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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA –MESTRADO
ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: CLÍNICA INTEGRADA
ADRIANA DE OLIVEIRA SILVA
AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA FLEXURAL DE FIBRAS DE VIDRO E CERÂMICAS
ODONTOLÓGICAS UTILIZADAS COMO SUBESTRUTURA DE PRÓTESES
PARCIAIS FIXAS
PONTA GROSSA
2004
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ADRIANA DE OLIVEIRA SILVA
AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA FLEXURAL DE FIBRAS DE VIDRO E CERÂMICAS
ODONTOLÓGICAS UTILIZADAS COMO SUBESTRUTURA DE PRÓTESES
PARCIAIS FIXAS
Dissertação apresentada para a obtenção do
Título de Mestre na Universidade Estadual de
Ponta Grossa, no Curso de Mestrado em
Odontologia – Área de Concentração em Clínica
Integrada.
Orientador: Prof. Dr. João Carlos Gomes
PONTA GROSSA
2004
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1
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Central da UEPG
Silva, Adriana de Oliveira
S586 Avaliação da resistência de fibras de vidro e cerâmicas
odontológicas. Ponta Grossa, 2004.
116f. il.
Dissertação ( mestrado ) - Universidade Estadual de
Ponta Grossa.
Orientador : Prof.. Dr. João Carlos Gomes
1-Odontologia. 2- Fibras de vidro. 3- Resistência
flexural. I.T.
CDD : 617.69
2
ADRIANA DE OLIVEIRA SILVA
AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA FLEXURAL DE FIBRAS DE VIDRO E CERÂMICAS
ODONTOLÓGICAS UTILIZADAS COMO SUBESTRUTURA DE PRÓTESES
PARCIAIS FIXAS
Dissertação apresentada para obtenção do título de mestre na Universidade
Estadual de Ponta Grossa, no Curso de Mestrado em Odontologia - Área de
concentração em Clínica Integrada.
Ponta Grossa, 27 de julho de 2004.
Prof. Dr. João Carlos Gomes - Orientador
Universidade Estadual de Ponta Grossa
Prof. Dr. José Pereti Neto
Universidade Estadual de Londrina
Profª. Dra. Osnara Maria Mongruel Gomes
Universidade Estadual de Ponta Grossa
3
Dedico este trabalho...
Aos meus pais Moysés e Celina, e às minhas
irmãs Cláudia e Daniele pelo amor, atenção e
pelo constante incentivo à minha realização
profissional. Seria impossível tentar expressar
em palavras todo meu sentimento e gratidão.
Amo vocês!!!
4
AGRADECIMENTOS
A Deus.
A Universidade Estadual de Ponta Grossa na pessoa do Magnífico
Reitor Paulo Roberto Godoy.
A Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação: Programa de Pós-
Graduação em Odontologia - Mestrado em Clínica Integrada na pessoa do Dr Altair
Justino.
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior-
CAPES/DS pela concessão de bolsa de estudo.
Ao Prof. Dr. João Carlos Gomes, coordenador do curso de mestrado
e meu orientador, pela contribuição com seus conhecimentos e sugestões na
realização desta dissertação.
Aos colegas de mestrado, Adriana, Ana Claudia, Andréa, Ariadne,
Alfredo, Carlos, Douglas, Edison, Flávia, João Paulo, Leyla, Milko, Protásio, pela
amizade, convivência e troca de conhecimentos e experiências que tivemos durante
este curso.
A Universidade Federal de Santa Catarina, na pessoa do Prof. Dr.
Marcelo Chain pela colaboração com informações e equipamentos que auxiliaram na
realização deste estudo.
A Luana Dutra de Carvalho pela disponibilidade e colaboração com
informações que auxiliaram na concretização desta pesquisa.
Aos laboratórios Romanini e Artes Dentárias Bergamini pelo
profissionalismo e disponibilidade na produção dos corpos-de-prova.
A Angelus Soluções Odontológicas pelos materiais fornecidos e
fundamentais para a realização deste estudo.
A todos que direta ou indiretamente contribuíram para a conclusão
desta pesquisa.
5
RESUMO
O objetivo deste estudo foi avaliar a resistência flexural de dois sistemas de fibras de
vidro unidirecionais e duas cerâmicas utilizadas como subestrutura de próteses
parciais fixas, através do teste de três pontos. Quatro grupos, com 10 corpos-de-
prova cada, e dimensões de 25+2mm X 2+0,1mm X 2+0,1mm (ISO 10477) para as
fibras de vidro e 25+ 5 mm X 4+ 0,25 mm X 1,2+ 0,2 mm (ISO 6872) para as
cerâmicas, foram obtidos seguindo as orientações dos fabricantes, sendo: GI-
Vectris Pontic
®
(Ivoclar/Vivadent), GII- Fibrex Medial
®
(Angelus Soluções
Odontológicas), GIII- IPS Empress
®
2(Ivoclar/Vivadent) e GIV- VITA In-Ceram
®
Zircônia. Os corpos-de-prova foram armazenados, secos, à temperatura ambiente,
em recipientes plásticos, sem interferência de luz e submetidos ao teste de três
pontos em uma máquina de ensaio Instron
®
Corp. 2KN (velocidade de 0,75mm/min)
obtendo-se valores médios de resistência à flexão de 516,04 + 58,44 MPa para GI,
505,23 + 85,57 MPa para GII, 182,73+ 50,33MPa para o GIII e 442,37 + 99,89 MPa
para o GIV. O padrão de falha observado foi de fratura incompleta para as fibras de
vidro e fratura completa para as cerâmicas. Os valores médios de resistência foram
submetidos à análise estatística, teste Anova (p<0,05) e verificou-se a inexistência
de diferenças estatísticas significantes entre os grupos de fibras de vidro (p=0.7460)
e a existência de diferenças estatísticas significantes entre os grupos de cerâmicas.
Concluiu-se que as fibras de vidro utilizadas no experimento apresentaram
desempenhos de resistência flexural semelhantes e os resultados sugeriram a
possibilidade da utilização das fibras de vidro como alternativa às ligas metálicas em
situações clínicas bem indicadas de próteses parciais fixas. As cerâmicas
apresentaram diferentes desempenhos de resistência flexural, sendo o sistema VITA
In-Ceram
®
Zircônia capaz de resistir a maior carga aplicada comparada ao sistema
IPS Empress
®
2 Ivoclar/Vivadent.
Palavras-chave: fibras de vidro; cerâmicas; resistência flexural.
6
ABSTRACT
The aim of this study was to evaluate the flexural strength of two fibers glass and two
ceramics systems used like substructure of prosthesis fixed partial using a three point
bending test. Four groups, with ten specimens and dimensions of 25+ 2mm X 2+
0,1mm X 2+ 0,1mm (ISO 10477) to fibers glass and 25+ 5 mm X 4+ 0,25 mm X 1,2+
0,2 mm (ISO 6872) to ceramics were prepared according to the manufacturer’s
instructions, where: GI-Vectris Pontic
®
(Ivoclar/Vivadent), GII-Fibrex Medial
®
(Angelus
Soluções Odontológicas), GIII- IPS Empress
®
2(Ivoclar/Vivadent) e GIV- VITA In-
Ceram
®
Zircônia. The specimens were dry stored, in plastic recipient, without light on
room temperature and submitted on three point test at universal machine Instron
®
Corp. 2KN(crosshead speed of 0,75mm/min) and the results of the mean values of
flexural strength were 516,04 + 58,44 MPa to GI , 505,23 + 85,57 MPa to GII,
182,73+ 50,33 MPa to the GIII and 442,37 + 99,89 MPa to GIV. The predominance
of failure was incomplete fracture to fibers glass and complete fracture to ceramics.
The results were submitted on statistical analysis, Anova (p<0,05) and there were
observed differences statistically insignificant among the fibers’ group (p=0.7460)
and differences statistically significant among the ceramics’ group. Concluded that
fibers tested presented similar performance of flexural strength and the result
suggested the possibility of fibers glass be used like alternative of alloy in good
indication of clinical situation of prosthesis fixed partial. The ceramics presented not
similar performance of flexural strength being VITA In-Ceram
®
Zircônia system able
to support more load when compared with IPS Empress
®
2 Ivoclar/Vivadent system.
Keywords: fiber glass; ceramics; flexural strength.
7
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 - Vista superior da matriz metálica para confecção dos corpos-de-
prova..............................................................................................
64
Figura 2 - Ilustração com as dimensões ideais dos corpos-de-prova em
Fibra de Vidro................................................................................
64
Figura 3 - Vectris Pontic
®
- Ivoclar/Vivadent..................................................
66
Figura 4 - Aparelho Vectris Vs1
®
para aplicação de Vácuo, Pressão e
Luz.................................................................................................
67
Figura 5 - Fibrex Medial
®
- Angelus Soluções Odontológicas........................
68
Figura 6 - Aparelho Powerlux
®
EDG para aplicação de Vácuo, Pressão e
Luz.................................................................................................
69
Figura 7 - Ilustração com as dimensões ideais dos corpos-de-prova em
Cerâmicas......................................................................................
70
Figura 8 - Pastilhas de Cerâmica IPS Empress
®
2-!voclar/Vivadent.............
72
Figura 9 - Forno Ep500/IPS Empress
®
- Ivoclar/Vivadent............................
73
Figura 10 - Kit do Sistema VITA In-Ceram
®
Zircônia.......................................
75
Figura 11 - Forno Inceramat II / VITA, Bad Sackingen, Germany…………….
76
Figura 12 - Máquina de Ensaio Universal Instron
®
Corp.Modelo 4444............
77
Figura 13 - Suporte metálico com cilindros de 2mm paralelos e distantes
20mm dos centros.........................................................................
77
Figura 14 - Amostra posicionada para a realização do Teste de Três
Pontos............................................................................................
78
Figura 15 - Fratura incompleta observada na Fibra de Vidro Unidirecional
Vectris Pontic
®
-Ivoclar/Vivadent....................................................
81
Figura 16 - Fratura incompleta observada na Fibra de Vidro Unidirecional
Fibrex Medial
®
- Angelus Soluções Odontológicas........................
81
Figura 17 - Fratura completa observada na Cerâmica IPS Empress
®
2-
Ivoclar/Vivadent.............................................................................
84
Figura 18 - Fratura completa observada na Cerâmica VITA In-Ceram
®
Zircônia..........................................................................................
84
8
Gráfico 1
-
Resistência Flexural nos Grupos de Fibras de Vidro....................
83
Gráfico 2 - Resistência Flexural nos Grupos de Cerâmicas............................
86
Quadro 1 - Corpos-de-prova: Repetições, Dimensões, Força máxima
aplicada e Resistência Flexural no Grupo I - Vectris Pontic
®
-
Ivoclar/Vivadent.............................................................................
82
Quadro 2 - Corpos-de-prova: Repetições, Dimensões, Força máxima
aplicada e Resistência Flexural no Grupo II – Fibrex Medial
®
-
Angelus Soluções Odontológicas..................................................
82
Quadro 3 - Corpos-de-prova: Repetições, Dimensões, Força aplicada e
Resistência Flexural no Grupo III - IPS Empress
®
2-
Ivoclar/Vivadent.............................................................................
85
Quadro 4 - Corpos-de-prova: Repetições, Dimensões, Força aplicada e
Resistência Flexural no Grupo IV - VITA In-Ceram
®
Zircônia..........................................................................................
85
Tabela 1 - Grupos de Ensaio, Tipos de Fibras de Vidro, Materiais
utilizados, Fabricantes e Lote........................................................
65
Tabela 2 - Grupos de Ensaio em Cerâmicas, Materiais utilizados,
Fabricantes e Lote.........................................................................
70
Tabela 3 - Comparação dos Valores Médios de Resistência Flexural,
Número de corpos-de-prova e Desvio Padrão nos Grupos de
Fibras de Vidro..............................................................................
83
Tabela 4 - Comparação dos Valores Médios de Resistência Flexural,
Número de corpos-de-prova e Desvio Padrão nos Grupos de
Cerâmicas......................................................................................
86
9
LISTA DE ABREVIATURAS
% = Porcento
°C = Grau Celsius
cm = Centímetro
Lb = Libra
KN = Quilo Newton
GPa = Gigapascal
min = Minuto
mm = Milímetro
mm
2
= Milímetro quadrado
p = Significância
MPa = Megapascal
N = Newton
n = Número
mm/min = Milímetro por minuto
N/mm = Newton por milímetro
N/mm
2
= Newton por milímetro quadrado
MEV Microscópio Eletrônico de Varredura
kgf = Quilograma força
vol% = Volume percentual
10
SUMÁRIO
1
INTRODUÇÃO.........................................................................................
11
2
2.1
2.2
REVISÃO DE LITERATURA...................................................................
FIBRAS DE VIDRO..................................................................................
CERÂMICAS ODONTOLÓGICAS...........................................................
15
15
37
3
PROPOSIÇÃO.........................................................................................
62
4
4.1
4.1.1
4.1.1.1
4.1.1.2
4.1.2
4.1.2.1
4.1.2.2
4.2
4.3
MATERIAIS E MÉTODOS.......................................................................
CONFECÇÃO DOS CORPOS-DE-PROVA.............................................
Fibras de Vidro.........................................................................................
Grupo I.....................................................................................................
Grupo II....................................................................................................
Cerâmicas Odontológicas........................................................................
Grupo III...................................................................................................
Grupo IV...................................................................................................
TRATAMENTO EXPERIMENTAL............................................................
MEDIÇÃO................................................................................................
63
63
63
65
67
69
71
73
76
79
5
5.1
5.2
RESULTADOS E ESTATÍSTICA............................................................
FIBRAS DE VIDRO.................................................................................
CERÂMICAS ODONTOLÓGICAS...........................................................
81
81
84
6
6.1
6.2
6.3
DISCUSSÃO............................................................................................
CONCEITOS............................................................................................
FIBRAS DE VIDRO..................................................................................
CERÂMICAS ODONTOLÓGICAS...........................................................
87
87
91
100
7
CONCLUSÃO..........................................................................................
110
REFERÊNCIAS.......................................................................................
111
11
1 INTRODUÇÃO
O objetivo principal da odontologia é manter ou melhorar a qualidade
de vida dos pacientes, através da prevenção da doença, alívio da dor, aprimorando
a fonação e melhorando a eficiência mastigatória e a estética. Muitas vezes torna-se
necessário a reposição de dentes ausentes e por isso, o desenvolvimento e a
seleção de materiais protéticos biocompatíveis que suportem as condições adversas
do ecossistema bucal, têm sido o grande desafio da odontologia. Os materiais,
atualmente utilizados para a recuperação das porções dentárias perdidas, podem
ser divididos em quatro grupos principais: metais, cerâmicas, polímeros e
compósitos. Apesar de recentes e continuamente aperfeiçoados, nenhum pode ser
considerado um material permanente. (ANUSAVICE, 1998a).
O aumento na procura por restaurações estéticas, bem como a
incansável luta pela preservação dos tecidos da estrutura dental têm motivado
pesquisadores à busca do material ideal e da melhor técnica restauradora. As
tecnologias das resinas compostas e das cerâmicas odontológicas constituem a área
mais crescente de pesquisa e desenvolvimento dos materiais dentários.
(ANUSAVICE, 1998a).
A evolução das resinas laboratoriais e das cerâmicas possibilitou a
sua aplicação nas restaurações em dentes posteriores, reduzindo o uso do
amálgama e das restaurações metálicas fundidas. Além do fascínio pela estética,
razões científicas importantes, tais como as melhoradas propriedades físicas e
mecânicas destes materiais, justificam sua indicação. A utilização de resinas e
cerâmicas em restaurações livres de metal (metal-free), no entanto, tornam-se
críticas quando realizadas em regiões de grande estresse mastigatório ou para
12
substituição de elemento dental perdido em próteses parciais fixas. Visando dar
maior resistência aos materiais metal-free, foram desenvolvidos sistemas de reforço
(fibras e cerâmicas de alta resistência) com características e propriedades
mecânicas singulares, que podem ser utilizados para a confecção de subestruturas
de próteses parciais fixas em substituição às ligas metálicas. (LACY, 2000).
Os sistemas de resinas laboratoriais, desenvolvidos para a
confecção de elementos protéticos metal-free, necessitam de reforço com fibras
quando coroas e próteses adesivas com preparos parciais e totais são realizadas.
As fibras de vidro são utilizadas por vários segmentos industriais (como as indústrias
aeroespacial, automobilística e náutica). Suas propriedades físicas, como a baixa
condutividade térmica e elétrica, além de sua alta resistência e resiliência,
chamaram a atenção da área odontológica, que percebeu neste material uma
alternativa estética para a substituição de estruturas metálicas.(FIBREX-LAB,
[2003]).
Diversas marcas comerciais com seus sistemas de polimerização,
tipos de fibras, valores de resistência flexural, módulo de elasticidade e indicações
clinicas estão descritos na literatura.(GOMES; GOMES, 2002). O sistema Vectris
®
(Ivoclar/Vivadent), apresenta-se como um material reforçado com fibras de vidro
unidirecionais para a confecção de estruturas de coroas e pontes, com comprovada
qualidade (KREJCI et al., 1999; VECTRIS, 1998) e, portanto, apresenta bases
científicas importantes para que possa ser utilizado como referência para a avaliação
do sistema de fibras de vidro Fibrex-Lab
®
(Angelus) que foi recentemente lançado no
mercado pela industria nacional.(FIBREX-LAB, [2003]).
Os sistemas totalmente cerâmicos também são promissores, e cada
sistema disponível apresenta vantagens e desvantagens, sejam em relação à
13
translucidez, opacidade ou resistência durante a função mastigatória (GARBER et
al., 2000).
O sistema IPS Empress
®
2 (Ivoclar/Vivadent) foi desenvolvido para a
fabricação de próteses fixas totalmente cerâmicas. Este sistema apresenta aumento
na resistência flexural, quando comparado ao sistema IPS Empress
®
, facilidade de
utilização, resistência química e estética superior. Estas propriedades contribuem
para a versatilidade do sistema, incluindo seu uso para a fabricação de coroas
anteriores e posteriores, inlays, onlays e próteses fixas de três elementos (sendo o
último retentor o segundo pré-molar com preparos totais). (FRADEANI; BARDUCCI,
2000). O sistema VITA In-Ceram
®
também se apresenta como uma alternativa para
a confecção de próteses metal-free, sendo que, quando reforçadas com óxido de
zircônio, têm aumentado suas propriedades de resistência podendo ser indicado
para próteses parciais fixas na região posterior, mas as custas de um efetivo
aumento de opacidade. (GARBER et al., 2000).
As cerâmicas e as fibras de vidro, atualmente utilizadas como
subestrutura de próteses fixas de três elementos metal-free, são materiais
relativamente recentes e, portanto, exigem pesquisas e avaliações constantes para
que possam ser utilizadas com segurança nos tratamentos restauradores.
Pretende-se, com este estudo, avaliar, através de um teste in vitro,
se os novos materiais cerâmicos e as fibras de vidro, atualmente utilizados como
subestrutura de próteses parciais fixas, apresentam características mecânicas
suficientes para possibilitar sua utilização em regiões de grandes esforços
mastigatórios, como materiais alternativos às ligas metálicas. Os valores médios de
resistência flexural de dois tipos de cerâmicas e de dois tipos de fibras de vidro,
serão obtidos através de um teste de três pontos e os resultados fornecerão dados
14
para a indicação clínica. Também será possível determinar quais materiais
apresentam os melhores resultados, quando avaliados por análise de significância
estatística.
15
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 FIBRAS DE VIDRO
Gibbs et al. (1986) avaliaram os limites da força de mordida humana.
Citaram os maiores valores reportados na literatura, encontrados nos esquimós,
como sendo de 348 lbs (158kgf). Testaram nesta pesquisa a hipótese de que as
forças de mordida em indivíduos com bruxismo e apertamento dental pode exceder
os valores referidos aos esquimós. Com o uso de um dinamômetro especial, os
maiores valores encontrados foram de 975 lbs (443 kgf) mantidos por
aproximadamente 2 segundos. Os valores reportados aos indivíduos sem
parafunções foram de 20 a 127 kgf. Os autores concluíram que em alguns indivíduos
com bruxismo, a força de mordida pode ser seis vezes maior que em indivíduos com
dentição natural sem parafunções.
Figun e Garino (1989) descreveram que a ação mastigatória recebe
interferência das forças representadas pelos músculos da mastigação e os dentes e,
portanto, deve-se considerar: a intensidade das forças que os músculos devem
desenvolver para projetar os dentes inferiores contra os superiores, a intensidade
das forças que os dentes podem aceitar em oposição sem que, contudo, se lesem
ou se deteriorem os tecidos de sustentação e a intensidade da força que requer
cada tipo de alimento para ser fragmentado. Opinaram que a ação mastigatória não
depende somente da forma dos dentes, mas também da força que recebe através
do trabalho da musculatura mastigadora. Quanto mais próximo se encontra o dente
do local de aplicação das forças que levam os dentes inferiores contra os superiores,
maior será potência. De acordo com isso, a pressão que se exerce na zona dos
16
molares é máxima e decresce gradualmente em direção aos incisivos. Admitiram
que os músculos mastigadores podem exercer uma pressão de 90 a 136 kgf, mas
conceituaram como excepcional que sobre qualquer dente se produza uma força
que exceda 45 kgf. O limite dessa intensidade não reside nas possibilidades
musculares, mas na capacidade do dente e do periodonto para suportar forças
musculares superiores sem se alterarem. Descreveram as pressões ou forças
médias que agem sobre cada dente como: incisivo central superior – 19 kgf; incisivo
central inferior -15 kgf; incisivo lateral superior -15 kgf; incisivo lateral inferior - 22 kgf;
canino superior - 22 kgf; canino inferior – 26 kgf; primeiro pré-molar superior - 31 kgf;
primeiro pré-molar inferior – 32 kgf; segundo pré-molar superior - 30 kgf; segundo
pré-molar inferior - 28 kgf; primeiro molar superior - 36 kgf; primeiro molar inferior -
34 kgf; segundo molar superior - 35 kgf; segundo molar inferior - 33 kgf; terceiro
molar superior - 23 kgf e terceiro molar inferior - 40 kgf. Os autores relataram ainda
as funções estéticas, fonéticas e de preservação relacionadas ao sistema dental.
