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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
FACULDADE DE ENFERMAGEM
MARIA TEREZA HAGEN DE GODOY
Análise da Produção Científica Sobre a Utilização de Atividades
Grupais no Trabalho do Enfermeiro no Brasil: 1980 a 2003
Goiânia
2004
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1
MARIA TEREZA HAGEN DE GODOY
Análise da Produção Científica Sobre a Utilização de Atividades Grupais
no Trabalho do Enfermeiro no Brasil: 1980 a 2003
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós Graduação da Faculdade de
Enfermagem da Universidade Federal de
Goiás para a obtenção do título de Mestre em
Enfermagem. Área de Concentração:
Cuidado em Enfermagem, Linha de Pesquisa:
Fundamentação teórica, filosófica,
metodológica e tecnológica no cuidar em
saúde e em Enfermagem.
Orientadora: Prof. Drª Denize Bouttelet Munari
Goiânia
2004
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Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP)
(GPT/BC/UFG)
Godoy, Maria Tereza Hagen de.
G588a Análise da produção científica sobre a utilização
de atividades grupais no trabalho do enfermeiro no
Brasil : 1980 a 2003 / Maria Tereza Hagen de Godoy.
– Goiânia, 2005.
125 f. : il. color.
Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Enferma-
gem, Universidade Federal de Goiás, 2004.
Bibliografia : f. 105-111.
1. Enfermagem - Pesquisa. 2. Trabalho de grupo
de enfermagem. 3. Técnicas de auto ajuda – Enferma-
gem. I. Universidade Federal de Goiás. Faculdade de
Enfermagem. II. Título.
CDU: 616-083(81)”1980/2003”
3
Agradeço a Deus pelo dom maravilhoso da vida, por nos
cumular de graças e nos cobrir de bênçãos. Por nos confiar bens
tão preciosos como as pessoas que nos cercam. Pelo Gil, por
nossas filhas, Patrícia e Renata e pelos genros Daniel e Diogo.
Dedico a eles este trabalho, razão de tudo o que eu sou e
faço. O mérito também é deles por me suportarem nos momentos
difíceis, me apoiarem e incentivarem sempre.
4
AGRADECIMENTOS
À todos aqueles que de alguma forma contribuíram com a realização desse
trabalho, em especial aos meus queridos irmãos, sobrinhos e cunhadas pelo apoio e
incentivo.
Agradeço de modo especial aos enfermeiros que tiveram a ousadia de investir
nos trabalhos sobre grupo, produzindo um material riquíssimo que tornou possível
essa pesquisa.
À Profª Drª Denize Bouttelet Munari, minha orientadora, por investir em mim e
acreditar que eu fosse capaz. Pela paciência que teve em esperar o meu tempo e a
superação de minhas dificuldades.
À Profª Drª Milca Severino Pereira, antes de tudo uma amiga muito querida,
cujo incentivo e apoio me fez continuar na profissão, abraçar o docência e chegar
até aqui.
À Profª Drª Maria Alves Barbosa, nossa diretora, pelo seu jeito especial de
amar, que faz de conta que não se preocupa conosco, mas é um “porto seguro” em
todos os momentos.
Aos colegas, professores da FEN pela força, o carinho e o incentivo.
5
Agradeço de modo especial aos professores Maria Márcia Bachion, Ana Lúcia
Queiroz Bezerra e Marcelo Medeiros, pelas valiosas sugestões dadas por ocasião
da qualificação.
Aos meus alunos pelo incentivo e apoio, em especial à Ludmila de Ornellas
Abreu pela ajuda na coleta de dados para a pesquisa.
À Deolinda Fabri, funcionária da EERP-USP, pela ajuda preciosa oferecida
quando da coleta de dados na Sala de Estudo Glete de Alcântara.
À Edilamar, minha psicóloga e ao “meu grupo” psicoterapêutico, pelo “colo”
oferecido nos momentos difíceis dessa caminhada.
A todos os funcionários da FEN, em especial à Maria do Carmo, à Célia e ao
Luciano, que sempre nos acolhem com um sorriso e uma palavra amiga.
6
RESUMO
GODOY, M. T. H. Análise da Produção Científica Sobre a Utilização de
Atividades Grupais no Trabalho do Enfermeiro no Brasil: 1980 a 2003. 2004,
125 f. Dissertação (Mestrado). Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal
de Goiás. Goiânia, 2004.
Dentre as diversas atividades do enfermeiro, muitas estão organizadas a partir do
contexto grupal. A própria natureza do trabalho da enfermagem facilita que o grupo
seja um recurso para muitas de suas ações. Essas observações aliadas ao estudo
dos grupos, sua natureza e aplicação no campo da enfermagem nos remeteu a uma
constatação de que não havia nenhum estudo sistematizado, no Brasil, que nos
desse parâmetro para compreender como o enfermeiro tem utilizado esse recurso.
Assim, traçamos como objetivo geral deste estudo analisar a produção científica
sobre a utilização da atividade grupal relacionada ao trabalho do enfermeiro, no
período de 1980 a 2003, nos periódicos nacionais da área de enfermagem. Para o
alcance dos objetivos propostos realizamos um estudo descritivo e exploratório por
meio de uma pesquisa bibliográfica, em periódicos nacionais de enfermagem. A
coleta de dados foi guiada por um protocolo de registro, onde identificamos 151
artigos que foram analisados quanto à expansão desse conhecimento ao longo do
período estudado, as diversas situações em que o grupo é utilizado nas atividades
do enfermeiro e a ocorrência dessa produção nos diversos periódicos. A análise
qualitativa dos dados foi realizada a partir de categorias definidas a priori: O grupo
como recurso na assistência que inclui estudos que trabalharam com os diversos
níveis de assistência (24,5%) - Enfermagem e grupo: produção de conhecimento
que inclui estudos do desenvolvimento de conhecimentos sobre o tema (58,9%) e O
grupo na formação de recursos humanos que inclui estudos que utilizaram o grupo
na formação de recursos humanos e como recurso didático pedagógico (16,6%).
Esse estudo nos permitiu constatar a expansão da utilização desse recurso pelo
enfermeiro ao longo dos anos, o que nos levou a concluir que esse profissional
acredita no grupo como ferramenta para a implementação das várias ações que
realiza. A riqueza e a potencialidade das atividades grupais para o desenvolvimento
das inúmeras intervenções que fazem parte do cotidiano do trabalho do enfermeiro,
seja no campo assistencial, no ensino ou na pesquisa foi evidenciada pela variedade
de estudos que usam essa estratégia. O recorte que utilizamos nos deu a
possibilidade de olharmos para os dados através de uma sistemática que,
certamente, não retrata a única maneira de analisá-los, nem foi esgotada nessa
investigação. Ao término desse estudo vislumbramos desdobramentos para futuros
trabalhos que contam com a vantagem de termos em mãos um banco de dados
sobre o tema que nos permite outras aproximações analíticas. Acreditamos que,
através do levantamento que fizemos, estamos contribuindo com o desenvolvimento
do trabalho de grupo pelos enfermeiros, pois conseguimos englobar um universo
diversificado e extenso dessa produção pela enfermagem abarcando a grande
maioria das especialidades que trabalham com esta ferramenta e que o material
catalogado e descrito por nós, será uma fonte de consulta bibliográfica sobre o tema.
Palavras-chave: Enfermagem. Grupos de auto ajuda. Grupos de estudo.
7
ABSTRACT
GODOY, M. T. H. Review of the Scientific Literature on the Use of Group
Activities in the Work done by Nurses in Brazil: 1980 to 2003. 2004, 125 f.
Dissertação (Mestrado). Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de
Goiás. Goiânia, 2004.
Among the many and diverse activities carried out by a nurse, many are organized
from the standpoint of a group approach. The nature of the work, in itself, draws the
nurses towards using a group as a source of many of their actions. These
observations, along with the study of these groups, their nature and how they are
used by nurses has caused us to verify that no systematized study had been carried
out, in Brazil, which would provide us with parameters to understand how nurses
have been using this resource. Therefore, the general objective of this study was to
analyze the scientific production on the use of the group approach as it relates to the
work done by a nurse, from 1980 to 2003, and as reported in nursing journals
published in this country. In order to attain these goals, we carried out a descriptive
and exploratory study. The source used was an extensive bibliography compiled from
specialized journals. The guideline used for data collection was a registry protocol,
through which we were able to identify 151 articles. They were analyzed in terms of
the expansion of this knowledge throughout the period of time stipulated for this
study, the different situations in which the group approach is used by the nurses as
they carry out their activities, and how this production is recorded in different journals.
Quantitative data analysis was made from previously established categories: The
group as a resource in care giving, and that includes studies that dealt with different
levels of healthcare (24.5%) - Nursing and group: production of knowledge that
includes studies of the development of knowledge of this theme (58.9%) and The
group approach as it is used in personnel training. This last category includes studies
that used the group approach both to qualify human resources and as a teaching tool
(16.6%). This study allowed us to verify the fact that this resource was being used
more frequently through the years, and that led us to the conclusion that this
healthcare professional believes in the group approach as a tool that can be used to
implement different actions. The wealth and the potential of group-based activities in
the development of several interventions that constitute the core of a nurse's daily
activities - as support to the healthcare they provide or to assist teaching or research
projects - was made evident by the diversity of studies that resort to this strategy. The
approach we used allowed us to examine data in a systematized way that, in all
certainty, is not the only means through which they can be analyzed. We also feel
that there are many other aspects that remain to be considered in this line of
investigation. As we end this study we can envision further developments for future
work, which will benefit from the fact that a database on the topic has already been
built, thereby permitting other analytical investigations. We believe that our survey will
contribute to improve the group approach and its use by the nursing community,
since we were able to encompass a diverse and extensive universe of this production
of knowledge by these professionals. The scope of this work included most of the
specialties that use this tool and the material we catalogued and described will no
doubt become a valuable source of bibliography.
Key words: Nursing. Self-help groups. Study groups.
8
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO 09
2. OBJETIVO 16
3. REFERENCIAL TEÓRICO 19
3.1. Compreendendo o conceito, a natureza, as características e a
dinâmica dos grupos 20
3.1.1 O Conceito 20
3.1.2. Reflexões sobre a natureza e as características dos grupos
humanos 25
3.1.3. Apontamentos sobre a gênese da dinâmica de grupo e seu
funcionamento 30
3.2. A utilização do grupo como recurso de intervenção na área da
saúde e seu impacto no trabalho do enfermeiro 35
3.2.1. Os principais precursores na utilização de grupos na área da
saúde 35
3.2.2. O grupo no trabalho do enfermeiro 39
4. METODOLOGIA 42
4.1. Local 44
4.2. Seleção dos periódicos 45
4.3. Coleta de dados 45
4.4. Análise dos dados 47
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO 50
5.1. Caracterização geral dos artigos 51
9
5.2. Análise da produção do conhecimento: uma aproximação por
análise temática do conteúdo 67
5.2.1. O grupo como recurso na assistência 68
a) Grupos de caráter informativo e educação em saúde 68
b) Grupos para a manutenção de programas e projetos de
atendimento ao indivíduo e sua família 70
c) Grupos de reabilitação e apoio emocional 72
5.2.2. Enfermagem e grupos: produção de conhecimento 75
a) Estudos teóricos 76
b) Modelos de atividade grupal na assistência 78
c) Modelos para a formação de recursos humanos 82
d) Utilização de atividades grupais para coleta de dados nas
pesquisas 84
5.2.3. O grupo na formação de recursos humanos 91
a) Como estratégia didático pedagógica 92
b) O grupo como recurso no desenvolvimento de equipes e
fortalecimento das relações interpessoais dos profissionais 94
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS 99
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 104
ANEXOS 112
10
1. INTRODUÇÃO
11
Nosso interesse pelo trabalho com grupos teve início a partir de uma tentativa
em contribuir na resolução de dificuldades encontradas por mulheres durante a fase
da amamentação. Compreendemos que uma estratégia adequada para assisti-las
seria a utilização de uma atividade grupal, pela possibilidade de promover maior
interação entre elas, a troca de experiências e a ajuda mútua. Nesse sentido, o
trabalho com grupos seria indicado devido às suas características de valorização da
pessoa, colocando-a numa posição ativa frente às experiências da vida.
O grupo pode servir como suporte em períodos de ajustamento e de crise, na
manutenção ou adaptação a novas situações, na realização de tarefas, valorizando
assim o potencial de cada um de seus membros, o que muitas vezes produz efeitos
terapêuticos e, também, por permitir às pessoas a exploração de suas limitações e
possibilidades. Isto pode fazer com que elas se sintam mais valorizadas e adquiram
um novo sentido para suas vidas com a convivência com outras pessoas e a
descoberta de potencialidades pessoais. O grupo atua ainda como socializador,
promovendo ajuda mútua, principalmente, no caso de perdas e interrupções de
vínculos. O grupo também pode ser um agente eficiente de mudanças de
comportamentos em treinamento de relações humanas e na psicoterapia (MUNARI;
FUREGATO, 2003; LOOMIS, 1979; YALON, 1975).
As atividades de grupo têm sido utilizadas pela enfermagem, como estratégia
em diversas áreas de sua atuação. No Brasil, a Enfermagem de Saúde Pública foi a
pioneira na publicação de trabalhos científicos focados no contexto grupal (MUNARI;
FUREGATO 2003).
Na atualidade é cada vez mais freqüente a utilização de grupos no cuidado
humano, o que torna o conhecimento desse instrumental imprescindível para melhor
desempenho do profissional. Para isso é necessário que o enfermeiro procure
12
formação específica para ampliar seus conhecimentos nessa área, o que lhe oferece
base para uma atuação mais assertiva e eficiente.
Nesta intenção, fizemos no ano de 2002 o Curso Básico de Dinâmica de
Grupo, oferecido pela Sociedade Brasileira de Psicoterapia, Dinâmica de Grupo e
Psicodrama (SOBRAP-GO), no qual tivemos a oportunidade de fazer uma primeira
aproximação com a temática da “Dinâmica de Grupo” que, segundo Cartwright e
Zander (1969) é um termo empregado dentro de três perspectivas: como ideologia
política que se interessa pelas formas de organização e direção dos grupos; como
um conjunto de técnicas ligadas a programas de treinamento em relações humanas
e como campo de pesquisa dedicado ao conhecimento progressivo da natureza dos
grupos, das leis de seu desenvolvimento e de suas inter-relações com indivíduos,
outros grupos e instituições mais amplas.
Através do referido curso pudemos perceber quão rica é essa ferramenta para
melhor compreendermos os movimentos grupais, considerando sua vasta aplicação
no campo da enfermagem.
No contato com a temática observamos uma expansão do uso do grupo,
enquanto recurso em várias dimensões do trabalho do enfermeiro, como por
exemplo, em atividades de educação em saúde, na assistência de pacientes em
várias situações, em atividades de pesquisa e de formação de profissionais.
Assim, considerando a aplicação do grupo em várias situações do trabalho do
enfermeiro, definimos o termo atividade grupal, para nos referirmos a todas ações
realizadas por esse profissional no contexto do grupo e a utilizaremos no decorrer
deste trabalho.
A tendência cada vez maior da sistematização das atividades grupais na
assistência de enfermagem junto a diferentes tipos de clientela mostra a existência
13
de uma especificidade para a abordagem de cada tipo de grupo. Assim, não basta
aplicar técnicas indiscriminadamente, é preciso atender as necessidades de cada
grupo em seu movimento específico (MUNARI; FUREGATO 2003).
Temos observado em nossa prática que o enfermeiro utiliza a atividade grupal
como uma “técnica” para a assistência, faz o que considera correto sem buscar o
embasamento teórico específico para sustentar a utilização deste instrumento de
trabalho. Acreditamos que este fato se dê, entre outros aspectos, pelo
desconhecimento de respaldo teórico que possa sustentar suas ações.
Essas observações aliadas ao estudo dos grupos, sua natureza e aplicação
no campo da enfermagem nos remeteu a uma constatação de que não havia
nenhum estudo sistematizado que nos dessem parâmetros para compreender como
o enfermeiro tem utilizado esse recurso. Esse fato nos motivou a estudar o assunto,
não só para nos instrumentalizar no domínio dessa tecnologia, mas também para
contribuir com aqueles que, como nós, desejam trabalhar melhor com esta
ferramenta.
Na nossa observação, esta estratégia de intervenção tem sido amplamente
utilizada pelos enfermeiros brasileiros, que tem recorrido às atividades grupais para
a organização de muitas de suas tarefas.
Um estudo recente de Godoy e Munari (2003) ratifica essa observação ao
mostrar a tendência da utilização do trabalho com grupos pelo enfermeiro,
concentrada em três grandes áreas: na assistência, na produção do conhecimento e
na formação de recursos humanos.
A partir do referido estudo, procuramos descrever o que compreende e
abrange estas três áreas. Assim usamos a denominação de grupo como recurso na
assistência para caracterizar os estudos que trabalharam com os diversos níveis de
14
assistência desde a promoção à reabilitação de pessoas, atendendo uma clientela
diversificada como nos estudos de Beck (2001), Dreher, Ferreira e Eidt, (1995),
Maia, Colodo e Vale (1988) e Portella (1999).
A segunda grande área, enfermagem e grupo: produção de conhecimento
inclui artigos nos quais os pesquisadores utilizaram técnicas grupais com a
finalidade de desenvolver pesquisas e produzir novos conhecimentos como nos
estudos de Dias (1995), Munari e Zago (1997), Silva et al. (1996) e artigos que
utilizaram o grupo como técnica para coleta de dados como nos estudos de Cestari e
Saupe (2002), Silva (1985) e Wall (2001).
A terceira grande área concentra estudos que utilizaram o grupo na formação
de recursos humanos como os de Padilha (1991), Saeki et al. (1999) e Schmarczek
(1986).
Tendo em vista que, a partir desse exercício, pudemos classificar os diversos
estudos produzidos na literatura nacional e caracterizá-los a partir destes três
enfoques, definimos que essa classificação nos serviria de base para guiar o
processo de análise dos dados desta pesquisa, já que o estudo citado nos mostrou
ser este um dos possíveis caminhos para a compreensão desta produção.
A idéia em tornar a produção científica sobre a utilização de atividades
grupais no trabalho do enfermeiro o foco de nossa dissertação de mestrado, está
também ancorada em um projeto integrado de pesquisa vinculado ao Núcleo de
Estudos e Pesquisas em Saúde Integral da Faculdade de Enfermagem da
Universidade Federal de Goiás, cujo objetivo central é desenvolver a tecnologia de
grupo e sua aplicação como intervenção e agente de mudança na formação de
pessoas em enfermagem.
15
Assim, conhecer o que já foi produzido pelo enfermeiro no Brasil é um
elemento de fundamental importância e, nesse sentido, um subprojeto do referido
projeto integrado, trata exatamente da exploração desse aspecto, ou seja,da análise
da produção científica no Brasil sobre o tema em anais dos congressos de
enfermagem no Brasil (Congresso Brasileiro de Enfermagem; Seminários Nacionais
de Pesquisa em Enfermagem e outros) e nos catálogos do CEPEN/ABEn de
dissertações e teses.
Dessa forma, nos propusemos neste trabalho estudar a caracterização da
produção científica da enfermagem no Brasil, no que diz respeito ao
desenvolvimento de atividades grupais pelo enfermeiro veiculada, especificamente,
nos periódicos de enfermagem. A decisão em focar a produção brasileira se justifica
por se tratar de tema ainda em desenvolvimento, que se delineia através de
peculiaridades sócio-culturais importantes e que precisam ser melhor conhecidas
entre nós. A relevância do estudo é justamente calcada na possibilidade de
traçarmos um panorama nacional sobre a produção desse conhecimento ainda não
realizado.
