindo
a absorção.
A taxa de absorção reflete o tempo para obter a concentração máxima da
droga no plasma, inferindo dois parâmetros muito importantes analisados, os
quais são: tempo para atingir a concentração máxima no plasma (Tmax) e a
própria concentração plasmática máxima (Cmax).
Quando a droga é administrada por via intravenosa, 100% é liberado
direto na circulação sistêmica, não fazendo sentido o termo absorção.
xlii
Distribuição
Após a absorção da droga, atingindo a circulação sistêmica, inicia-se o
processo de distribuição para os tecidos do organismo.
Os fatores principais que podem interferir nessa fase são: 1) o fluxo
sangüíneo, levando o fármaco para os órgãos de melhor perfusão como coração,
cérebro, rins e fígado; 2) a lipossolubilidade devido a natureza extremamente
permeável das membranas endoteliais capilares; 3) a ligação às proteínas
plasmáticas; 4) o elevado peso molecular levando ao confinamento no espaço
intravascular, prolongando a ação do fármaco no mesmo tecido ou em local
distante atingido através da circulação. Muitas drogas são suficientemente
pequenas e lipossolúveis fazendo com grande parte da dose administrada que foi
absorvida, seja distribuída para o espaço extravascular. É importante lembrar
que o término da ação do fármaco é dependente do processo de
biotransformação e de excreção.
Biotransformação
Esse processo consiste em transformar as drogas ou seus metabólitos em
produtos capazes de serem eliminados pelos rins. As drogas lipofílicas são um
xliii
exemplo, onde elas têm que se tornar mais hidrofílicas para posterior
eliminação.
O metabolismo de fármacos depende de vários fatores, sejam internos
como sexo, idade, peso, estado nutricional, gestação, fatores de administração
dos fármacos, via, local e velocidade de administração, volume administrado,
veículo e fatores ambientais externos como temperatura, umidade, luz e hora do
dia.
As reações de biotransformação podem ser de oxidação, redução,
hidrólise, hidroxilação ou dealquilação dos sítios ativos e ocorrem nas frações
microssomais hepáticas das células do fígado. Essas reações são mediadas por
uma classe de enzimas conhecidas por sistema do citocromo P-450. Através
dessa classe de enzimas os metabólitos das drogas sofrem essas reações, ditas
reações de Fase I, tornando-as mais hidrofílicas que seus progenitores. Em geral
as reações de Fase I alteram muito pouco a estrutura estérica da droga, formando
com freqüência substâncias farmacológicas ativas.
A quantidade e a atividade das enzimas metabolizadoras hepáticas
podem estar aumentadas em várias condições, como fumo ou mesmo uso de
drogas que sejam indutoras enzimáticas como o fenobarbital. Da mesma
maneira tais enzimas também podem ser reduzidas ou inibidas em decorrência
xliv
de drogas que as inibam ou por patologias hepáticas como é o caso de cirrose e
hepatite.
O processo de biotransformação também pode ser acompanhado de
reações de Fase II, consumindo energia, através das quais ocorre a adição de
grupos químicos à droga, também conhecida por reações de conjugação. As
enzimas que promovem esse tipo de reação são chamadas transferases ou de
conjugação, facilitando a substituição de grupos covalentes por ácido
glicurônico, glicina, sulfato, acetil ou glutationa para a droga. Em geral os
metabólitos de Fase II são inativos.
Predominantemente as drogas são metabolizadas através de
biotransformação hepática numa série de reações de Fase I terminando na Fase
II, com a conjugação do ácido glicurônico a glicuronídeo, o qual é inativo,
hidrofílico e excretado pelos rins.
Eliminação de fármacos
A eliminação é o último processo da etapa farmacocinética e como o
próprio nome já sugere sua função primordial é excretar os fármacos, afim de
não levar a uma intoxicação ao longo do período de uso.
xlv
Os fármacos podem ser excretados do organismo sob sua forma
inalterada, ou seja, sem sofrer metabolização, e sob a forma de metabólitos.
Com exceção dos pulmões, os órgãos excretores eliminam mais facilmente os
compostos polares em comparação às substâncias lipossolúveis, as quais devem
sofrer biotransformação até tornar-se mais polares.
O órgão que mais se destaca na eliminação de drogas e/ou metabólitos é
o rim. A via fecal restringe-se às substâncias administradas por via oral que não
sofrem absorção, ou os metabólitos excretados na bile que não são reabsorvidos
pelo trato gastrointestinal.
A excreção no leite materno é importante pelo fato de, mesmo em baixas
concentrações, serem fontes potenciais de efeitos farmacológicos indesejáveis
ao lactante. A importância da excreção pulmonar deve-se à eliminação de
vapores e gases anestésicos.
A principal função dos rins é a formação de urina, através da qual o
organismo elimina os produtos nitrogenados do metabolismo protéico, controla
o volume do fluido extracelular, controla a concentração dos íons no organismo
e o pH dos fluidos corporais; de uma maneira simplificada o rim promove a
homeostase corporal.
xlvi
Fase Farmacodinâmica
A farmacodinâmica é a fase que culmina com a conclusão das etapas da
fase farmacocinética. É nesta fase que ocorre a interação fármaco-receptor no
tecido alvo. Pode ser definida como o estudo dos efeitos bioquímicos e
fisiológicos das drogas e os seus mecanismos de ação, ou seja, é a avaliação
quantitativa dos efeitos biológicos e terapêuticos das drogas. Através dela,
demonstra-se o efeito terapêutico esperado da droga e, quando possível, o seu
mecanismo de ação. Além deste, a farmacodinâmica também pesquisa os efeitos
nos principais sistemas do organismo, os efeitos terapêuticos e os efeitos
tóxicos.
No estudo farmacodinâmico, o mecanismo de ação é investigado de
modo íntimo e específico em todos os níveis possíveis, do tecidual até o
bioquímico e o molecular.
Os objetivos da análise da ação das drogas são identificar a ação
primária, através dos efeitos, delinear as interações químicas ou físicas entre a
droga e a célula e caracterizar a seqüência e o campo de ação e efeitos
completos.
xlvii
Fase Terapêutica
Nessa fase observa-se se o efeito farmacológico (farmacodinâmica), está
sendo transformado no efeito terapêutico adequado. Sendo o paciente
beneficiado com a terapêutica medicamentosa, o efeito farmacológico deve ser
transformado em benefício clínico, podendo ser verificado através de sinais e
sintomas, ou indiretamente através de exames complementares.
MINOCICLINA
A minociclina foi o centro de estudo dessa pesquisa por ser um derivado
da tetraciclina, a literatura ainda é muito controversa, no que diz respeito da
interferência de alimentos ricos em metais como o cálcio, na sua
biodisponibilidade.
A tetraciclina interage quimicamente, a nível de trato gastrointestinal,
com cálcio, magnésio, alumínio ou outros metais formando quelantes,
resultando em uma insuficiência total ou parcial da absorção do complexo
cátion-tetraciclina. A maioria dos estudos científicos com tetraciclina e
derivados mostrou um efeito inibitório na absorção quando administrado com
alimento (Leyden, 1985).
xlviii
A minociclina foi desenvolvida na década de 1960 através de
fermentação seguida de transformação química. É um antibiótico de amplo
espectro indicado para o tratamento de infecções causadas por organismos
sensíveis à tetraciclina bem como é eficaz no tratamento de organismos
tetraciclina-resistente, como é o caso de cepas de estafilococos (Brogden et al
1975). Com relação ao uso no tratamento de estafilococos meticilina-resistente
há relatos de que sua atividade é limitada (Smilack, 1999) e de que apresenta
boa eficácia sem causar resistência (Qadri et al, 1994). É considerado o
tratamento de escolha para infecção por clamídia, micoplasma e brucelose
(Wrightson et al, 1998). É uma tetraciclina lipídica, solúvel freqüentemente
usada em casos de acne resistente à tetraciclina (Leyden, 1985).
A minociclina por ser um derivado semi-sintético da tetraciclina
apresenta quatro anéis benzeno em sua fórmula estrutural. Seu nome químico é
[4S-(4α, 4aα, 5aα, 12aα)]-4, 7-bis (dimetilamino) - 1, 4, 4a, 5, 5a, 6, 11, 12a-
octahidro- 3, 10, 12, 12a, tetrahidroxi-1, 11 dioxo-2- naftacenecarboxamido
monohidrocloridrato.
Figura 2: Fórmula estrutural da minociclina
xlix
Figura 3: Fórmula estrutural da tetraciclina
Apresenta peso molecular de 493,9, mas sob a forma de base livre o peso
molecular é de 457,5. A presença de vários grupos ionizáveis na molécula
confere diferentes graus de dissociação (pKa: 2.8, 5.0, 7.8, 9.3) em solução.
Possui solubilidade em água maior que no álcool, sendo de aproximadamente
1:30 e 1:100 respectivamente. Apresenta sabor amargo, é ligeiramente
higroscópica e sensível à luz. O composto clinicamente útil é a forma levógira.
A minociclina não se encontra disponível combinada a outros produtos.
FARMACOLOGIA
A minociclina é uma tetraciclina semi-sintética que tornou-se
terapeuticamente viável em 1972. Apresenta um amplo espectro de atividade
contra bactérias aeróbias e anaeróbias e possui uma penetração tecidual elevada,
comparada às outras tetraciclinas (Allen, 1976). Além de seu efeito antibiótico
possui atividade quelante, formando complexos com íons cálcio, magnésio e
l
alumínio no trato gastrointestinal (Dollery, 1993), o que mais uma vez nos
impulsionou ao estudo realizado, frente a essas contradições existentes na
literatura sobre esse tipo de interação alimentar.
A minociclina é mais lipofílica que as outras tetraciclinas e passa
diretamente pela bicamada lipídica da parede celular bacteriana, além de
apresentar um transporte ativo por um sistema de bombas através da membrana
citoplasmática. Seu mecanismo de ação antibacteriano, assim como a
tetraciclina, ocorre através da inibição da síntese protéica na porção 30S
ribossômica. A droga parece inibir o acesso do RNAt ao sítio receptor do
complexo RNAm-ribossomo, o que impossibilita a adição de aminoácidos para
o desenvolvimento da cadeia peptídica. Em altas concentrações, a minociclina
inibe a síntese protéica em células de mamíferos (Dollery, 1993).
De acordo com estudos recentes a minociclina causa aumento na
expressão da ciclooxigenase do tipo 2 (COX2) elevando os níveis de
prostaglandinas do tipo E2 (PGE2) (Patel et al, 1999; Attur et al, 1999).
Os testes de toxicidade em animais não apresentaram resultados de
relevância clínica. Não existem dados disponíveis a respeito de estudos em
animais sobre a carcinogenicidade e mutagenicidade a longo prazo. Efeitos
li
teratogênicos foram demonstrados em ratos e coelhos (mas não em cães ou
macacos) (Jackson, 1975).
FARMACOLOGIA CLÍNICA
A minociclina é rapidamente absorvida pelo trato gastrointestinal após
administração por via oral. Dose única de dois comprimidos de 100mg de
minociclina, administrada em 18 voluntários adultos sadios, atingiu a
concentração máxima sangüínea de 2,1 e 5,1µg/mL (média de 3,5µg/mL) entre
1 e 4 horas (média de 2,1 horas). A meia-vida em voluntários sadios variou entre
11,1 e 22,1 horas (média de 15,5 horas) (PDR
®
, 1998).
Quando a minociclina é administrada simultaneamente com refeições,
que incluem alimentos de consumo diário, a extensão de sua absorção não é
consideravelmente influenciada. O pico de concentração plasmática é reduzido
de forma insignificante (11,2%) e retardado por uma hora quando administrada
com refeições comparado quando administrada fora das refeições.
Administração de dose única de 200mg por via intravenosa (iv) em 10
voluntários sadios produziu níveis séricos de 2,52 a 6,63µg/mL (média de
4,18µg/mL). Após 12 horas da administração os níveis plasmáticos variaram
lii
entre 0,82 e 2,64µg/mL (média de 1,38µg/mL). Em um grupo de 5 voluntários
sadios do sexo masculino, níveis séricos de 1,4 a 1,8µg/mL foram mantidos
entre 12 a 24 horas quando a minociclina foi administrada por 3 dias na dose de
100mg a cada 12 horas. Quando administrado 200mg a cada 24 horas por 3 dias,
os níveis séricos caíram para aproximadamente 1µg/mL em 24 horas. A meia-
vida plasmática de doses intravenosas de 100mg de 12/12h ou 200mg a cada 24
horas não diferiu significativamente e variou de 15 a 23 horas (PDR
®
, 1998).
A administração oral de 100mg em 10 voluntários sadios apresentou
níveis plasmáticos variando entre 0,74 e 4,45µg/mL em 1 hora (média de
2,24µg/mL), que após 12 horas alcançou uma faixa de 0,34 a 2,36µg/mL (média
de 1,25µg/mL) (PDR
®
, 1998).
A quantidade de minociclina recuperada nas fezes e na urina quando
administrada por via oral em 12 voluntários sadios é metade a um terço da
quantidade de outras tetraciclinas (PDR
®
, 1998).
Em estudos anteriores, a meia-vida da minociclina variou de 11 a 17
horas em 12 voluntários sadios quando administrado 200mg por via oral, de 11 a
liii
17 horas em 7 pacientes com disfunção hepática, e de 18 a 69 horas em 5
pacientes com insuficiência renal (Welling et al, 1975).
Farmacocinética
O método analítico de escolha é a cromatografia líquida de alta pressão
(HPLC) com capacidade de detecção de até 0,5µg/mL, com especificidade de
93,6% (Leenheer et al, 1979). Já o método de cromatografia líquida acoplada a
espectrometria de massa (LC-MS-MS) oferece uma significante vantagem para
a confirmação das tetraciclinas residuais (Oka et al, 1998).
Biodisponibilidade
A absorção oral da minociclina é de aproximadamente 100%. Após
administração de uma dose de 200mg, o pico plasmático máximo (C
max
) ocorre
com uma concentração de 2 a 3µg/mL em 2 horas (T
max
). A literatura mostra que
a absorção de minociclina não é muito afetada na presença de leite e alimentos,
porém os parâmetros farmacocinéticos não são quantitativamente
esclarecedores. Já com a administração simultânea de minociclina com
antiácidos contendo metal como cálcio e magnésio e composto contendo ferro,
relatos mostram que a absorção pode ser reduzida (Smith &Woods, 1984;
MacDonald et al, 1973). A meia-vida varia de 12 a 16 horas em pacientes com
liv
função renal ou hepática normal (Carney et al, 1974). Em pacientes com função
renal comprometida, a meia-vida aumenta para 32 horas (Devulder et al, 1974;
Kunin et al, 1967).
Distribuição
A minociclina é amplamente distribuída nos líquidos e tecidos corporais.
Ela tem uma penetração tecidual maior quando comparada às oxitetraciclinas, e
na maioria das vezes atinge níveis teciduais que excedem os níveis plasmáticos
em tecidos como bile, tireóide, pulmão e fígado, mas também tem boa
penetração na mama, pele e seios paranasais (Kunin, 1967). A minociclina
atinge o líquido cefalorraquidiano melhor que as outras tetraciclinas, porém em
concentrações ainda mais baixas. Possui boa penetração na saliva e lágrimas,
além de ser eliminada no leite materno e atravessar a placenta.
A minociclina se liga mais fortemente as proteínas que as
oxitetraciclinas (76% a 30%) (Kunin, 1967). Com meia-vida de 12-16 horas,
apresenta um volume de distribuição de 78,6 ± 10,8L.
Metabolismo
Sofre um metabolismo pré-sistêmico inferior a 5%. A minociclina é
metabolizada em compostos microbiologicamente inativos por conversão
bioquímica no organismo; apesar da investigação desses compostos ainda está
lv
sob pesquisa, estudos em animais demonstraram a conversão em 4-
epiminociclina. A excreção da minociclina administrada por via intravenosa
parece ser similar a doses orais. A minociclina é mais lentamente excretada na
urina que as oxitetraciclinas, somente 5% nas primeiras 24 horas. A minociclina
é extremamente solúvel no tecido adiposo. Cerca de 32% é eliminada como
droga ativa, sendo 12% na urina e 20% nas fezes. Altas concentrações são
encontradas na bile.
