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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
INSTITUTO DE PATOLOGIA TROPICAL E SAÚDE PÚBLICA
WALMIRTON BEZERRA D’ALESSANDRO
AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE DE ACARICIDAS
QUÍMICOS SINTÉTICOS, EXTRATO BOTÂNICO SOBRE
Rhipicephalus sanguineus E AÇÃO DOS ÓLEOS
ESSENCIAIS SOBRE Amblyomma cajennense
Orientador:
Prof. Dr. Fernando de Freitas Fernandes
Dissertação de Mestrado
Goiânia – Goiás, 2008.
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Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
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Termo de Ciência e de Autorização para Disponibilizar as Teses e Dissertações Eletrônicas
(TEDE) na Biblioteca Digital da UFG
Na qualidade de titular dos direitos de autor, autorizo a Universidade Federal de Goiás–UFG a
disponibilizar gratuitamente através da Biblioteca Digital de Teses e Dissertações BDTD/UFG, sem
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assinaladas abaixo, para fins de leitura, impressão e/ou download, a título de divulgação da produção
científica brasileira, a partir desta data.
1. Identificação do material bibliográfico: [X] Dissertação [ ] Tese
2. Identificação da Tese ou Dissertação
Autor: Walmirton Bezerra D’Alessandro
CPF: 729.439.201-34 E-mail: [email protected]
Seu e-mail pode ser disponibilizado na página? [X]Sim [ ] Não
Vínculo Empregatício do autor Não
Agência de fomento: - Sigla: -
País: Brasil UF: GO CNPJ: -
Título: Avaliação da atividade de acaricidas químicos sintéticos, extrato botânico sobre
Rhipicephalus sanguineus e ação dos óleos essenciais sobre Amblyomma cajennens.
Palavras-chave: Rhiphicephalus sanguineus, Amblyomma cajennense, Piper hispidinervum, Carapa
guianensis, Magonia pubescens, acaricidas.
Título em outra língua: Evaluation of activity of synthetic chemical acaricides, botanical extract on
Rhipicephalus sanguineus and action of essential oils on Amblyomma
cajennense.
Palavras-chave em outra língua: Rhiphicephalus sanguineus, Amblyomma cajennense, Piper
hispidinervum, Carapa guianensis, Magonia pubescens,
acaricides.
Área de concentração: Parasitologia
Data defesa: (dd/mm/aaaa) 22/08/2008
Programa de Pós-Graduação: Medicina Tropical
Orientador(a): Fernando de Freitas Fernandes
CPF: 440.612.341-53 E-mail:
Co-orientador(a): -
CPF: - E-mail: -
3. Informações de acesso ao documento:
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________________________________________ Data: 29 /09/2008
Assinatura do(a) autor(a)
Em caso de restrição, esta poderá ser mantida por até um ano a partir da data de defesa. A extensão
deste prazo suscita justificativa junto à coordenação do curso. Todo resumo e metadados ficarão sempre
disponibilizados.
D´Alessandro WB- Dissertação de Mestrado em Medicina Tropical- Parasitologia- IPTSP/UFG/2008
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
INSTITUTO DE PATOLOGIA TROPICAL E SAÚDE PÚBLICA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA TROPICAL
WALMIRTON BEZERRA D’ALESSANDRO
AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE DE ACARICIDAS
QUÍMICOS SINTÉTICOS, EXTRATO BOTÂNICO SOBRE
Rhipicephalus sanguineus E AÇÃO DOS ÓLEOS
ESSENCIAIS SOBRE Amblyomma cajennense
Orientador:
Prof. Dr. Fernando de Freitas Fernandes
Dissertação de Mestrado submetida ao
Programa de Pós-graduação em Medicina
Tropical no Instituto de Patologia Tropical e
Saúde Pública da Universidade Federal de
Goiás, Goiânia–GO como requisito parcial
para obtenção do Grau de Mestre em Medicina
Tropical, área de concentração em
Parasitologia.
Goiânia – Goiás, 2008.
ii
Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP)
(GPT/BC/UFG)
D’Alessandro, Walmirton Bezerra.
D141a Avaliação da atividade de acaricidas químicos sintéticos, extrato
botânico sobre Rhipicephalus sanguineus e ação dos óleos essenciais
sobre Amblyomma cajennense [manuscrito] / Walmirton Bezerra
D’Alessandro . – 2008.
xvii, 146 f.: il., figs., tabs.
Orientador: Prof. Fernando de Freitas Fernandes.
Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Goiás, Ins-
tituto de Patologia Tropical e Saúde Pública, 2008.
Bibliografia: f.109-146.
Inclui listas de abreviaturas, nomeclatura de termos biológicos,
tabelas e de figuras.
Anexos.
1. Rhipicephalus sanguineus 2 Amblyomma cajennense 3. Piper
hispidinervum 4. Acaricidas botânicos 5. Carrapato - Controle I. Fer-
nandes, Fernando de Freitas II. Universidade Federal de Goiás, Ins-
tituto de Patologia Tropical e Saúde Pública III. Título.
CDU:595.42
D´Alessandro WB- Dissertação de Mestrado em Medicina Tropical- Parasitologia- IPTSP/UFG/2008
Dedico aos meus pais Walmirton
Thadeu e Celina Barbosa, meu esforço,
coragem, determinação e discernimento.
iii
D´Alessandro WB- Dissertação de Mestrado em Medicina Tropical- Parasitologia- IPTSP/UFG/2008
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus o qual me mostrou a direção de caminhar com o aprendizado,
paz, esperança e humildade.
Ao Prof. Dr. Fernando de Freitas Fernandes, pela paciência, atenção e incentivo
no processo de crescimento pessoal e profissional, além da exepcional dedicação a esta
pesquisa.
Ao Laboratório de Artropodologia Médica e Veterinária (LAMV) do
IPTSP/UFG, pelo espaço físico e equipamentos utilizados na realização dos bioensaios.
A FUNAPE/UFG pelo auxílio financeiro a qual me foi concedido no período de
abril/2006 a fev/2008, sendo de extrema importância para o desenvolvimento desta
pesquisa.
Ao CNPq pelo investimento na compra de materiais e equipamentos utilizados
neste estudo.
Aos meus pais, Walmirton Thadeu D’Alessandro e Celina Barbosa Bezerra D’
Alessandro que me deram força para realização deste trabalho, observando diretamente
meu esforço e persistência na procura de Ambyomma cajennense para o
desenvolvimento da pesquisa.
A minha namorada Aline Almeida Barbaresco, pela paciência, dedicação, amor
e companheirismo referente às coletas de Amblyomma cajennense, nos bons e nos maus
momentos.
Ao Professor Doutor, Murilo Fazolin, pela obtenção do óleo essencial de P.
hispidinervum.
A Professora Doutora Wilia Marta Elsner Diederichsen de Brito pela realização
dos ensaios sorológicos respectivos de anemia infecciosa eqüina, proveniente para
liberação dos cavalos (Guia de transporte animal - GTA).
A Doutora Rosângela e Doutor Geraldo pela doação dos cavalos (Centro de
Zoonoses de Goiânia) utilizados no presente estudo.
Ao Valdivino Lopes da Silva (conhecido por Divino) in memoriam, meu
companheiro, amigo o qual me ajudou nos cuidados sobre os cavalos infestados
artificialmente por carrapatos.
Aos funcionários do IPTSP. Em especial Jose Clementino (Zezinho) e Kariny
pelo carinho e atenção.
iv
D´Alessandro WB- Dissertação de Mestrado em Medicina Tropical- Parasitologia- IPTSP/UFG/2008
“Meus ouvidos tinham escutado falar de ti, mas
agora meus olhos te viram”.
Jó 42,5
v
D´Alessandro WB- Dissertação de Mestrado em Medicina Tropical- Parasitologia- IPTSP/UFG/2008
SUMÁRIO
LISTA DE ABREVIATURAS.........................................................................................ix
LISTA DE NOMECLATURA DE TERMOS BIOLÓGICOS.........................................x
LISTA DE FIGURAS......................................................................................................xi
LISTA DE TABELAS...................................................................................................xiii
RESUMO.......................................................................................................................xiv
ABSTRACT...................................................................................................................xvi
1- INTRODUÇÃO..........................................................................................................18
1.1- Posição sistemática de Rhipicephalus sanguineus (Latreille, 1806) e
Amblyomma cajennense (Fabricius, 1787).....................................................................19
1.2- Os ixodídeos e a transmissão de patógenos.......................................................20
1.2.1- Epidemiologia da Febre Maculosa no Brasil...............................................22
1.3- Ciclos Biológicos de R. sanguineus e A. cajennense.........................................24
1.3.1- Ciclo Biológico de R. sanguineus................................................................24
1.3.2- Ciclo Biológico de A. cajennense................................................................26
1.4- Morfologia de R. sanguineus e A.cajennense....................................................28
1.4.1- Morfologia de R. sanguineus.......................................................................28
1.4.2 - Morfologia de A. cajennense......................................................................30
1.5- Mecanismos de ação dos acaricidas químicos sintéticos...................................32
1.6- Manifestações clínicas, fisiológicas e variabilidade de toxicidade no homem..33
1.6.1- Inorgânicos (muito tóxico)...........................................................................33
1.6.2- Organossintéticos (toxicidade variável).......................................................33
1.6.2.1- Organoclorados...................................................................................33
1.6.2.2- Organofosforados e Carbamatos.........................................................35
1.6.2.3- Piretróides............................................................................................37
1.7- Detecção de mudança de suceptibilidade aos acaricidas químicos
sintéticos..........................................................................................................................38
1.8- Resistência de R. sanguineus e A. cajennenses à acaricidas químicos
sintéticos..........................................................................................................................39
1.9- Extratos vegetais como alternativa no controle de ácaros e insetos ..................40
1.10-. Obtenção de compostos farmacologicamente ativos contra ácaros e insetos a
partir de plantas...............................................................................................................41
vi
D´Alessandro WB- Dissertação de Mestrado em Medicina Tropical- Parasitologia- IPTSP/UFG/2008
1.11- Plantas estudadas..............................................................................................43
1.12- Piper hispidinervum C.DC. (Piperaceae).........................................................43
1.13- Carapa guianensis (Meliaceae).......................................................................44
1.14- Magonia pubescens St. Hil. (Sapindaceae)......................................................46
2- JUSTIFICATIVAS......................................................................................................47
3- OBJETIVOS................................................................................................................49
3.1- Objetivo Geral....................................................................................................50
3.2- Objetivos Específicos.........................................................................................50
4- MATERIAL E MÉTODOS........................................................................................51
4.1.- Origem das amostras botânicas.........................................................................52
4.2.- Obtenção dos óleos essenciais de P. hispidinervum e C. guianensis................52
4.3.- Obtenção do extrato de M. pubescens...............................................................53
4.4.- Preparação das soluções botânicas para os bioensaios......................................54
4.5- Escolha dos solventes a serem utilizados...........................................................54
4.6- Coleta de R. sanguineus e A. cajennense...........................................................55
4.7- Avaliação da bioatividade das plantas testadas sobre A. cajennense e R.
sanguineus e ação dos acaricidas químicos sintéticos sobre R. sanguineus....................56
4.7.1- Sensibilidade larval pela metodologia de papéis impregnados (Fernandes et
al. 2007)...........................................................................................................................56
4.8- Cálculo das Concentrações Letais (CLs)...........................................................58
5- MANUSCRITO 1: Avaliação do potencial de resistência sobre as larvas de
Rhipicephalus sanguineus (Latreille, 1806) (Acari: Ixodidae) à diferentes acaricidas
químicos sintéticos..........................................................................................................59
6- MANUSCRITO 2: Avaliação do potencial larvicida dos óleos essenciais de Piper
hispidinervum C.DC. (Piperaceae) e Carapa guianensis AUBLET. (Meliaceae) para
controle de Amblyomma cajennenses (Fabricius, 1787) (Acari: Ixodidae).....................77
7- ARTIGO 1: Toxicity of Extract of Magonia pubescens (Sapindales: Sapindaceae) St.
Hil. To Control the Brown Dog Tick, Rhipicephalus sanguinneus (Latreille) (Acari:
Ixodidae)……………………………………………………………………………..100
vii
D´Alessandro WB- Dissertação de Mestrado em Medicina Tropical- Parasitologia- IPTSP/UFG/2008
8- CONCLUSÕES.........................................................................................................105
9- CONSIDERAÇÃO FINAL......................................................................................107
10- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................109
11- ANEXOS................................................................................................................122
11.1- Roteiro para preparação de Dissertação de Mestrado e Tese de Doutorado no
PPGMT..........................................................................................................................123
11.2- Normas adotadas pelo Periódico Memórias do Instituto Oswaldo Cruz.......125
11.3- Normas para Publicação no Periódico Científico: Experimental and Applied
Acarology...............................…...…......................................................................…...130
11.4- Normas para Publicação no Periódico Científico: Veterinary Parasitology..135
11.5- Normas para Publicação no Periódico Científico: Neotropical
Entomology...................................................................................................................144
viii
D´Alessandro WB- Dissertação de Mestrado em Medicina Tropical- Parasitologia- IPTSP/UFG/2008
LISTA DE ABREVIATURAS
ANOVA........................................................................................... Análises de Variação
ATPase.......................................................................................... Adenosina Trifosfatase
BHC.................................................................................................. Hexa-Cloro Benzeno
BOD....................................................................................... Biological Oxygen Demand
CL
50
.............................................. Concentração capaz de matar 50% das larvas testadas
CL
99
.............................................. Concentração capaz de matar 99% das larvas testadas
CLs................................................................................. Cálculo das Concentrações letais
cm..................................................................................................................... Centímetro
CPA/Acre.............................................. Centro de Pesquisa Agroflorestal-Embrapa/Acre
DDT.................................................................................... Dicloro-Difenil-Tricloroetano
DNA......................................................................................... Ácido desoxirribonucleico
DMSO..................................................................................................... Dimetilsulfóxido
e.b.e.............................................................................................. Extrato Bruto Etanólico
IFI.......................................................................................... Imunofluorescência Indireta
IPTSP...................................................... Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública
LAMV............................................ Laboratório de Artropodologia Médica e Veterinária
LPT....................................................................................................... Larval Packet Test
MEV......................................................................... Microscopia Eletrônica de Varedura
ml.......................................................................................................................... Mililítro
mm..................................................................................................................... Milímetro
Na
+
............................................................................................................................. sódio
PCR........................................................................................ Reaction Chain Polimerase
PPGMT........................................... Programa de Pós-Graduação em Medicinal Tropical
ppm........................................................................................................ Partes por milhão
R
2
.......................................................................................... Coeficiente de determinação
SAEG
®
........................................................................ Sistema para Análises Estatísticas
SVS/MS.................................. Secretaria da Vigilância da Saúde do Ministério da Saúde
UFG................................................................................... Universidade Federal de Goiás
v/v...............................................................................................................volume/volume
α.................................................................................................................................... alfa
ix
D´Alessandro WB- Dissertação de Mestrado em Medicina Tropical- Parasitologia- IPTSP/UFG/2008
LISTA DE NOMECLATURA DE TERMOS BIOLÓGICOS
Aedes aegypti (Linnaeus, 1762) (Diptera: Culicidae)
Amblyomma cajennense (Fabricius, 1787) (Acari: Ixodidae)
Amblyomma variegatum (Fabricius, 1794) (Acari: Ixodidae)
Anocentor nitens (Neumann, Schulze, 1937) (Acari: Ixodidae)
Azadirachta indica (A. Juss, 1830) (Sapindales: Meliaceae)
Babesia canis (Piana & Galli-Valerio, 1895) (Piroplasminda: Babesiidae)
Babesia caballi (Nuttall & Strickland, 1912) (Piroplasminda: Babesiidae)
Babesia equi (Laveran, 1901) (Piroplasminda: Babesiidae)
Boophilus microplus (Canestrini, 1887) (Ixodida: Ixodidae)
Carapa guianensis (Aublet, 1775) (Sapindales: Meliaceae)
Carapa nicaraguensis (C.DC., 1858) (Sapindales: Meliaceae)
Cariniana estrellensis ((Raddi) Kuntze, 1898) (Ericales: Lecythidaceae)
Chrysanthemum sp. (L.,1753) (Asterales: Asteraceae)
Copaifera reticulata (Ducke, 1915) (Leguminosae: Caesalpinoideae)
Culex quinquefasciatus (Say, 1823) (Diptera: Culicidae)
Ehrlichia canis (Donatien &Lestoquard, 1935) (Rickettsiales: Anaplasmataceae)
Eucalyptus grandis (W. Hill ex Maid, 1903) (Myrtales: Myrtaceae)
Guazuma tomentosa (H. B. K) (Malvales: Sterculiaceae)
Hepatozoon canis (James, 1905) (Adeleida: Hepatozoidae)
Leishmania chagasi (Cunha & Chagas, 1937) (Kinetoplastida: Trypanosomatidae)
Magonia pubescens (St. Hil.) (Sapindaceae)
Piper hispidinervum (C.DC. 1917) (Piperales: Piperaceae)
Rhipicephalus (Boophilus) microplus (Canestrine, 1887) (Acari: Ixodidae)
Rhipicephalus sanguineus (Latreille, 1806) (Acari: Ixodidae)
Rickettsia rickettsii (Rickettsiales: Rickettsiaceae)
Sapindus saponaria (L.1753) (Sapindales: Sapindaceae)
Sitophilus zeamais (Motschulsky, 1855) (Coleoptera, Curculionidae)
Spodoptera frugiperda (J. E. Smith, 1797) (Lepidoptera: Noctuidae)
Trichilia pallida (Swartz, 1788) (Sapindales: Meliaceae)
x
D´Alessandro WB- Dissertação de Mestrado em Medicina Tropical- Parasitologia- IPTSP/UFG/2008
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Posição sistemática de Rhipicephalus sanguineus e Amblyomma cajennense
na classificação taxonômica............................................................................................19
Figura 2. Aparelho bucal de Rhipicephalus sanguineus (Latreille, 1806) (Acari:
Ixodidae) observado através de microscopia eletrônica de varredura (MEV) (Fonte:
<www.sofawolf.de/vetmed/zecken.htm>).......................................................................20
Figura 3. Ciclo Biológico de Rhipicephalus sanguineus, demosntrando seus estágios de
ovo, larva, ninfa e adulto com seus respectivos intervalos de desenvolvimento (Fonte:
<adaptado de www.merial. com.br/.../ciclo_carrapato.asp>)..........................................25
Figura 4. Ciclo Biológico de Ammblyoma cajennense, mostrando a sazonalidade deste
ectoparasito com seus respectivos estágios de desenvolvimento (adaptado de Pereira &
Labruna 1998)..................................................................................................................27
Figura 5. Dorso (A) e ventre (B) do macho de Rhipicephalus sanguineus (Fonte:
Neves, D.P. Parasitologia Humana. Cap 51. 10
a
ed, São Paulo: editora Atheneu,
2005)................................................................................................................................29
Figura 6. Dorso (A) e ventre (B) da fêmea de Rhipicephalus sanguineus (Fonte: Neves,
D.P. Parasitologia Humana. Cap 51. 10
a
ed, São Paulo: editora Atheneu,
2005)................................................................................................................................29
Figura 7. Dorso (A) e ventre (B) do macho de Amblyomma cajennense (notar o escudo
dorsal cobrindo todo o dorso), (Fonte: Neves, D.P. Parasitologia Humana. Cap 51. 10
a
ed, São Paulo: editora Atheneu, 2005)............................................................................30
Figura 8. Dorso (A) do macho de Amblyomma cajennense, apresentando festões de 1 a
6 (observar que o escudo dorsal cobre todo o corpo), barra 2mm, Fc: Festão central, Sm:
sulco marginal, (B) Tarso do primeiro par de patas evidienciando o Órgão de Haller.
CHO: cápsula de Haller, Cph: cerdas pré-halerais, barra 100 micrometros. (Fonte:
Barros-Battesti et al. 2006)..............................................................................................31
xi
D´Alessandro WB- Dissertação de Mestrado em Medicina Tropical- Parasitologia- IPTSP/UFG/2008
Figura 9. Dorso (A) da fêmea de Amblyomma cajennense (observar a indicação da seta
que o escudo dorsal não cobre todo o corpo) lateral (B) (observar na seta a presença do
peritrema).........................................................................................................................31
Figura 10. Representação geral de separação provável dos principais metabólicos
secundários presentes em plantas. (Fonte: Chechinel Filho & Yunes, 1998
adaptado).........................................................................................................................42
Figura 11. Esquema geral para obtenção de extratos diretamente da planta. (Fonte:
Chechinel Filho & Yunes, 1998 adaptado).....................................................................42
Figura 12. (A) Folhas e ramos secundários, (B) óleo essencial de P.
hispidineruvm..................................................................................................................43
Figura 13. (A) Árvore de Carapa guianensis (Fonte: <www.inova.unicamp.br/
inventabrasil/andiroba.htm >). Fruto (B) e Sementes (C) de Carapa guianensis (Fonte:
<http://www.plantamed.com.br/plantaservas/generos /index.html.>). (D) Madeira de
Carapa guianensis (Fonte: <http://dendro.cnptia.embrapa.br/Agencia1/AG01/arvore/
AG01_34_309200411812.html>) (E) Flores de Carapa guianensis (Fonte:
<picasaweb.google.com/.../h4yKl0BKGdjHL_ZBqAJz6A>).........................................45
Figura 14. Árvore (A) em seu bioma natural, Cerrado (B) Folhas e frutos (C) Casca do
caule de Magonia pubescens ..........................................................................................46
Figura 15. Secador solar de biomassa de pimenta longa. (Fonte: <http://www.cpafac.
embrapa.br/pdf/comunicado98.pdf>)..............................................................................53
Figura 16. Extrator de óleo essencial de pimenta longa com sistema de caldeira
aquecida. (Fonte: <http://www.cpafac.embrapa.br/pdf/comunicado97. pdf>)...............53
xii
D´Alessandro WB- Dissertação de Mestrado em Medicina Tropical- Parasitologia- IPTSP/UFG/2008
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Representação dos compostos químicos a base de organoclorados...............34
Tabela 2: Representação dos compostos químicos a base de organofosforados............36
Tabela 3: Representação dos compostos químicos a base de carbamatos......................37
Tabela 4: Representação dos compostos químicos a base de piretróides.......................38
xiii
D´Alessandro WB- Dissertação de Mestrado em Medicina Tropical- Parasitologia- IPTSP/UFG/2008
RESUMO
Amblyomma cajennense (Fabricius, 1787) (Acari, Ixodidae) conhecido como
“carrapato-estrela”, é um ixodídeo heteroxeno encontrado com muita freqüência em
eqüídeos. Têm pouca especificidade parasitária, principalmente nos estágios de larva e
ninfa, sendo considerado o ixodídeo mais importante na transmissão da febre maculosa
para os humanos no Brasil. Rhipicephalus sanguineus, carrapato ectoparasita
principalmente dos cães domésticos em áreas urbanizadas, mas que também parasita
outros mamíferos, aves e répteis, é responsável pela transmissão de patógenos aos seus
hospedeiros. Por se desenvolver em ambientes sinantrópicos, com seus estágios
imaturos, parasitando ocasionalmente o homem, este ixodídeo poderá vir a causar
aumento na incidência de erliquiose, babesiose e febre maculosa no homem. As
dificuldades existentes no controle dos ixodídeos, incluindo o desenvolvimento de
resistência a alguns acaricidas químicos sintéticos, principais produtos utilizados em seu
controle, incitam estudos para desenvolvimento de medidas alternativas, mais eficientes
e de menor impacto ambiental. O objetivo do presente trabalho foi monitorar a
susceptibilidade e/ou resistência de R. sanguineus a 14 produtos inseticidas/acaricidas,
dentre os mais comercializados em Goiás para controle de ectoparasitos de importância
médica e veterinária, e verificar a potencialidade de substâncias extraídas das plantas
Carapa guianensis AUBLET (Meliaceae), Piper hispidinervum C.DC. (Piperaceae) e
Magonia pubescens St. Hil. (Sapindaceae), na prospecção de acaricidas botânicos para
controle de A. cajennense e R. sanguineus. As teleóginas de R. sanguineus foram
coletadas, em ambientes naturalmente infestados, freqüentados por cães, de diferentes
bairros e municípios de Goiânia. Teleóginas de A. cajennense foram coletadas em
cavalos oriundos de propriedades rurais de diferentes bairros e municípios
circunvizinhos de Goiânia. No laboratório, as teleóginas foram lavadas com água
destilada, secas em papel toalha e acondicionadas em incubadoras B.O.D., para
realizarem a oviposição. Foram utilizados envelopes de papel filtro impregnados com
diferentes concentrações dos acaricidas químicos sintéticos, óleo essencial provenientes
das folhas e ramos secundários de P. hispidinervum, óleo essencial provindo das
sementes de C. guianensis e o extrato bruto etanólico da casca do caule de M.
pubescens. No grupo controle utilizou-se apenas água destilada e solvente. Os
bioensaios foram realizados em quadruplicata. No primeiro estudo, Concentrações
Letais, CL
50
e CL
99,
após 24 h e 48 h de exposição foram calculadas para os produtos que
xiv
D´Alessandro WB- Dissertação de Mestrado em Medicina Tropical- Parasitologia- IPTSP/UFG/2008
proporcionaram um quadro de resistência ou possível resistência larvicida para R.
sanguineus, segundo critérios da OMS. Observou-se resistência para as larvas de R.
sanguineus produtos que apresentaram mortalidades a base de Cipermetrina (58,36%),
Cipermetrina + Butóxido de Piperolina (PBO) (71,36%), Deltametrina (48,7%),
Permetrina (64,5%) e Amitraz (77,8%) nas 24 h, correspondendo a 36% dos produtos
testados. Em 48 h de exposição ao Amitraz a mortalidade foi de 88%, apresentando um
quadro de possível resistência, correspondendo a 0,07% dos produtos testados. As
concentrações letais CL
50
e CL
99
encontradas foram: Cipermetrina (0,06% e 7,04%),
Cipermetrina + PBO (0,06% e 2,1%), Deltametrina (0,06% e 1,57%), Permetrina
(0,06% e 0,3%), Amitraz 24 h (0,025% e 0,73%) e Amitraz 48 h (0,06% e 0,31%). Os
produtos Deltametrina, Cipermetrina, Permetrina, Cipermetrina + PBO e Amitraz (24 e
48 h de exposição), foram 35,2; 21; 7,85; 3; 3,65; 1,55 vezes, respectivamente, maiores
do que as dosagens recomendadas pelos fabricantes. No segundo estudo observou-se o
efeito letal do óleo essencial de C. guianensis sobre as larvas de A. cajennense
ocasionando nas 24 h, mortalidade não superior a 10% para concentração 35%, nas 48 h
de exposição obtiveram-se as CL
50
de 7,38% e CL
99
de 45,45%. O óleo essencial de P.
hispidinervum ocasionou nas 24 h de exposição CL
50
de 0,42% e CL
99
de 0,88%, nas 48
h de exposição CL
50
de 0,45% e CL
99
de 1,06%. Observou-se o efeito Knock down sobre
as larvas de A. cajennense pelo óleo essencial de P. hispidinervum, influenciando
significativamente na mortalidade média. No terceiro estudo observou-se a ação letal do
extrato bruto etanólico da casca do caule de M. pubescens sobre R. sanguineus, em 48 h
a CL
50
e CL
99
foi de 0,15% e 0,99%, respectivamente. Os óleos essenciais e extrato
estudados demonstraram como método alternativo para a prospecção de acaricidas
vegetais, de menor impacto ambiental, a serem utilizados como nova estratégia para
controle de R. sanguineus e A. cajennense.
