Download PDF
ads:
Universidade de Brasília
Instituto de Ciências Biológicas
Departamento de Botânica
Programa de Pós Graduão em Botânica
Dissertão de Mestrado
Estudos fitogeográficos em
Vernonia
Schreb.
sensu lato
(Asteraceae) no bioma
Cerrado
Mestranda: Vanessa Lopes Rivera
Orientadora: Carolyn Elinore Barnes Proea
Brasília
2006
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
4
Universidade de Brasília
Instituto de Ciências Biológicas
Departamento de Botânica
Programa de Pós Graduão em Botânica
Estudos fitogeográficos em
Vernonia
Schreb.
sensu lato
(Asteraceae) no bioma Cerrado
Vanessa Lopes Rivera
Orientadora: Carolyn Elinore Barnes Proea, Ph. D.
Disser
tação apresentada ao
Departamento de Botânica do
Instituto de Ciências Biológicas
da Universidade de Brasília como
parte dos requisitos necessário à
obtenção do título de Mestre em
Botânica.
Brasília
2006
ads:
5
Rivera, Vanessa Lopes.
Estudos fitogeográficos em Vernonia Schreb. sensu lato
(Asteraceae) no bioma Cerrado / Vanessa Lopes Rivera. 2006.
ii, 119 f. : il. ; 30 cm.
Dissertação (mestrado) Universidade de Brasília, Instituto
de Ciências Biológicas, 2006.
Orientação: Carolyn Elinore Barnes Proença.
1. Fitogeografia. 2. Vernonia. 3. Cerrado. 4. Botânica.
I. Título
CDU 581.9(251.3)
6
Não corra atrás das borboletas,
plante uma flor em seu jardim
e todas as borboletas virão até ela.
D. Elhers
Agradecimentos
Agradeço:
A Deus que meu deu força e coragem para comar e terminar esta jornada tão difícil
em minha vida.
Aos meus pais e meu irmão que me apoiaram em todos os momentos, entendendo as
ausências, o mau humor, o cansaço e que sempre estiveram ao meu lado.
Ao Pedro, pelo apoio incondicional, por ter-me “empurradopara o estágio no
herbário em 2001 e depois para o mestrado em 2003. Obrigada por sempre ter acreditado em
mim, mais do que eu mesma, inclusive. Obrigada pela compreensão, companheirismo, amor,
força, apoio, etc., estou te devendo essa!
À minha família (avós, tias, tios, primos) que mesmo sem entender direito o que eu
fazia, estava sempre interessada, perguntando, me apoiando e entendendo as ausências. E é à
vocês todos, juntamente com a mammy, o pappy, Vini e Pedro que dedico este trabalho.
À Carol pelo convite para me orientar neste mestrado, pela confiança em mim e na
minha capacidade durante todos estes anos. Obrigada por tantas horas de discussões que
resultaram num trabalho lindo e por ter me ensinado o que era fazer ciência já que fostes a
minha única orientadora desde a graduação.
A todos os professores (Fabian, Paulo Eduardo, Eneida, Luis, Dalva, Augusto,
Manoel Cláudio e Jeanine) pelo aprendizado e amizade ao longo destes anos todos.
Especialmente à Carol, Graça e Lúcia não só pelas disciplinas ministradas mas também pelo
convívio diário no laboratório, pela companhia em tantos lanches das 10 e das 16h, pelo
apoio logístico, burocrático e psicológico.
Ao Carlos Fabiano pela cópia do Arcview sem o qual teria sido muito difícil fazer os
meus mapas; à Andréa, Dulce e Manoel Cláudio pela ajuda com a análise de TWINSPAN.
Ao Jimi primeiro pelas orientações neste trabalho, pela ajuda taxonômica com esta
família tão linda e complicada que decidimos trabalhar. Obrigada por tantos artigos e livros
enviados, por tantos e-mails trocados, pela recepção em Uberlândia e pela amizade
construída ao longo destes anos.
Ao Manoel Cláudio, Jimi, Graça e Regina por terem contribuído muito com essa
dissertação com seus comentários pelas bancas que passei.
Aos curadores de todos os herbários que visitei pela gentileza e disponibilidade em
me receber em seus laboratórios.
4
À Dulce Mendes do IBGE pela ajuda na nomenclatura das quadrículas.
Ao Vando e ao Mendes por ter me acompanhado junto a amigos queridos em tantas
saídas e viagem de campo.
Aos Zés (pra não fugir do padrão) que ajudaram tanto no trabalho do dia-a-dia do
laboratório.
Às meninas do herbário, Dani, Michele, Renata, Roberta, Grazi e etc pelo carinho.
Aos secretários, Herbert, Viviane, Rafael, Regina, Irióde, Juliene e Gustavo por
tantos galhos quebrados.
Aos amigos da vida inteira (Julio, Paulo, Fábio, Márcio, Jabor, Candice e Gabriela) e
especialmente a Juliana, que desde o Sigma vêm caminhando ao meu lado, sempre me
apoiando, acompanhando e torcendo mesmo que de longe. Desculpe a ausência nestes dois
últimos anos, amo vocês pra sempre.
A todas as pessoas maravilhosas que este mestrado me proporcionou conhecer. Povo
da minha turma de 2004 (Eduardo, Zé Paulo, Paulo, Mila, Jana, Flores, Regina, Bia, Lu e Si)
quantas coisas boas e ruins passamos juntos. Quanto orgulho eu tenho de ter feito parte de
uma das turmas mais unidas e animadas que o departamento já viu. Obrigada pela confiança
ao me nomearem representante de vos, pelas festas e lanches juntos, tantas aulas e
seminários que vocês tornaram agradáveis.
À turma de 2005, que chegou e logo entrou no esquema, obrigada pela amizade e boa
sorte!
Aos amigos da graduação em Biologia da UnB (especialmente Samuca, Rodrigo,
Saulo e Joana) que ás vezes de longe, ás vezes de perto, sempre estavam interessados e se
mostraram amigos!
Ao Padu por tantos galhos quebrados, tantas xerox, tantos arquivos enviados pela
internet que nos manteve próximos mesmo durante o seu doutorado. Obrigada pela
orientação na minha primeira monitoria, meu primeiro pôster, primeiro congresso. Você se
tornou um grande amigo e uma referência.
Ao Stefano e João, obrigada pela amizade sincera, pela confiança, pela companhia,
pelo apoio nas horas difíceis, pelos presentes, bonecos de biscuit, fotos de Vernonia, artigos
que me mandaram porque leram e acharam que serviria. Nunca vou esquecer o carinho de
vocês, eu sei que vocês já sabem, mas, podem continuar contando comigo.
À Jhosye, que de início, não gostava de mim, me achava chata e metida, não abria a
porta do herbário, e que hoje é uma das minhas melhores amigas. Obrigada pela companhia
em infinitos almoços, pelas infinitas conversas sobre tudo, por sempre me ouvir nas horas
5
difíceis, apesar de você acabar chorando mais que eu. Pode ter certeza de que nunca vou te
esquecer, sempre estaremos em contato, pra onde que a vida nos leve.
À Bia querida, que me ensinou tanto, de botânica, de powerpoint e corel (você faz as
apresentões e painéis mais bonitos que eu já vi) , de perfeccionismo, ser detalhista, querer
fazer sempre o melhor. Acho que eu já tinha um pouco dessas coisas e isso nos aproximou
desde o início, em 2001. Aprendi muito com você, conversamos muito, dividimos angústias,
viajamos juntas. Vofoi uma excelente companheira nesta jornada louca que nos fez penar
tanto e s demos força uma pra outra, sempre. Conte comigo!
Ao Lu, que nem sei direito por onde começar. Me ensinou a maior parte do que eu
sei hoje sobre botânica. Sem ele, esta dissertão nunca teria saído. Ela começou com ele,
que desistiu dela em 2001 e a deixou pra mim. Me ensinou a identificar a maior parte das
espécies deste trabalho, me ensinou a escrever, a trabalhar em grupo, e também me ensinou
tanto da vida! Não existe ninguém igual a você. Obrigada pela disponibilidade, paciência,
apoio, força, orientação, por muitas vezes, vosabe, vofoi o meu orientador, e pela sua
amizade. Você me fez confirmar a teoria de que dá pra se divertir trabalhando e de que tem
tempo para tudo. Te adoro!
À Si, que foi o maior presente que o mestrado que me deu. Que honra ter conhecido
você através deste curso insano que decidimos fazer. Não há palavras que expressem a
gratidão que tenho por você por ter estado comigo sempre. Sempre mesmo. Ter ficado até
mais tarde no herbário para eu não ficar só, ter perdido ninjutsu pra me fazer companhia.
Obrigada pelos conselhos, pelas palavras, mais principalmente pelos gestos. Evidentemente
não estou falando dos tecos, nem dos golpes, nem muito menos dos banhos do Bruce.
Pode estar certa de que jamais me esquecerei de você e que vamos continuar juntas pela vida
inteira, mesmo quando a gente não for mais amiga de todo dia.
Ao Emerson, à Danni, à Laura (só um pouco), ao Chris e Coldplay, e a tantos outros,
mas especialmente ao Bono e ao U2 pelas infinitas horas de companhia me entretendo com
música da boa!
Por fim, agrado ao Programa de Pós Graduação em Botânica, ao Departamento de
Botânica e a Universidade de Brasília por todo apoio em toda a minha formação e à CAPES
pelo apoio financeiro fornecido.
6
Índice
Resumo
.... ...........................................................................................................................i
Abstract
... ........................................................................................................................
ii
Introdução
1) Fitogeografia .................................................................................................................1
2) O Bioma Cerrado ..........................................................................................................2
3) Conservação do Cerrado ................................................................................................3
4) O gênero Vernonia Schreb............................................................................................. 4
Objetivos
. ..........................................................................................................................7
Metodologia
1) Coleta de dados ..............................................................................................................7
2) Mapas.. ..........................................................................................................................8
3) Análise Multivariada ...................................................................................................10
Resultados e Discussão
....................................................................................................11
1) Mapas.. ........................................................................................................................11
2) Análise Aglomerativa UPGMA .................................................................................36
3) Análise Divisiva TWINSPAN ..................................................................................45
4) Consenso das análises ..................................................................................................51
5) Comparão com outros trabalhos ...............................................................................58
6) Endemismo .................................................................................................................60
7) Conservação ................................................................................................................61
8) Análise Aglomerativa Reversa UPGMA....................................................................69
9) Análise Divisiva Reversa - TWINSPAN ......................................................................74
10) Consenso das análises reversas ...................................................................................76
Conclusão
........................................................................................................................86
Referências Bibliográficas
...............................................................................................87
Anexo A Lista de espécies por estado de ocorrência .......................................................93
Anexo B Lista de quadrículas que comem cada província UPGMA .......................103
Anexo C Lista de quadrículas que comem cada província TWINSPAN .................105
Índice de Figuras
Figura 1.
Distribuição geral do gênero Vernonia no bioma Cerrado.............................................. 12
Figura 2.
Distribuição de V. adenophylla, V. almedae, V. alpestris e V. ammophila no bioma
Cerrado......................................................................................................................................... 13
Figura 3.
Distribuição de V. angulata, V. apiculata, V. arachniolepis e V. arenaria no bioma
Cerrado......................................................................................................................................... 13
Figura 4.
Distribuição de V. argentea, V. argyrophylla, V. argyrotrichia e V. asteriflora no
bioma Cerrado .............................................................................................................................. 14
Figura 5.
Distribuição de V. aurea, V. balansae, V. barbata e V. bardanoides no bioma Cerrado . 14
Figura 6.
Distribuição de V. bishopii, V. brasiliana, V. brasiliensis e V. brevifolia no bioma
Cerrado......................................................................................................................................... 15
Figura 7.
Distribuição de V. brevipetiolata, V. buddleiifolia, V. bupleurifolia e V. caiapoensis no
bioma Cerrado .............................................................................................................................. 15
Figura 8.
Distribuição de V. carduoides, V. cephalotes, V. chalybaea e V. chamaedrys no bioma
Cerrado......................................................................................................................................... 16
Figura 9.
Distribuição de V. chamaepeuces, V. chamissonis, V. cinerea e V. cognata no bioma
Cerrado......................................................................................................................................... 16
Figura 10.
Distribuição de V. compactiflora, V. condensata, V. cordigera e V. coriacea no
bioma Cerrado .............................................................................................................................. 17
Figura 11.
Distribuição de V. cotoneaster, V. coulonii, V. crassa e V. cristalinae no Cerrado ....... 17
Figura 12.
Distribuição de V. crotonoides, V. cuiabensis, V. cuneifolia e V. desertorum no bioma
Cerrado......................................................................................................................................... 18
Figura 13.
Distribuição de V. diffusa, V. discolor, V. dura e V. echinocephala no Cerrado ........... 18
Figura 14.
Distribuição de V. echitifolia, V. edmundoi, V. eitenii e V. elegans no Cerrado ............ 19
Figura 15.
Distribuição de V. elsieae, V. eremophila, V. eriolepis e V. erythrophila no bioma
Cerrado......................................................................................................................................... 19
Figura 16.
Distribuição de V. farinosa, V. ferruginea, V. flexuosa e V. floccosa no Cerrado.......... 20
Figura 17.
Distribuição de V. foliosa, V. fonsecae, V. geminata e V. glabrata no Cerrado............. 20
Figura 18.
Distribuição de V. glanduloso-dentata, V. glazioviana, V. gracilis e V. grandiflora no
bioma Cerrado .............................................................................................................................. 21
Figura 19.
Distribuição de V. grearii, V. hatschbachii, V. helophila e V. herbacea no bioma
Cerrado......................................................................................................................................... 21
8
Figura 20.
Distribuição de V. heringeri, V. holosericea, V. hoveaefolia e V. hystricosa no bioma
Cerrado......................................................................................................................................... 22
Figura 21.
Distribuição de V. ignobilis, V. irwinii, V. lacunosa e V. laevigata no Cerrado ............ 22
Figura 22.
Distribuição de V. lanuginosa, V. laxa, V. ligulifolia e V. lilacina no Cerrado............. 23
Figura 23.
Distribuição de V. lindbergii, V. linearifolia, V. linearis e V. lithospermifolia no
bioma Cerrado .............................................................................................................................. 23
Figura 24.
Distribuição de V. lucida, V. macrophylla, V. mansoana e V. mariana no bioma
Cerrado......................................................................................................................................... 24
Figura 25.
Distribuição de V. megapotamica, V. mollissima, V. monocephala e V. mucronulata
no bioma Cerrado.......................................................................................................................... 24
Figura 26.
Distribuição de V. muricata, V. myrsinites, V. niederleinii e V. nitens no Cerrado ....... 25
Figura 27.
Distribuição de V. nitidula, V. obscura, V. obtusata e V. oligactoides no Cerrado........ 25
Figura 28.
Distribuição de V. oligolepis, V. onoporoides, V. pabstii e V. pannosa no bioma
Cerrado......................................................................................................................................... 26
Figura 29.
Distribuição de V. pedunculata, V. petiolaris, V. platensis e V. polyanthes no bioma
Cerrado......................................................................................................................................... 26
Figura 30.
Distribuição de V. pseudaurea, V. pseudo-nudiflora, V. psilophylla e V. psilostachya
no bioma Cerrado.......................................................................................................................... 27
Figura 31.
Distribuição de V. puberula, V. pungens, V. pycnostachya e V. quinqueflora no bioma
Cerrado......................................................................................................................................... 27
Figura 32.
Distribuição de V. radula, V. remotiflora, V. rosea e V. rosmarinifolia no bioma
Cerrado......................................................................................................................................... 28
Figura 33.
Distribuição de V. rubricaulis, V. rubriramea, V. salzmannii e V. santosii no bioma
Cerrado......................................................................................................................................... 28
Figura 34.
Distribuição de V scapigera, V. scaposa, V. schwenkiaefolia e V. scorpioides no
bioma Cerrado .............................................................................................................................. 29
Figura 35.
Distribuição de V. secunda, V. sellowii, V. sessilifolia e V. simplex no Cerrado ........... 29
Figura 36.
Distribuição de V. soderstroemii, V. souzae, V. spixiana e V. squarrosa no bioma
Cerrado......................................................................................................................................... 30
Figura 37.
Distribuição de V. stoechas, V. stricta, V. subulata e V. subverticillata no bioma
Cerrado......................................................................................................................................... 30
Figura 38.
Distribuição de V. tomentella, V. tragiaefolia, V. tweediana e V. varroniifolia no
bioma Cerrado .............................................................................................................................. 31
9
Figura 39.
Distribuição de V. velutina, V. venosissima, V. vepretorum e V. verbascifolia no
bioma Cerrado .............................................................................................................................. 31
Figura 40.
Distribuição de V. virgulata, V. viscidula, V. warmingiana e V. westiniana no bioma
Cerrado......................................................................................................................................... 32
Figura 41.
Distribuição de V. xanthophylla e V. zuccariniana no bioma
Cerrado.......................................................................................................................................... 32
Figura 42.
Mapa das coletas de Vernonia fora do contorno do Cerrado
contínuo......................................................................................................................................... 33
Figura 43.
Distribuição das 5 espécies mais amplamente distribuídas em quadrículas................... 34
Figura 44.
Distribuição das 5 espécies mais amplamente distribuídas pelos estados do Cerrado
Brasileiro ...................................................................................................................................... 35
Figura 45.
Dendrograma da análise de UPGMA das quadrículas com 10 ou mais coletas............. 37
Figura 46.
Dendrograma da análise de UPGMA das quadrículas com 5 ou mais coletas............... 38
Figura 47
. Mapa das províncias fitogeográficas do Cerrado segundo a análise de UPGMA.......... 39
Figura 48.
Dendrograma resultante da análise de TWINSPAN para as quadrículas com mais de
10 coletas...................................................................................................................................... 46
Figura 49.
Dendrograma resultante da análise de TWINSPAN para as quadrículas com mais 5
coletas........................................................................................................................................... 46
Figura 50
. Mapa das províncias fitogeográficas do Cerrado segundo a análise de TWINSPAN.... 47
Figura 51.
Mapa consensual das análises de UPGMA e TWINSPAN para o bioma Cerrado ........ 52
Figura 52.
Mapa de distribuição das espécies de Vernonia endêmicas do bioma Cerrado ............. 61
Figura 53
. Mapa de distribuição das unidades de conservação do bioma Cerrado cuja área vai de
1 até 1000 há................................................................................................................................. 62
Figura 54.
Mapa de distribuição das unidades de conservação do bioma Cerrado cuja área é de
1000 ha até 500000 há................................................................................................................... 63
Figura 55.
Mapa do nível de prioridade das quadrículas consensuais para o estabelecimento de
novas unidades de conservação no bioma Cerrado ........................................................................ 67
Figura 56.
Dendrograma resultante da análise de UPGMA reversa nas quadrículas com 10 ou
mais coletas .................................................................................................................................. 70
Figura 57.
Dendrograma da análise do TWINSPAN reversa nas quadrículas com 10 ou mais
coletas........................................................................................................................................... 74
Figura 58.
Cladograma de seções e subseções de Vernonia .......................................................... 83
10
RESUMO
Este trabalho visa estudar a fitogeografia do gênero Vernonia Schreb. (Asteraceae) no
bioma Cerrado, a fim de preservar este patrimônio genético, levando em consideração as
distribuições regionais e endêmicas e além de fornecer dados importantes à cerca de locais
prioritários para conservão dentro do bioma. Os dados foram obtidos em 13 viagens de coleta
bem como de exsicatas identificadas, provenientes de 15 herbários, a partir das quais se obteve
as coordenadas geográficas das 3810 coletas que foram ordenadas em planilha Excel. A partir
desta foram confeccionados mapas de distribuição das espécies de Vernonia ocorrentes no bioma
Cerrado connuo, o qual foi dividido em um gride de 176 retângulos de 1ºlat x 1º30long., a
partir do gride de 1:250000 do IBGE. Foram também realizadas análises multivariadas
UPGMA (índice de Jaccard) e TWINSPAN. A partir do consenso das duas análises obtiveram-se
11 províncias fitogeográficas para o Cerrado segundo Vernonia. Se contarmos as unidades
fitogeográficas, levando em conta as subprovíncias, seriam 14 unidades, destas, apenas 4
possuem mais de 1% da sua área protegida por unidades de conservação, evidenciando a situação
de perigo em que o bioma se encontra. Das 158 espécies encontradas, 7.6% são endêmicas do
bioma (de altas altitudes), 26% são restritas ao bioma e 74% ocorrem também fora do Cerrado,
sendo que a maior parte está em zonas de transição com outros biomas brasileiros. Dentre as
espécies de Vernonia, 26% encontram-se desprotegidas e 15% estão em perigo real. Também foi
feita uma análise reversa, também com UPGMA e TWINSPAN, transpondo-se a matriz e
agrupando as espécies pela ocorrência nas quadrículas e o resultado foi um total consensual de
20 grupos de espécies, sendo que a maioria pertence a subseção Scorpioides e são espécies de
ampla distribuição no bioma, e em seguida tem-se a subsão Nudiflorae que abriga a maior
parte das espécies endêmicas e restritas da análise.
Palavras-chave: Vernonia, Asteraceae, Cerrado, Fitogeografia.
11
ABSTRACT
This study aims to elucidate the phytogeographic patterns of Vernonia Schreb.
(Asteraceae) in the Cerrado biome, and be useful in conservation, providing high priority sites
for the establishment of new reserves. Data were obtained from 13 collecting expeditions and
from herbarium specimens of 15 herbaria. Specimens were identified and 3810 geographic
coordinates were registered in an Excel table. Maps were produced of the Vernonia species that
occured in the continuous Cerrado biome which was divided by the 1:250000 IBGE grid into
176 rectangles of 1º latitude x 1º
30' longitude. Data was analyzed using TWINSPAN and
UPGMA (Jaccard coefficient). The consensus of these two analyses produced 11
phytogeographic provinces in the Cerrado biome. If subprovinces were included 14
phytogeographic units were obtained and only in 4 of these more than 1% of their area was
protected by reserves, showing that the biome is in real danger. The study recorded 158 species
of Vernonia, 7.6% were endemics (highlands), 26% are restricted to the biome and 74% occur
also outside the Cerrado biome, most of these occuring in transitional areas. Twenty-six percent
of the Vernonia species are unprotected and 15% are endangered. A reverse analysis was also
performed transposing the matrixes and clustering species. The result was 20 groups of species
the majority of which from section Vernonia, subsection Scorpioides which have a wide range in
the Cerrado biome. The second most species-rich subsection was Nudiflorae that includes most
of the endemics and restricted species of the analysis.
Keywords: Vernonia, Asteraceae, Cerrado, Phytogeography.
1
Introdução:
1) Fitogeografia
A flora de um local representa as espécies que foram capazes de alcançar, se estabelecer e
manter sua populão na área (Tivy, 1971). A distribuição atual da biota foi determinada por uma
variedade de femenos, incluindo a história geológica, clima, dispersões e introduções, extinção e
outros (Humphries & Parenti, 1999).
Na virada do século XIX três idéias importantes para a Fitogeografia surgiram: os
organismos se originam de um ou mais “centros de origem” e migram para outros locais; as
mudanças no planeta ao longo da história da Terra podem explicar os padrões de distribuição; e,
que habitats e climas diferentes podem determinar o padrão atual de distribuição (Humphries &
Parenti, 1999).
Mais recentemente, houve a consolidação da biogeografia cladística que trata de entender o
relacionamento entre as áreas por meio da descoberta de padrões bióticos sistemáticos que se
tornam comparáveis e entendíveis para a biogeografia na medida em que são expressos na forma de
cladogramas de áreas (Humphries & Parenti, 1999).
O período geológico presente tem mais espécies do que qualquer outro período, assim como,
a taxa atual de extinção das espécies é maior agora do que em qualquer outro momento do passado.
O aspecto mais sério do dano ambiental causado pelo homem é a extinção de espécies. As
comunidades podem ser degradadas e reduzidas em área mas, se todas as espécies originais
sobreviverem, elas terão potencial para se recuperar. Uma vez que uma espécie é eliminada, a
informão genética única contida em seu DNA está perdida para sempre (Frankel et al. 1995).
O conceito de endemismo também é fundamental no arcabouço teórico da Fitogeografia. Se
uma espécie é encontrada naturalmente em uma área geográfica única e em nenhum outro lugar esta
é dita como endêmica daquele local. Uma espécie pode ser endêmica de uma área enorme, como
por exemplo, o hemisfério norte, ou de uma área pequena como uma ilha. Não há relação entre
endemismo e raridade; uma espécie pode ser abundante em uma área limitada (Frankel et al. 1995).
As espécies que são endêmicas de áreas restritas probabilisticamente correm maior risco de
extinção, assim a relão entre endemismo e extinção é estreita. O endemismo se torna, então,
muito importante em um trabalho de conservação que visa evitar a extinção de espécies.
Com relão ao Cerrado, sabe-se que o grau de endemismo da biota é significativo, mas
pouco se conhece sobre a fitogeografia, a distribuição das espécies dentro do bioma, embora
esforços importantes de pesquisa tenham se iniciado nos anos 80 (MMA, 2002).
2
2) O Bioma Cerrado
O Cerrado é o segundo maior bioma da América do Sul, perdendo em tamanho somente
para a Amazônia (EMBRAPA, 1994). O Cerrado inclui grande parte do Brasil central e partes do
nordeste do Paraguai e leste da Bovia, além de fazer fronteira com a Amazônia e a Mata Atlântica
assim como com as regiões áridas da Caatinga, do Pantanal e do Chaco. Trata-se da maior, mais
rica e mais ameaçada savana do mundo (da Silva & Bates 2002).
O Cerrado caracteriza-se pela ocorrência de invernos secos e verões chuvosos. O clima
predominante é o Aw no sistema de Köppen, mudando para o tipo mais frio Cw nas altitudes
elevadas. As estações seca e chuvosa são bem definidas, sendo que as chuvas vão, normalmente, de
outubro a março (Ribeiro & Walter, 1998). O clima é de importância fundamental na distribuição
da vegetação. O sistema de Köppen foi desenvolvido a partir de um estudo intensivo dos limites
climáticos dos principais tipos de vegetão do mundo. Com base na média anual e mensal de
precipitação e temperatura, Köppen delimitou regiões climáticas que intenderiam corresponder às
principais regiões vegetacionais do mundo (Tivy, 1971).
O bioma tem grande diversidade de clima e habitats graças à sua grande amplitude
latitudinal e altitudinal (Oliveira & Marquis, 2002). Além de um gradiente de 20º em latitude, o
Cerrado varia em altitude do nível do mar no estado do Maranhão até cerca de 1600m nas mais
elevadas áreas do Planalto Central e Cadeia do Espinho.
A geologia do Planalto Central consiste, principalmente, de formações antigas, pré
Cambrianas, de rochas cristalinas intrusivas e rochas metamórficas, as quais são parcialmente
expostas e parcialmente sobrepostas por sedimentos mais recentes, do Paleozóico e Mesozóico
(Lopes, 1983).
Os solos do Cerrado são em sua maioria latossolos, que tendem a ter boas propriedades
físicas mas são pobres em nutrientes. As boas propriedades físicas são devido a alta estabilidade dos
agregados e uma importante porcentagem de areia que permite que a água e o ar se movam pelo
solo prontamente e permitem que as raízes penetrem sem muita resistência (Oliveira & Marquis,
2002).
A vegetão do bioma apresenta fisionomias que vão desde formações florestais passando
pelas savânicas e até campestres. O termo formação florestal remete à predominância de hábito
arreo com formação de dossel; savana refere-se a árvores e arbustos espalhados sobre um estrato
graminoso, e o termo campestre refere-se a predominância de herbáceas e algumas espécies
arbustivas (Ribeiro & Walter, 1998).
3
3) Conservação do Cerrado
Apenas uma pequena parte da biodiversidade presente na Terra é conhecida. Centenas de
milhares de espécies nunca foram coletadas nem descritas. Assim, são importantíssimas expedições,
colões e a taxonomia em si para fundamentar estratégias de conservação efetivas (Funk, 1997).