As normas técnicas para a realização de testes de profundidade de
polimerização, acabamento de superfície, absorção de água e solubilidade,
estabilidade de cor e resistência flexural em materiais que contenham monômeros,
polímeros e/ou cargas inorgânicas estão descritas na ISO 10477.(INTERNATIONAL
ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION, 1992). Para o teste de três pontos
torna-se necessária a confecção de, no mínimo, cinco corpos-de-prova com as
dimensões de 25 + 2mm x 2 + 0,1mm x 2 + 0,1mm, a partir de uma matriz metálica e
seguindo as instruções dos fabricantes. O equipamento para teste deve apresentar
velocidade de 1 + 0,3 mm/min, ou carga de 50 + 16 N/min, e um aparato para
receber o corpo-de-prova, com dois suportes paralelos de 2mm de diâmetro com a
distância entre os centros de 20 + 0,1 mm, e uma terceira haste, com 2mm de
17
diâmetro centralizada entre os dois suportes. A partir dos resultados obtidos, calcula-
se a resistência flexural em MPa.
Anusavice (1998a) enfatizou em seu livro as propriedades
mecânicas dos materiais dentários. Estas propriedades podem ser definidas pelas
leis da mecânica, isto é, a ciência física que lida com a energia e forças e seus
efeitos nos corpos. Salientou que um fator importante no desenho de uma prótese
dental é a resistência, a propriedade mecânica que assegura que a prótese sirva às
funções para as quais foi desenhada de maneira adequada e segura por um tempo
razoável. A resistência refere-se à habilidade da prótese resistir a forças (cargas)
sem que haja fratura ou deformação excessiva. Uma análise do potencial de falha
de uma prótese, sob forças aplicadas, deve ser relacionada com as propriedades
mecânicas do material protético já que são respostas mensuradas, elásticas ou
plásticas, destes materiais a uma força aplicada ou distribuições de tensões. O autor
definiu tensões e deformações, bem como as propriedades mecânicas embasadas
em deformações elásticas, detalhando os testes que podem ser aplicados para
aferição.
Vectris Pontic
®
(Ivoclar/Vivadent) é um material reforçado com fibras
para a confecção de estruturas de coroas e pontes, sem metal, translúcido e
estético. Constitui-se por camadas de feixes de fibras de vidro. O material é
aglutinado com o mesmo tipo de matriz de monômero Targis
®
(Ivoclar/Vivadent) que
assegura forte união e atua no sentido de distribuição homogênea das cargas
mastigatórias. As propriedades físicas permitem que, através da aplicação de vácuo,
pressão e luz possam ser obtidas estruturas com perfeito ajuste e sem tensões. Este
processo deve ser realizado no interior do aparelho Vectris VS1 de modo ordenado
18
e automatizado. As instruções de uso e os aparelhos utilizados foram
detalhadamente descritos.(VECTRIS, 1998).
Targis/Vectris
®
(Ivoclar/Vivadent) é um sistema sem metal para
restaurações estéticas em dentes anteriores e posteriores, recomendado na
fabricação de coroas e pontes. Um protocolo de avaliação clínica onde oitenta e oito
restaurações foram realizadas e avaliadas por 6 consultores durante um período de
15 meses foi descrito. Duas restaurações eram próteses de 3 elementos e as
restantes eram coroas unitárias (duas foram realizadas sobre implantes). Os
trabalhos foram produzidos por laboratórios credenciados. Antes da cimentação as
restaurações foram avaliadas quanto: adaptação ao modelo, anatomia oclusal,
adaptação ao dente, contato proximal, margens, oclusão e concordância de cor com
o dente adjacente. Aproximadamente 32% das restaurações foram avaliadas após
um ano nos seguintes aspectos: resistência à fratura/trinca, qualidade dos contatos
proximais, integridade marginal, resistência à infiltração, cor, ausência de
sensibilidade, resistência ao desgaste, satisfação do paciente e classificação geral.
As categorias foram classificadas em um escala de 1 a 5 em: ruim, regular, bom,
muito bom e excelente, respectivamente. Os critérios que dependiam do laboratório,
como adaptação ao modelo, anatomia oclusal e contorno receberam notas de muito
boas a excelentes. Aproximadamente 13% dos casos apresentaram contatos
proximais muito justos. A oclusão foi classificada com nota 4 com 46% dos casos
necessitando ajuste oclusal leve e moderado. A cor recebeu nota 4,3. Oitenta e dois
porcento das restaurações receberam notas boas a excelente para cor, com 18%
recebendo notas regular a boa. Os clínicos deram nota 4,7 para a facilidade de
cimentação. Após 1 ano, aproximadamente 32% das restaurações foram
reavaliadas. Uma havia fraturado e 2 haviam soltado. As demais restaurações
19
controladas não exibiram desgaste excessivo da restauração ou do dente adjacente
e nenhuma outra falha. Todos os pacientes estavam satisfeitos com os resultados e
apenas três relataram sensibilidade pós-operatória. Após 1 ano, 87% das
restaurações reavaliadas receberam notas entre muito bom e excelente. O sistema
Targis/Vectris
®
(Ivoclar/Vivadent) representa uma nova categoria de resinas
melhoradas e que os resultados em curto prazo são positivos; entretanto, só os
resultados em longo prazo poderão prever com maior acuidade o sucesso clínico
total destas restaurações. (TARGIS/VECTRIS, 1998).
Vallitu; Ruyter e Ekstrand (1998) avaliaram o efeito da água nas
propriedades flexurais dos polímeros para base de dentaduras reforçadas por fibras.
Foram utilizadas fibras de vidro trançadas e fibras de sílica trançadas disponíveis
para reforço de resinas para base de dentadura autopolimerizáveis e
termopolimerizáveis. As fibras foram orientadas a 45 graus de angulação ao longo
eixo das amostras (3,3mm X 10,0mm X 64,0mm). Amostras não reforçadas foram
utilizadas como controle. Amostras secas e as armazenadas em água, por mais de
48 semanas em água, foram analisadas com microscopia eletrônica para avaliar o
grau de adesão da fibra a matriz. A resistência transversa das amostras reforçadas e
não-reforçadas diminuíram durante as 48 semanas de armazenagem em água,
sendo que, a maior redução ocorreu nas primeiras quatro semanas de
armazenagem. O módulo flexural de amostras não-reforçadas diminuiu
significantemente (p<0.001), enquanto as amostras reforçadas tiveram pouca ou
quase nenhuma modificação. Microscopia de varredura não mostrou diferença na
adesão das fibras de vidro a matriz de polímero comparado às amostras secas, mas
houve diminuição da adesão das fibras de sílica a matriz em armazenagem em
água. Concluíram que a armazenagem em água diminuiu a resistência transversa
20
das amostras reforçadas por fibra de vidro em 14% e nas amostras reforçadas por
fibras de sílica 36%.
Armstrong e Kimball (1999) descreveram as resinas laboratoriais
atuais, suas vantagens em relação às cerâmicas dentais, além de sua possibilidade
de reparo intrabucal. Salientaram que a incorporação de fibras de reforço aumentam
a resistência à flexão das resinas de 125 + 25 MPa (quando sozinhas) para
aproximadamente 1000 MPa. Estes resultados possibilitam a indicação de
compósitos, reforçados com fibras, em próteses fixas de três elementos, com espaço
entre os pônticos de no máximo 20mm. A fabricação laboratorial de próteses, com
fibras de reforço, é uma técnica sensível que exige rigor na realização do protocolo
para obtenção de qualidade nos resultados. Os autores descreveram o
Sculpture/FibreKor
®
(Jeneric/Pentron) e relataram detalhadamente um caso clínico
de prótese fixa anterior de três elementos. Concluíram relatando que um adequado
planejamento, bem como os procedimentos clínicos bem realizados são essenciais
para o sucesso do tratamento.
Krejci et al. (1999) descreveram o sistema
Targis/Vectris
®
(Ivoclar/Vivadent). Informaram (através de dados do fabricante) a
composição básica do cerômero e das fibras além de algumas propriedades físicas
como módulo de elasticidade e dureza Vickers. Indicaram o sistema para próteses
fixas nas regiões anteriores e posteriores, com preparos em forma de slots, inlays,
onlays, overlays, coroas totais, coroas parciais e veneers. Como vantagens
apresentaram: a possibilidade de preservação de tecido dental (pois permitem
preparos parciais) e a ótima translucidez (não necessitam subestrutura metálica). Os
autores salientaram a importância do criterioso preparo dental e apresentaram as
normas de referência ideais, os instrumentos necessários, procedimentos de
21
moldagens, restaurações provisórias, as técnicas laboratoriais de fabricação e a
cimentação. Concluíram afirmando que, apesar de promissor, o sistema necessita
acompanhamento em longo prazo.
Bartsch (2000) relatou que o sistema Targis/Vectris
®
(Ivoclar/Vivadent) surge como uma alternativa viável para restaurações metal-free.
Apresentou dados de resistência à fratura ao Vectris de 740N. Estas restaurações
apresentam alta qualidade, combinada com praticidade de confecção, quando
comparadas às cerâmicas. O autor descreveu os procedimentos clínicos e técnicos
para a confecção de uma prótese de três elementos e a ótima estética que o sistema
oferece. Concluiu evidenciando que, como qualquer nova tecnologia, um tempo
suficiente de análise é exigido para que os métodos e materiais assegurem
aplicabilidade e resultados favoráveis.
Behr et al. (2000) estudaram as propriedades mecânicas de
compósitos reforçados com fibra usando processos de adaptação por vácuo/pressão
e manual. Avaliaram a influência do conteúdo de fibra e armazenagem em água na
resistência flexural de barras (25mm X 4mm X 2 mm)
obtidos com dois compósitos
reforçados com fibra, sistema Vectris
®
(Ivoclar/Vivadent) e FibreKor
®
(Jeneric/Pentron). Utilizaram um método de adaptação manual (FibreKor
®
; n=30) e
um processo de vácuo/pressão (Vectris
®
, n=30). Um grupo do Vectris
®
e FibreKor
®
(n=10) foi armazenado em água por 24 horas, um segundo grupo foi termociclado
por 6000X em 5º/55ºC, e um terceiro grupo foi armazenado em água por 30 dias à
37ºC. Todas as barras foram carregados até a fratura usando o teste de resistência
à fratura de três pontos e a resistência flexural foi calculada. O volume percentual de
fibra (vol%) foi determinado. A resistência flexural diminuiu significativamente com o
aumento do tempo de armazenagem independente da fibra e sistema de fabricação.
22
Com os parâmetros de 24h há 30 dias, a média na resistência flexural para os barras
de Vectris foi 618/579/545 N/mm
2
, e FibreKor 585/534/499 N/mm
2
. O conteúdo de
fibra do Vectris
®
foi determinado em 28,1 vol% e 12,8 vol% para os barras de
FibreKor
®
. Após 24 horas de armazenagem em água, as barras de Vectris
®
e
FibreKor
®
apresentaram um valor estatisticamente maior na resistência flexural do
que após 30 dias de armazenagem em água. O processo de fabricação de
vácuo/pressão em contraste com a adaptação manual resultou em um aumento
significativamente no conteúdo de fibras, mas não necessariamente levou a um
aumento da resistência flexural. Os autores concluíram que não apenas o conteúdo
de fibra, mas também a composição da matriz e a união das fibras a matriz
determinaram as propriedades das resinas compostas reforçadas por fibras.
Freilich et al. (2000) descreveram as vantagens e desvantagens da
utilização de metais e cerâmicas em próteses fixas. A composição, arquitetura e as
propriedades mecânicas dos compósitos, reforçados com fibras, foram
detalhadamente analisados. Também foi descrito o teste de resistência flexural (que
é o mais amplamente reportado para avaliações de resistência de polímeros e
resinas reforçadas por fibras). Os autores citaram ainda os valores médios de
resistência flexural de fibras de vidro e polietileno (300 a 1000 MPa), em
dependência da preparação da amostra e da geometria. Enfatizaram que as
propriedades das ligas metálicas não são medidas em resistência flexural, mas em
tensão, o que dificulta estabelecer um paralelo de estruturas metálicas e estruturas
de fibra em situações clínicas de próteses de três elementos, mas, para propósitos
de comparação, os valores iniciais e finais de ligas de ouro são 500 a 750 MPa.
Também recebeu amplo enfoque a fabricação laboratorial e preparos dentais em
próteses fixas, a técnica utilizada para reparos de próteses em acrílico, o
23
gerenciamento de problemas clínicos e as perspectivas futuras para a aplicação das
fibras de reforço.
A norma ISO 4049 apresentou os requisitos necessários para os
materiais utilizados para restaurações da superfície oclusal (não incluindo materiais
utilizados na prevenção de cáries e materiais utilizados como veneer de estruturas
metálicas). Em relação aos testes para avaliação de resistência flexural, orienta a
utilização do teste de três pontos e a utilização de uma matriz metálica para a
confecção dos corpos-de-prova com as dimensões de 25 + 2mm x 2 + 0,1mm x 2 +
0,1mm. Recomenda a utilização de um equipamento, apropriadamente calibrado,
que forneça velocidade de carga, com 0,75 + 0,25 mm/min ou 50 + 16 N/min, e um
aparato para a aplicação de carga que consiste em dois suportes paralelos, com 2
mm de diâmetro, com distância entre os centros de 20 + 0,1mm, e um terceiro ponto
com 2 mm de diâmetro, localizado entre os dois suportes, para que a força seja
aplicada centralmente até o ponto de deformação permanente ou fratura completa. A
partir dos resultados obtidos, calcula-se a resistência flexural em MPa.
(INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION, 2000).
McNeill (2000) definiu oclusão como a relação dinâmica funcional e
morfológica entre todos os componentes do sistema mastigatório, incluindo dentes,
tecidos de suporte, sistema neuromuscular, articulações temporomandibulares e
esqueleto craniofacial. Relatou que as forças normais geradas durante a mastigação
e a deglutição são de 40% da força oclusal máxima. As forças, geradas pela oclusão
forçada máxima na posição de intercuspidação, são descritas na faixa de 244N
(50lb) a 1.250N (280lb) com limite superior de 4.339N (975 lb). Em outros estudos, a
força oclusal molar unilateral média foi mensurada na faixa de 189 +
78N e no lado
da oclusão preferida foi de 211 +
77N. As cargas axiais dos dentes em direção
24
levemente mesial, permitem que as forças reacionais ao fechamento, ou durante a
oclusão forçada, sejam transmitidas vertical mais do que lateralmente, ao longo ou
próximo do longo eixo dos dentes. As cargas não axiais geram movimentos
mecânicos, ou forças de torque, próximas ou sobre a crista alveolar. Concluiu que os
objetivos fundamentais da terapia oclusal precisam ser baseados em fundamentação
científica.
Vallitu (2000) determinou o efeito da armazenagem em água por 180
semanas nas propriedades flexurais dos polímeros para base de dentaduras,
quando reforçados por fibras. Fibras de vidro trançadas e fibras de sílica trançadas
foram usadas para reforço de resinas para base de dentadura autopolimerizáveis e
termopolimerizáveis. As fibras foram orientadas a 45 graus de angulação ao longo
eixo das amostras. Amostras secas (controle) e aquelas armazenadas em água por
180 semanas foram analisadas, com microscopia eletrônica. para avaliar o grau de
adesão da fibra a matriz. A resistência transversa das amostras reforçadas e não-
reforçadas diminuíram durante as 180 semanas de armazenagem em água, sendo
que a maior redução ocorreu nas primeiras semanas de armazenagem. O módulo
flexural de amostras não-reforçadas diminuiu significantemente (p<0.001), enquanto
as amostras reforçadas tiveram pouca ou quase nenhuma modificação. Microscopia
de varredura não mostrou diferença na adesão das fibras de vidro a matriz de
polímero comparado às amostras secas, mas houve diminuição da adesão das
fibras de sílica a matriz em armazenagem em água. Concluiu que a armazenagem
em água diminuiu a resistência transversa das amostras reforçadas por fibra de vidro
e nas amostras reforçadas por fibras de sílica.
Xu (2000) testou a hipótese de que filamentos cerâmicos
aumentariam consideravelmente a resistência de compósitos termopolimerizáveis e
25
que a quantidade de carga, a temperatura de polimerização e o tempo influenciariam
significativamente as propriedades dos compósitos. As partículas de sílica foram
fundidas em filamentos para facilitar a silanização e criar rugosidades que
melhorariam a retenção à matriz. O percentual em peso dos filamentos variou de
zero a 79%, a temperatura variou de 80 à 180ºC e o tempo de presa de 10 min a 24
horas. A resistência flexural e resistência à fratura dos compósitos foram avaliadas,
e as amostras fraturadas foram observadas em MEV. O nível de carga apresentou
efeito significante nas propriedades do compósito; o compósito com filamentos
cerâmicos com nível de carga de 70% apresentou uma resistência flexural em MPa
de 248 ± 23, significativamente maior que os 120 ± 16 de um compósito para
inlay/onlay usado como controle e 123 ± 21 de um compósito laboratorial usado
como controle. O tempo de termo-polimerização também apresentou um papel
significante. À 120ºC, a resistência do compósito polimerizado por 10 min foi 178 ±
17, menor que 236 ± 14 do compósito polimerizado por três horas. A resistência do
compósito reforçado por filamentos não foi degradada após a armazenagem e
envelhecimento por 100 dias. Concluiu que a resistência flexural e à fratura dos
compósitos com filamentos cerâmicos foi próximo ao dobro das resinas compostas
atualmente disponíveis para inlay/onlay e de compósitos laboratoriais.
Bae et al. (2001) mediram a resistência flexural (através de teste de
três pontos) e módulo de elasticidade de resinas compostas com e sem reforço de
fibras e avaliaram o efeito das várias fibras utilizadas. Foram estudadas: Ribbond
®
(Ribbond), Fibreflex
®
(BioCamp), Fibrekor
®
(Jeneric/Pentron), GlasSpan
®
(GlasSpan)
e Vectris
®
(Ivoclar/Vivadent). Corpos-de-prova, com dimensões de 25mm x 2mm x 2
mm, foram produzidos seguindo as orientações dos fabricantes e armazenados em
água destilada a 37º C por 24 horas (ISO 10477). Os testes foram realizados em
26
uma máquina de ensaio universal com velocidade de 1 mm/min. Após os testes, as
superfícies fraturadas foram analisadas em MEV. A resistência flexural de
compósitos não reforçados variou de 96 a 119 MPa e daqueles reforçados 203 a
386 MPa. O módulo de elasticidade das resinas sem reforço variou de 6 a 9 GPa e
das reforçadas variou de 9 a 15 GPa. Os autores concluíram que a presença de
fibras pode melhorar as propriedades mecânicas de resistência em até 300%.
Bottino; Quintas e Bondioli (2001) avaliaram as propriedades
mecânicas de duas resinas compostas, Charisma
®
(Heraeus Kulzer, Alemanha) e
Permalute
®
(Ultradent Products), e verificaram a influência da adição de uma fibra
(Ribbond
®
, Ribbond) na resistência à flexão das duas resinas. Foram preparados 52
corpos-de-prova, medindo 15mm de comprimento, 2mm de largura e 1mm de
espessura, com as resinas compostas associadas ou não a fibras. Os corpos-de-
prova foram divididos em quatro grupos (n=13), sendo o Grupo I somente de resina
composta Charisma
®
; Grupo II resina Charisma
®
+ Ribbond
®
; Grupo III somente de
resina Permalute
®
e Grupo IV de resina Permalute
®
+ Ribbond
®
. Os corpos-de-prova
foram submetidos ao ensaio de compressão de três pontos para verificar a
resistência flexural em um aparelho MTS-810 até à ruptura das mesmas e então
avaliados sob microscopia eletrônica de varredura. Os dados foram submetidos aos
testes paramétricos 1-way ANOVA, análise de variância e de Comparação Múltipla
de Tukey (5%), após o teste de homogeneidade de variância, teste de Levene, sob
nível de significância de 5%. Os corpos-de-prova do Grupo I obtiveram média de
164,71 MPa (desvio padrão = 21,49%); para o Grupo II, a média de ruptura foi de
292,28 MPa (desvio padrão = 34,24%); para o Grupo III, a média foi de 106,50 MPa
(desvio padrão = 24,02%) e, para o Grupo IV, os valores médios foram 61,70MPa
(desvio padrão = 24,92%). Os resultados demonstraram que a adição de fibras
27
entrelaçadas aumentou consideravelmente a resistência à flexão, sendo melhor para
Charisma
®
+ Ribbond
®
do que Permalute
®
+ Ribbond
®
. Concluíram, pela análise da
região fraturada, empregando-se o MEV, que não ocorreu reação química entre as
resinas compostas e as fibras, embora não apresentassem completa separação
entre a matriz e as fibras.
Felippe et al. (2001) descreveram que as fibras são materiais recém-
lançados na Odontologia e se apresentam sob a forma de fitas ou cordões
maleáveis. Além da excepcional resistência que possuem, quando agrupados, os
fios apresentam translucidez, em certos casos transparência, valorizando sua
utilização em muitas situações clínicas, praticamente em todas as especialidades,
em especial em Dentística e Prótese. Além da alta resistência e translucidez,
destacaram a grande maleabilidade dos produtos, sua leveza e a ausência de
oxidação em comparação com as estruturas metálicas como principais
características favoráveis ao seu emprego clínico. No artigo, revisam alguns
conceitos básicos a serem considerados na seleção do caso, na escolha do produto,
na técnica de utilização e na preservação do caso, relacionando-os aos sistemas de
fibras de reforço disponíveis.
Mandikos et al. (2001) avaliaram quatro resinas laboratoriais de
segunda geração quanto à resistência ao desgaste e dureza comparando-as com
dois materiais controle. 12 corpos-de-prova de cada material (Artglass
®
/ Heraeus
Kulzer, belleGlass
®
/ belle de St. Claire, Sculpture
®
/ Jeneric/Pentron e
Targis
®
/Ivoclar/Vivadent) com as dimensões de 11,1mm de diâmetro por 2,3mm de
profundidade foram produzidos de acordo com as orientações dos fabricantes. Os
materiais utilizados como controle foram: resina direta Heliomolar
®
e resina
laboratorial de primeira geração Concept
®
. Todos os corpos-de-prova foram testados
28
em uma máquina para simulação de 5 anos de uso e testes de dureza Vickers. O
material de controle (Concept
®
) apresentou resultados superiores de resistência ao
desgaste e dureza e menor rugosidade superficial. Os autores concluíram que os
resultados dos testes indicam que as resinas laboratoriais de segunda geração não
apresentaram melhorias em relação ao desgaste e dureza quando comparadas com
as resinas laboratoriais de primeira geração. No entanto, estes materiais
apresentaram uma performance satisfatória que indicam sua aplicação clínica.
Fantini (2002) relatou que a posição de máxima intercuspidação é
alcançada em torno de 5000 vezes por dia, durante as funções normais que incluem,
entre outras, o ciclo mastigatório e a deglutição. As cargas mastigatórias variam
entre os indivíduos, em função do sexo, dos padrões facial e muscular, e, numa
mesma pessoa, depende da idade, do estado emocional e do tipo de alimento a ser
mastigado. Destacou que as informações encontradas na literatura, relacionadas à
duração do contato dentário e a intensidade de cargas desenvolvidas durante a
mastigação são bastante variadas.