Palavras-chave: Rhipicephalus sanguineus, Amblyomma cajennense, acaricidas
químicos sintéticos, Piper hispidinervum, Carapa guianensis e Magonia pubescens.
xv
D´Alessandro WB- Dissertação de Mestrado em Medicina Tropical- Parasitologia- IPTSP/UFG/2008
ABSTRACT
Amblyomma cajennense (Fabricius, 1787) (Acari, Ixodidae) known as “tick-star”, is a
ixodid heteroxenous tree-host found too often in horses. Have little specific parasite,
particularly in periods of larvae and nymph, is considered the most important in ixodid
transmission of spotted fever to humans in Brazil. Rhipicephalus sanguineus, tick
ectoparasite mainly from domestic dogs in urban areas, but also parasite other
mammals, birds and reptiles, is responsible for the transmission of pathogens to their
hosts. By developing in synanthropic environments, with their immature stages
occasionally infecting man, this ixodídeo could cause increased incidence of erliquiosis,
babesiosis and spotted fever in humans. The difficulties in controlling these ixodids,
including the development of resistance to some acaricides chemicals synthetic main
products used in their control, studies to encourage development of alternative
measures, more efficient and less environmental impact. The objective of this work was
monitoring the susceptibility and/or resistance of R. sanguineus to 14 insecticide
products/acaricides, among the most acaricide sold in Goiás for control of ectoparasites
of medical and veterinary importance, and verify the potential of substances extracted
from plants, Carapa guianensis AUBLET (Meliaceae), Piper hispidinervum C.DC.
(Piperaceae) and Magonia pubescens St. Hil. (Sapindaceae) in botanical exploration of
acaricides for control of A. cajennense and R. saguineus. Engorged female of R.
sanguineus were collected in environments naturally infested frequented by dogs in
different districts and municipalities of Goiânia. Engorged female of A. cajennense were
collected on horses from rural farms of different neighborhoods and surrounding
municipalities of Goiânia. In the laboratory they were washed with distilled water, dried
with paper towel and put in incubators B.O.D., to conduct the oviposition. Envelopes
were used to filter paper impregnated with different concentrations of synthetic
chemical acaricides, of essential oils from the leaves and branches side of P.
hispidinervum, essential oil coming seeds of C. guianensis and stem bark of M.
pubescens. In the control group used up only distilled water and solvent. Bioassays were
made in quadruplicate. In the first study, Lethal Concentrations, CL
50
and CL
99,
after 24
h and 48 h of exposure were calculated for the products that caused a framework for
possible resistance or resistance to larvicidal R. sanguineus, according to WHO criteria.
There was a framework of resistance to the basic products of Cypermethrin,
Cypermethrin + Piperonyl Butoxide (PBO), Deltamethrin, Permethrin and Amitraz in
xvi
D´Alessandro WB- Dissertação de Mestrado em Medicina Tropical- Parasitologia- IPTSP/UFG/2008
24 h presenting mortalities of 58.36%, 71.36%, 48.7%, 64.5% and 77.8%, respectively.
In 48 h of exposure to Amitraz the mortality rate was 88%, presenting a framework for
possible resistance accounting for 0.07% of the products tested. The lethal
concentrations CL
50
and CL
99
were: Cypermethrin (0.06% and 7.04%), Cypermethrin +
PBO (0.06% and 2.1%), Deltamethrin (0.06% and 1.57%); Permethrin (0.06% and
0.3%), Amitraz 24 h (0025% and 0.73%) and Amitraz 48 h (0.06% and 0.31%). The
products Deltamethrin, Cypermethrin, Permethrin, Cypermethrin + PBO and Amitraz
(24 and 48 h of exposure) were 35.2, 21, 7.85, 3, 3.65, 1.55 times, respectively, higher
than the dosages recommended by manufacturers. In the second study noted that the
essential oil of C. guianensis on the larvae of A. cajennense resulted in 24 h, mortality
not exceeding 10% for 35% concentration in 48 h of exposure received at the CL
50
of
7.38% and 45.45% of CL
99
, the essential oil of P. hispidinervum shown in 24 h of
exposure CL
50
of 0.42% and CL
99
of 0.88%
,
in 48 h of exposure CL
50
of 0.45% and CL
99
of 1.06%
.
There was Knock down the effect on the larvae of A. cajennense the essential
oil of P. hispidinervum, significantly influencing mortality average. In the third study
there was the lethal action of ethanol crude extract of stem of bark M. pubescens on R.
sanguineus, in the reading of 48 h LC
50
and CL
99
was 0.15% and 0.99%,
respectively.The plants showed larvicidal effect on A. cajennense and R. sanguineus.
The essential oils and extracts studied demonstrated greatest potential for the
exploration of acaricides plants, with less environmental impact, to be used as a strategy
for control of R. sanguineus and A. cajennense.
Key words: Rhiphicephalus sanguineus, Amblyomma cajennense, acaricides plants,
Piper hispidinervum, Carapa guianensis e Magonia pubescens.
xvii
1- INTRODUÇÃO
D´Alessandro WB- Dissertação de Mestrado em Medicina Tropical- Parasitologia- IPTSP/UFG/2008
1.1- Posição sistemática de Rhipicephalus sanguineus (Latreille, 1806) e
Amblyomma cajennense (Fabricius, 1787)
Rhipicephalus sanguineus e Amblyomma cajennense são classificados no filo
Artropoda, classe Arachinda ordem Acari, subordem Ixodides, família Ixodidae, gênero
Rhipicephalus e Amblyomma, cuja as espécies são R. sanguineus e A. cajennense
(Figura 1). A ordem Acari compreende artrópodes que apresentam como características
corpo fundido, achatado dorsoventralmente, peças bucais situadas na falsa cabeça ou
gnatossoma e os estigmas ou aberturas traqueais são geralmente abdominais. Estes
incluem os carrapatos, os ácaros das sarnas, dos grãos e do domiciliar e também os
“micuins” e “piolhinhos” de ninhos de aves (Costa & Botelho 2005).
Figura 1. Posição sistemática de Rhipicephalus sanguineus e Amblyomma cajennense
na classificação taxonômica.
Filo
Classe Ordem
Subordem Família
Gênero Espécie
Artropoda Arachinda Acari Ixodides
Ixodidae
Argasidae
Ixodes....................................
Haemaphysalis.........................
Rhipicephalus (Boophilus)......
Rhipicephalus.........................
Ambyomma...........................
Anocentor...............................
Argas....................................
Otobius..................................
Ornithodoros...........................
I. pacificus
I. scapularis
H. leporispalustris
R.(B). annulatus
R.(B). microplus
R. evertsi
R. sanguineus
R. appendiculatus
A. americanum
A. cajennense
A. hebraeum
A. variegatum
A. imitador
A. maculatum
A. albipictus
A. andersoni
A. nigrolineatus
A. nitens
A. occidentalis
A. variabilis
A. persicus
O. coriaceus
O. talaje
O. turicata
O. megnini
19
D´Alessandro WB- Dissertação de Mestrado em Medicina Tropical- Parasitologia- IPTSP/UFG/2008
1.2- Os ixodídeos e a transmissão de patógenos
Os ixodídeos (Acari: Ixodidae) são ectoparasitos que hematofagiam vertebrados,
principalmente mamíferos, mas também aves, répteis e anfíbios. São conhecidos como
carrapatos duros, pela presença de escudo dorsal. São responsáveis pela espoliação
sangüínea dos hospedeiros através de seu aparelho bucal (Figura 2), o qual pode
ocasionar anemias, algumas vezes fatais em parasitismos mais severos. Dentre os
ixodídeos, as espécies R. sanguineus, Rhipicephalus (Boophilus) microplus, Anocentor
nitens e A. cajennense são os mais comumentes encontrados no Brasil. São estes
responsáveis por grandes prejuízos, tanto no meio veterinário infectando eqüídeos,
ovinos, caprinos, animais silvestres entre outros, quanto no meio médico, infectando
hospedeiros humanos (Lemos et al. 2002, Martins et al. 2004, Neves 2005).
Figura 2. Aparelho bucal de Rhipicephalus sanguineus (Latreille, 1806) (Acari:
Ixodidae) observado através de microscopia eletrônica de varredura (MEV) (Fonte:
<www.sofawolf.de/vetmed/zecken.htm>).
Os carrapatos podem veicular patógenos como riquétsias, bactérias, vírus,
protozoários, espiroquetas e filárias, que são agentes etiológicos de enfermidades
humanas e animais como a Febre Maculosa (Pereira & Labruna 1998, Lemos et al.
1997, 2002), Erliquiose (Almonsny & Massard 1999), Babesiose (Thompson et al.
2001), Doença de Lyme (Joppert et al. 2001, Fonsesa et al. 2005, Mantovani et al. 2007)
e Hepatozoonose (O' Dwyer & Massard 2001). Os carrapatos, durante o hematofagismo
injetam com a saliva toxinas que afetam o metabolismo do hospedeiro, podendo
Dentição
hipostomal
20
D´Alessandro WB- Dissertação de Mestrado em Medicina Tropical- Parasitologia- IPTSP/UFG/2008
ocasionar astenia, hipersensibilidade, decréscimo do hematócrito, paralisias e até a
morte dos animais. Além disto, são responsáveis por danos às peles e couros dos
hospedeiros, ocasionados pela cicatrização nas áreas de fixação dos carrapatos
(Flechtmann 1973, Marcondes 2001, Costa & Botelho 2005).
R. sanguineus é o principal vetor biológico e reservatório da Ehrlichia canis
(Andereg & Passos 1999), podendo transmitir também Babesia canis, B. caballi e B.
equi (Hoogstraal 1967), Hepatozoon canis e Haemobartonella canis (Woldehiwet &
Ristic 1993). Rickettsia do grupo etiológico da febre maculosa foi diagnosticada em
18,8% dos espécimes deste carrapato coletados em cães domésticos do centro e norte do
Mississipi e de Chicago, EUA (Burgdorfer et al. 1975). Segundo Coutinho et al. (2005),
macerados de R. sanguineus, retirados de cães naturalmente infectados por Leishmania
chagasi, transmitiram o protozoário para hamster experimentalmente inoculados,
evidenciando a transmissão mecânica do protozoário para o cão, pois este animal ingere
carrapatos.
Recentemente comprovou-se no exterior e no Brasil que este ixodídeo, vem
alimentando, principalmente, através de suas formas imaturas, em humanos mais
freqüentemente do que antes se supunha (Clarck et al. 1996, Felz et al. 1996, Dantas-
Torres et al. 2005, 2006). Acredita-se na provável tendência das cepas brasileiras de R.
sanguineus ixodídeo aumentarem sua adaptação ao homem como hospedeiro, a
exemplo do acontecido com cepas de outros países, como no México, onde ele é
considerado o principal vetor da febre maculosa (Barros-Battesti et al. 2006).
Por desenvolver-se em ambientes sinantrópicos de várias cidades do Brasil, onde
ocorre em altas densidades, este carrapato poderá vir a causar aumento na incidência de
erliquiose, babesiose e febre maculosa, como antropozoonoses emergentes (Hoogstraal
1967, Burgdorfer et al. 1975, Harrison et al. 1997, Andereg & Passos 1999, Costa &
Botelho 2005). A semelhança na sintomatologia e a carência de especificidade nos
métodos de diagnóstico permitem que tais enfermidades sejam confundidas com várias
outras doenças de mesmo perfil clínico, levando ao diagnóstico tardio, e muitas vezes
até a morte do paciente (Hoogstraal 1967, Veronesi 1982, Harrison et al. 1997).
No Brasil o principal vetor da febre maculosa é o A. cajennense. Esta espécie é
considerada a mais importante no que se diz a respeito de transmissão de doenças para
os humanos. Quando o carrapato está infectado, injeta juntamente com sua saliva a
bactéria gram-negativa Rickettsia rickettsii durante o hematofagismo. Para que ocorra a
transmissão é necessário que o artrópode permaneça aderido ao hospedeiro, no mínimo
21
D´Alessandro WB- Dissertação de Mestrado em Medicina Tropical- Parasitologia- IPTSP/UFG/2008
4 a 6 horas. Os carrapatos permanecem infectados durante toda a vida, em geral 18
meses. A partir de um carrapato infectado, outros podem tornar-se infectados, através da
transmissão vertical (transovariana), transmissão estádio-estádio (transestadial) ou
transmissão através da cópula, além da possibilidade de alimentação simultânea de
carrapatos infectados com não-infectados em animais com suficiente rickettsemia
(SVS/MS 2005).
A. cajennense além de ser um potencial vetor na transmissão da febre maculosa
se mostra como o transmissor da Síndrome infecto-reacional Lyme símile, enfermidade
infecciosa e emergente presente no Brasil, associada com microorganismos de
comportamento latente, na qual ocorrem manifestações semelhantes às observadas na
Doença de Lyme. Os sinais clínicos incluem erupções de pele no local de fixação do
carrapato, seguida, na ausência de tratamento, por artrite, dor muscular e anormalidades
cardíacas ou neurológicas. No Brasil tem sido raro o encontro de processos
cardiopatológicos sendo observado em apenas 5% dos casos estudados, apresentando
diagnóstico em pacientes com cardiomegalia e arritmia. O tratamento da Síndrome
infecto-reacional Lyme símile no Brasil é semelhante ao recomendado no EUA e
Europa, porém um pouco mais prolongado com intuito de prevenir recorrências
(Mantovani et al. 2007).
1.2.1- Epidemiologia da Febre Maculosa no Brasil
A ocorrência da febre maculosa tem sido registrada em diversos estados
brasileiros, tais como Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e mais
recentemente, em Santa Catarina. No período entre 1995-2003, foram registrados 263
casos da doença, com taxa de letalidade de 28%. Em Minas Gerais, neste período, foi
observado o registro de 106 casos com freqüência maior no sexo masculino (76%), na
faixa etária de 15 a 30 anos, letalidade média de 18% tendo maior incidência no mês de
outubro. Esta sazonalidade parece ter relação com o ciclo evolutivo (ninfa e adulto) dos
carrapatos, que as formas infectantes são mais encontradas neste período. As regiões
com maior número de casos no Estado são as do vales do Rio Doce, Mucuri e
Jequitinhonha, localizados na região nordeste de Minas Gerais. Em São Paulo, neste
mesmo período foram registrados 83 casos com maior freqüência no sexo masculino
(73%), na faixa etária de 20 a 30 anos e letalidade média de 47%. As regiões de
Campinas e Pedreira tinham apresentaram o maior número de casos no estado. No
22
D´Alessandro WB- Dissertação de Mestrado em Medicina Tropical- Parasitologia- IPTSP/UFG/2008
Estado do Rio de Janeiro, no período de 1980-2003, foram registrados 57 casos, com
taxa de letalidade de 23%. Neste Estado, os casos tinham ocorrido com maior
freqüência na região de Barra do Piraí. No Estado do Espírito Santo têm ocorrido surtos
nos municípios de Pancas, Barra de São Francisco e Nova Venécia. Em Santa Catarina,
a partir de outubro de 2003 até abril de 2004 foram notificados 11 casos da doença,
ocorridos na região do médio Vale do Itajaí, sem registro de óbitos (SVS/MS 2005).
Guercio et al. (1997) realizaram no Município de Pedreira, Estado de São Paulo,
Brasil, um inquérito sorológico de 473 pessoas sendo estes indivíduos moradores e
funcionários de uma indústria de louças. As amostras de sangue foram coletadas e
analisadas através do exame de Imunofluorescência Indireta (IFI), com o objetivo de
verificar a titulação de anticorpos. Destas, 5,3% foram tidas como amostras positivas
sendo mais predominantes em indivíduos do sexo feminino. Como se sabe, o
comportamento do A. cajennense é eclético, variando muito também as especificidades
dos tipos de ocupação do espaço geográfico pelas populações humanas. Em decorrência
disso, pode-se encontrar diversos perfis epidemiológicos que estão relacionados às
diversas condições geográficas, diversas condições de organização socioeconômicas,
etc.
23
D´Alessandro WB- Dissertação de Mestrado em Medicina Tropical- Parasitologia- IPTSP/UFG/2008
1.3- Ciclo Biológico de R. sanguineus e A. cajennense
1.3.1- Ciclo Biológico de R. sanguineus
R. sanguineus é conhecido como “carrapato vermelho” do cão, considerado um
dos mais amplamente distribuídos pelo mundo, e que parasita principalmente o cão
doméstico e secundariamente outros mamíferos, aves e répteis (Flechtmann 1973).
Seu ciclo biológico corresponde a um ciclo trioxeno (Figura 3), ou seja,
necessita de três hospedeiros, para desenvolver seus estágios biomorfológicos.
Primeiramente, as fêmeas após destacarem do hospedeiro, procuram um abrigo próximo
ao solo, onde deposita de 1000 a 3000 ovos (Labruna 2004). Estes ovos são pequenos,
esféricos de coloração castanha. O período de ovipostura dura de 8 a 67 dias (Neves
2005).
O desenvolvimento do ovo até adulto depende muito das condições de
temperatura, geralmente em baixas temperaturas ocorrem situações de retardamento dos
estágios de desenvolvimento (Koch & Tuck 1986, Bellato & Daemon 1997, Carneiro &
Daemon 2003).
As larvas possuem 3 pares de patas (hexápodes) e ao eclodirdo ovo (19 a 142
dias) vão procurar abrigo em arbustos e frestas das paredes até a passagem do
hospedeiro. Após sugar sangue do hospedeiro à larva cai para o solo sofre ecdise e se
transforma no estágio seguinte, que é a ninfa. Este processo durar entre 3 a 7 dias. A
nifa é octópoda e após alguns dias ocorre enrijecimento do tegumento, ingurgita-se
novamente de sangue do seu hospedeiro, dando origem posterior ao adulto, entre 12 a
129 dias. As fêmeas repletas de sangue se desprendem do hospedeiro e vão para o solo e
após um período de pré-postura iniciam a oviposição (Figura 3) (Labruna 2004).
24
D´Alessandro WB- Dissertação de Mestrado em Medicina Tropical- Parasitologia- IPTSP/UFG/2008
Figura 3. Ciclo Biológico de Rhipicephalus sanguineus, demonstrando seus
estágios de ovo, larva, ninfa e adulto com seus respectivos intervalos de
desenvolvimento (Fonte: adaptado de <www.merial.com.br/ ciclo_carrapato.asp>).
25
D´Alessandro WB- Dissertação de Mestrado em Medicina Tropical- Parasitologia- IPTSP/UFG/2008
1.3.2- Ciclo Biológico de A. cajennense
O A. cajennense é conhecido na fase adulta como “carrapato-estrela” ou
“roduleiro”, devido a sua ornamentação do escudo dorsal, na fase de ninfa (estádio
intermediário entre fase larval e adulta), por “vermelhinhos” e as larvas, por
“carrapatinhos” ou “micuins” (Neves 2005).
Esta espécie também necessita de três hospedeiros para completar seu ciclo
(trioxeno). As teleóginas, depois de fecundadas e ingurgitadas desprendem-se do
hospedeiro, caindo no solo para realizar postura única em torno de 6 a 8 mil ovos antes
de morrer. Após o período de incubação de 30 dias à temperatura de 25ºC, ocorre a
eclosão das larvas hexápodes (possuindo três pares de patas). Elas sobem pelas
gramíneas, arbustos e até em árvores, esperando a passagem dos hospedeiros. Após
sugar o sangue do hospedeiro por um período que varia de 3 a 6 dias, desprendem-se
caem no solo onde, ocorre a ecdise (18 a 26 dias), transformando-se no estágio seguinte
que é a ninfa octópode (possuindo quatro pares de patas). As ninfas fixam-se em um
novo hospedeiro e em 6 dias ingurgitam-se de sangue, volta ao solo e após 23 a 25 dias,
sofrem nova ecdise, transformando-se no carrapato adulto (Neves 2005). A. cajennense
completa apenas uma geração por ano, com os três estágios parasitários marcadamente
distribuídos ao longo do ano (Oliveira et al. 2000, Labruna et al. 2002). As larvas
predominam nos meses de março a julho, as ninfas de julho a novembro e os adultos,
meses quentes e chuvosos, de novembro a março (Camargo-Neves et al. 2004)
(Figura 4).
26
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Março Julho
Novembro Março
Larvas- Micuins Ninfas- Vermelhinhos Adultos- Carrapato-Estrela
Ninfa
Ecdise
Teleógina realiza
postura de milhares
de ovos no solo
Fêmea fecundada e
ingurgitada cai no
solo
Ambiente
Ecdise
Larvas
18 a 26
dias
23 a 25
dias
Eclosão
30 dias 25
0
C
Ninfa
Hospedeiros
Larva: 3 a 6 dias Adulto: 7 a 10 diasNinfa: 5 a 7 dias
Acasalamento
Adulto
Figura 4. Ciclo Biológico de Ammblyoma cajennense, mostrando a sazonalidade deste
ectoparasito com seus respectivos estágios de desenvolvimento (adaptado de Pereira &
Labruna 1998).
O cavalo, que se encontra em ambiente rural, é considerado o hospedeiro com
maior afinidade parasitária. Porém a nível silvestre o hospedeiro mais comumente
encontrado infestadopor este carrapato, é a capivara. A. cajennense parasita também
animais domésticos, como cão e gato, e animais silvestres como gambás, ratos, coelhos
e aves em geral, no qual se pode observar a baixa especificidade parasitária desta
espécie de carrapato (Lopes et al. 1998, Oyafuso et al. 2002, Martins et al. 2004).
O homem é intensamente atacado pelas larvas e ninfas e o seu tamanho dificulta
a observação, porém, os adultos são relativamente grandes, o que facilita a sua
localização e sintomatologicamente, suas picadas são extremamente doloridas
(Camargo-Neves et al. 2004).
27
D´Alessandro WB- Dissertação de Mestrado em Medicina Tropical- Parasitologia- IPTSP/UFG/2008
1.4- Morfologia de R. sanguineus e A. cajennense.
1.4.1- Morfologia de R. sanguineus
Este ixodídeo possue rostro curto, palpos cônicos, base do capítulo hexagonal e
com ângulos projetando-se lateralmente. São providos de olhos e festões. Os estigmas
têm forma de vírgula. Os machos apresentam placas adanais em número de 1 par (Rey
2002), medem 3,5 por 1,5 mm, possuem escudo marrom-avermelhado. As fêmeas
apresentam o corpo elíptico, atingindo 11 mm de comprimento por 7 mm de largura,
possuem coloração marrom-avermelhada a amarelada. Os peritremas são em forma de
vírgula (Flechtmann 1973). As larvas apresentam seis pernas (hexápoda), enquanto
ninfas e adultos apresentam oito (octópoda) (Flechtmann 1973, Lord 2005), sendo que
os adultos podem viver aproximadamente um ano, prolongando-se nas regiões de clima
frio (Rey 2002).
Após o quarto par de patas, R. sanguineus apresenta um par de estigmas
respiratórios, abrindo-se em peritremas. O capítulo ou falsa cabeça encaixa-se numa
chanfradura do idiossoma chamada camerótomo. As peças bucais implantadas no
capítulo são constituídas por quelíceras, hipóstomo e palpos. Na face dorsal do
idiossoma do carrapato encontra-se escudo dorsal que nos machos cobre todo o corpo e
nas larvas, ninfas e fêmeas cobre apenas uma pequena região anterior do dorso. O
escudo pode apresentar-se ornamentado por manchas. Na linha mediana da face ventral
encontram, respectivamente, nos terços anterior e posterior, os orifícios genital e anal
(Figuras 5 e 6) (Neves 2005).
