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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA – MESTRADO
ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: CLÍNICA INTEGRADA
EMIGDIO ENRIQUE ORELLANA JIMENEZ
AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO DE BRAQUETES NOVOS
RECOLADOS COM DIFERENTES RESINAS ORTODÔNTICAS
PONTA GROSSA
2007
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1
EMIGDIO ENRIQUE ORELLANA JIMENEZ
AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO DE BRAQUETES NOVOS
RECOLADOS COM DIFERENTES RESINAS ORTODÔNTICAS
Dissertação apresentada como parte dos
requisitos para obtenção do título de mestre em
Odontologia, na Universidade Estadual de Ponta
Grossa, no curso de Mestrado em Odontologia –
Área de concentração – Clínica Integrada.
Orientador: Prof. Dr. Ulisses Coelho.
PONTA GROSSA
2007
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2
Ficha catalográfica elaborada pelo Setor de Processos Técnicos BICEN/UEPG
Orellana Jimenez, Emigdio Enrique
O86 a Avaliação da resistência ao Cisalhamento de braquetes novos
recolocados com diferentes resinas ortodônticas / Emigdio
Enrique Orellana Jiménez. Ponta Grossa, 2007.
88 f. : il.
Dissertação (Mestrado em Odontologia), Universidade
Estadual de Ponta Grossa.
Orientador: Profº. Drº. Ulisses Coelho.
1. Cisalhamento. 2. Braquetes. 3. Resina Ortodôntica. 4.
Recolagens. I. Ullisses Coelho. II.Universidade Estadual de Ponta
Grossa. Mestrado em Odontologia. III.T.
CDD: 617.675
3
4
DADOS CURRICULARES
Emigdio Enrique Orellana Jimenez
NASCIMENTO
19.02.1944 – Santa Cruz de la Sierra – Bolívia.
FILIAÇÃO
Emigdio Orellana Gongora
Yolanda Eulália Jimenez
1964 -1967
Curso de Graduação em Odontologia – Faculdade
Estadual de Odontologia de Ponta Grossa.
1975
Especialista em Ortodontia pelo Conselho Federal de
Ortodontia.
1981 - 1982
Curso de Especialização em Metodologia do Ensino
Superior – Universidade Federal do Paraná.
2006 - 2007
Curso de Pós-Graduação em Odontologia, Área de
Clínica Integrada, Mestrado, pela Universidade Estadual
de Ponta Grossa.
1969 – 1970 Professor Suplementarista do Ensino Superior
Secretaria Estadual de Educação do Estado do Paraná
Curso de Odontologia – Disciplina: Ortodontia
1971 – 1975 Professor Assistente
Universidade estadual de ponta grossa
Regente de disciplina: Ortodontia
1976 – 1980 Professor Adjunto
Universidade Estadual de Ponta Grossa
1986 – Atual Professor Titular
Universidade Estadual de Ponta Grossa
Disciplina Ortodontia
1998 – 2002 Pró – Reitor de Extensão e Assuntos Culturais – UEPG
1993 – Atual Coordenador do Curso de Especialização em Ortodontia
ABO – Regional de Ponta Grossa
5
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho aos meus pais Emigdio e Eulália Yolanda pelo
exemplo de abnegação, trabalho e perseverança que me legaram, fazendo de mim
um ser útil à minha profissão e à comunidade.
Aos meus irmãos Jorge Angel, Ronald, Charito , Walter Hugo, Ina e
Alex Lórgio, pelo carinho e devoção que sempre nos uniu antes, durante e após a
partida dos nossos pais.
À minha querida esposa Josefina Marcy, companheira de todos os
momentos, respaldo para as minhas fraquezas e impulsionadora das minhas
certezas, mulher de caráter, mãe presente, carinhosa e dedicada, e avó devotada.
Aos meus filhos Bruno, Marion e Enrique, pela alegria de tê-los e
pelo orgulho que me brindam na condução dos seus destinos.
À minha nora Christiane pelo carinho correspondido e pela alegria
que nos traz em família e pelo “Bruninho” com que nos premiou, a quem também
dedico este trabalho para que lhe sirva de incentivo.
Ao ilustre Professor Doutor Gastão Gundolf de Almeida, com meu
eterno reconhecimento, porque sem o seu empenho e dedicação em formar-me
Ortodontista, este trabalho não seria possível.
6
AGRADECIMENTOS
À Universidade Estadual de Ponta Grossa, seu corpo docente e
administrativo pela oportunidade de obter este mestrado e pela acolhida gentil que
sempre me brindaram
Ao meu colega de profissão, de especialidade, de trabalho e de
docência, meu dedicado orientador Prof° Doutor Ulisses Coelho, os meus sinceros
agradecimentos pela abnegada orientação recebida, pela paciência e tolerância
nas discussões que geraram este trabalho. Agradeço também pela amizade, carinho
e grande incentivo nos momentos de incerteza, que serviram para firmar ainda mais
a nossa amizade.
Aos amigos, colegas e “irmãos”, professores doutores Carlos
Roberto Berger e João Carlos Gomes, pelo incentivo determinado em fazer de mim
um Mestre, não fosse eles, este trabalho e este título não fariam parte do meu
curriculum.
Ao meu nobre amigo e colega Dr. Sérgio Paulo Hilgenberg, fiel
colaborador e incentivador na realização deste trabalho, cuja colaboração devotará a
ele a minha eterna gratidão.
Ao colega Professor Doutor Gibson Luiz Pilatti, pela excelente e
proveitosa contribuição na elaboração dos estudos estatísticos realizados.
Aos docentes do curso, Professores Doutores Abraham Lincoln
Calixto, Alessandra Reis, Alessandro Dourado Loguercio, Beatriz Nadal, Benjamim
de Melo Carvalho, Carlos Roberto Berger, Denise Stadler Wambier, Elizabete Brasil
7
dos Santos, Gislaine Denise Czlusniak, Fabio André dos Santos, Gibson Luiz Pilatti,
João Carlos Gomes, Leide Mara Schmidt, Nara Hellen Campanha, Osnara Maria
Mongruel Gomes, Stella Kossatz Pereira, Ulisses Coelho, Vitoldo Antônio Koslowski
Júnior pelo desprendimento na transmissão dos seus conhecimentos e incentivo
para a docência e a pesquisa.
Às bibliotecárias Maria Luzia Fernandes Bertholini e Ivani Silva pelo
incentivo na divulgação das normas técnicas do trabalho científico e nas instruções
do acesso aos periódicos científicos.
Aos colegas de turma, Alfonso Sanchez Ayala, Ana Paula Gebert
de Oliveira Franco, Ana Paula Teitelbaum, Beatriz Elena Arana Correa, Camila
Maggi Maia Silveira, Chigueyuki Jitumori, Christiana Zander Grande, Cristian
Higashi, Eloísa de Paula Godoy, Eugênio José García, Flávia Maris Muller, Gislaine
Cristine Martins, Manoela Hass Dolinski Tomassewski, Michele Elias Contin Mansur,
Roberto César do Amaral, Rodrigo Stanislawzuk Grande, Sérgio Paulo Hilgenberg,
Shelon Cristina Souza Pinto, Wilmer Fabian Sepulveda Navarro, pela alegria de
conhecê-los, a amizade que me brindaram, e os momentos difíceis que superamos e
os alegres que juntos desfrutamos.
À Secretária do mestrado, Sra. Morgana das Graças Procz dos
Santos pelo apoio incondicional e pela colaboração jovialmente prestada.
Ao Doutor Milton D. Michel, Diretor do laboratório de Ensaios
Mecânicos do CIP/UEPG, pelo auxílio decisivo. dedicado e desinteressado na
realização dos ensaios mecânicos deste trabalho.
À colega Dra. Márcia de Souza Rastelli pela colaboração
espontânea e desinteressada na estruturação do projeto deste trabalho e na leitura
microscópica dos resultados do Índice de Adesivo Remanescente.
8
RESUMO
Avaliação da Resistência ao cisalhamento de braquetes novos recolados com
diferentes resinas ortodônticas
Este estudo avaliou in vitro a resistência ao cisalhamento de
braquetes metálicos novos colados e recolados com três resinas ortodônticas.
Foram utilizados 90 primeiros pré-molares superiores humanos extraídos para a
confecção dos corpos de prova, os quais foram divididos aleatoriamente em três
grupos;(n = 30) de acordo com a resina utilizada. Todos os procedimentos de
colagem seguiram as recomendações do fabricante com uma pressão padronizada
em 300g. Foram utilizadas as resinas Alpha Plast (AP), Concise (CO) e Transbond
XT (TB). Para cada um dos grupos foram realizados três ensaios de cisalhamento
em três tempos, um inicial (T0) e os outros dois T1 e T2, primeira e segunda
recolagens, respectivamente, com intervalos de 24 horas. Os testes de cisalhamento
foram realizados em uma máquina eletrônica de ensaios eletromecânicos
SHIMADZU AG-I, (10KN), com velocidade de pressão de 0,5mm/min e carga de
ruptura registrada em Megapascal (MPa). Considerando a área da base do
braquete, foram mensuradas as resistências médias ao cisalhamento e o índice de
adesivo remanescente (IAR). Os resultados demonstraram que para T0 os grupos
AP e CO apresentaram valores próximos e superiores a TB, para T1 e T2 os
maiores valores de resistência foram observados para o grupo AP, seguido dos
grupos CO e TB. Estes dados foram submetidos à ANOVA 2 critérios e ao teste de
Tukey e de Bonferroni (p<0,05) e para o IAR o teste Kruskal Wallis, seguido de teste
Dunn. Existe diferença estatística significante (p<0,05) na resistência ao
cisalhamento (MPa) entre os grupos mas não entre os tempos de colagem e
recolagem de braquetes novos, sendo que os maiores valores de resistência ao
cisalhamento foram encontrados no grupo AP, seguido de CO e TB. Em relação ao
IAR, existiu diferença estatisticamente significante (p<0,05) entre os grupos, o grupo
TB foi estatisticamente superior (p<0,05) aos grupos AP e CO, para o T0 e T2.
Concluiu-se que colagens repetidas com braquetes novos apresentam diferença
adesiva de resistência ao cisalhamento considerando a resina utilizada, porém na
colagem e recolagens com a mesma resina não há diferenças significativas.
Palavras-chave: Cisalhamento. Braquetes. Resinas ortodônticas. Recolagens.
9
ABSTRACT
Evaluation of shear bond strength of new metallic brackets rebounded with
different orthodontic resins
The present study evaluated in vitro the shear bond strength of new
bonded and rebounded metallic brackets with three orthodontic composites. Ninety
extracted first superior premolars were randomly divided in three groups, according
to the different tested composite. All bonding procedures followed the manufacturer’s
specifications with a 300g standard pressure over the bracket during positioning.
Alpha plast (AP), Concise (CO) and Transbond XT (TB) were the evaluated
composites. For each group, three shear bond strength examinations were
performed in three different times, initial (T0), first rebonding (T1) and second
rebonding (T2), with a 24 hour interval between them. The tests were performed with
a SHIMADZU AG-I, (10KN) machine with a 0,5 mm/min cross-head speed and the
fracture strength was recorded in Megapscal (MPa) considering brackets base area.
The mean shear bond strength was evaluated and the adhesive remnant index (ARI)
was scored. The results showed that in T0 the groups AP and CO presented similar
and higher values than TB, in T1 and T2 the highest shear bond strength values
were found in group AP, followed by group CO and TB. Those data were submitted
to two-way ANOVA and Tukey´s and Bonferroni´s test (p<0,05) and the ARI results
were analyzed by the Kruskal Wallis test followed by the Dunn´s test. It was found a
statistical significant difference (p<0,05) in shear bond strength between groups but
not between the different bonding and rebonding times. The highest shear bond
strength values were observed in the group AP, followed by CO and TB. In relation to
ARI, it was noticed a significant statistical difference (p<0,05) between the groups,
and the TB presented higher values (p<0,05) than those verified in AP and CO, for
T0 and T2. It was concluded that repeated bondings with new brackets presented an
adhesive difference in shear bond strength considering the utilized composite,
however, at bonding and rebonding with the same composite, there are no significant
differences.
Keywords: Shear bond strength. Brackets. Orthodontic composites. Rebonding.
10
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Resina Alpha-Plast....................................................................... 49
Figura 2 - Resina Concise............................................................................. 49
Figura 3 - Resina Composta Transbond XT.................................................. 49
Figura 4 - Conjunto esquadro-dente-PVC....................................................
51
Figura 5 - Profilaxia com taça de boracha e pedra-pomes...........................
52
Figura 6 - Protótipo do posicionador modificado pelos
pesquisadores...............................................................................
54
Figura 7 - Relação do posicionador com o braquete....................................
54
Figura 8 - Identificação dos corpos de prova conforme o grupo
pertencente...................................................................................
55
Figura 9 - Sistema de cisalhamento acoplado à máquina SHIMADZU –
AG-I base inferior para receber o corpo-de-prova e Ponta
biselada aplicadora de pressão....................................................
56
Figura 10- Incidência do cinzel na interface braquete-dente.........................
57
11
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Composição química das resinas utilizadas..............................
49
Quadro 2 - Classificação das resinas ortodônticas utilizadas......................
50
Quadro 3 - Grupos experimentais................................................................
52
Quadro 4 - Metodologia aplicada em cada grupo......................................
58
Quadro 5 - Valores de média, desvio padrão e n amostral para
resistência ao cisalhamento (Mpa) para os grupos e tempos
experimentais.............................................................................
65
Quadro 6 - Teste de ANOVA a dois critérios fixos (grupos e tempos
experimentais) para resistência ao cisalhamento......................
65
Quadro 7 - Testes para comparações múltiplas de Tukey e de Bonferroni
para o fator grupo......................................................................
66
Quadro 8 - Freqüência, mediana e postos médios dos valores obtidos
para a variável ordinal: Índice de Adesivo Remanescente
(IAR)...........................................................................................
67
Quadro 9 - Comparação entre os postos médios das amostras através do
teste de Comparações Múltiplas de Dunn.........................
68
Quadro 10 - Ocorrência de fraturas de esmalte observadas nos corpos de
prova após a aplicação do ensaio de resistência ao
cisalhamento..............................................................................
69
12
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Valores obtidos de resistência adesiva ao cisalhamento, em
MPa, junto com as médias e desvios padrões, de acordo com
os grupos experimentais..............................................................
59
Tabela 2 -
Escores do Índice de Adesivo Remanescente (IAR) para o
Grupo A........................................................................................
60
Tabela 3 -
Escores do Índice de Adesivo Remanescente (IAR) para o
Grupo T........................................................................................
61
Tabela 4 -
Escores do Índice de Adesivo Remanescente (IAR) para o
Grupo C........................................................................................
62
Tabela 5 - Número de fraturas do esmalte.................................................... 63
13
LISTA DE ABREVIATURAS, SÍMBOLOS E SIGLAS
% Porcentagem
°C Grau Celsius
µm Micrômetro
bar Unidade de pressão
Bis-GMA Bisfenol A glicidil metacrilato
EAP-ABO-PG Escola de Aperfeiçoamento Profissional- Associação
Brasileira de Odontologia- Regional Ponta Grossa
g Grama
IAR Índice de Adesivo Remanescente
ISO International Organization for Standardization
Kg/cm² Quilograma por centímetro quadrado
kgf Quilograma força
kN Quilonewton
min Minutos
mm Milímetro
mm/min Milímetro por minuto
mm
2
Milímetro quadrado
MPa Megapascal
N Newton
n° Número
º Grau
PVC Tubo de polietileno (policloreto de vinila)
TBB Tri-n-butil borano
14
SUMÁRIO
1
INTRODUÇÃO........................................................................................... 15
2
REVISÃO DE LITERATURA..................................................................... 19
2.1 COLAGEM DIRETA DE BRAQUETES ORTODÔNTICOS........................ 19
2.2 RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO DE BRAQUETES NOVOS
COLADOS E RECICLADOS RECOLADOS..............................................
21
2.3 AVALIAÇÃO DE RECOLAGEM REPETIDA COM BRAQUETES
NOVOS.......................................................................................................
43
3
PROPOSIÇÃO........................................................................................... 46
4
MATERIAL E MÉTODOS.......................................................................... 47
4.1 MATERIAIS...............................................................................................
4.1.1 Dentes .......................................................................................................
4.1.2 Braquetes...................................................................................................
4.1.3 Materiais de fixação....................................................................................
47
47
48
49
4.2 MÉTODOS..................................................................................................
4.2.1 Preparo dos corpos-de-prova....................................................................
4.2.2 Preparo prévio da superfície dentária.......................................................
4.2.3 Colagem dos braquetes............................................................................
4.2.3.1 Dispositivo Posicionador de braquetes com carga..................................
4.2.4 Ensaio mecânico de cisalhamento: equipamento....................................
4.2.5 Ensaio mecânico de cisalhamento: testes de cisalhamento na colagem
e recolagens.............................................................................................
4.2.6 Aplicação dos escores IAR........................................................................
50
50
51
52
54
55
57
57
4.3 Tratamento Estatístico............................................................................... 58
5 RESULTADOS.........................................................................................
5.1 VALORES DOS ENSAIOS MECÂNICOS..................................................
5.2 ANÁLISE ESTATÍSTICA............................................................................
59
59
64
6
DISCUSSÃO.............................................................................................. 70
7
CONCLUSÕES.......................................................................................... 77
REFERÊNCIAS................................................................................................... 78
ANEXO A – Parecer da Comissão de Ética..................................................... 87
15
1 INTRODUÇÃO
A Ortodontia é a especialidade odontológica que apresentou
enorme evolução nas últimas décadas, principalmente na utilização de novas
tecnologias que agilizam a sua operacionalidade e com enormes vantagens para o
paciente e para o profissional. Até o início dos anos 1970, os aparelhos ortodônticos
fixos eram denominados de multibandas, por se utilizarem essencialmente bandas
de aço inoxidável cimentadas em todas as coroas dentárias dos pacientes
(Zachrisson
1
1985).
A correção ortodôntica com bandas cimentadas apresentava alguns
problemas, e dentre eles, a resistência à fixação, que exigiu o desenvolvimento de
vários tipos de cimentos na busca de evitar as repetidas recimentações. Este fato foi
evidenciado e relatado por Mizrahi e Smith
2,3
(1969, 1971), que analisaram a
porcentagem de recimentações de bandas durante os tratamentos ortodônticos,
concluindo que a quantidade aumentava em função do tempo de duração do
tratamento.
Após a introdução do condicionamento ácido do esmalte por
(Buonocore
4
1955), que veio proporcionar o imbricamento da resina composta à
base de Bisfenol A glicidil metacrilato (Bis-GMA), nas microporosidades produzidas
pela ação do ácido fosfórico, e que aplicado no esmalte, aumenta a união mecânica
entre a base do braquete e a superfície do esmalte; surgiu o desenvolvimento da
técnica da colagem direta, a qual passou a ser o método de escolha para o
posicionamento dos acessórios ortodônticos (Graf, Jacobi
5
2000, Ianni Filho et al.
6
2004). A partir dessa técnica, Newman
7
(1965), idealizou a colagem de braquetes de
policarbonato na superfície vestibular dos dentes anteriores e comprovou que a
resistência oferecida permitia a sua utilização na clínica, eliminando com este
procedimento as bandas ortodônticas.
O advento da colagem de braquetes foi um progresso significativo
para a Ortodontia porque simplificou a montagem do aparelho ortodôntico e
promoveu a redução de etapas e do tempo de tratamento. Além disto, proporcionou
relativa facilidade na remoção do biofilme bacteriano reduzindo gengivites e
hiperplasias gengivais. Também eliminou a separação mecânica inter dentária,
procedimento clínico indispensável para a correta adaptação das bandas
ortodônticas, bem como os espaços gerados pelas espessuras das bandas após a
16
remoção dos aparelhos. Possibilitou a colagem de acessórios em dentes
parcialmente irrompidos e a menor probabilidade de descalcificações geradas por
infiltrações na interface banda-dente. O uso de braquetes colados propiciou também,
maior facilidade na detecção de cárie e contribuiu como visual, ao substituir as
bandas (Boyd
8
1982, Bishara et al.
9
2000).
Apesar dos avanços significativos dos adesivos ortodônticos nos
últimos vinte anos, que possibilitaram ao ortodontista a colagem de braquetes com
bastante sucesso, estudos relacionados à colagem (Gorelick
10
1977, Zachrisson
11
1977, Underwood et al.
12
1989, Silva Filho
13
2000) mostram que existem falhas na
adesão clínica entre 5 a 10%, tanto no uso de resinas compostas
autopolimerizáveis, como nas fotopolimerizáveis, por diversas razões. A descolagem
e recolagem de braquetes durante o tratamento ortodôntico também pode ser
intencional e, ou, programado pelo ortodontista, para corrigir ou, melhorar o seu
posicionamento. Assim é que consideramos a descolagem e recolagem de
braquetes um procedimento clínico de rotina no consultório do ortodontista.
Para um braquete descolado, o profissional pode ter três opções: 1)
recolagem do braquete descolado, após minuciosa observação da sua integridade
estrutural e condicionado por reciclagem; 2) colagem de braquete novo, com a
finalidade de evitar prováveis repetições de descolagens; 3) utilização de braquete
soldado a uma banda ortodôntica em casos de descolagens persistentes. Estudos
mostram que braquetes novos usados na recolagem oferecem maior resistência ao
cisalhamento do que os reciclados (Regan et al.
14
1993, Egan et al.
15
1996).
Bowen
16
(1962), contribuiu com pesquisas de materiais adesivos e
recomendou a aplicação de silano na superfície do esmalte dental para aumentar a
capacidade de adesão. Outros autores, experimentaram e publicaram várias
técnicas de reciclagem e/o de tratamento prévio às superfícies de colagem; porém
com resultados pouco conclusivos. (Chamda, Stein
17
1996, Mui et al.
18
1999,
Francisconi et al.
19
2000, Tavares et al.
20
2003)
Entretanto, a resistência ao cisalhamento dos braquetes colados ao
esmalte é menor quando comparados aos soldados em bandas cimentadas. A
queda de braquetes, conseqüência de falhas no procedimento de colagem ou da
pouca retenção de determinadas bases de braquetes e da ação da força
mastigatória, principalmente na região dos segundos pré-molares inferiores,
determina um problema rotineiro na clínica ortodôntica, o que pode resultar em
17
atrasos no atendimento ao paciente e aumento no custo da manutenção do aparelho
fixo (Pinto et al.
21
1996).
Um aspecto bastante estudado é a reciclagem de braquetes, com a
remoção do material adesivo remanescente na base do braquete, e a sua
reutilização. No entanto, a reutilização de braquetes é questionada do ponto de vista
de biossegurança, pela reutilização de braquetes reciclados procedentes de
pacientes diferentes; e do ponto de vista mecânico, pela distorção do “slot” do
braquete, ou da base, o que pode resultar no maior atrito do fio ortodôntico no
braquete, ou diminuir a capacidade de aderência. Além destes, na recolagem dos
braquetes, novos e ou reciclados, uma perda adicional do esmalte pode ocorrer
durante a descolagem, quando na remoção dos resíduos de colagem da superfície
dental, ou durante os procedimentos de recolagem (Diedrich
22
1981, Artun,
Brobakken
23
1986).
A maioria dos estudos concluiu que o local onde geralmente ocorre
a fratura da ligação acessório/resina/esmalte, é na interface acessório/resina nos
braquetes metálicos, devido à fraca união adesiva desta área (Souza et al.
24
1999)
Embora muitos aperfeiçoamentos tenham sido propostos com a intenção de
melhorar esta ligação, como a modificação do desenho das bases: com telas,
perfuradas, com ranhuras, ou aplicando diversos agentes de ligação e diferentes
tipos de compósitos, esta interface adesiva braquete/resina/esmalte continua sendo
crítica em termos de resistência e durabilidade da ligação no ambiente bucal
(Mondelli, Freitas
25
2007).
Com comprovação de que é a união, acessório/resina/esmalte o
resultado dos recursos físico/químicos, confirmados pelos diversos experimentos e
publicações, que desde Buonocore
4
(1955) vem acontecendo, Foi idealizada esta
investigação utilizando três resinas: duas (Concise Ortodôntico e Transbond XT),
testadas por diversos pesquisadores e outra (Alpha Plast Ortodôntico), da qual só foi
encontrada uma publicação (Almeida, Araújo, Chevitarese
26
1994), nos inúmeros
periódicos especializados consultados, que, apesar de estar no comércio há
bastante tempo e ser utilizada com muita freqüência e com sucesso no meio
ortodôntico brasileiro, tem sido esquecida pelos pesquisadores.
O procedimento clínico de recolagem com braquetes novos não tem
sido uma constante nas publicações em periódicos específicos. No entanto, diversas
publicações de trabalhos de pesquisa de recolagem com braquetes usados,
18
oriundos do mesmo paciente ou de outros pacientes, reciclados por diversos
métodos, se fazem presentes com freqüência na literatura ortodôntica (Chung et al.
27
2000, Tavares et al.
20
2003, Lunardi et al.
28
2004) . A justificativa poderia ser o alto
custo da importação de materiais ortodônticos, uma vez que, pela ausência de
indústria nacional, no início da ortodontia brasileira, se trabalhava exclusivamente
com braquetes importados da Europa ou da América do Norte. Além do custo
elevado nas décadas de 60, 70 e 80, as constantes mudanças nos planos
econômicos adotados pelos diferentes governos, restringiam a remessa de dólares
para o exterior e dificultavam a importação.
Este fato promoveu saídas estratégicas aos ortodontistas nacionais
a fim de poder praticar a especialidade dentro dos entraves econômicos que lhes
eram impostos pelas políticas econômicas daquele tempo. Hoje, com a eficiente
indústria ortodôntica nacional em alto crescimento tecnológico e o baixo preço, que
permitem a prática da ortodontia de qualidade e baixo custo, não mais se justifica o
reaproveitamento do braquete descolado. A operativa recuperação de um braquete
demanda um tempo maior, principalmente para os profissionais que atendem uma
grande clientela, sem considerar que o braquete descolado pode apresentar
deformações em sua forma e estrutura pela ação da força involuntária de
descolamento ou remoção, bem como no trato operatório praticado na sua base no
procedimento de reciclagem.
Na recente globalização econômica, os custos dos acessórios
ortodônticos tiveram um decréscimo significativo, diminuindo os valores pagos na
aquisição de braquetes e outros acessórios ortodônticos, o que propiciou ao
ortodontista realizar suas recolagens com braquetes novos. O procedimento clínico
de recolagem é uma atividade clínica normal dentro de um consultório de Ortodontia,
e colar um novo braquete é mais rápido do que recondicionar o braquete descolado
para novamente colá-lo. A questão a investigar é se este procedimento pode ser
repetido algumas vezes, sem incorrer em injurias graves ao esmalte ou de ocorrer
perda da resistência adesiva do acessório a cada repetição da colagem e analisar o
padrão da qualidade adesiva após sucessivas colagens e descolagens dos
braquetes. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar in vitro, o efeito adesivo de
três resinas ortodônticas, Alpha Plast, Concise e Transbond XT e as respectivas
resistências ao cisalhamento de braquetes metálicos novos no procedimento de
recolagem repetida por mais dois momentos , em pré-molares humanos.
19
2 REVISÃO DA LITERATURA
2.1 COLAGEM DIRETA DE BRAQUETES ORTODÔNTICOS
Buonocore
4
(1955) observou que a indústria utilizava ácido fosfórico
em metais para melhorar a adesão de tintas, materiais protetores e coberturas
resinosas. Avaliou que numa superfície dura como o esmalte dental, este método
poderia também dar resultados semelhantes com a finalidade de aumentar a adesão
de resina acrílica ao esmalte dental. Testou vários ácidos sobre a superfície do
esmalte dental e verificou que a adesão da resina acrílica aumentava quando
utilizava ácido fosfórico a 85% por 30 segundos, em relação ao grupo controle.
Deduziu que o aumento da adesão ocorreu pela ação do condicionamento ácido e
mais o umedecimento da superfície pela resina acrílica em contato íntimo com o
esmalte.
Sadler
29
(1958) foi o primeiro autor a descrever a colagem de
braquetes diretamente sobre a superfície do esmalte. Em seu estudo utilizou nove
materiais, sendo quatro cimentos dentários, um cimento a base de borracha. Dois
adesivos para metal e dois adesivos gerais, que serviram de união entre braquetes
metálicos e dentes humanos. Após a realização de testes de resistência à adesão,
concluiu que nenhum dos materiais fixadores utilizados promoveu estabilidade
suficiente para a prática clínica.
O sucesso das colagens diretas sobre o esmalte dentário recebeu
grande contribuição de Newman
7
(1965), que desenvolveu compósitos com a
finalidade de suprir todas as necessidades requeridas para a perfeita colagem de
braquetes na superfície vestibular do esmalte dental. Realizou pesquisas no
Newmark College of Engineering e conseguiu um compósito de baixa toxicidade,
porém, com tempo de polimerização que exigia manter o braquete em posição entre
15 e 30 minutos, e a polimerização completa se concluía em 4 dias. Os corpos de
prova estavam constituídos por incisivos centrais humanos cujas superfícies
vestibulares foram condicionadas com ácido fosfórico, foram colados braquetes de
plástico e armazenados em recipientes com água destilada a 37°C por 30 dias e,
20
submetidos a teste de resistência ao cisalhamento. Os valores resultantes variaram
de 9,7 Kg/cm² a 47,47 Kg/cm². Concluiu que a força adesiva melhorou pelo uso do
ácido fosfórico, que esta nova resina diminuía o tempo de polimerização que as
anteriormente desenvolvidas, e que pela sua baixa toxicidade, era recomendada
para uso clínico, no entanto, as pesquisas deveriam continuar para baixar o seu
tempo de polimerização.
Na seqüência, Newman
30
(1971), publicou sua experiência sobre
colagem direta de braquetes plásticos. Apresentou resultados clínicos de cinco
pacientes, nos quais realizou controle de movimento dos dentes nos três planos,
movimento de corpo e controle do torque radicular, mostrando a eficiência da
colagem e as vantagens da adoção deste procedimento clínico, que diminui a
descalcificação do esmalte dental, promove menor irritação aos tecidos de suporte
dental, evita a formação do espaço deixado pela espessura das bandas ortodônticas
quando da remoção dos aparelhos multibandas, e pela melhor apresentação
estética. Recomendou que a superfície da colagem deve estar seca, a preferência
pelo uso de forças leves, a colaboração do paciente em não mastigar alimentos
duros e higienizar o aparelho, são cuidados fundamentais para a preservação da
colagem.
Miura et al.
31
(1971), relataram um novo sistema adesivo para
colagem direta de braquetes plásticos (TBB system).Consistia de condicionamento
do esmalte dental com ácido fosfórico a 65% por 30 segundos, aplicação de resina
acrílica auto polimerizável adicionada ao catalisador tri-n-butil borano (TBB), que
proporciona uma união química entre a resina e o colágeno da dentina ou esmalte.
Usaram esse sistema adesivo em 32 pacientes da Tokyo Medical and Dental
University Clinic, Os resultados mostraram que 17 braquetes descolaram de um total
de 295 colados, permanecendo 278 sem falhas de adesão. Por meio de outras
experiências, concluíram que a colagem de braquetes plásticos usando o TBB
system é estável e efetiva.
Gwinnett
32
(1971) efetuou estudos em microscópio eletrônico de
varredura e de transmissão de luz em superfície de esmalte humano submetido a
diferentes agentes condicionadores aplicados por 120 segundos. Os resultados
21
obtidos mostraram que o ácido cítrico a 50%, o ácido fórmico a 10%, o ácido
fosfórico a 85% e o líquido do cimento de fosfato de zinco, produziram as menores
alterações, na ordem de 5 µm. No entanto, a profundidade de condicionamento
conseguido com o ácido fosfórico a 10 e 50% excedeu a 5 µm. Porém, foi
significantemente menor que as alterações resultantes do condicionamento com o
ácido clorídrico a 0,1 e 0,5 N, que atingiu a profundidade superior a 25µm. Observou
com maior freqüência a dissolução do núcleo do prisma do esmalte, mas justificou
que tanto a dissolução do núcleo como a da periferia, contribuem da mesma forma
para a qualidade da adesão. Atribuiu as alterações produzidas no esmalte a
diferenças intrínsecas da sua histologia e/ou solubilidade e à extensão em que a
resina umedece à superfície condicionada.
2.2 RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO DE BRAQUETES NOVOS COLADOS E
RECICLADOS RECOLADOS
Wheeler e Ackerman Junior
33
(1983) avaliaram: 1) alterações na
tela da base de braquetes metálicos submetidos à reciclagem térmica; 2) a diferença
no teste de resistência ao cisalhamento entre braquetes novos e reciclados, e 3) a
correlação entre as mudanças na tela da base dos braquetes e a resistência ao
cisalhamento. Inicialmente, 40 braquetes novos Dynabond II Series B (Unitek) foram
submetidos à mensuração do diâmetro dos fios componentes da base. Os braquetes
foram colados em pré-molares humanos extraídos, utilizando resina quimicamente
ativada (Concise Ortodôntico) e submetidos ao teste mecânico, em seguida todos os
braquetes foram reciclados pelo processo térmico e submetidos à mensuração dos
diâmetros dos fios de suas bases, Cada braquete foi recolado em pré-molares
humanos extraídos e o teste de resistência ao cisalhamento, foi repetido. Houve
diminuição do valor de 7% no diâmetro dos fios da tela durante o processo de
reciclagem (de 93,89 para 87,07 micrômetros) , os braquetes novos foram 6% mais
resistentes ao cisalhamento, em relação aos braquetes reciclados. Embora
estatisticamente significante, as alterações na tela da base e conseqüente
resistência à adesão resultante da reciclagem, foi de importância clínica
insignificante.
22
Almeida et al.
26
(1994) objetivaram avaliar se a força de adesão do
braquete seria alterada ao variar o tempo de espera entre a aplicação do selante e
colagem propriamente dita. Foram utilizados 20 molares humanos inseridos em
anéis de ferro com gesso, de forma que suas superfícies vestibulares, linguais e
proximais foram perpendiculares à base dos anéis. As 4 superfícies de cada dente
foram desgastadas com uma ponta carbide (Gearny cutter Bur – Brasseler –
Savananah, Ga) para obter superfícies achatadas e perpendiculares às bases dos
anéis. Oitenta superfícies foram obtidas, numeradas e divididas em 2 grupos iguais,
dependendo da resina utilizada: grupo C (Concise 3M Brasil) e grupo A (Alpha Plast
– DFL). Todas as superfícies foram polidas, lavadas, secas e condicionadas com
37% de ácido fosfórico por 60s e, então, lavadas e secas novamente. Oitenta
pedaços pequenos de fita adesiva foram perfurados com alicates (ainsworth Plier-
Duflex), centralizados e colados à superfície de esmalte condicionada, de forma que
pequenas janelas de esmalte pudessem ser utilizadas para a colagem. Este
procedimento evitou a necessidade de remover o excesso de resina ao redor do
braquete, o que é difícil de padronizar e pode influenciar a força de colagem. O
selante foi aplicado nessas janelas de esmalte individualmente com 4 diferentes
tempos de espera antes da colagem do braquete: 1 minuto; 2,5 minutos; 5 minutos e
10 minutos, a partir do início da manipulação. Os braquetes (S2-02Z, Dental Morelli)
foram colados de forma que suas ranhuras ficaram perpendiculares à base dos
anéis. Este procedimento assegurou que a força foi aplicada à superfície achatada
do braquete na descolagem. Ambas as resinas foram utilizadas para cada situação
e, portanto, oito subgrupos foram obtidos. Os anéis e dentes foram submersos em
água por 7 dias antes dos testes. Os braquetes foram submetidos a uma força de
cisalhamento em uma maquina Kratos K-500/2000 na velocidade de 1mm/min até
que a fratura da colagem ocorresse. A maquina quase sempre foi capaz de manter a
força máxima em que o braquete foi descolado, visualizado em um mostrador digital.
Quando isso não aconteceu, a medida foi excluída do experimento. Os dentes e
braquetes foram inspecionados, e divididos de acordo com o tipo de fratura, falha,
coesiva ou adesiva. As médias, desvios-padrões e erros padrões foram calculados
para cada subgrupo e então comparadas estatisticamente utilizando uma análise de
variância a partir do tipo do material, tempo da aplicação do selante e seus efeitos
entre os corpos-de-prova. Os resultados mostraram que não existiram diferenças
estatisticamente significativas entre os diferentes tempos de aplicação do selante ou
23
das resinas. No grupo C, 37% das fraturas ocorreu na interface esmalte-resina e o
resto na interface braquete-resina, enquanto que no grupo A todas as fraturas
ocorreu na interface resina braquete-resina. Todos os subgrupos mostraram valores
médios de força da adesão maiores do que 50 kg/cm
2
.
Chamda e Stein
17
(1996) compararam a resistência ao
cisalhamento de adesivos químicos e fotopolimerizáveis. Utilizaram 110 incisivos
superiores humanos, armazenados em água destilada à temperatura ambiente. Um
grupo de 60 dentes foi colado com Transbond (fotopolimerizável), o outro grupo, de
50 dentes, foi colado com Concise (quimicamente polimerizável). Foram obedecidas
as instruções dos fabricantes. Os corpos de prova foram conservados em água a
37°C até o momento dos testes, realizados em máquina Instron. Os intervalos de
tempo em que os espécimes do Transbond foram testados foi de 0 minutos, 2
minutos, 5 minutos, 10 minutos, 60 minutos e 24 horas, e para o Concise foi de 2
minutos, 5minutos, 10 minutos, 60 minutos e 24 horas (não foi testado com 0 min.
porque neste valor não oferece suficiente resistência para o cisalhamento). Os
resultados estatísticos demonstraram que a resistência obtida com o Transbond nos
períodos de 2 e 5 minutos, foram significantemente maiores que as obtidas pelo
Concise nos mesmos tempos; as resistências do Transbond e do Concise,
aumentaram com o tempo; não houve diferença estatística significante na
resistência ao cisalhamento de ambas resinas nos tempos de 10 minutos, 60
minutos e 24 horas.
Egan et al.
15
(1996) realizaram um estudo a fim de determinar a
resistência ao cisalhamento de braquetes recolados. Utilizaram 60 pré-molares
divididos em dois grupos de acordo com o sistema adesivo utilizado (Rely e Phase
II). Os mesmos braquetes (GAC) foram colados e recolados 2 vezes. Com os
resultados encontrados os autores concluíram que o procedimento de recolagem
parece ser uma opção viável quando o braquete foi descolado sem danos a ele
mesmo, e a separação foi na interface resina-esmalte. Além disso, o protocolo de
preparação do braquete para recolagem deve incluir a remoção da resina residual, o
uso de um sistema pasta-pasta e colocação de liquido resinoso no dente como
também na base do braquete. Observaram que a colagem inicial e a recolagem
foram equivalentes.
24
Penido e Martins
34
(1998) pesquisaram alguns métodos de
remoção da resina residual na reciclagem de braquetes: 1- aplicação de calor; 2-
uso de solventes químicos; 3- jateamento de oxido de alumínio; 4- desgastes com
ponta montada de carborundum. Foram utilizados nesta pesquisa 40 pré-molares
humanos nos quais foram colados braquetes com a resina Concise Ortodôntico. Os
corpos de prova foram submetidos ao teste de cisalhamento com velocidade de
carga de 0,5mm/min. No grupo I (controle), braquetes novos foram colados e
mantidos até o momento dos ensaios. Os braquetes dos grupos II, III e IV foram
removidos e a superfície do esmalte limpa. Nos grupos II e III foram recolados os
mesmos braquetes, reciclados por jateamento com óxido de alumínio 90
micrômetros e por uma ponta montada de carborundum. No grupo IV, foram
recolados braquetes novos. Os autores concluíram que a resistência à força de
cisalhamento dos braquetes reciclados com o método de jateamento com óxido de
alumínio foi semelhante a do grupo controle e superior a dos braquetes reciclados
cuja resina residual foi removida com ponta montada de carborundum.
Mui et al.
18
(1999) compararam a resistência ao cisalhamento, da
colagem e recolagem de braquetes ortodônticos, utilizaram uma variedade de
tratamentos condicionantes, com resinas fotopolimerizáveis e autopolimerizáveis.
Braquetes descolados durante a determinação inicial da força de cisalhamento
foram recolados após a remoção da resina residual da superfície de esmalte,
usando 5 diferentes tipos de tratamento: (1) Remoção da resina residual usando
uma broca carbide de tungstênio, recondicionamento da superfície de esmalte e
recolagem de um novo braquete; (2) Remoção da resina da tela base com micro
jateamento e recolagem do mesmo braquete; (3) Remoção da resina residual da
superfície do esmalte por meio de alicates removedores de resina,
recondicionamento do esmalte pelo sistema de jateamento, e recolagem de um
novo braquete; (4) remoção da resina residual com uma taça de borracha,
polimento com pedra-pomes e recolagem de um novo braquete; (5) Remoção da
resina residual só usando alicates e após, colagem de um novo braquete. Os
resultados revelaram que o sistema fotopolimerizável produziu uma força de
cisalhamento maior na colagem inicial do que o sistema autopolimerizável (p<0,05).
O recondicionamento da superfície do esmalte com uma broca carbide de tungstênio
25
e condicionamento ácido, ofereceram a maior resistência ao cisalhamento (diferença
5,8 MPa; p<0,01) e características de fraturas clinicamente favoráveis. Os dados
sugerem que o procedimento de otimização para a recolagem de braquetes
ortodônticos é o tratamento do esmalte com uma ponta carbide de tungstênio,
condicionamento ácido do esmalte e uso de um novo braquete ou mesmo
reutilizando um braquete usado, porém microjateado.
Souza et al.
24
(1999), avaliaram a resistência ao cisalhamento de
cinco resinas ortodônticas utilizadas na colagem de braquetes metálicos: Concise
Ortodôntico, Fuji Ortho LC, Vitremer, Dyract e Transbond XT. Foram utilizados 50
premolares superiores humanos, recém extraídos e conservados em solução de
cloramina T a 1% e água até o momento de sua utilização Os corpos de prova,
incluídos em resina epóxica, foram armazenados em água deionizada até o
momento da colagem dos braquetes. A superfície vestibular das coroas dentárias
recebeu profilaxia com pasta de pedra-pomes e água, taça de borracha em motor de
baixa rotação e lavagem com jato de água. Foi obedecida a recomendação de uso
de cada fabricante das resinas ortodônticas. Os testes de cisalhamento foram
efetuados em uma máquina de ensaios, Universal Kratos, com velocidade de
0,5mm/min..Os resultados foram avaliados estatisticamente, o que permitiu concluir
que todas as resinas atingiram valores aceitáveis à prática ortodôntica. Com
exceção dos grupos Concise ortodôntico x Transbond XT e Fuji Ortho LC x
Transbond XT, houve diferença estatística significante entre todos os outros grupos.
As falhas adesivas na maioria das vezes (66%), ocorreram na interface
resina/braquete.
O trabalho de Francisconi et al.
19
(2000) teve como objetivo analisar
a resistência ao cisalhamento da resina composta (Concise) e o cimento de
ionômero de vidro (Fuji Ortho LC) utilizados na colagem de braquetes ortodônticos
metálicos (Abzi/Lancer) em 20 coroas de dentes bovinos, armazenados previamente
em solução de cloramina T a 1%. As colagens foram efetuadas obedecendo às
recomendações dos fabricantes. Os dentes passaram por profilaxia com pedra-
pomes e água, taça de borracha em baixa rotação. Os corpos de prova foram
armazenados em estufa a 37ºC por 24 horas e após, foram submetidos a
termociclagem (300 ciclos de 15 segundos cada - 5ºC e 55ºC) Terminada a
termociclagem, os corpos voltaram para o armazenamento até perfazer oito dias. O
26
teste de cisalhamento foi realizado em máquina de ensaios Universal Kratos com
velocidade de 0,5 mm/min. Os resultados demonstraram diferença estatística
significante entre os materiais, sendo que a resina composta Concise mostrou maior
resistência ao cisalhamento do que o cimento de ionômero de vidro Fuji Ortho LC.
Chung et al.
27
(2000) realizaram um estudo sobre o efeito de dois
adesivos (All-Bond-2 e Enhance LC) na resistência ao cisalhamento de braquetes
novos e reciclados. Utilizaram 120 pré-molares humanos e 120 braquetes Mini-Twin
Ormco, sendo 60 novos e 60 reciclados. Os corpos de prova foram divididos em 6
grupos: 1) braquetes novos sem sistema adesivo; 2) braquetes reciclados sem
sistema adesivo; 3) braquetes novos com Enhance LC; 4) braquetes reciclados com
Enhance LC ; 5) braquetes novos com All-Bond-2 ; 6) braquetes reciclados com All-
Bond-2. Cada corpo de prova foi submetido ao teste de cisalhamento em máquina
de ensaios eletromecânicos Instron. Os resultados demonstraram que o grupo de
braquetes novos colados com All-Bond-2, produziram a maior resistência (20,8±7,5
MPa), seguido pelo grupo braquetes novos com Enhance LC (18,6 ± 6,3 MPa),
braquetes reciclados com All-Bond-2 (17,3 ± 7,2 MPa), braquetes novos sem
sistema adesivo (14,2 ± 7,0 MPa), e braquetes reciclados com Enhance LC (13,6 ±
6,7 MPa),. Não houve diferença estatisticamente significativa entre os três grupos
que utilizaram braquetes novos. Já os grupos dos braquetes reciclados com
Enhance e reciclados sem sistema adesivo obtiveram uma resistência ao
cisalhamento significativamente menor do que os três grupos de braquetes novos e
o grupo de braquetes reciclados com All-Bond-2. Concluíram que: a) quando
utilizaram braquetes novos sem o sistema adesivo melhorou a resistência
significativamente, b) braquetes reciclados sem a utilização de o sistema adesivo
apresentaram uma resistência significativamente menor do que a de braquetes
novos, c) O adesivo Enhance LC não aumentou a resistência ao cisalhamento de
braquetes reciclados, d) O adesivo All-Bond-2 aumentou significativamente a
resistência de braquetes reciclados e, e) braquetes reciclados utilizando All-Bond-2
produziram resistência ao cisalhamento comparável aos braquetes novos.
Em um trabalho de revisão bibliográfica, Ewoldsen e Demke
35
(2001), com a intenção de auxiliar o clínico sobre os vários materiais oferecidos pela
industria e as suas diferentes possibilidades de uso (cimentos, cimentos resinosos,
27
resinas e resinas modificadas), relataram que algumas resinas utilizadas em
Ortodontia aderem quimicamente ao esmalte, mas que as forças de união são
baixas devido à resina ser frágil e a fratura ser no modo coesivo. Os adesivos
resinosos penetram nos microporos no esmalte condicionado e as retenções
mecânicas resultam em maiores resultados de força de união. Os materiais híbridos
combinam as vantagens dos cimentos e das resinas, porém possuem suas
desvantagens. A seleção ideal do material e sua aplicação requer, segundo os
autores, um entendimento e compreensão das diferenças químicas e limitações
físicas dos materiais para a prática ortodôntica moderna.
Chung et al.
36
(2002) destacaram a resistência ao cisalhamento da
recolagem de braquetes cerâmicos (Clarity, 3M Unitek) mecanicamente retentivos.
20 novos e 100 reciclados foram colados em 120 pré-molares humanos extraídos,
Os 100 braquetes cerâmicos com retenção mecânica (Clarity) foram colados com a
resina Transbond XT (3M/Unitek), sem condicionamento ácido e as superfícies
ligeiramente umedecidas. O excesso do adesivo foi removido e a fotopolimerização
realizada com o aparelho Ortholux (3M/Unitek), por 40 segundos. Os braquetes
foram facilmente descolados da superfície do dente com uma pinça e leve pressão.
Foi produzido um total de 100 braquetes cerâmicos descolados. Posteriormente a
base de cada braquete descolado foi jateada até que a resina remanescente não
fosse perceptível a olho nu. Profilaxia e condicionamento com ácido fosfórico líquido,
a 37%, por 30 segundos;. Em cada dente aplicaram fina camada de Primer Moisture
Insensitive (3M/Unitek) e fotopolimerizaram por 10 segundos. Em seguida, os 6
grupos receberam o seguinte tratamento: Grupo 1 (controle) – recebeu braquetes
novos, e a resina Transbond XT na base dos braquetes (Clarity); Grupo 2 – recebeu
braquetes descolados jateados, e a resina Transbond XT na sua base; Grupo 3 -
recebeu braquetes descolados jateados e selante. Uma fina camada de Primer
Moisture Insensitive foi aplicada previamente na base, fotopolimerizada por 10
segundos, e a resina Transbond XT foi aplicada na base; Grupo 4 - recebeu
braquetes descolados, jateados e ácido fluorídrico. A base foi previamente
condicionada com ácido fluorídrico a 9% por 3 minutos, lavada com água por 10
segundos, seca com ar, e a resina Transbond XT aplicada na base. Grupo 5 -
recebeu braquetes descolados jateados com ácido fluorídrico e selante. Uma fina
camada de Primer Moisture Insensitive foi aplicada na base jateada,
28
fotopolimerizaram por 10 segundos, e a resina Transbond XT foi aplicada na base
do braquete. Grupo 6 - recebeu braquetes descolados jateados e silano. Uma fina
camada de silano foi aplicada previamente, na base do braquete e secado com ar
por 1 minuto. Todos os braquetes foram posicionados e fotopolimerizados por 40
segundos. Após 24 horas, realizou-se o teste de cisalhamento na máquina de teste
universal, Instron com célula de carga de 50 kiloNewton (kN), e velocidade de carga
de 1 mm/min. Os resultados mostraram que o grupo 1, dos braquetes novos, teve a
maior média de resistência ao cisalhamento (15,66 ± 7,05 MPa), seguido pelos
grupos: 3 (7,65 ± 5,62 MPa); 6 (5,94 ± 5,33 MPa); 2 (2,97 ± 2,29); 4 (1,22 ± 1,66
MPa); 5 (0,82 ± 1,16). A estatística mostrou que somente o grupo 3 foi comparável
ao grupo de braquetes novos (p>0,05). O escore IAR mostrou uma tendência similar
entre os grupos, e o Teste Exato de Fisher mostrou que não houve diferença
estatística significante.
Harari et al.
37
(2002) estudaram a resistência de união de um novo
adesivo dental (IntegraCem) para colagem direta de braquetes cerâmicos e
metálicos no esmalte não condicionado. Utilizaram pré-molares humanos extraídos e
braquetes da marca GAC. Antes da colagem os corpos de prova foram
armazenados em água a 37ºC por três dias e submetidos a termociclagem com
2500 ciclos de 6 a 60ºC. A descolagem foi efetuada por força de cisalhamento em
máquina universal de ensaios mecânicos da marca Instron. Os resultados
demonstraram que a resistência de união ficou entre 6.7 e 10.8 MPa. As falhas de
adesão ocorreram na interface esmalte-adesivo. A resistência ao cisalhamento
sugere que o adesivo IntegraCem pode ser efetivo na prática ortodôntica.
Uma questão que despertou o interesse de Sharma-Sayal et al.
38
(2003) foi a influência do desenho da base do braquete na resistência ao
cisalhamento, por julgarem que a maior parte das bases dos braquetes não aderem
quimicamente ao esmalte ou à dentina. E também, por causa dos esforços que a
industria vem fazendo para atender a crescente demanda de braquetes estéticos e
menores, nos quais, a base também fica menor, com isto, a área retentiva menor do
braquete torna-se uma variável que influencia a resistência ao cisalhamento.
Braquetes metálicos para incisivos centrais superiores esquerdos foram utilizados
neste estudo. Compararam os valores da resistência ao cisalhamento de 6
29
diferentes tipos de braquetes metálicos, 1 hora e 24 horas depois da colagem;
compararam os valores da resistência ao cisalhamento de braquetes reutilizados
jateados com braquetes novos durante o mesmo intervalo de tempo nos mesmos
dentes; compararam o tempo médio que se leva para fazer o jateamento do adesivo
de cada tipo de base para avaliar se o braquete reutilizado é eficiente, e se a sua
utilização auxilia na economia do tempo clínico; verificaram se o adesivo colado foi
removido efetivamente pelo jateamento e, se nenhum dano significante ocorreu na
base do braquete durante este processo teste. Após uma hora ou 24 horas do teste,
6 braquetes foram selecionados aleatoriamente, e jateados para remover o adesivo.
As superfícies do esmalte dos dentes bovinos foram repreparadas e divididas
aleatoriamente em 2 grupos de 6. Para os dentes do grupo 1 colaram braquetes
jateados e reciclados, e para o grupo 2 colaram braquetes novos. O teste de
resistência ao cisalhamento foi realizado novamente após 1 hora ou 24 horas. Os
braquetes foram: 1) Speed (Strite Industries), cuja malha da base é formada por fios
metálicos de calibre 60, com configuração horizontal e vertical; 2) Time (American
Orthodontics), tem base jateada e contorno retentivo mecânico, confeccionado
integralmente por máquina; 3) American Master (American Orthodontics), malha
configurada ao acaso, com fios de calibre 80; 4) Orthos Optimesh XRT (Ormco), a
base está composta com fios metálicos de calibre 100, de configuração horizontal e
vertical com liga metálica pulverizada sobre a base; 5) Braquete metálico Ovation
Roth (GAC), a malha da base apresenta fios de calibre 80 sobre fios de calibre 150
em camadas com configuração diagonal e liga metálica pulverizada sobre a base
(supermalha); 6) Nickel-free (Ni-free), malha de base jateada de configuração
horizontal e vertical, composta de fios de calibre 100 (World Call Technology). A
área média da base se cada tipo de braquete foi calculada por seis braquetes
selecionados aleatoriamente utilizando um programa morfométrico de computador
(Digitek image Procesing System, series 100, Digitek,Brooklyn, NY) A variação da
média da resistência ao cisalhamento indicou que determinados projetos da base se
comportam diferentemente sob as mesmas circunstâncias. Os resultados mostraram
que, em geral, os braquetes Speed e Time tiveram a maior média de resistência ao
cisalhamento e que no período de 24 horas a resistência aumentou. Para todos os
tipos de base, o valor médio da resistência ao cisalhamento foi de 4,42 MPa em 1
hora e 5,82 MPa em 24 horas, um aumento de 24%. De todos estes aumentos, as
médias da resistência ao cisalhamento do braquete Speed (p=0,03) e do braquete
30
Time (p= 0,0001) foram estatisticamente significantes, Em geral, o design da base
do braquete mostrou influenciar significativamente a eficiência do jateamento para a
limpeza do adesivo (p=0,0001). Os resultados mostraram que para limpar a base do
braquete Time, foi necessário, significativamente, mais tempo do que para os outros
5 tipos de braquetes, e também que um braquete GAC levou um tempo maior para
ser limpo do que um braquete Ni-free.. Após análise dos resultados os autores
concluíram que o design da base do braquete influenciou significativamente a
resistência ao cisalhamento e que os braquetes com malha contendo fios com 60
calibres ou uma base com contorno retentivo integral feito à máquina conseguem
uma resistência ao cisalhamento mais elevada. Além disso, este estudo mostrou que
a reutilização de braquetes jateados pode ser confiável, e, que se os danos à base,
causada pelo jateamento, forem mínimos, a resistência ao cisalhamento não estará
comprometida. Finalmente, o clínico deve decidir se o custo-benefício da reutilização
do braquete auxilia no tempo gasto para limpar o adesivo e se o custo do braquete
merece a sua reutilização.
Tavares et al.
20
(2003) avaliaram a resistência ao cisalhamento de
braquetes reciclados com 90 e 50µm de óxido de alumínio. Foram usados 30
premolares humanos com uma resina quimicamente ativada, Concise Ortodôntico
(3M, Nova Odessa, SP) e 30 braquetes metálicos de premolares da marca Morelli
(Dental Morelli, Sorocaba, SP), reciclados pela empresa Bio-art (São Carlos-SP) Os
dentes foram separados em 3 grupos (n=10). No grupo 1 (controle), os braquetes
foram colados por técnica convencional. Nos grupos 2 e 3 os braquetes foram
recolados depois da reciclagem por jateamento com oxido de alumínio em ciclos de
90µm e 50µm, respectivamente. O teste de cisalhamento foi realizado na máquina
Instron, com velocidade de 0.5 mm/min. e o resultado foi submetido a ANOVA e
teste Tukey (5%). Os resultados não apresentaram nenhuma diferença estatística
significante entre braquetes reciclados por óxido de alumínio e o grupo de controle.
Os braquetes reciclados por 90 e 50 µm óxido de alumínio, não apresentaram
diferenças estatísticas significantes.
Romano e Ruellas
39
(2003), realizaram estudo com o
objetivo de comparar a resistência ao cisalhamento e o índice de adesivo
remanescente (IAR) entre as resinas compostas Concise (3M) e Superbond (Ortho
31
Source) A amostra constou de 60 incisivos inferiores permanentes bovinos divididos
em dois grupos. O primeiro grupo recebeu a colagem de 30 braquetes com a resina
Concise e o segundo grupo recebeu a colagem de 30 braquetes com a resina
Superbond. O ensaio de cisalhamento foi realizado na máquina Instron, com
velocidade de carga de 1,0 mm/min. Após a remoção dos braquetes, cada superfície
do esmalte foi classificada de acordo com os escores IAR. Os autores não
encontraram valores estatísticos significantes entre as resinas nos dois itens
avaliados.
Bengtson et al.
40
(2003) investigaram a força adesiva de quatro
materiais de colagem de braquetes, duas resinas, Concise Ortodôntico
(quimicamente polimerizável) e Charisma (fotopolimerizável), o Fuji Ortho (cimento
de ionômero de vidro reforçado por resina composta, fotopolimerizável) e um
compômero restaurador, o F2000 Compomer (poliácido modificado por resina
composta, fotopolimerizável). Utilizaram 40 pré-molares e braquetes metálicos para
o preparo dos corpos de prova. Após os testes mecânicos de resistência, foram
obtidos os seguintes resultados: Concise =7,13 ñ 2,98; Charisma = 4,93 ñ 1,75; Fuji
Ortho LC =5,52 ñ 2,42; F2000Compomer =5,52 ñ 1,92. A análise de Variância
demonstrou não haver diferença estatística significante entre os quatro grupos
quanto à resistência adesiva; houve maior homogeneidade nos valores de
resistência à tração entre os espécimes do grupo Charisma, seguido pelo grupo
F2000; grupo Fuji Ortho e grupo Concise Ortodôntico.
Rajagopal et al.
41
(2004) realizaram este estudo com dois objetivos,
o primeiro foi avaliar e comparar a resistência ao cisalhamento e o segundo, estudar
as características da descolagem e o local da fratura de adesivos convencionais, em
ambiente seco e em ambiente úmido. O adesivo utilizado foi o Transbond XT. Três
tipos de primers foram testados em condições secas e de contaminação: Primer
convencional: Transbond XT (3M Unitek); MIP: Transbond MIP (3M Unitek); Self-
etching primer: Transbond plus (3M Unitek). Cento e vinte premolares superiores
humanos extraídos por motivo ortodôntico foram coletados e.armazenados em
solução de timol a 1%. O critério de seleção incluiu superfície vestibular intacta. Os
dentes foram fixados em um bloco de resina acrílica autopolimerizável (35x9x9 mm)
sendo que as raízes foram completamente embutidas no acrílico até a junção
32
cemento-esmalte. Os blocos foram codificados por cor, e as amostras foram
divididas em 6 grupos de 20 amostras cada: Grupos colados sem contaminação de
saliva (1, 2, e 3); Grupos colados com contaminação por saliva (4, 5, e 6). Os
resultados demonstraram que em condições secas, os braquetes da série Gemini
Unitek colados com o Primer self-etch mostrou a maior resistência ao cisalhamento,
seguido pelo Primer convencional e Primer MIP. Em condições de contaminação por
umidade, o Primer MIP mostrou a maior resistência ao cisalhamento, seguido pelo
Primer self-etch e pelo Primer convencional. Todos os grupos mostraram resistência
ao cisalhamento significantemente maior que para o grupo 4. A média do grupo 3 foi
significantemente superior que a dos grupos 2, 5 e 6. Com relação ao escore IAR, o
grupo 4 mostrou significantemente maior escore IAR que os outros grupos, mas
nenhum outro contraste foi estatisticamente significante. Os autores concluíram que
o primer convencional não ofereceu adequada resistência ao cisalhamento sob
condições de contaminação por umidade. O primer convencional ofereceu
resistência adequada ao cisalhamento e comparável a do Primer Self-etch e MIP em
condições secas e, entretanto, possa ser mais vantajoso quanto ao custo. O Primer
MIP e o Self-etch também ofereceram resistência adequada ao cisalhamento sob
condições de umidade. O Primer Self-etch mostrou desempenho consideravelmente
superior em condições secas comparado com as condições contaminadas.
Lunardi
28
(2004) avaliou a resistência ao cisalhamento da
recolagem de braquetes ortodônticos metálicos submetidos a duas reciclagens
consecutivas com jato de oxido de alumínio, em função de 4 tipos diferentes
materiais adesivos (Transbond XT, Concise, SmartBond e Fuji Orto). A amostra
consistiu de 40 incisivos bovinos, 40 braquetes metálicos Edgewise de incisivo
central Ultraminitrim (Dentaurum), foram colados nos dentes bovinos com os
seguintes adesivos: Transbond XT, Concise, Smartbond e Fuji Orto, obedecendo as
instruções dos fabricantes. Após a colagem, os corpos de prova foram armazenados
em água destilada numa estufa a 37ºC por 24 horas e submetidos a 500 ciclos
térmicos com 30 segundos (5ºC e 55ºC). O ensaio de resistência ao cisalhamento foi
realizado em máquina Instron, com velocidade de 0,5mm/min. Os braquetes
removidos e reciclados foram recolados no mesmo corpo de prova, com o mesmo
sistema de fixação. Após o segundo ensaio de resistência ao cisalhamento, os
procedimentos de reciclagem, recolagem e ensaio de força foram repetidos. Os
33
resultados, foram submetidos à análises de Variância e ao teste de Tukey p=0,05),
aplicado para cada sistema adesivo nos diferentes tratamentos dos braquetes
metálicos. Foi comprovado que reciclagens repetidas, utilizando o jateamento de
óxido de alumínio, não interferem na resistência adesiva, independente do sistema
adesivo empregado. Dentre os adesivos utilizados, o Transbond XT apresentou os
maiores valores de resistência ao cisalhamento, independente do tratamento do
braquete.
Meister
42
(2004) testou a resistência ao cisalhamento na colagem
de braquetes metálicos específicos para pré-molares, comparando as resinas
Concise Ortodôntico e a resina Ortho-One. Utilizou 60 corpos de prova de pré-
molares superiores e inferiores, os dentes foram selecionados aleatoriamente para
os dois grupos. O procedimento de colagem obedeceu às instruções dos
fabricantes. Os ensaios mecânicos foram realizados em máquina eletrônica
universal Material Test System MTS 810, com velocidade de 0,5 mm/min. O grupo
Concise demonstrou resistência média de 29,99, ± 15,89 MPa. Em quanto o grupo
Ortho-One demonstrou uma resistência média de 22,52, ±12,26, MPa. Os resultados
foram submetidos ao teste T de Student que determinou diferença estatística
significativa para o grupo controle, isso levou o autor a concluir que a resina Concise
ortodôntico apresenta maior resistência do que a resina Ortho-One.
Um aspecto que despertou o interesse de Klocke e Kahl-Nieke
43
(2005) foi, a influência do local de aplicação da força em testes de cisalhamento. Os
autores investigaram se a localização da força de descolagem tem influência na
resistência ao cisalhamento e no tipo de fratura em testes de resistência ao
cisalhamento in vitro. Neste estudo foram utilizados 90 incisivos inferiores bovinos,
braquetes metálicos para incisivos centrais, e o adesivo Transbond XT. Os grupos
foram divididos de acordo com a posição do cinzel no braquete, como segue: Grupo
A - a força foi aplicada na base do braquete, na interface esmalte/adesivo; Grupo B -
a força foi aplicada no sulco de ligação entre a base do braquete e suas asas; Grupo
C - a força foi aplicada nas asas oclusais do braquete. Após a descolagem, as
superfícies de esmalte e da base do braquete foram examinadas com lupa
estereomicroscópica com 10 vezes de aumento, usando o Índice de Adesivo
Remanescente (IAR). Para análise estatística utilizaram a Análise de Variância,
34
Análise de Weibull, Teste de Tukey e o Teste de Kruskal-Wallis. A Análise de
Variância mostrou diferença estatística significante com relação à resistência ao
cisalhamento (p=0,000), sendo que no Grupo A foi de 24,42 MPa, no Grupo B foi de
12,57 MPa e no Grupo C foi de 10,47 MPa. O Teste de Tukey mostrou que a
resistência ao cisalhamento do Grupo A foi significantemente diferente do Grupo B e
C. O módulo de Weibull foi maior no Grupo A (6,10) e menor no Grupo C (3,67).
Com relação aos escores IAR, todos os grupos mostraram escore IAR igual a 2. A
média para o Grupo A foi 1,53, para o Grupo C foi 2,10. O Teste de Kruskal-Wallis
mostrou diferença significante dos escores IAR presentes entre os grupos
experimentais. Após análise dos resultados, os autores concluíram que a resistência
ao cisalhamento e o teste padrão de falha de adesão, dependem da posição da
força de descolagem utilizada e que a influência da posição da força de descolagem
deve ser levada em consideração para comparar os estudos e os resultados obtidos,
com os valores de referência na literatura para uma ótima resistência ao
cisalhamento.
Romano et al.
44
(2005) determinaram a resistência ao cisalhamento
de diferentes compósitos (Transbond XT, Z-100 e Concise Ortodôntico) e braquetes
metálicos colados ao esmalte preparado com Transbond Plus Self-Etching Primer
(TPSEP). Os resultados demonstraram que a resina Transbond XT colada
convencionalmente apresentou melhores resultados de adesão do que Transbond
XT, Z-100 e Concise Ortodôntico após aplicação de Transbond Plus Self-Etching
Primer.
O uso crescente de braquetes cerâmicos na prática ortodôntica
levou Liu et al.
45
(2005) a compararem a resistência ao cisalhamento e as
características da descolagem de um novo braquete cerâmico Inspire (Ormco,
Orange, Calif.).Um braquete de estilo antigo, Clarity (3M Unitek) e um braquete
metálico tradicional, Tomy (Tokyo, Japan). Inspire é feito de cristal único de alumina,
que é um material transparente e estético do braquete. A base esférica do Inspire
providencia adesão mecânica; de acordo com o fabricante, a base tem um ponto de
fratura para ajudar a partir o braquete em 2 partes quando descolar. Clarity,
braquete cerâmico dobrável, tem um slot de metal alinhado ao arco e um slot vertical
para providenciar uma descolagem igual à do metálico. O braquete metálico tem
uma base micro-posicionada. Utilizaram 2 adesivos, Enlight (Ormco) que é um
35
adesivo que libera flúor, pasta única, fotopolimerizável, e a resina Transbond XT
(3M Unitek) que não é fluoretada, pasta única, fotopolimerizável. Os resultados
mostraram que não houve diferença estatística significante na resistência ao
cisalhamento entre as combinações de braquetes e adesivos. Qualquer um dos
modos de fratura depois da descolagem durante o teste de resistência ao
cisalhamento ou com alicates foi predominantemente na interface adesivo/braquete
em todos os subgrupos. Fratura do esmalte foi observada em 4 dentes colados com
os braquetes Inspire e 5 colados com o Braquete Clarity após o teste de
cisalhamento; na descolagem com alicates, a fratura dos braquetes foi encontrada
em 2 das 20 amostras para Inspire e 1 para Clarity .
Quick et al.
46
(2005) objetivaram encontrar um método rápido para
o tratamento de braquetes recentemente descolados em consultório que produzisse
uma resistência ao cisalhamento clinicamente aceitável com mínima mudança das
propriedades físicas dos braquetes. Após o processo de colagem e descolagem, os
mesmos foram reciclados, recolados e avaliados. Após análise dos resultados os
autores concluíram que as bases metálicas jateadas aquecidas ou não para remover
o resíduo de resina não tiveram efeito significante na resistência ao cisalhamento;
somente o aquecimento fez diminuir a resistência ao cisalhamento significativamente
as quais eram mais baixas do que aquelas obtidas quando a base foi somente lixada
com uma pedra verde. O efeito da aplicação do silano nos braquetes que haviam
sido aquecidos, limpos com ultra-som e polidos eletricamente não foi
estatisticamente significante, embora houvesse um aumento de 11% na resistência
ao cisalhamento; o braquete aquecido parece providenciar nenhuma vantagem real
para o clínico, e provavelmente pode ser eliminado como um método de reciclagem
auxiliar; O jateamento por um período de 15 segundos utilizando grânulos de óxido
de alumínio de 50 µm a uma pressão aproximada de 4,5 bar. foi adequada para
remover a resina composta residual sem comprometer a resistência ao
cisalhamento. Este estudo confirmou, segundo os autores, como o jateamento é
simples, e é o mais eficiente para reciclar braquetes descolados.
Santos et al.
47
(2006) investigaram o desempenho clínico de um
adesivo autocondicionante, Transbond Plus Self Etching Primer, (3M Unitek) (TSEP)
comparado com adesivo convencional que preconiza a técnica do condicionamento
36
ácido total, Transbond XT (3M Unitek) por um período de seis meses e avaliar
alguns fatores que podem influenciar a taxa de permanência dos braquetes colados.
Um Ortodontista, por meio da técnica de Roth realizou colagens de 567 braquetes
metálicos em trinta pacientes com idade entre 12 e 18 anos de forma que dentes
homólogos da mesma arcada recebessem colagens com cimentos diferentes. A
técnica de colagem seguiu as instruções do fabricante, com exceção do tempo de
aplicação do adesivo autocondicionante que foi de 10 – 15 segundos. Os resultados
mostraram que o adesivo autocondicionante apresentou maior taxa de permanência
que o adesivo convencional (p< 0,05). Os braquetes colados em pré-molares
inferiores, dos pacientes do gênero feminino e em pacientes com idade entre 16 –
18 anos apresentaram menor taxa de permanência (p< 0,05), O autor concluiu que
gênero, idade e o tipo de dente podem interferir na taxa de permanência dos
braquetes metálicos e que o adesivo autocondicionante apresentou maior taxa de
permanência. Concluiu que o gênero, a idade, e o tipo de dente podem interferir na
taxa de permanência dos braquetes metálicos colados aos dentes dos pacientes. O
adesivo autocondicionante apresentou maior taxa de permanência.
Cozza et al.
48
(2006) realizaram um estudo onde compararam a
resistência de união ao cisalhamento de diferentes braquetes metálicos construídos
com diferentes tipos de bases, braquetes com a base soldada e braquetes com a
base integrada ao corpo. Estudaram também a influência da área da base do
braquete na resistência ao cisalhamento. Selecionaram 5 tipos de braquetes: S1-
Victory Series; S2- Mini Dyna-Lock; S3- Mini Sprint; S4- Topic; S5 Equilibrium. Os
braquetes foram colados a dentes incisivos bovinos com a resina Transbond XT e o
teste de cisalhamento realizado em máquina Universal de testes. Os resultados
encontrados demonstraram que todos os espécimes tiveram resistência adequada
às forças ortodônticas. Houve grande variabilidade do índice IAR, e sugerem que a
base dos braquetes pode ser menor que os 7mm
2
propostos como área mínima para
adequada adesão em estudos anteriores.
Francischone
49
(2006) se propôs testar se existe alteração na
resistência adesiva de dois sistemas adesivos utilizados na colagem de acessórios
ortodônticos ao esmalte dental bovino, o Concise Ortodôntico (autopolimerizável) e
Transbond XT (fotopolimerizável), após a aplicação de cargas contínuas, mediante
37
testes de cisalhamento, e observar se existe diferença entre as cargas utilizadas,
bem como, analisar o tipo de falha que ocorre no momento do deslocamento dos
braquetes para os dois cimentos testados. Foram utilizados oitenta dentes bovinos,
oitenta braquetes metálicos Edgewise (Morelli-Brasil) e pesos de 30g, 70g e 120g. O
esmalte bovino foi condicionado com ácido fosfórico a 37% por um minuto e depois
lavado e seco. A manipulação e aplicação dos dois sistemas adesivos foram feitas
de acordo com as instruções dos fabricantes. Para a padronização da espessura da
resina sob o braquete, foi utilizada uma Agulha Maior de Gilmore, posicionada sobre
o braquete, de modo a fazer pressão durante a presa das resinas. Após 24 horas, os
braquetes foram submetidos às cargas contínuas programadas. Depois deste
período as amostras foram submetidas a testes de cisalhamento em uma máquina
de ensaios universal Kratos, por meio de um dispositivo com alça metálica acoplado
à célula de carga com 500kgf a uma velocidade de 0,5mm/min. Ficou concluído que
o Concise apresentou maior resistência ao cisalhamento que o cimento Transbond
XT para todas as cargas utilizadas; não houve diferença estatisticamente significante
entre as três cargas utilizadas para os dois cimentos testados; com relação ao tipo
de falha ocorrida no momento da fratura, conforme ocorreu o aumento de carga, a
porcentagem de fratura no esmalte diminuiu para o Concise, ao contrário do cimento
Transbond XT, onde a porcentagem de fratura de esmalte se manteve constante
com o aumento das cargas. Os dois cimentos testados obtiveram resultados
aceitáveis para a utilização clínica.
Eminkahyagil et al.
50
(2006) verificaram (1) o efeito de diferentes
métodos da remoção de resina na resistência de cisalhamento de braquetes
recolados, (2) a condição da superfície de esmalte, (3) o tempo gasto para remover
resíduos de resina e (4) a posição da falha adesiva. Um total de 80 pré-molares foi
incluído no estudo, 50 deles foram divididos em 5 grupos e foram colados usando o
selante Light Bond e o adesivo Quick Cure. Dez das amostras foram descoladas e a
resistência ao cisalhamento do primeiro descolamento, foi calculado. Quarenta
braquetes foram descolados usando alicates específicos e examinados por um
microscópio ótico (16x) para determinar a posição da interface da falha de cola,
usando um Índice de Adesivo Remanescente (IAR) modificado. O resíduo de
adesivo foi limpo por 4 métodos: (1) broca carbide de tungstênio em baixa
velocidade (TCB), (2) alta velocidade TCB, (3) discos de finalização Sof-Lex e (4)
38
microjateador. Os braquetes foram recolados e um segundo jogo de valores de força
de cisalhamento e IAR foram calculados e avaliados estatisticamente. Trinta pré-
molares foram divididos em cinco grupos, recebendo os mesmos métodos de
remoção de resíduos de resina e observados por um microscópio eletrônico. Os
dentes recolados tiveram um aumento da resistência ao cisalhamento comparado
com a colagem inicial, exceto no grupo 4. Os valores de recolagem na resistência ao
cisalhamento foram similares nos grupos 1 e 3 e somente o grupo 4 mostrou
diferença estatística. Os discos Sof-Lex ofereceram o procedimento mais longo e o
que deixou muito adesivo residual. A alta velocidade TCB foi relatada como sendo o
perigo maior para o esmalte, a cicatriz no esmalte depois da descolagem é
inevitável, mas, com cuidados, pode ser reduzida.
Avaliando a influência de um adesivo autocondicionante na
resistência adesiva de braquetes pré-revestidos, Cal-Neto et al.
51
(2006)
examinaram, em 23 pacientes, com quatro pré-molares cada, igualmente divididos
em 4 diferentes grupos. Os braquetes foram colados in vivo por um mesmo
operador, utilizando a técnica de boca dividida. Grupo 1- ácido fosfórico a 37% +
primer + resina composta + braquete Victory; grupo 2- ácido fosfórico 37% + primer
+ braquete pré-revestido; grupo 3- Adesivo autocondicionante + resina composta +
braquete convencional; grupo 4- Adesivo autocondicionante + braquete pré-
revestido. Após 30 dias, os premolares foram extraídos por necessidade ortodôntica
e uma máquina Universal de ensaios Instron foi utilizada para aplicar uma força de
cisalhameto na interface braquete/esmalte com velocidade de 0,5 mm/min. As
médias encontradas para os grupos foram (Mpa): 1) 11,60; 2) 9,79; 3) 10,75; 4)
10,31. Considerando que os valores que os autores acham normal para as forças
ortodônticas se situe entre 8 a 9 Mpa, os mesmos concluíram que o adesivo
autocondicionante combinado com braquetes pré-revestidos demonstraram uma
força de adesão adequada e apropriados para uso clínico.
Tavares et al.
52
(2006) avaliaram a resistência ao cisalhamento de
braquetes novos e reciclados colados ao esmalte dental. Utilizaram para isto 50 pré-
molares hígidos extraídos por indicação ortodôntica. Braquetes S2CO3Z (Dental
Morelli, Sorocaba, SP, Brasil), foram colados, na área previamente condicionada
com ácido fosfórico a 37% por 30 segundos, com a resina composta
39
autopolimerizável Concise Ortodôntico (3M), após aplicação do sistema adesivo
fornecido pelo próprio fabricante. Um par de pinças foi utilizado para fixar os
braquetes. Formaram 5 grupos com 10 amostras cada. No Grupo I (Controle), os
braquetes colados permaneceram juntos da superfície dos dentes até o teste de
cisalhamento. Nos grupos II,III e IV, os braquetes colados, destacados dos dentes e
recolados na superfície do esmalte após a reciclagem por diferentes técnicas. Grupo
II: jateamento com óxido de alumínio com partículas de 90um de diâmetro(Bio-Art,
São Carlos, SP, Brasil) por 15 a 30 segundos, (dependendo da quantidade de
adesivo residual). A distância entre o local do aparelho e a base do braquete era de
10mm. Grupo III: desate com pedra montada de silício (Ponta Chile, Petrópolis,RJ,
Brasil) em baixa rotação. Grupo IV: Limpeza realizada por uma companhia
especializa da em reciclagem (Abzil-Lancer, São José do Rio Preto, SP, Brasil)
técnica na divulgada. No Grupo V, os braquetes colados foram destacados dos
dentes e novos braquetes foram colados na superfície do esmalte. A remoção dos
braquetes foi realizada por um par de alicates (Starlet, São Paulo, SP, Brasil) nos
Grupos II, II, IV, e V. A resina remanescente foi removida da superfície do dente com
brocas carbide multilaminadas (9114F; KG Sorensen) em baixa rotação, substituídas
por novas, a cada 5 dentes. A regulagem dos braquetes reciclados e dos novos
braquetes (Grupo V) foi realizada como descrito no início e os dentes foram
armazenados em água a 37°C por 24 horas. O teste de resistência ao cisalhamento
foi realizado em máquina Instron 4411 com velocidade de carga de 0,5mm/min Os
resultados do estudo mostraram que a reciclagem de braquetes ortodônticos
utilizando o jateamento com óxido de alumínio (90 µm) foi eficiente e tecnicamente
simples, podendo representar uma redução nos custos para ortodontistas e
pacientes.
Hirani e Sherriff
53
(2006) relataram em seu estudo in vitro as
características da colagem de braquetes com adesivo primer autocondicionante na
base. Utilizaram 120 pré-molares humanos divididos em 4 grupos (n=30): Grupo A
(APC 1 e Primer Self-etching Plus), Grupo B (APC 2 e Primer Self-etching Plus),
Grupo C (braquetes Victory, adesivo Transbond XT e Primer Self-etching Plus, este
era o Grupo controle) e Grupo D (braquetes Victory, adesivo Transbond XT e ácido
fosfórico a 37%). Os braquetes recolados e as superfícies de esmalte foram
preparados utilizando uma broca carbide de tungstênio para remover o adesivo
40
residual. Os resultados encontrados no estudo levaram os autores a concluir que
quando utilizaram o Primer Transbond Plus Self-etching, não houve diferença
estatística significante na resistência ao cisalhamento para os dois tipos de
braquetes pré-revestidos, APC 1 e APC 2, comparado com o sistema de braquete
não pré-revestido (Grupo controle). O tipo de fratura mais comum para os três tipos
de braquetes ocorreu na interface adesivo-esmalte; houve diferença significante na
resistência do braquete Victory quando utilizaram Primer Transbond Plus Self-
etching e o ácido fosfórico a 37% como condicionador: para o último foi menor; o
local da fratura mudou da interface adesivo-esmalte para a interface adesivo-
braquete; a resistência ao cisalhamento de todos os tipos de braquetes recolados foi
significantemente menor que a resistência ao cisalhamento inicial; o local da fratura
mudou da interface adesivo-esmalte para a interface adesivo-braquete; quando
utilizaram Primer Transbond Plus Self-etching, o tempo de remoção do adesivo da
superfície do esmalte pôde ser reduzido em conseqüência da descolagem, porque
houve uma menor quantidade de adesivo residual na superfície do dente quando
comparado com o estágio 2 do sistema convencional.
Pithon et al.
54
(2006) compararam a resistência ao cisalhamento e o
índice de adesivo remanescente (IAR) entre os compósitos Concise e Fill Magic
Orthodontic. A amostra consistiu de 24 incisivos inferiores permanentes bovinos,
previamente armazenados em formol a 10% e estocados em geladeira a 6ºC,
divididos em dois grupos. No primeiro grupo foram colados 12 braquetes com o
compósito Concise e no segundo grupo 12 com o compósito Fill Magic Orthodontic.
Foram feitos o ensaio de cisalhamento e a avaliação do IAR de toda a amostra. Os
autores não encontraram diferenças estatísticas significantes entre as colagens, nos
dois itens avaliados e afirmaram que ambos os materiais satisfazem plenamente as
necessidades clínicas para colagem de braquetes.
Rastelli
55
(2006) avaliou a resistência ao cisalhamento de braquetes
metálicos colados com diferentes resinas (Concise; Ultrabond e Rely-a-Bond). Para
o estudo, utilizou 60 pré-molares divididos em três grupos de 20 espécimes Todos
os corpos de prova foram armazenados em água destilada a 37ºC por 24 horas e
termociclados com 500 ciclos nas temperaturas de 5ºC e 55ºC, após 48 horas os
corpos de prova foram submetidos aos ensaios mecânicos de cisalhamento na
41
direção ocluso-cervical em máquina de ensaios Material Test System MTS 810, com
velocidade de carga de 0,05 mm/min. Os resultados demonstraram uma resistência
média ao cisalhamento de 24,54 ± 6,98 MPa para o grupo I (Concise); 11,53 ± 6,20
MPa para o grupo II (Ultrabond); e 16,46 ± 5,72 MPa para o grupo III (Rely-a-Bond).
A Análise de Variância mostrou diferença estatística entre as médias de resistência
ao cisalhamento entre os grupos (p<0,001), o teste de Tukey evidenciou que as
médias dos três grupos foram significativamente diferentes entre si (p<0,05), com
maior resistência para o grupo I (Concise) e a menor para o grupo II (Ultrabond).
Mesmo existindo diferenças significativas entre os grupos os materiais apresentaram
resistência adesiva adequada para uso clínico.
Pithon et al.
56
(2007) verificaram a resistência ao cisalhamento de
braquetes colados sobre diferentes condições. Foram divididos 90 pré-molares em 6
grupos. No grupo 1 (controle) e 3, os braquetes metálicos e de policarboxilato foram
colados com Transbond XT seguindo as recomendações do fabricante. Nos grupo 2
e 4, ambos tipos de braquetes foram colados ao esmalte com Transbond XT, mas o
adesivo XT foi substituído por OrthoPrimer. Nos grupos 5 e 6, os braquetes de
policarboxilato foram jateados com oxido de alumínio e colados ao esmalte sob as
mesmas condições descritas nos grupos 3 e 4 respectivamente. Os resultados não
demonstraram diferenças significativas entre o grupo 4 e 6, como também no foram
encontradas diferenças entre os grupos 1, 2 e 5, entretanto os resultados foram
inferiores aos encontrados para os grupos 4 e 6. O grupo 3 obteve diferença
estatística significante à dos grupos 2, 4 e 6, mas não foi significante quando
comparada aos grupos 1 e 5, levando os autores a concluírem que o OrthoPrimer
levou a melhores resultados de adesão em seus grupos usando o braquete
convencional ou jateado de policarboxilato, o que não foi observado no grupo de
braquetes metálicos.
Tortamano et al.
57
(2007) avaliaram a resistência à tração de
braquetes ortodônticos metálicos (Abzil-Brasil) colados pela técnica indireta
convencional com os sistemas de adesão Transbond XT, Concise e Sondhi (3M-
Unitek-EUA), esta última desenvolvida exclusivamente para a técnica indireta. Foram
utilizados 50 pré-molares humanos, divididos em 5 grupos de 10 dentes. O grupo I
(controle I) foi objeto de colagem direta com Transbond XT; no grupo II (controle II)
42
procedeu-se a colagem direta com Concise; o grupo III recebeu colagem indireta
com Concise; o grupo IV foi submetido à colagem indireta com Transbond XT e no
grupo V foi realizada colagem indireta com Transbond Sondhi. Em todos os grupos
foi realizada profilaxia nas faces vestibulares do esmalte com escova de Robson,
pedra-pomes e água, secagem com jato de ar e condicionamento com ácido
fosfórico a 35% por 15 segundos. Na técnica direta, o braquete foi colado
diretamente sobre o esmalte após a aplicação do adesivo. Na técnica indireta, os
braquetes foram colados primeiramente sobre modelos de gesso e depois
transferidos para os dentes, com auxílio de moldeira individualizada. Os corpos de
prova foram submetidos a testes de tração (Instron 4400) e os resultados foram
analisados por meio da análise de Variância e de Tukey a 1%. Os resultados
revelaram que os grupos III e V apresentaram resultados significantemente menores
que os dos dois grupos controles e, portanto, os autores concluíram que a força
obtida na colagem indireta com a resina Transbond XT não difere da força obtida na
colagem direta com as resinas Concise e Transbond XT e que as resinas Concise e
Sondhi usadas na colagem indireta proporcionam menor força de adesão que as
resinas Transbond XT e Concise utilizadas na colagem direta.
Mondelli e Freitas
25
(2007) estudaram a eficiência da metodologia
empregada para avaliação da força de união da interface resina braquete e a
resistência adesiva ao cisalhamento empregando 3 marcas comerciais de resina
composta (Concise Ortodôntico, Transbond XT e Filtek Z-250), além do efeito na
resistência adesiva do jateamento com oxido de alumínio aplicado na base do
braquete metálico, associado ou não ao sistema adesivo resinoso. O autor concluiu
que a ocorrência de 12,5% de fraturas coesivas pode ser considerada mínima,
indicando que a metodologia empregada pode ser considerada confiável para avaliar
especificamente a força de união da interface resina-braquete; as resinas, quando
aplicadas sem nenhum tratamento na base do braquete, apresentaram valores
semelhantes; no tratamento que inclui a aplicação do adesivo especifico e a resina
composta na base do braquete, tanto o Concise Ortodôntico como o Transbond XT
apresentaram resultados mecanicamente semelhantes, porem superiores
estatisticamente ao FIltek Z-250. O jateamento de óxido de alumínio é mais efetivo
estatisticamente para as resinas compostas Concise Ortodôntico e Transbond XT do
que para Filtk Z-250. O tratamento com jateamento de óxido de alumínio na base
43
dos braquetes melhorou todos os valores de resistência ao cisalhamento para todos
os materiais de colagem utilizados.
2.3 AVALIAÇÃO DE RECOLAGEM REPETIDA COM BRAQUETES NOVOS
Bishara et al.
9
(2000) destacaram o efeito da recolagem repetida na
resistência ao cisalhamento. Quinze molares humanos recentemente extraídos
foram coletados e armazenados em uma solução de 0,1% de timol. Os dentes foram
limpos, polidos e condicionados com ácido fosfórico a 37% por 30 segundos. Os
braquetes metálicos para incisivos centrais superiores da série Victory (3M), cujas
bases apresentam área de 11,9 mm., foram colados com o sistema adesivo
Transbond XT (3M Unitek), e fotopolimerizados por 20 segundos. Os dentes foram
seqüencialmente colados e descolados 3 vezes com a mesma composição adesiva
ortodôntica e braquetes novos Em todas as vezes, os quinze dentes foram
descolados dentro de meia hora depois de colados para simular uma condição
clínica, onde cada braquete novamente colado e fixado no fio do arco. Na colagem
foi utilizada uma pressão de 300 g., sobre os braquetes, antes da fotopolimerização.
O cisalhamento foi realizado por uma máquina de testes ZWICK (Zwick GmbH & Co,
Alemanha) à qual foi acoplado um cinzel, para promover o cisalhamento. A força de
pressão, realizada com direção ocluso-gengival foi aplicada na base do braquete de
forma a produzir o descolamento da interface dente/braquete. O Computador,
eletronicamente ligado à maquina de ensaios, registrou o resultado de cada teste. A
velocidade da força de cisalhamento aplicada foi de 5 mm/min. Durante cada série
de colagem e descolagem, a ordem dos corpos-de-prova foi mantida com a intenção
de comparar os escores de cisalhamento de cada dente. Os resultados das análises
de variância comparando o cisalhamento da força de colagem em 3 tentativas de
descolagens indicaram a presença de diferenças não significantes entre os 3 grupos
(P=0,104). Entretanto, quando o total da força de cisalhamento de cada dente foi
avaliado entre as seqüências de descolagens 1 e 3 , 10 dentes tiveram uma
significativa diminuição na resistência (P=0,001) (4,6
±
2,5 MPa), visto que 5 dentes
tiveram um aumento significante (2,8 ± 1,6 MPa). Estes achados indicaram que no
geral, os valores altos da resistência ao cisalhamento foram obtidos depois da
colagem inicial. Os dentes recolados têm significância menor e inconsistente
44
resistência ao cisalhamento; ie, a resistência ao cisalhamento pode, além disso,
apresentar aumento ou diminuição depois da segunda recolagem, e as mudanças
nos valores da resistência ao cisalhamento, podem estar relacionadas com as
mudanças observadas nas características morfológicas de cada superfície de
esmalte condicionado com presença de restos de adesivo. Após as falhas
resultantes das descolagens, os dentes e as bases dos braquetes foram
examinados com lente de aumento de 10 vezes, e aplicado o índice de adesivo
remanescente (IAR), que demonstrou ausência de diferença significante entre os
três grupos.
Bishara et al.
58
(2002) avaliaram o efeito da recolagem na
resistência ao cisalhamento de braquetes ortodônticos metálicos colados com dois
sistemas adesivos, sendo uma resina composta e um cianoacrilato. Utilizaram 31
molares humanos recém extraídos, com superfície vestibular intacta, armazenados
em solução de timol a 0,1%. A superfície vestibular dos dentes recebeu profilaxia
com pedra pomes não fluoretada e taça de borracha por 10 segundos. Os dentes
foram embutidos em tubo de PVC preenchidos com resina acrílica, e montados
perpendicularmente ao tubo de PVC, utilizando um gabarito, de modo que a
superfície vestibular ficasse paralela à força durante o teste. Para cada seqüência de
colagem foram utilizados braquetes novos para incisivos centrais superiores da série
Victory (3M), com área de superfície total da base igual a 11,9mm. Novos braquetes
foram utilizados após cada seqüência de colagem. Os dentes foram divididos em 2
grupos, e a colagem dos braquetes foi realizada de acordo com as instruções do
fabricante. Utilizaram os sistemas adesivos Transbond XT (3M) e SmartBond
(Gestenco Int.Suécia). Para o Grupo Transbond XT, 15 dentes foram condicionados
com gel de ácido fosfórico a 37% por 30 segundos, lavados e secos. O selante
aplicado e fotopolimerizado por 20 segundos. No grupo do SmartBond, 16 dentes
foram condicionados com ácido fosfórico a 35% por 10 segundos, lavados e secos
e o adesivo foi aplicado uniformemente com micro brush, na base do braquete e
levado à superfície do dente com pressão de 300g por 10 segundos e o excesso de
resina foi removido com instrumento afiado. Uma haste de aço foi adaptada à
cruzeta da máquina de ensaios eletromecânicos ZWICK (Zwick GmbH & Co,
Alemanha) para descolagem dos braquetes por cisalhamento, com direção de força
ocluso/gengival com velocidade de 5mm/min.
45
Após cada descolagem, todo o adesivo remanescente visível no
esmalte, foi removido com uma ponta para acabamento n°279 (Brassler USA,
Savannah, Ga) até que a superfície de esmalte recuperasse o seu brilho. Os dentes
foram limpos com spray de água, e o procedimento de colagem/descolagem foi
repetido mais 2 vezes, ocasião em que as mesmas superfícies dos dentes
receberam as mesmas condições de preparo.
Durante cada série de colagem e recolagem, a ordem dos dentes
foi mantida para que a resistência ao cisalhamento de cada dente pudesse ser
comparada em sua série correta. Isto permitiu que as mudanças na resistência ao
cisalhamento fossem avaliadas para cada dente de forma longitudinal. As 3
descolagens foram realizadas no prazo de meia hora após a colagem para simular
quanto possível uma condição clínica, isto é, após a recolagem do braquete, fazer o
encaixe do arco no Slot e amarrá-lo. Os resultados das comparações entre os dois
sistemas em cada seqüência de colagem e descolagem mostraram diferenças
estatisticamente significantes. Na segunda seqüência, o Transbond (4,4 ± 2,3 MPa)
teve uma maior resistência ao cisalhamento do que o Smartbond (2,2 ± 2,6 MPa).
Além disso, a soma da resistência ao cisalhamento total para todas as seqüências
foi significantemente (P=0,038) maior para o Transbond (4,7 ± 3,1) que para o
Smartbond (3,4 ± 3,2 MPa). Quando as diferenças entre as seqüências de
descolagem foram avaliadas, os resultados indicaram que entre a primeira e
segunda seqüência de colagem/descolagem os dois adesivos tiveram uma
diminuição significativa na resistência ao cisalhamento. Entre as seqüências de
colagem/descolagem 2 e 3 não existiram diferenças significativas. Os resultados
indicaram que em geral, os valores maiores para resistência ao cisalhamento de
ambos os materiais testados foram obtidos depois da colagem inicial; os dentes
recolados tiveram resistência ao cisalhamento significantemente menor por causa do
adesivo residual na superfície de esmalte; depois da primeira descolagem, a resina
Transbond XT teve a maior resistência que a resina SmartBond; as mudanças na
resistência ao cisalhamento podem ser relacionadas às mudanças nas
características morfológicas da superfície de esmalte como resultado da presença
de adesivo remanescente.
46
3 PROPOSIÇÃO
O objetivo deste estudo foi :
1 – Avaliar e comparar a resistência ao cisalhamento entre as resinas Alpha-
Plast Ortodôntico, Concise Ortodôntico e Transbond XT na colagem e recolagens
repetidas de braquetes metálicos novos.
2 – Verificar e comparar o local da falha adesiva para cada uma das resinas
testadas, pelo Índice de Adesivo Remanescente (IAR).
47
4 MATERIAL E MÉTODOS
4.1 MATERIAIS
4.1.1 Dentes
De acordo com a International Organization for Standardization
(ISO), na especificação TR 11405 (2003) para ensaio de adesão e de resistência ao
cisalhamento podem ser usados como substrato, dentes humanos (pré-molares e
molares) ou incisivos bovinos de animais com menos de 5 anos de idade, para o
ensaio de resistência de união. O período de armazenagem dos dentes para ser
submetido ao ensaio de resistência de união não deve ser superior a 6 meses, após
a extração. Os dentes devem ser armazenados em água destilada ou cloramina
0,5%, numa temperatura entre (4ºC e – 5º C). Os dentes devem ser livres de cárie e
restaurações.
Neste estudo, foram utilizados 90 pré-molares superiores extraídos
por indicação ortodôntica, de pacientes na faixa etária de 12 a 14 anos, pertencentes
ao Curso de Especialização em Ortodontia e Ortopedia Facial da Escola de
Aperfeiçoamento Profissional da Associação Brasileira de Odontologia de Ponta
Grossa – Pr.
Todos os pacientes que concordaram com a doação dos dentes,
assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para doação dos dentes
permanentes, tomando como base o modelo do Termo de Consentimento do Banco
de Dentes Humanos da FOUSP (Imparato
59
2003).
Após a extração, os dentes foram limpos com lâmina de bisturi nº
11, espátula lecron e jato de bicarbonato, lavados e armazenados em água destilada
resfriada, a qual foi trocada semanalmente até o inicio do preparo dos corpos-de-
prova, momento em que os dentes foram colocados em solução de cloramina a
0,5%, para a sua desinfecção conforme indicação da ISO/TR 11405 (2003), durante
48 horas, para evitar uma contaminação cruzada, em recipiente fechado.
Com auxílio de uma lupa estereomicroscópica ,com um aumento de
6,5 vezes, os pré-molares foram selecionados atendendo os seguintes critérios:
- superfície vestibular íntegra, livre de trincas, lesões cariosas,
restaurações, ou fraturas.
48
- não ter recebido nenhum tipo de pré-tratamento com agentes
químicos (peróxido de hidrogênio, álcool, formol ou timol).
- os cuidados de limpeza, armazenamento e seleção dos dentes,
visaram evitar alterações que pudessem comprometer a adesão.
O projeto desta pesquisa foi submetido e aprovado pela Comissão
de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual de Ponta Grossa – COEP/UEPG -
Parecer n° 40/2006, Protocolo: 06269/06.
4.1.2 Braquetes
Foram utilizados braquetes metálicos específicos para dentes
caninos e pré-molares fabricados pela empresa Morelli, nº 10.30.280, os quais
apresentam ranhura com tamanho de 0,56 x 0,76 mm, o que corresponde a 0,22 x
0,30 polegadas. Estes braquetes são específicos para a técnica Edgewise,
apresentam uma base curva para melhor adaptação à curvatura da coroa dos pré-
molares e não apresentam nenhuma pré-angulação ou torque. Os lados da base do
braquete medem 3 mm e 4 mm, porém, possuem uma concavidade que apresenta
raio igual a 3 mm na superfície superior e 2,85 mm na superfície inferior. Para o
cálculo deve-se considerar o raio da superfície inferior, a qual é utilizada na
colagem. Sendo assim, considerando os lados (3mm e 4 mm) e o raio de 2,85 mm
obteve-se uma área da base com 13,02 mm
2
e perímetro de 13,88 mm, valores
estes que foram obtidos automaticamente, utilizando o Software SolidWorks, de
acordo com o fabricante.
4.1.3 Materiais de fixação
Os materiais para fixação avaliados neste estudo foram três tipos
de resinas ortodônticas: Alpha Plast Ortodôntico (DFL), Concise Ortodôntico
(3M/ESPE); Transbond XT(3M-Unitek), conforme descrições nos quadros 1 e 2.
49
Quadro 1 - Composição química das resinas utilizadas
Materiais Composição
Figura 1 – Resina Alpha-Plast
Pasta
Universal
Bisfenol glicidil Metacrilato (Bis-GMA),
Trietilenoglicol Dimetacrilato (TEGDMA), 2- hidroxi-
propilanilina (NN Bis’), Quartzo silanizado e Sílica
Coloidal (Aerosil R972).
Pasta
Catalisadora
Bisfenol glicidil Metacrilato (Bis-GMA),
Trietilenoglicol Dimetacrilato (TEGDMA), 2- hidroxi-
propilanilina (NN Bis’), Quartzo silanizado e Sílica
Coloidal (Aerosil R972) e Peróxido de Benzoíla.
Alpha Bond A
Bisfenol glicidil Metacrilato (Bis-GMA),
Trietilenoglicol Dimetacrilato (TEGDMA), 2,6 DI,
2- hidroxi-propilanilina (NN Bis’), UV-Stab, Ácido
Metacrílico e Aminoéster.
Alpha Bond K Bisfenol glicidil Metacrilato (Bis-GMA),
Trietilenoglicol Dimetacrilato (TEGDMA), 2,6 DI e
Peróxido de Benzoíla
Figura 2 – Resina Concise
Pasta A
Bis-glicidil-metacrilato (Bis-GMA), trietileno-glicol-
dimetacrilato (TEGDMA) e Quartzo tratado com
Silano.
Pasta B
Bis-glicidil-metacrilato (Bis-GMA), trietileno-glicol-
dimetacrilato (TEGDMA) e Quartzo tratado com
Silano e Peróxido de Benzoíla.
Resina A
Bis-glicidil-metacrilato (Bis-GMA) e trietileno-glicol-
dimetacrilato (TEGDMA).
Resina B
Bis-glicidil-metacrilato (Bis-GMA), trietileno-glicol-
dimetacrilato (TEGDMA) e Peróxido de Benzoíla.
Figura 3 – Resina Composta
Transbond XT
Pasta
Adesiva
Bisfenol glicidil Metacrilato (Bis-GMA) e
Trietilenoglicol Dimetacrilato (TEGDMA) Sílica,
Silano, n- dimetilbenzocaína e hexa-flúor-fosfato
Primer ou
Adesivo
Bisfenol glicidil Metacrilato (Bis-GMA) e
Trietilenoglicol Dimetacrilato (TEGDMA)
50
Quadro 2 – Classificação das resinas ortodônticas utilizadas
4.2 MÉTODOS
Os métodos foram comparativos, in vitro, com todos os
procedimentos referentes ao preparo da amostra seguindo o protocolo estabelecido
pela International Organization for Standardization, na especificação TR 11405
(2003).
4.2.1 Preparo dos corpos-de-prova
Para o preparo dos corpos-de-prova, com a finalidade de
padronizar o posicionamento dos dentes no tubo de PVC, foi confeccionado um
esquadro em acrílico, a partir de duas lâminas de acrílico que apresentavam 2 mm
de espessura. Cada lâmina de acrílico apresentava 5 mm de largura, sendo que
uma delas apresentava 10 mm e a outra 20 mm de comprimento. Em seguida, estas
lâminas foram coladas com adesivo instantâneo universal
*
para formar o esquadro.
Posteriormente, cada dente foi fixado a um esquadro de acrílico, com
cera pegajosa
**
, mantendo a superfície vestibular paralela à superfície do mesmo,
tendo a junção cemento-esmalte como limite (Figura 1).
*
Super Bonder (Loctite) – Ester de Cianoacrilato. Lote n° 711541.
**
Cera Pegajosa Duradent, C.G.C. 60.838.406/0001-70. Indústria Brasileira.
Material
Tamanho da
partícula
Quanto à
apresentação do
material
Lote
Data de
fabricação
e validade
Sistema de
Ativação
Concise Macro partícula Pastas A e B
+
Resinas Fluidas
0707900158 MAR/2007
18 meses
Autopolimerizável
Alpha Plast Macro partícula Pasta Universal
PastaCatalizadora
+
Resinas Fluidas
06111613 JUL/2006
02 anos
Autopolimerizável
TransBond
XT
Híbrida Pasta única
+
Resina Fluida
Adhesive Primer
6UP/6CU Até
05/2009
Fotopolimerizável
51
Figura 4- Conjunto esquadro-dente-PVC.
A seguir, o conjunto esquadro e dente foram fixados, também com
cera pegajosa, a um tubo de PVC (Figura 4), o qual apresentava as seguintes
medidas: 25 mm de diâmetro e 35 mm de altura. A coroa ficou centralizada e a raiz
completamente inserida no interior do tubo. Em seguida, o tubo de PVC foi
preenchido com gesso pedra tipo IV
***
. Após a presa do gesso, o esquadro foi
removido, deixando a área delimitada para a colagem perpendicular à base do tubo
de PVC, de modo que a superfície vestibular de cada dente ficasse paralela à força
durante o teste de cisalhamento. Os corpos-de-prova foram limpos de qualquer
resíduo de cera pegajosa e ou gesso, e todos foram armazenados em água
destilada durante 24 horas, em recipiente tampado (Simplício
60
2000; Ianni Filho et
al.
6
2004).
4.2.2 Preparo prévio da superfície dentária
A metodologia empregada no preparo prévio da superfície dentária
foi realizada de acordo com o seguinte protocolo Ianni Filho et al.
6
(2004), Meister
42
(2004) e
Rastelli
55
(2006).
Inicialmente, foi realizada a profilaxia da superfície vestibular dos
dentes com taças de borracha em baixa rotação, com pasta de pedra-pomes e água,
durante 5 segundos como mostra a figura 5, tomando-se o cuidado de renovar a
taça de borracha a cada 5 polimentos, para que o desgaste resultante do seu uso na
profilaxia não viesse prejudicar a qualidade e uniformidade da limpeza e que o
resultado fosse o mais homogêneo possível para todos os corpos-de-prova.
***
Gesso Pedra tipo IV, SS White, lote n° 001, ANVISA n° 10041120126.
52
Figura 5 - Profilaxia com taça de borracha e pedra-pomes
Após a profilaxia, os dentes foram lavados durante 10 segundos
com jato de água, e a secagem foi feita com jato de ar, livre de umidade durante 10
segundos.
4.2.3 Colagem dos braquetes
Aleatoriamente, os 90 corpos-de-prova foram divididos em 3
grupos, de acordo com a resina composta utilizada: grupo AP – Alpha-Plast; grupo
CO – Concise Ortodôntico; grupo TB – Transbond XT. Cada grupo foi formado por
30 corpos-de-prova como mostra o Quadro 3. e identificados de A1 até A30, para o
Grupo AP; de C1 até C30, para o Grupo CO e de T1 até T30, para o Grupo TB.
Quadro 3 – Grupos experimentais
Todos os procedimentos de colagem obedeceram as
recomendações do fabricante de cada produto, como descrito abaixo:
Grupo AP – Alpha Plast
: Foi realizado o condicionamento ácido por 30 segundos,
lavagem por 15 segundos e secagem pelo mesmo tempo, misturou-se uma gota do
GRUPOS MATERIAL n
AP ALPHA PLAST 30
CO CONCISE 30
TB TRANSBOND XT 30
53
selante A com uma gota do selante K e foi aplicada com um pincel descartável
*
na
superfície condicionada e na base do braquete. Em seguida, duas porções com
quantidades iguais da pasta Catalisadora e da pasta Universal foram colocadas no
bloco de papel para mistura e espatuladas durante 20 segundos com espátula
especifica n°1 (Suprafill S.S.White) para resina composta e inserida na base do
braquete. Realizou-se a colagem na superfície vestibular do dente, removeu-se o
excesso com sonda exploradora. aguardou-se 10 minutos e os corpos-de-prova
foram armazenados em água destilada na temperatura ambiente até a realização
dos ensaios mecânicos.
Grupo CO – Concise : Após o condicionamento ácido com ácido fosfórico a 37%
por 60 segundos, lavagem de 20 segundos e secagem por 20 segundos, misturou-
se uma gota do selante A com uma gota do selante B e esta mistura foi aplicada
com um pincel descartável
*
na superfície condicionada do esmalte e na base do
braquete. Em seguida, foi manipulada igual porção da pasta A (catalisadora) e da
pasta B (base), homogeneizada durante 10 segundos, aplicada na base do braquete
e realizada a colagem na superfície vestibular do dente. Aguardou-se 10 minutos e
os corpos-de-prova foram armazenados em água destilada em temperatura
ambiente até a realização dos ensaios mecânicos.
Grupo TB – Transbond XT: Realizado o condicionamento ácido por 30 segundos,
lavagem de 20 segundos e secagem de 20 segundos, foi aplicada uma fina camada
do selante (primer) na superfície condicionada do esmalte dental, e aplicada a resina
composta com uma espátula descartável na base do braquete. Em seguida,
realizou-se o posicionamento do braquete na superfície vestibular do dente e
executada a fotopolimerização por 10 segundos na superfície mesial do braquete e
10 segundos na superfície distal do braquete. Foi utilizado o aparelho L.E. Demetron
1 da SDS/Kerr para a fotopolimerização deste grupo. Aguardou-se 10 minutos e os
corpos-de-prova foram armazenados em água destilada em temperatura ambiente
até a realização dos ensaios mecânicos.
*
Pertencente ao sistema de cada marca comercial.
54
4.2.3.1 Dispositivo posicionador de braquetes com carga
Para todos os grupos, no momento das colagens, utilizou-se um
protótipo desenvolvido pelos pesquisadores para o posicionamento dos acessórios.
Foi modificado um posicionador universal da marca UNITEK (Figura 6) e um
dinamômetro da marca Morelli (Referência 75.02.008). Com esta modificação
obteve-se um conjunto que posiciona o braquete e pressiona uniformemente (300
gramas), de acordo com a metodologia de Bishara
9
, 2000. Assim sendo, todos os
braquetes foram colados com a altura padronizada de 4 mm da superfície (Figura 7).
com a finalidade de diminuir e uniformizar a espessura do compósito entre o
braquete e o esmalte. Antes da polimerização do material, o excesso da resina foi
removido com o auxílio de uma sonda exploradora. Todas as colagens foram
realizadas pelo mesmo operador.
Figura 6 – Protótipo do posicionador modificado pelos pesquisadores.
Figura 7 – Relação do posicionador com o braquete.
Após a colagem, cada corpo-de-prova foi armazenado, por 24
horas, em água destilada à temperatura ambiente, em recipientes plásticos com
tampa, separados e identificados com numeração específica na base do tubo de
55
PVC de acordo com o grupo, para que depois fossem submetidos aos ensaios
mecânicos de cisalhamento. (Figura 8)
Figura 8 – Identificação dos corpos de prova conforme o grupo pertencente.
4.2.4. Ensaio mecânico de cisalhamento: equipamento
Para a execução deste procedimento de pesquisa, foi criado um
protótipo em aço, constituído de uma base que serviu de suporte e fixação dos
corpos-de-prova, e um cinzel de 20 centímetros com bisel de 15º de angulação e um
milímetro de espessura adaptada à máquina de ensaio do Laboratório de Ensaios do
Centro Integrado de Pesquisa e Pós-Graduação da Universidade Estadual de Ponta
Grossa, conseguindo assim um sistema que permitisse a aplicação da força de
cisalhamento em braquetes ortodônticos (Figura 9). Após 24 horas dos
procedimentos de colagem dos braquetes, os corpos-de-prova, primeiramente foram
fixados na porção inferior da máquina de modo que a base do braquete ficasse
paralela ao sentido da força, e depois foram submetidos à tensão de cisalhamento
na direção ocluso-cervical, com o cinzel posicionado na interface dente-braquete.
(Figura 8 e 9). Os testes seguiram a norma ISO/TR 11405 (2003) e executados em
56
uma máquina eletrônica universal para ensaios mecânicos SHIMADZU – AG-I
(10KN), com velocidade de carga de 0,5 mm/min e as cargas de ruptura foram
registradas em Newtons e convertidas para Megapascal. Esta conversão foi
realizada, utilizando-se a seguinte fórmula: R= F/A, onde R= resistência ao
cisalhamento em Megapascal, F= carga de ruptura ou força de descolagem em
Newtons, e A= área da base do braquete em mm
2
.
.
Figura 9 – Sistema de cisalhamento acoplado à máquina SHIMADZU – AG-I Base inferior
para receber o corpo-de-prova e Ponta biselada aplicadora de pressão
57
Figura 10 – Incidência do cinzel na interface braquete/dente
4.2.5. Ensaio mecânico de cisalhamento: testes de cisalhamento na colagem e
recolagens
Foram realizados para cada um dos grupos experimentais, 3
ensaios de cisalhamento em 3 tempos, sendo o inicial denominado de T0 (colagem
inicial) e os outros dois T1 e T2, primeira e segunda recolagem, respectivamente. O
intervalo entre as recolagens foi de 24 horas e 48 horas, utilizando-se braquetes
novos da marca Morelli.
4.2.6. Aplicação dos escores IAR
Após os procedimentos de descolagem pelo ensaio de
cisalhamento, pelo qual ocorre a remoção dos braquetes, o índice de adesivo
remanescente (IAR) foi observado em lupa estereoscópica (Carl Zeiss, Brasil) com
aumento de (8X). A quantidade de material aderido ao esmalte após a descolagem
foi avaliada qualitativamente segundo os escores utilizados por Artun e Bergland
61
(1984), como se segue:
escore 0- nenhuma quantidade de compósito aderido ao dente;
58
escore 1- menos da metade do compósito aderido ao dente;
escore 2- mais da metade do compósito aderido ao dente; e,
escore 3- todo o compósito aderido ao dente.
Após a leitura do IAR para o período T0, os resíduos de resina foram
removidos com uma fresa carbide especial fabricada pela TP Orthodontics,
referência 100-121, em alta rotação refrigerada com água. A cada 10 corpos-de-
prova, uma nova fresa era trocada para se evitar formação de sulcos e ranhuras no
esmalte. Para cada nova recolagem, após a leitura do IAR nos períodos T1 e T2,
este procedimento de remoção de resíduos de resina era repetido e observado a
obtenção de uma superfície polida de esmalte, para a seguir, proceder a nova
recolagem, completando assim a execução desta experiência. Esta metodologia
está simplificada no quadro 4.
AMOSTRA TO
T1
(após 24 horas)
T2
(Após 48 horas)
ALPHA PLAST (n=30)
Colagem inicial +
cisalhamento + IAR
Primeira recolagem +
cisalhamento + IAR
Segunda recolagem +
cisalhamento + IAR
CONCISE (n=30)
Colagem inicial +
cisalhamento + IAR
Primeira recolagem +
cisalhamento + IAR
Segunda recolagem +
cisalhamento + IAR
TRANSBOND XT
(n=30)
Colagem inicial +
cisalhamento + IAR
Primeira recolagem +
cisalhamento + IAR
Segunda recolagem +
cisalhamento + IAR
Quadro 4 - Metodologia aplicada para cada grupo
4.3. Tratamento Estatístico
Os resultados obtidos de resistência adesiva ao cisalhamento,
foram submetidos à análise de variância a dois critérios (material x condição). Para
comparação entre os níveis dos fatores utilizou-se o teste de Tukey e de Bonferroni
(significância de 5%). Para a comparação entre os grupos dos escores do IAR o
método estatístico utilizado foi o teste de Kruskal-Wallis. Para as fraturas de esmalte
observadas nos corpos de prova foi aplicado o teste de Qui-quadrado.
59
5 RESULTADOS
5.1 VALORES DOS ENSAIOS MECÂNICOS
Na Tabela 1 encontram-se os valores obtidos de resistência adesiva
ao cisalhamento, em MPa, com as médias e desvio padrão, de acordo com os
grupos experimentais em análise: Grupo AP – Alpha Plast (DFL), Grupo CO –
Concise (3M) e Grupo TB – Transbond XT (3M-Unitek), para o primeiro ensaio de
cisalhamento e colagem inicial de braquetes novos, denominado T0; para o segundo
ensaio de cisalhamento e primeira recolagem de braquetes novos, denominado de
T1; e para o terceiro ensaio de cisalhamento e segunda recolagem de braquetes
novos, denominado de T2.
Tabela 1- Valores obtidos de resistência adesiva ao cisalhamento, em MPa, junto com as médias e
desvios padrões, de acordo com os grupos experimentais
1 Ensaio- T0 2 Ensaio - T1
Grupo Grupo Grupo
AP CO TB
A
P CO TB AP CO TB
1
17.80 43.76 10.76 48.20 35.31 24.84 44.13 19.14 12.50
2
20.12 20.80 16.89 - 42.52 16.82 - 24.15 14.60
3 12.89 28.56 29.91 39.72 32.97 22.52 55.57 32.16 31.23
4
22.82 22.97 17.80 50.51 24.37 45.96 43.46 36.19 -
5
36.50 24.49 20.48 - 19.38 - - 23.33 -
6
27.60 48.74 16.45 - 22.54 20.24 - 27.70 33.21
7
52.61 43.09 14.87 - 36.49 18.51 - 26.87 18.46
8 35.14 22.78 18.32 27.76 - 17.43 - - 30.43
9
21.62 36.45 28.38 37.58 27.88 23.31 33.96 25.56 21.38
1
0
34.98 18.28 32.09 34.34 29.45 - 35.70 31.54
11
45.45 27.50 25.63 39.14 33.85 19.41 50.16 34.77 31.54
12 16.25 30.54 32.24 37.96 10.85 16.43 39.98 39.78 23.09
13
51.52 31.84 29.72 57.48 28.50 37.26 42.00 38.52 52.97
14 56.84 49.94 16.85 62.66 - 21.83 36.50 - 21.47
1
5
28.08 54.62 32.94 - 22.95 31.33 - 42.89 25.59
16
15.65 29.16 33.07 30.48 - 21.91 - - 24.60
1
7
39.21 68.88 24.31 35.37 - 15.75 27.04 - 25.57
18
18.90 43.35 33.00 - - 19.76 - - 46.14
19
38.61 35.28 18.73 36.51 33.62 22.19 - 43.80 36.08
2
0
25.56 48.91 19.66 - 36.50 20.89 - 43.00 -
21
44.99 29.86 26.72 39.01 30.20 30.63 - 18.82 15.28
22
44.36 43.88 27.96 39.01 33.18 20.13 48.92 32.80 25.68
23 52.37 45.24 12.67 - 27.81 15.04 - 35.55 -
24
41.50 36.46 18.62 36.50 24.93 25.14 35.22 41.65 13.57
2
5
30.95 38.61 31.76 38.51 - 34.31 27.53 - 17.57
26 58.41 30.55 25.20 - 31.58 26.88 - 23.22 15.74
2
7
46.37 28.74 15.74 58.34 32.04 14.60 51.51 29.68 18.59
28
27.17 37.10 19.33 50.83 31.57 25.70 43.55 33.68 25.66
29
42.06 40.68 23.30 31.77 26.81 20.07 31.15 42.51 18.81
3
0
18.93 41.17 11.43 14.26 31.00 20.75 - 28.14 40.70
Média
34.18 36.74 22.83 40.2
8
29.43 23.20 40.71 32.48 25.85
Desvio-Padrão
13.50 11.2
5
7.1
0
11.21 6.54 7.19 8.74 7.79 10.1
7
3 Ensaio -T2
A
mostra
60
Nas tabelas 2, 3 e 4 são informados os valores do índice de adesivo
remanescente (IAR) para cada grupo experimental e para cada período (T0, T1 e
T2) estudado. A tabela 5 descreve quantos dentes apresentaram fratura nos três
ensaios de cisalhamento para cada grupo e para cada período do experimento.
0 12 3 0 12301 2 3
1
X X X
2
X*
3
X X X
4
X X X
5
X*
6
X*
7
X*
8
X X*
9
X X X
10
X X*
11
X X X
12
X X X
13
X X X
14
X X X
15
X*
16
X X*
17
X X X
18
X*
19
X X*
20
X*
21
X*
22
X X X
23
X*
24
X X X
25
X X X
26
X*
27
X X X
28
X X X
29
X X X X
30
X X*
Total
16 13 1 0 2 11 8 064 4 1
* COM FRATURA
AMOSTRA ALPHA-PLAST
Tabela 2. Escores do Índice do Adesivo Remanescente (IAR) para o grupo AP
T0 T1 T2
61
0 12 3 0123 0 1 2 3
1
X X X
2
X X X X*
3
X X
4
X X X*
5
X X X
6
X X X*
7
X X X
8
X*
9
X X X
10
X X X
11
X X X
12
X X X
13
X X X
14
X*
15
X X X
16
X*
17
X*
18
X*
19
X X X
20
X X X
21
X X X
22
X X X
23
X X X
24
X X X
25
X*
26
X X X
27
X X X
28
X X X
29
X X X
30
X X X*
Total
11 16 2 1 17160716 1 0
* COM FRATURA
Tabela 3. Escores do Índice do Adesivo Remanescente (IAR) para o grupo CO
AMOSTRA CONCISE
T0 T1 T2
62
01 2 3 0 1 2301 23
1
X
X
X
2
X
X
X
3
X
X
X
4
X
X
*
5
X
*
6
X
X
X
*
7
X
X
X
8
X
X
X
9
X
X
X
1
0
X
*
11
X
X
X
12
X
X
X
13
X
X
X
*
14
X
X
X
15
X
X
X
1
6
X
X
X
1
7
X
X
X
1
8
X
X
X
*
19
X
X
X
*
2
0
X
X
*
21
X
X
X
22
X
X
23
X
24
X
X
X
25
X
X
X
2
6
X
X
X
2
7
X
X
X
2
8
X
X
X
29
X
X
X
3
0
X
X
X
Total
29 14 5 3 13 8238 12 2
*COMFRATURA
Tabela 4. Escores do Índice do Adesivo Remanescente (IAR) para o grupo TB
A
MOSTRATRANSBOND
T0 T1 T2
63
Amostra (n)
30
30
30
15
10
9
Alpha-Plast
Tabela 5. Número de fraturas de esmalte
Concise
Transbond XT
Total de Fraturas (tf) Fraturas x Recolagem
T0(10); T1(5); T2(0)
T0(6); T1(0); T2(4)
T0(2); T1(3); T2(4)
No Gráfico 1 estão ilustradas as médias das resistências adesivas ao
cisalhamento para cada grupo.
Alpha Plast
T
0
A
lpha Plast
T1
A
lp
h
a P
l
as
t
T2
C
o
nci
s
e
T
0
C
o
nci
se T
1
C
On
c
ise
T2
Tran
s
bon
d
T0
Transbond T1
Transb
o
nd
T
2
0
10
20
30
40
50
Resistência ao Cisalhamento (MPa)
Gráfico 1- Média da resistência ao cisalhamento de acordo com os grupos experimentais.
64
5.2 ANÁLISE ESTATÍSTICA
A variável quantitativa “resistência ao cisalhamento” foi avaliada
levando-se em conta o fator de variação grupo experimental, num total de 3 grupos:
grupo I (Alpha-Plast), grupo II (Concise) e grupo III (Transbond), e o fator de
variação tempo, num total de 3 tempos (T0 - colagem, T1 – 1
a
recolagem e T2 – 2
a
recolagem). A hipótese de nulidade (Ho) determina que os três materiais testados
nos três tempos promoveriam igual resistência ao cisalhamento. A distribuição
normal dos dados foi confirmada por meio do teste de Kolmogorov and Smirnov, o
que permitiu a aplicação do teste paramétrico de Análise de Variância a dois critérios
fixos (Two-way ANOVA). Caso a Ho fosse rejeitada, seriam aplicados os testes para
comparações múltiplas de Tukey e de Bonferroni (testes post hoc). Para avaliação
da variável ordinal Índice de Adesivo Remanescente (IAR) foi utilizado o teste não
paramétrico de Kruskal Wallis. Caso a Ho, pela qual todos os grupos apresentariam
iguais IAR, fosse rejeitada, a comparação entre os postos médios das amostras
seria efetuada utilizando o teste de Comparações Múltiplas de Dunn, a fim de se
detectar entre quais grupos havia diferenças estatisticamente significantes. A
freqüência de fraturas entre os grupos experimentais foi avaliada pelo teste X² (Qui
Quadrado). Para todos os testes foi adotado como nível de significância o valor de
0,05. Os testes foram realizados com o auxílio dos softwares SPSS 13.0 for
Windows e Graphpad Instat versão 3.05.
No quadro 5 podem ser observados os valores de média e desvio
padrão para resistência ao cisalhamento (Mpa) para os grupos e períodos
experimentais. Exceto para T0, quando os corpos-de-prova dos grupos Alpha-Plast
e Concise apresentaram valores bastante próximos e superiores ao do grupo
Transbond, os maiores valores de resistência ao cisalhamento foram observados
para o grupo Alpha-Plast, seguido dos grupos Concise e Transbond.
65
Tempo Grupo Média Desvio Padrão n
T0 (colagem)
T1 (1
a
recolagem)
T2 (2
a
recolagem)
Total
Alpha-Plast
Concise
Transbond
Total
Alpha-Plast
Concise
Transbond
Total
Alpha-Plast
Concise
Transbond
Total
Alpha-Plast
Concise
Transbond
Total
34,1753
36,7410
22,8277
31,2480
40,2829
29,4292
23,2014
30,1627
40,7120
32,4838
25,6184
31,7305
37,6042
33,1813
23,7943
31,0350
13,50192
11,24626
7,10149
12,40988
11,20789
6,53686
7,18824
10,80817
8,73862
7,78622
10,30978
10,66967
12,09987
9,37998
8,21188
11,40173
30
30
30
90
21
24
28
73
15
24
25
64
66
78
83
227
Quadro 5 - Valores de média, desvio padrão e n amostral para resistência ao cisalhamento (Mpa)
nos grupos e tempos experimentais
A ANOVA a dois critérios fixos demonstrou haver diferenças
estatisticamente significantes para o fator grupo (p<0,001), para a interação entre os
fatores tempo e grupo (p=0,007), porém não demonstrou diferenças para o fator
tempo p= (0,453), como pode ser visto no quadro 6.
Fonte Soma dos
quadrados
Graus de
liberdade
Quadrado
médio
F Nível de
significância
Modelo Corrigido
Intercepto
Tempo
Grupo
Tempo * grupo
Erro
Total
Total Corrigido
9058,025
218287,596
148,173
7784,318
1367,641
20321,848
248020,051
29379,873
8
1
2
2
4
218
227
226
1132,253
218287,596
74,087
3892,159
341,910
93,219
12,146
2341,652
,795
41,753
3,668
,000
,000
,453
,000
,007
Quadro 6 - ANOVA a dois critérios fixos (grupos e tempos experimentais) para resistência ao
cisalhamento
A aplicação dos testes para comparações múltiplas de Tukey e
de Bonferroni para o fator grupo demonstrou que houve diferenças estatisticamente
significantes entre os três grupos experimentais, sendo que os maiores valores de
resistência ao cisalhamento foram encontrados no grupo Alpha-Plast, seguido dos
grupos Concise e Transbond, o qual apresentou os menores valores para essa
variável. Os dados referentes a estas análises podem ser vistos no quadro 7.
66
Teste Grupo Versus
Grupo
Diferença
entre as
médias
Erro
padrão
Nível de
significância
Intervalo de confiança
95%
Tukey
Bonferroni
AP
CO
TB
AP
CO
TB
CO
TB
AP
TB
AP
CO
CO
TB
AP
TB
AP
CO
4,4230
13,8099
-4,4230
9,3869
-13,8099
-9,3869
4,4230
13,8099
-4,4230
9,3869
-13,8099
-9,3869
1,61479
1,59234
1,61479
1,52258
1,59234
1,52258
1,61479
1,59234
1,61479
1,52258
1,59234
1,52258
,018
,000
,018
,000
,000
,000
,020
,000
,020
,000
,000
,000
,6123
10,0522
-8,2336
5,7939
-17,5676
-12,9800
,5271
9,9682
-8,3188
5,7136
-17,6516
-13,0603
8,2336
17,5676
-,6123
12,9800
-10,0522
-5,7939
8,3188
17,6516
-,5271
13,0603
-9,9682
-5,7136
Quadro 7 – Testes para comparações múltiplas de Tukey e de Bonferroni para o fator grupo.
Para avaliação da variável ordinal Índice de Adesivo
Remanescente (IAR) foi utilizado o teste não paramétrico de Kruskal Wallis, o qual
resultou em um valor de KW=65,79, com 8 graus de liberdade, considerado
estatisticamente significante (p<0,0001). Desta forma, a Ho, pela qual todos os
grupos apresentariam iguais IAR, foi rejeitada. No quadro 8 podem ser vistos a
freqüência, mediana e postos médios dos valores obtidos para a variável ordinal,
Índice de Adesivo Remanescente (IAR). A comparação entre os postos médios das
amostras foi feita através do teste de Comparações Múltiplas de Dunn, cujos
resultados podem ser observados no quadro 5. Para o período T0 o IAR para o
grupo Transbond foi estatisticamente superior ao dos grupos Alpha-Plast e Concise
(p<0,05). Não houve diferenças estatisticamente significantes entre os grupos para o
período T1, ao passo que no período T2, O IAR do grupo Transbond foi
estatisticamente superior ao do grupo Concise (p<0,05), não havendo diferença
entre os demais grupos, como podemos observar no gráfico 2.
Analisando o comportamento do grupo Alpha-Plast nos diferentes períodos,
observou-se uma diferença estatisticamente significante apenas entre T0 e T1, ao
passo que para o grupo Concise houve diferença estatisticamente significante entre
T0 e T1, bem como entre T1 e T2. Não houve diferença estatisticamente significante
entre os períodos T0 e T2, assim como entre os três períodos avaliados para o
grupo Transbond.
67
Grupo n Mediana Posto médio
Alpha-Plast – T0 30 0 60,76
Concise – T0 30 1 82,60
Transbond – T0 30 2 153,48
Alpha-Plast – T1 21 1 124,45
Concise – T1 24 2 151,73
Transbond – T1 26 1 126,17
Alpha-Plast – T2 15 1 100,40
T1Concise – T2 24 1 82,16
Transbond – T2 25 2 140,24
Quadro 8 – Freqüência, mediana e postos médios dos valores obtidos para a variável ordinal Índice
de Adesivo Remanescente (IAR).
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
T0 T1 T2
Alpha-Plast
Concise
Transbond
Gráfico 2 – Postos médios obtidos para a variável ordinal, Índice de Adesivo Remanescente (IAR)
para realização do teste de Kruskal Wallis.
* Diferença estatisticamente significante em comparação aos grupos AP e CO (p<0,05)
** Diferença estatisticamente significante em comparação ao grupo CO (p<0,05)
**
*
68
Comparação Diferença entre os
postos médios
Valor de p
Alpha-Plast – T0 x T1 -63,686 p<0,01
Alpha-Plast – T0 x T2 -39,633 p>0,05 ns
Alpha-Plast – T1 x T2 24,052 p>0,05 ns
Concise – T0 x T1 -69,129 p<0,01
Concise – T0 x T2 0,4333 p>0,05 ns
Concise – T1 x T2 69,563 p<0,01
Transbond – T0 x T1 27,310 p>0,05 ns
Transbond – T0 x T2 13,243 p>0,05 ns
Transbond – T1 x T2 -14,067 p>0,05 ns
Alpha-Plast – T0 x Concise – T0 -21,833 p>0,05 ns
Alpha-Plast – T0 x Transbond – T0 -92,717 p<0,001
Concise – T0 x Transbond – T0 70,883 p<0,001
Alpha-Plast – T1 x Concise – T1 -27,277 p>0,05 ns
Alpha-Plast – T1 x Transbond – T1 -1,721 p>0,05 ns
Concise – T1 x Transbond – T1 -25,556 p>0,05 ns
Alpha-Plast – T2 x Concise – T2 18,233 p>0,05 ns
Alpha-Plast – T2 x Transbond – T2 -39,840 p>0,05 ns
Concise – T2 x Transbond – T2 58,073 p<0,05
Quadro 9 – Comparação entre os postos médios das amostras através do teste de Comparações
Múltiplas de Dunn.
O quadro 10 demonstra o número de fraturas de esmalte observadas nos
corpos de prova após a aplicação do ensaio de resistência ao cisalhamento. A
aplicação de teste de Qui-quadrado resultou em um valor de X
2
=2,931, com 2 graus
de liberdade, tendo como valor de p=0,231, sendo não significante. Assim, não
houve diferença entre os grupos quanto à freqüência de fraturas de esmalte
ocorridas. Pelos dados apresentados, observa-se que a maioria das fraturas ocorreu
no período T0, exceto para o grupo Transbond, onde a maioria das fraturas ocorreu
em T2 e T1. Houve uma tendência de ocorrer um maior índice de fraturas nos
tempos de regulagem T1 e T2 no grupo Transbond e nos outros grupos ocorreu
uma maior incidência no tempo T0, porém sem evidência estatística significante.
69
Grupo n Número de fraturas Período em que ocorreram as
fraturas
Alpha-Plast 30 15 T0 (10); T1 (5); T2 (0)
Concise 30 10 T0 (6); T1 (0); T2 (4)
Transbond 30 9 T0 (2); T1 (3); T2 (4)
Quadro 10 – Ocorrência de fraturas de esmalte observadas nos corpos de prova após a aplicação do
ensaio de resistência ao cisalhamento
Valor de X
2
=2,932 – p=0,231 ns
70
6 DISCUSSÃO
A partir da introdução do condicionamento ácido da superfície do
esmalte dental por Buonocore
4
(1955), com a finalidade conseguir a adesão de
materiais ao esmalte dental, a Ortodontia recebeu o grande aporte que necessitava
para apresentar-se menos agressiva aos tecidos buco-dentais e ao visual estético.
Ficou mais leve e menos operacional, simplificando tempos de trabalho em benefício
do profissional, do paciente e da própria Ortodontia que, graças a este marco da
ciência Odontológica, tornou a instalação do aparelho e o tratamento fácil e
acessível.
No entanto, a ocorrência da falha na colagem do braquete é uma
constante na prática ortodôntica, prejudicial por trazer como resultado maior tempo
de tratamento, aumento dos custos operacionais, desconforto de agenda pelo maior
número de consultas requeridas pelo paciente (Pinto
21
1996). A identificação da
causa da falha pode ajudar o ortodontista a diminuir a sua ocorrência e recomendar
ao paciente os cuidados que devam ser tomados para evitar as repetidas
descolagens e recolagens (Powers
62
1997). Também é fundamental entender o
mecanismo da adesão, na qual todos os sistemas de colagem envolvem pelo menos
duas interfaces, a interface esmalte/adesivo e a interface braquete/adesivo (Mizrahi
2
1969, Keizer et al.
63
1976, Alexandre et al.
64
,1981, Gwinnett
65
,1988, Ianni Filho et al.
6
2004).
Ao deparar-se com a necessidade da recolagem de braquetes
metálicos, várias opções podem ser praticadas: com o próprio braquete descolado
Wheeler e Ackerman
33
1983, Egan et al.
15
1996, Penido e Martins
34
1998, Mui et al.
18
1999, Tavares et al.
20
2003, Eminkahyagil et al.
50
2006, Pithon et al.
54
2006, Mondelli
e Freitas
25
2007; utilização de braquetes reciclados por termociclagem Francisconi et
al.
19
2000, Harari et al.
37
2002; reciclados jateados Quick et al.
46
2005; com ou sem
primer Chung et al.
27
2000, Hirani e Sherriff
53
2006, Pithon et al.
56
2007; e com
braquetes novos para Chung et al.
36
2002, Bishara et al.
9
2000 e 2002
58
, Quick et
al.
46
2005. Isto faz com que se torne necessária a continuidade da investigação
cientifica, buscando o momento em que todos tenham a convicção de conhecer a
técnica certa.
Busca-se também um sistema de adesão que assegure a fixação
do acessório até o final do tratamento. Neste sentido, as pesquisas procuram
71
encontrar o material adesivo que apresente características físico-químicas e
mecânicas que atenda às necessidades clínicas com força de adesão suficiente
para suportar os esforços mastigatórios e as forças geradas pela mecânica
ortodôntica durante todo o tempo do tratamento, e que possibilite o posicionamento
do acessório em tempo mínimo, mas que permita a remoção do mesmo acessório
sem lesar os tecidos dentais (Reynolds
66
1975). A associação do condicionamento
ácido do esmalte com as resinas compostas a base de BIS-GMA, tem sido, desde a
década de 80, o método de escolha adotado pelo clínico para efetuar a colagem de
acessórios em Ortodontia (Ianni Filho et al.
6
2004). Por este motivo encetou-se este
estudo com o objetivo de avaliar a resistência ao cisalhamento de duas resinas
consagradas pelos investigadores e pelos clínicos, uma autopolimerizável, (Concise)
e a outra fotopolimerizável, (Transbond XT) comparadas com uma terceira resina,
também autopolimerizável, (Alpha-Plast) da qual só encontramos um relato
publicado em uma revista científica, mas que é de uso comum por profissionais
nacionais e estrangeiros dos países da América do Sul por mais de 15 anos.
Também foram utilizados braquetes metálicos novos, nos processos de colagem e
recolagem repetida, fato este, pouco usual nos relatos científicos publicados, mas
entende-se que, no dia a dia do exercício clínico, é o que oferece eficácia em menor
tempo despendido.
Para entender esta adesão e tentar simular em laboratório o que
ocorre na cavidade bucal dos pacientes ortodônticos, recorre-se a ensaios
mecânicos de cisalhamento in vitro. Este teste vem sendo utilizado em diversas
pesquisas (Sadler
29
1958, Newman
7
1965, Chamda, Stein
17
1996, Egan et al.
15
1996, Penido, Martins
34
1998, Mui et al.
18
1999, Souza
24
1999, Francisconi et al.
19
2000, Chung et al.
27
2000, Bishara et al.
9
2000, Ewoldsen, Demke
35
2001, Chung et
al.
36
2002, Harari et al.
37
2002, Bishara et al.
58
2002, Sharma-Sayal et al.
38
2003,
Tavares et al.
20
2003, Romano, Ruellas
39
2003, Rajagopal et al.
41
2004, Lunardi
28
2004, Meister
42
2004, Klocke e Kahl-nieke
43
2005, Romano et al.
44
2005, Liu et al
45
2005, Quick et al.
46
2005, Cozza et al.
48
2006, Cal-Neto et al.
51
2006, Eminkahyagil
et al.
50
2006, Francischone
49
2006, Hirani, Sherriff
53
2006, Pithon et al.
54
2006,
Rastelli
55
2006, Tavares et al.
52
2006, Tortamano et al.
57
2007, Mondelli, Freitas
25
2007, Pithon et al.
56
2007), e seu emprego é fácil, eficaz e confiável e traz resultados
que podem ser extrapolados para a prática clinica (Millet, McCabe
67
1996). Neste
estudo utilizou-se o teste de cisalhamento seguindo as recomendações obtidas
72
pelos artigos consultados na revisão de literatura, com velocidade de carga de
0,5mm/min. (ISO TR 11405) proporcionada por uma máquina de ensaios mecânicos
SHIMADZU – AG-I com 10KN de carga, que recebeu um cinzel metálico com bisel
de 15 graus apoiado na base do braquete, rente à interface dente/base do braquete,
para promover o cisalhamento e seu deslocamento. Isto, com a finalidade de que os
resultados conseguidos possam ser comparados com os resultados obtidos nos
ensaios realizados anteriormente e os que vierem a ser replicado, por outros
pesquisadores.
O universo de materiais de colagem é vasto e não pára porque os
pesquisadores, a indústria odontológica e a ciência dos materiais estão
constantemente testando e produzindo novos produtos com a intenção de
aperfeiçoar a colagem bem como o design do braquete e a retenção que a sua base
oferece. Bishara et al.
9
(2000) e Sharma-Sayal et al.
38
(2003) confirmaram esta
afirmação ao considerar que os clínicos estão interessados em conhecer as resinas
eficazes na colagem de acessórios ortodônticos, propriedade imprescindível de
acordo com Reynolds
66
(1975) e Simplício
60
(2000) para sustentar o acessório com a
aderência suficiente que resista aos esforços mastigatórios e às forças ortodônticas
emanadas do tratamento, até o final do tratamento. Reynolds
66
(1975) defendeu que
a carga mínima de resistência ao cisalhamento de um adesivo para uso clínico deva
ser entre 6,0 MPa e 8,0 MPa. Porém, Fox et al.
68
(1994) aceitaram os valores
citados por Reynolds
66
(1975), apenas como referência por considerá-los subjetivos,
uma vez que, segundo eles, não existe dispositivo capaz de medir com precisão a
resistência ao cisalhamento in vivo e mesmo por que na boca, a descolagem de
braquetes não acontece por cisalhamento puro, mas acompanhado de torção e
compressão. Nestes ensaios, todas as resinas testadas na recolagem apresentaram
boa resistência ao cisalhamento.
Na colagem, acessório/resina/esmalte, a maioria dos estudos de
cisalhamento de braquetes metálicos, apresenta a interface acessório/resina como o
principal local de fratura, devido à fraca união adesiva nesta área. Desde o inicio da
técnica de colagem de acessórios em Ortodontia, foram implementadas diversas
idéias na tentativa de aperfeiçoá-la, tais como as várias propostas da base do
braquete, na sua forma, tamanho e estruturação metálica de retenção, propostas
físicas (jateamento) e químicas (ácidos) na base do braquete antes de promover a
colagem; o aperfeiçoamento das resinas sem carga, com carga, micro ou macro
73
partículas, químicas ou fotopolimerizáveis, pasta/pasta, resina líquida, primers, etc.,
como citado na revisão da literatura empregada neste trabalho. No entanto, a
interface base/resina continua sendo o principal ponto de fratura tanto na carga
mastigatória como nos testes de cisalhamento. Neste estudo, utilizou-se braquetes
Morelli específicos para pré-molares cuja base apresenta área de 13,02mm²,
considerada suficiente proporcionalmente para a média das coroas destes dentes.
Foram também utilizadas resinas autopolimerizáveis com carga e macropartículas
(Alpha Plast e Concise) e a resina fotopolimerizável (Transbond XT), híbrida. Estas
especificações deram a segurança de maior adesividade ao esmalte dental.
(Dickinson, Powers
69
1980, Silva Filho et al.
70
1995, Ianni Filho et al.
6
2004).
Das resinas ortodônticas fotopolimerizáveis, a mais citada nos artigos
consultados, e que parece ser a “padrão ouro” foi a resina Transbond XT. Trata-se
de uma resina híbrida que possui boa quantidade carga. Neste trabalho, esta resina
apresentou valores de resistência ao cisalhamento (MPa) de 22,83 ± 7.10 na
colagem; de.23,20 ± 7,19 na primeira recolagem e de 25,85 ± 10,17 na segunda
recolagem. Estes valores estão próximos daqueles relatados por Mui et al.
18
1999,
Liu et al.
45
2005, Mondelli e Freitas
25
2007, Pithon et al.
56
2007, Tortamano et al.
57
2007, que demonstraram que esta resina apresenta uma boa adesão às estruturas
dentais.
O Concise Ortodôntico foi citado em vários estudos consultados
(Grabouski
71
1998, Penido, Martins
34
1998, Francisconi et al.
19
2000, Quick et al.
46
2005, Romano, Ruellas
39
2003, Pithon et al.
56
2007, Tortamano et al.
57
2007). Esta
resina possui 78% de carga e é autopolimerizável, sendo por isso a mais citada em
estudos que avaliaram resinas de presa química. Neste estudo a resistência ao
cisalhamento (MPa) na colagem foi de 36,74 ± 11,25; na primeira recolagem foi de
29,43 ± 6,54; na segunda recolagem foi 32,48 ± 7,79. Esses valores estão próximos
aos que foram relatados por Francisconi et al.
19
2000, Penido e Martins
32
1998,
Quick et al.
46
2005, Pithon et al.
56
2007, que demonstraram também que a mesma
possui uma boa adesão às estruturas dentais.
Neste estudo de recolagem repetida, foram utilizados braquetes
novos, por este procedimento clínico ter sido praticado por várias décadas e pelo
fato de haver poucos trabalhos publicados (Bishara et al.
9
2000, Bishara et al.
58
2002). É provável que isto se deva ao fato de que a reutilização de braquetes
descolados, como foi utilizado nos trabalhos de Egan et al.
15
1996, Penido e
74
Martins
34
1998, Mui et al.
18
1999, Chung et al.
27
2000, Sharma-sayal et al.
38
2003,
reciclados, por Tavares et al.
20
2003, Lunardi
28
2004, Quick et al.
46
2005, jateados,
por Eminkahyagil et al.
50
2006, Tavares et al.
52
2006, são de uma época
economicamente difícil para os ortodontistas que utilizavam braquetes importados, e
o reaproveitamento deles era uma forma de diminuir custos; porém, isto não mais
acontece e eles podem interferir na qualidade da adesão desejada, como foi
demonstrado por Wheeler e Ackerman Junior
33
Dickinson e Powers
69
(1985) por
deteriorar a malha da base do braquete com conseqüente redução na resistência ao
cisalhamento (Mascia, Chen
72
1982). Entretanto, a resistência ao cisalhamento dos
braquetes, excedeu à resistência mínima de 6 – 8 MPa, recomendadas por Egan et
al.
15
1996.
A resistência ao cisalhamento na recolagem é assunto controverso,
para alguns autores, ela é menor à colagem inicial (Wright, Powers
73
1985, Ireland,
Sherriff
74
1994, Hirani. Sherriff
53
2006), enquanto outros afirmaram que é comparável
(Egan et al.
15
1996), ou maior que a original (Leas, Hondrum
75
,1993). Neste estudo
com braquetes novos, os resultados para o teste de cisalhamento (MPa) foram
estatisticamente significantes entre a colagem (T0) e a primeira recolagem (T1) para
o grupo Alpha Plast, ao passo que para o grupo Concise houve diferença
significante entre T0 e T1, bem como entre T1 e T2. Já para o grupo Tansbond XT
não houve diferença estatística significante entre os três períodos avaliados,
discordando de Wright e Powers
73
(1985) porque para esta resina não houve perda
da propriedade de colagem. O condicionamento ácido pode afetar o desempenho
das resinas testadas em testes in vitro, tanto pelo tipo de ácido como pelo tempo de
condicionamento utilizado (Gwinnett
32
1971). Dos estudos consultados, a grande
maioria (Chamda, Stein
17
1996, Souza
24
1999, Bishara et al.
9
2000, Chung et al.
27
2000, Francisconi et al.
19
2000, Bishara et al.
58
2002, Chung et al.
36
2002, Sharma-
Sayal et al.
38
2003, Tavares et al.
20
2003, Romano, Ruellas
39
2003, Bengston et al.
40
2003, Rajagopal et al.
41
2004, Lunardi
28
2004, Meister
42
2004, Kloche, Kahl-nieke
43
2005, Romano et al.
44
2005, Liu et al.
45
2005, Quick et al.
46
2005, Cal-Neto et al.
51
2006, Cozza et al.
48
2006, Eminkahyagil et al.
50
2006, Francischone
49
2006, Hirani,
Sherriff
53
2006, Santos et al.
47
2006, Tavares et al.
52
2006, Rastelli
55
2006)
utilizaram o condicionamento com ácido fosfórico 37% durante 30 segundos. No
entanto De Saeytijd et al.
76
(1994) e Abdullah e Rock
77
(1996), não detectaram
diferença na força adesiva nos condicionamentos de 15 e 60 segundos com ácido
75
fosfórico a 37%. Neste estudo foi utilizado o tempo recomendado pelos fabricantes
para a utilização das resinas testadas.
A utilização de dentes humanos seguiu as recomendações da
norma ISO TR 11405. Poder-se-ia usar dentes bovinos, como demonstrado por
Nakamichi et al.
78
(1983), a utilização deste tipo de dente não alteraria os resultados.
Porém, outros autores que realizaram estes ensaios (Quick et al.
46
2005, Romano et
al.
44
2005, Hirani, Sheriff
53
2006, Tavares et al.
52
2006, Tortamano et al.
57
2007)
utilizaram dentes humanos, e como nós tínhamos a possibilidade de aproveitar os
dentes extraídos por finalidade de tratamento ortodôntico dos pacientes da escola de
Aperfeiçoamento Profissional da Associação Brasileira de Odontologia de Ponta
Grossa (EAP/ABO/PR/PG), optou-se por utilizar pré-molares humanos.
Com o objetivo de reduzir e padronizar a espessura do material
adesivo entre a base do braquete e a superfície do esmalte e promover a colagem
com pressão uniforme sobre os braquetes, como enfatizado na metodologia
empregada por Cordeiro
79
1999, Gonçalves et al.
80
2000, Pinzan et al.
81
2001,
Santos et al.
82
2000, Bishara et al.
9
2000, Bishara et al.
58
2002, foi utilizado um
dispositivo idealizado pelo pesquisador, que ao mesmo tempo em que padronizava a
pressão de 300g. sobre os braquetes, os posicionava na altura coronária de 4 mm.
Este fato, aliado à execução da colagem por um único operador, leva a uma melhor
padronização dos resultados encontrados, pois como demonstrado por Guan
83
(1998), diferenças nas espessuras da camada de adesivo apresentam valores
diferentes na resistência ao cisalhamento.
O índice IAR utilizado neste estudo foi compatível com os
resultados relatados nos trabalhos de Romano et al.
44
(2005) e Hirani e Sheriff
53
(2006) que demonstraram que o grupo colado com a resina Transbond XT
apresentou escore variando entre 1 e 2, bem como as colagens realizadas com a
resina Concise, apresentou escore variando entre 1 e 2. Para as colagens efetuadas
com a resina Alpha-Plast observou-se que o índice IAR teve seu escore concentrado
entre 0 e 1, o que indica que parte da resina ficou aderida ao braquete e parte ao
dente, entretanto, esta resina foi a que apresentou maior número de fraturas do
esmalte, em comparação com as outras testadas neste estudo.
A resina Alpha-Plast, tem sido pouco utilizada em experiências
laboratoriais de cisalhamento e foi testada neste trabalho por ser a resina
autopolimerizável que tem grande utilização na clinica ortodôntica no país.
76
Apresenta bons resultados de adesão, verificados pelos valores alcançados nos
testes deste estudo, com valores em MPa de 34,18 ± 13,50 na colagem, de 40,28 ±
11,21 na primeira recolagem e de 40,71 ± 8,74 na segunda recolagem. Esses
valores estão superiores estatisticamente aos resultados da resina Transbond e da
Resina Concise. Essa superioridade pode ser creditada ao fato relatado por
Dickinson e Powers
69
(1980) em que o conteúdo de carga das resinas compostas
demonstrou in vitro afetar a força adesiva sobre os braquetes que dependiam da
retenção mecânica. As resinas compostas com alta carga aderiram melhor aos
braquetes metálicos, comparados com os compósitos de baixa carga.
Percebeu-se ainda que mesmo havendo diferenças significativas
entre as resinas as mesmas possuem uma resistência ao cisalhamento superior à
ideal, relatada por Reynolds
66
(1975). Considerando que este estudo foi realizado in
vitro, esses valores podem sofrer alterações, muitas vezes decaindo, quando
extrapolados para a prática clínica Murray
84
2003, pois como relatado por Öztoprak
et al.
85
2007 a presença de sangue ou saliva afeta a adesão à estrutura dental. Além
disso, como demonstrado por Klock e Kahl-Nieke
43
(2005), a própria incidência da
força durante o teste de cisalhamento in vitro pode distorcer alguns resultados. Por
este motivo, buscou-se utilizar a força perpendicular à base do braquete, que foi
considerada pelo mesmo autor, como a ideal para obtenção de resultados
confiáveis. Além disso, como demonstrado por Ewoldsen e Demke
35
(2001), a
seleção do material ideal e sua aplicação requerem um entendimento das diferenças
químicas e das limitações físicas, o que nos leva a crer que a prática ortodôntica
deve sempre estar baseada em estudos de investigação científica que mostrem e
comprovem resultados.
77
7 CONCLUSÕES
Com os resultados obtidos neste estudo in vitro, e considerada a
metodologia empregada, é lícito concluir que:
1 – Houve diferença estatística significante na resistência ao
cisalhamento (MPa) entre os grupos Alpha Plast ortodôntico e Transbond XT; como
também entre o grupo Alpha Plast ortodôntico e Concise Ortodôntico durante a
colagem e recolagens repetidas de braquetes metálicos novos.
2 – Nas resinas, Concise Ortodôntico e Transbond XT, ao se
realizarem recolagens, não é possível prever o local da falha adesiva, enquanto que,
na resina Alpha-Plast ortodôntico, a falha adesiva ocorre prevalentemente na
interface esmalte-resina, com maior freqüência de fratura do esmalte dentário.
78
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86
ANEXO - A
PARECER DA COMISSÃO DE ÉTICA
87
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