Gomes e Gomes (2002) descreveram as novas opções de materiais
restauradores posteriores indiretos - cerômeros. Relataram que em 1995 surgiu no
mercado esta nova classe de material restaurador estético adesivo indireto, que une
as vantagens das cerâmicas (excelente estética, resistência a abrasão, elevada
estabilidade) com as vantagens dos compósitos modernos (fácil aplicação, polimento
excelente, união química ao cimento resinoso, resistência a fratura e possibilidade
de reparos). Os autores também apresentaram as indicações, limitações, vantagens,
desvantagens e o protocolo clínico na aplicação do cerômero, em restaurações
indiretos em dentes posteriores, tanto para confecções de restaurações tipo inlay,
onlay, bem como em próteses adesivas posteriores metal-free.
29
Gomes et al. (2002) analisaram as características das resinas
laboratoriais de 2ª geração reforçadas por fibras – Sistema Targis/Vectris
®
(Ivoclar/Vivadent) e demonstraram seus aspectos técnicos e sua aplicabilidade em
prótese metal-free. Diversas marcas comerciais com seus sistemas de
polimerização, tipos de partículas, valores de resistência flexural, módulo de
elasticidade e indicações clinicas foram descritos. Um caso clínico de prótese parcial
fixa (com preparos intracoronários) foi relatado detalhadamente. Os autores
concluíram que devido ao alto módulo de elasticidade e reduzido potencial abrasivo
das resinas laboratoriais de 2ª geração reforçadas por fibras, podem substituir tanto
as cerâmicas quanto os metais em próteses fixas adesivas corretamente
selecionadas.
Hirata (2002) avaliou in vitro a resistência flexural e o módulo de
elasticidade de resinas compostas e fibras de vidro e polietileno através de um teste
de três pontos. Seis grupos foram confeccionados com a utilização de uma matriz
metálica bipartida e com dimensões de 25mm X 2mm X 2mm, sendo utilizado fibras
de vidro unidirecionais (Vectris
®
/ Ivoclar/Vivadent e Fibrex
®
/ Angelus), um grupo de
fibra de polietileno trançada (Connect
®
/Kerr) e três grupos de resinas compostas
(Targis
®
/ Ivoclar/Vivadent; belleGlass
®
/ Kerr; Z-250
®
/ 3M). As amostras foram então
carregadas até a fratura ou até ser registrado o colapso de 15% em uma máquina de
ensaio universal com velocidade de 1mm/min. Os resultados foram submetidos à
análise de variância ANOVA e teste t-student ao nível de significância p<0.05. Os
grupos de fibras de vidro unidirecionais IV-Vectris
®
(Ivoclar/Vivadent) e VI -Fibrex
®
(Angelus) obtiveram os valores médios estatisticamente maiores de resistência
flexural do que os demais grupos, porém não diferentes estatisticamente entre os
menores valores médios e não diferentes estatisticamente entre si. O grupo IV-
30
Vectris
®
/Ivoclar/Vivadent obteve os maiores valores médios de módulo de
elasticidade. A predominância de falhas nas amostras testadas foi de fratura
completa nos grupos de resinas compostas e de fraturas incompletas, com
delaminação superficial nas amostras do grupo IV-Vectris
®
(Ivoclar/Vivadent) e VI -
Fibrex
®
(Angelus), e fratura incompleta, com quebra de matriz resinosa ao redor das
fibras de polietileno, nas amostras do grupo II-Connect
®
/Kerr.
Lassila; Nohrström e Vallitu (2002) determinaram as propriedades de
resistência flexural de compósitos reforçados com fibras unidirecionais E-glass fiber
reinforcement
®
/Stick, Stik tech mediante as diferentes propriedades de sorção de
água dos compósitos. Corpos-de-prova produzidos com Sinfony
®
Activator/Espe
(n=30) Triad
®
Gel /Dentsply (n=30) e Scotchbond
®
Adhesive/3M (n=30) e diferentes
volumes porcentuais de fibras 0, 12, 23, 36 e 45% foram testados de acordo com a
ISO 10477 (teste de três pontos para resistência) após armazenagem em água por
30 dias. A absorção de água também foi avaliada. Corpos-de-prova com 45% de
fibras obtiveram resultados de resistência flexural que variavam de 759 a 916 MPa,
quando armazenados em ambiente seco. Quando armazenados em água os valores
variaram entre 420 a 607 MPa . A analise estatística (Anova) revelou diferenças
significantes entre os grupos de acordo com o volume de fibras presentes e o tipo de
matriz polimérica existente. A desidratação das amostras recuperou as propriedades
mecânicas. Os autores concluíram que as propriedades de resistência flexural dos
compósitos reforçados com fibras diminuem com a imersão em água e que o uso de
polímeros com baixa sorção de água parece ser benéfica para melhorar as
propriedades do sistema com fibras.
Moura Júnior et al. (2002) descreveram que, atualmente, foram
desenvolvidos alguns sistemas para a confecção das próteses parciais fixas, onde a
31
estrutura metálica, tradicionalmente utilizada como reforço, foi substituída por
diferentes tipos de fibras associadas a uma matriz resinosa. Sobre este conjunto de
fibras, uma camada de resina composta é utilizada como material estético de
recobrimento. Relataram que os fabricantes destes sistemas afirmam que esta
substituição melhora as propriedades estéticas sem prejuízo às propriedades físicas.
Os autores avaliaram a resistência à flexão de dois destes sistemas: Targis/Vectris
®
(Ivoclar/Vivadent) e Sculpture/Fibrekor
®
(Jeneric/Pentron). Vinte corpos-de-prova de
cada sistema foram confeccionados em um molde de aço inoxidável com as
dimensões de 4mm x 4mm x 20mm, sendo que o conjunto de fibras foi totalmente
recoberto pela resina composta de revestimento. Os ensaios foram realizados em
máquina servo-hidráulica MTS com velocidade de 1mm/min e célula de carga de 250
KN. Os resultados foram analisados estatisticamente pelo método não-paramétrico
de Mann-Whitney. Uma amostra de cada sistema foi analisada em Microscópio
Eletrônico de Varredura (MEV). Concluíram que o Sistema Targis/Vectris
®
apresentou médias de resistência flexural superiores estatisticamente que o Sistema
Sculpture/Fibrekor
®
, porém o Sistema Sculpture/Fibrekor
®
apresentou menor
variação nos resultados.
O sistema Fibrex-Lab
®
foi descrito como um sistema formado por
fibras de vidro impregnadas com resina composta fotopolimerizável, utilizado para
reforço estrutural em prótese fixa. Está indicado para reforço estrutural em próteses
fixas de 1 a 3 elementos, inlays, onlays e coroas totais confeccionadas com
polímeros (cerômero ou resina composta laboratorial). Apresenta excelente
translucidez, leveza, baixo custo, compatibilidade com outros sistemas de resinas
laboratoriais, biocompatibilidade e permite uma distribuição uniforme das cargas
32
mastigatórias. Este folheto promocional descreveu, ainda, as instruções de uso,
composição e apresentação do Fibrex-Lab
®
.(SISTEMA FIBREX-LAB, 2002).
Behr; Rosentritt e Handel (2003) descreveram os resultados clínicos
obtidos com próteses fixas de três elementos com preparos parciais (inlay) e totais e
também coroas totais unitárias em molares, produzidas com sistema Targis/Vectris
®
(Ivoclar/Vivadent) em um período de observação de 4 anos. No total, 38
restaurações foram realizadas em 19 pacientes. Destas, 17 foram próteses parciais
fixas cimentadas adesivamente, 5 foram próteses parciais fixas de três elementos
com preparos totais e 16 foram coroas unitárias em molares (6 cimentadas
adesivamente e 10 cimentadas convencionalmente com ionômero de vidro). Foram
avaliados: fratura da subestrutura ou revestimento, perda da cimentação, sinais de
desgaste e alterações de cor. Durante o período de observação não foram
reportados casos de perda da cimentação ou fratura da subestrutura. No entanto,
36% das próteses parciais fixas com preparos parciais (inlay) fraturaram o
revestimento. O número de casos com descolorações e sinais de desgastes
(inclusive com exposição da fibra) aumentou, com o passar dos anos, para todos os
tipos de restaurações. Uma prótese parcial fixa de três elementos, com preparos
totais, foi refeita por exigência do paciente (descoloração). Após 36 meses a taxa de
sobrevivência foi estimada em 82% para coroas totais unitárias e 72% para próteses
fixas de três elementos com preparos tipo inlay. Os autores concluíram que o
sistema de compósito reforçado por fibras estudado precisa de melhorias no sistema
de revestimento. Devido às descolorações, fraturas e sinais de desgaste em pouco
tempo de uso somente deveriam ser indicadas para restaurações provisórias.
33
Chong e Chai (2003) investigaram a probabilidade de falha sob
cargas de flexão de corpos-de-prova produzidos com Fibrekor
®
/Sculpture
(Jeneric/Pentron), Vectris/Targis
®
(Ivoclar/Vivadent), VITA In-Ceram
®
/ Alumina/Vita α
e VITA In-Ceram
®
/ Zirconia/Vita α. Um sistema metalocerâmico (PG200/Vita
Omega
®
) serviu como controle. Dez barras (22,00 mm x 8,0 + 0,1 mm x 2,0 + 0,1
mm) foram fabricadas com cada sistema e submetidos ao teste de três pontos. Os
resultados principais de resistência foram: Fibrekor/Sculpture
®
613 + 132N,
PG200/Vita Omega 512 + 219N, VITA In Ceram
®
Zirconia 286 + 30N, Vectris/Targis
®
320 + 92N e VITA in Ceram
®
Alumina- 237 + 43N. Os autores concluíram que a
probabilidade de falha do Fibrekor/Sculpture
®
foi significantemente menor que do
Vectris/Targis
®
, VITA In Ceram
®
Alumina/ Vita α ou VITA In Ceram
®
Zirconia /Vita α.
As fibras de vidro são utilizadas por vários segmentos industriais,
principalmente pela indústria aeroespacial e automobilística, além da indústria
náutica. Suas propriedades físicas, como a baixa condutividade térmica e elétrica,
além de sua alta resistência, chamaram a atenção da área odontológica, que
percebeu neste material uma alternativa estética para a substituição de estruturas
metálicas. O sistema Fibrex-Lab
®
foi relatado tecnicamente como um material
composto, reforçado com fibras de vidro, para a confecção de estruturas translúcidas
de coroas e pontes. Encontra-se na dependência do emprego de fontes de luz
associadas a calor e vácuo para sua construção, permitindo maior grau de
conversão da matriz, com menor grau de contração de polimerização e maior
resistência final do produto. A diferença existente na estrutura arquitetônica permite
que sua indicação seja ampla, dependendo da estrutura que se deseja obter e das
propriedades físicas finais necessárias. O Fibrex Medial
®
apresenta-se como uma
manta de fibras de vidro unidirecionais com diâmetro de 2,5mm e 10,5cm de
34
comprimento. Finalizaram descrevendo os valores obtidos em testes de Tensão de
força máxima (612,8 MPa -seguindo a ISO 10477) e módulo de elasticidade (9404,0
GPa - seguindo a ISO 10477).(FIBREX-LAB, [2003]).
Nakamura et al. (2003) propuseram em seu estudo examinar a
resistência flexural e o módulo de elasticidade de compósitos reforçados por fibras
utilizadas para a fabricação de próteses parciais fixas com preparos intracoronários
(inlays). Utilizaram na pesquisas Vectris
®
(Ivoclar/Vivadent), Fibrekor
®
(Jeneric/Pentron), um material experimental Br-100 (kuraray), Targis
®
(Ivoclar/Vivadent), Sculpture
®
(Jeneric/Pentron) e Estenia
®
(Kuraray). Cinco corpos-
de-prova de cada material foram produzidos com dimensões de 25 mm x 2mm x
2mm de acordo com a ISO 4049 e avaliados através do teste de três pontos com
velocidade de 1mm/min. Os resultados de resistência flexural e módulo de
elasticidade respectivamente foram: Estenia
®
193 + 12 MPa e 20,9 + 05 GPa,
Targis
®
132 + 13 MPa e 7,9 + 08 GPa, Sculpture
®
166 + 15 MPa e 9,6 + 0,9 GPa,
Br-100 686 + 21 MPa e 25,4 + 1,3 GPa, Vectris
®
634 + 27 MPa e 19,0 + 2,4 GPa e
Fibrekor
®
567 + 20 MPa e 26,7 + 4,5 GPa. Corpos-de-prova laminados
Targis/Vectris
®
, Estenia
®
/BR-100 e Sculpture/Fibrekor
®
,nas dimensões de 25mm x
2mm x 2mm foram testados, também, em diferentes espessuras de subestrutura (0,5
mm, 1,0 mm e 1,5 mm) Os autores observaram que quando a espessura de
subestrutura dobrava de 0,5 mm para 1,0 mm a carga aplicada também duplicava,
sugerindo que o efeito do reforço poderia ser melhorado com o aumento da
espessura da subestrutura. No entanto, quando a espessura aumentou para 1,5
mm, a carga máxima aplicada não aumentou. Este resultado pode ser atribuído ao
fato da grande diminuição do material de revestimento reduzir a força superficial. Os
autores concluíram que a combinação do Estenia
®
(Kuraray) com o sistema
35
experimental de fibras resultou em melhores valores de resistência flexural e módulo
de elasticidade.
Rosentritt; Behr e Handel (2003) compararam a resistência à fratura
de próteses parciais fixas realizadas com preparos totais e parciais (inlays) após
simulações de 5 anos de utilização. As restaurações foram realizadas com sistemas
totais cerâmicos, fibras de reforço e a combinação de cerâmicas e fibras
(experimentais). Todas as restaurações foram cimentadas em molares humanos
extraídos, receberam ciclagem térmica, desgaste mecânico e foram testados com
carga até a fratura. Foram avaliados: Vectris
®
(Ivoclar/Vivadent), IPS Empress
®
2
(Ivoclar/Vivadent), Zircônia Lava
®
(3M). Os menores valores de resistência flexural
foram obtidos com o sistema IPS Empress
®
2 com preparos totais (350N). O sistema
experimental (fibra/cerâmica) apresentou valores médios de 1000 a 1400 N. Os
autores concluíram que a técnica híbrida (cerâmica/fibra) representa uma
interessante alternativa e sugeriram novas pesquisas.
Song et al. (2003) analisaram o efeito do tipo de preparo e da
distância entre os retentores na resistência à fratura de compósitos reforçados por
fibras, em próteses parciais fixas com preparos intracoronários (inlays). 40 pré-
molares inferiores e 40 molares inferiores humanos extraídos e livres de cáries foram
posicionados em resina acrílica com distância entre os retentores de 7 mm e 11 mm
para representar a perda de um pré-molar e um molar respectivamente. Os corpos-
de-prova foram randomicamente divididos em 4 grupos (n=10): GA - espaço de 7
mm com preparo proximal tipo tubo; GB- espaço de 11 mm com preparo proximal
tipo tubo; GC - espaço de 7 mm com preparo proximal tipo caixa; GD - espaço de 11
mm com preparo proximal tipo caixa. Próteses parciais foram produzidas com
Targis/Vectris
®
(Ivoclar/Vivadent) e cimentadas com Variolink
®
II (Ivoclar/Vivadent).
36
Força vertical foi aplicada ao centro da prótese com velocidade de 1 mm/min. Os
resultados de resistência à fratura foram: GA – 1368 + 212N, GB – 885 + 109N; GC
– 1779 + 317N e GD – 1336 + 281N. O GC apresentou resultados estatisticamente
melhores que os demais grupos. Descolamento foi observado somente em pré-
molares com preparos tipo tubo. Os autores concluíram que apesar das limitações
do estudo in vitro, as próteses parciais fixas com preparos tipo caixa proximal podem
ser uma alternativa interessante para espaços edêntulos pequenos.
Alander et al.(2004) descreveram que os compósitos reforçados por
fibras (FRC) consistem em fibras embebidas uma matriz polimérica. A resistência
das FRC depende da impregnação das fibras pela matriz resinosa, adesão dessas
fibras à matriz, quantidade e orientação das fibras. As falhas causadas pelas forças
externas podem ocorrer pela quebra da fibra, da matriz polimérica e de sua interface.
As quebras e fraturas internas nos corpos-de-prova podem ser avaliadas pela
emissão de sinais acústicos dos materiais. Foi relatado que os valores de resistência
flexural reportados na literatura informam apenas a força final aplicada e esses
resultados podem ser questionados. Com esta pesquisa, os autores examinaram
através de sinais acústicos, os valores iniciais e finais relacionados às deformações
dos compósitos reforçados por fibras. Corpos-de-prova foram confeccionados
seguindo a ISO 10477, com seis fibras disponíveis no mercado e 5 resinas
fotopolimerizáveis seguindo as recomendações dos fabricantes. A emissão de sinais
acústicos, foram monitorados por computador. As fibras testadas foram: Stick
®
(Stick Tech), everStick
®
(Stick Tech), Vectris
®
(Ivoclar/Vivadent), Fibrekor
®
(Jeneric /
Pentron), Connect
®
fiber(Kerr) e Ribbond
®
(Ribbond Inc). Os valores iniciais da
emissão de sinais de fratura foram de 107 MPa (Ribbond
®
) a 579 MPa (everStick
®
).
Os valores finais de resistência flexural foram de 132 MPa a 764 MPa, sendo os
37
valores maiores referentes ao everStick
®
e Vectris
®
e os menores para o Ribbond
®
.
Os autores concluíram com este estudo que os valores de emissão acústica iniciam
com níveis de stress 19-32% mais baixos que os registrados na força final de fratura
e normalmente reportados na literatura.
2.2 CERÂMICAS
Hüls (1995) relatou que as próteses convencionais metálicas e
metalocerâmicas apresentam carência ou pontos fracos típicos, como problemas
estéticos, perioprotéticos, corrosão e intolerância aos metais. Por este motivo, há
muito tempo, as novas tecnologias têm experimentado um contínuo
desenvolvimento, principalmente nas cerâmicas livres de metal. Nenhuma delas, no
entanto, chegou a se impor realmente, principalmente por deficiências relativas à
resistência mecânica. Salientou que, com as massas cerâmicas de infiltração VITA
In-Ceram
®
, dispõe-se pela primeira vez de uma tecnologia que pode ser considerada
uma alternativa adequada às restaurações metalocerâmicas. Graças a sua elevada
resistência, permite ser indicada, além das coroas anteriores e posteriores, também
em pontes, o que oferece uma gama interessante de aplicações clínicas. O autor
considerou as tolerâncias, contra defeitos e erros de preparação, notavelmente mais
baixas que nas próteses metálicas, e por isto, enfatizou as regras de preparação e
cimentação. Descreveu as versões especiais de coroas de VITA In-Ceram
®
e os
resultados clínicos depois de 6 anos de aplicação, apresentando um índice de êxitos
e perdas. As vantagens, desvantagens e as contra-indicações foram relatadas. Os
últimos desenvolvimentos tecnológicos e clínicos, como o In-Ceram
®
Celay, In-
Ceram
®
Spinell e o In-Ceram
®
Zircônia, foram apresentados.
38
Anusavice (1998b), descreveu que o futuro das cerâmicas dentárias
é brilhante devido ao crescente aumento da demanda de restaurações cerâmicas e
poliméricas e do reduzido uso do amálgama e tradicionais restaurações metálicas
fundidas. O autor classificou e detalhou a composição das porcelanas odontológicas,
bem como as suas propriedades físicas e mecânicas. Relatou que o comportamento
de friabilidade das cerâmicas e sua baixa resistência à tensão, comparada com
aquelas previstas das uniões entre átomos, podem ser compreendidos
considerando-se a concentração ao redor de defeitos superficiais. Enquanto metais
podem ceder a altas tensões por se deformarem plasticamente, as cerâmicas
tendem a não possuir um mecanismo para ceder às tensões sem fraturarem como
os metais e, portanto, fraturas podem propagar-se através de um material cerâmico
sob baixos ou médios níveis de tensões. Os desenhos das restaurações cerâmicas
devem ser planejados de forma a evitar alterações abruptas, na forma ou espessura,
que podem atuar como fatores de concentrações de tensões, tornando a
restauração susceptível à falha.
Höland (1998) descreveu os fundamentos científicos do sistema IPS
Empress
®
2 (Ivoclar/Vivadent) comparando suas propriedades com as do IPS
Empress
®
. Relatou que a resistência a flexão do IPS Empress
®
(120 MPa) não
permite sua utilização em próteses parciais fixas o que levou ao desenvolvimento do
IPS Empress
®
2 (350 + 50 MPa). Descreveu o sistema IPS Empress
®
como uma
cerâmica de vidro reforçada com leucita tendo 30% - 40% de volume de cristais e o
IPS Empress
®
2 como uma cerâmica de vidro com cristais de dissilicato de lítio e de
ortofosfato de lítio com aproximadamente 60% de volume de cristais. Concluiu que a
maior proporção do volume da fase cristalina do IPS Empress
®
2 explicaria, em
parte, os melhores valores de resistência mecânica.
39
A ISO 6872 especificou as exigências e os testes para os materiais
cerâmicos. Para o teste de resistência flexural por três pontos, as amostras devem
apresentar comprimento de pelo menos 20mm, largura de 4,0 + 0,25 mm e
espessura de 1,2 + 0,2mm. O equipamento para teste deve apresentar velocidade
de 1 + 0,5 mm/min. Para as cerâmicas, utilizadas na fabricação de estruturas de
suporte de coroas unitárias, a resistência flexural mínima, exigida para aprovação
nos testes, é de 100 MPa. (INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR
STANDARDIZATION,1998).
O sistema de cerâmica IPS Empress
®
2(Ivoclar/Vivadent) foi descrito
como uma estrutura de dissilicato de lítio, injetada, que permite a fabricação de
restaurações unitárias e próteses fixas de três elementos. A seleção das cores,
fabricação dos modelos de trabalho, aplicação do espaçador, enceramento,
colocação dos sprues, fundição, acabamento das estruturas bem como a utilização
do forno EP500 e as temperaturas adequadas para a correta cocção da cerâmica
também foram descritos.(IPS EMPRESS
®
2, 1998).
Schweiger et al. (1999) relataram que as novas direções da
odontologia estética demandam o desenvolvimento de materiais cerâmicos com
excelentes propriedades ópticas, alta translucidez, e ao mesmo, tempo altas
propriedades mecânicas, alta resistência à fratura e ótima resistência química. O
material também deve ter fácil manuseio para o técnico. Os autores descreveram as
características mecânicas, físicas e ópticas do IPS Empress
®
2 (Ivoclar/Vivadent),
como ideais para a confecção de próteses fixas metal-free de até três elementos. Os
resultados, obtidos através do teste de três pontos (seguindo a ISO 6872) para
análise da resistência flexural, são registrados como sendo 350 +
50 MPa. Torna-se,
40
no entanto, fundamental a observação da espessura mínima para os conectores de
4mm X 4mm.
