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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA – MESTRADO
ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: CLÍNICA INTEGRADA
SANDRA CRISTINA SGARBI
AVALIAÇÃO DO GRAU DE CONVERSÃO DE UMA RESINA COMPOSTA
FOTOATIVADA POR LÂMPADA HALÓGENA E LEDs,
POR MEIO DE ESPECTROMETRIA NO
INFRAVERMELHO E ULTRAVIOLETA
PONTA GROSSA
2006
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SANDRA CRISTINA SGARBI
AVALIAÇÃO DO GRAU DE CONVERSÃO DE UMA RESINA COMPOSTA
FOTOATIVADA POR LÂMPADA HALÓGENA E LEDs,
POR MEIO DE ESPECTROMETRIA NO
INFRAVERMELHO E ULTRAVIOLETA
Dissertação apresentada para obtenção do título de
mestre na Universidade Estadual de Ponta Grossa, no
Curso de Mestrado em Odontologia, Área de
Concentração em Clínica Integrada.
Orientadora: Profª. Drª. Stella Kossatz Pereira
Co-orientadora: Profª. Drª. Maria A. César Oliveira
PONTA GROSSA
2006
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Sgarbi, Sandra Cristina
S454a Avaliação do grau de conversão de uma resina composta
fotoativada por lâmpada halógena de LEDs, por meio de
espectrometria no infravermelho e ultravioleta, / Sandra Cristina Sgarbi,
Ponta Grossa, 2006.
122 f.; il.
Dissertação (mestrado ) - Universidade Estadual de Ponta
Grossa, curso de Mestrado em Odontologia – área de
concentração
em Clínica Integrada.
Orientadora: Profa. Dra. Stella Kossatz Pereira
1-Resinas compostas. 2-FTIR. 3-Espectrometria em
ultravioleta. I.T.
CDD: 617.675
À Maria
Minha mãe protetora, que muitas vezes eu pedi sua proteção e
amparo.
Aos meus filhos queridos
Por todas as vezes que os deixei, meu profundo agradecimento.
Espero que estes momentos de ausência possam ser interpretados
como exemplo pela busca do conhecimento profissional e
crescimento pessoal.
Aos meus pais Valentim (in memorian) e Nair
À minha mãe que, mesmo distante, em nenhum momento deixou de
acreditar que eu pudesse vencer todas estas etapas de minha vida.
Você é a minha grande luz.
Ao meu pai, que apesar de não estar aqui, me ensinou o caminho
para ser alguém na vida.
AGRADECIMENTO ESPECIAL
À professora Drª. Stella Kossatz Pereira
Minha orientadora. Pelos conhecimentos transmitidos e pelas
inúmeras vezes que eu tive que separá-la de seu filho Francisco para
a realização deste trabalho.
À professora Drª. Maria Aparecida César Oliveira e Angelo Oliveira
meus co-orientadores
Obrigada pela confiança depositada. Deus me deu a oportunidade de
conhecê-los e jamais vou me esquecer desta amizade. Vocês fizeram
parte de minha história.
AGRADECIMENTOS
À Universidade Federal do Paraná, pela viabilização e disponibilidade do Laboratório
de Polímeros Sintéticos (LABPOL), para execução deste experimento.
À Universidade Estadual de Ponta Grossa, por me dar a oportunidade de escrever
este trabalho.
Ao professor Dr. João Carlos Gomes, pela confiança e oportunidades concedidas.
À professora Drª. Osnara Mongruel Gomes pelo respeito e dedicação que nos
dedicou. Sempre vou me lembrar com muito carinho.
Aos professores Drs. Abraham e Vânia minha admiração e amizade. Os momentos
de alegria e risos em meio às dificuldades que passamos durante estes dois anos.
Ao professor Dr. Sérgio Vieira que ajudou a viabilizar minha saída para o mestrado.
Sou muito grata por esta oportunidade.
Ao professor Monir Tacla e professora Drª. Vânia que sempre depositaram confiança
em meu trabalho.
À minha amiga Maristela que sempre me deu força. As palavras boas nos momentos
difíceis.
Aos meus amigos do programa de aprendizagem em dentística da PUC-PR que
compreenderam a minha saída. Eu gosto muito de conviver com vocês.
Aos colegas de laboratório da UFPR (Rafael, Fernando, Mariana e Maraísa, Sônia e
Paulo). Obrigada por me aceitarem e me ajudarem nos momentos de dificuldade.
À empresa Heraeus Kulzer aos cuidados de Vera, pelo fornecimento das resinas
compostas necessárias para esta pesquisa.
Ao representante da empresa de equipamentos Gnatus, Pedro, que me concedeu
durante um longo tempo o equipamento para realizar esta pesquisa. Meu muito
obrigada.
À Juliana minha grande amiga do coração. Obrigada por você existir.
À Veridiana que por muitas vezes me senti mãe. Nunca vou me esquecer de você.
À Marissol minha grande companheira de viagens e de moradia. Foi muito bom
conviver com você.
Ao Rafael meu aluno e meu professor que me ensinou desvendar o computador com
mais facilidade.
Ao meu amigo João Luiz, seu coração mineiro é fantástico.
À Carolina, Fernanda muito prazer em conhecê-las.
Ao Laufer, um grande amigo e excelente profissional. Obrigada pela sua amizade.
À Márcia, Ricardo, Priscila, Patrícia, José David, amigos para sempre serem
lembrados.
À Morgana pelo apoio administrativo e ombro amigo de todos os momentos.
RESUMO
Neste trabalho foi avaliada a quantidade de monômeros residuais de uma resina
composta micro-híbrida de duas cores, com dois aparelhos: halógena e outro à base
de LEDs, em três tempos de fotoativação (10, 20 e 40 s). Para a confecção dos
corpos-de-prova foi utilizada uma matriz bipartida de teflon com orifício central de 6
mm de diâmetro, compatível com as pontas dos equipamentos fotoativadores. A
distância da ponta ativa do fotopolimerizador aos corpos-de-prova foi de 4 mm. A
espessura média dos corpos-de-prova de resina composta Charisma
®
(Heraeus
Kulzer) cor A2 e SL foi de 2 mm. Os aparelhos utilizados foram: lâmpada halógena
Optilux 401 (Demetron) e Optilight LD III (Gnatus), à base de LEDs. Os materiais
foram preparados e pesados em balança analítica e armazenados durante 24 horas
em solventes ao abrigo da luz e à temperatura ambiente. O solvente utilizado para
separar a fração orgânica das partículas inorgânicas foi o clorofórmio. Foram
confeccionados 36 corpos-de-prova armazenados em clorofórmio e analisados em
espectrômetro de infravermelho (FTIR) e foi verificada a presença das ligações
duplas de carbono-carbono. Outro solvente utilizado neste experimento foi o
metanol, por ser um solvente eficiente para a extração dos monômeros presentes na
resina, com a vantagem de agir como inibidor deste tipo de polimerização,
preservando as características da amostra para a análise quantitativa.
Paralelamente foram confeccionados 120 corpos-de-prova devidamente
armazenados em metanol e analisados em espectrômetro de ultravioleta-visível (UV-
Vis) ou equipamento de espectrometria na região do ultravioleta-visível, através de
espectros de absorvância. A leitura e interpretação dos dados obtidos foram feitos
no programa Origin 5,0 nos picos de maior absorvância (%A) no mesmo
comprimento de onda (nm). A porcentagem de monômeros residuais foi analisada
pelo teste de Variância e teste de Games Howel. Os resultados evidenciaram que a
resina composta Charisma
®
cor SL apresentou uma menor quantidade de
monômero residual, ou seja, apresentou uma maior conversão de monômeros em
polímeros. O sistema à base de LEDs promoveu um menor grau de conversão
comparado a lâmpada halógena. Os tempos de 10, 20 e 40 s de fotoativação
proporcionaram a mesma quantidade de monômeros residuais.
Palavras-chave: resinas compostas. FTIR. Espectrometria ultravioleta.
ABSTRACT
The aim of this study was to evaluate the quantity of residual monomers of a
microhibrid composite resin, photocured with different types of light curing units:
halogen and LEDs based on different times of photopolymerization (10, 20 and 40
seconds). Samples of the composite resin were made with Teflon bipartite matrix with
a center hole of 6 mm diameter compatible with the tips of the light curing units. The
distance of the light guide curing unit to the composite samples was 4 mm. The
average a width of the samples Charisma® composite resin color A2 and SL were 2
mm. The curing units used were Optilux 401 (Demetron) and Optilight LD III
(Gnatus). The materials were prepared and weighed on an accuracy scale and
stored in solvent, in the dark, at room temperature for 24 hours. The solvent used to
separate the organic and inorganic load was chloroform thirty six samples were
made, stored in chloroform and analysed with infrared spectroscopy (FTIR) and the
presence of carbon double bonds were found. Another solvent investigated in this
study was methanol, because it is considered an efficient solvent for extracting
present monomers in the resin, with an advantage because it acts as an inhibitor in
this type of polymerization while maintaining the characteristic of the sample for
quantitative analysis. Parallel to that, one hundred new samples were made. They
were appropriately stored in methanol and analysed with UV- visible light
spectroscopy (UV-Vis), through observance spectrum. The collected data was
analysed in Origin 5.0 programs at the peak of observance in the same wavelength.
The percentage of residual monomers was analysed by ANOVA and Games Howell
tests. The results indicated that Charisma® composite resin color A2 showed less
residual monomers. The halogen and LEDs light cure units showed the same
percentage of residual monomers results, or rather, it showed a larger conversion of
monomers in polymers. The LED based system promoted a smaller conversion
degree compared to halogen light. The 10, 20 and 40 seconds of photocured
presented the same quantity of residual monomers.
Key bwords: composite resin, FTIR, Spectroscopy Ultraviolet
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Característica da resina composta Charisma
®
...................................59
Tabela 2 - Características dos aparelhos fotopolimerizadores
testados.................................................................................... 60
Tabela 3 - Curva de calibração da resina composta Charisma
®
cor
A2 em ultravioleta................................................................................79
Tabela 4 - Curva de calibração da resina composta Charisma
®
cor
SL em ultravioleta................................................................................80
Tabela 5 - Estatística descritiva do grau de conversão da
resina composta Charisma
®
nas cores A2 e SL
em ultravioleta................... .................................................................82
Tabela 6 - Estatística descritiva do grau de conversão dos
aparelhos de lâmpada halógena (Optilux) e à base de LEDs
(Optilight LD III)em ultravioleta.....................................................84
Tabela 7 - Estatística descritiva do grau de conversão dos três
tempos de fotoativação (10, 20 e 40 s) em ultravioleta.......................85
Tabela 8 – Efeito das variáveis tempos de fotoativação e resina
composta Charisma
®
nas cores A2 e SL em ultravioleta ...................86
Tabela 9 - Efeito das variáveis aparelhos e tempos de
fotoativação (10, 20 e 40 s) em ultravioleta.......................................87
Tabela 10 - Efeito das variáveis aparelhos e resina composta
Charisma
®
nas cores A2 e SL em ultravioleta...................................89
Tabela 11 - Análise descritiva das variáveis cores, fonte de luz
e três tempos de fotoativação em ultravioleta ..................................90
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 – Análise dos resultados em FTIR........................................................ 77
Gráfico 2 - Curva de calibração da resina composta Charisma
®
cor A2 em
ultravioleta..........................................................................................79
Gráfico 3 - Curva de calibração da resina composta Charisma
®
cor SL em
ultravioleta..........................................................................................80
Gráfico 4 - Porcentagem média do grau de conversão entre cores de resina
composta Charisma
®
........................................................................83
Gráfico 5 - Porcentagem média do grau de conversão entre aparelho
de luz halógena e sistema à base de LEDs ......................................84
Gráfico 6 - Porcentagem média do grau de conversão resina composta
Charisma
®
cores A2 e SL em relação aos tempos de
fotoativação........................................................................................85
Gráfico 7 - Porcentagem média do grau de conversão entre cores e
tempos de fotoativação ......................................................................86
Gráfico 8 - Porcentagem média do grau de conversão entre aparelhos
de luz e tempos de fotoativação........................................................88
Gráfico 9 - Efeito das variáveis aparelhos de luz e cores da
resina composta Charisma
®
cores A2 e SL ....................................89
Gráfico 10 - Efeito das variáveis aparelho de lâmpada à base de LEDs, três
tempos de fotoativação e resina composta Charisma
®
cores A2 e SL.................................................................................91
Gráfico 11 - Efeito das variáveis aparelho de lâmpada halógena, tempos de
fotoativação e resina composta Charisma
®
cores A2 e SL............91
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Resina composta Charisma
®
cor A2 (Heraeus Kulzer)....................... 59
Figura 2 - Resina composta Charisma
®
cor SL (Heraeus Kulzer)...................... 59
Figura 3 - Aparelho fotopolimerizador de lâmpada halógena
Optilux 401 (Demetron)......................................................................62
Figura 4 - Aparelho fotopolimerizador à base de LEDs Optilight LD III
(Gnatus) ............................................................................................... 63
Figura 5 - Esquema de um Espectrômetro de FTIR (Hartmann & Braun)............64
Figura 6 - Espectrômetro de Ultravioleta-visível (UV-2401PC Shimadzu) ...........65
Figura 7 - Matriz de teflon ....................................................................................68
Figura 8 - Esquema demonstrando a matriz de teflon..........................................69
Figura 9 - Fotoativação do corpo-de-prova com o sistema à base de
LEDs na matriz bipartida de teflon .......................................................70
Figura 10 - Monômero residual depositado sobre célula de seleneto de zinco....71
Figura 11 - Dessecador à vácuo contendo uma célula de seleneto de zinco.......71
Figura 12 - Aparelho de FTIR-BOMEM (Hartmann & Braun)...............................72
Figura 13 - Balança Analítica (E. Mettler).............................................................73
Figura 14 - Centrífuga Hettich (4000 rpm)............................................................74
Figura 15 - Evaporador Rotativo Tecnal TE-210 (Michelson)............................... 75
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
A Absorvância
KBr Brometo de potássio
Bis-GMA
Bisfenol A Glicidil Metacrilato
CQ
Canforoquinona
CP Corpos-de-prova
CHCl
3
Clorofórmio
HPLC
Cromatografia líquida de alta eficiência
LEDs
Diodos emissores de luz
DMAEMA Dimetilamino etil metacrilato
DABE Dimetil amino benzóico
FTIR Espectrometria no infravermelho com transformação de Fourier
UV-Vis Espectrometria na região do ultravioleta-visível
GC Grau de conversão
0
C Grau Celsius
g Gramas
DP Grau de polimerização
IR Infravermelho
J/cm
2
Joule por centímetro quadrado
C=C Ligação dupla carbono-carbono
C=O Ligação dupla carbono-oxigênio
CH
3
OH Metanol
µg Micrograma
µm
Micrômetro
mm
Milímetro
mL Mililitro
mW/cm
2
miliWatts por centímetro quadrado
mg/L Miligramas por litro
min
Minutos
nm Nanômetro
% Porcentagem
P.A. Pró-análise
® Registrado
rpm
Rotações por minuto
ZnSe Seleneto de zinco
s Segundos
TEGDMA
Trietileno Glicol Dimetacrilato
T Transmitância
UV Ultravioleta
UDMA Uretano Dimetacrilato
W Watts
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO................................................................................................. 17
2 REVISÃ DE LITERATURA............................................................................... 22
3 PROPOSIÇÃO.................................................................................................. 58
4 MATERIAL E MÉTODO.................................................................................... 59
4.1 MATERIAL E MÉTODO ................................................................................. 59
4.2 APARELHOS FOTOPOLIMERIZADORES.................................................... 60
4.2.1 Aparelhos de lâmpada halógena:Optilux 401 (Demetron)........................... 60
4.2.2 Aparelhos à base de LEDs: Optilight LDIII(Gnatus) ................................... 62
4.3 EQUIPAMENTO DE ANÁLISE....................................................................... 63
4.3.1 Espectrometria no infravermelho................................................................. 63
4.3.2 Equipamento no ultravioleta........................................................................ 65
4.4 GRUPOS EXPERIMENTAIS.......................................................................... 67
4.5 OBTENÇÃO DOS CORPOS-DE-PROVA PARA
ESPECTROMETRIA NO INFRAVERMELHO................................................ 68
4.5.1 Confecção dos corpos-de-prova ................................................................. 68
4.5.2 Fracionamento das resinas compostas fotoativadas................................... 70
4.5.3 Análise por espectrometria no infravermelho.............................................. 72
4.6 OBTENÇÃO DOS CORPOS-DE-PROVA PARA
ESPECTROMETRIA NO ULTRAVIOLETA-VISÍVEL ..................................... 73
4.6.1 Confecção e fracionamento dos corpos-de-prova....................................... 73
4.6.2 Análise qualitativa das resinas compostas.................................................. 74
4.7 CURVA DE CALIBRAÇÃO DAS RESINAS COMPOSTAS
CORES A2 E SL ............................................................................................ 74
5 RESULTADOS.................................................................................................. 77
6 DISCUSSÃO..................................................................................................... 92
7 CONCLUSÕES................................................................................................. 106
REFERÊNCIAS.................................................................................................... 107
APÊNDICE A Análise descritiva do grau de conversão
segundo resina composta e tempo de fotoativação ...................... 114
APÊNDICE B Análise descritiva do grau de conversão
segundo resina composta e aparelhos de fotoativação................. 116
APÊNDICE C Gráfico do espectro no ultravioleta............................................... 119
APÊNDICE D Comportamento de uma resta na espectrometria
do ultravioleta................................................................................ 121
17
1 INTRODUÇÃO
As resinas compostas constituem hoje o material de escolha para as
restaurações diretas dos elementos dentais. Elas têm evoluído rapidamente desde
a década de 60, em suas propriedades físico-químicas para melhorar sua
longevidade. No entanto, ainda não existem resinas compostas com propriedades
ideais, por isso estão em constante evolução e pesquisa.
A resina composta está definida como uma combinação tridimensional
de no mínimo dois materiais quimicamente diferentes, com uma interface que
separa ambos. A matriz resinosa contém um sistema de monômeros e iniciadores
para polimerização. A carga inorgânica contém vidro, quartzo e/ou sílica e o agente
de enlace é geralmente um silano que une as partículas inorgânicas com a matriz
resinosa. O componente resinoso de uma resina dental polimerizada é chamado de
matriz polimérica.
Um dos aspectos mais críticos numa restauração de resina composta
é a etapa de polimerização, responsável pela maioria das propriedades mecânicas,
físicas e estéticas. A polimerização incompleta poderá produzir uma resina com alta
porosidade, menor dureza, baixo polimento, alta capacidade de manchamento e até
toxidade pulpar provocada pelos monômeros livres que poderão inflamar a polpa
(FRENTZEN; FOLL; BRAUN, 2001; QUIROZ, 2004; YAP; LEE; SABAPATHY,
2000).
Muitos fatores clínicos relacionados à distância entre a ponta ativa do
fotopolimerizador e a superfície de uma restauração de resina composta, como em
uma classe II poderiam interferir na conversão de monômeros em polímeros. As
pesquisas mostram que o grau de polimerização diminui à medida que aumenta a
18
distância da ponta do fotopolimerizador à resina (BENNETT; WATTS, 2004; MILLS
et al., 2002; PIRES et al., 1993; PRICE; FELIX; ANDREOU, 2003; SILVA;
MENDES; FERREIRA, 2004), e que os incrementos não poderiam ser maiores que
3 mm para não perder a efetividade da luz na resina composta tanto com as
lâmpadas halógenas como com os LEDs (LUIZ; SOLDI; PIRES, 2003; SOH ; YAP;
SIOW., 2003; RAHIOTIS et al., 2004; YOON et al., 2002).
Uma adequada fotoativação transforma os monômeros em uma
complexa estrutura de polímeros. Porém a conversão de monômeros em polímeros
não atinge 100%, resultando na permanência de monômeros sem reagir
(ASMUSSEN; PEUTZFELDT, 2003a). As resinas compostas iniciam o processo de
polimerização pela absorção de luz numa faixa específica do comprimento de onda,
em torno de 400 a 500 nm, uma vez ativada, reage com o agente redutor (amina
alifática) para produz radicais livres.
A lâmpada halógena utilizada para polimerizar resinas compostas
apresenta desvantagens com relação ao tempo de uso (menos que 100 horas), o
bulbo, o filtro e o refletor podem se degradar com o tempo de uso, diminuindo as
propriedades físicas das resinas compostas.
