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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA
INSTITUTO DE GENÉTICA E BIOQUÍMICA
PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOQUÍMICA
AVALIAÇÃO DA SUPLEMENTAÇÃO DE ENZIMAS EXÓGENAS NA
NUTRIÇÃO DE FRANGOS DE CORTE
Aluno: EVANDRO DE ABREU FERNANDES
Orientadora: Dra. MARIA INÊS HOMSI BRANDEBURGO, Ph. D.
Co-Orientador: Dr. JOSÉ FERNANDO MACHADO MENTEN, Ph. D.
UBERLÂNDIA – MG
2005
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i
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA
INSTITUTO DE GENÉTICA E BIOQUÍMICA
PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOQUÍMICA
AVALIAÇÃO DA SUPLEMENTAÇÃO DE ENZIMAS EXÓGENAS NA
NUTRIÇÃO DE FRANGOS DE CORTE
Aluno: EVANDRO DE ABREU FERNANDES
Orientadora: Dra. MARIA INÊS HOMSI BRANDEBURGO, Ph. D.
Co-Orientador: Dr. JOSÉ FERNANDO MACHADO MENTEN, Ph. D.
Tese de doutorado apresentada à
Universidade Federal de Uberlândia como
parte dos requisitos para a obtenção do
Título de Doutor em Genética e
Bioquímica, área de Bioquímica
UBERLÂNDIA – MG
2005
ii
FICHA CATALOGRÁFICA
F363a Fernandes, Evandro de Abreu, 1949-
Avaliação da suplementação de enzimas exógenas na nutrição de
frangos de corte / Evandro de Abreu Fernandes. - Uberlândia, 2005.
85f. :il.
Orientador: Maria Inês Homsi Brandeburgo
Tese (doutorado) - Universidade Federal de Uberlândia, Programa de
Pós-Graduação em Genética e Bioquímica.
Inclui bibliografia
1. Frango de corte - Nutrição - Teses. 2. Nutrição animal - Teses. 3.
Enzimas - Teses. I. Brandeburgo, Maria Inês Homsi. II. Universidade
Federal de Uberlândia. Programa de Pós-Graduação em Genética e Bio-
química. III. Título
CDU 636.5.033.085(043.3)
iii
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA
INSTITUTO DE GENÉTICA E BIOQUÍMICA
PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOQUÍMICA
AVALIAÇÃO DA SUPLEMENTAÇÃO DE ENZIMAS EXÓGENAS NA
NUTRIÇÃO DE FRANGOS DE CORTE
Aluno: EVANDRO DE ABREU FERNANDES
COMISSÂO EXAMINADORA
Presidente: Dra. MARIA INÊS HOMSI BRANDEBURGO, Ph. D.
Examinadores:
Dra. AMÉLIA HAMAGUCHI, Ph. D.
Dr. HUMBERTO EUSTÁQUIO COELHO, Ph. D.
Dr. JOSÉ FERNANDO MACHADO MENTEN, Ph. D.
Dr. NILSON PENHA SILVA, Ph. D.
Data de Defesa: 30/05/2005
As sugestões da Comissão Examinadora e as Normas PGGB para o formato da
Tese foram contempladas
_______________________________
Dra. MARIA INÊS HOMSI BRANDEBURGO
Uberlândia, 30/05/2005
iv
SUMÁRIO
Lista de Tabelas....................................................................................................vi
Lista de Abreviações...........................................................................................vii
Abstract.................................................................................................................01
Resumo.Geral.......................................................................................................02
I-Introdução Geral................................................................................................03
II-Enzima Fitase....................................................................................................05
II.1-Fósforo Fítico..............................................................................05
II.2-Fontes de Fitase.........................................................................06
II.3-Fitase na Nutrição de Frangos de Corte.....................................07
III-As Enzimas -Glucanase e -Xilanase...........................................................10
III.1-Polissacarídeos Não Amiláceos................................................10
III.2-As Fontes de -Glucanase e -Xilanse.....................................12
III.3-Glucanase e Xilanase na Nutrição de Frangos de Corte..........13
Capítulo 1..............................................................................................................15
Abstract.................................................................................................................16
Resumo.................................................................................................................17
I-Introdução..........................................................................................................18
II-Objetivo..............................................................................................................22
III-Material e Métodos...........................................................................................23
IV-Resultados.......................................................................................................27
V-Discussão..........................................................................................................29
VI-Bibliografias Consultadas..............................................................................31
Capítulo 2..............................................................................................................34
Abstract.................................................................................................................35
Resumo.................................................................................................................36
I-Introdução..........................................................................................................38
I.1- Energia Metabolizável e Desempenho de Frango de Corte ................42
I.2- Uso do Sorgo Grão nas Dietas de Frangos de Corte...........................44
II-Objetivo..............................................................................................................45
v
III-Material e Métodos...........................................................................................46
III.1-Desempenho Zootécnico...........................................................46
III.2-Determinação do Valor Energético............................................53
IV-Resultados.......................................................................................................57
IV.1-Desempenho Zootécnico..........................................................58
IV.1.1-Aos 42 Dias de Idade.............................................................57
IV.1.2-Aos 47 Dias de Idade.............................................................58
IV.2-Valor Energético........................................................................59
V-Discussão..........................................................................................................61
VI-Bibliografias Consultadas..............................................................................66
Conclusões Gerais...............................................................................................71
Bibliografias Consultadas...................................................................................72
Anexo 1.................................................................................................................84
Anexo 2.................................................................................................................85
vi
LISTA DE TABELAS
CAPÍTULO 1
TABELA 1 – Composição de nutrientes das dietas experimentais......................25
TABELA 2 – Composição percentual de ingredientes das dietas à base sorgo-
farelo de soja..........................................................................................................26
TABELA 3 – Desempenho médio de frangos de corte, aos 21 dias de idade,
submetidos a dietas sem e com a adição de fitase................... ...........................27
TABELA 4 – Desempenho médio de frangos de corte, aos 49 dias de idade,
submetidos a dietas sem e com a adição de fitase.......... ....................................28
CAPÍTULO 2
TABELA 1 – Composição de nutrientes das dietas experimentais formuladas para
os tratamentos EMA regular e EMA regular + CCE – (Ração A). Faculdade de
Medicina Veterinária – UFU...................................................................................49
TABELA 2 – Composição percentual de ingredientes das dietas experimentais
formuladas para os tratamentos EMA regular e EMA regular + CCE – (Ração A).
Faculdade de Medicina Veterinária – UFU............................................................50
TABELA 3 – Composição de nutrientes das dietas experimentais formuladas para
os tratamentos EMA reduzida e EMA reduzida + CCE – (Ração C). Faculdade de
Medicina Veterinária – UFU...................................................................................51
TABELA 4 – Composição percentual de ingredientes das dietas experimentais
formuladas para os tratamentos EMA reduzida e EMA reduzida + CCE – (Ração
C). Faculdade de Medicina Veterinária – UFU......................................................52
TABELA 5 – Efeito da adição de -Xilanase e -Glucanase em rações de frangos
de corte até os 42 dias de idade............................................................................57
vii
TABELA 6 – Efeito da adição de -Xilanase e -Glucanase em rações de frangos
de corte até os 47 dias de idade............................................................................58
TABELA 7 – Efeito da adição de -Xilanase e -Glucanase sobre o valor de EMA
e EMAn da ração de engorda de frangos de corte................................................60
viii
LISTA DE ABREVIAÇÕES
AA – Aminoácidos
ATP – Adenosina tri-fosfato
CA – Conversão alimentar
CCE – Complexo de Enzimas Comercial
CMR – Consumo médio de ração
CV – Coeficiente de variação
DMS – Diferença mínima significativa
EM/kg – Energia metabolizável/quilograma
EMA – Energia Metabolizável Aparente
EMA/kg – Energia Metabolizável Aparente/quilograma
EMAn - Energia Metabolizável Aparente corrigida para Nitrogênio
EMAn/kg - Energia Metabolizável Aparente corrigida para Nitrogênio/quilograma
PNAs – Polissacarídios não amiláceos
FTU – Unidade de Atividade de Fitase
GIU – Unidade Internacional de Glucanase
GP – Grau de polimerização
Kcal – quilocaloria
MJ/kg – Mega joule/quilograma
MS – Matéria seca
NRC – National Researce Council
PB – Proteína bruta
Pd – Fósforo disponível
PVM – Peso vivo médio
VB – Viabilidade
XU – Unidade de Xilanase
ABSTRACT
The industrial production of broilers involves the use of rations composed of grains
and grain residues which provide most of the energy, essential amino acids and
trace minerals. Phosphorus contained in grains and seeds are usually (between
50 and 80%) in a form of phytates that is unavailable to the digestion capabilities
of monogastric animals. The phytates is a strong chelating agent that binds ions
(Ca²
+
, Mg²
+
, Fe²
+
, Zn²
+
) and is capable of forming complexes with starches,
proteins and digestible enzymes. On the other hand, between carbohydrates
contained in grains and seeds used in the feed include sugars of low molecular
weight, starch and various non-starch polysaccharides (NSP) present in the cell
walls of grains. The NSP, especially ß-glucans and arabinoxylans increase the
viscosity of the ration and difficult the digestion and the absorption of other
nutrients. Then phytates and NSP characterizes it as anti nutritional factors.
Phytases is an enzyme, which hydrolyzes the phytates releasing phosphorus and
phytic acid, while ß-glucanases and ß-xylanases are hydrolytic enzymes that
releasing metabolizable energy from NSP and reduce viscosity. Two experiment in
order to compare the productive performance (feed consumption, weight gain,
feed conversion and viability) of broilers were conduced wich ration based on
sorghum and soybean meal with and without the addition of (1) the phytases
enzyme (500 FTU/kg) or (2) a complex of ß-glucanases and ß-xylanases
enzymes. Significant differences (P>.05) were not found in the performance of the
birds, suggesting that the addition of phytases was able to make the phytic
phosphorous available in the diet. It also made it possible to reduce phosphate
content of the feed. In the second experiment was concluded that the addition of
enzymes to sorghum and soybean meal based rations provided sufficient
enzymatic activity to increase metabolizable energy, about 50 kcal of ME/kg, and
to influence the final weight of broilers.
2
RESUMO GERAL
As rações elaboradas para frangos de corte são compostas principalmente
de grãos, farelos e farinhas de origem vegetal, responsáveis por fornecer
grande parte da energia, aminoácidos essenciais e macrominerais da dieta.
O elemento fósforo contido nos grãos e sementes está (50 e 80%) sob uma
forma química conhecida como fósforo fítico, indisponível aos animais
monogástricos no processo digestivo. O ácido fítico constitui ainda num
potente agente quelante de íons (Ca
2+
, Mg
2+
, Fe
2+
, Zn
2+
), de amido,
proteínas e enzimas digestivas. Por outro lado, entre os carboidratos
contidos nos grãos e sementes que compõem as rações, incluem açúcares
de baixo peso molecular, amido e vários polissacarídeos não amídicos
(PNAs) presentes na parede celular dos grãos. Os PNAs, em especial -
glucanos e arabinoxilosanos, aumentam a viscosidade do bolo alimentar e
interferem com a digestão e absorção de outros nutrientes. A enzima fitase
hidrolisa o fitato liberando fósforo e ácido fítico, enquanto as enzimas
hidrolíticas -glucanase e -xilanase liberam energia metabolizável dos
PNAs e reduzem a viscosidade. Dois experimentos foram conduzidos para
comparar o desempenho produtivo (consumo médio de ração, peso vivo
médio, conversão alimentar e viabilidade) de frangos de corte, alimentados
com uma dieta à base de sorgo e farelo de soja, sem e com a adição de (1)
enzima fitase (500 FTU/kg) ou com (2) um complexo de enzimas -
glucanase e -xilanase. Não foram identificadas diferenças (P>0,05) para
as variáveis de desempenho demonstrando que a adição de fitase foi
capaz de disponibilizar o fósforo fítico da dieta, além de reduzir a
participação de fosfatos minerais nas rações. No segundo experimento
concluiu-se que a adição de enzimas em dietas à base de sorgo e farelo de
soja forneceu atividade enzimática suficiente para proporcionar um
incremento de cerca de 50 kcal de EM/kg de dieta, influenciando o
desempenho zootécnico do frango de corte à idade de abate.
3
I – INTRODUÇÃO GERAL
O extraordinário crescimento da produtividade física e econômica do
agronegócio de frangos de corte tem sido alicerçado na geração de tecnologia
nas áreas de genética, ambiência, nutrição e saúde avícola.
No campo da genética, as variáveis submetidas à mais intensa seleção são
taxa de crescimento, eficiência alimentar, conformação anatômica, rendimento de
carne prêmio, estrutura e resistência da perna, resistência ao estresse e a
patógenos comuns, e alterações metabólicas.
Preservadas as condições de conforto ambiental e de saúde das aves,
cabe à nutrição disponibilizar aos animais, nas suas diferentes fases de vida,
nutrientes suficientes para garantir suas exigências de manutenção, crescimento
e trabalho, com qualidade, baixo índice de perda por excreção e um baixo custo.
Na composição do custo final de um frango, o componente ração responde por
cerca de 75% do custo de produção (FERNANDES, 2001).
As rações são elaboradas com uma participação elevada (80 a 85%) de
cereais, como milho e sorgo e, de farelo de soja tostado que, juntos, respondem
por cerca de 80% do custo da alimentação. Para a indústria, estratégias que
visam uma redução no custo final das rações, envolvendo o número de
ingredientes utilizados, a qualidade das matérias primas usadas na formulação ou
a maximização do aproveitamento dos nutrientes pelo trato gastro intestinal das
aves, poderão ser significativas no resultado financeiro da criação de frangos de
corte.
O milho e o sorgo na ração são as principais fontes de energia das dietas,
enquanto o farelo de soja é sua mais importante fonte de proteína. Cada um
destes ingredientes possui, em concentrações variáveis, fatores que podem
4
comprometer a eficiência digestiva dos animais e, por isso mesmo, denominados
de fatores antinutricionais. Por definição, são fatores gerados no metabolismo
normal dos alimentos ainda in natura, por complexação ou inativação de alguns
nutrientes bem como enzimas digestivas, e que acabam comprometendo o
máximo desempenho do processo digestivo. Os fatores antinutricionais não são
tóxicos para os animais, mas sua presença no alimento compromete o
crescimento e o desempenho produtivo, pode produzir alterações hormonais ou
lesões esporádicas em certos órgãos, mas suas propriedades físico-químicas e
modo de ação são bem conhecidos (COUSINS, 1999).
A utilização do grão de sorgo nas dietas avícolas data de muito tempo, mas
Bornstein e Bartov (1967) demonstraram a possibilidade de substituição do milho
das dietas por níveis crescentes de 25, 50, 75 e 100% de sorgo, sem
comprometimento do peso vivo médio, consumo de ração e conversão alimentar,
muito embora a pigmentação da pele das aves diminuía na razão da maior
participação do sorgo. Essa possibilidade de substituição foi posteriormente
sustentada por achados de Rooney e Miller (1982), que ressaltaram que apesar
de haver uma diferença no tipo de proteína que envolve o amido no endosperma,
o grão de sorgo assemelhava-se muito ao grão de milho em sua composição de
nutrientes.
Mais recentemente, Diniz et al. (2002) fizeram a mesma comprovação de
desempenho zootécnico em frangos com ração à base de sorgo; além disso, não
foram observadas diferenças para rendimento de carne de peito, coxa e contra
coxa,nem em machos nem em fêmeas.
