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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
PROGRAMA DE PÓS- GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA – MESTRADO
ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: CLÍNICA INTEGRADA
MILKO JAVIER VILLARROEL CORTÉS
AVALIAÇÃO ESPECTRAL DA FLUORESCÊNCIA DE CINCO CERÂMICAS
LIVRES DE METAL
PONTA GROSSA
2004
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MILKO JAVIER VILLARROEL CORTÉS
AVALIAÇÃO ESPECTRAL DA FLUORESCÊNCIA DE CINCO CERÂMICAS
LIVRES DE METAL
Dissertação apresentada para obtenção
do título de mestre na Universidade
Estadual de Ponta Grossa, no Curso de
Mestrado em Odontologia - Área de
concentração em Clínica Integrada
Orientador : Prof. Dr. João Carlos Gomes
Co-orientador : Prof. Dr. Benjamin de
Mello Carvalho
PONTA GROSSA
2004
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Cortes, Milko Javier Villarroel
C828 Avaliação espectral da fluorescência de
cinco cerâmicas livres de metal.
/ Milko Javier Villarroel. Ponta Grossa, 2004.
83f.il.
Dissertação ( mestrado ) - Universidade Estadual de
Ponta Grossa.
Orientador : Prof.. Dr. João Carlos Gomes
1- Fluorescência. 2- Cerâmicas 4- Comprimento de onda.
I. T.
CDD : 617.675
MILKO JAVIER VILLARROEL CORTÉS
AVALIAÇÃO ESPECTRAL DA FLUORESCÊNCIA DE CINCO CERÂMICAS
LIVRES DE METAL
Dissertação apresentada para obtenção do título de mestre na Universidade
Estadual de Ponta Grossa, no Curso de Mestrado em Odontologia - Área de
concentração em Clínica Integrada.
Ponta Grossa, 19 de julho de 2004.
Prof. Dr. João Carlos Gomes –Orientador
Universidade Estadual de Ponta Grossa
Prof. Dr. Abraham Lincoln Calixto
Universidade Estadual de Ponta Grossa
Prof. Dr. Sérgio Roberto Vieira
Pontifícia Universidade Católica do Paraná
Aos meus pais, Gloria e Carlos, exemplos de trabalho, dedicação, perseverança e
por serem minha maior fonte de inspiração e amor;
Aos meus familiares Haybiz, Carlos, Juan Pablo, pelo apoio e amparo incondicional,
possibilitando a realização deste trabalho;
Obrigado pelo incentivo em cada recomeço e por apoiarem as loucuras que estão
em meu coração;
A Cristofer, Milko Nicolas, Carla, Bastian, Carlos Ignácio e Hely pelo carinho e pelo
amor que sempre demonstraram por mim.
Dedico a vocês este trabalho.
AGRADECIMENTOS
Ao Prof. Dr. João Carlos Gomes, por sua orientação segura, amizade, apoio
constante e ensinamentos transmitidos. Pela liberdade concedida no
desenvolvimento deste trabalho e pela confiança em mim depositada;
Ao Prof. Dr. Oscar Steenbecker, pela amizade, respeito e confiança, por ter guiado
meus passos em muitos momentos e principalmente pelo incentivo ao meu ingresso
na carreira docente;
À Prof. Dra. Osnara Mongruel Gomes,pelo auxilio, atenção e constante colaboração;
.Aos professores do mestrado da Universidade Estadual de Ponta Grossa, pela
atenção, colaboração e pelos conhecimentos transmitidos durante todo o curso de
mestrado;
Em especial aos professores e colegas Abraham, Edgar e Stella, pelo exemplo de
docência universitária e pelo auxílio recebido durante o curso e ao término do
mesmo;
Aos funcionários do Departamento de Odontologia, pela gentileza que sempre me
atenderam;
Aos laboratórios CALGARO e PRODENT, espacialmente Guido e Airton pela
colaboração, confiança e amizade;
Aos colegas do mestrado, obrigado pelo auxílio e carinho recebido durante todo este
tempo;
À fundação ARAUCÁRIA pela concessão da bolsa de estudos.
Meu agradecimento sincero e profunda admiração.
RESUMO
O objetivo deste trabalho foi avaliar a fluorescência de cinco cerâmicas livres de
metal gerada durante a exposição de uma fonte de luz UV, sendo: Grupo I Classic
(Ivoclar-Vivadent); Grupo II IPS Empress 2 (Ivoclar-Vivadent); Grupo III In-Ceram
Alumina (Vita); Grupo IV In-Ceram Spinell (Vita) e Grupo V
IPS
d.SING (Ivoclar-
Vivadent). Utilizou-se um espectrofluorímetro (Fluorescence Spectrophotometer F
4500 Hitachi). Os espécimes de prova foram obtidos pela confecção de discos de
cerâmicas livres de metal, segundo as especificações dos fabricantes, cada um
deles possuía 15mm de diâmetro e 2mm de espessura tendo como característica
uma superfície de espelho. O equipamento foi calibrado para que o raio incidente de
luz UV nos corpos-de-prova fosse emitido com um comprimento de onda de 390nm
e para que todo fenômeno de fluorescência em uma faixa de 400 até 700nm de
comprimento de onda fosse registrado pelo equipamento. A fluorescência gerada
durante o teste foi registrada em uma curva de Intensidade de Fluorescência x
Comprimento de Onda permitindo obter os valores dos picos máximos de
Intensidade de Fluorescência e Comprimento de Onda. A análise estatística deu-se
através do teste ANOVA (test Nueman-Keuls), utilizando-se um nível de significância
de p<0,05. A média dos grupos para Intensidade de Fluorescência (u.a) foi: Grupo I
2432; Grupo II 3216; Grupo III 398; Grupo IV 408 e Grupo V 2839. A média dos
grupos para Comprimento de Onda (nm) foi: Grupo I 447.6; Grupo II 450.1; Grupo III
459.7; Grupo IV 458.9 e Grupo V 449.2. De acordo com a metodologia empregada,
com os resultados obtidos no presente trabalho, concluiu-se que houve diferenças
em relação à intensidade de fluorescência em todos os grupos, sendo que os
menores valores foram obtidos no grupo III (In-Ceram Alumina) e no grupo IV (In-
Ceram Spinell), e os maiores valores encontrados no grupo II (IPS Empress 2),
houve diferenças em relação ao comprimento de onda em todos os grupos, não
havendo diferenças significativas entre os grupos II (IPS Empress 2) e V (
IPS
d.SIGN), bem como entre os grupos III (In-Ceram Alumina) e IV (In-Ceram Spinell) e
os valores de comprimento de onda mais próximos aos dentes naturais foram
encontrados no grupo II (IPS Empress 2) e no grupo V (
IPS
d-SIGN), quando
comparados com dados encontrados na literatura
Palavras-chave: Fluorescência, Cerâmicas, Comprimento de onda
ABSTRACT
The purpose of this study was to evaluate the generated fluorescence during
ultraviolet light exposure on five metal-free ceramics. Samples were grouped
according to the brand: Group I Classic (Ivoclar-Vivadent); Group II IPS Empress 2
(Ivoclar-Vivadent); Group III In-Ceram Alumina (Vita); Group IV In-Ceram Spinell
(Vita) and Group V
IPS
d.SING (Ivoclar-Vivadent). A spectrofluorometer (Fluorescence
Spectrophotometer F 4500 Hitachi) was used as the measuring tool. The test
samples consisted of discs (15mm diameter and 2mm thick) made form each
ceramic brand following the manufacturer specifications. Each disc was attacked by
ultraviolet rays with a wave length of 390nm to register fluorescence from a 400nm to
700nm range. The fluorescence present was registered as a Fluorescence Intensity
curve and as wave length. The data was analyzed applying ANOVA (test Nueman-
Keuls) with a significance level of p<0,05. The fluorescence intensity mean found
was: Group I-2432au; Group II-3216au; Group III-398au; Group IV -408au and Group
V-2839au. The wave length mean obtained was: Group-I 447.6nm; Group II-
450.1nm; Group III-459.7nm; Group IV-458.9nm and Group V-449.2nm. It was
concluded that there was significant difference between the fluorescence intensity
where groups III and IV presented the least values and group II the highest value.
With respect to wave length, no significant difference was found between groups II
and V and between III and IV. From the five groups analyzed, IPS Empress 2 and
IPS
d-SIGN presented wave length values similar to natural dentition data found in the
literature.
Keywords: Fluorescence, Ceramic, Wave Length
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 - Matrizes de acrílico............................................................................... 44
Figura 2 - Kit da cerâmica Classic-Ivoclar/Vivadent.............................................. 44
Figura 3 - Mistura da cerâmica Classic-Ivoclar/Vivadent...................................... 46
Figura 4 - Condensação da cerâmica na matriz................................................... 46
Figura 5 - Cerâmica retirada da matriz................................................................. 46
Figura 6 - Forno KERAMAT I KNEBEL................................................................. 46
Figura 7 - Aplicação do glazing............................................................................. 46
Figura 8 - Corpos-de-prova Classic concluídos.................................................... 47
Figura 9 - Discos de acrílico ................................................................................. 48
Figura 10 - Discos de acrílico fixados no sprue...................................................... 48
Figura 11 -
Revestimento IPS Empress 2®-Ivoclar/Vivadent.................................
49
Figura 12 - Forno de injeção EP600-Ivoclar/Vivadent............................................ 49
Figura 13 -
Discos injetados de IPS Empress 2®-Ivoclar/Vivadent........................
49
Figura 14 -
Cerâmica de cobertura IPS Empress 2®-Ivoclar/Vivadent...................
49
Figura 15 -
Mistura da cerâmica IPS Empress 2®-Ivoclar/Vivadent.......................
51
Figura 16 - Cerâmica condensada na matriz.......................................................... 51
Figura 17 - Cerâmica levada ao forno.................................................................... 51
Figura 18 -
Glazing nos discos de cerâmicas IPS Empress 2®-Ivoclar/Vivadent...
51
Figura 19 - Discos de cerâmica IPS Empress 2 concluídos................................... 51
Figura 20 -
Pó In-Ceram® ALUMINA POWDER-Vita.............................................
52
Figura 21 - Matriz de silicone.................................................................................. 53
Figura 22 - Cerâmica preenchida na matriz............................................................ 53
Figura 23 - Forno BelleGlass HP-Kerr.................................................................... 53
Figura 24 - .Remoção da cerâmica da matriz. ....................................................... 53
Figura 25 -
Forno INCERAMAT II®-Vita.................................................................
54
Figura 26 - GLASS POWDER ALUMINA-Vita........................................................ 54
Figura 27 -
Discos de In-Ceram® ALUMINA calibrados-Vita.................................
55
Figura 28
Cerâmica de revestimento VITADUR® ALPHA-Vita............................
55
Figura 29
Corpos-de-prova In-Ceram® ALUMINA-Vita concluídos.....................
56
Figura 30
In-Ceram® SPINELL POWDER-Vita....................................................
58
Figura 31
In-Ceram® SPINELL GLASS POWDER -Vita......................................
58
Figura 32 Corpos-de-prova In-Ceram Spinell concluídos..................................... 60
Figura 33
Cerâmica
IPS
d.SIGN®-Ivoclar/Vivadent................................................
60
Figura 34
Corpos-de-prova de
IPS
d.SIGN® concluídos........................................
62
Figura 35 Calibração do diâmetro mediante uma matriz de acrílico..................... 63
Figura 36 Calibração da espessura mediante espessímetro................................ 63
Figura 37 Esquema de Fluorescence Spectrophotometer................................... 65
Figura 38
Fluorescence Spectrophotometer F 4500 HITACHI®..........................
66
Figura 39 Câmara interna do espectrofluorímetro................................................ 67
Figura 40 Base experimental composta de três partes........................................ 67
Figura 41 Porta-espécime e corpo-de-prova........................................................ 67
Figura 42 Base experimental do fluorímetro......................................................... 67
Figura 43 Fixação do porta espécime................................................................... 67
Figura 44 Corpo-de-prova em posição de estudo................................................. 67
Figura 45 Registro da curva da fluorescência....................................................... 68
Gráfico 1 Médias dos comprimentos de onda...................................................... 70
Gráfico 2 Médias das intensidades de fluorescência........................................... 71
Gráfico 3 Representação das curvas das médias de fluorescência..................... 71
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Cerâmicas selecionadas para o estudo............................................. 43
Tabela 2 - Ciclo da queima e glazing cerâmica Classic-Ivoclar/Vivadent............ 47
Tabela 3 -
Ciclo de injeção cerâmica IPS Empress 2®-Ivoclar/Vivadent............
48
Tabela 4 -
Ciclo da queima cerâmica IPS Empress 2®-Ivoclar/Vivadent............
50
Tabela 5 -
Ciclo da sinterização e infiltração In-Ceram® Alumina-Vita...............
54
Tabela 6 -
Ciclo da queima e glazing da VITADUR® ALPHA-Vita......................
56
Tabela 7 -
Ciclo da sinterização e infiltração In-Ceram® SPINELL-Vita.............
58
Tabela 8 -
Ciclo da queima e glazing VITADUR® ALPHA-Vita...........................
59
Tabela 9 -
Ciclo da queima e glazing
IPS
d.SIGN®-Ivoclar/Vivadent....................