O LED (diodo emissor de luz) é conhecido pela grande maioria das
pessoas, pois nada mais é que aquelas luzes indicativas que se encontram em
vídeo cassetes, alarmes de carro e em aparelhos telefônicos. Os aparelhos à base
de LEDs azuis representam uma nova opção para polimerização de resinas
compostas, sendo compostos por um semicondutor de In-Ga-N (Indio-Gálio-
Nitrogênio) (FRANCO; LOPES, 2003). Estes aparelhos apresentam vantagens
bastante favoráveis para o uso dos cirurgiões-dentistas como: não utilizar sistema
de ventilação, reduzindo seu tamanho; não necessitar de sistemas de filtro que
19
constitui a parte mais dispendiosa dos aparelhos fotoativadores e permitir a baixa
emissão de calor, diferente do aquecimento dos bulbos da lâmpada halógena
(LEONARD et al., 2002; LUIZ; SOLDI; PIRES, 2003; SOH; YAP; SIOW, 2003).
A luz produzida pelo LED apresenta um espectro de emissão em
banda estreita (450 a 490 nm). Desta forma, mesmo tendo uma baixa densidade de
potência (mW/cm
2
), estes aparelhos emitem luz dentro do espectro de emissão da
canforoquinona.
O iniciador mais comumente utilizado nas resinas compostas é a
canforoquinona, que absorve energia num espectro visível, entre 400 e 500 nm. A
energia (fótons) é absorvida pela molécula quando exposta a uma fonte de luz que
absorve este fóton, a qual passará para o estado excitado. Enquanto a
canforoquinona permanece em estado reativo, colide com a amina (adicionada ao
composto químico), ocorrendo a transferência de elétrons, resultando na formação
de um radical livre. Este radical livre irá reagir com o monômero, que possui uma
ligação dupla de carbono (C=C), que irá iniciar a reação (FRANCO; LOPES, 2003).
Quanto maior a intensidade de luz, maior será a extensão de polimerização da
resina composta (RUEGGEBERG; CAUGHMAN; CHAN, 1999; SIDERIDOU;
TSERKI; PAPANASTASIOU, 2002; WITZEL et al., 2005).
A quantidade de duplas ligações de carbono (C=C), presentes nos
monômeros, que são convertidas em ligações simples (C-C) para formar a cadeia
polimérica durante o processo de polimerização, é denominada de grau de
conversão (FERRACANE, 1985; NOMOTO, 1997; OBICI, 2003). A extensão em
que os monômeros reagem para formar o polímero durante a reação de
polimerização, tem um efeito importante nas propriedades físicas e mecânicas de
restaurações de resinas compostas (ASMUSSEN; PEUTZFELD, 2003b;
20
FERRACANE; GREENER, 1986; SAKAGUCHI; BERGE, 1998; TARUMI et al.,
1999).
Alguns métodos para avaliar o grau de conversão das resinas
compostas são encontrados na literatura, entre eles a microscopia ótica e
eletrônica, método de análise térmica, como calorimetria exploratória diferencial
(DTA), a cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC) e os métodos vibratórios,
tais como a espectrometria no infravermelho com transformação de Fourier (FTIR),
espectroscopia Raman e a espectrometria no ultravioleta-visível (UV-Vis).
A espectrometria no ultravioleta-visível apresenta a importante
característica de possibilitar uma fácil determinação quantitativa de ligações duplas,
como é o caso dos monômeros que constituem as resinas compostas. Esta técnica
de análise, devido à facilidade e simplicidade de manuseio, representou neste
trabalho uma nova metodologia na área odontológica para quantificar monômeros
residuais e determinar o grau de conversão da resina composta Charisma
®
(Heraeus Kulzer) e que poderá ser aplicada a outras resinas restauradoras.
A espectrometria na região do infravermelho tornou-se uma técnica
muito popular para análise da extensão de conversão de monômero em polímero
em resinas compostas (BAGIS; RUEGGEBERG, 1997; FERRACANE; GREENER,
1984, 1986). A radiação na região do infravermelho (IR) corresponde
aproximadamente à parte do espectro eletromagnético situada entre as regiões do
visível e das microondas.
A radiação ultravioleta (Espectrometria Ultravioleta) identifica os
monômeros residuais que permaneceram formando radicais livres. Os monômeros
são cromóforos (SILVERSTEIN; WERSTER, 2000), ou seja, têm afinidade pelas
ligações de carbono, carbono-oxigênio e também pelos anéis aromáticos que são
21
componentes das resinas compostas. Com esta técnica é possível detectar a
quantidade de monômero residual e estabelecer a porcentagem de monômeros
residuais contidos em corpos-de-prova de resinas compostas quando fotoativadas.
A quantidade de monômeros residuais determinados através de
equipamentos de espectrometria parece ser a maneira mais sensível de analisar o
grau de conversão das resinas compostas atualmente (LUIZ; SOLDI; PIRES, 2003;
ATAL; WATTS; ATAL, 2005, CONTI et al., 2005).
Tendo conhecimento de que os resultados desta pesquisa são de
interesse tanto para os profissionais da área odontológica como para os
pesquisadores devido à busca por aparelhos de fotoativação mais eficientes, novos
aparelhos foram lançados pelas indústrias, com a perspectiva de melhor
polimerização. Em uma situação clínica de difícil acesso, como em uma restauração
de classe II, é de extrema importância conhecer o grau de conversão das resinas
compostas frente a estas novas tecnologias de equipamentos de fotoativação.
O objetivo deste estudo foi comparar o grau de conversão de uma
resina composta de duas cores fotoativada por duas fontes de luz em diferentes
tempos de exposição, utilizando-se análise qualitativa por espectrometria no
infravermelho e análise quantitativa por espectrometria no ultravioleta.
22
2 REVISÃO DE LITERATURA
O grau de conversão monomérica foi estudado por Ferracane e
Greener (1984) através da espectroscopia no infravermelho (FTIR) para determinar
os grupos de metacrilatos residuais em resinas Bis-GMA sem carga pelo método de
análise no FTIR, tipo e modo de polimerização. Dois tipos de resinas quimicamente
ativadas foram colocadas em matrizes de 6 mm por 2 mm e pressionadas durante
15 min até formar uma película enquanto em outros grupos as resinas foram
fotopolimerizadas por 60 s em matrizes metálicas. As resinas permaneceram à
temperatura de 37
0
C em estufa durante 24 horas. O grau de polimerização (DP) foi
analisado em Espectroscopia no Infravermelho com Transformação de Fourrier
(FTIR), obtendo-se os espectros de 30 scans com picos de absorvância de 450 a
4400 cm
-1
. As intensidades foram medidas através dos picos de absorção das
ligações de carbono (C=C) na faixa de 1638,6 cm
-1
enquanto as ligações simples de
carbono na faixa de 1609,4 cm
-1
. As amostras foram trituradas até obter um pó fino
e misturadas em brometo de potássio (KBr) , prensado formando uma película fina e
em seguida , analisados em FTIR. O grau de polimerização para as resinas variou
de 55 a 72% e não houve diferença significante na conversão, enquanto a técnica da
película ou filme foi ligeiramente menor o grau de conversão, não apresentando
diferenças entre os dois métodos de análise em FTIR (KBr e película) para se
analisar o grau de conversão .
Ferracane (1985) estudou a correlação entre dureza Knoop e grau
de conversão das duplas ligações de carbono de resinas compostas, por
espectroscopia no infravermelho. Resinas compostas quimicamente ativadas
Delton e Fissure Sealen (Johnson & Johnson), Profili bonding agent (S.S.White)
23
e Concise Enamel Bond (3M) foram escolhidas tendo como base em diferentes
monômeros e viscosidades. O grau de conversão foi analisado pelo método
FTIR (película) com intervalos de tempo de 1 a 30 min e comparados com
períodos de 60, 120 min e 24 horas. Em todas as amostras foi verificado o grau
de dureza Knoop através de microdurômetro. O autor concluiu que os valores
absolutos de dureza Knoop não puderam predizer o grau de conversão através
das ligações duplas de carbono quando se comparou diferentes resinas. Outros
métodos deveriam ser usados quando se comparou o grau de conversão e a
microdureza.
As propriedades mecânicas das resinas compostas sem carga
foram estudadas por Ferracane e Greener (1986) usando 14 resinas à base de
Bis-GMA ativadas quimicamente ou por luz visível e variando a concentração do
diluente TEGDMA (Trietileno glicol Dimetacrilato). Os testes de resistência e
tensão diametral, dureza, resistência à compressão e módulo flexural foram
realizados e comparados com os resultados obtidos pela espectrometria no
infravermelho. Os autores concluíram que as propriedades afetaram o grau de
conversão, ou seja, existe uma correlação significativa entre as propriedades
mecânicas e o grau de conversão, principalmente com relação a resistência à
compressão.
Pires et al. (1993) estudaram a relação entre fontes de luz e a
distância da resina composta. Uma base de dentina em forma de disco foi
utilizada para simular uma cavidade clínica. Um aparelho de lâmpada halógena
(Opitilux 401 Demetron) foi utilizado em diferentes distâncias (0, 2, 6 e 12 mm)
dos corpos-de-prova, durante 40 s. Três radiômetros foram utilizados para
conferir a intensidade de energia nas diferentes distâncias: Sure Cure (Ho
24
Dental), Cure Rite (EFOS) e Curing Radiometer (Demetron). O período de
armazenamento foi de 24 horas. O topo e a base dos corpos-de-prova foram
polidos com lixa e após foi registrada a dureza superficial em ambos, e
observou-se que houve diferenças de valores absolutos com diferentes
distâncias. O aparelho de lâmpada halógena apresentou os melhores resultados.
Os autores salientaram que o aumento do tempo deveria ser maior do que o
fabricante recomenda, pelo fato que a intensidade de luz diminui com o aumento
da distância da ponta ativa do aparelho ao corpo-de-prova de resina composta.
Rueggeberg et al. (1994) investigaram diferentes tempos de
irradiação e intensidade de luz em resinas compostas híbridas e micro-híbridas
de mesma marca comercial (3M). Uma fonte de lâmpada halógena, o Demetron
401 - Demetron com controlador de voltagem foi utilizada por tempos de: 20, 40,
60 e 80 s. As resinas compostas P-50 e Silux Plus nas cores U e cinza foram
selecionadas. Um filtro especial na fonte de luz foi utilizado para assegurar 800
mW/cm
2
. Uma matriz especial construída para os corpos-de-prova com
espessuras diferentes (0, 1, 2 e 3 mm). As amostras foram armazenadas
durante 24 horas e após fatiadas para serem analisadas em espectrometria de
infravermelho. Foi utilizado o seleneto de zinco para a leitura em infravermelho
(ZnSe). Os resultados mostraram que a espessura (2 mm) da resina composta é
mais importante do que a cor e o tipo de partícula. O tempo de 40 s de
fotoativação com intensidade de 600 mW/cm
2
promoveu os melhores
resultados nesta pesquisa.
Yoshida e Greener (1994) estudaram o efeito dos fotoiniciadores e
co-iniciadores utilizados nas resinas compostas. O grau de conversão foi
medido através de compostos preparados variando a concentração de DMAEMA
25
e canforoquinona em 50% de TEGDMA. A análise do grau de conversão foi
realizada através de espectrometria no infravermelho para verificar a
concentração das duplas ligações de carbono. Em outros grupos a
polimerização foi realizada em laboratório a uma temperatura de 30º C por um
tempo de 90 s. Os autores puderam afirmar que as características da
polimerização são influenciadas pela química dos materiais e a concentração e
tipo de iniciadores. A mistura de canforoquinona com DMAEMA representa uma
excelente combinação para melhorar o grau de conversão das resinas
compostas.
Nomoto; Uchuida e Hirasawa (1994) estudaram a influência da
intensidade de luz e do tempo de irradiação sobre as resinas compostas. Os
autores pesquisaram a profundidade de polimerização e a porcentagem de
duplas ligações de carbonos livres. Utilizaram três resinas compostas: Filtek
Z100 (3M), Silux Plus (3M) e Clearfil Photo Posterior (Kuraray). A intensidade de
luz variou alterando-se a distância entre a ponta ativa e o corpo-de-prova.
Quanto maior a intensidade de luz, menor tempo de exposição para conseguir
densidade de energia constante. Independentemente das combinações entre
intensidade de luz e tempo, quando a intensidade de luz foi constante, não
houve diferenças nos resultados das variáveis testadas.
Rueggeberg; Caughman e Curtis (1994) estudaram a
interdependência entre tempo de exposição à luz e a intensidade de luz na
polimerização de resinas compostas em diferentes profundidades simulando
uma restauração de resina composta. As resinas utilizadas neste estudo foram
as microparticuladas e híbridas nas cores universais e cinza de uma mesma
marca comercial. Finos discos cilíndricos de resina composta (1 mm de
26
espessura) foram confeccionados de modo que poderiam ser removidos
facilmente da matriz. As análises dos corpos-de-prova nas superfícies no topo e
base foram realizadas através da técnica da espectrometria no infravermelho.
Os autores concluíram que a intensidade de luz recomendada é 400 mW/cm
2
para uma polimerização eficiente e intensidade de 233 mW/cm
2
não deveriam
ser utilizadas, provocando uma deficiente polimerização, sendo necessário a
troca do bulbo (fonte de luz convencional) como rotina. Os autores afirmaram
ainda que a concentração do fotoiniciador varie de produto para produto como a
canforoquinona (CQ) e metacrilato no grau de conversão através do FTIR
(radiação no infravermelho com transformação de Fourier). Os melhores
resultados obtidos com tempo de exposição de 60 s e intensidade de 400
mW/cm
2
. Os autores salientaram que a espessura dos incrementos de resina
composta não deveria exceder a 2 mm, com 1 mm sendo o ideal. A relação
entre intensidade de luz e profundidade de polimerização é utilizada para
enfatizar que os incrementos não deveriam ser maiores que 2 mm com tempo
de exposição rotineiro de 60 s.
Park e Lee (1996) analisaram o grau de conversão da resina
composta Brilliant (Coltène) cor A3, variando a espessura de película e a
distância da fonte de luz. Foram confeccionados 20 corpos-de-prova com 5 mm
de diâmetro por 4 mm de espessura em uma matriz de teflon. Dez amostras
foram polimerizadas por 60 s, e dez foram polimerizadas por 60 s e
adicionalmente colocadas no forno para resinas indiretas (tipo inlays) durante 7
min a 120
o
C. Os discos foram separados e analisados de acordo com a
proximidade da fonte de luz. As películas permaneceram com espessuras que
variaram entre 50 µm e 70 µm e para determinar o grau de conversão em FTIR
27
com absorções de 1637 e 1609 cm
-1
. Os autores relataram que o grau de
conversão diminuiu à medida que a distância da fonte de luz aumentou. O calor
aumentou o grau de conversão nas porções externas das amostras quando
comparadas com a parte interna da resina composta.
Bagis e Rueggeberg (1997) estudaram o efeito da temperatura e
uso do aquecimento na conversão monomérica das resinas compostas
fotoativadas. As amostras foram preparadas em forma de cilindro (10 mm
diâmetro x 1 mm altura) em moldes de alumínio onde foram fotoativadas, com
excessão ao grupo controle. As temperaturas variaram entre 50º, 75º, 100º e
125º C por tempos de polimerização de 30 s; 1 min; 3 min, 5 min e 7 min. Após
a polimerização, as amostras permaneceram estocadas em local escuro durante
uma semana e em seguida foram analisadas pelo método FTIR (Digilab/Bio-
Rad, Cambrige-MA, USA com resolução de 2 cm
-1
) . Os valores alcançados com
temperaturas de 50ºC foram de 57,7% e com 125
o
C foram de 69,9% . O
aumento de temperatura entre 3 e 7 min foi bem maior que em 30 s e 1 minuto
nos valores de conversão, mostrando que o aumento de temperatura foi
importante para aumentar o grau de conversão.
Nomoto (1997) avaliou o grau de conversão, conversão de
polimerização e a influência do comprimento de onda da luz sobre a
polimerização de uma resina experimental. Para determinar que a
polimerização da resina composta não depende só da quantidade de luz, mas
também da qualidade do aparelho de fotoativação (comprimento de onda). Os
resultados indicaram que nos primeiros segundos de irradiação tanto o grau de
conversão como a conversão de polimerização foram afetados pelo
comprimento de onda da luz. A influência do comprimento de onda na
28
polimerização foi reduzindo gradualmente à medida em que o tempo de
exposição aumentou. Para cada tempo de exposição o comprimento de onda
mais adequado foi aquele mais próximo ao pico de absorção da luz
canforoquinona (470 nm). O autor concluiu que a absorção da luz pela
caforoquinoma afetou a etapa inicial da polimerização e que a conversão de
monômeros em polímeros foi eficiente. O comprimento de onda da luz emitida
pelos aparelhos deve coincidir com o pico de absorção dos fotoiniciadores
presentes nos materiais restauradores.
Rueggeberg e Craig (1998) avaliaram os parâmetros utilizados
para estudar e determinar a conversão monomérica em compostos fotoativados
e analisados em FTIR. Os autores determinaram através dos testes de dureza
Knoop, lixiviação e sorpção de água na avaliação da extensão de conversão em
diferentes profundidades usando a resina composta P-30 (3M). Para análise do
grau de conversão, foram confecccionados 5 corpos-de-prova por grupo e
analisados em FTIR com absorções de 1637 e 1608 cm
-1
. Os resultados obtidos
foram observados nas profundidades de 0 a 4,5 mm. Os autores concluiram que
houve um grau máximo de conversão em torno de 51% e um decréscimo nos
valores com o aumento da profundidade. Em 4,5 mm houve o mínimo de
conversão. O mesmo declínio de valores foi observado para o teste de dureza
Knoop.
Sakaguchi e Berge (1998) avaliaram a relação entre a intensidade
de luz (mW/cm
2
) e a tensão da contração linear pós-gel com o grau de
polimerização das resinas compostas através do FTIR (RFX-30 radiação
infravermelha com transformação de Fourier). Amostras de resinas compostas
foram polimerizadas a uma distância de 7 mm entre a ponta ativa e a superfície
29
do material simulando a distância entre o topo da restauração e a superfície
gengival, como em uma cavidade de classe II em dentes posteriores. O tempo
de exposição à luz foi fixado em 40 s com quatro intensidades de luz (71% a
241 mW/cm
2
; 49% a 164 mW/cm
2
e 34% a 116 mW/cm
2
). Foi analisado o grau
de conversão na superfície e na base dos corpos-de-prova. O grau de
conversão no topo das amostras foi diferente entre grupos, exceto nos grupos
com intensidade de 71% e 49%. O grau de polimerização nas amostras
polimerizadas com diferentes intensidades de luz não foi significante,
comparados com maior intensidade. A intensidade máxima da fonte de luz
resultou em uma significativa redução na tensão de contração de polimerização
e não afetou o grau de conversão.
Koran e Kürschner (1998) avaliaram o efeito da polimerização
utilizando baixa e alta intensidade de luz. A resina composta Pertac (ESPE) foi
testada de cinco maneiras: dureza, adesão, viscosidade, espessura e
concentração de monômero residual na polimerização. Os corpos-de-prova
foram irradiados com lâmpada halógena Elipar II (3M) durante diferentes tempos
(10, 30 e 40 s). A quantidade de monômero residual foi avaliada através da
quantidade de acrilatos remanescentes nas diferentes intensidades de luz. O
método de análise foi através de cromatografia de alta eficiência (HPLC). Os
resultados mostraram que com 40 s de fotoativação houve uma conversão de
90% e com 20 s a conversão foi de 80%. As amostras permaneceram 48 horas
em saliva artificial foram novamente analisadas e os resultados mostraram que
não houve diferença na quantidade de monômero remanescente.
Knobloch et al. (1999) compararam a resistência ao desgaste e o
grau de conversão de resinas compostas diretas com resinas de laboratório.
30
Quatro resinas de laboratório: Targis (Ivoclar), Concept (Vigodent), BelleGlass
(Kerr) e Artglass (Heraeus Kulzer) e duas resinas diretas: Herculite XRV
TM
(Kerr) e Heliomolar (Ivoclar) foram analisadas. Esmalte de dentes (terceiros
molares) foi analisado como grupo controle. As 10 amostras (3,5 mm de
diâmetro e 8 mm de altura) foram preparadas em moldes de vidro, cortadas com
discos de diamantes e analisadas em microscopia eletrônica de varredura
(S.E.M., Edax DX4-1) para verificar as superfícies de desgaste. O grau de
conversão foi determinado através do método FTIR (Midac) em KBr em 16
scans e bandas de absorção de 850 a 4000 cm
-1
. Nas resinas compostas
indiretas Concept e BelleGlass a conversão foi significantemente maior que os
outros compostos testados. A resina composta direta Heliomolar apresentou
menor conversão do que a resina composta Herculite.