RELAÇÃO DOSE-EFEITO
A faixa terapêutica da minociclina dependerá da concentração inibitória
mínima (CIM) do antibiótico para o microrganismo em questão, ou seja, da
menor concentração do antibiótico capaz de inibir a replicação bacteriana.
A sensibilidade completa ocorre quando o CIM é 4µg/mL, e a
suscetibilidade intermediária quando CIM estiver entre 4,0 e 12,5µg/mL e
resistente se > 12,5µg/mL.
MICROBIOLOGIA
As tetraciclinas são primariamente bacteriostáticas e exercem suas
atividades antimicrobianas inibindo a síntese protéica. As tetraciclinas,
lvi
incluindo a minociclina, têm similar espectro antibacteriano contra Gram-
negativos e Gram-positivos. A resistência cruzada desses microorganismos é
comum (Wrightson et al, 1997).
Espectro antibacteriano
Bactérias Gram negativas
Bartonella barciliformis, Brucella species, Campylobacter fetus,
Francinella tularensis, Haemopphillus ducrey, Haemophillos influenzae,
Listeria monocytogens, N. gonorrhoeaae, V. cholereae e Yersini2a pestis.
Algumas bactérias Gram-negativas têm demostrado ser resistentes às
tetraciclinas, deste modo, recomenda-se teste de sensibilidade e cultura para
os microorganismos: Acinetobacter, Bacteroides, Enterobacter aerogenes, E.
coli, Klebsiella species,e Shigella.
Bactérias Gram positivas
Muitos microorganismos Gram-positivos são resistentes às tetraciclinas.
Cerca 44% de cepas de Streptococcus pyogenes são resistentes, por isso as
tetraciclinas não são usadas em infecções estreptocócicas exceto se houver
sensibilidade. Recomenda-se, portanto, cultura e teste de sensibilidade às
tetraciclinas para: Actinomyces, Bacillus antrasis, Borrelia, Chlamidia
lvii
trachomatis, Chlamidia psittaci, Entamoeba, Clostridium, Mycoplasma
pneumoniae, Rickettsiae, Treponema pallidum, Treponnema pertenue,
Ureoplasma urrealyticum.
INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS
A minociclina está indicada no tratamento das seguintes patologias: acne
vulgaris, cólera, gonorréia, granuloma e cancro inguinais, infecções
estafilocócicas, infecções por clamídia, infecções respiratórias, nocardiose,
quimioprofilaxia de infecções meningocócicas e sífilis (Baytch, 1974).
A suspensão oral e os comprimidos de minociclina são indicados no
tratamento das seguintes patologias: febre das montanhas rochosas, febre tifóide,
febre Q, infecção respiratória por micoplasma, linfogranuloma venéreo,
tracoma, uretrites não gonocócica e infecções retal e endocervical
porureoplasma, cancróide, tularemia, peste, brucelose, granuloma inguinal,
infecções por Vibrio species e outras infecções por germes sensíveis (Smilack,
1999).
Quando as penicilinas são contra-indicadas, as tetraciclinas são uma
alternativa para infecções causadas por gonococos, actinnomices, sífilis,
listeriose, antraz, infecção de Vincent. Nas amebíases intestinais agudas, as
lviii
tetraciclinas podem ser usadas como coadjuvante amebicida. A minociclina
também pode ser usada no tratamento da acne vulgar (Freeman, 1989).
Minociclina oral é contra indicada para o tratamento de infecção meningocócica
(PDR
®
, 1998).
A minociclina também pode ser usada em associação no tratamento de
infecções anaeróbias, fibrose cística, gengivite, malária e lepra.
CONTRA-INDICAÇÕES
A Hipersensibilidade a tetraciclinas embora rara, pode acarretar
urticária, asma e edema facial, na gravidez a minociclina, como outras
tetraciclinas, pode causar danos fetais quando administrada em mulheres
grávidas. Caso a droga seja usada durante a gravidez ou a paciente engravidar no
decorrer do tratamento, deve ser alertada sobre os possíveis efeitos sobre o feto
como coloração amarelada dos dentes decíduos, pois liga-se aos dentes e ossos.
O uso da droga na primeira metade da gravidez e na infância até oito anos de
idade pode causar descoloração permanente dos dentes. Os efeitos adversos são
comuns durante um longo tratamento, porém podem surgir a curto prazo. Ela se
liga nos dentes e ossos (em crescimento) causando fluorescência amarelada
(Cohlan et al, 1977), em pacientes menores de 12 anos causam descoloração da
lix
dentição permanente, hipoplasia do esmalte, e deprime o crescimento ósseo,
pacientes com Lupus Eritematoso Sistêmico podem apresentar exacerbação
dessa condição (Doniz, 1969).
Recomenda-se que todos os pacientes recebendo minociclina,
principalmente por mais de 1 ano, necessitam de “screening” para
desenvolvimento de pigmentação (Eisen & Hakin, 1998). Até o momento não há
relatos de efeitos letais.
Todas as tetraciclinas formam um complexo estável com o cálcio no
tecido ósseo em formação. Uma redução da taxa de crescimento da fíbula tem
sido observada em crianças prematuras que receberam doses de 25mg/kg a cada
6 horas. Essa reação foi mostrada ser reversível quando a droga é descontinuada
(PDR
®
, 1998).
Estudos em animais demonstraram que as tetraciclinas atravessam a
barreira placentária, são encontradas nos tecidos fetais e podem promover
efeitos tóxicos no desenvolvimento fetal. Um efeito freqüentemente relatado é o
retardo do desenvolvimento esquelético. Evidências de embriotoxicidade têm
sido observadas em animais tratados em períodos gestacionais precoces (PDR
®
,
1998).
lx
Na presença de insuficiência renal e, principalmente, na gravidez, a
terapia diária intravenosa com tetraciclina em doses superiores a 2gm leva a
morte por falência hepática. Quando é necessário um tratamento intensivo deve-
se considerar seu potencial prejudicial, associado principalmente com a gravidez
e a presença de insuficiência renal ou hepática, e investigar, portanto, a função
renal e hepática antes e durante a terapia, bem como as concentrações séricas de
tetraciclina.
As ações antianabólicas das tetraciclinas podem aumentar a uréia,
enquanto isso não representa qualquer efeito prejudicial em pacientes com
função renal normal, ao mesmo tempo em que pode precipitar uma azotemia,
hiperfosfatemia e acidose em pacientes com falência renal. Caso esta realmente
exista, doses orais ou parenterais pequenas podem levar ao acúmulo sistêmico
excessivo da droga e possíveis efeitos tóxicos hepáticos. Nessas condições, as
doses administradas devem ser menores que o habitualmente indicado. Caso a
terapia se estenda por um período prolongado, é necessária a determinação
plasmática da droga, o que é particularmente importante se a via de
administração for a parenteral em gestantes ou em pacientes com pielonefrite.
Nessas circunstâncias, os níveis sangüíneos não devem exceder 15µg/mL e os
testes de função hepática devem ser feitos com freqüência. O uso concomitante
de drogas hepatotóxicas deve ser evitado (PDR
®
, 1998).
lxi
A fotosensibilidade é observada também como uma reação adversa em
indivíduos que, em uso de tetraciclinas, têm história de exposição exagerada ao
sol. No caso desses pacientes recomenda-se o uso de protetores solares, bem
como a orientação de não se expor a radiação ultravioleta. O tratamento deve ser
interrompido ao primeiro sinal de eritema na pele. A fotosensibilidade tem sido
relatada raramente com o uso de minociclina (PDR
®
, 1998).
Alguns dos efeitos que estão associados ao sistema nervoso central são:
cefaléia e vertigem. Pacientes que trabalham no controle de máquinas ou
conduzindo veículos devem tomar minociclina com cautela. Esses sintomas
desaparecem com a interrupção da droga (PDR
®
, 1998).
Algumas suspensões orais contêm sulfito de sódio, substância que pode
causar reação alérgica incluindo sintomas anafiláticos ou efeitos menos severos
em indivíduos suscetíveis. Pacientes asmáticos têm maior freqüência de
reatividade ao sulfito que indivíduos normais. É desconhecida a prevalência de
sensibilidade ao sulfito de sódio na população geral, mas estima-se que seja
baixa (PDR
®
, 1998).
Como qualquer outra preparação antibiótica, o uso dessa droga pode
levar ao supercrescimento de organismos não suscetíveis, como os fungos. Em
lxii
caso de superinfecção a droga deve ser descontinuada e instituída uma nova
terapia apropriada (PDR
®
, 1998).
Em adultos, um pseudotumor cerebral (hipertensão intracraniana) tem
sido associado com o uso de tetraciclina. As manifestações usuais são cefaléia e
visão turva. A minociclina pode causar tontura, ataxia e náusea por disfunção
vestibular, o que parece ser mais freqüente em mulheres e reversível com a
descontinuação da terapia.
Em doenças venéreas com suspeita de coexistência de sífilis, deve ser
realizado um exame minucioso antes do tratamento e a sorologia sanguínea deve
ser repetida mensalmente por pelo menos 4 meses. Todos os pacientes com
gonorréia devem ser investigados para sífilis no momento do diagnóstico e
iniciado o tratamento com minociclina. Devem ter um seguimento sorológico
para sífilis por 3 meses. No tratamento longo com minociclina, deve-se
acompanhar a função hematopoiética, renal e hepática periodicamente (Baytch,
1974).
lxiii
INTERAÇÕES COM DROGAS
O número de interações com drogas é enorme, principalmente em
pacientes hospitalizados os quais, na grande maioria, necessitam de seis ou mais
medicamentos. Embora muitas das interações não sejam observadas
clinicamente ou os casos reportados sejam inconclusivos, observa-se que vem
aumentando a cada ano.
Um aspecto que não pode ser esquecido é que o fato de uma interação
maléfica ou benéfica já ter sido relatada, não necessariamente ocorrerá em todos
os pacientes e que o oposto também não garante que não venha a aparecer.
As interações classificam-se de acordo com o mecanismo da interação e
podem ser divididas em: 1) físico-química na qual há uma incompatibilidade
física ou química de uma droga com a outra e ocorre antes da administração das
drogas, ainda fora do organismo; são muito comuns em misturas destinadas a
administração intravenosa; 2) farmacocinética onde há interação em um ou
mais de um dos quatro processos que compõem a etapa farmacocinética, seja na
absorção, distribuição, metabolismo ou excreção e existe também a interação 3)
farmacodinâmica que se dá nos sítios de ação dos fármacos, envolvendo os
mecanismos pelos quais os efeitos desejados se processam.
lxiv
Exemplos de interações medicamentosas com tetraciclinas
As tetraciclinas têm sido envolvidas na redução da atividade das
protrombinas plasmáticas, pacientes em terapia anticoagulante precisam de
ajuste da sua posologia.
Drogas bacteriostáticas como as tetraciclinas, interferem com a ação
bactericida das penicilinas, por isso é aconselhável evitar a administração
concomitante de drogas das classes das tetraciclinas com penicilinas.
A absorção da tetraciclina é prejudicada por antiácidos contendo
alumínio, cálcio ou magnésio, e preparações contendo ferro.
O uso concomitante de tetraciclina e metoxiflurano tem sido relacionado
com a ocorrência de toxicidade renal fatal (Kuzneu, 1970).
As tetraciclinas não devem ser usadas concomitantes com contraceptivos
orais, por reduzirem sua eficácia e aumento de sangramento intermenstrual.
As drogas podem interagir com substâncias químicas, reagentes
empregados em testes de diagnóstico, outras drogas e com o próprio alimento,
lxv
interação esta que foi estudada nesta dissertação, portanto será abordada com
mais ênfase.
INTERAÇÕES COM ALIMENTO
As interações de drogas com alimento devem ser consideradas como
uma interação da formulação com o alimento, devido as evidências de que a
droga pode ser afetada diferentemente pelo alimento quando administrada em
formulações diferentes. Podem ser classificadas em 5 categorias: as que causam
redução, atraso, aumento ou aceleram a absorção e ainda as que a alimentação
não exerce efeito sobre a droga.
Os alimentos induzem alterações na fisiologia do trato gastrointestinal.
Essas mudanças fisiológicas provocadas pelo alimento podem resultar em atraso
no esvaziamento gástrico, estimulação do fluxo biliar, mudanças no pH, e
aumento do fluxo sangüíneo esplâncnico. A alimentação também pode alterar o
metabolismo no lúmen e interagir física ou quimicamente com a substância ativa
(Guidance for Industry. Food-Effect Bioavailability and Bioequivalence Studies.
U.S. Department of Health and Human Services. Food and Drug Administration.
Center for Drug Evaluation and Research (CDER) - October 1997 BP X).
lxvi
Os efeitos da alimentação na biodisponibilidade de drogas ou
bioequivalência entre elas depende de propriedades da droga, sejam físico-
químicas como solubilidade ou farmacocinéticas como sítio de ação, taxa e
extensão de absorção e metabolismo de 1ª passagem, bem como da liberação do
princípio ativo do produto farmacêutico. Os efeitos da co-administração de
alimentos com drogas é máximo quando o produto é administrado
imediatamente após a alimentação. O conteúdo da alimentação, o volume de
fluido, a temperatura e o conteúdo calórico dos alimentos influenciam a
magnitude da alteração fisiológica que pode afetar a absorção da droga.
Alimentos ricos em calorias, gorduras e de alta densidade são os mais prováveis
de levar a alterações na biodisponibilidade de drogas (Guidance for Industry.
Food-Effect Bioavailability and Bioequivalence Studies. U.S. Department of
Health and Human Services. Food and Drug Administration. Center for Drug
Evaluation and Research (CDER) - October 1997 BP X). Welling e
colaboradores (1977) relataram que uma dieta rica em gordura, carboidratos e
proteínas produz 50% de inibição na absorção de tetraciclina e 20% de inibição
na absorção de doxiciclina.
É necessário examinar as interações droga-alimento para específicas
drogas e formulações, explorando mecanismos padrões que possam levar a uma
melhor predição da natureza e extensão das mudanças nos níveis de droga
lxvii
circulante devido à presença de alimento e o possível impacto clínico (Welling,
1996).
Tetraciclinas versus alimento
Yu e colaboradores (1990), Baggot (1992) e Sutter e colaboradores
(1993); mostraram que a presença de alimento no trato gastrointestinal pode
afetar a absorção de drogas administradas por via oral, e que o grau da interação
depende da droga em questão bem como da espécie animal.
Segundo Palmer e colaboradores (1983) e Kniffen e colaboradores
(1989), a administração de tetraciclinas com alimento pode resultar em
interações que influenciam na biodisponibilidade da droga, alterando a
possibilidade de obter concentrações terapeuticamente ativas no plasma e nos
tecidos.
Meyer (1996) demonstrou que a administração de tetraciclina e
derivados juntos com alimento resulta numa redução na biodisponibilidade.
Diferentemente da espécie humana, Luthman e colaboradores, (1989),
observaram que a concentração plasmática era muito reduzida em porcos
alimentados comparados aos que estavam em jejum, e concluíram que a
lxviii
biodisponibilidade é grandemente reduzida quando a tetraciclina é misturada ao
alimento.
Apresentação farmacêutica
O laboratório inovador nos Estados Unidos e Reino Unido é o Lederle
Laboratories que comercializou a minociclina com o nome de Minocin. No
Brasil a minociclina de referência é o Minomax
®
do Laboratório Wyeth.
Comprimidos de 50 e 100mg de minociclina estão disponíveis tanto nos
Estados Unidos como no Reino Unido. O período de validade é de 3 anos, desde
que armazenados em ambiente de temperatura variando de 10 a 30ºC, na
embalagem original ou em recipientes protegidos contra a umidade.
Nos Estados Unidos existe ainda sob a forma farmacêutica de suspensão,
50mg/5mL, a qual apresentam em sua formulação parabenos e 5% de álcool
como preservativos. A forma intravenosa só está disponível para pacientes pré-
determinados (Dollery, 1993). No Brasil a minociclina está disponível apenas
sob a forma farmacêutica de comprimidos de 100mg.
lxix
O
O
B
B
J
J
E
E
T
T
I
I
V
V
O
O
S
S
lxx
OBJETIVOS
Determinar a farmacocinética da minociclina administrada em condições
de jejum e após uma dieta padrão específica.
