auto-imagem quanto na forma de se ver e de se posicionar no mundo enquanto
sujeito.
A escola, de acordo com Enderle (1988), ao propor a Orientação Sexual aos alunos
tenta suprimir toda e qualquer manifestação de energia, autonomia e prazer.
Segundo Enderle (1988, p. 46),
o intuito é justamente promover a desqualificação sexual, esvaziando
a sexualidade de conteúdos gratificantes, descobrindo-a e
substituindo-a por uma intoxicação improfícua de informações sobre
a fisiologia do corpo humano, anatomia dos órgãos reprodutores,
numa narrativa fria e técnica, onde infalivelmente, são omitidas
informações sobre o prazer e a excitação, tema tabu nas
abomináveis lições de sexualidade. A escola cumpre juntamente com
a sociedade, sua função dessexualizante, visando salvaguardar as
instituições.
Também Guirado (1997, p.35) afirma que,
as crianças ou adolescentes, como alunos, reeditam nas relações
constituídas na escola, suas fantasias, seus desejos, conflitos, sua
história; reeditam a posição que se vêem ocupando vida adentro nas
relações entre gerações, gêneros, raças e/ou religiões; há um
entrecruzamento fértil, circunstancialmente dado, desses e de outros
vetores. Pretender organizar cada um desses planos, direcionando-
os para um único norte, ou melhor, pretender organizá-los em
atitudes uniformes, conforme as metas de uma educação atitudinal,
é, sem dúvida, uma tarefa a que a escola se propõe, como não
poderia deixar de ser, para se fortalecer como instituição social. Mas
é exatamente nisto que força a barra, que ultrapassa seus limites,
anda na contramão de uma ética da relação social, e mesmo da
intimidade.
A Orientação Sexual nas escolas deve deixar de ser uma questão meramente
técnica para ser uma questão abrangente, uma questão social e histórica, pois não
se pode educar de maneira fragmentada, dividida e superficial. Isso, implicitamente,
reforça a educação tradicional, sistemática, induzindo o adolescente a ter uma visão