Mills; Jandt e Ashworth (1999) compararam as lâmpadas halógenas
e à base de LEDs, quanto à sua microdureza (Knoop). Um equipamento de luz
halógena (Coltolux®-Coltène) com ponta ativa de 8 mm e um equipamento à
base de LEDs com ponta ativa de 6 mm (Nichia- 25 LEDs) foram utilizados. Três
tipos de resinas compostas de mesma marca comercial (3M) e diferentes
composições: Silux Plus na cor U, P50 na cor U e FILTEK Z100 na cor A3. 5
durante um tempo de exposição de 40 e 60 s. A matriz metálica com 4 mm de
diâmetro por 6 mm de profundidade foi utilizada neste experimento. Para medir
a microdureza foi utilizado um equipamento digital com penetração de 0,01 mm
de acordo com a norma ISO 4049. Os resultados mostraram que as fontes de
luz à base de LEDs promoveram 64% maior profundidade de polimerização que
a lâmpada halógena com intensidade de luz de 300 mW/cm
2
. Os autores
31
concluíram que outras pesquisas são necessárias para comparar as fontes de
luz em condições normais de uso.
Rueggeberg; Caughman e Chan (1999) pesquisaram a conversão
monomérica da resina composta Herculite XRV, cor A2 (Kerr) em matriz
metálica com 8 mm de diâmetro, coberta com uma lâmina de cristal. A
fotoativação foi realizada de dois tipos: alto pulso de energia de 10, 40 e 60 s e
com luz contínua (40 e 60 s) com intensidade de 800 mW/cm
2
por meio de uma
fonte de luz halógena Elipar (ESPE). O grau de conversão foi medido através de
espectrometria no infravermelho com transformação de Fourier. Os autores
observaram que usando luz contínua ou com alto pulso de energia, durante 60 s
e até 3 mm de espessura as resinas compostas obtiveram o mesmo grau de
conversão.
Tarumi et al. (1999) avaliaram o efeito da quantidade de TEGDMA
na polimerização após irradiação de quatro resinas compostas experimentais à
base de Bis-GMA, nas quais foram preparadas com diferentes proporções de
TEGDMA e Bis-GMA. Foi medido o grau de conversão através do método FTIR,
imediatamente após polimerização e após 24 horas de armazenamento. As
amostras foram analisadas em cromatografia de alta eficiência (HPLC) para
verificar os resíduos de Bis-GMA, TEGDMA após a polimerização e com 24
horas de estocagem. Os resultados mostraram que os compósitos que
continham TEGDMA apresentaram um alto grau de conversão. A quantidade de
TEGDMA residual pós-polimerização diminuía, mas a quantidade de Bis-GMA
remanescente mostrou valores constantes de monômeros não reagidos.
Segundo os autores o TEGDMA é considerado o principal contribuinte da
polimerização após a irradiação na resina composta à base de Bis-GMA.
32
Kurachi et al. (2000) avaliaram a microdureza Vickers de uma
resina composta polimerizada com cinco aparelhos LEDs (Nichia) e um aparelho
de luz halógena KM-200R (DMC-LTDA). Os autores confeccionaram corpos-de-
prova com a resina composta FILTEK Z100 TM (3M), cor A3 em diferentes
espessuras: 0,35 mm, 1,25 mm e 1,8 mm. A intensidade do aparelho de luz
halógena foi ajustada em 475 mW/cm
2
com tempo de 40 s e para o aparelho de
LEDs foram utilizados 5 tempos de exposição (20, 40, 60, 120 e 180 s) com
diferentes intensidades : 25, 34, 46, 68, 79 mW/cm
2
. Todas as resinas
compostas fotopolimerizadas com os aparelhos à base de LEDs, mostraram
valores de microdureza inferiores aos da lâmpada halógena convencional,
independente da espessura. Os autores afirmaram que são necessários 120 s
de exposição com aparelhos à base de LEDs para conseguir valores de
microdureza comparáveis aos valores conseguidos para a exposição de 40 s
com os aparelhos de luz halógena. Os autores ressaltaram os razoáveis valores
de microdureza obtidos com os aparelhos LEDs considerando as baixas
intensidades.
Yap; Lee e Sabapathy (2000) investigaram a liberação do ácido
metacrílico de quatro resinas compostas: Silux Plus (3M), FILTEK Z100 (3M),
Ariston pH (Vivadent) e SureFil (Dentsply). As resinas Silux Plus e FILTEK Z100
TM à base de Bis-GMA e Uretano metacrilato enquanto a Ariston e a SureFil
utilizaram o Uretano metacrilato e sistema de polímeros modificados. Dez discos
de 0,2 mm de diâmetro e 2 mm de espessura foram fabricados usando moldes
de borracha. Os materiais em teste foram colocados dentro do molde e a resina
composta foi protegida com tira de poliéster. Uma segunda lâmina de vidro foi
colocada e pressionada para liberar o excesso de material. Os corpos-de-prova
33
foram lavados com água deionizada e agitados a uma velocidade de 80 rpm por
duas horas a 37
0
C. As soluções das amostras foram filtradas e analisadas por
eletroforese capilar (CE). Os resultados mostraram que do primeiro ao sétimo
dia a liberação do ácido metacrílico pela resina Ariston foi significantemente
maior do que os outros compósitos. Nenhuma diferença significante na
liberação do ácido metacrílico foi observada entre a Silux Plus, FILTEK Z100 TM
e SureFil por todos os sete dias. A liberação do ácido metacrílico em água a
37
0
C foi maior no primeiro dia para todas as resinas e diminuiu com o tempo,
com exceção da resina FILTEK Z100. Os autores concluiram que alguns
compostos poderiam apresentar altos níveis de ácido metacrílico e não se sabe
o que eles poderiam causar em seres vivos, por isso deveriam ser melhor
investigados.
Morgan et al. (2000) analisaram o efeito da diluição do Bis-GMA e
do TEGDMA quanto a profundidade de polimerização e grau de conversão
através dos métodos de aquecimento (DSC) e espectrometria de ressonância
nuclear (NMR). A análise quantitativa foi verificada através do equipamento de
ressonância magnética com um tempo de 30 s de exposição e velocidade de
3,95 kHz. Diferentes proporções de Bis-GMA e TEGDMA foram adicionadas e
aquecidas de 60, 70, 80 a 120
o
C para permanecer em estado sólido. Com o
aumento de temperatura ocorre uma maior mobilidade das moléculas melhor
polimerização e alto grau de conversão. A melhor solução encontrada foi de
70% de Bis-GMA com 30% de TEGDMA. A ressonância nuclear é um excelente
método para medir a conversão de monômeros em polímeros.
Peutzfeldt e Asmussen (2000) estudaram as propriedades mecânicas,
resistência ao desgaste de duas resinas compostas FILTEK Z100 TM (3M) e
34
Charisma (Heraeus Kulzer). Dispositivos desenvolvidos para polimerização foram
confeccionados em consultórios odontológicos. As amostras de resinas compostas
foram pré e pós polimerizadas de acordo com os seguintes métodos: fotoativação
com lâmpada halógena EC da Translux (10min) e Tríade II (10min). As propriedades
foram determinadas após o armazenamento das amostras durante uma semana em
água a 37
0
C. O grau de conversão foi determinado usando a transmissão FTIR. As
propriedades mecânicas testadas foram: força diametral e força flexural. O desgaste
foi induzido por um simulador three-body. As fontes de luz utilizadas aumentaram o
grau de conversão em ambos os materiais. A polimerização final aumentou as
propriedades mecânicas e a resistência ao desgaste da resina composta
Charisma®, visto que nenhum efeito foi encontrado nestas propriedades na resina
composta FILTEK
TM
Z100. A polimerização final com o uso de dispositivos aumentou
o grau de conversão da resina composta FILTEK
TM
Z100 e da resina Charisma
®
.
Stahl et al. (2000) estudaram o desempenho dos aparelhos à base de
LEDs comparados com as lâmpadas halógenas, através da conversão de
monômeros e suas implicações clínicas. Duas resinas híbridas com diferentes
cores: Spectrum TPH (A2 e A4), FILTEK
TM
Z100 (A2 e A4) e a resina Solitaire (A2 e
A4). O aparelho de lâmpada halógena (Spectrum 201 R) com intensidade de luz de
755 mW/cm
2
e à base de LEDs (Nichia - 27 LEDs) com 350 mW/cm
2
foram
utilizados neste experimento. Em todos os corpos-de-prova a resistência flexural foi
maior com exceção à resina Solitaire na cor A4 quando polimerizados com luz à
base de LEDs e halógena. O aparelho à base de LEDs possuía melhor
desempenho de polimerização quando comparado com luz halógena. A resistência
flexural foi ligeiramente maior com o sistema de luz halógena comparada com a luz
à base de LEDs, mesmo com intensidades de luz muito diferentes.
35
Imazato et al. (2001) compararam os métodos de radiação
infravermelha (FTIR) e análise térmica (DTA), para medir o grau de conversão de
três marcas comerciais com diferentes quantidades de Bis-GMA e TEGDMA (75/25;
70/30; 50/50), contendo canforoquinona, DMAEMA e quartzo na mesma proporção.
Três marcas comerciais foram utilizadas: uma resina micro-híbrida (Silux Plus-3M), e
duas híbridas Photoclearfil
®
(Kuraray); Lite –Fil II (Shofu). A matriz de alumínio com
dimensão de 2.2 mm de profundidade e 6,0 mm de diâmetro e protegidos com
poliéster. Foi empregada nesta metodologia resinas compostas e foram
polimerizadas com aparelho luz halógena Quick light VL-1 (Morita) . As amostras
foram testadas em FTIR (Shimadzu), pelo método Kbr durante um tempo de 20 e
60 s para medir as ligações C=C antes e após a fotoativação. Os valores
encontrados para a técnica de DTA permaneceu 10% maiores, quando comparados
pela técnica de FTIR.
Frentzen; Foll e Braun (2001) examinaram a profundidade de
polimerização de uma resina composta Arabesk (Voco) nas seguintes cores: A1,
A2, A3, A3.5, B2 e B3 utilizando dois tipos de fontes de luz e dois tempos de
exposição 1 e 3 min. O aparelho de luz halógena utilizado foi o Translux CL
(Heraeus Kulzer) (750 mW/cm
2
) e à base de LEDs (Oshino Lamps) (110mW/cm
2
).
As amostras foram colocadas em uma matriz cilíndrica de vidro fixada em um
dispositivo construído para este fim. Uma agulha digital foi acoplada para medir a
dureza dos corpos-de-prova e em seguida analisados por equipamento de
espectrometria (Polytec). Um outro equipamento também estava acoplado para
medir a temperatura das fontes de luz. Os autores observaram que tanto a luz
halógena como à base de LEDs não produziram aumento de temperatura que
poderia danificar a polpa. De acordo com os resultados, os autores puderam concluir
36
que independente da cor, a profundidade de polimerização foi maior com o aparelho
à base de LEDs do que com aparelho de luz halógena. Segundo os autores o
sistema à base de LEDs apresentou uma melhor polimerização e pode ser uma
alternativa para a fotopolimerização de resinas compostas.
Yap ; Seneviratne (2001) avaliaram a inflluência da densidade de
energia na efetividade de polimerização de resinas compostas através do teste de
microdureza Knoop. Os autores testaram diferentes intensidades: 200, 300, 400, 500
e 600 mW/cm
2
e diferentes tempos: 10, 20, 30, 40, 80, 100, 120, 180 s, tendo como
controle a intensidade de 400 mW/cm
2
e tempo de 40 s. Foram confeccionados
corpos-de-prova de 2mm de espessura com a resina composta FILTEK Z100 TM
(3M) cor A2 fotopolimerizado com o aparelho VIP (Bisco). De acordo com os
resultados, pôde-se observar adequada microdureza com 20s de irradiação na
superfície utilizando as intensidades de 200 e 300 mW/cm
2
. A microdureza na base
foi conseguida com 300 mW/cm
2
e no tempo de exposição
de 120 s. Os autores
concluíram que para a superfície e base dos corpos-de-prova, os melhores
resultados alcançados foram com 20 e 30 s e irradiação de 500 e 600 mW/cm
2
. De
acordo com os autores, baixas intensidades de luz (200 e 300 mW/cm
2
)
não
produziram uma polimerização efetiva. Intensidade de luz altas (500 e 600
mW/cm
2
), promoveram polimerização efetiva a partir de 30 s de irradiação.
Lovell et al. (2001) investigaram a influência de uma fontes de luz nas
propriedades mecânicas de resinas compostas contendo 75% de Bis-GMA e 25% de
TEGDMA e a canforoquinona como ativador, através da espectrometria no
infravermelho (FTIR) . Esta razão de 75/25% é utilizada na maioria das marcas
comerciais de resinas compostas encontradas no mercado . A fonte de luz utilizada
foi: UV-light (Ultracure) com comprimento de onda de 350 a 470 nm e intensidade de
37
luz de 10 e 50 mW/cm
2
.
Comumente são utilizados o sistemas mid-IR , near -IR e
Raman de espectrometria para medir a conversão das ligações duplas de carbono,
entretanto neste estudo foi utilizado o near-FTIR por permitir corpos-de-prova com
espessuras em torno de 4 mm.
Durante a leitura em FTIR (Magna 750) houve um
aumento de temperatura na célula de 0 a 110
o
C . O monômero foi gotejado
através de uma pipeta entre as duas células, para não permitir a entrada de luz. As
leituras foram feitas antes e após o aumento de temperatura. Os resultados
mostraram que as propriedades mecânicas medidas foram insensíveis ao método
utilizado devido à rede de ligações formadas após a fotopolimerização, mas foi
relacionado as duplas ligações de carbono formados. As propriedades mecânicas
estão diretamente relacionadas com a quantidade de duplas ligações convertidas .
Knežević et al. (2001) compararam o grau de conversão e o
aumento da temperatura de quatro resinas compostas híbridas em 1 mm de
profundidade de polimerização: Tetric
®
Ceram (Ivoclar Vivadent), Pertac II
(ESPE), Valux Plus (3M) e Degufill Mineral (Degussa) polimerizadas com
diferentes fontes de luz e tempos de polimerização. Para todas as resinas
compostas selecionou-se a cor A2. Os aparelhos de luz utilizados foram
Heliolux GTE/Vivadent (600 mW/cm
2
), Elipar
TM
Freelight/ESPE (100 mW/cm
2
)
durante 10s e 700 mW/cm
2
durante 30s. Paralelamente foi avaliado (aparelho
experimental com um arranjo de 16 LEDs (Metex) na intensidade de luz de 12
mW/cm
2
para cada LED. Os resultados revelaram que o grau de conversão foi
maior para todas as resinas compostas polimerizadas com os aparelhos de luz
halógena. Os corpos-de-prova quando ativados com aparelho de luz halógena
atingiu o dobro de temperatura do que o aparelho à base de LEDs, sugerindo
que a temperatura transmitida é conseqüência da intensidade de luz emitida
38
pelo aparelho. As reações químicas aumentaram durante o processo de
polimerização do material. Os autores concluíram que os aparelhos deveriam ter
mais LEDs para emitir maior intensidade de luz e melhor polimerização.
Leonard et al. (2002) avaliaram a eficiência de polimerização dos
aparelhos fotoativadores à base de LEDs em comparação com um aparelho de
lâmpada halógena. A potência destes aparelhos foi comparada com a lâmpada
halógena nos espectros entre 380-520 nm e 450-500nm. Foram fabricados
discos de 2 x 8 mm das resinas compostas Filtek
TM
Z100 e Silux Plus para se
observar diferenças no grau de conversão entre as resinas compostas. Antes do
teste de dureza Knoop, os corpos-de-prova foram armazenados por 24 horas
em água. O grau de polimerização deveria ser de no mínimo 80% para que os
corpos-de-prova fossem considerados adequadamente polimerizados. A
potência dos aparelhos em mW/cm
2
foi verificada a 1 mm de distância da ponta
ativa da fonte de luz com um medidor especial a laser. O espectro de emissão
de luz foi calculado por meio de um calorímetro/telefotômetro. Segundo os
autores os LEDs necessitam de mais tempo para polimerizar do que a lâmpada
halógena para fotoativação dos corpos-de-prova de ambas as resinas na
proporção de 80% entre topo e base. Os resultados demonstraram que o
espectro de emissão do LED permaneceu mais próximo do pico de absorção da
canforoquinona, que é mais comumente usada como fotoiniciador. Por outro
lado, a potência da lâmpada halógena foi quatro vezes maior que o sistema à
base de LEDs. Portanto, segundo os autores os sistemas à base de LEDs
precisam de mais tempo que a luz halógena para fotopolimerizar
adequadamente as resinas compostas testadas.
39
Mills et al. (2002) avaliaram a profundidade de polimerização pela
microdureza Barcol e resistência compressiva da resina composta Spectrum
TPH (Dentsply) nas cores A2 e A4, polimerizada por 20 e 40 s. Os corpos-de-
prova foram fotoativados com LED LuxOMax (Akeda Dental) constituído de 7
LEDs, LED experimental (Nichia Chemical Indústrias) com 63 LEDs e um
aparelho de lâmpada halógena Coltolux
®
4 (Coltène/Whaledent). A profundidade
de polimerização foi avaliada de 0 a 6 mm com espessura de 1 mm. Para a
resistência compressiva foram usados corpos-de-prova de 6 x 4 mm. O espectro
de luz e a potência dos aparelhos foram medidos. Os dois protótipos de LED e a
luz halógena mostraram desempenhos similares e satisfatórios em relação ao
teste de microdureza em profundidade, enquanto que a microdureza obtida nos
corpos-de-prova com o LED comercial diminuiu com a profundidade com o
menor tempo de fotoativação (20s). Houve diferença estatística na resistência à
compressão com diferentes aparelhos de fotoativação, mas o protótipo de LED
e a luz halógena não apresentaram diferenças estatísticas significantes entre si.
O espectro dos LEDs ficaram entre 457 e 466 nm, enquanto a luz halógena
mostrou uma distribuição mais ampla. A potência do LuxOMax foi de 122
mW/cm
2
, enquanto os protótipos de LED apresentaram 561 e 831 mW/cm
2
, e a
lâmpada halógena 532 mW/cm
2
. O LED com potência similar à lâmpada
halógena resultou em microdureza semelhante até 3 mm. Os autores concluíram
que o LED experimental obteve profundidade de polimerização semelhante ao
comercial, e que os LEDs podem ter um potencial em odontologia pela
descoberta de emissão de luz capaz de polimerizar as resinas compostas.
Obici et al. (2002) analisaram o grau de conversão da resina
composta Z250 (3M) cor A3, através de dois métodos de análise do FTIR:
40
brometo de potássio (KBr) e através de película. As amostras foram submetidas
a 24 horas e 20 dias de estocagem. Os filmes possuíam espessuras
aproximadamente de 0.07g (6 mm diâmetro por 2 mm altura) e o aparelho
operava em absorbância com ondas entre 300 e 4000 cm
-1
e resolução de 4
cm
-1
. Os resultados mostraram que o grau de conversão da resina composta
Z250 não foi afetada com 24 horas e 20 dias e que o método KBr demonstrou
os maiores valores de conversão quando submetido a diferentes métodos de
fotoativação.
Sideridou; Tserki e Papanastasiou (2002) estudaram a influência da
estrutura química dos dimetacrilatos mais comumente utilizados nas resinas
compostas (Bis-GMA, TEGDMA, UDMA e Bis-GMA) sobre o grau de conversão.
Os corpos-de-prova foram fotoativados por períodos sucessivos de tempos, os
quais receberam exposição por 10, 20, 40, 60, 80, 180 e 240 s. O grau de
conversão foi determinado por espectometria de FTIR. Os resultados obtidos
permitiram calcular o limite no grau de conversão: Bis-GMA<Bis-
EMA<UDMA<TEGDMA. O TEGDMA mostrou o maior limite no grau de
conversão e a maior concentração de duplas ligações por unidade de massa. As
misturas de Bis-GMA/TEGDMA mostraram a taxa máxima do limite de grau de
conversão. Este resultado mostrou que o Bis-GMA quando associado a outros
monômeros produzem valores menores de conversão do que a mistura de Bis-
GMA e TEGDMA.
Yoon et al. (2002) estudaram a eficácia da polimerização de novas
fontes de luz como LED, aparelho experimental SNU (Korea), e o arco de
plasma Apollo 95E (DMD, Elite Woodland Hill-CA, USA) e compararam com a
fonte convencional de luz halógena (Spectrum 800, Dentsply, USA). As resinas
41
utilizadas foram Revolution (55% de carga), SureFil (82% de carga) e Z250
(60% de carga) todas na cor A3 inseridas num disco de alumínio e cobertos com
tira de nylon. Os materiais foram polimerizados com três aparelhos sendo que a
intensidade da lâmpada halógena e do LED foi de 400 mW/cm
2
por 20 e 40 s e
de 1472 mW/cm
2
no arco de plasma com 5 e 10s (8 e 16 J/cm
2
). As amostras
foram fatiadas com espessuras de 1, 2, 3 e 4 mm a partir da superfície. O grau
de conversão das três resinas compostas foi medido pelo FTIR (espectrometria
infravermelha). Os resultados mostraram que o grau de conversão foi
influenciado por três variáveis do material: a espessura dos corpos-de-prova, a
fonte de luz e o nível de energia. Quando a mesma energia foi aplicada, o grau
de conversão pelo arco de plasma e pelo LED a difereça não foi significante
comparado com a lâmpada halógena. Quando a energia da luz aumentou duas
vezes, nenhuma diferença no grau de conversão foi observada até 2 mm de
espessura, mas o grau de conversão não aumentou nas amostras acima de 3
mm.
