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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
PROGRAMA DE MESTRADO EM ODONTOLOGIA – MESTRADO
ÁREA DE CONCENTRAÇÃO : CLÍNICA INTEGRADA
ANA PAULA TEITELBAUM
AVALIAÇÃO DO CONTROLE MECÂNICO E QUÍMICO DO BIOFILME DENTAL
EM PACIENTES PORTADORES DE SÍNDROME DE DOWN
PONTA GROSSA
2008
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ANA PAULA TEITELBAUM
AVALIAÇÃO DO CONTROLE MECÂNICO E QUÍMICO DO BIOFILME DENTAL
EM PACIENTES PORTADORES DE SÍNDROME DE DOWN
Dissertação apresentada para obtenção do título de mestre
na Universidade Estadual de Ponta Grossa, no Curso de
Mestrado em Odontologia - Área de concentração em
Clínica Integrada.
Orientadora Profa. Dra. Gislaine Denise Czlusniak.
Co-orientadora : Profa. Dra. Aida Sabbagh-Haddad.
Co-orientadora : Profa. Dra. Jocélia Jansen.
PONTA GROSSA
2008
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Ficha Catalográfica Elaborada pelo Setor de Processos Técnicos BICEN/UEPG
Teitelbaum,, Ana Paula
T265a Avaliação do controle mecânico e químico do biofilme dental em
pacientes portadores de Síndrome de Down / Ana Paula Teitelbaum
Ponta Grossa, 2008.
134 f.
Dissertação ( Mestrado em Odontologia - área de concentração em clínica integrada ) -
Universidade Estadual de Ponta Grossa.
Orientadora : Profa. Dra. Gislaine Denise Czlusniak
Co-orientadora : Profa. Dra. Aida Sabbagh-Haddad
Co-orientadora : Profa. Dra. Jocélia Jansen
1. Síndrome de Down. 2. Dentifrícios. 3. Placa dentária.
4. Clorexidina. 5. Eritrosina. I. Czlusniak, Gislaine Denise.
II. Sabbagh-Haddad, Aída. III. Jansen, Jocélia. IV. T.
CDD
: 617.6
DEDICATÓRIA
À minha mãe, Leatrice,
exemplo vivo de uma verdadeira lutadora, incansável, trabalhadora, detentora
de características que marcam qualquer filho, sempre me incentivando em cada
recomeço e principalmente durante a realização deste sonho, você é o meu alicerce
e minha força durante todos os momentos da minha vida. O meu muito muito
obrigado por tudo aquilo que me tem transmitido e que ainda continua a transmitir;
Ao meu marido e amigo, Adriano,
dedico todo meu carinho, meu amor e minha gratidão pela paciência que
demonstrou, pelo apoio que me proporcionou durante todo o tempo despendido com
o mestrado e com este trabalho, que nos privou de muitas horas de lazer;
Aos meus queridos avós, Carlos e Edilia,
minha eterna gratidão por vocês existirem e sempre compartilharem comigo
todos os momentos importantes da minha vida;
Aos meus tios, Cesar, Henri e Bel,
por acreditarem em minha carreira profissional e pelo apoio que sempre me
ofereceram, todas as palavras, ainda que existissem, seriam insuficientes para
demonstrar o meu amor e admiração por vocês;
Aos meus primos, Guto e Camila,
que sempre me apoiaram em tudo e que são e serão sempre os meus
melhores amigos;
Ao meu filho, Cauã,
que é a luz da minha vida e que faz com que o meu dia a dia tenha sempre
mais alento, mais empenho e cada vez mais dedicação a você. Meu filho, você foi a
melhor coisa que Deus me deu e o meu muito obrigada, por me dar à alegria de ser
mãe.
Dedico a vocês este trabalho
AGRADECIMENTOS
Agradeço esta conquista a Deus, que tornou todos os meus sonhos
possíveis.... É muito bom poder contemplar a fidelidade do Senhor em cada etapa
da vida !!!
À Universidade Estadual de Ponta Grossa - UEPG, por proporcionar um
curso de Pós-Graduação em Clínica Intregrada, Área de concentração – Prevenção
em Odontologia, em nível de Mestrado.
Ao Reitor da Universidade Estadual de Ponta Grossa – UEPG, Prof. Dr. João
Carlos Gomes, a oportunidade permitida a mim para realização ao curso do
Mestrado, o que foi fundamental para o aprimoramento dos meus conhecimentos.
À Profa. Dra. Osnara Mongruel Gomes, coordenadora do Curso de
Mestrado em Odontologia da UEPG, pela seriedade e firmeza com que vem
desenvolvendo seu trabalho.
À Profa. Dra. Gislaine Denise Czlusniak, minha orientadora e amiga, mestre
de grande experiência clínica e capacidade profissional, meu profundo
reconhecimento e gratidão pelo suporte intelectual, pelos conhecimentos
transmitidos e pela confiança em mim depositada. Levo comigo seus ensinamentos,
sua amizade, e aesperança de que nossos caminhos se encontrem novamente.Você
sabe que sou sua eterna admiradora por tudo que você é e faz!!!
À Profa. Dra. Aida Sabbagh-Haddad, minha co-orientadora, que me abriu a
primeira porta, despertando em mim o interesse na área de pacientes especiais.
Muito obrigada por sempre me incentivar na busca de meus ideais! Agradeço pelo
carinho, respeito, amizade e apoio constante.
À Profa. Dra. Jocélia Jansen, minha co-orientadora , pelo modo especial que
me acolheu na disciplina de Cosmetologia para a realização desta pesquisa. Sua
disponibilidade, atenção e os ensinamentos transmitidos jamais serão esquecidas.
Sem você este trabalho nunca teria saído do papel, o meu muito obrigado!!
À Profa. Dra. Denise Stadler Wambier e Profa. Dra. Márcia Helena Baldani
Pinto, pela amizade e colaboração com informações e sugestões que me auxiliaram
na concretização desta pesquisa.
Ao Prof. Dr. Fábio André dos Santos, pelo tratamento estatístico dos dados,
pela gentiteza, sugestões e atenção a mim dedicadas.
Às profissionais da Escola de Educação Especial Professora Maria de
Lourdes Canziani (APAE – Ponta Grossa), nas pessoas de sua diretora Maria
Rosely Blum Gomes, vice-diretora Silmara de Oliveira Gomes Papi e
coordenadora pedagógica Lindamir Korowiski, por sua acolhida carinhosa e
esforço conjunto para que este trabalho de pesquisa fosse realizado.
À Keuri, pelo apoio nos dias dos exames clínicos deste estudo. Você foi
essencial para que tudo transcorresse da melhor forma possível. Obrigada por
tudo!!!
Aos professores do Curso de Mestrado em Odontologia da UEPG, Abraham
Lincoln Calixto, Alessandra Reis, Alessandro Dourado Loguércio Benjamim de
Melo Carvalho, Carlos Roberto Berger, Denise Stadler Wambier, Elizabete
Brasil dos Santos, Fábio André dos Santos, Gibson Luiz Pilatti, Gislaine Denise
Czlusniak, João Carlos Gomes, Leide Mara Schmidt, Nara Hellen Campanha,
Osnara Mongruel Gomes, Stella Kossatz Pereira, Ulisses Coelho, Vitoldo
Antônio Kozlowski Júnior, pelos conhecimentos transmitidos ao longo do curso,
que contribuíram para a ampliação dos meus horizontes profissionais e científicos.
Aos colegas do mestrado, Alfonso, Ana Paula, Beatriz, Camila,
Chigueyuki, Christiana, Cristian, Eloísa, Eugênio, Jimenez, Flávia, Gislaine,
Manoela, Michele, Roberto, Rodrigo, Sérgio, Shelon e Wilmer, pela amizade,
convivência, relacionamento harmonioso, que nos tornou uma grande família.
Amigos não se separam apenas trilham caminhos diferentes....Torço por todo
vocês!!!!
Em especial, às amigas do mestrado: Manoela e Michele, pelo
companherismo e por serem sempre atenciosas e presentes em todas as horas.
Vocês são muito especiais pra mim. Obrigada pela amizade!!!
Ao, Jimenez , obrigada pela disponibilidade em ajudar sem medir esforços.
Você foi o melhor presente que eu ganhei do mestrado, ter o senhor como meu
colega. Você é muito especial !!!
À Danielle Endler, Lorene Armistrong e Ricardo Arcaro, por me auxiliar na
manipulação das formulações químicas e na realização dos testes de controle de
qualidade. Muito obrigada pelo carinho, disponibilidade em me ajudar sempre que
precisei.
As bibliotecárias Ivani da Silva e Maria Luzia Fernandes Bertholino dos
Santos, pela simpatia e paciência no levantamento e na revisão bibliográfica.
À Funcionária da Pós-Graduação em Odontologia, Morgana, pela dedicação,
amizade, gentileza e eficiência com que sempre me atendeu.
À Degussa, pela doação da sílica Sident® 8, utilizada neste estudo, assim
tornando possível a realização desta pesquisa.
À Fundação Araucária, pelo auxílio financeiro nesse curso de mestrado.
À todas as crianças, pais e responsáveis que participaram desta pesquisa,
pois sem suas participações não seria possível a concretização deste sonho.
Bem vindo à Holanda!
Emily Perl Knisley
Freqüentemente sou solicitada a descrever a experiência de dar à luz uma criança com deficiência -
uma tentativa de ajudar pessoas que não tem com quem compartilhar essa experiência única a
entendê-la e imaginar como é vivenciá-la.
Seria como...
Ter um bebê é como planejar uma fabulosa viagem de férias - para a ITÁLIA! Você compra montes
de guias e faz planos maravilhosos! O Coliseu. O Davi de Michelangelo. As gôndolas em Veneza.
Você pode até aprender algumas frases simples em italiano. É tudo muito excitante.
Após meses de antecipação, finalmente chega o grande dia! Você arruma suas malas e embarca.
Algumas horas depois você aterrissa. O comissário de bordo chega e diz:
- "BEM-VINDO À HOLANDA!"
"Holanda!?! "diz você" o que quer dizer com Holanda!?!? Eu escolhi a Itália ! Eu devia Ter chegado à
Itália. Toda minha vida eu sonhei em conhecer a Itália."
Mas houve uma mudança de plano de vôo. Eles aterrisaram na Holanda e é lá que você deve ficar.
A coisa mais importante é que eles não te levaram a um lugar horrível, desagradável cheio de
pestilência, fome e doença. É apenas um lugar diferente.
Logo, você deve sair e comprar novos guias. Deve aprender uma nova linguagem. E você irá
encontrar todo um novo grupo de pessoas que nunca encontrou antes.
É apenas um lugar diferente. É mais baixo e menos ensolarado que a Itália. Mas, após alguns
minutos, você pode respirar fundo e olhar ao redor... e começar a notar que a Holanda tem moinhos
de vento, tulipas e até Rembrants e Van Goghs.
Mas, todos que você conhece estão ocupados indo e vindo da Itália... e estão sempre comentando o
tempo maravilhoso em passaram lá. E por toda a sua vida, você dirá : "Sim, lá era onde eu deveria
estar. Era tudo o que eu havia planejado."
E a dor que isso causa nunca, nunca irá embora... porque a perda desse sonho é uma perda
extremamente significativa.
Porém... se você passar a sua vida toda remoendo o fato de não haver chegado à Itália, nunca estará
livre para apreciar as coisas belas e muito especiais... sobre a Holanda.
DADOS CURRICULARES
Ana Paula Teitelbaum
NASCIMENTO 13.12.1977 – Ponta Grossa-PR
FILIAÇÃO Leatrice Maria Scheffer
Solon Teitelbaum
1996 - 2000 Graduação em Odontologia pela
Universidade Estadual de ponta Grossa –
UEPG-PR
2001 Aperfeiçoamento em Odontologia para
Pacientes com Necesidades Especiais
pela Faculdade de Odontologia da
Universidade de São Paulo – FOUSP-SP
2002 Atualização em Odontologia para
Pacientes com Necesidades Especiais
pela Associação Brasileira de Ensino
Odontológico – ABENO
2002 / 2004 Especialização em Odontologia para
Pacientes com Necesidades Especiais
pela Associação Brasileira de Ensino
Odontológico – ABENO
2006 / 2008 Mestrado Acadêmico em Odontologia,
Área de Concentração em Clínica
Integrada, na linha de pesquisa em
Prevenção em Odontologia pela
Universidade Estadual de Ponta Grossa –
UEPG
Teitelbaum AP. Avaliação do controle mecânico e químico do biofilme dental em
pacientes portadores de Síndrome de Down [Dissertação de Mestrado]. Ponta
Grossa: Univerdade Estadual de Ponta Grossa UEPG; 2008.
RESUMO
As crianças portadoras de necessidades especiais apresentam pobres níveis de
higiene bucal, com presença constante de gengivite e grande acúmulo de biofilme
dental, em razão da limitação mecânica e falta de habilidade psicomotora. Desta
forma, o objetivo do trabalho foi avaliar o controle mecânico e químico do biofilme
dental em pacientes portadores de Síndrome de Down, utilizando quatro diferentes
dentifrícios experimentais, especialmente indicados para pacientes com dificuldades
motoras e/ou mentais, verificando os efeitos de sua utilização na redução do biofilme
dental, gengivite e sangramento gengival. A pesquisa foi realizada em 40 pacientes
portadores da Síndrome de Down, freqüentadores da Escola de Educação Especial
Professora Maria de Lourdes Canziani vinculada à Associação de Pais e Amigos dos
Excepcionais (APAE) de Ponta Grossa, com idades entre 7 e 13 anos em período de
dentadura mista, que usaram quatro diferentes dentifrícios experimentais, sendo
eles: dentifrício fluoretado (protocolo G1) ; dentifrício fluoretado + clorexidina
(protocolo G2); dentifrício fluoretado + clorexidina + evidenciador de placa (protocolo
G3) e dentifrício fluoretado + evidenciador de placa (protocolo G4). O estudo foi
desenvolvido no modelo cruzado e duplo-cego, com quatro etapas experimentais
(dez dias), separadas entre si por três períodos de washout (quinze dias). Os
pacientes foram avaliados no início e logo após as etapas experimentais, por um
examinador calibrado, por meio do índice de placa de Greene e Vermillion
simplificado e presença ou ausência de sangramento gengival marginal à sondagem
do índice de Ainamo e Bay. Condições clínicas semelhantes estiveram presentes no
início de todos os períodos experimentais para o índice de placa e sangramento
gengival. Verificou-se diferenças estatísticas, para as condições clínicas avaliadas,
na comparação dos índices pós-tratamento, aonde os dentifrícios contendo o
evidenciador de placa associado ou não a clorexidina apresentaram uma redução
mais acentuada em relação ao índice de placa final, quando comparados aos outros
dentifrícios. Observou-se que o dentifrício com evidenciador de placa e o dentifrício
com clorexidina nos escores finais do índice de sangramento gengival mostraram
resultados semelhantes, sendo que o dentifrício com clorexidina mais evidenciador
de placa apresentou melhores resultados ao final do experimento. Conclui-se que a
motivação dos cuidadores foi a chave do sucesso para se conseguir uma higiene
bucal satisfatória nos pacientes portadores de necessidades especiais e que a
associação de fármacos no mesmo dentifrício (clorexidina, flúor e eritrosina), pode
ser vista como uma forma simples e eficaz de administração de agentes terapêuticos
e evidenciador de placa bacteriana, visto que não interfere na rotina destes
indivíduos por ser aplicada nos momentos de higienização dentária, favorecendo o
controle do biofilme dental e inflamação gengival.
Palavras-chave: Síndrome de Down. Dentifrícios. Placa dentária. Clorexidina.
Eritrosina.
Teitelbaum AP. Evaluation the mechanical and chemical control on dental plaque in
Down’s Syndrome patients [Dissertação de Mestrado]. Ponta Grossa: Univerdade
Estadual de Ponta Grossa UEPG; 2008.
ABSTRACT
The children who carry especial needs present low level of oral hygiene with constant
gingivitis presence and high accrual level of dental plaque caused by mechanical
limitation and psycho motor skill. Therefore, the aim of the present study was to
evaluate the mechanical and chemical control on bacterial film in Down’s syndrome
patients using four unlike experimental dentifrices, specially indicated for motor
difficulty and or mental patients, checking the effects of their utilization on bacterial
film reduction, gingivitis and gingival bleeding. This research was done on 40 Down’s
syndrome patients from the Special Education School Teacher Maria de Lourdes
Canziani linked to the Handicapped Parents’ and Friends’ Association (APAE) from
Ponta Grossa, PR, aged 7 to 13, on mixed dentition period, that have used four
different experimental dentifrices: fluoride dentifrice (G1 protocol), fluoride dentifrice +
chlorhexidine (G2 protocol), fluoride dentifrice + chlorhexidine + plaque disclosing
(G3 protocol) and fluoride dentifrice + plaque disclosing (G4 protocol). This study was
developed on crossed cast and double-blind with four experimental stages (10 days),
separated among itself during three washout periods (15 days). Patients were
evaluated at the onset and next to the experimental stages, using a gauge, a
simplified Greene-Vermillion index and at the presence or absence of gingival crest
bleeding in probing of Ainamo-Bay index. Similar clinical conditions were present at
the beginning of all experimental periods for plaque index and gingival bleeding. It
was checked statistics differences for clinical conditions evaluated, in the post
treatment index comparison where the dentifrices containing plaque disclosing
associated or not to chlorhexidine have presented a reduction more enhanced
related to the final plaque index, when comparing to the others dentifrices. It was
observed that dentifrices with disclosing plaque and with chlorhexidine in the final
index score of gingival bleeding have showed similar findings, and the dentifrice with
chlorhexidine plus disclosing plaque did the best results at the experiment ending. In
conclusion, the findings indicate that the motivation on the careful patients was the
key to the success, in order to get a satisfactory oral hygiene in carrier patients of
especial needs and pharmaco- association in the same dentifrice (chlorhexidine,
fluor and erythrosine) may be seen as a simple and efficacious way to administrate
therapeutic agents and bacterial plaque disclosing , once it do not interfere in
cleansing routine of that individuals when applied during toothbrushing facilitating
dental plaque control and gingival inflammation.
Keywords: Down Syndrome. Dentifrices. Dental Plaque. Chlorhexidine. Erythrosine.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 - Analisador de tamanho e da distribuição de partículas pelo método
de difração a laser (Beckman Coulter – Ls 13320)...............................
60
Figura 2 - Esquema da difração a laser no analisador de partículas.................... 60
Figura 3 - Esquema da difração a laser no analisador de partículas.................... 61
Figura 4 - Curva de absorção da eritrosina .......................................................... 62
Figura 5 - Gráfico da curva de calibração da eritrosina........................................ 62
Figura 6 - Representação esquemática do modelo cruzado referente aos
tratamentos utilizados...........................................................................
66
Figura 7 - Dentifrício fluoretado............................................................................. 66
Figura 8 - Dentifrício fluoretado + clorexidina........................................................ 67
Figura 9 - Dentifrício fluoretado + clorexidina + evidenciador de placa................ 67
Figura 10 - Dentifrício fluoretado + evidenciador de placa...................................... 67
Figura 11 - Valores do teste para determinação do tamanho das partículas.......... 118
Gráfico 1 - Média e erro padrão do valores obtidos com o Índice de Placa inicial
(IPL-I) e final (IPL-F) em G1 (Dentifrício fluoretado), G2 (Dentifríco
fluoretado + Clorexidina), G3 (Dentifrício fluoretado + Clorexidina +
Evidenciador) e G4 (Dentifrício fluoretado + Evidenciador). IPL-F
(Comparação inter-grupo): diferenças significativas entre os grupos
(p<0,0001). (##) Diferenças significativas com G3 e G4 (p<0,0001).
Friedman com pós teste de Dunn. (*) Diferenças significativas entre
IPL-I e IPL-F (Comparação intra-grupo) em todos os grupos
(p<0,0001). Teste de Wilcoxon.............................................................
72
Gráfico 2 - Distribuição das freqüências (%) do Índice Gengival inicial (IG-I) e
final (IG-F) em G1 (Dentifrício fluoretado), G2 (Dentifríco fluoretado +
Clorexidina), G3 (Dentifrício fluoretado + Clorexidina + Evidenciador)
e G4 (Dentifrício fluoretado + Evidenciador). IG-F (Comparação
Inter-grupo): diferenças significativa entre os grupos (p<0,0001). (#)
Diferenças significativas com todos os grupos (p<0,0001). (##)
Diferenças significativas com G1 e G3 (p<0,0001). (###) Diferenças
significativas com todos os grupos (p<0,0001). Teste Cochran. (*)
Diferenças significativas entre IG-I e IG-F (Comparação intra-grupo)
em todos os grupos (p<0,001). Teste de McNemar. Escores: 0-
Ausênica de sangramento; 1- Presença de sangramento....................
