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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO”
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS
CAMPUS DE BOTUCATU
ESCÓRIA DE ACIARIA, LAMA CAL E LODOS DE ESGOTO NO
CULTIVO DA SOJA SOB SISTEMA PLANTIO DIRETO
ELISA ENI FREITAG
Tese apresentada à Faculdade de Ciências
Agronômicas da UNESP - Campus de
Botucatu, para obtenção do título de Doutor em
Agronomia (Agricultura).
BOTUCATU - SP
Julho - 2008
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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO”
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS
CAMPUS DE BOTUCATU
ESCÓRIA DE ACIARIA, LAMA CAL E LODOS DE ESGOTO NO
CULTIVO DA SOJA SOB SISTEMA PLANTIO DIRETO
ELISA ENI FREITAG
Engenheira Agrônoma
Orientador: Prof. Dr. Leonardo Theodoro Büll
Co-Orientador: Prof. Dr. Carlos Alexandre Costa Crusciol
Tese apresentada à Faculdade de Ciências
Agronômicas da UNESP - Campus de
Botucatu, para obtenção do título de Doutor em
Agronomia (Agricultura).
BOTUCATU - SP
Julho - 2008
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III
Andei...
Por caminhos difíceis, eu sei.
Mas olhando o chão sob meus pés, vejo a vida correr.
É assim a cada passo que der,
e tentarei fazer o melhor que puder.
Aprendi...
Não tanto quanto quis,
mas vi que conhecendo o universo ao meu redor
aprendo a me conhecer melhor;
E assim escutarei o tempo que me ensinará
a tomar a decisão certa a cada momento.
E partirei...
Em busca de muitos ideais.
Hoje se encontram meu passado, presente e futuro.
Hoje sinto em mim a emoção da despedida.
Hoje é o ponto de chegada,
mas também o ponto de partida.
IV
AGRADEÇO
A Deus...
Que me deu garra, saúde e fé para chegar até aqui,
e alcançar mais esta etapa da minha vida,
e pela família maravilhosa e amigos que conquistei.
Quando eu quero falar com Deus, eu apenas falo...
Quando eu quero falar com Deus, às vezes me calo...
E elevo meu pensamento, peço ajuda, meu sofrimento,
Ele é pai e escuta o que pede o meu coração...
Muitas vezes falando com Deus, desabafo e choro,
e alívio para o meu coração a Ele eu imploro.
E então sinto sua presença, seu amor,
sua luz tão intensa que ilumina meu rosto
e alegra meu coração...
Quanta paz, Quanta Luz,
Deus nos ouve e nos mostra o caminho que a Ele conduz.
Deus é paz, Deus é luz,
Deus nos fala que a ele se chega seguindo Jesus...
É tão lindo falar com Deus em qualquer momento,
Deus vê a folha que cai e é levada ao vento.
Não existe onde Ele não esteja,
e Ele pode escutar nossa voz.
Deus no céu, na terra onde seja está perto de Nós...
Obrigado
V
DEDICO E OFEREÇO
Aos meus pais
Pedro Jorge Freitag e Sueli Freitag,
De vocês recebi o Dom mais precioso do universo: A VIDA.
Já por isso seria infinitamente grata.
Mas vocês não se contentaram em presentear-me apenas coma ela.
Revestiram minha existência de amor, carinho e dedicação.
Cultivaram na criança todos os valores que a transformaram
em um adulto responsável e consciente.
Abriram a porta do meu futuro, iluminando o meu caminho com a luz mais
brilhante que puderam encontrar: O ESTUDO.
Trabalharam dobrado, sacrificaram seus sonhos em favor dos meus
Não foram apenas pais, mas amigos e companheiros,
mesmo nas horas em que meus ideais pareciam distantes e inatingíveis
e o estudo, um fardo pesado demais.
Muitas foram às vezes em que meu cansaço e preocupações foram sentidos
e compartilhados por vocês, numa união que me incentivaram prosseguir.
Hoje concluindo o DOUTORADO, procuro encontrar entre as palavras
aquela que gostaria que seus corações ouvissem.
E só encontro uma simples e sincera palavra: OBRIGADO.
Obrigado meus pais, pela compreensão, quando me distanciei de vocês.
Obrigado por tudo o que fizeram por mim, sem que eu ao menos soubesse.
Obrigado por mais este sonho que realizamos,
em que passo a ser DOUTORA em AGRONOMIA e, sobretudo,
obrigado pela lição de amor que me ensinaram durante toda a minha vida.
Tomara Deus que eu possa ensiná-la aos meus filhos,
com a mesma dignidade com a qual fizeram chegar a mim.
Se isto eu conseguir, estarei realizada;
acima de tudo, serei sua filha.
Dividam comigo os méritos desta conquista,
porque ela lhes pertence; “ ela é nossa, a nossa conquista ”.
Vocês são “simplesmente” tudo na minha vida...
VI
Aos meus irmãos,
Sandra e Adriano, pela compreensão, força e incentivo.
Aos meus cunhados,
Valdemir e Carla.
E aos meus sobrinhos e afilhados,
Letícia Taiana e Victor Hugo, pelo amor, carinho e alegrias
que proporcionam a minha vida.
E dizer a vocês que:
“ Pode ser difícil fazer algumas escolhas, mas muitas vezes
isso é necessário, pois existe uma diferença muito grande entre conhecer o
caminho e percorrê-lo. Não procure querer conhecer seu futuro antes da hora,
nem exagere em seu sofrimento, esperar é dar uma chance à vida. A tristeza
pode ser intensa, mas jamais será eterna. A felicidade pode demorar a chegar,
mas o importante é que ela venha para ficar e não esteja apenas de passagem,
como acontece com muitas pessoas que cruzam nosso caminho “.
Por isso, hoje estou aqui, fiz minhas escolhas, dei uma chance para a vida, sofri
com a distância... ô saudade... Mas agora, colhemos juntos este fruto da minha
batalha, da “nossa batalha”, e comemoro com vocês mais esta passagem.
E assim, dizer mais uma vez, obrigado por tudo, sempre....
VII
AGRADECIMENTOS
A DEUS, por ter me acompanhado em todos os momentos dessa
caminha, guiando meus passos para que eu pudesse passar por todos os desafios, com muita
garra, determinação, saúde, tendo muita fé e amor;
Aos meus pais, dos quais me orgulho profundamente, por terem me
ensinado o caminho, sofremos bastante com a distância e com as dificuldades, um caminho
que não foi muito fácil, mas levado com dignidade, honestidade e respeito acima de tudo. Aos
meus irmãos, cunhados e sobrinhos. Apesar da distância estiveram sempre ao meu lado, em
todos os momentos difíceis ou alegres, nunca me deixando desistir ou abater com as
dificuldades, sempre me incentivando a seguir em frente;
Ao Professor Dr. Leonardo Theodoro Büll, pela orientação deste
trabalho e oportunidade concedida, pela confiança, paciência e ensinamentos e, também, pela
amizade que construímos a cada dia, a cada conversa;
Ao Professor Dr. Carlos Alexandre Costa Crusciol, pela oportunidade
da realização do doutorado, pela co-orientação deste trabalho, ensinamentos e pela amizade.
A Faculdade de Ciências Agronômicas/ FCA – UNESP, campus de
Botucatu, ao Programa de Pós-Graduação em Agronomia-Agricultura e aos Departamentos de
Produção Vegetal - Agricultura e Melhoramento Vegetal e de Recursos Naturais – Ciência do
Solo, pela oportunidade da realização do Doutorado e realização dos trabalhos;
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
(CAPES) pela concessão da “bolsa de estudos”, e a Fundação de Amparo à Pesquisa do
Estado de São Paulo (FAPESP) pela concessão do “auxilio à pesquisa”, fazendo com que
pudesse desenvolver um bom trabalho, sem os quais, provavelmente este não seria possível;
Quero antes de tudo, agradecer de coração a duas mulheres sem igual,
a Prof. Dr. Ana Maria Conte e Castro, que gentilmente cedeu sua casa no período inicial de
nossa estada em Botucatu, contribuindo muito no período em que estivemos sem a bolsa de
estudos, num bonito gesto; e também, a Helga Port, uma pessoa iluminada e de coração bom,
que sempre esteve pronta a ajudar quando as dificuldades apareciam;
As minhas amigas, irmãs e companheiras de república Clarice Backes
e Sandra Cristina Vigo Schulz, pela amizade, convívio e atenção em todos os momentos
VIII
passados juntos, nos bons e nos difíceis; e também, Andréia Cristina Peres Rodrigues com
quem dividi moradia no período final de conclusão do doutorado, à elas o meu eterno carinho
e agradecimento;
Ao meu amigo e irmão do coração, Claudinei Paulo de Lima, que
carinhosamente se denomina como meu chefe, pela amizade e todos os momentos passados
juntos;
Aos estagiários, Rafael (exu), Mauricio (ganso), Ana Paula (russa) e
Thiago (buldog), e também a Clarice (creo), Claudinei (nei), Eder (edinho), Lucilene e
Alessandra, pelos trabalhos em equipe, auxílio nas amostragens e condução do experimento,
além da amizade formada, e ao colega de equipe e amigo Dr. Juliano Corulli Corrêa pela
possibilidade da continuação de seu trabalho,
Aos professores dos Departamentos de Produção Vegetal - Agricultura
e Melhoramento Vegetal, Carlos Alexandre Costa Crusciol, Maurício Dutra Zanotto, João
Nakagawa, Ciro Antônio Rosolem e Rogério Peres Soratto e do Departamento de Recursos
Naturais – Ciência do Solo, Roberto Lyra Villas Bôas, Maria Helena Moraes, Dirceu
Maximino Fernades, Helio Grassi Filho, Sergio Lazaro de Lima e Irâe Amaral Guerrini, e
demais professores da FCA/UNESP, pelos ensinamentos, amizade e atenção em todos os
momentos, muitos deles nos ajudando a solucionar problemas diversos.
Ao Departamento de Recursos Naturais - Ciência do Solo, pela
utilização dos equipamentos e espaço físico dos laboratórios de análise de química e física do
solo, de planta, e de fertilizantes do, em nome dos professores Dirceu Maximino Fernandes,
Helio Grassi Filho, Maria Helena de Moraes e Roberto Lyra Villas Boas, e também, o
Departamento de Produção Vegetal/Área Agricultura pela utilização do espectrofotômetro de
emissão em plasma induzida em argônio (ICP/AES) para leitura de metais pesados no solo e
na planta no laboratório de análise de solo e planta em nome do Prof. Ciro Antônio Rosolem;
Aos funcionários do Departamento Produção Vegetal - Agricultura e
Melhoramento Vegetal, Célio, Matheus, Camargo, Claudemir (Fio), Cido e seu Nelson, pelo
auxílio necessário para o bom desenvolvimento deste trabalho no campo, além da amizade
formada e pelo companheirismo, e também, ao Sirinho e Maurílio. Enfim, a todos os demais
funcionários deste departamento que de uma forma ou outra auxiliaram de alguma forma;
IX
Aos funcionários do Departamento de Recursos Naturais – Ciência do
Solo, pela amizade, companheirismo e auxílio necessário para o bom desenvolvimento deste
trabalho, em especial ao Jair;
Aos Técnicos de Laboratório do Departamento de Produção Vegetal -
Agricultura e Melhoramento Vegetal, Dorival e Valeria, e do Departamento de Recursos
Naturais – Ciência do Solo, José Carlos, Dipieri e Sonia;
As secretárias Shirley da diretoria, Vera e Lana do Departamento de
Produção Vegetal - Agricultura e Melhoramento Vegetal, e também, Silvia, Selma e Lurdinha
do Departamento de Recursos Naturais – Ciência do Solo; pela amizade, dedicação e atenção
dada;
Aos amigos da Pós-Graduação, uns adquiridos recentemente e outros
há mais tempo, pela amizade, cumplicidade, pelas palavras de incentivo, de força, e pelos
momentos compartilhados, os quais, sem dúvida, serão lembrados para sempre, Nara, Tammy,
Rubia, Clarice, Sandra, Mirina, Mônica, Yara, Monalissa, Andréia, Maria Renata, Marina,
Claudinei (nei), Alessandro, Pedro (cana), André (ximba), e muitos outros, muitos mesmo...
Enfim, a todos os amigos da Pós-Graduação, pela convivência e a todos aqueles que de
alguma forma contribuíram para realização desse trabalho.
Aos amigos e graduandos dos cursos de Agronomia, Florestal e
Zootecnia da FCA/UNESP;
A República Santa Cerva e todos seus moradores e ex-moradores, uma
família de amigos que me recebeu de braços abertos, lugar onde fiz muitos amigos, onde
aconteceram muitas festas, meus aniversários, ...“ah o churrasco dos pais”... esse sim, vai
deixar saudades, e a eles o meu mais sincero obrigado;
Aos amigos de Botucatu, em especial a Priscila Laposta e sua família
maravilhosa, pela grande amizade e companhia em diversos momentos, tornando os
momentos mais agradáveis, mesmo os mais difíceis, enfim, uma família que me acolheu de
braços abertos, da qual sentirei saudades;
Aos amigos Ana Luiza, Michael, Conrado, Reverson, Raphael e Meire,
Leandro Grassi e Shayella, Rienni e Flavia, que hoje estão longe, ao menos fisicamente, os
conheci nos lugares por onde passei e guardo no coração. Amigos estes, que sempre me
incentivaram a não desistir, mesmo quando tudo parecia estar perdido, sempre estiveram ao
X
meu lado, em todos os momentos, alegres ou de dificuldade, dando apoio necessário ou então
apenas ouvindo, suprindo até a saudade da família;
A todos que de uma maneira ou outra, ajudaram durante essa caminhada, compartilhando os
anos de estadia em Botucatu/SP, cultivando uma amizade que o tempo amadureceu, e
contribuíram em muito para a realização deste trabalho, apoiando ou aconselhando, em todos
os momentos, o nosso profundo agradecimento. E que mesmo agora, quando partimos em
busca de novos horizontes, não se apague o brilho do companheirismo e do respeito mútuo.
XI
SUMARIO
..........................................................................................................................................Páginas
RESUMO ....................................................................................................................................1
SUMMARY ................................................................................................................................3
1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................................4
2 REVISÃO DE LITERATURA ...............................................................................................6
2.1 Uso racional de resíduos na agricultura............................................................................6
2.1.1 Resíduos urbanos: os lodos de esgoto .......................................................................8
2.1.2 Resíoduos industriais: lama cal e escória de aciaria................................................10
2.2 O sistema plantio direto e a dinâmica de nutrientes no solo ..........................................13
2.3 Alterações químicas, físicas e biológicas causadas pela aplicação de resíduos.............16
3 MATERIAIS E MÉTODOS..................................................................................................24
3.1 Localização e caracterização da área experimental........................................................24
3.2 Delineamento experimental e tratamentos empregados.................................................26
3.2.1 Considerações sobre os resíduos utilizados.............................................................26
3.2.1.1 Caracterização química dos resíduos................................................................26
3.2.1.2 A legislação para utilização dos resíduos.........................................................28
3.2.1.2 As doses............................................................................................................31
3.3 Instalação e condução do experimento...........................................................................32
3.4 Amostragens e avaliações realizadas..............................................................................33
3.4.1 Determinação da reatividade (RE), poder neutralizante (PN) e poder relativo de
neutralização total (PRNT) dos resíduos e do calcário......................................................33
3.4.2 Procedimentos para amostragens de solo e avaliações............................................34
3.4.2.1 Características químicas do solo.......................................................................34
3.4.2.2 Características físicas do solo...........................................................................35
3.4.2.3 Características microbiológicas do solo ...........................................................36
3.4.3 Procedimentos para amostragens de plantas e avaliações.......................................37
3.4.3.1 Cultura da aveia preta.......................................................................................37
3.4.3.2 Cultura da soja..................................................................................................37
3.5 Análise Estatística ..........................................................................................................38
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ..........................................................................................39
4.1 Reatividade (RE), poder neutralizante (PN) e poder relativo de neutralização total
(PRNT) dos resíduos (LC, LB, Lcal, E) e do calcário dolomítico ........................................39
4.2 Propriedades químicas do solo .......................................................................................42
4.2.1 pH do solo................................................................................................................42
4.2.2 Saturação por bases (V%)........................................................................................52
4.2.3 Matéria orgânica......................................................................................................59
4.2.4 Fósforo.....................................................................................................................66
4.2.5 Potássio....................................................................................................................74
4.2.6 Cálcio.......................................................................................................................80
4.2.7 Magnésio .................................................................................................................87
4.2.8 Capacidade de troca de cátions................................................................................94
4.2.9 Metais pesados.......................................................................................................100
4.2.9.1 Os micronutrientes..........................................................................................101
4.2.9.1.1 Cobre ...........................................................................................................101
XII
4.2.9.1.2 Ferro ............................................................................................................108
4.2.9.1.3 Manganês.....................................................................................................115
4.2.9.1.4 Zinco............................................................................................................122
4.2.9.2 Os potencialmente tóxicos..............................................................................128
4.3 Propriedades físicas do solo .........................................................................................140
4.3.1 Agregação do solo .................................................................................................140
4.3.1.1 Diâmetro médio ponderado (DMP)................................................................147
4.3.1.2 Índice de estabilidade de agregados (IEA).....................................................152
4.3.2 Porosidade do solo.................................................................................................156
4.3.2.1 Macroporosidade do solo................................................................................157
4.3.2.2 Microporosidade do solo ................................................................................162
4.3.2.3 Porosidade total do solo..................................................................................165
4.3.3 Densidade do solo..................................................................................................169
4.4 Propriedades microbiológicas do solo..........................................................................172
4.4.1 Carbono microbiano do solo .................................................................................174
4.4.2 Nitrogênio microbiano do solo..............................................................................180
4.5 Cultura da aveia preta (Avena strigosa Schreber) ........................................................185
4.5.1 Massa de matéria seca da aveia preta....................................................................185
4.5.2 Teor de nutrientes na parte aérea da aveia preta....................................................189
4.6 Cultura da soja (Glycine max (L.) Merryll) .................................................................207
4.6.1 Componentes de produção e produtividade da cultura da soja .............................208
4.6.2 Teor foliar de nutrientes na cultura da soja ...........................................................219
5 CONCLUSÕES...................................................................................................................246
6 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................247
1
RESUMO
A agricultura possui grande potencial para a utilização de resíduos
urbanos e industriais, como lodos de esgoto, lama cal e escória de aciaria. Seguindo critérios
bem definidos para o manejo e evitando a contaminação por metais pesados, podem
proporcionar melhorias no solo e favorecer o desenvolvimento das culturas, com mínimos
efeitos danosos sobre o ambiente. Estes resultados foram observados após a aplicação
superficial e sem incorporação daqueles resíduos, reaplicando-os na mesma área experimental
com o objetivo de avaliar num período de até 25 meses as alterações químicas, físicas e
microbiológicas ocorridas no solo, a absorção de nutrientes e metais pesados potencialmente
tóxicos, e seus efeitos sobre o desenvolvimento das culturas de aveia preta e da soja cultivadas
em solo sob Sistema Plantio Direto (SPD). O trabalho foi desenvolvido a campo, em um
Latossolo Vermelho distrófico de Botucatu (SP), no período de 2005 a 2007. O delineamento
experimental foi em blocos casualisados, em esquema fatorial 4x4+1, com quatro repetições.
Os tratamentos foram constituídos por quatro resíduos, sendo dois lodos de esgoto, um
centrifugado e tratado com cal virgem (LC) e um de biodigestor com adição de polieletrólitos
(LB) e dois resíduos industriais, a escória de aciaria (E) e a lama cal (Lcal), nas doses de 0
(testemunha), 2, 4 e 8 Mg ha
-1
, e um tratamento adicional com calcário dolomítico na dose 2
Mg ha
-1
, aplicados na superfície em 2005. Os resíduos LC, Lcal e E podem ser utilizados
como materiais alternativos ao calcário para a neutralização da acidez do solo, com efeitos
sobre pH e V%. A aplicação superficial dos resíduos em SPD melhorou as propriedades
2
químicas e microbiológicas do solo em até 25 meses após a aplicação, além de favorecer o
desenvolvimento das culturas da aveia preta e da soja. Foram observados valores
inexpressivos quanto à disponibilidade de metais pesados tóxicos no solo e nas plantas.
_____________________________
Palavras-chaves: resíduos urbanos, resíduos industriais, correção da acidez do solo, metais
pesados, Glycine max.
3
SOYBEAN YIELD UNDER SLAG, AQUEOUS LIME AND SEWAGE SLUDGE IN NO-
TILLAGE SYSTEM. Botucatu, 2008. 278 p. Tese (Doutorado em Agronomia/Agricultura)
- Faculdade de Ciências Agronômicas, Universidade Estadual Paulista.
Author: ELISA ENI FREITAG
Adviser: LEONARDO THEODORO BÜLL
Second Adviser: CARLOS ALEXANDRE COSTA CRUSCIOL
SUMMARY
The use of urban and industrial residues in agriculture has great
potential, like sewage sludge, aqueous lime and slag. Following defined criteria for the
handling and avoiding heavy metals contamination, can provide soil improvements and better
crop development, with minimum harmful effect on the environment. These results were
observed after surface application and without residues incorporation, reapplying them in the
same experimental area aiming to evaluate in a period of up to 25 months the chemical,
physical and microbiological soil alterations, nutrients absorption and potentially toxic heavy
metals, and its effects on the development of black oat and soybean crop in soil under no-
tillage system. The work was developed in field conditions, in a distrophyc Rhodic Haplustox
of Botucatu (SP), in the period from 2005 to 2007. The experimental design adopted was
randomized blocks, in a factorial scheme 4x4 +1, with four replications. The treatments
consisted of four residues, two sewage sludge, one centrifuged with virgin lime (CS) and one
with biodigestor and polyelectrolytes addition (BS), and two industrial residues, slag (SL) and
aqueous lime (AL), in the doses of 0 (control), 2, 4 and 8 Mg ha
-1
, and one additional
treatment with dolomítico limestone and 2 Mg ha
-1
dose, applied in the surface in 2005. The
surface application of the residues in soil under no-tillage system improved the chemical and
microbiological soil properties up to 25 months after application and promote the development
of black oat and soybean. Inexpressive values were observed on the availability of toxic
metals in soil and plants.
_____________________________
Key-words: Urban residues, industrial residues, soil liming, heavy metals, Glycine max.
4
1 INTRODUÇÃO
O crescente desenvolvimento urbano-industrial vem causando um
grande aumento na geração de resíduos, os quais muitas vezes são descartados em locais
inadequados, de formas inadequadas, poluindo o ambiente. Assim, tornar a disposição
adequada destes resíduos no meio é um dos principais desafios a ser enfrentado pelos gestores
ambientais.
Na agricultura atual o Sistema Plantio Direto tem sido uma das
melhores alternativas para a manutenção da sustentabilidade dos recursos naturais na
utilização agrícola dos solos, cuja área cultivada nesse sistema vem aumentando rapidamente
no Brasil, principalmente nos últimos anos. Em função dos benefícios sobre as propriedades
químicas, físicas e biológicas do solo é caracterizado por apresentar menores perdas de solo,
água e nutrientes por erosão, além de proporcionar maior qualidade, sustentabilidade e
capacidade de produção dos solos agrícolas, quando comparado ao Sistema Convencional de
Cultivo.
A utilização agrícola de resíduos urbanos e industriais, como lodos de
esgoto, lama cal e escória de aciaria podem contribuir para reduzir o consumo de fertilizantes
e corretivos da acidez do solo. Pois apresentam em sua composição nutrientes essenciais às
plantas, matéria orgânica e, em alguns casos, promovem a neutralização da acidez do solo,
contribuindo dessa forma para a redução dos custos de produção, além da diminuição do seu
acúmulo nos centros de produção, permitindo maior sustentabilidade e qualidade ambiental.
5
Neste sentido, a utilização destes resíduos na agricultura torna-se uma
prática racional, econômica e ecologicamente correta. Onde seguindo critérios bem definidos
para o manejo dos mesmos com o mínimo de efeito sobre o ambiente, a aplicação destes no
Sistema Plantio Direto poderá trazer benefícios à fertilidade do solo, por melhorar suas
propriedades físicas, químicas e biológicas.
Os efeitos proporcionados pela aplicação em superfície de resíduos,
sejam eles urbanos como os lodos de esgoto, ou industriais como a lama cal e a escória de
aciaria, em solo sob Sistema Plantio Direto e para culturas anuais como a soja, foram pouco
explorados até o momento e requerem maiores estudos. O que se sabe é que ambas as práticas
são capazes de proporcionar efeitos benéficos ao meio, tanto ao solo quanto ao ecossistema.
Dessa forma, sua utilização na agricultura pode ser uma das formas mais promissoras e
sustentáveis para a reutilização destes materiais, o que já vem sendo adotado por comunidades
do mundo todo.
Diante do exposto, o objetivo do trabalho foi avaliar os efeitos
decorrentes da reaplicação superficial de dois lodos de esgoto, um de biodigestor e outro
centrifugado e tratado cal virgem, da lama cal e da escória de aciaria em um solo sob Sistema
Plantio Direto, após 33 meses de reação destes. Para tal, num período de até 25 meses após a
reaplicação foram observadas as alterações químicas, físicas e biológicas ao longo do perfil do
solo, a absorção de nutrientes e metais pesados potencialmente tóxicos, e seus efeitos sobre o
desenvolvimento das culturas de aveia preta e da soja.
6
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Uso racional de resíduos na agricultura
Toda atividade humana tem como conseqüência a produção de
resíduos e a alteração do meio que o cerca (ABREU JUNIOR et al., 2005). O desenvolvimento
dos grandes centros urbanos tem conduzido a um aumento desordenado na geração de
resíduos e a conseqüente poluição ambiental.
A crescente população dos centros urbanos é importante geradora de
diversos resíduos, domésticos e industriais, os quais muitas vezes, são acumulados no
ambiente sem o adequado tratamento, ou utilização, que possibilite sua reciclagem
(NASCIMENTO et al., 2004).
No desenvolvimento industrial há um processo de formação de
resíduos, no qual, sua aplicação pura e simples no meio ambiente deve ser evitada, devido às
inúmeras transformações que a adição desses novos componentes pode imprimir ao meio
receptor. Infelizmente não é o que se verifica na realidade, onde o elemento solo passou a se
constituir em um depósito receptivo a todo e qualquer tipo de deposição, independente da
finalidade a que se destina a eliminação de resíduos.
A disposição final de resíduos no solo representa não somente um
sistema apropriado, mas também a oportunidade para o manejo de resíduos com o mínimo de
efeitos sobre o ambiente, podendo potencialmente, gerar vários benefícios químicos, físicos e
biológicos. No entanto, caso esses efeitos não sejam corretamente avaliados, podem acarretar
7
danos ao sistema solo-planta (VETTORAZZO et al., 1999). Tornar a disposição adequada
destes resíduos no meio é um dos principais desafios a ser enfrentado pelos gestores
ambientais (NASCIMENTO et al., 2004).
O uso de resíduos urbanos e industriais na agricultura é hoje a maneira
mais promissora de promover um fim nobre a esses materiais, desde que não prejudique
novamente o meio, tendo consciência de realizar a função ecológica de maneira digna. Cuja
prática vem sendo adotada por comunidade do mundo todo (BETTIOL e CAMARGO, 2006).
A aplicação de resíduos urbanos e industriais no solo pode ser
recomendada pelo valor corretivo e fertilizante que apresentam (CARVALHO-PUPATTO et
al., 2003; CORRÊA et al., 2005), bem como pela capacidade da macro e microbiota do solo
em decompor os materiais orgânicos. Sendo necessário, entretanto, estudar as alterações nas
propriedades do solo e a resposta das plantas para avaliar seu potencial fertilizante e a possível
contaminação do ambiente por metais pesados (FERREIRA et al., 2003). Segundo CORRÊA
(2005), os resíduos urbanos e industriais promovem alterações nos principais atributos
químicos do solo, com reflexo sobre as propriedades físicas e biológicas deste, sem prejuízo
de contaminação por metais pesados.
A utilização de resíduos no sistema plantio direto (SPD), seguindo
critérios bem definidos, pode trazer benefícios ao solo, por melhorarem as propriedades
físicas, químicas e biológicas, além de tornar-se uma forma racional e econômica para
agricultura, contribuindo para reduzir o consumo de corretivos e fertilizantes inorgânicos
(WALTER et al., 2003; RATE et al., 2004; CORRÊA, 2005). Uma vez que ambas as práticas
são capazes de proporcionar efeitos benéficos ao meio, juntas podem proporcionar melhores
efeitos ao solo e ao ecossistema. As conseqüências da aplicação de resíduos na superfície, em
sistema de plantio direto, para culturas anuais, ainda são pouco conhecidas. Sabe-se que,
quando utilizados de maneira racional, não causam prejuízos de contaminação por metais
pesados e promovem alterações nos principais atributos químicos com reflexo nas
propriedades físicas e biológicas do solo (ACCYOLI et al., 2000; CORRÊA, 2005; CORRÊA
et al., 2008), necessitando assim, maior destaque na pesquisa para seu uso adequado.
8
2.1.1 Resíduos urbanos: os lodos de esgoto
Dentre os resíduos urbanos, pode-se destacar o lodo de esgoto, um
resíduo resultante do tratamento das águas servidas (esgoto), caracterizado por conter
considerável quantidade de matéria orgânica e de elementos essenciais para as plantas,
podendo substituir, ainda que parcialmente, os fertilizantes minerais (SILVA et al., 2002).
Motivo pelo qual, seu uso pode desempenhar importante papel na produção agrícola e na
manutenção da fertilidade do solo (NASCIMENTO et al., 2004), sendo uma das alternativas
mais promissoras para a disposição destes.
Segundo ANDREOLI et al. (2001), os esgotos sanitários contêm
aproximadamente 0,1% de sólidos, sendo os restantes 99,9% água. As estações de tratamento
de esgotos têm a finalidade básica de separar estas duas fases, retornando as águas para os
corpos hídricos da região e processando a fase sólida, de modo a permitir sua disposição de
maneira econômica, segura em termos de saúde pública e ambientalmente aceitável.
É importante destacar que a composição do esgoto varia amplamente
em função do local de origem, ou seja, se proveniente de uma área tipicamente residencial ou
industrial, e da época do ano, dentre outros fatores (MELO e MARQUES, 2000). Razão pela
qual, a composição química do lodo de esgoto é bastante variável, pois depende de muitos
fatores, entre os quais a sua origem, o local e a época do ano de sua coleta, além do tipo de
tratamento ao qual foi submetido (MELO e MARQUES, 2000). Meurer (2000) cita que os
hábitos alimentares da população, bem como a inclusão de águas servidas de estabelecimentos
comerciais variados e de pequenas industrias, também influenciam a sua composição.
A utilização de lodo de esgoto na agricultura possibilita o
aproveitamento dos elementos nutritivos e compostos orgânicos nele contidos, além de
melhorar as propriedades físicas, químicas e biológicas do solo, contribui para diminuir o
consumo de fertilizantes (BETTIOL e CAMARGO, 2000; VIEIRA et al., 2000; MELO et al.,
2001; MELFI et al., 2001; TSUTIYA, 2001; OLIVEIRA et al., 2002; CORRÊA, 2005;
BOEIRA e SOUZA, 2007).
O lodo de esgoto tem sido utilizado como fertilizante orgânico, por
conter alguns elementos essenciais às plantas, tais como: N, P, Ca, Mg, S e micronutrientes
(MELO et al., 1994; BERTON et al., 1997; SILVA et al., 2002). O lodo também tem sido
valorizado como condicionador do solo, aumentando a capacidade de retenção de água, a
9
porosidade e a estabilidade dos agregados, por meio da adição de matéria orgânica ao solo
(ELLIOT, 1986; JORGE et al., 1991).
De acordo com Tsutiya (2001), o lodo de esgoto contém cerca de 1 a
6% de nitrogênio (base seca) na forma orgânica e inorgânica, sendo esta última composta pelo
nitrogênio amoniacal (NH
4
+
) e nítrico na forma de nitrato (NO
3
-
) e nitrito (NO
2
-
). Em geral,
por serem ricos em nitrogênio, podem ser utilizados como fertilizantes nitrogenados com
grande eficiência.
Melo et al. (2001) citam que a recomendação da quantidade de lodo a
ser aplicada normalmente é feita tomando-se como base os teores de nitrogênio no lodo e os
requerimentos deste nutriente pela cultura. O teor de nitrogênio também pode ser usado como
fator limitante para a definição da dose máxima de lodo a ser aplicado no solo, pois, acima de
certa dose, o nitrogênio pode lixiviar na forma de nitratos e contaminar o lençol freático
(SANEPAR, 1997).
Nos casos em que o lodo de esgoto for tratado com cal com a
finalidade de reduzir os níveis de infestação por patógenos, possibilitando maior segurança na
sua aplicação, a taxa de aplicação poderá ser baseada no poder de neutralização do lodo, taxa
esta que não poderá elevar o pH do solo a níveis superiores a 7,0 (CONAMA, 2006). Método
pelo qual, através da adição de cal, ocorre a elevação do pH do lodo a níveis ligeiramente
superiores a 12, o que provoca também aumentos de temperatura ao redor de 60ºC durante o
choque alcalino, inativando e destruindo a maioria dos patógenos (ANDREOLI, 1997). Ou
então, em relação ao máximo acúmulo de metais pesados permitido no solo (CONAMA,
2006).
No Brasil, o uso agrícola de resíduos, principalmente de lodo de
esgoto, como fertilizante orgânico ou condicionador do solo (TSUTIYA, 2001; SILVA et al.,
2002; VAZ e GONÇALVES, 2002), deve crescer substancialmente nos próximos anos,
seguindo uma tendência mundial e acompanhando a demanda gerada por um acentuado
crescimento do volume de esgoto tratado no país (TSUTIYA, 2001).
No entanto, a utilização de lodo de esgoto na agricultura não é isenta
de problemas. A presença de metais pesados potencialmente tóxicos constitui uma das
principais limitações ao uso do lodo na agricultura, pois podem expressar seu potencial
poluente diretamente nos organismos do solo, pela disponibilidade às plantas em níveis
10
fitotóxicos, e também pela presença de microorganismos patogênicos e parasitas, com
restrição de uso principalmente na produção de hortaliças, onde há a possibilidade da
transferência destes para a cadeia alimentar através das próprias plantas ou pela contaminação
das águas subterrâneas, representando riscos diretos ou indiretos à saúde humana e animal
(ELLIOT, 1986; GIBBS et al., 1997; TAN, 2000; BETTIOL e CAMARGO, 2001).
Segundo Andreoli e Pegorini (2000) o uso agrícola do lodo de esgoto
foi muito pesquisado no mundo todo, não havendo registro de nenhum efeito adverso sobre o
ambiente, por exemplo, poluição com metais pesados, quando o mesmo foi utilizado seguindo
qualquer uma das diferentes regulamentações existentes. A longo prazo, entretanto, o aumento
da concentração de metais no solo resultante da aplicação do lodo torna-se uma preocupação
justificada, pois, se não adequadamente controlado, pode ameaçar a cadeia trófica (HUE,
1995).
2.1.2 Resíoduos industriais: lama cal e escória de aciaria
Dentre os resíduos industriais que podem ser usados na agricultura
como corretivos de acidez e fertilizantes, estão a lama cal e a escória de aciaria.
A lama de cal é um resíduo alcalino proveniente da fabricação de papel
e celulose. É um material originado da clarificação do licor verde, proveniente da etapa de
caustificação, no processo de recuperação do licor de cozimento, onde é utilizada a cal
hidratada. O acúmulo desse material pode ocorrer quando sua produção superar a capacidade
de recuperação dos fornos de cal das indústrias de celulose (STAPPE e BALLONI, 1988).
Esporadicamente, o forno de cal necessita de manutenção e sofre um descarte desse produto,
caracterizado por ser sólido e de coloração cinza claro, homogêneo e sem odor característico
(BERGAMIN et al., 1994).
Este material constitui-se predominantemente por carbonato de cálcio
e hidróxido de sódio, o qual, em função da reação alcalina, qualifica-se como possível
sucedâneo do calcário na correção da acidez do solo, tão comum no Brasil (LOURENÇO,
1997), podendo ser comparado a um calcário calcítico (STAPPE e BALLONI, 1988;
GUERRINI e VILLAS BÔAS, 1996).
Estudos utilizando a lama de cal têm demonstrado o potencial desse
material como corretivo agrícola, recomendando sua utilização no solo para a elevação do pH,
11
redução do teor de Al trocável e aumento do teor de cálcio (STAPPE e BALLONI, 1988;
LOURENÇO, 1997; VETTORAZZO et al., 2001; ALBUQUERQUE et al., 2002; CORRÊA,
2005).
No entanto, a presença de elevadas concentrações de sódio em sua
composição torna-se um fator limitante do seu uso, uma vez que pode acarretar problemas de
dispersão de argila e redução da permeabilidade, especialmente em solos argilosos e
consequentemente, prejudicar o desenvolvimento do sistema radicular das plantas, e os solos
com elevada percentagem de sódio trocável são susceptíveis ao selamento superficial e erosão
hídrica (ALBUQUERQUE et al., 2002), porém, segundo Vettorazzo et al. (1999) não causam
danos à sua estrutura, pois o excesso de sódio é fortemente perdido por lixiviação. De acordo
com Bellamy et al. (1995), as elevadas concentrações de cálcio, nas formas solúveis em água e
trocáveis, têm se mostrado importantes na diminuição dos potenciais efeitos negativos do
sódio, uma vez que o cálcio tem maior afinidade pelos sítios de troca das partículas do solo.
De maneira geral, a utilização de resíduos da indústria de papel e
celulose como a lama cal, tem proporcionado benefícios físicos, químicos e biológicos, sem
qualquer prejuízo quantificado para o solo, lençol freático e plantas (GUERRINI e VILLAS
BÔAS, 1996; VETTORAZZO et al., 2001; ALBUQUERQUE et al., 2002; CORRÊA, 2005).
A indústria siderúrgica brasileira produz ferro-gusa e aço e, como
resíduo do processo, a escória, com propriedades corretivas da acidez do solo e fonte de
alguns nutrientes. As escórias siderúrgicas são as fontes mais abundantes e baratas de silicatos.
Estas escórias são originarias do processamento em altas temperaturas (> 1400°C), da reação
do calcário (calcítico, magnesiano ou dolomítico) com a sílica (SiO
2
) presente no minério de
ferro (KORNDÖRFER et al., 2003).
A escória de Aciaria é obtida no processo de produção do aço pela
utilização do ferrro-gusa, processo que exige menor grau de impureza (PRADO et al., 2001).
Na sua composição encontram-se diversos óxidos de Ca, Mg, Si e Mn, cujas quantidades e
concentrações são decorrentes da constituição química da matéria-prima (minério de ferro,
carvão, calcário ou cal) utilizada no processo de fabricação do produto, além do tipo de
refratário usado na parede do forno (PIAU, 1995).
A escória de siderurgia, proveniente da reação da sílica do minério de
ferro com o cálcio do calcário no alto forno, é constituída quimicamente por silicatos de cálcio
12
(CaSiO
3
) e magnésio (MgSiO
3
). Apresenta em sua composição constituintes neutralizantes
(SiO
3
2-
), tendo no solo reação semelhante a do calcário (ALCARDE, 1992; AMARAL
SOBRINHO et al., 1993), podendo ser utilizadas como corretivo de acidez do solo. Entretanto,
a escória apresenta liberação mais lenta de nutrientes, quando comparada ao calcário.
A alta concentração de silicatos de Ca e Mg nas escórias sugere sua
utilização como corretivo da acidez do solo (ACCIOLY et al., 2000; MELLONI et al., 2001;
PRADO et al., 2002; KORNDÖRFER et al., 2003; CORRÊA, 2005) e como fonte de Ca e Mg
para as plantas, além de micronutrientes e como fonte de silício. Segundo Prado et al. (2001)
as bases como cálcio e magnésio, ou seja, os silicatos de cálcio e magnésio estão associados a
compostos de ferro, alumínio e manganês.
As melhorias nas características químicas do solo pela utilização de
escórias decorrem da elevação dos teores de pH, Ca, Mg, CTC e V%, atuam na diminuição da
concentração de H+Al (PRADO et al., 2002; PRADO e FERNANDES, 2003; CORRÊA,
2005), nas reduções de toxidade do Fe, Mn e Al, para as plantas, além de aumentar a
disponibilidade de fósforo (PRADO et al., 2001), e do silício no solo (ANDERSON et al.;
1987; WINSLOW, 1992), o que, para culturas acumuladoras de silício como o arroz e a cana-
de-açúcar (KORNDÖRFER e DATNOFF, 1995), têm refletido em tolerância a doenças e
aumento de produtividade.
Seu potencial de uso agrícola é conhecido como alternativa ao
tradicional calcário, com a vantagem de que seu uso diminui o impacto ambiental em torno
das indústrias produtoras de ferro e aço (KORNDÖRFER et al., 2003).
Conforme Prado et al. (2003), a escória de siderurgia é, atualmente,
pouco usada na agricultura brasileira, contrariamente ao que ocorre em países como Estados
Unidos, Japão e China. Prado et al. (2001) citam que no Brasil existem trabalhos que tratam
do uso desse resíduo como corretivo de acidez e sua relação com a resposta das culturas,
especialmente as anuais, como arroz, sorgo e milho. Nesta mesma linha de pesquisa, Corrêa
(2005) trabalhando com aplicação de escória de aciaria em sistema plantio direto observou
efeitos positivos quanto a correção da acidez do solo e no desenvolvimento da cultura da soja.
Prado et al. (2001) citam ainda, que em culturas semiperenes, como a cana-de-açúcar, os
estudos são praticamente inexistentes em condições de campo, em todo o ciclo de produção
13
(cana-planta e soqueira), embora, segundo Prado e Fernandes (2001) há indicações favoráveis
de aplicação desse resíduo no desenvolvimento inicial da cana-de-açúcar (1
o
e 2
o
corte).
Os silicatos de Ca e Mg, por apresentarem comportamento e
composição semelhante ao dos carbonatos, podem substituir os calcários com vantagem. De
acordo com a legislação brasileira de corretivos de acidez do solo (Brasil, 1983), o calcário
deve apresentar características mínimas para ser comercializado no tocante ao poder de
neutralização e reatividade, ao passo que, para a escória de siderurgia, a exigência mínima está
restrita apenas ao poder de neutralização. Para tal, devem ser comercializados na forma de pó
e quanto mais finamente moídos, maior sua reatividade e eficiência agronômica.
Atualmente, é classificada como corretivo de acidez do solo,
aplicando-lhe a mesma legislação do calcário para sua comercialização (PRADO et al., 2004).
No entanto, até o presente momento não há recomendação especifica para a utilização de
escória, sendo assim, a recomendação para utilização de silicatos deve ser baseada em
qualquer um dos métodos de recomendação de calagem de acordo com a Legislação
Brasileira.
Para Korndörfer et al. (2003), além de ser conhecido o potencial de uso
agrícola da escória de siderurgia como alternativa ao tradicional calcário, tem a vantagem de
que seu uso diminui o impacto ambiental em torno das indústrias produtoras de ferro e aço.
2.2 O sistema plantio direto e a dinâmica de nutrientes no solo
O sistema plantio direto constitui uma excelente alternativa de manejo
do solo, pois, além de reduzir eficazmente a erosão, preserva a qualidade estrutural do solo
obtida ao longo do tempo. O uso desse sistema de manejo, embora ocasione um aumento da
densidade do solo na superfície, com conseqüente diminuição do volume de macroporos nessa
camada e da rugosidade superficial, não tem prejudicado a infiltração de água, causado erosão
hídrica ou afetando o desenvolvimento de raízes das plantas, desde que se observem os
fundamentos do sistema de plantio direto (AMARAL et al., 2004b).
O uso desse sistema de manejo estabelece uma situação que altera
profundamente vários processos químicos do solo, entre eles, influencia o pH, a capacidade de
troca de cátions, a adsorção de fósforo, a toxidez de alumínio e a mobilidade de cátions
polivalentes (MIYAZAWA et al., 2000). No entanto, há necessidade de vários anos de manejo
14
em semeadura direta para notar alterações expressivas nos teores de matéria orgânica do solo,
para que assim possam ocorrer possíveis alterações nas propriedades químicas (TIRITAN,
2001).
No sistema plantio direto os resíduos vegetais mantidos na superfície
do solo funcionam como um reservatório de nutrientes, onde a incorporação se dá por via
biológica (DERPSCH et al., 1985), sendo liberados lentamente pela ação dos mesmos
(FRANCHINI et al., 2000), promovendo aumento de matéria orgânica ao longo do tempo
(CAIRES, 2000), resultando em aumento na CTC (IGUE, 1984). Este acúmulo de matéria
orgânica na camada superficial do solo pode exercer efeito positivo sobre a acidez trocável do
subsolo (MIYAZAWA et al., 1993), pois durante a decomposição dos restos vegetais ocorre a
liberação de ácidos orgânicos, dos quais originam compostos orgânicos hidrossolúveis que
complexam o cálcio e o magnésio, formando moléculas de cargas neutras, facilitando a sua
descida no perfil do solo (RHEINHEIMER et al., 2000) e no subsolo, o alumínio desloca o
cálcio destes mesmos complexos orgânicos hidrossolúveis em subsuperfície diminuindo a
acidez e aumentando o teor de cálcio (CAIRES et al., 2000).
Essa movimentação provavelmente é lenta e influenciada por fatores
físicos, químicos e biológicos, decorrente da manutenção dos restos vegetais na superfície, há
diminuição das variações de temperatura e umidade, o que favorece a atividade da fauna do
solo, responsável pela abertura de canais por onde também pode ocorrer o transporte das
partículas de calcário (CIOTTA et al., 2004). Bayer e Mielniczuk (1999) demonstraram que a
matéria orgânica possui importância na fase de ciclagem de nutrientes e no controle da
umidade, temperatura, infiltração, erosão e atividade biológica do solo.
A baixa mobilidade de Ca
2+
na forma de carbonatos em solos ácidos se
deve a ausência de ânions acompanhantes. Pavan (1994), Oliveira e Pavan (1996) e Caires et
al. (1999) observaram elevação de pH, diminuição do Al trocável e aumento nos teores de Ca
e Mg até a camada subsuperficial no sistema plantio direto. Outros trabalhos têm demonstrado
a mobilização de Ca em subsolo na forma orgânica, principalmente na forma de fulvato-Ca
(FRANCHINI et al., 1999b). A mobilidade do Ca e Mg no perfil do solo é função da matéria
orgânica, pH, tipo de planta cultivada, tipo de solo, adubação nitrogenada e precipitação
pluviométrica (TIRITAN, 2001).
15
A baixa solubilidade do CaCO
3
e a ausência do ânion acompanhante
não conferem ao cultivo convencional as mesmas características de caminhamento dos cátions
e neutralização da acidez em subsuperfície ocorridas no sistema plantio direto, e esta ação é
atribuída aos complexos orgânicos hidrossolúveis dos resíduos vegetais, os quais destacam-se
os ácidos orgânicos que promovem as alterações químicas até a camada subsuperficial dos
solos (FRANCHINI et al., 1999a).
A movimentação de cátions é atribuída a formação de complexos com
ligantes orgânicos originados por resíduos vegetais presentes na superfície do solo. Tais
complexos apresentam cargas negativas ou nulas e como o complexo de troca do solo possui,
predominantemente, baixa quantidade de cargas negativas, a retenção destas moléculas é baixa
(SANTOS, 1997; PAVAN e MIYAZAWA, 1998; ZIGLIO et al., 1999).
Se a estabilidade dos complexos Ca-ligantes orgânicos for baixa a
movimentação no perfil do solo será pequena e comportam-se como sais inorgânicos, porém
se a constante de estabilidade for alta o Ca do complexo orgânico se desloca até a
subsuperfície, onde será substituído pelo Al e adsorvidos nas partículas de solo, devido a
estabilidade do Al ser maior que o Ca. Assim, há uma diminuição do Al nas camadas
superficiais de solos onde o corretivo foi aplicado na superfície (SÁ, 1995), tendendo esta
correção a se estender as camadas subsuperficiais ao longo do tempo de cultivo (OLIVEIRA e
PAVAN, 1996; CAIRES et al., 1998; CAIRES et al., 1999; TIRITAN, 2001).
A deposição periódica de resíduos orgânicos na superfície do solo
favorece a acidificação do solo (CAIRES, 2000; CIOTTA et al., 2002), pois continuamente a
matéria orgânica está sendo decomposta em ácidos orgânicos e dióxido de carbono; estes
ácidos orgânicos podem ligar-se a ânions como Ca
2+
, Mg
2+
, K
+
, e serem lixiviados para
subsuperfície.
O tempo de reação do calcário aplicado na superfície do solo em no
sistema plantio direto pode variar em função da dose, das características químicas do solo, do
manejo da adubação e calagem, do sistema de rotação de culturas e da reatividade do corretivo
(CAIRES et al., 2000), do período transcorrido após a calagem, conteúdo de matéria orgânica
do solo e quantidade de resíduos vegetais na superfície (CIOTTA et al., 2004).
A capacidade de neutralização da acidez dos solos por resíduos
vegetais esta relacionada com os teores de Ca, Mg e K, consequentemente com ânions
16
orgânicos e inorgânicos, pelo princípio da eletronegatividade. O sistema plantio direto diminui
o contato dos resíduos vegetais com o solo, reduzindo assim a taxa de decomposição dos
ligantes orgânicos por microrganismos (FRANCHINI et al., 1999a).
Os resíduos vegetais, presentes nesse sistema promovem a
complexação dos íons Al
+3
com as substâncias orgânicas e com complexos hidrossolúveis de
baixo peso molecular, que, segundo Miyazawa et al. (1996), formam compostos de baixa
solubilidade, mesmo com o decréscimo do pH do solo (Paiva et al., 1996).
Várias espécies de cobertura vegetal utilizadas no sistema plantio
direto, têm efeito na neutralização da acidez até a camada subsuperficial. A capacidade de
neutralização da acidez do solo por resíduos vegetais está associada aos seus teores de cátions
e carbono orgânico solúvel (FRANCHINI et al., 1999a; MIYAZAWA et al., 1999;
MIYAZAWA et al., 1993). No entanto, Tiritan (2001) cita que apenas o manejo da palha no
sistema plantio direto não altera os atributos químicos do solo.
2.3 Alterações químicas, físicas e biológicas causadas pela aplicação de resíduos
Quanto ao uso de resíduos urbanos e industriais, no Brasil a literatura
apresenta resultados que de forma geral são favoráveis à sua aplicação na agricultura. Em
trabalhos conduzidos por pesquisadores como Fiest et al. (1999), Carmo (2001), Melo et al.
(2001), Corrêa (2001), Tsutiya (2001), Melfi et al. (2001), Galdos et al. (2004) e Corrêa
(2005), dentre outros, foi constatada a eficiência do uso de lodos de esgoto na correção da
acidez do solo, elevando o valor de pH e neutralizando o Al tóxico. E dentre alguns resíduos
industriais que apresentam comportamento semelhante ao calcário, utilizados como corretivo
de acidez do solo, estão a escória de aciaria (PIAU, 1991, 1995; AMARAL et al., 1994;
PRADO et al., 2002; PRADO et al., 2003; CORRÊA, 2001, 2005) e a lama cal
(VETTORAZZO et al., 1999; CORRÊA, 2005).
Quanto aos aspectos químicos, a aplicação de lodo de esgoto ao solo
tem propiciado elevação dos teores de fósforo (SILVA et al., 2002), de carbono orgânico
(CAVALLARO et al., 1993), da fração humina da matéria orgânica (MELO et al., 1994), do
pH, da condutividade elétrica e da capacidade de troca de cátions (BETTIOL et al., 2000;
OLIVEIRA et al., 2002). Dentre os efeitos dos lodos sobre as propriedades físicas do solo,
condicionadas principalmente pela presença de matéria orgânica, destacam-se a melhoria no
17
estado de agregação das partículas do solo, com conseqüente diminuição da densidade e
aumento na aeração e retenção de água (MELO e MARQUES, 2000).
Segundo Borges e Coutinho (2004a) o comportamento dos metais
pode ser influenciado por atributos do solo, tais como: teor de argila, matéria orgânica,
conteúdo de óxidos e pH. Portanto, os critérios para aplicação de lodo de esgoto deveriam ser
baseados também nos atributos do solo e não apenas nos teores totais de metais presentes no
lodo. Neste sentido, o conhecimento de como esses atributos influenciam o comportamento
dos metais torna-se fundamental para o estabelecimento da carga máxima de resíduo que um
solo pode receber. A capacidade de adsorção específica dos metais pesados adicionados ao
solo, via lodo, persistirá enquanto esses elementos estiverem no solo, sugerindo, portanto, que
os metais não permaneceriam em formas prontamente disponíveis às plantas e que o resíduo,
que é a fonte de contaminação de metais pesados, tem em sua carga orgânica uma forma de
aumentar a capacidade dos solos para retê-los (Corey et al., 1987 citado por OLIVEIRA e
MATTIAZZO, 2001).
Conforme Borges e Coutinho (2004a) o lodo de esgoto contém um teor
de matéria orgânica que varia de 70 a 600 g kg
-1
, de acordo com sua procedência e tipo de
tratamento ao qual foi submetido. Aplicações de material orgânico ao solo causam aumento na
atividade dos microrganismos, os quais adicionam agentes complexantes ao solo, bem como
podem influir em seu potencial redox (SHUMAN, 1988). Deste modo, é esperado que
ocorram mudanças entre os teores de metais nas diversas frações do solo. A importância da
matéria orgânica na complexação de metais foi demonstrada por Sanders et al. (1986) que
observaram aumentos nos teores de Zn, Ni, Cd e Cu extraídos da fração orgânica do solo, após
cinco anos de aplicações de lodo. Resultado semelhante foi obtido por McGrath et al. (1988)
para Mn, Cu e Zn em solos que receberam aplicações de turfa.
Sendo o lodo um material rico em compostos orgânicos e com alto teor
de ácido fúlvico solúvel, quando adicionando ao solo, Oliveira et al. (2003) verificaram que os
compostos orgânicos solúveis formaram complexos com os metais pesados, principalmente
com zinco e cádmio, e os compostos inorgânicos de ferro e manganês, incorporados ao solo
interferiram sensivelmente na adsorsão de cádmio, zinco e chumbo. De acordo com Oliveira
(1998) os óxidos de ferro e manganês presentes no lodo são capazes de imobilizar metais
pesados por longo período de tempo, reduzindo os riscos de contaminação deste material.
18
Os lodos de esgoto são importantes fontes de nutrientes às plantas,
principalmente de fósforo (BOARETTO e NAKAGAWA, 1982; VILLAS BÔAS et al., 1984;
BERTON et al., 1989; MARQUES et al., 1993; SIMONETE et al., 1999; CORRÊA, 2001;
MELFI et al., 2001). Silva et al. (1998) observaram que o lodo apresenta menor custo de P
2
O
5
e N em relação a fontes tradicionais (superfosfato triplo e uréia). O nitrogênio aplicado via
lodo é um dos mais importantes (GLÓRIA, 1992; MELO et al., 1994; SIMONETE et al.,
1999; GALLI et al., 1999; VIEIRA, 2000; CORRÊA, 2001). A formação de amônia ocorre
paulatinamente à medida que o material orgânico vai sendo mineralizado (ANDRADE et al.,
1999), sem que a haja quantidade excessiva de nitrato no solo (VIEIRA, 2000). No entanto,
não tem sido boa fonte de potássio, por este ser facilmente solubilizado em água, encontrando-
se em baixos teores.
Uma das ações importantes dos lodos de esgoto está relacionada à sua
utilização como melhoradores do aproveitamento do fósforo aplicado ao solo, ocorrendo
liberação moderada deste, porém contínua, em contraste com os fertilizantes solúveis que
fornecem elevado teor de P solúvel, imediatamente após sua aplicação (MINHONI et al.,
1993). A decomposição do lodo no solo produz agentes complexantes que facilitam a
movimentação de fosfatos combinados com ferro e alumínio (TSUTIYA, 2001).
A adubação orgânica com lodo de esgoto aumenta os teores de Ca e
Mg (SILVA et al., 1998; FIEST et al., 1999; SIMONETE et al., 1999; FORTES NETO et al.,
1999; GALLI et al., 1999; CORRÊA, 2001; TSUTIYA, 2001; MELFI et al., 2001; MELO et
al., 2001). Nos casos onde se utiliza cal para desinfecção, pode-se elevar o teor de cálcio no
solo pela aplicação deste lodo. Aumentando os valores de Ca, Mg e K, também aumentará a
soma de bases. O aumento da saturação por bases e de capacidade de troca de cátions do solo
através da aplicação de lodos, melhorando as características químicas do solo, foram
verificados por autores como Bertoncini et al. (1999), Galli et al. (1999), Simonete et al.
(1999), Fiest et al. (1999), Carmo e Lambais (2000) e Corrêa et al. (2007).
Com relação aos teores de Zn, Mn e Cu disponíveis no solo, observou-
se que o aumento na quantidade de lodo elevou, de maneira geral, a disponibilidade destes
elementos no solo (MARQUES et al., 1993; SIMONETE et al. 1999). Oliveira e Mattiazzo
(2001) avaliando a possibilidade de incrementos na absorção de Cd, Cr, Ni e Pb pelas plantas
19
de cana-de-açúcar cultivada em Latossolo tratado com lodo, verificaram que estes elementos
estiveram abaixo do limite de determinação do método analítico utilizado.
O lodo de esgoto tem apresentado bons resultados como fertilizante
para diversas culturas, dentre elas, soja (BROWN et al., 1997; VIERIRA et al, 2005;
CORRÊA, 2005), trigo (BROWN et al., 1997), milho (SILVA et al., 1997; BERTON et al.,
1997; VIEIRA e CARDOSO, 2003; SIMONETE et al., 2003), feijão (DESCHAMPS e
FAVARETTO, 1997; VIEIRA et al., 2002), girassol (DESCHAMPS e FAVARETTO, 1997),
cana-de-açúcar (SILVA et al., 2001), sendo, portanto, um fertilizante potencial em diversas
condições de solo e clima. Barros et al. (2002) verificaram aumento dos teores de nitrogênio
em plantas, os quais foram proporcionais ao aumento das doses de lodo, enquanto Silva et al.
(2002) comprovaram que o lodo utilizado obteve eficiência 25% superior à do superfosfato
triplo como fonte de fósforo para o milho. O potássio, em virtude da baixa concentração nos
lodos, devido sua alta solubilidade em água, tem sido o elemento de maior necessidade de
suplementação com fertilizantes minerais quando utilizado para adubação (ROSS et al., 1990;
MELO et al., 1997).
Outro fator importante no controle do comportamento químico dos
metais é a reação do solo. Em geral, os metais apresentam maior solubilidade em condições de
acidez, no entanto, quando há aumento do pH do solo, proporcionados pela calagem, a
disponibilidade de metais pesados para as plantas é reduzida. Sims e Patrick (1978)
encontraram maiores teores de Fe, Mn, Zn e Cu nas frações (trocável e orgânica) do solo em
menores valores de pH. Sims (1986) relatou que as formas trocáveis de Mn e Zn foram
predominantes em valores de pH inferiores a 5,2, ao passo que, em valores acima deste,
predominaram as formas ligadas à matéria orgânica e aos óxidos (BORGES e COUTINHO,
2004a).
Simonete et al. (2003) analisando o efeito do lodo de esgoto no
crescimento do milho, verificaram que o acúmulo de macronutrientes e a produção de matéria
seca aumentaram com a aplicação deste e são incrementados pela adição de K mineral.
Estudando a aplicação de lodo no solo, Galdos et al. (2004)
verificaram aumentos significativos para os valores de pH do solo sem corretivo. A elevação
do pH foi atribuída a liberação de amônia proveniente da decomposição de compostos
orgânicos presentes no resíduo. Os teores de fósforo disponíveis no solo onde foi aplicado o
20
lodo foram semelhantes aos do tratamento NPK. Entretanto, a aplicação de lodo aumentou as
frações lábeis e moderadamente lábeis do fósforo na camada superficial.
A explicação para o aumento do pH, pela aplicação de lodo de esgoto,
é a formação de íons amônio devido à oxidação do N-orgânico (BERTON et al., 1989). Para
lodos centrifugados e tratados com cal virgem para a esterilização de agentes patogênicos, a
elevação do pH do solo é consequência do enriquecimento pelo CaO, que possui alto poder
corretivo (CARMO, 2001; Corrêa, 2001 e 2005).
Trabalhando com lodo de esgoto tratado com cal, Jorge et al. (1991)
concluíram que seu uso promove o aumento do pH e do teor de cálcio no solo, reduzindo o
teor de alumínio trocável, podendo resultar numa menor estabilidade de agregados. No
entanto, Chueiri (2001) assegura que a elevação excessiva do pH devido ao uso do lodo
alcalinizado na agricultura, tendo como base somente o fornecimento de nutrientes, sem
considerar seu efeito corretivo da acidez, é uma prática de risco, em solos alcalinos, pois esta
prática pode causar prejuízos ao agricultor e danos ao solo.
A escória de aciaria é constituída quimicamente de um silicato de
cálcio (CaSiO
3
) (AMARAL et al., 1994), e apresenta comportamento semelhante ao calcário,
sendo justificado seu uso como corretivo de acidez (RIBEIRO et al., 1986; LOUZADA, 1987;
PIAU, 1991; VELOSO et al., 1992). Em relação aos metais pesados, estudos com escória
contendo Al, Ti, Pb, Cr, Ni, Ba, V, Cd, e Sr, mostraram que estes metais contidos no solo e
nos corretivos não prejudicam a vida vegetativa das plantas e nem causam danos ao solo
(PIAU, 1995).
Apresenta, no entanto, liberação mais lenta de nutrientes, como foi
observado por Prado e Fernandes (2000), em solo cultivado com cana-de-açúcar em vasos, o
que possibilita maior efeito residual da escória. Segundo Prado et al. (2003), é possível que
esse maior efeito residual dos silicatos no solo, com o uso da escória, seja devido a um
equilíbrio químico, ou seja, com a solubilização da escória, obtém-se um incremento inicial do
valor pH e da concentração de Ca. Esse aumento pressupõe decréscimos na dissolução da
escória, uma vez que a solubidade desse material em solução aquosa diminui com o aumento
do pH e da concentração de Ca da solução (KATO e OWA, 1996).
A superioridade das escórias em relação aos calcários, em certas
situações, é atribuída ao seu conteúdo de micronutrientes, tendo, portanto um efeito
21
fertilizante. Desse modo, a aplicação da escória, além de corrigir a acidez do solo, fornece
micronutrientes (AMARAL et al., 1994), e isso é uma vantagem em relação ao calcário, visto
que a escória apresenta, em sua composição, quantidades suficientes para ser considerada
fonte de micronutrientes. Esse aspecto ficou comprovado no trabalho de Valadares et al.
(1974), que analisaram duas escórias, observando teores superiores de micronutrientes em
comparação com dezesseis calcários de diferentes naturezas.
Os efeitos da lama de cal provenientes de indústria de papel nas
características químicas do lixiviado do solo variam em função das doses empregadas e não
houve impacto negativo do sódio com a aplicação no solo de até 6 Mg ha
-1
de lama de cal
(VETTORAZZO et al., 1999). Aplicações de 4 e 6 Mg ha
-1
de lama de cal aumentaram
significativamente o pH e as concentrações de Na
+
e SO
4
2-
no lixiviado. Não houve efeito da
aplicação de lama de cal sobre as concentrações de Ca
2+
e K
+
no lixiviado do solo.
Corrêa et al. (2007) avaliando os índices de acidez no perfil do solo em
função da aplicação em superfície de biossólidos e resíduos industriais verificaram que
enquanto o calcário ficou restrito nas camadas superficiais do solo principalmente para pH,
Ca, Mg e V%, estes resíduos têm a vantagem de proporcionar maiores benefícios em
profundidade, em especial a lama cal e o lodo de esgoto centrifugado e tratado com cal, com
menor ênfase para a escória de aciaria, a qual apresenta uma reação de solubilidade
semelhante ao calcário. Segundo estes autores, os resíduos, escória de aciaria, lodo de esgoto
centrifugado e lama cal, podem ser usados como materiais alternativos ao calcário, uma vez
que favorecem a neutralização da acidez do solo, por possuírem em sua composição CaO,
CaOH, CaSiO
3
e NaOH.
A principal característica física do solo afetada pela matéria orgânica é
a agregação, afetando assim indiretamente as demais características físicas do solo, como a
densidade, a porosidade, a aeração, a capacidade de retenção e a infiltração da água, que são
fundamentais para a capacidade produtiva do solo (BAYER e MIELNICZUK, 1999). A
agregação também sofre influencia dos cátions Ca
2+
e Al
3+
, determinando aumento de volume
causando redução da densidade.
O uso de lodo de esgoto aumenta a concentração de matéria orgânica
no solo, favorecendo a CTC, aumentando a ação quelante, aumentando o poder tampão e
contribuindo como fonte de nutrientes de acordo com trabalhos apresentados por Bataglia et
22
al. (1983a), Melo et al. (1994), Marques (1997), Bettiol et al. (2000), Corrêa (2001, 2005). A
matéria orgânica contida no lodo pode aumentar o conteúdo de húmus que melhora a
capacidade de armazenamento e de infiltração de água no solo, aumentando a resistência dos
agregados e reduzindo a erosão (TSUTIYA, 2001; CARVALHO, 2001; MELO et al., 2001;
GALDOS et al., 2004).
Bettiol e Camargo (2000) afirmaram que a taxa de infiltração de água
no solo é afetada pelo volume de poros, enquanto a capacidade de retenção de água é afetada
pelo número e distribuição dos poros pela superfície específica, sendo ambas afetadas pela
adição de lodo de esgoto, havendo assim aumento na capacidade de retenção de água.
Segundo Marciano et al. (2001), quando o solo originalmente possui
uma boa estrutura, podem não ocorrer melhorias nos atributos físicos, mesmo com a aplicação
de grandes quantidades de lodo, principalmente em propriedades com grande variabilidade
espacial, como as de transmissão de água no solo. Logan et al. (1996) verificaram que a
aplicação de grandes quantidades de lodo não alteraram as propriedades que influenciam a
transmissão de água no solo, independentemente da textura. Os efeitos do lodo nos atributos
físicos do solo dependem do tipo de solo e quantidade aplicada (MELO et al., 2004).
A biomassa microbiana pode ser enquadrada como o compartimento
central do ciclo do carbono, representando um considerável reservatório de nutrientes no solo
e um atributo fundamental para o estudo de ciclagem de nutrientes em diferentes ecossistemas,
agindo assim como fonte e reserva catalisadora de nutrientes (GAMA-RODRIGUES et al.,
1999). De acordo com Fortes Neto et al. (1999), os lodos possibilitam aumento na liberação de
CO
2
e na redução de carbono degradado e na velocidade de decomposição da fração orgânica
do resíduo no solo, aumentando assim a biomassa microbiana do solo.
A atividade microbiana, sobretudo bactérias e fungos (NAHAS, 1991),
produz ácidos orgânicos (BANGAR et al., 1985; KUCEY et al., 1989) e outros produtos do
metabolismo microbiano, durante o processo de decomposição da matéria orgânica. Tais
ácidos podem dissolver o fosfato, e assim, liberar o fosfato para a solução do solo (MINHONI
et al., 1991), além de adsorver cátions como Ca, Mg e K. De acordo com Thomas et al. (1985)
estas variações podem estar associadas a fatores ecológicos influenciando a atividade
microbiana no solo como, conteúdo e qualidade do material orgânico adicionado, capacidade
máxima de adsorção de fósforo pelo solo e índice de pH.
23
A adição de lodo de esgoto aumenta a quantidade de nitrogênio
mineralizado no solo, onde no início de sua aplicação nota-se a imobilização do N pelos
microganismos, formando assim uma competição com a planta neste período, havendo uma
indisponibilização deste nutriente temporariamente (CARMO et al., 2000). A mineralização
do N orgânico é resultante da atividade microbiana durantes os cultivos disponibilizando N
mineral as plantas. A contribuição do N mineralizável é cerca de 20 vezes a da fixação
biológica do nitrogênio atmosférico (CAMARGO et al., 1999).
O lodo aplicado no solo induz um aumento efêmero da biomassa,
medida pela quantidade de carbono ou nitrogênio microbiano. O maior estímulo do
crescimento das populações microbianas pode ser notado devido à presença de matéria
orgânica (CORRÊA, 2005) e de seu alto teor (FORTES NETO et al., 1999). De acordo com
Melfi et al. (2001) a aplicação de lodo estimula a população microbiana no solo em função da
adição de nutrientes e matéria orgânica, havendo um aumento de população dos
microrganismos heterotróficos e diminuição dos autotróficos.
Segundo Oliveira et al. (2001), a aplicação de lodo de esgoto em solos
agrícolas, com risco mínimo ao meio ambiente somente será possível através do
monitoramento das camadas subsuperficiais do solo, que busquem definir taxas, freqüência e
épocas de aplicação do lodo, bem como, estratégias de manejo baseadas na limitação do
número de aplicações sucessivas e possíveis períodos de cessamento necessários para que o
solo volte à suas condições originais, quanto a teores de nitrogênio.
24
3 MATERIAIS E MÉTODOS
3.1 Localização e caracterização da área experimental
O experimento foi conduzido a campo, no período de 2005 a 2007, na
Fazenda Experimental Lageado, que pertence à Faculdade de Ciências Agronômicas - FCA/
UNESP, localizada no município de Botucatu, SP, na região Centro-Oeste do Estado, situada
na latitude de 22
o
51’15”S, longitude de 48
o
26’30”W e altitude de 740 m.
Através de levantamento detalhado realizado por Carvalho et al.
(1983) e utilizando-se os critérios do Sistema Brasileiro de Classificação dos Solos
(EMBRAPA, 1999a), o solo da área experimental foi classificado como Latossolo Vermelho
distrófico, A moderado, textura média, fase campo subtropical, relevo suave ondulado. A
análise granulométrica deste solo apresentou teores de 545 g kg
-1
de areia, 108 g kg
-1
de silte e
347 g kg
-1
de argila.
Segundo a classificação climática de Köeppen, o clima predominante
na região é do tipo Cwa, caracterizado pelo clima tropical de altitude, com inverno seco e
verão quente e chuvoso. O volume de precipitação anual é aproximadamente de 1600 mm,
distribuído de forma irregular.
Os dados climáticos referentes à precipitação pluvial e de temperatura
máxima e mínima durante a condução do experimento foram coletados na Estação
Meteorológica da Fazenda Experimental Lageado, pertencente ao Departamento de Recursos
Naturais - Setor de Climatologia, e estão apresentados na Figura 1.
25
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
j
a
n
/
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5
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0
7
m
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i
/
0
7
Precipitação pluvial (mm)
0
5
10
15
20
25
30
35
Temperatura (ºC)
Precipitação pluvial (mm) ---- Temperatura máxima (ºC) ___ Temperatura mínima (ºC)
Figura 1. Precipitação pluvial acumulada mensal (mm) e de temperatura máxima e mínima
(ºC) registradas durante a condução do experimento, nos anos agrícolas de
2005/2006 e 2006/2007. Botucatu, SP.
A área utilizada no experimento vem sendo manejada em Sistema
Plantio Direto (SPD) desde o ano de 1999. Em 2002 ocorreu a instalação do experimento,
mediante aplicação superficial e sem incorporação de dois lodos de esgoto, um de biodigestor
e um centrifugado, da lama cal e da escória de aciaria, conforme apresentado por Corrêa
(2005). Neste trabalho, houve, portanto, a reaplicação dos tratamentos após 33 meses de
reação destes resíduos no solo, e para tal, utilizou-se os mesmos materiais aplicados em 2002
(primeira aplicação).
A amostragem para a caracterização química inicial do solo foi
realizada em 2002, na ocasião da instalação do experimento, quando foram coletadas 15
amostras em pontos aleatórios da área experimental (subamostra) a fim de obter uma amostra
composta de solo, nas profundidades de 0-5, 5-10, 10-20 e 20-40 cm (Tabela 1) (CORRÊA,
2005). A análise química da amostra de solo foi realizada no Laboratório de Fertilidade do
Solo do Departamento de Recursos Naturais/Ciência do Solo da Faculdade de Ciências
Agronômicas, segundo metodologia descrita por Raij et al. (2001).
Tabela 1. Caracterização química do solo em 2002, na implantação do experimento.
Profundidade pH MO Presina Al
3+
H+Al K Ca Mg SB CTC V%
cm CaCl
2
g dm
-3
mg dm
-3
----------------------------- mmolc dm
-3
-----------------------------
0-5 4,0 16 6 7 38 0,6 12 6 19 57 33
5-10 4,0 18 6 6 45 1,0 19 9 29 74 39
10-20 4,2 15 5 5 45 0,7 13 5 19 64 30
20-40 3,9 10 4 6 42 0,6 12 3 16 58 27
Fonte= CORRÊA, 2005
26
3.2 Delineamento experimental e tratamentos empregados
O delineamento experimental utilizado foi de blocos ao acaso em
esquema fatorial 4x4+1, com quatro repetições.
Os tratamentos foram constituídos por quatro resíduos, sendo dois
urbanos, na forma de lodo de esgoto, sendo um centrifugado - LC, e outro de biodigestor - LB;
e dois industriais, a lama cal - Lcal e a escória de aciaria - E.
Os resíduos foram aplicados em quatro doses, zero (testemunha), 2, 4 e
8 Mg ha
-1
, além de um tratamento adicional com aplicação de calcário (2 Mg ha
-1
), aplicados
sobre a superfície do solo. Os resíduos e as doses utilizadas foram pré-estabelecidas por
Corrêa (2005), em pesquisa iniciada em 2002, na mesma área experimental, ou seja, foram
reaplicados neste experimento, e para tal, foram utilizados os mesmos materiais aplicados em
2002 (primeira aplicação).
O motivo que levou a esta reaplicação foi de que no período
compreendido entre os anos de 2002, quando foi realizada a primeira aplicação dos resíduos,
até 2005, houve redução de fatores como pH e V% do solo, efeitos que contribuíram para a
redução da produtividade da cultura da soja.
3.2.1 Considerações sobre os resíduos utilizados
O lodo de esgoto centrifugado foi obtido na Estação de Tratamento de
Esgoto de São José dos Campos, SP (esgoto de origem domiciliar), o qual é tratado com cal
virgem (CaO) para a eliminação de organismos patogênicos; já o lodo de esgoto de biodigestor
foi obtido na ETE de Barueri, SP (esgoto de origem domiciliar e industrial), no qual são
adicionados polieletrólitos durante o tratamento.
A lama cal foi proveniente da empresa de celulose Luwarcel Celulose
Papel, SP, sendo um dos resíduos gerados no processo da fabricação de papel e celulose, na
etapa de clarificação da celulose. A escória de aciaria foi proveniente da Siderurgia
Mannesmann, MG, um resíduo gerado na indústria da fundição do aço e do ferro-gusa.
3.2.1.1 Caracterização química dos resíduos
A amostragem e a determinação das características dos lodos de esgoto
(LC e LB), da lama cal (Lcal), da escória de aciaria (E) e do calcário, seguiram metodologias
27
descritas pelo Laboratório Nacional de referencia Vegetal - LANARV (1983), que dispõe
sobre a análise de corretivos, fertilizantes e inoculantes. As análises foram realizadas no
Laboratório de Adubos e Corretivos do Departamento de Recursos Naturais - Ciência do Solo
da FCA/UNESP de Botucatu, SP.
Na Tabela 2 esta apresentada a caracterização química dos resíduos
utilizados no experimento, bem como os valores de concentração máxima permitida (CMP)
para metais pesados em lodos de esgoto e resíduos com base na legislação vigente.
Tabela 2. Composição química dos resíduos utilizados no experimento e valores de
concentração máxima permitida (CMP) para lodos de esgoto e resíduos.
Parâmetro Unidade
(1)
LC
(2)
LB
(3)
Lcal
(4)
E
(5)
CMP
(6)
CMP
(7)
CMP
(8)
Umidade % 5 29 19 2
Matéria orgânica % 26 50 3 1
Carbono orgânico % 14,4 27,8 1,7 0,3
Relação C/N % 6/1 7/1 7/1 1/1
pH CaCl
2
12,0 7,0 12,0 12,0
Nitrogênio g kg
-1
25 40 4 3
Fósforo g kg
-1
20 49 2 14
Potássio g kg
-1
3,0 2,0 1,0 1,0
Cálcio g kg
-1
280 20 370 230
Magnésio g kg
-1
4 4 6 21
Enxofre mg kg
-1
0,5 1,6 0,3
Sódio mg kg
-1
640 500 20400 600
Cobre mg kg
-1
72 760 90 16 4300 1500
Ferro mg kg
-1
1600 36750 1096 22900
Manganês mg kg
-1
104 218 158 34300
Zinco mg kg
-1
660 2950 86 24 7500 2800
Arsênio mg kg
-1
14 27 1,4 5 75 41 1000
Cádmio mg kg
-1
n.d.
(9)
0,1 n.d. n.d. 85 39 n.a.
(10)
Cromo mg kg
-1
4 19 13 61 3000 1000 n.a.
Chumbo mg kg
-1
17 107 60 308 840 300 1000
Mercúrio mg kg
-1
n.d. n.d. n.d. n.d. 57 17 100
Níquel mg kg
-1
7 180 96 19 420 420 n.a.
(1)
Teores Totais de concentração dados com base na matéria seca;
(2)
LC= lodo de esgoto centrifugado e tratado com cal
virgem (ETE de São José dos Campos, SP);
(3)
LB= lodo de esgoto de biodigestor (ETE de Barueri, SP);
(4)
Lcal= lama cal
(Luwarcel, SP);
(5)
E= escória de aciaria (Mannesmann, MG);
(6)
CMP= Concentração Máxima Permitida para metais em lodos
de esgoto pela norma P4230 (CETESB, 1999);
(7)
CMP= Concentração Máxima Permitida para metais em lodos de esgoto pela
resolução 375 (CONAMA, 2006);
(8)
CMP= Concentração Máxima Permitida para metais em resíduos pela NBR 10004
(ABNT, 1987, 2004);
(9)
n.d.= Concentrações abaixo do limite de determinação do método analítico empregado.
(10)
n.a.= não
aplicável (não descrito o limite na NBR 10004). Fonte= CORRÊA, 2005.
Nesta metodologia, a determinação do teor total de metais pesados
presentes em cada resíduo (Tabela 2), foi com base nos ácidos nítrico e clorídrico, método que
apresenta semelhança ao da EPA SW-846, porém sem a presença da água oxigenada (Abreu et
28
al., 2001). As leituras foram analisadas em espectrofotômetro de emissão em plasma induzida
em argônio (ICP/AES).
3.2.1.2 A legislação para utilização dos resíduos
De modo geral, as normas brasileiras referentes aos resíduos consistem
na determinação das características químicas e físicas desses materiais, através da avaliação
dos riscos potenciais ao meio ambiente e à saúde pública.
A Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, dita várias
normatizações referentes aos resíduos, dentre elas a NBR 10004/2004, que classifica os
resíduos sólidos quanto aos seus riscos potenciais ao meio ambiente e à saúde pública e indica
a destinação adequada para estes resíduos.
Segundo a norma brasileira NBR 10004/2004, os resíduos sólidos são
definidos como: “Resíduos nos estados sólido e semi-sólido, que resultam de atividades de
origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição.
Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água,
aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como
determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede
pública de esgoto ou corpos de água, ou exijam para isso técnica e economicamente inviáveis
em face à melhor tecnologia disponível.”
A classificação para o gerenciamento dos resíduos na NBR
10004/2004 estabelece dois grupos: os da Classe I - Perigosos, e os da Classe II - Não
perigosos, sendo que esses últimos estão subdivididos em Classe II A - Não inertes e Classe II
B - Inertes. Com base nesta classificação, os materiais utilizados nesta pesquisa fazem parte da
classe II A - Não inertes, que compõem os resíduos orgânicos, dentre eles os lodos de esgoto,
além de resíduos industriais como a lama cal e a escória de aciaria.
Ainda com relação aos resíduos, a Resolução n
o
313, de 29 de outubro
de 2002 do CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE – CONAMA, dispõe sobre o
INVENTÁRIO NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS INDUSTRIAIS com base na norma
da ABNT NBR 10004/2004 - Resíduos Sólidos, segundo a qual, resíduo sólido industrial: é
todo o resíduo que resulte de atividades industriais e que se encontre nos estados sólido, semi-
sólido, gasoso - quando contido, e líquido - cujas particularidades tornem inviável o seu
29
lançamento na rede pública de esgoto ou em corpos d`água, ou exijam para isso soluções
técnica ou economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível. Ficam
incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água e aqueles
gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição. Os resíduos sólidos são
classificados como perigosos, não inertes e inertes.
Para a utilização dos lodos de esgoto no ensaio foram respeitados
todos os critérios estabelecidos pela legislação vigente no Brasil, através da Resolução n
o
375,
de 29 de agosto de 2006 do CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE – CONAMA.
Tomando como principais critérios, a Seção I, art. 2
o
, inciso II, a aplicação no solo pode ser
realizada sobre a superfície do terreno, seguida ou não de incorporação. Dessa forma, a
referida Resolução não discrimina a utilização do lodo de esgoto no sistema plantio direto.
Os teores totais de metais pesados obtidos nos resíduos industriais,
Lcal e E, foram comparados aos valores máximos permitidos pela norma de aplicação de
resíduos sólidos NBR 10004/1987 e 2004 (1987, 2004) e dos lodos de esgoto, LB e LC, à
legislação imposta pela CETESB – P4230 de agosto 1999, para o estado de São Paulo e pela
Resolução n
o
375/2006 do CONAMA, propostos na Seção III, art. 11, a nível nacional.
Conforme apresentado na Tabela 2, os quatro resíduos utilizados neste trabalho respeitam os
limites máximos de concentração para teor total de metais pesados, ou seja, apresentam
resultados de metais pesados inferiores aos valores limítrofes propostos pela legislação
brasileira.
Com relação aos agentes patogênicos, em termos de concentração de
patógenos, de acordo com os valores propostos na Seção III, art. 11 da Resolução n
o
375/ 2006
do CONAMA, os lodos de esgoto são divididos em duas classes, A e B. O lodo Classe A deve
apresentar: Coliformes Termotolerantes <10
3
NMP (Número Mais Provável)/g de ST (Sólidos
Totais); Ovos viáveis de helmintos < 0,25 ovo/g de ST; Salmonella ausência em 10 g de ST;
Vírus < 0,25 UFP (Unidade Formadora de Placa) ou UFF(Unidade Formadora de Foco)/g de
ST; e para o Classe B: Coliformes Termotolerantes <10
6
NMP/g de ST; Ovos viáveis de
helmintos < 10 ovos/g de ST. Ainda nesta Seção, § 1
o
, a resolução cita que a partir de agosto
de 2011 somente será permitida a aplicação de lodo de esgoto ou produto derivado classe A,
exceto sejam propostos novos critérios ou limites baseados em estudos de avaliação de risco e
30
dados epidemiológicos nacionais, que demonstrem a segurança do uso do lodo de esgoto
Classe B.
Dessa forma, o lodo de esgoto centrifugado LC, o qual é tratado com
cal virgem (CaO) para a eliminação de organismos patogênicos, foi classificado como de
Classe A, enquanto o lodo de biodigestor LB, no qual são adicionados polieletrólitos durante o
tratamento, foi classificado como de Classe B.
Antes da aplicação no solo, os lodos de esgoto foram expostos ao sol
por um período de 30 dias, sofrendo dessa forma uma solarização, mediante a utilização de
lona plástica transparente, para a redução do teor de umidade, fato que também contribuiu para
a redução de patógenos, principalmente para o lodo de biodigestor LB, enquanto que, para o
lodo centrifugado LC a maior contribuição na redução de patógenos se deve a adição de cal
virgem durante o condicionamento. Além disso, deve-se considerar que os materiais ainda
ficaram expostos ao sol após a aplicação no campo, pois foram mantidos na superfície do
terreno, auxiliando também na eliminação dos possíveis agentes patogênicos presentes.
Quanto às culturas aptas a receberem lodo de esgoto, conforme a
Seção IV da Resolução n
o
375/2006 do CONAMA, segundo o art. 12 fica proibida a utilização
de qualquer classe de lodo de esgoto ou produto derivado em pastagens e cultivo de olerícolas,
tubérculos e raízes, e culturas inundadas, bem como as demais culturas cuja parte comestível
entre em contato com o solo. De acordo com o art. 13 o lodo Classe A pode ser aplicado em
qualquer cultura, desde que, respeitadas as restrições previstas nos arts. 12 e 15 desta
Resolução. Considerando o art. 14, a utilização de lodo de esgoto ou produto derivado
enquadrado como classe B é restrita ao cultivo de café, silvicultura, culturas para produção de
fibras e óleos, desde que respeitadas as restrições previstas no art. 15 e no inciso XI, do art. 18
desta Resolução. Diante do exposto, o lodo de esgoto LB definido como de Classe B pode ser
utilizado na cultura da soja.
Outro padrão adotado na análise dos resíduos foi a capacidade destes
em corrigir a acidez do solo, para tal, foram determinadas características como a reatividade
(RE), o poder neutralizante (PN) e o poder relativo de neutralização total (PRNT) da lama cal
(Lcal), dos lodos de esgoto (LC e LB) e da escória de aciaria (E), além do calcário, resultados
estes, que poderão ser vistos na Tabela 3, no item 4.1, onde será discutido com maiores
detalhes.