Para Hughes e Choct (1999) a combinação entre grãos de cereais,
oleaginosas e farelos de oleaginosas forma um conjunto de nutrientes essenciais
para a produção de rações avícolas, mas são também fontes primárias de fatores
antinutricionais de importante significado, como um componente das dietas. As
fontes de variações nas características físicas e químicas dos grãos usados nas
dietas estão associadas a variedades, efeito da sazonalidade da cultura, área de
cultivo, tratos culturais, imunização das sementes e condição e duração do
armazenamento e transporte, mas as variações nos valores nutricionais de
energia metabolizável e proteína podem ser largamente atribuídas a fatores
antinutricionais, tais como, polissacarídeos não amiláceos (PNAs), atividade
5
enzimática, fitato, tanino, alquil, resorcinol, inibidores de proteases, inibidores de
alfa-amilase, fitohemaglutininas, alcalóides, saponinas e latirogênicos.
Enzimas vêm sendo largamente usadas em detergentes, produção de
papel, couros e têxteis, alimentos e bebidas, e demonstram um amplo potencial
de uso na indústria de ração animal. As enzimas exógenas podem eliminar
fatores antinutricionais presentes em muitos alimentos ou podem atuar
aumentando a disponibilidade de glicose, proteínas e minerais encerrados nas
paredes das células vegetais ou que estão ligados numa forma química que o
animal não tem capacidade de degradar (ROSSI e TEWIS, 2001). Assim, a saúde
dos animais pode ser indiretamente beneficiada, resultante de uma menor
variabilidade no processo digestivo e máximo aproveitamento dos nutrientes,
enquanto haveria um impacto sobre o meio ambiente devido a uma menor
excreção de fezes e uma menor concentração de nitrogênio (N) e fósforo (P) nas
excretas.
As enzimas exógenas do tipo carboidrases e fitase são usadas como
aditivos em rações de monogástricos maximizando o atendimento de suas
exigências nutricionais e são mais frequentemente incorporadas naquelas dietas
com concentração mais baixa de nutrientes (BEDFORD, 2000).
II – A ENZIMA FITASE
II.1 – FÓSFORO FÍTICO
O ácido fítico é um componente químico abundante nas plantas,
correspondendo a mais ou menos cinco por cento da porção comestível de
legumes, cereais, sementes de oleaginosas, pólens e castanhas, constituindo a
forma orgânico-vegetal do elemento fósforo. Quimicamente ele é identificado
como mio-inositol hexa-dihidrogênio-fosfato (IP6), com peso molecular 659,86 e
fórmula molecular C
6
H
18
O
24
P
6
. (VOHRA e SATYANARAYANA, 2003).
O sal do ácido fítico é denominado fitato, enquanto os sais de ácido fítico
contendo cálcio ou magnésio são conhecidos como fitina, e o sal contendo fósforo
é denominado fósforo fítico. Estes sais constituem-se uma fonte primária de
inositol, sendo considerada uma forma de estocagem de fósforo nas sementes
6
dos vegetais (MAGA, 1982). A maior parte deste fósforo estocado é liberada na
germinação e incorporada ao ATP, enquanto o inositol-trifosfato (IP3) age como
segundo mensageiro, na transdução de sinal hormonal (BERRIDGE e IRVINE,
1989).
Os grãos e farelos de origem vegetal representam 85% da composição de
rações aviárias, e cerca de dois terços do fósforo neles contidos está na forma de
fitato, indisponível ou pobremente utilizado pelos monogástricos devido a baixa
atividade de fitase no seu trato digestivo (VIVEROS et al., 2002). Por isso, as
rações são comumente suplementadas com fósforo de origem mineral, enquanto
elevada quantidade deste elemento é eliminada na excreta, constituindo-se em
importante poluente do meio ambiente. O fitato pode ainda complexar com
diferentes nutrientes, minerais, amido, proteínas e enzimas digestíveis,
caracterizando-se como fator antinutricional. Mas, o aproveitamento do fósforo
fítico pelas aves, com consequente redução na quantidade do mineral excretado,
pode ser obtido através da suplementação da dieta com 500 Unidades de
Atividade de Fitase por quilo de ração (FTU/kg). Nesta inclusão pode-se ainda
observar um incremento de até 3% sobre o valor de digestibilidade dos
aminoácidos essenciais e uma melhor utilização de energia da dieta, com
resultado significativo sobre o desempenho animal (KIES et al., 2001).
A enzima fitase hidrolisa o ácido fítico a mio-inositol e ácido fosfórico, num
conjunto de etapas que passam pela formação do mio-inositol-fosfato. Duas
fitases são classificadas pelo Comitê de Nomenclatura da “International Union of
Biochemistry and Molecular Biology”, sendo a primeira denominada 3-fitase ou
fitato 3-fosfatase e a segunda 6-fitase ou ainda fitato 6-fosfatase. O inositol
pentaquisfosfato pode religar-se à enzima favorecendo a liberação de grupo
fosfato e inositol tetrakisfosfato (VOHRA e SATYANARAYANA, 2003).
II.2 – FONTES DE FITASE
A enzima fitase é naturalmente encontrada em grãos de cereais,
leguminosas, subprodutos da indústria de alimentos, outros ingredientes e fontes
microbianas (VIVEROS et al., 2002). Nos vegetais pode ser identificada em arroz,
7
trigo, milho, grão de soja, feijão anão, feijão fradinho, feijão fava, centeio e muitos
outros vegetais ou sementes oleaginosas (VOHRA e SATYANARAYANA, 2003).
A fitase de origem animal foi primeiramente descrita em fígado e sangue
bovino por McCollum e Hart (1908). Mas, a atividade de fitase também foi
observada no intestino de suínos, de ovelhas, de vacas e parcialmente purificada
do intestino de ratos, aves, novilhos e homens (BITAR e REINHOLD, 1972).
Segundo Vohra e Satyanarayana (2003) a fitase é mais comumente
encontrada associada a células de inúmeros grupos de bactérias, excetuando-se
os Bacillus subtilis, Lactobacillus amylovorus e Enterobacter sp.4.
A enzima foi detectada na célula integral de fungos como Aspergillus
clavatus J239, A. flavipes Fla. A-14, A. flavus, A. nidulans QM-329, A. niger NRRL
67, A. niger P330, A. oryzae QM228, A. phoenicus QM 329, A. repens QM-44C,
A. terreus FLA.C-93, A. tamarii J1008, Mucor spp., Penicillium spp. P-320, e
Rhizopus spp. (CASIDA, 1959). A atividade extra-celular de fitase em isolados de
cerca de 200 tipos de fungos foi reportada nos gêneros Aspergillus, Penicillium,
Mucor e Rhizopus, mas o Aspergillus niger é responsável por produzir a fitase de
origem fúngica de maior atividade enzimática (LIU et al., 1998).
Entre as leveduras a fitase extracelular foi isolada em Schwanniomyces
castellii (SEGUEILHA et al., 1992) e Arxula adeninivorans (SANO et al., 1999).
Na produção industrial de fitase destinada à alimentação animal estão
envolvidos, principalmente, microrganismos mesófilos e, excepcionalmente,
fungos termofílicos como Thermomyces lanuginosus, Talaromyces thermophilus e
Sporotrichum thermophile. Os mais importantes parâmetros físicos que
influenciam o crescimento dos microrganismos e a produção de metabólitos na
produção industrial são pH, temperatura, agitação, oxigênio dissolvido e pressão.
A temperatura ótima de produção de fitase da maioria destes microrganismos
varia entre 25 e 37 ºC (VOHRA e SATYANARAYANA, 2003).
II.3 – FITASE NA NUTRIÇÃO DE FRANGOS DE CORTE
A proposta original da utilização da fitase como suplemento nas rações
objetivava a disponibilização do fósforo das plantas para os animais
monogástricos, redução da participação dos fosfatos inorgânicos nas fórmulas de
8
ração e redução da poluição ambiental com a diminuição deste mineral presente
nas dejeções (BEDFORD, 2000). A fitase hidrolisa o fósforo fítico liberando o
mineral para a absorção intestinal, sendo que em rações de frangos de corte a
suplementação em níveis de 500, 700 e 1000 FTU/kg mostrou-se eficaz na
maximização do desempenho das aves (MUNARO et al., 1996).
Um procedimento normalmente usado na formulação de rações quando se
tem disponibilidade de suplementação enzimática baseia-se na redução dos
níveis nutricionais de fósforo absorvível da dieta. Assim, em dietas de milho e
farelo de soja, Kwon et al. (1999) usaram 80% dos níveis de fósforo
recomendados pelo National Research Council (1998) (NRC-98); Miao et al.
(1999) reduziram 0,05 e 0,10 pontos percentuais do nível normal de fósforo de
dietas iniciais; Tossenberger et al. (1999) trabalharam com níveis abaixo daqueles
recomendados no Hungarian Nutritional Requirements 1990. Também Lópes et
al. (2000) trabalharam com níveis de 0,15%, 0,27% e 0,35% de fósforo disponível,
enquanto a recomendação do NRC-94 era de 0,49%; Um et al. (2000) reduziram
0,2 pontos percentuais no nível de fósforo de uma dieta controle e Zyla et al.
(2001) alimentaram frangos na fase inicial e de crescimento com uma porção de
fósforo 2,4 g/kg de ração, menor do que a quantidade recomendada de 4,1 g/kg
de ração. Em todos estes trabalhos as suplementações de enzima fitase variaram
de 250 a 1000 FTU/kg, sendo obtidos ganho de peso e conversão alimentar
iguais àqueles em que as dietas não eram suplementadas e atendiam às
exigências daquele mineral. Não foram observados comprometimentos ósseos,
tomando-se como referência a composição mineral da tíbia, e uma redução no
nível de fósforo excretado foi verificada em todas as dietas testadas.
Naquelas rações em que havia a participação de ingredientes vegetais com
maior quantidade de fósforo, tais como trigo e farelo de arroz, associados ao
milho, farelo de soja, farinha de peixe e levedura, a suplementação com
exoenzima fosforolítica mostrou disponibilizar fósforo fítico, demonstrado pela
resposta de ganho de peso, consumo de ração, conversão alimentar, cinzas da
tíbia e redução da concentração de fósforo na excreta (VETESI et al., 1998;
TEICHMANN et al., 1998).
Nas dietas de frangos de corte os minerais cálcio e fósforo são mantidos
numa relação (Ca:P) próxima de 2:1, mas Aksakal e Bilal (2002), trabalhando com
9
uma relação 1:1 e uma suplementação com 600 FTU/kg de fitase, mostraram que
o desempenho produtivo das aves foi o mesmo, demonstrando que a enzima
contribuía na absorção de cálcio. A eficiência da utilização de cálcio (Ca) (AHMAD
et al., 2000; ZHANG et al., 2000 e TEJEDOR et al., 2001b), de cálcio e zinco (Zn)
(PEREZ-VENDRELL et al., 2001), de cálcio, zinco e magnésio (Mg) (VIVEROS et
al., 2002) foram melhoradas quando da adição de enzima a rações na base milho,
base sorgo e na base trigo, confirmando os relatos de Maga (1982) de que o fitato
é um potente quelatante de íons Ca
2+
, Mg
2+
e Zn
2+
.
A ação da fitase no tubo gastroentérico e no processo digestivo das aves
não parece se limitar à eficácia de utilização de minerais, pois o fitato complexa
com proteínas tornando-as menos solúveis e resistentes à proteólise. Viveros et
al. (2002), ao suplementar dieta com 500 FTU/kg de fitase, observaram efeito
sobre a atividade sérica das enzimas aspartato aminotransferase, alanina
aminotransferase, fosfatase alcalina e lactato desidrogenase, bem como na
concentração de proteína total absorvida. A digestibilidade ileal de nitrogênio (N) e
de aminoácidos essenciais mostrou-se também influenciada pela exoenzima
(NAMKUMG e LEESON, 1999; RAVINDRAN et al., 2001; TEJEDOR et al., 2001a
e b).
O fitato presente nos vegetais componentes das rações parece ser um
fator antinutricional de importância numa classe variada de nutrientes. Dvorakova
(1998) e Kies et al. (2001) mostraram que ele afetou a digestibilidade do amido.
Com a suplementação de fitase em níveis de atividade enzimática variando de
500 a 750 FTU/kg, observou-se um diferencial de ganho de peso acompanhado
do incremento do valor de Energia Metabolizável Aparente (EMA) e de Energia
Metabolizável Aparente corrigida para Nitrogênio (EMAn) de dietas envolvendo
milho, sorgo e trigo com farelo de soja (NAMKUNG e LEESON, 1999;
RAVINDRAN et al., 2001 e TEJEDOR et al., 2001a). Segundo Ravindran et al.
(2001), a melhoria no desempenho dos frangos de corte associada à
suplementação enzimática, seria uma resposta à maior disponibilização de
aminoácidos e de Energia Metabolizável.
A associação da enzima fitase com outras exoenzimas de atividade
proteolítica ou de atividade fibrolítica também mostraram-se favoráveis ao
processo digestivo, disponibilizando nutrientes e concorrendo para a melhoria no
10
desempenho das aves. Mas, a associação de 1000FTU/kg de fitase com
400FXU/kg de xilanase mostrou-se muito eficaz, pois com a fitase houve um
aumento de viscosidade no conteúdo do intestino que foi reduzida com a
presença de xilanase (ZYLA et al., 1999).
III – AS ENZIMAS - GLUCANASE E - XILANASE
III.1 – POLISSACARÍDEOS NÃO AMILÁCEOS
As unidades básicas de um carboidrato são os monossacarídeos, na
maioria existentes sob a forma hemiacetal cíclico, divididos em grupos aldeído
(poli-hidroxialdeidos) denominados aldoses, e em grupos cetona (poli-
hidroxicetoses) denominados cetoses. Estes carboidratos formam polímeros
menores, os oligossacarídeos e polímeros maiores, os polissacarídeos. Os
polissacarídeos podem formar polímeros ramificados ou lineares, diferindo entre
si pelo grau de polimerização (GP) de cada composto, que é responsável pelas
alterações em suas propriedades físicas. A solubilidade diminui e a viscosidade
aumenta com o crescimento do GP de alguns polissacarídeos como celulose, que
é completamente insolúvel em água, enquanto o aumento na viscosidade leva
outros a se solidificar ou a formar gel (KHADEM, 1988).
Os carboidratos presentes nos grãos incluem os açúcares de baixo peso
molecular, amido e vários polissacarídeos de elevado peso molecular compostos
por pentoses – arabinose e xilose, hexoses – glicose, galactose e manose, 6
desoxihexoses – ramnose e fucose, e ácidos urônicos – ácido glicurônico e ácido
galacturônico, constituintes das paredes celulares vegetais denominados de
polissacarídeos não amídicos (PNAs) ou fibra dietética. A lignina, constituída de
vários ramos laterais de unidades de fenilpropanos, parcialmente ligada à
celulose e polissacarídeos não celulosídicos, pode também fazer parte das
paredes celulares, sendo incluída na classificação de fibra dietética. O amido,
principal componente do endosperma, tem tamanho e forma característicos de
cada cereal e, apesar de ser formado por um polímero de glicose, estrutura-se em
“amilopectina” –, que forma um ramo helicóide cristalino –, e “amilose” –, de
11
cadeia mais curta e linear –, que se dispersa sobre a estrutura anterior
(KNUDSEN, 1997).