Com este estudo pretendemos responder a questões delineadas ao longo do
tempo em que nos envolvemos com essa temática, quais sejam: Existe uma
expansão da utilização de atividades grupais no trabalho do enfermeiro ao longo dos
últimos 23 anos? Em que situações o uso desse recurso é mais comum? Como se
dá a ocorrência da divulgação da produção sobre esse tema nos periódicos
nacionais?
Essas são questões gerais, que nortearam o desenvolvimento da presente
investigação, que ao serem exploradas, certamente nos permitirá vislumbrar um
16
panorama geral sobre essa produção e suas características, e que se constituem o
nosso objeto de estudo.
17
2. OBJETIVO
18
Diante do exposto o objetivo dessa investigação foi:
Caracterizar e analisar a produção científica sobre a utilização da atividade
grupal relacionada ao trabalho do enfermeiro, no período de 1980 a 2003, em
periódicos nacionais da área de enfermagem.
19
3. REFERENCIAL TEÓRICO
20
Para construir um mapa conceitual que oferecesse respaldo para a
compreensão do nosso objeto de estudo, delineamos o referencial teórico,
inicialmente, procurando compreender o conceito, a natureza as características e a
dinâmica dos grupos.
Esse conhecimento é, especialmente, importante por nos oferecer as bases
teóricas para a compreensão e abordagem dos grupos humanos.
Na seqüência, desenvolvemos outro foco do referencial que aborda a
utilização do grupo como recurso de intervenção na área da saúde e seu impacto no
trabalho do enfermeiro por nos oferecer sustentação para o entendimento de como
esse profissional usa esse recurso nas diversas atividades que desenvolve.
Esses fundamentos ancoram a análise que realizaremos nos dados,
posteriormente.
3.1. Compreendendo o conceito, a natureza, as características e a dinâmica de
grupo.
3.1.1. O conceito
Segundo Anzieu e Martin (1971), as línguas antigas não dispõem de
nenhuma palavra para designar uma associação de pessoas que buscam objetivos
comuns, porque os homens, na antiguidade, não vivenciavam esta realidade. Osório
(2003, p.7) esclarece esta questão ao relatar que “a vida grupal e as relações
interpessoais se tenham feito presentes desde os primórdios do processo
civilizatório dos seres humanos, e que só no último século mereceu a devida
atenção por parte dos estudiosos do comportamento humano”.
21
O vocábulo “grupo”, portanto, é recente e possui correspondentes em
diversos idiomas e tem sentidos diversos em cada um deles. Os lingüistas supõem
que o termo italiano groppo se origina do alemão Kruppa que quer dizer masa
redondeada (ANZIEU; MARTIN,1971).
O termo francês groupe vem do italiano groppo ou gruppo, que como termo
técnico de belas artes designa vários indivíduos pintados ou esculpidos que
compõem um tema, originando-se na idéia de círculo. Somente em meados do
século XVIII, passou a designar uma reunião de pessoas. O vocábulo “grupo” está
presente na linguagem corrente e designa um conjunto de elementos, uma categoria
de seres e objetos (ANZIEU; MARTIN, 1971).
Esses autores destacam, ainda, a idéia de que a força dos grupos está
depositada na igualdade de seus pares citado na tradição celta dos “Cavaleiros da
Mesa Redonda”, a forma circular do altar de suas igrejas para que os cavaleiros
estivessem todos na primeira fila na missa e à mesma distância de Deus (ANZIEU;
MARTIN, 1971).
Em português, grupo é um conjunto de pessoas ou de objetos reunidos num
mesmo lugar, que apresentam o mesmo comportamento e a mesma atitude, e com
um objetivo comum que condiciona a coesão de seus membros (KOOGAN-
HOUAISS, 2002). De acordo com Anzieu e Martin (1971), seria conveniente reservar
o uso científico do vocábulo “grupo” para conjunto de pessoas reunidas.
O que determina a existência de um grupo é a interação entre os seus
membros, portanto deve haver entre eles o “comportamento de grupo”, ou seja, que
eles experimentem as mesmas emoções e que estas sejam suficientemente
intensas para constituir um grupo, cujo grau de coesão entre os membros os tornem
“capazes de adotar o mesmo tipo de comportamento” (MAILHIOT, 1981, p. 26).
22
O grupo é uma entidade em si, formando um organismo próprio e independe
dos comportamentos, pensamentos e sentimentos individuais de seus membros
(ZIMERMAN 2000; COREY et al., 2001; COREY; COREY, 2004).
Essa idéia de valência entre os sujeitos que compõem um grupo também é
caracterizada por Pichón-Rivière (2000). Para o autor
todo conjunto de pessoas ligadas entre si por constantes de tempo e
espaço, e articuladas por sua mútua representação interna, propõe-
se explícita e implicitamente uma tarefa, que constitui sua finalidade.
Podemos, então, dizer que estrutura, função, coesão e finalidade,
junto com um número determinado de integrantes, configuram a
situação grupal que tem seu modelo natural no grupo familiar
(p.169).
Cartwright e Zander (1969), em sua obra clássica sobre esse tema, referem
que os homens fazem todas as coisas reunidos em grupos desde as mais simples
até as mais complexas, congregando-se em grupos pequenos (família) ou em
maiores (igrejas, escolas e outras instituições sociais).
A esse respeito Zimerman (2000) nos chama a atenção para a diferenciação
que é necessária quando definirmos o conceito de grupo, mesmo considerando a
imprecisão do termo, já que para alguns autores, duas pessoas podem caracterizar
um grupo, da mesma forma este conceito pode se estender a outros níveis como
uma família, uma gangue, uma sala de aula, uma fila de ônibus, um grupo de
pessoas assistindo um mesmo programa de televisão e tantos outros. Segundo o
autor, quando tratamos dos pequenos grupos, há de se fazer uma diferenciação
entre agrupamento e grupo propriamente dito.
Agrupamento é um conjunto de pessoas que compartilham o mesmo espaço,
tem os mesmos interesses mas não possuem vínculos emocionais entre seus
membros, enquanto no grupo, existe uma interação entre seus integrantes que os
leva a estabelecer vínculos fazendo com que aconteça a transformação de
interesses comuns para “interesses em comum” e desta forma eles se propõem a
23
alcançar a realização de uma tarefa (OSÓRIO, 1989; ZIMERMAN 2000; COREY et
al., 2001; COREY; COREY, 2004).
De acordo com Zimerman (2000), o que caracteriza um grupo, seja ele
operativo ou terapêutico, são algumas condições básicas como as que se seguem:
Um grupo não é um mero somatório de indivíduos, pelo
contrário, se constitui como uma nova entidade, com leis e
mecanismos próprios e específicos. Podemos dizer que assim como
todo o indivíduo se comporta como um grupo (de personagens
internos), da mesma forma todo grupo se comporta como se fosse
uma individualidade.
Todos os integrantes de um grupo estão reunidos em torno de
uma tarefa e de um objetivo comum.
Deve haver a instituição de um enquadre (setting) e o
cumprimento das combinações nele feitas. Assim, além de ter os
objetivos claramente definidos, o grupo deve levar em conta uma
estabilidade de espaço (local das reuniões), de tempo (horários,
férias, etc.), algumas regras e outras variáveis equivalentes que
delimitam e normatizam a atividade grupal proposta.
Grupo é uma unidade que se manifesta como uma totalidade,
de modo que, tão importante como o fato de se organizar a serviço
de seus membros, é também a recíproca disso. Para um melhor
entendimento dessa característica, cabe uma analogia com a
relação entre as peças separadas de um quebra-cabeças, e deste
com o todo a ser armado.
Apesar de um grupo se configurar como uma nova entidade,
como uma identidade grupal genuína, é também indispensável que
fiquem claramente preservadas as identidades específicas de cada
um dos indivíduos componentes.
É inerente à conceituação de grupo a existência entre seus
membros de uma interação afetiva, a qual costuma ser de natureza
múltipla e variada.
Em todo grupo coexistem duas forças contraditórias
permanentemente em jogo: uma tendente à sua coesão, e a outra à
sua desintegração. A coesão do grupo está na proporção direta, em
cada um e na totalidade dos sentimentos de “pertinência” (é o “vestir
a camiseta”, próprio de um esprit de corps) e “pertencência” (o
indivíduo se refere ao grupo como sendo “o meu grupo...”, e implica
no fato de cada pessoa do grupo ser reconhecida pelos outros como
um membro efetivo). Por outro lado, a coesão grupal também
depende de sua capacidade de perder indivíduos e de absorver
outros tantos, assim como de sua continuidade.
É inevitável a formação de um campo grupal dinâmico, em que
gravitam fantasias, ansiedades, identificações, papéis, etc
(ZIMERMAN, 2000 p.28)
O grupo é uma unidade que se manifesta na totalidade de seus membros, o
que torna importante não apenas a organização do todo, mas também de cada
24
membro em especial de modo que os mesmos se completem e constituam um todo
harmônico (ZIMERMAN, 2000).
Segundo Grinberg, Sor e Bianchedi (1973, p.19), “o ser humano não pode
evitar ser membro de um grupo”. Desta forma, para trabalhar qualquer aspecto do
comportamento humano é necessário conhecer a natureza dos grupos, seu
funcionamento, as relações que se estabelecem entre o indivíduo e o grupo e entre
ele e a sociedade e ainda conhecer como o grupo pode influenciar, transformar e
contribuir, de forma benéfica ou não, com esta sociedade.
Sobre esse aspecto, Osório (2000) nos lembra que “estamos saindo da era da
individualidade para ingressarmos na era da grupalidade, na qual, para atingir suas
metas, já não bastará ao ser humano o esforço individual, sem sua inserção no
coletivo” (p. 9). Por mais que estas palavras nos soem distantes e nos custem muito
e, por mais ainda contraditório que tudo isso possa parecer, eis um dilema do
homem no mundo de hoje.
Estimulados por muito tempo a valorizar nosso espaço individual, vivemos na
atualidade com o desafio de buscar o aprendizado da convivência, que nos leva
nesse novo milênio ao resgate do sentido de viver junto. Isso, de certa forma, nos
leva a retomar a concepção aristotélica de que o homem por ser um ser de carência,
só pode ser homem se for pela e na comunidade (WOLFF, 1999).
Assim, o aprendizado por (re) aprender a vida em grupo torna-se cada vez
mais necessário, especialmente, para nós profissionais da área da saúde. Para tanto
é preciso mais compreensão e aprendizado para o trabalho nos grupos e com eles.
A esse respeito, Osório, (2000 p.9) enfatiza que
aqui o preciso está tanto no sentido do necessário quanto no sentido
do verso pessoano – navegar é preciso - , ou seja, de algo que cada
vez se faz com mais precisão e, menos empiricamente, na medida
em que se sucedem os estudos e os aportes ao entendimento dos
25
fenômenos grupais e, conseqüentemente, do seu manejo mais
adequado
Ao estudarmos o tema percebemos destacado o valor do grupo para as
pessoas pela própria natureza gregária do ser humano. Por esta razão o grupo não
pode ser visto isoladamente, mas como parte de um todo que interfere sobre ele,
revelando-se como uma configuração social intermediária onde a realidade vivida
pelos indivíduos pode se articular com as dinâmicas macrossociais (FONSECA,
1988; MARÉ, 1974).
Da mesma forma, Zimerman (1997,p.27), ao discutir essa característica
humana, diz que:
a essência de todo e qualquer indivíduo consiste no fato dele ser
portador de um conjunto de sistemas: desejos, identificações,
valores, capacidades, mecanismos defensivos e, sobretudo,
necessidades básicas, como a da dependência e a de ser
reconhecido pelos outros, com os quais ele é compelido a viver.
Assim como o mundo interior e o exterior são a continuidade um do
outro, da mesma forma o individual e o social não existem
separadamente, pelo contrário, eles se diluem, interpenetram,
complementam e confundem entre si.
3.1.2. Reflexões sobre a natureza e as características dos grupos
humanos
Tão importante quanto a definição do conceito de grupo é o conhecimento
sobre sua natureza e características, especialmente quando pretendemos entender
os grupos como espaço de ação profissional, como no caso da enfermagem que o
utiliza para várias atividades.
Assim, conhecer aspectos estruturais e de funcionamento também é
fundamental, para o seu melhor planejamento e manejo.
Os grupos, dependendo da natureza das relações entre os seus membros,
podem ser primários ou secundários. O grupo primário se caracteriza por laços
pessoais íntimos de solidariedade e cooperação mútua enquanto que nos grupos
26
secundários, essas relações são frias, casuais, fragmentadas e formais (ANZIEU;
MARTIN 1971).
Na perspectiva dos mesmos autores são características dos grupos primários:
número restringido de miembros de tal manera que cada uno
de ellos pueda tener una percepción individualizada de cada uno de
los otros, ser percibido recíprocamente por éstos, y entre los cuales
pueda producirse una gran comunicación interindividual;
prosecución en común y de manera activa de los mismos
objetivos – dotados de cierta permanencia – asumidos como
objetivos del grupo, que responden a diferentes intereses de los
miembros y son valorizados por ellos;
relaciones afectivas que pueden llegar a ser intensas entre los
miembros (simpatías, antipatías, etc.) y que pueden constituir
subgrupos de afinidades;
firme interdependencia de los miembros y sentimientos de
solidaridad; unión moral de los integrantes del grupo fuera de las
reuniones y de las acciones en común;
diferenciación de roles entre los miembros;
constitución de normas, creencias, signos y de ritos propios del
grupo (lenguaje y código del grupo) (ANZIEU; MARTIN 1971, p.28).
Tais características não estão necessariamente presentes ao mesmo tempo
em um mesmo grupo.
Já os grupos secundários estão organizados em um sistema social que
funciona regido por instituições jurídicas, políticas, econômicas ou outras, dentro de
um segmento particular da realidade social (ANZIEU; MARTIN, 1971).
Outra forma de caracterizar os grupos é a partir da finalidade a qual se
propõem, o que torna ampla a possibilidade de arranjos e combinações (Zimerman
2000). Esta grande variedade torna imprescindível o conhecimento prévio por
àqueles que se dispõem a trabalhar com esta ferramenta, para que possam melhor
adaptar suas características ao trabalho proposto.
De acordo com a finalidade os grupos podem ser classificados em operativos
e terapêuticos. Os grupos operativos, que são aqueles centrados na tarefa e cujo
conceito é abrangente devido a extensa gama de suas aplicações práticas, estes
são considerados por muitos como sendo um continente de todos os demais grupos
27
e cobrem os campos de ensino-prendizagem, institucionais e comunitários
(ZIMERMAN, 2000).
Os grupos terapêuticos se dividem em grupos de auto-ajuda, que englobam a
área médica em geral, a psiquiátrica e os psicoterapêuticos propriamente ditos, cuja
terminologia é designada estritamente para aqueles tipos de grupos que se destinam
à aquisição de insight e que são fundamentados, geralmente, por uma das várias
correntes como a psicodramática, rogeriana, sistêmica, cognitivo-
comportamentalista, de inspiração psicanalítica, entre outras. Destacamos ainda a
grupoterapia de abordagem múltipla, holística, que é uma combinação das
anteriores (ZIMERMAN; OSÓRIO 1997, ZIMERMAN, 2000).
No trabalho da enfermagem, por exemplo, são adequados o enfoque dos
grupos do tipo operativos pela relativa facilidade com que os profissionais podem ser
treinados para exercer esta atividade e pela adequação dos mesmos a abordagem
dos grupos de gestantes, de crianças, de adolescentes, pacientes internados entre
outros (MELLO FILHO, 2000; ZIMERMAN, 2000).
Na modalidade de grupos terapêuticos do tipo de auto-ajuda que, por
definição, são de formação espontânea, a enfermagem pode junto com outros
profissionais incentivar a criação de atividades dessa natureza, como suporte para
pacientes hipertensos, diabéticos, colostomizados, obesos e outros, até o momento
em que sentir que os mesmos podem caminhar sozinhos. Nesse caso, os
profissionais podem estar disponíveis sempre que o grupo achar necessário uma
ajuda ou suporte (MUNARI; ZAGO, 1997; NAPIER; GERSHENFELD, 2002;
ZIMERMAN, 1997).
No que diz respeito à sua estrutura os grupos podem ser abertos ou
fechados. Os grupos abertos são aqueles em que se trabalha com clientela rotativa
28
e flutuante que, muitas vezes, participa de um único encontro. Nesse formato,
geralmente se organiza um trabalho permanente, de duração indefinida. Como
exemplos podemos citar os grupos de sala de espera, grupos de acolhimento de
familiares em visitas a pacientes internados e grupos de orientação para
acompanhamento de terapia medicamentosa.
Nos grupos fechados, em geral, a clientela é fixa e o trabalho é desenhado
por um período determinado, onde é estabelecido um prazo de vida para o grupo e
este, uma vez iniciado, não abre a possibilidade de entrada de novos participantes, a
não ser por consentimento do próprio grupo (CASTILHO, 1998).
Vale destacar também no que diz respeito a estruturação de um grupo, a
questão da homogeneidade ou heterogeneidade dos seus membros. Como
homogêneo definimos aquele grupo composto por pessoas que possuem
características comuns relacionadas com a idade, sexo ou tipo de problemas de
saúde apresentados e, como heterogêneos, aqueles onde existe diversificação
dessas características (CASTILHO, 1998; MUNARI, 1995; ZIMERMAN, 2000).
Outro fator de essencial importância na estruturação de um trabalho dessa
natureza é o ambiente onde o mesmo acontece e sua adequação física, tanto no
que diz respeito ao local e duração das reuniões, quanto ao ambiente físico em si,
que deve oferecer privacidade em local amplo e ventilado, com acomodações para
todos os participantes, onde os mesmos possam estar dispostos preferencialmente
em um círculo onde o contato visual é privilegiado (LOOMIS, 1979; MUNARI, 1995).
Os fenômenos grupais estão presentes em qualquer tipo de grupo e o que irá
determinar a modalidade grupal é a finalidade à qual se destina, seus objetivos, a
forma como é conduzido e o tipo de profissional que o coordena (NAPIER;
GERSHENFELD, 2002; ZIMERMAN, 2000).
29
Considerando todas as características apontadas até agora, podemos dizer
que “é amplo o leque de aplicações da dinâmica grupal e vasta a possibilidade de
fazer arranjos combinatórios criativos entre os seus recursos técnicos e táticos”
(ZIMERMAN,1997 p. 75). Por esta razão, é importante para o profissional que se
dispuser a utilizar as técnicas grupais, possuir habilidades, conhecimentos e atitudes
que favoreçam a exploração das inúmeras possibilidades que esse tipo de trabalho
nos oferece.
Assim, além da exploração da natureza e das características dos grupos,
destacamos algumas habilidades consideradas necessárias ao coordenador de
grupo. Segundo Zimerman (1997) para o coordenador é necessário:
Gostar e acreditar em grupos.
Ser continente (capacidade de conter angústias e
necessidades dos outros, e também as suas próprias).
Empatia (poder colocar-se no lugar do outro e assim manter
uma sintonia afetiva).
Discriminação (para não ficar perdido no cipoal das cruzadas
identificações projetivas e introjetivas).
Novo modelo de identificação (contribuir para a importante
função de desidentificação e dessignificação de experiências
passadas, abrindo espaço para a neo-identificações e neo-
significações).