O Cerrado é considerado um dos hotspots de biodiversidade do mundo, juntamente com a
Mata Atlântica; o bioma conteria pelo menos 1500 espécies de plantas vasculares endêmicas e já
teria perdido pelo menos 70% do seu habitat original (Myers et al., 2000). Vale dizer que a próxima
checklist das espécies do Cerrado trará um mero de cerca de 11 mil espécies para o bioma
(Walter, 2006), quase dobrando omero do levantamento inicial (Mendonça et al., 1998). Assim,
justifica-se a importância da criação urgente de áreas que visem a preservão do Cerrado, tendo-se
em vista o grau de ameaça que sofre e o potencial de uso sustentado que ainda oferece (Dias, 1996).
É necessário se conhecer o patrimônio genético do Cerrado, que este seja documentado em
herbários e que se encontrem alternativas para o uso racional da flora (Felfili & Silva Jr., 2001).
A conservão do Cerrado é um desafio cienfico e político porque interesses poticos e
econômicos estão envolvidos na destruição do Cerrado. Assim as pesquisas precisam levantar o
maior mero de informões possível para gerar estratégias viáveis para assegurar a sua
conservação (da Silva & Bates, 2002).
A expansão da fronteira agropecuária (principalmente soja e cana-de-açúcar), a construção
de grandes barragens, de estradas, a minerão, extrão de carvão vegetal de forma predatória e a
expansão urbana (Dias, 1996; Goedert, 1987), têm promovido, sobretudo nos últimos 20 anos, uma
intensa devastação da vegetão nativa, estimando-se que cerca de 40% do bioma já tenha sido
desmatado (MMA, 1998; Proença et al., 2000; Simon & Proença, 2000). Devido à pobreza dos
solos e dificuldades de retirar a vegetão que tem muita biomassa subterrânea, o Cerrado foi por
muito tempo considerado impróprio para a agricultura (Ratter et al. 1997). No Cerrado se instala,
assim, um tipo diferente de fazenda, mecanizada e de capital intensivo. A construção de Brasília
também foi um fator importante para abrir caminho para a ocupão do cerrado com a construção
de rodovias ligando o resto do País à nova capital (Oliveira & Marquis, 2002).
Dados recentes trazem que, considerando a área original do bioma como de cerca de 1,58
miles de km
2
(adotada pela Conservation International, sem as áreas disjuntas de São Paulo e
Paraná), a perda total seria de 54,9% até o ano de 2002. Se considerarmos a área original de 2
miles de km
2
, entre 1985 e 1993, a perda foi de 3 miles de ha/ano – 2,6 campos de
futebol/minuto (Conservation, 2005), caindo para 0,67% ao ano (1,36 miles de ha) entre 1993 e
2002. Assumindo uma taxa de desmatamento de 1,1% ao ano, o Cerrado desaparecerá no ano de
2030 (Machado et al., 2004).
4
Dados alarmantes acerca da atual conservação do Cerrado tornam o cenário ainda pior.
Apenas cerca de 2% da área total do Cerrado estaria conservada em Parques Nacionais e reservas
indígenas (Arruda 2003). Já se tomarmos além dos Parques Nacionais, as reservas estaduais e
municipais e também as privadas (RPPNs) a porcentagem protegida tomando a área total do
Cerrado de 2 miles de km
2
seria de 4.08% apenas.
A presente dissertão fez parte do subprojeto Táxons Indicadores do Bioma Cerrado,
parte do projeto Conservão e Manejo da Biodiversidade do Bioma Cerrado (CMBBC), parceria
entre a Universidade de Brasília (Departamentos de Botânica e Engenharia Florestal), IBAMA,
Embrapa Cerrados e o Royal Botanic Garden Edinburgh com financiamento do UK Department for
International Development (DFID). Este subprojeto selecionou um conjunto de táxons (falias ou
gêneros) equivalente a cerca de 10% da flora do Bioma. Dentre eles pode-se citar Miconia
(Cardoso, 2002), Mimosa (Simon & Proença, 2000), Solanum (Carvalho, 2002), Habenaria
(Ramalho, 1997), Jacaranda e Tabebuia (Farias, 2000) e Loranthaceae e Viscaceae (Barboza,
2000). Estes táxons foram escolhidos pela Dra. Carolyn Proença por também por serem táxons bem
representados no Cerrado, com variados meros de espécies, incluindo grupos de diferentes
formas de vida, diferentes fisionomias de ocorrência, de famílias taxonomicamente diversas e com
taxonomistas especializados com disponibilidade para identificação.
A fim de preservar este patrimônio genético, considerando as distribuições regionais e
endêmicas, o subprojeto Vernonia fornece dados importantes sobre os locais prioritários para
conservação dentro do Bioma Cerrado, identifica possíveis padrões biogeográficos e fornece
maiores conhecimentos a respeito da flora do Cerrado. Há pouco conhecimento, especialmente para
taxa herbáceos, para os quais a informação é dispersa em monografias taxonômicas ou em herbários
(Simon & Proença, 2000).
4) O gênero
Vernonia
Schreb.
A família Asteraceae (= Compositae) é constituída de 3 subfamilias, 17 tribos,
aproximadamente 1.535 gêneros e cerca de 23.000 espécies (Bremer, 1994) estando distribuída nas
regiões tropicais, subtropicais e temperadas do mundo (Matzenbacher & Mafioleti, 1994). Além
disso, apresenta grande importância econômica, possuindo espécies largamente cultivadas com
propósitos alimentícios, industriais, medicinais e ornamentais (Leitão Filho, 1972).
Algumas espécies do gênero Vernonia têm aspecto ornamental. Além disso, V. diffusa é uma
fonte de madeira, V. condensata (o alumã ou boldo baiano) é medicinal assim como a V. polyanthes
(assa-peixe) que também é utilizada como melífera (Leitão Filho, 1972).
5
A tribo Vernonieae é monofilética e conta com 6 subtribos, mais de 1450 espécies em cerca
de 98 gêneros (Bremer, 1994), sendo que o gênero Vernonia sensu lato abriga cerca de 1000
espécies (Althoff, 1998), das quais 400 a 500 nativas do Novo Mundo. O gênero Vernonia s.l,.
entretanto, é parafilético se não polifilético (Keeley & Turner 1990; Keeley & Jansen 1994; Bremer
1994).
A análise filogenética preliminar de Keeley & Turner (1990) mostra o gênero Vernonia
como parafilético com base em dados morfológicos, químicos, palinológicos e citológicos, e
confirma as afirmações de Jones (1979) de que os taxa do Velho e do Novo Mundo são muito
distintos. O cladograma de Keeley & Turner (Figura 58) traz vários grupos monofiléticos dentro de
Vernonia, confirmando inclusive as subsões propostas por Jones (1979).
Confirmando o fato de que os dados ainda são poucos e que serão necessárias mais análises
dos relacionamentos subtribais em Vernonieae, o trabalho de Keeley & Jansen (1994) não confirma
a monofilia das linhagens de Vernonieae do Velho e Novo Mundo ao utilizar dados de cpDNA.
Aparentemente, os taxa dos dois mundos apresentam uma história evolutiva comum. Entretanto,
confirma-se que o gênero não é monofilético e afirma-se ainda que Vernonia sensu lato é
parafilético, se não polifilético, com as espécies do Novo e Velho Mundo reunidas em vários
clados. Outra informão interessante deste trabalho diz respeito aos gêneros presentes no Cerrado
brasileiro, Lychnophora e Piptocarpha. O primeiro aparece no meio de espécies de Vernonia do
Novo Mundo, já o segundo se agrupou com espécies do Velho Mundo. Percebe-se assim, como a
circunscrição do gênero ainda está confusa e são muito bem-vindos todos os trabalhos nessa tribo.
Com base nestes resultados que aiam a classificação do gênero Vernonia em sões e
subseções além de séries e subséries, decidiu-se adotar neste trabalho a classificação infra-genérica
proposta por Jones (1979). Assim, no Cerrado estariam presentes duas seções de Vernonia
(Hololepis e Vernonia) e cinco subseções da seção Vernonia (Chamaedrys, Nudiflorae, Polyanthes,
Scorpioides e Stenocephalum).
A mais recente lista de espécies para o Bioma Cerrado (Mendonça et al. 1998) apontou
Vernonia como um dos gêneros mais ricos para o Bioma, com 117 espécies, tendo este gênero
ampla distribuição em uma grande diversidade de habitats. Na verdade, esta lista traz espécies
citadas mais de uma vez porque utiliza a classificação tradicional de Vernonia bem como a nova,
proposta por Robinson (1999). Retirando as duplicões, registram-se 98 espécies de Vernonia no
Cerrado.
O gênero Vernonia compreende ervas, arbustos, ou árvores, com folhas quase sempre
alternas. Apresenta capítulos arranjados de várias formas: solitários, em panículas, corimbos, cimas
escorpióides, tirsóides, etc. As flores podem ser brancas, rosas, violetas, vermelhas, azuis ou roxas,
6
nunca amarelas. Os aquênios são de formas variadas, podendo ser angulosos ou costados, glabros
ou seríceos. O papus é quase sempre duplo, com a fileira externa de cerdas curtas e a fileira interna
com muitas cerdas plumosas, barbeladas ou escabrosas, persistentes ou não. A distribuição do
gênero é bastante ampla, ocorrendo nas Américas Norte e do Sul, na África tropical, Madagascar e
Ásia tropical.
A circunscrição do gênero Vernonia sensu lato, foi fundamentada, basicamente, em critérios
como inflorescências (Gleason, 1923; Cabrera, 1944), mero de cromossomos (Turner et al.,
1961) e ornamentações nos grãos de len (Keeley & Jones, 1977; Jones, 1979), mas estas
características dificultam a correta delimitação de taxa infra-genéricos como sões, subsões e
séries.
Nas últimas décadas, os estudos de Robinson (1987a, 1987b, 1988a, 1988b, 1990 e 1992) e
Robinson & Funk (1987) trouxeram uma alternativa à delimitação taxonômica do gênero, sendo que
seus estudos morfológicos permitiram maior clareza na diferencião das espécies, colocando-as em
grupamentos maiores, complexos, de tal forma que o gênero Vernonia sensu stricto como tal existe
somente na América do Norte (Nakajima & Semir, 2001, Robinson 1999). Gêneros foram
segregados de Vernonia e estabelecidos ou re-estabelecidos e re-caracterizados.
Apesar das alterações propostas por Robinson (1987a, 1987b, 1988a, 1988b, 1990 e 1992)
serem, relativamente aceitas, como por Nakajima & Semir (2001), ressalta-se a existência de
correntes cienficas discordantes, as quais ainda adotam critérios morfológicos históricos no
reconhecimento de Vernonia sensu lato (Althoff 1998; Matzenbacher & Mafioleti, 1994), sendo
estas, referências para este trabalho. As críticas feitas à nova classificação trazem que Robinson, ao
estudar grãos de len, examinou um mero pequeno e insuficiente de grãos de len. Segundo
Esteves (comunicação oral, 2004), a microscopia de luz é recomendada para este tipo de estudo e
Robinson usou varredura, que traz erros à análise de grãos de len, além do fato de este não ser um
palilogo e ter adotado uma terminologia não-padronizada que dificulta ou impossibilita a
compreensão das diferenças assinaladas.
Como dito anteriormente, adotou-se neste trabalho a circunscrição tradicional de Vernonia
sensu lato. No sistema proposto por Robinson (1999) estariam contemplados os seguintes gêneros:
Acilepidopsis H. Rob., Albertinia Spreng., Anteremanthus H. Rob., Chrysolaena H. Rob.,
Critoniopsis Sch. Bip., Cyanthillium Blume, Cyrtocymura H. Rob., Echinocoryne H. Rob.,
Eremanthus Less., Gymnanthemum Cass., Hololepis DC., Lepidaploa (Cass.) Cass., Lessingianthus
H. Rob., Minasia H. Rob., Stenocephalum Sch. Bip. e Vernonanthura H. Rob.
O gênero Vernonia precisa, com urgência, ser resolvido e revisado nos próximos anos de
forma a tornar sua classificação a mais natural possível. Seriam necessários estudos de revisão e de
sistemática molecular que esclareçam melhor a circunscrição do gênero.
7
Objetivos:
1) Identificar as espécies de Vernonia presentes no bioma Cerrado;
2) Mapear as espécies de Vernonia presentes no bioma Cerrado;
3) Analisar os padrões fitogeográficos indicados por Vernonia no contexto de outros grupos
taxonômicos e da literatura;
4) Propor novas áreas de preservação com base nos padrões encontrados, levando em conta
o endemismo e a fitogeografia de Vernonia no Cerrado.
Metodologia
1) Coleta de Dados
A parte inicial do trabalho constou da identificação das espécies de Vernonia que já se
encontravam no herbário UB, vindas de empréstimos solicitados de outros 13 herbários brasileiros
(BHCB, CEN, COR, CPAP, ESA, ESAL, HEPH, HISA, HTO, HUEFS, IAC, IBGE, UFMT) e
mais o NY. Além disso, foram realizadas três viagens para visitar grandes herbários brasileiros que,
devido ao grande mero de exsicatas de Vernonia de que disem, não puderam enviá-las por
empréstimo. A primeira viagem (fevereiro de 2005) foi para Uberlândia, ao herbário HUFU, que
além de dispor de um grande volume de material, também é onde se encontra o estudioso da familia
Asteraceae, Dr. Jimi Naoki Nakajima, que está a par dos estudos desde 2002, fornecendo auxílio
taxonômico. Na segunda viagem (março de 2005) foram visitados os três maiores herbários do
estado de São Paulo (SPF, SP e UEC). A terceira viagem, em maio de 2005, foi para Goiânia onde
foi visitado o herbário UEG, que também disem de boa quantidade de material. Nessas viagens à
herbários foram identificadas e registradas, durante os 10 dias de visitas, cerca de 2350 exsicatas de
Vernonia, agregando dados fundamentais à análise.
Cerca de 80 exsicatas vieram das 11 viagens de campo realizadas por outros membros do
Projeto CMBBC às localidades com pouco ou nenhum registro de coleta dos diversos táxons
indicadores, como os estados do Maranhão, Piauí, Bahia, Mato Grosso do Sul e Rondônia,
municípios de Urucuia e Ituiutaba (MG) e para a região do Jalapão, TO.
Foi realizada, em maio de 2005, uma viagem de coleta para locais percebidos como lacunas
de coleta através da avaliação dos mapas de distribuição obtidos em uma pré-análise realizada em
2003 durante trabalho de iniciação científica os quais também se mostraram locais pouquíssimo
coletados para os demais táxons indicadores, marcadamente para Mimosa, Miconia, Jacaranda,
Tabebuia, Loranthaceae e Viscaceae. Coletamos nas quadrículas 14493 - município de Crixás (GO)
e a 13493 - São Miguel do Araguaia (GO) que não apresentavam nenhuma coleta de Vernonia.
8
Infelizmente esta região estava severamente desmatada e não foram muitos os dados agregados à
análise: realizamos 20 coletas no total sendo que apenas quatro espécies de Vernonia foram
encontradas.
A identificação foi feita com base em Baker (1873-1876), Leitão Filho (1972), Althoff
(1998), fotos dos tipos de Vernonia disponíveis nas coleções virtuais dos herbários internacionais
(NY, MO, US, K, L, U, W), na colão de microfichas do herbário G-DC, e por comparão com o
material identificado do UB por especialistas em Asteraceae (como G.M. Barroso, S.B. Jones, J.
Pruski and H. Robinson), incluindo tipos e fotos de tipos nomenclaturais da coleção do Field
Museum of Natural History.
O Cerrado contínuo foi dividido em 175 retângulos segundo a malha 1:250.000 do IBGE,
tendo cada um 1º lat. x 1º30' long. Estes retângulos foram tratados como sendo quadrículas e cada
uma tem área total média de 1.800.000 ha. Cada quadrícula é identificada por um mero que é o
meridiano que passa imediatamente ao norte (latitude, dois primeiros meros) e a leste (longitude,
três últimos meros) da quadrícula. Assim, a quadrícula
15463
(Brasília) localiza-se entre
15º
e
16º latitude Sul e entre
46º30
e 48º longitude Oeste.
Ao analisar a exsicata procedeu-se a coleta de coordenadas geográficas de cada coleta de
Vernonia. Os dados foram ordenados em planilha de Excel, contendo, além das coordenadas
geográficas da coleta (utilizou-se o sistema de coordenadas centesimal), as identificões (gênero e
epíteto), o coletor e mero da coleta e a quadrícula em que a coleta se encontra.
Como as coletas mais antigas muitas vezes não apresentam coordenadas, estas foram
inferidas usando mapas (Guia Quatro Rodas Rodoviário 2004), Índice de topônimos do Brasil
1:1000000 do IBGE (Vanzolini & Papavero, 1968) e Índice de topônimos do Distrito Federal
(Kirkbride & Filgueiras, 1993) além do programa MAPSOURCE v. 3.02 for Windows que permite
coletar coordenadas geográficas centesimais de sedes municipais e ao longo das principais estradas.
2) Mapas
Todos os mapas de distribuição das espécies e das unidades de conservão foram
confeccionados utilizando ArcView GIS v. 3.1 for Windows a partir das coordenadas geográficas
anteriormente plotadas em planilha EXCEL. As espécies foram mapeadas na ordem alfabética para
facilitar a localizão ao longo do trabalho devido ao grande mero de espécies do presente
trabalho; cada ponto no mapa significa, pelo menos, uma coleta de Vernonia.
Com base em dados online do IBAMA (2003), SEMARH (2006), IEF MG (2003),
Biodiversitas (2003), da ONG Via Ecológica (2005) e do Ambiente Brasil (2005), dados obtidos em
sites de busca acerca de decretos de crião de reservas, mas também a partir da listagem de
9
Unidades de Conservação do Workshop do Pantanal e de outros trabalhos do CMBBC (Simon &
Proença, 2000, Farias, 2000; Barboza, 2000) foi feito um levantamento de todas as unidades de
conservação (UCs) presentes no bioma Cerrado, por meio de uma planilha em Excel contendo o
nome e tipo de UC, a área em hectares, o município sede, sua coordenada geográfica centesimal e a
quadrícula correspondente.
Na confecção dos mapas utilizou-se o contorno do Cerrado contínuo disponível no site do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estastica (IBGE, 2005) por ser considerado o mais atual
mapeamento do bioma.
O cruzamento das análises de UPGMA e TWINSPAN (consenso – quadrículas que se
agruparam em ambas análises) com os mapas de distribuição das espécies e o mapa das unidades de
conservação do bioma forneceu agrupamentos das quadrículas de modo a serem criadas províncias
e subprovíncias no Cerrado. Estas foram analisadas em relação a prováveis endemismos, presença
de unidades de conservação e padrões fitogeográficos. Foram consideradas endêmicas as espécies
que tiveram a sua distribuição restrita à quatro quadrículas contíguas, ou seja, a uma área de 2º de
latitude X 3º de longitude (c. 7 miles ha). Foram consideradas de distribuição randômica as
espécies pouco coletadas que ocorreram esparsamente em quadrículas geograficamente distantes,
sem qualquer padrão fitogeográfico evidente. Desta análise saíram as respostas acerca de locais
prioritários para conservão dentro do Bioma Cerrado, bem como dos padrões biogeográficos
existentes.
Para a análise de distribuição das espécies de Vernonia fora do bioma Cerrado, foram
utilizados os trabalhos de Robinson (1987a, 1987b, 1988a, 1988b, 1990 e 1992), Jones (1979),
Dematteis & Fernández (1998), Althoff (1998), Leitão Filho (1972) e dois sites: NY (2006) e CNIP
(2006).
As quadrículas e toda a análise consensual foram usadas para prever a extinção das espécies
em um cenário hipotético de desmatamento absoluto, exceto pelas atuais unidades de conservação,
ao fazermos a seguinte pergunta: se toda unidade de conservão que ocupa pelo menos 1% da área
da quadrícula for tida como a priori capaz de preservar todas as espécies que nela ocorrerem, então
quais espécies correm risco de desaparecer? Espécies que ocorrem apenas nestas quadrículas com
menos de 1% de área protegida foram consideradas como
vulneráveis,
sendo esta vulnerabilidade
elevada para
em perigo
no caso de espécies que só ocorrem no bioma Cerrado ou no Cerrado e em
áreas de transição. Foi confeccionado um mapa mostrando o nível de prioridade de conservação das
quadrículas consensuais mais duas que continham espécies endêmicas. Foram consideradas de 1ª
prioridade as com espécie endêmica e quadrícula e província em que a espécie está inserida tem <
1% de suas áreas protegidas; 2ª prioridade - sem endêmicas e quadrícula e provincia tem < 1% de
suas áreas protegidas ou
com endêmica e a quadrícula está < 1% protegida mas a província
10
apresenta > 1% da sua área protegida; 3ª prioridade sem endêmica e, ou a quadrícula, ou a
província estão < de 1% protegidas ou
com endêmicas e a proteção da quadrícula é > de 1%;
Protegidas sem endêmica e a proteção tanto da quadrícula quanto da província é > de 1%.
3) Análise Multivariada
Os dados foram analisados com duas técnicas de análise multivariada, a partir de matrizes
em EXCEL na forma binária (presença e ausência). Foram confeccionadas mais três planilhas além
da total: uma contendo apenas as 10 quadrículas mais coletadas da análise, uma com as quadrículas
que apresentavam 5 ou mais coletas e, por fim, as com, no mínimo, 10 coletas. Não se realizou
análises com todas as quadrículas que apresentaram coletas porque teríamos agrupamentos falsos
derivados da presença de poucas espécies comuns (Simon & Proença, 2000). Os dados foram
analisados com UPGMA (Unweighted Pair-Groups Method using Arithmetic Averages)
classificação hierárquica aglomerativa - usando para isso o pacote PAST (Hammer et al., 2001) e
com TWINSPAN (Two-Way Indicator Species Analysis) classificação hierárquica divisiva - com
o programa PC-ORD for Windows V. 3.17 (McCune & Mefford, 1997). Para a análise de UPGMA
foi utilizado o coeficiente de similaridade de Jaccard (apropriado para dados qualitativos). Assim,
foram agrupadas quadrículas de acordo com a presença de espécies e também numa análise reversa,
foram agrupadas espécies baseado na ocorrência em quadrículas.
Para a análise de UPGMA direta foram designadas as províncias e subprovíncias
fitogeográficas no Cerrado utilizando-se duas linhas de corte, de 50% e de 25% da amplitude de
similaridade no dendrograma (máximo – mínimo) obtido como resultado. Não entraram na divisão
de províncias quadrículas que se separaram dos grupos por um nível de similaridade muito baixo, se
configurando no dendrograma como “escadinha” ou por ramos verticais curtos.
Na análise de TWINSPAN foram considerados os grandes grupos, bem resolvidos no
dendrograma obtido, não houve uma linha de corte fixa pré-determinada. Foram gerados três
relatórios a partir das análises de TWINSPAN com o programa PC-ORD, que por conta da grande
extensão (média de 30 páginas) não serão apresentados aqui, mas sim dendrogramas feitos a partir
da leitura destes resultados. Nesta análise estipulou-se no programa um máximo de seis níveis de
divisão graças aos baixos Eigenvalues obtidos.
Já para a análise reversa, uma inovação feita neste trabalho, foram utilizados os mesmos
programas e as mesmas análises multivariadas. O UPGMA foi gerado com o PAST e o
TWINSPAN com o programa PC-ORD. A diferença é a transposição da matriz de presença e
ausência (0 e 1), assim, as espécies foram agrupadas de acordo com a sua presença nas quadrículas,
sendo possível a análise de espécies agrupadas por padrões de distribuição biogeográficos similares.
Ao contrário da análise direta, não houve linhas de corte no dendrograma resultante, tanto no
11
UPGMA quanto no TWINSPAN foram escolhidos grandes e bons grupos para serem analisados,
evidentemente levando em conta a similaridade expressa pelo comprimento dos ramos.
Resultados e Discussão
Vernonia é um gênero bem distribuído no Cerrado (Fig. 1), o qual é um importante centro
de diversidade e endemismo: 158 espécies ocorrem no bioma (c. 16% do gênero) e 44 espécies
(28% do total para o Cerrado) são restritas ao bioma Cerrado; das restristas, 12 espécies (7.6%) são
endêmicas. As 114 espécies (74%) de Vernonia que não são restritas ao Cerrado tanto alcançam
outras partes do Brasil (Caatinga, Mata Atlântica, Floresta Amazônica), outros países da América
do Sul (Uruguai, Argentina, Colômbia, Peru, etc.) e ocasionalmente, América do Norte e Central.
Mas a maior parte das espécies (91) que ocorrem dentro e fora do bioma Cerrado ocorre,
principalmente, na zona de transição com a Mata Atlântica sul, sudeste e ao longo da Cadeia do
Espinhaço (Anexo A).
1) Mapas
A quantidade de dados gerada (coletas georeferenciadas) é a maior já obtida se
compararmos com os demais táxons indicadores analisados (Barboza, 2000; Cardoso, 2002;
Carvalho, 2002; Farias, 2000; Ramalho, 1997 e Simon & Proença, 2000). Tem-se uma planilha de
Excel com 3810 entradas tendo resultado numa lista de 158 espécies de Vernonia que ocorrem no
bioma Cerrado (Figura 01).
12
Figura 1. Distribuição geral do gênero Vernonia no bioma Cerrado.
Mesmo tendo-se uma grande quantidade de dados na análise, ainda é possível perceber
algumas quadrículas vazias ou praticamente vazias. Ainda existem muitos pontos pobremente
coletados no Cerrado brasileiro que podem acabar por ser devastados antes mesmo de serem
conhecidos, principalmente no Piauí, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Tocantins e Rondônia. Em
geral, o nível de coleta varia bastante entre as quadrículas analisadas.
Os mapas de distribuição das 158 espécies de Vernonia ocorrentes no bioma Cerrado estão
apresentados a seguir, pela ordem alfabética do nome das espécies, nas figuras 2 a 41.
13
Figura 2. Distribuição de V. adenophylla (2 coletas), V. almedae (8 coletas), V. alpestris (2 coletas) e
V. ammophila (33 coletas) no bioma Cerrado.
Figura 3. Distribuição de V. angulata (6 coletas), V. apiculata (42 coletas), V. arachniolepis (1 coleta)
e V. arenaria (1 coleta) no bioma Cerrado.
14
Figura 4. Distribuição de V. argentea (3 coletas), V. argyrophylla (75 coletas), V. argyrotrichia (7
coletas) e V. asteriflora (1 coleta) no bioma Cerrado.
Figura 5. Distribuição de V. aurea (164 coletas), V. balansae (3 coletas), V. barbata (38 coletas) e V.
bardanoides (226 coletas) no bioma Cerrado.
15
Figura 6. Distribuição de V. bishopii (5 coletas), V. brasiliana (99 coletas), V. brasiliensis (1 coleta) e
V. brevifolia (28 coletas) no bioma Cerrado.
Figura 7. Distribuição de V. brevipetiolata (23 coletas), V. buddleiifolia (125 coletas), V. bupleurifolia
(2 coletas) e V. caiapoensis (2 coletas) no bioma Cerrado.
16
Figura 8. Distribuição de V. carduoides (4 coletas), V. cephalotes (16 coletas), V. chalybaea (4
coletas) e V. chamaedrys (4 coletas) no bioma Cerrado.
Figura 9. Distribuição de V. chamaepeuces (12 coletas), V. chamissonis (2 coletas), V. cinerea (1
coleta) e V. cognata (43 coletas) no bioma Cerrado.
17
Figura 10. Distribuição de V. compactiflora (38 coletas), V. condensata (25 coletas), V. cordigera (15
coletas) e V. coriacea (81 coletas) no bioma Cerrado.
Figura 11. Distribuição de V. cotoneaster (4 coletas), V. coulonii (3 coletas), V. crassa (8 coletas) e V.
cristalinae (9 coletas) no bioma Cerrado.
18
Figura 12. Distribuição de V. crotonoides (17 coletas), V. cuiabensis (4 coletas), V. cuneifolia (20
coletas) e V. desertorum (72 coletas) no bioma Cerrado.
Figura 13. Distribuição de V. diffusa (11 coletas), V. discolor (2 coletas), V. dura (95 coletas) e V.
echinocephala (4 coletas) no bioma Cerrado.
