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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA – MESTRADO
ÁREA DE CONCENTRAÇÃO EM CLÍNICA INTEGRADA
JOSÉ LAUFER NETO
AVALIAÇÃO DAS PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS, DE ABSORÇÃO
PERCUTÂNEA E DE BIOCOMPATIBILIDADE DE GEL ANESTÉSICO
TERMOSENSÍVEL
PONTA GROSSA
2006
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JOSÉ LAUFER NETO
AVALIAÇÃO DAS PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS, DE ABSORÇÃO
PERCUTÂNEA E DE BIOCOMPATIBILIDADE DE GEL ANESTÉSICO
TERMOSENSÍVEL
Dissertação apresentada para obtenção do título
de mestre na Universidade Estadual de Ponta
Grossa, no curso de Mestrado em Odontologia –
Área de concentração em Clínica Integrada.
Orientador: Profº. Dr. Fábio André dos Santos
PONTA GROSSA
2006
ads:
Laufer Neto, José
L373a Avaliação das propriedades físico-químicas, de absorção
percutânea e de biocompatibilidade de gel anestésico
termosensível. / José Laufer Neto. Ponta Grossa, 2005.
134 f.; il.
Dissertação ( mestrado ) - Universidade
Estadual de
Ponta Grossa, curso de Mestrado em Odontologia – área de
concentração em Clinica Integrada.
Orientador: Prof. Dr. Fabio André dos Santos
1- Lidocaína 2-Prilocaína 3-Anestésicos tópicos. I.T.
CDD: 617.6
DADOS CURRICULARES
José Laufer Neto
NASCIMENTO 18.05.1978 Curitiba – Brasil
FILIAÇÃO Maria Célia Laufer
Celso Luiz Laufer
1996/2000 Curso de Graduação em Odontologia.
Universidade Federal do Paraná –
Curitiba – Brasil.
2000-2000 Curso de Aperfeiçoamento em
Periodontia e Cirurgia Oral Menor.
Associação Brasileira de Odontologia,
Regional de Curitiba – ABO/PR,
Curitiba, Brasil
2001/2002 Curso de Especialização em
Periodontia. Associação Brasileira de
Odontologia, Regional de Ponta
Grossa – ABO/PR, Ponta Grossa,
Brasil
2004/2006 Curso de Pós-graduação em
Odontologia Área de Concentração -
Clínica Integrada, Nível
Mestrado.Universidade Estadual de
Ponta Grossa (UEPG)
RESUMO
A anestesia não invasiva com a aplicação de gel anestésico no interior da bolsa
periodontal surge como uma alternativa no tratamento periodontal. Esse estudo teve
como objetivo manipular, testar as propriedades físico-químicas, de absorção
percutânea de um gel anestésico tópico termosensível (lidocaína/prilocaína 5% -
Teste) e avaliar a sua biocompatibilidade. Foram realizados estudos de pré-
formulação, microbiológicos e absorção percutânea (AP) in vitro e in vivo do
fármaco. Para biocompatibilidade foram utilizadas 2 técnicas: permeabilidade
vascular (PV) e análise histológica descritiva (AH). Na PV foram utilizados 60 ratos e
3 períodos de observação (3, 6, 9 horas) em que avaliou-se a área da inflamação
visualmente e por quantificação do corante aplicado sob análise de
espectrofotometria após implantação de 0,1 mL das substâncias sendo: G1-Teste;
G2-EMLA®; G3-Poloxamer; G4-Controle. Na AH foram utilizados 60 ratos divididos
em 4 grupos (os mesmos supra citados) com implantação subcutânea de tubos de
polietileno preenchidos com as substâncias, em períodos de 2, 5 e 15 dias. Os
resultados de farmacotécnica mostraram valores de pH=7,71, densidade
(ρgel=1,020), não ocorrendo crescimento microbiano (gram+, gram- e fungos) na
substância Teste e mostrando uma boa viscosidade, adequada para uo em cavidade
bucal. A AP não mostrou diferenças significativas entre o GI e GII com p>0,05
(Mann-Whitney) para os experimentos in vitro e in vivo. Na PV G1 e G2 tiveram
valores maiores (p< 0,05) que G3 e G4. A análise histológica não mostrou áreas de
necrose, nem resposta inflamatória severa. Conclui-se que o gel Teste apresenta
propriedades adequadas e mostrou não induzir resposta inflamatória severa no
subcutâneo de ratos, mostrando-se biocompatível quando comparado com o grupo
controle .
Palavras – chaves: Lidocaína; Prilocaína; Anestésicos Tópicos.
ABSTRACT
The no invasive anesthesia by application of an anesthetic gel in the interior of the
periodontal pocket appears as an alternative in the periodontal treatment. The
objective of this study was to manipulate, to test the physical-chemical properties, the
percutaneous absorption of a gel thermosetting topical anesthetic
(lidocaine/prilocaine 5% - Test) and evaluates its biocompatibility. Pre – formulation
studies, microbiological and percutaneous absorption (PA) in vitro and in vivo, has
been done. To evaluate aspects of biocompatibility 2 techniques had been done:
vascular permeability (VP) and descriptive histological analyses (HA). In the PV, 60
rats and 3 periods of observation had been used (3, 6, 9 hours) and were evaluated,
visually, for the area of the inflammation and for dye concentration applied, by
spectrophotometric analysis, after implantation of 0,1 mL of the substances: G1-
Teste; G2-Emla®; G3-Poloxamer; G4-Controle. In AH, 60 rats, were divided in 4
groups (in the same way cited before) with subcutaneous implantation of
polyethylene tubes with substances had been used, in periods of 2, 5 and 15 days.
The pharmacotechnical results had shown values of pH=7,71, density (ρgel=1,020),
not occurring microorganisms growth (gram+, gram- and fungi) in the substance Test
and showing a good viscosity, adjusted for use in oral cavity. AP did not show
significant differences between the GI and GII, with p>0,05 (Mann-Whitney) for the
experiments in vitro and in vivo. In the PV, G1 and G2 had bigger values (p< 0,05)
than G3 and G4. The histological analysis did not show areas of necrosis, nor
severe inflammatory response. It is concluded that the gel Test presents adequate
properties and showed not to induce severe inflammatory response in the
subcutaneous, showing biocompatibility when compared with the control group.
Word keys: Lidocaine; Prilocaine; Topical anesthetics.
DEDICATÓRIA
A Deus, que tantas vezes olhou por mim em momentos difíceis e me
reconfortou diante deles, obrigado pela oportunidade de estar aqui hoje e por tudo
que me tens concedido.
Aos meus pais Celso e Maria Célia, que mais uma vez acreditaram
em minha capacidade e me ajudaram a escalar mais um degrau da minha vida
acadêmica. Obrigado por compreenderem minha ausência em momentos
importantes de nossas vidas, pela paciência mostrada dia a dia, pela confiança, pelo
incentivo e por serem sempre meu maior exemplo de vida. Sem dúvida esse
trabalho pertence mais a vocês que a mim. Amo vocês mais que tudo!
Aos meus irmãos, Juliana e Gustavo, que mesmo estando longe de
casa nesse momento, sei que torcem por mim. Adoro vocês!
A minha família..... Especialmente as minhas avós, Ondina e Júlia
pelo carinho e pelos almoços nos finais de semana em Curitiba. Obrigado por tudo!
AGRADECIMENTOS ESPECIAIS
Ao meu orientador Prof°. Dr. Fábio André dos Santos, pelos
conhecimentos transmitidos, transparência, paciência e amizade. Você é uma das
pessoas em quem eu me espelho para continuar a jornada pela vida acadêmica.
Obrigado por me ensinar a gostar da pesquisa e conseguir entender um pouco de
como ela é feita. Sua dedicação e postura são exemplos que todos deveriam seguir.
Tenha certeza que sem sua ajuda essas páginas não estariam sendo escritas.
Aos professores Dr
a
. Jocélia Lago Jansen e Ms. Paulo Vitor
Farago, duas grandes estrelas que me ajudaram a iluminar os caminhos dessa
dissertação. Sem vocês nada disso teria acontecido. Obrigado pela confiança, pelos
conselhos e conhecimentos transmitidos em Farmacologia. Sua amizade nunca será
esquecida. Guardo vocês em meu coração.
Ao Prof°. Dr. Gibson Luiz Pilatti, pelo apoio e pelas idéias
sempre pertinentes que colaboraram para o sucesso desse trabalho.
Aos meus “Tios” Rui e Célia por terem cedido seu apartamento
durante o período do mestrado. Ele me lembrará de momentos inesquecíveis....
À vocês minha eterna gratidão.
AGRADECIMENTOS
À Universidade Estadual de Ponta Grossa, na pessoa de seu reitor
Paulo Roberto Godoy e vice-reitor Ítalo Sergio Grande pela oportunidade
outorgada.
À Fundação Araucária – Paraná e à Coordenadoria de
Aperfeiçoamento de Pessoal de ensino Superior – CAPES pela presteza e
dedicação ao fomento da pesquisa.
Aos professores do curso do mestrado Abraham Lincoln Calixto,
Antonio Edgar Krölling, Benjamin de Melo Carvalho, Carlos Roberto Berger,
Denise Stadler Wambier, Elizabete Brasil dos Santos, Gislaine Czlusniak,
Joane Augusto Souza Junior, Jorim Souza das Virgens Filho, Leide Mara
Schimidt, Stella Kossatz Pereira, Ulisses Coelho, Vitoldo Kozlowski Júnior.
Às bibliotecárias Ângela e Vera, pela ajuda na procura de artigos
científicos e revisão metodológica desta dissertação.
À companhia Basf e a Nortec do Brasil, pela doação dos materiais
utilizados no desenvolvimento da parte experimental da dissertação.
À Universidade Federal do Paraná – UFPR, por permitir a utilização
de parte dos aparelhos usados nessa pesquisa.
Ao Boticário por permitir o uso do aparelho para medição da
absorção percutânea total. A equipe que me auxiliou, Angela e Marina, meu muito
obrigado.
Ao departamento de Química da Universidade estadual de Ponta
Grossa – UEPG, por permitir a utilização do aparelho de espectrofotometria de ultra
violeta. Aos professores Jesuan e Paulo Borba meu muito obrigado.
Ao Prof°. Dr. João Carlos Gomes, pelos esforços para elaboração
e manutenção de um curso de mestrado com qualidade. Pela exemplar dedicação à
Universidade Estadual de ponta Grossa. Pelos conselhos e compreensão em
momentos importantes durante o curso de mestrado. Fico grato e orgulhoso de ter
sua confiança. Obrigado!
A Prof
a
. Dr
a
. Osnara Maria Mongruel Gomes, pelo conhecimento
transmitido não só em caráter científico, mas também em lições de vida. Obrigado
por emprestar seu precioso tempo nas correções da dissertação e dos artigos. A
senhora sempre será lembrada.
A Prof
a
. Dr
a
. Josélia Borba Daher que gentilmente cedeu a
utilização do biotério para a realização das pesquisas dessa dissertação. Obrigado
pelo carinho. Sua contribuição para o trabalho será lembrada sempre.
À Morgana das Graças Procz dos Santos, pela amizade acima de
tudo, mas também, pela paciência, disposição, competência e por ter sempre uma
palavra amiga em momentos de dúvida. Serei eternamente grato.
As queridas e atenciosas funcionárias dos laboratórios pelos quais
passei em especial para Maria Inês Cordeiro, pelos momentos que passamos
juntos no laboratório de histologia e Mira, que me ajudou em vários momentos na
Farmacotécnica. Sem esquecer claro, das funcionárias do Biotério da UEPG. Mari
você sempre vai morar no meu coração. Obrigado pela ajuda no manuseio dos ratos
e pelas conversas que fez o tempo passar muito rápido durante a realização da
pesquisa. Bete, que me ajudou tanto no biotério quanto na farmacotécnica, meu
muito obrigado. E a todas as outras pessoas e funcionários que me auxiliaram para
que esse trabalho pudesse ser realizado.
Ao pessoal das duas repúblicas as quais me considero membro
efetivo. A de Curitiba – República do edifício Caiomar: Leonardo, Rodrigo e
Aladim – obrigado pelo carinho e desestresse nos finais de semana. A de Ponta
Grossa – Dioguinho, Kiko e Akira, Polaco e Marcelo – obrigado por momentos
inesquecíveis que passamos juntos.
À minha companheira do laboratório de Cosmetologia, Vivi Poli, se
não fosse por você tudo teria sido mais difícil. Obrigado pelas conversas e pela
cumplicidade em momentos difíceis.
Finalmente aos meus companheiros de mestrado: Carolina Oberg
Sartori, Fernanda Zander Grande, João Luiz Neves Pereira, José David Juan
Antures, Julianna Cristina de Souza, Márcia Cristina Rastelli, Marissol Maria de
Oliveira Vasconcellos Romanelli, Patrícia Grau Grullon, Priscila Paiva Portero,
Rafael Ditterich, Ricardo Kern, Sandra Cristina Sgarbi Daniel, Veridiana
Camilotti. De cada um guardo muitas lembranças, e falar de cada uma delas fica
difícil e faltariam páginas. Obrigado a todos!
A todos os que direta ou indiretamente contribuíram para o
desenvolvimento desse trabalho. MUITO OBRIGADO!
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 Estrutura química da lidocaína ...............................27
Figura 2 Estrutura química da prilocaína..............................28
Figura 3 Estrutura química do poloxamer.............................31
Figura 4 Fórmula do coeficiente de partilha..........................36
Quadro 1 Divisão dos grupos de estudo para os testes de
avaliação de biocompatibilidade.............................58
Prancha 1 – A Transferência dos pós para o béquer.....................68
Prancha 1 – B Complementação com água destilada q.s.p...........68
Prancha 1 – C Homogeneização da amostra.................................68
Prancha 1 – D Proteção com filme plástico....................................68
Prancha 2 – A Esquema da demarcação da área de trabalho
(1 cm2) ...................................................................69
Prancha 2 – B Esquema da aplicação do Gel Teste na área de
trabalho...................................................................69
Prancha 2 – C Esquema da aplicação da fita adesiva sobre a
área de trabalho .....................................................69
Prancha 2 – D Visualização das células de estrato córneo
aderidas na fita adesiva após a remoção
da mesma...............................................................69
Prancha 2 – E Visualização da área de trabalho em
mucosa bucal .........................................................69
Prancha 3 – A Aplicação do corante Azul de Evans pela veia
lateral caudal do animal..........................................70
Prancha 3 – B Aplicação das substâncias participantes do estudo
no tecido subcutâneo do animal, com auxílio de
seringa de insulina de 1 mL....................................70
Prancha 3 – C Visão do tecido biopsiado contendo os halos
azulados formados pelo extravasamento do
corante....................................................................70
Prancha 4 – A Incisão na linha sagital mediana.............................71
Prancha 4 – B Colocação das substâncias testadas no interior
dos tubos de polietileno de modo a não se
observar bolhas em seu interior .............................71
Prancha 4 – C Colocação dos tubos no tecido subcutâneo dos
Animais...................................................................71
Prancha 4 – D Sutura da região dorsal do animal..........................71
Prancha 5 – A Esquema ilustrativo da posição do tubo de
polietileno em relação ao bloco de parafina
(perpendicular ao corte) e movimento de corte
do micrótomo manual .............................................72
Prancha 5 – B Cortes histológicos incluídos no estudo
(sem a presença de vestígios do tubo
de polietileno) .........................................................72
Prancha 5 – C Corte histológico descartado do estudo
(com a presença do tubo de polietileno).................72
Prancha 6 – A Curvas de calibração para a lidocaína (em rosa)
e prilocaína (em azul), em comprimento de
onda (λ) de 220 nm e 240 nm, respectivamente ....85
Prancha 6 – B e C Curva dos valores de absorção em mol/L de
lidocaína (em azul) e prilocaína (em rosa)
após a aplicação do Gel Teste (B) e EMLA® (C)
sobre a pele. Diferenças não significativas entre
os grupos I “versus” II para Lidocaína e Prilocaína
(respectivamente p= 0,644 e p= 0,364).
Teste t não pareado – P>0,05 ................................85
Prancha 7 – A Gráfico dos valores das porcentagens
acumuladas para a lidocaína e prilocaína
nos grupos I e II. Lidocaína (GI)= 72,93/ (GII)= 63,89.
Prilocaína (GI)= 72,57/ (GII)= 61,71 .......................86
Prancha 7 – B Gráfico dos valores das porcentagens acumuladas
para os grupos I e II pelo método de células
de difusão. GI = 21,60/ GII = 21,90 ........................86
Prancha 8 – A Curva de calibração para a mistura eutética de
lidocaína e prilocaína..............................................87
Prancha 8 – B Curva dos valores de absorção para a mistura
eutética de lidocaína e prilocaína após aplicação
do Gel Teste em decorrência do tempo (minutos)..87
Prancha 8 – C Curva dos valores de absorção para a mistura
eutética de lidocaína e prilocaína após aplicação
do EMLA® em decorrência do tempo (minutos).....87
Prancha 9 – A Gráfico dos valores obtidos, em porcentagem
acumulada de dose aplicada, após a aplicação
do Gel Teste e EMLA®, pelo período de 1 minuto,
em mucosa bucal. Lidocaína (GI) = 6,37/ (GII) = 6,91.
Prilocaína (GI) = 5,08/ (GII) = 6,18 .........................88
Prancha 10 – A Avaliação da permeabilidade vascular através da
mensuração do extravasamento do vascular do
azul de Evans (Média e Erro Padrão).....................89
Prancha 10 – B Avaliação da permeabilidade vascular através da
concentração de azul de Evans
(Média e Erro Padrão) ............................................89
Prancha 11 – A Relação entre as medições dos halos (mm2)
com a concentração de azul de Evans no tecido ...90
Prancha 12 – A Corte histológico do grupo Controle
2 dias HE – 100x ................................................91
Prancha 12 – B Corte histológico do grupo Poloxamer
2 dias HE – 100x ................................................91
Prancha 12 – C Corte histológico do grupo EMLA
2 dias HE – 100x .................................................92
Prancha 12 – D Corte histológico do grupo Teste
2 dias HE – 100 x ................................................92
Prancha 13 – A Corte histológico do grupo Controle
5 dias HE – 100x .................................................93
Prancha 13 – B Corte histológico do grupo Poloxamer
5 dias HE – 100x ................................................93
Prancha 13 – C Corte histológico do grupo EMLA
5 dias HE – 100x .................................................94
Prancha 13 – D Corte histológico do grupo Teste
5 dias HE – 100 x ................................................94
Prancha 14 – A Corte histológico do grupo Controle
15 dias HE – 100x ...............................................95
Prancha 14 – B Corte histológico do grupo Poloxamer
15 dias HE – 100x ..............................................95
Prancha 14 – C Corte histológico do grupo EMLA
15 dias HE – 100x ...............................................96
Prancha 14 – D Corte histológico do grupo Teste
15 dias HE – 100 x ..............................................96
Prancha 15 – A Freqüência de escores para o período de
observação de 2 dias.
Não significativo (p = 0,124) ...................................97
Prancha 15 – B Freqüência de escores para o período de
observação de 5 dias.
Não significativo (p = 0,214) ...................................97
Prancha 15 – C Freqüência de escores para o período de
observação de 15 dias.
“versus” TESTE, POLOXAMER e CONTROLE.
“versus” CONTROLE (p = 0,032) ..........................97
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Formulação do gel base de Poloxamer
407 e 188........................................................................44
Tabela 2 Formulação do gel a base de lidocaína e prilocaína
não-ionizadas..................................................................44
Tabela 3 Análises físico-químicas para o Gel teste e Gel
Poloxamer. Média dos valores em triplicata....................73
Tabela 4 Análise da viscosidade para o Gel Teste e
Gel Poloxamer. Médias dos valores em triplicata ...........75
Tabela 5 Valores dos testes para determinação do coeficiente
de partilha das substâncias ativas
(lidocaína e prilocaína)....................................................75
Tabela 6 Parâmetros analíticos para a elaboração da curva
de calibração da lidocaína ..............................................75
Tabela 7 Parâmetros analíticos para a elaboração da curva
de calibração da prilocaína .............................................76
Tabela 8 Parâmetros analíticos para a elaboração da curva
de calibração da mistura eutética de lidocaína e
prilocaína ........................................................................77
Tabela 9 Médias e o desvio padrão (DP) da área de
extravasamento, em mm2, do corante Azul de
Evans na região subcutânea dorsal dos ratos,
para cada grupo experimental, substâncias e tempos....79
Tabela 10 Médias e o desvio padrão (DP) da medição da
quantidade do corante extravasado, em µg/mL,
na região subcutânea dorsal dos ratos, para
cada grupo experimental, substâncias e tempos ............80
Tabela 11 Análise descritiva (2 dias) ...............................................83
Tabela 12 Análise descritiva (5 dias) ...............................................83
Tabela 13 Análise descritiva (15 dias) .............................................83
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
A.D.A. American Dental Association
AL Anestésicos locais
COBEA Colégio Brasileiro de Experimentação Animal
CPITN Community Periodontal Index of Treatment Needs
cm
2
centímetro quadrado
EC Estrato córneo
ECVAM European Centre for the Validation of Alternative Methods
EDTA ácido etilenediaminetetraacético
EGTA ácido eitlenoglicotetraacético
EMLA Eutetic mixture of Local Anesthetics
F.D.A. Foods and Drugs Administration
g grama
LTA ácido lipoteicóico
H.E. Hematoxilina e eosina
mg/g miligrama por grama
mg/mg miligrama por miligrama
ml mililitro
mm milímetro
mm
2
milímetro quadrado
nm nanograma
NaCl Cloreto de Sódio
OECD Organisation for Economic Co-Operation and Development
P.A. pura
pH potencial de hidrogênio iônico
pKa constante ácida de dissociação
RPM rotações por minuto
UEPG Universidade Estadual de Ponta Grossa
μm micrograma
% porcentagem
ºC graus Celsius
± mais ou menos
® Marca Registrada
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO........................................................................21
2 REVISÃO DE LITERATURA ..................................................24
2.1 ESTUDOS DE PRÉ-FORMULAÇÃO FARMACOTÉCNICA
(DELINEAMENTO DE FORMAS FARMACÊUTICAS)............32
2.2 ESTUDOS EM ANIMAIS .........................................................41
2.2.1 Análise da permeabilidade vascular........................................42
2.2.2 Análise histológica...................................................................43
3 PROPOSIÇÃO........................................................................45
4 MATERIAL E MÉTODOS .......................................................46
4.1 DELINEAMENTO DAS FORMAS FARMACÊUTICAS............46
4.1.1 Manipulação das formulações anestésicas tópicas
termosensíveis ........................................................................46
4.1.1.1 Manipulação do veículo para o gel Teste (Gel Poloxamer).....46
4.1.1.2 Manipulação do gel teste.........................................................47
4.1.2 Controle de qualidade das formas farmacêuticas ...................48
4.1.2.1 Determinação dos valores de pH ............................................48
4.1.2.2 Determinação da densidade relativa .......................................49
4.1.2.3 Determinação da consistência das formulações .....................49
4.1.2.4 Estudo microbiológico .............................................................50
4.1.3 Determinação do coeficiente de partilha .................................51
4.1.4 Absorção percutânea ..............................................................52
4.1.4.1 Estudos in vitro........................................................................54
4.1.4.1.1 Método do “Tape Stripping” ....................................................54
4.1.4.1.2 Avaliação da absorção percutânea em células de difusão
in vitro......................................................................................56
4.1.4.2 Estudos in vivo ........................................................................58
4.2 AVALIAÇÃO DA BIOCOMPATIBILIDADE ..............................60
4.2.1 Análise da permeabilidade vascular........................................61
4.2.2 Análise histológica...................................................................63
4.3 DELINEAMENTO ESTATÍSTICO............................................66
4.3.1 Delineamento de fórmulas farmacêuticas ...............................66
4.3.2 Absorção percutânea ..............................................................66
4.3.3 Permeabilidade vascular .........................................................66
4.3.4 Análise Histológica ..................................................................67
5 RESULTADOS........................................................................73
5.1 CONTROLE DE QUALIDADE DAS FORMAS
FARMACÊUTICAS..................................................................73
5.2 ESTUDOS DO COEFICIENTE DE PARTILHA .......................74
5.3 ESTUDO DA ABSORÇÃO PERCUTÂNEA.............................75
5.3.1 Estudos in Vitro .......................................................................75
5.3.1.1 Método do “Tape Stripping”.....................................................75
5.3.1.2 Células de difusão...................................................................77
5.3.2 Estudos in Vivo........................................................................78
5.4 AVALIAÇÃO DA BIOCOMPATIBILIDADE ..............................79
5.4.1 Estudo da permeabilidade vascular.........................................79
5.4.2 Análise Histológica ..................................................................81
6 DISCUSSÃO...........................................................................98
7 CONCLUSÃO .........................................................................116
REFERÊNCIAS ............................................................................... 117
APÊNDICE A Gráfico 1 ............................................................... 124
APÊNDICE B - Tabelas 14 a 28 ..................................................... 126
ANEXO A – Aprovação do projeto de pesquisa intitulado
Änalise da Absorção Percutânea (mucosa) de Gel e Creme
anestésico local pelo Método de Tape Stripping” ...................... 132
1 INTRODUÇÃO
O tratamento não – cirúrgico para a doença periodontal envolve
etapas imprescindíveis para a obtenção de um sucesso clínico no tratamento da
doença periodontal, tais como, a orientação de higiene bucal, remoção de fatores
de retenção e as instrumentações supra e subgengival, sendo estas técnicas
que, para um melhor conforto e segurança, tanto do profissional quanto do
paciente, envolvem o uso de técnicas de anestesia local.
Segundo Goodell; Gallagher e Nicoll (2000) e Saloum et al.
(2000), o medo da anestesia local é comumente descrita pelos pacientes na
clínica odontológica. A sensibilidade dolorosa sentida pela inserção da agulha, a
duração de sua ação e o inconveniente da anestesia dos tecidos moles pode
influenciar a aceitação dessa técnica pelo paciente (DONALDSON et al., 2003).
Os anestésicos tópicos em forma de creme foram desenvolvidos
para contornar essas dificuldades e vem sendo usados na cavidade bucal com
resultados satisfatórios. Munshi; Hegde e Latha (2001) mencionam que o creme
anestésico dermatológico a base de lidocaína e prilocaína (EMLA
®
- Eutetic
Mixture of Local Anesthetics) pode ser usado como terapia alternativa de
anestesia local, substituindo a técnica convencional com inserção de agulhas,
principalmente na dentística em Odontopediatria. Mcmillan; Walshaw e Meechan
(2000) relatam que esse anestésico tópico é mais efetivo que a lidocaína
injetável, bem como citam que possui um tempo de ação curto, propício para
realização de cirurgias em mucosas. Donaldson e Meechan (1995) sugerem que
o EMLA
®
pode ser de grande ajuda para a anestesia em procedimentos
periodontais não-cirúrgicos, quando o tecido gengival precisa ser manipulado.
Vickers et al. (1997) relatam que em 75% dos indivíduos participantes do estudo,
o qual envolveu a avaliação da dor em procedimentos restauradores, o creme
promoveu anestesia satisfatória.
A anestesia não-invasiva, com a aplicação de gel anestésico no
interior da bolsa periodontal, surge como uma alternativa no tratamento
periodontal não–cirúrgico. Um novo anestésico em gel, a base de lidocaína (25
mg/g) e prilocaína (25 mg/g) - Oraqix
®
- foi desenvolvido para fornecer um melhor
controle da dor em técnicas de instrumentação subgengival, sendo utilizado de
maneira não-invasiva dentro do sulco/bolsa periodontal (DENTSPLY, 2005). O
gel consiste num sistema termosensível que permanece como um fluido de baixa
viscosidade à temperatura ambiente, porém transformando-se em um gel elástico
no contato com a temperatura corporal. (FRISKOPP; NILSSON; ISACSSON,
2001; MAGNUSSON et al., 2003).
O objetivo de Donaldson et al. (2003) foi determinar a eficácia
anestésica de um gel termosensível (Oraqix
®
) mediante comparação com um gel
placebo para o tratamento não-cirúrgico da doença periodontal, concluindo que o gel
teste mostrou ser mais efetivo que o gel placebo na redução da sensibilidade
dolorosa durante a instrumentação periodontal, principalmente quando relacionadas
a bolsas profundas e a um maior índice de sangramento.
van Steenberghe et al. (2004) avaliaram a preferência dos pacientes
utilizando, para o tratamento não – cirúrgico da doença periodontal, dois tipos de
técnicas anestésicas, uma com anestesia injetável (lidocaína 2% com adrenalina) e
com um gel anestésico termosensível (lidocaína 25mg/g e prilocaína 25mg/g –
Oraquix
®
). A aplicação do gel anestésico de maneira subgengival ofereceu
vantagens em relação à anestesia convencional, de acordo com o ponto de vista dos
pacientes, mesmo que uma minoria deles tenha necessitado de complementação
anestésica injetável para o adequado controle da dor.
Evidencia-se, portanto, a necessidade de se desenvolver uma
técnica anestésica que seja de mais rápida ação, de simples aplicação e que seja
indolor, proporcionando maior conforto para o paciente e segurança para o
profissional. Para que isso seja possível faz-se necessário que existam
substâncias e técnicas anestésicas que possam suprir esses objetivos.
2 REVISÃO DE LITERATURA
No último levantamento epidemiológico em saúde bucal, de 1986,
que utilizou o “Community Periodontal Index of Treatment Needs” (CPITN) para a
obtenção de dados sobre a doença periodontal no Brasil, foi relatado que 5,2% e
7,4% da população entre 35/44 anos e 50/59 anos, respectivamente, tinham um ou
mais dentes com profundidade de sondagem maior ou igual a 5,5 mm (BRASIL,
1988). Os resultados do estudo de Susin et al. (2004) mostraram que a perda de
tecido de inserção e, consequentemente, a existência da doença periodontal, é
bastante prevalente na população urbana adulta. Aproximadamente três, de cada
quatro indivíduos com idade superior a 30 anos, apresentava pelo menos um
elemento dentário com perda de inserção clínica maior ou igual a 5 mm, e mais da
metade dos sujeitos participantes da pesquisa, possuiam um ou mais dentes com
perda de inserção clínica maior ou igual a 7 mm.
Para eliminar ou controlar a doença periodontal, devido a sua
extensão e severidade, que pode variar de acordo com o paciente, se faz
necessárias várias sessões para instrumentação subgengival, técnica mais
comumente usada para esse tratamento, segundo Pihlstrom et al. (1999) até que se
garanta a descontaminação de todas as regiões infectadas na cavidade bucal. A
grande maioria dos procedimentos que envolvem o tratamento da doença
periodontal, implicam no uso de algum tipo de procedimento anestésico local para o
controle da sensibilidade dolorosa. De uma maneira geral, o número de bolsas
periodontais e o grau de severidade da doença em um paciente podem variar,
influenciando diretamente no volume e no número de intervenções anestésicas,
quando do tratamento. (CARR; HORTON, 2001; FRISKOPP; NILSSON; ISACSSON,
2001; JEFFCOAT et al., 2001; DONALDSON et al., 2003; MAGNUSSON et al.,
2003; PERRY; GANSKY; LOOMER, 2005).
Segundo Regatieri (2005) são diversas as técnicas de utilização de
anestesia local (AL). A anestesia local infiltrativa, também chamada de anestesia
periférica ou terminal, ocorre quando infiltramos diretamente o tecido que vai ser
operado, sem visar o bloqueio de um nervo ou plexo ou da medula espinal. Nas
diferentes técnicas de anestesia regional, utilizamos AL para bloquear nervos
(bloqueio de um nervo ou troncular) ou plexos (plexo braquial por via axilar) ou a
medula espinal (à nível do neuro eixo como as anestesias peridural e a raquidiana).
Dentre as técnicas para o controle da dor durante os procedimentos
de instrumentação periodontal não-cirúrgico, utilizam-se, mais comumente, as
anestesias infiltrativas ou de bloqueio regional, associadas ou não ao uso de algum
método auxiliar, como por exemplo, os anestésicos de origem tópica (JEFFCOAT et
al., 2001; FRISKOPP; NILSSON; ISACSSON, 2001; DONALDSON et al.,
2003; MAGNUSSON et al., 2003). Entre os vários sais anestésicos usados para o
bloqueio da sensibilidade dolorosa, durante os procedimentos terapêuticos, estão os
anestésicos do tipo amida, como, por exemplo, a lidocaína e a prilocaína (SHIN;
CHO; YANG, 2004) e os anestésicos do tipo éster, como a procaína e a
propoxicaína (MALAMED, 2005).
Os anestésicos locais (AL) são fármacos que bloqueiam
reversivelmente a condução do impulso nervoso, entre eles, aqueles envolvidos com
estímulos nociceptivos, promovendo anestesia local com intensidade que, muitas
vezes, permite a dispensa do uso de anestésicos gerais (ARAUJO; AMARAL, 2004;
PIPA VALLEJO; GARCIA-POLA VALLEJO, 2004; MALAMED, 2005; REGATIERI,
2005)
De uma maneira geral, relata-se que seu mecanismo de ação está
ligado ao bloqueio dos canais de sódio, impedindo a despolarização neuronal,
mantendo a célula em estado de repouso, atuando na paralisação das terminações
nervosas sensitivas periféricas (REGATIERI, 2005). Geralmente, os princípios ativos
de lidocaína e prilocaína têm sido utilizados em sua forma ionizada (cloridrato) para
realização de anestesia local (ROBERTS; SOWRAY, 1995; VASCONCELOS et al.,
2002; MALAMED, 2005)
A lidocaína, foi sintetizada no ano de 1943 pelo farmacêutico sueco
Nils Löfgren e, cinco anos mais tarde, foi o primeiro anestésico local do tipo amida a
ser comercializado (ROBERTS; SOWRAY, 1995; VASCONCELOS et al., 2002; PIPA
VALLEJO; GARCIA-POLA VALLEJO, 2004; MALAMED, 2005).
Sua introdução na prática clínica, como a droga de escolha para o
controle da dor, transformou a odontologia ao substituir a procaína, único anestésico
local até então utilizado pela comunidade odontológica (MALAMED, 2005).
Comparada à procaína, a lidocaína tem um inicio de ação significativamente mais
rápido, produzindo anestesia mais profunda, com maior duração e maior potência.
Segundo Malamed (2005), Vasconcelos et al. (2002) e Araújo e Amaral (2004) a
alergia a anestésicos locais do tipo amida é praticamente inexistente. Essa é a
principal vantagem clínica da lidocaína (e de todas as amidas, incluindo-se a
prilocaína) sobre os anestésicos locais do tipo éster.
A lidocaína (Figura 01) é quimicamente designada como 2-
dietilamina-N-2,6-dimetilfenil-acetamida e tem uma partição de óleo em água em
uma taxa de 43 em pH 7,4. O pKa da lidocaína é de 7,86 (DENTSPLY, 2005). É
metabolizada pelo fígado, por oxidases microssomiais, e oxidada em
monoetilglicerina e xilidida. Sua excreção é realizada pelos rins, com menos de 10%
de sua forma inalterada e mais de 80% na forma de vários metabólitos. Possui
propriedades vasodilatadoras, em concentrações usadas na odontologia, com meia-
vida de aproximadamente 90 minutos (MALAMED, 2005).
CH
3
CH
3
NH CO CH
2
N
C
2
H
5
C
2
H
5
Figura 1 – Estrutura química da lidocaína
A prilocaína (Figura 02) é quimicamente designada como N-2-metil-
fenil-2-propilamino-propanamida, tem uma partição de óleo em água em uma taxa
de 25 em pH de 7,4, pKa de 7,89 (DENTSPLY, 2005) e foi desenvolvida em 1953
por Löfgren e Tegnér, porém só foi descrita em 1960 e comercializada em 1965,
após aprovação da Foods and Drugs Administration (FDA) americana (ROBERTS;
SOWRAY, 1995; VASCONCELOS et al., 2002; MALAMED, 2005). Difere de maneira
significativa da lidocaína, sendo uma amina secundária. É hidrolisada diretamente
pelas amidases hepáticas em ortotoluidina e N-propilalanina. O dióxido de carbono é
o seu principal produto final da biotransformação. A eficiência da degradação da
prilocaína pelo organismo é demonstrada pela fração extremamente pequena do
fármaco recuperada intacta na urina. Por ser melhor metabolizada pelos rins, sua
remoção da corrente sanguínea é mais rápida quando comparada com a lidocaína.
Assim como a lidocaína, também tem propriedades vasodilatadoras em
concentrações usadas em odontologia, e uma meia-vida aproximada de 90 minutos
(MALAMED, 2005).
CH
3
NH CO CH NH
CH
3
CH
2
CH
2
CH
3
Figura 2 – Estrutura química da prilocaína
A comunidade odontológica tem utilizado esses sais principalmente
sob sua forma injetável, mesmo sabendo que nem sempre esse procedimento
anestésico é o preferido dos pacientes, pelo desconforto que provocam. Como para
eliminar ou controlar a periodontite são necessárias, por vezes, várias sessões de
instrumentação subgengival em diferentes regiões da cavidade bucal, implicando,
como já mencionado anteriormente, em aumento da quantidade de procedimentos
anestésicos, tornou-se necessário desenvolver procedimentos que, além de reduzir
o medo e ansiedade sentidos pelo paciente frente a presença física de agulhas e
seringas, fossem de mais rápida ação, indolores e de simples aplicação para
proporcionar, ao paciente, maior conforto e permitir, ao profissional, maior facilidade
no tratamento. (PERRY; GANSKY; LOOMER, 2005).
Recentemente, o uso de adesivos impregnados com lidocaína
encontrou aplicabilidade no tratamento da dor
neuropática (DEVERS; GALER, 2000)
e para o controle da dor durante procedimentos não–cirúrgicos para o tratamento da
doença periodontal (PERRY; GANSKY; LOOMER, 2005). Em sua forma de base
(livre), a lidocaína em conjunto com a prilocaína torna-se uma mistura eutética
(mistura de substâncias em forma de pó que, ao serem misturadas, ficam em
equilíbrio resultando em um líquido) incorporada em um gel termosensível, que têm
sido usada para realização de anestesia não-invasiva, principalmente para as
técnicas não-cirúrgicas de controle da doença periodontal (MEECHAN;
THOMASON, 1999; DONALDSON et al., 2003; MAGNUSSON et al., 2003;
van STEENBERGHE et al., 2004b).
Portanto, as tecnologias de liberação modificada de fármacos, como
por exemplo, a aplicação tópica de gel termosensível dentro das bolsas periodontais,
oferecem numerosas vantagens, quando comparadas às formas farmacêuticas
convencionais (anestesia injetável), tem permitido obter uma maior eficiência, a
redução da toxicidade e o aumento da adesão e conveniência do paciente (KUMAR,
2000; AULTON, 2005).
Atualmente, observam-se no mercado, formas farmacêuticas que
apresentam as características descritas acima como, por exemplo, os cremes e géis
a base de lidocaína e prilocaína. Dentre os mais estudados podemos citar o EMLA
®
(AstraZeneca do Brasil Ltda) e o Oraqix
®
(DENTSPLY International Inc.). Dos vários
sistemas de liberação de fármacos, o de liberação percutânea tem sido amplamente
utilizado como um sistema avançado apresentando algumas vantagens no controle
e manutenção de vários princípios ativos de ação local. Em suas aplicações
percutâneas ou ainda para o uso em odontologia, os anestésicos locais devem
permanecer na superfície da pele ou da mucosa bucal em sua forma não-ionizada,
além de estar em sua forma lipofílica, para que haja um maior período de
substantividade, para que ocorra penetração no estrato córneo e conseqüente
dessensibilização da área desejada (SHIN; CHO; YANG, 2004).
Segundo Malamed (2005) o creme EMLA
®
- “Eutetic Mixture of
Local Anesthetics” – composto de lidocaína 2,5% e prilocaína 2,5%, é uma emulsão
na qual a fase oleosa é uma mistura eutética de lidocaína e prilocaína numa
proporção de 1:1 por peso. Foi criado como anestésico tópico para ser capaz de
fornecer anestesia superficial da pele intacta (os outros anestésicos tópicos não
produzem ação clínica sobre a pele íntegra, apenas sobre a pele que sofreu
abrasão), e, como tal, é utilizado principalmente antes de procedimentos dolorosos,
tais como punção venosa e outras inserções de agulhas.
Como o EMLA
®
é eficaz na penetração da pele intacta, sua
capacidade de produzir anestesia tópica na cavidade bucal parece óbvia, tendo em
vista a mucosa apresentar uma permeabilidade maior que a epiderme, devido a
menor queratinização de suas camadas mais externas. Embora o rótulo da
embalagem (EMLA, 2004) indique seu uso antes de anestesia infiltrativa, não existe
nenhuma observação que possa ser usado em cavidade bucal, mesmo para esses
fins. Porém, vários estudos clínicos foram publicados demonstrando resultados
satisfatórios (DONALDSON; MEECHAN, 1995; VICKERS et al.,1997; MCMILLAN;
WALSHAW; MEECHAN, 2000; MUNSHI; HEGDE; LATHA, 2001).
O Oraqix
®
, segundo o fabricante e relatos de artigos científicos
(FRISKOPP; NILSSON; ISACSSON, 2001; JEFFCOAT et al., 2001; DONALDSON et
al., 2003) é definido como uma substância farmacêutica que contém 25 mg/g de
lidocaína e 25 mg/g de prilocaína, bem como, ácido clorídrico (adjuvante
farmacotécnico ao ajuste do pH), água destilada e um agente termosensível que faz
com que a mistura se transforme do estado líquido, em temperatura ambiente, para
um estado de gelificação, na temperatura da cavidade bucal. Essa propriedade
permite as substâncias ativas permanecerem em posição por um tempo suficiente
para que se dê uma ação efetiva, proporcionando uma anestesia adequada na
região de eleição. Apesar de conter os mesmos fármacos do EMLA
®
, esse gel foi
desenvolvido especialmente para ser utilizado em cavidade bucal, principalmente
em procedimentos para o controle não-cirúrgico da doença periodontal, onde é
implantado dentro do sulco gengival e bolsa periodontal.
As formas farmacêuticas descritas acima como agentes
termosensiveis, são conhecidas como poloxamers, que são blocos de copolímeros
sintéticos formados por cadeias de oxietileno hidrofílico e cadeias de oxipropileno
hidrofóbico (Figura 3).
CH
2
HO CH
2
OCH
2
CH
CH
3
OCH
2
CH
2
OH
a ab
Figura 3. Estrutura química do poloxamer
As letras a e b representam cadeias hidrofílicas e hidrofóbicas
respectivamente. As matérias primas usadas no delineamento da forma
farmacêutica do Oraqix
®
- Lutrol F 68
®
e Lutrol F 127
®
- possuem cadeias
poliméricas de longa extensão, sendo (a = 80) e (b = 27) para o primeiro e (a = 101)
e (b = 56) para o segundo (DENTSPLY, 2005).
De acordo com o fabricante, o Oraqix
®
é considerado como uma
microemulsão. Segundo Scherlund et al. (2000), as microemulsões são sistemas
bem conhecidos por sua excelente estabilidade em longo prazo e por seu facilitado
método de preparo. Elas são definidas como sistemas contendo água, óleo e
anfifílicos (molécula que tem ao mesmo tempo um caráter hidrofílico e hidrofóbico,
constituindo uma única solução líquida opticamente isotrópica e
termodinamicamente estável).
Além da estabilidade física e da facilidade em sua preparação,
principalmente em relação aos tratamentos não-cirúrgicos das doenças periodontais,
as grandes vantagens de uma forma farmacêutica em microemulsão, de acordo com
Scherlund et al. (2000), são: uma alta taxa de liberação das substâncias ativas da
fórmula, devido ao menor tamanho das partículas quando comparadas com as
emulsões, como é o caso do EMLA
®
.
2.1 ESTUDOS DE PRÉ-FORMULAÇÃO FARMACOTÉCNICA (DELINEAMENTO DE
FORMAS FARMACÊUTICAS)
O amplo conhecimento das propriedades físico-químicas dos
fármacos, dos adjuvantes farmacotécnicos, e dos processos envolvidos na
fabricação de fórmulas magistrais é imperativo para o desenvolvimento de
medicamentos que cumpram com os requisitos básicos de eficiência terapêutica e
de segurança. Antes do desenvolvimento de uma forma farmacêutica em posologia
adequada, é de essencial importância que ela seja caracterizada química e
fisicamente. Os estudos de pré-formulação proporcionam o tipo de informação
necessária para se delinear a forma farmacêutica mais indicada. Essas informações
subsidiam a combinação dos fármacos com os ingredientes farmacotécnicos,
assegurando qualidade ao medicamento, dentro da posologia terapêutica (AULTON,
2005).
Segundo Aulton (2005), no âmbito das ciências farmacêuticas, o
termo “estudos de pré-formulação” vem sendo substituído por “delineamento de
formas farmacêuticas”. Este último termo é utilizado para abranger os vários tópicos
da área, que estão associados às diferentes etapas as quais um fármaco é
submetido até chegar ao seu desenvolvimento final, ou seja, as etapas que sucedem
a descoberta ou síntese do fármaco, o seu isolamento, a purificação, os testes dos
efeitos farmacológicos e de problemas toxicológicos. Colocado de modo mais
simples, delinear formas farmacêuticas significa transformar um fármaco em um
medicamento. Em relação a esse aspecto, há três tópicos principais a seres
considerados:
1. As propriedades físico-químicas do próprio fármaco;
2. Suas características biofarmacêuticas, tais como o motivo pelo
qual a via de administração afeta a velocidade e a extensão da absorção de
um fármaco no organismo;
3. As características terapêuticas da patologia a ser tratada, que
definem o tipo de forma farmacêutica mais adequada, as possíveis vias de
administração e a freqüência de dosagem do fármaco em pauta.
Os testes de pré-formulação consistem nos passos a serem
considerados antes do início da formulação propriamente dita. A pré-formulação
envolve uma completa compreensão dos aspectos físico-químicos das moléculas do
fármaco e dos adjuvantes e da sua interação na forma farmacêutica (AULTON,
2005).
Guedes (1987) relata que todo o produto pronto deve ter sua
monografia analítica contendo as especificações e métodos analíticos, os mais
precisos possíveis, além de dados de como: nome e número, testes de pré-
formulação recomendados, quantidade e reagentes para cada teste, equipamento
necessário, descrição técnica a ser empregada, equações para cálculo e resultados.
É muito útil, por duas razões principais, a toxicológica e a
terapêutica, poder prever por qual caminho determinados materiais penetram na
pele. A quantidade de determinada substância que é capaz de penetrar na pele e a
sua distribuição, relacionada com a concentração da droga, são importantes fatores
para a avaliação do risco e no desenvolvimento das formulações para
medicamentos de aplicação tópica e transdérmica (HOWES et al., 1996).
Embora a pele tenha sido dividida histologicamente em epiderme,
derme e hipoderme, coletivamente ela pode ser considerada como uma só barreira.
A passagem através deste conjunto pode ocorrer por meio de: penetração
transcelular, penetração intercelular e penetração via anexos (folículos pilosos,
glândulas sebáceas, sudoríparas e aparatos pilo - sebáceos) (SHAEFER;
REDELMEIER, 1996). Na superfície da pele, a formulação entra em contato com os
restos celulares, microrganismos, lipídios e outros materiais, que não afetam a
permeação (BRESOLIN et al., 2003).
Segundo Howes et al. (1996), as propriedades da pele como
atuação de barreira ou de proteção residem em sua camada mais externa, o estrato
córneo (EC), o qual tem aproximadamente 15 µm em um tecido normal. Na pele, o
EC atua como dupla barreira, tanto externamente, para limitar a evaporação (perda)
de água do corpo, quanto internamente, para permitir a absorção percutânea de
agentes externos. Além disso, o EC retém água de maneira eficiente e desse modo
mantém a lisura e flexibilidade da superfície da pele.
Da mesma maneira, o epitélio da mucosa bucal também é composto
de camadas. Porém, diferentemente da pele, a mucosa bucal pode ter algumas
variações em relação à presença e quantidade de queratina, característica principal
do EC, em suas camadas mais superficiais, pois pode apresentar-se
ortoqueratinizada (totalmente queratinizada) ou paraqueratinizada (quando a
queratinização não é completa) ou mesmo não-queratinizada (situação na qual
todas as células presentes ainda tem núcleos em seu interior). Segundo Katchburian
e Arana (1999), no epitélio não-queratinizado, que compreende as mucosas de
revestimento (assoalho bucal, palato mole, mucosa alveolar, mucosa jugal e ventre
de língua), não existe a presença dos estratos mais superficiais (granuloso e
córneo). Apesar disso, continuam a apresentar células semelhantes às encontradas
nas camadas superficiais da pele, sendo, portanto denominada somente como
estrato superficial. Conclusões semelhantes foram relatadas por Florence e Attwood
(2004) que afirmam que a mucosa bucal funciona primariamente como uma barreira,
pois é pouco permeável. O epitélio de revestimento da mucosa jugal é considerado
dos mais espessos da mucosa bucal, pois possui aproximadamente 600 µm de
espessura (KATCHBURIAN; ARANA, 1999).
A absorção percutânea de um composto é fortemente determinada
pelas suas propriedades físico-químicas. Embora a formulação tenha um papel
importante na determinação do fluxo do composto através da pele
, geralmente não
influencia a absorção mais que 10
a 20 vezes. Em contraste, o fluxo da absorção,
dependendo das várias classes químicas de compostos, pode ser 10
7
vezes maior.
Em conseqüência, é essencial entender a habilidade de um composto em passar o
estrato córneo antes de estudar o quanto uma formulação pode promover ou
modificar a penetração do mesmo (SHAEFER; REDELMEIER, 1996).
Segundo Bresolin et al. (2003), para efetuar correta seleção de
fármacos é recomendado observar as propriedades físico-químicas que permitem
atravessar (via transporte passivo) a barreira da pele em níveis aceitáveis, tais
como, baixo peso molecular (máximo 600 Da), estabilidade, adequada solubilidade
óleo/água, alto coeficiente de partição, baixo ponto de ebulição, polaridade, não ser
ou não estar ionizado, alta potência, meia vida biológica pequena e não ser irritante
para a pele.
As drogas contidas em uma formulação com mais de uma fase
(aquosa e oleosa) se movem de uma fase líquida para outra, de maneira
dependente de sua concentração relativa e de sua afinidade por cada fase. Desse
modo, uma droga se moverá do sangue para os tecidos extracelulares, se houver
uma afinidade apropriada entre membrana celular e a fase não-sanguínea. O
movimento de moléculas de uma fase para outra é chamado de partição
(FLORENCE; ATTWOOD, 2004). A partição pode ser medida por determinação do
coeficiente de partilha em sistemas óleo-água, tal como octanol-água ou clorofórmio-
água. O coeficiente de partilha é definido como a razão entre o fármaco não ionizado
distribuído entre as fases orgânicas e aquosas em equilíbrio (Figura 4). Segundo
Fiese e Hagen (2001) o coeficiente de partilha está relacionado à determinação da
lipofilia de um fármaco.
A análise dos grupamentos funcionais de um composto, bem como
seu coeficiente de partição, podem predizer adequadamente os coeficientes de
permeabilidade na absorção percutânea (GUY; POTTS, 1992).
P o/a : C óleo x equilíbrio
C água
Figura 4. Fórmula do coeficiente de partilha.
Para algumas séries de compostos, o coeficiente de partilha constitui
uma forma expedita de rastreio para a determinação do comportamento in vivo
. Para
a administração de fármacos, o equilíbrio lipofílico/hidrofílico, constitui um fator
determinante para a velocidade e extensão da absorção do fármaco. Embora os
resultados do coeficiente de partilha por si só não permitam prever a absorção in
vivo
, constituem uma forma de caracterização da natureza lipofílica ou hidrofílica do
fármaco (FIESE; HAGEN, 2001).
A liberação de um agente terapêutico de uma formulação aplicada
na superfície epitelial e seu transporte para a circulação sistêmica, chamada de
absorção percutânea, é um processo de várias fases que envolvem: (a) dissolução
do fármaco na formulação e sua liberação, (b) partição dentro da camada mais
externa da pele (estrato córneo), (c) difusão através do estrato córneo,
principalmente via lipídios intracelulares (este passo limita muitos compostos), (d)
partição a partir do estrato córneo dentro da epiderme aquosa viável, (e) difusão
através da epiderme viável e dentro da derme superior, e (f) difusão dentro da rede
de capilares locais e eventualmente o sistema circulatório (HOWES et al.,1996;
BRESOLIN et al., 2003).
A absorção percutânea pode ser determinada por intermédio de dois
métodos principais: as técnicas in vitro e as técnicas in vivo.
Os estudos em humanos sem dúvida são o “padrão de ouro” para as
pesquisas em absorção percutânea. O propósito de qualquer estudo de absorção
percutânea em humanos deve ter objetivos claros, como por exemplo, quando há a
necessidade de formular uma nova droga farmacêutica (HOWES et al., 1996).
Já é bem estabelecido que a principal barreira da pele é constituída
pelo estrato córneo, a qual também serve de reservatório para as substâncias
aplicadas topicamente (ROUGIER; LOTTE, 1993; HOWES et al., 1996; BRESOLIN
et al., 2003). Portanto pode-se estabelecer uma correlação com a quantidade do
fármaco absorvido nessa camada, tanto na pele quanto na mucosa bucal, e a
quantidade dessa substância liberada do veículo. O método emergente para este
tipo de estudo é chamado de “Tape Stripping”. O “Tape Stripping” da pele é um
procedimento científico extremamente eficaz para se avaliar a quantidade máxima
de absorção percutânea que pode se esperar de uma aplicação tópica (SHAEFER;
REDELMEIER, 1996).
Nesse procedimento, a penetração do fármaco é estimada por meio
da sua quantidade restante, recolhida quando da remoção das fitas adesivas, após
um determinado tempo de aplicação da substância. Em outras palavras, dentro de
um período de tempo limitado de exposição ao fármaco, a fração da dose que
penetra no estrato córneo, tanto da pele quanto da mucosa é a soma do produto
obtido quando da remoção das fitas adesivas e que não pôde ser removido por uma
simples lavagem mecânica e que, portanto, alcançará a circulação sanguínea e
consequentemente será excretada (HOWES et al., 1996).
A utilização desse método parece ser mais acessível para o teste de
novas drogas e, portanto pode prever seus efeitos tóxicos e farmacológicos.
Também pode evitar algumas dificuldades éticas de experimentos em humanos,
particularmente no caso de agentes potencialmente tóxicos até porque, é bem
estabelecido em literatura, que esse método não é considerado invasivo (ROUGIER;
LOTTE, 1993).
Entre a literatura científica pertinente sobre esse assunto podemos
verificar que existem inúmeros trabalhos que relatam o desenvolvimento de
medicamentos de liberação tópica e/ou transdérmica e avaliação de fórmulas
farmacêuticas para liberação tópica de fármacos em cavidade bucal, como, por
exemplo, o trabalho de Shin; Cho e Yang (2004) que desenvolveram um gel
anestésico a base de lidocaína em gel de hidrixipropil-metilcelulose e poloxamer 407
para determinar a praticidade da liberação das substâncias frente à incorporação de
diferentes promotores de absorção, mostrando a importância desse tipo de veículo
para sistemas de liberação controlada de fármacos.
Junginger; Hoogstraate e Verhoef (1999) estudaram, in vitro, a
liberação de dextranas de diferentes pesos moleculares como um composto modelo
para peptídeos e proteínas através da mucosa bucal, bem como, a liberação de
fármacos in vivo, em porcos. O objetivo da pesquisa foi investigar as propriedades
de permeação da barreira do epitélio bucal, com ou sem a incorporação de
promotores de absorção na formulação desenvolvida, e também determinar os
caminhos de transporte dos compostos modelo através da mucosa bucal.
Além disso, pesquisas como as de Reddy et al. (2002) e Löffler;
Dreher e Maibach (2004) estudaram o aperfeiçoamento dos protocolos para a
realização dos trabalhos de absorção percutânea que envolvem o método do “Tape
Stripping” observando variáveis como, o sitio anatômico em que será realizada a
técnica, a pressão exercida sobre a fita adesiva, bem como a duração dessa
pressão, e ainda, a velocidade em que o adesivo é removido, podem influenciar na
coleta dos dados, gerando ou não vieses de aferição.
Uma outra maneira para se estabelecer os graus de absorção de um
determinado fármaco, como já citado anteriormente, são os estudos in vitro e, dentre
eles, tem-se enfatizado o uso do sistema de células de difusão. Esse método
determina a quantidade da substância ativa testada que ultrapassa as camadas
superficiais da pele e, consequentemente, é incorporada à circulação sangüínea
(OECD, 2004).
Apesar dos estudos de difusão de células serem utilizados de
diferentes maneiras, existem realmente apenas dois tipos básicos: as células de
uma câmara e as de duas câmaras. A primeira é composta por uma câmara situada
abaixo da porção da pele em estudo, existindo contudo, uma comunicação entre a
camada superficial desta e o meio ambiente. A segunda possui duas câmaras de
volumes iguais que são separadas pela pele (BRONAUGH, 1996). Cada método tem
sua indicação dentro dos estudos de absorção percutânea.
A exposição da pele às substâncias que irão permeá-la, geralmente,
ocorre sob condições bastante diferentes daquelas criadas quando se opta pelo uso
do sistema de duas câmaras, pois, de maneira clínica, na maioria das vezes, não se
oclui a substância de aplicação. Por isso mesmo, o ideal é se optar pelo uso do
sistema de uma câmara que, certamente reproduz, mais fielmente as condições
encontradas no tratamento dos pacientes (BRONAUGH, 1996).
A câmara, situada abaixo da pele, serve como um compartimento
para o fluido receptor que está continuamente em agitação magnética. Este irá
receber as substâncias ativas permeadas através da pele para, posteriormente, ser
coletado e analisado em relação à quantidade total dos fármacos absorvidos. As
células de difusão devem garantir um bom vedamento ao redor da pele e permitir
uma fácil coleta do fluido receptor. Devem ser feitas de um material inerte, como, por
exemplo, vidro, para minimizar as interações com as substâncias testadas
(BRONAUGH, 1996).
Juhlin; Hagglund e Evers (1989) avaliaram a absorção da lidocaína e
prilocaína após a aplicação do EMLA
®
sobre a pele humana normal (Grupo controle,
n=30) e pele doente (Grupo teste – pacientes com psoríase, dermatite atópica e com
dermatite de contato, n=12) por um período de 1 a 2 horas, com ajuda de bandagem
oclusiva. O método utilizado para a análise da absorção das drogas empregou
coleta sanguínea dos voluntários, em diferentes tempos, para posterior análise em
fragmentografia. A absorção da pele doente foi mais rápida quando comparada com
a pele normal, com concentrações plasmáticas maiores e uma maior e mais rápida
ação anestésica.
Com o mesmo objetivo dos autores supracitados, Friskopp e Huledal
(2001) e Herdevall et al. (2003) utilizaram, para a análise da absorção em plasma
sanguíneo, as técnicas de cromatografia de gradiente líquido e espectroscopia de
massa em conjunto com ionização eletrostática e monitoração de íons selecionados.
Em ambas as pesquisas os resultados demonstraram uma boa margem de
segurança no que diz respeito às concentrações tóxicas de lidocaína e prilocaína
para o sistema nervoso central, não demonstrando efeitos colaterais importantes.
2.2 ESTUDOS EM ANIMAIS
Ainda, em fases de desenvolvimento de formulações farmacêuticas,
é importante que se realizem testes para avaliar a resposta inflamatória causada em
tecido conjuntivo e epitelial, frente a exposição, prolongada ou não, desses produtos
em sua superfície. Algumas técnicas podem ser usadas para analisar esse
parâmetro. Dentre elas, a de análise da permeabilidade vascular, que avalia a
resposta inflamatória de fase aguda, e a análise histológica do tecido subcutâneo de
ratos, após a implantação de tubos de polietileno têm sido utilizadas mais
comumente (CANOVA et al., 2002; BRUNINI, 2003; NAGEM-FILHO et al., 2003;
RIBEIRO, SANCHES e OKAMOTO, 2003; GEHLEN et al., 2004; VALERA et al.,
2004; SILVA, ALMEIDA e SOUSA, 2004; COSTA, HEBLING e SOUZA, 2005;
SOUSA, BRAMANTE e TAGA, 2005).
2.2.1 Análise da Permeabilidade Vascular
Desde 1943, com os primeiros estudos de Rawson citado por
Gehlen et al. (2004), o Azul de Evans tem sido utilizado para análise da
permeabilidade vascular. Porém, o método mais usado atualmente, para a
utilização desse corante foi o descrito por Ukada et al. (1970), que tem sido
empregado para quantificar o potencial irritante de inúmeras substâncias aplicadas
em tecido subcutâneo. Esse método analisa de maneira físico – química o exsudato
plasmático produzido depois de um aumento da permeabilidade vascular devido a
presença de alguma solução irritante, sendo este procedimento utilizado em
diversas pesquisas com o objetivo de avaliar a resposta inflamatória inicial das mais
diversas substâncias (CANOVA et al., 2002; BRUNINI, 2003; NAGEM-FILHO et al.,
2003; GEHLEN et al., 2004; VALERA et al., 2004; SILVA, ALMEIDA e SOUSA,
2004; SOUSA, BRAMANTE e TAGA, 2005)..
Este corante apresenta algumas características como inocuidade,
alta solubilidade em água e afinidade pela albumina. O Azul de Evans, quando
inoculado via endovenosa, combina-se com a albumina de maneira reversível
(GEHLEN et al., 2004).
A inflamação de fase aguda provoca alterações no fluxo sanguíneo,
no calibre dos vasos e na permeabilidade vascular. O exsudato produzido quando
existe alteração da permeabilidade vascular contém mais proteínas plasmáticas do
que em situação normal (GUYTON, 1976).
O Azul de Evans se combina com a base de nitrogênio da albumina
plasmática formando um complexo corante-albumina que extravasa através da
barreira endotelial, conseqüentemente, ao se promover uma injúria em qualquer
tecido vivo haverá a formação de uma reação inflamatória, com aumento do
exsudato plasmático para o tecido lesado, naturalmente com extravasamento de
albumina e, portanto, com aumento ou elevação das concentrações de Azul de
Evans nesse tecido (SOUSA; BRAMANTE e TAGA, 2005).
Segundo Sousa; Bramante e Taga (2005) a utilização da injeção de
Azul de Evans para a análise da resposta inflamatória de fase aguda de agentes
irritantes é uma maneira simples e direta para avaliar materiais de uso odontológico,
pois segundo Canova et al. (2002) a presença deste corante nos locais de agressão
permite estimar a intensidade do processo inflamatório.
2.2.2 Análise histológica
Segundo Costa, Hebling e Souza (2005) e Ribeiro, Sanches e
Okamoto (2003), para os testes biológicos em que se determina o potencial irritante
de soluções, podem ser empregados os tubos de polietileno, sendo estes
preenchidos com a substância de teste e implantados no tecido subcutâneo de
ratos.
Os tubos de polietileno foram empregados por Torneck, em 1966,
para avaliar a resposta tecidual frente à luz dos tubos, simulando a condição clínica
de deficiência de obturação de condutos radiculares, sendo possível, portanto,
verificar a existência alternadamente de formação de uma ponte fibrosa e de
crescimento infiltrativo.
Os efeitos de soluções anestésicas nos tecidos foram relatadas por
Carvalho et al. (1976) que verificaram a reação do tecido conjuntivo subcutâneo de
ratos frente a implantação de tubos de polietileno contendo cones de papel
absorvente embebidos em diferentes soluções anestésicas, encontradas para a
venda na época do estudo. A intensidade da reação inflamatória, segundo os
autores, variou conforme o tipo de solução anestésica utilizada, sendo menos
irritantes aquelas formuladas sem vasoconstritores. Os anestésicos a base de
lidocaína foram os que apresentaram menor intensidade da reação inflamatória do
tecido subcutâneo de ratos enquanto o produto a base de prilocaína e felipressina,
foi um agente irritante aos tecidos.
A pesquisa de Ribeiro, Sanches e Okamoto (2003) teve como
objetivo comparar as reações teciduais causadas pela implantação de diferentes
substâncias no tecido subcutâneo de ratos. Para tanto foram utilizados 40 animais
divididos em cinco grupos. Foram avaliadas as seguintes substâncias: lidocaína a
2% sem vasoconstritor, bupivacaína a 0,5% com 1:200.000 de adrenalina, solução
de articaína a 4% e mepivacaína a 2%, ambas com adrenalina 1:100.000 e como
grupo controle foi utilizada solução salina a 0,9%. Cones de papel absorvente foram
embebidos com as soluções teste e controle e posteriormente implantados dentro de
tubos de polietileno no tecido subcutâneo de ratos, após receberem anestesia geral.
Os períodos de avaliação foram realizados em 1, 2, 5 e 10 dias. Os resultados
obtidos mostraram diferenças na irritabilidade dos tecidos produzida pelos
anestésicos locais. Os resultados também mostraram que não existe correlação
entre a concentração da droga e a intensidade da reação produzida. As soluções
que promoveram menor processo inflamatório foram a mepivacaína e a articaína
quando comparadas com a bupivacaína e, de todas, a lidocaína produziu a reação
inflamatória menos extensa.
3 PROPOSIÇÃO
O presente estudo tem como objetivos:
1. Promover a manipulação, controle das propriedades físico-
químicas e absorção percutânea de um gel magistral à base
de lidocaína (25 mg/g) e prilocaína (25 mg/g) – Gel Teste.
2. Analisar a biocompatibilidade por meio da resposta
inflamatória utilizando a análise da permeabilidade vascular e
histológica de diferentes agentes anestésicos tópicos: Gel
Teste (gel magistral à base de lidocaína - 25 mg/g - e
prilocaína - 25 mg/g)e EMLA
®
implantados no tecido
subcutâneo de ratos.
4 MATERIAL E MÉTODOS
4.1 DELINEAMENTO DAS FORMAS FARMACÊUTICAS
4.1.1 Manipulação das formulações anestésicas tópicas termosensíveis
4.1.1.1 Manipulação do excipiente (Gel Poloxamer) para o Gel Teste
Essa fase da pesquisa foi desenvolvida no Laboratório de
Farmacotécnica do Departamento de Ciências Farmacêuticas da UEPG, utilizando
técnicas de desinfecção e anti-sepsia preconizadas à manipulação farmacêutica por
Pelczar (1996) e Brasil (2000).
Inicialmente, realizou-se a manipulação do gel a base dos polímeros
em bloco do oxietileno e oxipropileno, Lutrol
®
F 68
1
(Poloxamer 188) e Lutrol
®
127**
(Poloxamer 407), com base na formulação indicada abaixo (Tabela 1) e de acordo
com a técnica preconizada pela literatura (FERREIRA, 2002).
Tabela 1 – Formulação do gel base de Poloxamer 407 e 188.
Substância Quantidade
Poloxamer 407 15,5 g
Poloxamer 188 5,5 g
Sorbato de potássio 0,2 g
Água destilada previamente gelada q.s.p. 100,0 mL
Total
100 g
1
BASF
®
, São Bernardo do Campo, São Paulo.
** BASF
®
, Guarulhos, São Paulo.
A água destilada foi previamente resfriada. Em seguida, mediu-se
100 mL em uma proveta. Verteu-se para um béquer de 250 mL e marcou-se,
externamente, o nível de 100 mL. Após, verteu-se novamente a água gelada para a
proveta, deixando no béquer aproximadamente 30 mL.
Pesaram-se com exatidão os pós, transferindo-os para o béquer
(Prancha 1 – A) completando-se com a água gelada da proveta até a marca de 100
mL (Prancha 1 – B). Homogeneizou-se com o bastão de vidro até que todas as
partículas do polímero estivessem em contato com a água (Prancha 1 – C). Cobriu-
se com filme de PVC e levou-se a refrigeração até a dissolução total dos polímeros
(Prancha 1 – D).
4.1.1.2 Manipulação do Gel Teste
Em seguida, procedeu-se a manipulação do gel a base de lidocaína
livre (base)
2
e prilocaína livre (base)*, de acordo com a tabela descrita abaixo
(Tabela 2) contendo o mesmo gel base descrito anteriormente, como excipiente, de
agora em diante, designado como Gel Poloxamer. Da mesma maneira, utilizamos a
técnica preconizada pela literatura (FERREIRA, 2002).
Tabela 2. Formulação do gel a base de lidocaína e prilocaína não-ionizadas.
Substância
Quantidade
Lidocaína base 2,5 g
Prilocaína base 2,5 g
Ácido clorídrico q.s. (pH = 7,8)
Gel base de Poloxamer 407 e 188 100,0 g
Total
100 g
2
Nortec Química, Rio de Janeiro, Brasil.
* Nortec Química, Rio de Janeiro, Brasil.
O Gel Poloxamer foi retirado da geladeira no momento da
manipulação. Em um gral, com o auxílio do pistilo, foram triturados os sólidos,
lidocaína e prilocaína ambos em sua forma de base (livres), observando-se a
formação de uma mistura eutética. Sobre o gral, em balança digital calibrada, pesou-
se o Gel Poloxamer até que se obtivesse o peso desejado, no caso, um total de
100g. A formulação foi transferida para um béquer e levada para geladeira. Mediu-se
o pH, colocando-se, gota a gota, q.s. do ácido clorídrico. O pH final da formulação foi
de 7,8. Finda a preparação, acondicionou-se a forma farmacêutica em frasco de
vidro hermeticamente tampado sendo conservado sob refrigeração.
4.1.2 Controle de qualidade das formas farmacêuticas
Após a etapa de manipulação, procedeu-se o controle de qualidade
das formulações manipuladas para a pesquisa (Gel Poloxamer e Gel Teste),
baseando-se em aspectos físico-químicos e microbiológicos.
4.1.2.1. Determinação dos valores de pH
Os valores do pH foram obtidos em triplicata com um potenciômetro
digital
3
previamente calibrado, conforme descrito nos métodos gerais da
Farmacopéia Brasileira 4ª edição (COMISSÃO PERMANENTE DE REVISÃO DA
FARMACOPÉIA BRASILEIRA, 1988).
3
DMPH–2 (Digimed, Brasil).
4.1.2.2. Determinação da densidade relativa
A determinação da densidade relativa foi realizada utilizando-se o
método do picnômetro, segundo à Farmacopéia Brasileira 4ª edição (COMISSÃO
PERMANENTE DE REVISÃO DA FARMACOPÉIA BRASILEIRA, 1988). Para tanto,
foi utilizado um picnômetro com capacidade total de 25 mL e água destilada como
líquido de referência. Os valores foram obtidos em triplicata.
4.1.2.3 Determinação da consistência das formulações
A consistência das formulações foi avaliada por meio do escoamento
entre duas placas de vidro, baseando-se no método descrito por Panzeri
et al.
(1979), frente à aplicação de uma massa aferida de 1 g, por 5 minutos, sob pressão
e peso constantes. Após esse tempo, realizou-se a mensuração do diâmetro do halo
com régua graduada em centímetros, resultante da aplicação da força durante o
tempo indicado anteriormente, e realizado sob diferentes temperaturas, sendo elas
22° (temperatura ambiente), 30°, 37° e 40° Celsius. As placas de vidro tinham uma
massa média de 761,54 g e mediam 20 cm
2
. A temperatura de ensaio foi
estabilizada em placa de aquecimento e controlada por intermédio de termômetro de
mercúrio para que permanecesse constante durante o período de observação, para
cada substância testada. Os valores foram obtidos em triplicata.
4.1.2.4 Estudo microbiológico
O estudo microbiológico foi desenvolvido utilizando o kit Newplus I
4
,
comumente empregado para o controle microbiológico de medicamentos e
cosméticos.
Utilizou-se 1,00 g do Gel Teste e do Gel Poloxamer, que foram
transferidos com o auxílio de espátula plástica estéril para o caldo Letheen, que
contém lecitina e polissorbato 80 na composição, para inativar o sistema
conservante. Em seguida, com pipeta esterilizada, aspirou-se 1 mL da solução e
colocou-se nos meios agar Letheen (meio altamente nutritivo, contendo agentes
neutralizantes da atividade bactericida de compostos quaternários de amônio), agar
Mac Conkey (agar seletivo e diferencial, que inibe o crescimento de bactérias Gram
positivas, possibilitando assim, um melhor desenvolvimento das bactérias Gram
negativas, especialmente as enterobactérias) e agar Sabouraud dextrose (meio
utilizado para o isolamento de fungos, sejam eles leveduriformes ou não).
A avaliação do crescimento bacteriano foi feita após 12 h de
incubação na temperatura de 37±2ºC. A verificação do crescimento fúngico foi
realizado após 1 semana, em temperatura ambiente. O Gel Poloxamer também foi
avaliado, nas mesmas condições descritas anteriormente.
4
Newprov
®
, Pinhais, Brasil.
4.1.3 Determinação do coeficiente de partilha
Essa fase da pesquisa foi desenvolvida no Laboratório de
Cosmetologia do Departamento de Ciências Farmacêuticas da UEPG, utilizando
técnicas de desinfecção e anti-sepsia preconizadas à manipulação farmacêutica por
Pelczar (1996) e Brasil (2000).
Inicialmente, foi preparada uma solução de octanol, pré-saturado em
água, contendo as substâncias ativas (lidocaína e prilocaína) em concentrações pré-
determinadas. Essa solução foi estocada em condições apropriadas para que se
assegurasse sua estabilidade química.
O ensaio foi realizado em temperatura ambiente e constante (22° C),
mantendo-se, assim, dentro do padrão sugerido na literatura, que não deve ser
inferior a 20° C ou superior a 25° C. A solução preparada foi colocada em 10 tubos
de ensaio de 10 mL, divididos em dois grupos (n=5) sendo, um para a análise da
fase oleosa e outro para a análise da fase aquosa dos fármacos. Os tubos foram
agitados manualmente (fazendo-se uma rotação, de 180° e invertendo-o,
aproximadamente 100 vezes, durante cinco minutos), de maneira a permitir a
incorporação de ar entre as duas fases, ou seja, estabelecendo um equilíbrio entre
elas. A separação das duas fases foi realizada por meio de centrifugação a 2500
rpm por 10 min.
Na determinação do coeficiente de partilha é necessário que se
estabeleçam as concentrações das substâncias testadas em ambas as fases. Para
tanto, foi retirada uma fração de cada uma das fases, dependendo da análise a ser
realizada (oleosa ou aquosa), destinada à mensuração das substâncias ativas, por
meio de espectrofotometria de luz ultravioleta, num comprimento de onda de 220
nm, para a lidocaína e 240 nm, para a prilocaína, previamente estabelecidos em
estudo piloto.
Primeiramente fez-se a coleta da fase aquosa. Para que esse
procedimento fosse executado de forma a garantir que não houvesse vestígios de
octanol na amostra, foi utilizada uma agulha e uma seringa descartáveis, esta
preenchida com um pouco de ar. Enquanto a agulha estava sendo introduzida na
fase oleosa, o ar contido na seringa foi sendo expelido, de forma a garantir a
qualidade (não contaminada) da parcela aspirada. A agulha foi então rapidamente
retirada da mistura, de modo a não permitir a adesão de octanol em sua superfície,
sendo após, descartada. Já na coleta da fase oleosa, a amostra foi recolhida
diretamente do meio oleoso, logo após a centrifugação, dispensando-se os cuidados
necessários à fase anterior, uma vez que o produto concentra-se na parte superior
do frasco. O material coletado foi separado em recipientes individuais, todos
adequadamente marcados e separados, para posterior análise.
Usualmente, os valores obtidos após a determinação da absorbância
por espectrofotometria de luz ultravioleta são descritos na forma de um logaritmo na
base P (log P) e estão situados, geralmente, entre -2 e 4.
4.1.4 Absorção percutânea
Nessa etapa da pesquisa, realizaram-se testes, in vitro, sobre pele
humana e, in vivo, em mucosa bucal, para a determinação da absorção percutânea.
Nos testes in vitro, a pele utilizada foi obtida por meio de doação, após remoção em
cirurgia plástica de abdômen, no Hospital Vicentino, Ponta Grossa, PR. Os testes in
vivo, foram realizados em voluntários, todos estudantes da UEPG e foi previamente
aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa dessa instituição, sob protocolo n°
2300/05. Realizaram-se os testes de absorção percutânea, in vitro, utilizando o
método do “Tape Stripping” de acordo com as normas internacionais do ECVAM -
European Centre for the Validation of Alternative Methods (HOWES et al, 1996) e o
de absorção percutânea total, utilizando o sistema de células de difusão (Células de
Franz), de acordo com a normativa da OECD -
Organisation for Economic Co-
Operation and Development (2004). Para o teste in vivo, o método do “Tape
Stripping” foi utilizado em mucosa bucal, utilizando as mesmas normas citadas
anteriormente.
Foram avaliados dois grupos de estudo:
1. GRUPO I (Gel Teste): gel manipulado na UEPG a base
de lidocaína base (25 mg/g) e prilocaína base (25 mg/g) e excipiente a base
de Poloxamer 407 e 188.
2. GRUPO II (EMLA
®5
): creme dermatológico a base de
lidocaína (25 mg/g) e prilocaína (25 mg/g), considerado parâmetro de
avaliação, uma vez que é um produto comercial, largamente utilizado em
odontologia.
Para tanto, antes dos procedimentos in vitro propriamente ditos, a
pele foi tratada de modo a ser removida toda a camada gordurosa presente abaixo
da derme e então lavada com solução salina (NaCl) a 0,9% para remoção de
impurezas e restos gordurosos.
5
AstraZeneca do Brasil Ltda.
4.1.4.1 – Estudos in vitro
4.1.4.1.1 – Método do “Tape Stripping”
A pele obtida foi cortada em 6 pedaços menores (sendo três para
cada grupo de estudo), de aproximadamente 3 cm
2
cada um, e então fixados em
uma plataforma, de maneira que ficassem imóveis para a realização da técnica.
Importante ser citado que a pele usada para esse tipo de experimento não deve ter
sido removida a mais de 2 horas, para que permaneçam intactas suas propriedades
fisiológicas normais e de metabolismo.
A região a ser trabalhada foi então demarcada com uma proteção de
plástico, medindo 3 cm
2
de área total, sendo vazada em seu interior uma área de 1
cm
2
, designada como área de trabalho.
Para realização desta etapa da pesquisa foi preciso realizar uma
adaptação à técnica original recomendada pela ECVAM (HOWES et al, 1996), pois,
naquele procedimento está prescrito um período de observação de 30 minutos,
porém, tendo em vista a utilização dos fármacos testados em procedimentos
odontológicos necessitarem de um curto tempo de ação, o período de observação
foi reduzido à 1 minuto. Outra adaptação diz respeito a quantidade aplicada da
forma testada; em experimentos normais essa dose é de 2 mg/cm
2
ou 50 l quando
se trata de líquidos. Valores que não condizem com o tipo de aplicação utilizado em
procedimentos clínicos de periodontia.
Portanto, os seguintes passos fazem parte da técnica:
1. Depois de escolhida e demarcada a região de trabalho,
esta foi limpa gentilmente com auxilio de gaze e solução salina (NaCl) a 0,9%.
2. Aplicação da formulação farmacêutica (Grupo I e Grupo II)
por um período de 1 minuto topicamente sobre a região, em uma quantidade
de 250 mg.
3. Remoção da formulação farmacêutica com auxílio de
swab de algodão, que foi guardado para posterior análise da quantidade da
substância inicial.
4. Aplicação da fita adesiva
6
sobre a região demarcada com
pressão controlada, utilizando-se para isso um peso cilíndrico de 50g, por um
período de 10 segundos.
5. Remoção do adesivo realizada sempre pelo mesmo
operador. Este, chamado de 1° descarte, não é considerado para a análise da
porcentagem do fármaco absorvida, porém é reservado e medido
posteriormente, para obtenção da quantidade total da substância testada.
6. Aplicação por 15 vezes da fita adesiva utilizando-se o
mesmo protocolo descrito no passo 4 e remoção de acordo com o passo 5,
sendo estas guardadas em frascos separados para posterior análise da
quantidade da substância que foi absorvida no estrato córneo. Os
procedimentos foram realizados em triplicata.
Essa seqüência esta esquematizada em fotos na Prancha 2 –
A, B, C e D.
6
Scotch
®
Book Tape 845, 3M
Os frascos contendo as fitas adesivas foram então preenchidos com
5 mL de álcool etílico absoluto (99,9%) para extração do material obtido nos
adesivos. Todos os frascos foram agitados em um agitador do tipo vortex durante 5
minutos a fim de remover o adesivo e conseqüentemente as células aderidas sobre
a fita.
Para a quantificação da absorção da substância teste dos grupos do
estudo utilizou-se um espectrofotômetro de ultravioleta sob um comprimento de
onda previamente obtido através de curvas de calibração para lidocaína e prilocaína,
de 220 nm e 240 nm, respectivamente.
4.1.4.1.2 - Avaliação da absorção percutânea em células de difusão in vitro
Foi utilizado o aparelho Microetteplus de Células de Difusão –
Hanson Research para a realização desse teste, sendo usado nas dependências
d’O Boticário, São José dos Pinhais, PR.
Este equipamento é composto de 6 células de difusão vertical com
uma câmara. Portanto, três delas foram usadas para a avaliação do Grupo I e outras
três para o Grupo II.
A pele foi previamente preparada com o auxílio de um dermatomêtro
(aparelho específico para o corte de pele com espessura definida), tendo espessura
média de 200 µm, sendo então cortada em 6 pedaços de mesmo tamanho. Estes
foram posicionados em cada uma das células, onde o estrato córneo ficou voltado
para cima, em contato com o meio ambiente. Todos eles foram avaliados em relação
à integridade física das camadas superficiais do epitélio, por meio de inspeção
visual. Cada célula foi preenchida, de maneira automatizada, com um fluido receptor
fisiológico
7
, de modo que este permanecesse em contato direto com a pele por todo
o tempo de observação do estudo.
A quantidade da fórmula farmacêutica aplicada foi 60 mg. Para isso,
foi usado um bastão de vidro que auxiliou a aplicação da droga na superfície da
pele.
Durante determinados intervalos de tempo, amostras do fluido
receptor foram colhidas para posterior análise das quantidades de produto que
conseguiram permear a pele. Neste estudo, o gel sob investigação foi aplicado sobre
a superfície da membrana e realizadas coletas, em intervalos regulares, divididos
em períodos de 30 minutos, num total de 3 horas. A fórmula permaneceu na
superfície da pele durante todo o período de experimentação, até que fosse
removida por um procedimento de limpeza, onde foram realizadas três lavagens,
com a mesma solução usada no preenchimento das células, em cada uma delas, e
por meio de limpeza mecânica, com auxílio de cotonete de algodão.
Durante todo o período de observação, as células de difusão
permaneceram com temperatura constante de 32° C, que é considerada como a
temperatura normal da superfície da pele (OECD, 2004).
Ao final do estudo, determinou-se a quantidade das substâncias,
sendo assim possível uma estimativa da sua total recuperação, consideradas,
inclusive, as quantidades residuais existentes em todas as outras superfícies com as
quais elas entraram em contato (bastão de vidro, cotonete, a pele propriamente dita,
o fluido receptor e de lavagem, e a câmara das células de difusão).
A absorção na pele foi expressa como a porcentagem da quantidade
acumulada, por unidade de tempo.
7
Solução tampão de fosfato de sódio
4.1.4.2 – Estudos in vivo
Para a realização do experimento foram selecionados 8 estudantes
da Universidade Estadual de Ponta Grossa independentemente do curso em que
estivessem matriculados, com mais de 18 anos, do sexo masculino e capazes de
compreender o termo de consentimento livre e esclarecido.
Foram adotados alguns critérios de exclusão, tais como: os
indivíduos não deveriam relatar história de alergia, sensibilidade ou qualquer forma
de reação contra os anestésicos à base de amida; não deveriam possuir qualquer
doença sistêmica grave, não-controlada como, por exemplo, problemas cardíacos,
neurológicos, renais, hepáticos ou sanguíneos; ou que apresentassem lesões
ulcerativas na região em que se procederia o estudo. Indivíduos fumantes foram
excluídos.
Antes da realização dos procedimentos os pacientes foram
informados (verbalmente e por escrito) a respeito aos objetivos desta pesquisa.
A escolha dos pacientes foi realizada a partir de uma amostra
aleatória. O desenho experimental foi o modelo boca dividida.
Todos os pacientes foram submetidos ao método “Tape Stripping”
para a realização do teste de absorção percutânea, em mucosa, no qual duas
formulações farmacêuticas foram utilizadas, sendo designadas como: Grupo 1- Gel
anestésico local a base de lidocaína e prilocaína 5% manipulado na UEPG e Grupo
2- Creme anestésico transdérmico - EMLA
®
. O período de observação foi de 1
minuto.
A região de escolha para a aplicação da substância foi a mucosa
jugal. Os indivíduos tiveram os lábios afastados com a ajuda de um afastador labial,
sendo a demarcação da área feita com fita adesiva
8
, com uma região vazada em
seu interior medindo 1 cm
2
e designada como área de trabalho, e em seguida foi
realizada a técnica do “Tape Stripping” que segue:
1. Escolheu-se uma área para a atuação da droga;
2. Limpou-se delicadamente a região com gaze embebida
em solução de soro fisiológico;
3. Demarcou-se a área com fita adesiva (Micropore – 3M)
(Prancha 2 – E).
4. Aplicou-se a formulação por 1 minuto;
5. Removeram-se os excessos com um swab de algodão,
sendo este guardado para posterior análise;
6. A secagem da região não foi realizada;
7. Realizou-se uma vez o stripping sendo guardado para
posterior análise e designado como 1° descarte.
8. Realizou-se mais 5 vezes o stripping usando a fita
adesiva da 3M;
9. Removeu-se o Micropore – 3M sendo guardado para
posterior análise;
10. Realizou-se a extração das células do adesivo usando um
solvente apropriado;
8
Micropore ® - 3M
4.2. AVALIAÇÃO DA BIOCOMPATIBILIDADE
Para se testar os parâmetros de biocompatibilidade realizaram-se,
em um primeiro momento, a análise da permeabilidade vascular, que avalia a
resposta inflamatória aguda após a implantação das substâncias químicas testadas,
em tecido subcutâneo de animais. Em um segundo momento, foram análises
histológicas de biópsias provenientes de tubos de polietileno preenchidos com as
substâncias testadas, implantados no tecido subcutâneo dos animais, gerando um
processo inflamatório de fase crônica ou tardia.
Para a realização deste estudo, foram constituídos oito grupos
experimentais, sendo divididos em 4 grupos para a análise de permeabilidade
vascular e 4 grupos equivalentes para a análise histológica (Quadro 1).
Quadro 1 – Divisão dos grupos de estudo para os testes de avaliação de biocompatibilidade.
Grupos Substâncias
(n) Estudo de
permeabilidade
vascular
(n) Análise
histologica
3 horas: 5 2 dias: 5
6 horas: 5 5 dias: 5
9 horas: 5 15 dias: 5
Grupo I
(Gel Teste): gel manipulado na
UEPG a base de lidocaína base
(25 mg/g) e prilocaína base (25
mg/g) e veículo a base de
Poloxamer 407 e 188.
n = 15 n = 15
3 horas: 5 2 dias: 5
6 horas: 5 5 dias: 5
9 horas: 5 15 dias: 5
Grupo II
(EMLA
®
): creme dermatológico a base de
lidocaína (25 mg/g) e prilocaína (25 mg/g)
n = 15 n = 15
3 horas: 5 2 dias: 5
6 horas: 5 5 dias: 5
9 horas: 5 15 dias: 5
Grupo III
(Gel Poloxamer): gel manipulado na UEPG com
veículo a base de Poloxamer 407 e 188.
n = 15 n = 15
3 horas: 5 2 dias: 5
6 horas: 5 5 dias: 5
9 horas: 5 15 dias: 5
Grupo IV
(Controle): solução salina (NaCl) a 0,9 %, para o
estudo da permeabilidade vascular e para a
análise histológica, somente a cirurgia sem
implantação dos tubos de polietileno
n = 15 n = 15
Total 60 60
Para o experimento, foram utilizados 120 animais
9
, 15 indivíduos por
grupo, compostos por machos e fêmeas, com idade variando de 2 a 3 meses e peso
entre 200 e 300 gramas, procedentes do biotério da Universidade Estadual de Ponta
Grossa, e mantidos sob condições controladas de temperatura (23 ± 2°C) e
luminosidade (ciclo de claro/escuro de 12h), com acesso à água
e ração Nuvilab
® **
.
Por ocasião do delineamento experimental, cada animal foi transferido ao laboratório
de experimentação e mantido por pelo menos 1 h para ambientação antes de
qualquer procedimento experimental.
4.2.1 Análise da permeabilidade vascular
Os períodos de avaliação foram de 3, 6 e 9 horas.
A pesquisa foi realizada segundo as normas recomendadas pela
Comissão de Ética no Ensino e Pesquisa em Animais da Universidade Estadual de
Ponta Grossa.
Após os procedimentos de anestesia, de acordo com protocolo
definido pelo Colégio Brasileiro de Experimentação Animal – COBEA (MEZADRI;
TOMÁZ; AMARAL, 2004) sendo 3,75mL de cetamida – 100mg/mL – (cloridrato de
Cetamina a 1% - Vetaset
® 10
), 0,5mL de xylasina – 100mg/mL – (cloridrato de
Xilazina a 0,2 % - Virbaxyl
®11
) e 5,75mL de água destilada para anestesia, em uma
quantidade de 0,2mL/100g de peso do animal, foi aplicado na veia lateral da cauda
de cada animal uma solução de Azul de Evans
***
a 2% na proporção de 20mg/Kg
(0,1ml /100g de peso) (Prancha 3 – A). Em seguida, foi realizada a tricotomia do
9
Norvergicus albinus wistar
** Nuvital Nutrientes Ltda, Colombo – Brasil
10
Fort Dodge Animal Health, Iowa, USA
11
Virbac do Brasil, São Paulo, SP
*** INLAR Industria Brasileira
dorso do animal e aplicado no tecido subcutâneo 0,1mL das substâncias a serem
testadas em duas regiões distintas (dorso superior e inferior) (Prancha 3 – B). Os
animais foram sacrificados por sobre dosagem anestésica após 3, 6 e 9 horas da
aplicação das substâncias testes e realizou-se a remoção de biópsia da pele de todo
o dorso do animal.
A avaliação da permeabilidade vascular foi realizada por meio da
medição da área (mm
2
) do halo azulado (extravasamento do corante), observado no
tecido biopsiado (Prancha 3 – C), por meio de fotografias padronizadas com o
auxílio de máquina digital
*
e análise da área mediante a utilização de software** por
um único examinador treinado.
Em seguida, o tecido subcutâneo foi recortado margeando-se a área
de extravasamento do corante para as duas regiões de implantação das substâncias
teste e uma área adicional para se efetuar o controle para cada animal, portanto
obtendo-se três amostras, sendo estas então colocadas em frascos individuais,
previamente cortadas em pedaços menores, contendo um solvente Formamida
PA
12**
que realizou a extração do corante. As peças permaneceram por 72 horas em
contato com a solução solvente em temperatura controlada de 37 º C, quando foram
removidas e a solução remanescente submetida à centrifugação por 10 minutos a
2.500 RPM. Colocou-se 200 µL de cada amostra, em duplicata, em cada orifício da
placa de 96 poços e realizou-se aferição espectrofotométrica em leitor de ELISA****
com filtro de 630 nm de comprimento de onda. Para o branco da amostra foram
utilizadas as soluções provenientes das amostras de controle retiradas do tecido
dorsal dos animais.
*
Câmera digital Sony – DSC – F717
** UTHSCSA Image Tool for Windows 3.0
*** Nuclear. Lote04050707
**** BIOTEK 8000
B
BIOSYSTEM
As leituras dos valores de absorbância foram interpoladas por
regressão linear em uma curva padrão do corante. As concentrações foram obtidas
em µg/mL do tecido biopsiado. Da mesma forma, essa determinação foi realizada
igualmente para todos os grupos.
4.2.2 Análise histológica
Os períodos de avaliação foram de 2, 5 e 15 dias.
Para tanto, inicialmente os ratos foram pesados e identificados.
Posteriormente foram submetidos à anestesia geral a partir da mesma solução
utilizada anteriormente. Realizou-se a tricotomia da região dorsal e anti-sepsia com
álcool iodado (95% de álcool a 70% em 5% de iodo). A incisão e divulsão foram
executadas mediante uma tesoura de ponta romba
13
. A incisão ocorreu na linha
sagital mediana no terço médio do dorso, com cerca de 15 mm (prancha 4 – A).
A divulsão ocorreu tanto do lado direito como do esquerdo com
aproximadamente 18 mm de extensão e com 15 mm de largura. Após a divulsão
foram implantados tubos de polietileno (sonda naso-gástrica
14
) de comprimento de
10 mm, com diâmetro externo de 1,5 mm e diâmetro interno de 1,0 mm, preenchidos
com as substâncias que foram testadas de forma que não se observaram bolhas em
seu interior. A sutura foi realizada com pontos isolados utilizando-se fio agulhado
seda 4.0** e porta-agulha (Prancha 4 – B, C e D).
Cada animal recebeu 2 implantes contralaterais contendo a mesma
substância de teste.
* Metzenbaum-14 Duflex® (SS White, Brasil)
14
nº. 4, Embramed
®
**
Shalon
®
No pós-operatório, os grupos de animais permaneceram em suas
respectivas caixas, mantendo-os desta forma separados de acordo com o tempo de
pós-operatório. Os animais receberam alimentação convencional e água “ad libitum”.
Não foi dado nenhum medicamento pós-operatório aos animais.
A biópsia ocorreu depois de transcorrido o tempo determinado para
cada subgrupo. Anestesiaram-se novamente os animais. Feita a anti-sepsia com
álcool iodado (95% de álcool a 70% em 5% de iodo), quando da colocação dos
tubos de polietileno, procedeu-se à biópsia da região implantada. Posteriormente,
sacrificou-se o animal por meio de sobre dosagem da solução anestésica. Todos os
procedimentos cirúrgicos foram realizados por um único operador treinado (Estudo
piloto).
Obtiveram-se duas amostras em cada animal (uma do lado direito e
outra do esquerdo). Fixaram-se as peças com solução de Alfac (álcool 80% - 85ml,
formol - 10ml, ácido acético - 5ml) por 12 horas. Mantiveram-se as biópsias
acondicionadas em álcool 70% até o momento do processamento histológico. De
acordo com as técnicas laboratoriais para execução desse processo, as peças foram
desidratadas em álcool e diafanizadas em xilol. Posteriormente, foram incluídas em
parafina, de modo a permitir que o tubo de polietileno permanecesse em posição
perpendicular ao micrótomo manual
15
para realização dos cortes. Estes foram
realizados transversalmente à região implantada, com 5µm de espessura, e semi-
seriados com espaçamento de 150µm. O tubo de polietileno implantado foi utilizado
como referência para o término dos cortes, descartando-se as amostras que
apresentassem qualquer vestígio de fragmentos deste tubo, evitando-se uma
aferição de reação inflamatória causada pela presença física do tubo e não pela
15
Leica Km 2025. Leica Instruments gmbh
injúria causada pela substância testada (Prancha 5 – A, B e C). Esses cortes foram
esticados em banho-maria a 45
o
C e colocados em lâminas de vidro. Foram
utilizadas duas lâminas para cada amostra, coradas com Hematoxilina e Eosina
(HE). As lâminas histológicas confeccionadas foram avaliadas por meio de de
microscopia de luz.
Realizou-se análise prévia das lâminas, separando-se as
uniformemente isotrópicas (apresentando as mesmas características em todas as
direções). As lâminas isotrópicas foram aleatoriamente selecionadas e empregadas
para realização de análise qualitativa em microscopia de luz óptica, para observação
da reação inflamatória causada pelas substâncias empregadas durante a pesquisa.
Nessa etapa, para cada animal, examinaram-se 4 cortes, sendo 2
para cada lâmina.
A resposta tecidual foi analisada em função das alterações
inflamatórias (presença de edema, alterações vasculares e infiltrado inflamatório) e
dos processos reparatórios (grau de fibrosamento, proliferação angioblástica e
fibroblástica) encontrados nos tecidos adjacentes aos tubos de polietileno. Foram
atribuídos escores (de 0 a 3), a cada estrutura analisada, sendo que o escore 0
caracterizava ausência de inflamação, o escore 1 inflamação leve, o escore 2
inflamação moderada e o escore 3 inflamação severa (Análise Semi-quantitativa).
Todas as análises foram realizadas por um único examinador previamente calibrado
e sem o conhecimento a que grupo as lâminas que estavam sendo avaliadas
procediam.
4.3 DELINEAMENTO ESTATÍSTICO
4.3.1Delineamento de fórmulas farmacêuticas
O controle de qualidade das fórmulas farmacêuticas foi descrito
segundo análise estatística descritiva.
4.3.2 Absorção percutânea
Os resultados obtidos com os estudos in vitro e in vivo foram
submetidos à análise de normalidade através do teste de Shapiro-Wlik. Foi realizada
uma análise com o teste t não pareado entre o Grupo I “versus” Grupo II e o nível de
significância adotado foi de 0,05.
4.3.3 Permeabilidade vascular
A reprodutibilidade dos dados obtidos com as medições da área do
halo de extravasamento do corante foi realizada avaliando-se 20 fotos, em dois
momentos distintos (24h), em ordem aleatória, por um único examinador. Os dados
foram analisados obtendo-se as diferenças entre as medidas em dois momentos,
testando-se a reprodutibilidade através do coeficiente de correlação intraclasse.
Para a comparação entre os grupos, a análise dos dados obtidos, em mm
2
, foi
avaliada pelo teste de Kruskal-Wallis. Caso houvesse diferenças significativas entre
eles, seria realizado o teste de Mann-Whitney para comparações múltiplas.
Os valores obtidos na medição da concentração do corante
extravasado pelo método da espectrofotometria foram analisados pela Análise de
Variância por 2 critérios (ANOVA – 2 critérios) considerando as variáveis fixas grupo,
tempo, sendo analisada a interação grupo e tempo. Para a comparação mútipla
entre os grupos, caso houvesse diferenças significativas, seria utilizado o teste
Tukey. A correlação entre as variáveis área (mm
2
) e valores de concentração
(µg/mL) foi obtida por meio do coeficiente de correlação de Pearson.
4.3.4 Análise histológica
A concordância dos escores de reação inflamatória foi realizada
avaliando-se 24 cortes que apresentavam de maneira equivalente todos os escores,
em dois momentos distintos (24h), em ordem aleatória, por um único examinador
através do teste Kappa ponderado. Para as comparações entre os grupos foi
utilizado o teste de Kruskal-Wallis, para cada um dos tempos de observação. Sendo
encontradas diferenças estatísticas significativas, seria então usado o teste não
paramétrico de Mann-Whitney para a comparação múltiplas entre os tipos de
tratamento, para cada tempo.
O nível de significância adotado foi de 0,05. Todos os cálculos foram
realizados através do software estatístico SPSS®
16
versão 11.5.1 for Windows**.
16
Statistical Package for the Social Science
** SPSS Inc. Chicago, Illinois
PRANCHA 1 - Manipulação do veículo para o Gel Teste (Gel Poloxamer)
A. Transferência dos pós para o béquer;
B. Complementação com água destilada q.s.p.;
C. Homogeneização da amostra;
D. Proteção com filme plástico.
A B
C
D
Prancha 2 - Esquema dos passos do método do “Tape Stripping”.
A – Demarcação da área de trabalho (1 cm
2
) em pele humana (Estudo in vitro).
B – Aplicação do Gel Teste na área de trabalho em pele humana (Estudo in vitro).
C – Aplicação da fita adesiva sobre a área de trabalho em pele humana (Estudo in
vitro).
D – Visualização das células de estrato córneo aderidas na fita adesiva após a
remoção da mesma.
E – Visualização da área de trabalho em mucosa bucal (Estudo in vivo).
B
C D
A
1cm
1cm
E
PRANCHA 3 – Procedimentos para a análise da permeabilidade vascular e remoção
do tecido da região dorsal do animal.
A –
Aplicação do corante Azul de Evans pela veia lateral caudal do animal;
B – Aplicação das substâncias analisadas no tecido subcutâneo do animal, com
auxílio de seringa de insulina de 1 mL;
C – Visão do tecido biopsiado contendo os halos azulados formados pelo
extravasamento do corante.
A B
C
PRANCHA 4 – Procedimentos cirúrgicos para implantação dos tubos de polietileno.
A
– Incisão na linha sagital mediana e esquema da área divulsionada;
B – Colocação das substâncias testadas no interior dos tubos de polietileno de modo
a não se observar bolhas em seu interior;
C – Colocação dos tubos no tecido subcutâneo dos animais;
D – Sutura da região dorsal do animal.
A B
C D
15 mm
Prancha 5 - Esquema da realização dos cortes histológicos em micrótomo manual.
A –
Esquema ilustrativo da posição do tubo de polietileno em relação ao bloco de
parafina (perpendicular ao corte) e movimento de corte do micrótomo manual.
B – Cortes histológicos incluídos no estudo (sem a presença de vestígios do tubo de
polietileno).
C – Corte histológico descartado do estudo (com a presença do tubo de polietileno).
A
B
C
5 RESULTADOS
5.1 CONTROLE DE QUALIDADE DAS FORMAS FARMACÊUTICAS
A Tabela 3 resume os resultados encontrados nos ensaios físico-
químicos de pH e densidade desenvolvidos para o Gel Teste e para o Gel
Poloxamer.
Tabela 3 - Análises físico-químicas para o Gel Teste e Gel Poloxamer. Média dos
valores em triplicata
Gel pH (Valores médios) Densidade (Valores médios)
Gel manipulado na
UEPG a base de
lidocaína base (25 mg/g)
e prilocaína base (25
mg/g) e excipiente a
base de poloxamer 407 e
188
7,71 1,01949 g/mL
Gel placebo manipulado
na UEPG com o mesmo
excipiente do Gel Teste
(poloxamer 407e 188)
7,63 1,01623 g/mL
A Tabela 4 resume os resultados encontrados no ensaio para
determinação da viscosidade do Gel Teste e do Gel Poloxamer, em diferentes
temperaturas.
Tabela 4 -. Análise da viscosidade para o Gel Teste e Gel Poloxamer. Médias dos
valores em triplicata.
GRUPOS TEMPERATURA AMBIENTE: 22° C Média
Gel Teste 8,25 5,20 6,50 6,65
Gel Poloxamer 10,25 11,00 10,50
10,58
GRUPOS TEMPERATURA 30° C Média
Gel Teste 3,10 3,50 3,50 3,37
Gel Poloxamer 3,20 3,20 3,20
3,20
GRUPOS TEMPERATURA 37° C Média
Gel Teste 3,20 3,30 3,40 3,30
Gel Poloxamer 3,40 3,20 3,20
3,27
GRUPOS TEMPERATURA 40° C Média
Gel Teste 3,20 3,10 3,20 3,17
Gel Poloxamer 3,20 3,30 3,10
3,20
Em relação aos resultados referentes aos estudos microbiológicos,
em nenhum dos meios de cultura utilizados observou-se crescimento bacteriano ou
fúngico, tanto para o Gel Teste quanto para o Gel Poloxamer, após os períodos
delimitados pelo fabricante do kit para averiguação desse tipo de crescimento
microbiológico.
5.2 ESTUDO DO COEFICIENTE DE PARTILHA
Os resultados obtidos nos testes para a determinação do coeficiente
de partilha estão apresentados na Tabela 5. Os valores estão sob a forma de log de
P.
Tabela 5.- Valores dos testes para determinação do coeficiente de partilha das
substâncias ativas (lidocaína e prilocaína).
Substâncias ativas (log P)
Lidocaína 1,836
Prilocaína 2,021
5.3 ESTUDO DA ABSORÇÃO PERCUTÂNEA
5.3.1 Estudos in Vitro
5.3.1.1 Método do “Tape Stripping”
A Tabela 6 e 7 mostram os valores obtidos durante a confecção da
curva de calibração para determinação do coeficiente de correlação (r) e a equação
da reta para a lidocaína (Tabela 6) e prilocaína (Tabela 7). As curvas de calibração
foram obtidas pela projeção, no eixo das abscissas (x), dos valores das
concentrações de lidocaína (mol/L) e prilocaína (mol/L), e, no eixo das ordenadas
(y), dos valores referentes à espectrofotometria obtidos para cada concentração de
cada fármaco (Prancha 6 – A).
Tabela 6 – Parâmetros analíticos para a elaboração da curva de calibração da
lidocaína.
Concentração de solução de lidocaína e álcool
etílico absoluto
(1 x 10
-4
)
Valores de absorbância
0 0,00000
1:9 0,09624
2:8 0,18657
3:7 0,25372
4:6 0,34723
5:5 0,42945
6:4 0,50627
7:3 0,59016
8:2 0,67555
9:1 0,75983
10 0,83154
Tabela 7 – Parâmetros analíticos para a elaboração da curva de calibração da
prilocaína.
Concentração de solução de prilocaína e álcool
etílico absoluto
(1 x 10
-4
)
Valores de absorbância
0 0,000
1:9 0,059
2:8 0,118
3:7 0,184
4:6 0,222
5:5 0,271
6:4 0,321
7:3 0,37
8:2 0,425
9:1 0,450
10 0,523
Após terem sido confeccionadas as equações de reta para ambas as
substâncias testadas esses valores foram interpolados em suas respectivas
equações e transformados em gráficos que mostram a porcentagem da quantidade
de cada substância aplicada que foi retida no estrato córneo após 1 minuto (Prancha
6 – B e C). Os valores referentes a estatística descritiva dos dados de absorção para
a lidocaína e prilocaína para ambos os grupos do estudo estão relacionados na
Tabela 14 (Apêndice), porém, os valores das porcentagens acumuladas estão
mostrados em gráficos na Prancha 7 - A.
Não foram observadas diferenças significativas quando comparadas
as substâncias ativas para os grupos (lidocaína: p= 0,644 e prilocaína: p= 0,364).
Teste t não pareado – P>0,05.
5.3.1.2 Células de difusão
A Tabela 8 mostra os valores obtidos durante a confecção da curva
de calibração para determinação do coeficiente de correlação (r) e a equação da
reta para a mistura eutética de lidocaína e prilocaína. A curva de calibração foi
obtida pela projeção, no eixo das abscissas (x), dos valores das concentrações da
preparação, em gramas, e, no eixo das ordenadas (y), dos valores referentes à
espectrofotometria obtidos para cada concentração (Prancha 8 – A).
Tabela 8 - Parâmetros analíticos para a elaboração da curva de calibração da
mistura eutética de lidocaína e prilocaína.
Valores da diluição da mistura eutética de
lidocaína e prilocaína
Valores de absorbância
0,00000 0,000
0,00001 0,059
0,00002 0,118
0,00003 0,184
0,00004 0,222
0,00005 0,271
Os valores referentes a estatística descritiva dos dados de absorção
para a mistura eutética estão relacionados na Tabela 15 (Apêndice), porém, os
valores das porcentagens acumuladas estão mostrados em gráficos na Prancha 7-
B. Após a equação de reta ter sido confeccionada, os valores de absorbância,
medidos em espectrofotometria, foram interpolados nesta equação e transformados
em gráficos que mostram a porcentagem da dose aplicada que foi resgatada após
cada período de observação (Prancha 8 – B e C). Quando comparados os
resultados entre os grupos não foi estabelecida diferença estatística significativa (p=
0,843) Teste T não-pareado– P>0,05.
5.3.2 Estudos in Vivo
Para a determinação dos valores do percentual da dose das
substâncias ativas aplicadas na mucosa bucal dos pacientes, as mesmas equações
de reta para a técnica do tape stripping (in vitro) foram utilizadas, tendo em vista o
comportamento similar dos fármacos envolvidos.
Da mesma maneira, os resultados foram interpolados em suas
respectivas equações e transformados em gráficos que mostram a porcentagem
acumulada da quantidade de cada substância aplicada que foi retida no estrato
córneo após 1 minuto em uma média para os pacientes (Prancha 9 – A).
Os valores referentes a estatística descritiva dos dados de absorção
para a mistura eutética estão relacionados na tabela 16 (Apêndice).
Não foram observadas diferenças estatísticas significativas após
comparação da quantidade dos fármacos absorvida pelas camadas superficiais
entre os grupos de estudo, sendo p=0,601 para a lidocaína e p=0,183 para a
prilocaína. Teste T não-pareado– P>0,05.
5.4 AVALIAÇÃO DA BIOCOMPATIBILIDADE
5.4.1 Estudo da permeabilidade vascular
Durante todo o período de pós – operatório, tanto para o
experimento relacionado à permeabilidade vascular quanto para o que avaliou a
resposta histológica em tecido subcutâneo, os animais apresentaram-se saudáveis e
sem nenhum sinal de edema, supuração ou mesmo exposição dos tubos de
polietileno.
As médias e o desvio padrão (DP) da área de extravasamento, em
mm
2
, do corante Azul de Evans na região subcutânea dorsal dos ratos, para cada
grupo experimental, substâncias e tempos estão representados na Tabela 9.
Tabela 9 - Médias e desvio padrão (DP) da área de extravasamento (mm
2
), do corante Azul de
Evans na região subcutânea dorsal dos ratos, para cada grupo experimental, substâncias
e tempos.
Substâncias
Tempos
Gel Teste EMLA Gel Poloxamer Controle
3 horas 413,5 ± 281,2 339,9 ± 91,7 1,1 ± 2,5 0 ± 0
6 horas 452,6 ± 346, 1 330, 4 ± 165, 6 19,7 ± 17,8 0 ± 0
9 horas 382,6 ± 190,6 336,8 ± 50, 8 4, 6 ± 10,2 0 ± 0
Os resultados da reprodutibilidade dos dados para medições da área
do halo de extravasamento do corante Azul de Evans mostrou um coeficiente de
correlação intraclasse, com valor de
α=0,9899, considerado muito bom (Gráfico 1 –
Apêndice). As comparações entre os grupos mostraram diferenças estatísticas
significativas (p<0,01 – Kruskal-Wallis), sendo utilizado então o teste de Mann-
Whitney para a comparação múltipla. Foram observadas diferenças entre GI (Gel
Teste) e GII (EMLA
®
) quando comparados com GIII (Gel Poloxamer) e GIV
(Controle) (p<0,05 – Mann-Whitney). Contudo, não foram observadas diferenças
entre os grupos quando a variável tempo foi analisada, como podemos observar na
PRANCHA 10 - A.
As médias e o desvio padrão das medições da concentração do
corante extravasado, em µg/mL, pelo método da espectrofotometria para todos os
grupos experimentais estão relacionados na Tabela 10.
Tabela 10 - Médias e desvio padrão (DP) da medição da concentração do corante extravasado, em
µg/mL, na região subcutânea dorsal dos ratos, para cada grupo experimental, substâncias
e tempos.
Substâncias
Tempos
Gel Teste EMLA GelPoloxamer Controle
3 horas 0,71 ± 0,43 0,83 ± 0,32 0,13 ± 0,17 0,05 ± 0,05
6 horas 1,02 ± 0,63 1,24 ± 0,88 0,26 ± 0,24 0,02 ± 0,03
9 horas 2,18 ± 1,60 1,64 ± 0,76 0,04 ± 0,09 0,13 ± 0,20
Na Prancha 10 – B, são ilustradas as médias da concentração do
corante extravasado, mostrando um aumento em decorrência do tempo. Foram
observadas diferenças estatísticas significativas considerando os grupos (p<0,0001
– ANOVA de 2 critérios) e tempos (p=0,022 - ANOVA de 2 critérios), porém, quando
essas duas variáveis foram analisadas de maneira simultânea, não foram
observadas diferenças significativas (p=0,106). O teste de Tukey revelou diferenças
entre GI e GII (p<0,05 – Tukey) quando comparados com GIII e GIV, bem como,
entre os tempo de 3 e 9 horas (p<0,05 – Tukey) para os mesmos grupos. Realizou-
se uma correlação entre essas duas técnicas e os resultados mostraram uma
associação positiva significativa para ambas, como está ilustrado na Prancha 11 - A.
5.4.2 Análise Histológica
2 DIAS
Durante a análise descritiva para os grupos de dois dias observamos
que para o Grupo I (Teste) havia uma grande presença de células inflamatórias
(mononucleares e polimorfonucleares) e uma grande quantidade de vasos
sanguíneos neoformados, conseqüentemente com grande exsudato inflamatório na
região perivascular e infiltrado inflamatório presente em tecido conjuntivo, com
presença de células inflamatórias dentro de tecido muscular. O Grupo II (EMLA
®
)
apresentou características semelhantes ao Grupo I, porém com pequeno infiltrado
inflamatório. Para o Grupo III (Placebo) observamos grande presença de células
inflamatórias, principalmente células mononucleares dispersas e pequena
quantidade de polimorfonucleares neutrófilos, uma grande quantidade de vasos
sanguíneos com um moderado exsudato inflamatório (edema) na região
perivascular, porém, sem um infiltrado inflamatório para dentro de tecido adjacentes
de forma relevante. Para o Grupo IV (Controle) não havia presença de células
inflamatórias, com pequena quantidade de vasos sanguíneos em tecido subcutâneo
e ausência de edema e infiltrado inflamatório (Prancha 12 – A, B, C e D).
5 DIAS
A análise histológica para os animais com 5 dias revelou que para o
Grupo I (Teste) uma diminuição na quantidade de células inflamatórias e dos vasos
sanguíneos neoformados, mostrando uma redução do processo inflamatório agudo,
contudo pudemos observar que ainda havia leve presença de exsudato inflamatório,
ainda adjacente à região perivascular e pequena infiltração de células inflamatórias
em regiões próximas a implantação do tubo. Para o Grupo II (EMLA
®
) em
contrapartida, ainda existia uma grande quantidade de células inflamatórias presente
e também de vasos sanguíneos, porém, com pequena presença de edema e
infiltrado inflamatório. Pra o Grupo III (Placebo) resultados similares ao Grupo II
foram observados e para o Grupo IV (Controle) pode-se notar uma ausência de
células inflamatórias, bem como, de edema e infiltrado na região de implantação do
tubo, porém com uma maior quantidade de vasos sanguíneos neoformados quando
em comparação com os animais de 2 dias (Prancha 13 – A, B, C e D).
15 DIAS
Durante a analise descritiva dos animais de 15 dias observou-se
para o Grupo I (Teste) pequena quantidade de células inflamatórias e vasos
sanguíneos, com grande presença de células fibroblásticas, com um exsudato
inflamatório pequeno, bem como, o infiltrado inflamatório para dentro dos tecidos
adjacentes. Para o Grupo II (EMLA
®
) pelo contrário, pode-se observar grande
presenças de células inflamatórias, caracterizadas principalmente como histiócitos,
uma grande quantidade de vasos sanguíneos e grande presença de edema e
infiltrado inflamatório no tecido subcutâneo dos animais. O Grupo III (Placebo)
mostrou pequena quantidade de células inflamatórias e de vasos sanguíneos, pouco
edema e pequeno infiltrado inflamatório. O Grupo IV (Controle) manteve-se
inalterado por todo o período do estudo, isto é, com ausência de células
inflamatórias, edema e infiltrado inflamatório e pequena quantidade de caos
sanguíneos (Prancha 14 – A, B, C e D).
As Tabelas 11, 12 e 13 resumem os resultados obtidos durante a
análise descritiva dos cortes histológicos.
Tabela 11 – Análise descritiva (Qualitativa- 2 dias).
GRUPOS
Presença de células
inflamatórias
Edema
Presença de vasos
sanguíneos
Infiltrado inflamatório
GRUPO I
em grande
quantidade
perivascular
intenso
em grande
quantidade
presente até o
tec. Conjuntivo
GRUPO II
em grande
quantidade
perivascular
intenso
em grande
quantidade
pequeno
GRUPO III
em grande
quantidade
moderado
em grande
quantidade
pequeno
GRUPO IV ausência ausência
em pequena
quantidade
ausência
Tabela 12 – Análise descritiva (Qualitativa- 5 dias).
GRUPOS
Presença de células
inflamatórias
Edema
Presença de vasos
sanguíneos
Infiltrado inflamatório
GRUPO I moderada pequeno moderada pequeno
GRUPO II
em grande
quantidade
pequeno
em grande
quantidade
pequeno
GRUPO III
Em grande
quantidade
pequeno
em grande
quantidade
pequeno
GRUPO IV ausência ausência
em pequena
quantidade
ausência
Tabela 13 – Análise descritiva (Qualitativa- 15 dias).
GRUPOS
Presença de células
inflamatórias
Edema
Presença de vasos
sanguíneos
Infiltrado inflamatório
GRUPO I
em pequena
quantidade
pequeno
em pequena
quantidade
pequeno
GRUPO II
Em grande
quantidade
perivascular
intenso
em grande
quantidade
pequeno
GRUPO III
em pequena
quantidade
pequeno
em pequena
quantidade
pequeno
GRUPO IV ausência ausência
em pequena
quantidade
ausência
Nessa etapa efetuou-se também a atribuição de escores à reação
inflamatória causada pela presença das substâncias testadas, quando essas ficaram
em contato com o tecido subcutâneo dos animais no interior dos tubos de polietileno
(Análise Semi-quantitativa). Os resultados foram comparados considerando cada um
dos tempos de observação, seus respectivos tratamentos e valores de escores.
Nenhuma diferença estatística significativa foi observada para os grupos nos
períodos de 2 (p=0,124) e 5 dias (p=0,214). As figuras A e B, da Prancha 15,
demonstram o percentual dos escores para os tratamentos realizados em cada
período de observação. Para o período de 15 dias existiram diferenças entre os
valores de escores para os tipos de tratamento, com p = 0,001. Para a comparação
entre os tipos de tratamento foi utilizado o teste de Mann-Whitney e foram
observadas diferenças entre GII e todos os outros grupos, bem como, diferenças
entre GI e GIII quando comparados com GIV, porém sem diferenças entre ambos.
Esses resultados estão representados na PRANCHA 15 – C.
Prancha 6 – Gráficos das curvas de calibração para lidocaína e prilocaína e gráficos
dos resultados encontrados pela interpolação dos resultados em suas respectivas
equações de reta.
A - Curvas de calibração para a lidocaína (em rosa) e prilocaína (em azul), em comprimento
de onda (λ) de 220 nm e 240 nm, respectivamente.
B e C - Curva dos valores de absorção em mol/L de lidocaína (em azul) e prilocaína (em
rosa) após a aplicação do Gel Teste (B) e EMLA
®
(C) sobre a pele. Diferenças não
significativas entre os grupos I “versus” II para Lidocaína e Prilocaína (respectivamente p=
0,644 e p= 0,364). Teste t não pareado – P>0,05.
y = 5064,5x + 0,0143
R
2
= 0,9963
y = 8282,7x + 0,011
R
2
= 0,9995
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
0 0,00002 0,00004 0,00006 0,00008 0,0001
mol/L
AB
S
ABSORÇÃO
y = 5064,5x + 0,0143
R
2
= 0,9963
y = 8282,7x + 0,011
R
2
= 0,9995
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
0 0,00002 0,00004 0,00006 0,00008 0,0001
mol/L
AB
S
ABSORÇÃO
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 101112131415
n° de fitas
% acum dose aplic
a
% Acumulado
da dose aplicada
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
n° de fitas
% acumul dose aplic
a
% Acumulado
da dose aplicada
A
B
C
Prancha 7 – Gráficos dos valores das porcentagens acumuladas para a lidocaína
e prilocaína nos grupos, obtidas na realização do método do “Tape Stripiing” para
a avaliação da absorção percutânea e para o método de células de difusão (in
vitro).
A – Gráfico dos valores das porcentagens acumuladas para a lidocaína e
prilocaína nos grupos I e II.
B – Gráfico dos valores das porcentagens acumuladas para os grupos I e II pelo
método de células de difusão.
0
20
40
60
80
100
GI GII GI GII
Lidocaína Prilocaína
Substâncias
% ACU
M
72,93%
63,89%
72,57%
61,71%
Lidocaína – GI x GII – diferenças não significativas – p=0,644 (Teste T não pareado)
Prilocaína – GI x GII - diferenças não significativas – p=0,364 (Teste T não pareado)
A
0
5
10
15
20
25
Gel Teste EMLA®
Substâncias
% acu
m
GI x GII – diferenças não significativas – p=0,843 (Teste T não pareado)
21,60% 21,90%
B
Prancha 8 – Gráficos das curvas de calibração para a mistura eutética de
lidocaína e prilocaína e seus respectivos resultados após interpolação dos dados
na equação de reta.
A - Curva de calibração para a mistura eutética de lidocaína e prilocaína.
B – Curva dos valores de absorção para a mistura eutética de lidocaína e
prilocaína após aplicação do Gel Teste em decorrência do tempo (minutos).
C – Curva dos valores de absorção para a mistura eutética de lidocaína e
prilocaína após aplicação do EMLA
®
em decorrência do tempo (minutos).
y = 5457,1x + 0,0059
R
2
= 0,9939
0
0,05
0,1
0,15
0,2
0,25
0,3
0 0,00001 0,00002 0,00003 0,00004 0,00005
gramas
AB
S
ABSORÇÃO
0
5
10
15
20
25
30
0 30 60 90 120 150 180
tempo
[] percentual acu
m
% Acumulado
da dose aplicada
0
5
10
15
20
25
30
0 30 60 90 120 150 180
tempo
[] percentual ac
u
% Acumulado
da dose aplicada
Prancha 9 – Gráficos dos valores de “Tape Stripping” do estudo realizado em
humanos.
A – Gráfico dos valores obtidos, em porcentagem acumulada de dose aplicada,
após a aplicação do Gel Teste e EMLA
®
, pelo período de 1 minuto, em mucosa
bucal. Lidocaína (GI) = 6,37/ (GII) = 6,91. Prilocaína (GI) = 5,08/ (GII) = 6,18.
0
1
2
3
4
5
6
7
8
Lidocaína Prilocna Lidocna Prilocaína
GI GII
Substância
sa
f
6,37%
5,08%
6,91%
6,18%
Lidocaína – GI x GII – diferenças não significativas – p=0,601 (Teste T não pareado)
Prilocaína – GI x GII - diferenças não significativas – p=0,183 (Teste T não pareado)
PRANCHA 10 – Resultados da análise da permeabilidade vascular.
A – Avaliação da permeabilidade vascular através da mensuração do
extravasamento do vascular do azul de Evans (Média e Erro Padrão);
B – Avaliação da permeabilidade vascular através da concentração de azul de
Evans (Média e Erro Padrão).
3
h
o
r
a
s
6
h
o
r
a
s
9
h
o
r
a
s
T
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m
p
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T
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s
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r
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l
i
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G
r
u
p
o
0
,
0
0
2
0
0
,
0
0
4
0
0
,
0
0
6
0
0
,
0
0
M
é
d
i
a
(
m
m
2
)
V
V
V
V
V
V
V
V
V
V V V
p<0,01, diferenças significativas em todos os tempos - Kruska l Wallis
* “versus Polaxamer e Salina p<0,05, diferenças significativas em todos os tempos – Mann Whitney
Tempos 3h, 6h e 9 h diferenças não significativas – p>005 em todos os grupos - Friedman
*
*
p<0,01, diferenças s ignificativas entre os grupos - Krus kalWallis
* “versus”Polaxamer e Salina –p<0,05, diferenças significativas em todos os tempos Mann Whitney
Tempos 3h, 6h e 9h –diferenças não significativas p>005 em todos os grupos - - Friedman
3
h
o
r
a
s
6
h
o
r
a
s
9
h
o
r
a
s
T
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0
0
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,
0
0
6
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0
,
0
0
M
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d
i
a
(
m
m
2
)
V
V
V
V
V
V
V
V
V
V V V
p<0,01, diferenças significativas em todos os tempos - Kruska l Wallis
* “versus Polaxamer e Salina p<0,05, diferenças significativas em todos os tempos – Mann Whitney
Tempos 3h, 6h e 9 h diferenças não significativas – p>005 em todos os grupos - Friedman
*
*
p<0,01, diferenças s ignificativas entre os grupos - Krus kalWallis
* “versus”Polaxamer e Salina –p<0,05, diferenças significativas em todos os tempos Mann Whitney
Tempos 3h, 6h e 9h –diferenças não significativas p>005 em todos os grupos - - Friedman
p<0,01, diferenças s ignificativas entre os grupos - Krus kalWallis
* “versus”Polaxamer e Salina –p<0,05, diferenças significativas em todos os tempos Mann Whitney
Tempos 3h, 6h e 9h –diferenças não significativas p>005 em todos os grupos - - Friedman
3
h
6
h
9
h
T
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0
,
0
0
0
1
,
0
0
0
2
,
0
0
0
3
,
0
0
0
C
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(
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/
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L
)
V
V
V
V
V
V
V
V
V
V
V
V
Diferenças significativas para Grupo (p<0,0001); Tempo (p=0,022) – ANOVA dois critérios
Interação Grupo x Tempo – diferença não significativa – p=0,106
* “versus” Poloxamer e Salina – p<0,05, diferenças significativas Tukey
3 horasversus” 9 horas – p<0,05, diferenças significativas – Tukey
*
*
A
B
PRANCHA 11 - Resultados da análise da permeabilidade vascular.
A - Relação entre as medições dos halos (mm
2
) com a concentração de azul de
Evans no tecido.
0
,
0
0
0
1
,
0
0
0
2
,
0
0
0
3
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0
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0
4
,
0
0
0
C
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c
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n
t
r
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o
(
u
g
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m
L
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0
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0
2
5
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5
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,
0
0
7
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0
,
0
0
M
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2
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W
W
W
W
W
WW WWW
Correlação significativas r=0,674 (p<0,0001) – Pearson
PRANCHA 12 – Lâminas histológicas para o período de 2 dias.
A - Corte histológico do grupo Controle - 2 dias – HE – 100 x.
B - Corte histológico do grupo Poloxamer - 2 dias – HE – 100 x.
A
B
C - Corte histológico do grupo EMLA - 2 dias – HE – 100 x.
D - Corte histológico do grupo Teste - 2 dias – HE – 100 x.
C
D
PRANCHA 13 – Lâminas histológicas para o período de 5 dias.
A
- Corte histológico do grupo Controle - 5 dias – HE – 100 x.
B - Corte histológico do grupo Poloxamer - 5 dias – HE – 100 x.
A
B
C - Corte histológico do grupo EMLA - 5 dias – HE – 100 x.
D - Corte histológico do grupo Teste - 5 dias – HE – 100 x.
C
D
PRANCHA 14 - Lâminas histológicas para o período de 5 dias.
A
- Corte histológico do grupo Controle - 15 dias – HE – 100 x.
B - Corte histológico do grupo Poloxamer - 15 dias – HE – 100 x.
B
A
C - Corte histológico do grupo EMLA - 15 dias – HE – 100 x.
D - Corte histológico do grupo Teste - 15 dias – HE – 100 x.
D
C
PRANCHA 15 – Resultados da análise dos escores de inflamação referente aos
tempos de observação de 2, 5 e 15 dias. Valores em percentual.
A - Freqüência de escores para o período de observação de 2 dias. Não significativo (p =
0,124).
B - Freqüência de escores para o período de observação de 5 dias. Não significativo (p =
0,214).
C - Freqüência de escores para o período de observação de 15 dias. “versus”
CONTROLE (p = 0,032) e “versus” TESTE, POLOXAMER e CONTROLE (p=0,001).
100
20 60
20
40
20
20
20
60
2020
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
TESTE EMLA POLOXAMER CONTROLE
SEV ERA
MODERADA
LEVE
AUSÊNCIA
A
B
C
20 20
8040
60
40
20
40
20
40
20
0%
10 %
20%
30%
40%
50 %
60%
70 %
80%
90%
100%
TESTE EM LA POLOX AM ER CONTROLE
SEVERA
MODERADA
LEVE
AUSÊNCIA
A
100
80
20
80
20
80
20
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
TESTE EMLA POLOXAMER CONTROLE
SEVERA
MODERADA
LEVE
AUSÊNCIA
∗∗
∗∗
100
80
20
80
20
80
20
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
TESTE EMLA POLOXAMER CONTROLE
SEVERA
MODERADA
LEVE
AUSÊNCIA
∗∗
∗∗
6 DISCUSSÃO
Os copolímeros em bloco de óxido de etileno e óxido de propileno
(PEO-PPO-PEO), também conhecidos como poloxamers, têm sido freqüentemente
estudados em aplicações farmacêuticas, como excipientes para a liberação de
fármacos na região oral, parenteral, retal, ocular e tópica, em função da baixa
toxicidade e disponibilidade comercial (Scherlund et al., 2000).
O estudo realizado por Donaldson et al. (2003) relata a utilização
desse tipo de produto para o procedimento anestésico no tratamento da doença
periodontal. Foi analisada a capacidade de um gel termosensível a base de
poloxamer 407 e 188, lidocaína e prilocaína, em produzir anestesia dentro das
bolsas periodontais. Os escores obtidos, por meio da utilização da escala visual
analógica para análise de dor, mostrou uma maior efetividade para o gel testado
quando comparado com o grupo placebo, considerando a redução da sensibilidade
dolorosa durante o procedimento de raspagem.
A padronização das características físico-químicas e microbiológicas
é extremamente importante para assegurar o efeito terapêutico adequado do
medicamento (ANDRADE et al., 2005; GUEDES, 1987). Uma contaminação
microbiana da forma farmacêutica pode, inclusive, levar a um agravamento da
patologia em tratamento (AUTON, 2005).
Nas formulações orais, o parâmetro de pH é de elevada relevância.
Para preparações aplicadas na mucosa bucal, indica-se um pH variando entre 5,5 e
8,0 (APPEL & REUS, 2003). Valores de pH abaixo de 5,5 podem provocar lesões
ulcerativas e injúrias em contato com a mucosa bucal, além de possibilitar uma
desestruturação da hidroxiapatita, que forma o esmalte e a dentina, favorecendo a
formação de cáries. Já quando se utilizam preparações com valores de pH
superiores a 8,0, em contato com a mucosa bucal, podem ocorrer lesões ulcerativas
e irritação no epitélio bucal. Isso justifica a necessidade da correção de pH
empregada para o gel, reduzindo o pH para um valor de 7,80.
Além disso, um pH alto faz com que a lidocaína (pK
a
7,86) e a
prilocaína (pK
a
7,89) (Scherlund et al., 2000) estejam menos ionizadas em água,
atuando como solutos hidrofóbicos (lipofílicos), de maior absorção pela mucosa. Por
outro lado, um produto com pH excessivamente baixo (menor que 5,5), faz com que
os fármacos fiquem positivamente carregados, possibilitando que essas substâncias
se comportem como tensoativos catiônicos solúveis em água, mas dificultando a
absorção através da mucosa bucal.
O pH também influencia na geleificação da forma farmacêutica. Em
pH mais elevado, próximo e acima do pK
a
dos fármacos, pode ser verificado que o
ponto de geleificação diminui com o aumento da concentração de lidocaína e de
prilocaína presentes. A origem desse efeito é a presença de componentes
hidrofóbicos que induzem a formação de micelas e causa um intumescimento
micelar (ALEXANDRIDIS e HATTON, 1995). Em pH 5,0, por outro lado, o
comportamento oposto é observado, ou seja, a temperatura de geleificação
aumenta, com o incremento na concentração das substâncias ativas. Esse aspecto
é bem interessante e pode indicar que os fármacos, nas suas formas ionizadas em
função do pH, interagem com a porção PEO hidrofílica do polímero, de uma maneira
similar à encontrada para tensoativos catiônicos de cadeia pequena. Pela introdução
de cargas na cadeia polimérica, a solvência do polímero aumenta eficientemente
(Goddard and Ananthapadmanabhan, 1993), resultando em um incremento na
temperatura necessária à geleificação.
Essas observações são compatíveis com os resultados
apresentados por estudos prévios sobre os efeitos dos componentes hidrofóbicos na
formação do gel de copolímeros em bloco de PEO-PPO-PEO. Por exemplo,
Malmsten and Lindman (1992) investigaram o processo de geleificação do Lutrol
®
F127 e descobriram que o
t-butilbenzeno diminui a temperatura de geleificação para
esse polímero. De maneira análoga, Gilbert et al. (1987) observaram que o ácido
benzóico e os ésteres do ácido
p-hidroxibenzóico causam um decréscimo na
temperatura de geleificação dos blocos do copolímero e que, quanto mais
hidrofóbico é o soluto, maior será este efeito na temperatura de geleificação.
De acordo com a literatura (Scherlund, 2000), a escolha de um pH
próximo a 7,8 para um gel anestésico contendo polímeros termosensíveis possibilita
um sistema com um ponto de geleificação entre a temperatura ambiente e a
temperatura corporal, disponibilizando uma taxa de liberação inicial alta, tornando o
gel adequado para o uso como anestésico bucal.
Com relação ao estudo de estabilidade, não foram observadas
alterações significativas de pH para o Gel-Teste (7,71) e para o Gel Poloxamer
(7,63), após 3 (três) meses da manipulação, assegurando a manutenção das
propriedades necessárias ao uso indicado.
A respeito da densidade, observou-se que a incorporação da
lidocaína e da prilocaína, na concentração total de 50 mg/g, não resultou em
alteração considerável à densidade da formulação do Gel Teste em relação ao Gel
Poloxamer, mantendo-se em valores próximos a 1,0 g/mL. Esses resultados para o
Gel Teste, que apresentou densidade média de 1,01623 g/mL, estabelecem uma
relação importante para a determinação do volume a ser administrado quando do
uso clínico, pois permitem a correlação entre a massa e o volume do gel presente,
garantindo a dose adequada.
O ensaio de consistência, baseado no método de Panseri et al.
(1979), fornece a medida do escoamento das formulações estudadas entre duas
placas de vidro, sendo indicativo da viscosidade dessas formas farmacêuticas.
Assim, quanto maior o diâmetro do halo formado, maior o escoamento e menor a
viscosidade da preparação em estudo.
Analisando-se os valores apresentados na Tabela 4 para o Gel
Teste e para o Gel Poloxamer, observou-se que a consistência (em cm) das
formulações aumenta com a elevação da temperatura, sobretudo quando se
compara a temperatura ambiente (22 ºC) com as temperaturas mais altas (30, 37 e
40 ºC). Esses dados estão de acordo com os achados de Scherlund, Malmsten,
Brodin (1998), os quais afirmam que o uso dos copolímeros em bloco (PEO-PPO-
PEO), como excipientes termosensíveis para géis, permite a formação de fluidos de
baixa viscosidade na temperatura ambiente e géis elásticos rígidos na temperatura
corporal. Essa característica é extremamente relevante ao uso em anestesia local,
pois possibilita que a forma farmacêutica se mantenha no interior da bolsa
periodontal, permitindo um maior contato das substâncias ativas com o tecido
inflamado e possibilitando uma adequada liberação das mesmas, levando a ação
nos receptores nociceptivos.
Outro aspecto interessante, é que o aumento da consistência do gel
termosensível, em contato com a temperatura corporal, pode atuar como uma
barreira na difusão do(s) fármaco(s) através da matriz polimérica, resultando na
liberação modificada dos mesmos. Porém, essa afirmação deve ser considerada
com cautela, uma vez que Miyazaki et al. (1984) revelam que quanto mais alta a
temperatura, maior é a liberação do fármaco da estrutura do gel, indicando que a
liberação da substância ativa através da estrutura polimérica do excipiente é um
processo dependente da energia, resultante do incremento da temperatura. O
aumento da liberação com o aumento da temperatura sugere que as características
de liberação do fármaco através da estrutura polimérica do gel deverá mudar de
acordo com a variação da temperatura corporal (SHIN, CHO, YANG, 2004), como
ocorre em processos inflamatórios.
Os valores para a consistência média de ambos os géis, nas
temperaturas de 30, 37 e 40º.C, podem ser considerados semelhantes. Porém, na
temperatura ambiente (22 ºC), a consistência do Gel Teste apresentou um valor
superior à consistência do Gel Poloxamer.
Isso pode ser explicado baseando-se nos estudos de Scherlund,
Malmsten, Brodin (1998) e Scherlund et al. (2000), os quais observaram que a
geleificação do Lutrol
®
127 é influenciada pela presença de substâncias ativas, como
a lidocaína e a prilocaína, no fato de que a presença desses fármacos permitiu a
formação de micelas oligoméricas, mesmo em temperaturas abaixo de 25 ºC, e que
essa informação deve ser levada em consideração, quando na escolha da
concentração adequada do polímero.
De acordo com a literatura (Scherlund et al., 2000), outro fator que
influencia na viscosidade do gel é a concentração de Lutrol
®
127 e de Lutrol
®
F 68
presente no sistema, pois quanto maior a concentração de Lutrol
®
127, menor será o
ponto de geleificação, assim como, quanto maior a concentração de Lutrol
®
F 68,
maior o ponto de geleificação.
Em relação ao controle de qualidade microbiológico de produtos não
estéreis, nos quais admite-se a presença de carga microbiana limitada, o objetivo
imediato desta análise é comprovar a ausência de microrganismos patogênicos e
determinar o número de microrganismos viáveis, em função da utilização do produto,
por exemplo, para o uso oral. Deve-se ressaltar que carga microbiana elevada pode
comprometer a estabilidade do produto, conseqüentemente, pode haver perda da
eficácia terapêutica, por degradação do princípio ativo ou por alteração de parâmetro
físico fundamental para a sua atividade, como é o caso do pH (ANDRADE et al.,
2005).
Com relação aos resultados microbiológicos, verificados para o Gel
Teste e para o Gel Poloxamer, não foram observados o crescimento fúngico e o
bacteriano, encontrando-se, portanto, em conformidade com a legislação (BRASIL,
1999) que estabelece que produtos tópicos têm, como limites de aceitação, em
termos de microrganismos aeróbios viáveis totais, não mais que 10
3
UFC/g ou mL,
sendo o limite máximo de 5 x 10
3
UFC/g ou mL e ausência de Pseudomonas
aeruginosa, Staphylococcus aureus e coliformes totais e fecais. Esses achados
revelam a eficiência do conservante empregado, quando da manipulação das
formulações.
Entre os vários sistemas de liberação de fármacos, o de liberação
percutânea tem sido amplamente empregado como um sistema avançado para este
fim, possuindo várias vantagens no controle e manutenção das substâncias ativas
de várias preparações de ação local (SHIN, CHO, YANG, 2004).
O método utilizado para a determinação do coeficiente de partilha
das substâncias ativas estudadas foi aquele preconizado pela OECD (1995), que
estabelece uma sensibilidade que varia entre valores de -2 e 4 validando os
resultados obtidos neste estudo (2,021 para a lidocaína e 1,836 para a prilocaína).
Esses indicadores mostram uma característica de anfifilidade para
ambas, isto é, significa que são moléculas que combinam propriedades hidrofílicas e
lipofílicas (hidrofóbicas), o que é também citado em Scherlund et al. (2000).
Para uma melhor definição, podemos citar Wester e Maibach (1999),
ao relatar que moléculas anfifílicas são caracterizadas por sua alta afinidade pelas
fases lipofílicas, bem como pelas fases aquosas da estrutura estratificada do estrato
córneo da pele e que em alguns momentos estão completamente misturados, tanto
na fase oleosa quanto na aquosa.
Contudo, Vickers et al (1997), relataram que o valor do coeficiente
de partilha para a lidocaína seria de 2,9 e para a prilocaína de 1,0, o que permitiria
uma absorção mais rápida da lidocaína através da mucosa. Entretanto, de acordo
com os resultados obtidos para os testes de absorção percutânea (in vitro e in vivo),
não foram observadas diferenças estatísticas significativas entre as duas
substâncias ativas, considerando as quantidades que ultrapassaram as primeiras
camadas epiteliais, sejam em pele humana ou em mucosa bucal.
Segundo Schaefer e Redelmeier (1996), é necessário que o solvente
apresente uma boa correlação com absorção percutânea e, para tal, deve exibir um
coeficiente de partilha similar, pois este valor reflete no coeficiente de
permeabilidade. Esse critério é encontrado no octanol
, que é o único com
semelhança polar à barreira de difusão da pele. Assim, foi dada preferência ao
octanol para a realização da fase oleosa do teste, uma vez que essa substância
satisfaz as pressuposições técnicas sugeridas naquele estudo.
Segundo normativa técnica da OECD (1995) optou-se pelo uso da
água destilada.
Para os testes de absorção percutânea foram avaliadas duas formas
farmacêuticas, o Gel Teste (Grupo I) e o EMLA
®
(Grupo II), ambos anestésicos
tópicos, sendo o segundo usado como produto de referência para comparação dos
resultados (Scherlund et al., 2000).
Em suas aplicações em cavidade bucal, os anestésicos locais
tópicos devem permanecer sobre a superfície da mucosa em sua forma não-
ionizada e hidrofóbica, por um período de tempo adequado, para que possa penetrar
no estrato córneo e, consequentemente, atuar nos receptores nociceptivos para
inibir a sensibilidade dolorosa (SHIN, CHO, YANG, 2004).
É extremamente difícil prever os efeitos terapêuticos de fármacos
incorporados às pomadas e cremes quando aplicados em cavidade bucal, pois, a
umidade (saliva e fluido gengival), o movimento e contato de estruturas internas,
como a língua, facilmente fazem a remoção dessas formas farmacêuticas.
Quando efetuada uma comparação clínica por meio de inspeção
visual, durante a realização do método do “Tape Stripping” em humanos, foi
observada uma maior adesividade do Gel Teste, quando comparado ao EMLA
®
, à
mucosa bucal. Isso pode ser explicado pelas características físico-químicas das as
fórmulas farmacêuticas, sendo a primeira composta por um excipiente termosensível
que se transforma em gel à temperatura corporal e, a segunda, composta em grande
parte por substâncias oleosas, que como citado anteriormente, são facilmente
removidas por simples limpeza mecânica. Para cavidade bucal, apesar dos
resultados da porcentagem da dose acumulada para os fármacos constituintes das
formulações não mostrarem diferenças significativas, seria mais indicado o uso do
Gel Teste, devido a sua maior adesividade à mucosa, ainda mais pelo fato de que
sua indicação primordial é para o uso dentro de bolsas periodontais, as quais têm
constante liberação de fluidos (fluido gengival) de maneira fisiológica, que é
aumentada em condições de inflamação.
As técnicas in vitro para a mensuração da capacidade de fármacos
penetrarem na pele são bastante variadas e úteis. Segundo Howes et al. (1996),
durante o “Workshop” da ECVAM para avaliação dos métodos de absorção
percutânea, foi concluído que, a técnica de células de difusão de uma câmara é um
modelo bastante apropriado para esse tipo de estudo e que a pele humana é a
membrana de escolha. Estando de acordo com a literatura pertinente, optamos pela
escolha tanto do método, quanto da utilização da membrana, citados acima.
Contudo, alguns fatores podem alterar a taxa de absorção de
determinadas formas farmacêuticas, tais como, a quantidade da dose aplicada, seu
veículo e/ou excipiente, o tempo de aplicação, a localização anatômica, temperatura,
pH, e coeficiente de partilha. Dentre eles, as características físico-químicas dos
fármacos, parecem ser as que mais influenciam a absorção, porém, a quantidade da
dose aplicada na superfície da pele ou da mucosa, também é um fator que está
intimamente relacionada com a taxa de absorção das substâncias ativas.
Isso também foi observado neste estudo, pois, quando comparados
os resultados da avaliação in vitro e in vivo, pelo método do “Tape Stripping”, para o
primeiro obtiveram-se resultados da porcentagem da dose aplicada, após 1 minuto,
em torno de 72% para o Grupo I e 62% para o grupo II, ressaltando que a
quantidade das formulações colocadas sobre a superfície da pele foi de 250 mg. Por
outro lado, para o segundo (experimento in vivo), onde foi aplicada uma quantidade
menor das formulações sobre a mucosa (60 mg), foram observados resultados da
porcentagem da dose aplicada significativamente menores, em torno de 9%, para os
grupos. Segundo Junginger, Hoogstraate e Verhoef (1999) a baixa permeabilidade
da mucosa bucal, também pode ter influenciado nestes resultados. Katchburian e
Arana (1999) relatam, contudo, que a estrutura histológica da mucosa bucal e da
pele é bastante parecida, inclusive continuam a apresentar células semelhantes às
encontradas nas camadas superficiais da pele, sendo, denominada como estrato
superficial. Esse resultado pode ter sido influenciado também em função do menor
número de amostras obtidas nas extrações da mucosa bucal, devido ao menor
número de camadas daquela estrutura (5 tapes), enquanto que, da pele, puderam
ser obtidas 15 amostras, o que pode ter permitido uma recuperação maior do
fármaco, sugerindo um melhor índice de absorção.
A diferença entre as quantidades das preparações utilizadas no
estudo, fundamentou-se na literatura científica e na prática clínica. Shin, Cho, Yang
(2004), na sua pesquisa, utilizaram 500 mg da formulação farmacêutica. Scherlund
et al. (2000) utilizaram 1 g de uma forma farmacêutica similar à usada neste estudo
para os testes de absorção. Vickers et al. (1997) usaram 8 mg de EMLA
®
para
mensuração da quantidade de lidocaína e prilocaína absorvida em plasma. Neste
estudo tentou-se reproduzir o mais fielmente possível a prática clínica, considerando
a quantidade do produto utilizado em cavidade bucal, porém, sem desviar-se do
caráter científico. Portanto, nos estudos in vitro preferiu-se utilizar quantidades
semelhantes às descritas anteriormente (250 mg), com exceção ao estudo de
absorção em células de difusão, cuja normativa técnica (OECD, 2004) prevê o uso
de uma dose, a mais próxima da realidade clínica (60 mg). Relevante acrescentar
que, em humanos, é impraticável o uso de grandes quantidades de produto, uma
vez que a região indicada para o uso (o interior da bolsa periodontal) mede apenas
alguns milímetros (4 a 12 mm ).
Qualquer agente que induza a certo tipo de reação inflamatória é
denominado como agente flogógeno. Uma injúria química ocorre quando um tecido
vital é exposto a soluções não compatíveis com o metabolismo celular. A fase inicial
da resposta inflamatória é caracterizada por uma vasodilatação, um aumento da
permeabilidade vascular e da migração celular. Em virtude do aumento da
permeabilidade vascular, alguns fluidos, eletrólitos e proteínas escapam, em
quantidades elevadas, através da parede endotelial dos vasos e são coletadas no
espaço intercelular, consequentemente, induzindo a uma resposta inflamatória e
edema. Um método simples para a mensuração do percentual de edema, ou seja,
uma avaliação da resposta inflamatória de fase aguda, é baseado na ligação entre
proteínas plasmáticas e alguns corantes vitais dentro da região em que esta
ocorrendo a inflamação, denominado de análise da permeabilidade vascular. Alguns
corantes vitais, como o Azul de Evans, quando administrado por via endovenosa,
interage com o nitrogênio básico da albumina plasmática e serve de marcador para
detecção de extravasamento de proteínas para os sítios inflamados.
De acordo com Sousa, Bramante e Taga (2005), além de ser uma
técnica de simples execução e de desempenho direto, ela permite uma rápida
visualização para a avaliação do potencial inflamatório de uma variedade de
substâncias que tenham um potencial irritante.
Neste estudo, foram adotados dois métodos para a mensuração da
fase aguda da resposta inflamatória: a análise da área de extravasamento do
corante, em mm
2
, e a quantificação do corante extravasado, em µg/mL, por meio de
espectrofotometria. Ambas as técnicas foram correlacionadas para analisar as
diferenças observadas entre as figuras A e B da Prancha 10, como ilustrado na
figura A da Prancha 11. O resultado mostrou uma associação positiva significativa
entre as técnicas
Foram observados resultados similares quando os grupos foram
comparados (GI e GII GIII e GIV), porém, em relação aos tempos de observação, o
primeiro método não demonstrou diferenças estatísticas significativas, diferente do
observado na técnica que utilizou a espectrofotometria. Este método mostrou
diferenças entre os tempos de 3 e 9 horas, mostrando um aumento gradual na
concentração de corante extravasado (µg/mL). Isso pode ser explicado devido ao
fato do organismo dos animais necessitar de mais tempo para eliminar ou diluir
totalmente os princípios ativos das substâncias testadas aumentando, portanto, a
quantidade de exsudato inflamatório e edema na região, consequentemente,
aumentando a concentração do Azul de Evans.
Tem-se que levar em consideração que a diferença entre os
resultados obtidos para as técnicas, considerados os tempos de observação, podem
ser explicados também devido às propriedades físico-químicas das substâncias
estudadas. Afinal se uma substância tem um poder de difusão maior entre o tecido
subcutâneo do animal quando comparada à outra, nem por isso terá uma maior
capacidade de agressão a esse tecido. Existe, contudo, uma possibilidade que,
apesar dos halos possuírem o mesmo tamanho, a concentração de corante
extravasado não ser a mesma, como se pode comprovar com a sua quantificação
(µg/mL). Pode-se dizer que o método para quantificação do corante pela técnica de
espectrofotometria é mais sensível quando se pretende mensurar a concentração do
Azul de Evans extravasado.
A ausência de estudos correlatos na área, ou seja, que utilizaram
substâncias anestésicas tópicas, torna impraticável a confrontação de dados para a
realização da discussão, porém, algumas observações merecem ser comentadas
em relação ao material e métodos de outros estudos que utilizaram as mesmas
técnicas. Por exemplo, a maioria deles (SOUZA, BRAMANTE e TAGA, 2005; SILVA,
ALMEIDA e SOUZA, 2004; SOARES e SOUZA, 2003; TRULILLO JR et al, 2003;
CANOVA et al, 2002; SILVEIRA, TAVARES e SOARES, 1994) usa um dispositivo
padronizado de diferentes diâmetros para a realização das biópsias, variando entre
23 e 35 mm. Neste estudo, não foi utilizado esse método pelo fato de não existir
garantias de que os halos azulados formados pelo extravasamento do corante Azul
de Evans fossem menores que os diâmetros utilizados por esses pesquisadores. Há
experimentos que descrevem apenas um período de observação, como pode ser
visto em Nagem-Filho et al (2003) e Silveira, Tavares e Soares (1994) enquanto
outros usam, na maioria das vezes, dois ou três períodos de observação. Neste
trabalho foram utilizados três períodos para observação da fase aguda da
inflamação (3, 6 e 9 horas) os quais caracterizam as respostas de fase aguda. Outra
importante diferença está no fato de que os resultados apresentados por Souza,
Bramante e Taga (2005); Silva, Almeida e Souza (2004); Brunini (2003) e Souza e
Soares (2003) em relação ao Grupo Controle (solução salina) mostram valores muito
maiores que os agora observados, que se mantiveram muito próximos de zero,
comparáveis inclusive com aquele encontrados por Nagem – Filho et al (2004) e
Silveira, Tavares e Soares (1994).
Essas diferenças podem ser explicadas devido a forma como foi
realizada a obtenção do branco da amostra, pois, os trabalhos citados anteriormente
utilizaram a própria solução de formamida para tal etapa. No presente trabalho e
naquele descrito em Canova et al (2002) foi usado, como branco da amostra, para
realização das mensurações de espectrofotometria, uma solução preparada do
fluido extraído de amostras das biópsias removidas da região dorsal dos animais
que, apesar de terem sido inoculados com o Azul de Evans, não apresentavam
evidências visuais dos halos azulados de extravasamento do corante. Preferiu-se a
utilização desse protocolo porque a formamida não é especifica somente para a
extração do corante Azul de Evans presente nas áreas de inflamação, pois ela
dissolve lipídios, ocasionando turbidade da amostra levando a erros, visto que a
mesma apresenta absorção de luz. Outro fator importante é que, naqueles estudos,
foram utilizadas fórmulas matemáticas pré-determinadas para o cálculo dos valores
das concentrações de Azul de Evans e não a interpolação dos dados obtidos, na
espectrofotometria, em uma equação de reta confeccionada com valores conhecidos
de concentração do corante, como realizado neste estudo. Isso pode ter causados
as diferenças nos resultados obtidos por eles.
As reações teciduais na região subcutânea podem variar com o
material implantado, de acordo com o seu tamanho, sua consistência e pureza, bem
como pela condição de implantação desse material (TORNECK, 1966). Muitos
desses fatores que podem afetar as reações teciduais na região subcutânea,
contudo, podem ser controlados usando as recomendações apresentadas para a
American Dental Association (ADA) por meio do Concil on Dental Materials and
Devices (1972), divulgado com o objetivo de padronizar a metodologia para a
avaliação da reação inflamatória em testes de curta duração. Seguindo essas
recomendações, este trabalho utilizou tubos de polietileno para avaliar a reação
inflamatória no tecido subcutâneo de ratos quando esses foram implantados na
região dorsal, contendo no seu interior as substâncias testadas durante os estudos.
Além de proporcionar um maior contato dessas substâncias com a região do tecido
conjuntivo, os tubos de polietileno facilitam a localização do material implantado.
De acordo com a análise das lâminas, realizada de forma qualitativa
e semi-quantitativa, ou seja, sendo feita a descrição dos achados histopatológicos
(qualitativa) e a atribuição de escores aos níveis de inflamação (semi-quantitativa),
observou-se para o período de 2 dias, no GI, intensa reação inflamatória sendo que,
40% dos escores estavam caracterizados como reação severa e 40% como reação
leve, totalizando 80% desses valores. De acordo com os resultados apresentados
em Oliveira et al (2004) o processo de degradação acomete o recrutamento de
células predominantemente polimorfonucleares (PMNs) no estágio inicial da fase
aguda da inflamação. Esse estágio é também relacionado com o trauma cirúrgico.
De fato, a presença de um preponderante exsudato inflamatório agudo no grupo de
dois dias de observação para a análise histológica pode não ter sido causado
somente pela presença das substâncias testadas, mas também, pelo próprio trauma
cirúrgico, especialmente no grupo controle, que apresentou 20% da contagem dos
escores caracterizados como inflamação de nível moderado. Apesar dos resultados
apresentados na análise qualitativa, não foram observadas diferenças significativas
entre os tipos de tratamento para o período de 2 dias.
Quando o segundo período do estudo (5 dias) foi analisado não
encontramos diferenças significativas entre os grupos, o que demonstra uma
regressão da intensidade do infiltrado inflamatório após decorridos mais alguns dias
da primeira avaliação.
Entretanto, quando o terceiro período de estudo (15 dias) foi
analisado, algumas diferenças foram observadas, tanto para a análise qualitativa
das lâminas quanto para a semi-quantitativa. Em relação a análise semi-quantitativa,
pode-se observar, de acordo com a figura C da Prancha 15, uma grande diminuição
no percentual dos escores para os grupo I, II e IV, sendo que para o GI, 100% dos
valores foram caracterizados como tendo um nível de inflamação considerado leve,
demonstrando uma regressão da intensidade do infiltrado inflamatório, como antes
observado para o período de 5 dias. Contudo, quando o percentual de escores do
GII foi observado, pôde-se ver que houve um aumento considerável na evolução do
quadro inflamatório ao compará-los com os resultados obtidos para o mesmo
tratamento no período de 2 e 5 dias, apresentando 80% dos seus valores
caracterizados como inflamação de nível moderado. Quando são comparados os
resultados da análise semi-quantitativa, esse é o único período de observação que
possui diferenças entre os tipos de tratamento, tendo GII como o grupo que
apresentou o maior nível de inflamação, diferente, portanto, de todos os outros
tratamentos. Não foram observadas, contudo, diferenças entre os grupos I e III,
porém ambos foram diferentes do grupo controle. A explicação para o fato do grupo
II apresentar um potencial mais irritante a longo prazo reside na composição química
de sua fórmula, influenciada não só por seus princípios ativos (lidocaína e
prilocaína, que fazem parte do gel Teste) mas também pelas substâncias
formadoras do veículo para essas formulações, principalmente aqueles
componentes oleosos (óleo de rícino polioxitileno hidrogenado e do
carboxipolimetileno) que podem dificultar a eliminação ou a diluição dessas
substâncias a longo prazo. Isso acarreta, portanto um incremento considerável na
quantidade de células inflamatórias, bem como do exsudato inflamatório e um
aumento da quantidade de vasos sanguíneos na região, consequentemente,
elevando os níveis inflamatórios.
De acordo com os resultados apresentados e tendo em vista que o
tempo de atuação do Gel Teste é de curta duração, já que se destina a aplicação
dentro de bolsas periodontais para a realização de procedimentos de raspagem e
alisamento radicular, concluímos que houve uma boa biocompatibilidade, pois
quando foi comparado com o Grupo Controle não foram observadas grandes
diferenças entre eles.
Deve ser mencionado que nenhum sinal de necrose tecidual ou
presença de células do sistema imune foram observados em qualquer período do
estudo.
Apesar de alguns trabalhos, como os de Ribeiro, Sanches e
Okamoto (2003) e Pullin e Carvalho (1984) utilizarem soluções anestésicas em seus
procedimentos, não podemos confrontar seus resultados com os desta pesquisa por
se tratarem de substâncias de forma química diferente da aqui utilizada. Porém,
alguns comentários tornam-se necessários em relação à técnica de execução dos
métodos, principalmente em relação ao processo laboratorial histológico. Ribeiro,
Sanches e Okamoto (2003) também realizaram os cortes histológicos para a análise
das lâminas, no sentido longitudinal em relação aos tubos de polietileno, porém,
estes se estenderam além dos tubos, o que pode ter gerado um viés de aferição dos
resultados, pois a simples presença do polietileno pode gerar uma reação
inflamatória de corpo estranho. Neste trabalho os cortes foram feitos até que se
observasse a presença de fragmentos dos tubos incluídos em blocos de parafina,
sendo estes últimos cortes então excluídos, evitando a dificuldade comentada acima
e melhorando a avaliação do tecido presente junto à abertura tubular, área principal
de análise.
7 CONCLUSÃO
1. As fórmulas farmacêuticas manipuladas apresentaram controle de qualidade
adequado, apresentando boas características físico-químicas e
microbiológicas.
2. Os testes de absorção percutânea in vitro e in vivo mostraram resultados
compatíveis com o uso em cavidade bucal, apresentando uma absorção
satisfatória.
3. O Gel Teste e o EMLA
®
mostraram ser biocompatíveis, considerando os
períodos iniciais do estudo para análise da biocompatibilidade.
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107-123.
APÊNDICE A – Gráfico 1
Gráfico 1 - Reprodutibilidade intra-examinador – Coeficiente de correlação intra-
classe para a mensuração da área de extravasamento do corante Azul
de Evans.
Diferenças entre as medidas (mm)
Média das medidas (mm)
α=0,9899
0
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2
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W
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W
W
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W
W
W
W
W
W
WW
W
W
W
W
W
W
W
W
W
W
WW
W
WWW
W
W
WW
APÊNDICE B – Tabelas 14 a 28
Tabela 14 – Análise descritiva para os valores de “Tape Stripping” in vitro.
Substâncias
Lidocaína Prilocaína
GI GII GI GII
N° de
fitas
% % Acum. % % Acum. % % Acum. % % Acum.
1 5,77 5,77 4,41 4,41 7,16 7,16 4,44 4,44
2 4,92 10,69 4,21 8,62 4,76 11,92 4,26 8,70
3 3,14 13,83 4,63 13,25 2,97 14,89 4,31 13,01
4 5,00 18,83 4,58 17,83 4,97 19,85 4,27 17,28
5 4,88 23,71 4,30 22,13 4,76 24,61 4,16 21,44
6 4,86 28,57 4,44 26,57 4,72 29,33 4,22 25,66
7 4,89 33,46 4,24 30,81 4,72 34,05 3,95 29,61
8 4,71 38,17 4,20 35,01 4,41 38,46 3,88 33,49
9 4,92 43,08 4,50 39,51 4,90 43,36 4,28 37,77
10 5,12 48,21 4,47 43,98 5,06 48,41 4,16 41,93
11 4,83 53,03 4,37 48,35 4,59 53,00 4,07 46,00
12 5,05 58,09 4,24 52,60 4,99 57,99 4,08 50,08
13 4,32 62,41 4,79 57,39 4,00 61,99 4,54 54,62
14 5,14 67,55 4,18 61,57 5,14 67,13 3,86 58,48
15 5,38 72,93 1,58 63,89 5,44 72,57 1,46 61,71
Acum.= Acumulada
Tabela 15 – Análise descritiva para os valores obtidos pelo método de células de
difusão in vitro.
Substâncias
GI GII
Tempo (min)
% % Acum. % % Acum.
0 4,64 4,64 4,10 4,10
30 4,13 8,77 3,88 7,99
60 3,50 12,27 3,28 11,27
90 2,99 15,26 2,94 14,21
120 2,58 17,85 2,60 16,81
150 1,88 19,72 2,32 19,13
180 1,88 21,60 2,77 21,90
Acum.= Acumulada
Tabela 16 - Análise descritiva para os valores de “Tape Stripping” in vivo.
Substâncias
GI GII
N° de
fitas
Pacientes Lidocaína Prilocaína Lidocaína Prilocaína
% % Acum. % % Acum. % % Acum. % % Acum.
1 1,14 1,73 0,57 0,57 0,64 0,64 1,11 1,11
2 0,75 2,48 1,36 1,93 1,12 1,76 1,33 2,44
3 1,08 3,56 1,31 3,24 1,19 2,95 1,50 3,94
4 0,85 4,41 0,93 4,17 0,70 3,65 1,64 5,58
5
1
1,31 5,72 1,01 5,17 1,80 5,45 0,80 6,37
1 1,34 1,34 0,50 0,50 0,84 0,84 1,37 1,37
2 2,16 3,50 1,33 1,83 0,64 1,49 1,24 2,61
3 1,34 4,84 0,95 2,79 1,99 3,48 1,41 4,02
4 2,63 7,47 1,52 4,30 2,01 5,49 1,14 5,16
5
2
2,13 9,60 1,27 5,58 0,49 5,98 1,28 6,44
1 2,13 2,13 1,46 1,46 2,51 2,51 1,61 1,61
2 2,35 4,49 1,65 3,11 2,25 4,76 1,45 3,06
3 0,95 5,44 0,78 3,89 1,73 6,49 1,18 4,24
4 1,11 6,55 1,29 5,18 1,73 8,22 1,22 5,46
5
3
2,66 9,21 1,65 6,84 1,29 9,52 0,93 6,40
1 0,34 0,34 0,34 0,34 0,74 0,74 2,21 2,21
2 0,42 0,75 0,90 1,24 1,85 2,59 1,39 3,60
3 0,49 1,24 0,78 2,02 0,92 3,51 0,79 4,40
4 1,20 2,44 1,29 3,31 1,25 4,76 1,07 5,47
5
4
1,20 3,65 1,19 4,50 1,10 5,87 0,76 6,23
1 0,66 0,66 0,65 0,65 1,66 1,66 1,26 1,26
2 0,56 1,22 0,58 1,22 1,13 2,79 0,97 2,23
3 0,83 2,06 0,75 1,98 1,19 3,98 1,05 3,28
4 3,35 5,40 2,29 4,26 2,11 6,09 1,62 4,91
5
5
1,47 6,87 1,19 5,45 3,53 9,62 2,34 7,25
1 1,14 1,14 0,89 0,89 1,41 1,41 1,09 1,09
2 1,33 2,47 1,05 1,94 1,12 2,53 0,84 1,93
3 1,70 4,17 1,31 3,26 1,13 3,66 0,87 2,80
4 0,85 5,02 0,67 3,93 1,56 5,22 1,66 4,46
5
6
1,10 6,12 0,84 4,77 1,80 7,02 1,33 5,79
1 0,67 0,67 1,09 1,09 0,67 0,67 1,42 1,42
2 0,75 1,42 0,84 1,93 0,75 1,42 1,33 2,75
3 0,91 2,32 0,87 2,80 0,91 2,32 0,90 3,65
4 1,04 3,37 1,66 4,46 1,04 3,37 1,64 5,29
5
7
1,13 4,50 1,33 5,79 1,13 4,50 0,85 6,14
1 0,60 0,60 0,58 0,58 0,64 0,64 1,37 1,37
2 1,32 1,93 1,36 1,93 0,85 1,49 0,87 2,24
3 1,08 3,01 1,05 2,98 1,36 2,85 1,50 3,74
4 1,02 4,02 0,95 3,93 0,70 3,55 0,69 4,44
5
8
1,31 5,34 1,68 5,61 0,80 4,35 0,79 5,23
Acum.= Acumulada
Tabela 17 -Teste de Normalidade dos valores da quantidade de corante extravasado
(ug/mL)
Shapiro-Wilk
Grupos
Tempo
(horas)
Estatística G.L Sig. (p)
Teste 3 0,954 5 0,711
Poloxamer 3 0,806 5 0,100
EMLA 3 0,884 5 0,357
Salina 3 0,736 5 0,033
Teste 6 0,975 5 0,871
Poloxamer 6 0,794 5 0,086
EMLA 6 0,951 5 0,682
Salina 6 0,757 5 0,047
Teste 9 0,845 5 0,229
Poloxamer 9 0,587 5 0,010
EMLA 9 0,793 5 0,085
Salina 9 0,746 5 0,040
Tabela 18 - Teste de igualdade das variâncias – Levene
Variável F G.L.
Graus de
liberdade
Significância (p)
Concentração (ug/mL) 7,327 11 48 0,0001*
*p<0,05 – Significativo – As variâncias não são homogêneas
Tabela 19 – Analise de variância 2 critérios para comparação entre os diferentes
fatores.
Fonte de
Variação
Soma dos
quadrados
Grau de
Liberdade
Quadrados
médios
Valor de F Sig.
GRUPO 20,469 3 6,823 17,127 0,000*
TEMPO 3,300 2 1,650 4,142 0,022*
GRUPO * TEMPO
4,461 6 0,743 1,866 0,106
Tratamentos 28,229(a) 11 2,566 6,442 0,000*
Resíduos 19,122 48 0,398
Total 47,351 59
* Diferenças significativas
Tabela 20 – Teste de comparações múltiplas (LSD) para a determinação das
diferenças entre os grupos.
Intervalo de Confiança 95%
Grupos
Dif. entre as
médias
Valor de P
Limite Inferior
Limite
Superior
Teste “versus” Poloxamer 1,163* 0,0001* 0,550 1,777
Teste “versus” EMLA 0,069 0,991 -0,545 0,682
Teste “versus” Controle 1,238* 0,0001* 0,624 1,851
Poloxamer “versus” EMLA -1,094* 0,0001* -1,708 -0,481
Poloxamer “versus” Controle 0,074 0,988 -0,539 0,688
EMLA “versus” Controle 1,169* 0,0001* 0,555 1,782
* Diferenças significantes
Tabela 21 – Teste de comparações múltiplas (LSD) para a determinação das
diferenças entre os tempos.
Intervalo de Confiança 95%
Tempos
Dif. entre as
médias
Valor de P
Limite Inferior
Limite
Superior
3 “versus” 6 -0,205 0,563 -0,688 0,028
3 “versus” 9 -0,567* 0,018* -1,050 -0,085
6 “versus” 9 -0,362 0,176 -0,845 0,121
* Diferenças significantes
Tabela 22 – Análise descritiva da freqüência absoluta e relativa dos escores para
reação inflamatória no período de observação de 2 dias.
ESCORES GRUPOS
TESTE EMLA POLOXAMER CONTROLE
F.a F.r (%) F.a F.r (%) F.a F.r (%) F.a F.r (%)
0 1 20 1 20 0 0 4 80
1 2 40 3 60 2 40 0 0
2 0 0 1 20 2 40 1 80
3 2 40 0 0 1 20 0 0
TOTAL 5 100 5 100 5 100 5 100
Tabela 23 – Análise descritiva da freqüência absoluta e relativa dos escores para
reação inflamatória no período de observação de 5 dias.
ESCORES GRUPOS
TESTE EMLA POLOXAMER CONTROLE
F.a F.r (%) F.a F.r (%) F.a F.r (%) F.a F.r (%)
0 0 0 1 20 0 0 3 60
1 5 100 1 20 3 60 1 20
2 0 0 2 40 1 20 1 20
3 0 0 1 20 1 20 0 0
TOTAL 5 100 5 100 5 100 5 100
Tabela 24 – Análise descritiva da freqüência absoluta e relativa dos escores para
reação inflamatória no período de observação de15 dias.
ESCORES GRUPOS
TESTE EMLA POLOXAMER CONTROLE
F.a F.r (%) F.a F.r (%) F.a F.r (%) F.a F.r (%)
0 0 0 0 0 0 0 4 80
1 5 100 0 0 4 80 1 20
2 0 0 4 80 1 20 0 0
3 0 0 1 20 0 0 0 0
TOTAL 5 100 5 100 5 100 5 100
Tabela 25 – Teste de Kruskal – Wallis para comparação entre os tratamentos para o
período de 2 dias.
Mediana
Chi - Quadrado 5,760
Grau de liberdade 3
Sig. 0,124
Diferenças não significativas.
Tabela 26 – Teste de Kruskal – Wallis para comparação entre os tratamentos para o
período de 5 dias.
Mediana
Chi - Quadrado 4,478
Grau de liberdade 3
Sig. 0,214
Diferenças não significativas.
Tabela 27 – Teste de Kruskal – Wallis para comparação entre os tratamentos para o
período de 15 dias.
Mediana
Chi - Quadrado 15,940
Grau de liberdade 3
Sig. 0,001*
Diferenças significativas*.
Tabela 28 – Teste de comparações múltiplas (Mann-Whitney) para a determinação das
diferenças entre os tratamentos no período de 15 dias.
Grupos Valor de P
Teste “versus” Poloxamer 0,609
Teste “versus” EMLA 0,001*
Teste “versus” Controle 0,032*
Poloxamer “versus” EMLA 0,001*
Poloxamer “versus” Controle 0,032*
EMLA “versus” Controle 0,001*
Diferenças significativas *
ANEXO A - Aprovação do projeto de pesquisa intitulado Análise da Absorção
Percutânea (mucosa) de Gel e Creme anestésico local pelo Método de “Tape
Stripping”
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