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LUCIANA MASTANDREA
Avaliação da marcha em idosas ativas e
sedentárias
São Paulo
2008
Dissertação apresentada à Faculdade de
Medicina da Universidade de São Paulo para
obtenção do título de Mestre em Ciências
Área de concentração: Ortopedia e
Traumatologia
Orientadora: Profª Drª Júlia Maria D’Andrea
Greve
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LUCIANA MASTANDREA
Avaliação da marcha em idosas ativas e
sedentárias
São Paulo
2008
Dissertação apresentada à Fa
culdade de
Medicina da Universidade de São Paulo
para obtenção do título de Mestre em
Ciências
Área de concentração: Ortopedia e
Traumatologia
Orientadora: Profª Drª Júlia Maria D’Andrea
Greve
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DEDICATÓRIA
Aos meus pais, Maria Angélica e Vicente, e ao meu marido,
Sandro, pelo exemplo de dignidade, solidariedade, amor e
dedicação.
AGRADECIMENTO ESPECIAL
Ao Prof° Dr. José Maria Santarem Sobrinho, meu pai de
profissão, que me co-orientou, incentivou, desde meus primeiros
passos na área de atividade física. Minha admiração, carinho e
eterna gratidão pelas oportunidades.
À Profª Dra. Júlia Maria D’Andrea Greve, que confiou em
mim e sempre teve muita paciência e dedicação. Exemplo de
uma grande mulher e profissional, que com propriedade conduziu
esta orientação. Obrigada por tudo o que me foi ensinado.
AGRADECIMENTOS
Ao Prof° Dr. Wilson Jacob Filho, com quem aprendi a ter
paixão pela minha área de atuação, mostrando que é com
sabedoria, respeito, humanidade e dedicação que se conduz um
trabalho.
À Profª Dra. Érica Maria Machado Santarem, pelo auxílio,
postura e amizade, sempre aberta a me ouvir.
A minhas amigas Lidiane e Alcídia Ana Mulinário Lacerda
(Diana) que me auxiliaram e acrescentaram muito no
desenvolvimento deste trabalho.
Aos colegas do Laboratório de Estudos do Movimento do
Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clinicas
USP, em especial à Marlete e Narcísio, pelo auxílio neste
trabalho.
À amiga Paula Maria Loiola de Souza, pela amizade,
incentivo, auxílio e disposição que tiveram em meu trabalho.
À amiga Kátia Moura Rosa, que sempre acreditou em mim
em todos os momentos, inclusive os difíceis, me animou, me
incentivou e acompanhou a realização deste trabalho.
A todos os meus colegas e amigos do Instituto Biodelta, em
especial ao Serginho, Edna, Flávia, Karen, Adriana, Fernanda,
Sandra, Hélena e Carlos, pelo auxílio e suporte no instituto, no
decorrer deste trabalho.
À Janaina Machado de Andrade, que como uma grande
amiga me ouviu e me acolheu nos momentos difíceis. Só uma
amiga faz tudo isso.
Ao meu marido e amigo Sandro Sargentim, pelo amor,
amizade, respeito, torcida e incentivo. Obrigada pela paciência e
pelo apoio constante em todos os momentos difíceis que passei.
Aos meus pais, Maria Angélica e Vicente, por todos os
sacrifícios realizados para que eu pudesse concluir meus
estudos. Muito obrigado pelo amor e carinho que sempre me
deram e pelo incentivo em minha profissão.
A minha mãe, modelo de mulher e grande amiga, Maria
Angélica Belloti Mastandrea, pelas palavras encorajadoras e
apoio em toda a minha vida.
A minha sogra Dayse Crecchi Sargentim, pelo incentivo em
minha carreira, que me abraçou como uma filha e tem me
ensinado muito.
Ao meu sogro Hermínio Sargentim, pelo auxílio, respeito e
dedicação que teve para comigo e para com meu trabalho.
Ao meu irmão Murillo, esposa Karla, obrigada pela torcida e
carinho.
Aos meus queridos avós Vicentina Lofrano Belloti e Victório
Belloti, minhas inspirações, que me ensinaram o que é viver e
envelhecer com saúde. Responsáveis pelo meu amor e
admiração pelos idosos.
A toda a minha família (tios, primos e amigos), muitas vezes
distante, mas sempre torcendo pela minha realização.
Às idosas que participaram desta pesquisa, muito obrigada
pela colaboração. Meu eterno carinho e respeito.
A todos vocês, muito obrigado!
“ Aprender é ambíguo, significando
ao mesmo tempo compreender
usando o conhecimento, e adquirir
conhecimento”.
Aristóteles
(Os pensadores, 1999)
NORMALIZAÇÃO ADOTADA
Esta dissertação está de acordo com as seguintes normas, em
vigor no momento desta publicação:
Referências: adaptado de International Committee of Medical
Journals Editors (Vancouver).
Universidade de São Paulo. Faculdade de Medicina. Serviço de
Biblioteca e Documentação. Guia de apresentação de
dissertações, teses e monografias. Elaborado por Anneliese
Carneiro da Cunha, Maria Julia de A. L. Freddi, Maria F.
Crestana, Marinalva de Souza Aragão, Suely Campos Cardoso,
Valéria Vilhena. 2ª ed. São Paulo: Serviço de Biblioteca e
Documentação, 2005.
Abreviaturas dos títulos dos periódicos de acordo com List of
Journals Indexed in Index Medicus.
SUMÁRIO
Lista de figuras
Lista de tabelas
Resumo
Summary
1 INTRODUÇÃO............................................................................................1
2 REVISÃO DA LITERATURA.......................................................................3
2.1 Envelhecimento e incapacidade funcional...............................................3
2.2 Alteração da marcha no envelhecimento.................................................5
2.3 Efeito dos exercícios na marcha............................................................16
3 OBJETIVOS...............................................................................................20
3.1 Objetivos gerais......................................................................................20
3.2 Objetivos específicos..............................................................................20
4. MÉTODO..................................................................................................21
4.1 Delineamento do estudo.........................................................................21
4.2 Casuística...............................................................................................21
4.2.1 Critérios de inclusão............................................................................22
4.2.2 Descrição da casuística.......................................................................23
4.3 Metodologia de treinamento...................................................................24
4.3.1 Descrição dos grupos..........................................................................24
4.3.2 Avaliações...........................................................................................26
4.3.2.1 Avaliação da massa corporal e altura..............................................26
4.3.2.2 Avaliação do tempo e da velocidade da marcha.............................26
4.3.2.3 Avaliação do comprimento do passo e da passada e largura do
passo............................................................................................................27
4.3.2.4 Avaliação da cadência......................................................................29
4.4. Análise estatística..................................................................................30
5. RESULTADOS.........................................................................................31
6. DISCUSSÃO ...........................................................................................35
7. CONCLUSÕES........................................................................................50
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................................51
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.........................................................52
ANEXO I.......................................................................................................62
ANEXO II......................................................................................................64
ANEXO III.....................................................................................................65
Apêndice ......................................................................................................67
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Medida do tempo (segundos) e da velocidade de caminhada (m/s)
em 4 e 10 metros...........................................................................................27
Figura 2. Pegadas com tinta azul em formulários contínuos de papéis
brancos..........................................................................................................28
Figura 3. Modelo utilizado para medição da largura e comprimento do passo
e da passada (medido do centro do calcanhar)............................................29
Figura 4. Comprimento do passo...................................................................29
Figura 5. Comprimento da passada..............................................................29
Figura 6. Largura do passo............................................................................29
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Dados antropométricos (média e desvio padrão) dos indivíduos
avaliados por grupo.......................................................................................23
Tabela 2. Média e desvio padrão do tempo de marcha (segundos) medido
em 4 metros, 10 metros e 10 metros, com tinta nos pés, nos grupos Gerais,
Resistidos e Sedentários...............................................................................31
Tabela 3. Média e desvio padrão da velocidade da marcha (metros/segundo)
em 4 metros, 10 metros e 10 metros, com tinta nos pés, nos Grupos Gerais,
Resistidos e Sedentários..............................................................................31
Tabela 4. Média e desvio padrão do comprimento dos passos e passadas
(centímetros) medido em seis e em dez passos e passadas consecutivos,
nos grupos Gerais, Resistidos e Sedentários................................................33
Tabela 5. Média e desvio padrão da largura do passo (centímetros) em seis
e dez passos consecutivos, nos grupos Gerais, Resistidos e
Sedentários...................................................................................................34
Tabela 6. Média e desvio padrão da cadência (número de passos/minuto)
em 10 metros, com tinta nos pés, nos grupos Gerais, Resistidos e
Sedentários....................................................................................................34
LISTA DE QUADROS
Quadro 1. Descrição dos resultados de autores diferentes e dos três grupos
presentes no estudo com 60 a 69 anos........................................................45
MASTANDREA, L. Avaliação da marcha em idosas ativas e sedentárias.
Dissertação de Mestrado em Ciências. São Paulo: Faculdade de Medicina,
Universidade de São Paulo, 2008.
RESUMO
O aumento da expectativa de vida é um dos objetivos da saúde pública,
porém, não menos importante, é a preservação da capacidade e
independência funcional. A dificuldade de locomoção é um dos fatores mais
limitantes das atividades de vida diária dos idosos. O envelhecimento e a
inatividade contribuem para a diminuição da força muscular e da
flexibilidade, aumento da incidência de quedas e perda da capacidade para
as atividades da vida diária. O objetivo deste estudo foi avaliar a marcha de
indivíduos idosos: sedentários e praticantes de exercícios, gerais ou
resistidos. Foram feitas as medidas espaciais e temporais da marcha com
utilização de pegadas com tinta marcadas em uma passadeira de papel e
de um cronômetro. Os parâmetros avaliados foram medidos em marcha de
dez metros. Resultados: O grupo de sedentários apresentou menor
velocidade e maior tempo da marcha; menor comprimento dos passos e das
passadas, e menor cadência. Entre os dois grupos praticantes de exercícios,
não houve diferenças. A largura do passo não foi diferente entre os três
grupos, pois depende mais dos fatores antropométricos para o
posicionamento dos pés. Os exercícios físicos podem ter influenciado nos
parâmetros da marcha do que a altura dos indivíduos. Este estudo mostra
que o exercício físico regular melhora os parâmetros da marcha.
Palavras-chave: idoso, marcha, exercício, mulheres, caminhada,
envelhecimento.
MASTANDREA, L. Assessment of gait in physically active and sedentary
elderly women.
Dissertation in Master of Science. Sao Paulo: Faculty of Medicine, University
of Sao Paulo, 2008.
SUMMARY
The rise of life expectancy is one of the objectives in public health but not
less important is the preservation of the capacity and functional
independence. The locomotion difficulty is one of the most limiting factors of
the elderly daily activities (ADL). Ageing and inactivity contribute to the
decrease of the muscular strength, flexibility, functional capacity an falls.
The purpose of this study was to evaluate the gait of elderly subjects:
sedentary, practitioners of general exercises and practitioners of resistance
exercises. Spatial and temporal measures have been taken from the gait with
the use of footprints with marked paints on a paper walkway and a
stopwatch. The parameters evaluated were measured in gait of 10 meters.
Results: the sedentary group presented lower gait speed, shorter length of
steps and strides and decrease of the cadence.
There were no differences between the exercises group. There was no
difference in the step width among the three groups. Physical exercises
have more influence on the gait parameters than the subjects’ height. This
study demonstrates that regular physical exercise improve the gait
parameters.
Key words: aged, gait, exercise, women, walking, aging.
1. INTRODUÇÃO
A Organização Mundial da Saúde (OMS), na era do envelhecimento
global, manifesta reiteradamente sua preocupação com o aumento da
expectativa de vida, considerando, principalmente, o assustador aspecto da
incapacidade e da dependência, as maiores adversidades da saúde
associadas ao envelhecimento (Freitas et al., 2002).
Segundo Miller (1993), apud Frontera (2001), “o envelhecimento é um
processo que converte adultos saudáveis em adultos frágeis, com reservas
diminuídas em muitos sistemas fisiológicos e uma vulnerabilidade
exponencialmente crescente para muitas doenças e para a morte”. O
aumento da expectativa de vida trouxe grandes perspectivas para as
pessoas desfrutarem plenamente a sua “melhor idade”.
