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Universidade Federal de Pernambuco
Centro de Ci
ˆ
encias Exatas e da Natureza
Departamento de Matem
´
atica
Programa de P
´
os-Graduac¸
˜
ao em Matem
´
atica
Jos´e Laudelino de Menezes Neto
CIRCUITOS REMOV
´
IVEIS EM GRAFOS
Recife
2008
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Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
Jos´e Laudelino de Menezes Neto
CIRCUITOS REMOV
´
IVEIS EM GRAFOS
Disserta¸ao apresentada ao Departamento de Matem´atica
da Universidade Federal de Pernambuco, como parte dos
requisitos para obten¸ao do t´ıtulo de Mestre em Matem´atica.
Orientador: Manoel Lemos
Recife
2008
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Menezes Neto, Jos´e Laudelino de
Circuitos remov´ıveis em grafos / Jos´e Laudelino de
Menezes Neto. - Recife: O autor, 2008.
39 folhas : il., fig.
Disserta¸cao (mestrado) - Universidade Federal de
Pernambuco. CCEN. Matem´atica, 2008.
Inclui bibliografia.
1. Teoria dos grafos. I. T´ıtulo.
511.5 CDD (22.ed.) MEI2008-084
Para Raquel, Mozart e Maria Rita.
AGRADECIMENTOS
Agrade¸co a toda minha fam´ılia, tios, tias, primos, primas, avˆos e av´os.
Grato ao CNPq pelo apoio financeiro.
Agrade¸co ao Professor Mano el Lemos pela orienta¸ao.
Agrade¸co a toda turma do Departamento de Matem´atica da UFPE, Lucas “haoli”
Lapa, Tarciana Maria, Eudes “t´ıpico americano” Naziazeno, Gigi, Adecarlos, Zaqueu,
Marcelo, Jo´ılson, Voo Allyson, Jesus, arbara,
´
Eder, Tiago, Karla, J´ulio, Ricardo, Anete
e Wilberclay; aos que me ajudaram a pagar o aluguel, Andr´e, Manass´es e Wagner; aos
companheiros de sala, Ademakson, Liliam, Davis e Isabelle; aos professores, Cuevas,
Brito, Aron, Lucas e ostenes pelos cursos ministrados; a ania Maranh˜ao pelo trabalho
desenvolvido na secretaria da os-Gradua¸ao.
Agrade¸co aos demais amigos.
Jos´e Laudelino de Menezes Neto
RESUMO
Descreve-se a demonstra¸ao do Teorema de Lemos e Oxley, o qual garante que,
sobre certas condi¸oes, ao remover as arestas de um circuito de um grafo 2-conexo, o
mesmo continua 2-conexo. O comprimento do circuito retirado pode ser maior do que o
que ´e estipulado no Teorema de Jackson.
Palavras-chave: Grafo. 2-conexo. Circuito.
ABSTRACT
Describe the proof of a Theorem by Lemos and Oxley, which guarantees, under
certain conditions, that when deleted the edges of a circuit from a 2-connected graph,
the graph stills 2-connected. The length of the circuit, that could be removed, could be
greater than the one mentioned in Jackson’s Theorem.
Keywords: Graph. 2-connected. Circuit.
Sum´ario
1 Introdu¸ao 7
2 Preliminares 9
2.1 V´ertices e arestas, temos um grafo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
2.2 Passeios, trilhas, caminhos e circuitos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
2.3 Conexidade e blocos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
2.4 Ordem lexicogr´afica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
3 Demonstra¸ao do Teorema de Lemos e Oxley 17
3.1 G\C ´e conexo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
3.2 Redu¸ao ao caso que |E(H)| = 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
3.3 E(H) ´e vazio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
4 Exemplos 36
Referˆencias Bibliogr´aficas 38
Cap´ıtulo 1
Introdu¸ao
Em 1974, foi provado por Mader [5] que todo grafo simples k-conexo com grau, no
m´ınimo, k + 2 possui um ciclo C tal que G\C ´e k-conexo. Independente disto, em 1985,
Jackson [4] provou um resultado mais forte que o de Mader para o caso 2-conexo.
Teorema 1.1 (Jackson) Seja G um grafo simples 2-conexo com grau, no m´ınimo, k,
onde k 4, e seja e uma aresta de G. Ent˜ao, G tem um circuito C, de comprimento no
m´ınimo k 1, tal que e ∈ C e G\C ´e 2-conexo.
Em 1999, Lemos e Oxley [7] aprimoraram o Teorema 1.1.
Teorema 1.2 (Lemos e Oxley) Sejam G um grafo simples 2-conexo, H um subgrafo,
que ´e um bloco, de G e k um inteiro maior que trˆes. Suponhamos d
G
(v) k, para todo v
pertencente a V (G) V (H). Ent˜ao,
1. G\C ´e 2-conexo para todo circuito C que ´e aresta-disjunta de H; ou
2. G tem um circuito C que ´e aresta-disjunta de H tal que G\C ´e 2-conexo e, quando
k 5, o comprimento de C ´e, no m´ınimo, k + 1.
Nosso objetivo ´e estudar a demonstra¸ao do Teorema 1.2 apresentada pelos autores.
Para entender melhor o enunciado dos resultados citados acima e a demonstra¸ao
do Teorema 1.2, no cap´ıtulo 2 descreveremos resultados e defini¸oes asicas da teoria,
por exemplo, o que ´e um grafo k-conexo, um bloco, um circuito e o que significam as
nota¸oes d
G
(v) k e G\C. O final da demonstra¸ao de cada Teorema ´e demarcado com
um quadrado preto: .
8
No cap´ıtulo 3, apresentaremos a demonstra¸ao do Teorema de Lemos e Oxley.
No quarto cap´ıtulo exibiremos dois exemplos que justificam a melhoria que o
Teorema 1.2 traz para a teoria.
Cap´ıtulo 2
Preliminares
Como dito na Introdu¸ao, neste cap´ıtulo relataremos as nota¸oes e defini¸oes que
ser˜ao utilizadas no decorrer do nosso trabalho, bem como enunciaremos alguns resultados
asicos.
2.1 V´ertices e arestas, temos um grafo
Um grafo G ´e um par (V (G), E(G)), onde V (G) ´e um conjunto finito e E(G) ´e um
conjunto composto de pares ao-ordenados de elementos distintos de V (G). Diremos que
V (G) e E(G) ao, respectivamente, o conjunto de ertices e arestas do grafo G.
Dois v´ertices v e w de G ao adjacentes se o par formado por v e w ´e uma aresta
de G, esta aresta ´e dita incidente sobre v e tamem sobre w; v e w ao os extremos
da aresta e, neste caso, denotamos e por vw. O grau d
G
(v) de um ertice v de G ´e a
quantidade de arestas de G incidentes a este ertice; o menor grau que um ertice de
G assume ´e denotado por δ(G), ou seja, δ(G) = min{d
G
(v); v V (G)}. A estrela de v
´e o conjunto de arestas de G incidentes ao v´ertice v. Um grafo G ´e chamado de grafo
completo quando todos os ertices de G ao adjacentes entre si, um grafo completo com
n ertices ´e denotado por K
n
.
Entendemos por subgrafo de um grafo G, como sendo um grafo H = (V (H), E(H))
tal que V (H) V (G) e E(H) E(G).
Se W ´e um conjunto qualquer ao-vazio de ertices de G, ent˜ao o subgrafo induzido
por W , denotado por G[W ], ´e o subgrafo de G que tem W como conjunto de ertices e
cujas arestas ao as arestas de G com extremos pertencentes a W . Seja V
V (G), o
10
subgrafo induzido G[V (G)\V
] ´e denotado por G V
, este ´e o subgrafo obtido a partir
de G p ela dele¸ao dos v´ertices pertencentes a V
e das arestas incidentes a estes ertices.
Se V
= {v}, escrevemos, por simplicidade, G v.
Caso tenhamos um subconjunto ao-vazio, F , de arestas de G, enao o subgrafo
induzido por F , G[F ], ´e o subgrafo de G cujo conjunto de arestas ´e F e o conjunto
de ertices ao os extremos das arestas de F . Seja E
E(G), o subgrafo induzido
G[E(G)\E
] ´e denotado por G E
, este ´e o subgrafo obtido a partir de G pela dele¸ao
das arestas de E
. Se E
= {e}, escrevemos G e.
Sejam G
1
e G
2
dois grafos. A uni˜ao G
1
G
2
de G
1
e G
2
´e o grafo com conjunto
de ertices V (G
1
) V (G
2
) e conjunto de arestas E(G
1
) E(G
2
).
Exemplo 2.1 A Figura 2.1(1) representa o grafo G = K
4
com conjunto de ertices
V (G) = {v
1
, v
2
, v
3
, v
4
} e conjunto de arestas E(G) = {a, b, c, d, e, f}, onde e = v
1
v
3
e
f = v
2
v
4
. a na Figura 2.1(2), temos o grafo G
= G v
3
.
v
1
v
2
v
3
v
4
a
b
c
d
e
f
(1)
v
1
v
2
v
4
a
f
d
(2)
Figura 2.1: G e G
2.2 Passeios, trilhas, caminhos e circuitos
Um passeio em um grafo G ´e uma sequˆencia finita, ao-nula, P = v
0
e
1
v
1
...e
k
v
k
cujos termos ao ertices e arestas postos de forma alternada e tais que, para 1 i k,
os extremos de e
i
ao os ertices v
i1
e v
i
. Chamamos v
0
de v´ertice inicial e v
k
de v´ertice
terminal do passeio P , os ertices v
1
, v
2
, ..., v
k1
ao conhecidos por v´ertices interiores do
passeio P . O inteiro k ´e o comprimento do passeio P . Em um grafo simples, um passeio
v
0
e
1
v
1
...e
k
v
k
´e determinado apenas pela sequˆencia de ertices v
0
v
1
...v
k
.