A casca nos grãos de aveia e cevada, o pericarpo e testa nos grãos de
trigo, centeio e milho são compostos principalmente de PNAs e lignina, que
influenciam numa razão inversa a concentração de amido do grão de cereal. A
presença dos PNAs solúveis, fibras dietéticas, tem um efeito negativo sobre o
valor de Energia Metabolizável Aparente do vegetal, enquanto a viscosidade
produzida por estes polissacarídeos no interior do tubo gastroentérico afeta a
digestibilidade das proteínas, e especialmente das gorduras devido a sua
interferência no processo de difusão das enzimas pancreáticas sobre o bolo
alimentar (MORGAN e BEDFORD, 1995; GUENTER, 2003). Desta forma, quando
se compara o grão de milho (9 g/kg) que tem uma menor quantidade de fibra
dietética com o trigo (25 g/kg), centeio (42 g/kg), cevada (56 g/kg) e aveia (40
g/kg) pode-se justificar seu maior conteúdo energético (KNUDSEN, 1997).
Estes constituintes das paredes celulares presentes nos vegetais
comportam-se no processo digestivo dos animais como fatores antinutricionais,
caracterizados por um menor aproveitamento dos carboidratos, menor absorção
de outros nutrientes importantes como lípides e proteínas, eliminação mais
abundante de fezes, além de mais líquidas (GUENTER, 2003; CHOCT, 2003),
contribuindo para uma restrição parcial ou total destes cereais nas dietas
(MALATHI e DAVEGOWDA, 2001). Os principais PNAs presentes nos grãos são
constituídos predominantemente de pentoses, -glucanos e arabinoxilanos, em
que o grau de digestibilidade é indiretamente calculado pela medida de
viscosidade relativa e açúcar total produzido (MALATHI e DAVEGOWDA, 2001).
O emprego de enzimas no preparo dos alimentos aconteceu muito antes
do seu próprio conhecimento e exploração industrial, quando há cerca de 100
anos atrás Takamine patenteou o processo de produção de alfa-amilase a partir
do fungo Aspergillus oryzae. No campo da nutrição animal destaca-se o uso de
enzimas celulases, -glucanase e xilanase, capazes de reduzir o efeito viscoso
dos PNAs. As enzimas que hidrolisam os -glucanos são classificadas pelo tipo
de ligação -glicosídica que clivam e pelo substrato de eleição. As enzimas Endo
e Exo-1,3--glucanase hidrolisam ligações 1,3 nos -glucanos; no entanto, as
formas Endo são responsáveis por uma hidrólise parcial com redução da
12
viscosidade e melhoria no valor energético dos cereais. Por outro lado, as formas
Exo-1,3--glucanase são capazes de uma atividade hidrolítica completa liberando
glicose, mas com pouco efeito sobre a viscosidade; assim, para a completa
degradação dos -glucanos a glicose requer a ação sinérgica das Endo e Exo
glucanases (MARQUARDT, 2003).
Os arabinoxilanos são polímeros envolvendo resíduos de arabinose-
furanosil numa espinha dorsal de xilose-piranosil, completamente hidrolisados a
pentoses pela enzima -xilanase (GERAERT et al., 2003). Naquelas rações
aviárias onde há participação de ingredientes energéticos como trigo (CHOCT et
al., 1999; SESKEVICIENE et al., 1999; CHOCT, 2003; MATHLOUTHI et al.,
2002), centeio, cevada e aveia (KNUDSEN, 1997) podem ser observados efeitos
mais signicativos da presença dos PNAs sobre o valor energético da dieta, muito
embora naquelas contendo milho, farelo de soja, farelo de arroz (KNUDSEN,
1997; MALATHI e DAVEGOWDA, 2001; MATHLOUTHI et al., 2002; KOCHER et
al., 2002; ADRIZAL, 2002a) observou-se a capacidade de aumentar a viscosidade
da ingesta ao longo do tubo gastroentérico, além dos efeitos antinutricionais
característicos dos PNAs.
As enzimas exógenas adicionadas à dieta completam a função digestiva
melhorando a digestão e absorção dos nutrientes (HAN, 2003), redução da
viscosidade devido à quebra dos PNAs em pequenos polímeros, liberação de
açúcar e aumento do valor de Energia Metabolizável Aparente da dieta (MALATHI
e DAVEGOWDA, 2001; CHOCT, 2003), além do aumento da digestibilidade ileal
de proteínas e redução da umidade da excreta (KOCHER et al., 2002).
III.2 – AS FONTES DE - GLUCANASE E - XILANASE:
Os fungos Phanerochaete chrysosporium são organismos conhecidos
relacionados à degradação de lignina, mas Copa-Patiño e Broda (1994)
multiplicaram o microrganismo em aveia, produzindo enzima extracelular com
atividade de -D-xilosidase e -D-glucosidase, com máxima atividade em pH 5 e
60 ºC.
Microrganismos dos gêneros Trichoderma, Aspergyllus e Humícola são
responsáveis pela produção de enzimas com atividade de endo-1,4-xilanase, -
13
1,4-xilosidase e uma série de atividades desramificadoras como -L-
arabinosidase, -glicuronidase e distintas estearases (MORGAN e BEDFORD,
1995).
Fungos Thermomyces lanuginosus e Trichoderma longibrachiatu
demonstraram produzir enzimas com atividade de xilanase e -glucanase além de
conter pectinases, carboximetil celulase, -xilosidase e acetil-estearase.
Trabalhos conduzidos para avaliar a atividade enzimática destas culturas
demonstraram uma digestibilidade in vitro em torno de 8% da matéria seca dos
farelos de aveia, trigo e cevada em 30 minutos, ou em torno de 7,5% da matéria
seca de palha de aveia e triticale e feno de alfafa, quando incubados por 60
minutos (KUTASI et al., 2001; SILVA e SMITHARD, 2002; WANG, 2002).
Muitas enzimas comerciais disponíveis atualmente no mercado são
produzidas por processos fermentativos de fungos Aspergillus niger, Trichoderma
reesei e Penicillium funiculosum, conhecidos por sua capacidade de degradar
parede celular das plantas (GERAERT et al., 2003).
III.3 – GLUCANASE E XILANASE NA NUTRIÇÃO DE FRANGOS DE CORTE:
O emprego de exoenzimas fibrolíticas, especialmente -glucanase e
xilanase, foi demonstrado em dietas de frangos à base de trigo (SALOBIR, 1998),
trigo, cevada e milho (OUHIDA et al., 2000), e sorgo (KOCHER et al., 2001),
tendo como destaque nutricional a redução da viscosidade do bolo alimentar no
interior do intestino (SALOBIR, 1998; OUHIDA et al., 2000 e IJI et al., 2001),
contribuindo assim para melhorar a digestibilidade da proteína e a digestibilidade
ileal dos aminoácidos (HEW et al., 1998; ZANELLA et al., 1999; SALOBIR et al.,
2000), melhorar a digestibilidade da gordura da dieta, especialmente naquelas
rações adicionadas de óleo vegetal ou mesmo sebo bovino (DAENICKE et al.,
1997; SVEN et al., 1999; DAENICKE et al., 1999 e 2000).
Como resposta metabólica, observa-se um aumento no valor energético
(EM) das dietas (SALOBIR, 1998; DAENICKE et al., 1997; SALOBIR et al., 2000;
FISCHER et al., 2002) e ainda um aumento na deposição de vitamina A e E no
fígado (DAENICKE et al., 1997 e SVEN et al., 1999).
14
A associação das enzimas -glucanase e xilanase, adicionadas às dietas
de aves tem-se mostrado eficaz no aumento do ganho de peso diário, consumo
de ração e conversão alimentar de frangos e galinhas poedeiras (ZANELLA et al.,
1999; YIN et al., 2000; PRESTON et al., 2001; HOOGE, 2001; FISCHER et al.,
2002; JAMROZ et al., 2002).
A adição de -glucanase, sozinha, não foi capaz de reduzir a viscosidade
intestinal, influenciando as respostas de digestibilidade e metabólicas (SALOBIR
et al., 2000), mas por outro lado a xilanase sozinha (DAENICKE et al., 1997;
SVEN et al., 1999; DAENICKE et al., 2000 e PRESTON et al., 2001), ou
associada à -glucanase (OUHIDA et al., 2000 e HOOGE, 2001), mostrou-se
envolvida na melhoria dos fatores digestivos culminando com uma resposta
satisfatória de desempenho.
O presente trabalho objetivou estudar a eficácia de enzimas exógenas,
disponíveis para a inclusão nas dietas de frangos de corte, avaliando-se o
desempenho produtivo de frangos de corte alimentados com dietas à base de
sorgo grão suplementadas com enzimas.
15
CAPÍTULO I
EFEITO DA ADIÇÃO DE FITASE NA EFICÁCIA DE UTILIZAÇÃO DO
FÓSFORO FÍTICO EM DIETAS DE FRANGOS DE CORTE
16
ABSTRACT
The industrial production of broilers involves the use of rations composed of grains
and grain residues which provide most of the energy, essential amino acids and
trace minerals. Phosphorus contained in grains and seeds are usually (between
50 and 80%) in a form (myo-inositol hexadihydrogen-phosphate, also known as
phytates) that is unavailable to the digestion capabilities of monogastric animals.
On the other hand, the phytates is a strong chelating agent that binds ions (Ca²
+
,
Mg²
+
, Fe²
+
, Zn²
+
) and is capable of forming complexes with starches, proteins and
digestible enzymes, which characterizes it as an anti nutritional factor. Phytases is
an enzyme naturally occurred in grains, leguminous crops and bacterial and yeast
cultures, which hydrolyzes the phytates releasing phosphorus and phytic acid. The
present research used random samples of a group of 300 broilers (150 male and
150 female) of the strain Cobb-Vantress, in order to compare the productive
performance (feed consumption, weight gain, feed conversion and viability) of
broilers aged between 21 and 49 days. The ration used was based on sorghum
and soybean meal with and without the addition of the phytases enzyme (500
FTU/kg). The diet formulation for the samples fed with phytases was elaborated
with adjustments for the hydrolytic activity of phytic phosphorus, in addition to
making available total protein, lysine, methionine, treonine and metabolizable
energy. Significant differences (P>.05) were not found in the performance of the
variables among the various treatments, suggesting that the addition of phytases
was able to make the phytic phosphorous available in the diet of birds fed with a
ration based on sorghum and soybean meal. It also made it possible to reduce
phosphate content of the feed.
17
RESUMO
As rações elaboradas para frangos de corte são compostas principalmente
de grãos, farelos e farinhas de origem vegetal, responsáveis por fornecer grande
parte da energia, aminoácidos essenciais e macrominerais da dieta. O elemento
fósforo contido nos grãos e sementes está, frequentemente, numa parcela entre
50 e 80%, sob uma forma química identificada como mio-inositol hexa-
dihidrogênio-fosfato, também conhecida como fósforo fítico, indisponível aos
animais monogástricos no processo digestivo. Por outro lado, o fitato constitui um
potente agente quelante de íons ( Ca
2+
, Mg
2+
, Fe
2+
, Zn
2+
) ou de amido, proteínas
e enzimas digestivas, o que o caracteriza como um fator anti-nutricional. A fitase é
uma enzima naturalmente encontrada em grãos, legumes e culturas de bactérias
e leveduras, que hidrolisa o fitato liberando fósforo e ácido fítico. Um experimento
foi conduzido num delineamento inteiramente casualizado, composto de dois
tratamentos e cinco repetições, envolvendo 300 aves mistas da linhagem Cobb-
Vantress, para comparar o desempenho produtivo (consumo médio de ração,
peso vivo médio, conversão alimentar e viabilidade) de frangos de corte aos 21 e
49 dias de idade, alimentados com uma dieta à base de sorgo e farelo de soja,
sem e com a adição de enzima fitase (500 FTU/kg). Na formulação das dietas
contendo fitase foram feitos ajustes, levando-se em consideração sua atividade
de hidrólise do fósforo fítico, além de disponibilização de proteína bruta, lisina,
metionina, treonina e energia metabolizável. Não foram identificadas diferenças
(P>0,05) para as variáveis de desempenho entre os tratamentos, o que
demonstrou que a adição de fitase foi capaz de disponibilizar o fósforo fítico da
dieta à base de sorgo e farelo de soja, e reduzir a participação de fosfatos
minerais nas rações.
18
I – INTRODUÇÃO
Nos alimentos concentrados de origem vegetal, cerca de 50 a 80% do seu
conteúdo em fósforo está sob a forma de fitato (HARLAND e MORRIS, 1995),
tornando-o indisponível ou pobremente utilizado pelos monogástricos, devido à
baixa atividade de fitase nos seus tratos digestivos (VIVEROS et al., 2002). Além
de interferir na disponibilidade do fósforo, grupos reativos na molécula de mio-
inositol hexa-dihidrogênio-fosfato (IP6) a tornam um potente agente quelante de
cátions como Ca
2+
, Mg
2+
, Fe
2+
, Zn
2+
nas condições de pH do trato gastrointestinal,
formando complexos insolúveis de metal-fitato (MAGA, 1982). O fitato também
complexa proteínas tornando-as menos solúveis e resistentes a proteólise
(DVORAKOV,1998), podendo afetar a digestibilidade do amido por meio da
interação com a enzima amilase (THOMPSON e YOON, 1984). Além disso, o
ácido fítico e o inositol pentafosfato têm ação inibitória sobre as enzimas amilase,
tripsina, fosfatase ácida e tirosinase (HARLAND e MORRIS, 1995).
A fitase hidrolisa o ácido fítico a mio-inositol e ácido fosfórico, num conjunto
de etapas que passam pela formação do mio-inositol-fosfato. A fitase está
associada a células bacterianas de inúmeros gêneros de bactérias, excetuando-
se os Bacillus subtilis, Lactobacillus amylovorus e Enterobacter sp.4. Por outro
lado, cerca de 200 isolados de fungos dos gêneros Aspergillus, Penicillium, Mucor
e Rhizopus demonstram atividade extracelular de fitase, sendo o Aspergillus niger
identificado como o de maior atividade enzimática e, por isso mesmo, o mais
frequentemente envolvido nos processos de fermentação industrial para a
produção de enzimas comerciais (VOHRA e SATYANARAYANA, 2003).
Tossenberger et al. (1999), trabalhando com dietas iniciais e de
crescimento de frangos à base de milho-farelo de soja, compararam níveis de
fósforo do Hungarian Nutritional Requirements–1990, com uma dieta de fósforo
19
reduzido e suplementação de fitase em níveis de 0, 250, 500 e 1000 FTU/kg. Na
dieta com nível de fósforo disponível (Pd) normal, a retenção de Ca e P não foi
influenciada pela suplementação de fitase. Na dieta de Pd em nível reduzido, as
aves foram capazes de alcançar desempenho máximo com a suplementação de
1g de fósforo inorgânico/kg de dieta e a suplementação de 1000 FTU/kg de fitase.
Lopes et al. (2000) calcularam o nível biológico ótimo de P disponível em
dietas de frangos de corte de um a 21 dias, com e sem fitase. A suplementação
da enzima (200, 400 e 600 FTU/kg) mostrou dependência linear com
adisponibilização de P, sendo que na concentração de 600 FTU/kg em relação à
dieta não suplementada houve um acréscimo de 13,5% sobre o ganho de peso, e
8,5% sobre a quantidade de cinzas na tíbia. Por outro lado, o nível ótimo de Pd foi
estimado em 0,47% sem suplementação e de 0,394% com suplementação de 600
FTU/kg de fitase.
Um experimento com dieta à base de milho e farelo de soja envolveu uma
ração com níveis normais de Pd (controle) e três tratamentos com reduções de
0,1; 0,2 e 0,3 pontos percentuais do nível de Pd da dieta controle, suplementados
com 600 FTU/kg de fitase. Observou-se que até 0,2 pontos de redução no nível
de Pd suplementado com fitase não houve comprometimento na taxa de
crescimento, consumo de ração e conversão alimentar; por outro lado, diminuiu a
excreção de fósforo e não alterou o conteúdo de cinzas da tíbia (UM et al., 2000).