62
Tabela 10 - Dados do comprimento de onda......................................................... 69
Tabela 11 - Dados de intensidade de fluorescência.............................................. 70
Tabela 12 - Desvio padrão e médias dos grupos.................................................. 72
MODELO DE LISTA DE SIGLAS
ADA - American Dental Association
0
C/min - Aumento da temperatura a cada minuto
ISO - International standar organization
µm - micrometro
nm - nanômetro
®
- Registred
T - Temperatura final do forno
B - Temperatura inicial do forno
V
1
- Temperatura de ativação do vácuo
V
2
- Temperatura de desativação do vácuo
T
°
1 - Temperatura inicial do forno
T
°
2 - Temperatura final do forno
Vt
0
C - Temperatura inicial do forno
- Temperatura final do forno
S - Tempo de fechamento do forno
t - Tempo de aumento da temperatura
H - Tempo de permanência à temperatura máxima
- Tempo de permanência a uma temperatura determinada
- Tempo do aumento gradual da temperatura
Tempo 1 - Tempo de permanência a uma temperatura determinada
Tempo 2 - Tempo de permanência a uma temperatura determinada
Tempo 3 - Tempo de permanência a uma temperatura determinada
Tempo 4 - Tempo de permanência a uma temperatura determinada
UV - Ultravioleta
u.a - Units arbitrary
VAC - Vácuo
SUMÁRIO
1
INTRODUÇÃO.............................................................................................. 13
2
REVISÃO DE LITERATURA........................................................................ 18
2.1 Fluorescência................................................................................................ 18
2.2 Cerâmicas..................................................................................................... 32
3
PROPOSIÇÃO.............................................................................................. 42
4
MATERIAL E MÉTODO................................................................................ 43
4.1 Modelo de estudo.......................................................................................... 43
4.2 Confecção dos corpos-de-prova................................................................... 43
4.3 Calibração..................................................................................................... 63
4.4 Metodologia................................................................................................... 64
5
RESULTADOS.............................................................................................. 69
6
DISCUSSÃO................................................................................................. 73
7
CONCLUSÃO............................................................................................... 78
REFERÊNCIAS....................................................................................................... 79
13
1 INTRODUÇÃO
O interesse e a valorização da Odontologia Estética têm sido
marcantes na última década. A procura por restaurações que devolvam a forma,
função e a cor natural dos dentes têm aumentado. A confecção de restaurações
indiretas possui seu direto relacionamento com o grau de destruição do elemento
dental. Assim, as cerâmicas podem ser consideradas uma excelente alternativa de
material restaurador estético. Segundo Chain; Arcari e Lopes (2000) e Paulillo; Serra
e Francischone (1997) as cerâmicas constituem-se na principal alternativa de
tratamento restaurador para a estrutura dental, devido à sua biocompatibilidade,
resistência à compressão, condutibilidade térmica semelhante aos tecidos dentais,
radiopacidade, integridade marginal, estabilidade de cor e, principalmente, elevado
potencial para simular a aparência dos dentes. (ANUSAVICE, 1998; DONG et al.,
1992). O potencial estético e a biocompatibilidade das cerâmicas podem ser
considerados únicos, dentre os materiais restauradores odontológicos indiretos.
(HOLLEG, 1998). Nos últimos dez anos, foram desenvolvidos novos sistemas
cerâmicos, (MCLAREN, 1998), que melhoraram as propriedades mecânicas e
estéticas do material através da incorporação de vidros cerâmicos e cerâmicas com
adição de cristais com reforço de quartzo e alumina. (HOLLEG, 1998).
Tradicionalmente, as porcelanas são compostas por duas fases
distintas, a fase cristalina, que geralmente possui cristais de alumina e leucita, e uma
fase vítrea que basicamente é composta por feldspato de potássio, vidro e óxido de
alumínio. (MCLEAN; HUGHES, 1965). Outros compostos metálicos das cerâmicas
odontológicas são o alumínio, lítio, magnésio, potássio, estanho, titânio e zircônio e
não metálicos como silício, boro, flúor e oxigênio. (CRAIG,1998), os quais são
14
formulados para que apresentem uma ou mais das seguintes propriedades:
fundibilidade, moldabilidade, passíveis de serem injetadas, cor, opacidade,
translucidez, passíveis de serem torneadas, resistência à abrasão, resistência ao
desgaste, tenacidade e adaptação marginal. (CORRER, 1998; PERA, 1994;
PRÖBSTER; DIEHL, 1992; RINKE, 1995; SIEBER, 1992; SULAIMAN, 1997).
Esses compostos consistem nos materiais mais sofisticados desde a
idade da pedra, há mais de 10.000 anos, e desde então, mantiveram sua
importância na sociedade humana. (LEINFELDER, 2000). Além disso, as cerâmicas
são caracterizadas pela sua natureza refratária, alto módulo de elasticidade e
susceptibilidade à fratura devido a sua friabilidade, além de serem quimicamente
inertes. (CRAIG,1998). Para aplicações odontológicas, o fato de a dureza ser similar
à dureza do esmalte, é altamente desejável para minimizar o desgaste prejudicial
produzido no esmalte por estes materiais. A biocompatibilidade, ou seja, a inércia
química é uma importante característica, visto que esta propriedade assegura que a
superfície de restaurações odontológicas não libere elementos de potencial nocivo, e
reduza o risco de a superfície se tornar mais áspera, e um conseqüente aumento da
susceptibilidade de adesão bacteriana ao longo do tempo. (MIRANDA, 1998; REGO;
SILVA; ARAUJO, 1997). Dois outros importantes atributos das cerâmicas dentais
são o seu potencial para simular a aparência dos dentes naturais e suas
propriedades isolantes (baixas condutibilidade, difusivilidade térmica e
condutibilidade elétrica).
Desde o início do século XX, esforços têm sido feitos pelas
indústrias, no sentido de melhorar a composição das cerâmicas, principalmente nos
métodos de confecção de estruturas puras de cerâmica, tendo a capacidade de
produzir peças protéticas mais precisas e resistentes à fratura, feitas inteiramente de
15
materiais cerâmicos. Basicamente, podemos observar uma grande evolução na
utilização desses materiais de cobertura, em que historicamente sua utilização está
associada a um reforço metálico, devido a sua baixa resistência à tensão e alta
friabilidade. A incorporação de alumina na fase vítrea aumentou a resistência à
flexão desse material, que passou a ser indicado com mais segurança para a
confecção de coroas unitárias livres de metal. (GARBER, 2000). Esses materiais dão
lugar às associações de materiais estéticos com excelentes propriedades
mecânicas, permitindo seu uso, independente das estruturas metálicas, evoluindo
para uma nova fase na odontologia protética, que visa a não utilização de metais
sendo denominada como “odontologia metal free.
Dentro dessa perspectiva, o mercado odontológico oferece uma
gama enorme de novos materiais indiretos e sistemas livres de metal para confecção
de próteses, o que proporciona novas opções, mas também novas dúvidas para
decidir entre as alternativas disponíveis.
As necessidades estéticas exigidas dos materiais cerâmicos têm
uma íntima relação com os fenômenos físicos ópticos da luz. Segundo Preston e
Berger
(1980), a luz é a forma de energia eletromagnética visível ao olho humano,
sendo o elemento determinante para a percepção da cor dos objetos. Quem primeiro
explicou cientificamente a cor dos objetos foi Isaac Newton (1666), que demonstrou
que um feixe de luz branca, ao atravessar um prisma é decomposto em várias cores
correspondentes a comprimentos de onda específicos, e que os objetos possuem
cores próprias sob a luz branca devido à capacidade de refletir e absorver diferentes
comprimentos de onda. Os comprimentos de onda refletidos são aqueles que
denotam a cor do objeto. (SIEBER,1994).
16
Pode-se dizer que luz não é somente as dimensões das cores
(matiz, croma e valor) e seus diferentes comprimentos de onda, mas sua percepção
também está relacionada a algumas propriedades físicas e ópticas inerentes às
ondas eletromagnéticas. Essas propriedades estão diretamente ligadas ao meio em
que a luz incide no objeto. Partindo-se do princípio que toda substância capaz de
transmitir luz é um meio, os tecidos que compõem o órgão dental se enquadram
nessa definição. Dessa forma, tal como acontece com outros meios, a luz quando é
emitida sobre o dente, pode ser refletida, absorvida, refratada e difundida.
(YAMAMOTO, 1986).
Existem alguns fenômenos nos quais os corpos possuem a
capacidade de gerar luz, quando são excitados. Luminescência é o nome dado ao
fenômeno relacionado à capacidade que algumas substâncias apresentam em
converter certos tipos de energia em emissão de radiação eletromagnética, com um
excesso de radiação térmica. A luminescência é observada em todos os estados da
matéria (gasoso, líquido ou sólido) e para compostos orgânicos e inorgânicos. A
radiação eletromagnética emitida por um material luminescente ocorre usualmente
na região visível do espectro eletromagnético, mas essa pode ocorrer também em
outras regiões do espectro, tais como ultravioleta (UV) ou infravermelho. (LENZ,
2000). Dentro desse grupo encontramos a termoluminescência, a
triboluminescência, a fosforescência e a fluorescência.
Entre os aspectos ópticos valorizados atualmente e desejados nos
materiais de restauração está a fluorescência, que pode ser definida como a
capacidade que algumas substâncias possuem de absorver a energia de uma luz
energizante não visível e emiti-la em um comprimento de onda de luz visível.
(DIETSCHI, 2001; VANINI, 1996a; VILLARROEL et al., 2004). Dessa forma, quando
17
os raios UV são emitidos sobre os dentes, pode-se observar uma luz branco-azulada
denominada fluorescência dentária.
Dada a importância da realização de uma restauração
completamente integrada ao dente, e que cumpra os requisitos funcionais e
estéticos, a sua realização está na dependência tanto do conhecimento do
comportamento dos tecidos dentários, como do relacionamento dos materiais
restauradores aos fenômenos físicos ópticos da luz. Os dentes naturais e os
materiais restauradores se comportam de diferentes maneiras frente a uma
mudança de iluminação, já que cada um possui suas próprias propriedades ópticas,
fazendo necessário conhecer o comportamento dos dentes naturais e dos materiais
restauradores mediante diferentes fontes de luz. (VILLARROEL et al., 2004).
18
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Fluorescência
Hall; Hefferren e Olsen (1970) realizaram um estudo para definir a
fluorescência de dentes humanos permanentes extraídos. Para o experimento foi
utilizado um fluorímetro desenvolvido especialmente para a pesquisa. Esse
equipamento emitia uma luz UV de 340-375nm. Os autores variaram o comprimento
de onda, inicialmente com valor de 340nm, chegando até 375nm. Medições feitas
em secções finas de esmalte apresentaram um pico máximo de comprimento de
onda de 450nm. A fluorescência mínima foi observada na região incisal, enquanto
que a máxima foi relatada na região cervical. A fluorescência demonstrada na
região incisal apresentou diferenças significantes em relação à região cervical. A
fluorescência das superfícies incisais dos dentes com atrição apresentou diferenças
significativas, se comparados com dentes sem atrição. No entanto, essa situação
não foi observada, quando se tratou da região cervical dos elementos dentários.
Também não foram relatadas diferenças de fluorescência entre dentes maxilares e
mandibulares.
Na tentativa de melhorar a estética das cerâmicas sob iluminação,
Baran e O’brien (1977) estudaram a incorporação de urânio e cério como
componentes fluorescentes das cerâmicas. Estudos têm demonstrado que o
comportamento das cerâmicas dentais não se assemelha ao dos dentes naturais em
alguns casos. Uma desvantagem no uso do urânio é sua radioatividade. O presente
estudo foi desenvolvido para pesquisar a possibilidade do uso das terras raras como
componentes fluorescentes nas cerâmicas dentais, mediante um
19
espectrofluorímetro. A máxima intensidade dos componentes ocorreu a 370nm.
Lâmpadas UV laboratoriais de longo comprimento de onda tiveram seus maiores
valores a 365nm. As terras raras foram agregadas ao vidro de potássio feldspático e
seu espectro de emissão foi medido mediante um espectrofluorímetro. Os autores
concluíram que os íons de terras raras servem como aditivos de fluorescência em
vidros com composição similar às cerâmicas dentais. Os valores de cores calculados
do espectro de emissão também permitiram formulações com desejáveis
propriedades de emissão da fluorescência. Compostos como európio e dipressium
podem ser usados como luminóforos (composto que fornece luminescência) das
cerâmicas dentais, pois mostraram, respectivamente, uma intensa fluorescência
branco-azulada e amarelada.
Panzeri et al. (1977) pesquisaram a fluorescência dos materiais
restauradores diretos como: cimento silicato, resina acrílica, compósitos e glazes.
Também foi medida a fluorescência após descoloração dos corpos-de-prova de
resinas acrílicas e compósitos. Os corpos-de-prova foram confeccionados de forma
padronizada com uma forma retangular de 22 x 10,5 x 1,2 mm. Dez minutos após o
início da mistura, os espécimes foram colocados em um umidificador a 37º C por
uma hora. O espectro de luz foi determinado, utilizando-se uma fonte de luz UV de
365nm e um espectrofotômetro agregado a uma união de fluorescência. Esse
sistema permite a observação de corpos opacos, assim como de substâncias
transparentes e translúcidas. Os grupos foram determinados de maneira aleatória,
sendo eles: o grupo de silicato (S), dividido em S1 e S2, o grupo de resinas acrílicas
(AR), AR1, AR2, AR3, o grupo de compósitos (C), C1, C2, C3, C4, C5 e o grupo de
glazes, G1,G2, que foram colocados sobre C1. Três espécimes de cada material
foram analisados. Foram feitas observações adicionais sobre os corpos-de-prova de
20
acrílico e resina composta que haviam sido descolorados pelas 12 especificações da
A.D.A. O dente humano avaliado emitiu luz fluorescente, quando foi excitado com luz
UV, e por apresentar a fluorescência policromática com a maior intensidade no
comprimento de onda próximo aos 450nm, os resultados apresentaram grandes
diferenças entre todos os materiais onde o grupo S1 apresentou uma alta
intensidade a 460 e 525nm. Os testes com a resina acrílica mostram que AR1, AR3
possuem um pico de fluorescência próximo aos 450nm e AR2 em torno de 525nm. A
fluorescência não foi detectada com a resina composta C2, C3 e C4. Os compósitos
C1 e C5 mostraram fluorescência similar entre si próximo aos 420nm, porém a forma
da curva resultante para C5 é diferente e emite mais componentes azuis do que C1.