O Brasil era tido como um país de jovens até o século XX. Contudo, a
partir da década de 60, a população brasileira vem envelhecendo. O índice
de envelhecimento passou de 0,11 (início da década 80), para 0,25, em
2004, ( 25 idosos para cada 100 jovens), . No Brasil entre 1980 e 2020,
segundo Chaimowicz (1997) e Garrido & Menezes (2002), o número de
idosos com 60 anos ou mais de idade aumentará 280%. O envelhecimento
populacional iniciou-se na década de 1960 pela diminuição da natalidade
associada à queda da mortalidade nas regiões mais desenvolvidas
(Chaimowicz, 1997 e Garrido & Menezes, 2002). As projeções populacionais
das Nações Unidas para 2005 apontam que o Brasil pertence ao grupo dos
dez países com maior número de pessoas de 60 anos ou mais, em termos
absolutos, em sua população (IBGE, 2006). O processo de envelhecimento
populacional brasileiro está ocorrendo mais rápido do que nos países
desenvolvidos e há necessidade de se adequar o sistema de saúde para a
atender esta população.
A fragilidade física resulta da interação entre envelhecimento,
acúmulo de doenças crônicas e estilo de vida, em particular o sedentarismo
(Frontera et al., 2000). Com o envelhecimento, ocorre diminuição
progressiva da massa muscular (sarcopenia), da força e flexibilidade, o que
contribui para a ocorrência de quedas (Fiatarone et al., 1990; Thompson et
al., 1994; Guralnick et al., 1995; Frontera et al., 2000; Roth et al., 2001) e
diminui a capacidade de realização das atividades da vida diária (AVDs). A
independência funcional está relacionada à manutenção da mobilidade e da
qualidade de vida. As perdas funcionais do equilíbrio e da marcha são os
principais fatores de risco para limitação da mobilidade e quedas entre os
idosos (Daley & Spinks, 2000) Há evidências de que o exercício físico pode
reverter incapacidades físicas e melhorar o desempenho para as tarefas
diárias, como o tempo de caminhada.
Para o idoso, a dificuldade de locomoção é um dos fatores que mais o
limita nas atividades diárias. Sendo assim, a avaliação da marcha é um
importante elemento para avaliação geral de um idoso.
O objetivo deste estudo é avaliar a marcha de indivíduos idosos
sedentários e praticantes de exercícios gerais (exercícios com
predominância aeróbia, calistênicos, de flexibilidade e resistidos de baixa
intensidade) e exercícios resistidos (musculação com equipamentos) usando
os parâmetros espaciais e temporais da marcha.
2. REVISÃO DA LITERATURA
2.1. Envelhecimento e incapacidade funcional
O processo de envelhecimento pode ocorrer de duas maneiras:
§ envelhecimento fisiológico (senescência) - reduções
fisiológicas não agravadas por doenças, estilo de vida ou
ambiente;
§ envelhecimento patológico (senilidade) - causado pelos
efeitos combinados do envelhecimento fisiológico com as
doenças e fatores adversos do estilo de vida e do ambiente
(Papaléo Neto & Carvalho Filho, 1996).
O “Estudo de Incapacidades de Framinghan” (Framinghan Disability
Study, 2001) mostrou que o risco de incapacidade física aumenta com a
idade. Vinte e cinco por cento das pessoas com idade superior a 65 anos
não eram capazes de levantar 5 quilos ou caminhar 500 metros (Jette &
Branch, 1981, apud Frontera, 2001). Para muitos indivíduos, o
funcionamento independente pressupõe a habilidade para caminhar
(Bohannon et al., 1997).
A limitação funcional é menor nas mulheres que nos homens, entre 60
e 74 anos e se iguala aos 75 anos. Os idosos têm mais incapacidades com
relação a limitações físicas do que os jovens (Daley & Spinks, 2000). As
alterações, inerentes ao processo de envelhecimento, que afetam o
equilíbrio e a marcha são: enrijecimento tecido conectivo (perda da
flexibilidade e amplitude de movimento articular); hipotensão postural,
redução da capacidade aeróbia, acúmulo de tecido adiposo, alterações
vestibulares e visuais, hipoacusia e as doenças crônico-degenerativas:
cardiovasculares, neurológicas, alterações sensoriais e músculo-
esqueléticas (Daley & Spinks, 2000; Marsico et al., 2002).
Os músculos das pessoas idosas tem grande atrofia, pela perda de
fibras do tipo II, e comprometimento da força (Fiatarone et al., 1990; Frontera
et al., 1998; Freitas et al., 2002). A sarcopenia do envelhecimento, agravada
pelo sedentarismo, causa perda de força e mobilidade, e alterações na
marcha e equilíbrio (Fiatarone et al., 1990; Guralnick et al., 1995; Frontera et
al., 2000; Judge et al., 2003; Muhlberg & Sieber, 2004). A força e a massa
muscular declinam de 30 a 50% entre 30 e 80 anos de idade. Uma pessoa
sedentária perde de 5 a 10% da massa muscular entre os 20 e 50 anos e 30
a 40% entre os 50 e 80 anos. Este declínio é maior nas mulheres (Daley &
Spinks, 2000; Judge et al., 2003).
O tamanho do músculo, a força e a habilidade para realizar as
atividades da vida diária alcançam o pico aos 30 anos e declinam com a
idade. Este declínio ocorre independentemente do condicionamento físico ou
da quantidade de treinamento (Landers et al., 2001).
A deterioração da função sensório-motora do músculo contribui para o
medo de andar, de ficar em pé e nas quedas, com expressiva perda de
independência (Hurley et al., 1998).
Há uma relação entre o nível de independência funcional e a
manutenção da capacidade de marcha. Autores como Guralnick et al.
(1995), Ostir et al. (2002) e Steffen et al. (2002) sugerem que a marcha é um
bom indicador da perda de autonomia com o envelhecimento. Guralnick et
al. (1994) testaram a função de membros inferiores em cinco mil pessoas,
com idade de 71 anos ou mais. Os testes se baseavam no equilíbrio,
velocidade de marcha em 2,4 metros e força para se levantar de uma
cadeira cinco vezes. Os testes de desempenho foram associados com o
auto-relato de incapacidade e se constituíram em indicadores independentes
de mortalidade e admissão em casas de repouso.
O processo de envelhecimento pode associar-se a modificações na
forma de andar e a um maior tempo para percorrer certa distância (Hausdorff
et al., 2001; Farinatti e Lopes, 2004). A intervenção com exercícios de
fortalecimento muscular melhora a força nos membros inferiores e reduz a
instabilidade da marcha (Prince et al., 1997; Hausdorff et al., 2001).
2.2. Alterações da marcha no envelhecimento
A marcha está relacionada com a maturidade neuromuscular e do
desenvolvimento de habilidades motoras. (Prince et al., 1997; Sízinio e col.,
1998; Rubino, 2002).
O equilíbrio dinâmico durante a marcha é controlado pela integração
das aferências do sistema visual, vestibular e proprioceptivo sobre a o
sistema musculo-esquelético. Uma pessoa saudável caminha com uma
velocidade auto-selecionada, calibrada pelo custo energético. O
envelhecimento reduz a velocidade e eficiência da marcha (maior consumo
de oxigênio e fadiga) (Prince et al., 1997).
O ciclo de marcha inicia-se quando o calcanhar de um membro a toca
o solo e termina quando o calcanhar do mesmo membro toca novamente o
solo (Sullivan, 1993; Perry, 2005). Segundo Sullivan (1993), Marsico et al.
(2002) e Perry (2005), o ciclo da marcha é dividido em duas fases, apoio e
balanço e dois períodos de duplo apoio. A fase de apoio constitui 60% do
ciclo da marcha (toque do calcanhar, apoio inicial, médio apoio, apoio
terminal e pré-balanço). Nessa fase, os músculos eretores espinhais
mantêm a postura vertical, os glúteos máximos previnem a flexão de quadril
e o tronco não se inclina em direção à coxa e o quadríceps mantém a
extensão de joelho. A fase de balanço constitui 40% do ciclo da marcha
(balanço inicial, balanço médio e balanço final). O período de duplo apoio é a
fase em que os dois pés estão em contato com o solo (Marsico et al.,2002 e
Perry 2005).
O comprimento do passo é a distância longitudinal entre o apoio do
calcanhar de um membro no solo e o apoio do calcanhar contra-lateral no
solo. O comprimento da passada é a distância entre o apoio do calcanhar de
um membro no solo e a volta do apoio desse mesmo calcanhar no solo. A
largura do passo é o distanciamento entre os pés. Estas são as variáveis
espaciais. (Sullivan, 1993; Perry, 2005). A variável temporal da marcha é a
velocidade, calculada pela divisão da distância percorrida pelo tempo
dispendido. A cadência é o número de passos dados por minuto (Sullivan,
1993; Perry, 2005). A velocidade de marcha é uma medida válida e prática
da mobilidade e reflete a atividade funcional da vida diária. É um indicador
do declínio funcional e da fragilidade e está relacionada com risco de
admissão nas casas de repouso e mortalidade (Judge et al., 1993; Oberg et
al., 1993; Guralnick et al., 1994; Bohannon et al., 1997; Brach et al., 2001).
Guralnick et al (2000) sugeriram um percurso padronizado de quatro metros
para avaliar a velocidade de marcha e referem que a avaliação da marcha,
sozinha, é tão boa quanto a bateria de testes de desempenho, validados
pelos autores, na predição das incapacidades.
O envelhecimento leva ao aumento da cifose torácica, perda da
lordose lombar e deslocamento anterior do centro de gravidade;
anteriorização da cabeça; diminuição da capacidade de elevação do pé na
fase de balanço, passos e passadas mais curtos, aumento do tempo de
duplo apoio; perda do movimento de rolamento do pé (do toque do calcâneo
ao despreendimento do hálux); diminuição da amplitude de movimento
articular dos membros inferiores e redução do movimento dos braços e
diminuição da velocidade da marcha normal (Leiper & Craik, 1991; Elble et
al., 1991; Ronsky et al., 1995; Henriksson & Hirschfeld, 2005).
A manutenção da flexão de joelho, no final da fase de balanço, é
causada pela perda da força de quadríceps, que também se associa aos
passos mais curtos (Oberg et al., 1993; Ostrosky et al.,1994). A velocidade
e o comprimento do passo diminui com a idade (Oberg et al. 1993,
Bohannon et al. 1997, e Steffen et al. 2002 (Ostrosky et al., 1994; Alexander,
1996; Sekiya et al., 1997). Judge et al., 1993, 1996; Prince et al.,1997;
Kerrigan et al., 1998 referem que o encurtamento dos passos está associada
à diminuição da velocidade, porém com manutenção ou aumento da
cadência, levando à perda e eficiência da marcha e às quedas. O
decréscimo de 0,1 m/s na velocidade da marcha está associado com 10%
de decréscimo na habilidade para as atividades da vida diária (Prince et al.,
1997; Daley & Spinks, 2000).
Elble et al. (1991) estudaram os parâmetros espaciais e temporais da
marcha de 20 idosos (65 a 87 anos) e 20 jovens (20 a 30 anos), todos
praticantes de exercícios regularmente, em percurso de 10 metros. A média
de velocidade na marcha auto-selecionada foi 20% menor nos idosos. Em
velocidade rápida foi 17% menor. Os autores referem que os idosos têm
passos mais curtos, causadas pela perda de mobilidade articular e redução
da potência muscular do quadril e do joelho.
Oberg et al. (1993) analisaram a marcha de 233 indivíduos saudáveis,
com idades entre 10 e 79 anos, em um percurso de 10 metros. Referem que
a idade e gênero influenciam na velocidade da marcha (auto-selecionada e
rápida). O envelhecimento causa diminuição da velocidade da marcha e do
comprimento dos passos. As mulheres andam em velocidade menor e com
passos mais curtos. Bohannon et al. (1997) avaliaram 230 indivíduos
saudáveis, de 20 a 79 anos, e concluíram que a velocidade da marcha está
relacionada com a idade, altura e força muscular dos membros inferiores.
Ostrosky et al. (1994) analisaram os ângulos de quadril, joelho e
tornozelo em marcha com velocidade auto-selecionada em jovens e idosos
fisicamente ativos. O pico de extensão de joelho, o comprimento da passada
e a velocidade foram significativamente menores nos idosos.
A redução da força dos flexores plantares correlaciona-se com o
encurtamento dos passos e diminuição da velocidade de marcha em idosos.
A redução da força dos flexores plantares causa maior flexão de quadril,
para aumentar o comprimento do passo (Ronsky et al., 1995; Judge et al.,
1996; Mcgibbon, 2003). Sekiya et al. (1997) mostram a correlação positiva
entre aumento do comprimento dos passos e cadência e aumento de
velocidade de marcha. A largura dos passos, também aumentou, de forma
linear, com o aumento da velocidade. A largura do passo está relacionada à
manutenção do equilíbrio.
Os idosos apresentam encurtamento do passo, na comparação com
adultos jovens, em velocidade de marcha auto selecionada, pela diminuição
da extensão de quadril, que é causada pela fraqueza muscular e
encurtamento dos flexores do quadril (Kerrigan et al., 1998 e Riley et al.