Comunicação (tanto como emissor ou receptor, com a
linguagem verbal ou a não-verbal, com preservação de um estilo
próprio, e como uma forma de modelo para os demais do grupo).
Ser verdadeiro (se o coordenador não tiver amor às verdades e
preferir não enfrentá-las, não poderá servir como um modelo para o
seu grupo, e o melhor será trocar de profissão).
Senso de humor (um coordenador pode ser firme sem ser
rígido, flexível sem ser frouxo, bom sem ser bonzinho e, da mesma
forma, pode descontrair, rir, brincar, sem perder o seu papel e a
manutenção dos necessários limites).
Integração e síntese (é a capacidade de extrair o denominador
comum das mensagens emitidas pelos diversos componentes do
grupo e de integrá-las em um todo coerente e unificado, sem
artificialismos forçados (ZIMERMAN, 1997 p.40).
É importante esclarecer que o termo “coordenador” está sendo aqui
empregado com um sentido amplo, significando diversos tipos de lideranças, desde
as mais formais e organizadas, até as que surgem naturalmente em grupos
30
espontâneos, ressaltando o importante papel de figura transferencial que qualquer
condutor de grupo sempre representa (ZIMERMAN, 1997).
Para Andaló (2001), a função do coordenador é provocar reflexões levando o
grupo a construir o seu próprio crescimento, instigando-o a pensar e encontrar
respostas e ampliando a sua compreensão através da elaboração teórica dos
fenômenos ocorridos.
3.1.3. Apontamentos sobre a gênese da dinâmica de grupo e seu
funcionamento
O estudo e a sistematização dos grupos humanos, sua natureza e suas inter-
relações é denominado Dinâmica de Grupo (BUSNELLO, 1986) que tem sua origem
na década de 30 com Kurt Lewin, que foi um dos precursores do estudo dos
fenômenos grupais, para os quais dedicou vinte e oito anos de sua vida, sendo o
fundador do Centro de Pesquisas em Dinâmica de Grupo em Massachussets/USA
(MAILHIOT, 1981).
O seu surgimento foi favorecido pelas tendências das ciências sociais e pelo
grande valor que a sociedade norte-americana atribuía à sociedade, à tecnologia, à
solução racional dos problemas, sendo organizados, a partir daí, centros de
pesquisa em relações humanas, em relações sociais e em dinâmica de grupo nas
melhores universidades norte-americanas (BUSNELLO, 1986; MAILHIOT, 1981).
Segundo Cartwrigt e Zander (1969), ao termo dinâmica de grupo podemos
atribuir três significados distintos:
segundo um emprego freqüente, a dinâmica de grupo refere-se a
um tipo de ideologia política; interessada nas formas de organização
e direção dos grupos [...]. Outro conhecido emprego da expressão
dinâmica de grupo refere-se a um conjunto de técnicas – tais como
o desempenho de papéis, discussões, observação e “feedback” de
31
processos coletivos – muito empregadas nas duas últimas décadas,
em programas de treinamento, planejados para o desenvolvimento
de habilidades em relações humanas e na direção de conferências e
comissões. [...]. Segundo o terceiro emprego da expressão dinâmica
de grupo, esta se refere a um campo de pesquisa dedicado a obter
conhecimento a respeito da natureza dos grupos, das leis de seu
desenvolvimento e de suas interrelações com os indivíduos, outros
grupos e instituições mais amplas (CARTWRIGT; ZANDER, 1969
p.5-6).
No contexto desta pesquisa trabalhamos a partir dos significados atribuídos
pelos autores à terceira definição como forma de compreendermos melhor a
dimensão dos grupos na enfermagem e na área da saúde.
A busca pela eficiência no interior dos grupos foi o que motivou o
desenvolvimento dessa ciência que tem início na observação de que “[...]
trabalhadores que operavam em grupo pareciam produzir mais [...]. Conjeturou-se
então que o trabalho em grupo rende mais do que o individual” (MOSCOVICI, 2001
p.101).
A vertente sociológica do movimento grupalista é fortemente inspirada em
Kurt Lewin que criou a expressão “Dinâmica de Grupo” e elucidou a dinâmica das
relações interpessoais e intergrupais. Suas descobertas sobre a comunicação
humana só se tornaram para ele uma ciência após experimentações e
v000erificações na vida dos grupos, sendo ele seu principal experimentador, pois no
seu entendimento, para se estudar os fenômenos que acontecem nos grupos é
necessário ao pesquisador ser participante ativo e assimilar a vida do grupo
(MAILHIOT, 1981).
A esse respeito Busnello (1986, p.18) comenta que
não seria possível surgir a dinâmica de grupo sem a possibilidade de
realizar pesquisas com grupos de pessoas, medir fenômenos sociais e
manejar, para fins experimentais, variáveis de grupo, a fim de
descobrir as leis que governam a vida grupal
.
32
O autor cita ainda os diversos estudos e pesquisas que foram realizadas
visando a organização de técnicas aplicáveis a grupos como, por exemplo, através
de observações da importância do grupo no comportamento individual, a observação
dos grupos em ação e ainda, o emprego da sociometria que contribuíram,
especificamente, para o surgimento da dinâmica de grupo.
No nosso entendimento, isso significa que, dependendo da forma com que é
conduzido e organizado, o trabalho com grupos pode ser usado em diversas
situações, para diversos fins e melhorar muito a qualidade de vida das pessoas,
tanto no diz respeito à sua saúde física e mental, o seu rendimento no trabalho, seu
relacionamento na sociedade, na família, na política, nos esportes e uma infinidade
de outras situações talvez ainda não exploradas.
Assim, os estudos realizados por Kurt Lewin desvendaram muitas dificuldades
existentes no interior dos grupos, na medida em que os pesquisadores foram
observando e acompanhando os processos ocorridos dentro de seu próprio grupo
de trabalho. Para isto, após a constatação da existência da falta de integração
dentro de seu próprio grupo, decidiu reuni-los em momentos de auto-avaliação com
a intenção de que aprendessem um modo de comunicação autêntica (MAILHIOT,
1981).
Os estudos de Lewin o levaram a elaborar quatro hipóteses sobre a dinâmica
dos pequenos grupos, o que muito nos ajuda a entender vários aspectos da
movimentação no interior deles. Segundo Mailhiot (1981) as referidas hipóteses
permitem a compreensão de que:
[...] o grupo constitue o terreno sobre o qual o indivíduo se mantém
[...]. Em segundo lugar, o grupo é para o indivíduo um instrumento.
Isto significa que o indivíduo mais ou menos conscientemente utiliza
o grupo e as relações sociais que mantém em seu grupo como
instrumentos para satisfazer suas necessidades psíquicas ou suas
aspirações sociais [...]. Em terceiro lugar, o grupo é uma realidade
da qual o indivíduo faz parte, mesmo aqueles que se sentem
33
ignorados isolados ou rejeitados [...]. Finalmente, o grupo é para o
indivíduo um dos elementos ou dos determinantes de seu espaço
vital. É no interior de um espaço vital que se desenvolve ou evolui a
existência de um indivíduo (MAILHIOT, 1981 p. 54-55).
As reuniões de Kurt Lewin com sua equipe foram conclusivas e levaram à
descobertas de que “a produtividade de um grupo e sua eficiência estão
estreitamente relacionadas não somente com a competência de seus membros, mas
sobretudo com a solidariedade de suas relações interpessoais” (MAILHIOT, 1981
p.66).
Mailhiot (1981) relata ainda a exploração e a análise da dinâmica dos grupos
feita por um psicólogo americano, professor em Harvard, William C. Schultz que
descobre a correlação existente em todo grupo de trabalho entre o seu grau de
integração e seu nível de criatividade e, ainda, a importância da inovação advinda de
sua teoria das “necessidades interpessoais”, que especifica o não consentimento
dos membros de um grupo em integrar-se, senão a partir do momento em que certas
necessidades fundamentais são satisfeitas pelo grupo, e que estas necessidades só
podem ser satisfeitas adequadamente em grupo.
Segundo Mailhiot (1981) após pesquisas sistemáticas, Schutz define três
necessidades interpessoais. A primeira delas, a necessidade de inclusão, é
experimentada por todo membro novo de um grupo em se perceber e em se sentir
aceito, integrado, valorizado pelo grupo. A segunda, de controle, caracteriza-se pela
necessidade de cada membro em definir suas próprias responsabilidades no grupo e
também de todos que com ele forma o grupo e a terceira, de afeição, em que todo
membro de um grupo sente o desejo ser aceito como pessoa humana, não apenas
pelo que tem, mas também pelo que ele é, de ser insubstituível no grupo.
Outra grande descoberta de Kurt Lewin foi que
[...] as relações interpessoais não podem tornar-se mais positivas,
mais socializadas e o grupo integrar-se de modo definitivo, enquanto
34
subsistirem entre os membros fontes de bloqueio e de filtragens em
suas comunicações. A gênese de um grupo e sua dinâmica são
determinadas, em última análise, pelo grau de autenticidade das
comunicações que se iniciam e se estabelecem entre os seus
membros. [...] somente em um clima de grupo em que as
comunicações são abertas e autênticas, as necessidades
interpessoais podem encontrar satisfações adequadas (MAILHIOT ,
1981 p. 69-70).
Todos estes fatores podem interferir positiva ou negativamente no
funcionamento de um grupo, dependendo da forma como eles são articulados pelo
coordenador, considerando ainda que, segundo Loomis
1
(1979 apud MUNARI;
FUREGATO, 2003, p.32), “Cada grupo desenvolve um processo que é único em si
mesmo, as especificidades do processo são impossíveis de serem previstas antes
do líder conhecer os membros que farão parte do grupo”. Portanto, é importante
para quem se dispõe a coordenar grupos conhecer algumas fases que são comuns
à vida dos mesmos (LOOMIS, 1979; WILSON, 1985).
No primeiro contato entre os membros, denominado fase de “aproximação”,
acontece um movimento de hesitação e cautela, provocado pelo medo do
desconhecido. Nesta fase os relacionamentos são formais e os momentos de
silêncio são comuns. Na segunda fase, de “coesão grupal”, estão envolvidos “os
mecanismos que acionam a disponibilidade de cada membro em aderir a proposta
do grupo com todas as suas especificidades”, seu desenvolvimento facilita o trabalho
do grupo por mobilizar esforços coletivos na busca de soluções (MUNARI;
FUREGATO, 2003 p.28).
Na última fase, de “separação”, é importante que o coordenador esteja atento,
propiciando ao grupo, desde o seu planejamento, um preparo adequado para a
aceitação desta realidade que é parte inerente da vida do grupo (LOOMIS, 1979;
MUNARI; FUREGATO, 2003; WILSON, 1985).
1
Loomis, M. E. Group process for nurses. Saint Louis: Mosby Company, 1979.
35
Finalmente, destacamos que o estudo dos grupos nos possibilita afirmar que
este pode nos oferecer oportunidades para o crescimento e mudança com relação a
nós mesmos e ao mundo. A vida de um grupo pode e deve ser observada por vários
olhares, o que nos permite compreender sua complexidade, sua vitalidade e
potencialidade. Na perspectiva de Maré (1974, p.197) “a situação de grupo possui
um impacto imediato e muito poderoso, se desejar, pode-se chamar de uma espécie
de transferência arcaica coletiva, que é universal, visto que ocorre em todos os
grupos”.
3.2. A utilização do grupo como recurso de intervenção na área da saúde e
seu impacto no trabalho do enfermeiro
No Brasil, nos últimos anos, tem ocorrido uma tomada de posição favorável a
utilização das técnicas grupais tanto na assistência como no ensino, sendo variadas
as áreas de sua aplicação (ZIMERMAN; OSÓRIO, 1997). Atividades com grupos são
indicados para diversas finalidades voltadas para o desenvolvimento da
sensibilidade, experiência e crescimento pessoal, expansão mental, assim como
para o encontro de pessoas em geral e de grupos específicos. Na saúde, sua
utilização tem sido variada e é crescente o número de profissionais que descobrem
seu valor terapêutico e as vantagens de sua utilização (CAPPON, 1998; LOOMIS,
1979; MUNARI, 1995).
3.2.1. Os principais precursores na utilização de grupos na área da
saúde
36
É atribuída a Pratt, tisiologista americano, a utilização do recurso
grupoterápico em 1905, quando este criou o método de classes coletivas em uma
enfermaria com 50 pacientes tuberculosos. Seu trabalho consistia em uma aula
prévia sobre a higiene e os problemas da tuberculose, seguida de livre discussão
com o médico. Sua experiência foi considerada a pioneira e encontra-se registrada
na literatura especializada. Embora realizada sem base científica, serviu de modelo
para outras organizações como, por exemplo, os “Alcoólicos Anônimos”, iniciada em
1935 e que se mantém até os dias de hoje (MELLO FILHO, 2000; ZIMERMAN,
1997).
Sigmund Freud, embora não tenha trabalhado diretamente com
grupoterapias, trouxe valiosas contribuições específicas à psicologia dos grupos
humanos (ZIMERMAN, 1997).
Em sua Psicologia de Grupo e a Análise do Ego, Freud abre a
discussão apontando que a psicologia individual e a psicologia de
grupo não podem de modo algum ser diferenciadas, porque a
psicologia do individuo é ela própria, uma função de sua relação com
outra pessoa ou objeto (BION, 1975 p.119).
Os trabalhos de Sigmund Freud sobre a psicologia de grupos: “Psicologia
coletiva e análise do eu”; “Totem e Tabu” e “Mal estar na civilização”, se tornaram
objeto de polêmicas apaixonadas entre psicólogos sociais, psicanalistas e
sociólogos (MAILHIOT, 1981).
Em 1930, Jacob Levi Moreno introduziu a expressão “terapia de grupo”. Sua
contribuição se deu com a criação do psicodrama, baseado em técnicas teatrais. “O
psicodrama se propõe a resgatar e recuperar o homem psicodramático que existe
em cada um de nós, com sua sensibilidade, genialidade e disposição para continuar
criando” (LIMA, 2003 p. 66). O psicodrama tornou-se um método psicoterápico de
abordagem dos conflitos interpessoais que encontrou no grupo seu ambiente natural
(OSÓRIO, 2003)
37
A partir de 1948, Foulkes, psicanalista britânico, inaugura em Londres a
prática da psicoterapia psicanalítica de grupo com enfoque gestáltico, ou seja, para
ele, um grupo se organiza como uma nova entidade, diferente da soma dos
indivíduos. Introduziu ainda vários conceitos e postulados que serviram como
principal referencial de aprendizado, sendo considerado o líder mundial nesta
modalidade terapêutica (BAREMBLITT, 1986; MELLO FILHO, 2000; ZIMERMAN,
1997).
Da Escola Argentina temos a contribuição de Enrique Pichon Riviere, que
aprofundou o estudo dos fenômenos que surgem nos grupos com a finalidade de
operar tarefas, criando o termo grupo operativo. Sua formulação sobre os grupos
operativos muito colaborou para a compreensão do funcionamento dos mesmos
aumentando o leque das aplicações da dinâmica de grupo (OSÓRIO, 2003;
ZIMERMAN, 1997). Além dele, os psicanalistas Leon Grinberg, M. Landere e Emílio
Rodrigué, com o seu livro “Psicoterapia del grupo”, também difundiram o uso do
grupo na psicoterapia, sendo ainda nomes de destaque desta escola Geraldo Stein
com a concepção denominada por ele de “psicanálise compartida” e Rubén
Zuckerfeld (BAREMBLITT, 1986; MELLO FILHO, 2000; ZIMERMAN, 1997).
Destacamos ainda, Bion, psicanalista inglês, que muito contribuiu com a
concepção do movimento dos grupos em dois planos. O primeiro denominado por
ele “grupo de trabalho”, que opera no plano do consciente e está voltado para a
execução de uma tarefa e o segundo, “grupo dos pressupostos básicos”, radicado
no inconsciente e nas suas manifestações clínicas (MELLO FILHO, 2000;
SCHUTZENBERGER, 1967; ZIMERMAN, 1997).
Bion formulou três supostos básicos para a compreensão dos movimentos
grupais, sendo os mesmos dependência, luta e fuga e acasalamento. No primeiro, o
38
grupo espera obter segurança de um indivíduo de quem depende. No segundo, o
grupo se reúne para lutar com alguma coisa ou dela fugir. No terceiro, o grupo
deposita a esperança em uma pessoa ou uma idéia que o salvará (BION, 1975).
Estes supostos se tornaram base para compreensão do movimento dos grupos e
para sua aplicação no setting terapêutico (SCHUTZENBERGER, 1967; ZIMERMAN,
1997; MELLO FILHO, 2000).
A partir da década de 60, na Escola Francesa, começaram a surgir trabalhos
sobre a dinâmica dos grupos com um novo enfoque, através da importante proposta
do conceito de “aparelho psíquico grupal” dos psicanalistas Didie Anzieu e R. Käes.
Através destes dois autores, com suas concepções teóricas, as grupoterapias
começam a adquirir alicerces referenciais específicos na tentativa de adquirirem uma
identidade própria (BAREMBLITT, 1986; MELLO FILHO, 2000; ZIMERMAN, 1997).
No Brasil, a psicoterapia de grupo de inspiração psicanalítica teve começo
com Alcion B. Bahia. Outros nomes importantes e pioneiros são os de Walderedo
Ismael de Oliveira, Werner Kemper, Eustáchio Portella Nunes e José Cândido
Bastos, no Rio de Janeiro; Bernardo Blay Neto, Luis Miller de Paiva, Oscar Rezende
de Lima e Heládio Capistrano em São Paulo; Cyro Martins, David Zimerman e Paulo
Guedes, em Porto Alegre (MELLO FILHO, 2000; ZIMERMAN 1997).
Na atualidade, ainda no Brasil, há uma série de pessoas, em múltiplas áreas,
trabalhando ativamente em busca de novos caminhos e de uma assistência mais
ampla e abrangente com a aplicação da dinâmica grupal (MELLO FILHO, 2000;
ZIMERMAN 1997).
Zimerman (1997), já destacava a disseminação do uso dos grupos operativos,
no atendimento em saúde mostrando um crescimento visível do uso desse recurso.
Dentre eles, os grupos de auto-ajuda e mútua-ajuda que mostravam uma notável
39
expansão e inquestionáveis benefícios. A expansão da utilização do grupo na área
da saúde é crescente , haja vista, a inclusão dessa estratégia de intervenção na
concepção dos vários programas de atenção do Ministério da Saúde sendo
incorporados no cotidiano dos profissionais nas instituições hospitalares e pré-
hospitalares (GODOY; MUNARI, 2003).
3.2.2. O grupo no trabalho do enfermeiro
Dentre as diversas atividades do enfermeiro, muitas estão organizadas a
partir do contexto grupal. A própria natureza do trabalho da enfermagem facilita que
o grupo seja um recurso para muitas de suas ações. Desde a formação do
profissional, a convivência com e nos grupos é uma constante em várias situações
(LOOMIS, 1979; WILSON, 1985).
A tendência nas políticas de saúde nos últimos anos, por sua vez, tem
influenciado muito o envolvimento do enfermeiro no trabalho com grupos. Segundo
Munari e Furegato (2003), após a década de 80 é possível observar uma grande
expansão da utilização deste recurso, especialmente na assistência e na pesquisa.
Trata-se de um instrumento valioso e de grande utilidade que precisa ser mais
explorado e respaldado teoricamente para que o seu potencial seja melhor
aproveitado pelos profissionais e pelos clientes. O número de componentes, a forma
correta de estruturar, organizar e conduzir os grupos tem sido amplamente
pesquisados e tem uma razão de ser que os justifica.