O agente glazeador G2 e uma resina transparente não fluorescente aplicada ao
compósito C1 não alterou a fluorescência. Ao contrário, o glazeador G1 reduziu a
fluorescência em 50%. A descoloração de AR1, AR2 e AR3 e os compósitos C1, C2
e C3 demonstraram como resultados uma redução na quantidade da fluorescência
dos compósitos, porém não houve muita variação nos resultados da resina acrílica,
onde o pico é registrado a 475nm, mostrando que a descoloração também modifica
a qualidade da fluorescência.
Wozniak e Moore (1978) objetivaram comparar o espectro de
luminescência de dentes artificiais com o de dentes naturais e se os luminóforos
utilizados foram adequados às considerações de comprimento de onda e
intensidade de sua luz de emissão. Durante o curso da investigação foram
examinados o espectro de luminescência de uma variedade de dentes artificiais,
dentre eles o de plástico (vinil e acrílico) e o de porcelana, mediante um
espectrofluorímetro Aminco-Bowman. O raio de luz incidente foi de 350nm. O pico
máximo do comprimento de onda variou na faixa de 410-420nm. Os autores
21
concluíram que muitos dos dentes de porcelana avaliados não apresentaram as
características luminescentes dos dentes naturais em relação ao comprimento de
onda e intensidade de luminescência. Poucas amostras se aproximaram dos valores
obtidos por dentes naturais, sendo a maioria inaceitável.
Dudek e Kosmos (1984) pesquisaram a necessidade de simular as
características da fluorescência da dentição natural, nos materiais restauradores. No
passado a análise das características fluorescentes do dente natural se procedia
através de dentes extraídos, devido aos problemas associados à realização desse
tipo de experimento “in vivo”. O objetivo desse estudo foi desenvolver uma técnica
fotográfica intra-oral que pudesse avaliar as propriedades fluorescentes dos dentes
vitais e compará-los aos da porcelana dental. Para realizar esse estudo, foram
tomadas fotografias intra-orais de 74 indivíduos, sendo esses homens e mulheres,
com idade entre 23 e 63 anos, representando caucasianos, negros e hispânicos. As
fotografias intra-orais foram tomadas usando iluminação UV de longo comprimento
de onda e com filtros ópticos para fotografias. Foram fabricadas coroas metalo-
cerâmicas simulando uma escala de cor que possuía vários níveis de intensidade de
fluorescência. As cores das coroas mais próximas aos elementos dentais dos
pacientes foram incluídas em cada fotografia para facilitar as comparações. As
fotografias foram utilizadas para determinar qual das coroas se relacionava melhor
com a intensidade da fluorescência dos dentes dos pacientes. Os resultados desse
estudo indicaram que a aparência fluorescente da dentição natural não foi constante
e foi geralmente dependente da cor do dente vital e da idade do paciente. Também
foi determinado que as técnicas fotográficas podem ser usadas como um método
para registrar e comparar a aparência fluorescente da dentição natural à dos
materiais restauradores, como da porcelana.
22
Kvaal e Solheim (1989) avaliaram as propriedades fluorescentes da
dentina e cemento humano relacionados à idade dos indivíduos. Foram estudados
cem segundos pré-molares mandibulares. A intensidade de fluorescência foi medida
mediante um espectrofluorímetro, sendo a luz UV a fonte de raio incidente. A
intensidade de fluorescência obtida no cemento foi maior que da dentina. O
coeficiente de correlação de Pearson mostrou o relacionamento entre a idade e a
fluorescência da dentina e cemento. O sexo do indivíduo não foi significante na
fluorescência do elemento dental. A fluorescência de dentes extraídos se apresentou
maior que a dos dentes presentes na cavidade bucal. A intensidade de fluorescência
foi menor na dentina cariada se comparada à dentina sadia
Monsenego e Burdairon (1993) estudaram o estabelecimento do
equipamento e o método para estudar a fluorescência do esmalte, fluorescência da
porcelana, mostruário de prótese e escala de cor. Foi utilizado um laser de argônio
de radiação coerente que emite radiação na faixa ultravioleta a 351.1 e 363.8nm.
Somente o último foi usado por ter sido encontrado na luz emitida pelos flashes
fotográficos. A saída de emissão foi ajustada a 20 miliwatts. Os dentes naturais
usados foram incisivos centrais de gado, já que possuem a mesma fluorescência do
dente humano. Os dentes foram conservados em uma solução de soro fisiológico e
foram utilizados para estabelecer os espectros de referência. As amostras de
porcelanas usadas foram discos planos de cerâmica Ivoclar de dentina, esmalte e
opaco. Os discos foram confeccionados com uma espessura de 1.5mm e 1.5cm de
diâmetro em cada cor existente. Os discos de porcelana, os dentes naturais e os
dentes da escala de cor foram posicionados no mostruário para avaliar sua
fluorescência. As escalas de cor utilizadas foram Biodent, Anatoform VF e Ivoclar
Kerascop e Vita. O espectro do esmalte do dente natural possuía a forma de uma
23
larga banda, na qual o pico máximo está a 450nm e diminuiu lentamente a 680nm.
Sob as condições desse procedimento experimental, a fluorescência do dente
bovino é instável e diminui com o tempo, como 15% após 30 minutos de exposição
ao laser, 20% após 1 hora, 30% após 1 hora e meia e 40% após 2 horas de
exposição. A cor da fluorescência pareceu ser mais independente da cor do dente
sob luz branca. O espectro da dentina tem a forma de uma faixa ampla, na qual o
pico máximo é de 430nm e cuja intensidade é três vezes maior que a do esmalte. O
espectro da Ivoclar Kerascop, Ivoclar Vivodent ITS, Ivoclar vivoperl PE, e Biodent
possuíam a forma de uma faixa ampla com pico máximo próximo aos do esmalte. No
entanto, sua intensidade diminui rapidamente quando o grau de saturação das
amostras aumenta. A intensidade do espectro é quatro vezes inferior à cor 3C mais
escura à cor 1C mais clara. A guia de cor Anatoform VF tem um espectro tendendo a
uma maior longitude de onda, levando a uma cor verde. A fluorescência também
diminui rapidamente quando a saturação aumenta. Se a intensidade diminui a forma
espectral e a cromaticidade não são afetadas. Os estudos mostraram que a
intensidade relativa das faixas amplas parece diminuir com os graus de saturação
como foi demonstrado. A intensidade relativa das linhas comparada com as faixas
varia com o grau de saturação. Esse estudo mostra que as escalas de cor Vita
contêm terras raras. Em cada cor, exceto A3 e D3, o espectro mostrou uma
amplitude de onda de 435nm e 510nm. O espectro de fluorescência do esmalte
dental consiste de uma ampla faixa, próxima a 450nm. Quando o grau de saturação
da porcelana, que não contém terras raras cresce, sua intensidade de fluorescência
diminui, enquanto que a cromaticidade permanece constante. Quando o grau de
saturação da porcelana, que contém terras raras aumenta, sua cor de fluorescência
torna-se mais próxima ao produzido pelas terras raras. Algumas escalas de cor
24
contêm terras raras e as composições de elementos fluorescentes de uma escala
única não são sempre homogêneas. Duas escalas da mesma origem podem possuir
diferenças. No futuro esse aspecto deve ser tomado em conta pelos fabricantes.
Vanini (1996a) relatou em sua revisão de literatura que a
fluorescência é uma forma de luminescência definida pela física como a emissão de
radiação eletromagnética devido ao fluxo de qualquer tipo de energia de um corpo
emissor, o qual cessa bruscamente ao se interromper a excitação e é independente
da temperatura. A absorção de energia na matéria causa a excitação dos átomos
constituintes, com a elevação de seus elétrons a níveis energéticos mais elevados
(órbitas mais externas). A excitação se segue pelo regresso a um estado menos
excitado, com conseguinte emissão da luz. A luminosidade em sólidos cristalinos
está ligada à aparência de impurezas (ativadores). Os dentes naturais expostos à luz
UV apresentam uma fluorescência prevalentemente branca, com uma leve
tonalidade azul. O responsável por esse fenômeno é a dentina, que possui uma
fluorescência muito mais intensa que o esmalte, devido à presença de uma maior
quantidade de pigmentação orgânica fotossensível ao espectro de luz UV. Devido a
isso, parece claro o fundamento físico das aplicações do fenômeno de fluorescência
no campo dos componentes: a reunião de pigmentos fluorescentes oportunos em
porcentagem adequada alcança uma calibração ótima das emissões luminosas
provenientes do material que constitui o dente artificial e assim cedem propriedades
idênticas a dos dentes naturais. A emissão luminosa não se limita apenas ao estrato
superficial, mas também ao interior do material, culminando em um resultado
estético excelente, sendo semelhante ao dente natural.
Vanini (1996b) apresentou uma revisão de literatura onde relatou
que devido aos seus componentes orgânicos, a dentina apresenta o fenômeno
25
denominado fluorescência, que ocorre, quando um corpo absorve energia luminosa
e então se difunde abaixo do espectro visível. Para que ocorra a fluorescência, a
emissão deve tomar lugar dentro dos dez primeiros segundos de ativação. Na
natureza, o fenômeno é criado pelos raios UV da luz do sol, por exemplo, ondas
curtas invisíveis ao olho humano. Após penetrar o esmalte e alcançar a dentina, os
raios UV excitam a fotossensibilidade da dentina. O dente natural exposto à luz UV
exibe uma fluorescência com uma faixa de emissão de espectro que vai desde o
branco intenso ao azul claro. Portanto, sendo UV a única fonte de luz, é possível
avaliar o grau de fluorescência e observar a estrutura do corpo dentário interno e a
extensão do esmalte livre entre os mamelões e a margem incisal. Após a excitação
com luz UV, a dentição natural é seguida pelo retorno ao estado fundamental com a
emissão subseqüente de luz denominada fluorescência. Essa emissão não está
limitada à camada superficial, emana desde o espectro interno do material e cria um
resultado estético que se assemelha muito à aparência do dente natural. Aumentar o
grau de mineralização reduz a fluorescência. É por isso que uma dentina
desmineralizada aumenta a autofluorescência. Portanto, o esmalte, que é um tecido
altamente mineralizado, exibe um baixo grau de autofluorescência, quando
comparado com a dentina.
Guzmán (2000) descreveu que a faixa UV está composta de: U.V.C.
(Curta): entre 200 e 290nm. Essa radiação germicida produz morte celular, é
componente dos raios solares, sendo filtrada em grande parte pela camada de
ozônio. É uma radiação altamente perigosa. U.V.B. (Média): entre 290 e 320nm,
chega com a radiação solar e pode provocar queimaduras na pele, conjuntivite
ocular, rugas, queratoses na pele e câncer de pele. Possui efeito acumulativo e
tempo de latência. É uma radiação perigosa da qual devemos nos proteger. U.V.L.
26
(Longa): entre 320 e 400nm, chega em grande quantidade com os raios solares, em
especial ao meio dia provoca o bronzeado da pele, podem provocar queimaduras
dérmicas, conjuntivites, e em determinados pacientes exacerbação viral, aftas,
herpes, etc.
Leinfelder (2000) relatou que para os clínicos que praticam
restaurações estéticas em odontologia, particularmente no campo das cerâmicas, a
fluorescência é uma propriedade física importante. Dentes naturais são
fluorescentes. Em outras palavras, eles emitem luz visível quando expostos à luz
UV. A fluorescência proporciona a vitalidade à restauração e minimiza o efeito
metamérico entre o dente e o material restaurador. Os componentes da porcelana
consistem em agentes que causam fluorescência, emitindo luz visível quando
expostos à luz UV, sendo importante que os componentes básicos da porcelana,
incluindo dentina, esmalte, pigmentação e até mesmo agentes glazeadores, sejam
fluorescentes.
Lenz (2000) relatou que luminescência é o nome dado ao fenômeno
relacionado à capacidade que algumas substâncias apresentam em converter certos
tipos de energia em emissão de radiação eletromagnética, com um excesso de
radiação térmica. A luminescência é observada em todos os estados da matéria
(gasoso, líquido ou sólido) e para compostos orgânicos e inorgânicos. A radiação
eletromagnética emitida por um material luminescente, ocorre usualmente na região
visível do espectro eletromagnético, mas esta pode ocorrer também em outras
regiões do espectro, tais como ultravioleta ou infravermelho.
Dietschi (2001) relatou em uma revisão de literatura que a
fluorescência natural dos tecidos dentários foi reconhecida como crítica para o
desenvolvimento de cerâmicas altamente estéticas, porém agora também é
27
considerado como ponto importante para as restaurações com compósitos.
Atualmente, essa propriedade é fundamental para outorgar à restauração vitalidade
e contribui para proporcionar um valor correto. Quando um material não fluorescente
é utilizado tende a possuir uma aparência mais cinza e pode aparecer como um halo
negro, quando é visto sob luz ultravioleta, como as luzes utilizadas em clubes
noturnos.