O sistema digestivo é seguido de uma faringe muscular, que funciona como
órgão de sucção, um esôfago em “S” e glândulas salivares. O intestino médio é
representado pelo estômago provido de numerosos divertículos, que vão aumentando de
volume durante a sucção sanguínea. O intestino posterior é formado pelo reto e
vesícula. O sistema excretor é constituído por um par de tubos de Malpighi. O sistema
reprodutor masculino é constituído por dois testículos que partem de canais deferentes
que se unem para formar a vesícula seminal. Não órgão copulador. O macho, com
auxílio do rostro, introduz o espermatóforo contendo os espermatozóides, no orifício
genital femino. O sistema reprodutor feminino é constituído de um ovário com um par
de ovidutos que se unem formando um útero. O sistema circulatório é responsável pelo
funcionamento da manutenção e circulação da hemolinfa deste artrópode (Neves 2005).
28
D´Alessandro WB- Dissertação de Mestrado em Medicina Tropical- Parasitologia- IPTSP/UFG/2008
Figura 5. Dorso (A) e ventre (B) do macho de Rhipicephalus sanguineus (Fonte:
Neves, D.P. Parasitologia Humana. Cap 51. 10
a
ed, São Paulo: editora Atheneu, 2005).
Figura 6. Dorso (A) e ventre (B) da fêmea de Rhipicephalus sanguineus (Fonte: Neves,
D.P. Parasitologia Humana. Cap 51. 10
a
ed, São Paulo: editora Atheneu, 2005).
29
D´Alessandro WB- Dissertação de Mestrado em Medicina Tropical- Parasitologia- IPTSP/UFG/2008
1.4.2- Morfologia de A. cajennense.
Os machos apresentam um sulco marginal distinto, limitando posteriormente os
festões. As coxas do primeiro par de patas apresentam dois espinhos desiguais, às do
quarto par de patas, que é um espinho longo (Fig. 7A e B).
O escudo dorsal é castanho com faixas esbranquiçadas ou acobreadas e que dão
á região anterior o aspecto de um pseudo-escudo (Fig. 8A) (Flechtmann 1973). Nos
tarsos do primeiro par de patas localizam-se o órgão de Haller, que possui células
olfatórias receptoras no qual detectam a umidade, odores estimulantes ao ácaro, CO
2
e
presença de feromônios (Fig. 8B) (Neves 2005).
As fêmeas apresentam um escudo dorsal subtriangular, sem vestígios de
depressões laterais, de coloração castanho-escura e com manchas esbranquiçadas ou
acobreadas, contínuas na parte médio-posterior (Fig. 9A). As coxas do primeiro par de
patas apresentam dois espinhos subiguais e as do quarto par de patas um espinho. Atrás
do quarto par de patas apresenta-se o estigma respiratório, abrindo-se em peritrema
(Fig. 9B). O hipostômio mostra 3 fileiras de dentes (Flechtmann 1973).
Figura 7. Dorso (A) e ventre (B) do macho de Amblyomma cajennense (notar o escudo
dorsal cobrindo todo o dorso), (Fonte: Neves, D.P. Parasitologia Humana. Cap 51. 10
a
ed, São Paulo: editora Atheneu, 2005).
30
D´Alessandro WB- Dissertação de Mestrado em Medicina Tropical- Parasitologia- IPTSP/UFG/2008
Figura 8. Dorso (A) do macho de Amblyomma cajennense, apresentando festões de 1 a
6 (observar que o escudo dorsal cobre todo o corpo), barra 2mm, Fc: Festão central, Sm:
sulco marginal, (B) Tarso do primeiro par de patas evidenciando o Órgão de Haller.
CHO: cápsula de Haller, Cph: cerdas pré-halerais, barra 100 micrometros. (Fonte:
Barros-Battesti et al. 2006).
Figura 9. Dorso (A) da fêmea de Amblyomma cajennense (observar a indicação da seta
que o escudo dorsal não cobre todo o corpo) lateral (B) (observar na seta a presença do
peritrema)
A
B
A
B
31
D´Alessandro WB- Dissertação de Mestrado em Medicina Tropical- Parasitologia- IPTSP/UFG/2008
1.5- Mecanismos de ação dos acaricidas químicos sintéticos
Geralmente, os inseticidas organoclorados atuam estimulando um aumento
excessivo na excitabilidade (isto é, sensibilidade à despolarização) dos neurônios,
ocasionado pela abertura dos canais de Na
+
por um período muito longo. Isto causa uma
rápida e repetitiva “queima” de neurônios, manifestada por tremores,
hiperexcitabilidade, convulsões e eventual paralisia (morte) dos insetos (Eto 1990,
Craig & Stitzel 1996).
Os mecanismos envolvidos na transmissão de impulsos nervosos em insetos são
muito semelhantes àqueles operantes em mamíferos, aves e peixes. Por isso, muitos
inseticidas neurotóxicos são tóxicos também a esses organismos não-alvo, incluindo os
seres humanos, quando não respeitado a suas dosagens (Barrionuevo & Lanças 2001).
Muitos organofosforados sofrem ativação metabólica através de dessulfuração e
oxidação do fosfato e geram uma substância que reage com o resíduo de serina no local
ativo da acetilcolinesterase. Esta reação é irreverssível quando a acetilcolinesterase
sofre um processo de envelhecimento. Nos compostos a base de carbamatos ocorre
também à inibição da acetilcolinesterase, que diferentemente, da reação dos
organosfosforados está e reversível (Craig & Stitzel 1996).
O mecanismo de ação dos inseticidas piretróides (Deltametrina, Cipermetrina e
Permetrina) está relacionado à ligação de proteínas associadas ao canal de Na
+
(Sódio),
impedindo o seu fechamento. Como conseqüência, o neurônio não consegue voltar à
condição de repouso e, portanto, ocorre um bloqueio na transmissão de impulsos
nervosos (efeito “knock down” ou de rápida paralisia nos insetos) (Seize 2003).
Dependendo do acaricida e da dose se têm um determinado efeito no sistema
nervoso do inseto, isto é observado quando se utiliza a cipermetrina que age por contato
e ingestão, atuando nos canais de Na
+
da membrana dos axônios, diminuindo e
retardando a condutância de Na
+
para o interior da célula, suprimindo assim, o refluxo
de potássio. Também pode inibir a adenosina trifosfatase (ATPase), o que afeta a
condução de cátions na membrana axonal. O resultado final é uma diminuição do
potencial de ação e a geração de impulsos nervosos repetitivos (Seize 2003).
32
D´Alessandro WB- Dissertação de Mestrado em Medicina Tropical- Parasitologia- IPTSP/UFG/2008
1.6- Manifestações clínicas, fisiológicas e variabilidade de toxicidade no homem
1.6.1- Inorgânicos (muito tóxico)
Os inorgânicos mais utilizados como acaricidas foram os arseniatos de cálcio e
chumbo (verde Paris), cupratos (calda bordalesa), enxofre em pó, sulfatos, cal,
fluorsilicato de bário, aminosselenossulfito de potássio (criolite) e óleos minerais.
Destes, os arseniatos mostravam-se extremamente tóxicos ao homem, animais
superiores e ambiente como um todo, tornando-se portanto em desuso atualmente
(Vieira & Fernandes 1999, Viegas Júnior 2003).
As toxicidades observadas por envolvimento de inseticidas inorgânicos podem
provocar lesões a nível renal, irritação da cavidade oral e via gastrointestinal. Em geral,
a toxicidade está relacionada à forma do metal, a via de exposição e a via de excreção.
Uma das exceções a este principio é o chumbo, que se concentra nos ossos, mas não
apresenta toxicidade neste tecido. Existem evidências que o arsênio, cromo, níquel,
cádmio e o berílio possam causar câncer em seres humanos (Craig & Stitzel 1996).
1.6.2- Organossintéticos (toxicidade variável)
1.6.2.1 Organoclorados
São compostos químicos sintéticos à base de carbono, com radicais de cloro,
derivados do clorobenzeno, do ciclo-hexano ou do ciclodieno. Foram muito utilizados
na agricultura, como inseticidas, porém seu emprego tem sido progressivamente
restringido ou mesmo proibido (Seize 2003).
Os organoclorados como, DDT, BHC, Aldrin, Dieldrin são inseticidas que possuem
alto poder residual nos ecossistemas, tendo a capacidade de se acumular no meio
ambiente com tempo de 4 a 30 anos, 3 a 10 anos, 1 a 6 anos e 2 a 39 anos,
respectivamente, demostrando suas atividades inseticida duradoura ao longo do tempo
(Neves 2005, Gerritse 1988) (Tabela 1).
33
D´Alessandro WB- Dissertação de Mestrado em Medicina Tropical- Parasitologia- IPTSP/UFG/2008
Tabela 1: Representação dos compostos químicos a base de organoclorados.
Nome químico Peso molecular
(g/mol)
Fórmula
molecular
Fórmula estrutural
BHC 290,83 C
6
H
6
Cl
6
DDT 354,5 C
14
H
9
Cl
5
Aldrin 364,91 C
12
H
8
Cl
6
Dieldrin 380,93 C
12
H
8
Cl
6
O
Os organoclorados causam sérias lesões hepáticas e renais, devida a sua
lipossolubilidade, que combinando facilmente com o tecido adiposo e neural. Alguns
produtos desse grupo lesam o cérebro, músculo cardíaco, medula óssea, córtex supra-
renal e também o DNA. A atividade estrogênica, estimulando a testosterona e
propiciando a puberdade precoce, foi comprovada para o DDT. Alguns estudos têm
evidenciado a atividade imunossupressora de certos produtos desse grupo e alterações
na conduta de indivíduos (Guerra & Sampaio 1991, Pinheiro & Monteiro 1992). Casos
de câncer em órgãos do aparelho digestivo, pulmão e rim foram registrados em pessoas
contaminadas com BHC (Oliveira & Adeodato 1997).
34
D´Alessandro WB- Dissertação de Mestrado em Medicina Tropical- Parasitologia- IPTSP/UFG/2008
1.6.2.2- Organofosforados e Carbamatos
Os organofosforados são compostos orgânicos derivados do ácido fosfórico, do
ácido tiofosfórico ou do ácido ditiofosfórico, eos carbamatos são derivados do ácido
carbâmico (Seizi 2003).
Os organofosforados (Malathion, Paratiom e Diazinon) e carbamatos (Aldicarbe
e Carbaril) são inseticidas que possuem alto poder residual nos ecossistemas não tendo
atividade inseticida rápida (Tabela 2 e 3) (Seizi 2003).
O mecanismo de ação dos organofosforados (Malathion, Diclorvos (DDVP),
Diazinon) e carbamatos (Carbaril, Aldicarbe, Carbofuram) basea-se na forte ligação à
enzima acetilcolinesterase, impedindo que esta degrade a acetilcolina. O acúmulo de
acetilcolina nas sinapses provoca uma hiperatividade nervosa e conseqüente colapso do
sistema nervoso dos insetos (Seizi 2003).
Diversas intoxicações por organofosforados e carbamatos têm sido
diagnosticadas no Brasil e no mundo, tanto em animais domésticos como em seres
humanos. Estas em geral são graves, com elevados índices de mortalidade, (Singh et al.
1995, Moraes 1999), podendo chegar a 20% dos pacientes (Tsao et al. 1990, Nouira et
al. 1994). A alta mortalidade tem sido relacionada ao diagnóstico tardio e à conduta
inadequada (Zwiener & Ginsburg 1988, Tsao et al. 1990, Singh et al. 1995). Os médicos
tendem a administrar doses insuficientes do antídoto, a atropina (Zwiener & Ginsburg,
1988), uma vez que as doses preconizadas são cinco a 10 vezes maior do que as
utilizadas com outras finalidades terapêuticas (Milby 1971, Moraes 1999). A
abordagem médica inicial deve ser rápida e adequada, pois a rapidez no diagnóstico e
precocidade do tratamento é determinante na evolução dos casos (Singh et al. 1995).
35
D´Alessandro WB- Dissertação de Mestrado em Medicina Tropical- Parasitologia- IPTSP/UFG/2008
Tabela 2: Representação dos compostos químicos a base de organofosforados.
Nome
químico
Peso
molecular
(g/mol)
Fórmula
molecular
Fórmula estrutural
Diazinon 304,346 C
12
H
21
N
2
O
3
PS
Paratiom 291,27 C
10
H
14
NO
5
PS
Malatiom 330,36 C
10
H
19
O
6
P S
2
Diclorvós 220,98 C
4
H
7
Cl
2
O
4
P
Clorfenvinfos 359,56 C
12
H
14
Cl
3
O
4
P
Clorpirifos 327,5 C
9
H
11
Cl
3
NO
3
PS
Cumafós 362,77 C
14
H
16
ClO
5
PS
Triclorfone 257,4 C
4
H
8
Cl
3
O
4
P
36
D´Alessandro WB- Dissertação de Mestrado em Medicina Tropical- Parasitologia- IPTSP/UFG/2008
Tabela 3: Representação dos compostos químicos a base de carbamatos.
Nome químico Peso
molecular
(g/mol)
Fórmula
molecular
Fórmula estrutural
Aldicarbe 190,29 C
7
H
14
N
2
O
2
S
Carbaril 201,22 C
12
H
11
N O
2
1.6.2.3- Piretróides
Os piretróides é um outro grupo de inseticida que vem sendo muito utilizado no
controle de diversos insetos, sejam nas áreas de agricultura, médica ou veterinária. São
compostos sintéticos que apresentam estruturas semelhantes à piretrina, substância
existente nas flores do gênero Chrysanthemum (Viegas Júnior 2003). Apresentam uma
menor toxicidade para os mamíferos, pois a biotransformação desses compostos é muito
rápida.
Embora pouco tóxicos do ponto de vista agudo, são irritantes para os olhos e
mucosas, causando alergias de pele, coceira intensa e manchas. Crises como de asma
brônquica, vem acarretar na dificuldade respiratória, espirros, secreção e obstrução
nasal (Craig & Stitzel 1996).
Os piretórides como deltametrina, cipermetrina e permetrina, são os compostos
inseticidas a base de piretróide mais utilizados (Tabela 4).
37
D´Alessandro WB- Dissertação de Mestrado em Medicina Tropical- Parasitologia- IPTSP/UFG/2008
Tabela 4: Representação dos compostos químicos a base de piretróides.
Nome químico Peso molecular
(g/mol)
Fórmula
molecular
Fórmula estrutural
Deltametrina 505,2 C
22
H
19
Br
2
NO
3
Cipermetrina 416,30 C
22
H
19
Cl
2
NO
3
Permetrina 391,3 C
21
H
20
Cl
2
O
3
Ciflutrina 453.3 C
22
H
18
Cl
2
NO
3
1.7- Detecção de mudança de suceptibilidade aos acaricidas químicos sintéticos
A utilização indiscriminada de acaricidas químicos sintéticos sem dosagens
corretas e administração errônea favorece o desenvolvimento de resistência por parte
dos insetos (Furlong & Martins 2000).
Acaricidas como deltametrina e cipermetrina, com formulações para uso
exclusivo em bovinos, eqüinos ou domiciliares, estão sendo administrados aos cães sem
prévio estudo cientifíco, sob formas e dosagens variadas. Essa prática resulta em
ineficiência do acaricida, desenvolvimento de alelos resistentes nessa população de
carrapatos, prejuízos econômicos aos criadores, intoxicação dos animais e impacto
ambiental pelo efeito residual destes na natureza (Furlong & Martins 2000).
Pode-se determinar de uma maneira bastante concisa, a resistência em carrapatos
aos acaricidas através, de diferentes testes biológicos no campo ou em laboratório. Um
38
D´Alessandro WB- Dissertação de Mestrado em Medicina Tropical- Parasitologia- IPTSP/UFG/2008
dos testes baseia-se na utilização do carrapaticida em diferentes concentrações e no
índice de sobrevivência de larvas expostas a estas concentrações. Este teste é conhecido
como LPT.
Guerrero et al. (2002) avaliaram a resistência de cepas mexicanas do carrapato
R. (B) microplus através de técnica de PCR. E esta resistência estava envolvida na
substituição de dois aminoácidos em uma proteína do canal de Na
+
. As mutações, com a
substituição de Phe (Fenilalanina) por IIe (isoleucina) e Asp (Aspártico) por Asn
(Asparagina), demonstram o motivo desta linhagem de carrapato ser resistente a
piretróides.
1.8- Resistência de R. sanguineus e A. cajennenses à acaricidas químicos sintéticos
Grande soma de recursos financeiros têm sido consumidos no emprego de
acaricidas químicos que constituem a principal forma de combate aos ixodídeos. No
entanto, o desenvolvimento de resistência a esses produtos tem progredido muito
rapidamente. No Brasil, embora informações sobre a resistência de R. sanguineus aos
acaricidas sejam ainda escassas, os primeiros estudos foram realizados em Goiás
(Fernandes et al. 1997, 1998, 2001, Fernandes 2000, Fernandes & Freitas 2001),
conforme citado por Guimarães et al. (2002). Estes estudos demonstraram dentre outros
fatores a baixa eficiência de alguns piretróides em ensaios com larvas deste carrapato
(Fernandes 2000), e ineficácia de fenthion a 15% em ensaios de campo com cães, sobre
diferentes estádios deste carrapato (Fernandes & Freitas 2001).
Resistência de R. sanguineus aos acaricidas arseniciais (Gladney & Dawkins
1976), organofosforados (Barros et al. 2001), carbamatos (Polyakav & Smirnova 1976)
e organoclorados (Belot & Mishra 1979) tem sido constatada também no exterior. Baixa
eficiência de cumafós sobre fêmeas adultas foi observada na Venezuela (Conrado &
Mujica 1998). No Panamá, R. sanguineus mostrou-se resistente à permetrina, DDT e
amitraz (Miller et al. 2001).
Ao realizar testes “in vivo” e “in vitro” verificaram que A. cajennense foi
suceptivel a três produtos a base de piretóides, porém as concentrações observadas são
superiores as utilizadas para R. (B) microplus (Pinheiro 1987, Pinheiro et al. 1989).
Atualmente, no Brasil, o controle de A. cajennense tem sido feito
indiscrimidamente, através do uso de produtos carrapaticidas encontrados no comércio.
São usados acaricidas a base de organofosforados, carbamatos, amidinas e mais
39
D´Alessandro WB- Dissertação de Mestrado em Medicina Tropical- Parasitologia- IPTSP/UFG/2008
recentemente piretroídes sintéticos, em concentrações recomendadas para o controle do
carrapato de bovinos. As concentrações dos diferentes piretróides utilizadas no controle
de R. (B) microplus não têm mostrado boa eficiência no controle do A. cajennense,
demonstrando que este ixodídeo exige concentrações mais elevadas e intervalos entre
banhos estratégicos, para se obter sucesso no seu controle. Outros pesquisadores
recomendam que seja utilizado no controle químico de A. cajennense doses de 1,8 vezes
maiores do que as recomendadas para controle de R. (B.) microplus (Barros-Battesti et
al. 2006, Martins et al. 2006).
1.9- Extratos vegetais como alternativa no controle de ácaros e insetos
Certas plantas m demonstrado, a nível experimental, potencial para
desenvolvimento de inseticidas e/ou acaricidas. Plantas como Magonia pubescens St.
Hil. (Sapindaceae), testada sobre o mosquito transmissor da dengue, Aedes aegypti
(Linnaeus 1762) (Diptera, Culicidae) (Silva et al. 2004), Copaifera reticulata, avaliada
sobre o mosquito transmissor da filariose bancrofitiana Culex quinquefasciatus,
(Diptera, Culicidae) (Silva et al. 2003), Sapindus saponaria L. (Sapindaceae) e Carapa
guianensis Aubl. (Meliaceae), foram ambas estudadas sobre o carrapato R. (B.)
microplus (Canestrine 1887), (Fernandes et al. 2007) (Farias et al. 2007), Piper
hispidinervum C.DC. (Piperaceae), a qual demonstrou promissora ação inseticida sobre
caruncho de cereais, Sitophilus zeamais (Motschulsky 1855) (Coleoptera,
Curculionidae) (Estrela et al. 2006) e Trichilia pallida Swartz, demonstrou atividade
letal contra Spodoptera frugiperda (J. E. Smith 1797) (Lepidoptera: Noctuidae) (Roel &
Vendramim 2006).
É importante lembrar que a toxicidade de uma determinada substância química
do extrato vegetal não qualifica necessariamente como um inseticida. Diversas
propriedades devem estar associadas à atividade, tais como eficácia, mesmo em baixas
concentrações, ausência de toxicidade frente a mamíferos e animais superiores não
sendo acumulativa no tecido adiposo de humanos e de animais domésticos, ausência de
fitotoxicidade, fácil obtenção, manipulação, aplicação e viabilidade econômica.
Diversos estudos devem-se ramificar para verificar de forma abrangente os seus
benefícios, podendo assim de forma objetiva indicar tal extrato como eficiente
farmacologicamente.
40
D´Alessandro WB- Dissertação de Mestrado em Medicina Tropical- Parasitologia- IPTSP/UFG/2008
1.10- Obtenção de compostos farmacologicamente ativos contra ácaros e insetos a
partir de plantas
Existem várias metodologias descritas para a preparação de extratos vegetais,
visando o isolamento de seus constituintes químicos. Um dos métodos mais adequados
para a análise químico-farmacológica é a preparação de um extrato hidroalcóolico
(etanol/ água 50/50, v/v). Caso o extrato apresente efeitos biológicos de interesse, deve-
se proceder a um método sistemático de estudo. Neste caso, o solvente mais adequado
para obtenção do extrato bruto é o metanol, pois permite a extração de um número
maior de compostos. Posteriormente, este extrato deve ser submetido a um processo de
partição líquido-líquido, com solvente de polaridades crescentes, como hexano,
diclorometano, acetato de etila e butanol, visando uma semi-purificação das substâncias
através de suas polaridades. Outros solventes de polaridade similar também podem ser
utilizados. No sentido de se localizar os princípios ativos, todos os extratos semi-puros
devem ser testados e aquele que apresentar efeito biológico de interesse, deverá ser
submetido aos procedimentos cromatográficos para o isolamento e a purificação dos
compostos. Recomenda-se sempre utilizar grandes quantidades de planta, pois este fato
possibilita determinar também os constituintes presentes em baixas concentrações. A
figura 10 aponta os procedimentos descritos e indica as prováveis classes de compostos
separados (Cechinel Filho & Yunes 1998).
Métodos alternativos podem ser utilizados para a obtenção de extratos, na qual
consiste em macerar a planta em estudo durante vários dias diretamente com solventes
de polaridade positiva conforme se observa na figura 11 (Cechinel Filho & Yunes
1998).
41
D´Alessandro WB- Dissertação de Mestrado em Medicina Tropical- Parasitologia- IPTSP/UFG/2008
Planta
Maceração com MeOH (cerca de 10 dias)
Evaporação do solvente
Extrato Metanólico Bruto
Extrato de Diclorometano Extrato de Acetato de Etila
Flavonóides
Taninos
Xantonas
Ácidos triterpênicos
Saponinas
Compostos Fenólicos em geral
Lignanas
Flavonóides metoxilados
Sesquiterpenos
Lactonas
Triterpenos
Cumarinas
Esteróides
Terpenos
Acetofenonas
Suspensão em H
2
O
H
DCM AE
B
H = Hexano
DCM = Diclorometano
AE = Acetato de Etila
B = Butanol
Flavonóides glicosilados
Taninos
Saponinas
Carboidratos
Extrato de ButanolExtrato de Hexano
Figura 10. Representação geral de separação provável dos principais metabólicos
secundários presentes em plantas. (Fonte: Chechinel Filho & Yunes 1998 adaptado).
Planta
Hexano
Diclorometano
Acetato de Etila
Metanol
Extrato
Testes Biológicos
Maceração
Material vegetal
EvaporaçãoEvaporação
Extrato
Extrato
Extrato
Material vegetal
Material vegetal
EvaporaçãoEvaporação
EvaporaçãoEvaporação
EvaporaçãoEvaporação
Figura 11. Esquema geral para obtenção de extratos diretamente da planta. (Fonte:
Chechinel Filho & Yunes 1998 adaptado).
42
D´Alessandro WB- Dissertação de Mestrado em Medicina Tropical- Parasitologia- IPTSP/UFG/2008
1.11-Plantas estudadas
1.12- Piper hispidinervum C.DC. (Piperaceae)
A família Piperaceae é representada por plantas herbáceas, arbustos e raramente,
árvores. Dentre as espécies aromáticas da família Piperaceae, destaca-se P.
hispidinervum conhecida como “pimenta longa”, planta pioneira encontrada
naturalmente como vegetação secundária nos campos de pastagens no Estado do Acre
(Rocha Neto et al. 1999) (Fig. 1A).
Os solos das áreas de ocorrência natural de P. hispidinervum são caracterizados
como Podzólico Vermelho-Amarelo álico, de textura argilosa, pouco compactado, com
pH variando de 4,8 a 7,1 (Cordeiro et al. 1999).
Um grande número de componentes tem sido isolado de plantas do gênero Piper.
Muitos são terpenos, fenilpropanóides, ligninas, outros fenólicos e uma série de
alcalóides (Hegnauer 1990, Jensen et al. 1993).
Recentemente, o interesse por esta planta foi despertado por parte das indústrias
de cosméticos e inseticidas devido ao safrol obtido do óleo essencial extraído de suas
folhas e ramos finos (Wadt 2001) (Fig. 1B). A molécula metilenodioxibenzeno butóxido
de piperonil, são incorporadas ás formulas dos inseticidas para reduzir a taxa de
inativação dos inseticidas pelo inseto. Este composto é denominado sinergista de
inseticida (Craig & Stitzel 1996).
A planta originalmente fornecedora de safrol era a canela sassafrás (Ocotea
pretiosa Mezz). No entanto, foi proibida a sua exploração, pois o processo era destrutivo
e a espécie encontrava-se em vias de extinção (Pimentel et al. 1998).
43
D´Alessandro WB- Dissertação de Mestrado em Medicina Tropical- Parasitologia- IPTSP/UFG/2008
Figura 12. (A) Folhas e ramos secundários, (B) óleo essencial de P. hispidinervum.