19
Figura 14. Distribuição de V. echitifolia (40 coletas), V. edmundoi (1 coleta), V. eitenii (16 coletas) e
V. elegans (63 coletas) no bioma Cerrado.
Figura 15. Distribuição de V. elsieae (1 coleta), V. eremophila (177 coletas), V. eriolepis (11 coletas) e
V. erythrophila (36 coletas) no bioma Cerrado.
20
Figura 16. Distribuição de V. farinosa (2 coletas), V. ferruginea (150 coletas), V. flexuosa (1 coleta) e
V. floccosa (22 coletas) no bioma Cerrado.
Figura 17. Distribuição de V. foliosa (13 coletas), V. fonsecae (10 coletas), V. geminata (4 coletas) e V.
glabrata (41 coletas) no bioma Cerrado.
21
Figura 18. Distribuição de V. glanduloso-dentata (4 coletas), V. glazioviana (1 coleta), V. gracilis (1
coleta) e V. grandiflora (46 coletas) no bioma Cerrado.
Figura 19. Distribuição de V. grearii (13 coletas), V. hatschbachii (5 coletas), V. helophila (1 coleta) e
V. herbacea (182 coletas) no bioma Cerrado.
22
Figura 20. Distribuição de V. heringeri (3 coletas), V. holosericea (56 coletas), V. hoveaefolia (13
coletas) e V. hystricosa (1 coleta) no bioma Cerrado.
Figura 21. Distribuição de V. ignobilis (15 coletas), V. irwinii (8 coletas), V. lacunosa (40 coletas) e V.
laevigata (47 coletas) no bioma Cerrado.
23
Figura 22. Distribuição de V. lanuginosa (1 coleta), V. laxa (1 coleta), V. ligulifolia (72 coletas) e V.
lilacina (10 coletas) no bioma Cerrado.
Figura 23. Distribuição de V. lindbergii (1 coleta), V. linearifolia (22 coletas), V. linearis (44 coletas)
e V. lithospermifolia (2 coletas) no bioma Cerrado.
24
Figura 24. Distribuição de V. lucida (6 coletas), V. macrophylla (3 coletas), V. mansoana (17 coletas)
e V. mariana (28 coletas) no bioma Cerrado.
Figura 25. Distribuição de V. megapotamica (69 coletas), V. mollissima (2 coletas), V. monocephala
(19 coletas) e V. mucronulata (16 coletas) no bioma Cerrado.
25
Figura 26. Distribuição de V. muricata (2 coletas), V. myrsinites (27 coletas), V. niederleinii (1 coleta)
e V. nitens (11 coletas) no bioma Cerrado.
Figura 27. Distribuição de V. nitidula (2 coletas), V. obscura (7 coletas), V. obtusata (35 coletas) e V.
oligactoides (9 coletas) no bioma Cerrado.
26
Figura 28. Distribuição de V. oligolepis (10 coletas), V. onoporoides (66 coletas), V. pabstii (2 coletas)
e V. pannosa (22 coletas) no bioma Cerrado.
Figura 29. Distribuição de V. pedunculata (10 coletas), V. petiolaris (2 coletas), V. platensis (14
coletas) e V. polyanthes (34 coletas) no bioma Cerrado.
27
Figura 30. Distribuição de V. pseudaurea (1 coleta), V. pseudo-nudiflora (1 coleta), V. psilophylla (67
coletas) e V. psilostachya (12 coletas) no bioma Cerrado.
Figura 31. Distribuição de V. puberula (1 coleta), V. pungens (5 coletas), V. pycnostachya (10 coletas)
e V. quinqueflora (1 coleta) no bioma Cerrado.
28
Figura 32. Distribuição de V. radula (2 coletas), V. remotiflora (57 coletas), V. rosea (7 coletas) e V.
rosmarinifolia (1 coleta) no bioma Cerrado.
Figura 33. Distribuição de V. rubricaulis (3 coletas), V. rubriramea (156 coletas), V. salzmannii (17
coletas) e V. santosii (2 coletas) no bioma Cerrado.
29
Figura 34. Distribuição de V scapigera (7 coletas), V. scaposa (1 coleta), V. schwenkiaefolia (49
coletas e V. scorpioides (25 coletas) no bioma Cerrado.
Figura 35. Distribuição de V. secunda (7 coletas), V. sellowii (1 coleta), V. sessilifolia (6 coletas) e V.
simplex (133 coletas) no bioma Cerrado.
30
Figura 36. Distribuição de V. soderstroemii (5 coletas), V. souzae (8 coletas), V. spixiana (4 coletas) e
V. squarrosa (2 coletas) no bioma Cerrado.
Figura 37. Distribuição de V. stoechas (16 coletas), V. stricta (16 coletas), V. subulata (22 coletas) e V.
subverticillata (1 coleta) no bioma Cerrado.
31
Figura 38. Distribuição de V. tomentella (13 coletas), V. tragiaefolia (28 coletas), V. tweediana (3
coletas) e V. varroniifolia (7 coletas) no bioma Cerrado.
Figura 39. Distribuição de V. velutina (1 coleta), V. venosissima (28 coletas), V. vepretorum (16
coletas) e V. verbascifolia (1 coleta) no bioma Cerrado.
32
Figura 40. Distribuição de V. virgulata (29 coletas), V. viscidula (10 coletas), V. warmingiana (26
coletas) e V. westiniana (7 coletas) no bioma Cerrado.
Figura 41. Distribuição de V. xanthophylla (5 coletas) e V. zuccariniana (7 coletas) no bioma
Cerrado.
33
Vale dizer que o total de exsicatas identificadas foi muito maior que 3810 beirando o valor
de 5000. Contudo, por conta do contorno do cerrado connuo adotado neste trabalho, mais de 1000
coletas de Vernonia identificadas encontram-se fora desta delimitação (Figura 42) ou porque são
coletas que estão em áreas disjuntas de vegetação de Cerrado ainda existentes ou estão preservadas
em unidades de conservação de Cerrado mas que estão fora desta delimitação.
Figura 42. Mapa das coletas de Vernonia fora do contorno do Cerrado contínuo adotado.
Numa breve análise relacionada à distribuição das espécies de mais ampla ocorrência nas
quadrículas (Figura 43) e nos estados (Figura 44), viu-se que há diferença em ordenação de
ubiidade e freência.
No caso das espécies por quadrículas temos a seguinte ordenão: 1º) V. ferruginea (54
quadrículas e 150 coletas); 2º) V. brasiliana (50 quadrículas e 99 coletas; 3º) V. herbacea (47
quadrículas e 175 coletas); 4º) V. bardanoides (39 quadrículas e 221 coletas; 5º) V. rubriramea (35
quadrículas e 118 coletas). (Figura 34). Observa-se assim, que a espécie mais freentemente
coletada de toda a análise, V. bardanoides, atingiu apenas o quarto lugar em ubiidade, enquanto
que a espécie mais ubíqua, V. ferruginea, que ocorreu em 54 quadrículas, portanto, 43,5 % de todas
as quadrículas da análise (124 quadrículas), teve freência de apenas 150 coletas.
34
Figura 43. Mapa de distribuição das 5 (cinco) espécies mais amplamente distribuídas em mero de
quadrículas. V. bardanoides (laranja), V. brasiliana (azul), V. ferruginea (verde), V. herbacea (rosa)
e V. rubriramea (marrom).
Já se analisarmos a ocorrência das espécies ao longo dos 11 estados que abrigam o cerrado
contínuo adotado, temos duas mudanças nas 5 mais em ubiidade: V. remotiflora aparece e passa
para o 1º lugar junto com V. brasiliana que sobe um lugar sendo as mais amplamente distribuídas
ocorrendo em 10 dos 11 estados que abrigam o Cerrado; já V. ferruginea ocorre em 9 estados,
caindo para o 3º lugar e V. coriacea e V. herbacea ficam empatadas, ocorrendo em 8 das 11
unidades da federação. (Figura 44).
35
Figura 44. Mapa das 5 (cinco) espécies mais amplamente distribuídas pelos estados do Cerrado
Brasileiro. V. brasiliana (verde), V. coriacea (azul), V. ferruginea (rosa), V. herbacea (laranja) e V.
remotiflora (cinza).
Como dito anteriormente não foram muitos os dados agregados na viagem de coleta e isso
ocorreu gras ao estado em que as áreas se encontravam. Impressiona a visão das grandes áreas
desmatadas transformadas em pasto em todo o noroeste do estado de Goiás. Isso confirma os dados
do mapeamento e monitoramento por imagens de satélite realizado pela CI (Machado et al., 2004)
de que as áreas mais desmatadas correspondem ao estado de Goiás, leste do Mato Grosso do Sul,
centro do Tocantins, extremo oeste da Bahia e Triângulo Mineiro, regiões onde a ocupão humana
já está bastante consolidada. Como já salientado, estas duas quadrículas não apresentavam nenhuma
coleta de Vernonia sequer, e, por isso, foram escolhidas, mas o que pudemos constatar foi a perda
de áreas botanicamente ainda desconhecidas, já que só foram realizadas cerca de 30 coletas de
apenas 4 espécies de Vernonia: V. bardanoides, V. ferruginea, V. remotiflora e V. rubriramea, as
quais como pudemos ver nos mapas acima estão entre as espécies mais coletadas e também mais
amplamente distribuídas de toda a análise.
Outro dado interessante é acerca das quadrículas que apresentaram as maiores diversidades
em nível de mero de espécies de Vernonia no bioma Cerrado. Foram elas: 19433 - Belo
Horizonte, MG (72 espécies/365 coletas), 15463-Brasília, DF (52 espécies/734 coletas), 15480-
36
Goianésia, GO (46 espécies/175 coletas), 20463-Franca, SP (45 espécies/225 coletas), 14463 –
Iaciara, GO (43 espécies/159 coletas), 16463-Unaí, MG (42 espécies/123 coletas), 21463 – Ribeirão
Preto, SP (41 espécies/94 coletas) and 18433-Curvelo, MG (37 espécies/147 coletas) (Figura 1).
Vale ressaltar também, que foram registradas 5 novas ocorrências para o Distrito Federal se
considerarmos a lista de espécies da Flora do Distrito Federal (Proença et al., 2001) e Althoff
(1998). São elas: Vernonia cognata Less., V. discolor (Spreng.) Less., V. grearii H. Rob., V.
ignobilis Less. e V. schwenkiaefolia Mart. ex DC.
2) Análises Aglomerativas - UPGMA
A partir das matrizes de presença e ausência das 10 quadrículas mais bem coletadas, das
quadrículas que tinham mais de 5 coletas e as com mais de 10 coletas, foram feitas as análises de
UPGMA (Figuras 45 e 46).
A análise das quadrículas +10 coletas agrupou 55 quadrículas (cerca de 31% de todas as
quadrículas que abrigam Cerrado) enquanto que a análise das +5 agrupou 73 quadrículas (cerca de
42% de todas as quadrículas do Cerrado).
O dendrograma resultante da análise de UPGMA das quadrículas +10 reconheceu 11
províncias de Vernonia no primeiro nível de corte. No segundo nível, seis subprovíncias foram
reconhecidas em duas das províncias pré-estabelecidas, totalizando 15 unidades fitogeográficas.
No UPGMA, 13 quadrículas ainda foram incluídas na análise a partir do dendrograma da
análise de +5 e 3 quadriculas do dendrograma de +10 eram mal resolvidas (formavam
escadinhas) e não foram incluídas nas províncias.
37
Figura 45. Dendrograma da análise de UPGMA das quadrículas com 10 ou mais coletas. Em
vermelho estão os meros das províncias estabelecidas a partir da análise deste dendrograma.
38
Figura 46. Dendrograma resultante da análise de UPGMA das quadrículas com 5 ou mais coletas.
Estão em vermelho as quadrículas ou grupos de quadrículas que foram incluídos na análise.
39
A partir dos dendrogramas das análises de regiões fitogeográficas do Bioma Cerrado,
baseadas em Vernonia, as similaridades nas análises de UPGMA foram: 0.28-0.58 para as 10
quadrículas mais bem coletadas; 0.07-0.58 para as quadrículas com 10 ou mais coletas; e, 0.05-0.58
para as quadrículas com 5 ou mais coletas.
Com base nos dendrogramas foi feito um mapa representativo das províncias fitogeográficas
do bioma Cerrado (Figura 47) segundo a análise de UPGMA.
Figura 47. Mapa das províncias fitogeográficas da análise de UPGMA. As quadrículas em
que o fundo não está pintado, tendo apenas os meros das províncias escritos coloridos, são as que
foram agregadas à análise gras ao dendrograma UPGMA das quadrículas com mais de 5 coletas.
A seguir temos a discussão da distribuição das espécies de Vernonia pelo bioma Cerrado,
província por província. No anexo B está a lista de todas as quadrículas que comem estas
províncias com seus respectivos nomes.
40
Província 1 – Serra do CiLeste
Composição e conservação:
inclui 1 quadrícula apenas, a 19420. É bastante provável que o
mero de espécies seja superior ao registrado, e que com coletas adicionais venha a aumentar,
visto que o número de registros ainda é baixo. Apresenta uma pequena porção do Parque Nacional
da Serra do Cicorrespondente a c. 6760 ha protegidos (0,4 % da província).
Distribuição geográfica das espécies
(por ordem de freência): a) 6 espécies são de ampla
distribuição no bioma; b) 3 espécies são da Serra do Cie Goiás; c) 2 espécies são restritas ao sul
do bioma (São Paulo e sul do Mato Grosso do Sul) e à Serra do Ci; d) 2 espécies são restritas às
Serras de Minas Gerais; e) 1 espécie ocorre desde à Bahia e à Serra do Ci; f) 1 espécie é restrita à
esta quadrícula no bioma, mas ocorre também fora do bioma.
Província 2 – Sem padrão
Composição e conservação:
inclui quatro quadrículas não contíguas do bioma: 15420, 18420,
18493 e 21523. As quadrículas têm um nível de coleta muito baixo, entre 5 e 12 coletas, com
conseente registro de poucas espécies (3 a 10). Esta província é provavelmente um artefato do
baixo índice de coletas. Apenas a 18420 apresenta proteção de 4696 ha (0,06% da província).
Distribuição geográfica das espécies:
as quadrículas
uniram-se graças ao baixo número de coletas
associado à presença comum de V. coriacea, uma espécie amplamente distribuída pelo bioma
Cerrado. São 20 espécies na província: a) 14 espécies de distribuição ampla; b) 2 espécies ocorrem
somente no sul do bioma; c) 2 espécies têm distribuição ocidental restrita às longitudes acima de
51º W; d) 1 espécie é restrita a Minas Gerais e Bahia; e) 1 espécie está dispersa por 5 quadrículas do
bioma, sem padrão definido, podendo ser uma espécie de ampla distribuição porém rara.
Província 3
3a – Cerrado Central e Serras de Minas Gerais
Composição e conservação:
inclui 11 quadrículas:14463, 15463, 15480, 16463, 16480, 16493,
17480, 18463, 19433, 19463 e 20463. Nesta província estão 7 das 10 quadrículas mais bem
coletadas do estudo. Apresenta 90 unidades de conservão totalizando 256809 ha protegidos (1,3%
da província).
Distribuição geográfica das espécies
: a) 43 espécies são de ampla distribuição no bioma, sendo
que mais 11 são espécies provavelmente também amplas, porém raras, visto que sua distribuição foi
aparentemente aleatória no bioma; b) 13 espécies são restritas ao sul do bioma aparecendo
exclusivamente abaixo de 18º lat. S; c) 7 espécies são restritas a Minas Gerais e Goiás; d) 6 espécies
são exclusivas de Minas Gerais; e) 5 espécies são do Distrito Federal e de poucas quadrículas
contíguas de Goiás; ; f) 4 espécies são restritas ao estado de Goiás; g) 4 espécies são restritas a uma
41
só quadrícula nesta província e ocorrem também fora do bioma; h) 3 espécies têm sua distribuição
por Goiás, Distrito Federal e Minas Geral; i) 2 espécies são exclusivas da Bahia e Minas Gerais; j) 2
espécies são restritas a Serra do Cie da Canastra; k) 1 espécie é restrita ao centro-norte do bioma,
ocorrendo entre 10º e 16º lat. S; l) 1 espécie está na Chapada dos Veadeiros e Serra do Ci; m) 6
espécies são endêmicas, restritas a esta província e de distribuição muito localizada: V.
echinocephala e V. myrsinites são exclusivas da região da Chapada dos Veadeiros, Goiás; V.
heringeri é exclusiva das quadrículas 15480 e 16463 (Santo Antônio do Descoberto e Luziânia,
Goiás); V. almedae é exclusiva da quadrícula 15463 (Distrito Federal); V. pabstii é exclusiva da
quadrícula 16463 (Serra dos Cristais, Goiás); e V. spixiana é exclusiva da quadrícula 19433 (Serra
do Ci, Minas Gerais).
3b: Furnas, MG.
Composição e conservação:
inclui uma quadrícula, 20450, localizada ao sul de Minas Gerais com
um nível de coleta baixo se levarmos em consideração que está aí uma porção do Parque Nacional
da Serra da Canastra. Com relação a unidades de conservação, 5 foram registradas, somando uma
área protegida de 79574 ha (4,42% da subprovíncia).
Distribuição geográfica das espécies:
ocorrem aí: a) 22 espécies amplamente distribuídas; b) 3
espécies que só começam a ocorrer ao sul do bioma, abaixo de 18º lat. S; c) 2 espécies que estão
apenas nas Serras do Cie da Canastra; d) 1 espécie que está nas Serras Mineiras e também em
Goiás;. e) 1 espécie que é restrita, no bioma Cerrado, a esta subprovíncia, ocorrendo fora do bioma
no Pantanal e na Mata Atlântica.
3c: Andradina, SP
Composição e conservação:
inclui apenas uma quadrícula, 20510, que abrange um pouco dos
estados de São Paulo e o Mato Grosso do Sul. Trata-se de uma quadrícula bem coletada, mas que
não possui nenhuma unidade de conservação.
Distribuição geográfica das espécies:
a quadrícula abriga: a) 12 espécies amplamente distribuídas
pelo bioma Cerrado; b) 2 espécies que têm um padrão de distribuição interessante, ocorrendo
apenas ao sul dos 17
°
de lat. S e a oeste de 51
°
long. W; c) 2 espécies que ocorrem somente ao sul
do bioma nas latitudes mais austrais; d) 1 espécie que não apresenta distribuição geográfica bem
definida, estando em três quadrículas não contíguas.
3d: Sul de Minas Gerais e norte de São Paulo
42
Composição e conservação:
inclui as quadrículas 18480, 21463 e 22463. A primeira e a terceira
quadrículas estão entre as 10 mais bem coletadas de toda a análise. Já com relação às unidades de
conservação, que são 11, temos um total protegido de 13869 ha (0,25% da província).
Distribuição geográfica das espécies:
conta com a presença de: a) 37 espécies amplamente
distribuídas; b) 14 espécies distribuídas apenas no extremo sul do bioma Cerrado; c) 4 espécies cuja
ocorrência é em poucas quadrículas e que não mostram um padrão bem definido e que precisariam
ser mais coletadas a fim de esclarecer suas distribuições descontínuas; d) 1 espécie exclusivamente
mineira. Além disso, ocorreram 4 espécies que se distribuem fora do bioma Cerrado mas que no
bioma foram exclusivas desta província e nela mostraram distribuição muito restrita: V. flexuosa, V.
edmundoi e V. brasiliensis só foram encontradas na quadrícula 18480 e V. petiolaris apenas na
quadrícula 21463.
Província 4Minas Gerais Central
Composição e conservação:
inclui as quadrículas 16420, 17433 e 18433. Esta última está entre as
10 quadrículas mais bem coletadas da análise tendo as outras duas um mero bem menor de
coletas, de médio a baixo. São quadrículas muito próximas geograficamente se configurando num
grupo natural. Com relão a unidades de conservação, são 5, contando a província com um total
protegido de 140548 ha (2,6% da província).
Distribuição geográfica das espécies:
ocorrem nas três quadrículas: a) 28 espécies amplamente
distribuídas; b) 5 espécies que ocorrem em Goiás e também em Minas Gerais; c) 4 espécies de
distribuição restrita a esta província; d) 4 espécies exclusivas de Minas Gerais; e) 4 espécies que
não apresentaram nenhum padrão evidente de distribuição, sendo talvez, amplas e raras; f) 1 espécie
ocorre nesta província e também na Bahia, em zonas de transição; g) 1 espécie que apresenta-se
distribuída apenas ao sul de 18° lat. S. Além disso, ocorrem nesta província 4 espécies endêmicas
restritas com as seguintes distribuições: Vernonia alpestris, endêmica da quadrícula 18433 (região
de Diamantina, MG), Vernonia hatschbachii que só foi encontrada nas quadrículas 16420 e 17433
(Grão Mogol e Joaquim Felício, MG), V. scapigera é endêmica das quadrículas 17433 e 18433, nos
municípios de Joaquim Fecio, Diamantina e Conselheiro da Mata e V. scaposa que só foi
encontrada na quadícula 18433 (Itacolomi, MG).
Província 5 – Sul de Minas Gerais
Composição e conservação:
inclui duas quadrículas, 20433 e 21450, não muito bem coletadas mas
que formam uma quadrícula bem natural geograficamente. Com relação a unidades de conservação
temos apenas uma na 20433 cuja área é de 8600 ha (0.24% da província protegida).
43
Distribuição geográfica das espécies:
ocorrem na província 30 espécies, destas: a) 20 são
amplamente distribuídas pelo bioma Cerrado; b) 3 espécies têm uma distribuição sem padrão
evidente, necessitando de mais coletas; c) 3 espécies são restritas a Minas Gerais; d) 3 espécies só
aparecem no sul do bioma, ao sul de 18
°
lat. S; e) 1 espécie que só ocorre em Minas Gerais e Goiás.
Província 6Bahia e Sudoeste de Minas Gerais
Composição e conservação:
inclui as quadrículas 12450, 14450 e 19480 que são pouco coletadas e
não contíguas. Há uma única reserva na quadrícula 14450 com área de 2647 ha (0,05% da
província).
Distribuição geográfica das espécies:
ocorrem nas três quadrículas a) 20 espécies bem coletadas e
amplamente distribuídas; b) 3 espécies que são restritas ao norte-nordeste brasileiro, ocorrendo na
Bahia, no Maranhão, no Piauí e em Tocantins; c) 1 espécie que não segue padrão fitogeográfico
definido; d) 1 espécie que apresenta distribuição restrita ao estado da Bahia e Minas Gerais; e) 1
espécie com distribuição restrita entre 10° e 16° lat. S. Ocorre ainda 1 espécie endêmica restrita, V.
myrsinites da Chapada dos Veadeiros cuja distribuição vai da subprovíncia 3a até a quadrícula
14450 nesta província.
Província 7 – Serra do Caiapó e Sudeste do Mato Grosso
Composição e conservação:
trata-se de um grupo natural, muito bem definido geograficamente,
que inclui as quadrículas 16510, 17510, 17523, 18510 e 18523. No geral, são quadrículas pouco
coletadas, necessitando ser mais bem conhecidas. O total protegido da província é 146573 ha
(1,63%) em 4 unidades de conservação.
Distribuição geográfica das espécies:
ocorrem a) 27 espécies amplamente distribuídas; b) 3
espécies estão distribuídas a oeste, entre 15° e 20° lat. S e a partir de 51° long. W; c) 2 espécies
apresentaram uma distribuição disjunta, sem padrão definido, precisando de mais coletas; d) 1
espécie que tem uma distribuição interessante, entre 12° e 18° lat. S e a oeste de 47° long. W; e) 1
espécie que aparece a partir de 16º lat. S em dirão ao sul e prefere as regiões de maior altitude do
bioma. Além dessas, ocorre 1 espécie endêmica e exclusiva desta província, V. caiapoensis que é
restrita, às quadrículas 17510 e 18523.
Província 8
8a: Cerrado Oeste
Composição e conservação:
inclui as quadrículas 12433, 12510, 13510, 14493, 14510, 14553,
15510, 15553 e 18450. São quadrículas pouco coletadas e bem dispersas geograficamente, sendo
44
um grupo forte do Mato Grosso e mais 3 quadrículas. No que se refere à protão, são 67293 ha em
12 unidades de conservação (0.41% da província).
Distribuição geográfica das espécies:
ocorrem: a) 27 espécies amplamente distribuídas; b) 3
espécies que se restringem às longitudes mais ocidentais do Cerrado, só aparecendo a oeste de 51°
long. W; c) 2 espécies que não apresentaram padrão fitogeográfico; d) 1 espécie da Bahia e do
Piauí, sendo uma espécie comum na Caatinga; e) 1 espécie restrita à Bahia e Minas Gerais; f) 1
espécie restrita às baixas latitudes, ocorrendo somente ao norte de 16º lat. S.
8b: Arco Mesotrófico
Composição e conservação:
inclui as quadrículas 7450, 14540, 19570, 20540 e 21480. Foram
agrupadas quadrículas muito distantes geograficamente, constituindo-se num grupo pouco coletado
não muito consistente geograficamente. Com relação a unidades de conservação temos uma única
RPPN, na 20540, com área de 6 ha (ínfimos 0,000066% da província protegida).
Distribuição geográfica das espécies:
tem-se a ocorrência de: a) 14 espécies amplamente
distribuídas; b) 1 espécie que apresenta distribuição ocidental no bioma, ocorrendo a oeste de 51º
long. W e entre 17º e 20º lat. S; c) 1 espécie que é restrita ao sul do bioma; d) 1 espécie com poucas
coletas isoladas e sem qualquer padrão fitogeográfico, possivelmente uma espécie de ampla
distribuição porém rara.
Província 9 – Sem padrão
Composição e conservação:
inclui as quadrículas 10480, 13433, 13480, 15493, 19493, 20480,
20493, 21540 e 22540. São quadrículas pouquíssimo coletadas e bastante dispersas
geograficamente, unidas provavelmente, pelo baixo nível de coleta e por abrigarem as mesmas
espécies comuns e amplamente distribuídas. Com relação às unidades de conservão há um total
de 4, somando apenas 1183 ha protegidos (0,007% da província).
Distribuição geográfica das espécies:
ocorrem: a) 16 espécies cuja distribuição é ampla; b) 4
espécies não muito coletadas que ocorrem em locais geograficamente distantes, sem padrão
fitogeográfico aparente; c) 2 espécies que estão na Serra do Cie Mato Grosso do Sul; d) 4
espécies que ocorrem na porção sul do bioma; d) 1 espécie que foi encontrada em apenas duas
quadrículas, mas que ocorre fora do bioma Cerrado inclusive em outros países da América do Sul;
e) 1 espécie que está apenas nas baixas latitudes, ao norte de 16° lat. S.; f) 1 espécie de distribuição
restrita a Bahia e Tocantins; g) 1 espécie que é exclusiva da quadrícula 21540, sendo extremamente
restrita no Cerrado contínuo.
45
Província 10Cerrado Norte e Nordeste
Composição e conservação:
inclui as quadrículas 10463, 11463, 13450 e 15450. Essas quadrículas
são pouco coletadas e se encontram próximas geograficamente, duas a duas. Em relação às unidades
de conservão, a província apresenta 9 delas somando 650871 ha de cerrados protegidos (9,04%),
sendo a mais bem protegida do bioma Cerrado, em grande parte, graças a Estação Ecológica Serra
Geral do Tocantins além dos Parques Nacional Grande Sertão Veredas e Estadual Terra Ronca.
Distribuição geográfica das espécies:
estão nelas: a) 10 espécies cuja distribuição é bem ampla no
bioma; b) 2 espécies restritas às latitudes mais baixas, ao norte; c) 1 espécie de distribuição
aparentemente aleatória; d) 1 espécie rara e de distribuição extremamente restrita para o Cerrado, só
tendo registro na quadrícula 10463; e) 1 espécie endêmica (V. myrsinites) que só ocorre na Chapada
dos Veadeiros (aqui na quadrícula 13450).
Província 11Cerrado extremo sul
Composição e conservação:
inclui as quadrículas 22480, 23480, 24480 e 24493. Trata-se de uma
província natural, bem consistente geograficamente mas com quadrículas ainda pouco coletadas. A
província não apresenta nenhuma unidade de conservão.