73
Quadro 1 - Componentes dos dentifrícios.............................................................. 55
Quadro 2 - Composição dos dentifrícios................................................................. 56
Quadro 3 - Descrição da amostra (Grupo 1: dentifrício fluoretado; Grupo 2:
n
dentifrício com clorexidina; Grupo 3: dentifrício com clorexidina mais
v
evidenciador de placa e Grupo 4: dentifrício com evidenciador de
c
placa: Freqüências (Dados obtidos com o SPSS).................................
123
Quadro 4 - Frequüência dos escores de IGi em cada protocolo testado e
percentual em relação amostra total.....................................................
125
Quadro 5 - Freqüência dos escores de IGi e IGf no G1......................................... 129
Quadro 6 - Freqüência dos escores de IGi e IGf no G2......................................... 130
Quadro 7 - Freqüência dos escores de IGi e IGf no G3......................................... 130
Quadro 8 - Freqüência dos escores de IGi e IGf no G4......................................... 131
Quadro 9 - Freqüência dos escores do IGf em cada protocolo e percentual em
relação amostra total............................................................................
131
Quadro 10 - Teste de Cochran para os escores do IPLf nos quatro protocolos
testados................................................................................................
132
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Análise dos ensaios organolépticos para os quatro dentifrícios
em diferentes temperaturas e períodos. ........................................
115
Tabela 2 - Análise de pH para os quatro dentifrícios, em diferentes
períodos..........................................................................................
116
Tabela 3 - Média dos valores de consistência e densidade para os quatro
dentifrícios experimentais...............................................................
116
Tabela 4 - Proporção de materiais voláteis e resíduo seco para os quatro
dentifrícios.......................................................................................
117
Tabela 5 - Concentração de flúor solúvel nos quatro dentifrícios.................... 119
Tabela 6 - A estatística de Friedman para os escores do IPLi nos quatro
protocolos testados........................................................................
125
Tabela 7 - Estatística de Wilcoxon para os escores de IPLi e IPLf no G1....... 126
Tabela 8 - Estatística de Wilcoxon para os escores de IPLi e IPLf no G2....... 126
Tabela 9 - Estatística de Wilcoxon para os escores de IPLi e IPLf no G3....... 127
Tabela 10 - Estatística de Wilcoxon para os escores de IPLi e IPLf no G4....... 127
Tabela 11 - A estatística de Friedman para os escores do IPLf nos quatro
protocolos testados.......................................................................
128
Tabela 12 - A estatística de Friedman para os escores do IPLf nos quatro
protocolos testados.......................................................................
128
Tabela 13 - Teste de comparações múltiplas de Dunn para os escores do
IPLf nos quatro protocolos testados................................................
129
LISTA DE ABREVIATURA E SIGLAS
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
SD Síndrome de Down
ADA Associação Americana de Odontologia
NaF Fluoreto de Sódio
F- Flúor iônico
MFP Monofluorfosfato de Sódio
ppm Partes por milhão
Anvisa Agência Nacional de Vigilância Sanitária
mg Miligrama
ABO Associação Brasileira de Odontologia
RDA Radioactive dentin abrasion
FD&C Food, Drug and Cosmetic
FD Food and Drug
ml Mililitro
COEP Comissão de Ética em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos
UEPG Universidade Estadual de Ponta Grossa
APAE Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais
HEC Hidroxietilcelulose
g Grama
° C Grau Celsius
d
a
Densidade aparente
m Massa
v Volume
MV Materiais voláteis
mi Massa inicial
mf Massa final
RS Resíduo seco
rpm Rotação por minuto
nm Namometro
r Coeficiente de correlação
ųg Micrograma
CLAE Cromatografia Líquida de Alta Eficiência
D1 Dentifrício 1
D2 Dentifrício 2
D3 Dentifrício 3
D4 Dentifrício 4
IPL Índice de placa bacteriana
IPLi Índice de placa bacteriana inicial
IPLf Índice de placa bacteriana final
IG Índice gengival
IGi Índice gengival inicial
IGf Índice gengival final
G1 Dentifrício fluoretado
G2 Dentifrício fluoretado + clorexidina
G3 Dentifrício fluoretado + clorexidina + evidenciador de placa
G4 Dentifrício fluoretado + evidenciador de placa
ųm Micrômetro
SUMÁRIO
1
INTRODUÇÃO.............................................................................................. 16
2
REVISÃO DE LITERATURA........................................................................ 19
2.1 SÍNDROME DE DOWN................................................................................ 19
2.2 DENTIFRÍCIOS............................................................................................. 24
2.3 DENTIFRÍCIOS COM CLOREXIDINA......................................................... 36
2.4 DENTIFRÍCIOS COM EVIDENCIADOR DE PLACA BACTERIANA............. 41
2.5 CONTROLE DO BIOFILME DENTAL EM PACIENTES PORTADORES
DA SÍNDROME DE DOWN..........................................................................
45
2.5.1 Controle Mecânico do Biofilme Dental.......................................................... 45
2.5.2 Controle Químico do Biofilme Dental............................................................ 47
3
PROPOSIÇÃO.............................................................................................. 53
4
MATERIAL E MÉTODO................................................................................ 54
4.1 SELECÃO DOS PARTICIPANTES DA PESQUISA...................................... 54
4.2 DELINEAMENTO DAS FORMULAÇÕES..................................................... 55
4.2.1 Manipulação das Formulações dos Dentifrícios............................................ 55
4.2.1.1 Manipulação do Dentifrício............................................................................ 55
4.2.2 Controle de Qualidade dos Dentifrícios......................................................... 56
4.2.2.1 Aspectos Organolépticos............................................................................... 56
4.2.2.1.1 Aspecto.......................................................................................................... 56
4.2.2.1.2 Cor................................................................................................................. 57
4.2.2.1.3 Odor............................................................................................................... 57
4.2.2.1.4 Sabor............................................................................................................. 57
4.2.2.2 Aspectos Físico-Químicos............................................................................. 57
4.2.2.2.1 Determinação dos valores de pH.................................................................. 58
4.2.2.2.2 Determinação da consistência das formulações dos dentifrícios.................. 58
4.2.2.2.3 Determinação da densidade das formulações dos dentifrícios..................... 58
4.2.2.2.4 Materiais Voláteis.......................................................................................... 59
4.2.2.2.5 Granulometria................................................................................................ 60
4.2.2.2.6 Teste de Centrífuga....................................................................................... 61
4.2.2.2.7 Doseamento da Eritrosina............................................................................. 61
4.2.2.2.8 Doseamento do Flúor.................................................................................... 63
4.2.2.3 Estudo Microbiológico................................................................................... 63
4.2.2.4 Estabilidade da Formulação ......................................................................... 64
4.3 PROTOCOLO DO ESTUDO......................................................................... 64
5
RESULTADOS.............................................................................................. 71
6
DISCUSSÃO................................................................................................. 76
7
CONCLUSÃO............................................................................................... 90
REFERÊNCIAS ............................................................................................................. 91
APÊNDICE A - Autorização para realização de exames nos escolares da
instituição............................................................................................
108
APÊNDICE B - Carta de Informação ............................................................................ 110
APÊNDICE C - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido...................................... 112
APÊNDICE D - Controle de Qualidade dos quatro dentifrícios
experimentais.....................................................................................
114
APÊNDICE E - Modelo de ficha utilizada para registro dos índices nos diferentes
momentos de avaliação......................................................................
120
APÊNDICE F - Testes estatísticos................................................................................. 122
ANEXO A - Parecer da Comissão de Ética em Pesquisa Envolvendo Seres
Humanos da Universidade Estadual de Ponta
Grossa......................................................................................................
133
1 INTRODUÇÃO
O maior desafio em prevenção na Odontologia é o controle do biofilme dental,
e conseqüentemente, evitar cárie dentária e inflamação gengival (Sekino et al.
1
2003). Este controle é realizado por meio de métodos mecânicos e/ou químicos
(Buischi, Axelsson
2
1997). Para tanto, os métodos mecânicos, ou seja, o uso de
escovas e fios dentais são ditos como eficazes, mas não suficientes, em certos
casos (Torres
3
2000).
Os pacientes portadores da Síndrome de Down apresentam alterações
bucais, como: pseudomacroglossia, língua protruída e maloclusões, e estas
alterações interferem na qualidade da escovação (Cohen , Winer
4
1965). Fischman
5
(1979), observou que a destreza manual e, muitas vezes, até as motivações, são
fatores imprescindíveis para a eficiência da higiene bucal por meios mecânicos em
pacientes com Síndrome de Down.
Sendo assim, a motivação é a chave do sucesso para uma boa saúde bucal,
e um excelente recurso para estimular estes pacientes nas suas higienes dentais é a
utilização de soluções evidenciadoras de placa bacteriana. Por esta razão, a
presença de um evidenciador de placa na fórmula de um dentifrício poderia auxiliar
na remoção do biofilme dental (Rodrigues et al.
6
1994).
A deficiência mental é outro aspecto a ser considerada, pois dificulta a
conscientização da importância da saúde bucal (Brown
7
1965, Scully
8
1976). Esta
dificuldade leva estes pacientes a apresentar altos índices de doenças bucais placa-
dependentes, principalmente alterações periodontais (Cornejo et al.
9
1996). Assim,
é fundamental estabelecer estratégias para prevenir a doença periodontal nesses
indivíduos.
Estudos têm demonstrado que o controle mecânico promove reduções
significativas nos níveis de gengivite em portadores de necessidades especiais
(Vignehsa et al.
10
1991). Entretanto, muitos pacientes com Síndrome de Down, além
de serem pouco cooperadores, não apresentam destreza manual suficiente para
realizar a escovação e utilizar o fio dental (Shaw, Saxby
11
1986).
Conseqüentemente, o uso de antimicrobianos, como coadjuvantes no controle de
placa, podem ser indicados para esses indivíduos (Pieper et al.
12
1986).
Considerando o fato de que a escovação com dentifrício é o hábito mais comum de
higiene bucal (Owens et al.
13
1997), a adição da clorexidina aos dentifrícios poderia
18
ser vista como uma forma prática de utilização do agente químico, para melhorar a
qualidade da saúde bucal (Yates et al.
14
1993).
Desta forma, a presente pesquisa tem por objetivo avaliar o controle
mecânico e químico do biofilme dental em pacientes portadores de Síndrome de
Down, utilizando quatro diferentes dentifrícios experimentais, especialmente
indicados para pacientes com dificuldades motoras e/ou mentais, verificando os
efeitos de sua utilização na redução do biofilme dental, gengivite e sangramento
gengival na amostra selecionada.
19
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 SÍNDROME DE DOWN
Segundo o censo 2000 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística), 14,5% da população brasileira apresenta alguma deficiência física ou
mental, ou seja trata-se de um população de 24,5 milhões de pessoas. Desde grupo,
cerca de 300 mil são portadores da Síndrome de Down, e anualmente cerca de oito
mil brasileiros nascem com a trissomia do cromossomo 21 (Pimentel
15
2003).
A Síndrome de Down (SD) ou trissomia 21 é a mais estudada entre as
síndromes malformativas da espécie humana, sendo descrita pela primeira vez por
John Langdon Down, em 1866 (Desai et al.
16
1997).
Lejeune et al.
17
(1959), descobriram que a SD era resultante de um
cromossoma extra na célula, pertencente ao par 21. Lejeune
18
(1990), identificou 3
genótipos diferentes nos indivíduos com a Síndrome de Down, classificando-os em
trissomia do 21, mosaicismo e translocação .
De acordo com Sabbagh-Haddad et al.
19
(2003), têm-se levantado a
possibilidade de existir uma proteína (Mad2) que tenha o papel de coordenar o
processo de meiose; quando essa proteína não atua, pode ocorrer a
descoordenação entre fusos, fazendo com que um deles acabe atraindo os dois
cromossomos para um só lado, resultando em duas células mortas (sem
cromossomo) e duas com cromossomos duplicados. Este mecanismo pode explicar
a ocorrência da Síndrome de Down por não-disjunção cromossômica na meiose
(trissomia simples). Em cerca de 95% dos casos, a trissomia é simples (trissomia do
cromossomo 21), em 2% dos pacientes evidenciam-se mosaicos cromossômicos e
em 3% por translocação, sendo que destes, 2% ocorre translocação de um dos três
cromossomos 21 para um cromossomo do grupo D e 1% por translocação com um
cromossomo do grupo G (21 ou 22).
Em relação à etiologia, estudos evidenciam uma forte correlação entre a
idade materna e o risco de nascer uma criança com Síndrome de Down, ou seja,
com a idade materna de 30 anos, o risco é de 1:1000 e com 40 anos este risco é de
9:1000 (Hook et al.
20
1983; Johnstone et al.
21
1999). Porém, Mustachi
22
(1990)
20
evidenciou que 20% dos portadores de Síndrome de Down são trissômicos por erro
meiótico paterno. A exposição a altas doses de radiação tem sido outro fator
relacionado ao seu aumento numa população obedecendo, porém, ao mesmo
padrão com relação à idade materna (Sperlin et al.
23
1991). Grebb et al.
24
(1997)
relataram que a etiologia da trissomia do 21 está relacionada com a idade avançada
da mãe, possivelmente também com a idade avançada do pai e radiação por raio-x.
A incidência de pacientes nascidos com a Síndrome de Down não varia muito
de acordo com a literatura, Sabbagh-Haddad et al.
19
(2003) a incidência é
aproximadamente de um para cada 600 crianças nascidas vivas.
O diagnóstico do recém-nato de acordo com Mustacchi e Rozone
22
(1990)
baseia-se nos 7 sinais cardinais: fenda palpebral oblíqua, a qual ocorre em 100%
dos pacientes; hipotonia muscular, em 90,9%; face achatada, em 86,3%; pele
abundante no pescoço, em 82%; sulco entre hálux e o segundo artelho, em 77,2%;
prega palmar transversa única, em 59,0%; e prega única no 5
o
dedo, em 18,1%.
Cada um desses sinais, exceto a prega única no 5
o
dedo, ocorrem em mais de 45%
dos afetados. Os autores concluíram que a existência de 3 ou mais manifestações
clinícas entre esses 7 sinais no recém-nato, indicam a necessidade de uma
investigação mais cuidadosa, para a qual 5 outros sinais auxiliares devem ser
verificados, cujas freqüências são: micrognatia, encontrada em 90% dos casos;
ponte nasal achatada, em 86%; hiperelasticidade articular, em 81%; orelhas
displásicas, em 81%; e epicanto, em 68% dos indivíduos.
Nos portadores da Síndrome de Down (S.D) são observadas alterações
sistêmicas e características que se atenuam com o passar do tempo, outras são
estáveis e algumas surgem ou tendem a se agravar com o aumento da idade (Piro et
al.
25
1990).
Desta forma, para o tratamento odontológico, a anamnese e o exame clínico
em pacientes com S.D, devem ser criteriosos, pois outros dados expecíficos devem
ser observados; cerca de 40% dos casos apresentam cardiopatia congênita, em 3 a
7,7% ocorrem defeitos no tubo digestivo, além de suscetibilidade aumentada às
infecções do trato gastrointestinal, respiratórias e urinárias, devido à deficiência
imune do sistema de linfócitos T. Há maior risco no desenvolvimento de leucemia
(15 a 20 vezes mais, quando comparados com indivíduos controles) e hipotiroidismo,
sendo sua ocorrência 8 vezes mais freqüente quando comparados com indivíduos
normais ( Sabbagh-Haddad et al.
19
2003).
21
Van Allen et al.
26
(1999) avaliaram portadores da Síndrome de Down, sendo
18 com menos de 50 anos e 20 indivíduos com mais de 50 anos de idade e
encontraram: presença de cardiopatia congênita não-tratada em 15,8%; cardiopatia
adquirida em 15,8%; infecção respiratória recorrente e doença pulmonar crônica em
30%; epilepsia em 36,8%; perda de visão decorrente de catarata em 50% e por
queratite em 21%; perda de audição em 25% e problemas comportamentais em
50%. Os autores encontraram ainda outras alterações como doença de Alzheimer
em 42% (sendo 75% nos pacientes acima de 50 anos e apenas 5,5% naqueles com
menos de 50 anos), hipertensão pulmonar em 7,8%, osteoartrite degenerativa da
coluna vertebral em 31,6%, osteoporose com fraturas dos ossos longos em 55% e
vertebral em 30%, instabilidade atlantoccipital não tratada em 7,9%.
No passado, a expectativa de vida dos indivíduos nascidos vivos era limitada.
Porém, com o avanço da biologia molecular e da medicina, atualmente 50% dos
portadores da Síndrome de Down possuem uma expectativa de vida ao redor dos 60
anos de idade (Aquino et al .
27
1998).
Esses pacientes apresentam ainda, de acordo com Sabbagh-Haddad et al.
19
(2003), várias alterações bucais, como a presença de pseudoprognatismo, palato
duro menor e de forma ogival; macroglossia decorrente de hipotonia lingual; alta
prevalência e suscetibilidade a problemas periodontais decorrentes de erro no
mecanismo auto-imune; e relação oclusal pobre, particularmente mordida
anterior/posterior. A posição da língua mais anteriorizada produz força anormal nos
dentes anteriores inferiores, os quais já estão em posição de mordida cruzada,
ocorrendo freqüentemente periodontite severa e perda precoce desses elementos
dentais. Observa-se ainda menor incidência de cárie atribuída a vários fatores como
o aumento na capacidade tampão da saliva e a tendência de muitos destes ao
bruxismo. Algumas anomalias dentárias podem ser observadas como a presença de
hipodontia ou oligodontia, dentes conóides, microdentes, hipocalcificação do
esmalte, fusão e geminação; também pode ocorrer aumento no tamanho da coroa
clínica de molares e a inclinação da face oclusal para lingual, dificultando o acesso
aos procedimentos restauradores. A erupção e a esfoliação dos decíduos, como a
erupção dos permanentes são atrasadas.
Um dos fatores para a alta incidência de doença periodontal severa é a
inabilidade da criança com Síndrome de Down de manter uma higiene bucal
adequada. A periodontite pode ser observada desde a infância ocasionando a perda
22
de dentes decíduos e permanentes (Cohen, Winer
4
1965). Nas populações com
menos de 30 anos de idade, a periodontite chega a atingir 96% dos indivíduos
portadores da Síndrome de Down e a maior severidade da doença é observada na
região dos incisivos inferiores e molares (Orner
28
1976). Os fatores locais, tais
como, quantidade de placa, formação de cálculo dentário, maloclusões, bruxismo e
alterações morfológicas nos dentes não justificam a prevalência e severidade das
doenças periodontais (Brown
29
1978).
A maior suscetibilidade à doença periodontal na Síndrome de Down foi
confirmada por um estudo de gengivite experimental em crianças com Síndrome de
Down, em comparação com crianças normais. Foram evidenciadas a instalação
precoce e a maior severidade da gengivite, acompanhadas por alterações
imunológicas que se mostraram independentes da quantidade de placa bacteriana
(Reuland-Bosma
30
1990).
Há concordância entre muitos autores sobre a existência de fatores
predisponentes à doença periodontal nos pacientes portadores de Síndrome de
Down. Embora a higiene oral precária, nutrição deficiente e fatores irritantes locais,
como a presença da macroglossia, cálculo supragengival e subgengival, presença
de placa bacteriana, impactação alimentar e maloclusão severa possam agravar
esse problema, eles não podem ser considerados como sua causa principal. A
predisposição à doença periodontal deve ser atribuída à alta incidência e
severidade, a anomalias cromossômicas características dos portadores da trissomia
do 21 (Reuland-Bosma, Dijk
31
1986).
A deficiência mental, presente nestes indivíduos com Síndrome de Down, é
outro aspecto a se considerar, pois dificulta a conscientização da importância de sua
saúde bucal. Shaw e Saxby
11
(1986), acreditam que os pobres níveis de higiene
bucal, com presença de gengivite e grande acúmulo de placa, são desencadeados
pela pouca destreza manual para realização da escovação, dificuldade de
assimilação das técnicas e falta de concentração no momento da escovação.
Cornejo et al.
9
(1996) realizaram um estudo em 86 pacientes com Síndrome
de Down, entre 3 e 19 anos de idade, residentes na Argentina. Os autores
observaram que os pacientes com Síndrome de Down estão em desvantagem em
relação aos indivíduos saudáveis em termos de saúde bucal, devido a vários fatores,
como maloclusão do tipo III de Angle, mordida cruzada posterior, agenesia, dentes
conóides e condição gengival deficiente. Neste trabalho os autores propõem um
23
programa de medidas preventivas de higiene bucal envolvendo pacientes, pais e
professores.
Segundo Shapira e Stabholz
32
(1996), um programa preventivo bem
planejado pode obter alto grau de sucesso na prevenção de doenças bucais em
populações jovens com Síndrome de Down. Porém, tem sido observado que muitos
destes pacientes acabam não recebendo orientações preventivas precocemente, e a
visita ao consultório odontológico ocorre tardiamente, devido a falta de informações
sobre os benefícios que a Odontologia pode oferecer (Guaré
33
2004).
Allison et al.