Baeza et al. (2002) realizaram um estudo onde foram
confeccionados 9 corpos-de-prova cilíndricos com 6 mm de diâmetro e 3 mm de
espessura, em matriz de aço. A resina composta foi condensada em incremento
único e polimerizado por 60 segundos através da superfície de topo. Foram
utilizadas diferentes marcas comerciais e todas na cor A3 da escala Vita. Como
fonte luminosa foi utilizada uma lâmpada de luz UV (UVL) Philips F4T5 BLB, que
emite luz de comprimento de onda de 360nm. Os corpos-de-prova foram expostos à
distância de 5cm da fonte emissora de luz. Como grupo controle foi utilizado um
dente natural, canino superior recém-extraído e mantido em soro fisiológico. Foi
comparada a intensidade de luz gerada pela coroa dental mediante o controle
negativo (tecido preto) que não emitiu luz, obtendo valor zero, e uma folha de papel
branco que obteve valor 10 de luz emitida. Comparou-se a luz emitida pelo dente
natural, e 6 examinadores obtiveram um valor 6 de luz emitida. Posteriormente os
corpos-de-prova foram comparados ao dente natural. Todas as análises foram
realizadas no mesmo dia, na mesma hora e em quarto escuro. Tratou-se de um
estudo duplo-cego. Os espécimes foram dispostos de maneira randomizada sobre o
tecido preto contra o controle negativo em uma única fila, com distância de 6mm
entre eles, e paralelos à fonte luminosa, deixando o dente em primeiro lugar depois
dos corpos-de-prova e por último as folhas de papel com as mesmas dimensões dos
28
corpos-de-prova. Cada examinador registrou um valor ao corpo-de-prova entre 0 e
10 e depois calcularam os valores médios e desvio padrão para cada espécime. Foi
utilizado o teste ANOVA e de Bonferroni. Os resultados mostraram que existem
diferenças no grau de fluorescência entre as resinas compostas testadas e o
elemento dentário natural, havendo materiais com valores maiores, iguais e menores
ao dente natural.
Motoki (2002) descreveu alguns tipos de luminescência como: a
triboluminescência corresponde à iluminação do mineral através de fricção, sendo
uma forma de transformação de energia mecânica em luz. Esse fenômeno é
observado quando o mineral é esmagado, riscado ou esfregado. A maioria dos
minerais que possuem essa propriedade é do tipo não metálico. Fluorita, esfalerita e
lepidolita mostram notável triboluminescência. Pectolita, feldspatos e calcita têm
triboluminescência menos expressiva. A termoluminescência é a emissão de luz por
meio do aquecimento dos minerais em baixa temperatura, entre 50°C e 475°C,
sendo inferior à temperatura de incandescência. Certos minerais não metálicos e
anidros, sobretudo os que contêm elementos alcalinos terrosos, como o cálcio,
mostram essa propriedade. A termoluminescência é observada normalmente apenas
durante o primeiro aquecimento, e não, no reaquecimento, sendo que não é uma
forma de transformação do calor em luz. A energia da luminescência já está
presente no mineral e é liberada através da excitação por leve aquecimento. Por
outro lado, a incandescência é realmente uma transformação do calor em luz. O
mineral com termoluminescência extinta pode recuperá-la, quando exposto o raio
excitante de alta energia, tais como radiação nuclear e raios-X, isto é, o mineral é
recarregado. Fluorita é um típico mineral termofluorescente. Além disso, calcita,
apatita, feldspatos e quartzo mostram leve termofluorescência. A fosforescência
29
corresponde à luminescência que continua mesmo após a interrupção dos raios
excitantes, sendo diferente da fluorescência. O limite não é claramente definido.
Fluorita se torna altamente fosforescente após o aquecimento até aproximadamente
150°C. A cor da fosforescência é variável de acordo com o tipo de mineral, tais como
roxo, azul e vermelho. Fluorita com fosforescência de verde esmeralda é
denominada de clorofana. Fosforescência é normalmente de baixa intensidade,
podendo ser observada somente no escuro, com lupa binocular, após leve
aquecimento (não incandescente) das amostras pulverizadas. Certos minerais à
base de carbonato demonstram fosforescência amarela após aquecimento leve.
Willemita, kunzita (uma variedade gemológica do espodumênio) e diamante
apresentam fosforescência através de exposição a raios-X e radiação nuclear. O
diamante também mostra fosforescência, após exposição ao sol. Ao longo do tempo,
a fosforescência do diamante se torna azul devido à rápida queda de intensidade da
parte de cor vermelha.
Poppi (2002) relatou o mecanismo de produção da fluorescência de
corpos sólidos. Quando os corpos excitados vão para o estado fundamental, liberam
o seu excesso de energia na forma de fótons. Quando esse relaxamento ocorre em
tempos inferiores a 10
-5
segundos, chama-se fluorescência, enquanto que em
tempos superiores, fosforescência, evoluindo de minutos a horas. O tempo de vida
de um corpo excitado é curto devido às várias formas de a molécula ou átomo
perder o excesso de energia. Dois dos mais importantes destes mecanismos são: o
relaxamento sem-radiação e o relaxamento radiativo (fluorescência). No primeiro
podemos distinguir a desativação vibracional e a conversão interna. Os mecanismos
deste tipo de relaxamento ainda não são totalmente compreendidos, porém, podem
ser medidos por uma pequena elevação da temperatura do meio. A fluorescência
30
representa um processo de relaxamento, com emissão de luz. Assim como na
absorção, a baixa resolução instrumental molda as várias linhas na forma de um
espectro. As bandas são provenientes do decréscimo de estados excitados da
molécula para estados eletrônicos fundamentais. Dentro da fluorescência temos a
emissão de dois tipos de radiação: as linhas de ressonância, que resultam de
comprimentos de onda idênticos aos de excitação e as “stokes shift”, que resultam
em faixas mais cumpridas, com deslocamento para comprimentos maiores ou de
baixa energia. Quando uma molécula fluorescente recebe uma quantidade de
energia favorável para promover uma excitação eletrônica (quantum), a excitação
ocorre em 10
-15
segundos ou menos, logo esta molécula sofre relaxamento
vibracional até o zero vibracional do estado excitado. Nesse ponto relaxamentos
futuros podem ocorrer através de rotas radioativas ou não. Se uma rota radiativa for
seguida, o relaxamento ocorre para qualquer um dos estados vibracionais do nível
eletrônico inferior. Todas essas linhas são de baixa energia, ou comprimentos de
onda maiores que as linhas de excitação.
Magne e Belser (2003) relataram que a fluorescência torna os
dentes mais claros ou brancos à luz do dia, sendo um parâmetro adicional a ser
considerado. Ela é definida como a capacidade de absorver energia radiante e emiti-
la na forma de um comprimento de onda diferente. A dentina parece ser três vezes
mais fluorescente do que o esmalte, o que gera uma luminosidade interna.
Determinados materiais cerâmicos têm sido optimizados com relação a esse aspecto
específico. Contudo, é muito difícil reproduzir fielmente o espectro de luminescência
(cor e intensidade) do esmalte e da dentina. Metais terras-raras (isto é, európio,
térbio, cério e itérbio) são atualmente utilizados como luminóforos (composto que
fornece de luminescência), mas nenhum deles reproduz de forma precisa a
31
fluorescência dos dentes naturais. Para o clínico, a forma mais eficiente de avaliar a
fluorescência “in vivo” é verificar sua interação óptica com uma fonte luminosa
modificada, tal como a luz preta.
Villarroel et al. (2004) pesquisaram a presença de fluorescência em
resinas compostas de última geração, sendo avaliadas 13 (treze) marcas comerciais
disponíveis no mercado, aplicando a seguinte sistemática: confecção de discos com
cada material selecionado (10mm diâmetro X 1mm espessura), cor A2 e
polimerizadas convencionalmente, com luz halógena (Optilux / Demetron / VCL 401 -
600 mW/cm
2
, por 60 segundos). Em ambiente totalmente escuro (ausência total de
iluminação), os corpos-de-prova foram expostos à incidência de luz UVL de 365nm
de comprimento de onda. A fluorescência emitida pelos corpos-de-prova foi
registrada através de fotografias com câmera fotográfica digital (SONY Cyber-shot
707). As imagens foram avaliadas por 3 (três) examinadores devidamente
calibrados. Os resultados foram distribuídos em escala de: alta-fluorescência, média-
fluorescência e baixa-fluorescência, de acordo com os valores (luminosidade) da cor.
Os autores relataram no estudo que em alguns sistemas restauradores resinosos
pode-se encontrar a ausência ou um baixo grau de fluorescência, tanto na resina
opaca, como na resina de dentina e resina de esmalte, resultando na confecção de
uma restauração totalmente evidente perante a luz UV. A fluorescência fornecida
pela resina para a dentina, não importando o grau desta. A resina para esmalte, por
sua vez, não apresenta esta propriedade. Assim, uma restauração com resina para
esmalte, cobrindo a resina para dentina, não apresentará fluorescência, já que a
última camada cobre a fluorescência da resina para dentina. Em outra situação onde
a resina de dentina não possui fluorescência, ou apresenta em baixo grau e a resina
de esmalte possui, pode-se observar que o resultado final será uma restauração
32
com fluorescência, em virtude de a última camada apresentar essa propriedade, não
influenciando a ausência de fluorescência da resina para dentina. Em alguns
sistemas resinosos a fluorescência está presente em diferentes graus, tanto em
dentina como em esmalte. Nesse caso têm-se duas situações: uma na qual a
fluorescência estará fornecida pela última camada, independentemente da dentina
apresentar um grau maior de fluorescência. A outra situação é a mistura de ambas
fluorescências para fornecer uma fluorescência intermediária, onde a resina de
dentina apresenta um grau maior que a de esmalte, isto se deve principalmente ao
grau de translucidez que apresenta a resina para esmalte. Nesse caso a resina para
esmalte atua como um modificador da fluorescência fornecida pela resina para
dentina. Os autores comcluíram que os sistemas restauradores de resinas
compostas apresentam diferentes graus de fluorescência, tanto em suas resinas
opacas, como na de dentina e de esmalte, sendo a última camada a mais importante
para fornecer esse fenômeno lumínico à restauração.
2.2 Cerâmicas
Craig (1998) relatou que o pó da porcelana é aglutinado por um
líquido especial ou até mesmo água destilada e, então, esculpido em camadas,
sobre um troquel refratário, uma lâmina de platina ou uma liga metálica. Durante a
queima de cada incremento, o feldspato, além de formar vidro, forma um produto
cristalino denominado leucita. Essa matriz vítrea engloba os cristais de quartzo, que,
por sua vez, permanecem praticamente inalterados. O caulim, além de dar
opacidade à porcelana, liga seus componentes, ou seja, serve de aglutinante antes
de a porcelana ir ao forno. Quimicamente produzem-se duas fases: cristalina e
33
vítrea. A fase cristalina é composta por quartzo, leucita e pigmentos corantes, que
também são adicionados à porcelana com o objetivo de reproduzir as cores naturais
dos dentes. A fase vítrea possui as características de um vidro. As porcelanas
feldspáticas podem ser usadas para a confecção de coroas metalo-cerâmicas,
facetas de porcelanas, coroas puras de porcelana, bem como, inlays, onlays e
overlays. Assim sendo, elas podem ser utilizadas isoladamente ou associadas a
outros sistemas, nos quais a porcelana feldspática recobre um copping metálico ou
uma porcelana aluminizada (In-ceram), ou vidro ceramizado fundido (Dicor), que lhe
confere maior resistência à fratura. O feldspato é responsável pela formação da
matriz vítrea. Como ele não existe na natureza em sua forma pura, utiliza-se sua
forma associada ao alumínio, silicato de potássio ou alumínio silicato de sódio ou
ambos. O feldspato de potássio aumenta a viscosidade e o controle da manipulação
das porcelanas e as qualidades de translucidez. Funde-se o potássio com o caulim e
quartzo, à temperatura de 1250°C a 1500ºC, transformando-os em vidro. O feldspato
de sódio diminui a temperatura de fusão da porcelana, mas não melhora suas
propriedades ópticas de translucidez , sendo mais difícil sua manipulação. Os
modificadores vítreos, os pigmentos e os opacificadores são adicionados para
controlar a temperatura de fusão, a temperatura de sinterização, o coeficiente de
contração térmica e a solubilidade. O quartzo tem um alto ponto de fusão e serve de
estrutura para os outros componentes, aumentando a resistência da porcelana. A
alumina aumenta a dureza e diminui o coeficiente de expansão térmica da
porcelana. A presença do caulim melhora a manipulação, facilitando a escultura,
mas é uma substância muito opaca, sendo necessário adicioná-lo em pequenas
quantidades.
34
Sorensen (1998) relatou em sua revisão de literatura que a cerâmica
IPS Empress 2® apresenta um método para obter valores de resistência elevados
na cerâmica, consistindo em dotá-la de uma elevada porcentagem de fase cristalina,
mesmo que seja uma elevada porcentagem de cristais. Por outro lado, pode
ocasionar à cerâmica um aspecto opaco. Um dos pontos inerentes ao
desenvolvimento da nova cerâmica de grande resistência foi o de aumentar a
resistência do material sem prejuízo algum à translucidez, o que foi obtido,
desenvolvendo uma fase cristalina de propriedades óticas semelhantes às de fase
de vidro.