2001).
Scarborough et al. (1999) avaliaram a estabilidade dinâmica para
levantar-se da cadeira e caminhar oito metros em 34 idosos. Os idosos com
mais força de quadríceps tiveram mais estabilidade e habilidade para
controlar o movimento de levantar-se da cadeira e maior estabilidade
dinâmica durante a marcha. O comprimento da passada, a velocidade de e
o tempo de duplo apoio estão inversamente correlacionados com a força do
quadríceps. Judge et al., (1996) demonstraram que a força do quadríceps
apresenta significativa relação com o comprimento do passo, na avaliação
de 26 idosos.
Stolze et al. (2000) testaram a validade e confiabilidade de um teste
de marcha realizado em um percurso de 10 metros, utilizando tinta para
marcar as pegadas dos pés em 22 mulheres jovens (21 a 37 anos) e 22
10
mulheres idosas (64 a 92 anos). Avaliaram o padrão locomotor e parâmetros
da passada em relação à idade. O comprimento da passada e a velocidade
da marcha foram menores nos idosos. A largura do passo e o ângulo dos
pés não variam com a idade. Este teste teve boa correlação com a avaliação
cinemática feita por filmagens.
De Castro e col. (2000) avaliaram os parâmetros temporais e
espaciais da marcha em velocidade auto-selecionada de 15 idosos,
brasileiros, de ambos os gêneros, com idades entre 60 e 79 anos e, os
compararam com os dados normativos de Oberg et al. (1993). A velocidade
da marcha foi inferior no Brasil, fato atribuído à menor estatura e
comprimento de passos.
Brach et al. (2001) estudaram os efeitos da variação de velocidade
nos parâmetros espaciais e temporais da marcha de 95 idosos de ambos os
sexos e verficarm que quanto menor a velocidade, maior a variabilidade de
comprimento e largura dos passos.
Hausdorff et al. (2001) investigaram os fatores contributivos para a
instabilidade de marcha nos idosos. Foram avaliados 67 indivíduos, idade
superior a 70 anos, sedentários e de ambos os gêneros. Os autores
concluíram que a fraqueza muscular e a limitação do movimento articular
estão associadas com maior tempo de duplo apoio, encurtamento das
passadas e perda de equilíbrio durante a marcha. A realização de um
programa de exercícios resistidos, e equilíbrio e atividades aeróbias, três
vezes por semana, por seis meses, trouxe melhora da força muscular e
diminuição da instabilidade durante a marcha.
11
Grabiner et al. (2001) avaliaram o efeito da idade, velocidade,
condição de calçado e desempenho sob condição de atenção na marcha de
indivíduos idosos e jovens. Os indivíduos andaram, com e sem sapatos, em
três velocidades diferentes e caminharam com e sem uma xícara com água
na mão. Nos dois testes, a largura dos passos foi maior nos idosos que nos
jovens. O calçado, a condição de atenção e a velocidade da marcha não
demonstram diferenças com relação à idade. Os idosos mostram um
comprimento do passo mais regular quando comparado com os jovens e
mais largo (41% maior). Nas demais variáveis não se observou diferença.
Os autores sugerem que as mudanças nas variáveis da marcha contribuem
para as quedas nos idosos, pois muitas quedas ocorrem durante o início da
marcha, numa fase de transição que requer maior sinergismo muscular.
Ostir et al. (2002) estudaram o equilíbrio, a caminhada de quatro
metros e cinco repetições do movimento de levantar e sentar de uma
cadeira. Foram avaliadas 102 mulheres (com incapacidade moderada a
grave), separadas por grupos etários (65 a 74 anos; 75 a 84 anos e acima
de 85 anos). O primeiro grupo (65-74 anos) teve melhor desempenho que os
demais. Os resultados revelam que essas tarefas têm uma excelente
confiabilidade e alta sensibilidade com relação à independência diária em
pessoas idosas, pois avaliam a função física dos membros inferiores.
Rubino (2002) refere que a velocidade de marcha dos idosos pode ser
aumentada pelo condicionamento físico. Segundo o autor, nos idosos, a
linha de gravidade se desloca para trás, pela rotação pélvica e mudança da
curvatura espinal, facilitando a queda para trás.
12
As associações entre força de membros inferiores, velocidade e
comprimento dos passos são vistas em vários estudos (Buchner et al., 1996;
Judge et al., 1996; Bohannon et al., 1998; Lamoureux et al., 2002; Barret &
Smerdely et al., 2002; Menz et al., 2003) e indicam que o declínio da força
muscular dos membros inferiores, causado pelo envelhecimento, pode ser
um fator limitante primário para a manutenção da velocidade de marcha nos
idosos.
O controle de equilíbrio durante a marcha é comprometido com o
avanço da idade (Hausdorff et al., 2001). O aumento da variabilidade da
largura dos passos está associado com a perda de habilidade motora e pode
ser um indicador de quedas (Hausdorff et al., 2001; Grabiner et al., 2001;
Owings & Grabiner, 2003).
Owings & Grabiner (2003) avaliaram a influência da idade (12 idosos
e 18 jovens), da velocidade e do apoio das mãos durante uma caminhada na
esteira. A caminhada na esteira pode ser uma representação aceitável da
caminhada no solo. Há maior variabilidade da largura dos passos que do
comprimento. Os passos dos idosos são mais largos e mais variáveis e esta
variabilidade pode ser associada às quedas.
Helbostad & Moe-nilssen (2003) investigaram a relação entre
velocidade da marcha com largura do passo, variabilidade da largura do
passo e aceleração do tronco. Foram incluídos 36 indivíduos praticantes de
exercícios físicos uma vez por semana, de ambos os sexos, com idades
entre 66 a 79 anos. No percurso de 10 metros, em quatro velocidades
diferentes não houve relaçã intra-indivíduos. A aceleração do tronco é menor
13
em indivíduos mais altos e maior nos mais pesados. A largura do passo é
menor nas mulheres do que nos homens. A variabilidade da largura do
passo aumenta com a idade e maior nas mulheres.
Neptune et al. (2004) e Liu et al. (2006) analisaram as contribuições
dos grupos musculares para suporte e progressão do corpo durante a
marcha. Os autores concluíram que os músculos flexores plantares dos
tornozelos são a primeira fonte de aceleração para a frente durante o apoio
final e constituem o grupo muscular chave para gerar suporte e progressão.
O músculo gastrocnêmio age mais no aumento da velocidade de marcha do
que o músculo solear. Os músculos extensores do quadril e joelho (glúteo
máximo e vastos) dão suporte no apoio inicial e auxiliam na progressão. O
glúteo médio contribui para suporte no médio apoio. Os dorsiflexores ajudam
no processo de transferência do peso. A perda de força nesses músculos
pode contribuir para a diminuição do passo, da passada e da velocidade da
marcha.
Segundo Shkruratova et al. (2004) e Castro e col. (2000), pessoas
idosas não aumentam a velocidade de marcha e o comprimento dos passos
como o adulto jovem, possivelmente, para manter a estabilidade. A
velocidade é considerada o melhor parâmetro isolado representativo do
desempenho da marcha.
O objetivo do estudo de Shkruratova et al. (2004) foi verificar se
idosos adaptam seus passos de maneira diferente dos jovens em resposta a
várias perturbações do equilíbrio durante a locomoção. Os idosos
apresentaram redução na velocidade, no comprimento da passada e maior
14
tempo de duplo apoio, em comparação com os jovens. Isto geralmente é
interpretado como adaptações relacionadas à idade para produzir uma
marcha mais segura e menos desestabilizada, e compensar o aumento da
aceleração do corpo durante a caminhada rápida.
Owings & Grabiner (2004) avaliaram a influência da idade na
variabilidade dos passos, velocidade de caminhada e o uso das barras de
apoio durante marcha na esteira. Participaram 12 idosos com média de 73,4
anos e 8 jovens com média de 27,7 anos. Os idosos tiveram maior
variabilidade de largura do passo em comparação com os jovens. A
variabilidade do passo não foi afetada pela velocidade. A variabilidade do
comprimento e a largura dos passos são maiores sem apoio das mãos do
que com apoio.
A avaliação da marcha é essencial no monitoramento de recuperação
ou declínio da função motora. O aumento da velocidade diminui o tempo de
duração do passo, com aumento da cadência (passos mais curtos) nos
indivíduos idosos (Zijlstra, 2004).
Henriksson & Hirschfeld (2005), compararam estratégias empregadas
por idosos e jovens saudáveis, durante o início da marcha, instruídos a
atravessar a rua dentro do laboratório, quando o semáforo mudava de
vermelho para verde. Os idosos assumiram uma posição de início irregular
para facilitar o movimento para a frente, reduzindo a carga no balanço da
perna, com um atraso na ativação dos músculos do tornozelo (tibial anterior).
Os idosos, para melhorar a estabilidade, anteriorizam o centro de gravidade
dentro da base de suporte e, iniciam a marcha com inclinação do tronco para
15
a frente com passos mais curtos. O tempo de reação dos idosos aumenta
sucessivamente durante os quatro experimentos repetidos e a atividade
antecipatória do tibial anterior melhora, indicando a memorização do
procedimento motor.
Lee et al. (2005) referem que a diminuição da extensão de quadril e
aumento da inclinação anterior da pelve em idosos são fenômenos
dinâmicos da marcha e não ocorrem durante a postura ortostática. Na
caminhada auto-selecionada e na rápida, o idoso apresentou redução da
extensão de quadril e aumento na inclinação anterior na pelve, com menor
comprimento dos passos e velocidade de caminhada, em comparação com
os jovens.
Barak et al. (2006) ivestigaram a cinemática da marcha, de 21
pessoas idosas que sofreram pelo menos uma queda há seis meses
comparadas com idosos que nunca caíram, através de uma caminhada em
velocidade auto-selecionada, em uma esteira. Os dois grupos mostraram
aumento de cadência com o aumento da velocidade. O grupo com histórico
de quedas mostrou passos mais curtos, cadência maior e diminuição da
flexão plantar e extensão de quadril durante o final do apoio e aumento da
flexão de quadril na fase de balanço.
O decréscimo na força se associa com a tendência a dar passos
múltiplos para recuperar o equilíbrio nos idosos. A perda de força dos
músculos abdutores e flexores do quadril e extensores de joelhos contribui
para a menor estabilidade durante a fase de balanço e início do apoio (Maki
& Mclroy, 2006).
16
2.3. Efeito dos exercícios na marcha
A prática de exercícios resistidos por indivíduos muito idosos (até 96
anos) aumentou a força muscular, velocidade de marcha e mobilidade
funcional. A força muscular foi testada com o movimento de levantar da
cadeira sem o uso das mãos e com a velocidade da marcha em seis metros
de caminhada (Fiatarone et al.,1990).
Leiper & Craik (1991) avaliaram a relação entre atividade física e
velocidade de caminhada, em mulheres entre 64 e 94 anos. 25 mulheres
eram sedentárias, 27 eram ativas e 29 faziam exercícios de forma intensa.
As mulheres que faziam exercícios mais intensos caminhavam mais do que
as sedentárias e foram capazes de andar mais devagar do que as outras
pelo melhor controle motor e equilíbrio. A idade é o determinante primário da
velocidade de caminhada e é mais importante que a atividade física e a
massa peso corporal. Os autores sugerem a padronização da idade para se
avaliar o desempenho de um grupo.
Judge et al. (1993) avaliaram o efeito de um programa de 12 semanas
de exercícios resistidos e treinamento de equilíbrio na força muscular e
marcha de 31 idosos com mais de 75 anos. Os autores verificaram aumento
de força e da velocidade de marcha. Este estudo mostra que a melhora da
força muscular aumenta a velocidade de marcha.
Ades et al. (1996) avaliaram o efeito de um programa de exercícios
resistidos de 12 semanas, a marcha de uma amostra de 24 idosos
saudáveis (65-79 anos). Os exercícios resistidos melhoraram a capacidade
de marcha e a força dos membros inferiores.
17
Sipila et al. (1996) avaliaram o efeito de um programa de 18 semanas
de exercícios resistidos para flexão e extensão de joelhos, na força muscular
e velocidade da caminhada em mulheres idosas. Houe melhora do
desempenho muscular. As melhoras da marcha foram maiores quando os
exercícios do joelho foram associados com fortalecimento dos flexores
plantares.
Berg & Lapp (1998) mostraram que exercícios resistidos com pesos
ajustáveis no tornozelo, de baixa a moderada intensidade, realizados
durante oito semanas, não tiveram efeito na estabilidade locomotora, na
velocidade de marcha e no tempo de passo de um grupo de idosos.