34
(2000), em estudo realizado na França, compararam os níveis
de cuidados odontológicos utilizados nos serviços odontológicos e os hábitos de
higiene bucal entre crianças com Síndrome de Down e seus irmãos. Segundo relato
dos pais e/ou responsáveis, o grupo com Síndrome de Down apresentou dificuldade
em encontrar serviço odontológico e acesso aos cuidados bucais, quando
comparados a seus irmãos fenoticamente normais.
A educação e a motivação são os melhores recursos para se conseguir a
mudança e o estabelecimento de hábitos mais saudáveis, bem como a aquisição de
atitudes práticas para prevenir doenças bucodentais. Assim, é de suma importância
educar e motivar não só o paciente, mas também seus pais e/ou responsáveis, pois
freqüentemente a negligência quanto à realização da higiene bucal se deve
principalmente ao desconhecimento e à falta de treino técnico, associada à pouca
colaboração que o paciente oferece. Desta forma, para que se consiga mudanças e
conscientização de hábitos bucais saudáveis, a motivação do núcleo familiar é o
ideal para o êxito de qualquer programa preventivo e educativo em Odontologia
(Valentin, Long
35
2007).
Para Tesini e Fenton
36
(1994), o protocolo de prevenção para o grupo de
pacientes portadores de Síndrome de Down deve englobar três áreas: a educação
do paciente e treinamento dos responsáveis; a integração dos cuidados da saúde
bucal nas atividades diárias e o cuidado preventivo periódico do profissional. Sendo
assim, a motivação é o que determina o sucesso ou fracasso de todo o processo,
cujo objetivo é alcançar o mesmo nível de saúde bucal das pessoas não portadoras
de necessidades especiais.
24
2.2 DENTIFRÍCIOS
O primeiro dentifrício surgiu no Egito há cerca de quatro mil anos. Era um
material à base de pó de ferro, ferrugem verde, argila verde, incenso e mel, que era
esfregado nos dentes com pequenos ramos de arbustos. Na Roma Antiga e Grécia,
os dentifrícios eram feitos com pó de chifre de cervos, cinza de ossos animais, pó de
pedra pomes e mármore, mel e vários tipos de ervas medicinais, sendo que o uso de
dentifrícios similares continuou até a Idade Média (Silva et al.
37
2001).
O primeiro dentifrício comercial foi desenvolvido em 1850, nos Estados
Unidos, inicialmente na forma de pó, o qual foi modificado posteriormente para a
forma de pasta, com o nome comercial de “Creme Dentifrício do Dr. Sheffield” (Mitsui
38
1997).
Os dentifrícios conservam alguns princípios básicos dos produtos de séculos
atrás. No entanto, estudos na área e forças de mercado promoveram mudanças nas
formulações, conferindo aos dentifrícios caráter verdadeiramente terapêutico e
cosmético. O papel de veículo para diversos agentes terapêuticos e cosméticos
tornou o dentifrício mais do que algo para apenas limpar os dentes, prevenido cáries
e doenças periodontais e tornando-se essencial para manter a cavidade bucal em
condições saudáveis (Forward
39
1991).
DENTIFRÍCIOS FLUORETADOS
A efetividade dos dentifrícios fluoretados na redução da cárie dental começou
a ser estudada a partir da segunda metade do século XX, após a Segunda Guerra
Mundial. Os primeiros dentifrícios não mostraram-se efetivos, em função da
incompatibilidade dos diversos sistemas abrasivos com os compostos fluoretados
(Chaves, Vieira – Silva
40
2002).
O primeiro relato sobre a redução da incidência de cárie em função da
presença de flúor nos dentifrícios foi em 1954, publicado por Muhler et al.
41
, porém
a primeira formulação deste dentifrício à base de fluoreto estanhoso, foi aceita em
1964, pelo Conselho de Terapêutica Dentária da Associação Americana de
Odontologia
42
(1985). Nesse mesmo ano, ocorreu a introdução do dentifrício
25
fluoretado no mercado, caracterizando a década de 60 como marco inicial da
distribuição comercial deste produto .
No Brasil, a partir de setembro de 1988, as alterações qualitativas e
quantitativas nas formulações dos dentifrícios, associadas à reforma sanitária e à
implementação de programas de educação para a saúde, incentivaram a utilização
desta forma de fluoreto no país que promoveu um impacto na redução de cárie,
independente da fluoretação da água de abastecimento público. Sendo assim, o
flúor tem sido apontado como fator de maior importância na diminuição da
prevalência e progressão da doença cárie (Cury
43
2001) e os dentifrícios fluoretados
representam uma das formas mais amplas da sua utilização (Feldens et al.
44
2001).
Tendo em vista a coincidência temporal entre a adição de flúor aos
dentifrícios e a redução de cárie observada em pelo menos dezesseis países, Cury
45
(1998), considera os dentifrícios como responsáveis pelo fato.
Os dentifrícios fluoretados desempenham papel preponderante na reduçäo da
prevalência de cárie, em particular nos países industrializados, onde o efeito foi
constatado de maneira nítida, a partir da introduçäo dos produtos nos respectivos
mercados. O mecanismo de açäo cariostática está relacionado com a formação de
fluoreto de cálcio que se deposita sobre o esmalte dentário, independentemente do
ingrediente ativo contido nas pastas. Este composto se comporta como reservatório
de íons flúor, liberados durante os ciclos de pH na placa dental, os quais participam
ativamente nos processos de desremineralizaçäo.O efeito será potencializado
quando houver adequada higiene bucal (Cruz
46
1993).
O fluoreto proveniente dos dentifrícios tem a capacidade de interferir com a
iniciação e a progressão de lesão da cárie, mantendo o equilíbrio mineral dos
dentes, além de repor as perdas minerais que já ocorreram no tecido dental. Assim,
o foco das atenções foi desviado para os dentifrícios, os quais seriam a forma mais
racional de utilizar o fluoreto, visto que enquanto o biofilme dentário fosse removido
ou, pelo menos, desorganizado pela escovação, o fluoreto tópico aumentaria em
duas vezes a capacidade da saliva repor mineral na superfície do esmalte
desmineralizado (Villena, Correa
47
1998).
Para que um dentifrício possa ser efetivo no controle de cárie, deve
apresentar flúor disponível na sua formulação, ou seja, flúor solúvel, quer seja na
forma iônica ou ionizável. A maioria dos dentifrícios contém o fluoreto de sódio (NaF)
como agente fluoretado, o qual apresenta o flúor iônico (F
-
), ou monofluorfosfato de
26
sódio – MFP (NaF
2
FPO
3
) contendo flúor ionizável ligado covalentemente ao radical
fosfato (Orth et al.
48
2001). As duas formas possuem capacidade de interferir na
dinâmica do processo de cárie, reduzindo a desmineralização e ativando a
remineralização do esmalte (Forward
49
1980).
Para garantir que as concentrações de flúor solúvel sejam adequadamente
mantidas nos dentifrícios, em 1980 foram estabelecidas normas de regulamentação
através da Secretaria Nacional de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde, com o
objetivo de garantir a qualidade dos dentifrícios brasileiros (Brasil
50
1989). Além de
ser regulamentada a incorporação do flúor nos dentifrícios (sem obrigatoriedade), foi
estabelecida uma concentração mínima de 1000 ppm de flúor solúvel e máxima de
1500 ppm de flúor solúvel (iônico ou ionizável) no momento da fabricação, um
mínimo de 600 ppm de flúor solúvel após um ano desta data, e um mínimo de 450
ppm de F solúvel pelo restante do prazo de validade.
No entanto, no Brasil, os benefícios deste método de aplicação de flúor estão
ameaçados, pois esta portaria foi modificada em 1996 (Brasil
51
1996), não sendo
necessário mais a especificação de que o flúor deve estar na forma solúvel no
dentifrício.
A Resolução n° 79, de 28 de agosto de 2000 (Brasil
52
2000), apenas
estabelece um teor máximo de 1500 mg (0,15%) para a concentração total de flúor
em qualquer de suas formas nos dentifrícios, continuando em vigor a Portaria nº 71
de 29 de maio de 1996
51
do Ministério da Saúde e Secratária Nacional de Vigilância
Sanitária. Entretanto, este fato é realmente relevante e preocupante, pois assim não
há garantia da qualidade dos dentifrícios comercializados no nosso país (Brasil
53
1997).
De acordo com o decreto n° 79.094, de 05 de janeiro de 1977
53
define-se
dentifrício como um produto destinado à higiene e limpeza dos dentes, dentaduras
postiças e da boca, apresentados com aspecto uniforme e livres de partículas
palpáveis na boca, em formas e veículos condizentes, podendo ser coloridos e/ou
aromatizados.
Segundo a Norma da Associação Brasileira de Odontologia
54
(1999), os
dentifrícios são produtos destinados a auxiliar na limpeza mecânica dos dentes e
outros tecidos bucais podendo ou não veicular agentes terapêuticos e/ou profiláticos
para inibição da cárie, minimização da quantidade de placa dental, prevenção e
tratamento da gengivite e prevenção da formação do cálculo dental.
27
Os requisitos básicos de um dentifrício, sugerido por Harry
55
(1990) são:
1. limpar os dentes de modo adequado, isto é, eliminar os resíduos de
alimentos, placas e manchas;
2. dar uma sensação de frescor e limpeza à boca;
3. ter custo acessível que fomente seu uso regular e freqüente;
4. ser inócuo, agradável e fácil de usar;
5. apresentar embalagem econômica e permanecer estável durante o seu
armazenamento;
6. ajustar-se a padrões aceitos em termos de abrasividade ao esmalte e
dentina;
7. em usos profiláticos, devem estar fundamentados em ensaios clínicos
dirigidos.
Os componentes de um dentifrício devem ser biologicamente seguros e
eficazes, agradáveis ao consumidor, de custo razoável, compatíveis entre si e
inertes em relação aos agentes terapêuticos e cosméticos (Forward
39
1991), sendo
eles:
a) Abrasivos
Os abrasivos são um dos ingredientes mais importantes na formulação dos
dentifrícios. Eles têm por objetivo remover matéria não inerente ao substrato, no
caso, placa bacteriana e manchas. Devem promover o polimento da superfície
dental ou de aparelho protético, dificultando a recolonização microbiana, com
nenhum ou mínimo desgaste da superfície inerente ao substrato (Tirapelli et al.
56
2007).
O abrasivo utilizado em um dentifrício deve apresentar um equilíbrio entre a
forma de limpar a superfície dos dentes e a necessidade de evitar danos aos dentes.
Conforme o Conselho de Terapêuticos Dentais da Associação Odontológica
Americana (Council on Dental Therapeutics of the American Dental Association), “um
dentifrício não deve ser mais abrasivo que o necessário para manter os dentes
limpos, isto é, livres da placa acessível, detritos e manchas superficiais. Assim, um
dentifrício precisa ter abrasividade, mas ao mesmo tempo deve haver um limite,
28
sendo que o valor máximo estabelecido do RDA (Radioactive Dentin Abrasion) de
um dentifrício é de 250 (Cury
57
2002).
A abrasividade do dentifrício somada a fatores como tipo de escova dental,
técnica de escovação, número de escovações diárias e pressão aplicada à escova
pelo paciente, pode causar perda da estrutura mineral dental e agravar abrasões
cervicais, gerando hipersensibilidade dentinária (Lutz et al.
58
1993). Entretanto a
maior abrasividade pode facilitar a ação mecânica de um dentifrício, devendo ser
indicada para pacientes com menor domínio psico-motor nos procedimentos de
higienização (Motta et al.
59
1998).
Dentre os abrasivos mais utilizados nos dentifrícios estão os carbonatos,
fosfatos, sílicas e aluminas.
Carbonato de cálcio (CaCO
3
) - O carbonato de cálcio é um abrasivo barato
que vem sendo usado há muito tempo nos produtos de higiene bucal. É um sal
inorgânico pouco solúvel,que tem partículas grandes e irregulares, com várias faces,
sendo seu poder de abrasão geralmente maior do que a do fosfato de cálcio. Há
diversos tipos diferenciados pela forma cristalina, tamanho de partícula e pela
densidade. Quanto à forma cristalina, há muita variação neste composto,
ocasionando falta de uniformidade na forma dos cristais e a presença de uma
elevada percentagem de cristais de quartzo, fato que o torna contra–indicado como
abrasivo por ser demasiado agressivo para o esmalte dentário. Todos os tipos de
carbonato de cálcio tornam os dentifrícios alcalinos e além de reagir com o flúor na
forma iônica, diminuem a quantidade de flúor ativo do produto. Por essa razão, o
carbonato de cálcio foi substituído por outros compostos abrasivos que apresentam
maior segurança e facilidade de emprego (Barbakow et al.
60
1992). Entre eles,
encontram-se compostos à base de fosfatos de cálcio, como o fosfato dicálcico di-
hidratado, o fosfato dicálcico anidro, o fosfato tricálcico e o pirofosfato de cálcio.
O fosfato dicálcico di-hidratado confere ao dentifrício um pH entre 6 a 8, e um
paladar mais agradável que os produtos elaborados com o carbonato de cálcio, e
freqüentemente, encontra-se associado ao fosfato dicálcico anidro com o objetivo de
diminuir a agressividade abrasiva deste último composto (Mitsui
38
1997).
O fosfato dicálcico anidro é cinco vezes mais abrasivo do que o seu similar di-
hidratado sendo muito utilizado quando se deseja uma ação de polimento mais
intensa (Prista et al.
61
1995).
29
O fosfato tricálcico apresenta-se sob a forma de pó branco, inodoro, insípido e
praticamente insolúvel, e muitas vezes é associado com o fosfato dicálcico di-
hidratado, pois confere à formulação um pH alcalino (Mitsui
38
1997).
O pirofosfato de cálcio é três vezes mais abrasivo do que o fosfato dicálcico
di-hidratado, sendo o de eleição para produtos que contém fluoreto de sódio ou
estanhoso por não reagirem com estes compostos. A baixa disponibilidade de íons
cálcio solúveis contribui para a estabilidade dos fluoretos. Os demais compostos
abrasivos de cálcio são incompatíveis com os fluoretados. Atualmente, os
dentifrícios que apresentam derivados de flúor, contém abrasivos alternativos como
o metafosfato de sódio, o carbonato de magnésio, o óxido de alumínio e os
derivados do ácido silícico (Mitsui
38
1997).
As sílicas abrasivas são química e fisiologicamente inertes, inodoras e
insípidas. Constituiem-se de partículas muito pequenas com grande poder de
adsorção, possibilitando a formulação de produtos com excelente aspecto e baixa
densidade. Dois tipos básicos de sílica são usados nos dentifrícios: a sílica abrasiva
e a sílica espessante, quimicamente idênticas, mas que se diferenciam quanto às
características físicas por serem obtidas por processos distintos. Ensaios mostram
que a associação de sílicas abrasivas e espessantes podem promover um efeito
sinérgico da propriedade abrasiva (Pedrazzi et al.
62
1999).
Hidróxido de alumínio (Al(OH)
3
) - Embora o hidróxido de alumínio seja
encontrado em seu estado natural de alumínio mineral, a substância usada nos
produtos de higiene bucal é sintetizada a partir de substâncias que contêm alumínio.
É usado como uma alternativa ao fosfato de cálcio, por ser de baixo custo (Mitsui
38
1997).
b) Umectantes
Segundo Pader
63
(1993), os umectantes servem de veículo para os demais
componentes, mantém a hidratação da pasta, evitando que ocorra a evaporação da
água, assim prevenindo o ressecamento e proporcionando consistência ideal para
os dentifrícios.
As propriedades desejáveis de um umectante são:
manter a umidade do produto e prevenir o ressecamento quando da
exposição prolongada ao ar;
30
conferir o sabor adocicado e outros benefícios organolépticos.
Os mais empregados são a glicerina e o sorbitol que apresentam estas
propriedades. Além destes, utilizam-se ainda o propilenoglicol e o polietilenoglicol. O
sorbitol é normalmente utilizado em solução aquosa na concentração de 70 a 75 %.
Em igualdade de circunstâncias, a glicerina confere ao produto acabado uma
consistência ligeiramente superior à do sorbitol. O propilenoglicol tem sabor
ligeiramente adstringente, enquanto a glicerina e o sorbitol apresentam sabor
adocicado, fato que auxilia a ação de edulcorantes e aromatizantes (Prista et al.
61
1995).
c) Solvente
Os solventes utilizados nos dentifrícios são a água e o álcool. A água está
presente em percentagens variadas (20 a 40 %) na preparação das mucilagens das
pastas dentifrícias e dentifrícios líquidos. O álcool, cuja graduação pode variar entre
70 a 95 % é o solvente básico dos elixires dentifrícios, podendo ser encontrado em
percentagens que variam de 90 a 95 %. É utilizado também como diluente de
essências nas formulações de dentifrícios (Prista et al.
61
1995).
d) Espessantes
Os espessantes são responsáveis pela consistência e união da parte sólida à
líquida do dentifrício. Apresentam propriedades tixotrópicas (sólido para líquido,
frente à força de cisalhamento) e manutenção da integridade do produto durante a
estocagem (Tirapelli et al.
56
2007).
Segundo Pader
63
(1993), as finalidades dos espessantes são muitas e entre
elas pode-se destacar:
facilitar a dispersibilidade dos pós abrasivos nos dentifrícios;
alterar a capacidade de espuma dos compostos com ação detergente;
interferir na aromatização do produto acabado, com a liberação de sabor;
manter a integridade física do produto durante todo o prazo de validade em
diversas condições de estocagem e distribuição.
31
Os espessantes podem ser compostos naturais, tais como o amido, e a goma
adraganta; ou compostos de origem sintética, como a polivinilpirrolidona; ou
derivados da celulose, no caso, o carboximetilcelulose (Mitsui
38
1997).
O amido, assim como as gomas adraganta, arábica e caraia, deixaram de ser
utilizados por não conferirem aos produtos características de viscosidade e tixotropia
adequados, características organolépticas desejadas e por apresentarem ligeiras
variações na sua composição química. Além disso, as mucilagens presentes nestes
compostos são facilmente contaminadas por microorganismos, sendo necessário
incorporar substâncias com ação bactericida e antifúngica (Prista et al.
61
1995).
Os compostos derivados da celulose são os espessantes mais utilizados na
preparação de dentifrícios, dando origem a géis homogêneos, inodoros, insípidos e
com alto grau de tixotropia. Após a obtenção sintética conseguiu-se aprimorar vários
tipos com diferentes graus de dispersibilidade, sem coloração, não tóxicos e
relativamente sem sabor (Tirapelli et al.
56
2007).
A carboximetilcelulose sódica, utilizada sob a forma de gel ou mucilagem de 1
a 2,5 %, possui caráter aniônico, apresentando boa viscosidade em pH entre 5,5 a
9,0. É razoavelmente estável na presença de eletrólitos e íons cálcio e indicadas
para formular pastas que incorporam fluoretos, cujo pH final é cerca de 5,0. Devido à
característica aniônica, não pode ser utilizada em dentifrícios contendo agentes
catiônicos com ação bactericida. Nestes casos, deve ser usado um derivado de
celulose não iônico como a metilcelulose e a hidroxietilcelulose, que são éteres
celulósicos compatíveis com compostos iônicos, independente do pH do meio (Mitsui
38
1997).
O sistema espessante deve ser cuidadosamente selecionado para conferir
propriedades reológicas adequadas, uma fácil dispersibilidade durante a escovação,
assim como a liberação do sabor e a manutenção de um nível adequado de
espuma. No entanto, estas propriedades são secundárias quando se têm em vista o
papel deste sistema de manter a integridade do produto durante o prazo de validade,
em diversas condições de estocagem e distribuição (Pader
63
1993).
De acordo com Prista et al
61
(1995), os pontos negativos que podem estar
relacionados com o sistema espessante são:
sensação de pegajosidade;
não uniformidade e aparência de granulado;
32
dificuldade de aplicação na escova, por apresentar-se muito viscoso ou
muito fluido.
e) Tensoativos
Para Harry
55
(1990), um bom tensoativo deve ser insípido, atóxico e não
irritante à mucosa bucal. A finalidade de um tensoativo ser incorporado na
formulação de um dentifrício é a de emulsificação dos resíduos, auxiliando na
remoção dos depósitos presentes na superfície dos dentes, além de atender um
requisito indispensável segundo as exigências do consumidor, que é a capacidade
de produzir espuma, causando um impacto direto na sensação subjetiva de limpeza
(Mitsui
38
1997).
Alguns dos agentes tensoativos podem ter propriedades profiláticas ou
terapêuticas intrínsicas, mas o que define a escolha é a capacidade de detergência
e poder espumante. São encontrados na concentração de 0,5 a 2,0 %, dependendo
da intensidade de espuma que se pretende (Prista et al.
61
1995).
Os tensoativos aniônicos sintéticos que normalmente são utilizados na
composição de dentifrícios são: o lauril sulfato de sódio ou dodecil sulfato de sódio
(Tirapelli et al.