31
Esta análise torna possível a comparação entre os tratamentos como
materiais corretivos da acidez. Dessa forma, em razão de seus conteúdos em material
neutralizante, granulometria e natureza de composição atender às exigências da legislação
brasileira, apresentada pelo Ministério da Agricultura (Tabela 3), que tem como base o
trabalho de Alcarde et al. (1992), os resíduos, escória de aciaria (E), lama cal (Lcal) e o lodo
de esgoto centrifugado e tratado com cal virgem (LC) podem ser utilizados como materiais
corretivos da acidez, o que não acontece para o lodo de esgoto de biodigestor (LB), que em
função de suas características químicas não é permitido para este fim por não atender a
legislação.
3.2.1.2 As doses
Para a determinação das doses, Corrêa (2005) montou um ensaio
preliminar com duração de um mês, mediante incubação em casa de vegetação de várias doses
de cada um dos resíduos, iniciando em 1 Mg ha
-1
até 20 Mg ha
-1
, em sacos plásticos contendo
1,0 kg de terra proveniente da área experimental, com teor de umidade de 70% da capacidade
de campo, para determinar o poder de neutralização dos resíduos, tendo como critério a
recomendação não ultrapassar o valor de pH 7,0 em CaCl
2
(TSUTIYA et al., 2001; MELO et
al., 2001), para só então, definir as doses que seriam aplicadas. Doses estas que segundo
Corrêa (2005), foram adotadas em função do resíduo lama cal ter atingido valor de pH em
CaCl
2
de 0,7 com a dose de 8 Mg ha
-1
, dessa forma, foram adotados valores de dose abaixo
desta, selecionando os números que pudessem formar uma progressão geométrica, para
melhor ajuste do comportamento matemático das variáveis. Mesmo apresentando diferenças
entre os resíduos quanto às propriedades físicas e químicas, foram utilizadas as mesmas doses
em razão da análise estatística.
Para a determinação da dose de calcário o referido autor utilizou o
método de saturação por bases para elevar este índice a 60%, com base de cálculo para a
profundidade de 0-20 cm, para produção de soja (Raij et al., 1997), equivalendo a 2 Mg ha
-1
de calcário dolomítico (280 g kg
-1
de CaO, 230 g kg
-1
de Mg O e PRNT de 70%).
32
3.3 Instalação e condução do experimento
O experimento em questão foi conduzido de abril de 2005 a maio de
2007, mediante reaplicação superficial dos resíduos após 33 meses de reação destes resíduos
no solo.
Para tal, em abril de 2005 as parcelas do experimento foram
remarcadas. Onde cada uma das parcelas apresenta 6,0 m de largura por 7,0 m de
comprimento, além de 1 m de bordadura entre as parcelas do mesmo bloco e de 3 m entre os
blocos.
Após o estaqueamento das parcelas, ocorreu o manejo da vegetação
espontânea por meio de dessecação com a aplicação de herbicida a base de Glyphosate. Em
seguida foi realizada uma amostragem fracionada do perfil do solo nas camadas de 0-5, 5-0,
10-20 e 20-40 cm, para a determinação das características químicas do solo em cada uma das
parcelas, correspondendo a amostragem inicial (tempo zero).
Em maio de 2005 foi realizada manualmente a reaplicação dos
resíduos e do calcário nas respectivas parcelas. Após duas semanas, foi semeada a cultura da
aveia preta, cultivar IAPAR 61, como cultura de inverno, utilizando-se o espaçamento de 17
cm entre linhas, com 70 sementes por metro de sulco, e conduzida por aproximadamente
quatro meses, e neste período não foram necessários o controle de plantas daninhas, pragas e
doenças.
Em agosto de 2005, após a dessecação da cultura da aveia preta
(inverno 2005), foi realizada a segunda amostragem de solo, após 4 meses da reaplicação dos
tratamentos, mediante caracterização fracionada do perfil.
A cultura da soja foi semeada em novembro de 2005, como cultura de
verão (ano agrícola 2005/2006) e conduzida de acordo com as recomendações técnicas para a
cultura. O cultivar utilizado foi a Embrapa 48, no espaçamento de 45 cm entre linhas e
densidade de semeadura de 21 sementes por metro de sulco, e como adubação de base foram
aplicados 300 kg ha
-1
do fertilizante químico formulado 08-28-16. Para o tratamento das
sementes foram utilizados inoculante a base de Bradyrhizobium japonicum, micronutrientes
(Co + Mo) e fungicida (Carboxin + Thiran), nas doses recomendadas pelos fabricantes.
Durante a condução da cultura foram realizados os tratamentos fitossanitários necessários para
33
o bom desenvolvimento da cultura, mediante o controle de pragas, doenças e plantas daninhas.
A colheita da soja foi realizada em abril de 2006.
Em maio de 2006 foi semeada novamente a cultura da aveia preta
como planta de cobertura durante o período de inverno. Em outubro de 2006, após 18 meses
da reaplicação dos resíduos, foi realizada nova amostragem fracionada do solo. A cultura da
soja foi semeada novamente em novembro de 2006 (ano agrícola 2006/2007), cuja colheita
ocorreu em março de 2007. Após a colheita da soja, em abril de 2007 foi realizada outra
amostragem fracionada do perfil do solo, portanto, após 25 meses da reaplicação dos resíduos
e do calcário. As operações de amostragens, implantação, controles fitossanitários, variedades
e adubações utilizadas foram as mesmas nos dois anos de cultivo.
3.4 Amostragens e avaliações realizadas
3.4.1 Determinação da reatividade (RE), poder neutralizante (PN) e poder
relativo de neutralização total (PRNT) dos resíduos e do calcário
A amostragem e a determinação da reatividade (RE), poder
neutralizante (PN) e poder relativo de neutralização total (PRNT) dos lodos de esgoto (LC e
LB), da lama cal (Lcal), da escória de aciaria (E) e do calcário, seguiram metodologia descrita
pelo Laboratório Nacional de referencia Vegetal - LANARV (1983), que se refere a análise de
corretivos, fertilizantes e inoculantes, e realizadas no Laboratório de Adubos e Corretivos do
Departamento de Recursos Naturais - Ciência do Solo da FCA/UNESP de Botucatu, SP. Para
estas determinações foram coletadas amostras compostas de cada um dos resíduos.
Para a obtenção da reatividade (RE) dos resíduos avaliados, foi
determinada a composição granulométrica dos materiais, mediante a porcentagem de
partículas retidas nas peneiras ABNT nº 10 (Ø = 2 mm), ABNT nº 20 (Ø = 0,84 mm), ABNT
nº 50 (Ø = 0,30 mm) e fundo (Ø<0,30 mm), respectivamente, fração > 2 mm, entre 2 e 0,84,
entre 0,84 e 0,30 e < 0,30 mm, e calculada através da equação: RE (%) = (0,2 x ABNT nº 20)
+ (0,6 x ABNT nº 50) + (1,0 x fundo). O poder neutralizante (PN) foi determinado por meio
da quantidade de ácido clorídrico que reagiu com uma amostra de cada um dos resíduos. Já o
poder relativo de neutralização total (PRNT) foi obtido a partir da determinação dos valores de
PN e RE, mediante a seguinte equação: PRNT = (PN x RE)/100.
34
3.4.2 Procedimentos para amostragens de solo e avaliações
3.4.2.1 Características químicas do solo
As amostragens de solo para a caracterização química foram realizadas
por meio de coleta estratificada, nas camadas de 0-5, 5-10, 10-20, 20-40 cm de profundidade.
Para tal, em cada parcela foram coletadas aleatoriamente com o auxílio de um trado tipo sonda
cinco amostras simples nas camadas de 0-5 e de 5-10 cm e três nas camadas de 10-20 e de 20-
40 cm, a fim de obter uma amostra composta de cada camada estudada.
Durante a condução do experimento foram realizadas quatro
amostragens estratificadas de solo. Em abril de 2005 realizou-se a primeira amostragem de
solo, considerada amostragem inicial (tempo zero), efetuada antes da reaplicação dos resíduos
e do calcário, a segunda coleta foi realizada em agosto de 2005, após a dessecação da cultura
da aveia preta, após quatro meses da aplicação, outra em outubro de 2006, após 18 meses, e
por final, uma amostragem em maio de 2007, após 25 meses da aplicação dos resíduos e do
calcário.
Para o preparo das amostras procedeu-se a secagem ao ar, seguido de
peneiramento em malha de 2 mm e acondicionadas para a posterior análise no Laboratório de
Fertilidade do Departamento de Recursos Naturais - Ciência do Solo da FCA/UNESP de
Botucatu.
Mediante análise química do solo foi determinado o pH em CaCl
2
,
H+Al (Quaggio e Raij, 2001), matéria orgânica (Cantarella et al., 2001), P (resina), K, Ca e
Mg trocáveis (Raij e Quaggio, 2001) e, calculada a capacidade de troca de cátions (CTC) e a
saturação por bases (V%).
Os teores de metais pesados disponíveis no solo, dentre eles os
micronutrientes e os potencialmente tóxicos, foram determinados após extração com solução
de DTPA em pH 7,3, seguindo a metodologia proposta por Raij et al. (2001). A partir dos
extratos efetuou-se a leitura dos teores disponíveis dos micronutrientes Cu, Fe, Mn e Zn em
espectrofotômetro absorção atômica (EAA) no Laboratório de Fertilidade do Departamento de
Recursos Naturais - Ciência do Solo, enquanto a leitura dos metais pesados potencialmente
tóxicos As, Cd, Cr, Hg, Ni, Pb e V foram realizadas em um espectrofotômetro de emissão em
plasma induzido em argônio (ICP/AES) no Laboratório de Solo e Planta do Departamento de
Produção Vegetal - Agricultura.
35
Os comprimentos de onda utilizados no espectrofotômetro de emissão
em plasma induzido em argônio (ICP/AES) para medir os teores de As, Cd, Cr, Hg, Ni, Pb e V
foram 189.042, 214.438, 267.176, 194.227, 231.604, 220.353 e 310.230, respectivamente,
cujos limites de detecção foram de 0,002 mg dm
-3
para As e Cd, 0,004 mg dm
-3
para Cr e V,
0,005 mg dm
-3
para Ni, 0,02 mg dm
-3
para Hg e 0,025 mg dm
-3
para Pb.
3.4.2.2 Características físicas do solo
As amostragens para a caracterização das propriedades físicas do solo
foram realizadas após 4 e 25 meses da reaplicação dos resíduos, por meio de amostras
deformadas.
A agregação do solo foi determinada pelo método do tamisamento a
seco, utilizando-se de um conjunto de peneiras com malhas de dimensões decrescentes, de
acordo com a metodologia da Embrapa (1997). Para esta operação, as amostras foram
inicialmente peneiradas em malha de 4 mm, destas pesou-se 100 g, sendo em seguida,
colocada em um conjunto de peneiras de malha 4,00-2,00 mm, 2,00-1,00 mm, 1,00-0,50 mm,
0,50-0,25 mm, 0,25-0,05 mm e <0,05 mm, acoplado a um agitador mecânico, onde foram
agitadas por 15’. Após esta operação, as frações retidas em cada uma das peneiras foram
cuidadosamente retiradas e pesadas, determinando-se dessa forma a porcentagem de partículas
retidas em cada uma das peneiras utilizadas, dividindo-se dessa forma, as partículas por
classes de tamanho. A partir da determinação das partículas por classes de tamanho foram
calculados por meio de fórmulas descritas por Castro Filho (2002), os índices de qualidade do
solo Diâmetro Médio Ponderado (DMP) e Índice de Estabilidade de Agregados (IEA).
Em maio de 2007 foi realizada uma amostragem mediante a coleta de
amostras indeformadas pelo método do anel volumétrico e a determinação em mesa de tensão,
da macroporosidade, microporosidade, porosidade total e densidade do solo, de acordo com a
metodologia da Embrapa (1997).
Para esta amostragem foram abertas pequenas trincheiras, uma por
parcela, onde nas camadas de 0-5, 5-10, 10-20 e 20-40 cm foram cravados anéis de aço, de
bordos cortantes e com volume conhecido (98,2 cm
3
), com o auxílio de uma estrutura metálica
denominada “castelo”, cuja função é receber as pancadas da marreta e direcionar a penetração
do anel. Após preparadas, aparando-se as arestas com o auxílio de uma faca, as amostras
36
foram embaladas com filme plástico e acondicionadas em geladeira para a posterior análise no
Laboratório de Física do Solo do Departamento de Recursos Naturais - Ciência do Solo.
3.4.2.3 Características microbiológicas do solo
A amostragem para análise microbiológica do solo foi realizada em
abril de 2006, após a colheita da cultura da soja do ano agrícola 2005/2006, 11 meses da
reaplicação dos resíduos, coletando-se quatro pontos por parcela com auxílio de um trado tipo
sonda, para formar uma amostra composta, sendo coletadas somente as camadas de 0-5 e 5-10
cm, onde provavelmente há maior atividade dos microorganismos. Após a coleta, ainda no
campo as amostras foram acondicionadas em caixa de isopor, e em seguida guardadas em
geladeira a temperatura média de 4
o
C, até a realização da análise, realizada na mesma semana.
A biomassa microbiana foi determinada pelo método de irradiação-
extração descrito por Ferreira et al. (1999), utilizando-se o forno de microondas marca LG,
freqüência de 2.450 MHz e concentração e energia 1,35 KW. Neste método o forno de
microondas foi utilizado em substituição ao clorofórmio. Para tal, porções de 40 g de solo
peneirado em malha de 2 mm foram colocadas em placas de Petri e esterilizadas no forno de
microondas, por quatro minutos, para eliminar os microrganismos e provocar a liberação dos
componentes celulares (carbono e nitrogênio), nestas amostras, a umidade foi determinada por
diferença de peso antes e depois da esterilização. Uma segunda amostra referente ao mesmo
tratamento não foi submetida à irradiação.
O carbono e o nitrogênio liberados da biomassa (Cmic e Nmic) foram
extraídos por uma solução de K
2
SO
4
0,5 mol L
-1
, utilizando uma relação solo:extrator 1:1,25
(Vance et al., 1987) e determinados através de metodologia de combustão por via úmida para
o carbono, e de Kjeldhal para nitrogênio, sendo realizadas no Laboratório de Fertilidade do
Departamento de Recursos Naturais - Ciência do Solo, segundo Raij et al. (2001). O valor do
carbono da biomassa microbiana foi calculado pela respectiva equação: Cmic= (Ci - Cni)/K
C
em µg g
-1
de C no solo, sendo: Ci - carbono da amostra irradiada; Cni - carbono da amostra
não irradiada; K
C
= 0,33 (fator de correção proposto por SPARLING e WEST, 1988). O valor
do nitrogênio da biomassa microbiana foi calculado seguindo o mesmo princípio da equação
anterior, diferindo apenas pelo uso de K
N
de 0,54 (fator de correção proposto por BROOKES
et al., 1985).
37
3.4.3 Procedimentos para amostragens de plantas e avaliações
3.4.3.1 Cultura da aveia preta
Na cultura da aveia preta, conduzida no período de inverno dos anos
de 2005 e 2006, a coleta das plantas para a determinação da massa de matéria seca e absorção
de nutrientes e metais pesados potencialmente tóxicos foi realizada no estádio de
emborrachamento da cultura, cerca de 80 dias após a semeadura. Para a determinação da
massa de matéria seca da parte aérea foram coletadas as plantas presentes em uma área de 0,25
m
2
, com o auxílio de uma estrutura vazada confeccionada em madeira, contendo as dimensões
de 0,50 X 0,50 m. Após pesado, o material vegetal foi seco em estufa de circulação de ar
forçado à temperatura de 60°C por 48 horas, decorrido este período, foram pesadas novamente
e obteve-se a fitomassa da cultura.
Parte desse material seco foi moído e encaminhado para análise
química no Laboratório de Plantas do Departamento de Recursos Naturais - Ciência do Solo,
onde foram determinados os teores de N, P, K, Ca, Mg, B, Cu, Zn, Mn e S, conforme
metodologia descrita por Malavolta et al. (1997), possibilitando avaliar a quantidade de
nutrientes e metais pesados potencialmente tóxicos absorvidos pela cultura e que poderão
retornar ao solo.
A determinação dos teores de metais pesados potencialmente tóxicos,
Cd, Cr, Co, Hg, Pb, As, V e Ni, foi obtida do extrato nitroperclórico da leitura dos nutrientes, a
partir da digestão, segundo Malavolta et al. (1997), e as leituras efetuadas em
espectrofotômetro de emissão em plasma induzido em argônio (ICP/AES) no Laboratório de
Solo e Planta do Departamento de Produção Vegetal - Agricultura. Os comprimentos de onda
utilizados no espectrofotômetro de emissão em plasma induzido em argônio (ICP/AES) para
medir os teores de As, Cd, Cr, Hg, Ni, Pb e V foram 189.042, 214.438, 267.176, 194.227,
231.604, 220.353 e 310.230, respectivamente, cujos limites de detecção foram de 0,002 mg
dm
-3
para As e Cd, 0,004 mg dm
-3
para Cr e V, 0,005 mg dm
-3
para Ni, 0,02 mg dm
-3
para Hg
e 0,025 mg dm
-3
para Pb.
3.4.3.2 Cultura da soja
Na soja cultivada nas safras 2005/2006 e 2006/2007, a coleta de folhas
para análise foliar ocorreu no estádio R2, que corresponde ao pleno florescimento (fevereiro).
38
A amostragem foliar ocorreu por meio da coleta da terceira ou a quarta folha com pecíolo, a
partir do ápice da planta, o que corresponde a uma folha bem desenvolvida, sem deformações
ou ataques de pragas e doenças, de 30 plantas por parcela, portanto 30 folhas, conforme citado
por Malavolta et al. (1997). Em seguida, o material coletado foi seco em estufa de circulação
de ar forçado à temperatura de 60°C por 48 horas, moído e armazenado para a posterior
análise química, seguindo-se a mesma metodologia descrita para a cultura da aveia preta no
item anterior (3.4.3.1).
A colheita da soja, safra 2005/2006, ocorreu em abril de 2006 e a da
safra 2006/2007, em março de 2007, mediante colheita manual das plantas das duas linhas
centrais, com dois metros cada, e em seguida, foram trilhadas mecanicamente. Na ocasião da
colheita efetuou-se a contagem das plantas presentes em dois metros de duas linhas para
estimar o componente de produção quantidade de plantas por hectare e, para os demais
componentes foram separadas dez plantas para a determinação da altura de plantas, número de
vagens por planta, número de grãos por vagem, massa de 100 grãos, variáveis que
constituíram a produtividade. Depois da trilha mecânica, o material colhido foi peneirado e
pesado, em seguida, amostras dos grãos de cada unidade experimental foram secos em estufa
de circulação de ar forçado à temperatura de 60°C por 48 horas para determinar a umidade dos
grãos, sendo posteriormente corrigida para 13% de umidade e determinada a produtividade em
kg ha
-1
.
3.5 Análise Estatística
Os resultados foram submetidos à análise de variância e de regressão,
sendo comparados a 1 e 5% pelo teste F. As médias dos tratamentos foram comparadas por
meio da aplicação do teste t (LSD) a 1 e 5 %. Para o fator época de amostragem realizou-se
análise de regressão entre estas, considerando para cada um dos resíduos a média das doses 2,
4 e 8 Mg ha
-1
. Com relação ao tratamento adicional calcário, este e as doses dos resíduos,
individualmente, foram comparados entre si pelo teste t (LSD) a 1 e 5 %, sem levar em
consideração a interação entre os fatores. Para a análise estatística dos resultados utilizou-se o
programa estatístico Sisvar versão 4.3.
39
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Reatividade (RE), poder neutralizante (PN) e poder relativo de neutralização
total (PRNT) dos resíduos (LC, LB, Lcal, E) e do calcário dolomítico
Os resultados de reatividade (RE), poder neutralizante (PN) e poder
relativo de neutralização Total (PRNT) estão dispostos na Tabela 3, na qual consta que os
materiais em questão, bem como o calcário, apresentaram características distintas para
possíveis efeitos da neutralização da acidez do solo.
Tabela 3. Fração de partículas retidas nas peneiras ABNT N
o
10 (Ø 2 mm), 20 (Ø 0,84 mm),
50 (Ø 0,30 mm) e fundo (Ø < 0,30 mm), reatividade (RE), poder neutralizante (PN) e
poder relativo de neutralização total (PRNT) dos resíduos LC, LB, Lcal, E e do
calcário dolomítico.
Peneiras (ABNT N
o
)
(1)
RE
(2)
PN
(3)
PRNT
Materiais
10 20 50 fundo
----------------- % de partículas retidas ----------------- -- % -- -- %
E
CaCO
3
-- -- % --
LC 2,40 14,63 40,10 42,87 69,85 93,00 65,00
LB 0,09 50,23 35,46 14,22 36,50 3,00 1,09
Lcal 0,00 0,00 0,05 99,95 99,98 99,00 98,98
E 2,20 6,15 32,53 59,10 79,80 60,00 47,88
Calcário 0,00 4,20 18,80 77,00 89,12 80,00 71,29
LC= lodo de esgoto centrifugado e tratado com cal virgem (ETE de São José dos Campos, SP), LB= lodo de esgoto de
biodigestor (ETE de Barueri, SP), Lcal= lama cal, E= escória de aciaria.
(1)
ABNT N
o
10= fração superior a 2,00 mm; ABNT
N
o
20= fração de 2,00 - 0,84 mm; ABNT N
o
50= fração de 0,84 - 0,30 mm; fundo (ABNT N
o
<50)= fração inferior a 0,30
mm;
(2)
RE= reatividade, expressa o percentual do corretivo que reage em três meses;
(2)
PN= poder neutralizante, expressa o
potencial químico do corretivo, em equivalente de CaCO
3
; Métodos utilizados de acordo com a legislação brasileira de
calcários (BRASIL, 1983, 1986).
40
Conforme os resultados apresentados na Tabela 3 e de acordo com a
legislação brasileira de corretivos de acidez do solo, o lodo de esgoto centrifugado e tratado
com cal virgem (LC) da ETE de São José dos Campos, SP, a lama cal (Lcal) e a escória de
aciaria (E), podem ser considerados como materiais alternativos ao calcário, em função de
seus valores de PN e RE, o que permite boa atuação na neutralização da acidez do solo.
Para que o material atue como corretivo de acidez do solo com alta
eficiência, não é suficiente apenas que apresente alto poder de neutralização, mas que o tempo
para que haja correção da acidez seja satisfatoriamente rápido, isto é, tenha alta reatividade.
Assim sendo, diz-se que este fenômeno está relacionado, especialmente, com o grau de
moagem do material, ou seja, com sua granulometria, embora a natureza química também
possa influenciar. Ou seja, a eficiência de um corretivo da acidez depende de seu conteúdo em
material neutralizante, de sua granulometria e da natureza de sua composição (RAIJ et al.,
1991).
Segundo a legislação dos calcários, para a fração superior a 2,00 mm
(peneira ABNT N
o
10) e inferior a 0,30 mm (peneira ABNT N
o
50) foram atribuídos os
valores 0 e 100% de reatividade, respectivamente, e, a partir destas, foram atribuídas as
eficiências correspondente à granulometria intermediária entre 2,00 e 0,30 mm. No cálculo da
reatividade dos calcários, convencionou-se que a fração das partículas retidas entre as peneiras
ABNT 10 e 20 têm 20% de RE e as retidas entre as peneiras ABNT 20 e 50 têm RE de 60%,
conforme indica a legislação (BRASIL, 1986).
De acordo com a legislação vigente, Portaria Ministerial n
o
03, de 03
de fevereiro de 1986, sobre corretivos de acidez do solo, apresentada pelo Ministério da
Agricultura (BRASIL, 1986), no que diz respeito à granulometria, pre-estabelece que os
mesmos devem apresentar algumas características físicas mínimas, onde 100% das partículas
devem passar em peneira de 2,00 mm (ABNT N
o
10), sendo permitida tolerância de 5%, 70%
em peneira de 0,84 mm (ABNT N
o
20) e 50% em peneira de 0,30 mm (ABNT N
o
50), sendo
permitida uma tolerância de 5%. Considerando o calcário, a legislação estabelece valores
mínimo de 67 para PN e 45% para PRNT.
Com relação ao lodo de esgoto de biodigestor (LB) da ETE de Barueri,
SP, este não poderia ser classificado como material corretivo de acidez, em função dos valores
de RE e PN. No entanto, pesquisadores obtiveram respostas de aumento de pH do solo com
41
aplicações de doses muito alta desse tipo de lodo de esgoto, com incorporação (MAZUR et al.,
1983 a, b; BATAGLIA et al., 1983; BERTON et al., 1989; OLIVEIRA, 1995; BERTON et al.,
1997; SILVA et al., 1998; ANDRADE et al., 1999; CARMO et al., 2000; MELO E
MARQUES, 2000; CORRÊA, 2001, 2005 e TSUTIYA et al., 2001; dentre outros), sendo
atribuído pela mineralização da matéria orgânica com posterior liberação de íons amônio
devido à oxidação do N-orgânico.
Sabe-se que a reação dos corretivos no solo é muito afetada pela finura
do material (grau de moagem), com partículas de menor tamanho reagindo mais rapidamente
(RAIJ et al., 1991), assim, é de se esperar que o resíduo lama cal (Lcal) tenha melhor
desempenho na correção da acidez do solo, sendo esse comportamento em função da
reatividade (RE). Enquanto materiais com granulometria maior poderão expressar maior efeito
residual.
No entanto, o poder neutralizante (PN) é tão importante quanto a RE,
pois leva em consideração os teores de CaO e MgO em porcentagem, determinando a
capacidade de neutralização da acidez do solo em razão desses teores. Assim, provavelmente o
resíduo Lcal se destaque em razão de seu maior valor de PN em relação aos demais, sendo
seguido pelo lodo de esgoto LC, que no processo de tratamento recebe adição de cal virgem
(CaO), objetivando a eliminação de patógenos, estabilização e redução do teor de umidade, o
que explica seu elevado valor de PN. Mesmo apresentando resultados positivos quanto a sua
capacidade de neutralização da acidez do solo, obtido por pesquisadores como Lourenço
(1997) e Corrêa (2005), não há até o momento nenhum padrão ou respaldo da legislação para
sua utilização como acontece com outros materiais corretivos de acidez.
Atualmente, a escória de siderurgia é classificada como corretivo de
acidez do solo, aplicando-lhe a mesma legislação do calcário para sua comercialização
(PRADO et al., 2004). Segundo a legislação (BRASIL, 1983), o calcário deve apresentar
características mínimas para ser comercializado no tocante ao poder de neutralização (PN) e
reatividade (RE), ao passo que, para a escória de siderurgia, a exigência mínima está restrita
apenas ao poder de neutralização (PN). Entretanto, quando estes resultados da taxa de RE
estabelecidos pela legislação brasileira são extrapolados para a escória, podem ocorrer erros, e
por serem materiais distintos, pode-se admitir que as taxas de RE utilizadas para o calcário
talvez não expressem a mesma realidade no caso da escória, visto que este produto apresenta
42
constituição química e física complexa e distinta do calcário. Esta diferença aparece desde a
composição da escória (silicatos de cálcio e magnésio associados a compostos de Fe, Al e Mn)
e durante a fase de produção destes resíduos (PRADO et al., 2001). Fatos que condicionam a
estes materiais maior área superficial em razão da partícula ser mais porosa, característica esta,
herdada do processo de fundição.
Diante do exposto, com base na legislação os resíduos utilizados na
pesquisa, dentre eles, lama cal (Lcal), escória de aciaria (E) e o lodo de esgoto centrifugado e
tratado com cal (LC) estariam aptos a serem comercializados como materiais alternativos ao
tradicional calcário, pois apresentaram valores acima dos pré-estabelecidos, exceto para o lodo
de esgoto de biodigestor (LB).
4.2 Propriedades químicas do solo
As características químicas no perfil do solo são apresentadas em
função das doses 0, 2, 4 e 8 Mg ha
-1
dos resíduos LC (lodo de esgoto centrifugado e tratado
com cal virgem da ETE de São José dos Campos, SP), LB (lodo de esgoto de biodigestor da
ETE de Barueri, SP), Lcal (lama cal proveniente da indústria de papel e celulose) e E (escória
de aciaria proveniente da indústria de ferro e aço) e de calcário (dolomítico) na dose de 2 Mg
ha
-1
, todos aplicados em superfície no Sistema Plantio Direto (SPD).
Para a caracterização química do perfil do solo foram realizadas
quatro amostragens fracionadas no decorrer do experimento (0-5, 5-10, 10-20 e 20-40 cm),
sendo uma inicial, realizada antes da reaplicação dos tratamentos (tempo zero), e as outras,
após 4, 18 e 25 meses da reaplicação. Neste período foram conduzidas duas safras com a
cultura da soja (ano agrícola 2005/2006 e 2006/2007), intercaladas com adubação verde de
inverno com a cultura da aveia preta (inverno 2005 e 2006).
4.2.1 pH do solo
Os resultados da análise de variância para pH do solo apresentados na
Tabela 4 apontam efeito significativo de interação entre os resíduos e as doses, decorrente da
reaplicação destes em 2005, nas três amostragens para as camadas de 0-5 e 5-10 cm, na
camada de 10-20 cm houve interação entre os fatores após 4 e 18 meses da reaplicação, e na
43
Tabela 4. Resumo da análise de variância para valores de pH em CaCl
2
, em diferentes profundidades e amostragens, decorrente da
reaplicação superficial dos resíduos LC, LB, Lcal e E, e do calcário (2 Mg ha
-1
), em um Latossolo Vermelho distrófico sob
Sistema Plantio Direto. Botucatu, SP (2005-2007).
Amostragem (meses) Causa de
Variação
0 4 18 25 0 4 18 25 0 4 18 25 0 4 18 25
pH
0 - 5 cm 5 - 10 cm 10 - 20 cm 20 - 40 cm
Resíduo(R)
(1)
ns ** ** ** ns ** ** ** * ** * ** ns * ** ns
Dose (D) ns ** ** ** ns ** ** ** ** ** ** ** ns * ns ns
R X D * ** ** ** * ** ** ** ns * ns * * ns * **
Bloco ** ** * * ns * * ** ns * ** * * ns ** ns
CV (%) 13 5 6 10 14 1 8 8 12 11 9 7 8 6 5 4
DMS 0,48 0,19 0,24 0,36 0,48 0,22 0,28 0,30 0,39 0,35 0,30 0,23 0,24 0,19 0,16 0,11
LC
(2)
ns ** ** ** ** ** ** ** * * * ** ns ns ns ns
CV 13 6 7 8 8 7 7 7 11 9 10 5 8 7 5 4
DMS 0,99 0,54 0,66 0,73 0,56 0,62 0,58 0,55 0,81 0,69 0,70 0,33 0,54 0,44 0,33 0,21
LB
(2)
ns ** ** ** ns ** ** * ns ns ns ns * ns ns ns
CV 9 7 5 9 7 8 6 7 6 8 4 6 4 5 4 3
DMS 0,72 0,57 0,33 0,64 0,49 0,53 0,38 0,42 0,37 0,55 0,27 0,39 0,21 0,32 0,29 0,21
Lcal
(2)
ns ** ** ** ns ** ** ** ns * ns * ns ns ns ns
CV 15 6 6 12 21 9 9 12 14 13 13 10 9 8 6 5
DMS 1,16 0,54 0,58 1,04 1,60 0,79 0,78 0,92 1,04 1,00 0,91 0,72 0,63 0,45 0,38 0,27
E
(2)
* ** ** ** * ** * * * ns * * ns ns ns ns
CV 10 6 5 9 9 7 10 9 8 10 5 7 3 6 5 4
DMS 0,85 0,58 0,47 0,80 0,69 0,52 0,78 0,63 0,57 0,70 0,32 0,41 0,20 0,37 0,32 0,20
F CV DMS F CV DMS F CV DMS F CV DMS
LC
(3)
** 8 0,37 ** 7 0,28 ns 10 0,36 * 7 0,22
LB
(3)
** 8 0,28 ** 7 0,21 ns 6 0,17 ns 4 0,13
Lcal
(3)
** 11 0,50 * 14 0,59 ns 15 0,51 * 9 0,27
E
(3)
** 8 0,33 ns 9 0,36 ns 10 0,32 ** 5 0,14
Testemunha
(3)
* 8 0,20 * 5 0,19 ns 4 0,12 * 3 0,08
Calcário
(3)
* 10 0,46 * 8 0,32 ns 8 0,26 ns 4 0,13
LC= lodo de esgoto centrifugado e tratado com cal virgem (ETE de São José dos Campos, SP), LB= lodo de esgoto de biodigestor (ETE de Barueri, SP), Lcal= lama cal (Luwarcel
Celulose Papel Ltda., SP), E= escória de aciaria (Siderurgia Mannesmann). 0 meses= amostragem realizada antes da reaplicação dos tratamentos (abril/2005).
(1)
Regressão entre as doses
dos resíduos (LC, LB, Lcal e E).
(2)
Teste de média para comparação entre as doses de cada um dos residuos e o calcário.
(3)
Regressão para valores médios de cada um dos resíduos (doses
de 2, 4 e 8 Mg ha
-1
), da testemunha (dose zero) e do calcário entre as amostragem (0, 4, 18 e 25 meses) *= P < 0,05, **= P < 0,01 e ns= não significativo pelo teste t (LSD).
44
camada de 20-40 cm após 18 e 25 meses. Esse efeito sobre o pH do solo continua ocorrendo
mesmo com 25 meses da reaplicação, até a profundidade de 40 cm.
Pode-se observar ainda na Tabela 4, efeitos significativos da
comparação entre os resíduos e o calcário, efeito este, que pode ser observado até a
profundidade de 10 cm, em todas as amostragens após a reaplicação dos tratamentos. Na
camada de 10-20 cm de profundidade, considerando-se o resíduo LC houve diferença
significativa entre este o calcário em todas as amostragens após a aplicação, para Lcal foi após
quatro e 18 meses, e para E após 18 e 25 meses, enquanto na camada de 20-40 cm de
profundidade não foram observados efeitos significativos.
Por meio da Figura 2, pode-se observar o comportamento do pH do
solo nas diferentes épocas de amostragem, ou seja, da aplicação até 25 meses de reação no
solo. Nos primeiros 10 cm de profundidade observa-se efeito quadrático sobre o pH
proporcionado pelos resíduos e pelo calcário, entre as amostragens realizadas no período
avaliado, exceto para E na camada de 5-10 cm, que não mostrou efeito significativo sobre esta
variável. Nos primeiros 10 cm de profundidade pode-se observar (Figura 2), que em todo o
período avaliado, o lodo de esgoto LB apresentou valores médios de pH próximos aos obtidos
no tratamento testemunha, enquanto, os maiores foram quando aplicado Lcal. Na camada de
10-20 cm de profundidade não foi observada variação significativas para valores de pH do
solo entre as épocas de amostragem. Enquanto na camada de 20-40 cm foram observados
efeitos para pH entre as amostragens, quando aplicados os resíduos LC, Lcal e E.
Na Tabela 5 pode-se observar o ajuste dos dados aos modelos de
regressões lineares e quadráticos, permitindo a descrição das alterações para pH do solo,
considerando as diferentes profundidades. Sendo que, após 25 meses da reaplicação dos
tratamentos, houve aumento do pH até 20 cm de profundidade onde aplicado LC e E, e até 40
cm para Lcal. Vale ressaltar, que os resíduos LC e Lcal proporcionaram aumento do pH do
solo até a profundidade de 40 cm com 18 meses de reação.
Com base nos resultados de pH (Tabela 5), nas três amostragens após a
reaplicação dos resíduos LC, Lcal e E houve efeito positivo sobre o pH do solo,
principalmente na cada superficial, até 10 cm, onde a dose de 8 Mg ha
-1
favoreceu os maiores
efeitos sobre o pH do solo. Pode-se observar também, o efeito residual em subsuperfície para
45
0 - 5 cm
ŷ = 2,513+3,178x-0,613**x
2
R
2
= 0,99
ŷ = 5,125-0,220**x R
2
= 0,94
ŷ = 2,875+2,818**x-0,496**x
2
R
2
= 0,95
ŷ = 5,931-0,871**x+0,119*x
2
R
2
= 1,00
ŷ = 2,642+3,283*x-0,613**x
2
R
2
= 1,00
ŷ = 4,138+1,733x-0,325**x
2
R
2
= 0,95
2,0
3,0
4,0
5,0
6,0
7,0
8,0
0 5 10 15 20 25
Meses
pH (CaCl
2
)
Calcário
Testemunha
LC
LB
Lcal
E
5 -10 cm
ŷ = 3,094+1,739x-0,331**x
2
R
2
= 0,70
ŷ = 4,788-0,155*x R
2
= 0,88
ŷ = 3,758+1,488**x+0,250*x
2
R
2
= 0,97
ŷ = 5,106-0,560**x+0,085*x
2
R
2
= 0,90
ŷ = 3,681+1,849x-0,348**x
2
R
2
= 0,86
2,0
3,0
4,0
5,0
6,0
7,0
8,0
0 5 10 15 20 25
Meses
pH (CaCl
2
)
Calcário
Testemunha
LC
LB
Lcal
E ŷ = 5,08
10 - 20 cm
2,0
3,0
4,0
5,0
6,0
7,0
8,0
0 5 10 15 20 25
Meses
pH (CaCl
2
)
Calc ário ŷ = 4,37
Testemunha ŷ = 4,29
LC ŷ = 4,83
LB ŷ = 4,26
Lcal ŷ = 4,88
E ŷ = 4,60
20 - 40 cm
ŷ = 4,363-0,055*x R
2
= 0,64
ŷ = 4,696-0,128*x R
2
= 0,91
ŷ = 4,563-0,082**x R
2
= 0,61
ŷ = 4,019+0,425x-0,094**x
2
R
2
= 0,66
2,0
3,0
4,0
5,0
6,0
7,0
8,0
0 5 10 15 20 25
Meses
pH (CaCl
2
)
Calc ário ŷ = 4,20
Testemunha
LC
LB ŷ = 4,19
Lcal
E
LC e Lcal, decorrente da aplicação dos tratamentos em 2002, quando do início do
experimento.
Os valores de pH em função da reaplicação dos resíduos LC e Lcal
alcançaram respostas significativas até 40 cm de profundidade e o resíduo E até 20 cm, após
25 meses de reação, sendo que o calcário, chegou até a profundidade de 20 cm após 4 meses
de reação (Tabela 5), sendo os maiores resultados alcançados após quatro e 18 meses. Dos
quatro aos 25 meses, os efeitos sobre o pH do solo foram mais evidentes nas camadas
superficiais, até 10 cm de profundidade.
Figura 2. Dinâmica de pH em CaCl
2
, em diferentes profundidades e épocas de amostragem (0,
4, 18 e 25 meses), decorrente da reaplicação superficial dos resíduos LC, LB, Lcal e
E (média das doses 2, 4 e 8 Mg ha
-1
), da testemunha e do calcário (2 Mg ha
-1
), em
um Latossolo Vermelho distrófico sob Sistema Plantio Direto. Botucatu, SP (2005-
2007).
46
Tabela 5. Valores de pH em CaCl
2
, em diferentes profundidades e amostragens, decorrente da reaplicação superficial dos resíduos LC, LB,
Lcal e E, e do calcário (2 Mg ha
-1
), em um Latossolo Vermelho distrófico sob Sistema Plantio Direto. Botucatu, SP (2005-2007).
Épocas de amostragem
0 meses
4 meses 18 meses 25 meses
Dose
Mg ha
-1
LC LB Lcal E LC LB Lcal E LC LB Lcal E LC LB Lcal E
pH
-------------------------------------------------------------------------------------------- CaCl
2
-------------------------------------------------------------------------------------------
Profundidade 0 – 5 cm
0 5,0 5,0 5,0 5,0 4,6 4,6 4,6 4,6 4,4 4,4 4,4 4,4 4,3 4,3 4,3 4,3
2 5,6 5,4 5,0 4,8 6,2 ab 4,6 c 6,5 a 6,0 b 5,7 ab 4,4 c 6,1 a 5,5 b 5,5 a 4,5 b 4,9 ab 4,8 ab
4 5,1 5,1 5,3 5,6 6,7 ab 4,8 c 6,9 a 6,3 b 7,4 a 4,5 c 6,6 b 6,3 b 6,7 a 4,6 c 6,0 b 6,1 ab
8 5,0 b 5,1 b 5,7 ab 6,1 a 7,3 a 4,6 b 7,0 a 7,0 a 7,7 a 4,3 c 7,4 ab 7,1 b 6,7 a 4,1 b 7,1 a 6,9 a
Média 5,2 5,1 5,2 5,4 6,2 a 4,6 c 6,3 a 5,9 b 6,1 a 4,4 c 6,3 a 5,8 b 5,9 a 4,3 b 5,6 a 5,5 a
Regressão ns ns ns L** Q** ns Q** Q** Q** ns Q** Q** Q** ns L** L**
Calcário 5,1 6,5 6,5 5,5
Profundidade 5 – 10 cm
0 4,7 4,7 4,7 4,7 4,4 4,4 4,4 4,4 4,3 4,3 4,3 4,3 4,2 4,2 4,2 4,2
2 4,9 4,7 5,3 5,2 5,1 ab 4,2 c 5,3 a 4,8 b 4,8 ab 4,3 b 5,2 a 4,9 a 5,0 a 4,2 b 4,5 ab 4,9 a
4 4,6 b 4,8 ab 5,6 a 4,6 b 5,8 a 4,3 c 5,8 a 4,8 b 5,9 b 4,3 d 6,5 a 5,1 c 6,1 a 4,3 c 5,3 b 4,6 c
8 5,5 b 4,5 b 4,8 ab 5,7 a 6,6 a 4,3 c 6,3 a 5,4 b 7,0 a 4,2 c 7,2 a 5,7 b 6,2 a 4,1 c 6,5 a 5,3 b
Média 4,9 4,7 5,1 5,05 5,5 a 4,3 c 5,4 a 4,8 b 5,5 b 4,3 d 5,8 a 5,0 c 5,4 a 4,2 c 5,1 a 4,7 b
Regressão ns ns Q* ns L** ns Q** L** L** ns Q** L** Q** ns L** L**
Calcário 4,4 5,6 5,0 4,9
Profundidade 10 – 20 cm
0 4,6 4,6 4,6 4,6 4,2 4,2 4,2 4,2 4,3 4,3 4,3 4,3 4,2 4,2 4,2 4,2
2 4,4 b 4,4 b 5,2 a 4,5 ab 4,6 4,1 4,4 4,6 4,8 4,2 4,3 4,5 4,4 4,3 4,2 4,3
4 4,5 4,6 5,3 4,8 5,0 ab 4,2 c 5,5 a 4,3 bc 4,5 ab 4,3 b 5,0 a 4,4 b 4,7 a 4,2 b 4,6 ab 4,5 ab
8 5,7 a 4,3 b 4,2 b 5,2 a 5,5 a 4,2 b 5,7 a 4,7 b 5,4 a 4,3 c 5,1 ab 4,8 bc 4,9 a 4,1 b 5,3 a 4,9 a
Média 4,8 4,4 4,8 4,7 4,8 a 4,2 b 4,9 a 4,4 b 4,8 a 4,3 b 4,7 a 4,5 ab 4,6 a 4,2 b 4,6 a 4,4 a
Regressão L** ns Q** ns L** ns L** ns L** ns L** ns L** ns L** L**
Calcário 4,2 4,7 4,2 4,4
Profundidade 20 – 40 cm
0 4,3 4,3 4,3 4,3 4,2 4,2 4,2 4,2 4,3 4,3 4,3 4,3 4,1 4,1 4,1 4,1
2 4,2 4,4 4,4 4,3 4,3 4,2 4,2 4,3 4,3 ab 4,4 ab 4,2 b 4,5 a 4,2 4,1 4,1 4,2
4 4,3 b 4,5 b 5,0 a 4,4 b 4,3 4,2 4,4 4,2 4,4 ab 4,2 b 4,4 ab 4,6 a 4,1 4,1 4,1 4,2
8 4,9 a 4,1 b 4,4 ab 4,4 ab 4,6 a 4,0 b 4,5 a 4,6 a 4,6 a 4,2 b 4,6 a 4,6 a 4,2 ab 4,1 b 4,3 a 4,2 ab
Média 4,4 4,3 4,5 4,4 4,4 a 4,2 b 4,4 a 4,4 a 4,4 ab 4,3 b 4,4 ab 4,5 a 4,1 4,1 4,1 4,2
Regressão L* ns Q* ns ns ns ns L** L* ns L* ns ns ns L* ns
Calcário 4,2 4,3 4,3 4,1
LC= lodo de esgoto centrifugado, LB= lodo de esgoto de biodigestor, Lcal= lama cal, E= escória de aciaria. 0 meses= amostragem realizada antes da reaplicação dos tratamentos
(abril/2005). Médias seguidas de mesma letra, minúscula na linha, não diferem estatisticamente a 1 e 5% pelo teste t (LSD); ns= não significativo, *= P < 0,05 e **= P < 0,01; L =
regressão linear e Q= regressão quadrática.
47
Quando comparados ao calcário, os valores de pH do solo
proporcionados pela aplicação superficial do lodo de esgoto LC na dose de 8 Mg ha
-1
e do
Lcal nas doses de 4 e 8 Mg ha
-1
foram superiores a este até 20 cm de profundidade (Figuras 3
e 4). Em todo o perfil avaliados, as doses de 4 e 8 Mg ha
-1
de LC e Lcal proporcionarem maior
valor de pH após 4, 18 e 25 meses de reação no solo, no entanto, não foram significativamente
superiores aos proporcionados pela calagem na dose recomendada. Após 4 meses da
reaplicação, pode-se observar na camada de 20-40 cm de profundidade, que a dose de 8 Mg
ha
-1
de E proporcionou maiores valores de pH quando comparado ao calcário, mostrando seu
efeito a longo prazo. Ainda com relação a E, após 18 meses da reaplicação, pode ser
observado em todo o perfil avaliado, a superioridade da dose de 8 Mg ha
-1
deste em relação a
calagem quanto ao pH do solo, enquanto após 25 meses da reaplicação este mesmo efeito é
observado nas camadas de 0-5 e de 10-20 cm, como pode ser visualizado por meio das Figuras
3 e 4.
O lodo de esgoto de biodigestor LB foi o único a não apresentar efeito
significativo sobre o pH em função do aumento das doses, em todas as amostragens realizadas
no período e em todas as profundidades avaliadas, como pode ser visto na Tabela 5. Nas
Figuras 3 e 4 pode-se observar o efeito da aplicação do calcário em relação às diferentes doses
do lodo de esgoto LB até 10 cm de profundidade. Esse efeito do lodo de esgoto LB no solo é
decorrente de suas características químicas, por seus baixos valores de RE, PN e PRNT
(Tabela 3), portanto, não sendo considerado um material eficiente para a correção da acidez do
solo ao longo do tempo.
Tomando-se por base a calagem superficial no SPD, vários resultados
experimentais tem mostrado efeito mais acentuados nos primeiros 5 cm de profundidade
(RHEINHEIMER et al., 2000) e, em menor grau, nas camadas de 5-10 cm (CAIRES et al.,
1998; PÖTTKER e BEM, 1998; SÁ, 1999) e de 10-20 cm (RECHCIGL et al., 1985 citado por
Oliveira et al., 2002). Outros pesquisadores constataram que a neutralização da acidez pode
ser obtida até 40 cm de profundidade (OLIVEIRA e PAVAN, 1996), ou até 60 cm de
profundidade como encontrou Caires et al. (2000).
De acordo com os resultados encontrados e por suas caracteristicas
químicas, os resíduos LC, Lcal e E podem ser usados como materiais alternativos ao calcário,
uma vez que favoreceram a neutralização da acidez do solo, com aumento do pH após 4 meses
48
DMS
DMS*
DMS*
DMS*
Testemunha
Calcário
2 Mg ha¯¹ E
4 Mg ha¯¹ E
8 Mg ha¯¹ E
DMS
DMS*
DMS*
DMS*
Testemunha
Calcário
2 Mg ha¯¹ Lcal
4 Mg ha¯¹ Lcal
8 Mg ha¯¹ Lcal
DMS*
DMS*
DMS*
DMS*
0
10
20
30
40
Profundidade (cm)
DMS
DMS
DMS*
DMS*
0
10
20
30
40
Profundidade (cm)
DMS
DMS
DMS*
DMS*
Testemunha
Calcário
2 Mg ha¯¹ LB
4 Mg ha¯¹ LB
8 Mg ha¯¹ LB
DMS
DMS
DMS
DMS*
0
10
20
30
40
Profundidade (cm)
DMS
DMS*
DMS*
DMS*
4,0 5,0 6,0 7,0 8,0
pH (CaCl
2
)
Testemunha
Calcário
2 Mg ha¯¹ LC
4 Mg ha¯¹ LC
8 Mg ha¯¹ LC
DMS
DMS*
DMS*
DMS*
0
10
20
30
40
4,0 5,0 6,0 7,0 8,0
pH (CaCl
2
)
Profundidade (cm)
--------------- 0 meses --------------- -------------- 4 meses --------------
Figura 3. Dinâmica de pH em CaCl
2
decorrente da reaplicação superficial dos resíduos LC, LB,
Lcal e E, e do calcário (2 Mg ha
-1
), em um Latossolo Vermelho distrófico sob Sistema
Plantio Direto, zero e 4 meses após a aplicação. Botucatu, SP (2005). DMS*=
diferença mínima significativa entre as médias pelo teste t a 5%.
49
DMS
DMS*
DMS*
DMS*
Testemunha
Calcário
2 Mg ha¯¹ E
4 Mg ha¯¹ E
8 Mg ha¯¹ E
DMS
DMS*
DMS*
DMS*
Testemunha
Calcário
2 Mg ha¯¹ Lcal
4 Mg ha¯¹ Lcal
8 Mg ha¯¹ Lcal
DMS*
DMS*
DMS*
DMS*
0
10
20
30
40
Profundidade (cm)
DMS
DMS
DMS*
DMS*
0
10
20
30
40
Profundidade (cm)
DMS
DMS
DMS*
DMS*
Testemunha
Calc ário
2 Mg ha¯¹ LB
4 Mg ha¯¹ LB
8 Mg ha¯¹ LB
DMS
DMS
DMS*
DMS*
0
10
20
30
40
Profundidade (cm)
DMS
DMS*
DMS*
DMS*
4,0 5,0 6,0 7,0 8,0
pH (CaCl
2
)
Testemunha
Calcário
2 Mg ha¯¹ LC
4 Mg ha¯¹ LC
8 Mg ha¯¹ LC
DMS*
DMS*
DMS*
DMS*
0
10
20
30
40
4,0 5,0 6,0 7,0 8,0
pH (CaCl
2
)
Profundidade (cm)
-------------- 18 meses -------------- ------------- 25 meses -------------
Figura 4. Dinâmica de pH em CaCl
2
decorrente da reaplicação superficial dos resíduos LC, LB,
Lcal e E, e do calcário (2 Mg ha
-1
), em um Latossolo Vermelho distrófico sob Sistema
Plantio Direto, 18 e 25 meses após a aplicação. Botucatu, SP (2006-2007). DMS*=
diferença mínima significativa entre as médias pelo teste t a 5%.
50
de reação, por possuírem em sua composição CaO, CaOH, CaSiO
3
e NaOH, resultando assim
produtos de reação de neutralização mais solúveis e com maior mobilidade que os
provenientes do calcário (CaCO
3
e MgCO
3
) os quais ficaram restrito às camadas mais
superficiais do solo.
Quanto ao resíduo LC, os resultados obtidos concordam com os
encontrados por Melo e Marques (2000), Tsutiya et al. (2001), Melo et al. (2001) e Oliveira et
al. (2002b), trabalhando com lodo de esgoto, visto que, no processo de tratamento deste lodo é
adicionada cal virgem (CaO) objetivando a eliminação de patógenos, estabilização e redução
do teor de umidade, apresentando um PN de 93%, superior ao do calcário utilizado (Tabela 3).
Já a Lcal constituí-se predominantemente por carbonato de cálcio e hidróxido de sódio,
podendo ser comparada a um calcário calcítico (STAPPE E BALLONI, 1988; GUERRINI e
VILLAS BÔAS, 1996), além de possuir maiores valores de RE e PN quando comparada ao
calcário (Tabela 3), pois possui em sua composição NaOH e CaOH, cujo ânion da reação de
dissociação, o hidróxido (OH
-
), possui maior solubilidade que o carbonato presente no calcário
(HCO
3
-
).
Esse efeito sobre a correção da acidez do solo com aumento do pH em
profundidade favorecido pela aplicação de escória também foi observado por Prado e
Fernandes (2000, 2001 e 2003), Carvalho-Pupatto et al. (2003 e 2004), Corrêa (2005), e
também por Nolla e Korndörfer (2007), pois este apresenta silicato em sua composição
(CaSiO
3
), e conforme Alcarde (1992) fontes de silicato apresentam solubilidade de seis a sete
vezes superior a do calcário, o que facilita a mobilidade no solo.
Comparando-se os valores de pH proporcionados pelo calcário na dose
de 2 Mg ha
-1
com a testemunha, pode-se observar que o aumento do pH após a reaplicação do
calcário ficou restrito nos primeiros 10 cm. Lembrando que, a dissolução do calcário pode
ocorrer em 90 dias, quando aplicados na superfície em SPD, com base nos valores de Ca
2+
e
Mg
2+
na saturação do solo (AMARAL e ANGHINONI, 2001).
Segundo Amaral e Anghinoni (2001) ao se fazer a reaplicação
superficial de calcário no SPD, sem incorporação, forma-se uma frente de alcalinização a
partir da superfície do solo, que pode ser atribuída ao movimento descendente de partículas
finas de calcário, quando as características físicas do solo são favoráveis, como no SPD, ou ao
movimento, por fluxo de massa, de OH
-
e HCO
3
-
proveniente da solubilização do calcário, ou
51
ainda, por ácidos orgânicos de baixo peso molecular, que promovem o deslocamento do K, Ca
e MG, alterando a acidez trocável (Al
3+
).
Com base nos resultados, observa-se que a frente alcalinizante se
encontra na camada de 10-20 cm, demonstrado pelo ligeiro aumento na neutralização da
acidez em relação à testemunha, após 18 meses de reação do calcário (Tabela 5), pois
enquanto houver cátions ácidos a reação de neutralização da acidez fica restrita a esta camada
(RHEINHEIMER et al., 2000).
Assim, para que ocorra a neutralização em profundidade há
necessidade que haja disposição de ânions resultantes da dissolução dos resíduos e do calcário
na solução do solo, permitindo lixiviação ou percolação desses, os quais são responsáveis pela
neutralização da acidez. Segundo Caires et al. (2004) a dissolução do calcário é dificultada
justamente pelo aumento de retenção de cátions decorrente da geração de cargas elétricas
variáveis negativas com a elevação do pH e estes mesmos ânions também podem ser
consumidos por outros cátions como: Al
3+
, Mn
2+
, Fe
2+
.
O deslocamento dos produtos de reação para neutralização da acidez
do solo, nas camadas do solo pode ser atribuído, também, à melhoria de propriedades físicas,
através de canais formados por raízes mortas, planos de fraqueza do solo e macrocanais
biológicos (OLIVEIRA e PAVAN, 1996; RHEINHEIMER et al., 2000; PETRERE e
ANGHIONI, 2001; AMARAL et al., 2004a), principalmente em condições de maior
precipitação.
No entanto, deve-se ter em mente que os produtos de reação de
neutralização não têm efeito rápido na redução da acidez do subsolo, pois depende da
lixiviação de sais através do perfil do solo (COSTA, 2000), assim, o avanço de correção da
acidez do solo só ocorre após a neutralização da camada anterior (RHEINHEIMER et al.,
2000).
Estes resultados vêm a confirmar a mobilização dos produtos de reação
dos resíduos e do calcário nas camadas mais profundas do solo após 4 messes de reação,
corroborando os resultados obtidos por Oliveira e Pavan (1996), Caires et al. (1998, 2000),
Costa (2000), Mello et al. (2003), Lima (2004), Ciotta et al. (2004), Soratto (2005) e Fidalski e
Tormena (2005), Caires et al. (2006) trabalhando com calagem superficial em SPD e Corrêa
52
(2005) e Corrêa et al. (2007) que trabalhou com resíduos como escória de aciaria, lama cal e
lodos de esgoto.
A aplicação superficial dos resíduos LC, Lcal e E, em doses iguais ou
superiores a 4 Mg ha
-1
possibilitam efeitos sobre o pH do solo em profundidades maiores que
20 cm, o que proporciona melhores condições para o crescimento radicular, e dessa forma, faz
com que as plantas cultivadas nesta situação resistam mais aos veranicos.
4.2.2 Saturação por bases (V%)
Com base na análise de variância (Tabela 6) podemos observar o efeito
significativo da interação pela reaplicação dos resíduos sobre a saturação por bases (V%), com
exceção apenas na camada de 20-40 cm na amostragem após 25 meses da aplicação. Também
podemos observar efeitos significativos quando da comparação do calcário com cada um dos
resíduos, ocorrendo até 10 cm de profundidade para LB e até 20 cm para LC, Lcal e E.
Apresenta ainda, os efeitos significativos para o comportamento dos resíduos no solo em todo
o período avaliado, ou seja, da aplicação até 25 meses de reação destes no solo.
O comportamento da saturação por bases no solo durante o período
avaliado pode ser visualizado na Figura 5, onde apresenta o efeito dos resíduos e do calcário
em função da sua reaplicação por um período de até 25 meses de reação no solo.
Nos primeiros 10 cm de profundidade observa-se efeito quadrático
sobre a V% proporcionado pelos resíduos LC, Lcal e E e pelo calcário, entre as amostragens
realizadas no período avaliado, enquanto no tratamento testemunha este efeito sobre a V% foi
linear decrescente, diminuindo com o aumento do tempo de reação deste no solo, exceto para
E e para o calcário na camada de 5-10 cm, que não mostrou efeito significativo sobre esta
variável. Nos primeiros 10 cm de profundidade pode-se observar (Figura 2), que em todo o
período avaliado, o lodo de esgoto LB apresentou valores médios de V% próximos aos obtidos
no tratamento testemunha. Na camada de 10-20 cm de profundidade, no tratamento LB a V%
aumentou linearmente à medida que aumentou o tempo de reação no solo, enquanto no
tratamento testemunha houve efeito contrário. Enquanto na camada de 20-40 cm, para E
houve um comportamento quadrático sobre a V% a medida que aumentou o tempo de reação
desta no solo, enquanto para os tratamentos testemunha, LC, LB, Lcal a V% diminuiu
linearmente.
53
Tabela 6. Resumo da análise de variância para valores de saturação por bases, em diferentes profundidades e amostragens, decorrente da
reaplicação superficial dos resíduos LC, LB, Lcal e E, e do calcário (2 Mg ha
-1
), em um Latossolo Vermelho distrófico sob
Sistema Plantio Direto. Botucatu, SP (2005-2007).
Amostragem (meses) Causa de
Variação
0 4 18 25 0 4 18 25 0 4 18 25 0 4 18 25
V%
0 - 5 cm 5 - 10 cm 10 - 20 cm 20 - 40 cm
Resíduo(R)
(1)
ns ** ** ** ns ** ** ** ns ** * ** ns * * ns
Dose (D) ns ** ** ** ns ** ** ** ns ** ** ** ns ** ns ns
R X D * ** ** ** * ** ** ** * * * * * * ** ns
Bloco ns ns * ns ns * * ns ns ns ns ns ** ns ** *
CV (%) 27 13 13 20 30 19 20 25 35 37 41 38 36 44 38 54
DMS 11,01 6,10 5,76 8,37 11,13 7,26 7,10 7,81 10,66 9,90 9,82 8,15 8,38 8,74 7,28 7,61
LC
(2)
ns ** ** ** ** ** ** ** * ** ns ** ns ns ns ns
CV 33 10 13 14 25 18 16 18 32 30 46 26 37 43 35 45
DMS 28,48 11,46 14,01 15,24 18,82 18,14 14,29 14,85 20,67 20,40 25,35 13,29 17,87 19,11 14,10 13,67
LB
(2)
ns ** ** ** ns * * * ns ns ns ns * ns ns ns
CV 22 22 18 28 19 35 29 35 26 47 42 47 25 56 45 59
DMS 19,28 17,35 11,94 18,76 12,32 20,99 14,15 16,43 14,15 20,83 17,11 15,85 10,94 18,83 15,70 15,20
Lcal
(2)
ns ** ** ** ns ** ** ** ns * ns * ns ns ns ns
CV 29 10 10 21 46 20 18 27 44 39 56 45 43 55 44 64
DMS 25,00 12,22 11,99 21,71 35,25 18,70 16,51 21,10 28,10 24,84 28,76 21,86 21,97 21,55 16,72 18,34
E
(2)
ns ** ** ** ** ** * ** ns ns ns * ns * ns ns
CV 27 11 10 18 22 21 28 23 28 33 36 35 20 40 33 44
DMS 25,68 13,05 11,47 18,39 17,75 18,19 21,91 15,92 17,99 18,86 18,22 16,69 9,64 18,81 15,79 14,84
F CV DMS F CV DMS F CV DMS F CV DMS
LC
(3)
** 15 8,33 ** 15 7,10 ns 30 9,86 * 36 7,68
LB
(3)
** 26 8,05 ** 33 7,48 ** 37 7,27 * 44 7,21
Lcal
(3)
** 17 9,28 ** 27 12,28 ns 45 13,55 * 51 10,27
E
(3)
** 14 7,85 ns 23 9,43 ns 35 10,23 * 31 7,36
Testemunha
(3)
* 20 6,68 * 29 7,63 * 27 6,68 * 26 4,63
Calcário
(3)
* 20 11,88 ns 24 9,08 ns 27 5,90 ns 39 6,73
LC= lodo de esgoto centrifugado e tratado com cal virgem (ETE de São José dos Campos, SP), LB= lodo de esgoto de biodigestor (ETE de Barueri, SP), Lcal= lama cal (Luwarcel
Celulose Papel Ltda., SP), E= escória de aciaria (Siderurgia Mannesmann). 0 meses= amostragem realizada antes da reaplicação dos tratamentos (abril/2005).
(1)
Regressão entre as doses
dos resíduos (LC, LB, Lcal e E).
(2)
Teste de média para comparação entre as doses de cada um dos residuos e o calcário.
(3)
Regressão para valores médios de cada um dos resíduos (doses
de 2, 4 e 8 Mg ha
-1
), da testemunha (dose zero) e do calcário entre as amostragem (0, 4, 18 e 25 meses) *= P < 0,05, **= P < 0,01 e ns= não significativo pelo teste t (LSD).
54
Figura 5. Dinâmica de saturação por bases (V%), em diferentes profundidades e épocas de
amostragem (0, 4, 18 e 25 meses após aplicação), decorrente da reaplicação
superficial de doses dos resíduos LC, LB, Lcal e E (valores médios), e do calcário
(2 Mg ha
-1
), em um Latossolo Vermelho distrófico sob Sistema de Plantio Direto.
Botucatu, SP (2005-2007).
Os resíduos que apresentaram os maiores valores de saturação por
bases foram LC, Lcal e E, na dose de 8 Mg ha
-1
, em todas as amostragens realizadas após a
aplicação, efeito observado em todas as camadas avaliadas, cujos resíduos proporcionaram
valores adequados para as culturas da aveia preta e da soja conduzidas no sistema de plantio
direto, podendo ser usados em substituição ao calcário.
Os resultados de saturação por bases seguem o mesmo comportamento
dos valores de pH, após a aplicação, nos diferentes intervalos de amostragem (Tabela 7,
Figuras 6 e 7). Este efeito semelhante entre as variáveis é apontado por Fidalski e Tormena
(2005), demonstrando que após a correção da acidez potencial na camada superficial ou nas
0 - 5 cm
ŷ = 11,688+55,438x-10,313*x
2
R
2
= 0,91
ŷ = 56,375-5,875*x R
2
= 0,70
ŷ = 18,292+48,217**x-8,250**x
2
R
2
= 0,87
ŷ = 85,75-31,558**x+4,792**x
2
R
2
= 1,00
ŷ = 9,313+60,163**x-11,021**x
2
R
2
= 0,96
ŷ = 34,292+39,842*x-7,375**x
2
R
2
= 0,81
0
20
40
60
80
100
0 5 10 15 20 25
Meses
V(%)
Calcário
Testemunha
LC
LB
Lcal
E
5 -10 cm
ŷ = 51,875-4,400**x R
2
= 0,99
ŷ = 33,875+27,158*x-4,792**x
2
R
2
= 0,80
ŷ = 62,875-21,725**x+3,125*x
2
R
2
= 0,99
ŷ = 25,958+35,330x-6,750**x
2
R
2
= 0,94
0
20
40
60
80
100
0 5 10 15 20 25
Meses
V(%)
Calcário
Testemunha
LC
LB
Lcal
E
ŷ = 50,02
ŷ = 50,69
10 - 20 cm
ŷ = 42,625-6,225**x R
2
= 0,72
ŷ = 37,083-3,992**x R
2
= 0,90
0
20
40
60
80
100
0 5 10 15 20 25
Meses
V(%)
Calcário
Testemunha
LC
LB
Lcal
E
ŷ = 40,33
ŷ = 45,40
ŷ = 42,23
ŷ = 31,19
20 - 40 cm
ŷ = 32,000-3,800*x R
2
= 0,72
ŷ = 42,167-5,642**x R
2
= 0,95
ŷ = 40,625-4,467**x R
2
= 0,90
ŷ = 4,019+0,425x-0,094**x
2
R
2
= 0,66
ŷ = 31,750-3,025**x R
2
= 0,84
0
20
40
60
80
100
0 5 10 15 20 25
Meses
V(%)
Calcário
Testemunha
LC
LB
Lcal
E
ŷ = 21,63
55
Tabela 7. Valores de saturação por bases, em diferentes profundidades e amostragens, decorrente da reaplicação superficial dos resíduos LC,
LB, Lcal e E, e do calcário (2 Mg ha
-1
), em um Latossolo Vermelho distrófico sob Sistema Plantio Direto. Botucatu, SP (2005-
2007).
Épocas de amostragem
0 meses 4 meses 18 meses 25 meses
Dose
Mg ha
-1
LC LB Lcal E LC LB Lcal E LC LB Lcal E LC LB Lcal E
V
--------------------------------------------------------------------------------------------- % ---------------------------------------------------------------------------------------------
Profundidade 0 – 5 cm
0 54 54 54 54 41 41 41 41 34 34 34 34 37 37 37 37
2 70 a 63 ab 52 ab 47 b 79 a 42 b 82 a 84 a 67 a 34 b 73 a 69 a 68 a 39 b 58 a 55 b
4 57 60 54 68 88 a 48 b 89 a 89 a 84 a 38 b 94 a 84 a 88 a 42 b 73 a 83 a
8 49 b 53 b 66 ab 81 a 97 a 38 b 96 a 97 a 97 a 29 b 94 a 94 a 88 a 29 b 93 a 94 a
Média 57 58 56 62 76 a 42 b 77 a 77 a 71 a 34 b 74 a 70 a 70 a 37 b 65 a 67 a
Regressão ns ns ns L** Q** ns Q** Q** Q** ns Q** Q** Q** ns L** Q*
Calcário 55 86 81 70
Profundidade 5 – 10 cm
0 45 45 45 45 36 36 36 36 29 29 29 29 23 23 23 23
2 52 46 58 60 62 a 30 b 57 a 54 a 45 a 26 b 53 a 51 a 50 a 27 b 39 ab 48 a
4 39 50 58 45 70 a 32 b 64 a 61 a 72 ab 29 c 79 a 61 b 77 a 29 c 57 b 46 b
8 74 a 38 c 50 c 72 ab 88 a 31 c 82 ab 72 b 88 a 26 c 89 a 67 b 75 ab 21 c 80 a 60 b
Média 53 45 45 56 64 a 32 c 59 ab 56 b 58 ab 28 c 62 a 52 b 56 a 25 c 50 ab 44 b
Regressão L* ns ns L* L** ns L** L** L** ns Q** Q* Q** ns L** L**
Calcário 37 66 49 52
Profundidade 10 – 20 cm
0 41 41 41 41 23 23 23 23 25 25 25 25 19 19 19 19
2 36 35 53 37 39 ab 22 b 29 ab 45 a 36 26 24 33 31 24 22 27
4 38 41 56 45 53 a 31 b 56 a 39 ab 39 27 40 31 43 a 23 b 32 ab 33 ab
8 65 a 27 b 27 b 58 a 67 a 28 c 60 ab 42 bc 54 a 27 b 49 a 49 a 47 a 16 b 58 a 48 a
Média 45 36 44 45 45 a 26 b 42 a 37 a 38 a 26 b 35 ab 34 ab 35 a 21 b 33 a 32 a
Regressão L* ns Q* ns L** ns L** ns L** ns L** L* L** ns L** L**
Calcário 31 40 27 27
Profundidade 20 – 40 cm
0 31 31 31 31 20 20 20 20 22 22 22 22 18 18 18 18
2 25 33 35 30 33 22 23 32 24 ab 29 ab 20 b 35 a 19 18 17 23
4 30 b 36 ab 49 a 36 ab 30 24 29 28 27 ab 20 b 28 ab 39 a 21 19 17 25
8 49 a 19 b 30 b 34 ab 39 a 20 b 34 ab 51 a 35 a 20 b 32 ab 39 a 24 14 25 27
Média 34 30 36 33 30 a 21 b 26 ab 33 a 27 ab 23 b 25 b 34 a 20 17 19 23
Regressão L* ns Q* ns ns ns ns L** ns ns ns L* ns ns ns ns
Calcário 24 23 23 17
LC= lodo de esgoto centrifugado, LB= lodo de esgoto de biodigestor, Lcal= lama cal, E= escória de aciaria. 0 meses= amostragem realizada antes da reaplicação dos tratamentos
(abril/2005). Médias seguidas de mesma letra, minúscula na linha, não diferem estatisticamente a 1 e 5% pelo teste t (LSD); ns= não significativo, *= P < 0,05 e **= P < 0,01; L =
regressão linear e Q= regressão quadrática.
56
DMS*
DMS*
DMS*
DMS*
Testemunha Calc ár io
2 Mg ha¯¹ E 4 Mg ha¯¹ E
8 Mg ha¯¹ E
DMS
DMS*
DMS*
DMS*
Testemunha Calc ár io
2 Mg ha¯¹ Lcal 4 Mg ha¯¹ Lcal
8 Mg ha¯¹ Lcal
DMS*
DMS*
DMS*
DMS*
0
10
20
30
40
Profundidade (cm)
DMS
DMS*
DMS*
DMS
0
10
20
30
40
Profundidade (cm)
DMS
DMS
DMS*
DMS*
Testemunha Calcário
2 Mg ha¯¹ LB 4 Mg ha¯¹ LB
8 Mg ha¯¹ LB
DMS*
DMS*
DMS
DMS*
0
10
20
30
40
Profundidade (cm)
DMS
DMS*
DMS*
DMS*
0 25 50 75 100 125
V (%)
Testemunha Calcário
2 Mg ha¯¹ LC 4 Mg ha¯¹ LC
8 Mg ha¯¹ LC
DMS
DMS*
DMS*
DMS*
0
10
20
30
40
0 25 50 75 100 125
V (%)
Profundidade (cm)
--------------- 0 meses --------------- -------------- 4 meses --------------
Figura 6. Dinâmica de saturação por bases (V%) decorrente da reaplicação superficial dos
resíduos LC, LB, Lcal e E, e do calcário (2 Mg ha
-1
), em um Latossolo Vermelho
distrófico sob Sistema Plantio Direto, zero e 4 meses após a aplicação. Botucatu, SP
(2005). DMS*= diferença mínima significativa entre as médias pelo teste t a 5%.
57
DMS
DMS*
DMS*
DMS*
Testemunha Calc ár io
2 Mg ha¯¹ E 4 Mg ha¯¹ E
8 M
g
ha¯¹
E
DMS
DMS*
DMS*
DMS*
Testemunha Calcário
2 Mg ha¯¹ Lcal 4 Mg ha¯¹ Lcal
8 Mg ha¯¹ Lcal
DMS*
DMS*
DMS*
DMS*
0
10
20
30
40
Profundidade (cm)
DMS
DMS
DMS*
DMS*
0
10
20
30
40
Profundidade (cm)
DMS
DMS
DMS*
DMS*
Testemunha Calcário
2 Mg ha¯¹ LB 4 Mg ha¯¹ LB
8 Mg ha¯¹ LB
DMS
DMS
DMS*
DMS*
0
10
20
30
40
Profundidade (cm)
DMS
DMS*
DMS*
DMS*
0 25 50 75 100 125
V (%)
Testemunha Calcário
2 Mg ha¯¹ LC 4 Mg ha¯¹ L
C
8 Mg ha¯¹ LC
DMS
DMS*
DMS*
DMS*
0
10
20
30
40
0 25 50 75 100 125
V (%)
Profundidade (cm)
-------------- 18 meses -------------- ------------- 25 meses -------------
Figura 7. Dinâmica de saturação por bases (V%) decorrente da reaplicação superficial dos
resíduos LC, LB, Lcal e E, e do calcário (2 Mg ha
-1
), em um Latossolo Vermelho
distrófico sob Sistema Plantio Direto, 18 e 25 meses após a aplicação. Botucatu, SP
(2006-2007). DMS*= diferença mínima significativa entre as médias pelo teste t a 5%.
58
camadas mais profundas, verifica-se a máxima alteração no valor de saturação por bases.
Assim como para pH, o resíduo LB foi o único a não apresentar efeito na variação da V% em
função do aumento das doses, como pode ser visto na Tabela 7, com valor abaixo dos obtidos
com a aplicação de calcário.
Na Tabela 7 pode-se observar que continua havendo resposta para
elevação da saturação por bases até 20 cm de profundidade mesmo após 25 meses de reação,
para LC, Lcal e E, mostrando haver o efeito residual da aplicação dos resíduos. Na camada de
20-40 cm somente foram observados efeitos significativos da aplicação de E, após 4 e 18
meses. Com relação às doses utilizadas, houve efeito significativo para este fator nas doses de
2, 4 e 8 Mg ha
-1
nos primeiros 10 cm, após 4, 18 e 25 meses, onde em todas as doses o resíduo
LB apresentou os menores valores de V%, sendo a dose de 8 Mg ha
-1
a mais eficiente em
todas as camadas e épocas avaliadas.
Os resultados apresentados na Tabela 7 apontam para o incremento
sobre a V% decorrente do aumento das doses dos resíduos aplicados na superfície em solo sob
SPD, com comportamentos lineares e quadráticos, observados em todo o perfil avaliado e nas
diferentes épocas de amostragem, exceto para LB que não foi significativo, além de
proporcionar os menores valores.
As equações lineares, principalmente na profundidade de 10-20 cm
indicam a continuidade da elevação dos valores de saturação por bases no tempo, de acordo
com a aplicação dos resíduos, pois esta variável incorpora os efeitos de pH, H+Al, Ca
2+
e
Mg
2+
. Estes resultados concordam com os encontrados por Rheinheimer et al. (2000) e
Fidalski e Tormena (2005).
De acordo com os resultados da Tabela 7 e das Figuras 6 e 7 onde
compara as doses dos resíduos com o calcário pode-se observar o comportamento da V% no
perfil do solo, onde ficam bem evidentes os efeitos da aplicação dos resíduos LC, Lcal e E, e
do calcário em relação à testemunha. Os resultados permitem observar efeitos significativos
sobre a V% em relação à comparação entre o calcário e os resíduos nas diferentes doses,
ocorrendo até 20 cm de profundidade para LC, Lcal e E em todo o período avaliado, com a
dose de 8 Mg ha
-1
proporcionando os maiores valores de V% em relação a calagem, enquanto
para LB, até 10 cm de profundidade a calagem foi superior estatisticamente para esta variável.
59
Os efeitos de reação mais importantes da saturação por bases em
função da aplicação dos resíduos e do calcário, em profundidade são em decorrência do
caminhamento do Ca, Mg e produtos da reação da neutralização da acidez dos resíduos Lcal,
LC e E, e do calcário. A mobilidade desses cátions e produtos da reação de neutralização ao
longo do perfil do solo está relacionada também à decomposição dos resíduos vegetais,
principalmente da aveia preta cultivada na área após a aplicação dos resíduos e do calcário,
que poderiam formar complexos orgânicos hidrossolúveis (ácidos orgânicos de baixo peso
molecular) aumentando a dissolução dos corretivos de acidez e sua mobilidade no perfil
(CASSIOLATO et al., 2000; FRANCHINI et al., 2001; MEDA et al., 2001; MOREIRA et al.,
2001; MIYAZAWA et al., 2002; FRANCHINI et al., 2003; CIOTTA et al., 2004), cujo
mecanismo foi descrito por Frachini et al. (1999).
Dessa forma, para as condições do experimento, os resíduos LC, Lcal e
E, além do calcário, apresentaram ação corretiva da neutralização do solo, podendo ser
aplicados em superfície no SPD, sem incorporação, o que reduz os gastos com as operações de
aração e gradagem, além de manter as propriedades físicas do solo, como agregação e melhor
retenção de água, entre outros, proporcionando assim, maior crescimento radicular e
conseqüentemente maior desenvolvimento das plantas.
4.2.3 Matéria orgânica
Os resultados da análise de variância para o teor de matéria orgânica
no solo apresentados na Tabela 8 apontam os efeitos significativos de interação após a
reaplicação superficial dos resíduos em 2005, com exceção para a camada de 10-20 cm de
profundidade aos 25 meses e na de 20-40 cm aos 4 e 25 meses. Esses efeitos são observados
principalmente na camada superficial, até 10 cm de profundidade, decrescendo os teores de
MO em profundidade.
Por meio da Tabela 8 e da Figura 8 pode-se observar o efeito
significativo para o teor de MO do solo na camada superficial, até 5 cm de profundidade,
decorrente da reaplicação dos resíduos nas diferentes épocas de amostragem, evidenciando o
aumento da MO do solo imediatamente após a reaplicação, portanto após 4 meses de reação
no solo, exceto para o lodo LB, onde o teor de MO no solo diminuiu linearmente com o passar
do tempo, quando o esperado para este tratamento era o aumento da MO do solo, visto que o
60
Tabela 8. Resumo da análise de variância para valores de matéria orgânica, em diferentes profundidades e amostragens, decorrente da
reaplicação superficial dos resíduos LC, LB, Lcal e E, e do calcário (2 Mg ha
-1
), em um Latossolo Vermelho distrófico sob
Sistema Plantio Direto. Botucatu, SP (2005-2007).
Amostragem (meses) Causa de
Variação
0 4 18 25 0 4 18 25 0 4 18 25 0 4 18 25
MO
0 - 5 cm 5 - 10 cm 10 - 20 cm 20 - 40 cm
Resíduo(R)
(1)
** ** ** * * * ns ns ns ** ns ns * ns ns ns
Dose (D) * ** ns ** ns ** * ns ns ns * ns ns ns ns ns
R X D ** * * * ns ** * * * * * ns * ns * ns
Bloco ns ns * ** ns ns ns ns ns ns ** * ns ns * **
CV (%) 8 7 8 9 11 7 8 9 14 8 7 8 20 8 8 9
DMS 1,50 1,38 1,56 1,53 1,70 1,40 1,21 1,18 1,81 1,34 0,77 0,98 2,30 1,02 0,88 0,70
LC
(2)
ns ns ns * ns ns ** ns * ns ns ns ns ns * ns
CV 13 9 8 10 13 5 5 10 10 12 9 8 15 6 6 7
DMS 4,95 4,05 3,32 3,54 4,22 2,12 1,63 2,90 2,66 4,47 2,24 1,93 3,75 1,85 1,46 1,19
LB
(2)
* ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns
CV 12 9 6 5 12 8 10 9 19 11 7 9 25 10 11 8
DMS 5,02 4,05 2,47 1,89 4,01 3,22 3,22 2,79 5,23 3,87 1,76 2,16 6,37 2,83 2,62 1,40
Lcal
(2)
ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ** * ns
CV 13 9 10 6 17 7 6 10 14 10 5 9 18 4 9 11
DMS 4,81 3,89 3,83 2,01 5,74 2,88 1,83 3,10 3,93 3,21 1,25 2,19 4,88 1,02 1,90 1,82
E
(2)
ns ns ns * ns ** ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns
CV 13 10 5 10 11 7 8 10 11 10 6 4 14 5 7 9
DMS 4,94 4,72 2,04 3,68 3,68 3,06 2,58 2,97 3,12 3,57 1,41 0,89 3,40 1,56 1,50 1,50
F CV DMS F CV DMS F CV DMS F CV DMS
LC
(3)
** 10 1,92 ** 7 1,20 ns 11 1,57 ** 9 0,96
LB
(3)
** 8 1,51 ** 10 1,56 ns 13 1,80 ** 17 1,91
Lcal
(3)
** 9 1,69 ** 11 1,70 ** 11 1,45 ** 20 2,15
E
(3)
** 9 1,59 ** 9 1,50 ** 9 1,27 ** 8 0,87
Testemunha
(3)
** 6 1,27 ** 5 0,93 ns 7 0,98 ** 8 0,92
Calcário
(3)
ns 18 3,58 ** 11 1,86 ns 12 1,68 ** 16 1,93
LC= lodo de esgoto centrifugado e tratado com cal virgem (ETE de São José dos Campos, SP), LB= lodo de esgoto de biodigestor (ETE de Barueri, SP), Lcal= lama cal (Luwarcel
Celulose Papel Ltda., SP), E= escória de aciaria (Siderurgia Mannesmann). 0 meses= amostragem realizada antes da reaplicação dos tratamentos (abril/2005).
(1)
Regressão entre as doses
dos resíduos (LC, LB, Lcal e E).
(2)
Teste de média para comparação entre as doses de cada um dos residuos e o calcário.
(3)
Regressão para valores médios de cada um dos resíduos (doses
de 2, 4 e 8 Mg ha
-1
), da testemunha (dose zero) e do calcário entre as amostragem (0, 4, 18 e 25 meses) *= P < 0,05, **= P < 0,01 e ns= não significativo pelo teste t (LSD).
61
0 - 5 cm
ŷ = 24,1888+4,738**x-1,312x
2
R
2
= 0,99
ŷ = 16,917+10,325x-2,042**x
2
R
2
= 0,95
ŷ = 31,917-2,142**x R
2
= 0,96
ŷ = 19,083+7,975**x-1,792**x
2
R
2
= 0,83
ŷ = 13,688+12,829x-2,604**x
2
R
2
= 0,67
10
15
20
25
30
35
0 5 10 15 20 25
Meses
MO (g dm
-3
)
Calcário
Testemunha
LC
LB
Lcal
E
ŷ = 24,69
5 -10 cm
ŷ = 18,000+7,200**x-1,750**x R
2
= 0,71
ŷ = 17,354+7,270**x-1,729**x
2
R
2
= 0,53
ŷ = 15,312+9,146**x+2,104**x
2
R
2
= 0,74
ŷ = 19,896+4,304**x-1,146**x
2
R
2
= 0,84
ŷ = 15,792+8,617**x-1,917**x
2
R
2
= 0,59
ŷ = 8,750+13,600x-2,750**x
2
R
2
= 0,81
10
15
20
25
30
35
0 5 10 15 20 25
Meses
MO (g dm
-3
)
Calcário
Testemunha
LC
LB
Lcal
E
20 - 40 cm
ŷ = 15,000+3,475**x-1,125**x
2
R
2
= 0,92
ŷ = 21,458-2,483**x R
2
= 0,95
ŷ = 9,646+8,029**x-1,938**x
2
R
2
= 0,90
ŷ = 9,273+8,188**x-1,960**x
2
R
2
= 0,89
ŷ = 11,542+6,483**x-1,667**x
2
R
2
= 0,99
ŷ = 14,188+4,813**x-1,438*x
2
R
2
= 0,95
10
15
20
25
30
35
0 5 10 15 20 25
Meses
MO (g dm
-3
)
Calcário
Testemunha
LC
LB
Lcal
E
10 - 20 cm
ŷ = 14,813+6,288**x-1,563**x
2
R
2
= 0,50
ŷ = 18,333-1,808**x-0,625*x
2
R
2
= 0,52
10
15
20
25
30
35
0 5 10 15 20 25
Meses
MO (g dm
-3
)
Calc ário ŷ = 17,44
Testemunha ŷ = 18,94
LC ŷ = 19,23
LB
Lcal
E ŷ = 18,85
Figura 8. Dinâmica de matéria orgânica (g dm
-3
), em diferentes profundidades e épocas de
amostragem (0, 4, 18 e 25 meses), decorrente da reaplicação superficial dos
resíduos LC, LB, Lcal e E (média das doses 2, 4 e 8 Mg ha
-1
), da testemunha e do
calcário (2 Mg ha
-1
), em um Latossolo Vermelho distrófico sob Sistema Plantio
Direto. Botucatu, SP (2005-2007).
mesmo possui alto teor de matéria orgânica (50%) em sua composição. Já na camada de 5-10
cm de profundidade, para todos os tratamentos, o teor de MO do solo apresentou
comportamento quadrático quanto às épocas de amostragem, sendo que, após 4 meses da
reaplicação dos resíduos e do calcário o teor de MO no solo aumentou, no entanto, diminuiu
gradativamente ao longo do tempo de avaliação. Esse efeito pode ser explicado pelo bom
desenvolvimento das plantas, atrelada a boa produção de biomassa e raízes, com eventual
decomposição.