Distribuição geográfica das espécies:
nela ocorrem: a) 18 espécies de ampla distribuição; b) 10
espécies que só foram registradas para o sul do Cerrado, a partir de 20º lat. S; c) 8 espécies
exclusivas desta província e picas das áreas de transição com a Floresta Atlântica, ocorrendo
principalmente em áreas isoladas de cerrado do estado de São Paulo; d) 1 espécie aparentemente de
distribuição aleatória, necessitando de mais coletas; e) 1 espécie endêmica (V. argentea), presente
nas quadrículas 23480 e 24493.
3) Análises Divisivas - TWINSPAN
Da mesma forma que na análise aglomerativa, os relatórios foram obtidos a partir de
matrizes de presença e ausência das espécies pelas quadrículas, sendo uma contendo apenas as
espécies presentes nas 10 quadrículas mais coletadas da análise, outra contendo todas as quadrículas
que continham 10 ou mais coletas e, a última, incluía as quadrículas que apresentaram mais de 5
coletas. Também da mesma foram que no UPGMA, a análise das quadrículas com 5 ou mais coletas
agregou mais algumas quadrículas à divisão estabelecida anteriormente na análise do dendrograma
das quadrículas com 10 ou mais coletas.
A análise das quadrículas +10 agrupou também 55 quadrículas (cerca de 31% de todas as
quadrículas do Cerrado) enquanto que a das +5 agrupou também 73 quadrículas (cerca de 42% de
todas as quadrículas do Cerrado). O dendrograma resultante da análise de +10 do TWINSPAN
46
reconheceu quatro províncias, sendo que três delas foram subdivididas em seis subprovíncias no
fim, chegando a um total de sete unidades fitogeográficas (Figura 50).
Para as províncias do TWINSPAN, 4 quadrículas que aparecem no dendrograma da análise
de +5 foram incluídas ao mapa final das províncias do TWINSPAN.
Figura 48. Dendrograma resultante da análise de TWINSPAN para as quadrículas com mais
de 10 coletas. Os meros e letras em negrito representam as províncias e subprovíncias a que
aqueles agrupamentos pertencem.
Figura 49. Dendrograma resultante da análise de TWINSPAN para as quadrículas com mais
5 coletas. Em destaque estão quadrículas que foram agregadas à analise a partir deste TWINSPAN.
Os meros e letras em negrito, assim como as cores do fundo do destaque são referentes a
província e subprovíncia em que aquele agrupamento se inseriu.
47
Figura 50. Mapa das províncias fitogeográficas da análise de TWINSPAN. As quadrículas
em que o fundo não está pintado, tendo apenas os meros das províncias escritos coloridos, são as
que foram agregada à análise graças ao dendrograma das quadrículas com mais de 5 coletas.
A seguir tem-se a discussão da distribuição das espécies de Vernonia pelo bioma Cerrado,
província por província. No Anexo C está a lista de todas as quadrículas que fazem parte das
províncias com os seus respectivos nomes.
Província 1Cerrado Sul
Composição e conservação:
inclui as quadrículas 22463, 22480, 22540, 23480, 24480 e 24493.
Engloba o sul do bioma, estados de Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná. Foi a primeira
província a ser segregada, se configurando num grupo forte (Eigenvalue = 0.3), e geograficamente
muito natural. Em termos de esforço de coleta, uma quadrícula é a 5
ª
mais bem coletada da análise,
48
outra tem nível médio de coleta e as outras são pouco coletadas. Com relação a unidades de
conservação, só registramos a ocorrência de 3 reservas na província, num total protegido de 3740 ha
(0,034%).
Distribuição geográfica das espécies:
apresenta: a) 29 espécies cuja distribuição é ampla no
bioma; b) 14 espécies cuja distribuição se restringe ao sul do bioma aparecendo ao sul de 19º de lat.
S; c) 11 espécies cuja distribuição está restrita a esta província, evidenciando a unicidade da flora
dos cerrados de São Paulo e das zonas ao sul e de transição como um todo; d) 2 espécies cuja
distribuição não evidenciou qualquer padrão definido; e) 1 espécie (V. argentea) endêmica desta
província, ocorrendo nas quadrículas 23480 e 24493.
Província 2
2a Cerrado Oeste
Composição e conservação:
inclui as quadrículas 7450, 12510, 13510, 14510, 14540, 14553,
15510, 15553, 16510, 17523, 18493, 19570, 20510, 20540 e 21523. Com excão das quadrículas
7450 e 18493, todas as outras estão a oeste de 51º long. W, se consolidando num grupo bem
interessante, estando, em sua maioria, no Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Em termos de coletas,
a maioria apresenta-se com baixo nível, necessitando de mais esforços. Com relação a unidades de
conservação, a província conta com 76437 ha protegidos (0,28% da província).
Distribuição geográfica das espécies:
têm-se: a) 31 espécies amplamente distribuídas pelo bioma
todo; b) 5 espécies que corroboram o agrupamento da província de quadrículas mais a oeste do
Cerrado, cuja distribuição se inicia a partir dos 51º long. W; c) 4 espécies que ocorrem apenas nas
latitudes mais austrais, a partir de 18º S, ao sul do Cerrado; e d) 3 espécies cuja distribuição é
aparentemente aleatória, sem padrão fitogeográfico.
2b: Sem padrão
Composição e conservação:
inclui as quadrículas 10463, 14493 e 18450. Aparentemente, trata-se
da província menos natural geograficamente da análise, tendo-se reunido quadrículas “coringas
que não se firmam, variando de agrupamento nas análises de +5 e +10, sendo todas as quadrículas
caracterizadas por baixo número de coletas. Reuniram-se áreas no Tocantins, Goiás e Minas Gerais,
sendo a província com menor mero de espécies. Com relação a unidades de conservação que são
7, o total protegido é de 329416 ha (6,1% da província).
Distribuição geográfica das espécies:
têm-se a ocorrência de 13 espécies, sendo que: a) 9 delas
são amplamente distribuídas; b) 1 espécie só foi registrada no cerrado contínuo na quadrícula
10463, sendo uma espécie rara; c) 1 espécie não apresentou padrão de distribuição, necessitando de
49
mais coletas; d) 1 espécie é restrita ao nordeste do Cerrado, às latitudes mais boreais do bioma; e) 1
espécie ocorre apenas em Minas Gerais e na Bahia.
Província 03
3a – Cerrado centro-nordeste
Composição e conservação:
inclui as quadrículas 10480, 12433, 12450, 13433, 13450, 13463,
14450, 14463, 14480, 15450 e 18480. Trata-se de uma das maiores unidades geográficas contínuas
desta análise. Apenas as quadrículas 10480 e 18480 estão disjuntas das demais sendo que há um
bloco importante e desconhecido entre a 10480 e as demais quadrículas. Com relão às unidades
de conservação, há uma área total protegida de 371618 ha (1,87%) em 23 reservas.
Distribuição geográfica das espécies:
ocorrem: a) 39 espécies amplamente distribuídas pelo
bioma; b) 6 espécies sem padrão fitogeográfico definido, necessitando de mais coletas; c) 5 espécies
com distribuição restrita ao estado de Goiás; d) 4 espécies que ocorrem nos estados de Goiás e
Minas Gerais apenas; e) 3 espécies com distribuição restrita a quadrícula 18480 (Uberlândia, MG),
sendo espécies raras e mal coletadas; f) 3 espécies típicas do nordeste, ocorrendo inclusive na
Caatinga; g) 2 espécies restritas às altitudes, só ocorrem na Chapada dos Veadeiros e na Serra do
Ci; h) 2 espécies que ocorrem em Minas Gerais, Goiás e também no Distrito Federal; i) 1 espécie
de Goiás e Mato Grosso do Sul; j) 1 espécie da Bahia e Minas Gerais; k) 1 espécie só ocorre no
Distrito Federal e em Goiás; l) 1 espécie restrita a uma faixa entre 10º e 16º lat. S. Há duas espécies
endêmicas para esta província, ambas da Chapada dos Veadeiros, tratam-se de V. echinocephala
que só foi registrada para as quadrículas 13463 e 14463, e V. myrsinites, espécie com 27 coletas
registradas até então somente nas quadrículas conguas 13450, 13463, 14450 e 14463.
3b: Cerrado Central
Composição e conservação:
inclui as quadrículas 15463, 15480, 16463, 16480, 16493, 17480,
17510, 18463, 18510, 18523 e 19480. Engloba, em geral, as quadrículas mais coletadas do Brasil
Central e um forte e consistente grupo que chega até o Mato Grosso do Sul. As demais quadrículas
têm nível de coleta médio. Com relação à unidades de conservação temos um total de 67
protegendo cerca de 209484 ha (1,05% da subprovíncia).
Distribuição geográfica das espécies:
ocorrem: a) 42 espécies amplamente distribuídas pelo
Cerrado; b) 8 espécies de distribuição aparentemente randômica, sem padrão evidente; c) 6 espécies
restritas ao estado de Goiás; d) 5 espécies de Goiás e Minas Gerais; e) 3 espécies que ocorrem
apenas no Distrito Federal e Goiás; f) 3 espécies que se distribuem pelo Distrito Federal, Goiás e
Minas Gerais; g) 3 espécies cuja distribuição é restrita à porção oeste do bioma, a partir de 51º long.
50
W; h) 1 espécie está restrita as baixas latitudes, ao norte de 16º lat. S; i) 1 espécie de Goiás e Mato
Grosso do Sul; j) 1 espécie está restrita às regiões serranas de Goiás e Minas Gerais (Chapada dos
Veadeiros, Serra dos Cristais e Serra do Ci). Há 4 espécies endêmicas nesta subprovíncia: 1) V.
almedae, endêmica da quadrícula de Brasília (15463); 2) V. heringeri endêmica das quadrículas
15480 – Goianésia, GO e 16463- Unaí, MG (coletas de Santo Antônio do Descoberto e Luziânia,
GO); 3) V. pabstii cujas duas únicas coletas vistas foram feitas na Serra dos Cristais, GO (16463 –
Unaí, MG); e, por fim, 4) V. caiapoensis endêmica da, quadrícula 17510 – Jataí, GO e 18523 –
Parque Nacional das Emas (Serra do Caia).
Província 4
4a: Centro-sul de Minas Gerais
Composição e conservação:
inclui as quadrículas 17463, 19433, 19463, 20433, 20450, 20463,
21450 e 21463. Trata-se de um grupo geograficamente natural, de distribuição quase contínua,
incluindo as Serras do Cie da Canastra. Com relação a unidades de conservão ocorrem 31
somando 254877 ha protegidos (1,77% da subprovíncia).
Distribuição geográfica das espécies:
São: a) 41 espécies amplamente distribuídas pelo bioma; b)
16 espécies cuja distribuição se dá ao sul do bioma, a partir de 18º lat. S; c) 8 espécies raramente
coletadas, aparentemente sem padrão fitogeográfico, necessitando de mais coletas; d) 6 espécies
restritas à Goiás e Minas Gerais; e) 5 espécies são exclusivas de Minas Gerais; f) 5 espécies que
ocorrem apenas em uma quadrícula no bioma, sendo raras e exclusivas desta subprovíncia no
Cerrado; g) 3 espécies de Minas Gerais, Goiás e Distrito Federal; h) 2 espécies de Minas Gerais e
da Bahia; i) 2 espécies restritas às Serras do Cie da Canastra; j) 1 espécie exclusiva de São
Paulo; k) 1 espécie de São Paulo e também Minas Gerais; l) 1 espécie que ocorre na Chapada dos
Veadeiros e na Serra do Ci. Ocorre nesta subprovíncia uma espécie endêmica, V. spixiana, cujas
coletas são todas da quadrícula 19433 – Belo Horizonte, MG (endêmica da Serra do Ci, MG).
4b: Cerrado centro-norte de Minas Gerais
Composição e conservação:
inclui as quadrículas 15420, 16420, 17433, 18433 e 19420. No geral
são quadrículas com nível médio de coletas sendo a 18433 a única com alto nível, estando entre as
10 quadrículas mais bem coletadas da análise. Trata-se de um grupo geograficamente coerente,
reunindo muitas quadrículas da região da Cadeia do Espinhaço, MG. Com relão a unidades de
conservação, são 6 com área total de 147308 ha de cerrados protegidos (1,63% da subprovíncia).
51
Distribuição geográfica das espécies:
ocorrem nesta subprovíncia: a) 27 espécies amplamente
distribuídas, b) 6 espécies de distribuição restrita `a Goiás e Minas Gerais; c) 5 espécies de
distribuição aparentemente randômica, sem padrão fitogeográfico aparente; d) 5 espécies que
ocorreram em apenas uma quadrícula sendo exclusivas desta subprovíncia no bioma Cerrado; e) 4
espécies exclusivas de Minas Gerais; f) 4 espécies restritas ao sul do bioma; g) 2 espécies restritas à
Bahia e Minas Gerais; h) 1 espécie que ocorre apenas nas Serras do Cie da Canastra. Ocorrem
ainda nesta província 4 espécies endêmicas: V. alpestris e V. scaposa só ocorrem na quadrícula
18433 – Curvelo, MG município de Diamantina; V. hatschbachii só foi encontrada nas quadrículas
16420 – Araçuaí, MG e 17433 – Pirapora, MG em dois municípios apenas, Grão Mogol e Joaquim
Felício e V. scapigera também tem sua distribuição bem restrita, só ocorrendo nas quadrículas
17433 – Pirapora, MG e 18433 – Curvelo, MG, nos municípios de Diamantina, Joaquim Felício e
Conselheiro da Mata.
4) Consenso das análises
O mapa apresentado na figura 51 mostra as 11 províncias fitogeográficas de Vernonia para o
Cerrado brasileiro que é resultado do consenso entre as análises de TWINSPAN e UPGMA. Este
mapa, que agrupou 44 quadrículas (25,1% de todas as quadrículas do bioma), foi considerado uma
expressão confiável da informação fitogeográfica dos dados.
52
Figura 51. Mapa consensual das províncias fitogeográficas do bioma Cerrado.
A seguir temos a discussão da distribuição das espécies de Vernonia pelo bioma Cerrado,
para as províncias consensuais.
Província 01Cerrado Sul
Composição e Conservação
: inclui as quadrículas conguas 22480, 23480, 24480 e 24493 nos
estados de São Paulo e Paraná. Tem nível de coleta médio para baixo, consequentemente com
poucas espécies. Trata-se de um grupo forte, geograficamente consistente ao sul do bioma, que
rapidamente se separa dos demais em ambas as análises. Com relão a unidades de conservação, a
situação é dramática já que a província não dise de nenhuma.
Distribuição geográfica das espécies
: ocorrem: a) 18 espécies com distribuição ampla por todo o
bioma; b) 10 espécies que ocorrem na porção sul do bioma, a partir de 19º lat. S; c) 7 espécies que
53
são exclusivas desta província no bioma Cerrado sendo importanssimas para a circunscrição deste
grupo; d) 1 espécie não apresentou um padrão fitogeográfico consistente, com poucas coletas e
distribuição randômica; e) 1 espécie é endêmica restrita da província, V. argentea, que ocorre nas
quadrículas 23480 – Itapetininga, SP e 24493 – Telêmaco Borba.
Província 02Cerrado Sudoeste
Composição e Conservação
: inclui duas quadrículas pouquíssimo coletadas: 18493 e 21523. A
primeira está ao sul de Goiás e a segunda no Mato Grosso do Sul. Embora não sejam contíguas, elas
estão relativamente próximas e a área entre as duas quadrículas também é pouco coletada e pouco
conhecida. O valor de Eigenvalue na análise de TWINSPAN foi 0,44. Também se trata de uma
província que está em perigo, já que não apresenta nenhuma unidade de conservação.
Distribuição geográfica das espécies:
ocorrem nesta província apenas 14 espécies, sendo a) 9 de
ampla distribuição no Cerrado; b) 2 espécies cuja distribuição é restrita ao oeste do bioma, a partir
de 51º long. W; c) 2 espécies que só ocorrem no sul do Cerrado, ao sul de 18º lat. S; d) 1 espécie
(raramente coletada) aparentemente sem padrão fitogeográfico definido. Esta província necessita de
mais coletas para confirmar se se trata de uma província fitogeográfica real ou se é apenas fruto dos
baixos níveis de coleta dessas quadrículas.
Província 03Cerrado Nordeste
Composição e Conservação:
inclui as quadrículas próximas mas não contíguas 13450 e 15450.
Também são quadrículas pouco coletadas que merecem ser mais bem estudadas e coletadas para se
confirmar seu status de província fitogeográfica real. Com estes dados trata-se de uma flora pobre
em Vernonia em que a maioria das espécies são comuns e de ampla distribuição. O valor de
Eigenvalue no TWINSPAN foi baixo, 0,22. Em termos de unidades de conservação, trata-se da
província mais protegida, com 3,74% da área protegida em 4 reservas.
Distribuição geográfica das espécies:
ocorrem nesta província apenas 10 espécies, sendo a) 8
delas de distribuição ampla pelo bioma; b) 1 espécie que está restrita a uma faixa estreita de latitude
no bioma Cerrado (10º - 16º lat. S); c) 1 espécie endêmica, V. mysinites, que está na Chapada dos
Veadeiros, em quatro quadrículas no total, sendo a 13450 – São Domingos, GO pertencente a esta
província.
Província 04Cerrado Norte-Nordeste
Composição e conservação:
inclui as quadrículas distantes geograficamente, 10480 e 13433.
Trata-se de um grupo cujo valor de Eigenvalue no TWINSPAN foi um dos mais altos da análise,
0,46 e que parece ter se agrupado pela presença comum de espécies amplas no bioma Cerrado. As
54
duas quadrículas são pouco coletadas, beirando o nimo necessário para fazer parte da análise,
necessitando de mais coletas. Em termos de conservão, trata-se de duas quadrículas em perigo já
que a 10480 não possui unidades de conservão e a 13433 apresenta apenas uma porção de 265 ha
de um refúgio de vida silvestre totalizando apenas 0,007% da província protegido.
Distribuição geográfica das espécies:
ocorrem 15 espécies na província: a) 9 espécies que tem
distribuição ampla pelo bioma; b) 3 espécies (pouco coletadas) que aparentemente tem uma
distribuição randômica pelo Cerrado; c) 2 espécies cuja distribuição se dá ao centro-norte e nordeste
do bioma, ao norte de 16º lat. S.
Província 05
5a: Arco Mesotrófico
Composição e Conservação
: trata-se da província cujas quadrículas se encontram mais separadas
geograficamente da análise. Inclui a 7450, 14540, 19570 e 20540. Todas têm baixo nível de coleta e
com certeza se agruparam pela presença em comum de espécies de distribuição extremamente
ampla pelo Cerrado. Também se trata da província menos protegida de toda análise, podendo-se
dizer que não há reservas já que só a quadrícula 20540 apresenta uma RPPN de 6 ha, ou seja,
irrisórios 0,00008% da área da subprovíncia está protegida.
Distribuição geográfica das espécies
: Praticamente todas as espécies presentes nas quadrículas são
de ampla distribuição (12 das 13 espécies ocorrentes), confirmando o que foi dito acima sobre a
província necessitar de mais coletas. A 13ª espécie tem uma distribuição restrita ao oeste do bioma,
só ocorrendo a partir dos 51º long. W.
5b: Itapaci, GO e Três Marias, MG.
Composição e Conservação:
inclui as quadrículas 14493 e 18450, distantes geograficamente e
também pouquíssimo coletadas. Também deve se tratar de um artefato da análise, um grupo reunido
graças as poucas coletas de espécies comuns e amplamente distribuídas em ambas. O valor do
Eigenvalue no TWINSPAN foi 0.44. A subprovíncia apresenta 4 unidades de conservão no total,
somando 0,2% de área protegida, muito pouco se considerarmos que 18450 – Três Marias, MG
abriga municípios grandes que apresentam forte atividade mineradora ameaçando a vegetão e o
rio São Francisco e a 14493 – Itapaci, GO, visitada no presente trabalho, como já dito
anteriormente, sofre com a agricultura e pastagens.
Distribuição geográfica das espécies:
trata-se da província com menor mero de espécies de toda
análise, 9, sendo que 8 delas são amplamente distribuídas, corroborando a hitese de agrupamento
supracitada, ser bastante influenciado por baixo esforço de coleta. A outra espécie apresenta-se
restrita aos estados da Bahia e Minas Gerais, entre 42º e 45º long.W.
55
5c: Cerrado Mato-grossense.
Composição e Conservação:
inclui as quadrículas 12510, 13510, 14510, 14553, 15510 e 15553.
Trata-se de um grupo muito consistente geograficamente que representa o Cerrado do estado do
Mato Grosso e um pouco do oeste de Goiás, o oeste do bioma que abriga espécies tão peculiares e
importantes. O Eigenvalue do TWINSPAN foi 0,4. Em termos de unidades de conservação,
registrou-se a presença de apenas 7, sendo que três quadrículas não apresentaram qualquer reserva,
somando 0,43% de área da subprovíncia protegida.
Distribuição geográfica das espécies:
ocorrem aí a) 24 espécies amplamente distribuídas por todo
o bioma; b) 3 espécies, importantes para a subprovíncia, que são exclusivas do Cerrado oeste,
ocorrendo a partir de 51º long. W.; c) 1 espécie apresenta distribuição aparentemente randômica,
sendo suas coletas muito espaçadas e raras no bioma.
Província 06 Serra do Caiapó
Composição e Conservação:
inclui as quadrículas contíguas 17510, 18510 e 18523. São
quadrículas importantes para a análise, com nível de coleta baixo para médio, mas se configurando
num grupo muito bom geograficamente. O TWINSPAN apresentou Eigenvalue de 0,3. Com relação
à proteção contam com apenas 3 unidades de conservação, inclusive uma porção do grande Parque
Nacional das Emas, sendo que a 17510 não apresenta reservas. No total, 2,17% desta província
apresenta-se protegido.
Distribuição geográfica das espécies:
ocorrem a) 22 espécies cuja distribuição é ampla por todo o
Cerrado; b) 4 espécies apresentaram distribuição aparentemente randômica no bioma, fazendo-se
necessárias mais coletas para se saber ao certo; c) 3 espécies que só ocorrem a oeste no bioma, a
partir de 51º long. W., estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul; d) 1 espécie é endêmica
restrita desta província, V. caiapoensis, ocorrendo nas quadrículas 17510 e 18523, região da Serra
do Caia.
Província 07 – Sudoeste de Goiás
Composição e Conservação:
inclui as quadrículas contíguas 16510 e 17523, ao norte da província
6. Trata-se de duas quadrículas pouco coletadas mas que proporcionalmente apresentaram um bom
mero de espécies, merecendo ser melhor coletadas. O Eigenvalue foi de 0,39 na análise de
TWINSPAN. Em termos de conservão, apresentam apenas uma unidade de conservação. A
16510 não apresenta qualquer reserva e a 17523 abriga parte do Parque Nacional das Emas, que
representa 0,81% de área protegida na província.
Distribuição geográfica das espécies:
ocorrem aí a) 13 espécies de distribuição ampla no bioma;
b) 2 espécies cuja ocorrência se dá na porção a oeste do Cerrado atingindo 55º30`long. W.; c) 1
56
espécie cuja distribuição no Cerrado foi aparentemente randômica, impossibilitando qualquer
tentativa de classificá-la em um dos padrões fitogeográficos adotados.
Província 08Cerrado Nordeste
Composição e Conservação:
inclui as quadrículas 12450 e 14450. Configura-se como uma
província do estado da Bahia, geograficamente coerente. O Eigenvalue no TWINSPAN foi um dos
mais altos da análise, 0,46. São áreas que merecem ser mais coletadas e conhecidas do ponto de
vista florístico. Já em termos de unidades de conservação, a quadrícula 12450 não apresenta
nenhum reserva e a 14450 possui duas, protegendo ínfimos 0,07% da província.
Distribuição geográfica das espécies
: apresenta a) 14 espécies de ampla distribuição no bioma; b)
3 espécies que ocorrem no Cerrado exclusivamente nas porções norte e nordeste, ocorrendo
inclusive no bioma Caatinga; c) 1 espécie de distribuição centro-norte no bioma, ocorrendo na faixa
entre as latitudes 10º e 16º S; d) 1 espécie que está apenas na Bahia e em Minas Gerais, a leste de
45º long. W; e) e a quadrícula 14450 – Posse, GO abriga uma espécie endêmica, V. myrsinites que
também ocorre na província 3 (quadrícula 13450 – São Domingos, GO).
Província 09 – Sul de Minas Gerais
Composição e Conservação:
inclui duas quadrículas próximas geograficamente, a 20433 e a
21450 que inclusive estão próximas da zona transicional com o bioma da Mata Atlântica. Ainda
possuem poucas coletas para áreas que margeiam dois importantes parques nacionais, das Serras do
Cie da Canastra. O Eigenvalue no TWINSPAN foi de 0,32. Em termos de unidades de
conservação a situação também é precária com apenas uma reserva de 8600 ha na 20433 –
Divinópolis, MG, totalizando 0,24% da província protegidos.
Distribuição geográfica das espécies
: ocorrem aí a) 19 espécies amplamente distribuídas pelo
Cerrado; b) 4 espécies com distribuição aparentemente randômica, com poucas coletas muito
distantes umas das outras; c) 3 espécies restritas à porção sul do bioma Cerrado, a partir de 18º lat.
S; d) 3 espécies restritas ao estado de Minas Gerais; e) 1 espécie das regiões montanas dos estados
de Goiás e Minas Gerais, incluindo a Chapada dos Veadeiros e a Serra do Ci.
Província 10
10a: Nordeste montanhoso de Minas Gerais
Composição e Conservação:
inclui as quadrículas 16420, 17433 e 18433. Trata-se de quadrículas
importantíssimas para o gênero, de médio a bem coletadas, estando a 18433 entre as 10 mais bem
coletadas de toda a análise, ultrapassando as 100 coletas de Vernonia. Além disso, é um grupo
excelente geograficamente, com quadrículas conguas e que fazem fronteira a leste com o bioma da
57
Mata Atlântica. O Eigenvalue na análise de TWINSPAN foi 0.32. Infelizmente, com relação a
unidades de conservação, a proteção está longe da desejada. A quadrícula 16420 não possui
nenhuma reserva e as outras duas somadas tem 5 reservas que protegem 2,6% da subprovíncia.
Distribuição geográfica das espécies
: ocorrem aí a) 27 espécies cuja distribuição é ampla,
ocorrendo por todo o Cerrado; b) 6 espécies com distribuição aparentemente randômica no bioma,
necessitando de mais coletas; c) 6 espécies importantes por serem exclusivas desta subprovíncia, só
ocorrendo em uma ou no máximo duas quadrículas no Cerrado, mas não são endêmicas por
ocorrerem em outros biomas também; d) 4 espécies endêmicas restritas desta subprovíncia V.
alpestris (18433 – Curvelo, MG), V. hatschbachii(16420 – Araçuaí, MG e 17433 – Pirapora, MG),
V. scapigera (17433 – Pirapora, MG e 18433 – Curvelo, MG) e V. scaposa (endêmica da 18433 –
Curvelo, MG); e) 4 espécies restritas aos estados de Goiás e Minas Gerais; f) 2 espécies restritas à
Minas Gerais; g) 1 espécie que ocorre apenas na Bahia e em Minas Gerais; h) 1 espécie que ocorre
apenas ao sul de 18º lat. S.
10b: Centro montanhoso de Minas Gerais
Composição e Conservação:
inclui as quadrículas 19433, 19463 e 20463. Trata-se de uma
importante subprovíncia para a análise porque agrupa as Serras do Cie da Canastra. Todas as três
quadrículas estão na lista das 10 mais bem coletadas da análise sendo assim um agrupamento
confiável. O Eingenvalue do TWINSPAN foi de 0,32. Em termos de preservação temos um total de
16 unidades de conservão (incluindo dois importantes parques nacionais, das Serras da Canastra e
do Ci) que protegem 2,86% da subprovíncia.