56
2007).
O lauril sulfato de sódio é um forte tensoativo aniônico com uma cauda
hidrofóbica orgânica a qual tem grande afinidade por proteínas (Mitsui
38
1997).
Recentemente questionamentos, sem embasamento científico, foram feitos ao
potencial carcinogênio do lauril sulfato de sódio. No entanto, Panzeri
64
(2000)
garantiu a segurança desta substância em relação ao potencial carcinogênico.
Embora o lauril sulfato de sódio seja considerado um detergente seguro com relação
ao câncer, alguns autores sugerem que este tensoativo poderia ser o agente
causador de diferentes reações na mucosa bucal, como por exemplo, esfoliação,
ulceração e inflamação do epitélio bucal (Nunes
65
1996).
f) Aromatizantes
33
O sabor de um dentifrício é uma das características determinantes da
aceitação pelo consumidor. Após sua aplicação, as sensações de aroma e sabor
devem manter-se durante algum tempo na cavidade bucal (Tirapelli et al.
56
2007).
Dois aspectos sobre aromas de dentifrícios devem ser levados em
consideração, segundo Mitsui
38
(1997):
auxiliar na escolha do produto pela satisfação de usufruir o sabor;
mascarar sabores desagradáveis das bases.
Os aromas normalmente utilizados nos dentifrícios são: cítricos (essências de
laranja, limão, tangerina e bergamota), balsâmicos (mentol, cânfora, eucaliptol, timol
e essências de menta e hortelã) e aromas de frutas (essências de groselha,
framboesa, abacaxi e banana), segundo Cury
57
(2002).
As composições aromáticas são utilizadas em concentrações que variam
entre 1 a 3 %, nas formulações dos dentifrícios, e 8 a 15 %, nas formulações dos
dentifrícios líquidos (Prista et al.
61
1995).
A preferência pelos aromas em dentifrícios, como nos alimentos, é
determinada por fatores culturais. A preferência nos países com climas semelhantes
ao do Brasil é por aromas refrescantes como menta, eucalipto e frutas cítricas
(Nunes
65
1996).
g) Edulcorantes
Segundo Prista et al.
61
(1995), o objetivo da incorporação de edulcorantes é o
de eliminar o sabor insípido provocado pelos abrasivos, corrigir o sabor amargo e
irritante que geralmente é transmitido pelos detergentes, e disfarçar o sabor dos
princípios ativos.
As formulações com elevadas concentrações de glicerina ou sorbitol podem
eventualmente dispensar edulcorantes por conferirem sabor doce ao produto
acabado (Pader
63
1993).
Os edulcorantes devem ser eleitos de acordo com a legislação em vigor em
cada país. No caso no Brasil são regulamentados de acordo com a Portaria n° 36,
de 11 de outubro de 1990 (Brasil
66
1990) os seguintes edulcorantes: ácido
cicloexilsulfâmico e sais de glicerina (glicirrizinato de amônio, mono e dissacarídeos),
sacarina, sorbitol, manitol , xilitol e os esteviosídeos.
34
h) Conservantes
Os consersantes evitam o crescimento bacteriano e fúngico. Os dentifrícios
que contêm elevado conteúdo de glicerina, sorbitol e de umectantes, geralmente não
necessitam a incorporação de bactericidas e fungicidas (Prista et al.
61
1995).
Os mais utilizados são: diclorofenobenzoato, p-hidroxibenzoato, parabenzeno,
metil parabeno e propil parabeno (Tirapelli et al.
56
2007).
i) Corantes
Os corantes utilizados são os autorizados pela Resolução n° 79, de 28 de
agosto de 2000 (Brasil
52
2000), que regulamenta a utilização destes para produtos
de higiene bucal, como os enxaguatórios bucais e os géis dentais. Os mais usuais
são o azul FD&C 1, verde FD&C 3, vermelho FD 3 (eritrosina), amarelo FD&C 37
(tartrazina), amarelo FD&C 20, vermelho FD&C 33 e FD&C 37 e o dióxido de titânio
(Medeiros, Coimbra
67
2000).
Segundo Prista et al.
61
(1995), as concentrações de corantes não devem
ultrapassar 0,01%.
j) Agentes terapêuticos
Íons fluoreto
Para o controle da cárie dental, centenas de estudos clínicos têm
demonstrado a eficácia de dentifrícios contendo íons fluoreto, nas formas de fluoreto
de sódio ou monofluorfosfato de sódio. Atualmente, acima de 90 % dos dentifrícios
vendidos no Brasil apresentam estes constituintes (Nunes
65
1996).
Os íons fluoreto exercem proteção em concentração de 1000 ppm em veículo
compatível, ligando-se fortemente aos tecidos mineralizados, aumentando a
resistência dos dentes ao ataque cariogênico, reduzindo-se assim, em 20 a 30 %, a
incidência da cárie (Medeiros, Coimbra
67
2000).
Agentes Químicos
35
Os dentifrícios utilizados na escovação podem servir como veículos para
diversos agentes químicos. Dentre eles, a clorexidina e o triclosan são os mais
utilizados para formulação de dentifrícios (Owens et al.
13
1997), e sua
especificidade é na prevenção e tratamento das doenças periodontais (Prista et al.
61
1995).
A clorexidina é um agente químico catiônico, classificada quimicamente como
uma bisguanidina, apresentando ação bactericida a 0,12% por três a quatro horas, e
ação bacteriostática por até doze horas. Já o triclosan é um outro agente químico,
porém não iônico, pertencente aos fenóis, que apresenta um efeito antimicrobiano
moderado com duração de aproximadamente cinco horas (Torres et al.
68
2000).
Segundo Van Der Ouderaa
69
(1991), qualquer agente químico selecionado
para controle de microrganismos da cavidade bucal deve possuir as seguintes
propriedades:
Segurança: qualquer agente quimioterápico para uso tópico intraoral não
deve ser absorvido pela mucosa; se deglutido acidentalmente, não deve manifestar
toxicidade sistêmica; não deve induzir reações de hipersensibilidade e não provocar
irritação tecidual;
Ação rápida de modo que não ocorra a seleção de bactérias resistentes;
Ação seletiva, não perturbando o equilíbrio natural entre a flora saprófita e o
hospedeiro;
Capaz de penetrar na placa bacteriana e conservar-se no ambiente oral por
tempo prolongado;
Estável em solução, biodegradável, ativo em amplo espectro de pH e em
concentrações variadas;
Sabor aceitável, não provocar alterações no paladar e descoloração dos
dentes ou mucosas.
36
2.3 DENTIFRÍCIOS COM CLOREXIDINA
A clorexidina como agente químico adjunto no controle do biofilme dental é
útil em situações onde a higiene bucal é ineficiente, está comprometida ou é
impossível de ser realizada. Este agente antimicrobiano é particularmente indicado
para indivíduos que, devido a limitações físicas ou mentais, mostram-se incapazes,
total ou parcialmente, da adequada remoção mecânica de placa bacteriana, sendo
considerados pacientes portadores de necessidades especiais (Al-Tannir, Goodman
70
1994).
Vários estudos disponíveis na literatura mostram que produtos a base de
clorexidina são ferramentas úteis para controle de placa em pacientes portadores de
deficiências físicas ou mentais. Apesar do bochecho ser a forma de aplicação mais
pesquisada, veículos alternativos podem ser utilizados, como o spray, gel, dentifrício
ou goma de mascar. Entretanto, independente das diversas formas de aplicação da
clorexidina, sua aplicabilidade a curto ou médio prazo, como método adjunto ou até
mesmo substituto parcial da remoção mecânica de placa, é considerada uma
substância eficaz, sob o ponto de vista clínico (Addy, Moran
71
1997).
O fato dos dentifrícios serem utilizados em conjunto com a escovação, faz
com que a adição de clorexidina mereça atenção maior, uma vez que não
representará mudança para o paciente, pois faz parte da rotina do mesmo. É
importante salientar que a maioria dos estudos realizados com dentifrícios contendo
clorexidina tem sido feitos com formulações experimentais (Sathler, Fischer
72
1996).
Segundo Flora
73
(1973), o efeito antiplaca da clorexidina quando associada à
dentifrícios não é tão bom quanto o obtido com o seu emprego em bochecho . Esta
atividade reduzida da clorexidina em dentifricios tem sido atribuída a interferência do
detergente aniônico lauril sulfato de sódio no potencial anti-placa da clorexidina, pois
as substâncias lauril sulfato de sódio e digluconato de clorexidina não são
compatíveis. Isto foi confirmado em estudo “in vivo” por Barkvoll et al.
74
(1989), no
qual observaram que estas substâncias podem agir como antagonistas, reduzindo a
ação da clorexidina nos dentifrícios.
Pesquisas experimentais demonstraram que dentifricios com 0,5% de
clorexidina foram menos efetivos que os bochechos com clorexidina a 0,2% (Addy et
al.
75
1989 , Jenkins et al.
76
1990). Num estudo realizado por Gjermo e Rolla
77
(1970), o uso de dentifrícios com clorexidina a 0,6 % e 0,8% aplicados em moldeiras
37
sobre os dentes, para evitar a interferência da ação mecânica da escovação,
mostraram uma redução do índice de placa, sendo que esses resultados foram
compatíveis com os obtidos com bochechos.
Segundo Jenkins et al.
78
(1993), a introdução de 1% de clorexidina aos
dentifrícios promoveu melhora nos índices de placa e gengival, de forma semelhante
às verificadas nos bochechos com clorexidina a 0,2% . Os autores ainda afirmam
que a associação de flúor com clorexidina em dentifrícios não provoca inibição da
clorexidina.
A utilização da clorexidina em dentifrícios é um assunto polêmico. Algumas
pesquisas de curta duração sobre o efeito clinico redutor da placa bacteriana e
gengival demonstraram a efetividade desta substância (Torres
79
2000). Isto ficou
comprovado no estudo de Storhaug
80
(1977), que avaliou o uso de dentifrício
contendo 0,8% de clorexidina em 27 pacientes portadores de necessidades
especiais, entre 4 a 12 anos em uma clínica especializada mantida pelo governo da
Noruega. Estes pacientes foram selecionados para testar os efeitos da escovação
dentária realizada com os índices de placa e gengival, de acordo com os critérios
propostos por Löe e Silness. Os pacientes foram então divididos em dois grupos: 17
crianças passaram a utilizar o dentifrício com clorexidina (GI) e 10 crianças
utilizaram dentifrício placebo (GII). Após 6 semanas de estudo, verificou-se redução
significativa no índice de placa do grupo que utilizou clorexidina quando comparado
com o grupo controle e para os índices gengivais, não houve diferenças
significativas para o grupo que utilizou clorexidina. No entanto, clinicamente, os
sinais agudos de inflamação desapareceram. O autor afirmou que as técnicas
convencionais de higiene bucal podem ser de difícil execução para este grupo de
pacientes e que a clorexidina, nas suas diversas formas de aplicação, é um agente
extremamente útil para manutenção da saúde bucal do paciente portador de
necessidades especiais.
Russell e Bay
81
(1981), observaram que a utilização do dentifrício a base de
1% de clorexidina na escovação diária de crianças epiléticas e com deficiência
mental, refletia em uma melhora significante dos índices de placa e gengival neste
grupo de pacientes.
Como visto anteriormente, o flúor é um componente importante na formulação
dos dentifrícios, uma vez que já foi comprovada sua ação cariostática na cárie
dentária (Cruz
46
1993). Então, Dolles e Gjermo
82
(1980) avaliaram o efeito de três
38
diferentes dentifrícios na redução da cárie e gengivite (DI – dentifrício com
clorexidina (2%), DII – dentifrício com flúor (0,1% NaF) e DIII – dentifrício com
clorexidina à 2% e flúor (0,1%NaF), durante dois anos. Noventa e um escolares de
13 a 15 anos de idade participaram da pesquisa. O grupo que utilizou o dentifrício
com flúor e clorexidina apresentou um menor índice de cárie dentária, entretanto as
condições gengivais melhoraram nos três grupos, não apresentando diferenças
estatísticas.
Em um estudo de gengivite experimental , Jenkins et al.
78
(1993),
verificaram que a formulação de um dentifrício com clorexidina a 1% e 1000 ppm F
(NaF) produziu reduções estatisticamente significantes de placa e gengivite ,
comparando -se com o dentifrício placebo . Posteriormente , Yates et al.
14
1993 ,
se propuseram a avaliar clinicamente os efeitos do dentifrício com clorexidina a 1%,
adicionados ou não ao 1000ppmF (NaF) previamente testados por Jenkins et al.
78
1993. Este estudo teve por objetivo avaliar o controle do biofilme dental e gengivite
utilizando: a) dentifrício contendo 1% de clorexidina denominado ativo único; b)
dentifrício contendo 1% de clorexidina/1000ppm de fluoreto denominado ativo
duplo e c) controle negativo, por seis meses. A amostra foi constituída por duzentos
e noventa e sete indivíduos com idade entre 18 e 61 anos . Os parâmetros
periodontais utilizados foram os índices de placa, sangramento gengival e de
manchamento que foram registrados no início, seis, doze e vinte e quatro semanas,
juntamente com o índice de cálculo que também foi registrado na sexta, décima
segunda e vigésima quarta semana. Após a profilaxia realizada no início, os
indivíduos utilizaram o dentifrício designado duas vezes ao dia durante um minuto,
sem que nenhuma outra informação complementar sobre higiene bucal fosse
concedida, apenas a orientação de que deveriam utilizar dentifrício suficiente para
cobrir a cabeça da escova dental. Não foi permitida a utilização adjunta de nenhum
outro produto de higiene bucal. Ao término do estudo todos os indivíduos foram
examinados por um higienista e o manchamento extrínseco, placa e cálculo
supragengival foram removidos. Os resultados comprovaram redução dos índices
de placa, e de sangramento em todos os grupos, porém uma melhora significante
ocorreu nos grupos com clorexidina. Inversamente a estes resultados, os índices
de manchamento e cálculo foram mais significativos nos grupos testes se
comparados com o grupo controle. Os autores concluíram que se os efeitos
colaterais da clorexidina forem aceitáveis, o dentifrício contendo clorexidina poderia
39
ser recomendado para as mesmas aplicações clínicas que os outros produtos a
base de clorexidina. A compatibilidade do fluoreto com a clorexidina em um dos
produtos poderia ser efetiva na prevenção de cáries, e o dentifrício contendo
clorexidina e fluoretos poderia prover benefícios a saúde gengival além de
aplicações preventivas e terapêuticas na Odontologia clínica.
A ação de um dentifrício contendo 1% de clorexidina na redução de placa
bacteriana e inflamação gengival em 156 crianças, num período de doze semanas,
residentes em Ga-Rankuwa (Pretória, África do Sul), com idades entre 12 e 14 anos,
foram avaliadas por Gugushe et al.
83
(1994). As crianças foram divididas em três
grupos, que utilizaram dentifrício convencional (grupo A – 51 indivíduos), dentifrício
placebo (grupo B - 49 indivíduos) e dentifrício com clorexidina (grupo C - 56
indivíduos). Antes do início do experimento, elas foram orientadas sobre higiene
bucal, tiveram seus registros de índices de placa e gengival tomados e receberam
profilaxia dentária profissional. O registro dos índices se repetiu na sexta e décima-
segunda semanas. Todos os pacientes foram orientados a realizar a escovação
dentária pela manhã e à noite. Para a presença de placa, observou-se que os
índices diminuíram nos três grupos, com reduções praticamente iguais entre os
grupos A e B e uma redução maior para o grupo C. Em relação ao índice gengival,
houve uma redução muito semelhante nos três grupos (aproximadamente 4%), sem
diferenças significativas. Entretanto, o dentifrício com 1% de clorexidina foi mais
eficaz no controle da placa bacteriana quando comparado com o dentifrício
convencional e o placebo.
Em um estudo clínico realizado por Sanz et al.
84
(1994), o dentifrício
experimental contendo clorexidina a 0,4% e 0,345 mg de zinco, contribuiu
significamente para a melhora da higiene bucal , tanto em relação à placa
bacteriana quanto à gengivite e sangramento, ocasionando menos manchas do
que as encontradas no grupo que utilizou bochechos com clorexidina a 0,12%. Os
pesquisadores concluíram que o dentifrício testado pode ser visto como uma
alternativa promissora no uso de substâncias eficazes na redução de placa e
gengivite, além de apresentarem efeitos colaterais mínimos .
No que diz respeito aos efeitos sobre a microbiota bucal , os dentifricios
com clorexidina a 1% , testados por um período de 6 meses , promoveram
reduções dos microrganismos aeróbicos e aneróbicos (Maynard et al.
85
1993).
40
Considerando o fato de que a escovação com dentifrício é o hábito mais
comum de higiene bucal (Owens et al.
13
1997), esta prática pode ser vista como uma
forma plausível para introdução de agentes químicos para a melhoria da saúde
bucal (Yates et al.
14
1993).
De acordo com Newman
86
(1986), a introdução de antimicrobianos nos
dentifrícios tem o objetivo de melhorar a eficácia da escovação dentária,
promovendo um efeito positivo na redução do biofilme dental.
41
2.4 DENTIFRÍCIOS COM EVIDENCIADOR DE PLACA BACTERIANA
Os evidenciadores são substâncias químicas, usadas para a coloração de
bactérias, que evidenciam as colônias, invisíveis ou pouco visíveis, que se aderem
às superfícies dentárias, tornando-as visíveis, auxiliando desta forma na manutenção
da higiene bucal e ao mesmo tempo facilitando a sua remoção (Bellini et al.
87
1974).
Dentre as formas de aplicação dos evidenciadores, as mais utilizadas em
Odontologia são em pastilhas ou soluções (Medeiros
88
1991).
O mérito comprovado dos evidenciadores fez com que o seu uso se tornasse
fonte de motivação (Toassi, Petry
89
2002), sendo indicados como excelentes
auxiliares na determinação do estado de higiene bucal. Mostram-se valiosos como
recurso didático na educação, não apenas convencendo a população quanto à
presença do biofilme dental, como também conscientizando quanto à necessidade
de sua remoção (Cristiano, Bignelli
90
1995).
Segundo Bouquet
91
(1971) e Gillings
92
(1977), os evidenciadores devem
apresentar facilidade de aplicação e manipulação, sabor agradável, não corar
residualmente as restaurações plásticas ou as fissuras dentárias, não corar as
mucosas labial, jugal e gengival, ser de cor contrastante para facilitar a diferenciação
com a gengiva marginal e não provocar irritação tissular.
Há uma grande variedade de evidenciadores no mercado, entre eles estão o
azul de metileno, eosina, eritrosina, fluoresceína sódica, proflavina monossulfato e
vermelho neutro. De acordo com o trabalho de Silva et al.
93
(2002), dentre todas
estas soluções citadas, a eosina, a eritrosina e o vermelho neutro foram as que
apresentaram maior capacidade de corar, facilidade de remoção e ausência de ação
antimicrobiana, requisitos necessários para auxiliar estudos que avaliam métodos de
higiene e de orientação ao paciente.
A eritrosina é um corante constituído do sal dissódico de 3´, 6´ - diidroxi – 2´,
4´, 5´, 7´ - tetraiodospiro [ isobenzenofurano -1 (3H), 9´ - [9H] xateno] – 3- ona,
podendo conter até 4,0% de fluoresceínas de menor grau de iodetação, além de
cloreto e/ou sulfato de sódio e água de cristalização. Deve conter, no mínimo, 85%
de corante total calculado como C
20
H
6
I
4
O
5
Na
2.
Apresenta como caracteres físicos: pó
fino, vermelho ou acastanhado, inodoro, hidroscópio e solúvel em água, dando
solução vermelha que não deve apresentar fluorescência à luz ambiente, também
solúvel em etanol, glicerina e em propilenoglicol. Praticamente insolúvel em éter
42
etílico, óleo mineral e em gorduras (Comissão Permanente de Revisão da
Farmacopéia Brasileira
94
1996).
A utilização de um dentifrício contendo o corante eritrosina como agente de
remoção da placa bacteriana durante a escovação é um excelente recurso para
estimular o paciente em sua higiene dental (Quintanilha, Bastos
95
1988), pois a
presença deste corante facilitará com que as crianças, pais e/ou responsáveis
visualizem o biofilme dental, principalmente nos locais aonde há maior dificuldade de
remoção durante a escovação (Duarte et al.
96
1990).
O uso do dentifrício que contém eritrosina, Dentplaque ®, foi aprovado pela
ADA, e é empregado como parte de um dos programas de promoção de saúde
bucal, sendo distribuído pelo Ministério da Saúde no ano de 1999, pela Secretaria de
Saúde do Estado de São Paulo, incluindo a Regional de Saúde de Piracicaba, que
engloba além de Piracicaba, 25 cidades da região (Silva et al.
97
2004).
De acordo com a pesquisa de Quintanilha et al.