Se as arestas e
1
, e
2
, ..., e
k
de um passeio P ao distintas, ent˜ao chamamos P de
trilha e, neste caso, o comprimento de P ´e |E(P )|. Se, al´em das arestas, os v´ertices
v
0
, v
1
, ..., v
k
tamem ao distintos, dizemos que P ´e um caminho. Quando for conveniente,
11
chamaremos um caminho de v´ertice inicial v
0
e ertice terminal v
k
de v
0
v
k
-caminho. Um
caminho em G ´e Hamiltoniano quando conem todos os ertices de G.
Uma fam´ılia de caminhos em G ´e internamente-disjunta se nenhum ertice de G
´e um v´ertice interno de mais do que um caminho desta fam´ılia.
Um passeio ´e fechado se tem comprimento positivo e o ertice inicial ´e tamb´em o
v´ertice terminal. Um caminho fechado ´e chamado de circuito.
Sejam G um grafo e E
as arestas de um circuito C de G, ou seja, E
= E(C)
E(G). O subgrafo induzido G[E(G)\E
] ´e denotado por G\C.
Exemplo 2.2 A Figura 2.2(1) representa um grafo G com conjunto de v´ertices V (G) =
{v
1
, v
2
, v
3
, v
4
, v
5
, v
6
} e conjunto de arestas E(G) = {a, b, c, d, e, f, v
6
v
7
, v
5
v
7
}. A Figura
2.2(2) representa o grafo G
= G\C, onde C ´e um circuito de G com conjunto de arestas
E(C) = {a, b, c, d, e, f} E(G).
(1)
v
1
v
2
v
3
v
4
v
5
v
6
v
7
a
b
cd
e
f
(2)
v
1
v
2
v
3
v
4
v
5
v
6
v
7
Figura 2.2: G e G\C
Proposi¸ao 2.3 Se G ´e um grafo com δ(G) 2, ent˜ao G tem um circuito.
Demonstra¸ao: Seja P um caminho de comprimento aximo em G com v sendo o
v´ertice inicial. Sab emos, por hip´otese, que d
G
(v) 2, logo v possui no m´ınimo duas
arestas incidentes, uma delas faz parte do caminho P e a outra tamem deve estar ligada a
outro ertice do caminho P , pois, caso contr´ario, existiria um caminho P
de comprimento
maior do que P . Portanto, G possui um circuito.
2.3 Conexidade e blocos
Dois v´ertices u e v de G est˜ao conectados se existe um caminho em G cujo ertice
inicial ´e u e o ertice terminal ´e v. Conectividade ´e uma rela¸ao de equivalˆencia no
12
conjunto de v´ertices de G. Assim, existe uma parti¸ao de V (G) em subconjuntos ao-
vazios e disjuntos V
1
, V
2
, ..., V
l
tais que u e v ao conectados se, e somente se, ambos u
e v pertencem ao mesmo conjunto V
i
. Os subgrafos G[V
1
], G[V
2
], ..., G[V
l
] ao chamados
componentes conexas de G. Se G p ossui apenas uma componente conexa, ent˜ao dizemos
que G ´e conexo; caso contr´ario, G ´e desconexo. Denotaremos o n´umero de componentes
conexas de G por ω(G).
Se dois ertices u e v est˜ao conectados em um grafo G, definimos a distˆancia entre
u e v em G, d
G
(u, v), como sendo o menor comprimento dos uv-caminhos em G; caso ao
exista caminho que conecte u e v, definimos d
G
(u, v) como sendo infinito.
Um v´ertice v de um grafo conexo G ´e separador se E(G) pode ser particionado em
dois subconjuntos E
1
e E
2
de E(G) tais que G[E
1
] e G[E
2
] tem somente o ertice v em
comum.
Um conjunto separador de um grafo conexo G ´e um subconjunto V
de V (G) tal
que G V
´e desconexo. Um k-conjunto separador de G ´e um conjunto separador de G
com k elementos.
Entendemos por um grafo trivial, como sendo o grafo formado apenas por um ´unico
v´ertice.
Se G tem pelo menos um par de v´ertices ao-adjacentes, a conexidade κ(G) de G
´e o menor k tal que G tem um k-conjunto separador; caso contr´ario, κ(G) ´e o n´umero de
v´ertices de G menos 1, ou seja, κ(G) = |V (G)| 1. Como consequˆencia da defini¸ao, se
G ´e trivial ou desconexo, ent˜ao κ(G) = 0. Dizemos que G ´e k-conexo se κ(G) k. Todos
os grafos conexos ao-triviais ao 1-conexo.
Proposi¸ao 2.4 Se k ´e o menor n´umero de ertices que deve ser retirado para tornarmos
um grafo
G
desconexo, ent˜ao
G
´e
k
-conexo.
Demonstra¸ao: Se k ´e o menor n´umero de v´ertices que deve ser retirado para tornarmos
o grafo G desconexo, enao G possui um k-conjunto separador e, portanto, κ(G) k
implicando G k-conexo.
Seja e uma aresta de um grafo G, dizemos que e ´e ponte quando ω(G e) > ω(G).
Um grafo conexo que ao possui ertices separadores ´e chamado de bloco. Um
bloco de um grafo simples G ´e um conjunto de arestas B E(G) tal que B ´e uma ponte
13
ou um subgrafo maximal 2-conexo de G. Todo bloco com pelo menos trˆes ertices ´e
2-conexo.
Sejam G um grafo ao-trivial e S e S
subconjuntos de V (G), onde S
= V (G)\S,
um subconjunto de arestas E
E(G) ´e chamado conjunto aresta-separador de G se cada
aresta de E
possui um extremo em S e o outro em S
. Se E
E(G) ´e um conjunto
aresta-separador, enao G E
´e desconexo; caso E
= {e}, ent˜ao e ´e uma ponte do grafo
G. Um k-conjunto aresta-separador ´e um conjunto aresta-separador com k elementos.
Definimos a aresta conectividade de um grafo G, κ
(G), como sendo o menor k para o
qual G possui um k-conjunto aresta-separador. Se G ´e trivial, κ
(G) ´e, por defini¸ao, zero.
Logo, pela defini¸ao, κ
(G) ´e zero se G ´e trivial ou desconexo e, κ
(G) = 1 se G ´e um grafo
conexo com uma ponte. Dizemos que um grafo G ´e k-aresta-conexo quando κ
(G) k.
Todos os grafos ao-triviais ao 1-aresta-conexo.
Abaixo, resultados que caracterizam grafos 2-conexos. Alguns destes resultados
foram citados apenas para nos familiarizarmos com as teorias de 2-conexidade e blocos.
Lema 2.5 Seja G um grafo, ent˜ao κ(G) κ
(G) δ(G).
Lema 2.6 Uma aresta e de um grafo G ´e uma ponte de G se, e somente se, ao existe
circuito de G que cont´em a aresta e.
Teorema 2.7 (Whitney, 1932) Um grafo G com |V (G)| 3 ´e 2-conexo se, e somente
se, quaisquer dois ertices de G est˜ao conectados por, pelo menos, dois caminhos internos-
disjuntos.
Demonstra¸ao: () Suponhamos que quaisquer dois v´ertices de G est˜ao conectados
por, pelo menos, dois caminhos internos-disjuntos. Ent˜ao, G ´e conexo e ao possui ertice
separador. Logo, G ´e 2-conexo, pois κ(G) 2.
() Provaremos por indu¸ao sobre a distˆancia d
G
(u, v). Caso d
G
(u, v) = 1 e, sendo G
2-conexo, temos, pelo Lema 2.5, que a aresta uv ao ´e uma ponte e, pelo Lema 2.6, uv
pertence a algum circuito de G. Logo, u e v est˜ao conectados por, pelo menos, dois
caminhos internamente-disjuntos.
Suponhamos d
G
(u, v) = k 2 e consideremos um uv-caminho de comprimento
k. Seja w o ertice que precede v neste caminho. Como d
G
(u, w) = k 1, enao, pela
hip´otese indutiva, existem dois uw-caminhos internamente-disjuntos P e Q em G. Sendo
14
G 2-conexo, temos que G w ´e conexo e conem um caminho P
que conecta u e v. Seja
x o ´ultimo v´ertice de P
que tamem est´a em P Q, existe a possibilidade x ser igual a
v.
Sem perda de generalidade, suponhamos x P . Logo, G possui dois caminhos
internamente-disjuntos que conectam u e v: um composto da se¸ao de P de u a x junto
com a se¸ao de P
de x para v e o outro composto de Q junto com o caminho wv.
Corol´ario 2.8 Seja G um grafo 2-conexo. Dados dois ertices quaisquer de G, existe um
circuito que os cont´em.
Corol´ario 2.9 Se G ´e um bloco com |V (G)| 3, ent˜ao quaisquer duas arestas de G
est˜ao em um mesmo circuito.
Dado um grafo G, dizemos que P ´e um G-caminho se P ´e um caminho ao-trivial
e intercepta G exatamente nos seus ertices terminais.
Teorema 2.10 Um grafo ´e 2-conexo se, e somente se, pode ser constru´ıdo a partir de
um circuito pela adi¸ao sucessiva de G-caminhos em grafos G previamente constru´ıdos.
Demonstra¸ao: () Todo grafo constru´ıdo como descrito acima ´e 2-conexo, pois para
quaisquer dois ertices neste grafo, existe um circuito que os conem.
() Seja G um grafo 2-conexo. Enao, G cont´em um circuito e, portanto, tem um
subgrafo maximal H constru´ıdo como descrito no enunciado. Como qualquer aresta
xy E(G) E(H) com x, y V (H) define um H-caminho, temos que H ´e um subgrafo
induzido de G. Assim, se H = G, ent˜ao, pela conexidade de G, existe uma aresta
vw E(G) tal que v V (G) V (H) e w V (H). Sendo G 2-conexo, G w ´e conexo e
conem um caminho P cujo ertice inicial ´e v e o ´unico v´ertice em comum com H ´e seu
v´ertice terminal. Logo, o caminho formado por P mais a aresta wv, denotado por wvP , ´e
um H-caminho em G e
˜
H = G[H wvP ] ´e um subgrafo de G, constru´ıdo como descrito
no enunciado, maior do que H, o que ´e uma contradi¸ao.