Ferracane; Ferracane e Musanje (2003) determinaram a resistência
flexural, módulo de elasticidade e grau de conversão de nove resinas micro-
híbridas através de análise termogravimétrica e espectrometria no
infravermelho. Para análise termogravimétrica as resinas compostas foram
pesadas e colocadas em recipiente de porcelana e aquecidos até 500º C por 30
min. Dois aparelhos de luz halógena foram utilizados: Triad II (Dentsply), com
tempo de exposição de 40 s dos corpos-de-prova e o aparelho Optilux 401
(Demetron) com tempo de 40 s somente no topo dos corpos-de-prova e depois
40 s na parte inferior da matriz. Após a fotoativação foram armazenados por 24
horas a 37ºC. Os resultados mostraram que em espessuras de 2 mm e
42
irradiadas por 40s polimerizaram a maioria dos compostos testados. Os
métodos para medir o grau de conversão foram praticamente semelhantes aos
resultados obtidos na resistência flexural e módulo de elasticidade na
intensidade de 600 mW/cm
2
.
O equipamento de luz halógena (Optilux)
apresentou maiores valores de resistência flexural e módulo de elasticidade
comparado ao equipamento Triad II, embora não houve diferença de grau de
conversão entre as fontes de luz.
Luiz, Soldi e Pires (2003) estudaram os principais componentes
da resina composta através de sua estrutura reticular para avaliar a
microdureza. As resinas estudadas foram Fill Magic (Vigodent) com dois
sistemas de luz Primelite (Dentsply 500 mW/cm
2
) e Ultralux IC Eletronic (Dabi
Atlante 500 mW/cm
2
). Um molde de aço inox foi utilizado para a obtenção dos
corpos- de- prova com 6 mm de diâmetro e 1 mm de espessura. As amostras
foram analisadas em espectros de infravermelho (Perkin-Elmer 16) e a análise
de microdureza Vickers no microdurômetro HMV-200 (Shimadzu). A relação
entre os picos das bandas dos espectros antes e após a polimerização mostrou
que os valores obtidos foram de 47 a 57% respectivamente. Os resultados
mostraram que os baixos valores de microdureza quando se utilizou baixa
intensidade de luz (50 mW/cm
2
) têm influência direta nas características das
resinas compostas, levando ao desgaste acelerado e degradação, devido ao
baixo grau de reticulação do material. Segundo os autores a degradação da
fonte de luz é conseqüência da utilização contínua do aparelho por período
prolongado sem manutenção. A intensidade do feixe de luz do fotopolimerizador
infui na microdureza Vickers da resina polimerizada.
43
Asmussen e Peutzfeldt (2003b) compararam duas fontes de luz e
diferentes propriedades de três resinas compostas: resistência flexural, contração
de polimerização e grau de polimerização. As resinas estudadas foram Z250 (3M),
Pertac II (3M) e Definite (Degussa) todas contendo canforoquinona como
fotoiniciador. O aparelho de luz halógena utilizado foi: XL300 (3M) com intensidade
de luz de 400mW/cm
2
e dois aparelhos à base de LEDs: Elipar
TM
FreeLight (3M)
com intensidade de luz de 300mW/cm
2
e E-Light (GC) intensidade de 290 mW/
cm
2
.
Todos os corpos-de-prova foram irradiados durante 20 s em matriz metálica,
com diâmetro de 5 mm, correspondendo ao diâmetro da fonte de luz e
armazenados durante 24 horas a 37
o
C . O grau de conversão foi medido através
de espectrometria no infravermelho através das duplas ligações de carbono
(bandas de 1640cm
-1
) e ligações carbono aromático (1610 cm
-1
) com três
repetições. As propriedades estudadas foram piores com sistemas à base de
LEDs comparado à luz halógena, sendo que o grau de conversão foi determinante
para se correlacionar com outras propriedades mecânicas.
Asmussen e Peutzfeldt (2003c) estudaram a influência da
microdureza superficial e em profundidade da resina composta Charisma
®
(Heraeus Kulzer) na cor A2. A resina foi inserida em uma matriz de bronze e
protegidas com tira de poliéster e filtro de papel branco, em seguida fotoativadas
por 20 s. Após a irradiação, os corpos-de-prova foram transferidos para um local
sem ar e escuro durante 24 horas a 37
o
C. As amostras foram cortadas com disco
de carborundum paralelas ao longo eixo e com espessuras de 0.5 a 4 mm. Em
cada corpo-de-prova foi medida a microdureza Vickers e Wallace. Neste estudo a
superfície dos corpos-de-prova foram protegidos da camada de oxigênio por 5 min
para não alterar a polimerização em contato com o oxigênio. Os autores
44
observaram que a microdureza superfícial foi maior a 0,5 mm do que na
profundidade de 1 mm, provavelmente devido ao aumento das ligações cruzadas
formadas durante a polimerização.
Asmussen e Peutzfeldt (2003a) investigaram a influência da
polimerização em dois passos de um polímero à base de Bis-GMA (60%) / TEGDMA
(40%) no grau da conversão, armazenados em etanol durante 24 horas. Dois
aparelhos de fotopolimerização de luz halógena foram utilizados: XL3000 (3M) com
intensidade de luz 450 mW/cm
2
e Elipar
TM
Freelight (3M) com intensidade de luz de
750 mW/cm
2
. As amostras foram polimerizadas em diferentes intensidades 25, 50,
100, 200, ou 400 mW/cm
2
para 10, 20, ou 40 s, e ao final as amostras foram
polimerizadas com 750 mW/cm
2
para um tempo de 20 s. Foi utilizado o método em
películas finas por FTIR através das C=C (bandas 1640 cm
-1
) e anel aromático
(bandas 1610 cm
-1
) antes e após a polimerização final. A microdureza Vickers foi
determinada antes e após 24 horas de armazenamento em solvente etanol. O
solvente etanol não influenciou a microdureza da resina composta antes e após a
polimerização final. À exceção, intensidades de luz mais baixas e na modalidade
dois passos resultou em polímeros que após o armazenamento do etanol eram mais
macios do que o polímero de controle. De acordo com os autores a polimerização
tipo dois passos da resina composta pode resultar em polímeros piores, ou seja mais
frágeis, quando em contato com substâncias encontradas nos alimentos e nas
bebidas.
Emami e Söderholm (2003) testaram o grau de conversão de duas
resinas compostas Filtek
TM
Z100 e Filtek Z250 após a fotoativação com diferentes
intensidades de luz: 200, 450 e 800 mW/cm
2
e durante diferentes tempos de
exposição: 5, 10, 40, 60 e 140 s
. Foram confeccionados corpos-de-prova com 6 mm
45
de diâmetro e 2, 4, 6 mm de espessura. O grau de conversão foi determinado
através de espectrometria de Raman no topo e na base das amostras.
Anteriormente ao grau de conversão das resinas compostas foi realizada a curva de
calibração dos picos aromáticos e alifáticos. O grau de conversão máximo da resina
composta Filtek
TM
Z100 foi menor que 60%, enquanto que a máxima conversão da
resina composta Filtek
TM
Z250 foi menor que 65%. Os autores consideraram que
esta diferença poderia estar relacionada às matrizes orgânicas utilizadas pelas
resinas compostas. Para um mesmo período de exposição, o grau de conversão
diminuiu para ambos os materiais conforme a potência foi diminuída. Porém,
aumentando o tempo de exposição, houve aumento do grau de conversão para
ambas as resinas compostas. Este estudo concluiu que a mesma densidade de
energia resulta em grau de conversão similar para uma determinada espessura do
corpo-de-prova em resina composta.
Sideridou; Tserki e Papanastasiou (2003) produziram resinas sem
carga com diferentes misturas dos monômeros Bis-GMA, TEGDMA, UDMA e
Bis-EMA e estudaram o efeito da estrutura química sobre as propriedades
físicas de sorção e solubilidade, módulo de elasticidade dessas misturas e de
seus monômeros puros. Duas resinas comerciais Filtek
TM
Z100 e Z250 , que
contêm as mesmas partículas de cargas, mas diferentes matrizes resinosas,
também foram estudadas. Os resultados mostraram que o TEGDMA parece
criar a rede polimérica mais densa, mais flexível, absorve maior quantidade de
água e libera menor quantidade de monômeros não reagidos. UDMA e Bis-GMA
criam redes mais rígidas que TEGDMA, absorvem menos água e liberam maior
quantidade de monômeros não reagidos. O monômero Bis-GMA leva a
formação de cadeia polimérica mais rígida, que absorve mais água do que a
46
matriz formada por TEGDMA. Resinas preparadas com Bis-GMA/TEGDMA
mostraram valores significantemente maiores de módulo de elasticidade que
outras combinações. Estas diferenças entre os compósitos podem estar
associadas ao maior conteúdo de partículas apresentada pela resina Z250 e a
diferença estrutural de sua matriz orgânica.
Price; Felix e Andreou (2003) compararam os LEDs de segunda
geração com a lâmpada halógena para determinar qual oferecia melhor fotoativação
utilizando dez resinas compostas durante os tempos de 20 e 40 s. Um equipamento
de segunda geração à base de LEDs foi utilizado Ultralume 2 (Ultradent) durante 20
e 40 s e um sistema de luz halógena (Optilux 401-Demetron) durante 40 s. Os
corpos-de-prova apresentavam 1,6 mm de espessura e foram irradiados a uma
distância de 2 e 9 mm. Foi determinado a dureza Knoop do topo e da base nos
primeiros 15 min e depois de 24 horas da fotopolimerização (armazenados em
água). Os valores de microdureza nos primeiros 15 min indicaram menores valores
de grau de conversão quando comparados com 24 horas de armazenamento. Após
24 horas de armazenamento o sistema à base de LEDs com 40 s de fotoativação as
resinas compostas alcançaram uma microdureza aceitável quando comparado a luz
halógena. A polimerização por 40 s somente a resinas Herculite XRV
®
cor A2,
Esthet-X cor A2, Esthet-X cor CE, Revolution A2, PremaFlo cor A2 e Heliomolar
®
cor
A2 apresentaram a mesma polimerização que a luz halógena enquanto que as
resinas Vit-l-escense TM, Vit-l-escense cor A2, Filtek Flow cor A2 e Prodigy
Condensable cor A10 não ofereciam a mesma polimerização em 40 s. Os autores
concluíram que os aparelhos à base de LEDs necessitavam de 40 s de irradiação
para uma efetiva polimerização numa espessura de incremento de 1,6 mm e que
não polimerizavam todas as resinas compostas como a lâmpada halógena.
47
Soh; Yap e Siow (2003) compararam a eficácia da polimerização
das lâmpadas halógenas e LEDs variando a espessura de cinco corpos-de-prova (2,
3 e 4 mm). Os aparelhos utilizados foram: dois aparelhos à base de LEDs, um
aparelho de luz halógena convencional, uma halógena de alta intensidade e um
aparelho de altíssima intensidade . Foram selecionados para este estudo a resina
composta Filtek
TM
Z100 (3M) cor A2. A intensidade de luz de todos os aparelhos foi
testada com radiômetro Cure Rite (EFOS) . Os cilindros foram preparados variando
as espessuras e protegidos com tiras de acetato. Imediatamente após a
polimerização foi analisada a dureza Knoop no topo e na base dos corpos-de-prova.
Os resultados de microdureza superficial obtidos com todos os aparelhos foram
eficazes neste experimento para os corpos-de-prova com espessura de 2 mm,
enquanto que nas espessuras de 3 mm os três aparelhos à base de LEDs (e-Light
GC) proporcionaram dureza abaixo do padrão preconizado. Os valores de
microdureza em espessuras de 4 mm de resina composta em todos os aparelhos
analisados ficaram abaixo do recomendado pela técnica, portanto contra indicando
estas espessuras de incrementos para uso clínico.
Calheiros et al. (2004) verificaram a relação entre contração de
polimerização e grau de conversão de diferentes resinas compostas: duas
resinas híbridas Z250 (3M) e Tetric Ceram
®
(Vivadent) e duas resinas
compostas micro particuladas A110 (3M) e Heliomolar
®
(Vivadent). Os moldes
de plástico foram jateados com jato de alumina e silanizados. Uma camada de
resina composta de 2 mm foi inserida entre as matrizes de plástico. Uma força
foi aplicada de 0,006 µm/N nos corpos-de-prova e fotoativados com dois tipos
de aparelhos convencionais: Optilux 500 (Demetron) e QHL 75 (Dentsply) a uma
distância de 5 mm dos corpos-de-prova. Os corpos-de-prova foram irradiados
48
em diferentes tempos (5, 15, 30, 60 e 120 s) e com aumento da intensidade de
luz de 4.5, 13.5, 27.0, 54.0 e 108.0 J/cm
2
. O grau de conversão foi medido pela
espectrometria infravermelho fotoacústico (PAIS-IR), através de ondas e
convertidas em espectros. Os resultados mostraram que a resina Z250
apresentou um alto grau de conversão comparado à resina composta Filtek
TM
A110. O mesmo foi observado na resina composta Tetric Ceram e Heliomolar.
Os autores concluíram que as partículas de sílica coloidal diminuem o grau de
polimerização da resina composta e que o aumento da densidade de energia
(J/cm
2
) não estaria relacionado com aumento do grau de conversão e sim com a
contração de polimerização.
Musanje e Ferracane (2004) avaliaram o grau de conversão através
de espectrometria no infravermelho (FTIR) de três resinas compostas experimentais
com média e alta viscosidade alterando a concentração do diluente (TEGDMA,
UDMA e Bis-GMA). Nestas resinas compostas foram adicionadas silano, estrôncio e
sílica coloidal com canforoquinona. As amostras foram colocadas em matrizes
metálicas e polimerizadas com aparelho de lâmpada halógena Triad II (Dentsply) e
permaneceram em água deionizada durante 24 horas, 1 mês e 6 meses. As
propriedades mecânicas (resistência flexural, resistência à fratura e dureza Knoop)
foram avaliadas . Os autores concluíram que o grau de conversão aumenta nos
compostos com média viscosidade e com quantidades iguais de Bis-GMA e
TEGDMA. As propriedades mecânicas nas amostras que permaneceram em água
por um dia e 6 meses não mostraram diferenças estatísticas. A adição de partículas
nas resinas compostas reduz o stress de polimerização sem reduzir as propriedades
das resinas compostas híbridas, relataram os autores.
49
Silva; Mendes e Ferreira (2004) estudaram o grau de conversão
de dois tipos de resina, uma à base de Bis-GMA e outra chamada de
ORMOCER (organic modific resin). Foram confeccionados corpos- de- prova em
matriz de aço variando de 1 a 4 mm de altura e 0,8 mm de diâmetro. Após a
inserção do material na matriz, estas foram protegidas com tiras de poliéster
evitando assim o contato com oxigênio, em ambiente escuro, pois segundo os
autores poderia modificar o grau de conversão. Os corpos-de-prova foram
fotoativados com o aparelho de luz halógena Optilux 501 (Demetron). As
amostras foram analisadas pelo método FTIR antes e após a polimerização. As
resinas não polimerizadas, foram dissolvidas em clorofórmio e espalhadas sobre
uma pastilha de KBr. Para a resina composta polimerizada, as amostras foram
divididas em porções, trituradas sob a forma de pó e misturadas em KBr para
obtenção de uma pastilha. Os autores concluíram que a resina à base de Bis-
GMA apresentou níveis superiores de conversão. A resina à base de
ORMOCER apresentou um decréscimo nos valores de conversão a partir de 4
mm, fato este devido ao tipo e tamanho das partículas de carga que são
utilizadas na composição das resinas compostas.
Uhl; Sigush e Jandt (2004) investigaram o desempenho de um
protótipo de LED de alta potência (901 mW/cm
2
)
comparado com um aparelho
de luz halógena (860 mW/cm
2
)
avaliando a microdureza (Knoop) e a
profundidade de polimerização de resinas compostas. As resinas compostas
utilizadas foram Filtek
TM
Z100 (3M) cores A2 e A4, Revolution Flow (Merz
Dental) cores A2 e A 3,5, Admira (Voco) cores A2 e A3,5 . O tempo de
polimerização foi de 40 s. O protótipo de LED alcançou uma profundidade de
polimerização maior que o aparelho de luz halógena, para todas as resinas e
50
cores testadas. Os resultados de microdureza (Knoop) não mostraram
diferenças estatísticas quanto ao tipo de luz para a resina composta Filtek
TM
Z100 e Admira. A resina Revolution Flow, quando polimerizada com aparelho
protótipo de um LED, apresentou menores valores de microdureza,
provavelmente por conter na sua composição outros co-iniciadores além da
canforoquinona. Os autores concluíram que os aparelhos à base de LEDs de
alta potência podem substituir os aparelhos de luz halógena se as resinas forem
adequadamente selecionadas.
Uhl et al. (2004) verificaram as propriedades mecânicas de resinas
compostas quando fotoativadas com aparelhos de luz halógena e à base de
LEDs imediatamente após a fotoativação e após 5 dias de armazenamento. Os
aparelhos utilizados foram: luz halógena (Trilight-3M) e um protótipo à base de
LEDs (LED63). As resinas compostas estudadas foram: Filtek
TM
Z100 (3M) cor
A4 e Spectrum
®
TPH (Dentsply) cor A3.5 contendo canforoquinona como
fotoiniciador e a resina Definite (Degussa) cor A4 e Solitare 2 (Heraeus Kulzer)
cor A4 com canforoquinona e outro aditivo de fotoativação (Lucirin). Todos os
compósitos são partículas híbridas com exceção do Definite que apresenta
ORMOCER com as partículas híbridas. Todas foram fotoativadas por 40 s na
espessura de 3 mm. A dureza Knoop foi determinada no topo e na base dos
corpos-de-prova. Os resultados obtidos mostraram que a dureza foi maior com o
aparelho à base de LEDs comparado com a luz halógena com exceção à
resina composta Definite. A dureza Knoop foi maior após 5 dias de
armazenamento com os dois tipos de aparelhos. O estudo mostrou que a
influência do co-iniciador é menos importante que a profundidade de
51
polimerização e que o comprimento de onda do equipamento é importante para
excitar o co-iniciador e promover uma melhor polimerização.
Bennett e Watts (2004) estudaram o desempenho de dois
aparelhos à base de LEDs com relação à distância e ao tempo de fotoativação.
Os aparelhos usados para este experimento foram: Elipar
TM
Freelight-1 com 19
LEDs (3M), UltraLume-2 (Optident) com 2 LEDs, em relação ao aparelho de
lâmpada halógena Optilux-500 (Sybron-Kerr). Três resinas compostas foram
escolhidas de acordo com a opacidade: Tetric Ceram (Degussa) cor A3, Tetric
Ceram HB (Degussa) cor A3 e Tetric Ceram Bleach (Degussa) cor L. No
primeiro experimento a fonte de luz foi posicionada a uma distância de 1,5 mm
entre a ponta ativa e a superfície do material. Para medir o comprimento de
onda emitido foi usado um espectrômetro (USB2000). O tempo de exposição
variou de 10, 20 e 40 s para cada amostra. De acordo com os resultados, em
relação à distância de 0,4 a 8 mm encontrou-se respectivamente LED 1 – 2,7
mm e 1,7 mm; LED 2 – 2,3 e 3,1 mm e a lâmpada halógena 3,4 mm e 2,6 mm
para a profundidade de fotopolimerização e, quanto maior o tempo de exposição
maior o valor encontrado. Os autores concluiram que existiram evidencias
estatíticas que correlacionavam a variável tempo com a distância da ponta ativa
do fotopolimerizador (independentemente da lâmpada ser halógena ou à base
de LEDs). Quanto maior a quantidade de LEDs a uma menor distância do
material maior foi o grau de conversão.
Quiroz (2004) avaliou o grau de conversão da resina composta
polimerizada com luz halógena e LED, através da espectrometria no
infravermelho (FTIR Spectrometer). Foram realizados 64 corpos-de-prova em
resina composta fotopolimerizável Filtek Supreme (3M). A resina foi inserida em
52
um único incremento no orifício central da matriz metálica bipartida e protegida
com tira de poliéster. Foram utilizados dois aparelhos: um de luz halógena
(Curing Light-3 M) e outro à base de LEDs (Ultraled-Dabi Atlante). Os corpos-
de-prova foram polimerizados durante os tempos de 20 e 40 s, com a ponta da
lâmpada sobre o acetato da matriz. As amostras foram cortadas em espessuras
de 0,5 mm (1 a 4 mm) e armazenadas até 7 dias para posterior análise em
espectrometria no infravermelho. Após a trituração em grau e pistilo, 50 µg
deste pó de resina composta foi homogenizada em 5 mg de brometo de potássio
(KBr). Através do pastilhador em uma máquina a vácuo, este pó foi compactado
até formar uma fina película transparente. A leitura dos espectros foi realizada
em transmitância (%T) e analisados através do programa Origin 6.0. Os
resultados mostraram que a polimerização com luz halógena e no tempo de
exposição de 40 s foi melhor em todas as amostras. Segundo o autor a
polimerização melhora significativamente até 7 dias.
Rahiotis et al. (2004) compararam a conversão de monômeros, a
contração de polimerização e a microdureza de uma resina híbrida (Spectrum
TPH) na cor A3, com diferentes tipos de fontes de luz. Os aparelhos utilizados
foram: aparelho arco de plasma (Virtuoso-PAC), um aparelho de luz halógena
(TriLight-QTH) e à base de LEDs (FreeLight
TM
-LED). A resina composta foi
inserida em matriz de vidro e protegida com tira de poliéster. Dois modos de
ativação foram utilizados: luz contínua e exponencial. As amostras foram
armazenadas durante 24 horas e após analisadas em espectrometria no
infravermelho (FTIR). Nesta matriz foi medida a contração linear de
polimerização através de equipamento próprio (GT200) conectado a um
computador. As amostras foram cortadas em máquinas de corte, variando
53
espessuras de 2 a 4 mm e analisadas em microdurômetro (microdureza
Vickers). Os resultados mostraram que com as fontes de luz arco de plasma e
LED os valores foram mais baixos comparados com a lâmpada halógena. Até 4
mm de espessura todos obtiveram melhor polimerização com exceção à dos
sistemas à base de LED e a fotoativação tipo exponencial. A microdureza foi
melhor até a espessura de 2 mm . Os autores não puderam estabelecer uma
correlação entre microdureza e contração de polimerização pela falha no
sistema adesivo.
AtaI; Watts e Atal (2005) investigaram a contração de
polimerização de diferentes quantidades de Bis-GMA misturados com TEGDMA
e canforoquinona. As amostras foram fotoativadas durante 60 s com uma
intensidade de 550 mW/cm
2
com lâmpada halógena (Optilux 500-USA). O grau
de conversão foi medido usando radiação infravermelha (FTIR), através da
técnica da película pela intensidade dos picos de absorvância das duplas
ligaçoões de carbono. Os resultados evidenciaram que a contração de
polimerização da mistura de Bis-GMA com TEGDMA diminuiu com o aumento
da porcentagem de Bis-GMA.
Turssi; Ferracane e Vogel (2005) avaliaram as características das
partículas das resinas compostas e a influência na resistência ao desgaste e no
grau de conversão monomérica . As resinas foram preparadas mudando a
quantidade de carga (Ivoclar-Vivadent). Todas as resinas compostas
apresentaram 56,7% do volume contidos em combinação com Bis-GMA,UDMA e
TEGDMA e 0,33% de canforoquinona. As amostras foram polimerizadas com
aparelho de luz halógena Optilux 501 (Demetron) por 40 s em uma matriz
metálica de 2.5 mm de espessura, 5,0 mm de largura por 12,0 mm de altura. A
54
amostra foi armazenada durante 24 horas em água deionizada a 37
0
C. O grau
de conversão foi analisado através da espectrometria em FTIR com 32 de
resolução em pastilhas de KBr. A combinação de pequenas partículas com
diferentes geometrias foram importantes para aumentar a resistência ao
desgaste sem comprometer a porcentagem das ligações de carbono.
Conti et al. (2005) determinaram a eficiência de fotopolimerização da
resina composta Esthet-x , cor A3 ( Dentsply) através de 3 fontes de luz : plasma
xenon (Flipo), halógena (Optilux 501) e LEDs (L.E. Demetron). O grau de conversão
foi mensurado por meio de FTIR (GTX1) e Raman (Dilor 910). O espectro de
resolução foi medir o grau de conversão em FTIR através das duplas ligações de
carbono (1638cm
-1
) e carbono aromático (1610cm
-1
). Os corpos-de prova foram
preparados em dispositivo cilíndrico preparado variando a distância de 0 a 5 mm e
após a fotopolimerização separados em discos, para serem misturados em brometo
de potássio (KBr). Os tempos de exposição variaram de acordo com as fontes de luz
: xenon , halógena e aparelho à base de LEDs durante tempos de 10, 20 e 40 s. Foi
utilizado por espectrometria de Raman com as medidas das duplas ligações de
carbono aromático na região de 1680 a 1580 cm
-1
. Os métodos utilizados
mostraram que a polimerização diminuiu com a profundidade e não dependia do tipo
de fonte de luz. A polimerização através da fonte de luz à base de LEDs mostrou
uma rede de polímeros maior que em outros equipamentos.
Emami e Söderholm (2005) estudaram o grau de conversão de
diferentes combinações de iniciadores e co-iniciadores que poderiam melhorar a
polimerização de resinas compostas. Dois monômeros o Bis-GMA e o TEGDMA
foram misturados na mesma proporção (50%) com os principais fotoiniciadores :
canforoquinona (CQ) e fenil propadione (PPD) na proporção de 0,02 mM. Outros
55
fotoiniciadores na proporção de 0,04 mM foram utilizados: DABE (ácido dimetil éster
aminobenzóico etílico), CEMA (metanílico cianoetílico) e DMAEMA (dimetilamino etil
dimetacrilato). Diferentes métodos de fotoativação foram utilizados: lâmpada
halógena (Ellipar Thrilight -3M) com intensidade de 800 mW/cm
2
, o segundo método
com lâmpada halógena nos primeiros 5 min com 100
mW/cm
2
até 800 mW/cm
2
(soft-start) e o terceiro método com sistema à base de LEDs (Free Light-3M) com
450 mW/cm
2
,
fotoativados durante um tempo de 40 s. A distância dos corpos-de-
prova de 9 mm à matriz e aquecidos a 36
o
C durante 5 min. As análises foram feitas
antes, durante e após a reação exotérmica. Os níveis de conversão foram medidos
subtraindo as médias obtidas através de valores gráficos, através de espectrometria
de fibra ótica (AvaSpec-2048). A melhor conversão que se obteve foi com a lâmpada
à base de LED e o método soft-start. Os fotoiniciadores de polimerização PPD/DAPE
durante um tempo de fotoativação de 40 s
apresentaram os melhores resultados. A
canforoquinona inicialmente apresentou resultado melhor que o iniciador PPD.
Witzel et al. (2005), investigaram o grau de conversão, resistência
flexural , módulo de elasticidade e dureza Knoop da resina composta Filtek
TM
Z250
(3M) e da resina adesiva Scotchbond multi-purpose (3M) , após serem armazenados
em etanol. Para todos os testes foi utilizada a fonte luz halógena VIP ( Bisco). Os
métodos de fotoativação testados foram: 600 mW/cm
2
por 40 s, 200 mW/cm
2
por
120 s e 600 mW/cm
2
por 1 s até a polimerização final de 600 mW/cm
2
por 30 s
(polimerização tardia). Os corpos-de-prova foram confeccionados em disco metálico
de 5 mm de diâmetro por 1 mm de altura e armazenados em etanol e água durante
24 horas à temperatura ambiente. O grau de conversão foi analisado por
espectrometria FT-Raman. Os resultados mostraram que não houve influência nas
propriedades mecânicas entre o armazenamento em água ou etanol.
56
Nitta (2005) investigou a influência do diâmetro da ponta ativa dos
fotopolimerizadores à base de LEDs na polimerização de duas resinas compostas. O
aparelho de luz utilizado foi o LUX O MAX (Akeda Dental) em três diâmetros: 4, 8 e
10 mm. As resinas compostas utilizadas foram Clearfil AP-X (Kuraray) e Tetric
Ceram (Ivoclar Vivadent) na cor A2. A ponta do fotopolimerizador foi acoplada a uma
matriz de aço inoxidável com abertura de 4 mm de diâmetro e com um medidor de
luz (T-1H, Minolta Câmera Co) foram medidos a intensidade de luz do centro até a
margem. Para medir a pofundidade de polimerização a resina composta foi inserida
em uma matriz de aço com 4 mm de diâmetro e 10 mm de profundidade, protegida
com tira de poliéster e irradiadas com tempos de 10, 20 e 40 s. Para medir a
microdureza (Knoop) os corpos-de-prova foram seccionados em 0,5 mm. Os
resultados mostraram que a profundidade de fotopolimerização proporcionada pela
ponta do fotopolimerizador de 4 mm de diâmetro e na espessura de 2 mm de resina
composta foi maior que as outras amostras. Segundo o autor para as pontas de
fotoativadores de 10 mm é necessário uma fotoativação de 30 s. A microdureza
(Knoop) da resina composta melhorou quando a ponta do fotoativador foi de 4 mm
não foi diferente dos outros valores. O autor sugere que quando se utilizar diâmetros
maiores de ponta ativa dos fotoativadores se aumente o tempo de fotopolimerização
para melhorar a polimerização das resinas compostas.
Vandervalle et al. (2005) compararam a eficiência de polimerização e
a emissão térmica de um aparelho de luz halógena (VIP, BISCO) e um aparelho à
base de LEDs (LED Demetron
®
1, SDS/KERR) com intensidade e densidade de
energia similares. Adicionalmente, outro aparelho à base de LEDs com diferente
ponta ativa e maior intensidade (ALLEGRO, Dent-Mat). Foi comparado com outro
aparelho de luz halógena. A temperatura foi medida a partir da ponta ativa do
57
aparelho a uma distância de 5 mm com um termômetro. Um termopar tipo-K foi
posicionado no teto da câmara pulpar em preparos restauradores de classe I de
molares humanos com 2,5 mm de profundidade. As leituras foram realizadas a cada
5 s até 90 s e o tempo de exposição dos aparelhos de luz foi de 40 s. As resinas
utilizadas foram: Filtek A110 (micro-híbrida) e a resina composta Filtek
TM
Z100
(híbrida). O teste de dureza Knoop foi realizado nas superfícies de topo e base dos
corpos-de-prova. A potência dos aparelhos foi determinada para cada 1 mm de
distância. Os autores concluíram que os aparelhos de luz halógena e à base de
LEDs com a mesma densidade (mW/cm
2
) de energia produziram a mesma emissão
térmica e eficiência de polimerização.
58
3 PROPOSIÇÃO
Avaliar o grau de conversão de uma resina composta micro-híbrida
através de espectrometria no infravermelho (análise qualitativa) e espectrometria no
ultravioleta-visível (análise quantitativa) variando:
a) a cor da resina composta: A2 e SL;
b) o tempo de exposição à luz: 10, 20 e 40 s;
c) o aparelho de fotopolimerização: lâmpada halógena e sistema à base
de LEDs.
59
4 MATERIAL E MÉTODOS
4.1 MATERIAL RESTAURADOR
Para o desenvolvimento desta metodologia foi utilizada a resina
composta micro-híbrida Charisma
®
(Heraeus Kulzer) nas cores A2 e SL
(extraclara), como demonstrado na Tabela 1. As Figuras 1 e 2 mostram as
fotografias dos materiais utilizados.
Tabela 1- Característica da resina composta Charisma
®
RESINA
COMPOSTA
FABRICANTE COR TAMANHO
MÉDIO DAS
PARTÍCULAS
COMPOSIÇÃO
DO
MONÔMERO
PORCENTAGEM
DE
PARTÍCULAS
INORGÂNICAS
CHARISMA
®
Heraeus
Kulzer
A2 e
SL
0,04 a 1µm Bis-GMA e
TEGDMA
A2 68,5%
SL 73%
Figura 1 - Resina composta Charisma
®
cor A2 (Heraeus Kulzer)
***
Figura 2 - Resina composta Charisma
®
cor SL (Heraeus Kulzer)
†††
***
Lote: 010202 cor A2
†††
Lote: 010040 cor SL
60
Esta resina composta possui tamanho médio das partículas entre
0,04 e 1 µm (NORTHELFER, 2002). Consiste numa mistura de monômeros,
acrescidos de vários aditivos: iniciadores, co-iniciadores e estabilizantes. Entre
os monômeros, o Bis-GMA (Bisfenol A Glicidil Metacrilato), monômero de alta
viscosidade devido aos anéis aromáticos e TEGDMA (Trietileno Glicol
Dimetacrilato), monômero diluente que reduz a viscosidade da mistura e
melhora as propriedades físico-mecânicas do material.
4.2 APARELHOS FOTOPOLIMERIZADORES
Para a ativação das resinas compostas foram utilizadas como
fontes de irradiação um aparelho de fotopolimerização por lâmpada halógena e
outro à base de LEDs como mostra a Tabela 2. As fotografias dos aparelhos
são demonstradas nas Figuras 3 e 4.
Tabela 2 – Características dos aparelhos fotopolimerizadores testados
A aferição do aparelho de lâmpada halógena foi realizado através
do radiômetro Cure Rite (EFOS)
****
. Este aparelho apresenta um orifício central
‡‡‡
Modelo 401(USA)
§§§
Gnatus, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil
****
EFOS Inc.,Wiliamcville, New York, U.S.A
APARELHO FONTE DE
LUZ
PONTA
ATIVA
INTENSIDADE
DE LUZ
(mW/cm
2
)
COMPRIMENTO DE
ONDA (nm)
(segundo
fabricante)
Optlux 401
‡‡‡
(Demetron)
Halógena 6 mm 500 400-500
Optlight LD III
§§§
(Gnatus)
LEDs
6 mm 650 470-490
61
onde se encontra uma célula que ao ser sensibilizado pela luz produz uma
tensão proporcional à potência da luz incidente.
O aparelho de luz halógena foi aferido seguindo as indicações do
fabricante. Foi acionado o aparelho durante 60 s para conseguir o aquecimento
da lâmpada. Foram realizadas três medições consecutivas de 10 s cada, com
intervalo de 10 s entre elas. Para cada aferição, a ponta ativa do aparelho foi
posicionada e estabilizada diretamente acima do orifício central do radiômetro.
O resultado foi a média expressa em mW/cm
2
.
Para o aparelho à base de LEDs, por emitir luz através de diodos,
foi utilizado radiômetro especial para LEDs (Gnatus). A ponta ativa ficou
apoiada diretamente na superfície fotossensível do radiômetro digital durante
60 s. O valor médio para este experimento foi de 650 mW/cm
2
.
4.2.1 Aparelho de lâmpada Halógena: Optilux 401 (Demetron)
A luz emitida por este tipo de lâmpada é produzida pelo
aquecimento de um filamento de tungstênio através da passagem de uma
corrente elétrica. Quando a temperatura se aproxima de 300
0
C um sistema de
filtros especiais bloqueia os comprimentos de onda indesejáveis e deixa
transmitir apenas a fração azul do espectro da luz visível. A ponta ativa possui
um diâmetro de 6,0 mm e comprimento de 11,0 mm.
62
Figura 3 - Aparelho fotopolimerizador de lâmpada halógena
Optilux 401 (Demetron)
4.2.2 Aparelho à base de LEDs: Optilight LD III (Gnatus)
Os aparelhos à base de LEDs, ao contrário dos aparelhos
convencionais de lâmpada halógena, produzem luz por efeitos mecânico-
quânticos. Sabe-se que os aparelhos à base de LEDs produzem menor
aquecimento e possuem tempo de vida útil maior que os aparelhos
convencionais, em torno de duas mil horas enquanto que as lâmpadas
convencionais apenas de 30 a 50 horas ( Price; Felix; Andreou, 2003).
O LED é um dispositivo semicondutor, composto por várias
camadas de semicondutores adequadamente dispostos, que emitem luz
quando uma tensão é aplicada entre as camadas. Ele é um componente
eletrônico moderno semelhante aos lasers de diodo. Esta tecnologia começou a
ser utilizada na polimerização de materiais dentais devido ao recente
desenvolvimento desses emissores azuis que surgiram apenas em 1993, no
Japão (MM OPTICS, 2003).
O aparelho Optilight LD III é constituído por um LED, com ponta
ativa de 6,0 mm de diâmetro e comprimento de 12 mm.
63
Figura 4 - Aparelho fotopolimerizador à base de LEDs Optilight LD III (Gnatus)
4.3 EQUIPAMENTOS DE ANÁLISE
4.3.1 Espectrometria no infravermelho
O espectrofotômetro de infravermelho com Transformação de
Fourier (FTIR), desenvolveu-se muito nos últimos anos. A radiação no
infravermelho em freqüência menor que 100 cm
-1
converte-se, quando
absorvida por uma molécula orgânica, em energia de rotação molecular. As
bandas de vibração-rotação de maior interesse são as que ocorrem entre
4000-400 cm
-1
. Esta unidade é proporcional à energia de vibração. O número
de ondas é o inverso dos comprimentos de ondas (cm
-1
= 10
4
/µm). As
intensidades das bandas podem ser expressas como transmitância (%) ou
absorvância (%).
As amostras são analisadas na forma de filme líquido, pó em
suspensão, disco prensado ou de filme vítreo depositado sobre uma placa
transparente de brometo de potássio (KBr) ou seleneto de zinco (ZnSe) .
64
Os raios infravermelhos são absorvidos pela amostra e interagem
com cada grupamento orgânico presente na resina composta, sensível a esta
radiação, produzindo bandas de absorção, que resultam num gráfico
denominado espectro de infravermelho. O espectro é o conjunto das absorções
medidas em porcentagem de transmitância ou absorvância (%T ou %A) em
função do número de onda (cm
-1
).
A espectrometria no infravermelho com transformação de Fourier
(FTIR) é a mais utilizada. Consiste em dois feixes que percorrem uma distância
fixa e outro feixe uma distância variável (espelho móvel) como mostra a Figura
5. A transformação de Fourier em posições sucessivas do espelho dá origem
ao espectro completo de infravermelho. A passagem da radiação por uma
amostra submete a uma faixa larga de energias. A análise desta faixa dá
origem ao espectro completo de infravermelho.
Motor do espelho
Espelho móvel
Espelho fixo
Registrador
Computador
Célula da amostra
Detetor
Fonte
Motor do espelho
Espelho móvel
Espelho fixo
Registrador
Computador
Célula da amostra
Detetor
Fonte
Figura 5 - Esquema de um espectrofotômetro de FTIR (Hartmann & Braun).
65
4.3.2 Espectrometria no ultravioleta
O espectrofotômetro de ultravioleta possui duas lâmpadas: uma
de deutério e outra de tungstênio, onde a radiação passa por duas células
como está demonstrado na Figura 6. Uma das células contém o solvente puro e
a outra célula a amostra em questão. A espectroscopia na região do ultravioleta
depende da estrutura eletrônica da molécula. A maior área de interesse está
nas estruturas de compostos orgânicos. Um espectro obtido no ultravioleta
mostra um gráfico do comprimento de onda versus a intensidade de absorção
(absorvância ou transmitância).
Ultravioleta UV-2401 PC
Figura 6- Espectrofotômetro de ultravioleta-visível (UV-2401 PC Shimadzu)
A extensão da freqüência de luz no ultravioleta é de 200 a 600 mm
dentro do espectro eletromagnético. Os comprimentos de onda são geralmente
expressos em nanômetros (1nm=10
-9
nm). A sensibilidade que estes aparelhos
oferecem atualmente é de 0.1% a 0.01% (CREWS; RODRÍGUES; JASPARS,
1998).
A absorção molecular na região do ultravioleta e do visível do
espectro depende da estrutura eletrônica da molécula. A absorção de energia é
66
quantizada e conduz à passagem dos elétrons de orbitais do estado
fundamental para os orbitais de maior energia no estado excitado. Uma
molécula relativamente complexa pode ser transparente no ultravioleta.
As características principais de uma banda de absorção são a sua
posição e sua intensidade. A posição da absorção corresponde ao comprimento
de onda da radiação, cuja energia é igual à necessária para que ocorra a
transição eletrônica. Já a intensidade da absorção depende de dois fatores: a
probabilidade de interação entre a energia radiante e o sistema eletrônico, e a
diferença entre o estado fundamental e excitado (SILVERSTEIN; WERSTER,
2000).
Quando modificações de estrutura são provocadas pela ação da
luz, deve ocorrer previamente um processo de absorção da luz. A absorção de
luz por uma molécula é geralmente o resultado de uma transição eletrônica.
Na área odontológica as substâncias de maior interesse são os
monômeros vinílicos, devido às ligações duplas carbono-carbono,
polimerizáveis. O espectro no ultravioleta-visível pode ser facilmente observado
devido à sua estrutura eletrônica e à presença de grupamentos dos
cromóforos
††††
.
O grau de conversão foi analisado através da espectrometria no
ultravioleta com variação no comprimento de onda entre 200 e 600 nm. Os
espectros são obtidos através do comprimento de onda e intensidade da
absorção. A leitura foi realizada através de um microcomputador acoplado ao
equipamento de ultravioleta. Os dados obtidos foram interpretados através do
programa UVPC Personal Spectroscopy Software Version 3.9.
††††
Cromóforo é um grupo insaturado covalente, responsável pela absorção eletrônica (por exemplo, C=C, C=O,
NO
2 , entre outros
)
67
4.4 GRUPOS EXPERIMENTAIS
Os grupos experimentais foram obtidos através da confecção de 10
corpos-de-prova para cada cor da resina composta, associando fatores de
variação utilizados nessa pesquisa (tipo de fonte de luz e tempo de polimerização).
As combinações de duas cores de resina composta/tipo de fonte de luz e tempo de
polimerização foram identificadas pelos grupos citados no Quadro 1, obtendo-se
assim 12 grupos experimentais.
Quadro 1-Grupos experimentais
Grupos Cores da resina
composta
Charisma
®
Aparelhos Sistema de
luz
Tempo de
Fotoativação (s)
G1 A2 Optilux 401 Halógena 10
G2 A2 Optilux 401 Halógena 20
G3 A2 Optilux 401 Halógena 40
G4 A2 Optight LD III LEDs 10
G5 A2 Optight LD III LEDs 20
G6 A2 Optight LD III LEDs 40
G7 SL Optilux 401 Halógena 10
G8 SL Optilux 401 Halógena 20
G9 SL Optilux 401 Halógena 40
G10 SL Optight LD III LEDs 10
G11 SL Optight LD III LEDs 20
G12 SL Optight LD III LEDs 40
68
4.5 OBTENÇÃO DOS CORPOS-DE-PROVA PARA ESPECTROMETRIA NO
INFRAVERMELHO
4.5.1 Confecção dos corpos-de-prova
Trinta e seis corpos-de-prova foram preparados. Para a
preparação dos corpos-de-prova foi confeccionada uma matriz bipartida em
teflon contendo um orifício cilíndrico de 6,0 mm de diâmetro e 6,0 mm de altura.
O orifício central, para a inserção da resina composta, foi projetado de modo a
propiciar uma distância de 4 mm entre os corpos-de-prova e a ponta ativa da
fonte de luz. A resina composta foi inserida no orifício da matriz de teflon de
forma incremental e nivelada até obter uma espessura de 2 mm (corpos-de-
prova), com ajuda de condensador de Ward-Duflex número 2. A matriz
apresenta-se na Figura 7.
Figura 7 – Matriz de teflon
69
A matriz de teflon permitiu que os corpos-de-prova de resina
composta após a polimerização, fossem removidos facilmente devido à sua
superfície lisa e sem ranhuras.
A preparação da matriz de teflon foi obtida para simular as
dimensões de uma restauração de Classe II com 4 mm de distância entre a
ponta ativa do fotopolimerizador à resina a ser polimerizada (corpos-de-prova),
como mostram as Figuras 8 e 9.
Distância 4 mm
Corpo-de-prova
Fonte de luz
Figura 8 – Esquema demonstrando a matriz de teflon
Um paquímetro foi utilizado para aferir a espessura de 2 mm em
cada corpo-de-prova.
Considerando-se que as superfícies dos corpos-de-prova
poderiam ter a interferência do oxigênio na polimerização final, neste estudo a
porcentagem de resina composta foi de 0,02% (segundo cálculo matemático
2πr
2
), considerado desprezível para incrementos de 2 mm.
70
Figura 9 – Fotoativação do corpo-de-prova com o sistema à base
de LEDs na matriz bipartida de teflon
Os corpos-de-prova foram fotoativados com a lâmpada hagena
e sistema à base de LEDs durante diferentes tempos (10, 20 e 40 s).
4.5.2 Fracionamento das resinas compostas fotoativadas
Após a fotoativação, os corpos-de-prova foram imediatamente
imersos em clorofórmio P.A. (previamente seco e destilado) em frascos
protegidos com papel alumínio (ambiente escuro) e mantidos hermeticamente
lacrados durante 24 horas, em temperatura ambiente.
Uma fração do monômero residual foi gotejado com pipeta em uma
pastilha de ZnSe
‡‡‡‡
(seleneto de zinco) (Figura 10), e imediatamente
transportada a um dessecador e submetida à pressão reduzida até completar a
evaporação do solvente (Figura 11).
‡‡‡‡
Nota: seleneto de zinco: substância inerte à radiação no infravermelho
71
Figura 10 – Monômero residual depositado sobre
célula de seleneto de zinco
Figura 11 – Dessecador à vácuo contendo uma célula de
seleneto de zinco
72
4.5.3 Análise por espectrometria no infravermelho
Para realizar a espectrometria foi usado um espectrômetro (FTIR -
BOMEM) (Figura 12). O aparelho foi ajustado para leitura em número de onda
na região de 4000 a 500 cm
-1
com 32 varreduras e as intensidades das bandas
expressas em transmitância (%), acoplado a um microcomputador servidor.
Após a secagem completa no dessecador (Figura 11) procedeu-se
imediatamente à leitura dos espectros no Infravermelho (FTIR).
Figura 12 - Aparelho de FTIR-BOMEM (Hartmann & Braun).
A avaliação qualitativa do grau de conversão da resina composta
foi realizada através da extração do monômero residual. A leitura dos espectros
relativos aos grupos funcionais foi realizada em equipamento de espectrometria
no infravermelho com transformação de Fourier (FTIR). Entre outros grupos, os
que apresentam maior interesse são as ligações duplas entre átomos de
carbono C=C que apresentam bandas na região de 1630 cm
-1
, pois a presença
destes sinais no espectro de FTIR indica a presença de monômeros não
reagidos na amostra, o que significa que a polimerização não foi completa.
73
4.6 OBTENÇÃO DOS CORPOS-DE-PROVA PARA ESPECTROMETRIA NO
ULTRAVIOLETA-VISÍVEL
4.6.1 Confecção e fracionamento dos corpos-de-prova
Os corpos-de-prova confeccionados com a resina composta
Charisma
®
(Heraeus Kulzer) nas cores A2 e SL foram polimerizados na matriz
de teflon, como descrito anteriormente, durante 10, 20 e 40 s com dez
repetições para cada grupo experimental. Os 120 corpos-de-prova foram
pesados em balança analítica, como mostra a Figura 13, colocados
imediatamente em 10 ml de metanol (P.A., seco e destilado) durante 24 horas,
protegidos da luz com papel alumínio e à temperatura ambiente. Após este
tempo, a solução de monômero residual foi diluída em metanol até completar
50 ml, em balão volumétrico, para diminuir a concentração e facilitar a leitura
no espectrômetro. O metanol é um solvente orgânico que após adequadamente
tratado não apresenta água nem outros contaminantes, e assim permite a
extração do monômero residual, ou seja, monômero que não reagiu para
formação de cadeia polimérica. A leitura das amostras foi realizada em
espectrômetro de ultravioleta
§§§§
.
Figura 13 - Balança Analítica (E. Mettler)
§§§§
Espectrofotômetro Ultravioleta UV-2401 PC (Shimadzu)
74
4.6.2 Análise qualitativa das resinas compostas
As amostras preparadas foram analisadas no UV-Vis (2401 PC
Shimadzu) com varredura e variação de comprimento de onda entre 200 a 600
nm.
4.7 CURVA DE CALIBRAÇÃO DAS RESINAS COMPOSTAS CORES A2 e SL
As curvas de calibração da resina composta Charisma
®
nas cores
A2 e SL foram obtidas da seguinte forma:
Em tubo de ensaio, 1g da resina composta de cada cor, foi
dissolvida em 10 ml de clorofórmio, protegido da luz e à temperatura ambiente.
Para separar as cargas inorgânicas e compostos orgânicos da resina composta
a mesma foi colocada em centrífuga (Hettich) a 4000 rpm durante 15 min como
mostra a Figura 14.
Figura 14 – Centrífuga Hettich (4000 rpm)
75
Para a resina composta Charisma
®
cor A2 e SL a quantidade de
monômero puro encontrado foi de 270 mg e 315 mg respectivamente.
A solução sobrenadante contendo os monômeros foi
imediatamente transferida para um frasco, em um evaporador rotativo (Figura
15) sem luz, à temperatura ambiente até a secura. Após a evaporação do
clorofórmio, 10 ml de metanol foram colocados no frasco para dissolver o
monômero residual, ou seja, o Bis-GMA e TEGDMA contidos na resina
composta Charisma
®
. A solução foi transferida para um balão volumétrico de
100 ml e o volume completado com metanol (solvente inibidor de
polimerização). A solução inicial sofreu algumas diluições para a obtenção das
concentrações, ou seja, o mínimo perceptível ao equipamento de ultravioleta:
0,20; 0,30; 0,40; 0,50; 0,60 mg/l.
Em cada diluição do monômero a leitura foi realizada em
espectrometria de ultravioleta com comprimento de onda entre 200 e 600 nm
(UV-Vis -2401 PC)
*****
e acoplado a um microcomputador no programa (UVPC
Personal Spectroscopy Software Version 3.9). Apêndice C.
Figura 15 – Evaporador rotativo Tecnal TE-210 (Michelson)
*****
Ultravioleta UV-2401 PC Shimadzu
76
A interpretação dos dados obtidos no UV-Vis com o auxílio do
programa Origin 5.0, foi realizada para estabelecer a curva de calibração e
analisar os extratos dos corpos-de-prova fotoativados, como descrito
anteriormente.
77
5 RESULTADOS
5.1 ANÁLISE QUALITATIVA POR ESPECTROMETRIA NO INFRAVERMELHO
Os resultados obtidos após a análise das áreas das bandas dos
espectros (absorvância) estão ilustrados no Gráfico 1.
Gráfico 1- Análise dos resultados em FTIR
No Gráfico 1 pode-se observar que as duplas ligações de
carbono encontravam-se na faixa entre 1610 e 1650 cm
-1
, portanto os corpos-
de-prova apresentaram monômeros residuais que não sofreram polimerização
com os aparelhos de luz halógena e sistema à base de LEDs.
78
5.2 ANÁLISE QUANTITATIVA POR ESPECTROMETRIA NO ULTRAVIOLETA
A porcentagem de conversão monomérica foi realizada através
dos valores médios em cada amostra. Estes valores foram comparados na
curva de calibração, ou seja, o mínimo perceptível para a leitura no
equipamento de ultravioleta.
5.2.1 Curva de Calibração
Conforme dados apresentados, verificou-se que as diluições
analisadas graficamente pelo equipamento de ultravioleta foram a partir de 0,2;
0,3; 0,4; 0,5; 0,6 mg/L, ou seja, a menor diluição que o equipamento pode
detectar. Através destes valores puderam-se estabelecer nos corpos-de-prova
os monômeros não reagidos pela ação dos aparelhos de fotoativação
(halógena e sistema à base de LEDs).
5. 2.1.1 Curva de calibração da resina composta Charisma
®
cor A2
A Tabela 3 mostra as diferentes diluições na massa de 270 mg
de monômero residual em 100 ml de metanol.
Os valores de absorvância (%A) encontrados foram obtidos
através das menores diluições do monômero puro detectadas pelo equipamento
de ultravioleta. Concentrações inferiores não estão dentro deste comprimento
de onda perceptíveis pelo equipamento de ultravioleta.
79
Tabela 3 - Curva de calibração da resina composta Charisma® cor A2 em ultravioleta
Fração de
solução concentrada
(100mL)
Concentração de monômero
(mg/L)
Absorvância (%)
0,20
63,0 1.3555
0,30
94,0 1.5835
0,40
126,0 1.8755
0,50
157,5 2.1279
0,60
189,0 3.0761
O Gráfico 2 ilustra os dados extraídos do programa Origin 5.0,
para a resina composta Charisma
®
cor A2. Segundo os dados obtidos através
do programa Origin 5.0 a reta demonstrada apresenta coeficiente de correlação
R=0,93588 e desvio padrão de 0,28737.
Gráfico 2-Curva de Calibração da resina composta Charisma
®
cor A2 em ultravioleta
5.2.1.2 Curva de calibração da resina composta Charisma
®
cor SL
A Tabela 4 mostra as diferentes diluições na massa de
monômero residual (315 mg em 100 ml de metanol).
80
Tabela 4 - Curva de calibração da resina composta Charisma
®
cor SL em ultravioleta
Alíquota de solução
concentrada (100mL)
Concentração de
monômero ( mg/L)
Absorvância (%)
0,20
29,67 1.409
0,30
41,34 1.6645
0,40
55,12 1.8827
0,50
82,26 2.2915
0,60
126,0 3.1738
Segundo os dados obtidos através do programa Origin 5.0 a reta
demonstrada apresenta coeficiente de correlação R= 0,99905 com desvio
padrão de 0,03281(Gráfico 3).
Os valores de absorvância e concentração de monômeros
residuais da resina composta Charisma
®
cores A2 e SL encontrados estão
representados graficamente e transferidos para a equação matemática através
do programa Origin 5.0.
Gráfico 3 -Curva de calibração da resina composta Charisma
®
cor SL em ultravioleta
5.3 ANÁLISE DOS CORPOS-DE-PROVA POR ESPECTROMETRIA NO UV-Vis
Após a leitura no ultravioleta, os picos de maior intensidade nas
diferentes diluições do monômero, os dados foram transferidos para o
81
programa Origin 5.0 através da equação matemática. As retas obtidas nos
gráficos absorvância versus concentração permitiram quantificar os monômeros
residuais da seguinte forma:
Y= A + B x
Y= absorvância da solução extraída dos corpos-de-prova
A = coeficiente linear da reta
B= coeficiente angular da reta
x = concentração da amostra analisada (resina composta mais
solvente)
x = _Y – A_
B
C
mg/L (grau de conversão) = _
absorvância – absorvância (x=0)_
Concentração (y=0)
Para exemplificar o resultado de uma amostra que possui uma
massa de 0,242 g (242 mg) com uma absorvância de 2,9758 em 1 g de resina
composta o valor encontrado seria de 197,81 mg/L em 1000 mL. Convertendo
para 50 mL, que foi utilizado na amostra, o valor seria de 9,8906 mg de
monômeros em 242 mg de resina. No início havia 65,34 mg de monômeros no
corpo-de-prova (242 mg), depois de polimerizado restaram 9,89 mg de
monômero, ou seja, 55,45 mg de monômeros que sofreram polimerização. Foi
obtida uma conversão mássica de 84,86 % e conseqüentemente 15,14% de
monômeros livres. No Apêndice D foi demonstrado o comportamento de uma
reta.
82
5.4 ANÁLISE DO GRAU DE CONVERSÃO DA RESINA COMPOSTA
Os valores encontrados foram determinados através da equação
matemática do programa Origin 5.0 obtidos através do tratamento estatístico
dos resultados encontrados nos 120 corpos-de-prova.
Os resultados da Análise de Variância a três critérios e modelo
fatorial completo (ANOVA) resultaram em valores apresentados nas Tabelas 5,
6, 7, 8, 9, 10 e 11 e Gráficos 4, 5, 6 , 7, 8, 9 10 e 11 a seguir.
5.4.1 Porcentagem média do grau de conversão da resina composta Charisma
®
cores A2 e SL
Os resultados da Análise de Variância mostraram diferenças
estatísticas significantes (p<0,01), quando analisados individualmente.
A resina composta Charisma
®
nas cores A2 e SL apresentaram
distribuição homogênea, uma vez que o coeficiente de variação (%) foi menor
que 20%, com uma porcentagem de monômeros residuais maior na resina
composta Charisma
®
cor SL comparada à resina composta Charisma
®
cor A2.
Os valores médios foram expressos na forma de grau de
conversão dos polímeros (% em massa) e constam na Tabela 5.
Tabela 5 – Estatística descritiva do grau de conversão segundo resina composta
Charisma
®
cores A2 e SL em ultravioleta
RESINA
COMPOSTA
(Charisma
®
)
N MÍNIMO
(%)
MÁXIMO
(%)
MÉDIA
(%)
DESVIO
PADRÃO
COEFICIENTE
VARIAÇÃO
(%)
A2
SL
60
60
69,43
75,96
90,85
96,65
78,83
88,49
4,61
2,99
5,85
3,38
Nota: p<0,05 estatisticamente significante
83
Gráfico 4 – Porcentagem média do grau de conversão entre cores da resina composta Charisma
®
O Gráfico 4 demonstra que a porcentagem de conversão mássica
foi maior para a resina composta Charisma
®
cor SL (88,49%) enquanto que
para a resina composta Charisma
®
A2 a porcentagem de conversão foi de
(78,83%) segundo ANOVA.
5.4.2 Porcentagem média do grau de conversão para os aparelhos de luz
halógena e sistema à base de LEDs
Os aparelhos de lâmpada halógena (Optilux - Demetron) e LEDs
(Optilight LD III-Gnatus) apresentaram distribuição homogênea, com coeficiente
de variação menor que 20%. O sistema à base de LEDs proporcionou maior
teor de monômeros residuais, ou seja, promoveu uma conversão de
monômeros em polímeros, um pouco menor (p<0,05), segundo Análise de
Variância como mostra a Tabela 6 e o Gráfico 5.
84
Tabela 6 – Estatística descritiva do grau de conversão dos aparelhos de lâmpada halógena
(Optilux) e à base de LEDs (Optilight LDIII Gnatus) em ultravioleta
APARELHO
MÍNIMO(%)
MÁXIMO(%)
MÉDIA(%)
DESVIO
PADRÃO
COEFICIENTE DE
VARIAÇÃO (%)
Halógena
LEDs
74,58
69,43
96,65
92,14
84,82
82,5
6,38
5,86
7,52
7,1
Nota: p< 0,05 valor significante
Gráfico 5 – Porcentagem média do grau de conversão entre aparelho de lâmpada halógena
e sistema à base de LEDs
5.4.3 Porcentagem média do grau de conversão em diferentes tempos de
fotoativação
A análise descritiva demonstrou que em diferentes tempos de
fotoativação (10, 20 e 40 s) a quantidade de monômero residual permaneceu
com valores muito próximos, com as duas fontes de luz utilizadas neste
experimento como mostra a Tabela 7. O Gráfico 6 ilustra o grau de conversão
(% massa) onde pode ser observado que todos os resultados se encontram em
uma faixa estreita de conversão relativamente alta (82-84%). O comportamento
esperado para a variação do tempo de fotoativação também pode ser
85
observado, ou seja, o aumento do tempo de fotoativação promoveu o aumento
do grau de conversão dos monômeros, porém a diferença observada não foi
estatisticamente significativa (p>0,05).
Tabela 7 – Estatística descritiva do grau de conversão segundo três tempos de fotoativação
(10, 20 e 40 s) em ultravioleta
TEMPOS
(s)
n MÍNIMO
(%)
MÁXIMO
(%)
MÉDIA
(%)
DESVIO
PADRÃO
COEFICIENTE
DE VARIAÇÃO (%)
10 40 69,43 93,28 82,61 6,13 7,42
20 40 74,05 94,99 83,87 6,5 7,75
40 40 74,53 96,65 84,51 5,98 7,08
Nota: p>0,05 valores não significantes para os três tempos de fotoativação
Gráfico 6 – Porcentagem média do grau de conversão da resina composta Charisma
®
cores A2 e SL
em relação aos tempos de fotoativação
5.4.4 Efeito das variáveis cores da resina composta Charisma
®
e tempos de
fotoativação
Na interação entre a resina composta e os três tempos de
fotoativação (p>0,05) observou-se que a resina composta na cor SL apresentou
grau de conversão superior ao da resina composta A2. Quando comparamos com
86
diferentes tempos de fotoativação (10, 20 e 40 s) os valores obtidos foram
semelhantes segundo Análise de Variância como demonstrado na Tabela 8 e
ilustrado no Gráfico 7.
Tabela 8 – Efeito das variáveis tempos de fotoativação e resina composta Charisma
®
nas cores A2 e SL
em ultravioleta
RESINA
COMPOSTA
CHARISMA®
TEMPO
(s.)
AMOSTRA
(n)
MÉDIA
(%)
MEDIANA
(%)
DESVIO
PADRÃO
COEFICIENTE
VARIAÇÃO (%)
A2 10 20 77,17 77,2 3,24 4,2
A2 20 20 79,29 78,16 5,28 6,66
A2 40 20 80,04 78,45 4,79 5,98
SL 10 20 88,06 87,63 2,04 2,32
SL 20 20 88,44 88,14 3,85 4,35
SL 40 20 88,98 87,8 2,91 3,27
Nota: p>0,05 os valores médios não diferem estatisticamente para tempos
p<0,05 os valores médios diferem estatisticamente para as cores da resina composta
Gráfico 7- Porcentagem média do grau de conversão entre cores e tempos de fotoativação
87
5.4.5 Efeito das variáveis aparelhos de luz e tempos de fotoativação
O grau de conversão da resina composta Charisma
®
fotoativada com
luz halógena e com o sistema à base de LEDs em diferentes tempos estão
demonstrado na Tabela 9 e ilustrado no Gráfico 8. O grau de conversão para o
aparelho de luz apresentou valores médios muito próximos, nos três tempos de
fotoativação. Isto significa que os valores médios encontrados nos três tempos de
fotoativação independem do aparelho de luz utilizado.
Tabela 9 – Efeito das variáveis aparelhos e diferentes tempos de fotoativação (10, 20 e 40 s) em
ultravioleta
APARELHO TEMPO
(s)
n MÉDIA
(%)
MEDIANA
(%)
DESVIO
PADRÃO
COEFICIENTE
DE VARIAÇÃO
(%)
Halógena 10 20 83,75 85,41 6 7,17
Halógena 20 20 84,89 87,12 6,85 8,07
Halógena 40 20 85,83 87,77 6,41 7,47
LEDs 10 20 81,48 83,74 6,2 6,2
LEDs 20 20 82,84 86,09 6,14 7,14
LEDs 40 20 83,19 86,25 5,35 6,43
Nota: p> 0,05 os valores médios não diferem estatisticamente para tempo e diferem para as
fontes de luz p<0,05
88
Gráfico 8 – Efeito das variáveis aparelhos de luz e tempos de fotoativação
5.4.6 Efeito das variáveis aparelhos e cores da resina composta Charisma
®
O grau de conversão da resina composta Charisma
®
cores A2 e SL
quando fotoativada com aparelho de luz halógena e sistema à base de LEDs,
apresentou distribuição homogênea, uma vez que o coeficiente de variação foi
menor que 20% (ANOVA). Existem diferenças entre os valores médios de grau de
conversão entre as fontes de luz e resina composta. A resina composta Charisma
®
cor A2 fotoativada com sistema à base de LEDs apresentou menor grau de
conversão que a resina composta cor SL fotoativada com o aparelho de lâmpada
halógena como mostra a análise descritiva na Tabela 10 e ilustrado no Gráfico 9.
89
Tabela 10 - Efeito das variáveis aparelhos e resina composta Charisma
®
nas cores SL e A2 em
ultravioleta
Cores da resina
Composta
(Charisma
®
)
Aparelho n Mínimo
(%)
Máximo
(%)
Média
(%)
Desvio
Padrão
A2 Halógena 30 74,58 90,85 80,27 5,03
A2 LEDs 30 69,43 86 77,39 3,7
SL Halógena 30 75,96 96,65 89,37 3,82
SL LEDs 30 84,55 92,14 87,62 1,42
Nota: p< 0,05 valores médios estatisticamente significantes entre fontes de luz e resina composta cores
A2 e SL
Gráfico 9 – Efeito das variáveis aparelhos de luz e cores da resina composta Charisma
®
cores A2 e SL
5.4.7 Efeito das variáveis aparelhos, tempos de fotoativação e resina composta
Charisma
®
A2 e SL
Na interação entre resina composta cores A2 e SL, aparelhos e
tempos de fotoativação apenas dois grupos não apresentaram homogeneidade de
Variância, portanto foi aplicado o teste de Games Howel.
90
A um nível de probabilidade de p<0,05 como mostra a Tabela 11
existe diferença entre valores médios de grau de conversão segundo resina
composta e aparelhos, não existindo diferença entre os tempos de fotoativação. Os
valores podem ser visualizados nos Apêndices A e B.
A pocentagem média de conversão foi de 2 a 3% da resina composta
cor A2 com lâmpada halógena comparada com o aparelho à base de LEDs. Quanto
ao tempo de fotoativação não houve diferença estatística entre resina composta e
aparelho de fotoativação.
Tabela 11 - Análise descritiva das variáveis cor, fonte de luz e tempos de fotoativação em ultravioleta
Aparelho Tempo
(s)
n Mínimo
(%)
Máximo
(%)
Média
(%)
Desvio
Padrão
A2 Halógena 10 10 75,5 84,63 78,39 2,56
A2 Halógena 20 10 74,58 90,85 81,15 6,22
A2 Halógena 40 10 75,86 90,57 81,29 5,51
A2 LEDs 10 10 69,43 82,93 75,95 3,51
A2 LEDs 20 10 74,05 85,95 77,43 3,54
A2 LEDs 40 10 74,53 86 78,79 3,82
SL Halógena 10 10 86,19 93,28 89,12 2,34
SL Halógena 20 10 75,96 94,99 88,64 5,4
SL Halógena 40 10 86,51 96,65 90,37 3,27
SL LEDs 10 10 84,55 87,75 87,01 0,92
SL LEDs 20 10 86,23 91,31 88,25 1,4
SL LEDs 40 10 86,5 92,14 87,59 1,68
91
Gráfico 10 – Efeito das variáveis sistema de luz à base de LEDs, três tempos
de fotoativação e resina composta Charisma
®
cores A2 e SL
Gráfico 11 – Efeito das variáveis aparelho de lâmpada halógena, tempos de
fotoativação e resina composta Charisma® cores A2 e SL
Conforme apresentado nos Gráficos 10 e 11, verificou-se que a
resina composta Charisma
®
cor SL fotoativada com aparelho de lâmpada halógena
apresentou um maior grau de conversão comparada com a resina composta
Charisma
®
cor A2 com o sistema à base de LEDs, enquanto que o grau de
conversão foi estatisticamente semelhante para os três tempos de fotoativação.
92
6 DISCUSSÃO
O desempenho clínico de materiais e equipamentos odontológicos
deve ser avaliado através de testes de laboratório antes de serem integrados à
prática diária. Os testes devem ser repetidos e conferidos para assegurar ao
profissional que trabalha na cavidade oral, principalmente em restaurações de
difícil acesso, segurança que determina o sucesso ou fracasso de uma
restauração.
O grau de conversão da resina composta é um importante fator no
qual as duplas ligações de carbono são convertidas em ligações simples.
Assim, há uma quebra da ligação do monômero, formando um complexo
radical-monômero, resultando em uma molécula maior, ou seja, o polímero
(RUEGGEBERG; CAUGHNAN; CHAN, 1999). Muitos fatores podem influenciar
na polimerização das resinas compostas, os principais são: o tempo de
exposição, a intensidade da luz e o comprimento de onda (RUEGGEBERG et
al., 1994; RUEGGEBERG; CAUGHMAN; CHAN, 1999; SAKAGUCHI; BERGE,
1998; KURACHI, 2000; YOON et al., 2002; PRICE; FELIX; ANDREOU, 2003). A
compatibilidade entre a fonte de luz e a resina composta fará a melhor
conversão de monômeros em polímeros garantindo sucesso clínico das
restaurações de resina composta (CONTI, 2005).
Neste trabalho foi determinada a quantidade de monômeros ainda
presentes em amostras de resina composta submetida a diversas condições de
fotopolimerização, o que possibilitou avaliar o grau de conversão de
monômeros em polímeros, que foi expresso em porcentagem mássica. Para
isso, foi estudada uma resina composta com duas cores, fotoativada com
93
lâmpada halógena e sistema à base de LEDs em três tempos de fotoativação.
As técnicas analíticas escolhidas para identificar e quantificar estes monômeros
foram a espectrometria na região do infravermelho e na região do ultravioleta-
visível respectivamente.
A espectrometria de infravermelho com transformação de Fourier tem
sido bastante utilizada (FERRACANE; GREENER, 1984, 1986; FERRACANE,
1985; RUEGGEBERG; CAUGHAMAN; CURTIS, 1994; SAKAGUCHI; BERGE,
1998; RUEGGEBERG; CRAIG, 1998,; SILVA; MENDES; FERREIRA, 2003; TURSI;
FERRACANE; VOGEL, 2005), porém outros métodos podem ser utilizados para
avaliar quantitivamente o grau de conversão como espectrometria de ressonância
magnética (MORGAN et al., 2000; EMAMI; SÖDERHOLM, 2003; WITZEL et al.,
2005), a espectrometria no infravermelho acústico (CAVALEIROS et al., 2004),
cromatografia de alta resolução (KORAN et al., 1998; TARUMI, 1999) e a
espectrometria no ultravioleta-visível.
Inúmeras pesquisas foram realizadas para se estabelecer uma
correlação entre as propriedades mecânicas das resinas compostas e a qualidade
de polimerização (PEREIRA et al., 1997; RUEGGEBERG; CRAIG, 1998; KURACHI
et aI., 2000; LEONARD et al., 2002; MILLS et al., 2002; PRICE; FELIX; ANDREOU,
2003; SOH; YAP; SIOW 2003; UHL et al., 2004; WITZEL et al., 2005), porém o
grau de conversão representa uma importante análise, através dos componentes
químicos dos materiais. As ligações formadas entre as moléculas do material
ocorrem no estágio inicial da fotoativação e vai se propagando formando uma rede,
ou seja, o polímero. A intensidade de luz do equipamento está diretamente
relacionada à qualidade desta reticulação (FERRACANE; GREENER, 1984;
FERRACANE, 1985).
94
Segundo Stansburgy (2000) os métodos envolvendo as estruturas
químicas podem ser vistos através de espectrometria a laser, ultravioleta-vísivel,
ressonância nuclear magnética e ressonância eletrônica paramagnética. Este
estudo permitiu quantificar os monômero livres na cadeia polimérica por meio da
espectrometria de ultravioleta, através da composição química das resinas
compostas.
Os monômeros não reagidos foram identificados através dos valores
médios de absorvância encontrados na resina composta Charisma
®
selecionada
para este estudo, através de espectrometria no infravermelho (Gráfico 1). As duplas
ligações de carbono estão representadas na região de 1610 a 1650 cm
-1
demonstrando graficamente os monômeros que não se transformaram em
polímeros. A metodologia empregada não utilizou a técnica de brometo de potássio
(KBr) como a maioria dos resultados em trabalhos encontrados na literatura
(FERRACANE; GRENER, 1984; RUEGGEBERG; CAUGHMAN; CURTIS, 1994;
PARK; LEE, 1996; RUEGGEBERG; CRAIG, 1998; SAKAGUCHI; BERGE, 1998;
KNOBLOCH et al., 1999; IMAZATO et al., 2001; LOWELL et al., 2001; OBICI, 2003;
QUIROZ, 2004). A técnica utilizada foi a de gotejamento do material em células de
seleneto de zinco no infravermelho onde verificou-se as duplas ligações carbono
presentes na resina composta após a fotoativação.
Diferentes metodologias têm sido utilizadas para se estudar o grau de
conversão das resinas compostas. Na maioria dos trabalhos (FERRACANE;
GREENER, 1984; OBICI, 2002; SILVA; MENDES; FERREIRA, 2004; QUIROZ,
2004; CONTI, 2005) é realizada uma etapa de trituração manual dos corpos-de-
prova juntamente com brometo de potássio (material inerte à luz do infravermelho).
Devido à dureza da resina polimerizada, foi observado experimentalmente, a
95
facilidade de ocorrência de perda de frações da amostra durante o processo de
trituração. Quando parte da mistura permanece no recipiente, certamente a
confiabilidade do espectro quantitativo da análise, é afetada, dificultando assim a
comparação dos valores através de espectros realizados.
A vantagem da espectrometria no ultravioleta-visível (UV-Vis) está nos
aspectos complementares dos diversos tipos de espectros. Assim, pode-se calcular
o índice de deficiência de carbono a partir da fórmula molecular e determinar a
presença ou a ausência de certos grupos insaturados no espectro de infravermelho.
Enquanto que na espectrometria de ultravioleta, rapidamente se estabelece as
estruturas conjugadas, por exemplo, as C=C ou aromáticas. A confirmação é obtida
por comparação com o espectro de uma amostra idêntica (SILVERSTEIN;
WERSTER, 2000) com vantagem de se obter estas leituras com maior facilidade
através da espectrometria no ultravioleta.
Os espectros no ultravioleta acontecem quando uma molécula é
irradiada com luz ultravioleta ou visível e pode ocorrer uma transição eletrônica do
estado fundamental para o estado excitado. Os espectros de absorção são obtidos
quando se coloca a substância a ser analisada em um espectrômetro que analisa a
energia transmitida e a compara com a energia incidente em cada comprimento de
onda. Se todas as moléculas de uma determinada amostra absorvessem
simultaneamente a radiação no determinado comprimento de onda, o resultado
seria uma linha de absorção. Contudo, as moléculas de uma amostra coexistem em
inúmeros estados vibracionais e levam ao aparecimento de bandas de absorção.
As bandas de absorção no ultravioleta são mais largas do que as bandas de
absorção no infravermelho ou na ressonância nuclear magnética, portanto mais
fáceis de serem visualizadas (ALLINGER, 1978).
96
Estudos mais recentes (SILVA; MENDES; FERREIRA, 2004)
utilizaram solventes como o clorofórmio para analisar o material não polimerizado.
Muitos solventes poderiam ser utilizados na região do ultravioleta tais como:
clorofórmio, metanol, água, acetonotrila e o etanol. No presente estudo as análises
no UV-Vis (espectrometria no ultravioleta-visível), o metanol foi o solvente mais
indicado (WITZEL et al., 2005), pois, além de inibir o processo de polimerização
via radical livre, sua menor volatilidade em relação ao clorofórmio conferiu
maior confiabilidade aos resultados obtidos, uma vez que esta técnica envolve
a concentração das soluções que não pode variar durante o processo de
análise. O metanol permitiu também a destilação fracionada, a remoção de
impurezas e, por ser altamente purificado, estão livres de absorção no UV-Vis. O
clorofórmio, utilizado em algumas etapas do experimento, apesar de também ser
uma solvente puro, não é indicado para ser utilizado em análise quantitativa por ser
extremamente volátil. O solvente precisa proporcionar confiabilidade e oferecer
dados quantitativos nas amostras de resina composta analisadas.
Células de quartzo foram utlizadas nas análises por UV-Vis neste
estudo. Elas permitiram a obtenção dos espectros dos monômeros em solução, por
serem transparentes e permitirem o caminho ótico através do equipamento
ultravioleta. Foi de máxima importância os cuidados com as células para a remoção
total de traços de amostras anteriores. Desta forma, as leituras dos espectros foram
realizadas com maior segurança.
A curva de calibração da resina composta foi realizada através do
fracionamento da resina nas duas cores. O monômero puro ou seja, o composto
orgânico sem fotopolimerização foi determinado através da quantidade total para
cada cor da resina composta. As Tabelas 3 e 4 e os Gráficos 2 e 3, demonstraram
97
que as diluições para a resina composta Charisma
®
cor SL são maiores os valores
de absorvância (representação gráfica eixo y), provavelmente por conter maior
quantidade (315 mg) de cargas orgânicas em sua composição.
Vários estudos analisaram diferentes combinações de cargas
orgânicas contidas nas resinas compostas (SIDERIDOU; TSERKI;
PAPANASTASIOU, 2002 , 2003; ATAL et al., 2005; TURSSI; EMAMI; SÖDERHOL
2005, FERRACANE; VOGEL, 2005;) para verificar os compostos que apresentariam
maiores valores de conversão. A maioria dos trabalhos (SIDERIDOU; TSERKI;
PAPANASTASIOU, 2002; SIDERIDOU; TSERKI; PAPANASTASIOU 2003;
ASSMUSSEN; PEUTZFELDT, 2003a) demonstrou que a mistura Bis-
GMA/TEGDMA obteve melhores resultados quanto à polimerização. Os resultados
neste estudo evidenciaram que a resina composta Charisma
®
cor SL apresentou
um maior grau de conversão, provavelmente por conter maior quantidade de
compostos orgânicos em sua composição.
De acordo com a Tabela 5 e o Gráfico 4 a resina composta
Charisma
®
cor SL apresentou maior conversão mássica quando comparada à
cor A2. Provavelmente por conter a maior quantidade de composto orgânico (315
mg) comparado à resina composta Charisma
®
cor A2 (270 mg), influenciada pela
química dos materiais, aquela apresentou maior conversão. Sabe-se que as
características de polimerização são influenciadas pela química (MILLS;
JANDT; ASHWORTH, 1999) e pela concentração do material (YOSCHIDA;
GREENER, 1994) demonstrando que as resinas compostas que apresentam na
sua composição Bis-GMA e TEGDMA como matrizes orgânicas, podem conter
diferentes quantidades de monômeros em sua composição. Provavelmente a
quantidade de TEGDMA e o tipo das partículas inorgânicas sejam os principais
98
fatores de conversão das resinas compostas. O TEGDMA foi considerado o
principal contribuinte da polimerização após a irradiação nas resinas compostas
à base de Bis-GMA/TEGDMA (TARUMI et al., 1999; SIDERIDOU; TSERKI;
PAPANASTASIOU, 2003), fato como este poderia indicar a maior quantidade de
TEGDMA na resina composta Charisma
®
cor SL como ficou demostrado neste
estudo (315 mg). Os monômeros residuais que não formaram cadeia
polimérica, portanto livres na cadeia, estavam em maior quantidade na resina
composta Charisma
®
cor A2. Em nosso estudo, a resina composta Charisma
®
cor
SL, promoveu maior grau de conversão, em torno de 89,49%, bem superior ao da
resina composta cor A2 (78,83%).
Na presente pesquisa, foi utilizada a resina composta Charisma
®
SL, devido à suspeita da presença de maior quantidade de fotoiniciadores, que
poderiam ser incompatíveis com o comprimento de onda da luz emitida pelos
aparelhos de luz utilizados neste experimento. Os resultados apresentados na
Tabela 6 e Gráfico 5 evidenciaram que a lâmpada halógena (84,82%)
apresentou um valor médio de grau de conversão melhor que o sistema à base
de LEDs (82,5%). Leonard et al. (2002) verificaram que para se obter 80% de
polimerização, os corpos-de-prova deveriam ter espessuras de 2 mm e uma
distância de 4 mm entre a ponta ativa do fotopolimerizador e a resina
composta. Estudos anteriores demonstraram que a lâmpada halógena
apresentou uma melhor eficiência de polimerização quando comparada com o
sistema à base de LEDs (NOMOTO; UCHIDA; HIRASAWA, 1994; NOMOTO,
1997; SAKAGUCHI; BERGE, 1998, EMAMI; SÖDERHOL, 2003, BENNETT;
WATTS, 2004) em corpos-de-prova com espessuras de 2 mm de resina
composta.
99
Os resultados mostrados na Tabela 7 e ilustrados no Gráfico 6
demonstram que independente da cor da resina composta, a porcentagem de
monômeros residuais nos três tempos de fotoativação (10, 20 e 40 s) permaneceu a
porcentagem semelhante. Estudos feitos por Nomoto (1997) e Calheiros et al.
(2004) demonstraram que com 5 s de incidência da luz fotoativadora iniciou-se a
ativação da canforoquinona e que o aumento do tempo de fotoativação não
melhorou o grau de conversão, apenas aumentou a contração de polimerização. O
aumento do tempo de exposição à luz não aumenta o grau de conversão e fato de
se obter uma reação de saturação das cadeias polimericas da resina composta
(CALHEIROS et al., 2004). De modo geral, o tempo de exposição é importante para
melhorar as propriedades mecânicas das resinas compostas, como recomendam os
fabricantes, porém a intensidade de luz é um fator relevante para uma efetiva
polimerização e os melhores resultados alcançados foram com 20 e 30 s e
irradiação de 500 e 600 mW/cm
2
(YAP; SENEVIRATNE, 2001).
É importante se conseguir uma adequada polimerização da resina
composta para o sucesso das restaurações e a longevidade destas. Caso
contrário, inadequada polimerização poderia resultar em propriedades físicas
inferiores (LEONARD et al., 2002; MILLS et al., 2002; YOON et al., 2002;
ASMUSSEN; PEUTZFELDT, 2003b; PRICE; FELIX; ANDRIOU, 2003; UHL et
al., 2004; BENNETT; WATTS, 2004). A combinação de pequenas partículas
com diferentes geometrias (micro híbridas) foi importante para aumentar a
resistência ao desgaste sem comprometer a porcentagem de ligações duplas
de carbono (TURSSI; FERRACANE; VOGEL, 2005). Esta comparação (Tabela
8 e Gráfico 7) leva ao raciocínio que as propriedades físicas dos materiais
estão diretamente relacionadas a um maior grau de conversão, porém os
100
monômeros que estão livres na cadeia polimérica também poderiam apresentar
perda de estrutura e diminuir a longevidade do material (YOSHIDA; GREENER;
1994; FERRACANE, 1985). Trabalhos feitos por Conti et al. (2005) em resinas
compostas micro híbridas mostraram que se aumentando o tempo de exposição
à luz de 10 s para 40 s os valores de conversão permaneceram constantes e
independentes da fonte de luz utilizada.
Segundo Sideridou; Tserki e Papanastasiou (2002) as
combinações de Bis-GMA/TEGDMA mostraram a taxa máxima do limite de grau
de conversão. As duas cores de resina composta selecionadas para este
estudo apresentaram as mesmas matrizes, porém pode conter pequenas
cargas que fazem com que a luz se disperse, diminuindo a efetividade da luz
ativadora. Os pigmentos incorporados às resinas compostas determinam a cor
destas e podem influenciar na qualidade de polimerização (RUEGGEBERG;
CAUGHAMAN; CURTIS, 1994; MILLS; JANDT; ASHWORTH, 1999).
Outro fator que poderia ser levado em consideração são as
partículas inorgânicas, responsáveis pelo “efeito branco”, uma vez irradiado,
reflitam a energia fornecida em todas as direções, ou seja, inclusive e
principalmente para o interior do corpo-de-prova contribuindo para o aumento
da eficiência de todo o processo, o que proporcionaria um aumento no grau de
conversão (BENNETT; WATTS, 2004; ATAL; WATTS; ATAL, 2005).
O comportamento das resinas compostas está diretamente
relacionado ao modo como estas são polimerizadas. Esta pesquisa foi
realizada com dois tipos de fontes de luz, uma lâmpada halógena (500
mW/cm
2
) e outra à base de LEDs (650 mW/cm
2
)-Tabela 9 e Gráfico 8. Diversos
estudos têm demonstrado que a efetividade de polimerização está relacionada
101
ao comprimento de onda emitido pela unidade fotopolimerizadora (LEONARD et
al., 2002; UHL; SIGUSH; JANDT, 2004; TURSSI; FERRACANE; VOGEL, 2005).
Pesquisa anterior (RUEGGEBERG; CRAIG, 1998) mostrou um grau máximo de
conversão de 51% analisada através de espectrometria no infravermelho. Nesta
pesquisa a intensidade de luz foi um fator importante para se obter um grau de
conversão superior a 80%, independente do tempo de exposição à luz .
Os resultados representados na Tabela 10 e ilustrados no Gráfico 9,
observou-se que existiu diferença estatística entre os grupos experimentais
fotoativados com o sistema LED e lâmpada halógena. Para as duas cores resinas, o
uso da lâmpada halógena promoveu uma conversão mássica na faixa de 2 a 3%
superior ao sistema à base de LEDs. A resina composta Charisma
®
cor A2
fotoativada com aparelho à base de LEDs apresentou resultados com diferença
estatística com uma maior quantidade de monômeros residuais comparada a resina
composta cor SL fotoativadas com lâmpada halógena, demonstrando que os
valores encontrados para os aparelhos à base de LEDs não foram capazes de
excitar os fotoiniciadores presentes na composição da resina composta quanto a
fonte de lâmpada halógena. De acordo com a análise estatística é possível afirmar
que, nos estudos realizados, a lâmpada halógena se mostrou mais eficiente que o
sistema à base de LEDs.
A resina composta Charisma
®
cor SL utilizada neste experimento
(como mostra a Tabela 11 e os Gráficos 10 e 11) apresentou uma maior
conversão quando comparada com a resina composta Charisma
®
cor A2 nos
três tempos de fotoativação. Estudos anteriores demonstraram que aparelhos à
base de LEDs de segunda geração utilizados durante um tempo de 40 s
apresentaram resultados semelhantes de conversão da resina composta
102
comparada a lâmpada halógena quando a espessura do incremento foi
diminuida de 2,0 para 1,6 mm (PRICE; FELIX; ANDREOU, 2003; EMAMI;
SÖDERHOLM, 2005). Neste experimento, a distância de 4 mm da ponta do
fotoativador aos corpos-de-prova (2 mm de espessura) apresentou resultados
diferentes para as resinas escolhidas composta Charisma
®
A2 e SL e aparelhos
de luz , porém nos três tempos de fotoativação o valor médio de grau de
conversão permaneceu semelhante.
Esta pesquisa foi importante para estimar qual cor de resina
composta ativada por lâmpada halógena e à base de LEDs apresentou melhor
resultado. Sendo assim, buscou-se correlacionar dados. Para tanto, foi utilizado,
como se pode observar na Tabela 11 a correlação entre as variáveis aparelho
fotopolimerizador, cor de resina composta e tempo de fotoativação. A análise
estatística evidenciou que apenas dois grupos não apresentavam homogênidade,
portanto foi aplicado o teste de Games Howel.
A correlação entre as variáveis aparelhos de fotoativação, resina
composta e tempo (Tabela 11 e Gráficos 10 e 11), indicam que os valores de grau
de conversão para o aparelho de lâmpada halógena foram estatisticamente
superiores, em comparação com o sistema à base de LEDs, concordando com os
trabalhos de Assmussen e Peutzfeldt 2003b; Leonard et al. 2002. A diferença nos
valores médios neste estudo foi em torno de 3 % para a resina composta Charisma
®
cor SL com luz halógena, independente do tempo de ativação .
Os aparelhos de luz halógena representam um importante
equipamento de fotopolimerização para a odontologia atual. Sabe-se que a grande
maioria dos equipamentos de luz halógena utilizados em consultórios odontológicos
necessitaria de uma maior manutenção. Um problema apresentado por este tipo de
103
fonte luminosa é o calor dissipado pela lâmpada devido ao aquecimento necessário
do filamento (MM OPTICS, 2003). Estas altas temperaturas alcançadas também
podem provocar a rápida degradação do filamento e por conseqüência, uma vida
útil menor (LUIZ, 2003).
De acordo com suas características, os LEDs foram classificados em
primeira, segunda e terceira gerações, sendo esta uma classificação baseada na
intensidade de luz do aparelho, respectivamente: 150 mW/cm
2
, 350 a 500 mW/cm
2
e acima de 600
mW/cm
2
(RUEGGEBERG; CAUGHMAN; CURTIS, 1994; PRICE;
FELIX; ANDREOU, 2003). Com uma intensidade de luz acima de 800 mW/cm
2
,
surgiu a quarta geração de LEDs. A alta intensidade destes aparelhos está em
desenvolvimento junto com a capacidade de ampliar seu espectro de luz, desta
maneira abrangendo um maior intervalo de comprimento de onda . A utilização de
radiômetros próprios para os equipamentos à base de LEDs deveria fazer parte do
equipamento para possibilitar aferições constantes na prática diária do consultório.
Para um melhor desempenho na polimerização dos materiais
resinosos, novos aparelhos à base de LEDs foram lançados, com a perspectiva de
melhorar a qualidade de polimerização. As indústrias nacionais estão em busca
de equipamentos com maior efetividade de polimerização. Os resultados
encontrados neste estudo, as fontes de lâmpada halógena representam ainda
uma excelente alternativa de fotoativação de resinas compostas.
Sabe-se que os aparelhos de fotoativação à base de LEDs surgiram
no mercado odontológico com a proposta de substituir os aparelhos convencionais,
com a perspectiva de qualidade de polimerização. Já em 1994, Rueggeberg et al.
recomendavam que os aparelhos com intensidade de luz inferior a 233 mW/cm
2
e
um tempo de fotoativação menor que 60 s não deveriam ser utilizados como rotina
104
clínica. As ligações de carbono que não foram ativadas pela luz do fotoativador e
permaneceram livres na cadeia polimérica representam um fator de preocupação.
Várias pesquisas estão sendo desenvolvidas para observar a qualidade de
polimerização das resinas compostas polimerizadas com aparelhos à base de
lâmpada halógena e à base de LEDs (MILLS; JANDT; ASHWORSTH, 1999;
KURACHI et al., 2000; STAHL et al., 2000; FRENTZEN; FOOL; BRAUN, 2001;
LEONARD et al., 2002; MILLS et al. 2002; YOON et al., 2002; PRICE; FELIX;
ANDREOU, 2003; UHL; SIGUSH; JANDT, 2004; BENNETT; WATTS, 2004). Porém
os testes feitos com relação às propriedades mecânicas mostraram que os
aparelhos de lâmpada halógena representam uma importante fonte de luz
atualmente (MILLS; JANDT; ASHWORTH, 1999; STAHL et al., 2000; FRENTZEN;
FOLL; BRAUN , 2001; UHL; SIGUSH; JANDT, 2004; BENNETT; WATTS, 2004).
Realizando uma análise mais detalhada sobre os resultados obtidos
nesta pesquisa, observou-se que as resinas compostas com diferentes cores
independem do tipo de fonte de luz, provavelmente pelo tipo e tamanho das
partículas inorgânicas (SILVA; MENDES ; FERREIRA, 2004; SIDERODOU;
TESRKI; PAPANASTASIOU, 2003). Para aumentar os valores de irradiância das
fontes de luz os fabricantes estão diminuindo o tempo de fotoativação e fabricando
fontes de luz mais eficientes (KNEŽEVIĆ et al., 2001; EMAMI; SÖDERHOL, 2005).
No presente estudo, a interação entre as cores, fontes de luz e tempos de
fotoativação promoveu efeitos significativos sobre os valores de grau de
conversão. Entre resina e fontes de luz, não existiou diferença entre os três
tempos de fotoativação.
Os valores encontrados nos Gráfico 10 e 11 demonstram que a
polimerização com aparelho de lâmpada halógena em resina composta
105
extraclara, como a resina SL utilizada neste experimento. Foi utlizado
equipamento de luz halógena para obter uma melhor conversão, contrariando
pesquisas realizadas que demonstraram que os sistemas à base de LEDs
apresentaram uma rede maior de polímeros comparados a luz halógena
(TEDESCO, 2002; QUIROZ, 2004; UHL; et a.l, 2004; CONTI et al., 2005) com
incrementos de resina composta na espessura de 2 mm.
De modo geral, o grau de conversão das resinas compostas pode
ser influenciado por diversos fatores. Nesta pesquisa, a cor da resina composta
SL estudada influenciou nos resultados e deve ser considerado na prática
clínica. Os valores obtidos expressos em porcentagem de conversão do
monômero, juntamente com as pesquisas de eficiência dos aparelhos
fotopolimerizadores oferece à odontologia a oportunidade de se pesquisar
futuramente qual o efeito que clinicamente os monômeros residuais poderiam
apresentar ao dente.
É importante ressaltar que as fontes de luz à base de LEDs,
atualmente representam uma nova tecnologia, porém para serem adotadas em
consultórios odontológicos deveriam ser mais pesquisados pelas indústrias
antes de serem incorporadas à prática clínica. A utilização de resina composta
extraclara como a resina composta Charisma
®
cor SL apresenta uma opção
para restaurações diretas, e portanto não necessitam de maiores cuidados
desde que se utilizem equipamentos de lâmpada halógena e aferidos
constantemente para oferecer uma adequada polimerização das resinas
compostas.
106
7 CONCLUSÕES
Com base nos resultados obtidos nas condições estabelecidas na
metodologia empregada, pôde-se concluir que:
a) a resina composta Charisma
®
apresentou duplas ligações de
carbono que não formaram a cadeia polimérica quando analisadas por
espectrometria no infravermelho;
b) a resina composta Charisma
®
cor SL apresentou um maior grau
de conversão do que a resina composta Charisma
®
cor A2;
c) os três tempos de fotoativação não influenciaram no grau de
conversão de monômeros residuais na resina composta Charisma
®
fotoativada
com o aparelho de lâmpada halógena e à base de LEDs;
d) a resina composta Charisma
®
cor SL apresentou um maior grau
de conversão quando fotoativada com o aparelho de lâmpada halógena e
sistema à base de LEDs nos três tempos de fotoativação.
107
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114
APÊNDICE A -
Análise descritiva do grau de conversão segundo resina
composta e tempo de fotoativação
115
COMPARAÇÃO MÚLTIPLA
PORCENTAGEM DE GRAU DE CONVERSÃO
Games-Howell
A2 10 seg. A2 20 seg. -2,1225 1,385695 0,64717 -6,32358 2,078578
A2 40 seg. -2,876 1,293585 0,25431 -6,78436 1,032359
SL 10 seg. -10,8975 0,857008 0 -13,4936 -8,30142
SL 20 seg. -11,2775 1,125112 0 -14,6577 -7,89728
SL 40 seg. -11,8105 0,973885 0 -14,7339 -8,88706
A2 20 seg. A2 10 seg. 2,1225 1,385695 0,64717 -2,07858 6,323578
A2 40 seg. -0,7535 1,593937 0,99683 -5,53757 4,03057
SL 10 seg. -8,775 1,265597 0 -12,681 -4,86904
SL 20 seg. -9,155 1,460531 0,00001 -13,5579 -4,75213
SL 40 seg. -9,688 1,347489 0 -13,7907 -5,5853
A2 40 seg. A2 10 seg. 2,876 1,293585 0,25431 -1,03236 6,784359
A2 20 seg. 0,7535 1,593937 0,99683 -4,03057 5,53757
SL 10 seg. -8,0215 1,164022 0 -11,6014 -4,44164
SL 20 seg. -8,4015 1,373449 0,00001 -12,5317 -4,27127
SL 40 seg. -8,9345 1,252572 0 -12,7338 -5,13515
SL 10 seg. A2 10 seg. 10,8975 0,857008 0 8,301423 13,49358
A2 20 seg. 8,775 1,265597 0 4,869036 12,68096
A2 40 seg. 8,0215 1,164022 0 4,441637 11,60136
SL 20 seg. -0,38 0,973377 0,9987 -3,34797 2,587972
SL 40 seg. -0,913 0,79375 0,85664 -3,30845 1,482447
SL 20 seg. A2 10 seg. 11,2775 1,125112 0 7,897276 14,65772
A2 20 seg. 9,155 1,460531 0,00001 4,752131 13,55787
A2 40 seg. 8,4015 1,373449 0,00001 4,271274 12,53173
SL 10 seg. 0,38 0,973377 0,9987 -2,58797 3,347972
SL 40 seg. -0,533 1,077707 0,99606 -3,77857 2,71257
SL 40 seg. A2 10 seg. 11,8105 0,973885 0 8,887058 14,73394
A2 20 seg. 9,688 1,347489 0 5,585299 13,7907
A2 40 seg. 8,9345 1,252572 0 5,135153 12,73385
SL 10 seg. 0,913 0,79375 0,85664 -1,48245 3,308447
SL 20 seg. 0,533 1,077707 0,99606 -2,71257 3,77857
116
APÊNDICE B – Análise descritiva do grau de conversão segundo resina
composta e aparelhos de fotoativação
COMPARAÇÃO MÚLTIPLA
PORCENTAGEM GRAU DE CONVERSÃO
Games-Howell
RESINA DESVIO INTERVALO DE CONFIANÇA
A
2 Halóge
n
A
2 Halóge
n
-2,761 2,12622 0,96384 -11,2054 5,683421
A
2 Halóge
n
-2,905 1,92193 0,91227 -10,4527 4,642737
A
2 LED 1
0
2,439 1,375592 0,81112 -2,74521 7,623206
A
2 LED 2
0
0,955 1,382687 0,99983 -4,25888 6,168882
A
2 LED 4
0
-0,408 1,455192 1 -5,92792 5,111918
SL Halóge
n
-10,734 1,096782 0 -14,8229 -6,64509
SL Halóge
n
-10,25 1,890707 0,00427 -17,6608 -2,83921
SL Halóge
n
-11,98 1,31494 0 -16,9129 -7,04706
SL LED 1
0
-8,622 0,861865 0,00002 -12,0849 -5,15912
SL LED 2
0
-9,866 0,9243 0 -13,439 -6,29302
SL LED 4
0
-9,202 0,969152 0 -12,8861 -5,51789
A
2 Halóge
n
A
2 Halóge
n
2,761 2,12622 0,96384 -5,68342 11,20542
A
2 Halóge
n
-0,144 2,626672 1 -9,9436 9,655605
A
2 LED 1
0
5,2 2,25784 0,51381 -3,49986 13,89986
A
2 LED 2
0
3,716 2,26217 0,86704 -4,99391 12,42591
A
2 LED 4
0
2,353 2,3072 0,99433 -6,46669 11,17269
SL Halóge
n
-7,973 2,099647 0,06861 -16,3798 0,433772
SL Halóge
n
-7,489 2,603913 0,22944 -17,2101 2,232073
SL Halóge
n
-9,219 2,221409 0,03156 -17,838 -0,59996
SL LED 1
0
-5,861 1,987058 0,25586 -14,1779 2,455899
SL LED 2
0
-7,105 2,014924 0,11631 -15,4322 1,222225
SL LED 4
0
-6,441 2,035889 0,18608 -14,7816 1,899553
A
2 Halóge
n
A
2 Halóge
n
2,905 1,92193 0,91227 -4,64274 10,45274
A
2 Halóge
n
0,144 2,626672 1 -9,6556 9,943605
A
2 LED 1
0
5,344 2,066603 0,3617 -2,52979 13,21779
A
2 LED 2
0
3,86 2,071332 0,7638 -4,02632 11,74632
A
2 LED 4
0
2,497 2,120419 0,98361 -5,52499 10,51899
SL Halóge
n
-7,829 1,892491 0,03786 -15,3269 -0,33112
SL Halóge
n
-7,345 2,439952 0,18323 -16,4316 1,741641
SL Halóge
n
-9,075 2,026736 0,01589 -16,8474 -1,30262
SL LED 1
0
-5,717 1,76675 0,17672 -13,0914 1,657418
SL LED 2
0
-6,961 1,798033 0,07012 -14,3503 0,428309
118
SL LED 1
0
A
2 Halóge
n
8,622 0,861865 0,00002 5,159115 12,08488
A
2 Halóge
n
5,861 1,987058 0,25586 -2,4559 14,1779
A
2 Halóge
n
5,717 1,76675 0,17672 -1,65742 13,09142
A
2 LED 1
0
11,061 1,148844 0,00007 6,347405 15,77459
A
2 LED 2
0
9,577 1,157329 0,00026 4,826607 14,32739
A
2 LED 4
0
8,214 1,243049 0,00185 3,092373 13,33563
SL Halóge
n
-2,112 0,794052 0,34479 -5,27761 1,053608
SL Halóge
n
-1,628 1,732733 0,99598 -8,85668 5,600682
SL Halóge
n
-3,358 1,07548 0,19565 -7,75302 1,03702
SL LED 2
0
-1,244 0,53096 0,48851 -3,26141 0,773408
SL LED 4
0
-0,58 0,605677 0,99645 -2,92003 1,760029
SL LED 2
0
A
2 Halóge
n
9,866 0,9243 0 6,293017 13,43898
A
2 Halóge
n
7,105 2,014924 0,11631 -1,22222 15,43222
A
2 Halóge
n
6,961 1,798033 0,07012 -0,42831 14,35031
A
2 LED 1
0
12,305 1,196395 0,00001 7,539471 17,07053
A
2 LED 2
0
10,821 1,204546 0,00005 6,01971 15,62229
A
2 LED 4
0
9,458 1,287125 0,00043 4,294623 14,62138
SL Halóge
n
-0,868 0,861416 0,99481 -4,16805 2,432047
SL Halóge
n
-0,384 1,764619 1 -7,62849 6,860485
SL Halóge
n
-2,114 1,126133 0,75371 -6,57113 2,343129
SL LED 1
0
1,244 0,53096 0,48851 -0,77341 3,261408
SL LED 4
0
0,664 0,691638 0,99683 -1,92207 3,250068
SL LED 4
0
A
2 Halóge
n
9,202 0,969152 0 5,51789 12,88611
A
2 Halóge
n
6,441 2,035889 0,18608 -1,89955 14,78155
A
2 Halóge
n
6,297 1,821496 0,12122 -1,111 13,705
A
2 LED 1
0
11,641 1,231376 0,00002 6,817292 16,46471
A
2 LED 2
0
10,157 1,239296 0,00008 5,298562 15,01544
A
2 LED 4
0
8,794 1,319703 0,00075 3,582731 14,00527
SL Halóge
n
-1,532 0,909375 0,85196 -4,96299 1,89899
SL Halóge
n
-1,048 1,788521 0,99995 -8,31223 6,216228
SL Halóge
n
-2,778 1,163229 0,46911 -7,30324 1,747242
SL LED 1
0
0,58 0,605677 0,99645 -1,76003 2,920029
SL LED 2
0
-0,664 0,691638 0,99683 -3,25007 1,922068
119
APÊNDICE C – Gráfico do espectro no ultravioleta-visível
120
121
APÊNDICE D – Comportamento de uma reta na espectrometria no
ultravioleta-visível
122
Y=A+Bx
A(%)
(0, x)
I
II
(y,0)
Y=A+Bx
X=0 y=A
Y=0 x= - A
B
x = y – A
B
Concentrção = Absorvância – Absorvância (x = 0)
Concentração (y = 0)
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