Trabalhando com uma dieta contendo milho, trigo, farelo de soja, farinha de
peixe, levedura e gordura, Vetesi et al. (1998) determinaram o efeito da enzima
exógena fitase na utilização do fósforo fítico em frangos de corte criados até 42
dias de idade. Para tal, a dieta teste foi calculada com um nível de P disponível
20% menor que a dieta controle. Observaram que a suplementação com 600
FTU/kg de fitase não afetou o ganho de peso e a composição química e
estabilidade mecânica da tíbia, mas melhorou a conversão alimentar em 5,6%. A
excreção de Ca e P reduziu 21% e 11%, respectivamente.
Para Teichmann et al. (1998), a fitase incrementou a biodisponibilidade do
fósforo fítico dos vegetais da dieta. A inclusão de farelo de arroz na dieta diminuiu
a percentagem de matéria mineral na tíbia, mas a adição de fitase até um nível de
900 FTU/kg de dieta levou a uma resposta linear para ganho de peso, consumo
20
de ração, conversão alimentar, cinzas na tíbia e redução da concentração de P na
excreta.
Fitase microbiana foi adicionada a dietas deficientes em fósforo para
estudar a retenção aparente de P, Ca e Zn em frangos de corte com dietas à base
de milho ou trigo. Para cada um dos cereais foi formulada uma ração normal em
Pd (0,45%) e outra deficiente (0,27%), sem e com suplementação de 600 FTU/kg
de fitase (Perez-Vendrell et al., 2001). A fitase na dieta com milho produziu
aumento significativo na biodisponibilidade mineral, enquanto na dieta com trigo
houve uma melhoria na biodisponibilidade do P total e do P fítico.
Viveros et al. (2002) estudaram a suplementação de fitase (500FTU/kg) em
dietas baixas em P não fítico, nos períodos de um a três semanas de idade e de
três a seis semanas. Eles observaram que melhorou o desempenho produtivo e
também a eficácia de utilização de P, Ca, Mg e Zn.
O efeito da fitase sobre o desempenho, Energia Metabolizavel Aparente
corrigida (EMAn) e digestibilidade ileal de nitrogênio (N), e aminoácidos foi
investigado por Namkung e Leeson (1999) em frangos machos, com dieta
controle (Ca 0,90% e Pd 0,45%) e baixa em cálcio e fósforo (Ca 0,79% e Pd
0,35%) suplementada com fitase. O ganho de peso, consumo de ração e
conversão alimentar de pintos mantidos à base de dietas baixas em Ca e P e
suplementação de enzima foram compatíveis com o desempenho de aves
alimentadas com rações contendo níveis normais destes elementos. A dieta
suplementada teve um maior valor de EMAn, enquanto se observou maior
digestibilidade para valina, isoleucina, aminoácidos não essenciais e totais.
Ravindran et al. (2001) avaliaram o efeito da adição de fitase e lisina no
desempenho, digestibilidade ileal aparente e energia metabolizável com dietas à
base de sorgo, trigo e farelo de soja. A adição de lisina aumentou linearmente o
ganho de peso e conversão alimentar dos frangos, enquanto a resposta de ganho
de peso, com a suplementação de fitase, atingiu seu nível ótimo com 500 FTU/kg
de fitase. Níveis crescentes de fitase em dietas deficientes de lisina melhoraram a
digestibilidade da proteína e de todos os aminoácidos. A fitase também aumentou
o valor de EMAn e a resposta atingiu o pico com 750 FTU/kg de fitase. Os autores
concluiram que a melhoria no desempenho de frangos, quando se suplementava
21
fitase em dietas sorgo-farelo de soja-trigo era em parte devido à maior
disponibilização de aminoácidos e EMAn.
Tejedor et al. (2001a), trabalhando com frangos machos entre 10 e 24 dias
de idade, avaliaram o efeito da fitase microbiana sobre o desempenho produtivo e
o coeficiente de digestibilidade da matéria seca (MS), proteína bruta (PB), P e Ca
e o valor de Digestibilidade Ileal aparente e Energia Metabolizável Aparente
corrigida (EMAn). As dietas, divididas em dois grupos, continham níveis normais e
níveis baixos de Ca e P e três níveis de suplementação de fitase (0; 500 e 750
FTU/kg). A fitase na concentração de 500 FTU/kg melhorou o ganho de peso em
3,4% enquanto a 750 FTU/kg melhorou em 2,8%. Ambas as concentrações
melhoraram a conversão alimentar em 3%, além da digestibilidade de PB, Ca e P.
Também melhorou a digestibilidade ileal aparente da energia, mas não teve efeito
sobre a EMAn.
Associando a fitase a um complexo multi-enzimático (MC), Tejedor et al.
(2001b) demonstraram que a adição de MC melhorou o coeficiente de
digestibilidade da PB, P e Ca em 3,0; 4,7; e 7,8%, respectivamente.
22
II – OBJETIVO
Estudar o efeito da suplementação de enzima fitase, em dietas baseadas
em sorgo grão e farelo de soja contendo níveis baixos de fósforo disponível, sobre
o desempenho produtivo de frangos de corte.
23
III – MATERIAL E MÉTODOS
Foi realizado um experimento para avaliar o desempenho zootécnico de
frangos de corte, na Granja Experimental de Frangos de Corte, Fazenda do
Glória, da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Federal de
Uberlândia, em Uberlândia, Minas Gerais.
O galpão experimental foi edificado em alvenaria, estrutura metálica e
telhado de fibro-cimento, com paredes laterais em tela de arame. O interior com
teto forrado em material plástico avícola e as laterais protegidas com cortinas
móveis do mesmo material. As aves foram acondicionadas em boxes (1,90m x
1,50m) com capacidade para 30 aves cada. Cada boxe foi equipado com um
bebedouro do tipo copo de pressão para a fase inicial, e um bebedouro do tipo
pendular para o restante do período de criação, além de um comedouro tubular
com capacidade para 25kg de ração. No alojamento das aves o aquecimento foi
feito por campânulas a gás distribuídas na razão de uma para cada quatro boxes.
Para as fases de crescimento e finalização o ambiente do galpão foi controlado
com o auxílio de ventiladores e aspersores, através de termômetro e painel de
comando eletrônico.
As aves, da linhagem Cobb-Vantress, foram criadas desde o alojamento
(um dia de idade) até a idade de abate (49 dias de idade) e distribuídas em
número igual de machos (15) e fêmeas (15), por boxe. O manejo das aves, desde
o alojamento até o término do experimento, seguiu as práticas preconizadas pela
Granja de Pesquisa.
O delineamento experimental foi inteiramente casualisado composto de
dois tratamentos e cinco repetições, num total de 300 aves. Os tratamentos foram
compostos de uma dieta básica de sorgo e farelo de soja, assim distribuídos:
24
Tratamento Controle – Sem adição de Fitase
Tratamento Fitase – Com adição de Fitase
A Fitase (NATUPHOS ®) originária de processo fermentativo de Aspergillus
niger, foi adicionada à ração tratamento fitase, na dosagem de 500 FTU/kg de
ração (Unidade de Atividade de Fitase), correspondendo a 100g/tonelada de
ração. Para efeito da formulação das rações, a enzima foi inserida na matriz de
ingredientes do programa de formulação de ração (OPTIMAL) com uma
composição de nutrientes equivalente a 2.500% de PB, 1.000% de Ca, 1.150% de
Ptotal, 1.150% de Pd, 530.000 kcal de EM/kg, 10% de Met disp, 40% de Met+Cys
disp, 120% de Lys e 130% de Thr, de forma a atender à atividade enzimática de
1.150g de Pd, 2.250g de proteína bruta, 120g de lisina, 10g de metionina, 40g de
metionina+cistina, 130g de treonina e 530kcal de Energia Metabolizável, sugerida
pelo fabricante (BASF, 2002).
As rações foram compostas de sorgo, farelo de soja, óleo degomado de
soja, fosfato bicálcico, calcário, sal (NaCl), premix vitamínico e mineral, DL-
Metionina e L-Lisina (Tabelas 1 e 2), e oferecidas às aves em quatro fases de
acordo com a idade, assim distribuídas:
ração pré-inicial (0,300 kg/ave)
ração inicial (0,900 kg/ave)
ração engorda (2,500 kg/ave)
ração abate (1,500 kg/ave)
Amostra dos grãos de sorgo e do farelo de soja foram submetidas a análise
bromatológica no Laboratório de Nutrição Animal da Faculdade de Medicina
Veterinária, como suporte para a formulação das rações que compuseram as
dietas. Em cada fase, a ração e a água foram oferecidas ad libitum, além de um
programa de luz natural-artificial constante.
As variáveis estudadas foram obtidas de pesagens de ração, e de todas as
aves contidas nas unidades experimentais aos 21 e 49 dias de idade:
25
Consumo Médio de Ração – no início de cada fase era pesada uma
quantidade de ração a ser consumida por ave e por boxe, sendo depositada em
um balde plástico junto a cada boxe. Periodicamente uma quantidade daquela
ração era disponibilizada no comedouro tubular. Ao final de cada período a sobra
de ração nos baldes e comedouro era pesada. Da diferença entre o peso inicial e
o peso das sobras de ração, chegava-se à determinação do consumo.
Peso Vivo Médio – ao final de cada período analisado todas as aves de
cada boxe foram pesadas. O peso do lote de cada boxe dividido pelo número de
aves nele constante determinava o peso médio. As aves mortas ao longo do
experimento também foram pesadas
Conversão Alimentar – razão entre o consumo de ração e o ganho de peso
no período, sendo considerados os pesos das aves mortas.
Viabilidade – percentagem de sobreviventes em relação ao número inicial
de aves.
Análise estatística – os dados obtidos das variáveis estudadas foram
submetidos ao Teste de Mann-Whitney de comparação de duas amostras a nível
de significância de 5% (P>0,05).
TABELA 1 – Composição de nutrientes das dietas experimentais
Fase
Nutrientes Preinicial Inical Engorda Abate
Proteína Bruta (PB) (%) 22,5 21,0 19,0 18,0
Cálcio (%) 0,95 0,95 0,90 0,85
Fósforo Total (%) 0,74 0,73 0,68 0,60
Fósforo Disponível (%) 0,45 0,45 0,42 0,35
Energia Metabolizavel Aparente
(kcal/kg)
2960
3100
3200
3280
Metionina+Cistina Disp. (%) 0,95 0,90 0,85 0,76
Lisina Disponível (%) 1,15 1,10 0,98 0,90
Treonina Disponível (%) 0,75 0,70 0,63 0,59
Triptofano Disponível (%) 0,22 0,20 0,17 0,16
26
TABELA 2 – Composição percentual de ingredientes das dietas controle e fitase
na base sorgo-farelo de soja
Preinicial Inicial Engorda Abate
Ingredientes A B A B A B A B
Sorgo 8,8% 54,59 57,82 55,84 59,07 60,95 64,18 63,49 66,72
Farelo Soja 46,5% 38,34 37,02 35,02 33,71 29,22 27,91 26,33 25,01
Óleo degomado 3,22 1,76 5,21 3,75 5,97 4,51 6,70 5,25
Calcário 1,11 1,23 1,12 1,24 1,11 1,22 1,21 1,33
Fosfato Bicálcico 1,66 1,06 1,70 1,09 1,70 0,98 1,23 0,63
Fitase 0,01 0,01 0,01 0,01
Sal de cozinha 0,48 0,48 0,44 0,44 0,44 0,44 0,44 0,44
MC-Mix Inicial
1
0,40 0,40 0,40 0,40
MC-Mix Engorda
2
0,40 0,40
MC-Mix Abate
3
0,30 0,30
MC-Mix Mineral
4
0,05 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05
DL-Metionina 0,08 0,08 0,09 0,09 0,11 0,12 0,12 0,13
L-Lisina 0,08 0,10 0,12 0,14 0,15 0,17 0,14 0,16
1
– MC-Mix Frango Inicial 4kg – Composição por quilo de ração - Vit-A 11.000UI; D3 2.000UI; E
16mg; Ácido Fólico 400µg; Pantotenato de cálcio 10mg; Biotina 60 µg; Niacina 35mg; Piridoxina
2mg; Riboflavina 4,5mg; Tiamina 1,2mg; B12 16 µg; K 1,5mg; Se 250 µg; Colina 249mg; Metionina
1,6g; Promotor 384mg; Coccidiostático 375mg; Antioxidante 120mg
2
– MC-Mix Frango Engorda 4kg – Composição por quilo de ração - Vit-A 9000UI; D3 1600UI; E
14mg; Ácido Fólico 300 µg; Pantotenato de cálcio 9mg; Biotina 50 µg; Niacina 30mg; Piridoxina
1,8mg; Riboflavina 4mg; Tiamina 1mg; B12 12 µg; K3 1,5mg; Se 250 µg; Colina 219mg; Metionina
154g; Promotor 385mg; Coccidiostático 550mg; Antioxidante 120mg
3
– MC-Mix Frango Abate 3kg – Composição por quilo de ração - Vit-A 2.700UI; D3 450UI; E
4,5mg; Pantotenato de cálcio 3,6mg; Biotina 13,5 µg; Niacina 4,5mg; Piridoxina 360 µg;
Riboflavina 900 µg; Tiamina 270 µg; B12 2,7 µg; K3 450 µg; Se 180 µg; Colina 130mg; Metionina
906mg; Antioxidante 120mg
4
– MC-Mix Mineral Aves 0,5kg – Composição por quilo do produto - Cu 9mg; Zn 60mg; I 1mg; Fe
30mg; Mn 60mg
27
IV – RESULTADOS
O desempenho dos franguinhos aos 21 dias de idade, submetidos às
dietas à base de sorgo grão e farelo de soja sem e com adição de fitase está
demonstrado na Tabela 3, que se segue.
TABELA 3 – Desempenho médio de frangos de corte, aos 21 dias de idade,
submetidos a dietas sem e com a adição de Fitase
Tratamento Consumo de
Ração
(kg)
Peso Vivo
Médio
(kg)
Conversão
Alimentar
Viabilidade
(%)
Controle 1,274 0,843 1,62
99,33
Fitase 1,284 0,818 1,69
100,00
CV 4,10 3,70 3,27 1,06
Pode-se observar que não houve diferença entre os tratamentos dentro das
variáveis estudadas, nesta fase inicial de criação dos franguinhos de corte.
O desempenho dos frangos de corte prontos para o abate, aos 49 dias de
idade, é demonstrado na Tabela 4, que se segue
28
TABELA 4 – Desempenho médio de frangos de corte, aos 49 dias de idade,
submetidos a dietas sem e com a adição de Fitase
Tratamento Consumo de
Ração (kg)
Peso Vivo
Médio
(kg)
Conversão
Alimentar
Viabilidade
(%)
Controle 5,476 2,801 1,95
95,33
Fitase 5,414 2,782 1,95
96,67
CV 3,39 2,49 2,93 3,72
Não foram observadas diferenças entre os tratamentos para as variáveis
consumo de ração, peso vivo médio, conversão alimentar e viabilidade aos 49
dias de idade, donde se pode assumir que adição de 500 FTU de Fitase por quilo
de ração na dieta à base de sorgo grão e farelo de soja (Fitase) não afetou os
resultados de desempenho obtidos, em relação à ração sem fitase (Controle).