Segundo a documentação científica da empresa Ivoclar-Vivadent
(1999), a cerâmica
IPS
d.SIGN® é um material de blindagem de cerâmica de vidro,
ideal para sinterizar sobre uma estrutura metálica normal ou muito reduzida. Sua
estrutura cristalina difere de todas as cerâmicas dentais comercializadas atualmente,
já que para a fabricação do material
IPS
d.SIGN® não é utilizada nenhuma matéria
prima natural, com exceção de SiO
2
. A cerâmica de vidro em camadas
IPS
d.SIGN®
contém fases com cálcio e fosfato. Essas fases são primordialmente fluorapatitas
circulares. A fluorapatita fornece ao material uma resistência química superior à do
dente natural (hidroxiapatita). Pode-se ver que os cristais de fluorapatita de
IPS
d.SIGN® possuem uma forma muito similar à dos cristais do dente natural. Os
cristais de leucita possuem tamanho menor que 3µm, presentes também na
cerâmica
IPS
d.SIGN®, sendo importantes para alcançar o coeficiente de expansão
necessário. O material apresenta uma combinação de diferentes propriedades,
devido à união de dois tipos de cristais na mesma cerâmica de vidro. O tipo de
enturbamento constitui outra novidade nas massas de dentina e na massa incisal
IPS
d.SIGN®, onde não se utiliza como material de enturbamento óxidos como SnO
35
ou ZrO2, utilizando-se uma massa base de cerâmica de vidro de leucita e apatita
muito fosca. Essa massa base fica fosca mediante uma adequada formação de
cristais. A vantagem desse novo método de enturbamento consiste na fabricação de
cerâmicas de vidro com uma elevada claridade cromática (elevada reflexão da luz)
unida a uma elevada translucidez (bom condutor de luz).
Kappert (1999) analisou a solubilidade de
IPS
d.SIGN® dentina,
opaco e glazeado, seguindo a norma ISO DIS 9693. Os corpos-de-prova (n=30)
foram pesados e armazenados em ácido acético a 4%, a 80ºC, sendo na seqüência
lavados, secos e pesados novamente. Em relação à diferença de peso foi
averiguada a solubilidade da superfície. Também foi medida a solubilidade de 10
corpos-de-prova de
IPS
d.SIGN® Incisal seguindo a norma ISO 6872 já existente.O
valor limite, segundo a norma ISO 9693, é de 100µm/cm
2
obtendo um valor próximo
a 10µm/cm
2
para dentina e opaco, sendo menor que outras cerâmicas do mercado.
A
IPS
d.SIGN incisal teve um valor máximo de 0,02µm/cm
2
e 0,05µm/cm
2
segundo a
norma ISO 6872, cumprindo com os requisitos de solubilidade química das normas
ISO.
Segundo a documentação científica da VITA (2001a) o sistema In-
Ceram está disponível em três formas: In-Ceram Alumina, In-Ceram Zircônia e In-
Ceram Spinell. O primeiro desenvolvido foi o sistema In-ceram Alumina que tem um
grande conteúdo de alumina, o tamanho das partículas está entre 0,5 e 3,5µm, e
apresenta contração de sinterização de 0,3%. O tamanho da partícula e a pouca
contração produzem uma correta fidelidade marginal. Mediante esse método, o pó
cerâmico de partículas finas com alto conteúdo de alumina é misturado com um
líquido especial e aplicado sobre um modelo duplicado refratário, devido à baixa
ação de capilaridade, a umidade absorvida aglomera as partículas em cima do
36
modelo e forma uma estrutura forte e densa. Essa estrutura é esculpida e deve ser
sinterizada em um forno especial com uma temperatura de 1140°C, através de um
ciclo de 11 horas. As partículas fundem-se e produzem uma estrutura cristalina
organizada. O elevado conteúdo de alumina confere um aspecto branco-opaco à
infra-estrutura e baixa resistência. Mediante uma segunda cocção a 1100°C, de 3 a
5 horas, a estrutura de óxido de alumínio sinteriza-se e infiltra-se no vidro fundido,
obtendo-se uma grande resistência e tornando-se mais translúcida. Sobre essa
estrutura aplica-se de forma convencional a massa de corpo da dentina e do
esmalte. Nesse sistema, é confeccionado um casquete (copping) de óxido de
alumínio, com espessura de 0,5 a 1,0mm. Como o copping de óxido de alumínio é
poroso, ele é depois infiltrado por um vidro, o qual diminui esta porosidade e lhe
confere elevada resistência flexural (400MPa). Existem cores de vidro para infiltrar o
casquete de óxido de alumínio (AL1, AL2, AL3 e AL4). Sobre o copping infiltrado
com vidro, uma cerâmica feldspática convencional (Vitadur Alfa) é aplicada para
reproduzir a forma final da restauração.
Segundo a documentação científica da VITA (2001b), o sistema In-
Ceram Spinell é um óxido misto de magnésio e alumínio (MgAL
2
O
4
) e tem que ser
sinterizado em ambiente a vácuo.Tem o dobro de translucidez do In-ceram Alumina,
pois o índice de refração de sua fase cristalina se aproxima mais com a do vidro e
sua infiltração a vácuo resulta em menos porosidade. Também existem 4 cores de
vidro para infiltrá-la (S1, S2, S3, S4). As propriedades estéticas desse sistema são
superiores aos demais, porém há diminuição de cerca de 30% nas propriedades
físicas. A resistência flexural é de aproximadamente 150 a 250MPa. Novas
cerâmicas foram desenvolvidas para imitar os efeitos ópticos da luz (“Artist Line”
Set/C.Sieber) que ajudam, especialmente a reforçar a luminescência.
37
Andrade (2003), mediante uma revisão de literatura, estabeleceu
que a cerâmica é o material de eleição para restaurações estéticas devido às suas
propriedades ópticas que permitem reconstruir as características do dente natural.
Além disso, características como estabilidade química e resistência ao desgaste
fazem da cerâmica o material de escolha para áreas com demanda estética e que
exigem maior carga mastigatória. O autor relatou que a primeira porcelana utilizada
para confecção de restaurações livres de metal foram as mesmas porcelanas
feldspáticas utilizadas para confecção de coroas metalo-cerâmicas, com a técnica do
troquel refratário. A incorporação de alumina na fase vítrea aumentou a resistência à
flexão desse material, que passou a ser indicado com mais segurança para coroas
unitárias livres de metal. Juntamente com a evolução das técnicas adesivas, várias
modificações ocorreram para melhorar a resistência dos sistemas cerâmicos. A
técnica mais comum consiste em confeccionar a restauração sobre um modelo
refratário com a técnica convencional de pó e líquido. Essa técnica é utilizada, tanto
para coroas parciais, tipo inlay/onlay, como para coroas totais anteriores. A evolução
dos sistemas cerâmicos não ocorreu somente na melhora da composição das
porcelanas, mas ainda na técnica de confecção das restaurações. No final da
década de 1980 surgiu o sistema Empress (Ivoclar-Vivadent), que utiliza a técnica de
injeção para confecção da restauração cerâmica. Inicialmente a restauração é
confeccionada em cera, em seguida, é incluída em revestimento próprio do sistema.
Após a remoção da cera, a cerâmica é injetada com pressão e temperatura
controlada em um forno especial. Entre as vantagens, segundo o autor desse
sistema, é que utiliza uma porcelana reforçada com leucita e que há a diminuição da
contração da subestrutura, quando comparada com as porcelanas convencionais. A
presença da leucita permitiu a obtenção de melhores propriedades físicas e
38
estéticas. Outro ponto importante relatado pelo autor é que esse sistema é passível
de condicionamento com ácido fluorídrico e de tratamento com agente de união
(silanização), o que faz com que a cerâmica possa ser aderida à estrutura dental,
após os procedimentos adesivos de fixação. Segundo o autor podem-se encontrar
avaliações clínicas com sucesso de até 95% e índices de falha de 7% “in vivo”, após
seis anos. Segundo autor, outra evolução relacionada com essa técnica foi o
desenvolvimento do IPS Empress 2®, o qual emprega uma porcelana
estruturalmente diferente, composta por cristais de di-silicato de lítio, que permitiu a
confecção de prótese fixa de até três elementos sem estrutura metálica e coroas
unitárias em dentes posteriores com maior resistência à fratura e que podem ser
aderidas à estrutura dental.
Dotto (2003) comparou os valores médios de densidade óptica (DO)
radiográfica de quatro porcelanas comumente utilizadas para confecção de “inlay -
onlay”, com a DO dentária, por meio da radiografia digital direta. A amostra constou
de 20 corpos-de-prova com espessura de 2mm (mensurado em paquímetro digital)
das porcelanas: Empress, Simbios, Vita Omega 900 e Vitadur Alfa. Também foram
utilizadas fatias de dente humano na espessura de 2 mm como referencial. Os
espécimes e também os cortes dos dentes foram radiografados, utilizando o sistema
Visualix Gx-S HDI e aparelho DC 765, distância focal de 40cm, tempo de exposição
de 0,020s. A leitura das DO foi realizada no programa “Image Tool” 1.28 totalizando
110 medições. A porcelana Omega 900 (DO = 221,86) foi estatisticamente igual ao
esmalte dental. A porcelana Vitadur Alfa foi a que obteve a menor média de
densidade óptica (99,13), sendo estatisticamente diferente dos tecidos dentários.
Enquanto as porcelanas Empress (DO = 142,93) e Simbios (DO = 106,86) ocupem
valores intermediários, foram estatisticamente diferentes em relação ao tecido
39
dentário. Os valores de DO para a porcelana Omega 900 foram os que mais se
aproximaram do esmalte dentário. A Vitadur Alfa apresentou os menores valores
para DO e as porcelanas Empress e Simbios apresentaram valores intermediários.
Habekost (2003) avaliou o efeito de diferentes tratamentos
superficiais sobre dois tipos de cerâmicas odontológicas, feldspática (Colorlogic) e
reforçada por alumina (Vitadur Alpha), através de um ensaio de resistência flexural
biaxial “ball-on-ring test”. Com esse propósito, de cada cerâmica testada, foram
confeccionados 28 corpos-de-prova em forma de discos com 7 mm de diâmetro e
1,54 + 0,04mm de espessura, separados em quatro grupos: G1 - cerâmica glazeada
(controle); G2 - cerâmica abrasonada com lixas; G3 - cerâmica abrasonada com
lixas e, a seguir, polida mecanicamente com o sistema Sof-Lex - SL (3M/ESPE); G4
- cerâmica glazeada e, a seguir, mecanicamente polida com SL. Os espécimes
receberam carga biaxial de 0,5mm/min até a fratura do mesmo. Os resultados foram
submetidos à análise de variância (ANOVA) e ao teste auxiliar de Tukey, mostrando
uma diferença significante entre os tratamentos e cerâmicas. Concluiu-se que os
corpos-de-prova que foram apenas glazeados apresentaram os maiores valores de
resistência flexural. Os demais tratamentos apresentaram os menores valores e não
diferiram entre si. A cerâmica com reforço de alumina apresentou maior resistência
flexural que a feldspática.
Segundo a documentação científica da empresa Ivoclar-Vivadent,
(2003) a cerâmica para técnicas de camadas de IPS Empress 2® consta de duas
cerâmicas de vidro diferentes, sendo uma cerâmica de vidro para a estrutura e uma
cerâmica de vidro para estratificar. Ambas as cerâmicas constituem um material
caracterizado por não possuírem nenhuma semelhança no que se refere ao material
da cerâmica de vidro com leucita. O material de estrutura da técnica de camadas
40
IPS Empress 2® trata-se de um composto altamente resistente do sistema. A
cerâmica para estruturas é uma cerâmica de vidro de di-silicato de lítio e a base
química desse material constitui o sistema SiO
2
– Li
2
O. Esse sistema possui
propriedades químicas consideravelmente melhores, em comparação com as
cerâmicas de vidro de di-silicato de lítio, utilizadas como prova em Odontologia e
usadas na técnica IPS Empress 2®. A composição do sistema Empress 2® permitiu
obter um material com uma elevada translucidez. Além da composição química e
das propriedades físicas, também na estrutura existem consideráveis diferenças
entre IPS Empress e IPS Empress 2®. A fase cristalina de IPS Empress 2® contém
principalmente cristais grandes alongados de di-silicato de lítio de aproximadamente
0.5 – 5µm. Outro tipo de cristal encontrado na estrutura de IPS Empress 2® são os
pequenos cristais de ortofosfato de litio de 0.1µm a 0.3 µm. A microestrutura da
cerâmica de vidro IPS Empress 2® é formada no processo de injeção. A mostra no
microscópio eletrônico de varredura apresenta uma estrutura muito densa dos
cristais de di-silicato de lítio. A proporção desses cristais grandes e alongados de
aproximadamente 0.5 – 5 µm, possuem mais de 60% do volume, sendo, portanto,
muito superior à proporção dos cristais da cerâmica de vidro com leucita. Além
disso, junto ao di-silicato de lítio existe uma fase cristalina adicional de ortofosfato de
lítio, Li
3
PO
4
. O tamanho do cristal dessa fase é de 0.1 – 0.3µm, sendo relativamente
pequena e se apresentando em toda a microestrutura da cerâmica de vidro.
Em uma revisão de literatura feita por Quintas (2003), o autor
abordou o desenvolvimento dos sistemas cerâmicos. As cerâmicas feldspáticas,
precursoras dos trabalhos estéticos na região anterior, apresentam características
estruturais e mecânicas pobres, limitantes em qualquer situação oclusal mais crítica.
Por essa razão, as coroas metalo-cerâmicas foram durante muitos anos a opção
41
preferencial nas reconstruções protéticas, inclusive em regiões de alto
comprometimento estético. Por outro lado, o emprego de ligas metálicas esteve
sempre ligado a questionamentos estéticos por parte dos pacientes, bem como por
alguns profissionais, devido à biocompatibilidade das mesmas. A falta de
translucidez e a diferente reflexão de luz criavam uma aparência estética
notadamente distante do dente natural. Na década de 80, iniciaram-se os primeiros
esforços para criar substitutos confiáveis aos trabalhos metálicos, surgiram as
cerâmicas fundidas e aumentou a confiabilidade da adesão. A partir daí, a busca por
melhores propriedades mecânicas e ópticas desencadeou o aparecimento de
cerâmicas com diferentes características, multiplicando a oferta desses materiais na
atualidade: porcelanas reforçadas por leucita, aluminizadas e finalmente à base de
zircônio. O conhecimento insuficiente ou inadequado desses recursos pode
comprometer a correta aplicação clínica de cada sistema. Por se tratar de uma
técnica com características diferentes das demais disponíveis, deve-se compreender
e adequar seu emprego para a obtenção da excelência dos trabalhos clínicos. É
fundamental indicar corretamente cada variedade de cerâmica e conhecer as
diferenças nas fases clínicas e laboratoriais em relação às demais técnicas para
evitar resultados insatisfatórios com o sistema selecionado.