Embora o enfermeiro tenha lançado mão deste recurso, muitas vezes o faz
usando apenas a intuição, deixando os pressupostos teórico-técnicos à margem,
não os utilizando para tornar sua ação mais eficiente (MUNARI; FUREGATO, 2003).
40
Como afirmam ainda as autoras, “os trabalhos publicados pela enfermagem
brasileira na sua grande maioria não se referem à questão do preparo do enfermeiro
para o desenvolvimento dessa tarefa como requisito para a sua realização”
(MUNARI; FUREGATO, 2003, p.13).
Uma pesquisa realizada junto a um grupo de enfermeiros permitiu a
observação das atividades grupais em seu cotidiano e mostrou que, embora ele não
tenha formação específica, sente-se motivado em usar o grupo porque reconhece
nele o potencial para uma atividade diferenciada e mais humanizada (MUNARI,
1995).
Em contraposição a este movimento, o referido estudo destaca que para
muitos enfermeiros esta atividade é feita apenas para o cumprimento de atividades
previamente estabelecidas e de necessidades impostas pelo serviço, onde nem
sempre existe o preparo ou motivação para o mesmo (MUNARI, 1995).
A questão da formação específica para esse trabalho, também explorada na
citada investigação mostra que a maioria dos profissionais aponta como fonte de
aprendizado para a realização dos grupos apenas a própria prática (MUNARI, 1995).
Este cenário pode refletir o próprio processo de formação do profissional
ainda na sua graduação que, até pouco tempo, não dispunha de conhecimento
específico sobre a coordenação de grupo nos currículos de enfermagem. O primeiro
trabalho que relata uma experiência sistematizada desta natureza foi publicado em
1999 (SAEKI et al., 1999).
O estudo de Rocha e Munari (2002)
mostra que são poucos os cursos de
enfermagem no país que tratam desse conteúdo na graduação embora esteja claro
nas novas Diretrizes Curriculares (BRASIL, 2001) para este curso, a necessidade de
capacitação do profissional para o trabalho com grupos, equipes e comunidade.
41
De igual modo, a tendência das políticas de saúde cada vez mais privilegia o
atendimento da clientela mediante a utilização de grupos. O uso desse recurso nas
pesquisas e como estratégias no processo de formação dos profissionais sinaliza a
necessidade de avançarmos na discussão e desenvolvimento desse conhecimento
no âmbito da enfermagem.
42
4. METODOLOGIA
43
Para alcançarmos o objetivo proposto nesta investigação, realizamos um
estudo descritivo e exploratório, de natureza bibliográfica que, segundo Ruiz (2002)
é o exame de todo o material escrito e publicado em forma de livros, revistas,
publicações avulsas e imprensa escrita, para levantamento e análise do que se
produziu sobre determinado assunto caracterizado como tema de pesquisa.
Toda pesquisa, tanto de campo, como de laboratório, exige para sua
realização o levantamento bibliográfico do que se propõe estudar. Portanto,
podemos considerar a pesquisa bibliográfica como o primeiro passo em qualquer
tipo de investigação (RUIZ, 2002).
Para Marconi e Lakatos (2001), a pesquisa bibliográfica permite ao
pesquisador ter um contato direto com o que já foi escrito sobre o assunto e sua
grande vantagem é permitir uma maior cobertura dos fenômenos pesquisados o que
não seria possível se a mesma fosse feita diretamente na fonte.
As etapas que constituem a pesquisa bibliográfica basicamente compõem: a
escolha do tema; o levantamento bibliográfico preliminar; a formulação do problema;
a elaboração do plano provisório de assunto; a busca das fontes; a leitura do
material; o fichamento; a organização lógica do assunto e a redação do texto (GIL
2000; MARCONI; LAKATOS 2001; RUIZ 2002).
A escolha do tema é um importante passo para a pesquisa, pois implica no
interesse do pesquisador sobre o mesmo o que determina o seu entusiasmo,
dedicação, empenho, perseverança e superação de obstáculos em seu decorrer.
Além disso, é necessário ainda ao pesquisador aptidão para desenvolver o tema
proposto, tempo disponível, recursos materiais além da escolha de um assunto que
seja relevante, lembrando também a importância da delimitação do mesmo.
44
O passo seguinte é o estabelecimento dos objetivos e a elaboração de um
plano de trabalho (MARCONI; LAKATOS, 2001; RUIZ, 2002). O levantamento do
material pode ser feito a partir de catálogos com as relações das obras com listagem
dos títulos dos trabalhos. Após a identificação do material procede-se a sua
localização que pode ser realizada através de fichários das bibliotecas, banco de
dados de literatura em serviços de bibliotecas virtuais, em CD-ROM, entre outros.
Para essa pesquisa, optamos por trabalhar apenas com periódicos da área da
enfermagem publicados no Brasil pelo fato de os mesmos permitirem, com sua
publicação regular, uma análise da produção dos pesquisadores enfermeiros
brasileiros sobre o tema em estudo. A veiculação dos resultados de uma
investigação científica em periódicos constitui-se em uma forma rápida da
divulgação de pesquisas e uma maior socialização do conhecimento, sendo um meio
importante de comunicação científica que torna “possível a comunicação formal dos
resultados de pesquisas originais e a manutenção do padrão de qualidade na
investigação científica” (GIL 2000, p. 66).
O período delimitado para a pesquisa, entre os anos de 1980 e 2003, foi
escolhido em função da afirmativa de Munari e Rodrigues (2003) de que é a partir da
década de oitenta que as pesquisas oriundas dos trabalhos realizados por
enfermeiros nas atividades grupais passaram a ser registradas em periódicos
nacionais.
4.1 Local
A seleção do material pesquisado foi feita a partir de buscas nos acervos da
Biblioteca Central do Campus Universitário de Ribeirão Preto e na Sala Leitura Glete
45
de Alcântara da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, ambos da Universidade
de São Paulo.
4. 2 Seleção de Periódicos
Consideramos como critérios de inclusão de periódicos para a pesquisa que
os mesmos fossem indexados, tivessem regularidade e periodicidade de circulação
que nos permitissem uma análise ao longo do período de estudo e estivessem
disponíveis na Biblioteca Central do Campus de Ribeirão Preto e na Sala de Leitura
Glete de Alcântara no período compreendido entre os meses de julho e dezembro
de 2003. Os números não disponíveis nos locais da pesquisa à época da coleta,
foram acessados em acervos particulares ou adquiridos pela pesquisadora.
Os Periódicos que atenderam os critérios de inclusão foram: Revista
Brasileira de Enfermagem; Revista da Escola de Enfermagem da USP; Revista
Gaúcha de Enfermagem; Revista Paulista de Enfermagem; Acta Paulista de
Enfermagem; Texto & Contexto Enfermagem; Revista Latino-Americana de
Enfermagem; Revista de Enfermagem da UERJ; Cogitare Enfermagem; Revista da
Escola de Enfermagem Anna Nery.
4. 3 Coleta de dados
Para a coleta de dados utilizamos inicialmente a busca por descritores,
utilizando para tanto os termos “grupo” e “atividade grupal” e por títulos nas bases de
dados do sistema Biblioteca Regional de Medicina (BIREME).
46
Encontramos dificuldades em caracterizar o trabalho com grupos através da
busca pelos descritores na base de dados BIREME em razão do termo “grupo” estar
relacionado apenas com a categoria “grupo sangüíneo” e o descritor atividade grupal
não se encontrar disponível como descritor oficial.
A busca on-line através dos títulos tornou-se inviável uma vez que os mesmos
quase nunca continham expressões que nos levassem a identificá-los como
atividades grupais, o que tornou a busca imprecisa e inconsistente.
Portanto, para a seleção dos artigos fizemos uma busca ativa nos periódicos
por volumes e números, selecionando para a pesquisa somente aqueles que, na
leitura prévia dos títulos, dos resumos e da metodologia nos indicassem que a
atividade com grupos era utilizada de alguma forma pelos autores nos trabalhos
descritos nos artigos, entendendo esta atividade como toda espécie de trabalho do
enfermeiro que envolve reuniões de grupos para os mais variados fins e com
diversos tipos de clientela, baseado na experiência prática do profissional ou com
base científica comprovada através de indicação nas referências teóricas de
trabalhos com grupos utilizadas na descrição da metodologia proposta pelo(s)
autor(es).
A definição do termo “atividade grupal” teve como base o estudo realizado por
Munari (1995) que sugere a caracterização das atividades de grupo realizadas pelo
enfermeiro de acordo com a complexidade e nível de estruturação das mesmas,
bem como dos objetivos que definem esta ação.
Assim, quando entendíamos, através da análise do texto, que um
determinado artigo trazia a descrição de uma atividade realizada em grupo, nós o
consideramos como tal e o incluímos na pesquisa independentemente do termo
usado pelo(s) autor (es) para nomear a técnica utilizada em seu trabalho.
47
Os artigos selecionados foram compilados, separados por ano de publicação,
submetidos a uma leitura cuidadosa e registrados em um protocolo elaborado para
identificar aspectos tais como: publicações por periódicos e por ano; natureza do
artigo (síntese de dissertação de mestrado e de tese de doutorado, pesquisa, relato
de experiência, estudo de caso ou outras); região de procedência dos autores;
descritores; área temática do artigo; enfoque da atividade grupal e o referencial
teórico específico de grupo utilizado (anexo A).
Para o levantamento dos dados relativos à procedência dos autores e
profissão dos mesmos, foi considerada as informações constantes nas notas de
rodapé apresentadas em cada artigo.
A denominação “referências bibliográficas específicas” foi dada para as
referências bibliográficas citadas nos artigos de livros teórico-técnicos que abordam
fundamentos teórico-técnicos dos aspectos da dinâmica, da natureza e
funcionamento dos grupos e ainda, da sua aplicação nas inúmeras atividades do
enfermeiro. Assim, para a análise desse aspecto, consideramos apenas esses livros,
não levando em conta os artigos de periódicos que foram também utilizados pelos
autores.
4.4 Análise dos dados
Inicialmente procedemos a organização do material, de modo que nos
permitisse uma análise estatística simples dos aspectos já apontados anteriormente,
como a distribuição dos artigos por ano ao longo do período estudado, procedência
dos autores, natureza dos artigos, entre outros.
48
Depois desta fase, o material foi submetido a uma análise qualitativa, de
modo que pudéssemos incluí-los nas categorias definidas à priori – O grupo como
recurso na assistência – Enfermagem e grupo: produção de conhecimento – O grupo
na formação de recursos humanos. Na descrição dessas categorias, assim como na
distribuição dos artigos nas mesmas levamos em consideração, especialmente, os
objetivos definidos pelos autores quando da apresentação do artigo, uma vez que
alguns trabalhos se encaixavam em mais de uma categoria.
Assim, o que definiu o enquadramento do artigo na categoria foi o foco central
do trabalho, delimitado no objetivo. Para tanto, fizemos um processo de validação da
distribuição dos artigos nas respectivas categorias, a partir de uma cuidadosa
revisão de cada um deles realizada pela pesquisadora e sua orientadora, para
garantir fidedignidade e consistência na descrição do conteúdo dos dados para a
análise qualitativa.
Segundo Bardin (1997), a análise qualitativa corresponde a um procedimento
mais intuitivo, mais maleável e mais adaptável a índices não previstos. É válida na
elaboração de deduções sobre um acontecimento e não rejeita formas de
quantificação.
Uma forma de desenvolver esse procedimento é por meio de análise de
conteúdo que
[...] é um conjunto de técnicas de análise das comunicações visando
obter, por procedimentos, sistemáticos e objetivos de descrição do
conteúdo das mensagens, indicadores (quantitativos ou não) que
permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições de
produção/recepção (variáveis inferidas) destas mensagens
(BARDIN, 1997 p.42),
A maioria dos procedimentos de análise são organizados em torno de um
processo de categorização que, nada mais é do a organização do material de
pesquisa de acordo com os critérios adotados pelo pesquisador. Este agrupamento
49
é feito em razão de características comuns percebidas neste material, de acordo
com a realidade trabalhada pelo pesquisador. Para categorizar, temos que fazer o
inventário do material do qual dispomos para depois classificá-lo, garantindo a
organização dos conteúdos ou mensagens que serão trabalhadas (BARDIN, 1997).
Para a categorização são empregados dois processos. No primeiro, o
pesquisador cria um sistema de categorias e reparte os elementos de acordo com o
mesmo. No segundo, os títulos das categorias são fornecidos no final, de acordo
com a classificação encontrada no decorrer do processo. Muitas vezes é necessário
o reagrupamento progressivo de categorias fracas, para uma mais forte e
abrangente (BARDIN, 1997).
Para esta pesquisa, optamos pelo primeiro processo, uma vez que, ao
definirmos as categorias estabelecidas previamente, ou seja: o grupo como recurso
na assistência; enfermagem e grupo: produção de conhecimento; o grupo na
formação de recursos humanos, os artigos foram distribuídos nessas categorias à
medida que identificávamos, através da leitura dos resumos ou da metodologia de
trabalho proposta pelo(s) autor (es), sua classificação dentro de cada uma delas.
50
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
51
Para esta pesquisa identificamos um total de cento e setenta e três artigos,
dos quais vinte e dois foram descartados por apresentarem o termo “grupo” apenas
como um adjetivo não caracterizando o objeto do estudo proposto.
Os cento e cinqüenta e um artigos que compõe o conjunto dos dados que ora
apresentamos, estão relacionados em ordem alfabética por categoria e
disponibilizados em anexo (Anexo B).
O tratamento dos dados feitos a partir da análise estatística simples e a busca
pelos objetivos delimitados no estudo, nos possibilitaram a construção dos
resultados que são apresentados com uma caracterização geral dos artigos e com a
análise temática do conteúdo dos mesmos.
5.1. Caracterização geral dos artigos
Neste tópico traçamos um panorama geral dos artigos estudados,
apresentando os aspectos já delimitados na metodologia, como a caracterização dos
periódicos pesquisados, a distribuição dos artigos de acordo com o ano de
publicação, a procedência dos autores, a análise dos descritores utilizados, a
natureza dos artigos bem como a população envolvida nas pesquisas divulgadas e
ainda o referencial teórico utilizado pelos autores.
Inicialmente, apresentamos os dez periódicos utilizados na coleta de dados,
que foram relacionados no quadro 1, que mostra a identificação de cada um deles,
bem como detalhes que os caracterizam.
52
Tabela 1 - Periódicos selecionados para o estudo da produção do enfermeiro
sobre a utilização de atividades grupais relacionada ao seu trabalho. 1980 –
2003
Nome do Periódico Ano da 1ª
Publicação
Cidade Periodicidade
Atual/2004
Fontes de Indexação/2004 Vinculação
Institucional
Rev. Brasileira de
Enfermagem
1932 Brasília Bimestral Medline/Ini; Cinahal; Lilacs; Adsaude;
Latindex; Bdenf.
ABEn
Rev. da Escola de
Enfermagem da USP
1967 São Paulo Trimestral Medline; Lilacs; Adsaude; Latindex;
Indexmedicus.
EE/USP
Rev. Gaucha de
Enfermagem
1976 Porto
Alegre
Semestral Ini/ Medline; Lilacs; Bdenf; Laptoc;
Latindex; Index Medicus.
UFRS
Rev. Paulista de
Enfermagem
1981 São Paulo Quadrimestral Lilacs; Bdenf; Index Medicus. ABEn - SP
Acta Paulista de
Enfermagem
1988 São Paulo Trimestral Adsaude; Lilacs. Dept° Enf.
UNIFESP
Texto & Contexto
Enfermagem
1992 Florianópoli
s
Quadrimestral Lilacs; Cinahal; Bdenf; Index. UFSC
Rev. Latino-
Americana de
Enfermagem
1993 Ribeirão
Preto
Bimestral Ini/ Medline; Cinahl ; Cab Health Cab
Abstracts Psycinfo; Cuiden Lilacs;
Ulrich's International; Periodicals
Directory ; Bdenf Biblioteca
Eletrônica.
EERP/USP
Rev. de Enfermagem
da UERJ
1993 Rio de
Janeiro
Semestral Lilacs UERJ
Cogitare
Enfermagem
1996 Curitiba Semestral Lilacs UFP
Rev. da Escola de
Enf. Anna Nery
1997 Rio de
Janeiro
Quadrimestral Lilacs; Bireme. UFRJ
Embora vários outros periódicos tenham sido publicados durante o período
delimitado para o estudo, os mesmos não foram incluídos por não atenderem aos
critérios já discriminados na metodologia para a coleta de dados. Desta forma, o
universo da pesquisa foi constituído com os dez periódicos mostrados na tabela 1.
Pelo que é possível observar, apenas um periódico – Revista Brasileira de
Enfermagem – é sediado na região Centro Oeste, todos os demais são oriundos da
região Sul e Sudeste.
Acreditamos que esse fato pode ser explicado, em grande parte, pela maior
concentração nessas regiões de programas de pós-graduação em enfermagem no
53
país, possibilitando um movimento de geração do conhecimento, bem como da sua
divulgação.
Dos dez periódicos estudados, oito deles estão vinculados a instituições
públicas de ensino superior, que mantém programas de pós-graduação, à exceção
da “Revista Cogitare Enfermagem” vinculada à Universidade Federal do Paraná, que
existe desde 1996, antes da abertura do programa de pós-graduação em
enfermagem, aprovado recentemente.
Duas revistas são vinculadas a Associação Brasileira de Enfermagem (ABEn),
sendo a “Revista Brasileira de Enfermagem” da secção nacional, a primeira
publicação nacional veiculada desde 1932 e a Revista Paulista de Enfermagem da
secção São Paulo, veiculada desde 1981. Esse fato nos mostra a relevância dessa
associação no cenário da produção científica nacional e de seu importante papel
enquanto órgão representativo da enfermagem no Brasil.
Alguns números dos periódicos selecionados, embora exaustivamente
procurados, não foram encontrados no período delimitado para a pesquisa e,
portanto, não foram analisados. Estes periódicos são: Revista Brasileira de
Enfermagem, volume 39, nº 4 e volume 52, nº 2; Revista Texto & Contexto
Enfermagem volume 3, nº 3; Revista da Escola de Enfermagem da USP, volume 27,
nº 4 e volume 29, nº 2; Revista Cogitare Enfermagem, volume 27, nº 4; volume 29,
nº 2 e volumes 7 e 8, números 1 e 2; Revista da Escola de Enfermagem Anna Nery,
volumes 6 e 7, números 1 a 3.
Para uma melhor visualização da produção nacional nos periódicos,
apresentamos na tabela 2 a distribuição dos artigos estudados, de acordo com o ano
de publicação.
54
Tabela 2 - Distribuição dos artigos de acordo com o ano de publicação no
período de 1980 a 2003.
A
P
80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 00 01 02 03 t
RB - 02 01 01 02 02 02 01 02 - 01 - 01 02 04 - 01 02 01 01 06 - 07 02 41
RE - - - - - - 01 - - 01 - 01 - - - - - - - 01 02 03 02 01 12
RG - - - 01 - - 01 - - 01 - - - - - 01 - 01 01 04 - 01 02 - 13
RP - - - 01 - - - - - 01 - - - - - - - - - 02 - 01 02 07
AP - - - - - - - - - - - - - - 01 - 01
TC 01 - 01 05 01 05 02 01 03 02 05 14 40
LA - - 01 01 01 02 - 05 - 02 03 15
RU - - 01 03 01 01 02 - 02 01 02 13
CE 04 01 01 01 01 01 - - 08
AN - - - - - - - 00
T - 02 01 02 03 02 04 01 02 02 02 01 02 02 05 08 10 11 08 10 19 09 21 24 151
LEGENDA:
A ano de publicação. P periódicos.