Mito e Sorensen (1999) relataram a fabricação de uma prótese fixa
com IPS Empress
®
2
(Ivoclar/Vivadent), salientando a importância da realização de
um adequado preparo dental e detalhando os procedimentos de fabricação da
cerâmica. Concluíram considerando este sistema uma ótima solução para próteses
anteriores e posteriores até pré-molar e afirmam que o IPS Empress
®
2
(Ivoclar/Vivadent) não é o primeiro sistema para confecção de próteses metal-free,
mas, possivelmente, é o de mais fácil fabricação já que utiliza o mesmo sistema de
cera perdida da fabricação da subestrutura de uma metalocerâmica convencional.
Sorensen (1999) informou que o IPS Empress
®
2 (Ivoclar/Vivadent) é
um sistema total cerâmico, recentemente introduzido no mercado para a confecção
de coroas unitárias e próteses fixas de três elementos (para pônticos até primeiro
pré-molar). Este sistema apresenta nova química e estrutura cristalina que eleva a
resistência à fratura e a resistência flexural. O autor descreveu as dimensões críticas
do conector e o desenho da subestrutura, além de orientar os procedimentos de
preparação dental e os procedimentos de cimentação. Concluiu apresentando um
caso clínico, realizado com o sistema IPS Empress
®
2 (Ivoclar/Vivadent).
Wirz e Jäger (1999) avaliaram os sistemas para próteses fixas mais
comumente utilizadas. Apresentaram, como características positivas nas coroas
totalmente metálicas, o baixo custo, a facilidade de confecção e a possibilidade de
cimentação convencional. As desvantagens encontram-se na coloração do metal. As
coroas metalo-plásticas apresentam como desvantagens a retenção de placa e a
instabilidade química. Já as coroas metalocerâmicas sem ombro apresentam
durabilidade, estética e possibilidade de cimentação convencional. No entanto,
41
podem apresentar-se antiestéticas com o passar dos anos, devido à presença da
cinta metálica. As coroas metal-free, para apresentarem características físicas e
mecânicas favoráveis, exigem preparos e espessuras mínimas, mas são estéticas e
apresentam estabilidade química. Concluíram relatando que esta avaliação deve ser
considerada como uma etapa, pois novas pesquisas e avaliações clínicas devem ser
rotineiramente realizadas.
Fradeani e Barducci (2000) informaram que o sistema IPS Empress
®
2 (Ivoclar/Vivadent) foi desenvolvido, a princípio, para a fabricação de próteses fixas
totalmente cerâmicas. Este sistema apresenta aumento na resistência flexural,
facilidade de utilização, resistência química e estética superior. Estas propriedades
contribuem para a versatilidade do sistema, incluindo seu uso para a fabricação de
coroas anteriores e posteriores, inlays, onlays e próteses fixas de três elementos
(sendo o último retentor o segundo pré-molar e preparos totais). Os autores
salientaram a importância da análise dos fatores que possam contra-indicar a
utilização do sistema IPS Empress
®
2 (Ivoclar/Vivadent). Concluem relatando a
confecção experimental de uma prótese parcial fixa de três elementos.
Garber et al. (2000) descreveram que as características ópticas das
próteses, totalmente em cerâmica, são altamente estéticas, mas sua tendência à
fratura remete a sua utilização em casos especificamente selecionados (ao contrário
da utilização em larga escala das próteses metalocerâmicas). Relataram que na
década de 1980, dois sistemas totalmente cerâmicos foram apresentados ao
mercado: Cerestore
®
(Johnson & Johnson, East Windsor, NJ) e Dicor
®
(Dentsply,
York, PA). No entanto, a baixa resistência à fratura e algumas características de
opacidade limitavam sua aplicação. Já, a partir de 1990, outros sistemas metal-free
apresentaram maior sucesso. O IPS Empress
®
2 (Ivoclar/Vivadent), cerâmica
42
injetada com a incorporação de leucita, apresentou melhores características de
resistência sem prejudicar as propriedades de translucidez. Suas características
permitem a sua utilização, como subestrutura de próteses fixas de três elementos,
quando os preparos permitam a confecção de conectores com pelo menos 4mm
2
. O
sistema VITA In-Ceram
®
também apresenta uma alternativa para a confecção de
próteses metal-free, sendo que, quando reforçadas com óxido de zircônio, têm
aumentado suas propriedades de resistência, mas as custas de um efetivo aumento
de opacidade. Os autores descreveram ainda o sistema Cerec
®
(Siemens) e
Procera
®
All Ceram (Nobel Biocare) e concluíram que os sistemas, totalmente
cerâmicos, são promissores, mas que cada sistema apresenta vantagens e
desvantagens sejam em relação à translucidez, opacidade ou resistência durante a
função mastigatória.
Höland et al.(2000) analisaram a microestrutura do IPS Empress
®
e
do IPS Empress
®
2 (Ivoclar/Vivadent) através da MEV. Propriedades como:
resistência flexural, tenacidade à fratura, translucidez, coeficiente de expansão
térmica, durabilidade e grau de cristalização também foram testados. A resistência
flexural foi verificada através de um teste de três pontos conduzido a uma velocidade
de 0,5 mm/min. Os corpos de prova com dimensões de 25mm x 4mm x 1,2 mm (ISO
6872) foram produzidos seguindo a orientação do fabricante. Os valores obtidos
foram: IPS Empress
®
– 112 + 10MPa e para o IPS Empress
®
2 – 400 + 40MPa. Os
autores concluíram que o IPS Empress
®
2 consiste de uma nova microestrutura de
cristais dissilicato de lítio embebidos em uma matriz de vidro com grau de
cristalização mais alto que o IPS Empress
®
e que essa nova química melhora as
suas propriedades mecânicas.
43
Lacy (2000) informou que a procura dos pacientes por restaurações
“da cor dos dentes” tem estimulado o desenvolvimento de uma variedade de
materiais restauradores estéticos. Dentes perdidos podem ser substituídos por
próteses parciais fixas que podem ser confeccionadas com ligas metálicas, metalo-
cerâmicas, resinas aderidas às estruturas metálicas e resinas reforçadas com fibras
de vidro. Cada material apresenta vantagens e desvantagens que limitam suas
indicações. O autor relatou que as cerâmicas atualmente utilizadas para próteses
metal-free exigem uma grande espessura dos conectores para apresentarem
resistência à fratura, o que contra-indica a confecção de próteses parciais fixas.
Considerou promissores os sistemas de resinas laboratoriais reforçadas com fibras.
Descreveu, como alternativa para próteses parciais fixas, a utilização de estruturas
metálicas, recobertas com resinas e cerâmicas, e detalha suas indicações, contra-
indicações, formas de preparos dentais, procedimentos laboratoriais, cimentação e
acabamento. Concluiu que este método exige um preparo pouco invasivo, apresenta
resistência aos esforços mastigatórios, além de satisfazer aos apelos estéticos dos
pacientes.
McLaren e White (2000) descreveram o VITA In-Ceram
®
Zircônia,
como uma nova opção para prótese fixa posterior de até três elementos. As
propriedades mecânicas e físicas deste material (valores de resistência flexural de
600 a 800 MPa) tornaram-no uma ótima opção para a confecção de próteses metal-
free. Os autores, no entanto, salientaram a importância de um cuidadoso
planejamento e recomendam específicos requisitos para os preparos dos elementos
dentais que incluem adequada redução, ombros marginais definidos, ângulos
internos arredondados e caixas proximais nas faces próximas ao espaço protético
(para possibilitar um aumento na espessura do conector). Os procedimentos
44
laboratoriais foram descritos detalhadamente. Concluíram recomendando as
dimensões ideais para a infra-estrutura do VITA In-Ceram
®
Zircônia e orientando os
procedimentos para uma adequada cimentação.
Apholt et al. (2001) avaliaram a resistência flexural do Cerec
®
2 In-
Ceram
®
Alumina (VITA) e In-Ceram
®
Zircônia (VITA). Objetivaram com o estudo, in
vitro, identificar os procedimentos de união para o In-Ceram que podem ser usados
para a produção de subestruturas próteses parciais fixas totalmente cerâmicas. Os
grupos produzidos foram (n=5) C1- VITA In-Ceram
®
Alumina, usinada pelo Cerec
®
2
(3mm x 4mm x 13mm) controle; C2 e C3- VITA In-Ceram
®
Alumina Slip /controle; C4
- VITA In-Ceram
®
Alumina block/controle; C5- VITA In-Ceram
®
Zircônia usinada pelo
Cerec
®
2/controle. Barras de teste de 3mm x 4mm x 13 mm foram produzidas pela
união de duas partes de materiais cortados de diferentes formas (perpendicular ao
longo eixo, 45º a partir da largura, 45º a partir da espessura e corte arredondado) e
unidos pelo sistema slip com o mesmo material de confecção. Os corpos-de-prova
foram submetidos ao teste de três pontos com velocidade 0,5 mm/min. Os
resultados obtidos para os grupos controle foram: C1: 511 + 59MPa; C2: 498 + 125
MPa, C3 :530 + 89 MPa; C4 :630 + 55 MPa e C5 :624 + 58 MPa. Os autores
concluíram que apesar de ter havido uma redução nas propriedades de resistência
flexural nos grupos que receberam a junção, estas ainda parecem ser indicadas para
aplicação clínica em estruturas para próteses parciais fixas.
Cando (2001) descreveu as características de um novo material, seu
procedimento de trabalho e o relato de um caso clínico. O autor considerou o VITA
In-Ceram
®
Zircônia como uma alternativa viável para a confecção de próteses com
estética e com grande confiabilidade em sua resistência, além de destacar sua
grande biocompatibilidade com os tecidos bucais, qualidade de ajustes e suas
45
propriedades que permitem cimentá-lo com técnicas não adesivas. Concluiu
avaliando a importância de análises periódicas (já que o sistema é relativamente
novo) e contra-indicando o sistema para pacientes com sinais de bruxismo muito
acentuados.
Rosa e Gressler (2001) descreveram um caso clínico em que o
paciente apresentava ausências dentárias (compensadas por uma precária prótese
removível) e severas alterações de oclusão. Após tratamento prévio com próteses
provisórias, foi realizado o tratamento definitivo no arco superior com próteses fixas,
livres de metal VITA In-Ceram
®
Zircônia, que, por suas características de ausência
de margem metálica, biocompatibilidade e resistência mecânica, proporcionam um
trabalho tanto esteticamente satisfatório quanto seguro do ponto de vista funcional.
O VITA In-Ceram
®
Zircônia apresenta como vantagens a excelente estética e
biocompatibilidade, ausência de margem metálica, alta fidelidade marginal, elevada
resistência à flexão e ruptura (suportando alto estresse funcional devido às
excelentes propriedades físicas) e baixa condutibilidade térmica. As experiências
clínicas com VITA In-Ceram
®
Alumina já ultrapassam. 12 anos, possibilitando muita
segurança quanto à sua utilização. Os autores relataram que a reabilitação, em VITA
In-Ceram
®
Alumina e VITA In-Ceram
®
Zircônia, proporciona excelente resultado
estético, biocompatibilidade, alta fidelidade marginal e baixa condutibilidade térmica,
bem como a resolução de problemas de resistência mecânica. Para os casos
anteriores, em que se necessita de maior translucidez e em que não há estresse
mastigatório, pode-se ainda fazer uso do VITA In-Ceram
®
Spinell. Concluíram que o
sistema VITA In-Ceram
®
, em virtude das melhorias de qualidade estética que pode
oferecer e da resistência mecânica alcançada pelo acréscimo de zircônia, indicado
para próteses fixas, pode fazer parte do nosso dia-a-dia com muita segurança. É
46
claro que, como todo material existente na Odontologia, deve ter suas indicações
respeitadas.
Tinschert et al. (2001) determinaram, in vitro, a resistência à fratura
de próteses parciais fixas produzidas com materiais cerâmicos. Utilizaram em sua
pesquisa IPS Empress
®
(Ivoclar/Vivadent), IPS Empress
®
2(Ivoclar/Vivadent), VITA
In-Ceram
®
Alumina, VITA In-Ceram
®
Zircônia e VITA DC
®
Zirkon. Um modelo que
simulasse uma situação clínica, com ausência do primeiro molar superior, foi
desenvolvido (preparos totais nos retentores). Próteses parciais fixas (PPF) foram
produzidas com cerâmica de subestrutura e também cerâmica de subestrutura +
revestimento. Todas as recomendações dos fabricantes foram seguidas. As PPF
foram cimentadas e testadas até a fratura em uma máquina de ensaio universal com
velocidade de 0,5mm/min. Os melhores resultados foram obtidos com VITA DC
®
Zirkon (valores excederam 2.000N). Foram encontrados resultados estatisticamente
significantes entre os grupos estudados. Os autores concluíram que com a utilização
de revestimento cerâmico, os resultados de resistência à fratura foram melhorados e
sugeriram estudos clínicos para avaliar a aplicabilidade dos sistemas totais
cerâmicos.
Cattell et al. (2002) testaram e compararam resistência flexural
biaxial e a confiabilidade da cerâmica IPS Empress
®
2 (Ivoclar/Vivadent) após
tratamento térmico e a adição de material de revestimento. Quarenta corpos-de-
prova na forma de discos com 2 X 14 mm e quarenta corpos-de-prova na forma de
disco com 1 X 14 mm foram produzidos seguindo as orientações do fabricante. Para
o Grupo 1 foram produzidos 20 corpos-de-prova com 2 X 14 mm através do sistema
injetável, para o Grupo 2 os 20 corpos-de-prova (2 X 14mm) receberam o
tratamento térmico recomendado para o revestimento, o Grupo 3 e 4 (1 X 14mm)
47
receberam revestimento com porcelana dentina Empress
®
. Os Grupos 1, 2 e 3
receberam polimento na superfície compressiva somente e o grupo 4 em ambas as
faces. Os corpos-de-prova foram testados com velocidade de 1,5mm/min. As médias
obtidas foram: Grupo 1- 265,5 + 25,7MPa; Grupo 2- 251,3 + 30,2 MPa; Grupo 3-
258,6 + 21,4 MPa e Grupo 4- 308 + 37,7MPa. Não houve diferenças estatísticas
entre os grupos 1, 2 e 3 (p> 0.05). Os autores concluíram que o tratamento térmico e
a adição de revestimento não afetaram a resistência flexural e a confiabilidade da
cerâmica de subestrutura. No entanto, o tratamento da superfície submetida tração
promoveu um aumento significativo na resistência flexural.
Chong et al. (2002) analisaram a resistência flexural do VITA In-
Ceram
®
Alumina e VITA In-Ceram
®
Zircônia através de um estudo comparativo.
Barras uniformes do material de subestrutura, assim como do material de estrutura
com lâminas de porcelana foram submetidos ao teste de três pontos para análise da
resistência flexural. Os dados obtidos foram analisados usando o método de Weibull.
Os padrões de fratura de ambos os sistemas foram determinados, usando o
microscópio eletrônico de varredura. O sistema VITA In-Ceram
®
Zircônia apresentou
resistência significativamente maior, quando comparado com o sistema VITA In-
Ceram
®
Alumina (com e sem lâminas de porcelana). Os autores concluíram,
portanto, que o sistema VITA In-Ceram
®
Zircônia demonstrou maior resistência
flexural que o VITA In-Ceram
®
Alumina.
Gomes (2002) descreveu que as cerâmicas, por apresentarem
excelente estética, têm sofrido modificações estruturais com a finalidade de torná-las
mais resistentes e possibilitar sua utilização como material restaurador, sem a
necessidade de associação ao metal. O autor apresentou, suas limitações bem
como as vantagens e desvantagens do uso da técnica adesiva indireta.
48
Guazzato et al. (2002) comparam as propriedades mecânicas do
VITA In-Ceram
®
Zircônia (IZ) e do VITA In-Ceram
®
Alumina (IA). Noventa e quatro
discos (16 mm diâmetro por 1,0 mm de espessura) e seis barras foram preparados
de acordo com as orientações do fabricante. Vinte e quatro discos de cada material
foram utilizados para testar a resistência flexural biaxial, 20 discos para testar a
tenacidade à fratura, 3 discos para avaliar a resistência a indentação. As barras (30
mm x 12,5mm x 1 mm) foram utilizados para medir o módulo de elasticidade. Os
resultados de resistência flexural biaxial foram IZ: 620 + 61 MPa e IA: 600 + 60
MPa. Não foram encontradas diferenças estatísticas entre os materiais quando
testados para resistência a indentação e tenacidade à fratura. Os autores concluíram
que apesar dos resultados satisfatórios obtidos após a realização dos testes
mecânicos, mais investigações são necessárias para a utilização clinica dos
sistemas totais cerâmicos.
Nakamura et al. (2002) avaliaram a resistência mecânica do sistema
IPS Empress
®
2 (Ivoclar/Vivadent) e a resistência à fratura de próteses parciais fixas.
Quatro tipos de materiais cerâmicos foram testados para avaliar a resistência flexural
(teste de quatro pontos) e a resistência à tensão diametral sendo (n=10): IPS
Empress
®
2 Core, IPS Empress
®
Porcelain, IPS Empress
®
e Dicor
®
(Dentsply).
Corpos-de-prova (com dimensões de 3,0mm x 4,0mm x 36,00 mm) foram produzidos
seguindo as orientações dos fabricantes. Os testes foram realizados em uma
máquina de ensaio Instron
®
com velocidade de 0,5 mm/min. Para o teste de tensão
diametral foram produzidos 10 corpos de prova cilíndricos de cada material com
dimensões de 5 mm de diâmetro e 4,0 mm de espessura. Para o teste de
resistência à fratura, próteses parciais fixas foram produzidas com IPS Empress
®
2
(n=5), IPS Empress
®
(n=5) e Dicor
®
(n=5). Retentores metálicos foram fabricados
49
para simular uma prótese fixa de três elementos que repusesse um incisivo central
superior esquerdo. As próteses foram cimentadas nos retentores metálicos com
cimento resinoso. Foram testados até a fratura com uma carga aplicada a 45º do
longo eixo dental. Os resultados de resistência flexural foram: IPS Empress
®
2: 329,
2 + 42,6 MPa, IPS Empress
®
Porcelain : 71,2 + 9,5 MPa, IPS Empress
®
: 151,0 +
17,1 e Dicor
®
: 171,0 + 28,0 MPa. Para o teste de resistência a fratura os valores
máximos obtidos foram IPS Empress
®
2: 1.424 N, IPS Empress
®
:607 N e Dicor
®
:
490 N (com fratura na região do conector). Os autores concluíram que o IPS
Empress
®
2 apresentou boas qualidades mecânicas e que seria muito importante
assegurar que as próteses parciais fixas apresentassem resistência suficiente nos
conectores. Para isso, é necessário uma espessura mínima de 16 mm².
Nishioka; Carvalho e Almeida (2002) descreveram que a utilização
de sistemas cerâmicos de elevada resistência flexural, recentemente desenvolvidos,
tem-se mostrado como uma alternativa de excelente resultado estético para a
resolução de ausências dentais na região anterior. No artigo, relataram um caso
clínico em que foram planejadas duas próteses adesivas anteriores totalmente
cerâmicas, empregando o sistema IPS Empress
®
2, restabelecendo a função e
estética de uma paciente com agenesia de ambos os incisivos laterais superiores.
Consideraram o sistema Empress
®
2 uma indicação assaz satisfatória para as
situações em que as próteses fixas adesivas convencionais são indicadas e a
estética é primordial. Concluíram que com base nas observações feitas no ato da
instalação das próteses, parece lícito considerar que a translucidez do sistema é
muito maior do que a das próteses metalocerâmicas, eliminando-se pontos de
opacidade e de baixa refletividade, o que possibilitou atingir o padrão de estética
exigido pela paciente, e que o sistema IPS Empress
®
2 pode ser considerado uma
50
valiosa alternativa para próteses adesivas livres de metal, pois as propriedades
mecânicas e ópticas alcançadas parecem atender às necessidades clínicas
satisfatoriamente.
Oliveira et al. (2002) relataram que dentistas e técnicos estão
constantemente à procura dos melhores resultados com restaurações em porcelana,
quanto à estética, função e adaptação marginal. O sistema IPS Empress
®
2(Ivoclar/Vivadent) é um dos novos sistemas de cerâmica encontrados no mercado
que podem ser usados para restaurações livres de metal. Apresentaram um caso
clínico de restauração posterior com o IPS Empress
®
2 e discutiram aspectos
técnicos da preparação do dente e das características do material. O sistema IPS
Empress
®
2 (Ivoclar/Vivadent) baseia-se na técnica da cera perdida, em que padrões
esculpidos em cera são incluídos em um revestimento refratário específico,
colocados em forno, para que possa ser feita a prensagem da porcelana derretida. A
caracterização da restauração pode ser realizada através de pintura superficial
(maquiagem) ou através da estratificação de camadas (o coping é encerado, e as
camadas posteriores são aplicadas de maneira convencional). Na técnica da
estratificação, o material da estrutura (componente de maior resistência) consiste em
cerâmica de vidro com cristais de diisilicato de lítio e ortofosfato de lítio, o qual é
recoberto pela cerâmica de vidro com cristais de fluorapatita. Na técnica da
maquiagem, cerâmica de vidro reforçada com leucita é utilizada. Concluíram
relatando que, para o melhor desempenho das restaurações na cavidade bucal, é
importante que, no preparo cavitário, sejam respeitadas as recomendações de
redução mínima de 1,5 a 2 mm e arredondamento dos ângulos internos.
Della-Bona; Mecholsky e Anusavice (2003) testaram a hipótese de
que a tenacidade de fratura de cerâmicas à base de dissilicato de lítio (IPS
51
Empress
®
2 (Ivoclar/Vivadent)-E2; Experimental (Ivoclar/Vivadent)-ES é maior do
que a de cerâmicas à base de leucita ou vidro (IPS Empress
®
(Ivoclar/Vivadent)-E1;
cobertura – GV). Vinte corpos-de-prova (20mm x 4mm x 1,2mm) foram fabricados
seguindo a ISO 6872 e testados em uma máquina de ensaio universal com
velocidade de 0,5mm/min com carga de flexão em quatro pontos até a fratura. As
superfícies fraturadas foram examinadas com microscópio eletrônico de varredura
para determinar o tamanho do defeito crítico usando princípios fractográficos. Os
valores médios de resistência flexural + desvio padrão são: E1: 85 + 14MPa; E2: 215
+ 40MPa; ES: 239 + 36MPa; GV: 0,8 + 0,09MPa. A análise estatística revelou que
as cerâmicas E2 e ES apresentam valores superiores de resistência flexural e
tenacidade de fratura do que as cerâmicas à base de leucita e vidro. Concluíram
relatando que os valores encontrados na pesquisa, são similares aos reportados na
literatura, usando os métodos tradicionais de determinação para tenacidade de
fratura.