98
(1989), na qual eles
estudaram o comportamento clínico do dentifrício adicionado de eritrosina
Dentplaque ® a 0,5%, comparando esta nova proposta às já existentes, como o
dentifrício comum e o evidenciador de placa bacteriana em forma de pastilha
coadjuntor do dentifrício comum, comparando o percentual de placa remanescente e
o tempo consumido para executar cada uma das três propostas em nove indivíduos
do sexo feminino com idade média de 21,33 anos, e todas com o particular de nunca
terem experimentado o uso de um evidenciador de placa bacteriana. Os indivíduos
selecionados para compor a amostra não receberam nenhuma instrução sobre
técnica de escovação, visto que pretendeu-se avaliar se o ser humano seria capaz
de remover a placa bacteriana evidenciada sobre as superfícies do dentes, segundo
a habilidade manual de cada participante. O tempo foi registrado em segundos,
desde o ínicio de cada experimento (abertura das embalagens), até o seu final. Para
avaliar o remanescente de placa, foi feita evidenciação com fucsina básica após
cada experimento, e registrado o número de superfícies coradas, o que indicava o
remanescente de placa bacteriana. Os autores verificaram que o tempo médio da
escovação dental com dentifrício contendo eritrosina tornou-se mais que o dobro,
quando comparado a um dentifrício comum. Em relação ao índice de placa
bacteriana, os autores observaram que a impregnação do corante nesta se faz mais
eficiente no método III (Dentplaque®), devido ao fato do corante ser esfregado sobre
a placa bacteriana durante a escovação, quando comparados aos outros métodos
43
(M I – escovação dental com dentifrício comum; M II – uso de pastilhas
evidenciadora de placa e escovação com dentifrício comum).
Entretanto, Rodrigues et al.
6
(1994), encontraram resultado diferente.
Realizaram um trabalho sobre a eficácia do dentifrício contendo eritrosina
Dentplaque ® no processo de estimulação à higiene dental de 45 crianças do sexo
masculino, na faixa etária de 6 a 12 anos, residentes num orfanato da cidade do Rio
de Janeiro. Essas crianças foram divididas, aleatoriamente, em 3 grupos de 15
pacientes, mantidos nos mesmos hábitos dietéticos. Inicialmente, todas receberam
instruções sobre higiene oral e a técnica de escovação dentária, através de
palestras com dispositivos e cartazes ilustrativos. Foram dadas aulas de reforço a
cada 30 dias, durante os 90 dias de duração da pesquisa. A técnica de escovação
preconizada nesta pesquisa foi a de Fones, sendo recomendada sua execução logo
após as refeições. O grupo controle fez uso da escova com seu dentifrício habitual, o
segundo grupo fez uso de um evidenciador na forma de pastilha antes de cada
escovação, e utilizou o seu dentifrício habitual; e o terceiro grupo usou o dentifrício
contendo eritrosina para a escovação rotineira. Estas crianças foram
supervisionadas, diariamente, por uma funcionária do orfanato devidamente
orientada. Além da avaliação inicial, todas foram submetidas a mais 3 avaliações,
com um intervalo de 30 dias entre elas, sendo determinado o índice de higiene bucal
simplificado de Greene & Vermillion. Os autores concluíram que não houve
diferenças estatísticas em relação a redução do nível de placa bacteriana nos três
grupos, porém foi observado que o dentifrício foi o meio mais fácil de evidenciação,
sendo as pastilhas um método de assimilação mais difícil pelas crianças na faixa
etária de 6 a 12 anos.
O mesmo resultado do trabalho de Rodrigues et al.
6
(1994) foi encontrado no
trabalho de Silva et al.
97
(2004), com 62 estudantes de uma escola pública da cidade
de Piracicaba, na faixa etária entre 12 e 14 anos. Os participantes foram divididos
em grupos: dentifrício com eritrosina Dentplaque ® (Grupo I) e uso de pastilhas
evidenciadoras (Grupo II). A redução da placa foi observada em todos os grupos,
não apresentando diferenças estatísticas significantes entre eles. No entanto, os
autores observaram que tiveram fatores que limitaram a finalização deste estudo,
como: a quantidade da amostra, a quantidade baixa de placa revelada pelo índice e
a pequena quantidade de placa mostrada pelos estudantes pode ter influenciado os
resultados, encobrindo a resposta dos métodos. Em adição, pelo fato de que alguns
44
indivíduos deste estudo participaram apenas da avaliação inicial, se recusando a
participar da avaliação final, a quantidade da amostra foi reduzida para 18
participantes.
Neste contexto, a utilização de um dentifrício com eritrosina, como um agente
de remoção de placa bacteriana deve encorajar a realização de uma cuidadosa
escovação, supostamente com mais atenção individual (Silva et al.
99
2003).
45
2.5 CONTROLE DO BIOFILME DENTAL EM PACIENTES PORTADORES DA
SÍNDROME DE DOWN
2.5.1 Controle Mecânico do Biofilme Dental
Os microrganismos presentes na placa bacteriana agem de forma decisiva
como agentes etiológicos na origem e desenvolvimento das doenças cárie e também
periodontais (König et al.
100
2002). Em 1965, Löe et al.
101
demonstraram o direto
relacionamento entre o biofilme dental e o desenvolvimento de gengivite em
humanos, concluindo que a remoção do biofilme formado empregando-se a
escovação e uso do fio dental, poderia resultar na reversão em saúde (Löe et al.
101
1965, Theilade et al.
102
1966). Por esta razão, o controle do biofilme dental tem um
importante papel na prevenção, tratamento e manutenção da saúde periodontal.
O controle mecânico consiste na remoção do biofilme dental empregando-se
uma técnica adequada de escovação, associada a um dentifrício e de meios
auxiliares como o fio ou fita dental (Owens et al.
13
1997).
O consumo de escova dentária por pessoa/ano no Brasil é de 0,9 unidade,
ou seja, menos de uma escova ao ano por habitante, quando o ideal, recomendado
tanto pelos cirurgiões-dentistas quanto pelos fabricantes, são quatro unidades por
pessoa ao ano. Os números per capita em relação ao consumo de fio dental no
Brasil são ainda menores, atingindo a marca de 0,2 unidade por pessoa/ano, quando
o ideal seria de seis unidades pessoa/ano, ou seja, o consumo por pessoa de um
rolo de fio dental a cada dois meses (Buffon
103
2005).
Diante do lastimável quadro de saúde bucal da população brasileira, a qual
apresenta um perfil epidemiológico negativo (Martins et al.
104
1998), a utilização de
medidas voltadas para a promoção de saúde, dentre elas a escovação, é
extremamente importante, pois a remoção e a desorganização mecânica do biofilme
dental contribuem para a redução das doenças cárie e periodontal (Palomo et al.
105
1989).
A capacidade de remoção da placa com o uso dos diferentes tipos de
escovas é basicamente a mesma. Não existe escova ideal, e a sua escolha deve
orientar-se pelas necessidades individuais de cada paciente e nas observações
clínicas do profissional. Contudo, há características que facilitam os procedimentos
46
de higiene bucal, como a presença de cabeça pequena, multitufuladas, cerdas
macias, arredondadas segundo estudo realizado por Panzeri et al.
106
(1993).
O controle da placa bacteriana constitui ação preventiva que envolve uma
série de aspectos, como educação em saúde, que se faz por meio de orientação e
motivação constantes para a população sobre a higiene bucal ( Bijella
107
1999).
A escovação dentária é um procedimento eficaz para a manutenção da
higiene bucal adequada. Porém, para conseguir uma boa limpeza da cavidade
bucal, além das escovas dentais, outros fatores devem ser analisados tais como o
tempo, a freqüência, a técnica de escovação, a habilidade manual e a motivação dos
pacientes (Halla
108
1982).
Estes fatores citados acima devem ser analisados com relação aos pacientes
portadores da Síndrome de Down, devido à dificuldade de conscientização sobre a
importância de sua saúde bucal e a destreza manual, a qual é imprescindível para a
eficácia da higiene bucal por meios mecânicos (Fischman
5
1979). Além disso,
algumas alterações bucais presentes nos pacientes com Síndrome de Down, como a
pseudomacroglossia e língua protruída, interferem na qualidade da escovação
(Brown
7
1965, Cohen, Winer
4
1965).
Os fatores que mais fortemente contribuem para que esses indivíduos
apresentem pobres níveis de higiene bucal, com presença constante de gengivite e
grande acúmulo de placa , são a falta de coordenação motora, a baixa motivação, a
dificuldade de aprendizado das técnicas de escovação e falta de concentração no
momento da escovação, decorrente da deficiência mental presente nos portadores
da Síndrome de Down, pois eles apresentam um quociente de inteligência variando
de 0 a 70 (Brown
7
1965, Fink et al.
109
1975, Finn
110
1976, Scully
8
1976, Udin,
Kuster
111
1984, Shaw, Saxby
11
1986, Shaw et al.
112
1989, Doury, Ghandriche
113
1990).
Segundo Nielsen
114
(1990), o tipo e o grau de deficiência mental também são
fatores importantes, pois quanto maior o grau de deficiência mental pior o nível de
higiene. Dentre os pacientes portadores de necessidades especiais, os portadores
de deficiência mental são os mais afetados e os que apresentam os piores níveis de
saúde bucal. Desta forma, pode-se lançar mão de agentes químicos como auxiliares
no controle do biofilme dental nestes indivíduos (Yates et al.
14
1993).
47
2.5.2. Controle Químico do Biofilme Dental
Os agentes químicos e/ou antimicrobianos são auxiliares na redução da placa
bacteriana e podem ser utilizados em conjunto com o controle mecânico na
preservação da saúde e no tratamento da gengivite, em alguns pacientes (Mandel
115
1994), principalmente naqueles que apresentam pouca destreza manual para a
realização da escovação (Fischman
5
1979).
Os atributos necessários para que um agente químico possa desempenhar
sua eficácia no controle da placa supragengival foram postulados por Loesche
116
(1976). Segundo o autor, o agente químico deve ser eficaz contra microorganismos
responsáveis pela inflamação gengival e deve possuir substantividade, isto é, a
capacidade de retenção intrabucal, para que tenha tempo de contato suficiente para
agir sobre a microbiota existente, e para que mantenha a inibição da formação da
placa por um período mais prolongado. Além disso, o produto precisa ser estável à
temperatura ambiente por tempo considerável e seguro para utilização em seres
humanos.
Outras características também devem ser observadas para um agente
químico ser considerado eficaz, tais como: ausência de toxicidade, não ser
alergênico, ter comprovações clínicas de reduções significantes de placa e gengivite,
ser seletivo e ter especificidade para agir na microbiota patogênica, apresentar sabor
agradável, ter custo acessível e ser de fácil utilização (Van Der Ouderra
69
1991).
Existem vários veículos para a liberação dos agentes antimicrobianos na
cavidade bucal. De acordo com Torres et al.
68
(2000), o veículo ideal deve reunir
características como a sua compatibilidade com o agente ativo, uma adequada
biodisponibilidade do agente ativo no local de ação, além de uma boa aceitação por
parte do paciente. Os seguintes veículos são os mais comumente utilizados :
a) colutório – É o veículo mais simples. Trata-se de uma mistura do
componente ativo, água, álcool, surfactantes, umectantes e flavorizantes;
b) dentifrício – É considerado excelente veículo para os antimicrobianos, pois
não exigem mudanças de hábitos da parte do paciente, sendo desta forma bem
aceitos;
c) gel – Trata-se de um sistema aquoso espesso, que pode ser aplicado por
meio de moldeiras prontas ou personalizadas, para fornecer um contato íntimo do
agente com o seu local de ação ou seja, a superfície do dente revestida pela placa;
48
d) dispositivo para depósito – O dispositivo consiste de membrana
impregnada com a substância ativa, que são fixados temporariamente no local no
qual se deseja a ação, proporcionando uma liberação lenta e contínua do agente;
e) verniz – É um composto a base de resina natural, que é aplicado nas
superfícies dentais, mantendo uma liberação mais lenta dos agentes
antimicrobianos;
f) goma de mascar e pastilha – O efeito depende da liberação do agente
durante a mastigação, no caso da goma, ou da dissolução no caso da pastilha. Para
indivíduos com secreção salivar reduzida, a mastigação também pode ser benéfica
para aliviar o desconforto.
A seleção do veículo mais apropriado vai depender das necessidades
individuais de cada paciente, assim como da comodidade de sua utilização (Torres
et al.
79
2000).
O controle químico da placa pode ser feito no sentido profilático ou
terapêutico. No primeiro caso, o objetivo seria que ocorresse um desequilíbrio da
microbiota, quando os métodos mecânicos são inefetivos. No sentido terapêutico diz
respeito a indivíduos que já apresentam alterações, visando atingir as bactérias
predominantes relacionadas com as doenças, objetivando o reequilíbrio da
microbiota e sua harmonia com o hospedeiro (Marsh
117
1992).
Em 1954, Davies et al.
118
sintetizaram em laboratório uma substância de
larga ação bacteriana, contra bactéria Gram +,Gram -,e fungos. A partir desta época,
a clorexidina passou a ser usada como um antisséptico geral para o tratamento de
diversas infecções.
Foi introduzida no mercado na década de 60, pela Imperial Chemical
Industries (Inglaterra), e uma das primeiras aplicações da clorexidina na
Odontologia, para o controle de placa foi realizada por Löe e Schiott
119
(1970). Os
autores recomendavam o uso de 10 mL da solução de digluconato de clorexidina a
0,2%, duas vezes ao dia, por um minuto, com o intuito de prevenir o acúmulo de
placa e subseqüente gengivite. A partir de então, esse composto vem sendo
considerado o agente mais efetivo no controle químico da placa bacteriana (Souza,
Abreu
120
2003).
A clorexidina é um agente catiônico, uma bis-guanidina não tóxica, sendo
uma molécula simétrica, com dois anéis 4-clorofenil e dois grupos etano-pentânicos
ligados por uma cadeia central de hexametileno. É preparada sob a forma de
49
diversos sais, tendo o gluconato, o digluconato ou o acetato de clorexidina na sua
constituição (Vinholis et al.
121
1996). O digluconato de clorexidina é um dos sais
mais empregados na preparação de formulações terapêuticas, pois apresenta maior
solubilidade em água e, em pH fisiológico, dissocia-se liberando o componente ativo
(Bonacorsi et al.
122
2000).
O principal sítio de ação da clorexidina, tanto em células eucariotas como em
procariotas, é a membrana citoplasmática. O mecanismo de ação da clorexidina
começa com a ligação na parede celular da bactéria, quando a adsorção das cargas
positivas da molécula da substância às cargas negativas das superfícies bacterianas
aumenta a permeabilidade da parede celular do microorganismo e permite que o
agente penetre no citoplasma, ocorrendo o rompimento da membrana celular e
extravasamento dos componentes intracelulares de baixo peso molecular, como íons
potássio. Neste estágio o efeito é considerado bacteriostático e reversível. Enquanto
em altas concentrações, acarretam inibição enzimática (ATPase), extravasamento
de macromoléculas (nucleotídeos) e coagulação dos componentes do citoplasma,
em razão da interação da clorexidina com proteínas citoplasmáticas e ácido
nucléico, assim chegando ao estágio de bactericida e irreversível (Bonacorsi et al.
122
2000).
A clorexidina, em geral, é eficaz contra as bactérias Gram positivas e as
Gram-negativas, os fungos, os fermentos e a Candida albicans. Possui largo
espectro bacteriano, alta substantividade, é segura e efetiva (Quagliato
123
1991).
Segundo Vinholis et al.
121
(1996), existem três mecanismos de inibição do
biofilme pela clorexidina:
1. A clorexidina se liga, por meio de forças eletrostáticas aos grupos de
proteínas ácidas, como fosfatos, sulfatos e íons carboxílicos, encontrados nos
tecidos bucais e saliva, evitando que haja a formação da película adquirida.
2. A habilidade da bactéria se ligar ao dente pode ser reduzida pela absorção
da clorexidina à cápsula de polissacarídeos extracelulares.
3. A clorexidina pode competir com os íons Ca
++
. O mecanismo é
provavelmente devido a uma direta competição entre os íons e/ou a droga e a
disponibilidade dos grupos carboxílicos nos tecidos bucais. Também poderá inibir a
formação de pontes de Ca
+
entre a bactéria e as superfícies, bem como as bactérias
entre si. Devido as suas propriedades catiônicas, a clorexidina pode ligar-se à
50
hidroxiapatita do esmalte dentário, à película adquirida e proteínas salivares (Gjermo
124
1989).
O uso desta substância na forma de bochechos (0,12%) foi recomendada
para pacientes portadores de necessidades especiais, com a finalidade de reduzir o
biofilme e a gengivite. Este estudo preliminar foi realizado na Escandinávia em 1973
(Albertos et al.
125
1997).
A clorexidina na forma de bochechos (0,12% e 0,2%) mostrou-se efetiva na
redução dos índices de placa e inflamação gengival, nos trabalhos de Lesser e
Gelbier
126
(1973), Bay e Russel
127
(1975), Gargione
128
(1980), Brayer et al.
129
(1985), McKenzie et al.
130
(1992), Laher e Cleaton-Jones
131
(1996). Desta forma, os
bochechos com clorexidina estão indicados para pacientes portadores de
necessidades especiais, como auxiliares da remoção mecânica de placa, desde que
estes pacientes portadores de necessidades especiais tenham o controle de
deglutição e de cuspir, assim não engolindo a solução utilizada para o bochecho
(Brayer et al.
129
1985).
A forma de aplicação em spray, possui a vantagem de restringir a
administração ao local atingido, com uma dosagem reduzida, diminuindo o efeito
colateral (Kalaga et al.
132
1989). A experiência de Chibinski
133
(2004) na utilização
de diversas formas de aplicação da clorexidina em pacientes portadores de
necessidades especiais, mostrou que os pais e/ou responsáveis apresentaram um
maior grau de dificuldade de aplicação do gel nestes pacientes, sendo o spray, o
veículo de eleição dos pais e/ou responsáveis para utilização rotineira do agente
químico. A administração da clorexidina via spray (0,06%, 0,12% e 0,2%) mostrou-se
efetiva na redução de placa e gengivite em pacientes portadores de necessidades
especiais incapazes de manter higiene bucal adequada (Dever
134
1979, Kalaga et
al.
132
1989, Burtner et al.
135
1991 ,Chikte et al.
136
1991, Steelman et al.
137
1996,
Chibinski.
133
2004).
Outra forma de aplicação bastante utilizada no controle do biofilme em
pacientes portadores de necessidades especiais é o gel de clorexidina (0,5% e 1%)
indicado como adjunto à remoção mecânica de placa bacteriana. Estudos de Uster
138
(1975), Russel e Bay
81
(1981), Burtner et al.
139
(1996), Abreu et al.
140
(1999),
Abreu et al.
141
(2002), Pannuti et al.
142
(2003) , encontraram benefícios na higiene
bucal neste grupo de pacientes. Todavia, o uso da clorexidina não substituiu
completamente a escovação e a limpeza interdental. Nos casos de pacientes
51
deficientes, os cuidadores devem ser orientados e motivados para efetivar, através
dos métodos mecânicos e químicos, o controle do biofilme dental (Pannuti et al.
142
2003).
Para verificar a eficácia de aplicações tópicas de solução de digluconato de
clorexidina a 0,12% no controle químico da placa bacteriana em pacientes
portadores de necessidades especiais, pesquisas vem sendo realizadas com o
intuito de, cada vez mais, trazerem alternativas que contribuam para a redução tanto
do biofilme dental como da gengivite em pacientes que apresentam pouca destreza
manual (Stabholz et al.
143
1991, Stiefel et al.
144
1992, Stiefel et al.
145
1995, Seerig
et al.
146
2007).
No estudo de Stabholz et al.
143
(1991), foi avaliado o efeito de aplicações
tópicas de clorexidina (solução de etil-celulose com clorexidina a 2%) em trinta
crianças portadoras de Síndrome de Down, de 8 a 13 anos de idade. No início do
estudo, todos os pacientes receberam profilaxia profissional e foram divididos,
aleatoriamente, em três grupos: grupo I (solução de etil-celulose com clorexidina a
2%), grupo II (solução placebo de etil-celulose), grupo III (apenas profilaxia inicial).
As soluções foram aplicadas a cada três dias durante vinte e um dias consecutivos,
por um auxiliar odontológico treinado. Para o grupo I, os resultados mostraram uma
redução significativa de 50% no índice de placa e 40% no índice gengival, quando
comparados os valores no início e ao término do período experimental. O grupo II
apresentou menor redução no índice de placa (17%) e redução semelhante no
índice gengival (38,89%), quando comparado com o grupo I. O grupo III não
alcançou mudanças nos índices. Diferenças significativas foram encontradas na
comparação entre os grupos I e II e os grupos I e III. Os autores concluíram que a
aplicação tópica de clorexidina diminuiu a formação de placa e gengivite em
pacientes com Síndrome de Down.
Todos os estudos acima citados apresentaram os índices de placa e a
presença de sangramento gengival reduzidos pelo tratamento com clorexidina,
independente do veículo.