RB – Revista Brasileira de Enfermagem.
RE – Revista da Escola de Enf. da USP
RG – Revista Gaúcha de Enfermagem.
RP – Revista Paulista de Enfermagem
AP – Acta Paulista de Enfermagem
TC Revista Texto e Contexto..
LA – Revista Latino-Americana de Enfermagem.
RU – Revista de Enfermagem da UERJ
CE – Cogitare Enfermagem
AN - Rev. da Escola de Enfermagem Anna Nery
Podemos observar na tabela 2 que, desde o início da década de oitenta até
1993, a publicação de artigos sobre o tema foi tímida, sendo a mesma inexistente no
ano de 1980. A partir de 1994 houve um aumento crescente desta produção que
tanto pode ser um indício do aumento da atividade grupal como do interesse do
enfermeiro em divulgar os resultados da aplicação desta técnica.
Em relação ao volume da produção por periódico/ano, verificamos que a
média de publicação dos artigos, levando em consideração o ano de início de sua
ocorrência até o ano de 2003, é mais significativa em alguns periódicos. Para
ressaltar esse aspecto mostramos por meio da tabela 3 como se configura essa
distribuição.
Tabela 3 - Média anual de publicações por periódicos
Periódicos Início das
publicações
Num.
Artigos
Num. de
anos
Média
por ano
Revista Brasileira de Enfermagem 1981 41 22 1,86
Revista Gaúcha de Enfermagem 1983 13 21 0,62
Rev. da Escola. de Enf. da USP 1984 12 20 0,6
Revista Paulista de Enfermagem 1984 07 19 0,37
Acta Paulista de Enfermagem 1988 01 15 0,07
Rev. Texto & Contexto Enfermagem 1992 40 12 3,33
Rev. Latino-Americana de Enf. 1995 15 09 1,67
Revista de Enfermagem. da UERJ 1995 13 09 1,44
Cogitare Enfermagem
1996 09 08 1,12
Observamos na tabela 3 que a Revista Brasileira de Enfermagem, embora
tenha um maior volume de publicações em número, apresenta um volume menor se
levarmos em conta sua média anual (1,86), enquanto a Revista Texto & Contexto
Enfermagem apresenta, sob esta ótica, o maior volume de publicações no período
estudado (3,33).
O que poderia explicar a média maior de publicações apresentada pela
Revista Texto & Contexto em relação às demais é o fato de grande parte dos artigos
serem oriundos de pesquisas desenvolvidas pelo Núcleo de Convivência em
Situações Crônicas de Saúde - NUCRON da Universidade Federal de Santa
Catarina, cujo objetivo é conhecer e compreender a vida e a saúde das pessoas em
condições crônicas e que, para tanto, iniciou a partir de 1992 um programa, no qual
foram incluídas atividades de pesquisa, ensino e assistência desenvolvidas
simultaneamente, formando para isso “Grupos de Convivência (UNIVERSIDADE
FEDERAL DE SANTA CATARINA, 2004).
Analisamos também a distribuição dos artigos e dos autores de acordo com a
região de procedência dos mesmos conforme ilustrado na figura 1.
Figura 1. Distribuição dos autores e dos artigos sobre a atividade grupal
relacionada ao trabalho do enfermeiro, de acordo com a região de
procedência. Brasil – 1980 – 2003.
A figura 1 mostra que a maioria das publicações que compõe este estudo é
de autores procedentes da região sudeste, sendo a maior parte deles do Estado de
São Paulo (cinqüenta e três artigos), seguido pelo conjunto de autores do Estado
Rio de Janeiro (doze artigos), do Estado de Minas Gerais (quatro artigos) e do
Estado de Espírito Santo (um artigo).
No Nordeste, houve somente a contribuição dos Estados do Ceará (oito
artigos) e Bahia (três artigos) com um total de onze artigos publicados.
Na região sul, no Estado de Santa Catarina, identificamos trinta e quatro
artigos, no Rio Grande do Sul dezessete artigos e no Estado do Paraná sete
artigos.
Na região Centro Oeste, no Estado de Goiás identificamos nove artigos, no
Distrito Federal um artigo e no Estado de Mato Grosso um artigo.
Na região Norte encontramos apenas uma publicação, de uma autora, no
Estado do Pará.
A concentração de publicações nas regiões sudeste e sul em relação as
demais, pode ser explicada pela existência cursos de pós graduação nessas
regiões, o que facilita e estimula o desenvolvimento da produção do conhecimento e,
conseqüentemente, a sua divulgação. Dos dez periódicos estudados, nove são
vinculados a instituições sediadas nas referidas regiões.
Um dado bastante significativo e que reforça essa afirmação é o fato de que,
cento e sessenta e dois autores (51,4%) que publicaram trabalhos são professores
universitários e que, dos cento e cinqüenta e um trabalhos publicados, cento e vinte
e oito (84,8%) tem autoria ou co-autoria de um ou mais destes professores.
Quanto ao número de autores por artigo, dos cento e cinqüenta e um artigos
do estudo, trinta e cinco foram escritos por um único autor, os demais, tiveram a
colaboração de dois ou mais autores, com a soma total de trezentos e quinze
autores. A grande maioria destes, duzentos e setenta e seis (87,3%), participam na
autoria de um artigo; vinte e oito, em dois artigos (9%); seis, em três artigos (2%);
dois, em quatro artigos (0,7%); um, em sete artigos (0,3%) e dois, em oito artigos
(0,7%).
Apresentamos na figura 2., a Ilustração gráfica dos autores e do número de
artigos em cuja autoria participaram na pesquisa.
Figura 2 - Distribuição do número de autores por artigo na
pesquisa
276 autores
28 autores
6 autores
2 autores
2 autores
1 autor
Através da análise da figura 2, vimos que, dos trezentos e quinze autores
identificados, vinte e oito (8,9%) participaram na autoria de dois artigos e apenas
quinze (4,8%) em três ou mais, com um total de quarenta e três autores (13,7%)
com mais de uma publicação. Este dado sinaliza que o número de autores que
publicam regularmente sobre o tema é ainda pequeno.
Alguns dos artigos tiveram a colaboração de profissionais de outras áreas. Na
tabela 4 relacionamos estes profissionais e o número de artigos nos quais
contribuíram.
Tabela 4 - Relação dos profissionais de outras áreas que colaboraram com os
enfermeiros nas publicações da enfermagem
Profissionais N° de profissionais %
Psicólogo 10 3,2
Terapeuta ocupacional 02 0,6
fisioterapeuta 01 0,3
Assistente social 03 1,0
Médico 07 2,2
Nutricionista 02 0,6
Educador 02 0,6
Total 27 8,5
Apesar dos profissionais de outras áreas serem ainda em pequeno número
(8,5%), é importante constatar a participação dos mesmos, junto aos enfermeiros, na
publicação e nos trabalhos sobre o tema pois, como afirma Domingues (1981,
p.325), “oferecer atendimento assistencial de uma equipe formada por profissionais
de áreas diferentes, implica na variedade de conhecimentos, de personalidades e
sensibilidades, complementando as observações e anulando conceitos errôneos”.
Além destes profissionais, encontramos dezoito acadêmicos de enfermagem
como parceiros na publicação de doze artigos, sendo dois deles de sua autoria
exclusiva. Este fato nos indica o despertar do futuro profissional para a aplicação dos
conceitos que envolvem essa temática, o que certamente fortalecerá a utilização
desta ferramenta em sua atividade profissional na abordagem de grupos.
Uma análise dos descritores que caracterizam os artigos nos permitiu
identificar um volume muito extenso dos mesmos, pois destacavam as áreas de
aplicação do trabalho grupal nas ações de enfermagem não enfocando a abordagem
do grupo em si. A maioria dos autores utilizava como descritor termos que indicavam
a área temática trabalhada, a clientela atendida e os objetivos do trabalho publicado.
Por este motivo, selecionamos para a análise somente aqueles descritores que,
segundo o nosso entendimento, tinham alguma relação com o trabalho grupal.
Na tabela 5 discriminamos estes descritores, o número de vezes em que
foram utilizados e quais estão disponíveis na base de dados BIREME:
Tabela 5 - Descritores específicos de atividades grupais utilizados pelos
autores nos artigos pesquisados
Descritores específicos de atividades grupais Número de
citações
Disponíveis na
BIREME
01. Grupos de vivência 1 Não
02. Grupos de apoio/suporte 1 Não
03. Grupos de auto-ajuda 8 Sim
04. Grupo(s) 8 Não
05. Atividade grupal 2 Não
06. Atelier de vivências 1 Não
07. Dinâmica de grupo 2 Não
08. Grupo focal 2 Não
09. Prática de grupo 1 Sim
10. Jogo educativo 2 Não
11. Pequenos grupos 1 Não
12. Jogos 1 Não
13. Psicodrama 2 Sim
14. Psicoterapia de grupo 1 Sim
15. Trabalho em grupo 1 Não
16. Processos grupais 1 Não
17. Grupo operativo 1 Não
18. Grupos de pesquisa 2 Não
19. Oficina 1 Não
20. Grupo de reflexão 1 Não
21. Oficina terapêutica 1 Não
22. Orientação em grupo 1 Não
23. Oficinas de saúde 1 Não
24. Jogos e brinquedos 1 Sim
25. Grupos da comunidade 1 Não
TOTAL 45
05
A visão geral sobre os descritores nos levou a constatação de que apenas
cinco deles são disponíveis para caracterizar as atividades com grupos. O número
de cinco descritores, entre os vinte e cinco utilizados nos artigos, é pouco
significativo para compor a base de dados BIREME, levando em conta que dois
deles (psicodrama e psicoterapia de grupo), coincidem com a designação de
terapias já consolidadas na psiquiatria, e um está relacionado com jogo ou
brinquedo.
Esta comprovação nos faz pensar na necessidade de buscar junto aos órgãos
competentes uma forma de sugerir a inclusão de outros descritores, que possam
identificar características de atividades grupais na literatura oficial, uma vez que o
fato de não ter descritores disponíveis pode levar os autores a omitirem ou não
privilegiarem esse aspecto.
Outra questão é que, mesmo os periódicos definindo em suas regras de
publicação, que os autores devem usar os descritores oficiais, muitos deles, em
periódicos atuais não seguem essa regra, o que dificulta, conseqüentemente, a
busca dos artigos em bases de dados.
Analisamos também as referências bibliográficas específicas sobre as teorias
de grupos utilizadas pelos autores, o que permitiu verificar que a sua ocorrência foi
variável e irregular ao longo dos anos pois, observamos que elas tanto são utilizadas
em trabalhos publicados no início dos anos oitenta quanto não o são em alguns
artigos publicados em 2003, o que nos sugere um aprofundamento dessa questão
em estudos posteriores. Na tabela 6 apresentamos essas referências.
Tabela 6 - Referências bibliográficas específicas sobre o tema utilizadas pelos
autores e o número de vezes em que foram citadas nos artigos pesquisados
Referências
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18. GRINBERG, J. Grupos operativos no ensino. In: Temas de psicologia – entrevista e grupo. 4ª ed. São Paulo:
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19. GRINBERG, J. et. al Psicoterapia de grupo. Rio de Janeiro: Forense Universitária; 1976. 1
20. HARTFORD, M. E. Grupos em serviço social. AGIR; 1983. 1
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51. WEFORT, M. F et al. Grupo indivíduo, saber e parceria: malhas do conhecimento: Espaço Pedagógico, 1993. 1
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59. ZIMERMAN, D. E. Estudo sobre psicoterapia analítica de grupo. Sãp Paulo: Mestre Jou; 1971. 1
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3
61. YOZO, R.Y. K. 100 jogos para grupos: uma abordagem psicodramática para empresas, escolas e clínicas. São
Paulo: Agora; 1996.
2
Através da observação desta tabela, verificamos que foram utilizados
sessenta e um títulos, de textos clássicos das teorias de grupo, bem como de
manuais e livros de técnicas grupais. A ocorrência destas referências nos artigos
estudados foi de 39,1% (59 artigos), sendo que em onze deles, foram referidos
apenas livros e manuais de técnicas e jogos grupais.
Alguns títulos são mais freqüentes na produção dos enfermeiros, como as
contribuições de Fritzen (1976); Loomis (1979); Mailhiot (1981); Munari & Furegato
(2003); Osório (1989); Pichón-Rivière (1995); Rogers (1981) e Zimerman (1997).
Vale o destaque para as contribuições específicas da enfermagem como os de
Loomis (1979), Munari e Furegato (2003) e Wall (2001).
Um outro aspecto identificado na análise foi a natureza dos artigos, definidas
e relacionadas na tabela 7
Tabela 7 – Número de artigos segundo a sua natureza.
Natureza dos artigos %
Síntese de dissertação de mestrado 22 14,57
Síntese de Tese de doutorado 07 4,64
Pesquisa 29 19,21
Relato de experiência 74 49
Reflexão teórica 15 9,93
Estudo de caso 04 2,65
TOTAL
151 100
Os artigos estruturados como relatos de experiência (49%) são maioria dentro
desse universo, sendo as sínteses de dissertação de mestrado (14,57%) e pesquisa
(19,21%) os mais expressivos tipos de artigos publicados.
A população envolvida nos artigos estudados compreende uma grande
variedade de grupos de pessoas, que representam a clientela com que o enfermeiro
tem desenvolvido esse trabalho.
Tabela 8 - Relação da população que compõe a clientela atendida pelos
autores nos artigos da pesquisa
Clientes %
1. Adultos (crônicos; diabéticos; hipertensos; renal-crônicos; psiquiátricos;
dependentes químicos; cirúrgicos; com problema vascular; de clínica
médica; ostomizados; obesos; deficientes visuais adultos sadios e idosos)
35 23,2
2. Mulheres (mastectomizadas; com depressão; no climatério; de
comunidade rural; candidatas à laqueadura; puérperas; nutrizes; gestantes
e casais grávidos)
21 13,9
3. Pais de RN de risco 02 1,3
4. Criança/acompanhante 01 0,7
5. Adolescente 05 3.3
6. Família/comunidade 06 4
7. Familiares de pacientes 03 2
8. Trabalhadores (bancários e de creche) 02 1,3
9. Alunos de enfermagem 22 14,6
10. Professores de enfermagem 02 1,3
11. Profissionais de saúde (enfermeiros; técnicos e auxiliares de enfermagem;
agentes comunitários; monitores da FEBEM e outros)
52 34,4
TOTAL
151 100
Como é possível verificar na tabela 8, a clientela atendida através de
atividades grupais é constituída em sua maioria por usuários do serviço de saúde, o
que configura que esta técnica está se tornando uma prática constante na
assistência de enfermagem.
Assim, podemos afirmar que o grupo tem sido grande aliado na assistência de
saúde prestada pelo enfermeiro, envolvendo uma grande diversidade de clientes em
diferentes agravos (itens 1 a 8), além de ser também uma ferramenta bastante
utilizada no ensino (item 9) e ainda como auxiliar na questão do gerenciamento do
serviço (item 11),
É importante destacar a utilização do grupo no atendimento à saúde da
mulher. Desde o início da década de oitenta, já identificamos pesquisas divulgando
esse trabalho com a referida clientela, o que sinaliza ser esta uma ferramenta
bastante eficiente na abordagem da mulher durante o seu ciclo vital (BACKES, 1997;
BARROS, 1993; DAOUD, 2002; LEITE et al, 1998; FREITAS; FREIDLANDER,
2003), haja vista a sua recomendação nos manuais de procedimentos do Ministério
da Saúde.
Chamamos a atenção para o fato de não termos encontrado em nossa
pesquisa um volume relevante de trabalhos com grupos na área da saúde mental,
visto que esta é uma técnica específica para a assistência desta clientela, o que nos
leva a deduzir que, embora muitos enfermeiros trabalham utilizando esse recurso,
poucos tem divulgado o seu trabalho através de publicações em periódicos
nacionais.
Embora o grupo seja um excelente recurso na abordagem da clientela
atendida no contexto da saúde coletiva, verificamos que, também é restrito o número
de artigos que trabalham com grupos na perspectiva da família e da comunidade.
Acreditamos que através da consolidação do Programa da Saúde da Família (PSF)
a tendência será o aumento destes trabalhos nesta área, até porque nas orientações
do PSF está previsto a utilização desse recurso como base para uma série de
atividades (BRASIL, 1996).
5.2. Análise da produção do conhecimento: uma aproximação por
análise temática do conteúdo
A construção da análise qualitativa dos dados foi pensada no sentido de
mostrar um panorama do que tem sido produzido no Brasil acerca da temática, sem
particularizar o conteúdo em profundidade dos artigos, mas buscando mapeá-los à
partir de referência temática que nos permitiu agrupá-los nas categorias definidas à
priori - O grupo como recurso na assistência - Enfermagem e grupo: produção de
conhecimento - O grupo na formação de recursos humanos.
A decisão em conduzirmos a análise nesta direção foi em função do volume
dos dados (151 artigos) que exigiria muito mais tempo do que dispomos para a
realização do Mestrado.
No entanto, esse desenho nos permitiu uma visão geral da produção,
sugerindo, inclusive, desdobramentos desse estudo em futuro próximo.
Após a leitura exaustiva dos artigos, da distribuição dos mesmos nas
categorias e do processo de validação que definiu o conjunto de dados pertencente
as categorias, passamos a análise de cada uma delas em separado, tendo em vista
o volume dos dados.
A distribuição dos artigos nas categorias pode ser observada na figura 3, que
mostra o percentual que corresponde às mesmas.
Figura 3 - Distribuição dos Artigos nas
Categorias de Análise
58%
25%
17%
Prod. Conh. Assistência Form. R.H.
5.2.1. O GRUPO COMO RECURSO NA ASSISTÊNCIA
A categoria grupo como recurso na assistência caracteriza os estudos que
trabalharam com os diversos níveis de assistência da promoção à reabilitação de
pessoas. Foram incluídos trinta e sete artigos que correspondem a 24,5% do total
dos artigos pesquisados.
Para facilitar a análise dos artigos dessa categoria, utilizamos o estudo de
Munari (1995) para dividi-los como a autora sugere para a classificação das
atividades grupais realizadas pelo enfermeiro com essa finalidade, ou seja: grupos
de caráter informativo e educação em saúde; grupos para a manutenção de
programas e grupos de reabilitação e apoio emocional, que foram nossa referência
para a criação de subcategorias de análise.
a) Grupos de caráter informativo e educação em saúde
Nessa subcategoria foram incluídos onze artigos (7,3%) que descrevem
atividades grupais de curta duração (grupos de sala de espera, orientações de
cirurgia, oficinas e outras ações de caráter educativo).
Vários desses estudos utilizam as atividades grupais na educação em saúde
com adolescentes (ALVES et al., 1996; DREHER; FERREIRA; EIDTH, 1995;
FREDERICO; FONSECA; NICODEMO, 2000; HOGA; ABE, 2000; MARTINS;
MORETO, 1985; WATANABE et al. 1984).
Segundo Osório (2003), a abordagem grupal é uma estratégia ideal para ser
utilizada nesta faixa etária por oferecer melhores resultados pois, a busca pela
convivência grupal corresponde a uma inclinação natural dos adolescentes que
procuram nos “iguais uma caixa de ressonância ou continente para suas ansiedades
existenciais” (p.115).