Habekost et al. (2003) analisaram o efeito de diferentes tratamentos
superficiais sobre dois tipos de cerâmicas odontológicas, feldspática (Colorlogic-
Ceramco. Inc.) e reforçada por alumina (Vitadur Alpha- VITA), através de um ensaio
de resistência flexural biaxial. Foram confeccionados 28 corpos-de-prova em forma
de disco com 7mm de diâmetro e 1,54mm de espessura, separados em quatro
grupos: GI-cerâmica glazeada (controle), GII-cerâmica abrasionada com lixas, GIII-
cerâmica abrasionada com lixas e a seguir, polida mecanicamente com o sistema
Sof-Lex-SL (3M/ESPE) e GIV-cerâmica glazeada com lixas e a seguir, polida
mecanicamente com o sistema Sof-Lex-SL. Os corpos-de-prova receberam carga
biaxial de 0,5mm/min até a fratura. Os resultados foram submetidos a análise de
variância e ao teste de Tukey mostrando diferenças significantes entre os
52
tratamentos e as cerâmicas. Os autores concluíram que os corpos-de-prova que
foram apenas glazeados apresentaram maiores valores de resistência flexural. Os
demais tratamentos apresentaram os menores valores e não diferiram entre si. A
cerâmica com reforço de alumina apresentou melhor desempenho que a feldspática.
Hilgert et al. (2003) avaliaram a resistência à flexão de dois sistemas
cerâmicos e também realizaram análise morfológica destas estruturas com auxílio de
microscopia eletrônica de varredura (MEV). Para este estudo foram confeccionados
32 corpos-de prova em forma de barras de 25mm x 4mm x 3mm, sendo 18 em VITA
In-Ceram
®
Zircônia
e 18 em VITA In-Ceram
®
Alumina
. Foi realizado o ensaio de
flexão de três pontos em máquina de ensaios universal (EMIC) com velocidade de
0,5 mm/min, obtendo-se valores médios de resistência à flexão de 425,60 + 73,81
MPa para a alumina e 469,11 + 66,62 MPa para a zircônia. Concluíram relatando
que os dados obtidos foram submetidos à análise de variância (ANOVA), não sendo
observado diferenças estatísticas entre os grupos. Foi realizada a análise
morfológica dos sítios de fratura, através da MEV, sendo que, quando comparados
os grupos, observam-se semelhanças entre as estruturas.
Mendes; Pegoraro e Bastos (2003) relataram que o apelo estético
tem obrigado as indústrias de materiais odontológicos e os pesquisadores a buscar
materiais que apresentem, além da estética, a resistência suficiente para resistir às
forças mastigatórias. Avaliou a resistência à fratura por compressão axial de infra-
estruturas de próteses fixas de três elementos (1º pré-molar a 1º molar)
confeccionadas com VITA In-Ceram
®
Zircônia
e IPS Empress
®
2 (Ivoclar/Vivadent).
Vinte pré-molares e 20 molares foram fixados em blocos de resina distantes 8,0mm
entre eles, e receberam preparos tipo inlays com caixas ocluso-proximais. As caixas
apresentavam 4,0 mm de altura por 4,0 mm de largura. Após a obtenção dos
53
modelos em gesso, as infra-estruturas foram confeccionadas em laboratórios
credenciados e seguindo as orientações dos fabricantes dos materiais
odontológicos. A cimentação foi realizada com Variolink
®
II e posteriormente foram
submetidas à teste de carga por compressão pela ação de uma ponta de aço com
2,0 mm de diâmetro, em uma máquina de ensaio universal, numa velocidade de
0,5mm/min. Os resultados mostraram uma superioridade estatisticamente superior
do IPS Empress
®
2(Ivoclar/Vivadent) (86,68Kgf) em relação ao VITA In-Ceram
®
Zircônia
(67,87 Kgf), não sendo encontrada correlação estatística entre as medidas
das áreas de conexão com valores máximos de carga. Concluíram relatando que as
infra-estruturas em IPS Empress
®
2 apresentaram resistência à fratura superior as
confeccionadas em VITA In-Ceram Zircônia
®
, havendo diferenças estatisticamente
significantes.
Miyashita et al. (2003a) compararam a resistência flexural de
cerâmicas utilizadas como subestruturas e cerâmicas de revestimento. Produziram 4
grupos, com 8 amostras cada, sendo: Grupo 1: IPS Empress
®
2 (E2C); Grupo 2: IPS
Empress
®
2 / Empress
®
cerâmica de revestimento (E2C/E2V); Grupo 3:
VITA In
Ceram
®
Alumina (ICA); Grupo 4:VITA In Ceram
®
Alumina / Vitadur Alpha (ICA/VA).
Corpos-de-prova com as dimensões 25,0mm X 2,0mm X 1,5mm foram
confeccionadas para os grupos 1 e 3, enquanto para os grupos 2 e 4 foi aplicado
cerâmica com dimensões de 25,0mm X 2,0mm X 1,0mm. Os quatro grupos foram
submetidos a um teste de quatro pontos em uma máquina Instron (modelo 4301)
com velocidade de 0,5mm/min. Os resultados dos valores de resistência foram
analisados pelo teste Kruskal-Wallis (Kw=64,9; Gl=3, p=0,001). As médias de
resistência flexural obtidas foram: Grupo 1=192,9 ± 20,97 MPa; Grupo 2=55,4 ± 9,49
MPa; Grupo 3=312,54 ± 60,82 MPa e Grupo 4=128,18 ± 31,14 MPa. Concluíram que
54
a aplicação de cerâmicas de revestimento influenciam a resistência flexural de
diferentes sistemas de cerâmicas.
Miyashita et al. (2003b) compararam os resultados de três ensaios
de resistência à flexão, recomendados para avaliar o módulo de ruptura de materiais
cerâmicos. Utilizaram na pesquisa o VITA In Ceram
®
Alumina indicado para a
confecção de subestrutura para próteses parciais fixas totalmente cerâmicas. Foram
confeccionados 10 corpos-de-prova, de acordo com as orientações do fabricante,
sendo: discos de 1,2mm de espessura com 15mm de diâmetro (ISO 6872) para o
ensaio de flexão biaxial; barras com 25mm X 3,0mm X 4,0mm para o ensaio de três
pontos e para o ensaio de quatro pontos foram produzidas barras com 1,5mm X
2,0mm X 25,0mm. Os corpos-de-prova foram testados em uma máquina de ensaio
Universal Emic DL-2000, a uma velocidade de 0,5mm/min. Os valores para os
ensaios: biaxial - 436,43 ± 42,08 MPa com mediana 422,73 MPa; três pontos 421,63
± 85,55; 402,81 MPa e quatro pontos- 356,04 ± 40,75; 357,86 MPa foram
submetidos a análise Krukal-Wallis, alpha = 5%. Os valores dos testes: biaxial e de
quatro pontos mostraram-se com diferenças estatisticamente significantes, enquanto
que os valores do ensaio de três pontos não diferiram dos outros dois. Os autores
concluíram que os valores de resistência à flexão podem ser influenciados pelo tipo
de ensaio mecânico realizado.
Pagani; Miranda e Bottino (2003) descreveram que as cerâmicas
possuem alta resistência à compressão, mas apresentam friabilidade devido à sua
baixa resistência à tração e, desta forma, possuem menor capacidade de absorver
impactos. Realizaram uma avaliação, in vitro, da tenacidade à fratura (que é uma
medida da absorção de energia de materiais friáveis, a qual está relacionada ao
nível de estresse (tensão) antes da fratura ocorrer) de diferentes sistemas
55
cerâmicos, que se refere à medida da habilidade de absorção da energia de
deformação de um material friável. Foram confeccionados 30 corpos-de-prova em
forma de discos (5mm x 3mm), utilizando-se três diferentes materiais cerâmicos, os
quais foram divididos em 3 grupos: G1-10 amostras confeccionadas com a cerâmica
Vitadur Alpha
®
(VITA); G2-10 amostras confeccionadas com a cerâmica IPS
Empress
®
2 (Ivoclar/Vivadent) e G3-10 amostras confeccionadas com a cerâmica In-
Ceram
®
Alumina (VITA). Para a obtenção dos valores de tenacidade foi utilizada a
técnica da indentação que se baseia na série de fissuras que se formam sob uma
carga pesada. Foram realizadas 4 impressões por amostra, utilizando um
microdurômetro (Digital Microhardness Tester
®
FM) com uma carga de 500 Kgf,
durante 10 segundos. Testes ANOVA de Kruskal-Wallis e Dunn indicaram que a
cerâmica In-Ceram
®
Alumina apresentou valor mediano, estatisticamente diferente
do apresentado pela IPS Empress
®
2, enquanto que a cerâmica Vitadur Alpha
®
apresentou valores intermediários, sem diferenças estatísticas dos outros dois
materiais. Conclui-se que as cerâmicas apresentam diferentes desempenhos de
tenacidade à fratura, sendo a VITA In-Ceram
®
capaz de absorver maior energia
comparada a Vitadur Alpha
®
e ao IPS Empress
®
2.
Wang et al. (2003) apresentaram uma revisão dos mais importantes
testes laboratoriais utilizados para avaliar os produtos odontológicos lançados no
mercado. Relataram que, embora as propriedades mecânicas não representem
necessariamente performance clínica dos materiais, elas são utilizadas para guiar os
efeitos de mudanças em suas composições ou no processamento de suas
propriedades. Descreveram que, apesar de um grande número de estudos que
avaliam os materiais dentários existirem na literatura, a comparação de resultados
tornam-se dificultadas pela falta de padronização entre os experimentos. Os autores
56
apresentaram o guia principal de testes laboratoriais para os materiais odontológicos
recomendados pela ISO. Concluíram que o conhecimento das propriedades
mecânicas dos materiais pode ajudar o clínico, de alguma forma, na seleção correta
dos materiais uma vez que o conhecimento dos ensaios mecânicos forneceria uma
opinião crítica relacionada às propriedades dos materiais.
Albakry; Guazzato e Swain (2004) relataram que os procedimentos
laboratoriais e /ou ajustes clínicos dos materiais injetáveis IPS Empress
®
e IPS
Empress
®
2 (Ivoclar/Vivadent) podem produzir defeitos e fendas microscópicas. Os
autores investigaram o efeito destes procedimentos na resistência flexural desses
materiais. Cento e quarenta discos com dimensões de 14mm X 1mm foram
preparados e divididos em 7 grupos com 20 corpos-de-prova cada, sendo: Grupos
sem tratamento superficial, Grupos polidos, Grupos polidos e glazeados, Grupos
desgastados, Grupos desgastados e glazeados, Grupos jateados e Grupos jateados
e glazeados. Os corpos-de-prova foram, então, submetidos ao teste biaxial de
resistência flexural e a análise do MEV foi utilizado para descrever os tipos de falhas
obtidas. Após análise estatística observaram que os grupos que não receberam
tratamento superficial e os que receberam jateamento com óxido de alumínio
mostraram maiores valores de rugosidade superficial e os grupos que foram polidos
os menores (para cada material). Os grupos que receberam polimento apresentaram
valores de resistência flexural significativamente maiores. Não foram encontradas
diferenças estatísticas entre as médias de resistência nos grupos que não
receberam tratamento superficial, jateados e desgastados. Os autores concluíram
que a rugosidade superficial pode não ser o único fator que determina a resistência.
Outros fatores como as porosidades, estresse microestrutural e defeitos de
superfície podem ser também decisivos.
57
Buso et al. (2004) avaliaram a resistência flexural e analisaram
morfologicamente a interface de fratura entre barras de cerâmicas seccionadas,
unidas e fraturadas por testes mecânicos. 40 corpos-de-prova foram produzidos com
as dimensões de 25mm X 4mm X 3mm sendo 20 em VITA In-Ceram
®
Alumina e 20
em VITA In-Ceram
®
Zircônia. 10 corpos-de-prova de cada receberam um corte de
45º na região central. As partes separadas foram então, unidas com a mesma
cerâmica que foi produzida e sinterizada novamente. Todos os corpos-de-prova
foram submetidos ao teste de três pontos. Uma análise morfológica da região de
fratura foi realizada através de MVE. As medias obtidas foram: Alumina (controle)
/423,38 ± 81,11 MPa, Alumina (cortada) /319,69 ± 50,27 MPa, Zircônia (controle)
/436,07 ± 54,81 MPa e Zircônia (cortada) /329,79 ± 7376 MPa. Os resultados
mostraram superfícies de união com grande quantidade de fendas que reduziram
significativamente a resistência do material. Não houve diferenças estatisticamente
significantes entre os tipos de cerâmicas apenas entre os grupos controle e
cortados. Os autores concluíram que o corte e posterior união da cerâmica diminui a
resistência flexural do material pela possibilidade de incorporação de gaps como as
observadas através de MEV.
Choi et al. (2004) investigaram a resistência flexural do IPS
Empress
®
2 (Ivoclar/Vivadent) em corpos-de-prova com diferentes formas (hastes
com 25 X 4,8mm, barras com 25mm X 4mm X 1,2mm e discos com 15 X 1,6mm)
obtidos seguindo-se corretamente as instruções do fabricante. Os Grupos
experimentais foram: Grupo A - hastes que receberam jateamento, Grupo B – hastes
polidas, Grupo C – barras polidas e Grupo D – discos polidos. 20 corpos-de-prova de
cada grupo foram testados com uma velocidade de 1mm/min. Os resultados foram
analisados com Anova e teste Scheffe’s. Os valores de resistência obtidos foram:
58
Grupo A – 288,5 ± 33,3 MPa, Grupo B – 309,7 ± 33,4 MPa, Grupo C - 341,4 ± 47,3
MPa e Grupo D – 334,2 ± 27,6 MPa. Não houve diferenças estatísticas significantes
entre as médias de resistência flexural quando comparadas às várias formas dos
corpos-de-prova. No entanto, quando analisado o tratamento superficial, os autores
concluíram que a rugosidade superficial diminui a eficiência do dissilicato de lítio no
teste de resistência flexural.
Guazatto et al. (2004a) compararam a resistência, tenacidade à
fratura e microestrutura dos sistemas totais cerâmicos. Foram testados e
comparados o sistema IPS Empress
®
(Ivoclar/Vivadent), IPS Empress
®
2(Ivoclar/Vivadent), uma cerâmica experimental e o sistema VITA In-Ceram
®
Alumina slip e dry-pressed. A resistência flexural foi verificada através do teste de
três pontos com 10 corpos de prova de cada grupo, nas dimensões de 20mm x 4mm
x 1,2 mm – ISO 6872 e o teste de tenacidade à fratura foi realizado em corpos de
prova com dimensões de 20mm x 4mm x 2mm. Os resultados obtidos e submetidos
à análise estatística foram IPS Empress
®
106 + 17 MPa, IPS Empress
®
2 - 306 + 29
MPa, cerâmica experimental 303 + 49 MPa, VITA In-Ceram
®
Alumina dry-pressed
440 + 50 MPa e VITA In-Ceram
®
Alumina slip 594 + 52 MPa. Analise microscópica
revelou relação entre a matriz vítrea e a fase cristalina e suas características foram
correlacionadas com o aumento da força e tenacidade dessas cerâmicas. Os
autores concluíram que as propriedades mecânicas e a microestrutura dos materiais
testados são cruciais para a performance clinica das restaurações totais cerâmicas.
Guazzato et al. (2004b) também investigaram a resistência flexural,
tenacidade à fratura e microestrutura de materiais cerâmicos a base de zircônia.
Foram comparados: DC-Zukon (experimental), VITA In-Ceram
®
Zirconia split e VITA
In-Ceram
®
Zircônia dry-pressed. A resistência flexural foi testada de acordo com a
59
ISO 6872 e os corpos-de-prova confeccionados seguindo as orientações dos
fabricantes. Os resultados de resistência submetidos a análise estatística foram: DC-
Zirkon (DCS Dental AG) 840 + 140 MPa, VITA In-Ceram
®
Zircônia dry-pressed 476 +
50 MPa e VITA In-Ceram
®
Zircônia slip 630 + 58 MPa. A investigação por MEV e
difração por raios-X revelaram a importância da transformação da fase tetragonal
monocíclica e a relação entre a matriz vítrea e a fase cristalina no reforço dessas
cerâmicas. Os autores concluíram que as cerâmicas a base de zircônia são mais
resistentes que as cerâmicas convencionais.
Miyashita et al. (2004) estudaram a resistência flexural em barras de
VITA In-Ceram
®
Alumina (ICA) e VITA In-Ceram
®
Zircônia (ICZ) cortadas e depois
unidas e infiltradas por vidro. Duzentas barras com 25mm X 4mm X 3mm foram
produzidas de acordo com as orientações do fabricante sendo, 100 do In-Ceram
®
Alumina e 100 In-Ceram
®
Zircônia. Os corpos-de-prova foram subdivididos em cinco
grupos: a) controle (sem cortes); b)(CSC) corte central reto; c) (DCC)diagonal 45º na
região central; d) (CCTC) corte central com recobrimento total; e)(DCS)diagonal 45º
na região de suporte. As amostras separadas foram então unidas com o material de
origem, sinterizadas e infiltradas com vidro para então, serem submetidas ao teste
de três pontos em uma máquina de ensaio universal EMIC. As médias obtidas
foram: ICA/controle (425,60 ± 73,81MPa); ICA/CSC (171,45 ± 46,18MPa); ICA/DCC
(303,80 ± 64,47MPa); ICA/CCTC (294,81 ± 51,19MPa); ICA/DCS (327,50 ±
77,23MPa); ICZ/controle (469,11 ± 66,62MPa); ICZ/CSC (249,17 ± 68,38MPa);
ICZ/DCC (336,35 ± 65,27MPa); ICZ/CCTC (288,02 ± 79,20MPa); ICZ/DCS (416,39 ±
54,64MPa). Após análise estatística não houve diferenças significantes entre
ICA/controle e ICZ/controle. Os autores concluíram que o tipo e localização do corte
prejudicam as propriedades mecânicas das cerâmicas.
60
Moura et al. (2004) avaliaram a influência da ciclagem mecânica na
resistência flexural do dissilicato de lítio através de um teste biaxial. 20 corpos-de-
prova foram fabricados com as dimensões de 15mm X 1,2mm usando IPS Empress
®
2 (Ivoclar/Vivadent), seguindo as orientações do fabricante e divididos em 2 grupos
de acordo com o recebimento ou não de ciclagem mecânica sendo, GI - sem
ciclagem e GII - com ciclagem (20000 ciclos, carga de 50N e temperatura de 37º C).
Os corpos-de-prova foram testados em uma maquina de ensaio Instron. Obtiveram
as seguintes médias: GI - 364,37 ± 32,79 MPa e GII – 311,33 ± 38,24 MPa. Os
resultados foram analisados usando teste-t para amostras independentes e houve
diferença estatisticamente significante entre os grupos. Os autores concluíram que
embora o tratamento mecânico tenha causado um decréscimo na resistência flexural
da cerâmica e tenha sido responsável por fendas microscópicas na superfície, ainda
sim o material alcançou médias que justificam sua aplicação clínica.
Rizkalla e Jones (2004) avaliaram e compararam a resistência
flexural, módulo de elasticidade e valores de dureza do VITA In-Ceram
®
Alumina
material para subestrutura e VITA In-Ceram
®
matriz de vidro com Hi-Ceram
®
core(Vident), Vitadur
®
core(VITA), Vitadur
®
N (VITA), Dicor
®
(Dentsply) e IPS
Empress
®
2(Ivoclar/Vivadent). A resistência flexural foi avaliada usando-se o teste de
três pontos com velocidade de 0,5mm/min. Foram produzidos 5 corpos-de-prova de
cada material seguindo as orientações dos fabricantes. Os valores de resistência
flexural para o IPS Empress
®
2(Ivoclar/Vivadent) foram obtidos da literatura. Após
análise estatística os autores verificaram que o VITA In-Ceram
®
Alumina e o IPS
Empress
®
2 apresentaram os maiores valores de resistência flexural. Os valores de
módulo de elasticidade e dureza foram significativamente maiores para o VITA In-
Ceram
®
Alumina. Concluíram que o sistema VITA In-Ceram
®
Alumina apresentou os
61
melhores resultados mecânicos quando comparado com outros sistemas cerâmicos
encontrados no mercado.
Suárez et al. (2004) avaliaram a performance clínica do VITA In-
Ceram
®
Zircônia em próteses parciais fixas no setor posterior após 3 anos de
utilização. Dezoito próteses fixas posteriores foram fabricadas com o sistema VITA
In-Ceram
®
Zircônia, em laboratório credenciado e cimentadas em 16 pacientes entre
janeiro e abril de 1999. Foram avaliados: superfície, cor, anatomia, integridade
marginal e sangramento gengival. Uma das 18 próteses foi perdida devido à fratura
radicular após 28 meses. Todas as próteses remanescentes foram consideradas
excelentes ou aceitáveis após o período de observação. Sangramento gengival foi
registrado mais freqüentemente nos retentores com VITA In-Ceram
®
Zircônia do que
nos dentes naturais. Com este estudo, os autores concluíram que, apesar dos
resultados aceitáveis a curto prazo, análises clínicas a longo prazo, devem ser
realizados para que o sistema possa ser recomendado como alternativa as próteses
parciais fixas metalocerâmicas convencionais.
62
3 PROPOSIÇÃO
Esta pesquisa pretende avaliar, através de testes de três pontos a
resistência flexural de materiais utilizados como subestrutura de próteses parciais
fixas, sendo:
1. Fibras de vidro:
Vectris Pontic
®
-Ivoclar/Vivadent.
Fibrex Medial
®
- Angelus Soluções Odontológicas
2. Cerâmicas odontológicas:
IPS Empress
®
2- Ivoclar/Vivadent.
VITA In-Ceram
®
Zircônia
63
4 MATERIAIS E MÉTODOS
Os testes foram realizados em 40 (quarenta) corpos-de-prova
divididos em 4(quatro) grupos descritos a seguir.
1. Fibras de vidro:
Grupo I Vectris Pontic
®
(Ivoclar/Vivadent).
Grupo II Fibrex Medial
®
(Angelus).
2. Cerâmicas odontológicas:
Grupo III IPS Empress
®
2(Ivoclar/Vivadent).
Grupo IV VITA In-Ceram
®
Zircônia
Os corpos-de-prova foram confeccionados seguindo-se
rigorosamente as orientações de cada fabricante.