29
V – DISCUSSÃO
A adição da enzima fitase nas diferentes rações que compuseram o
programa nutricional dos frangos de corte demonstrou poupar a participação da
fonte mineral de fósforo (Fosfato Bicálcico) (Tabela 2) na ração. Este efeito sobre
a ração deveu-se à equivalência de atividade da enzima fitase hidrolisando fitato e
liberando fósforo, além da possível disponibilibilização de alguns aminoácidos
essenciais e energia metabolizável.
O desempenho, medido pelas variáveis estudadas desde a fase inicial de
criação (21 dias) até o ponto de abate dos frangos (49 dias), mostrou semelhança
entre uma ração suplementada com fosfato bicálcico para suprir o fósforo da
ração, indisponível aos animais do tratamento controle e a ração adicionada com
a enzima fitase e fosfato bicálcico. Nossos resultados demonstraram que a adição
de 500 FTU/kg de Fitase por quilo de ração à base de sorgo e farelo de soja
promoveu a biodisponibilização de parte do fósforo fítico presente nos
componentes vegetais das rações, tomando-se como base o desempenho
produtivo alcançado, à semelhança dos trabalhos desenvolvidos por
Tossenberger et al. (1999), que observaram que a suplementação com fitase
(1000 FTU/kg) e com 1 g/kg de fósforo inorgânico atendia perfeitamente às
exigências dos frangos em rações na base milho-farelo de soja, e Vetesi et al.
(1999), Um et al. (2000), Lopes et al. (2000) e Perez-Vendrell et al. (2001), que
trabalhando com a adição de 600 FTU/kg de fitase demonstraram ganho na
biodisponibilidade do fósforo fítico em dietas à base de milho e farelo de soja,
medido através do desempenho produtivo, redução de fósforo excretado e
mineralização da tíbia.
Também na adição de 500 FTU/kg de fitase, Viveros et al. (2002)
demonstraram a eficácia da utilização de P, Ca, Mg e Zn em dietas pobres em
30
fósforo não fítico (livre), assim como Ravindran et al. (2001) concluiram que
aquela concentração de fitase era a suplementação necessária nas dietas
envolvendo sorgo, trigo e farelo de soja, para um máximo desempenho. Além
disso, Tejedor et al. (2001a) determinaram que tanto 500 quanto 750 FTU/kg de
fitase melhorava a conversão alimentar em 3%, além da digestibilidade da
proteína bruta, Ca e P.
A equivalência de atividade enzimática sobre a concentração energética da
dieta e digestibilidade da proteína e aminoácidos limitantes considerados na
formulação da dieta experimental foi também demonstrada na qualidade e
semelhança dos resultados com a dieta controle, sem a adição de fitase. Estes
resultados confirmam aqueles relatados por Namkung e Leeson (1999) e Tejedor
et al. (2001a). São também compatíveis com os achados de Teichmann et al.
(1998) e Um et al. (2000), em dietas de milho e farelo de soja, em que a adição de
fitase não comprometeu a taxa de crescimento, consumo de ração e a conversão
alimentar.
Os resultados do presente estudo demonstram que as equivalências adotadas
na formulação das rações foram adequadas quando o sorgo foi o único grão de
cereal usado no preparo das rações. Em outras palavras, a enzima fitase utilizada
teve a eficácia com sorgo comprovada da mesma forma que com outros
ingredientes energéticos.
Outros autores, como Munaro et al. (1996), Vetesi et al. (1998), Techmann et
al. (1998), Kwon et al. (1999), Miao et al. (1999), Um et al. (2000) e Kies et al.
(2001) relataram reduções na excreção de fósforo nas fezes entre 15 e 30%, em
função da adição de fitase nas rações de frangos de corte.
Com base nos resultados conclui-se que a enzima fitase (Natuphos) na
adição de 500 FTU/kg foi capaz de disponibilizar fósforo fítico da dieta à base de
sorgo grão e farelo de soja e reduzir a participação do fósforo inorgânico nas
rações, mantendo o máximo desempenho produtivo dos frangos de corte. Este
resultado permite inferir um saldo favorável ao meio ambiente com redução da
excreção de fósforo orgânico de potencial impacto ao meio ambiente.
31
VI –BIBLIOGRAFIA CONSULTADA:
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34
CAPÍTULO 2
EFEITO DA ADIÇÃO DE - GLUCANASE E
- XILANASE SOBRE O VALOR ENERGÉTICO DE DIETAS DE FRANGOS DE
CORTE A BASE DE SORGO GRÃO E FARELO DE SOJA
35
ABSTRACT
The industrial production of broilers involves the use of rations composed of grains
and grain residues which provide most of the energy, essential amino acids and
trace minerals of the diet. Carbohydrates used include sugars of low molecular
weight, starch and various non-starch polysaccharides (NSP) present in the cell
walls of grains. The NSP, especially ß-glucans and arabinoxylans increase the
viscosity of the ration and difficult the digestion and the absorption of other
nutrients. The present research, conducted using 1,200 broilers sought to evaluate
the efficiency of a complex of ß-glucanases and ß-xylanases enzymes in a diet
based on sorghum and soybean meal. Random samples of chicks were submitted
to four different diets including 10 repetitions with 30 birds in each experimental
group during the entire feeding period. Two levels of metabolizable energy were
applied with and without the addition of 50 g/ton of the commercial enzyme
complex (CEC) ROVABIO EXCEL AP ®: regular AME; regular AME + CEC;
reduced AME (with a reduction of 50 kcal of ME/kg) and reduced AME + CEC.
Feed consumption, weight gain, feed conversion and viability were evaluated.
Measurements of 42 and 47 day old birds showed that ones submitted to the
reduced AME treatment (without CEC) were significantly smaller. Birds with the
same rations plus the enzyme complex, however, had body weights equal to those
submitted to the high energy rations (regular AME and regular AME plus CEC).
Feed conversion of 42 day old birds was not affected, however, at the age of 47
days the reduced AME diet demonstrated unsatisfactory feed conversion. A similar
side experiment was conducted to examine metabolic value of the growth ration in
terms of AME and AMEn. Results verified that only feed formulated with reduced
AME were smaller confirming the effects of the enzyme complex. It was concluded
that the addition of enzymes to sorghum and soybean meal based rations
provided sufficient enzymatic activity to increase metabolizable energy and to
influence the final weight of broilers.
36
RESUMO
Na criação industrial de frangos de corte, as rações são elaboradas com
grãos, farelos e farinhas de origem vegetal, responsáveis por fornecer a
maior parte da energia, aminoácidos essenciais e macrominerais da dieta.
Os carboidratos incluem açúcares de baixo peso molecular, amido e vários
polissacarídeos não amídicos (PNAs) presentes na parede celular dos
grãos. Os PNAs, em especial -glucanos e arabinoxilosanas, presentes nas
rações, aumentam a viscosidade do bolo alimentar e interferem com a
digestão e absorção de outros nutrientes. Um experimento foi conduzido
com 1200 aves para avaliar a eficácia da suplementação de um complexo
de enzimas -glucanase e -xilanase em dietas de frangos de corte à base
de sorgo grão e farelo de soja. Foi realizado um delineamento inteiramente
casualisado com quatro tratamentos e dez repetições de 30 aves por
unidade experimental, envolvendo dois níveis de Energia Metabolizável
(EM) da dieta com e sem a adição de 50 g/t de ração de um Complexo
Comercial de Enzimas (CCE) – ROVABIO EXCEL AP : EMA regular;
EMA regular + CCE; EMA reduzida (menos 50 kcal de EM/kg) e EMA
reduzida + CCE. Foram avaliados o consumo médio de ração (CMR), peso
vivo médio (PVM), conversão alimentar (C.A.) e viabilidade (VB). Aos 42 e
47 dias de idade o peso médio das aves submetidas ao tratamento EMA
reduzida foi significativamente menor, enquanto a mesma ração adicionada
de enzima apresentava um peso vivo médio igual ao daqueles submetidos
à dietas mais energéticas (EMA regular) e (EMA regular + CCE). A C.A.
aos 42 dias não foi afetada, mas aos 47 dias de idade a dieta EMA
reduzida apresentou o pior resultado. Foi realizado um ensaio de
metabolismo usando-se as mesmas rações de engorda do experimento,
sendo observado resultado de EMA e EMAn semelhantes para os
tratamentos EMA regular, EMA regular + CCE e EMA reduzida + CCE, e
resultado significativamente menor para EMA reduzida, confirmando o
efeito da adição das enzimas. Concluiu-se que a adição de enzimas em
dietas à base de sorgo e farelo de soja forneceu atividade enzimática
37
suficiente para proporcionar um incremento na utilização de energia da
dieta, de modo a influenciar o desempenho zootécnico do frango de corte à
idade de abate.
38
I – INTRODUÇÃO
Os carboidratos presentes nas dietas, incluem açúcares de baixo peso
molecular, amido e vários polissacarídeos não amídicos (PNAs) que constituem
as principais fontes de energia dos animais (KHADEM, 1988).
PNAs e lignina são os principais componentes da fibra dietética, em
quantidades de 177 g/kg de matéria seca (MS) no feijão fava, 185 g/kg de MS na
ervilha e 320 a 400 g/kg no lupino. Os PNAs dos dois primeiros grãos são
compostos principalmente por glucose, arabinose e ácido urônico, enquanto no
lupino são compostos por ramnose, xilose, galactose e ácido urônico. A fibra
dietética de grãos de leguminosas pode incluir alfa galactosídeos, amido
resistente, polifenóis e proteínas ligadas à parede celular (GDALA, 1998).
De acordo com Knudsen (1997), há uma relação inversa entre a
concentração de amido e a de fibra dietética, influenciada pela composição
botânica do cereal e pela distribuição de polímeros entre os tecidos. A casca
(aveia, cevada) e o pericárpio/testa (trigo, centeio, milho) são compostos
principalmente de PNAs e lignina, enquanto o amido é o polissacarídeo
predominante no endosperma embebido numa larga matriz protéica. Aquele autor
demonstrou que a concentração de PNAs solúveis no milho (9 7g/kg) e trigo (25
4 g/kg) era menor que no centeio (42 11 g/kg), cevada (56 10 g/kg) e aveia
(40 13 g/kg).
Para Choct (2003) os PNAs na dieta dos monogástricos têm atividade anti
nutritiva, manifestada pelas fezes mais líquidas e menor absorção dos nutrientes.
Na indústria avícola, cerca de 9.000 a 22.000 toneladas de esterco rico em
nitrogênio (N) e fósforo (P) são produzidos por cada milhão de aves por ano. A
redução na produção desta matéria orgânica é um importante atributo das
39
enzimas alimentares que têm como substrato estes polímeros, resultando na
melhoria do desempenho e redução da umidade e do volume de excreta.
Segundo Guenter (2003), os dois principais PNAs nos cereais são -
glucanos e pentosanas, cuja fração solúvel em água é responsável pela resposta
anti-nutricional. Solubilizados em grandes quantidades de água aumentam a
viscosidade dos líquidos no trato gastro intestinal, reduzindo a interação substrato
enzima, comprometendo a biodisponibilidade dos nutrientes, particularmente
gorduras, cujo aumento de excreção torna as fezes pegajosas.
A presença de PNAs em alguns alimentos tem restringido seu uso nas
dietas, pois aumentam a viscosidade no intestino, afetando o crescimento e
desempenho das aves. Malathi e Davegowda (2001) avaliaram in vitro diferentes
ingredientes importantes em PNAs, como farelo de girassol, farelo de soja, farelo
de arroz desengordurado, bem como ração inicial de frangos. O grau de
digestibilidade dos PNAs destes alimentos foi indiretamente calculado pela
medida da viscosidade relativa e açúcar total produzido e concluíram que a
redução da viscosidade foi devida à quebra dos PNAs em pequenos polímeros,
enquanto a produção de açúcar realizada pela enzima exógena ocorre de duas
formas, por quebra de PNAs a seus respectivos monossacarídeos e, ainda, por
quebra de PNA liberando amido do interior do endosperma, que exposto à
amilase libera mais glicose.
Mathlouthi et al. (2002) avaliaram 15 ingredientes de uso corrente em
ração. O centeio demonstrou ter elevada quantidade de amido e viscosidade,
seguido do triticale e trigo, enquanto o milho teve o menor conteúdo de parede
celular insolúvel e baixo nível de viscosidade. Por outro lado, Choct et al. (1999),
em ensaios com uma dieta à base de trigo de baixo valor de energia,
demonstraram que a inclusão de xilanase reduzia (P<0,01) a viscosidade da
digesta duodenal ( 2,9 vs 1,7), jejunal (4,6 vs 2,3) e ileal (14,0 vs 3,9), aumentava
seu valor de EMA e a taxa de digestibilidade do amido no jejuno e íleo, reduzindo
a variabilidade entre indivíduos do plantel de frangos.
Silva et al. (2000) testaram a inclusão de farinha de rama de mandioca
(FRM) em dieta de frangos de corte com 21 dias. O nível de 10,34% de FRM
promoveu uma queda na digestibilidade e nos valores de energia da dieta o que
afetou o desempenho das aves. Eles observaram ainda que suplementação com
40
complexos multienzimáticos à base de -glucanase, pectinase e hemicelulase
(ENERGEX) e outro à base de -glucanase e amilase (BIO-FEED ALPHA) não
melhorou o valor nutritivo da FRM bem como o desempenho zootécnico das aves.
Adrizal (2002) avaliou a atividade anti-nutritiva de PNAs atraves da inclusão
de níveis de 0, 4% e 7% de um preparado de PNA de farelo de arroz magro em
ração de frangos de um a 14 dias de idade, demonstrando que nesta faixa etária
até o nível de 7% de PNAs não havia efeito sobre a ingestão de ração, ganho de
peso, CA e digestibilidade da gordura. As enzimas xilanase ou xilanase+-
glucanase não melhoraram a digestibilidade da gordura que foi negativamente
afetada (P<0,01) com 7% de PNAs aos 14 dias de idade.
Han (2003) trabalhou com pintainhas matrizes entre sete e 21 dias de
idade e dietas contendo de 31 a 61% de cevada com a adição ou não de um
preparado de enzimas microbianas. Com 57% de cevada observou que o tempo
de passagem da ingesta foi reduzido de 3,5 horas para 3,0 horas ao adicionar
enzimas. A viscosidade da dieta sobrenadante no jejuno foi maior na dieta com
cevada do que na dieta com milho, mas em ambos os casos foi também reduzido
com a adição de enzima.
A atividade enzimática de xilanase (2900 XU/kg; 5600 XU/kg e 8400 XU/kg)
e da associação com -glucanase (5600 XU/kg + 80 GIU/kg ou 5600 XU/kg +
160 GIU/kg) foram testadas em dietas de frangos de corte, com 10 diferentes
amostras de trigo por Salobir (1998). Houve diferença entre as amostras e a
inclusão de enzima contribuíu para melhor utilização de nutrientes (MS e
Nitrogenados), valor de EM e redução da viscosidade.
O valor nutritivo de dois diferentes cultivares de trigo – Alba com 50g de
pentosana total /kg de MS e 9,6g de pentosana solúvel /kg de MS e Sirvinta com
74g de pentosana total /kg de MS e 13,6g de pentosana solúvel /kg de MS – foi
testado em frangos de corte por Seskeviciene et al. (1999), que concluíram que
os valores de EMA foram 13,78 e 13,29 MJ/kg de MS. A suplementação com
enzimas resultou em significativo aumento de EMA em 4% e 7%,
respectivamente, aumentou a taxa de crescimento e melhorou a conversão
alimentar.