Comparar a biodisponibilidade de duas formulações de minociclina,
fabricadas por dois laboratórios, um teste e outro de referência, em condições de
jejum e após dieta padrão específica.
Desenvolver e validar um método específico para quantificação da
minociclina em plasma humano.
lxxi
M
M
A
A
T
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E
E
R
R
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I
A
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L
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M
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É
T
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O
O
D
D
O
O
S
S
lxxii
MATERIAL E MÉTODOS
PROTOCOLO CLÍNICO
Delineamento do Estudo
A pesquisa consistiu de um estudo aberto, com replicação, de 24
voluntários sadios, adultos (doze homens e doze mulheres, não grávidas).
Depois da seleção e observado um período de pelo menos 4 semanas sem fazer
uso de qualquer medicação, os voluntários qualificados para participar do estudo
foram internados por quatro períodos de aproximadamente 36 horas, com duas
semanas de intervalo entre os internamentos. Em cada internamento, os
voluntários receberam a formulação teste ou referência acompanhada ou não de
uma dieta padrão específica a qual foi elaborada objetivando-se um alto teor de
cálcio.
A dieta padrão consistiu de 200mL de suco de laranja, 200mL de iogurte
de morango, 4 bolachas tipo cream cracker e 20g de queijo, perfazendo um total
de 452mg de cálcio; 8,64mg de gordura e 303,5Kcal. A quantidade de cálcio
recomendado para adultos sadios acima de 25 anos de idade é de 800 –
1200mg/dia, de acordo com National Research Council recommended Dietary
Allowances National Academy of Sciences, Washington, D.C., 1989.
lxxiii
Em dois dos quatro internamentos foi administrado minociclina com
uma dieta padrão específica, sendo uma vez com a minociclina referência
(Minomax
®
) e em outra a minociclina teste (Minoderm). Quinze minutos após a
ingestão da dieta padrão específica, administrou-se a minociclina conforme uma
tabela de randomização para quatro períodos.
Nos outros dois internamentos, a administração constou apenas da
formulação de minociclina referência ou a minociclina teste.
Seleção do Voluntário
Os voluntários foram selecionados através de uma avaliação clínica
completa, conduzida por um profissional médico, realização de exames
laboratoriais para avaliar as funções renal, hepática e hematológica, bem como
avaliação da função cardíaca através de um eletrocardiograma (ECG).
Exames Laboratoriais:
Os seguintes exames laboratoriais foram realizados nos períodos pré-
estudo (período de avaliação para seleção de voluntários saudáveis) e pós-estudo
(período após o quarto e último internamento):
lxxiv
1) Análise Hematológica: Hemoglobina, Hematócrito, Contagem total e
diferencial de leucócitos, Contagem de plaquetas e Velocidade de
Hemossedimentação (VHS).
2) Análise Bioquímica: Uréia, Creatinina, Bilirrubina Total, Proteína
Total, Albumina, Glicose em jejum, Fosfatase Alcalina, Aspartato – amino -
transferase (AST), Alanina - amino - transferase (ALT), Colesterol Total,
Triglicérides, Ácido Úrico e Gama GT.
3) Sumário de Urina
4) Exames realizados somente no período pré-estudo: Parasitológico de
Fezes; Análise Sorológica para Hepatite B, Hepatite C, HIV (Síndrome da
Imunodeficiência Adquirida-AIDS) e Teste sorológico para gravidez (Beta –
HCG) no caso de tratar-se de voluntários do sexo feminino.
Critérios de Inclusão
Os seguintes critérios foram satisfeitos para que o voluntário participasse
do estudo:
1. Homem ou mulher que não estivesse grávida, com idade entre 18 a
50 anos;
lxxv
2. Peso corporal entre 55 e 95Kg dentro de uma variação de 15%, de
acordo com seu índice de massa corpórea (IMC);
3. Ser submetido a uma história clínica e exame físico, e ser considerado
saudável;
4. Concordar livremente e assinar o termo de consentimento, após todos
os elementos essenciais do protocolo serem esclarecidos, antes de qualquer
procedimento.
Critérios de Exclusão
Qualquer um dos seguintes critérios excluía o voluntário do estudo:
1. Os resultados dos exames laboratoriais estavam fora dos valores
considerados normais (± 10%), a menos que fossem considerados clinicamente
irrelevantes;
2. O voluntário participou de qualquer estudo experimental ou ingeriu
qualquer droga experimental nos últimos três meses que antecederam o início do
estudo;
3. Fez uso de medicação regular nas últimas 4 semanas que antecederam
o inicio do estudo, ou fez uso de qualquer medicação uma semana antes do
início do estudo;
4. Ter sido internado, por qualquer motivo, até 8 semanas antes do início
do estudo;
lxxvi
5. Apresentava história de abuso de álcool ou drogas, ou tinha ingerido
bebidas alcoólicas nas 48 horas que antecederam o período de internação para
início do estudo;
6. Possuía história de doença hepática, renal, pulmonar, gastrointestinal,
epiléptica, hematológica ou psiquiátrica;
7. Apresentava hipotensão ou hipertensão de qualquer etiologia que
necessitasse de tratamento farmacológico;
8. Apresentava história ou tinha tido infarto do miocárdio, angina e/ou
insuficiência cardíaca;
9. O voluntário tinha doado ou perdido 450mL ou mais de sangue nos
últimos três meses que antecederam ao estudo;
10. Mulher com teste imunológico positivo para gravidez;
11. O voluntário tinha qualquer condição que o impedia de participar do
estudo pelo julgamento do investigador.
Critérios para Retirada do Estudo:
As seguintes condições foram consideradas como critérios de retirada do
estudo:
O voluntário não deseja continuar no estudo, por razões outras que a
ocorrência de eventos adversos da droga teste; por ex. indisponibilidade,
lxxvii
intolerância aos procedimentos do estudo. Efeitos adversos da droga, testes
laboratoriais anormais julgados de relevância clínica, doença intercorrente
requerendo medicação.
Entrada do Voluntário no Estudo:
Os voluntários foram aceitos no estudo somente se fossem considerados
saudáveis, como determinado pela história médica, exame físico e os exames
laboratoriais que antecederam o início do estudo.
Uma vez avaliada a higidez, os voluntários foram submetidos a uma
entrevista para avaliação das condições emocionais para participar da
investigação. Após todas as dúvidas, por parte dos voluntários, terem sido
esclarecidas, e os mesmos tendo concordado com o protocolo clínico, assinaram
o termo de consentimento (Anexo IV) para participação no estudo.
Internamento:
Solicitou-se ao voluntário que se apresentasse para internamento, na
Unidade de Farmacologia Clínica - UNIFAC - da Faculdade de Medicina da
Universidade Federal do Ceará, aproximadamente às 21:00 horas da noite
lxxviii
anterior à administração do medicamento, e que permanecesse na mesma até 24
horas após a administração da medicação.
Restrições:
Todos os voluntários chegaram à Unidade de Farmacologia Clínica
tendo feito uma refeição normal noturna (jantar). A partir das 23:00 horas da
noite do internamento, os voluntários ficaram em jejum até a manhã seguinte e
durante o período de 2 horas após a administração da medicação quando um
desjejum foi servido. O almoço foi servido entre 5 e 6 horas após administração
e o jantar após 12 horas. Não foram permitidos outros alimentos no período de
internação. Em dois dos quatro períodos, os voluntários tomaram um café da
manhã padronizado 15 minutos antes da administração da medicação e as
demais refeições seguiram o mesmo protocolo. Líquidos foram permitidos ad
libitum após as refeições, mas bebidas contendo xantinas (incluindo chá, café e
cola) foram evitadas.
Não foi permitido fumar durante o período de internamento. Medicações
concomitantes foram evitadas quando possível, mas em caso de necessidade,
quando utilizada foi registrada em formulário próprio. O consumo de álcool foi
limitado durante o período de estudo e evitado completamente durante as 48
horas que antecedem cada coleta de sangue.
lxxix
Produtos Estudados
Formulação Teste Formulação Referência
Nome
Minoderm
Minomax
®
Ingrediente Ativo
Minociclina Minociclina
Forma
Comprimidos Comprimidos
Potência
100mg 100mg
Lote
CT 010/99 CT 011/99
Fabricante Laboratórios Stiefel Laboratórios Wyeth
Esquema Experimental
Os voluntários receberam em cada uma das fases (período) de
internamento, de acordo com a randomização (tabela 1), os seguintes produtos:
Minomax
®
, comprimido contendo 100mg de cloridrato de minociclina
(formulação referência), da Wyeth, em jejum.
Minoderm, comprimido contendo 100mg de cloridrato de minociclina
(formulação teste), da Stiefel, em jejum.
Minomax
®
, comprimido contendo 100mg de cloridrato de minociclina
(formulação referência), da Wyeth com dieta padrão específica.
lxxx
Minoderm, comprimido contendo 100mg de cloridrato de minociclina
(formulação teste), da Stiefel com dieta padrão específica.
Inventário das amostras
Minoderm 100mg Stiefel Minomax
®
100mg Wyeth
Amostra Utilizada 48 unidades Amostra Utilizada 48 unidades
Amostra de Retenção 12 unidades Amostra de Retenção 08 unidades
lxxxi
Tabela 1: Randomização da Minociclina
Vol.
Fase I Fase II Fase III Fase IV
1.
Minomax®
Minoderm
Minomax® + dieta
Minoderm + dieta
2.
Minomax® + dieta
Minoderm Minoderm + dieta
Minomax®
3.
Minoderm + dieta
Minomax®
Minoderm
Minomax® + dieta
4.
Minoderm
Minomax® + dieta
Minoderm + dieta
Minomax®
5.
Minomax® Minomax® + dieta
Minoderm Minoderm + dieta
6.
Minoderm + dieta
Minomax®
Minoderm
Minomax® + dieta
7.
Minomax® + dieta
Minoderm + dieta
Minomax®
Minoderm
8.
Minoderm Minoderm + dieta
Minomax® Minomax® + dieta
9.
Minoderm Minoderm + dieta
Minomax® + dieta Minomax®
10.
Minomax® + dieta
Minoderm
Minomax®
Minoderm + dieta
11.
Minomax® Minomax® + dieta
Minoderm + dieta Minoderm
12.
Minoderm + dieta
Minomax® Minomax® + dieta
Minoderm
13.
Minomax® + dieta
Minoderm + dieta Minoderm
Minomax®
14.
Minoderm + dieta
Minomax®
Minoderm
Minomax® + dieta
15.
Minoderm
Minomax® + dieta Minomax®
Minoderm + dieta
16.
Minoderm + dieta
Minomax® Minomax® + dieta
Minoderm
17.
Minoderm Minoderm + dieta
Minomax® + dieta Minomax®
18.
Minoderm
Minomax® + dieta Minomax®
Minoderm + dieta
19.
Minomax®
Minoderm Minoderm + dieta
Minomax® + dieta
20.
Minomax® Minomax® + dieta
Minoderm + dieta Minoderm
21.
Minomax® + dieta Minomax®
Minoderm + dieta Minoderm
22.
Minomax®
Minoderm + dieta Minoderm
Minomax® + dieta
23.
Minoderm + dieta Minoderm
Minomax® + dieta Minomax®
24.
Minomax® + dieta
Minoderm Minoderm + dieta
Minomax®
lxxxii
Coleta de Sangue
As amostras de sangue para determinação da concentração plasmática de
minociclina foram obtidas, através de escalpe heparinizado introduzido em veia
superficial do antebraço do voluntário, imediatamente antes da administração de
uma das preparações de minociclina (tempo ZERO), e aos seguintes intervalos a
partir da administração: 0:30, 1:00, 1:30, 2:00, 3:00, 4:00, 6:00, 8:00, 10:00,
12:00, 16:00, 24:00, 48:00, 72:00 e 96:00 horas.
A cada intervalo de tempo foram coletados 8mL de sangue e colocados
em tubos vacutainer de vidro contendo 30µL de heparina. Depois de
centrifugadas a 3.000 rpm, na temperatura de 8°C, durante 12 minutos, o plasma
foi separado, colocado em dois tubos e em seguida os tubos devidamente
identificados foram mantidos em freezer, numa temperatura de –20ºC, até sua
análise.
Três dias após a última coleta de sangue do 4º internamento, os
voluntários foram reavaliados clinica e laboratorialmente (período de pós-
estudo).
lxxxiii
Efeitos Adversos:
Foi solicitado aos voluntários que relatassem qualquer evento adverso e
quando este evento ocorreu para que fosse acompanhado clínica e
laboratorialmente até que os parâmetros alterados voltassem ao normal. Foi
também solicitado se houve ou não necessidade de usar medicação adicional. As
perguntas realizadas para saber se os voluntários tiveram algum evento adverso
foram limitadas a perguntas gerais, tais como: Como vai você?
Definições de efeitos adversos quanto à intensidade
Leve: experiência adversa facilmente tolerada.
Moderada: experiência adversa desagradável o bastante para interferir
nas atividades cotidianas.
Intensa: experiência adversa que impossibilita a realização das
atividades cotidianas normais.
Relacionamento suposto com a droga experimental
Sem relação: a experiência adversa definitivamente não está relacionada
à droga em teste.
lxxxiv
Improvável: há outras causas mais prováveis e não há suspeitas de que a
droga seja a causa.
Suposto: não foi demonstrado um relacionamento de causa e efeito
direto entre a droga e a experiência adversa, porém, há uma possibilidade
razoável de que a droga esteja envolvida.
Provável: há provavelmente um relacionamento direto de causa e efeito
entre a experiência e a droga em estudo.
ETAPA ANALÍTICA
Análise da droga
Todas as amostras de um mesmo voluntário foram analisadas em
duplicata e no mesmo dia para evitar variação inter-ensaio. As concentrações
plasmáticas de minociclina foram analisadas através de Cromatografia Líquida
de Alta Pressão acoplada a espectrometria de massa (LC-MS-MS) com fase
reversa, ionização eletronspray positiva usando um monitor múltiplo de reação
(MRM).
lxxxv
Preparo das soluções padrões e reagentes
Soluções de minociclina foram preparadas, a partir de uma diluição
apropriada de uma solução estoque de 1mg/mL em metanol/água (50/50, v/v)
nas concentrações 2000, 1000, 500, 50, 20ng/mL.
A solução do padrão interno, claritromicina 100µg/mL, foi preparada a
partir de uma diluição apropriada de uma solução estoque de 1mg/mL em
metanol/água (50/50, v/v).
O tampão utilizado foi o ácido etilenodiaminotetraacético EDTA. O
dietil éter/diclorometano (70/30, v/v) foi preparado no dia de cada ensaio.
Preparação das amostras da curva de calibração e controles de
qualidade
Os padrões da curva de calibração foram preparados contaminando
plasma humano com soluções padrões de minociclina, obtendo-se as
concentrações 2 ,5, 10, 20, 50, 100, 200, 500, 1000, 2000ng/mL. O volume de
0,2mL de uma concentração fixa do padrão interno (claritromicina 0,2µg/mL em
EDTA 10mM) foi adicionada a todos os tubos do estudo. Os padrões de
calibração e o branco foram preparados antes de cada análise e em duplicata,
sendo extraído juntamente com a amostra de plasma e o controle de qualidade.
lxxxvi
Os controles de qualidade foram preparados contaminando o plasma humano
com concentrações definidas de minociclina 20, 100, 1000ng/mL. Uma amostra
do controle de qualidade para cada uma das 3 concentrações descongeladas, a
cada ensaio, foi extraída junto com as amostras de plasma.
Pré-tratamento das amostras de plasma
Cada alíquota de 200µL da amostra de plasma, de cada tempo de coleta,
foi adicionada a tubos contendo o padrão interno (claritromicina, 0,2µg/mL). Os
tubos foram agitados num vortex e colocados numa estante à temperatura
ambiente, por 5 minutos. Adicionou-se 0,2mL de dietil éter/diclorometano
(70/30, v/v) e agitou-se num vortex por 30 a 40 segundos. Os tubos foram
centrifugados a 2000rpm por 10 minutos a 4ºC. A fase orgânica foi removida
cuidadosamente e transferida, usando pipeta Pasteur, para tubos siliconizados. O
solvente foi removido através de um fluxo de nitrogênio em banho seco a 37ºC.
