RESUMO
MONTEFUSCO, S. R. A. Diagnósticos de enfermagem identificados em famílias em
situação de acompanhamento hospitalar utilizando o modelo Calgary. 2007.
129f.Dissertação (mestrado) – Faculdade de Enfermagem, Universidade Federal de Goiás,
Goiânia, 2006.
A família assume um significado especial para o bem-estar e a saúde de seus membros, desta
forma, os enfermeiros devem considerar a família dos pacientes como parte integrante da
unidade de cuidado. No contexto da internação hospitalar de adultos este aspecto tem sido
pouco valorizado. Frente ao exposto, emerge a necessidade de avaliar e intervir junto à
família das pessoas durante o processo de hospitalização, independente de qual seja sua
alteração de saúde. Este estudo tem o objetivo de analisar o perfil de diagnósticos de
enfermagem identificados junto a famílias em situação de acompanhamento de pessoas
hospitalizadas para tratamento e doenças crônicas não-transmissíveis, utilizando o Modelo
Calgary de Avaliação. Este estudo descritivo foi realizado na clínica médica de um hospital
escola da região centro-oeste, durante o período de janeiro a junho de 2006. Foram incluídas
12 famílias que estavam acompanhando pacientes no período de coleta de dados, que
concordaram em participar mediante assinatura do termo de consentimento livre e
esclarecido. A pessoa internada e seus familiares foram tomados como unidade participante
da pesquisa. Os mesmos foram entrevistados nas enfermarias, de uma a três vezes, conforme
necessário. Os encontros foram gravados e a entrevistas transcritas. O processo diagnóstico
foi realizado pelo pesquisador e validado por um perito. A declaração diagnóstica foi
realizada com base na Taxonomia II da North American Nursing Diagnosis Association,
versão 2005-2006. Os achados foram discutidos focalizando os títulos diagnósticos, fatores
relacionados e características definidoras à luz do Modelo Calgary de Avaliação. Foram
encontradas 12 categorias diagnósticas, sendo nove reais e três de risco, totalizando 49
diagnósticos de enfermagem. Não foram detectados diagnósticos de bem-estar. O número de
diagnósticos variou de dois a sete, sendo a média de diagnósticos por família foi quatro.
Foram identificados por ordem de freqüência com os seguintes diagnósticos: tensão devido ao
papel de cuidador (100%), comunicação verbal prejudicada (75%), manutenção do lar
prejudicada (66%), processos familiares interrompidos (66%), interação social prejudicada
(25%), paternidade prejudicada (16,6%) e risco para interação social prejudicada (16,6%).
Com ocorrência menor que 10% foram identificados: enfrentamento familiar incapacitado,
paternidade e maternidade prejudicada, risco para infecção e processos familiares
disfuncionais: alcoolismo. Embora não esteja incluído na Taxonomia da North American
Nursing Diagnosis Association, foi identificado risco para infestação em uma família. Este
perfil denota problemas de desenvolvimento e funcionamento das famílias participantes do
estudo, sendo alguns deles anterior ao processo de hospitalização e outros agravados ou
causados pela situação de internação. Os enfermeiros precisam estar atentos às famílias que
estão sob os seus cuidados, cabendo-lhes desenvolver estratégias compartilhadas com toda a
equipe multidisciplinar para proteger as famílias em relação a estas ocorrências, para evitar
que o adoecimento de um familiar leve a maiores abalos na estrutura e funcionamento das
famílias. Fazer a avaliação das famílias permite identificar as suas forças e fragilidades,
permitindo uma intervenção mais acurada por parte dos profissionais.
Palavras-chaves: enfermagem, família, diagnóstico de enfermagem, enfermagem familiar.