42
3 PROPOSIÇÃO
O propósito deste estudo foi avaliar “in vitro” a fluorescência de cinco
cerâmicas livres de metal mediante a:
a) Intensidade de fluorescência.
b) Comprimento de onda.
43
4 MATERIAL E MÉTODOS
4.1 Modelo de Estudo
Foi realizado um estudo “in vitro” para avaliar a fluorescência de
cinco cerâmicas livres de metal, disponíveis no mercado, todas na cor A2, de acordo
com a escala Vita, conforme mostra a Tabela 1.
Tabela 1 - Cerâmicas selecionadas para o estudo
MATERIAL CERÂMICO FABRICANTE COMPOSTO BASE
Classic
Ivoclar - Vivadent®
Feldspato
IPS Empress 2® Ivoclar - Vivadent®
Di-silicato de lítio
In-Ceram® Alumina
Vita Óxido de alumínio
In-Ceram® Spinell
Vita
Óxido de alumínio e
magnésio
IPS
d.SIGN® Ivoclar - Vivadent®
Leucita - Fluorapatita
4.2 Confecção dos corpos-de-prova
Foram utilizadas duas matrizes de acrílico para a confecção dos
corpos-de-prova, ambas com 2mm de espessura e diâmetros de 17mm e 15mm
(Figura 1).
44
Figura 1 - Matrizes de acrílico
GRUPO I: Classic (Ivoclar/Vivadent)
A confecção dos corpos-de-prova se procedeu com a utilização da
cerâmica Classic (Figura 2), a partir da mistura de pó Dentin Body A2 e Build-Up
Liquid.
Figura 2 - Kit da cerâmica Classic
A mistura do material foi realizada por uma espátula para
manipulação de cerâmica sobre o godê (Figura 3). Essa mistura foi inicialmente
levada a uma matriz circular de acrílico com diâmetro de 17mm e espessura de
45
2mm, colocada sobre uma placa de vidro. A cerâmica foi condensada em pequenos
incrementos na matriz de acrílico e com auxílio de papel absorvente removeu-se o
excesso de líquido (Figura 4).
Esse procedimento foi repetido até o preenchimento completo da
matriz de acrílico, visando à obtenção de uma superfície lisa, livre de bolhas e com
aparência seca. Posteriormente, a cerâmica seca e com formato já definido foi
removida da matriz de acrílico (Figura 5) e levada ao forno KERAMAT I KNEBEL
(Figura 6) para a etapa da primeira queima. Devido à contração de sinterização, os
discos de cerâmica foram levados a uma outra matriz de 15mm de diâmetro e 2mm
de espessura e os espaços remanescentes foram novamente preenchidos com
cerâmica e levados ao forno para a segunda queima. Realizado esse processo, os
discos de cerâmicas, presos a um dispositivo de 2mm de diâmetro, foram ajustados
na espessura requerida com auxílio de uma fita de lixa, acoplada a uma esteira, que
removia os excessos que ultrapassavam os 2mm de diâmetro do dispositivo.
Após a remoção dos excessos, aplicou-se sobre os discos uma
camada de glaze líquido com pincel, os quais foram levados ao forno para a
conclusão dos corpos-de-prova.
As temperaturas dos processos de primeira e segunda queima da
cerâmica estão descritos no Tabela 2. O glaze pertencia ao Kit Glazing and staining
liquid (Figura 7), e sua temperatura de queima está descrita no Tabela 2. Aspecto
dos discos de cerâmica concluídos (Figura 8).
46
Figura 3 - Mistura da cerâmica Classic Figura 4 - Condensação da cerâmica na matriz
Figura 5 - Cerâmica retirada da matriz
Figura 6 - Forno KERAMAT
KNEBEL
Figura 7 - Aplicação do Glazing
47
Tabela 2 - Ciclo da queima e glazing da cerâmica Classic
Ciclo T B S t H V
1
V
2
1- 2
queima
870
0
C 403
0
C 4-6min 60
0
C 1 min 450
0
C 869
0
C
glazing
830
0
C 403
0
C 4min 60
0
C
0,5-1
min
450
0
C 869
0
C
Figura 8- Corpos-de-prova Classic concluídos
GRUPO II: IPS Empress 2® (Ivoclar/Vivadent)
Para a confecção dos corpos-de-prova foi necessária a obtenção de
discos de acrílico com dimensões de 15mm de diâmetro e 0,8 + 0,1mm de
espessura (Figura 9). Cada disco foi fixado a um “sprue” preso à base do cilindro de
injeção (Figura 10). Posteriormente, o cilindro de papel IPS Empress 2 envolveu os
discos fixados nos “sprues” junto à base do cilindro de injeção. Para maior
estabilidade do cilindro foi colocado um anel de plástico na entrada do mesmo. A
mistura do revestimento especial do sistema IPS Empress 2® (Figura 11), a qual é
feita mecanicamente no vácuo, foi colocada no interior do cilindro de injeção,
preenchendo-o por completo e respeitando o tempo de presa do material.
Realizados esses procedimentos, retirou-se o cilindro de papel. O cilindro de
revestimento foi levado ao forno EP500 onde se iniciou o processo de cera perdida.
Ao término dessa etapa, o cilindro de revestimento foi levado ao forno EP600 (Figura
48
12) para o processo de injeção da cerâmica. O ciclo de injeção da cerâmica está
descrito na Tabela 3. Terminada essa etapa, aguardou-se o resfriamento do cilindro
de revestimento para proceder à eliminação do revestimento e obtenção dos discos
cerâmicos injetados finais. Os discos cerâmicos injetados foram separados do
“sprue” por de um disco de diamante em baixa rotação (Figura 13), e calibrados com
0,5mm de espessura e 15mm de diâmetro.
Tabela 3 - Ciclo de injeção da cerâmica IPS Empress 2
B t T H V
1
V
2
Pressão
700
0
C 60
0
C 920
0
C 20 500
0
C 920
0
C 5 bar
Terminado esse processo de confecção dos discos cerâmicos
injetados IPS Empress 2, foi realizada a cobertura dos mesmos (Figura 14) com
cerâmica de revestimento Dentin 140/ body S1, segundo instruções do fabricante.
Figura 9 - Discos de acrílico Figura 10 - Discos de acrílico fixado no
sprue
49
Figura 11 - Revestimento Empress 2 Figura 12 - Forno de injeção EP600
Figura 13- Discos injetados de Empress 2 Figura 14 - Cerâmica de cobertura Empress 2
O término dos corpos-de-prova foi realizado a partir da mistura de pó
Dentin 140/ Body S1 e líquido Build-Up Liquid , que foi colocado sobre os discos
cerâmicos injetados de Empress 2. A mistura do material foi realizada por uma
espátula para manipulação de cerâmica sobre o Godê (Figura 15). Essa mistura foi
levada a uma matriz circular com diâmetro de 15mm e 2mm de espessura. A
cerâmica foi condensada em pequenos incrementos na matriz e, com auxílio de
papel absorvente, o excesso de líquido foi removido (Figura 16).
50
A colocação da cerâmica nas matrizes foi realizada até o
preenchimento completo da matriz, procurando obter uma superfície lisa, livre de
bolhas e seca. Posteriormente, a cerâmica seca e com formato definido foi removida
da matriz e levada ao forno PROGRAMAT® P100 para a etapa da primeira queima
(Figura 17). A segunda queima se procedeu após a colocação dos discos cerâmicos,
já com contração de sinterização, nas matrizes de 15mm de diâmetro e 2mm de
espessura e o preenchimento complementar com cerâmica dos espaços resultantes.
Os discos cerâmicos receberam acabamento por uma tira de lixa acoplada a uma
esteira, que permitiu que as superfícies de cerâmica de revestimento fossem lixadas
de forma que não permanecessem excessos superiores a 2mm, coincidindo com a
espessura do dispositivo que envolvia os discos cerâmicos. As temperaturas dos
processos de primeira e segunda queima da cerâmica estão descritos na Tabela 4.
Uma camada de glaze em pasta foi aplicada sobre a superfície de
cerâmica de revestimento dos discos cerâmicos com o auxílio de um pincel. Na
seqüência os discos foram levados ao forno. O glaze (Figura 18) pertencia ao Kit
Glazin Paste, a temperatura de queima está descrita na Tabela 4. Aspecto dos
discos de cerâmica concluídos (Figura 19).
Tabela 4 - Ciclo da queima da cerâmica de revestimento IPS Empress 2
Ciclo B t T S H V
1
V
2
1-2
queima
700
0
C 60
0
C 800
0
C 6 2 450
0
C 799
0
C
Glazing
403
0
C 60
0
C 780
0
C 6 1-2 450
0
C 799
0
C
51
Figura 15 – Mistura da cerâmica Empress 2 Figura 16 - Cerâmica condensada na matriz
Figura 17 - Cerâmica levada ao forno Figura 18 - Glazing nos discos de cerâmica
Figura 19 - Discos de cerâmica IPS Empress 2
concluídos
52
GRUPO III: In-Ceram® ALUMINA (Vita)
Os corpos-de-prova foram confeccionados a partir da mistura de pó
In-Ceram ALUMINA POWDER (Figura 20), líquido In-Ceram ALUMINA Powder
Liquid e líquido aditivo. A manipulação do material foi realizada mecanicamente
através do misturador VITASONIC®, por 7 minutos, sendo completada no vácuo por
1 minuto. Essa mistura foi levada a uma matriz circular de silicone com diâmetro de
15mm e 2mm de espessura (Figura 21).
A cerâmica resultante da mistura com consistência fluida foi colocada
na matriz de silicone. Esse procedimento foi realizado, preenchendo a matriz por
completo, objetivando uma superfície lisa, livre de bolhas (Figura 22).
Posteriormente, a matriz com a cerâmica foi levada ao forno BELLAGLASS HP
(Figura 23) à temperatura de 50
0
C por 10 minutos, para uma secagem superficial,
com o objetivo de promover resistência ao material e evitar seu rompimento no
momento da remoção da matriz (Figura 24)
Figura 20 - Pó In-Ceram ALUMINA POWDER
53
Figura 21 - Matriz de silicone Figura 22 - Cerâmica preenchida na matriz
Figura 23 - Forno BellaGlass HP Figura 24- Remoção da cerâmica da matriz
Na seqüência, os corpos-de-prova foram levados ao forno VITA
INCERAMAT® II (Figura 25) para a queima da porcelana, processo que possui um
ciclo de dez horas, atingindo uma temperatura de 1120°C, que está descrito na
Tabela 5. Esse processo é denominado sinterização. Uma vez terminado esse ciclo,
a porcelana passou por outro processo denominado infiltração, que consiste na
incorporação de vidro. Para isso se fez a mistura do pó In-Ceram GLASS POWDER
ALUMINA AL2 (Figura 26) com água destilada, até obter uma mistura fluida, que foi
aplicada com um pincel sobre os discos sinterizados, e levados novamente ao forno
54
VITA INCERAMAT® II a uma temperatura de 1110°C, com um ciclo de
aproximadamente três horas.
Figura 25 - Forno INCERAMAT II Figura 26 - Pó GLASS POWDER ALUMINA
Tabela 5 - Ciclo da sinterização e infiltração da cerâmica In-Ceram ALUMINA
Ciclo
Tempo 1
h:min
Tempo 2
h:min
Tempo 3
h:min
Tempo 4
h:min
T
0
1 T
0
2
sinterização
6:00 - 2:00 2:00 120
0
C 1120
0
C
infiltração
- - 0:30 2:00 200
0
C 1110
0
C
Terminado o processo de infiltração os discos foram submetidos a
um jateamento de Al
2
O
3
de 50µm com pressão de 3 Bar para eliminar os excessos
da infiltração. Os discos confeccionados em In-Ceram® ALUMINA foram calibrados
a uma espessura de 0,5mm com pedras de diamantes de granulação fina em baixa
velocidade (Figura 27).
55
Figura 27- Discos de In-Ceram ALUMINA calibrados
Na seqüência foi realizada a cobertura da estrutura In-Ceram®
ALUMINA com cerâmica de revestimento VITADUR® ALPHA (Figura 28), seguindo
instruções do fabricante.
Figura 28 - Kit de cerâmica de revestimento VITADUR®
ALPHA
A conclusão dos corpos-de-prova foi realizada a partir da mistura de
pó VITADUR® ALPHA Dentine A2 e líquido MODELLING FLUID, a qual revestiu a
estrutura do material In-Ceram® ALUMINA, colocada previamente na matriz de
acrílico de 15mm diâmetro e 2mm de espessura. A manipulação do material foi
realizada através de uma espátula para cerâmica sobre um godê. Essa mistura foi
56
levada à matriz circular de acrílico que estava sobre uma placa de vidro. A cerâmica
foi condensada em pequenas porções na matriz e com auxílio de papel absorvente
foi removido o excesso de líquido. Esse procedimento foi repetido até que se
preenchesse a matriz por completo, procurando deixar uma superfície lisa, livre de
bolhas e com aparência seca. Posteriormente, a cerâmica seca e com formato já
definido foi removida da matriz e levada ao forno Vita VACUMAT® 40 para a etapa
de queima. O processo da primeira e segunda queima da cerâmica está descrito na
Tabela 6.