62
Tabela 9. Valores de matéria orgânica, em diferentes profundidades e amostragens, decorrente da reaplicação superficial dos resíduos LC,
LB, Lcal e E, e do calcário (2 Mg ha
-1
), em um Latossolo Vermelho distrófico sob Sistema Plantio Direto. Botucatu, SP (2005-
2007).
Épocas de amostragem
0 meses 4 meses 18 meses 25 meses
Dose
Mg ha
-1
LC LB Lcal E LC LB Lcal E LC LB Lcal E LC LB Lcal E
MO
-------------------------------------------------------------------------------------------- g dm
-3
-------------------------------------------------------------------------------------------
Profundidade 0 – 5 cm
0 27 27 27 27 29 29 29 29 26 26 26 26 22 22 22 22
2 28 b 32 a 22 c 22 c 30 a 26 b 29 a 29 a 28 a 25 b 26 ab 26 ab 23 ab 24 a 22 ab 21 b
4 24 b 29 a 27 ab 25 b 28 b 29 b 30 ab 33 a 28 25 27 26 26 a 22 b 23 ab 25 ab
8 24 bc 27 a 26 a 22 c 32 a 31 a 29 b 33 a 31 a 27 b 24 b 27 b 28a 23 b 23 b 27 a
Média 26 b 29 a 25 bc 24 c 30 a 29 b 29 b 31 a 28 a 26 b 26 b 26 b 25 a 23 b 23 b 24 ab
Regressão L** Q* ns L* L* Q* ns L** L** ns ns ns Q** ns L** L**
Calcário 24 27 27 22
Profundidade 5 – 10 cm
0 23 23 23 23 28 28 28 28 22 22 22 22 20 20 20 20
2 21 22 21 21 27 25 25 25 20 21 21 22 19 20 20 21
4 23 23 23 20 28 b 28 b 24 c 32 a 19 b 22 a 21 ab 22 a 21 19 19 20
8 22 ab 20 b 24 a 24 a 29 29 27 27 23 23 22 22 19 ab 18 b 19 ab 20 a
Média 22 22 23 22 29 a 27 a 26 b 28 a 21 22 21 22 20 19 19 20
Regressão ns ns ns ns ns ns Q** Q* Q** ns ns ns ns ns ns ns
Calcário 19 27 23 20
Profundidade 10 – 20 cm
0 19 19 19 19 24 24 24 24 16 16 16 16 16 16 16 16
2 17 ab 21 a 21 a 17 b 24 24 23 24 18 a 17 ab 15 b 16 b 16 16 16 16
4 18 18 19 19 25 a 24 a 20 b 26 a 16 18 17 18 17 16 16 17
8 20 17 17 20 26 a 25 a 21 b 23 b 17 a 15 b 16 ab 16 ab 17 16 17 16
Média 19 19 19 19 25 a 24 a 22 b 24 a 17 16 16 16 17 16 16 16
Regressão ns ns ns ns ns ns L* ns ns Q* ns ns ns ns ns ns
Calcário 16 21 17 16
Profundidade 20 – 40 cm
0 17 17 17 17 19 19 19 19 14 14 14 14 11 11 11 11
2 17 16 16 13 20 19 18 20 17 15 17 15 11 11 11 11
4 16 18 20 16 19 18 17 18 14 16 14 16 12 11 11 12
8 14 b 14 b 19 a 16 ab 19 18 17 19 14 ab 16 a 13 b 15 ab 12 11 10 11
Média 16 b 16 b 18 a 16 b 19 18 18 19 15 15 15 15 11 11 11 11
Regressão ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns
Calcário 17 19 15 11
LC= lodo de esgoto centrifugado, LB= lodo de esgoto de biodigestor, Lcal= lama cal, E= escória de aciaria. 0 meses= amostragem realizada antes da reaplicação dos tratamentos
(abril/2005). Médias seguidas de mesma letra, minúscula na linha, não diferem estatisticamente a 1 e 5% pelo teste t (LSD); ns= não significativo, *= P < 0,05 e **= P < 0,01; L =
regressão linear e Q= regressão quadrática.
63
Após a reaplicação dos resíduos observou-se aumento do teor de MO
na camada superficial, de 0-5 cm de profundidade, à medida que se aumentaram as doses
como pode ser visto na Tabela 9, principalmente quando da aplicação dos lodos de esgoto LC
e LB, na dose de 8 Mg ha
-1
. Após 4 meses de reação no solo houve um pequeno aumento do
teor de MO na superfície, como era de se esperar, em razão dos resíduos serem aplicados
sobre ela, como pode ser observado na Figura 9. O aumento do teor de matéria orgânica no
solo nos tratamentos com os lodos de esgoto LB e LC é em razão de suas composições, visto
que, são constituídos de 50 e 26% de matéria orgânica na massa de matéria seca do resíduo,
respectivamente (Tabela 2). Além do acúmulo natural de matéria orgânica proporcionado pelo
SPD, em função do não revolvimento do solo, permitindo com que a palha fique na superfície
do solo.
Com relação ao calcário, praticamente não houve diferença
significativa para comparação deste com os resíduos (Tabela 8). Nas Figuras 9 e 10 pode-se
observar o efeito da reaplicação dos resíduos e do calcário no perfil do solo nas diferentes
épocas de amostragem, com os maiores efeitos ocorrendo na amostragem realizada aos 4
meses de reação destes no solo. Para o lodo LC, após a reaplicação, observa-se na camada de
0-5 cm de profundidade a superioridade da dose de 8 Mg ha
-1
deste em relação ao calcário,
quanto ao teor de MO no solo, enquanto para a mesma dose de LB, este foi observado apenas
após 4 meses de reação no solo. Pode-se observar ainda, que no tratamento com E, aos 4 e 25
meses de reação, as doses de 4 e 8 Mg ha
-1
proporcionaram maior teor de MO no solo quando
comparados ao tratamento com calcário.
Em vários trabalhos foram observados aumentos expressivos nos
teores de matéria orgânica no solo em razão da aplicação de lodo de esgoto (NASCIMENTO
et al., 2004; MARCIANO et al., 2001; BARBOSA et al., 2004). De acordo com Santos et al.
(1999) é possível aumentar o teor de matéria orgânica, através da adição de carbono pela
síntese de compostos orgânicos no processo fotossintético ou adição de resíduos, pois o solo
comporta-se como um sistema aberto trocando matéria e energia com o meio, sendo o manejo
o principal fator para o benefício ou prejuízo.
A manutenção ou o aumento no teor de matéria orgânica do solo é de
fundamental importância, pois na maioria dos solos tropicais este atributo contribui com até
80% da CTC do solo, decorrentes dos radicais carboxílicos na fração húmica, contribuindo de
64
DMS*
DMS
DMS*
DMS*
Testemunha
Calc ár io
2 Mg ha¯¹ E
4 Mg ha¯¹ E
8 Mg ha¯¹ E
DMS*
DMS*
DMS*
DMS
Testemunha
Calc ár io
2 Mg ha¯¹ Lcal
4 Mg ha¯¹ Lcal
8 Mg ha¯¹ Lcal
DMS*
DMS*
DMS*
DMS*
0
10
20
30
40
Profundidade (cm)
DMS
DMS*
DMS
DMS*
0
10
20
30
40
Profundidade (cm)
DMS
DMS*
DMS*
DMS*
Testemunha
Calc ár io
2 Mg ha¯¹ LB
4 Mg ha¯¹ LB
8 Mg ha¯¹ LB
DMS
DMS
DMS*
DMS
0
10
20
30
40
Profundidade (cm)
DMS
DMS*
DMS
DMS*
10 15 20 25 30 35 40
MO (g dm
-3
)
Testemunha
Calc ár io
2 Mg ha¯¹ L
C
4 Mg ha¯¹ L
C
8 Mg ha¯¹ L
C
DMS
DMS
DMS*
DMS
0
10
20
30
40
10 15 20 25 30 35 40
MO (g dm
-3
)
Profundidade (cm)
--------------- 0 meses --------------- -------------- 4 meses --------------
Figura 9. Dinâmica de matéria orgânica (g dm
-3
) decorrente da reaplicação superficial dos
resíduos LC, LB, Lcal e E, e do calcário (2 Mg ha
-1
), em um Latossolo Vermelho
distrófico sob Sistema Plantio Direto, zero e 4 meses após a aplicação. Botucatu, SP
(2005). DMS*= diferença mínima significativa entre as médias pelo teste t a 5%.
65
DMS
DMS*
DMS
DMS*
Testemunha
Calcário
2 Mg ha¯¹ E
4 Mg ha¯¹ E
8 Mg ha¯¹ E
DMS
DMS
DMS
DMS
Testemunha
Calcário
2 Mg ha¯¹ Lcal
4 Mg ha¯¹ Lcal
8 Mg ha¯¹ Lcal
DMS*
DMS*
DMS
DMS
0
10
20
30
40
Profundidade (cm)
DMS*
DMS*
DMS*
DMS
0
10
20
30
40
Profundidade (cm)
DMS
DMS
DMS
DMS*
Testemunha
Calcário
2 Mg ha¯¹ LB
4 Mg ha¯¹ LB
8 Mg ha¯¹ LB
DMS
DMS*
DMS
DMS
0
10
20
30
40
Profundidade (cm)
DMS
DMS
DMS
DMS*
10 15 20 25 30 35 40
MO (g dm
-3
)
Testemunha
Calcário
2 Mg ha¯¹ LC
4 Mg ha¯¹ LC
8 Mg ha¯¹ LC
DMS*
DMS*
DMS*
DMS
0
10
20
30
40
10 15 20 25 30 35 40
MO (g dm
-3
)
Profundidade (cm)
-------------- 18 meses -------------- ------------- 25 meses -------------
Figura 10. Dinâmica de matéria orgânica (g dm
-3
) decorrente da reaplicação superficial dos
resíduos LC, LB, Lcal e E, e do calcário (2 Mg ha
-1
), em um Latossolo Vermelho
distrófico sob Sistema Plantio Direto, 18 e 25 meses após a aplicação. Botucatu, SP
(2006-2007). DMS*= diferença mínima significativa entre as médias pelo teste t a 5%.
66
forma significativa na retenção de nutrientes e diminuição de sua lixiviação (SANTOS et al.,
1999).
De acordo com Gonçalves e Ceretta (1999) a utilização de espécies de
cobertura adequadas, manejadas corretamente, produzem um sistema estável levando ao
acúmulo de carbono orgânico, em função da quantidade de massa de matéria seca produzida,
principalmente nas camadas superficiais. Diante disso os efeitos sobre a MO do solo podem
ser favorecidos não só pela adoção do SPD, mas também pela aplicação dos resíduos e do
calcário, combinados com um bom manejo de plantas de cobertura.
4.2.4 Fósforo
De acordo com a análise de variância apresentada na Tabela 10 pode-
se observar o efeito significativo de interação pela reaplicação dos resíduos em 2005, sobre o
teor de P no solo, nas três amostragens e nas quatro camadas avaliadas, ocorrendo
principalmente nos primeiros 5 cm de profundidade, como exceção das duas últimas camadas
aos 25 meses. Com relação à comparação entre os resíduos e o calcário, verifica-se que os
maiores efeitos foram observados na camada de 0-5 cm, em todas as amostragens, enquanto na
camada de 5-10 cm os maiores efeitos foram observados após 18 meses da reaplicação dos
tratamentos.
Considerando o intervalo avaliado, pode-se observar na Tabela 10 que
tempo de amostragem praticamente não influenciou nos teores de P no solo. Na Figura 11
observa-se que de um modo geral a aplicação dos resíduos e do calcário proporcionou o
aumento do teor de P no solo, onde pode-se visualizar que esse aumento foi imediatamente
após a reaplicação, ou seja, após 4 meses de reação no solo, decrescendo após este período. No
entanto, efeitos significativos para os teores de P no solo no período avaliado foram
observados somente nas camadas de 5-10 para LB e calcário e de 20-40 cm para Lcal, com
comportamento quadrático e linear (Figura 11).
Houve efeito significativo para o teor de fósforo extraído por resina
principalmente na camada superficial do solo, até 10 cm de profundidade, nas três
amostragens realizadas após a reaplicação dos resíduos, onde apresentaram os maiores teores
de P (Tabela 11). Este aumento do P no solo na camada superficial, em todas as amostragens
pode ser atribuído à aplicação dos resíduos terem sido em superfície, pelo fato deste elemento
67
Tabela 10. Resumo da análise de variância para valores de fósforo, em diferentes profundidades e amostragens, decorrente da reaplicação
superficial dos resíduos LC, LB, Lcal e E, e do calcário (2 Mg ha
-1
), em um Latossolo Vermelho distrófico sob Sistema Plantio
Direto. Botucatu, SP (2005-2007).
Amostragem (meses) Causa de
Variação
0 4 18 25 0 4 18 25 0 4 18 25 0 4 18 25
P resina
0 - 5 cm 5 - 10 cm 10 - 20 cm 20 - 40 cm
Resíduo(R)
(1)
** ** ** ** ns * * ns ns * * ns * * ns ns
Dose (D) ** ** ** ** ns ** ** ** ns * * ns ns ** ** *
R X D ** ** ** ** * * ** * * ** * ns * ** * ns
Bloco ns ns ns * ns ns ns ns ns ns ns * ** ** ns ns
CV (%) 29 30 27 23 31 42 29 38 51 40 57 38 46 38 40 23
DMS 5,05 8,85 5,14 5,45 4,83 10,21 4,67 6,88 5,25 5,56 4,76 3,39 2,10 1,97 1,24 0,89
LC
(2)
** ** ** ** ns ns ** ** ns ns ns ns ns ns ** ns
CV 26 32 19 17 31 42 27 36 59 40 65 43 41 32 24 15
DMS 10,67 18,70 8,08 9,28 9,74 24,77 9,20 14,58 15,01 12,23 13,75 8,37 3,92 3,27 1,46 1,20
LB
(2)
ns ** * ** ns * ** * ns * ns ns ns ns ns ns
CV 35 35 36 24 44 46 33 37 56 46 50 38 41 28 49 14
DMS 13,86 17,01 13,38 9,30 12,76 26,19 12,62 12,37 13,67 16,57 8,23 6,87 3,91 2,84 3,40 1,13
Lcal
(2)
** ** ns * ns ns ** ns ns ns ns ns ns ns ** ns
CV 24 23 24 27 34 45 17 48 47 47 48 35 40 47 27 24
DMS 7,15 10,64 7,41 9,77 10,07 2,88 4,95 15,93 7,90 12,52 6,68 5,80 4,73 4,34 1,59 1,82
E
(2)
** ** ** ** ** ns ns ** * ns ns ns ns ** ns ns
CV 19 31 22 21 27 50 35 33 17 40 58 31 41 48 40 32
DMS 6,50 26,95 8,95 12,60 9,44 26,36 11,05 11,14 9,79 10,92 9,84 5,43 3,73 6,29 2,78 2,87
F CV DMS F CV DMS F CV DMS F CV DMS
LC
(3)
ns 22 6,23 ns 33 7,64 ns 48 6,14 ns 28 1,17
LB
(3)
ns 33 7,06 ** 42 8,92 ns 48 5,84 ns 38 1,62
Lcal
(3)
ns 23 4,26 ns 42 7,00 ns 38 3,16 ** 55 2,30
E
(3)
ns 28 9,55 ns 40 8,16 ns 40 3,96 ns 48 2,38
Testemunha
(3)
ns 18 2,55 ns 17 2,61 ns 53 5,71 ns 44 1,80
Calcário
(3)
ns 36 5,96 ** 55 8,61 ns 37 3,50 ns 32 1,37
LC= lodo de esgoto centrifugado e tratado com cal virgem (ETE de São José dos Campos, SP), LB= lodo de esgoto de biodigestor (ETE de Barueri, SP), Lcal= lama cal (Luwarcel
Celulose Papel Ltda., SP), E= escória de aciaria (Siderurgia Mannesmann). 0 meses= amostragem realizada antes da reaplicação dos tratamentos (abril/2005).
(1)
Regressão entre as doses
dos resíduos (LC, LB, Lcal e E).
(2)
Teste de média para comparação entre as doses de cada um dos residuos e o calcário.
(3)
Regressão para valores médios de cada um dos resíduos (doses
de 2, 4 e 8 Mg ha
-1
), da testemunha (dose zero) e do calcário entre as amostragem (0, 4, 18 e 25 meses) *= P < 0,05, **= P < 0,01 e ns= não significativo pelo teste t (LSD).
68
0 - 5 cm
0
10
20
30
40
50
60
70
80
0 5 10 15 20 25
Meses
P (mg dm
-3
)
Calc ário ŷ = 21,00
Testemunha ŷ = 17,88
LC ŷ = 39,94
LB ŷ = 31,44
Lcal ŷ = 26,06
E ŷ = 47,54
5 -10 cm
ŷ = -2,875+31,850x-6,250**x
2
R
2
= 0,65
ŷ = -5,750+28,850x-6,250*x
2
R
2
= 0,53
0
10
20
30
40
50
60
70
80
0 5 10 15 20 25
Meses
P (mg dm
-3
)
Calcário
Testemunha ŷ = 18,81
LC ŷ = 31,98
LB
Lcal ŷ = 23,44
E ŷ = 28,29
10 - 20 cm
0
10
20
30
40
50
60
70
80
0 5 10 15 20 25
Meses
P (mg dm
-3
)
Calc ário ŷ = 18,88
Testemunha ŷ = 13,38
LC ŷ = 17,67
LB ŷ = 16,90
Lcal ŷ = 11, 6 3
E ŷ = 13,94
20 - 40 cm
ŷ = 8,542-1,075*x R
2
= 0,71
0
10
20
30
40
50
60
70
80
0 5 10 15 20 25
Meses
P (mg dm
-3
)
Calc ário ŷ = 5,38
Testemunha ŷ = 5,13
LC ŷ = 5,77
LB ŷ = 5,96
Lcal
E ŷ = 6,88
Figura 11. Dinâmica de fósforo (mg dm
-3
), em diferentes profundidades e épocas de
amostragem (0, 4, 18 e 25 meses), decorrente da reaplicação superficial dos
resíduos LC, LB, Lcal e E (média das doses 2, 4 e 8 Mg ha
-1
), da testemunha e do
calcário (2 Mg ha
-1
), em um Latossolo Vermelho distrófico sob Sistema Plantio
Direto. Botucatu, SP (2005-2007).
apresentar baixa mobilidade no solo, sendo o principal mecanismo de deslocamento a difusão
(99%) e o segundo fator que é a fixação desse nutriente, principalmente em colóides de óxidos
de ferro e alumínio, passando da forma solúvel para a forma mais lábil no solo, além da
presença de resíduos das culturas e das plantas de cobertura, que condicionam maior
disponibilidade de P no solo (CORRÊA et al., 2004) e também da biomassa microbiana do
solo.
Este aumento na camada superficial pode ser justificado pela aplicação
dos resíduos e do calcário ser sobre a superfície, atuando no aumento do pH do solo e em
alguns tratamentos fornecerem o elemento de acordo com a composição química (Tabela 2),
69
Tabela 11. Valores de fósforo, em diferentes profundidades e amostragens, decorrente da reaplicação superficial dos resíduos LC, LB, Lcal e
E, e do calcário (2 Mg ha
-1
), em um Latossolo Vermelho distrófico sob Sistema Plantio Direto. Botucatu, SP (2005-2007).
Épocas de amostragem
0 meses 4 meses 18 meses 25 meses
Dose
Mg ha
-1
LC LB Lcal E LC LB Lcal E LC LB Lcal E LC LB Lcal E
P resina
------------------------------------------------------------------------------------------ mg dm
-3
-----------------------------------------------------------------------------------------
Profundidade 0 – 5 cm
0 18 18 18 18 19 19 19 19 16 16 16 16 18 18 18 18
2 24 a 28 a 12 b 20 ab 39 ab 22 b 28 b 46 a 19 22 20 20 31 a 22 ab 18 b 25 ab
4 46 a 31 b 29 b 21 b 47 a 26 b 29 b 60 a 28 26 25 32 50 a 23 b 31 b 43 a
8 26 ab 32 a 20 b 32 a 61 bc 66 b 48 c 127 a 56 a 40 b 23 c 49 ab 58 b 40 c 31 c 89 a
Média 28 a 27 ab 20 c 23 bc 42 b 33 bc 31 c 63 a 30 a 26 a 21 b 29 a 39 a 26 b 24 b 44 a
Regressão Q** L* ns L** L** L** L** L** L** L** ns L** Q* L** L** Q*
Calcário 20 27 17 21
Profundidade 5 – 10 cm
0 19 19 19 19 24 24 24 24 17 17 17 17 16 16 16 16
2 25 23 22 28 35 37 19 30 27 a 21 ab 15 b 18 ab 35 24 24 27
4 21 20 24 16 42 ab 24 bc 21 c 52 a 18 19 22 27 35 a 24 ab 25 ab 19 b
8 23 b 19 b 19 b 36 a 54 ab 65 a 36 bc 28 c 35 b 52 a 24 c 24 c 35 32 30 35
Média 22 20 21 25 39 a 38 a 25 b 34 ab 24 ab 27 a 20 b 21 b 30 24 30 24
Regressão ns ns ns L** L** L** ns Q* L** Q** L* ns Q* L* ns L*
Calcário 14 36 16 13
Profundidade 10 – 20 cm
0 10 10 10 10 23 23 23 23 8 8 8 8 12 12 12 12
2 19 ab 22 a 13 ab 10 b 14 19 19 18 11 10 10 11 16 12 13 13
4 21 19 12 12 20 14 12 17 23 a 16 ab 10 b 11 b 15 12 10 11
8 20 a 14 ab 8 b 23 a 24 b 41 a 14 bc 12 c 17 11 9 16 12 16 12 14
Média 18 a 16 a 11 b 14 ab 20 ab 24 a 17 b 18 b 15 a 11 ab 9 b 12 ab 14 13 12 12
Regressão ns Q* ns L** ns Q** L* ns Q* ns ns ns ns ns ns ns
Calcário 12 20 9 7
Profundidade 20 – 40 cm
0 7 7 7 7 6 6 6 6 3 3 3 3 5 5 5 5
2 5 5 7 4 7 7 6 7 4 4 6 6 5 5 5 7
4 6 b 8 ab 11 a 6 b 8 6 5 6 4 6 3 6 6 6 5 7
8 7 5 6 6 8 b 7 b 8 b 18 a 6 a 7 a 4 b 5 ab 6 6 5 6
Média 6 b 6 ab 8 a 6 b 7 b 7 b 6 b 9 a 4 5 4 5 5 5 5 6
Regressão ns ns Q* ns ns ns ns Q** L* L** ns Q* ns ns ns Q*
Calcário 7 6 4 5
LC= lodo de esgoto centrifugado, LB= lodo de esgoto de biodigestor, Lcal= lama cal, E= escória de aciaria. 0 meses= amostragem realizada antes da reaplicação dos tratamentos
(abril/2005). Médias seguidas de mesma letra, minúscula na linha, não diferem estatisticamente a 1 e 5% pelo teste t (LSD); ns= não significativo, *= P < 0,05 e **= P < 0,01; L =
regressão linear e Q= regressão quadrática
70
somando-se ao fato da adição de P na adubação de semeadura da cultura da soja, incorporando-o
em profundidades próximas de 3 a 4 cm, além da contribuição, também, do aumento do teor de
matéria orgânica nessa primeira camada, permitindo maior disponibilidade de P orgânico, o qual
posteriormente se torna inorgânico devido a decomposição microbiana.
Aumento de fósforo disponível no solo em função da aplicação de lodo de
esgoto foi demonstrado por vários trabalhos, entre eles Marques (1997), Berton et al. (1989 e
1997), Silva et al. (1998 e 2002) Nascimento et al. (2004) e Galdo et al. (2004), em razão do lodo
de esgoto diminuir a adsorção do elemento no solo, devido à matéria orgânica presente nesse
resíduo fornecer íons orgânicos que competem com o fosfato pelos sítios de adsorção bem como
a formação de complexos e quelatos, aumentando assim sua disponibilidade (HUE, 1995). Dessa
forma, com o aumento do teor de MO no solo proporcionado pelos resíduos permite a formação
de complexos e quelatos com o fósforo, ocasionando assim, menor fixação desse nutriente no
solo.
Os tratamentos apresentaram alternância para o maior valor de fósforo,
dependendo do resíduo e da camada de solo avaliada. No entanto, os maiores valores foram
obtidos com a dose de 8 Mg ha
-1
(Tabela 11, Figuras 12 e 13). Pode-se observar os efeitos entre
as doses de cada um dos resíduos em comparação com o calcário ao longo do perfil do solo, onde
os resultados apontam os maiores efeitos até 10 cm de profundidade. Após a reaplicação dos
tratamentos, na camada de 0-5 cm, independente da dose aplicada e da época de amostragem, a
dose de 8 Mg ha
-1
diferiu significativamente da testemunha, e do tratamento com calcário. Na
camada de 5-10 cm foi observado o mesmo efeito após 18 e 25 meses da aplicação, com exceção
da escória com 18 meses de reação. A partir dos 10 cm de profundidades os efeitos entre
comparação de doses dos resíduos e do calcário foram menos pronunciados.
O aumento no teor de P pela aplicação de escória de aciaria foi
encontrado também por Prado e Fernandes (1999, 2001). Segundo a literatura, o aumento do teor
de P no solo pela escória se deve ao silicato presente neste, exercendo competição dos ânions do
silicato com o P pelos mesmos sítios de adsorção, ou seja, o a presença deste silicato (SiO
3
-2
) no
solo gera um gradiente de concentração, permitindo que este retire o P adsorvido aos colóides de
óxidos de Fe e Al do solo, que nas condições dos solos tropicais estão presentes em grande
quantidade.
É importante ressaltar o deslocamento do fósforo ao longo das camadas,
até a profundidade de 40 cm em função da aplicação dos resíduos e do calcário, resultados que
71
DMS*
DMS
DMS*
DMS*
Testemunha
Calc ár io
2 Mg ha¯¹ E
4 Mg ha¯¹ E
8 Mg ha¯¹ E
DMS*
DMS*
DMS*
DMS
Testemunha
Calcário
2 Mg ha¯¹ Lcal
4 Mg ha¯¹ Lcal
8 Mg ha¯¹ Lcal
DMS*
DMS*
DMS*
DMS
0
10
20
30
40
Profundidade (cm)
DMS
DMS
DMS*
DMS*
0
10
20
30
40
Profundidade (cm)
DMS
DMS*
DMS*
DMS*
Testemunha
Calcário
2 Mg ha¯¹ LB
4 Mg ha¯¹ LB
8 Mg ha¯¹ LB
DMS
DMS
DMS*
DMS
0
10
20
30
40
Profundidade (cm)
DMS
DMS
DMS*
DMS*
0 25 50 75 100 125 150
P resina (mg dm
-3
)
Testemunha
Calcário
2 Mg ha¯¹ L
C
4 Mg ha¯¹ L
C
8 Mg ha¯¹ L
C
DMS*
DMS*
DMS
DMS
0
10
20
30
40
0 20 40 60 80 100
P resina (mg dm
-3
)
Profundidade (cm)
--------------- 0 meses --------------- -------------- 4 meses --------------
Figura 12. Dinâmica de fósforo (mg dm
-3
) decorrente da reaplicação superficial dos resíduos LC,
LB, Lcal e E, e do calcário (2 Mg ha
-1
), em um Latossolo Vermelho distrófico sob
Sistema Plantio Direto, zero e 4 meses após a aplicação. Botucatu, SP (2005). DMS*=
diferença mínima significativa entre as médias pelo teste t a 5%.
72
DMS
DMS*
DMS*
DMS*
Testemunha
Calcário
2 Mg ha¯¹ E
4 Mg ha¯¹ E
8 Mg ha¯¹ E
DMS
DMS
DMS*
DMS*
Testemunha
Calcário
2 Mg ha¯¹ Lcal
4 Mg ha¯¹ Lcal
8 Mg ha¯¹ Lcal
DMS*
DMS
DMS
DMS*
0
10
20
30
40
Profundidade (cm)
DMS*
DMS
DMS*
DMS*
0
10
20
30
40
Profundidade (cm)
DMS*
DMS*
DMS*
DMS*
Testemunha
Calcário
2 Mg ha¯¹ LB
4 Mg ha¯¹ LB
8 Mg ha¯¹ LB
DMS*
DMS
DMS*
DMS*
0
10
20
30
40
Profundidade (cm)
DMS*
DMS
DMS*
DMS*
0 20406080100
P resina (mg dm
-3
)
Testemunha
Calcário
2 Mg ha¯¹ LC
4 Mg ha¯¹ LC
8 Mg ha¯¹ LC
DMS*
DMS*
DMS*
DMS*
0
10
20
30
40
0 20406080100
P resina (mg dm
-3
)
Profundidade (cm)
-------------- 18 meses -------------- ------------- 25 meses -------------
Figura 13. Dinâmica de fósforo (mg dm
-3
) decorrente da reaplicação superficial dos resíduos LC,
LB, Lcal e E, e do calcário (2 Mg ha
-1
), em um Latossolo Vermelho distrófico sob
Sistema Plantio Direto, 18 e 25 meses após a aplicação. Botucatu, SP (2006-2007).
DMS*= diferença mínima significativa entre as médias pelo teste t a 5%.
73
corroboram os de Chien e Menon (1995) e Corrêa et al. (2004) demonstrando que os níveis de
fósforo, bem como suas fontes e modo de aplicação, somados aos diferentes tipos de palha,
entre elas a aveia preta, influenciaram a dinâmica desse nutriente nas camadas do solo.
Associado ao fato da capacidade de adsorção de P aos colóides do solo diminuir em razão da
saturação dos sítios ligantes, com o aumento da concentração dele na solução do solo
(WHALEN et al., 2002), e da mesma capacidade de adsorção, também, serem reduzidas na
presença dos ácidos orgânicos liberados pela palha em superfície (FRANCHINI et al., 2001),
os quais têm ação de complexação tornando-o disponível no solo.
O SPD, a não incorporação dos resíduos e a reaplicação localizada do
adubo fosfatado na semeadura da cultura da soja, proporcionou ambiente menos oxidativo,
fazendo com que as reações de fixação fossem minimizadas por haver menor contato dos
resíduos com o solo, promovendo impacto direto na fertilidade das camadas superficiais, até
10 cm de profundidade (COSTA, 2000). No entanto, todas as práticas de manejo que visam
manter ou incrementar os níveis de matéria orgânica podem resultar em benefício no
aproveitamento de P pelas plantas (ALMEIDA et al., 2003). Segundo pesquisadores como
Eltz et al. (1989), Selles et al. (1997), De Maria et al. (1999) e Schlindwein e Anghinoni,
(2000b) no SPD a aplicação de adubos fosfatados e a manutenção dos resíduos vegetais na
superfície do solo promovem a formação de gradientes de concentração de P a partir da
superfície do solo.
O aumento nos teores de fósforo disponível em função da aplicação de
resíduos também pode ser explicado através do aumento de pH, devido a maior solubilização
do fósforo orgânico e da fração lábil, situação essa que ocorre com maior facilidade em solos
ácidos, como é caso do experimento (RAIJ, 1983; QUAGGIO, 2000). Dessa forma, o aumento
de pH do solo proporcionado pelos resíduos LC, Lcal e E promovem a dessorção do fósforo
ligado aos óxidos de Fe e Al, em razão desses apresentarem cargas negativas dependentes de
pH, bem como a hidroxila, que é o ânion de maior representação na dissolução dos resíduos,
gerar um gradiente de concentração, promovendo também a dessorção do P desses colóides. A
baixa eficiência da Lcal se deve principalmente por este resíduo não ser fonte de fósforo, ao
contrário dos demais, ficando sua eficiência na disponibilização desse nutriente voltada apenas
ao aumento de pH do solo.
A aplicação superficial dos resíduos LC, LB, Lcal e E aumentam a
74
disponibilidade do P no solo, principalmente nas camadas superficiais, até 10 cm de
profundidade, possibilitando dessa forma maior desenvolvimento das plantas.
4.2.5 Potássio
Conforme a análise de variância apresentada na Tabela 12 observa-se
que foram poucos os efeitos da interação entre dose e resíduos reaplicados em 2005 sobre a
superfície em SPD. Onde na camada de 0-5 cm foram observados efeitos da interação após 18
meses da aplicação. Na camada de 5-10 cm esse efeito foi após 4 e 18 meses, e na de 10-20 e
de 20-40 cm de profundidade houve resposta apenas aos 4 meses. Também permite observar
que praticamente não houve efeito de comparação entre doses dos resíduos e o calcário.
A aplicação dos resíduos LB e Lcal proporcionou efeitos significativos
para K entre as amostragens em todo o perfil avaliado (Figura 14), sendo da reaplicação até 25
meses de reação dos resíduos aplicados em superfície. No geral observa-se a redução do teor
de K no solo com o passar do tempo, e em profundidade, como apresenta a Figura 14,
mediante comportamentos quadráticos e lineares decrescentes.
Os efeitos sobre os teores de K no solo apresentados na Tabela 13
foram mínimos, praticamente não foram alterados significativamente pelo aumento das doses
dos resíduos. Conforme os resultados, antes da reaplicação dos tratamentos, ou seja, após 33
meses da primeira aplicação ocorrida em 2002, observa-se efeito significativo para o teor de K
somente nos primeiros 5 cm de profundidade, apresentando-se de maneira linear decrescente
para LC e crescente para E, e quadrático para LB. Após a aplicação somente foram observados
efeitos significativos sobre o teor de K no solo em função da aplicação de LB na camada 0-5
cm e LC na camada de 5-10 cm, ambos após 18 meses, e para E na camada de 10-20 cm após
4 meses, todos comportando-se de maneira decrescente em decorrência do aumento das doses.
Este comportamento ocorre em função deste elemento apresentar alta
mobilidade no solo, onde através do processo de transporte, preferencialmente por fluxo de
massa e difusão, alcançando até 96% do total absorvido pelas raízes (OLIVEIRA et al., 2004)
e, por estar relacionado aos altos teores de Ca e Mg, devido às altas relações Ca/K e Mg/K
encontrados nos tratamentos, o que teria possibilitado ainda mais sua lixiviação no perfil.
Resultados que disconcordam com os encontrados por Carvalho-Pupatto et al., (2004) para
75
Tabela 12. Resumo da análise de variância para valores de potássio, em diferentes profundidades e amostragens, decorrente da reaplicação
superficial dos resíduos LC, LB, Lcal e E, e do calcário (2 Mg ha
-1
), em um Latossolo Vermelho distrófico sob Sistema Plantio
Direto. Botucatu, SP (2005-2007).
Amostragem (meses) Causa de
Variação
0 4 18 25 0 4 18 25 0 4 18 25 0 4 18 25
K
0 - 5 cm 5 - 10 cm 10 - 20 cm 20 - 40 cm
Resíduo(R)
(1)
** ns * ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns * ns ns
Dose (D) ns ns ** ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns
R X D ** ns * * * * * ns ns * ns ns ns * ns ns
Bloco ** ns ns ** ns * ** ** ** ns ** ** * * ** **
CV (%) 25 38 26 24 30 41 25 39 27 40 25 37 22 33 23 35
DMS 0,38 0,63 0,41 0,30 0,30 0,43 0,20 0,25 0,22 0,27 0,16 0,17 0,15 0,12 0,12 0,13
LC
(2)
ns ns ns ns ns ns * ns ns ns ns ns ns ns ns ns
CV 33 42 25 33 32 43 24 46 29 43 25 38 28 31 21 48
DMS 0,97 1,63 0,86 0,90 0,65 1,05 0,42 0,66 0,50 0,65 0,36 0,37 0,44 0,27 0,25 0,39
LB
(2)
ns ns * ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns
CV 32 39 26 21 37 46 26 37 32 45 27 30 13 41 29 46
DMS 1,17 1,26 0,73 0,52 0,80 0,98 0,43 0,51 0,55 0,65 0,37 0,30 0,20 0,31 0,31 0,40
Lcal
(2)
ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns
CV 28 43 32 14 31 39 34 40 26 47 19 45 19 41 29 51
DMS 0,82 1,42 1,02 0,32 0,72 0,81 0,56 0,49 0,44 0,62 0,26 0,44 0,31 0,31 0,33 0,40
E
(2)
* ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns
CV 26 44 30 24 33 49 22 37 25 45 20 30 15 40 28 45
DMS 0,91 1,47 1,06 0,65 0,76 0,99 0,39 0,51 0,45 0,65 0,28 0,30 0,22 0,28 0,34 0,36
F CV DMS F CV DMS F CV DMS F CV DMS
LC
(3)
** 31 0,49 ns 37 0,34 ** 31 0,21 ** 28 0,14
LB
(3)
** 32 0,45 * 37 0,32 ** 30 0,20 ** 30 0,15
Lcal
(3)
* 33 0,43 ** 40 0,34 ** 28 0,17 ** 30 0,15
E
(3)
ns 30 0,48 ** 34 0,30 ** 25 0,17 ns 26 0,13
Testemunha
(3)
ns 27 0,49 ns 37 0,29 * 25 0,13 ns 29 0,16
Calcário
(3)
ns 36 0,50 * 29 0,33 * 17 0,17 * 30 0,16
LC= lodo de esgoto centrifugado e tratado com cal virgem (ETE de São José dos Campos, SP), LB= lodo de esgoto de biodigestor (ETE de Barueri, SP), Lcal= lama cal (Luwarcel
Celulose Papel Ltda., SP), E= escória de aciaria (Siderurgia Mannesmann). 0 meses= amostragem realizada antes da reaplicação dos tratamentos (abril/2005).
(1)
Regressão entre as doses
dos resíduos (LC, LB, Lcal e E).
(2)
Teste de média para comparação entre as doses de cada um dos residuos e o calcário.
(3)
Regressão para valores médios de cada um dos resíduos (doses
de 2, 4 e 8 Mg ha
-1
), da testemunha (dose zero) e do calcário entre as amostragem (0, 4, 18 e 25 meses) *= P < 0,05, **= P < 0,01 e ns= não significativo pelo teste t (LSD).
76
0 - 5 cm
ŷ = 0,475+1,767x-0,358**x
2
R
2
= 0,82
ŷ = 2,879-0,366**x R
2
= 0,88
ŷ = 1,185+0,809x-0,181*x
2
R
2
= 0,98
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
0 5 10 15 20 25
Meses
K (mmol
c
dm
-3
)
Calc ário ŷ = 1,73
Testemunha ŷ = 2,28
LC
LB
Lcal
E ŷ = 2,22
5 -10 cm
ŷ = 1,617-0,170**x R
2
= 0,91
ŷ = 1,638-0,210*x R
2
= 0,97
ŷ = 1,875-0,275**x R
2
= 1,00
ŷ = 1,738-0,198**x R
2
= 0,96
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
0 5 10 15 20 25
Meses
K (mmol
c
dm
-3
)
Calcário
Testemunha ŷ = 1,25
LC ŷ = 1,29
LB
Lcal
E
10 - 20 cm
ŷ = 1,188-0,138*x R
2
= 0,83
ŷ = 1,288-0,198**x R
2
= 0,84
ŷ = 1,342-0,166**x R
2
= 0,94
ŷ = 1,275-0,149**x R
2
= 0,96
ŷ = 1,196-0,143**x R
2
= 0,85
ŷ = 1,417-0,193**x R
2
= 0,91
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
0 5 10 15 20 25
Meses
K (mmol
c
dm
-3
)
Calcário
Testemunha
LC
LB
Lcal
E
20 - 40 cm
ŷ = 1,469-0,676x+0,119*x
2
R
2
= 0,53
ŷ = 1,100-0,148**x R
2
= 0,69
ŷ = 1,350-0,490**x+0,075*x
2
R
2
= 0,66
ŷ = 1,527-0,572**x+0,081*x
2
R
2
= 0,61
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
0 5 10 15 20 25
Meses
K (mmol
c
dm
-3
)
Calcário
Testemunha ŷ = 0,70
LC
LB
Lcal
E ŷ = 0,67
Figura 14. Dinâmica de potássio (mmol
c
dm
-3
), em diferentes profundidades e épocas de
amostragem (0, 4, 18 e 25 meses após aplicação), decorrente da reaplicação
superficial de doses dos resíduos LC, LB, Lcal e E (valores médios), e do calcário
(2 Mg ha
-1
), em um Latossolo Vermelho distrófico sob Sistema de Plantio Direto.
Botucatu, SP (2005-2007).
escória de aciaria, e Nascimento et al. (2004) que encontraram aumento nos teores de K no
solo com a aplicação de lodo de esgoto.
O maior problema da adição de altas doses dos resíduos no solo
encontra-se na redução dos teores de K e, conseqüentemente, menor disponibilidade às
plantas. Essa diminuição do K presente no solo ocorre em razão da sua menor adsorção aos
colóides, uma vez que as cargas negativas, provenientes do aumento do pH serão ocupados
pelos cátions bivalentes Ca e Mg, presentes em quantidades muito superiores, além de terem a
preferência de ligações de acordo com a seqüência liotrófica para cátions, e uma vez presentes
77
Tabela 13. Valores de potássio, em diferentes profundidades e amostragens, decorrente da reaplicação superficial dos resíduos LC, LB, Lcal
e E, e do calcário (2 Mg ha
-1
), em um Latossolo Vermelho distrófico sob Sistema Plantio Direto. Botucatu, SP (2005-2007).
Épocas de amostragem
0 meses 4 meses 18 meses 25 meses
Dose
Mg ha
-1
LC LB Lcal E LC LB Lcal E LC LB Lcal E LC LB Lcal E
K
------------------------------------------------------------------------------------------ mmol
c
dm
-3
--------------------------------------------------------------------------------------
Profundidade 0 – 5 cm
0 2,1 2,1 2,1 2,1 2,4 2,4 2,4 2,4 2,8 2,8 2,8 2,8 1,8 1,8 1,8 1,8
2 2,5 a 2,4 a 1,8 ab 1,6 b 2,7 2,0 2,3 2,7 2,3 1,7 1,8 2,2 1,6 1,5 1,6 1,6
4 2,1 bc 3,5 a 1,7 c 2,7 ab 3,3 2,1 2,1 2,3 2,2 ab 1,7 b 2,0 ab 2,6 a 1,9 ab 1,3 b 1,6 ab 2,0 a
8 1,3 c 2,1 b 1,9 bc 3,1 a 2,4 2,0 2,0 1,7 2,5 a 1,4 b 2,0 ab 2,2 a 2,2 1,8 1,6 2,1
Média 2,0 b 2,5 a 1,9 b 2,4 a 2,7 2,1 2,2 2,3 2,4 a 1,9 b 2,2 ab 2,5 a 1,9 1,6 1,6 1,9
Regressão L** Q** ns L** ns ns ns ns ns L* ns ns ns ns ns ns
Calcário 2,0 1,9 1,7 1,4
Profundidade 5 – 10 cm
0 1,4 1,4 1,4 1,4 1,5 1,5 1,5 1,5 1,1 1,1 1,1 1,1 1,0 1,0 1,0 1,0
2 1,5 1,5 1,8 1,5 1,7 1,5 1,2 1,6 1,0 1,2 1,0 1,1 1,0 0,9 0,7 1,0
4 1,3 1,7 1,3 1,3 1,7 1,2 1,4 1,4 0,8 b 1,2 ab 1,0 b 1,4 a 0,9 0,9 0,9 1,1
8 1,2 bc 1,0 c 1,7 ab 2,0 a 1,7 a 1,5 ab 1,4 ab 0,8 b 1,6 a 1,0 b 1,2 b 1,1 b 1,2 0,9 0,7 0,7
Média 1,3 1,4 1,5 1,5 1,7 1,4 1,4 1,3 1,1 1,1 1,1 1,2 1,0 0,9 0,8 0,9
Regressão ns ns ns ns ns ns ns ns Q** ns ns ns ns ns ns ns
Calcário 1,4 1,2 1,1 0,8
Profundidade 10 – 20 cm
0 1,1 1,1 1,1 1,1 1,1 1,01 1,1 1,1 1,0 1,0 1,0 1,0 0,7 0,7 0,7 0,7
2 1,1 1,2 1,2 1,3 1,0 ab 1,0 ab 0,7 b 1,3 a 0,8 0,9 0,8 0,9 0,6 0,7 0,6 0,6
4 1,1 1,1 1,1 1,4 1,0 0,7 0,9 1,0 0,9 0,9 0,9 1,0 0,5 0,7 0,7 0,8
8 1,2 1,1 1,1 1,2 1,1 a 1,1 a 0,8 ab 0,6 b 1,1 0,9 0,8 0,8 0,8 0,6 0,7 0,6
Média 1,1 1,1 1,1 1,2 1,0 1,0 0,9 1,0 0,9 0,9 0,9 0,9 0,6 0,7 0,6 0,7
Regressão ns ns ns ns ns ns ns L** ns ns ns ns ns ns ns ns
Calcário 1,1 0,8 0,9 0,6
Profundidade 20 – 40 cm
0 1,0 1,0 1,0 1,0 0,5 0,5 0,5 0,5 0,7 0,7 0,7 0,7 0,6 0,6 0,6 0,6
2 1,0 1,0 1,0 0,9 0,5 0,5 0,5 0,5 0,8 0,8 0,9 0,9 0,4 0,6 0,4 0,5
4 1,0 1,1 1,2 0,9 0,7 a 0,6 ab 0,4 b 0,4 b 0,8 0,7 0,7 0,7 0,5 0,5 0,6 0,6
8 1,2 0,9 1,1 0,9 0,7 0,5 0,6 0,5 0,7 0,6 0,7 0,9 0,6 0,5 0,4 0,4
Média 1,0 1,0 1,1 0,9 0,6a 0,5 b 0,5 b 0,5 b 0,8 0,7 0,8 0,8 0,5 0,6 0,5 0,5
Regressão ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns
Calcário 1,0 0,4 0,7 0,6
LC= lodo de esgoto centrifugado, LB= lodo de esgoto de biodigestor, Lcal= lama cal, E= escória de aciaria. 0 meses= amostragem realizada antes da reaplicação dos tratamentos
(abril/2005). Médias seguidas de mesma letra, minúscula na linha, não diferem estatisticamente a 1 e 5% pelo teste t (LSD); ns= não significativo, *= P < 0,05 e **= P < 0,01; L =
regressão linear e Q= regressão quadrática.
78
DMS*
DMS
DMS
DMS
Testemunha
Calcário
2 Mg ha¯¹ E
4 Mg ha¯¹ E
8 Mg ha¯¹ E
DMS
DMS
DMS
DMS
Testemunha
Calc ár io
2 Mg ha¯¹ Lcal
4 Mg ha¯¹ Lcal
8 Mg ha¯¹ Lcal
DMS*
DMS
DMS
DMS
0
10
20
30
40
Profundidade (cm)
DMS
DMS
DMS
DMS
0
10
20
30
40
Profundidade (cm)
DMS
DMS
DMS
DMS
Testemunha
Calcário
2 Mg ha¯¹ LB
4 Mg ha¯¹ LB
8 Mg ha¯¹ LB
DMS
DMS
DMS*
DMS
0
10
20
30
40
Profundidade (cm)
DMS*
DMS
DMS
DMS
0,0 1,0 2,0 3,0 4,0
K (mmol
c
dm
-3
)
Testemunha
Calcário
2 Mg ha¯¹ L
C
4 Mg ha¯¹ L
C
8 Mg ha¯¹ L
C
DMS
DMS
DMS
DMS
0
10
20
30
40
0,0 1,0 2,0 3,0 4,0
K (mmol
c
dm
-3
)
Profundidade (cm)
--------------- 0 meses --------------- -------------- 4 meses --------------
Figura 15. Dinâmica de potássio (mmol
c
dm
-3
) decorrente da reaplicação superficial dos resíduos
LC, LB, Lcal e E, e do calcário (2 Mg ha
-1
), em um Latossolo Vermelho distrófico sob
Sistema Plantio Direto, zero e 4 meses após a aplicação. Botucatu, SP (2005). DMS*=
diferença mínima significativa entre as médias pelo teste t a 5%.
79
DMS
DMS
DMS
DMS*
Testemunha
Calcário
2 Mg ha¯¹ E
4 Mg ha¯¹ E
8 Mg ha¯¹ E
DMS
DMS
DMS
DMS*
Testemunha
Calcário
2 Mg ha¯¹ Lcal
4 Mg ha¯¹ Lcal
8 Mg ha¯¹ Lcal
DMS
DMS
DMS
DMS*
0
10
20
30
40
Profundidade (cm)
DMS
DMS
DMS
DMS*
0
10
20
30
40
Profundidade (cm)
DMS
DMS
DMS
DMS
Testemunha
Calcário
2 Mg ha¯¹ LB
4 Mg ha¯¹ LB
8 Mg ha¯¹ LB
DMS
DMS
DMS
DMS*
0
10
20
30
40
Profundidade (cm)
DMS
DMS
DMS
DMS
0,0 1,0 2,0 3,0 4,0
K (mmol
c
dm
-3
)
Testemunha
Calcário
2 Mg ha¯¹ LC
4 Mg ha¯¹ LC
8 Mg ha¯¹ LC
DMS
DMS*
DMS*
DMS
0
10
20
30
40
0,0 1,0 2,0 3,0 4,0
K (mmol
c
dm
-3
)
Profundidade (cm)
-------------- 18 meses -------------- ------------- 25 meses -------------
Figura 16. Dinâmica de potássio (mmol
c
dm
-3
) decorrente da reaplicação superficial dos resíduos
LC, LB, Lcal e E, e do calcário (2 Mg ha
-1
), em um Latossolo Vermelho distrófico sob
Sistema Plantio Direto, 18 e 25 meses após a aplicação. Botucatu, SP (2006-2007).
DMS*= diferença mínima significativa entre as médias pelo teste t a 5%.
80
na solução do solo sua lixiviação se torna mais intensa. Esse problema torna-se ainda maior
quando aplicados os resíduos LC, Lcal e E, que são fontes de Ca ao solo, aumentando ainda
mais o gradiente de concentração desse nutriente no solo em detrimento do K.
A distribuição dos teores de K no perfil do solo pode ser visualizada
por meio das Figuras 15 e 16. Nestas também podem ser observadas as comparações entre os
tratamentos com o calcário e as doses de cada um dos resíduos. Na Figura 15, pode-se
observar que na amostragem realizada antes da reaplicação dos tratamentos (zero meses),
houve diferença significativa para a comparação entre o calcário e os resíduos LB e E na
camada superficial, até 5 cm, onde para LB o tratamento com a dose de 4 Mg ha
-1
proporcionou os maiores teores de K no solo, porém não diferiu da dose de 2 Mg ha
-1
deste,
enquanto para E esse efeito foi proporcionado pela maior dose utilizada, mas semelhante a de
4 Mg ha
-1
. Já nas amostragens realizadas 4 meses após a reaplicação dos resíduos, somente foi
observada diferença significativa da comparação entre o calcário e o resíduo E na camada de
10-20 cm, onde o menor teor de K foi com a calagem.
Na amostragem aos 18 meses da reaplicação (Figura 16) pode-se
observar em todos os tratamentos que na camada de 0-5 cm de profundidade o maior teor de K
foi no tratamento testemunha, sendo superior a calagem, para esta amostragem, na camada de
5-10 cm, pode-se observar a superioridade da dose de 8 Mg ha
-1
de LC sobre as demais doses
e o calcário. Enquanto na amostragem após 25 meses, na camada de 0-5 cm foram observados
efeitos das comparações entre os resíduos Lcal e E com o calcário, onde para ambos, o menor
teor de K foi obtido no tratamento com o calcário.
4.2.6 Cálcio
Os resultados da análise de variância para o teor de Ca no solo
apresentados na Tabela 14 apontam o efeito significativo da interação em função da
reaplicação dos resíduos em 2005, em todas as amostragens, ou seja, após 4, 18 e 25 meses de
reação no solo e em todas as camadas avaliadas. Efeitos significativos para o teor de Ca no
solo referente à comparação entre doses de cada um dos resíduos com o calcário pode ser
observado até 10 cm de profundidade, após a reaplicação e para todos os resíduos avaliados, já
na camada de 10-20 cm esse efeito de comparação com o calcário foi observado para LC e
81
Tabela 14. Resumo da análise de variância para valores de cálcio, em diferentes profundidades e amostragens, decorrente da reaplicação
superficial dos resíduos LC, LB, Lcal e E, e do calcário (2 Mg ha
-1
), em um Latossolo Vermelho distrófico sob Sistema Plantio
Direto. Botucatu, SP (2005-2007).
Amostragem (meses) Causa de
Variação
0 4 18 25 0 4 18 25 0 4 18 25 0 4 18 25
Ca
0 - 5 cm 5 - 10 cm 10 - 20 cm 20 - 40 cm
Resíduo(R)
(1)
ns ** ** ** * ** ** ** ns ** * ** ns ** ** *
Dose (D) * ** ** ** * ** ** ** ns ** ** ** ns ** ** ns
R X D * ** ** ** * ** ** ** ** * * ** ** * * *
Bloco ns ns ns * ns ns ns ns ns ns ** ns ns ns * ns
CV (%) 59 39 39 46 57 38 32 32 59 50 63 38 48 46 34 52
DMS 13,83 25,58 18,50 17,7 11,09 9,93 7,64 6,15 8,79 8,06 7,74 4,09 4,40 4,35 2,99 3,54
LC
(2)
ns ** ** ** ** ** ** ** ** ** ns ** ** * ns ns
CV 66 17 28 44 31 28 34 23 54 35 62 26 40 34 31 45
DMS 31,57 26,43 36,05 41,45 12,29 21,70 20,35 12,41 17,24 14,64 18,48 6,51 7,50 7,32 5,70 6,62
LB
(2)
ns ** * ** ns ** * ** ns ns ns ns * ns ns ns
CV 34 51 23 35 26 35 30 32 34 46 43 47 27 46 42 54
DMS 14,69 24,96 7,00 12,38 7,62 9,87 6,74 7,38 7,72 9,83 7,49 7,25 4,37 6,66 6,14 6,37
Lcal
(2)
ns ** ** ** ns ** ** ** ns * ns ** ns ns ns ns
CV 68 25 43 47 88 39 22 33 77 55 60 38 57 56 34 62
DMS 37,34 42,33 51,91 42,14 38,27 24,19 13,71 16,03 24,60 22,43 15,36 9,14 12,3 10,51 5,96 8,42
E
(2)
* ** ** ** ** ** * ** ns ns ns * ns ** ** ns
CV 40 50 32 32 44 37 42 30 49 33 80 42 22 49 28 50
DMS 20,10 88,76 31,21 31,41 18,90 21,18 19,06 11,59 15,67 10,35 21,25 9,65 3,81 11,95 6,22 8,24
F CV DMS F CV DMS F CV DMS F CV DMS
LC
(3)
** 26 17,87 ** 29 10,50 * 45 8,52 * 35 3,48
LB
(3)
** 40 6,12 ** 36 3,88 * 42 3,72 ns 41 2,82
Lcal
(3)
** 38 26,06 * 43 14,15 ns 61 10,88 * 53 5,11
E
(3)
** 48 31,84 * 40 10,56 ns 59 9,42 ** 38 4,31
Testemunha
(3)
* 22 3,13 * 38 4,43 * 29 2,67 ns 26 1,78
Calcário
(3)
ns 46 17,65 ns 25 4,92 ns 35 3,85 ns 37 2,71
LC= lodo de esgoto centrifugado e tratado com cal virgem (ETE de São José dos Campos, SP), LB= lodo de esgoto de biodigestor (ETE de Barueri, SP), Lcal= lama cal (Luwarcel
Celulose Papel Ltda., SP), E= escória de aciaria (Siderurgia Mannesmann). 0 meses= amostragem realizada antes da reaplicação dos tratamentos (abril/2005).
(1)
Regressão entre as doses
dos resíduos (LC, LB, Lcal e E).
(2)
Teste de média para comparação entre as doses de cada um dos residuos e o calcário.
(3)
Regressão para valores médios de cada um dos resíduos (doses
de 2, 4 e 8 Mg ha
-1
), da testemunha (dose zero) e do calcário entre as amostragem (0, 4, 18 e 25 meses) *= P < 0,05, **= P < 0,01 e ns= não significativo pelo teste t (LSD).
82
0 - 5 cm
ŷ = -118,083+192,967**x-35,917**x
2
R
2
= 0,92
ŷ = 46,646-20,421**x+3,396**x
2
R
2
= 0,99
ŷ = -98,208+182,130x-34,917**x
2
R
2
= 0,83
ŷ = 38,125-16,725*x+2,875*x
2
R
2
= 1,00
ŷ = -79,438+161,863x-30,938**x
2
R
2
= 0,55
0
40
80
120
160
200
240
0 5 10 15 20 25
Meses
Ca (mmol
c
dm
-3
)
Calc ário ŷ = 48,13
Testemunha
LC
LB
Lcal
E
5 -10 cm
ŷ = 20,208-2,158**x R
2
= 0,71
ŷ = 2,667+39,975x-7,625*x
2
R
2
= 0,98
ŷ = 18,708+21,158x-4,625*x
2
R
2
= 0,84
ŷ = 22,000-3,025*x R
2
= 0,93
ŷ = -0,14,875+59,383x-11,167**x
2
R
2
= 0,78
0
40
80
120
160
200
240
0 5 10 15 20 25
Meses
Ca (mmol
c
dm
-3
)
Calc ário ŷ = 24,63
Testemunha
LC
LB
Lcal
E
10 - 20 cm
ŷ = 17,375-2,400*x R
2
= 0,89
ŷ = 13,708+16,042*x-3,625*x
2
R
2
= 0,66
ŷ = 16,750-1,717*x R
2
= 0,98
0
20
40
60
80
100
120
0 5 10 15 20 25
Meses
Ca (mmol
c
dm
-3
)
Calc ário ŷ = 13,63
Testemunha
LC
LB
Lcal ŷ = 24,69
E ŷ = 22,04
20 - 40 cm
ŷ = 10,188+5,638*x-1,396*x
2
R
2
= 0,88
ŷ = 19,125-2,750*x R
2
= 0,99
ŷ = -1,058+16,980x-3,400**x
2
R
2
= 0,94
0
20
40
60
80
100
120
0 5 10 15 20 25
Meses
Ca (mmol
c
dm
-3
)
Calc ário ŷ = 9,25
Testemunha ŷ = 8,56
LC
LB ŷ = 9,50
Lcal
E
Figura 17. Dinâmica de cálcio (mmol
c
dm
-3
), em diferentes profundidades e épocas de
amostragem (0, 4, 18 e 25 meses), decorrente da reaplicação superficial dos
resíduos LC, LB, Lcal e E (média das doses 2, 4 e 8 Mg ha
-1
), da testemunha e do
calcário (2 Mg ha
-1
), em um Latossolo Vermelho distrófico sob Sistema Plantio
Direto. Botucatu, SP (2005-2007).
Lcal aos 4 e 25 meses, e para E aos 25 meses de reação, enquanto na camada de 20-40 cm esse
efeito foi observado para LC aos 4 meses e para E aos 4 e 18 meses.
Na Tabela 14 também pode ser observado o efeito significativo para o
teor de Ca no solo para cada um dos resíduos utilizados durante o período de avaliação do
experimento, que ocorreu até 25 meses da reaplicação, em todo o perfil avaliado.
Na Figura 17 pode-se observar o efeito significativo dos resíduos e do
calcário sobre o teor de Ca no solo entre as diferentes épocas de amostragem, exceto para o
calcário em todo o perfil avaliado e para Lcal e E na camada de 10-20 cm de profundidade e
83
para os tratamentos testemunha e LB na camada de 20-40 cm. De maneira geral, nos primeiros
10 cm de profundidade, até 4 meses da aplicação observa-se um ligeiro aumento nos teores de
Ca no solo, voltando a decrescer com o passar do tempo, com exceção para LB onde o teor de
Ca observado no solo foi decrescendo entre as amostragens, entre a amostragem inicial (tempo
zero) até 25 meses após a reaplicação dos resíduos.
Em todas as épocas e camadas avaliadas apenas o resíduo LB não
mostrou efeito significativo sobre os teores de Ca no solo, apresentando os menores valores,
os demais tratamentos tiveram os teores aumentados com o aumento das doses dos resíduos
(Tabela 15).
O comportamento crescente do teor de Ca no solo, em função do
aumento das doses de resíduos, até a profundidade de 40 cm, é justificado por apresentarem
esse nutriente em sua composição (Tabela 2). Com o resíduo LC contendo 28% de Ca, 2%
para LB, 37% para Lcal e 23% para E. Guerrini e Villas Bôas (1996) demonstraram que a
lama cal pode ser comparada a um calcário calcítico por ser constituído predominantemente
por carbonato de cálcio e hidróxido de sódio, o que justifica o aumento nos teores de Ca no
solo no presente trabalho a partir deste resíduo.
Nas Figuras 18 e 19 são apresentados os resultados da aplicação dos
resíduos e do calcário, onde deixa visível o comportamento do Ca em todo o perfil avaliado.
Após a aplicação dos resíduos e do calcário, e tomando-se por base os efeitos da comparação
entre estes, Figura 18, até 10 cm de profundidades apenas o LB foi inferior ao calcário,
independente da dose aplicada do resíduo. O calcário aplicado em superfície apresentou teores
de Ca nos primeiros 10 cm de profundidade inferiores a dose de 8 Mg ha
-1
dos resíduos LC,
Lcal e E, em todas as amostragens, no entanto aumentou esse nutriente até a profundidade de
20 cm, quando comparado à testemunha.
A segunda maior contribuição da aplicação superficial dos resíduos,
após o aumento do pH do solo, é o fornecimento de Ca para o solo, lembrando que a dose de 8
Mg ha
-1
pode contribuir para o desequilíbrio entre cátions (Ca:Mg:K) no solo, uma vez que
resíduos como o Lcal nesta maior dose pode aumentar em 246,6 mmol
c
dm
-3
o teor de Ca na
camada de 0-5 cm de profundidade.
O calcário aplicado em superfície após 25 meses de reação (Figura 19)
demonstrou incremento nos teores de cálcio até 20 cm confirmando dados de Caires et al.
84
Tabela 15. Valores de cálcio, em diferentes profundidades e amostragens, decorrente da reaplicação superficial dos resíduos LC, LB, Lcal e
E, e do calcário (2 Mg ha
-1
), em um Latossolo Vermelho distrófico sob Sistema Plantio Direto. Botucatu, SP (2005-2007).
Épocas de amostragem
0 meses 4 meses 18 meses 25 meses
Dose
Mg ha
-1
LC LB Lcal E LC LB Lcal E LC LB Lcal E LC LB Lcal E
Ca
---------------------------------------------------------------------------------------- mmol
c
dm
-3
------------------------------------------------------------------------------------
Profundidade 0 – 5 cm
0 23 23 23 23 16 16 16 16 14 14 14 14 17 17 17 17
2 36 33 24 23 58 ab 19 b 63 ab 72 a 44 15 45 42 46 20 34 32
4 31 27 45 34 90 b 21 c 149 a 100 ab 65 b 17 c 145 a 75 b 90 a 23 b 60 a 73 a
8 40 ab 29 b 57 a 55 ab 270 ab 20 c 233 b 306 a 259 a 14 c 147 b 150 b 117 b 15 c 143 ab 153 a
Média 32 28 37 34 109 a 19 b 115 a 124 a 95 a 15 c 88 ab 70 b 67 a 19 b 63 a 69 a
Regressão ns ns L** L* Q* ns L** Q* Q** ns Q** L** L** ns L** L**
Calcário 30 83 41 40
Profundidade 5 – 10 cm
0 20 20 20 20 15 15 15 15 13 13 13 13 11 11 11 11
2 23 21 37 32 37 a 13 b 31 ab 30 ab 25 ab 11 b 29 a 27 a 29 a 14 b 22 ab 26 a
4 18 b 22 ab 43 a 20 55 a 14 b 39 a 50 a 47 b 14 c 63 a 39 b 56 a 15 c 37 b 27 bc
8 51 a 17 b 26 b 51 a 111 a 15 d 82 b 57 c 90 a 13 c 75 a 47 b 55 a 11 c 62 a 38 b
Média 28 ab 20 b 32 a 31 ab 54 a 14 c 42 b 38 b 44 a 13 c 45 a 31 b 38 a 12 c 33 a 24 b
Regressão L** ns Q* L* L** ns L** L** L** ns Q** L** Q** ns L** L**
Calcário 16 36 22 25
Profundidade 10 – 20 cm
0 16 16 16 16 11 11 11 11 10 10 10 10 8 8 8 8
2 14 b 16 ab 33 a 16 b 23 11 17 24 20 11 11 15 15 12 11 13
4 16 19 29 25 35 ab 15 c 46 a 23 bc 22 12 23 16 24 a 11 b 17 ab 17 ab
8 45 a 11 b 13 b 34 a 49 a 13 c 40 ab 24 bc 33 a 11 b 27 a 34 a 25 a 8 b 31 a 26 a
Média 23 16 23 23 29 a 13 c 28 ab 20 bc 21 a 11 b 18 ab 19 ab 18 a 10 b 17 a 16 a
Regressão L** ns Q* L* L** ns Q* ns L** ns L* L** Q** ns L** L**
Calcário 13 19 12 11
Profundidade 20 – 40 cm
0 11 11 11 11 8 8 8 8 9 9 9 9 8 8 8 8
2 8 14 14 10 15 9 10 14 11 ab 11 ab 10 b 16 a 9 9 8 11
4 11 b 13 b 25 a 13 15 11 12 13 13 b 9 b 13 b 19 a 11 9 8 14
8 24 a 7 b 12 b 13 b 21 b 9 c 21 b 35 a 17 a 9 b 16 a 20 a 13 ab 7 b 14 a 14 a
Média 13 11 15 12 15 ab 9 c 13 bc 17 a 12 b 9 c 12 b 16 a 10 ab 8 b 9 ab 12 a
Regressão L* ns Q** ns L** ns L** L** L** ns L* Q* ns ns ns ns
Calcário 9 11 11 7
LC= lodo de esgoto centrifugado, LB= lodo de esgoto de biodigestor, Lcal= lama cal, E= escória de aciaria. 0 meses= amostragem realizada antes da reaplicação dos tratamentos
(abril/2005). Médias seguidas de mesma letra, minúscula na linha, não diferem estatisticamente a 1 e 5% pelo teste t (LSD); ns= não significativo, *= P < 0,05 e **= P < 0,01; L =
regressão linear e Q= regressão quadrática.
85
DMS*
DMS*
DMS*
DMS*
Testemunha
Calcário
2 Mg ha¯¹ E
4 Mg ha¯¹ E
8 Mg ha¯¹ E
DMS*
DMS*
DMS*
DMS*
Testemunha
Calc ár io
2 Mg ha¯¹ Lcal
4 Mg ha¯¹ Lcal
8 Mg ha¯¹ Lcal
DMS*
DMS*
DMS*
DMS*
0
10
20
30
40
Profundidade (cm)
DMS
DMS
DMS*
DMS
0
10
20
30
40
Profundidade (cm)
DMS
DMS*
DMS*
DMS*
Testemunha
Calc ár io
2 Mg ha¯¹ LB
4 Mg ha¯¹ LB
8 Mg ha¯¹ LB
DMS
DMS*
DMS
DMS*
0
10
20
30
40
Profundidade (cm)
DMS*
DMS*
DMS*
DMS*
0 50 100 150 200 250 300 350
Ca (mmol
c
dm
-3
)
Testemunha
Calcário
2 Mg ha¯¹ L
C
4 Mg ha¯¹ L
C
8 Mg ha¯¹ L
C
DMS
DMS*
DMS*
DMS*
0
10
20
30
40
0 20 40 60 80 100
Ca (mmol
c
dm
-3
)
Profundidade (cm)
--------------- 0 meses --------------- -------------- 4 meses --------------
Figura 18. Dinâmica de cálcio (mmol
c
dm
-3
) decorrente da reaplicação superficial dos resíduos
LC, LB, Lcal e E, e do calcário (2 Mg ha
-1
), em um Latossolo Vermelho distrófico sob
Sistema Plantio Direto, zero e 4 meses após a aplicação. Botucatu, SP (2005). DMS*=
diferença mínima significativa entre as médias pelo teste t a 5%.
86
DMS
DMS*
DMS*
DMS*
Testemunha
Calcário
2 Mg ha¯¹ E
4 Mg ha¯¹ E
8 Mg ha¯¹ E
DMS
DMS*
DMS*
DMS*
Testemunha
Calcário
2 Mg ha¯¹ Lcal
4 Mg ha¯¹ Lcal
8 Mg ha¯¹ Lcal
DMS*
DMS*
DMS*
DMS*
0
10
20
30
40
Profundidade (cm)
DMS*
DMS*
DMS*
DMS*
0
10
20
30
40
Profundidade (cm)
DMS
DMS
DMS*
DMS*
Testemunha
Calcário
2 Mg ha¯¹ LB
4 Mg ha¯¹ LB
8 Mg ha¯¹ LB
DMS
DMS
DMS*
DMS*
0
10
20
30
40
Profundidade (cm)
DMS
DMS*
DMS*
DMS*
0 50 100 150 200
Ca (mmol
c
dm
-3
)
Testemunha
Calc ár io
2 Mg ha¯¹ LC
4 Mg ha¯¹ LC
8 Mg ha¯¹ LC
DMS*
DMS*
DMS*
DMS*
0
10
20
30
40
0 50 100 150 200 250 300
Ca (mmol
c
dm
-3
)
Profundidade (cm)
-------------- 18 meses -------------- ------------- 25 meses -------------
Figura 19. Dinâmica de cálcio (mmol
c
dm
-3
) decorrente da reaplicação superficial dos resíduos
LC, LB, Lcal e E, e do calcário (2 Mg ha
-1
), em um Latossolo Vermelho distrófico sob
Sistema Plantio Direto, 18 e 25 meses após a aplicação. Botucatu, SP (2006-2007).
DMS*= diferença mínima significativa entre as médias pelo teste t a 5%.
87
(2004), Ciotta et al. (2004), Lima (2004), Soratto (2005), Fidalski e Tormena (2005), no
entanto o caminhamento de Ca não atingiu a profundidade de 40 cm. Para Soratto (2005), a
redução nos teores de Ca com o passar do tempo pode ser explicado pela elevada extração de
cálcio pelas culturas, concordam com os resultados de Pöttker e Ben (1998) e Caires (2000),
principalmente em profundidade, que seria de fundamental importância para o crescimento
radicular.
Neste trabalho, a decomposição dos resíduos vegetais na superfície
certamente contribuiu com os resultados encontrados, uma vez que durante todo trabalho foram
conduzidos em SPD dois cultivos com soja e dois com aveia preta para cobertura de inverno,
gerando grande quantidade de resíduos vegetais na superfície ao longo do tempo. O aumento do
pH do solo e redução da acidez potencial no perfil do solo decorrente da aplicação dos resíduos
LC, Lcal e E e do calcário também são importantes fatores que contribuíram na elevação dos
teores de Ca no perfil do solo.
4.2.7 Magnésio
A Tabela 16 apresenta os resultados da análise de variância para os
teores de Mg no solo, decorrente da reaplicação dos resíduos e do calcário. Pode-se observar
efeitos significativos para interação entre doses e resíduos em todo o perfil do solo em todas as
amostragens, exceto a amostragem realizada após 4 meses da aplicação na camada de 10-20
cm e após 18 e 25 meses na camada de 20-40 cm.
Quando comparadas, as doses de cada um dos resíduos com o calcário,
decorrente da reaplicação superficial no SPD, observa-se efeito significativo entre estes nos
primeiros 10 cm de profundidade, exceto para o tratamento com escória na camada de 5-10 cm
que somente apresentou efeito significativo após 25 meses de reação deste no solo (Tabela
16).
Como apresentado na Tabela 16, observa-se o comportamento dos
teores de Mg proporcionados pela aplicação dos resíduos e do calcário durante a condução do
trabalho, ou seja, ocorreram mudanças significativas entre as épocas de amostragem, exceto
para o lC, Lcal e E na camada de 0-5 cm e para o calcário em todo o perfila avaliado. Este
comportamento pode ser observado por meio da Figura 20, que apresenta os teores de Mg do
88
Tabela 16. Resumo da análise de variância para valores de magnésio, em diferentes profundidades e amostragens, decorrente da reaplicação
superficial dos resíduos LC, LB, Lcal e E, e do calcário (2 Mg ha
-1
), em um Latossolo Vermelho distrófico sob Sistema Plantio
Direto. Botucatu, SP (2005-2007)
Amostragem (meses) Causa de
Variação
0 4 18 25 0 4 18 25 0 4 18 25 0 4 18 25
Mg
0 - 5 cm 5 - 10 cm 10 - 20 cm 20 - 40 cm
Resíduo(R)
(1)
* ** ** ** * ** ** ** * ns ns ns ns * * ns
Dose (D) ns ** ** ** * ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns
R X D * ** ** ** * * * * * ns * * * * ns ns
Bloco ns ns ns ns ns ns ns * ns ns ** * ** ns ** **
CV (%) 28 60 25 51 27 35 28 37 53 49 64 50 33 52 49 59
DMS 2,26 6,84 1,61 3,99 1,62 2,15 1,36 1,36 2,91 2,24 2,21 1,26 1,59 1,93 1,62 1,62
LC
(2)
ns * ** ** * * ** * ns ns ns ns ns ns ns ns
CV 38 72 24 38 27 44 29 43 38 56 81 46 34 48 49 57
DMS 6,31 18,41 3,48 5,77 3,75 6,59 3,07 4,32 4,45 5,99 6,71 2,81 3,28 3,62 3,33 3,16
LB
(2)
ns * ** ** * ns ** ** ns ns ns ns * ns ns ns
CV 21 82 26 42 19 52 31 50 32 59 59 56 22 59 48 61
DMS 3,79 19,80 3,81 6,17 2,28 7,63 3,23 4,51 3,44 6,63 4,49 2,98 2,10 4,48 3,35 3,36
Lcal
(2)
ns * ** * ns * * * ns ns ns ns ns ns ns ns
CV 18 79 29 51 29 46 32 59 35 57 70 66 45 63 34 68
DMS 2,77 19,05 4,06 7,55 3,28 6,64 3,49 5,63 3,73 6,17 5,18 3,76 4,41 4,44 5,96 3,71
E
(2)
ns * ** ** ns ns ns * ns ns ns ns ** * ns ns
CV 28 56 17 44 26 39 25 41 67 44 66 38 15 35 40 45
DMS 5,24 29,25 4,28 13,73 3,49 7,59 3,74 4,88 9,77 5,73 6,23 2,67 1,70 3,48 3,65 3,21
F CV DMS F CV DMS F CV DMS F CV DMS
LC
(3)
ns 35 2,30 ** 29 1,46 * 53 2,06 * 46 1,58
LB
(3)
** 23 1,49 ** 35 1,51 ** 42 1,48 * 78 1,65
Lcal
(3)
ns 25 1,46 * 33 1,48 * 54 1,89 * 65 2,13
E
(3)
ns 32 9,09 ** 31 2,18 * 67 3,52 * 38 1,89
Testemunha
(3)
* 20 1,55 * 27 1,57 ** 29 1,34 * 27 1,04
Calcário
(3)
ns 65 11,16 ns 48 4,48 ns 45 2,84 ns 34 1,33
LC= lodo de esgoto centrifugado e tratado com cal virgem (ETE de São José dos Campos, SP), LB= lodo de esgoto de biodigestor (ETE de Barueri, SP), Lcal= lama cal (Luwarcel
Celulose Papel Ltda., SP), E= escória de aciaria (Siderurgia Mannesmann). 0 meses= amostragem realizada antes da reaplicação dos tratamentos (abril/2005).
(1)
Regressão entre as doses
dos resíduos (LC, LB, Lcal e E).
(2)
Teste de média para comparação entre as doses de cada um dos residuos e o calcário.
(3)
Regressão para valores médios de cada um dos resíduos (doses
de 2, 4 e 8 Mg ha
-1
), da testemunha (dose zero) e do calcário entre as amostragem (0, 4, 18 e 25 meses) *= P < 0,05, **= P < 0,01 e ns= não significativo pelo teste t (LSD).
89
0 - 5 cm
ŷ = 13,292-1,717**x R
2
= 0,87
ŷ = 13,750-1,650**x R
2
= 0,77
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
0 5 10 15 20 25
Meses
Mg (mmol
c
dm
-3
)
Calc ário ŷ = 21,38
Testemunha
LC ŷ = 9,15
LB
Lcal ŷ = 8,08
E ŷ = 24,27
5 -10 cm
ŷ = 9,000-1,175*x R
2
= 0,96
ŷ = 8,375-0,880**x R
2
= 0,95
ŷ = 4,333+6,700*x-1,500**x
2
R
2
= 0,94
ŷ = 11,000-1,475**x R
2
= 0,92
ŷ = 10,875-1,533**x R
2
= 0,91
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
0 5 10 15 20 25
Meses
Mg (mmol
c
dm
-3
)
Calc ário ŷ = 11, 7 5
Testemunha
LC
LB
Lcal
E
10 - 20 cm
ŷ = 10,000-1,725**x R
2
= 0,95
ŷ = 8,208-1,117**x R
2
= 0,98
ŷ = 7,833-1,167**x R
2
= 0,86
ŷ = 7,333-1,000**x R
2
= 0,91
ŷ = 12,167-1,917**x R
2
= 1,00
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
0 5 10 15 20 25
Meses
Mg (mmol
c
dm
-3
)
Calc ário ŷ = 7,81
Testemunha
LC
LB
Lcal
E
20 - 40 cm
ŷ = 7,167-0,958**x R
2
= 0,98
ŷ = 7,042-0,992*x R
2
= 0,88
ŷ = -9,125-0,900*x
R
2
= 0,88
ŷ = 7,375-1,000**x R
2
= 0,64
ŷ = 7,125-0,933**x R
2
= 1,00
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
0 5 10 15 20 25
Meses
Mg (mmol
c
dm
-3
)
Calc ário ŷ = 4,88
Testemunha
LC
LB
Lcal
E
Figura 20. Dinâmica de magnésio (mmol
c
dm
-3
), em diferentes profundidades e épocas de
amostragem (0, 4, 18 e 25 meses), decorrente da reaplicação superficial dos
resíduos LC, LB, Lcal e E (média das doses 2, 4 e 8 Mg ha
-1
), da testemunha e do
calcário (2 Mg ha
-1
), em um Latossolo Vermelho distrófico sob Sistema Plantio
Direto. Botucatu, SP (2005-2007).
solo no perfil avaliado, obtido nas diferentes amostragens. De maneira geral observa-se que os
teores de Mg vão decrescendo com o passar do tempo.
Os teores de magnésio foram incrementados pela reaplicação dos
resíduos e de calcário, porém com efeito significativo pronunciado apenas pela aplicação de
escória, em todas as amostragens realizadas após a reaplicação, principalmente nos primeiros
10 cm de profundidade, mostrando comportamento linear crescente em função das doses
(Tabela 17). Estes resultados mostram que a aplicação de E e Lcal em superfície sobre plantio
direto proporcionaram o caminhamento do Mg até 40 cm de profundidade (Figuras 21 e 22),
90
Tabela 17. Valores de magnésio, em diferentes profundidades e amostragens, decorrente da reaplicação superficial dos resíduos LC, LB,
Lcal e E, e do calcário (2 Mg ha
-1
), em um Latossolo Vermelho distrófico sob Sistema Plantio Direto. Botucatu, SP (2005-2007).
Épocas de amostragem
0 meses 4 meses 18 meses 25 meses
Dose
Mg ha
-1
LC LB Lcal E LC LB Lcal E LC LB Lcal E LC LB Lcal E
Mg
-------------------------------------------------------------------------------------- mmol
c
dm
-3
-----------------------------------------------------------------------------------
Profundidade 0 – 5 cm
0 12 12 12 12 10 10 10 10 7 7 7 7 8 8 8 8
2 14 12 9 10 12 ab 11 b 13 ab 25 a 7 b 7 b 8 b 14 a 7 8 9 14
4 10 ab 14 a 9 b 14 a 13 b 11 b 9 b 27 a 9 b 8 bc 5 c 16 a 8 b 8 b 7 b 19 a
8 8 b 10 ab 9 b 14 a 10 b 8 b 9 b 69 a 6 b 6 b 6 b 25 a 8 b 6 b 6 b 42 a
Média 11 ab 12 ab 10 b 13 a 11 b 10 b 10 b 33 a 7 b 7 b 7 b 16 a 8 b 7 b 7 b 21 a
Regressão L* ns ns ns ns ns ns L** ns ns ns L** ns ns ns L**
Calcário 10 38 19 19
Profundidade 5 – 10 cm
0 9 9 9 9 9 9 9 9 7 7 7 7 5 5 5 5
2 10 7 8 8 7 ab 7 b 8 ab 11 a 6 b 5 b 6 b 9 a 6 ab 4 b 6 ab 8 a
4 7 ab 10 a 7 b 7 b 8 b 7 b 6 b 13 a 5 b 6 b 5 b 11 a 5 5 4 6
8 13 a 6 b 8 b 12 a 7 b 8 b 7 b 13 a 6 b 5 b 7 b 12 a 5 b 4 b 4 b 9 a
Média 10 a 8 b 8 b 9 ab 8 b 8 b 7 b 11 a 6 b 6 b 6 b 9 a 5 b 4 b 5 b 7 a
Regressão Q* ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns L** ns ns ns L**
Calcário 7 17 11 12
Profundidade 10 – 20 cm
0 9 9 9 9 6 6 6 6 5 5 5 5 4 4 4 4
2 8 7 7 7 6 5 6 9 4 4 4 5 4 3 3 4
4 6 b 7 b 7 b 16 a 5 8 6 8 7 5 4 5 3 4 3 4
8 8 5 5 8 7 6 7 7 4 b 5 ab 5 ab 9 a 5 ab 3 b 4 ab 6 a
Média 8 ab 7 b 7 b 10 a 6 6 6 8 5 4 4 6 4 3 3 4
Regressão ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns L* ns ns ns ns
Calcário 8 11 7 5
Profundidade 20 – 40 cm
0 7 7 7 7 4 4 4 4 5 5 5 5 4 4 4 4
2 5 6 6 7 6 5 4 7 4 ab 6 ab 3 b 7 a 4 3 3 5
4 6 b 8 ab 7 ab 9 a 4 6 5 6 45 b 4 b 4 b 7 a 3 4 4 5
8 8 a 5 b 6 ab 8 a 6 b 5 b 5 b 10 a 5 4 5 7 5 3 4 5
Média 7 7 7 8 5 b 5 b 4 b 7 a 4 b 4 b 4 b 6 a 4 4 4 5
Regressão ns ns ns ns ns ns ns L** ns ns ns ns ns ns ns ns
Calcário 5 5 5 4
LC= lodo de esgoto centrifugado, LB= lodo de esgoto de biodigestor, Lcal= lama cal, E= escória de aciaria. 0 meses= amostragem realizada antes da reaplicação dos tratamentos
(abril/2005). Médias seguidas de mesma letra, minúscula na linha, não diferem estatisticamente a 1 e 5% pelo teste t (LSD); ns= não significativo, *= P < 0,05 e **= P < 0,01; L =
regressão linear e Q= regressão quadrática.
91
DMS
DMS*
DMS*
DMS*
Testemunha
Calcário
2 Mg ha¯¹ E
4 Mg ha¯¹ E
8 Mg ha¯¹ E
DMS
DMS
DMS*
DMS*
Testemunha
Calc ár io
2 Mg ha¯¹ Lcal
4 Mg ha¯¹ Lcal
8 Mg ha¯¹ Lcal
DMS
DMS*
DMS*
DMS*
0
10
20
30
40
Profundidade (cm)
DMS
DMS*
DMS
DMS*
0
10
20
30
40
Profundidade (cm)
DMS
DMS
DMS*
DMS*
Testemunha
Calc ár io
2 Mg ha¯¹ LB
4 Mg ha¯¹ LB
8 Mg ha¯¹ LB
DMS*
DMS*
DMS*
DMS*
0
10
20
30
40
Profundidade (cm)
DMS
DMS*
DMS*
DMS*
0 20406080
Mg (mmol
c
dm
-3
)
Testemunha
Calcário
2 Mg ha¯¹ L
C
4 Mg ha¯¹ L
C
8 Mg ha¯¹ L
C
DMS
DMS*
DMS
DMS
0
10
20
30
40
0 10203040
Mg (mmol
c
dm
-3
)
Profundidade (cm)
--------------- 0 meses --------------- -------------- 4 meses --------------
Figura 21. Dinâmica de magnésio (mmol
c
dm
-3
) decorrente da reaplicação superficial dos
resíduos LC, LB, Lcal e E, e do calcário (2 Mg ha
-1
), em um Latossolo Vermelho
distrófico sob Sistema Plantio Direto, zero e 4 meses após a aplicação. Botucatu, SP
(2005). DMS*= diferença mínima significativa entre as médias pelo teste t a 5%.