Distribuição geográfica das espécies:
vale dizer que se trata da província com maior mero de
espécies da análise, 79. Ocorrem aí a) 37 espécies cuja distribuição é ampla por todo o bioma; b) 12
espécies que são tipicamente do sul do bioma, a partir de 18º lat. S; c) 7 espécies restritas ao estado
de Minas Gerais; d) 7 espécies restritas aos estados de Goiás e Minas Gerais, sendo que duas destas
estão apenas nas altas altitudes da Chapada dos Veadeiros, Serras dos Cristais e do Ci; e) 6
espécies com distribuição aparentemente randômica pelo Cerrado graças à poucas coletas disjuntas;
f) 5 espécies exclusivas desta subprovíncia, que só ocorrem em uma ou duas quadrículas
pertencentes a este agrupamento; g) 3 espécies restritas aos estados de Goiás e Minas Gerais e ao
Distrito Federal; h) 2 espécies que ocorrem apenas na Bahia e em Minas Gerais; i) 1 espécie, V.
spixiana, é endêmica restrita da Serra do Ci, ocorre na quadrícula 19433 – Belo Horizonte, MG.
Província 11Cerrado Central
Composição e Conservação:
inclui as quadrículas 15463, 15480, 16463, 16480, 16493, 17480 e
18463. Trata-se de uma excelente província geograficamente, unindo Goiás e Distrito Federal,
58
dotada de quadrículas contíguas muito bem coletadas em sua maioria, estando 4 delas na lista das
10 mais bem coletadas. O Eigenvalue do TWINSPAN foi baixo, 0,21. Em relação a unidades de
conservação é a província com maior mero delas, 64, mas que desproporcionalmente só protegem
0,73% da província como um todo.
Distribuição geográfica das espécies:
ocorrem aí a) 43 espécies cuja distribuição é ampla por todo
o bioma; b) 6 espécies com distribuição centro-leste no bioma, ocorrendo apenas nos estados de
Minas Gerais e Goiás; c) 5 espécies com distribuição aparentemente randômica já que as poucas
coletas são muito espadas; d) 5 espécies restritas ao centro do bioma, no Distrito Federal e em
Goiás; d) 4 espécies restritas ao estado de Goiás numa faixa de longitude restrita, de 46º30`até
49º30`W; e) 3 espécies endêmicas restritas desta província, V. almedae (15463 – Brasília, DF), V.
pabstii (16463 – Unaí, MG) e V. heringeri (15480 – Goianésia, GO e 16463 – Unaí, MG); f) 3
espécies que ocorrem nos estados de Goiás e Minas Gerais e também no Distrito Federal; g) 1
espécie que é exclusiva desta província mas não endêmica por ocorrer em outros biomas; h) 1
espécie com distribuição curiosa, numa faixa de baixa latitude, entre 10º e 16º lat. S.
5) Comparação com outros trabalhos
A análise realizada dentro do projeto Conservação e Manejo da Biodiversidade do Bioma
Cerrado para Loranthaceae e Viscaceae (Barbosa, 2000) apresenta poucas semelhanças com os
resultados obtidos pelo UPGMA para Vernonia. Cinco quadrículas foram agrupadas na análise de
Barboza (2000) na região de mero 6 e estas correspondem à província 3 obtida para Vernonia,
sendo áreas dos estados de Goiás e Minas Gerais. A segunda semelhança está no agrupamento de
áreas no Mato Grosso e sudoeste de Goiás.
Com relação ao trabalho realizado com Jacaranda e Tabebuia (Bignoniaceae) (Farias, 2000)
temos uma correspondência importante na província 2 (Serra do Espinhaço ou Cerrado extremo
leste) e a província 4 de Vernonia, municípios de Grão Mogol e Diamantina (MG), áreas tidas como
centros de diversidade e endemismo para Farias (2000) e confirmados para Vernonia, sendo a
18433 a quadrícula com maior mero de espécies endêmicas de Vernonia de toda a análise. A
província 6 de Farias (2000), que reuniu um mero muito grande de quadrículas, concorda com
três províncias de Vernonia, a de mero 3, a 8 e a 7. A maior concordância está com a província 3
de Vernonia (cerrado central e sudeste). Com a 7 e a 8 a concordância está em agrupar quadrículas
do cerrado centro-oeste, estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
59
Comparando-se com Miconia (Cardoso, 2002), não se percebe muitas semelhanças. A
grande região 6 daquela análise concorda com Vernonia ao agrupar duas quadrículas no Mato
Grosso e concorda com a grande província 3 de Vernonia, reunindo a Chapada dos Veadeiros, a
região central e sudoeste de Goiás, sul de Minas Gerais, a Serra do Cie o Distrito Federal.
Grandes correspondências foram observadas entre Mimosa (Simon & Proença, 2000) e
Vernonia. As províncias 11 e 12 de Mimosa correspondem à 3 de Vernonia, sendo que a Chapada
da Contagem, Serras dos Cristais e dos Pirineus são centros de endemismo de Mimosa, sendo que a
Serra dos Cristais foi confirmada para Vernonia, abrigando uma espécie endêmica. A segunda
concordância como centro de endemismo e diversidade está na Chapada dos Veadeiros. Já a
província 8 de Mimosa denominada por Simon & Proença (2000) de Serra do Espinho Norte,
agrupa duas quadrículas 16420 e 17433 - em equivalência com Vernonia (na província 4), sendo
uma terceira correspondência em termos de área que abriga espécies endêmicas dos dois táxons e
também com espécies cuja distribuição está restrita no bioma a apenas uma quadrícula. A última
correspondência foi no agrupamento de quadrículas do cerrado centro-oeste com a ressalva de que
são necessárias mais coletas nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul para os dois
gêneros.
Tomando o trabalho de Ratter e colaboradores (2003) também foram possíveis
algumas comparações e percebeu-se várias congruências, mesmo tendo-se em mente que o referido
trabalho reuniu 951 espécies de árvores e grandes arbustos. Analisando-se os resultados obtidos
com TWINSPAN e UPGMA, já que as metodologias adotadas naquele e no presente trabalho são
muito semelhantes, as coincidências são muitas, sendo que são maiores na análise de UPGMA.
Mais minuciosamente, tomando-se o mapa consensual de Ratter (2003) percebemos as seguintes
coincidências com o consenso de Vernonia: ambas análises reuniram os cerrados do sul (áreas de
São Paulo e Paraná); coincidem áreas reunidas no grupo de Ratter chamado central-oeste com as
províncias consensuais de Vernonia de mero 2, parte da 5, a 6, a 7 e parte da 11; coincidem
também áreas em Minas Gerais chamadas de central e sudeste por Ratter e aqui são as províncias
consensuais de mero 10 e 11 (partes delas); por fim coincidem os grupos norte e nordeste com as
províncias consensuais de Vernonia 3 e 8, áreas do extremo norte de Minas Gerais e da Bahia.
A falta de similaridade entre Loranthaceae e Viscaceae e Vernonia pode ser conseência
dos diferentes hábitos e síndromes de dispersão dos indivíduos destes táxons, sendo a maioria das
espécies das duas falias hemiparasitas, estando em ambientes muito diversos dos de Vernonia.
Com relação a Jacaranda e Tabebuia, não há tanta diferença de hábitos já que tratam-se de árvores
ou (sub)arbustos, assim como para Mimosa que também é dispersa pelo vento, como Vernonia.
60
6) Endemismo
Antes de analisar os resultados do presente trabalho acerca do endemismo em Vernonia,
vale lembrar o que disse Funk (1997), que é importante levar em consideração que, embora espécies
endêmicas sejam identificadas, sem a informação total da sua distribuição não é possível se
determinar se ela é verdadeiramente endêmica e isso se torna mais difícil porque ainda existem
muitas áreas não coletadas.
No total, foram encontradas para o bioma Cerrado 12 espécies de Vernonia endêmicas, o
que representaria 7,6% do total das espécies (Figura 52). Estas espécies foram encontradas em 15
quadrículas da análise (12% de todas as quadrículas que apresentaram coletas de Vernonia).
Também vale ressaltar que esse mero é notável perto de outros táxons indicadores como os
gêneros Habenaria (Ramalho, 1997) e Miconia (Cardozo, 2002) que encontraram menos de 1% de
espécies endêmicas e também são gêneros grandes.
V. almedae é endêmica do Distrito Federal; V. alpestris e V. scaposa são endêmica da região
de Diamantina, Minas Gerais; V. scapigera é endêmica também de Minas Gerais, mas das
quadrículas 17433 e 18433, municípios de Diamantina, Joaquim Fecio e Conselheiro da Mata,
MG; V. argentea se mostrou endêmica dos cerrados do sul, no estado de São Paulo, áreas de
transição com a Mata Atlântica; V. echinocephala é endêmica da Chapada dos Veadeiros, Goiás e
V. myrsinites se estende desta região até o oeste do estado da Bahia; V. hatschbachii seria endêmica
do centro-leste de Minas Gerais, municípios de Joaquim Felício e Grão Mogol; V. heringeri
também só foi encontrada em dois municípios, mas do estado de Goiás, Luziânia e Santo Antonio
do Descoberto; V. pabstii e endêmica das altas altitudes de Cristalina, Goiás; V. spixiana e
endêmica da Serra do Ci; V.caiapoensis é endêmica da Serra do Caia, Goiás.
61
Figura 52. Mapa de distribuição das espécies de Vernonia endêmicas do bioma Cerrado.
Analisando este resultado, sem vida nenhuma, Vernonia apresenta endemismo de altitude,
assim como Mimosa. Destacaram-se como centros de endemismo a Chapada dos Veadeiros (600-
1670m), Serra dos Cristais (cerca de 1000m), Serra do Caia(média de 850m) e o complexo da
Serra do Espinhaço (1000-2000m). Além disso, o Distrito Federal também está a 1100m de altitude
assim como Luziânia, GO está a 930m de altitude. Vê-se que, de uma forma geral, todas as
endêmicas estão em altas altitudes.
Um alto nível de endemismo é normalmente relacionado com a idade e o isolamento de uma
área. As populações pequenas estão em maior perigo de se tornar localmente extintas que as
maiores. Uma amplitude geográfica limitada significa que uma única perturbação pode levar uma
espécie endêmica à extinção (Kruckeberg & Rabinowitz, 1985).
7) Conservação
Com base no levantamento feito, no total, seriam cerca de 200 unidades de conservação no
Cerrado, somando algo em torno de 4.899.488 ha do bioma protegidos. Vale lembrar que foram
levadas em considerão as Reservas Particulares do Patrimônio Nacional (RRPNs), Parques
62
Nacionais, Estaduais e Ecológicos, Reservas Biológicas, Extrativistas e Ecológicas, Florestas
Nacionais, Estações Ecológicas, Refúgios de Vida Silvestre e Áreas de Relevante Interesse
Ecológico (ARIEs).
Nas figuras 53 e 54 pode-se ver a distribuição das unidades de conservão presentes no
Cerrado contínuo. Percebe-se que ainda restam muitos locais desprotegidos no bioma.
Figura 53. Mapa de distribuição das unidades de conservação do bioma Cerrado cuja área
vai de 1 até 1000 ha.
63
Figura 54. Mapa de distribuição das unidades de conservação do bioma Cerrado cuja área é
de 1000 ha até 500000 ha.
Este valor de área protegida é realmente irrisório e insuficiente para garantir a sobrevivência
do bioma. Seria o equivalente a cerca de quatro quadrículas adotadas na análise, completamente
transformadas em unidade de conservão e protegidas, o resto estaria desprotegido.
Vale dizer também que a desigualdade na distribuição das unidades é marcante. A
quadrícula de Brasília-15463, por exemplo, é muito bem protegida, tendo no total, 26 unidades de
conservação implementadas; contrariamente, tomando-se a matriz de quadrículas com 5 ou mais
coletas, que é composta por 73 quadrículas, destas, 26 quadrículas não apresentam sequer uma
unidade de conservação.
Mesmo o Ministério do Meio Ambiente (2002) reconhece que as Unidades de Conservação
do Cerrado são mal distribuídas quanto às categorias de manejo, à representação geográfica das
regiões e dos estados, quanto ao tamanho e à representatividade da enorme heterogeneidade
regional do bioma.
O real valor de um parque está na sua habilidade em abrigar populações viáveis, inclusive
em longo prazo, de espécies. O tamanho do parque e o modo como ele é gerenciado são críticos
(Frankel et al., 1995).
64
Os princípios para se estabelecer uma rede efetiva de unidades de conservação incluem
proteger gradientes de elevão que circundam habitats diversos, grandes parques devem proteger
espécies de baixa densidade, habitats representativos em zonas climáticas diferentes, e áreas que
contenham muitas espécies endêmicas (Frankel et al., 1995). Afirmam ainda que devem ser criadas
áreas muito grandes em detrimento de várias pequenas, a fim de proteger espécies de baixa
densidade, ter amplitude geográfica para manter espécies em longo prazo, minimizar os efeitos de
borda, abrigar maior mero de espécies possível, em geral e possuir grande diversidade de
habitats.
Destacamos ainda que, para a administração de um parque ser efetiva, deve haver mero
suficiente de pessoal bem equipado e motivado (Frankel et al., 1995). Além disso, os requerentes de
terras devem ser desalojados e deve-se implementar os planos de manejo nos parques (Oliveira &
Marquis, 2002).
A análise de previsão de extinção das espécies (tabela 01 e figura 55) se todo do Cerrado
fosse destruído exceto pelas unidades de conservação existentes atualmente mostrou uma perda de
41 espécies (26% do total de 158 espécies). Destas 41, 5 endêmicas estão ameaçadas, V. alpestris e
V. scaposa (18433), V. argentea (23480 e 24493), V. heringeri (15480 e 16463) e V. pabstii
(16463), sendo estas quadrículas tidas como prioritárias para a criação de novas unidades de
conservação. Se retirarmos as espécies que estão em risco no Cerrado, mas que estão amplamente
distribuídas fora do bioma Cerrado, deixando apenas as espécies que são transicionais ou restritas
ao bioma, 23 espécies estariam em perigo (15%), sendo que destas, 5 são as endêmicas supracitadas
e as outras 18 tem distribuição mais regional, predominando os estados de Minas Gerais e São
Paulo. Estas 18 espécies ficaram na categoria vulnerável (anexo A).
65
Tabela 01. Quadrículas com seus respectivos nomes, as províncias consensuais de que fazem parte, mero total de espécies, de espécies endêmicas e
de coletas de Vernonia, mero de unidades de conservação com a área protegida em hectares (ha) e em porcentagem. Também foram incluídas as quadrículas
da Chapada dos Veadeiros ao final, pela presença aí de duas espécies endêmcias embora elas não participem do consenso das análises. * M = espécies
endêmicas de Mimosa presentes; B = espécies endêmicas de Bignoniaceae presentes; L = espécies endêmicas de Loranthaceae s.l. presentes.
uadrícula
Categoria
de
prioridade
Província
(%
protegida)
Nº
espécies
Nº espécies
endêmicas*
Nº
coletas
Nº de UCs
Área protegida
(em ha)
% protegida
7450, Balsas, MA
2a.
5a(
6
11
10480, Porto Nacional, TO
2a.
4(
12
27
12450, Barreiras, BA
2a.
8(0.07%)
15
22
12510, Ribeirão
Cascalheira, MT
2a.
5c(0.43%)
15
37
13433, Santa Maria da
Vitória, BA
2a.
4(
6
10
1
265
0.01%
13450, São Domingos, GO
3ª
3 (3.74%)
5
1
7
2
51853
2.88%
13463, Campos Belos, GO
3a.
-
22
2 M
53
3
197148
10.95%
13510, São Miguel do
Araguaia,
2a.
5c(0.43%)
4
5
14450, Posse, GO
1a.
8(0.07%)
12
1
15
2
2647
0.14%
14463, Iaciara, GO
3a.
-
43
2 M, L
159
11
75133
4.17%
14493, Itapaci, GO
2a.
5b(0.2%)
4
13
1
2904
0.16%
14510, Nova Xavantina,
MT
2a.
5c(0.43%)
10
17
1
1458
0.08%
14540, Paranatinguá, MT
2a.
5a(
4
17
14553, Rosário do Oeste,
MT
2a.
5c(0.43%)
10
27
15450, Buritis, MG
Baixa
3 (3.74%)
8
11
2
82983
4.61%
15463, Brasília, DF
3a.
11(0.73%)
52
1 M, L
734
26
54480
3.02%
15480, Goianésia, GO
1a.
11(0.73%)
46
1 M
175
17
14653
0.81%
15510, Barra do Garças,
2a.
5c(0.43%)
11
13
1
11002
0.61%
15553, Cuiabá, MT
3a.
5c(0.43%)
17
33
4
34697
1.92%
66
uadrícula
Categoria
de
prioridade
Província
(%
protegida)
Nº
espécies
Nº espécies
endêmicas*
Nº
coletas
Nº de UCs
Área protegida
(em ha)
% protegida
16420, Aruaí, MG
a.
10a(2.6%)
19
1 M
30
16463, Unaí, MG
1a.
11(0.73%)
42
2 M, L, B
123
7
1677
0.09%
16480, Goiânia, GO
a.
11(0.73%)
35
86
6
3633
0.2%
16493, São Luís de Montes
Belos, GO
2a.
11(0.73%)
21
56
5
5362
0.29%
16510, Iporá, GO
2a.
7(0.81%)
10
15
17433, Pirapora, MG
3a.
10a(2.6%)
24
2 M
60
1
124555
6.91%
17480, Morrinhos, GO
2a.
11(0.73%)
23
41
2
12316
0.68%
17510, Jataí, GO
2a.
6(2.17%)
20
1
26
17523, Mineiros, GO
3a.
7(0.81%)
9
14
1
29274
1.62%
18433, Curvelo, MG
a.
10a(2.6%)
37
3 M, B
147
4
15993
0.88%
18450, Três Marias, MG
2a.
5b(0.2%)
9
10
3
4394
0.24%
18463, Patos de Minas, MG
2a.
11(0.73%)
21
32
1
64
0.003%
18493, Quirinópolis, GO
2a.
2(0)
9
10
18510, Cu,
3a.
6(2.17%)
7
11
2
204
0.01%
18523, Parque Nacional das
Emas, GO
3a.
6(2.17%)
18
1
34
1
117095
6.5%
19433, Belo Horizonte, MG
3a.
10b(2.86%)
72
1 M, L, B
365
9
29519
1.63%
19463, Uberaba, MG
3a.
10b(2.86%)
28
96
4
3667
0.2%
19570, Corumbá, MS
2a.
5a(
5
19
20433, Divinópolis, MG
2a.
9(0.24%)
23
27
1
8600
0.47%
20463, Franca, SP
Baixa
10b(2.86%)
45
225
3
121343
6.74%
20540, Campo Grande, MS
2a.
5a(
7
13
1
6
0.00006%
21450, Varginha, MG
2a.
9(0.24%)
13
20
21523, Xavantina, MS
2a.
2(0)
8
12
22480, Bauru, SP
2a.
1(0)
21
60
23480, Itapetininga, SP
1a.
1(0)
12
1
21
67
24480, Itararé, SP
2a.
1(0)
13
16
24493, Telêmaco Borba, PR
1a.
1(0)
13
1
18
68
Figura 55. Mapa mostrando as 46 quadrículas agrupadas nas províncias fitogeográficas
consensuais de Vernonia ou com espécies endêmicas de acordo com o nível de prioridade para o
estabelecimento de novas unidades de conservação, segundo a análise de desmatamento total,
descrita na metodologia.
As sugestões para locais prioritários para o estabelecimento de novas unidades de
conservação das quadrículas não-consensuais da análise seriam:
No Mato Grosso do Sul há duas quadrículas que registraram coletas de Vernonia e não
possuem UCs: 20510 e 20523. A primeira come as análises e necessita que essa vegetação seja
preservada, já a segunda quadrícula só apresentou 4 coletas de Vernonia, podendo ser desmatada
antes de ser conhecida. As quadrículas 21553 e 22553 (não possui UC) são áreas de transição do
Cerrado que merece mais proteção e abrigam as espécies V. niederleinii e V. hystricosa, muito
restritas no Cerrado. Outra que contribui para a situão de urgência do Mato Grosso do Sul na
crião de novas áreas e também para expedições de coleta é a quadrícula 21540 que está apenas
com 0.03% de área protegida e abriga a espécie restrita, V. helophila.
Em Goiás, o corredor entre 49º30e 51º long.W que segue desde os 13º até 18º lat. S está em
situação extremamente perigosa no estado. As quadrículas são pouquíssimo coletadas e
69
praticamente não há preservão, sendo irrisórias as áreas protegidas. Com a experiência da viagem
de coleta viu-se o quão preocupante é a situação destas quadrículas pois quase nada resta de
vegetação do Cerrado, as áreas de pasto dominam a paisagem junto às plantões de soja. Além
dessas, a quadrícula 14480 (Uruaçu) tem 36 coletas mas nenhuma UC e abriga municípios em
franco desenvolvimento, estando em perigo.
O Distrito Federal está quase totalmente na quadrícula 15463 que possui o maior mero de
UCs, 26, mas que, como já foi dito, a distribuição das reservas não é a ideal. Seria recomendável
uma grande reserva, com mais de 100 mil ha, a leste da unidade da federação. Também estão menos
protegidas as regiões a extremo norte e sul do DF. Trata-se da região mais bem coletada da análise,
já com vários estudos feitos, mas que ainda pode progredir no sentido da preservação especialmente
porque se trata de uma área em franca expansão e urbanização que ainda sofre com migrações do
país inteiro.
Em Minas Gerais o corredor da longitude 43º30precisa urgentemente de mais UCs já que
abriga 5 espécies de Vernonia endêmicas e 9 de distribuição restrita no bioma. As quadrículas
15420, 16450, 17450, 19480 e 19493 não apresentam nenhuma UC, sendo áreas prioritárias
inclusive para viagens de coleta. As contíguas 18450 e 19450 são pouco coletadas e apresentam
pequenas UCs necessitando de mais protão, especialmente na região de Três Marias que está se
urbanizando rapidamente, sofrendo com a mineração e colocando em risco até o rio São Francisco.
Outras quadrículas abrigam espécies restritas tornando-as áreas prioritárias: 19420 (0.37%
protegida) e 21463 (0.52% protegida). Recomenda-se, por fim, a criação emergencial de novas
reservas na quadrícula de Uberlândia (18480) que apresenta apenas 3 UCs (irrisórios 0,03%).
O norte-nordeste brasileiro praticamente não entrou na análise de consenso por causa dos
baixos níveis de coletas destas quadrículas, mas sabidamente é carente em termos de reservas para
preservação da imensa biodiversidade que apresenta e isso é confirmado pelos dados de Vernonia.
São algumas espécies restritas (V. nitens, V. xanthophylla, V. cinerea e V. pseudaurea) a estados
como Maranhão, Bahia e Tocantins que fazem com que se crie UCs nestas quadrículas. Quanto ao
Tocantins, não há nenhuma UC nas quadrículas do corredor 46º30e 48º de longitude e ainda é um
estado pouquíssimo coletado, necessitando urgentemente de maiores expedições e criação de UCs,
principalmente no centro-norte do estado. Já na Bahia, uma quadrícula que comem o cerrado do
estado e não apresenta nenhuma UC sequer é a 11433; já a 11450 possui reservas mas necessita de
mais proteção. Quanto ao Maranhão e ao Piauí, no presente trabalho as coletas são em mero
irrisório, praticamente não se conhece as espécies de Vernonia destes locais, sendo muito
importante que se planeje expedições para estes estados.
Em relão ao gênero Mimosa (Simon & Proença, 2000), as coincidências nas sugestões das
novas áreas prioritárias para criação das UCs são as seguintes: coincidem como centros de
70
endemismo e áreas de alta prioridade as quadrículas 16420, 17433 e 18433. Com relação às demais
quadrículas também há varias correspondências no norte e nordeste 7450, 10480, 11450, 11463,
12450 e 12463; no centro-oeste – 13493, 14480, 15493, 17510 e 22553; e, em Minas Gerais
16420, 16433, 18480, 19450 e 19480.
8) Análise Aglomerativa Reversa - UPGMA
Nas análises de grupos corológicos de Vernonia do Bioma Cerrado (reversas), as
similaridades nas análises de UPGMA foram de 0.1-1.0 para as três análises realizadas. A análise
baseada nas 10 quadrículas mais bem coletadas agrupou 120 das 158 espécies, mostrando que 38
delas (24%) ocorrem em quadrículas com menos de 94 coletas, que ficaram fora desta análise;
análise de grupos corológicos baseadas nas quadrículas com 10 ou mais coletas agregou mais 30
espécies, totalizando 150 espécies; já na análise de quadrículas com 5 ou mais coletas totalizou-se
151 espécies, restando 7 espécies de Vernonia que ocorrem em quadrículas com menos de 5 coletas,
pouquíssimo coletadas.
O dendrograma resultante da análise corológica com as quadrículas que continham 10 ou
mais coletas (Figura 56) foi utilizado para a discussão da análise reversa. Ele resultou em 12 grupos
corológicos e um deles se subdividiu em dois subgrupos, resultando em 13 grupos de espécies, no
total.
71
Figura 56. Dendrograma resultante da análise de UPGMA reversa (espécies por distribuição) nas
quadrículas com 10 ou mais coletas.
72
A seguir tem-se a discussão dos grupos corológicos de Vernonia para o bioma Cerrado,
grupo por grupo:
Grupo 1Espécies do Cerrado Nordeste
Composição:
Inclui as espécies: V. chalybaea, V. nitens e V. xanthophylla.
Distribuição geográfica:
as espécies acima são tipicamente do nordeste brasileiro, atingindo
também a porção norte-nordeste do Cerrado dos estados da Bahia, Piauí, Maranhão e Tocantins.
Não chegam até o centro-oeste e sudeste do Brasil e são comuns na Caatinga e Mata Atlântica.
Grupo 2
2a: Espécies dos cerrados do sul de Minas e São Paulo
Composição:
Inclui as 8 espécies, V. argyrotrichia, V. diffusa, V. psilostachya, V. chamaedrys, V.
macrophylla, V. geminata, V. rubricaulis e V. radula.
Distribuição geográfica:
Estas espécies têm a característica de ocorrerem nos cerrados do sul do
bioma, se espalhando pelo sul de Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e São Paulo.
2b: Espécies importantes de Minas Gerais
Composição:
Inclui as 28 espécies, V. cephalotes, V. rosea, V. tomentella, V. westiniana, V.
platensis, V. foliosa, V. linearifolia, V. viscidula, V. stricta, V. pseudo-nudiflora, V. adenophylla, V.
varroniifolia, V. cotoneaster, V. lilacina, V. pycnostachya, V. lindbergii, V. sessilifolia, V. spixiana,
V. velutina, V. cristalinae, V. mariana, V. warmingiana, V. crotonoides, V. lucida, V. pedunculata,
V. pungens, V. scorpioides e V. rosmarinifolia
Distribuição geográfica:
No geral, as espécies acima são ocorrentes no estado de Minas Gerais,
sendo muitas até restritas a este estado e uma endêmica da Serra do Ci. Outras são comuns em
Minas mas atingem regiões altas de Goiás também como a Chapada dos Veadeiros ou Cristalina.
Outras atingem também o Mato Grosso do Sul ou a Bahia.
Grupo 3 – Sem padrão
Composição:
Inclui as espécies: V. nitidula, V. petiolaris e V. obscura.
Distribuição geográfica:
aparentemente este grupo é um artefato da análise já que nada parece
unir estas espécies. Uma delas apresenta distribuição aparentemente randômica, a outra ocorre nos
cerrados de Minas Gerais e a outra está também em Minas Gerais e em São Paulo. Assim se
agruparam gras a presença comum na quadrícula 21463 – Ribeirão Preto, sendo um grupo fraco e
não confiável.
73
Grupo 4Espécies picas de Goiás
Composição:
Inclui as espécies: V. bishopii, V. fonsecae, V. myrsinites, V. echinocephala, V.
souzae, V. stoechas, V. carduoides, V. grearii, V. zuccariniana, V. almedae, V. compactiflora, V.
irwinii, V. coulonii, V. lithospermifolia, V. floccosa, V. pannosa, V. eitenii, V. secunda, V.
soderstroemii, V. heringeri, V. erythrophila e V. venosissima.