4.1 CONFECÇÃO DOS CORPOS-DE-PROVA
4.1.1 Fibras de Vidro
Confeccionaram-se dois grupos de tratamento, com 10 corpos-de-
prova cada, de fibras de vidro unidirecionais. Utilizou-se, para tanto, uma matriz
metálica bipartida com dimensões de 25 + 2 mm X 2 + 0,1 mm X 2 + 0,1 mm,
baseada na especificação 10477 da ISO (utilizada para realização de testes em
polímeros indiretos) (Figura 1 e 2).
64
Figura 1 – Vista superior da Matriz Metálica para confecção dos corpos-de-prova.
Figura 2 – Ilustração com as dimensões ideais dos corpos-de-prova em Fibra de Vidro.
65
Na Tabela 1 encontram-se descritos os materiais utilizados.
Tabela 1 – Grupos de Ensaio, Tipos de Fibras de Vidro, Materiais utilizados, Fabricantes e Lote.
GRUPO MATERIAL MARCA E FABRICANTE LOTE
GRUPO I
Fibra de vidro
Unidirecional
Vectris Pontic
®
-Ivoclar North
América, Inc.
E94038
GRUPO II
Fibra de vidro
Unidirecional
Fibrex Medial
®
- Angelus
Soluções Odontológicas
1509
4.1.1.1 Grupo I
Para o Grupo I utilizou-se Vectris Pontic
®
(Ivoclar/Vivadent) (Figura
3). Os corpos-de-prova foram confeccionados com fibras de vidro unidirecionais pré-
impregnadas, seguindo a orientação do fabricante, no laboratório credenciado
Romanini, Londrina-PR. Retirou-se o Vectris Pontic
®
da embalagem, cortando-o no
comprimento adequado com o auxílio do alicate Vectris Cutting Pliers
®
. Levou-se o
conjunto de fibras pré-impregnadas à matriz metálica, adaptado-as com leves excessos
laterais. As propriedades físicas do Vectris permitem que, através da aplicação de
vácuo, pressão e luz, possam ser obtidas estruturas com perfeito ajuste e sem
tensões. Este processo é realizado no interior do aparelho Vectris VS1 (Figura 4), de
modo automático e ordenado. A plataforma de trabalho do aparelho Vectris VS1 foi
ajustada de modo que a matriz ficasse situada 1cm abaixo do nível superior do
recipiente de adaptação, e nivelou-se o volume interno com pastilhas de plástico
(material de preenchimento). Colocou-se um celofane (Vectris Foil) sobre a matriz e
66
o aparelho realizou a adaptação e endurecimento do Vectris Pontic durante 9
minutos (programa P1). É importante respeitar as instruções de uso do aparelho
Vectris VS1. Retirou-se o corpo-de-prova da matriz metálica e levou-o para uma
fotopolimerização complementar no aparelho Targis Power no ciclo P1 (23 minutos).
Os excessos das margens foram removidos com brocas de carbeto de tungstênio e
o acabamento realizado com pontas de borracha abrasivas (EVE). Com um
paquímetro digital
1
aferiram-se as dimensões de todos os corpos-de-prova. Não
foram utilizados na pesquisa corpos-de-prova defeituosos (falhas detectáveis a olho
nu – porosidades e fraturas) ou que não respeitassem as dimensões ideais de 25 +
2 mm X 2 + 0,1 mm X 2 + 0,1 mm. Posteriormente, armazenaram-se os corpos-de-
prova em recipientes plásticos individuais identificados, secos, sem interferência de
luz e a temperatura ambiente por uma semana. (HIRATA, 2002, NAKAMURA et al.,
2003).
Figura 3 – Vectris Pontic
®
- Ivoclar/Vivadent.
1
Paquímetro digital Starrett
®
727-2001
67
Figura 4 – Aparelho Vectris VS1
®
para aplicação de Vácuo, Pressão e Luz.
4.1.1.2 Grupo II
Para o Grupo II
utilizou-se Fibrex
®
- Angelus Soluções Odontológicas
que são fibras de vidro unidirecionais (Figura 5). Os corpos-de-prova foram
confeccionados com fibras de vidro unidirecionais pré-impregnadas, seguindo a
orientação do fabricante, no laboratório credenciado Artes Dentárias Bergamini,
Rolândia-PR. Retirou-se o Fibrex Medial
®
- Angelus da embalagem, cortando-o no
comprimento adequado com uma tesoura Mundial
®
Serra Sharp bem afiada. Levou-
se o conjunto de fibras pré-impregnadas à matriz metálica, adaptado-as com leves
excessos laterais. A matriz foi levada ao equipamento Powerlux
®
EDG (Figura 6) e
posicionada centralmente. Utilizou-se o equipamento para prensagem e
fotopolimerização a vácuo da estrutura em um processo de tempo de 9 minutos.
68
Retirou-se o corpo-de-prova da matriz metálica e levou-o para uma
fotopolimerização complementar no aparelho Powerlux
®
EDG (9 minutos). Os
excessos das margens foram removidos com discos de carburundum e o
acabamento realizado com pontas de borracha abrasivas. Com um paquímetro
digital
1
aferiram-se as dimensões de todos os corpos-de-prova. Não foram utilizados
na pesquisa corpos-de-prova defeituosos ou que não respeitassem as dimensões
ideais. Armazenaram-se os corpos-de-prova em recipientes plásticos individuais
identificados, secos, sem interferência de luz e a temperatura ambiente durante uma
semana (HIRATA, 2002; NAKAMURA et al., 2003).
Figura 5 – Fibrex Medial
®
- Angelus.
1
Paquímetro digital Starrett
®
727-2001
69
Figura 6 – Aparelho Powerlux
®
EDG para aplicação de vácuo, pressão e luz.
4.1.2 Cerâmicas Odontológicas
Confeccionaram-se dois grupos de tratamento, com 10 corpos-de-
prova cada, com duas cerâmicas utilizadas para subestrutura de prótese fixa.
Grupo III IPS Empress
®
2 (Ivoclar/Vivadent).
Grupo IV VITA In-Ceram
®
Zircônia.
Corpos-de-prova com as dimensões de 25 + 5 mm X 4 + 0,25mm X
1,2 + 0,2 mm, baseados na especificação 6872 da ISO (Figura 7), foram obtidos
seguindo as orientações dos fabricantes.
70
Figura 7 – Ilustração com as dimensões ideais dos corpos-de-prova em Cerâmicas.
Na Tabela 2 encontram-se descritos os materiais utilizados.
Tabela 2 – Grupos de Ensaio em Cerâmicas, Materiais utilizados, Fabricantes e Lote.
GRUPO MATERIAL MARCA E FABRICANTE LOTE
GRUPO III
Porcelana de vidro
ceramizado injetável –
Dissilicato de Lítio
IPS Empress
®
2-
Ivoclar/Vivadent.
F50133
GRUPO IV
Porcelana aluminizada
– Óxido de Zircônio
VITA In-Ceram
®
Zircônia 5336
71
4.1.2.1 Grupo III
Para o Grupo III utilizou-se IPS Empress
®
2 (Ivoclar/Vivadent). Trata-
se de uma estrutura de Dissilicato de Lítio aplicada por injeção. Os corpos-de-prova
foram confeccionados seguindo a orientação do fabricante, no laboratório
credenciado Romanini, Londrina-PR. Para a confecção dos corpos-de-prova houve
a necessidade de se produzir um padrão em cera com as dimensões corretas e a ele
adaptar os sprues que são necessários para indicar o correto fluxo do material
cerâmico. Esse conjunto foi pesado em uma balança para avaliar o exato peso do
lingote de cerâmica (pastilhas de cerâmica –Ingots -200/IPS Empress
®
2) necessário
para uma adequada fundição. Para a confecção de cada um dos 10 corpos-de-
prova, foram realizados os seguintes procedimentos: Inicialmente confeccionou-se
um padrão em resina acrílica GC Pater
®
(Major) com as dimensões de 25mm X 5 mm
X 2 mm, baseados na especificação 6872 da ISO. O padrão em resina GC
Pater
®
(Major) recebeu então, a adaptação dos sprues que direcionam o fluxo da
cerâmica injetada. A seguir, este conjunto foi adaptado em anel de Empress e
recebeu, o revestimento IPS Empress
®
2 Special Investment
®
manipulado a vácuo.
Após a presa do revestimento, o anel estabilizador e o papel do cadinho foram
removidos. Levou-se, então, o cilindro obtido a um forno EDGCON-3P (EDG
®
Equipamentos) pré-aquecido a 360ºC para que o padrão em acrílico fosse
totalmente eliminado. Após a completa eliminação do padrão, o cilindro foi aquecido
à temperatura de 850ºC. As pastilhas de cerâmica (figura 8) necessárias para a
adequada fundição foram posicionadas no cilindro. Um lingote de cerâmica (êmbolo
em zircônio) aquecido também à temperatura de 850ºC foi, então, adaptado ao
cilindro e o conjunto levado a um forno a vácuo (EP 500) IPS Empress
®
– Ivoclar
72
(FIGURA 9) para que fosse efetuado o procedimento de aplicação da cerâmica sob
pressão. Após se completar programa P11, removeu-se o conjunto do forno e
aguardou-se o resfriamento. Eliminou-se, então, o revestimento cuidadosamente
com discos de separação e jatos de polimento médios (óxido de alumínio ou esferas
de vidro) de 4 bar de pressão. Subseqüentemente o objeto obtido foi
adequadamente limpo com Invex Liquid/IPS Empress
®
2 em ultra-som por 10
minutos. Os condutos de alimentação foram removidos com discos diamantados
flexíveis dupla face 22 mm (KG/ Sorensen), seguido de pedra montada G22
1
e
obtiveram-se os corpos-de-prova com a dimensão de 25+ 5 mm X 4+ 0,25 mm X
1,2+ 0,2 mm, conforme especificação 6872 da ISO. Todos os corpos-de-prova
tiveram suas dimensões conferidas com um paquímetro digital
2
. Não foram utilizados
na pesquisa corpos-de-prova com defeitos de produção (porosidades e trincas
visíveis a olho nu) e que não apresentassem as dimensões corretas.
Posteriormente, armazenaram-se os corpos-de-prova em recipientes plásticos
individuais identificados, secos, sem interferência de luz e a temperatura ambiente
até a realização do experimento (uma semana).
Figura 8 – Pastilhas de Cerâmica IPS Empress
®
2- Ivoclar/Vivadent.
1
Pedra montada G22-Pró-doctor Indústria e comércio de Importação e Exportação de Produtos
Odontológicos
.
2
Paquímetro digital Starrett
®
727-2001
73
Figura 9 – Forno Ep500/IPS Empress
®
- Ivoclar/Vivadent.
4.1.2.2 Grupo IV
Para o Grupo IV utilizou-se o VITA In-Ceram
®
Zircônia (Figura 10) Trata-se de
uma cerâmica de infiltração à base de óxido de zircônia. Os corpos-de-prova foram
confeccionados seguindo a orientação do fabricante, no laboratório credenciado
Atelier Dental Paula Cassiano, Londrina-PR. Os corpos-de-prova foram obtidos
através da sinterização do óxido de zircônia e infiltração do vidro. Produziu-se
inicialmente um padrão em resina acrílica GC Pater
®
(Major) com a dimensão de
25mm X 5 mm X 2 mm, conforme especificação 6872 da ISO. Este padrão de
acrílico foi, então, moldado com silicone Expresss
®
(3M) e recebeu vazamento com
74
gesso especial para VITA In-Ceram
®
(que é um revestimento refratário próprio da
VITA). Após a presa do revestimento (2 horas), houve a aplicação do Agente para
selar e uma espera de 30 minutos. O modelo recebeu, então, a aplicação do óxido
de zircônia com a técnica convencional de aplicação da cerâmica. O pó de
zircônia/alumina (VITA In-Ceram
®
ZIRCÔNIA POWER)
foi misturado com mixing
liquid e zircônia aditivo e aplicado no modelo com pincéis. Após a correta aplicação
desta barbotina, aplicou-se uma fina camada de estabilizador VITA In-Ceram
®
e
aguardaram-se 30 minutos. A estrutura foi pré-sinterizada em um forno especial
(Inceramat II / VITA, Bad Sackingen, Germany) por 15 min a 160º C para permitir a
remoção do gesso especial (feito delicadamente com uma serra para troquel).
A
seguir, realizou-se a primeira sinterização sobre manta acrílica no forno Inceramat II-
VITA (Figura 11) por 10 horas à temperatura de 120º C a 1120º C. Deixou-se esfriar
em forno à temperatura de 500º C para depois abrir. A segunda sinterização foi
realizada no forno Inceramat II-VITA por 3 horas à temperatura de 120º C a 1180º C.
A estrutura esfriou em forno à temperatura de 500º C para depois abrir. Com a
estrutura sinterizada finalizada realizou-se um ajuste grosseiro com disco sinterizado
e brocas diamantadas KG Sorensen
®
e um ajuste fino com discos de lixas. Através
da utilização de um líquido de controle VITA In-Ceram
®
, tornou-se possível avaliar a
presença de microfraturas na estrutura. Peças defeituosas foram descartadas. Para
a infiltração do vidro misturou-se o VITA In-Ceram
®
ZIRCONIA GLASS POWDER
(Z24) com água destilada até obter-se um líquido fluido possível de ser aplicado com
um pincel em uma espessura de 1-2mm. O conjunto então foi posicionado sobre
uma lâmina de platina e levado ao Inceramat II por 4 horas à temperatura de 200°C
a 1140°C. Após a infiltração do vidro realizou-se a remoção de sobras de vidro com
pedra Mizzi e o jateamento com óxido de alumínio com pressão máxima de 3,0 bar.
75
Em seguida, colocou-se no forno de cerâmica para controle de vidro a 1000°C por 5
min e realizou-se o jateamento novamente. Os corpos-de-prova tiveram suas
dimensões conferidas com paquímetro digital
1
. Foram descartados os corpos-de-
prova imperfeitos (porosidades e trincas visíveis a olho nu) ou que não
apresentassem as dimensões ideais. Armazenaram-se os corpos-de-prova em
recipientes plásticos individuais identificados, secos, sem interferência de luz e a
temperatura ambiente por uma semana, até a realização do experimento.
Figura 10 - Kit do sistema VITA In-Ceram
®
Zircônia.
1
Paquímetro digital Starrett
®
727-2001
76
Figura 11 - Forno Inceramat II / VITA, Bad Sackingen, Germany
4.2 TRATAMENTO EXPERIMENTAL
Conforme especificação da ISO 10477 e ISO 6872 para a realização
do teste de três pontos, necessita-se de um equipamento com velocidade constante
de 1 +
0,3 mm/min ou 50 + 16 N/min.
Utilizou-se, nesta pesquisa, uma máquina de Ensaio Universal
Instron
®
Corp. Modelo 4444 (Figura 12), pertencente à Universidade Federal de
Santa Catarina, SC, com carga de 2 KN. Levaram-se os corpos-de-prova à máquina
de ensaio e posicionou-os sobre um aparato para a aplicação de carga que consiste
em dois suportes paralelos, com 2 mm de diâmetro, com distância entre os centros
de 20 + 0,1mm, e um terceiro ponto com 2 mm de diâmetro, localizado entre os dois
suportes e adaptado à parte superior da máquina de ensaio, para que a força fosse
aplicada centralmente até o ponto de deformação permanente ou fratura completa
77
do corpo-de-prova. (Figura 13 e 14). A velocidade de carregamento aplicada foi de
0,75 mm/min.
Figura 12 – Máquina de Ensaio Universal Instron
®
Corp.Modelo 4444.
Figura 13 – Suporte metálico com cilindros de 2mm paralelos e distantes 20mm dos centros.
78
Figura 14 – Amostra posicionada para a realização do Teste de Três Pontos.
79
4.3 MEDIÇÃO
A força exercida foi registrada em KN, transformada em N (de
acordo com o Sistema Internacional de Medidas: 1KN = 1000N) e a resistência
flexural avaliada e transformada em MPa seguindo a fórmula:
σ
=
3 FL
2 bh
2
Onde:
σ - é a resistência a flexão em MPa;
F - é a carga máxima no ponto de fratura em N;
L - é a distância entre os suportes em mm;
b - é a largura do corpo de prova em mm;
h - é a profundidade ou espessura do corpo-de-prova em mm
Exemplos:
A. Calculo da resistência flexural do corpo-de-prova(R3) Vectris
Pontic
®
(Ivoclar/Vivadent) com dimensões de: 25,28mm x 2,03mm x 1,99mm
Onde:
σ - é a resistência a flexão em MPa;
F - 156,2N é a carga máxima no ponto de deformação permanente;
L -20mm é a distância entre os suportes;
b - 2,03mm é a largura do corpo de prova;
h - 1,99mm é a espessura do corpo-de-prova.
σ
=
3 FL
2 bh
2
σ
=
3 x156,2 x 20 = 582,11MPa
2 x 2,03 x 1,99
2
80
B. Calculo da resistência flexural do corpo-de-prova(R3) VITA In-Ceram
®
Zircônia
com dimensões de: 25,61mm x 4,02mm x 1,31mm
Onde:
σ - é a resistência a flexão em MPa;
F - 126,7N é a carga máxima no ponto de fratura;
L -20mm é a distância entre os suportes;
b - 4,02mm é a largura do corpo de prova;
h - 1,31mm é a espessura do corpo-de-prova.
σ
=
3 FL
2 bh
2
σ
=
3 x126,7 x 20 = 550,87MPa
2 x 4,02 x 1,31
2
81
5 RESULTADOS E ESTATÍSTICA
5.1 FIBRAS DE VIDRO
Com base nos ensaios mecânicos realizados, o padrão de falha,
observado em 100% dos corpos-de-prova analisados, foi de fratura incompleta
(Figuras 15 e 16).
Figura 15 - Fratura incompleta observada na Fibra de Vidro Unidirecional Vectris Pontic
®
(Ivoclar/Vivadent).
Figura 16 - Fratura incompleta observada na Fibra de Vidro Unidirecional Fibrex Medial
®
(Angelus).
82
Os valores de resistência flexural (MPa), para os grupos de fibras de
vidro, encontram-se descritos nos Quadros 1 e 2.
Corpo-de-prova Dimensão(mm)
Força máxima
aplicada ( N)
Resistência Flexural
(MPa)
R1 25,38x 1,95x 2,08 127,3 451.95
R2 25,28x 2,00x 2,08 150,5 521.96
R3 25,28x 2,03x 1,99 156,2 582.11
R4 25,19x 1,98x 2,05 142,6 515.42
R5 25,20x 2,10x 1,99 153,1 550.06
R6 25,26x 2,10x 1,97 122,9 449.63
R7 25,34x 2,07x 1,98 161,3 597.10
R8 25,35x 1,90x 2,03 136,0 523.08
R9 25,30x 2,09x 1,99 150,7 548,00
R10 25,31x 1,95x 2,07 117,2 421.07
Quadro 1 – Corpos-de-prova: Repetições, Dimensões, Força Máxima aplicada e Resistência Flexural
no Grupo I - Vectris Pontic
®
-Ivoclar/Vivadent.
Corpo-de-prova Dimensão(mm)
Força máxima
aplicada ( N)
Resistência Flexural
(MPa)
R1 25,85x 2,10x 2,10 185,1 600.32
R2 25,37x 2,10x 2,10 177,5 575.68
R3 24,80x 1,90x 2,10 142,9 510.36
R4 24,07x 1,90x 2,10 125,4 447.86
R5 24,16x 1,93x 2,10 120,8 426.35
R6 25,18x 1,98x 2,10 149,3 511.89
R7 24,98x 2,09x 2,10 131,3 428.15
R8 24,14x 1,93x 2,09 110,7 393.02
R9 24,01x 2,04x 2,08 147,3 499.32
R10 24,28x 2,10x 2,07 197,8 659.33
Quadro 2 – Corpos-de-prova: Repetições, Dimensões, Força Máxima aplicada e Resistência Flexural
no Grupo II – Fibrex Medial
®
- Angelus.
83
Tabela 3 – Comparação dos valores médios de Resistência Flexural, número de corpos-de-prova e
Desvio Padrão nos grupos de Fibras de Vidro.
GRUPOS Nº Média (MPa) de
Resistência Flexural
Desvio
Padrão
GI (Vectris Pontic
®
-Ivoclar/Vivadent ) 10
516,038 58,440
GII (FibrexMedial
®
- Angelus) 10
505,228 85,572
Os valores obtidos, e apresentados na tabela 3 e gráfico 1, foram
submetidos à análise estatística
1
, teste Anova. O nível de significância adotado foi
menor que 5% (p<0,05).
Após a execução do teste para comparação de médias constatou-
se, pela análise do respectivo p-value (p=0.74), em relação às fibras de vidro
odontológicas, a inexistência de diferença estatística entre os grupos analisados.
450
460
470
480
490
500
510
520
R
e
s
i
s
t
ê
n
c
i
a
F
l
e
x
u
r
a
l
(
M
P
a
)
GI
GII
Gráfico 1 – Resistência Flexural nos Grupos de Fibras de Vidro.
1
Programa BioEstat 2.0 / Sociedade Civil Mamirauá / CNPq
84
5.2 CERÂMICAS ODONTOLÓGICAS
Com base nos ensaios mecânicos realizados, o padrão de falha,
observado em 100% dos corpos-de-prova analisados, foi de fratura completa (figuras
17 e 18).
Figura 17 – Fratura completa observada na Cerâmica IPS Empress
®
2 (Ivoclar/Vivadent).
Figura 18 – Fratura completa observada na Cerâmica VITA In-Ceram
®
Zircônia
.
85
Os valores de resistência flexural (MPa) para os grupos de
cerâmicas estão apresentados nos Quadros 3 e 4.
Quadro 3 – Corpos-de-prova: Repetições, Dimensões, Força aplicada e Resistência
Flexural no Grupo III - IPS Empress
®
2 (Ivoclar/Vivadent).
Quadro 4 – Corpos-de-prova: Repetições, Dimensões, Força aplicada e Resistência Flexural
no Grupo IV - VITA In-Ceram
®
Zircônia.