A clorexidina apresenta alguns efeitos colaterais decorrentes de um longo
período de utilização, tais como: a formação de manchas superficiais nos dentes,
língua e mucosa; alteração de paladar, principalmente para o sal; gosto
desagradável e sensação de queimação, irritação e descamação de mucosas
(Mandel
115
1994).
52
O manchamento é o efeito colateral mais comum de se observar quando da
utilização deste produto (Yates et al.
14
1993). O aparecimento de manchas marrons
ou amarelo escuras podem ocorrer devido às reações de polimerização de
compostos do biofilme dental, ou por desnaturação de proteínas da película
adquirida, a qual leva ao aparecimento de grupos sulfídricos que reagem com metais
introduzidos na cavidade bucal, originando os sulfetos corados ou , ainda, devido às
reações com cetonas e aldeídos da dieta (Addy, Moran
147
1985).
Embora existam trabalhos que pesquisem exclusivamente as manchas de
coloração marrom, nos dentes, mucosas e língua, causadas pelo uso da clorexidina,
outros efeitos colaterais foram observados, como manchas nas restaurações,
interferência na sensação gustativa, gosto amargo e descamação da mucosa (Addy
et al.
148
1991, Vinholis et al.
121
1996).
Os efeitos colaterais são locais e reversíveis. As manchas do esmalte são
removidas com escovação e profilaxia (Rosing, Toledo
149
1993). Da mesma forma,
não tem sido relatada alteração teratológica. Raramente foi verificada tumefação
reversível dos lábios e glândulas parótidas (Denardi
150
1994). Gjermo
151
(1978)
afirma que, tanto em humanos como em várias espécies animais testadas, a
clorexidina introduzida oralmente demonstrou ser excretada pelas fezes e urina com
90 a 99% de cobertura, o que é confirmado no estudo de Carvalho et al.
152
(1991),
que conclui que a pequena quantidade retida no organismo não lhe é tóxica.
Na tentativa de diminuir ou eliminar os efeitos colaterais como a coloração
marron-amarelada dos dentes, descoloração dos dentes e língua, aumento da
formação de cálculo, perda da sensação do paladar e descamação da mucosa bucal
tem-se diminuído a percentagem do agente ativo nas formulações (Rosenberg
153
1992).
Segundo Storhaug
80
(1977), estes efeitos podem ser relevados pelo fato da
clorexidina ser uma possível solução para melhorar a saúde bucal de pacientes
portadores de necessidades especiais. Assim, a clorexidina, como qualquer outro
agente antimicrobiano potente, deve ser administrada somente sob supervisão
profissional e os diferentes métodos de aplicação devem ser adaptados às
necessidades individuais do paciente.
53
3 PROPOSIÇÃO
Promover a manipulação e o controle das propriedades organolépticas, físico-
químicas e microbiológicas de quatro dentifrícios experimentais,
desenvolvidos para pacientes portadores de alterações neuropsicomotoras.
Avaliar o controle mecânico e químico do biofilme dental em pacientes
portadores de Síndrome de Down utilizando estes quatro diferentes
dentifrícios experimentais: 1. dentifrício fluoretado, 2. dentifrício fluoretado +
clorexidina, 3. dentifrício fluoretado + clorexidina + evidenciador de placa e 4.
dentifrício fluoretado + evidenciador de placa.
54
4 MATERIAlS E MÉTODOS
4.1 SELEÇÃO DOS PARTICIPANTES DA PESQUISA
O presente estudo teve como população-alvo crianças portadores da
Síndrome de Down. Atendendo com as orientações da resolução número 196/96 do
Conselho Nacional de Saúde (Brasil
154
1996), o projeto de pesquisa foi submetido à
Comissão de Ética em Pesquisa envolvendo Seres Humanos (COEP) da
Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Após avaliação da COEP, o
projeto foi aprovado integralmente, conforme parecer nº 36/2006 – protocolo
05886/06 (ANEXO A).
A casuística foi composta por crianças portadoras da Síndrome de Down, com
idades entre 7 e 13 anos, que freqüentam a Escola de Educação Especial
Professora Maria de Lourdes Canziani vinculada à Associação de Pais e Amigos dos
Excepcionais (APAE) de Ponta Grossa, Paraná, Brasil.
Após apresentação e aprovação do protocolo de pesquisa também pela
direção da APAE - Ponta Grossa (APÊNDICE A), os pais ou responsáveis pelos
alunos da faixa etária estudada foram convidados, por carta, a participar de uma
reunião com a pesquisadora. Neste contato inicial, todos os presentes assistiram a
uma palestra sobre saúde bucal, receberam informações à respeito do experimento
(APÊNDICE B ) e foram convidados a incluir seus filhos no estudo, desde que
preenchidos os critérios de inclusão. Os pais ou responsáveis que aceitaram a
participação de seus filhos na pesquisa, assinaram um termo de consentimento livre
e esclarecido (APÊNDICE C).
Os critérios de inclusão foram: pacientes portadores da Síndrome de Down,
idades entre 7 e 13 anos, em período de dentadura mista, com os elementos 11, 31,
16, 26, 36 e 46 já irrompidos, sendo estes elementos dentais hígidos e/ou
restaurados.
Os critérios de exclusão foram: pacientes que apresentavam cavidades
amplas de cárie, raízes residuais e abscessos dento-alveolares, uma vez que tais
condições poderiam alterar o padrão de higiene bucal. Também foram excluídas
crianças em terapia com antibióticos, com histórico de reação alérgica ao agente
químico testado, ou que apresentavam algum comprometimento sistêmico.
55
Após o exame clínico de 49 pacientes e entrevista com os respectivos
pais/responsáveis, a amostra da pesquisa ficou constituída por 40 crianças
portadoras da Síndrome de Down, sendo 23 do sexo masculino e 17 do sexo
feminino.
4.2 DELINEAMENTO DAS FORMULAÇÕES (Primeira etapa da pesquisa):
4.2.1 Manipulação das Formulações dos Dentifrícios
4.2.1.1 Manipulação do dentifrício
Esta fase da pesquisa foi desenvolvida no Laboratório de Cosmetologia do
Departamento de Ciências Farmacêuticas da UEPG, utilizando técnicas de
desinfecção e anti-sepsia preconizadas à manipulação farmacêutica por (Brasil
155
2000).
Inicialmente, foi realizada a manipulação da base do dentifrício de acordo com
a técnica preconizada pela literatura (Ferreira
156
2002), que é a mesma para todos
os quatro dentifrícios, para posteriormente dividir esta base em quatro partes, a fim
de adicionar o restante dos componentes em cada uma.
Fase Componentes
1 Sílica (Sident 8) – abrasivo
1 Hidroxietilcelulose (HEC) - espessante
1 Sorbitol a 70% - umectante
1 e 3 Água destilada q.s.p - solvente
2
Metilparabeno – conservante
2
Propilparabeno - conservante
2
Óleo essencial de menta - aromatizante
2
Mentol cristal - aromatizante
2
Glicerina - umectante
3
Fluoreto de sódio a 1000 ppm – agente terapêutico
4
Digluconato de clorexidina a 0,12% - agente terapêutico
4
Eritrosina a 0,5% - corante
Quadro 1 – Componentes dos dentifrícios
Os dentifrícios foram preparados utilizando o seguinte procedimento técnico
(quadro 1):
56
Foram pesadas a sílica, o espessante, o umectante e a água (fase 1). A
mistura foi aquecida até dispersão completa dos componentes (60 ºC)
Pesou-se os conservantes, os aromatizantes e o umectante (fase 2)
Incorporou-se a fase 2 na fase 1 até formar um gel
Misturou-se a fase 3 ao gel
Acrescentou-se ao gel a fase 4
Homogenizou-se as quatro formulações dos dentifrícios, que foram
posteriormente envasadas em embalagens plásticas.
Dentifrício Composição
1 Fluoreto de sódio
2 Fluoreto de sódio + Clorexidina
3 Fluoreto de sódio + Clorexidina + eritrosina
4 Fluoreto de sódio + eritrosina
Quadro 2 – Composição dos dentifrícios
4.2.2 Controle de qualidade dos dentifrícios
Após a etapa de manipulação, procedeu-se ao controle de qualidade dos
quatro dentifrícios experimentais manipulados para esta pesquisa, baseando-se em
aspectos organolépticos, físico-químicos, microbiológicos e testes de condição de
armazenagem.
4.2.2.1 Aspectos organolépticos
Ensaios organolépticos são procedimentos utilizados para avaliar as
características de um produto (Brasil
157
2007).
Para fins de avaliação, as características organolépticas foram observadas
durante 15-30-60-90 dias em diferentes temperaturas.
4.2.2.1.1 Aspecto:
Observa-se visualmente alterações quanto à: separação de fases,
precipitação e turvação.
A amostra é classificada segundo os seguintes critérios:
– normal, sem alteração;
57
– levemente separado, levemente precipitado ou levemente turvo;
– separado, precipitado ou turvo.
4.2.2.1.2 Cor
A análise da cor (colorimetria) é realizada por meio visual. A fonte de luz
empregada para a visualização é a luz branca e/ou natural .
A amostra do produto é classificada segundo os seguintes critérios:
– normal, sem alteração;
– levemente modificada;
– modificada;
– intensamente modificada.
4.2.2.1.3 Odor
c
A amostra e o padrão de referência, acondicionados no mesmo material de
embalagem, devem ter seu odor comparado diretamente através do olfato.
A amostra será classificada segundo os seguintes critérios:
– normal, sem alteração;
– levemente modificada;
– modificada;
– intensamente modificada.
4.2.2.1.4 Sabor
Compara-se o sabor da amostra com o do padrão de referência, diretamente
através do paladar.
A amostra será classificada segundo os seguintes critérios:
– normal, sem alteração;
– levemente modificada;
– modificada;
– intensamente modificada.
4.2.2.2 Aspectos Físico-Químicos
58
Ensaios físico-químicos são operações técnicas que consistem em determinar
uma ou mais características de um produto, processo ou serviço, de acordo com um
procedimento especificado. Estas avaliações permitem ao formulador detectar
futuros problemas que podem afetar a estabilidade e a qualidade de seu produto
(Brasil
157
2007).
4.2.2.2.1 Determinação dos valores de pH
Os valores de pH foram obtidos com um potenciômetro digital (DMPH-2)
previamente calibrado, conforme descrito nos métodos gerais da Farmacopéia
Brasileira 4º edição (Comissão Permanente de Revisão da Farmacopéia Brasileira
158
1988). Cada dentifrício foi testado 4 vezes (15-30-60-90 dias), visando obter
maior precisão dos resultados.
4.2.2.2.2 Determinação da consistência das formulações dos dentifrícios
A consistência das formulações foi avaliada por meio do escoamento entre
duas placas de vidro, baseando-se no método (Brasil
157
2007) , frente à aplicação
de uma massa aferida de 1g, por 5 minutos, sob pressão e pesos costantes. Após
esse tempo, realizou-se a mensuração do diâmetro do halo com régua graduada em
centímetros, resultante da aplicação da força durante o tempo indicado
anteriormente, sob temperatura ambiente de 22º C. Os valores foram obtidos em
triplicata.
4.2.2.2.3 Determinação da densidade das formulações dos dentifrícios
A determinação da densidade aparente foi realizada utilizando-se o método
de pesagens, em uma balança sensível a 0,1 mg (Balança Mattler H 10W), como
proposto por Panzeri et al.
159
(1978). Para tanto, foram utilizados como volume
padrão, 2 ml de dentifrício. Os valores foram obtidos em triplicata.
Para o cálculo da densidade aparente, utilizou-se a fórmula:
59
d
A
= m
v
Onde: d
A
= densidade aparente em g/ml
m = massa da amostra em gramas
v = volume final em mililitros
4.2.2.2.4 Materiais Voláteis
Este teste seguiu as exigências relatadas pela Anvisa
157
(2007): 5g de cada
dentifrício foi pesado sobre uma placa de Petri, a qual foi manipulada com auxílio de
uma pinça apropriada para essa finalidade, para evitar contaminação. Após a
pesagem dos dentifrícios com a placa, esta foi submetida a aquecimento em estufa a
105º C. Posteriormente, os dentifrícios foram novamente pesados, e o processo foi
repetido até que o mesmo se apresentasse em peso constante durante duas
pesagens consecutivas A diferença entre o peso da amostra antes e após o ensaio
revela a quantidade, em massa de componentes da formulação, que volatilizaram
naquelas condições (perda por dessecação). O material remanescente é
denominado resíduo seco.
Para o cálculo de proporção de materiais voláteis, utilizou-se a fórmula:
MV = mi – mf x 100
mi
Onde: MV = materiais voláteis em porcentagem;
mi = massa inicial da amostra em gramas;
mf = massa final da amostra em gramas.
Para o cálculo de proporção de resíduo seco, utilizou-se a fórmula:
RS = mf x 100
mi
60
Onde: RS = resíduo seco em porcentagem;
mi = massa inicial da amostra em gramas;
mf = massa final da amostra em gramas.
4.2.2.2.5 Granulometria
O tamanho das partículas e sua distribuição foram determinados através de
um analisador de partículas que utiliza difração a laser (Beckman Coulter – LS
13320 - O Boticário) e um sistema de multi-freqüência (figura 1).
Figura 1. Analisador de tamanho e da distribuição de partículas pelo método de difração a laser
(Beckman Coulter – Ls 13320)
O princípio de difração da luz baseia-se no princípio de que, quanto menor o
tamanho da partícula, maior o ângulo de difração de um feixe luminoso que
atravessa uma população de partículas.
Conforme mostra a figura 2, um feixe de laser é enviado em direção à
amostra líquida a ser analisada. Quando o feixe colimado encontra as partículas,
parte do laser é difratado e, subseqüentemente, focado, por meio de lentes, no
detector. Quanto menor o tamanho da partícula, maior será o ângulo de difração.
Figura 2 - Esquema da difração a laser no analisador de partículas
61
Sem nenhuma partícula na célula de medição, toda a luz do laser é coletada
no detector central (figura 2).
Figura 3 - Esquema da difração a laser no analisador de partículas
Quando a luz do laser é difracionada pelas partículas durante a medição, não
é mais detectada intensidade de luz no detector central. Esta medição é a
“obscuração” ocasionada pelas partículas e que será utilizada para determinar o
controle do carregamento da amostra (figura 3).
Os resultados são calculados e baseados nos dados de difração a laser da
teoria de Franhöfer e Mie e podem ser apresentados em várias maneiras: volume %
(wt %), número e % distribuição, etc.
4.2.2.2.6 Teste de Centrífuga
A força da gravidade atua sobre a amostra fazendo com que suas partículas
se movam no seu interior.
O teste de centrifugação produz estresse na amostra simulando um aumento
na força de gravidade, o que causa aumento da mobilidade das partículas e
antecipação de possíveis instabilidades. Neste estudo, foram colocadas 3 amostras
de 10 gramas de cada dentifrício (n=12), acondicionadas no interior de cada tubo de
ensaio e submetidas a centrifugação em 3.000 rpm durante 30 minutos. Em seguida
avaliou-se visualmente a amostra.
4.2.2.2.7 Doseamento da Eritrosina
A curva de calibração da eritrosina foi elaborada a 526 nm por
espectrofotometria (Multi Spec -1501 Shimadzu) segundo a Farmacopéia Brasileira
4º edição (Comissão Permanente de Revisão da Farmacopéia Brasileira
94
1996).
62
200 300 400 500 600 700 800
-0,1
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
eritrosina 10
-5
absorbância
comprimento de onda (nm)
Figura 4 – Curva de absorção da eritrosina
Após determinar as absorbâncias (figura 4), construiu-se o gráfico da curva de
calibração e a equação da reta por regressão linear e calculou-se o coeficiente de
correlação (r).
0,00 0,02 0,04 0,06 0,08 0,10
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
absorbância
concentração (g/mL)
Figura 5 – Gráfico da curva de calibração da eritrosina.
A equação da reta usada para a determinação dos teores de eritrosina está
representada abaixo:
63
Y = A + B . X
Sendo que A = 0,11914
B = 5,4781
Y= 0,11914 + 5,4781 . X
r = 0,99522
Para determinar a quantidade de eritrosina contida no dentifrício,
primeiramente realiza-se a preparação da amostra do dentifrício, dissolvendo 1 g de
dentifrício em 10 ml de água. Esta solução é levada a espectrofotometria (Multi Spec
-1501 Shimadzu), assim calculando a quantidade de eritrosina contida no dentifrício,
partindo-se da equação da reta.
4.2.2.2.8 Doseamento do Flúor
Análise de Flúor Livre:
Preparação das amostras dos dentifrícios - Para a análise eletrométrica
(potenciométrica), as amostras dos dentifrícios (1, 2, 3 e 4) foram preparadas
segundo a metodologia proposta por Souza et al.
160
(2005), dissolvendo-se 1 g de
cada dentifrício em 100 ml de água osmose reversa. Desta solução coloca-se 50 ml
em um erly de 250ml e adiciona-se 50ml de Tisab, levando o conjunto em ebulição
por 5 minutos. Após esfriar procede-se a leitura no potenciômetro, sendo que a
leitura obtida em mg/L de F vezes 100 (diluição da amostra) = ppm F do dentifrício.
A análise potenciométrica foi desenvolvida como demonstrada por Koo
161
(1992), sendo que o flúor solúvel foi determinado por meio de um eletrodo específico
e analisador de íons, calibrados com padrões de concentração de fluoreto variando
de 800 ppm a 1500ppm.
4.2.2.3 Estudo Microbiológico
O estudo microbiológico foi desenvolvido utilizando o kit Newplus I
(Newprov®), comunente empregado para o controle microbiológico de
medicamentos e cosméticos.
64
Foram utilizadas amostras de 1g de cada dentifrício experimental, as quais
foram transferidas, com o auxílio de espátula plástica estéril, para o caldo Letheen
(9mL). Este contém lectina e polissorbato 80 em sua composição, e serve para
inativar o sistema conservante. Em seguida, com pipeta esterilizada, aspirou-se 1
mL da solução e colocou-se nos meios Ágar Letheen (meio altamente nutritivo,
contendo agentes neutralizantes da atividade bactericida de compostos quaternários
de amônio), Ágar Mac Conkey (ágar seletivo e diferencial, que inibe o crescimento
de bactérias Gram positivas, possibilitando assim, um melhor desenvolvimento das
bactérias Gram negativas, especialmente as enterobactérias) e Ágar Sabouraud
dextrose (meio utilizado para o isolamento de fungos, sejam eles leveduriformes ou
não).
As placas contendo os meios Ágar Letheen e Ágar Mac Conkey foram
incubadas em estufa com temperatura de 37±2 ºC, por 24 e 48 horas. As placas com
o meio Agar Sabouraud dextrose foram mantidas na temperatura ambiente por 7
dias. Após os períodos determinados, promoveu-se a avaliação do crescimento
bacteriano e fúngico, conforme as indicações do fabricante.
4.2.2.4 Estabilidade da Formulação
A formulação foi submetida a um acompanhamento de 90 dias de estabilidade
nas seguintes condições: Ambiente (23°C), 4°C (geladeira), luz Solar e 50°C. Foram
avaliadas tanto as características físicas como as organolépticas.
Todas as amostras foram retiradas dos ambientes e analisadas após 30 minutos
em ambientação.
O controle de qualidade dos quatro dentifrícios experimentais manipulados
para esta pesquisa, baseando-se em aspectos organolépticos, físico-químicos,
microbiológicos, são mostrados em tabelas (APÊNDICE D) .
4.3 PROTOCOLO DO ESTUDO (Segunda estapa da pesquisa)
O delineamento experimental da pesquisa obedeceu ao modelo cruzado e
duplo-cego (Chibinski
133
2004), envolvendo a participação de profissionais da área
odontológica, bem como dos pacientes e de seus pais ou responsáveis.
65
Após manipulação das formulações e controle de qualidade dos dentifrícios a
serem testados, definiu-se as etapas clínicas do experimento.
As 40 crianças que compuseram a amostra foram divididas, aleatoriamente,
nos grupos A, B, C e D. Cada paciente recebeu um número, e, através de sorteio
simples, foram obtidos quatro grupos com dez elementos (grupos A, B, C e D).
Os quatro grupos utilizaram todos os protocolos, de acordo com o descrito a
seguir (figura 6).
Em todos os grupos, para cada um dos dentifrícios testados, o período de
tratamento foi de dez dias, com três aplicações diárias (após o café da manhã, após
o almoço e após a última refeição noturna). Entre os tratamentos, houve um período
intermediário denominado washout (Brasil
162
2002), no qual os pacientes retornaram
aos seus hábitos rotineiros de higiene bucal, com o objetivo de voltar às mesmas
condições do início do experimento, antes que a próxima etapa da pesquisa
começasse. O período de washout foi de quinze dias.
Grupo A: dentifrício fluoretado, washout, dentifrício fluoretado + clorexidina,
washout, dentifrício fluoretado + evidenciador de placa, washout,
dentifrício
fluoretado + clorexidina + evidenciador de placa;
Grupo B: dentifrício fluoretado + clorexidina, washout, dentifrício fluoretado,
washout, dentifrício fluoretado + clorexidina + evidenciador de placa.,
washout,
dentifrício fluoretado + evidenciador de placa;
Grupo C: dentifrício fluoretado + evidenciador de placa, washout, dentifrício
fluoretado + clorexidina + evidenciador de placa, washout,dentifrício
fluoretado, washout, dentifrício fluoretado + clorexidina;
Grupo D: dentifrício fluoretado + clorexidina + evidenciador de placa, washout,
dentifrício fluoretado + evidenciador de placa, washout, dentifrício fluoretado +
clorexidina. , washout, dentifrício fluoretado.
A definição do grupo para cada seqüência de protocolos foi realizada
aleatoriamente, através de sorteio simples, e só revelada à pesquisadora após o
término do experimento, assim como a identidade dos componentes de cada grupo.
66
Estas informações eram conhecidas somente pela auxiliar odontológica, que foi
previamente treinada em relação ao delineamento experimental do estudo.
Figura 6 – Representação esquemática do modelo cruzado referente aos tratamentos utilizados
Ao final dos 85 dias de pesquisa, os registros dos índices de placa bacteriana
e gengival, obtidos dos pacientes no início e final de cada período experimental,
foram agrupados de acordo com o protocolo utilizado para fins de análise estatística
e descrição dos resultados. Somente neste momento ocorreu a delimitação dos 4
grupos experimentais (protocolos) deste estudo, que foram denominados de acordo
com o dentifrício testado:
D1 (dentifrício 1) – dentifrício fluoretado (figura 7);
D2 (dentifrício 2) – dentifrício fluoretado + clorexidina (figura 8);
D3 (dentifrício 3) – dentifrício fluoretado + clorexidina + evidenciador de placa
(figura 9);
D4 (dentifrício 4) – dentifrício fluoretado + evidenciador de placa (figura 10).
Figura 7 – dentifrício fluoretado
67
Figura 8 - dentifrício fluoretado + clorexidina
Figura 9 - dentifrício fluoretado + clorexidina + evidenciador de placa
Figura 10 - dentifrício fluoretado + evidenciador de placa
Os pais ou responsáveis pelos pacientes foram convidados a participar de 4
sessões, junto com seus filhos, que aconteceram no consultório odontológico da
Escola de Educação Especial Professora Maria de Lourdes Canziani. Estas sessões
coincidiram com o início de cada período experimental.
Na primeira sessão, os pais foram solicitados a demonstrar in situ o método
de escovação utilizado rotineiramente em seus filhos. Não foi introduzida nenhuma
técnica de escovação específica, sendo apenas corrigidas as falhas presentes e
uma sistematização das regiões a serem escovadas foi proposta. A partir deste
momento, os pais foram orientados a abandonar a escova e o dentifrício usados
pelas crianças, passando a utilizar o material fornecido pela pesquisadora. Desta
forma, no início de cada período experimental, a criança recebeu uma nova escova
dental infantil de cerdas macias (Condor Pet Média Branca) e o dentifrício
experimental, os quais passaram a ser utilizados em todas as escovações
realizadas.
Foram montados quatro diferentes kits. Todos continham uma escova dental
infantil, um dentifrício experimental e instruções detalhadas à respeito do uso dos
dentifrícios para cada tratamento pesquisado.
O protocolo adotado previu três momentos diários de higiene bucal. Após o
desjejum, o almoço e a última refeição diária, os pais foram orientados a utilizar o
dentifrício experimental durante a escovação. Os pais desconheciam quais dos
quatro dentifrícios experimentais estavam utilizando em seus filhos.
68
A pesquisadora retirava-se do consultório para que a auxiliar odontológica
fornecesse aos pais os kits correspondentes ao protocolo de tratamento a ser
iniciado. A auxiliar odontológica reforçava as informações já fornecidas pela
pesquisadora, a respeito dos dentifrícios a serem empregados naquele período
experimental, sendo que a mesma rotina clínica foi adotada na segunda, terceira e
quarta sessões realizadas com as crianças e seus pais ou responsáveis.
Os critérios clínicos para avaliação dos tratamentos foram a presença ou
ausência de sangramento gengival marginal à sondagem de Ainamo e Bay
163
(1975) modificado e o índice de placa de Greene e Vermillion simplificado (Greene,
Vermillion
164
1964).
Para avaliação do sangramento à sondagem de Ainamo e Bay
163
(1975)
modificado, os sítios examinados foram as superfícies: mésio-vestibular, vestibular,
disto-vestibular, disto-lingual, lingual e mésio-lingual dos elementos 11, 31, 16, 26,
36, 46, de acordo com os escores:
escore 0 = ausência de sangramento à sondagem;
escore 1 = presença de sangramento à sondagem.
Sondas periodontais milimetradas (Levsystem) foram utilizadas para obtenção
deste índice. Para o exame, padronizou-se a profundidade de sondagem em 0,4mm.
A sonda foi inserida no sulco gengival, nos sítios mésio-vestibular, vestibular e disto-
vestibular, e deslizada com cuidado, por toda margem gengival, em direção aos
sítios, disto-lingual, lingual e mésio-lingual. Para manter a profundidade de
sondagem constante, a esfera da sonda permaneceu subgengival durante todo o
procedimento.
Para o índice de placa de Greene e Vermillion simplificado (Greene,
Vermillion
164
1964), os sítios examinados foram as faces vestibulares dos dentes 11,
31, 16 e 26 e as faces linguais dos dentes 36 e 46, que receberam os seguintes
escores :
0 - sem placa;
1 - até1/3 da superfície com placa;
2 - entre 1/3 e 2/3 com placa;
3 - mais de 2/3 da superfície com placa.
69
Para visualizar a quantidade de placa, um corante líquido, a base de fucsina
básica (Replak®) foi empregado. O produto foi aplicado com hastes flexíveis
descartáveis com pontas de algodão em todas as superfícies dentárias presentes.
Ao final da sessão, os pacientes tiveram seus dentes escovados pela auxiliar
odontológica, até completa remoção do corante evidenciador de placa.
Dentes-índice foram pré-determinados para emprego dos índices nas
avaliações clínicas. Isto se justifica porque a amostra foi composta exclusivamente
por crianças com Síndrome de Down, que apresentam comportamento pouco
cooperativo e déficit cognitivo significativo. Desta forma, optou-se pelo registro dos
escores de elementos dentais e faces selecionadas, mas representativos da
condição gengival e do biofilme dental na cavidade bucal como um todo naquele
momento. A determinação dos dentes-índice baseou-se nos elementos utilizados
para registro do índice de higiene oral simplificado de Greene e Vermillion
164
(1964).
Os exames clínicos para obtenção dos índices foram realizados por um único
examinador, no início e final de cada período experimental, num total de 8
avaliações para cada criança, as quais foram registradas em fichas clínicas
específicas (APÊNDICE E). Todas as avaliações foram feitas em consultório
odontológico, com luz artificial e instrumental adequado (espelho plano e sonda
periodontal).
O examinador foi treinado e calibrado, antes do início dos períodos
experimentais, em ambos os índices utilizados. Tanto para o índice de placa, como
para o índice gengival houve calibração in vivo. Para o cálculo da concordância,
foram realizadas duas sessões clínicas, para registro de placa e índice gengival,
sendo examinados 5 pacientes (30 dentes). Para o índice de placa, as sessões
clínicas foram separadas entre si por um dia, e alterou-se a ordem dos pacientes, no
segundo exame clínico. Para o índice de sangramento gengival, as sessões clínicas
foram separadas entre si por um intervalo de 7 dias, mantendo-se alteração da
ordem dos pacientes no segundo exame clínico. Optou-se por um intervalo maior de
intervalo, devido a injúrias mínimas que poderiam ser causadas no tecido gengival
após a primeira sondagem no sulco. Após aplicação de teste estatístico, obteve-se o
valor de kappa de 0,88 para o índice de placa e 0,83 para o índice de sangramento
gengival. O software GMC Pesquisa Biológica - versão 2002 (Ribeirão Preto, São
Paulo, Brasil) foi utilizado para realização dos testes de concordância intra-
examinador.
70
As comparações dos resultados do índice de placa tanto iniciais quanto finais
foram realizadas entre os quatro grupos (protocolos) utilizando o teste estatístico
não-paramétricos de Friedman (dados pareados). Caso fossem encontradas
diferenças entre os grupos as comparações seriam obtidas com o teste de
comparações múltiplas de Dunn, a fim de se detectar entre quais grupos situavam as
diferenças estatisticamente significantes.
Para o índice de sangramento gengival, as comparações entre os grupos
(protocolos), inicial e final foi realizada com o teste de Cochran.
As comparações entre os valores obtidos com o índice de placa inicial e final
em um mesmo grupo (protocolos) foram realizadascom o teste de Wilcoxon para
amostras emparelhadas e para o índice de sangramento gengival o teste de
McNemar. Foi adotado como nível de significância o valor de 0,05. Desta forma, se
p> 0,05 a hipótese de nulidade (H
0
), pela qual todos não haveria diferenças
significativas entre seria aceita. Caso p0,05, então H
0,
não seria aceita, optando-se
assim pela hipótese alternativa (H
1
). Todos os cálculos foram realizados através dos
programas SPSS® (Statistical Package for the Social Science) versão 11.5.1 for
Windows (SPSS Inc. Chigaco, Illinois, USA) e GraphPad Prism versão 5.00 for
Windows (GraphPad Software. São Diego, Califórnia, USA).
71
5 RESULTADOS
A amostra foi constituída por 40 crianças portadoras da Síndrome de Down,
na faixa etária entre 7 e 13 anos, sendo 57% (23) do gênero masculino e 43% (17)
do gênero feminino. Desta forma, todos os indivíduos participaram dos quatro
protocolos instituídos nesta pesquisa (Quadro 3; APÊNDICE F).
No início de cada período experimental, todos os pacientes foram examinados
para obtenção do índice de placa (IPL) e índice de sangramento gengival (IG). Os
valores médios iniciais dos índices de placa (IPLi) com seus respectivos desvios
padrão foram 1,96 ± 0,78 para o grupo que utilizou o dentifrício fluoretado (G1); 1,85
± 0,75 para o dentifrício com clorexidina (G2); 1,83 ± 0,72 quando o dentifrício com
clorexidina mais evidenciador de placa (G3) foi o protocolo empregado e 1,88 ± 0,75
com o uso do dentifrício com evidenciador de placa (G4). Para o índice de
sangramento gengival no momento inicial da pesquisa (IGi), verificou-se ausência de
sangramento em 786 sítios (55%) dos pacientes do protocolo G1, 779 sítios (54%)
protocolo G2, 813 sítios (57%) antes da utilização do dentifrício com clorexidina mais
evidenciador de placa (protocolo G3) e 793 sítios (55%) protocolo G4.
A estatística de Friedman resultante da comparação entre os IPLi nos quatro
grupos, e a estatística descritiva estão apresentadas na tabela 6 (APÊNDICE F). A
estatística de Cochran e as freqüências dos escores do IGi para os diferentes
protocolos testados são observadas no quadro 4 (APÊNDICE F), indicam que as
condições clínicas equivalentes estavam presentes no início dos quatro períodos
experimentais.
Constatada a equivalência entre as condições clínicas avaliadas no momento
inicial de cada período experimental, partiu-se para a análise dos dados obtidos nos
quatro protocolos testados.
O Gráfico 1, apresenta os valores médios com os respectivos desvios padrão
de IPLi (índice de placa inicial) e IPLf (índice de placa final) em relação aos quatro
protocolos testados (G1, G2, G3 e G4).
72
O tratamento com o dentifrício fluoretado (G1) resultou em redução do índice
de placa final (IPLf). Neste grupo, a média e o desvio padrão do IPLi foram de 1,96 ±
0,78 e do IPLf 1,66 ± 0,84. No decorrer do período experimental, esta média foi
reduzida em 15% e ao final dos 10 dias de tratamento. O teste de Wilcoxon mostrou
diferenças significativa estatisticamente entre IPLi e IPLf (p<0,001) (Tabela 7;
APÊNDICE F).
O protoloco do dentifrício com clorexidina (G2) apresentou diferenças
estatisticamente significantes na comparação entre IPLi e IPLf (p<0,001 - Teste de
Wilcoxon) (Tabela 8; APÊNDICE F). A média e o desvio padrão do IPLi foram de
1,85 ± 0,75 e IPLf de 1,65 ± 0,64, o que representou uma diminuição de 11% ao
término do período experimental.
Para o protocolo G3, que utilizou dentifrício com clorexidina mais evidenciador
de placa, observou-se redução nos valores dos índices avaliados. A média e o
desvio padrão do IPLi foram de 1,83 ± 0,72 e do IPLf de 0,66 ± 0,55, o que
caracterizou uma redução de 64%. A comparação entre os índices de placa inicial e
final, realizada através do teste de Wilcoxon, mostrou diferenças estatisticamente
significativas (p<0,001) (Tabela 9; APÊNDICE F).
73
Quando analisados os dados obtidos com o uso do protocolo (G4), a média e
o desvio padrão para o índice de placa foram 1,88 ± 0,75 (IPLi) e 0,66 ± 0,50 (IPLf),
sendo observado uma redução de 65%. Diferenças estatisticamente significativas
em relação ao índice de placa (p<0,001) (Tabela 10; APÊNDICE F).
De acordo com os dados do Gráfico 1 e a análise estatística (Teste de
Friedman), foram encontradas diferenças significativas entre G1 x G2 x G3 x G4, em
relação ao índice de placa final (IPLf) (Tabelas 11 e 12; APÊNDICE F). A fim de se
detectar entre quais grupos ocorreram estas diferenças, foi aplicado uma
Comparação Múltipla de Dunn, que compara os resultados dois a dois. Assim,
evidenciou-se que existe diferença significativa (p<0,001), em relação ao índice de
placa final (IPLf) nos grupos G3 (dentifrício com clorexidina mais evidenciador de
placa) e no G4 (dentifrício com evidenciador de placa), pois estes dois grupos
tiveram uma redução mais acentuada, quando comparados com o G1 (dentifrício
fluoretado) e G2 (dentifrício com clorexidina), (Tabela 13; APÊNDICE F).
O Gráfico 2, apresenta a freqüência dos escores de IGi (índice de
sangramento gengival inicial) e IGf (índice de sangramento gengival final) em
relação aos quatro protocolos testados (G1, G2, G3 e G4).
74
No protocolo do dentifrício fluoretado (G1) foram encontradas diferenças
estatisticamente significantes na comparação entre os escores de sangramento
gengival iniciais e finais (p<0,001 - Teste de McNemar) (Quadro 5; APÊNDICE F). O
número de sítios com sangramento passou de 654 (45%) na avaliação inicial, para
537 (37%) após a utilização do protocolo G1.
A comparação entre os escores de sangramento gengival iniciais e finais para
o protocolo G2 (dentifrício com clorexidina) também mostrou diferenças
estatisticamente significativas (p<0,001), verificada após análise estatística com o
teste de McNemar (Quadro 6; APÊNDICE F). A redução significativa deste índice
refletiu-se na freqüência do escore 0 (75% do total de sítios examinados) no índice
gengival final (IGf), ou seja, predomínio dos sítios sem sangramento.
A análise estatística dos escores de sangramento gengival iniciais e finais do
protocolo G3 (dentifrício com clorexidina mais evidenciador de placa) também
apresentou diferenças significativas, segundo o teste de McNemar (p<0,001)
(Quadro 7; APÊNDICE F). Ao final do período experimental, apenas 6% dos sítios
examinados apresentaram sangramennto à sondagem (escore 1). Esta mesma
condição estava presente em 44% dos sítios antes da utilização do dentifrício com
clorexidina.
Quando analisados os dados obtidos com o uso do protocolo G4 (dentifrício
com evidenciador de placa), resultados estatisticamente significativos foram obtidos
em relação aos escores de sangramento gengival com o teste de McNemar
(p<0,001) (Quadro 8; APÊNDICE F). É importante salientar, no entanto, que tais
diferenças estavam relacionadas a diminuição no IGf. O sangramento gengival
esteve presente em 647 sítios (44%) na avaliação inicial e 384 (27%) ao término do
período experimental.
Por meio dos dados mostrados no Gráfico 2 é possível observar as
freqüências relativas dos escores finais do índice de sangramento gengival nos
quatro protocolos estudados (G1, G2, G3 e G4). No teste estatístico de Cochran
(Quadro 9; APÊNDICE F) comparando o IGf entre os quatro grupos, foram
observadas diferenças estatisticamente significativas entre todos os protocolos
(p<0,001). Para verificar aonde se situavam as diferenças, foram feitas comparações
dois a dois com o Teste de Mc Nemar (Quadro 10; APÊNDICE F), concluiu-se que o
G2 (dentifrício com clrexidina) e o G4 (dentifrício com evidenciador) mostraram
resultados semelhantes, porém com diferenças significativas em relação ao G1
75
(dentifrício fluoretado) e G3 (dentifrício com clorexidina mais evidenciador), e apesar
do G1 e o G3 apresentarem diferenças significativas, o G3 apresentou melhores
resultados ao final do experimento.
76
6 DISCUSSÃO
Atualmente, o grande desafio da Odontologia está voltado à prevenção,
buscando manter um correto controle do biofilme dental, visando promoção e
manutenção da saúde bucal, com o intuito de melhorar a qualidade de vida dos
pacientes (Sekino et al.
1
2003). Em se tratando de portadores de necessidades
especiais, esse desafio é ainda maior. A higiene bucal destes pacientes, em razão
das dificuldades práticas, não é tão eficiente. Desta forma, os valores de índices de
placa (IPL) e gengival (IG) são elevados, quando comparados aos resultados
obtidos em pacientes que não apresentam necessidades especiais (Nielsen
114
1990).
O acúmulo do biofilme dental é um pré-requisito para o desenvolvimento de
gengivite que, por sua vez, pode evoluir à periodontite (Koning et al.
100
2002). Estas
duas patologias estão associadas à presença de placa e, sua remoção é
fundamental para inibí-las ou mesmo evitar a progressão (Loe et al.
101
1965).
O método mais comum para o controle do biofilme dental é a remoção
mecânica feita principalmente pela escova e, adicionalmente, ao uso do fio dental
(Theilade et al.
102
1966, Owens et al.
13
1997), pois a escovação está diretamente
relacionada com a promoção da saúde, visto que a remoção e a desorganização
mecânica do biofilme dental são a grande chave da prevenção, limitando assim a
sua capacidade de causar as doenças bucodentais (Halla
108
1982, Pallomo et al.
105
1989).
Entretanto, devido as inúmeras dificuldades em se conseguir a cooperação
dos pacientes portadores de Síndrome de Down, como a falta de habilidade
psicomotora e destreza manual (Fischman
5
1979), as alterações bucais
(pseudomacroglossia, língua protruída e musculutura hipoativa), interferem na
qualidade da escovação (Cohen, Winer
4
1965). O tipo e grau da deficiência mental
(Scully
8
1976, Nielsen
114
1990), além da falta de coordenação motora, a baixa
motivação, a dificuldade de aprendizado das técnicas de escovação e falta de
concentração no momento da escovação, levam estes indivíduos a apresentarem
pobres níveis de higiene bucal (Brown
7
1965, Fink et al.
109
1975, Finn
110
1976,
Scully
8
1976, Udin, Kuster
111
1984, Shaw, Saxby
11
1986, Shaw et al.
112
1989,
Doury, Ghandriche
113
1990).
77
O sucesso em promover e manter uma saúde bucal satisfatória nestes
pacientes, está na aplicação de um programa rigoroso de higienização bucal
constante (Tensini, Fenton
36
1994, Shapira, Stabholz
32
1996, Valentin, Long
35
2007).
Diversos autores, como Palomo et al.
105
(1989), Panzeri et al.
106
(1993) e
Owens et al.
13
(1997) relataram que, embora a escovação seja o meio mais
difundido e universalmente recomendado para a remoção mecânica da placa, não
se conhecem técnicas e nem escovas ideais que, por si só, possam promover uma
higienização perfeita. Todo esse aparato técnico deve estar associado à constante
motivação (Bijella
107
1999).
Para que o cirurgião-dentista consiga promover a educação e motivação, é
necessário o uso de estratégias e métodos adequados para reforçar as informações.
Segundo Cristiano e Bignelli
90
(1995) e Toassi e Petry
89
(2002), os evidenciadores
de placa bacteriana são excelentes recursos para estimular o paciente em sua
higiene bucal.
O papel da educação para a saúde bucal, como medida preventiva, é tão
importante quanto os métodos clínicos e, se não existir motivação, dificilmente
ocorrerá a mudança de atitude dos pacientes e dos pais e/ou responsáveis
(Valentin, Long
35
2007).