92
DMS
DMS
DMS*
DMS*
Testemunha
Calcário
2 Mg ha¯¹ E
4 Mg ha¯¹ E
8 Mg ha¯¹ E
DMS
DMS
DMS*
DMS*
Testemunha
Calcário
2 Mg ha¯¹ Lcal
4 Mg ha¯¹ Lcal
8 Mg ha¯¹ Lcal
DMS
DMS
DMS*
DMS*
0
10
20
30
40
Profundidade (cm)
DMS
DMS
DMS*
DMS*
0
10
20
30
40
Profundidade (cm)
DMS
DMS
DMS*
DMS*
Testemunha
Calcário
2 Mg ha¯¹ LB
4 Mg ha¯¹ LB
8 Mg ha¯¹ LB
DMS
DMS
DMS*
DMS*
0
10
20
30
40
Profundidade (cm)
DMS
DMS
DMS*
DMS*
0 1020304050
Mg (mmol
c
dm
-3
)
Testemunha
Calcário
2 Mg ha¯¹ LC
4 Mg ha¯¹ LC
8 Mg ha¯¹ LC
DMS
DMS*
DMS*
DMS
0
10
20
30
40
010203040
Mg (mmol
c
dm
-3
)
Profundidade (cm)
-------------- 18 meses -------------- ------------- 25 meses -------------
Figura 22. Dinâmica de magnésio (mmol
c
dm
-3
) decorrente da reaplicação superficial dos
resíduos LC, LB, Lcal e E, e do calcário (2 Mg ha
-1
), em um Latossolo Vermelho
distrófico sob Sistema Plantio Direto, 18 e 25 meses após a aplicação. Botucatu, SP
(2006-2007). DMS*= diferença mínima significativa entre as médias pelo teste t a 5%.
93
sendo esse elemento, juntamente com o Ca indispensável no crescimento radicular,
principalmente em profundidades iguais ou superiores a 40 cm.
Por meio das Figuras 21 e 22 pode-se observar a distribuição dos
teores de Mg no perfil do solo, em todas as amostragens, bem como o efeito da comparação
entre o calcário e os resíduos, que ocorreu principalmente nos primeiros 10 cm de
profundidade, em todas as épocas amostradas. De acordo com os resultados obtidos nas
camadas de 0-5 cm e de 5-10 cm de profundidade, independente da dose aplicada dos resíduos
LC, LB, Lcal e o calcário mostrou-se mais eficiente no fornecimento de Mg. Enquanto para a
escória os maiores teores de Mg no solo foram obtidos onde aplicada a dose de 8 Mg ha
-1
,
sendo superior ao favorecido pela calagem, efeito este observado em todas as amostragens
realizadas após a aplicação destes.
O aumento do teor de Mg no solo em função da aplicação de escória é
justificado em razão desse nutriente fazer parte de sua composição, com uma participação de
21 g kg
-1
do total desse resíduo, que corresponde à aplicação de 168 kg ha
-1
de Mg, podendo
aumentar seu teor do solo, quando aplicado na dose de 8 Mg ha
-1
, podendo conferir um
aumento de até 23 mmol
c
dm
-3
na camada de 0-5 cm de profundidade.
Com o passar dos anos é possível que o aumento do teor de Mg no
solo seja em razão da ciclagem desse nutriente, devido ao efeito do tempo de cultivo sob SPD
pelas culturas de aveia preta, em especial a soja, que tem a preferência na absorção de cátions
bivalentes em razão de sua maior CTC radicular, retirando-o de profundidades abaixo de 40
cm trazendo-o para as camadas mais superficiais, promovendo a distribuição homogênea de
Mg no perfil do solo. A aplicação de E em superfície no SPD proporcionou o deslocamento do
Mg até 40 cm de profundidade, sendo esse elemento, juntamente com o Ca indispensável no
crescimento radicular, principalmente em profundidades iguais ou superiores a 40 cm. Esse
efeito do incremento de Mg no perfil ao longo do tempo em função dos resíduos e do calcário
pode ser observado na Figura 20.
Os resultados de Mg encontrados nesse trabalho concordam com
vários outros que encontraram caminhamento de Mg
2+
em camadas mais profundas,
aplicando-se calcário sobre a superfície do solo (CAIRES et al., 2004; NASCIMENTO et al.,
2004; AMARAL, et al., 2004b; CIOTTA et al., 2004; SORATTO, 2005; FIDALSKI e
TORMENA 2005; MORAES 2005; CORRÊA et al., 2007).
94
Mesmo com o fornecimento de Ca em excesso pelas maiores doses dos
resíduos LC, Lcal e E, os teores de Mg sempre estiveram em condições adequadas as culturas,
isto é, acima de 3 mmol
c
dm
-3
em todas as camadas, com ênfase as camadas superficiais de 0-5
e de 5-10 cm, fato que possibilita o desenvolvimento adequado das culturas. Vale ressaltar que
a maior parte dos nutrientes são absorvidos já nas primeiras camadas de solo, local em que
está presente grande quantidade de raízes menores que 0,2mm de diâmetro e pêlos
absorventes, os quais são responsáveis pela absorção.
4.2.8 Capacidade de troca de cátions
Com base na análise de variância (Tabela 18) podemos observar o
efeito significativo de interação em função da reaplicação dos resíduos em 2005, sobre a
capacidade de troca de cátions do solo, até 20 cm de profundidade em todas as amostragens
após a reaplicação dos resíduos, com exceção para a amostragem aos 4 meses de reação na
camada de 10-20 cm.
Os efeitos significativos sobre o comportamento da CTC no perfil do
solo decorrente da reaplicação dos resíduos e do calcário, ao longo do tempo (zero a 25 meses)
podem ser observados na Tabela 18 e na Figura 23. Na Figura 23 pode-se observar que os
maiores valores de CTC do solo foram observados nos primeiros 5 cm de profundidade, na
qual, a CTC do solo comportou-se de maneira quadrática ao longo do tempo em função da
aplicação dos resíduos LC e Lcal. Na camada de 5-10 cm a CTC do solo ao longo do tempo
comportou-se de maneira quadrática quando aplicados os resíduos LC, LB e E. Na camada de
10-20 cm este mesmo efeito foi observado para o tratamento com LC. Nestas, após um ligeiro
aumento observado após 4 meses da aplicação, observa-se a diminuição da CTC do solo.
Enquanto, na camada de 20-40 cm somente houve efeito significativo sobre a CTC do solo no
tratamento testemunha, que aumentou de maneira linear crescente ao longo do período
avaliado.
Em todas as amostragens, somente a aplicação de LB não mostrou
efeito significativo para doses, além de apresentar os menores valores para CTC do solo.
Como pode ser observado na Tabela 19, os maiores efeitos significativos sobre a CTC do solo
decorrente da reaplicação dos resíduos e do calcário foram observados nos primeiros 10 cm de
profundidade.
95
Tabela 18. Resumo da análise de variância para valores de capacidade de troca de cátions, em diferentes profundidades e amostragens,
decorrente da reaplicação superficial dos resíduos LC, LB, Lcal e E, e do calcário (2 Mg ha
-1
), em um Latossolo Vermelho
distrófico sob Sistema Plantio Direto. Botucatu, SP (2005-2007).
Amostragem (meses) Causa de
Variação
0 4 18 25 0 4 18 25 0 4 18 25 0 4 18 25
CTC
0 - 5 cm 5 - 10 cm 10 - 20 cm 20 - 40 cm
Resíduo(R)
(1)
ns ** ** ** * ** ** ns ns ns ns ns ns ns ns ns
Dose (D) ** ** ** ** * ** ** ** * ns ns ns ** * ns ns
R X D ns ** ** ** * ** ** * * ns * * * ns ns ns
Bloco ns ns ns ** ns ns ns ns ns ns ns ** ** ns * *
CV (%) 18 32 24 24 14 17 11 8 13 12 16 9 8 15 11 14
DMS 9,68 31,42 18,33 17,09 6,84 10,21 6,14 4,47 6,25 6,80 7,51 4,44 3,45 7,76 5,18 7,42
LC
(2)
ns ** ** ** ** ** ** ns * ns ns ns * ns ns ns
CV 21 19 20 26 6 14 14 11 12 12 14 8 7 14 11 13
DMS 23,80 42,41 35,75 38,72 6,43 19,03 16,82 13,33 12,44 14,83 14,41 8,04 6,25 15,21 10,95 14,19
LB
(2)
ns * ns ns ns * ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns
CV 6 31 8 12 7 9 5 11 10 17 7 10 10 16 12 18
DMS 6,35 42,88 8,59 14,44 6,73 10,53 5,83 12,85 10,00 20,05 7,40 10,51 9,43 18,20 12,56 20,31
Lcal
(2)
ns ** ** ** ns ** ** ns ns ns ns ns ns ns ns ns
CV 20 23 30 26 20 16 8 11 16 12 6 11 9 10 10 13
DMS 24,41 51,92 50,42 38,06 21,65 19,81 9,22 12,44 16,64 15,16 6,50 11,36 8,60 11,25 10,52 14,15
E
(2)
** ** ** ** * ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns
CV 9 43 20 24 13 21 12 9 19 11 22 8 7 13 27 11
DMS 10,71 113,85 31,95 42,27 14,51 218,09 13,65 10,43 20,25 13,80 24,14 8,31 6,37 15,14 8,93 12,33
F CV DMS F CV DMS F CV DMS F CV DMS
LC
(3)
** 18 16,61 ** 13 8,12 ** 12 6,02 ns 9 4,15
LB
(3)
ns 10 5,17 ** 10 4,85 ns 12 6,08 ns 14 7,02
Lcal
(3)
** 27 23,90 ns 17 9,38 ns 12 5,88 ns 10 4,86
E
(3)
ns 39 39,43 ** 18 10,14 ns 18 9,53 ns 11 5,81
Testemunha
(3)
ns 8 4,61 ns 5 2,80 ns 6 3,46 * 10 5,41
Calcário
(3)
ns 32 23,78 ns 10 6,09 ns 11 6,30 ns 9 4,86
LC= lodo de esgoto centrifugado e tratado com cal virgem (ETE de São José dos Campos, SP), LB= lodo de esgoto de biodigestor (ETE de Barueri, SP), Lcal= lama cal (Luwarcel
Celulose Papel Ltda., SP), E= escória de aciaria (Siderurgia Mannesmann). 0 meses= amostragem realizada antes da reaplicação dos tratamentos (abril/2005).
(1)
Regressão entre as doses
dos resíduos (LC, LB, Lcal e E).
(2)
Teste de média para comparação entre as doses de cada um dos residuos e o calcário.
(3)
Regressão para valores médios de cada um dos resíduos (doses
de 2, 4 e 8 Mg ha
-1
), da testemunha (dose zero) e do calcário entre as amostragem (0, 4, 18 e 25 meses) *= P < 0,05, **= P < 0,01 e ns= não significativo pelo teste t (LSD).
96
0 - 5 cm
ŷ = -55,98+169,229**x-32,188**x
2
R
2
= 0,90
ŷ = -28,021+147,329x-28,771**x
2
R
2
= 0,76
0
25
50
75
100
125
150
175
200
225
0 5 10 15 20 25
Meses
CTC (mmol
c
dm
-3
)
Calc ário ŷ = 93,19
Testemunha ŷ = 71,75
LC
LB ŷ = 75,60
Lcal
E ŷ = 139,42
5 -10 cm
ŷ = 54,333-13,208*x-2,208*x
2
R
2
= 0,55
ŷ = 51,292+30,725x-6,375**x
2
R
2
= 0,70
ŷ = 40,604+43,588x-8,729**x
2
R
2
= 0,69
0
25
50
75
100
125
150
175
200
225
0 5 10 15 20 25
Meses
CTC (mmol
c
dm
-3
)
Calc ário ŷ = 73,00
Testemunha ŷ = 69,56
LC
LB
Lcal ŷ = 70,02
E
10 - 20 cm
ŷ = 53,854+20,163*x-4,521**x
2
R
2
= 0,78
0
25
50
75
100
125
150
175
200
225
0 5 10 15 20 25
Meses
CTC (mmol
c
dm
-3
)
Calc ário ŷ = 70,00
Testemunha ŷ = 69,56
LC
LB ŷ = 68,77
Lcal ŷ = 70,42
E ŷ = 72,23
20 - 40 cm
ŷ = 57,375+4,275*x R
2
= 0,96
0
25
50
75
100
125
150
175
200
225
0 5 10 15 20 25
Meses
CTC (mmol
c
dm
-3
)
Calc ário ŷ = 70,63
Testemunha
LC ŷ = 66,92
LB ŷ = 69,58
Lcal ŷ = 68,52
E ŷ = 70,73
Figura 23. Dinâmica de capacidade de troca catiônica (mmol
c
dm
-3
), em diferentes
profundidades e épocas de amostragem (0, 4, 18 e 25 meses), decorrente da
reaplicação superficial dos resíduos LC, LB, Lcal e E (média das doses 2, 4 e 8 Mg
ha
-1
), da testemunha e do calcário (2 Mg ha
-1
), em um Latossolo Vermelho
distrófico sob Sistema Plantio Direto. Botucatu, SP (2005-2007).
Nos primeiros 10 cm de profundidade, os resíduos LC, Lcal e E
reaplicados superficialmente em solo sob SPD proporcionaram o aumento da CTC do solo à
medida que as doses foram aumentadas, apresentando comportamentos lineares e quadráticos,
efeitos estes observados após 4, 18 e 25 meses de aplicados (Tabela 19).
Nas Figuras 24 e 25 pode-se observar o comportamento da CTC do
solo decorrente da reaplicação dos resíduos e do calcário no perfil do solo. O calcário aplicado
favoreceu a CTC do solo em todo o perfil, no entanto, a dose de 8 Mg ha
-1
dos resíduos LC,
Lcal e E foi significativamente superior ao efeito proporcionado pela calagem, até 10 cm de
profundidade, nas amostragens realizadas após 4, 18 e 25 de reação no solo, com exceção da
97
Tabela 19. Valores de capacidade de troca de cátios, em diferentes profundidades e amostragens, decorrente da reaplicação superficial dos
resíduos LC, LB, Lcal e E, e do calcário (2 Mg ha
-1
), em um Latossolo Vermelho distrófico sob Sistema Plantio Direto. Botucatu,
SP (2005-2007).
Épocas de amostragem
0 meses 4 meses 18 meses 25 meses
Dose
Mg ha
-1
LC LB Lcal E LC LB Lcal E LC LB Lcal E LC LB Lcal E
CTC
-------------------------------------------------------------------------------------- mmol
c
dm
-3
------------------------------------------------------------------------------------
Profundidade 0 – 5 cm
0 69 69 69 69 74 74 74 74 68 68 68 68 75 75 75 75
2 75 74 67 70 93 75 94 118 78 72 74 83 81 77 75 83
4 74 72 91 73 120 ab 74 b 174 a 145 a 90 bc 72 c 161 a 110 b 112 a 77 b 89 ab 111 a
8 83 75 92 89 293 b 83 c 253 b 388 a 275 a 74 c 164 b 188 b 140 b 83 c 161 b 209 a
Média 75 73 80 75 145 b 76 c 149 b 181 a 128 a 71 b 117 a 112 a 102 b 78 c 100 b 120 a
Regressão ns ns L* L* Q* ns L** Q** Q** ns L** L** L** ns Q* Q*
Calcário 74 140 76 84
Profundidade 5 – 10 cm
0 66 66 66 66 70 70 70 70 71 71 71 71 72 72 72 72
2 66 63 74 69 75 73 71 80 72 68 67 73 72 70 74 72
4 66 b 66 ab 79 a 67 ab 92 ab 72 bc 71 c 105 a 74 ab 70 b 84 a 83 a 81 a 73 ab 72 b 72 b
8 88 a 63 b 71 b 86 a 136 a 83 c 109 b 94 bc 110 a 72 c 94 b 85 b 81 76 84 79
Média 71 ab 64 b 73 a 72 a 93 a 74 c 80 bc 87 ab 81 a 70 b 79 a 78 a 76 73 75 73
Regressão L** ns ns L** L** ns Q* Q* Q** ns L** L* L* ns L** ns
Calcário 66 83 70 74
Profundidade 10 – 20 cm
0 63 63 63 63 84 84 84 84 64 64 64 64 69 69 69 69
2 64 66 73 65 78 78 80 78 67 64 68 65 64 64 70 65
4 60 b 66 b 63 b 79 a 78 76 88 82 74 64 68 69 64 67 66 66
8 80 a 67 b 65 b 72 ab 84 80 78 78 69 ab 63 b 66 ab 80 a 63 ab 72 a 62 b 66 ab
Média 67 65 66 70 81 79 82 81 68 64 66 69 65 68 66 67
Regressão L** ns ns ns ns ns ns ns ns ns L* L** ns ns ns ns
Calcário 70 77 72 63
Profundidade 20 – 40 cm
0 62 62 62 62 66 66 66 66 69 69 69 69 76 76 76 76
2 59 63 62 60 65 70 74 67 65 60 69 67 69 73 74 72
4 59 b 62 ab 66 a 62 ab 71 75 62 76 64 67 63 72 71 74 75 80
8 69 67 67 66 73 76 75 87 66 68 65 70 74 78 72 71
Média 62 64 64 63 69 72 69 74 66 66 67 69 72 75 74 75
Regressão Q* L* ns ns ns ns ns L** ns ns ns ns ns ns ns ns
Calcário 67 75 72 69
LC= lodo de esgoto centrifugado, LB= lodo de esgoto de biodigestor, Lcal= lama cal, E= escória de aciaria. 0 meses= amostragem realizada antes da reaplicação dos tratamentos
(abril/2005). Médias seguidas de mesma letra, minúscula na linha, não diferem estatisticamente a 1 e 5% pelo teste t (LSD); ns= não significativo, *= P < 0,05 e **= P < 0,01; L =
regressão linear e Q= regressão quadrática.
98
DMS
DMS*
DMS*
DMS*
Testemunha
Calc ár io
2 Mg ha¯¹ E
4 Mg ha¯¹ E
8 Mg ha¯¹ E
DMS*
DMS
DMS*
DMS*
Testemunha
Calc ár io
2 Mg ha¯¹ Lcal
4 Mg ha¯¹ Lcal
8 Mg ha¯¹ Lcal
DMS*
DMS*
DMS
DMS*
0
10
20
30
40
Profundidade (cm)
DMS
DMS
DMS
DMS*
0
10
20
30
40
Profundidade (cm)
DMS
DMS
DMS*
DMS*
Testemunha
Calcário
2 Mg ha¯¹ LB
4 Mg ha¯¹ LB
8 Mg ha¯¹ LB
DMS
DMS
DMS
DMS
0
10
20
30
40
Profundidade (cm)
DMS
DMS
DMS*
DMS*
0 50 100 150 200 250 300 350 400
CTC (mmol
c
dm
-3
)
Testemunha
Calcário
2 Mg ha¯¹ L
C
4 Mg ha¯¹ L
C
8 Mg ha¯¹ L
C
DMS
DMS*
DMS*
DMS*
0
10
20
30
40
0 50 100 150 200
CTC (mmol
c
dm
-3
)
Profundidade (cm)
--------------- 0 meses --------------- -------------- 4 meses --------------
Figura 24. Dinâmica de capacidade de troca catiônica (mmol
c
dm
-3
) decorrente da reaplicação
superficial dos resíduos LC, LB, Lcal e E, e do calcário (2 Mg ha
-1
), em um Latossolo
Vermelho distrófico sob Sistema Plantio Direto, zero e 4 meses após a aplicação.
Botucatu, SP (2005). DMS*= diferença mínima significativa entre as médias pelo teste
t a 5%.
99
DMS
DMS*
DMS
DMS
Testemunha
Calcário
2 Mg ha¯¹ E
4 Mg ha¯¹ E
8 Mg ha¯¹ E
DMS
DMS
DMS
DMS*
Testemunha
Calcário
2 Mg ha¯¹ Lcal
4 Mg ha¯¹ Lcal
8 Mg ha¯¹ Lcal
DMS
DMS
DMS*
DMS*
0
10
20
30
40
Profundidade (cm)
DMS
DMS*
DMS*
DMS*
0
10
20
30
40
Profundidade (cm)
DMS
DMS
DMS
DMS
Testemunha
Calcário
2 Mg ha¯¹ LB
4 Mg ha¯¹ LB
8 Mg ha¯¹ LB
DMS
DMS*
DMS
DMS
0
10
20
30
40
Profundidade (cm)
DMS
DMS
DMS
DMS*
0 50 100 150 200 250 300 350 400
CTC (mmol
c
dm
-3
)
Testemunha
Calc ár io
2 Mg ha¯¹ LC
4 Mg ha¯¹ LC
8 Mg ha¯¹ LC
DMS
DMS*
DMS*
DMS
0
10
20
30
40
0 50 100 150 200 250 300 350 400
CTC (mmol
c
dm
-3
)
Profundidade (cm)
-------------- 18 meses -------------- ------------- 25 meses -------------
Figura 25. Dinâmica de capacidade de troca catiônica (mmol
c
dm
-3
) decorrente da reaplicação
superficial dos resíduos LC, LB, Lcal e E, e do calcário (2 Mg ha
-1
), em um Latossolo
Vermelho distrófico sob Sistema Plantio Direto, 18 e 25 meses após a aplicação.
Botucatu, SP (2006-2007). DMS*= diferença mínima significativa entre as médias
pelo teste t a 5%.
100
amostragem aos 25 meses de reação na camada de 5-10 cm em que não houve diferença
significativa entre os resíduos e o calcário. Em comparação com o resíduo LB, a aplicação de
calcário apresentou valores superiores a este nos primeiros 5 cm de profundidade após 4 meses
de reação destes no solo (Figura 24). Na camada de 10-20 cm de profundidade, foi observada
a superioridade do calcário sobre a melhoria da CTC do solo na amostragem realizada após 18
meses da aplicação dos resíduos LB e Lcal (Figura 25), e na de camada de 20-40 cm, foi
observada diferença significativa na amostragem após 4 meses, com a dose de 8 Mg ha
-1
de
Lcal e E proporcionaram a maior CTC do solo, porém foi semelhante ao do tratamento com a
calagem (Figura 24).
Esses resultados concordam com os de Nascimento et al. (2004) para a
aplicação de lodo de esgoto por promover comportamento crescente na capacidade de troca de
cátions e, de acordo com esses autores, a CTC pode ser melhor explicada em razão das
variações de pH do que pelo acréscimo de carbono orgânico decorrente do lodo de esgoto e da
adição de Ca e Mg pelos resíduos.
A grande contribuição da aplicação superficial dos resíduos no
aumento da CTC do solo diz respeito ao fornecimento de Ca e Mg, principalmente por LC,
Lcal, E e pelo calcário, sendo que os valores dessa variável chegaram a triplicar quando se
utiliza a dose de 8 Mg ha
-1
, e dobrar de valor no caso do calcário, na camada de 0-5 cm,
amostrada aos 4 meses. Portanto, o aumento da CTC do solo, para esse caso, não vai conferir
maiores quantidades de cargas negativas e sim maior disponibilidade de Ca, Mg e K no solo
em relação ao H+Al, independente ou não da adsorção desses cátions básicos aos colóides do
solo.
4.2.9 Metais pesados
A incorporação de resíduos urbanos ou industriais, principalmente
lodos de esgoto a solos agrícolas deve ser adequadamente planejada e monitorada. Para tal,
deve-se ressaltar que entre os metais pesados incluem-se tanto elementos essenciais, como Cu,
Fe, Mn e Zn, os micronutrientes, como também elementos não-nutrientes como As, Cd, Cr,
Hg, Ni, Pb e V, os potencialmente tóxicos.
101
4.2.9.1 Os micronutrientes
4.2.9.1.1 Cobre
Vê-se na Tabela 20 a na análise de variância para o teor de Cu
disponível no solo, onde pode-se observar efeito significativo de interação sobre o teor deste
no solo decorrente da reaplicação dos resíduos em 2005 em SPD, exceto para a amostragem
aos 25 meses na camada de 20-40 cm de profundidade. Os efeitos proporcionados pela
calagem quando comparada às doses de cada um dos resíduos são observadas principalmente
na camada de 0-5 cm de profundidade. Também observa-se na referida Tabela, o
comportamento do teor de Cu no solo em função da aplicação dos resíduos e do calcário ao
longo do tempo.
Na Figura 26 pode-se observar o comportamento do teor de Cu
disponível no solo nas diferentes épocas de amostragem, decorrente da reaplicação dos
resíduos LC, LB, Lcal e E, e também do calcário, onde ficam bem evidentes os efeitos,
independente da dose, em todo o perfil avaliado, exceto na camada de 0-5 cm de
profundidade. Nos primeiros 10 cm, mesmo não sendo significativos, os maiores teores
disponíveis de Cu foram obtidos quando da aplicação do lodo LB, seguidos do tratamento
testemunha, que não recebeu nenhum tipo de aplicação.
Na Tabela 21 pode-se observar respostas significativas da reaplicação
dos resíduos sobre o teor de Cu no solo em todo o perfil. Na camada superficial, até 5 cm de
profundidade, observa-se um comportamento distinto entre os resíduos, o teor de Cu no solo
aumentou de forma significativa com a aplicação do lodo de esgoto LB em todas as
amostragens, enquanto foi decrescente para LC e E aos 4 meses, para LC, Lcal e E aos 18 e
para E aos 25 meses (Tabela 21).
Esse comportamento de redução dos teores de Cu no solo com o
aumento das doses dos resíduos LC, Lcal e E foi proporcionado pela maior redução do pH do
solo por estes materiais, pois em pH alto ocorre a diminuição da solubilidade em função da
adsorção destes aos colóides do solo de forma covalente e, portanto indisponível a planta, ou
seja, limita absorção de Cu (MALAVOLTA, 2006; DECHEN e NACHTIGALL, 2006).
A aplicação de doses do lodo de esgoto LB mostrou efeito
significativo sobre esta variável em todo o perfil avaliado. Na camada superficial, até 5 cm de
102
Tabela 20. Resumo da análise de variância para valores de cobre, em diferentes profundidades e amostragens, decorrente da reaplicação
superficial dos resíduos LC, LB, Lcal e E, e do calcário (2 Mg ha
-1
), em um Latossolo Vermelho distrófico sob Sistema Plantio
Direto. Botucatu, SP (2005-2007).
Amostragem (meses) Causa de
Variação
0 4 18 25 0 4 18 25 0 4 18 25 0 4 18 25
Cu
0 - 5 cm 5 - 10 cm 10 - 20 cm 20 - 40 cm
Resíduo(R)
(1)
** ** ** ** ** ** ** ** * * ns ns ns * * ns
Dose (D) * ns ns ns ns ns ns * ns ns ns ns ns ** ns ns
R X D ** ** ** ** * * * * * * * * ns ** * ns
Bloco ns ** ns ** ns ns ns ns ** ns ** ns ns ns * *
CV (%) 29 19 24 25 25 14 19 15 16 15 12 16 12 8 11 13
DMS 0,53 0,32 0,45 0,44 0,49 0,36 0,47 0,33 0,33 0,32 0,32 0,33 0,27 0,20 0,29 0,32
LC
(2)
ns ns ** ns ns ns ** ns ns ns ns ns ns ns ns ns
CV 24 23 21 23 22 20 11 19 18 13 13 15 11 10 9 13
DMS 0,75 0,68 0,69 0,70 0,86 0,78 0,55 0,79 0,81 0,56 0,71 0,66 0,52 0,50 0,53 0,68
LB
(2)
** ** ** ** ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns
CV 37 17 26 27 30 18 20 16 18 15 12 15 15 8 10 13
DMS 2,10 0,81 1,45 1,29 1,65 0,88 1,21 0,82 0,87 1,18 0,66 0,72 0,74 0,41 0,60 0,73
Lcal
(2)
ns ns * ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns
CV 24 23 20 22 17 22 23 20 21 17 17 19 14 10 14 11
DMS 0,73 0,78 0,67 0,76 0,71 0,91 1,22 0,90 0,92 0,78 0,97 0,88 0,68 0,53 0,82 0,64
E
(2)
ns ns ** ns ns ns * ns ns ns ns ns ns ** ns ns
CV 19 22 18 23 13 15 11 13 13 15 13 15 11 7 13 11
DMS 0,59 0,66 0,59 0,71 0,52 0,65 0,55 0,60 0,58 0,67 0,74 0,70 0,52 0,35 0,76 0,58
F CV DMS F CV DMS F CV DMS F CV DMS
LC
(3)
ns 18 0,25 ns 16 0,28 ns 11 0,23 ** 8 0,21
LB
(3)
ns 28 0,82 ns 22 0,61 ** 12 0,30 ** 11 0,28
Lcal
(3)
ns 17 0,26 ns 23 0,47 ** 17 0,38 * 15 0,37
E
(3)
ns 17 0,23 ** 11 0,22 ns 10 0,24 * 10 0,26
Testemunha
(3)
ns 17 0,36 * 10 0,26 ns 11 0,25 * 8 0,21
Calcário
(3)
ns 12 0,19 ns 9 0,20 ns 13 0,34 ** 5 0,14
LC= lodo de esgoto centrifugado e tratado com cal virgem (ETE de São José dos Campos, SP), LB= lodo de esgoto de biodigestor (ETE de Barueri, SP), Lcal= lama cal (Luwarcel
Celulose Papel Ltda., SP), E= escória de aciaria (Siderurgia Mannesmann). 0 meses= amostragem realizada antes da reaplicação dos tratamentos (abril/2005).
(1)
Regressão entre as doses
dos resíduos (LC, LB, Lcal e E).
(2)
Teste de média para comparação entre as doses de cada um dos residuos e o calcário.
(3)
Regressão para valores médios de cada um dos resíduos (doses
de 2, 4 e 8 Mg ha
-1
), da testemunha (dose zero) e do calcário entre as amostragem (0, 4, 18 e 25 meses) *= P < 0,05, **= P < 0,01 e ns= não significativo pelo teste t (LSD).
103
0 - 5 cm
0,0
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
0 5 10 15 20 25
Meses
Cu (mg dm
-3
)
Calc ário ŷ = 1,93
Testemunha ŷ = 2,58
LC ŷ = 1,87
LB ŷ = 4,09
Lcal ŷ = 2,12
E ŷ = 1,87
5 -10 cm
ŷ = 1,540+1,002**x-0,173**x
2
R
2
= 0,98
ŷ = 2,65+0,200**x R
2
= 0,57
0,0
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
0 5 10 15 20 25
Meses
Cu (mg dm
-3
)
Calc ário ŷ = 2,96
Testemunha
LC ŷ = 2,51
LB ŷ = 3,86
Lcal ŷ = 2,84
E
10 - 20 cm
ŷ = 2,425+0,965x-0,192**x
2
R
2
= 0,73
ŷ = 1,444+1,418*x-0,252**x
2
R
2
= 0,66
0,0
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
0 5 10 15 20 25
Meses
Cu (mg dm
-3
)
Calc ário ŷ = 3,25
Testemunha ŷ = 3,16
LC ŷ = 2,89
LB
Lcal
E ŷ = 3,00
20 - 40 cm
ŷ = 2,488+0,858**-0,138*x
2
R
2
= 0,71
ŷ = 2,244+0,899**x-0,148**x
2
R
2
= 0,53
ŷ = 2,367+0,868**x-0,138*x
2
R
2
= 0,85
ŷ = 3,013+0,198**x R
2
= 0,75
ŷ = 2,900+0,198**x R
2
= 0,67
ŷ = 2,594+0,783*x-0,135**x
2
R
2
= 0,96
0,0
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
0 5 10 15 20 25
Meses
Cu (mg dm
-3
)
Calcário
Testemunha
LC
LB
Lcal
E
Figura 26. Dinâmica de cobre (mg dm
-3
), em diferentes profundidades e épocas de
amostragem (0, 4, 18 e 25 meses), decorrente da reaplicação superficial dos
resíduos LC, LB, Lcal e E (média das doses 2, 4 e 8 Mg ha
-1
), da testemunha e do
calcário (2 Mg ha
-1
), em um Latossolo Vermelho distrófico sob Sistema Plantio
Direto. Botucatu, SP (2005-2007).
profundidade, aos 4 e 25 meses da reaplicação as doses de LB proporcionaram o maior teor de
Cu no solo quando comparados as doses dos demais resíduos, efeito que também foi
observado na camada de 5-10 cm aos 18 meses da reaplicação. De maneira geral, a dose de 8
Mg ha
-1
de LB proporcionou os maiores valores de Cu, em todo o perfil avaliado, exceto para
o tratamento com escória na camada de 20-40 cm de profundidade que apresentou valores de
Cu superior ao encontrado no tratamento com LB.
Os resultados obtidos concordam com os encontrados por Borges e
Coutinho (2004), onde trabalhando com dois solos, com calagem e doses de lodo de esgoto da
104
Tabela 21. Valores de cobre, em diferentes profundidades e amostragens, decorrente da reaplicação superficial dos resíduos LC, LB, Lcal e
E, e do calcário (2 Mg ha
-1
), em um Latossolo Vermelho distrófico sob Sistema Plantio Direto. Botucatu, SP (2005-2007).
Épocas de amostragem
0 meses 4 meses 18 meses 25 meses
Dose
Mg ha
-1
LC LB Lcal E LC LB Lcal E LC LB Lcal E LC LB Lcal E
Cu
------------------------------------------------------------------------------------------ mg dm
-3
-----------------------------------------------------------------------------------------
Profundidade 0 – 5 cm
0 2,4 2,4 2,4 2,4 2,5 2,5 2,5 2,5 2,9 2,9 2,9 2,9 2,5 2,5 2,5 2,5
2 2,0 b 4,2 a 2,3 b 2,0 b 2,0 b 3,1 a 2,4 b 1,9 b 2,6 4,0 2,5 2,4 2,1 b 3,2 a 2,5 ab 2,4 ab
4 1,9 2,8 1,8 2,1 1,8 b 3,1 a 2,2 b 1,8 b 1,9 b 3,8 a 2,0 b 1,9 b 1,6 b 2,8 a 2,2 ab 1,9 ab
8 2,0 b 6,8 a 1,6 b 1,7 b 1,6 b 4,5 a 2,1 b 1,5 b 1,4 b 5,5 a 1,9 b 1,6 b 1,7 b 5,3 a 2,0 b 1,5 b
Média 2,1 b 4,0 a 2,0 b 2,0 b 2,0 c 3,3 a 2,3 b 1,9 c 2,2 b 4,1 a 2,3 b 2,2 b 2,0 b 3,4 a 2,3 b 2,1 b
Regressão ns Q* ns ns L* L** ns L** L** L** L* L** ns Q* ns L*
Calcário 2,0 2,0 1,7 2,0
Profundidade 5 – 10 cm
0 2,8 2,8 2,8 2,8 3,0 3,0 3,0 3,0 3,6 3,6 3,6 3,6 3,3 3,3 3,3 3,3
2 2,5 b 4,1 a 2,8 b 2,3 b 2,2 c 3,6 a 3,1 ab 2,9 bc 3,5 ab 4,3 a 3,5 ab 3,3 b 2,8 3,2 3,2 2,8
4 2,2 3,2 2,4 2,7 2,6 3,3 2,7 3,0 2,7 b 4,2 a 3,0 b 3,2 b 2,3 b 3,2 a 2,8 ab 2,9 ab
8 2,5 b 5,0 a 2,5 b 2,2 b 2,2 b 3,8 a 2,3 b 2,6 b 2,4 c 4,6 a 3,5 b 2,7 bc 2,4 b 4,0 a 2,4 b 2,7 b
Média 2,5 b 3,8 a 2,6 b 2,7 b 2,5 b 3,4 a 2,8 b 2,9 b 3,0 b 4,2 a 3,4 b 3,2 b 2,7 b 3,4 a 2,9 b 2,9 b
Regressão ns L** ns ns ns ns L* ns L** L** ns ns L** L* L** ns
Calcário 2,8 2,6 3,5 3,0
Profundidade 10 – 20 cm
0 3,0 3,0 3,0 3,0 3,1 3,1 3,1 3,1 3,5 3,5 3,5 3,5 3,1 3,1 3,1 3,1
2 2,9 3,1 3,1 2,7 2,9 3,4 3,1 2,8 3,7 3,6 3,9 3,4 2,8 3,1 3,3 3,0
4 2,7 3,1 2,5 3,08 2,8 3,2 2,9 3,0 3,8 3,6 3,7 3,8 2,8 3,01 3,0 3,0
8 2,6 b 3,6 a 2,5 b 2,6 b 2,7 b 3,8 a 2,9 b 2,6 b 3,3 b 4,0 a 3,6 ab 3,5 ab 2,7 b 3,5 a 2,7 b 2,8 ab
Média 2,8 b 3,2 a 2,8 b 2,8 b 2,9 b 3,3 a 3,0 b 2,8 b 3,6 3,7 3,7 3,5 2,9 3,1 3,0 3,0
Regressão ns ns ns ns ns L* ns ns ns ns L* L** ns ns ns ns
Calcário 3,0 3,0 3,9 3,1
Profundidade 20 – 40 cm
0 3,1 3,1 3,1 3,1 3,2 3,2 3,2 3,2 3,8 3,8 3,8 3,8 3,6 3,6 3,6 3,6
2 3,1 3,3 3,4 3,1 3,0 b 3,5 a 3,6 a 3,3 ab 4,0 3,5 4,1 3,8 3,4 3,6 3,9 3,5
4 3,0 2,9 2,8 3,3 3,2 3,3 3,2 3,3 4,0 3,9 3,8 3,8 3,4 3,5 3,5 3,5
8 3,2 3,2 3,3 3,4 3,3 b 3,5 b 3,4 b 4,2 a 3,7 ab 4,2 a 3,6 b 3,8 ab 3,6 3,7 3,7 3,6
Média 3,01 3,1 3,1 3,2 3,2 b 3,4 ab 3,3 ab 3,5 a 3,9 3,8 3,8 3,8 3,4 3,6 3,6 3,5
Regressão ns ns ns ns ns ns ns Q* ns ns ns ns ns ns ns ns
Calcário 3,3 3,5 4,0 3,7
LC= lodo de esgoto centrifugado, LB= lodo de esgoto de biodigestor, Lcal= lama cal, E= escória de aciaria. 0 meses= amostragem realizada antes da reaplicação dos tratamentos
(abril/2005). Médias seguidas de mesma letra, minúscula na linha, não diferem estatisticamente a 1 e 5% pelo teste t (LSD); ns= não significativo, *= P < 0,05 e **= P < 0,01; L =
regressão linear e Q= regressão quadrática.
105
ETE de Franca-SP observaram aumento linear dos teores de Cu de acordo com as doses do
lodo de esgoto nos dois solos utilizados (Latossolo Vermelho e Neossolo Quartzarênico) e
redução da disponibilidade deste elemento pelo efeito da elevação do pH proporcionado pela
calagem.
Nas Figuras 27 e 28 vê-se claramente os efeitos da reaplicação dos
resíduos e do calcário sobre o teor de Cu disponível no perfil avaliado, sendo mais
pronunciados e mais evidentes nos primeiros 10 cm. Quando aplicadas às doses de 4 e 8 Mg
ha
-1
o lodo de esgoto LC, observa-se na camada de 0-5 cm que estas proporcionaram os
menores teores disponíveis de Cu no solo, em relação ao calcário e a testemunha, 2 Mg ha
-1
de
LC, fato observado após 4, 18 e 25 meses da aplicação. Após 18 e 25 meses observou-se este
mesmo efeito na camada de 5-10 cm (Figura 28). Este comportamento é explicado pelo fato
deste resíduo ter a adição de cal virgem em sua composição, o que elevou o pH do solo,
diminuindo assim a disponibilidade de Cu. No entanto, quando aplicado o lodo de esgoto LB
ocorreu o contrario, onde nos primeiros 10 cm de profundidade a aplicação da dose de 8 Mg
ha
-1
deste proporcionou os maiores teores de Cu disponível no solo.
A aplicação de Lcal somente mostrou efeito significativo sobre o teor
disponível de Cu no solo na camada de 0-5 cm, após 18 meses de reação no solo, onde as
doses de 4 e 8 Mg ha
-1
e da calagem proporcionaram os menores teores de Cu, também em
função da redução do pH do solo proporcionada por este material (Figura 28). Já para escória
houve efeito significativo até 10 cm de profundidade aos 18 e 25 meses da aplicação, onde as
doses de 4 e 8 Mg ha
-1
e a calagem proporcionaram os menores teores disponíveis de Cu nos
primeiros 5 cm de profundidade, enquanto na camada de 5-10 cm a escória na dose de 8 Mg
ha
-1
diferiu somente da testemunha.
106
DMS
DMS*
DMS
DMS*
Testemunha Calc ár io
2 Mg ha¯¹ E 4 Mg ha¯¹ E
8 Mg ha¯¹ E
DMS
DMS
DMS
DMS
Testemunha Calc ár io
2 Mg ha¯¹ Lcal 4 Mg ha¯¹ Lcal
8 Mg ha¯¹ Lcal
DMS*
DMS*
DMS
DMS
0
10
20
30
40
Profundidade (cm)
DMS
DMS
DMS
DMS
0
10
20
30
40
Profundidade (cm)
DMS
DMS
DMS*
DMS*
Testemunha Calcário
2 Mg ha¯¹ LB 4 Mg ha¯¹ LB
8 Mg ha¯¹ LB
DMS
DMS*
DMS*
DMS
0
10
20
30
40
Profundidade (cm)
DMS
DMS
DMS
DMS*
0,0 2,0 4,0 6,0 8,0
Cu (mg dm
-3
)
Testemunha Calcário
2 Mg ha¯¹ LC 4 Mg ha¯¹ L
C
8 Mg ha¯¹ LC
DMS
DMS
DMS
DMS
0
10
20
30
40
0,0 2,0 4,0 6,0 8,0
Cu (mg dm
-3
)
Profundidade (cm)
--------------- 0 meses --------------- -------------- 4 meses --------------
Figura 27. Dinâmica de cobre (mg dm
-3
) decorrente da reaplicação superficial dos resíduos LC,
LB, Lcal e E, e do calcário (2 Mg ha
-1
), em um Latossolo Vermelho distrófico sob
Sistema Plantio Direto, zero e 4 meses após a aplicação. Botucatu, SP (2005). DMS*=
diferença mínima significativa entre as médias pelo teste t a 5%.
107
DMS
DMS
DMS*
DMS*
Testemunha Calcário
2 Mg ha¯¹ E 4 Mg ha¯¹ E
8 Mg ha¯¹ E
DMS
DMS
DMS
DMS
Testemunha Calcário
2 Mg ha¯¹ Lcal 4 Mg ha¯¹ Lcal
8 Mg ha¯¹ Lcal
DMS
DMS
DMS*
DMS*
0
10
20
30
40
Profundidade (cm)
DMS
DMS
DMS
DMS*
0
10
20
30
40
Profundidade (cm)
DMS
DMS
DMS*
DMS*
Testemunha Calc ár io
2 Mg ha¯¹ LB 4 Mg ha¯¹ LB
8 Mg ha¯¹ LB
DMS
DMS*
DMS
DMS*
0
10
20
30
40
Profundidade (cm)
DMS
DMS
DMS*
DMS*
0,0 2,0 4,0 6,0 8,0
Cu (mg dm
-3
)
Testemunha Calcário
2 Mg ha¯¹ LC 4 Mg ha¯¹ LC
8 Mg ha¯¹ LC
DMS
DMS*
DMS*
DMS
0
10
20
30
40
0,0 2,0 4,0 6,0 8,0
Cu (mg dm
-3
)
Profundidade (cm)
-------------- 18 meses -------------- ------------- 25 meses -------------
Figura 28. Dinâmica de cobre (mg dm
-3
) decorrente da reaplicação superficial dos resíduos LC,
LB, Lcal e E, e do calcário (2 Mg ha
-1
), em um Latossolo Vermelho distrófico sob
Sistema Plantio Direto, 18 e 25 meses após a aplicação. Botucatu, SP (2006-2007).
DMS*= diferença mínima significativa entre as médias pelo teste t a 5%.
108
4.2.9.1.2 Ferro
Na Tabela 22 consta a análise de variância para o teor de Fe disponível
no solo, onde pode-se observar efeito significativo de interação para todas as camadas e em
todas as amostragens sobre o teor deste no solo decorrente da reaplicação dos resíduos em
2005 em SPD. Os efeitos proporcionados pela calagem quando comparada às doses de cada
um dos resíduos são observada principalmente nos primeiros 10 cm de profundidade. Também
pode-se observar o comportamento do teor de Fe no perfil do solo em função da aplicação dos
resíduos e do calcário ao longo do tempo.
Na Figura 29 pode-se observar o comportamento do teor de Fe
disponível no solo nas diferentes épocas de amostragem, decorrente da reaplicação dos
resíduos LC, LB, Lcal e E, e também do calcário, onde ficam bem evidentes os efeitos,
independente da dose, em todo o perfil avaliado. De maneira geral, até 20 cm de profundidade
os maiores teores de Fe disponíveis no solo foram obtidos onde foi aplicado o lodo de esgoto
LB. Até 5 cm de profundidade houve efeito significativo sobre o teor de Fe ao longo do tempo
em todos os tratamentos, onde para os tratamentos testemunha, LC, LB, e E este
micronutriente aumentou de maneira linear, enquanto para Lcal e o calcário o comportamento
foi quadrático, para estes, o teor de Fe no solo diminuiu até 18 meses, voltando a subir aos 25
meses. Na camada de 5-10 cm de profundidade, o comportamento do teor de Fe no solo foi
linear crescente para E e quadrático para LB e Lcal. Dos 10-20 cm de profundidade para os
tratamentos testemunha e LB o teor de Fe aumentou de forma linear, enquanto para LC, Lcal e
E este comportamento foi quadrático, enquanto para Lcal na camada de 20-40 cm de
profundidade foi quadrático.
De acordo com os resultados expostos nas Tabelas 23, observa-se um
comportamento distinto entre os resíduos para o teor de Fe no solo após a reaplicação, nos
primeiros 5 cm de profundidade, onde foi crescente com o aumento das doses quando aplicado
o lodo de esgoto LB e decrescente quando aplicados LC, Lcal e E após 4, 18 e 25 meses de
reação destes no solo. Na camada de 5-10 cm de profundidade houve redução do teor de Fe
disponível de forma linear onde aplicado o Lcal, aos 4 e 25 meses, enquanto para o LC foi
linear aos 18 e quadrático aos 25 meses e para o LB o teor disponível de Fe no solo aumentou
linearmente aos 18 e 25 meses. Na camada de 10-20 cm de profundidade pode ser observada a
109
Tabela 22. Resumo da análise de variância para valores de ferro, em diferentes profundidades e amostragens, decorrente da reaplicação
superficial dos resíduos LC, LB, Lcal e E, e do calcário (2 Mg ha
-1
), em um Latossolo Vermelho distrófico sob Sistema Plantio
Direto. Botucatu, SP (2005-2007).
Amostragem (meses) Causa de
Variação
0 4 18 25 0 4 18 25 0 4 18 25 0 4 18 25
Fe
0 - 5 cm 5 - 10 cm 10 - 20 cm 20 - 40 cm
Resíduo(R)
(1)
** ** ** ** ** ** ** ** ** ** * * * * ns **
Dose (D) ** ** ** ** ns ** ns ** ns ** ns ns * ** * **
R X D ** ** ** ** ** ** * ** ** ** * * * * * *
Bloco ns ** ns ns ns ns ns ns ns ns * ** ** ns ** *
CV (%) 25 25 36 34 21 20 43 22 15 15 29 18 14 16 33 15
DMS 4,91 5,49 10,66 11,02 4,33 5,66 9,64 7,82 3,05 4,12 6,34 6,35 2,02 2,86 5,04 2,73
LC
(2)
* ** ** ** ns ** ns ** ns * ns ns ns ns ns ns
CV 32 33 42 38 32 24 62 21 20 20 38 15 15 15 38 16
DMS 10,33 11,50 20,01 19,34 12,64 12,12 21,30 12,91 8,46 10,02 19,00 10,72 4,49 5,51 11,33 6,29
LB
(2)
** ** ** ** ** * ** ** * * ns ns ns ns ns ns
CV 28 23 36 29 13 21 27 19 14 17 20 23 18 17 38 20
DMS 18,33 15,31 32,32 28,74 8,12 15,23 17,97 18,74 6,99 17,33 11,05 18,57 5,55 7,16 12,74 8,27
Lcal
(2)
** ** ** * * ** ns ** ** ns * ns ns ** ns *
CV 39 37 34 41 23 28 42 23 16 26 30 18 11 9 38 13
DMS 11,41 12,23 12,02 21,48 8,62 13,41 16,22 14,73 5,94 13,91 13,04 13,03 3,12 3,38 12,87 5,01
E
(2)
ns * ** ** ns * ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns
CV 27 28 28 27 24 19 40 21 13 18 24 17 10 17 45 16
DMS 9,48 11,85 14,54 16,30 10,17 11,99 21,20 16,07 5,75 10,54 11,34 12,52 3,09 6,63 14,09 6,43
F CV DMS F CV DMS F CV DMS F CV DMS
LC
(3)
* 44 7,06 ns 25 6,78 ** 27 6,50 ns 20 3,27
LB
(3)
** 30 13,74 ** 18 7,33 ** 18 5,73 ns 26 4,78
Lcal
(3)
** 45 5,76 ** 29 5,56 ** 25 5,59 ** 20 3,27
E
(3)
** 24 4,96 ** 27 7,44 ** 17 4,51 ns 25 4,35
Testemunha
(3)
** 23 8,63 ns 28 9,27 ** 14 4,36 ns 17 2,73
Calcário
(3)
* 33 5,76 ns 39 7,15 ns 28 7,41 ns 28 5,12
LC= lodo de esgoto centrifugado e tratado com cal virgem (ETE de São José dos Campos, SP), LB= lodo de esgoto de biodigestor (ETE de Barueri, SP), Lcal= lama cal (Luwarcel
Celulose Papel Ltda., SP), E= escória de aciaria (Siderurgia Mannesmann). 0 meses= amostragem realizada antes da reaplicação dos tratamentos (abril/2005).
(1)
Regressão entre as doses
dos resíduos (LC, LB, Lcal e E).
(2)
Teste de média para comparação entre as doses de cada um dos residuos e o calcário.
(3)
Regressão para valores médios de cada um dos resíduos (doses
de 2, 4 e 8 Mg ha
-1
), da testemunha (dose zero) e do calcário entre as amostragem (0, 4, 18 e 25 meses) *= P < 0,05, **= P < 0,01 e ns= não significativo pelo teste t (LSD).
110
0 - 5 cm
ŷ = 39,688-21,113x+4,688*x
2
R
2
= 0,85
ŷ = 23,875+9,200**x R
2
= 0,97
ŷ = 13,417+3,517**x R
2
= 0,67
ŷ = 38,792+7,892**x R
2
= 0,86
ŷ = 20,313-0,471**x+2,479**x
2
R
2
= 0,86
ŷ = 16,083+4,917**x R
2
= 0,97
0
20
40
60
80
100
0 5 10 15 20 25
Meses
Fe (mg dm
-3
)
Calcário
Testemunha
LC
LB
Lcal
E
5 -10 cm
ŷ = 52,330-8,125**x+3,208*x
2
R
2
= 0,95
ŷ = 27,188-8,188**x+2,646*x
2
R
2
= 0,80
ŷ = 21,580+6,750**x R
2
= 0,80
0
20
40
60
80
100
0 5 10 15 20 25
Meses
Fe (mg dm
-3
)
Calc ário ŷ = 33,13
Testemunha ŷ = 41,58
LC ŷ = 25,35
LB
Lcal
E
10 - 20 cm
ŷ = 24,870+5,975**x R
2
= 0,55
ŷ = 28,625+5,875**x R
2
= 0,56
ŷ = 33,833-9,058**x+2,958*x
2
R
2
= 0,97
ŷ = 31,500-10,092**x+3,292**x
2
R
2
= 0,66
ŷ = 42,979-14,196**x+3,854**x
2
R
2
= 0,64
0
20
40
60
80
100
0 5 10 15 20 25
Meses
Fe (mg dm
-3
)
Calc ário ŷ = 33,63
Testemunha
LC
LB
Lcal
E
20 - 40 cm
ŷ = 10,917+9,242**x-1,458*x
2
R
2
= 0,95
0
20
40
60
80
100
0 5 10 15 20 25
Meses
Fe (mg dm
-3
)
Calc ário ŷ = 23,13
Testemunha ŷ = 19,94
LC ŷ = 22,89
LB ŷ = 25,92
Lcal
E ŷ = 24,24
Figura 29. Dinâmica de ferro (mg dm
-3
), em diferentes profundidades e épocas de amostragem
(0, 4, 18 e 25 meses), decorrente da reaplicação superficial dos resíduos LC, LB,
Lcal e E (média das doses 2, 4 e 8 Mg ha
-1
), da testemunha e do calcário (2 Mg ha
-
1
), em um Latossolo Vermelho distrófico sob Sistema Plantio Direto. Botucatu, SP
(2005-2007).
redução do teor de Fe no solo em todas as amostragens onde foi aplicado o Lcal, enquanto
para LC e E esse mesmo efeito só foi observado aos 4 meses, onde para LB o comportamento
foi quadrático. E na camada de 20-40 cm de profundidade o teor de Fe no solo comportou-se
de maneira quadrática para todos os resíduos aos 25 meses da aplicação.
Assim como para o teor de Cu, para o Fe esse comportamento de
redução dos teores deste no solo com o aumento das doses dos resíduos LC, Lcal e E foi
proporcionado pela maior redução do pH do solo por estes materiais, pois em pH alto ocorre a
111
Tabela 23. Valores de ferro, em diferentes profundidades e amostragens, decorrente da reaplicação superficial dos resíduos LC, LB, Lcal e
E, e do calcário (2 Mg ha
-1
), em um Latossolo Vermelho distrófico sob Sistema Plantio Direto. Botucatu, SP (2005-2007).
Épocas de amostragem
0 meses 4 meses 18 meses 25 meses
Dose
Mg ha
-1
LC LB Lcal E LC LB Lcal E LC LB Lcal E LC LB Lcal E
Fe
---------------------------------------------------------------------------------------- mg dm
-3
---------------------------------------------------------------------------------------
Profundidade 0 – 5 cm
0 33 33 33 33 42 42 42 42 55 55 55 55 59 59 59 59
2 18 b 53 a 20 b 21 b 21 b 45 a 27 b 30 b 33 bc 60 a 18 c 39 ab 34 b 72 a 37 b 47 b
4 18 b 35 a 12 b 20 b 19 bc 45 a 10 c 27 b 41 ab 57 a 16 c 31 bc 18 b 63 a 30 b 30 b
8 15 67 a 8 c 20 b 15 bc 65 a 11 b 22 b 12 b 103 a 10 b 27 b 24 b 98 a 15 b 28 b
Média 21 bc 47 aq 19 c 23 b 24 b 49 a 22 b 30 b 35 bc 69 a 25 c 35 bc 34 b 73 a 35 b 41 b
Regressão L** L** Q* L* Q** L** Q** L** L** Q* Q* L* Q** L** L** L**
Calcário 22 19 16 31
Profundidade 5 – 10 cm
0 32 32 32 32 50 50 50 50 27 27 27 27 58 58 58 58
2 23 b 44 a 24 b 27 b 27 c 53 a 37 bc 45 ab 29 b 50 s 34 ab 44 bc 45 b 71 a 51 b 53 b
4 20 bc 40 a 18 c 27 b 32 b 47 a 23 b 45 a 17 c 52 a 20 bc 37 ab 27 c 69 a 41 bc 51 b
8 20 b 56 a 19 b 23 b 24 bc 56 a 17 c 33 b 9 c 60 a 13 c 33 b 31 bc 77 a 23 c 44 b
Média 25 b 43 a 23 b 27 b 33 c 51 a 32 c 43 b 20 c 47 a 24 c 35 b 40 c 69 a 43 c 51 b
Regressão L* L** Q* ns ns ns L* ns L** L** ns ns Q* L* L** ns
Calcário 30 32 31 41
Profundidade 10 – 20 cm
0 29 29 29 29 44 44 44 44 34 34 34 34 52 52 52 52
2 30 33 28 31 31 b 44 a 42 a 40 a 33 41 33 28 47 52 54 53
4 28 a 31 a 19 b 28 a 31 b 40 a 30 b 37 ab 39 a 35 a 17 b 30 ab 45 56 46 50
8 24 c 39 a 19 c 32 b 26 c 53 a 25 c 40 b 24 ab 36 a 20 b 27 ab 44 b 63 a 39 b 48 b
Média 28 b 33 a 24 c 30 ab 33 c 45 a 35 bc 39 b 32 ab 36 a 26 b 30 b 47 b 56 a 48 b 51 ab
Regressão L** L** L** ns L** Q* L** L* ns ns L* ns ns ns L* ns
Calcário 26 34 36 39
Profundidade 20 – 40 cm
0 19 19 19 19 21 21 21 21 18 18 18 18 23 23 23 23
2 21 19 19 21 23 b 30 a 30 a 27 ab 22 b 24 ab 33 a 19 b 27 28 25 29
4 21 20 17 20 26 ab 29 a 22 b 26 ab 23 25 23 26 29 31 29 29
8 19 c 25 a 20 bc 24 ab 26 ab 29 a 21 b 28 a 16 25 18 21 24 ab 28 a 21 b 24 ab
Média 20 ab 20 ab 19 b 21 a 24 b 27 a 23 b 25 ab 20 23 23 21 26 ab 27 a 24 b 26 ab
Regressão ns L** ns L* ns Q* ns L* ns ns Q* ns Q* Q* Q** Q**
Calcário 20 27 18 28
LC= lodo de esgoto centrifugado, LB= lodo de esgoto de biodigestor, Lcal= lama cal, E= escória de aciaria. 0 meses= amostragem realizada antes da reaplicação dos tratamentos
(abril/2005). Médias seguidas de mesma letra, minúscula na linha, não diferem estatisticamente a 1 e 5% pelo teste t (LSD); ns= não significativo, *= P < 0,05 e **= P < 0,01; L =
regressão linear e Q= regressão quadrática.
112
diminuição da solubilidade e absorção de Fe (MALAVOLTA, 2006; DECHEN e
NACHTIGALL, 2006).
Respostas significativas da reaplicação dos resíduos sobre o teor de Fe no
solo ocorreram em todo o perfil. A aplicação de doses do lodo de esgoto LB mostrou efeito
significativo sobre esta variável nos primeiros 10 cm de profundidade, e quando comparado aos
demais resíduos e nas doses de 2, 4 e 8 Mg ha
-1
apresentou os maiores teores disponíveis de Fe
no solo em todas as amostragens. Nas camadas de 10-20 e de 20-40 cm de profundidade este
mesmo efeito da aplicação de LB sobre os demais resíduos foi observado aos 4 meses, enquanto
nas amostragens aos 18 e 25 meses foram observados na maior dose de LB, exceto aos 18 meses
na camada de 20-40 cm de profundidade (Tabela 23).
Nas Figuras 30 e 31 verifica-se os efeitos da reaplicação dos resíduos e do
calcário na dose recomendada sobre o teor de Fe disponível em todo o perfil avaliado. Quando
comparadas as doses do lodo de esgoto LC e o calcário, observa-se após 4 meses de reação destes
no solo, que nos primeiros 20 cm de profundidade os maiores teores disponíveis de Fe foram
obtidos com a testemunha, após 18 e 25 meses de reação no solo. Na camada de 0-5 cm
observou-se o mesmo comportamento. Como já citado anteriormente, este comportamento é
explicado pelo fato deste resíduo ter a adição de cal virgem em sua composição, o que elevou o
pH do solo, diminuindo assim a disponibilidade de Fe. Ocorre comportamento contrário quanto à
disponibilidade de Fe quando aplicado o lodo de esgoto LB, onde nos primeiros 10 cm de
profundidade a aplicação da dose de 8 Mg ha
-1
deste proporcionou os maiores teores de Fe
disponível no solo quando comparada a dose zero e a calagem.
Na comparação entre doses de Lcal e o calcário, observa-se efeito
significativo entre estes em todo o perfil avaliado nas amostragens realizadas após a aplicação
destes, com a testemunha proporcionando os maiores teores de Fe nos primeiros 5 cm de
profundidade. Pôde-se observar no perfil, que nas amostragens realizadas após a reaplicação dos
tratamentos, os menores teores de Fe no solo foram quando aplicada a dose de 8 Mg ha
-1
de Lcal.
Comparando-se as doses de E e o calcário observa-se que na camada de 0-5 cm, após 4 e 18
meses de reação, a calagem proporcionou os menores teores de Fe disponíveis no solo quando
comparada a dose zero, após 25 meses de reação, os menores teores de Fe foram obtidos quando
aplicado o calcário e as doses de 4 e 8 Mg ha
-1
de E.
113
DMS
DMS*
DMS*
DMS*
Testemunha
Calc ár io
2 Mg ha¯¹ E
4 Mg ha¯¹ E
8 Mg ha¯¹ E
DMS*
DMS*
DMS*
DMS*
Testemunha
Calc ár io
2 Mg ha¯¹ Lcal
4 Mg ha¯¹ Lcal
8 Mg ha¯¹ Lcal
DMS*
DMS
DMS*
DMS*
0
10
20
30
40
Profundidade (cm)
DMS*
DMS*
DMS*
DMS*
0
10
20
30
40
Profundidade (cm)
DMS*
DMS*
DMS*
DMS*
Testemunha
Calcário
2 Mg ha¯¹ LB
4 Mg ha¯¹ LB
8 Mg ha¯¹ LB
DMS*
DMS*
DMS*
DMS*
0
10
20
30
40
Profundidade (cm)
DMS*
DMS*
DMS*
DMS*
0 25 50 75 100 125
Fe (mg dm
-3
)
Testemunha
Calc ár io
2 Mg ha¯¹ LC
4 Mg ha¯¹ LC
8 Mg ha¯¹ LC
DMS*
DMS
DMS
DMS
0
10
20
30
40
0 25 50 75 100 125
Fe (mg dm
-3
)
Profundidade (cm)
--------------- 0 meses --------------- -------------- 4 meses --------------
Figura 30. Dinâmica de ferro (mg dm
-3
) decorrente da reaplicação superficial dos resíduos LC,
LB, Lcal e E, e do calcário (2 Mg ha
-1
), em um Latossolo Vermelho distrófico sob
Sistema Plantio Direto, zero e 4 meses após a aplicação. Botucatu, SP (2005). DMS*=
diferença mínima significativa entre as médias pelo teste t a 5%.
114
DMS
DMS*
DMS*
DMS*
Testemunha
Calc ár io
2 Mg ha¯¹ E
4 Mg ha¯¹ E
8 Mg ha¯¹ E
DMS*
DMS*
DMS*
DMS*
Testemunha
Calcário
2 Mg ha¯¹ Lcal
4 Mg ha¯¹ Lcal
8 Mg ha¯¹ Lcal
DMS
DMS
DMS
DMS*
0
10
20
30
40
Profundidade (cm)
DMS*
DMS*
DMS*
DMS*
0
10
20
30
40
Profundidade (cm)
DMS*
DMS*
DMS*
DMS*
Testemunha
Calc ár io
2 Mg ha¯¹ LB
4 Mg ha¯¹ LB
8 Mg ha¯¹ LB
DMS
DMS
DMS*
DMS*
0
10
20
30
40
Profundidade (cm)
DMS
DMS*
DMS*
DMS*
0 25 50 75 100 125
Fe (mg dm
-3
)
Testemunha
Calcário
2 Mg ha¯¹ LC
4 Mg ha¯¹ LC
8 Mg ha¯¹ LC
DMS
DMS*
DMS*
DMS
0
10
20
30
40
0 25 50 75 100 125
Fe (mg dm
-3
)
Profundidade (cm)
-------------- 18 meses -------------- ------------- 25 meses -------------
Figura 31. Dinâmica de ferro (mg dm
-3
) decorrente da reaplicação superficial dos resíduos LC,
LB, Lcal e E, e do calcário (2 Mg ha
-1
), em um Latossolo Vermelho distrófico sob
Sistema Plantio Direto, 18 e 25 meses após a aplicação. Botucatu, SP (2006-2007).
DMS*= diferença mínima significativa entre as médias pelo teste t a 5%.
115
4.2.9.1.3 Manganês
Na análise de variância para o teor de Mn disponível no solo, pode-se
observar efeito significativo de interação sobre o teor deste no solo decorrente da reaplicação
dos resíduos em 2005 em SPD, até 20 cm de profundidade (Tabela 24). Os efeitos
proporcionados pela calagem quando comparada às doses de cada um dos resíduos e, também,
sobre o teor disponível de Mn no solo em função da aplicação dos resíduos e do calcário ao
longo do tempo, são observados principalmente nos primeiros 10 cm de profundidade.
Na Figura 32 pode-se observar o comportamento do teor de Mn
disponível no perfil do solo decorrente da reaplicação dos resíduos e do calcário nas diferentes
épocas de amostragem, onde ficam bem evidentes os efeitos dos tratamentos nos primeiros 10
cm de profundidade, já em profundidade os efeitos são reduzidos. Até 20 cm de profundidade
e em todas as amostragens o teor de Mn foi maior no tratamento testemunha, seguido do lodo
de esgoto LB (Figura32). Assim como para o teor de Cu e Fe o de Mn foi aumentado pela
aplicação do lodo de esgoto LB.
Na Tabela 25 observa-se respostas significativas da reaplicação dos
resíduos sobre o teor de Mn no solo em todo o perfil, porém mais evidentes nos primeiros 10
cm. Na camada superficial de 0-5 cm de profundidade houve comportamento quadrático para
os resíduos LC e Lcal aos 4 meses e para LC, Lcal e E aos 18 e 25 meses, com tendência da
redução do teor de Mn com o aumento das doses. Nesta camada, somente quando foi aplicado
o resíduo LB não foi observado efeito significativo sobre teores disponível de Mn no solo,
porém, neste tratamento foram observados os maiores valores, no entanto, à medida que a
dose de LB foi aumentando ocorreu a redução dos teores de Mn, efeito que pode ter ocorrido
pela complexação da matéria orgânica. Ocorrendo o mesmo comportamento na camada de 5-
10 cm, porém com feito significativo também para o resíduo LB e em todas as amostragens,
sendo linear decrescente com o aumento das doses aos 4 e 25 meses e quadrático aos 18
meses. Na camada de 10-20 cm de profundidade houve efeito significativo sobre o teor de Mn
somente para LC e Lcal aos 4 meses e para LC aos 25 meses e, também na camada de 20-40
cm de profundidade para Lcal aos 18 meses, apresentando comportamentos lineares e
quadráticos, todos decrescentes para este micronutriente, respectivamente.
Com relação às doses aplicadas dos resíduos, vê-se na Tabela 25 que
nos primeiros 5 cm e em todas as amostragens houve efeito significativo entre os resíduos nas
116
Tabela 24. Resumo da análise de variância para valores de manganês, em diferentes profundidades e amostragens, decorrente da reaplicação
superficial dos resíduos LC, LB, Lcal e E, e do calcário (2 Mg ha
-1
), em um Latossolo Vermelho distrófico sob Sistema Plantio
Direto. Botucatu, SP (2005-2007).
Amostragem (meses) Causa de
Variação
0 4 18 25 0 4 18 25 0 4 18 25 0 4 18 25
Mn
0 - 5 cm 5 - 10 cm 10 - 20 cm 20 - 40 cm
Resíduo(R)
(1)
** ** ** ** ns ** ** ** * ** ns * ns ns ns ns
Dose (D) ** ** ** ** ** ** ** ** ** ** ns ns ** ns * ns
R X D ns * ** * * ** ** ns * * ns * ns ns ns ns
Bloco ns ns * ** ** ns ns ** * ns * ** ** ns ns **
CV (%) 23 28 26 22 41 20 41 21 29 23 59 27 40 36 52 54
DMS 3,14 2,57 2,31 2,80 4,88 1,69 4,11 1,87 2,95 1,92 5,29 1,93 2,45 1,58 2,96 2,87
LC
(2)
** ** ** ** ns ** ** ** ** ** ns * ns ns * ns
CV 20 35 33 21 50 26 37 20 25 29 64 27 46 27 39 60
DMS 5,50 4,87 4,63 4,22 11,42 3,78 5,91 3,46 4,96 4,05 10,72 3,54 5,80 2,43 4,14 5,89
LB
(2)
* ** ** ** ns ** * ns ns * ns ns ns ns ns ns
CV 24 28 26 21 39 16 45 21 34 22 56 33 51 35 42 55
DMS 7,63 6,74 6,34 6,54 10,90 3,16 12,48 4,65 7,66 6,60 11,54 5,33 7,16 3,59 4,80 6,19
Lcal
(2)
** ** ** ** ns ** ** ** ** ns ns ns ns ns ns ns
CV 26 36 34 22 46 31 31 21 30 36 69 25 46 27 62 37
DMS 6,09 5,23 4,67 4,63 10,52 4,95 5,07 3,67 5,55 5,55 10,97 3,25 5,81 2,32 7,43 3,94
E
(2)
** ** ** ** ns * * * * ns ns ns ns ns ns ns
CV 18 26 25 17 39 25 37 19 29 31 61 26 41 50 42 56
DMS 5,71 5,33 4,75 4,65 10,98 4,67 7,75 3,76 6,71 5,68 11,46 3,84 5,29 4,52 4,58 6,14
F CV DMS F CV DMS F CV DMS F CV DMS
LC
(3)
** 27 1,81 ** 27 1,72 ns 31 2,10 ns 30 1,41
LB
(3)
* 21 2,89 ns 30 3,43 ns 30 2,90 ns 33 1,88
Lcal
(3)
** 31 1,94 ** 26 1,71 ns 35 2,31 ns 49 2,49
E
(3)
** 20 2,78 ** 35 5,52 ns 34 3,02 ns 41 2,13
Testemunha
(3)
* 15 2,77 ns 26 2,56 ns 48 5,92 * 41 2,82
Calcário
(3)
** 18 1,42 * 27 2,42 ns 31 2,07 * 31 1,43
LC= lodo de esgoto centrifugado e tratado com cal virgem (ETE de São José dos Campos, SP), LB= lodo de esgoto de biodigestor (ETE de Barueri, SP), Lcal= lama cal (Luwarcel
Celulose Papel Ltda., SP), E= escória de aciaria (Siderurgia Mannesmann). 0 meses= amostragem realizada antes da reaplicação dos tratamentos (abril/2005).
(1)
Regressão entre as doses
dos resíduos (LC, LB, Lcal e E).
(2)
Teste de média para comparação entre as doses de cada um dos residuos e o calcário.
(3)
Regressão para valores médios de cada um dos resíduos (doses
de 2, 4 e 8 Mg ha
-1
), da testemunha (dose zero) e do calcário entre as amostragem (0, 4, 18 e 25 meses) *= P < 0,05, **= P < 0,01 e ns= não significativo pelo teste t (LSD).
117
0 - 5 cm
ŷ = 26,944-15,35*x+2,819**x
2
R
2
= 0,97
ŷ = 38,150-15,640x+3,150**x
2
R
2
= 0,92
ŷ = 30,169-17,670**x+3,227**x
2
R
2
= 0,99
ŷ = 21,310-11,740x+2,200**x
2
R
2
= 0,95
ŷ = 34,890-17,111**x+3,185**x R
2
= 0,98
ŷ = 26,479-8,433x+1,808**x
2
R
2
= 0,93
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
0 5 10 15 20 25
Meses
Mn (mg dm
-3
)
Calcário
Testemunha
LC
LB
Lcal
E
5 -10 cm
ŷ = 17,185-7,116*+1,302**x
2
R
2
= 0,96
ŷ = 23,092-7,610**x+1,258*x
2
R
2
= 0,86
ŷ = 26,225-12,235*x+2,100*x
2
R
2
= 0,95
ŷ = 17,967-8,713x+1,683**x
2
R
2
= 1,00
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
0 5 10 15 20 25
Meses
Mn (mg dm
-3
)
Calcário
Testemunha ŷ = 19,90
LC
LB ŷ = 16,08
Lcal
E
10 - 20 cm
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
0 5 10 15 20 25
Meses
Mn (mg dm
-3
)
Calc ário ŷ = 8,35
Testemunha ŷ = 15,46
LC ŷ = 9,40
LB ŷ = 13,55
Lcal ŷ = 9,09
E ŷ = 12,28
20 - 40 cm
ŷ = 8,538-1,130*x R
2
= 0,76
ŷ = 21,294-11,934x+2,281*x
2
R
2
= 1,00
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
0 5 10 15 20 25
Meses
Mn (mg dm
-3
)
Calcário
Testemunha
LC ŷ = 6,59
LB ŷ = 7,89
Lcal ŷ = 7,07
E ŷ = 7,16
Figura 32. Dinâmica de manganês (mg dm
-3
), em diferentes profundidades e épocas de
amostragem (0, 4, 18 e 25 meses), decorrente da reaplicação superficial dos
resíduos LC, LB, Lcal e E (média das doses 2, 4 e 8 Mg ha
-1
), da testemunha e do
calcário (2 Mg ha
-1
), em um Latossolo Vermelho distrófico sob Sistema Plantio
Direto. Botucatu, SP (2005-2007).
doses de 2, 4 e 8 Mg ha
-1
, onde os maiores teores de Mn disponível no solo foram obtidos com
a aplicação do LB, no entanto, aos 4 meses de reação não diferiu da aplicação de 4 e 8 Mg ha
-1
E, após 18 meses na dose de 2 Mg ha
-1
E e após 25 meses nas doses de 2 e 8 Mg ha
-1
E. efeitos
para doses foram observados até 20 cm de profundidade, onde de maneira geral as doses do
lodo de esgoto LB proporcionaram os maiores teores de Mn.
As Figuras 33 e 34 apresentam os efeitos da reaplicação dos resíduos e
do calcário na dose recomendada sobre o teor de Mn disponível em todo o perfil avaliado,
sendo bastante expressivos para o comportamento destes no solo nos primeiros 10 cm, com
118
Tabela 25. Valores de manganês, em diferentes profundidades e amostragens, decorrente da reaplicação superficial dos resíduos LC, LB,
Lcal e E, e do calcário (2 Mg ha
-1
), em um Latossolo Vermelho distrófico sob Sistema Plantio Direto. Botucatu, SP (2005-2007).
Épocas de amostragem
0 meses 4 meses 18 meses 25 meses
Dose
Mg ha
-1
LC LB Lcal E LC LB Lcal E LC LB Lcal E LC LB Lcal E
Mn
---------------------------------------------------------------------------------------- mg dm
-3
---------------------------------------------------------------------------------------
Profundidade 0 – 5 cm
0 27,5 27,5 27,5 27,5 18,2 18,2 18,2 18,2 20,8 20,8 20,8 20,8 25,6 25,6 25,6 25,6
2 18,8 21,3 16,3 20,9 8,2 c 19,0 a 10,3 bc 13,7 b 9,1 bc 15,9 a 7,7 c 12,8 ab 13,3 bc 23,2 a 12,9 c 18,7 ab
4 15,6 ab 18,9 a 10,4 b 18,3 a 7,9 b 18,7 a 5,8 b 14,7 a 6,1 bc 17,6 a 5,3 c 11,3 b 8,1 c 21,8 a 10,4 bc 14,9 b
8 12,5 bc 17,8 ab 8,13 c 23,0 a 3,8 b 15,0 a 6,4 b 14,1 a 2,3 c 16,8 a 3,8 c 10,3 b 7,9 b 20,8 a 8,1 b 19,4 a
Média 18,2 b 21,7 a 15,7 b 22,5 a 9,5 b 17,7 a 10,2 b 15,2 a 9,6 c 17,8 a 9,4 c 13,8 b 13,7 c 22,8 a 14,3 c 19,6 a
Regressão L** L** Q* L* Q** ns Q** ns Q** ns Q** Q** Q** ns Q** Q**
Calcário 15,7 6,7 7,1 10,4
Profundidade 5 – 10 cm
0 24,9 24,9 24,9 24,9 16,6 16,6 16,6 16,6 21,8 21,8 21,8 21,8 16,3 16,3 16,3 16,3
2 13,4 18,4 11,7 15,1 8,5 b 14,6 a 10,9 b 11,2 ab 12,1 b 26,3 a 10,2 b 12,7 b 11,9 bc 15,8 a 9,8 c 14,6 ab
4 106 17,3 10,7 16,4 8,2 b 15,3 a 9,1 b 11,1 b 5,2 b 23,5 a 5,9 b 9,6 b 9,3 b 15,4 a 9,2 b 11,1 b
8 8,8 b 14,7 ab 11,3 ab 19,8 a 5,2 b 10,2 a 5,7 b 13,3 a 3,5 b 9,4 ab 5,4 b 15,7 a 9,0 12,3 10,0 11,6
Média 14,4 18,8 14,7 19,0 9,6 b 14,2 a 10,6 b 13,0 a 10,7 c 20,2 a 10,8 bc 14,9 b 11,6 bc 15,0 a 11,3 c 13,4 ab
Regressão L** ns Q* ns Q** L** L** Q** Q* Q* Q* Q** Q* L* Q** L**
Calcário 16,4 9,3 9,3 10,6
Profundidade 10 – 20 cm
0 19,8 19,8 19,8 19,8 14,3 14,3 14,3 14,3 16,3 16,3 16,3 16,3 11,4 11,4 11,4 11,4
2 14,5 14,8 11,2 13,5 9,8 b 14,8 a 12,3 ab 14,8 a 13,5 10,9 7,0 15,3 10,6 10,2 8,9 11,2
4 10,6 ab 15,9 a 8,4 b 11,9 ab 7,6 b 13,7 a 8,2 b 9,8 b 9,3 17,6 11,0 8,7 6,2 b 12,0 a 8,5 ab 8,9 ab
8 10,3 b 13,3 ab 10,1 b 18,6 a 5,4 b 12,7 a 6,7 b 13,0 a 7,5 13,8 9,4 12,5 7,7 b 13,0 a 7,4 b 9,6 ab
Média 13,8 ab 16,0 a 12,4 b 15,9 a 9,3 b 13,8 a 10,4 b 13,0 a 11,6 14,6 10,9 13,2 9,0 b 11,6 a 9,1 b 10,3 ab
Regressão L** ns Q** Q** L** ns L** ns ns ns ns ns L* ns ns ns
Calcário 10,4 8,1 8,3 6,6
Profundidade 20 – 40 cm
0 11,7 11,7 11,7 11,7 6,5 6,5 6,5 6,5 6,1 6,1 6,1 6,1 10,0 10,0 10,0 10,0
2 7,7 8,7 7,4 7,6 5,7 8,2 5,3 6,6 11,4 6,3 12,0 10,5 5,9 7,5 5,4 9,1
4 7,3 8,9 5,4 6,7 6,7 6,4 4,8 4,6 6,3 10,3 10,2 7,3 6,5 7,4 8,1 6,3
8 5,9 8,6 8,1 8,0 5,0 6,8 6,2 6,5 5,8 9,4 5,8 7,0 5,0 7,4 6,3 5,9
Média 8,1 9,5 8,1 8,5 56,0 7,0 5,7 6,0 7,4 8,0 8,5 7,7 6,8 9,1 7,5 7,8
Regressão L* ns Q* ns ns ns ns ns ns ns Q* ns ns ns ns ns
Calcário 8,2 5,3 4,8 4,6
LC= lodo de esgoto centrifugado, LB= lodo de esgoto de biodigestor, Lcal= lama cal, E= escória de aciaria. 0 meses= amostragem realizada antes da reaplicação dos tratamentos
(abril/2005). Médias seguidas de mesma letra, minúscula na linha, não diferem estatisticamente a 1 e 5% pelo teste t (LSD); ns= não significativo, *= P < 0,05 e **= P < 0,01; L =
regressão linear e Q= regressão quadrática.
119
DMS*
DMS
DMS*
DMS*
Testemunha
Calcário
2 Mg ha¯¹ E
4 Mg ha¯¹ E
8 Mg ha¯¹ E
DMS
DMS*
DMS*
DMS*
Testemunha
Calc ár io
2 Mg ha¯¹ Lcal
4 Mg ha¯¹ Lcal
8 Mg ha¯¹ Lcal
DMS*
DMS
DMS*
DMS
0
10
20
30
40
Profundidade (cm)
DMS*
DMS*
DMS*
DMS*
0
10
20
30
40
Profundidade (cm)
DMS
DMS*
DMS*
DMS*
Testemunha
Calcário
2 Mg ha¯¹ LB
4 Mg ha¯¹ LB
8 Mg ha¯¹ LB
DMS
DMS*
DMS*
DMS
0
10
20
30
40
Profundidade (cm)
DMS
DMS*
DMS*
DMS*
0 10203040
Mn (mg dm
-3
)
Testemunha
Calcário
2 Mg ha¯¹ L
C
4 Mg ha¯¹ L
C
8 Mg ha¯¹ L
C
DMS*
DMS*
DMS*
DMS*
0
10
20
30
40
0 10203040
Mn (mg dm
-3
)
Profundidade (cm)
--------------- 0 meses --------------- -------------- 4 meses --------------
Figura 33. Dinâmica de manganês (mg dm
-3
) decorrente da reaplicação superficial dos resíduos
LC, LB, Lcal e E, e do calcário (2 Mg ha
-1
), em um Latossolo Vermelho distrófico sob
Sistema Plantio Direto, zero e 4 meses após a aplicação. Botucatu, SP (2005). DMS*=
diferença mínima significativa entre as médias pelo teste t a 5%.
120
DMS
DMS*
DMS*
DMS*
Testemunha
Calcário
2 Mg ha¯¹ E
4 Mg ha¯¹ E
8 Mg ha¯¹ E
DMS*
DMS*
DMS*
DMS*
Testemunha
Calcário
2 Mg ha¯¹ Lcal
4 Mg ha¯¹ Lcal
8 Mg ha¯¹ Lcal
DMS*
DMS
DMS*
DMS*
0
10
20
30
40
Profundidade (cm)
DMS
DMS
DMS*
DMS*
0
10
20
30
40
Profundidade (cm)
DMS
DMS*
DMS*
DMS*
Testemunha
Calc ár io
2 Mg ha¯¹ LB
4 Mg ha¯¹ LB
8 Mg ha¯¹ LB
DMS*
DMS
DMS*
DMS*
0
10
20
30
40
Profundidade (cm)
DMS
DMS*
DMS*
DMS*
0 10203040
Mn (mg dm
-3
)
Testemunha
Calcário
2 Mg ha¯¹ LC
4 Mg ha¯¹ LC
8 Mg ha¯¹ LC
DMS*
DMS*
DMS*
DMS
0
10
20
30
40
010203040
Mn (mg dm
-3
)
Profundidade (cm)
-------------- 18 meses -------------- ------------- 25 meses -------------
Figura 34. Dinâmica de manganês (mg dm
-3
) decorrente da reaplicação superficial dos resíduos
LC, LB, Lcal e E, e do calcário (2 Mg ha
-1
), em um Latossolo Vermelho distrófico sob
Sistema Plantio Direto, 18 e 25 meses após a aplicação. Botucatu, SP (2006-2007).
DMS*= diferença mínima significativa entre as médias pelo teste t a 5%.
121
efeitos significativos da comparação entre doses de cada resíduo e o calcário.
Esse comportamento sobre o teor disponível de Mn no solo decorrente
da aplicação dos resíduos e o calcário já era esperado, uma vez que este elemento é bastante
influenciado pelo aumento do pH do solo, que reduz sua disponibilidade no solo
(MALAVOLTA 2006). Assim, o aumento do pH do solo proporcionado pela aplicação dos
resíduos LC, Lcal e E e do calcário, diminuíram a disponibilidade do metal, ou seja, seu
comportamento no solo é inversamente proporcional ao pH deste.
Diante disso, observa-se no perfil do solo comportamento semelhante
quando aplicados os resíduos LC e Lcal, com os maiores teores de Mn encontrados no
tratamento testemunha, sendo superior aos valores obtidos quando aplicadas as demais doses e
o calcário, efeito este observado nos primeiros 10 cm de profundidade, após 4, 18 e 25 meses
de reação destes no solo.
Quando aplicado escória estes efeitos foram menos evidentes quando
comparado à testemunha por este resíduo apresentar alta concentração de Mn (Tabela 25). No
entanto, apresentaram tendência de redução da disponibilidade deste em função do aumento
do pH do solo proporcionado por este resíduo, porém menos evidentes quando comparados a
LC e Lcal. Porém, quando aplicado o lodo de esgoto LB não ocorre esse efeito sobre a
redução do pH do solo, e conseqüentemente sobre o teor de Mn disponível neste, assim,
comparando-se o efeito da calagem sobre aplicação de LB observa-se na camada superficial
efeito significativo da calagem sobre a redução do teor de Mn no solo.
Os resultados obtidos concordam com os encontrados por Borges e
Coutinho (2004a), pois segundo eles, este comportamento pode estar relacionado com o
aumento do pH do solo, o que foi proporcionado pelo aumento das doses dos resíduos LC,
Lcal e E e da aplicação do calcário, diminuindo a disponibilidade do metal. Este feito também
foi observado por Corrêa (2005) que trabalhou com os mesmos tratamentos e na mesma área
experimental e para Malavolta (2006). De acordo com Borkert et al. (2001), o pH do solo é um
dos principais fatores que controla a disponibilidade de Mn para as plantas, havendo redução
do teor desse metal no tecido vegetal de espécies cultivadas em solo com pH superior a 5,5.
Dechen e Nachtigall (2006) citam que o Mn é mais móvel no solo que o Fe e que
freqüentemente se distribui no perfil do solo de forma diferente.
122
4.2.9.1.4 Zinco
Na Tabela 26 encontra-se a análise de variância para o teor de Zn
disponível no solo, onde pode-se observar efeito significativo de interação sobre o teor deste
micronutriente no solo decorrente da reaplicação dos resíduos em 2005 em SPD em todo o
perfil, exceto na amostragem aos 4 meses de reação na camada de 20-40 cm de profundidade.
Também pode-se observar na Figura 35 o comportamento do teor de
Zn no solo em função da aplicação dos resíduos e do calcário ao longo do tempo, onde mais
uma vez o lodo de esgoto LB proporcionou os maiores teores de Zn em todo o perfil avaliado
e em todas as amostragem, no entanto, não apresentou diferença significativa entre as épocas
de amostragem.