Corpo-de-prova Dimensão (mm)
Força aplicada
(N)
Resistência Flexural
(MPa)
R1 25,99x 4,25x 1,40 69,1 248,85
R2 26,04x 4,25x 1,40 70,5 253,90
R3 26,00x 3,99x 1,34 49,5 206,68
R4 25,75x 3,85x 1,33 34,7 152,75
R5 25,81x 3,91x 1,35 45,8 193,52
R6 25,71x 3,92x 1,31 42,9 190,66
R7 25,42x 3,98x 1,34 38,5 161,54
R8 25,85x 3,92x 1,30 44,4 201,06
R9 25,65x 4,06x 1,31 23,7 101,57
R10 25,71x 3,86x 1,40 29,4 116,82
Corpo-de-prova Dimensão (mm)
Força aplicada
(N)
Resistência Flexural
(MPa)
R1 25,06x 4,18x 1,38 122,9 463,77
R2 25,68x 4,08x 1,28 128,4 579,25
R3 25,61x 4,02x 1,31 126,7 550,87
R4 25,49x 4,13x 1,30 111,6 478,29
R5 25,17x 4,17x 1,28 89,0 398,51
R6 25,42x 4,01x 1,33 110,9 468,59
R7 25,49x 4,04x 1,29 106,4 476,42
R8 25,06x 4,05x 1,27 97,6 450,46
R9 25,64x 4,12x 1,37 74,5 288,39
R10 25,33x 4,06x 1,33 64,6 269,17
86
Tabela 4 – Comparação dos Valores Médios de Resistência Flexural, Número de corpos-de-prova e
Desvio Padrão nos Grupos de Cerâmicas.
GRUPOS Nº Média (MPa) de
Resistência Flexural
Desvio
Padrão
GIII (IPS Empress 2
®
- Ivoclar/Vivadent) 10
182,73 50,337
GIV (In-Ceram Zircônia
®
-VITA) 10
442,37 99,889
.
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
Resistência Flexural (MPa)
GIII
GIV
Gráfico 2 – Resistência Flexural nos Grupos de Cerâmicas.
Os valores obtidos, e apresentados na tabela 4 e gráfico 2, foram
submetidos à análise estatística
1
. O nível de significância adotado foi menor que 5%
(p<0,05). Após a execução da análise de variância (ANOVA) e considerando o teste
de Bonferroni, para contraste de médias, verificou-se a existência de diferenças
estatísticas significantes entre os grupos analisados. O Grupo IV apresentou maior
valor médio de resistência flexural.
1
Programa BioEstat 2.0 / Sociedade Civil Mamirauá / CNPq.
87
6 DISCUSSÃO
6.1 CONCEITOS
Para a recuperação estética e funcional de um elemento dental
perdido, a confecção de uma prótese fixa de três elementos é o tratamento mais
comumente utilizado. As próteses fixas são usualmente confeccionadas com uma
estrutura metálica fundida sobre a qual é aplicada a cerâmica ou resina; sendo que
esta estrutura deve fornecer resistência à fratura e rigidez suficientes para não
resultar em deformações permanentes. (ANUSAVICE, 1998a; FREILICH et al., 2000;
HIRATA, 2002; LACY, 2000).
Um fator importante no desenho de uma prótese dental é a
resistência, ou seja, a propriedade mecânica que assegura que a prótese sirva às
funções para as quais foi desenhada, de maneira adequada e segura, por um tempo
razoável. Uma análise do potencial de falha de uma prótese dental, sob forças
aplicadas (cargas mastigatórias) ou com distribuições de tensões, deve ser
relacionada com as propriedades mecânicas do material protético, pois são
respostas mensuradas, elásticas ou plásticas. (ANUSAVICE, 1998a).
Devido à sua característica dinâmica, as verdadeiras tensões,
durante a mastigação, são difíceis de se mensurar (ANUSAVICE, 1998a). A ação
mastigatória recebe interferência das forças representadas pelos músculos da
mastigação e dos dentes e, portanto, deve-se considerar: a intensidade das forças
que os músculos devem desenvolver para projetar os dentes inferiores contra os
superiores; a intensidade das forças que os dentes podem aceitar em oposição sem
que, contudo, se lesem ou deteriorem os tecidos de sustentação; e a intensidade da
força que requer cada tipo de alimento para ser fragmentado. Logo, a ação
88
mastigatória não depende somente da forma dos dentes, mas também da força que
este recebe através do trabalho da musculatura mastigadora. Quanto mais próximo
se encontra o dente do local de aplicação das forças que levam os dentes inferiores
contra os superiores, maior será potência. De acordo com isso, a pressão que se
exerce na zona dos molares é máxima e decresce gradualmente em direção aos
incisivos.
Os músculos mastigadores podem exercer uma pressão de 90 a 136
kgf, mas conceitua-se como excepcional quando sobre qualquer dente se produza
uma força que exceda 45 kgf. (FIGUN; GARINO, 1989). Inúmeros estudos têm sido
realizados para se determinar a força de mastigação. Forças normais, geradas
durante a mastigação e a deglutição, são de 40% da força oclusal máxima. As
forças, geradas pela oclusão forçada máxima na posição de intercuspidação, são
descritas na faixa de 244N (50 lb) a 1.250N (280 lb) com limite superior de 4.339N
(975 lb) (McNEILL, 2000). Gibbs (1986) determinou a força mastigatória de 20 a 127
kgf para indivíduos normais podendo ser 6 vezes maior em indivíduos com
parafunções. O limite dessa intensidade não reside nas possibilidades musculares,
mas, na capacidade do dente e do periodonto para suportar forças musculares
superiores sem se alterarem. (FIGUN; GARINO, 1989). As cargas mastigatórias
variam entre os indivíduos, em função do sexo, dos padrões facial e muscular, e,
numa mesma pessoa, depende da idade, do estado emocional e do tipo de alimento
a ser mastigado. (FANTINI, 2002).
Para análise da probabilidade de sobrevivência de um material
odontológico, considerar-se-á nesta pesquisa, o valor médio de 500N como carga
mastigatória normal aplicada no setor posterior, em concordância com Rosentritt;
Behr e Handel (2003). Os resultados de resistência flexural obtidos com os grupos
89
de fibras de vidro (516,04 + 58,44 MPa para GI, 505,23 + 85,57 MPa para GII)
sugerem, de acordo com a análise de probabilidade de sobrevivência, a
possibilidade de utilização das fibras de vidro como alternativa às ligas metálicas em
situações clínicas bem indicadas de próteses parciais fixas. Os valores médios
obtidos com o GIV (442,37+ 99,889MPa) sugerem de acordo com a probabilidade de
sobrevivência a necessidade da adição de revestimento cerâmico adequado para
melhorar os resultados de resistência à fratura (TINSCHERT et al., 2001). O GIII
apresentou resultados que contra-indicam sua utilização na região posterior
(182,73+ 50,33MPa) (GARBER et al., 2000; MITO; SORENSEM, 1999).
Infelizmente, as magnitudes das forças mastigatórias não são
conhecidas em nenhum paciente, para que o dentista possa predizer as tensões que
irão ser induzidas nos materiais restauradores. Entretanto, o conhecimento das
relações entre as propriedades dos materiais restauradores conhecidos por exibir
uma performance de sobrevivência, a longo prazo, é reforçado pela experiência
clínica. A profissão odontológica também está ciente de que o melhor teste de um
material restaurador é o teste do tempo.(ANUSAVICE, 1998a; BEHR; ROSENTRITT;
HANDEL, 2003; GUAZZATO et al., 2002).
Para que possa ser introduzido no mercado, um material
odontológico deve ser avaliado à medida que cumpra os requisitos mínimos
identificados na especificação e no padrão dos materiais dentários, tais como
aqueles desenvolvidos pela American Dental Association (ADA) e pela Internacional
Organization for Standardization (ISO). Se um novo material cumprir esses
requisitos, os dentistas poderão confiar de modo razoável que este irá comportar-se
de modo satisfatório clinicamente, se utilizado da maneira adequada. (BEHR;
ROSENTRITT; HANDEL, 2003). Por esta razão, optou-se nesta pesquisa pela
90
realização dos experimentos em concordância com os padrões da ISO para
polímeros e cerâmicas odontológicas.
Devido ao fato das propriedades físicas, descritas em testes in vitro,
serem obtidas através da utilização de tamanhos e formas muito distintos daqueles
das restaurações dentais, poder-se-ia questionar como os materiais dentários
podem ser selecionados pelo dentista com base nessas propriedades. Anusavice
(1989a) explica que os engenheiros aplicam um critério similar para a seleção de
materiais a serem utilizados para a construção de uma ponte, e têm uma vantagem
sobre os dentistas nesse aspecto, pois sabem de antemão a tensão “média” máxima
que as estruturas irão suportar antes que a fratura ocorra. Mais ainda, estes
esperados valores de tensão estimados, são multiplicados por um “fator de
segurança” para assegurar que a estrutura irá suportar uma certa quantidade de
tensões. Entretanto, os valores de resistência relatados para os materiais dentários
representam as tensões médias, abaixo das quais 50% dos corpos-de-prova
fraturaram e acima dos quais 50% destes sobreviveram aos testes. Como este é um
índice de falhas inaceitável na odontologia restauradora, o alcance da variação dos
valores mensurados deve ser conhecido. Sob um ponto de vista ultraconservador, os
valores mais baixos de resistência devem ser utilizados para se comparar os
materiais dentários e, também para se desenhar uma prótese para resistir à fratura
num alto nível de confiança. (ANUSAVICE, 1998a).
O aumento na procura por restaurações estéticas tem estimulado a
utilização de cerâmicas e fibras de vidro em substituição às ligas metálicas, em
áreas que estão sujeitas à grande estresse mastigatório. Novos sistemas metal-free
têm sido introduzidos no mercado como materiais alternativos, sendo, porém,
técnicas e materiais relativamente recentes. (ARMSTRONG; KIMBALL, 1999;
91
BARTSCH, 2000; GOMES; GOMES, 2002; GOMES et al., 2002; LACY, 2000). A
realização de testes em laboratório visa transpor resultados, prevendo situações
encontradas em clínica, oferecendo maior previsibilidade aos materiais
restauradores. (GUAZZATO et al., 2002; WANG et al.,2003).
Nesta pesquisa optou-se pela utilização do teste de flexão de três
pontos, que se mostra como o padrão mais comum para a distribuição de stress em
próteses fixas, sendo clinicamente mais relevante. (ANUSAVICE, 1998a; FELIPPE
et al., 2001; WANG et al, 2003). Testes de resistência flexural de quatro pontos e de
resistência biaxial são também sugeridos na literatura. As diferenças fundamentais
entre estes testes são a localização e distribuição da tensão sobre a barra, ou disco.
(MIYASHITA et al., 2003b).
6.2 FIBRAS DE VIDRO
As fibras de vidro são utilizadas por vários segmentos industriais
(como as indústrias aeroespacial, automobilística e náutica). (FELIPPE et al., 2001;
FIBREX-LAB, [2003]; FREILICH, 2000). Suas propriedades físicas, como a baixa
condutividade térmica e elétrica, além de sua alta resistência, chamaram a atenção
da área odontológica, que percebeu neste material uma alternativa estética para a
substituição de estruturas metálicas. (FIBREX-LAB, [2003]). O propósito básico do
uso de fibras na Odontologia é reforçar um grande volume ou uma grande extensão
de resina (composta ou acrílica), resina laboratorial ou qualquer outro material, com
características de aplicação semelhantes aos das resinas. (BARTSCH, 2000;
FELIPPE et al., 2001).
92
Os primeiros estudos visando o desenvolvimento de fibras de reforço
para uso odontológico datam de 35 anos atrás. Entre 1960 e 1970 foram feitas
investigações visando à criação de fibras de vidro e de carbono para reforçar
próteses totais confeccionadas com resinas acrílicas. Em 1980, surgiram as
primeiras pesquisas visando o desenvolvimento de fibras de reforço para emprego
em próteses sobre implantes, próteses parciais fixas, contenção ortodôntica e
splintagens periodontais. (FREILICH, 2000).
O uso dessas fibras, entretanto, sempre foi marcado por um grande
número de fracassos clínicos, muitos deles, atribuídos a erros de manipulação ou
desenvolvimento inadequado da técnica. Essas fibras tinham como principal
inconveniente à não incorporação da matriz resinosa, resultando num
enfraquecimento das suas propriedades mecânicas. No final da década de 80, os
pesquisadores chegaram à conclusão de que era extremamente importante a efetiva
união e impregnação das fibras pela resina. Com este objetivo passou-se a
recomendar a aplicação de uma resina de baixa viscosidade sobre as fibras, antes
de usá-las. Processo usado até hoje, no caso de algumas fibras, como por exemplo,
a Connect
®
(Kerr) e a Ribbond
®
(Ribbond). (FREILICH, 2000).
Bottino; Quintas e Bondioli (2000) relataram que as adições de fibras
entrelaçadas aumentaram consideravelmente a resistência à flexão por três pontos.
Entretanto, a análise da região fraturada por MEV, demonstrou que não ocorreu
reação química entre a resina composta e a fibra. Resultados semelhantes foram
obtidos por Bae et al. (2001).
Uma alternativa considerada bem mais satisfatória, uma vez que
diminuía substancialmente o índice de fracassos por falhas na manipulação, foi o
emprego de fibras pré-impregnadas com a resina, ainda durante o processo de
93
fabricação. Esta técnica de pré-impregnação é altamente complexa e exige um
rigoroso controle de qualidade, uma vez que pode influenciar marcadamente as
dimensões finais da fibra. (FREILICH, 2000). Os parâmetros de controle incluem,
entre outros, a viscosidade da resina usada, a velocidade do processo de
impregnação e a tensão exercida sobre as fibras. Após a criação do processo de
fabricação de fibras de vidro pré-impregnadas, novos horizontes se abriram para o
uso desses compostos. Estudos feitos por dezenas de pesquisadores em todo o
mundo concluíram que essas fibras, assim reforçadas, possuem largo potencial para
emprego como estruturas de reforço em coroas e pontes de até três elementos, em
substituição às ligas metálicas. (CHONG; CHAI, 2003, FREILICH, 2000). Esta é a
situação das fibras de marcas comerciais Vectris
®
(Ivoclar/Vivadent), Fibrekor
®
(Jeneric/Pentron) e Fibrex-Lab
®
(Angelus). O mesmo, entretanto, não se pode dizer
das fibras à base de polietileno ou mesmo das fibras de vidro impregnadas
manualmente, cujas indicações de uso se restringem a trabalhos temporários,
reparos, contenções ortodônticas e splintagens. (FELIPPE et al., 2001; FREILICH,
2000).
Esses compósitos reforçados com fibras (Fiber-Reinforced
Composites ou FRC) possuem, no mínimo, dois componentes distintos. O
componente de reforço garante resistência e dureza, enquanto a matriz circundante
o suporta e permite que o mesmo seja trabalhado. Na odontologia, matrizes
poliméricas ou resinosas são rotineiramente reforçadas com fibras de vidro,
polietileno ou carbono. (FELIPPE et al., 2001; FREILICH, 2000). Essas fibras podem
estar dispostas em diferentes configurações. As chamadas fibras unidirecionais
(longas, contínuas e paralelas), são as mais comuns, seguidas das trançadas e das
reticuladas. (FELIPPE et al., 2001; FREILICH, 2000, VECTRIS, 1998).
94
Comparadas com os materiais restauradores dentais tradicionais, as
propriedades mecânicas das fibras de reforço são complexas. Assim, enquanto as
ligas metálicas, por exemplo, são uniformes, homogêneas e isotrópicas, ou seja,
mantêm inalteradas as suas propriedades independentemente da direção em que
são testadas, o mesmo não acontece com as fibras. Suas propriedades mecânicas
dependem do sentido de aplicação das forças sobre as mesmas, bem como da
direção assumida pelas fibras, assim, por exemplo, para as fibras unidirecionais,
dispostas de formas paralelas, contínuas e em uma única direção, a capacidade de
suportar forças é muito maior quando essas forças são longitudinais e não
transversais, perpendiculares à direção das mesmas. (FELIPPE et al., 2001;
FREILICH, 2000).
Em razão disso, recomenda-se um reforço extra na região de
pôntico, com as fibras sendo dispostas perpendicularmente àquelas que unem um
retentor ao outro. A compreensão das propriedades mecânicas das fibras reforçadas
com vidro é de fundamental importância quando da confecção de uma coroa ou
ponte fixa sem suporte metálico. (FELIPPE et al., 2001; FREILICH, 2000).
As duas propriedades mecânicas mais importantes, relacionadas
com as fibras de reforço, são a resistência e a dureza ou rigidez do material, também
conhecida como módulo de elasticidade. (FELIPPE et al., 2001).
No caso específico das fibras de reforço à base de vidro, um alto
módulo de elasticidade é necessário, uma vez que elas irão suportar materiais de
revestimento estéticos, frágeis e quebradiços, como as resinas compostas
enriquecidas com filamentos cerâmicos (resinas laboratoriais de 2ª Geração). Esta
situação é parecida com as de estruturas metálicas que suportam as porcelanas,
95
nas próteses metalocerâmicas. (ARMSTRONG; KIMBALL, 1999; FREILICH, 2000;
KREJCI, et al., 1999).
Em uma fibra unidirecional considerada de boa qualidade, como o
Vectris
®
(Ivoclar/Vivadent), o módulo de elasticidade é proporcional ao volume de
fibras dispostas longitudinalmente e está na dependência das propriedades
individuais da fibra e da matriz de resina que a envolve. Como as propriedades de
resistência e dureza das fibras são muito maiores que as da matriz resinosa, quanto
maior o volume de fibras, maior será a sua capacidade de resistir às forças que
incidirão sobre a prótese. (FREILICH, 2000).
O sistema Vectris Pontic
®
(Ivoclar/Vivadent) incorpora 65 % de fibras
de vidro (KREJCI et al., 1999), enquanto o sistema Fibrex Medial
®
(Angelus)
incorpora 45% de fibras de vidro à matriz. (FIBREX-LAB, [2003]).
Diversas formulações de fibras de reforço à base de compósitos têm
sido introduzidas no mercado nos últimos anos. As suas propriedades e
características precisam ser cuidadosamente examinadas em função do seu uso
clínico, antes de optar por uma delas. Entre as propriedades mecânicas, os
principais fatores a serem analisados são, conforme já ressaltamos, o módulo de
elasticidade e a resistência à flexão. Dos produtos disponíveis até o presente
momento, as fibras de reforço que possuem o maior módulo de elasticidade e
resistência à flexão são: Fibrekor
®
(Jeneric/ Pentron) e Vectris
®
(Ivoclar/Vivadent).
(ALANDER et al., 2004; BAE et al., 2001; BEHR et al., 2000; FREILICH, 2000;
HIRATA, 2002; MOURA JR., 2002). Nesta pesquisa visou-se analisar também, o
sistema Fibrex -Lab
®
(Angelus) produzido em Londrina-PR (fabricação nacional).
O sistema Vectris Pontic
®
(Ivoclar/Vivadent) é um material reforçado
por camadas de fibras de vidro para a confecção de estruturas de coroas e pontes,
96
sem metal, translúcido e estético. O material é aglutinado com o mesmo tipo de
matriz (à base de BisGMA) de monômero Targis
®
(Ivoclar/Vivadent) que assegura
forte união e atua no sentido de distribuição homogênea das cargas mastigatórias.
As propriedades físicas permitem que, através da aplicação de vácuo, pressão e luz
possam ser obtidas estruturas com perfeito ajuste e sem tensões. (VECTRIS, 1998).
O sistema Fibrex-Lab
®
(Angelus) é composto por fibras de vidro
unidirecionais ou multidirecionais e resina à base de Bis-GMA, dimetacrilato de
uretano, cerâmica de vidro de bário, dióxido de silício altamente disperso,
catalisadores e pigmentos. No sistema existe também o adesivo-C e o adesivo-F, a
base de resina Bis-GMA, dimetacrilato de uretano, dióxido de silício altamente
disperso e um agente de união que consiste numa solução de silano sem álcool. As
fibras são impregnadas em uma matriz polimérica e não polimerizada na proporção
de 9:1 em peso. (FIBREX-LAB, [2003]).
Os fatores que afetam a resistência do compósito reforçado por fibra
são: orientação das fibras, quantidade de fibras, impregnação da fibra com a matriz
resinosa, adesão da fibra à matriz, propriedades da fibra e as propriedades da
matriz. (BEHR et al., 2000; FELIPPE et al., 2001; FREILICH, 2000).
A pré-impregnação existente nos sistemas de fibra de vidro
utilizadas na pesquisa, e sua manipulação feita em aparelhos a vácuo, também
pareceram ter influência sobre os resultados de resistência flexural. Fibras de vidro
unidirecionais pré-impregnadas como as utilizadas nesta pesquisa oferecem maior
facilidade de manipulação e permitem a inserção de alta densidade de fibras, o que
com o uso de fibras de polietileno se torna mais difícil por uma questão meramente
técnica, concordando com Behr et al. (2000), que concluíram que o processo de
fabricação de vácuo/pressão (Fibrex-LAB
®
(Angelus) e Vectris
®
(Ivoclar/Vivadent))
97
resultou em aumento significante no conteúdo das fibras, mas, não necessariamente
levou a um aumento da resistência flexural.
Fibras pré-impregnadas que são utilizadas em laboratório, como as
utilizadas em nossa pesquisa, apresentaram também a vantagem de obtenção de
um pré-molhamento (VALLITU, 1999), que assegura uma melhor qualidade desta
impregnação de adesivos em contato com a fibra.
Para testes de flexão com fibras de vidro, corpos-de-prova com
dimensões de 25mm X 2mm X 2mm, são considerados como padrão, baseados nas
especificações 4049 e 10477 da ISO. (BAE et al., 2001; FREILICH, 2000; HIRATA,
2002). Apesar de clinicamente serem sugeridas áreas maiores de conexão do
pôntico e pilares, um teste padronizado pode, também, transferir resultados
comparativos como os objetivados em nossa pesquisa. Outros exemplos de
dimensões utilizadas nas pesquisas obtidas como referências foram: 4mm x 4mm x
20mm (MOURA JR. et al., 2002), 2mm x 4mm x 25mm (BEHR et al.,2000), 2mm x
8mm x 22mm (CHONG; CHAI, 2003). Também estão descritos na literatura testes
de resistência à flexão com corpos-de-prova simulando próteses parciais fixas de
três elementos, com preparos parciais e totais, e cimentados em dentes humanos
extraídos. (ROSENTRITT; BEHR; HANDEL, 2003; SONG et al., 2003; TINSCHERT
et al., 2001).
Os testes de resistência flexural foram realizados sem imersão em
água, uma vez que resultados apontados em pesquisas de comparação de
resistência flexural em armazenagem em água mostraram efeitos deletérios em
todos os corpos-de-prova (LASSILA; NOHRSTRÖM; VALLITU, 2002; BEHR et al.,
2000; NAKAMURA et al., 2003), apesar de não coincidir com a opinião de Xu (2000)
que constatou que a resistência não foi afetada pela armazenagem e
98
envelhecimento por 100 dias.
Sendo este estudo conduzido com intenção de comparação de
sistemas, a imersão em água não induziria à diferenças entre os grupos comparados
uma vez que, se armazenados em água todos os grupos teriam seus valores
diminuídos.(HIRATA, 2002).