Teorema 2.11 Seja w um ertice separador de um grafo G. Se H ´e um grafo conexo tal
que V (H) V (G) est´a contido em um ´unico bloco de G, ent˜ao w ´e ertice separador de
H G.
15
Demonstra¸ao: Suponhamos, por absurdo, que w ao seja ertice separador de H G.
Sejam B
o bloco de G tal que V (H) V (G) V (B
), B um bloco de G tal que
V (B)\{w} est´a em uma componente conexa de Gw diferente da que cont´em V (B
)\{w}
e u V (B)\{w} e v V (B
)\{w}.
ao existe uv-caminho em G w, entretanto existe uv-caminho em (G H) w.
Pelo menos uma das arestas do uv-caminho em ( G H) w deve pertencer a H, caso
contr´ario u e v estariam na mesma componente conexa de G w, uma contradi¸ao. Seja
u
w
a primeira aresta no uv-caminho em (G H) w que pertence a H com u
v´ertice
mais pr´oximo de u. Assim, existe um uu
-caminho contido em G w, implicando que
u
V (G), o que ´e uma contradi¸ao, porque, neste caso, u
V (H) (V (G) V (B
)).
Portanto, w ´e ertice separador de G H.
As demonstra¸oes dos resultados a seguir ser˜ao omitidas, as mesmas podem ser
encontradas na disserta¸ao de Oliveira [6], mais precisamente na se¸ao 1.3, intitulada A
´
Arvore dos Blocos.
Lema 2.12 Sejam G um grafo e X e Y subconjuntos de E(G) tais que |V (X)V (Y )| 2.
Se G[X] e G[Y ] ao 2-conexos, ent˜ao G[X Y ] ´e 2-conexo.
Lema 2.13 Dois blocos quaisquer em um grafo possuem, no aximo, um ertice em
comum.
Lema 2.14 Se G ´e um grafo conexo e v ´e um ertice separador de G, ent˜ao v ´e incidente
a pelo menos dois blocos de G.
Lema 2.15 Seja G um grafo conexo. Se B e B
ao blocos distintos de G tais que
min{|V (B)|, |V (B
)|} 2 e v V (B) V (B
),
ent˜ao v ´e ertice separador de G.
Para um grafo conexo G, vamos associar um grafo T
, conhecido como a ´arvore
dos blocos de G, tendo como conjunto de v´ertices
V (T
) = {B E(G); B ´e bloco de G} {v V (G); v ´e ertice separador de G}
e como arestas o conjunto
E(T
) = {vB; v ´e ertice separador de G, B ´e um bloco de G e v V (B)}.
16
Lema 2.16 T
´e uma ´arvore.
Teorema 2.17 Sejam G um grafo 2-conexo e e uma aresta de G. Se G e ao ´e 2-
conexo, ent˜ao a ´arvore dos blocos de G e ´e um caminho e a aresta e liga ertices ao
separadores dos blocos terminais.
2.4 Ordem lexicogr´afica
No conjunto N × N × ... × N = N
n
podemos definir arias ´ordens totais, em
particular, temos uma chamada de ordem lexicogr´afica, a qual ´e definida da seguinte
maneira: para α = (a
1
, a
2
, ..., a
n
) e β = (b
1
, b
2
, ..., b
n
) pertencentes a N
n
, dizemos que
α < β quando a
i
< b
i
para o primeiro ´ındice i com a
i
= b
i
. Por exemplo, para
α = (9, 2, 12, 3), β = (9, 2, 5, 10) N
4
, temos que α > β, pois o primeiro ´ındice i tal
que a
i
= b
i
´e i = 3 e a
3
= 12 > 5 = b
3
. Nesta disserta¸ao, iremos utilizar a ordem
lexicogr´afica apenas para o caso N × N = N
2
.
Cap´ıtulo 3
Demonstra¸c˜ao do Teorema de Lemos
e Oxley
Com o intu´ıto de facilitar o acompanhamento da demonstra¸ao do Teorema 1.2,
destacamos trˆes se¸oes: G\ C ´e conexo, redu¸ao ao caso que |E(H)| = 1 e quando E(H)
´e vazio.
O final da prova de cada Afirma¸ao, que aparece no decorrer do texto, ´e demarcado
com um quadrado branco: .
Antes, vejamos dois Lemas:
Lema 3.1 (Egawa e Miyamoto, 1989) Seja G um grafo simples 2-conexo e A um
subconjunto ao-vazio de V (G). Assumimos que d
G
(x) + d
G
(y) m para todo par de
v´ertices distintos e ao-adjacentes em V (G)\A. Ent˜ao,
1. G tem um circuito de comprimento no m´ınimo m |A | + 1; ou
2. G tem um circuito que cont´em todos os ertices de V (G)\A e, pelo menos, um
v´ertice de A.
Lema 3.2 Seja G um grafo simples 2-conexo e seja u um ertice de G tal que d
G
(v) k
para todo v em V (G)\{u} e algum k 3. Ent˜ao,
1. G tem um circuito de comprimento, no m´ınimo, k + 1; e
2. G tem um circuito de comprimento, no m´ınimo, k + 3 a menos que G
=
K
k+1
, ou
G
=
K
k+2
\(T S), onde T ´e um emparelhamento, S um subconjunto de ertice
estrela e cont´em, no aximo, k 1 arestas e V (T ) V (S) =
18
Agora, vamos a demonstra¸ao do Teorema de Lemos e Oxley.
Demonstra¸ao do Teorema 1.2: Primeiro, consideraremos o caso que |E(H)| 1, ou
seja, o bloco H possui pelo menos uma aresta. Assumiremos que o Teorema 1.2 falhe e seja
G um contra-exemplo escolhido de tal forma que |E(G)| ´e minimal e |E(H)| ´e maximal.
Esclarecemos que, sendo |E(H)| maximal, temos −|E(H)| minimal e, portanto, o par
(|E(G)|, −|E(H)|) ´e minimal.
Seja C um circuito de G tal que C ´e aresta-disjunta de H e G\C ao ´e 2-conexo.
Quando k 5, escolhemos C com |C| k + 1 se tal escolha ´e poss´ıvel sobre as condi¸oes
previamente impostas. Sendo H 2-conexo, em G\C existe um ´unico bloco B que cont´em
E(H).
Afirma¸ao 3.3 B = H
Se B = H, ent˜ao, como B cont´em E(H), temos que |E(B)| > |E(H)| e, pela
ordem lexicogr´afica, (|E(G)|, −|E(B)|) < (|E(G)|, −|E(H)|). Logo, devido a escolha de
H, o resultado deve valer para o par (G, B). a sabemos que G\C ao ´e 2-conexo, assim,
(i) falha para (G, B), enao (ii) tem que valer. Logo, existe C
tal que G\C
´e 2-conexo e
C
´e aresta-disjunta de B, mas E(B) E(H) e o resultado valer´a para o par (G, H), o
que ´e absurdo. Portanto, o nos resta a op¸ao de que B = H.
Um bloco B
de um grafo ´e especial se B
conem, no aximo, um ertice separador
do grafo.
Afirma¸ao 3.4 Todo bloco especial B
de G\C que ´e distinto de B cont´em um circuito.
Seja C
B
o circuito de comprimento aximo. Ent˜ao, quando k 5, uma das seguintes
propriedades vale
(3.4.1) |C
B
| k + 1; ou
(3.4.2) B
=
K
k1
; ou
(3.4.3) B
=
K
k
\(T S) para algum emparelhamento T e algum subconjunto S de uma
estrela de algum ertice tal que |S| k 3 e V (S) V (T ) =
A exclus˜ao das arestas de C em G reduz o grau de cada ertice por no aximo 2.
Assim, todo ertice de B
que ao ´e um v´ertice separador de G\C est´a em V (G) V (H)
19
e tem grau pelo menos k 2, que ´e maior ou igual a 2 em B
, pois k > 3. Portanto, pela
Proposi¸ao 2.3, B
conem um circuito.
Seja u o ertice separador de G\C que est´a em B
. Ent˜ao, k 5, implica que,
quando excluimos as arestas de C, temos d
B
(v) k 2 3, v V (B
) {u}, e, pelo
Lema 3.2,
1. |C
B
| (k 2) + 3 = k + 1; ou
2. B
=
K
(k2)+1
= K
k1
; ou
3. B
=
K
(k2)+2
\(T S) = K
k
\(T S), para algum emparelhamento T e algum
subconjunto S de algum v´ertice estrela tal que |S| (k 2) 1 = k 3 e
V (S) V (T ) = .
3.1 G\C ´e conexo
Com o aux´ılio da Afirma¸ao 3.4, iremos provar a seguinte afirma¸ao.
Afirma¸ao 3.5 G\C ´e conexo.
Observao 3.6 Os v´ertices do circuito C interceptam todas as componentes conexas de
G\C. Al´em disso, para que G seja 2-conexo, os ertices do circuito C devem interceptar,
pelo menos, dois ertices de cada componente conexa de G\C.
Suponhamos, por absurdo, que G\C ao ´e conexo. Sejam D a componente conexa
de G\C que cont´em E(H), G
= G[E(D) C] e D

uma componente conexa distinta de
D. Sendo H bloco de G\C, implica H bloco da componente conexa D. Se H continua
sendo bloco de G
, enao C est´a em outro bloco de G
, caso contr´ario, H sendo subgrafo
2-conexo maximal de G
, teriamos que C estaria completamente contido em H, o que ´e
absurdo, pois E(H) C = . Logo, H sendo bloco de G
e C estando em outro bloco de
G
, temos que G
possui, no m´ınimo, um ertice separador. Desta forma, quando unimos
G
a D

, temos, pelo Teorema 2.11, que todo ertice separador de G
continua sendo
v´ertice separador de G[G
D

], logo repetindo este procedimento, ou seja, acrescentando
as demais componentes conexas, concluiremos que G possui um ertice separador, o que
´e uma contradi¸ao, pois G ´e 2-conexo. Portanto, H est´a contido em bloco maior de G
,
20
digamos B
1
, e C tamb´em est´a neste bloco B
1
, se ao, concluiriamos da mesma forma que
G possui, pelo menos, um v´ertice separador.