Os tópicos de que tratam tais atividades, em geral, são focalizadas no
desenvolvimento saudável do adolescente e na orientação sexual, em particular, na
prevenção de DSTs e AIDS conforme relatados por Souza et al. (2004).
Muitas dessas ações são desenvolvidas através de oficinas ou workshops
que são atividades em grupo que utilizam vários meios de criação com o objetivo de
despertar a espontaneidade individual e a liberdade de expressão (ROGERS, 2002).
A oficina também foi utilizada visando a segurança do trabalho com bancários
descritas no artigo de Dyniewicz (1999).
As reuniões de sala de espera são consideradas oportunidades ímpares de
aprendizado. Nestas reuniões, o tempo ocioso de espera de consultas é utilizado
para o desenvolvimento de ações educativas em saúde como nos relatos de
Esperidião, Oliveira e Pontiere (1992) e Kamiyama et al. (1982).
Esta modalidade de trabalho em grupo também foi utilizada por Cocco, Palu e
Silva (1988) e Maia, Colodo e Vale (1988), para intervenções cujo objetivo foi
fornecer informações aos clientes ou as suas famílias relativas às cirurgias, ao
preparo pré-operatório e orientar sobre os cuidados que deveriam ser dispensados
em relação às mesmas.
b) Grupos para a manutenção de programas e projetos de atendimento
ao indivíduo e suas famílias.
Nesta subcategoria foram incluídos treze artigos (8,6%) que relatam diversos
tipos de atendimentos realizados através de atividades grupais dentro dos
programas preconizados pelo Ministério da Saúde ou desenvolvidas em instituições
com intuito de melhorar a qualidade do atendimento ao indivíduo e sua família.
No programa de saúde da mulher a utilização de atividades grupais é
bastante freqüente e acontece em todos os níveis nos quais é realizada a
assistência observamos que as mulheres em período fértil, principalmente, na
gestação e aleitamento são alvo desse tipo de atendimento como mostra os
trabalhos de Barros e Christóforo (1993); Rozário e Zagonel (2000); Santos e
Custódio (1997) e Spíndola (2001).
Destacamos ainda nessa subcategoria, o desenvolvimento de um programa
de apoio a pais de bebês de risco relatados por Brunherotti et al. (2000); na saúde
da comunidade (GONZAGA, 1992; MENDES, 1996); na promoção da saúde de
pessoas com hipertensão arterial vista nos trabalhos de Moreira et al. (2003) e
Trentini, Tomasi e Polack (1996); na saúde mental (SILVA, 1998) e na implantação
de novas estratégias no atendimento às famílias de pacientes internados em
Unidade de Terapia Intensiva – UTI (BECK, 2001).
A assistência ao idoso e ao envelhecimento saudável, é um tema pouco
abordado e que merece maior atenção no planejamento dos programas de
prevenção, destacamos os artigos de Diogo, Ceolim e Cintra (2000) e Portella
(1999).
Segundo Moscovici (2004), com a idade acontece um declínio nas funções
orgânicas e intelectuais que causam limitação fisiológica, mas que não
impossibilitam o aprendizado de coisas novas ou impedem a mudança de
comportamentos. Para Osório (2003), ao atender o idoso devemos adotar novas
metodologias no processo de ensino-aprendizagem sendo as atividades grupais
ferramentas importantes para assistir a essa clientela, pelo caráter da força de
motivação e de sua ação terapêutica.
Vale ressaltar que as atividades grupais desenvolvidas nessa modalidade,
que muitas vezes são obrigatórias em programas de saúde ou de instituições,
podem enfrentar uma problemática já referida por Munari e Furegato (2003). Na
maioria das vezes, elas são impostas pelo serviço e, desta forma, nem sempre os
profissionais estão motivados ou preparados para tal.
Segundo Osório (2003), a aplicação de exercícios de “dinâmicas de grupo”
não se caracterizam como um atendimento grupal propriamente dito se não houver
uma referência lógica que o caracterize como tal. Parte ainda deste pressuposto, a
afirmação de Munari e Furegato (2003) de que este atendimento em grupo só será
efetivo se o coordenador tiver claro os objetivos, os limites e as possibilidades do
mesmo e também uma real afinidade com “atividades dessa natureza”.
c) Grupos de reabilitação e apoio emocional
Esses grupos são compostos por pessoas portadoras de um sofrimento
compartilhado ou de uma mesma necessidade (hipertensos, obesos, diabéticos,
colostomizados e outros). Nesses grupos, a força da motivação grupal é o principal
instrumento da ação terapêutica, pelo fato dos mesmos utilizarem uma mesma
linguagem e partilharem os mesmos sofrimentos e dificuldades (MELLO FILHO,
2000; NAPIER; GERSHENFELD, 2002; OSÓRIO, 2003; YALON, 1975; ZIMERMAN,
2000).
Nesta subcategoria foram incluídos treze artigos (8,6%) cujos objetivos foram
oferecer apoio e suporte através de atividades grupais para o enfrentamento das
diversas situações vividas pelas pessoas que precisam conviver com problemas
crônicos de saúde.
Com ênfase na importância da relação de ajuda a grupos específicos de
clientes, Leite, Aguiar e Carvalho (1981) trabalharam com aqueles clientes que tem
problemas de locomoção; Kuhn et al. (1986) com pacientes de cirurgia cardíaca;
Backes (1997), Sant’Anna e Ferriani (2000), com obesos; Peto (2000), com
laringectomizados e Fernandes et al (2002) com mulheres pós-mastectomizadas.
Mello Filho (2000) ressalta o valor terapêutico de grupos dessa natureza e
dos resultados positivos que os mesmos podem obter com a abordagem grupal.
Segundo o autor, a participação do paciente somático em um grupo pode levá-lo à
compreensão de seus conflitos e dificuldades, auxiliando-o em momentos de
depressão, medo, ou desespero.
Ainda com grupos de clientes específicos, Tavares (1997) relata em seu
artigo a utilização de uma oficina de arte como instrumento terapêutico no apoio a
pacientes psiquiátricos e Scochi et al. (2003) trabalharam a questão do vínculo mãe-
filho em situação de prematuridade.
Nunes (1997) realizou um workshop que proporcionou à moradoras de Porto
Alegre a oportunidade de vivenciarem uma atividade de cuidado e conhecer o seu
significado.
São verificadas nesses grupos muitas mudanças de comportamentos. As
pessoas envolvidas nesses processos mostram uma capacidade de ajuda e
demonstram uma inacreditável capacidade terapêutica que é liberada através da
liberdade de expressão de sentimentos proporcionada pela vivência em grupo
(ROGERS, 2002).
O relato de Rocha (1996), nos remete a uma experiência diferente de
assistência em psiquiatria. Trata-se de um estágio realizado pela autora no Centro
Georges Devereux, na Universidade de Paris. A equipe do referido centro, realiza
um trabalho clínico de pesquisa junto a famílias de migrantes que apresentam
problemas psicológicos. A consulta a esses migrantes é desenvolvida na língua
materna, em grupo, que inclui o grupo familiar e a equipe e conta com pessoas de
culturas variadas.
A autora conclui seu relato dizendo que com a experiência “Foi preciso
repensar os preconceitos [...] Foi uma imensa abertura para o novo, para o diferente,
para o outro. Foi um encontro com uma psiquiatria do cuidar” (p.236).
O aluno de graduação em enfermagem é sujeito do estudo de Kestemberg e
Rocha (1995) que buscaram, através da sensibilização do futuro enfermeiro,
minimizar o distanciamento que ocorre na relação enfermeiro-cliente; do estudo de
Lucchese e Barros (2002), cujo objetivo foi oferecer um espaço para a expressão
vivencial do aluno através do grupo operativo e também do estudo de Vianna,
Bomfim e Chicone (2002) que, por meio de uma oficina buscam desenvolver a
melhoria da auto-estima do aluno.
Para Osório (2003), a escola é um espaço privilegiado de aprendizado do
trabalho em grupo pela experiência de mútua convivência. O professor, pela
natureza de suas funções, exerce o papel natural de coordenador desse grupo.
Portanto, nada mais natural do que desenvolver atividades grupais nesse ambiente
pois, associado as atividades propostas, está ainda a experimentação do
relacionamento interpessoal no contexto grupal, que ajudará os jovens a transpor o
grande obstáculo ao progresso humano que é a “incomunicabilidade” referido por
Osório (2003).
Embora não tivéssemos o objetivo de explorar aspectos estruturais e de
funcionamento dos grupos nos artigos que compõe essa categoria, ressaltamos que
o ambiente e a adequação física do local das reuniões são aspectos importantes
que favorecem o bom andamento dos grupos (LOOMIS, 1979; MUNARI;
FUREGATO, 2003).
Outro aspecto para o qual ficamos atentas, na leitura dos artigos, foi em
relação a menção dos autores quanto ao processo de avaliação dessas atividades.
Segundo Loomis (1979); Munari e Furegato (2003), esse é um aspecto a ser melhor
pensado pelos enfermeiros que trabalham com esse tipo de recurso, haja vista que é
através da avaliação que podemos aferir a efetividade e eficácia da aplicação dessa
tecnologia. De modo geral, essa questão ainda não é abordada explicitamente pelos
autores.
A distribuição dos artigos nessa categoria nos mostra o grande potencial
desse recurso na assistência à saúde. Os trabalhos aqui relacionados descrevem a
ação do enfermeiro com uma clientela muito variada e a possibilidade de utilizar
essa estratégia como elemento terapêutico.
Embora não fosse nossa intenção nesse trabalho tratar da questão da
avaliação das atividades grupais, é possível afirmar que poucos artigos sinalizam um
processo de avaliação quando as usam no contexto da assistência, o que aponta
para uma necessidade do enfermeiro estar mais atento a essa questão e passar a
sistematizar além da assistência em si, formas de avaliação que possam demonstrar
a efetividade da utilização desse recurso.
5.2.2. ENFERMAGEM E GRUPOS: PRODUÇÃO DE CONHECIMENTOS.
Esta categoria incluiu 89 artigos (58,9%) que envolvem o desenvolvimento de
conhecimentos acerca da temática, cujo enfoque dado aos textos é na exploração
de conceitos e aspectos teórico-técnicos, fundamentados em teorias clássicas sobre
o movimento dos grupos humanos e sua aplicação na enfermagem.
Barreto (2003) aponta a importância de conhecermos tais conceitos para a
compreensão do comportamento dos grupos humanos e do funcionamento da
sociedade o que, segundo essa autora, justifica que o mesmo continue sendo objeto
de pesquisa.
Estão inseridos ainda artigos que abordam aspectos teórico-técnicos,
aplicados no cotidiano da prática assistencial, da pesquisa, da formação e do
processo de avaliação/validação do uso dessa estratégia e artigos nos quais os
autores utilizaram atividades grupais para coletar dados nas pesquisas.
Para facilitar a análise da categoria, dividimos os artigos nela inseridos em
quatro subcategorias: estudos teóricos; modelos de atividade grupal na assistência;
modelos para a formação de recursos humanos e utilização de atividades grupais
para coleta de dados nas pesquisas.
a) Estudos teóricos
Nesta subcategoria, incluímos onze artigos (7,3%) que contribuem com a
produção de conhecimentos teóricos sobre o grupo e sua aplicação no trabalho do
enfermeiro. Esses trabalhos abordam conceitos, teorias e metodologias, fornecendo
aos profissionais que querem trabalhar com esta ferramenta uma fonte de
informações e ensinamentos dentro do tema.
Com diversos exemplos de elaboração de gráficos estruturais, Laganá (1989)
descreve uma forma de organizar os discursos dos sujeitos para facilitar a coleta de
dados nas pesquisas realizadas através da técnica do grupo focal. Este tema
também é trabalhado no artigo de Iervolino e Pelicione (2001), onde é discutida a
importância do grupo focal como método diagnóstico na promoção da saúde e
descritos os passos para se utilizar esta ferramenta na pesquisa qualitativa.
Em seu artigo, Reibnitz (1995) relata a criação de grupos de pesquisa para
integração das atividades de ensino, pesquisa e extensão, como estratégia político-
pedagógica adotada pelo Departamento de Enfermagem da Universidade Federal
de Santa Catarina (UFSC), traçando um panorama geral das características de cada
um destes grupos. Dias (1995) traz um histórico sobre o GIATE (Grupo de estudos
sobre inventos e adaptações tecnológicas em enfermagem) que compõe os grupos
de pesquisa descritos por Reibnitz. Este grupo busca conhecer qual o saber gerado
com a produção de inventos de enfermagem. A produção de conhecimento em
enfermagem nos Grupos de Pesquisa da UFSC é descrita por Silva et al. (1996),
mostrando os personagens que neles atuam, evidenciando as fontes de
conhecimento utilizadas e a abordagem que está guiando os mesmos.
A organização do grupo da referida instituição mostra o grande investimento
que tem sido feito no desenvolvimento desse conhecimento naquela instituição,
assim como da exploração do mesmo como eixo do projeto político pedagógico
institucional, o que pode facilitar a implementação das novas diretrizes curriculares
para o curso de graduação em enfermagem na UFSC, no que diz respeito a oferecer
ao aluno a oportunidade de experimentar o trabalho em grupo.
No artigo de Munari e Zago (1997) as características dos grupos de
apoio/suporte e auto-ajuda são exploradas, tendo como base a literatura nacional e
internacional sobre o tema e a experiência profissional das autoras. Com esse
trabalho, apontam “aspectos conceituais e operacionais tentando revelar suas
semelhanças, diferenças e inter-relações” (p.359)
Munari (1997) e Munari e Rodrigues (1997) descrevem a trajetória da
utilização de grupos na assistência de enfermagem, através de levantamento na
prática. Os dados obtidos permitiram caracterizar, a partir de aspectos de
estruturação e funcionamento das atividades, grupos de caráter informativo e
educação em saúde; grupos para a manutenção de programas; grupos de
reabilitação e apoio emocional, o qual utilizamos no desenvolvimento da análise
desse trabalho.
O artigo, Dall’Agnol e Trench (1999) aborda o desenvolvimento do conceito e
de princípios para a aplicação/utilização de grupos focais nas pesquisas. Os
fundamentos apresentados servem como guia comentado, dos caminhos que devem
ser percorridos quando da escolha dessa estratégia para coleta de dados. Segundo
Dall’Agnol e Trench (1999, p.5) são definidos “os princípios norteadores do
referencial, chamando a atenção para os requisitos necessários à organização dos
encontros, papel da equipe de coordenação e momentos do trabalho grupal”.
Trentini e Gonçalves (2000) apresentam em seu artigo uma discussão sobre a
formação de pequenos grupos, como meio apropriado para o desenvolvimento de
tecnologias em enfermagem. Estes grupos são classificados em: grupos focais,
grupos de convivência e grupos de convergência. As autoras propõem a técnica de
pequenos grupos convergentes como veículo no desenvolvimento destas
tecnologias que Merhy et al
2
(1997) in: Trentini e Gonçalves (2000) agruparam em
três categorias: tecnologia dura, representada pelo material concreto como mobiliário
e outros; tecnologia leve-dura que inclui saberes estruturados representados pelas
disciplinas que operam em saúde e tecnologia leve que se expressa como processo
de produção da comunicação, relações e vínculos.
Apenas um artigo traz uma reflexão teórica acerca da importância do
conhecimento dos grupos e seus movimentos na concepção do trabalho no
Programa de Saúde da Família (PSF) (CIAMPONE; PEDUZI, 2000). Tendo em vista
toda a filosofia do referido programa, sua expansão como modelo de atenção em
todo o país e o grande envolvimento do profissional enfermeiro nele, acreditamos
que o texto seja essencial para a implementação dos pressupostos que norteiam o
PSF (BRASIL, 1996).
b) Modelos de atividade grupal na assistência
Nesta subcategoria consideramos os artigos que trabalharam com a proposta
de construção de modelos de atividades grupais para a assistência e aqueles que
2
MERHY, E. et al. Em busca de ferramentas analisadoras das tecnologias em saúde: a informação e o dia a dia
de um serviço, interrogando e gerindo trabalho em saúde. In MERHY, E. Praxis en salud un desafío para lo
publico. São Paulo: Hucitec, 1997.
trazem relatos de atividades desenvolvidas por grupos já formados que atuam nessa
assistência. Foram incluídos dezenove artigos (12,6%).
Dentro dos artigos que relatam atividades desenvolvidas por grupos
encontramos os artigos de Ceccim e Freitas (1983), que trazem uma experiência
prática desenvolvida pelo GUSP – Grupo unido de Saúde Pública; o de Hense
(1994), que faz um relato de experiência do Grupo de Assistência, Pesquisa e
Educação na área da Saúde da Família (GAPEFAM) com pesquisa participante junto
a famílias de uma comunidade através de oficinas de saúde e o de Silva e Brêtas
(1997) que realizaram um estudo cujo objetivo foi pesquisar sobre a participação da
enfermagem em núcleos ou grupos de pesquisa em gerontologia e geriatria e ainda
relatam suas experiências enquanto membros de um desses grupos.
Como proposta de modelos de assistência a grupos específicos, destacamos
o estudo de Vargas e Scain (1983), por ser um dos pioneiros no Brasil. As autoras
descrevem sua experiência com grupos de pacientes obesos, delineando os
principais aspectos que devem ser considerados na abordagem dessa clientela
através dessa modalidade.
Cassiani (1989) faz um resumo da situação do aleitamento materno em vários
países do mundo, descrevendo os diversos tipos de grupos de promoção do
aleitamento sugerindo diretrizes para a formação desses grupos.
A pessoa ostomizada é abordada no artigo de Trentini et al. (1996), que
relatam a parceria do NUCRON (Núcleo de Convivência em Situações de Saúde),
ACO (Associação Catarinense de Ostomizados) e PAO (Programa de Assistência ao
Ostomizado) com o propósito de mobilizar uma organização de grupos de pessoas
ostomizadas. Trentini et al. (1998) comunicam a experiência que envolveu essa
parceria cujos resultados permitiram, segundo as autoras, a visualização da
distribuição dos núcleos de assistência ao ostomizado no Estado de Santa Catarina;
uma aproximação com a realidade vivenciada pelos ostomizados e o conhecimento
do grande potencial do grupo de ostomizados.
Cesaretti e Dias (2000) descrevem a história e a evolução da Estomaterapia
incluindo em seu relato a trajetória da formação de grupos de pessoas ostomizadas,
desde os primeiros grupos formados no mundo, os primeiros grupos formais do
Brasil e sua situação até os dias de hoje.
Gomes et al. (2003) fazem uma revisão bibliográfica sobre o tema grupo na
reabilitação de mulheres com câncer de mama, buscando quais tipos de grupos tem
sido oferecidos e quais os benefícios dos mesmos.
Silva et al. (2003), a partir da revisão da literatura e da reflexão da prática
assistencial, propõem quatro tipos de grupo que podem ser utilizados com diferentes
propósitos em diferentes situações para educação em saúde.
Scain (1986), analisa retrospectivamente os cursos realizados com grupos de
clientes diabéticos nos anos de 1982 a 1984 com o objetivo de fazer um apanhado
geral sobre os mesmos em termos de números e características da clientela
atendida, impressão e avaliação dos cursos por estes clientes e as mudanças de
hábitos referidas pelos mesmos após o seu término.
Dias, Trentini e Silva (1995), apresentam um instrumento de trabalho
projetado e desenvolvido pelo Núcleo de Convivência em Situações Crônicas de
Saúde (NUCRON), caracterizado pela prática de enfermagem conduzida com
grupos de convivência.