A aplicação do lodo de esgoto LB (Tabela 27), proporcionou efeitos
quadráticos e lineares para o teor de Zn no solo após 4, 18 e 25 meses da reaplicação deste em
todo o perfil estudado, com tendência de aumentar o teor de Zn no solo com o aumento das
doses. A razão para o aumento dos teores de Zn no solo proporcionada pela aplicação de LB é
pelo fato desse resíduo não ter nenhum efeito na neutralização da acidez do solo (Tabela 3),
tornando assim, o Zn mais disponível na solução do solo e, portanto, mais passível de ser
absorvido pelas culturas, além de estar presente na composição deste resíduo em grande
quantidade (Tabela 27).
Nas Figuras 36 e 37 pode-se observar a distribuição do Zn no perfil do
solo em todas as amostragens realizadas, antes e após a reaplicação dos tratamentos. Podem
ser observados também, os efeitos significativos referente a comparação entre cada um dos
resíduos e o calcário sobre o teor de Zn disponível no solo nas camadas avaliadas e em todas
as amostragens, onde de maneira geral, os menores teores de Zn disponível foram observados
nos tratamentos testemunha e com aplicação de calcário, e mais evidentes nos primeiros 10 cm
de profundidade.
Considerando os efeitos significativos da comparação entre as doses
do resíduo LC e o calcário, na camada de 0-5 cm os menores teores de Zn foram observados
no tratamento com a calagem, em todas as amostragens, enquanto os maiores teores foram
onde aplicada a dose de 8 Mg ha
-1
, exceto na amostragem após 25 meses, onde foi com as
doses de 2 e 4 Mg ha
-1
(Figura 37). Efeitos significativos entre doses do resíduo LB e a
calagem podem ser observados em todo o perfil, em todas as amostragens, onde os maiores
123
Tabela 26. Resumo da análise de variância para valores de zinco, em diferentes profundidades e amostragens, decorrente da reaplicação
superficial dos resíduos LC, LB, Lcal e E, e do calcário (2 Mg ha
-1
), em um Latossolo Vermelho distrófico sob Sistema Plantio
Direto. Botucatu, SP (2005-2007).
Amostragem (meses) Causa de
Variação
0 4 18 25 0 4 18 25 0 4 18 25 0 4 18 25
Zn
0 - 5 cm 5 - 10 cm 10 - 20 cm 20 - 40 cm
Resíduo(R)
(1)
** ** ** ** ** ** ** ** ** ** ** ** ** ns ** **
Dose (D) ** ** * ** ** ** ** ** ** ** * ** ** ** * ns
R X D ** ** * ** ** ** ** ** ** ** * ** ** ns ** **
Bloco ns ns ns ns ns ns ns ns ns * ns ns ns ** ns ns
CV (%) 81 47 64 64 65 34 61 56 75 36 48 80 83 42 54 59
DMS 2,30 1,00 2,12 1,79 1,06 0,42 1,11 1,03 0,61 0,32 0,42 0,65 0,22 7,32 0,31 0,12
LC
(2)
* ** ** ** ns ns ns ** ns ns ns ns ns ns ns *
CV 37 17 11 37 48 37 19 46 49 30 53 29 83 32 35 47
DMS 1,34 0,49 0,45 1,90 1,17 0,76 0,43 1,47 0,67 0,44 0,93 0,35 0,45 10,83 0,35 0,17
LB
(2)
** ** ** ** ** ** ** ** * ** * * ** ns ** *
CV 64 40 56 58 59 31 52 52 80 31 46 85 75 38 51 67
DMS 8,84 3,58 7,80 5,76 3,95 1,38 3,87 3,29 2,10 1,42 1,32 2,45 0,68 15,37 0,92 0,36
Lcal
(2)
ns ** ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns
CV 29 16 37 52 52 25 45 62 34 33 38 31 41 50 55 53
DMS 0,60 0,42 1,33 1,81 1,13 0,41 1,08 1,32 0,34 0,43 0,52 0,34 0,14 17,96 0,62 0,17
E
(2)
ns ns * ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns
CV 46 21 39 41 35 23 31 45 80 47 50 38 38 44 23 46
DMS 1,07 0,38 1,27 1,13 0,63 0,38 0,62 0,97 1,22 0,67 0,81 0,46 0,14 14,99 0,20 0,14
F CV DMS F CV DMS F CV DMS F CV DMS
LC
(3)
** 32 0,72 ** 44 0,57 ns 45 0,32 ns 79 3,80
LB
(3)
ns 48 3,96 ns 48 2,03 ns 62 1,12 ns 81 5,17
Lcal
(3)
** 47 0,67 ns 58 0,59 * 25 0,13 ns 113 5,82
E
(3)
ns 45 0,50 * 42 0,38 ns 62 0,45 ns 91 4,30
Testemunha
(3)
** 14 0,23 ns 27 0,31 ns 40 0,29 ns 44 1,36
Calcário
(3)
ns 36 0,44 * 19 0,17 ns 43 0,28 ns 84 3,62
LC= lodo de esgoto centrifugado e tratado com cal virgem (ETE de São José dos Campos, SP), LB= lodo de esgoto de biodigestor (ETE de Barueri, SP), Lcal= lama cal (Luwarcel
Celulose Papel Ltda., SP), E= escória de aciaria (Siderurgia Mannesmann). 0 meses= amostragem realizada antes da reaplicação dos tratamentos (abril/2005).
(1)
Regressão entre as doses
dos resíduos (LC, LB, Lcal e E).
(2)
Teste de média para comparação entre as doses de cada um dos residuos e o calcário.
(3)
Regressão para valores médios de cada um dos resíduos (doses
de 2, 4 e 8 Mg ha
-1
), da testemunha (dose zero) e do calcário entre as amostragem (0, 4, 18 e 25 meses) *= P < 0,05, **= P < 0,01 e ns= não significativo pelo teste t (LSD).
124
0 - 5 cm
ŷ = 1,000+0,398**x R
2
= 0,65
ŷ = 3,871-1,555**x+0,417**x
2
R
2
= 0,97
ŷ = 0,883+0,443**x R
2
= 0,85
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
0 5 10 15 20 25
Meses
Zn (mg dm
-3
)
Calc ário ŷ = 1,56
Testemunha
LC
LB ŷ = 11, 4 5
Lcal
E ŷ = 1,56
5 -10 cm
ŷ = 0,820+0,150*x R
2
= 0,88
ŷ = 1,488-0,140*x R
2
= 0,54
ŷ = 2,804-1,384*x+0,329**x
2
R
2
= 0,99
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
0 5 10 15 20 25
Meses
Zn (mg dm
-3
)
Calcário
Testemunha ŷ = 1,44
LC
LB ŷ = 5,86
Lcal ŷ = 1,40
E
10 - 20 cm
ŷ = 0,260+0,410x-0,077**x
2
R
2
= 1,00
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
0 5 10 15 20 25
Meses
Zn (mg dm
-3
)
Calc ário ŷ = 0,83
Testemunha ŷ = 0,89
LC ŷ = 1,00
LB ŷ = 2,49
Lcal
E ŷ = 1,00
20 - 40 cm
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
0 5 10 15 20 25
Meses
Zn (mg dm
-3
)
Calc ário ŷ = 5,36
Testemunha ŷ = 3,90
LC ŷ = 6,72
LB ŷ = 8,83
Lcal ŷ = 7,20
E ŷ = 6,55
Figura 35. Dinâmica de zinco (mg dm
-3
), em diferentes profundidades e épocas de
amostragem (0, 4, 18 e 25 meses), decorrente da reaplicação superficial dos
resíduos LC, LB, Lcal e E (média das doses 2, 4 e 8 Mg ha
-1
), da testemunha e do
calcário (2 Mg ha
-1
), em um Latossolo Vermelho distrófico sob Sistema Plantio
Direto. Botucatu, SP (2005-2007).
teores de Zn foram obtidos na dose de 8 Mg ha
-1
, diferindo tanto da testemunha quanto da
calagem.
Para Lcal, na comparação com a calagem só foram observados efeitos
significativos na amostragem inicial (zero meses) e após 4 meses da aplicação destes, onde na
camada de 0-5 cm observa-se que na amostragem inicial os maiores teores de Zn foram
observados na testemunha e na calagem, enquanto após os 4 meses da aplicação observa-se
efeito contrário (Figura 36). Na comparação entre calcário e o resíduo escória, observam-se
efeitos significativos para esta nos primeiro 5 cm de profundidade, onde após 18 e 25 meses
125
Tabela 27. Valores de zinco, em diferentes profundidades e amostragens, decorrente da reaplicação superficial dos resíduos LC, LB, Lcal e
E, e do calcário (2 Mg ha
-1
), em um Latossolo Vermelho distrófico sob Sistema Plantio Direto. Botucatu, SP (2005-2007).
Épocas de amostragem
0 meses 4 meses 18 meses 25 meses
Dose
Mg ha
-1
LC LB Lcal E LC LB Lcal E LC LB Lcal E LC LB Lcal E
Zn
---------------------------------------------------------------------------------------- mg dm
-3
---------------------------------------------------------------------------------------
Profundidade 0 – 5 cm
0 1,6 1,6 1,6 1,6 1,3 1,3 1,3 1,3 2,6 2,6 2,6 2,6 2,5 2,5 2,5 2,5
2 1,9 b 8,4 a 1,2 b 1,8 b 2,0 b 6,3 a 1,7 b 1,1 b 3,0 b 10,3 a 2,6 b 3,6 b 3,8 ab 6,3 a 1,5 b 2,0 b
4 3,1 5,8 1,2 1,2 2,4 b 7,1 a 2,1 b 1,2 b 2,3 b 14,5 a 2,2 b 1,6 b 5,5 ab 6,3 a 3,0 ab 1,9 b
8 3,4 b 27,5 a 1,0 b 1,3 b 2,4 b 13,2 a 2,2 b 1,0 b 4,1 b 16,0 a 2,3 b 1,2 b 3,5 b 15,9 a 2,9 b 0,9 b
Média 2,5 b 10,8 a 1,2 b 1,4 b 2,0 b 7,0 a 1,8 b 1,2 b 3,0 b 10,9 a 2,5 b 2,2 b 3,8 b 7,7 a 2,5 bc 1,8 c
Regressão ns Q** ns ns ns L** ns ns ns Q** ns ns ns L** ns ns
Calcário 1,8 1,1 1,7 1,6
Profundidade 5 – 10 cm
0 1,3 1,3 1,3 1,3 1,3 1,3 1,3 1,3 1,4 1,4 1,4 1,4 1,8 1,8 1,8 1,8
2 1,8 b 4,9 a 1,0 b 1,5 b 1,1 b 2,7 a 1,1 b 1,0 b 1,8 b 4,8 a 1,3 b 1,4 b 2,0 2,0 1,2 2,7
4 1,7 ab 3,5 a 1,6 ab 0,8 b 1,7 b 2,7 a 0,9 b 1,2 b 1,3 b 6,9 a 1,8 b 1,2 b 4,0 b 6,5 a 1,3 c 1,1 c
8 1,7 b 10,6 a 1,8 b 0,9 b 1,6 b 6,7 a 1,1 b 0,9 b 1,6 b 9,8 a 2,1 b 1,2 b 1,7 b 8,6 a 1,8 b 1,3 b
Média 1,6 b 5,1 a 1,4 b 1,1 b 1,4 b 3,3 a 1,1 b 1,1 b 1,5 b 5,7 a 1,6 b 1,3 b 2,4 b 4,9 a 1,5 b 1,5 b
Regressão ns L** ns ns ns Q** ns ns ns L** ns ns Q* L** ns ns
Calcário 1,4 1,0 1,3 0,9
Profundidade 10 – 20 cm
0 0,7 0,7 0,7 0,7 1,2 1,2 1,2 1,2 0,9 0,9 0,9 0,9 0,9 0,9 0,9 0,9
2 0,9 1,4 0,6 1,4 1,0 b 1,7 a 1,0 b 1,3 ab 1,3 ab 2,1 a 0,8 b 0,9 b 0,8 1,1 0,7 0,9
4 1,0 1,5 0,6 0,7 0,9 1,4 0,8 0,8 1,5 ab 2,1 a 0,8 b 1,2 b 0,8 1,6 0,7 0,8
8 1,2 b 4,3 a 0,6 b 1,6 b 1,0 b 4,7 a 0,6 b 0,7 b 0,8 b 3,0 a 0,8 b 1,1 b 0,9 b 5,1 a 0,7 b 0,8 b
Média 0,9 b 2,0 a 0,6 b 1,1 b 1,0 b 2,2 a 0,9 b 1,0 b 1,1 b 2,0 a 0,8 b 1,0 b 0,8 b 2,2 a 0,7 b 0,8 b
Regressão ns L** ns ns ns Q** ns ns ns L** ns ns ns Q* ns ns
Calcário 0,7 0,7 1,2 0,6
Profundidade 20 – 40 cm
0 0,2 0,2 0,2 0,2 14,6 14,6 14,6 14,6 0,6 0,6 0,6 0,6 0,3 0,3 0,3 0,3
2 0,3 0,5 0,2 0,2 24,8 37,4 30,2 26,1 0,8 1,0 1,2 0,6 0,2 0,3 0,2 0,3
4 0,8 a 0,5 ab 0,2 b 0,3 b 26,2 30,0 25,3 28,9 0,7 b 1,4 a 0,7 b 0,6 b 0,4 0,3 0,2 0,2
8 0,3 b 1,5 a 0,3 b 0,3 b 25,5 30,0 27,2 20,7 0,6 b 2,3 a 0,6 b 0,5 b 0,2 b 0,8 a 0,2 b 0,2 b
Média 0,4 b 0,7 a 0,2 b 0,2 b 22,8 28,0 24,3 22,6 0,6 b 1,3 a 0,7 b 0,6 b 0,3 b 0,4 a 0,2 b 0,2 b
Regressão Q* L** ns ns ns Q* ns Q* ns L** ns ns ns Q* ns ns
Calcário 0,2 20,5 0,6 0,2
LC= lodo de esgoto centrifugado, LB= lodo de esgoto de biodigestor, Lcal= lama cal, E= escória de aciaria. 0 meses= amostragem realizada antes da reaplicação dos tratamentos
(abril/2005). Médias seguidas de mesma letra, minúscula na linha, não diferem estatisticamente a 1 e 5% pelo teste t (LSD); ns= não significativo, *= P < 0,05 e **= P < 0,01; L =
regressão linear e Q= regressão quadrática.
126
DMS
DMS
DMS
DMS
Testemunha Calcário
2 Mg ha¯¹ E 4 Mg ha¯¹ E
8 M
g
ha¯¹ E
DMS
DMS*
DMS
DMS*
Testemunha Calc ár io
2 Mg ha¯¹ Lcal 4 Mg ha¯¹ Lcal
8 Mg ha¯¹ Lcal
DMS
DMS*
DMS
DMS
0
10
20
30
40
Profundidade (cm)
DMS
DMS*
DMS*
DMS
0
10
20
30
40
Profundidade (cm)
DMS*
DMS*
DMS*
DMS*
Testemunha Calcário
2 Mg ha¯¹ LB 4 Mg ha¯¹ LB
8 Mg ha¯¹ LB
DMS*
DMS*
DMS*
DMS*
0
10
20
30
40
Profundidade (cm)
DMS*
DMS
DMS
DMS*
0 1020304050
Zn (mg dm
-3
)
Testemunha Calcário
2 Mg ha¯¹ LC 4 Mg ha¯¹ LC
8 Mg ha¯¹ LC
DMS*
DMS
DMS
DMS*
0
10
20
30
40
0 10203040
Zn (mg dm
-3
)
Profundidade (cm)
--------------- 0 meses --------------- -------------- 4 meses --------------
Figura 36. Dinâmica de zinco (mg dm
-3
) decorrente da reaplicação superficial dos resíduos LC,
LB, Lcal e E, e do calcário (2 Mg ha
-1
), em um Latossolo Vermelho distrófico sob
Sistema Plantio Direto, zero e 4 meses após a aplicação. Botucatu, SP (2005). DMS*=
diferença mínima significativa entre as médias pelo teste t a 5%.
127
DMS
DMS
DMS*
DMS*
Testemunha
Calcário
2 Mg ha¯¹ E
4 Mg ha¯¹ E
8 Mg ha¯¹ E
DMS
DMS
DMS
DMS
Testemunha
Calc ár io
2 Mg ha¯¹ Lcal
4 Mg ha¯¹ Lcal
8 Mg ha¯¹ Lcal
DMS
DMS
DMS
DMS*
0
10
20
30
40
Profundidade (cm)
DMS
DMS
DMS
DMS
0
10
20
30
40
Profundidade (cm)
DMS*
DMS*
DMS*
DMS*
Testemunha
Calc ár io
2 Mg ha¯¹ LB
4 Mg ha¯¹ LB
8 Mg ha¯¹ LB
DMS*
DMS*
DMS*
DMS*
0
10
20
30
40
Profundidade (cm)
DMS*
DMS
DMS*
DMS*
0 5 10 15 20
Zn (mg dm
-3
)
Testemunha
Calc ár io
2 Mg ha¯¹ LC
4 Mg ha¯¹ LC
8 Mg ha¯¹ LC
DMS
DMS*
DMS*
DMS
0
10
20
30
40
0 5 10 15 20
Zn (mg dm
-3
)
Profundidade (cm)
-------------- 18 meses -------------- ------------- 25 meses -------------
Figura 37. Dinâmica de zinco (mg dm
-3
) decorrente da reaplicação superficial dos resíduos LC,
LB, Lcal e E, e do calcário (2 Mg ha
-1
), em um Latossolo Vermelho distrófico sob
Sistema Plantio Direto, 18 e 25 meses após a aplicação. Botucatu, SP (2006-2007).
DMS*= diferença mínima significativa entre as médias pelo teste t a 5%.
128
da aplicação os menores teores foram observados com a dose de 8 Mg ha
-1
de escória,
provavelmente pelas elevação do pH proporcionado por esta dose em relação as demais
(Tabela 5).
De acordo com pesquisadores como Souza e Lobato (2004), Malavolta
(2006) dentre outros, com o aumento do pH do solo pode ocorrer redução na disponibilidade
de micronutrientes como o Zn. Oliveira e Costa (2004) mencionaram pesquisadores que
observaram que metais pesados como o Zn são relativamente mais móveis no solo, o que pode
explicar o elevado teor de Zn na camada de 20-40 cm de profundidades após 4 meses da
reaplicação dos resíduos e do calcário (Figuras 36 e 37).
A adição do resíduo LB eleva os teores desse micronutriente (Zn)
principalmente por este estar presente em sua composição (Tabela 2) em quantidades
expressivas, porém dentro da legislação que regula a utilização deste tipo de resíduo
(CONAMA, 2006). Com exceção dos elevados teores de Zn proporcionados pelo resíduo LB,
todas as condições oferecidas pelos resíduos reaplicados até a dose de 8 Mg ha
-1
traz
benefícios ao desenvolvimento das plantas cultivadas.
4.2.9.2 Os potencialmente tóxicos
De acordo com teores de metais pesados presentes nos resíduos, e
embasado na Legislação Brasileira, os lodos de esgoto LC e LB seguem a legislação imposta
pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente por meio da Resolução nº 375 (CONAMA, 2006)
e pela Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental, CETESB através da Norma
Técnica P4230 (CETESB, 1999), que regulamenta a aplicação de lodo de esgoto no estado de
São Paulo, enquanto os resíduos Lcal e E seguem as normas de aplicação de resíduos sólidos
imposta pela Associação Brasileira de Normas Técnicas pela norma NBR 10004 (ABNT,
1987 revisada em 2004). Os quatro resíduos apresentaram teores de metais pesados inferiores
aos permitidos pela Legislação Brasileira, possibilitando sua utilização de forma racional e
ecologicamente correta no solo, respeitando-se as normativas estabelecidas.
Com relação ao fornecimento de metais pesados ao solo por meio da
aplicação dos lodos de esgoto utilizados (Tabela 2), aplicando-se 8 Mg ha
-1
dos lodos LC e
LB, adicionou-se no solo aproximadamente 1,12 e 2,16 kg ha
-1
de As; nd. (não detectado) e
0,0008 kg ha
-1
de Cd, 0,32 e 1,52 kg ha
-1
de Cr; 0,56 e 14,4 kg ha
-1
de Ni e de 1,36 e 8,56 kg
129
ha
-1
de Pb, respectivamente de LC e LB, enquanto os teores de Hg não foram detectados pelo
método analítico empregado.
Para tal, considerando-se o teor total de metais pesados presentes nos
lodos de esgoto utilizados, sendo um centrifugado e tratado com cal virgem (LC) da ETE de
São Jose dos Campos, SP e outro de biodigestor (LB) da ETE de Barueri, SP, apresentam
teores totais de metais pesados abaixo do limite estabelecido pelas normas do CONAMA
(2006) e da CETESB (1999) que regulamenta a utilização agrícola de lodo de esgoto no estado
de São Paulo, permitindo sua utilização no meio agrícola. No entanto, para a utilização de
lama cal (Lcal) e da escória de aciaria (E) até o momento não há uma regulamentação
especifica e vigente para a utilização destes quanto à presença de metais pesados, porém, com
base na Norma NBR 10004 da ABNT que trata de resíduos em geral, pode-se inferir que a
aplicação dos resíduos Lcal e E também não causaria problemas de poluição ambiental.
No Estado de São Paulo o método de extração mais estudado para a
previsão da disponibilidade dos metais pesados no solo, é o que emprega os agentes quelantes
DTPA. Atualmente, os laboratórios paulistas têm utilizado esse extrator como método oficial
para a determinação de Fe, Cu, Mn, e Zn (CANTARELLA et al., 1995), os micronutrientes,
entretanto, para os elementos com potencial tóxico como Cd, Cr, Ni e Pb, com resultados
muito diferenciados, positivos e negativos, quando comparado a outros métodos como o
Mehlich-1 e Mehlich 3, métodos estes que segundo Raij (1994) estão entre os extratores
universais mais utilizados no diagnóstico de disponibilidade de metais pesados no solo.
Segundo Oliveira e Mattiazzo (2001) isso implica na definição de um
extrator multielementar que inclua vários metais pesados e que o mesmo seja eficiente para
diagnosticar sua disponibilidade às várias espécies vegetais cultivadas em vários tipos de solo,
assim é difícil haver um extrator que tenha boa correlação com as quantidades disponíveis
para todos os metais pesados no solo (MATTIAZZO et al., 2001), havendo necessidade de se
padronizar os métodos de análises, a fim de maximizar os resultados obtidos em condições de
solos ácidos.
Conforme Abreu et al. (2002) a determinação dos teores disponíveis de
metais pesado no solo por extração com solução de DTPA em pH 7,3 (LINDSAY e
NORVELL, 1978) é o método mais utilizado com o objetivo de extrair maiores quantidades
dos teores lábeis dos teores de metais pesados, porém sem dissolver os não-lábeis. No entanto,
130
a avaliação da disponibilidade de metais pesados com potencial tóxico no solo é
particularmente difícil, pois além das plantas absorverem quantidades relativamente pequenas,
o comportamento químico destes no solo é bastante complexo, tornando difícil a escolha de
soluções extratoras (ABREU et al., 2002). Deve-se considerar também, as características dos
constituintes e a origem do material aplicado, no caso do trabalho os resíduos LC, LB, Lcal e
E, além da seqüência de cultivos e culturas utilizadas.
De acordo com Pires et al. (2005), a melhor maneira de se estimar a
fitodisponibilidades de metais pesados presentes no lodo de esgoto ainda é determinar as
concentrações dos elementos absorvidos pelas plantas. Segundo estes, um método que estime
o teor fitodisponível de metais pesados para as culturas ainda não foi amplamente padronizado
e adotado. A principal dificuldade é a variação da eficiência dos extratores testados em função
da concentração do metal no lodo, do processo de tratamento do esgoto, do tipo de solo, da
presença de outras espécies químicas, da espécie vegetal e do metal em questão.
Segundo Abreu et al. (2002), uma das críticas quanto à utilização de
extratores químicos seria de que estes não simulam as reações que ocorrem próximo às raízes,
principalmente aquelas que ocorrem na rizosfera. O que segundo Berton (2000) é motivo para
as baixas correlações obtidas pelos extratores químicos. Neste sentido, Pires et al. (2004)
trabalhando com solução extratora composta por ácidos orgânicos encontrados na rizosfera foi
eficiente em avaliar a disponibilidade de metais pesados.
Segundo Silva et al. (2006), há a necessidade do monitoramento das
áreas de aplicação agrícola de lodo de esgoto, além do rigor sobre os limites de metais pesados
presentes no lodo, não se pensando somente em reduzir os riscos de contaminação do solo
com esses elementos, mas também a utilização de métodos adequados para a determinação dos
metais pesados adicionados ao solo via lodo de esgoto.
A aplicação superficial de doses crescentes de resíduos como os lodos
de esgoto (LC “calado” e LB “biodigestor”), escória de aciaria (E) e lama cal (Lcal), e do
calcário na dose recomendada objetivando elevar o V% a 60 (2 Mg ha
-1
), em área sob Sistema
Plantio Direto (SPD), não promoveram alterações expressivas sobre os teores disponíveis de
As, Cd, Cr, Hg, Ni e Pb no perfil do solo, em todas as amostragens, ou seja, antes e após 4, 18
e 25 meses da reaplicação dos tratamentos.
131
Os teores de metais pesados potencialmente tóxicos disponíveis no
perfil do solo determinados por extração com solução de DTPA em pH 7,3 estão apresentados
nas Tabelas 28, 29, 30, 31 e 32, respectivamente, As, Cd, Ni, Pb e V, cujos valores apresentam
baixos teores, e em muitos casos, concentrações abaixo do limite de determinação do método
analítico empregado, como ocorreu com o Cr e Hg. Neste sentido, afirmar que não há a
presença desses metais pesados no solo é um tanto quanto inadequado, pois encontram-se em
concentrações abaixo do limite de detecção do método analítico empregado.
Os baixos teores disponíveis de metais pesados no solo podem estar
associados ao fato de a área utilizada no experimento apresentar boa correção do solo, em
função da aplicação dos resíduos LC, Lcal, E e do calcário, no que diz respeito ao pH, este por
sua vez, quando em níveis altos no solo (igual ou maior do que 5) reduzem a disponibilidade
de elementos como os metais pesados, fato observado por muitos pesquisadores, dentre eles,
Mattiazzo e Gloria (1995) Mattiazzo e Barreto (1995), Borges e Coutinho (2004a), Hooda e
Alloway (1996) citados por Mantovani et al. (2004), Corrêa at al. (2007). Segundo Melo et al.
(2002), a elevação de pH do solo promove precipitação de metais pesados na forma de
hidróxidos, fosfatos e carbonatos, e de complexos insolúveis com a matéria orgânica.
Bettiol e Camargo (2006) citam que a mobilidade dos metais pesados
depende muito da reação do solo, ou seja, se ele é mais ou menos ácido, geralmente aconselha
manter-se o pH acima de 5,5, para evitar que estes metais, potencialmente tóxicos, sejam
absorvidos pelas plantas ou fiquem disponíveis no ambiente em quantidades que apresentem
risco. A medida que aumenta o tempo de contado do lodo com o solo, diminui o perigo das
plantas absorverem os metais pesados em excesso porque estes são fortemente retidos pelos
colóides do solo, embora não possa ser generalizada para as mais variadas condições de solo.
Além do pH, atributos do solo com o teor de argila, matéria orgânica e
conteúdo de óxidos (BORGES e COUTINHO, 2004a), exercem grande influencia sobre o teor
disponível de metais pesados no solo, sendo, talvez, a matéria orgânica a principal responsável
pela complexação desses elementos tóxicos no solo, tornando-os indisponíveis às plantas.
De acordo com Oliveira et al. (2002), nem sempre a presença de
elevados teores de metais pesados no solo implica em maior absorção desses elementos pelas
plantas, pois o teor total não pode ser utilizado para predizer a fitodisponibilidade do metal.
Além do que, segundo Silva et al. (2006), as concentrações de metais nos tecidos das plantas
132
tendem alcançar um limite, mesmo após sucessivas aplicações de lodo no solo (“Teoria do
platô” formulada por COREY et al., 1987). Cita ainda, que o aumento do teor de matéria
orgânica do solo, pelo uso de lodo de esgoto, controla parcialmente a fitodisponibilidade dos
metais pesados, em razão da adsorção desses metais em solos mais ricos em ligantes
orgânicos. No entanto, à medida que a matéria orgânica se decompõe, é bastante provável que
ocorra maior liberação de metais na solução do solo, o que aumenta as chances de as plantas
acumularem em seus tecidos níveis mais elevados de metais pesados (“Teoria da bomba
relógio” formulada por McBRIDE, 1985). Dessa forma, é de fundamental importância que
haja a manutenção da matéria orgânica no solo para que essa possa complexar ou quelatizar os
metais pesados no solo, o que pode ser conseguido com o SPD.
Inúmeros pesquisadores citam que o uso agrícola do lodo de esgoto foi
e continua sendo pesquisado em todo mundo, onde seguindo todas as regulamentações
existentes, até o momento não relatam o registro de nenhum efeito adverso sobre o ambiente
no que diz respeito à poluição de metais pesados.
Pesquisadores como Andreoli e Pegorini (2000), Nascimento et al.
(2004), Tranin et al. (2005) e muitos outros, tem demonstrando que a aplicação de lodo de
esgoto permite valores bem abaixo dos considerados adequados dos estipulados pela
legislação européia e americana, o que permite sua aplicação sem maiores riscos ao ambiente.
Corrêa et al. (2008), trabalhando na mesma área experimental e com os
mesmos resíduos, constatou que a aplicação superficial até a dose de 8 Mg ha
-1
, assim como
do calcário na dose de 2 Mg ha
-1
, em um solo sob SPD não causou problemas de poluição
ambiental, considerando a presença dos metais pesados potencialmente tóxicos Cd, Cr, Hg,
Pb, Ni e As disponíveis no solo, em um período de até 33 meses da aplicação.
De maneira geral, tem se observado o aumento da concentração de
metais pesados em solos cultivados. No entanto, mesmo empregando-se altas doses de lodo, a
concentração de metais pesados encontradas no solo não tem extrapolado os limites máximos
aceitáveis de concentrações de metais pesados nos solos tratados com lodo de esgoto, estando
então, aquém de proporcionar grandes preocupações quanto à contaminação do solo, e até
mesmo, expressivas transferências destes para as plantas. Resultados estes que foram
encontrados por Rangel et al. (2004), Trannin et al. (2005) e Silva et al. (2006) na cultura do
133
milho, Marques et al. (1999) em sorgo, por Silva et al. (1998) e Marques et al. (2006) na
cultura de cana-de-açúcar e Corrêa et al. (2008) com soja, dentre outros.
De acordo com Berton e Ceolato (2005) comparado à água e ao ar, a
dificuldade em se poluir o solo com metais pesados é maior em razão do poder tampão do solo
(que é a sua resistência à variação de pH), portanto, a dificuldade de se poluir esse ambiente
com metais pesados é maior. No entanto, esse mesmo poder tampão faz com que a
recuperação de um solo contaminado seja muito mais difícil de ser realizada.
Neste sentido, para Corrêa et al. (2007) a aplicação de resíduos no SPD
possivelmente possa proporcionar menores danos ao ambiente, uma vez que esse sistema
proporciona aumento no teor da matéria orgânica e da CTC do solo, e conseqüentemente,
eleva seu poder tampão. E mudanças no poder tampão poderão refletir-se na medida do pH, e
e na disponibilização de nutrientes no solo (BOEIRA, 2006)
Para pesquisadores como Berton e Ceolato (2005), o conhecimento do
comportamento dos metais pesados presentes em solos tratados com resíduos urbanos é
fundamental na avaliação do risco de entrada desses elementos potencialmente tóxicos na
cadeia alimentar. Diante disso, é importante utilizar um método que estime eficientemente os
teores fitodisponíveis desses elementos nos diversos solos e culturas que compõem o cenário
agrícola brasileiro. Com base nessa informação, o agricultor pode tomar as medidas
preventivas necessárias para que a entrada na cadeia alimentar ou mesmo a lixiviação dos
metais para a água subterrânea não venha a ocorrer. Em geral, essas medidas referem-se à
interrupção da aplicação do resíduo urbano ou à troca da cultura explorada.
A aplicação de doses crescentes dos resíduos LC, LB, Lcal e E não
alterou a disponibilidade dos metais pesados Cd, Cr, Hg, PB, Ni e V no solo. Em razão desses
resultados é possível inferir que a utilização desses resíduos não promove contaminação ao
solo, muito menos a maior absorção pelas plantas cultivadas nessas condições. Podendo,
portanto, ser aplicados sobre a superfície do solo em SPD, desde que utilizadas doses de até 8
Mg ha
-1
.
No entanto, mesmo que os teores de metais pesados encontrados nos
resíduos LC, LB, Lcal e E estejam abaixo do limite, ou seja, de acordo com o permitido pela
legislação, permitindo seu uso na agricultura, tornam-se pertinentes estudos de diferentes
doses deste resíduo aplicadas no solo.
134
Deve-se ter em mente que os metais presentes no lodo de esgoto ou em
outros resíduos passíveis de serem utilizados na agricultura, como a lama cal e a escória,
quando aplicados no solo, contribuem para a reserva já existente naturalmente, além do que,
outras fontes antropogênicas, incluindo emissões industriais, efluentes, fertilizantes,
condicionadores de solo e pesticidas, podem contribuir para o aumento da concentração desses
elementos nos solos. A longo prazo, entretanto, o aumento das concentrações de metais
pesados no solo resultante da aplicação de lodo de esgoto, torna-se uma preocupação
justificada, pois se não adequadamente controlada, pode ameaçar a cadeia trófica.
135
Tabela 28. Valores de arsênio, em diferentes profundidades e amostragens, decorrente da reaplicação superficial dos resíduos LC, LB, Lcal e
E, e do calcário (2 Mg ha
-1
), em um Latossolo Vermelho distrófico sob Sistema Plantio Direto. Botucatu, SP (2005-2007).
Épocas de amostragem
0 meses 4 meses 18 meses 25 meses
Dose
Mg ha
-1
LC LB Lcal E LC LB Lcal E LC LB Lcal E LC LB Lcal E
As
-------------------------------------------------------------------------------------------- mg dm
-3
--------------------------------------------------------------------------------------------
Profundidade 0 – 5 cm
0 0,661 0,661 0,661 0,661 3,657 3,657 3,657 3,657 0,061 0,061 0,061 0,061 nd nd nd nd
2 0,563 0,537 0,850 0,608 nd 3,556 4,456 1,469 0,061 0,241 0,293 0,053 nd 0,750 0,364 0,415
4 0,900 nd 1,012 nd 3,352 2,779 1,698 1,177 0,309 0,094 nd 0,281 0,254 0,221 nd 0,066
8 1,675 0,926 nd 0,455 3,355 0,885 1,168 4,325 0,054 nd nd 0,252 0,261 0,354 0,124 nd
Calcário 0,547 2,551 0,05 0,070
Profundidade 5 – 10 cm
0 0,357 0,357 0,357 0,357 3,585 3,585 3,585 3,585 0,172 0,172 0,172 0,172 0,050 0,050 0,050 0,050
2 0,089 0,550 1,065 0,160 2,678 nd 3,446 1,854 0,092 0,089 nd 0,095 0,113 0,216 nd nd
4 0,335 0,392 0,958 0,565 4,732 2,558 nd 1,355 0,176 0,018 nd 0,078 0,069 nd 0,455 0,949
8 0,436 1,006 0,995 nd 1,445 nd 3,254 3,86 nd nd 0,133 nd 0,313 0,0204 nd 0,194
Calcário 0,606 1,587 nd 0,149
Profundidade 10 – 20 cm
0 0,288 0,288 0,288 0,288 1,845 1,845 1,845 1,845 0,131 0,131 0,131 0,131 nd nd nd nd
2 0,072 0,236 1,744 0,164 0,935 2,085 2,136 2,225 0,154 nd nd nd nd 0,028 nd 0,088
4 0,306 0,224 nd 0,231 1,125 nd 2,554 0,935 nd nd nd 0,086 nd nd nd nd
8 0,044 0,893 0,707 nd 2,447 2,855 nd 1,887 nd nd nd 0,021 0,121 nd nd nd
Calcário 0,505 1,564 0,075 nd
Profundidade 20 – 40 cm
0 nd nd nd nd 4,562 4,562 4,562 4,562 0,121 0,121 0,121 0,121 0,253 0,253 0,253 0,253
2 0,335 0,259 1,388 0,944 0,381 4,321 1,452 2,455 0,045 nd nd 0,247 nd nd 0,108 nd
4 0,543 nd 2,063 0,291 0,652 1,865 2,688 nd nd 0,100 0,327 0,234 nd nd 0,110 nd
8 0,612 0,993 0,982 0,521 0,988 1,011 3,025 1,215 0,221 0,253 nd 0,108 0,056 nd nd 0,179
Calcário 0,890 3,565 0,088 0,481
LC= lodo de esgoto centrifugado e tratado com cal virgem (ETE de São José dos Campos, SP), LB= lodo de esgoto de biodigestor (ETE de Barueri, SP), Lcal= lama cal (Luwart Celulose
papel), E= escória de aciaria (Siderurgia Mannesmann). 0 meses= amostragem realizada antes da reaplicação dos tratamentos (abril/2005). nd= valor abaixo do limite de detecção do
método analítico empregado.
136
Tabela 29. Valores de cádmio, em diferentes profundidades e amostragens, decorrente da reaplicação superficial dos resíduos LC, LB, Lcal e
E, e do calcário (2 Mg ha
-1
), em um Latossolo Vermelho distrófico sob Sistema Plantio Direto. Botucatu, SP (2005-2007).
Épocas de amostragem
0 meses 4 meses 18 meses 25 meses
Dose
Mg ha
-1
LC LB Lcal E LC LB Lcal E LC LB Lcal E LC LB Lcal E
Cd
-------------------------------------------------------------------------------------------- mg dm
-3
-------------------------------------------------------------------------------------------
Profundidade 0 – 5 cm
0 nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd 0,050 0,050 0,050 0,050
2 nd 0,026 0,028 nd nd nd nd nd nd 0,025 nd nd 0,037 0,024 0,103 0,034
4 nd 0,025 nd nd nd nd nd nd 0,025 nd nd nd 0,045 0,037 0,027 0,059
8 nd 0,020 0,072 0,015 nd nd nd nd nd nd nd nd 0,026 0,102 nd nd
Calcário nd nd nd 0,039
Profundidade 5 – 10 cm
0 nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd 0,021 0,021 0,021 0,021
2 nd nd 0,048 0,027 nd nd nd nd 0,015 0,019 nd nd 0,037 0,047 0,018 0,056
4 nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd 0,018 0,012 0,037 0,062 0,055
8 0,029 0,07 nd 0,018 nd nd nd nd nd 0,019 nd nd 0,110 0,115 0,030 0,024
Calcário nd nd nd 0,039
Profundidade 10 – 20 cm
0 0,016 0,016 0,016 0,016 nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd
2 nd 0,018 0,027 nd nd nd nd nd nd nd nd nd 0,020 nd 0,021 0,026
4 0,015 0,018 nd 0,018 nd nd nd nd nd nd nd nd 0,037 nd 0,017 nd
8 0,022 0,042 0,033 nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd 0,018 nd
Calcário 0,025 nd nd 0,021
Profundidade 20 – 40 cm
0 nd nd nd nd nd nd nd nd 0,017 0,017 0,017 0,017 nd nd nd nd
2 nd 0,021 nd 0,035 nd nd nd nd 0,036 nd 0,021 0,042 nd 0,024 0,024 nd
4 nd nd 0,023 nd nd nd nd nd nd 0,019 0,027 0,076 nd 0,024 nd nd
8 nd nd nd 0,036 nd nd nd nd nd 0,029 nd nd 0,028 nd 0,017 0,015
Calcário 0,024 nd nd nd
LC= lodo de esgoto centrifugado e tratado com cal virgem (ETE de São José dos Campos, SP), LB= lodo de esgoto de biodigestor (ETE de Barueri, SP), Lcal= lama cal (Luwart Celulose
papel), E= escória de aciaria (Siderurgia Mannesmann). 0 meses= amostragem realizada antes da reaplicação dos tratamentos (abril/2005). nd= valor abaixo do limite de detecção do
método analítico empregado.
137
Tabela 30. Valores de níquel, em diferentes profundidades e amostragens, decorrente da reaplicação superficial dos resíduos LC, LB, Lcal e
E, e do calcário (2 Mg ha
-1
), em um Latossolo Vermelho distrófico sob Sistema Plantio Direto. Botucatu, SP (2005-2007).
Épocas de amostragem
0 meses 4 meses 18 meses 25 meses
Dose
Mg ha
-1
LC LB Lcal E LC LB Lcal E LC LB Lcal E LC LB Lcal E
Ni
---------------------------------------------------------------------------------------------- mg dm
-3
---------------------------------------------------------------------------------------------
Profundidade 0 – 5 cm
0 nd nd nd nd nd nd nd nd 0,819 0,819 0,819 0,819 0,151 0,151 0,151 0,151
2 nd 0,174 0,222 nd nd nd nd nd 0,395 0,279 0,074 0,093 0,148 0,361 0,415 0,233
4 nd 0,111 nd nd nd nd nd nd 0,229 0,285 0,068 0,120 0,126 0,319 0,239 0,78
8 nd 0,099 nd 0,059 nd nd nd nd 0,058 0,382 0,065 0,375 nd 0,988 0,268 0,234
Calcário 0,158 nd 0,056 0,066
Profundidade 5 – 10 cm
0 0,072 0,072 0,072 0,072 nd nd nd nd 0,132 0,132 0,132 0,132 0,085 0,085 0,085 0,085
2 nd 0,105 0,105 0,125 nd nd nd nd 0,073 0,215 nd 0,067 0,270 0,198 0,269 0,132
4 0,187 0,067 nd 0,193 nd nd nd nd 0,063 0,268 nd 0,093 0,159 0,355 0,197 0,419
8 nd 0,143 nd nd nd nd nd nd nd 0,225 0,065 0,078 0,183 0,772 0,099 0,218
Calcário 0,178 nd 0,083 0,140
Profundidade 10 – 20 cm
0 nd nd nd nd nd nd nd nd 0,061 0,061 0,061 0,061 0,123 0,123 0,123 0,123
2 0,169 0,093 0,165 0,110 nd nd nd nd 0,125 0,090 0,090 0,092 0,080 0,089 0,078 0,168
4 0,202 0,193 0,219 nd nd nd nd nd 0,116 0,106 0,069 0,083 0,137 0,089 0,097 0,160
8 nd 0,175 0,066 nd nd nd nd nd nd 0,086 0,105 0,065 nd 0,182 0,070 0,086
Calcário 0,062 nd 0,061 0,074
Profundidade 20 – 40 cm
0 nd nd nd nd nd nd nd nd 0,107 0,107 0,107 0,107 0,078 0,078 0,078 0,078
2 nd nd 0,101 0,233 nd nd nd nd 0,080 0,073 0,181 0,106 0,064 0,110 nd 0,067
4 0,122 nd 0,082 0,122 nd nd nd nd 0,066 0,104 0,132 0,268 nd 0,054 nd 0,053
8 0,165 0,050 0,150 nd nd nd nd nd 0,050 0,086 0,067 0,091 0,078 0,086 nd nd
Calcário 0,092 nd 0,132 0,053
LC= lodo de esgoto centrifugado e tratado com cal virgem (ETE de São José dos Campos, SP), LB= lodo de esgoto de biodigestor (ETE de Barueri, SP), Lcal= lama cal (Luwart Celulose
papel), E= escória de aciaria (Siderurgia Mannesmann). 0 meses= amostragem realizada antes da reaplicação dos tratamentos (abril/2005). nd= valor abaixo do limite de detecção do
método analítico empregado.
138
Tabela 31. Valores de chumbo, em diferentes profundidades e amostragens, decorrente da reaplicação superficial dos resíduos LC, LB, Lcal
e E, e do calcário (2 Mg ha
-1
), em um Latossolo Vermelho distrófico sob Sistema Plantio Direto. Botucatu, SP (2005-2007).
Épocas de amostragem
0 meses 4 meses 18 meses 25 meses
Dose
Mg ha
-1
LC LB Lcal E LC LB Lcal E LC LB Lcal E LC LB Lcal E
Pb
----------------------------------------------------------------------------------------------- mg dm
-3
----------------------------------------------------------------------------------------------
Profundidade 0 – 5 cm
0 0,270 0,270 0,270 0,270 nd nd nd nd 0,491 0,491 0,491 0,491 0,906 0,906 0,906 0,906
2 2,359 2,802 1,143 nd nd nd nd nd 0,511 0,517 0,400 0,418 0,464 0,711 0,627 0,734
4 0,809 1,292 0,373 0,889 nd nd nd nd 0,456 0,629 0,315 0,447 1,058 0,812 0,390 0,464
8 0,907 1,780 0,944 2,513 nd nd nd nd 0,395 0,533 0,299 0,400 0,997 1,320 0,951 0,373
Calcário 1,788 nd 0,284 0,812
Profundidade 5 – 10 cm
0 0,437 0,437 0,437 0,437 nd nd nd nd 0,427 0,427 0,427 0,427 0,662 0,662 0,662 0,662
2 1,627 2,151 3,213 2,514 nd nd nd nd 0,303 0,381 0,345 0,431 1,214 1,277 0,665 0,890
4 3,823 1,945 0,61 1,946 nd nd nd nd 0,306 0,449 0,359 0,325 1,079 1,224 0,985 1,070
8 0,626 1,871 0,479 3,592 nd nd nd nd 0,379 0,427 0,310 nd 0,677 1,366 0,643 0,788
Calcário 2,323 nd 0,377 1,394
Profundidade 10 – 20 cm
0 0,354 0,354 0,354 0,354 nd nd nd nd 0,408 0,408 0,408 0,408 0,623 0,623 0,623 0,623
2 0,958 2,288 0,951 1,542 nd nd nd nd 0,310 0,431 0,304 0,398 0,754 0,675 0,738 0,694
4 1,188 1,304 2,601 2,302 nd nd nd nd 0,411 0,411 0,277 0,319 0,620 0,729 0,512 0,563
8 1,977 1,003 1,687 4,183 nd nd nd nd 0,331 0,329 0,291 0,327 0,510 0,509 0,591 1,375
Calcário 3,377 nd 0,543 0,476
Profundidade 20 – 40 cm
0 0,477 0,477 0,477 0,477 nd nd nd nd 0,496 0,496 0,496 0,496 0,340 0,340 0,340 0,340
2 1,283 1,916 1,478 1,648 nd nd nd nd 0,706 0,359 0,761 0,556 0,344 0,374 0,455 0,396
4 4,366 3,267 1,94 1,028 nd nd nd nd 0,362 0,325 0,839 1,226 0,383 0,374 0,424 0,365
8 1,075 1,440 2,615 1,806 nd nd nd nd 0,296 0,616 0,268 0,396 0,370 0,486 nd 0,356
Calcário 2,996 nd 0,317 0,517
LC= lodo de esgoto centrifugado e tratado com cal virgem (ETE de São José dos Campos, SP), LB= lodo de esgoto de biodigestor (ETE de Barueri, SP), Lcal= lama cal (Luwart Celulose
papel), E= escória de aciaria (Siderurgia Mannesmann). 0 meses= amostragem realizada antes da reaplicação dos tratamentos (abril/2005). nd= valor abaixo do limite de detecção do
método analítico empregado.
139
Tabela 32. Valores de vanádio, em diferentes profundidades e amostragens, decorrente da reaplicação superficial dos resíduos LC, LB, Lcal
e E, e do calcário (2 Mg ha
-1
), em um Latossolo Vermelho distrófico sob Sistema Plantio Direto. Botucatu, SP (2005-2007).
Épocas de amostragem
0 meses 4 meses 18 meses 25 meses
Dose
Mg ha
-1
LC LB Lcal E LC LB Lcal E LC LB Lcal E LC LB Lcal E
V
---------------------------------------------------------------------------------------------- mg dm
-3
--------------------------------------------------------------------------------------------
Profundidade 0 – 5 cm
0 0,107 0,107 0,107 0,107 nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd
2 0,120 0,204 0,351 0,899 nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd
4 0,407 0,172 0,116 0,075 nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd
8 0,162 0,506 0,722 0,197 nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd
Calcário 0,533 nd nd nd
Profundidade 5 – 10 cm
0 nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd 0,234 0,234 0,234 0,234
2 0,076 0,230 0,570 0,273 nd nd nd nd nd nd nd nd 0,189 0,208 0,217 0,247
4 0,153 nd 0,457 0,176 nd nd nd nd nd nd nd nd 0,169 0,216 0,206 0,198
8 0,134 nd 0,083 nd nd nd nd nd nd nd nd nd 0,213 0,238 0,234 0,229
Calcário 0,646 nd 0,236 nd
Profundidade 10 – 20 cm
0 nd nd nd nd nd nd nd nd 0,137 0,137 0,137 0,137 0,500 0,500 0,500 0,500
2 0,524 nd 0,511 0,080 nd nd nd nd 0,165 nd 0,152 0,145 0,284 0,311 0,342 0,384
4 0,077 0,354 0,153 0,224 nd nd nd nd nd 0,037 0,133 0,090 0,418 0,272 0,303 0,243
8 0,860 0,382 0,069 0,289 nd nd nd nd nd 0,155 0,146 0,142 0,344 0,420 0,385 0,309
Calcário 0,829 nd 0,154 0,445
Profundidade 20 – 40 cm
0 0,115 0,115 0,115 0,115 nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd
2 nd 0,125 1,101 0,491 nd nd nd nd 0,058 0,065 nd nd nd nd nd nd
4 0,105 0,092 0,055 0,187 nd nd nd nd 0,067 0,046 nd 0,076 nd nd nd nd
8 0,140 0,393 nd 0,572 nd nd nd nd 0,091 nd 0,186 nd nd nd nd nd
Calcário nd nd nd nd
LC= lodo de esgoto centrifugado e tratado com cal virgem (ETE de São José dos Campos, SP), LB= lodo de esgoto de biodigestor (ETE de Barueri, SP), Lcal= lama cal (Luwart Celulose
papel), E= escória de aciaria (Siderurgia Mannesmann). 0 meses= amostragem realizada antes da reaplicação dos tratamentos (abril/2005). nd= valor abaixo do limite de detecção do
método analítico empregado.
140
4.3 Propriedades físicas do solo
O solo quando submetido ao cultivo tende a perder sua estrutura
original devido o fracionamento dos agregados maiores em unidades menores, ocasionando a
redução da macroporosidade e aumento da microporosidade e da densidade (CARPENEDO e
MIELNICZUK, 1990). Desta forma, um sistema agrícola que adote menor ou nenhum
revolvimento de solo como o sistema plantio direto (SPD), juntamente com adição de resíduos
como lodos de esgoto, lama cal e escória de aciaria, podem diminuir em grande parte a
redução da qualidade da estrutura de solos cultivados, bem como promover a recuperação
daqueles já degradados.
Neste sentido foram determinadas algumas características físicas do
solo com o objetivo de se avaliar o efeito dos resíduos LC, LB, Lcal e E, além de um
tratamento com calcário, após a reaplicação destes em superfície no Sistema Plantio Direto
(SPD). Para tal, por meio do estudo da agregação solo determinou-se índices de estabilidade
de agregados (DMP e IEA) aos 4 e 25 meses da reaplicação e, também, a porosidade (macro,
micro e porosidade total) e a densidade do solo aos 25 meses.
4.3.1 Agregação do solo
O estado de agregação do solo é definido como sendo a porcentagem
de agregados em uma dada massa de solo, e pode ser uma limitação para o desenvolvimento
das plantas. A agregação sofre alterações devido a fenômenos naturais e ao sistema de manejo
em que o solo é submetido (Freire, 1972 citado por SIQUEIRA, 2002). Ou seja, o estado de
agregação do solo é de grande importância para as atividades agrícolas, uma vez que está
relacionado com a aeração do solo, desenvolvimento radicular, suprimento de nutrientes,
resistência mecânica do solo a penetração, retenção e armazenamento de água.
Dufranc et al. (2004) cita em sua revisão que um solo com boa
estabilidade estrutural está menos sujeito a compactação e a erosão. Segundo ele, os atributos
do solo que determinam a estabilidade estrutural estão ligados a textura, a mineralogia das
argilas, a matéria orgânica, ao material inorgânico não-cristalino, a composição dos fluidos do
meio poroso, as plantas e organismos do solo e a profundidade do perfil.
141
Os agregados do solo são formados pela união das partículas de areia,
silte, argila e matéria orgânica (CASTRO FILHO, 2002). A distribuição dos agregados em
classes de tamanho (diâmetro) reflete o comportamento dos agregados no solo e serve como
um instrumento indicador de qualidade do solo. Sabe-se que um solo bem agregado favorece a
penetração das raízes das plantas, a aeração, a infiltração e o armazenamento de água
(CASTRO FILHO, 2002; FILIZOLA et al., 2006).
Segundo Filizola et al. (2006), para haver a formação dos agregados
no solo são necessárias duas condições: que haja uma força mecânica qualquer para promover
a aproximação das partículas do solo, como o movimento de raízes e de animais, expansão e
contração do solo ou práticas agrícolas, e após o contato entre as partículas, deve existir um
agente cimentante que mantenha essa união, formando assim um agregado. A matéria orgânica
juntamente com os minerais de argila são os dois agentes cimentantes que mais contribuem
para a agregação do solo.
A agregação do solo foi obtida por amostragem fracionada do perfil do
solo, nas camadas de 0-5, 5-10, 10-20 e 20-40 cm, aos 4 e 25 meses da reaplicação dos
resíduos avaliados. Neste período foram conduzidas duas safras com a cultura da soja (ano
agrícola 2005/2006 e 2006/2007), intercaladas com adubação verde de inverno com aveia
preta (inverno 2005 e 2006), assim sendo, uma amostragem ocorreu após a aveia preta
cultivada no inverno de 2005 e outra após a soja cultivada na safra de 2006/2007. Para tal
utilizou-se o tamisamento a seco, composto por um conjunto de peneiras de malha 4,00 – 2,00
mm, 2,00 – 1,00 mm, 1,00 – 0,50 mm, 0,50 – 0,25 mm, 0,25 – 0,05 mm e < 0,05 mm,
separando-se os agregados em classes de tamanho (Tabelas 33 e 34).
Na classe de agregados com tamanho entre 4,00 e 2,00 mm (Tabela
33), a maior classe avaliada, observa-se que nos primeiros 5 cm de profundidade houve um
aumento na porcentagem dos agregados nesta classe de tamanho, da primeira para a segunda
amostragem, aos 4 e 25 meses da reaplicação, respectivamente, resultados também observados
para a testemunha. Fato este, que pode ser atribuído ao longo período de condução da área
experimental sob este sistema de manejo, iniciado em 2002, e se tratar de uma reaplicação dos
tratamentos em 2005, período em que foram conduzidos dois cultivos com aveia preta e dois
com soja, provavelmente em função do manejo em SPD ter proporcionado boa estabilidade a
este solo. No SPD há o acúmulo de material vegetal na superfície, este pode certamente
142
Tabela 33. Porcentagem de partículas retidas nas peneiras de 4,00 - 2,00, 2,00 - 1,00 e 1,00 - 0,50 mm em diferentes profundidades, 4 e 25
meses após a reaplicação superficial de doses dos resíduos LC, LB, Lcal e E, e do calcário (2 Mg ha
-1
), em um Latossolo
Vermelho distrófico sob Sistema Plantio Direto. Botucatu, SP (2005-2007).
Peneira 4,00 - 2,00 mm Peneira 2,00 - 1,00 mm Peneira 1,00 - 0,50 mm
4 meses 25 meses 4 meses 25 meses 4 meses 25 meses
Dose
Mg ha
-1
LC LB Lcal E LC LB Lcal E LC LB Lcal E LC LB Lcal E LC LB Lcal E LC LB Lcal E
------- % de partículas retidas na peneira ------- ------- % de partículas retidas na peneira ------- ------- % de partículas retidas na peneira -------
Profundidade 0 – 5 cm
0 48 48 48 48 56 56 56 56 19 19 19 19 11 11 11 11 8 8 8 8 6 6 6 6
2 49 37 53 43 50 56 66 50 17 18 17 17 11 12 10 13 8 9 7 9 8 7 5 7
4 36 51 54 46 52 78 73 63 18 16 16 17 12 8 9 12 10 8 7 9 8 3 4 6
8 35 43 60 37 55 58 65 55 19 16 16 16 12 14 11 11 10 9 6 10 7 6 5 8
Média 42 45 54 43 53 62 65 56 18 17 17 17 12 11 10 12 9 8 7 9 7 5 5 7
Calcário 58 58 58 58 69 69 69 69 16 16 16 16 9 9 9 9 6 6 6 6 5 5 5 5
Profundidade 5 – 10 cm
0 48 48 48 48 32 32 32 32 12 12 12 12 14 14 14 14 5 5 5 5 14 14 14 14
2 41 45 64 56 32 28 36 32 14 13 11 10 14 15 16 14 8 6 4 4 11 12 12 12
4 43 47 58 60 31 29 35 31 11 11 10 12 15 14 14 14 7 5 6 5 12 13 12 11
8 51 58 70 42 31 29 43 28 13 12 8 13 14 12 10 14 6 5 3 7 12 13 10 13
Média 46 49 60 51 32 29 36 31 12 12 10 12 14 14 13 14 7 5 5 6 12 13 12 12
Calcário 41 41 41 41 35 35 35 35 14 14 14 14 14 14 14 14 8 8 8 8 11 11 11 11
Profundidade 10 – 20 cm
0 37 37 37 37 30 30 30 30 16 16 16 16 11 11 11 11 9 9 9 9 12 12 12 12
2 30 39 39 50 24 29 33 31 17 16 16 16 12 12 12 13 11 9 8 7 13 13 10 12
4 32 40 49 47 29 30 35 31 17 14 14 20 13 12 12 12 10 8 8 5 12 12 12 12
8 24 30 48 40 30 32 37 30 15 16 14 19 12 10 13 12 12 10 7 9 13 11 11 12
Média 31 37 43 43 28 30 34 31 16 15 15 18 12 11 12 12 10 9 8 7 12 12 11 12
Calcário 33 33 33 33 30 30 30 30 16 16 16 16 11 11 11 11 9 9 9 9 12 12 12 12
Profundidade 20 – 40 cm
0 52 52 52 52 33 33 33 33 10 10 10 10 11 11 11 11 5 5 5 5 12 12 12 12
2 50 46 50 48 33 32 40 33 8 10 9 12 11 11 11 12 5 6 5 6 10 12 11 12
4 51 45 49 49 35 32 33 42 10 10 13 10 12 12 12 12 5 6 6 5 12 13 13 12
8 45 48 55 47 33 34 34 35 10 9 9 9 11 12 14 12 6 5 5 6 13 12 12 13
Média 50 48 52 49 33 32 35 36 9 10 10 10 11 11 12 12 5 5 5 5 12 12 12 12
Calcário 49 49 49 49 35 35 35 35 8 8 8 8 12 12 12 12 5 5 5 5 11 11 11 11
LC= lodo de esgoto centrifugado e tratado com cal virgem (ETE de São José dos Campos, SP), LB= lodo de esgoto de biodigestor (ETE de Barueri, SP), Lcal= lama cal, E= escória de
aciaria.
143
Tabela 34. Porcentagem de partículas retidas nas peneiras de 0,50 - 0,25 e 0,25 - 0,05 mm e de partículas < 0,05 mm (fundo) em diferentes
profundidades, 4 e 25 meses após a reaplicação superficial de doses dos resíduos LC, LB, Lcal e E, e do calcário (2 Mg ha
-1
), em
um Latossolo Vermelho distrófico sob Sistema Plantio Direto. Botucatu, SP (2005-2007).
Peneira 0,50 - 0,25 mm Peneira 0,25 - 0,05 mm Peneira < 0,05 mm
4 meses 25 meses 4 meses 25 meses 4 meses 25 meses
Dose
Mg ha
-1
LC LB Lcal E LC LB Lcal E LC LB Lcal E LC LB Lcal E LC LB Lcal E LC LB Lcal E
------- % de partículas retidas na peneira ------- ------- % de partículas retidas na peneira ------- -------- % de partículas no fundo -------
Profundidade 0 – 5 cm
0 14 14 14 14 14 14 14 14 8 8 8 8 9 9 9 9 4 4 4 4 4 4 4 4
2 14 18 13 17 17 14 10 15 8 11 7 9 9 8 6 10 4 5 4 5 5 4 3 5
4 20 14 13 16 15 6 8 10 11 7 6 9 9 4 5 6 5 4 4 5 4 2 2 3
8 19 17 9 19 14 12 10 15 10 9 5 12 8 8 6 7 6 5 3 6 4 4 3 6
Média 17 16 12 16 15 11 10 13 9 9 6 9 9 7 6 8 5 4 3 5 4 3 3 4
Calcário 11 11 11 11 9 9 9 9 6 6 6 6 5 5 5 5 4 4 4 4 3 3 3 3
Profundidade 5 – 10 cm
0 17 17 17 17 23 23 23 23 11 11 11 11 12 12 12 12 7 7 7 7 6 6 6 6
2 20 18 10 14 23 24 21 23 10 11 6 7 14 15 10 13 6 7 4 6 6 7 6 7
4 20 18 13 11 23 25 22 22 11 11 8 7 13 13 12 14 8 8 5 5 6 7 6 8
8 15 13 9 21 23 27 21 25 9 7 5 10 14 12 10 14 6 4 4 6 7 7 6 7
Média 18 17 12 16 23 25 22 23 10 10 8 9 13 13 11 13 7 6 5 6 6 7 6 7
Calcário 19 19 19 19 21 21 21 21 10 10 10 10 11 11 11 11 7 7 7 7 6 6 6 6
Profundidade 10 – 20 cm
0 20 20 20 20 27 27 27 27 12 12 12 12 13 13 13 13 7 7 7 7 8 8 8 8
2 22 19 16 14 29 26 22 24 12 12 12 9 15 13 13 13 6 6 7 5 8 7 8 8
4 22 20 16 16 26 26 23 24 12 12 8 13 14 13 12 13 7 7 6 8 7 7 7 8
8 24 22 15 15 26 27 23 24 16 15 9 11 12 13 11 14 8 7 5 5 7 8 7 8
Média 22 20 17 16 27 26 24 25 13 12 10 11 13 13 12 13 7 7 6 6 8 8 7 8
Calcário 20 20 20 20 26 26 26 26 13 13 13 13 13 13 13 13 8 8 8 8 8 8 8 8
Profundidade 20 – 40 cm
0 16 16 16 16 23 23 23 23 9 9 9 9 12 12 12 12 7 7 7 7 9 9 9 9
2 19 18 17 16 22 25 18 22 10 12 10 10 14 13 10 14 7 9 8 7 10 9 8 9
4 16 20 16 15 23 24 23 19 11 11 9 10 11 12 11 9 8 8 7 8 7 8 8 6
8 18 18 15 18 23 23 21 22 11 10 9 11 12 12 11 10 9 8 7 8 9 8 8 7
Média 17 18 16 16 23 24 21 21 10 11 9 10 12 12 11 11 8 8 7 8 9 8 8 8
Calcário 18 18 18 18 21 21 21 21 11 11 11 11 12 12 12 12 9 9 9 9 8 8 8 8
LC= lodo de esgoto centrifugado e tratado com cal virgem (ETE de São José dos Campos, SP), LB= lodo de esgoto de biodigestor (ETE de Barueri, SP), Lcal= lama cal, E= escória de
aciaria.
144
proporcionar maior teor de matéria orgânica nessa camada em relação às demais, como pode
ser observado pelos resultados obtidos, onde a partir dos primeiros 5 cm até 40 cm de
profundidade houve uma diminuição da porcentagem de agregados para esta classe da
primeira para a segunda amostragem, e em profundidade.
Nos primeiros 5 cm de profundidade pode-se observar o efeito da
calagem sobre a agregação do solo, resultando na maior porcentagem de agregados de
tamanho entre 4,00 e 2,00 mm em relação à testemunha e valores médios de cada um dos
resíduos, aos 4 e 25 meses da reaplicação destes.
O valor reduzido dos agregados com tamanho < 0,05 mm (Tabela 34),
nos primeiros 5 cm de profundidade evidencia os efeitos proporcionados pelo manejo sob
SPD, mediante o não revolvimento so solo, onde há acúmulo de restos vegetais em superfície,
proporcionando maior teor de matéria orgânica neste solo, motivo pelo qual não sejam
evidentes os efeitos da aplicação dos resíduos e do calcário nesta camada.
O resíduo industrial Lcal proporcionou os melhores resultados quanto
a distribuição dos agregados no perfil do solo, de acordo com o tamanho destes, com a maior
porcentagem de agregados na malha de 4,00 – 2,00 mm e a menor na < que 0,05 mm, nas duas
amostragens, merecendo destaque em relação aos demais resíduos e ao calcário, evidenciando
ser um bom condicionador de solo por proporcionar a melhoria da agregação, que por sua vez,
influencia as demais propriedades físicas do solo.
De acordo com os resultados obtidos quanto à distribuição dos
agregados por classe de tamanho no perfil do solo, onde o ideal seria ter a maior porcentagem
de agregados na classe de 4,00 – 2,00 mm e a menor de agregados < 0,05 mm, assim, era de se
esperar que a aplicação dos lodos de esgoto LC e LB se comportasse dessa maneira, no
entanto, essa evidência não foi constatada, por mais que possuam em sua composição elevado
teor de matéria orgânica, 26 e 50% (matéria seca), respectivamente, quando comparados aos
demais resíduos utilizados, apesar de terem proporcionado seu aumento no solo.
Na tentativa de explicar alguns efeitos sobre a agregação do solo,
inúmeros pesquisadores citam a matéria orgânica presente no solo como o principal fator para
agregação deste, no caso deste trabalho, a aplicação dos resíduos e do calcário, além de
aumentar no teor de matéria orgânica, proporcionaram aumento do pH do solo.
145
Neste sentido, Catro Filho (2002) citando Castro Filho e Logan (1998)
inferem que quando se faz a calagem podem ocorrer alguns mecanismos de agregação, que
envolvem os cátions presentes no solo e seu poder de floculação, o comportamento do Al em
função do pH, a mineralogia deste solo, a atividade microbiológica, os ácidos orgânicos
presentes na MO, além da interação entre argilas, cátions polivalentes e a matéria orgânica.
De acordo com Catro Filho (2002), quando se faz a calagem, num
primeiro momento ocorre a dissociação dos ácidos orgânicos presentes na materia orgânica,
liberando cargas negativas, promovendo a disperção, que é o primeiro passo para a diminuição
da agregação, pré-dispondo o solo a erosão. No entanto, a medida que o pH sobe, há a
tendência da neutralização destes ácidos dissociados pelo Al. Em valores de pH acima de 5,4
quando há pouco Al
3+
, o Ca e o Mg podem dominar o complexo de troca, aumentando
novamente a agregação.
Porém, a longo prazo, estão envolvidos outros mecanismos, como a
atividade microbiológica, que inicialmente degrada a MO, começa a produzir hifas (fungos) e
polissacarideos (bactérias), que funcionam como agentes cimentantes, aumentando a
agregação. Com aumento de pH ocorre a precipitação e a polimerização do Al, sendo que a
conseqüência dessa polimerização é a redução do Al na solução do solo e a aderência destes
polímeros às partículas do solo de maneira não trocável, aumentando portanto a agregação do
solo. Citam ainda, que com o aumento de pH também ocorre maior ionização dos grupos
funcionais carboxílicos e fenólicos da matéria orgânica, onde suas cargas negativas são
dependentes de pH, e que essas cargas através das pontes de cátions, principalmente o Ca,
podem se ligar aos colóides do solo, aumentando assim a agregação do solo. Além do Ca,
outros cátions como Mg, Fe, Al, Mn, Zn e Cu formam pontes que ligam os polímeros de argila
carregados negativamente com a superfície dos colóides de argila, também carregados
negativamente. Dessa forma, os resíduos LC, Lcal e E, além do calcário, em função de
aumentar o pH do solo estariam favorecendo a agregação do solo.
Dufranc et al. (2004) cita Edwards e Bremer (1967) onde apontam os
cátions polivalentes como crusciais para unir a fração orgânica e os minerais de argila, sem
essa união, as frações argila e orgânica se dispersam, pois ambas possuem cargas negativas
permanetes. Segundo Stevenson (1982) citado por Castro Filho (2002) o poder de floculação
dos cátions obedece a seguinte ordem Fe
3+
> Al
3+
> H
+
> Ca
2+
> Sr
2+
> Mg
2+
> K
+
> Na
+
>
146
Li
+
. Assim, quanto maior a valência e menor o raio de hidratação, maior o poder de floculação
que é o primeiro passo para a agregação do solo.
Segundo Baver (1952) citado por Dufranc et al. (2004), em solos
ácidos o efeito do Ca na agregação não é tão importante, porque solos saturados com H
+
floculam mais que solos saturados por Ca
2+
. Porem em solos alcalinos, pode-se observar efeito
do Ca, pois este ocupa o lugar do Na no complexo de troca, que é reconhecidamente um
agente dispersante.
O efeito sobre o pH do solo proporcionado pela aplicação dos resíduos
LC, Lcal, E e pelo calcário, atuando também sobre a agregação pode certamente ter
minimizado os efeitos da adição de materia orgânica ao solo por meio da aplicação de lodo de
esgoto, principalmente o lodo LB, que apresenta alto teor de MO em sua composição (Tabela
2), mesmo sendo um manejo conduzido em SPD a mais de 5 anos, caracterizado por ser um
preparo conservacionista, com revolvimento restrito a linha de cultivo, mantendo os resíduos
vegetais na superfície, em função das culturas, fornecendo continuamente materia orgânica ao
solo, outro ponto importante é a atividade microbiana do solo que também exerce efeito sobre
a agregação, estes em conjunto proporcionam efeitos consideráveis sobre as propriedades
físicas do solo.
Os resíduos, com destaque para Lcal, e o calcário aplicados em
superfície sob SPD favoreceram a agregação do solo, apesar de apresentar pouca variação nos
resultados, como apresentado nas Tabelas 33 e 34. Segundo Wohlenberg et al. (2004), as
variações na porcentagem dos agregados por classe de tamanho são dinâmicas, resultantes da
interação contínua e simultânea de fatores químicos, físicos e biológicos, e dependentes do
tipo de sucessão de culturas. Cita que a matéria orgânica e o desenvolvimento das raízes são
os principais agentes responsáveis pela formação de agregados maiores.
Wohlenberg et al. (2004) cita Baver et al. (1973), onde relatam que a
estabilidade dos agregados do solo pode ser resultado da ação de união mecânica por celulas e
hífas dos organismos, da ação cimentante dos produtos derivados da síntese microbiana ou da
ação estabilizadora dos produtos de decomposição que podem agir individualmente ou em
conjunto. Segundo Campos et al. (1999), a agregação pode sofrer alterações permanentes ou
temporárias, evidenciando haver variação cíclica provocada pelas práticas de manejo do solo e
das culturas. Fato observado por Wohlenberg et al. (2004), que trabalhando com solo em
147
campo nativo, sob rotação e sucessão de culturas, e solo descoberto, onde concluíram que a
seqüência das culturas influencia diretamente a agregação do solo, sendo dependente da época
do ano e do tempo de estabelecimento dos sistemas de manejo.
De posse dos dados referente a distribuição dos agregados por classe
de tamanho, por tamisamento a seco, pôde-se determinar índices de agregação do solo, dentre
eles, o diametro médio ponderado (DMP) e o índice de estabilidade dos agregados (IEA).
4.3.1.1 Diâmetro médio ponderado (DMP)
O diâmetro médio ponderado (DMP) do solo foi obtido a partir da
determinação da distribuição dos agregados por classe de tamanho, por tamisamento a seco,
como apresentado anteriormente no item 4.3.1, considerando as classes de tamanho de
agregados de 4,00 - 2,00 mm; 2,00 - 1,00 mm; 1,00 - 0,50 mm; 0,50 - 0,25 mm; 0,25 - 0,05
mm e < 0,05 mm.
Os resultados apresentados na Tabela 35 expressam o resumo da
análise de variância para o DMP dos agregados em um solo sob SPD, decorrente da aplicação
de doses dos resíduos LC, LB, Lcal e E, e do calcário, na superfície, obtidos mediante
amostragem fracionada do perfil do solo (0-5, 5-10, 10-20 e 20-40 cm), aos 4 e 25 meses da
reaplicação dos tratamentos. Conforme os resultados somente houve efeito significativo de
interação sobre a variável DMP para o resíduo Lcal na camada de 10-20 cm de profundidade
aos 25 meses. Também pode-se observar efeitos significativos para a variável DMP entre os
resíduos e quando da comparação destes com a calagem realizada, nas duas épocas de
amostragem e em todo o perfil.
Os maiores valores de DMP foram obtidos nos primeiro 5 cm de
profundidade (Tabela 36). Apresenta também um pequeno aumento do DMP da primeira para
a segunda amostragem, variando de 1,35 a 2,07 mm e de 1,82 a 2,51 mm, aos 4 e 25 meses da
reaplicação dos resíduos e do calcário, apontando para um provável efeito do desenvolvimento
do sistema radicular e pelo acúmulo de resíduos vegetais na superfície proporcionados pelas
culturas da aveia preta e da soja. Lembrando que a área experimental vem sendo manejada sob
SPD desde o ano de 2002, o que confere a este solo adequado nível de material orgânico
(Tabela 9), além de proporcionar maior qualidade, sustentabilidade e capacidade de boa
produção agrícola, como cita a literatura.
148
Tabela 35. Resumo da análise de variância para Diâmetro Médio Ponderado (DMP), em
diferentes profundidades, 4 e 25 meses após a reaplicação superficial dos resíduos
LC, LB, Lcal e E, e do calcário (2 Mg ha
-1
), em um Latossolo Vermelho distrófico
sob Sistema Plantio Direto. Botucatu, SP. (2005-2007).
Diâmetro médio ponderado (DMP)
Meses após a aplicação
Causa de
Variação
4 25
4 25
4 25
4 25
0 – 5 cm 5 – 10 cm 10 – 20 cm 20 – 40 cm
-------------------------------------------------------- mm ------------------------------------------------------------
Resíduo(R)
(1)
* * ns * * * * *
Dose (D) ns ns ns ns ns * ns ns
R X D ns ns ns ns ns * ns ns
Bloco ** ns ns ns ns ns ns ns
CV (%) 13 15 18 13 17 10 11 10
DMS 0,17 0,21 0,24 0,13 0,19 0,09 0,14 0,10
LC
(2)
** ns ns ns ns ns ns ns
CV 13 19 21 14 19 12 12 8
DMS 0,33 0,56 0,55 0,30 0,42 0,22 0,32 0,18
LB
(2)
* * ns ns ns ns ns ns
CV 14 11 25 11 15 9 13 10
DMS 0,39 0,38 0,69 0,23 0,36 0,18 0,35 0,22
Lcal
(2)
* ns ns ns ns * ns *
CV 8 14 21 14 18 7 9 6
DMS 0,25 0,46 0,60 0,24 0,47 0,14 0,26 0,13
E
(2)
* * * * * ns ns *
CV 12 11 14 9 15 10 10 9
DMS 0,33 0,36 0,39 0,18 0,37 0,20 0,28 0,21
LC= lodo de esgoto centrifugado e tratado com cal virgem (ETE de São José dos Campos, SP), LB= lodo de esgoto de
biodigestor (ETE de Barueri, SP), Lcal= lama cal (Luwarcel Celulose Papel Ltda., SP), E= escória de aciaria (Siderurgia
Mannesmann). 0 meses= amostragem realizada antes da reaplicação dos tratamentos (abril/2005).
(1)
Regressão entre as doses
dos resíduos (LC, LB, Lcal e E).
(2)
Teste de média para comparação entre as doses de cada um dos residuos e o calcário.
*= P
< 0,05, **= P < 0,01 e ns= não significativo pelo teste t (LSD).
A aplicação de doses crescentes do resíduo Lcal e de 2 Mg ha
-1
de
calcário no SPD favoreceram a agregação das partículas com tamanho entre 4,00 e 2,00 mm
na camada de 0-5 cm de profundidade, conferindo maiores valores de DMP. Conforme a
Tabela 36, para Lcal o DMP passou de 1,87 para 2,20 mm, enquanto para o calcário passou de
2,07 e 2,27 mm, respectivamente, aos 4 e 25 meses. Nesta camada, a aplicação do lodo de
esgoto LC proporcionou o menor valor médio de DMP quando comparado aos demais
resíduos, nas duas amostragens, sendo que este variou de 1,62 para 1,90 mm, aos 4 e 25
meses, respectivamente. No entanto, esse aumento do DMP nos primeiros 5 cm de
profundidade, da primeira para a segunda amostragem, 4 e 25 meses, respectivamente, não foi
149
observado a partir desta camada até 40 cm de profundidade, após 25 meses (Tabela 36).
Tabela 36. Diâmetro Médio Ponderado (DMP), em diferentes profundidades, 4 e 25 meses
após a reaplicação superficial dos resíduos LC, LB, Lcal e E, e do calcário (2 Mg
ha
-1
), em um Latossolo Vermelho distrófico sob Sistema Plantio Direto. Botucatu,
SP. (2005-2007).
Diâmetro médio ponderado (DMP)
4 meses após a aplicação 25 meses após a aplicação
Dose
Mg ha
-1
LC LB Lcal E LC LB Lcal E
------------------------------------------------------------- mm ------------------------------------------------------
profundidade de 0 - 5 cm
0 1,71 B 1,71 AB 1,71 B 1,71 BC 1,96 1,96 B 1,96 1,96 AB
2 1,86 abAB 1,64 bB 2,07 aA 1,85 abAB 1,82 1,98 B 2,22 1,8 4B
4 1,35 bC 2,03 aAB 1,82 aB 1,80 aABC 1,86 b 2,51 aA 2,39 a 2,17 abAB
8 1,56 abBC 1,81 abAB 1,87 aAB 1,49 bC 1,94 2,05 B 2,22 1,95 AB
Média 1,62 b 1,80 a 1,87 a 1,71 ab 1,90c 2,12 ab 2,20 a 1,98 bc
Regressão ns ns ns ns ns ns ns ns
Calcário 2,07 A 2,07 A 2,07 A 2,07 A 2,27 2,27 AB 2,27 2,27 A
profundidade de 5 - 10 cm
0 1,89 1,89 1,89 1,89 AB 1,40 1,40 1,40 1,40 AB
2 1,71 1,72 2,14 1,76 AB 1,36 1,29 1,50 1,38 AB
4 1,56 1,98 1,67 2,02 A 1,36 1,29 1,45 1,35 AB
8 1,79 1,97 2,15 2,07 A 1,35 b 1,29 b 1,61 a 1,27 bB
Média 1,74 1,89 1,96 1,94 1,37 ab 1,32 b 1,49 a 1,35 b
Regressão ns ns ns ns ns ns ns ns
Calcário 1,57 1,57 1,57 1,57 B 1,47 1,47 1,47 1,47 A
profundidade de 10 - 20 cm
0 1,65 1,65 1,65 1,65 AB 1,28 1,28 1,28 C 1,28
2 1,27 b 1,36 ab 1,66 a 1,65 aAB 1,15 b 1,27 ab 1,35 aBC 1,34 a
4 1,43 b 1,66 ab 1,67 ab 1,82 aA 1,28 1,30 1,43 AB 1,34
8 1,38 1,63 1,75 1,41 B 1,30 b 1,32 b 1,51 aA 1,29 b
Média 1,43 b 1,57 ab 1,68 a 1,63 a 1,25 b 1,29 b 1,39 a 1,31 ab
Regressão ns ns ns ns ns ns L* ns
Calcário 1,66 1,66 1,66 1,66 AB 1,30 1,30 1,30 BC 1,30
profundidade de 20 - 40 cm
0 1,73 1,73 1,73 1,73 1,36 1,36 1,36 B 1,36 B
2 1,71 ab 1,58 b 1,82 ab 1,93 a 1,36 ab 1,32 b 1,54 aA 1,36 abB
4 1,76 1,76 1,67 1,76 1,43b 1,35b 1,39 bB 1,63 aA
8 1,70 1,72 1,78 1,85 1,37 1,40 1,43 AB 1,45 AB
Média 1,72 1,70 1,75 1,82 1,38 1,36 1,43 1,45
Regressão ns ns ns ns ns ns ns ns
Calcário 1,86 1,86 1,86 1,86 1,43 1,43 1,43 AB 1,43 AB
LC= lodo de esgoto centrifugado, LB= lodo de esgoto de biodigestor, Lcal= lama cal, E= escória de aciaria. Médias seguidas
de mesma letra, minúscula na linha, entre os resíduos, e maiúscula na coluna, entre as doses de cada resíduo resíduo e o
calcário, para cada uma das profundidades, não diferem estatisticamente a 1 e 5% pelo teste t (LSD). ns= não significativo, *=
P < 0,05 e **= P < 0,01; L e Q= regressão linear e quadrática, respectivamente.
150
Observando-se o compoprtamento dos dois lodos de esgoto utilizados,
LC e LB, verifica-se os maiores valores médios de DMP pela aplicação de LB, aos 4 meses da
reaplicação, até 20 cm de profundidade, também foi superior na camada de 0-5 cm aos 25
meses. Filizola et al. (2006) trabalhando com aplicações sucessivas de lodos de esgoto da ETE
de Franca e da ETE de Barueri, num total de 3 aplicações, observaram em todos os
tratamentos com lodo que houve diminuição do DMP em relação a testemunha, indicando um
efeito negativo sobre a estrutura do solo. No entanto, a literatura cita inúmeros pesquisadores
que obtiveram efeitos positivos da aplicação de lodo de esgoto sobre a agregação e estrutura
do solo, como Jorge et al. (1991), Marciano et al. (2001), Melo et al. (2001, 2004), Souza et al.
(2005), Corrêa (2005), Macedo et al. (2006).
Os lodos de esgoto são considerados condicionadores do solo por
proporcionarem maior estabilidade dos agregados, retenção de água, porosidade e aeração
além de diminuição da densidade, por meio da adição de matéria orgânica ao solo (JORGE et
al., 1991; MELO e MARQUES, 2000; MELO et al., 2004).
Os maiores valores médios de DMP foram obtidos com a aplicação do
resíduo alcalino Lcal, até 20 cm de profundidade, nas duas amostragens (Tabela 36).
Observando-se as amostragens realizadas aos 4 e 25 meses da aplicação, nos primeiros 5 cm
de profundidade o DMP passou de 1,87 para 2,20 mm. Na camada de 20-40 cm este somente
apresentou valor médio menor de DMP em relação ao proporcionado pela escória. A aplicação
do resíduo industrial Lcal promove o incremento do DMP (Figura 38), com comportamento
linear crescente na camada de 10-20 cm, como observado aos 25 meses da aplicação deste. Na
camada de 20-40 cm, nas duas amostragens, mesmo não diferindo estatisticamente dos
residuos LC, LB e Lcal, a aplicação de escória proporcionou o maior valor médio de DMP.
O resíduo Lcal, devido ao baixo custo de aquisição, tem sido utilizado
por agricultores próximos a indústrias de celulose, como corretivo da acidez do solo, pois
possuem a capacidade de elevar o pH em função da presença de hidróxido, no entanto,
apresenta o sódio em sua constituição, na forma de NaOH. Segundo Albuquerque et al.
(2002), a aplicação deste resíduo pode acarretar problemas de dispersão da argila, e como
consequência a diminuição da estabilidade dos agregados, além de causar desbalanço de
nutrientes no solo, comprometendo dessa forma, algumas propriedades físicas e químicas.
151
Os resultados obtidos demonstram não haver efeito negativo pela
aplicação de Lcal no solo devido a presença de Na em sua constituição. No entanto, por este
ser considerado um agente dispersante era de se esperar um efeito negativo sobre a
estabilidade dos agregados determinada pelo DMP. Albuquerque et al. (2002) trabalhando
com este mesmo tipo de resíduo alcalino também não observou efeito negativo da aplicação
deste sobre o DMP como parâmetro de estabilidade dos agregados. Com base em pesquisas,
este cita que a adição de resíduo alcalino favorece a dispersão da argila pelo aumento do teor
de Na, do pH e pela neutralização do Al trocável, no entanto, a elevação da concentração
eletrolítica e a adição de Ca e Mg podem amenizar o efeito dispersante.
ŷ = 1,292+0,028*x R
2
= 0,98
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
02468
Dose (Mg ha
-1
)
DMP (mm)
Calc ár io
LC
LB
Lcal
E
ŷ = 1,31
ŷ = 1,29
ŷ = 1,25
10 - 20 cm
ŷ= 1,30
Figura 38. Diâmetro Médio Ponderado (DMP), 25 meses após a reaplicação superficial dos
resíduos LC, LB, Lcal e E, e do calcário (2 Mg ha
-1
), em um Latossolo Vermelho
distrófico sob Sistema Plantio Direto. Botucatu, SP (2005-2007).
Segundo Silva e Mielniczuk (1997), as raízes, apesar de representarem
uma pequena fração dos constituintes orgânicos do solo, exercem grande influência na
formação e estabilidade dos agregados do solo.