Barret & Smerdely (2002) compararam os efeitos de um programa de
exercícios resistidos progressivos com um programa de exercícios de
flexibilidade, mobilidade e qualidade de vida em um grupo de 44 idosos, com
mais de 60 anos, realizado durante dez semanas. Os achados sugerem que
o treinamento resistido é mais eficiente na melhora da força, marcha e
equilíbrio do que os exercícios de flexibilidade.
Lamoureux et al. (2002) verificaram o efeito de um programa de
exercício resistido aplicado por 24 semanas (três vezes por semana) na
marcha, avaliada pela capacidade de dar passos sobre um obstáculo. Houve
ganho de força (197 a 285%) e mudanças específicas na cinética e
cinemática da marcha: aumento do comprimento do passo, aumento da
velocidade para atravessar um obstáculo e maior controle dos membros
inferiores..
18
Purser et al. (2003) avaliaram o efeito de um programa de nove
meses de treinamento aeróbio progressivo em 134 idosos acima de 64 anos,
de ambos gêneros. Os participantes foram divididos em dois grupos: 70
idosos treinaram por 40 minutos e 64, por 20 minutos. Foram avaliadas a
força muscular dos membros inferiores e velocidade da marcha em dez
metros de percurso. Houve associação linear entre força e velocidade. O
aumento de velocidade depende mais da variação de força durante o
programa do que das condições musculares iniciais pré-treinamento.
Latham et al. (2004) realizaram uma revisão sistemática sobre o efeito
do treinamento de força progressivo na redução da incapacidade física dos
idosos. Os autores relataram que a fraqueza muscular está associada com
diminuição da velocidade da marcha e maior risco de incapacidade e quedas
nas pessoas idosas. Entretanto, a força pode ser aumentada nesses
indivíduos, com exercícios resistidos progressivos, ainda que pessoas com
limitação funcional preexistente tenham menor ganho de força.
Lopopolo et al. (2006) avaliaram, em revisão sistemática, o efeito do
exercício terapêutico (tipo, intensidade e dose) na velocidade de marcha em
idosos. O exercício resistido e a combinação de exercício aeróbio com outro
tipo têm efeitos na velocidade da marcha auto-selecionada. Exercícios de
alta intensidade e alta dosagem também têm efeito significativo na
velocidade da marcha auto-selecionada. Nenhum exercício afeta a
velocidade rápida da marcha. Exercícios de baixa a moderada intensidade
ou baixa dosagem não apresentam efeitos na velocidade da marcha.
19
Krebs et al. (2007) treinaram 50 idosos (62-85 anos), três a cinco
vezes por semana, durante seis semanas em suas casas de duas formas:
treinamento funcional pela execução das atividades da vida diária com
marcha, subir degraus, sentar e levantar treinamento com exercícios
resistidos progressivos com bandas elásticas e avaliarm o efeito do
treinamento na marcha. O grupo funcional teve velocidade de marcha maior
que do grupo exercícios resistidos, mas ambos melhoraram o desempenho.
Os dados sugerem que para se obter melhora da marcha, o treinamento
funcional foi mais vantajoso do que o exercício resistido com bandas
elásticas.
Menz et al. (2007) analisaram a marcha por meio da aceleração da
cabeça e pelve em 100 idosos (73-93 anos), enquanto caminhavam em um
percurso de 20 metros de superfície irregular formada por várias camadas
(espuma, borracha, madeira e grama artificial). Avaliaram a função sensório-
motora e o medo de cair. Os achados sugerem que o movimento da cabeça
ao caminhar é um dos objetivos primários do sistema de controle postural. A
função sensório-motora é uma variável independente que provém um
indicativo da habilidade física geral do indivíduo. O medo de cair influencia
na mobilidade e na marcha dos indivíduos, podendo resultar em um menor
comprimento dos passos e maior cautela ao caminhar; além disso, a
redução do medo é acompanhada de melhora na função sensório-motora.
20
3. OBJETIVOS
3.1. Objetivos gerais
Avaliar a marcha em mulheres idosas na faixa etária de 65 a 74 anos,
sedentárias e ativas e de acordo com o tipo de exercício físico praticado:
exercícios resistidos (com equipamentos) e exercícios gerais (exercícios
com predominância aeróbia, flexibilidade, calistênicos e resistidos de baixa
intensidade).
3.2. Objetivos específicos
Comparar os grupos com relação aos seguintes parâmetros:
velocidade da marcha;
comprimento dos passos;
comprimento da passada;
largura do passo;
cadência da marcha.
21
4. MÉTODO
4.1. Delineamento do estudo
Estudo transversal e controlado.
4.2. Casuística
A casuística do estudo foi selecionada dentre 60 indivíduos do sexo
feminino, saudáveis (sem queixas ou perdas funcionais no momento do
teste), com idade média de 68,9 ± 3,1 e IMC (índice de massa corporal) de
26,8 ± 3,8. Todas as mulheres participantes eram idosas, de acordo com a
definição da OMS (Organização Mundial de Saúde), que considera idosa a
pessoa com mais de 60 anos.
O contato foi feito por telefone e, após uma breve entrevista, foi feito o
convite para participar da pesquisa. Foi agendada uma avaliação clínica
individual para verificar o cumprimento dos critérios de inclusão. O período
de avaliações se estendeu de abril a setembro de 2006. Os indivíduos
incluídos assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido, da
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, devidamente
autorizado pela CAPPesq (Anexo I).
No estudo foram incluídas 20 mulheres idosas sedentárias (pelo
menos doze meses sem nenhum tipo de exercício físico), 20 mulheres
idosas ativas que faziam exercícios resistidos (musculação) no CECAFI -
Centro de Estudos em Ciências da Atividade Física da Disciplina de Geriatria
da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, e 20 mulheres
idosas ativas que faziam exercícios gerais (praticantes de exercícios com
predominância aeróbia, flexibilidade, calistênicos e resistidos de baixa
22
intensidade) no Conjunto Desportivo Baby Barioni, da Secretaria da
Juventude, Esporte e Lazer do Estado de São Paulo. O protocolo de
pesquisa número 405/05 foi aprovado pela CAPPesq em 24 de novembro de
2005 (Anexo II).
4.2.1. Critérios de inclusão
a) Idosas saudáveis e independentes, sem limitação nas atividades da vida
diária.
b) Idosas que conseguiam caminhar de maneira independente em
ambientes externos pelo menos um quarteirão.
c) Idosas que conseguiam caminhar por quatro metros de acordo com a
pontuação máxima do teste de velocidade de caminhada (Guralnick et
al., 2000).
d) Ausência de alterações degenerativas que comprometessem a marcha,
de acordo com o critério anterior.
e) Ausência de lesões, traumas, fraturas ou cirurgias de membros inferiores
pelo menos três anos antes do estudo ou que impedissem a marcha.
f) Ausência de doenças incapacitantes que limitassem a permanência em
posição ortostática e a marcha.
g) Índice de massa corporal < 33.
h) Ausência de problemas visuais que impedissem a locomoção
independente.
i) Sem hipotensão postural e alterações do sistema vestibular no momento
do teste.
23
j) Grupo Sedentários não praticante de exercícios ou atividades
controladas por doze meses ou mais (ACSM, 1998).
k) Grupo Gerais realizava atividades aeróbias três a cinco vezes por
semana, 20 a 60 minutos contínuos, há doze meses ou mais.
l) Grupo Resistidos realizava treinamento resistido duas vezes por
semana, fazendo de seis exercícios para grupos musculares maiores, há
doze meses ou mais.
m) Aceitar participar do projeto e assinar o termo de consentimento.
4.2.2. Descrição da casuística
Na Tabela 1 constam os dados dos indivíduos avaliados por grupo:
Grupo Gerais (praticante de exercícios com predominância aeróbia,
flexibilidade, calistênicos e resistidos de baixa intensidade), Grupo
Resistidos (exercícios resistidos) e Grupo Sedentários (não praticante de
exercícios físicos).
Tabela 1 Dados antropométricos (média e desvio padrão) dos indivíduos
avaliados por grupo.
VARIÁVEL GRUPO
GERAIS*
GRUPO
RESISTIDOS*
GRUPO
SEDENTÁRIOS*
Idade** (anos) 68,6 ± 3,3 69 ± 2,9 69,2 ± 3,4
Peso (kg) 66,1 ± 10,5 62,7 ± 8,5 62,8 ± 10,1
Altura (cm) 154,9 ± 4,7 154,2 ± 6,0 154 ± 6,8
IMC (kg/cm²) 27,5 ± 4,2 26,4 ± 3,2 26,5 ± 4,0
* N= 20 ANOVA, p > 0,05 NS.
** Kruskal-Wallis
24
4.3. Metodologia de treinamento
Após assinatura do termo de consentimento informado, todos os
indivíduos foram submetidos a um questionário (Anexo III): identificação,
idade, antecedentes pessoais e familiares, queixas clínicas e dolorosas, uso
de medicamentos (informados pelo indivíduo ou familiar), dados
antropométricos: peso e altura e tipo de atividade física praticada.
4.3.1. Descrição dos grupos
Os participantes selecionados foram separados em três grupos de
acordo, com o exercício físico:
Grupo Gerais idosos saudáveis ativos, praticantes de exercícios com
predominância aeróbia, flexibilidade, calistênicos e resistidos de baixa
intensidade. As idosas realizavam duas vezes por semana uma
variedade de exercícios em uma mesma sessão de uma hora, iniciada
com uma caminhada de 20 minutos continuava com exercícios
calistênicos para membros superiores e inferiores, exercícios resistidos
de baixa intensidade com halteres, caneleiras ou o peso do próprio corpo
e terminava com exercícios de alongamento e relaxamento. Além desses
exercícios, uma a três vezes por semana faziam caminhadas, ou
hidroginástica, ou natação por no mínimo 30 minutos.
Grupo Resistidos idosos saudáveis ativos, praticantes de exercícios
resistidos por no mínimo um ano, duas vezes por semana, com duração
de uma hora por sessão. Foram usados equipamentos da Biodelta/Linha
25
Maxiflex para os seguintes exercícios: Press Peitoral, Remada, Extensão
lombar, Leg Press, Flexões plantares e Flexões abdominais. Os
músculos exercitados são: peitoral maior e menor, dorsais e escapulares,
extensores da coluna lombar, extensores do joelho, glúteo máximo,
gastrocnêmio, solear e abdominais. Foram realizadas três séries de oito
a doze repetições, com intervalo de um a dois minutos entre as séries.
Para aquecimento, na primeira série foi utilizado 50% do peso da terceira
e na segunda série, 75%. A carga da terceira série foi definida por
aproximação sucessiva, sendo adequada para a realização de oito a
doze repetições com dificuldade (escala de Borg 15). As cargas das três
séries foram reajustadas sempre que diminuísse a dificuldade para a
realização da terceira série. O esforço máximo, caracterizado por
contração concêntrica lenta com respiração bloqueada, não foi utilizado.
Grupo Sedentários idosos saudáveis, inativos por no mínimo um ano.
As avaliações foram realizadas no Laboratório de Estudos do
Movimento do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das
Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. O mesmo
examinador realizou todos os procedimentos. Os indivíduos caminharam
com sapatos padronizados tipo moleca com a numeração adequada,
vestindo roupa confortável, em um corredor de 10 metros de comprimento
por 60 centímetros de largura.
26
4.3.2. Avaliações
4.3.2.1. Avaliação da massa corporal e altura
A medida da massa corporal e da altura do indivíduo foi feita com a
utilização de uma balança antropométrica digital marca Filizola, com
variação de zero a 150 kg e altura do estadiômetro de 97 cm a dois metros.
4.3.2.2. Avaliação do tempo e da velocidade da marcha
Foi solicitado aos indivíduos que caminhassem com passos habituais
na velocidade auto-selecionada. Foram colocadas três cadeiras no início, no
meio e no final da passarela para sentarem, caso fosse necessário. Os
indivíduos caminhavam ao longo do percurso, seguidos de perto pelo
avaliador, para dar-lhes segurança, sem interferir na velocidade.
Os indivíduos caminharam sobre uma passadeira de carpete (tipo
forração) de 10 metros de comprimento por 60 centímetros de largura. Foi
solicitado a cada indivíduo que caminhasse no seu passo habitual e
confortável. Após um período de adaptação (duas voltas), foi medido o
tempo gasto em segundos para percorrer, em passos habituais, as
distâncias predeterminadas de 4 e 10 metros. Foi excluído um metro para as
fases de aceleração e de desaceleração, que foram feitas fora da passadeira
(Figura 1).