A B
44
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1.13- Carapa guianensis (Meliaceae)
É uma árvore de grande porte, podendo atingir até 55m de altura, com caule
cilíndrico e reto de 20 a 30m (Fig. 13 A). A casca é grossa e amarga, de cor
avermelhada ou acinzentada e desprende-se em grandes placas. A planta é monóica. O
fruto é uma cápsula com quatro valvas, de forma globosa ou sub-globosa, medindo
geralmente entre 5 e 11cm de diâmetro e pesando entre 90 e 540g (Fig. 13 B). Cada
fruto pode conter entre 1 e 16 sementes. As sementes, de cor marrom, podem apresentar
grande variação de forma e tamanho, sendo encontradas sementes pesando entre 1 e 70g
e medindo entre 1 e 6 cm de comprimento (Fig. 13 C). C. guianensis conhecida
popurlamente, por andiroba e uma espécie de uso múltiplo. Esta árvore tem como
sinônimo botânico C. nicaraguensis. A madeira e o óleo extraído das sementes são dois
dos produtos mais importantes. Entre as espécies nativas da Amazônia, a madeira da
andiroba, é uma das mais apreciadas, sendo considerada nobre e sucedânea do mogno
(Fig. 13 D). O óleo é usado na preparação de sabão e de cosmético. A Fundação
Oswaldo Cruz lançou no mercado velas de andiroba que são indicadas para repelir
mosquitos transmissores de doenças, como dengue e malária. Alguns grupos indígenas e
populações tradicionais utilizam o óleo como repelente de insetos e no tratamento de
artrite, distenções musculares e alterações dos tecidos cutâneos. Popularmente, o chá da
casca das flores é usado como remédio para combater infecções bacterianas e o chá do
cerne como fungicida (Fig. 13 E) (Ferraz 2003).
Atualmente, a família Meliaceae, vem se mostrando, dentre as demais famílias
botânicas, como uma das mais importantes fontes de produtos inseticidas, devido ao
número de espécies com eficiência de seu extrato sobre diversos insetos. A afinidade
taxonômica, de pertencer à mesma família foi um dos motivos para escolha da Meliacea
C. guianensis para o presente estudo.
Champagne et al. (1992) tentou estabelecer algumas relações estrutura-atividade
inseticida, concluindo-se que, contra determinados insetos, os limonóides como o anel
C-seco é os mais ativos. Entre estas plantas se encontra a Azadirachta indica A. Juss e
Melia azedarach L., possuidoras deste anel C-seco.
Ndumu et al. (1999) demonstrou existir efeitos toxicológicos do óleo puro da
planta A. indica, sobre o carrapato, A. variegatum, nativo da Nigéria, verificando a
mortalidade de 100% das larvas do carrapato após 48 horas, com CL
50
de 66,7% (66700
ppm).
45
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Figura 13. (A) Árvore de Carapa guianensis (Fonte: <www.inova.unicamp.br/
inventabrasil/andiroba.htm >). Fruto (B) e Sementes (C) de Carapa guianensis (Fonte:
<http://www.plantamed.com.br/plantaservas/generos /index.html.>). (D) Madeira de
Carapa guianensis (Fonte: <http://dendro.cnptia.embrapa.br/Agencia1/AG01/arvore/
AG01_34_309200411812.html>) (E) Flores de Carapa guianensis (Fonte:
<picasaweb.google.com/.../h4yKl0BKGdjHL_ZBqAJz6A>).
BA
C
D
E
46
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1.14- Magonia pubescens St. Hil. (Sapindaceae)
M. pubescens é uma planta do grupo das dicotiledôneas típica da savanna
Brasileira “Cerrado” sendo conhecida popularmente como “tingui” (Fig. 14A), onde
ocorre nos estados de Goiás, Distrito federal, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas
Gerais e São Paulo. E encontrado em países como Bolívia e Paraguai. Ela se adapta a
qualquer tipo do solo, desde ao solo mais rico ou pobre em nutrientes. As frutas se
distinguem facilmente das demais, tendo características marcantes por ser grande e de
cor marrom (Fig. 14B). As árvores são caracterizadas de médio a grande porte, e sua
madeira é usada em construção civil, aproveitamento como postes para colocação de
cerca de arame (Lorenzi 1992), e útil para o carvão metalúrgico (Fig. 14C). Suas flores
são usadas pelas abelhas, embora conduzam um mel ligeiramente tóxico e as sementes
são usadas em arranjos ornamentais e na produção de sabão (Pott & Pott 1994).
Segundo Campos et al. 2006 M. pubescens tende a ser mais abundante nas áreas
com valores mais elevados de pH, Ca, Mg e H + Al, sendo encontrada em grande
números de espécimes na floresta de Paraopeba, Minas Gerais.
Os princípios químicos como liguininas e ou taninos podem ser encontrados na
semente de M. pubescens ajudando assim, a desmistificar o porquê de determinadas
espécies de insetos não promover a depredação da árvore e seus anexos arbóreos
(Oliveira et al. 2001).
Figura 14. Árvore (A) em seu bioma natural, Cerrado (B) Folhas e frutos (C) Casca do
caule de Magonia pubescens.
47
2- JUSTIFICATIVAS
D´Alessandro WB- Dissertação de Mestrado em Medicina Tropical- Parasitologia- IPTSP/UFG/2008
Os altos gastos com acaricidas químicos sintéticos, os quais constituem a
principal forma de combate aos carrapatos R. sanguineus e A. cajennese, somados ao
crescente número de relatos de resistência aos mesmos, bem como a prevalência e
dispersão desses artrópodes por todo o país, causando significativos prejuízos
econômicos e sanitários, justificam a realização do presente estudo.
As dificuldades no combate de R. sanguineus e A. cajennese, pelos métodos
tradicionais suscitam esforços para o desenvolvimento de estratégias de controle
alternativos, mais eficientes, mais econômicos, menos tóxicas ao homem e aos animais
e de menor impacto ambiental.
A utilização de substâncias extraídas de plantas, com propriedades acaricidas
e/ou inseticidas, baseado em resultados promissores obtidos a nível experimental no
controle de artrópodes de importância médica, veterinária e agrícola, coloca-se como
uma promissora alternativa para o controle de carrapatos, merecedora de futuros
estudos.
Estudos similares ao proposto, envolvendo as espécies de plantas e carrapatos,
até o presente momento não foram evidenciados na literatura científica.
48
3- OBJETIVOS
D´Alessandro WB- Dissertação de Mestrado em Medicina Tropical- Parasitologia- IPTSP/UFG/2008
3.1 Objetivo Geral
- Monitorar a susceptibilidade e/ou resistência das larvas de R. sanguineus aos
principais produtos utilizados para controle de ectoparasitos, os acaricidas químicos
sintéticos e analisar o potencial das plantas P. hispidinervum, C. guianensis e M.
pubescens sobre A. cajennense e R. sanguineus, para prospecção de acaricidas
botânicos, de menor impacto ambiental.
3.2 Objetivos Específicos
- Verificar a eficiência ou ineficácia de quatorze dos principais produtos
acaricidas químicos sintéticos comercializados em Goiás no combate de R. sanguineus.
- Analisar a bioatividade do óleo essencial extraído das sementes de C.
guianensis, do óleo essencial extraído das folhas e ramos secundários de P.
hispidinervum sobre as larvas de A. cajennense e do extrato bruto etanólico da casca do
caule de M. pubescens sobre R. sanguineus.
50
4- MATERIAL E MÉTODOS
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4.1- Origem das amostras botânicas
Amostras vegetais da casca do caule de M. pubescens foram coletadas no
município de Fransisco de Sá em Minas Gerais.
No estado do Acre, amostras das folhas e ramos secundários de P.
hispidinervum, foram coletadas e encamianhadas para o Centro de Pesquisa
Agroflorestal-Embrapa/Acre, para processamento do seu óleo essencial (Pimentel &
Silva 2000).
Amostras da semente de C. guianensis foram coletadas em áreas da Floresta
Amazônica, do município de Belém do Pará, e encaminhadas ao laboratório de
fitoquímica, para a extração de seu óleo essencial.
As amostras vegetais foram acondicionadas em caixas térmicas de poliestireno,
embaladas e enviadas para processamento nos laboratórios parceiros do
LAMV/IPTSP/UFG (Laboratório de Artropodologia Médica e Veterinária do Instituto
de Patologia Tropical e Saúde Pública da Universidade Federal de Goiás).
4.2- Obtenção dos óleos essenciais de P. hispidinervum e C. guianensis
A biomassa de P. hispidinervum foi triturada, submetida à secagem e
posteriormente, compactada em um destilador (Figura 15 e 16). A extração do óleo
essencial foi feita por meio de arraste de vapor d’água, utilizando sistema de caldeira
aquecida. A condensação deste foi realizada por refrigeração utilizando água a cerca de
25°C. Em seguida, este foi submetido ao processo de destilação, segundo Pimentel &
Silva (2000). Amostras da semente de C. guianensis foram encaminhadas ao laboratório
de fitoquímica para a extração de seu óleo essencial, de forma semelhantemente à
supracitada. O óleo essencial permaneceu em frascos de vidro âmbar, no dessecador
contendo sílica gel com indicador azul, até a realização dos bioensaios.
52
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Figura 15. Secador solar de biomassa de pimenta longa
(Fonte:<http://www.cpafac.embrapa.br/pdf/comunicado9
8.pdf>).
Figura 16. Extrator de óleo essencial de pimenta longa
com sistema de caldeira aquecida (Fonte:< http://www.
cpafac.embrapa.br/pdf/comunicado97. pdf>).
4.3- Obtenção do extrato de M. pubescens
Extratos brutos em etanol de M. pubescens foram obtidos a partir da casca do
caule, que após ser dessecado em estufa de ventilação forçada a temperatura de 40°C,
foi triturado em moinho elétrico de facas até atingir baixa granulometria, pesado e
percolado a frio. Cerca de 800 g do obtido foi colocado num béquer com capacidade
para 2000 mL, no qual foi adicionado 1 litro de etanol absoluto (solvente), misturando-
53
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se com agitador mecânico até completa homogeneização, deixando em repouso por 72
h, protegido da luz. Em seguida, o sobrenadante foi filtrado em papel filtro qualitativo.
Após cada filtragem o volume do béquer foi completado com álcool para a seguinte
percolação, repetindo-se este procedimento por 4 vezes. O filtrado foi concentrado em
evaporador rotativo e o extrato bruto etanólico (e.b.e) obtido, foi colocado em placas de
petri para secagem, numa capela de exaustão, em temperatura ambiente. Em seguida o
e.b.e. foi acondicionado em frascos de vidro âmbar e armazenado em dessecador até a
utilização (Arruda et al. 2003).
4.4- Preparação das soluções botânicas para os bioensaios
Os óleos essencias foram, acondicionados em frascos de vidro de cor âmbar, e
enviados para o LAMV, onde permaneceram armazenados em dessecador até sua
utilização nos bioensaios com os artrópodes. Soluções estoques foram preparadas em
concentração maior ou igual a 7000 e 350000 ppm para P. hispidinervum e C.
guianensis, respectivamente. Para isto a substância botânica a ser testada (óleo
essencial) foi pesada em balança analítica, com precisão de 0,0001g. Em seguida, foi
dissolvida em água destilada, e quando necessário, em solventes (pré-selecionados após
bioensaios de tolerância dos artrópodes aos mesmos), permanecendo em repouso por
cerca de 1h, para facilitar a dissolução. Posteriormente foram homogeneizadas em
agitador magnético por cerca de 15 minutos e o volume ajustado com água destilada. As
soluções foram preparadas 24 h antes da realização dos testes (Arruda et al. 2003). A
partir das soluções estoque foram obtidas soluções com concentrações menores
desejadas, por uma série de diluições em água destilada.
4.5- Escolha dos solventes a serem utilizados
Objetivando encontrar os solventes ideais para processamento de cada uma das
substâncias botânicas estudadas diferentes tipos de solventes foram testados. Buscou-se
selecionar solventes menos tóxicos para os artrópodes, além de menos dispendiosos e
mais práticos, quanto à solubilização das substâncias botânicas e quanto à tolerância das
larvas de R. sanguineus e A. cajennense. Os testes propicionaram a escolha dos
solventes adequados e a determinação das concentrações máximas possíveis de serem
54
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utilizadas, sem serem letais ou danosas para os artrópodes. Foi possível avaliar de forma
apurada a atividade acaricida das substâncias extraídas das plantas, sem interferência
dos solventes. Para isto, os solventes e os carrapatos foram submetidos ao método de
papéis impregnados, adaptado de metodologias previamente desenvolvidas (Leite 1988,
FAO 1995, 2004, Fernandes 2000, 2001), com adaptações (Fernandes et al. 2007,
Fernandes & Freitas, 2007). Os solventes que demonstraram ser menos tóxicos para as
larvas de R. sanguineus e A. cajennense proporcionando solução mais homogênea dos
óleos essenciais de P. hispidinervum e C. guianensis foram acetona e DMSO sob o
extrato bruto etanólico da casca do caule de M. pubescens.
4.6- Coleta de R. sanguineus e A. cajennense
Teleóginas de R. sanguineus foram coletadas nas superfícies do piso, paredes e
teto de canis e em outros ambientes habitados por cães naturalmente infestados por este
carrapato, de diversos bairros de Goiânia-GO (Fernandes 2000). As teleóginas foram
acondicionadas em recipientes descartáveis e encaminhadas ao LAMV. No laboratório,
foram lavadas com água destilada e secas em papel toalha. Em seguida foram
acondicionadas em incubadoras do tipo B.O.D., climatizadas a 27 ± 1 ºC e UR 80%,
fixadas pelo dorso com fita adesiva dupla-face em placas de vidro, disposta sobre a base
de uma placa de petri, para realizarem a oviposição (FAO 1995, 2004). Para obtenção
de larvas com idade uniforme, diariamente foram recolhidas todos os ovos em um único
tubo de polietileno com tampa enroscável (3 x 9cm). Após a eclosão, o tubo foi vedado
com fita adesiva do tipo crepe para evitar o escape de larvas (Fernandes et al. 2001).
As teleóginas de A. cajennense foram coletadas em vários cavalos naturalmente
parasitados, em fazendas, nos municípios de Hidrolândia, Teresópolis e Goianápolis do
Estado de Goiás. Teleóginas foram processadas para obtenção de larvas de forma
semelhante à descrita anteriormente (Fernandes et al. 2007, Fernandes & Freitas 2007).
55
D´Alessandro WB- Dissertação de Mestrado em Medicina Tropical- Parasitologia- IPTSP/UFG/2008
4.7- Avaliação da bioatividade das plantas testadas sobre A. cajennense e R.
sanguineus e ação dos acaricidas químicos sintéticos sobre R. sanguineus.
4.7.1- Sensibilidade larval pela metodologia de papéis impregnados (Fernandes et
al. 2007).
Para a verificação da sensibilidade larval utilizou-se a metodologia de papéis
impregnados larval packet test (lpt) desenvolvida por Fernandes & Freitas (2007), com
base em metodologias pré-existentes (FAO 1995, 2004, Fernandes 2000, 2001,
Fernandes et al. 2007), incorporando algumas modificações, objetivando conferir maior
praticidade e diminuição de custos, sem prejuízo da eficiência. Os bioensaios foram
realizados em uma câmara climatizada a 27º±1ºC, UR>80%, com fotofase natural de 12
h, especialmente construída para realização de bioensaios com acaricidas. Foram
utilizados nos bioensaios, larvas com 14 a 21 dias de idade, oriundas de tubos de
polietileno (8,5 x 2,5 cm) com pool de larvas com as maiores taxas de eclosão (90 a
100%). Selecionado o tubo, para evitar a fuga de larvas, este era colocado sobre um
frasco de vidro invertido (7 x 2,5 cm), disposto no centro de uma placa de petri com
água, sendo então aberto. Uma alíquota destas larvas foi colocada no centro de uma
folha de papel branco, fixada sobre a bancada com fita dupla-face. Cada envelope
recebeu 2ml de solução a ser testada, distribuída uniformemente em suas superfícies
internas, com auxílio de uma pipeta. Este volume foi calculado com base na área do
papel filtro, equivalendo proporcionalmente ao utilizado por Leite (1988).
Na verificação da bioatividade das plantas testadas sobre A. cajennense,
imediatamente após o envelope de papel filtro ter sido umedecido pela solução teste,
pelo menos 50 larvas com boa motilidade foram içadas com um pincel 4 de pêlos
claros e colocadas dentro de cada envelope. As demais larvas foram eliminadas com fita
crepe. Os envelopes foram fisicamente vedados, dobrando-se a sua abertura (borda com
1 à 2 cm) e prendendo-se a mesma com auxílio de prendedores metálicos. Estes foram
pendurados em suportes de forma a deixar suspensos ao ar os envelopes, sem contato
com nenhuma superfície, a fim de evitar perdas da solução ou contaminação. Sob os
envelopes, nas bancadas, foram colocados umidificadores para manter a umidade
adequada aos bioensaios.
Os bioensaios foram realizados em quadruplicata e todos os experimentos foram
acompanhados de uma série de controle, contendo o mesmo número de larvas no
56
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solvente utilizado e água destilada. Os envelopes foram posteriormente inspecionados
com auxílio de um estereoscópio, para o registro das larvas vivas e mortas e os efeitos
toxicológicos observados. Para uma análise mais precisa da bioatividade de cada
solução testada, os efeitos toxicológicos das plantas sobre os carrapatos, nos horários de
observação (24 e 48 h) foram anotadas em separado, as quantidades de larvas: 1. Viva
com capacidade locomotora, 2. Viva, porém sem locomoção e 3. Mortas. Além disto,
quaisquer efeitos toxicológicos observados nas larvas nestes horários foram anotados,
tais como: movimentação repetitiva, desprendimento de membros, crescimento de
bolhas de gás ou líquido no idiossoma, presença de fungos, etc. Todavia, para
possibilitar a comparação dos resultados com os de outros autores (Leite 1988, FAO
1995), os percentuais médios de mortalidade foram calculados considerando mortas
também às larvas sem capacidade locomotora, da seguinte forma:
Não foram feitas correções quando a mortalidade do controle oscilava entre 0 e
5% e a mortalidade do teste for de 0 ou 100%. Em testes com mortalidade no grupo
controle entre 5 e 10%, cada mortalidade média foi corrigida pela fórmula de Abbott.
Não foram aproveitados resultados de testes que produziram mortalidade no grupo
controle superiores a 10% (FAO 2004).
Em relação aos bioensaios preparados com os acaricidas químicos sintéticos
sobre R. sanguineus, estes foram realizados em quadruplicata. Para cada repetição uma
nova solução estoque de cada acaricida foi preparada. Em cada bioensaio foram
preparados quatro envelopes de papel-filtro para cada concentração testada. Os
envelopes foram impregnados com 2 ml de cada solução teste, uniformemente
distribuídos em sua superfície interna e deixados em repouso durante 6 h, para
aderência dos cristais formados pelos acaricidas, ao papel filtro. O grupo teste foi
submetido a envelopes impregnados com as soluções acaricidas químicas. O grupo
controle foi submetido a: 1. Envelope seco (sem tratamento) e, 2. Envelopes
57
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umedecidos internamente com 2 ml de água destilada. Cerca de 50 ou mais larvas eram
cuidadosamente içadas do papel branco sobre a bancada, com o pincel umedecido e,
colocadas ao fundo de cada envelope. Os envelopes eram então imediatamente
fechados, dobrando-se em sua abertura uma borda com cerca de 10 mm e, lacrando-se
esta com um prendedor metálico. Os envelopes eram então suspensos pelos prendedores
em suportes, a fim de evitar contaminação ou perda de solução por contato com a
bancada. Os envelopes foram abertos e as leituras das mortalidades foram feitas ao
estereoscópio após 24 h de exposição, com exceção do produto amitraz que foi feita
leitura adicional de 48 h, em atendimento às recomendações da FAO (2004).
Acatando os critérios preconizados pela WHO (1970, 1998), os acaricidas que
determinaram mortalidade média menor que 80% das larvas de R. sanguineus na
concentração comercial recomendada foram considerados ineficientes, por caracterizar
quadro ou status de resistência”. Aqueles que ocasionaram mortalidade média entre
80% a 95%, configuraram um status de provável resistência” e, por último, aqueles
acaricidas que determinaram mortalidade média 80%, caracterizaram um status de
susceptibilidade”.
4.8- Cálculo das Concentrações letais (CLs)
As concentrações letais (CLs), especialmente CL
50
e CL
99
com seus respectivos
intervalos de confiança a 95% (IC 95%) e seus coeficientes de determinação (R
2
) foram
determinadas para os produtos que se mostraram ineficientes. Esses foram calculados
interpolando-se os índices médios de mortalidades proporcionados pelas diferentes
concentrações testadas, por meio da análise de Probit, empregando o software Sistema
para Análises Estatísticas e Genética (SAEG
®
software v. 9.0). Diferenças
significativas (α= 5%) entre as mortalidades determinadas pelos acaricidas em suas
respectivas dosagens recomendadas pelos fabricantes foram avaliadas pelo teste
estatístico ANOVA seguido do teste estatístico Scott-Knott. Para tal utilizou-se o
software Assistat
®
v. 7.4.
58
D´Alessandro WB- Dissertação de Mestrado em Medicina Tropical- Parasitologia- IPTSP/UFG/2008
5- Manuscrito 1: Avaliação do potencial de resistência sobre as larvas
de Rhipicephalus sanguineus (Latreille, 1806) (Acari: Ixodidae) à
diferentes acaricidas químicos sintéticos.
Manuscrito a ser submetido para publicação à revista Experimental
and Applied Acarology: Qualis B Internacional, indexado no Web of
Science. Fator de impacto: 0,716.
59
D´Alessandro WB- Dissertação de Mestrado em Medicina Tropical- Parasitologia- IPTSP/UFG/2008
Avaliação do potencial de resistência das larvas de Rhipicephalus
sanguineus (Latreille, 1806) (Acari: Ixodidae) à diferentes acaricidas
químicos sintéticos.
Walmirton Bezerra D’Alessandro
1
, Edméia de Paula e Souza Freitas
2
; Fernando de
Freitas Fernandes
3*
Resumo Rhipicephalus sanguineus (Latreille, 1806) (Acari: Ixodidae) é um dos mais
importantes ectoparasitos do cão doméstico. Este ixodídeo pode transmitir enfermidades
como erliquiose, babesiose e febre maculosa. Avaliou-se a susceptibilidade das larvas
desse carrapato a 14 formulações acaricidas diferentes. Larvas com idade entre 14 a 21
dias, em jejum foram obtidas, a partir de teleóginas ingurgitadas, sem resíduos
acaricidas. Para a realização dos bioensaios às larvas foram contidas em papel filtro,
previamente impregnados com 2 mL das soluções acaricidas do grupo teste e água
destilada no caso do grupo controle. As leituras de mortalidade foram realizadas com
auxílio de estereoscópio após 24 h de exposição, com exceção do Amitraz após 48 h de
exposição. Todos os bioensaios foram realizados em câmara biológica com temperatura,
umidade e fotoperíodo controlados a 27ºC, UR≥80% e luz 12:12, respectivamente. Nas
avaliações larvais foram encontrados quadro de resistência para Cipermetrina,
Cipermetrina + Butóxido de Piperolina, Deltametrina, Permetrina e Amitraz na 24 h
apresentando mortalidades médias ( ) de 58,36%; 71,36%; 48,7%; 64,5% e 77,8%,
respectivamente. Na 48 h de exposição ao Amitraz a das larvas foi de 88%,
apresentando um quadro de possível resistência. As larvas de R. sanguineus apresentou
o efeito deletério a diferentes produtos acaricidas.
Palavras chave: Rhipicephalus sanguineus, acaricidas, resistência, carrapatos, Ixodidae.
1
Aluno de Mestrado do Programa de Pós-graduação do IPTSP/UFG e Bolsista da FUNAPE-UFG, LAMV, IPTSP,
2
Bolsista de Iniciação Tecnológica Industrial do Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), LAMV, IPTSP, UFG;
3*
Professor do Instituto de Patologia
Tropical e Saúde Pública (IPTSP), Lababoratório de Artropodologia Médica e Veterinária (LAMV), Setor de
Entomologia, , Universidade Federal de Goiás- UFG, 74.605-050, C. postal 131, Goiânia, GO,
60
D´Alessandro WB- Dissertação de Mestrado em Medicina Tropical- Parasitologia- IPTSP/UFG/2008
Abstract- Rhipicephalus sanguineus (Latreille, 1806) (Acari: Ixodidae) is one of the
most important ectoparasite of the dog home. This ixodid can cause diseases such as
erliquiosis, babesiosis and spotted fever. It was evaluated the susceptibility of this tick
larvae to 14 different formulations acaricides. The larvae obtain age of 14 to 21 days in
fasting, which were obtained from engorged female without waste acaricides. To
achieve the bioassays ace larvae were contained in paper filter, previously impregnated
with 2 mL of acaricides solutions for the test group and distilled water for the control
group. The readings of death were made with the aid stereomicroscope after 24 h of
exposure, except for Amitraz 48 h of exposure. All bioassays were held in camera with
biological temperature, humidity and controlled photoperiod to 27ºC, UR≥80% and
light 12:12, respectively. In the evaluations were found larval framework of resistance
to Cypermethrin, Cypermethrin + Piperonyl Butoxide (PBO), Deltamethrin, Permethrin
and Amitraz in 24 h presenting mortalities average ( ) of 58.36%, 71.36%, 48.7%,
64.5% and 77.8%, respectively. In the 48 h of exposure to Amitraz of the larvae was
88%, presenting a framework for possible resistance. The R. sanguineus larvae
presented the deleterious effects of different products acaricides.
Key words: Rhipicephalus sanguineus, acaricides, resistance, ticks, Ixodid.
61
D´Alessandro WB- Dissertação de Mestrado em Medicina Tropical- Parasitologia- IPTSP/UFG/2008
Introdução
Rhipicephalus sanguineus (Latreille, 1806) (Acari: Ixodidae) é um carrapato de
ciclo trioxeno. Tem origem possivelmente africana, apresentando, nos dias atuais,
distribuição cosmopolita. Este carrapato encontra-se amplamente distribuído por todo
país, em alta densidade populacional, em cães domésticos em ambientes sinantrópicos
freqüentados pelos mesmos. Parasita principalmente do cão doméstico, sobretudo em
áreas urbanizadas, este ixodídeo pode, contudo parasitar outros mamíferos, aves e
répteis, o que em parte explica sua grande dispersão (Flechtmann 1973; Fernandes
2000; Barros-Battesti et al. 2006).
Pesquisas m demonstrado que este carrapato, principalmente em suas formas
imaturas, tem o hábito de se alimentar do homem mais comumente do que antes se
supunha (Clarck et al. 1996; Felz et al. 1996; Harrison et al. 1997; Dantas-Torres et al.
2005, 2006), propiciando a transmissão de enfermidades emergentes ao homem, tais
como babesiose, erliquiose e febre maculosa (Hoogstraal et al. 1967; Burgdorfer et al.
1975; Harrison et al. 1997; Andereg and Passos 1999; Costa and Botelho 2005).
No Brasil os primeiros estudos de Brasil por R. sanguineus à acaricidas químicos
sintéticos, inclusive à piretróides, foram feitos em Goiás, no Laboratório de
Artropodologia Médica e Veterinária (LAMV), do IPTSP, UFG, por Fernandes (2000).
Em outros países, resistência de R. sanguineus a organofosforados e carbamatos
(Polyakov and Smirnova 1976), organofosforados e arsenicais (Gladney and Dawkins
1976), organofosforados e organoclorados (Belot and Mishra 1979) foi também
notificada. Na Venezuela, baixa eficiência de cumafós sobre fêmeas adultas foi
observada (Conrado and Mujica 1998). No Panamá, R. sanguineus mostrou-se resistente
a este produto, assim como ao DDT, amitraz e à permetrina (Miller et al. 2001).
Diversos fatores são apontados como atuantes no aumento da pressão seletiva
sobre a população de carrapatos, podendo acelerar o processo de desenvolvimento de
resistência acaricida nestes parasitos. Os principais fatores constituem na utilização
errônea por parte dos aplicadores, empregando as formulações de maneira inadequada,
não respeitando as dosagens recomendadas e intervalos seguros de aplicação ou ainda,
utilizando produtos de baixa qualidade, formulados de forma inadequada (FAO 2003).
Os mecanismos de desenvolvimento de resistência acaricida incluem desde
fatores genéticos mutacionais até fatores fisiológicos. Aumento da detoxificação por
enzimas do complexo Citocromo P-450 e diminuição da sensibilidade da enzima
62
D´Alessandro WB- Dissertação de Mestrado em Medicina Tropical- Parasitologia- IPTSP/UFG/2008
acetilcolinesterase (resistência a organofosforados). Mutações em canais de sódio e
aumento da atividade enzimática das esterases (resistência a piretróides e ao DDT).
Resistência à formamidina amitraz também deriva-se de um aumento da atividade das
enzimas esterases, embora acredita-se que existam também mecanismos moleculares
ainda não esclarecidos relacionados a resistência por parte dos carrapatos a essa base
acaricida (Miller et al. 2001; Foil et al. 2004).
Ainda são poucos os trabalhos feitos relacionando o índice de resistência aos
acaricidas atuais, no qual o presente trabalho vem demonstrar a relação destes acaricidas
sobre R. sanguineus, fomentando medidas de controle mais eficientes, reduzindo a
utilização errônea destes produtos e diminuindo assim o impacto ambiental.
Este trabalho teve como objetivo verificar a possibilidade de resistência a 14
diferentes bases acaricidas para as larvas de R. sanguineus.
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D´Alessandro WB- Dissertação de Mestrado em Medicina Tropical- Parasitologia- IPTSP/UFG/2008
2. Material e Métodos
Obtenção das larvas do ixodídeo: Teleóginas de R. sanguineus foram coletadas
em ambientes freqüentados por cães naturalmente infestados, provenientes de diversos
bairros de Goiânia. As teleóginas coletadas foram armazenadas em frascos de vidro e
encaminhadas até ao LAMV. Estas foram lavadas com água destilada e secas em papel
toalha. Com o auxílio de um estereoscópio, foram selecionadas somente teleóginas em
perfeitas condições anatômicas e de motilidade. Para realizarem a oviposição, estas
foram aderidas dorsalmente por uma fita dupla face a minas de vidro, inversamente
dispostas sobre a base de uma placa de petri. Em seguida foram acondicionadas em
incubadoras do tipo B.O.D., climatizadas a 27º±1ºC, UR>80% e fotoperíodo de 12:12 h.
Para obtenção de larvas com idade uniforme, os ovos eram diariamente recolhidos e
reunidos em um único tubo de polietileno (3 x 9 cm) com tampa enroscável,
constituindo um pool de ovos. Após a eclosão, cada tubo de polietileno foi vedado com
fita crepe para evitar o escape de larvas (Fernandes 2000, 2001; Fernandes et al. 2005,
2007; Fernandes and Freitas 2007).
Preparação das soluções a serem testadas: Foram avaliados 14 formulações
acaricidas diferentes, usualmente comercializadas (Tabela 1). Os bioensaios foram
feitos em quadruplicata. Para cada um destes foram preparadas novas soluções estoque,
em diversas concentrações, de acordo com o acaricida a ser avaliado. Da solução
estoque, soluções com menores concentrações, incluindo às concentrações recomendada
pelo fabricante, foram obtidas por diluição em água destilada, objetivando a avaliação
dos acaricidas.
Bioensaios para avaliação da sensibilidade larval: Empregou-se a
metodologia de papéis impregnados, também conhecida como larval packet test (lpt),
desenvolvida por Fernandes and Freitas (2007) a partir de métodos previamente
descritos, principalmente os da FAO (1995, 2004), Fernandes (2000, 2001), Fernandes
et al. (2005, 2007). Estas metodologias foram adaptadas objetivando o incremento da
praticidade e a diminuição de custos, sem contudo, perder da eficiência.
Os bioensaios foram realizados em uma câmara climatizada a 27º±1ºC,
UR>80%, com fotoperíodo natural de aproximadamente 12 h, especialmente construída
para estudos com acaricidas. Apenas larvas provenientes de tubos com pool de ovos
com as maiores taxas de eclodibilidade (> 90%) foram utilizadas nos bioensaios.
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Selecionado o tubo, para evitar a fuga de larvas, este foi colocado sobre um
frasco de vidro invertido (10 cm x 5 cm), disposto no centro de uma placa de petri com
água, sendo então aberto. Do tubo, uma alíquota das larvas foi cuidadosamente içada
com um pincel 4, umedecido com água destilada e, então disposta ao centro de uma
folha de papel branco (21 cm x 29,7 cm), fixada sobre a bancada com fita adesiva do
tipo crepe. Sobre as extremidades desta folha de papel foi fixada uma fita adesiva dupla
face, objetivando evitar a fuga de larvas. Apenas larvas com boa motilidade foram
selecionadas para os bioensaios (Fernandes and Freitas 2007).
Para a contenção e exposição das larvas às soluções testadas nos bioensaios,
foram utilizados envelopes de papel filtro (≈ 327 cm
2
) contendo microporos, para prover
melhor aeração em seu interior. As superfícies internas de cada envelope foram
impregnadas com 2 mL de cada solução testada, distribuídos uniformemente com
auxílio de uma pipeta. Os envelopes foram deixados em repouso durante 6 h, para
aderência dos cristais formados pelos acaricidas ao papel-filtro. O grupo teste foi
submetido a envelopes impregnados com as soluções acaricidas. O grupo controle foi
composto por envelopes sem tratamento e envelopes umedecidos internamente com 2
mL de água destilada. Os bioensaios foram realizados em quadruplicata, em datas
variadas. Em cada bioensaio (réplica) foram preparados quatro envelopes para cada
concentração testada.
Cerca de 50 ou mais larvas eram agilmente içadas do papel branco fixado sobre
a bancada, com um pincel umedecido com a solução teste (grupo teste) ou com água
destilada (grupo controle) e colocadas ao fundo de cada envelope. Os envelopes eram
imediatamente vedados, dobrando sua abertura, uma borda de 1 cm e lacrando-a mesma
com auxílio de um prendedor metálico. Os envelopes eram então dependurados em
suportes, de forma a ficarem suspensos ao ar, sem contato com nenhuma superfície, a
fim de evitar perdas de solução ou contaminação. Sob os envelopes nas bancadas eram
dispostos umidificadores para manter adequada a climatização da câmara biológica
(Fernandes and Freitas 2007).
Para a leitura da mortalidade, os envelopes foram abertos e inspecionados ao
estereoscópico nas 24 h de exposição ao acaricida. Apenas envelopes com a
Formamidina (Amitraz) e Formamidina + Organofosforado (Amitraz + Clorpirifós)
foram inspecionados em dois horários de observação, após 24 e 48 h de exposição, em
atendimento às recomendações da FAO (2004). Para possibilitar a comparação dos
resultados com os de outros autores, os percentuais médios de mortalidade ( ) foram
65
D´Alessandro WB- Dissertação de Mestrado em Medicina Tropical- Parasitologia- IPTSP/UFG/2008
calculados considerando mortas também larvas sem capacidade locomotora (FAO 1995,
2004).
Diretrizes preconizadas para o diagnóstico do status de resistência
acaricida: No presente estudo a interpretação dos resultados de mortalidade para
diagnóstico do status de resistência e/ou susceptibilidade considerou os critérios
preconizados pela Organização Mundial de Saúde (WHO 1970, 1998): acaricidas que
promoveram < 80% das larvas do carrapato, pela concentração recomendada pelo
laboratório fabricante, foram considerados ineficientes, caracterizando o status de
resistência. Acaricidas que ocasionaram 80% caracterizaram um status de
susceptibilidade. Contudo, acaricidas que determinaram entre 80% a 97%,
configuraram um status de provável desenvolvimento de resistência. Além destes
critérios, considerou-se também as diretrizes do Ministério da Agricultura Brasileiro
que preconizou 95% como o mínimo de obtida pela ação de um acaricida, para que
este possa ser recomendado para controle de carrapatos. Em síntese, no presente
trabalho adotou-se os seguintes critérios para interpretação do desempenho dos
acaricidas e/ou da sensibilidade da cepa testada (Tabela 1)
Análises estatisticas: Foi utilizado ANOVA seguida do teste Scott-Knott, para
verificar diferenças significativas entre as mortalidades determinadas pelos acaricidas
em suas respectivas dosagens recomendadas pelo fabricante, para tal utilizou-se o
programa Assistat v. 7.4. As concentrações letais (CLs), especialmente CL
50
e CL
99
com
seu respectivos intervalos de confiança a 95% (IC 95%) e seus coeficientes de
determinação (R
2
) foram determinadas para os produtos que se mostraram ineficiente,
interpolando-se os índices de mortalidades proporcionados pelas diferentes
concentrações testadas, por meio da análise de Probit, empregando o Sistema para
Análises Estatísticas e Genética” (SAEG
®
software v. 9.0)
66
D´Alessandro WB- Dissertação de Mestrado em Medicina Tropical- Parasitologia- IPTSP/UFG/2008
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
As larvas de R. sanguineus responderam de forma heterogênia frente aos
quatorze produtos analisados (ANOVA: F
14, 30
= 9,23; p<0,01). Os produtos analisados
Cipermetrina, Cipermetrina + Butóxido de Piperolina (PBO), Deltametrina, Permetrina
e Amitraz (24 h de exposição) apresentaram inferior a 80% caracterizando quadro
de resistência por parte das larvas de R. sanguineus. É importante salientar que o
Amitraz mesmo não caracterizando um quadro de resistência na 48 h de exposição,
determinou um quadro de possível resistência apresentando = 88% (WHO 1998).
Os produtos restantes (Diclorvós + Cipermetrina, Clorfenvinfos + Diclorvós + Alquil +
Xilol, Clorpirifós + Cipermetrina hi-cis, Fipronil, Clorpirifós, Cipermetrina +
Clorpirifós + Citronelal, Triclorfone + Cumafós + Ciflutrina e Diazinon) avaliados não
se verificou resistência das larvas de R. sanguineus (Tabela 2) (WHO 1998).
Os produtos que se mostraram ineficazes tiveram as suas respectivas
concentrações letais calculadas. As dosagens ideais para matar 99% (CL
99
) das larvas de
R. sanguineus referentes aos produtos Deltametrina, Cipermetrina, Permetrina,
Cipermetrina + PBO e Amitraz (24 e 48 horas de exposição), foram 35,2; 21; 7,85; 3;
3,65;1,55 vezes, respectivamente, maiores do que as dosagens recomendadas pelos
fabricantes (Tabela 3). É importante salientar, no entanto, que a posologia proposta
pelos fabricantes dos carrapaticidas deve ser sempre seguida de forma rigorosa no
tratamento dos bovinos, a fim de evitar intoxicações destes hospedeiros e do homem,
aplicador do carrapaticida nesses animais. Para verificar o grau de relação entre as
concentrações e a mortalidade foi calculado o coeficiente de determinação (R
2
) que
representa o resultado da variação existente entre as variáveis independentes
(Concentrações) e varáveis dependentes (Mortalidade), ou seja, quanto mais próxima de
0,1 (100%), maior será a relação de homogeneidade das concentrações com as
respectivas mortalidades (Atkins et al. 1973). Ao analisar os valores de R
2
obtidos
verificou-se que o aumento das concentrações dos acaricidas, Deltametrina,
Cipermetrina, Permetrina, Cipermetrina + PBO e Amitraz, relativo a 24 h de exposição,
interfere em 92,87%; 92,71%; 86,72%; 82,85%; 94,81%, respectivamente, na
mortalidade das larvas de R. sanguineus, em 48 h de exposição referente ao Amitraz foi
de 97,86% (Tabela 3 e Figura1).
67
D´Alessandro WB- Dissertação de Mestrado em Medicina Tropical- Parasitologia- IPTSP/UFG/2008
Observou-se no presente trabalho a ineficácia de todos os produtos compostos
apenas por piretróides. Isto torna-se um obstáculo para a escolha de carrapaticidas
menos tóxicos para os cães e para o homem para combate das cepas testadas, visto que
os piretróides são considerados, dentre os demais grupos toxicológicos, os de menor
toxicidade para mamíferos e, portanto, de utilização mais segura. Estes dados são
concordantes aos de Fernandes (2001), que havia observado o desenvolvimento de
resistência acaricida aos piretróides deltametrina ( = 78%) e cipermetrina ( =
77,6%) por larvas de R. sanguineus provenientes de cepas do município de Goiânia,
Goiás. Este autor também observou na época um provável desenvolvimento de
resistência ao piretróide permetrina ( = 86,2%), ora confirmado com os resultados
do presente trabalho.
O produto a base de fipronil apesar de ter demonstrado eficiência acaricida,
apresenta como obstáculo ao seu uso o custo muito elevado. O carrapaticida contendo
cumafós, ou a associação de Clorpenvinfos e Diclorvós, apesar de eficientes, deveriam
ser evitados por sua alta toxicidade aos mamíferos, caracterizados como altamente
perigosos pela WHO (2005), e acúmulo residual na cadeia alimentar e meio ambiente
(Balluz et al. 2001; Sogorb and Vilanova 2002). No entanto, produtos com formulações
compostas por associações de bases acaricidas, organofosforados e piretróides,
mostraram-se, como uma alternativa razoável para o controle químico, uma vez
constatado resistência às formulações contendo apenas piretróides. Isso porque
determinaram a de 100% das larvas de forma menos tóxica do que as formulações
constituídas exclusivamente por organofosforados, além de apresentarem um custo
acessível. Estes resultados são concordantes ao relatado pela FAO (2003), que mostrou
os diferentes mecanismos de ação e metabolismo dessas duas classes de acaricidas,
promovendo uma potencialização da ação do piretróide pela presença do
organofosforado (FAO 2003).
O crescente número de registros de ineficácia dos acaricidas químicos
comerciais em conseqüência ao desenvolvimento de resistência dos carrapatos a
diversas bases acaricidas como os piretróides, formamidinas, organoclorados e
organofosforados tem sido uma realidade no Brasil, na América Latina e em vários
outros países (Fernandes 2001; Miller et al. 2001; FAO 2003, 2004).
Casos de resistência por parte dessa espécie a diversas bases acaricidas foram
notificados, com destaque aos piretróides Cipermetrina, Deltametrina e Permetrina, os
quais foram também caracterizados como ineficazes no presente estudo. Pesquisas de
68
D´Alessandro WB- Dissertação de Mestrado em Medicina Tropical- Parasitologia- IPTSP/UFG/2008
Fernandes (2000, 2001) apresentavam casos de resistência de R. sanguineus a
Cipermetrina, Deltametrina e Permetrina no estado de Goiás, quadro este condizente
com os resultados encontrados na presente pesquisa, o que vem a ratificar a ineficácia
desses acaricidas nestas concentrações para o controle de R. sanguineus. Entretanto,
diversos estudos, (Bicalho et al. 2001; Silva et al. 2005; Estrada-Peña 2005) tem
apresentado o amitraz como uma base acaricida de excelente atividade no controle do
carrapato canino, fato este destoante do encontrado em nossos estudos que observou-se
uma ineficácia do produto em sua 24 h de exposição e uma baixa eficiência após 48 h
de exposição, resultados estes concordantes com os apresentados por Miller et al.
(2001) com cepas de R. sanguineus oriundas do Panamá, resistentes a permetrina e ao
amitraz.
Todos os resultados indicam um quadro bastante preocupante da perda de
eficiência do controle químico, que é ainda hoje o método mais utilizado para combate
ao carrapato do cão. Outra estratégia de controle alternativo aos acaricidas químicos
sintéticos é a vacinação anti-carrapato. No mercado encontram-se vacinas (Bm86) com
antígenos relacionados a proteínas de membrana intestinais do carrapato do boi, no
entanto, apresentam baixa letalidade aos estádios adultos (20 - 30%) e, ainda são de
custo elevado para o produtor. Estes fatores têm dificultado a sua viabilidade prática em
países da América Latina (FAO 2003). Contudo, pesquisas têm apontado novos
caminhos para o desenvolvimento de vacinas mais eficientes do que as disponíveis no
mercado, empregando a inibição de genes responsáveis pela síntese de agentes anti-
hemostáticos presentes na saliva dos carrapatos, essenciais para o sucesso alimentar e
sobrevivência do carrapato (Martitz-Olivier et al. 2007), ou através da interferência no
RNA para métodos de manipulação genética de carrapatos (De la Fuente et al. 2007).
Ainda de forma alternativa ao controle químico convencional, destacam-se
resultados promissores obtidos com o emprego de substâncias organonaturais no
controle de ácaros de importância médica e veterinária, inclusive no de R. sanguineus.
Substâncias botânicas com propriedades acaricidas vêm ao encontro da necessidade de
compostos menos poluentes e biodegradáveis, o que acarreta na diminuição à agressão
ao meio ambiente exercida pelos acaricidas químicos convencionais e, proporcionam
uma conscientização ambiental da necessidade de preservação dos recursos naturais
(Fernandes et al. 2007).
69
D´Alessandro WB- Dissertação de Mestrado em Medicina Tropical- Parasitologia- IPTSP/UFG/2008
Tabela 1. Critérios para interpretação do desempenho dos acaricidas químicos sintéticos
referente à sensibilidade das larvas de R. sanguineus e o diagnóstico de utilização.
Mortalidade
média (%)
Status das larvas de R. sanguineus
submetidas aos acaricidas químicos
Diagnóstico dos acaricidas
químicos para as larvas de R.
sanguineus
< 80 Resistência Ineficaz – não recomendado.
80 – 97
Provável resistência ou desenvolvendo
resistência
Tolerável – ainda utilizável.
≥ 97 Susceptível Eficaz – recomendável.
70
D´Alessandro WB- Dissertação de Mestrado em Medicina Tropical- Parasitologia- IPTSP/UFG/2008
Tabela 2. Compostos ativos, grupos químicos e mortalidades das larvas de R. sanguineus em
suas respectivas dosagens recomendadas.
Composto Ativo Grupo Químico Mortalidade Média (%)
Diclorvós + Cipermetrina Organofosforado + Piretróide 96,00 a
Clorfenvinfos + Diclorvós + Alquil + Xilol Organofosforado 100 a
Clorpirifós + Cipermetrina hi-cis Organofosforado + Piretróide 100 a
Cipermetrina Piretróide 58,36 c
Amitraz 24 horas Formamidina 77,80 b
Amitraz 48 horas Formamidina 88,00 a
Fipronil Fenilpirazolona 100 a
Cipermetrina + Butóxido de piperolina Piretróide + Sinergista 71,63 b
Clorpirifós Organofosforado 100 a
Cipermetrina + Clorpirifós + Citronelal Piretróide + Organofosforado + Sinergista 100 a
Deltametrina Piretróide 48,7 c
Triclorfone + Cumafós + Ciflutrina Organofosforado + Piretróide 100 a
Diazinon Organofosforado 100 a
Permetrina Piretróide 64,50 b
Clorpirifós + Amitraz 24 horas
Clorpirifós + Amitraz 48 horas
Organofosforado + Formamidina
Organofosforado + Formamidina
100a
100a
Letras iguais na mesma coluna indicam ausência de diferença significativa nas mortalidades encontradas
entre os produtos em suas respectivas concentrações recomendadas pelo fabricante (ANOVA seguido de
teste de Scott-Knott α=5%).
71
D´Alessandro WB- Dissertação de Mestrado em Medicina Tropical- Parasitologia- IPTSP/UFG/2008
Tabela 3. Produtos que demonstraram resistência por parte das larvas de R. sanguineus,
com suas respectivas concentrações (%) recomendadas pelo fabricante, CL
50
,CL
99
, R
2
.
Produto Concentração recomendada
(%)
CL
50
(IC 95%) CL
99
(IC 95%) R
2
Deltametrina 0,2 0,06 (0,05 - 0,07) 7,04 (3,64 - 17,4) 0,9287
Cipermetrina 0,1 0,06 (0,05 - 0,07) 2,1 (1,22 - 4,51) 0,9271
Permetrina 0,2 0,14 (0,13 - 0,17) 1,57 (1,00 - 3,11) 0,8672
Cipermetrina + PBO 0,1 0,062 (0,05 - 0,067) 0,3 (0,24 - 0,40) 0,8285
Amitraz (24h) 0,2 0,025 (0,02 - 0,03) 0,73 (0,52 - 1,13) 0,9481
Amitraz (48 h) 0,2 0,06 (0,06 - 0,07) 0,31 (0,26 - 0,4) 0,9786
CL
50
: Concentração de letalidade 50%; CL
99
: Concentração de letalidade 99%; IC: Intervalo de confiança;
R
2
:Coeficiente de determinação;
72
D´Alessandro WB- Dissertação de Mestrado em Medicina Tropical- Parasitologia- IPTSP/UFG/2008
y = 46,017Ln(x) + 9,7142
R
2
= 0,9786
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0,03 0,05 0,07 0,1 0,14 0,2 0,25
Concentração (%)
Mortalidade (%)
48h
Log. (48h)
F
y = 33,42Ln(x) + 7,6417
R
2
= 0,9271
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0,01 0,03 0,05 0,06 0,1 0,14 0,2
Concentração (%)
Mortalidade (%)
24h
Log. (24h)
y = 42,147Ln(x) - 3,6447
R
2
= 0,8285
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0,025 0,03 0,05 0,06 0,07 0,1 0,2
Concentração (%)
Mortalidade (%)
24h
Log. (24h)
B
D
y = 37,865Ln(x) + 6,2417
R
2
= 0,9287
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0,005 0,02 0,05 0,1 0,2 0,25 0,28
Concentração (%)
Mortalidade (%)
24h
Log. (24h)
A
y = 27,413Ln(x) + 7,3291
R
2
= 0,8672
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0,05 0,06 0,1 0,14 0,15 0,19 0,2
Concentração (%)
Mortalidade (%)
24h
Log. (24h)
C
y = 47,385Ln(x) + 8,8425
R
2
= 0,9481
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0,005 0,01 0,05 0,1 0,14 0,2 0,25
Concentração (%)
Mortalidade (%)
24h
Log. (24h)
E
y = 46,017Ln(x) + 9,7142
R
2
= 0,9786
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0,03 0,05 0,07 0,1 0,14 0,2 0,25
Concentração (%)
Mortalidade (%)
48h
Log. (48h)
FF
y = 33,42Ln(x) + 7,6417
R
2
= 0,9271
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0,01 0,03 0,05 0,06 0,1 0,14 0,2
Concentração (%)
Mortalidade (%)
24h
Log. (24h)
y = 42,147Ln(x) - 3,6447
R
2
= 0,8285
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0,025 0,03 0,05 0,06 0,07 0,1 0,2
Concentração (%)
Mortalidade (%)
24h
Log. (24h)
BB
DD
y = 37,865Ln(x) + 6,2417
R
2
= 0,9287
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0,005 0,02 0,05 0,1 0,2 0,25 0,28
Concentração (%)
Mortalidade (%)
24h
Log. (24h)
AA
y = 27,413Ln(x) + 7,3291
R
2
= 0,8672
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0,05 0,06 0,1 0,14 0,15 0,19 0,2
Concentração (%)
Mortalidade (%)
24h
Log. (24h)
CC
y = 47,385Ln(x) + 8,8425
R
2
= 0,9481
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0,005 0,01 0,05 0,1 0,14 0,2 0,25
Concentração (%)
Mortalidade (%)
24h
Log. (24h)
EE
Figura 1. Representação gráfica da ação dos diferentes acaricidas sobre as larvas de R.
sanguineus. (A) Deltametrina, (B) Cipermetrina, (C) Permetrina, (D) Cipermetrina + PBO,
(E) Amitraz (24h) e (F) Amitraz (48 h).
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D´Alessandro WB- Dissertação de Mestrado em Medicina Tropical- Parasitologia- IPTSP/UFG/2008
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76
D´Alessandro WB- Dissertação de Mestrado em Medicina Tropical- Parasitologia- IPTSP/UFG/2008
6- Manuscrito2: Avaliação do potencial larvicida dos óleos essenciasis
de Piper hispidinervum C.DC. (Piperaceae) e Carapa guianensis
AUBLET. (Meliaceae) para controle de Amblyomma cajennense
(Fabricius, 1787) (Acari: Ixodidae)
Manuscrito a ser submetido à revista Veterinary Parasitology: Qualis
A Internacional, indexado no Web of Science. Fator de impacto: 1,9.
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D´Alessandro WB- Dissertação de Mestrado em Medicina Tropical- Parasitologia- IPTSP/UFG/2008
Avaliação do potencial larvicida dos óleos essenciais de Piper
hispidinervum C.DC. (Piperaceae) e Carapa guianensis AUBLET
(Meliaceae) para controle de Amblyomma cajennense (Fabricius,
1787) (Acari: Ixodidae)
Walmirton Bezerra D’Alessandro
1
; Murilo Fazolin
2
; Edméia de Paula e Souza
Freitas
3
; Fernando de Freitas Fernandes
4*
Resumo- Amblyomma cajennense, comumente conhecido por “carrapato-estrela”, é
um ixodídeo heteroxeno cosmopolita que parasita mamíferos, aves, répteis e,
preferencialmente eqüinos em áreas rurais. Possui grande importância médica e
veterinária por ocasionar anemias severas, prurido e irritação em seus hospedeiros,
além de poder transmitir ao homem a febre maculosa. A principal medida de controle
para este ixodídeo baseia-se na utilização de acaricidas químicos sintéticos
(carrapaticidas comerciais). Todavia, resistência a estes produtos por A. cajennense
têm sido diagnosticada, no exterior e no Brasil, suscitando estudos para
desenvolvimento de novas estratégias de controle. Objetivou-se no presente trabalho
avaliar o potencial larvicida dos óleos essenciais de Carapa guianensis e Piper
hispidinervum na prospecção de acaricidas organonaturais, para controle de A.
cajennense. Teleóginas de A. cajennense foram coletadas em cavalos oriundos de
propriedades rurais de diferentes bairros e municípios circunvizinhos de Goiânia e
foram mantidas em incubadoras do tipo B.O.D. a 27±1ºC, UR≥80% e fotoperíodo de
12 h, para realizarem a oviposição. Bioensaios foram realizados em quadruplicata,
utilizando larvas com idade de 14 a 21 dias. As larvas de A. cajennense foram expostas
em envelopes de papel filtro as diferentes concentrações dos óleos essenciais testados.
O grupo controle foi submetido apenas à água destilada e solventes (DMSO para C.
guianensis e acetona para P. hispidinervum). A mortalidade foi observada ao
estéreoscópio após 24 h e 48 h de exposição. Mortalidade significativa de larvas não
foi observada no grupo controle. Concentrações letais (CLs)
foram calculadas através
de análise estatística de Probit. A CL
50
e CL
99
referente a 24 e 48 h de exposição ao
óleo essencial de P. hispidinervum foi de 4218 ppm (≈0,42%) e 4592 ppm (≈0,45%) e
78
D´Alessandro WB- Dissertação de Mestrado em Medicina Tropical- Parasitologia- IPTSP/UFG/2008
8855 ppm (≈0,88%) e 10687 ppm (≈1%), respectivamente. Ao analisar a mortalidade
na 24 h de exposição, verificou-se mortalidade não superior a 10% na concentração de
350000 ppm, para o óleo essencial de C. guianensis. A CL
50
e CL
99
observado na 48 h
de exposição foram de 73878 ppm (≈7,3%) e 454538 ppm (≈45%). Atividade larvicida
dos óleos essenciais de C. guianensis e P. hispidinervum foi constatada sobre A.
cajennense. P. hispidinervum demonstrou um potencial acaricida superior à C.
guianensis, propiciando a obtenção de maiores índices médios de mortalidade por
concentrações menores. Constatou-se o potencial destas plantas na prospecção de
acaricidas botânicos, de menor impacto ambiental, para serem utilizados como medida
alternativa nas estratégias de controle deste carrapato.
Key Words: Amblyomma cajennense, Piper hispidinervum, Carapa guianensis,
acaricidas botânicos, óleos essências.
1
Aluno de Pós-Graduação do Programa de Medicina Tropical IPTSP/UFG, Bolsista da FUNAPE-UFG, LAMV,
IPTSP, UFG, [email protected];
2
Pesquisador Doutor do Centro de Pesquisa Agroflorestal (CPA) da Embrapa Acre, Rio Branco, AC.
3
Bolsista de Iniciação Tecnológica Industrial do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
(CNPq), LAMV, IPTSP, UFG;
4*
Professor do Laboratório de Artropodologia Médica e Veterinária (LAMV), Setor de Entomologia, Instituto de
Patologia Tropical e Saúde Pública (IPTSP), Universidade Federal de Goiás- UFG, 74.605-050, C. postal 131,
Goiânia, GO, [email protected].
79
D´Alessandro WB- Dissertação de Mestrado em Medicina Tropical- Parasitologia- IPTSP/UFG/2008
Abstract- Amblyomma cajennense, commonly known as "tick-star" is a cosmopolitan
ixodid heteroxenous parasite that mammals, birds, reptiles and, preferably horses in
rural areas. It has great importance for medical and veterinary cause severe anemia,
itching and irritation in your hosts, and they could pass to humans spotted fever. The
main measure of control for this ixodídeo based on the use of synthetic chemical
acaricides. However, resistance to these products by A. cajennense have been
diagnosed, abroad and in Brazil, prompting studies to develop new strategies of
control. The objective was to work in this larvicidal assess the potential of essential
oils of Carapa guianensis and Piper hispidinervum in prospecting for acaricides
organonaturais for control of A. cajennense. Engorged female of A. cajennense were
collected on horses from rural farms of different neighborhoods and surrounding
municipalities of Goiânia, were these kept in incubators type of B.O.D. to 27±1ºC,
UR≥80% and photoperiod of 12 h, to conduct the oviposition. Bioessays were
performed in for replicate using larvae aged from 14 to 21 days. These were exposed
on envelopes of paper filter the different concentrations of essential oils tested. The
control group was referred to only distilled water and solvents (DMSO for C.
guianensis and acetone for P. hispidinervum). The mortality was observed to
stereoscope after 24 h and 48 h of exposure. Significant mortality of larvae was not
observed in the control group. Concentrations lethal (CLs) were calculated through
statistical analysis of Probit. A CL
50
and CL
99
referring to 24 and 48 h of exposure to
essential oil of P. hispidinervum was 4218 ppm (≈ 0.42%) and 4592 ppm (≈ 0.45%) is
8855 ppm (≈ 0.88%) and 10687 ppm (≈ 1%). An analysis of mortality in 24 h of
exposure, there was no mortality over 10% in the concentration of 350000 ppm
(≈35%), for the essential oil of C. guianensis. The CL
50
and CL
99
observed in the 48 h
of exposure was 73878 ppm (≈ 7.3%) and 454538 ppm (≈ 45%). Concentration more
than 350000 ppm made up between 10% mortality, for the essential oil of C.
guianensis. Larvicidal activity of essential oils of C. guianensis and P. hispidinervum
was found on A. cajennense. P. hispidinervum demonstrated a potential acaricide
higher than C. guianensis, leading to obtain higher rates of mortality average lower
concentrations. It was the potential of these plants in the botanical exploration of
acaricides, lower environmental impact, to be used as alternative measure of control
strategies in this tick.
Key Words: Amblyomma cajennense, Piper hispidinervum, Carapa guianensis,
acaricide botanical, essential oils.
80
D´Alessandro WB- Dissertação de Mestrado em Medicina Tropical- Parasitologia- IPTSP/UFG/2008
1. INTRODUÇÃO
Amblyomma cajennense (Fabricius, 1787) (Acari: Ixodidae) é um carrapato
trioxeno, que durante seu hematofagismo pode provocar danos diretos e indiretos ao
seu hospedeiro. Os danos diretos incluem espoliação sangüínea, dermatites e em
alguns casos até paralisia do animal, provocada por neurotoxinas liberadas pela saliva
do carrapato durante sua alimentação. Os danos indiretos estão relacionados à
transmissão de doenças como: Borreliose e Febre maculosa (Lemos et al., 2002;
Fonseca et al., 2005; Mantovani et al., 2007). Recentemente, inúmeros de casos de
Febre maculosa tem sido registrados em Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro,
Espírito Santo e, mais recentemente, em Santa Catarina (SVS/MS 2005).
Os acaricidas químicos sintéticos têm sido utilizados décadas para o
controle deste carrapato. Estudos demonstram que o uso indiscriminado destes
produtos vem acarretando no desenvolvimento de resistência deste ectoparasito
(Furlong and Martins, 2000; Fernandes, 2000). Este fato suscita o desenvolvimento de
metodologias alternativas de controle, tais como o uso de extratos vegetais com
potencial acaricida.
Os metabólitos (primários e secundários) encontrados em determinadas plantas
agem como agentes protetores, inibindo ataques de insetos e infestações parasitárias
(Simpson, 1995). Terpenos com atividade inseticida m se mostrado como uma
alternativa promissora ao controle químico, por ocasionar desde inibição no
crescimento, maturação, reprodução e apetite de certos insetos, à mortalidade
propriamente dita. A relação biológica entre a fisiologia dos artrópodes e a fisiologia e
bioquímica de princípios ativos de plantas mostra-se cada vez mais merecedora de
estudos (Viegas Jr., 2003).
81
D´Alessandro WB- Dissertação de Mestrado em Medicina Tropical- Parasitologia- IPTSP/UFG/2008
Diversas plantas têm demonstrado potencialidade para o desenvolvimento de
inseticidas e/ou acaricidas. Melia azedarach. L (Meliaceae) demonstrou ação larvicida
sobre a traça do tomateiro, Tuta absoluta (Meyrick, 1971) (Lepidopetera: Gelechiidae)
(Brunherotto and Vendramim, 2001). Copaifera reticulata (Caesalpiniaceae)
apresentou ação larvicida sobre Rhipicephalus (Boophilus) microplus (Canestrine,
1887) (Acari: Ixodidae) (Fernandes and Freitas, 2007). Sapindus saponaria L.
(Sapindaceae), Dahlstedtia pentaphylla Taub. (Leguminosae), e Eucalyptus globulus
Labill. (Myrtaceae), também apresentaram ação letal sobre diferentes estádios do
carrapato do boi R. (B.) microplus (Chagas et al., 2002; Pereira and Famadas, 2004;
Fernandes et al., 2005a). Piper hispidinervum C.DC. (Piperaceae) e Carapa
guianensis Aubl. (Meliaceae), plantas selecionadas para o presente estudo,
demonstraram por sua vez promissora ação adulticida sobre o caruncho de cereais,
Sitophilus zeamais (Motschulsky, 1855) (Coleoptera: Curculionidae) (Estrela et al.,
2006) e ação larvicida como também de repelência, para o mosquito transmissor da
dengue, Aedes aegypti (Linnaeus, 1762) (Diptera: Culicidae) e Aedes albopictus
(Linnaeus, 1762) (Diptera: Culicidae) respectivamente (Miot et al., 2004; Silva et al.,
2004, 2006). Estudos envolvendo efeitos toxicológicos destas plantas sobre o carrapato
R. sanguineus, ainda não foram evidenciado na literatura científica.
Neste sentido, o presente trabalho propôs avaliar a ação dos óleos essenciais de
P. hispidinervum e C. guianensis, em diferentes concentrações, sobre larvas A.
cajennense, objetivando o desenvolvimento de medidas alternativas para controle
deste vetor.
82
D´Alessandro WB- Dissertação de Mestrado em Medicina Tropical- Parasitologia- IPTSP/UFG/2008
2. MATERIAL E MÉTODOS
Teleóginas de A. cajennense foram coletadas em cavalos parasitados
naturalmente em fazendas de diversas localidades do Estado de Goiás, nos municípios
de Hidrolândia, Teresópolis e Goianápolis. As teleóginas coletadas foram armazenadas
em frascos de vidro e encaminhadas ao Laboratório de Artropodologia Médica
Veterinária (LAMV) da Universidade Federal de Goiás. Estas foram lavadas com água
destilada e secas em papel toalha. Com o auxílio de um estereoscópio foram
selecionadas somente teleóginas em perfeitas condições anatômicas e de motilidade
(Fernandes, 2000). Para realizarem a oviposição, estas foram aderidas dorsalmente por
uma fita dupla face à lâminas de vidro, inversamente dispostas sobre a base de uma
placa de petri. Em seguida foram acondicionadas em incubadoras do tipo B.O.D.,
climatizadas a 27º±1ºC, UR>80% e fotoperíodo de 12 horas (Figura 1A). Os ovos
eram recolhidos diariamente e reunidas em um único tubo de polietileno (3 x 9 cm)
com tampa enroscável (Fig. 1 B). Após a eclosão, cada tubo de polietileno era então
vedado com fita adesiva para evitar o escape de larvas (Fernandes and Freitas, 2007).
As folhas e os ramos secundários de P. hispidinervum foram transportadas ao
Centro de Pesquisa Agroflorestal do Acre Embrapa/Acre para processamento e
obtenção de seu óleo (Fig. 1 C e D). No laboratório, a biomassa de P. hispidinervum
foi triturada, submetida à secagem e posteriormente compactada em um destilador. A
extração do óleo essencial foi feita por meio de arraste de vapor d’água, utilizando
sistema de caldeira aquecida. A condensação foi realizada por refrigeração utilizando
água a cerca de 25°C. Em seguida foi submetido ao processo de destilação (Pimentel
et al., 1998). Amostras da semente de C. guianensis foram coletadas em áreas da
Floresta Amazônica do município de Belém do Pará e encaminhadas ao laboratório de
fitoquímica para a extração de seu óleo essencial, de forma semelhante à supracitada.
83
D´Alessandro WB- Dissertação de Mestrado em Medicina Tropical- Parasitologia- IPTSP/UFG/2008
(Figura E e F), onde permaneceram em frascos de vidro âmbar, no dessecador, até a
realização dos bioensaios.
Os bioensaios foram feitos em quadruplicata, para cada período de tempo
analisado. Para cada bioensaio, uma nova solução estoque a 7000 ppm do óleo
essencial de P. hispidinervum foi preparada, pesando em balança analítica com
precisão 0,1mg e diluindo em acetona e água destilada. A partir da solução estoque
outras soluções com menores concentrações (6500, 6000, 5000, 4000, 3000 e 2000
ppm) foram obtidas por diluição em água destilada, objetivando a determinação das
CL
50
e CL
99
. O óleo essencial de C. guianensis foi dissolvido com Dimetilsulfóxido
(DMSO) e água destilada para a preparação da solução estoque a 350000 ppm. Desta
foram obtidas as concentrações de 300000, 250000, 200000, 100000, 50000 e 25000
ppm, por diluição em água destilada. A escolha do solvente baseou-se na verificação
da eficiência do mesmo em pequenas concentrações, objetivando prover soluções mais
homogêneas e de menor toxicidade para as larvas de A. cajennense (Fernandes et al.,
2005a, 2005b).
Para a verificação da sensibilidade larval utilizou-se a metodologia de papéis
impregnados desenvolvida pela FAO (2004), com adaptações (Fernandes et al., 2005a,
2005b; Fernandes and Freitas, 2007), objetivando conferir maior praticidade e
diminuição de custos, sem prejuízo da eficiência. Foram utilizados nos bioensaios
larvas com 14 a 21 dias de idade, oriundas de tubos com pool de larvas com as maiores
taxas de eclosão (90 a 100%). Selecionado o tubo, para evitar a fuga de larvas, este era
colocado sobre um frasco invertido, disposto no centro de uma placa de petri com
água, sendo então aberto. As larvas eram içadas com um pincel umedecido, as quais
eram dispostas sobre uma folha de papel aderida à bancada (Figura 1 G).
84
D´Alessandro WB- Dissertação de Mestrado em Medicina Tropical- Parasitologia- IPTSP/UFG/2008
Os bioensaios foram realizados em uma câmara climatizada a 27º±1ºC,
UR>80%, com fotofase natural de 12 h, especialmente construída para realização de
bioensaios com acaricidas/inseticidas organonaturais. Para cada repetição uma nova
solução estoque foi utilizada. Foram preparados quatro envelopes de papel-filtro para
cada concentração testada. Estes foram impregnados com 2 ml da solução,
uniformemente distribuídos em sua superfície interna (Figura 1 H). O grupo teste foi
submetido a envelopes impregnados com as soluções botânicas. O grupo controle foi
submetido a: 1. envelopes secos (sem tratamento); 2. envelopes com água destilada; e
3. envelopes impregnados com acetona ou DMSO, nas mesmas concentrações
utilizadas para o grupo teste. Cada envelope recebeu 50 ou mais larvas. Estes eram
então fechados dobrando-se em sua abertura uma borda com cerca de 1 cm, lacrando-
se esta com um prendedor metálico. Os envelopes foram então suspensos pelos
prendedores em suportes, a fim de evitar contaminação ou perda de solução por
contato.
As concentrações letais (CLs), especialmente CL
50
(Concentração capaz de
matar 50% das larvas testadas) e CL
99
(Concentração capaz de matar 99% das larvas
testadas) foram calculadas através da análise de Probit, seus intervalos de confiança a
95% (IC 95%), coeficientes de determinação (R
2
) e Análise de variância (ANOVA)
(Centeno et al.,1990) seguida do teste Scott Knott = 5%) foram obtidas,
empregando o Sistema para Análises Estatísticas e Genética (SAEG
®
software v.
9.0
©
) e software Assiistat
®
v. 7.4
85
D´Alessandro WB- Dissertação de Mestrado em Medicina Tropical- Parasitologia- IPTSP/UFG/2008
3. RESULTADOS E DISCUSSÕES
O óleo essencial de P. hispidinervum e C. guianensis apresentaram ação
larvicida para as larvas de R. sanguineus. Índices de mortalidade acima de 80%, foram
alcançados em concentrações em concentrações de 6000 ppm (0,6 %) e 7000 ppm
(0,7%) em 24 h e 6500 ppm (0,65 %) e 7000 ppm (0,7%) em 48h, sob ação do óleo
essencial de P. hispidinervum (Figura 2A e 2B). Concentração do óleo essencial de C.
guiannensis até 350000 ppm analisadas na 24 h, não demonstrou mortalidade superior
a 10% sobre as larvas de A. cajennense. Porém ao observar a mortalidade na 48 h de
exposição, verificou-se mortalidade acima de 80% em concentrações de 250000 ppm
(25%), 300000 ppm (30 %) e 350000 ppm (35 %) (Figura 2C). Não foi evidenciada
mortalidade de larvas no grupo controle nos bioensaios relacionados às duas plantas.
Para verificar o grau de relação entre as concentrações e a mortalidade, foi
calculado o coeficiente de determinação (R
2
). Esses coeficientes representam o
resultado da variação existente entre as variáveis independentes (Concentrações) e
variáveis dependentes (Mortalidade), ou seja, quanto mais próxima de 0,1 (100%),
maior será a relação de homogeneidade das concentrações com as respectivas
mortalidades (Atkins et al., 1973). Analisando os valores de R
2
obtidos verificou-se
que o aumento das concentrações do óleo essencial de P. hispidinervum relativo a 24 h
de exposição, interfere em 93,19% na mortalidade das larvas de A. cajennense. Em 48
h de exposição é de 89,75% para P. hispidinervum e 98,05% para C. guianensis. As
CLs
50
e
99
de P. hispidinervum referida a 24 h de exposição foram 4218 ppm (IC95%=
4042-4386) e 4592 ppm (4397 4784) e na 48 h foram de 8855 ppm (8175 9790) e
10687 ppm (9677 12138). A CLs
50
e
99
de C. guianensis foram 73878 ppm (66162
81782) e 454538 ppm (377555 – 571267), respectivamente (Tabela 1).
86
D´Alessandro WB- Dissertação de Mestrado em Medicina Tropical- Parasitologia- IPTSP/UFG/2008
A ANOVA seguida do teste Scott Knott = 5%) verificou-se diferenças
significativas das mortalidades médias respectivas em todas as concentrações. Os
resultados obtidos na 24 h e 48 h respectivas ao óleo essencial de P. hispidinervum e
somente na 48 h respectiva ao óleo essencial de C. guianensis (Tabela 2 e 3) foram
(F
1,5
)
366,13 e 140,85 e 22,93 respectivamente (p < 0,001). Observa-se que a CL
50
e
CL
99
de P. hispidinervum referente a 24 h e 48h, demonstrou efeito toxicológico
Knock down, ou seja, as larvas de A. cajennense responderam de forma decrescente de
mortalidade de acordo com o tempo. Este efeito é muito comum de acontecer, quando
um espécime de carrapato, é exposto em contato com inseticidas em concentrações
maiores do que a as descritas pelo fabricante, favorecendo o fenômeno de resistência.
Este estudo é o primeiro no que se diz respeito deste efeito toxicológico ocasionado
por óleos essenciais de plantas, especificamente P. hispidinervum.
No presente trabalho, o óleo de P. hispidinervum proporcionou letalidade de
100% das larvas de A. cajennense, demonstrando CL
99
de 10687 ppm (≈1%). Esta
concentração é bem inferior à necessária para matar 100% do adulto de S. zeamais
submetidas ao mesmo óleo (20% de concentração), conforme observado anteriormente
por Estrela et al., (2006). Ndumu et al., (1999) demonstraram existir efeitos
toxicológicos do óleo puro da planta Azadirachta indica, sobre o carrapato A.
variegatum, nativo da Nigéria, verificando a mortalidade de 100% das larvas do
carrapato após 48 h, com CL
50
de 66,7% (66700 ppm). Esta concentração demonstra-
se superior às obtidas na avaliação do óleo essencial de C. guianensis (CL
99
45%).
Fernandes et al., 2005a, 2005b, ao avaliarem a atividade larvicida do extrato bruto
etanólico da casca do caule de S. saponaria L. sobre R. (B.) microplus e R. sanguineus
observaram CL
99
0,6% e CL
99
0,4%, respectivamente. Fernandes and Freitas
(2007) ao avaliarem a ação larvicida do óleo-resina de C. reticulata sobre R. (B.)
87
D´Alessandro WB- Dissertação de Mestrado em Medicina Tropical- Parasitologia- IPTSP/UFG/2008
microplus obteveram CL
99
0,3%. Chagas et al., (2002) obtiveram 100% de
mortalidade das larvas de R. (B.) microplus por ação do óleo essencial de E. globulus,
na concentração de 20%. Pereira and Famadas (2004) ao utilizar o extrato da planta D.
pentaphylla sobre R. (B.) microplus obteve 100% de mortalidade a concentração de
5%.
Bernard et al., (1995) demonstraram que as plantas pipéraceas propiciam a
ocorrência de inter-relações das ligninas ao metilenedioxidofenil, sendo consideradas
importantes inibidores de moonoxigenases dependentes do citocromo P450, atuando
assim no sinergismo de inseticidas naturais (Mukerjee et al., 1979; Bernard et al.,
1990). Atualmente, a família Meliaceae, vem se mostrando, dentre as demais famílias
botânicas, como uma das mais importantes fontes de produtos inseticidas, devido ao
número de espécie com à eficiência ao seu extrato sobre diversos insetos.
88
D´Alessandro WB- Dissertação de Mestrado em Medicina Tropical- Parasitologia- IPTSP/UFG/2008
CONCLUSÃO
Os óleos essenciais testados demonstraram potencial acaricida para A. cajennense.
O óleo de P. hispidinervum provou ser o mais letal para as larvas, em concentrações
menores que as de C. guianensis. Esses estudos reforçam a utilização dos óleos
essenciais destas plantas na formulação de acaricidas organonaturais, a serem
utilizados como medida alternativa, de menor impacto ambiental, em substituição
aos acaricidas químicos sintéticos, para o controle de carrapatos, especialmente de
A. cajennense. Os resultados do presente trabalho suscitam investimentos para a
preservação de P. hispidinervum e C. guianensis em seus biomas e a continuidade
dos estudos objetivando o isolamento dos princípios ativos de seus óleos essenciais,
para a prospecção de acaricidas organonaturais.
AGRADECIMENTOS
Ao CNPq, FUNAPE-UFG e SECTEC-GO pelo apoio financeiro para a realização
desta pesquisa e a bolsa concedida ao aluno de pós-graduação Walmirton Bezerra
D’Alessandro.
89
D´Alessandro WB- Dissertação de Mestrado em Medicina Tropical- Parasitologia- IPTSP/UFG/2008
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D´Alessandro WB- Dissertação de Mestrado em Medicina Tropical- Parasitologia- IPTSP/UFG/2008
Figura 1. (A) Termohigrômetro demonstrando a temperatura e umidade adquirida
durante os ensaios biológicos. (B) Teléogina de A. cajennense em oviposição. (C)
Folhas de P. hispidinervum. (D) Óleo obtido das folhas de P. hispidinervum. (E)
Sementes de Carapa guianensis. (F) Óleo obtido das sementes de Carapa guianensis.
(G) Coleta das larvas de A. cajennense com o pincel. (H) Solução botânica sendo
impregnada sobre a superfície interna do papel filtro com a utilização de uma pipeta de
Pasteur descartável.
A C
D
G H
E
F
B
95
D´Alessandro WB- Dissertação de Mestrado em Medicina Tropical- Parasitologia- IPTSP/UFG/2008
Figura 2. (A) Mortalidade de larvas de A. cajennense sob ação do óleo essencial de
P. hispidinervum, observado após 24 h e (B) 48 h de exposição. (C) Mortalidade de
larvas de A. cajennnense, motivada pela ação de diferentes concentrações do óleo
essencial de C. guianensis, observado após 48 h de exposição.
96
D´Alessandro WB- Dissertação de Mestrado em Medicina Tropical- Parasitologia- IPTSP/UFG/2008
Tabela 1. Análise da ação de diferentes concentrações dos óleos essenciais de P.
hispidinervum e C. guianensis sobre larvas de A. cajennense, após 24 e 48 h de
exposição.
Óleos
essenciais
Concentrações Letais (ppm)
(Intervalo de Confiança a 95%)
CL
50
CL
99
R
2
P. hispidinervum
24h
4218 ppm
(4042-4386)
8855 ppm
(8175-9790)
0,9319
P. hispidinervum
48h
4592 ppm
(4397-4784)
10687 ppm
(9677-12138)
0,8975
C. guianensis
48h
73878 ppm
(66162-81782)
454538 ppm
(377555-571267)
0,9805
CL
50
: Concentração de letalidade 50%; CL
99
: Concentração de letalidade 99%; IC:
Intervalo de confiança; 24 h: 24 horas; 48 h: 48 horas; R
2
: Coeficiente de
determinação.
97
D´Alessandro WB- Dissertação de Mestrado em Medicina Tropical- Parasitologia- IPTSP/UFG/2008
Tabela 2. Concentrações analisadas e suas respectivas mortalidades médias das larvas
de A. cajennense encontradas na 24 e 48 h de exposição sob ação do óleo essencial de
P. hispidinervum.
24 Horas 48 Horas
Concentrações (ppm) MM (%) Concentrações (ppm) MM (%)
2000 5 Aa 2000 1 Ba*
3000 23,4 Cb 3000 12,2 Db*
4000 35,9 Ec 4000 39,36 Fc*
5000 55 Gd 5000 43 Hd*
6000 87,6 Ie 6000 69,56 Je*
6500 94,6 Lf 6500 85 Mf*
7000 100 Ng 7000 100 Ng
Médias seguidas de mesma letra, maiúsculas nas linhas e minúsculas nas colunas, não
diferem entre si, pelo teste Scott- Knott, a 5% de probabilidade. * Efeito knock down.
MM = Mortalidade Média.
98
D´Alessandro WB- Dissertação de Mestrado em Medicina Tropical- Parasitologia- IPTSP/UFG/2008
Tabela 3. Concentrações analisadas e suas respectivas mortalidades médias das larvas
de A. cajennense encontradas na 48 h de exposição sob ação do óleo essencial de C.
guianensis.
48 Horas
Concentrações (ppm) MM (%)
25000 1,07 A
50000 48 B
100000 62,08 C
200000 78,03 D
250000 95,9 E
300000 98,48 F
350000 100 G
Médias seguidas de mesma letra, maiúsculas nas
linhas, não diferem entre si, pelo teste Scott- Knott, a
5% de probabilidade. MM = Mortalidade Média.
99
D´Alessandro WB- Dissertação de Mestrado em Medicina Tropical- Parasitologia- IPTSP/UFG/2008
7- Artigo 1: Toxicity of Extract of Magonia pubescens (Sapindales:
Sapindaceae) St. Hil. to Control the Brown Dog Tick, Rhipicephalus
sanguineus (Latreille) (Acari: Ixodidae).
Artigo publicado na revista Neotropical Entomology: Qualis C
Internacional, indexado no Web of Science. Fator de impacto: 0,413.
100
D´Alessandro WB- Dissertação de Mestrado em Medicina Tropical- Parasitologia- IPTSP/UFG/2008
101
D´Alessandro WB- Dissertação de Mestrado em Medicina Tropical- Parasitologia- IPTSP/UFG/2008
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D´Alessandro WB- Dissertação de Mestrado em Medicina Tropical- Parasitologia- IPTSP/UFG/2008
104
8– CONCLUSÕES
Dentre os acaricidas químicos sintéticos estudados Cipermetrina, Cipermetrina
+ Butóxido de Piperolina, Deltametrina, Permetrina e Amitraz na 24 h de observação
foram os que apresentaram quadro de resistência, na 48 h de exposição ao Amitraz
apresentou um quadro de possível resistência para as larvas de R. sanguineus.
Verificou-se que grupos de inseticida associativos com piretróides e
organofosforados podem potencializar o efeito letal.
O produto a base de fipronil apesar de ter demonstrado eficiência acaricida,
apresenta como obstáculo ao seu uso devido o custo muito elevado.
Carrapaticida contendo cumafós, ou a associação de Clorpenvinfos e
Diclorvós, apesar de eficientes, deveriam ser evitados por sua alta toxicidade aos
mamíferos, e acúmulo residual no meio ambiente podendo afetar cadeias alimentares
de indivíduos de uma população não alvo.
Os óleos essenciais de P. hispidinervum e C. guianensis testados demonstraram
potencial acaricida para as larvas de A. cajennense, sendo P. hispidinervum, em
concentrações menores que as de C. guianensis.
O extrato bruto etanólico de M. pubescens demonstrou ser letal para as larvas
de R. sanguineus em baixa concentração.
9– CONSIDERAÇÃO FINAL
Esses estudos reforçam a utilização dos óleos essenciais destas plantas na
formulação de acaricidas organonaturais, a serem utilizados como medida alternativa,
de menor impacto ambiental, em substituição aos acaricidas químicos sintéticos, para o
controle de carrapatos, especialmente de A. cajennense.
Os dados do presente estudo suscitam investimentos para a preservação e o
cultivo das plantas estudadas (P. hispidinervum, C. guianensis e M. pubescens) em
seus biomas visando à continuidade dos estudos, para o isolamento de compostos
(frações e sub-frações) bioativos do extrato e óleos testados, com monitoramento da
sensibilidade de A. cajennense aos mesmos, objetivando o desenvolvimento de
acaricidas botânicos.
10– REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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11– Anexos
11.1- Roteiro para preparação de Dissertação de Mestrado e Tese de
Doutorado no PPGMT.
11.2 Normas adotadas pelo Periódico Memórias do Instituto Oswaldo
Cruz.
ISSN 0074-0276 versão
impressa
ISSN 1678-8060 versão on-
line
INSTRUÇÕES AOS AUTORES
Objetivos e política editorial
Formato e estilo
Checklist para os manuscritos
Objetivos e política editorial
As Memórias do Instituto Oswaldo Cruz são uma revista multidisciplinar que
publica pesquisas originais relativas aos campos da medicina tropical (incluindo
patologia, epidemiologia de campo e estudos clínicos), parasitologia médica e
veterinária (protozoologia, helmintologia, entomologia e malacologia) e microbiologia
médica (virologia, bacteriologia e micologia). A revista aceita, especialmente,
pesquisas básicas e aplicadas em bioquímica, imunologia, biologia molecular e celular,
fisiologia, farmacologia e genética relacionada a essas áreas. Comunicações breves são
também consideradas. Artigos de revisão quando solicitados. Ocasionalmente,
trabalhos apresentados em simpósios ou congressos são aparecem como suplementos.
Os artigos apresentados devem ser escritos preferencialmente em inglês. Quando neste
idioma, devem ser checados por alguém que tenha o inglês como primeira língua e
que, preferencialmente, seja um cientista da área.
A submissão de um manuscrito às Memórias requer que este não tenha sido publicado
anteriormente (exceto na forma de resumo) e que não esteja sendo considerado para
publicação por outra revista. A veracidade das informações e das citações
bibliográficas é de responsabilidade exclusiva dos autores.
Os manuscritos serão analisados por pelo menos dois pareceristas; a aprovação dos
trabalhos será baseada no conteúdo científico e na apresentação.
Todo o material deve ser enviado para a Produção Editorial, Memórias do Instituto
Oswaldo Cruz, Av. Brasil 4365, Pavilhão Mourisco, sala 308, 21045-900 Rio de
Janeiro, RJ, Brasil.
Os manuscritos que não estiverem de acordo com estas instruções serão
imediatamente devolvidos.
Ao encaminhar um manuscrito para a revista, os autores devem estar cientes de que, se
aprovado para publicação, o copyright do artigo, incluindo os direitos de reprodução
em todas as mídias e formatos, deverá ser concedido exclusivamente para as
Memórias. A revista não recusará as solicitações legítimas dos autores para reproduzir
seus trabalhos.
Favor providenciar e checar cada item abaixo antes de submeter seu manuscrito para
as Memórias do Instituto Oswaldo Cruz:
Carta de submissão do trabalho, assinada por todos os autores, especificando o
autor de contato, bem como endereço, telefone, fax e e-mail.
O manuscrito (incluindo tabelas e referências) deve ser preparado em um software
para edição de textos, em espaço duplo, fonte 12, impresso em papel padrão e
paginado. As margens devem ser de pelo menos 3 cm.
A seqüência do artigo deve ser: título resumido (com até 40 caracteres - letras e
espaços), título (com até 250 caracteres), autores (sem títulos ou graduação),
afiliação institucional (endereço completo somente do autor correspondente),
resumo, palavras-chave, notas de rodapé indicando a fonte de financiamento ou
mudanças de endereço, introdução, material e métodos, resultados, discussão,
agradecimentos (os mínimos necessários), referências, tabelas (fora do texto e
com título), e figuras (com legendas em folha separada).
as referências citadas no texto devem aparecer nas lista e devem seguir o estilo
do Index Medicus. Se a referência for de artigo ainda não publicado, mas já aceito,
deverá ser apresentada carta da revista que publicará o manuscrito ou de outros
autores autorizando a referida citação.
Para maiores informações sobre o formato e o estilo da revista, favor consultar um
número recente da Revista ou entrar em contato com a Editoria Científica pelo
telefone (+55-21-2598.4335), fax (+55-21-2561.1442 / 2280-5048), ou e-mail
Formato e estilo
O manuscrito deve ser organizado de acordo com a seguinte ordem: título corrente,
título, nomes dos autores, afiliações institucionais, resumo, palavras-chave, introdução,
materiais e métodos, resultados, discussão, agradecimentos e referências. Patrocínios
devem ser mencionados em nota de rodapé na primeira página.
Resumo: Com até 200 palavras (100 palavras no caso de comunicações breves), o
resumo deve apresentar os objetivos do estudo ou pesquisa, seus procedimentos
básicos (seleção dos temas de estudo ou animais de laboratório; métodos analíticos ou
de observação), as principais descobertas ou resultados (oferecendo dados específicos
e seu significado estatístico, se possível), e as principais conclusões. Deve enfatizar
novos e importantes aspectos do estudo ou observações.
Palavras-chave: Devem ser fornecidos de 3 a 6 termos, de acordo com a lista Medical
Subject Headings (Mesh) do Index Medicus.
Introdução: Deve determinar o propósito do estudo, oferecer um breve resumo (e não
uma revisão de literatura) dos trabalhos anteriores relevantes, e especificar quais novos
avanços foram alcançados através da pesquisa. A introdução não deve incluir dados ou
conclusões do trabalho em referência.
Materiais e métodos: Deve oferecer, de forma breve e clara, informações suficientes
para permitir que o estudo seja repetido por outros pesquisadores. Técnicas
padronizadas bastam ser referenciadas.
Ética: Ao descrever experimentos relacionados a temas humanos, indicar se os
procedimentos seguidos estiveram de acordo com os padrões éticos do comitê
responsável por experimentos humanos (institucional ou regional) e de acordo com a
Declaração de Helsinki de 1975, revisada em 1983. Não citar os nomes ou iniciais dos
pacientes ou registros de hospitais, especialmente nos materiais ilustrativos. Ao relatar
experimentos em animais, indicar se diretrizes de conselhos de pesquisa institucionais
ou nacionais, ou qualquer lei nacional relativa aos cuidados e ao uso de animais de
laboratório foram seguidas.
Resultados: Devem oferecer uma descrição concisa das novas informações
descobertas, com o mínimo julgamento pessoal. Não repetir no texto todos os dados
contidos em tabelas e ilustrações.
Discussão: Deve limitar-se ao significado de novas informações e relacionar as novas
descobertas ao conhecimento existente. Somente as citações indispensáveis devem ser
incluídas.
Agradecimentos: Devem ser breves e concisos e se restringir ao absolutamente
necessário.
Referências: Devem ser precisas. Somente as citações que aparecem no texto devem
ser referenciadas. Trabalhos não publicados, a não ser os aceitos para publicação,
não devem ser citados. Trabalhos aceitos para publicação devem ser citados como "in
press"; nesse caso, uma carta de aceitação da revista deverá ser fornecida. Dados não
publicados devem ser citados somente no texto como "unpublished observations";
nesse caso, uma carta com a permissão do autor deve ser fornecida. As referências ao
final do manuscrito devem ser organizadas em ordem alfabética de acordo com o
sobrenome do primeiro autor.
Os títulos de revistas devem ser abreviados de acordo com o estilo usado no Index
Medicus. Consultar a List of Journals Indexed no Index Medicus publicada no número
de janeiro do Index Medicus ou no website http://www.nlm.nih.gov/serials/lii.html.
- No texto, usar o sobrenome dos autores e a data:
Lutz (1910) ou (Lutz 1910).
Com dois autores, a forma é
(Lutz & Neiva 1912) ou Lutz and Neiva (1912).
Quando há mais que dois autores, somente o primeiro é mencionado:
Lutz et al. (1910) ou (Lutz et al. 1910).
- No final do trabalho, usar os seguintes estilos:
Artigo de revista
Chagas C, Villela E 1922. Forma cardíaca da tripanosomiase americana. Mem Inst
Oswaldo Cruz 14: 15-61.
Livro ou Tese
Morel CM 1983. Genes and Antigens of Parasites. A Laboratory Manual, 2nd ed.,
Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, xxii + 580 pp.
Capítulo de livro
Cruz OG 1911. The prophylaxis of malaria in central and southern Brasil. In R Ross,
The Prevention of Malaria, John Murray, London. p. 390-398.
Ilustrações: As ilustrações devem ser limitadas ao mínimo necessário para
exemplificar estruturas ou condições particulares, para sintetizar dados ou para
registrar resultados quantitativos. Detalhes de resultados apresentados nessa forma não
devem ser repetidos no texto. Figuras e tabelas devem ser compreensíveis sem a
necessidade de referência ao texto.
- Figuras devem ser apresentadas em uma folha de mesmo tamanho que as do
manuscrito. As fotografias devem ser bem nítidas, com alto contraste, ampliadas em
preto e branco em papel brilhante. As fotografias e os desenhos devem ser marcados
no verso com o nome do autor, o número da figura e uma seta indicando a parte de
cima da ilustração. Se apresentadas lâminas, as figuras devem ser numeradas
consecutivamente em algarismos arábicos. As escalas devem ser indicadas por uma
linha ou barra na figura, e referenciadas, se necessário, na legenda (por exemplo, bar =
1 mm etc.). Lâminas e gráficos devem ajustar-se tanto em uma coluna (7 cm) ou na
largura completa (14.5 cm) da página, e devem ser menores que a página para permitir
a inclusão da legenda. As legendas devem ser encaminhadas em uma folha separada.
As letras e números nas figuras devem ter tamanho legível após a redução ou a
impressão. Ilustrações coloridas somente podem ser aceitas se os autores assumirem os
custos. Por outro lado, uma fotografia colorida ilustra a capa de cada fascículo de
Memórias, e os autores são convidados a submeter para consideração da revista
ilustrações com legendas de seus manuscritos que poderão vir a ilustrar a capa sem
custos para os autores.
- Tabelas devem complementar, e não duplicar, o texto. Elas devem ser numeradas em
algarismos romanos. Um título breve e descritivo deve constar no alto de cada tabela,
com quaisquer explicações ou notas de rodapé (identificadas com letras a, b, c etc.)
colocadas abaixo.
Comunicações breves devem ser breves e diretas. Seu objetivo é comunicar com
rapidez resultados ou técnicas particulares. As comunicações não devem ocupar mais
do que quatro páginas impressas, incluindo figuras e/ou tabelas. Não devem conter
referências em excesso. As referências devem ser citadas no final do texto, usando o
mesmo formato para artigos originais. Um resumo breve e três palavras-chave devem
ser apresentados.
Formato alternativo: Os manuscritos podem ser submetidos seguindo os "Uniform
Requirements for Manuscripts Submitted to Biomedical Journals" produzidos pelo
International Committee of Medial Journal Editors, também conhecidos como
Vancouver Style. Nesse caso, os autores devem seguir as diretrizes da quinta edição
(Annals of Internal Medicine 1997; 126: 36-47, ou no website
http://www.acponline.org/journals/resource/unifreqr/htm), sendo responsáveis por
modificar o manuscrito onde diferir das instruções aqui apresentadas, se o manuscrito
for aceito para publicação. Os autores também deverão seguir os Uniform
Requirements para quaisquer outras diretrizes omitidas nestas instruções.
Uma vez que um trabalho seja aceito para publicação, os autores devem enviar:
um disquete contendo o texto completo da versão final aprovada do manuscrito
(incluindo tabelas e gráficos), processado em um editor de texto como Word ou Word
Perfect para Windows (formato Macintosh deverá ser convertido);
- uma declaração assinada por todos os autores afirmando que:
(i) todos os dados contidos no trabalho são precisos;
(ii) todos os autores participaram do trabalho de forma substancial e estão preparados
para assumir responsabilidade pública pelo seu conteúdo;
(iii) o manuscrito ora apresentado a essa revista não está sendo publicado no todo ou
em parte por outra revista, assim como não está sendo encaminhado para outra
publicação. Autores de diferentes países ou instituições podem assinar em diferentes
folhas que contenham a mesma declaração;
- uma declaração de copyright fornecida pela produção editorial da revista, assinada
pelo autor responsável pela correspondência.
Taxas: A revista não cobra taxas para publicação.
Provas: Serão enviadas provas tipográficas aos autores para a correção de erros de
impressão. As provas devem retornar para a Produção Editorial na data estipulada.
Outras mudanças no manuscrito original não serão aceitas nesta fase.
Separatas: Os autores receberão 30 separatas gratuitamente. Junto, um formulário de
pedidos e uma lista de preços serão enviados aos autores, permitindo que novas
separatas sejam solicitadas.
11.3- Normas para Publicação no Periódico Científico: Apply Exp
Acarology.
INSTRUCTIONS FOR AUTHORS — EXPERIMENTAL AND
APPLIED ACAROLOGY
Manuscript submission
Legal requirements
Submission of a manuscript implies: that the work described has not been published
before; that it is not under consideration for publication anywhere else; that its
publication has been approved by all co-authors, if any, as well as by the responsible
authorities tacitly or explicitly – at the institute where the work has been carried out.
The publisher will not be held legally responsible should there be any claims for
compensation.
Permissions
Authors wishing to include figures, tables, or text passages that have already been
published elsewhere are required to obtain permission from the copyright owner(s)
and to include evidence that such permission has been granted when submitting their
papers. Any material received without such evidence will be assumed to originate from
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How to submit
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reduces the editorial processing and reviewing times and shortens overall publication
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Language
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Manuscript preparation
Title page
The title page should include:
• The name(s) of the author(s)
• A concise and informative title
• The affiliation(s) and address(es) of the author(s)
The e-mail address, telephone and fax numbers of the corresponding author.
Abstract
Please provide an abstract of 100 to 300 words. The abstract should not contain any
undefined abbreviations or unspecified references.
Keywords
Please provide 4 to 6 keywords which can be used for indexing purposes.
Text
Introduction
The introduction should clearly state the purpose (aims and objectives) of the paper. It
should include key references to appropriate work but should not be an historical or
literature review.
Materials and methods
Methods should be described in sufficient detail to allow the work to be repeated.
References should be used where appropriate to avoid repetition of established
methods and techniques. The origin of materials and/or suppliers of equipment should
be named.
Results
Results should be presented in a logical sequence. Use tables and figures as
appropriate but do not repeat information in both formats or in the text.
Discussion
The discussion should emphasize the implications and practical significance of the
findings, their limitations, and relevance to previous studies.
Text formatting
For submission in Word
• Use a normal, plain font (e.g., 10-point Times Roman) for text.
• Use italics for emphasis.
• Use the automatic page numbering function to number the pages.
• Do not use field functions.
• Use tab stops or other commands for indents, not the space bar.
• Use the table function, not spreadsheets, to make tables.
• Use the equation editor or MathType for equations.
Note: If you use Word 2007, do not create the equations with the default equation
editor but use MathType instead.
Save your file in two formats: doc and rtf. Do not submit docx files.
Heading levels, numbering
Please use no more than three levels of displayed headings.
Abbreviations and acronyms
Abbreviations should be defined at first mention and used consistently thereafter.
SI units, numbers
Please always use internationally accepted signs and symbols for units, SI units.
Terminology
Genus and species names should be in italics. The common names of animals should
not be capitalized.
Equations
Please use the standard mathematical notation for formulae, symbols etc.:
Italic for single letters that denote mathematical constants, variables, and unknown
quantities
Roman/upright for numerals, operators, and punctuation, and commonly defined
functions or abbreviations, e.g., cos, det, e or exp, lim, log, max, min, sin, tan, d (for
derivative)
Bold for vectors, tensors, and matrices.
Footnotes
Footnotes on the title page are not given reference symbols. Footnotes to the text are
numbered consecutively; those to tables should be indicated by superscript lower-case
letters (or asterisks for significance values and other statistical data).
Acknowledgments
Acknowledgments of people, grants, funds, etc. should be placed in a separate section
before the reference list. The names of funding organizations should be written in full.
References
The list of References should only include works that are cited in the text and that
have been published or accepted for publication. Personal communications and
unpublished works should only be mentioned in the text. Do not use footnotes or
endnotes as a substitute for a reference list.
Citation in text
Cite references in the text by name and year in parentheses. Some examples:
• Negotiation research spans many disciplines (Thompson 1990).
• This result was later contradicted (Becker and Seligman 1996).
This effect has been widely studied (Abbott 1991; Barakat et al. 1995; Kelso and
Smith 1998; Medvec et al. 1993).
List style
Reference list entries should be alphabetized by the last names of the first author of
each work.
Journal article
Smith J, Jones M Jr, Houghton L et al (1999) Future of health insurance. N Engl J
Med 965:325–329
Book
South J, Blass B (2001) The future of modern genomics. Blackwell, London
Book chapter
Brown B, Aaron M (2001) The politics of nature. In: Smith J (ed) The rise of modern
genomics, 3rd edn. Wiley, New York
Article by DOI
Slifka MK, Whitton JL (2000) Clinical implications of dysregulated cytokine
production. J Mol Med. doi:10.1007/s001090000086
Online document
Doe J (1999) Title of subordinate document. In: The dictionary of substances and
their effects. Royal Society of Chemistry. Available via DIALOG.
http://www.rsc.org/dose/title of subordinate document. Cited 15 Jan 1999
Always use the standard abbreviation of a journal's name according to the ISSN List
of Title Word Abbreviations, see http://www.issn.org/en/node/344
Tables
• All tables are to be numbered using Arabic numerals.
• Tables should always be cited in text in consecutive numerical order.
For each table, please supply a table heading. The table title should explain clearly
and concisely the components of the table.
Identify any previously published material by giving the original source in the form
of a reference at the end of the table heading.
Footnotes to tables should be indicated by superscript lower-case letters (or asterisks
for significance values and other statistical data) and included beneath the table body.
Figures
• All figures are to be numbered using Arabic numerals.
• Figure parts should be denoted by lowercase letters.
• Figures should always be cited in text in consecutive numerical order.
• For each figure, please supply a figure caption.
• Make sure to identify all elements found in the figure in the caption.
Identify any previously published material by giving the original source in the form
of a reference at the end of the caption.
For more information about preparing your illustrations, please follow the hyperlink
to the artwork instructions on the right.
ESM
If Electronic supplementary material (ESM) is submitted, it will be published as
received from the author in the online version only.
ESM may consist of
• information that cannot be printed: animations, video clips, sound recordings.
• information that is more convenient in electronic form: sequences, spectral data, etc.
• large original data, e.g. additional tables, illustrations, etc.
If supplying any ESM, the text must make specific mention of the material as a
citation, similar to that of figures and tables (e.g., ". . . as shown in Animation 3.").
For details on formats and other information, please follow the hyperlink to the
specific instructions for electronic supplementary material on the right.
After acceptance
During the production phase the following issues have to be clarified:
Open Choice
In addition to the normal publication process (whereby an article is submitted to the
journal and access to that article is granted to customers who have purchased a
subscription), Springer now provides an alternative publishing option: Springer Open
Choice. A Springer Open Choice article receives all the benefits of a regular
subscription-based article, but in addition is made available publicly through
Springer's online platform SpringerLink. We regret that Springer Open Choice cannot
be ordered for published articles. Springer Open Choice
Copyright transfer
Authors will be asked to transfer copyright of the article to the Publisher (or grant the
Publisher exclusive publication and dissemination rights). This will ensure the widest
possible protection and dissemination of information under copyright laws. Open
Choice articles do not require transfer of copyright as the copyright remains with the
author. In opting for open access, they agree to the Springer Open Choice
Licence.
Offprints/Reprints
Free and/or additional offprints can be ordered by the corresponding author. Fifty
offprints of each contribution are supplied free of charge to the corresponding author.
Color in print
Online publication of color illustrations is free of charge. For color in the print
version, authors will be expected to make a contribution towards the extra costs. The
charges are EUR 950,- / US$ 1150,- per article.
Proof reading
Subsequently, proofs will be sent to the corresponding author by e-mail. The purpose
of the proof is to check for typesetting errors and the completeness and accuracy of the
text, tables and figures. Substantial changes in content, e.g., new results, corrected
values, title and authorship, are not allowed without the approval of the Editor. After
online publication, major errors can only be corrected in the form of an Erratum,
which will be hyperlinked to the article.
Online first
The article will be published online after receipt and processing of the corrected
proofs. This is the official first publication citable with the DOI. After release of the
printed version, the paper can also be cited by issue and page numbers.
11.4- Normas para Publicação no Periódico Científico: Veterinary
Parasitology.
VETERINARY
PARASITOLOGY
An international scientific journal and the Official Organ of the American Association of
Veterinary Parasitologists (AAVP)), the European Veterinary Parasitology College (EVPC) and the
World Association for the Advancement of Veterinary Parasitology (WAAVP).
Guide for Authors
Veterinary Parasitology
Types of contributions
1. Original research papers (Regular Papers).
2. Review articles.
3. Rapid Communications.
4. Short Communications.
5. Letters to the Editor.
6. Book Reviews
Original research papers should report the results of original research. The material
should not have been previously published elsewhere, except in a preliminary form.
Review articles should cover subjects falling within the scope of the journal which are
of active current interest. They may be submitted or invited.
Rapid Communications should contain information of high 'news'/scientific value
worthy of very rapid publication. Rapid Communications should be submitted to the
journal as such (i.e. clearly labelled as a RC) and should, in general, not exceed 2000
words in length. Upon receipt, they will be subject to rapid assessment and if accepted,
published with priority.
Short Communications should consist of original observations or new methods within
the scope of the journal. Reports of observations previously published from different
geographical areas may be accepted only if considered sufficiently unusual or
noteworthy. The Communications should be concise with the minimum of references,
and cover no more than four pages of the journal; they need not be formally structured
as are full papers, but should give sufficient methods and data necessary for their
comprehension.
Letters to the Editor offering comment or useful critique on material published in the
journal are welcomed. The decision to publish submitted letters rests purely with the
Editors-in-Chief. It is hoped that the publication of such letters will permit an
exchange of views which will be of benefit to both the journal and its readers.
Book Reviews will be included in the journal on a range of relevant books which are
not more than 2 years old and were written in English.
Book reviews will be solicited by the Book Review Editor. Unsolicited reviews will
not usually be accepted, but suggestions for appropriate books for review may be sent
to the Book Review Editor:
Dr F.H.M. Borgsteede
Animal Sciences Group, Wageningen UR
Division Infectious Diseases
Laboratory of Parasitic Diseases
P.O. Box 65
8200 AB Lelystad
The Netherlands
Submission of manuscripts
Submission to Veterinary Parasitology now proceeds online via Elsevier Editorial
System - http://ees.elsevier.com/vetpar. Authors will be guided step-by-step through
uploading files directly from their computers. Authors should select a set of
classifications for their papers from a given list, as well as a category designation
(Original Research Paper, Short Communication, and so on). Electronic PDF proofs
will be automatically generated from uploaded files, and used for subsequent
reviewing.
Authors are invited to suggest the names of up to 5 referees (with email addresses)
whom they feel are qualified to evaluate their submission. Submission of such names
does not, however, imply that they will definitely be used as referees.
Authors should send queries concerning the submission process or journal procedures
to [email protected]. Authors can check the status of their manuscript within
the review procedure using Elsevier Editorial System.
Authors submitting hard copy papers will be asked to resubmit using Elsevier Editorial
System.
Submission of an article is understood to imply that the article is original and is not
being considered for publication elsewhere. Submission also implies that all authors
have approved the paper for release and are in agreement with its content. Upon
acceptance of the article by the journal, the author(s) will be asked to transfer the
copyright of the article to the Publisher. This transfer will ensure the widest possible
dissemination of information.
Circumstances relating to animal experimentation must meet the International Guiding
Principles for Biomedical Research Involving Animals as issued by the Council for the
International Organizations of Medical Sciences. They are obtainable from: Executive
Secretary C.I.O.M.S., c/o WHO, Via Appia, CH-1211 Geneva 27, Switzerland, or at
the following URL: http://www.cioms.ch/frame_1985_texts_of_guidelines.htm.
Unnecessary cruelty in animal experimentation is not acceptable to the Editors of
Veterinary Parasitology.
Preparation of manuscripts
1. Manuscripts should be written in English. Authors whose native language is not
English are strongly advised to have their manuscripts checked by an English-speaking
colleague prior to submission.
Language Editing: Elsevier's Authors Home provides details of some companies who can
provide English language and copyediting services to authors who need assistance
before they submit their article or before it is accepted for publication. Authors should
contact these services directly. Authors should also be aware that The Lucidus
Consultancy [email protected] offers a bespoke service to putative
contributors to Veterinary Parasitology who need to arrange language improvement for
their manuscripts. For more information about language editing services, please email
Please note that Elsevier neither endorses nor takes responsibility for any products,
goods or services offered by outside vendors through our services or in any
advertising. For more information please refer to our terms & conditions
http://www.elsevier.com/termsandconditions.
2. Manuscripts should have numbered lines, with wide margins and double spacing
throughout, i.e. also for abstracts, footnotes and references. Every page of the
manuscript, including the title page, references, tables, etc., should be numbered.
However, in the text no reference should be made to page numbers; if necessary one
may refer to sections. Avoid excessive usage of italics to emphasize part of the text.
3. Manuscripts in general should be organized in the following order:
Title (should be clear, descriptive and not too long)
Name(s) of author(s)
Complete postal address(es) of affiliations
Full telephone, Fax No. and e-mail address of the corresponding author
Present address(es) of author(s) if applicable
Complete correspondence address including e-mail address to which the proofs should
be sent
Abstract
Keywords (indexing terms), normally 3-6 items. Please refer to last index (Vol. 100/3-
4).
Introduction
Material studied, area descriptions, methods, techniques
Results
Discussion
Conclusion
Acknowledgments and any additional information concerning research grants, etc.
References
Tables
Figure captions
Tables (separate file(s))
Figures (separate file(s)).
4. Titles and subtitles should not be run within the text. They should be typed on a
separate line, without indentation. Use lower-case letter type.
5. SI units should be used.
6. Elsevier reserves the privilege of returning to the author for revision accepted
manuscripts and illustrations which are not in the proper form given in this guide.
Abstracts
The abstract should be clear, descriptive and not longer than 400 words.
Tables
1. Authors should take notice of the limitations set by the size and lay-out of the
journal. Large tables should be avoided. Reversing columns and rows will often reduce
the dimensions of a table.
2. If many data are to be presented, an attempt should be made to divide them over two
or more tables.
3. Tables should be numbered according to their sequence in the text. The text should
include references to all tables.
4. Each table should occupy a separate page of the manuscript. Tables should never be
included in the text.
5. Each table should have a brief and self-explanatory title.
6. Column headings should be brief, but sufficiently explanatory. Standard
abbreviations of units of measurement should be added between parentheses.
7. Vertical lines should not be used to separate columns. Leave some extra space
between the columns instead.
8. Any explanation essential to the understanding of the table should be given as a
footnote at the bottom of the table.
Illustrations
1. All illustrations (line drawings and photographs) should be submitted as separate
files, preferably in TIFF or EPS format.
2. Illustrations should be numbered according to their sequence in the text. References
should be made in the text to each illustration.
3. Illustrations should be designed with the format of the page of the journal in mind.
Illustrations should be of such a size as to allow a reduction of 50%.
4. Lettering should be big enough to allow a reduction of 50% without becoming
illegible. Any lettering should be in English. Use the same kind of lettering throughout
and follow the style of the journal.
5. If a scale should be given, use bar scales on all illustrations instead of numerical
scales that must be changed with reduction.
6. Each illustration should have a caption. The captions to all illustrations should be
typed on a separate sheet of the manuscript.
7. Explanations should be given in the figure legend(s). Drawn text in the illustrations
should be kept to a minimum.
8. Photographs are only acceptable if they have good contrast and intensity.
9. If you submit usable colour figures, Elsevier would ensure that these figures
appeared free-of-charge in colour in the electronic version of your accepted paper,
regardless of whether or not these illustrations are reproduced in colour in the printed
version. Colour illustrations can only be included in print if the additional cost of
reproduction is contributed by the author: you would receive information regarding the
costs from Elsevier after receipt of your accepted article.
Please note that because of technical complications which may arise by converting
colour figures to 'grey scale' (for the printed version, should you not opt for colour in
print), you should submit in addition usable black and white figures corresponding to
all colour illustrations.
10. Advice on the preparation of illustrations can be found at the following URL:
http://www.elsevier.com/artworkinstructions
Preparation of supplementary data
Elsevier now accepts electronic supplementary material to support and enhance your
scientific research. Supplementary files offer the author additional possibilities to
publish supporting applications, movies, animation sequences, high-resolution images,
background datasets, sound clips and more. Supplementary files supplied will be
published free of charge online alongside the electronic version of your article in
Elsevier web products, including ScienceDirect: http://www.sciencedirect.com. In order
to ensure that your submitted material is directly usable, please ensure that data are
provided in one of our recommended file formats. Authors should submit the material
together with the article and supply a concise and descriptive caption for each file. For
more detailed instructions please visit http://www.elsevier.com/artworkinstructions
References
1. All publications cited in the text should be presented in a list of references following
the text of the manuscript. The manuscript should be carefully checked to ensure that
the spelling of author's names and dates are exactly the same in the text as in the
reference list.
2. In the text refer to the author's name (without initial) and year of publication,
followed if necessary by a short reference to appropriate pages. Examples: "Since
Peterson (1988) has shown that..." "This is in agreement with results obtained later
(Kramer, 1989, pp. 12–16)".
3. If reference is made in the text to a publication written by more than two authors the
name of the first author should be used followed by "et al.". This indication, however,
should never be used in the list of references. In this list names of first author and co-
authors should be mentioned.
4. References cited together in the text should be arranged chronologically. The list of
references should be arranged alphabetically on author's names, and chronologically
per author. If an author's name in the list is also mentioned with co-authors the
following order should be used: publications of the single author, arranged according
to publication dates publications of the same author with one co-author
publications of the author with more than one co-author. Publications by the same
author(s) in the same year should be listed as 1974a, 1974b, etc.
5. Use the following system for arranging your references:
a. For periodicals
Lanusse, C.E., Prichard, R.K., 1993. Relationship between pharmacological properties
and clinical efficacy of ruminant anthelmintics. Vet. Parasitol. 49, 123–158.
b. For edited symposia, special issues, etc., published in a periodical
Weatherley, A.J., Hong, C., Harris, T.J., Smith, D.G., Hammet, N.C., 1993. Persistent
efficacy of doramectin against experimental nematode infections in calves. In:
Vercruysse, J. (Ed.), Doramectin – a novel avermectin. Vet. Parasitol. 49, 45–50.
c. For books
Blaha, T. (Ed.), 1989. Applied Veterinary Epidemiology. Elsevier, Amsterdam, 344
pp.
d. For multi-author books
Wilson, M.B., Nakane, P.K., 1978. Recent developments in the periodate method of
conjugating horseradish peroxidase (HRPO) to antibodies. In: Knapp, W., Holubar, K.,
Wick, G. (Eds.), Immunofluorescence and Related Staining Techniques. North
Holland, Amsterdam, pp. 215–224.
6. Abbreviate the titles of periodicals mentioned in the list of references in accordance
with BIOSIS Serial Sources, published annually by BIOSIS. The correct abbreviation
for this journal is Vet. Parasitol.
7. In the case of publications in any language other than English, the original title is to
be retained. However, the titles of publications in non-Latin alphabets should be
transliterated, and a notation such as "(in Russian)" or "(in Greek, with English
abstract)" should be added.
8. Work accepted for publication but not yet published should be referred to as "in
press".
9. References concerning unpublished data and "personal communications" should not
be cited in the reference list but may be mentioned in the text.
10. Web references may be given. As a minimum, the full URL is necessary. Any
further information, such as Author names, dates, reference to a source publication and
so on, should also be given.
11. Articles available online but without volume and page numbers may be referred to
by means of their Digital Object identifier (DOI) code.
Formulae
1. Give the meaning of all symbols immediately after the equation in which they are
first used.
2. For simple fractions use the solidus (/) instead of a horizontal line.
3. Equations should be numbered serially at the right-hand side in parentheses. In
general only equations explicitly referred to in the text need be numbered.
4. The use of fractional powers instead of root signs is recommended. Powers of e are
often more conveniently denoted by exp.
5. In chemical formulae, valence of ions should be given as, e.g. Ca
2+
, not as Ca
++
.
6. Isotope numbers should precede the symbols e.g.
18
O.
7. The repeated use of chemical formulae in the text is to be avoided where reasonably
possible; instead, the name of the compound should be given in full. Exceptions may
be made in the case of a very long name occurring very frequently or in the case of a
compound being described as the end product of a gravimetric determination (e.g.
phosphate as P
2
O
5
).
Footnotes
1. Footnotes should only be used if absolutely essential. In most cases it should be
possible to incorporate the information into the normal text.
2. If used, they should be numbered in the text, indicated by superscript numbers, and
kept as short as possible.
Nomenclature
1. Authors and editors are, by general agreement, obliged to accept the rules governing
biological nomenclature, as laid down in the International Code of Botanical
Nomenclature, the International Code of Nomenclature of Bacteria, and the
International Code of Zoological Nomenclature.
2. All biotica (crops, plants, insects, birds, mammals, etc.) should be identified by their
scientific names when the English term is first used, with the exception of common
domestic animals.
3. All biocides and other organic compounds must be identified by their Geneva names
when first used in the text. Active ingredients of all formulations should be likewise
identified.
4. For chemical nomenclature, the conventions of theInternational Union of Pure and
Applied Chemistry and the official recommendations of the IUPAC-IUB Combined
Commission on Biochemical Nomenclature should be followed.
5. For the denomination of parasitic diseases or infections, authors are requested to
follow the Standardized Nomenclature of Animal Parasitic Diseases (SNOAPAD)
published in 1988 in Veterinary Parasitology (Kassai, T. et al., 1988. Vet. Parasitol.
29, 299–326).
Copyright
If excerpts from other copyrighted works are included, the Author(s) must obtain
written permission from the copyright owners and credit the source(s) in the article.
Elsevier has preprinted forms for use by Authors in these cases: contact Elsevier's
Rights Department, Oxford, UK: phone (+1) 215 239 3804 or +44(0)1865 843830, fax
+44(0)1865 853333, e-mail healthpermissions@elsevier.com. Requests may also be
completed online via the Elsevier homepage http://www.elsevier.com/permissions.
Material in unpublished letters and manuscripts is also protected and must not be
published unless permission has been obtained.
Authors Rights
As an author you (or your employer or institution) may do the following:
make copies (print or electronic) of the article for your own personal use, including
for your own classroom teaching use
make copies and distribute such copies (including through e-mail) of the article to
research colleagues, for the personal use by such colleagues (but not commercially or
systematically, e.g., via an e-mail list or list server)
post a pre-print version of the article on Internet websites including electronic pre-
print servers, and to retain indefinitely such version on such servers or sites
• post a revised personal version of the final text of the article (to reflect changes made
in the peer review and editing process) on your personal or institutional website or
server, with a link to the journal homepage (on elsevier.com)
present the article at a meeting or conference and to distribute copies of the article to
the delegates attending such a meeting
for your employer, if the article is a 'work for hire', made within the scope of your
employment, your employer may use all or part of the information in the article for
other intra-company use (e.g., training)
retain patent and trademark rights and rights to any processes or procedure described
in the article
• include the article in full or in part in a thesis or dissertation (provided that this is not
to be published commercially)
use the article or any part thereof in a printed compilation of your works, such as
collected writings or lecture notes (subsequent to publication of your article in the
journal)
prepare other derivative works, to extend the article into book-length form, or to
otherwise re-use portions or excerpts in other works, with full acknowledgement of its
original publication in the journal
Funding body agreements and policies
Elsevier has established agreements and developed policies to allow authors who
publish in Elsevier journals to comply with potential manuscript archiving
requirements as specified as conditions of their grant awards. To learn more about
existing agreements and policies please visit http://www.elsevier.com/fundingbodies).
Proofs
One set of page proofs in PDF format will be sent by e-mail to the corresponding
author (if we do not have an e-mail address then paper proofs will be sent by post).
Elsevier now sends PDF proofs which can be annotated; for this you will need to
download Adobe Reader version 7 available free from
http://www.adobe.com/products/acrobat/readstep2.html. Instructions on how to annotate
PDF files will accompany the proofs. The exact system requirements are given at the
Adobe site: http://www.adobe.com/products/acrobat/acrrsystemreqs.html#70win. If you
do not wish to use the PDF annotations function, you may list the corrections
(including replies to the Query Form) and return to Elsevier in an e-mail. Please list
your corrections quoting line number. If, for any reason, this is not possible, then mark
the corrections and any other comments (including replies to the Query Form) on a
printout of your proof and return by fax, or scan the pages and e-mail, or by post.
Please use this proof only for checking the typesetting, editing, completeness and
correctness of the text, tables and figures. Significant changes to the article as accepted
for publication will only be considered at this stage with permission from the Editor.
We will do everything possible to get your article published quickly and accurately.
Therefore, it is important to ensure that all of your corrections are sent back to us in
one communication: please check carefully before replying, as inclusion of any
subsequent corrections cannot be guaranteed. Proofreading is solely your
responsibility.
Author Services
Questions arising after acceptance of the manuscript, especially those relating to
proofs, should be directed to Elsevier Ireland, Elsevier House, Brookvale Plaza, East
Park, Shannon, Co. Clare, Ireland, Tel.: (+353) 61 709600, Fax: (+353) 61
709111/113, [email protected].
Authors can also keep a track of the progress of their accepted article, and set up e-
mail alerts informing them of changes to their manuscript's status, by using the "Track
your accepted article" option on the journal's homepage
http://www.elsevier.com/locate/vetpar For privacy, information on each article is
password-protected. The author should key in the "Our Reference" code (which is in
the letter of acknowledgement sent by the Publisher on receipt of the accepted article)
and the name of the corresponding author.
Offprints
1. The corresponding author will, at no cost, be provided with a PDF file of the article
via e-mail or, alternatively, 25 free paper offprints (100 for Review Articles). The PDF
file is a watermarked version of the published article and includes a cover sheet with
the journal cover image and a disclaimer outlining the terms and conditions of use.
2. Additional paper offprints can be ordered on an offprint order form, which is
included with the proofs.
3. UNESCO coupons are acceptable in payment of extra paper offprints.
Veterinary Parasitology has no page charges
11.5- Normas para Publicação no Periódico Científico: Neotropical
Entomology.
ISSN 1519-556X printed
version
ISSN 1678-8052 online version
INSTRUCTIONS TO AUTHORS
Scope and policy
Form and preparation of manuscripts
Further information
Scope and policy
Neotropical Entomology publishes original scientific articles that significantly
contribute to entomological knowledge. Articles previously submitted to or accepted
by other journals are not accepted. Technological-content papers with bioassays on
efficacy of methods to control insects and mites are not accepted. Manuscripts are
peerreviewed and acceptance for publication is based on recommendations by the
editorial board and peer-reviewers.
Languages. Manuscripts should preferably be in English, although texts in Portuguese
and Spanish are also considered.
Types of manuscript. Manuscripts can be published as scientific articles, scientific
notes and forum articles.
Submission. All manuscripts should be submitted electronically using the form
available at www.seb.org.br/ neotropical.
Form and preparation of manuscripts
Please submit manuscripts as MS Word 97 or other recent word processors with a page
size of 21.0 x 29.7 cm. Type all pages as double-spaced with 2.5 cm margins. Use the
font Times New Roman with a size of 12 points. Number all lines and pages
consecutively, beginning with the title page.
Front page. Justify the name and the regular and electronic mail addresses of
corresponding author on the upper right of the page. Center-justify the title using
capital initials (except for prepositions and articles). Scientific names in the title
should be followed by the descriptor’s name (do not mention the year) and by the
order and family names in parentheses. Author names should be center-justified below
the title using small capital letters; only the first and last names of authors should be
written in full. Next, list authors’ affiliation including mail and email addresses; call
numbers should be used for more than one address. This page is not sent to peer-
reviewers, to preserve author identity.
Page 2. Title page. Write the title of the manuscript.
Page 3. Abstract in a second language. For articles submitted in English, the abstract
can be in Portuguese or in Spanish. For articles originally in Portuguese or Spanish,
the abstract should be in English. The abstract should be easy to understand and not
require reference to the body of the article. Only very important results should be
presented in the abstract; it must not contain any abbreviations or statistical details.
Initials of the original title should be in capital initials (except for prepositions,
conjunctions and articles). Below the title type RESUMO, RESUMEN or ABSTRACT
followed by a hyphen and the text. The abstract should be one-paragraph long and not
exceed 250 words. Skip one line and type PALAVRAS-CHAVE, PALABRAS-
CLAVE or KEY WORDS in capital letters. Type three to five words separated by
commas; these words can not be in the title.
Page 4. Abstract. This page contains the abstract in the same language as the article.
Abstracts and Resumo must have exactly the same content.
Page 5. Introduction. Do not type the subtitle “Introduction”. The introduction should
clearly state the problem, the hypothesis, and the objectives of the study. When first
mentioned, scientific names should be followed by the descriptor’s name (do not
mention the year), and by the order and family in parentheses.
Material and Methods. The subtitle “Material and Methods” should be in bold and
center-justified. Include all information for replication of the study, including the
statistical design used and if appropriate, the statistical program used for data analysis.
Results and Discussion. Center-justify the subtitle “Results and Discussion” or
“Results” and “Discussion” separately, using bold face. The conclusions should be
stated in the end of Discussion.
Acknowledgement. The subtitle should be in bold and centralized. Aknowledgements
should be concise and contain your recognition to people first, and then to affiliations
or sponsors.
References. References should be typed in a separate page, in alphabetical order. The
author’s last names are typed in full and capital initials followed by a period should be
used for Christian names; commas separate the names of authors. Next, type the year.
The first author is cited by the last name first and then name initials; all others are cited
by their name initials first and then last names in full. Use the symbol “&” before
citing the last author. Abbreviate the titles of bibliographical sources, starting with
capital letters. Use journal acronyms according to BIOSIS Serial Sources (http:/
/csssrvr.entnem.ufl.edu/~pmc/ journals/all_journals.htm or http://www.library.uq.
edu.au/faqs/endnote/biosciences.txt). Abbreviation of Brazilian journal titles must
follow each journal requirements. Please avoid citations of dissertations, theses, and
extension materials. Do not cite restrictedcirculation materials (such as institutional
documentation and research reports), monographs, partial research reports, or abstracts
of papers presented at scientific meetings. Citation examples for books, book chapters,
journal articles, and on-line materials are available at the Neotropical Entomology site.
Tables. Tables and respective titles should be typed in MS Word 97 or other recent
programs and” uploaded separately, one per page, after the References section. Please
number tables consecutively with Arabic numbers followed by a full stop, in the order
they occur in the text. Footnotes must have call numbers. Example of a table title:
Table 1. Mean (± SE) duration and survivorship of larvae and pupae of T. absoluta fed
on leaves of different tomato genotypes. Temp.: 25 ± 1ºC, RH: 70% and photophase:
14h.
Figures. Insert the list of figures after the tables. Use the abbreviation “Fig.” Figures
should be smaller than 500 kb and in JPG (photos) or GIF (graphs or schema).
Original or higher resolution figures can be required after manuscript approval. Figure
files should be named according to figure numbers. Examples: fig1.gif or fig2.jpg.
Fig. 1. Flutuação populacional de M. fimbriolata em São Carlos, SP, 2002 a 2005.
In-text citations
Scientific names. Write the scientific names in full, followed by the descriptor’s
name, when they are mentioned for the first time in the Resumo, Abstract and
Introduction. E.g.: Spodoptera frugiperda (J.E. Smith). Use the abbreviated generic
name in the rest of the paper, including tables and figures. E.g.: S. frugiperda.
References. Please write the author’s last name with capital initial, followed by the
year of publication (for example, Martins 1998). More than one publication by the
same author are chronologically ordered (for example: Martins 1998, Garcia 2002,
Gomes 2005). Use “&” for two authors (such as Martins & Gomes 2004). Please use
italicized et al.” for more than two authors (as in Garcia et al. 2003); for more than
two citations of the same author, use a semi-colon between authors (for example.:
Garcia 2003; Toledo 2001, 2005).
Tables: Use the word “Table” in full in the text (example: Table 1).
Figures: Use the abbreviation “Fig.” in the text (such as Fig. 3).
Scientific Notes. Manuscripts that register trophic occurrences and interactions and
new methods for the study of insects can be accepted. Manuscript requirements are the
same as for scientific articles but the Introduction, the Material and Methods, and the
Results and Discussion sections are written as one paragraph without subtitles. The
abstract can have up to 100 words.
Forum. Extensive interpretative or evaluative articles on current topics in Entomology
are published in this section. Controversial articles are welcome and must present both
the currently accepted and the controversial paradigms or views. Neotropical
Entomology and its Editorial Board are not responsible for the opinions expressed in
this section.
Printing Costs. SEB members non-resident in Brazil pay US$ 12.00 (twelve dollars)
per printed page, non-members pay US$ 18.00 (eighteen dollars) per page. Color
reproduction should only be included when highly necessary. Authos pay additionally
US$ 35.00 (thirty five dollars) per color page. All articles can be assessed and
downloaded free of charge from the Neotropical Entomology and Scielo site
(www.scielo.br/ne).
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