Adicionou-se 4mL da fase móvel aos tubos, sendo mais uma vez agitados no
vortex por 15 segundos para que os resíduos fossem reconstituídos. As soluções
foram transferidas para pequenos frascos, que posteriormente foram fechados e
acondicionados na bandeja do injetor automático HP 1100 (Hewlett-Packard,
CA, USA). Alíquotas de 40µL foram injetadas automaticamente no sistema de
cromatografia líquida.
lxxxvii
Condições cromatográficas e de espectrometria de massa
Um HPLC modelo 1100 da Hewlett-Packard, com bomba binária,
desgaseificador, auto-injetor, termostato de coluna analítica (Zorbax RX – C8;
4,6mm x 15cm adaptado a uma coluna guarda do mesmo material) foi utilizado.
A fase móvel foi preparada com 80% de acetonitrila, 20% de água e 0,1% de
ácido trifluoroacético; o pH da solução não foi ajustado. A coluna analítica foi
feita em gradiente isocrático, num fluxo de 1mL/min, o tempo total de corrida
foi de 4 minutos. A fase móvel da coluna do HPLC foi injetada e monitorizada
por espectrometria de massa. A coluna operou a uma temperatura de 40ºC e uma
coluna fina e flexível foi empregada para desviar a fase móvel para os resíduos
nos tempos apropriados. A temperatura do auto-injetor foi de 10ºC e o volume
injetado 40µL. A agulha do auto-injetor foi lavada com uma solução fresca de
acetonitrila 50% em água para prevenir efeito cumulativo.
A espectrometria de massa foi executada com um Quattro II triplo
estágio quadrupole espectrômetro de massa (Micromass, Manchester, UK)
equipado com uma interface de ionização de pressão atmosférica com
eletronspray (API-ES), operando em íon positivo usando um fluxo cruzado
(cross-flow) como o counter eletrodo (Micromass). O espectrômetro de massa
foi calibrado com solução de sódio/iodeto/iodeto de césio no intervalo
massa/carga de 20 – 1000 de acordo com as especificações. A otimização das
lxxxviii
condições da espectrometria de massa para todos os compostos estruturados foi
feita com solução padrão na fase móvel (cada 5µg/mL e fluido de 10µL/mL)
usando uma bomba de infusão conectada diretamente no probe do eletronspray.
O espectrômetro de massa equipado com interface de eletronspray
correu no modo positivo (ES+) e calibrado para monitorar múltiplas reações
(MRM): 748,4 > 157,8 para claritromicina e 457,92 > 441,04 para minociclina.
Recuperação
Preliminarmente, os experimentos avaliaram a recuperação da extração
do método para minociclina. A recuperação (%) foi expressa como intervalo da
área do pico da extração do plasma branco contaminado com cada padrão
relativo para a área do pico de uma solução padrão não extraída.
Precisão e acurácia
Entre as corridas, a acurácia e a precisão foram calculadas para as
amostras de calibração e amostras do controle de qualidade. Dentro da mesma
corrida a precisão foi calculada para as amostras do controle de qualidade. Os
experimentos da curva de calibração foram feitos em duplicata. Cada amostra do
controle de qualidade foi analisada 3 ou 4 vezes a cada ensaio.
lxxxix
Especificidade
Para avaliar a especificidade foram utilizadas amostras de plasma
humano normal, hiperlipêmico e hemolizado. Para realização do teste, as
amostras branco foram testadas, segundo a interferência, usando o procedimento
de extração proposto bem como as condições cromatográficas ou
espectrofotométricas e comparadas às obtidas com a solução aquosa do analito
(minociclina) em concentração próxima ao limite de quantificação.
Parâmetros Farmacocinéticos Determinados
Parâmetros farmacocinéticos (tabela 2) tais como a área sob a curva do
tempo zero ao infinito (AUC
(0-)
), do tempo zero a 96 horas (AUC
(0-96h)
),
concentração máxima atingida (Cmax), tempo para atingir a concentração
máxima (Tmax), meia-vida plasmática (t
1/2
) e constante de eliminação terminal
(K) foram calculados.
xc
Tabela 2. Parâmetros Farmacocinéticos.
AUC
(0-)
Área sob a curva de concentração plasmática da droga versus
tempo. Do tempo 0 (zero) ao infinito
AUC
(0-96h)
Área sob a curva de concentração plasmática da droga versus
tempo. Do tempo 0 (zero) ao tempo 96h, calculada pelo método
trapezoidal
Cmax Pico de concentração plasmática máxima da droga, obtida
diretamente dos dados
Tmax Tempo para atingir o Cmax
t
1/2
Representa o tempo em que a concentração da droga no plasma é
reduzida a metade. Calcula-se através do logaritmo neperiano de
2 dividido pela constante de eliminação, t
1/2
= ln2/K
K Determina a taxa de eliminação da droga dos vasos sangüíneos.
Serve para determinar a concentração da droga em um tempo t
Análise estatística
A constante de eliminação terminal (K) de primeira ordem foi estimada
através da regressão linear dos pontos da fase de eliminação numa plotagem log-
linear. A meia vida foi calculada através da fórmula (t
1/2
= ln 2/K). A
concentração plasmática máxima observada (Cmax) e o tempo para obter esta
concentração (Tmax) foram obtidos diretamente da curva. A área sob a curva da
concentração plasmática de minociclina versus tempo de 0 a 96horas (AUC
(0-
96h)
) foi calculada através do método trapezoidal. A extrapolação dessa área para
o infinito (AUC
(0-)
) foi feita adicionando o valor C
96
/K ao calculado (AUC
(0-
96h)
) [onde C
96
= concentração plasmática calculada da equação da regressão log-
linear obtida através de K 96h após a dose].
xci
A distribuição da população foi analisada usando o plote do histograma
do valor da transformação normal (NTV), plote do probito e o teste de
Kolmogorov-Smirnov, mostrando-se consistente com a distribuição Gaussiana
se p>0,05 (Dallal & Wilkinson, 1986). A análise da variância entre as
populações foi observada através do teste F (Snedecor).
A bioequivalência entre ambas as formulações foi avaliada calculando a
razão do medicamento teste/medicamento referência do (AUC
(0-96h)
) individual e
C
max
utilizando os dados transformados logaritmicamente para as médias e o
intervalo de confiança de 90%. A inclusão de 90% do intervalo de confiança
para a razão no intervalo de bioequivalência de 80 – 125% foi analisada usando
teste paramétrico (Análise de variância - ANOVA).
Os programas de computador utilizados nessas análises foram o
WinNonlin Professional NetNetwork Edition, versão 1,5m (Pharsight, Mountain
View, CA, USA), Programa de Bioequivalência para Estudos Cruzados em Dois
Períodos, versão 3,4 (Herman P. Wijnand, Oss, A Holanda), Microsoft Excel
versão 7 (Microsoft, Redmond, WA, USA), GraphPad Prism versão 2,01
(GraphPad Software, San Diego, CA, USA) e WinSTAT versão 3,1 (Kalmia
Co., Inc., Karlsruhe, Germany).
xcii
Comitê de Ética
O protocolo experimental e o Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido foram submetidos e aprovados pelo Comitê de Ética em Pesquisa da
Universidade Federal do Ceará.
O Estudo foi conduzido de acordo com a Declaração de Helsinki (1965)
e as revisões de Tokyo (1975), Venice (1983) e África do Sul (1996), e a
Resolução 196/96 e 251/97 do Conselho Nacional de Saúde - MS.
A Declaração de Helsinque foi formulada em 1964 quando da sua
adoção pela Associação Médica Mundial (AMM). Até o ano de 2000 já foram 5
alterações, sendo a última realizada na 52ª Assembléia Geral da Associação
Médica Mundial em 7 de outubro em Edimburgo, Escócia.
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
O termo “consentimento livre e esclarecido” é uma tradução brasileira
originária do termo francês consentement livre et éclairé. Esta forma é utilizada
nas resoluções da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP) aprovadas
pelo Plenário do Conselho Nacional de Saúde (CNS - MS), o órgão que regula a
ética na pesquisa em seres humanos no Brasil.
xciii
Segundo a Declaração do Congresso Mundial de Bioética, da Sociedade
Internacional de Bioética (SIBI), realizado em junho de 2000, o art. 11
º
,
dedicado aos temas da pesquisa e experimentação, relata que “os sujeitos das
experimentações deverão dar o seu consentimento livre e esclarecido e
plenamente informado”.
O Termo de Consentimento Livre e Esclarecido é uma condição
indispensável na pesquisa em seres humanos. Trata-se de uma decisão
voluntária, verbal ou escrita, protagonizado por uma pessoa autônoma e capaz,
selecionada após um processo informativo, para experimentação consciente dos
seus riscos, benefícios e possíveis conseqüências.
Além desses aspectos, o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
pode ser considerado sob o aspecto jurídico. A possibilidade de ser apresentado
sob a forma de declaração escrita poderá contribuir, futuramente, para a
comprovação de um fato quando de um processo de natureza jurídica, podendo
ser utilizado como testemunho defensivo.
Irrefutavelmente, a prática do termo de consentimento livre e esclarecido
contribui no exercício da ética dignificando e engrandecendo tanto ao sujeito da
pesquisa como o próprio pesquisador.
xciv
Os voluntários selecionados para essa pesquisa com a minociclina
receberam uma explanação da natureza e dos objetivos do estudo. Foi enfatizado
que o trabalho teria a finalidade de pesquisa e que o voluntário não poderia
esperar que houvesse qualquer efeito terapêutico. O voluntário também tinha
conhecimento de que ele/ela era livre para se retirar a qualquer momento do
estudo sem que isto lhe causasse qualquer prejuízo no seu atendimento junto a
Unidade de Farmacologia Clínica ou ao Hospital Universitário Walter Cantídio
da Universidade Federal do Ceará. Foi solicitado a cada voluntário que, caso
concordasse com o protocolo de estudo, assinasse o Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido para participação no mesmo.
Confidenciabilidade
Os resultados da avaliação médica, o eletrocardiograma e os exames
laboratoriais foram registrados em folha individual de cada voluntário. Toda a
informação obtida durante o estudo referente ao estado de saúde do voluntário
ficaram disponíveis aos médicos do Hospital Universitário Walter Cantídio da
Universidade Federal do Ceará. Uma cópia dos exames laboratoriais, realizados
no período pré e pós-estudo, foi fornecida aos voluntários, quando solicitado
pela parte interessada.
xcv
R
R
E
E
S
S
U
U
L
L
T
T
A
A
D
D
O
O
S
S
E
E
D
D
I
I
S
S
C
C
U
U
S
S
S
S
Ã
Ã
O
O
xcvi
Resultados
O desenho consistiu de um estudo aberto, randomizado, com replicação,
de 24 voluntários sadios, adultos, de ambos os sexos, com idade entre 18 e 39
anos, (22,63 ± 4,34), peso variando de 50,2 a 76,2Kg (65,40 ± 7,96) e altura
entre 155 e 181cm (166,68 ± 6,88).
Os voluntários qualificados para participar do estudo foram internados
por quatro períodos de aproximadamente 36 horas, com pelo menos catorze dias
de intervalo entre os internamentos.
Amostras sangüíneas para a determinação dos níveis plasmáticos de
minociclina foram obtidas antes da administração (tempo zero) e após a
administração (0:30, 1, 1:30, 2, 3, 4, 6, 8, 10, 12, 16, 24, 48, 72 e 96 horas) de
uma das formulações de minociclina.
Os voluntários foram acompanhados clinicamente durante o período do
estudo. Aferição de sinais vitais, pulso, pressão sangüínea sistólica e diastólica,
foi realizada a cada período de coleta de sangue.
Ambas as formulações de minociclina foram bem toleradas. Apenas um
voluntário (Vol-11), durante o segundo internamento, (formulação referência
xcvii
com dieta padrão específica), queixou-se de cefaléia por 8h, mas a relação desse
sintoma com a droga é desconhecida. O sintoma cedeu após a administração de
1 comprimido de Paracetamol 750mg. Os parâmetros bioquímicos
permaneceram inalterados e dentro do limite dos valores de referência.
Todos os voluntários concluíram o estudo, não havendo nenhuma
desistência ou retirada.
Para cada voluntário foi preenchida uma ficha clínica que consta dos
critérios de admissão, história médica pré-estudo, exame físico geral pré e pós-
estudo, resultado ECG pré e pós-estudo, fichas de administração, coleta de
sangue e aferição de sinais vitais do 1º, 2º, 3º e 4º internamentos, registro de
eventos adversos, medicação para tratamento de eventos adversos, término
prematuro do estudo, determinações laboratoriais e comentários adicionais. Para
exemplificar encontra-se em anexo a ficha clínica do vol.01 SCC (Anexo I).
Os exames clínicos e laboratoriais, pós-estudo, não apresentaram
alterações significativas quando comparados aos exames realizados no período
pré-estudo (tabelas 3, 4 e 5).
xcviii
Tabela 3. Resultados Hematológicos das Determinações Laboratoriais
(média ± SD) dos 24 voluntários.
Hematologia Pré-estudo Pós-estudo Normal
Hemoglobina g%
13,80 ± 1,28 13,47 ± 1,48
13,5-18,0
Hematócrito %
41,54 ± 3,67 40,37 ± 3,99
40-54
Leucócitos 10
3
/mm
3
6,41 ± 1,48 6,64 ± 1,21
5-10
Contagem diferencial(%)
Bastões
1,0 ± 0 1,0 ± 0
1-3
Segmentados
56,96 ± 6,03 54,58 ± 5,72
40-75
Linfócitos
30,17 ± 5,39 32,96 ± 5,66
20-45
Monócitos
8,50 ± 1,82 7,92 ± 1,28
2-10
Basófilos
0,04 ± 0,20 0,29 ± 0,46
0-1
Eosinófilos
3,33 ± 3,05 3,25 ± 1,78
1-6
Outros
Plaquetas 10
3
/mm
3
250,63 ± 61,08 267,0 ± 72,62
150-450
VHS mm-1ªh
9,67 ± 4,96 7,96 ± 5,95
0-20
xcix
Tabela 4. Resultados Bioquímicos das Determinações Laboratoriais (média
± SD) dos 24 voluntários.
Bioquímica Pré-estudo Pós-estudo Normal
Uréia mg/dL
25,64 ± 6,48 27,85 ± 5,73
15-43
Creatinina mg/dL
0,85 ± 0,14 0,84 ± 0,13
0,7-1,4
Bilirrubina Total mg/dL
0,7 ± 0,27 0,67 ± 0,29
0,2-1,3
Proteína Total g/dL
7,23 ± 0,41 7,09 ± 0,36
6,3-8,2
Albumina g/dL
3,89 ± 0,31 3,80 ± 0,21
3,9-5,0
Glicemia (jejum) mg/dL
81,21 ± 6,73 80,13 ± 8,32
70-110
Fosfatase Alcalina U/L
72,71 ± 18,27 70,75 ± 15,85
38-126
SGOT (AST) U/L
24,13 ± 7,41 21,54 ± 5,96
17-59
SGTP (ALT) U/L
31,04 ± 10,43 29,83 ± 9,64
21-72
Colesterol Total mg/dL
160,25 ± 41,88 161,79 ± 30,59
< 200
Triglicérides mg/dL
88,13 ± 32,41 80,21 ± 33,12
até 200
Ácido Úrico mg/dL
4,63 ± 1,19 4,75 ± 1,19
3,5-8,5
Gamma GT U/L
26,04 ± 15,49 24,54 ± 12,98
8-78
c
Tabela 5. Resultados das Determinações Laboratoriais do Exame de
Sumário de Urina (média ± SD) dos 24 voluntários.
Sumário de Urina Pré-estudo Pós-estudo Normal
Densidade
1023,92 ± 5,66 1067,29 ± 205,11
1005-1030
pH
5,60 ± 0,53 5,54 ± 0,69
5,0-8,0
Albumina ---- ---- ----
Glicose ---- ---- ----
Cetonas ---- ---- ----
Microscopia
Leucócitos raros raros 0-3
Hemácias
0,63 ± 1,38 0,96 ± 2,53
0
Cilindros ---- ---- 0-5
Células Epiteliais raros raros 0-5
Cristais ----
*
----
Bactérias ----
**
----
Outros
* Vol 16 (raro)
** Vol 12 Bacilo Gram -
ci
Etapa Analítica
O método descrito foi linear de 5 – 10.000ng/mL. Permitiu uma
linearidade até 10.000ng/mL com um coeficiente de determinação (r
2
= 0,994),
entretanto, consideramos a nossa curva de calibração com validade até a
concentração de 2000ng/mL, r = 0,999.