O glazing pertencente ao Kit VITA Chrom L FLUID , e sua queima
estão descritos na Tabela 6. Aspecto dos discos de cerâmica concluídos (Figura 29).
Tabela 6 - Ciclo da queima e glazing da VITADUR ALPHA
Ciclo Vt
0
C
0
C/min
T
0
VAC
1-2
queima
600 6.00 6.00 60 960 1.00 6.00
glazing
600 4.00 4.00 85 940 1.00 -
Figura 29 - Corpos-de-prova In-Ceram ALUMINA concluídos
57
GRUPO IV: In-Ceram® SPINELL (Vita)
A confecção dos corpos-de-prova foi realizada a partir da mistura de
pó In-Ceram SPINELL POWDER (Figura 30), líquido de mistura In-Ceram SPINELL
Powder Liquid. A manipulação do material foi realizada mecanicamente através do
misturador VITASONIC®, por um tempo de 7 minutos, para depois terminar a
mistura no vácuo por 1 minuto. Essa mistura foi levada a uma matriz circular de
silicone, de acordo com a forma do corpo-de-prova, com diâmetro de 15mm e 2mm
de espessura. A resultante dessa mistura foi uma cerâmica de consistência fluida, a
qual foi colocada na matriz de silicone. Esse procedimento foi realizado de maneira
que se preenchesse a matriz por completo, procurando deixar uma superfície lisa e
livre de bolhas. Posteriormente, a matriz com a cerâmica foi levada a um forno
BellaGlass HP à temperatura de 50
0
C por 10 minutos, para que ocorra uma
secagem superficial com o objetivo de promover resistência ao material para sua
remoção da matriz. Na seqüência, os corpos-de-prova foram levados ao forno VITA
INCERAMAT® II para a queima da porcelana, processo que possui um ciclo de dez
horas atingindo uma temperatura de 1120°C descrito na Tabela 7. Esse processo é
denominado sinterização. Uma vez terminado esse ciclo, a porcelana foi levada para
outro processo denominado infiltração, que consiste na incorporação de vidro. Para
isso se faz a mistura do pó In-Ceram SPINELL GLASS POWDER S12 (Figura 31)
com água destilada até obter uma mistura fluida. Ela foi aplicada com um pincel
sobre os discos sinterizados, sendo levados novamente ao forno VITA
INCERAMAT® II uma temperatura de 1110°C, com um ciclo de aproximadamente
três horas.
58
Figura 30 - Pó de In-Ceram SPINELL
POWDER
Figura 31 - Pó de In-Ceram Spinell Glass
POWDER
Tabela 7 - Ciclo da sinterização e infiltração da cerâmica In-Ceram SPINELL
Ciclo
Tempo 1
h:min
Tempo 2
h:min
Tempo 3
h:min
Tempo 4
h:min
T
0
1 T
0
2
sinterização
6:00 - 2:00 2:00 120
0
C 1120
0
C
infiltração
- - 0:30 2:00 200
0
C 1110
0
C
Terminado o processo de infiltração, os discos foram submetidos a
um jateamento de Al
2
O
3
de 50µm com uma pressão de 3 Bar, para eliminar os
excessos da infiltração. Os discos de In-Ceram® SPINELL resultantes foram
calibrados a uma espessura de 0,5mm com pedras de diamantes de granulação fina
em baixa velocidade.
Na seqüência foi realizada a cobertura da estrutura In-Ceram®
SPINELL com cerâmica de revestimento VITADUR® ALPHA, segundo instruções do
fabricante. A conclusão dos corpos-de-prova foi realizada a partir da mistura de pó
59
VITADUR® ALPHA Dentine A2 e líquido MODELLING FLUID, a qual revestiu a
estrutura de In-Ceram® SPINELL, colocada previamente na matriz de acrílico de
15mm de diâmetro e 2mm de espessura. A manipulação do material foi realizada
através de uma espátula para cerâmica sobre o godê de mistura. Essa mistura foi
levada à matriz circular. A cerâmica foi condensada em pequenas porções na matriz,
com auxílio de papel absorvente, removendo o excesso de líquido simultaneamente.
Esse procedimento foi repetido até que se preenchesse a matriz por completo,
procurando deixar uma superfície lisa, livre de bolhas e seca. Posteriormente, a
cerâmica seca e com formato já definido foi removida da matriz e levada ao forno
Vita VACUMAT® 40 para a etapa de queima. O processo da primeira e segunda
queima da cerâmica está descrito na Tabela 8. O glazing pertencente ao Kit VITA
Chrom L FLUID e sua queima estão descritos na Tabela 8. Aspecto dos discos de
cerâmica concluídos (Figura 32).
Tabela 8 - Ciclo da queima e glazing da VITADUR ALPHA
Ciclo Vt
0
C
0
C/min
T
0
VAC
1-2
queima
600 6.00 6.00 60 960 1.00 6.00
glazing
600 4.00 4.00 85 940 1.00 -
60
Figura 32 - Corpos-de-prova In-Ceram Spinell concluídos
GRUPO V:
IPS
d.SIGN® (Ivoclar/Vivadent)
A confecção dos corpos-de-prova se procedeu a partir da mistura de
pó Dentin 140/ Body S2 e líquido Build-Up Liquid (Figura 33).
Figura 33 - Kit de cerâmica
IPS
d.SIGN®
61
A mistura do material foi realizada por uma espátula para
manipulação de cerâmica sobre o godê de mistura. Essa mistura foi inicialmente
levada a uma matriz circular de acrílico com diâmetro de 17mm e espessura de 2mm
colocada sobre uma placa de vidro. A cerâmica foi condensada em pequenos
incrementos na matriz de acrílico e com auxílio de papel absorvente removeu-se o
excesso de líquido. Esse procedimento foi repetido até o preenchimento completo da
matriz de acrílico, visando à obtenção de uma superfície lisa, livre de bolhas e com
aparência seca. Posteriormente, a cerâmica seca e com formato já definido foi
removida da matriz de acrílico e levada ao forno PROGRAMAT® P100 para a etapa
de queima. Devido à contração de sinterização, os discos de cerâmica foram
levados a uma outra matriz de 15mm de diâmetro e 2mm de espessura e os
espaços remanescentes foram novamente preenchidos com cerâmica e levados ao
forno para a segunda queima. Realizado esse processo, os discos de cerâmicas
,presos a um dispositivo de 2mm de diâmetro, foram ajustados na espessura
requerida com auxílio de uma fita de lixa acoplada a uma esteira, que removia os
excessos que ultrapassavam os 2mm de diâmetro do dispositivo. Após a remoção
dos excessos, aplicou-se sobre os discos uma camada de glaze líquido com pincel,
os quais foram levados ao forno para a conclusão dos corpos-de-prova.
As temperaturas dos processos de primeira e segunda queima da
cerâmica estão descritos na Tabela 9. O glaze pertencia ao Kit era Glazing and
staining liquid, e sua temperatura de queima está descrita na Tabela 9. Aspecto dos
discos de cerâmica concluídos (Figura 34).
62
Tabela 9 - Ciclo da queima e glazing da
IPS
d.SIGN®
T B S t H V
1
V
2
1-2
queima
870
0
C 403
0
C 4-6 min 60
0
C 1 min 450
0
C 869
0
C
glazing
830
0
C 403
0
C 4 min 60
0
C 1-2 min 450
0
C 869
0
C
Figura 34 - Corpos-de-prova
IPS
d.SIGN® concluídos
Uma vez terminada a confecção dos discos de porcelana, foram
conferidas suas dimensões de duas maneiras: mediante a colocação dos corpos-de-
prova em uma matriz de acrílico de 15 +
0,01mm de diâmetro e 2 + 0,01mm de
espessura (Figura 35), e através da utilização de um espessímetro (Figura 36).
63
Figura 35- Corpos-de-prova na matriz de acrílico
Figura 36- Espessímetro conferindo as espessuras dos corpos-de-prova
4.3 Calibração
Previamente à fase experimental, o fluorímetro F-4500 HITACHI® foi
calibrado mediante um estudo piloto realizado com resina composta, em que se
determinou que o comprimento de onda da luz UV incidente nos corpos-de-prova
deveria ser de 390nm, e o “slit” (abertura de saída do raio excitador) (Figura 39 B) da
fonte emissora deveria possuir 2,5mm de abertura. O receptor da luz emitida
64
também foi calibrado, possuindo um “slit” de 5,0mm (abertura do receptor da luz
emitida) (Figura 39 C). Com o estudo piloto também se pôde determinar as
dimensões necessárias dos corpos-de-prova para a realização do experimento.
Durante os testes, o equipamento foi programado para registrar a fluorescência
existente dentro da faixa de 400nm a 700nm. A partir desse último comprimento de
onda, o aparelho estava programado para não realizar mais medições.
4.4 Metodologia
A fluorescência gerada durante o teste foi registrada através da
utilização de um aparelho denominado Fluorímetro. Esse equipamento foi elaborado
pela HITACHI® (Figura 37), para medir a fluorescência de corpos sólidos, numa
faixa de comprimento de onda que varia entre 200nm e 730nm.
Os corpos-de-prova foram obtidos pela confecção de discos de
cerâmicas livres de metal, segundo as especificações dos fabricantes. Cada um
deles possuía 15 +
0,01mm de diâmetro e 2 + 0,01mm de espessura. O diâmetro
dos corpos-de-prova foi padronizado de acordo com o diâmetro do porta espécime
contido no aparelho fluorímetro. A espessura dos corpos-de-prova foi determinada
com a finalidade de simular as dimensões de uma coroa de cerâmica pura, as quais
possuem espessura de aproximadamente 2mm. As superfícies dos corpos-de-prova
possuíam características de espelho, sendo, portanto, livres de qualquer
irregularidade. Foram confeccionados 5 espécimes para cada marca comercial de
cerâmica selecionada para o estudo.
65
Figura 37 - Esquema de Fluorescence Spectrophotometer
O equipamento utilizado foi Fluorescence Spectrophotometer F-4500
HITACHI® (Figura 38). A figura 39 representa a câmara interna do
espectrofluorímetro, a qual é composta por: A) Base experimental; B) “Slit” do raio
excitador e C) “Slit” do raio receptor. A base experimental é composta por três
estruturas, como pode ser observado na figura 40: A) Êmbolo fixador; B) Espaço
para fixação do porta-espécime e C) Barreira protetora. Este aparelho foi calibrado
para que o raio de luz UV incidisse nos corpos-de-prova com um comprimento de
onda de 390nm e com um “slit” de 2,5mm de abertura. Outro parâmetro foi
determinar a abertura do “slit” do receptor da luz emitida, sendo este estabelecido
com uma abertura de 5,0mm.
66
Figura 38 - Fluorescence Spectrophotometer F 4500 HITACHI®
A limpeza dos corpos-de-prova foi realizada através da utilização de
flanelas embebidas em álcool 90%, de maneira que não deixasse qualquer tipo de
resíduo nas superfícies dos mesmos, abolindo-se com isso qualquer variável que
pudesse alterar os resultados das medições.
Mediante o auxílio de uma pinça, os corpos-de-prova foram levados
a um dispositivo denominado porta-espécime (Figura 41), o qual era acoplado à
base experimental do Fluorímetro (Figura 42).
Uma vez colocados os corpos-de-prova na base experimental, estes
foram imobilizados através de um êmbolo que exerceu pressão sobre o porta-
espécime (Figura 43), não permitindo que o conjunto (porta-espécime + corpos-de-
prova) se movimentasse na base experimental durante os testes.
Com os corpos-de-prova em posição de estudo na base
experimental (Figura 44), foram conferidos se os parâmetros estavam de acordo
com a calibração preconizada. A partir desse momento, iniciaram-se os testes,
ligando o computador. Qualquer possibilidade de existência de fluorescência, por
menor que fosse, na faixa de comprimento de onda entre 400nm e 700nm, era
registrada pelo aparelho.
67
Figura 39 – Câmara interna do
espectrofluorímetro
Figura 40 – Base experimental composta de
três partes
Figura 41 - Porta-espécime e corpo-de-prova Figura 42 - Base experimental do fluorímetro
Figura 43 – Fixação do porta espécime
Figura 44 - Corpo-de-prova em posição de
estudo
68
Esse registro foi visualizado mediante uma curva de intensidade de
fluorescência (ordenada) x comprimento de onda (abscissa) (Figura 45). Dessa
maneira, foi possível determinar para cada cerâmica em estudo, sua respectiva
fluorescência, identificando seu comprimento de onda e a intensidade da luz emitida.
A partir do comprimento de onda de 700nm, o aparelho era automaticamente
desligado, não havendo medições a partir desse ponto.
Figura 45 - Registro da curva de intensidade de fluorescência x
comprimento de onda
Esse procedimento foi realizado de maneira padronizada para cada
grupo de cerâmica utilizada.
69
5 RESULTADOS
Os resultados obtidos no experimento foram representados por uma
curva, a qual possui como variáveis Intensidade de Fluorescência x Comprimento de
Onda, mostrando que a fluorescência inicia imediatamente após a incidência da luz
UV sobre os corpos-de-prova. O registro foi iniciado em 400nm com uma baixa
intensidade, aumentando progressivamente até chegar ao pico máximo, numa faixa
que pode variar entre 440nm e 460nm, dependendo do material. Na seqüência, a
intensidade decresceu e chegou até 700nm em que o aparelho deixava de registrar
a presença de fluorescência.
Os dados referentes ao Comprimento de Onda e Intensidade de
Fluorescência obtidos no experimento estão ilustrados nas Tabelas 10 e 11.