Berton et al. (2004) cita que a estabilidade da estrutura varia com as
características intrínsecas do solo e com os sistemas de manejo e cultivo. O DMP dos
agregados é um dos índices que indica a estabilidade da estrutura frente à ação de degradação
da água, podendo indicar o grau de susceptibilidade do solo a erosão hídrica. No entanto,
segundo ele, um agregado com elevado DMP nem sempre apresenta adequada distribuição de
tamanho de poros no seu interior, o que implica na qualidade estrutural.
152
O DMP é um índice que traduz a estabilidade dos agregados (Dufranc
et al., 2004). Segundo Kiehl (1979) não se conhecem números absolutos para interpretar,
através dos resultados da análise de agregados, quando um solo pode ser considerado de boas
ou más propriedades físicas. De maneira geral, aceita-se como sendo de baixa estabilidade, os
solos com índice de agregação (DMP) abaixo de 0,5 mm. Considerando este valor de DMP
proposto por Kiehl (1979), pode-se inferir que os valores de DMP proporcionados pela
aplicação dos resíduos LC, LB, Lcal, E e, também, pelo calcário no SPD representam efeito
positivo sobre a qualidade estrutural do solo com o passar dos anos.
4.3.1.2 Índice de estabilidade de agregados (IEA)
Assim como para o diâmetro médio ponderado (DMP), o índice de
estabilidade de agregados (IEA) foi determinado a partir da obtenção da distribuição dos
agregados por classe de tamanho, por tamisamento a seco.
A análise de variância presente na Tabela 37 expressa os resultados
estatísticos referentes ao IEA dos agregados em um solo sob SPD decorrente da aplicação de
doses dos resíduos LC, LB, Lcal e E, e do calcário, na superfície, obtidos mediante
amostragem fracionada do perfil do solo, nas camadas de 0-5, 5-10, 10-20 e 20-40 cm, aos 4 e
25 meses da reaplicação dos tratamentos. Conforme os resultados houve efeito significativo
para interação entre dose e resíduos para o IEA dos agregados somente na camada de 0-5 cm,
na amostragem realizada após 4 meses da aplicação da escória. Podem-se observar efeitos
significativos para a variável IEA entre os resíduos e quando da comparação destes com a
calagem nas duas épocas de amostragem e em todo o perfil, exceto na camada de 5-10 cm de
profundidade aos 25 meses.
Seguindo o comportamento observado para DMP, observou-se
comportamento semelhante para IEA, visto que ambos foram obtidos a partir da mesma
determinação. Os maiores valores médios de IEA foram obtidos nos primeiro 5 cm de
profundidade (Tabela 38), proporcionando a maior estabilidade de agregados na camada
superficial, o que segundo a literatura, é característico de sistemas conservacionistas como o
SPD. Da primeira para a segunda amostragem, 4 e 25 meses da reaplicação dos tratamentos,
os valores de IEA na camada de 0-5 cm foram pouco modificados, com valores médios
variando de 85 para 87%, de 87 para 90%, de 88 para 91%, de 85 para 88%, da primeira para a
153
segunda amostragem, respectivamente para os resíduos LC, LB, Lcal e E, enquanto para a
calagem o valor médio foi de 91% nas duas amostragens. A partir desta camada até os 40 cm
de profundidade o IEA apresentou uma gradual diminuição no perfil e da primeira para a
segunda amostragem.
Como pode ser visualizado na Figura 39, somento foi observado efeito
significativo para dose quando aplicado o resíduo escória na camada de 0-5 cm de
profundidade, na amostragem realizada aos 4 meses apresentou comportamento linear
decrescente em função do aumento das doses.
Tabela 37. Resumo da análise de variância para Índice de Estabilidade de Agregados (IEA),
em diferentes profundidades, 4 e 25 meses após a reaplicação superficial de doses
dos resíduos LC, LB, Lcal e E, e do calcário (2 Mg ha
-1
), em um Latossolo
Vermelho distrófico sob Sistema Plantio Direto. Botucatu, SP. (2005-2007).
Índice de estabilidade de agregados (IEA)
Meses após a aplicação
Causa de
Variação
4 25
4 25
4 25
4 25
0 – 5 cm 5 – 10 cm 10 – 20 cm 20 – 40 cm
-------------------------------------------------------- mm ------------------------------------------------------------
Resíduo(R)
(1)
ns * * ns ns ** * ns
Dose (D) ns ns ns ns ns ns ns ns
R X D ** ns ns ns ns ns ns ns
Bloco * * ns * ns ns ns ns
CV (%) 4 5 5 5 7 4 4 5
DMS 2,49 3,32 3,13 2,70 3,95 2,39 2,02 2,72
LC
(2)
** ns ns ns * ns ns *
CV 4 7 5 5 6 4 4 4
DMS 5,58 9,61 5,74 6,51 6,98 4,45 5,13 4,42
LB
(2)
* * ns ns * ns * ns
CV 4 5 7 4 6 5 4 6
DMS 5,71 6,67 8,75 5,08 7,31 5,67 4,84 5,59
Lcal
(2)
* * ns ns ns * ns ns
CV 2 5 6 3 7 5 3 6
DMS 2,93 6,23 7,25 3,82 8,36 6,13 4,00 6,68
E
(2)
* ns * ns ns ns * *
CV 4 4 4 5 8 4 3 4
DMS 5,35 5,63 5,39 5,72 10,18 4,99 3,86 4,90
LC= lodo de esgoto centrifugado e tratado com cal virgem (ETE de São José dos Campos, SP), LB= lodo de esgoto de
biodigestor (ETE de Barueri, SP), Lcal= lama cal (Luwarcel Celulose Papel Ltda., SP), E= escória de aciaria (Siderurgia
Mannesmann). 0 meses= amostragem realizada antes da reaplicação dos tratamentos (abril/2005).
(1)
Regressão entre as doses
dos resíduos (LC, LB, Lcal e E).
(2)
Teste de média para comparação entre as doses de cada um dos residuos e o calcário.
*= P
< 0,05, **= P < 0,01 e ns= não significativo pelo teste t (LSD).
154
Tabela 38. Índice de Estabilidade de Agregados (IEA), em diferentes profundidades, 4 e 25
meses após a reaplicação superficial de doses dos resíduos LC, LB, Lcal e E, e do
calcário (2 Mg ha
-1
), em um Latossolo Vermelho distrófico sob Sistema Plantio
Direto. Botucatu, SP. (2005-2007).
Índice de estabilidade de agregados (IEA)
4 meses após a aplicação 25 meses após a aplicação
Dose
Mg ha
-1
LC LB Lcal E LC LB Lcal E
------------------------------------------------------------- mm ------------------------------------------------------
profundidade de 0 - 5 cm
0 86 AB 86 AB 86 B 86 AB 87 87 B 87 B 87
2 89 aAB 84 bB 90 aA 88 abA 86 88 AB 91 AB 86
4 77 bC 91 aA 87 aB 86 aAB 87 b 95 aA 94 aA 91 ab
8 84 abBC 87 aAB 88 aAB 81 bB 88 89 AB 92 AB 89
Média 85 b 87 ab 88 a 85 ab 87 b 90 ab 91 a 88 ab
Regressão ns ns ns L* ns ns ns ns
Calcário 91 A 91 A 91 A 91 A 91 91 AB 91 AB 91
profundidade de 5 - 10 cm
0 85 85 85 85 AB 83 83 83 83
2 84 ab 82 b 89 a 81 bB 79 79 83 81
4 81 85 83 87 A 81 80 82 79
8 84 88 88 87 A 79 81 84 80
Média 83 85 86 85 80 80 83 80
Regressão ns ns ns ns ns ns ns ns
Calcário 82 82 82 82 AB 82 82 82 82
profundidade de 10 - 20 cm
0 83 AB 83 AB 83 83 79 79 79 AB 79
2 77 B 78 B 82 84 77 79 76 B 80
4 81 AB 80 AB 85 88 79 80 81 AB 79
8 80 AB 82 AB 86 79 80 ab 80 ab 84 aA 77 b
Média 80 b 81 ab 84 a 84 a 80 79 80 79
Regressão ns ns ns ns ns ns ns ns
Calcário 85 A 85 A 85 85 79 79 79 AB 79
profundidade de 20 - 40 cm
0 82 82 A 82 82 AB 79 AB 79 79 79 B
2 82 a 77 bB 83 a 84 aA 76 B 78 80 78 B
4 80 81 AB 82 80 B 82 A 81 80 85 A
8 81 81 AB 82 82 AB 79 AB 80 81 82 AB
Média 81 80 82 82 79 79 80 81
Regressão ns ns ns ns ns ns ns ns
Calcário 82 82 A 82 82 AB 79 AB 79 79 79 B
LC= lodo de esgoto centrifugado, LB= lodo de esgoto de biodigestor, Lcal= lama cal, E= escória de aciaria. Médias seguidas
de mesma letra, minúscula na linha, entre os resíduos, e maiúscula na coluna, entre as doses de cada resíduo resíduo e o
calcário, para cada uma das profundidades, não diferem estatisticamente a 1 e 5% pelo teste t (LSD). ns= não significativo, *=
P < 0,05 e **= P < 0,01; L e Q= regressão linear e quadrática, respectivamente.
155
ŷ = 87,89-0,697*x R
2
= 0,74
50
60
70
80
90
100
02468
Dose (Mg ha
-1
)
IEA (%)
Calcário
LC
LB
Lcal
E
ŷ = 86,90
ŷ = 84,66
0 - 5 cm
ŷ = 87,91
ŷ= 90,50
Figura 39. Índice de Estabilidade de Agregados (IEA), 4 meses após a reaplicação superficial
de doses dos resíduos LC, LB, Lcal e E, e do calcário (2 Mg ha
-1
), em um Latossolo
Vermelho distrófico sob Sistema Plantio Direto. Botucatu, SP (2005-2007).
Além dos processos já citados que ocorrem no solo para que ocorra a
agregação das partículas, dentre eles, o teor de matéria orgânica presente no solo, os
microorganismos, o pH, além dos cátions presentes, deve-se destacar que a cobertura vegetal
também exerce grande influência sobre a agregação do solo.
Estudos indicam que as gramíneas proporcionam efeitos benéficos na
agregação do solo, merecendo destaque para as rotações de culturas efetuadas no sistema
plantio direto, que além de proteger o solo do impacto direto das gotas da chuva,
proporcionam redução da desagregação e do transporte de partículas de solo.
Siqueira (2002) cita em sua revisão que o IEA e o DMP aumentam do
preparo convencional para a escarificação e deste para o sistema plantio direto. Nos sistemas
com maior mobilização do solo ocorrem menor agregação e estabilidade de agregados do solo,
em contrapartida, no SPD, decorrente do aumento do tempo de cultivo, há acréscimo nos
valores de agregação e estabilidade de agregados. Cita ainda, que a maior agregação do solo
pode ser conseguida com a manutenção da palha das culturas sobre a superfície, em relação a
sua incorporação ou eliminação. Aponta também, que o aumento da agregação pode ser
conseguido por meio da rotação de culturas, utilizando adubos verdes.
Segundo Basso e Reinert (1998), as plantas de cobertura do solo levam
a uma variação temporal da estabilidade estrutural de agregados no inverno e aumentam a
estabilidade estrutural do solo no verão, na cultura do milho sob SPD. Assim, verifica-se que
as seqüências das culturas influenciam na agregação do solo diferencialmente, dependendo da
156
época do ano e da cobertura vegetal. Neste sentido, Campos et al. (1999) trabalhando com
plantas de cobertura de inverno e manejos de solo, constataram que a aveia preta proporcionou
maiores valores de estabilidade estrutural durante o ciclo das culturas de inverno, o que é
atribuído ao sistema radicular das gramíneas criando assim ambiente favorável a agregação,
cobertura do solo, fornecimento de material orgânico e conservação da umidade favorável a
ação dos microrganismos, enquanto o tremoço azul proporcionou maiores valores durante o
ciclo do milho.
Wohlenberg et al. (2004) observaram a ação direta das culturas na
formação e estabilização dos agregados, apresentando maior estabilidade nos sistemas de
cultivo que aportam boas quantidades de material orgânico e que cubram o solo durante todo o
ano, e demonstraram que as seqüências de culturas com sucessão de gramíneas com
leguminosas apresentam maior agregação, além destas influenciarem diferenciadamente na
agregação do solo, dependendo da época do ano e tempo de estabelecimento dos sistemas de
culturas.
Segundo Kiehl (1979), a estabilidade e a distribuição relativa de
tamanho de agregados e de poros do solo são variáveis que servem para avaliar indiretamente
a qualidade de sua estrutura. Pois sabe-se que a estrutura exerce papel fundamental na
retenção, infiltração e armazenamento de água, na permeabilidade e erodibilidade do solo e na
erosão hídrica. Em geral, um solo com estrutura de boa qualidade apresenta boa capacidade de
retenção, infiltração, permeabilidade e armazenamento de água no seu interior, o que, como
um todo, irá refletir em menor erodibilidade do solo.
4.3.2 Porosidade do solo
O uso intensivo do solo tem causado a deterioração de suas
propriedades físicas, em decorrência da erosão e da degradação da estrutura do solo,
ocasionado principalmente por modificações na densidade e na porosidade do solo, que podem
variar consideravelmente, dependendo da textura, do teor de matéria orgânica do solo e da
freqüência de cultivos (ARAUJO et al., 2004). Dessa forma, diferentes sistemas de manejo
resultam em mudanças na composição e arranjo dos constituintes do solo, que em alguns casos
podem prejudicar a conservação do solo e reduzir a produtividade das culturas.
157
No SPD em função do não revolvimento do solo ocorre o adensamento
da camada superior do perfil do solo, tornando-a mais compactada, com maior densidade e
maior resistência a penetração das raízes (SIQUEIRA, 2002), decorrente em grande parte da
diminuição do volume de macroporos na camada superficial (STONE e SILVEIRA, 1999,
BERTOL et al., 2001), quando comparado ao sistema convencional de cultivo onde há grande
mobilização do solo.
Na agricultura, a porosidade regula as relações entre as fazes sólida,
líquida e gasosa do solo. Neste sentido, é imprescindível o conhecimento da distribuição do
tamanho de poros no solo, proporção de macro e microporos, pois estes condicionam o
comportamento físico-hídrico do solo (KLEIN e LIBARDI, 2002). A presença de uma rede
ideal de poros, com ampla variação de diâmetros, é um fator-chave na fertilidade do solo que
influi na produtividade das culturas (REZENDE, 1997). Sua importância se deve ao
armazenamento e movimento de água e ar do solo, no desenvolvimento do sistema radicular
das plantas, no fluxo e retenção de calor e na tenacidade oferecida as máquinas agrícolas
utilizadas para o preparo do solo (KIEHL, 1979).
Objetivando avaliar o comportamento da porosidade de um solo
manejado sob SPD a mais de 5 anos, decorrente da aplicação em superfície dos resíduos LC,
LB, Lcal, E e também do calcário, em 2002 (CORRÊA, 2005) e em 2005 (reaplicação dos
tratamentos), coletou-se amostras indeformadas, obtidas com anel volumétrico, e determinou-
se a porosidade pelo método da mesa de tensão com potencial de 0,006 MPa, obtendo assim, a
macroporosidade, microporosidade e porosidade total. Para tal, a amostragem foi realizada aos
25 meses da reaplicação dos resíduos e do calcário, portanto, após a colheita da soja cultivada
na safra de 2006/2007, mediante fracionamento do perfil do solo nas camadas de 0-5, 5-10,
10-20 e 20-40 cm. Lembrando que no período compreendido entre a reaplicação e a
amostragem foram conduzidas duas safras com a cultura da soja, intercaladas com adubação
verde de inverno com aveia preta.
4.3.2.1 Macroporosidade do solo
De acordo com os resultados obtidos, pode-se observar nas Tabelas 39
e 40 que a macroporosidade do solo em SPD não foi alterada significativamente pela aplicação
de doses crescentes dos lodos de esgoto, LC da ETE de São Jose dos Campos, SP e LB da
158
ETE de Barueri, SP, nem pelos resíduos industriais, lama cal (Lcal) e escória (E), o que
também foi observado com relação à comparação entre estes e a calagem.
Segundo Bertol (1989), os macroporos são os primeiros e os mais
afetados pelo processo de compactação do solo. Segundo este, verificou o aumento da
densidade do solo cultivado, ocasionando a redução da macroporosidade, quando comparado à
condição natural.
Nos macroporos a água drena e o ar se move livremente, é referida
também como a porosidade de aeração, porque é a porosidade encontrada no solo na
capacidade de campo, isto é, depois do solo ter sido saturado com água, e ter ocorrido a
percolação da maior parte da água gravitacional, momento em que o ar passa a ocupar os
poros não capilares ou macroporos. (KIEHL, 1979).
Para Kiehl (1979), um solo ideal para a produção agrícola, com um
desenvolvimento radicular satisfatório, deve apresentar 0,50 m
3
m
-3
de porosidade total, o que
equivale a 50% do espaço poroso, sendo 1/3 de macroporos e 2/3 de microporos. Erickson
(1982) citado por Klein e Libardi (2002), cita que para a maioria das culturas deve-se ter um
volume mínimo de espaço poroso livre de água, os macroporos, em torno de 0,10 m
3
m
-3
. No
entanto, citam que esses valores servem apenas como referência, pois a taxa de difusão gasosa
no solo depende da profundidade e da densidade do sistema radicular, da temperatura do solo,
da tortuosidade do espaço poroso, dentre outros.
Diante dos resultados obtidos, como apresentado nas Tabelas 39 e 40,
mesmo não havendo efeito significativo sobre a macroporosidade do solo aos 25 meses da
aplicação dos resíduos LC, LB, Lcal e E, estes proporcionaram aumentos no volume dos
macroporos até 10 cm de profundidade, quando comparados a testemunha, exceto no
tratamento com 8 Mg ha
-1
de escória na camada de 5-10 cm que manteve o mesmo valores
apresentado pela testemunha, que nesta camada foi de 0,018 m
3
m
-3
. No entanto, também
foram observados ao longo do perfil, mas em menores proporções.
Na camada superficial, a aplicação dos resíduos LC, LB, Lcal e E,
considerando as doses de 2, 4 e 8 Mg ha
-1
, proporcionaram incrementos de macroporos de
0,035 m
3
m
-3
(testemunha) para 0,070, 0,048, 0,042 e 0,043 m
3
m
-3
, respectivamente.
Com relação aos resíduos avaliados, os lodos de esgoto LC e LB
proporcionaram os maiores valores de macroporos no solo, o que pode ser atribuído à adição
159
Tabela 39. Resumo da análise de variância para macro, micro e porosidade total, e densidade
do solo, 25 meses após a reaplicação superficial dos resíduos LC, LB, Lcal e E, e
do calcário (2 Mg ha
-1
), em um Latossolo Vermelho distrófico sob Sistema Plantio
Direto. Botucatu, SP.
Macro Micro PT DS Macro Micro PT DS
Causa de
Variação
-------------- m
3
m
-3
-------------- -- kg dm
-3
--
-------------- m
3
m
-3
-------------- -- kg dm
-3
--
Profundidade 0 – 5 cm Profundidade 5 – 10 cm
Resíduo (R)
(1)
ns ns * ns ns ns ns ns
Dose (D) ns * * ns ns ** ns ns
R X D ns ns * * ns ns * ns
Bloco ** ** * ns ** ** ** **
C.V. 69 12 10 6 71 8 8 4
DMS 0,023 0,032 0,030 0,13 0,012 0,018 0,019 0,048
LC
(2)
ns ns ns ns ns * ns ns
CV 48 11 10 6 52 6 6 5
DMS 0,044 0,062 0,066 0,135 0,021 0,029 0,032 0,115
LB
(2)
ns * 8 ns ns * * ns
CV 97 13 11 5 54 8 7 3
DMS 0,067 0,072 0,065 0,106 0,021 0,039 0,039 0,078
Lcal
(2)
ns ns ns ns ns ns ns ns
CV 63 13 9 5 93 8 9 4
DMS 0,040 0,069 0,054 0,104 0,038 0,041 0,048 0,093
E
(2)
ns ns ns * ns * ns ns
CV 48 12 9 5 51 7 8 4
DMS 0,031 0,037 0,058 0,113 0,017 0,036 0,044 0,092
Profundidade 10 – 20 cm Profundidade 20 – 40 cm
Resíduo (R)
(1)
ns ns ns ns ns ns ns ns
Dose (D) ns ** ** ns ns ** * ns
R X D ns * * ns ns ns ns ns
Bloco ** ** ns ns ** ** ** ns
C.V. 66 11 10 4 68 10 10 6
DMS 0,012 0,05 0,05 0,09 0,013 0,024 0,027 0,067
LC
(2)
ns * * ns ns ns ns ns
CV 56 8 9 5 66 10 11 9
DMS 0,024 0,041 0,047 0,110 0,027 0,050 0,058 0,207
LB
(2)
ns * * * ns * ns ns
CV 84 13 11 5 54 9 10 6
DMS 0,038 0,064 0,061 0,119 0,024 0,047 0,053 0,146
Lcal
(2)
ns ns ns ns ns ns ns ns
CV 70 11 12 5 59 11 11 8
DMS 0,029 0,058 0,065 0,118 0,022 0,060 0,061 0,179
E
(2)
ns * * ns ns * ns ns
CV 70 10 10 4 91 9 11 6
DMS 0,029 0,049 0,053 0,095 0,037 0,043 0,060 0,147
LC= lodo de esgoto centrifugado e tratado com cal virgem (ETE de São José dos Campos, SP), LB= lodo de esgoto de
biodigestor (ETE de Barueri, SP), Lcal= lama cal (Luwarcel Celulose Papel Ltda., SP), E= escória de aciaria (Siderurgia
Mannesmann). 0 meses= amostragem realizada antes da reaplicação dos tratamentos (abril/2005).
(1)
Regressão entre as doses
dos resíduos (LC, LB, Lcal e E).
(2)
Teste de média para comparação entre as doses de cada um dos residuos e o calcário.
*= P
< 0,05, **= P < 0,01 e ns= não significativo pelo teste t (LSD).
160
Tabela 40. Macro e microporosidade do solo (m
3
m
-3
), em diferentes profundidades, 25 meses
após a reaplicação superficial dos resíduos LC, LB, Lcal e E e do calcário (2 Mg ha
-
1
), em um Latossolo Vermelho distrófico sob Sistema Plantio Direto. Botucatu, SP
(2007).
Macroporosidade Microporosidade
Dose
Mg ha
-1
LC LB Lcal E LC LB Lcal E
------------------------- m
3
m
-3
----------------------- -------------------------- m
3
m
-3
------------------------
Profundidade 0 - 5 cm
0 0,035 0,035 0,035 0,035 0,390 0,390 A 0,390 0,390
2 0,068 0,035 0,035 0,035 0,343 0,338 AB 0,350 0,353
4 0,078 0,045 0,050 0,053 0,373 0,318 B 0,345 0,353
8 0,065 0,063 0,040 0,040 0,348 0,353 AB 0,340 0,375
Média 0,061 0,044 0,040 0,041 0,363 0,349 0,356 0,368
Regressão ns ns ns ns ns Q* ns ns
Calcário 0,048 0,048 0,048 0,048 0,353 0,353 AB 0,353 0,353
Profundidade 5 - 10 cm
0 0,018 0,018 0,018 0,018 0,353 A 0,353 A 0,353 0,353 A
2 0,025 0,020 0,020 0,023 0,320 B 0,333 AB 0,333 0,325 AB
4 0,033 0,025 0,043 0,025 0,325 AB 0,303 B 0,333 0,305 B
8 0,028 0,038 0,025 0,018 0,318 B 0,338 AB 0,315 0,318 AB
Média 0,026 0,025 0,026 0,021 0,329 0,331 0,333 0,325
Regressão ns ns ns ns ns Q* L* Q*
Calcário 0,028 0,028 0,028 0,028 0,320 B 0,320 AB 0,320 0,320 AB
Profundidade 10 - 20 cm
0 0,023 0,023 0,023 0,023 0,370 A 0,370 A 0,370 0,370 A
2 0,030 0,020 0,025 0,025 0,310 B 0,300 B 0,350 0,325 AB
4 0,030 0,045 0,023 0,033 0,325 abB 0,290 bB 0,345 a 0,308 abB
8 0,020 0,025 0,028 0,018 0,320 B 0,328 AB 0,313 0,308 B
Média 0,026 0,028 0,024 0,024 0,331 0,322 0,344 0,328
Regressão ns ns ns ns ns Q** L* L*
Calcário 0,035 0,035 0,035 0,035 0,325 B 0,325 AB 0,325 0,325 AB
Profundidade 20 - 40 cm
0 0,025 0,025 0,025 0,025 0,360 0,360 A 0,360 0,360 A
2 0,033 0,028 0,018 0,020 0,313 0,310 B 0,353 0,313 B
4 0,028 0,028 0,025 0,038 0,320 0,310 B 0,348 0,308 B
8 0,020 0,040 0,030 0,025 0,320 0,338 AB 0,335 0,323 AB
Média 0,026 0,030 0,024 0,027 0,328 0,329 0,349 0,326
Regressão ns ns ns ns ns Q* ns Q*
Calcário 0,025 0,025 0,025 0,025 0,343 0,343 AB 0,343 0,343 AB
LC= lodo de esgoto centrifugado, LB= lodo de esgoto de biodigestor, Lcal= lama cal, E= escória de aciaria. Médias seguidas
de mesma letra, minúscula na linha, entre os resíduos, e maiúscula na coluna, entre as doses de cada resíduo resíduo e o
calcário, para cada uma das profundidades, não diferem estatisticamente a 1 e 5% pelo teste t (LSD). ns= não significativo, *=
P < 0,05 e **= P < 0,01; L e Q= regressão linear e quadrática, respectivamente.
de material orgânico por estes, pois apresentam em sua constituição 26 e 50% de MO,
respectivamente. Onde nos primeiros 10 cm os maiores valores de macroporos no solo foram
proporcionados pelo lodo de esgoto LC, e desta até 40 cm foi no tratamento LB.
161
Melo et al. (2004) observou aumento da macroporosidade do solo a
10 cm de profundidade a partir da dose de 47,5 Mg ha
-1
de lodo de esgoto no Latossolo
Vermelho distrófico e de 50,0 Mg ha
-1
no Latossolo Vermelho eutroférrico argiloso.
Constatou-se pelos resultados obtidos que todos os tratamentos
apresentaram macroporosidade inferior ao valor mínimo de 0,10 m
3
m
-3
, considerado como
ideal por pesquisadores. No entanto, pode-se observar nos primeiros 5 cm de profundidade
que tanto a aplicação dos resíduos LC, LB, Lcal e E, nas doses de 2, 4 e 8 Mg ha
-1
, como a
calagem na dose de 2 Mg ha
-1
proporcionaram o aumento da macroporosidade do solo, mesmo
não ultrapassando este volume mínimo. Resultados que demonstram haver efeitos positivos
sobre a macroporosidade decorrente da aplicação dos resíduos LC, LB, Lcal e E em cobertura
no SPD.
Com relação à calagem, tomando-se por base os valores de
macroporos obtidos no tratamento testemunha, que foi de 0,035 m
3
m
-3
na camada superficial,
de 0,018, 0,023 m
3
m
-3
nas camadas subseqüentes, de 5-10, 10-20 cm, mesmo não sendo
significativamente diferentes, pode-se observar o efeito positivo da aplicação de 2 Mg ha
-1
de
calcário sobre a melhoria da macroporosidade do solo até 20 cm de profundidade, tendo seus
valores aumentados para 0,048, 0,028 e 0,035 m
3
m
-3
, respectivamente, enquanto na camada
de 20-40 cm o valor obtido nos dois tratamentos foi de 0,025 m
3
m
-3
.
Em todo o perfil avaliado, os valores de macroporosidade observados
em todos os tratamentos estiveram abaixo do que preconiza Erickson (1982), onde afirma ser
necessário, no mínimo 0,10 m
3
m
-3
de macroporos para o desenvolvimento da maioria das
culturas. Valores estes que indicam possíveis problemas de infiltração de água, circulação de
oxigênio e, conseqüentemente, o desenvolvimento das raízes das culturas (KLEIN e
LIBARDI, 2002; BERTOL et al., 2004). Enquanto Hillel (1970) citado por Klein e Libardi
(2002), afirma que para o bom desenvolvimento das plantas, há necessidade de no mínimo
entre 0,06 e 0,20 m
3
m
-3
de macroporos, dependendo do tipo de solo.
Como é sabido, o uso e o manejo do solo alteram a densidade do solo,
e conseqüentemente a porosidade total e os macroporos. Diante disso, Tormena et al. (1998)
estudaram as alterações ocorridas na porosidade de aeração (macroporos) no SPD, onde
observaram que ao longo do tempo, mesmo sem mobilizar o solo, houve aumento da
porosidade total e de macroporos, que segundo eles, foi devido à ação do sistema radicular da
162
aveia preta como adubação verde. Enquanto outros pesquisadores, como Stone e Silveira
(1999) e Bertol et al. (2001) observaram que no SPD em função do não revolvimento do solo
promove a compactação e a diminuição do volume de macroporos na camada superficial.
Araújo et al (2004) trabalhando com um Latossolo Vermelho distrófico observaram em uma
área cultivada maiores valores de densidade do solo e menores valores de porosidade total e
macroporosidade do solo comparado com o solo sob mata nativa, com o SPD apresentando
valores intermediários.
Com relação à macroporosidade do solo, esta apresenta baixos valores
em todo o perfil, os quais, segundo pesquisadores, podem acarretar em problemas quanto à
limitação do desenvolvimento radicular das culturas, cujos valores indicam uma provável
compactação do solo na área experimental. No entanto, este possível efeito negativo sobre o
desenvolvimento das plantas, que poderia acarretar em menor produção de grãos, como no
caso, a cultura da soja, não foi observado no decorrer do experimento, o que pode ser atribuído
ao manejo da área experimental, por estar sendo conduzida em SPD a mais de 5 anos.
4.3.2.2 Microporosidade do solo
O resultado da análise de variância referente à microporosidade do
solo, apresentado na Tabela 39, aponta para efeitos significativos decorrentes da aplicação dos
resíduos LC, LB, Lcal e E, e também, quanto à comparação destes com a calagem, aos 25
meses de reação destes em um solo sob SPD, em todo o perfil avaliado.
Os microporos são definidos como os poros de armazenamento de
água para as plantas, portanto, responsáveis pela retenção de água por capilaridade. Segundo
Silva e Kay (1997) citados por Araújo et al. (2004), a microporosidade do solo é fortemente
influenciada pela textura, teor de carbono orgânico e muito pouco influenciada pelo aumento
da densidade do solo, originada do trafego de máquinas, implementos, etc.
Em todo o perfil avaliado, ou seja, nas camadas de 0-5, 5-10, 10-20 e
20-40 cm, o maior volume de microporos no solo foi observado no tratamento testemunha,
sendo, respectivamente, de 0,390, 0,353, 0,370 e 0,360 m
3
m
-3
, reduzindo em profundidade,
como apresentado na Tabela 40, como provável efeito da menor macroporosidade presente
nestes tratamentos. Na camada superficial, primeiros 5 cm de profundidade, os valores médios
de microporos decorrente da aplicação dos resíduos LC, LB, Lcal e E, considerando as doses
163
de 2, 4 e 8 Mg ha
-1
, foram de 0,355, 0,336, 0,345 e de 0,360 m
3
m
-3
, respectivamente,
enquanto na camada de 5-10 cm estes valores foram de 0,321, 0,325, 0,327 e de 0,316 m
3
m
-3
.
Dos 10-20 cm os valores médios de microporos no solo foram de 0,318, 0,306, 0,336, 0,317
m
3
m
-3
e de 20-40 cm foram de 0,318, 0,319, 0,345 e 0,315 m
3
m
-3
, respectivamente, para LC,
LB, Lcal e E (sem considerar a dose zero). De posse dos resultados, constata-se que o maior
volume de microporos foi obtido no tratamento onde aplicado o resíduo Lcal, exceto na
camada de 0-5 cm que foi decorrente da aplicação de escória.
Mediante comparação entre o lodo de esgoto LC e a calagem (Tabela
40), pode-se observar nas camadas de 5-10 e 10-20 cm de profundidade, que o valor de
microporos do solo obtido no tratamento testemunha foi significativamente superior ao
proporcionado pela calagem (2 Mg ha
-1
) e pelas doses de 2 e 8 Mg ha
-1
de LC. Considerando o
lodo LB, em comparação com o calcário, os maiores valores de microporos do solo foram
obtidos no tratamento testemunha, com este sendo superior a dose de 4 Mg ha
-1
até 10 cm de
profundidade e superior às doses de 2 e 4 Mg ha
-1
dos resíduos LB dos 10 até 40 cm de
profundidade. No entanto, tanto a testemunha como as doses de 2, 4 e 8 Mg ha
-1
de LB não
diferiram da calagem quanto ao valor de microporos em todo o perfil amostrado.
Como pode ser visto na Tabela 40, em todo o perfil avaliado não
houve efeito significativo para valor de microporosidade do solo em razão da comparação
entre as doses do resíduo Lcal e o calcário.
Considerando a aplicação dos resíduos LB e escória, o maior volume
de microporos foi observado no tratamento testemunha, sendo observado em todo o perfil
avaliado. De acordo com os resultados apresentados na Tabela 40, observa-se que em todo o
perfil avaliado o maior volume de microporos foi observado no tratamento testemunha, porém,
não diferiu do tratamento com calcário, exceto para escória na camada de 0-5 cm que não
houve diferença estatística entre as doses de E e o calcário.
A aplicação do resíduo LB promoveu respostas significativas sobre o
teor de microporos no solo em todo o perfil avaliado, apresentando comportamento quadrático
em todas as camadas, efeito este proporcionado em razão da dose de 4 Mg ha
-1
ter
proporcionado os menores teores médios de microporos no solo aos 25 meses da aplicação
deste. Este mesmo comportamento foi observado nas camadas de 5-10 e de 20-40 cm quando
aplicado o resíduo E, enquanto na camada de 10-20 cm os valores comportaram-se de forma
164
linear decrescente. Quanto ao resíduo Lcal, pode-se observar efeito significativo nas camadas
de 5-10 e 10-20 cm, onde apresentou diminuição da microporosidade do solo de forma linear
decrescente, ou seja, o volume de microporos reduziu à medida que a dose de Lcal foi
aumentada, fato também observado na camada superficial e na de 20-40 cm de profundidade,
porem não foram significativos.
Como apresentado na Figura 40 somente a aplicação das doses de LC
não promoveu efeito significativo sobre a microporosidade do solo.
ŷ = 0,389-0,032x+0,003*x
2
R
2
= 1,00
0,20
0,30
0,40
0,50
02468
Dose (Mg ha
-1
)
Microporosidade (m
3
m
-3
)
Calc ário
LC
LB
Lcal
E
ŷ = 0,363
ŷ = 0,356
0 - 5 cmŷ = 0,353
ŷ = 0,368
ŷ = 0,353-0,019x+0,002*x
2
R
2
= 0,99
ŷ = 0,356-0,021x+0,002*x
2
R
2
= 0,89
ŷ = 0,348-0,004*x R
2
= 0,90
0,20
0,30
0,40
0,50
02468
Dose (Mg ha
-1
)
Microporosidade (m
3
m
-3
)
Calc ár io
LC
LB
Lcal
E
ŷ = 0,329
5 - 10 cm
ŷ = 0,320
ŷ = 0,352-0,007*x
R
2
= 0,66
ŷ = 0,367-0,037x+0,004**x
2
R
2
= 0,97
ŷ = 0,369-0,007*x R
2
= 0,98
0,20
0,30
0,40
0,50
02468
Dose (Mg ha
-1
)
Microporosidade (m
3
m
-3
)
Calcário
LC
LB
Lcal
E
ŷ = 0,331
10 - 20 cm
ŷ = 0,325
ŷ = 0,357-0,023x+0,002*x
2
R
2
= 0,94
ŷ = 0,357-0,024x+0,003*x
2
R
2
= 0,92
0,20
0,30
0,40
0,50
02468
Dose (Mg ha
-1
)
Microporosidade (m
3
m
-3
)
Calcário
LC
LB
Lcal
E
ŷ = 0,328
ŷ = 0,349
20 - 40 cm
ŷ = 0,343
Figura 40. Microporosidade do solo, 25 meses após a reaplicação superficial de doses dos
resíduos LC, LB, Lcal e E, e do calcário (2 Mg ha
-1
), em um Latossolo Vermelho
distrófico sob Sistema Plantio Direto. Botucatu, SP (2007).
Oliveira et al. (2004) trabalhando em um Latossolo Vermelho
distrófico no Distrito Federal, em situação de Cerrado, SPD e aração com disco, observaram
no SPD maior microporosidade nos primeiros 5 cm, o que segundo ele, seria benéfico em
termos de retenção de água, portanto maior disponibilidade de água. Segundo os autores, em
165
comparação ao Cerrado, o solo cultivado sofreu redução da macroporosidade e aumento na
microporosidade.
Usando escarificador com o objetivo de descompactar o solo cultivado
com cana-de-açúcar, com conseqüente aumento da macroporosidade de um Latossolo
Vermelho, Paulino et al. (2004) não tiveram o efeito esperado, houve predominância de
microporos em relação aos macroporos, confirmando a compactação da área, pois segundo
Borges et al. (1999), a compactação causa incremento da quantidade de poros menores.
Já Resende et al. (1999) dizem que os Latossolos mais intemperizados,
com baixa capacidade de armazenamento de água para as plantas, a compactação do solo
poderia ser benéfica em termos de retenção de água, pela transformação de parte dos
macroporos em microporos. Silva et al. (1986) e Klein e Libardi (2002) também observaram a
transformação de macroporos em microporos, no entanto, decorrente da compactação do solo.
Com relação à utilização de lodo de esgoto, Melo et al. (2004)
trabalhando com um Latossolo Vermelho distrófico e um Latossolo Vermelho eutroférrico
argiloso observou que aplicação de até 50,0 Mg ha
-1
de lodo de esgoto não alterou a
microporosidade do solo nos dois solos. Jorge et al. (1991) também não observaram diferença
na microporosidade com a aplicação de 20 Mg ha
-1
ano
-1
de lodo de esgoto em um Latossolo
Vermelho argiloso.
4.3.2.3 Porosidade total do solo
A porosidade é a fração volumétrica do solo ocupada com ar e, ou,
água, representando o local onde circulam a solução do solo (água e nutrientes) e o ar, sendo,
portanto, o espaço em que ocorrem os processos dinâmicos do ar e solução do solo (Hillel,
1970 citado por KLEIN e LIBARDI, 2002). E segundo Kiehl (1979) a porosidade do solo
depende principalmente da textura e da estrutura do solo, assim, um solo bem estruturado, ou
seja, com boa agregação, sem sombra se dúvida pode apresentar boa porosidade. Visto que, a
distribuição do diâmetro dos poros condiciona o seu comportamento físico-hídrico, sendo
expresso pela agregação, e índices como DMP e IEA, todos discutidos anteriormente.
Os resultados de porosidade total sofreram interação significativa entre
os fatores até a profundidade de 40 cm, como pode ser visto na Tabela 39. De acordo com os
resultados apresentados na Tabela 41, tomando-se por base o tratamento testemunha, observa-
166
Tabela 41. Porosidade total (m
3
m
-3
) e densidade do solo (kg dm
-3
), em diferentes
profundidades, 25 meses após a reaplicação superficial dos resíduos LC, LB, Lcal e
E e do calcário (2 Mg ha
-1
), em um Latossolo Vermelho distrófico sob Sistema
Plantio Direto. Botucatu, SP (2007).
Porosidade total Densidade
Dose
Mg ha
-1
LC LB Lcal E LC LB Lcal E
------------------------- m
3
m
-3
----------------------- -------------------------- kg dm
-3
------------------------
Profundidade 0 – 5 cm
0 0,425 0,425 A 0,425 0,425 1,390 1,390 1,390 1,390 AB
2 0,410 0,375 AB 0,388 0,388 1,315 b 1,423 ab 1,483 a 1,463 aA
4 0,450 a 0,360 bB 0,395 ab 0,405 ab 1,310 b 1,448 a 1,453 a 1,400abAB
8 0,413 0,415 AB 0,373 0,418 1,388 ab 1,438 ab 1,475 a 1,348 bB
Média 0,424 a 0,394 b 0,365 b 0,409 ab 1,351 b 1,424 a 1,450 a 1,400 ab
Regressão ns Q* ns ns ns ns ns ns
Calcário 0,400 0,400 AB 0,400 0,400 1,443 1,443 1,443 1,443 AB
Profundidade 5-10 cm
0 0,370 0,370 A 0,370 0,370 1,535 1,535 1,535 AB 1,535
2 0,345 0,355 AB 0,353 0,348 1,558 1,558 1,545 AB 1,523
4 0,363 ab 0,328 bB 0,375 a 0,330 b 1,558 ab 1,568 ab 1,480 bB 1,595 a
8 0,345 ab 0,375 aA 0,343 ab 0,333 b 1,518 1,525 1,598 A 1,555
Média 0,356 0,357 0,360 0,345 1,542 1,546 1,539 1,552
Regressão ns Q* ns ns ns ns ns ns
Calcário 0,348 0,348 AB 0,348 0,348 1,540 1,540 1,540 AB 1,540
Profundidade 10-20 cm
0 0,395 A 0,395 A 0,395 0,395 A 1,518 1,518 AB 1,518 1,518
2 0,343abB 0,318 bB 0,375a 0,350abAB 1,518 ab 1,568 aA 1,475 b 1,510 ab
4 0,358 AB 0,335 AB 0,370 0,343 AB 1,533 1,543 AB 1,503 1,460
8 0,338 B 0,355 AB 0,343 0,328 B 1,530 1,573 A 1,505 1,515
Média 0,358 0,351 0,371 0,354 1,524 ab 1,550 a 1,500 b 1,501 b
Regressão ns Q* L* L* ns ns ns ns
Calcário 0,365 AB 0,365 AB 0,365 0,365 AB 1,443 1,443 B 1,443 1,443
Profundidade 20-40 cm
0 0,383 0,383 0,383 0,383 1,483 1,483 1,483 1,483
2 0,348 0,338 0,368 0,333 1,545 1,460 1,508 1,498
4 0,345 0,335 0,378 0,348 1,530 1,500 1,510 1,488
8 0,343 0,383 0,365 0,340 1,473 1,508 1,448 1,505
Média 0,354 0,359 0,373 0,351 1,508 1,488 1,487 1,493
Regressão ns Q* ns ns ns ns ns ns
Calcário 0,365 0,365 0,365 0,365 1,430 1,430 1,430 1,430
LC= lodo de esgoto centrifugado, LB= lodo de esgoto de biodigestor, Lcal= lama cal, E= escória de aciaria. Médias seguidas
de mesma letra, minúscula na linha, entre os resíduos, e maiúscula na coluna, entre as doses de cada resíduo resíduo e o
calcário, para cada uma das profundidades, não diferem estatisticamente a 1 e 5% pelo teste t (LSD). ns= não significativo, *=
P < 0,05 e **= P < 0,01; L e Q= regressão linear e quadrática, respectivamente.
se que a aplicação dos resíduos LC, LB, Lcal e E não proporcionaram aumento na porosidade
total do solo, e sim, a diminuição desta, embora não tenha sido significativo em todos os
casos.
167
Em todo o perfil avaliado, considerando-se as doses dos resíduos e a
calagem, a maior porosidade total do solo, embora não significativa em todos os casos, foi
observada no tratamento testemunha, cujos valores foram de 0,425, 0,370, 0,395 e 0,383 m
3
m
-3
nas camadas de 0-5, 5-10, 10-20 e 20-40 cm, respectivamente, exceto para a aplicação de
4 Mg ha
-1
do lodo de esgoto LC, que na camada de 0-5 cm de profundidade proporcionou
volume de porosidade total do solo de 0,450 m
3
m
-3
, ou seja, foi o único tratamento em que a
porosidade total foi maior do que na testemunha, porém não significativo.
O tratamento com calcário não apresentou diferença significativa sobre
a porosidade total do solo quando comparado à testemunha, bem como, em relação às doses de
2, 4 e 8 Mg ha
-1
de cada um dos resíduos utilizados.
Considerando o lodo LB, em comparação com o calcário, os maiores
valores de microporos do solo foram obtidos no tratamento testemunha, porém não diferiram
da calagem quanto ao valor de porosidade total. A porosidade total do solo proporcionada pela
aplicação do lodo de esgoto LB apresentou resposta em todas as camadas avaliadas, ambas
com comportamento quadrático decrescente, proporcionado pelos menores valores de
porosidade obtidos em decorrência da aplicação das doses de 2 e 4 Mg ha
-1
de LB.
Como pode ser visto na Tabela 41, em todo o perfil avaliado não
houve efeito significativo para valor de porosidade total do solo em razão da comparação entre
as doses do resíduo Lcal e o calcário. No entanto, na camada de 10-20 cm de profundidade, a
porosidade total do solo reduziu linearmente a medida que se aumentou a dose de Lcal, como
pode ser visto na Figura 41.
Mediante a comparação entre o resíduo E e a calagem (Tabela 41),
houve efeito significativo para esta somente na camada de 10-20 cm de profundidade, no
entanto, o valor de porosidade total do solo obtido no tratamento testemunha mesmo superior
não diferiu da calagem. Quanto às doses aplicadas de E, houve efeito significativo entre estas,
somente na camada de 10-20 cm, apresentando-se de forma linear decrescente (Figura 41).
Diante dos resultados pode-se inferir que não foi observado o efeito
esperado quanto à porosidade total do solo, nem ao menos mediante a aplicação dos lodos de
esgoto LB e LC, por meio dos quais estamos adicionando matéria orgânica ao solo, sendo esta
de grande importância para a agregação do solo e por conseqüência sua estrutura. Nesse
sentido, Marciano et al. (2001) dizem que quando o solo originalmente possui boa estrutura,
168
podem não ocorrer melhoria nos atributos físicos, mesmo aplicando-se grande quantidade de
lodos de esgoto.
ŷ = 0,424-0,032x+0,004*x
2
R
2
= 1,00
0,20
0,30
0,40
0,50
02468
Dose (Mg ha
-1
)
Porosidade total (m
3
m
-3
)
Calc ár io
LC
LB
Lcal
E
ŷ = 0,400
ŷ = 0,424
ŷ = 0,409
0 - 5 cm
ŷ = 0,395
ŷ = 0,374-0,019x+0,002*x
2
R
2
= 0,87
0,20
0,30
0,40
0,50
02468
Dose (Mg ha
-1
)
Porosidade total (m
3
m
-3
)
Calc ár io
LC
LB
Lcal
E
ŷ = 0,356
ŷ = 0,345
ŷ = 0,360
5 - 10 cm
ŷ = 0,348
ŷ = 0,374-0,019x+0,002*x
2
R
2
= 0,87
ŷ = 0,393-0,006*x R
2
= 0,97
ŷ = 0,380-0,008*x R
2
= 0,78
0,20
0,30
0,40
0,50
02468
Dose (Mg ha
-1
)
Porosidade total (m
3
m
-3
)
Calc ár io
LC
LB
Lcal
E
ŷ = 0,358
10 - 20 cmŷ = 0,365
ŷ = 0,381-0,025x+0,003*x
2
R
2
= 0,98
0,20
0,30
0,40
0,50
02468
Dose (Mg ha
-1
)
Porosidade total (m
3
m
-3
)
Calcário
LC
LB
Lcal
E
ŷ = 0,354
ŷ = 0,351
ŷ = 0,373
20 - 40 cm
ŷ = 0,365
Figura 41. Porosidade total do solo, 25 meses após a reaplicação superficial dos resíduos LC,
LB, Lcal e E, e do calcário (2 Mg ha
-1
), em um Latossolo Vermelho distrófico sob
Sistema Plantio Direto. Botucatu, SP (2007).
Melo et al. (2004) não encontraram respostas para porosidade total em
função da aplicação de até 50 Mg ha
-1
de lodo de esgoto em dois Latossolos, entretanto Navas
et al. (1998) obtiveram incremento da porosidade total de 0,38 m
3
m
-3
para 0,49 m
3
m
-3
,
quando foram aplicados 320 Mg ha
-1
de lodo de esgoto.
Marcolan et al. (2006) observaram em um Argissolo Vermelho sob
SPD (4, 8 e 12 anos), onde a menor densidade foi observada nos primeiros 2,5 cm de
profundidade, com 8 e 12 anos de SPD teve maior porosidade total na camada superficial, e
169
com maior proporção de microporos, e concluíram que ao longo do tempo melhorou a
qualidade física do solo em profundidade.
Segundo Bertol et al. (2002), o menor volume de macroporos e total de
poros, em detrimento do maior volume de microporos na superfície do solo, na semeadura
direta, podem proporcionar redução da taxa de infiltração de água neste sistema de manejo em
relação ao preparo convencional. Isso indica que no SPD podem ocorrer perdas de água por
erosão hídrica, quando submetido a chuvas de grande volume, principalmente se o solo já
estiver úmido e, ou, se a cobertura do solo não for suficiente para controlar o escoamento,
podendo apresentar também, perdas de solo.
4.3.3 Densidade do solo
A densidade do solo é definida por Kiehl (1979) como sendo a relação
entre a massa e o volume do solo, e segundo ele, é variável para um mesmo solo, alterando-se
de acordo com a estrutura. Geralmente a densidade do solo aumenta com a profundidade do
perfil, pois as pressões exercidas pelas camadas superiores sobre as subjacentes, em grande
parte pelo tráfego de máquinas agrícolas, ocasionando a compactação, e como conseqüência,
reduzindo a porosidade. Assim como a movimentação de material fino dos horizontes
superiores para os inferiores, por eluviação, também concorre para reduzir os espaços porosos
e aumentar a densidade dessas camadas.
A densidade do solo é afetada por cultivos que alteram a estrutura e,
por conseqüência, o arranjo e volume de poros. Essas alterações influem em propriedades
físico-hídricas importantes, como a porosidade de aeração, a retenção de água no solo, a
disponibilidade de água para as plantas e a resistência do solo a penetração das raízes
(TORMENA et al., 1998).
Neste sentido, a adoção do SPD torna a camada superior do solo mais
compacta com maior densidade e com maior resistência a penetração das raízes, quando
comparada ao preparo convencional do solo, ocorrendo o inverso nas camadas inferiores
(FALLEIRO et al., 2003; BERTOL et al., 2004; FREITAG, 2004). No entanto, esse aumento
de densidade não é considerado limitante para o desenvolvimento radicular das culturas
(SIQUEIRA, 2002).
170
Pesquisadores observaram que no SPD apesar de ter aumentado a
densidade do solo na superfície como conseqüência da redução do volume de macroporos
(BERTOL et al., 2001), esta não tem prejudicado a infiltração de água (PETRERE e
ANGHINONE, 2001). Segundo Stone e Silveira (1999), a densidade do solo influencia a
retenção de água por influenciar na porosidade total e distribuição de poros.
No SPD nem sempre ocorre aumento da densidade do solo, podendo
inclusive diminuí-la e aumentar a porosidade e o diâmetro dos agregados com o passar do
tempo de cultivo (CAMPOS et al., 1995). Isto se deve em grande parte ao menor
revolvimento, que mantêm, parcial ou totalmente, os resíduos vegetais na superfície e aporta
continuamente matéria orgânica ao solo, a qual é responsável pela manutenção e melhoria das
propriedades físicas do solo (CASTRO FILHO et al., 1998), aumentando a estabilidade dos
agregados na superfície (COSTA et al., 2003), refletindo em boa qualidade do solo em relação
ao preparo convencional e ao campo nativo (D’ANDREA et al., 2002).
O resultado da análise de variância referente à densidade do solo
decorrente da aplicação dos resíduos LC, LB, Lcal e E e do calcário, aplicados em superfície
no SPD (Tabela 39) expressam que em todo o perfil avaliado que não houve efeito
significativo sobre a densidade do solo em função do aumento das doses dos resíduos. No
entanto, houve efeito da comparação entre resíduo e calcário e também entre resíduos até 20
cm de profundidade.
Verifica-se na Tabela 41 os valores médios de densidade do solo
obtidos aos 25 meses da aplicação dos tratamentos, pelo método do anel volumétrico.
Constatou-se em todo o perfil avaliado, que os valores médios da densidade do solo não
diferiram em decorrência do aumento das doses dos resíduos LC, LB, Lcal e E. Na camada 0 –
5 cm os valores médios foram de 1,338, 1,436, 1,470 e 1,404 kg dm
-3
, respectivamente, para
LC, LB, Lcal e E (sem considerar a dose zero), onde aplicado o calcário a densidade do solo
foi de 1,443 kg dm
-3
e no tratamento testemunha a densidade foi de 1,390 kg dm
-3
. De acordo
com os resultados, mesmo não havendo diferença significativa, a aplicação dos resíduos LB,
Lcal e E proporcionaram valores médios de densidade do solo maiores do que os obtidos no
tratamento testemunha,
Observando a densidade do solo ao longo do perfil contatou-se que
esta aumentou da camada de 0-5 cm para a de 5-10 cm, alcançando valores de 1,535 kg dm
-3
171
no tratamento testemunha, de 1,540 kg dm
-3
onde aplicado calcário, e de 1,545, 1,550, 1,541 e
1,558 kg dm
-3
, respectivamente para LC, LB, Lcal e E, cujos valores diminuíram
gradativamente a partir desta camada até 40 cm de profundidade. Fato semelhante foi relatado
por Siqueira (2002), onde cita trabalho de Ros et al., (1996) em um Latossolo Vermelho
escuro onde observou que o SPD afetou a densidade do solo na profundidade de 7-14 cm, com
relação ao tempo de cultivo em SPD, encontrou valores inferiores para 1 ano quando
comparado a 6 e a 9 anos de cultivo, que foram semelhantes entre si. Lembrando que na área
do experimento o SPD foi iniciado no ano de 2002, portanto, 5 anos de cultivo neste sistema
de manejo.
Considerando a calagem, na camada de 0-5 cm, somente houve efeito
significativo entre esta e as doses quando aplicado o resíduo E, onde a densidade
proporcionada pela dose de 2 Mg ha
-1
foi superior a de 8 Mg ha
-1
, e na camada de 5-10 cm,
somente houve efeito quando aplicado Lcal, onde a densidade proporcionada pela dose de 8
Mg ha
-1
foi superior a de 4 Mg ha
-1
, sendo que nestas duas camadas a calagem não diferiu das
doses dos resíduos E e Lcal. Enquanto na camada de 10-20 cm esse efeito foi observado no
tratamento com o lodo de esgoto LB, onde a menor densidade do solo foi observada no
tratamento com calcário, que diferiu das doses de 2 e 8 Mg ha
-1
de LB. Não havendo
diferenças significativas para a densidade do solo na camada de 20-40 cm de profundidade.
Aos 25 meses da reaplicação dos lodos de esgoto LC e LB, os
resultados de densidade do solo apresentados na Tabela 41 mostraram que a aplicação de lodo
não promoveu alterações significativas sobre este atributo físico, o que contrapõe a maior
parte da literatura a cerca do assunto. Visto que os resultados descritos na literatura sobre
efeitos da aplicação de resíduos orgânicos no solo (MACEDO et al., 2006), relatam que a
adição de MO ao solo promove uma melhoria na sua estrutura e como conseqüência um
redução da densidade. O que também foi constatado por Boeira e Souza (2007), pois
verificaram que a aplicação de doses crescentes de dois tipos de lodo de esgoto (de origem
urbana ou urbano-industrial) causou diminuição na densidade do solo até a profundidade de 40
cm. Pressupõe-se então, que os menores valores de densidade deveriam ter ocorrido no
tratamento com o lodo LB, pois esta possui em sua composição 50% de matéria orgânica,
quando comparado ao lodo LC que possui 26%, no entanto, observa-se o contrário, LC
172
proporcionou a redução da densidade em relação à testemunha, enquanto para LB aumentou,
apesar de não significativo nos dois casos.
Normalmente já se espera que no SPD a camada superficial seja mais
adensada, que segundo Kochhann (1996) é característica do sistema, mas pode ser atenuada
pelo uso de rotação de culturas e uso de culturas com diferentes sistemas radiculares. Neste
sentido, Siqueira (1999) observou no SPD que a aveia preta como cultura de inverno reduziu a
densidade do solo na camada superficial. Diante disso, pode-se inferir que a cultura da aveia
preta utilizada como planta de cobertura no inverno pode ter contribuído para reduzir a
densidade do solo nos primeiro 5 cm, o que pode ter mascarado o efeito que era esperado para
a redução da densidade do solo pela aplicação dos lodos de esgoto LC e LB.
4.4 Propriedades microbiológicas do solo
Sistemas conservacionistas de exploração agrícola como o SPD tem
como princípio manter e ou aumentar o teor de matéria orgânica no solo, o que tem sido
observado por muitos pesquisadores, quando comparado ao manejo convencional. Cujo
aumento da matéria orgânica é atribuído à proteção química e física desta, decorrente da
manutenção dos resíduos na superfície, alterações da estrutura do solo e pela rotação de
culturas, resultando no aumento da fauna e da biomassa microbiana do solo. No SPD, com a
permanência dos resíduos na superfície, sua mineralização ocorre de forma gradual, podendo
promover o aumento no teor de carbono.
A biomassa microbiana do solo foi definida por Jenkinson e Ladd
(1981) como a parte viva da matéria orgânica do solo, sendo composta por fungos, bactérias,
microfauna e algas, excluindo-se as raízes e organismos maiores do que 5x10
3
µm
3
, e contêm
em média, entre 2 a 5% do carbono orgânico (JENKINSON e LADD, 1981) e de 1 a 5% do
nitrogênio total do solo (SMITH e PAUL, 1990), conforme citam pesquisadores como
D’Andrea et al. (2002), Cardoso (2004), Souza et al. (2006), dentre outros. É considerada de
grande importância por controlar a decomposição e o acúmulo da matéria orgânica, ou
transformações envolvendo os nutrientes minerais (TÓTOLA e CHAER, 2002).
Conseqüentemente, solos que mantêm alto conteúdo de biomassa microbiana são capazes não
173
somente de estocar mais nutrientes, mas também de ciclar mais nutrientes através do sistema
(STENBERG, 1999).
O funcionamento do ecossistema do solo é governado pela dinâmica
da microbiota, cujo componente biológico é responsável pela formação do húmus, ciclagem de
nutrientes, estrutura física e por muitas outras funções (BETTIOL et al., 2006). A biomassa
microbiana do solo constitui um meio de transformação para todos os materiais orgânicos do
solo, e atua como reservatório de nutrientes disponíveis às plantas, com participação
fundamental nos ciclos biogeoquímicos de interesse para a produtividade agrícola, sendo a
principal responsável pela decomposição de resíduos orgânicos, pela ciclagem de nutrientes e
pelo fluxo de energia dentro do solo (MOREIRA e MALAVOLTA, 2004). O seu
acompanhamento reflete possíveis modificações no solo, podendo ser considerado um bom
indicador das alterações resultantes do manejo (MOREIRA e MALAVOLTA, 2004, SOUZA
et al., 2006). No entanto, deve-se ter em mente que a biomassa microbiana do solo não é uma
estimativa da atividade dos microrganismos, mas da massa microbiana viva total (DE-POLLI
e GUERRA, 1997; AQUINO et al., 2005).
Conforme Bettiol et al. (2006) o comportamento da população
microbiana depende da qualidade e da quantidade dos resíduos que estão sendo adicionados ao
solo. Neste sentido, a aplicação de resíduos como o lodo de esgoto pode estimular a atividade
microbiana do solo devido ao aumento de carbono e nutrientes disponíveis, ou inibir devido à
presença de metais pesados e outros elementos poluentes (PONTES, 2002). O estudo da
biomassa microbiana e sua atividade no solo têm implicações importantes na agricultura, pois
quanto maior a biomassa microbiana no solo, maior será a imobilização temporária de
carbono(C), nitrogênio (N) e outros nutrientes e, conseqüentemente, menor perda de nutrientes
no sistema solo-planta (ALVAREZ et al., 1995).
Diante do exposto, o resumo do quadro de análise de variância
apresentado na Tabela 42 expressa que houve efeito significativo de interação sobre os teores
de carbono e nitrogênio microbiano do solo, nas camadas avaliadas, de 0-5 e de 5-10 cm de
profundidade, após 11 meses da reaplicação dos resíduos LC, LB, Lcal e E, e do calcário na
dose de 2 Mg ha
-1
, aplicados em superfície no SPD.
174
Tabela 42. Resumo da análise de variância para valores de Carbono e Nitrogênio microbiano
do solo, em diferentes profundidades, após 11 meses da reaplicação superficial de
doses dos resíduos LC, LB, Lcal e E, e do calcário (2 Mg ha
-1
), em um Latossolo
Vermelho distrófico sob Sistema de Plantio Direto. Botucatu, SP (2006).
Carbono Microbiano Nitrogênio Microbiano
Profundidade
Causas da
Variação
---- 0 – 5 cm ---- ---- 5 – 10 cm ---- ---- 0 – 5 cm ---- ---- 5 – 10 cm ----
Resíduo (R)
(1)
** ** ** **
Dose (D) ** ** ** **
R X D ** ** ** **
Bloco ** * * *
CV 25 26 17 13
DMS 7,65 1,34 11,36 6,39
LC
(2)
** ** * **
CV 18 25 23 10
DMS 14,20 2,35 36,62 10,45
LB
(2)
* ** ** **
CV 21 36 15 13
DMS 14,84 4,15 19,40 15,37
Lcal
(2)
** ** ** **
CV 22 39 10 13
DMS 14,48 3,02 13,47 14,09
E
(2)
ns ** ** **
CV 48 27 7 9
DMS 26,90 3,00 9,12 11,32
LC= lodo de esgoto centrifugado e tratado com cal virgem (ETE de São José dos Campos, SP), LB= lodo de esgoto de
biodigestor (ETE de Barueri, SP), Lcal= lama cal (Luwarcel Celulose Papel Ltda., SP), E= escória de aciaria (Siderurgia
Mannesmann). 0 meses= amostragem realizada antes da reaplicação dos tratamentos (abril/2005).
(1)
Regressão entre as doses
dos resíduos (LC, LB, Lcal e E).
(2)
Teste de média para comparação entre as doses de cada um dos residuos e o calcário.
*= P
< 0,05, **= P < 0,01 e ns= não significativo pelo teste t (LSD).
4.4.1 Carbono microbiano do solo
Os resultados permitem observar que houve aumento da população
microbiana do solo decorrente da aplicação em superfície dos resíduos e do calcário, sendo
demonstrado em razão do incremento dos teores de carbono microbiano do solo.
Os valores de carbono microbiano do solo variaram significativamente
com as doses dos resíduos LC e E nas duas camadas avaliadas, de 0-5 e de 5-10 cm de
profundidade (Tabela 43), e para LB na camada de 5-10 cm, apresentando comportamento
quadrático em todos os casos, como apresentado na Figura 42. Enquanto para aplicação de
Lcal não foi observado efeito significativo sobre o carbono microbiano do solo decorrente do
aumento de suas doses nas duas camadas avaliadas.
175
Tabela 43. Valores de Carbono microbiano do solo (g kg
-1
), em diferentes profundidades, após
11 meses da reaplicação superficial de doses dos resíduos LC, LB, Lcal e E e do
calcário (2 Mg ha
-1
), em um Latossolo Vermelho distrófico sob Sistema de Plantio
Direto. Botucatu, SP (2006).
Carbono Microbiano do Solo
Resíduo
Dose
Mg ha
-1
LC LB Lcal E
----------------------------------------- g kg
-1
de solo -----------------------------------------------
Profundidade 0 – 5 cm
0 34,02 C 34,02 B 34,02 BC 34,02
2 59,27 aAB 36,33 bB 58,20 aA 36,47 b
4 66,20 aA 56,62 abA 27,21 cC 42,79 ab
8 50,55 aB 53,64 aA 44,45 aAB 21,89 b
Média 52,51 a 45,15 ab 40,97 bc 33,79 c
Regressão Q** ns ns Q*
Calcário 48,68 B 48,68 AB 48,68 A 48,68
Profundidade 5 – 10 cm
0 1,36 D 1,36 B 1,36 B 1,36 D
2 8,06 abAB 10,18 aA 7,64 abA 8,99 bBC
4 10,11 aA 9,09 aA 5,73 bA 9,16 aB
8 5,99 bBC 12,14 aA 5,77 bA 13,05 aA
Média 6,38 bc 8,20 a 5,13 c 7,64 ab
Regressão Q** Q** ns Q**
Calcário 4,89 C 4,89 B 4,89 A 4,89 C
LC= lodo de esgoto centrifugado e tratado com cal virgem “calado” (ETE de São José dos Campos, SP), LB= lodo de esgoto
de biodigestor “digerido” (ETE de Barueri, SP), Lcal= lama cal, E= escória de aciaria. Médias seguidas de mesma letra,
minúscula na linha, entre os resíduos, e maiúscula na coluna, entre as doses de cada resíduo resíduo e o calcário, para cada
uma das profundidades, não diferem estatisticamente a 1 e 5% pelo teste t (LSD). ns= não significativo, *= P < 0,05 e **= P <
0,01; L e Q= regressão linear e quadrática, respectivamente.
Na camada de 0-5 cm de profundidade os melhores resultados quanto a
carbono microbiano do solo foram proporcionados pela aplicação dos lodos de esgoto, com o
lodo LC proporcionando os maiores aumento do C microbiano (Tabela 43). Nesta camada, o
valor de carbono microbiano proporcionado pela aplicação de 2 Mg ha
-1
de LC e Lcal foi
superior ao da mesma dose de LB e E. Já na dose de 4 Mg ha
-1
, onde aplicado o lodo LC o
valor de C microbiano foi superior a aplicação de E e este a de Lcal, enquanto na dose de 8
Mg ha
-1
o menor teor foi obtido com a aplicação de escória.
Os teores de carbono microbiano obtidos na camada de 5-10 cm
demonstram a grande redução da população microbiana em relação à camada acima,
concordando com os resultados obtidos por Ferreira et al. (2007). Os resultados apontam para
a superioridade do lodo de esgoto LB (Tabela 43). Na camada de 5-10 cm, houve diferença
176
significativa na dose de 2 Mg ha
-1
, com destaque para LB que foi superior a E, quando
aplicada a dose de 4 Mg ha
-1
o menor valor de carbono microbiano foi observado para Lcal,
enquanto na dose de 8 Mg ha
-1
os resíduos LB e E proporcionaram os melhores resultados.
------------------------- Profundidade 0 - 5 cm -------------------------
ŷ = 34,717+114,485x-1,567**x
2
R
2
= 0,99
ŷ = 32,792+5,08x-0,799*x
2
R
2
= 0,92
0
10
20
30
40
50
60
70
02468
Dose (Mg ha
-1
)
Carbono Microbiano (g kg
-1
de solo)
Calcário
LC
LB
Lcal
E
ŷ = 48,68
ŷ = 45,15
ŷ = 40,97
------------------------- Profundidade 5 - 10 cm -------------------------
ŷ = 1,434+ 3,152x -0,336*x
2
R
2
= 0,99
ŷ = 1,632+2,619*x-0,15**x
2
R
2
= 0,99
ŷ =2,315+3,155**x -0,246**x
2
R
2
= 0,84
0
5
10
15
20
25
30
02468
Dose (Mg ha
-1
)
Carbono Microbiano (g kg
-1
de solo)
Calcário
LC
LB
Lcal
E
ŷ = 4,89
ŷ = 5,13
Figura 42. Valores de Carbono Microbiano do solo (g kg
-1
), em diferentes profundidades, após
11 meses da reaplicação superficial de doses dos resíduos LC, LB, Lcal e E e do
calcário (2 Mg ha
-1
), em um Latossolo Vermelho distrófico Sistema de Plantio Direto.
Botucatu, SP (2006).
177
A aplicação de calcário favoreceu a população microbiana do solo,
como pode ser observado pelos valores de C microbiano, que aumentou nas duas camadas
avaliadas (Tabela 43), onde foi maior do que o obtido no tratamento testemunha. Mediante à
comparação do calcário com os resíduos LC, LB, Lcal e E, em todos os tratamentos a calagem
proporcionou os maiores valores de C microbiano do solo em relação a testemunha, exceto
para LB na camada de 0-5 cm, que apesar de ser maior não diferiu e para escória onde não
houve diferença significativa para carbono microbiano do solo, este mesmo comportamento
foi observado na camada de 5-10 cm, porém nesta, a aplicação de calcário superou a
testemunha no tratamento com escória.
Em sua revisão D’Andréa et al. (2002) citam que além da função
catalisadora das transformações bioquímicas do solo, a biomassa microbiana representa um
compartimento lábil de muitos nutrientes, que são reciclados rapidamente. Segundo estes, o
carbono contido na biomassa microbiana é o destino inicial do carbono em transformações no
solo e funciona como energia armazenada para processos microbianos e, por apresentar
respostas rápidas às alterações no solo, pode ser utilizada como indicador de alterações na
matéria orgânica e assim, indicar a qualidade do solo.
Balota et al. (1998) avaliando sistemas de preparo, observaram
aumento nos teores de carbono microbiano em área sob SPD em relação a áreas convencionais
de plantio, isso com 16 anos de duração, portanto a longo prazo, o que não foi observado em
trabalhos com SPD de 2 anos (Mendes et al., 1999 citado por D’ANDRÉA et al. 2002). Neste
sentido, Vasconcellos et al. (1999) cita que a biomassa microbiana imobiliza mais carbono
quando resíduos vegetais são deixados na superfície, com isso é possível esperar que com o
decorrer do tempo de cultivo, áreas sob SPD apresentem aumento nos valor de carbono
microbiano, principalmente nos primeiros 10 cm de profundidade.
Bettiol et al. (2006) trabalhando com lodo de esgoto da ETE de
Barueri observaram que os teores de carbono da biomassa microbiana aumentaram com a
adição de lodo, onde trabalhando com dose de até 8 vezes a quantidade de N fornecida pela
adubação mineral não observaram efeito inibitório. Este efeito deve ter ocorrido porque,
provavelmente, a atividade dos metais pesados foi neutralizada pela matéria orgânica existente
no lodo. Outros pesquisadores também observaram resultados semelhantes, dentre eles, Carmo
(2001), Lorenzi e Lambais (2001) e Lopes (2001).
178
Entretanto, Fortes Neto (2000) e Pontes (2002), trabalhando com lodo
de esgoto da ETE de Barueri, previamente tratado com cal, observaram diminuição dos
valores de biomassa microbiana com aplicação de altas doses de lodo. Segundo estes autores,
esta queda nos valores da biomassa microbiana pode estar ligada à incorporação de elevadas
quantidades de sódio e/ou de metais pesados no solo, nas doses mais altas de lodo, os quais
podem afetar os microorganismos, prejudicando sua ação na decomposição dos resíduos. No
entanto, o efeito tóxico dos metais sobre os microorganismos, em muitos casos, pode ser
minimizado com a presença de matéria orgânica (LAMBAIS e SOUZA, 2000) e minerais de
argila, pela formação de quelatos (Eivazi e Tabatai, 1998 citado por BETTIOL et al., 2006).
Trannin et al. (2007) trabalhando com lodo de esgoto gerado por uma
indústria de fibras e resinas PET, observaram que a aplicação de doses superiores a 12 Mg ha
-
1
, os valores de C e N da biomassa microbiana superaram os obtidos no tratamento com
adubação mineral e os da área adjacente, sendo os menores valores observados no controle.
Esses aumentos refletem o estímulo à microbiota do solo causado pelo fornecimento de
substratos orgânicos e nutrientes e os baixos teores de metais pesados deste resíduo, assim, os
resultados obtidos indicam que o lodo de esgoto não apresentou efeito adverso e estimulou o
crescimento e a atividade microbiana. De fato, Trannin et al. (2005) quando fizeram a
avaliação agronômica desse lodo industrial aplicado por dois anos consecutivos observaram
melhoria na fertilidade do solo, no estado nutricional e na produtividade do milho e, mesmo na
maior dose, não causou toxicidade à cultura.
Por sua vez, Valsecchi et al. (1995) citados por Trannin et al. (2007),
observaram que a aplicação de lodos de esgoto ricos em metais pesados teve efeito adverso
sobre a comunidade microbiana de 16 solos, provocando aumento do quociente metabólico
(razão entre o C-CO
2
da respiração basal e o C da biomassa microbiana) e acúmulo de C
orgânico, pela diminuição da eficiência microbiana na transformação da matéria orgânica e na
ciclagem de nutrientes.
Diante do exposto e de acordo com os resultados obtidos observa-se
que a aplicação dos lodos de esgoto LC e LB não apresentou efeito adverso e estimulou o
crescimento da população microbiana, favorecendo a melhoria da fertilidade do solo. Sendo
assim, os lodos de esgoto utilizados apresentam potencial de uso como condicionador da
qualidade do solo, devido ao seu elevado conteúdo de matéria orgânica e de nutrientes e ao
179
baixo teor de metais pesados, características estas que estimulam a ativação de processos
bioquímicos, que melhoram a fertilidade do solo e, conseqüentemente, favorecem a
produtividade das culturas.
Quanto à distribuição do carbono microbiano no perfil avaliado, a
população microbiana está concentrada na camada mais superficial, primeiros 5 cm de
profundidade, sendo justificado em função da aplicação superficial dos resíduos e do calcário,
portanto, sem incorporação, e também pelo aporte de resíduos vegetais na superfície do solo.
O mesmo efeito foi observado por Ferreira et al. (2007), onde em solo sob SPD o teor de
carbono microbiano decresceu no perfil do solo.
Com relação aos resíduos Lcal e E, estes também proporcionaram
aumento da população microbiana do solo, porém em menor proporção quando comparados
aos lodos de esgoto LC e LB, principalmente pelo fato destes lodos apresentarem em sua
composição altos teores de matéria orgânica, 26 e 50%, respectivamente.
Considerando o exposto, é importante ressaltar a importância da
matéria orgânica, pois esta afeta diretamente as características biológicas do solo, propiciando
ambiente edafoclimático mais favorável aos microrganismos em razão de atuar como fonte de
carbono, energia e nutrientes para os organismos quimioheterotróficos, como para os
quimiautotróficos, além de atuar sobre fatores indiretos como umidade, temperatura, aeração
(BAYER e MIELNICZUK, 1999). E também, que a população microbiana do solo sofre
acentuada influência do ambiente, podendo inibir em até 100% os microrganismos ou seus
processos, por diversos fatores estressantes, como a deposição de metais pesados (SIQUEIRA
et al., 1994).
Neste sentido, Andréa e Hollweg (2004) citam que o aumento da
população de organismos edáficos aumenta a ciclagem de nutrientes necessários para o
crescimento das plantas, além de atuar na manutenção das condições físico-químicas e na
fertilidade do solo, onde o manejo como a rotação de culturas também interfere na microbiota
do solo, enfatizando para a importância da adoção do SPD. Diante dos resultados obtidos,
podem-se observar os prováveis benefícios da adoção do SPD, bem como da aplicação dos
lodos de esgoto LC e LB, da lama cal, da escória e também do calcário.
180
De um modo geral, pode-se dizer que os resíduos, bem como a
calagem, aplicados em superfície no SPD contribuíram para o aumento da população
microbiana do solo demonstrado pelos resultados de carbono microbiano.
4.4.2 Nitrogênio microbiano do solo
De acordo com os resultados obtidos após 11 meses da aplicação dos
resíduos e do calcário para nitrogênio microbiano do solo (Tabela 44, Figura 43), observa-se
que estes variaram significativamente nas duas camadas avaliadas, de 0-5 e de 5-10 cm de
profundidade. Na camada de 0-5 cm houve efeito significativo sobre o nitrogênio microbiano
do solo quando da aplicação de LB, que apresentou comportamento quadrático, e para Lcal foi
linear crescente, já na camada de 5-10 cm para LC, Lcal e E esse aumento foi de forma linear
crescente e para LB foi quadrático. Resultados que demonstram haver aumento da população
microbiana do solo, em razão do incremento dos teores de N microbiano, valores estes que
aumentaram com o aumento das doses dos resíduos aplicados em superfície e também pela
calagem.
Assim como para o carbono microbiano, os maiores valores de
nitrogênio microbiano foram observados nos primeiros 5 cm de profundidade, esse efeito já
era esperado por se tratar de SPD, além dos resíduos e do calcário aplicados em superfície,
portanto, sem revolvimento para a incorporação dos mesmos no solo. Na camada de 0-5 cm de
profundidade os melhores resultados quanto a nitrogênio microbiano do solo determinado
após 11 meses da aplicação foram proporcionados pela aplicação do lodo de esgoto LC
(Tabela 44). Nesta camada, o valor de nitrogênio microbiano proporcionado pela aplicação de
2 Mg ha
-1
de LC e Lcal foi superior a LB e E. Já na dose de 4 Mg ha
-1
o valor de N microbiano
para LC foi superior a do tratamento com escória, e este superior a LB e Lcal, enquanto na
dose de 8 Mg ha
-1
o pior resultados para N microbiano no solo foi obtido com a aplicação de
escória, resultados estes, semelhantes aos obtidos para carbono microbiano.
Na camada de 5-10 cm o maior valor médio de nitrogênio microbiano
foi obtido quando aplicado E, que diferiu dos demais resíduos (Tabela 44). Na camada de 5-10
cm, houve efeito na dose de 2 Mg ha
-1
, com destaque para E que foi superior a LC e LB,
quando aplicada a dose de 4 Mg ha
-1
os tratamentos com E e Lcal foram superiores a LC e LB,
181
enquanto na dose de 8 Mg ha
-1
o resíduos LB proporcionou valores de nitrogênio microbiano
superiores aos demais.
Tabela 44. Valores de Nitrogênio Microbiano do solo (mg kg
-1
), em diferentes profundidades,
após 11 meses da reaplicação superficial de doses dos resíduos LC, LB, Lcal e E e
do calcário (2 Mg ha
-1
), em um Latossolo Vermelho distrófico sob Sistema de
Plantio Direto. Botucatu, SP (2006).
Nitrogênio Microbiano do Solo
Resíduo
Dose
Mg ha
-1
LC LB Lcal E
----------------------------------------- mg kg
-1
de solo -----------------------------------------------
Profundidade 0 – 5 cm
0 82,98 B 82,98 B 82,98 B 82,98 B
2 83,66 aB 51,85 bC 83,59 aB 49,07 bC
4 142,55 aA 79,32 cB 87,83 cB 116,93 bA
8 119,37 aAB 120,05 aA 114,75 aA 83,68 bB
Média 107,14 a 83,55 b 82,29 b 83,16 b
Regressão ns Q** L** ns
Calcário 85,12 B 85,12 B 85,12 B 85,12 B
Profundidade 5 – 10 cm
0 50,93 C 50,93 C 50,93 C 50,93 D
2 51,76 bcC 43,55 cC 57,70 abBC 65,65 aC
4 55,76 bC 44,74 bC 69,54 aB 79,25 aB
8 77,84 cB 144,08 aA 69,77 cB 117,67 bA
Média 58,93 c 70,82 b 61,99 c 78,37 a
Regressão L** Q** L** L**
Calcário 110,08 A 110,08 B 110,08 A 110,08 A
LC= lodo de esgoto centrifugado e tratado com cal virgem “calado” (ETE de São José dos Campos, SP), LB= lodo de esgoto
de biodigestor “digerido” (ETE de Barueri, SP), Lcal= lama cal, E= escória de aciaria. Médias seguidas de mesma letra,
minúscula na linha, entre os resíduos, e maiúscula na coluna, entre as doses de cada resíduo resíduo e o calcário, para cada
uma das profundidades, não diferem estatisticamente a 1 e 5% pelo teste t (LSD). ns= não significativo, *= P < 0,05 e **= P <
0,01; L e Q= regressão linear e quadrática, respectivamente.
Considerando o efeito da comparação entre as doses de cada um dos
resíduos com a calagem, pode-se observar na Tabela 44 que houve efeito significativo em
todos os tratamentos e nas duas camadas avaliadas. De acordo com os resultados, a aplicação
de calcário mostrou-se eficiente no aumento da atividade microbiana para o nitrogênio
microbiano na camada de 5-10 cm de profundidade, no entanto, na camada de 0-5 cm este não
diferiu do tratamento testemunha.
De acordo com a Tabela 44, nos primeiros 5 cm de profundidade o
lodo de esgoto LC foi o resíduo que mais proporcionou o aumento do N microbiano, no
182
------------------------- Profundidade 0 - 5 cm -------------------------
ŷ = 77,798-9,92**x+1,927**x
2
R
2
= 0,86
ŷ = 77,837+4,128**x R
2
= 0,87
0
25
50
75
100
125
150
02468
Dose (Mg ha
-1
)
Nitrogênio Microbiano (mg kg
-1
de solo)
Calcário
LC
LB
Lcal
E
ŷ = 107,14
ŷ = 83,16
ŷ = 85,21
------------------------- Profundidade 5 - 10 cm -------------------------
ŷ = 46,61+3,519**x R
2
= 0,88
ŷ = 52,871-13,442**x+3,0,95**x
2
R
2
= 0,99
ŷ = 49,132+8,355**x + R
2
= 0,99
ŷ = 53,592+2,398**x R
2
= 0,78
0
25
50
75
100
125
150
02468
Dose (Mg ha
-1
)
Nitrogênio Microbiano (mg kg
-1
de solo)
Calcário
LC
LB
Lcal
E
ŷ = 110,08
Figura 49. Valores de Nitrogênio Microbiano do solo (mg kg
-1
), em diferentes profundidades,
após 12 meses da reaplicação superficial de doses dos resíduos LC, LB, Lcal e E e do
calcário (2 Mg ha
-1
), em um Latossolo Vermelho distrófico Sistema de Plantio Direto.
Botucatu, SP (2006).
entanto, não foi observado aumento significativo em função das doses. Nesta camada,
comparando-se as doses de LC e o calcário observa-se que o maior valor de nitrogênio
microbiano foi observado quando aplicada a dose de 4 Mg ha
-1
, que diferiu do tratamento com
183
calcário. Ainda nesta camada, observa-se a superioridade da dose de 8 Mg ha
-1
de LB e Lcal
quando comparado ao calcário, para a variável estudada.
O calcário mostrou-se o mais eficiente no aumento da atividade
microbiana na camada de 5-10 cm de profundidade, promovendo os maiores valores de
nitrogênio microbiano, exceto na dose de 8 Mg ha
-1
do lodo LB que foi inferior, e na mesma
dose de escória que não diferiu desta.
De um modo geral, o N microbiano reduziu da camada de 0-5 cm para
a de 5-10 cm, concordando com resultados obtidos por Perez et al. (2005) e Coser et al.
(2007), que também observaram a redução do N na biomassa microbiana com o aumento da
profundidade, o que pode ser atribuído ao maior aporte de resíduos orgânicos superficiais,
proporcionados principalmente pela cultura da aveia preta utilizada como planta de cobertura
no período de inverno, visto que se trata de uma área manejada em SPD a pelo menos 5 anos.
No entanto, apesar dessa diminuição característica que ocorre com o aumento da profundidade
os resultados de nitrogênio microbiano na camada de 5-10 cm, proporcionado pelos
tratamentos com resíduos e pelo calcário, podem ser considerados de grande importância na
atividade microbiana.
Coser et al. (2007) cita trabalhos de Hatch et al. (2000) e Vargas et al.
(2005), que observaram aumentos no N da biomassa microbiana do solo apenas a longo prazo,
em solo sob pastagem e plantio direto, respectivamente. Que segundo eles, o efeito seria
decorrente da maior produção de biomassa vegetal e do conseqüente aumento de carbono
orgânico no solo. O mesmo foi observado no trabalho de Silvan et al. (2003) onde a
imobilização de N na biomassa microbiana do solo ocorreu somente após um ano do início do
experimento. E que, segundo Zaman et al. (2002) e Blankenau et al. (2000), a adição de
resíduos orgânicos e fertilizantes nitrogenados em conjunto, aumentou o N da biomassa
microbiana em relação ao tratamento sem a adição de resíduos orgânicos.
Segundo Perez et al. (2005) a liberação ou imobilização dos nutrientes
depende da dinâmica dos microrganismos, da quantidade de resíduos vegetais, do rápido
retorno e da eficiência de utilização de carbono pela microbiota. A biomassa microbiana
responde rapidamente à adição de C e de N aplicados ao solo, determinando a decomposição
da matéria orgânica, relação entre carbono e o nitrogênio (C/N), a mineralização e a
imobilização de nutrientes. O rápido retorno de N no solo pelos microrganismos contribui no
184
processo de mineralização e é considerado relevante para a manutenção de ecossistemas
naturais.
Souza e Lobato (2004) citam que o N do solo encontra-se, quase que
totalmente, na forma orgânica, não disponível para as plantas e muito pouco na forma
inorgânica (amônio e nitrato), passível de absorção pela plantas. Os microorganismos do solo,
ao decomporem a matéria orgânica, bem como os resíduos vegetais e animais, satisfazem sua
demanda de energia e de N e, com a mineralização dos compostos orgânicos, disponibilizam
N para as plantas. Ou seja, a demanda de N pelos microorganismos, ocorre, por algum tempo,
imobilização de N orgânico ou inorgânico no corpo desses, que uma vez completados seus
ciclos vitais e decompostos, também liberam o N para as plantas. A mineralização e a
imobilização ocorrem ao mesmo tempo no solo.
Material com relação C/N baixa, menor que 20/1, proporciona maior
rapidez da mineralização, ou seja, há maior liberação de N do que a imobilização para sua
decomposição, com relação C/N alta, maior que 30/1, favorecem a imobilização de N, onde
para relação C/N entre esses valores a imobilização e a mineralização são equivalentes, ou
seja, há equilíbrio entre o N consumido para a decomposição da palha e o mineralizado após a
atividade microbiana (GASSEN e GASSEN, 1996).