Escolhemos uma aresta e de H e uma aresta f de C, como C e H est˜ao no mesmo
bloco B
1
de G
, existe, pelo Corol´ario 2.9, um circuito C
1
em B
1
que cont´em as arestas e
e f. Este circuito C
1
conem arestas de H e C. Sendo assim, C
1
conem um caminho P
0
tal que P
0
est´a contido em C e os ´unicos ertices em comum com a componente conexa
D ao seus v´ertices terminais v
1
e v
2
. Olhando para o peda¸co do circuito C
1
que est´a em
D, temos que este peda¸co ´e um caminho P
3
em D que intercepta E(H) e tem extremos
v
1
e v
2
.
Consideremos B
um bloco especial em uma componente conexa D
de G\C
diferente da componente conexa D e suponhamos k = 4, ou k 5 e (3.4.1) vale. Devido
ao fato do bloco B
pertencer a uma componente conexa D
diferente de D, o circuito
C
B
´e aresta-disjunto de H. Assim, como (ii) do Teorema 1.2 falha, temos que G\C
B
ao ´e 2-conexo e G\C
B
tem um ´unico bloco que cont´em H. Este bloco tamb´em conem
E(H) P
0
, contrariando o fato de H ser maximal. Portanto, a condi¸ao (3.4.1) ao pode
ocorrer.
Afirma¸ao 3.7 Seja J um subgrafo conexo de uma componente conexa de G\C diferente
da que cont´em E(H), ou seja, diferente da componente conexa D. Ent˜ao, G ao tem
circuito C
que satisfaz todas as condi¸oes a seguir:
(i) C
E(J) C;
(ii) v
1
e v
2
est˜ao na mesma componente conexa de G[E(J) C]\C
; e
(iii) |C
| k + 1, quando k 5.
Suponhamos, por absurdo, que exista um circuito C
satisfazendo a todas estas
condi¸oes. Ent˜ao, como (ii) do Teorema 1.2 falha, G\C
ao ´e 2-conexo e G\C
tem
um ´unico bloco que conem H. O fato de, por hip´otese, v
1
e v
2
pertencerem `a mesma
componente conexa de G[E(J) C]\C
, implica que existe um caminho ligando v
1
e v
2
e
este caminho ´e aresta-disjunta do caminho P
3
que est´a na componente conexa D. Assim,
pela constru¸ao destes dois caminhos, a uni˜ao deles cont´em um circuito C
2
que encontra
E(H) e E(G) E(H). O circuito C
2
est´a em G\C
e, portanto, o bloco de G\C
que
21
conem E(H) tamb´em cont´em E(H) C
2
implicando que este bloco tem mais do que
|E(H)| arestas, o que ´e uma contradi¸ao `a maximilidade de E(H).
Seja B
um bloco especial de G\C. O circuito C induz uma ordem c´ıclica, a qual
chamaremos de ordem C-induzida, nos ertices de V (B
) V (C). Um caminho em C
que une dois ertices consecutivos em V (B
) V (C) ´e chamado de B
-segmento de C, ou
simplesmente o chamaremos de B
-segmento.
Consideraremos o caso que k 5 e (3.4.2) vale, provaremos que, nestas condi¸oes,
a seguinte afirma¸ao ´e alida.
Afirma¸ao 3.8 Se B
´e um bloco especial de uma componente conexa de G\C diferente
da componente conexa que cont´em E(H) e B
=
K
k1
, ent˜ao k = 5, o bloco B
cont´em
um ertice separador de G\C que ao ´e ertice de C e v
1
e v
2
est˜ao em B
-segmentos
diferentes de C.
O bloco B
de G\C conem, no aximo, um ertice separador de G\C. Como
B
=
K
k1
, todo v´ertice de B
que ao ´e ertice separador de G\C tem grau k2 em G\C,
mas, por hip´otese, tem grau, pelo menos, k em G, logo, os v´ertices de B
, com a poss´ıvel
exce¸ao do ertice separador, devem pertencer a C, portanto |V (B
) V (C)| k 2.
Como |V (B
) V (C)| k 2, existem, pelo menos, k 2 B
-segmentos. Al´em
disso, sendo B
completo e G simples, todo B
-segmento de C tem comprimento, pelo
menos, dois. Desta maneira, uma das duas condi¸oes abaixo ´e satisfeita,
(a) existem dois B
-segmentos distintos de C, P
1
e P
2
, que ao passam por {v
1
, v
2
}; ou
(b) estes dois B
-segmentos ao existem.
No caso (a), seja P
i
um caminho com u
i
e w
i
sendo seus ertices terminais. Ent˜ao,
assumimos que u
1
∈ {u
2
, w
2
} e w
1
= w
2
. Como B
´e completo, ent˜ao B
conem
caminhos ertices-disjuntos R
1
e R
2
unindo u
1
e w
2
e u
2
e w
1
, respectivamente, tais
que V (R
1
) V (R
2
) = V (B
). A uni˜ao de R
1
, P
1
, R
2
e P
2
´e um circuito C
que est´a em
E(B
) C e conem, pelo menos, (k 1) + 2 v´ertices, implicando |C
| k + 1. Al´em
disso, como P
1
{u
1
w
1
} ´e um circuito, u
1
w
1
∈ E(C
). Segue que, em G[E(B
) C]\C
, os
v´ertices v
1
e v
2
est˜ao na mesma componente conexa, Figura 3.1. Portanto, encontramos
um circuito C
que satisfaz as condi¸oes (i), (ii) e (iii) da Afirma¸ao 3.7, o que ´e um
22
absurdo. Logo, o caso (a) ao pode ocorrer, ou seja, ao existem dois B
-segmentos que
evitam {v
1
, v
2
}.
v
1
v
2
w
2
u
2
w
1
u
1
u
1
w
1
R
1
R
2
P
2
P
1
Figura 3.1: v
1
e v
2
est˜ao na mesma componente conexa
Sendo assim, o caso (b) deve ser alido. Como k 5, para que ao existam dois
B
-segmentos que evitam {v
1
, v
2
}, k deve ser igual a 5, B
conem um ertice separador
de G\C que ao ´e v´ertice de C, implicando que |V (B
) V (C)| = 3, v
1
e v
2
devem estar
em B
-segmentos diferentes de C e existe apenas um B
-segmento que evita {v
1
, v
2
}.
A Afirma¸ao 3.8 ser´a utilizada mais adiante para concluirmos que G\C deve ser
conexo.
Suponhamos que k 5 e (3.4.3) vale, que ´e B
=
K
k
\(T S) onde T ´e um
conjunto de arestas, S um conjunto de, no aximo, k 3 arestas, todas dividindo um
v´ertice em comum, v
S
, e as arestas de S ao ertices disjuntos dos v´ertices de T . Neste
caso, usaremos a seguinte afirma¸ao.
Afirma¸ao 3.9 Se w
1
e w
2
ao ertices distintos de B
, ent˜ao existe um caminho
Hamiltoniano unindo w
1
e w
2
, a menos que |S| = k 3 e v
S
w
1
e v
S
w
2
sejam as ´unicas
arestas incidentes a v
S
que ao est˜ao em S.
Observao 3.10 Como |S| ´e menor ou igual a k 3, temos que o grau de v
S
´e, no
m´ınimo, dois em B
, d
B
(v
S
) 2, ou seja, existem, pelo menos, dois v´ertices adjacentes
a v
S
em B
=
K
k
\(T S).
Observao 3.11 Seja v V (B
). Pelo fato de V (S) V (T ) = , temos as seguintes
conclus˜oes, se a aresta v
S
v existe, ou seja, v
S
v E(B
), ent˜ao v pode ao ser adjacente
a um outro ertice de B
; se a aresta v
S
v ao existe, ent˜ao, com excao do v´ertice v
S
, v
´e adjacente a todos os v´ertices de B
.
23
A demonstra¸ao da Afirma¸ao 3.9 ser´a feita por indu¸ao sobre k. Para
k = 5, consideraremos primeiro o caso que v
S
∈ {w
1
, w
2
}, seja V (B
) =
{w
1
, w
2
, v
S
, a, b}. Se as arestas w
1
v
S
e w
2
v
S
ao pertencem a E(B
), ent˜ao as arestas
w
1
a, w
1
b, w
1
w
2
, w
2
a, w
2
b, v
S
a, v
S
b E(B
), implicando que w
1
av
S
bw
2
´e um w
1
w
2
-caminho
Hamiltoniano em B
.
Se a aresta w
1
v
S
∈ E(B
), mas w
2
v
S
, v
S
a E(B
), enao caso ab E(B
),
temos que w
1
bav
S
w
2
´e um w
1
w
2
-caminho Hamiltoniano em B
; caso ab ∈ E(B
), enao
v
S
b, bw
2
E(B
) e w
1
av
S
bw
2
´e um w
1
w
2
-caminho Hamiltoniano em B
. O caso de
w
1
v
S
∈ E(B
), mas w
2
v
S
E(B
) ´e an´alogo.
Consideremos o caso que w
1
v
S
, w
2
v
S
E(B
). Se |S| = 2, ent˜ao ao existe w
1
w
2
-
caminho Hamiltoniano em B
. Se |S| < 2, ent˜ao d
B
(v
S
) 3 e, portanto, v
S
a ou v
S
b
pertence a E(B
). Digamos que v
S
a E(B
). Se w
1
a ∈ E(B
), ent˜ao w
1
w
2
ab, w
1
b E(B
)
e w
1
bav
S
w
2
´e um w
1
w
2
-caminho Hamiltoniano em B
. Se w
1
w
2
, w
1
a E(B
), ent˜ao
ab, ou w
2
b, ao pertence a E(B
); caso ab ∈ E(B
), temos que w
2
b, v
S
b E(B
)
e w
1
av
S
bw
2
´e um w
1
w
2
-caminho Hamiltoniano em B
; caso w
2
b ∈ E(B
), temos que
v
S
b, ab E(B
) e w
1
abv
S
w
2
´e um w
1
w
2
-caminho Hamiltoniano em B
. Se w
1
w
2
∈ E(B
),
enao w
1
a, w
1
b, w
2
a, w
2
b E(B
) e ab, ou v
S
b, ao pertence a E(B
); caso ab ∈ E(B
),
temos que v
S
b E(B
) e w
1
bv
S
aw
2
´e um w
1
w
2
-caminho Hamiltoniano em B
; caso
v
S
b ∈ E(B
), temos que ab E(B
) e w
1
bav
S
w
2
´e um w
1
w
2
-caminho Hamiltoniano em
B
. Encerramos o caso que v
S
∈ {w
1
, w
2
}.
Consideremos v
S
{w
1
, w
2
}, digamos w
1
= v
S
, e seja V (B
) = {w
1
, w
2
, a, b, c}.
Suponhamos |S| = 2. Se w
1
w
2
, w
1
a E(B
), enao w
1
b, w
1
c ∈ E(B
), mas ab, bc, w
2
c
E(B
), implicando que w
1
abcw
2
´e um w
1
w
2
-caminho Hamiltoniano em B
. Se w
1
w
2
∈
E(B
), ent˜ao w
1
a, w
1
b, w
2
a, w
2
b, w
2
c, ac, bc E(B
) e, portanto, w
1
acbw
2
´e um w
1
w
2
-
caminho Hamiltoniano em B
.
Suponhamos |S| < 2, ent˜ao, d
B
(w
1
) 3, digamos, que w
1
a, w
1
b E(B
). Se
w
1
w
2
∈ E(B
), ent˜ao w
1
c, w
2
a, w
2
b, w
2
c E(B
) e ab, ou bc, ou ac, pode ao pertencer
a E(B
). Se ab ∈ E(B
), temos que bc, ac E(B
) e w
1
bcaw
2
´e um w
1
w
2
-caminho
Hamiltoniano em B
; o caso que bc, ou ac, ao pertence a E(B
) ´e an´alogo.
Ainda supondo que |S| < 2, digamos que, desta vez, w
1
w
2
E(B
), al´em de w
1
a
e w
1
b. Se ab E(B
) e w
1
c ∈ E(B
), ent˜ao w
1
abcw
2
´e um w
1
w
2
-caminho Hamiltoniano
em B
. Se ab ∈ E(B
), temos que bc, w
2
b, ac E(B
) e w
1
acbw
2
´e um w
1
w
2
-caminho
24
Hamiltoniano em B
.
Suponhamos que w
1
w
2
, w
1
a, w
1
b, w
1
c E(B
). Se aw
2
∈ E(B
), ent˜ao w
1
bacw
2
´e
um w
1
w
2
-caminho Hamiltoniano em B
. Se aw
2
E(B
), ent˜ao ac, ou ab, ou cw
2
, ou
bw
2
, ao pertence a E(B
); caso ac ∈ E(B
), ent˜ao ab, bc, cw
2
E(B
) e w
1
abcw
2
´e um
w
1
w
2
-caminho Hamiltoniano em B
; o caso que ab, ou bc, ou cw
2
, ao pertence a E(B
)
´e an´alogo. Concluimos o caso que k = 5.
Agora, consideraremos k > 5. Se |S| = k 3 e v
S
w
1
, v
S
w
2
E(B
), ent˜ao ao ´e
poss´ıvel construir um w
1
w
2
-caminho Hamiltoniano em B
. Caso contr´ario, retiramos um
v´ertice v diferente de w
1
, w
2
e v
S
e obtemos o grafo K
k1
\(T
S
), onde T
e S
ao obtidos
a partir de T e S, respectivamente. Pela hip´otese indutiva, existe um w
1
w
2
-caminho
Hamiltoniano, P
4
, em K
k1
\(T
S
). Colocamos de volta o v´ertice v e recuperamos o
grafo B
=
K
k
\(T S). Resta encaixarmos o v´ertice v no caminho P
4
para obtermos um
w
1
w
2
-caminho Hamiltoniano em B
. Escolhemos duas arestas em sequˆencia no caminho
P
4
, ab e bc. Existe a possibilidade de a = w
1
, b = v
S
e c = w
2
; o caso que a = v
S
, implica
que a = w
1
= v
S
e; o caso que c = v
S
, implica que c = w
2
= v
S
.
Se av, bv E(B
), enao adicionamos as arestas av e bv e removemos a aresta ab
do caminho P
4
, obtendo um w
1
w
2
-caminho Hamiltoniano em B
.
Caso av ∈ E(B
), ent˜ao, pela Observao 3.11, cv, bv E(B
) e, com estas arestas,
fazemos um procedimento an´alogo ao descrito no par´agrafo anterior. Se bv ∈ E(B
), enao
pegamos o outro ertice adjacente a c em P
4
, d, adicionamos as arestas cv e dv, retiramos
a aresta cd do caminho P
4
e obtemos um w
1
w
2
-caminho Hamiltoniano em B
.
Como todo v´ertice v em V (G) V (H) deve ter grau maior ou igual a k, ent˜ao
todo ertice de B
, com a poss´ıvel exce¸ao do v´ertice separador, ´e tamb´em ertice de
C, desta forma, |V (B
) V (C)| k 1. Assim, o n´umero de B
-segmentos de C ´e k
ou k 1 e, por conta disto, para alguns v´ertices distintos w
1
e w
2
em V (B
) V (C),
existe um B
-segmento C[w
1
, w
2
] de C com extremos w
1
e w
2
tal que C[w
1
, w
2
] ao passa
por v
1
e v
2
. Escolha tal B
-segmento de tal maneira que seu comprimento ´e aximo e,
depois, escolha um caminho de comprimento aximo B
[w
1
, w
2
] em B
ligando w
1
e w
2
.
Enao, a uni˜ao de B
[w
1
, w
2
] e C[w
1
, w
2
] ´e um circuito C
E(B
) C e v
1
e v
2
est˜ao na
mesma componente conexa de G[E(B
) C]\C
, Figura 3.2. Teremos uma contradi¸ao
`a Afirma¸ao 3.7 a menos que |C
| seja menor ou igual a k. Iremos analisar este caso
excepcional. Ent˜ao, quando |C
| k, uma das duas condi¸oes acontece:
25
v
1
v
2
w
1
w
2
C[w
1
, w
2
]
B
[w
1
, w
2
]
Figura 3.2: Constru¸ao do circuito C
(a) C[w
1
, w
2
] tem comprimento pelo menos dois, |C[w
1
, w
2
]| 2; ou
(b) C[w
1
, w
2
] tem comprimento um, |C[w
1
, w
2
]| = 1 < 2.
Suponhamos que a condi¸ao (a) vale. Ent˜ao, B
[w
1
, w
2
] ao pode ser um caminho
Hamiltoniano em B
. Se B
[w
1
, w
2
] fosse um caminho Hamiltoniano em B
, ent˜ao C
teria comprimento maior ou igual a k + 1, contradizendo as condi¸oes (i), (ii) e (iii) da
Afirma¸ao 3.7. Logo, pela Afirma¸ao 3.9, w
1
e w
2
ao os ´unicos ertices que est˜ao ligados
a v
S
em B
.
Observao 3.12 Ainda pela Afirma¸ao 3.9, para todo B
-segmento C[u
1
, u
2
] que ao
passa por v
1
e v
2
e ´e diferente de C[w
1
, w
2
], o caminho de comprimento aximo B
[u
1
, u
2
]
em B
com extremos u
1
e u
2
´e Hamiltoniano. Assim, C[u
1
, u
2
] tem somente uma aresta,
porque, caso contr´ario, a uni˜ao B
[u
1
, u
2
] com C[u
1
, u
2
] ´e um circuito C
3
satisfazendo
|C
3
| k + 1, C
3
E(B
) C e v
1
e v
2
est˜ao na mesma componente conexa de
G[E(B
) C]\C
3
, o que contradiz a Afirma¸ao 3.7.
Observao 3.13 Como B
=
K
k
\(T S), onde T = {w
1
w
2
} ou T = , ent˜ao B
{v
S
}
´e um grafo completo ou um grafo completo com a aresta w
1
w
2
deletada, segue que os
´unicos B
-segmentos de C de comprimento um devem interceptar v
S
.
Observao 3.14 Se existem, pelo menos, trˆes B
-segmentos diferentes de C[w
1
, w
2
] que
ao passam por
v
S
, ent˜ao, existe, no m´ınimo, um
B
-segmento que evita
{
v
1
, v
2
}
. Pela
Observa¸ao 3.12, este B
-segmento deve ter comprimento um e, pela Observa¸ao 3.13,
deve interceptar v
S
, o que ´e uma contradi¸ao. Portanto, existem, no aximo, dois B
-
segmentos de comprimento maior ou igual a dois, diferentes de C[w
1
, w
2
] e que ao passam
por v
S
.
26
Contando com C[w
1
, w
2
], existem, no aximo, trˆes B
-segmentos distintos com
comprimento maior ou igual a dois. Ora, existem, pelo menos, k 1 B
-segmentos, sendo
assim, os k 1 3, ou k 3, B
-segmentos restantes devem ter comprimento um e, pela
Observao 3.13, todos devem passar por v
S
, logo v
S
deve pertencer a V (C).
Lembrando que, como |S| = k 3, w
1
e w
2
ao os ´unicos ertices adjacentes a v
S
em B
e k 5, temos que d
B
(v
S
) = 2. Se v
S
ao ´e o ertice separador de B
, ent˜ao,
como C o acrescenta mais duas arestas incidentes a v
S
, teremos, no grafo original, que
d
G
(v
S
) = 4 5 k, uma contradi¸ao. Logo, v
S
deve ser o v´ertice separador de B
.
Pela Observao 3.14 e o par´agrafo anterior, k ao pode ser maior que 5, pois, neste
caso, existir˜ao, pelo menos, trˆes B
-segmentos distintos de C[w
1
, w
2
] que ao passam por
v
S
.
Resumindo, devemos assumir que v
S
V (C) e k = 5. Portanto, existem quatro
B
-segmentos diferentes de C[w
1
, w
2
]. Destes, no aximo um cont´em v
1
, no aximo
um cont´em v
2
e no aximo dois tem comprimento um. Para satisfazer as condi¸oes
descritas nas Observoes 3.12, 3.13 e 3.14, a igualdade deve valer em cada um destes
limites, ou seja, existem um B
-segmento que conem v
1
, um outro contendo v
2
e dois de
comprimento um. Logo, B
´e igual ao grafo da Figura 3.3. Al´em disso, v
S
a e v
S
b est˜ao
em C e, sem perda de generalidade, determinamos a ordem C-induzida em V (B
) como
sendo w
1
, w
2
, a, v
S
, b. Enao, v
1
e v
2
est˜ao, em alguma ordem, nos B
-segmentos C[w
2
, a] e
C[b, w
1
]. Seja C
a uni˜ao de C[w
1
, w
2
] com o caminho w
1
bv
S
aw
2
em G[E(B
) C], vemos
que C
tem comprimento seis, o que contradiz a Afirma¸ao 3.7. Isto exclui o caso (a).
a b
w
2
v
S
w
1
Figura 3.3: B
Suponhamos que a condi¸ao (b) vale, enao temos que w
1
w
2
T e tamem
w
1
w
2
C. Pela Observao 3.11, as arestas w
1
v
S
e w
2
v
S
pertencem a B
. Pela Afirma¸ao
27
3.9, temos que para todo B
-segmento C[u
1
, u
2
] que ao passa por v
1
e v
2
, o caminho
de comprimento aximo B
[u
1
, u
2
] ´e Hamiltoniano, ent˜ao C[u
1
, u
2
] deve ter comprimento
um. Como B
{v
S
} ´e um grafo completo menos um emparelhamento, dois B
-segmentos
de C consecutivos podem ter comprimento um somente se ambos interceptam o ertice
v
S
, sendo assim, o existem, no aximo, dois B
-segmentos consecutivos de comprimento
um. Para satisfazer a estas condi¸oes, segue que k = 5. Se v
S
∈ V (C), ent˜ao B
´e como na
Figura 3.4(1), onde as arestas 12 e 34 est˜ao em C, os v´ertices v
1
e v
2
est˜ao em diferentes
B
-segmentos de C e v
S
, para satisfazer d
G
(v
S
) 5 = k, ´e um v´ertice separador de G\C.
Se v
S
V (C), ent˜ao existem ertices 3 e 4 de B
tais que v
S
3 e v
S
4 ao arestas de C e,
consequentemente, ao ao arestas de B
. Al´em disso, para que d
G
(v
S
) seja maior ou igual
a cinco, v
S
deve ser um v´ertice separador de G\C. Logo, B
´e como mostrado na Figura
3.4(2), onde 12 C e, mais uma vez, v
1
e v
2
est˜ao em diferentes B
-segmentos de C.
3 4
2
v
S
1
(1)
3 4
2
v
S
1
(2)
Figura 3.4: B
Mostraremos que, se (2) vale, ent˜ao podemos modificar C e B
de tal forma que
(1) em detrimento de (2) valha. Para tanto, basta trocar C por C
1
e B
por B
1
, onde
C
1
= (C {34}) {v
S
3, v
S
4}, V (B
1
) = V (B) e E(B
1
) = (E(B
) {34}) {v
S
3, v
S
4}.
Enao, C
1
´e um circuito tendo, pelo menos, seis arestas, pois C
1
conem os B
-segmentos
C[2, 4], C[3, 1], C[1, 2] e C[3, 4] com |C[2, 4]| 2 e |C[3, 1]| 2. Os conjuntos de v´ertices
das componentes e blocos de G\C
1
e G\C ao idˆenticos.
Combinando a Afirma¸ao 3.8 com o resultado do ´ultimo par´agrafo, deduzimos que
se G\C ´e desconexo, enao k = 5 e devemos assumir que, para todo bloco especial B
de
G\C que est´a em uma componente conexa diferente de E(B), as seguintes afirma¸oes ao
verdadeiras:
(i) B
conem v´ertice separador u de G\C e {u} = V (B
) V (C); e
28
(ii) B
´e um grafo completo de quatro ertices, ou o grafo obtido do grafo completo de
cinco v´ertices pela exclus˜ao de duas arestas emparelhadas, onde ambas arestas est˜ao
em C; e
(iii) v
1
e v
2
est˜ao em diferentes B
-segmentos de C.
Enao, (i) garante que podemos escolher blocos especiais B
1
e B
2
distintos que
est˜ao na mesma componente conexa D

de G\C com E(D

) E(B) = . Por (iii),
ambos os caminhos que ligam v
1
e v
2
em C cont´em ertices de ambos B
1
e B
2
. Assim,
C conem um caminho P ligando um ertice x
1
de V (B
1
) a um ertice x
2
de V (B
2
) que
evita {v
1
, v
2
} e ´e internamente disjunto de ambos V (B
1
) e V (B
2
). Para i {1, 2}, existe
um caminho Hamiltoniano P
i
em B
i
de x
i
ao ertice separador u
i
de G\C que est´a em
B
i
. Seja G
1
a uni˜ao de P, P
1
, P
2
e um caminho Q em D

ligando u
1
e u
2
. Enao G
1
conem um circuito C
1
cujo conjunto de arestas conem propriamente E(P
1
). Al´em disso,
v
1
e v
2
est˜ao na mesma componente conexa de G[E(D

) C]\C
1
. Assim, temos uma
contradi¸ao `a Afirma¸ao 3.7 a menos que |C
1
| = 5 e B
1
=
K
4
. No caso excepcional,
V (C
1
) = V (B
1
) {y
1
}, onde u
1
y
1
E(D

) e y
1
V (P ) V (Q). Mas, no v
1
v
2
-caminho
em C que evita {x
1
, x
2
}, existe um caminho P
que liga um ertice w
1
V (B
1
) a um
v´ertice w
2
V (B
2
) e ´e internamente disjunto de ambos V (B
1
) e V (B
2
). Na uni˜ao de
P
, P
1
, P
2
e Q, existe um circuito contendo E(P
1
) que tem comprimento seis e, p ortanto,
contradiz a Afirma¸ao 3.7, ou tem comprimento cinco e, implica que, y
1
V (P
). Como
P e P
ao v´ertices disjuntos, temos uma contradi¸ao.
A ´ultima contradi¸ao completa a prova de que ´e um absurdo assumir que G\C ´e
desconexo. Portanto, temos que, de fato, G\C ´e conexo.
Afirma¸ao 3.15 Se k 5, ent˜ao todo bloco terminal de G\C tem, pelo menos, k + 1
v´ertices.
Observao 3.16 Sendo G\C conexo, todo bloco terminal de G\C ´e, por defini¸ao, um
bloco especial e, pela Afirma¸ao 3.4, tem, no m´ınimo, k 1 ertices.
Sejam B
um bloco terminal de G\C e u o ertice separador de G\C pertencente a
B
. Assumimos que |V (B
)| {k1 , k}. Pela compara¸ao de graus em B
e G, deduzimos
imediatamente que V (C) V (B
){u}, ou seja, C poder´a conter todos os ertices de B
,
29
a poss´ıvel exce¸ao ´e o v´ertice separador. Al´em disso, se um ertice de B
ao ´e adjacente
a dois ou mais v´ertices em B
, ent˜ao este ertice deve ser u.
Sejam P um caminho que est´a propriamente contido em C e {B
1
, B
2
, . . . , B
S
}
um conjunto de blocos de G\C, dizemos que P cruza este conjunto de blocos quando a
interse¸ao de V (P ) e V (B
1
) V (B
2
) V (B
1
) ... V (B
S
) consiste dos ertices terminais
de P e G[E(B
1
) E(B
2
) ... E(B
S
) E(P )] ´e 2-conexo, ou seja, P pode ser visto como
um G\ C-caminho.
Consideremos os B
-segmentos de C. Existe um B
-segmento C[v
1
, v
2
] que cont´em
um caminho que cruza algum conjunto de blocos contendo B = H. Chamamos um
B
-segmento de ao-trivial se ele cont´em, pelo menos, duas arestas; caso contr´ario,
chamaremos de trivial.
Observao 3.17 Por constru¸ao, C[v
1
, v
2
] ´e um B
-segmento ao-trivial.
Afirma¸ao 3.18 G ao possui circuito C
com pelo menos k + 1 arestas para as quais
todas as condi¸oes a seguir ao alidas:
(3.18.1) E(C[v
1
, v
2
]) C
= ;
(3.18.2) V (C
) V (C) V (B
); e
(3.18.3) C
´e obtido a partir de C pela dele¸ao de alguns B
-segmentos de C e inserindo
algum subconjunto X de E(B
) tal que B
\X ´e conexo.
Suponhamos que G tenha tal circuito C
. Consideremos G\C
. Ora, G\C
conem
C[v
1
, v
2
] e, consequentemente, cont´em um caminho P
0
que cruza um conjunto de blocos
contendo B. Como B
\X ´e conexo, segue que G\C
conem um circuito que cont´em P
0
e
intercepta E(B). Pela Afirma¸ao 3.3, o bloco de G\C
conem E(H) propriamente, uma
contradi¸ao. Portanto, a Afirma¸ao 3.18 ´e verdade.
A prova da Afirma¸ao 3.15 ser´a dividida em arios casos, em cada um deles devemos
construir um circuito C
obedecendo (3.18.1) a (3.18.3) com, pelo menos, k + 1 arestas.
Um circuito C
obedecendo (3.18.1) a (3.18.3) tem comprimento, no m´ınimo,
|V (C) V (B
)| + n, onde n ´e o n´umero de B
-segmentos ao-triviais de C que est˜ao
contidos em C
.
Suponhamos |V (B
)| = k 1. Ent˜ao, pela Afirma¸ao 3.4, B
=
K
k1
e, pela
Observao 3.17, v
1
v
2
E( B
). Seja C
= (C C[v
1
, v
2
]) {v
1
v
2
}. Todo B
-segmento
30
de C cont´em pelo menos duas arestas. O n´umero de tais B
-segmentos, diferentes de
C[v
1
, v
2
], ´e no m´ınimo |V (B
) V (C)| 1. Assim,
|C
| |V (B
) V (C)| + |V (B
) V (C)| 1 = 2(|V (B
) V (C)| 1) + 1,
mas, para ao contradizer a Afirma¸ao 3.18, |C
| deve ser menor ou igual a k, logo,
k |C
| 2(|V (B
) V (C)| 1) + 1
k + 1
2
|V (B
) V (C)|.