Avaliações clínicas realizadas a curto prazo demonstram resultados
promissores. (TARGIS/VECTRIS, 1998). Behr; Rosentritt e Handel (2003) relataram
que as pesquisas iniciais in vitro com os compósitos reforçados com fibras
demonstraram resultados promissores. Após simulações de estresse, resistência à
fratura e adaptação marginal de próteses unitárias ou parciais adesivas, os
resultados encontrados na literatura mostram-se melhores do que para coroas totais
cerâmicas. No entanto, um estudo clinico realizado durante 4 anos com o sistema
Targis/ Vectris
®
(Ivoclar/Vivadent) mostrou sinais excessivos de desgaste, fratura no
revestimento e descolorações o que limitaria a sua indicação para restaurações
permanentes. (BEHR; ROSENTRITT; HANDEL, 2003).
Uma fibra unidirecional típica pré-impregnada, que incorpora
aproximadamente 45% de fibras de vidro, pode apresentar resistência flexural de
600 a 1000 MPa. (FREILICH, 2000). Esses valores são cerca de dez vezes maiores
que aqueles apresentados pelas resinas laboratoriais. Nesta pesquisa, valores
médios de 516,04 + 58,44 MPa foram obtidos com Vectris Pontic
®
( Ivoclar/Vivadent)
e 505,23 + 85,57 MPa com Fibrex Medial
®
(Angelus). Hirata, 2002 obteve valores
médios de 421,26 + 33,53 MPa com Vectris Pontic
®
( Ivoclar/Vivadent) e 384,20 +
92,20 MPa com Fibrex Medial
®
(Angelus). Nakamura et al. (2003) obtiveram 634 +
27 MPa como valor médio de resistência a flexão por três pontos com o sistema
Vectris
®
(Ivoclar/Vivadent). O fabricante do sistema Fibrex-lab
®
apresenta resultados
99
de resistência flexural de 612MPa (seguindo a ISO 10477). Considerando 500N
(força mastigatória normal) como valor de probabilidade de sobrevivência, os
resultados sugeriram a possibilidade da utilização das fibras de vidro como
alternativa às ligas metálicas em situações clínicas bem indicadas de próteses
parciais fixas.
Alander et al. (2004), no entanto, descreveram que as falhas
causadas pelas forças externas podem ocorrer pela quebra da fibra, da matriz
polimérica e de sua interface. As quebras e fraturas internas nos corpos-de-prova
podem ser avaliadas pela emissão de sinais acústicos dos materiais. Foi relatado
que os valores de resistência flexural reportados na literatura, informam apenas a
força final aplicada e esses resultados podem ser questionados. Com a pesquisa,
os autores examinaram através de sinais acústicos, os valores iniciais e finais
relacionados às deformações dos compósitos reforçados por fibras. Os autores
concluíram com o estudo, que os valores de emissão acústica iniciam com níveis de
stress 19-32% mais baixos que os registrados na força final de fratura e
normalmente reportados na literatura.
Nas últimas décadas, apesar da grande melhoria nas versões de
resinas compostas, a contração de polimerização, a resistência à tração e a força
coesiva do material ainda não atingiram o nível desejado e parecem ser uma grande
limitação no desenvolvimento do material, uma vez que, nos últimos anos, essas
propriedades não foram significativamente melhoradas. Como resultado, existe uma
grande limitação de uso em estruturas extensas como pontes e pônticos. (FELIPPE
et al., 2001; MANDIKOS et al., 2001).
100
6.3 CERÂMICAS ODONTOLÓGICAS
Os sistemas totalmente cerâmicos também são promissores, e cada
sistema disponível apresenta vantagens e desvantagens, sejam em relação à
translucidez, opacidade, resistência durante a função mastigatória ou necessidade
de equipamento especial de laboratório. (ANUSAVICE, 1998b; GARBER et al., 2000;
GOMES, 2002). A utilização de sistemas cerâmicos de elevada resistência flexural,
recentemente desenvolvidos, tem se mostrado como uma alternativa de excelente
resultado estético para a resolução de ausências dentais. Buscando atender aos
padrões estéticos, cada vez mais requintados, as porcelanas odontológicas vêm
sofrendo algumas modificações estruturais nos últimos anos, com o objetivo de
elevar o padrão de resistência flexural, para que possam ser utilizados sem a
necessidade de uma subestrutura metálica. (GARBER et al., 2000; GOMES, 2002;
MITO; SORENSEM, 1999; MENDES; PEGORARO; BASTOS, 2003; WIRZ; JÄGER,
1999).
Uma das evoluções apresentadas recentemente foi o sistema IPS
Empress
®
2 (Ivoclar/Vivadent), que é basicamente uma porcelana vítrea de
dissilicato de lítio com teor cristalino superior a 60% em volume e que apresenta
resistência flexural de aproximadamente 350MPa (valores superiores aos de
cerâmicas à base de leucita). (DELLA-BONA; MECHOLSKY; ANUSAVICE, 2003;
HÖLAND,1998; IPS EMPRESS
®
2, 1998; MITO; SORENSEM, 1999; SCHWEIGER et
al., 1999). Trata-se de uma cerâmica vítrea pré-ceramizada em forma de cilindro que
é aquecida e injetada sob pressão e alta temperatura em um molde.
(ANUSAVICE,1998b; HÖLAND,1998; HÖLAND et al., 2000; IPS EMPRESS
®
2,
1998; MITO; SORENSEN, 1999; SCHWEIGER et al., 1999). O processo de injeção
101
do material demora mais de 45 minutos sob alta temperatura para produzir a
subestrutura cerâmica. (HÖLAND et al., 2000; IPS EMPRESS
®
2, 1998). Esta forma
de coroa pode ser tanto caracterizada por pigmentos e glazeada ou construída
utilizando-se uma técnica convencional de incrementos de camadas de porcelana.
(HÖLAND,1998; HÖLAND et al.,2000; OLIVEIRA et al., 2002; SCHWEIGER et al.,
1999). A justeza de adaptação encontrada deve-se à metodologia de fabricação.
Apesar de ser utilizada a técnica da cera perdida, o forno empregado, Ivoclar EP500,
é especial e, além disso, a cerâmica é injetada sob pressão, o que elimina a
contração de fundição e aumenta a resistência da porcelana, distribuindo de forma
homogênea os cristais na matriz vítrea. (ANUSAVICE, 1998b; HÖLAND et al., 2000;
IPS EMPRESS
®
2, 1998). Essa porcelana apresenta melhor translucidez, brilho e
dispersão de luz, quando comparada às porcelanas feldspáticas (HÖLAND, 1998;
OLIVEIRA et al., 2002; SCHWEIGER et al., 1999).
Atribui-se o resultado estético bastante harmonioso à cerâmica de
recobrimento utilizada, que é um material à base de cristais de fluorapatita. A
translucidez do sistema é muito maior do que a das próteses metalocerâmicas,
eliminando-se pontos de opacidade e de baixa refletividade. (HÖLAND, 1998;
NISHIOKA; CARVALHO; ALMEIDA, 2002; OLIVEIRA et al., 2002; WIRZ; JÄGER,
1999). Além disso, esse sistema é biocompatível e possui capacidade abrasiva
compatível com as dos dentes naturais. (SORENSEN, 1999). Considera-se este
sistema uma ótima solução para próteses anteriores e posteriores de três elementos
até pré-molar com preparos periféricos totais nos retentores (GARBER et al., 2000;
MITO; SORENSEN, 1999). Fradeani e Barducci (2000), no entanto, extrapolaram as
indicações do fabricante sugerindo e confeccionando uma prótese parcial fixa
experimental de três elementos com preparos parciais.
102
O sistema In-Ceram
®
começou a ser produzido pela VITA Zahnfabrik
em escala comercial a partir de 1989. Esse sistema é composto pelo In-Ceram
®
Alumina, In-Ceram
®
Spinell e In-Ceram
®
Zircônia. (HÜLS, 1995).
O In-Ceram
®
Alumina apresenta uma melhora considerável nas
propriedades mecânicas com relação às cerâmicas odontológicas convencionais,
alcançando uma resistência flexural de aproximadamente 500 MPa, que é também
mais alta do que a das cerâmicas injetadas. (HÜLS, 1995). Sua estrutura básica é
composta de 80% de óxido de alumínio (Al
2
O
3
) e 20% de vidro. O núcleo de alumina
ligeiramente sinterizado é infiltrado com vidro para eliminar porosidades e reforçar o
núcleo. (ANUSAVICE, 1998b). O processo de sinterização inicial para o núcleo de
alumina produz uma mínima diminuição de volume, visto que a temperatura e o
tempo são suficientes apenas para unir as partículas em pequenas áreas. Portanto,
a adaptação marginal desse material para subestrutura deve ser excelente uma vez
que ocorre pouca contração. (HÜLS, 1995). Apesar de sua alta resistência, falhas
ainda podem ocorrer em coroas unitárias, bem como nas próteses parciais fixas.
Embora sua indicação primária seja para coroas anteriores e posteriores, as
recomendações do fabricante incluem seu uso para pontes anteriores de três
elementos. (ANUSAVICE, 1998b; HÜLS, 1995).
Uma cerâmica mais translúcida chamada In-Ceram
®
Spinell foi
introduzida como uma alternativa à In-Ceram
®
Alumina. Esta cerâmica possui uma
resistência à flexão mais baixa, porém sua maior translucidez fornece uma melhor
estética nas situações clínicas onde dentes adjacentes ou restaurações são bem
translúcidos. (HÜLS, 1995). O núcleo da In-Ceram
®
Spinell é composto de óxido de
alumínio (Al
2
O
3
) e magnésio e infiltrado com vidro sendo confeccionado similarmente
à In-Ceram
®
Alumina. É indicada para inlay, onlay, facetas e coroas unitárias
103
anteriores, nos casos de maior necessidade de transmissão de luz, permitindo que a
cor do dente irradie-se pela coroa. (HÜLS,1995).
No sistema In-Ceram
®
Zircônia houve acréscimo de 20% de
moléculas de zircônia (ZO
2
) (HÜLS, 1995). Com esse acréscimo, o In-Ceram
®
ganhou ainda mais resistência, atingindo uma resistência flexural em torno de
700MPa, o que permitiu seu emprego em coroas unitárias anteriores e posteriores,
próteses fixas anteriores e posteriores, e próteses fixas sobre implantes. (CANDO,
2001; CHONG et al., 2002; GARBER et al., 2000; McLAREN; WHITE, 2000). O
material é contra-indicado, porém, para dentes que apresentam espaço interoclusal
insuficiente, preparo dentário inadequado e, principalmente, para pacientes
portadores de parafunção. (CANDO, 2001; HÜLS, 1995; McLAREN; WHITE, 2000).
O In-Ceram
®
Zircônia apresenta como vantagens a biocompatibilidade, ausência de
margem metálica, alta fidelidade marginal, elevada resistência à flexão e ruptura
(suportando alto estresse funcional devido às excelentes propriedades físicas), e
baixa condutibilidade térmica. (CANDO, 2001; McLAREN; WHITE, 2000; ROSA;
GRESSLER, 2001).
As vantagens das estruturas infiltradas por vidro são sua alta
resistência à flexão e sua excelente adaptação. As desvantagens incluem a
opacidade do núcleo, não permitirem condicionamento ácido pela técnica
convencional, e a necessidade de equipamento especial. (ANUSAVICE, 1998b;
GARBER et al., 2000; McLAREN; WHITE, 2000).
As experiências clínicas com VITA In-Ceram
®
já ultrapassam 12
anos, possibilitando muita segurança quanto à sua utilização. (RIZKALLA; JONES,
2004). É claro que, como todo material existente na Odontologia, deve ter suas
indicações respeitadas. (ROSA; GRESSLER, 2001).
104
Para a realização desta pesquisa seguiram-se rigorosamente as
orientações dos fabricantes quanto à produção e acabamento dos corpos-de-prova.
Para o teste de resistência flexural por três pontos (que se mostra
como o padrão mais comum para a distribuição de stresses em próteses fixas,
sendo mais relevante (ANUSAVICE, 1998a; FELIPPE et al., 2001; WANG et al.,
2003)) as amostras devem apresentar comprimento de pelo menos 20mm, largura
de 4,0 + 0,25 mm e espessura de 1,2 + 0,2mm. O equipamento para teste deve
apresentar velocidade de 1 + 0,5 mm/min. Devido à comprovada estabilidade
química das cerâmicas não se torna necessária à armazenagem dos corpos-de-
prova em meio úmido. (INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR
STANDARDIZATION, 1998).
Testes de resistência biaxial e de quatro pontos também são
sugeridos na literatura, no entanto, Miyashita et al. (2003b) descreveram que os
testes biaxiais e de quatro pontos mostraram-se com diferenças estatisticamente
significantes, enquanto que os valores do ensaio de três pontos não diferiram dos
outros dois. CHOI et al. (2004) investigaram a resistência flexural do IPS Empress
®
2
(Ivoclar/Vivadent) em corpos-de-prova com diferentes formas (hastes com 25 X
4,8mm, barras com 25 mm X 4 mm X 1,2mm e discos com 15 X 1,6mm) e não
encontraram diferenças estatísticas significantes entre as médias de resistência
flexural quando comparadas às várias formas dos corpos-de-prova.
Corpos-de-prova com dimensões de 3mm x 4mm x 13 mm (APHOLT
et al.,2001); 3mm x 4mm x 36mm (NAKAMURA et al.,2002), 25mm x 4mm x 3mm
(HILGERT et al., 2003; MIYASHITA et al., 2004) bem como, testes com ciclagem
mecânica (MOURA et al., 2004) também são encontrados na literatura. Guazzato et
105
al. (2002) utilizaram discos com 16 mm diâmetro por 1,0 mm de espessura para
testar a resistência flexural biaxial.
Della-Bona; Mecholsky; Anusavice, 2003 obtiveram valores de
resistência flexural de 215 + 40 MPa para o sistema IPS Empress
®
2
(Ivoclar/Vivadent) seguindo a ISO 6872. Schweiger et al. (1999) descreveram os
resultados, obtidos através do teste de três pontos para análise da resistência
flexural, do sistema IPS Empress
®
2 (Ivoclar/Vivadent) como sendo 350+ 50 MPa. Na
pesquisa de Höland et al.(2000) os valores obtidos para o IPS Empress
®
2 foram 400
+40 MPa. Enquanto no trabalho de Miyashita et al. (2003a) foram 192,9 ± 20,97 MPa
com corpos-de-prova de 25,0mm X 2,0mm X 1,5mm. Nakamura et al. (2002)
encontraram resultados IPS Empress
®
2 de 329,2 + 42,6 MPa com corpos-de-prova
de 3,0mm x 4,0mm x 36,00. Guazatto el al. (2004a) encontraram valores médios de
306+ 29 MPa (ISO 6872) Hilgert et al. (2003) avaliaram a resistência à flexão do
VITA In-Ceram
®
Zircônia obtendo valores médios de 469,11+ 66,62 MPa. Buso et al.
(2004) obtiveram valores médios de resistência flexural com VITA In-Ceram
®
Zircônia de 436,07 ± 54,81 MPa. Guazzato et al. (2004b) encontraram valores
médios de 630 +58 MPa para VITA In-Ceram
®
Zircônia seguindo a ISO 6872.
Mendes; Miyashita et al. (2004) com corpos-de-prova de 25mm x 4mm x 3mm
obtiveram 469,11±66,62 MPa. Pegoraro e Bastos (2003), no entanto, realizaram um
estudo com corpos-de-prova que simulavam uma prótese fixa de três elementos e
obtiveram resultados de resistência superiores do IPS Empress
®
2 em relação ao
VITA In-Ceram
®
Zircônia. Os valores obtidos nesta pesquisa foram: IPS Empress
®
2
(Ivoclar/Vivadent) 182,73+ 50,33MPa e VITA In-Ceram
®
Zircônia 442,37 + 99,89
MPa.
106
O comportamento de friabilidade das cerâmicas e sua baixa
resistência à tensão, comparada com aquelas previstas das uniões entre átomos,
podem ser compreendidos, considerando-se a concentração ao redor de defeitos
superficiais. Enquanto metais podem ceder a altas tensões por se deformarem
plasticamente, as cerâmicas tendem a não possuir um mecanismo para ceder às
tensões sem se fraturarem. Portanto, as fraturas podem propagar-se através de um
material cerâmico sob baixos ou médios níveis de tensões.(ANUSAVICE, 1998b;
CHOI et al., 2004).
Embora as próteses dentais sejam projetadas para resistir à
deformações plásticas e fratura, ocorrem ocasionalmente inesperadas fraturas,
mesmo quando materiais de alta qualidade são utilizados. (ALBAKRY; GUAZZATO;
SWAIN, 2004; ANUSAVICE, 1998b). Estas falhas resultam de altas tensões
localizadas em áreas específicas, embora a tensão média na estrutura seja baixa. A
causa desta redução em resistência é a presença de pequenos defeitos
microscópicos ou defeitos estruturais na superfície ou na estrutura interna.
(ALBAKRY; GUAZZATO; SWAIN, 2004; ANUSAVICE; 1998a; CHOI et al., 2004;
HABEKOST et al., 2003). Estes defeitos são especialmente críticos em materiais
friáveis nas áreas de tensão de tração, porque as tensões nas pontas desses
defeitos são em muito aumentadas e podem levar à iniciação de fraturas e quebra
das uniões. (ANUSAVICE, 1998a; HABEKOST et al., 2003; PAGANI; MIRANDA;
BOTTINO, 2003).
Os defeitos apresentam dois aspectos importantes: a intensidade de
tensão aumenta de acordo com a extensão do defeito, especialmente quando este é
orientado perpendicular à direção de tensões de tração; e defeitos na superfície
estão associados a tensões mais altas do que os defeitos de mesmo tamanho nas
107
regiões internas. Portanto, o acabamento superficial de materiais friáveis como as
cerâmicas, é extremamente importante em áreas sujeitas a tensões de tração.
(ALBAKRY; GUAZZATO; SWAIN, 2004; ANUSAVICE, 1998a; CHOI et al., 2004;
HABEKOST et al., 2003; PAGANI; MIRANDA; BOTTINO, 2003).
Não apenas os defeitos microscópicos na superfície ou no interior do
material podem resultar em aumento de tensões em áreas localizadas. Áreas de alta
concentração de tensão também podem ser causadas por grandes defeitos
superficiais ou internos (tais como porosidade, rugosidade proveniente do desgaste,
e defeitos causados durante o torneamento); bruscas alterações de formato (tais
como um ângulo vivo na linha do ângulo pulpoaxial de um dente preparado); região
de interface de uma estrutura adesiva onde o módulo de elasticidade dos dois
componentes seja bem diferente; região de interface de uma estrutura adesiva onde
os coeficientes de contração e expansão térmicas dos dois componentes sejam
muito diferentes ou uma carga aplicada em um ponto da superfície de um material
friável. (ALBAKRY; GUAZZATO; SWAIN, 2004; ANUSAVICE, 1998a).
Existem vários meios clínicos de se minimizar a concentração de
tensões e, portanto, reduzir o risco de fratura clínica. A superfície pode ser
criteriosamente polida para se reduzir a profundidade dos defeitos.
(ALBAKRY;
GUAZZATO; SWAIN, 2004; ANUSAVICE, 1998b; CATTELL et al., 2002). Pouco
pode ser feito com relação aos defeitos internos, além de melhorar a qualidade da
estrutura ou aumentar o tamanho do objeto, fator este responsável pela grande
exigência dos fabricantes quanto à espessura dos conectores.
(ALBAKRY;
GUAZZATO; SWAIN, 2004; SCHWEIGER et al., 1999). O desenho de qualquer
prótese deve variar gradualmente em vez de abruptamente. Ângulos internos de
preparos dentais devem ser arredondados para se minimizar o risco de fratura. A
108
ponta da cúspide de uma coroa ou dente antagonista deve ser bem arredondada de
modo que as áreas de contato oclusal em materiais friáveis sejam largas.
(ANUSAVICE, 1998a).
Tinschert et al. (2001) descreveram que com a utilização de
revestimento cerâmico, os resultados de resistência à fratura seriam melhorados e
sugeriram estudos clínicos para avaliar a aplicabilidade dos sistemas totais
cerâmicos. Cattell et al. (2002) concluíram que o tratamento térmico e a adição de
revestimento não afetaram a resistência flexural e a confiabilidade da cerâmica de
subestrutura. No entanto, o tratamento da superfície submetida tração promoveu um
aumento significativo na resistência flexural em concordância com Choi et al. (2004).
Suärez et al. (2004) avaliaram a performance clínica do VITA In-
Ceram
®
Zircônia em próteses parciais fixas no setor posterior após 3 anos de
utilização e concluíram que, apesar dos resultados aceitáveis a curto prazo, análises
clínicas a longo prazo, devem ser realizados para que o sistema possa ser
recomendado como alternativa às próteses parciais fixas metalocerâmicas
convencionais.
Os resultados da pesquisa demonstram que fraturas sob tensões
médias ocorrem ocasionalmente mesmo quando materiais de alta qualidade são
utilizados, devido ao comportamento de friabilidade das cerâmicas e sua baixa
resistência à tensão. (ALBAKRY; GUAZZATO; SWAIN, 2004; ANUSAVICE, 1998b;
CHOI et al., 2004). Estes fatores podem justificar os resultados obtidos com o
sistema IPS Empress
®
2. Os valores médios obtidos com o GRUPO IV (mesmo
inferiores aos reportados pelo fabricante) sugerem de acordo com a probabilidade
de sobrevivência (500N como carga mastigatória de acordo com Rosentritt; Behr e
Handel (2003)) e aliando-se ao fato do revestimento cerâmico melhorar os
109
resultados de resistência à fratura (TINSCHERT et al., 2001), que o sistema VITA In-
Ceram
®
Zircônia apresenta-se como uma alternativa viável às ligas metálicas em
situações clínicas bem indicadas de próteses parciais fixas de três elementos com
preparos totais, inclusive nas regiões de molares.
110
7 CONCLUSÃO
Com base nos ensaios mecânicos realizados, foi possível concluir:
1. Fibras de vidro:
Os grupos analisados apresentaram desempenhos de resistência
flexural semelhantes quando submetidos ao teste de três pontos.
O padrão de falha observado foi de fratura incompleta em 100% dos
corpos-de-prova.
2. Cerâmicas odontológicas:
As cerâmicas apresentaram diferentes desempenhos de resistência
flexural, sendo o sistema VITA In-Ceram
®
Zircônia capaz de resistir a maior
carga aplicada quando comparada ao sistema IPS Empress
®
2
Ivoclar/Vivadent.
O padrão de falha observado foi de fratura completa em 100% dos
corpos-de-prova.
111
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