Assim como para o carbono, Trannin et al. (2007) trabalhando com
lodo de esgoto, observaram aumento do N da biomassa microbiana com a aplicação de doses
superiores a 12 Mg ha
-1
, superando a adubação mineral e a testemunha, sendo os menores
valores observados no controle, evidenciando o estímulo à microbiota do solo pelo
fornecimento de substratos orgânicos e nutrientes, associado aos baixos teores de metais
pesados presentes neste resíduo.
Andrade e Mattiazzo (1999) também observaram o efeito positivo da
aplicação de lodo de esgoto sobre o aumento do nitrogênio microbiano do solo, onde
atribuíram tal efeito por se tratar de um material orgânico, onde a formação de amônia ocorre
paulatinamente à medida que o material orgânico vai sendo mineralizado.
De acordo com os resultados obtidos, não só a aplicação dos resíduos e
do calcário, mas também a adoção do SPD contribuíram para o incremento do nitrogênio na
biomassa microbiana do solo. Diante da composição dos materiais utilizados, esperava-se
obter os melhores resultados com a aplicação dos lodos de esgoto (LC e LB), pelo fato de
185
apresentarem grande quantidade de matéria orgânica em sua composição, 26 e 50%,
respectivamente, em relação a lama cal (3%) e a escória (1%), no entanto, todos os
tratamentos favoreceram a atividade microbiana, inclusive o calcário, o que pode ser explicado
pela adoção do SPD, em razão da não mobilização do solo, e pela culturas utilizadas, devido a
alta relação C/N da aveia preta e pela fixação biológica de nitrogênio (FBN) na soja, o que
pode ter exercido grande influência sobre a biomassa microbiana, aumentando os valores de
nitrogênio microbiano no solo.
4.5 Cultura da aveia preta (Avena strigosa Schreber)
A aveia preta é considerada uma das culturas de inverno mais
importante sob o ponto de vista de cobertura do solo e obtenção de palha para a realização da
semeadura direta da cultura de verão, que segundo Santi et AL. (2003) é a principal cultura de
cobertura utilizada na entressafra das culturas comerciais de verão. Têm se destacado como
uma alternativa eficiente em aportar resíduos ao solo em quantidade e qualidade para
proporcionar boa cobertura para a cultura em sucessão (ROSSATO et al., 2003).
A cultura da aveia preta foi conduzida no período de inverno dos anos de 2005 e 2006, com o
objetivo de produzir fitomassa para a manutenção de palha na superfície do solo, bem como a
reciclagem de nutrientes de uma área sob SPD manejada com aplicação superficial de
resíduos, sendo eles: os lodos de esgoto, um centrifugado (LC) e outro de biodigestor (LB), a
lama cal (Lcal) e a escória de aciaria (E), além do tratamento com calcário (2 Mg ha
-1
).
4.5.1 Massa de matéria seca da aveia preta
A produção de massa de matéria seca de aveia preta foi favorecida pela
aplicação dos resíduos LC, LB, Lcal e E, e também pela calagem, havendo interação
significativa entre doses e resíduos nos cultivos de inverno de 2005 e 2006, conforme
apresenta a análise de variância na Tabela 45.
No ano de 2005, observa-se um comportamento semelhante para
massa de matéria seca da aveia preta decorrente a aplicação dos resíduos, observando-se um
comportamento quadrático para aplicação dos lodos de esgoto LC e LB, onde a maior massa
de matéria seca foi obtida com as doses de 3,34 e 4,13 Mg ha
-1
, produzindo cerca de 6327,70 e
186
6536,54 kg ha
-1
, respectivamente. Para Lcal não apresentou efeito significativo e para o
tratamento com escória a massa de matéria seca da aveia preta aumentou linearmente com o
aumento das doses (Figura 44). Já em 2006 somente houve efeito de interação significativa
sobre esta variável quando onde aplicado o lodo LB, onde a produção de massa de matéria
seca diminuiu linearmente em decorrência do aumento das doses.
Tabela 45. Resumo da análise de variância para massa de matéria seca da aveia preta,
decorrente da reaplicação superficial de doses dos resíduos LC, LB, Lcal e E e do
calcário (2 Mg ha
-1
), em um Latossolo Vermelho distrófico sob Sistema Plantio
Direto, nos anos agrícolas de 2005 e 2006. Botucatu, SP.
Massa de matéria seca da aveia preta
Variáveis
Ano Agrícola de 2005 Ano Agrícola de 2006
Resíduo (R)
(1)
ns **
Dose (D) * ns
R X D ** **
Bloco ** ns
CV 8 16
DMS 341,09 410,13
LC
(2)
* **
CV 10 13
DMS 923,44 840,08
LB
(2)
ns **
CV 11 14
DMS 1032,35 744,54
Lcal
(2)
ns *
CV 10 16
DMS 972,51 845,40
E
(2)
* ns
CV 11 17
DMS 1047,76 1037,56
LC= lodo de esgoto centrifugado e tratado com cal virgem (ETE de São José dos Campos, SP), LB= lodo de esgoto de
biodigestor (ETE de Barueri, SP), Lcal= lama cal (Luwarcel Celulose Papel Ltda., SP), E= escória de aciaria (Siderurgia
Mannesmann). 0 meses= amostragem realizada antes da reaplicação dos tratamentos (abril/2005).
(1)
Regressão entre as doses
dos resíduos (LC, LB, Lcal e E).
(2)
Teste de média para comparação entre as doses de cada um dos residuos e o calcário.
*= P
< 0,05, **= P < 0,01 e ns= não significativo pelo teste t (LSD).
Na aveia preta cultivada no ano de 2005 houve diferença significativa
entre os resíduos na dose de 8 Mg ha
-1
, onde a maior massa de matéria seca foi obtida com a
aplicação de escória (Tabela 46). Já na aveia preta cultivada no ano de 2006 observou-se
diferença significativa entre os resíduos em todas as doses. Na dose de 2 Mg ha
-1
a maior
massa de matéria seca foi obtida com a aplicação de escória, sendo superior a proporcionada
por LC e Lcal. Já na de 4 Mg ha
-1
observou- se a superioridade da aplicação do resíduo LC em
187
relação a LB e Lcal, enquanto, na dose de 8 Mg ha
-1
o melhor produção de massa de matéria
seca foi observada com a aplicação de LC.
------------------------- Ano Agrícola 2005 -------------------------
ŷ = 5863,809+277,748x-41,574*x
2
R
2
= 1,00
ŷ = 5730,9+166,279**x R
2
= 0,93
ŷ = 5769,377+371,356x-44,94*x
2
R
2
= 0,76
2500
3500
4500
5500
6500
7500
02468
Dose (Mg ha
-1
)
Massa de Matéria Seca (kg ha
-1
)
Calc ário
LC
LB
Lcal
E
ŷ = 5984
ŷ = 6380
------------------------- Ano Agrícola 2006 -------------------------
ŷ = 3761-112,786*x R
2
= 0,90
2500
3500
4500
5500
6500
7500
02468
Dose (Mg ha
-1
)
Massa de Matéria Seca (kg ha
-1
)
Calcário
LC
LB
Lcal
E
ŷ = 3219
ŷ = 3794
ŷ = 4415
ŷ = 4060
Figura 44. Massa de matéria seca da aveia preta, cultivada nos anos agrícolas de 2005 e 2006,
decorrente da reaplicação superficial de doses dos resíduos LC, LB, Lcal e E e do
calcário (2 Mg ha
-1
), em um Latossolo Vermelho distrófico sob Sistema Plantio
Direto. Botucatu, SP.
Nos dois anos de cultivo no tratamento com aplicação de calcário a
massa de matéria seca da aveia preta aumentou consideravelmente em relação à testemunha
188
(Tabela 46). Considerando a comparação o calcário e os resíduos, no cultivo realizado em
2005 houve diferença significativa quando aplicados os resíduos LC e E, onde a aplicação de
calcário proporcionou produção de massa de matéria seca maior do que a obtida com a dose de
8 Mg ha
-1
de LC, no entanto, na comparação com a escória não diferiu estatisticamente.
Tabela 46. Massa de matéria seca da aveia preta (kg ha
-1
), decorrente da reaplicação
superficial de doses dos resíduos LC, LB, Lcal e E e do calcário (2 Mg ha
-1
), em um
Latossolo Vermelho distrófico sob Sistema Plantio Direto, nos anos agrícolas de
2005 e 2006. Botucatu, SP.
Massa de matéria seca da aveia preta
Resíduo
Dose
Mg ha
-1
LC LB Lcal E
--------------------------------------------------- kg ha
-1
-------------------------------------------------
Ano Agrícola de 2005
0 5872 AB 5872 5872 5872 B
2 6333 AB 6060 5957 6000 B
4 6325 AB 6740 6326 6210 AB
8 5423 bB 5830 b 5780 b 7170 aA
Média 5963 b 6125 ab 5984 ab 6353 a
Regressão Q* Q* ns L**
Calcário 6380 A 6380 6380 6380 AB
Ano Agrícola de 2006
0 3625 BC 3625 B 3625 AB 3625
2 3065 bC 3630 abB 2880 bB 3839 a
4 4760 aA 3440 bcBC 2980 cB 4130 ab
8 4791 aA 2770 bC 3390 bB 3530 b
Média 4060 a 3366 b 3219 b 3794 a
Regressão ns L* ns ns
Calcário 4415 AB 4415 A 4415A 4415
LC= lodo de esgoto centrifugado, LB= lodo de esgoto de biodigestor, Lcal= lama cal, E= escória de aciaria. Médias seguidas
de mesma letra, minúscula na linha, entre os resíduos, e maiúscula na coluna, entre as doses de cada resíduo resíduo e o
calcário, para cada uma das profundidades, não diferem estatisticamente a 1 e 5% pelo teste t (LSD). ns= não significativo, *=
P < 0,05 e **= P < 0,01; L e Q= regressão linear e quadrática, respectivamente.
No cultivo realizado em 2006 somente não houve diferença
significativa para a comparação entre a calagem e os resíduos no tratamento com aplicação de
escória. Neste cultivo, as doses 4 e 8 Mg ha
-1
de LC proporcionaram a maior massa de matéria
seca, porém, não foram superiores ao obtido pela calagem. Com relação ao LB, a calagem
proporcionou a maior produção de massa de matéria seca da aveia preta. Enquanto, para Lcal,
189
o tratamento com aplicação de calcário apresentou produção de massa de matéria seca superior
as doses de 2, 4 e 8 Mg ha
-1
de Lcal, somente não diferiu do tratamento testemunha.
De um modo geral observa-se que a aplicação dos resíduos favoreceu a
produção de massa de matéria seca da aveia preta cultivada no inverno de 2005 e 2006, porém
observa-se uma redução desta do primeiro para o segundo cultivo, observado provavelmente
em decorrência das condições climática durante a condução da cultura, sendo o principal
ponto o déficit hídrico (Figura 1), pois a área experimental encontra-se em uma região de
inverno seco, onde, apesar da cultura ser resistente a seca e ter pouca exigência nutricional,
tem sua produção de fitomassa afetada pela falta de água e nutrientes (BURLE et al., 2006),
principalmente de N. Neste sentido, Pitol et al. (2006) infere que a produção de fitomassa das
espécies vegetais é variável em função das precipitações pluviais que ocorrem durante seu
desenvolvimento.
A aplicação dos resíduos LC, LB, Lcal e E e do calcário sobre a
superfície, além de proporcionar a ciclagem de nutrientes é uma forma de se melhorar a
quantidade e a qualidade dos resíduos da cultura da aveia preta que podem retornar ao solo no
SPD, contribuindo principalmente para o aumento do teor de carbono orgânico no solo.
4.5.2 Teor de nutrientes na parte aérea da aveia preta
Como pode ser visto pelos resultados da analise de variância, no ano
de 2005 somente houve interação significativa decorrente da reaplicação superficial dos
resíduos escória de aciaria, lama cal e lodos de esgoto sobre os teores foliares de S, B, Mn e
Zn, enquanto, na aveia preta cultivada no inverno de 2006 efeito significativo de interação foi
observado para os nutrientes P, K, Ca, S, Mn e Z (Tabela 47). Dos nutrientes avaliados,
somente para os teores de N, Mg, Cu e Fe na parte aérea da aveia preta cultivada nos anos de
2005 e 2006 não houve interação significativa em função da aplicação dos resíduos em
superfície no SPD (Tabela 47). Na análise de variância também pode ser observado o efeito da
comparação entre os resíduos e o calcário sobre o teor de nutrientes na cultura da aveia preta
cultivada em SPD nos dois anos de cultivo.
Como pode ser observado na Tabela 48 e na Figura 45, somente no
ano de 2006 foram observados efeitos de interação significativa para os teores de P e K na
190
Tabela 47. Resumo da análise de variância para teor de nutrientes na parte aérea da aveia
preta, decorrente da reaplicação superficial de doses dos resíduos LC, LB, Lcal e E,
e do calcário (2 Mg ha
-1
), em um Latossolo Vermelho distrófico sob Sistema Plantio
Direto, nos anos agrícolas de 2005 e 2006. Botucatu, SP.
Ano Agrícola
Causa de
variação
2005 2006 2005 2006 2005 2006 2005 2006 2005 2006 2005 2006
N P K Ca Mg S
Resíduo(R)
(1)
ns ns ns ns ns ns ns ** ns ns ** **
Dose (D) ns ns ns ** ns ns ns ** ns ns ns ns
R X D ns ns ns * ns * ns * ns ns * *
Bloco * * ns ns ** ** ** ns ** ns * ns
CV 11 10 16 11 15 14 21 18 21 19 17 12
DMS 1,45 1,60 0,15 0,18 2,39 2,03 0,47 0,55 0,22 0,25 0,22 0,20
LC
(2)
ns ns ns ns * * ns * ns * ns *
CV 12 10 24 11 13 12 28 16 32 18 18 13
DMS 3,54 3,47 0,47 0,40 4,32 3,75 1,40 1,15 0,72 0,51 0,51 0,46
LB
(2)
ns * * ns * * ns ns ns ns * *
CV 12 8 12 10 17 13 31 20 24 25 19 16
DMS 3,58 3,09 0,24 0,37 5,68 4,18 1,35 1,13 0,55 0,76 0,60 0,65
Lcal
(2)
ns * ns ns * ns ns ** ns * ns ns
CV 13 8 17 17 13 17 28 14 25 24 19 15
DMS 3,80 2,75 0,33 0,58 4,31 5,37 1,30 9,00 0,54 0,66 0,50 0,55
E
(2)
ns ns * ns ns ** ns * ns ns ns ns
CV 9 10 16 13 19 13 29 20 26 19 19 14
DMS 2,72 3,41 0,32 0,46 5,79 4,00 1,46 1,36 0,61 0,56 0,51 0,52
B Cu Fe Mn Zn
Resíduo(R)
(1)
ns ns ns ns ns ns ** ** ** **
Dose (D) ** ns ns ns ns ns ** ** ns ns
R X D * ns ns ns ns ns * ** ** *
Bloco ** ns ** ns ns ** ** ** ** ns
C.V. 27 10 12 10 21 29 16 17 16 27
DMS 1,61 2,02 0,68 0,56 13,51 45,48 17,71 21,35 3,13 8,47
LC
(2)
ns ns ns ns ns * ** ** ns ns
CV 31 11 9 10 34 27 17 18 20,7 25
DMS 4,41 4,86 1,15 1,18 51,11 105,20 40,12 41,94 7,14 16,13
LB
(2)
ns ns ns ns ns ns * * ** *
CV 31 8 14 13 33 34 18 18 18 29
DMS 4,27 3,38 1,83 1,50 48,48 115,78 48,68 55,24 9,17 26,60
Lcal
(2)
* ns ns ns ns ns ** ** * ns
CV 28 10 13 10 35 29 18 24 17 26
DMS 3,53 4,23 1,54 1,22 47,52 91,77 41,29 52,91 5,93 15,72
E
(2)
ns ns * ns ns ns ** ** * ns
CV 32 11 10 11 31 35 16 15 16 23
DMS 4,48 4,97 1,99 1,28 44,19 120,98 35,43 35,63 5,30 14,15
LC= lodo de esgoto centrifugado e tratado com cal virgem (ETE de São José dos Campos, SP), LB= lodo de esgoto de
biodigestor (ETE de Barueri, SP), Lcal= lama cal (Luwarcel Celulose Papel Ltda., SP), E= escória de aciaria (Siderurgia
Mannesmann). 0 meses= amostragem realizada antes da reaplicação dos tratamentos (abril/2005).
(1)
Regressão entre as doses
dos resíduos (LC, LB, Lcal e E).
(2)
Teste de média para comparação entre as doses de cada um dos residuos e o calcário.
*= P
< 0,05, **= P < 0,01 e ns= não significativo pelo teste t (LSD).
191
parte aérea da aveia preta decorrente do aumento da dose dos resíduos, enquanto os teores de
N não foram influenciados pelo aumento das doses. Para o teor de P os efeitos foram
observados quando aplicados os resíduos Lcal e E, com comportamento linear crescente,
enquanto, o teor de K na planta reduziu linearmente com o aumento das doses do resíduo LB.
O teor de nitrogênio na parte aérea da aveia preta obtido nos dois anos
de cultivo não sofreu influência significativa pelo aumento das doses dos resíduos aplicados, e
foram maiores no segundo cultivo. De um modo geral, a maior absorção de N pela aveia preta
foi onde aplicados os lodos de esgoto LC e LB (Tabela 48 e na Figura 45), nos dois anos.
Podendo ser justificado pela presença de N na composição desses lodos de esgoto (Tabela 2),
o que provavelmente tenha proporcionado maior absorção pela planta de aveia preta, e
também devido à presença de matéria orgânica nestes, em torno de 50% da massa de matéria
seca de LB e 26% de LC, contribuindo assim, para o aporte de nitrogênio orgânico ao solo,
dessa maneira, com a mineralização desta pelos microrganismos, esse nutriente poderá ser
absorvido pela cultura.
Na Tabela 48 pode-se observar que houve diferença significativa entre
os resíduos para teores de P e K na aveia preta cultivada em 2005. Para o teor de P houve
diferença significativa na dose de 4 Mg ha
-1
, onde no tratamento com o lodo LB o teor de P foi
superior ao obtido no tratamento com a escória, e para o K houve diferença entre os resíduos
na dose de 2 Mg ha
-1
, onde o tratamento com LB diferiu do Lcal. Enquanto, no cultivo da
aveia preta em 2006 houve efeito para teor de N quando aplicada a dose de 2 Mg ha
-1
do lodo
LB, o qual diferiu da Lcal e da escória. Já para o teor de K houve efeito decorrente da
aplicação das doses de 2 e 8 Mg ha
-1
, onde o resíduo LB proporcionou teor de K na parte aérea
da aveia preta superior ao obtido por Lcal, e de LC sobre LB e E, respectivamente.
Segundo Raij et al. (1997), a faixa de teores adequados para N, P e K
nas folhas da cultura da aveia são de 20 – 30, de 2,0 – 5,0 e de 15 – 30 g kg
-1
,
respectivamente.
De acordo com os valores propostos como adequados para a cultura da aveia, mediante os
resultados presentes na Tabela 48, pode-se dizer que no cultivo realizado em 2005 somente os
teores de K encontram-se dentro da faixa considerada adequada, no entanto, não foram
observados sintomas de deficiência durante o desenvolvimento da cultura. Já no segundo
cultivo, em 2006, o teor dos nutrientes N, P e K estão dentro da faixa considerada como
adequada para a cultura.
192
Tabela 48. Teor de nutrientes na aveia preta, decorrente da reaplicação superficial de doses
dos resíduos LC, LB, Lcal e E e do calcário (2 Mg ha
-1
), em um Latossolo
Vermelho distrófico sob Sistema Plantio Direto, nos anos agrícolas de 2005 e 2006.
Botucatu, SP.
Ano Agrícola 2005
Ano Agrícola 2006
Resíduos Resíduos
Dose
Mg ha
-1
LC LB Lcal E LC LB Lcal E
----------------------------------------- N (g kg
-1
) -----------------------------------------
0 20 20 20 20 23 23 B 23 AB 23
2 18 20 19 20 26 ab 27 aA 21 cB 23 bc
4 19 20 19 18 24 24 AB 24 A 24
8 19 19 19 19 23 24 AB 24 A 24
Média 19 20 19 19 24 24 23 23
Regressão ns ns ns ns ns ns ns ns
Calcário 18 18 18 18 23 23 B 23 AB 23
----------------------------------------- P (g kg
-1
) -----------------------------------------
0 1,3 1,3 AB 1,3 1,3 AB 2,1 2,1 2,1 2,1
2 1,3 1,3 AB 1,3 1, 5 A 2,8 2,4 2,0 2,1
4 1,4 ab 1,4 aA 1,3 ab 1,1 bB 2,5 2,3 2,2 2,4
8 1,3 1,5 A 1,3 1,4 AB 2,4 2,4 2,6 2,5
Média 1,3 1,4 1,3 1,3 2,3 2,3 2,2 2,3
Regressão ns ns ns ns ns ns L** L*
Calcário 1,2 1,2 B 1,2 1,2 AB 2,3 2,3 2,3 2,3
----------------------------------------- K (g kg
-1
) -----------------------------------------
0 21 AB 21 AB 21 AB 21 22 A 22 AB 22 22 AB
2 24 abA 25 aA 20 bAB 22 ab 22 abAB 23 aA 18 b 20 abABC
4 22 A 22 AB 24 A 21 20 AB 19 AB 23 23 A
8 24 A 23 AB 22 A 21 23 aA 19 abB 21 ab 18 bC
Média 23 23 22 21 22 21 21 21
Regressão ns ns ns ns ns L* ns ns
Calcário 17 B 17 B 17 B 17 19 B 19 B 19 19 BC
LC= lodo de esgoto centrifugado, LB= lodo de esgoto de biodigestor, Lcal= lama cal, E= escória de aciaria. Médias seguidas
de mesma letra, minúscula na linha, entre os resíduos, e maiúscula na coluna, entre as doses de cada resíduo resíduo e o
calcário, para cada uma das profundidades, não diferem estatisticamente a 1 e 5% pelo teste t (LSD). ns= não significativo, *=
P < 0,05 e **= P < 0,01; L e Q= regressão linear e quadrática, respectivamente.
Considerando a comparação entre a calagem e os resíduos aplicados
em superfície no SPD (Tabela 48), para o teor de N na parte aérea da aveia preta foram
observados efeitos somente no segundo cultivo (2006), quando aplicados o lodo de esgoto LB
e a Lcal, onde no tratamento com o lodo LB o teor de N proporcionado pela calagem foi
193
----------- Ano Agrícola 2005 ----------- ----------- Ano Agrícola 2006 -----------
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
02468
Dose (Mg ha
-1
)
P (g kg
-1
)
Calcário
LC
LB
Lcal
E
ŷ = 1,30
ŷ = 1,28
ŷ = 1,29
ŷ = 1,36
ŷ = 1,15
ŷ = 1,99+0,065*x R
2
= 0,83
ŷ = 2,08+0,056**x R
2
= 0,85
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
02468
Dose (Mg ha
-1
)
P (g kg
-1
)
Calcário
LC
LB
Lcal
E
ŷ = 2,31
ŷ = 2,29
ŷ = 2,30
0
5
10
15
20
25
02468
Dose (Mg ha
-1
)
K (g kg
-1
)
Calcário
LC
LB
Lcal
E
ŷ = 22,56
ŷ = 22,50
ŷ = 21,06
ŷ = 21,75
ŷ = 17,25
ŷ = 22,8-0,568*x R
2
= 0,72
0
5
10
15
20
25
02468
Dose (Mg ha
-1
)
K (g kg
-1
)
Calc ár io
LC
LB
Lcal
E
ŷ = 20,81
ŷ = 21,56
ŷ = 20,81
ŷ = 18,50
Figura 45. Teor de fósforo e potássio na aveia preta, decorrente da reaplicação superficial de
doses dos resíduos LC, LB, Lcal e E e do calcário (2 Mg ha
-1
), em um Latossolo
Vermelho distrófico sob Sistema Plantio Direto, nos anos agrícolas de 2005 e 2006.
Botucatu, SP.
semelhante ao da testemunha, neste tratamento, somente na dose de 2 Mg ha
-1
o teor de N foi
superior ao proporcionado pela calagem. Já para Lcal, as doses de 4 e 8 Mg ha
-1
proporcionaram teores de N superior ao obtido com a dose de 2 Mg ha
-1
, sendo que, estas não
diferiram do tratamento com aplicação de calcário, o qual foi semelhante a testemunha.
O N é um dos nutrientes mais requeridos pelas plantas, podendo
inclusive limitar a produção de muitas culturas. Conforme Santi et al. (2003), o N é o nutriente
que tem maior efeito no crescimento da cultura da aveia preta, e é tido como o elemento que
mais limita a produção de fitomassa. Segundo ele, a ciclagem de nutrientes pela cultura da
aveia preta pode ser afetada pela disponibilidade de N no solo. Um dos problemas apontados
pelos referidos autores é de que geralmente a aveia preta quando utilizada como planta de
194
cobertura é subadubada ou não recebe nenhum tipo de adubação, neste caso sua nutrição
baseia-se na adubação residual da cultura econômica. Diante disso, este manejo pode limitar
seu desenvolvimento, principalmente em solos com baixa disponibilidade de N, e
conseqüentemente pode prejudicar todo o SPD.
Autores como Derpsch et al. (1985) citam a importância da adubação
nitrogenada na cultura da aveia preta devido a sua grande capacidade de extração e acúmulo
de N. Cujas características conferem a esta cultura potencial para a redução de riscos de
contaminação do lençol freático por nitrato, e ao mesmo tempo servir como fonte de N para as
culturas em sucessão, mediante a decomposição dos resíduos vegetais, portanto, trata-se de
uma cultura muito eficiente na ciclagem de nutrientes.
Atualmente existe um grande interesse por parte da pesquisa referente
à aplicação de nitrogênio na cultura antecessora à cultura principal em áreas sob SPD, uma vez
que esse nutriente por favorecer o aumento na produção de fitomassa da cultura da aveia preta
exerce influência positiva sobre a ciclagem de nutrientes como P, K, Ca e Mg, como
encontrado por Santi et al. (2003). Amado et al. (2003) observaram efeitos positivos da
adubação nitrogenada na aveia preta sobre o milho cultivado em sucessão no SPD. Neste
sentido Coelho e França (2003) citam a importância da aveia preta na ciclagem de K, como
sendo uma estratégia de redução de perda deste nutriente na entressafra das culturas
comerciais.
De acordo com os resultados, houve aumento do teor de P na parte
aérea da aveia preta decorrente da aplicação dos resíduos nos dois anos de cultivo, sendo
maior no segundo cultivo (Tabela 48). O aumento do teor de P na aveia foi proporcionado pela
aplicação do lodo de esgoto LB, mesmo não sendo significativo, pode ser justificado pela
presença de matéria orgânica contido neste, em torno de 50%, a qual disponibilizaria fósforo
orgânico ao solo e esse seria convertido a formas inorgânicas antes de serem adsorvidos aos
colóides do solo, evitando a fixação. Além do teor de P na composição do lodo LB, em torno
de 49 g kg
-1
, são as principais explicações para esses resultados, por ser maior em relação aos
demais resíduos em questão. E como apresenta a Figura 45, observa-se efeito linear crescente
para teor foliar de P quando aplicados Lcal e E no cultivo de 2006.
Com relação à comparação entre o calcário e os resíduos quanto aos
teores de P na aveia, houve efeito significativo somente nos tratamentos com LB e escória na
195
aveia preta cultivada em 2005 (Tabela 48). De acordo com os resultados obtido, o teor de P na
aveia proporcionado pelas doses de 4 e 8 Mg ha
-1
de LB foi superior ao da calagem, enquanto,
no tratamento com aplicação de escória a dose de 2 Mg ha
-1
de E proporcionou o maior teor de
P, porém, não diferiu do proporcionado pela aplicação de calcário.
Com relação ao teor de K na cultura da aveia preta observa-se no ano
de 2006 que este foi influenciado negativamente pelo aumento das doses do lodo de esgoto
LB, provavelmente em decorrência dos menores teores de K no solo em relação aos demais
resíduos. De acordo com os resultados, para os tratamentos com LC, LB e Lcal, a calagem
proporcionou os menores teores foliares de K no primeiro cultivo, nestes, a calagem
proporcionou valores de K semelhantes aos obtidos com a testemunha. Na aveia preta
cultivada no ano de 2006 houve diferença significativa da comparação entre calcário e os
resíduos LC, LB e E, onde no tratamento com LC, o teor foliar de P proporcionado pela
calagem foi inferior ao obtido no tratamento testemunha, enquanto, para LB e E os
tratamentos calagem e testemunha não diferiram estatisticamente entre si. Somente não foram
observados efeitos significativos da comparação entre resíduo e calcário para a aplicação de
escória no cultivo de 2005 e para Lcal no cultivo de 2006, como pode ser visualizado na
Tabela 48.
Para o teor de Ca na aveia, somente foram observados efeitos
significativos em função do aumento das doses dos resíduos na aveia preta cultivada no ano de
2006, como pode ser visto na Tabela 49, onde para o tratamento com a aplicação de LC o teor
de Ca na parte aérea apresentou comportamento quadrático, enquanto, para Lcal e E foi linear
crescente (Figura 46). Neste cultivo, o menor teor de Ca na aveia foi observado onde aplicado
o lodo LB, e em todas as doses, efeito justificado pela quantidade reduzida de Ca na sua
composição (Tabela 2), em torno de 20 g kg
-1
, em relação aos demais tratamentos, com 280 g
kg
-1
para LC, 370 g kg
-1
para Lcal e 230 g kg
-1
para E.
O incremento nos teores de Ca na parte aérea de aveia seria a
contribuição dos resíduos, de forma direta, em razão da grande quantidade de Ca presente nos
resíduos (Tabela 2), em especial para o LC, Lcal e E, e em menor escala para o resíduo LB.
Fato que eleva os níveis de Ca no solo até a profundidade de 40 cm (Tabela 15), permitindo
que as plantas de aveia preta absorvessem mais esse nutriente.
196
Tabela 49. Teor de nutrientes na aveia preta, decorrente da reaplicação superficial de doses
dos resíduos LC, LB, Lcal e E e do calcário (2 Mg ha
-1
), em um Latossolo
Vermelho distrófico sob Sistema Plantio Direto, nos anos agrícolas de 2005 e 2006.
Botucatu, SP.
Ano Agrícola 2005
Ano Agrícola 2006
Resíduos Resíduos
Dose
Mg ha
-1
LC LB Lcal E LC LB Lcal E
----------------------------------------- Ca (g kg
-1
) -----------------------------------------
0 3 3 3 3 3 C 3 3 C 3 B
2 3 3 3 3 5 aAB 4 b 5 aB 5 aA
4 4 3 3 4 6 aA 4 b 5 abB 5 abA
8 4 3 3 4 5 abAB 4 b 6 aA 5 abA
Média 3 3 3 3 5 a 4 b 4,6a 4,4a
Regressão ns ns ns ns Q** ns L** L**
Calcário 3 3 3 3 4 BC 4 4 B 4 AB
----------------------------------------- Mg (g kg
-1
) -----------------------------------------
0 1,5 1,5 1,5 1,5 1,8 AB 1,8 1,8 AB 1,8
2 1,5 1,4 1,4 1,6 2,0 AB 2,0 1,9 AB 2,0
4 1,4 1,4 1,3 1,5 1,8 abAB 2,1 a 1,5 bB 1,8 ab
8 1,4 1,6 1,3 1,6 1,6 B 2,0 1,8 AB 2,0
Média 1,4 1,5 1,3 1,5 1,8 2,0 1,7 1,9
Regressão ns ns ns ns ns ns ns ns
Calcário 1,6 1,6 1,6 1,6 2,2 A 2,2 2,2 A 2,2
----------------------------------------- S (g kg
-1
) -----------------------------------------
0 1,9 1,9 B 1,9 1,9 2,3 B 2,3 B 2,3 2,3
2 1,9 ab 2,1 aB 1,7 ab 1,6 b 2,3 bB 2,7 aAB 2,4 ab 2,3 b
4 1,8 ab 2,0 aB 1,5 b 1,6 ab 2,4 bAB 2,9 aAB 2,4 b 2,5 ab
8 2,0 b 2,8 aA 1,5 c 1,7 bc 2,1 cB 3,1 aA 2,6 b 2,3 bc
Média 1,9 b 2,2 a 1,6 c 1,7 bc 2,3 b 2,7 a 2,4 b 2,3 b
Regressão ns L** ns ns ns L** ns ns
Calcário 1,9 1,9 B 1,9 1,9 2,8 A 2,8 AB 2,8 2,8
LC= lodo de esgoto centrifugado, LB= lodo de esgoto de biodigestor, Lcal= lama cal, E= escória de aciaria. Médias seguidas
de mesma letra, minúscula na linha, entre os resíduos, e maiúscula na coluna, entre as doses de cada resíduo resíduo e o
calcário, para cada uma das profundidades, não diferem estatisticamente a 1 e 5% pelo teste t (LSD). ns= não significativo, *=
P < 0,05 e **= P < 0,01; L e Q= regressão linear e quadrática, respectivamente.
Considerando a calagem, os resultados permitem observar que esta
favoreceu os teores de Ca na parte aérea da aveia preta em relação à testemunha. Houve efeito
significativo para a comparação do calcário com os resíduos LC, Lcal e E no segundo cultivo,
onde apesar do maior teor de Ca proporcionado pela calagem este somente diferiu da
197
testemunha no tratamento com Lcal. Enquanto no tratamento com aplicação do lodo de esgoto
LB não foram observadas diferenças significativas.
----------- Ano Agrícola 2005 ----------- ----------- Ano Agrícola 2006 -----------
0
1
2
3
4
5
6
02468
Dose (Mg ha
-1
)
Ca (g kg
-1
)
Calcário
LC
LB
Lcal
E
ŷ = 3,38
ŷ = 2,81
ŷ = 3,06
ŷ = 3,31
ŷ = 3,10
ŷ = 3,304+0,974x-0,099**x
2
R
2
= 0,99
ŷ = 3,6+0,275**x R
2
= 0,84
ŷ = 3,6+0,221**x R
2
= 0,83
0
1
2
3
4
5
6
02468
Dose (Mg ha
-1
)
Ca (g kg
-1
)
Calcário
LC
LB
Lcal
E
ŷ = 3,63
ŷ = 4,25
ŷ = 1,775+0,113*x R
2
= 0,87
0,0
1,0
2,0
3,0
4,0
02468
Dose (Mg ha
-1
)
S (g kg
-1
)
Calc ár io
LC
LB
Lcal
E
ŷ = 1,87
ŷ = 1,63
ŷ = 1,67
ŷ = 1,88
ŷ = 2,395+0,091**x R
2
= 0,89
0,0
1,0
2,0
3,0
4,0
02468
Dose (Mg ha
-1
)
S (g kg
-1
)
Calcário
LC
LB
Lcal
E
ŷ = 2,27
ŷ = 2,34
ŷ = 2,40
ŷ = 2,75
Figura 46. Teor de cálcio e enxofre na aveia preta, decorrente da reaplicação superficial de
doses dos resíduos LC, LB, Lcal e E e do calcário (2 Mg ha
-1
), em um Latossolo
Vermelho distrófico sob Sistema Plantio Direto, nos anos agrícolas de 2005 e 2006.
Botucatu, SP.
Com base nos resultados apresentados na Tabela 49, não foi observada
interação significativa entre doses e resíduos para o teor de Mg na parte aérea da cultura da
aveia preta em nenhum dos anos avaliados. No entanto, no segundo ano de cultivo houve
efeito significativo quando aplicada a dose de 4 Mg ha
-1
, onde o teor de Mg proporcionado
pela aplicação do lodo LB foi superior ao tratamento com Lcal.
Nos dois cultivos a calagem proporcionou os maiores teores de Mg na
parte aérea de aveia preta, provavelmente, em razão do calcário utilizado ser do tipo
198
dolomítico, o qual, apresenta considerável concentração de Mg em sua composição,
proporcionando este efeito ao longo dos anos. De acordo com os resultados apresentados na
Tabela 49 pode-se observar diferença significativa na comparação entre a calagem e os
resíduos LC e Lcal no segundo cultivo, evidenciando a superioridade da calagem sobre o teor
de Mg na aveia preta.
Mesmo não sendo significativo, no primeiro cultivo os maiores teores
de Mg na cultura da aveia preta foram proporcionados pela aplicação da escória,
provavelmente essa contribuição seja em função de apresentar este nutriente em sua
composição (Tabela 2), enquanto no segundo cultivo foi com a aplicação do lodo de esgoto
LB, provavelmente pelo fato de proporcionar menor teor de Ca no solo em relação aos demais
resíduos e ao calcário, o que estaria favorecendo a absorção de Mg pelas plantas.
Dentre os resíduos aplicados, somente o lodo de esgoto LB mostrou
efeito significativo para teor de S na aveia preta, com comportamento linear crescente nos dois
anos de cultivo da aveia preta em SPD (Figura 46). Fato ocorrido provavelmente em razão do
teor de matéria orgânica desse resíduo e do conteúdo de enxofre em sua composição (Tabela
2). Nos dois cultivos foi observado também o efeito de doses sobre o teor de S na cultura da
aveia preta, onde em todas as doses aplicadas, o resíduo LB proporcionou os maiores teores de
S na aveia (Tabela 49).
Com relação ao calcário, houve efeito significativo pra o teor de S no
primeiro cultivo, quando comparado ao lodo LB, onde a dose de 8 Mg ha
-1
proporcionou o
maior teor de S na aveia, nesta comparação a calagem foi semelhante a testemunha.
De acordo com Raij et al. (1997), a faixa de teores adequados para Ca,
Mg e S nas folhas da cultura da aveia são de 2,5-5,0, de 1,5-5,0 e de 1,5-4,0 g kg
-1
,
respectivamente. Assim, com base nos resultados da Tabela 49, pode-se dizer que nos dois
ciclos da aveia preta os teores de Ca, Mg e S encontram-se dentro da faixa considerada
adequada para as plantas.
Com base na análise de variância apresentada na Tabela 47 e no teor
de micronutrientes na aveia preta cultivada no período de inverno dos anos de 2005 e de 2006
(Tabela 50), podem ser observados os efeitos sobre os teores de B, Cu, Fe, Mn e Zn,
decorrente da reaplicação dos resíduos LC, LB, Lcal e E, além do efeito proporcionado pelo
calcário.
199
Tabela 50. Teor de nutrientes na aveia preta, decorrente da reaplicação superficial de doses dos resíduos LC,
LB, Lcal e E e do calcário (2 Mg ha
-1
), em um Latossolo Vermelho distrófico sob Sistema Plantio
Direto, nos anos agrícolas de 2005 e 2006. Botucatu, SP.
Ano Agrícola 2005
Ano Agrícola 2006
Resíduos Resíduos
Dose
Mg ha
-1
LC LB Lcal E LC LB Lcal E
------------------------------------------------- B (mg kg
-1
) -------------------------------------------------
0 10 10 10 A 10 29 29 29 29
2 10 9 7 AB 10 29 27 30 30
4 8 7 6 B 8 30 27 29 27
8 8 9 8 AB 8 28 29 27 29
Média 9 9 8 9 30 28 29 29
Regressão ns ns Q* ns ns ns ns ns
Calcário 11 11 11 A 11 29 29 29 29
------------------------------------------------- Cu (mg kg
-1
) -------------------------------------------------
0 8 8 8 8 AB 8 8 8 8
2 8 8 8 7 B 8 8 7 7
4 8 b 9 a 8 b 9 aA 8 8 8 8
8 8 b 9 a 8 b 8 bAB 8 8 8 7
Média 8 b 9 a 8 b 8 b 8 a 8 a 8 a 7 b
Regressão ns ns ns ns ns ns ns ns
Calcário 8 8 8 8 AB 8 8 8 8
------------------------------------------------- Fe (mg kg
-1
) -------------------------------------------------
0 100 100 100 100 211 B 211 211 211
2 97 91 81 83 318 aA 211 b 169 b 203 b
4 97 84 75 81 242 AB 232 207 224
8 90 100 80 84 267 AB 203 198 247
Média 96 94 84 87 259 a 214 ab 196 b 221 ab
Regressão ns ns ns ns ns ns ns ns
Calcário 110 110 110 110 254 AB 254 254 254
------------------------------------------------- Mn (mg kg
-1
) -------------------------------------------------
0 209 A 209 A 209 A 209 A 215 A 215 A 215 A 215 A
2 168 abB 192 aA 157 abB 142 bB 154 bB 218 aA 137 bB 154 bB
4 141 BC 170 A 142 BC 146 B 157 bB 210 aA 144 bB 149 bB
8 118 bC 189 aA 116 bBC 121 bB 75 cC 223 aA 95 bcB 123 bB
Média 160 b 190 a 156 b 154 b 150 b 216 a 148 b 160 b
Regressão L** ns L** Q** L** ns L** L**
Calcário 114 C 114 B 114 C 114 B 138 B 138 B 138 B 138 B
------------------------------------------------- Zn (mg kg
-1
) -------------------------------------------------
0 25 25 B 25 A 25 A 42 42 B 42 42
2 26 b 40 aA 24 bA 24 bA 38 b 60 aAB 34 b 34 b
4 23 b 42 aA 23 bAB 21 bAB 47 ab 63 aAB 35 b 35 b
8 24 b 45 aA 22 bB 22 bAB 41 b 85 aA 37 b 37 b
Média 24 b 38 a 23 b 23 b 42 b 62 a 37 b 37 b
Regressão ns Q** ns ns ns L** ns ns
Calcário 17 17 B 17 B 17 B 46 46 B 46 46
LC= lodo de esgoto centrifugado, LB= lodo de esgoto de biodigestor, Lcal= lama cal, E= escória de aciaria. Médias seguidas de
mesma letra, minúscula na linha, entre os resíduos, e maiúscula na coluna, entre as doses de cada resíduo resíduo e o calcário, para
cada uma das profundidades, não diferem estatisticamente a 1 e 5% pelo teste t (LSD). ns= não significativo, *= P < 0,05 e **= P <
0,01; L e Q= regressão linear e quadrática, respectivamente.
200
Para o teor de Boro, somente houve efeito significativo decorrente do
aumento das doses para a aplicação do resíduo Lcal no cultivo da aveia preta realizado em
2005, onde observou-se comportamento quadrático para este micronutriente na parte aérea da
aveia preta (Figura 47), proporcionando teores de B inferiores aos obtidos quando da aplicação
de calcário e também do tratamento testemunha.
Os teores de Cu e Fe na aveia preta não foram influenciados
significativamente em função do aumento das doses dos resíduos em nenhum dos cultivos,
conforme pode ser observado nas Tabelas 47 e 50.
No entanto, o teor foliar de Cu na aveia preta cultivada em 2005 foi
influenciado significativamente quando aplicadas as doses de 4 e 8 Mg ha
-1
, onde o tratamento
com aplicação do lodo LB proporcionou as maiores teores de Cu na cultura da aveia preta
(Tabela 50). Neste cultivo também houve efeito significativo com relação à comparação entre
o calcário e a aplicação de escória, onde o teor de Cu na aveia preta foi obtido com a dose de 4
Mg ha
-1
de escória, porém, não diferiu dos tratamento testemunha, calagem e da dose de 8 Mg
ha
-1
. No segundo cultivo houve diferença significativa para o teor de Cu na dose de 8 Mg ha-1,
onde o resíduo escória proporcionou os menores teores de Cu.
Na aveia cultivada em 2005 não houve efeito significativo em função
da aplicação dos resíduos LC, LB, Lcal e E e também pelo calcário. Já no segundo cultivo, em
2006, o teor foliar de Fe foi maior com a aplicação de LC. Neste cultivo a dose de 2 Mg ha
-1
de LC proporcionou os maiores teores de Fe em relação aos demais resíduos. Considerando a
calagem, houve diferença significativa para a comparação desta com o lodo LC, onde o menor
teor de Fe foi obtido no tratamento testemunha, porém foi semelhante ao obtido no tratamento
com aplicação e calcário e com as doses de 4 e 8 Mg ha
-1
de LC.
Conforme apresentado nas Tabelas 47 e 50 e na Figura 47 pode-se
observar que a aplicação dos resíduos LC, Lcal e E influenciaram negativamente o teor de Mn
na aveia preta nos dois cultivos, reduzindo a absorção de Mn pelas plantas com o aumento das
doses. Provavelmente por estes atuarem na neutralização da acidez do solo, principalmente na
dose de 8 Mg ha
-1
, que reduziu a disponibilidade de Mn no solo, e conseqüentemente a
absorção deste nutriente pelas plantas de aveia preta.
Nos dois cultivos, somente para o lodo LB não houve efeito
significativo sobre o teor de M em função do aumento das doses, no entanto, proporcionou os
201
maiores teores foliares de Mn foram em todas as doses, exceto para a dose de 4 Mg ha
-1
no
primeiro cultivo.
----------- Ano Agrícola 2005 ----------- ----------- Ano Agrícola 2006 -----------
ŷ = 10,202-1,938x+0,2*x
2
R
2
= 1,00
0
5
10
15
20
25
30
35
02468
Dose (Mg ha
-1
)
B (mg kg
-1
)
Calcário
LC
LB
Lcal
E
ŷ = 8,81
ŷ = 8,69
ŷ = 8,88
ŷ = 8,81
0
5
10
15
20
25
30
35
02468
Dose (Mg ha
-1
)
B (mg kg
-1
)
Calc ár io
LC
LB
Lcal
E
ŷ = 29,13
ŷ = 27,94
ŷ = 28,75
ŷ = 28,50
ŷ = 28,50
ŷ = 197,35-10,921**x R
2
= 0,91
ŷ = 193,15-10,65**x R
2
= 0,86
ŷ = 202,20-25,22**x+1,91**x
2
R
2
= 0,87
0
50
100
150
200
250
02468
Dose (Mg ha
-1
)
Mn (mg kg
-1
)
Calcário
LC
LB
Lcal
E
ŷ = 190,06
ŷ = 114,25
ŷ = 207,2-16,234**x R
2
= 0,93
ŷ = 193,7-13,182**x R
2
= 0,81
ŷ = 196,05-10,211**x R
2
= 0,80
0
50
100
150
200
250
02468
Dose (Mg ha
-1
)
Mn (mg kg
-1
)
Calc ár io
LC
LB
Lcal
E
ŷ = 216,31
ŷ = 138,00
ŷ = 25,83+6,57**x-0,53**x
2
R
2
= 0,94
0
20
40
60
80
100
02468
Dose (Mg ha
-1
)
Zn (mg kg
-1
)
Calcário
LC
LB
Lcal
E
ŷ = 22,81
ŷ = 24,31
ŷ = 23,31
ŷ = 17,30
ŷ = 44,6+5,043**x R
2
= 0,96
0
20
40
60
80
100
02468
Dose (Mg ha
-1
)
Zn (mg kg
-1
)
Calcário
LC
LB
Lcal
E
ŷ = 37,88
ŷ = 41,81
ŷ = 36,88
ŷ = 45,50
Figura 47. Teor de boro, manganês e zinco na aveia preta, decorrente da reaplicação
superficial de doses dos resíduos LC, LB, Lcal e E e do calcário (2 Mg ha
-1
), em um
Latossolo Vermelho distrófico sob Sistema Plantio Direto, nos anos agrícolas de 2005
e 2006. Botucatu, SP.
202
Considerando a calagem, em todos os tratamentos, os menores teores
de Mn na aveia preta foram observados onde foi aplicado calcário, sendo estatisticamente
inferiores aos obtidos na testemunha, nos dois anos de cultivo, como pode ser visto na Tabela
50.
Como pode ser observado na Tabela 50, o teor de Zn na parte aérea da
aveia preta aumentou significativamente com o aumento das doses somente quando aplicado o
lodo LB, com comportamento quadrático no cultivo de 2005 e linear no de 2006, como
apresenta a Figura 47, provavelmente em razão deste micronutriente estar presente em
quantidades significativas na matéria orgânica, servindo de fonte de Zn às plantas. Nos dois
cultivos, os maiores teores foliares de Zn foram observados quando da aplicação do resíduo
LB, sendo superior em todas as doses quando comparadas a dos demais resíduos avaliados,
como pode ser observado na Tabela 50.
Considerando a calagem, no primeiro cultivo os teores de Zn na aveia
preta proporcionados pela testemunha e pela dose de 2 Mg ha
-1
de Lcal e E foram
estatisticamente superiores ao obtido no tratamento com aplicação de calcário, e para o lodo
LB o tratamento com calcário apesar de ter proporcionado menor teor de Zn não diferiu da
testemunha. Enquanto, no segundo cultivo observa-se a superioridade da maior dose de LB em
relação à testemunha e a calagem.
De acordo com Raij et al. (1997), a faixa de teores adequados para B,
Cu, Fe, Mn e Zn nas folhas da cultura da aveia são de 5-20, de 5-25 de 40-150, de 25-100 e de
15-70 g kg
-1
, respectivamente. Assim, com base nos resultados presentes na Tabela 50, pode-
se dizer que nos dois cultivos da aveia preta, em 2005 e 2006, os teores de B, Cu e Zn
encontram-se dentro da faixa considerada adequada, e que, os teores de Fe e Mn, também nos
dois cultivos, encontram-se acima do valor considerado como adequado para essa cultura.
Uma das grandes preocupações com a utilização de resíduos sejam eles
urbanos como os lodos de esgoto LC e LB, ou os industriais, como a lama cal e a escória de
aciaria, é a incorporação e acumulação de metais pesados no solo, contaminando os produtos
agrícolas, entrando dessa forma na cadeia alimentar, com riscos a saúde humana (SILVA et
al., 2002).
Os metais pesados potencialmente tóxicos determinados na parte aérea
da aveia preta em decorrência da aplicação superficial dos resíduos LC, LB, Lcal e E, além do
203
calcário, foram As, Cd, Cr, Hg, Ni, Pb e V. No entanto, somente foram detectadas a presença
dos teores foliares de Cd, Pb e V no primeiro cultivo (2005), e de Cd, Cr, Ni e V no segundo
cultivo (2006).
De acordo com a análise de variância apresentada na Tabela 51,
observa-se que houve efeito de interação significativa em decorrência do aumento das doses
dos resíduos aplicados sobre os teores de Cd, Pb e V no primeiro cultivo, e para Cd, Cr e V no
segundo cultivo, nestes também foram observados efeitos significativos quando comparados a
calagem e cada um dos resíduos. De maneira geral, os valores encontrados apresentam-se em
baixos teores, e em muitos casos, concentrações abaixo do limite de determinação do método
analítico empregado, como ocorreu para Cr e Ni no primeiro cultivo, e para As e Hg nos dois
cultivos.
Com relação ao método analítico empregado, o limite de detecção dos
metais avaliados foi de 0,002 mg dm
-3
para As e Cd, de 0,004 mg dm
-3
para Cr, 0,005 mg dm
-3
para Ni, 0,02 mg dm
-3
para Hg e 0,025 mg dm
-3
para Pb. Neste sentido, afirmar que não há a
presença desses metais pesados no tecido foliar da aveia preta cultivada em solo com
aplicação superficial de lodos de esgoto, lama cal e escória de aciaria, em diferentes doses,
além do calcário na dose de 2 Mg ha
-1
é um tanto quanto inadequado, pois estes encontram-se
na verdade, em concentrações abaixo do limite de detecção do método analítico empregado. O
que também foi observado com os teores destes metais pesados no solo, onde de acordo com
os resultados obtidos, a aplicação dos resíduos não causaria danos ao desenvolvimento das
culturas da aveia preta e da soja.
Corrêa et al. (2008), trabalhando na mesma área experimental e com os
mesmos resíduos (LC, LB, Lcal e E) concluíram que a aplicação superficial destes em um
LATOSSOLO VERMELHO Distrófico sob SPD não trazem problemas ao ambiente, com
relação aos metais pesados Cd, Cr, Hg, Pb, Ni e As. A aplicação dos resíduos LC, Lcal e E,
além do calcário, proporcionaram o aumento dos teores de pH no solo, o que também foi
observado neste trabalho decorrente dos mesmos tratamentos. Assim como, o incremento de
matéria orgânica e CTC proporcionados no solo por esses mesmos resíduos mais o lodo de
esgoto LB, que conferem ao LATOSSOLO VERMELHO Distrófico maior poder tampão, o
que provavelmente possibilitou maior adsorção dos metais pesados, reduzindo assim, a
possibilidade da absorção pelos dois cultivos com aveia preta.
204
Tabela 51. Resumo da análise de variância para teor de metais pesados na aveia preta,
decorrente da reaplicação superficial de doses dos resíduos LC, LB, Lcal e E, e do
calcário (2 Mg ha
-1
), em um Latossolo Vermelho distrófico sob Sistema Plantio
Direto, nos anos agrícolas de 2005 e 2006. Botucatu, SP.
Ano Agrícola
2005 2006
Causa de
variação
Cd Pb V Cd Cr Ni V
Resíduo (R)
(1)
** * * ** ** ns ns
Dose (D) ** * ** ** ** ns **
R X D ** * ** ** ** ns *
Bloco ** * ns ns * ns **
CV 22 43 97 59 39 55 55
DMS 0,03 10,03 1,53 0,08 0,35 1,49 2,13
LC
(2)
** * ** ** ** ** *
CV 15 41 58 15 33 37 50
DMS 0,03 17,62 1,15 0,05 0,39 1,90 3,8
LB
(2)
** * ** ** ** ns *
CV 00 52 49 50 44 53 65
DMS 0,00 29,76 2,57 0,17 0,08 3,67 5,21
Lcal
(2)
** ** ** ** ** ns *
CV 13 24 40 26 38 46 55
DMS 0,05 10,15 1,35 0,02 0,71 2,69 4,97
E
(2)
** * * * * * *
CV 81 49 121 132 53 50 62
DMS 0,09 19,99 4,68 0,24 0,68 2,51 5,66
LC= lodo de esgoto centrifugado e tratado com cal virgem (ETE de São José dos Campos, SP), LB= lodo de esgoto de
biodigestor (ETE de Barueri, SP), Lcal= lama cal (Luwarcel Celulose Papel Ltda., SP), E= escória de aciaria (Siderurgia
Mannesmann). 0 meses= amostragem realizada antes da reaplicação dos tratamentos (abril/2005).
(1)
Regressão entre as doses
dos resíduos (LC, LB, Lcal e E).
(2)
Teste de média para comparação entre as doses de cada um dos residuos e o calcário.
*= P
< 0,05, **= P < 0,01 e ns= não significativo pelo teste t (LSD).
No cultivo da aveia preta em 2005 houve aumento significativo no teor
foliar de Cd com a aplicação de todos os resíduos (Tabela 52), apresentando-se de forma linear
para LC e quadrático para os demais, como apresentado na Figura 48. Houve efeito
significativo em função do aumento das doses para o teor foliar de Pb quando aplicados LC e
E, apresentando-se de forma quadrática e linear crescente, respectivamente. Enquanto, para
teor foliar de V, houve aumento de forma linear crescente para este em função do aumento das
doses dos resíduos LB, Lcal e E.
Considerando a comparação entre a calagem e os resíduos, observa-se
efeito significativo em todas as comparações, ou seja, para todos os resíduos e elementos
detectados (Cd, PB, e V) na parte aérea da aveia preta cultivada em 2005 (Tabela 52).
205
Tabela 52. Teor de metais pesados na aveia preta, decorrente da reaplicação superficial de doses
dos resíduos LC, LB, Lcal e E e do calcário (2 Mg ha
-1
), em um Latossolo Vermelho
distrófico sob Sistema Plantio Direto, nos anos agrícolas de 2005 e de 2006. Botucatu,
SP.
Ano Agrícola 2005
Ano Agrícola 2006
Resíduos Resíduos
Dose
Mg ha
-1
LC LB Lcal E LC LB Lcal E
Cd (mg kg
-1
)
Cd (mg kg
-1
)
0 0,00 C 0,00 D 0,00 D 0,00 B 0,00 D 0,00 B 0,00 B 0,00 B
2 0,00 cC 0,16 bC 0,30 aC 0,00 cB 0,17 bC 0,36 aA 0,00 cB 0,00 cB
4 0,22 bB 0,20 bB 0,42 aB 0,00 cB 0,32 aB 0,31 aA 0,00 bB 0,19 aAB
8 0,42 bA 0,25 cA 0,55 aA 0,37 bA 0,57 aA 0,46 abA 0,30 bA 0,39 bA
Média 0,16 b 0,15 b 0,32 a 0,09 c 0,26 a 0,28 a 0,08 b 0,15 b
Regressão L** Q** Q** Q** L** Q* Q* L**
Calcário 0,00 C 0,00 D 0,00 D 0,00 B 0,00 D 0,00 B 0,00 B 0,00 B
Pb (mg kg
-1
)
Cr (mg kg
-1
)
0 22,11 B 22,11 B 22,11 C 22,11 B 0,73 B 0,73 BC 0,73 C 0,73 A
2 31,38 bAB 56,85 aA 32,87 bAB 26,06 bB 0,84 bAB 1,16 abB 1,55 aB 1,03 abA
4 45,20 aA 32,67 abAB 24,79 bBC 21,77 bB 1,04 bAB 0,77 bBC 2,27 aA 1,37 bA
8 24,90 bB 56,25 aA 39,38 abA 46,36 aA 1,20 bA 3,32 aA 1,56 bAB 1,04 bA
Média 30,90 b 41,97 a 29,79 b 29,07 b 0,95 b 1,50 a 1,53 a 1,04 b
Regressão Q* ns ns L* ns Q** Q** ns
Calcário 16,93 B 16,93 B 16,93 C 16,93 B 0,00 C 0,00 C 0,00 D 0,00 B
V (mg kg
-1
)
Ni (mg kg
-1
)
0 0,00 B 0,00 C 0,00 D 0,00 B 3,41 AB 3,41 3,41 3,41 AB
2 0,00 bB 3,58 aB 1,81 abBC 0,00 bB 4,02 A 4,35 3,62 5,74 A
4 3,50 A 1,47 BC 1,25 CD 3,18 AB 1,80 bcB 6,15 a 4,17 ab 1,11 cB
8 0,00 cB 9,06 aA 5,04 bA 6,48 abA 3,98 A 5,05 4,30 2,67 B
Média 0,88 b 3,53 a 2,02 ab 2,41 a 3,30 ab 4,74 a 3,88 ab 3,23 b
Regressão Q* L** L** L** ns ns ns ns
Calcário 2,92 A 2,92 B 2,92 B 2,92 AB 3,39 AB 3,39 3,39 3,39 AB
V (mg kg
-1
)
0 2,00 C 2,00 B 2,00 B 2,00 B
2 6,73 AB 7,49 A 5,22 AB 7,55 AB
4 3,13 bBC 5,82 abAB 8,49 aB 6,34 AB
8 7,49 A 5,24 AB 8,05 B 8,31 A
Média 4,84 5,14 5,94 6,05
Regressão ns ns L** L*
Calcário 5,62 ABC 5,62 AB 5,62 AB 5,62 AB
LC= lodo de esgoto centrifugado, LB= lodo de esgoto de biodigestor, Lcal= lama cal, E= escória de aciaria. Médias seguidas de
mesma letra, minúscula na linha, entre os resíduos, e maiúscula na coluna, entre as doses de cada resíduo resíduo e o calcário, para
cada uma das profundidades, não diferem estatisticamente a 1 e 5% pelo teste t (LSD). ns= não significativo, *= P < 0,05 e **= P <
0,01; L e Q= regressão linear e quadrática, respectivamente.
206
----------- Ano Agrícola 2005 ----------- ----------- Ano Agrícola 2006 -----------
ŷ = 0,01-0,04**x+0,01x
2
R
2
= 0,99
ŷ = 0,01+0,01**x-0,01**x
2
R
2
= 0,97
ŷ = 0,01+0,15**x-0,01**x
2
R
2
= 0,99
ŷ = 0,04+0,06**x R
2
= 0,94
0,0
0,3
0,5
0,8
1,0
02468
Dose (Mg ha
-1
)
Cd (mg kg
-1
)
Calcário
LC
LB
Lcal
E
ŷ = 0,00
ŷ = -0,04+0,05**x R
2
= 0,94
ŷ = 0,04+0,12**x-0,01*x
2
R
2
= 0,84
ŷ = 0,01-0,03**x-0,01**x
2
R
2
= 0,99
ŷ = 0,02+0,07**x R
2
= 1,00
0,0
0,3
0,5
0,8
1,0
02468
Dose (Mg ha
-1
)
Cd (mg kg
-1
)
Calc ár io
LC
LB
Lcal
E
ŷ = 0,00
ŷ = 18,697+2,944*x R
2
= 0,74
ŷ = 20,43+10,08x-1,18*x
2
+ R
2
= 0,89
0
20
40
60
80
100
02468
Dose (Mg ha
-1
)
Pb (mg kg
-1
)
Calcário
LC
LB
Lcal
E
ŷ = 29,79
ŷ = 41,97
ŷ = 16,93
ŷ = 0,89-0,20**x+0,06**x
2
R
2
= 0,93
ŷ = 0,68+0,63*x-0,07**x
2
R
2
= 0,97
0,0
1,0
2,0
3,0
4,0
02468
Dose (Mg ha
-1
)
Cr (mg kg
-1
)
Calc ár io
LC
LB
Lcal
E
ŷ = 0,95
ŷ = 1,04
ŷ = 0,00
ŷ = -0,09+1,03**x R
2
= 0,79
ŷ = -0,04+0,59**x R
2
= 0,88
ŷ = -0,66+0,88**x R
2
= 0,94
0,0
2,0
4,0
6,0
8,0
10,0
02468
Dose (Mg ha
-1
)
V (mg kg
-1
)
Calc ár io
LC
LB
Lcal
E
ŷ = 2,92
ŷ = 0,88
ŷ = 3,37+0,25**x R
2
= 0,70
0,0
3,0
6,0
9,0
12,0
15,0
02468
Dose (Mg ha
-1
)
V (mg kg
-1
)
Calcário
LC
LB
Lcal
E
ŷ = 5,14
ŷ = 4,84
ŷ = 5,62
ŷ = 6,05
Figura 48. Teor de cádmio, chumbo, cromo e vanádio na aveia preta, decorrente da
reaplicação superficial de doses dos resíduos LC, LB, Lcal e E e do calcário (2 Mg
ha
-1
), em um Latossolo Vermelho distrófico sob Sistema Plantio Direto, nos anos
agrícolas de 2005 e 2006. Botucatu, SP.
De acordo com os resultados, os menores teores de Cd e Pb na aveia
foram obtidos no tratamento com calagem, no entanto, não diferiram da testemunha, enquanto,
os maiores valores foram obtidos na maior dose de todos os tratamentos, exceto para o teor de
207
Pb na aplicação de LC, onde o maior teor foi obtido com a dose de 4 Mg ha
-1
de LC. Para o
Vanádio, os menores teores foliares deste foram obtidos nos tratamentos testemunha e com a
dose de 2 Mg ha
-1
de todos os resíduos, nestes, a calagem proporcionou teores de V superiores
aos obtidos no tratamento testemunha, exceto no tratamento com escória onde não diferiram.
No cultivo da aveia preta em 2006 houve aumento significativo no teor
foliar de Cd com a aplicação de todos os resíduos (Tabela 52), apresentando-se de forma linear
para LC e E e quadrático para LB e Lcal, como apresentado na Figura 48. Houve efeito
significativo em função do aumento das doses para o teor foliar de Cr quando aplicados LB e
Lcal, apresentando-se de forma quadrática. Enquanto, para teor foliar de Cd, houve aumento
de forma linear crescente para este em função do aumento das doses dos resíduos Lcal e E.
Com relação à comparação entre a calagem e os resíduos, houve efeito
significativo em todas as comparações, ou seja, para todos os resíduos e elementos detectados
(Cd, Cr, Ni e V) na parte aérea da aveia preta cultivada em 2006 (Tabela 52), exceto para as
comparações entre o calcário e os resíduos LB e Lcal quanto ao teor foliar de Ni. De acordo
com os resultados, para o teor foliar de Cd os menores teores foram obtidos no tratamento com
a calagem e na testemunha, enquanto os maiores valores foram obtidos pela maior dose de
todos os tratamentos. Para o teor foliar de Cr a calagem proporcionou os menores valores, e os
maiores na maior dose dos resíduos. A aplicação dos resíduos LC e E em comparação com a
calagem proporcionaram efeito significativo sobre o teor foliar de Ni, onde os maiores valores
foram obtidos com a dose de 2 Mg ha
-1
, nestes, a calagem proporcionou valores semelhantes
aos obtidos com a testemunha, não diferindo das demais doses. Já para o Vanádio, os menores
teores foliares foram obtidos no tratamento testemunha, no entanto, não diferiu do tratamento
com a calagem.
4.6 Cultura da soja (Glycine max (L.) Merryll)
A cultura da soja conduzida em sistema de plantio direto (SPD) foi
semeada sobre palha de aveia preta nos anos agrícolas de 2005/2006 e de 2006/2007, em torno
de 7 e 19 meses após a reaplicação superficial dos resíduos e do calcário que foi realizada em
maio de 2005.
208
4.6.1 Componentes de produção e produtividade da cultura da soja
São inúmeros os fatores que interferem na produtividade da cultura da
soja, dentre eles, a altura de plantas, o número de vagens por planta e de grãos por vagem, a
massa de 100 grãos e a população de plantas, os quais são influenciados principalmente por
características do cultivar, época de semeadura, por ser uma planta de dia curto e, também,
pelas condições climáticas durante a condução da cultura (EMBRAPA, 1999b).
De acordo com o quadro da análise de variância apresentado na Tabela
53 os resultados indicam que a reaplicação superficial dos resíduos e do calcário no SPD
promoveu alterações significativas na cultura da soja conduzida nos dois ciclos de cultivo,
safras de 2005/2006 e 2006/2007. Somente para número de grão por vagem nos dois cultivos e
para a população de plantas do segundo cultivo, não houve efeito de interação significativa em
função do aumento das doses dos resíduos.
Com base nos resultados apresentados na Tabela 54 e pela Figura 49,
pode-se observar que na safra 2005/2006 a altura de plantas da cultura da soja aumentou a
medidade que foram aumentadas as doses dos resíduos, com efeito significativo em função da
aplicação de LC e Lcal, onde proporcionaram aumento linear crescente para esta variável,
enquanto, para escória esse comportamento foi quadrático, ja para o lodo LB não foi
observado efeito do aumento das doses quanto a altura de plantas. Na safra de 2006/2007,
cerca de 19 meses após a reaplicação superficial dos resíduos, observou-se aumento na altura
da soja com o aumento das doses do resíduo Lcal, enquanto, houve a diminuição desta com a
aplicação do lodo de esgoto LB, ambos comportando-se de maneira linear.
Nos dois anos agrícolas, a aplicação do lodo de esgoto LB
proporcionou a menor altura de plantas na cultura da soja. Diante dos resultados apresentados
na Tabela 54, embora tenham apresentado alturas semelhantes entre a aplicação dos resíduos
LC, Lcal e E, a aplicação de escória proporcionou a maior altura de plantas.
Com relação as diferentes doses dos resíduos, na safra 2005/2006
houve diferença significativa entre os resíduos nas dose de 4 e 8 Mg ha
-1
. Onde, na dose de 4
Mg ha
-1
a aplicação de escória proporcionou a maior altura de plantas, porém não foi superior
ao tratamento com Lcal, enquanto, na dose de 8 Mg ha
-1
onde aplicado o lodo de esgoto LB
foi observada a menor altura. Na safra 2006/2007 houve efeito significativo para altura de
plantas na dose de 2 Mg ha
-1
, onde o tratamento com aplicação de escória foi superior ao do
209
Tabela 53. Resumo da análise de variância para componentes de produção e produtividade da
cultura da soja, decorrente da reaplicação superficial dos resíduos LC, LB, Lcal e
E, e do calcário (2 Mg ha
-1
), em um Latossolo Vermelho distrófico sob Sistema
Plantio Direto, nos anos agrícolas de 2005/2006 e 2006/2007. Botucatu, SP.
Ano Agrícola 2005/2006
Causa de
Variação
Altura
Vagem/
planta
Grãos/
vagem
Massa de
100 grãos
População Produtividade
Resíduo(R)
(1)
** ns ns * * **
Dose (D) ** * ns ** ** **
R X D * * ns * * *
Bloco * ns ** ** ** **
CV 13 28 27 9 12 14
DMS 6,84 8,53 0,32 1,07 24761,59 276,99
LC
(2)
* * ns * * **
CV 10 17 27 5 19 8
DMS 10,91 11,36 0,69 1,35 41257,35 310,12
LB
(2)
ns ns ns ns ns **
CV 16 26 21 10 13 10
DMS 17,29 16,36 0,58 2,55 63347,83 418,53
Lcal
(2)
* ns * ** ns *
CV 14 23 21 4 12 16
DMS 17,00 16,39 0,55 1,07 53424,53 752,02
E
(2)
** * ns * ns *
CV 8 23 27 9 9 15
DMS 9,86 16,59 0,73 2,65 40380,35 674,03
Ano Agrícola 2006/2007
Resíduo(R)
(1)
** ** ns * ns *
Dose (D) * * ns * ns **
R X D * * ns * ns *
Bloco * ** ns ** ** **
CV 9 14 32,54 6 12 21
DMS 4,30 3,64 0,38 0,61 38538,19 556
LC
(2)
* ns ns * ns ns
CV 8 19 35 5 9 22
DMS 8,96 11,47 0,84 1,11 59430,17 1423,68
LB
(2)
ns ns ns * ns ns
CV 9 23 37 6 10 21
DMS 9,37 11,95 1,00 1,36 71855,28 1215,53
Lcal
(2)
ns ns ns ns ns ns
CV 11 17 34 6 14 18
DMS 12,55 9,47 0,84 1,34 92211,84 1071,61
E
(2)
* ns ns ns ns ns
CV 10 20 29 6 15 19
DMS 11,14 11,03 0,78 1,31 97389,41 1118,44
LC= lodo de esgoto centrifugado e tratado com cal virgem (ETE de São José dos Campos, SP), LB= lodo de esgoto de
biodigestor (ETE de Barueri, SP), Lcal= lama cal (Luwarcel Celulose Papel Ltda., SP), E= escória de aciaria (Siderurgia
Mannesmann). 0 meses= amostragem realizada antes da reaplicação dos tratamentos (abril/2005).
(1)
Regressão entre as doses
dos resíduos (LC, LB, Lcal e E).
(2)
Teste de média para comparação entre as doses de cada um dos residuos e o calcário.
*= P
< 0,05, **= P < 0,01 e ns= não significativo pelo teste t (LSD).
210
Tabela 54. Altura, número de vagens por planta e de grãos por vagem, e massa de 100 grãos
da cultura da soja, decorrente da reaplicação superficial dos resíduos LC, LB, Lcal
e E e do calcário (2 Mg ha
-1
), em um Latossolo Vermelho distrófico sob Sistema
Plantio Direto, nos anos agrícolas de 2005/2006 e 2006/2007. Botucatu, SP.
Ano Agrícola 2005/2006
Ano Agrícola 2006/2007
Resíduos Resíduos
Dose
Mg ha
-1
LC LB Lcal E LC LB Lcal E
Altura de plantas
------------------------------------------------------- cm -------------------------------------------------------
0 65 B 65 65 B 65 C 70 AB 70 70 70 AB
2 75 AB 68 78 AB 80 B 70 abAB 66 b 70 ab 76 aAB
4 74 bAB 71 b 82 abA 93 aA 77 aA 66 b 74 ab 80 aA
8 83 aA 64 b 83 aA 78 aB 68 bcAB 61 c 78 a 77 abAB
Média 74 a 67 b 77 a 79 a 72 a 65 b 73 a 76 a
Regressão L* ns L* Q** ns L* L* ns
Calcário 75 A 75 75 AB 75 B 67 B 67 67 67 B
Vagem/ planta
-------------------------------------------------- unidades --------------------------------------------------
0 36 B 36 36 36 B 33 33 33 33
2 45 AB 36 48 40 AB 38 36 34 34
4 46 AB 42 50 56 A 44 a 29 c 37 ab 36 bc
8 47 A 39 50 53 A 44 a 33 b 39 ab 34 b
Média 43 38 46 46 40 a 33 b 36 b 34 b
Regressão ns ns ns L* L** ns ns ns
Calcário 51 A 51 51 51 AB 39 39 39 39
Grãos/ vagem
--------------------------------------------------- unidades ---------------------------------------------------
0 1,5 1,5 1,5 AB 1,5 1,8 1,8 1,8 1,8
2 1,5 2,0 2,0 A 1,8 1,3 1,8 1,3 2,0
4 1,8 1,8 1,8 AB 1,8 1,3 2,0 1,8 1,5
8 1,5 1,8 1,3 B 1,8 1,8 1,5 1,5 1,8
Média 1,6 1,8 1,6 1,7 1,5 1,8 1,6 1,8
Regressão ns ns ns ns ns ns ns ns
Calcário 2,0 2,0 2,0 A 2,0 1,8 1,8 1,8 1,8
Massa de 100 grãos
------------------------------------------------------- g -------------------------------------------------------
0 16,7 B 16,7 16,7 C 16,7 B 15,3 AB 15,3 AB 15,3 15,3
2 18,6 A 18,0 18,9 AB 18,7 AB 14,7 bB 15,7 abA 14,6 b 16,1 a
4 18,1 abAB 16,7 b 18,8 abAB 19,7 aA 15,5 AB 14,8 AB 15,4 15,4
8 17,7 abAB 16,7 b 19,5 aA 18,7 abAB 16,0 aA 14,1 bB 14,6 b 15,2 ab
Média 17,8 ab 17,0 b 18,5 a 18,5 a 15,4 15,0 15,0 15,4
Regressão ns ns L* Q* ns L* ns ns
Calcário 18,4 A 18,4 18,4 B 18,4 AB 15,1 AB 15,1 B 15,1 15,1
LC= lodo de esgoto centrifugado, LB= lodo de esgoto de biodigestor, Lcal= lama cal, E= escória de aciaria. Médias seguidas
de mesma letra, minúscula na linha, entre os resíduos, e maiúscula na coluna, entre as doses de cada resíduo resíduo e o
calcário, para cada uma das profundidades, não diferem estatisticamente a 1 e 5% pelo teste t (LSD). ns= não significativo, *=
P < 0,05 e **= P < 0,01; L e Q= regressão linear e quadrática, respectivamente.
211
------ Ano Agrícola 2005/2006 ------ ------ Ano Agrícola 2006/2007 ------
ŷ = 69,35+2,10*x R
2
= 0,69
ŷ = 63,40+11,96x-1,26**x
2
R
2
= 0,98
ŷ = 66,65+2,08* R
2
= 0,86
40
50
60
70
80
90
100
02468
Dose (Mg ha
-1
)
Altura (cm)
Calc ár io
LC
LB
Lcal
E
ŷ = 66,88
ŷ = 75,25
ŷ = 69,12+1,075*x R
2
= 0,94
ŷ = 96,25-1,089*x R
2
= 0,95
40
50
60
70
80
90
100
02468
Dose (Mg ha
-1
)
Altura (cm)
Calc ár io
LC
LB
Lcal
E ŷ = 75,72
ŷ = 71,45
ŷ = 67,08
ŷ = 37,75+2,32*x R
2
= 0,66
10
20
30
40
50
60
02468
Dose (Mg ha
-1
)
Vagem/ planta
Calc ár io
LC
LB
Lcal
E
ŷ = 37,94
ŷ = 43,25
ŷ = 45,81
ŷ = 50,75
ŷ = 34,7+1,389**x R
2
= 0,78
10
20
30
40
50
60
02468
Dose (Mg ha
-1
)
Vagem/ planta
Calc ár io
LC
LB
Lcal
E
ŷ = 32,63
ŷ = 34,31
ŷ = 35,56
ŷ = 38,50
ŷ = 17,46+0,29*x R
2
= 0,69
ŷ = 16,72+1,24*x-0,13*x
2
R
2
= 1,00
10,0
12,5
15,0
17,5
20,0
02468
Dose (Mg ha
-1
)
Massa de 100 grãos (g)
Calc ár io
LC
LB
Lcal
E
ŷ = 17,77
ŷ = 17,03
ŷ = 18,44
ŷ = 15,59-0,18*x R
2
= 0,77
10,0
12,5
15,0
17,5
20,0
02468
Dose (Mg ha
-1
)
Massa de 100 grãos (g)
Calcário
LC
LB
Lcal
E
ŷ = 15,36
ŷ = 15,44
ŷ = 14,96
ŷ = 15,10
Figura 49. Altura, número de vagens por planta e massa de 100 grãos da cultura da soja,
decorrente da reaplicação superficial de doses dos resíduos LC, LB, Lcal e E e do
calcário (2 Mg ha
-1
), em um Latossolo Vermelho distrófico sob Sistema Plantio
Direto, nos anos agrícolas de 2005/2006 e 2006/2007. Botucatu, SP.
212
lodo LB, já na dose de 4 Mg ha
-1
, os tratamentos com E e LC diferiram do LB e na dose de 8
Mg ha
-1
, o tratamento com Lcal proporcionou a maior altura de plantas, sendo superior aos
lodos LC e LB.
Com relação a aplicação do calcário, na safra de 2005/2006, somente
na comparação deste com o lodo LB não houve diferença significativa quanto a altura de
plantas (Tabela 54). Considerando a comparação do calcário com o tratamento LC, este na
dose de 8 Mg ha
-1
e a calagem proporcionaram a maior altura de plantas, diferindo da
testemunha. Para a comparação com Lcal, a maior altura média de plantas foi obtida com as
doses de 4 e 8 Mg ha
-1
, no entanto, não diferiram do tratamento com a calagem, a qual não
diferiu do tratamento testemunha. Já para a comparação com a escória a E, a maior altura de
plantas de soja foi obtida na dose de 4 Mg ha
-1
, que diferiu da calagem e das doses de 2 e 8
Mg ha
-1
deste, enquanto, a menor altura foi observada na testemunha. No geral, a menor altura
de plantas foi observada no tratamento testemunha.
Já no segundo cultivo, safra 2006/2007, somente houve diferença
significativa para a comparação do calcário com os resíduos LC e E, onde a calagem
proporcionou a menor altura de plantas, inclusive a obtida na testemunha, porém não diferiram
significativamente. Para os tratamentos LC e E a maior altura foi observada com a dose de 4
Mg ha
-1
, a qual, somente foi superior ao tratamento com aplicação de calcário. Neste cultivo
não houve diferença significativa para altura de plantas em relação a comparação entre a
calagem e os resíduos LB e Lcal.
Para o número de vagens por planta (Figura 49) pode-se observar nos
dois anos de cultivo da soja que o aumento das doses proporcionou um aumento linear
crescente para esta variável em função da aplicação de escória no primeiro cultivo e para LC
no segundo.
A aplicação do lodo LB proporcionou os menores números de vagem
por planta, sendo observado nos dois cultivos. No entanto, só foi significativo no segundo
cultivo, onde na média, o maior valor foi obtido onde aplicado o lodo de esgoto LC. Com
relação as doses dos resíduos, na safra 2005/2006 não foram observados efeitos significativos
entre os resíduos. Já na safra 2006/2007 houve diferença significativa para número de vagens
por planta nas doses de 4 e 8 Mg ha
-1
, onde a aplicação de LC mostrou-se superior a LBe E
(Tabela 54).
213
Como pode ser visto na Tabela 54, referente à comparação do calcário
com cada um dos resíduos, esta somente foi significativa na safra de 2005/2006, mediante a
comparação com os resíduos LC e E. Na comparação com LC a maior dose deste e a calagem
proporcionaram o maior número de vagens por planta, sendo superior a testemunha. Já para a
E, o maior número de vagens por planta foi obtido com as doses de 4 e 8 Mg ha
-1
, as quais
foram superiores ao observado na testemunha, porém, não diferiram do tratamento com o
calcário.
Pode-se observar também (Tabela 54), que a aplicação dos resíduos
não influenciou significativamente o número de grãos por vagem na soja cultivada nos dois
ciclos avaliados. No entanto, considerando a aplicação do calcário, mediante sua comparação
com os resíduos, somente para o Lcal houve diferença significativa, onde os maiores valores
médios, quanto ao número de grãos por vagem, foram proporcionados pela calagem e com a
dose de 2 Mg ha
-1
.
Diante dos resultados, pode-se observar na Tabela 54, que no geral, a
maior massa de 100 grãos foi obtida no primeiro cultivo. A massa de 100 grãos da soja
cultivada no ano agrícola de 2005/2006 aumentou significativamente em função do aumento
das doses para os resíduos Lcal e E, apresentando comportamento linear crescente e
quadrático, respectivamente, enquanto, na safra 2006/2007, houve diferença significativa
apenas para a aplicação do lodo LB, onde a massa de 100 grãos diminuindo linearmente com o
aumento das doses (Figura 49).
Com relação às doses dos resíduos aplicados, na safra 2005/2006
foram observadas diferenças significativas entre os resíduos nas doses de 4 e 8 Mg ha
-1
, nas
quais, a aplicação do lodo LB proporcionou a menor massa de 100 grãos de soja, enquanto, na
safra 2006/2007 houve efeito significativo para a dose de 2 Mg ha
-1
, onde o maior valor foi
obtido no tratamento com aplicação de escória e, também, na dose de 8 Mg ha
-1
, com a
aplicação de LC apresentando os maiores valores para a massa de 100 grãos (Tabela 54).
No primeiro cultivo, cerca de 7 meses após a reaplicação dos resíduos
e do calcário, somente não foi observada diferença significativa entre a calagem e o lodo de
esgoto LB. Para o LC, a maior massa de 100 grãos foi obtida nos tratamentos com a calagem e
na dose de 2 Mg ha
-1
, diferindo apenas do tratamento testemunha. No tratamento com Lcal, a
dose de 8 Mg ha
-1
proporcionou a maior massa de 100 grãos, sendo superior a da calagem, e
214
ambas superiores a testemunha. Para a escória, somente a dose de 4 Mg ha
-1
diferiu da
testemunha, ou seja, não diferiram da calagem. Enquanto, no segundo cultivo, safra
2006/2007, a calagem proporcionou valores de massa de 100 grãos menores do que os obtidos
no tratamento testemunha, no entanto, considerando os tratamentos com os lodos de esgoto
LC e LB, a calagem não diferiu da testemunha.
No primeiro cultivo foram observados efeitos significativos sobre a
população de plantas decorrente do aumento das doses dos resíduos, onde, na Figura 50 pode
ser observado que esta diminuiu de forma linear com o aumento das doses do resíduo LC,
enquanto, no segundo ciclo não foi observado efeito significativo (Tabela 55).
Com relação à calagem, no ano agrícola de 2005/2006 (Tabela 55), a
população de plantas por hectare foi menor do que a obtida no tratamento testemunha, já na
safra seguinte ocorreu o inverso, com a calagem proporcionando o maior número de plantas de
soja por hectare. No entanto, somente foi observada diferença significativa na comparação
entre a calagem e o resíduo LC no primeiro cultivo (2005/2006), onde mesmo apresentando a
maior população de plantas por hectare no tratamento testemunha, este não diferiu da calagem.
Neste cultivo, apesar de não significativa, a maior população de plantas foi observada no
tratamento que recebeu a dose de 4 Mg ha
-1
de LB, o que conferiu a este resíduo o maior valor
médio de plantas por hectare, o qual diferiu somente do tratamento com aplicação do LC.
Efeitos significativos sobre a produção da soja decorrente da aplicação
de doses dos resíduos foram observados nos dois cultivos, como apresentado na Tabela 55. De
acordo com os resultados referentes à produtividade da soja, na safra 2005/2006 ocorreu efeito
significativo decorrente do aumento das doses para todos os resíduos aplicados. Por meio da
Figura 55 pode-se observar que o comportamento da produtividade da soja em função da
aplicação dos resíduos ocorreu de forma diferenciada, para LC o aumento da produção foi de
forma linear, o que caracteriza a possibilidade de se utilizar doses maiores do que 8 Mg ha
-1
de
LC, enquanto, para os resíduos LB, Lcal e E foi de forma quadrática, atingindo a produção
máxima de 2891,22 kg ha
-1
na dose de 4,2 Mg ha
-1
de LB, de 3504,31 kg ha
-1
na dose de 4,5
Mg ha
-1
de Lcal e de 3601,00 kg ha
-1
na dose de 4,8 Mg ha
-1
de E.
No ano agrícola de 2006/2007, somente foi observado efeito
significativo sobre a produtividade da soja em função do aumento das doses com a aplicação
215
do lodo de esgoto LC, que, assim como no primeiro cultivo, comportou-se de forma linear
crescente (Figura 50).
No primeiro cultivo, a produção média dos tratamentos com E e Lcal
foi superior a obtida com a aplicação dos lodos de esgoto LB e LC, enquanto no segundo
cultivo, a maior produção foi no tratamento com o lodo de esgoto LC, que somente diferiu do
LB.
Levando-se em considerando as doses dos resíduos, no primeiro
cultivo houve diferença significativa entre os resíduos nas doses de 2 e 4 Mg ha
-1
, onde, a
menor produtividade foi obtida nos tratamentos com os lodos de esgoto LC e LB. No entanto,
no segundo cultivo, a maior produtividade foi observada quando aplicada a dose de 8 Mg ha
-1
do lodo LC (Tabela 55).