Mas, |V (B
) V (C)| ´e k 1 ou k 2. Para que |V (B
) V (C)| seja igual a k 1, u deve
pertencer a C. Neste caso,
k+1
2
k 1, logo, k 3, uma contradi¸ao. Portanto, devemos
assumir que u ∈ V (C). Ent˜ao,
k+1
2
k 2, logo, k 5 e, portanto, k = 5. Neste caso,
alteramos a escolha de C
para (C C[v
1
, v
2
]) {uv
1
, uv
2
} e, consequentemente, V (C
)
conem todos os ertices de B
. Sendo assim, |C
| k1+[(k2)1] = 2+2(k3) k+1,
uma contradi¸ao. Logo, |V (B
)| deve ser maior que k 1.
Suponhamos |V (B
)| = k. Enao, pela Afirma¸ao 3.4, B
=
K
k
\(T S), onde T
´e um emparelhamento e S ´e um subconjunto de arestas incidentes ao v´ertice u tal que
|S| k 3 e V (S) V (T ) = . Dois B
-segmentos de C consecutivos ao podem ser
triviais, a menos que cada um contenha o v´ertice separador u.
Suponhamos que u ∈ V (C). Seja v
1
, v
2
, . . . , v
k1
a ordem C-induzida em V (B
).
Sem perda de generalidade, devemos assumir que um dos seguintes casos acontece:
(a) {uv
1
, uv
2
} E(B
) e d
B
(u) 3;
(b) {uv
1
, uv
2
} E(B
) e d
B
(u) = 2;
(c) uv
2
∈ E(B
).
Se (a) acontece, seja C
= (C C[v
1
, v
2
]) {uv
1
, uv
2
}. Como u ∈ V (C), enao ao
existem dois B
-segmentos triviais consecutivos. Sendo k 5, existir´a, pelo menos, um
B
-segmento ao-trivial diferente de C[v
1
, v
2
], logo |C
| k + 1 e B
\{uv
1
, uv
2
} ´e conexo,
portanto, temos uma contradi¸ao a Afirma¸ao 3.18.
Se (b) acontece, ent˜ao seja C
= (C C[v
1
, v
2
] C[v
3
, v
4
]) {v
1
v
3
, v
2
v
4
}. Como
B
{u} ´e completo, exceto pela poss´ıvel ausˆencia da aresta v
1
v
2
, todo B
-segmento de C
´e ao-trivial. Assim, |C
| k +1. Como B
\{v
1
v
3
, v
2
v
4
} ´e conexo, temos uma contradi¸ao
`a Afirma¸ao 3.18.
31
Se (c) acontece, ent˜ao v
2
´e adjacente em B
a todo ertice em V (B
) {u}. Em
particular, v
1
v
2
E(B
). Seja C
= (C C[v
1
, v
2
]) {v
1
v
2
}. Como v
2
v
3
E(B
), o
segmento C[v
2
, v
3
] ´e ao-trivial. Al´em disso, pelo menos, um entre C[v
3
, v
4
] e C[v
4
, v
5
] ´e
ao-trivial, onde, possivelmente, v
5
= v
1
. Assim, C tem, pelo menos, dois B
-segmentos
ao-triviais, diferentes de C[v
1
, v
2
], logo, |C
| |V (C) V (B
)| + 2 = (k 1) + 2 = k + 1,
uma contradi¸ao.
Sendo assim, ´e necess´ario assumir que u pertence a V (C). Seja v
1
, v
2
, . . . , v
k
a
ordem C-induzida em V (B
). Sem perda de generalidade, devemos assumir tamem que
uma das seguintes condi¸oes acontece:
(a) v
1
v
2
E(B
);
(b) v
1
v
2
∈ E(B
) e u ∈ {v
1
, v
2
};
(c) v
1
v
2
∈ E(B
) e u = v
2
.
No caso (a), seja C
= (C C[v
1
, v
2
]){v
1
v
2
}. Observamos que B
\{v
1
v
2
} ´e conexo.
Como k 5 e o podem existir apenas dois B
-segmentos triviais consecutivos, temos que
existir´a, pelo menos, um B
-segmento ao-trivial diferente de C[v
1
, v
2
], implicando que
|C
| k + 1, uma contradi¸ao.
No caso (b), ambos v
1
e v
2
ao adjacentes em B
a todos os ertices de
V (B
) {v
1
, v
2
}. Ent˜ao, como v
2
v
3
E(B
), o segmento C[v
2
, v
3
] ´e ao-trivial. Seja
C
= (C C[v
1
, v
2
] C[v
3
, v
4
]) {v
1
v
3
, v
2
v
4
}. Como C
conem todos os ertices de
B
e tamb´em cont´em o B
-segmento ao-trivial C[v
2
, v
3
], ent˜ao C
tem comprimento, no
m´ınimo, k + 1. Al´em disso, B
\{v
1
v
3
, v
2
v
4
} ´e conexo, uma contradi¸ao.
No caso (c), seja C
= (C C[v
1
, v
2
] C[v
2
, v
3
]) {v
1
v
3
}. Enao, v
2
v
1
∈ E(B
),
logo, v
1
v
k
E(B
) e, consequentemente, C[v
1
, v
k
] ´e ao-trivial. Pelo menos, um dos B
-
segmentos C[v
3
, v
4
] ou C[v
4
, v
5
] ´e ao-trivial, porque ou a aresta v
3
v
4
pertence a E(B
),
ou a aresta v
4
v
5
ir´a pertencer a E(B
). Assim, C
conem pelo menos dois B
-segmentos
ao-triviais de C, logo, |C
| k + 1, o que contradiz a Afirma¸ao 3.18.
Portanto, quando k 5, todo bloco terminal de G\C tem, no m´ınimo, k + 1
v´ertices.
Combinando as Afirma¸oes 3.4 e 3.15 e a defini¸ao de C, obtemos:
32
Afirma¸ao 3.19 Se B
´e um bloco terminal de G\C distinto de B, ent˜ao B ´e um bloco
de G\C
B
. Aem disso, se k 5, ent˜ao |C
B
| k + 1.
Afirma¸ao 3.20 G\C tem exatamente dois blocos terminais e toda aresta de C satisfaz
a uma destas condi¸oes:
(i) intercepta dois ertices pertencentes ao mesmo bloco terminal de G\C; ou
(ii) intercepta dois ertices em diferentes blocos terminais de G\C tal que nenhum destes
dois ertices ´e um ertice-separador de G\C.
Seja u um v´ertice separador de G\C que pertence ao bloco B e seja B
1
outro bloco
de G\C tal que u pertence a V (B
1
). Enao, em (G\C) u, os conjuntos V (B) {u} e
V (B
1
) {u} est˜ao contidos em diferentes componentes conexas D e D
1
, respectivamente.
Como G u ´e conexo, existe um caminho em C de D para D
1
e, consequentemente,
existe um tal caminho minimal P . Este caminho cruza um conjunto S de blocos de G\C
tal que B S. Al´em disso, todo conjunto de blocos de G\C que cont´em B e ´e cruzado
por um caminho em C, deve conter todos os blocos terminais de G\C, caso contr´ario,
B = H estaria contido em um bloco maior de G\C
B
, onde B
´e bloco terminal de G\ C e
B
∈ S, ou seja, ter´ıamos uma contradi¸ao `a Afirma¸ao 3.19. Portanto, como o caminho
que cruza S o intercepta os blocos de S em dois ertices, G\C tem exatamente dois
blocos terminais.
Ambos blocos terminais devem interceptar uma aresta de C. Assim, existe um
caminho em C que liga um ertice em um bloco terminal a um ertice do outro. Todo tal
caminho minimal tem no aximo uma aresta, caso contr´ario, C teria um caminho que
cruza algum conjunto S de blocos de G\C tal que B S, mas S ao conem ambos os
blocos terminais, uma contradi¸ao a escolha de C. Logo, toda aresta de C ou intercepta
dois ertices no mesmo bloco terminal de G\C, ou intercepta v´ertices em dois blocos
terminais distintos de G\C. Pela Afirma¸ao 3.19, uma aresta de C que tem dois ertices
adjacentes em diferentes blocos terminais ao intercepta ertice separador de G\C.
Afirma¸ao 3.21 B e C tem, no aximo, um ertice em comum.
Seja B
um bloco terminal de G\C diferente de B. Se B e C em mais do que um
v´ertice em comum, enao G[E(B) C] est´a propriamente contido em um bloco de G\C
B
,
contradizendo a Afirma¸ao 3.19.
33
3.2 Redu¸ao ao caso que |E(H)| = 1
Distinguiremos os casos quando:
(i) B ao ´e bloco terminal de G\C; e
(ii) B ´e um bloco terminal de G\C.
No caso de (i) ser verdade, sejam v e w os v´ertices separadores de G\C pertencentes
aos blocos terminais B
v
e B
w
de G\C, respectivamente. Seja G
obtido a partir de G pela
exclus˜ao da uni˜ao de todos os blocos de G\C, com exce¸ao de B
v
e B
w
, e adicionando
uma aresta ligando v e w. Seja H
o grafo G
[{vw}]. Suponhamos que |E(G
)| < |E(G)|.
Enao, d
G
(v) k, para todo v em V (G
) V (H
), e C ´e um circuito de G
que ´e aresta
disjunta de H
e, quando k 5, |C| k +1. Como o |E(G)| ´e minimal tal que o Teorema
1.2 falha, temos que o Teorema 1.2 vale para o grafo G
, ent˜ao G
tem um circuito C
que ´e aresta disjunta de H
tal que G
\C
´e 2-conexo e, quando k 5, |C
| k + 1.
