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DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
ESTUDO DO PROCESSO DE DRENAGEM
GRAVITACIONAL DE ÓLEO COM INJEÇÃO
CONTÍNUA DE VAPOR EM POÇOS HORIZONTAIS
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Orientador: Prof. Ph.D. Tarcilio Viana Dutra Junior
Co-Orientador: Prof. Dr. Wilson da Mata
Natal / RN
FEVEREIRO / 2005
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Centro de Tecnologia
Departamento de Engenharia Química
Programa de Pós Graduação em Engenharia Química
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DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
ESTUDO DO PROCESSO DE DRENAGEM
GRAVITACIONAL DE ÓLEO COM INJEÇÃO
CONTÍNUA DE VAPOR EM POÇOS HORIZONTAIS
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Dissertação Apresentada ao Corpo Docente do
Programa de Pós-graduação em Engenharia Química
da Universidade Federal do Rio Grande do Norte
como Requisito Parcial para a Obtenção do
Título de Mestre em Engenharia Química.
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Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN
Jennys Lourdes Meneses Barillas
ii
BARILLAS, Jennys Lourdes Meneses - Estudo do processo de drenagem gravitacional de
óleo com injeção contínua de vapor em poços horizontais. Dissertação de Mestrado, UFRN,
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Química. Área de Concentração: Pesquisa e
Desenvolvimento de Tecnologias Regionais – Engenharia de Processos. Sub Área:
Modelagem e Simulação de Processos, Natal-RN, Brasil
Orientadores:
Professor: Ph.D. Tarcilio Viana Dutra Junior
Professor: Dr. Wilson da Mata
RESUMO
Vários métodos térmicos para aumentar a produção de óleos pesados têm sido
teoricamente e experimentalmente testados. Hoje em dia a injeção a vapor, e muitas de suas
variações, é o IOR mais próspero para óleos pesados. Algumas destas variações incluem o uso
de poços horizontais para injeção cíclica e contínua. O Steam Assisted Gravity Drainage
(SAGD) ou a injeção de vapor por drenagem gravitacional é o processo que usa dois poços
horizontais: o injetor de vapor no topo do reservatório e o produtor na base do reservatório. O
objetivo deste método é criar uma câmara de vapor, enquanto promove uma melhor varredura
dos fluidos do reservatório. Um modelo foi idealizado para estudar a sensibilidade de alguns
parâmetros do reservatório e de parâmetros de operação na recuperação final de óleo. Os
resultados do estudo da sensibilidade destes parâmetros mostraram a dependência de todos
eles no fator de recuperação final do bloco estudado, além de promover uma melhor
compreensão física do processo SAGD, possibilitando melhores dimensionamentos de futuros
pilotos de campo na indústria de petróleo.
Palavras-Chave
SAGD, IOR, simulação de reservatórios, modelagem, métodos térmicos.
Banca Examinadora
Presidente: _____________________________________________
Prof. Ph.D. Tarcilio Viana Dutra Junior - UFRN (DEQ)
Membros: _____________________________________________
Prof. Dr. Wilson da Mata - UFRN (DEE)
_____________________________________________
Prof. Dr. Aderson Farias do Nascimento - UFRN (DF)
_____________________________________________
Prof. Ph.D. Denis J. Schiozer –UNICAMP
Data de defesa da dissertação: 28-02-2005
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN
Jennys Lourdes Meneses Barillas
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ABSTRACT
Several methods for increasing heavy oil production by applying thermal recovery
have been theoretically and experimentally tested. Nowadays steam injection, in many
variations of the basic process, is the most successful improved oil recovery (IOR) for heavy
oils. Some of these variations include the use of horizontal wells for cyclic and continuous
injection. The steam assisted gravity drainage (SAGD) process uses two horizontal wells: the
steam injector at the top of the reservoir and the producer in the bottom. The purpose of this
design is to create a steam chamber, providing a better sweep of the reservoir. A model was
idealized to study the sensibility of some reservoir and operational parameters in the oil
recovery using the SAGD process. The sensibility study results showed the dependence of all
these parameters on the final recovery factor of the studied block, providing a better physical
comprehension of the SAGD process and aiding in designing field pilots in the petroleum
industry.
Keywords:
SAGD, IOR, reservoir simulation , thermal recovery.
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN
Jennys Lourdes Meneses Barillas
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Dedicatória
A meu filho e marido que estiveram sempre acompanhando-me na realização deste trabalho
A meus pais, meus irmãos, meus sobrinhos.
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN
Jennys Lourdes Meneses Barillas
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Agradecimentos
Para realizar um trabalho sempre é necessário a ajuda de outras pessoas ou instituições
que oferecem novas idéias, nos ajudam com suporte financeiro, ou técnico ou simplesmente
nos dão uma ajuda emocional, permitindo assim um projeto melhor em todos os sentidos. Por
isso eu quero agradecer a todos os que de alguma maneira colaboraram na execução deste
trabalho:
A meus orientadores Prof. Tarcilio e Prof. Wilson, por: sua paciência, colaboração
técnica, por suas idéias, e por seu entusiasmo na realização deste trabalho.
A Gertrudes, que aprendemos juntas o uso do simulador e me ajudou nas rodadas das
simulações.
A todos os professores que oferecem as disciplinas do PPGEQ que têm colaborado na
compreensão de novos conceitos, necessários para o conhecimento geral da Engenharia de
Processos.
À Petrobrás que financiou parte de meu mestrado por meio de uma bolsa de projeto.
Ao PPGEQ e à UFRN instituições muito valiosas pelo seu nível acadêmico que deram
para mim a oportunidade de aprender algo novo e interessante.
Ao departamento de Física e ao Professor Aderson que emprestaram o programa
STARS e me deram apoio técnico.
Ao NUPEG e ao PRH-ANP 14 que me deram também apoio técnico e a infra-estrutura
necessária para a elaboração do trabalho.
A todos os que não me conheciam, mas acreditaram em min.
A todos os que me incentivaram e apoiaram nos momentos mais difíceis.
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN
Jennys Lourdes Meneses Barillas
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ÍNDICE
Capítulo I
1 Introdução geral ...................................................................................................................2
Capítulo II
2 Aspectos teóricos .................................................................................................................6
2.1 Propriedades básicas dos reservatórios e dos fluidos....................................................6
2.1.1 Compressibilidade ..................................................................................................7
2.1.2 Porosidade ..............................................................................................................8
2.1.3 Saturação ................................................................................................................9
2.1.4 Permeabilidade absoluta.......................................................................................10
2.1.5 Permeabilidade efetiva .........................................................................................11
2.1.6 Permeabilidade relativa ........................................................................................11
2.1.7 Molhabilidade.......................................................................................................12
2.1.8 Mobilidade............................................................................................................14
2.1.9 Grau API do óleo..................................................................................................14
2.1.10 Viscosidade do óleo..........................................................................................15
2.2 Regimes de fluxo.........................................................................................................15
2.3 Classificação dos reservatórios ...................................................................................18
2.3.1 Tipos de reservatórios...........................................................................................19
2.3.1.1 Reservatórios de óleo ...................................................................................19
2.3.1.2 Reservatório de gás.......................................................................................20
2.3.1.2.1 Reservatório de gás úmido e reservatório de gás seco .............................21
2.3.1.2.2 Reservatório de gás retrógrado.................................................................21
2.4 Fluidos produzidos......................................................................................................22
2.5 Histórico de produção .................................................................................................24
2.6 Fator volume de formação do gás ...............................................................................24
2.7 Fator volume de formação de óleo..............................................................................25
2.8 Razão de solubilidade .................................................................................................27
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2.9 Mecanismos de produção............................................................................................27
2.9.1 Mecanismo de gás em solução .............................................................................28
2.9.2 Mecanismo de capa de gás ...................................................................................30
2.9.3 Mecanismo de influxo de água.............................................................................32
2.9.4 Mecanismo combinado.........................................................................................34
2.9.5 Segregação gravitacional......................................................................................35
2.10 Processos de recuperação do petróleo ..................................................................36
2.10.1 Recuperação primária do óleo..........................................................................37
2.10.2 Métodos convencionais de recuperação ...........................................................37
2.10.2.1 Eficiências de recuperação ...........................................................................38
2.10.3 Métodos especiais de recuperação....................................................................39
2.10.3.1 Métodos térmicos .........................................................................................40
2.10.3.2 Métodos miscíveis........................................................................................41
2.10.3.3 Métodos químicos ........................................................................................41
2.10.3.4 Outros métodos.............................................................................................42
2.11 Injeção cíclica de vapor........................................................................................42
2.12 Injeção contínua de vapor.....................................................................................43
2.12.1 Variações especiais da injeção de vapor...........................................................44
2.13 Drenagem gravitacional de óleo assistida com vapor (processo SAGD)............44
Capítulo III
3 Estado da arte.....................................................................................................................49
Capítulo IV
4 Modelagem do processo ....................................................................................................57
4.1 Modelo proposto .........................................................................................................57
4.2 Modelo matemático.....................................................................................................59
4.2.1 Princípios gerais ...................................................................................................59
4.2.1.1 Equação de continuidade e movimento........................................................59
4.2.1.2 Equação de energia.......................................................................................65
4.2.2 Equações gerais de conservação discretizadas.....................................................68
4.2.2.1 Balanço de massa .........................................................................................69
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4.2.2.2 Balanço de energia: ......................................................................................69
4.2.2.3 Transmissibilidades Tj das fases: .................................................................69
4.3 Modelo da malha.........................................................................................................70
4.4 Solução do modelo......................................................................................................71
4.5 Modelagem do reservatório.........................................................................................72
4.5.1 Propriedades do reservatório ................................................................................72
4.5.2 Propriedades da rocha..........................................................................................73
4.5.3 Viscosidade do óleo..............................................................................................73
4.5.4 Permeabilidades relativas .....................................................................................74
4.5.5 Descrição das condições de operação...................................................................76
4.6 Descrição dos casos simulados ...................................................................................76
Capítulo V
5 Resultados e discussões .....................................................................................................79
5.1 Produção primária: sem injeção de vapor ...................................................................79
5.2 Análise de sensibilidade..............................................................................................80
5.3 Atributos do reservatório.............................................................................................81
5.3.1 Permeabilidade vertical ........................................................................................82
5.3.2 Permeabilidade da rocha.......................................................................................86
5.3.3 Viscosidade do óleo..............................................................................................88
5.3.4 Espessura do reservatório.....................................................................................91
5.3.4.1 Distância vertical..........................................................................................92
5.3.4.2 Fator de recuperação versus volume poroso injetado...................................93
5.3.5 Folhelhos no reservatório .....................................................................................95
5.3.5.1 Folhelho de 300m x 60m x 2 m....................................................................96
5.3.5.2 Barreira de 510m x 60 m x 2 m..................................................................98
5.3.5.3 Barreira furada no centro............................................................................102
5.3.5.4 Comparação entre os modelos com barreiras............................................103
5.3.6 Aqüífero..............................................................................................................105
5.4 Parâmetros de operação.............................................................................................109
5.4.1 Distância vertical entre poços.............................................................................109
5.4.2 Comprimento dos poços injetor e produtor........................................................113
5.4.3 Configurações de poços......................................................................................118
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5.4.3.1 Poço injetor vertical (1) e poço produtor horizontal (1).............................118
5.4.3.2 Três poços injetores verticais, e um produtor horizontal...........................121
5.4.3.3 Poços injetor e produtor verticais ...............................................................125
5.4.3.4 Comparação entre as diferentes configurações dos poços injetor e produtor...
....................................................................................................................127
5.5 Comparação entre o processo SAGD e a injeção contínua de vapor........................129
5.6 Otimização do vapor .................................................................................................131
Capítulo VI
6 Conclusões e recomendações...........................................................................................138
6.1 Conclusões ................................................................................................................138
6.2 Recomendações.........................................................................................................139
Capítulo VII
7 Referências bibliográficas................................................................................................142
Capítulo VIII
8 Anexos .............................................................................................................................147
8.1 Termos utilizado nas equações de balanço de massa e energia ................................147
8.1.1 Termos na acumulação.......................................................................................147
8.1.2 Termos de fluxo..................................................................................................149
8.1.3 Termo fonte / sumidouro....................................................................................150
8.1.4 Termo fonte / sumidouro para aplicações térmicas com aqüíferos ....................151
8.2 Arquivo de entrada no programa de simulação numérica “Stars” ............................152
8.3 Curvas de produção acumulada de água ...................................................................160
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ÍNDICE DE FIGURAS
Capítulo I
Capítulo II
Figura 2-1: Porosidade de uma rocha – reservatório..................................................................8
Figura 2-2: Fluxo linear............................................................................................................10
Figura 2-3: Curvas de permeabilidades relativa versus a saturação de água............................12
Figura 2-4: Molhabilidade do sistema óleo-água-rocha...........................................................13
Figura 2-5: Rocha molhada por água .......................................................................................13
Figura 2-6: Viscosidade para diferentes óleos..........................................................................15
Figura 2-7: Fluxo radial............................................................................................................16
Figura 2-8: Distribuição das pressões no reservatório sob regime de fluxo estabilizado.........16
Figura 2-9: Diagrama de fases misturas líquidas......................................................................19
Figura 2-10: Diagrama de fases – gás retrógrado.....................................................................22
Figura 2-11: Fluidos no reservatório e na superfície................................................................23
Figura 2-12: Fator volume de formação do gás........................................................................25
Figura 2-13: Processo de liberação do gás. ..............................................................................26
Figura 2-14: Fator volume de formação do óleo......................................................................26
Figura 2-15: Razão de solubilidade..........................................................................................27
Figura 2-16: Reservatório com mecanismo de gás em solução................................................29
Figura 2-17: Mecanismo de gás em solução ............................................................................30
Figura 2-18: Reservatório com mecanismo de capa de gás......................................................31
Figura 2-19: Mecanismo de capa de gás. .................................................................................32
Figura 2-20: Reservatório com mecanismo de influxo de água. ..............................................33
Figura 2-21: Mecanismo de influxo de água............................................................................34
Figura 2-22: Reservatório com mecanismo combinado...........................................................35
Figura 2-23: Reservatório com mecanismo de gás em solução................................................36
Figura 2-24: Processos de recuperação do petróleo. ................................................................37
Figura 2-25: Conceito da drenagem de óleo assistida por gravidade.......................................45
Figura 4-1: Representação do sistema de poços injetor-produtor no reservatório ...................58
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Capítulo III
Capítulo IV
Figura 4-2: Volume de controle................................................................................................60
Figura 4-3: Exemplo de divisão do reservatório ......................................................................62
Figura 4-4: Representação do bloco.........................................................................................64
Figura 4-5: Modelo do reservatório..........................................................................................70
Figura 4-6: Método de Newton ................................................................................................72
Figura 4-7: Viscosidade do óleo...............................................................................................74
Figura 4-8: Permeabilidade relativa água - óleo.......................................................................75
Figura 4-9: Permeabilidade relativa líquido - gás ....................................................................75
Capítulo V
Figura 5-1: Efeito da injeção de vapor no fator de recuperação de óleo..................................80
Figura 5-2: Análise de Sensibilidade após 14 anos de produção .............................................81
Figura 5-3: Vazão de óleo no tempo quando é modificada a permeabilidade vertical ............82
Figura 5-4: Evolução no tempo da saturação de óleo para a permeabilidade vertical de 50 mD
(esquerda) e para a de 400 mD (direita). Seção transversal do reservatório......................84
Figura 5-5: Produção acumulada de óleo versus tempo quando é modificada a permeabilidade
vertical. ..............................................................................................................................85
Figura 5-6: Efeito da variação da permeabilidade da rocha na vazão de produção de óleo.....86
Figura 5-7: Efeito da variação da permeabilidade da rocha, na produção acumulada de óleo.87
Figura 5-8: Efeito da variação da viscosidade do óleo, na vazão de produção de óleo. ..........89
Figura 5-9: Efeito da variação da viscosidade do óleo, na produção acumulada de óleo. .......89
Figura 5-10: Efeito da variação da espessura do reservatório na vazão de óleo. .....................91
Figura 5-11: Efeito da variação da espessura do reservatório no fator de recuperação do óleo
versus o volume poroso injetado. ......................................................................................94
Figura 5-12: Desenho esquemático da barreira de 300m x 60m x 2m entre o poço injetor e
produtor..............................................................................................................................95
Figura 5-13: Desenho esquemático da barreira de 510m x 60m x 2m entre o poço injetor e
produtor..............................................................................................................................95
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Figura 5-14: Desenho esquemático das duas barreiras de 180m x 60m x 2m entre o poço
injetor e produtor...............................................................................................................96
Figura 5-15: Efeito da barreira de 300m x 60 m x 2m, entre poços, na vazão de produção de
óleo, localizada em diferentes camadas do reservatório....................................................97
Figura 5-16: Efeito da barreira de 300m x 60m x 2m, entre poços, na produção acumulada de
óleo, localizada em diferentes camadas do reservatório....................................................97
Figura 5-17: Efeito da barreira de 510m x 60m x 2m, entre poços, na vazão de óleo,
localizada em diferentes camadas do reservatório.............................................................99
Figura 5-18: Efeito da barreira de 510m x 60m x 2 m, entre poços, na produção acumulada de
óleo, localizada em diferentes camadas do reservatório..................................................100
Figura 5-19: Efeito da barreira de 300m x 60m x 2m e de 510m x 60m x 2m, localizada
abaixo do poço produtor, na produção acumulada de óleo..............................................101
Figura 5-20: Efeito de duas barreiras de 180m x 60m x 2m, na vazão de óleo, para diferentes
camadas do reservatório...................................................................................................102
Figura 5-21: Efeito de duas barreiras de 180m x 60m x 2m, na produção acumulada de óleo,
para diferentes camadas do reservatório..........................................................................103
Figura 5-22: Comparação entre os sistemas de folhelhos ......................................................104
Figura 5-23: Aqüífero no reservatório modelo.......................................................................105
Figura 5-24: Efeito do aqüífero na vazão de óleo. .................................................................106
Figura 5-25: Efeito do aqüífero na produção acumulada de óleo...........................................107
Figura 5-26:Comparação da produção acumulada de óleo no tempo entre o sistemas com
aqüífero e o modelo base .................................................................................................108
Figura 5-27: Seção transversal do reservatório ......................................................................110
Figura 5-28: Efeito da variação da distância entre o poço injetor e produtor na vazão de
produção de óleo..............................................................................................................111
Figura 5-29: Efeito da variação da distância entre o poço injetor e o produtor na produção
acumulada de óleo............................................................................................................112
Figura 5-30: Efeito da variação do comprimento do poço injetor e do produtor na vazão de
produção de óleo..............................................................................................................114
Figura 5-31: Seqüência no tempo do incremento de temperatura, comprimento de poços de
300m e 510 m. .................................................................................................................116
Figura 5-32: Efeito da variação do comprimento do poço injetor e do produtor no acumulado
da produção de óleo. ........................................................................................................117
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Figura 5-33: Efeito da Configuração de poços: 1 injetor vertical e 1 produtor horizontal na
produção acumulada de óleo com injeção de vapor em diferentes camadas do
reservatório. .....................................................................................................................119
Figura 5-34: Efeito da barreira de 510m x 60 m x 2 m na produção acumulada de óleo.
Configuração de poços: 1 injetor vertical e 1 produtor horizontal. .................................120
Figura 5-35: Diagrama esquemático da posição dos poços injetores.....................................122
Figura 5-36: Efeito da configuração de poços: 3 injetores verticais e 1 produtor horizontal na
produção acumulada de óleo, com injeção de vapor em diferentes camadas do
reservatório (sem folhelho)..............................................................................................123
Figura 5-37: Efeito da barreira de 510m x 60m x 2m na produção acumulada de óleo.
Configuração de poços: 3 injetores verticais e 1 produtor horizontal. ............................124
Figura 5-38: Diagrama esquemático da posição dos poços injetor e produtor.......................125
Figura 5-39: Efeito da configuração de poços: 1 injetor e 1 produtor verticais, na produção
acumulada de óleo, com barreira de 510m x 60 m
x 2m entre poços. .............................126
Figura 5-40: Efeito da configuração dos poços, no fator de recuperação de óleo..................128
Figura 5-41: Modelo 5-spot, para a injeção contínua de vapor..............................................129
Figura 5-42: Fator de recuperação de vapor versus tempo - comparação entre o processo
SAGD e a injeção contínua de vapor...............................................................................130
Figura 5-43: Fator de recuperação de vapor versus volume poroso injetado - comparação entre
o processo SAGD e a injeção contínua de vapor.............................................................130
Figura 5-44: Otimização do vapor: comprimento dos poços SAGD .....................................131
Figura 5-45: Otimização do vapor: distância vertical entre poços.........................................132
Figura 5-46: Otimização do vapor: espessura da zona de óleo ..............................................133
Figura 5-47: Otimização do vapor: permeabilidade...............................................................133
Figura 5-48: Otimização do vapor: viscosidade.....................................................................134
Figura 5-49: Otimização do vapor: barreiras de permeabilidade ...........................................135
Figura 5-50: Otimização do vapor: diferentes configuração de poços de injeção..................136
Capítulo VI
Capítulo VII
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Capítulo VIII
Figura 8-1: Produção acumulada de água versus tempo- distância vertical entre poços .......160
Figura 8-2: Produção acumulada de água versus tempo- comprimento dos poços injetor e
produtor............................................................................................................................160
Figura 8-3: Produção acumulada de água versus tempo-permeabilidade vertical .................161
Figura 8-4: Produção acumulada de água versus tempo-permeabilidade horizontal.............161
Figura 8-5: Produção acumulada de água versus tempo- viscosidade do óleo ......................162
Figura 8-6: Produção acumulada de água versus tempo – barreira de 300 m x 60 x 2 m......162
Figura 8-7: Produção acumulada de água versus tempo – barreira de 510m x 60m x 2m.....163
Figura 8-8: Produção acumulada de água versus tempo- aqüífero.........................................163
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ÍNDICE DE TABELAS
Capítulo I
Capítulo II
Capítulo III
Tabela 3-1: Dados operacionais de projetos SAGD reportados na literatura...........................51
Tabela 3-2: Características dos reservatórios e fluidos de aplicações do processo SAGD......52
Capítulo IV
Tabela 4-1: Intervalo dos parâmetros analisados- atributos do reservatório............................77
Tabela 4-2: Intervalo dos parâmetros analisados- parâmetros de controle ..............................77
Capítulo V
Tabela 5-1: Resumo dos resultados: recuperação primária......................................................79
Tabela 5-2: Resumo dos resultados: permeabilidade vertical ..................................................85
Tabela 5-3: Resumo dos resultados: permeabilidade da rocha.................................................87
Tabela 5-4: Resumo dos resultados: permeabilidade da rocha.................................................88
Tabela 5-5: Resumo dos resultados: viscosidade do óleo ........................................................90
Tabela 5-6: Resumo dos resultados: viscosidade do óleo ........................................................90
Tabela 5-7: Resumo dos resultados: espessura da zona de óleo de 10 m.................................92
Tabela 5-8: Resumo dos resultados: espessura da zona de óleo de 30m..................................93
Tabela 5-9: Volumes in place do óleo e da água......................................................................93
Tabela 5-10: Resumo dos resultados: espessura da zona de óleo.............................................94
Tabela 5-11: Localização dos folhelhos na malha....................................................................96
Tabela 5-12: Resumo dos resultados: barreira de 300m x 60m x 2m ......................................98
Tabela 5-13: Resumo dos resultados: barreira de 300m x 60m x 2m ......................................98
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Tabela 5-14: Resumo dos resultados: barreira de 510m x 60m x 2m ....................................100
Tabela 5-15: Resumo dos resultados: barreira 510m x 60m x 2m.........................................101
Tabela 5-16: Localização da barreira furada na malha...........................................................102
Tabela 5-17: Resumo dos resultados: comparação entre sistemas.........................................105
Tabela 5-18: Localização na malha do folhelho no aqüífero .................................................106
Tabela 5-19: Resumo dos resultados: aqüífero.......................................................................108
Tabela 5-20: Resumo dos resultados: aqüífero......................................................................109
Tabela 5-21: Localização do poço injetor e produtor na malha .............................................109
Tabela 5-22: Resumo dos resultados: distância vertical entre poços .....................................112
Tabela 5-23: Resumo dos resultados - distância vertical entre poços...................................113
Tabela 5-24: Localização dos poços injetor e produtor na malha..........................................114
Tabela 5-25: Resumo dos resultados: comprimento de poços ...............................................117
Tabela 5-26: Resumo dos resultados: comprimento dos poços..............................................117
Tabela 5-27: Localização do poço injetor na malha...............................................................119
Tabela 5-28: Resumo dos resultados: poço injetor vertical e poço produtor horizontal ........121
Tabela 5-29: Resumo dos resultados: poço injetor vertical, poço produtor horizontal..........121
Tabela 5-30: Localização do poço injetor na malha...............................................................122
Tabela 5-31: Resumo dos resultados: 3 injetores verticais e 1 produtor horizontal...............124
Tabela 5-32: Resumo dos resultados: 3 injetores verticais, 1 produtor horizontal.................125
Tabela 5-33: Localização na malha dos poços injetor e produtor verticais............................126
Tabela 5-34: Resumo dos resultados: injetor e produtor verticais .........................................127
Tabela 5-35: Resumo dos resultados: poço injetor e produtor verticais.................................127
Tabela 5-36: Resumo dos resultados: comparação entre sistemas.........................................128
Capítulo VI
Capítulo VII
Capítulo VIII
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN
Jennys Lourdes Meneses Barillas
xvii
NOMENCLATURA E ABREVIAÇÕES
Lista por ordem alfabética
°API: Grau API do óleo
A: Área transversal ao fluxo do fluido m
2
Bg: Fator de volume de formação do gás m
3
/m
3
std
Bo: Fator de volume de formação do óleo m
3
/m
3
std
Cf: Compressibilidade efetiva da formação 1/(Kgf/cm
2
)
C
s
: Concentração de sólidos Kg/m
3
D
ij
: Coeficiente de difusividade do componente i em j (j = w, o, g) m
2
/dia
FR: Fator de recuperação de óleo
g: Constante gravitacional m/dia
2
h: Altura do reservatório m
HAcd: Calor transferido por condução até ou desde o aqüífero adjacente J/Kg
HAcv: Calor transferido por convecção até ou desde o aqüífero
adjacente
J/Kg
H
g
: Entalpia do gás J/Kg
H
o
: Entalpia do óleo J/Kg
hvapor: Altura da câmara de vapor m
H
w
: Entalpia da água J/Kg
I
ik
: Índice da fase “j” para a camada “k” do poço m5/(Kgf dia)
IP: Índice de produtividade
k: Permeabilidade absoluta mD
K: Transmissibilidade térmica, na interface. J/(m
2
*dia)
kg: Permeabilidade efetiva ao gás mD
ko: Permeabilidade efetiva ao óleo mD
kro: Permeabilidade relativa ao óleo Adimensional
krw: Permeabilidade relativa à água Adimensional
kw: Permeabilidade efetiva à água mD
L: Comprimento m
m: Coeficiente adimensional que relaciona a viscosidade com a
temperatura em forma empírica
N, Np: Produção acumulada de óleo m
3
std/dia
P: Pressão Kgf/m
2
p
e
: Pressão externa Kgf/m
2
p
k
: Pressão do nó na região de interes que contêm a camada “k” do
poço
Kgf/m
2
p
w
: Pressão no poço Kgf/m
2
p
wfk
: Pressão do fluxo do poço (wellbore) na camada “k”. Kgf/m
2
q: Vazão volumétrica m
3
/dia
qaq
wk
: Vazão volumétrica de água através da face do bloco “k” até ou
desde o aqüífero adjacente
m
3
/dia
re: Raio externo do reservatório m
r
j
: Fatores de resistência das fases
ROV: Razão óleo vapor m
3
/ton
r
w
: Raio do poço m
Sg: Saturação do gás Fração ou %
So: Saturação do óleo Fração ou %
Sw: Saturação da água Fração ou %
T: Temperatura °C, K
T
j
: Transmissibilidade entre duas regiões m
5
/(Kgf*dia)
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN
Jennys Lourdes Meneses Barillas
xviii
T
R
: Temperatura da interface com a câmara de vapor °C, K
T
s
: Temperatura do reservatório °C, K
U
g:
Energia interna na fase gás J/Kg
U
o:
Energia interna na fase óleo J/Kg
Ur: Energia interna por volume de rocha J/Kg
U
w:
Energia interna na fase água J/Kg
V, V
R
: Volume total da rocha m
3
V
f
: Volume do fluidos m
3
V
g
: Volume do gás m
3
V
o
: Volume do óleo m
3
V
p
: Volume poroso inicial m
3
V
r
: Volume da rocha m
3
V
s
: Volume dos sólidos m
3
V
v
: Volume de espaços vazios m
3
Vw: Volume da água m
3
w
i
: Fração mássica ou molar do componente i (o, g, w) na fase água
W
p
: Produção acumulada de água m
3
std
x
i
: Fração mássica ou molar do componente i (o, g, w) na fase óleo
y
i
: Fração mássica ou molar do componente i (o, g, w) na fase gás
Lista por palavras gregas
ϕ
f
Porosidade de fluidos Fração ou %
ϕv, φ:
Porosidade do reservatório Fração ou %
γ:
Densidade do óleo / densidade da água (T = 20 ºC) M
3
óleo/m
3
água
λeff:
Condutividade térmica efetiva J/(m
2
. °C)
λo:
Mobilidade do óleo mD/cp
λw:
Mobilidade da água mD/cp
µ:
Viscosidade cp
ν
s
:
Viscosidade cinemática do óleo na temperatura da interface
com o vapor
stoke
ν:
Viscosidade cinemática do óleo na temperatura T stoke
ρ
g
:
Densidade da fase gás Kg/m
3
ou
Kgmol/m
3
ρ
o
:
Densidade da fase óleo Kg/m
3
ou
Kgmol/m
3
ρ
w
:
Densidade da fase água Kg/m
3
ou
Kgmol/m
3
σ
os
:
Forças de cisalhamento entre o óleo e a superfície do sólido Kgf
σ
ow
:
Forças de cisalhamento entre o óleo e a água Kgf
σ
ws
:
Forças de cisalhamento entre a água e a superfície do sólido Kgf
θ:
Ângulo de contato entre a tangente na interface de um fluido e
a superfície de um sólido
rad
P:
Variação da pressão Kgf/cm
2
So:
Diferença entre a saturação inicial do óleo e a saturação
residual do óleo
Adm
Vp:
Variação do volume poroso m
3
Φ
j
:
Energia potencial do sistema Kgf/m
2
Dissertação de Mestrado PPGEQ– UFRN Capítulo I: Introdução Geral
Jennys Lourdes Meneses Barillas
1
CAPÍTULO I:
INTRODUÇÃO GERAL
Dissertação de Mestrado PPGEQ– UFRN Capítulo I: Introdução Geral
Jennys Lourdes Meneses Barillas
2
1 Introdução geral
Do petróleo existente nos reservatórios é possível recuperar, na prática, só uma fração,
ficando a maior parte do petróleo dentro da jazida, devido à complexidade dos reservatórios e
aos mecanismos ainda pouco eficientes de recuperação do petróleo. Portanto, torna-se
necessário o estudo e o desenvolvimento de metodologias de processos de recuperação que
permitam extrair mais do óleo residual aumentando assim a rentabilidade dos campos
petrolíferos e estendendo sua vida útil.
Pode ser possível que o Brasil alcance a auto-suficiência na produção de petróleo nos
próximos anos e, dando ênfase a programas de expansão de produção das reservas atuais, é
necessário que as tecnologias dos processos avançados de recuperação do petróleo sejam
estudadas no país. Regionalmente, o Rio Grande do Norte conta com grandes reservas de
petróleo pesado que ainda precisam ser produzidas. As atividades de exploração nas bacias de
Campos, Santos e Espírito Santo têm levado à descoberta de grandes volumes de óleos
pesados que, por enquanto, não podem ser incluídos nas reservas devido ao custo e às
dificuldades técnicas para extração. É possível aumentar a recuperação de óleo em alguns
destes reservatórios com a ajuda dos processos de recuperação avançada de petróleo.
Algumas das diferentes alternativas para melhorar a capacidade de escoamento dos óleos
pesados e aumentar a sua recuperação são: a estimulação cíclica de vapor, a combustão “in
situ”, a injeção de vapor, e o processo de drenagem de óleo por diferencial gravitacional com
injeção de vapor ou comumente chamado de processo SAGD (siglas em inglês que
significam: “steam assisted gravity drainage”), que é um derivado da injeção contínua de
vapor. O processo SAGD envolve dois poços horizontais paralelos um acima do outro, onde o
poço superior é o injetor de vapor e o inferior é o produtor de óleo. Nesse processo, o papel da
força gravitacional é maximizado. Este método de recuperação avançada é mais efetivo para
óleos com alta viscosidade, ou para betume, e tem sido demonstrado ser economicamente
viável em projetos comerciais de recuperação de petróleo (Queipo et al., 2002). Esta
tecnologia é um processo que atualmente está sendo muito estudado devido à alta recuperação
de óleos pesados e devido ao fato de poder ser mais eficiente que a injeção continua de vapor,
permitindo maiores recuperações do óleo em um reservatório.
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN Capítulo I: Introdução Geral
Jennys Lourdes Meneses Barillas
3
O estudo desta tecnologia no Brasil é fundamental para se conhecer em quais campos de
produção a mesma pode ser implementada com vantagens, assegurando rentabilidade maior e
com menor demanda de injeção de vapor. Este processo SAGD já foi comercialmente
aplicado no Canadá, nos EUA e na Venezuela, obtendo-se uma elevada recuperação do óleo
(40-70%, Donnelly 1999; Vasquez et al., 1999; Sharma et al., 2002). No Brasil ainda não foi
aplicado este tipo de processo, mas a tecnologia pode ser aplicada em reservatórios que
necessitem de uma recuperação avançada para produzir o óleo pesado ou extra pesado e onde
se disponha de vapor para injeção.
O desempenho deste processo pode ser significativamente afetado por determinados
parâmetros operacionais e geométricos do reservatório. Exemplos disso podem ser: a
permeabilidade horizontal e vertical das rochas, a heterogeneidade do reservatório, a
espessura da zona de óleo, o aqüífero, a separação entre poços, o comprimento horizontal dos
poços e a necessidade de vapor. Por isto este trabalho visa estudar o impacto das condições
operacionais, das variáveis geométricas envolvidas, do fluido e do reservatório na produção
acumulada, na vazão de produção e no fator de recuperação do óleo, além da razão óleo-vapor
para, assim, obter-se a demanda mínima de vapor com um melhor rendimento do processo.
Além disto, também se visa estudar o efeito de diferentes geometrias de injeção de vapor na
fração de óleo recuperada.
Para realizar este trabalho foi feito um modelo numérico do processo utilizando um
reservatório homogêneo, em um simulador de métodos avançados de recuperação de óleo,
como é o Stars versão 2002.2, da CMG (Computer Modelling Group).
Este trabalho de dissertação está composto de oito capítulos. No capítulo II é
apresentada a teoria que envolve as propriedades principais dos reservatórios, os diferentes
métodos de recuperação, tanto convencional quanto avançado, e a teoria que envolve o
processo de drenagem por diferencial gravitacional (processo SAGD). Se o leitor é
experiente e desejar pode começar a ler o trabalho na seção 2.10.
Um histórico dos trabalhos relacionados ao processo SAGD é apresentado no
Capítulo III, onde é feita uma revisão dos principais trabalhos de simulação em duas e três
dimensões para reservatórios homogêneos e heterogêneos. São mostrados também alguns dos
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN Capítulo I: Introdução Geral
Jennys Lourdes Meneses Barillas
4
campos petrolíferos no mundo que aplicaram o processo SAGD para melhorar a produção de
óleo pesado ou betume. Também se encontram relatados alguns trabalhos que fizeram
análises de diferente projetos de injeção no reservatório.
A modelagem do processo é relatada no Capítulo IV, onde é mostrado o modelo
matemático utilizado na simulação do processo, o modelo do refinamento utilizado na malha,
as propriedades da rocha-reservatório, dos fluidos e da rocha-fluido. Também é apresentada
uma descrição das condições de operação, os dados de entrada iniciais requeridos pelo
programa, além de uma descrição dos casos que foram simulados.
Os resultados obtidos estão relacionados no Capítulo V, onde também foi realizada
uma discussão dos resultados do trabalho. Foram comparados, quando possível, com alguns
dos resultados obtidos na literatura.
No Capítulo VI são apresentadas as conclusões mais importantes obtidas neste
trabalho e as recomendações para trabalhos futuros.
Por último nos Capitulos VII e VIII encontram-se as referências bibliográficas e os
anexos.
Alguns dos resultados produzidos neste trabalho foram apresentados oralmente e
publicados no “25° Congresso Ibero Latino Americano de Métodos Computacionais em
Engenharia” (25° CILAMCE, 2004), em Recife Brasil (Barillas et al., 2004) e como pôster no
1
er
Simpósio da Região Nordeste sobre pesquisa e desenvolvimento em petróleo e gás natural,
em Recife-Brasil (Queiroz et al., 2004).
Dissertação de Mestrado PPGEQ–UFRN Capítulo II: Aspectos Teóricos
Jennys Lourdes Meneses Barillas
5
CAPÍTULO II:
ASPECTOS TEÓRICOS
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN Capítulo II: Aspectos Teóricos
Jennys Lourdes Meneses Barillas
6
2 Aspectos teóricos
Neste Capítulo 2 é explanada a teoria básica de reservatórios e os diferentes processos de
recuperação do petróleo. Também é descrita a teoria inicial do processo de drenagem por
diferencial gravitacional (SAGD) e mostrados os diferentes parâmetros que podem afetar o
processo.
2.1 Propriedades básicas dos reservatórios e dos fluidos
O conhecimento das propriedades básicas da rocha e dos fluidos contidos nela torna-se
uma matéria muito importante, já que elas vão determinar as quantidades dos fluidos
existentes no meio poroso, a sua distribuição, a capacidade desses fluidos se movimentarem e
escoarem. Devido a isto a quantidade total de fluido que poder ser extraída do reservatório vai
depender destas propriedades (Dake, 2001). As mais importantes estão nomeadas a seguir:
Compressibilidade
Porosidade
Saturação
Permeabilidade Absoluta
Permeabilidade Efetiva
Permeabilidade Relativa
Molhabilidade
Mobilidade
Viscosidade
Densidade °API
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN Capítulo II: Aspectos Teóricos
Jennys Lourdes Meneses Barillas
7
2.1.1 Compressibilidade
Um corpo que inicialmente tem um volume V e é submetido a uma compressão P,
reduzirá seu volume. O quociente entre a redução de volume V e o volume inicial V recebe
o nome de variação fracional. Dividindo-se a variação fracional pelo P, tem-se a
“compressibilidade”, então por definição a compressibilidade é o quociente entre a variação
fracional de volume e a variação de pressão (Thomas et al., 2001).
É de interesse para a Engenharia de Reservatórios a chamada compressibilidade
efetiva de formação, isto é, quando os poros de uma rocha-reservatório estão cheios de fluidos
que exercem pressão sobre as paredes dos mesmos então o volume dos poros dependerá da
sua pressão interna. Ao ser retirada uma certa quantidade de fluido do interior da rocha, a
pressão cai e os poros têm os seus volumes reduzidos. Assim a compressibilidade efetiva da
formação é a relação entre a variação fracional dos volumes dos poros e a variação de pressão
(Equação 2-1).
P
VV
C
pp
f
=
/
; Cf 0 ( 2-1 )
onde:
C
f
: Compressibilidade efetiva da formação
V
p
: Variação do volume poroso
V
p
: Volume poroso inicial
V
p
/ V
p
: Variação fracional do volume
P: Variação da pressão
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN Capítulo II: Aspectos Teóricos
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8
2.1.2 Porosidade
A porosidade de uma rocha é a propriedade daquela apresentar vazios, isto é, poros ou
fissuras onde é acumulado o óleo e a água. Pode ser calculado percentualmente como o
volume de espaços vazios encontrados na rocha dividido pelo volume total da mesma. A
porosidade de uma rocha pode ser, geralmente, muito heterogênea à escala microscópica. Na
Figura 2-1, tem-se um esquema de uma rocha - reservatório onde pode ser observada a sua
porosidade. Nos espaços vazios encontra-se o óleo e os grãos da rocha estão rodeados de
água, embora também seja possível que os grãos da rocha estejam rodeados pelo óleo.
Figura 2-1: Porosidade de uma rocha – reservatório
(Domingos, 2003)
Os vazios intergranulares apresentam, geralmente, formas irregulares e estão
interligados por canalículos estreitos, tortuosos e complexos que permitem a migração dos
fluidos. A porosidade pode representar 20 a 25% do volume total da rocha, sendo que este
volume poroso não está inteiramente preenchido pelos hidrocarbonetos, havendo sempre uma
certa quantidade de água, chamada de água conata ou água irredutível.
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN Capítulo II: Aspectos Teóricos
Jennys Lourdes Meneses Barillas
9
Devido à cimentação, alguns poros podem ficar totalmente isolados. A partir daí, a
porosidade classifica-se como:
Porosidade absoluta: razão entre o volume de todos os poros, interconectados ou não,
e o volume total da rocha;
Porosidade efetiva: razão entre o volume dos poros interconectados e o volume total
da rocha.
Na engenharia de reservatórios, o parâmetro que é considerado o mais importante é a
porosidade efetiva, já que representa o volume máximo de fluidos que pode ser extraído da
rocha, devido a que os poros isolados não estão acessíveis para a produção de fluidos.
Existe também uma porosidade denominada primária que se desenvolveu da
conversão do material sedimentar em rocha e a porosidade secundária resultante dos
processos físicos e químicos sofridos pela rocha após sua formação.
Os métodos utilizados comumente para medir a porosidade são: os métodos chamados
diretos onde as medidas são feitas a partir de corpos de prova (plugs ou testemunhos) ou de
microscópios (lâminas) e os métodos chamados indiretos cuja resposta da medição se dá
através de ondas sonoras (perfilagem).
2.1.3 Saturação
O porcentual do volume poroso ocupado por cada fluido (gás, água e óleo) recebe o
nome de saturação. A saturação de óleo, água e gás é o porcentual do volume poroso (Vp)
ocupado por cada uma destas fases, ou seja:
Saturação de óleo: S
o
= V
o
/V
p
Saturação de gás: S
g
= V
g
/V
p
Saturação de água: S
w
= V
w
/V
p
S
o
+ S
g
+ S
w
= 1 ( 2-2 )
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN Capítulo II: Aspectos Teóricos
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10
2.1.4 Permeabilidade absoluta
Uma rocha pode ter uma quantidade apreciável de poros e dentro desses poros pode
conter uma quantidade apreciável de hidrocarbonetos, mas isto não é garantia de que possam
ser extraídos. Para isso a rocha deve permitir o fluxo de fluidos através dela. Os fluidos
percorrem os canais porosos, e se estes são cheios de estrangulamentos, muito estreitos e
tortuosos, o grau de dificuldade para os fluidos se locomoverem no seu interior será maior. Os
poros maiores e mais conectados oferecem menor resistência ao fluxo de fluidos.
A permeabilidade é a medida da capacidade de uma rocha permitir o fluxo de fluidos.
O nome de permeabilidade absoluta se dá quando um único fluido está saturando a rocha. Na
Figura 2-2, é mostrado o fluxo de um fluido através de um meio poroso linear.
Figura 2-2: Fluxo linear
()
21
PPA
Lq
k
=
µ
( 2-3 )
A Equação 2-3 descreve um fluxo linear de um fluido que tem viscosidade “µ” e o
meio poroso tem comprimento “L” e a seção reta “A” (área transversal ao fluxo). Segundo a
Equação 2-3, a vazão “q” através do meio poroso é diretamente proporcional à área aberta ao
fluxo, ao diferencial de pressão (P
1
-P
2
) e inversamente proporcional ao comprimento e à
viscosidade. A permeabilidade “k” é uma constante de proporcionalidade característica do
meio poroso. Por definição um Darcy (que é a unidade de medida utilizada para definir a
permeabilidade) é a permeabilidade de uma rocha na qual um gradiente de pressão de 1
atm/cm promove a vazão de 1 cm
3
/s de um fluido de viscosidade de 1 cp, através de 1 cm
2
de
área transversal ao fluxo (Thomas et al., 2001).
A
P1
P2
q
L
A
P1
P2
q
L
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11
2.1.5 Permeabilidade efetiva
Uma rocha-reservatório contém sempre dois ou mais fluidos, e neste caso a facilidade
com que cada fluido se move no meio poroso é chamada de permeabilidade efetiva ao fluido
considerado. Por exemplo, se em um meio poroso está fluindo água e óleo, têm-se
permeabilidade efetiva à água e permeabilidade efetiva ao óleo. As permeabilidades efetivas
aos fluidos dependem das saturações de cada um dos fluidos no meio poroso. A cada valor de
saturação de um fluido corresponde um valor de permeabilidade efetiva àquele fluido.
2.1.6 Permeabilidade relativa
A permeabilidade relativa é o valor da permeabilidade efetiva normalizada, ou seja, se
divide todos os valores de permeabilidade efetiva por um mesmo valor de permeabilidade
escolhido como base. O valor de permeabilidade mais utilizado como base é a permeabilidade
absoluta, assim pode-se definir:
Permeabilidade relativa ao óleo: k
ro
=k
o
/k ( 2-4 )
Permeabilidade relativa ao gás: k
rg
=k
g
/k ( 2-5 )
Permeabilidade relativa à água: k
rw
= k
w
/k ( 2-6 )
A Figura 2-3 apresenta um exemplo de curvas de permeabilidade relativa à água e ao
óleo versus saturação de água.
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN Capítulo II: Aspectos Teóricos
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12
Permeabilidade Relativa
0.0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
1.0
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1.0
Saturação da água (Sw)
Permeabilidade Relativa (Krw e Krow)
Krw
Krow
Figura 2-3: Curvas de permeabilidades relativa versus a saturação de água
2.1.7 Molhabilidade
A molhabilidade é a tendência de um líquido espalhar-se sobre uma superfície de
contato, na presença de um outro fluido, e é uma função tanto dos fluidos como do sólido. É
medida pelo ângulo de contato entre o líquido e a superfície. Pode ser explicada
quantitativamente por meio de um balanço de forças entre dois fluidos (exemplo água e óleo)
e o sólido. Na Figura 2-4 pode ser observado um sistema rocha –água -óleo , quanto menor o
ângulo de contato (
θ < 90°), maior é a facilidade do líquido em se espalhar na superfície. Se o
ângulo de contato (
θ) entre a rocha e o líquido é menor que 90° a rocha encontra-se molhada
pela água, mas si o ângulo é maior que 90°, a rocha está molhada pelo óleo.
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN Capítulo II: Aspectos Teóricos
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13
Figura 2-4: Molhabilidade do sistema óleo-água-rocha
(Willhite, 1986)
Em uma rocha-reservatório pode acontecer que a rocha se encontre molhada pela água
ou pelo óleo. Na Figura 2-5 pode ser observado como a água envolve os grãos permitindo a
passagem do óleo entre os grãos da rocha, nesse caso diz-se que a rocha é molhada pela água.
Figura 2-5: Rocha molhada por água
θ
Óleo
σ
ow
σ
ow
σ
os
θ
θ
Rocha molhada
por água
Rocha molhada
por óleo
Superfície da rocha
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14
2.1.8 Mobilidade
A mobilidade de um fluido se define como a razão entre sua permeabilidade efetiva e a
sua viscosidade. Por exemplo, a mobilidade do óleo (fluido deslocado) é dada por:
λ
o
= k
o
/µ
o
( 2-7 )
As mobilidades, assim como as permeabilidades relativas, dependem das saturações
dos fluidos. A chamada razão de mobilidades é definida pela divisão entre a mobilidade da
água “λ
w
” e a mobilidade do óleo “λ
o
” (Equação 2-8). A mobilidade do óleo e da água são
medidas em pontos de saturações de água (Sw) diferentes.
Razão de mobilidades = λ
w
/λ
o
( 2-8 )
2.1.9 Grau API do óleo
Na engenharia de petróleo é comum falar do óleo segundo o grau API, sendo possível
identificar rapidamente se o óleo é leve, pesado ou extrapesado. A densidade do óleo em
unidades °API está definido pela Equação 2-9.
5,131
5,141
=°
γ
API ( 2-9 )
onde “γ” é a densidade específica do óleo (densidade do óleo / densidade da água) nas
condições padrão (20 °C e 1 atm).
Se a densidade API de um óleo é menor que 20 (γ> 0,934), este pode ser classificado
como pesado. Os óleos leves estão usualmente na faixa de 20 a 30 °API (γ entre 0,875 e
0,825). Os condensados do petróleo podem oscilar entre 60 e 70 °API (Nind, 1989).
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN Capítulo II: Aspectos Teóricos
Jennys Lourdes Meneses Barillas
15
2.1.10 Viscosidade do óleo
A influência da temperatura nos fluidos é significativa. Nos óleos a viscosidade diminui
em forma exponencial com o aumento da temperatura. Na Figura 2-6 são mostradas três
curvas de viscosidades para óleos com diferentes viscosidades (300 cp, 1000 cp e 3000 cp) na
condição de 100 °F (37,8 °C) no reservatório, contra a temperatura (K).
Viscosidade do
Ó
leo
1
10
100
1,000
10,000
100,000
1,000,000
200.0 250.0 300.0 350.0 400.0 450.0 500.0 550.0 600.0 650.0 700.0
Temperatura, T (K)
Viscosidade,
µ
(cp)
300 cp@ 37.8 °C
3000 cp@37,8 °C
300 cP
1000 cP
3000 cP
Figura 2-6: Viscosidade para diferentes óleos
2.2 Regimes de fluxo
O fluxo radial, mostrado na Figura 2-7, é o que melhor caracteriza o movimento dos
fluidos do reservatório para o poço, na maioria das situações. O fluido se desloca radialmente
em um meio poroso de forma cilíndrica, onde se localiza um poço de raio “r
w
”. O meio
poroso tem altura “h” e raio externo “r
e
”. A diferença de pressão entre a periferia e o centro
do poço “Pe-Pw” é o agente responsável pelo deslocamento do fluido.
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16
Figura 2-7: Fluxo radial
As premissas básicas são as seguintes:
O reservatório
-Tem espessura constante;
-É considerado homogêneo em toda sua extensão, com relação a todas as propriedades
da rocha;
-É isotrópico com relação à permeabilidade;
-Está saturado com um único fluido.
O poço é completado em todo o intervalo produtor para assegurar o fluxo radial em
toda a espessura do reservatório
A Figura 2-8 mostra esquematicamente a distribuição de pressões ao longo do
reservatório, com o poço produzindo em condições estabilizadas a uma vazão constante q,
sendo p a média das pressões ao longo do reservatório ponderada em relação ao volume.
Figura 2-8: Distribuição das pressões no reservatório sob regime de fluxo estabilizado
(Thomas et al., 2001)
h
P
w
q
r
w
Poço
Pa
r
e
P
e
h
P
w
q
r
w
Poço
Pa
r
e
P
e
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17
Quando se coloca um poço em produção, o distúrbio causado pelo diferencial de
pressão (p
e
-p
w
) não atinge instantaneamente o raio externo do sistema (r
e
) e em conseqüência,
se demora a atingir as condições de fluxo estabilizado. Durante o período de transição,
conhecido como regime de fluxo transiente, as vazões de produção são maiores, declinando
até atingir o fluxo estabilizado. O período de fluxo transiente é geralmente de curta duração,
pode ser de algumas horas ou dias, mas se o reservatório tem baixa permeabilidade pode
alongar-se por mais tempo. A duração do transiente está relacionada diretamente com o
tamanho do reservatório, a compressibilidade, a viscosidade do fluido do reservatório e
inversamente com a permeabilidade absoluta, entre outros fatores.
Após o reservatório produzir por um período de tempo suficiente para atingir-se o
limite externo do sistema e que este limite externo não permita a passagem de fluidos para
dentro da célula radial, tem-se a condição de fluxo pseudopermanente. A solução do modelo é
dada pela Equação 2-10:
=
2
1
ln
2
w
e
we
r
r
hk
q
pp
π
µ
( 2-10 )
A Equação 2-10 também pode ser escrita em termos da pressão estática atual do
reservatório que, neste caso é expressa pela pressão média:
=
4
3
ln
2
w
e
w
r
r
hk
q
pp
π
µ
( 2-11 )
No regime de fluxo permanente admite-se que há realimentação da célula radial e a
pressão no raio externo do sistema (p
e
) permanece constante. Nesse caso a solução do modelo,
em conformidade com a lei de Darcy, é dada pela Equação 2-12:
=
2
1
ln
2
w
e
w
r
r
hk
q
pp
π
µ
( 2-12 )
A condição de fluxo permanente é apropriada quando a pressão do reservatório é
mantida, por exemplo, por um influxo natural de água.
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18
Expressando as equações antes mencionadas para um poço sob regime permanente em
termos de índice de produtividade (IP) tem-se:
w
e
we
r
r
hk
PP
q
IP
ln
2
=
=
µ
π
( 2-13 )
A vazão de produção “q” incluída nas equações anteriores está relacionada às
condições de pressão e temperatura do reservatório. Para expressá-la nas condições de
superfície, deve-se introduzir o fator volume de formação do fluido “B”, que é a relação entre
o volume ocupado pelo fluido nas condições de reservatório e o volume ocupado por ele à
pressão e a temperatura de superfície. Então a Equação 2-13 poder ser escrita como:
w
e
r
r
B
hk
IP
ln
54,52
=
µ
π
ou
w
e
we
r
r
B
pp
q
ln
)(54,52
=
µ
( 2-14 )
onde:
q: vazão de produção, m
3
/dia
k: permeabilidade, Darcy
h: altura, m
p: pressão, kgf/cm
2
A constante 52,54 é um fator de conversão, para que a vazão fique em m
3
/dia.
2.3 Classificação dos reservatórios
A classificação dos reservatórios é baseada no comportamento da mistura de
hidrocarbonetos. A composição da mistura não é suficiente para determinar o seu estado
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN Capítulo II: Aspectos Teóricos
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19
físico, e muito menos em que tipo de fluido vai resultar ao ser levada para a superfície. O
comportamento de uma determinada mistura vai depender também das condições de pressão e
temperatura a que estiver submetida.
2.3.1 Tipos de reservatórios
Existem três tipos de reservatórios: reservatórios de líquido (também conhecidos como
reservatórios de óleo), reservatórios de gás e reservatórios que possuem as duas fases em
equilíbrio.
2.3.1.1 Reservatórios de óleo
Uma mistura líquida de hidrocarbonetos pode receber o nome de óleo saturado ou
subsaturado, segundo a posição que ocupem no diagrama de fases. Na Figura 2-9 observa-se
um diagrama de fases de misturas líquidas. Se o ponto representativo da mistura se encontra
exatamente em cima da curva dos pontos de bolha, por exemplo, o ponto “
1”, diz-se que o
óleo é saturado em gás ou simplesmente saturado. Para um fluido nessas condições, qualquer
redução na pressão implicará na vaporização de alguns componentes da mistura.
Figura 2-9: Diagrama de fases misturas líquidas
(Thomas et al., 2001)
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20
O óleo está subsaturado quando a mistura é submetida a uma pressão maior que a
pressão de bolha. Pode ser observado na Figura 2-9 o ponto “R”. Ao começar a produção de
um poço tanto o fluido que é extraído quanto o que permanece sofrem alterações nas suas
condições iniciais. Por exemplo, o fluido produzido passa das condições de pressão e
temperatura do reservatório às condições de pressão e temperatura da superfície. Já o fluido
que permanece no reservatório, se mantém à temperatura do poço, enquanto que a pressão
diminui. O comportamento do fluido que continua no reservatório está representado por uma
linha vertical a temperatura constante, enquanto a pressão vai diminuindo devido à produção
de fluidos até que o poço seja abandonado.
Na Figura 2-9 também pode ser observada uma representação da variação das
condições desde o reservatório até a superfície, curva “RS”, onde pode-se notar que há uma
diminuição dos hidrocarbonetos que estão em fase líquida e em conseqüência um aumento
dos que estão na fase gasosa. Como há uma redução de volume do óleo quando levado às
condições da superfície, então de acordo com o grau de redução o óleo pode ser classificado
em óleo de baixa contração (óleo normal) e óleo de alta contração (óleo volátil).
Os primeiros componentes a serem vaporizados são os hidrocarbonetos mais leves,
tais como: o metano, o etano, o propano, etc., seguido dos elementos intermediários. As
frações leves arrastam consigo para a fase gasosa uma certa quantidade de frações pesadas,
porém em frações bem reduzidas. A contração se deve principalmente à liberação das frações
mais leves, então se o óleo apresenta uma maior contração é porque a mistura tem
porcentagens maiores de frações leves de hidrocarbonetos. O contrário também ocorre, se a
mistura contém menores concentrações de frações leves o óleo vai ter baixa contração.
2.3.1.2 Reservatório de gás
A jazida de petróleo que contém uma mistura de hidrocarbonetos que se encontra no
estado gasoso, nas condições do reservatório, se conhece como reservatório de gás. No
diagrama de fases (Figura 2-9), o ponto correspondente às condições de pressão e temperatura
originais se localiza na região de misturas gasosa, isto é, à direita das curvas dos pontos de
orvalho.
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21
Os reservatórios de gás podem ser classificados em: reservatório de gás úmido,
reservatório de gás seco e reservatório de gás retrógrado.
2.3.1.2.1 Reservatório de gás úmido e reservatório de gás seco
A mistura de gases produzida ao ser levada para a superfície, é submetida a processos
nos quais os componentes mais pesados são separados dos mais leves. Quando a mistura de
gases produz uma certa quantidade de líquido o reservatório recebe o nome de reservatório de
gás úmido, se não se produzir líquido então o reservatório se conhece como reservatório de
gás seco. Dependendo dos processos utilizados para a separação do gás, a mesma mistura de
gás pode ser classificada como gás seco ou úmido (Thomas et al., 2001).
2.3.1.2.2 Reservatório de gás retrógrado
Quando se tem na jazida uma mistura gasosa, e se começa produzir, à medida que o
fluido vai sendo produzido, a pressão no reservatório diminui, enquanto a temperatura
permanece constante. Em certo momento da vida produtiva da formação ocorre uma
condensação do gás, continuando com a produção a pressão segue baixando e o gás que tinha-
se liquefeito se vaporiza novamente. O fato de uma redução de pressão causar uma
condensação do gás, quando o esperado é que ocorra uma vaporização dos líquidos, é o
fenômeno pelo qual o reservatório se conhece como reservatório de gás retrógrado (Thomas et
al., 2001). Na Figura 2-10, o ponto Tr indica a condição na qual ocorre o processo.
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22
Figura 2-10: Diagrama de fases – gás retrógrado
(Allen e Roberts, 1997)
O fenômeno retrógrado acontece no interior da rocha - reservatório. O reservatório de
gás retrógrado também se conhece como reservatório de gás condensado. Esta condensação
dos líquidos no reservatório altera as permeabilidades relativas dos fluidos e usualmente
resulta em perdas de produtividade do poço e também na recuperação do óleo (Allen e
Roberts, 1993).
2.4 Fluidos produzidos
Os fluidos típicos produzidos de um reservatório de óleo são:
o Água;
o Gás natural;
o Óleo.
A Figura 2-11 apresenta, esquematicamente, os fluidos existentes no reservatório e os
resultantes quando levados às condições da superfície.
Saturado
Subsaturado
Ponto
Crítico
Separador
Líquido
% Líquido
Tem
p
eratura
Tr
Tan
q
ue
Gás
Processo
Retrógrado
Tatm
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23
Figura 2-11: Fluidos no reservatório e na superfície
Um reservatório apresenta uma vazão de produção de óleo, uma de gás e uma de água.
Estas vazões são sempre expressas nas condições de superfície, que também são chamadas de
“condições standard” ou “condições padrão”, e correspondem a 1 atm de pressão e 20 °C de
temperatura. Por exemplo, para descrever uma vazão de óleo produzido no sistema
internacional se escreve “m
3
std /dia”.
Dos fluidos produzidos de um reservatório também se tem a produção de água e a
quantidade vai depender das condições em que ela se apresenta no meio poroso. Apesar da
água estar sempre presente no reservatório, nem sempre a sua quantidade que é expressa
mediante a saturação, é suficiente para que se desloque. Existe uma saturação mínima
necessária para que se torne móvel e que vai depender da rocha e dos fluido contidos nela.
Outra fonte para a produção de água são as acumulações de água chamadas de aqüíferos, que
podem estar adjacentes ás formações portadoras de hidrocarbonetos, ou também pode ser
devida à água, ou vapor injetado para a recuperação secundária ou terciária do óleo.
Têm-se relações entre os fluidos produzidos que são usadas como indicadores, tanto das
características como dos estágios da vida produtiva dos reservatórios. Os mais utilizados são:
a razão gás-óleo “RGO” que é a relação entre a vazão de gás e a vazão de óleo, medida nas
condições de superfície; a razão água-óleo “RAO”, que é a relação entre a vazão de água e a
vazão de óleo, também medida nas condições da superfície; e a razão de sedimentos - água
Água
Condições de
reservatório
Hidrocarbonetos
líquidos
Gás livre Gás
-Óleo
-Gás de solução
(do óleo)
-Gás de solução
(da água)
-Água
Condições de
superfície
Água
Condições de
reservatório
Hidrocarbonetos
líquidos
Gás livre Gás
-Óleo
-Gás de solução
(do óleo)
-Gás de solução
(da água)
-Água
Condições de
superfície
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24
“BSW” (do inglês “basic sediments and water”) que é o quociente entre a vazão de água mais
os sedimentos que estão sendo produzidos e a vazão total de líquidos e sedimentos. Uma
razão gás-óleo elevada pode indicar que o reservatório está bastante depletado, ou que, por
exemplo, a fração de componentes mais voláteis na mistura líquida do reservatório é elevada.
Uma razão água-óleo igual a zero significa que, na época da medição, a saturação de água na
zona de onde está saindo a mistura de hidrocarbonetos é igual ou menor que o valor
irredutível.
2.5 Histórico de produção
Desde o início de produção de um reservatório que está sendo desenvolvido é
necessário fazer um registro das pressões, das vazões de produção de óleo, gás e água, de cada
poço e das relações RGO, RAO e BSW, durante toda a vida útil dele. Isto é, o histórico de
produção e é necessário para o acompanhamento do reservatório, para verificar a sua
metodologia de produção e para prever o comportamento futuro da jazida.
2.6 Fator volume de formação do gás
O fator volume de formação (B
g
) do gás é a razão entre o volume que o gás ocupa em
uma condição de pressão e temperatura qualquer e o volume que ocupa nas condições padrão
(1 atm e 20 °C). A dimensão do fator Bg no sistema SI de unidades é de m
3
/m
3
std.
Esta relação é importante devido ao fato do volume do gás depender das condições de
pressão e temperatura, o gás se expande quando a pressão diminui e se comprime quando a
pressão aumenta. Em um reservatório (com exceção do reservatório de gás retrógrado) o gás
pode estar submetido a grandes pressões que fazem com que o volume que ocupe seja
pequeno. Quando o gás é levado às condições da superfície este gás tende a expandir-se e
ocupar um volume maior. Na Figura 2-12 se apresenta uma curva do fator de formação do gás
contra a pressão, a linha pontilhada indica a pressão na qual o gás começa a condensar.
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25
Figura 2-12: Fator volume de formação do gás
(Thomas et al., 2001)
2.7 Fator volume de formação de óleo
O fator volume de formação do óleo (B
o
) é a razão entre o volume que a fase líquida
ocupa em qualquer condição de pressão e temperatura e o volume que ocuparia nas condições
de superfície. O fator B
o
expressa que volume da mistura em condições quaisquer de pressão
e temperatura é necessário para ser obter uma unidade de volume de óleo nas condições de
superfície.
Na Figura 2-13 observa-se um exemplo que mostra que para se obter 2,00 m
3
de óleo
nas condições padrão, é necessário 2,66 m
3
de óleo nas condições de 176 atm e 71 °C. Neste
sistema, a pressão encontra-se inicialmente a 246 atm (249 bar) e a temperatura em 71°C. Sob
estas condições o fluido encontra-se no estado líquido e quando ocorre uma redução de
pressão para 176 atm (178 bar) há uma expansão do líquido, mas não suficiente para ter-se
uma vaporização dos componentes. Se a pressão continua a diminuir até 84 atm (85 bar)
ocorre uma vaporização das frações mais leves do petróleo. Se o processo continua até as
condições padrão, se obterá um volume de óleo de 2,00 m
3
e de gás de 32,11 m
3
.
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26
Figura 2-13: Processo de liberação do gás.
Na Figura 2-14 observa-se uma curva que representa o fator volume de formação do
óleo em diferentes pressões, cada óleo apresenta uma curva típica de B
o
versus pressão, já que
depende dos componentes que formam o óleo. B
oi
e B
os
são os valores de B
o
nas condições
inicial e de saturação, respectivamente.
Figura 2-14: Fator volume de formação do óleo
(Thomas et al., 2001)
Líquido
2,60 m
3
Gás
13
,
02 m
3
Gás
19,09 m
3
Óleo
2,00 m
3
Condições padrão
P = 1 atm
T = 20° C
Líquido
2,66 m
3
Líquido
2
,
40 m
3
Gás
1,70 m
3
P = 246 atm
T
=
71
°
C
P = 176 atm
T
=
71
°
C
P = 84 atm
T
=
71
°
C
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27
2.8 Razão de solubilidade
A razão de solubilidade de uma mistura líquida de hidrocarbonetos, a determinadas
condições de pressão e temperatura, é a relação entre o volume de gás que está dissolvido
dentro do óleo (expresso em condições de superfície) e o volume de óleo que será obtido da
mistura. Na Figura 2-15 apresenta-se um diagrama de Razão de solubilidade versus pressão.
Figura 2-15: Razão de solubilidade
(Thomas et al., 2001)
2.9 Mecanismos de produção
Para conseguir produzir naturalmente os fluidos contidos dentro de uma rocha –
reservatório é necessário que estes disponham de uma quantidade suficiente de energia. Esta
energia é também conhecida como energia primária ou natural, e é o resultado de um conjunto
de situações geológicas que a jazida enfrentou desde o seu início até sua completa formação.
A manifestação de energia mais sensível do reservatório é a pressão, que é necessária
para que o fluido possa atravessar os caminhos tortuosos e estrangulamentos dos canais
porosos para se deslocar até o poço produtor e o fluido possa ser produzido, mas para que
exista a produção é necessário que outros fluidos venham a ocupar esses espaços vazios
deixados pelos fluidos produzidos. Então para que ocorra a produção é necessário que exista
uma descompressão a qual causa uma expansão dos fluidos do reservatório e uma contração
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28
do volume poroso, e também que ocorra o deslocamento de um fluido por outro fluido (por
exemplo, a invasão de uma zona de óleo por um aqüífero).
O conjunto de fatores que pode desencadear uma descompressão e o deslocamento dos
fluidos são os mecanismos de produção. Os principais mecanismos de produção são:
Mecanismo de gás em solução
Mecanismo de capa de gás
Mecanismo de influxo de água
Mecanismo de segregação gravitacional
É importante conhecer o mecanismo dominante em um reservatório para encontrar a
melhor forma de por a produzir os fluidos contidos na jazida. Podem ocorrer casos nos quais
não exista um só mecanismo predominante, então se diz que existe um mecanismo
combinado.
2.9.1 Mecanismo de gás em solução
O mecanismo de gás em solução consiste em produzir o óleo com a sua própria
energia, devido ao gás dissolvido dentro dele, isto em reservatórios que não estão associados a
grandes massas de água ou de gás natural. Na Figura 2-16 pode ser apreciado um reservatório
com o mecanismo de gás em solução, onde existe uma acumulação de hidrocarbonetos
líquidos em uma estrutura isolada, e suas fronteiras não permitem fluxos em qualquer sentido,
impedindo a penetração de fluidos que possam expulsar a mistura de hidrocarbonetos para
fora da jazida de óleo.
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29
Figura 2-16: Reservatório com mecanismo de gás em solução.
Quando o óleo começa a ser produzido a pressão interna do reservatório cai até atingir
a pressão de saturação do óleo, então os hidrocarbonetos mais leves se vaporizam. É neste
ponto que o mecanismo de gás em solução atua, devido a que o gás se expande mais
rapidamente que o líquido, e é esta expansão que vai deslocar os fluidos para fora do meio
poroso. Neste mecanismo, à medida que a pressão do reservatório vai diminuindo, mais
hidrocarbonetos se vaporizam e o que era antes algumas bolhas dispersas no líquido pode
aumentar até formar uma fase contínua de hidrocarbonetos no estado gasoso, sendo produzido
em conjunto com o óleo. Se isto acontece o reservatório perde a energia principal de
produção.
Uma característica marcante deste tipo de mecanismo é que a pressão diminui rápida e
continuamente, isto pode ser observado na Figura 2-17, devido a que o gás se produz em
grandes quantidades desde o começo da produção do reservatório, levando consigo a energia
do mesmo. Em reservatórios com este mecanismo, a RGO é baixa no início e aumenta
rapidamente até chegar a um máximo valor, decrescendo logo (Figura 2-17). Os fatores de
recuperação de óleo em reservatórios com este mecanismo de produção são geralmente
menores que 20%.
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30
Figura 2-17: Mecanismo de gás em solução
(Thomas et al., 2001)
2.9.2 Mecanismo de capa de gás
Uma jazida de hidrocarbonetos pode apresentar duas fases em equilíbrio: uma fase
líquida e outra de vapor (gás livre). A fase de vapor por ser menos densa que a fase líquida
ficará na parte mais alta das superfícies porosas do reservatório formando a chamada “capa de
gás. Na Figura 2-18, mostra-se esquematicamente um reservatório com o mecanismo de capa
de gás. Em um reservatório com este tipo de estrutura, a zona de óleo é produzida enquanto a
capa de gás é preservada por ser a principal fonte de energia do reservatório.
Este mecanismo funciona como segue: a zona de óleo é colocada para produzir,
diminuindo a pressão do reservatório, devido a retirada de fluidos e, em conseqüência, a capa
de gás se expande penetrando gradativamente dentro da zona antes ocupada pelo óleo. Como
o gás tem uma grande compressibilidade este processo ocorre sem se ter uma queda
substancial da pressão.
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31
Figura 2-18: Reservatório com mecanismo de capa de gás
(Thomas et al., 2001)
O tamanho da capa de gás tem uma influência muito grande, quanto maior for o
volume de gás da capa quando comparado com o volume de óleo (ambos medidos nas
condições de reservatório) maior será a atuação da capa, ou seja, poderá ser mantida a pressão
no reservatório por mais tempo. Na Figura 2-19, pode ser observada a curva de pressão em
função do tempo. A pressão cai continuamente, porém de forma mais lenta que a do
mecanismo de gás em solução. Nessa mesma Figura 2-19, também pode ser visualizada a
curva de RGO no tempo para o mecanismo de capa de gás.
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32
Figura 2-19: Mecanismo de capa de gás.
(Thomas et al., 2001)
Os fatores de recuperação de óleo que podem ser encontrados em reservatórios com
mecanismo de capa de gás oscilam normalmente entre 20 e 30%. Como a recuperação do óleo
depende da vazão de produção de óleo, é necessário um certo tempo para que a pressão se
transmita da zona de óleo para a capa de gás e esta se expandir, o que não ocorre
apropriadamente com uma vazão de produção muito alta.
2.9.3 Mecanismo de influxo de água
Para que este tipo de mecanismo exista, é necessário que a formação portadora de
hidrocarbonetos esteja em contato direto com uma grande acumulação de água, denominada
comumente como aqüífero. Estes aqüíferos podem ser encontrados subjacentes ou ligados
lateralmente ao reservatório. O mecanismo de influxo de água vai atuar quando as condições
do reservatório causarem alterações no aqüífero ou vice-versa. Esta influência só vai ocorrer
se o reservatório e o aqüífero estiverem intimamente ligados. Na Figura 2-20 pode ser
observado um desenho esquemático de um reservatório com um aqüífero subjacente à zona
portadora de óleo.
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33
Figura 2-20: Reservatório com mecanismo de influxo de água.
(Thomas et al., 2001)
No mecanismo de influxo de água, quando a pressão do reservatório se reduz devido à
produção, o aqüífero responde por meio de uma expansão da água nele contida e também
através da redução de seu volume poroso. Como conseqüência disso o espaço poroso do
aqüífero não consegue manter toda a água contida inicialmente, causando uma invasão da
zona de óleo pelo volume excedente de água, deslocando o óleo até os poços de produção e
mantendo a pressão do reservatório.
Para que este mecanismo funcione corretamente, o aqüífero deverá ter grandes
proporções. Isto devido a que a compressibilidade da água e da rocha são pequenas e apenas
grandes volumes de água e de rocha serão capazes de produzir os grandes influxos da água
necessários para manter a pressão do reservatório em níveis elevados e com boas vazões de
produção, quando existe uma redução de pressão no reservatório.
Na Figura 2-21 pode ser observado como a pressão decresce lenta e continuamente no
tempo e a razão água – óleo cresce continuamente no tempo. Como a pressão se mantêm
elevada por muito tempo é comum que a razão gás óleo permaneça próxima à razão de
solubilidade original da mistura.
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34
Figura 2-21: Mecanismo de influxo de água.
(Thomas et al., 2001)
O fator de recuperação do óleo pode oscilar entre 30 e 40 %, podendo chegar até
75%.
2.9.4 Mecanismo combinado
Um reservatório pode produzir devido aos efeitos de mais de um mecanismo de
produção, neste caso se conhece como mecanismo combinado. Na Figura 2-22, pode ser
observado um reservatório com um mecanismo deste tipo.
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35
Figura 2-22: Reservatório com mecanismo combinado.
(Thomas et al., 2001)
Em algum instante da vida de um reservatório este recebe alguma contribuição do
mecanismo de gás em solução. Mesmo um reservatório, cujo mecanismo proporciona uma
boa manutenção da pressão, depois de certo tempo de vida produtiva do reservatório a pressão
se reduzirá a valores inferiores à pressão de saturação da mistura de hidrocarbonetos,
produzindo gás livre na zona de óleo.
2.9.5 Segregação gravitacional
O diferencial gravitacional ajuda com a segregação dos fluidos, permitindo que eles se
acomodem no reservatório segundo a suas densidades. Um exemplo no qual a segregação
gravitacional ajuda é no mecanismo de gás em solução. No reservatório, quando se es
produzindo o óleo com ajuda deste mecanismo a pressão vai diminuindo e quando alcança a
pressão de bolha, as bolhas de gás geradas aumentam de tamanho rapidamente até formar uma
fase contínua que vai subir ao topo do reservatório devido as diferenças de densidade.
Na Figura 2-23 pode ser apreciado um reservatório com o mecanismo de gás em
solução, no qual ocorreu o aparecimento de uma capa de gás secundária devido a uma
segregação gravitacional.
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36
Figura 2-23: Reservatório com mecanismo de gás em solução
– efeito de segregação gravitacional. (Thomas et al., 2001)
Para que a segregação gravitacional seja observada no reservatório é necessário
produzir em vazões que permitam a manifestação deste fenômeno. Para reservatórios com o
mecanismo de gás em solução pode ocorrer que, se as vazões de produção são muito altas o
gás seja produzido em conjunto com o óleo.
2.10 Processos de recuperação do petróleo
Do petróleo existente nos reservatórios é possível recuperar, na prática, só uma fração
deste, ficando a maior parte do petróleo dentro da jazida. Isto devido aos mecanismos ainda
pouco eficientes de recuperação do petróleo. Devido a isto tornou-se necessário o estudo e o
desenvolvimento das metodologias dos processos de recuperação que permitam extrair mais
do óleo residual, aumentando assim, a rentabilidade dos campos petrolíferos e estendendo sua
vida útil. Na Figura 2-24 pode ser observado os diferentes processos utilizados na recuperação
de óleo.
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN Capítulo II: Aspectos Teóricos
Jennys Lourdes Meneses Barillas
37
Figura 2-24: Processos de recuperação do petróleo.
2.10.1 Recuperação primária do óleo
A recuperação primária de óleo pode ocorrer pela ajuda dos mecanismos de produção
que são os que dão a energia primária do poço, e estes podem ser: a expansão do líquido, a
compressão do volume da rocha-fluido, gás em solução, influxo de água e a combinação entre
capa de gás e a segregação gravitacional (Simon R., 1981). Neste processo de recuperação, os
mecanismo de produção podem ter certa ajuda externa para prover energia extra para o poço,
e esta ajuda pode ser oferecida por meio de uma bomba ou da injeção de gás (gás lift) que
auxilia na subida do fluido que se está produzindo.
A recuperação típica neste processo pode estar entre 15-20% (Simon R., 1981)
2.10.2 Métodos convencionais de recuperação
Nos métodos convencionais de recuperação, a produção de fluidos do reservatório é
mantida por meio de injeção para dentro do poço de água, hidrocarbonetos ou gás para
sustentar uma pressão dentro do reservatório que permita o deslocamento dos fluidos para os
Injeção de água
Manutenção da pressão:
água, hidrocarbonetos,
injeção de gás
Térmicos
Combustão
Injeção cíclica
de vapor
Injeção de vapor
Injeção de água
quente
SAGD
Químicos
Alcalinos
Polímeros
Polímeros
microbiológicos
Espuma
Outros
Microorganismos
Eletromagnetismo
Recuperação primária
Fluxo natural
Lift artificial:
Bombas
Gás lift etc
Miscíveis
Hidrocarbonetos
CO
2
Nitrogênio
Gás de exaustão
(flue gas)
Métodos convencionais
Métodos especiais
Recuperação avançada
Injeção de água
Manutenção da pressão:
água, hidrocarbonetos,
injeção de gás
Térmicos
Combustão
Injeção cíclica
de vapor
Injeção de vapor
Injeção de água
quente
SAGD
Químicos
Alcalinos
Polímeros
Polímeros
microbiológicos
Espuma
Outros
Microorganismos
Eletromagnetismo
Recuperação primária
Fluxo natural
Lift artificial:
Bombas
Gás lift etc
Miscíveis
Hidrocarbonetos
CO
2
Nitrogênio
Gás de exaustão
(flue gas)
Métodos convencionais
Métodos especiais
Recuperação avançada
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38
poços produtores e possam ser produzidos. Os fatores de recuperação de óleo com estes
métodos podem estar entre 20-30% (Simon R., 1981).
Nestes métodos, o óleo é deslocado para fora dos poros da rocha até os poços de
produção, mediante a injeção de outro fluido. E isto ocorre mediante uma ação mecânica, sem
ter qualquer interação de natureza química ou termodinâmica que possa afetar o estado ou as
propriedades tanto físicas como químicas dos fluidos e da rocha.
A função do fluido injetado (ou fluido deslocante, como também é conhecido) é
deslocar o óleo (chamado de fluido deslocado) para fora dos poros da rocha e preencher o
espaço deixado pelo óleo. Mas mesmo que se continue injetando o fluido deslocante em
quantidades excessivas, não vai ser possível a remoção de todo o óleo contido na rocha -
reservatório. Este óleo que fica retido nos poros da zona invadida pelo fluido deslocante é
chamado de óleo residual, e este efeito é conseqüência da pressão capilar.
A recuperação convencional além da obtida pelos processos de injeção pode também
envolver a recuperação devida a energia primária do reservatório.
2.10.2.1 Eficiências de recuperação
A produção de hidrocarbonetos obtida de um projeto de injeção de fluidos, pode ser
avaliada numericamente por parâmetros denominados:
Eficiência de varrido horizontal;
Eficiência de varrido vertical e
Eficiência de deslocamento
A eficiência de varrido horizontal representa, percentualmente, a área em planta do
reservatório que foi invadida pelo fluido injetado até um determinado instante. Esta eficiência
depende do esquema de injeção, isto é, a maneira como os poços de injeção e produção estão
distribuídos no reservatório, da razão de mobilidade entre os fluidos injetado e deslocado, e
do volume de fluido injetado.
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39
A eficiência de varrido vertical representa o porcentual da área da seção vertical do
reservatório que foi invadida pelo fluido injetado e depende da variação vertical da
permeabilidade, da razão de mobilidades e do volume injetado.
A eficiência de deslocamento mede a capacidade do fluido injetado de retirar o óleo
para fora dos poros da rocha. Esta eficiência então representa que percentual de óleo que
existia inicialmente dentro dos poros dessa região foi expulso por ele. Este parâmetro depende
basicamente das tensões interfaciais entre o fluido injetado, a rocha e os fluidos do
reservatório, e do volume injetado (Thomas et al., 2001). O produto das eficiências de varrido
horizontal e vertical se conhece como eficiência volumétrica.
Em geral, para se obter recuperações relativamente altas é necessário que todas as
eficiências sejam altas. Quando as eficiências de varrido são baixas quer dizer que o fluido
injetado encontra certos caminhos preferenciais e se dirige rapidamente aos poços de
produção.
2.10.3 Métodos especiais de recuperação
Os métodos especiais de recuperação surgem da necessidade de aumentar a vida útil de
um reservatório, aumentando assim, o lucro do processo, e é utilizado quando já não é
recomendável a recuperação por métodos convencionais. Estes processos envolvem um
agente externo que pode ajudar a diminuir a viscosidade do petróleo, a melhorar os canais
porosos, a diminuir a tensão interfacial entre os fluidos ou aumentar a mobilidade do óleo que
vai ser produzido, e pode abranger métodos térmicos (injeção de vapor ou combustão in situ),
químicos, (injeção de polímeros), miscíveis (injeção de CO
2
) ou microbiológicos.
Na recuperação convencional, as baixas recuperações iniciais podem ser devido à alta
viscosidade do óleo do reservatório e às altas tensões interfaciais entre o fluido injetado e o
óleo. Se o fluido injetado tem uma viscosidade muito menor que a do óleo é possível que o
fluido deslocante se movimente melhor dentro dos canais porosos, encontrado caminhos
preferenciais até os poços produtores, ficando o óleo retido, porque o fluido injetado não se
propagou adequadamente no reservatório. Como conseqüência, se tem grandes volumes da
rocha com óleo porque o deslocamento não ocorreu.
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40
No caso de elevadas tensões interfaciais, a capacidade do fluido injetado de desalojar o
óleo para fora dos poros da rocha é muito baixa, deixando saturações residuais de óleo muito
altas nas regiões que já tiveram contato com o fluido deslocante.
Estas situações definem o método que deve ser utilizado para o processo de recuperação
especial. Os métodos de recuperação podem se divididos em três categorias:
Métodos térmicos
Métodos miscíveis
Métodos químicos
O método a ser utilizado vai depender das características do reservatório, da rocha, do
fluido e do retorno monetário do reservatório. E antes de por em prática algum dos métodos, é
necessário um projeto minucioso que incluam simulações numéricas e uma análise econômica
do processo.
2.10.3.1 Métodos térmicos
Em reservatórios com óleos pesados ou extrapesados que são muito viscosos, não é
muito conveniente a utilização de métodos convencionais de recuperação, já que a alta
viscosidade do óleo pode dificultar o movimento do óleo dentro do meio poroso deixando
passar só o fluido injetado, resultando em eficiências de varrido baixas.
O óleo ao ser aquecido diminui a viscosidade e este é o princípio básico do método
térmico de recuperação de óleo. Inicialmente a busca dessa diminuição de viscosidade era
feita com o aquecimento do óleo para aumentar a produção. Os processos foram evoluindo no
tempo até os métodos atuais. Nos métodos térmicos têm-se duas categorias: a combustão in
situ
, no qual o calor é gerado dentro do próprio reservatório a partir da combustão de parte do
óleo ali existente e a injeção de fluidos aquecidos, que é a geração de calor na superfície e
transferida para um fluido que logo é injetado no poço.
Na injeção de fluidos aquecidos usa-se água como meio de transportar o calor desde a
superfície até a zona de óleo, e que pode ser injetada na forma de vapor ou a uma temperatura
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41
bem elevada, porém ainda no estado líquido, tendo-se então dois processos: injeção de vapor
e injeção de água quente.
A combustão in situ se inicia por meio de uma injeção de ar aquecido, então o
processo de oxidação do óleo é que vai gerar o calor. À medida que ocorre a oxidação o
processo se intensifica até chegar a uma temperatura chamada de “ponto de ignição”, a partir
da qual está estabelecida a combustão. Nesse ponto é necessário a injeção de ar frio e o
processo tem continuidade (Briggs et al., 1987; Thomas et al., 2001)
Os métodos de recuperação térmica de óleo são na maioria das vezes bem sucedidos já
que a viscosidade é diminuída em grande proporção. Mas por enquanto não se tem um
método ótimo de recuperação de óleo. O método escolhido deve ser avaliado com extremo
cuidado e vai depender das condições físicas do reservatório, dos resultados achados em
reservatórios semelhantes, da experiência da equipe de trabalho e dos resultados das
simulações realizadas.
2.10.3.2 Métodos miscíveis
Se o problema são as baixas eficiências de deslocamento devido às elevadas tensões
interfaciais entre os fluidos, um método miscível é indicado para aumentar a eficiência do
processo. Quando dois fluidos que não se misturam entram em contato, se estabelece entre
eles uma tensão interfacial. Os métodos miscíveis se ocupam da injeção de fluidos que sejam
miscíveis com o óleo do reservatório, de forma tal que não existam tensões interfaciais,
podendo ser deslocado o óleo com mais facilidade pelo fluido injetado. Os fluidos que são
mais comumente usados nestes métodos são: o dióxido de carbono, o gás natural e o
nitrogênio (Farouq Ali, 2002; Thomas et al., 2001).
2.10.3.3 Métodos químicos
Dentro desta categoria de métodos químicos estão aqueles processos que envolvem
uma certa interação química entre o fluido injetado e o fluido do reservatório. Eles podem ser
a injeção de polímeros, solução de tensoativos, microemulsões, soluções alcalinas etc. Neste
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN Capítulo II: Aspectos Teóricos
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42
método não existe só um ponto a ser atacado e alguns dos processo podem ser enquadrados
dentro dos métodos miscíveis (Farouq Ali, 2002).
Ao se adicionar uma substância tensoativa à água de injeção, se está fazendo um
deslocamento miscível com água. Neste caso o tensoativo (também chamado de surfactante)
reduz as tensões interfaciais água - óleo ampliando a eficiência de deslocamento. A injeção de
microemulsão ou solução miscelar ajuda a melhorar a eficiência de varrido dos deslocamentos
miscíveis, já que se preocupa com a miscibilidade e com o controle da viscosidade. No
processo de injeção de fluidos alcalinos a substância alcalina que se adiciona à água, em geral
soda cáustica, tem a finalidade de reagir com certos ácidos orgânicos presentes em alguns
óleos, produzindo dentro do próprio reservatório uma quantidade de substância tensoativa.
2.10.3.4 Outros métodos
Existem outros processos que têm sido pesquisados e não se enquadram dentro dos
métodos anteriores, como é o caso da recuperação microbiologia e da recuperação utilizando
ondas eletromagnéticas.
Na recuperação microbiológica podem ser injetadas bactérias dentro do reservatório
por um meio aquoso e com os nutrientes adequados, que podem promover uma melhora do
processo de recuperação através dos produtos do seu metabolismo, tais como polímeros,
tensoativos e solventes gasosos, que poderão ajudar na recuperação de óleo.
A recuperação através de ondas eletromagnéticas é um processo de aquecimento do
reservatório por meio de ondas eletromagnéticas ocasionadas pela aplicação de uma diferença
de potencial entre os poços do campo (Thomas et al., 2001).
2.11 Injeção cíclica de vapor
Das injeções de vapor, a estimulação cíclica (também conhecida como huff n’ puff) foi
uma das primeiras a ser utilizada para recuperar o óleo e consiste em injetar uma certa
quantidade de vapor em um poço em um determinado período de tempo que pode ser por
semanas. Depois da injeção, o poço permanece fechado por alguns dias para depois produzir
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43
óleo. No início o óleo é produzido em vazões altas e depois estas vazões começam a diminuir
rapidamente. O ciclo pode ser repetido depois de um período de tempo enquanto seja
economicamente rentável. Este processo tem sido bem sucedido devido ao retorno rápido
durante o período de produção do poço. O fator de recuperação do óleo neste processo pode
estar entre 10 e 20 % (Farouq Ali, 2002) .
A injeção cíclica de vapor tem sido usada em campos petrolíferos com processos
altamente especializados, como foi no campo de Alberta, no Canadá, onde a viscosidade do
óleo no reservatório é de cerca de 100.000 cp. Na Venezuela, nos campos petrolíferos de
petróleo pesado também se usa com muito êxito este método térmico de recuperação de óleo.
Na Califórnia é usado como primeira etapa antes da injeção contínua de vapor (Farouq Ali,
2002). Recentemente, esta tecnologia também está sendo utilizado em poços horizontais,
principalmente na Venezuela e na Província de Alberta (Canadá).
2.12 Injeção contínua de vapor
Na injeção contínua de vapor o mesmo é injetado continuamente em um ou mais
poços, chamados poços injetores, e o óleo é empurrado para os poços de produção. Como
este processo requer poços injetores e produtores, uma maior área dentro do reservatório é
abrangida, obtendo-se altas recuperações do óleo, maiores que na injeção cíclica de vapor
(Farouq Ali, 2002). Os fatores de recuperação de óleo neste processo podem chegar a 50% ou
mais.
Os métodos de injeção contínua e cíclica de vapor são freqüentemente combinados e
usados, onde os poços produzem óleo por estimulação cíclica antes de se iniciar a injeção
contínua. Se for desejado produzir óleos muito viscosos, a estimulação antes da injeção
contínua é essencial para se obter comunicação de fluxo entre os poços injetores e produtores.
Esta comunicação pode ser estabelecida através da criação de uma fratura entre os poços, a
qual pode ser feita por meio de uma injeção de vapor a uma pressão suficientemente alta
(Briggs et al., 1987).
A injeção de vapor tem sido provada, na Venezuela, em escala piloto e comercial, mas
não foi mais rentável do que a estimulação com injeção cíclica de vapor. Em Cold Lake,
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN Capítulo II: Aspectos Teóricos
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44
Alberta (Canadá), este processo não tem sido comercialmente bem sucedido, devido às
fraturas e às comunicações causadas pelas precedentes injeções cíclicas de vapor. Algumas
das operações que envolvem injeção contínua de vapor que tem sido bem sucedidas estão
localizadas na Indonésia e no Brasil (Farouq Ali, 2002).
2.12.1 Variações especiais da injeção de vapor
Na década de 80, variações da injeção de vapor foram desenvolvidas para aplicações em
reservatórios onde os critérios convencionais de injeção não estavam funcionando. Isto foi
possível devido aos avanços a nível técnico da perfuração horizontal, baixando os custos e
melhorando a sua efetividade (Farouq Ali, 2002). Um dos processos que foi desenvolvido
para melhorar a eficiência da recuperação com métodos térmicos foi o processo de drenagem
gravitacional de óleo, com injeção contínua de vapor (SAGD, steam assisted gravity
drainage).
2.13 Drenagem gravitacional de óleo assistida com vapor (processo SAGD)
A drenagem de óleo pelo processo SAGD é um método efetivo para a produção de óleo
pesado e betume e envolve dois poços horizontais paralelos um acima do outro, onde o poço
superior é o injetor de vapor e o inferior é o produtor de óleo. Nesse processo, o papel da
força gravitacional é maximizado. Quando o vapor é continuamente injetado no poço superior
o óleo é aquecido e forma uma câmara de vapor a qual cresce para cima e para os arredores
(Butler e Stephens, 1981; Butler, 1991), como é observado na Figura 2-25. A temperatura
dentro da câmara se torna essencialmente igual à temperatura do vapor injetado. Na interface
com o óleo frio o vapor condensa e o calor é transferido ao óleo. Então, o óleo já quente e a
água condensada drenam por gravidade, até o produtor horizontal que está embaixo.
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45
Figura 2-25: Conceito da drenagem de óleo assistida por gravidade
(Butler, 1991).
Foi observado que a câmara de vapor começa a crescer para cima até o topo do
reservatório e depois se estende em forma horizontal (Butler e Stephens, 1981; Butler, 1991),
e pode continuar a crescer com a contínua injeção de vapor. Se o poço injetor é localizado
bem próximo ao produtor completado na base do reservatório, o vapor tenderá a subir e o
condensado a descer então a tendência do vapor fluir diretamente para o poços produtor será
reduzida. O esquema de operação do processo SAGD permite que uma grande área do
reservatório seja drenada.
A transferência de calor que ocorre é por condução, convecção e pelo calor latente do
vapor. A teoria de recuperação de óleos pesados por SAGD usando poços horizontais foi
desenvolvida por Butler (Butler e Stephens, 1981; Butler, 1991).
Na equação 2-15, tem-se a relação entre a vazão de óleo e os parâmetros do
reservatório, segundo a teoria inicial de recuperação por SAGD.
s
vaporo
m
hgkS
q
ν
αφ
=
2
( 2-15 )
m
Rs
R
s
TT
TT
=
ν
ν
( 2-16 )
Reservatório
de
óleo
Poço injetor de vapor
Poço produtor
Vapor flui para
a interfase e
condensa
Óleo aquecido
flui para o poço
produtor
Reservatório
de
óleo
Poço injetor de vapor
Poço produtor
Vapor flui para
a interfase e
condensa
Óleo aquecido
flui para o poço
produtor
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN Capítulo II: Aspectos Teóricos
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46
1
11
=
S
R
T
T
Rs
TT
dT
m
νν
ν
( 2-17 )
Nas Equações 2-15, 2-16 e 2-17:
q: vazão do óleo drenado
φ: porosidade
S
o
: diferença entre a saturação inicial do óleo e a saturação residual do óleo
k: permeabilidade efetiva ao óleo
g: constante gravitacional
α: difusividade térmica da rocha
hvapor: altura da câmara de vapor
m: coeficiente adimensional que relaciona a viscosidade com a temperatura em forma
empírica.
ν
s
: viscosidade cinemática do óleo na temperatura da interface com o vapor
ν: viscosidade cinemática do óleo na temperatura T
T
S
: temperatura da interface com a câmara de vapor
T
R
: temperatura do reservatório
Segundo Akin e Bagci (2001) as conseqüências desta teoria são que:
O crescimento da câmara de vapor é necessário para a produção de óleo, ou
seja, a produção de óleo ocorre enquanto o vapor é injetado;
Quanto maior a temperatura do vapor maior vai ser a temperatura do óleo,
obtendo-se uma maior produção deste;
A produção de um óleo de baixa viscosidade pode ser aumentada;
Devido ao fato de que a vazão de produção de óleo no processo SAGD depende
basicamente da drenagem gravitacional, poços com grandes comprimentos garantem boas
produções e aumenta, em conseqüência, na economicidade do projeto.
O processo SAGD apresenta uma vantagem significativa quando comparado ao
processo de injeção contínua convencional. Na injeção contínua o óleo é empurrado para uma
zona fria e a sua mobilidade é reduzida à medida que se afasta da zona de vapor, enquanto que
no processo SAGD, o óleo é drenado com fluxo aproximadamente paralelo à câmara de
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN Capítulo II: Aspectos Teóricos
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47
vapor, chegando ao poço produtor ainda aquecido e em conseqüência móvel, além de que a
tendência do vapor criar um caminho através do óleo é utilizada a favor do processo (Butler,
1991).
Em adição aos benefícios da drenagem pelo efeito gravitacional, este processo prevê
uma cobertura de vapor mais sistemática para o reservatório, proporciona maior contato de
volume de óleo e, adicionalmente, o SAGD mantém o óleo quente durante a produção do
poço.
A eficácia do processo SAGD pode ser significativamente afetada pela seleção da
geometria e pelos parâmetros operacionais. Exemplos disto são a distância vertical entre os
poços, o comprimento horizontal, tanto do poço injetor quanto do produtor, as barreiras
impermeáveis, a permeabilidade, a viscosidade, o aqüífero e a capa de gás, entre outros.
Dissertação de Mestrado PPGEQ–UFRN Capítulo III: Estado da Arte
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48
CAPÍTULO III:
ESTADO DA ARTE
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN Capítulo III: Estado da Arte
Jennys Lourdes Meneses Barillas
49
3 Estado da arte
Neste Capítulo 3, podem ser apreciados alguns dos mais recentes trabalhos relacionados
ao processo SAGD.
A teoria da drenagem de óleo por diferencial gravitacional com injeção contínua de vapor
(SAGD) foi desenvolvida por Butler (Butler e Stephens, 1981; Butler, 1991) e surgiu da
necessidade de ter-se métodos com uma eficiência de recuperação maior em reservatórios
com alta viscosidades e pouca injetividade.
Em 1985 foi feita a primeira implantação de um processo SAGD em Undeground Test
Facility (UTF) em Fort Mc Murray, Alberta, Canadá (Nasr et al., 1998). Esta primeira
operação de campo foi bem sucedida e levou à implantação do processo em outros campos de
óleo ultrapesado e betume tanto no Canadá como na Venezuela.
Dados operacionais de diferentes campos em Estados Unidos, Canadá e Venezuela são
apresentados na Tabela 3-1. Nessa tabela pode ser observado que o comprimento dos poços
utilizados oscila entre 424 e 1000 m, a maior distância entre o produtor e a base do
reservatório é de 5m em alguns dos projetos citados. A máxima distância entre o poço
produtor e o poço injetor corresponde a 7m e a mínima a 5m, a vazão de injeção de vapor
máxima utilizada foi no projeto de “Christina Lake” de 550 ton/dia, o fator de recuperação de
óleo oscila entre 50 a 70 % nos projetos estudados.
As características dos reservatórios e dos fluidos dos projetos dos campos da Tabela
3-1, são apresentados na Tabela 3-2 . Pode ser observado que a viscosidade é maior que 5000
cp para todos os casos, a densidade API do óleo oscila entre 7 e 12 °API, o que mostra um
hidrocarboneto extrapesado em todos os projetos, a permeabilidade varia dependendo do
reservatório tendo-se permeabilidades altas no campo da “UTF” e muito baixas no “Peace
River”, a espessura da zona de óleo nos projetos estudados encontram-se entre 16 a 30 m, e
alguns projetos apresentam heterogeneidades no reservatório.
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN Capítulo III: Estado da Arte
Jennys Lourdes Meneses Barillas
50
Em 1993, o processo foi implantado no campo de Peace River (Alberta, Canadá), mas
os resultados obtidos não foram satisfatórios (Geneau, 2003), devido a que a quantidade de
óleo produzida foi muito baixa. O insucesso pode ser atribuído à existência de duas areias de
diferentes características no reservatório. No topo do reservatório a rocha tem baixa
permeabilidade (40 a 400 mD) e na base a rocha tem uma alta permeabilidade (400 mD a
2000 mD). Os poços produtores foram instalados na zona de alta permeabilidade e acredita-se
que o vapor não conseguiu passar na zona de baixa permeabilidade. Outros projetos instalados
com sucesso foram em Alberta e nos campos de Christina Lake e Foster Creek, também no
campo de tia Juana, na Venezuela.
Dos projetos realizados, alguns foram bem sucedidos e outros não, estes insucessos
podem ser devidos às condições geológicas, problemas nas instalações, problemas no poço,
etc. Por isso são necessários uma boa compreensão do processo, uma caracterização adequada
do campo e um estudo dos parâmetros que envolvem o SAGD.
Dissertação de Mestrado PPGEQ–UFRN Capítulo III: Estado da Arte
Jennys Lourdes Meneses Barillas
51
Tabela 3-1: Dados operacionais de projetos SAGD reportados na literatura
Campo
Athabasca
(Zhao et
al., 2003)
Senlac
(Boyle et
al., 2003)
Foster
Creek
(Chachula,
2003)
Peace
River
(Geneau,
2003)
Ugnu
(Sharma et
al., 2002)
Lon
g
Lake
(Kerr et
al., 2002)
Christina
Lake
(Sugget et
al., 2000)
Tia Juana
(Vásquez
et al.,
1999)
Hilda
Lake
(Donnelly
1999)
Burnt
Lake
(Kisman e
Yeung,
1995)
UTF
(Edmunds
et al. 1991)
Comprimento dos
poços (m)
500 500 a 600 750 1000 -- -- 500 a 750 424 900 1000
60, 500,
750
Distância entre o
p
rodutor e a base da
zona de óleo (m)
0.5 2 a 5 -- -- -- -- 2 a 5 3 -- -- --
Distância entre o
produtor e o injetor
(m)
5 5 a 7 5 a 7 -- -- 5 5 a 7 5 6 5 5
Distância entre
pares de pocos (m)
100 135 -- -- -- 150 -- 100 100 90 --
Vazão de injeção
(ton/dia)
500 -- -- 200 160 -- 550 120 a 140 164 -- --
Vazão de produção
de óleo (m
3
/dia)
-- 140 a 240 160 a 240 -- -- 150 230 a 330 110 64 -- --
Fator de
Recuperação da
zona do Projeto (%)
-- 70 50 a 70 50 a 55 70 -- 50 a 70 52 a 60 40 -- >50
BSW (%) -- 60 a 70 -- -- 10 a 60 71 (máx) -- 50 -- -- --
Razão hoje (ROV) -- 0.4 a 0.5 0.42 0.1 a 0.18 -- 0.28 0.52 0.6 0.25 a 0.33 -- 0.37
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN Capítulo III: Estado da Arte
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52
Tabela 3-2: Características dos reservatórios e fluidos de aplicações do processo SAGD
Campo
Athabasca
(Zhao et
al., 2003)
Senlac
(Boyle et
al., 2003)
Foster
Creek
(Chachula,
2003)
Peace
River
(Geneau,
2003)
Ugnu
(Sharma et
al., 2002)
Long Lake
(Kerr et
al., 2002)
Christina
Lake
(Sugget et
al., 2000)
Tia Juana
(Vasquez
et al.,
1999)
Hilda
Lake
(Donnelly
1999)
Burnt
Lake
(Kisman e
Yeung,
1995)
UTF
(Edmunds
et al. 1991)
Viscosidade do
óleo a T do
Reservatório
2.000.000 5000 190000 70000
50000 a
1MM
-- 300000 20.000 26000 26.000 1 a 5MM
°API do Óleo 13 a 14 10 7,0 a 10,0 7,0 a 11,5 -- 7,5 a 9 9 a 11 11 a 12 11 a 12 --
Permeabilidade
(mD)
3000 800 2000
40 a 200 e
400 a 2000
35 a 1500 7000
3000 a
10000
1000 a
2000
-- --
5000 a
12000
Porosidade (%) -- 33 30 -- 34 a 37 33 a 35 32,5 -- -- -- 35
Saturação do óleo
(%)
81 85 -- -- 66 a 72 >80 -- 85 -- -- 85
Profundidade (m) -- 750 480 600 690 a 970 210 400 300 430 500 150
Espessura da zona
de óleo (m)
25 16 25 25 -- 30 20 a 60 12 a 26 -- 20 a 30 20
Presença de
Aqüífero
-- <10 m -- -- -- -- não atuante -- -- ausência ausência
Heterogeneidades --
zona
superior
com menor
qualidade
--
zona
superior
com menor
qualidade
-- ausência -- -- --
algumas
camadas
cimentadas
isoladas
--
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53
Em 1993, Kamath et al. fizeram um estudo de simulação numérica em duas dimensões,
para um reservatório homogêneo incorporado em um reservatório heterogêneo, considerando
“n” o número de camadas com diferentes porosidades, permeabilidades, saturações inicias de
óleo e água para cada camada, mas com a mesma relação de permeabilidade relativa. Os
dados de entrada na simulação se basearam nos dados do reservatório de Ugnu Tar Sand
(Alaska, EUA). Dos resultados obtidos por ele, observou-se que é possível utilizar um modelo
de cálculo numérico para conhecer o comportamento de um reservatório, e que está de acordo
com as predições do simulador no caso de um sistema analítico homogêneo. O
comportamento do SAGD melhora significativamente com uma alta injetividade do vapor,
com a ausência de barreiras contínuas, com altas razões de permeabilidade vertical para a
horizontal e com um espaçamento ótimo entre o poço produtor e o injetor.
Em 1995, Rose e Deo fizeram um estudo comparativo do desempenho do processo
SAGD quando são utilizadas diferentes configurações de poços, isto é, poços injetor vertical e
produtor horizontal, poços injetor e produtor horizontais e, por último, poços injetor e
produtor verticais. Do estudo realizado os autores encontraram que os pares de poços
horizontais ofereceram a melhor curva de produção de óleo e que o comportamento da
produção dos pares de poços verticais foi muito baixa. Mas apesar disto, os pares de poços
horizontais obtiveram um maior fator de recuperação. O par de poços vertical e horizontal
ofereceu também um bom resultado mostrando a viabilidade da execução de colocar poços
injetores verticais em vez de injetores horizontais no processo SAGD.
Continuando com os estudos do processo SAGD, em 1995, Kisman e Yeung publicaram
um artigo relatando um estudo numérico baseado no reservatório de Burnt Lake Oil Sands
Lease (Alberta, Canadá). Os autores se basearam no modelo utilizado para o projeto piloto
em UTF. Simularam em duas dimensões (2D) poços SAGD de 500 m de comprimento, cada
um, com uma espessura do reservatório de 45 m e uma altura de 31 m, representando a
metade (por simetria) de um reservatório que incluía só um par de poços. O modelo assumia
barreiras impermeáveis.
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN Capítulo III: Estado da Arte
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54
Os autores (Kisman e Yeung, 1995) concluíram que propriedades como a viscosidade do
óleo e a permeabilidade relativa, na região de transição de temperatura, como é os arredores
da câmara de vapor, influenciam na recuperação muito mais que essas propriedades dentro da
câmara de vapor. As barreiras de fluxo, o modelo de três fases de permeabilidade relativa e a
molhabilidade dentro da câmara de vapor tem um pequeno efeito no comportamento.
Enquanto parâmetros como a permeabilidade, viscosidade do óleo, condutividade térmica,
razão de gás em solução, a volatilidade, o ponto final da curva de permeabilidade relativa do
óleo e a mudança de molhabilidade, na região de transição de temperatura, têm um efeito
médio no comportamento do reservatório.
Em 1998, Singhal et al. publicaram um artigo descrevendo algumas recomendações para
o critério de projeto para o processo SAGD, concluindo que injetores verticais podem ser
instalados em vez de injetores horizontais. Isto para petróleos com viscosidades menores que
35000 cp, embora continue sendo recomendável para óleos muitos viscosos (>65000 cp)
injetores horizontais de vapor. Se vão ser utilizados injetores verticais, recomenda-se que a
distância entre eles seja da ordem de 150 m e a distância lateral do produtor não deve exceder
os 75 m.
Egermann et al. (2001) publicaram um artigo de uma trabalho feito em simulação
numérica de uma otimização do desempenho do processo SAGD, onde utilizaram um
programa de simulação chamado ATHOS® que é um software que simula diferentes
processos de recuperação avançada. Para a simulação utilizaram um modelo de reservatório
homogêneo, com refinamento na região do poço. A distância entre os poços foi assumida
constante. Eles concluíram que para otimizar o desenvolvimento da câmara de vapor é
necessário fazer um ajuste da vazão de injeção para o potencial do reservatório e é necessário
monitorar a produção de óleo durante este período. A metodologia proposta por Egermann et
al. mostra que é possível aumentar a produção do óleo quando as razões de produção e injeção
são ajustadas de acordo com o potencial do reservatório.
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN Capítulo III: Estado da Arte
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55
Outro estudo bastante interessante foi realizado por Sharma et al. (2002). As
propriedades que os autores utilizaram se basearam no reservatório de Ugnu Tar Sand (North
Slope, Alaska, EUA). Eles fizeram um estudo numérico com a intenção de comparar a
performance de diferentes sistemas de recuperação de vapor no qual incluíam: Injeção de
vapor convencional, SAGD, pré-aquecimento elétrico no SAGD, e SAGD com injetores
verticais. Os parâmetros variados foram: o espaçamento vertical, tempo de pré-aquecimento
elétrico, espaçamento lateral dos poços, anisotropia do reservatório e a heterogeneidade do
reservatório. Como resultado do trabalho, encontraram que para o caso em estudo, com as
propriedades do reservatório de Ugnu Tar Sand todos os processos de SAGD (incluindo casos
com injetores verticais) tiveram um bom resultado do fator de recuperação (70% após 5000
dias de produção). O SAGD então se apresenta como um método muito efetivo para a
produção de óleo nesse reservatório. A injeção de vapor não atingiu as expectativas do
trabalho. A distância entre poços injetor e produtor deve ser otimizada para encontrar a
máxima produção acumulada de óleo no SAGD. Períodos longos de pré-aquecimento
incrementam a razão óleo-vapor, mas a produção final é muito semelhante ao SAGD sem pré-
aquecimento. A recuperação final do óleo não depende do espaçamento vertical até um valor
crítico, então, se é excedido este valor, a produção declina no tempo. Baixa permeabilidade
vertical atrasa e reduz a recuperação de óleo, devido ao retardo da câmara de vapor.
Os recentes desenvolvimentos da tecnologia do processo SAGD são muito animadores,
uma vez visam aumentar a eficiência de recuperação de óleos pesados, aumentando a razão
óleo vapor e a produção acumulada de óleo, reduzindo os custos de energia, ou seja, os
requisitos de vapor e minimizando o descarte da água produzida.
Estes trabalhos realizados permitiram um melhor entendimento do processo, e serviram
como base para este novo trabalho. Alguns dos parâmetros estudados por estes autores
também serão avaliados para verificar assim o modelo proposto.
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56
CAPÍTULO IV:
MODELAGEM DO PROCESSO
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN Capítulo IV: Modelagem do Processo
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57
4 Modelagem do processo
Neste capítulo são apresentadas as bases teóricas da simulação de reservatórios quando é
injetado vapor em forma contínua, considerando os domínios térmico e hidrodinâmico. Para a
solução do problema foi utilizado um simulador comercial, “Stars” da CMG (versão 2002).
Este programa é um simulador trifásico de múltiplos componentes que foi desenvolvido
com a finalidade de simular recuperações térmicas de óleo no reservatório, tais como: injeção
contínua de vapor, injeção cíclica de vapor, injeção de vapor com aditivos, combustão “in
situ”, além de outros processos que contam com aditivos químicos, utilizando uma ampla
variedade de modelos de malha e de porosidade, tanto na escala de laboratório quanto de
campo. Os sistemas de malha podem ser Cartesianos, cilíndricos ou de profundidade e
espessura variáveis. Alias, é possível utilizar configurações bidimensionais e tridimensionais
para qualquer sistema de malha.
4.1 Modelo proposto
Para fazer a simulação de um reservatório é necessário ter um modelo físico do
reservatório que possa ser simulado, um modelo matemático que descreva as principais
equações que regem o problema e um modelo numérico que possa ser resolvido
matematicamente. O programa Stars utiliza o método de Newton para a linearização das
equações implícitas.
O modelo físico utilizado corresponde a um reservatório de petróleo de 100 m x 600 m
x 20 m, com uma zona de água de 100 m x 600 m x 6 m. Conta com dois poços horizontais,
um injetor localizado na parte superior e outro produtor de óleo, localizado na parte inferior,
tal como é apresentado na Figura 4-1. O vapor é injetado continuamente e o poço produtor é
drenado também em forma continua.
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58
Figura 4-1: Representação do sistema de poços injetor-produtor no reservatório
Neste método de recuperação avançada foram objetos de estudo a influência de fatores
operacionais (distância vertical entre o poço produtor e injetor e comprimento horizontal dos
poços), características de reservatório (viscosidade do óleo, permeabilidade da rocha,
barreiras no reservatório, espessura da zona de óleo e a presença de aqüífero), e por último a
geometria do sistema (injeção de vapor por um e três injetores verticais).
Os limites do reservatório são considerados fechados ao fluxo de fluidos, e são
realizadas as seguintes considerações:
Só existem as fases água, óleo e gás;
Existem três componentes: óleo (hidrocarbonetos pesados), água e gás
(hidrocarbonetos leves);
A fase óleo é composta pelos componentes gás e óleo;
A fase água é composta só por água;
A fase gás pode conter água e gás;
Não existem reações químicas;
Não existem sólidos nos fluidos a serem considerados.
Drenagem de óleo por diferencial gravitacional
Com in
j
e
ç
ão continua de va
p
or
(
Processo SAGD
)
Poço Injetor
1
1
0
0
0
0
m
m
2
2
0
0
m
m
6
6
m
m
Poço Produtor
6
6
0
0
0
0
m
m
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59
Os resultados provenientes do simulador serão cuidadosamente analisados e logo
representados por meio de gráficos e tabelas para melhor entendimento e posterior discussão.
4.2 Modelo matemático
4.2.1 Princípios gerais
Os princípios gerais do modelo matemático para o processo de recuperação de óleo com
injeção de vapor baseiam-se nas seguintes equações:
Equação da conservação da massa, para cada componente envolvido;
Equação da conservação de energia;
Lei de Darcy, que substitui a lei da conservação da quantidade de movimento;
Condições de restrição do sistema.
4.2.1.1 Equação de continuidade e movimento
Para realizar o processo de caracterização da produção de um reservatório é necessário
modelar o escoamento dos fluidos no reservatório. Como estas equações são complicadas de
resolver analiticamente, se faz normalmente uma aproximação com um modelo numérico
chamado de diferenças finitas, no qual se utiliza um volume de controle para fazer os
balanços de matéria e energia, conforme esquematizado na Figura 4-2.
A lei de conservação da massa aplicada a um elemento de volume V, (Figura 4-2),
estabelece para cada componente:
Razão de variação da acumulação = razão total da vazão de entrada proveniente das
regiões adjacentes + razão total de adição proveniente de fontes e sumidouros (poços
).
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60
Figura 4-2: Volume de controle
Segundo Aziz e Settari (1979), esta lei pode ser expressa pela equação da continuidade
para cada componente como é mostrado a seguir:
Componente óleo:
o
o
o
q
t
m
m
+
=
( 4-1)
Componente água:
w
w
w
q
t
m
m
+
= ( 4-2 )
Componente gás:
g
g
g
q
t
m
m
+
= ( 4-3 )
onde,
:,,
gwo
mmm
Fluxo de massa do componente óleo (
o
) , água (
w
) e gás (
g
)
respectivamente por unidade de volume do meio.
:,,
gwo
qqq
Vazão mássica do componente óleo (
o
) , água (
w
) e gás (
g
)
respectivamente por unidade de volume do meio.
dx
dz
dy
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61
Então a lei de conservação de massa pode ser descrita como na Equação 4-4:
()
(
)
=
++
P
ppcp
P
pppcp
Sy
t
qy 0
ρφνρ
( 4-4 )
onde pode visto que:
(
)
P
ppcp
y
νρ
: é o fluxo do componente através do volume de controle,
p
q : é o fluxo do componente através de poços
()
P
ppcp
Sy
t
ρφ
: é a variação do componente no volume de controle;
y: é a fração molar do componente “c” na fase “p” (óleo, água ou gás),
v: é a velocidade,
ρ: é a densidade
S: é a saturação
φ: é a porosidade da rocha.
Como o meio poroso é muito complexo a conservação da quantidade de movimento é
substituída por uma aproximação semi-empírica, a chamada lei de Darcy, isto para calcular o
termo velocidade, v, e está representada na Equação 4-5.
=
x
D
x
pkk
p
p
p
rp
p
γ
µ
ν
( 4-5 )
onde:
K: é a permeabilidade
k
r
: é a permeabilidade relativa a cada fase
µ: é a viscosidade
D: é a profundidade.
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62
Para a solução por diferenças finitas o reservatório é então dividido em blocos, como
mostra o exemplo da Figura 4-3. Para a direção x, a equação de conservação de massa é
discretizada e aplicada a cada componente e cada bloco, resultando num sistema de equações
que são resolvidas simultaneamente a cada intervalo de tempo até o tempo final requerido
(Schiozer, 1997).
Figura 4-3: Exemplo de divisão do reservatório
O número de equações finais vai diminuindo devido à incorporação das equações de
equilíbrio entre as fases, de pressão capilar, de frações molares e das saturações.
Existem diferentes opções para a solução dos problemas, número de componentes,
número de fases, tratamento de poços, malha, etc. O modelo que pode ser considerado o mais
utilizado é o chamado “Black-Oil” onde é possível encontrar só um máximo de três
componentes óleo, água e gás. Soluções total ou parcialmente implícitas podem ser utilizadas
para resolver este tipo de problema, e o número de blocos pode chegar a um milhão neste tipo
de modelo ‘Black Oil’. Neste modelo podem ser considerados temperatura constante, um
equilíbrio instantâneo entre as fases, e sem reações químicas (Schiozer, 1997).
O modelo “Black-Oil” pode ser simplificado como é descrito na Equação 4-6, depois
de algumas manipulações matemáticas e substituições de variáveis das equações anteriores
por variáveis que são obtidas em laboratório.
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63
()
[]
∑∑
+
=Φ
PP
p
p
cp
p
p
cp
P
pcp
q
B
R
S
B
R
t
R
__
φλ
( 4-6 )
onde:
R: é a solubilidade do componente “c” na fase “p”
λ: é a mobilidade da fase,
B: é o fator volume de formação
Φ: é o potencial da fase “p”.
Às vezes estas manipulações são necessárias, pois as variáveis novas descritas na
Equação 4-6, são mais fáceis de obter na prática, sendo então tabeladas e usadas como dados
de entrada para o simulador.
A discretização dos termos da Equação 4-6 pode ser representada pelas Equações 4-7,
4-8 e 4-9:
Termo de acumulação
=
=
+ n
p
p
cp
n
p
p
cpp
p
p
cp
t
P
P
P
cp
p
S
B
R
S
B
R
t
V
S
B
R
t
V
S
B
R
t
V
φφφφ
_
1
( 4-7)
Onde
V
p: é o volume poroso do bloco que será introduzido em todos os termos.
Termo de fluxo
(
)
(
)
(
)
(
)
bpnp
l
cpbpnpcpcp
l
cp
TRq
,,,,
Φ
Φ
Φ
Φ
λ
( 4-8 )
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64
Onde:
T
cp
: representa a transmissibilidade entre o bloco e seus vizinhos. O tratamento da
transmissibilidade é muito importante no desenvolvimento de simuladores. Normalmente, são
estabelecidas conexões entre blocos que podem trocar massa e este termo representa a
facilidade de transferência de massa em cada conexão (ver Figura 4-4). Pode ser dividida em
três funções (termos) que dependem das variáveis primárias: saturação (f
s
), pressão (f
p
) e
geométricas (f
G
).
()
()
()
()
GpSG
p
rp
cpcp
ffff
k
RT =
=
µ
( 4-9)
Figura 4-4: Representação do bloco
Termo fonte
==
P
cpc
P
p
P
cp
qqq
B
R
~~
( 4-10 )
onde:
“-” significa condições de reservatório e “~” condições de superfície (ambos por unidade de
volume).
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65
Para a solução do sistema de equações resultante é normalmente utilizado o processo
iterativo de Newton-Raphson.
Existem outros modelos de resolução que são usados com menor freqüência e estes
podem ser: os composicionais, onde mais componentes são considerados aumentando o
número de equações e o tempo de solução, e os térmicos, onde a temperatura varia e equações
adicionais relativas à transferência de calor são necessárias para modelar o problema.
O modelo matemático do trabalho está baseado no modelo composicional e térmico, que
considera três pseudo-componentes, óleo, água e gás. As equações de conservação de massa e
energia se baseiam em uma região de interesse (um volume, V) no qual é analisada a razão de
variação da acumulação, a razão total da vazão de entrada proveniente das regiões adjacentes
e da razão total de adição proveniente de fontes e sumidouros (poços).
As condições iniciais e de contorno deverão ser estabelecidas dependendo das
propriedades e condições iniciais do fluido e do reservatório, dos poços, da interface entre as
diferentes zonas (exemplo óleo-água), e das fronteiras do reservatório.
O modelo de simulação numérico que será apresentado está baseado nas equações
utilizadas no simulador numérico Stars (CMG, versão 2002) utilizado para modelar os
processos de recuperação térmica de óleo.
4.2.1.2 Equação de energia
Os termos utilizados na equação de energia pelo simulador STARS são apresentados a
seguir.
Termos na acumulação
O termo da acumulação de energia é mostrado na Equação 4-11:
()
[]
UrvUSUSUS
t
V
gggooowwwf
+++
)1(
ϕρρρϕ
( 4-11)
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66
onde:
U w,o,g: corresponde às energias internas em função da temperatura e da composição das
fases.
Ur: É a energia por volume de rocha
Termos de fluxo
O termo de fluxo da energia entre duas regiões é:
TKHVHVHV
gggooowww
+
+
+
ρ
ρ
ρ
( 4-12 )
onde:
Hw,o,g: É a entalpia da água, óleo e gás, respectivamente
T: Variação de temperatura entre os nós
K: Corresponde à transmissibilidade térmica, na interface, entre ambas regiões, expressando
segundo a Equação 4-13. A condutividade térmica efetiva (
λ
eff
) na interface se fixa segundo o
valor da temperatura na montante.
eff
eff
l
A
K
λ
=
( 4-13)
As razões de fluxo volumétrico são:
j
jj
j
r
r
k
TVj ∆Φ
=
µ
; j = w, o, g ( 4-14 )
onde:
T: Corresponde à transmissibilidade entre as duas regiões, representando a área da seção
transversal, o espaçamento entre os nós entre outras considerações geométricas (i.e., blocos
parciais da malha) e também a permeabilidade na interface. As unidades de transmissibilidade
se expressa segundo a Equação 4-15. Será utilizado um sistema de malha centrado nos blocos.
eff
eff
k
l
A
T
=
( 4-15)
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67
k : É a permeabilidade absoluta, e corresponde a uma média harmônica ponderada em base à
permeabilidade absoluta das duas regiões, que serve tanto para sistemas de malhas
retangulares, radiais e de espessura variável.
r
j
: São os fatores de resistência das fases, normalmente podem ser considerados iguais a um
(1). Valores maiores são associados a fenômenos de bloqueio.
Φ: É a energia potencial do sistema (Equação 4-16). O diferencial potencial ∆Φj é o valor do
nó adjacente menos o potencial da região de interesse atual. Um valor do diferencial positivo
indica o fluxo de entrada, um valor negativo mostra o fluxo de saída.
Φ
j
= p
j
-γ
j
g h ( 4-16)
Os valores de k
rj
, µ
j
, ρ
j
, r
j
, H
j
, w
i
, x
i
e y
i
são obtidos da região da montante das fases. As
diferenças das concentrações das fases
w
i
, x
i
e y
i
correspondem às diferenças nas
concentrações das fases entre os nós. A convenção de sinais é a mesma do diferencial
potencial. Se uma fase não se encontra presente em um dos blocos adjacentes, a diferença de
concentrações se fixa em zero (0) (sem transporte dispersivo). A convenção de sinais para a
variação de temperatura (
T) segue os mesmo padrões que para o diferencial potencial (∆Φj).
Termo fonte / sumidouro
Para a energia é :
ρ
w
q
wk
H
w
+ ρo q
ok
H
o
+ ρ
g
q
gk
H
g
( 4-17 )
A vazão “q” é análoga ao parâmetro V, mas se calcula de forma diferente. A Equação
4-18 mostra a forma de cálculo.
q
jk
= I
ik
( pw
fk
– p
k
), j =w, o, g ( 4-18 )
O subscrito
k
refere-se ao fato de que a região de interesse encontra-se em uma camada (k) do
poço.
I
ik
: Corresponde ao índice da fase “j” para a camada do poço “k”. Esta pode ser calculada de
diferentes formas (CMG, 2002).
p
k
: Corresponde à pressão do nó na região de interesse que contém a camada (k) do poço.
p
wfk
: É a pressão de fluxo do poço (wellbore), na camada “k”.
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68
A condição para a injeção é que pw
fk
> p
k
, ficando q
jk
>0, e as propriedades do fluido
se tomam das condições do poço (wellbore). A condição para a produção é que pwfk< pk,
ficando qjk < 0, e as propriedades do fluido se tomam da região produtiva. É possível
empregar um modelo de perdas de calor no poço (wellbore) para estimar os valores de IIw e
IIg para a água injetada em função do tempo.
Termo fonte / sumidouro para aplicações térmicas com aqüíferos
O termo correspondente à energia é:
=
+
nf
k
kcdcv
HAHA
1
)( ( 4-19)
onde:
qaq
wk
: Corresponde à vazão volumétrica de água através da face do bloco k até ou desde o
aqüífero adjacente.
HAcv: Corresponde ao calor transferido por convecção até ou desde o aqüífero adjacente
HAcd: Corresponde ao calor transferido por condução até ou desde o aqüífero adjacente
4.2.2 Equações gerais de conservação discretizadas
As Equações 4-20 e 4-21 resumem os balanços de massa e energia (espacialmente
discretizados) incluindo os termos de acumulação e fluxo utilizados pelo simulador Stars
(CMG, 2002). A Equação 4-22 descreve a transmissibilidade entre as fases. Os termos
utilizados no balance de massa e energia aqui mostrados encontram-se no Anexo 8.1.
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69
4.2.2.1 Balanço de massa
()
[]
iggiooiwwf
ySxSwS
t
V ++
ρρρϕ
[]
=
∆Φ+∆Φ+∆Φ=
nf
k
gyigTgoxioTowwiwTw
1
ρρρ
[]
=
+++
nf
k
yigDgixioDoiwiwDwi
1
ρφρφρφ
iggiooiww
nf
k
wkw
yqxqwqqaqiw ++++
=
ρρρρδ
1
)( ( 4-20 )
4.2.2.2 Balanço de energia:
()
[]
rfgggooowwwf
UUSUSUS
t
V +++
)1(
ϕρρρϕ
[]
+=
+∆Φ+∆Φ+∆Φ=
nf
k
nf
k
ggggoooowwww
TKHTHTHT
11
ρρρ
ggkgookowwkw
HqHqHq
+
++
ρ
ρ
ρ
k
nf
k
cdcvlclvlo
HAHAHHH
=
+++++
1
)( ( 4-21 )
4.2.2.3 Transmissibilidades Tj das fases:
=
jj
rj
r
k
TTj
µ
; j= w, o, g ( 4-22 )
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70
4.3 Modelo da malha
O sistema estudado é não linear e é resolvido numericamente por meio do método
numérico de diferenças finitas, que junta a discretização temporal e espacial ao mesmo tempo.
Sua formulação consiste em escrever cada equação para pontos discretos do reservatório, que
é dividido em uma série de blocos que constituem uma malha ou grade de simulação.
Segundo Aziz e Settari (1979), têm-se duas opções para a construção da malha, uma
seria com os blocos centrados e a outro de pontos distribuídos. Para o sistema estudado foi
utilizado o sistema de blocos centrados.
O modelo físico mostrado na Figura 4-1 (um reservatório de petróleo de 100 m x 600
m x 20 m, com uma zona de água de 100 m x 600 m x 6 m) foi discretizado em 10920 blocos.
A Figura 4-5 mostra o refinamento do reservatório que foi proposto na simulação no
programa Stars (CMG, 2002).
Figura 4-5: Modelo do reservatório
Sistema 3D Cartesiano, com refinamento na região do poço
21 blocos em “x” de 7 m, 7m, 6m, 6m, 5m, 5m, 4m, 4m, 2m, 2m, 2m....(simétricos).
40 blocos em “y” de 15 m cada um
13 blocos em “z” de 2 m cada um
Número total de blocos: 10.920
Dimensão em x (m): 100
Dimensão em y (m): 600
Dimensão em z (m): 26
i
j
k
Água
i: 21 x X m
X= 7, 7, 6, 6, 5, 5, 4, 4, 3, 2, 2, |2|...
j: 40 x 15.0 m
10 x 2.0 m
21 x 40 13
3 x 2. 0 m
4
11
37
11
Óleo
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN Capítulo IV: Modelagem do Processo
Jennys Lourdes Meneses Barillas
71
Para comprovar se o refinamento da malha realizado oferece uma boa caracterização do
reservatório, foi realizado uma simulação do modelo proposto com um refinamento maior na
vertical (blocos de 1m em k) para verificar assim a necessidade de uma refinamento maior da
malha, mas encontrou-se uma variação muito pequena na produção acumulada de óleo e na
vazão de produção de óleo, com um aumento aproximado de três vezes no tempo de
simulação no computador.
4.4 Solução do modelo
Para a solução do modelo podem ser utilizados vários métodos (Aziz e Settari, 1979),
como por exemplo o método de Newton e o Método Adaptativo implícito. Para Aziz e Settari,
(1979) a experiência tem mostrado que, em modelos térmicos, o tratamento totalmente
implícito é necessário. Mas esta formulação tem seus contras, já que acarreta maiores erros de
truncamento e um esforço computacional maior quando comparado a outros métodos que
tratam alguns dos termos em forma explícita. Estes fatores favorecem a escolha do método de
iteração como aquele que consiga otimizar todos este elementos.
O modelo estudado foi resolvido baseado no método de Newton por ser um método de
relativamente rápida convergência apropriado para problemas não lineares .
Um exemplo do uso deste método pode ser visualizado na Figura 4-6, que mostra como é
possível a obtenção das raízes uma função f(x) contínua. Pode ser observado que se é elegido
um valor inicial (x
n
) a tangente à função f(x) oferece um valor (x
n+1
) e logo após um número
(n) de iterações converge à raiz. A solução por iteração da equação F(x)=0 usando o método
de Newton está dada pela Equação 4-23 ou 4-24:
F(x
n
) = -F´(x
n
) (x
n+1
– x
n
) ( 4-23 )
)(
)(
1
n
n
nn
xf
xf
xx
=
+
( 4-24 )
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN Capítulo IV: Modelagem do Processo
Jennys Lourdes Meneses Barillas
72
Figura 4-6: Método de Newton
4.5 Modelagem do reservatório
Os parâmetros que são necessários na entrada de dados do simulador Stars (CMG, 2002)
são: a configuração da malha do reservatório modelo, as propriedades da rocha, do
reservatório e do fluido, e as condições de operação do sistema. As propriedades do
reservatório estarão baseadas em dados de reservatórios reais e de dados disponíveis na
bibliografia.
4.5.1 Propriedades do reservatório
Para o cálculo da pressão inicial do reservatório, foi realizada uma simulação inicial
com os poços fechados. Assim, foi possível simular o equilíbrio de pressões no reservatório.
Como o modelo é homogêneo, as diferenças de pressão foram obtidas por camadas.
X
n+1
X
n
F(x)
x
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN Capítulo IV: Modelagem do Processo
Jennys Lourdes Meneses Barillas
73
Pressão Inicial (mPa):
Camada 1 1870
Camada 2 1887
Camada 3 1904
Camada 4 1923
Camada 5 1942
Camada 6 1961
Camada 7 1980
Camada 8 1999
Camada 9 2018
Camada 10 2036
Camada 11 2053
Camada 12 2073
Camada 13 2092
Temperatura inicial do reservatório (°C): 37,8
Saturação inicial de óleo, So (%): 61,0
Saturação inicial da água, Sw (%): 39,0
Volume de óleo original (“ou volume in place”) m
3
std: 217190,0
Profundidade (m): 200,0
4.5.2 Propriedades da rocha
Permeabilidade horizontal (Kh, mD): 1000
Permeabilidade vertical (Kv, mD): 100
Porosidade (%): 30
4.5.3 Viscosidade do óleo
Para a obtenção dos dados da curva de viscosidade foi feita uma projeção das curvas de
viscosidades ASTM disponíveis na literatura (Aziz et al., 1985). A curva de viscosidade usada
foi a de 1000 cp para uma temperatura do reservatório de 37,8 °C (100°F) em todos os casos
em estudo, exceto para a análise do efeito da viscosidade na produção acumulada e na vazão
de produção de óleo (Figura 4-7). A Equação 4-25, exibe uma relação entre a temperatura e a
viscosidade (Dutra Jr., 1987).
log ( log (
µ + 1.05 ) )= a * log (T) + b ( 4-25 )
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN Capítulo IV: Modelagem do Processo
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74
onde:
T: Temperatura (R)
µ: Viscosidade (cp)
a = -3,62, b1 = 10,343 para 300 cP@100°F (37,8 °C)
a = -3,62, b2 = 10,426 para 1000 cP@100°F (37,8 °C)
a = -3,62, b3 = 10,490 para 3000 cP@100°F (37,8 °C)
Viscosidade do
Ó
leo
-0.8
-0.6
-0.4
-0.2
0
0.2
0.4
0.6
0.8
2.7 2.7 2.8 2.8 2.9 2.9 3.0 3.0 3.1 3.1
Log[T(R)]
Log[log(
µ
(cp)+1.05)]
SPE 13510
300 cp@ 100 °F
1000 cp@100 °F
3000 cp@100 °F
Figura 4-7: Viscosidade do óleo
4.5.4 Permeabilidades relativas
Os dados de permeabilidade relativa são mostrados na Figura 4-8 e na Figura 4-9.
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN Capítulo IV: Modelagem do Processo
Jennys Lourdes Meneses Barillas
75
Permeabilidade Relativa Água-Óleo
0.0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
1.0
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1.0
Saturação da água (Sw)
Permeabilidade Relativa (Krw e Krow)
Krw
Krow
Figura 4-8: Permeabilidade relativa água - óleo
Permeabilidade Relativa Líquido - Gás
0.0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
1.0
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1.0
Saturação do Liquido, (Sl)
Permeabilidade Relativa (Krg, Krog)
Krg
Krog
Figura 4-9: Permeabilidade relativa líquido - gás
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN Capítulo IV: Modelagem do Processo
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76
4.5.5 Descrição das condições de operação
Temperatura do vapor (°C): 287,7
Título do vapor: 0,5
Pressão máxima no poço injetor (mPa): 7198,1
Vazão máxima de vapor (ton/d): 100,0
Vazão máxima de produção de óleo (m
3
/d): 120,0
Pressão mínima no poço produtor (mPa): 196,5
4.6 Descrição dos casos simulados
Como o estudo a ser realizado visa examinar o comportamento de um reservatório de
100m x 600m x 26m quando algum parâmetro é modificado, é necessário então conhecer
quais poderão ser estas alterações. Segundo os trabalhos já realizados (Elliott e Kovscek,
1999; Kisman e Yeung, 1995; Queipo et al, 2002; Serhat e Bagci 2001; Rose e Deo, 1995,
Barillas J. L. M, 2004) têm-se como possíveis variáveis críticas:
1) Distância vertical entre poços;
2) Comprimento horizontal dos poços;
3) Permeabilidade horizontal e vertical;
4) Viscosidade do óleo;
5) Espessura de óleo no reservatório;
6) Folhelhos (ou barreiras);
7) Aqüífero;
8) Configuração dos poços: poços horizontais (injetor e produtor), poço injetor
vertical e poço produtor horizontal, e poços verticais (injetor e produtor);
9) Requerimentos de vapor.
Na Tabela 4-1 são apresentados os intervalos de valores dos atributos do reservatório
analisados e é mostrado o caso considerado como base comparativa no modelo. As variações
que foram considerados de interes no trabalho para a permeabilidade e a viscosidade foram
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN Capítulo IV: Modelagem do Processo
Jennys Lourdes Meneses Barillas
77
intervalos de valores encontrados na região do nordeste. Na Tabela 4-2 são apresentados os
parâmetros de controle de produção que também são de interes neste estudo.
Tabela 4-1: Intervalo dos parâmetros analisados- atributos do reservatório
Parâmetro
Valor Mínimo Valor Máximo Caso base
Permeabilidade horizontal (mD)
500 2000 1000
Permeabilidade vertical (mD)
50 400 100
Viscosidade do óleo (cp)
300 3000 1000
Espessura de óleo no reservatório (m)
10 30 20
Folhelhos (barreiras)
sem barreira com barreira sem barreira
Aqüífero
sem aqüífero com aqüífero sem aqüífero
Tabela 4-2: Intervalo dos parâmetros analisados- parâmetros de controle
Parâmetro
Valor Mínimo Valor Máximo Caso base
Distância vertical entre
poços (m)
4 12 12
Comprimento horizontal
dos poços (m)
300 510 510
Configuração dos poços
-1 poço produtor
horizontal
-1 poço injetor
vertical
-1 poço produtor
horizontal
-3 poços injetores
verticais
-1 poço produtor
horizontal
-1 poço injetor
horizontal
Requerimentos de vapor
(ton/dia)
50 150 100
Dos resultados obtidos será realizada uma otimização do vapor baseada no melhor
beneficio técnico - econômico para o processo.
O período de produção no reservatório a ser simulado foi deixado em 14 anos, devido a
que na maioria dos casos a razão óleo vapor (ROV) de 0,1 m
3
óleo/ ton vapor é atingido entre
09 e 14 anos de produção. Este valor de ROV foi o utilizado como limite econômico na
comparação dos resultados.
O arquivo de entrada para o simulador do modelo base está reportado no Anexo 8.2.
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN Capítulo V: Resultados e Discussões
Jennys Lourdes Meneses Barillas
78
CAPÍTULO V:
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN Capítulo V: Resultados e Discussões
Jennys Lourdes Meneses Barillas
79
5 Resultados e discussões
Neste Capítulo 5, são apresentados como resultado deste estudo: uma comparação
entre o processo SAGD e a produção sem injeção de vapor, uma análise de sensibilidade dos
parâmetros na produção acumulada de óleo, a influência dos atributos de reservatório e os
parâmetros de operação na produção acumulada de óleo e na vazão de óleo, uma comparação
entre diferentes projetos de injeção, além disto é mostrada uma otimização do vapor. Destes
resultados foram realizadas as discussões referentes a cada caso estudado.
5.1 Produção primária: sem injeção de vapor
Para mostrar a importância dos métodos térmicos de recuperação foi realizada uma
simulação de um sistema sem injeção de vapor e comparada ao processo SAGD. A
recuperação primária foi realizada em um poço horizontal como produtor, de um reservatório
de óleo de viscosidade de 3000 cp (para o óleo morto).
A Tabela 5-1, mostra a produção acumulada de óleo para uma recuperação primária e
para o processo SAGD. Pode ser observado que é possível recuperar, sob as condições
observadas anteriormente, 17,8 % do óleo
in place depois de 14 anos de produção, se não se
injeta vapor no reservatório, comparado com 29,2% que se obteria com um sistema SAGD na
mesma data. Obtendo um aumento de mais de 10% na recuperação.
Tabela 5-1: Resumo dos resultados: recuperação primária
Data
Np
(M m
3
)
FR (%)
Wp
(M m
3
)
Sem injeção de vapor 28-12-2013 38,1 17,8 168
Com injeção de vapor 28-12-2013 62,4 29,2 551
A Figura 5-1 mostra uma comparação entre uma recuperação primária e a recuperação
melhorada via SAGD. Observa-se que o fator de recuperação é mais alto no caso do uso de
um método de recuperação avançado, e isto está em completa concordância com o conceito da
recuperação térmica de óleo: sempre que se aumenta a temperatura do óleo a viscosidade
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN Capítulo V: Resultados e Discussões
Jennys Lourdes Meneses Barillas
80
diminui, então a mobilidade do óleo aumenta, obtendo-se maiores vazões de produção de óleo
e em conseqüência maior produção acumulada de óleo.
Comparação entre a recuperação primária e a
recuperação com injeção de vapor
0
5
10
15
20
25
30
35
Jan-00 Dec-01 Dec-03 Dec-05 Dec-07 Dec-09 Dec-11 Dec-13
Tempo (anos)
FR (%)
Com processo SAGD
Recuperação Primária
Figura 5-1: Efeito da injeção de vapor no fator de recuperação de óleo.
5.2 Análise de sensibilidade
Na Figura 5-2 pode ser observado uma análise de sensibilidade realizada após 14 anos
de produção. Nesta análise foram considerados os parâmetros estudados e comparados com o
caso base, segundo as Tabela 4-1 e 4-2. A vazão de injeção vapor foi deixada fixa no valor de
100 ton/dia.
Da Figura 5-2 pode ser observado que os atributos que mais estão influenciando na
produção acumulada são: a espessura da zona de óleo, o comprimento dos poços e a
configuração dos poços com e sem barreira (poços injetores verticais). A permeabilidade
vertical, horizontal, o folhelho de 510 m x 60 m x 2, e a viscosidade, estão afetando
medianamente a produção acumulada de óleo. Parâmetros como o folhelho de 300 m x 60 m
x 2m, a distância vertical e o aqüífero estão afetando em menor proporção a produção
acumulada de óleo após 14 anos de produção.
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN Capítulo V: Resultados e Discussões
Jennys Lourdes Meneses Barillas
81
-100 -80 -60 -40 -20 0 20 40 60 80 100
Diferença entre a produção acumulada de óleo de cada modelo e o caso base
Viscosidade (cp)
Folhelho 510 m x 60 m x 2 m
Permeabilidade Vertical (mD)
Folhelho 300 m x 60 m x 2 m
Aqüífero
Distância Vertical (m)
Permeabilidade horizontal (mD)
Configuração de poços sem barreira
Configuração de poços com barreira
Comprimento de poço (m)
Espessura da zona de óleo (m)
A
nálise de Sensibilidade
Data 28-12-2013
Minimo Máximo
Figura 5-2: Análise de Sensibilidade após 14 anos de produção
Todos os parâmetros mostrados na análise de sensibilidade foram estudados caso a caso
para verificar qual a influência de cada um na produção de óleo. Uma otimização do vapor
para cada caso estudado é realizada na seção 5.6.
5.3 Atributos do reservatório
A influência dos parâmetros do reservatório na produção acumulada e na vazão de óleo
é muito importante de ser estudada devido a que estes parâmetros sempre apresentam um grau
de incerteza que pode aumentar o diminuir a produção de óleo. Neste trabalho os parâmetros
de reservatório estudados foram: a permeabilidade vertical e horizontal, a viscosidade do óleo,
a litologia do reservatório, aqüífero no fundo do reservatório e a espessura da zona de óleo no
reservatório. Os parâmetros como permeabilidade e viscosidade foram estudados dentro de
valores encontrados em reservatórios do nordeste brasileiro.
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN Capítulo V: Resultados e Discussões
Jennys Lourdes Meneses Barillas
82
5.3.1 Permeabilidade vertical
Neste estudo a permeabilidade vertical (Kv) foi modificada deixando fixa a
permeabilidade horizontal (Kh) em 1000 mD. Os valores foram variados entre: 50 mD e 400
mD.
Na Figura 5-3 estão representadas cinco diferentes curvas de vazão de produção de
óleo no tempo, uma para cada caso estudado. Observa-se que o ponto da produção máxima
diminui quando a permeabilidade vertical (Kv) aumenta. Embora com altas relações Kv//Kh
se facilita o caminho para que os fluidos se mobilizem na vertical permitindo assim uma
chegada mais fácil e rápida do óleo até o poço produtor verticalmente, a câmara de vapor não
consegue expandir-se horizontalmente, e como conseqüência disto não se tem uma boa
varredura de óleo, produzindo pouco óleo.
O aumento da vazão de produção após três anos de produção, observado nos valores
mais altos de permeabilidade vertical (200, 300 e 400 mD), pode ser devido a que o vapor
atinge em forma mais lenta as fronteiras laterais do reservatório arrastando depois de um
tempo todo o óleo que se encontra nas regiões que ainda não tinham sido drenadas até o poço
produtor.
Variação da Permeabilidade Vertical
0
5
10
15
20
25
30
jan-00 dez-01 dez-03 dez-05 dez-07 dez-09 dez-11 dez-13
Data
Vazão de Óleo (m
3
std/dia)
50 mD
100 mD
200 mD
300 mD
400 mD
Figura 5-3: Vazão de óleo no tempo quando é modificada a permeabilidade vertical
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN Capítulo V: Resultados e Discussões
Jennys Lourdes Meneses Barillas
83
Na Figura 5-4 pode ser observada a evolução da saturação de óleo em uma seção
transversal do reservatório para os casos estudados de 50 e 400 mD de permeabilidade
vertical. A região amarela indica alta saturação de óleo e a verde baixa saturação de óleo.
Pode ser apreciado que no reservatório a saturação de óleo diminui mais rapidamente quando
o vapor se expande mais rapidamente na lateral, isto é quando a permeabilidade vertical é
baixa (50 mD), e que quando a permeabilidade vertical é alta o vapor vai diretamente até o
poço produtor não permitindo uma boa expansão lateral da câmara de vapor, por tanto o
contato óleo - vapor é menor e a drenagem de óleo também é menor e em conseqüência a
saturação de óleo diminui mais lentamente, devido à baixa produção de óleo.
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN Capítulo V: Resultados e Discussões
Jennys Lourdes Meneses Barillas
84
Figura 5-4: Evolução no tempo da saturação de óleo para a permeabilidade vertical de
50 mD (esquerda) e para a de 400 mD (direita). Seção transversal do reservatório.
A produção acumulada de óleo no tempo é apresentada na Figura 5-5. Observa-se que
a produção acumulada de óleo (Np) aumenta com uma diminuição da permeabilidade vertical,
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ESTUDO PARAMETRICO DO SAGD
Oil Saturation 2013-12-28
01-01-2000
50 mD
01-01-2000
400 mD
31-01-2000
50 mD
31-01-2000
400 mD
01-07-2001
50 mD
01-07-2001
400 mD
28-01-2013
50 mD
28-01-2013
400 mD
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN Capítulo V: Resultados e Discussões
Jennys Lourdes Meneses Barillas
85
e pode ser também visualizado que a partir de 200 mD a variação deste parâmetro influencia
em menor proporção na produção acumulada de óleo. A melhor curva de produção acumulada
de óleo foi obtida para a menor permeabilidade vertical estudada (50 mD).
Variação da Permeabilidade Vertical
0
10,000
20,000
30,000
40,000
50,000
60,000
70,000
80,000
Jan-00 Dec-01 Dec-03 Dec-05 Dec-07 Dec-09 Dec-11 Dec-13
Data
Np (m
3
std)
50 mD
100 mD
200 mD
300 mD
400 mD
ROV = 0,1 m
3
óleo/ton vapor
Figura 5-5: Produção acumulada de óleo versus tempo quando é modificada a
permeabilidade vertical.
Na Tabela 5-2 depara-se um resumo dos resultados após 14 anos de produção. Pode
ser observado que a produção acumulada e o fator de recuperação do óleo diminuem com um
aumento da permeabilidade vertical, enquanto que a produção acumulada de água aumenta.
Tabela 5-2: Resumo dos resultados: permeabilidade vertical
-Data 28-12-2013 (14 anos de produção)
Kv (mD)
Np
(M m
3
)
FR (%)
Wp
(M m
3
)
50 71,4 33,4 541
100 67,9 31,8 545
200 64,3 30,1 549
300 62,8 29,4 550
400 62,1 29,1 551
O valor utilizado para a permeabilidade vertical em todos os cenários seguintes foi de
100 mD.
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN Capítulo V: Resultados e Discussões
Jennys Lourdes Meneses Barillas
86
As curvas de produção acumulada de água versus o tempo podem ser observadas no
Anexo 8.3.
5.3.2 Permeabilidade da rocha
O seguinte parâmetro estudado foi a permeabilidade horizontal da rocha (Kh). Esta
permeabilidade (Kh) foi modificada em três valores: 500 mD, 1000 mD e 2000 mD, e a
vertical (Kv) para 50 mD, 100 mD, 200 mD. A relação Kv/Kh se manteve constante (0,1). A
saturação conata da água (Swr) foi de 0,35.
Na Figura 5-6 é observado o comportamento da vazão da produção de óleo no tempo
para os três valores de permeabilidade estudados. Observa-se que antes de finalizar o ano
2001 o comportamento das três curvas é parecido, mas muda a partir do ano 2002, ficando
com uma maior vazão de óleo a curva de permeabilidade mais alta, pelo menos até o ano
2009.
V
ariação da permeabilidade da rocha, Swr 35%
0
10
20
30
40
50
60
jan-00 dez-01 dez-03 dez-05 dez-07 dez-09 dez-11 dez-13
Data
Vazão de Óleo (m
3
std/dia)
500 mD
1000 mD
2000 mD
Figura 5-6: Efeito da variação da permeabilidade da rocha na vazão de produção de
óleo.
Na Figura 5-7 mostra-se a produção acumulada de óleo no tempo, e é possível
constatar que antes do ano 2002 a três curvas apresentam uma produção acumulada muito
parecida, mas a partir deste ano a curva de 2000 mD oferece uma maior produção acumulada
de óleo que as outras de 1000 e 500 mD. Isto é porque as rochas inconsolidadas com altas
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN Capítulo V: Resultados e Discussões
Jennys Lourdes Meneses Barillas
87
permeabilidades permitem uma maior vazão de produção e uma melhor segregação
gravitacional dos fluidos.
Variação da permeabilidade da rocha, Swr 35%
0
10,000
20,000
30,000
40,000
50,000
60,000
70,000
80,000
jan-00 dez-01 dez-03 dez-05 dez-07 dez-09 dez-11 dez-13
Data
Np (m
3
std)
500 mD
1000 mD
2000 mD
ROV = 0,1 m
3
óleo/ton vapor
Figura 5-7: Efeito da variação da permeabilidade da rocha, na produção acumulada de
óleo.
Na Tabela 5-3 encontra-se um resumo dos resultados após 14 anos de produção. Pode
ser observado que a produção acumulada e o fator de recuperação do óleo aumenta com um
incremento da permeabilidade horizontal, enquanto que a produção acumulada de água
diminui.
Tabela 5-3: Resumo dos resultados: permeabilidade da rocha
- Data 28-12-2013 (14 anos de produção)
Kh (mD)
Np
(M m
3
)
FR (%)
Wp
(M m
3
)
500 67,9 31,8 544
1000 71,9 33,7 541
2000 75,6 35,4 537
Na Tabela 5-4 está resumido o acumulado da produção de água e óleo, e o fator de
recuperação do óleo para um ROV mínimo de 0,1 m
3
/dia (ver Figura 5-7). O melhor fator de
recuperação foi obtido para a maior permeabilidade do reservatório. A produção acumulada e
o fator de recuperação do óleo aumenta quando a permeabilidade do reservatório se
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN Capítulo V: Resultados e Discussões
Jennys Lourdes Meneses Barillas
88
incrementa, enquanto que a produção acumulada de água diminui com o incremento da
permeabilidade.
Tabela 5-4: Resumo dos resultados: permeabilidade da rocha
- ROV=0,1 m
3
/ton
Kh
(mD)
Data
Np
(M m
3
)
FR
(%)
Wp
(M m
3
)
500 28-04-2010 55,7 26,1 395
1000 09-02-2010 62,3 29,2 380
2000 10-10-2009 65,1 30.4 363
As curvas de produção acumulada de água versus o tempo podem ser observadas no
Anexo 8.3.
Uma otimização do vapor para as diferentes permeabilidades foi realizada e é mostrada
na seção 5.6.
5.3.3 Viscosidade do óleo
A viscosidade do óleo foi modificada em três valores: 300 cp, 1000 cp e 3000 cp. Estes
valores representam as condições iniciais do óleo dentro do reservatório, na temperatura de
37,8 °C. A viscosidade é um parâmetro muito importante de estudo, já que a mobilidade do
óleo é afetada quando aquecido.
A Figura 5-8 mostra a variação da vazão de produção de óleo no tempo para as
viscosidades estudadas. Até o ano 2008 observa-se que a menor viscosidade tem a maior
produção de óleo e isto se modifica levemente a partir deste ano onde passa a ter a menor
produção de óleo. Com um aumento da viscosidade do óleo a mobilidade diminui e a
produção de óleo também diminui.
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN Capítulo V: Resultados e Discussões
Jennys Lourdes Meneses Barillas
89
V
ariação da viscosidade do óleo
0
5
10
15
20
25
jan-00 dez-01 dez-03 dez-05 dez-07 dez-09 dez-11 dez-13
Data
Vazão de Óleo (m
3
std/dia)
300 cp
1000 cp
3000 cp
Figura 5-8: Efeito da variação da viscosidade do óleo, na vazão de produção de óleo.
Na Figura 5-9, mostra-se a produção acumulada de óleo (Np) no tempo, para os
diferentes casos de viscosidade estudados e observa-se que a curva de menor viscosidade tem
o melhor comportamento durante todos os anos de produção. Em geral, a produção acumulada
de óleo em um modelo de simulação aumenta quando a viscosidade diminui (Kasraie et. al,
1997 e Kisman e Yeung 1995).
Variação da viscosidade do óleo
0
10,000
20,000
30,000
40,000
50,000
60,000
70,000
80,000
jan-00 dez-01 dez-03 dez-05 dez-07 dez-09 dez-11 dez-13
Tempo (anos)
Np (m
3
std)
300 cp
1000 cp
3000 cp
ROV = 0,1 m
3
óleo/ton vapor
Figura 5-9: Efeito da variação da viscosidade do óleo, na produção acumulada de óleo.
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN Capítulo V: Resultados e Discussões
Jennys Lourdes Meneses Barillas
90
Na Tabela 5-5 é apresentado um resumo dos resultados após 14 anos de produção,
pode ser observado que a produção acumulada e o fator de recuperação do óleo diminuem
com um aumento da viscosidade do óleo, enquanto que a produção acumulada de água
aumenta, isto devido às diferenças na mobilidade de cada fluido.
Tabela 5-5: Resumo dos resultados: viscosidade do óleo
- Data 28-12-2013 (14 anos de produção)
µo (cp)
@100°F
Np
(M m
3
)
FR (%)
Wp
(M m
3
)
300 74,3 34,8 539
1000 67,9 31,8 545
3000 62,4 29,2 551
Na Tabela 5-6 tem-se o acumulado da produção de óleo e de água, e o fator de
recuperação de óleo para um ROV mínimo de 0,1 m
3
/ton (ver Figura 5-9). O melhor fator de
recuperação foi obtido para uma viscosidade de 300 cp. A produção acumulada de óleo
diminui com o aumento da viscosidade enquanto que a de água aumenta com o incremento da
viscosidade. As curvas de produção acumulada de água versus o tempo podem ser observadas
no Anexo 8.3.
Tabela 5-6: Resumo dos resultados: viscosidade do óleo
- ROV=0,1 m
3
/ton
µo (cp)
@100 °F
Data
Np
(M m
3
)
FR (%)
Wp
(M m
3
)
300 21-08-2009 63,8 30,0 358
1000 28-01-2010 57,5 27,2 383
3000 12-06-2010 52,4 24,4 405
Uma otimização do vapor para as diferentes viscosidade do óleo foi realizada e é
mostrada na seção 5.6.
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Jennys Lourdes Meneses Barillas
91
5.3.4 Espessura do reservatório
A espessura do reservatório é também um parâmetro que foi estudado devido à
influência do efeito gravitacional do processo. As espessuras analisadas foram: 10 m, 20 m e
30 m.
Na Figura 5-10 observa-se a vazão de óleo para as espessuras estudadas. A curva de 30
m está sempre acima das outras mostrando as melhores vazões de produção de óleo. Isto pode
ser explicado devido ao fato de que quanto maior a espessura da zona de óleo no reservatório,
maior o volume, maior o potencial gravitacional e, em conseqüência, maior a vazão de
produção de óleo.
Variação da zona de óleo no reservatório
0
5
10
15
20
25
30
jan-00 dez-01 dez-03 dez-05 dez-07 dez-09 dez-11 dez-13
Data
Vazão de Óleo (m
3
std/dia)
10 m
20 m
30 m
Figura 5-10: Efeito da variação da espessura do reservatório na vazão de óleo.
Reservatórios mais espessos produzem mais óleo, com maiores vazões e podem
favorecer à rentabilidade do reservatório (Singhal et al., 1998). Singhal et al.(1998) e Sharma
et al. (2002), recomendam para o processo SAGD espessuras entre 15-30 m quando a
viscosidade no reservatório é maior que 1000 cp.
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Jennys Lourdes Meneses Barillas
92
5.3.4.1 Distância vertical
Foi analisada também a influência da distância vertical entre os poços injetor e produtor
no fator de recuperação de óleo, isto para cada espessura de óleo. A distância vertical foi
modificada em três valores para cada reservatório: 2, 4 e 6 m, para uma espessura da zona de
óleo de 10 m e, em 6, 12 e 18 m, para uma espessura da zona de óleo de 30 m. O parâmetro
para comparação escolhido foi uma ROV de 0,1 m
3
óleo/ton vapor.
A Tabela 5-7 apresenta um resumo dos resultados da variação da distância vertical
(DV) no fator de recuperação de óleo (FR) para o caso da espessura da zona óleo de 10 m
(menor valor). Encontrou-se que a distância que oferecia uma melhor recuperação de óleo foi
a de 6 m. Pode ser observado que a produção acumulada de óleo e o fator de recuperação de
óleo aumentaram com o aumento da distância entre os poços injetor e produtor. A análise
realizada não considerou o valor presente líquido.
Tabela 5-7: Resumo dos resultados: espessura da zona de óleo de 10 m
- ROV=0,1 m
3
/ton
DV
(m)
ROV Data
Np
(M m
3
)
FR
(%)
Wp
(M m
3
)
2 0,100 21-08-2000 2,7 2,5 21,5
4 0,100 31-12-2003 17,7 16,3 157,4
6 0,100 09-02-2004 19,4 17,8 160,5
A Tabela 5-8 apresenta um resumo dos resultados da variação da distância vertical
(DV) no fator de recuperação de óleo (FR) para o caso da espessura da zona óleo de 30 m
(maior valor). Neste reservatório de 30 m (de zona de óleo) a ROV de 0,1 m
3
/ton não foi
atingida, por isso a comparação foi realizada na última data estudada para o processo (28-12-
2013). Encontrou-se que a distância que oferecia uma melhor recuperação de óleo foi a de 18
m. Pode ser observado que a produção acumulada de óleo e o fator de recuperação de óleo
aumentaram com o aumento da distância entre os poços injetor e produtor. A análise realizada
não considerou o valor presente líquido.
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN Capítulo V: Resultados e Discussões
Jennys Lourdes Meneses Barillas
93
Tabela 5-8: Resumo dos resultados: espessura da zona de óleo de 30m
- ROV=0,1 m
3
/ton
DV
(m)
ROV Data
Np
(M m
3
)
FR (%)
Wp
(M m
3
)
6 0,111 28-12-2013 83,2 25,5 530
12 0,113 28-12-2013 85,8 26,3 527
18 0,118 28-12-2013 86,5 26,6 526
A distância entre poços utilizada na simulação para cada modelo correspondeu a 6 m
para a espessura de 10 m e a 18m para a espessura de 30. Estes valores se consideraram como
os melhores resultados baseados nas Tabelas 5-7 e 5-8. Não foi considerado o valor presente
líquido. A vazão de injeção foi de 100 ton/dia.
5.3.4.2 Fator de recuperação versus volume poroso injetado
Na Tabela 5-9 estão referidos os volumes
in place ou originais para o óleo e a água para
cada reservatório estudado. Estes valores servem para calcular o fator de recuperação de óleo.
Tabela 5-9: Volumes
in place do óleo e da água
Componente
Volume original
( m
3
std)
Espessura 10 m
Volume original
(m
3
std)
Espessura 20 m
Volume original
(m
3
std)
Espessura 30 m
Gás 392760 785520 1178300
Água 124890 249780 374670
Óleo 106720 213440 320150
Na Figura 5-11 é mostrado o efeito da variação da espessura da zona de óleo na fração
de óleo recuperada do reservatório versus o volume poroso injetado tempo. Observa-se que
para um mesmo volume poroso injetado (VPI) é obtido uma menor recuperação de óleo do
reservatório de menor espessura e é obtida uma percentagem maior da recuperação de óleo
no reservatório mais espesso.
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN Capítulo V: Resultados e Discussões
Jennys Lourdes Meneses Barillas
94
V
ariação da zona de óleo no reservatório
0
5
10
15
20
25
30
35
40
0.00 0.25 0.50 0.75 1.00 1.25 1.50 1.75 2.00 2.25 2.50
Volume poroso injetado, VPI (ton vapor/ m
3
poroso)
FR (%)
10 m
20 m
30 m
Figura 5-11: Efeito da variação da espessura do reservatório no fator de recuperação
do óleo versus o volume poroso injetado.
Na Tabela 5-10 são apresentados os resultados quando se atinge uma ROV de 0,1 m
3
de óleo/ton vapor (este foi o parâmetro escolhido como limite econômico). Pode ser
observado que esse limite econômico de ROV=0,1 m
3
/ton só foi alcançado pelos reservatórios
de 10 e 20 m. A produção acumulada de óleo aumentou com o incremento da espessura, mas
a recuperação de óleo foi maior no reservatório de 20 m. O reservatório de 30m não atingiu o
ROV requerido.
Tabela 5-10: Resumo dos resultados: espessura da zona de óleo
- ROV=0,1 m
3
/ton
h(m) ROV Data
Np
(M m
3
)
FR (%)
Wp
(M m
3
)
10 0,100 09-02-2004 19 18,2 160
20 0,100 28-01-2010 58 27,2 384
30 0,130 28-12-2013 86 26,8 526
Uma otimização do vapor para as diferentes espessuras de reservatório foi realizada e é
mostrada na seção 5.6.
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN Capítulo V: Resultados e Discussões
Jennys Lourdes Meneses Barillas
95
5.3.5 Folhelhos no reservatório
Foi verificada a influência da presença e localização de folhelhos no reservatório, no
comportamento da produção acumulada e da vazão de óleo. Para simular este parâmetro foi
colocado no reservatório uma barreira de permeabilidade de 1x10
-7
mD na horizontal e de
1x10
–9
mD na vertical.
Neste estudo foram analisados três sistemas de folhelhos: uma barreira simples de 300m
x 60m x 2m (Figura 5-12), uma barreira também simples de 510m x 60m x 2m (Figura 5-13)
e duas barreiras de 180m x 60m x 2m na mesma camada, deixando 150 m de espaço entre elas
(Figura 5-14).
Figura 5-12: Desenho esquemático da barreira de 300m x 60m x 2m entre o poço
injetor e produtor
Figura 5-13: Desenho esquemático da barreira de 510m x 60m x 2m entre o poço
injetor e produtor
Z
Z
o
o
n
n
a
a
D
D
e
e
ó
ó
l
l
e
e
o
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P
P
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ç
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I
I
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j
j
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P
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P
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t
o
o
r
r
B
B
a
a
r
r
r
r
e
e
i
i
r
r
a
a
1
1
:
:
3
3
0
0
0
0
m
m
x
x
6
6
0
0
m
m
x
x
2
2
m
m
6
6
0
0
0
0
m
m
P
P
o
o
ç
ç
o
o
P
P
r
r
o
o
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d
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u
t
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a
r
r
r
r
e
e
i
i
r
r
a
a
2
2
:
:
5
5
1
1
0
0
m
m
x
x
6
6
0
0
m
m
x
x
2
2
m
m
6
6
0
0
0
0
m
m
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN Capítulo V: Resultados e Discussões
Jennys Lourdes Meneses Barillas
96
Figura 5-14: Desenho esquemático das duas barreiras de 180m x 60m x 2m entre o
poço injetor e produtor.
A localização destas barreiras na malha do reservatório é mostrada na Tabela 5-11.
Tabela 5-11: Localização dos folhelhos na malha
Folhelho i j k
Distância entre o poço
injetor e o folhelho (m)
4 4
5 6
6 8
300m x 60m x 2m 4-18 11-30
11
6 m abaixo do produtor
(na camada de água)
4 4
5 6
6 8
510m x 60m x 2m 4-18 4-37
11
6 m abaixo do produtor
(na camada de água)
4 4
180m x 60m x 2m 4-18
4-15/
26-37
6 8
5.3.5.1 Folhelho de 300m x 60m x 2 m
Na Figura 5-15 pode ser observada a vazão da produção de óleo, no caso de ter-se uma
barreira entre os poços injetor e produtor, de menor comprimento que os poços, e localizada
em diferentes profundidades. Estas camadas correspondem a 2 m, 4 m, 6 m e 8 m (Tabela
5-11) respectivamente abaixo do poço injetor.
Z
Z
o
o
n
n
a
a
D
D
e
e
ó
ó
l
l
e
e
o
o
P
P
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o
ç
ç
o
o
I
I
n
n
j
j
e
e
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P
P
o
o
ç
ç
o
o
P
P
r
r
o
o
d
d
u
u
t
t
o
o
r
r
B
B
a
a
r
r
r
r
e
e
i
i
r
r
a
a
3
3
:
:
1
1
8
8
0
0
m
m
x
x
6
6
0
0
m
m
x
x
2
2
m
m
1
1
8
8
0
0
m
m
1
1
8
8
0
0
m
m
1
1
5
5
0
0
m
m
6
6
0
0
0
0
m
m
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN Capítulo V: Resultados e Discussões
Jennys Lourdes Meneses Barillas
97
Barreira de 300 m x 60 m x 2 m entre o poço Injetor e o Produtor
0
5
10
15
20
25
jan-00 dez-01 dez-03 dez-05 dez-07 dez-09 dez-11 dez-13
Data
Vazão de Óleo (m
3
std/dia)
Barreira em k 4
Barreira em k 5
Barreira em k 6
Figura 5-15: Efeito da barreira de 300m x 60 m x 2m, entre poços, na vazão de
produção de óleo, localizada em diferentes camadas do reservatório.
Pode ser vista a pouca influência da posição desse folhelho na vazão de óleo e, em
conseqüência, na produção acumulada de óleo (ver Figura 5-16). Entretanto, esta barreira
permite uma boa estabilidade na vazão de produção a qual se mantém acima de 10 m
3
std/dia.
A ROV mínima de 0,1 é alcançada no ano 2013.
Barreira de 300 m x 60 m x 2 m entre o poço Injetor e o Produtor
0
10,000
20,000
30,000
40,000
50,000
60,000
70,000
80,000
jan-00 dez-01 dez-03 dez-05 dez-07 dez-09 dez-11 dez-13
Data
Np (m
3
std)
Barreira em k 4
Barreira em k 5
Barreira em k 6
ROV = 0,1 m
3
óleo/ton vapor
Figura 5-16: Efeito da barreira de 300m x 60m x 2m, entre poços, na produção
acumulada de óleo, localizada em diferentes camadas do reservatório.
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN Capítulo V: Resultados e Discussões
Jennys Lourdes Meneses Barillas
98
Na Tabela 5-12 se reporta um resumo dos resultados após 14 anos de produção. Pode
ser observado que a posição na vertical da barreira influencia um pouco na produção
acumulada de óleo, enquanto a barreira se encontra mais perto do poço injetor maior é a
produção acumulada de óleo e o fator de recuperação de óleo também. A produção acumulada
de água é afetada em menor proporção.
Tabela 5-12: Resumo dos resultados: barreira de 300m x 60m x 2m
-Data 28-12-2013 (14 anos de produção)
k
Np
(M m
3
)
FR (%)
Wp
(M m
3
)
4 69,6 32,6 544
5 69,5 32,6 544
6 67,9 31,8 545
Na Tabela 5-13 estão os valores de produção acumulada de óleo e de água, o fator de
recuperação de óleo, para uma ROV de 0,1 m
3
/ton (ver Figura 5-16), para a barreira de 300m
x 60m x 2m nas diferentes camadas estudadas. Observa-se que a variação do fator de
recuperação é muito pequena, menor que 2%. A produção de água está mais afetada pela
barreira e diminui quando a barreira está mais perto do poço produtor.
Tabela 5-13: Resumo dos resultados: barreira de 300m x 60m x 2m
-ROV=0,1 m
3
/ton
k
Data
Np
(M m
3
)
FR (%)
Wp
(M m
3
)
4 09-08-2013 68,3 32,0 527
5 12-04-2013 67,1 31,4 515
6 31-08-20013 66,8 31,4 532
As curvas de produção acumulada de água versus o tempo podem ser observadas no
Anexo 8.3.
5.3.5.2 Barreira de 510m x 60 m x 2 m
Na Figura 5-17 pode ser observada a vazão da produção do óleo no tempo no caso de
ter-se uma barreira entre os poços injetor e produtor, de igual comprimento que os poços, isto
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN Capítulo V: Resultados e Discussões
Jennys Lourdes Meneses Barillas
99
para diferentes localizações na vertical do reservatório. Estas camadas correspondem a
distâncias de 2 m , 4 m , 6 m e 8 m (Tabela 5-11) respectivamente, abaixo do poço injetor.
Barreira de 510 m x 60 x 2 m entre o poço injetor e produtor
0
5
10
15
20
25
jan-00 dez-01 dez-03 dez-05 dez-07 dez-09 dez-11 dez-13
Tempo (anos)
Vazão de Óleo (m
3
std/dia)
Barreira em k 3
Barreira em k 4
Barreira em k 5
Barreira em k 6
Figura 5-17: Efeito da barreira de 510m x 60m x 2m, entre poços, na vazão de óleo,
localizada em diferentes camadas do reservatório.
A influência da localização vertical dos folhelhos na vazão de óleo e na produção
acumulada é mostrada na Figura 5-17 e na Figura 5-18. As curvas de vazão de produção de
óleo não apresentam esse pico máximo de produção observado nas figuras anteriores. Isto
pode ser devido ao fato do que o folhelho é uma barreira com baixa permeabilidade que está
em todo o comprimento do poço e não permite que a câmara de vapor se estenda
completamente. A barreira permite que o vapor apenas flua ascendente e lateralmente, além
de não permitir que o óleo aquecido escoe facilmente até o poço produtor nos primeiros anos
de produção como nos outros casos. O fluido então só consegue chegar até o poço produtor
após ter rodeado a barreira de permeabilidade.
Aparentemente a barreira está servindo como um distribuidor do calor que ajuda a
propagar o vapor em todo o reservatório aumentando a produção depois que é ultrapassada.
Uma barreira mais próxima ao poço injetor incrementou a produção acumulada de óleo.
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN Capítulo V: Resultados e Discussões
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100
Barreira de 510m x 60 m x 2m
entre o poço injetor e produtor
0
10,000
20,000
30,000
40,000
50,000
60,000
70,000
80,000
jan-00 dez-01 dez-03 dez-05 dez-07 dez-09 dez-11 dez-13
Data
Np (m
3
std)
Barreira em k 4
Barreira em k 5
Barreira em k 6
ROV = 0,1 m
3
óleo/ton vapor
Figura 5-18: Efeito da barreira de 510m x 60m x 2 m, entre poços, na produção
acumulada de óleo, localizada em diferentes camadas do reservatório.
Na Tabela 5-14 é apresentado um resumo dos resultados após 14 anos de produção.
Pode ser observado que a posição na vertical da barreira de 510m x 60m x 2m, influencia na
produção acumulada de óleo, enquanto a barreira se encontra mais perto do poço injetor maior
é a produção acumulada de óleo e o fator de recuperação de óleo também. A produção
acumulada de água diminui quando a camada impermeável está mais perto do poço injetor.
Tabela 5-14: Resumo dos resultados: barreira de 510m x 60m x 2m
-Data 28-12-2013 (14 anos de produção)
k
Np
(M m
3
)
FR (%)
Wp
(M m
3
)
4 74,3 34,8 539
5 72,9 34,2 540
6 69,2 32,4 544
Na Tabela 5-15 encontram-se os valores da produção acumulada de óleo e água e o fator
de recuperação, para uma ROV mínima de 0,1 m
3
std óleo/ton vapor (ver Figura 5-18). A
produção acumulada de óleo e de água diminui quando a barreira se encontra mais perto do
poço produtor (quando localizada entre os poços produtor e injetor). O melhor fator de
recuperação foi obtido quando o folhelho está localizado 4 m abaixo do poço injetor (k=4).
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN Capítulo V: Resultados e Discussões
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101
Tabela 5-15: Resumo dos resultados: barreira 510m x 60m x 2m
-ROV=0,1 m
3
/ton
k
(camada)
Data
Np
(M m
3
)
FR (%)
Wp
(M m
3
)
4 10-09-2011 70,0 32,7 442
5 27-06-2011 68,0 31,8 435
6 28-01-2011 62,8 28,5 422
Também foi feito um estudo para verificar o impacto na produção acumulada de óleo
quando são colocadas diferentes barreiras na camada de água do reservatório (abaixo do poço
produtor). O efeito na vazão da produção do óleo é mostrado na Figura 5-19.
Barreira abaixo do poço produtor
0
10,000
20,000
30,000
40,000
50,000
60,000
70,000
80,000
jan-00 dez-01 dez-03 dez-05 dez-07 dez-09 dez-11 dez-13
Data
Np (m
3
std)
Barreira
510m x 60m x 2m, k 11
Barreira
300m x 60 m x 2m, k
11
Figura 5-19: Efeito da barreira de 300m x 60m x 2m e de 510m x 60m x 2m,
localizada abaixo do poço produtor, na produção acumulada de óleo.
A curva da barreira de 300m x 60m x 2m mostra uma produção acumulada menor que
a barreira de 510m x 60m x 2m , isto pode ser devido ao fato da barreira maior abranger uma
maior área na zona de água evitando que a água se perca para o reservatório e em
conseqüência se produza em conjunto com o óleo.
As curvas de produção acumulada de água versus o tempo podem ser observadas no
Anexo 8.3.
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN Capítulo V: Resultados e Discussões
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102
5.3.5.3 Barreira furada no centro
Outra opção para o estudo dos folhelhos foi colocar duas barreiras de 180 m x 60 m x
2 m com um espaço entre elas de 150m, em diferentes camadas do reservatório, e analisar o
seu efeito na produção de óleo. A localização delas na malha está na Tabela 5-16 .
Tabela 5-16: Localização da barreira furada na malha
i j k
Barreira 1 4-18 4-15
Barreira 2 4-18 26-37
4
Barreira 1 4-18 4-15
Barreira 2 4-18 26-37
6
Pode ser verificada na Figura 5-20 a vazão de óleo no tempo. Observa-se que o
comportamento das curvas é muito parecido embora a barreira na camada 6 apresente um pico
de produção maior. A vazão de óleo não é afetada em forma significativa quando a barreira é
colocada em diferentes camadas do reservatório.
2 Barreiras de 180m x 60m x 2m entre o poço injetor e produtor
0
5
10
15
20
25
jan-00 dez-01 dez-03 dez-05 dez-07 dez-09 dez-11 dez-13
Data
Vazão de Óleo (m
3
std/dia)
Barreira em k 4
Barreira em k 6
Figura 5-20: Efeito de duas barreiras de 180m x 60m x 2m, na vazão de óleo, para
diferentes camadas do reservatório.
Na Figura 5-21 são mostradas as curvas de produção acumulada de óleo (Np) no
tempo para as barreiras que estão furadas no centro, localizadas nas camadas 4 e 6 do
reservatório, respectivamente. Pode ser observada que tem pouca influência no Np a
localização vertical deste tipo de barreiras em um reservatório homogêneo.
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103
2 Barreiras de 180 x 60 m x 2 m entre o poço injetor e produtor
0
10,000
20,000
30,000
40,000
50,000
60,000
70,000
80,000
jan-00 dez-01 dez-03 dez-05 dez-07 dez-09 dez-11 dez-13
Tempo (anos)
Np (m
3
std)
Barreira em k 4
Barreira em k 6
ROV = 0,1 m
3
óleo/ton vapor
Figura 5-21: Efeito de duas barreiras de 180m x 60m x 2m, na produção acumulada
de óleo, para diferentes camadas do reservatório.
A produção acumulada de óleo é maior quando as barreiras se encontram mais perto
do poço injetor.
As curvas de produção acumulada de água versus o tempo podem ser observadas no
Anexo 8.3.
5.3.5.4 Comparação entre os modelos com barreiras
Na Figura 5-22 foi comparada a influência das barreiras no fator de recuperação de
óleo, para verificar assim qual é a situação mais favorável. Nota-se que os folhelhos
influenciam no fator de recuperação e que a situação mais favorável para o processo foi
aquela em que o folhelho tem o mesmo comprimento que os poços injetor e produtor.
Ressalte-se que até o ano 2007 a melhor curva de Np obtida corresponde a um reservatório
sem barreiras de permeabilidade. Todas as barreiras foram deixadas na mesma camada do
reservatório.
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104
Comparação: modelos com e sem barreira
0
5
10
15
20
25
30
35
40
Jan-00 Dec-01 Dec-03 Dec-05 Dec-07 Dec-09 Dec-11 Dec-13
Data
FR (%)
Sem barreira
Barreira
300m x 60m x 2m
Barreira Furada
180m x 60 x 2 m
Barreira
510m x 60m x 2 m
Figura 5-22: Comparação entre os sistemas de folhelhos
A partir do ano 2007 é observado que a barreira de permeabilidade de 510 m x 60 m x 2
m (mesmo tamanho dos poços injetor e produtor) oferece uma maior produção acumulada de
óleo, isto devido à abrangência da câmara de vapor após conseguir atravessar a barreira. Esta
barreira aparentemente está servindo de distribuidor do calor no reservatório permitindo uma
maior área de contato entre o vapor e o óleo e em conseqüência incrementando a área de
drenagem do reservatório e aumentando a produção de óleo.
Na Tabela 5-17 encontra-se um resumo dos resultados após 14 anos de produção. Pode
ser observado que a produção acumulada e o fator de recuperação do óleo são maiores ao
final de 14 anos de produção, quando se tem alguma barreira entre o poço produtor e injetor,
que sem barreira. A produção acumulada de água é menor no caso de ter uma barreira do
mesmo comprimento do poço injetor e produtor (barreira de 510m x 60m x 2m).
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105
Tabela 5-17: Resumo dos resultados: comparação entre sistemas
-Data 28-12-2013 (14 anos de produção)
Sistema
Np
(M m
3
)
FR (%)
Wp
(M m
3
)
Sem barreira 67,9 31,8 545
Barreira de
300m x 60m x 2m
69,6 32,6 544
Barreira de
510m x 60m x 2m
74,3 34,8 539
2 Barreiras de
180m x 100m x 2 m
72,0 33,7 541
Uma otimização do vapor para as barreiras de 300 e 510 m de comprimento foi
realizada e é mostrado na seção 5.6.
5.3.6 Aqüífero
Foi colocado um aqüífero infinito na última camada de água no reservatório modelo,
para verificar a influência deste parâmetro na produção acumulada e na vazão de óleo. Na
Figura 5-23, pode ser observada a localização do aqüífero.
Figura 5-23: Aqüífero no reservatório modelo
A localização do aqüífero na malha encontra-se na Tabela 5-18. O efeito do aqüífero
foi simulado com e sem folhelho, sendo esta barreira colocada na primeira camada de água
(Figura 5-23). As dimensões do folhelho foram de 510 m x 60 m x 2 m e de 600 m x 100 m
x 2 m, esta última do tamanho do reservatório, anulando o efeito do aqüífero. Neste modelo
estudado o poço produtor se manteve fixo na camada 8
Aqüífero
Poço Produtor Poço Injetor
Folhelho
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN Capítulo V: Resultados e Discussões
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106
Tabela 5-18: Localização na malha do folhelho no aqüífero
Aqüifero I j k
Sem Barreira
-- -- --
Barreira de
510m x 60m x 2 m
4-18 4-37 11
Barreira de
600 m x 100m
x 2 m
1-21 1-40 11
Na Figura 5-24 encontra-se a vazão de óleo em função do tempo. Observa-se que o
aqüífero simulado apresenta pouca influência na vazão de óleo, se comparado à curva de
vazão de óleo no tempo do modelo base. A pesar da leve diferença pode ser observado que a
curva de vazão de óleo do modelo base está acima do modelo com aqüífero e isto pode ser
apreciado em forma mais clara nas curvas de produção acumulada de óleo no tempo (Figura
5-26).
A curva de vazão de óleo do aqüífero com a barreira de 600 m x 60 m x 2m, apresenta
os maiores valores nos 14 anos de produção. Esta barreira está anulando o influxo de água
proveniente do aqüífero e da capa de água que foram localizados nas três ultimas camadas do
reservatório.
A
qüífero sem e com Barreira
0
5
10
15
20
25
jan-00 dez-01 dez-03 dez-05 dez-07 dez-09 dez-11 dez-13
Data
Vazão de Óleo (m
3
std/dia)
Modelo Base
Com Aqüífero - Sem
Barreira
Com Aqüífero - Barreira
510 m x 60 m x 2m
Com Aqüífero- Barreira
600m x 100 m x 2m
Figura 5-24: Efeito do aqüífero na vazão de óleo.
A Figura 5-25 apresenta a produção acumulada de óleo no tempo, observando-se que
as barreiras comparadas entre si, não apresentam uma diferença significativa na produção
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN Capítulo V: Resultados e Discussões
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107
acumulada de óleo nos 14 anos de produção. Mas se estas curvas são comparadas ao modelo
sem barreira observa-se que a produção acumulada melhora significativamente com a
presença de uma barreira abaixo da zona de óleo.
A
qüífero sem e com Barreira
0
10,000
20,000
30,000
40,000
50,000
60,000
70,000
80,000
jan-00 dez-01 dez-03 dez-05 dez-07 dez-09 dez-11 dez-13
Data
Np (m
3
std)
Sem Barreira
Com barreira
510 m x 60 m x 2m, k
11
Com Barreira
600 m x 100m x 2m, k 11
ROV = 0,1 m
3
óleo/ton vapor
Figura 5-25: Efeito do aqüífero na produção acumulada de óleo.
Na Figura 5-26 é apresentado uma comparação da produção acumulada de óleo (Np)
versus o tempo dos modelos base e com aqüífero. Pode ser observado que a curva de Np do
modelo com aqüífero está por abaixo da curva do modelo base. Isto pode ser devido a que a
produção acumulada de água do modelo com aqüífero é maior que a do modelo base
produzindo uma queda na produção de óleo (ver Tabela 5-19. As curvas de produção
acumulada de água estão no Anexo 8.3).
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN Capítulo V: Resultados e Discussões
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108
Modelo com aqüífero de fundo
0
10,000
20,000
30,000
40,000
50,000
60,000
70,000
80,000
jan-00 dez-01 dez-03 dez-05 dez-07 dez-09 dez-11 dez-13
Data
Np (m
3
std)
Com Aqüífero
Modelo Base
ROV = 0,1 m
3
óleo/ton vapor
Figura 5-26:Comparação da produção acumulada de óleo no tempo entre o sistemas
com aqüífero e o modelo base
Na Tabela 5-19 é mostrado um resumo dos resultados após 14 anos de produção. Pode
ser observado que a produção acumulada e o fator de recuperação de óleo, são maiores no
modelo base que no modelo com aqüífero, enquanto a produção de água é maior no modelo
com aqüífero. Mas com uma barreira na zona de água que impeça o influxo de água
aparentemente a produção acumulada de óleo aumenta.
Tabela 5-19: Resumo dos resultados: aqüífero
-Data 28-12-2013 (14 anos de produção)
Np
(M m
3
)
FR (%)
Wp
(M m
3
)
Modelo base 67,9 31,8 545
Aqüífero sem barreira 65,6 30,7 547
Barreira de
510 m x 60 m x 2m
70,0 32,8 543
Barreira de
600 m x 100 m x 2 m
71,9 33,7 541
Na Tabela 5-20, observam-se os valores da produção acumulada de óleo e água e do
fator de recuperação para uma razão óleo/vapor mínima de 0,1 m
3
/ton (ver Figura 5-25) . O
estudo realizado com o aqüífero e a barreira reporta resultados mais favoráveis de produção
acumulada de óleo e, em conseqüência, do fator de recuperação. O processo deixa de ser
rentável, neste caso, após 10 anos de produção.
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN Capítulo V: Resultados e Discussões
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109
Tabela 5-20: Resumo dos resultados: aqüífero
-ROV=0,1 m
3
/ton
Data
Np
(M m
3
)
FR (%)
Wp
(M m
3
)
Sem Barreira 21-10-2009 54,8 25,8 375
Barreira de
510m x 60m x 2m
13-04-2010 59,9 28,1 390
Barreira de
600m x 100m x 2m
23-4-2010 60,4 28,1 391
As curvas de produção acumulada de água versus o tempo podem ser observadas no
Anexo 8.3.
5.4 Parâmetros de operação
Os parâmetros de operação são atributos de interes devido à possibilidade de eles serem
modificados antes ou durante a operação de produção de um reservatório de óleo. Os
parâmetros objeto de estudo foram: a distância vertical entre os poços, o comprimento dos
poços, o projeto de injeção no reservatório (a substituição do poço injetor horizontal, por
injetores verticais) e os requerimentos do vapor.
5.4.1 Distância vertical entre poços
Foi realizado o estudo da influência da separação vertical entre o poço injetor e o poço
produtor. Durante todas as simulações, o poço produtor se manteve fixo a 15 m do topo do
reservatório (na camada 8) enquanto foi modificada a posição do poço injetor em diferentes
distâncias verticais: 4 m, 6m, 8 m e 12 m, respectivamente de separação entre poços. Na
Tabela 5-21 é mostrada a localização do poço produtor e do injetor na malha. A vazão de
injeção de vapor se manteve constante em 100 ton/dia.
Tabela 5-21: Localização do poço injetor e produtor na malha
k
Poço Injetor 2 4 5 6
Poço Produtor 8 8 8 8
Distância DV (m) 12,0 8,0 6,0 4,0
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN Capítulo V: Resultados e Discussões
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110
Na Figura 5-27, pode ser observada a seção transversal do reservatório e nela as
diferentes camadas nas quais foram colocadas o poço injetor horizontal.
Figura 5-27: Seção transversal do reservatório
Os resultados obtidos da simulação são observados através da Figura 5-28 e da Figura
5-29. Na Figura 5-28 é mostrado como a variação da separação vertical entre os poços
injetores e produtores afeta a vazão de óleo no tempo. Observa-se que as quatro curvas
apresentam inicialmente um ponto mínimo de produção (antes do ano 2001). Isto pode ser
devido ao fato do óleo não estar ainda aquecido e ter pouca mobilidade. Em conseqüência, a
produção inicial via SAGD é baixa (Elliot e Kovscek, 1999). Em seguida as curvas
apresentam um valor máximo de produção. Este valor máximo aparece quando o óleo
aquecido drenado alcança o poço produtor. Estes máximos de produção nas curvas se
encontram defasados no tempo. A primeira curva a alcançar este pico é a de distância vertical
de 4 m, a segunda a de 6 m, a terceira é a de 8 m e a última a de 12 m. Esta defasagem é
devido à proximidade dos poços. Na menor distância entre poços (4m), a câmara de vapor se
expande e o óleo aquecido é drenado pelo efeito gravitacional, chegando mais rápido ao
produtor, obtendo-se um pico de produção antecipada mais rápida.
Quando se quer uma rápida produção antecipada pode ser aconselhável colocar o poço
injetor o mais perto tecnicamente possível ao poço produtor, mas se for desejado ter uma
InjProd
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
180 190 200 210 220 230 240 250
170180190200210220230240250
0.00 15.00 30.00 yards
0.00 15.00 30.00 meters
File: D04L510F0K10V1
0
User: jennys
Date: 2004-12-01
Scale: 1:618
Z/X: 1.00:1
Axis Units: m
0.00
0.10
0.20
0.30
0.40
0.50
0.60
0.70
0.80
0.90
1.00
ESTUDO PARAMETRICO DO SAGD
Oil Saturation 2000-01-01 J layer: 20
Camada 1
Camada 10
Camada 13
Poço Injetor
Poço Produtor
Saturação do óleo
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN Capítulo V: Resultados e Discussões
Jennys Lourdes Meneses Barillas
111
produção maior durante mais tempo, então pode ser melhor uma maior distância vertical entre
o poço produtor e o injetor.
Variação da distância entre o poço injetor e o poço produtor
0
5
10
15
20
25
jan-00 dez-01 dez-03 dez-05 dez-07 dez-09 dez-11 dez-13
Data
Vazão de Óleo (m
3
std/dia)
4 m
6 m
8 m
12 m
Figura 5-28: Efeito da variação da distância entre o poço injetor e produtor na vazão
de produção de óleo.
Na simulação da vazão de óleo foi observado um leve aumento na produção após
alguns anos, isto no campo realmente não acontece e presume-se que seja devido às fronteiras
do sistema, já que quando a câmara de vapor se expande e chega nos limites do reservatório,
ao não ter fluxo de massa para fora do sistema o vapor retorna ao centro do reservatório e
empurra o óleo que encontra no caminho e o arrasta até o poço produtor.
O efeito da variação da distância vertical na produção acumulada de óleo no tempo é
mostrado na Figura 5-29. Observa-se após três anos de produção que à medida que a distância
é aumentada tem-se um incremento na produção acumulada de óleo. Antes disto a produção
antecipada de óleo afeta a produção acumulada de óleo e, este comportamento não é
observado.
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN Capítulo V: Resultados e Discussões
Jennys Lourdes Meneses Barillas
112
Variação da distância entre o poço injetor e o poço produtor
0
10,000
20,000
30,000
40,000
50,000
60,000
70,000
80,000
jan-00 dez-01 dez-03 dez-05 dez-07 dez-09 dez-11 dez-13
Data
Np (m
3
std)
4 m
6 m
8 m
12 m
ROV = 0,1 m
3
óleo/ton vapor
Figura 5-29: Efeito da variação da distância entre o poço injetor e o produtor na
produção acumulada de óleo.
Na Tabela 5-22 é mostrado um resumo dos resultado após 14 anos de produção (data:
28-12-2013). Pode ser observado um aumento da produção acumulada e do fator de
recuperação de óleo quando existe um incremento da distância vertical entre os poços
produtor e injetor, enquanto que a produção acumulada de água diminui com o aumento da
distância vertical.
Tabela 5-22: Resumo dos resultados: distância vertical entre poços
Data 28-12-2013 (14 anos de produção)
D (m)
Np
(Mm
3
)
FR (%)
Wp
(M m
3
)
4 64,2 30,1 549
6 65,3 30,6 548
8 66,5 31,2 546
12 67,9 31,8 545
Na Tabela 5-23 é apresentado um resumo dos resultados obtidos para uma razão óleo-
vapor (ROV) mínima pré-estabelecida de 0,1 m
3
óleo/ton vapor (ver Figura 5-29). Este valor é
utilizado na literatura como o limite econômico nos processos de injeção de vapor. O fator de
recuperação de óleo e a produção acumulada de óleo (Np) se vê afetada em pouca proporção
quando ocorre alguma variação na distância vertical, embora a produção acumulada (Wp) de
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN Capítulo V: Resultados e Discussões
Jennys Lourdes Meneses Barillas
113
água esteja sendo mais afetada por este parâmetro, já que quando se tem uma maior distância
vertical a produção de água diminui.
Tabela 5-23: Resumo dos resultados - distância vertical entre poços
- ROV= 0,1 m
3
/ton
D (m) Data
Np
(M m
3
)
FR
(%)
Wp
(M m
3
)
4,0 24-10-2010 56,3 26,2 418
6,0 28-04-2010 56,2 26,2 396
8,0 08-01-2010 56,2 26,2 384
12,0 28-01-2010 57,5 27,2 383
A separação vertical entre os poços injetor e produtor pode influenciar na eficiência do
processo. Entretanto, estes valores estão limitados ao reservatório. Butler (1991), recomenda
que, no caso da viscosidade (em condições de reservatório) ser menor do que 10.000 cp, o
espaçamento entre o produtor e o injetor pode estar entre 10 e 20 m. Kamath et al., (1993),
recomenda otimizar o espaçamento vertical para cada reservatório estudado. Neste estudo a
distância que oferece uma maior produção acumulada de óleo foi a de 12m entre o poços
produtor e injetor.
A distância entre o poço produtor e injetor para os casos a seguir se manteve fixa a
uma distância de 12 m que foi o melhor valor encontrado nas simulações, baseado em que se
obteve a maior produção acumulada de óleo com menor produção de água para uma ROV de
0,1 m
3
/ton. Neste estudo não foi considerado o valor presente líquido, mas recomenda-se em
trabalho futuros considerar este fator econômico. As curvas de produção acumulada de água
versus o tempo podem ser observadas no Anexo 8.3.
Uma otimização do vapor para as diferentes distâncias entre poços foi realizada e é
mostrada na seção 5.6.
5.4.2 Comprimento dos poços injetor e produtor
O segundo parâmetro estudado foi a influência do comprimento horizontal dos poços
injetor e produtor, na produção acumulada e vazão de óleo. A simulação foi realizada para
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN Capítulo V: Resultados e Discussões
Jennys Lourdes Meneses Barillas
114
dois comprimentos de poços: 300 m e 510 m. A localização destes poços na malha pode ser
visualizada na Tabela 5-24. A vazão de injeção para os casos estudados foi de 100 ton/dia.
Tabela 5-24: Localização dos poços injetor e produtor na malha
L (m) i j k prod k inj
300,0 11 11-30 8 2
510,0 11 4-37 8 2
Na Figura 5-30 é mostrado o efeito da variação do comprimento do poço na vazão de
óleo versus o tempo. Os picos de produção máximas se encontram defasados no tempo um do
outro. O primeiro a alcançar este pico é a curva de menor comprimento de poço (300 m) . Isto
pode estar acontecendo porque no caso com menor comprimento de poços tem-se uma menor
área de drenagem, aquecendo mais rapidamente o óleo desse reservatório, permitindo assim
uma rápida drenagem gravitacional, obtendo-se uma produção antecipada maior. Entretanto,
este efeito não dura muito, já que depois de um período de tempo o processo se estabiliza no
reservatório. A curva da vazão de óleo após de aproximadamente um ano de produção para o
comprimento maior (510 m) fica sempre acima da 300 m até o final da produção simulada.
Variação do Comprimento do Poço Injetor e do Produtor
0
5
10
15
20
25
30
jan-00 dez-01 dez-03 dez-05 dez-07 dez-09 dez-11 dez-13
Data
Vazão de Óleo ( m
3
std /dia)
300 m
510 m
Figura 5-30: Efeito da variação do comprimento do poço injetor e do produtor na
vazão de produção de óleo.
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN Capítulo V: Resultados e Discussões
Jennys Lourdes Meneses Barillas
115
A vazão de produção de óleo para o caso de 300m é menor a partir do ano 2001
devido a que esse comprimento tem um alcance menor do vapor no reservatório e também
uma menor área para a drenagem do óleo até o produtor, quando comparados ao maior
comprimento de poços de 510m. Com a maior dimensão dos poços (510 m) consegue-se uma
abrangência maior do vapor, obtendo-se um melhor contato vapor-óleo e uma área de
drenagem maior e em conseqüência uma produção maior.
O efeito da distribuição do vapor no reservatório pode ser claramente observado na
Figura 5-31, que esquematiza uma seqüência no tempo da variação de temperatura. Nesta
figura o comprimento de 300 m tem uma zona vermelha menor que o de 510m, o que indica
que uma menor zona foi aquecida. O volume em azul não conseguiu ser aquecido e ocupa um
maior espaço no comprimento de poço de 300 m.
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Jennys Lourdes Meneses Barillas
116
Dezembro de 2002
Dezembro de 2008
Dezembro de 2013
L300 m
L300 m
L300 m
L500 m
L500 m
L500 m
File: D0L510F0K10V10
H
Use r : j ennys
Date: 2004-12-01
Z /X: 1. 00:1
99
132
166
200
233
267
300
334
368
401
435
ES TUDO PARAMETRICO DO SAGD
Temperat ure (F) 2000-01-01
Janeiro de 2000
Dezembro de 2002
Dezembro de 2008
Dezembro de 2013
L300 m
L300 m
L300 m
L500 m
L500 m
L500 m
File: D0L510F0K10V10
H
Use r : j ennys
Date: 2004-12-01
Z /X: 1. 00:1
99
132
166
200
233
267
300
334
368
401
435
ES TUDO PARAMETRICO DO SAGD
Temperat ure (F) 2000-01-01
Janeiro de 2000
Dezembro de 2002
Dezembro de 2008
Dezembro de 2013
L300 m
L300 m
L300 m
L500 m
L500 m
L500 m
File: D0L510F0K10V10
H
Use r : j ennys
Date: 2004-12-01
Z /X: 1. 00:1
99
132
166
200
233
267
300
334
368
401
435
ES TUDO PARAMETRICO DO SAGD
Temperat ure (F) 2000-01-01
Janeiro de 2000
Figura 5-31: Seqüência no tempo do incremento de temperatura, comprimento de
poços de 300m e 510 m.
Na Figura 5-32 mostra-se o efeito da variação do comprimento dos poços na produção
acumulada de óleo no tempo. Pode ser observado que à medida que o comprimento aumenta a
produção acumulada de óleo também se incrementa. A curva que representa o maior
comprimento dos poços (510 m), antes do ano de 2002 tem uma produção acumulada de óleo
menor que a curva de 300 m. Isto é devido à vazão de produção de óleo para este
comprimento apresentar um pico de produção mais alto que a curva de 510 m.
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Jennys Lourdes Meneses Barillas
117
Variação do comprimento do poço injetor e do produtor
0
10,000
20,000
30,000
40,000
50,000
60,000
70,000
80,000
jan-00 dez-01 dez-03 dez-05 dez-07 dez-09 dez-11 dez-13
Data
Np (m
3
std)
300m
510m
ROV = 0,1 m
3
óleo/ton vapor
Figura 5-32: Efeito da variação do comprimento do poço injetor e do produtor no
acumulado da produção de óleo.
Na Tabela 5-25 é mostrado um resumo dos resultados após 14 anos de produção. A
produção acumulada de óleo e o fator de recuperação de óleo aumentam com o incremento do
comprimento dos poços enquanto que a produção acumulada de água diminui.
Tabela 5-25: Resumo dos resultados: comprimento de poços
-Data 28-12-2013 (14 anos de produção)
D (m)
Np
(M m
3
)
FR (%)
Wp
(M m
3
)
300 51,8 24,3 561
510 67,9 31,8 545
Na Tabela 5-26 depara-se, para um ROV mínimo de 0,1 m
3
/ton (ver Figura 5-32), a
produção acumulada de óleo e água, e o fator de recuperação de óleo. Todos estes valores são
maiores para o comprimento de 510 m.
Tabela 5-26: Resumo dos resultados: comprimento dos poços
-ROV = 0,1 m
3
/ton
L (m) Data
Np
(M m
3
)
FR
(%)
Wp
(M m
3
)
300,0 05-12-2006 35,8 16,9 268
510,0 28-01-2010 57,5 26,2 383
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN Capítulo V: Resultados e Discussões
Jennys Lourdes Meneses Barillas
118
Neste modelo um maior comprimento de poços injetor e produtor oferece uma maior
eficiência do processo. Este parâmetro está limitado pelo tamanho, pela litologia do
reservatório, e pela perda de carga, entre outros.
Para continuar com a modelagem foi considerado o maior comprimento estudado. As
curvas de produção acumulada de água versus o tempo podem ser observadas no Anexo 8.3.
Uma otimização do vapor para comprimentos oi realizada e é mostrada na seção 5.6.
5.4.3 Configurações de poços
Uma das variações do Processo SAGD é injetar o vapor a partir de poços verticais, que
tem como vantagens o fato de serem mais econômicos que os poços horizontais e menos
complexos para serem perfurados. Já foram relatadas na literatura (Singhal et al., 1998, e
Rose e Deo, 1995) estudos com um produtor horizontal e injetores verticais que visam
diminuir os custos associados à perfuração horizontal. Neste estudo foi analisado o impacto
de três sistemas de injeção de poços:
1)
Um poço produtor horizontal e um poço injetor vertical;
2)
Três injetores verticais e um produtor horizontal;
3)
Um produtor vertical e um injetor vertical.
A injeção de vapor se manteve fixa em 100 ton/dia, no caso dos três poços injetores a
injeção foi realizada com 33,3 ton/dia de vapor em cada poço.
5.4.3.1 Poço injetor vertical (1) e poço produtor horizontal (1)
O estudo da configuração de um poço injetor vertical e um poço produtor horizontal
foi feito injetando vapor em diferentes camadas do reservatório para assim avaliar o impacto
da altura de injeção do poço injetor na câmara de vapor e, em conseqüência, na transferência
de calor da câmara de vapor ao óleo. Também foi analisado o impacto da litologia, neste caso
colocando-se barreiras de permeabilidade de 510 m x 60 m x 2 m entre o poço injetor e o
poço produtor.
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN Capítulo V: Resultados e Discussões
Jennys Lourdes Meneses Barillas
119
A Tabela 5-27 mostra a localização do poço injetor e da barreira na malha do
reservatório modelo. O poço produtor se manteve fixo a 15 m do topo do reservatório, i.e., na
camada 8 do reservatório.
Tabela 5-27: Localização do poço injetor na malha
i J k
k
Barreira
Poço injetor 11 20 1:2 -
11 20 1:4 -
11 20 1:2 4
Poço injetor
(Barreira entre o
injetor e o produtor)
11 20 1:4 6
A Figura 5-33 refere-se à influência do poço injetor vertical e o poço produtor
horizontal na produção acumulada de óleo no tempo, com injeção de vapor em diferentes
camadas. Observa-se que injetando nas camadas 1-2 e 1-4, não se tem uma diferença
apreciável na produção acumulada de óleo, embora o injetor localizado nas camadas 1-2
apresente uma maior produção acumulada de óleo durante 14.
Configuração de poços: 1 injetor vertical e 1 produtor horizontal
0
5,000
10,000
15,000
20,000
25,000
30,000
35,000
40,000
45,000
jan-00 dez-01 dez-03 dez-05 dez-07 dez-09 dez-11 dez-13
Data
Np (m
3
std)
Injetor k 1:2
Injetor k 1:4
Injetor k 1:6
Figura 5-33: Efeito da configuração de poços: 1 injetor vertical e 1 produtor horizontal na
produção acumulada de óleo com injeção de vapor em diferentes camadas do reservatório.
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN Capítulo V: Resultados e Discussões
Jennys Lourdes Meneses Barillas
120
Na Figura 5-34, se apresenta uma comparação do efeito de ter ou não uma barreira na
produção acumulada de óleo no tempo, com o poço injetor injetando vapor nas camadas 1-2.
Observa-se que a produção acumulada de óleo para o caso com barreira é bem mais baixa que
o caso sem barreira o que quer dizer que o folhelho está atrapalhando durante todo o tempo a
produção de óleo. O vapor injetado em um único poço vertical não permite uma boa
distribuição do vapor que permita varrer mais óleo do reservatório. Alias, a câmara de vapor
não consegue atingir o comprimento do poço, que é do mesmo comprimento do folhelho, e,
em conseqüência, está atuando como uma interferência entre o óleo aquecido e o poço
produtor. Por isso é que se tem uma menor produção acumulada quando se coloca um
folhelho entre o poço injetor e produtor no caso do injetor na vertical.
Barreira de 510 m x 60 m x 2 m
Configuração de Poços: 1 Injetor Vertical e 1 Produtor Horizontal
0
5,000
10,000
15,000
20,000
25,000
30,000
35,000
40,000
45,000
jan-00 dez-01 dez-03 dez-05 dez-07 dez-09 dez-11 dez-13
Data
Np (m
3
std)
Sem barreira
Com barreira
ROV = 0,1 m
3
óleo/ton vapor
Figura 5-34: Efeito da barreira de 510m x 60 m x 2 m na produção acumulada de óleo.
Configuração de poços: 1 injetor vertical e 1 produtor horizontal.
Na Tabela 5-28 pode ser observado um resumo dos resultados após 14 anos de
produção. A produção acumulada e o fator de recuperação do óleo são menores para o caso
com a barreira, enquanto que a produção acumulada de água é maior.
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN Capítulo V: Resultados e Discussões
Jennys Lourdes Meneses Barillas
121
Tabela 5-28: Resumo dos resultados: poço injetor vertical e poço produtor horizontal
-Data 28-12-2013 (14 anos de produção)
Np
(M m
3
)
FR (%)
Wp
(M m
3
)
Sem Barreira 42.3 19.8 547
Com Barreira 39.3 18.4 574
A Tabela 5-29 reporta um resumo dos resultados mostrando a produção acumulada de
óleo e água e o fator de recuperação de óleo para uma ROV mínima de 0,1 m
3
/ton (ver Figura
5-34). Observa-se que quando o poço deixa de ser rentável (ROV = 0,1 m
3
/ton) tem-se um
fator de recuperação de 3,9% no caso do folhelho. Este valor aparentemente contradiz o
discutido anteriormente, mas deve se considerar que o primeiro a alcançar a ROV (0,1 m
3
/ton)
foi o caso sem barreira na data do 30-01-01 e depois o caso com o folhelho alcançou a ROV
na data de 4-06-02.
Tabela 5-29: Resumo dos resultados: poço injetor vertical, poço produtor horizontal
-ROV=0,1 m
3
/ton
k Data
Np
(M m
3
)
FR (%)
Wp
(M m
3
)
Sem Barreira 1:2 30-01-2001 4,1 1,9 43
Com Barreira 1:2 4-06-2002 8,4 3,9 98
As curvas de produção acumulada de água versus o tempo podem ser observadas no
Anexo 8.3.
5.4.3.2 Três poços injetores verticais, e um produtor horizontal
Na segunda configuração de poços a estudar foram usados três poços verticais como
injetores de vapor. Um diagrama esquemático pode ser visualizado na Figura 5-35.
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN Capítulo V: Resultados e Discussões
Jennys Lourdes Meneses Barillas
122
Figura 5-35: Diagrama esquemático da posição dos poços injetores
A vazão de vapor utilizada durante todo o estudo se manteve constante, mais foi
dividido igualmente entre os três injetores. O espaçamento entre os poços verticais foi de 150
m entre cada um. Na bibliografia é recomendado (Nasr et al., 1998) espaçar em 150 m os
poços verticais ao logo do comprimento do poço produtor. O poço produtor se manteve fixo
na camada 8 (a 15 m do topo do reservatório). O estudo foi realizado para verificar a
influência das camadas de injeção de vapor e da litologia na produção acumulada de óleo. A
Tabela 5-30, mostra a localização dos poços injetores e dos folhelhos na malha do
reservatório modelo.
Tabela 5-30: Localização do poço injetor na malha
i j k
k
Barreira
Injetor 1, 2, 3
11 4;20;37 1:2 -
S/ Barreira:
11 4;20;37 1:4 -
11 4;20;37 1:6 -
Injetor 1, 2, 3
11 4;20;37 1:2 4
Barreira
11 4;20;37 1:4 6
A Figura 5-36 apresenta o efeito de colocar três poços verticais como injetores (em
vez de um injetor horizontal) na produção acumulada de óleo no tempo, injetando o vapor em
diferentes camadas do reservatório. Observa-se que a produção acumulada de óleo no tempo é
maior quando se injeta vapor só nas camadas 1-2. Isso acontece pelo fato de que no caso do
SAGD a posição ótima do poço injetor foi na camada 2, quando a câmara de vapor consegue
expandir-se melhor e provê uma melhor transferência de calor no reservatório. Estes três
poços injetores verticais estão substituindo o poço injetor horizontal.
Poços
Injetores
Poço
Produtor
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN Capítulo V: Resultados e Discussões
Jennys Lourdes Meneses Barillas
123
Configuração de poços: 3 injetores verticais e 1 produtor horizontal
0
10,000
20,000
30,000
40,000
50,000
60,000
70,000
jan-00 dez-01 dez-03 dez-05 dez-07 dez-09 dez-11 dez-13
Data
Np (m
3
std)
Injetor k 1:2
Injetor k 1:4
Injetor k 1:6
Figura 5-36: Efeito da configuração de poços: 3 injetores verticais e 1 produtor
horizontal na produção acumulada de óleo, com injeção de vapor em diferentes camadas do
reservatório (sem folhelho).
Na Figura 5-37 mostra-se o efeito do folhelho na produção acumulada de óleo no
tempo para o caso em estudo. Observa-se que quando não se tem folhelho a produção
acumulada de óleo é maior, devido provavelmente ao fato do folhelho estar atuando como
uma interferência entre o óleo aquecido e o poço produtor. A distribuição do vapor no
reservatório não é uniforme quando o vapor é injetado em poços verticais, é por isso que a
barreira neste caso não está funcionando como um distribuidor do calor, já que uma maior
parte do reservatório ficou sem ser aquecida produzindo uma diminuição da produção
acumulada de óleo.
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN Capítulo V: Resultados e Discussões
Jennys Lourdes Meneses Barillas
124
Configuração de poços: 3 injetores verticais e 1 produtor horizontal
0
10,000
20,000
30,000
40,000
50,000
60,000
70,000
jan-00 dez-01 dez-03 dez-05 dez-07 dez-09 dez-11 dez-13
Data
Np (m
3
std)
Sem barreira
Com barreira
ROV = 0,1 m
3
óleo/ton vapor
Figura 5-37: Efeito da barreira de 510m x 60m x 2m na produção acumulada de óleo.
Configuração de poços: 3 injetores verticais e 1 produtor horizontal.
Na Tabela 5-31, é observado um resumo dos resultados após 14 anos de produção. A
produção acumulada e o fator de recuperação do óleo são menores para o caso com a barreira,
enquanto que a produção acumulada de água é maior.
Tabela 5-31: Resumo dos resultados: 3 injetores verticais e 1 produtor horizontal
-Data 28-12-2013 (14 anos de produção)
Np
(M m
3
)
FR (%)
Wp
(M m
3
)
Sem Barreira 63,8 29,9 549
Com Barreira 62,1 29,1 551
Na Tabela 5-32, é apresentado um resumo dos resultados obtidos de produção
acumulada de óleo e água e o fator de recuperação do óleo no caso em estudo, para uma
ROV mínima de 0,1 m
3
/ton (ver Figura 5-37). Os resultados mostram, para a configuração
estudada, que o fator de recuperação e a produção acumulada de óleo não variam quando um
folhelho está localizado entre o poço injetor e produtor. A produção de água é maior no caso
de ter-se uma barreira.
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN Capítulo V: Resultados e Discussões
Jennys Lourdes Meneses Barillas
125
Tabela 5-32: Resumo dos resultados: 3 injetores verticais, 1 produtor horizontal
-ROV=0,1 m
3
/ton
Data
Np
(M m
3
)
FR (%)
Wp
(M m
3
)
Sem Barreira 28/12/13 54,9 25,7 422
Com Barreira 20/11/13 54,2 25,4 437
As curvas de produção acumulada de água versus o tempo podem ser observadas no
Anexo 8.3.
Uma otimização do vapor para esta configuração de poços foi realizada e é mostrada na
seção 5.6.
5.4.3.3 Poços injetor e produtor verticais
Outro estudo realizado dentro das diferentes configurações dos poços foi usando os
poços injetor e produtor verticais, com um folhelho entre eles, modificando a profundidade do
folhelho. Um diagrama esquemático pode ser visualizado na Figura 5-38.
Figura 5-38: Diagrama esquemático da posição dos poços injetor e produtor
A localização dentro da malha dos poços injetor e produtor, e do folhelho, pode ser
observada na Tabela 5-33. Os poços injetor e produtor estão no centro do reservatório.
Poço Injetor
Poço Produtor
Folhelho
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN Capítulo V: Resultados e Discussões
Jennys Lourdes Meneses Barillas
126
Tabela 5-33: Localização na malha dos poços injetor e produtor verticais
Poço i j k k Barreira
11,11 20, 21 1:4, 7:8 4
Injetor, Produtor
11,11 20, 21 1:4, 7:8 6
Na Figura 5-39, é mostrada a produção acumulada de óleo no tempo para a
configuração de poços analisada (produtor e injetor verticais). Observa-se que a produção
acumulada de óleo não varia muito no tempo quando se tem a barreira em diferentes posições
no reservatório, e também apresenta uma diferença pouco apreciável quando comparada a um
caso sem folhelho. O folhelho neste caso não afeta apreciavelmente o processo devido à já
ineficiência do processo que não permite uma boa distribuição do vapor no reservatório e que
tem só um produtor de óleo.
Configuração de Poços: 1 Injetor Vertical e 1 Produtor Vertical
0
5,000
10,000
15,000
20,000
25,000
30,000
jan-00 dez-01 dez-03 dez-05 dez-07 dez-09 dez-11 dez-13
Data
Np (m
3
std)
Sem Barreira
Barreira, k 4
Barreira, k 6
ROV = 0,1 m3 óleo/ton vapor
Figura 5-39: Efeito da configuração de poços: 1 injetor e 1 produtor verticais, na
produção acumulada de óleo, com barreira de 510m x 60 m
x 2m entre poços.
Na Tabela 5-34 foi realizado um resumo dos resultados após 14 anos de produção. A
produção acumulada e o fator de recuperação do óleo são praticamente iguais para os dois
casos estudados, enquanto que a produção acumulada de água é maior para o modelo sem a
barreira.
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN Capítulo V: Resultados e Discussões
Jennys Lourdes Meneses Barillas
127
Tabela 5-34: Resumo dos resultados: injetor e produtor verticais
-Data 28-12-2013 (14 anos de produção)
Np
(M m
3
)
FR (%)
Wp
(M m
3
)
Sem Barreira 24,8 11,6 584
Com Barreira 24,7 11,6 571
Nesta configuração de poços, o processo deixa de ser rentável (ROV = 0,1 m
3
óleo/ton
vapor) já no primeiro ano (2001, ver Figura 5-39). Na Tabela 5-35 é mostrada a produção
acumulada de óleo e água e o fator de recuperação de óleo. Pode ser verificado que só é
possível recuperar 2,2% quando é usado um poço vertical injetor e um poço vertical produtor
com uma barreira entre eles.
Tabela 5-35: Resumo dos resultados: poço injetor e produtor verticais
-ROV=0,1 m
3
/ton
Data
Np
(M m
3
)
FR (%)
Wp
(M m
3
)
Sem Barreira 19-4-2000 1,1 0,5 8,2
Com barreira 11-6-2001 4,8 2,2 40,9
As curvas de produção acumulada de água versus o tempo podem ser observadas no
Anexo 8.3.
5.4.3.4 Comparação entre as diferentes configurações dos poços injetor e produtor
Na Figura 5-40, é possível visualizar o fator de recuperação do óleo no tempo para as
diferentes configurações estudadas. Observa-se que no tempo o que reporta o melhor
resultado é a configuração de poços horizontais (injetor e produtor), e o pior resultado foi para
os poços injetor e produtor na vertical. Isto está de acordo com os resultados já publicados
(Rose e Deo, 1994). Uma boa aproximação ao processo SAGD, e que pode ser mais
econômica, é a opção de três poços injetores e um poço produtor horizontal.
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN Capítulo V: Resultados e Discussões
Jennys Lourdes Meneses Barillas
128
Comparação entre configurações de poços
0
5
10
15
20
25
30
35
40
jan-00 dez-01 dez-03 dez-05 dez-07 dez-09 dez-11 dez-13
Data
FR (%)
Poços Horizontais
3 injetores verticais e 1
produtor horizontal
1 Injetor Vertical e 1
Produtor horizontal
Poços Verticais
Figura 5-40: Efeito da configuração dos poços, no fator de recuperação de óleo.
Na Tabela 5-36 encontra-se um resumo dos resultados após 14 anos de produção. Pode
ser observado que a produção acumulada e o fator de recuperação do óleo são maiores ao
final de 14 anos de produção, para o projeto SAGD (injetor e produtor horizontais). A
produção acumulada de água é menor no projeto com poços horizontais.
Tabela 5-36: Resumo dos resultados: comparação entre sistemas
-Data 28-12-2013 (14 anos de produção)
Sistema
Np
(M m
3
)
FR (%)
Wp
(M m
3
)
SAGD 67,9 31,8 545
3 injetores verticais,
1 produtor horizontal
63,8 29,9 549
1 injetor vertical,
1 produtor horizontal
42,3 19,8 547
1 injetor e
1 produtor verticais
24,8 11,6 584
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN Capítulo V: Resultados e Discussões
Jennys Lourdes Meneses Barillas
129
5.5 Comparação entre o processo SAGD e a injeção contínua de vapor
Foi realizada uma comparação entre a injeção contínua de vapor e o processo SAGD. O
modelo utilizado para a injeção contínua de vapor foi baseado em um “5-spot”, no qual foi
injetado 100 ton/dia de vapor em um poço vertical central e foi produzido o óleo em quatro
poços produtores também verticais. A Figura 5-41 mostra uma representação do modelo 5-
spot. As características do reservatório e dos fluidos são as mesmas que foram utilizadas para
o modelo do processo SAGD.
File: 5-spot-K10V10H20
A
User: jennys
Date: 2004- 12-06
Z/X: 3.00:1
0.00
0.10
0.20
0.30
0.40
0.50
0.60
0.70
0.80
0.90
1.00
ESTUDO PARAMETRICO DO SAGD
Oil Saturation 2000-01-01
Figura 5-41: Modelo 5-spot, para a injeção contínua de vapor
Na Figura 5-42, é apresentado o fator de recuperação de óleo no tempo. Pode ser
observado que a injeção de vapor utilizando o processo SAGD apresenta uma maior
recuperação de óleo até o ano 2012, sendo em seguida ultrapassada pela injeção de vapor com
o modelo 5-spot, que fica levemente acima do processo SAGD no final da simulação.
200 m
200 m
26 m
Saturação de óleo
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN Capítulo V: Resultados e Discussões
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130
Comparação entre a In
j
eção contínua de vapor e a
recuperação com o processo SAGD
0
5
10
15
20
25
30
35
Jan-00 Dec-01 Dec-03 Dec-05 Dec-07 Dec-09 Dec-11 Dec-13
Tempo (anos)
FR (%)
Processo SAGD
5-spot-Injeção
Contínua de vapor
Figura 5-42: Fator de recuperação de vapor versus tempo - comparação entre o
processo SAGD e a injeção contínua de vapor
A Figura 5-43, mostra o fator de recuperação de óleo em função do volume poroso
injetado. Pode ser observado que para um mesmo volume poroso injetado a recuperação de
óleo por meio do processo SAGD é maior.
Comparação entre a Injeção contínua de vapor e a
recuperação com o processo SAGD
0
5
10
15
20
25
30
35
0.00 0.20 0.40 0.60 0.80 1.00 1.20 1.40 1.60 1.80
Volume poroso injetado (VPI, ton vapor/m
3
poroso)
FR (%)
Processo SAGD
5-spot-Injeção
Contínua de vapor
Figura 5-43: Fator de recuperação de vapor versus volume poroso injetado -
comparação entre o processo SAGD e a injeção contínua de vapor
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN Capítulo V: Resultados e Discussões
Jennys Lourdes Meneses Barillas
131
5.6 Otimização do vapor
Neste estudo paramétrico uma variável muito importante é vazão do vapor devido a seus
custos de geração. A geração de vapor é um processo relativamente caro e por isso o vapor
deve ser sempre utilizado com cautela. A otimização do vapor foi realizada para os seguintes
casos: comprimento dos poços, distância vertical, espessura da zona de óleo, permeabilidade,
viscosidade, folhelhos e para os 3 injetores verticais.
Para calcular o fator de recuperação (FR), nesta otimização de vapor, foi considerado
como limite econômico quando se atingir uma ROV=0,1 m
3
óleo/ton vapor. Se este valor não
chega a ser obtido nos 14 anos de produção será considerado a última data estudada: 28-12-
2013.
Na Figura 5-44 estão representadas as curvas de óleo recuperado (FR) para a variação do
comprimento dos poços em função da demanda de vapor. Pode ser observado que no caso do
modelo base, de comprimento de 510 m nos poços injetor e produtor, para se obter uma
recuperação máxima de 29%, é preciso injetar 75 ton/dia de vapor, sendo este valor menor ao
proposto inicialmente (100 ton/dia). No caso de ter um comprimento de poços menor (300m)
no mesmo reservatório a injeção de vapor do modelo inicial (100 ton/dia) foi muito alta e este
número pode ser diminuído até 60 ton/dia, para obter uma recuperação máxima de 21%.
Otimização do Vapor: Comprimento do poços
0
5
10
15
20
25
30
35
0 20 40 60 80 100 120 140 160
Vapor injetado (ton/dia)
FR (%)
510 m
300 m
Figura 5-44: Otimização do vapor: comprimento dos poços SAGD
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN Capítulo V: Resultados e Discussões
Jennys Lourdes Meneses Barillas
132
A Figura 5-45 apresenta a otimização do vapor quando o parâmetro modificado é a
distância vertical entre os poços injetor e produtor. As curvas mostram o fator de recuperação
do óleo versus a o vapor injetado. Pode ser observado que a quantidade de vapor ótima (75-80
ton/dia) varia em pouca proporção com a variação da distância vertical entre os poços.
Otimização do Vapor: Distância Vertical entre poços
0
5
10
15
20
25
30
35
0 20 40 60 80 100 120 140 160
Vapor injetado (ton/dia)
FR (%)
4 m
8 m
12 m
Figura 5-45: Otimização do vapor: distância vertical entre poços
Na Figura 5-46 é mostrado o fator de recuperação de óleo em função da injeção de
vapor, para uma variação da espessura da zona de óleo. Pode ser observado que na maior
espessura (30 m) é preciso mais vapor (110 ton/dia) para ser obter a máxima recuperação de
óleo de 28%, e a mínima espessura (10 m) requer uma vazão menor (50 ton/dia) do que a
proposta no modelo base (100 ton/dia) para obter uma recuperação de 28%. Pode ser
observado que a recuperação máxima é aproximadamente igual a 28% em todos os
reservatórios, a diferença está na quantidade de vapor injetado.
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN Capítulo V: Resultados e Discussões
Jennys Lourdes Meneses Barillas
133
Otimização do Vapor: Espessura da zona de óleo
0
5
10
15
20
25
30
35
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180
Vapor injetado (ton/dia)
FR (%)
10 m
20 m
30 m
Figura 5-46: Otimização do vapor: espessura da zona de óleo
O fator de recuperação em função da vazão de vapor para o caso da variação da
permeabilidade é apresentado na Figura 5-47. É mostrado que as permeabilidades (Kh)
maiores (2000 e 1000 mD) requerem uma maior vazão de vapor para obter a máxima
recuperação de óleo, estas curvas apresentam um comportamento muito similar. A curva de
menor permeabilidade (500 mD) precisa de mais vapor para atingir o máximo fator de
recuperação. Pode ser também observado que as curvas convergem em uma baixa vazão de
óleo (50 m
3
/dia), ou seja, nesse ponto a variação do fator de recuperação de óleo em função da
vazão de vapor é insignificante.
Otimização do vapor: permeabilidade horizontal - Swr 0,35
0
5
10
15
20
25
30
35
0 20 40 60 80 100 120 140 160
Vapor Injetado (ton/dia)
FR (%)
500 mD
1000 mD
2000 mD
Figura 5-47: Otimização do vapor: permeabilidade
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN Capítulo V: Resultados e Discussões
Jennys Lourdes Meneses Barillas
134
A Figura 5-48 mostra o fator de recuperação do óleo em função da vazão de vapor
para diferentes viscosidades do óleo. Pode ser observado que para os três casos estudados,
para se obter uma máxima recuperação do óleo é preciso, aproximadamente, a mesma
quantidade de vapor. As curvas apresentam um certo paralelismo entre elas.
Otimização do vapor: viscosidade
0
5
10
15
20
25
30
35
0 20 40 60 80 100 120 140 160
Vapor Injetado (ton/dia)
FR (%)
300 cp
1000 cp
3000 cp
Figura 5-48: Otimização do vapor: viscosidade
Foi realizada também uma otimização do vapor no caso de ter-se uma barreira de
permeabilidade entre o poço produtor e o injetor. Foram comparadas duas das barreiras
estudadas: 300m x 60m x 2m e 510m x 60m x 2m. Os gráficos obtidos são apresentados na
Figura 5-49, onde se tem o fator de recuperação (FR) versus a vazão de vapor. Pode ser
observado que o máximo fator de recuperação (34%) é maior para a barreira de 500 m de
comprimento quando se otimiza o vapor (90 ton/dia). Na barreira de 300 m de comprimento o
fator máximo de recuperação foi de 32% com uma injeção de aproximadamente 100 ton/dia.
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN Capítulo V: Resultados e Discussões
Jennys Lourdes Meneses Barillas
135
Otimização do Vapor: Barreiras (3 m abaixo do poço injetor)
0
5
10
15
20
25
30
35
40
0 20 40 60 80 100 120 140 160
Vapor injetado (ton/dia)
FR (%)
Barreira de
300 m x 60 m x 2 m
Barreira de
510 m x 60 m x 2 m
Figura 5-49: Otimização do vapor: barreiras de permeabilidade
Foi realizada uma otimização do vapor no caso de ter um projeto de injeção com três
poços verticais. Na Figura 5-50 são apresentadas as curvas de fator de recuperação em função
da vazão de vapor para os seguintes projetos de injeção: poços SAGD (horizontais) e três
injetores verticais (produtor horizontal). Pode ser observado que a máxima recuperação (30%)
a ser obtida é devido aos poços SAGD com uma vazão ótima aproximada de 75 ton/dia de
vapor, seguido pela configuração de três poços verticais (28%) que precisaria de 80ton/dia de
vapor, aproximadamente.
O caso de ter três injetores verticais é uma opção ao SAGD que precisa de dois poços
horizontais. No caso de baixas viscosidades esta alternativa pode ser avaliada (Rose e Deo,
1995) para diminuir os custos associados à perfuração horizontal.
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN Capítulo V: Resultados e Discussões
Jennys Lourdes Meneses Barillas
136
Otimização do vapor: diferentes projetos de injeção
0
5
10
15
20
25
30
35
0 20 40 60 80 100 120 140 160
Vapor injetado (ton/dia)
FR (%)
SAGD
3 injetores
verticais
Figura 5-50: Otimização do vapor: diferentes configuração de poços de injeção
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN Capítulo VI: Conclusões e Recomendações
Jennys Lourdes Meneses Barillas
137
CAPÍTULO VI:
CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN Capítulo VI: Conclusões e Recomendações
Jennys Lourdes Meneses Barillas
138
6 Conclusões e recomendações
São apresentadas a seguir as conclusões mais importantes encontradas no trabalho e
também as recomendações para realizar trabalhos futuros.
6.1 Conclusões
As principais conclusões do estudo paramétrico do processo SAGD realizado para o
modelo estudado são mencionadas a seguir:
A permeabilidade horizontal da rocha reservatório e a viscosidade do óleo são propriedades
que influenciam diretamente na produção acumulada de óleo e, em conseqüência, no fator
de recuperação de óleo. Quanto maior a permeabilidade, maior o fator de recuperação de
óleo, e quanto menor a viscosidade, maior o fator de recuperação do óleo, isto considerando
às variáveis por separado;
A permeabilidade vertical afeta o fator de recuperação de óleo, neste modelo homogêneo
quando a relação Kv/Kh diminui a produção acumulada e o fator de recuperação de óleo
aumenta;
Com um aumento da espessura da zona de óleo a produção acumulada de óleo aumenta;
Os folhelhos entre os poços também afetaram o fator de recuperação de óleo. O folhelho, do
mesmo tamanho dos poços injetor e produtor e localizado a 4 m abaixo do poço injetor,
aumenta o fator de recuperação do óleo, para o modelo estudado;
Com a presença de um aqüífero a produção acumulada e o fator de recuperação de óleo
diminuem, embora em pouca proporção;
O comprimento dos poços afetou significativamente o fator de recuperação óleo. Quanto
maior o comprimento dos poços maior é a recuperação do óleo, isto quando não se
consideram as perdas de carga no poço injetor;
A separação vertical entre os poços e o folhelho abaixo do poço produtor não apresentou
mudanças significativas no fator de recuperação de óleo, no modelo estudado;
As configurações dos poços injetor e produtor afetaram o fator de recuperação do óleo. Das
configurações estudadas, baixo as condições indicadas em cada caso, o processo SAGD
convencional ofereceu uma maior produção acumulada de óleo no tempo. O modelo com
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN Capítulo VI: Conclusões e Recomendações
Jennys Lourdes Meneses Barillas
139
três injetores verticais e um produtor horizontal ofereceu uma produção acumulada de óleo
menor que o processo SAGD;
O sistema de injeção de vapor com três poços verticais, e produzindo com um poço
horizontal, se apresenta como uma alternativa possível dependendo do modelo econômico,
para a produção de óleo via SAGD, já que a diferença no fator de recuperação, otimizando o
vapor, entre os dois sistemas foi menor que 3%.
O processo SAGD se mostra como uma alternativa eficiente entre os métodos térmicos de
recuperação do petróleo, mas é preciso fazer um estudo paramétrico do projeto a ser
desenvolvido, já que cada reservatório tem suas próprias características.
A vazão de vapor influencia no fator de recuperação do óleo e é necessário sempre otimizá-
la para cada caso;
A quantidade de vapor injetado para obter a máxima recuperação de óleo se vê influenciada
significativamente com os parâmetros: comprimentos de poços e espessura do reservatório.
Os parâmetros como: a distância vertical entre poços, a permeabilidade da rocha, a
viscosidade do óleo e as barreiras influenciaram em menor proporção na quantidade de
vapor injetada para obter a máxima recuperação de óleo.
6.2 Recomendações
Do estudo realizado se obtiveram alguns resultados interessantes, porem têm alguns que
devem de ser aprofundados, por isso algumas recomendações são realizadas para melhorar o
trabalho:
Fazer um estudo econômico para verificar qual a melhor distância vertical entre poços;
Estudar a opção de 3 poços injetores com três poços produtores e comparar com o
sistema estudado;
Estudar os custos de investimentos adicionais do SAGD e comparar a um processo
sem SAGD para verificar se o projeto pode ser rentável;
Estudar a injeção contínua com dois poços produtores horizontais para comparar os
sistemas de injeção contínua vs SAGD;
Otimizar o posicionamento dos poços nos casos de injeção contínua e SAGD;
Revisar os sistemas de injeção contínua e SAGD para diferentes viscosidades;
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN Capítulo VI: Conclusões e Recomendações
Jennys Lourdes Meneses Barillas
140
Comparar os custos de investimentos e produção dos sistemas com diferentes
configurações de poços de injeção;
Revisar a influência dos parâmetro viscosidade e permeabilidade simultaneamente na
produção acumulada de óleo;
Fazer o estudo com capa de gás e com aqüífero;
Fazer um estudo de sensibilidade do processo SAGD, incluindo os parâmetros
geométricos, do fluido, da rocha e operacionais (demanda de vapor, mistura de vapor
com solventes como naftas em baixas concentrações) em um reservatório de óleo com
capa de gás e aqüífero.
Realizar um estudo da perda de carga no poço injetor de vapor;
Fazer uma comparação técnico-econômica entre os processos estudados;
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN Capítulo VII: Referências Bibliográficas
Jennys Lourdes Meneses Barillas
141
CAPÍTULO VII:
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN Capítulo VII: Referências Bibliográficas
Jennys Lourdes Meneses Barillas
142
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Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN Capítulo VIII: Anexos
Jennys Lourdes Meneses Barillas
146
CAPÍTULO VIII:
ANEXOS
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN Capítulo VIII: Anexos
Jennys Lourdes Meneses Barillas
147
8 Anexos
No Anexo 8.1 são apresentados os termos utilizados dentro das equações de balanço de
massa e energia utilizadas dentro do modulo Stars. No Anexo 8.2 é apresentado o arquivo de
entrada no programa STARS para o modelo base. No Anexo 8.3 são apresentadas as curvas
de produção acumulada de água para alguns dos casos estudados.
8.1 Termos utilizado nas equações de balanço de massa e energia
8.1.1 Termos na acumulação
O volume total de um bloco da malha refinada pode constar de uma rocha matriz sólida
inerte (r), um componente sólido e absorvido (s), uma fase água ou aquosa (w), uma fase óleo
ou oléica (o), uma fase gás ou gasosa (g). Portanto, o volume total da rocha vai ser a soma de
todos estes volumes (Equação 8-1).
V = V
r
+ V
s
+ V
w
+ V
o
+ V
g
( 8-1 )
O volume dos fluidos se define como:
V
f
= V
w
+ V
o
+ V
g
( 8-2 )
O Volume de vazios se define da seguinte forma:
V
v
= V-V
r
= V
f
+ V
s
( 8-3 )
A porosidade de vazios se define como:
V
V
v
V
=
ϕ
( 8-4 )
A porosidade dos fluidos se define como:
)1(
)(
v
svsv
f
f
V
V
V
V
V
VV
V
V
=
==
ϕ
( 8-5 )
Na Equação (8-5) é possível substituir V
v
/V por ϕ
v
(Equação 8-4) e é considerado que
a fração de volume de vazios ocupada pelos componentes sólidos e adsorvidos (V
s
/V) é igual
a C
s
/ρ
s
. Substituindo na Equação (8-5), obtém-se a Equação (8-6):
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN Capítulo VIII: Anexos
Jennys Lourdes Meneses Barillas
148
)1(
s
s
vf
C
ρ
ϕϕ
= ( 8-6 )
Se não existe o componente sólido ou adsorvido, então Cs = 0 e Vs =0, significando que
V
v
= V
f
e que ϕ
v
= ϕ
f
.
As saturações dos fluidos podem ser calculadas segundo as Equações (8-7, 8-8 e 8-9):
V
V
V
V
S
f
w
f
w
w
==
ϕ
( 8-7 )
V
V
V
V
S
f
o
f
o
o
==
ϕ
( 8-8 )
V
V
V
V
S
f
g
f
g
g
==
ϕ
( 8-9 )
A soma das saturações devem ser igual a 1 (Equação 8-10):
Sw + So + Sg = 1 ( 8-10)
O termo da acumulação para um componente i adsorvido e que flui é:
()
[]
iggiooiwwf
ySxSwS
t
V ++
ρρρϕ
( 8-11)
onde:
wi: Fração mássica ou molar do componente i na fase água
xi: Fração mássica ou molar do componente i na fase óleo
yi: Fração mássica ou molar do componente i na fase gás
ρ w,o, g: Corresponde às densidades da fase fluida (Kg/m
3
ou Kgmol/m
3
)
O termo da acumulação de energia é mostrado na Equação 7-12:
()
[]
UrvUSUSUS
t
V
gggooowwwf
+++
)1(
ϕρρρϕ
( 8-12)
onde:
U w,o,g: corresponde às energias internas em função da temperatura e da composição das
fases.
Ur: É a energia por volume de rocha
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN Capítulo VIII: Anexos
Jennys Lourdes Meneses Barillas
149
8.1.2 Termos de fluxo
O termo de fluxo do componente “i” entre duas regiões é apresentado como:
ioioigigwiwiwiggiooiww
xDyDDyVxVwV
+
+
+
+
+
ρ
φ
ρ
φ
ρ
φ
ρ
ρ
ρ
( 8-13 )
onde:
D
ji
: Corresponde ao coeficiente de difusividade do componente i em j (j= w, o, g).
O termo de fluxo da energia entre duas regiões é:
TKHVHVHV
gggooowww
+
+
+
ρ
ρ
ρ
( 8-14 )
onde:
Hw,o,g: É a entalpia da água, óleo e gás, respectivamente
T: Variação de temperatura entre os nós
K: Corresponde à transmissibilidade térmica, na interface, entre ambas regiões, expressando
segundo a Equação 8-15. A condutividade térmica efetiva (
λ
eff
) na interface se fixa segundo o
valor da temperatura na montante.
eff
eff
l
A
K
λ
=
( 8-15)
As razões de fluxo volumétrico são:
j
jj
j
r
r
k
TVj ∆Φ
=
µ
; j = w, o, g ( 8-16 )
onde:
T: Corresponde à transmissibilidade entre as duas regiões, representando a área da seção
transversal, o espaçamento entre os nós entre outras considerações geométricas (i.e., blocos
parciais da malha) e também a permeabilidade na interface. As unidades de transmissibilidade
se expressa segundo a Equação 8-17. Será utilizado um sistema de malha centrado nos blocos.
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN Capítulo VIII: Anexos
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150
eff
eff
k
l
A
T
= ( 8-17)
k : É a permeabilidade absoluta, e corresponde a uma média harmônica ponderada em base à
permeabilidade absoluta das duas regiões, que serve tanto para sistemas de malhas
retangulares, radiais e de espessura variável.
r
j
: São os fatores de resistência das fases, normalmente podem ser considerados iguais a um
(1). Valores maiores são associados a fenômenos de bloqueio.
Φ: É a energia potencial do sistema (Equação 8-18). O diferencial potencial ∆Φj é o valor do
nó adjacente menos o potencial da região de interesse atual. Um valor do diferencial positivo
indica o fluxo de entrada, um valor negativo mostra o fluxo de saída.
Φ
j
= p
j
-γ
j
g h ( 8-18)
Os valores de k
rj
, µ
j
, ρ
j
, r
j
, H
j
, w
i
, x
i
e y
i
são obtidos da região da montante das fases. As
diferenças das concentrações das fases
w
i
, x
i
e y
i
correspondem às diferenças nas
concentrações das fases entre os nós. A convenção de sinais é a mesma do diferencial
potencial. Se uma fase não se encontra presente em um dos blocos adjacentes, a diferença de
concentrações se fixa em zero (0) ( sem transporte dispersivo). A convenção de sinais para a
variação de temperatura (
T) segue os mesmo padrões que para o diferencial potencial (∆Φj).
8.1.3 Termo fonte / sumidouro
O termo fonte / sumidouro de poços são os meios que acionam todos os processos
térmicos de recuperação melhorada do petróleo (EOR).
O termo fonte / sumidouro dos poços para o componente i está indicado a continuação:
ρ
w
q
wk
w
i
+ ρo q
ok
x
i
+ ρ
g
q
gk
y
i
( 8-19 )
Para a energia é :
ρ
w
q
wk
H
w
+ ρo q
ok
H
o
+ ρ
g
q
gk
H
g
( 8-20 )
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN Capítulo VIII: Anexos
Jennys Lourdes Meneses Barillas
151
A vazão “q” é análoga ao parâmetro V, mas se calcula de forma diferente. A Equação
8-11 mostra a forma de cálculo.
q
jk
= I
ik
( pw
fk
– p
k
), j =w, o, g ( 8-21 )
O subscrito
k
refere-se ao fato de que a região de interesse encontra-se em uma camada
(
k) do poço.
I
ik
: Corresponde ao índice da fase “j” para a camada do poço “k”. Esta pode ser calculada de
diferentes formas (CMG, 2002).
p
k
: Corresponde à pressão do nó na região de interesse que contém a camada (k) do poço.
p
wfk
: É a pressão de fluxo do poço (wellbore), na camada “k”.
A condição para a injeção é que pw
fk
> p
k
, ficando q
jk
>0, e as propriedades do fluido
se tomam das condições do poço (wellbore). A condição para a produção é que pwfk< pk,
ficando qjk < 0, e as propriedades do fluido se tomam da região produtiva. É possível
empregar um modelo de perdas de calor no poço (wellbore) para estimar os valores de IIw e
IIg para a água injetada em função do tempo.
8.1.4 Termo fonte / sumidouro para aplicações térmicas com aqüíferos
O termo fonte / sumidouro de aqüíferos para o componente água é indicado na
continuação:
=
nf
k
wkw
qaq
1
ρ
( 8-22 )
O termo correspondente à energia é:
=
+
nf
k
kcdcv
HAHA
1
)( ( 8-23)
onde:
qaq
wk
: Corresponde à vazão volumétrica de água através da face do bloco k até ou desde o
aqüífero adjacente.
HAcv: Corresponde ao calor transferido por convecção até ou desde o aqüífero adjacente
HAcd: Corresponde ao calor transferido por condução até ou desde o aqüífero adjacente
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN Capítulo VIII: Anexos
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152
8.2 Arquivo de entrada no programa de simulação numérica “Stars”
**=========================================================================**
** **
** ESTUDO PARAMETRICO DO PROCESSO SAGD **
** **
** Modelo: D12L510F0K10V10H20A0Q100.dat **
** **
** ==> Modelo Homogeneo **
** ==> Distancia entre poços (vertical) D = 12 metros K=(I2-P8) **
** ==> Comprimento do poço horizontal L=510 m J=[04:37] **
** ==> SEM BARREIRA horizontal F = 510mx60m IJK= 4-18;4-37;6 **
** ==> PERMEABILIDADE K= 1000 mD **
** ==> VISCOSIDADE V = 1000 cp (Vide tabela 2 visc. x temp.) **
** ==> ESPESSURA DO RESERVATORIO H = 20m **
** ==> SEM AQUIFERO **
** ==> Vazao de injecao Qiv = 100 ton/d **
** **
** **
** CARACTERISTICAS DO MODELO : **
** **
** (1) Grid Cartesiano, com refinamento na Regiao do Poco (21x40x13) **
** **
**
** OBJETIVOS DO MODELO : **
** **
** (1) Compreender o processo de aquecimento através do SAGD **
** **
** (2) Avaliar as estratégias de injecao de vapor adotadas para o poco **
** INJETOR (Cotas de Vapor, tempo de injecao e soaking) **
** **
** (3) Analisar o comportamento de produção,considerando as caracterís- **
** ticas do reservatorio (rocha e fluido) e o esquema de completacao **
** **
** (4) Testar o impacto das heterogeneidades (barreiras de permeabilidade **
** verticais) na distribuição do vapor e na produção **
** **
** (5) Testar o impacto dos seguintes parametros: **
** Distancia vertical entre pocos **
** Comprimento Horizontal dos pocos **
** Barreira de permeabilidade entre os pocos **
** Permeabilidade do Reservatorio **
** Viscosidade do oleo no Reservatorio **
** Espessura do Reservatorio **
** Aquifero de fundo ou lateral **
** Vazao de injecao **
** Geometrias especiais **
** Divergencia no poco injetor **
** **
** **
** **
** SIMULADOR : STARS (Versao 2002.1) **
** **
** DATA DE INICIO DO ESTUDO : 19/02/2004 **
** **
** RESPONSAVEIS : Profs. Wilson da Mata e Tarcilio Viana Dutra Jr (UFRN) **
** Estudante: Jennys (UFRN) **
** **
**=========================================================================**
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN Capítulo VIII: Anexos
Jennys Lourdes Meneses Barillas
153
** SECTION 1: INPUT/OUTPUT CONTROL =========================================
**FILENAME *OUTPUT *PROMPT **Requer entrada dos arquivos de saida
**FILENAME *INDEX-OUT *PROMPT
**FILENAME *MAIN-RESULTS-OUT *PROMPT
*TITLE1 'ESTUDO PARAMETRICO DO SAGD'
*TITLE2 ' D12L510F0K10V10H20A0Q100 '
*CASEID 'CASO 1'
*INUNIT *FIELD
*EXCEPT 11 0 ** volumes de liquidos em m3
*EXCEPT 13 0 ** volumes de gas em m3
*EXCEPT 4 0 ** distancias em m
*OUTUNIT *FIELD
*EXCEPT 11 0 ** volumes de liquidos em m3
*EXCEPT 13 0 ** volumes de gas em m3
*EXCEPT 4 0 ** distancias em m
*WRST 300
**WPRN *GRID 300
*WPRN *GRID 0
*WPRN *ITER 300
*OUTPRN *GRID *PRES *SO *TEMP *VISO
*OUTPRN *WELL *ALL
*WSRF *GRID *TIME
*WSRF *WELL 1
*OUTSRF *GRID *PRES *SO *Sw *SG *TEMP *VISO *OBHLOSS
*OUTSRF *WELL *DOWNHOLE
*OUTSRF *SPECIAL matbal well 2 **np acumulado de oleo
osr 2 1 CUM **rov acumulado
osr 2 1 INST **rov
*DIM *MDPTGL 100
** ===========================================
** SECTION 2: RESERVOIR DESCRIPTION
** ============================================
*GRID *CART 21 40 13 **Number of blocks i,j,k directions
*KDIR *DOWN
*DI *IVAR **Block Dimension (m)
7. 7. 6. 6. 5. 5. 4. 4. 3. 2.0 2.0 2.0 3. 4. 4. 5. 5. 6. 6. 7. 7.
*DJ *CON 15.0 **Block dimension (m) (15,0m * 40 = 600,0m)
*DK *KVAR **Block dimension (m)
10*2.0 3*2.0
*DTOP **Depth of top (200m)
840*200.0
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN Capítulo VIII: Anexos
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154
*POR *IJK **Porosity (dimensionless)
01:21 01:40 01:13 0.28
*MOD **IJK **Porosity (dimensionless)
01:21 01:40 01:13 = 0.30 ** Modelo Homogeneo, porosidade constante
*PERMI *IJK **Absolute permeability (mD) [Estimada a partir da Porosidade]
01:21 01:40 01:01 1000.
01:21 01:40 02:02 1000.
01:21 01:40 03:03 1000.
01:21 01:40 04:04 1000.
01:21 01:40 05:05 1000.
01:21 01:40 06:06 1000.
01:21 01:40 07:07 1000.
01:21 01:40 08:08 1000.
01:21 01:40 09:09 1000.
01:21 01:40 10:10 1000.
01:21 01:40 11:11 1000.
01:21 01:40 12:12 1000.
01:21 01:40 13:13 1000.
*MOD **Absolute permeability (mD) Modelo Homogeneo
01:21 01:40 01:13 = 1000. ** Modelo Homogeneo, permeabilidade constante
*PERMJ *EQUALSI **Absolute permeability (mD)
*PERMK *EQUALSI * 0.1 **Absolute permeability (mD)
** *MOD
** 04:18 04:37 06:06 = 0.0000001 ** Folhelho de 60m entre pocos
** 04:18 04:37 10:10 = 0.0000001 ** Folhelho de 60m no contato O/A
**=====================================================
*END-GRID
*PRPOR 287.2 **Reference pressure for rock compressibility (psi)
*CPOR 30E-4 **Effective rock compressibility (1/psi)
*ROCKCP 35 **Rock heat capacity (BTU/ft3-F)
*THCONR 24 **Thermal conductivity of rock (BTU/ft-day-F)
*THCONW 8.6 **Thermal conductivity of water (BTU/ft-day-F)
*THCONO 1.8 **Thermal conductivity of oil (BTU/ft-day-F)
*THCONG 0.6 **Thermal conductivity of gas (BTU/ft-day-F)
*HLOSSPROP *OVERBUR 35 24 **Volumetric heat capacity (BTU/ft3-F)
**Thermal conductivity (BTU/ft-day-F)
*UNDERBUR 35 24 **Volumetric heat capacity (BTU/ft3-F)
**Thermal conductivity (BTU/ft-day-F)
** SECTION 3: COMPONENT PROPERTIES
=================================================
*MODEL 3 3 3 1 **Number of components, no. comp. (non-cond+oleic+water), no. comp (o+w), no. comp (w)
** ncomp , numy , numx , numw
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155
*COMPNAME 'WATER' 'OIL' 'GAS' **Component names
** H2O C20H42 CH4
** ----- -------- --------
*CMM 18.015 282.556 30.07 **Molecular weights up to numy
*TCRIT 705.47 920.93 708.3 **Critical temperature (psi) up to numy
*PCRIT 3198.0 161.7 90.05 **Critical pressure (psi) up to numy
** Liquid Densities:
*LIQPHASE
*MOLDEN 0 0.1712 0.564 **Partial molar density (lbmol/ft3) up to numx
*CP 0 5.0E-6 5.0E-4 **Liquid compressibility (1/psi) up to numx
*CT1 0 3.8E-6 4.0E-4 **First coefficient of the up to numx
** thermal expansion correlation (1/F)
**Dependent values: HL(T)=HG(T)-HVAP(T) ** (BTU/lbmol-F) up to numx
*CPG1 7.701 -5.346 1.292 ** 1st coef. in gas heat capacity corr. up to numy
** (BTU/lbmol-F) up to numy
*CPG2 2.553E-4 0.2573 2.363E-2 ** 2nd coef. in gas heat capacity corr. up to numy
** (BTU/lbmol-F) up to numy
*CPG3 7.781E-7 -8.232E-5 -5.114E-6 ** 3rd coef. in gas heat capacity corr. up to numy
** (BTU/lbmol-F) up to numy
*CPG4 -0.1473E-9 1.036E-8 0.3568E-9 ** 4th coef. in gas heat capacity corr. up to numy
** (BTU/lbmol-F) up to numy
*HVR 1657. 2947. 818. ** 1st coef. in vaporization enthalpy correlation
** (BTU/lbmol-F**EV)
*EV 0.38 0.38 0.38 ** 2nd coef.in vaporization enthalpy correlation
** (default) up to numx
**Dependent values: HL(T)=HG(T)-HVAP(T) ** (BTU/lbmol-F) up to numx
*KV1 1.7202E+6 0 1.2277E+5
*KV4 -6869.59 0 -2720.56
*KV5 -376.64 0 -428.78
** TEMP(F) VISC(1) VISC(2) VISC(3) **viscosities (cp) up to numx
45 0 23028. 0.3397 ** 0.0115 gas vapor visc
80 0 2645. 0.3275 ** 0.0120 gas vapor visc
100 0 1000. 0.3214 ** 0.0125 gas vapor visc
125. 0. 363. 0.3146 ** 0.0127 gas vapor visc
150. 0. 158. 0.3085 ** 0.0132 gas vapor visc
200. 0. 44.2 0.2978 ** 0.0141 gas vapor visc
300. 0. 8.8 0.2815 ** 0.0166 gas vapor visc
400. 0. 3.26 0.2696 ** 0.0185 gas vapor visc
500. 0. 1.62 0.2606 ** 0.0200 gas vapor visc
600. 0. 0.94 0.2535 ** 0.0217 gas vapor visc
650. 0. 0.74 0.2449
*PRSR 294. **Reference pressure for MOLDEN (psi)
*TEMR 60. **Reference temperature for for T-dependent thermal properties (F)
*PSURF 14.7 **Surface pressure (psi)
*TSURF 60. **Surface temperature (F)
** SECTION 4: ROCK-FLUID DATA
=========================================================
*ROCKFLUID
** -----------------------------------------------------------------------------
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156
*RPT 1
*SWT ** WATER-OIL RELATIVE PERMEABILITIES
** SW KRW KROW PCWO
** ----- ------- ------ ------
0.280 0.0000 0.8000 2.416
0.308 0.0052 0.7364 1.697
0.336 0.0146 0.6738 1.229
0.364 0.0268 0.6121 0.913
0.392 0.0413 0.5514 0.694
0.420 0.0577 0.4918 0.537
0.448 0.0759 0.4334 0.423
0.476 0.0956 0.3763 0.338
0.504 0.1168 0.3206 0.273
0.532 0.1394 0.2664 0.224
0.560 0.1633 0.2141 0.185
0.588 0.1884 0.1638 0.154
0.616 0.2147 0.1160 0.130
0.644 0.2420 0.0713 0.110
0.672 0.2705 0.0310 0.094
0.700 0.3000 0.0000 0.081
1.000 1.0000 0.0000 0.022
*SLT ** LIQUID-GAS RELATIVE PERMEABILITIES
** SL KRG KROG PCOG
** ----- ------ ------ ------
0.70 4.50E-01 0.00E+00 0.1441
0.72 4.06E-01 1.24E-02 0.1307
0.74 3.63E-01 3.51E-02 0.1188
0.76 3.22E-01 6.45E-02 0.1083
0.77 2.83E-01 9.93E-02 0.0989
0.79 2.45E-01 1.39E-01 0.0906
0.81 2.09E-01 1.82E-01 0.0831
0.83 1.75E-01 2.30E-01 0.0764
0.85 1.43E-01 2.81E-01 0.0703
0.87 1.14E-01 3.35E-01 0.0649
0.89 8.66E-02 3.93E-01 0.0600
0.91 6.20E-02 4.53E-01 0.0555
0.92 4.02E-02 5.16E-01 0.0515
0.94 2.19E-02 5.82E-01 0.0478
0.96 7.75E-03 6.50E-01 0.0444
0.98 0.00E+00 7.21E-01 0.0414
1.00 0.00E+00 8.00E-01 0.0384
** -----------------------------------------------------------------------
*SWR 0.28
*SORW 0.30
*SGR 0.02
*KRWRO 0.12
*KROCW 0.90
** -----------------------------------------------------------------------
*KRTEMTAB *SWR *SORW *SGR
100. 0.28 0.30 0.02
500. 0.28 0.10 0.02
** =======================================================================
*RTYPE *IJK **Tipo de Rocha (Função da Porosidade)
01:21 01:40 01:01 1
01:21 01:40 02:02 1
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN Capítulo VIII: Anexos
Jennys Lourdes Meneses Barillas
157
01:21 01:40 03:03 1
01:21 01:40 04:04 1
01:21 01:40 05:05 1
01:21 01:40 06:06 1
01:21 01:40 07:07 1
01:21 01:40 08:08 1
01:21 01:40 09:09 1
01:21 01:40 10:10 1
01:21 01:40 11:11 1
01:21 01:40 12:12 1
01:21 01:40 13:13 1
** SECTION 5: INITIAL CONDITIONS
====================================================
*INITIAL
*VERTICAL *OFF
*PRES *IJK
01:21 01:40 01:01 271.3
01:21 01:40 02:02 273.7
01:21 01:40 03:03 276.2
01:21 01:40 04:04 278.9
01:21 01:40 05:05 281.7
01:21 01:40 06:06 284.4
01:21 01:40 07:07 287.2
01:21 01:40 08:08 290.0
01:21 01:40 09:09 292.7
01:21 01:40 10:10 295.4
01:21 01:40 11:11 297.8
01:21 01:40 12:12 300.7
01:21 01:40 13:13 303.5
*REFPRES 287.2 ** Reference pressure (psi) 287.2 psi = 19.5 kg/cm2
*REFDEPTH 200.0 ** Reference depth (m) 189 m
*TEMP *CON 100. **Temperature (F)
*SG *CON 0.00
*SW *KVAR 10*0.39 3*1.00
*SO *KVAR 10*0.61 3*0.00
*MFRAC_OIL 'OIL' *CON 0.9463
*MFRAC_OIL 'GAS' *CON 0.0537
** SECTION 6: NUMERICAL CONTROL
=====================================================
*NUMERICAL ** ALL THESE CAN BE DEFAULTED. THE DEFINITIONS
** HERE MATCH THE PREVIOUS DATA.
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN Capítulo VIII: Anexos
Jennys Lourdes Meneses Barillas
158
*MAXSTEPS 50000
*NEWTONCYC 15
*ITERMAX 15
*DTMAX 15.
*NORM *PRESS 60.
*SATUR 0.20
*TEMP 50.
*Y 0.2
*X 0.2
*CONVERGE *PRESS 2.000
*SATUR 0.010
*TEMP 1.000
*Y 0.010
*X 0.010
*MATBALTOL 1.E-4
*AIM *THRESH 0.35
** SECTION 7: WELL AND RECURRENT DATA
===============================================
*RUN
*DATE 2000 01 01
*DTWELL 0.1
**************************************************************************************
*WELL 1 'Inj'
*INJECTOR *UNWEIGHT 1
*INCOMP *WATER 1 0 0
*TINJW 550. ** Injection temperature (F)
*QUAL .50 ** WET STEAM AT 50% QUALITY
*OPERATE *MAX *WATER 100.0 ** CONDENSED STEAM EQUIVALENT 100.0 ton/d
*OPERATE *MAX *BHP 1044.0 ** 1300psi=88.4kg/cm2
** rad geofac wfrac skin
*GEOMETRY *J 0.1905 0.249 1.0 0.0 **Linner de 7,0 pol
*PERF GEO 1
** II JJ KK ff
11 04:37 02:02 1.0
*SHUTIN 1
*******************************************************************************
*WELL 2 'Prod'
*PRODUCER 2
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN Capítulo VIII: Anexos
Jennys Lourdes Meneses Barillas
159
*OPERATE *MAX *LIQUID 120.0 ** 120.0 m3/d
*OPERATE *MIN *BHP 28.5 ** 28.5psi=1.9kg/cm2
**MONITOR *MAX *WOR 50.0 *SHUTIN ** Minima vazao de oleo (abaixo disso, fecha)
** rad geofac wfrac skin
*GEOMETRY *J 0.1905 0.249 1.0 0.0 **Linner de 7,0 pol
*PERF GEO 2
** II JJ KK ff
11 04:37 08:08 1.0
*SHUTIN 2
*******************************************************************************
*TIME 0.5
*OPEN 1
*ALTER 1
100.0
*OPEN 2
*ALTER 2
120.0
*TIME 1.0
*TIME 10.0
*TIME 30.0
*TIME 60.0
*TIME 90.0
*TIME 180.0
*TIME 270.0
*TIME 365.0
*TIME 547.0
*TIME 730.0
*TIME 1095.0
*TIME 1460.0
*TIME 1825.0
*TIME 2190.0 ** 6 anos
*TIME 2555.0
*TIME 2920.0 ** 8 anos
*TIME 3285.0
*TIME 3650.0 ** 10 anos
*TIME 4015.0
*TIME 4380.0 ** 12 anos
*TIME 4745.0
*TIME 5110.0 ** 14 anos
*STOP
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN Capítulo VIII: Anexos
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160
8.3 Curvas de produção acumulada de água
As curvas de produção de águas dos seguintes parâmetros estudados: a distância vertical
entre poços, o comprimento dos poços, a permeabilidade horizontal e vertical, a viscosidade,
as barreiras de 300m e 510m de comprimento e o aqüífero são apresentadas a seguir:
Variação da distância entre o poço injetor e o poço produtor
0
100,000
200,000
300,000
400,000
500,000
600,000
jan-00 dez-01 dez-03 dez-05 dez-07 dez-09 dez-11 dez-13
Data
Wp (m
3
std)
4 m
6 m
8 m
12 m
Figura 8-1: Produção acumulada de água versus tempo- distância vertical entre poços
Variação do comprimento do poço injetor e do produtor
0
100,000
200,000
300,000
400,000
500,000
600,000
jan-00 dez-01 dez-03 dez-05 dez-07 dez-09 dez-11 dez-13
Data
Wp (m
3
std)
300m
510m
Figura 8-2: Produção acumulada de água versus tempo- comprimento dos poços injetor e
produtor
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN Capítulo VIII: Anexos
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161
Variação da permeabilidade vertical
0
100,000
200,000
300,000
400,000
500,000
600,000
jan-00 dez-01 dez-03 dez-05 dez-07 dez-09 dez-11 dez-13
Data
Wp (m
3
std)
50 mD
100 mD
200 mD
300 mD
400 mD
Figura 8-3: Produção acumulada de água versus tempo-permeabilidade vertical
Variação da permeabilidade da rocha, Swr 35%
0
100,000
200,000
300,000
400,000
500,000
600,000
jan-00 dez-01 dez-03 dez-05 dez-07 dez-09 dez-11 dez-13
Data
Wp (m
3
std)
500 mD
1000 mD
2000 mD
Figura 8-4: Produção acumulada de água versus tempo-permeabilidade horizontal
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN Capítulo VIII: Anexos
Jennys Lourdes Meneses Barillas
162
Variação da viscosidade do óleo
0
100,000
200,000
300,000
400,000
500,000
600,000
jan-00 dez-01 dez-03 dez-05 dez-07 dez-09 dez-11 dez-13
Data
Wp (m
3
std)
300 cp
1000 cp
3000 cp
Figura 8-5: Produção acumulada de água versus tempo- viscosidade do óleo
Barreira de 300 m x 60 m x 2 m entre o poço injetor e o produtor
0
100,000
200,000
300,000
400,000
500,000
600,000
jan-00 dez-01 dez-03 dez-05 dez-07 dez-09 dez-11 dez-13
Data
Wp (m
3
std)
Barreira em k 4
Barreira em k 5
Barreira em k 6
Figura 8-6: Produção acumulada de água versus tempo – barreira de 300 m x 60 x 2 m
Dissertação de Mestrado PPGEQ-UFRN Capítulo VIII: Anexos
Jennys Lourdes Meneses Barillas
163
Barreira de 510m x 60 m x 2m
entre o poço injetor e produtor
0
100,000
200,000
300,000
400,000
500,000
600,000
jan-00 dez-01 dez-03 dez-05 dez-07 dez-09 dez-11 dez-13
Data
Wp (m
3
std)
Barreira em k 4
Barreira em k 5
Barreira em k 6
Figura 8-7: Produção acumulada de água versus tempo – barreira de 510m x 60m x 2m
Modelo com aqüífero de fundo
0
100,000
200,000
300,000
400,000
500,000
600,000
jan-00 dez-01 dez-03 dez-05 dez-07 dez-09 dez-11 dez-13
Data
Wp (m
3
std)
Com Aqüífero
Sem Aqüífero
Figura 8-8: Produção acumulada de água versus tempo- aqüífero
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