Tabela 55. População de plantas e produtividade da cultura da soja, decorrente da reaplicação
superficial dos resíduos LC, LB, Lcal e E e do calcário (2 Mg ha
-1
), em um
Latossolo Vermelho distrófico sob Sistema Plantio Direto, nos anos agrícolas de
2005/2006 e 2006/2007. Botucatu, SP.
Ano Agrícola 2005/2006
Ano Agrícola 2006/2007
Resíduos Resíduos
Dose
Mg ha
-1
LC LB Lcal E LC LB Lcal E
População de plantas
---------------------------------------------------- plantas ha
-1
----------------------------------------------------
0 321667 A 321667 321667 321667 447222 447222 447222 447222
2 279445 B 314445 287778 305000 448148 444444 400000 402778
4 293889 AB 338333 315555 318333 440741 455555 425000 408333
8 262778 B 288889 270000 294445 451852 429630 425000 441667
Média 289444 b 315833 a 298750 ab 309861 ab 446991 444213 424306 524000
Regressão L** ns ns ns ns ns ns ns
Calcário 292222 AB 292222 292222 292222 458333 458333 458333 458333
Produtividade
---------------------------------------------------- kg ha
-1
----------------------------------------------------
0 2312 B 2312 C 2312 B 2312 C 3530 3530 3530 3530
2 2403 bB 2752 bAB 3337 aA 2918 abBC 3684 3716 3653 3903
4 2500 cB 2879 bcA 3372 abA 3729 aA 4620 4175 4070 3796
8 2941 A 2408 BC 2828 AB 2957 BC 4950 a 3047 b 3645 b 3451 b
Média 2539 b 2588 b 2962 a 2979 a 4196 a 3617 b 3724 ab 3670 ab
Regressão L* Q* Q** Q** L** ns ns ns
Calcário 3116 A 3116 A 3116 A 3116 AB 4117 4117 4117 4117
LC= lodo de esgoto centrifugado, LB= lodo de esgoto de biodigestor, Lcal= lama cal, E= escória de aciaria. Umidade de
grãos corrigida a 13%. Médias seguidas de mesma letra, minúscula na linha, entre os resíduos, e maiúscula na coluna, entre as
doses de cada resíduo resíduo e o calcário, para cada uma das profundidades, não diferem estatisticamente a 1 e 5% pelo teste
t (LSD). ns= não significativo, *= P < 0,05 e **= P < 0,01; L e Q= regressão linear e quadrática, respectivamente.
216
------ Ano Agrícola 2005/2006 ------ ------ Ano Agrícola 2006/2007 ------
ŷ = 311000-6158,78**x + R
2
= 0,71
200000
250000
300000
350000
400000
450000
500000
02468
Dose (Mg ha
-1
)
Populão (plantas ha
-1
)
Calcário
LC
LB
Lcal
E
ŷ = 298750
ŷ = 309861
ŷ = 289444
ŷ = 292222
200000
250000
300000
350000
400000
450000
500000
02468
Dose (Mg ha
-1
)
Populão (plantas ha
-1
)
Calc ár io
LC
LB
Lcal
E
ŷ = 444213
ŷ = 425000
ŷ = 424306
ŷ = 446991
ŷ = 458333
ŷ = 2230,2+573,1*x-59,9**x
2
R
2
= 0,92
ŷ = 2318,3+275,0x-33,0*x
2
R
2
= 1,00
ŷ = 2260,6+79,6*x R
2
= 0,95
ŷ = 2376,5+506,2x-56,8**x
2
R
2
= 0,93
0
1000
2000
3000
4000
5000
02468
Dose (Mg ha
-1
)
Produtividade (kg ha
-1
)
Calcário
LC
LB
Lcal
E
ŷ = 3115,91
ŷ =3525,3+191,59**x R
2
= 0,88
0
1000
2000
3000
4000
5000
02468
Dose (Mg ha
-1
)
Produtividade (kg ha
-1
)
Calc ár io
LC
LB
Lcal
E ŷ = 3669,69
ŷ = 3616,94
ŷ = 3724,19
ŷ = 4117,00
Figura 50. População de plantas e produtividade da cultura da soja, decorrente da reaplicação
superficial de doses dos resíduos LC, LB, Lcal e E e do calcário (2 Mg ha
-1
), em um
Latossolo Vermelho distrófico sob Sistema Plantio Direto, nos anos agrícolas de
2005/2006 e 2006/2007. Botucatu, SP.
Considerando a aplicação de calcário (2 Mg ha
-1
), apenas no primeiro
cultivo foram observadas diferenças significativas entre a comparação deste com cada um dos
resíduos. Neste cultivo, nos tratamentos com LC, LB e Lcal a maior produção de soja foi com
a aplicação do calcário, no entanto, não diferiu da dose de 8 Mg ha
-1
de LC, das doses de 2 e 4
Mg ha
-1
de LB e das doses de 2, 4 e 8 Mg ha
-1
de Lcal. Enquanto para E, a maior produção de
soja foi na dose de 4 Mg ha
-1
, mas não diferiu do tratamento com a calagem.
De acordo com os resultados obtidos, no ano agrícola de 2005/2006, a
calagem favoreceu a produtividade da cultura da soja apresentando produção média acima da
obtida no tratamento testemunha, que recebeu somente adubação de semeadura, igualmente a
todos os tratamentos. Enquanto, no segundo cultivo, apesar da aplicação do calcário ter
217
favorecido a produtividade da soja, não foram observadas diferenças significativas em relação
às comparações entre a calagem e os resíduos aplicados.
Como pode ser visualizada na Tabela 55, a produtividade da soja
aumentou do primeiro para o segundo cultivo, onde, no tratamento testemunha a produtividade
passou de 2312 para 3530 kg ha
-1
e, de 3116 para 4117 kg ha
-1
onde foi aplicado o calcário,
com incrementos de 1218 e 1001 kg ha
-1
, respectivamente, do primeiro para o segundo
cultivo. Já para os resíduos, a produtividade média da soja, considerando todas as doses,
incluindo a testemunha, passou de 2539 para 4196 quando aplicado LC, de 2588 para 3617
quando aplicado LB, de 2962 para 3724 quando aplicado Lcal e de 2979 para 3670 kg ha
-1
,
com incrementos de 1657, 1029, 762, 691 kg ha
-1
, respectivamente. De acordo com os
resultados, os menores incrementos de produtividade foram nos tratamentos com Lcal e E, o
que pode ser explicado pela melhor produtividade destes tratamentos no primeiro cultivo.
No primeiro cultivo, safra 2005/2006, o lodo de esgoto LB
proporcionou a maior população de plantas, no entanto, não refletiu na produtividade,
provavelmente por ter apresentado menor desenvolvimento das plantas e, conseqüentemente
menor número de vagens por planta, em razão da plasticidade da cultura em regular seu
potencial para produtividade conforme o ambiente. Considerando os lodos de esgoto, apesar
do maior desenvolvimento das plantas e número de vagens por planta quando aplicado o LC,
esse efeito foi contrabalanceado com a maior população de plantas quando aplicado o LB, o
que conferiu a este a maior produtividade entre os lodos de esgoto. Dessa forma, pode-se
constatar a importância do número de vagens por planta. Enquanto, no segundo cultivo, safra
2006/2007, o resíduo que proporcionou a maior população de plantas foi a escória, porém,
apresentou baixo número de vagens por planta. Neste cultivo, a maior produtividade média de
grão foi obtida com a aplicação do lodo LC, que proporcionou maior número de vagem por
planta e, também, maior massa de 100 grãos. Assim, pode-se dizer que a variável número de
vagens por planta apresentou grande relação com a produtividade da soja em decorrência da
aplicação dos resíduos e do calcário nos dois cultivos.
Diante do exposto, a produtividade da cultura da soja sofre influência
direta de características como altura, número de vagens por plantas, de grãos por vagem, a
massa de 100 grãos e a população de plantas. Os resultados obtidos confirmam que as plantas
desenvolvem maior potencial de crescimento em condições de melhor fertilidade,
218
propriedades físicas e microbiológicas do solo, efeitos que foram discutidos anteriormente em
razão do aumento da dose dos resíduos e do calcário.
Segundo Gaudêncio et al. (1990), a população é determinante para o
arranjo das plantas de soja, uma vez que esta influencia o crescimento das plantas. O excesso
de plantas, mesmo nos casos em que não se observa redução no rendimento, modifica a
arquitetura e o aproveitamento de luz, deixando-as mais sujeitas ao acamamento, podendo
ocasionar perdas na colheita.
Neste sentido, pesquisadores como Urben Filho e Souza (1993) citam
que o manejo adequado da cultura garante sua maior tolerância as variações populacionais de
plantas. Segundo estes, a produção de grãos não é afetada pela menor densidade de plantas,
pois a soja possui a capacidade de tolerar essa ampla variação da densidade de semeadura pela
interdependência dos fatores de produção. No entanto, quando há elevado número de plantas a
produção fica prejudicada por diminuir os ramos e o número de vagens por planta, em
decorrência da competição por água e nutrientes. Estes citam também, que a produção para
algumas variedades, em certos anos agrícolas não foram afetadas por variação de população
entre 300000 e 600000 plantas ha
-1
.
A distribuição das plantas no campo é feita pela variação do
espaçamento e da densidade na linha. Vários estudos têm demonstrado que a melhor
população de plantas é de aproximadamente 400000 plantas ha
-1
, havendo tolerância da
cultura para variações da ordem de 20% a 25% desse número para mais ou para menos.
Entretanto, a melhor população depende da região, época de semeadura e cultivar
(EMBRAPA, 1999b).
Considerando-se a população de plantas obtida no experimento, no
primeiro cultivo, safra 2005/2006, a menor produtividade obtida provavelmente deve ter sido
em decorrência da baixa densidade populacional da cultura da soja. Efeito este que não foi
observado no segundo cultivo, onde a população de plantas estava dentro da densidade
indicada nas recomendações técnicas da EMBRAPA (1999b).
Nos dois cultivos o calcário proporcionou boa produtividade,
provavelmente por ter melhorado as condições químicas do solo, com efeitos sobre pH e V%,
e ainda, por disponibilizar teores adequados de Ca e Mg trocáveis no solo. São inúmeros os
pesquisadores que observaram aumento da produtividade da soja em decorrência da calagem
219
superficial em solos ácidos, como Oliveira e Pavan (1996), Moreira et al. (2001), Corrêa
(2005), Alleoni et al. (2005) e em muitos trabalhos desenvolvidos por Caires et al. (1998,
1999, 2000, 2003 e 2006), dentre outros, que atribuem a resposta da cultura à neutralização da
acidez do solo na camada superficial e subsuperficial, elevando a saturação por bases, e teores
e relações adequadas de Ca, Mg e K.
De acordo com os resultados obtidos, no primeiro cultivo, a aplicação
dos resíduos Lcal e E proporcionaram as maiores produtividades, as quais podem ser
justificadas pelo fato de as plantas terem apresentado maior número de vagens por plantas,
provavelmente por terem crescido mais, e nestes tratamentos também foram observadas as
maiores massas de 100 grãos. Dessa forma, este conjunto de fatores mais a população de
plantas influenciaram a produtividade de grão da cultura da soja como um todo.
A aplicação dos resíduos e do calcário proporcionou maior
produtividade na cultura da soja do segundo cultivo, no ano agrícola de 2006/2007 (Tabela
55), que além do maior tempo de reação no solo, em torno de 19 meses, apresentou
características climáticas favoráveis para o bom desenvolvimento da cultura (Figura 1).
Resultados estes, que justificam a utilização dos resíduos LC, LB, Lcal
e E, em superfície no SPD como alternativa para se obter boa produtividade de soja, efeito este
naturalmente observado em áreas manejas com aplicação superficial de calcário em SPD.
4.6.2 Teor foliar de nutrientes na cultura da soja
Os teores de nutrientes foliares foram influenciados significativamente
pela reaplicação superficial dos resíduos (LC, LB, Lcal e E) e do calcário, na soja cultivada em
SPD nos anos agrícolas de 2005/2006 e de 2006/2007, como pode ser visto no resumo da
análise de variância apresentado na Tabela 56. Os resultados expressos na análise de variância
apresentam também o efeito da calagem, mediante comparação com cada um dos resíduos e
suas doses.
No primeiro cultivo da soja houve efeito de interação significativa em
função da reaplicação dos resíduos para os teores de P, K, Ca, S, B, Cu, Fe, Mn e Zn,
enquanto, no segundo cultivo o efeito da aplicação superficial dos resíduos só foi observado
sobre os teores foliares de Ca, Mg e Zn (Tabela 56).
220
Tabela 56. Resumo da análise de variância para teor de nutrientes na cultura da soja,
decorrente da reaplicação superficial dos resíduos LC, LB, Lcal e E, e do calcário (2
Mg ha
-1
), em um Latossolo Vermelho distrófico sob Sistema Plantio Direto, nos
anos agrícolas de 2005/2006 e 2006/2007. Botucatu, SP.
Ano Agrícola
Causa de
variação
05/06 06/07 05/06 06/07 05/06 06/07 05/06 06/07 05/06 06/07 05/06 06/07
N P K Ca Mg S
Resíduo(R)
(1)
* ns ns ns ns ns ns ns ns * * ns
Dose (D) ns ns ns ns ** ns ** ** ns ** * ns
R X D ns ns * ns * ns * * ns * * ns
Bloco * * * ** * * ** ns * * * ns
CV 9 5 5 9 17 20 16 22 21 16 15 12
DMS 2,49 1,81 0,11 0,20 1,92 2,68 1,84 1,62 0,79 0,51 0,24 0,25
LC
(2)
ns * * * * ns * * ns * * ns
CV 8 3 6 4 17 16 15 17 22 19 15 11
DMS 4,63 2,52 0,29 0,22 4,17 4,59 3,68 2,84 1,79 1,22 0,54 0,46
LB
(2)
ns * ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns
CV 12 5 6 7 19 22 19 22 23 18 14 16
DMS 7,08 4,14 0,29 0,33 4,65 6,43 4,46 3,23 1,83 1,22 0,51 0,68
Lcal
(2)
ns * ns ns * ns * ns ns * ns *
CV 10 4 6 10 17 17 16 22 27 20 19 10
DMS 6,22 3,46 0,29 0,47 4,08 5,20 3,94 3,48 2,10 1,25 0,69 0,42
E
(2)
ns ns ns ns ns ns * ns ns ns ns ns
CV 7 5 7 7 16 20 17 16 24 13 20 12
DMS 4,03 4,25 0,36 0,33 3,94 5,89 4,05 2,52 2,00 0,96 0,74 0,55
B Cu Fe Mn Zn
Resíduo(R)
(1)
* ns * ns ns * * ns ** *
Dose (D) * ns * ns ** * * * ns
R X D * ns * ns * ns * ns ** ns
Bloco ns ns ns ns ns ns * ns ns ns
C.V. 10 14 15 10 22 19 27 40 22 69
DMS 3,50 4,42 0,90 0,88 32,35 22,82 3,45 34,75 11,39 39,50
LC
(2)
* ns ns ns * ns ns * ** ns
CV 9 17 13 10 15 10 19 22 9 21
DMS 6,42 11,29 1,67 1,95 45,42 26,21 74,01 36,57 9,56 20,85
LB
(2)
ns ns ns ns * ns * ns * ns
CV 14 17 15 9 25 20 21 25 29 45
DMS 10,74 11,35 2,07 1,82 78,19 51,01 95,54 48,59 39,67 62,14
Lcal
(2)
ns ns ns ns * * * ns ns ns
CV 8 16 12 10 18 20 40 47 18 23
DMS 5,90 11,00 1,66 1,94 60,34 51,62 173,54 91,55 19,30 21,82
E
(2)
* ns * ns ns ns ns ns * ns
CV 5 22 12 10 25 17 20 36 13 60
DMS 3,82 13,93 1,55 2,02 82,15 42,46 76,47 67,56 13,15 73,37
LC= lodo de esgoto centrifugado e tratado com cal virgem (ETE de São José dos Campos, SP), LB= lodo de esgoto de
biodigestor (ETE de Barueri, SP), Lcal= lama cal (Luwarcel Celulose Papel Ltda., SP), E= escória de aciaria (Siderurgia
Mannesmann). 0 meses= amostragem realizada antes da reaplicação dos tratamentos (abril/2005).
(1)
Regressão entre as doses
dos resíduos (LC, LB, Lcal e E).
(2)
Teste de média para comparação entre as doses de cada um dos residuos e o calcário.
*= P
< 0,05, **= P < 0,01 e ns= não significativo pelo teste t (LSD).
221
O teor foliar de N não foi influenciado pelo aumento das doses dos
resíduos em nenhum dos cultivos realizados (Tabela 57). Como pode ser observado, o teor
foliar de N na soja foi menor no primeiro cultivo, em média 10 g kg
-1
de N a menos do que o
obtido no segundo cultivo. Provavelmente estes resultados se devem ao fato de a semeadura
da soja do primeiro ciclo ter ocorrido cerca de 7 meses após a aplicação superficial dos
tratamentos, e em cima da palha de aveia preta, semeada imediatamente após a aplicação
superficial dos resíduos e do calcário.
Malavolta (2006) cita que a multiplicação e a atividade dos
microorganismos que decompõem os restos vegetais e animais, transformando-os na matéria
orgânica do solo exigem a assimilação de N mineral no protoplasma microbiano. Ou seja,
quando incorporamos restos culturais, estercos e adubos verdes, pode haver uma diminuição
temporária no teor de N disponível da solução do solo, principalmente se o material
incorporado for pobre em N, e dessa forma podendo faltar N para a cultura seguinte, que em
nossa pesquisa foi a soja, semeada nos dois cultivos sobre a palha da aveia preta. No caso da
aveia preta, como já citado anteriormente, por apresentar elevada relação C/N, é mais
favorável a imobilização do N.
Considerando o teor de N no tratamento testemunha, em que recebeu
somente adubação de semeadura a base de NPK, mediante aplicação de 300 kg ha
-1
do adubo
químico formulado 8-28-16 no sulco de semeadura, observa-se bons teores foliar, com
aumento deste do primeiro para o segundo cultivo. Neste caso, além da adubação química
contendo N, dos restos vegetais com a cultura da aveia, este teor pode ter sido favorecido pela
fixação biológica de nitrogênio por meio de simbiose entre bactérias do gênero
Bradyrhizobium e as raízes da soja, visto que as sementes foram inoculadas na ocasião da
semeadura.
Nos dois anos agrícolas a aplicação de calcário na dose recomendada,
que foi de 2 Mg ha
-1
, proporcionou o maior teor de N nas plantas, no entanto, diferenças
significativas entre a calagem e os resíduos ocorreram somente no segundo cultivo. Com
exceção do tratamento com aplicação de escória, para os demais resíduos a calagem
proporcionou o maior teor foliar de N, sendo superior as doses de 2 e 8 Mg ha
-1
de LC, de 2 e
4 Mg ha
-1
de LB e as de 4 e 8 Mg ha
-1
de Lcal.
222
Tabela 57. Teor de nutrientes na cultura da soja, decorrente da reaplicação superficial dos
resíduos LC, LB, Lcal e E e do calcário (2 Mg ha
-1
), em um Latossolo Vermelho
distrófico sob Sistema Plantio Direto, nos anos agrícolas de 2005/2006 e
2006/2007. Botucatu, SP.
Ano Agrícola 2005/2006
Ano Agrícola 2006/2007
Resíduos Resíduos
Dose
Mg ha
-1
LC LB Lcal E LC LB Lcal E
----------------------------------------- N (g kg
-1
) -----------------------------------------
0 38 38 38 38 53 AB 53 AB 53 AB 53
2 38 38 39 38 52 B 50 B 54aA 52
4 37 41 40 39 53 AB 50 B 51 B 55
8 41 a 36 b 39 ab 40 ab 52 B 51 AB 50 B 51
Média 38 38 39 39 52 51 52 53
Regressão ns ns ns ns ns ns ns ns
Calcário 41 41 41 41 55 A 55 A 55 A 55
----------------------------------------- P (g kg
-1
) -----------------------------------------
0 3,2 B 3,2 3,2 3,2 3,2 B 3,2 3,2 3,2
2 3,2 B 3,2 3,3 3,1 3,3 AB 3,0 3,4 3,2
4 3,2 B 3,4 3,2 3,1 3,2 B 3,2 3,1 3,3
8 3,5 A 3,3 3,3 3,4 3,4 A 3,2 3,1 3,5
Média 3,3 3,3 3,3 3,2 3,3 3,1 3,2 3,3
Regressão ns ns ns Q* ns ns ns ns
Calcário 3,4 AB 3,4 3,4 3,4 3,3 AB 3,3 3,3 3,3
----------------------------------------- K (g kg
-1
) -----------------------------------------
0 18 A 18 18 A 18 20 20 20 20
2 15 AB 15 16 AB 15 18 18 18 18
4 13 B 14 13 B 15 18 17 17 18
8 16 AB 17 16 AB 15 18 18 22 18
Média 15 16 16 16 18 18 19 18
Regressão Q* Q* Q* ns ns ns ns ns
Calcário 17 AB 17 17 AB 17 21 21 21 21
LC= lodo de esgoto centrifugado, LB= lodo de esgoto de biodigestor, Lcal= lama cal, E= escória de aciaria. Médias seguidas
de mesma letra, minúscula na linha, entre os resíduos, e maiúscula na coluna, entre as doses de cada resíduo resíduo e o
calcário, para cada uma das profundidades, não diferem estatisticamente a 1 e 5% pelo teste t (LSD). ns= não significativo, *=
P < 0,05 e **= P < 0,01; L e Q= regressão linear e quadrática, respectivamente.
De acordo com Raij et al. (1997), a faixa adequada para teor foliar de
N na cultura da soja, incluindo folhas e pecíolo, é de 40-54 g kg
-1
. Diante dos resultados
obtidos em decorrência da aplicação superficial dos resíduos e do calcário, pode-se inferir que
no cultivo realizado na safra de 2005/2006 os teores de N estiveram em sua maioria abaixo do
limite considerado adequado por Raij et al. (1997) de 40 g kg
-1
, porém, muito próximos a este
valor, somente estiveram dentro do considerado adequado nos tratamentos com a calagem e
nas doses de 4 Mg ha
-1
de LB e Lcal e de 8 Mg ha
-1
de LC e E, enquanto, na safra de
223
2006/2007, segundo cultivo, os teores de N estiveram dentro da faixa considerada adequada,
ou seja, em níveis considerados normais para a cultura.
No entanto, Malavolta et al. (1999) citam que um nível adequado de N
na folha para obtenção de uma produtividade de 2700 kg ha
-1
de soja seria de 36 g kg
-1
.
Segundo estes, os teores foliares de N em função da aplicação superficial dos resíduos e do
calcário estão acima do estabelecido para se obter produtividade adequada para soja nos dois
anos de cultivo.
O teor foliar de P na cultura da soja somente foi influenciado
significativamente pelo aumento das doses do resíduo escória e no primeiro cultivo (Tabela),
safra 2005/2006, apresentando comportamento quadrático, como pode ser visto na Figura 51.
Nos dois cultivos os teores de P na soja foram semelhantes, variando entre 3,0 e 3,5 g kg
-1
.
Nos dois anos agrícolas a aplicação de calcário na dose recomendada,
que foi de 2 Mg ha
-1
, proporcionou teor de P nas plantas acima do obtido na testemunha. No
entanto, diferenças significativas entre a calagem e os resíduos ocorreram somente com a
aplicação de LC, nos dois cultivos. Nos dois cultivos, o maior teor foliar de P foi na dose de 8
Mg ha
-1
de LC, porém, semelhante a calagem, nestes, a calagem apesar de ter proporcionado
teores foliares de P maiores que os da testemunha, não diferiram significativamente .
De acordo com Raij et al. (1997), a faixa adequada para teor foliar de P
na cultura da soja, incluindo folhas e pecíolo, é de 2,5 – 5,0 g kg
-1
. Diante dos resultados
obtidos em decorrência da aplicação superficial dos resíduos e do calcário, pode-se inferir que
nos cultivos realizados nas safras de 2005/2006 e 2006/2007, os teores de P estão dentro da
faixa considerada adequada para a cultura da soja, atingindo valores médios de 3,3 g kg
-1
, bem
acima do limite mínimo para a cultura da soja de 2,5 g kg
-1
de P proposto por Raij et al.
(1997). Enquanto Malavolta et al. (1999) cita que um nível adequado de P na folha para
obtenção de uma produtividade de 3000 kg ha
-1
de soja é de 2,6 g kg
-1
. Segundo este, os teores
foliares de P em função da aplicação superficial dos resíduos e do calcário estão acima do
estabelecido para se obter produtividade adequada para soja nos dois anos de cultivo.
Quanto aos lodos de esgoto LC e LB, há a possibilidade da maior
absorção de P pelas plantas de soja em razão do fornecimento desse nutriente, apresentam em
torno de 20 g kg
-1
de sua matéria seca no LC e 49 g kg
-1
no LB (Tabela 2).
224
------ Ano Agrícola 2005/2006 ------ ------ Ano Agrícola 2006/2007 ------
ŷ = 3,23-0,09X+0,013*x
2
R
2
= 1,00
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
02468
Dose (Mg ha
-1
)
P (g kg
-1
)
Calcário
LC
LB
Lcal
E
ŷ = 3,26
ŷ = 3,26
ŷ = 3,43
ŷ = 3,27
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
02468
Dose (Mg ha
-1
)
P (g kg
-1
)
Calc ár io
LC
LB
Lcal
E
ŷ = 3,19
ŷ = 3,14
ŷ = 3,28
ŷ = 3,25
ŷ = 3,33
ŷ = 17,784-2,009X+0,223*x
2
R
2
= 1,00
ŷ = 17,784-1,696X+0,192*x
2
R
2
= 1,00
ŷ = 17,955-1,926X+0,213*x
2
R
2
= 0,95
0
5
10
15
20
25
02468
Dose (Mg ha
-1
)
K (g kg
-1
)
Calc ár io
LC
LB
Lcal
E
ŷ = 15,63
ŷ = 17,00
0
5
10
15
20
25
02468
Dose (Mg ha
-1
)
K (g kg
-1
)
Calc ár io
LC
LB
Lcal
E
ŷ = 18,38
ŷ = 18,44
ŷ = 18,44
ŷ = 19,25
ŷ = 20,75
Figura 51. Teor de fósforo e potássio na cultura da soja, decorrente da reaplicação superficial
dos resíduos LC, LB, Lcal e E e do calcário (2 Mg ha
-1
), em um Latossolo Vermelho
distrófico sob Sistema Plantio Direto, nos anos agrícolas de 2005/2006 e 2006/2007.
Botucatu, SP.
Nascimento et al. (2004) observaram aumento significativo de P no
solo em decorrência da aplicação de lodo de esgoto, no entanto, citam que os teores
disponíveis no solo encontram-se em baixos níveis, havendo necessidade de aplicação de
maiores doses de lodo ou de suplementação com fertilizantes minerais para a obtenção de altas
produtividades. Segundo estes, o lodo além de ser fonte de P, por apresentar elevado teor de
matéria orgânica pode diminuir a adsorção do P no solo, fornecer íons orgânicos que
competem com o fosfato pelos sítios de adsorção, aumentando a disponibilidade de P.
No entanto, não foi observada a superioridade dos lodos sobre os
demais resíduos que apresentavam menor teor de P em sua composição. O que pode ser
justificado pelos teores de P no solo proporcionados principalmente pela aplicação de escória,
225
além do que, nas duas safras a soja foi semeada utilizando-se 300 kg ha
-1
do adubo formulado
8-28-16 a base de NPK, e assim, favoreceram os teores foliares de P nos dois cultivos.
De maneira geral, tanto os resíduos como o calcário proporcionaram
aumentos no teor de P no solo como já apresentado anteriormente, e dessa forma contribuíram
para o bom teor foliar de P nos dois cultivos da soja, o que pode ser atribuído às melhores
condições nas propriedades químicas do solo, disponibilizando maiores quantidades desse
nutriente, bem como o aumento nos valores de pH, fatores que melhoram a disponibilidade de
absorção desse elemento pelas plantas de soja.
Quanto aos teores foliares de K, foram observados efeitos
significativos somente no primeiro cultivo, em decorrência do aumento das doses dos resíduos
LC, LB e Lcal, apresentando comportamento quadrático (Figura 51). Enquanto, no segundo
cultivo não houve efeito significativo sobre o teor de K em função da aplicação dos resíduos.
Para a cultura da soja, a faixa considerada adequada para teores
foliares de K segundo Raij et al. (1997) é de 17 – 25 g kg
-1
. Assim, com base nos resultados
presentes na Tabela 57, pode-se dizer que no primeiro cultivo ocorreu certa variação para o
teor foliar de K, entre 13 e 19 g kg
-1
, porém, na safra de 2006/2007 os teores de K estão todos
dentro da faixa considerada adequada.
Vale ressaltar ainda, que em cada semeadura de soja foram aplicados
48 kg ha
-1
de K
2
O, o que permite concluir que essa adubação, associada à maior reciclagem do
nutriente pela aveia preta utilizada como planta de cobertura no SPD favoreceram o teor de K
no solo e conseqüentemente para a nutrição em K pela cultura da soja no segundo cultivo
(verão de 2006/2007).
Considerando a comparação entre a calagem e os resíduos, houve
diferença significativa quando aplicados os resíduos LC e Lcal, onde o comportamento foi
semelhante para o teor foliar de K, sendo maior no tratamento testemunha, porém, não diferiu
do tratamento com aplicação de calcário. Já no segundo cultivo, mesmo a calagem tendo
proporcionado teor de K maior do que o do tratamento testemunha, estes não diferiram
significativamente.
De acordo com os resultados apresentados na Tabela 57, pode-se dizer
que os teores foliares de K acompanharam os teores disponíveis de K no solo. Conforme
discutido anteriormente, os maiores teores de K no solo foram no tratamento testemunha, o
226
que proporcionou a maior absorção pelas plantas, pois após 4 meses da aplicação dos
tratamentos o teor de K no solo na testemunha era de 2,4 mmolc dm
-3
e após 18 meses era de
2,8 mmolc dm
-3
, valores considerados médios por Raij et al. (1997), valores obtidos mediante
análise química do solo antes da semeadura da soja nos dois cultivos. Atrelado ao teor de K no
solo, deve-se considerar também os teores foliares na cultura da aveia preta que antecedeu
cada um dos cultivos. Sendo assim, tanto os teores de K no solo como na aveia preta
proporcionaram o aumento do teor foliar de K na cultura da soja, sendo maior no segundo
cultivo.
Depois do N, o K é o nutriente mineral mais requerido em maior
quantidade pelas plantas (Rosolem et al., 2003a). Apresenta alta mobilidade na planta, em
qualquer nível de concentração, seja dentro da célula, no tecido vegetal ou no xilema e floema
(Malavolta, 1980). O K não é metabolizado na planta, portanto, não faz parte de tecidos e
moléculas, permanece na forma de iônica nas células vegetais, e sua maior contribuição no
metabolismo das plantas esta relacionada com o controle do potencial osmótico das células e
dos tecidos (Marschner, 1995).
Segundo Malavolta (1980) citado por Rosolen et al. (2003), mais de
80% do K está na forma solúvel nos tecidos, o que facilita sua translocação pela planta, sendo
passível de lixiviação. Estes citam que em plantas de milho em fase final de ciclo apresentam
menos K nos tecidos vegetais do que na fase de maior acúmulo deste, o que provavelmente
ocorre pela lavagem do K da parte aérea das plantas. Efeito este que segundo Malavolta
(1980) intensifica a reciclagem de nutrientes e a fertilização das camadas superficiais do solo.
Diante do exposto, os restos vegetais que permanecem na superfície do
solo no SPD podem favorecer os teores de K no solo, devido à lavagem deste nutriente do
material vegetal, que ocorre com as plantas ainda em crescimento, ou seja, pode ser extraído
com facilidade do tecido vegetal sem a necessidade da decomposição da palha. Efeito este que
foi observado por Moraes e Arens (1969), onde constataram a facilidade da remoção do K do
tecido vegetal das plantas cultivadas, onde simplesmente imergiram as folhas de plantas
cultivadas em água destilada, o que permitiu concluir que em condições de campo, isso seria
possível por meio de água das chuvas ou mesmo do orvalho.
Rosolen et al. (2003) citam que espécies que acumulam mais K o
liberam em maior quantidade, e também que existe diferença entre as espécies quanto ao
227
potencial de liberação que pode ser lenta ou rápida. Estes citam que a aveia disponibiliza
rapidamente o K, e em valores suficientes para suprir as necessidades da cultura subseqüente
no início do seu desenvolvimento, quando a demanda desta não é alta. Neste sentido Cottica et
al (1999), avaliando a decomposição e concentração de nutrientes na palha de aveia preta ao
longo do tempo, observaram que após 55 dias do manejo da cultura, o teor de K da palha havia
diminuído em 92%.
Os teores foliares de Ca na soja foram influenciados pela aplicação dos
resíduos nos dois cultivos (Tabela 58). No primeiro ciclo, safra 2005/2006, o teor de Ca
aumentou à medida que se aumentou a dose de LC, apresentando comportamento linear
crescente, enquanto, na safra 2006/2007 observou-se comportamento linear crescente para
aplicação de LC e E (Figura 52).
A calagem também favoreceu o aumento no teor de Ca na parte aérea
da soja quando comparada a testemunha. No primeiro cultivo, exceto para LB que não
mostrou diferença significativa entre as doses deste e a calagem, para os demais resíduos os
menores teores de Ca foi obtido no tratamento testemunha, que não diferiu da calagem,
enquanto os maiores valores foram nas doses de 4 e 8 Mg ha
-1
de LC, nas de 2 e 8 Mg ha
-1
de
Lcal e na de 4 Mg ha
-1
de escória. Já no segundo cultivo, o comportamento foi semelhante
quando aplicados os resíduos LC e E, onde a dose de 8 Mg ha
-1
proporcionou os maiores
teores foliares de Ca, sendo superiores aos tratamentos com calcário e a testemunha.
A justificativa para o aumento do teor foliar de Ca no cultivo da soja
na safra 2005/2006 é decorrente da aplicação dos resíduos e do calcário, que por conter altos
teores de Ca em suas composições (Tabela 2), fornecem este nutriente ao solo. Enquanto os
valores reduzidos de Ca no segundo cultivo indicam baixo efeito residual de Ca no solo. De
acordo com os teores foliares de Ca para a soja proposto por Raij et al. (1997), na faixa de 4 -
20 g kg
-1
, observa-se que nos dois cultivos os teores estão dentro desta faixa considerada
adequada para a cultura.
Com base nos resultados apresentados nas Tabelas 58, no primeiro
cultivo não foram observados efeitos significativos decorrente da aplicação superficial dos
resíduos sobre o teor foliar de Mg na soja, porém, houve efeito significativo decorrente da
aplicação de LC e Lcal no segundo cultivo, com o aumento das doses reduzindo linearmente
os teores foliares de Mg (Figura 52).
228
Tabela 58. Teor de nutrientes na cultura da soja, decorrente da reaplicação superficial dos
resíduos LC, LB, Lcal e E e do calcário (2 Mg ha
-1
), em um Latossolo Vermelho
distrófico sob Sistema Plantio Direto, nos anos agrícolas de 2005/2006 e
2006/2007. Botucatu, SP.
Ano Agrícola 2005/2006
Ano Agrícola 2006/2007
Resíduos Resíduos
Dose
Mg ha
-1
LC LB Lcal E LC LB Lcal E
----------------------------------------- Ca (g kg
-1
) -----------------------------------------
0 13 B 13 13 B 13 B 9 B 9 9 9 B
2 16 AB 15 18 A 16 AB 12 AB 9 12 10 AB
4 18 A 16 17 AB 18 A 11 AB 11 11 11 AB
8 19 A 16 17 A 17 AB 13 A 10 11 12 A
Média 16 15 16 16 11 10 10 10
Regressão L** ns ns ns L* ns ns L*
Calcário 15 AB 15 15 AB 15 AB 9 B 9 9 9 B
----------------------------------------- Mg (g kg
-1
) -----------------------------------------
0 5,3 5,3 5,3 5,3 4,6 AB 4,6 4,6 A 4,6
2 5,5 6,0 4,8 5,4 4,9 A 4,4 4,3 AB 5,1
4 6,1 5,3 5,2 5,1 4,1 AB 4,9 4,2 AB 4,8
8 4,6 4,8 4,4 5,7 3,5 bB 3,9 ab 3,3 bB 4,7 a
Média 5,4 5,3 4,9 5,4 4,2 b 4,4 ab 4,1 b 4,8 a
Regressão ns ns ns ns L* ns L** ns
Calcário 5,1 5,1 5,1 5,1 4,4 AB 4,4 4,4 AB 4,4
----------------------------------------- S (g kg
-1
) -----------------------------------------
0 2,6 A 2,6 2,6 2,6 3,1 3,1 3,1 A 3,1
2 2,2 AB 2,3 2,1 2,2 2,7 3,0 2,8 AB 2,9
4 2,0 bB 2,5 a 2,4 ab 2,3 ab 2,9 2,6 2,7 AB 3,0
8 2,4 AB 2,2 2,6 2,3 2,7 2,8 2,6 B 3,0
Média 2,3 2,4 2,4 2,3 2,8 2,9 2,8 3,0
Regressão Q* ns ns ns ns ns ns ns
Calcário 2,4 AB 2,4 2,4 2,4 2,8 2,8 2,8 AB 2,8
LC= lodo de esgoto centrifugado, LB= lodo de esgoto de biodigestor, Lcal= lama cal, E= escória de aciaria. Médias seguidas
de mesma letra, minúscula na linha, entre os resíduos, e maiúscula na coluna, entre as doses de cada resíduo resíduo e o
calcário, para cada uma das profundidades, não diferem estatisticamente a 1 e 5% pelo teste t (LSD). ns= não significativo, *=
P < 0,05 e **= P < 0,01; L e Q= regressão linear e quadrática, respectivamente.
Pode-se observar uma diminuição dos teores foliares de Mg do
primeiro para o segundo cultivo (Tabela 58). No entanto, segundo Raij et al. (1997) estes
valores estão dentro da faixa dos teores considerados como adequados para a cultura da soja,
que estão entre 3 – 10 g kg
-1
.
No segundo cultivo o maior valor médio de Mg foi com a aplicação da
escória, que foi superior a LC e Lcal, efeito semelhante foi observado quando aplicada a dose
de 8 Mg ha
-1
, o qual, pode ser justificado pelo fato de a escória conter Mg em sua composição
(Tabela 2) favorecendo desta forma o teor deste nutriente no solo.
229
------ Ano Agrícola 2005/2006 ------ ------ Ano Agrícola 2006/2007 ------
ŷ = 14,1+0,632**x R
2
= 0,82
0
5
10
15
20
02468
Dose (Mg ha
-1
)
Ca (g kg
-1
)
Calc ário
LC
LB
Lcal
E
ŷ = 14,81
ŷ = 16,13
ŷ = 15,88
ŷ = 15,25
ŷ = 9,5+0,429*x R
2
= 0,77
ŷ = 9+0,411*x R
2
= 0,92
0
5
10
15
20
02468
Dose (Mg ha
-1
)
Ca (g kg
-1
)
Calcário
LC
LB
Lcal
E
ŷ = 9,81
ŷ = 10,44
ŷ = 9,25
3,0
4,0
5,0
6,0
7,0
02468
Dose (Mg ha
-1
)
Mg (g kg
-1
)
Calc ário
LC
LB
Lcal
E
ŷ = 5,38
ŷ = 4,94
ŷ = 5,37
ŷ = 5,33
ŷ = 5,10
ŷ = 4,805-0,16*x R
2
= 0,82
ŷ = 4,805-0,165**x R
2
= 0,94
3,0
4,0
5,0
6,0
7,0
02468
Dose (Mg ha
-1
)
Mg (g kg
-1
)
Calc ár io
LC
LB
Lcal
E
ŷ = 4,79
ŷ = 4,41
ŷ = 4,38
ŷ = 2,548-0,255X+0,029*x
2
R
2
= 1,00
0,0
1,0
2,0
3,0
4,0
02468
Dose (Mg ha
-1
)
S (g kg
-1
)
Calc ár io
LC
LB
Lcal
E
ŷ = 2,40
ŷ = 2,33
ŷ = 2,38
ŷ = 2,38
0,0
1,0
2,0
3,0
4,0
02468
Dose (Mg ha
-1
)
S (g kg
-1
)
Calcário
LC
LB
Lcal
E
ŷ = 2,86
ŷ = 2,98
ŷ = 2,78
ŷ = 2,82
ŷ = 2,75
Figura 52. Teor de cálcio, magnésio e enxofre na cultura da soja, decorrente da reaplicação
superficial dos resíduos LC, LB, Lcal e E e do calcário (2 Mg ha
-1
), em um Latossolo
Vermelho distrófico sob Sistema Plantio Direto, nos anos agrícolas de 2005/2006 e
2006/2007. Botucatu, SP.
Diante dos resultados obtidos, observa-se que a calagem manteve um
adequado teor foliar de Mg na cultura da soja, em razão do calcário utilizado ser do tipo
230
dolomítico, o qual apresenta considerada concentração de Mg. Mediante a comparação entre o
tratamento com calcário e os resíduos, quando aplicado o lodo LC a calagem proporcionou
teor de Mg menor do que na testemunha, porém não diferiram significativamente, e onde
aplicado o resíduo Lcal o maior teor de Mg foi obtido no tratamento testemunha, no entanto,
não diferiu do tratamento com aplicação de calcário.
Dentre os resíduos, somente a aplicação do lodo LC mostrou efeito
significativo para teor foliar de S, com comportamento quadrático na soja cultivada no ano
agrícola de 2005/2006, como pode ser visto na Figura 52. Neste cultivo foi observado também
o efeito de doses sobre o teor foliar de S, onde a dose de 4 Mg ha
-1
de LB foi superiores a
aplicação do resíduo LC.
Nos dois cultivos foram observados efeitos significativos para a
comparação entre a calagem e os resíduos. No primeiro cultivo, foi para a comparação com
LC, enquanto, no segundo cultivo foi para Lcal, em ambos, o maior teor de S foi obtido no
tratamento testemunha, no entanto, não diferiu da calagem (Tabela 58).
De acordo com Raij et al. (1997), a faixa de teores adequados para S
nas folhas da cultura da soja é de 2,1 – 4,0 g kg
-1
. Assim, com base nos resultados presentes na
Tabela 58, pode-se dizer que nos dois ciclos da cultura da soja os teores de S encontram-se
dentro da faixa considerada adequada.
Os teores foliares de B, Cu, Fe, Mn e Zn na da soja cultivada em SPD
foram influenciados significativamente pela aplicação superficial dos resíduos apenas no
primeiro cultivo, ano agrícola de 2005/2006, como pode ser visto no resumo da análise de
variância apresentado na Tabela 59. Enquanto para a calagem foram observados efeitos
significativos sobre os teores de nutrientes foliares quando da comparação entre esta e os
resíduos nos dois cultivos, exceto para teores foliares de B e Cu no segundo cultivo.
Para o teor foliar de B houve efeito significativo em função do
aumento das doses no primeiro cultivo da soja, realizado no ano agrícola de 2005/2006, onde
observou-se um comportamento quadrático decorrente da aplicação de LC (Figura 53). No
primeiro cultivo os maiores teores de B foram obtidos no tratamento com LB, neste cultivo
houve diferença significativa entre os resíduos na dose de 4 Mg ha
-1
onde o lodo LB
proporcionou o maior teor de B (Tabela 59).
231
Tabela 59. Teor de nutrientes na cultura da soja, decorrente da reaplicação superficial dos resíduos
LC, LB, Lcal e E e do calcário (2 Mg ha
-1
), em um Latossolo Vermelho distrófico sob
Sistema Plantio Direto, nos anos agrícolas de 2005/2006 e 2006/2007. Botucatu, SP.
Ano Agrícola 2005/2006
Ano Agrícola 2006/2007
Resíduos Resíduos
Dose
Mg ha
-1
LC LB Lcal E LC LB Lcal E
----------------------------------------- B (mg kg
-1
) -----------------------------------------
0 51 A 51 51 51 A 44 44 44 44
2 45 AB 45 49 45 C 43 46 47 40
4 43 bB 55 a 47 b 47 bBC 47 48 49 46
8 46 AB 48 47 47 BC 45 49 47 44
Média 46 50 48 47 45 46 46 43
Regressão Q* ns ns ns ns ns ns ns
Calcário 50 A 50 50 50 AB 38 38 38 38
----------------------------------------- Cu (mg kg
-1
) -----------------------------------------
0 9 9 9 9 A 13 13 13 13
2 8 8 8 8 AB 13 12 12 13
4 8 ab 9 a 9 a 7 bB 13 13 13 13
8 8 10 9 10 A 13 13 13 14
Média 8 9 9 8 13 13 13 13
Regressão ns ns ns Q* ns ns ns ns
Calcário 9 9 9 9 A 13 13 13 13
----------------------------------------- Fe (mg kg
-1
) -----------------------------------------
0 170 B 170 B 170 B 170 157 157 157 B 157
2 191 AB 212 AB 234 A 240 172 151 157 B 182
4 190 AB 196 AB 251 A 224 163 b 175 ab 214 aA 160 b
8 230 A 250 A 226 AB 236 173 181 157 B 159
Média 195 207 220 218 166 167 171 165
Regressão ns L* Q* ns ns ns ns ns
Calcário 198 AB 198 AB 198 AB 198 157 157 157 B 157
----------------------------------------- Mn (mg kg
-1
) -----------------------------------------
0 266 266 BC 266 266 134 A 134 134 134
2 248 264 BC 220 217 98 AB 130 107 136
4 229 c 344 abAB 393 a 255 bc 109 AB 119 146 133
8 252 b 367 aA 302 ab 263 ab 84 B 148 135 94
Média 248 b 310 a 295 ab 250 b 106 133 130 124
Regressão ns L* ns ns ns ns ns ns
Calcário 246 246 C 246 246 115 AB 115 115 115
----------------------------------------- Zn (mg kg
-1
) -----------------------------------------
0 75 A 75 B 75 75 A 68 AB 68 68 68
2 62 abB 81 aB 62 ab 58 bB 62 AB 91 55 67
4 61 bB 136 aA 72 b 64 bAB 85 A 94 111 87
8 60 B 78 B 76 59 B 49 bB 142 a 60 b 106 ab
Média 64 b 92 a 71 b 64 b 66 99 74 82
Regressão ns Q** ns ns ns ns ns ns
Calcário 73 A 73 B 73 73 A 67 AB 67 67 67
LC= lodo de esgoto centrifugado, LB= lodo de esgoto de biodigestor, Lcal= lama cal, E= escória de aciaria. Médias seguidas de
mesma letra, minúscula na linha, entre os resíduos, e maiúscula na coluna, entre as doses de cada resíduo resíduo e o calcário, para
cada uma das profundidades, não diferem estatisticamente a 1 e 5% pelo teste t (LSD). ns= não significativo, *= P < 0,05 e **= P <
0,01; L e Q= regressão linear e quadrática, respectivamente.
232
------ Ano Agrícola 2005/2006 ------ ------ Ano Agrícola 2006/2007 ------
ŷ = 50,302-3,351X+0,357*x
2
R
2
= 0,99
20
30
40
50
60
02468
Dose (Mg ha
-1
)
B (mg kg
-1
)
Calc ár io
LC
LB
Lcal
E
ŷ = 49,56
ŷ = 48,13
ŷ = 47,06
ŷ = 49,75
20
30
40
50
60
02468
Dose (Mg ha
-1
)
B (mg kg
-1
)
Calc ár io
LC
LB
Lcal
E
ŷ = 46,38
ŷ = 46,44
ŷ = 43,13
ŷ = 44,69
ŷ = 38,25
ŷ = 8,623-0,668X+0,097*x
2
R
2
= 0,93
5
7
9
11
13
15
02468
Dose (Mg ha
-1
)
Cu (mg kg
-1
)
Calcário
LC
LB
Lcal
E
ŷ = 8,88
ŷ = 8,25
ŷ = 8,67
ŷ = 9,00
5
7
9
11
13
15
02468
Dose (Mg ha
-1
)
Cu (mg kg
-1
)
Calcário
LC
LB
Lcal
E
ŷ = 12,56
ŷ = 12,88
ŷ = 12,63
ŷ = 13,00
ŷ = 12,75
ŷ = 175,65+8,921*x R
2
= 0,82
ŷ = 172,136+34,966x-3,546*x
2
R
2
= 0,98
100
140
180
220
260
02468
Dose (Mg ha
-1
)
Fe (mg kg
-1
)
Calc ário
LC
LB
Lcal
E
ŷ = 195,19
ŷ = 217,50
ŷ = 198,25
100
140
180
220
260
02468
Dose (Mg ha
-1
)
Fe (mg kg
-1
)
Calcário
LC
LB
Lcal
E
ŷ = 167,19
ŷ = 164,63
ŷ = 166,31
ŷ
= 157,25
ŷ = 171,13
Figura 53. Teor de boro, cobre e ferro na cultura da soja, decorrente da reaplicação superficial
dos resíduos LC, LB, Lcal e E e do calcário (2 Mg ha
-1
), em um Latossolo Vermelho
distrófico sob Sistema Plantio Direto, nos anos agrícolas de 2005/2006 e 2006/2007.
Botucatu, SP.
Com relação à calagem, no primeiro cultivo houve efeito entre a
calagem e os resíduos LC e E, enquanto no segundo cultivo não foram observados efeitos
significativos entre resíduos e o calcário. Considerando o LC, os maiores teores foliares de B
233
foram observados na testemunha e no tratamento que recebeu calagem. Para a escória, o maior
teor de B também foi observado na testemunha, mas não diferiu da calagem.
O teor foliar de Cu também só foi influenciado significativamente pela
aplicação dos resíduos no primeiro cultivo, mediante comportamento quadrático quando
aplicado escória, como pode ser observado na Figura 53 e na Tabela 59. Neste cultivo, houve
diferença entre os resíduos na dose de 4 Mg ha
-1
, onde a aplicação de escória proporcionou o
menor teor foliar de Cu. O efeito significativo da calagem sobre o teor foliar de Cu foi
observado somente no primeiro cultivo e quando aplicado o resíduo escória, onde o teor de Cu
dos tratamentos calagem, testemunha e dose de 8 Mg ha
-1
de escória foi superior a dose de 4
Mg ha
-1
de escória.
O teor foliar de Fe na cultura da soja do primeiro ciclo foi influenciado
significativamente pela aplicação dos resíduos LB e Lcal, com comportamento linear e
quadrático, respectivamente, como apresentado na Figura 53. Como pode ser visto na Tabela
59, no primeiro cultivo houve efeito significativo da comparação entre a calagem e os
resíduos, sendo observado para LC, LB e Lcal, onde para LC e LB o maior teor foliar de Fe
foi observado na dose de 8 Mg ha
-1
, que diferiu da testemunha, no entanto, ambos não
diferiram da calagem, enquanto o valor de Fe proporcionado pelas doses de 2 e 4 Mg ha
-1
de
Lcal diferiram somente do tratamento testemunha.
Já no segundo cultivo, safra 2006/2007 houve efeito significativo
quando aplicada a dose de 4 Mg ha
-1
, onde o teor de Fe proporcionado pelo Lcal foi maior.
Neste cultivo, houve diferença significativa para a comparação entre a calagem e o resíduo
Lcal, onde o maior teor de Fe foi na dose 4 Mg ha
-1
, sendo portanto, superior aos demais
tratamentos.
Conforme a Tabela 59 pode-se observar que a aplicação dos resíduos
influenciou significativamente o teor foliar de Mn na cultura da soja apenas no primeiro
cultivo, mostrando-se de forma linear crescente quando aplicado o lodo LB, como consta na
Figura 54.
No primeiro cultivo o maior teor médio de Mn foi obtido com a
aplicação de LB, sendo superior a LC e E, enquanto para as doses de 4 e 8 Mg ha
-1
o menor
teor de Mn foi proporcionado pelo lodo LC. Ainda pode ser observado que onde aplicado o
234
------ Ano Agrícola 2005/2006 ------ ------ Ano Agrícola 2006/2007 ------
ŷ = 260,4+14,261*x R
2
= 0,84
80
160
240
320
400
02468
Dose (Mg ha
-1
)
Mn (mg kg
-1
)
Calc ário
LC
LB
Lcal
E ŷ = 250,00
ŷ = 295,13
ŷ = 248,38
ŷ = 246,25
80
160
240
320
400
02468
Dose (Mg ha
-1
)
Mn (mg kg
-1
)
Calc ário
LC
LB
Lcal
E ŷ = 124,13
ŷ = 130,25
ŷ = 106,00
ŷ = 132,56
ŷ = 114,75
ŷ = 66,539+24,265x-2,814**x
2
R
2
= 0,65
40
80
120
160
02468
Dose (Mg ha
-1
)
Zn (mg kg
-1
)
Calcário
LC
LB
Lcal
E
ŷ = 64,00
ŷ = 64,19
ŷ = 71,00
ŷ
= 72,50
40
80
120
160
02468
Dose (Mg ha
-1
)
Zn (mg kg
-1
)
Calc ár io
LC
LB
Lcal
E ŷ = 82,06
ŷ = 65,81
ŷ = 73,63
ŷ = 98,56
ŷ = 67,00
Figura 54. Teor de manganês e zinco na cultura da soja, decorrente da reaplicação superficial
dos resíduos LC, LB, Lcal e E e do calcário (2 Mg ha
-1
), em um Latossolo Vermelho
distrófico sob Sistema Plantio Direto, nos anos agrícolas de 2005/2006 e 2006/2007.
Botucatu, SP.
lodo LB houve diferença significativa para teor foliar de Mn em relação à calagem, que apesar
de ter proporcionado os menores teores de Mn, não diferiu do tratamento testemunha,
enquanto, o maior teor de Mn foi obtido na dose de 8 Mg ha
-1
do lodod LB.
Estes resultados podem ser explicados pelo fato do lodo LB ter
proporcionado menor elevação do pH do solo em relação aos demais resíduos e a calagem, ou
seja, o aumento do pH do solo reduz o teor foliar de Mn na cultura da soja. Estes resultados
concordam com resultados obtidos por pesquisadores como Caires e Fonseca (2000), Caires et
al. (2001) e Caires et al. (2003), onde observaram a redução do teor de Mn nas folhas da soja
pela calagem, em decorrência da elevação do pH do solo.
A redução dos teores de Mn observados do primeiro para o segundo
cultivo pode ser atribuída à elevação do pH do solo em decorrência do tempo de reação dos
235
resíduos e do calcário, que aumentou de 4 para 18 meses, respectivamente. No segundo
cultivo a aplicação de 8 Mg ha
-1
de LC proporcionou o menor teor foliar de Mn, sendo
semelhante a calagem, enquanto, o maior foi na testemunha.
Para o teor de Zn houve efeito significativo somente quando aplicado
de LB, com comportamento quadrático no cultivo de 2005/2006, como pode ser visto na
Figura 54, provavelmente por estar presente em quantidades significativas na matéria
orgânica, servindo de fonte de Zn às plantas.
Nos dois cultivos, os maiores teores foliares de Zn foram obtidos
quando da aplicação do resíduo LB, sendo superior nas doses de 2 e 4 Mg ha
-1
do primeiro
cultivo, diferindo da E, e de LC e Lcal, respectivamente, e na de 8 Mg ha
-1
do segundo cultivo,
diferindo de LC e Lcal, como pode ser observado na Tabela 59.
Considerando a calagem, houve efeito significativo nos dois cultivos,
em ambos os teores foliares de Zn foram menores na calagem em relação a testemunha,
embora não tenham sido significativos. No primeiro cultivo, considerando-se o lodo de esgoto
LC, os maiores teores foliares de Zn foram na testemunha e onde aplicado calcário, para o
lodo LB observou-se o maior teor de Zn na dose de 4 Mg ha
-1
de LB e para E, a testemunha e
a calagem proporcionaram teores de Zn superiores aos da dose de 2 e de 8 Mg ha
-1
de escória.
Já no segundo cultivo, quando aplicado o lodo LC, a dose de 4 Mg ha
-1
de LC diferiu da dose
de 8 Mg ha
-1
de LC, porém não diferiram da calagem e da testemunha.
Assim como para o teor de Mn, pesquisadores relatam redução do teor
de Zn na soja em decorrência da aplicação superficial do calcário em SPD (Caires e Fonseca,
2000; Caires et al., 2001; Caires et al., 2003), em decorrência do aumento do pH nas camadas
superficiais do solo.
De acordo com Raij et al. (1997), a faixa de teores adequados para B,
Cu, Fe, Mn e Zn nas folhas da cultura da soja são de 21 – 55, de 10 – 30, de 50 – 350, de 20 –
100 e de 20 - 50 g kg
-1
, respectivamente. Com base nos resultados presentes na Tabela 59,
pode-se dizer que os teores foliares de B e Fe nos dois cultivos da soja, safra 2005/2006 e
2006/2007, encontram-se dentro da faixa considerada adequada, os teores de Cu encontra-se
abaixo do adequado no primeiro cultivo, mas normais no segundo, já o teor de Mn e Zn, nos
dois cultivos, encontram-se de maneira gela acima do considerado adequado para a cultura da
cultura.
236
De um modo geral, os teores de nutrientes no tecido foliar
mantiveram-se em níveis considerados suficientes para a soja, independente das alterações
ocorridas pela aplicação superficial dos resíduos, dentre eles, os lodos de esgoto, um de
biodigestor e um centrifugado com adição de cal virgem para desinfecção e estabilização, bem
como a lama cal e a escória de aciaria, além do calcário. Neste sentido, diante dos resultados
obtidos até o momento, mediante a utilização de resíduos como os utilizados nesta pesquisa,
apresentam-se como fonte de nutrientes e matéria orgânica como no caso dos lodos de esgoto.
No entanto, a presença de metais pesados potencialmente tóxicos
restringe a aplicação de resíduos na agricultura, principalmente de lodos de esgoto que são
mais utilizados, pois à medida que estes elementos são adicionados e vão se acumulando no
solo, podem proporcionar uma maior absorção pelas plantas e contaminar os produtos
agrícolas, possibilitando dessa forma, sua entrada na cadeia alimentar, oferecendo riscos a
saúde humana (SILVA et al., 2002, MESQUITA, 2002, BORGES e COUTINHO, 2004b).
Sendo assim, é necessário que os resíduos utilizados na agricultura,
sejam eles urbanos ou industriais, estejam de acordo com os órgãos governamentais que
regulamentam os limites máximos de metais pesados nestes materiais, representados no Brasil
pelo CONAMA a nível nacional, e pela CETESB no Estado de São Paulo, para que possam
ser aplicados no solo de forma que não se torne fontes de poluição. Assim, tomando-se por
base estes dois órgãos de fiscalização que se referem principalmente aos lodos de esgotos, mas
que foram extrapolados para os demais resíduos, os materiais utilizados possuem níveis de
metais pesados abaixo dos limites pré-estabelecidos por estes, o que permite sua utilização
agrícola.
No entanto, essa permissão de utilização destes materiais na
agricultura ainda gera desconfiança por parte da sociedade como um todo. No solo a
disponibilidade dos metais é afetada pela reação do solo, e estes podem ser disponibilizados
em maior quantidade, principalmente em condições de pH ácido ou mesmo complexados no
solo, pela matéria orgânica ou por partículas de argila (RAIJ, 1991, SILVEIRA et al., 2003,
BETIOL e CAMARGO, 2006, PIERANGELI et al., 2004). Sendo necessária a avaliação da
absorção destes elementos potencialmente tóxicos pelas plantas.
De acordo com Oliveira et al. (2002b), nem sempre a presença de
elevados teores de metais pesados no solo implica em maior absorção desses elementos pelas
237
plantas. Isso se deve em razão do teor total não ser um índice de alta eficiência agronômica
para predizer a fitodisponibilidade do metal. Diante do exposto, no solo foram determinados
os teores fitodisponíveis de metais pesados por DTPA e não o teor total, onde observou-se que
de maneira geral os valores disponíveis de metais pesados no solo estiveram em concentrações
abaixo do limite de determinação do método analítico empregado, efeitos que foram
anteriormente apresentados.
Segundo Amaral Sobrinho et al. (1994), os níveis de metais pesados
nas plantas dependem de suas concentrações no solo e das propriedades químicas desse
sistema. Cita que o nível de metais pesados na planta pode ser afetado por condições
ambientais, nutricionais, estádio de desenvolvimento, além de outros fatores responsáveis pelo
crescimento das plantas. Assim a concentração no vegetal torna-se insatisfatória para
expressar perfeitamente o potencial de biodisponibilidade do metal pesado.
Nem todos os
órgãos das plantas possuem a mesma sensibilidade quanto à acumulação de metais pesados.
Normalmente, a raiz é o órgão prioritário de entrada e acumulação dos metais pesados.
A concentração de metais pesados nas plantas, não é aumentada pela
freqüência de aplicação dos biossólidos nos solos. Segundo Tsutiya (1999), tem sido
observado que as concentrações de metais pesados nas plantas são maiores em solos sem o uso
do biossólido, pois o uso do biossólido reduz a disponibilidade do metal para as plantas.
Segundo ele, os metais pesados são mais estáveis em solos com pH maior que 6,5, e nessas
condições, verifica-se uma redução da disponibilidade para as plantas. A adição de cal no solo
para aumentar o pH é uma prática recomendada por diversos autores.
Há uma grande variação quanto à sensibilidade de espécies vegetais
aos metais pesados. As concentrações dos metais pesados variam nos diferentes tecidos da
planta, e, em geral, os grãos contêm concentração menor do que as partes vegetativas da planta
(BERTON, 2000). Com relação à entrada dos metais pesados na cadeia alimentar, Chaney e
Oliver (1996) citados por Silva et al. (2007) afirmam que as plantas se comportam como
mecanismo de transferência de contaminantes do solo, para níveis mais altos na cadeia trófica,
como também são barreiras importantes para essa transferência. As plantas restringem a
absorção da maioria dos metais pesados do solo, de forma que os seres humanos, os animais e
a vida selvagem não se encontram, de maneira geral, ameaçados pela presença desses
contaminantes no solo.
238
Neste sentido, Silva et al. (2007) constataram que as raízes da soja e do
arroz limitam a translocação de Cd e Pb para aparte aérea, estas culturas restringiram a
transferência de Cd do solo para os grãos, o que não foi observado para o Zn, e que as plantas
de arroz limitam a transferência de Pb do solo para os grãos, enquanto para as de soja não.
Os metais pesados potencialmente tóxicos determinados na parte aérea
da cultura da soja (folha + pecíolo), em decorrência da aplicação superficial de LC, LB, Lcal e
E, além do calcário, foram As, Cd, Cr, Hg, Ni, Pb e V. Para a extração foi utilizada a solução
de DTPA como extrator, método que no Estado de São Paulo é utilizado na rotina para a
determinação de micronutrientes, e deste extrato foi efetuada a leitura dos metais por
espectrofotometria de absorção atômica em plasma induzida em argônio (ICP/AES), com
limite de detecção dos metais avaliados de 0,002 mg dm
-3
para As e Cd, 0,004 mg dm
-3
para
Cr, 0,005 mg dm
-3
para Ni, 0,02 mg dm
-3
para Hg e 0,025 mg dm
-3
para Pb.
De acordo com a análise de variância apresentada na Tabela 60, pode-
se observar que para o teor de metais pesados potencialmente tóxicos houve efeito de
interação significativa em função da aplicação dos resíduos nos dois anos de cultivo, sendo
para os teores foliares de As, Cd, Ni, Pb e V no primeiro cultivo, e para As, Cr e V. Também
podem ser observados efeitos significativos quando comparadas as doses de cada um dos
resíduos com o calcário.
De acordo com os resultados obtidos, a concentração de alguns dos
metais pesados avaliados no tecido foliar da soja encontram-se abaixo do limite de detecção
do método analítico utilizado, como ocorreu para Cr e Hg na safra 2005/2006, referente ao
primeiro cultivo, cerca de 7 meses após a aplicação ocorrida no inverno de 2005, e para Cd,
Hg e Pb no segundo cultivo (safra 2006/2007), em torno de 19 meses da aplicação. No
segundo cultivo, em algumas repetições, o teor de As também estava abaixo do limite de
detecção (Tabelas 61 e 62 ).
Neste sentido, afirmar que não há a presença de elementos como Hg e
Cr no primeiro cultivo e Cd, Hg e Pb no segundo cultivo, no tecido foliar da soja cultivada em
solo com aplicação superficial de lodos de esgoto, lama cal e escória de aciaria, em diferentes
doses, além do calcário na dose de 2 Mg ha
-1
é um tanto quanto inadequado, pois estes podem
estar em concentrações abaixo do limite de detecção do método analítico empregado. O que
também foi observado com os teores disponíveis destes metais pesados no solo, onde de
239
acordo com os resultados obtidos, a aplicação dos resíduos não causaria danos ao
desenvolvimento das culturas da aveia preta e da soja.
Tabela 60. Resumo da análise de variância para teor de metais pesados na cultura da soja,
decorrente da reaplicação superficial dos resíduos LC, LB, Lcal e E, e do calcário (2
Mg ha
-1
), em um Latossolo Vermelho distrófico sob Sistema Plantio Direto, nos anos
agrícolas de 2005/2006 e 2006/2007. Botucatu, SP.
Ano Agrícola
Causa de
variação
2005/2006 2006/2007
As Cd Ni Pb V As Cr Ni V
Resíduo (R)
(1)
** ns * ** ns ** * * ns
Dose (D) ** ** * * ** ** ** ns **
R X D * * ns * ** ** * ns *
Bloco ** * * ns * * * ** ns
CV 66 61 96 64 27 82 42 58 52
DMS 2,46 0,28 11,79 8,94 4,01 0,46 1,02 2,99 0,69
LC
(2)
** ** * ** ** ** ns * *
CV 25 40 64 49 33 33 42 64 39
DMS 2,57 0,49 11,30 14,92 9,26 0,49 1,80 7,13 0,89
LB
(2)
** ** ns ns ** ns ns * *
CV 13 41 78 62 32 0 54 60 57
DMS 0,52 0,49 26,47 15,10 9,14 0,00 2,28 7,08 1,66
Lcal
(2)
* ** ns * ** ** ** * *
CV 84 34 102 43 40 73 25 62 26
DMS 4,80 0,50 32,00 6,55 11,62 1,13 1,59 5,97 0,69
E
(2)
ns * ns ns ** * * * *
CV 148 85 81 77 28 136 51 37 48
DMS 8,01 0,98 19,61 29,02 9,11 1,26 2,72 2,75 1,49
LC= lodo de esgoto centrifugado e tratado com cal virgem (ETE de São José dos Campos, SP), LB= lodo de esgoto de
biodigestor (ETE de Barueri, SP), Lcal= lama cal (Luwarcel Celulose Papel Ltda., SP), E= escória de aciaria (Siderurgia
Mannesmann). 0 meses= amostragem realizada antes da reaplicação dos tratamentos (abril/2005).
(1)
Regressão entre as doses
dos resíduos (LC, LB, Lcal e E).
(2)
Teste de média para comparação entre as doses de cada um dos residuos e o calcário.
*= P
< 0,05, **= P < 0,01 e ns= não significativo pelo teste t (LSD).
Corrêa et al. (2008) trabalhando na mesma área experimental e com os
mesmos resíduos concluiu em sua pesquisa que a aplicação superficial destes em um
LATOSSOLO VERMELHO Distrófico sob SPD não trazem problemas ao ambiente, com
relação aos metais pesados Cd, Cr, Hg, Pb, Ni e As. A aplicação dos resíduos LC, Lcal e E,
além do calcário, proporcionaram o aumento dos teores de pH no solo, o que também foi
observado neste trabalho decorrente dos mesmos tratamentos. Assim como, o incremento de
matéria orgânica e CTC proporcionados no solo por esses mesmos resíduos mais o lodo de
240
Tabela 61. Teor de metais pesados na soja, decorrente da reaplicação superficial dos resíduos
LC, LB, Lcal e E e do calcário (2 Mg ha
-1
), em um Latossolo Vermelho distrófico
sob Sistema Plantio Direto, no ano agrícola de 2005/2006. Botucatu, SP.
Ano Agrícola 2005/2006
Resíduos
Dose
Mg ha
-1
LC LB Lcal E
------------------------------------ As (mg kg
-1
) ------------------------------------
0 3,15 C 3,15 B 3,15 B 3,15
2 4,34 C 2,59 C 3,26 B 4,08
4 11,61 aB 2,63 bC 3,88 bAB 7,28 ab
8 14,63 aA 5,02 bcA 8,35 bA 3,05 c
Média 8,43 a 3,35 b 4,66 b 4,39 b
Regressão L** ns L* ns
Calcário 0,00 D 0,00 D 0,00 B 0,00
------------------------------------ Cd (mg kg
-1
) -----------------------------------
0 0,35 B 0,35 C 0,35 C 0,35 B
2 0,6 B 0,38 BC 0,76 BC 0,49 B
4 0,73 B 0,86 B 1,22 AB 1,14 AB
8 0,70 abB 0,74 abBC 0,88 aB 0,28 bB
Média 0,61 0,58 0,80 0,56
Regressão ns ns Q* Q**
Calcário 1,50 A 1,50 A 1,50 A 1,50 A
------------------------------------ Ni (mg kg
-1
) ------------------------------------
0 5,44 B 5,44 5,44 5,44
2 7,59 AB 24,37 29,01 13,13
4 16,15 AB 31,57 23,78 19,38
8 10,53 AB 30,87 25,85 22,72
Média 9,93 b 23,06 a 21,02 ab 15,17 ab
Regressão ns L* ns ns
Calcário 17,50 A 17,50 17,50 17,50
----------------------------------- Pb (mg kg
-1
) ------------------------------------
0 11,43 B 11,43 11,43 AB 11,43
2 11,36 bB 24,09 ab 12,84 bA 35,43 a
4 20,75 bB 24,48 a 5,21 bB 31,79 a
8 45,44 aA 9,53 b 10,63 bAB 34,88 a
Média 22,24 ab 17,38 bc 10,03 c 28,38 a
Regressão L** Q* ns ns
Calcário 9,50 B 9,50 9,50 AB 9,50
------------------------------------ V (mg kg
-1
) ------------------------------------
0 4,66 B 4,66 C 4,66 C 4,66 C
2 13,19 cB 34,01 aA 23,30 bAB 20,46 bcB
4 30,30 aA 21,10 bB 26,38 abA 32,97 aA
8 29,75 aA 20,32 bB 27,94 abA 33,95 aA
Média 19,47 20,02 20,57 23,01
Regressão Q** ns Q** Q**
Calcário 13,00 B 13,0 BC0 13,00 BC 13,00 BC
LC= lodo de esgoto centrifugado, LB= lodo de esgoto de biodigestor, Lcal= lama cal, E= escória de aciaria. Médias seguidas
de mesma letra, minúscula na linha, entre os resíduos, e maiúscula na coluna, entre as doses de cada resíduo resíduo e o
calcário, para cada uma das profundidades, não diferem estatisticamente a 1 e 5% pelo teste t (LSD). ns= não significativo, *=
P < 0,05 e **= P < 0,01; L e Q= regressão linear e quadrática, respectivamente.
241
Tabela 62. Teor de metais pesados na soja, decorrente da reaplicação superficial dos resíduos
LC, LB, Lcal e E e do calcário (2 Mg ha
-1
), em um Latossolo Vermelho distrófico
sob Sistema Plantio Direto, no ano agrícola de 2006/2007. Botucatu, SP.
Ano Agrícola 2006/2007
Resíduos
Dose
Mg ha
-1
LC LB Lcal E
------------------------------------ As (mg kg
-1
) ------------------------------------
0 0,00 B 0,00 0,00 B 0,00 B
2 0,00 bB 0,00 b 1,00 aB 0,00 bB
4 2,50 aA 0,00 c 1,00 bB 2,00 aA
8 2,25 aA 0,00 c 3,00 aA 1,00 bAB
Média 1,19 ab 0,00 c 1,25 a 0,75 b
Regressão Q* ns L** Q**
Calcário 0,00 B 0,00 0,00 B 0,00 B
------------------------------------ Cr (mg kg
-1
) ------------------------------------
0 2,50 2,50 2,50 C 2,50 B
2 3,25 2,50 3,75 BC 2,75 B
4 3,25 3,00 5,00 B 3,50 AB
8 2,25 b 3,00 b 6,75 aA 5,75 aA
Média 2,81 b 2,75 b 4,50 a 3,63 ab
Regressão ns ns L** L**
Calcário 2,75 2,75 2,75 C 2,75 B
------------------------------------ Ni (mg kg
-1
) ------------------------------------
0 5,00 B 5,00 AB 5,00 B 5,00 AB
2 16,00 aA 9,75 bAB 3,75 cB 4,75 bcAB
4 4,00 bB 10,75 aA 13,75 aA 4,25 bAB
8 7,50 B 9,50 AB 5,25 B 6,50 A
Média 8,13 a 8,75 a 6,94 ab 5,13 b
Regressão ns ns ns ns
Calcário 3,50 B 3,50 B 3,50 B 3,50 B
------------------------------------ V (mg kg
-1
) ------------------------------------
0 1,00 B 1,00 B 1,00 B 1,00 C
2 2,00 A 2,00 AB 2,00 A 2,50 AB
4 1,00 cB 3,50 aA 2,00 bcA 3,00 abA
8 2,00 A 1,50 B 2,00 A 2,00 ABC
Média 1,50 2,00 1,75 2,13
Regressão ns Q** ns Q**
Calcário 1,50 AB 1,50 B 1,50 AB 1,50 BC
LC= lodo de esgoto centrifugado, LB= lodo de esgoto de biodigestor, Lcal= lama cal, E= escória de aciaria. Médias seguidas
de mesma letra, minúscula na linha, entre os resíduos, e maiúscula na coluna, entre as doses de cada resíduo resíduo e o
calcário, para cada uma das profundidades, não diferem estatisticamente a 1 e 5% pelo teste t (LSD). ns= não significativo, *=
P < 0,05 e **= P < 0,01; L e Q= regressão linear e quadrática, respectivamente.
esgoto LB, que conferem ao Latossolo Vermelho distrófico maior poder tampão, o que
provavelmente possibilitou maior adsorção dos metais pesados, reduzindo assim, a
possibilidade da absorção pelos dois cultivos com aveia preta.
242
Em todos os resíduos aplicados o teor de metais pesados estava abaixo
dos limites máximos permitidos para lodos de esgoto, com base em legislação imposta por
órgãos como a CETESB (1999) e o CONAMA (2006), que regulamentam pela utilização
agrícola de lodos de esgoto (Tabela 2), parâmetros que também foram considerados para a
lama e para a escória de aciaria.
O teor foliar de As no primeiro cultivo teve um aumento de forma
linear com aplicação do lodo LC e da Lcal (Figura 55), pode-se observar também que
aplicação do lodo LC proporcionou os maiores teores de As nas plantas. No segundo cultivo o
teor foliar de As apresenta-se de maneira quadrática quando aplicados LC e E, e linear
crescente para Lcal (Figura 56), enquanto para LB os valores estiveram abaixo do limite de
detecção do método analítico empregado, efeito este que contraria a ordem natural, pois dentre
os resíduos o LB apresentou em sua constituição o maior concentração de As.
Considerando o calcário, nos dois anos de cultivo não foram
detectados teores foliar de As (Tabelas 61 e 62). Mediante as comparações entre cada um dos
resíduos e a calagem, os resíduos LC, LB e Lcal proporcionaram os maiores teores foliares de
As, enquanto para aplicação de E não foi observada diferença significativa entre as doses deste
e a calagem. Já no segundo cultivo, as doses de 4 e 8 Mg ha
-1
de LC foram estatisticamente
superiores as demais doses e a calagem quanto ao teor foliar de As, para Lcal foi com 8 Mg
ha
-1
e para E foi com 4 Mg ha
-1
, enquanto para LB os teores de As estiveram abaixo do limite
de detecção.
Somente no primeiro cultivo foi detectada a presença de Cd, que foi
influenciado significativamente pela aplicação de Lcal e E, de maneira quadrática, como pode
ser visto na Tabela 61 e na Figura 55. Pode-se observar que na dose de 8 Mg ha
-1
de Lcal
proporcionou o maior teor foliar de Cd. Para este metal foi observado efeito significativo da
comparação entre o calcário e os resíduos, onde em todas as comparações o tratamento com
calcário proporcionou o maior teor de Cd na cultura da soja.
O Cr somente foi detectado na soja do segundo cultivo (Tabela 62),
onde a aplicação de Lcal e E proporcionaram aumento significativo para o teor foliar deste, de
maneira linear, ou seja, tiveram seus teores aumentados à medida que as doses foram
aumentadas (Figura 56). Considerando os teores médios Lcal proporcionou os maiores teores
de Cr. Com relação ao calcário, a aplicação de 8 Mg ha
-1
de Lcal e E foram estatisticamente
243
superiores aos demais tratamento, nos quais os tratamentos testemunha e aplicação de calcário
não diferiram significativamente.
----------- Ano Agrícola 2005/2006 -----------
ŷ = 2,298+0,674*x R
2
= 0,86
ŷ = 3,021+1,546**x R
2
= 0,90
0
4
8
12
16
20
02468
Dose (Mg ha
-1
)
As (mg kg
-1
)
Calc ário
LC
LB
Lcal
E
ŷ = 3,35
ŷ = 4,39
ŷ = 0,00
ŷ = 0,25+0,334x-0,041**x
2
R
2
= 0,74
ŷ = 0,311+0,342x-0,034*x
2
R
2
= 0,95
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
02468
Dose (Mg ha
-1
)
Cd (mg kg
-1
)
Calc ár io
LC
LB
Lcal
E
ŷ = 0,58
ŷ = 0,61
ŷ = 1,50
ŷ = 13,151+2,832*x R
2
= 0,63
0
20
40
60
02468
Dose (Mg ha
-1
)
Ni (mg kg
-1
)
Calc ár io
LC
LB
Lcal
E
ŷ = 21,02
ŷ = 15,17
ŷ = 9,93
ŷ = 17,50
ŷ = 6,464+4,509**x R
2
= 0,92
ŷ = 12,004+7,145x-0,935*x
2
R
2
= 0,98
0
20
40
60
02468
Dose (Mg ha
-1
)
Pb (mg kg
-1
)
Calc ár io
LC
LB
Lcal
E ŷ = 28,38
ŷ = 10,03
ŷ = 9,50
ŷ = 4,273+10,235**x-0,814**x
2
R
2
= 1,00
ŷ = 5,809+8,713**x-0,749**x
2
R
2
= 0,95
ŷ = 3,011+8,582**x-0,646**x
2
R
2
= 0,93
0
20
40
60
02468
Dose (Mg ha
-1
)
V (mg kg
-1
)
Calc ár io
LC
LB
Lcal
E
ŷ = 13,00
ŷ = 20,02
Figura 55. Teor de arsênio, cádmio, níquel, chumbo e vanádio na cultura da soja, decorrente
da reaplicação superficial dos resíduos LC, LB, Lcal e E e do calcário (2 Mg ha
-1
), em
um Latossolo Vermelho distrófico sob Sistema Plantio Direto, no ano agrícola de
2005/2006. Botucatu, SP.
244
----------- Ano Agrícola 2006/2007 -----------
ŷ = -0,0+0,375**x R
2
= 0,94
ŷ = 0,348+0,737**x-0,050*x
2
R
2
= 0,74
ŷ = 0,3+0,675**x-0,063**x
2
R
2
= 0,60
0
1
2
3
4
5
02468
Dose (Mg ha
-1
)
As (mg kg
-1
)
Calc ár io
LC
LB
Lcal
E
ŷ = 0,00
ŷ = 0,00
ŷ = 0,25+0,334x-0,041**x
2
R
2
= 0,74
ŷ = 0,311+0,342x-0,034*x
2
R
2
= 0,95
0
2
4
6
8
10
02468
Dose (Mg ha
-1
)
Cr (mg kg
-1
)
Calcário
LC
LB
Lcal
E
ŷ = 2,75
ŷ = 2,81
ŷ = 2,75
ŷ = 0,823+1,069x-0,122**x
2
R
2
= 0,89
ŷ = 1,027+0,893x-0,097**x
2
R
2
= 1,00
0
2
4
6
02468
Dose (Mg ha
-1
)
V (mg kg
-1
)
Calcário
LC
LB
Lcal
E
ŷ = 1,75
ŷ = 1,50
ŷ = 13,00
Figura 56. Teor de arsênio, cromo e vanádio na cultura da soja, decorrente da reaplicação
superficial dos resíduos LC, LB, Lcal e E e do calcário (2 Mg ha
-1
), em um Latossolo
Vermelho distrófico sob Sistema Plantio Direto, no ano agrícola de 2006/2007.
Botucatu, SP.
Para o teor de Ni foi observado efeito significativo para dose somente
no primeiro cultivo e com a aplicação do LB, que teve seu teor aumentado linearmente (Figura
55), e no geral apresentou os maiores teores foliares de Ni nos dois anos de cultivo (Tabela
61). No primeiro cultivo houve somente diferença significativa para o teor de Ni quando a
calagem foi comparada as doses do resíduo LC, onde a calagem proporcionou teores de Ni
superiores aos obtidos no tratamento testemunha. Já no segundo cultivo, considerando a
calagem, para todos os resíduos a calagem proporcionou os menores teores de Ni, no entanto,
não diferiu da testemunha.
O Pb foi detectado somente no primeiro cultivo (Tabela 61), onde a
aplicação de LC aumentou de forma significativa o teor foliar deste metal, o que também foi
245
observado quando aplicado LB, mas de maneira quadrática (Figura 55). Para este os maiores
teores foram proporcionados pela aplicação de E, efeito que pode ser explicado pela maior
contribuição deste ao solo, pois possui em sua composição 308 mg dm
-3
de Pb.
Para o teor foliar de P, considerando a calagem, no primeiro cultivo
houve diferença significativa com relação a LC, onde a dose de 8 Mg ha
-1
proporcionou os
maiores teores de Pb quando comparado as demais doses e com o calcário. Efeito de
comparação com a calagem também foi obtido com a aplicação de Lcal, onde a dose de 2 Mg
ha
-1
deste proporcionou os maiores teores de Pb, porém somente diferiu da dose de 4 Mg ha
-1
de Lcal.
O teor de V foi influenciado significativamente nos dois cultivos da
soja. No primeiro, quando aplicados LC, Lcal e E (Tabela 61), e no segundo quando aplicados
LB e E (Tabela 62), ambos com comportamento quadrático (Figuras 55 e 56). Em todas as
comparações foram observado efeito da calagem sobre a dose dos resíduos. Para LC, Lcal e E
no primeiro cultivo nas doses de 4 e 8 ocorreram os maiores incrementos de V nas plantas,
sendo estatisticamente superior a testemunha e a calagem. Já para LB foi com a dose de 2 Mg
ha
-1
diferido das demais. Enquanto, no segundo cultivo, o tratamento com calcário
proporcionou teores de V maiores que os da testemunha, no entanto, não diferiram
significativamente.
Com relação aos resultados obtidos decorrente da aplicação de
resíduos e de calcário sobre o teor foliar da soja conduzida sob SPD por dois anos, de acordo
com a literatura existem diversas faixas consideradas para os teores de metais pesados
potencialmente tóxicos para as plantas. De acordo com Kabata-Pendias e Pendias (1992) para
o As o nível crítico para fitotoxidade seria de 15 – 50 mg kg
-1
, para Cd de 3 – 8, para Cr de 75
– 100, para Ni de 100, para Pb de 100-400, para V de 50 – 100 mg kg
-1
, assim, de acordo com
este resultados, até a dose de 8 Mg ha
-1
dos lodos de esgoto LC e LB e dos resíduos industriais
Lcal e E, são passíveis de serem utilizados no sistema plantio direto, nas condições de
Latossolo Vermelho distrófico e clima do tipo Cwa, os quais não estariam causando problemas
de contaminação ambiental e de fitotoxidade as plantas, no entanto, estes valores são bem
variáveis entre as literaturas encontradas.
246
5 CONCLUSÕES
A aplicação superficial de todos os resíduos no sistema plantio direto
proporcionou melhoria nas propriedades químicas do solo até 40 cm de profundidade, 25
meses após a aplicação.
Os teores de carbono e nitrogênio microbiano do solo foram
favorecidos pela aplicação de todos os resíduos.
As propriedades físicas do solo, agregação, porosidade e densidade do
solo foram pouco influenciadas pela aplicação de todos os resíduos.
Todos os resíduos proporcionaram bom desenvolvimento da parte
aérea da aveia preta, entretanto, o teor de nutrientes praticamente não foi alterado pelo
aumento das doses.
Na cultura da soja todos os resíduos proporcionaram adequados teores
de nutrientes foliares e aumento da produtividade.
A aplicação superficial de todos os resíduos, até a dose de 8 Mg ha
-1
,
não promoveu alterações expressivas nos teores disponíveis de metais pesados no solo e não
proporcionou fitotoxidade às culturas da aveia preta e da soja.
Os resíduos LC, Lcal, e E podem ser utilizados como materiais
alternativos ao calcário para neutralização da acidez do solo e serem aplicados
superficialmente em solo sob sistema plantio direto.
247
6 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABREU JUNIOR, C. H. et al. Uso agrícola de resíduos orgânicos potencialmente poluentes:
propriedades químicas do solo e produção vegetal. In: VIDAL-TORRADO, P. et al. (Eds.).
Tópicos em ciência do solo. Viçosa, MG: Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, 2005. v.
4, p. 391-470.
ABREU, C. A.; ABREU, M. F.; BERTON, R. S. Análise química de solo para metais
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