Evidentemente, C
´e um circuito de G. Al´em disso, como G\C
pode ser escrito como a
2-soma com ponto base vw de G
\C
e outro grafo 2-conexo, segue que G\C
´e 2-conexo,
uma contradi¸ao. Concluimos que |E(G
)| = |E(G)|. Portanto, se B ao ´e bloco terminal
de G\C, ent˜ao G\C tem exatamente trˆes blocos e B, que ´e igual a H, consiste de uma
´unica aresta.
No caso de (ii) ser verdade, segue, pela Afirma¸ao 3.21, que B e C tem exatamente
um ertice em comum, digamos w. Seja v o ertice separador de G \C que pertence ao
outro bloco terminal B
de G\C. Seja G
obtido a partir de G pela dele¸ao da uni˜ao de
todos os blocos de G\C diferentes de B
e adicionando uma aresta ligando v a w. Pela
Afirma¸ao 3.20, tal aresta vw ao existe em C. Seja H
= G
[{vw}]. Se |E(G
)| < |E(G)|,
enao, como no caso (i), obtemos uma contradi¸ao. Portanto, se B ´e um bloco terminal
de G\ C, enao G\C tem exatamente dois blocos e B ´e apenas uma aresta.
O Teorema 1.2 vale, a menos que G\C tenha no aximo trˆes blocos, onde dois
deles ao blocos terminais e B, que ´e igual a H, ´e uma ´unica aresta. Al´em disso, se
G\C tem exatamente trˆes blocos, B ao ´e bloco terminal. Suponhamos que G\C tenha
exatamente trˆes blocos. Devemos refinar a escolha de C para que, dentre os poss´ıveis
candidatos de C, escolhemos o que faz com que o n´umero aximo de arestas de um
bloco de G\C seja o maior poss´ıvel. Seja B
2
o bloco com o n´umero aximo de arestas
alcan¸cado. Enao, B
2
´e um bloco terminal de G\C. Seja B
1
o outro bloco terminal de
34
G\C. O terceiro bloco de G\C ´e B. Pelas Afirma¸oes 3.4 e 3.15, B
1
conem um circuito
C
1
de G\C tal que, quando k 5, |C
1
| k + 1. Pela Afirma¸ao 3.5, G\C
1
´e conexo e,
claramente, tem um bloco B
2
que conem B
2
. Pela escolha de B
2
, segue que B
2
= B
2
.
Logo, B
2
tem um ´unico v´ertice u em comum com C e u deve ser um ertice separador de
G\C
1
, caso contr´ario, a escolha de B
2
´e contrariada, pois B
2
deixaria de ser maximal. O
´unico ertice em V (B) V (B
2
) ´e tamb´em um ertice separador de G\C
1
, que ´e diferente
de u. Assim, B
2
´e um bloco de G\C
1
contendo, pelo menos, dois v´ertices separadores
distintos deste grafo. Logo, em G\C
1
, existem, no m´ınimo, trˆes blocos incluindo B e B
2
.
Como B
2
ao ´e um bloco terminal, deduzimos que G\C
1
tem um outro bloco distinto de
B, que ao ´e bloco terminal, portanto, o Teorema 1.2 vale para G, uma contradi¸ao.
Assumimos que G\C tem exatamente dois blocos, um deles ´e B e consiste apenas
de uma ´unica aresta e = vw. Seja B
o outro bloco de G\C e suponhamos que w ´e o
v´ertice em comum entre B e B
. Enao, C tem exatamente duas arestas interceptando
v. Pelo fato de |C| > |E(H)|, o Teorema 1.2 vale para G e seu subgrafo C. Assim, G\C
´e 2-conexo para todos os circuitos C
de G que ao arestas-disjuntas de C, ou G\C
´e
2-conexo para algum circuito C
com |C
| k + 1 quando k 5. Como d
G
(v) = 3,
um circuito que ´e aresta disjunta de C em G, ´e tamem aresta disjunta de H. Devemos
estabelecer uma contradi¸ao proveniente do fato de que podemos mostrar que o grafo G
tem um circuito que ´e aresta disjunta de C e que, quando k 5, este circuito pode ser
escolhido de tal forma que tenha comprimento maior ou igual a k + 1.
Consideremos
B
. Todo ertice deste grafo simples 2-conexo, exceto, p ossivelmente,
w, tem grau, no m´ınimo, k 2. Se k = 4, enao G certamente tem um circuito que
´e aresta disjunta de C, temos uma contradi¸ao. Assim, devemos assumir que k 5.
Enao, pelas Afirma¸oes 3.4 e 3.21, obtemos uma contradi¸ao, que ´e B
ter um circuito
de comprimento maior ou igual a k + 1, a menos que |V (B
)| {k 1, k}. No caso
excepcional, |V (G)| {k, k + 1}. Como todo v´ertice de G, diferente de v e w, tem
grau, pelo menos, k, todo tal v´ertice ´e adjacente a v. Mas, v tem grau 3 em G, logo
5 k |V (G)| 4. Esta contradi¸ao completa a prova de que o Teorema 1.2 vale
quando |E(H)| 1.
35
3.3 E(H) ´e vazio
Assumimos que o Teorema 1.2 falha quando H ao possui arestas. Neste caso, H
´e apenas um ´unico ertice u. Seja e uma aresta incidente com u. Como o Teorema 1.2
vale quando H = G[{e}], mas falha quando E(H) = , deduzimos que G\C ´e 2-conexo
para todo circuito C tal que e ∈ C. Fazendo e variar sobre todas as arestas incidentes
a u, deduzimos que G\C ´e 2-conexo para todos os circuitos C que ao cont´em o ertice
estrela u. Sendo assim, devemos assumir que d
G
(u) = 2. Consideremos G {u} e seja G
1
um bloco especial deste grafo. Seja A = {w}, onde, se G
1
= G {u}, enao w ´e o ´unico
v´ertice separador de G {u} em G
1
e, se G
1
= G {u}, ent˜ao w ´e um ertice adjacente
de u em G
1
. Enao, d
G
1
(x) + d
G
1
(y) 2k 1 para todos os v´ertices x e y ao adjacentes
em V (G
1
) A. Usando o Lema 3.1, como k 3, segue que G
1
tem um circuito C
1
de
comprimento, no m´ınimo, k + 1. Mas, C
1
´e um circuito de G que ´e aresta disjunto do
v´ertice estrela de u. Logo, G\C
1
´e 2-conexo e, portanto, o Teorema 1.2 vale quando E(H)
´e vazio, uma contradi¸ao.
Com isso, concluimos a prova do Teorema 1.2.
Cap´ıtulo 4
Exemplos
Quando k 5, o limite inferior de k + 1 no comprimento de C em (ii) do Teorema
1.2 melhora o limite de k 1 no Teorema de Jackson. O exemplo a seguir nos mostra que
este aprimoramento falha quando k = 4.
Exemplo 4.1 Seja G
1
um bloco com, pelo menos, dois v´ertices e G
2
uma opia do K
2,3
com classe de ertices {u
1
, u
2
} e {w
1
, w
2
, w
3
}. Criamos G adicionando as arestas u
1
u
2
e, para cada i {1, 2, 3}, adicionamos duas arestas de w
i
para ertices distintos w
i
e w

i
de G
1
. Seja H o subgrafo induzido de G por E(G
1
) {w
i
w
i
, w
i
w

i
; 1 i 3}. Ent˜ao,
d
G
(v) 4 para todo v em V (G) V (H), mas o maior ciclo C de G que evita E(H) e
deixa G\C 2-conexo ´e um ciclo de comprimento trˆes.
G
2
u
1
u
2
w
1
w
2
w
3
w
w

G
1
Figura 4.1: G
O pr´oximo exemplo nos revela que o limite de k + 1 ertices em (ii) do Teorema
1.2 ´e o melhor poss´ıvel.
Exemplo 4.2 Seja H um grafo simples, que ´e um bloco. Para cada i {1, 2}, sejam
u
i
, v
i
e w
i
v´ertices distintos em uma opia G
i
de K
k+1
. Se |V (H)| = 1, ent˜ao G ´e formado
37
pela identificao de w
1
e w
2
com os ´unicos ertices de H e adicionando a aresta u
1
u
2
.
Se |V (H)| > 1, ent˜ao G ´e formado a partir de G
1
e G
2
pela identificao de w
1
e w
2
com
dois ertices distintos de H e adicionando as arestas v
1
v
2
e u
1
u
2
. Em cada caso, G ao
tem ciclo de comprimento maior do que k + 1 para o qual G\ C ´e 2-conexo e C E(H) ´e
vazio.
K
k+1
G
1
K
k+1
G
2
u
1
w
1
u
2
w
2
H
|E(H)| = 1
K
k+1
G
1
K
k+1
G
2
u
1
w
1
u
2
w
2
H
v
1
v
2
|E(H)| > 1
Figura 4.2: G
Referˆencias Bibliogr´aficas
[1] BONDY, J. A.; MURTY, U. S. R. Graph theory with applications. New York:
North-Holland, 1976.
[2] DIESTEL, R. Graph Theory. New York: Springer, 1997.
[3] EGAWA, Y. e MIYAMOTO, T. The longest cycles in a graph G with minimum
degree at least |G|/k, J. Combin. Theory Ser B, v. 46, p. 356-362, 1980.
[4] JACKSON, B. Removable cycles in 2-connected graphs of minimum degree at least
four. J London Math Soc (2), v. 21, p. 385-392, 1980.
[5] MADER, W. Kreuzungfreie a, b-Wege in endlichen Graphen. Abh Math Sem,
Hamburg, v. 42, p. 187-204, 1974.
[6] OLIVEIRA, M. G. C. de. Decomposicao de grafos planares em circuitos pares. 1999.
Disserta¸ao (Mestrado em Matem´atica) - Centro de Ciˆencias Exatas e da Natureza,
Universidade Federal de Pernambuco.
[7] OXLEY, J.; LEMOS, M. On Removable Circuits in Graphs and Matroids. Journal
of Graph Theory, v. 30, p. 51-66, 1999.
[8] WILSON, R. J., Introduction to graph theory. Edinburgh: Oliver & Boyd, 1972.
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