Distribuição geográfica:
este grupo é geograficamente muito consistente com espécies de
ocorrência em Goiás e no Distrito Federal. Reuniram-se 4 espécies consideradas endêmicas restritas
na análise direta justamente desta região. Temos aí espécies cuja distribuição é restrita ao estado de
Goiás, embora não sejam endêmicas e também espécies que se estendem um pouco mais e
atingiram o estado de Minas Gerais ou a Bahia.
Grupo 5Espécies de distribuição ampla pelo bioma Cerrado
Composição
: Inclui as 43 espécies, V. apiculata, V. elegans, V. megapotamica, V. laevigata, V.
argyrophylla, V. buddleiifolia, V. simplex, V. eremophila, V. brasiliana, V. bardanoides, V.
ferruginea, V. rubriramea, V. ligulifolia, V. herbacea, V. onoporoides, V. dura, V. lacunosa, V.
coriacea, V. ammophila, V. holosericea, V. linearis, V. virgulata, V. desertorum, V. psilophylla, V.
schwenkiaefolia, V. remotiflora, V. tragiaefolia, V. barbata, V. salzmannii, V. condensata, V.
brevifolia, V. mucronulata, V. brevipetiolata, V. cuneifólia, V. cognata, V. polyanthes, V.
grandiflora, V. obtusata, V. glabrata, V. echitifolia, V. ignobilis, V. aurea e V. monocephala.
Distribuição geográfica
: as espécies acima citadas são espécies que se distribuem amplamente pelo
bioma Cerrado, sendo comuns em várias partes do Brasil e sendo também bastante coletadas.
Algumas, obviamente, são mais amplas e atingem um maior mero de estados e outras menos,
mas, no geral, são todas amplas.
Grupo 6Espécies dos cerrados de Goiás
Composição
: inclui as espécies, V. bupleurifolia, V. verbascifolia e V. hoveaefolia.
Distribuição geográfica
: as duas primeiras espécies apresentam-se restritas ao estado de Goiás,
sendo também raras, contando com poucas coletas. Já a terceira espécie se distribui por uma maior
extensão, atingindo o Mato Grosso e Minas Gerais, mas a maior parte das coletas se concentrou em
Goiás.
Grupo 7Espécies de Minas Gerais
Composição
: Inclui as 10 espécies, V. cordigera, V. scapigera, V. glanduloso-dentata, V.
vepretorum, V. hatschbachii, V. elsieae, V. scaposa, V. alpestris, V. laxa e V. santosii.
74
Distribuição geográfica
: 9 das 10 espécies supracitadas tem sua distribuição restrita ao estado de
Minas Gerais. Além disso, vale ressaltar que destas, 4 são endêmicas de localidades da Serra do
Espinhaço como o Grão Mogol e os municípios de Joaquim Felício e Diamantina. Uma espécie
apresentou distribuição aparentemente randômica, mas a maioria das coletas foi realizada em Minas
Gerais.
Grupo 8Espécies do cerrado do Tocantins
Composição:
Inclui as espécies: V. pseudaurea e V. subulata,
Distribuição geográfica:
este pequeno grupo é composto por apenas duas espécies que tem em
comum a ocorrência na quadrícula 10463 que está quase que completamente inserida no estado do
Tocantins. A primeira espécie é rara e, no Cerrado, restrita a esta quadrícula, mas a segunda apesar
da maioria das coletas ser deste estado se estendeu até Goiás e Minas Gerais.
Grupo 9Espécies restritas de Uberlândia, MG
Composição:
inclui as espécies, V. brasiliensis, V. edmundoi, V. flexuosa e V. eriolepis
Distribuição geográfica
: 3 das 4 espécies deste agrupamento tem sua distribuição restrita a
quadrícula 18480 – Uberlândia, MG. São espécies raras e pouco coletadas no Cerrado. A última
espécie se mostrou aparentemente sem padrão fitogeográfico, com distribuição randômica pelo
bioma aparecendo em 5 quadrículas no total, uma delas a 18480, o que justificaria o agrupamento.
Grupo 10Vernonia glazioviana Baker
Composição
: inclui uma única espécie, V. glazioviana.
Distribuição geográfica
: trata-se de uma espécie de distribuição extremamente restrita no bioma
Cerrado, só ocorrendo na quadrícula 20450 – Furnas, MG em apenas uma coleta nas proximidades
do Parque Nacional da Serra da Canastra. Apesar disso, sabe-se da sua ocorrência, segundo a Flora
Brasiliensis e Robinson (1988a) no estado do Rio de Janeiro, bioma da Mata Atlântica.
Grupo 11Espécies do Cerrado Oeste
Composição
: inclui as 8 espécies, V. chamaepeuces, V. angulata, V. caiapoensis, V. muricata,
farinosa, V. subverticillata, V. cuiabensis e V. mansoana.
Distribuição geográfica
: 6 das 8 espécies pertencentes a este agrupamento tem sua ocorrência
restrita ao oeste do bioma Cerrado, aparecendo a partir de 51º long. W. As outras duas espécies não
se enquadram neste padrão e estão “artificialmenteinseridas neste grupo, sendo que uma
apresentou distribuição aparentemente randômica e a outra é restrita a Minas Gerais.
75
Grupo 12Espécies dos cerrados de São Paulo
Composição
: inclui as 15 espécies, V. argentea, V. asteriflora, V. balansae, V. chamissonis, V.
tweediana, V. squarrosa, V. oligactoides, V. oligolepis, V. crassa, V. mollissima, V. puberula, V.
quinqueflora, V. sellowii, V. discolor e V. pabstii.
Distribuição geográfica
: as espécies acima agrupadas se reuniram graças a sua presença nos
cerrados de flora única do estado de São Paulo, sendo que muitas delas têm sua distribuição restrita
a este estado. Outras chegam até o sul de Minas Gerais. O grupo inclui duas espécies endêmicas. E
também vale ressaltar a presença de duas espécies erroneamente agrupadas, V. discolor e V. pabstii,
a primeira com distribuição randômica pelo bioma, ocorrendo entre outras na quadrícula 16463 –
Unaí, MG que trouxe a segunda espécie, endêmica da referida quadrícula, para este agrupamento.
9) Análises Divisivas Reversas - TWINSPAN
Da mesma forma que na análise aglomerativa, os relatórios foram obtidos a partir de
matrizes de presença e ausência das espécies pelas quadrículas, sendo uma contendo apenas as
espécies presentes nas 10 quadrículas mais coletadas da análise, outra contendo todas as quadrículas
que continham 10 ou mais coletas e a última incluía as quadrículas que apresentaram mais de 5
coletas.
A análise das espécies presentes nas quadrículas com mais de 10 coletas agrupou também
150 espécies enquanto que a das +5 agrupou só mais uma espécie. O dendrograma resultante da
análise corológica com as quadrículas que continham 10 ou mais coletas também foi o utilizado
para a discussão da análise reversa. Ele resultou em 3 grandes grupos corológicos, sendo que dois
deles se subdividiram em duas subprovíncias, resultando em 5 grupos de espécies, no total.
Figura 57. Dendrograma da análise do TWINSPAN reversa (espécies por distribuição) nas
quadrículas com 10 ou mais coletas.
A seguir tem-se a discussão dos grupos corológicos de Vernonia para o bioma Cerrado,
grupo por grupo:
76
Grupo 1
Grupo 1a: Espécies dos cerrados de São Paulo
Composição
: Inclui as 18 espécies, Vernonia argentea, V. asteriflora, V. balansae, V. brevifolia, V.
chamissonis, V. crassa, V. mollissima, V. oligactoides, V. oligolepis, V. psilostachia, V. puberula, V.
quinqueflora, V. sellowii, V. tweediana, V. argyrotrichia, V.cognata, V. grandiflora e V.
rubricaulis. O valor do Eigenvalue foi 0.39.
Distribuição geográfica:
As espécies acima parecem ter se agrupado pelo padrão de distribuição
mais ao sul do bioma Cerrado, principalmente pela presença destas espécies no estado de São
Paulo. Inclui também espécies de distribuição ampla pelo bioma mas que atingem inclusive as
porções mais ao sul deste.
Grupo 1b: Espécies do sul de Minas Gerais até São Paulo
Composição:
Inclui as 14 espécies, V. condensata, V. discolor, V. tragiaefolia, V. chamaedrys, V.
diffusa, V. geminata, V. macrophylla, V. mucronulata, V. platensis, V. polyanthes, V. radula, V.
scorpioides, V. squarrosa e V. westiniana. O Eigenvalue foi 0.39.
Distribuição geográfica
: Esse grupo inclui também espécies de distribuição ampla pelo bioma
Cerrado, que atingem regiões como o Planalto Central até o estado do Maranhão. Mas o que parece
agrupar estas espécies é sua ocorrência em quadrículas do sul de Minas Gerais e São Paulo, como a
21463 – Ribeirão Preto e a 22463 - Campinas.
Grupo 2Espécies de ampla distribuição pelo Cerrado
Composição:
Inclui as 23 espécies: V. echitifolia, V. ignobilis, V. remotiflora, V. cuneifolia, V.
holosericea, V. virgulata, V. barbata, V. megapotamica, V. apiculata, V. bardanoides, V.
brasiliana, V. brevipetiolata, V. coriacea, V. elegans, V. ferruginea, V. glabrata, V. herbacea, V.
laevigata, V. ligulifolia, V. obtusata, V. onoporoides, V. rubriramea e V. simplex. O Eigenvalue foi
0.37.
Distribuição geográfica:
As espécies acima se enquadram no padrão das amplamente distribuídas
pelo bioma Cerrado. Evidentemente, umas são mais amplas que as outras, mas de uma forma geral,
sua ocorrência é constante em vários estados brasileiros e até em outros biomas.
Grupo 3
3a: Espécies restritas do Planalto Central e dos Cerrados Oeste e Nordeste.
Composição:
Inclui as 39 espécies, V. almedae, V. caiapoensis, V. coulonii, V. eitenii, V. floccosa,
V. heringeri, V. lithospermifolia, V. pabstii, V. pannosa, V. secunda, V. venosissima, V.
verbascifolia, V. bishopii, V. brasiliensis, V. bupleurifolia, V. chalybaea, V. echinocephala, V.
77
edmundoi, V. flexuosa, V. fonsecae, V. monocephala, V. myrsinites, V. nitens, V. souzae, V.
xanthophylla, V. ammophila, V. angulata, V. aurea, V. carduoides, V. chamaepeuces, V.
compactiflora, V. cuiabensis, V. dura, V. erythrophila, V. irwinii, V. mansoana, V. muricata, V.
pseudaurea e V. soderstroemii. O Eigenvalue foi 0.25.
Distribuição geográfica
: As espécies supracitadas apresentam em comum o fato de a maioria ter a
distribuição restrita a alguma região do bioma Cerrado. Ocorrem neste grupo 6 espécies que foram
consideradas endêmicas restritas na análise direta. Além disso, existem várias espécies cuja
distribuição está restrita aos estados de Goiás e Minas Gerais. Há também as espécies cuja
distribuição se dá a partir dos 51º long. W, sendo características dos cerrados de Mato Grosso, Mato
Grosso do Sul e oeste de Goiás. Três espécies deste grupo se restringem ao nordeste do bioma
Cerrado. E, há, por fim, poucas espécies cuja distribuição é ampla pelo bioma Cerrado.
3b: Espécies picas de Goiás e Minas Gerais, endêmicas e restritas de Minas Gerais.
Composição:
Inclui as 56 espécies, V. argyrophylla, V. buddleiifolia, V. cristalinae, V. desertorum,
V. eremophila. V. eriolepis, V. farinosa, V. grearii, V. hoveaefolia, V. lacunosa, V. linearis, V.
salzmannii, V. schwenkiaefolia, V. stoechas, V. subulata, V. zuccariniana, V. alpestris, V.
cotoneaster, V. crotonoides, V. elsieae, V. foliosa, V. glanduloso-dentata, V. hatschbachii, V. laxa,
V. lilacina, V. linearifolia, V. lucida, V. pycnostachya, V. rosmarinifolia, V. santosii, V. scapigera,
V. scaposa, V. suverticillata, V. vepretorum, V. cordigera, V. mariana, V. psilophylla, V. pungens,
V. varroniaefolia, V. warmingiana, V. adenophylla, V. cephalotes, V. glazioviana, V. lindbergii, V.
nitidula, V. obscura, V. pedunculata, V. petiolaris, V. pseudo-nudiflora, V. rosea, V. sessilifolia, V.
spixiana, V. stricta, V. tomentella, V. velutina e V. viscidula. O Eigenvalue foi 0.25.
Distribuição geográfica:
Há neste grupo espécies de distribuição ampla pelo bioma Cerrado,
marcadamente comuns em Goiás e em Minas Gerais, mas podendo chegar até a Bahia. Além disso,
trata-se de um grupo bem representativo das espécies tipicamente mineiras, abrigando inclusive 5
espécies endêmicas restritas da análise direta que só ocorrem em pontos variados de Minas Gerais.
Há várias espécies que embora não sejam consideradas aqui endêmicas, apresentam-se distribuídas
exclusivamente no estado de Minas Gerais.
10) Consenso das análises reversas
Grupo 1Espécies do Cerrado norte-nordeste
Composição:
inclui as espécies V. chalybaea, V. nitens e V. xanthophylla.
Distribuição geográfica:
se agruparam em ambas análises o que mostra a força de grupo por se
tratarem de espécies do norte-nordeste brasileiro. Ocorrem nos estados da Bahia, Tocantins,
78
Maranhão e Piauí e também no bioma da Caatinga e na Mata Atlântica. Não foram capazes de
colonizar áreas do centro-oeste nem sudeste brasileiros.
Classificação infra-genérica:
As espécies V. chalybaeae e V. nitens pertencem a mesma seção
Vernonia e subseção Scorpioides. Já V. xanthophylla pertence á subseção Chamaedrys.
Grupo 2Espécies do Cerrado sul
Composição:
inclui as espécies V. argyrotrichia, V. psilostachya e V. rubricaulis.
Distribuição geográfica:
são todas espécies de distribuição sul no bioma Cerrado, ocorrendo todas
ao sul de 19º lat. S. Em comum ocorrem na quadrícula 22463 – Campinas, SP, o que confirma a
característica sulina do grupo.
Classificação infra-genérica:
Todas as espécies deste agrupamento pertencem a mesma seção,
Vernonia, e subsão, Scorpioides.
Grupo 3Espécies de Minas Gerais e São Paulo
Composição
: inclui as espécies V. diffusa, V. chamaedrys, V. macrophylla, V. geminata e V.
radula.
Distribuição geográfica:
4 das 5 espécies só começam a aparecer aos 19º lat. S na quadrícula da
Serra do Ci(19433). Em comum estão também na quadrícula 22463 – Campinas, SP, se
confirmando, assim como o grupo 2 como espécies do sul do bioma Cerrado que chegam a Minas
Gerais e ao Mato Grosso do Sul.
Classificação infra-genérica
: V. diffusa, V. macrophylla, V. geminata e V. radula pertencem
segundo Jones (1979) à mesma seção Vernonia e subseção Scorpioides; enquanto que a V.
chamaedrys pertence a subseção Chamaedrys, sendo, portanto a espécie-tipo.
Grupo 4Espécies importantes de Minas Gerais
Composição
: reuniu um mero muito grande de espécies, 25, sendo o maior agrupamento do
consenso. São elas: V. cephalotes, V. rosea, V. tomentella, V. foliosa, V. linearifolia, V. viscidula, V.
stricta, V. pseudo-nudiflora, V. adenophylla, V. varroniifolia, V. cotoneaster, V. lilacina, V.
pycnostachya, V. lindbergii, V. sessilifolia, V. spixiana, V. velutina, V. cristalinae, V. mariana, V.
warmingiana, V. crotonoides, V. lucida, V. pedunculata, V. pungens e V. rosmarinifolia.
Distribuição geográfica
: Trata-se de um grupo de espécies cuja distribuição se dá principalmente
no estado de Minas Gerais, incluindo até uma espécie endêmica da Serra do Ci. Há espécies com
distribuição um pouco mais ampla que atingem o estado de Goiás e também a Bahia.
Classificação infra-genérica
: 1 espécie pertence a são Hololepis. Todas as outras pertencem a
são Vernonia e vale dizer que este grupo abriga espécies de quase todas as subseções presentes na
79
análise, 4 das 5, assim distribuídas: a) 8 espécies pertencem a subseção Chamaedrys segundo Jones;
b) 6 espécies pertencem subsão Nudiflorae; c) para 4 espécies não há dados de Jones sobre a
classificação, nem tampouco esta pode ser inferida no presente trabalho; d) 4 espécies pertencem a
subseção Scorpioides; e) 2 espécies pertencem a mesma subseção, Polyanthes.
Grupo 5Espécies da Serra do Cie São Paulo
Composição
: inclui as espécies V. westiniana, V. platensis e V. scorpioides.
Distribuição geográfica
: são espécies de distribuição também ao sul, a partir de 18º latitude S. No
cerrado elas aparecem em comum na Serra do Cie em São Paulo (22463 – Campinas, SP).
Classificação infra-genérica:
V. platensis e V. scorpioides pertencem a seção Vernonia e subsão
Scorpioides, segundo Jones (1979). Contudo, V. westiniana pertenceria a subsão Nudiflorae.
Grupo 6Espécies do sul de Minas Gerais
Composição
: inclui as espécies V. nitidula, V. petiolaris e V. obscura.
Distribuição geográfica
: As três espécies têm em comum a presença na quadrícula 21463 –
Ribeirão Preto, coletas do sul de Minas Gerais, embora a distribuição de V. obscura seja mais ampla
e aparentemente randômica.
Classificação infra-genérica
: As espécies pertencentes a este grupo não pertencem a mesma
subseção, cada espécie pertence a uma subsão diferente, Chamaedrys, Polyanthes e Scorpioides.
Grupo 7Espécies concentradas em Goiás
Composição
: trata-se do terceiro maior agrupamento de espécies, 19, são elas: V. bishopii, V.
fonsecae, V. myrsinites, V. echinocephala, V. souzae, V. carduoides, V. almedae, V. compactiflora,
V. irwinii, V. coulonii, V. lithospermifolia, V. floccosa, V. pannosa, V. eitenii, V. secunda, V.
soderstroemii, V. heringeri, V. erythrophila e V. venosissima.
Distribuição geográfica
: Trata-se de um grupo de espécies importantes para o estado de Goiás e
Distrito Federal, principalmente. Inclusive, há no grupo, 4 espécies endêmicas destas regiões e
outras espécies cuja distribuição no Cerrado está restrita ao estado de Goiás. Algumas espécies do
grupo chegam até Minas Gerais.
Classificação infra-genérica
: é um agrupamento que abriga 4 das 5 subseções de Vernonia
possíveis da análise, distribuídas assim: a) a maior parte das espécies deste grupo, 11, pertencem a
são Vernonia e subseção Nudiflorae; b) 3 espécies que pertencem a seção Vernonia e subseção
Scorpioides segundo Jones (1979); c) 3 espécies não puderam ser enquadradas em qualquer são
ou subsão por falta de informações; d) 1 espécie pertence a seção Vernonia e subsão
Chamaedrys; e) 1 espécie pertence a são Vernonia e subseção Polyanthes;.
80
Grupo 8Espécies de altas altitudes
Composição
: inclui as espécies V. stoechas, V. grearii e V. zuccariniana.
Distribuição geográfica
: agruparam as espécies que ocorrem em comum na Serra do Cie duas
delas ocorrem em comum também em Goiás, na Chapada dos Veadeiros, típicas de regiões altas.
Classificação infra-genérica
: Todas as espécies pertencem a seção Vernonia, mas as espécies V.
grearii e V. stoechas pertencem a mesma subsão Nudiflorae e a V. zuccariniana pertence a
subseção Scorpioides.
Grupo 9 – Espécies de amplíssima distribuição no Cerrado
Composição
: trata-se do segundo maior grupo de espécies da análise consensual e inclui as
seguintes 23 espécies: V. apiculata, V. elegans, V. megapotamica, V. laevigata, V. simplex, V.
brasiliana, V. bardanoides, V. ferruginea, V. rubriramea, V. ligulifolia, V. herbacea, V.
onoporoides, V. coriacea, V. holosericea, V. virgulata, V. remotiflora, V. barbata, V. brevipetiolata,
V. cuneifólia, V. obtusata, V. glabrata, V. echitifolia e V. ignobilis.
Distribuição geográfica
: estão reunidas nestre agrupamento as espécies mais amplamente
distribuídas da análise. São espécies que atingem praticamente todos os pontos do bioma Cerrado,
de muito sucesso e muito comuns, com várias coletas.
Classificação infra-genérica:
trata-se de um grupo em que também as espécies estão distribuídas
em 4 subseções da seção Vernonia.
a) a maior parte das espécies, 15, pertence a seção Vernonia e
subseção Scorpioides;
b) 3 espécies pertencem a subsão Nudiflorae; c) 2 espécies pertencem a
subseção Polyanthes; d) 2 espécies pertencem a subseção Stenocephalum.
Grupo 10Espécies de ampla distribuição no centro-leste do Cerrado
Composição
: inclui 6 espécies, V. argyrophylla, V. buddleiifolia, V. eremophila, V. desertorum, V.
psilophylla e V. schwenkiaefolia.
Distribuição geográfica
: também são espécies de distribuição ampla pelo bioma Cerrado, mas
menos do que as espécies do grupo 9 porque elas são amplas, mas se concentram mais centralmente
no bioma, em Goiás, no Distrito Federal e em Minas Gerais.
Classificação infra-genérica
: as espécies deste grupo se distribuem em duas subseções apenas da
são Vernonia: a) 4 espécies pertencem a subseção Nudiflorae e b) 2 espécies pertencem a
subseção Scorpioides.
Grupo 11Espécies de ampla distribuição incluindo o nordeste do Cerrado
Composição
: inclui as seguintes 4 espécies, V. ammophila, V. dura, V. aurea e V. monocephala.
81
Distribuição geográfica
: Estas também se apresentam bem distribuídas pelo bioma, contudo
parecem ser mais comuns nas baixas latitudes, centro-norte e nordeste do Cerrado, principalmente a
presença na Bahia.
Classificação infra-genérica:
a maior parte das espécies deste agrupamento, V. ammophila, V.
aurea e V. dura pertencem a seção Vernonia e subseção Scorpioides de acordo com Jones (1979).
Já a V. monocephala, a de distribuição mais restrita, pertence a subseção Nudiflorae.
Grupo 12Espécies amplas mais comuns ao sul do bioma
Composição:
inclui 4 espécies, V. tragiaefolia, V. condensata, V. mucronulata e V. polyanthes.
Distribuição geográfica
: 3 das 4 espécies deste agrupamento podem ser consideradas espécies de
distribuição ampla pelo bioma Cerrado, mas com maior mero de coletas na porção sul do bioma.
Uma, no entanto, apresenta distribuição ao sul do bioma, a partir de 20º lat. S, sendo que a
coincidência do agrupamento está justamente nestas quadrículas do sul de Minas Gerais e
principalmente em São Paulo, quadrícula 22463 – Campinas, em que todas as 4 espécies estão
presentes.
Classificação infra-genérica
: em apenas 4 espécies temos a presença de 3 subsões da seção
Vernonia. a) 2 espécies pertencem a subseção Polyanthes; b) 1 espécies pertence a subsão
Chamaedrys; c) 1 espécie pertence a subseção Stenocephalum.
Grupo 13Espécies comuns no Cerrado sul
Composição
: inclui 3 espécies, V. brevifolia, V. cognata e V. grandiflora.
Distribuição geográfica
: trata-se de espécies também de distribuição ampla, sendo que duas delas
só chegam até os 14º lat. S, sendo mais comuns do centro-sul do bioma Cerrado. E é nessa região
que elas ocorrem nas mesmas quadrículas que justifica o seu agrupamento.
Classificação infra-genérica
: neste pequeno grupo, duas subseções da seção Vernonia estão
presentes, a) V. brevifolia e V. grandiflora pertencem subseção Nudiflorae e, b) V. cognata pertence
a subseção Scorpioides.
Grupo 14Espécies exclusivas de Goiás
Composição
: agrupa apenas 2 espécies, V. bupleurifolia e V. verbascifolia
Distribuição geográfica
: São espécies raras, pouco coletadas e de distribuição exclusiva no estado
de Goiás, quadrículas 14480 – Uruaçu e 16480 - Goiânia.
Classificação infra-genérica
: não houve congruências, uma espécie pertence à subsão
Scorpioides e a outra à subseção Nudiflorae.
82
Grupo 15Espécies restritas a Minas Gerais
Composição
: inclui as 10 espécies, V. cordigera, V. scapigera, V. glanduloso-dentata, V.
vepretorum, V. hatschbachii, V. elsieae, V. scaposa, V. alpestris, V. laxa e V. santosii.
Distribuição geográfica
: São espécies tipicamente mineiras, incluindo 1 espécie de distribuição
aparentemente randômica pelo bioma Cerrado mas que tem a maior parte das suas coletas realizadas
em Minas Gerais. Tem-se 5 espécies exclusivas, mas não endêmicas, de quadrículas de Minas
Gerais no bioma Cerrado e outras 4 espécies que são endêmicas de quadrículas do estado.
Classificação infra-genérica
: dentre estas 10 espécies, tem-se 3 subsões da seção Vernonia
representadas, a) 4 espécies pertencem a subseção Nudiflorae; b) 3 espécies pertencem à subseção
Chamaedrys; c) 2 espécies não puderam ser colocadas em nenhuma seção ou subsão; d)1 espécies
pertence a subseção Scorpioides.
Grupo 16Espécies exclusivas de Uberlândia, MG
Composição
: inclui as 3 espécies, V. brasiliensis, V. edmundoi e V. flexuosa.
Distribuição geográfica
: trata-se de um grupo de espécies cuja distribuição é exatamente a mesma
no bioma Cerrado. São espécies raras no bioma, pouco coletadas e que são restritas a uma
quadrícula no bioma, a de Uberlândia, MG, 18480.
Classificação infra-genérica
: para V. brasiliensis, por falta de informação, não foi possível o
enquadramento em uma das sões ou subseções de Vernonia, já para as outras duas foi possível
observar que pertencem à seção Vernonia e à subseção Scorpioides.
Grupo 17Espécies do Cerrado oeste
Composição
: inclui as 6 espécies, V. chamaepeuces, V. angulata, V. caiapoensis, V. muricata, V.
cuiabensis e V. mansoana.
Distribuição geográfica
: Trata-se de um excelente grupo de espécies cuja distribuição é restrita ao
oeste do bioma Cerrado, estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e oeste de Goiás. As 6
espécies ocorrem no Cerrado a oeste de 51º long. W.
Classificação infra-genérica
: a) 4 espécies deste agrupamento pertencem à são Vernonia e
subseção Scorpioides; b) 1 espécie pertence à subsão Nudiflorae e, c) 1 espécie não pode ser
classificada em razão da falta de informações na literatura.
Grupo 18Espécies sem padrão
Composição
: inclui as 2 espécies, V. farinosa e V. subverticillata.
83
Distribuição geográfica
: são espécies que comem um grupo nada confiável, artefato da análise.
V. farinosa necessita de mais coletas para que sua distribuição se torne mais verdadeira, por
enquanto se mostrou randômica pelo bioma e V. subverticillata está restrita a uma quadrícula no
Cerrado. Só estão agrupadas porque V. farinosa está nas quadrículas 16420 – Araçuaí, MG e 17510
Jataí, GO e a V. subverticillata é restrita à quadrícula 16420.
Classificação infra-genérica
: não há coincidências de subsões, uma pertence a seção Vernonia
subseção Nudiflorae e a outra a subseção Polyanthes.
Grupo 19Espécies importantes do Cerrado de São Paulo
Composição
: inclui as 12 espécies, V. argentea, V. asteriflora, V. balansae, V. chamissonis, V.
tweediana, V. oligactoides, V. oligolepis, V. crassa, V. mollissima, V. puberula, V. quinqueflora e V.
sellowii.
Distribuição geográfica
: todas as espécies se distribuem bem ao sul do bioma Cerrado, inclusive
em áreas de transição com outros biomas. 1 espécie, inclusive, é endêmica das quadrículas de
cerrados de São Paulo. São espécies bem típicas destes cerrados do sul, que atingem ao norte, o
máximo de 19º lat. S, chegando ao sul de Minas Gerais ou Mato Grosso do Sul.