Para o início do teste, era dado o sinal “pode ir”, sendo que o
cronômetro iniciava-se após a aceleração. Foram realizadas três medidas,
27
ou seja, o teste foi repetido três vezes, e foi utilizado o tempo médio das três
medidas. Esta medida foi realizada com o cronômetro Digital Sports stop
watch HS-6 (Casio). Para o cálculo da velocidade de caminhada em m/s,
considerou-se a distância total do percurso fixo, em 4 metros e 10 metros,
dividida pelo tempo gasto para vencer a distância (Judge et al., 1993; Sipila
et al., 1997; Guralnick et al., 2000; Ostir et al., 2002; Purser et al., 2003;
Dickstein et al., 2005).
Figura 1. Medida do tempo (segundos) e da velocidade de caminhada (m/s) em 4 e 10 metros.
4.3.2.3. Avaliação do comprimento do passo e da passada e largura do
passo
Os indivíduos caminharam em formulários contínuos de papel branco
de 10 metros de comprimento por 70 centímetros de largura, estendidos
sobre a passadeira, em velocidade auto-selecionada e habitual, em uma
única tomada. Todos os indivíduos caminharam previamente sobre a
passadeira para se familiarizar com o teste e com o calçado. A sola do
28
calçado foi marcada com tinta azul e foi-lhes pedido que caminhassem com
os passos habituais, deixando pegadas na passadeira (Figura 2). O
indivíduo partia da posição sentada, passava os dois pés na caixa de
plástico com tinta azul, e ao sinal “pode ir”, com a ajuda do avaliador,
iniciava a caminhada. Foi excluído um metro para as fases de aceleração e
desaceleração fora da passadeira. A seguir, foi medido o ponto médio dos
calcanhares (situado a 3 centímetros da borda do calcanhar) e traçado, com
uma régua de 60 centímetros, um esquadro e uma trena de 3 metros, o
comprimento de cada passo e de cada passada e a largura dos passos,
conforme Figuras 3, 4, 5 e 6. Foram descontados os três primeiros e os três
últimos passos do percurso de 10 metros e utilizados os passos e passadas
centrais para serem medidos (Judge et al., 1993; Sekiya et al., 1997; Castro
e col., 2000; Stolze et al., 2000; Helbostad & Moe-Nilssen, 2003; Dickstein
et al., 2005).
Figura 2. Pegadas com tinta azul em formulários contínuos de papéis brancos.
29
Figura3. Modelo utilizado para medição da largura e comprimento do passo e da passada (medido do centro do calcanhar)
(Helbostad & Moe-Nilssen, 2003).
As Figuras 4, 5 e 6 a seguir mostram o comprimento do passo, da
passada e a largura do passo.
Figura 4. Comprimento do passo Figura 5. Comprimento da passada Figura 6. Largura do passo
4.3.2.4. Avaliação da cadência
A cadência, que é o número de passos por minuto, foi calculada por
meio de uma regra de três. Contou-se o número de passos marcados nos
formulários contínuos (Figura 2) e dividiu-se pelo tempo gasto para percorrer
10 metros e no final multiplicou-se por 60 segundos (um minuto) (Judge et
al., 1993; Castro e col., 2000; Stolze et al., 2000; Dickstein et al., 2005).
30
4.4. Análise estatística
Neste estudo, foi realizada estatística descritiva, com cálculo da
média e desvio padrão para todas as variáveis, sendo utilizado o programa
Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versão 11.5.1 for
Windows.
As variáveis quantitativas analisadas (comprimento do passo e
passada, largura do passo, cadência, altura e IMC) apresentaram
distribuição normal. Para comparar as variáveis da marcha nos diferentes
grupos, utilizou-se a análise de variância a um critério (ANOVA one way) e,
para encontrar as diferenças estatísticas entre as médias, foi utilizado o teste
posthoc LSD (least significant diference).
As variáveis quantitativas de velocidade com 4 metros, 10 metros e
com tinta nos pés não apresentaram distribuição normal e foram
logaritmizadas, após o qual se aplicou a análise de variância a um critério
(ANOVA one way). A variável idade não apresentou distribuição normal e foi
utilizado o teste Kruskal-Wallis.
O nível de significância adotado foi de 0,05 (a = 5%) e níveis
descritivos (p) inferiores a este valor foram considerados significantes e
representados por (*).
31
5. RESULTADOS
Tabela 2. Média e desvio padrão do tempo de marcha (segundos) medido
em 4 metros, 10 metros e 10 metros, com tinta nos pés, nos grupos Gerais,
Resistidos e Sedentários.
VARIÁVEL GRUPO
GERAIS
GRUPO
RESISTIDOS
GRUPO
SEDENTÁRIOS
Tempo (4 m) 3,23 ± 0,22 3,32 ± 0,29 3,87 ± 0,39**
Tempo (10 m) 8,19 ± 0,62 8,00 ± 0,64 9,74 ± 0,98**
Tempo (10 m c/
tinta)
8,52 ± 0,93 8,30 ± 0,77 10,76 ± 1,71**
ANOVA/ LSD (p < 0,001**)
Grupo Gerais < Grupo Sedentários todas as variáveis (p < 0,001)**
Grupo Resistidos < Grupo Sedentários todas as variáveis (p < 0,001)**
Grupo Resistidos ~ Grupo Gerais (p > 0,05)NS
Tabela 3. Média e desvio padrão da velocidade da marcha (metros/segundo)
em 4 metros, 10 metros e 10 metros, com tinta nos pés, nos grupos Gerais,
Resistidos e Sedentários.
VARIÁVEL GRUPO
GERAIS
GRUPO RESISTIDOS GRUPO SEDENTÁRIOS
Velocidade (4 m) 1,24 ± 0,08 1,21 ± 0,10 1,04 ± 0,11**
Velocidade (10 m) 1,22 ± 0,09 1,25 ± 0,10 1,03 ± 0,10**
Velocidade (10 m c/
tinta)
1,18 ± 0,13 1,21 ± 0,11 0,95 ± 0,16**
ANOVA/ LSD (p< 0,001**)
Grupo Gerais > Grupo Sedentários todas as variáveis (p < 0,001)**
Grupo Resistidos > Grupo Sedentários todas as variáveis (p < 0,001)**
Grupo Resistidos ~ Grupo Gerais (p > 0,05)NS
32
Há correlação nos três grupos, entre a velocidade da marcha entre os
percursos de 4 metros e 10 metros (r = 0,82, p < 0,001**), entre o percurso de 4
metros e 10 metros com tinta (r = 0,76, p < 0,001**) e entre o percurso de 10
metros e 10 metros com tinta (r = 0,89, p < 0,001**).
Há correlação significante por grupo entre tempo da marcha
(segundos) e velocidade da marcha (m/s):
Ø na distância de 4 metros e 10 metros no grupo Gerais (r = 0,95,
p < 0,001**) e no grupo Sedentários (r = 0,95, p < 0,001**);
Ø na distância de 4 metros e 10 metros com tinta no grupo Gerais
(r = 0,68, p< 0,01*) e no grupo Sedentários (r = 0,75, p<
0,001**);
Ø na distância de 10 metros e 10 metros com tinta no grupo
Gerais (r = 0,68, p < 0,01*), no grupo Sedentários (r = 0,75, p <
0,001**) e no grupo Resistidos (r = 0,81, p < 0,001**).
Não houve correlação entre tempo da marcha (segundos) e
velocidade da marcha (m/s):
Ø na distância de 4 metros e 10 metros no grupo Resistidos (r =
0,11, p > 0,05);
Ø na distância de 4 metros e dez metros com tinta no grupo
Resistidos (r = 0,16, p > 0,05).
33
Tabela 4. Média e desvio padrão do comprimento dos passos e passadas
(centímetros) medido em seis e em dez passos e passadas consecutivos
nos grupos Gerais, Resistidos e Sedentários.
VARIÁVEL GRUPO GERAIS GRUPO RESISTIDOS GRUPO SEDENTÁRIOS
Comprimento
(seis passos)
62,2 ± 4,0 61,0 ± 4,9 55,0 ± 7,0**
Comprimento
(dez passos)
62,1 ± 4,2 60,1 ± 4,8 55,7 ± 7,0**
Comprimento
(seis passadas)
123,8 ± 8,0 120,1 ± 9,9 110,9 ± 14,16**
Comprimento
(dez passadas)
124,5 ± 8,3 121,5 ± 9,8 111,2 ± 14,17**
ANOVA/ LSD (p < 0,001**)
Grupo Gerais > Grupo Sedentários todas as variáveis (p < 0,001)**
Grupo Resistidos > Grupo Sedentários todas as variáveis (p < 0,001)**
Grupo Resistidos ~ Grupo Gerais (p > 0,05)NS
Há correlação entre o comprimento de seis passos e dez passos (r =
0,97, p < 0,001**) e entre o comprimento de seis passadas e dez passadas
(r = 0,99, p < 0,001**).
correlação significante nos três grupos (Gerais, Resistidos e
Sedentários) entre altura dos indivíduos (metros) e comprimento dos passos
e passadas (centímetros):
Ø no comprimento de seis passos e altura (r = 0,39, p < 0,01*);
Ø no comprimento de dez passos e altura (r = 0,44, p < 0,001**);
Ø no comprimento de seis passadas e altura (r = 0,44, p <
0,001**);
Ø no comprimento de dez passadas e altura (r = 0,43, p <
0,001**).
34
Tabela 5. Média e desvio padrão da largura do passo (centímetros) em seis
e dez passos consecutivos nos grupos Gerais, Resistidos e Sedentários.
VARIÁVEL GRUPO GERAIS GRUPO RESISTIDOS GRUPO SEDENTÁRIOS
Largura
(seis passos)
6,92 ± 1,79 7,93 ± 2,40 6,98 ± 2,71
Largura
(dez passos)
6,95 ± 1,92 8,05 ± 2,23 7,10 ± 2,60
ANOVA/ LSD (p > 0,05)NS
Grupo Gerais ~ Grupo Resistidos ~ Grupo Sedentários (p > 0,05)NS
Tabela 6. Média e desvio padrão da cadência (número de passos/minuto)
em 10 metros, com tinta nos pés, nos grupos Gerais, Resistidos e
Sedentários.
VARIÁVEL GRUPO GERAIS GRUPO RESISTIDOS GRUPO SEDENTÁRIOS
Cadência 109,23 ± 13,61 113,12 ± 9,95 97,92 ± 11,13*
ANOVA/ LSD (**p < 0,05)
Grupo Gerais > Grupo Sedentários (p < 0,01)*
Grupo Resistidos > Grupo Sedentários (p < 0,001)**
Grupo Resistidos ~ Grupo Gerais (p > 0,05)NS
Há correlação significante entre a cadência e a velocidade de
caminhada em 10 metros, com tinta, para os três grupos (r = 0,71, p <
0,001**). A cadência foi correlacionada apenas no percurso de 10 metros,
com tinta, porque somente nesta distância foi possível contar as pegadas em
tinta.
35
6. DISCUSSÃO
A dificuldade de locomoção é um dos fatores mais importantes de
limitação funcional para os idosos. Vem sendo extensamente estudada e
muitos são os autores que escrevem sobre o tema e que apontam para a
relação entre as alterações da marcha e a presença de incapacidades nos
idosos (Elble et al. 1991, Judge et al. 1993, Guralnick et al. 1995, Alexander
1996, Prince et al. 1997, Scarborough et al.1999, Daley e Spinks 2000,
Brach et al. 2001, Hausdorff et al. 2001, Ostir et al. 2002, Lamoureux et al.
2003, Purser et al. 2003, Latham et al. 2004, Shkruratova et al. 2004, Graf et
al. 2005 e Lopopolo et al. 2006). A avaliação da marcha é um importante
elemento na propedêutica e avaliação funcional dos pacientes idosos.
Existem vários métodos para realizar essa avaliação, porém seu custo é alto
e muitos deles não têm utilidade na prática clínica diária. Nesta pesquisa foi
escolhida uma avaliação simples, prática e de baixo custo, utilizando-se das
medidas espaciais e temporais da marcha, variáveis que se modificam com
a idade e a prática de exercício físico (Judge et al., 1993; Alexander, 1996;
Bohannon et al., 1997; Stolze et al., 2000; Ostir et al., 2002; Reid et al.,
2005; Dickstein et al., 2005).
A faixa etária dos indivíduos participantes desta pesquisa situou-se
entre 65 e 74 anos, de forma proposital, pois objetivava-se um grupo mais
homogêneo, que permitisse uma melhor análise da prática e do tipo de
exercício físico sobre as variáveis clínicas da marcha. Também se levou em
conta, ao optar por essa faixa etária, a maior facilidade de controle sobre as
36
doenças crônicas e comorbidades do que em grupos com mais idade,
facilitando sua homegeneidade (Leiper & Craik, 1991; Ostrosky et al., 1994).
Todos os indivíduos avaliados tinham o índice de Guralnick de quatro
pontos, sendo esta a pontuação máxima, ou seja, todos caminhavam 4
metros em menos de 4,81 segundos (Guralnick et al., 2000). O maior tempo
médio de caminhada (3,32 segundos) foi encontrado no Grupo Sedentários.
Este foi um dos fatores de inclusão, mostrando que todos os indivíduos
incluídos nesta amostra eram saudáveis e sem incapacidades para marcha
independente.
A velocidade da marcha foi menor no Grupo Sedentários, com maior
tempo de percurso em todas as distâncias avaliadas, em comparação com
os Grupos Gerais e Resistidos. Estes grupos fizeram os percursos de 4
metros, 10 metros e 10 metros com tinta nos pés, em tempo menor que o
Grupo Sedentários. Este resultado permite inferir que praticar exercícios de
forma regular contribui para a manutenção da eficiência da marcha e que,
possivelmente, perda de massa muscular e desuso podem ser responsáveis
pela marcha menos eficiente. Muitos autores estudaram a velocidade da
marcha, o comprimento e largura dos passos e passadas, a cadência e
identificaram diferenças entre o adulto jovem e o idoso.
A redução da velocidade da marcha no idoso, em relação ao jovem, é
consensual e ocorre, principalmente, em decorrência da diminuição do
comprimento dos passos e passadas. O envelhecimento também aumenta a
cadência (maior número de passos por minuto), fato que contribui para
aumentar a estabilidade, porém aumenta o consumo de energia. Os idosos,
37
no início da marcha, dão os primeiros passos mais curtos, para facilitar o
movimento para a frente, com uma mudança mais gradual do centro de
gravidade. Há também alargamento do passo, fato que contribui para
aumentar o equilíbrio na marcha, mas pode facilitar as quedas. O
envelhecimento altera os parâmetros da marcha, fato que pode, no entanto,
ser minimizado ou prevenido pela manutenção de um bom condicionamento
físico (Elble et al., 1991; Oberg et al., 1993; Ostrosky et al., 1994; Judge et
al., 1996; Kerrigan et al., 1998; Owings & Grabiner, 2003 e 2004; Shkuratova
et al., 2004; Henriksson & Hirschfeld, 2005; Lee et al., 2005).
A perda de força muscular provoca diminuição do comprimento dos
passos e passadas e da velocidade da marcha (Fiatarone et al., 1990; Leiper
& Craik., 1991; Elble et al., 1991; Judge et al., 1993; Oberg et al., 1993;
Ostrosky et al., 1994; Ronsky et al., 1995; Alexander, 1996; Bohannon et al.,
1997; Rubino, 2002; Henriksson & Hirschfeld, 2005). Os resultados
encontrados no presente estudo são coincidentes com estes autores,
mostrando que os exercícios ajudam a manter uma marcha de boa
qualidade, que não depende do tipo de exercício realizado.
A diminuição da velocidade da marcha é explicada pela diminuição da
força e da massa muscular, mas também se constitui de uma das
estratégias utilizadas para aumentar a estabilidade (Mcgibbon, 2003; Barak
et al., 2006). Ainda, que não se tenha avaliado o equilíbrio por meio de
testes específicos, não foram encontradas alterações de equiilíbrio durante
os procedimentos de avaliação da marcha, fato que não causa surpresa pela
casuística estudada. As alterações proprioceptivas do envelhecimento,
38
relacionadas com a diminuição da velocidade de condução nervosa
periférica, também podem estar implicadas na menor velocidade de marcha
dos idosos, mas, possivelmente a perda da condição muscular tenha maior
responsabilidade neste evento. A velocidade de marcha decresce com a
idade e está relacionada com a diminuição do comprimento do passo.
Judge et al. (1996) e Daley & Spinks (2000) referem que o maior declínio da
velocidade da marcha ocorre nas sétima e oitava décadas de vida e que
este declínio varia de 12 a 16%. Oberg et al. (1993) e Bohannon et al.
(1997) relatam que a velocidade habitual de marcha decresce de 9 a11%,
entre 40 e 80 anos.
Buchner et al. (1996) afirmam que idosos frágeis (com pouca força)
conseguem aumentar a velocidade de marcha quando ganham força
muscular, mas depois que atingem força suficiente para caminhar, a
velocidade não aumenta mais, somente se mantém. No presente estudo, o
Grupo Sedentários apresentou a menor velocidade de marcha e menor força
muscular, fato que pode ser explicado pela falta de força muscular de
decorrente do próprio sedentarismo e que mostra concordância com
Buchner et al. (1996). Outros autores, como Leiper & Craik (1991), Judge et
al. (1993), Grabiner et al. (2001), Barrett & Smerdely (2002), Helbostad et al.
(2003), Graf et al. (2005) e Menz et al. (2007), avaliaram indivíduos idosos
em diferentes faixas etárias e mostraram diferenças significativas nos
parâmetros temporais e espaciais da marcha.
O presente estudo avaliou indivíduos sedentários e ativos. Estes
últimos foram separados em dois grupos específicos de exercícios e os
39
resultados foram muito semelhantes aos de Leiper & Craik (1991), que
estudaram indivíduos idosos sedentários e ativos (diversos tipos de
exercícios) e verificaram maior velocidade de caminhada no grupo que se
exercitava, independente do tipo de exercício. Com relação, aos parâmetros
temporais e espaciais da marcha, no presente estudo, os indivíduos ativos
se diferenciaram dos sedentários, mas não entre si. Este achado permite
inferir que a prática de atividade física melhora a qualidade da marcha,
independente do tipo de exercício praticado. A especificidade do
treinamento, que pode ser observada no Grupo Gerais, que se exercitava
caminhando, não se mostrou importante nos resultados observados.
A maioria dos estudos que avaliou indivíduos idosos que praticavam
exercícios resistidos verificou aumento da velocidade de caminhada habitual
e da força muscular após dez ou doze semanas de treinamento (Judge et
al., 1993; Ronsky et al., 1995; Ades et al., 1996; Barret & Smerdely, 2002;
Latham et al., 2004). Sipila et al. (1996) mostraram que o aumento da força
muscular promove aumento da velocidade da marcha após dezoito semanas
de exercícios resistidos. Lamoureux et al. (2002) verificaram melhora na
força e na velocidade para vencer obstáculos após 24 semanas de
treinamento. A variação de tempo para se obter ganhos funcionais depende
do tipo e cargas de treinamento, fato que não foi importante no presente
estudo, pois os dois grupos avaliados treinavam há pelo menos um ano.
Berg & Lapp (1998) encontraram pequena melhora na força, mas não na
velocidade de marcha, com a prática de exercícios com pesos ajustáveis
presos no tornozelo, realizados durante oito semanas. A falta de melhora na
40
velocidade da marcha pode estar relacionada com a carga, limitando o
ganho de força, e o tempo de treinamento. Fiatarone et al. (1990), no
entanto, encontraram aumento da força e da velocidade da marcha dos
idosos com oito semanas de exercícios resistidos em máquinas de
musculação. Os exercícios aeróbios progressivos, feitos durante nove
semanas, segundo Purser et al. (2003), promoveram aumento da velocidade
da marcha. Os autores referem que a principal causa de melhora é a
variação do ganho de força muscular e que o grau de fraqueza inicial não é
importante, mostrando que mesmo idosos frágeis podem e devem praticar
atividades físicas.
Lopopolo et al. (2006) fizeram uma revisão sistemática com meta-
análise do tema e mostraram que os exercícios resistidos, sozinhos, podem
melhorar a velocidade da marcha, assim como os exercícios aeróbios, desde
que, estes últimos, sejam combinados com outro tipo de exercício.
Os resultados encontrados nos estudos similares da literatura e
principalmente na revisão sistemática de Lopopolo et al. (2006) se
aproximam, de forma muito consistente, dos resultados obtidos neste
estudo. Relacionado ao presente estudo, observou-se que tanto nos
indivíduos do grupo Gerais (programa de exercícios aeróbios, de
flexibilidade, calistênicos e resistidos de baixa intensidade) como nos do
grupo Resistidos (musculação em equipamentos) houve maior velocidade da
marcha, quando comparados com o grupo Sedentários, mostrando que não
importa o tipo, mas sim a prática de exercício. O grupo denominado Gerais
fez um trabalho físico moderado, trabalhando várias aptidões físicas,
41
inclusive a força e equilíbrio, mostrando que talvez um dos principais
componentes que se relacionam com a melhora da marcha seja o ganho de
força muscular.
A importância da especificidade do exercício físico para desenvolver
determinadas aptidões físicas tem sido destacada em todos os programas
de treinamento, e neste estudo, em particular, nos dois grupos de
treinamento avaliados, essa regra foi observada. No grupo Gerais, a marcha
foi um dos instrumentos do treinamento, na forma de caminhadas, e no
grupo Resistidos os músculos antigravitacionais e que executam os
movimentos da marcha foram fortalecidos de forma preferencial. Resta a
dúvida se em outros tipos de exercícios, não gravitacionais e específicos,
nos quais a força muscular é menos exigida, como exercícios aquáticos, de
flexibilidade e de equilíbrio, haveria as mesmas repercussões sobre os
parâmetros da marcha.
A qualidade das medidas foi avaliada no teste de 4 e 10 metros e nos
10 metros, com tinta nos pés. Os dois testes de 10 metros mostraram
resultados correlatos entre si, em todos os grupos. O uso de um sistema de
marcação com tinta nos pés foi seguro, não teve interferência nos
parâmetros medidos (tempo e velocidade) e não causou instabilidades
durante a execução do percurso. Na velocidade de 4 metros, no entanto, os
grupos se comportaram de forma distinta: houve correlação entre o tempo e
a velocidade nos grupos Sedentários e Gerais. O grupo Resistido
apresentou melhor desempenho em 10 metros, embora não significante
estatisticamente em relação ao grupo Geral. Este achado permite inferir que
42
o teste com percurso de 10 metros é mais fácil de reproduzir e seria mais
adequado para a avaliação dos parâmetros da marcha. Henriksson &
Hirschfeld (2005) mostraram que os indivíduos idosos têm um início de
marcha irregular, que facilita o movimento para a frente e aumenta a
estabilidade, o que está de acordo com nosso estudo. O treinamento
específico melhora o desempenho inicial, o que também poderia explicar a
marcha mais homogênea no grupo Gerais, nas três distâncias testadas.
A diminuição da força muscular dos membros inferiores se associa
com as alterações dos passos, das passadas e da velocidade, como foi
observado no presente estudo, em que os indivíduos idosos ativos (grupo
Gerais e Resistidos) mostraram passos e passadas mais longos e maior
velocidade que o grupo Sedentários. A diminuição do comprimento dos
passos é um dos fatores responsáveis pela diminuição da velocidade da
marcha (Oberg et al., 1993; Ostrosky et al., 1994; Judge et al., 1993 e 1996;
Prince et al., 1997; Kerrigan et al., 1998; Scarborrough et al., 1999; Stolze et
al., 2000; Riley et al., 2001; Hausdorff et al., 2001; Zijlstra, 2004), mas o
aumento da idade e o sexo também afetam a marcha normal.
A diminuição do comprimento da passada, nos idosos, está
relacionada com a fraqueza dos extensores do quadril e dos flexores
plantares do tornozelo, no final da fase de apoio. A diminuição da velocidade
pode estar relacionada com o aumento da flexão do quadril e a redução da
habilidade para propulsão anterior do corpo. A prática regular do exercício
físico preserva os fatores determinantes da marcha, pela manutenção da
força muscular, flexibilidade e equilíbrio, o que retarda ou impede as perdas
43
funcionais. Este fato justifica os achados do presente estudo (Ronsky et al.,
1995; Judge et al., 1996; Kerrigan et al., 1998; Castro et al., 2000; Mcgibbon
et al., 2003; Riley et al., 2001; Rubino, 2002; Shkruratova et al., 2004; Lee et
al., 2005; Barak et al., 2006; Krebs et al., 2007).
A perda de força muscular dos membros inferiores relacionada à
idade pode contribuir para aumentar a instabilidade durante a fase de
balanço e apoio inicial, diminuindo a velocidade e o comprimento dos passos
e das passadas. Elble et al. (1991), Oberg et al. (1993), Ostrosky et al.