Para definir a precisão e a acurácia foram utilizadas 4 concentrações
distintas dentro da faixa das concentrações esperadas, incluindo o limite de
quantificação (LOQ) e as concentrações do controle de qualidade. Por definição,
o coeficiente de variação (CV) para a precisão não pode exceder 15% para cada
concentração analisada (tolerância até 20% da concentração do limite de
quantificação). Em se tratando da acurácia, o CV deve estar dentro de 15% do
valor atual em relação à média das amostras de cada concentração (tolerância até
20% da concentração do limite de quantificação). No método analítico utilizado,
o coeficiente de variação para LOQ foi de 11,23%.
O menor limite de quantificação foi 5ng/mL. O método analítico
permitiu uma recuperação de 57%.
Tabela 6 – Recuperação dos resultados
Àrea média
Amostra Amostras
extraídas
Amostras não
extraídas
Recuperação
%
Média de
recuperação %
QCA 188,6 379,8 50
QCB 966,8 2242,6 43
QCC 9907,2 12804,0 77
57
cii
Figura 4. Curva de Calibração - Linearidade.
ciii
O tempo de retenção para a claritromicina e para a minociclina a partir
do espectrômetro de massa foi de 2,07 e 1,78 minuto, respectivamente.
Os testes de congelamento e descongelamento demonstraram que os
analitos no plasma humano foram estáveis por 3 ciclos de congelamento e
descongelamento quando estocados à temperatura de –70°C.
Não houve interferência no tempo de retenção da droga ou do padrão
interno nos plasmas hiperlipêmico e hemolisado (figuras 3 e 4).
civ
Figura 5. Plasma em condições de jejum, hiperlipêmico e hemolisado.
normal blank
p
lasma
p
ool minociclina
0.50 1.00 1.50 2.00 2.50 3.00 3.50 4.00
Time
0
100
%
0
100
%
gdn2199bt03 Sm (SG, 2x10) MRM of 2 Channels ES+
748.40 > 157.80
930
2.66
0.76
1.71
gdn2199bt03 Sm (SG, 2x10) MRM of 2 Channels ES+
457.92 > 441.04
900
1.44
1.00
0.57
1.95
hyperlipemic blank plasma lot 0101276144
0.50 1.00 1.50 2.00 2.50 3.00 3.50 4.00
Time
0
100
%
0
100
%
gdn2199bt01 Sm (SG, 2x10) MRM of 2 Channels ES+
748.40 > 157.80
1.11e3
0.34
1.841.29
0.83
gdn2199bt01 Sm (SG, 2x10) MRM of 2 Channels ES+
457.92 > 441.04
1.15e3
0.34
2.26
0.81
cv
Figure 5. Plasma em condições de jejum, hiperlipêmico e hemolisado
(continuação)
hemolized blank
p
lasma lot GDN
0.50 1.00 1.50 2.00 2.50 3.00 3.50 4.00
Time
0
100
%
0
100
%
gdn2199bt12 Sm (SG, 2x10) MRM of 2 Channels ES+
748.40 > 157.80
811
1.06
1.92
gdn2199bt12 Sm (SG, 2x10) MRM of 2 Channels ES+
457.92 > 441.04
767
1.19
1.95
cvi
Figura 6. Área do pico padrão (analito e padrão interno).
Standard minociclina 2n
g
/ml
0.00 0.50 1.00 1.50 2.00 2.50 3.00 3.50
Time
0
100
%
0
100
%
gdn2199s159 Sm (Mn, 2x3) MRM of 2 Channels ES+
748.40 > 157.80
4.63e4
Area
2.09;10244
gdn2199s159 Sm (Mn, 2x3) MRM of 2 Channels ES+
457.92 > 441.04
1.01e3
Area
1.80;75
cvii
Etapa Farmacocinética
Os parâmetros farmacocinéticos para a minociclina (Minomax
®
e
Minoderm) em voluntários sadios em condições de jejum e alimentados estão
mostrados nas tabelas 6, 7, 8, 9, 10 e 11.
cviii
Tabela 6. Parâmetros farmacocinéticos após a administração de
100mg de minociclina (Minomax
®
) em 24 voluntários em condições
de jejum.
AUC
(0-96h)
ngh/mL
AUC
(0-)
ngh/mL
Cmax
ng/mL
Tmax
h
K
h
-1
t
1/2
h
Vol. 01
15749 15923 988 2,0 0,05 14,2
Vol. 02
10321 10344 787 2,0 0,06 11,0
Vol. 03
12504 12592 794 1,5 0,05 13,1
Vol. 04
31216 31846 1614 2,0 0,04 17,8
Vol. 05
25903 26141 1977 2,0 0,05 14,4
Vol. 06
35759 36653 2049 2,0 0,04 18,4
Vol. 07
12191 12523 744 2,0 0,04 19,7
Vol. 08
20993 21183 1144 1,5 0,05 13,0
Vol. 09
13120 13351 757 2,0 0,04 16,7
Vol. 10
11748 11834 875 1,5 0,05 12,9
Vol. 11
16343 16490 1381 2,0 0,04 16,6
Vol. 12
13325 13458 907 2,0 0,05 14,7
Vol. 13
19051 19414 1148 2,0 0,04 17,3
Vol. 14
20211 20381 1270 6,0 0,05 13,6
Vol. 15
13379 13761 927 2,0 0,03 22,4
Vol. 16
16046 16307 1020 1,5 0,04 18,0
Vol. 17
14649 14803 927 2,0 0,04 16,5
Vol. 18
15393 15492 1393 2,0 0,05 13,2
Vol. 19
16529 16743 1489 3,0 0,05 14,6
Vol. 20
11007 11133 769 3,0 0,04 18,5
Vol. 21
18960 19203 1461 2,0 0,04 15,7
Vol. 22
17378 17607 828 3,0 0,05 13,5
Vol. 23
15911 16179 1146 2,0 0,04 16,0
Vol. 24
13616 13975 715 1,5 0,03 21,5
cix
Tabela 7. Parâmetros farmacocinéticos após a administração de
100mg de minociclina (Minomax
®
) + dieta padrão específica em 24
voluntários.
AUC
(0-96h)
ngh/mL
AUC
(0-)
ngh/mL
Cmax
ng/mL
Tmax
h
K
h
-1
t
1/2
h
Vol. 01
14175 14624 934 1,5 0,04 17,3
Vol. 02
11590 11707 929 2,0 0,05 15,0
Vol. 03
16589 16709 1190 2,0 0,05 13,7
Vol. 04
24713 26068 1210 2,0 0,03 26,0
Vol. 05
27601 27828 1787 2,0 0,05 14,3
Vol. 06
36320 37172 1646 8,0 0,04 16,4
Vol. 07
11626 11809 657 2,0 0,04 17,5
Vol. 08
16837 17056 1368 2,0 0,04 18,5
Vol. 09
13691 13891 825 1,5 0,04 16,6
Vol. 10
11836 11933 823 3,0 0,05 13,9
Vol. 11
13514 13616 1112 1,5 0,05 14,3
Vol. 12
13328 13460 700 1,5 0,05 13,8
Vol. 13
17270 17763 918 1,5 0,03 21,8
Vol. 14
16288 16382 1368 3,0 0,05 14,5
Vol. 15
12841 13104 816 1,5 0,04 18,7
Vol. 16
12235 12331 899 2,0 0,05 14,0
Vol. 17
11060 11154 704 3,0 0,05 13,5
Vol. 18
14753 14828 1352 2,0 0,06 12,3
Vol. 19
14066 14355 993 6,0 0,03 21,4
Vol. 20
15114 15159 952 4,0 0,06 11,6
Vol. 21
17078 17430 973 3,0 0,03 21,6
Vol. 22
16870 18075 953 3,0 0,02 32,7
Vol. 23
9867 9975 637 2,0 0,05 13,2
Vol. 24
11934 12195 1011 1,5 0,04 18,1
cx
Tabela 8. Parâmetros farmacocinéticos após a administração de
100mg de minociclina (Minoderm) em 24 voluntários em condições
de jejum.
AUC
(0-96h)
ngh/mL
AUC
(0-)
ngh/mL
Cmax
ng/mL
Tmax
h
K
h
-1
t
1/2
h
Vol. 01
14745 14923 1211 2,0 0,04 15,7
Vol. 02
15446 15530 903 4,0 0,05 12,8
Vol. 03
15413 15711 1347 1,0 0,04 15,9
Vol. 04
19680 20026 1058 1,5 0,04 16,3
Vol. 05
28509 28888 1877 2,0 0,04 18,5
Vol. 06
25953 26527 1928 1,0 0,04 17,1
Vol. 07
10908 11292 687 1,0 0,03 21,6
Vol. 08
16148 16280 1181 6,0 0,05 14,4
Vol. 09
17086 17284 1249 2,0 0,04 16,3
Vol. 10
132,69 133,44 949 1,5 0,06 12,5
Vol. 11
13262 13336 880 3,0 0,06 12,2
Vol. 12
17705 17896 1096 2,0 0,05 14,4
Vol. 13
20628 21100 1093 4,0 0,04 18,5
Vol. 14
18690 18818 1241 3,0 0,05 12,6
Vol. 15
14132 14502 765 2,0 0,04 16,1
Vol. 16
13730 13826 1321 1,0 0,05 13,5
Vol. 17
10057 10093 1039 1,5 0,06 10,8
Vol. 18
14798 14831 1243 3,0 0,06 10,8
Vol. 19
17126 17207 1224 2,0 0,06 11,9
Vol. 20
19089 19197 1781 2,0 0,06 12,5
Vol. 21
31022 31636 1471 1,5 0,04 16,8
Vol. 22
16246 16677 887 2,0 0,04 17,6
Vol. 23
13661 13909 1009 1,5 0,04 16,9
Vol. 24
14768 15158 945 3,0 0,03 20,1
cxi
Tabela 9. Parâmetros farmacocinéticos após a administração de
100mg de minociclina (Minoderm) + dieta padrão específica em 24
voluntários.
AUC
(0-96h)
ngh/mL
AUC
(0-)
ngh/mL
Cmax
ng/mL
Tmax
h
K
h
-1
t
1/2
h
Vol. 01
13579 13853 724 1,5 0,04 17,4
Vol. 02
10831 10928 871 2,0 0,05 13,5
Vol. 03
12459 12622 876 2,0 0,05 15,3
Vol. 04
25048 26065 1347 1,5 0,03 24,0
Vol. 05
25350 25653 1613 2,0 0,05 13,4
Vol. 06
29817 30479 1406 3,0 0,04 18,0
Vol. 07
11058 11313 1424 1,5 0,04 18,1
Vol. 08
15339 15595 892 3,0 0,04 15,5
Vol. 09
16038 16122 884 3,0 0,05 13,3
Vol. 10
13542 13673 860 2,0 0,05 14,0
Vol. 11
13173 13220 753 3,0 0,06 11,2
Vol. 12
11780 11912 597 2,0 0,05 14,2
Vol. 13
18431 18864 1175 1,5 0,04 16,9
Vol. 14
18796 18921 1221 2,0 0,05 13,3
Vol. 15
11982 12068 755 1,5 0,05 13,1
Vol. 16
13093 13196 763 2,0 0,05 13,5
Vol. 17
10103 10167 654 3,0 0,05 12,7
Vol. 18
14296 14405 1358 1,5 0,04 16,3
Vol. 19
14427 14616 682 1,5 0,05 14,3
Vol. 20
11826 11837 902 3,0 0,07 9,7
Vol. 21
13246 13577 581 8,0 0,04 18,8
Vol. 22
14721 15005 1016 1,5 0,04 15,5
Vol. 23
13542 13980 774 4,0 0,03 24,1
Vol. 24
14162 14368 679 3,0 0,05 15,3
cxii
Tabela 10. Média dos parâmetros farmacocinéticos obtidos dos 24
voluntários após a administração de 100mg de minociclina em
condições de jejum.
Parâmetros Farmacocinéticos Minoderm
Média SD
Minomax
®
Média SD
AUC
(0-96h)
([ngh]/mL)
17132 5133 17128 6210
AUC
(0-96h)
([ngh]/mL)
17416 5221 17389 6347
AUC
(0-96h)
/ AUC
(0-)
(%)
98.4 ---- 98.5 ----
C
max
(ng/mL)
1183 324 1130 380
T
max
(h)
2.0 1.0-6.0 2.0 1.5-6.0
t
1/2
(h)
15.3 10.8-21.6 16.0 11.0-22.4
K (h
-1
)
0.05 0.03-0.06 0.04 0.03-0.06
cxiii
Tabela 11. Média dos parâmetros farmacocinéticos obtidos dos 24
voluntários após a administração de 100mg de minociclina + dieta
padrão específica.
Parâmetros Farmacocinéticos Minoderm
Média SD
Minomax
Média SD
AUC
(0-96h)
([ngh]/mL)
15249 4974 15864 5965
AUC
(0-96h)
([ngh]/mL)
15518 5115 16193 6157
AUC
(0-96h)
/ AUC
(0-)
(%)
98.3 ---- 98.0 ---
C
max
(ng/mL)
950 298 1032 299
T
max
(h)
2.0 1.5-8.0 2.0 1.5-8.0
t
1/2
(h)
15.5 9.7-24.1 17.1 11.6-32.7
K (h
-1
)
0.05 0.03-0.07 0.04 0.02-0.06
cxiv
Observamos uma pequena diferença na concentração média entre os dois
horários de 72 e 96 horas na ausência e na presença de dieta padrão específica
(figuras 7 e 8).
Figura 7. Média ± desvio padrão (SD) da concentração plasmática da
minociclina (ng/mL) versus tempo (h) obtida após uma única administração
oral de 100mg de minociclina, formulação referência (Minomax
®
), na
ausência e na presença de dieta padrão específica em 24 voluntários sadios
Minomax e Minomax + dieta
0 6
12 18 24 30 36 42 48 54 60 66 72 78 84 90 96
0
250
500
750
1000
1250
Minomax
Minomax + dieta
Tempo (h)
Concentração Média
(n=24)
cxv
Figura 8. Média ± desvio padrão (SD) da concentração plasmática da
minociclina (ng/mL) versus tempo (h) obtida após uma única administração
oral de 100mg de minociclina formulação teste (Minoderm), na ausência e
na presença de dieta padrão específica em 24 voluntários sadios
Minoderm e Minoderm + dieta
0 6
12 18 24 30 36 42 48 54 60 66 72 78 84 90 96
0
250
500
750
1000
1250
Minoderm
Minoderm + dieta
Time (h)
Concentração Média
(n=24)
cxvi
As tabelas 12 e 13 mostram os valores médios da concentração
plasmática de minociclina (ng/mL) sob condições de jejum e com dieta padrão
específica durante o período de 0,5 - 4 horas em relação à formulação referência
(Minomax
®
) e teste (Minoderm) respectivamente.
Tabela 12. Valores médios de concentração plasmática (ng/mL) de
minociclina (Minomax
®
) sob condições de jejum e com dieta padrão
específica durante o período médio de absorção de uma droga
administrada por via oral
Tempo (h)
Concentração
plasmática (ng/mL)
Jejum
Concentração
plasmática (ng/mL)
Dieta
% redução Valor de p
0,5
383,75 87,54 77,19
0,0001
1,0
853,54 362,38 57,54
0,0001
1,5
979,96 701,75 28,39
0,0091
2,0 985,25 801,58 18,64 0,0684
3,0 903,83 789,50 12,65 0,1273
4,0 794,41 731,58 7,91 0,3740
cxvii
Tabela 13. Valores médios de concentração plasmática (ng/mL) de
minociclina (Minoderm) sob condições de jejum e com dieta padrão
específica durante o período médio de absorção de uma droga
administrada por via oral
Tempo (h)
Concentração
plasmática (ng/mL)
Jejum
Concentração
plasmática (ng/mL)
Dieta
% redução Valor de p
0,5
328,70 77,04 76,56
0,0014
1,0
697,29 388,75 44,25
0,0019
1,5 878,71 760,92 13,40 0,2002
2,0 1058,25 868,04 17,97 0,0775
3,0 917,83 862,79 5,99 0,52
4,0 780,46 786,46 ---- 0,94
cxviii
Nas figuras 9 e 10 temos os resultados médios (n=24) obtidos das curvas
de concentração plasmática (ng/mL) versus tempo (h) do medicamento
referência (Minomax
®
) e do teste (Minoderm) sob condições de jejum e na
presença de dieta padrão específica respectivamente.