Classificação infra-genérica
: as 12 espécies pertencem a 3 subseções da seção Vernonia, a) 5
espécies pertencem a subseção Chamaedrys; b) 4 espécies pertencem a subseção Nudiflorae; c) 2
espécies pertencem a subsão Scorpioides; d) 1 espécie não pode ser colocada em qualquer são
ou subsão por falta de informação.
Grupo 20Espécies sem padrão
Composição
: inclui as 2 espécies, V. squarrosa e V. discolor
Distribuição geográfica
: trata-se um agrupamento não muito natural, um artefato da análise, assim
como o grupo 18, sendo exatamente o mesmo caso. A primeira espécie é do sul do bioma e a
segunda apresenta a distribuição aparentemente randômica no Cerrado, sendo encontrada também
no sul.
Classificação infra-genérica
: não houve coincidências, ambas pertencem à seção Vernonia mas
uma espécie pertence à subseção Scorpioides e a outra à subseção Polyanthes.
84
A seguir tem-se uma discussão por seções e subsões de acordo com a classificão de
Jones (1979) adotada e explicada previamente e também com base no cladograma da filogenia de
Vernonia apresentado por Keeley & Turner (1990) reproduzido na figura 58 abaixo. Vale salientar
que embora exista uma análise filogenética baseada em cpDNA (Keeley & Jansen 1994) esta não
pode ser utilizada na discussão deste trabalho por apresentar apenas duas subseções presentes no
Cerrado no cladograma e dentro destas estavam apenas 2 espécies encontradas no bioma Cerrado.
Figura 58. Cladograma das seções e subseções de Vernonia, modificado de Keeley &
Turner (1990). Am = América; N. = Norte; C. = Central.
São
Vernonia: trata-se da são mais importante do gênero Vernonia para o bioma
Cerrado. Praticamente todas as espécies ocorrentes no bioma pertencem a esta seção, exceto por
uma. Em termos evolutivos, ao compararmos com a são Hololepis, também presente no Cerrado,
a seção Vernonia é a mais primitiva (Keeley & Jansen, 1994). Compreende para o bioma Cerrado, 5
85
subseções de Vernonia nas quais estão distribuídas as demais 157 espécies encontradas neste
trabalho. Esta é a seção que obteve mais sucesso ao longo do tempo na colonização deste bioma.
Subsão
Polyanthes: Trata-se da primeira subseção a aparecer no cladograma sendo,
assim, supostamente, a mais primitiva das subseções que habitam o bioma Cerrado. Em termos de
espécies, abriga apenas 10. Com relão a grupos da análise reversa, a subseção tem 7 dos 20
grupos da análise, sendo que nenhum deles predomina sobre o outro em termos de mero de
espécies. Ocorrem espécies de ampla distribuição, outras mais restritas, tendo inclusive uma espécie
endêmica, a V. almedae, o que levanta uma indagação. Em sendo este o grupo mais antigo presente
no bioma, quais seriam os motivos de uma espécie desta subseção não ter expandido sua
distribuição geográfica pelo bioma? Essa é, claro, uma pergunta sem resposta que trouxe vidas
acerca da circunscrição desta espécie, que já sabemos, é um problema no gênero como um todo. V.
almedae é bastante similar a outras espécies como V. beyrichii, V. subverticllata e V. lucida, que
inclusive eram as antigas determinações de muitas exsicatas do herbário UB e que são espécies que
apresentam-se distribuídas mais amplamente pelo bioma Cerrado e até por outros biomas.
Subsão
Nudiflorae: trata-se da subseção que abriga o segundo maior mero de espécies
(42) e o segundo maior mero de padrões em termos de grupos da análise reversa (13). O grupo
com maior mero de espécies foi o 7 do consenso, sendo 11 espécies com padrão de distribuição
principal sendo o Planalto Central, e Goiás foi o estado mais importante com algumas espécies no
Distrito Federal e chegando a Minas Gerais. Em seguida, temos o grupo 4, com 6 espécies, cujo
padrão é ocorrer em Minas Gerais (principalmente nas serras), algumas se estendo até a Bahia e
Goiás. Em seguida vem o grupo 19 com 4 espécies cuja distribuição é ao sul do bioma,
principalmente cerrados de São Paulo. Este grupo está empatado em mero de espécies com o
grupo 10 com espécies de distribuição ampla pelo bioma Cerrado, comuns principalmente em
Goiás, Distrito Federal e Minas Gerais. Trata-se da subseção que abriga o maior mero de espécies
endêmicas da análise, 7, ocorrendo principalmente nas regiões altas de Minas Gerais. Com relação
ao cladograma, observa-se ser a segunda subsão a despontar, as a subseção Polyanthes, sendo
mais derivada que esta e se mostrando com muito sucesso na colonização do bioma, principalmente
na porção centro-leste, estados de Goiás, Minas Gerais e o Distrito Federal.
Subsão
Scorpioides
:
é a mais bem sucedida subseção da análise. Detém o maior mero
de espécies, 64, e também registra 18 dos 20 grupos consensuais obtidos. O predomínio foi do
grupo 9 representado pelas 15 espécies de mais ampla distribuída por todo o bioma Cerrado. Em
seguida, 3 grupos consensuais empataram com 4 espécies cada um. O grupo 3 tem espécies que
86
ocorrem nas porções ao sul do bioma, sul de Minas Gerais, São Paulo e Mato Grosso do Sul. O
grupo 4 também tem 4 espécies que ocorrem no estado de Minas Gerais podendo se estender para a
Bahia ou outras áreas de Cerrado, inclusive uma das endêmicas da análise, da Serra do Ci. Por
fim, tem-se o grupo consensual 17 também com 4 espécies que formam um grupo homogêneo de
distribuição exclusiva no oeste do bioma Cerrado, a partir de 51º long. W. A subseção Scorpioides
está no cladograma numa tricotomia junto com as subsões Stenocephalum e Noveboracensis.
Seria, portanto, mais derivada que as subseções comentadas anteriormente e, também se trata, de
um grupo de espécies que se estabeleceu muito bem no bioma Cerrado, colonizando-o em toda a
sua extensão.
Subsão
Stenocephalum: Abriga apenas 3 espécies encontradas no cerrado brasileiro que
estão em dois grupos da análise consensual reversa. Duas espécies pertencem ao grupo 9 e são de
ampla distribuição no bioma, já a outra está no grupo 12 do consenso e é também ampla, mas mais
comum de Minas Gerais em direção ao sul do país. Está no mesmo ramo da subseção Scorpioides e
também da Noveboracensis. Vale lembrar que Stenocephalum está no meio de muita controvérsia se
seria um gênero a parte de Vernonia, se seria uma seção ou se seria uma subsão como adotado
por Jones (1979) e no presente trabalho.
Subsão
Chamaedrys: é a terceira subsão em termos de mero de espécies, abrigando
22 espécies que se distribuem em 9 grupos da análise reversa. Predomina o grupo 4 com 8 espécies
cuja distribuição é, na maioria dos casos, restrita ao estado de Minas Gerais com algumas se
estendendo até o estado de Goiás. Outro grupo importante é o 19 do consenso com 5 espécies
pertencentes a esta subseção, todas exclusivas dos cerrados de São Paulo, espécies típicas do sul do
bioma. O terceiro padrão seria o do grupo consensual 15 que reúne mais 3 espécies cuja distribuição
no Cerrado é restrita ao estado de Minas Gerais. Pertence a esta subseção uma espécie endêmica da
Chapada dos Veadeiros, V. myrsinites. Seria a subsão mais derivada dentro da seção Vernonia,
também a mais recente, talvez por isso englobe espécies de distribuição tão regional e restrita.
São
Hololepis: é a menor seção para o bioma Cerrado, abrigando apenas uma espécie,
Vernonia pedunculata que só foi registrada para o bioma Cerrado no estado de Minas Gerais em 3
quadrículas contíguas, 20433 – Divinópolis, 21433 – Itumirim e 21450 – Varginha, em áreas de
transição com a Mata Atlântica. Também existe forte controvérsia se se trataria de um gênero a
parte ou uma subseção de Vernonia. Seria uma seção mais derivada e mais recente que a seção
Vernonia que ainda não estaria bem estabelecido no bioma Cerrado e estaria assim, restritamente.
87
Conclusão
Este trabalho cumpriu seu objetivo de analisar a distribuição de Vernonia pelo bioma
Cerrado e também de sugerir novas áreas de proteção no bioma. Evidentemente, sozinho, ele não
representa a realidade do bioma como um todo, mas trata-se de um importante passo na caminhada
e uma ferramenta que juntamente com outros trabalhos ajuda a caracterizar melhor o bioma.
1)
Aumentou-se em cerca de 60% o número de espécies anterior para o gênero Vernonia.
2)
Outro resultado importante foi a presença das espécies endêmicas em áreas montanhosas e
de altitude elevada, assim como foi observado para Mimosa.
3)
25% das espécies são restritas ao bioma, 8 % são endêmicas e pode-se observar também que
quase 75% das espécies ocorrem também fora do bioma, confirmando o caráter amplo do gênero.
4)
114 espécies ocorrem fora do bioma, mas destas, aparentemente, 91 ocorrem nas zonas de
transição, principalmente com a Mata Atlântica. Quer dizer que as espécies são amplas, mas não
com tanto sucesso em outros biomas.
5)
Quanto a conservão, confirmou-se o baixo número de unidades de conservação e a área
protegida no bioma, insuficientes para proteger tão grande e ameada área.
6)
Ficou evidente a situação emergencial de algumas regiões como as quadrículas 23480 e
24493 que representam os cerrados de São Paulo que abrigam, inclusive, espécie endêmica.
7)
Na mesma situão estão três quadrículas do centro-oeste brasileiro que também abrigam
endêmicas: 14450, 15480 e 16463.
8)
A província que abriga as espécies endêmicas de Minas Gerais apresenta mais de 1% da sua
área protegida por unidades de conservação, mas algumas quadrículas que pertencem a esta
província, como a 18433, que abriga 3 endêmicas, apresenta apenas 0.88% da sua área protegida.
9)
As províncias que abrigam quadrículas do Cerrado oeste e norte-nordeste também
necessitam de mais coletas e unidades de conservão.
10)
Na análise reversa percebeu-se a importância da seção Vernonia para o bioma Cerrado e
também da subseção Scorpioides que abriga a maior parte das espécies.
11)
A subseção Nudiflorae abrigou o segundo maior mero de espécies e 7 das espécies
endêmicas, além de muitas restritas.
12)
A análise reversa mostrou, principalmente, o quanto o gênero Vernonia precisa de mais
estudo, prioritariamente uma análise filogenética molecular completa. Precisa-se decidir se cria-se
um super gênero que abrigue todas as espécies da tribo Vernonieae ou se será possível se definir
grupos monofiléticos menores que poderiam ser os gêneros.
88
Referências Bibliográficas:
- Althoff, K.C., 1998. O gênero Vernonia Schreb. (Compositae) no Distrito Federal, Brasil.
Brasília - DF, dissertão de mestrado, 335p.
- Ambiente Brasil, lista de Unidades de Conservação do Brasil. Disponível em
http://www.ambientebrasil.com.br, acessado em setembro de 2005.
- Arruda, M.B. 2003. Representatividade ecológica com base na biogeografia de biomas e
ecorreigões continentais do Brasil: o caso do bioma Cerrado. Tese de Doutorado. Universidade
de Brasília. Brasília, DF.
- Baker, J. G. 1873-1876. Compositae. I. Vernoniaceae. In: Martius, C. F. P. (ed.), Flora
Brasiliensis, vol. 6 pars. 2. 18-118p.
- Barboza, M. A. 2000. Loranthaceae e Viscaceae no Bioma Cerrado. Dissertação de Mestrado.
Universidade de Brasília. Brasília, DF.
- Biodiversitas, áreas protegidas. Disponível em www.biodiversitas.org, acessado em julho de
2003.
- Bremer, K. 1994. Asteraceae: cladistics & classification. Timber Press. Portland, Oregon, USA.
752p.
- Cabrera, A.L. 1944. Vernonieas Argentinas (Compositae). Darwiniana 6: 19-379.
- Cardoso, C.F. 2002. Regiões fitogeográficas do gênero Miconia (Melastomataceae) no bioma
Cerrado. Projeto Final para obtenção do tulo de engenheiro florestal. Universidade de Brasília.
- Carvalho, V.M. 2002. Conservação e Manejo da Biodiversidade do bioma Cerrado – subprojeto
Solanum. Projeto Final para obtenção do título de engenheiro florestal. Universidade de
Brasília.
- CNIP, lista de espécies da flora do nordeste brasileiro. Disponível em www.cnip.org, acessado
em maio de 2006.
- Conservation, Cerrado. Disponível em www.conservation.org.br/onde/cerrado/, acessado em
setembro de 2005.
- Dematteis, M. & Fernández, A. 1998. Karyotypes of seven South American species of Vernonia
(Asteraceae). Cytologia 63: 323-328p.
- Dias, B.F. 1996. Alternativas de desenvolvimento dos cerrados: manejo e conservação dos
recursos naturais renováveis. Fundação Pró-Natureza, Brasília DF, 97p.
- EMBRAPA. 1994. Atlas do Meio Ambiente do Brasil. Fundão Banco do Brasil, Ed. Terra
Viva, 138p.
- Farias, R. 2000. Fitogeografia dos gêneros Jacaranda e Tabebuia (Bignoniaceae) no Bioma
Cerrado. Dissertação de Mestrado. Universidade de Brasília. Brasília, DF.
89
- Felfili, J.M. & Silva Jr., M.C. (org.). 2001. Biogeografia do Bioma Cerrado – Estudo
fitofisionômico na Chapada do Espigão Mestre do São Francisco. Universidade de Brasília,
Departamento de Engenharia Florestal. 152p.
- Frankel, O.H., Brown, A.H.D. & Burdon, J.J. 1995. The conservation of plant biodiversity.
Cambridge University Press.
- Funk, V.A. 1997. Using collections data and GIS to examine biodiversity information levels in
Guyana. Pp. 117-128. In: K.E.Hoagland and A.Y.Rossman (eds.). Global Genetic Resources:
Access, Ownership and Intellectual Property Rights.
- Gleason, H.A. 1923. Evolution and geographical distribution of the genus Vernonia in North
America. Amer. J. Bot. 10: 187-202.
- Goedert, W.J. 1987. Solos dos Cerrados: tecnologias e estratégias de manejo. EMBRAPA-
CPAC, Planaltina DF, 424p.
- Guia 4 Rodas. 2004. Mapa Rodoviário 2004. Editora Abril, São Paulo.
- Hammer, O., Harper, D.A.T. & Ryan, P.D. 2001. PAST: Palaeontological Statistics software
package for education and data analysis. Paleontologia Electronica 4(1): 9pp.
- Hind, D.J.N. 1998. Asteraceae. In: Stannard, B.L. Flora of the Pico das Almas, Chapada
Diamantina, Brazil. 175-278. Royal Botanic Gardens, Kew.
- Humphries, C.J. & Parenti, L.R. 1999. Cladistic Biogeography Interpreting Patterns of Plant
and Animal Distributions. Second Edition. Oxford Biogeography Series nº 12. New York.
- IBAMA, listagem de unidades de conservação. Disponível em www.ibama.gov.br, acessado de
julho de 2003 a fevereiro de 2006.
- IBGE, contorno do cerrado contínuo. Disponível em formato .shp em www.ibge.gov.br,
acessado em setembro de 2005.
- IEF MG, Instituto Estadual de Florestas, Lista de Parques Estaduais. Disponível em
http://www.ief.mg.gov.br, acessado em julho de 2003.
- Jones, S.B. 1979. Sinopsis and pollen morphology of Vernonia (Compositae: Vernonieae) in
new world. Rhodora 828(81), 425-447.
- Keeley, S.C. & Jones, S.B. 1977. Taxonomic implications of external pollen morphology to
Vernonia (Compositae) in west Indies. Amer. J. Bot. 64: 576-584.
- Keeley, S.C. & Turner, B.L. 1990. A preliminary cladistic analysis of the genus Vernonia
(Vernonieae: Asteraceae). Pl. Syst. Evol. [Suppl. 4] p. 45-66.
- Keeley, S.C. & Jansen, R.K. 1994. Chloroplast DNA restriction site variation in the Vernonieae
(Asteraceae), an initial appraisal of the relationship of New and Old World taxa and the
monophyly of Vernonia. Pl. Syst. Evol. 193: p. 249-265.
90
- Kirkbride Jr., J.H. & Filgueiras, T.S. 1993. Índice de topônimos do Distrito Federal, Brasil.
v.20. The New York Botanical Garden, New York.
- Kruckeberg, A.R. & Rabinowitz, D. 1985. Biological Aspects of Endemism in
Higher Plants. Annual Review of Ecology and Systematics, Vol. 16, p. 447-479.
- Leitão Filho, H. F. 1972. Contribuição ao conhecimento taxonômico da tribo
Vernonieae no estado de São Paulo. Tese de doutorado, Universidade de São
Paulo, Piracicaba, SP.
- Lopes, A.S. 1983. Solos sob Cerrado – Características, propriedades e manejo. Piracicaba.
Instituto de Potassa e Fosfato.
- Machado, R.B., M.B. Ramos Neto, P.G.P. Pereira, E.F. Caldas, D.A. Gonçalves, N.S. Santos,
K. Tabor & M. Steininger. 2004. Estimativas de perda da área do Cerrado brasileiro. Relatório
técnico não publicado. Conservão Internacional, Brasília, DF.
- Matzenbacher, N.I. & Malfioleti, S.I. 1994. Estudo taxonômico do Gênero Vernonia Schreb.
(Asteraceae) no Rio Grande do Sul - Brasil. Comun. Mus. Ciênc. Tecnol. - PUCRS, Sér. Bot.
Porto Alegre, v.1, n.1. p. 1-113.
- McCune, B. & Mefford, M.J. 1997. Multivariate Analysis of Ecological Data. Version 3.17.
MjM Software, Gleneden Beach, Oregon, USA.
- Mendonça, R.C.; Felfili, J.M.; Walter, B.M.J.; Silva Júnior, M.C.; Rezende, A.V.; Filgueira,
J.S.; Nogueira, P.E. Flora vascular do Cerrado. In: Sano, S.M. & Almeida, S.P. 1998. Cerrado:
ambiente e flora. Planaltina, EMBRAPA - CPAC, 556p.
- MMA. 1998. Primeiro relatório nacional para a Convenção sobre Diversidade Biológica: Brasil.
Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal, 283p.
- MMA. 2002. Biodiversidade Brasileira: avaliação e identificação de áreas e ações prioritárias
para conservação, utilização sustentável e repartição de benefícios da biodiversidade brasileira.
Ministério do Meio Ambiente e Secretaria de Biodiversidade e Florestas. Brasília, DF. 404 p.
- Myers, N., Mittermeier, R.A., Mittermeier, C.G., da Fonseca, G.A.B. & Kent, J. 2000.
Biodiversity hotspots for conservation priorities. Nature, volume 403, p. 853-858.
- Nakajima, J.N. & Semir, J. 2001. Asteraceae no Parque Nacional da Serra da Canastra, Minas
Gerais, Brasil. Revista Brasileira de Botânica 24, 04, 471-478.
- NY, herbário virtual do New York Botanical Garden. Disponível em www.nybg.org, acessado
em abril de 2006.
- Oliveira, P.S. & Marquis, R.J. (ed.). 2002. The Cerrados of Brazil Ecology and Natural
History of a Neotropical Savanna. Columbia University Press. New York.
91
- Proença, C.; Oliveira, R.S. & Silva, A.P. 2000. Flores e frutos do cerrado / Flowers and fruits of
the cerrado. Ed. Universidade de Brasília, Imprensa Oficial do Estado, São Paulo-SP, 226p.
- Proença, C.; Munhoz, C.B.R.; Jorge, C.L. & Nóbrega, M.G.G. 2001. Listagem e nível de
proteção das espécies de fanerógamas do Distrito Federal, Brasil. P.87-359. In: Cavalcanti, T.B.
& Ramos, A.E. (org.). Flora do Distrito Federal, Brasil. Volume 1, 1ª. edição. Editora Stilo.
Brasília, DF.
- Ramalho, C.L. 1997. Biodiversidade do gênero Habenaria no bioma Cerrado.
Projeto Final para
obtenção do título de engenheiro agrônomo. Universidade de Brasília.
- Ratter, J.A., Ribeiro, J.F. & Bridgewater, S. 1997. The Brazilian cerrado vegetation and threats
to its biodiversity. Annals of Botany 80, 223-230.
- Ratter, J.A., Bridgewater, S. & Ribeiro, J.F. 2003. Analysis of the floristic composition of the
brazilian cerrado vegetation III: comparison of the woody vegetation of 376 areas. Edinburgh
Journal of Botany 60(1):57-109.
- Ribeiro, J.F. & Walter, B.M.T. 1998. Fitofisionomias do Bioma Cerrado. In: Sano, S.M. &
Almeida, S.P. ed. Cerrado: ambiente e flora. Planaltina: Embrapa CPAC.
- Robinson, H. 1987a. Studies in the Lepidaploa Complex (Vernonieae: Asteraceae). II. A new
genus, Echinocoryne. Proc. Biol. Soc. Wash. 100(3), pp. 584-589.
- Robinson, H. 1987b. Studies in the Lepidaploa Complex (Vernonieae: Asteraceae). III. Two
new genera, Cyrtocymura and Eirmocephala. Proc. Biol. Soc. Wash. 100(4), pp. 844-855.
- Robinson, H. 1988a. Studies of the Lepidaploa Complex (Vernonieae: Asteraceae) IV. The new
genus Lessingianthus. Proc. Biol. Soc. Wash. 101(4). pp. 929-951.
-
Robinson, H. 1988b. Studies in the Lepidaploa Complex (Vernonieae: Asteraceae) V. The new
genus Chrysolaena. Proc. Biol. Soc. Wash. 101(4), pp. 952-958.
-
Robinson, H. 1990. Studies of the Lepidaploa Complex (Vernonieae: Asteraceae) VII. The new
genus Lepidaploa. Proc. Biol. Soc. Wash. 103(2). pp. 464-498.
-
Robinson, H. 1992. A new genus Vernonanthura (Vernonieae: Asteraceae). Phytologia
73(2):65-76p.
- Robinson, H. 1999. Generic and Subtribal Classification of American Vernonieae. Smithsonian
Contributions to Botany. Number 89. Smithsonian Institution Press. Washington D.C. 116 p.
- Robinson, H. & Funk, V. 1987. A phylogenetic analysis of Leiboldia, Lepidonia and a new
genus Stramentopappus (Vernonieae: Asteraceae). Bot. Jahrb. Syst. 108: 213-228.
- da Silva, J.M.C. & Bates, J.M. 2002. Biogeographical Patterns and Conservation in the South
American Cerrado: a Tropical Savanna Hotspot. Bioscience, 52 (03). 225-233.
- SEMARH - Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, lista de Unidades de
Conservação. Disponível em http://www.semarh.df.gov.br, acessado em julho de 2003.
92
- Simon, M. F. & Proença, C. 2000. Phytogeographic patterns of Mimosa (Mimosoideae,
Leguminosae) in the Cerrado biome of Brazil: an indicator genus of high-altitude centers of
endemism? Biological Conservation 96 (2000) 279-296.
- Tivy, J. 1971. Biogeography a study of plants in the ecosphere. Oliver and Boyd. Edinburgh.
- Turner, B.L.; Beaman, J.H. & Rock, H.F. 1961. Chromosome numbers in the Compositae. V.
Mexican and Guatemalan species. Rhodora 749 (63): 120-129.
- Vanzolini, P.E. & Papavero, N. 1968. Índice dos Topônimos Contidos na Carta do Brasil.
1:1000000 do IBGE, FAPESP, São Paulo.
- Via Ecológica, áreas protegidas. Disponível em http://www.viaecologica.com.br, acessado em
julho de 2003.
- Walter, B.M.T. 2006. Fitofisionomias do bioma Cerrado: síntese terminológica e relações
florísticas. Tese de doutorado. Universidade de Brasília. Brasília, DF.
93
ANEXOS
94
Anexo A. Distribuição geográfica das espécies de Vernonia em estados do bioma Cerrado, nas províncias, extra-cerrado, com o número de
quadrículas em que ocorrem, o número de coletas e nível de protão. Coluna extra-cerrado: p = presente, n = não ocorre, t = em zonas de transição, i
= invasora, a = ampla (ocorre fora do Brasil); Coluna status: p = protegida; v = vulnerável; e = em perigo; em negrito estão as espécies endêmicas
Espécies
Distribuição
Amplitude Geográfica
Freência & Proteção
Estados no Cerrado
Províncias
Extra-Cerrado
Quadrículas
Coletas.
Status
V. adenophylla Mart. ex DC.
MG
10b
N
2
2
P
V. almedae
H. Rob.
DF
11
N
1
8
P
V. alpestris
(Gardn.) Baker
MG
10a
N
1
2
E
V. ammophila Gardn.
MT, DF, GO, MG, BA, SP
2, 5c, 8,
10a, 10b, 11
T - Serra do Espinho (BA)
15
33
P
V. angulata H. Rob.
GO, MS
5a, 6
No
4
6
P
V. apiculata Mart. ex DC.
MG, SP, DF, GO, BA, TO,
MS
1, 3, 8, 10a,
10b, 11
T - Serra do Espinho (BA, MG )
23
42
P
V. arachniolepis Ekman & Dusen
SP
P - Mata Atlântica (PR, RS)
1
1
V
V. arenaria Mart. ex DC.
MT
P - Mata Atlântica N (BA, SE), Floresta
Amazônica (AM, PA, PI)
1
1
V
V. argentea
Less.
SP
1
N
2
3
E
V. argyrophylla Less.
GO, DF, MG
5b, 6, 9,
10a, 10b, 11
T - Mata Atlântica S (SP)
21
75
P
V. argyrotrichia Sch Bip. ex Baker
MG, MS, SP
1, 10b
P - Mata Atlântica S (SP, RJ, ES)
5
7
P
V. asteriflora Mart. ex DC.
SP
1
T - Mata Atlântica S (SP)
1
1
E
V. aurea Mart. ex DC.
DF, MG, GO, TO, BA, MS
3, 4, 5b, 8,
10a, 11
N
25
164
P
V. balansae Hieron
SP, MS
1
P - Mata Atlântica S (SP, MS)
2
3
V
V. barbata Less.
SP, MG, GO, DF
1, 9, 10a,
10b, 11
T - Serra do Espinho (BA, MG)
12
38
P
95
Espécies
Distribuição
Amplitude Geográfica
Freência & Proteção
Estados no Cerrado
Províncias
Extra-Cerrado
Quadrículas
Coletas.
Status
V. bardanoides
Less.
SP, MG, MS, GO, DF, BA,
MT
1, 3, 5b, 5c,
6, 7, 8, 9,
10a, 10b, 11
T - Mata Atlântica S (MG, MS, SP)
39
226
P
V. bishopii
H. Rob.
GO
11
N
3
5
P
V. brasiliana
(L.) Druce
DF, GO, PI, MA, TO, BA,
MG, SP, MS, MT
1, 4, 5a, 5c,
6, 10a, 10b,
11
A - (BRA, GUI, VEN)
50
99
P
V. brasiliensis
(Spreng.) Less.
MG
T - Mata Atlântica (MG)
1
1
E
V. brevifolia
Less.
SP, MG, GO, DF, PR
1, 11
A - Mata Atlântica S (MG, MS, SP, ARG)
10
28
V
V. brevipetiolata
Sch. Bip. ex Baker
BA, GO, DF, MG, SP
3, 10a, 10b,
11
T - Mata Atlântica S (SP)
12
23
P
V. buddleiifolia
Mart. ex DC.
TO, MT, GO, DF, MG, BA,
SP
4, 5c, 6, 7,
8, 9, 10a,
10b, 11
T - Mata Atlântica, Serra do Espinhaço (MG)
33
125
P
V. bupleurifolia
(DC.) Sch. Bip. ex
Malme
GO
11
N
2
2
E
V. caiapoensis
H. Rob.
GO
6
N
2
2
P
V. carduoides
Baker
GO, MS
11
N
3
4
P
V. cephalotes
DC.