(1994), Judge et al. (1996), Scarborough et al. (1999), Neptune et al. (2004)
e Liu et al. (2006) relataram que a perda de força do quadríceps diminui o
comprimento dos passos e a velocidade da marcha. Esta diminuição pode
ser explicada pela falta de ação do músculo reto femoral, que age durante a
fase final do apoio, inicialmente como flexor do quadril, depois como
extensor do joelho, acelerando a perna até o início do balanço, que é um dos
determinantes do comprimento do passo e da velocidade. A ação do
quadríceps durante a marcha gera um maior momento para a frente e
contribui para a manutenção e o aumento da velocidade. Segundo os
mesmos autores, é de suma importância a manutenção da força do
quadríceps para a estabilidade dinâmica da marcha, para o comprimento da
passada e a velocidade da marcha.
O prejuízo primário do equilíbrio, causado pelo envelhecimento
biológico e multifatorial, leva ao medo de cair e à perda de força muscular,
também agravada pela inatividade. Os indivíduos ficam mais cansados
durante as atividades, dentre elas, a marcha, com conseqüente diminuição
44
de velocidade. A perda da condição física leva a maior inatividade, gerando
um ciclo vicioso, que faz aumentar a incapacidade funcional.
A análise das variáveis espaciais foi feita pela contagem do número
de passos e passadas, avaliando-se se os passos seriam suficientes e
adequados, garantindo a confiabilidade do teste. A correlação entre as
médias de seis passos e dez passos foi boa, mostrando que poucos passos
são suficientes para uma análise, e foi possível afirmar que os indivíduos
caminharam da mesma forma durante todo o teste.
Daley & Spinks (2000) referem que o comprimento da passada, nos
jovens, varia de 151 a 170 cm e, nos idosos, de 135 a 153 cm. O trabalho
não faz referência, no entanto, à prática de exercício físico e à altura dos
indivíduos testados, sendo difícil a comparação direta com este estudo.
Richard (1995) afirma que a variável altura do indivíduo deve ser avaliada,
mesmo em indivíduos da mesma idade e peso, pois ela pode afetar o
comprimento dos passos. No presente estudo, as alturas foram pareadas, o
que nos permite inferir que as diferenças encontradas no comprimento das
passadas entre os grupos podem estar relacionadas à prática de exercício
físico. O comprimento das passadas variou de 111,2 a 142,1 cm (grupo
Gerais), de 101 a 140,7 cm (grupo Resistidos) e de 86,8 a 137,7 cm (grupo
Sedentários). Os valores encontrados são menores quando comparados
com os dados de Daley & Spinks (2000), mas esta variação pode ser
explicada pela altura, que não foi citada.
Castro e col. (2000) fizeram um estudo muito similar a este, avaliando
a velocidade da marcha e o comprimento do passo. Encontraram, em
45
comparação ao presente estudo, valores maiores que os do grupo
Sedentários e menores que os dos grupos Gerais e Resistidos. Pode-se
inferir que, nestes dois últimos grupos, a melhor condição muscular foi
determinante para o aumento da velocidade e do tamanho dos passos.
Oberg et al. (1993) fizeram a mesma avaliação, mas não levou em
conta a altura dos indivíduos. Os valores encontrados são maiores que os do
grupo Sedentários e menores que os dos grupos Gerais e Resistidos do
presente estudo, apontando, de novo, para a condição muscular como
determinante da maior velocidade e comprimento do passo.
Quadro 1. Descrição dos resultados de autores diferentes e dos três grupos
presentes no estudo com 60 a 69 anos.
OBERG
(1993)
CASTRO
(2000)
GERAIS
RESISTIDOS
SEDENTÁRIOS
Velocidade
(m/s)
1,15 1,05
1,22 1,25 1,03
Altura (cm)
159 154,9 154,2 154
Comprimento
Passos (cm)
55,3 52,1 62,2 61,0 55,0
O Quadro 1 resume os achados de trabalhos similares a este e
mostra de forma clara o papel dos exercícios e da condição muscular na
manutenção dos parâmetros da marcha: comprimento do passo e
velocidade da marcha.
Ainda que a força muscular e a amplitude de movimento dos
membros inferiores não tenham sido medidas de forma direta, a maior
velocidade e comprimento do passo e da passada dos indivíduos ativos
46
(Grupos Gerais e Resistidos) podem estar relacionados com indivíduos
mais fortes, mais flexíveis e mais aptos para as atividades diárias, pois
tiveram melhor desempenho nos testes de marcha.
A largura do passo não foi diferente entre os grupos, o que seria
esperado, pois o posicionamento médio-lateral dos pés é mais dependente
de fatores antropométricos (largura da bacia, rotação, anteversão e
retroversão da bacia). O aumento da base de sustentação e da largura dos
passos pode ocorrer com a idade e com a perda da visão.
O posicionamento dos pés é um mecanismo de controle de equilíbrio
proporcional à aceleração do centro de massa. Quanto mais devagar a
pessoa caminha, maior o tempo de duplo apoio; os pés se posicionam mais
longe da linha média e maiores são os desvios (Brach et al., 2001;
Helbostad & Moe-nilssen, 2003; Dickstein et al., 2005). Sekiya et al. (1997)
referem maior variabilidade da largura do passo em velocidades rápidas,
dependendo do equilíbrio. A variação da largura do passo com o
envelhecimento não é consensual na literatura: Brach et al. (2001), Grabiner
et al. (2001) e Helbostad & Moe-nilssen (2003) referem que há modificações,
porém Stolze et al. (2000) não verificaram essas medidas. Não foi
encontrado trabalhos relacionando a largura do passo com o exercício físico
e, no presente estudo, não se observou variação nesse parâmetro nos
grupos pesquisados.
O comprimento da passada pode afetar a variabilidade espacial,
assim como a cadência afeta a variabilidade temporal (Sekiya et al., 1997;
Danion et al., 2003). Neste estudo, observou-se a correlação da cadência
47
com a velocidade nos 10 metros com tinta nos pés, mostrando que o teste
foi bem executado e que os indivíduos caminharam da mesma maneira em
todo o percurso.
O grupo Sedentários apresentou menor comprimento dos passos,
velocidade de marcha e cadência. Estes achados são similares aos de
Ostrosky et al. (1994), Alexander (1996), Sekiya et al. (1997), Riley et al.
(2001) e Dickstein et al. (2005), mas discordantes dos resultados de Elble et
al. (1991), Oberg et al. (1993), Judge et al. (1996), Prince et al. (1997),
Kerrigan et al. (1998) e Lee et al. (2005). Estes últimos referem diminuição
do comprimento do passo e velocidade, porém com a cadência mantida ou
aumentada. Estes achados podem sugerir uma variação inter-testes, mas
que também pode ser explicada por uma maior dificuldade na realização da
fase de balanço, diminuindo muito o tamanho de cada passo. O indivíduo
deve dar muitos passos, curtos e ineficientes, aumentando a cadência, mas
não a velocidade. Maki & Mclroy (2006) e Barak et al. (2006) mostraram
essa tendência de dar múltiplos passos curtos para manter e recuperar o
equilíbrio. Este fato aumenta o risco de quedas e está associado à perda de
força muscular, com velocidade e comprimento de passos menores.
Observou-se, nos grupos Gerais e Resistidos, que a cadência média (109 e
113 passos/minuto, respectivamente) esteve próxima dos valores normais
para uma população adulta do mesmo sexo (110 a 115 passos/minuto). O
grupo Sedentários teve média menor (98 passos/minuto) dentro do estudo e
na comparação com outros trabalhos. Os idosos ativos tiveram cadência
semelhante à dos indivíduos adultos jovens.
48
Os indivíduos idosos caminham com passos mais curtos, tem fase de
duplo apoio mais longa, movimentam menos a pelve e o tornozelo, têm
redução da flexão plantar de tornozelo e da extensão de quadril no final da
fase de apoio e compensam a fraqueza dos flexores plantares utilizando os
músculos flexores do quadril na fase de balanço. As intervenções que
melhorem a potência do tornozelo, joelho e quadril podem aumentar o
comprimento do passo e a velocidade da marcha, mesmo nas pessoas
idosas (Judge et al.,1996; Mcgibbon, 2003; Barak et al., 2006; Krebs et al.,
2007). Os indivíduos idosos diminuem o comprimento do passo e da
passada pela perda da flexibilidade, pela diminuição da força muscular dos
membros inferiores ou pela deficiência do equilíbrio, e tentam compensar
essas alterações aumentando a fase de duplo apoio. A avaliação da marcha
nos idosos, portanto, deve ser abrangente, diversificada e multifatorial (força,
equilíbrio, amplitudes de movimento, audição, visão, funções labirínticas e
propriocepção) e deve avaliar os resultados das diferentes intervenções.
Este estudo mostrou de forma muito clara que o exercício físico
regular melhora os parâmetros da marcha e ajuda na manutenção da
funcionalidade e independência. Não conseguiu mostrar a superioridade de
um tipo de atividade sobre outro, mas os caminhos apontam, de forma
inequívoca, para o grande benefício dos exercícios para os idosos. Mostrou
também que programas simples, exeqüíveis e de baixo custo promovem
importantes ganhos funcionais na qualidade da marcha e devem contribuir
para a prevenção de quedas, fraturas, incapacidades e óbitos. Ainda que os
exercícios resistidos não tenham sido superiores aos exercícios gerais na
49
avaliação da marcha, o treinamento da força muscular foi feito em ambos os
programas (marcha e outros exercícios de carga baixa que trabalharam a
força muscular), mostrando a importância desses exercícios para a
manutenção do ortostatismo e marcha.
A sarcopenia e a perda de força muscular são elementos destacados
na etiologia das incapacidades relacionadas com o envelhecimento e
precisam ser combatidas de forma sistemática. As evidências apontam que
indivíduos idosos melhoram sua força muscular com exercícios e que esta
melhora se associa diretamente com a maior autonomia e qualidade de vida.
50
7. CONCLUSÕES
A marcha apresentou parâmetros espaciais e temporais melhores nos
grupos ativos (Gerais e Resistidos) do que no de sedentários.
Não houve diferença nos parâmetros espaciais e temporais da
marcha entre os indivíduos que faziam exercícios resistidos ou exercícios
gerais.
O exercício físico pode ter influenciado nos parâmetros espaciais da
marcha do que a altura do indivíduo.
O parâmetro largura do passo é mais dependente dos fatores
antropométricos do que da prática de atividade física.
51
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os indivíduos utilizaram sapatos padronizados para que o tipo de
calçado não interferisse na análise dos passos. Porém, o uso de calçado
padronizado pode influenciar na marcha de indivíduos que não estão
acostumados. A caminhada não foi realizada sem o uso de calçados para
que seja o mais próximo da marcha normal.
É importante salientar o uso de uma tinta a base de água e não a
base de óleo. Esta última apresenta uma melhor fixação das pegadas de
tinta no formulário de papel, porém, faz com que os indivíduos possam vir a
escorregar.
Este trabalho foi de relevância para mostrar a importância do
exercício físico na marcha de idosos na faixa etária de 65 a 74 anos. Resta
saber, em perspectivas futuras, se em indivíduos mais idosos ou
nonagenários, também apresentariam esta influência.
52
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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62
ANEXO I
HOSPITAL DAS CLÍNICAS
DA
FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
(Instruções para preenchimento no verso)
I - DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO SUJEITO DA PESQUISA OU
RESPONSÁVEL LEGAL
1. NOME DO PACIENTE .:..................................................................................................................
DOCUMENTO DE IDENTIDADE Nº : ........................................ SEXO : .M ? F ?
DATA NASCIMENTO: ......../......../......
ENDEREÇO ............................................................. Nº ................APTO: .........
BAIRRO: .............................. CIDADE .............................................................
CEP:.............................TELEFONE:DDD(............) ...........................................
2.RESPONSÁVEL LEGAL ....................................................................................
NATUREZA (grau de parentesco, tutor, curador etc.) ........................................
DOCUMENTO DE IDENTIDADE :....................................SEXO: M ? F ?
DATA NASCIMENTO.: ....../......./......
ENDEREÇO: ............................................................................................. Nº ............... APTO: ..................
BAIRRO: ..............................................................................CIDADE: ........................................................
CEP: .............................................. TELEFONE: DDD (............).................................................................
____________________________________________________________________________________
II - DADOS SOBRE A PESQUISA CIENTÍFICA
1. TÍTULO DO PROTOCOLO DE PESQUISA:
Avaliação da marcha em pessoas idosas ativas e sedentárias.
PESQUISADOR:. Luciana Mastandrea
CARGO/FUNÇÃO: fisioterapeuta INSCRIÇÃO CONSELHO REGIONAL Nº32316-F
UNIDADE DO HCFMUSP: IOT
2. AVALIAÇÃO DO RISCO DA PESQUISA:
SEM RISCO ? RISCO MÍNIMO ? RISCO MÉDIO ?
RISCO BAIXO ? RISCO MAIOR ?
3.DURAÇÃO DA PESQUISA : 24 meses
III - REGISTRO DAS EXPLICAÇÕES DO PESQUISADOR AO PACIENTE OU SEU REPRESENTANTE
LEGAL SOBRE A PESQUISA, CONSIGNANDO:
Este estudo visa avaliar a maneira de você andar (sua marcha). Para a realização dos
testes, será necessário que você venha com trajes confortáveis. Será realizada uma
avaliação da maneira como você caminha e da velocidade de caminhar. Os resultados
obtidos serão utilizados apenas com a finalidade de pesquisa, você não será identificado.
Os testes não causarão desconforto ou prejuízo para você, não existe risco algum. A sua
63
participação trará os benefícios de avaliar o ganho funcional e poder corrigir ou orientar o
programa de treinamento realizado, pois o exame permite determinar as alterações
funcionais da marcha. A qualquer momento você poderá desistir de participar desta
pesquisa. Sua recusa não trará prejuízo ao tratamento atual, você não perderá o direito ou
a qualidade no tratamento que esteja fazendo ou venha fazer no hospital. A sua
participação não é obrigatória, porém será de muita importância para o desenvolvimento
deste estudo. Se tiver de acordo com esses termos, por favor, assine abaixo.
IV - ESCLARECIMENTOS DADOS PELO PESQUISADOR SOBRE GARANTIAS DO
SUJEITO DA PESQUISA
1. O(a) senhor(a) terá acesso, a qualquer tempo, às informações sobre
procedimentos, riscos e benefícios relacionados à pesquisa, inclusive para dirimir
eventuais dúvidas.
2. O(a) senhor (a) terá a liberdade de retirar seu consentimento a qualquer momento
e de deixar de participar do estudo, sem que isto traga prejuízo à continuidade da
assistência.
3. Garantiremos a salvaguarda da confidencialidade, sigilo e privacidade, mesmo no
momento da publicação dos resultados.
4. O(a) senhor(a) terá disponibilidade de assistência no HCFMUSP, por eventuais
danos à saúde, decorrentes da pesquisa.
5. O(a) senhor(a) não terá viabilidade de indenização por eventuais danos à saúde
decorrentes da pesquisa.
6. O(a) senhor(a) terá informação sobre qualquer nova descoberta relacionada a sua
condição mesmo que possa afetar sua vontade de continuar participando da
pesquisa.
V- INFORMAÇÕES DE NOMES, ENDEREÇOS E TELEFONES DOS
RESPONSÁVEIS PELO ACOMPANHAMENTO DA PESQUISA, PARA CONTATO
EM CASO DE INTERCORRÊNCIAS CLÍNICAS E REAÇÕES ADVERSAS.
Ft. Luciana Mastandrea (LEM) F: 3069-6041 / cel. 9107-0899
VI- OBSERVAÇÕES COMPLEMENTARES:
_________________________________________________________________
VII - CONSENTIMENTO PÓS-ESCLARECIDO
Declaro que, após convenientemente esclarecido pelo pesquisador e ter entendido
o que me foi explicado, consinto em participar do presente Protocolo de Pesquisa.
São Paulo, _____de___________________de _______
__________________________________________ _______________________________
Assinatura do sujeito da pesquisa ou responsável legal Assinatura do pesquisador
(carimbo ou nome Legível)
64
65
ANEXO III
P
P
P
R
R
R
O
O
O
T
T
T
O
O
O
C
C
C
O
O
O
L
L
L
O
O
O
D
D
D
E
E
E
A
A
A
V
V
V
A
A
A
L
L
L
I
I
I
A
A
A
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O
O
O
1
1
1
.
.
.
I
I
I
D
D
D
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E
E
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N
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I
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F
F
I
I
I
C
C
C
A
A
A
Ç
Ç
Ç
Ã
Ã
Ã
O
O
O
NOME:_____________________________________________________
DATA DE NASCIMENTO:_____________IDADE:___________________
DATA DA AVALIAÇÃO:_______________PROFISSÃO:_____________
MEDICAMENTOS:___________________________________________
ATIVIDADE FÍSICA ATUAL:____________________________________
( )1 x por semana ( ) 2 x por semana ( ) 3x por semana ou mais
( ) sedentário
ATIVIDADE FÍSICA ANTERIOR:________________________________
( ) até 6 meses atrás ( ) até 1 ano atrás ( ) mais de 1 ano
2
2
2
.
.
.
D
D
D
A
A
A
D
D
D
O
O
O
S
S
S
A
A
A
N
N
N
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T
R
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R
O
O
O
P
P
P
O
O
O
M
M
M
É
É
É
T
T
T
R
R
R
I
I
I
C
C
C
O
O
O
S
S
S
PESO: ______________ALTURA:________________IMC:___________
3
3
3
.
.
.
A
A
A
N
N
N
A
A
A
M
M
M
N
N
N
E
E
E
S
S
S
E
E
E
QUEIXA (se houver):__________________________________________
ANTECEDENTES PESSOAIS E FAMILIARES:_____________________
__________________________________________________________
LIMITAÇÃO NA VIDA DIÁRIA ( )Sim ( ) Não _____________________
PROBLEMAS VISUAIS ( )Sim ( ) Não __________________________
HIPOTENSÃO POSTURAL ( )Sim ( ) Não _________________________
ALTERAÇÕES DO SISTEMA VESTIBULAR ( ) Sim ( ) Não_________
FRATURAS DE MEMBROS INFERIORES CIRÚRGICAS PELO MENOS
3 ANOS ANTES DO ESTUDO ( ) Sim ( ) Não ___________________
66
DOENÇAS QUE LIMITEM A PERMANÊNCIA EM POSIÇÃO
ORTOSTÁTICA E A MARCHA ( )Sim ( ) Não _____________________
QUEIXA DOLOROSA NOS PÉS IMPEDINDO LOCOMOÇÃO ( ) Sim
( ) Não ______________________________________________________
CAMINHA COM INDEPENDÊNCIA EM AMBIENTE EXTERNO POR PELO
MENOS UM QUARTEIRÃO (100 m) E EM AMBIENTE INTERNO ( )Sim
( ) Não _______________________________________________________
4
4
4
.
.
.
D
D
D
O
O
O
R
R
R
( )Sim ( ) Não LOCAL: ___________________, _________________,
___________________, ________________________, ________________.
67
APÊNDICE Descrição das variáveis analisadas nos grupos Gerais (GER), Resistidos
(RES) e Sedentários (SED).
95% Intervalo
Confiança por média
N Média
Desvio
Padrão
Erro
Padrão
Lower
Bound
Upper
Bound
Mínimo Máximo
GER
20
68,65
3,30
0,74
67,11
70,19
65,00
74,00
RES
20
69,05
2,91
0,65
67,69
70,41
65,00
74,00
SED
20
69,25
3,40
0,76
67,66
70,84
65,00
77,00
IDADE (anos)
Total
60
68,98
3,16
0,41
68,17
69,80
65,00
77,00
GER
20
3,24
0,22
0,05
3,13
3,34
2,85
3,68
RES
20
3,32
0,30
0,07
3,18
3,46
2,94
3,94
SED
20
3,87
0,40
0,09
3,69
4,06
3,10
4,55
TEMPO
PERCORRIDO
4 METROS (s)
Total
60
3,48
0,42
0,05
3,37
3,59
2,85
4,55
GER
20
8,19
0,62
0,14
7,90
8,48
7,14
9,78
RES
20
8,01
0,65
0,15
7,71
8,31
6,69
9,15
SED
20
9,75
0,99
0,22
9,28
10,21
7,91
11,43
TEMPO
PERCORRIDO
10 METROS (s)
Total
60
8,65
1,09
0,14
8,37
8,93
6,69
11,43
GER
20
8,52
0,94
0,21
8,08
8,96
7,00
10,49
RES
20
8,30
0,77
0,17
7,94
8,67
6,99
9,99
SED
20
10,76
1,71
0,38
9,96
11,57
7,61
13,64
TEMPO
PERCORRIDO
10 METROS
COM TINTA (s)
Total
60
9,20
1,64
0,21
8,77
9,62
6,99
13,64
GER
20
1,24
0,09
0,02
1,20
1,28
1,09
1,40
RES
20
1,21
0,10
0,02
1,16
1,26
1,01
1,36
SED
20
1,04
0,11
0,02
0,99
1,10
0,88
1,29
VELOCIDADE
4 METROS (m/s)
Total
60
1,17
0,13
0,02
1,13
1,20
0,88
1,40
GER
20
1,23
0,09
0,02
1,18
1,27
1,02
1,40
RES
20
1,26
0,11
0,02
1,21
1,31
1,09
1,49
SED
20
1,04
0,11
0,02
0,99
1,09
0,87
1,26
VELOCIDADE
10 METROS
(m/s)
Total
60
1,17
0,14
0,02
1,14
1,21
0,87
1,49
68
GER
20
1,23
0,09
0,02
1,18
1,27
1,02
1,40
RES
20
1,26
0,11
0,02
1,21
1,31
1,09
1,49
SED
20
1,04
0,11
0,02
0,99
1,09
0,87
1,26
VELOCIDADE
10 METROS
COM TINTA
(m/s)
Total
60
1,17
0,14
0,02
1,14
1,21
0,87
1,49
GER
20
62,21
4,06
0,91
60,31
64,11
55,75
70,93
RES
20
61,06
4,95
1,11
58,74
63,37
50,07
69,97
SED
20
55,04
7,07
1,58
51,73
58,35
43,75
68,37
COMPRIMENTO
SEIS PASSOS
(cm)
Total
60
59,43
6,27
0,81
57,81
61,06
43,75
70,93
GER
20
123,83
8,06
1,80
120,05
127,60
111,28
142,13
RES
20
120,99
9,93
2,22
116,35
125,64
101,03
140,73
SED
20
110,96
14,17
3,17
104,33
117,59
86,83
137,72
COMPRIMENTO
SEIS
PASSADAS
(cm)
Total
60
118,59
12,18
1,57
115,45
121,74
86,83
142,13
GER
20
6,93
1,79
0,40
6,09
7,77
2,98
9,80
RES
20
7,93
2,41
0,54
6,81
9,06
4,60
13,80
SED
20
6,99
2,72
0,61
5,71
8,26
2,53
11,57
LARGURA SEIS
PASSOS (cm)
Total
60
7,28
2,34
0,30
6,68
7,89
2,53
13,80
GER
20
62,14
4,21
0,94
60,17
64,11
55,70
71,27
RES
20
60,77
4,82
1,08
58,51
63,03
50,71
70,21
SED
20
55,68
7,08
1,58
52,36
58,99
43,93
69,64
COMPRIMENTO
DEZ PASSOS
(cm)
Total
60
59,53
6,10
0,79
57,95
61,10
43,93
71,27
GER
20
124,39
8,40
1,88
120,46
128,32
111,28
142,42
RES
20
121,51
9,81
2,19
116,91
126,10
101,39
140,91
SED
20
111,26
14,18
3,17
104,63
117,90
88,19
139,22
COMPRIMENTO
DEZ PASSADAS
(cm)
Total
60
119,05
12,28
1,58
115,88
122,23
88,19
142,42
GER
20
6,95
1,93
0,43
6,05
7,86
3,29
10,33
RES
20
8,06
2,23
0,50
7,01
9,10
4,10
13,53
SED
20
7,10
2,61
0,58
5,88
8,32
2,91
10,72
LARGURA DEZ
PASSOS (cm)
Total
60
7,37
2,29
0,30
6,78
7,96
2,91
13,53
69
GER
20
109,23
13,61
3,04
102,86
115,60
80,41
137,14
RES
20
113,12
9,95
2,22
108,46
117,78
96,10
137,84
SED
20
97,92
11,13
2,49
92,70
103,13
79,10
126,15
CADÊNCIA
(passos/min)
total
60
106,76
13,18
1,70
103,35
110,16
79,10
137,84
GER
20
154,90
4,72
1,05
152,68
157,11
146,50
163,50
RES
20
154,20
6,03
1,34
151,37
157,02
145,50
163,50
SED
20
154,02
6,86
1,53
150,81
157,23
142,00
167,00
ALTURA (cm)
total
60
154,37
5,85
0,75
152,86
155,88
142,00
169,00
GER
20
27,57
4,22
0,94
25,59
29,54
18,15
33,08
RES
20
26,39
3,19
0,71
24,89
27,88
20,89
33,61
SED
20
26,49
4,05
0,90
24,59
28,39
19,86
32,82
IMC (kg/cm²)
total
60
26,81
3,82
0,49
25,83
27,80
18,15
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