Figura 9.
Média
Minociclina sob jejum
0 2 4 6 8
10 12
14
16
0
500
1000
1500
Minoderm
Minomax
®
24
48 72 96
Tempo (h)
Concentração (ng/mL)
cxix
Figura 10.
Média
Minociclina + Dieta
0 2 4 6 8
10 12 14 16
0
500
1000
Minoderm
Minomax
®
24 48 72 96
Tempo (h)
Concentração (ng/mL)
cxx
A tabela 14 mostra a análise estatística das razões individuais
teste/referência dos parâmetros: AUC
(0-96h)
e C
max
em relação as duas
formulações de minociclina na ausência e na presença da dieta padrão
específica.
Tabela 14. Análise estatística das razões individuais de AUC
(0-96h)
e C
max
para as duas formulações de minociclina (Minoderm e Minomax
®
) na
ausência e na presença de dieta padrão específica
Minoderm /
Minomax
®
Análise estatística + dieta padrão
específica
Análise estatística sob jejum
Média geométrica 90% IC Média geométrica 90% IC
AUC
(0-96h)
% 97,2 (tto)
99,1 (períodos)
92,2 – 102,5
94,0 – 104,5
101,2 (tto)
103,9 % (períodos)
92,2 – 111,1
94,7 – 114,1
Cmax % 91,2 (tto)
104,0 (períodos)
82,8 – 100,5
94,4 – 114,6
106,0 (tto)
103,7 (períodos)
95,6 – 117,5
93,6 – 115,0
cxxi
Os resultados médios da meia vida de eliminação da formulação teste
(Minoderm) e da formulação referência (Minomax
®
) estão representados na
tabela 15.
Tabela 15. Meia vida de eliminação-t
1/2
(h) obtida das curvas de
concentração plasmática (ng/mL) versus tempo (h) das duas formulações de
minociclina (Minoderm e Minomax
®
) na ausência e na presença de dieta
padrão específica
MINODERM
MINOMAX
®
JEJUM DIETA JEJUM DIETA
T
1/2
(h)
(média ± SD)
15,24 ± 2,91 15,48 ± 3,42
15,97 ± 2,86 17,11 ± 4,85
cxxii
Discussão
O método analítico descrito para a determinação da minociclina
confirma que o LC-MS-MS está de acordo com os conceitos de alta
sensibilidade, alta especificidade e rápido processamento de amostras
requerido para um estudo farmacocinético (Bennett et al, 1997).
Outros métodos descritos para minociclina usando HPLC quantificam
o analito a 50ng/mL (Leenheer & Nelis, 1979 e Orti et al, 2000), comparado a
nanograma apresentado por esse método.
Os valores farmacocinéticos médios como AUC
(0-96h)
, AUC
(0-)
, Cmax,
t
1/2
, K, C
max
/AUC
(0-96h)
e T
max
foram similares para ambas as formulações
(tabelas 10 e 11) e um importante grau de sobreposição foi observado mostrando
não haver interferência da alimentação na absorção de minociclina.
Comparando-se a concentração média de minociclina administrada com
e sem dieta padrão específica, nos tempos 0,5; 1,0; 1,5; 2,0; 3,0 e 4,0h, tempo
médio de absorção de uma droga administrada por via oral, (Tabela 12 e 13),
verificamos ter ocorrido um retardo na absorção da droga quando administrada
com a dieta, com ambas as formulações, notadamente nos primeiros horários,
cxxiii
sem interferir, no entanto com a extensão da absorção, já que a análise das
razões individuais de AUC
(0-96)
e Cmax não mostram diferença com significado
estatístico (Tabela 14). Atribuímos esse fato à grande quantidade de cálcio,
452mg, administrada na dieta padrão específica, já que nos tempos subseqüentes
de coleta de sangue não houve diferença na absorção de minociclina, pois
sabemos que a absorção da tetraciclina e derivados pode ser retardada em função
do teor de cálcio na dieta (Meyer et al, 1996).
A meia vida de eliminação da minociclina não apresentou diferença
quando administrada na ausência de dieta padrão específica e na presença em
ambas as formulações, teste e referência (Tabela 15).
Desde que o intervalo de confiança de 90% para a razão das médias
geométricas de AUC
(0-96h)
estava entre 80 – 125%, intervalo proposto pela US
Food and Drugs Administration (authorities) [1985, 1993] concluímos que a
minociclina 100mg teste é bioequivalente, em relação a extensão de absorção e
razão média de Cmax, a minociclina referência.
De acordo com a literatura, a meia vida de eliminação da minociclina é
de aproximadamente 16h e sabe-se que as coletas de sangue devem
compreender 3 – 5 meias vida, então nesse estudo coletou-se sangue até 96h,
mas como foi demonstrado através dos gráficos não há necessidade de coletar-se
cxxiv
sangue até 96h, pois não existe diferença na concentração média de 72 – 96h.
Considerando que (LC-MS-MS) é muito rápido e sensível, sugerimos para
estudo a posteriori coletar sangue apenas até 72h; Leenheer & Nelis (1972)
utilizando cromatografia líquida para determinação de minociclina em plasma
humano coletou sangue até 78h após a administração.
A literatura relata que administrando a droga com alimento pode resultar
em interações que influenciam na biodisponibilidade da droga, alterando então a
possibilidade de obter concentrações terapeuticamente ativas no plasma e nos
tecidos (Palmer et al, 1983; Kniffen et al, 1989). A presença de alimento no trato
gastrointestinal pode afetar a absorção de drogas administradas por via oral, não
esquecendo que o grau da interação depende da droga em questão bem como da
espécie animal (Yu et al, 1990; Baggot et al, 1992; Sutter et al, 1993).
A literatura se refere sobre a administração de tetraciclina e derivados
juntos com alimento, demonstrando que ocorre uma redução na
biodisponibilidade (Meyer et al, 1996). Diferentemente da espécie humana,
Luthman e colaboradores 1989, observou que a concentração plasmática era
muito reduzida em porcos alimentados do que em relação aos em jejum,
podendo concluir que a biodisponibilidade era grandemente reduzida quando a
tetraciclina era misturada ao alimento, o que também foi corroborado por
Nielsen P & Gyrd-Hansen (1996).
cxxv
A literatura é conflitante sobre a interferência da alimentação na
absorção em relação aos derivados de tetraciclina. Nesse estudo concluímos que
não há diferença quando a minociclina é administrada com ou sem dieta padrão
específica, esse resultado é corroborado por outros autores Blasing & Goldberg,
2000 e Ferner & Moss, 1996.
Há hipóteses para explicar tais observações. Algumas pesquisas
demonstram que a absorção de minociclina é influenciada no mesmo grau da
tetraciclina quando administrada com cálcio, magnésio, alumínio e metais
(Kimato et al, 1969). É conhecido que as tetraciclinas formam complexos com
um número de cátions, como cálcio, magnésio, metais e alumínio, e que esses
íons reduzem a absorção intestinal das tetraciclinas em seres humanos e animais
(Price et al, 1957; Weinberg, 1957). Entretanto, as constantes de estabilidade da
oxitetraciclina, tetraciclina e clortetraciclina com esses íons e metais são
idênticas. Isso significa que a formação de tais complexos não explica as
diferenças na biodisponibilidade das três tetraciclinas observadas nesse e em
outros estudos (Nielsen P & Gyrd-Hansen, 1996). Outra possibilidade seria a
influência da composição da alimentação administrada juntamente com o
antibiótico, entretanto, esses resultados ainda estão em fase de especulação.
cxxvi
No nosso estudo, observamos que não há diferença em se administrar
minociclina com ou sem alimentação, o que também é corroborado por Blasing
& Goldberg, 2000.
Como segunda hipótese, a quantidade de cálcio na dieta padrão ainda
não foi suficiente (452mg) para interferir na biodisponibilidade da minociclina,
apesar de podermos considerar que foi uma alimentação rica em cálcio, mais de
800mg ao longo do dia.
Estudos de Leyden em 1985 demonstram que a presença de leite reduz a
absorção de tetraciclina em torno de 65% e somente em 27% da minociclina.
Isso poderia ser explicado por uma diferença estrutural entre a minociclina e a
tetraciclina, que dificultaria ou impediria a quelação. Este fato explicaria que o
uso terapêutico com a minociclina tenha uma maior eficácia que o tratamento
com tetraciclina.
cxxvii
C
C
O
O
N
N
C
C
L
L
U
U
S
S
Ã
Ã
O
O
cxxviii
CONCLUSÃO
A biodisponibilidade da minociclina (Minomax
®
e Minoderm) não é
alterada pela administração simultânea com alimento em dose única de um
comprimido de 100mg.
A formulação de minociclina, comprimido de 100mg, do laboratório
Stiefel (Minoderm) é bioequivalente ao comprimido de minociclina 100mg do
laboratório Wyeth (Minomax
®
).
O método analítico mostrou-se preciso, pois os coeficientes de variação
para os controles de qualidade, baixo, médio e alto permaneceram abaixo de
15% e abaixo de 20% para o controle de qualidade com a mesma concentração
do limite de quantificação.
Verificou-se acurácia, pois os valores médios permaneceram dentro dos
15% do valor nominal para o controle de qualidade baixo, médio e alto e não se
desviou mais que 20% do limite de quantificação.
O método é considerado sensível, pois o menor limite de quantificação
apresentou um coeficiente de variação inferior a 20%.
cxxix
Não houve interferência nos tempos de retenção dos picos dos analitos
ou ficaram abaixo de 20% da resposta do limite de quantificação. Em relação ao
padrão interno, o tempo de retenção também não foi alterado ou permaneceu
abaixo de 5% da resposta da concentração do padrão interno.
A estabilidade do método foi assegurada, através dos testes de
congelamento e descongelamento, onde se verificou não haver degradação
devido à temperatura, em 3 ciclos de congelamento e descongelamento.
O método analítico utilizado LC-MS-MS para quantificação da
minociclina em plasma humano desenvolvido e validado apresenta vantagens
sobre os já descritos. Não necessita de derivatização e o tempo total de corrida é
rápido, 4 minutos. O LOQ de 5ng/mL é suficiente para estudos de
bioequivalência, mas pode ser melhorado através de concentração de amostras.
A performance do ensaio mostrou ser um método robusto, preciso e
acurado para a determinação da minociclina.
cxxx
R
R
E
E
F
F
E
E
R
R
Ê
Ê
N
N
C
C
I
I
A
A
S
S
cxxxi
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48: 26-33.
cxxxix
A
A
N
N
E
E
X
X
O
O
S
S
cxl
ANEXO I
Estudo de Bioequivalência da Minociclina
Unidade de Farmacologia Clínica –UNIFAC – 21/1999
Voluntário nº: 01
1. Critérios de Admissão
1.1 Critérios de Inclusão
Os seguintes critérios devem ser satisfeitos para que o voluntário possa participar do
estudo.
1. Voluntário do sexo feminino ou masculino com 18 a 50 anos de idade.
(3) Sim
( ) Não
2. O voluntário tem seu peso corporal dentro de uma variação de ± 15% de acordo
com sua altura e estrutura óssea.
(3) Sim
( ) Não
3. O voluntário apresenta boa condição física, de acordo com os requisitos das
páginas 2 a 4.
(3) Sim
( ) Não
4. O voluntário concordou livremente e assinou o termo de consentimento, após
todos os elementos essenciais do protocolo terem sido esclarecidos, antes de
qualquer procedimento.
(3) Sim
( ) Não
1.2 Critérios de Exclusão
Qualquer um dos seguintes critérios excluirá o voluntário da participação do estudo:
1. Os resultados dos exames laboratoriais e do ECG estão fora dos limites da
normalidade, a menos que sejam considerados clinicamente insignificantes pelo
investigador.
( ) Sim
(3) Não
2. Participou de qualquer estudo experimental ou ingeriu qualquer droga no período
de três meses anterior ao início deste estudo.
( ) Sim
(3) Não
3. Fez uso de medicação regular nas 4 semanas prévias ao início do estudo.
( ) Sim
(3) Não
4. Foi hospitalizado por qualquer motivo nas oito semanas antecedentes ao início do
estudo.
( ) Sim
(3) Não
5. Tem história de abuso ao álcool ou drogas, ou ingeriu bebidas alcoólicas nas 48
horas que antecedem o início deste estudo.
( ) Sim
(3) Não
6. Tem história de doença hepática, renal, epiléptica ou hematológica.
( ) Sim
(3) Não
7. Tem hipo ou hipertensão de qualquer etiologia com necessidade de tratamento
farmacológico.
( ) Sim
(3) Não
8. Tem história ou teve angina pectoris, infarto e/ou insuficiência cardíaca
congestiva.
( ) Sim
(3) Não
9. Doou ou perdeu 450 ml ou mais de sangue até 3 meses antes do início do estudo
( ) Sim
(3) Não
10. Tem qualquer outra condição que o investigador julga relevante para a não
participação do estudo
( ) Sim
(3) Não
cxli
Estudo de Bioequivalência da Minociclina
Unidade de Farmacologia Clínica –UNIFAC – 21/1999
Voluntário nº: 01
2. História Médica - Pré-Estudo
Data
28/04/99
Data Nasc:
27/06/7
9
Sexo:
Masc. ( ) Fem
(3)
Ocupação: Acad. Medicina
Sistema revisto Normal Anormal Se Anormal, descreva os achados
Alergia
(3)
( )
Olhos-Ouvido
(3)
( )
Nariz-Garganta
(3)
( )
Respiratório ( )
(3)
Asma
Cardiovascular
(3)
( )
Gastrointestinal
(3)
( )
Genitourinário
(3)
( )
S. Nervoso Central
(3)
( )
Hematopoiético/linfático
(3)
( )
Endócrino
(3)
( )
Dermatológico
(3)
( )
Músculo-esquelético
(3)
( )
Estabilidade Emocional
(3)
( )
História Familiar ( )
(4)
Diabetes Mellitus (avó)
História Cirúrgica
(4)
( )
Outros ( )
(3)
Uso de Anticoncepcional Oral
Comentários :
cxlii
Estudo de Bioequivalência da Minociclina
Unidade de Farmacologia Clínica –UNIFAC – 21/1999
Voluntário nº: 01
3. Exame Físico Geral - Pré-Estudo
Data
28/04/99
Pressão arterial
sist/diastólica (mmHg)
Pulso
(bat/min)
Altura
(cm)
Peso
(Kg)
Temperatura
Axilar (oC)
90/60 64 166 58 36
Sistema revisto Normal Anormal Se Anormal, descreva os achados
Aspecto geral
(3)
( )
Pele
(3)
( )
Cabeça-Pescoço
(3)
( )
Olhos
(3)
( )
Ouvidos
(3)
( )
Nariz
(3)
( )
Boca
(3)
( )
Garganta
(3)
( )
Tórax
(3)
( )
Coração
(3)
( )
Abdome
(3)
( )
Genitália
(3)
( )
Linfonodos
(3)
( )
Neurológico
(3)
( )
Extremidades
(3)
( )
Outros
(3)
( )
Comentários:
Médico
Assinatura Data
cxliii
Estudo de Bioequivalência da Minociclina
Unidade de Farmacologia Clínica –UNIFAC – 21/1999
Voluntário nº: 01
4. ECG - Pré-Estudo
Data
28/04/99
Ritmo cardíaco
Sinusal
FC (bpm)
68
SAP (°)
60
PR intervalo (s)
0,14
SAQRS (°)
75
QRS duração (s)
0,08
SAT (°)
30
QT (s)
0,40
Conclusão:
(3) Normal
( ) Anormal, sem significado clínico
( ) Anormal, clinicamente importante
Comentários:
Médico
Assinatura Data
cxliv
Estudo de Bioequivalência da Minociclina
Unidade de Farmacologia Clínica –UNIFAC – 21/1999
Voluntário nº: 01
5.1 Primeiro Internamento
5.1.1 Exame Pré-dose
Alterações desde o período de pré-estudo? SIM ( ) NÃO
(4)
Comentários:
Médico
Assinatura Data
5.1.2 Exame Pós-dose
Alterações durante o internamento? SIM ( ) NÃO
(4)
Comentários:
Médico
Assinatura Data
cxlv
Estudo de Bioequivalência da Minociclina
Unidade de Farmacologia Clínica –UNIFAC – 21/1999
Voluntário nº: 01
5.1 Primeiro Internamento (cont.)
5.1.3 Droga Administrada, Dose, Coletas de Sangue, Sinais Vitais
Data: 17/06/99 Droga administrada neste período:
(3)
Minomax® 100mg – Wyeth
( ) Minomax® 100mg + dieta– Wyeth
( ) Minoderm 100mg – Stiefel
( ) Minoderm 100mg + dieta– Stiefel
Admin. Tempo de
coleta
(
h
)
Hora
(
24h
)
PA
(
mm/H
g)
Pulso
(
bat/min
)
Temp
axilar
4
0:00
07:09 90/60
56
36,4
0:30
07:39 100/65 52
1:00
08:09 100/60 56
1:30
08:39 90/60 60
2:00
09:13 90/60 64
3:00
10:09 100/60 68
4:00
11:09 110/70 60
6:00
13:09 110/60 60
8:00
15:09 110/60 80
10:00
17:09 100/60 72
12:00
19:09 110/70 68
16:00
23:09 100/60 56
24:00
07:09 100/60 64
48:00
07:09 110/70 64
72:00
07:09 120/70 68
96:00
07:09 110/80 80
Início Jejum: 23:00hrefeição: 9:30h Almoço: 12:30h Jantar: 18:30h
cxlvi
Estudo de Bioequivalência da Minociclina
Unidade de Farmacologia Clínica –UNIFAC – 21/1999
Voluntário nº: 01
5.2 Segundo Internamento
5.2.1 Exame Pré-dose
Alterações desde o primeiro internamento? SIM ( ) NÃO
(4)
Comentários:
Médico
Assinatura Data
5.1.2 Exame Pós-dose
Alterações durante o internamento? SIM ( ) NÃO
(4)
Comentários:
Médico
Assinatura Data
cxlvii
Estudo de Bioequivalência da Minociclina
Unidade de Farmacologia Clínica –UNIFAC – 21/1999
Voluntário nº: 01
5.2 Segundo Internamento (cont.)
5.2.3 Droga Administrada, Dose, Coletas de Sangue, Sinais Vitais
Data: 01/07/99 Droga administrada neste período:
( ) Minomax® 100mg – Wyeth
( ) Minomax® 100mg + dieta– Wyeth
(4)
Minoderm 100mg – Stiefel
( ) Minoderm 100mg + dieta– Stiefel
Admin. Tempo de
coleta
(
h
)
Hora (24h) PA (mm/Hg) Pulso
(
bat/min
)
Temp
axilar
4
0:00
07:21 100/70
68
36,6
0:30
07:51 100/70 60
1:00
08:21 110/70 62
1:30
08:51 110/70 66
2:00
09:21 110/70 76
3:00
10:21 110/70 76
4:00
11:21 110/70 76
6:00
13:21 120/70 72
8:00
15:21 110/70 64
10:00
17:21 110/60 64
12:00
19:21 110/70 68
16:00
23:21 110/70 64
24:00
07:21 100/70 68
48:00
07:21 110/70 76
72:00
07:21 120/65 84
96:00
08:45 110/65 76
Início Jejum: 23:00hrefeição: 9:30h Almoço: 12:30h Jantar: 18:30h
cxlviii
Estudo de Bioequivalência da Minociclina
Unidade de Farmacologia Clínica –UNIFAC – 21/1999
Voluntário nº: 01
5.3 Terceiro Internamento
5.3.1 Exame Pré-dose
Alterações desde o segundo internamento? SIM ( ) NÃO
(4)
Comentários:
Médico
Assinatura Data
5.1.2 Exame Pós-dose
Alterações durante o internamento? SIM ( ) NÃO
(4)
Comentários:
Médico
Assinatura Data
cxlix
Estudo de Bioequivalência da Minociclina
Unidade de Farmacologia Clínica –UNIFAC – 21/1999
Voluntário nº: 01
5.3 Terceiro Internamento (cont.)
5.3.3 Droga Administrada, Dose, Coletas de Sangue, Sinais Vitais
Data: 29/07/99 Droga administrada neste período:
( ) Minomax® 100mg – Wyeth
(4)
Minomax® 100mg + dieta– Wyeth
( ) Minoderm 100mg – Stiefel
( ) Minoderm 100mg + dieta– Stiefel
Admin. Tempo de
coleta
(
h
)
Hora (24h) PA
(
mm/H
g)
Pulso
(
bat/min
)
Temp axilar
(
oC
)
4
0:00
07:28 110/70
64
37,0
0:30
07:58 110/70 68
1:00
08:28 110/70 68
1:30
08:58 100/60 72
2:00
09:28 100/60 64
3:00
10:28 100/60 68
4:00
11:28 110/60 72
6:00
13:28 120/70 64
8:00
15:31 120/70 68
10:00
17:31 100/60 68
12:00
19:31 100/70 72
16:00
23:28 110/70 76
24:00
07:28 110/70 76
48:00
07:28 110/70 80
72:00
07:28 100/60 76
96:00
08:07 120/70 72
Início Jejum: 23:00h
refeição: 9:30h Almoço: 12:30h Jantar: 18:30h
cl
Estudo de Bioequivalência da Minociclina
Unidade de Farmacologia Clínica –UNIFAC – 21/1999
Voluntário nº: 01
5.4 Quarto Internamento
5.4.1 Exame Pré-dose
Alterações desde o período de pré-estudo? SIM ( ) NÃO
(4)
Comentários:
Médico
Assinatura Data
5.1.2 Exame Pós-dose
Alterações durante o internamento? SIM ( ) NÃO
(4)
Comentários:
Médico
Assinatura Data
cli
Estudo de Bioequivalência da Minociclina
Unidade de Farmacologia Clínica –UNIFAC – 21/1999
Voluntário nº: 01
5.4 Quarto Internamento (cont.)
5.4.3 Droga Administrada, Dose, Coletas de Sangue, Sinais Vitais
Data: 11/08/99 Droga administrada neste período:
( ) Minomax® 100mg – Wyeth
( ) Minomax® 100mg + dieta– Wyeth
( ) Minoderm 100mg – Stiefel
(3)
Minoderm 100mg + dieta– Stiefel
Admin. Tempo de
coleta
(
h
)
Hora
(
24h
)
PA
(
mm/H
g)
Pulso
(
bat/min
)
Temp axilar
(
oC
)
4
0:00
07:12 90/60
60
35,9
0:30
07:42 110/65 72
1:00
08:12 110/60 68
1:30
08:42 100/60 80
2:00
09:12 100/60 84
3:00
10:12 110/60 68
4:00
11:12 110/70 60
6:00
13:12 110/65 84
8:00
15:12 110/65 68
10:00
17:12 100/60 68
12:00
19:12 100/70 68
16:00
23:12 100/70 68
24:00
07:12 120/70 72
48:00
07:12 100/60 80
72:00
07:12 100/70 72
96:00
07:44 110/80 76
Início Jejum: 23:00h
1ªrefeição: 9:30h Almoço: 12:30h Jantar: 18:30h
clii
Estudo de Bioequivalência da Minociclina
Unidade de Farmacologia Clínica –UNIFAC – 21/1999
Voluntário nº: 01
6. Registro de Eventos Adversos
Eventos adversos durante o estudo?
( ) Sim
(4)
Descrição Características Ação adotada
Data de início
Hora de início
Severidade
Duração
1.
Atribuída a droga?
Data de início
Hora de início
Severidade
Duração
2.
Atribuída a droga?
Data de início
Hora de início
Severidade
Duração
3.
Atribuída a droga?
Data de início
Hora de início
Severidade
Duração
4.
Atribuída a droga?
Severidade
Leve, Moderada, Severa
Atribuída a droga?
Sim, Possivelmente, Não e Desconhecida
Comentários:
cliii
Estudo de Bioequivalência da Minociclina
Unidade de Farmacologia Clínica –UNIFAC – 21/1999
Voluntário nº: 01
7. Medicação para Tratamento de Eventos Adversos
Se a ocorrência de evento adverso necessitou uso de drogas para tratamento,
abaixo encontram-se as informações relevantes.
N
o
do evento
adverso
Droga administrada
(nome genérico ou
comercial)
Via
(Oral, IV, IM)
Dosagem
(mg/dose/dia)
Total
administrada
(mg)
Comentários:
Médico
Assinatura Data
cliv
Estudo de Bioequivalência da Minociclina
Unidade de Farmacologia Clínica –UNIFAC – 21/1999
Voluntário nº: 01
8. Término Prematuro do estudo
Voluntário saiu do estudo?
Sim ( ) Não (4)
Data da saída: __________
Razões que o levou a sair do estudo:
9. Autenticação
Declaro que todos os dados contidos neste protocolo são acurados, completos,
verdadeiros e que todos os dados correspondem aos obtidos durante o estudo
Médico
Assinatura Data
clv
Estudo de Bioequivalência da Minociclina
Unidade de Farmacologia Clínica –UNIFAC – 21/1999
Voluntário nº: 01
10. Exame Físico Geral - Pós-Estudo
Data
31/08/99
Pressão arterial
sist/diastólica
(
mmH
g)
Pulso
(bat/min)
Altura
(cm)
Peso
(Kg)
Temperatur
a
Axilar
(
oC
)
110/70 68 166 54,2 35,9
Sistema revisto Normal Anormal Se Anormal, descreva os achados
Aspecto geral
(3)
( )
Pele
(3)
( )
Cabeça-Pescoço
(3)
( )
Olhos
(3)
( )
Ouvidos
(3)
( )
Nariz
(3)
( )
Boca
(3)
( )
Garganta
(3)
( )
Tórax
(3)
( )
Coração
(3)
( )
Abdome
(3)
( )
Genitália
(3)
( )
Linfonodos
(3)
( )
Neurológico
(3)
( )
Extremidades
(3)
( )
Outros
(3)
( )
Comentários:
Médico
Assinatura Data
clvi
Estudo de Bioequivalência da Minociclina
Unidade de Farmacologia Clínica –UNIFAC – 21/1999
Voluntário nº: 01
11. ECG - Pós-Estudo
Data:
31/08/99
Ritmo cardíaco
Sinusal
FC (bpm)
68
SAP (°)
0
PR intervalo (s)
0,14
SAQRS (°)
0
QRS duração (s)
0,08
SAT (°)
60
QT (s)
0,38
Conclusão:
(4) Normal
( ) Anormal, sem significado clínico
( ) Anormal, clinicamente importante
Comentários:
Médico
Assinatura Data
clvii
Estudo de Bioequivalência da Minociclina
Unidade de Farmacologia Clínica –UNIFAC – 21/1999
Voluntário nº: 01
12. Determinações Laboratoriais
Hematologia Pré-estudo Pós-estudo Normal Comentários
Data (dia/mês/ano)
29/04/99 20/08/99
Hb g% 13,1 12,5
13,5-18
Ht % 39,0 37,0
40-54
Leucócitos 10
3
/mm3 5,9 5,6
5-10
Cont. Diferencial (%)
Bastões
1 1
1-3
Segmentados
57 56
40-75
Eosinófilos
6 6
1-6
Basófilos
0 1
0-1
Linfócitos
28 28
20-45
Monócitos
8 8
2-10
Outros
Plaquetas 10
3
/mm3 271 338
150-450
VHS mm-1ªh 14 9
0-20
Bioquímica Pré-estudo Pós-estudo Normal Comentários
Data (dia/mês/ano) 29/04/99 20/08/99
Uréia mg/dL 21,3 16
15-43
Creatinina mg% 0,7 0,7
0,2-1,3
Bilirrubina Total g% 0,5 0,6
0,2-1,3
Total Proteína g% 7,5 7,4
6,3-8,2
Albumina g% 3,7 3,8
3,9-5,0
Glicemia mg% 71 80
70-110
Fosfatase alcalinaU/L 62 62
38-126
SGOT (AST) U/L 18 17
17-59
SGPT (ALT) U/L 19 22
21-72
Colesterol Total mg% 147 129
0-200
Triglicérides mg% 58 62
0-170
Ácido Úrico mg% 3,7 3,8
3,5-8,5
Gamma GT U/L 15 15
15-73
clviii
Bioquímica Pré-estudo Pós-estudo Normal Comentários
Estudo de Bioequivalência da Minociclina
Unidade de Farmacologia Clínica –UNIFAC – 21/1999
Voluntário nº: 01
12. Determinações Laboratoriais
Sumário de Urina Pré-estudo s-estudo Normal Comentários
Data (dia/mês/ano)
29/04/99 20/08/99
Densidade 1025 1030
1005-1030
pH 5,5 5,0
4,5-8
Albumina - -
-
Glicose - -
-
Cetonas - -
-
Microscopia:
Hemácias - -
0-4
Cilindros - -
0-1
Células Epiteliais 03 02
Algumas
Leucócitos 02 raros
0-4
Cristais - -
-
Bactérias - -
-
Outros: - -
-
Parasitológico de Fezes: Negativo
Sorologia: Hepatite B (4) negativo ( ) positivo
Hepatite C (4) negativo ( ) positivo
HIV (4) negativo ( ) positivo
Comentários:
Patologista ou Farmacêutico
Assinatura Data
clix
Estudo de Bioequivalência da Minociclina
Unidade de Farmacologia Clínica –UNIFAC – 21/1999
Voluntário nº: 01
13. Comentários Adicionais
14. Autenticação
Declaro que todos os dados contidos neste protocolo são acurados, completos,
verdadeiros e que todos os dados correspondem aos obtidos durante o estudo
Médico
Assinatura Data
clx
ANEXO II
Voluntário 01
MINOCICLINA
0 2 4 6 8 10 12 14 16
0
500
1000
1500
Minoderm
Minomax
24 48 72 96
Tempo (h)
Concentração (ng/ml)
clxi
ANEXO II
Voluntário 02
MINOCICLINA
0 2 4 6 8 10 12 14 16
0
500
1000
Minoderm
Minomax
24 48 72 96
Tempo (h)
Concentração (ng/ml)
clxii
ANEXO II
Voluntário 03
MINOCICLINA
0 2 4 6 8 10 12 14 16
0
1000
2000
Minoderm
Minomax
24 48 72 96
Tempo (h)
Concentração (ng/ml)
clxiii
ANEXO II
Voluntário 04
MINOCICLINA
0 2 4 6 8 10 12 14 16
0
1000
2000
Minoderm
Minomax
24 48 72 96
Tempo (h)
Concentração (ng/ml)
clxiv
ANEXO II
Voluntário 05
MINOCICLINA
0 2 4 6 8 10 12 14 16
0
1000
2000
3000
Minoderm
Minomax
24 48 72 96
Tempo (h)
Concentração (ng/ml)
clxv
ANEXO II
Voluntário 06
MINOCICLINA
0 2 4 6 8 10 12 14 16
0
1000
2000
3000
Minoderm
Minomax
24 48 72 96
Tempo (h)
Concentração (ng/ml)
clxvi
ANEXO II
Voluntário 07
MINOCICLINA
0 2 4 6 8 10 12 14 16
0
250
500
750
1000
Minoderm
Minomax
24 48 72 96
Tempo (h)
Concentração (ng/ml)
clxvii
ANEXO II
Voluntário 08
MINOCICLINA
0 2 4 6 8 10 12 14 16
0
500
1000
1500
Minoderm
Mino max
24 48 72 96
Tempo (h)
Concentração (ng/ml)
clxviii
ANEXO II
Voluntário 09
MINOCICLINA
0 2 4 6 8 10 12 14 16
0
500
1000
1500
Minoderm
Minoma x
24 48 72 96
Tempo (h)
Concentração (ng/ml)
clxix
ANEXO II
Voluntário 10
MINOCICLINA
0 2 4 6 8 10 12 14 16
0
500
1000
Minoderm
Minomax
24 48 72 96
Tempo (h)
Concentração (ng/ml)
clxx
ANEXO II
Voluntário 11
MINOCICLINA
0 2 4 6 8 10 12 14 16
0
1000
2000
Minoderm
Minomax
24 48 72 96
Tempo (h)
Concentração (ng/ml)
clxxi
ANEXO II
Voluntário 12
MINOCICLINA
0 2 4 6 8 10 12 14 16
0
500
1000
1500
Minoderm
Minomax
24 48 72 96
Tempo (h)
Concentração (ng/ml)
clxxii
ANEXO II
Voluntário 13
MINOCICLINA
0 2 4 6 8 10 12 14 16
0
500
1000
1500
Minoderm
Minomax
24 48 72 96
Tempo (h)
Concentração (ng/ml)
clxxiii
ANEXO II
Voluntário 14
MINOCICLINA
0 2 4 6 8 10 12 14 16
0
500
1000
1500
Minoderm
Minomax
24 48 72 96
Tempo (h)
Concentração (ng/ml)
clxxiv
ANEXO II
Voluntário 15
MINOCICLINA
0 2 4 6 8 10 12 14 16
0
500
1000
Minoderm
Minomax
24 48 72 96
Tempo (h)
Concentração (ng/ml)
clxxv
ANEXO II
Voluntário 16
MINOCICLINA
0 2 4 6 8 10 12 14 16
0
1000
2000
Minoderm
Minomax
24 48 72 96
Tempo (h)
Concentração (ng/ml)
clxxvi
ANEXO II
Voluntário 17
MINOCICLINA
0 2 4 6 8 10 12 14 16
0
500
1000
1500
Minoderm
Minomax
24 48 72 96
Tempo (h)
Concentração (ng/ml)
clxxvii
ANEXO II
Voluntário 18
MINOCICLINA
0 2 4 6 8 10 12 14 16
0
1000
2000
Minoderm
Minomax
24 48 72 96
Tempo (h)
Concentração (ng/ml)
clxxviii
ANEXO II
Voluntário 19
MINOCICLINA
0 2 4 6 8 10 12 14 16
0
1000
2000
Minoderm
Minomax
24 48 72 96
Tempo (h)
Concentração (ng/ml)
clxxix
ANEXO II
Voluntário 20
MINOCICLINA
0 2 4 6 8 10 12 14 16
0
1000
2000
Minoderm
Minomax
24 48 72 96
Tempo (h)
Concentração (ng/ml)
clxxx
ANEXO II
Voluntário 21
MINOCICLINA
0 2 4 6 8 10 12 14 16
0
1000
2000
Minoderm
Minomax
24 48 72 96
Tempo (h)
Concentração (ng/ml)
clxxxi
ANEXO II
Voluntário 22
MINOCICLINA
0 2 4 6 8 10 12 14 16
0
500
1000
Minoderm
Minomax
24 48 72 96
Tempo (h)
Concentração (ng/ml)
clxxxii
ANEXO II
Voluntário 23
MINOCICLINA
0 2 4 6 8 10 12 14 16
0
500
1000
1500
Minoderm
Minomax
24 48 72 96
Tempo (h)
Concentração (ng/ml)
clxxxiii
ANEXO II
Voluntário 24
MINOCICLINA
0 2 4 6 8 10 12 14 16
0
500
1000
Minoderm
Minomax
24 48 72 96
Tempo (h)
Concentração (ng/ml)
clxxxiv
ANEXO II
Voluntário 01
Minociclina + Dieta
0 2 4 6 8 10 12 14 16
0
500
1000
Minoderm
Minomax
24 48 72 96
Tempo (h)
Concentração (ng/ml)
clxxxv
ANEXO II
Voluntário 02
Minociclina + Dieta
0 2 4 6 8 10 12 14 16
0
500
1000
Minoderm
Minomax
24 48 72 96
Tempo (h)
Concentração (ng/ml)
clxxxvi
ANEXO II
Voluntário 03
Minociclina + Dieta
0 2 4 6 8 10 12 14 16
0
500
1000
1500
Minoderm
Minomax
24 48 72 96
Tempo (h)
Concentração (ng/ml)
clxxxvii
ANEXO II
Voluntário 04
Minociclina + Dieta
0 2 4 6 8 10 12 14 16
0
1000
2000
Minoderm
Minomax
24 48 72 96
Tempo (h)
Concentração (ng/ml)
clxxxviii
ANEXO II
Voluntário 05
Minociclina + Dieta
0 2 4 6 8 10 12 14 16
0
1000
2000
Minoderm
Minomax
24 48 72 96
Tempo (h)
Concentração (ng/ml)
clxxxix
ANEXO II
Voluntário 06
Minociclina + Dieta
0 2 4 6 8 10 12 14 16
0
1000
2000
Minoderm
Minomax
24 48 72 96
Tempo (h)
Concentração (ng/ml)
cxc
ANEXO II
Voluntário 07
Minociclina + Dieta
0 2 4 6 8 10 12 14 16
0
1000
2000
Minoderm
Minomax
24 48 72 96
Tempo (h)
Concentração (ng/ml)
cxci
ANEXO II
Voluntário 08
Minociclina + Dieta
0 2 4 6 8 10 12 14 16
0
1000
2000
Minoderm
Minomax
24 48 72 96
Tempo (h)
Concentração (ng/ml)
cxcii
ANEXO II
Voluntário 09
Minociclina + Dieta
0 2 4 6 8 10 12 14 16
0
500
1000
Minoderm
Minomax
24 48 72 96
Tempo (h)
Concentração (ng/ml)
cxciii
ANEXO II
Voluntário 10
Minociclina + Dieta
0 2 4 6 8 10 12 14 16
0
500
1000
Minoderm
Minomax
24 48 72 96
Tempo (h)
Concentração (ng/ml)
cxciv
ANEXO II
Voluntário 11
Minociclina + Dieta
0 2 4 6 8 10 12 14 16
0
500
1000
1500
Minoderm
Minomax
24 48 72 96
Tempo (h)
Concentração (ng/ml)
cxcv
ANEXO II
Voluntário 12
Minociclina + Dieta
0 2 4 6 8 10 12 14 16
0
250
500
750
Minoderm
Minomax
24 48 72 96
Tempo (h)
Concentração (ng/ml)
cxcvi
ANEXO II
Voluntário 13
Minociclina + Dieta
0 2 4 6 8 10 12 14 16
0
500
1000
1500
Minoderm
Minomax
24 48 72 96
Tempo (h)
Concentração (ng/ml)
cxcvii
ANEXO II
Voluntário 14
Minociclina + Dieta
0 2 4 6 8 10 12 14 16
0
1000
2000
Minoderm
Minomax
24 48 72 96
Tempo (h)
Concentração (ng/ml)
cxcviii
ANEXO II
Voluntário 15
Minociclina + Dieta
0 2 4 6 8 10 12 14 16
0
250
500
750
1000
Minoderm
Minomax
24 48 72 96
Tempo (h)
Concentração (ng/ml)
cxcix
ANEXO II
Voluntário 16
Minociclina + Dieta
0 2 4 6 8 10 12 14 16
0
500
1000
Minoderm
Minomax
24 48 72 96
Tempo (h)
Concentração (ng/ml)
cc
ANEXO II
Voluntário 17
Minociclina + Dieta
0 2 4 6 8 10 12 14 16
0
250
500
750
Minoderm
Minomax
24 48 72 96
Tempo (h)
Concentração (ng/ml)
cci
ANEXO II
Voluntário 18
Minociclina + Dieta
0 2 4 6 8 10 12 14 16
0
1000
2000
Minoderm
Minomax
24 48 72 96
Tempo (h)
Concentração (ng/ml)
ccii
ANEXO II
Voluntário 19
Minociclina + Dieta
0 2 4 6 8 10 12 14 16
0
500
1000
1500
Minoderm
Minomax
24 48 72 96
Tempo (h)
Concentração (ng/ml)
cciii
ANEXO II
Voluntário 20
Minociclina + Dieta
0 2 4 6 8 10 12 14 16
0
500
1000
Minoderm
Minomax
24 48 72 96
Tempo (h)
Concentração (ng/ml)
cciv
ANEXO II
Voluntário 21
Minociclina + Dieta
0 2 4 6 8 10 12 14 16
0
500
1000
1500
Minoderm
Minomax
24 48 72 96
Tempo (h)
Concentração (ng/ml)
ccv
ANEXO II
Voluntário 22
Minociclina + Dieta
0 2 4 6 8 10 12 14 16
0
500
1000
1500
Minoderm
Minomax
24 48 72 96
Tempo (h)
Concentração (ng/ml)
ccvi
ANEXO II
Voluntário 23
Minociclina + Dieta
0 2 4 6 8 10 12 14 16
0
250
500
750
1000
Minoderm
Minomax
24 48 72 96
Tempo (h)
Concentração (ng/ml)
ccvii
ANEXO II
Voluntário 24
Minociclina + Dieta
0 2 4 6 8 10 12 14 16
0
500
1000
1500
Minoderm
Minomax
24 48 72 96
Tempo (h)
Concentração (ng/ml)
ccviii
ANEXO III
Procedimento Operacional Padrão para Transporte das Amostras da
UNIFAC para a Unidade Analítica Cartesius - ICB –USP
As amostras de plasma, armazenadas a temperatura de -20 °C, encontram-se
identificadas e embaladas em sacos plásticos, lacrados, por voluntário, em
freezer exclusivo para amostras biológicas, na Unidade de Farmacologia Clínica
da Faculdade de Medicina – Hospital Universitário Walter Cantídio da UFC.
Foram retiradas do freezer e acondicionada em caixa térmica, mantidas em baixa
temperatura, através da adição de gelo em quantidade suficiente para mantê-las
congeladas.
A caixa térmica foi isolada e embalada adequadamente para evitar troca de
temperatura.
Em seguida a caixa térmica foi identificada, e transportada para o terminal de
carga aéreo de Fortaleza, onde, após preenchido um formulário de transporte de
material biológico da INFRAERO, recebeu um número de protocolo da
companhia de transporte.
Seguiram em transporte aéreo diretamente de Fortaleza para São Paulo, onde
foram liberadas e transportadas até as instalações da Unidade Analítica Cartesius
– ICB – USP, estando desde então na responsabilidade do Professor Dr. Gilberto
de Nucci.
Quando recebidas em São Paulo, ao serem novamente colocadas em freezer
apropriado para armazenamento de amostras biológicas, foi realizada uma
verificação das condições de congelamento.
Em caso de descongelamento durante o transporte, e conforme as características
de estabilidade térmica do fármaco em estudo, as amostras podem ser
descartadas.
No caso do item 7, serão enviadas réplicas, mantidas por medidas de segurança,
em freezer apropriado nas mesmas condições de armazenamento, conforme item
1.
ccix
ANEXO IV
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
AVALIAÇÃO FARMACOCINÉTICA DE DUAS FORMULAÇÕES DE
MINOCICLINA EM CONDIÇÕES DE JEJUM E APÓS DIETA RICA
EM CÁLCIO
Você está sendo convidado a participar de um projeto de pesquisa. Sua
participação é importante, porém, você não deve participar contra a sua vontade.
Leia atentamente as informações abaixo e faça qualquer pergunta que desejar,
para que todos os procedimentos desta pesquisa sejam esclarecidos.
Responsáveis: Drs. Maria Elisabete Amaral de Moraes, Manoel Odorico de
Moraes, Fernando A. Frota Bezerra e Gilberto de Nucci
O abaixo-assinado, nome, idade, prontuário n
o
HUWC/UFC, declara que é de
livre e espontânea vontade que está participando como voluntário do projeto de
pesquisa supracitado, de responsabilidade dos médicos Maria Elisabete Amaral
de Moraes, Manoel Odorico de Moraes, Fernando A. Frota Bezerra da Unidade
de Farmacologia Clínica do HUWC- UFC. O abaixo-assinado está ciente que:
i - O objetivo da pesquisa é verificar se comprimidos de 100mg de minociclina
(Minoderm-Stiefel) atingem níveis plasmáticos equivalentes aos comprimidos
de 100mg de minociclina (Minomax
®
-Wyeth) em condições de jejum e sob uma
dieta padrão.
ii - Durante o estudo, será internado quatro vezes por 36 horas cada período,
com intervalo de 14 dias. Em duas ocasiões do internamento, serão
administrados 100mg de minociclina na forma de comprimidos seguido de
jejum de 2 horas da administração da droga e em outras duas serão
administrados comprimidos de 100mg concomitante com alimentação. Serão
coletadas amostras de sangue (8mL) através de butterfly heparinizado antes e
aos seguintes intervalos a partir da administração: 0:30, 1, 1:30, 2, 3, 4, 6, 8, 10,
12, 16, 24, 48, 72 e 96h, para dosagem sérica de Minociclina.
iii - A participação neste estudo não tem objetivo de se submeter a um
tratamento terapêutico.
ccx
iv - A administração oral de minociclina de maneira continuada pode causar
efeitos colaterais como urticária, tonturas, náuseas, vômitos, diarréia, dor na
barriga. Entretanto, o aparecimento de efeitos indesejáveis após administração
de dose única de minociclina tem menor probabilidade de aparecer. Além dos
efeitos citados, a administração de qualquer medicamento pode causar reações
imprevisíveis.
v - Será submetido antes da primeira e após a quarta internação aos seguintes
exames laboratoriais: de sangue (hemograma completo, transaminases, fosfatase
alcalina, bilirrubina total, proteínas, colesterol total, triglicérides, uréia,
creatinina e ácido úrico, glicemia em jejum, gama GT), de urina (sumário de
urina), e do coração (eletrocardiograma). Sorologias para HIV, beta HCG,
hepatites B e C e parasitológico de fezes serão realizados apenas antes da
primeira internação.
vi - Obteve todas as informações necessárias para poder decidir conscientemente
sobre a participação no referido ensaio clínico.
vii - Tem a liberdade de desistir ou interromper a participação neste estudo no
momento que desejar, sem necessidade de qualquer explicação e sem que isto
venha interferir no seu atendimento médico desta Instituição.
viii - A interrupção não causará prejuízo ao seu atendimento, cuidado e
tratamento pela equipe da Unidade de Farmacologia Clínica.
ix - Os resultados obtidos durante este ensaio serão mantidos em sigilo, e a
Unidade de Farmacologia Clínica não identificará o voluntário por ocasião da
exposição e/ou publicação dos mesmos.
x - Durante o período de 180 dias a partir da data da assinatura do mesmo, o
voluntário estará assegurado (Seguro de Vida em Grupo) pela empresa Vera
Cruz Seguradora.
xi - Caso surja alguma intercorrência, deverá procurar o serviço de ambulatório
médico do Hospital de Clínicas da UFC e solicitar que o mesmo contacte os
médicos responsáveis pelo ensaio clínico, nos telefones abaixo.
xii - A Unidade de Farmacologia Clínica o manterá informado e prestará
qualquer tipo de esclarecimento em relação ao progresso da pesquisa, conforme
solicitação do voluntário.
xiii - Poderá contactar a Secretaria da Comissão de Ética (fone: 288-8346) para
apresentar recursos ou reclamações em relação ao ensaio clínico.
ccxi
xiv - De acordo com valores previamente estabelecidos, os voluntários serão
ressarcidos das despesas e dispêndio de tempo na realização do supracitado
estudo clínico
xv - É condição indispensável, para participação no ensaio clínico, que esteja em
boa saúde e, portanto, não esteja no momento sob tratamento médico ou fazendo
uso de quaisquer drogas ou medicações.
xvi - Aos voluntários do sexo feminino é condição indispensável para
participação no ensaio clínico que não esteja grávida, comprovado pela
sorologia (Beta-HCG).
Fortaleza,
____________________________________________
Assinatura do voluntário
Manoel Odorico de Moraes – Fone: 3288-8201
Maria Elisabete Amaral de Moraes – Fone: 3288-8346
Fernando A. Frota Bezerra – Fone: 3288-8250
Ana Paula de Azevedo Leitão – Fone: 3288-8250
Livros Grátis
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