Tabela 10 - Dados do comprimento de onda
MATERIAL
CERÂMICO
FABRICANTE COMPRIMENTO DE ONDA (nm)
GRUPO I
Classic
Ivoclar -
Vivadent®
448.3 447.7 447.2 447.5 447.3
GRUPO II
IPS Empress 2®
Ivoclar -
Vivadent®
449.9 451.2 449.8 450.0 449.6
GRUPO III
In-Ceram®
Alumina
Vita 459.3 460.3 459.8 459.6 459.5
GRUPO IV
In-Ceram® Spinell
Vita 458.1 459.5 459.1 459.3 458.5
GRUPO V
IPSd.SIGN®
Ivoclar -
Vivadent®
449.5 449.0 451.1 447.3 449.1
70
Tabela 11 - Dados de intensidade de fluorescência
MATERIAL
CERÂMICO
FABRICANTE INTENSIDADE DE FLUORESCÊNCIA (u.a)
GRUPO I
Classic
Ivoclar -
Vivadent®
2437 2429 2431 2427 2436
GRUPO II
IPS Empress
2®
Ivoclar -
Vivadent®
3213 3219 3221 3216 3211
GRUPO III
In-Ceram®
Alumina
Vita 401 392 408 402 397
GRUPO IV
In-Ceram®
Spinell
Vita 403 409 405 412 411
GRUPO V
IPSd.SIGN®
Ivoclar -
Vivadent®
2835 2838 2844 2841 2837
Também se calculou as médias de comprimento de onda e
intensidade de fluorescência para cada grupo, para melhor ilustração dos resultados,
como pode ser observado nos Gráficos 1 e 2.
Gráfico 1 - Médias dos comprimentos de onda
447.6
450.1
459.7
458.9
449.2
440
445
450
455
460
Comprimento
de onda
12345
Grupos
Médias dos comprimento de onda
1
2
3
4
5
Médias dos Comprimentos de
Onda
Comprimento
de Onda (nm)
I
II
III IV
V
71
Gráfico 2 - Médias das intensidades de fluorescência
Gráfico 3 - Representação das curvas das médias de fluorescência dos
grupos
400 450 500 550 600 650 700
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
Intensidade de Fluoresência (u.a)
Comprimento de Onda (nm)
B
D
F
H
J
3500
3000
2500
2000
1500
1000
500
400
Gru
p
o II
Gru
p
o I
Gru
p
o III
Gru
p
o IV
Gru
p
o V
2432
3216
398 408
2839
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
Intensidade
de
fluorescência
1 234 5
Grupos
Médias das intensidades de fluorescência
I
II III IV
V
Médias das Intensidades de Fluorescência
Intensidade
de
Fluorescencia
(u.a)
72
Os dados obtidos foram analisados pelo Teste ANOVA com um nível
de significância de 5%. Os resultados para cada grupo estudado mostraram
diferenças estatisticamente significantes entre os materiais para todos os valores de
Comprimento de Onda (Tabela 12), com exceção dos GII x GV e GIII x GIV, quando
comparados entre si para os valores máximos dessa medição (p<0,05). Quando foi
comparada a Intensidade de Fluorescência (Tabela 12) emitida para cada grupo, os
resultados demonstraram que existem diferenças estatisticamente significantes entre
todos os grupos em estudo. As múltiplas comparações obtidas pelo Teste Newman-
Keuls revelaram diferentes respostas para os grupos.
Tabela 12 - Desvio padrão e médias dos grupos
COMPRIMENTO
DE ONDA
INTENSIDADE DE
FLUORESCÊNCIA
MATERIAL
CERÂMICO
DESVIO
PADRÃO
MÉDIA
(nm)
DESVIO
PADRÃO
MÉDIA
(u.a)
GRUPO I
Classic
0.4359 447.6 4.3589 2432
GRUPO II
IPS Empress 2®
0.6325 450.1 4.1231 3216
GRUPO III
In-Ceram® Alumina
0.3808 459.7 5.9582 398
GRUPO IV
In-Ceram® Spinell
0.5831 458.9 3.8730 408
GRUPO V
IPS
d.SIGN®
1.3565 449.2 3.5355 2839
73
6 DISCUSSÃO
A fluorescência dos dentes naturais tem uma importante contribuição
para sua aparência, inclusive na ausência de luz do dia. Portanto, para reproduzir a
aparência natural da estrutura dentária os materiais restauradores cerâmicos devem
ter características ópticas similares às do dente natural. Ao se submeterem materiais
restauradores diretos ou indiretos à luz escura, luz negra ou luz UV a ausência de
propriedades fluorescentes adequadas irá interferir de forma negativa nas
propriedades estéticas do material. (BAEZA et al., 2002; DIETSCHI, 2001; MAGNE;
BELSER, 2003).
Os componentes básicos dos materiais restauradores não
fluorescem (BARAN; O’BRIEN, 1977; VANINI, 1996a), mas essa qualidade é
alcançada pela agregação de componentes fluorescentes nas cerâmicas como as
terras raras. Na maioria das vezes os componentes luminóforos não são revelados
pelo fabricante.
As terras raras como o urópio, térbio, cério e itérbio, quando
empregadas isoladamente como luminóforos, não são capazes de fornecer cor e
intensidade de fluorescência próxima à do dente natural. (MAGNE; BELSER, 2003;
WOZNIAK; MOORE, 1978), devendo ser misturadas e unidas. Baran e O’brien
(1977) mostraram, por meio de transferência de energia, que a fluorescência de
várias terras raras misturadas não é igual à soma das fluorescências individuais.
Monsenego e Burdairon (1993) relataram que os materiais que apresentam uma
fluorescência com picos máximos de comprimento de onda entre 460-500nm têm em
sua composição urópio e térbio. Ao se compararem estes resultados com os obtidos
neste estudo, verificamos que os grupos III (In-Ceram Alumina) e IV (In-Ceram
74
Spinell) que têm picos máximos de comprimento de onda compatíveis com urópio e
térbio, apresentaram uma cor mais azulada.
Os materiais restauradores são geralmente opacos, porque estão
carregados com pigmentos de cor que obstruem a penetração da luz. A saturação
cromática é a primeira causa de opacidade e falta de vitalidade das restaurações em
relação aos dentes naturais. Com o uso de correto grau de pigmentos, que são
fotossensíveis ao espectro UV, o material pode absorver energia da luz UV e ativar
os átomos com a composição. (VANINI,1996a; DIETSCHI, 2001).
A luz UV utilizada no trabalho de Panzeri et al. (1977) apresentou
comprimento de onda de 365nm, enquanto Monsenego e Burdairon (1993)
utilizaram uma luz UV com comprimento de onda de 363,8nm. Hall; Hefferren e
Olsen (1970), uma faixa entre 340-370nm, Baeza et al. (2002) e Villarroel et al.
(2004) utilizaram uma lâmpada que emitia luz UV de 360nm.
Nos trabalhos de Panzeri et al. (1977); Monsenego e Burdairon
(1993); Baeza et al. (2002) e Villarroel et al. (2004) o comprimento de onda foi
constante, enquanto Hall; Hefferren e Olsen (1970) variaram o comprimento de onda
de 340 até 370nm. Observaram que, à medida que se aumentava o comprimento de
onda, ocorria aumento da fluorescência. Monsenego e Burdairon (1993) utilizaram
comprimento de onda de 363,8nm, por estar presente nos “flash” de fotografia. No
presente estudo foi utilizado inicialmente um comprimento de onda de 365nm,
obtendo o registro da fluorescência gerada numa curva. O material teve um pico
máximo de intensidade de fluorescência de 220u.a a um comprimento de onda de
453nm. Uma característica do fluorímetro empregado é realizar a função inversa, ou
seja, permitir obter a curva da luz UV que gerou a fluorescência registrada. Devem-
se destacar dois pontos importantes em relação a essa curva: com o comprimento
75
de onda de 365nm a intensidade da luz UV foi aproximadamente de 450u.a. Outro
ponto importante é uma pequena faixa de comprimento de onda (389-392nm), que
possui uma intensidade de 2700u.a. Realizou-se um novo registro da fluorescência
para o mesmo corpo de prova, mudando o comprimento de onda de 365nm para
390nm. Observou-se que a resposta da fluorescência do material foi maior,
verificando-se então, nesse novo registro da fluorescência, que o comprimento de
onda se manteve igual e a intensidade de fluorescência do material aumentou de
220u.a a 2600u.a. Dessa forma, decidiu-se trabalhar com um comprimento de onda
de 390nm para assim registrar a maior resposta da fluorescência.
Baeza et al. (2002) utilizaram corpos-de-prova de 3mm de
espessura. Nos trabalhos de Monsenego e Burdairon (1993) e Panzeri et al. (1977)
as espessuras dos corpos-de-prova foram de 1,5mm. Em nosso estudo a espessura
utilizada foi de 2mm, com intuito de reproduzir mais adequadamente a prática clínica
em restaurações cerâmicas livres de metal, sendo que dos 2mm, 0,5mm eram do
copping nos sistemas Empress 2 (Grupo II), In-Ceram Alumina (Grupo III) e In-
Ceram Spinell (Grupo IV) e 1,5mm de cerâmica de revestimento. Entretanto, é
importante salientar que a espessura do material é bem menos relevante para o
fenômeno de fluorescência, sendo mais importante a presença de luminóforos
(VILLARROEL et al., 2004). Assim, corpos-de-prova com espessuras diferentes
apresentam a mesma fluorescência.
Hall; Hefferren e Olsen (1970); Monsenego e Burdairon (1993) e
Panzeri et al. (1977) avaliaram a fluorescência da dentição natural por luz UV com
comprimento de onda de 365nm. Os autores verificaram que o pico máximo de
intensidade de fluorescência se encontrava em 450nm. Os resultados obtidos em
nosso trabalho mostraram que os Grupos II (IPS Empress 2) e Grupo V (
IPS
d.SIGN)
76
apresentam comprimento de onda mais semelhante à dentição natural, com picos
máximos de 450,1nm para o Grupo II (IPS Empress 2) e 449,2nm para o Grupo V
(
IPS
d.SIGN).
Ao avaliar fluorescência, Hall; Hefferren e Olsen (1970); Monsenego
e Burdairon (1993); Panzeri et al. (1977) e Wozniak e Moore (1978) dedicaram mais
atenção ao comprimento de onda, sendo que a variável intensidade de fluorescência
foi apenas qualificada, não havendo análise quantitativa. A quantificação da
intensidade de fluorescência é importante, uma vez que o comprimento de onda
localiza o material no espectro de luz, mas é a intensidade de fluorescência que
determina o grau de luminosidade do material. No presente trabalho pôde-se
observar que a intensidade de fluorescência do Grupo II foi de 3216u.a e o Grupo V
de 2839u.a, havendo diferenças significativas. O Grupo II apresentou maior
luminosidade. Novamente, destaca-se a importância de se avaliar a intensidade de
fluorescência, pois materiais de mesma natureza podem apresentar o mesmo
comprimento de onda e diferentes intensidades de fluorescência, manifestando
diferentes percepções de luminosidade.
Villarroel et al. (2004) testaram visualmente o comportamento da
fluorescência em resinas compostas. Os autores verificaram que a última camada de
uma restauração direta de resina composta é a mais importante para fornecer a
fluorescência numa restauração. O presente estudo confirmou essa observação,
sendo que nos sistemas IPS Empress 2 (Grupo II), In-Ceram Alumina (Grupo III) e
In-Ceram Spinell (Grupo IV) a cerâmica de revestimento foi a responsável pela
fluorescência da restauração, não apresentado fluorescência nas estruturas de
reforço (copping).
77
A curva Intensidade de Fluorescência (ordenada) x Comprimento de
Onda (abscissa) obtida no presente trabalho teve a forma de parábola semelhante à
obtida por Hall; Hefferren e Olsen (1970); Monsenego e Burdairon (1993) e Panzeri
et al.(1977). Pode-se observar que a fluorescência inicia-se imediatamente após a
incidência da luz UV sobre os corpos-de-prova. O aparelho foi calibrado para
registrar a fluorescência na faixa entre 400nm e 700nm (faixa visível), nos 400nm
iniciou-se o registro com uma baixa intensidade de fluorescência, aumentou
progressivamente até chegar ao pico máximo, numa faixa que variou entre 445nm e
455nm, dependendo do material. Depois desse ponto máximo a intensidade de
fluorescência diminuiu levemente deixando de registrar aos 700nm.
Os resultados obtidos neste estudo “in vitro” comprovam a eficácia
da metodologia empregada, pois a sua técnica é simples e de fácil execução,
permitindo avaliar a fluorescência gerada durante a estimulação dos materiais
cerâmicos livres de metal por luz UV, ao mesmo tempo em que possibilita a análise
da curva Intensidade de Fluorescência x Comprimento de Onda.
78
7 CONCLUSÃO
Com base na análise estatística dos resultados obtidos neste
trabalho e pela observação da curva Intensidade de Fluorescência x Comprimento
de Onda obtida, foi possível concluir que:
a) houve diferenças em relação à intensidade de fluorescência em
todos os grupos, sendo que os menores valores foram obtidos no grupo III (In-Ceram
Alumina) e no grupo IV (In-Ceram Spinell), e os maiores valores encontrados no
grupo II (IPS Empress 2);
b) houve diferenças em relação ao comprimento de onda em todos
os grupos, não havendo diferenças significativas entre os grupos II (IPS Empress 2)
e V (
IPS
d.SIGN), bem como entre os grupos III (In-Ceram Alumina) e IV (In-Ceram
Spinell);
c) os valores de comprimento de onda mais próximos aos dentes
naturais foram encontrados no grupo II (IPS Empress 2) e no grupo V (
IPS
d-SIGN),
quando comparados com dados encontrados na literatura.
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