deles afirmaram, também, que a não existência dessa cultura é uma dificuldade. O relato
abaixo exemplifica essas afirmações:
Percebo que as empresas que já têm cultura de gestão de projetos e acompanhamento
de indicadores conseguem, mais rapidamente, avançar rumo à gestão da estratégia. Já
as empresas que não têm um processo de gestão de projetos, mesmo que informal,
porém que se faça acompanhamento do status e resultados destes, têm grande
dificuldade, inclusive em enxergar quais os projetos da empresa, muitas vezes
trazendo as rotinas para discussão.
Um outro consultor afirma ainda que:
O aspecto cultural é extremamente crítico. Por exemplo, em organizações que tem
cultura voltada para indicadores financeiros, ou não tem cultura de ser avaliada por
indicadores e metas, ou não há planejamento estratégico tudo isso dificulta e o inverso
disso tudo facilita.
Ainda um terceiro entrevistado sugere que:
Quanto maior a cultura de gestão, a estratégia, indicadores, metas e gestão de projetos
mais fácil será. Outro aspecto, é que numa cultura muito centralizadora, onde a
estratégia é tratada como segredo e privilegio de poucos a implementação também é
dificultada.
Das “respostas presentes no decorrer do questionário”, cinco apontaram que um planejamento
estratégico ou conhecimento sobre o assunto e visão de longo prazo são facilitadores do
processo de construção do BSC e, consideram também, que a falta desses insumos são
dificultadores. Um dos consultores afirma, inclusive, que sem um bom planejamento
estratégico a empresa tem que voltar um passo atrás na implantação do BSC ou para construí-
lo ou melhorar o existente, conforme abaixo:
Não é necessário que a empresa conheça sobre BSC, mas é preciso entender onde a
metodologia se encaixa, pois muitas pessoas confundem o BSC com o planejamento
estratégico. Essa fase anterior você tem que ter, bem feita, pois o BSC não substitui
um bom planejamento estratégico, já que um mau planejamento pode ser traduzido de
maneira ruim, ou seja, se traduz bem, algo ruim. Acho que o primeiro entendimento é
a compreensão exata de onde o BSC se encaixa. Ou seja, se não tiver um
planejamento bem feito tem que voltar um passo anterior. Essas informações do
Planejamento estratégico ajudam, mas muitas vezes, precisam ser lapidadas nas
organizações brasileiras.
Um segundo entrevistado responde que:
(...) Outro ponto, refere-se ao nosso passado hiper-inflacionário, presente na liderança
que está hoje nas organizações, que nós fazia ver o curto prazo. O longo prazo não era
percebido e as empresas não se habituaram a fazer planejamento de longo prazo. As
empresas brasileiras não aprenderam a planejar, então, a palavra planejamento é um