Em seu artigo, Pelzer e Fernandes (1997), propõem a criação de um grupo de
Entre-ajuda para Alzheimer (GEAA) que oferecesse ajuda e promovesse a troca de
informações entre as famílias fornecendo ainda treinamento para os membros da
família na função de cuidador do idoso com demência.
Amorim, Waltrick e Wendhausen (1998), fazem o relato de um trabalho cujo
objetivo foi conhecer as percepções dos portadores de Hanseníase, ligados ao
MOHAN (Movimento de Reintegração de Pessoas Atingidas pela Hanseníase),
sobre a sua participação em um grupo de educação popular, no período de 1992 a
1994.
O artigo de Leite et al. (1998) valida um jogo educativo elaborado para
educação em saúde, utilizando a atividade grupal e Corrêa e Stefanelli (2000),
apresentam a construção de uma estratégia de ajuda para ser utilizada na
recuperação de usuários de drogas.
Em seu artigo Soares, Reale e Brites (2000) realizaram um estudo com o
objetivo de identificar potencialidades e limitações do grupo focal como instrumento
de avaliação de programas de saúde, assim como Silva; Munari; Lima e Silva (2003)
analisaram as características do funcionamento dos grupos no contexto da saúde
coletiva e verificaram a percepção dos coordenadores quanto ao seu alcance e
limitação.
O artigo de Waidman et al. (2003) relata um estudo exploratório descritivo
com o objetivo de identificar as práticas do cuidado à saúde, avaliando as
características da assistência prestada a famílias e o conteúdo dos relatórios de
acompanhamento das atividades.
Na literatura da qual dispomos, existem poucas referências sobre o trabalho
com grupos que atendam as especificidades dos clientes atendidos pelos
enfermeiros nos diversos níveis de agravos à saúde. Na maioria das ocasiões é
difícil para quem trabalha com grupos na assistência encontrar respostas para
solucionar as dificuldades encontradas para cada grupo específico. Como afirma
Osório (2003), esse respaldo é necessário pois
quando nos encontramos em um grupo para a realização de
determinada tarefa, ocorre uma série de fenômenos relacionais,
desencadeados pelas motivações inconscientes dos atos humanos
que merecem nossa atenção para que possamos melhor entender o
funcionamento grupal e nos capacitar ao trabalho em e com grupos
(p.59).
Partimos do pressuposto para tal afirmação, de que nem sempre é
disponibilizado aos profissionais que desenvolvem tais atividades um instrumental
teórico que dê fundamento à sua prática.
Nesse sentido, consideramos que nossos achados mostram a importância do
desenvolvimento desses estudos, bem como reconhece o esforço que os
enfermeiros tem feito para superar as barreiras do conhecimento.
Como é possível verificar, é evidente a expansão desse conhecimento ao
longo dos anos representada, especialmente, pelas referências apresentadas
nessas duas subcategorias que preenchem essa lacuna trazendo contribuições
teóricas e vivências práticas valiosas para aqueles que desejam trabalhar com
grupos em nossa profissão.
c) Modelos para a formação de recursos humanos
Nesta subcategoria foram incluídos sete artigos (4,6%) que descrevem,
teoricamente, modelos de trabalhos grupais para a formação de recursos humanos.
Dentro desta definição encontramos o artigo de Domingues (1981), que faz
uma retrospectiva da atuação da enfermagem e dos recursos dos quais dispõe para
contribuir de forma efetiva na equipe multiprofissional de saúde.
Garcia (1995) relata a avaliação do Curso de Graduação em Enfermagem da
Universidade Federal de Santa Catarina, através da proposta metodológica de
formação do Grupo de Ensino desta universidade. O artigo de Gelbcke, Pacheco e
Scoz (1995), em estudo semelhante, descreve o caminho percorrido pelo Grupo de
Ensino da Universidade Federal de Santa Catarina que, através da realização de
oficinas, avalia o currículo vigente no curso de Graduação em Enfermagem.
Caverni e Sanna (2002), descrevem o GIMEn (Grupo de Interesse no Ensino
Médio), da Comissão de Educação da ABEn-SP, que tem por objetivo reunir
profissionais de ensino médio com o intuito de somar esforços da Associação e
escolas de formação para o aprimoramento de sua prática.
O estudo de Pirolo e Chaves (2002) teve como objetivo analisar o
comportamento de uma equipe de enfermagem na passagem de plantão, com o
intuito de comprovar se este procedimento se configura como um comportamento
grupal. Esta análise foi feita através da observação dos comportamentos da equipe,
a partir de cenas filmadas. A conclusão da pesquisa é de que a passagem de
plantão na equipe estudada não se configurou como um comportamento grupal.
O objetivo do estudo de Silva e Corrêa (2002) foi compreender o que é para o
aluno de graduação em enfermagem, vivenciar situações de trabalho em equipe/
grupo.
D’Agnoll e Martini (2003) mostram o potencial das reuniões de trabalho
focadas no grupo enquanto processo educativo para subsidiar a prática da
enfermagem.
A proposição/apresentação desses modelos ligados a formação de recursos
humanos parece acompanhar um movimento contemporâneo de incentivo ao
desenvolvimento das pessoas como base para o trabalho coletivo de melhor
qualidade. Biel, (2004); Meirhy e Franco, (2003); Moscovici (2001; 2004) e Motta,
(2001), são unânimes na defesa da idéia de que o desempenho das pessoas nas
equipes de trabalho está intimamente ligado ao seu processo de formação nas
universidades, mas também é responsabilidade das organizações em seus
programas de desenvolvimento de pessoas.
d) Utilização de atividades grupais para coleta de dados nas pesquisas
.
Nesta subcategoria incluímos artigos nos quais os autores utilizam técnicas
grupais com a finalidade de coletar dados para suas pesquisas. Essa técnica tem
sido explorada em larga escala pelos pesquisadores na coleta de dados, haja visto
que é nesta subcategoria que encontramos a maior parte dos artigos incluídos na
categoria ou seja, um total de cinqüenta e dois artigos (34,4%).
Munari, Esperidião e Medeiros (2001) já mostravam em seu trabalho como
essa ferramenta tem sido utilizada pelo enfermeiro para validar suas pesquisas e
sinalizam as possibilidades de sua expansão.
Em grande parte dessas pesquisas são realizadas algum tipo de assistência
aos sujeitos pesquisados. O divisor de águas para incluirmos os artigos nesta (coleta
de dados) ou naquela (assistência) subcategoria é o fato de que, para a coleta de
dados, a assistência é oferecida temporariamente, com a finalidade de coletar
dados, sendo encerrada no momento em que é cumprido o objetivo proposto pelo
pesquisador. Os trabalhos incluídos na outra categoria – assistência, focavam
primordialmente a assistência contínua que era, no ato da pesquisa, foco de
atenção, mas que tinha continuidade após o término da mesma.
Diversas técnicas grupais são utilizadas pelos pesquisadores, entre elas
destacamos a utilização do grupo focal, estratégia largamente explorada com este
objetivo, devido suas características.
O grupo focal é uma técnica que prevê a obtenção de dados a partir de
discussões cuidadosamente planejadas onde os participantes expressam suas
percepções, crenças, valores, atitudes e representações sociais sobre uma questão
específica num ambiente permissivo e não-constrangedor (MORGAN, 1988;
WESTPHAL, BÓGUS; FARIA, 1996).
Foram trabalhados nove temas com esta técnica, entre eles os artigos de
Barbosa e Jorge (2000), que buscaram estudar as representações sociais de
mulheres com hipertensão arterial; de Gonçalves, Vahl e Borges (2001) que
exploram o significado do viver cotidiano e das mudanças significativas e saudáveis
de pessoas idosas; de Silva e Jorge (2002) com a finalidade de aprofundar e
apreender detalhes para compreensão do modo de pensar e agir dos profissionais
do Programa de Saúde da Família; no de Matos e Pires (2002), que aborda a
opinião de trabalhadores de um hospital escola acerca da organização do trabalho
em sua instituição.
Em um dos artigos (DALL’AGNOL; CIAMPONE, 2002) o grupo focal foi
utilizado com o objetivo de conhecer as representações acerca da avaliação de
desempenho em enfermagem a partir da vivência de avaliadores e avaliados.
Segundo as autoras o estudo realizado permitiu que “o grupo iniciasse um processo
de auto análise e um ensaio à autogestão” (p.368), criando um vínculo posterior
entre os participantes.
Esse relato comprova a hipótese levantada por Lewin (MAILHIOT, 1981) e
Rogers (2002) de que o desenvolvimento de um clima de confiança mútua a partir de
um clima de segurança e liberdade de expressão de sentimentos, possibilita
mudanças de atitudes e comportamentos que tende a ser comuns a todos os
grupos.
Martins e Faria (2002) utilizaram o grupo focal com a finalidade de conhecer o
profissional que trabalha em UTI, com o objetivo de identificar a existência de fatores
que interferem no processo de trabalho da enfermagem impedindo a realização de
um trabalho prazeroso.
O grupo focal é ainda a tecnologia de coleta de dados escolhida para a
pesquisa de Cestari e Saupe (2002), com o objetivo de analisar qual é a relação com
o saber que as alunas dos cursos de graduação em enfermagem constroem durante
o ensino; no artigo de Soares e Silva (2003), para conhecer as representações
sociais das puérperas sobre suas vivências no alojamento conjunto; no estudo de
Méier e Kuldlowiez (2003) com o objetivo de construir um significado de tecnologia
de enfermagem com um grupo de enfermeiros.
Vários são os artigos nos quais os autores utilizaram uma grande variedade
de técnicas grupais como instrumento para coleta de dados, visando sempre estudar
uma melhor forma de assistência.
Entre eles o trabalho de Madeira (1984), que teve como objetivo mostrar a
efetividade da pesquisa participante. A mesma autora, em outro momento
(MADEIRA, 1987), utiliza a pesquisa participante visando estudar a problemática da
internação da criança.
Segundo Madeira (1984), a pesquisa participante se caracteriza por produzir
conhecimentos a partir da cooperação de todos os envolvidos, levando-os a uma
compreensão do processo de mudança que estão experimentando, onde o grupo,
em geral, é o foco do pesquisador (ARGIRYS; SCHON, 1989; DENZIN; LINCOLN,
1998a; PATTON, 1990).
Oliveira, Paciência e D’Andrea (1984) utilizaram o sociodrama para identificar
as necessidades e conflitos mais freqüentes vivenciados por um grupo de
estudantes de graduação em enfermagem. De acordo com a definição de Osório
(2003), o sociodrama seria a técnica mais indicada para se atingir esse objetivo, pois
o método consiste no “emprego da representação como veículo de expressão dos
conflitos” (p.41).
Cassiani (1990) descreve e utiliza uma técnica de coleta de dados
denominada ‘Grupo Nominal’ proposta por Delbecq e Van De Ven (1972), com o
objetivo de identificar as dificuldades encontradas pelos enfermeiros para
desenvolver trabalhos de pesquisa. Segundo Cassiani (1990) “O termo ‘Nominal’
refere-se a processos que reúnem indivíduos mas não os permite comunicar
verbalmente . Portanto, a reunião de indivíduos estaria somente no nome ou
nominalmente” (p.57). A autora conclui afirmando que a referida técnica é uma
importante ferramenta para a coleta de dados na pesquisa e sugere uma maior
utilização da técnica de ‘Grupo Nominal’ pela enfermagem.
Com o tema saúde da mulher encontramos técnicas grupais como estratégia
de coleta de dados para investigar aspectos relacionados à gestação e ao parto
(FREITAS; FREIDLANDER, 2003; MELO; LIMA, 2000; NAKANO; MAMEDE, 1994;
ZAMPIERI, 2001) e ao puerpério e aleitamento (FONSECA et al., 2000; FONSECA,
SCOCHI; MELLO, 2002; MARTINS; KALINOWSKI, 2001).
A saúde da mulher tem merecido a atenção dos pesquisadores também em
temas relacionados ao climatério (DAOUD, 2002) e a depressão (CADE; PRATES,
2001).
Seis pesquisas foram feitas utilizando o grupo para analisar dados sobre
questões relativas a aceitação da doença e a importância da dieta e dos exercícios
em pacientes diabéticos (FRANCIONE, 2003; LUCE et al., 1990; PAIVA et al., 1986;
PEREIRA; LIMA, 2002; POZZAN et al., 1994; SILVA, 1985).
Muitas técnicas grupais têm sido utilizadas para coleta de dados em diversas
especialidades na área da saúde tais como no enfrentamento da hipertensão arterial
(TOMASI, 1996); com pacientes ostomizados (TRENTINI et al., 1997); na questão
do idoso (RODRIGUES et al, 1997); do paciente cirúrgico (MUNARI; RIBEIRO;
LOPES 2002; RIBEIRO; MUNARI, 1998); do paciente em tratamento hemodialítico
(CESARINO; CASAGRANDE, 1998); na prevenção de HIV/AIDS (STEFANELLI et
al., 1999); em abordagens com adolescentes (CARDOSO; COCCO, 2003) e com
dependes químicos (FARIAS, 2003).
É importante para o profissional da saúde a realização de pesquisas com
esses enfoques pois, possibilitam o conhecimento de fatores que dificultam ou
facilitam a adesão dos clientes aos programas de saúde, direcionando dessa forma
sua ação na escolha de atividades que auxiliam na obtenção de resultados mais
eficazes para o atendimento a essas pessoas.
A utilização de técnicas grupais como coleta de dados também tem sido
usada na área de desenvolvimento de recursos humanos. Essas pesquisas são
realizadas tanto no ensino formal como no treinamento em serviço.
No ensino formal, encontramos o relato de Monteiro e Moraes (1999) e no
resumo da tese de doutorado de Koerich (2003) que relata a coleta de dados através
da formação de um grupo de estudo com o objetivo de reconstruir os conhecimentos
de patologia geral. Este mesmo estudo foi apresentado em artigo na íntegra pela
autora (KOERICH; ERDMAN, 2003).
No treinamento em serviço, Rossi (1994), em seu estudo, teve como objetivo
analisar a prática de enfermagem numa unidade de queimados, Francisco et al.
(2001) analisaram a gestão de projetos em prevenção de DST/AIDS e Costa,
Lunardi Filho e Soares (2003) realizam uma investigação com o objetivo de avaliar a
prática assistencial em um serviço de oncologia e radioterapia.
Em cinco artigos os pesquisadores utilizaram oficinas para coleta de dados.
Em um deles as autoras tiveram como objetivo conhecer as representações das
gestantes hipertensas frente sua condição de risco (VACHOD; SANTOS, 1996). Em
outro, Esperidião, Teixeira e Stacciarini (1996) utilizaram a “sucata”, como elemento
de comunicação para conhecer as representações do “ser” enfermeiro e Lunardi et
al. (2000) desenvolveram um estudo com o objetivo de compreender as percepções
de clientes portadores de diabetes sobre o seu processo saúde-doença.
Ainda com a técnica de oficina, Veríssimo e Fonseca (2003) analisaram as
representações de trabalhadores de creche acerca do cuidado da criança e Toniolli
e Pagliuca (2003) estimularam a dimensão criativa e crítico-reflexiva de um grupo
operativo de cegos para encontrar características táteis para a Escala Tátil da Dor.
O modelo de Pesquisa Convergente Assistencial também utiliza técnicas
grupais para coletar dados. Destacamos quatro artigos neste modelo: um com o
objetivo de compreender o processo de aceitação do viver com Diabetes Mellitus
(FRANCIONE; SILVA, 2002); outro de conhecer os elementos que influenciam a
qualidade de vida de pessoas com Insuficiência Renal Crônica (SILVA et al., 2002);
outro para identificar formas de violência presentes no cuidado institucionalizado à
saúde (DIAS; RAMOS, 2003) e outro ainda para identificar ruídos, linhas de fuga e
quebras, emersos dos relatos dos trabalhadores do PSF sobre o seu cotidiano
(TRENTINI et al., 2003).
A Pesquisa Convergente Assistencial, está relacionada e unida à prática
assistencial permitindo sua inter-relação e resulta na reflexão do cotidiano da
enfermagem. Essa pesquisa deve realizar mudanças ou introduzir inovações na
prática, encontrar alternativas de soluções para os problemas e o seu tema deve
emergir das necessidades sentidas pelos indivíduos envolvidos (MORETTO, 2002;
TRENTINI; PAIN, 1999). Desta forma, além de ser instrumento de coleta de dados,
ela é também uma forma de assistir as pessoas envolvidas. Os trabalhos oriundos
dessa metodologia foram incluídos nesta subcategoria devido aos objetivos descritos
na metodologia pelos autores, que priorizaram a pesquisa durante sua execução.
Segundo Munari, Esperidião e Medeiros (2001), a utilização do grupo para
realizar pesquisas requer sensibilidade e compromisso do pesquisador e a correta
utilização dos pressupostos da dinâmica de grupo para que a os dados coletados
tenham consistência e fidedignidade. Não se trata apenas de agrupar algumas
pessoas para discutir algum tema ou questão e simplesmente fazer o registro do
resultado. A análise e, especialmente o cuidado ético que devemos ter durante
abordagem dos sujeitos é bastante complexo, devendo ser considerado dessa forma
pelo pesquisador, para que não corra o risco de menosprezar a técnica pelo simples
fato de ser, muitas vezes, mais econômica (DENZIN; LINCOLN, 1998b).
Embora a categoria que ora analisamos seja aquela que mais artigos foram
incluídos, é pequena a proporção daqueles que trazem os subsídios teóricos e
fundamentos para o trabalho com grupos.
Corey e Corey (2001); Corey et al. (2004); Osório (2000) e Zimerman (1997)
são unânimes na defesa, de que é imprescindível aos profissionais que se apropriam
dessa tecnologia na abordagem de pessoas no trabalho em saúde uma boa base de
conhecimentos sobre o grupo humano e suas características.
Verificamos no conjunto dessa categoria uma diversidade muito grande da
aplicação de atividades grupais na produção de conhecimento, seja ela no
desenvolvimento de modelos teóricos ou de utilização como técnica de pesquisa.
Vale destacar que muitos desses estudos contribuem de forma valiosa no
desenvolvimento desta ferramenta no contexto do trabalho do enfermeiro.
Esse fato nos revela o quanto é necessário ao enfermeiro buscar formação
específica para a abordagem de pessoas no contexto grupal, conhecer as leis e
funcionamento dos grupos, utilizando esse conhecimento para potencializar, otimizar
o uso e assertiva a sua intervenção.
5.2.3. O GRUPO NA FORMAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS.
Esta categoria concentra estudos que utilizaram o grupo na formação de
recursos humanos em treinamentos, sensibilização e na educação continuada de
profissionais ligados à assistência e também como recurso didático pedagógico com
alunos de enfermagem. São vinte e cinco (16,6%) os artigos incluídos nesta
categoria.
A utilização das técnicas grupais conduz os indivíduos nelas envolvidos a um
movimento de feedback, aumentando a comunicação e propiciando o surgimento de
novas idéias, novos conceitos, novas direções que contribuem com o aprendizado
em maior escala (ROGERS, 2002).
Quando aplicadas no desenvolvimento de pessoas no trabalho ela tem
espaço privilegiado para o desenvolvimento da solidariedade, do companheirismo
(ARGIRYS, 1979; MAILHIOT, 1981; MOSCOVICI, 2001) e de relações saudáveis tão
necessárias no contexto do trabalho em saúde (MARQUES, 2004; MEIRY;
FRANCO, 2003).
a)
Como estratégia didático pedagógica
Nesta subcategoria trazemos uma análise dos artigos nos quais os autores
trabalharam utilizando técnicas grupais como recurso didático. Este tema foi incluído
por se tratar de uma estratégia de formação de recursos humanos por excelência.
Nesta subcategoria foram incluídos treze artigos que correspondem 8,6% do total da
pesquisa.
Foram utilizadas diversas técnicas com estes grupos. De um modo geral, o
objetivo na utilização das estratégias foi a formação do aluno e o ensino das
disciplinas curriculares.
A técnica do psicodrama foi utilizada como recurso didático em três artigos.
No primeiro, foi discutida a sua utilização como estratégia pedagógica com o objetivo
de propiciar ao aluno de enfermagem a possibilidade de desempenhar
adequadamente seus papéis sociais (KIRSCHBAUM; NOZAWA, 1993); no segundo,
para desenvolver o ensino do tema específico da Condição Feminina e Saúde da
Mulher (DINIZ et al., 2000). e no terceiro Saeki et al (2002), utilizaram o psicodrama
pedagógico como estratégia para refletir sobre a humanização da assistência. As
autoras afirmam que:
“a utilização do psicodrama como estratégia pedagógica possibilitou aos
participantes refletirem sobre si mesmos, sua inserção no local de
trabalho e suas relações com os demais trabalhadores” (p.90), “a
abordagem do psicodrama despertou o trabalhador para o compromisso,
criação de vínculo e responsabilização com o trabalho, atitudes
necessárias para repensar a humanização” (p.91).
Para Mello Filho (2000), o psicodrama é um dos recursos didáticos que
melhor se adapta ao ensino, principalmente por mostrar as principais dificuldades do
aluno ao lidar com problemas de relacionamento.
Aguiar e Boery (1994) usam a dramatização para conhecer as representações
dos alunos acerca da prática e do papel do enfermeiro. “Com tal atividade, [...]
poder-se-ia conhecer a percepção do aluno, de uma forma dinâmica e atraente,
sobre a enfermagem como profissão” (p.62).
Pessoa (1996), através de um trabalho de grupo de reflexão, visa a ação
educativa de forma a despertar nos alunos o espírito e reflexivo para trabalharem
saúde mental. Os grupos de reflexão são, na visão de Coronel (1997) e Osório
(2000), um conjunto de técnicas operativas utilizadas para refletir as tensões
oriundas dos processos de ensino/aprendizagem e que abrangem também outras
áreas de relações humanas.
Saeki et al (1999) descrevem uma experiência com o ensino de dinâmica de
grupo para graduandos de enfermagem; Schneider e Saupe (2000) descrevem a
utilização de um grupo de vivência com a finalidade de desenvolver uma prática
junto a um grupo de acadêmicas de enfermagem; Takahashi e Peres (2000a)
utilizam jogos lúdicos para dinamizar a formação profissional. As mesmas autoras,
em outro momento (TAKAHASHI; PERES, 2000b), desenvolvem estratégias
inovadoras no ensino e analisam a opinião dos alunos à respeito da aplicação da
técnica de dramatização no ensino das teorias de administração.
Lima (2003) afirma que:
ao utilizar esses recursos didáticos em minhas aulas, fui
percebendo o quão eficazes eles se apresentavam e, ao mesmo
tempo como eram instrumentos ricos e facilitadores da
aprendizagem e das relações interpessoais entre os elementos do
grupo (p.56).
Dois artigos enfocam a formação de alunos de pós-graduação. Spagnol et al.
(2001), utilizaram estratégias de grupo para discutir o método funcional na
enfermagem e Vasconcelos, Bellaguarda e Prado (2003) apresentam um referencial
pedagógico sob a forma de um “painel didático“.
Em seu estudo, Esperidião, Munari e Stacciarini (2002) refletem sobre o
autoconhecimento como ferramenta na formação do enfermeiro e analisam
estratégias didáticas facilitadoras do desenvolvimento dessa habilidade, sinalizando
que o contexto grupal favorece o desempenho do aluno.
Munari et al. (2003), através da disciplina de Saúde Mental II, desenvolvem
um laboratório de grupo com o objetivo de preparar os alunos para o trabalho
coletivo, manejo grupal e o treino de coordenador de grupo.
A tecnologia de grupo dispõe de recursos que podem facilitar e transformar o
ensino tradicional tornando-o mais atraente. Segundo Lima (2003), a metodologia de
ensino que utiliza técnicas grupais tem recebido feedbacks positivos de professores
e alunos no que diz respeito a aprendizagem e as relações interpessoais. A
aplicação dessas técnicas tem nos estudos de Rogers (2002) grande impulso na
área educacional, sendo intensificada ao longo dos tempos.
b) O grupo como recurso no desenvolvimento de equipes e
fortalecimento das relações interpessoais dos profissionais.
Esta subcategoria, compreende os artigos que trabalharam com a formação
pessoal de todas as categorias profissionais, tanto da enfermagem como dos demais
trabalhadores da área da saúde através da perspectiva grupal. Foram incluídos doze
artigos (8%) com essa abordagem.
Encontramos neste grupo estudos nos quais os autores buscaram atender o
profissional de saúde com o intuito de trabalhar seus sentimentos, visando a
humanização da assistência.
Schmarczek (1986) relata em seu artigo a experiência de trabalho realizado
com um grupo de enfermeiras de uma unidade pediátrica, após solicitação das
mesmas, com o intuito de promover a redução de ansiedade no trabalho.
Padilha (1991) relata em seu artigo, entre outras estratégias, as reuniões de
grupo de estudo com a participação de enfermeiras e auxiliares de enfermagem,
visando “atualizar a equipe, levando em conta as necessidades levantadas, a fim de
que a qualidade de assistência de enfermagem seja constantemente aprimorada”
(p.8).
Chamou-nos a atenção um artigo que relata uma reunião de trabalho de um
grupo de pesquisa que, durante seu andamento, se transforma, permitindo a
vivência do cuidado surpreendendo seus membros com o potencial terapêutico do
grupo (JATOBÁ et al., 1995). Nas palavras das autoras,
”aquela reunião não aconteceu por acaso, ela de alguma forma estava
programada para nos colocar rumo ao aprendizado do nosso próprio
compromisso enquanto pessoas e profissionais, vivendo dia a dia relações e
interações com o outro” (p.107).
A fala das autoras referenda o que afirma Wood (1990, p.47) “embora o grupo
não tivesse organizado como terapia, não era diferente dela em muitos aspectos”.
O trabalho de Santos et al (1995) traz o relato de um programa de revisão da
prática assistencial prestada em uma unidade de saúde, que promoveu o
envolvimento dos funcionários e transformou a qualidade da assistência. Para a
operacionalização do programa, foram trabalhadas estratégias participativas
adaptadas da Teoria Moreniana de Abordagem Grupal.
Rigobelo et al. (1998) fazem um relato de experiência multiprofissional
vivenciada durante a realização de um curso de capacitação pedagógica, destinado
a profissionais da área de saúde por meio da técnica de grupo operativo.
A técnica de grupos operativos é ideal para o trabalho da enfermagem pela
adequação de sua abordagem com grupos de gestantes, crianças, adolescentes
entre outros (MELLO FILHO, 2000; ZIMERMAN, 2000). Segundo Pichon-Rivière
(2000), esta técnica permite a construção de novas condições, fortalecendo o ego
tornando as pessoas mais flexíveis “obtendo assim uma adaptação ativa à realidade”
(p.140).
A base metodológica do trabalho de Eidt, Biehl e Algeri (1998) foi a
“aprendizagem vivenciada em grupo”, que teve como objetivo repensar e construir
uma prática assistencial às crianças hospitalizadas por maus tratos familiares.
Dois artigos abordam a questão da formação de agentes comunitários de
saúde. Um deles, utiliza dinâmicas de grupo, dramatização e técnicas de
sensibilização para repassar conhecimentos científicos com o objetivo de trabalhar a
questão específica de DST/AIDS (FRANCISCO et al. 1999). O outro, trabalha com
uma dinâmica de grupo em uma oficina, objetivando a formação destes agentes
dentro do Programa de Saúde da Família (VARGAS; HECKLER, 1999).
HIV/AIDS é também é tema do artigo de Kohlrausch (1999), nele a autora
utiliza oficinas de saúde como recurso para sensibilizar, através de uma dinâmica de
grupo, enfermeiros que cuidam de portadores de HIV e doentes de AIDS.
Jordan, Kuhlhoff e Bohmgahren (1999) descrevem a experiência de um grupo
de enfermeiros no curso de Especialização em Projetos Assistenciais em
Enfermagem – ESPENSUL.
O trabalho de Dezorzi, Camponogara e Vieira (2002) teve como objetivo a
sensibilização de enfermeiros de uma unidade de terapia intensiva, através da
realização de uma oficina.
Dei Svaldi e Lunardi Filho (2003) utilizam a técnica de brainstorming, entre
outras, para reconhecer os problemas em um processo de atividade/produção, para
promover a reorganização desse processo e desenvolvimento de um trabalho mais
eficiente e eficaz.
Esses achados nos fazem constatar o que fora descoberto por Lewin à
respeito da potencialidade do grupo para o desenvolvimento das pessoas e de sua
capacidade para provocar mudanças (MAILHIOT, 1981). Nesse sentido, o grupo
parece ser um espaço privilegiado para o desenvolvimento de equipes e
fortalecimento de pessoas, em particular no trabalho em saúde onde esse parece
ser um requisito cada vez mais necessário (CIAMPONE; PEDUZZI, 2000;
MACHADO, 2000; MEIRY; FRANCO, 2003; MUNARI; MERJANE; CRUZ, 2003).
Ao término dessa análise concluímos que o enfermeiro acredita no grupo
como ferramenta para a implementação das várias ações que realiza. A princípio,
não tínhamos idéia do que encontraríamos no conjunto da publicação nacional
acerca do tema e ao longo da coleta de dados fomos surpreendidas com o volume
de artigos encontrados fato que configura, inclusive, o interesse dos autores pela
divulgação dos trabalhos realizados com grupos.
A diversidade das áreas e dos temas trabalhados com esses grupos nos
chamou a atenção levando-nos a confirmar a nossa crença na potencialidade das
atividades grupais para o desenvolvimento de inúmeras ações em enfermagem.
Quando Zimerman e Osório (1997) falam da amplitude do leque de aplicações
da dinâmica grupal e da vastidão dos arranjos de seus recursos técnicos e táticos
não fazíamos idéia dessa dimensão no contexto do trabalho do enfermeiro.
Acreditamos que a tendência do desenvolvimento da utilização desse recurso
parece encontrar terreno fértil diante das atuais políticas e diretrizes do Ministério da
Saúde para os diversos programas de assistência (BRASIL, 1986), que privilegiam
este tipo de ação nos diversos níveis de atendimento à saúde, bem como é
reconhecidamente uma importante estratégia para a pesquisa e desenvolvimento de
recursos humanos.
Comprovamos, através da análise desta categoria, o despertar do interesse
do enfermeiro na utilização de atividades grupais para a formação de recursos
humanos, tanto no ensino de enfermagem como na formação do profissional.
A atividade grupal é uma forma eficiente de lidar com as dificuldades com as
quais convive tanto o profissional como o aluno de enfermagem, por proporcionar a
troca de experiências e pela vivência em grupo que fornece suporte, ajudando-os a
superar as angústias e os conflitos advindos da sobrecarga emocionais e estresse
oriundos de trabalhos desta natureza. Por essa razão requer do profissional
autoconhecimento, desenvolvimento da competência interpessoal e
desenvolvimento teórico-técnico acerca desse recurso.
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
No momento em que escrevemos estas considerações, ao término desta
pesquisa, acreditamos que o objetivo proposto por nós, qual seja, o de fazer uma
análise da utilização da atividade grupal relacionada ao trabalho do enfermeiro, foi
alcançado.
Não podemos afirmar que essa análise atingiu 100% da produção pois,
mesmo dentre os periódicos analisados pode ser que não identificamos todos os
artigos sobre o tema devido às dificuldades encontradas em relação aos títulos,
descritores e a localização dos volumes, já descritas anteriormente.
Sabemos que, mesmo com a busca criteriosa e guiada pelo protocolo de
registro dos artigos, alguns podem ter escapado na seleção e outros não foram
encontrados em razão de não conseguirmos todos os números e volumes dos
periódicos selecionados. Além disso, temos o conhecimento de que existem
publicações da enfermagem sobre o tema em outros periódicos da área da saúde,
que em função dos critérios utilizados nessa investigação não foram incluídos.
Identificamos a ocorrência da produção sobre o tema em diversos periódicos
e, através da análise do conteúdo dos dados, afirmamos que existe uma tendência
cada vez maior da utilização dos trabalhos grupais e sistematização dos mesmos
junto a diferentes tipos de clientela.
Observamos que houve expansão do desenvolvimento desse conhecimento
no período estudado, em particular, uma ascensão a partir da década de noventa,
caracterizando todas as situações em que o grupo tem sido utilizado pela
enfermagem e comprovando assim a utilização de tecnologias grupais como
ferramenta de trabalho nas inúmeras áreas abordadas pelos autores, o que
responde o questionamento inicial que fizemos sobre a expansão da utilização das
atividades grupais nos últimos 23 anos.
Uma outra questão feita por nós, sobre a situação em que o uso desse
recurso é mais comum no trabalho do enfermeiro pode ser respondida pela
observação de que esta ferramenta tem sido utilizada nas diversas áreas de atuação
do enfermeiro, embora nos chame a atenção, a sua utilização no que diz respeito à
saúde da mulher, sendo diversificado o atendimento a esta clientela através da
utilização do grupo como estratégia assistencial.
Em relação à ocorrência da divulgação da produção de grupo nos periódicos
nacionais, vimos que existem alguns onde a publicação é maior e mais regular do
que em outros.
A investigação realizada através da análise bibliográfica nos permite apontar
algumas vantagens deste tipo de estudo, sendo uma delas, a possibilidade de voltar
ao material coletado quantas vezes for necessário, o que facilita o trabalho do
pesquisador, uma vez que podemos sanar dúvidas sempre que preciso, tornando-se
desta forma uma fonte permanente de consulta que nos possibilitou o aprendizado
através de erros e acertos, sem prejuízo para o desenvolvimento do trabalho.
Além disso, temos em mãos um material rico em informações, com inúmeros
caminhos de abordagem na análise, pois, a forma de categorização escolhida por
nós, não exclui o uso de outros critérios e modos de tratar o mesmo material, o que
mostra a possibilidade de desdobramentos futuros para este estudo.
A pesquisa bibliográfica nos oferece ainda a segurança de realizar a análise
qualitativa, respaldados pela quantificação dos dados coletados, o que reafirma a
posição de Minayo (1993) de que dados quantitativos e qualitativos podem se
complementar, dando confiabilidade ao estudo.
A desvantagem da pesquisa bibliográfica, na nossa percepção, é que muitas
vezes o pesquisador não encontra respostas para algumas de suas questões, o que
o deixa sem alternativas tornando cansativa e às vezes frustrante a busca por elas,
além de termos que contar com a clareza de expressão do(s) autor(es) e a
disponibilidade do material em bibliotecas. Nosso caso, em particular, houve
necessidade de deslocamento de cerca de 650 quilômetros para ter acesso ao
material e ainda tivemos perda de volumes e números dos periódicos.
Destacamos que a realização desta investigação só foi possível em função da
disponibilidade da pesquisadora em fazer busca ativa nos periódicos selecionados
motivada, especialmente, pela falta de unitermos que classificassem os artigos nas
bases de dados consultadas. Este fato nos leva a considerar a possibilidade de
apresentar à BIREME parte dos resultados obtidos, sugerindo a disponibilização de
unitermos que possam ser usados pelos pesquisadores, de modo a tornar seus
trabalhos disponíveis a outros interessados.
A riqueza de informações que colhemos nos deu uma mostra da capacidade
criativa de nossos colegas e nos surpreendeu com a descoberta de que, apesar de
todas as limitações descritas na execução de alguns trabalhos, em todos eles os
enfermeiros encontraram alternativas e levaram adiante seu intento e fizeram o
grupo acontecer.
Destacamos ainda a capacidade de criação de novas maneiras de trabalhar
com grupos como estratégia assistencial de enfermagem, desvendada pelos
registros dos enfermeiros ao longo da pesquisa.
O que nos preocupa ainda é que tem ocorrido um aumento da demanda de
trabalhos com grupos e uma banalização da coordenação dos mesmos como se
fosse uma tarefa simples, que não exige nenhum conhecimento ou preparo para a
sua realização como afirma Munari (1995).
Esta afirmação está ancorada pela constatação que tivemos de que, na maior
parte dos trabalhos analisados, não foi utilizado o referencial teórico específico sobre
grupos, além da comprovação, através da análise da metodologia de trabalho
proposta pelos autores, de que a maior parte dos mesmos não descreveu a
elaboração de uma estrutura para esses grupos, que sabemos ser necessária para a
abordagem adequada de cada um deles.
Acreditamos que, através do levantamento que fizemos, estamos contribuindo
com o desenvolvimento do trabalho de grupo pelos enfermeiros, pois conseguimos
englobar um universo diversificado e extenso dessa produção abarcando, senão
todas, a grande maioria das especialidades que trabalham com esta ferramenta e
que o material, catalogado e descrito por nós, será uma fonte de consulta
bibliográfica sobre o tema.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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2000.
7. ANEXOS
ANEXO A – Protocolo de análise do artigo
1. Periódico: ________________________________________________________
2. Ano de Publicação: __________ Vol.: ______ Nº: ______
3. Natureza do artigo: ( ) tese ( ) dissertação ( ) reflexão teórica ( ) atualização
( ) outros (descrever) ______________________________________________
4. N° de autores : _________ Procedência: ______________________________
5. Tipo de publicação: ( ) resumo ( ) Publicação na íntegra
6. Envolve experiência/aplicação com seres humanos: ( ) sim ( ) não
7. Tipo de clientela: ___________________________________________________
8. Área temática: _____________________________________________________
9. Temática central da técnica grupal: ____________________________________
10. Enfoque da atividade grupal: _________________________________________
11. Referencial teórico de grupo utilizado: __________________________________
12. Descritores: _______________________________________________________
13. Título do artigo: ____________________________________________________
14. Autor (es): ________________________________________________________
15. Descrição do conteúdo (resumo, metodologia): ___________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
ANEXO B – Referências dos artigos pesquisados por categoria
1. O GRUPO NA ASSISTÊNCIA
ALVES, E. D. et al. Promovendo e cuidando da saúde do adolescente em Brasília no
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BARROS, A. S.; CHRISTÓFORO, F. F. M. Abordagem do enfermeiro no grupo
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BECK, C.L.C. O processo de viver, adoecer e morrer: vivências com familiares de
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Texto & Contexto Enfermagem,
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BRUNNHEROTTI, M. R et al. Lazer para pais de bebês de risco: a experiência junto
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COCCO, M. I. M.; PALU, M. J. A. F.; SILVA, E. R. S. Programa de laqueadura –
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DIOGO, M. J. D’E.; CEOLIM, M. F.; CINTRA, F. A. Implantação do grupo de atenção
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DREHER, M. L.; FERREIRA, S. R.; EIDT, O. R. Prevenção da AIDS: experiência
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Rev. Gaúcha de Enfermagem, Porto Alegre, v. 16, n. 1/2, p. 52-57, janeiro-
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