DF, MG, SP, MT
6, 9, 10b, 11
T - Mata Atlântica (SP)
7
16
P
V. chalybaea
Mart. ex DC.
PI, BA
8
P - Caatinga & Campinas (BA, CE, PA, PE, PI)
4
4
P
V. chamaedrys
Less.
MG, SP, MS
10b
A - Mata Atlântica S (BA, MG, PR, RS, SP, SC,
ARG, PAR, URU)
4
4
P
V. chamaepeuces
Sch. Bip. ex Baker
GO, MT
5c, 6, 7
N
5
12
P
V. chamissonis
Less.
P
1
P - Mata Atlântica S (SP, SC)
1
2
V
96
V. cinerea
(L.) Less.
MA
A Invasora pantropical
1
1
P
Espécies
Distribuição
Amplitude Geográfica
Freência & Proteção
Estados no Cerrado
Províncias
Extra-Cerrado
Quadrículas
Coletas.
Status
V. cognata
Less.
SP, MG, MS, GO, DF, MT,
TO
1, 4, 5c,
10b, 11
P - Mata Atlântica S (SP, PR, MG)
19
43
P
V. compactiflora
Mart. ex Baker
MG, GO, DF
6, 10b, 11
N
9
38
P
V. condensata
Baker
SP, MG, GO, DF
1, 9, 10a,
10b, 11
P - Mata Atlântica (BA, MG, MS, SP), Floresta
Amazônica (AM)
12
25
P
V. cordigera
Mart. ex DC.
MG, SP, TO
4, 10a
T - Mata Atlântica S (SP)
5
15
P
V. coriacea
Less.
GO, DF, MG, MS, SP, MT,
MA, BA
2, 5a, 8,
10a, 10b, 11
A - (BOL, BRA, PER)
23
81
P
V. cotoneaster
(Willd. ex Spreng.)
Less.
BA, MG
10a, 10b
A BA, MG, SP, CE
4
4
P
V. coulonii
Sch. Bip. ex Baker
DF
11
P - Mata Atlântica SE (ES, RJ)
3
3
P
V. crassa
(Vell.) Ekman ex Malme
SP
1
T - Mata Atlântica S (SP)
2
8
E
V. cristalinae
H. Rob.
GO, MG
10b, 11
N
3
9
P
V. crotonoides
(DC.) Sch. Bip.
MG, GO
9, 10a, 10b
P - Mata Atlântica SE (BA, MG, RJ)
5
17
P
V. cuiabensis
Baker
MT, MS
2, 5c
N
3
4
E
V. cuneifolia
Gardn.
DF, MG, SP, GO, MS
8, 11
T - Serra do Espinho (MG )
10
20
P
V. desertorum
Mart. ex DC.
MT, MS, GO, DF, MG, BA,
TO
3, 5a, 5c, 6,
7, 8, 9, 10a,
10b, 11
T - Serra do Espinho (BA, MG), Mata
Atlântica (MG, SP )
33
72
P
V. diffusa
Less.
MG, SP
1, 10b
T - Serra do Espinho (MG), Mata Atlântica
(BA, MG, SP )
4
11
P
V. discolor
(Spreng.) Less.
DF, SP
1, 11
P - Mata Atlântica (BA, MG, PR, RJ, SP)
2
2
V
V. dura
Mart. ex DC.
MT, MS, GO, DF, MG, BA
2, 5b, 5c, 6,
10b, 11
N
23
95
P
97
V. echinocephala
H. Rob.
GO
N
2
4
P
Espécies
Distribuição
Amplitude Geográfica
Freência & Proteção
Estados no Cerrado
Províncias
Extra-Cerrado
Quadrículas
Coletas.
Status
V. echitifolia
Mart. ex DC.
MT, MS, GO, DF, MG, SP
5a, 5c, 6, 7,
11
T - Mata Atlântica S (SP)
16
40
P
V. edmundoi
G. M. Barroso
MG
T - Serra do Espinho (BA)
1
1
E
V. eitenii
H. Rob.
DF, GO
11
No
6
16
P
V. elegans
Gardn.
MT, GO, DF, MG, SP, MS
1, 5c, 9,
10a, 10b, 11
T - Serra do Espinho (BA, MG), Mata
Atlântica (MG, SP )
22
63
P
V. elsieae
Stutts
MG
10a
T - SP
1
1
P
V. eremophila
Mart. ex DC.
GO, DF, MG, SP, BA
7, 8, 10a,
10b, 11
T - MG
19
177
P
V. eriolepis
Gardn.
MT, MG
2, 5c, 9, 10b
A MG, SP, CE
5
11
P
V. erythrophila
DC.
DF, GO, MG
6, 11
T - Mata Atlântica S (SP)
5
36
P
V. farinosa
Baker
GO, MG
6, 10a
T Serra do Espinho (BA)
2
2
E
V. ferruginea
Less.
MG, SP, MT, MS, GO, DF,
BA, TO, MA
1, 4, 5a, 5b,
5c, 6, 7, 8,
9, 10a, 10b,
11
A - BRA, BOL
54
150
P
V. flexuosa
Sims
MG
A - Mata Atlântica S (SP, PR, SC, RS, URU)
1
1
V
V. floccosa
Gardn.
GO, DF, MG
10b, 11
N
9
22
P
V. foliosa
Gardn.
MG, GO
10a, 10b, 11
N
5
13
P
V. fonsecae
H. Rob.
GO
11
N
3
10
P
V. geminata
H.B.K.
SP, MG
10b
P - Mata Atlântica S (BA, MG, RJ, SP )
2
4
P
98
V. glabrata
Less.
MT, MS, GO, DF, SP, MG
1, 3, 5c, 7,
10b, 11
T - Mata Atlântica (SP)
19
41
P
Espécies
Distribuição
Amplitude Geográfica
Freência & Proteção
Estados no Cerrado
Províncias
Extra-Cerrado
Quadrículas
Coletas.
Status
V. glanduloso-dentata
Hieron
MG
10a, 10b
N
2
4
P
V. glazioviana
Baker
MG
T Campos de altitude (RJ)
1
1
P
V. gracilis
H.B.K.
TO
A - BRA, COL, GUI
1
1
V
V. grandiflora
Less.
MT, MS, GO, MG, SP
1, 2, 5c, 7,
10b
T - Mata Atlântica (MG, SP)
20
46
P
V. grearii
H. Rob.
DF, GO, MG
10b, 11
N
3
13
P
V. hatschbachii
(H. Rob.) D.J.N.
Hind
MG
10a
N
2
5
P
V. helophila
Mart. ex DC.
MS
P - Mata Atlântica S (BA, MG, MS, MT, SP)
1
1
V
V. herbacea
(Vell.) Rusby
MT, MS, GO, DF, TO, MG,
SP, BA
1, 5a, 5c, 6,
7, 8, 9, 10a,
10b, 11
A - BRA, BOL, PER
47
182
P
V. heringeri
H. Rob.
GO
11
N
2
3
E
V. holosericea
Mart. ex DC.
GO, DF, MG, SP, BA, MA
5a, 6, 8,
10b, 11
T Serra do Espinho (BA, MG)
15
56
P
V. hoveaefolia
Gardn.
MT, GO, MG
5c, 10a,
10b, 11
N
8
13
P
V. hystricosa
Cabrera & Dematteis
MS
A - ARG, PAR
1
1
P
V. ignobilis
Less.
GO, DF, MG, SP
2, 6, 10a, 11
T - Mata Atlântica (MG, SP)
8
15
P
V. irwinii
G.M.Barroso
GO, DF, MG
10b, 11
N
5
8
P
V. lacunosa
Mart. ex DC.
MT, GO, DF, MG
5c, 6, 7,
10b, 11
T - Mata Atlântica (MG)
12
40
P
99
V. laevigata
Mart. ex DC.
MT, MS, GO, DF, MG, SP
2, 5b, 5c,
10a, 10b, 11
T - Mata Atlântica (MG)
22
47
P
Espécies
Distribuição
Amplitude Geográfica
Freência & Proteção
Estados no Cerrado
Províncias
Extra-Cerrado
Quadrículas
Coletas.
Status
V. lanuginosa
Gardn.
BA
T Serra do Espinho (BA, MG)
1
1
E
V. laxa
Gardn.
MG
10a
T - Serra do Espinho (BA, MG)
1
1
E
V. ligulifolia
Mart. ex DC.
TO, BA, GO, DF, MG, SP
1, 4, 6, 7, 8,
10a, 10b, 11
N
26
72
P
V. lilacina
Mart. ex DC.
MG
10a, 10b
T Serra do Espinho (BA, MG)
3
10
P
V. lindbergii
Baker
MG
10b
T - Mata Atlântica (SP)
1
1
P
V. linearifolia
Less.
GO, MG
10a, 10b, 11
T - Serra do Espinho (BA, MG)
5
22
P
V. linearis
Spreng.
GO, DF, MG
6, 9, 10b, 11
T - Serra do Espinho (BA, MG), Mata
Atlântica (MG)
11
44
P
V. lithospermifolia
Hieron
DF
11
T - Mata Atlântica (MG, SP)
2
2
P
V. lucida
Less.
MG, MS
10b
A - Mata Atlântica (URU)
3
6
P
V. macrophylla
Less.
MG, SP
10b
P - Mata Atlântica (BA, ES, MG, SP, RJ)
3
3
P
V. mansoana
Baker
MT, MS
2, 5c
N
7
17
P
V. mariana
Mart. ex Baker
GO, MG
10a, 10b, 11
T - Serra do Espinho (BA)
5
28
P
V. megapotamica
Spreng.
GO, DF, BA, MG, SP
1, 9, 10a,
10b, 11
A - Mata Atlântica S (MG, PR, SC, SP, RS,
URU)
20
69
P
V. mollissima
D. Don. Ex Hook. &
Arn.
SP
1
A - Mata Atlântica (MT, PR, RS, ARG, PAR)
2
2
V
V. monocephala
Gardn.
TO, GO, DF, BA, MG
3, 4, 8, 11
T - Floresta Amazônica
11
19
P
V. mucronulata
Less.
MG, SP
1, 9
T - Mata Atlântica (MG, SP)
10
16
P
V. muricata
DC.
GO, MS
6
T - Mata Atlântica (MG, SP), T - Floresta
Amazônica (PA)
2
2
V
100
V. myrsinites
(H. Rob.) D.J.N. Hind
GO, BA
3, 8
N
4
27
P
Espécies
Distribuição
Amplitude Geográfica
Freência & Proteção
Estados no Cerrado
Províncias
Extra-Cerrado
Quadrículas
Coletas.
Status
V. niederleinii
Hieron
MS
A - Florestas (BRA, PAR, PER)
1
1
V
V. nitens
Gardn.
TO, BA
8
P - Florestas - BA, MA, MS, PE
6
11
P
V. nitidula
Less.
MG
10b
A - Mata Atlântica (MG, PR, SP, URU)
2
2
P
V. obscura
Less.
TO, MG, SP
4, 9, 10b
P Serra do Espinho (BA), Mata Atlântica
(MG, SP, RJ)
6
7
P
V. obtusata
Less.
TO, MT, GO, DF, MS, MG,
SP
2, 4, 5c, 7,
9, 10b, 11
A Mata Atlântica (MG), BOL
24
35
P
V. oligactoides
Less.
MS, SP
1
T - Mata Atlântica (MG, SP)
4
9
E
V. oligolepis
Sch. Bip. ex Baker
MS, SP
1
N
4
10
E
V. onoporoides
Baker
MS, MT, GO, DF, MG, SP
2, 5c, 9,
10b, 11
T- Mata Atlântica (MG)
25
66
P
V. pabstii
(G.M. Barroso) MacLeish
GO
11
N
1
2
E
V. pannosa
(Baker) MacLeish
DF, GO
11
N
5
22
P
V. pedunculata
(DC. ex Pers.) DC.
MG
9, 10b
T - Mata Atlântica (MG)
3
10
P
V. petiolaris
DC.
MG, SP
P - SE Mata Atlântica (MG, RJ, SP)
1
2
V
V. platensis
(Spreng.) Less.
MG, SP
2, 9, 10a,
10b
A - S Mata Atlântica (MG, SC, SP, ARG, PAR,
URU)
10
14
P
V. polyanthes
Less.
GO, DF, MG, SP, MA
1, 5a, 9,
10b, 11
P - SE Mata Atlântica (BA, ES, MG, RJ, SP), T
- Floresta Amazônica (MT)
13
34
P
V. pseudaurea
D.J.N. Hind
TO
T - Serra do Espinho (BA)
1
1
P
V. pseudo-nudiflora
Hieron
MG
10b
A - URU (tipo)
1
1
P
101
V. psilophylla
DC.
MT, GO, DF, MG, TO
3, 5c, 6, 9,
10a, 10b, 11
P - S Mata Atlântica (MG, SP, PR, RS), T
Floresta Amazônica (MT, PA)
16
67
P
Espécies
Distribuição
Amplitude Geográfica
Freência & Proteção
Estados no Cerrado
Províncias
Extra-Cerrado
Quadrículas
Coletas.
Status
V. psilostachya
DC.
SP, MG
1, 10b
T - Mata Atlântica (MG, SP)
5
12
P
V. puberula
Less.
SP
1
P - Mata Atlântica (MG, RJ, SP)
1
1
V
V. pungens
Gardn.
MG, BA
5b, 8, 10b
N
4
5
P
V. pycnostachya
DC.
MG
10a, 10b
T - Mata Atlântica (MG)
4
10
P
V. quinqueflora
Less.
SP
1
T - Mata Atlântica (SP)
1
1
E
V. radula
Mart. ex DC.
SP
T - Mata Atlântica (SP)
2
2
E
V. remotiflora
L.C.Rich.
MT, MS, GO, DF, MG, SP
,BA, TO, MA, PI
4, 5a, 5b,
5c, 9, 10b,
11
A - BRA, GUI
30
57
P
V. rosea
Mart. ex DC.
MG
9, 10b
T - Mata Atlântica (SP)
4
7
P
V. rosmarinifolia
Less.
MG
T - Serra do Espinho (MG, SP)
1
1
E
V. rubricaulis
Humb. & Bonpl.
SP, MS
2
A - Florestas (ARG, BRA, COL, PAR, PER,
URU)
3
3
V
V. rubriramea
Mart. ex DC.
MT, MS, GO, DF, TO, SP,
MG
1, 5a, 5b,
5c, 6, 7,
10a, 10b, 11
T - Florestas (MG, PA)
35
156
P
V. salzmannii
DC.
MT, DF, GO, MG, MA
2, 5a, 5c, 9,
10a, 10b, 11
A - Neotrópicos até o México
11
17
P
V. santosii
H. Rob.
MG
10a
T - Serra do Espinho
1
2
E
V. scapigera
Baker
MG
10a
N
2
7
P
V. scaposa
G.M.Barroso
MG
10a
N
1
1
E
102
V. schwenkiaefolia
Mart. ex DC.
MG, GO, DF
3, 6, 10a,
10b, 11
T - SE Mata Atlântica (MG), T - Floresta
Amazônica (MT)
12
49
P
Espécies
Distribuição
Amplitude Geográfica
Freência & Proteção
Estados no Cerrado
Províncias
Extra-Cerrado
Quadrículas
Coletas.
Status
V. scorpioides
(Lam.) Pers.
MG, SP
10b
A - Florestas (BRA, GUI, PER, URU )
4
25
P
V. secunda
Sch. Bip. ex Baker
GO, DF
11
N
4
7
P
V. sellowii
Less.
SP
1
A - Serra do Espinho, Mata Atlântica S (PR,
SC, RS, ARG, URU)
1
1
V
V. sessilifolia
Less.
MG, MS
10b
T ? PR
2
6
P
V. simplex
Less.
MT, GO, DF, MG, SP, PR
1, 5a, 5c, 6,
9, 10a, 10b,
11
T - Serra do Espinho, Mata Atlântica SE
(MG)
30
133
P
V. soderstroemii
H. Rob.
DF, MG, GO
10a, 11
N
4
5
P
V. souzae
H. Rob.
GO
11
N
3
8
P
V. spixiana
Mart. ex DC.
MG
10b
N
1
4
P
V. squarrosa
(Less.) Less.
MG, SP
1
A - Mata Atlântica S (SP, URU)
2
2
V
V. stoechas
Mart. ex Baker
MG, GO
10b
T - Mata Atlântica SE (SP)
3
16
P
V. stricta
Gardn.
MG
9, 10b
N
4
16
P
V. subulata
Baker
TO, MG, GO
4, 10a, 11
N
6
22
P
V. subverticillata
Sch. Bip. ex Baker
MG
10a
T - Serra do Espinho (BA)
1
1
E
V. tomentella
Mart. ex DC.
GO, MG
7, 9, 10a,
10b
T - Serra do Espinho (MG), Mata Atlântica
SE (SP)
6
13
P
V. tragiaefolia
DC.
GO, MG, SP
1, 6, 9, 10b,
11
T - Mata Atlântica SE (MG, SP)
14
28
P
V. tweediana
Baker
MG, SP
1
P - Mata Atlântica S (MG, PR, RS, SC, SP)
2
3
V
103
Espécies
Distribuição
Amplitude geográfica
Freência e Proteção
Estados no Cerrado
Províncias
Extra-Cerrado
Quadrículas
Coletas.
Status
V. varroniifolia
DC.
TO, GO, MG, SP
4, 6, 10b
A - BOL, MT
6
7
P
V. velutina
Hieron.
MG
10b
P Mata Atlântica (RJ)
1n
1
P
V. venosissima
Sch. Bip. ex Baker
MT, GO, DF
5c, 6, 7, 11
N
10
28
P
V. vepretorum
Mart. ex DC.
MG
10a, 10b
T - MG, BA
3
16
P
V. verbascifolia
Less.
GO
11
A - Mata Atlântica S (PR, ARG, URU)
1
1
V
V. virgulata
Mart. ex DC.
GO, DF, MT, MG, SP
6, 8, 10a,
10b, 11
T - BA, MG, SP
16
29
P
V. viscidula
Less.
MG
10b
T - Mata Atlântica SE (MG)
4
10
P
V. warmingiana
Baker
GO, MG
10a, 10b, 11
T - Mata Atlântica SE (MG)
8
26
P
V. westiniana
Less.
SP, MG
1, 9, 10b
P - Mata Atlântica SE (MG, PR, SP)
5
7
P
V. xanthophylla
Mart. ex DC.
BA, MA
4, 8
N
4
5
E
V. zuccariniana
Mart. ex DC.
DF, MG, GO
10b, 11
T - Mata Atlântica SE (MG)
3
7
P
104
Anexo B. Lista de quadrículas que comes as províncias da análise de UPGMA. * Fonte: IBGE.
Em negrito estão as quadrículas que foram consensuais.
Província
Quadrícula
Nome da quadrícula*
01: Serra do CiLeste
19420 (15 espécies e 27 coletas)
Ipatinga, MG
02: Sem padrão
15420 (3 espécies e 5 coletas)
Janaúba, MG
18420 (5 espécies e 5 coletas)
Guanhães, MG
18493
(9 espécies e 10 coletas)
Quirinópolis, GO
21523
(8 espécies e 12 coletas)
Xavantina, MS
03a: Cerrado Central e Serras Mineiras
14463 (43 espécies e 159 coletas)
Iaciara, GO
15463
(52 espécies e 734 coletas
Brasília, DF
15480
(46 espécies e 175 coletas)
Goianésia, GO
16463
(42 espécies e 123 coletas)
Unaí, MG
16480
(35 espécies e 86 coletas)
Goiânia, GO
16493
(21 espécies e 56 coletas)
São Luís de Montes Belos, GO
17480
(23 espécies e 41 coletas)
Morrinhos, GO
18463
(21 espécies e 32 coletas)
Patos de Minas, MG
19433
(72 espécies e 365 coletas)
Belo Horizonte, MG
19463
(28 espécies e 96 coletas)
Uberaba, MG
20463
(45 espécies e 225 coletas)
Franca, SP
03b: Furnas, MG
20450 (29 espécies e 39 coletas)
Furnas, MG
03c: Andradina, SP
20510 (17 espécies e 73 coletas)
Andradina, SP
03d: Sul de Minas Gerais e norte de
São Paulo
18480 (27 espécies e 100 coletas)
Uberlândia, MG
21463 (41 espécies e 94 coletas)
Ribeirão Preto, SP
22463 (38 espécies e 168 coletas)
Campinas, SP
04: Minas Gerais Central
16420
(19 espécies e 30 coletas)
Aruai, MG
17433
(24 espécies e 60 coletas)
Pirapora, MG
18433
(37 espécies e 147 coletas)
Curvelo, MG
05: Sul de Minas Gerais
20433
(23 espécies e 27 coletas)
Divinópolis, MG
21450
(13 espécies e 20 coletas)
Varginha, MG
06: Bahia e Sudoeste de Minas Gerais
12450
(15 espécies e 22 coletas)
Barreiras, BA
14450
(12 espécies e 15 coletas)
Posse, GO
19480 (14 espécies e 28 coletas)
Prata, MG
07: Serra do Caiae Sudeste do Mato
Grosso
16510
(10 espécies e 15 coletas)
Iporá, GO
17510
(20 espécies e 26 coletas)
Jataí, GO
17523
(9 espécies e 14 coletas)
Mineiros, GO
18510
(7 espécies e 11 coletas)
Caçu, GO
18523
(18 espécies e 34 coletas)
PARNA Emas, GO/MS
08a: Cerrado Oeste
12433 (9 espécies e 12 coletas)
Barra, BA
12510
(15 espécies e 37 coletas)
Ribeirão Cascalheira, MT
13510
(4 espécies e 5 coletas)
São Miguel do Araguaia, GO
14493
(4 espécies e 13 coletas)
Itapaci, GO
14510
(10 espécies e 17 coletas)
Nova Xavantina, MT
14553
(10 espécies e 27 coletas)
Rosário Oeste, MT
15510
(11 espécies e 13 coletas)
Barra do Garças, MT
15553
(17 espécies e 33 coletas)
Cuiabá, MT
18450
(9 espécies e 10 coletas)
Três Marias, MG
105
08b: Arco Mesotrófico?
7450
(6 espécies e 11 coletas)
Balsas, MA
14540
(4 espécies e 17 coletas)
Paranatingá, MT
19570
(5 espécies e 19 coletas)
Corumbá, MS
20540
(7 espécies e 13 coletas)
Campo Grande, MS
21480 (7 espécies e 9 coletas)
Araraquara, SP
09: Sem padrão
10480
: (12 espécies e 27 coletas)
Porto Nacional, TO
13433
(6 espécies e 10 coletas)
Santa Maria da Vitória, BA
13480 (8 espécies e 8 coletas)
Porangatu, GO
15493 (7 espécies e 8 coletas)
Goiás, GO
19493 (7 espécies e 7 coletas)
Iturama, MG
20480 (4 espécies e 5 coletas)
São José do rio Preto, SP
20493 (4 espécies e 7 coletas)
Votuporanga, SP
21540 (6 espécies e 7 coletas)
Maracaju, MS
22540 (7 espécies e 8 coletas)
Dourados, MS
10: Cerrado Norte e Nordeste
10463 (7 espécies e 21 coletas)
Ponte Alta do Tocantins, TO
11463 (4 espécies e 6 coletas)
Formosa do Rio Preto, BA
13450
(5 espécies e 7 coletas)
São Domingos, GO
15450
(8 espécies e 11 coletas)
Buritis, MG
11: Cerrado Extremo Sul
22480
(21 espécies e 60 coletas)
Bauru, SP
23480
(12 espécies e 21 coletas)
Itapetininga, SP
24480
(13 espécies e 16 coletas)
Itararé, SP
24493
(13 espécies e 18 coletas)
Telêmaco Borba, PR
106
Anexo C. Lista das quadrículas que comem as províncias da análise de TWINSPAN. * Fonte:
IBGE. Em negrito estão as quadrículas que foram consensuais.
Província
Quadrícula (Nº espécies e coletas)
Nome da Quadrícula
01: Cerrado Sul
22463 (38 espécies e 168 coletas)
Campinas, SP
22480
(21 espécies e 60 coletas)
Bauru, SP
22540 (7 espécies e 8 coletas)
Dourados, MS
23480
(12 espécies e 21 coletas)
Itapetininga, SP
24480
(13 espécies e 16 coletas)
Itararé, SP
24493
(13 espécies e 18 coletas)
Telêmaco Borba, PR
02a: Cerrado Oeste
7450
(6 espécies e 11 coletas)
Balsas, MA
12510
(15 espécies e 37 coletas)
Ribeirão Cascalheira, MT
13510
(4 espécies e 5 coletas)
São Miguel do Araguaia, GO
14510
(10 espécies e 17 coletas)
Nova Xavantina, MT
14540
(4 espécies e 17 coletas)
Paranatingá, MT
14553
(10 espécies e 27 coletas)
Rosário Oeste, MT
15510
(11 espécies e 13 coletas)
Barra do Garças, MT
15553
(17 espécies e 33 coletas)
Cuiabá, MT
16510
(10 espécies e 15 coletas)
Iporá, GO
17523
(9 espécies e 14 coletas)
Mineiros, GO
18493
(9 espécies e 10 coletas)
Quirinópolis, GO
19570
(5 espécies e 19 coletas)
Corumbá, MS
20510 (17 espécies e 73 coletas)
Andradina, SP
20540
(7 espécies e 13 coletas)
Campo Grande, MS
21523
(8 espécies e 12 coletas)
Xavantina, MS
02b: Sem padrão aparente
10463 (7 espécies e 21 coletas)
Ponte Alta do Tocantins, TO
14493
(4 espécies e 13 coletas)
Itapaci, GO
18450
(9 espécies e 10 coletas)
Três Marias, MG
03a: Cerrado centro-nordeste
10480
(12 espécies e 27 coletas)
Porto Nacional, TO
12433 (9 espécies e 12 coletas)
Barra, BA
12450
(15 espécies e 22 coletas)
Barreiras, BA
13433
(6 espécies e 10 coletas)
Santa Maria da Vitória, BA
13450
(5 espécies e 7 coletas)
São Domingos, GO
13463 (22 espécies e 53 coletas)
Campos Belos, GO
14450
(12 espécies e 15 coletas)
Posse, GO
14463 (43 espécies e 159 coletas)
Iaciara, GO
14480 (17 espécies e 36 coletas)
Uruu, GO
15450
(8 espécies e 11 coletas)
Buritis, MG
18480 (27 espécies e 100 coletas)
Uberlândia, MG
03b: Cerrado Central
15463
(52 espécies e 734 coletas)
Brasília, DF
15480
(46 espécies e 175 coletas)
Goianésia, GO
16463
(42 espécies e 123 coletas)
Unaí, MG
16480
(35 espécies e 86 coletas)
Goiânia, GO
16493
(21 espécies e 56 coletas)
São Luís de Montes Belos, GO
17480
(23 espécies e 41 coletas)
Morrinhos, GO
17510
(20 espécies e 26 coletas)
Jataí, GO
18463
(21 espécies e 32 coletas)
Patos de Minas, MG
18510
(7 espécies e 11 coletas)
Caçu, GO
107
18523
(18 espécies e 34 coletas)
PARNA Emas, GO/MS
19480 (14 espécies e 28 coletas)
Prata, MG
04a: Centro-sul de Minas
Gerais
17463 (12 espécies e 18 coletas)
Paracatu, MG
19433
(72 espécies e 365 coletas)
Belo Horizonte, MG
19463
(28 espécies e 96 coletas)
Uberaba, MG
20433
(23 espécies e 27 coletas)
Divinópolis, MG
20450 (29 espécies e 39 coletas)
Furnas, MG
20463
(45 espécies e 225 coletas)
Franca, SP
21450
(13 espécies e 20 coletas)
Varginha, MG
21463 (41 espécies e 94 coletas)
Ribeirão Preto, SP
04b: Cerrado centro-norte de
Minas Gerais
15420 (3 espécies e 5 coletas)
Janauba, MG
16420
(19 espécies e 30 coletas)
Aruai, MG
17433
(24 espécies e 60 coletas)
Pirapora, MG
18433
(37 espécies e 147 coletas)
Curvelo, MG
19420 (15 espécies e 27 coletas)
Ipatinga, MG
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo