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coletiva em rede. Neste contexto, o professor é incentivado a tornar-se um animador da inteli-
gência coletiva de seus grupos de alunos em vez de um fornecedor direto de conhecimentos".
Nesta perspectiva entende-se que para o aluno construir conhecimento é necessá-
rio que este atue sobre a realidade, modificando-a no seu sentido físico ou mental, desenvol-
vendo possibilidades de criar novas formas de ação e de conhecimento, num processo intera-
tivo. Para os PCNs, toda construção de conhecimento deve ocorrer através da interação: alu-
no(s)-professor(es) e aluno(s)-aluno(s).
"... o processo de aprendizagem compreende também a interação dos alunos entre si,
essencial à socialização". (PCN;1998:93)
Este é um assunto bastante complexo, entretanto, colocando em voga a teoria de
Vygotsky, na qual o desenvolvimento do indivíduo acontece no convívio social, ou seja, no
contato e na interação com outros indivíduos, é evidente que as instituições de ensino possu-
em um papel mais influente, e de importância, neste processo e como tal deveriam seguir as
transformações sociais tornando-se o meio para a criação de situações de aprendizagem que
priorizem a interação e, conseqüentemente, a aprendizagem, estimulando e desenvolvendo,
dessa maneira, a autonomia, valorizando suas experiências pessoais, seu conhecimento prévio
e a interação professor-aluno e aluno-aluno. Nos PCNs, a autonomia é definida como a "capa-
cidade a ser desenvolvida pelos alunos e como princípio didático geral, orientador das práticas
pedagógicas" (PCN;1998: 94).
Para Moran(1995), o caminho para a autonomia – palavra de ordem nesse “novo
estilo de pedagogia” – acontece combinando equilibradamente a interação e a interiorização.
Segundo o autor, a interação permite-nos, aprender, nos expressarmos, confrontar nossas ex-
periências, idéias, realizações; por ela, buscamos ser aceitos, acolhidos pela sociedade, pelos
colegas, por alguns grupos significativos, enquanto que através da interiorização, fazemos a
integração de tudo, das idéias, interações, realizações em nós, vamos encontrando nossa sínte-
se, nossa identidade, nossa marca pessoal, nossa diferença.
Nessa idéia de um “novo estilo de pedagogia” ressaltamos que aprendizagem é
uma experiência de cunho social, de interação
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pela linguagem e pela ação, que acontece no
momento em que há um ambiente favorável a este tipo de acontecimento, sem mencionar o
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Contudo, somente o contato com os objetos não é garantia de aprendizagem, é necessária, a mediação com o
outro, ou melhor, a interferência do outro, que é o fator fundamental para a concretização do processo. Com
essa visão, o contexto no qual o curso foi concebido atendeu diversos objetos de conhecimento com a cons-
tante participação do outro (colega, professor) provocando interferências na ZDP de cada um e cooperando
para a construção de conhecimento.