Zanella et al. (1999) estudaram a digestibilidade de dietas à base de milho
com farelo de soja ou com soja integral tostada ou extrusada, sem e com a
41
suplementação de enzimas. A suplementação melhorou em 2,9% a digestibilidade
da PB, mas esse resultado não foi igual para todos os aminoácidos, como a lisina,
metionina e arginina, que não foram afetados. A suplementação em rações de
formulação igual melhorou em 1,9% o peso corporal e em 2,2% a taxa de
conversão alimentar.
Ouhida et al. (2000) conduziram dois experimentos com um preparado
bruto de enzima (-glucanase e arabinoxilanase) numa dieta à base de milho,
cevada e trigo. No primeiro experimento a adição de enzima melhorou o ganho de
peso diário (14%) e a C.A. (8%) até a idade de 21 dias. No experimento seguinte
a suplementação com a enzima reduziu a viscosidade no jejuno e íleo, bem como
o tempo de retenção da digesta no TGI.
Salobir et al. (2000) estudaram o efeito da -glucanase sozinha e
combinada com xilanase sobre o valor energético e digestibilidade de nutrientes
numa ração à base de cevada (com baixa ou alta viscosidade). Os resultados
confirmaram que a adição de enzima melhorou a utilização de nutrientes (MS e
nitrogênio), aumentou o valor de EM e reduziu a viscosidade intestinal. Os
resultados da exoenzima foram significativos somente para a cevada de alta
viscosidade. Para atingir ganhos sobre a utilização de MS, nitrogênio e EM a
adição de -glucanase sozinha não foi suficiente, sendo necessária a associação
com xilanase.
Jamroz et al. (2002) adicionaram trigo grão, cevada ou associação trigo e
cevada à dieta inicial e de crescimento de frangos em níveis de 49% para trigo e
56% para cevada, para avaliar a resposta de desempenho das aves à porção
fibrosa destes ingredientes, com e sem a suplementação de um complexo
granulado de enzima carboidrase. Aos 21 dias de idade houve redução na taxa de
crescimento e C.A. nas dietas com trigo e cevada, mas a adição do complexo
enzimático melhorou o desempenho especialmente para a ração com trigo,
enquanto na fase seguinte a melhor resposta obtida com a enzima foi para as
rações contendo cevada.
Daenicke et al. (1997) avaliaram a adição de xilanase (3000UI/kg) em
dietas à base de cevada e 10% de óleo de soja ou sebo bovino para frangos de
corte de um a 35 dias de idade. Observaram que a digestibilidade da gordura foi
melhorada com a enzima, especialmente para o sebo bovino, mas o efeito foi
42
significativo somente para os ácidos graxos oléico, linoléico e linolênico. Também
na dieta com sebo a xilanase resultou em melhoria na digestibilidade da PB,
digestibilidade real de N e AA e EMAn.
Uma associação de diferentes adições de trigo (70%, 30% e 0%) e de
fontes de gordura (sebo, óleo de soja e mistura (2:1) sebo:óleo) com e sem a
adição de xilanase, em frangos de corte de sete a 35 dias de idade, foi estudada
por Preston et al. (2001). Não se observou efeito da enzima sobre a ingestão de
matéria seca e ganho de peso, mas a C.A. foi melhorada em cerca de 2%, bem
como a EMAn. A melhor resposta à adição de enzima foi associada à participação
do sebo e à inclusão de 70% de trigo.
Empregando uma ração à base de milho, farelo de soja e farinhas de
subprodutos de abatedouro de aves, Hooge (2001) avaliou o uso de uma mistura
comercial de xilanase e -glucanase. A primeira avaliação envolveu diferentes
níveis de energia – EMA regular (rações 1) 3030 e 3215 kcal de EM/kg, EMA
menor 66kcal (rações 2), rações 1+enzima (3) e rações 2+enzima (4). Houve
significativa melhoria no peso vivo e C.A. aos 49 dias de idade para a ração com
nível de energia regular adicionada de enzima (3). Num segundo teste foi usada a
mesma ração com EMA regular (1), EMA regular+enzima (2), EMA reduzida (
menos 66 kcal de EM/kg) (3) e EMA reduzida+enzima (4). Quando a enzima foi
adicionada à ração com nível de energia reduzido, houve melhoria no peso vivo,
C.A. e mortalidade, comparada à ração com nível de energia regular, enquanto a
adição de enzima em dieta com EMA regular não teve resultado.
I.1 – ENERGIA METABOLIZÁVEL E DESEMPENHO DO FRANGO DE CORTE
Sibbald et al. (1984) demonstraram que os valores de EM são facilmente
correlacionados com o desempenho animal e pouco influenciados pelas
diferenças genéticas entre as linhagens.
Trabalhando dentro de um regime moderado de temperatura, Deaton et al.
(1983) avaliaram o efeito do nível de energia da dieta sobre o desempenho e a
deposição de gordura de frangos com igual peso corporal. Cerca de 2,29% de
gordura abdominal foi depositada com uma dieta contendo 3325 kcal de EM/kg,
enquanto um valor significativamente menor (1,29%) foi depositado em dietas
43
com 3100 e 3175 kcal de EM/kg. Nas rações menos energéticas os frangos
levaram um dia a mais para atingir o mesmo peso das aves submetidas a uma
dieta mais energética. A conversão alimentar melhorou significativamente com o
aumento da energia da dieta.
Leeson et al. (1991) diluiram uma dieta de frangos entre quatro e 11 dias
de idade com 25, 40 e 55% de farinha de casca de arroz. Eles observaram
significativa redução de peso aos 11 dias de idade, embora aos 42 dias as aves
tivessem recuperado completamente o peso corporal sem alteração na eficiência
de utilização alimentar. O cálculo de balanço energético sugeriu que as aves
usaram a energia mais eficientemente durante o período de desnutrição.
Frangos machos foram submetidos a uma dieta fornecendo 2700, 2900,
3100 ou 3300 kcal de EM/kg do alojamento a 49 dias de idade. Num experimento
as aves tiveram acesso ad libitum à ração, enquanto em outro experimento a
ingestão foi mantida constante e restrita. Oferecendo dieta com 2700 a 3300 kcal
ad libitum não foi observado efeito na taxa de crescimento e a ingestão de energia
foi constante em razão do maior consumo voluntário de ração; todavia, a redução
do nível de energia resultou em uma carcaça mais magra. Quando a ingestão de
ração foi controlada houve redução na taxa de crescimento nas rações de menor
conteúdo energético. Os autores (Leeson, et al., 1996a) concluíram que os
frangos possuem uma boa capacidade de controlar a ingestão de ração com base
na necessidade de normalizar sua ingestão de energia.
Leeson et al. (1996b) trabalharam com frangos entre 35 e 49 dias de idade
com uma dieta convencional diluindo a energia (Exp-1), ou energia e proteína
(Exp-2), com casca de aveia e areia. Com a redução da energia da dieta houve
redução linear no peso vivo aos 42 dias, embora um ganho de peso
compensatório ocorresse de forma que todas as aves tiveram mesmo peso aos
49 dias. A dieta diluída resultou em aumento da ingestão de ração sem contudo
atingir a mesma ingestão energética. Quando a diluição foi sobre a energia e
proteína, observou-se resultado semelhante sobre a taxa de ganho de peso.
44
I.2 – USO DO SORGO GRÃO NAS DIETAS DE FRANGOS DE CORTE
Bornstein e Bartov (1967) demonstraram em um experimento a
possibilidade de substituição do milho das dietas por níveis crescentes de sorgo
grão, e concluíram que a substituição por 25%, 50%, 75% e 100% de sorgo não
comprometia o peso médio, o consumo de ração e a conversão alimentar, muito
embora a pigmentação da pele das aves diminuísse na razão da maior
participação do sorgo.
Rooney e Miller (1982) ressaltaram que embora haja uma diferença no tipo
de proteína que envolve o amido no endosperma o grão de sorgo assemelha-se
muito ao grão de milho em sua composição de nutrientes.
A substituição em base nutricional de todo o milho da dieta pelo sorgo grão
foi testada recentemente no Brasil por Diniz et al. (2002) em frangos de corte. Não
foram observadas diferenças para peso vivo médio, consumo médio de ração,
conversão alimentar e mortalidade. Também não foram observadas diferenças
para rendimento de carne de peito, coxa e contra coxa, de machos e fêmeas ao
abate.
45
II – OBJETIVO
Testar a influência da adição de um complexo comercial de -Glucanase e
-Xilanase em rações à base de sorgo grão e farelo de soja sobre o desempenho
zootécnico de frangos de corte criados até a idade de abate, e o valor de energia
metabolizável da dieta.
46
III – MATERIAL E MÉTODOS
III.1 – DESEMPENHO ZOOTÉCNICO
Foi realizado um experimento para avaliar o efeito de enzimas exógenas
na dieta sobre o desempenho zootécnico de frangos de corte, na Granja
Experimental de Frangos de Corte, Fazenda do Glória, da Faculdade de Medicina
Veterinária da Universidade Federal de Uberlândia, em Uberlândia, Minas Gerais.
O galpão experimental é edificado em alvenaria, estrutura metálica e
telhado de fibro-cimento, com paredes laterais em tela de arame, com o teto
forrado em material plástico avícola e as laterais protegidas com cortinas móveis
do mesmo material. As aves foram acondicionadas em boxes (1,90 x 1,50)m com
capacidade para 30 aves cada. Cada boxe foi equipado com um bebedouro do
tipo copo de pressão para a fase inicial de criação, e um bebedouro tipo pendular,
além de um comedouro tubular com capacidade para 25 kg de ração, para o
restante do período de criação. Nos primeiros dias após o alojamento das aves o
aquecimento foi feito por campânulas a gás distribuídas na razão de uma para
cada quatro boxes. Para as fases de crescimento e finalizão o ambiente do
galpão foi controlado com o auxílio de ventiladores e nebulizadores, através de
termômetro e painel de comando eletrônico.
As aves da linhagem Cobb-Vantress foram criadas desde o alojamento (um
dia de idade) até a idade de abate (47 dias de idade), e distribuídas em número
igual de machos (15) e fêmeas (15), por boxe. O manejo das aves ao longo do
experimento seguiu as práticas comuns de criação de frangos de corte rotineiras
na Granja de Pesquisa.
47
O delineamento experimental foi inteiramente casualisado composto de
quatro tratamentos e dez repetições, num total de 1200 aves. Os tratamentos
foram compostos de uma dieta básica de sorgo e farelo de soja, com níveis de
energia metabolizável diferenciados por tratamento, assim distribuídos:
EMA regular – Níveis de EMA regular - ração A
EMA regular + CCE – Ração A + 50 g do Complexo Comercial Enzimático (CCE)
EMA reduzida – Ração A menos 50 kcal de EMA/kg - ração C
EMA reduzida + CCE – Ração C + 50 g do CCE
O Complexo Enzimático Comercial (ROVABIO EXCEL AP ®) originário de
processo fermentativo de Penicillium funiculosum, composto de atividade mínima
de Endo-1,4--Xilanase (22.000 unid visco/g equivalente a 1400 unid AXC/g) e
Endo-1,3(4)- -Glucanase (2.000 AGL unid/g), foi adicionado às rações, na
dosagem de 50 g/t de ração com a hipótese de contribuír com 50 kcal de EMA/kg
de ração.
As rações foram compostas de sorgo, farelo de soja, óleo degomado de soja,
fosfato bicálcico, calcário, sal (NaCl), premix vitamínico e mineral, DL-Metionina e
L-Lisina (Tabelas-1 a 4), e oferecidas às aves em quatro fases de acordo com o
consumo, assim distribuídas:
ração pré-inicial (0,300kg/ave)
ração inicial (0,900kg/ave)
ração engorda (2,500kg/ave)
ração abate (1,500kg/ave)
Amostras dos grãos de sorgo e do farelo de soja foram submetidas à
análise bromatológica no Laboratório de Nutrição Animal da Faculdade de
Medicina Veterinária, como suporte para a formulação das rações que
compuseram as dietas.
Em cada fase, a ração e a água foram oferecidas à vontade, e desde o início as
aves tiveram um programa de luz natural-artificial constante.
As variáveis estudadas foram obtidas do acompanhamento de consumo de ração,
mortalidade e pesagens de todas as aves contidas nas unidades experimentais
aos 42 e 47 dias de idade:
48
Consumo Médio de Ração – no início de cada fase era pesada uma
quantidade de ração a ser consumida por ave e por boxe, sendo depositada em
um balde plástico junto a cada boxe. Periodicamente uma quantidade daquela
ração era disponibilizada no comedouro tubular. Ao final de cada período a sobra
de ração nos baldes e comedouro era pesada. Da diferença entre o peso inicial e
o peso das sobras de ração, chegava-se à determinação do consumo, medido em
quilogramas (kg). O consumo médio por ave em cada fase foi calculado com
correção para eventuais mortalidades.
Peso Vivo Médio – ao final de cada fase todas as aves de cada boxe foram
pesadas. O peso do lote de cada boxe dividido pelo número de aves nele
constante determinava o peso médio, em quilogramas (kg). As aves mortas ao
longo do experimento foram pesadas
Conversão Alimentar – razão entre o consumo de ração e o ganho de peso
no período, acrescido do peso das aves mortas.
Viabilidade – percentagem de sobreviventes em relação ao número inicial
de aves.
Análise Estatística – os dados obtidos das variáveis estudadas foram
submetidos à análise de variância (ANAVA) e Teste F ao nível de significância de
5%. As médias dos tratamentos em cada variável estudada foram comparadas
entre si pelo Teste de Tukey através da D.M.S., utilizando o programa estatístico
ESTAT (ESTAT – Sistema para Análise Estatística, versão 2.0, Departamento de
Ciências Exatas, FCAV, UNESP, Jaboticabal, SP).
49
TABELA 1 – Composição de nutrientes das dietas experimentais formuladas para
os tratamentos EMA regular e EMA regular + CCE – (Ração A). Faculdade de
Medicina Veterinária – UFU.
Fase
Nutrientes Pré-inicial Inical Engorda Abate
Energia Metabolizável Aparente
(kcal/kg)
2960
3100
3200
3280
Proteína Bruta (PB) (%) 22,62 21,23 19,01 18,00
Extrato Etéreo (%) 5,757 7,717 8,537 9,374
Fibra Bruta (%) 4,396 4,191 3,921 3,798
Cálcio (%) 0,950 0,950 0,900 0,850
Fósforo Disponível (%) 0,450 0,450 0,420 0,350
Sódio (%) 0,200 0,195 0,196 0196
Metionina Digestivel (%) 0,563 0,551 0,537 0,469
Metionina+Cistina Dig. (%) 0,850 0,820 0,780 0,700
Lisina Dig (%) 1,150 1,100 0,980 0,900
Treonina Dig (%) 0,750 0,700 0,620 0,584
Triptofano Dig (%) 0,239 0,223 0,198 0,186
50
TABELA 2 – Composição percentual de ingredientes das dietas experimentais
formuladas para os tratamentos EMA regular e EMA regular + CCE – (Ração A).
Faculdade de Medicina Veterinária – UFU.
Ingredientes Pré-inicial Inicial Engorda Abate
Sorgo 9,0% 55,32 56,58 61,77 63,89
Farelo de Soja 46,5% 37,64 34,31 28,44 25,88
Óleo degomado de soja 3,122 5,108 5,856 6,670
Calcário 1,055 1,065 1,056 1,174
Fosfato Bicálcico 1,763 1,798 1,676 1,308
Sal de cozinha 0,462 0,450 0,450 0,450
MC-Mix Inicial
1
0,400 0,400
MC-Mix Engorda
2
0,400
MC-Mix Abate
3
0,300
MC-Mix Mineral
4
0,050 0,050 0,050 0,050
DL-Metionina 0,093 0,098 0,127 0,135
L-Lisina HCl 0,091 0,135 0,165 0,143
1
– MC-Mix Frango Inicial 4kg – Composição por quilo de ração - Vit-A 11.000UI; D3 2.000UI; E
16mg; Ácido Fólico 400µg; Pantotenato de cálcio 10mg; Biotina 60 µg; Niacina 35mg; Piridoxina
2mg; Riboflavina 4,5mg; Tiamina 1,2mg; B12 16 µg; K 1,5mg; Se 250 µg; Colina 249mg; Metionina
1,6g; Promotor 384mg; Coccidiostático 375mg; Antioxidante 120mg
2
– MC-Mix Frango Engorda 4kg – Composição por quilo de ração - Vit-A 9000UI; D3 1600UI; E
14mg; Ácido Fólico 300 µg; Pantotenato de cálcio 9mg; Biotina 50 µg; Niacina 30mg; Piridoxina
1,8mg; Riboflavina 4mg; Tiamina 1mg; B12 12 µg; K3 1,5mg; Se 250 µg; Colina 219mg; Metionina
154g; Promotor 385mg; Coccidiostático 550mg; Antioxidante 120mg
3
– MC-Mix Frango Abate 3kg – Composição por quilo de ração - Vit-A 2.700UI; D3 450UI; E
4,5mg; Pantotenato de cálcio 3,6mg; Biotina 13,5 µg; Niacina 4,5mg; Piridoxina 360 µg;
Riboflavina 900 µg; Tiamina 270 µg; B12 2,7 µg; K3 450 µg; Se 180 µg; Colina 130mg; Metionina
906mg; Antioxidante 120mg
4
– MC-Mix Mineral Aves 0,5kg – Composição por quilo do produto - Cu 9mg; Zn 60mg; I 1mg; Fe
30mg; Mn 60mg
51
TABELA 3 – Composição de nutrientes das dietas experimentais formuladas para
os tratamentos EMA reduzida e EMA reduzida + CCE – (Ração C). Faculdade de
Medicina Veterinária – UFU.
Fase
Nutrientes Preinicial Inical Engorda Abate
Energia Metabolizavel Aparente
(kcal/kg)
2910
3050
3150
3230
Proteína Bruta (PB) (%) 22,64 21,25 19,03 18,00
Extrato Etéreo (%) 4,865 6,825 7,646 8,476
Fibra Bruta (%) 4,416 4,211 3,940 3,816
Cálcio (%) 0,950 0,950 0,900 0,850
Fósforo Disponível (%) 0,450 0,450 0,420 0,350
Sódio (%) 0,200 0,195 0,196 0196
Metionina Digestivel (%) 0,563 0,551 0,537 0,469
Metionina+Cistina Dig. (%) 0,850 0,820 0,780 0,700
Lisina Dig (%) 1,150 1,100 0,980 0,900
Treonina Dig (%) 0,750 0,700 0,620 0,584
Triptofano Dig (%) 0,239 0,223 0,198 0,186
52
TABELA 4 – Composição percentual de ingredientes das dietas experimentais
formuladas para os tratamentos EMA reduzida e EMA reduzida + CCE – (Ração
C). Faculdade de Medicina Veterinária – UFU.
Ingredientes Pré-inicial Inicial Engorda Abate
Sorgo 9,0% 56,44 57,70 62,89 65,06
Farelo de Soja 46,5% 37,46 34,12 28,25 25,64
Óleo degomado de soja 2,189 4,176 4,924 5,730
Calcário 1,058 1,067 1,059 1,176
Fosfato Bicálcico 1,760 1,794 1,673 1,305
Sal de cozinha 0,462 0,450 0,450 0,450
MC-Mix Inicial
1
0,400 0,400
MC-Mix Engorda
2
0,400
MC-Mix Abate
3
0,300
MC-Mix Mineral
4
0,050 0,050 0,050 0,050
DL-Metionina 0,092 0,097 0,126 0,135
L-Lisina HCl 0,095 0,139 0,168 0,148
1
– MC-Mix Frango Inicial 4kg – Composição por quilo de ração - Vit-A 11.000UI; D3 2.000UI; E
16mg; Ácido Fólico 400µg; Pantotenato de cálcio 10mg; Biotina 60 µg; Niacina 35mg; Piridoxina
2mg; Riboflavina 4,5mg; Tiamina 1,2mg; B12 16 µg; K 1,5mg; Se 250 µg; Colina 249mg; Metionina
1,6g; Promotor 384mg; Coccidiostático 375mg; Antioxidante 120mg
2
– MC-Mix Frango Engorda 4kg – Composição por quilo de ração - Vit-A 9000UI; D3 1600UI; E
14mg; Ácido Fólico 300 µg; Pantotenato de cálcio 9mg; Biotina 50 µg; Niacina 30mg; Piridoxina
1,8mg; Riboflavina 4mg; Tiamina 1mg; B12 12 µg; K3 1,5mg; Se 250 µg; Colina 219mg; Metionina
154g; Promotor 385mg; Coccidiostático 550mg; Antioxidante 120mg
3
– MC-Mix Frango Abate 3kg – Composição por quilo de ração - Vit-A 2.700UI; D3 450UI; E
4,5mg; Pantotenato de cálcio 3,6mg; Biotina 13,5 µg; Niacina 4,5mg; Piridoxina 360 µg;
Riboflavina 900 µg; Tiamina 270 µg; B12 2,7 µg; K3 450 µg; Se 180 µg; Colina 130mg; Metionina
906mg; Antioxidante 120mg
4
– MC-Mix Mineral Aves 0,5kg – Composição por quilo do produto - Cu 9mg; Zn 60mg; I 1mg; Fe
30mg; Mn 60mg
53
III.2 – DETERMINAÇÃO DO VALOR ENERGÉTICO
Foi realizado um ensaio para a determinação do valor de Energia
Metabolizável Aparente (EMA) e Energia Metabolizável Aparente corrigida para
Nitrogênio (EMAn) para frangos de corte na ração de engorda, formulada para
cada tratamento, para avaliar o efeito do complexo enzimático adicionado sobre a
sua digestibilidade energética.
O ensaio foi conduzido concomitante ao experimento de desempenho
zootécnico na Granja Experimental de Frangos de Corte, Fazenda do Glória, da
Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Uberlândia, em
Uberlândia, Minas Gerais.
No interior do galpão experimental, ao longo do corredor central, entre os
boxes com frangos foram colocados sete conjuntos de três gaiolas cada, num
total de 21 gaiolas. Cada gaiola em arame galvanizado mede 0,50 x 0,50 x 0,50m,
sendo equipadas com um bebedouro externo, lateral, tipo calha, preso à malha de
arame e, do lado oposto, um comedouro externo tipo calha. O fundo de cada
gaiola, feito em malha de arame, tinha em sistema de gaveta uma bandeja
metálica nas mesmas medidas do contorno das gaiolas, destinados à coleta de
excretas. Foram colocadas quatro aves em cada gaiola, sendo dois machos e
duas fêmeas, com 18 dias de idade e peso vivo semelhante ao das demais aves
existentes no galpão experimental, tendo sido criadas para esta finalidade.
O manejo alimentar das aves nas gaiolas baseou-se na manutenção do
volume de água e de ração renovados duas vezes ao dia, sendo que os
bebedouros eram retirados e lavados pela manhã e à tarde. As bandejas com as
excretas do período eram retiradas individualmente pela manha e no final do dia.
As excretas eram transferidas para um pequeno balde plástico com tampa e
numerado segundo cada gaiola; as bandejas coletoras de excretas eram lavadas
em água corrente, secas em toalha de pano e retornadas à gaiola. Durante esta
operação uma bandeja reserva passava a ocupar aquela gaveta, e assim
54
concomitantemente. As excretas coletadas foram mantidas em freezer durante
todo o período de duração do teste.
O delineamento do ensaio foi inteiramente casualisado composto de quatro
tratamentos e cinco repetições, num total de 80 aves.
As rações utilizadas foram as mesmas produzidas para a condução do
experimento de desempenho zootécnico.
O ensaio baseou-se no método de coleta total de excretas (SIBBALD e
SLINGER, 1963) de franguinhos de 18 a 25 dias de idade, sendo três dias de
adaptação às rações experimentais e ao novo ambiente, e cinco dias para a
coleta das excretas. Para dar início à coleta das excretas, no vigésimo dia à tarde,
uma parcela de dez quilos de cada ração experimental foi misturada com 0,1% de
óxido de ferro – ração marcada –, e uma quantidade de ração de peso conhecido
colocada no comedouro correspondente de cada gaiola, após sua completa
limpeza.
Na manha do vigésimo primeiro dia as rações marcadas restantes nos
comedouros foram pesadas para determinar o consumo, especialmente daquela
dieta. Retiradas dos comedouros, foram armazenadas em sacos plásticos
identificados e os comedouros foram reabastecidos com as rações teste sem
marcação. As excretas coletadas nas bandejas e que apresentavam uma
coloração ocre intensa, devido à presença de óxido de ferro na ração, foram
separadas daquelas de coloração característica da espécie, e colocadas em
baldes plásticos numerados para início da coleta de excreta. As demais, não
marcadas, foram descartadas.
Para cada gaiola foram separados, em saco plástico identificado, três quilos da
ração tratamento, sendo daí retirada para o reabastecimento do comedouro no
período de 21 a 24 dias de idade.
Ao final do quarto dia de coleta de excreta, as rações tratamento restantes em
cada comedouro foram devolvidas aos sacos plásticos identificados, e os
comedouros reabastecidos com as rações marcadas corespondentes. A diferença
entre o peso inicial e o da sobra das rações marcadas e das não marcadas de
cada gaiola determinou o consumo de ração de cada unidade experimental,
55
registrados em ficha de controle de consumo de ração e de produção de
excreções.
Durante o quinto dia de coleta de excreta todo o material fecal de coloração
normal era separado e armazenado no balde numerado, enquanto o material de
cor ocre era descartado.
Ao final do quinto dia, as fezes armazenadas de cada gaiola foram pesadas, os
pesos foram anotados em ficha e, juntamente com uma amostra de todas as
rações experimentais, enviadas ao Laboratório de Nutrição Animal para os
procedimentos de análises.
No Laboratório, as amostras de fezes homogeneizadas foram colocadas
em estufa de circulação de ar a 55ºC para pré-secagem. A seguir as amostras de
ração e fezes foram submetidas aos procedimentos físicos e químicos para a
determinação da Matéria Seca (%), Nitrogênio (%), Extrato Etéreo(%) e Energia
Bruta de Queima (kcal/kg) (BRASIL – Compêndio Brasileiro de Alimentação
Animal, 1998).
Partindo-se dos resultados de laboratório foram calculados, através de
equações, os valores de Energia Metabolizável Aparente (EMA) e Energia
Metabolizável Aparente Corrigida para Nitrogênio (EMAn) (MATTERSON et al.,
1965).
Análise Estatística – os dados obtidos das variáveis estudadas foram
submetidos à Análise de Variância (ANAVA) e Teste F ao nível de significância de
6%. As médias dos tratamentos em cada variável estudada foram comparadas
entre si pelo Teste de Tukey (P<0,06) através da D.M.S., utilizando o programa
estatístico SANEST
56
Cálculo de Energia Metabolizável Aparente (EMA):
EMA = EB ing - EB exc
MS ing
Cálculo de Energia Metabolizável Aparente Corrigida para Nitrogênio
(EMAn):
EMAn = (EB ing - EB EXC) - 8,22 x BN
MS ing
BN = N ing – N exc
Onde:
EB = Energia Bruta em kcal
MS = Matéria Seca em g
N = Nitrogênio
Ing = Ingerido
Exc = Excretado
BN = Balanço de Nitrogênio em g
57
IV – RESULTADOS
IV.1 – DESEMPENHO ZOOTÉCNICO
IV.1.1 – Aos 42 dias de idade
Aos 42 dias de idade, quando os frangos já apresentavam um peso vivo
pronto para o abate, pode-se observar o efeito da adição de enzimas na ração ao
longo do período de criação, conforme demonstra a Tabela 5, que se segue.
TABELA 5 – Efeito da adição de -Xilanase e -Glucanase em rações de frangos
de corte até os 42 dias de idade
Tratamento
Consumo de
Ração
(kg)
Peso Vivo
Médio
(kg)
Conversão
Alimentar
Viabilidade
(%)
EMA regular 4,482 2,519a
1,78
94,99
EMA regular + CCE 4,497 2,512a
1,80
94,02
EMA reduzida 4,466 2,436b
1,84
94,88
EMA reduzida + CCE 4,592 2,527a
1,82
93,67
CV 4,72 2,31 4,18 4,60
DMS 0,256 0,069 0,091
5,236
Médias nas colunas com letras diferentes são significativas (P<0,05)
O consumo de ração não foi influenciado pelos níveis de energia da dieta,
que foram formulados em quantidade maior nas rações EMA regular e EMA
regular + CCE, ou reduzidos em 50 kcal de EMA/kg nas rações EMA reduzida e
EMA reduzida + CCE. Da mesma forma que não se observou efeito da adição de
58
enzimas sobre as rações A, tratamento EMA regular + CCE ou sobre as rações C,
tratamento EMA reduzida + CCE.
O peso vivo médio aos 42 dias de idade mostrou-se significativamente
menor quando o tratamento consistiu na dieta com 50 kcal de EMA/kg a menos
(EMA reduzida). A adição de enzimas -Xilanase e -Glucanase não resultou em
efeito no peso médio quando adicionada às rações com mais alto teor de energia
(EMA regular + CCE), mas nas rações (EMA reduzida + CCE) onde o teor de
energia era menor o resultado de peso foi significativamente maior, igualando-se
aos resultados da dieta mais energética (EMA regular).
As variáveis conversão alimentar e viabilidade não foram influenciadas
pelos tratamentos.
IV.1.2 – Aos 47 dias de idade
Aos 47 dias de idade, pode-se observar sobre as variáveis econômicas e
de desempenho zootécnico o efeito da adição de enzimas nas rações (Tabela-6),
conforme se segue.
TABELA 6 – Efeito da adição de -Xilanase e -Glucanase em rações de frangos
de corte até os 47 dias de idade
Tratamento
Consumo
de Ração
(kg)
Peso Vivo
Médio
(kg)
Conversão
Alimentar
Viabilidade
(%)
EMA regular 5,307 2,866ab
1,84b
93,68
EMA regular + CCE 5,223 2,894a
1,80b
93,34
EMA reduzida 5,453 2,805b
1,95a
93,87
EMA reduzida + CCE 5,433 2,913a
1,86b
93,00
CV 4,19 2,51 3,10 4,30
DMS 0,270 0,086 0,069
4,870
Médias nas colunas com letras diferentes são significativas (P<0,05)
Para o consumo de ração nesta idade também não foram observados
efeitos dos níveis de energia formulados nas rações A (EMA regular) e C (EMA
59
reduzida), bem como efeito da adição de enzimas nos tratamentos EMA regular +
CCE e EMA reduzida + CCE.
O peso vivo médio dos frangos aos 47 dias de idade também foi
significativamente menor quando as rações oferecidas ao longo de sua criação
continham 50 kcal de EMA/kg a menos (EMA reduzida), em relação aos
tratamentos EMA regular e EMA regular + CCE com níveis de EMA maiores, ou
ao tratamento EMA reduzida + CCE onde o complexo enzimático foi adicionado à
ração menos energética.
As enzimas -Xilanase e -Glucanase não resultaram em aumento no peso
vivo quando adicionadas às rações com mais alto teor de energia (EMA regular +
CEC). Todavia, no tratamento EMA reduzida + CEC, em que o teor de energia era
menor (50 kcal de EMA/kg) e tinha a adição das enzimas, o ganho de peso foi
significativamente maior do que o da ração não suplementada, igualando-se aos
resultados dos tratamentos EMA regular e EMA regular + CEC com rações mais
energéticas.
Para a conversão alimentar no tratamento EMA reduzida observou-se um
resultado significativamente pior que os demais. Por outro lado, no tratamento
EMA reduzida + CEC a adição de enzimas mostrou um resultado de conversão
alimentar igual aos tratamentos EMA regular com e sem enzima.
Para a variável viabilidade não foram observadas diferenças entre os
tratamentos.
IV.2 – VALOR ENERGÉTICO
As rações de engorda dos quatro tratamentos foram submetidas a um
ensaio de determinação de Energia Metabolizável Aparente (EMA) e Energia
Metabolizável Aparente corrigida para Nitrogênio (EMAn), sendo os valores
apresentados na Tabela 7, que se segue.
60
TABELA 7 – Efeito da adição de -Xilanase e -Glucanase sobre o valor de EMA
e EMAn da ração de engorda de frangos de corte
Tratamento EMA (kcal/kg) EMAn (kcal/kg)
EMA regular 3.457a
3.254a
EMA regular + CCE 3.497a
3.276a
EMA reduzida 3.384b
3.175b
EMA reduzida + CCE 3.483a
3.296a
CV 1,47 1,78
DMS 71,525 77,565
Médias nas colunas com letras diferentes são significativas (P<0,06)
As rações de engorda dos tratamentos EMA regular e EMA regular + CCE
foram formuladas para conter um mesmo valor de energia (ração A), sendo que
no tratamento EMA regular + CCE ela foi ainda suplementada com complexo
enzimático. Para a ração formulada para estes tratamentos pode-se observar que
a adição de·-Xilanase e·-Glucanase não concorreu para aumentar a
digestibilidade energética, resultando em valores de EMA semelhantes.
A ração de engorda do tratamento EMA reduzida (ração C) foi formulada
para conter cerca de 50kcal de EMA/kg a menos. Os valores de EMA e EMAn
encontrados neste ensaio apresentaram diferença significativa entre as rações
dos tratamentos EMA regular e EMA reduzida, que em quantidades absolutas
encontradas foram para EMA de 73 kcal/kg e para EMAn de 79 kcal/kg, embora
os valores formulados tenham sido de 50 kcal EMA a menos.
A ração EMA reduzida + CCE, por outro lado, teve valores de EMA e EMAn
semelhantes aos resultados obtidos no ensaio para as rações EMA regular sem e
com adição das enzimas, indicando que o complexo enzimático promoveu uma
recuperação do valor energético da dieta.
61
V – DISCUSSÃO
Nas duas idades estudadas, exatamente por serem aquelas preferidas pela
indústria avícola nacional para que o frango seja levado ao abate, o consumo de
ração não foi influenciado nem em decorrência do valor energético, nem da
adição de enzimas às rações.
A dieta C, composta de quatro rações (pré-inicial, inicial, engorda e abate)
foi formulada para um conteúdo de energia metabolizavel menor em 50 kcal/kg, o
que permitia esperar um consumo maior pelas aves, tomando-se como base
conceitos definidos por Sibbald et al. (1960), Deaton et al. (1983), Leeson et al.
(1991), Leeson et al. (1996a e 1996b) de que há uma correlação inversa entre o
consumo de ração e a concentração energética da dieta.
Esta diferença de concentração de energia (EMA e EMAn) entre as rações
do tratamento EMA regular e do tratamento EMA reduzida, pode ser confirmada
no ensaio de energia realizado com a ração de engorda dos quatro tratamentos
deste experimento. Por outro lado, se comparada com os resultados do trabalho
de Leeson et al. (1996b) em que os efeitos sobre o consumo de ração foram
evidenciados entre dietas com 200 kcal de EM/kg de diferença, pode-se aceitar a
hipótese de que o trabalho envolveu diferenças de energia muito pequenas, ou
seja, 50 kcal de EMA/kg de ração, para infuenciar no consumo.
Além disso, também afirmam Leeson et al. (1996a) que os frangos possuem uma
boa capacidade de controlar a ingestão de ração com base na necessidade de
normalizar sua ingestão de energia, o que nos levaria a concluir que o diferencial
de energia entre os tratamentos não foi suficiente para promover uma alteração
no consumo.
Para a variável peso vivo médio aos 42 e 47 dias de idade ficou claramente
evidenciado que a ração formulada com menor conteúdo de EMA (ração C)
62
afetou negativamente o desempenho dos frangos, provavelmente em decorrência
de um menor aporte de energia. Este resultado de peso vivo era plenamente
esperado desde que Sibbald et al. (1960) já correlacionavam o desempenho da
ave com o conteúdo energético da dieta. Da mesma forma, Leeson et al. (1966b)
demonstraram haver uma redução linear no peso da carcaça e rendimento de
carne de peito quando a dieta era diluída em sua concentração de energia,
enquanto Deaton et al. (1983) observaram que frangos submetidos a uma dieta
formulada para conter 3100 e 3175 kcal de EM/kg levavam um dia a mais de
idade (48 versus 47 dias) para alcançar o peso de frangos alimentados com
dietas formuladas com 3250 e 3325 kcal de EM/kg.
Como a dieta do tratamento EMA reduzida foi formulada para conter 50
kcal de EMA/kg a menos que a dieta do tratamento EMA regular, e a
suplementação enzimática oferecida no tratamento EMA reduzida + CCE previa
cobrir esta diferença, desde que melhorasse a digestibilidade de PNAs da dieta,
os resultados de peso vivo médio obtido nas duas idades examinadas
demonstram que este objetivo foi alcançado durante o processo de criação dos
frangos. Por outro lado, quando se compara o resultado do ensaio de
metabolismo realizado com as rações de engorda, fica ratificada esta posição ao
se verificar que os valores de EMA e EMAn alcançados são semelhantes para as
rações EMA regular, sem e com adição de enzima, e EMA reduzida com adição, e
menores para a ração EMA reduzida. Muito embora tenha sido constatado que os
valores encontrados para EMA e EMAn neste ensaio foram maiores do que
aqueles formulados, as diferenças são muito evidentes.
Comparando-se os resultados absolutos de EMA e EMAn da ração de
engorda do tratamento EMA reduzida (3.384 e 3.175) com aqueles da ração de
engorda do tratamento EMA reduzida + CCE (3.483 e 3.296), verifica-se que
houve um acréscimo de energia de 2,92% e 3,81%, respectivamente. Se nos
reportarmos a Seskevicience et al. (1999), iremos encontrar um aumento de 4 a
7% sobre o valor de EMA da dieta, quando estes autores trabalharam com
diferentes cultivares de trigo, em que a presença de PNAs é destacadamente
maior. Também Daenicke et al. (1997), Salobir (1998), Salobir et al. (2000) e
Preston et al. (2001), com adição de enzima -Xilanase sozinha ou associada a -
63
Glucanase na dieta, demonstraram haver melhor utilização de nutrientes (MS e
Nitrogenados) e valor de energia metabolizável.
O alcance de um peso vivo médio no tratamento EMA reduzida com
enzima semelhante àquele obtido no tratamento EMA regular nas duas idades
estudadas vem demonstrar que houve aumento na digestibilidade de PNAs
presentes naquela dieta à base de sorgo e farelo de soja, aumentando seu valor
energético. Este resultado coincide com os achados de Zanella et al. (1999), que
observaram um ganho de 1,9% sobre o peso corporal numa dieta de milho e soja.
Também Ouhida et al. (2000) com dietas à base de milho, cevada e trigo,
Daenicke et. al. (2000) com rações contendo centeio e uma mistura de sebo
bovino e óleo de soja, Iji et al. (2001) com uma variedade de trigo de baixo valor
energético, e Hooge (2001) numa dieta de milho, farelo de soja e farinhas de
subprodutos de aves demonstraram que a adição de exoenzimas contendo -
Xilanase e -Glucanase, associadas ou não a outras carboidrases, melhorou
significativamente o peso médio e, consequentemente, o ganho médio diário de
frangos em idade de abate.
As aves submetidas à dieta do tratamento EMA regular + CCE
tiveram um resultado de peso vivo médio semelhante àquele obtido no tratamento
EMA regular e EMA reduzida + CCE, demonstrando não ter havido efeito
significativo da adição do complexo enzimático. Com este resultado poderíamos
concluir que os níveis energéticos formulados nas quatro rações que compunham
a dieta do tratamento EMA regular foram suficientes para a máxima resposta
daqueles frangos, não sendo assim influenciados pelo possível acréscimo de
energia.
Estes achados coincidem com Hooge (2001), que demonstrara que a
adição de enzimas em dietas de alta energia não influenciava as variáveis de
desempenho, provavelmente devido a um baixo nível de PNAs nas rações que
foram formuladas com milho, farelo de soja e farinhas de subprodutos de
abatedouro de aves.
A conversão alimentar é a relação entre a unidade de ração consumida por
unidade de ganho de peso e, desta forma, verificou-se que aos 42 e 47 dias de
idade não houve diferença de consumo de ração entre os tratamentos, mas houve
diferença de peso vivo médio para aquelas aves submetidas à dieta do tratamento
64
EMA reduzida. Este fato, por si só, permitiria concluir que haveria uma pior
conversão para as aves lotadas naquele tratamento. Na verdade, à luz dos
resultados, observou-se que aos 42 dias de idade não houve diferença
significativa entre os tratamentos para a variável CA, enquanto aos 47 dias de
idade verificou-se que os frangos alimentados com a dieta C apresentavam um
resultado significativamente inferior aos demais tratamentos, para a CA.
A conversão alimentar com a dieta EMA reduzida + CCE semelhante ao
resultado da dieta EMA regular, não deixa dúvida que a adição do complexo
enzimático na ração que possuía mais baixo teor de energia liberou nutrientes,
especialmente carboidratos não amídicos, fontes de energia, em níveis ou
concentrações suficientes para que as aves atingissem um desempenho igual
àquelas alimentadas com rações de mais alto valor energético. Tal fato permite
aceitar a hipótese de que as enzimas -Xilanase e -Glucanase conferiram um
aporte formulado de pelo menos 50 kcal de EMAn/kg aos frangos nas quatro
rações que compuseram a dieta. O valor calculado em ensaio de metabolismo
para a ração de engorda foi de um aporte real de 99 kcal de EMA/kg, ou de 121
kcal de EMAn/kg de ração. Vale notar que Deaton et al. (1983) já ressaltavam que
a conversão alimentar decrescia em valor absoluto significativamente com o
aumento do nível de energia da dieta.
Este resultado parece ser coincidente com os achados de Zanella et al.
(1999) que observaram um ganho de 2,2% sobre a CA numa dieta de milho e
farelo de soja. Também Ouhida et al. (2000) com dietas a base de milho, cevada
e trigo, Daenicke et. al. (2000) com rações contendo centeio e uma mistura de
sebo bovino e óleo de soja, Iji et al. (2001) com uma variedade de trigo de baixo
valor energético e Hooge (2001) numa dieta de milho, farelo de soja e farinhas de
subprodutos de aves, demonstraram que a adição de exoenzimas contendo -
Xilanase e -Glucanase, associadas ou não a outras carboidrases, melhoraram
significativamente a conversão alimentar de frangos em idade de abate.
É importante ressaltar que, apesar da maioria destes trabalhos terem
utilizado o milho como principal fonte de energia e nossas rações terem sido
formuladas com sorgo, há uma grande semelhança nutritiva entre estes dois
grãos, fato este bem demonstrado em trabalhos de Rooney e Miller (1982),
65
Bornstein e Bartov (1967) e Diniz et al. (2002), o que nos permite estabelecer uma
comparação com os nossos resultados.
Dos resultados demonstrados permite-se concluir que:
A adição do complexo enzimático testado demonstrou atividade enzimática
em dietas à base de sorgo e farelo de soja suficiente para influenciar no
desempenho zootécnico do frango de corte à idade de abate.
A adição do complexo enzimático às rações favoreceu um ganho no
processo de digestão enzimática no TGI de frangos correspondendo a pelo
menos 50 kcal de EMA/kg para as rações formuladas até o abate, permitindo a
formulação de uma dieta com menor conteúdo energético.
Na ração de engorda a contribuição do complexo enzimático ao processo
digestivo foi de 99 kcal de EMA/kg e 121 kcal de EMAn/kg.
66
VI – BIBLIOGRAFIA CONSULTADA:
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71
CONCLUSÕES GERAIS
Com base nos resultados demonstrados nos Capítulos I e II, podemos
concluir que:
O uso da enzima exógena fitase em rações de frangos de corte elaboradas
à base de sorgo grão e farelo de soja é capaz de liberar fósforo fítico durante o
processo digestivo, diminuindo a adição de fontes minerais deste elemento nas
rações.
A adição de glucanase e xilanase às rações de frangos de corte produzidas
à base de sorgo e farelo de soja hidrolisam açúcares de polissacarídeos não
amiláceos durante o processo digestivo, incrementando o valor de energia da
dieta.
Devido ao máximo aproveitamento do fósforo fítico e de fibras digestíveis
contidos nos cereais e outros ingredientes vegetais das rações de frangos de
corte, espera-se haver uma redução do volume excretado destes elementos,
minimizando o risco de impacto sobre o meio ambiente.
72
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84
ANEXO 1
COMPOSIÇÃO DE NUTRIENTES DOS INGREDIENTES USADOS NA
FORMULAÇÃO DAS RAÇÕES
Ingredientes usados
Nutrientes
Unid
Sorgo
grão 1
Sorgo
grão 2
Farelo
Soja
DL-
metionina
L-Lisina
EMA kcal 3250 3250 2302 5020 3700
Proteína bruta % 8,80 9,00 46,50 58,00 95,60
Fibra bruta % 3,00 3,00 7,27
Extrato etéreo % 3,54 3,54 1,84
Matéria mineral % 1,20 1,20 5,53
Cálcio % 0,04 0,04 0,36
Fósforo total % 0,30 0,30 0,68
Fósforo disponível % 0,09 0,09 0,22
Sódio % 0,03 0,03 0,02
Cloro % 0,08 0,08 0,10
Arginina % 0,36 0,37 3,53
Metionina % 0,16 0,17 0,65 99,00
Metionina disp. % 0,14 0,14 0,60 99,00
Met+Cist % 0,32 0,33 1,33 99,00
Met+Cist disp % 0,26 0,27 1,17 99,00
Lisina % 0,21 0,22 2,92 78,40
Lisina disp % 0,17 0,18 2,60 78,40
Triptofano % 0,09 0,09 0,61
Triptofano disp % 0,09 0,09 0,51
Trreonina % 0,28 0,29 1,85
Treonina disp % 0,26 0,27 1,60
EMA – Energia Metabolizavel Aparente
85
ANEXO 2
COMPOSIÇÃO DE NUTRIENTES DOS INGREDIENTES USADOS NA
FORMULAÇÃO DAS RAÇÕES
Ingredientes usados
Nutrientes
Unid
Óleo
degomado
soja
Sal
cozinha
Fosfato
bicálcico
Calcário
EMA kcal 8800 - - -
Proteína bruta % - - - -
Fibra bruta % - - - -
Extrato etéreo % 99,50 - - -
Matéria mineral % - - 87,00 95,00
Cálcio % - - 23,00 36,65
Fósforo total % - - 18,00 -
Fósforo disponível % - - 18,00 -
Sódio % - 38,50 0,06 -
Cloro % - 61,30 0,013 -
EMA – Energia Metabolizavel Aparente
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