Os obstáculos inerentes às crianças portadores de necessidades especiais e
as dificuldades encontradas pelos pais e/ou responsáveis na escovação dentária
conduzem o profissional da Odontologia a procurar alguma substância , capaz de
auxiliar no controle mecânico do biofilme dental. Sendo assim, a literatura sugere o
emprego de corantes como a eritrosina, substância química usada para corar e
facilitar a remoção da placa bacteriana (Bellini
87
1974). Por isso selecionada para
utilização neste trabalho.
A eritrosina é um corante que apresenta como caracteres físicos: pó fino,
vermelho ou acastanhado, inodoro, hidroscópio e solúvel em água, etanol, glicerina
e em propilenoglicol, sem fluorescência à luz ambiente (Comissão Permanente de
Revisão da farmacopéia Brasileira
94
1996). Possui sabor agradável e é considerado
um dos corantes de eleição por apresentar grande capacidade de corar e facilidade
de remoção (Bouquet
91
1971, Gillings
92
1977, Silva et al.
93
2002). Dentre as formas
de aplicação da eritrosina, como evidenciador de placa, as mais utilizadas na
Odontologia são em forma de pastilhas ou soluções (Medeiros
88
1991).
78
É consenso na literatura que a utilização de um dentifrício contendo o corante
eritrosina, como um agente de remoção de placa deve encorajar a realização de
uma escovação mais cuidadosa (Quintanilha, Bastos
95
1998, Duarte
96
1990, Silva et
al.
99
2003).
A situação ideal, no entanto, para o controle do biofilme dental, requer um
regime de aplicação que seja clinicamente efetivo, simples de ser usado pelos pais,
responsáveis ou cuidadores e aceito pelos pacientes. Pode-se ainda acrescentar,
como uma característica complementar e extremamente desejável, um custo
acessível, para que tais medidas preventivas também tenham aplicação em saúde
pública. E se tais fatores não estiverem reunidos num mesmo protocolo de
tratamento, dificilmente as orientações do cirurgião-dentista serão seguidas e a
efetividade do tratamento estará comprometida.
A utilização de um dentifrício contendo eritrosina em pacientes fenoticamente
normais foi testada em poucas pesquisas clínicas. De acordo com Quintanilha et al.
98
(1989), o dentifrício contendo eritrosina, no caso o Dentplaque®, removeu maior
quantidade de placa em relação aos outros métodos (M I – escovação dental com
dentifrício comum; M II – uso de pastilhas evidenciadoras e escovação com
dentifrício comum). Constataram também que a adição de um corante ao dentifrício
fez com que o tempo médio de escovação fosse o dobro em relação ao dentifrício
comum.
Entretanto, Rodrigues et al.
6
(1994), compararam os mesmos métodos e
observaram que não houve diferenças estatísticas quanto à redução do nível de
placa bacteriana, porém constataram que o dentifrício foi o meio mais fácil de
evidenciação, sendo as pastilhas um método de assimilação mais difícil pelas
crianças na faixa etária de 6 a 12 anos.
Silva et al.
97
(2004), compararam qual método é mais efetivo na remoção da
placa: dentifrício com eritrosina Dentplaque® ou o uso de pastilhas evidenciadoras e
escovação com dentifrício comum. A redução da placa foi observada nos dois
grupos, não apresentando diferenças estatísticas significantes entre eles. No
entanto, os autores observaram fatores que limitaram a finalização deste estudo. O
tamanho da amostra que de 62 participantes, apenas 18 concluíram a pesquisa e a
pequena quantidade de placa podem ter influenciado os resultados, encobrindo a
resposta dos métodos.
79
No presente trabalho, o valor médio de índice de placa no início dos quatro
períodos experimentais testados foi de 1,88, utilizando-se o índice de Green e
Vermillion Simplificado (Green, Vermillion
164
1964), que aceita um valor máximo de
3. No exame da condição gengival inicial, analisada através da presença ou
ausência de sangramento gengival marginal à sondagem, verificou-se, em média, a
presença de sangramento em 647 de um total de 5760 sítios examinados.
Conseqüentemente, a amostragem estudada apresentou índice elevado de placa
dental e menos de ¼ dos sítios examinados com sangramento.
Este conjunto de dados mostra uma tendência das crianças portadoras de
necessidades especiais desenvolverem alterações periodontais em idade precoce,
que, quando não diagnosticadas e tratadas a tempo, podem levar a periodontopatias
mais graves, necessitando de terapias mais complexas.
No entanto, o controle mecânico do biofilme dental esbarra nas alterações de
desenvolvimento presentes nas crianças especiais. Falta-lhes a compreensão dos
objetivos da escovação, motivação e destreza manual, o que faz com que,
freqüentemente, sejam dependentes de pais ou outros membros da família para
realização da higiene bucal.
Considerando os agentes químicos e/ou antimicrobianos como auxiliares na
busca de uma higiene bucal satisfatória (Mandel
115
1994), e os pacientes portadores
de necessidades especiais com vários fatores indicativos de alto risco à cárie e a
gengivite, devido às dificuldades encontradas por eles para a escovação dentária, há
necessidade do uso de uma substância adjunto no controle da placa (Yates et al.
14
1993, Al-Tannir e Goodman
70
1994).
Vários critérios são estabelecidos para que um agente químico possa ser
indicado, como ausência de toxicidade, não promover alergia, ser seguro, ter
comprovação clínica de reduções significantes de placa e gengivite, ter
substantividade, ser seletivo e especificidade para agir na microbiota patogênica,
apresentar sabor agradável, ter custo acessível e ser de fácil utilização (Loesche
116
1976, Van Der Ouderra
69
1991). Quanto mais próximo dessas características um
agente químico se encontre, melhor será sua efetividade (Van Der Ouderra
69
1991).
Partindo-se desta premissa, a literatura sugere o emprego de agentes químicos
como a clorexidina, substância antimicrobiana também avaliada neste trabalho.
A clorexidina possui amplo espectro de ação e pertence ao grupo das
bisguanidinas. Sua estrutura molecular é composta por uma ponte de hexametileno
80
com grupos terminais 4-clorofenil, o que lhe confere características catiônicas. Pode
ser preparada sob a forma de diversos sais, como o acetato, o gluconato ou o
digluconato de clorexidina (Vinholis et al.
121
1996). Porém, em preparações
terapêuticas, o sal mais empregado é o digluconato de clorexidina, por apresentar
maior solubilidade em água e, principalmente porque, em pH fisiológico, dissocia-se
liberando o componente ativo (Bonacorsi et al.
122
2000).
O principal sítio de ação da clorexidina é a membrana plasmática da célula
bacteriana. Através da reação com os fosfolipídios, a substância altera a
permeabilidade da membrana e causa o extravasamento dos componentes
celulares. Em baixas concentrações, ocorre a saída de elementos celulares de baixo
peso molecular, como íons potássio, alterando completamente o transporte celular
via membrana; enquanto que, em altas concentrações, haverá inibição enzimática
(ATPase), extravasamamento de macromoléculas (nucleotídeos) e coagulação do
citoplasma, em razão da interação com as proteínas citoplasmáticas e ácidos
nucleicos (Bonacorsi et al.
122
2000).
No biofilme dental, a clorexidina pode agir segundo três mecanismos
principais, de acordo com Vinholis et al.
121
(1996): ligações com as glicoproteínas
salivares, com a cápsula de polissacarídeos dos microorganismos e competição com
os íons cálcio. No primeiro mecanismo, por meio de forças eletrostáticas, a molécula
de clorexidina é capaz de se ligar a grupamentos fosfato, sulfato e íons carboxilícos,
presentes nas glicoproteínas ácidas da saliva (mucinas) e nos tecidos bucais,
conseqüentemente, as proteínas não terão sítios disponíveis para ligação com a
superfície dental. Já no segundo mecanismo, em função da característica catiônica,
a clorexidina também pode se ligar a cápsula glicoproteica aniônica dos
microorganismos e interferir na adesão bacteriana ao dente. E no terceiro
mecanismo, se houver clorexidina no meio bucal, estabelece-se uma competição
entre íons cálcio e o agente antimicrobiano, que altera os fatores de aglutinação e
reduz o crescimento do biofilme dental (Gjermo
124
1989).
A utilização da clorexidina em pacientes especiais foi testada por um número
expressivo de pesquisas clínicas, que relataram redução significativa nos índices de
placa, independentemente dos protocolos ou veículos de aplicação utilizados
(Storhaug
80
1977, Russel, Bay
81
1981, Dever
134
1979, Kalaga et al.
132
1989,
Burtner et al.
135
1991, Chikte et al.
136
1991, Stabholz et al.
143
1991, Abreu
141
2002,
81
Stiefel et al.
144
1992, Stiefel et al.
145
1995, Steelman et al
137
1996, Panutti
142
2003,
Seering et al.
146
2007, Chibinski
133
2004).
A literatura mostra a utilização da clorexidina sob a forma de soluções para
bochechos (Lesser, Gelbier
126
1973, Bay, Russel
127
1975, Gargione
128
1980, Brayer
et al.
129
1985, Mckenzie et al.
130
1992, Laher, Cleaton-Jones
131
1996) de soluções
aplicadas com sprays (Dever
134
1979, Kalaga et al.
132
1989, Burtner et al.
135
1991,
Chikte et al.
136
1991, Steelman et al.
137
1996, Chibinski
133
2004) e em forma de gel
(Usher
138
1975, Russel, Bay
81
1981, Stabholz et al.
143
1991, Burtner et al.
139
1996,
Abreu et al.
140
1999, Abreu et al.
141
2002, Panutti et al.
142
2003).
Na literatura científica não são muitos os estudos sobre dentifrícios com
clorexidina em suas formulações, especialmente pelo fato de que, quando
administrada nos dentifrícios convencionais, a clorexidina pode interagir com o
detergente lauril sulfato de sódio contido nos mesmos sendo inativada (Flora
73
1973,
Barkvoll
74
1989).
Storhaug
80
(1977) relatou que os dentifrícios contendo clorexidina e o
placebo utilizado em crianças portadoras de necessidades especiais foram
igualmente eficazes em relação aos índices gengivais, porém em relação aos
índices de placa, o dentifrício com clorexidina apresentou uma maior redução de
placa bacteriana que o dentifrício controle. Entretanto nos estudos de Russell e Bay
81
(1981), o dentifrício a base de clorexidina promoveu reduções tanto de placa
bacteriana como de inflamação gengival nas crianças portadoras de necessidades
especiais. Segundo Sanz et al.
84
(1994), o dentifrício experimental contendo
clorexidina apresentou uma maior eficiência na remoção de placa e sangramento
gengival em relação ao bochecho com clorexidina, sendo assim, o dentifrício testado
pode ser visto como uma alternativa promissora no uso de substâncias eficazes não
somente na redução de placa e gengivite, mas também por promoverem reduções
de microorganismos (Maynard et al.
85
1993).
Dolles e Germo
82
1980 observaram que o dentifrício com clorexidina (com
ou sem flúor) apresentou resultados semelhantes ao dentifrício convencional em
relação aos condições gengivais. Yates et al.
14
1993 também verificaram redução
dos índices de placa, e de sangramento nos dentifrícios com clorexidina (com ou
sem flúor) e no dentifrício convencional, porém nos estudos de Jenkins et al.
78
(1993), o dentifrício contendo clorexidina e flúor foi mais eficaz do que o dentifrício
convencional na remoção de placa bacteriana e inflamação gengival.
82
Gugushe et al.
83
(1994) compararam a eficácia de três dentifrícios (dentifrício
com clorexidina, convencional e o placebo), sendo que apresentaram desempenhos
clínicos semelhantes com relação a condição gengival. Todos os dentifrícios
testados também apresentaram redução de placa bacteriana, porém o que continha
clorexidina removeu maior quantidade de biofilme dental quando comparados aos
outros dentifrícios.
A adição da clorexidina aos dentifrícios é vista como uma maneira prática de
utilização do produto, pois não interfere na rotina de higienização do paciente
(Neuman
86
1986). Nos momentos da escovação dentária, o medicamento é então
aplicado.
As concentrações de clorexidina utilizadas pelos diferentes veículos não
apresentam uma padronização. As soluções para bochechos foram utilizadas nas
concentrações de 0,12% a 0,2% (Lesser, Gelbier
126
1973, Bay, Russel
127
1975,
Gargione
128
1980, Brayer et al.
129
1985, Mckenzie et al.
130
1992, Laher, Cleaton-
Jones
131
1996); quando aplicadas em spray, variaram de 0,06%, 0,12% e 0,2%
(Dever
134
1979, Kalaga et al.
132
1989, Burtner et al.
135
1991, Chikte et al.
136
1991,
Steelman et al.
137
1996, Chibinski
133
2004). O gel foi testado em concentrações de
0,5% e 1% (Usher
138
1975, Russel, Bay
81
1981, Stabholzet al.
143
1991, Burtner et
al.
139
1996, Abreu et al.
140
1999, Abreu et al.
141
2002, Panutti et al.
142
2003), e
foram utilizadas nos estudos que pesquisaram dentifrícios concentrações de 0,4%,
0,8%, 1% e 2% (Storhaug
80
1977, Russel, Bay
81
1978, Dolles, Gjermo
83
1980,
Jenkins et al.
78
1993, Yates et al.
14
1993, Gugushe et al
83
1994, Sanz et al.
84
1994).
Independente do veículo ou da concentração, há efetividade de ação da
clorexidina no controle do biofilme dental. Todavia, é difícil de se determinar a
parcela de responsabilidade de cada um dos componentes envolvidos no resultado
final, ou seja, o desenho experimental dessas pesquisas não permite definir se o
desfecho clínico foi dependente do veículo utilizado, da quantidade aplicada ou da
concentração empregada (Addy, Moran
71
1997, Torres et al.
68
2000, Torres et al.
79
2000).
O presente estudo avaliou o controle mecânico e químico do biofilme dental
em crianças portadoras da Síndrome de Down freqüentadores da Escola de
Educação Especial Professora Maria de Lourdes Canziani vinculada à Associação
de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de Ponta Grossa, em período de
dentadura mista. Foram utilizados quatro diferentes dentifrícios experimentais, sendo
83
eles: dentifrício fluoretado; dentifrício fluoretado + clorexidina; dentifrício fluoretado +
clorexidina + evidenciador de placa e dentifrício fluoretado + evidenciador de placa,
especialmente indicados para pacientes com dificuldades motoras e/ou mentais,
para verificar os efeitos de sua utilização na redução do biofilme dental, gengivite e
sangramento gengival na amostra selecionada.
A pesquisa teve o delineamento cruzado (Dever
134
1979, Kalaga et al.
132
1989, Stiefel et al.
144
1992, Steelman et al.
1 37
1996, Chibinki
133
2004), com intervalo
(wash out) entre cada período experimental de 15 dias (Chibinski
133
2004).
O estudo também se caracterizou por ser duplo-cego (Dever
134
1979, Kalaga
et al.
132
1989, Stiefel et al.
144
1992, Steelman et al.
137
1996, Chibinki
133
2004), onde
o mascaramento do examinador e dos participantes foi estabelecido para maior
confiabilidade dos resultados obtidos, pois o não cegamento pode criar diferenças
artificiais entre os grupos.
Em nossa pesquisa, todos os indivíduos tiveram seus dentes higienizados
três vezes ao dia pelos pais e/ou cuidadores, para que houvesse uma padronização.
A amostra foi composta exclusivamente por 40 crianças com Síndrome de Down.
Desta forma, os dentes-índice foram pré-determinados para emprego dos índices
nas avaliações clínicas, sendo que a determinação dos dentes-índice baseou-se nos
elementos utilizados para registro do índice de higiene oral simplificado de Greene e
Vermillion
164
(1964), aonde os dentes-índice examinados foram as faces
vestibulares dos dentes 11, 31, 16 e 26 e as faces linguais dos dentes 36 e 46,
sendo este mesmo índice utilizado no nosso estudo para anotar a quantidade de
placa bacteriana.
A inflamação gengival foi analisada pelo do índice de Ainamo e Bay
163
(1975), aonde avaliamos o sextante de cada elemento dental selecionado para esta
pesquisa. A escolha destes índices foi em razão de sua rapidez e praticidade.
De acordo com os resultados avaliados em relação as condições clínicas
presentes no início dos quatro períodos experimentais (Gráfico 1 e 2), constatou-se
que a amostra utilizada apresentou níveis semelhantes dos índices de placa e
sangramento gengival, sendo esta condição fundamental para que a comparação
dos resultados obtidos nos diferentes protocolos pudesse ser efetivada.
A comparação dos achados da presente pesquisa com os resultados
disponíveis na literatura, no entanto, precisa ser realizada com cautela, visto que há
uma variação metodológica acentuada entre os trabalhos disponíveis.
84
Os dados observados no gráfico 1 mostram que na comparação intra-grupo,
que todos os dentifrícios experimentais reduziram bioflime dental, ou seja,
apresentaram diferenças significativas entre IPLi e IPLf (p<0,001).
Os índices de placa médios obtidos no início e final de cada período
experimental foram 1,96 ± 0,78 e 1.66 ± 0,84 para o protocolo G1 (dentifrício
fluoretado); 1,85 ± 0,75 e 1,65 ± 0,64 para o protocolo G2 (dentifrício com
clorexidina); 1,83 ± 0,72 e 0,66 ± 0,55 para o protocolo G3 (dentifrício com
clorexidina mais evidenciador de placa) e 1,88 ± 0,75 e 0,66 ± 0,50 para o protocolo
G4 (dentifrício com evidenciador de placa).
No decorrer do período experimental, o dentifrício fluoretado apresentou uma
diminuição de biofilme dental em 15%; o dentifrício com clorexidina em 11% ao
término do período experimental; o dentifrício com clorexidina mais evidenciador de
placa, observou-se redução nos valores dos índices clínicos avaliados em 64% ao
final do experimento e de 65% para o grupo que utilizou somente o dentifrício com
evidenciador de placa.
A literatura científica sobre o uso da clorexidina contida nos dentifrícios em
pacientes portadores de necessidades especiais é escassa. Na presente pesquisa, a
redução do valor médio do índice de placa após utilização do protocolo G2 foi de
10,81%. Pode-se considerar pouco efetivo este dentifrício, se comparado aos 61%
relatados por Russel e Bay
81
(1978), 58% relatados por Jenkins et al.
78
(1993), 52%
relatados por Storhaug
80
(1977), 50% relatados por Yates et al.
14
(1993) e 39%
relatados por Gugushe et al.
83
(1994). Apenas os trabalhos de Storhaug
80
(1977) e
Russel e Bay
81
(1978), foram realizados com pacientes portadores de necessidades
especiais. No entanto, é necessário considerar que, nos trabalhos citados, os
dentifrícios contendo clorexidina foram comparados a dentifrícios placebo. A
porcentagem de redução mais próxima à obtida neste trabalho foi relatada por Sanz
et al.
84
(1994), que registraram um descréscimo no índice de placa de 34%, em
duzentos e oito participantes, sendo 85 do gênero masculino e 123 do genêro
feminino, com idades entre 18 e 65 anos. Todavia, a redução obtida foi inferior aos
índices relatados por este estudo e pelos trabalhos encontrados na literatura.
A respeito da eritrosina contida nos dentifrícios, nenhum trabalho foi
encontrado para o uso em pacientes portadores de necessidades especiais. O
protocolo G4, gerou uma redução no índice médio de placa de 64,89%, o que não se
diferencia estatisticamente do protocolo G3 que além da clorexidina, também
85
apresentava evidenciador de placa contida no dentifrício. Esse valor é
aproximadamente mais próximo do que foi relatado por Silva et al.
97
(2004) e
distante dos registros de Quintanilha et al.
98
(1989) e Rodrigues et al.
6
(1994). No
primeiro estudo, com 6 pacientes, entre 12 e 14 anos de idade, que empregaram o
dentifrício contendo eritrosina (Dentplaque®), a redução alcançada no índice de
placa foi de 56%. Já no trabalho de Quintanilha et al.
98
(1989), a redução no índice
de biofilme dental chegou a 41%, porém a amostragem foi composta apenas por
pacientes do sexo feminino, com idade média de 21,33 anos. E na pesquisa
realizada por Rodriques et al.
6
(1994), houve reduções do biofilme dental bem
menos significativo que o nosso trabalho, apenas 35%.
Os dados observados no gráfico 1, mostram que na comparação inter-grupo,
houve diferenças estatisticante significantes entre os dentifrícios experimentais, em
relação ao índice de placa final (IPLf) (p<0,0001). O tratamento estatístico,
utilizando-se o Teste de Dunn, nos mostra que existe diferença significativa
(p<0,001), em relação ao índice de placa final (IPLf) nos grupos G3 (dentifrício com
clorexidina mais evidenciador de placa) e no G4 (dentifrício com evidenciador de
placa) quando comparados com ao G1 (dentifrício fluoretado) e G2 (dentifrício com
clorexidina).
Os nossos resultados demonstram que os dentifrícios contendo eritrosina em
suas formulações, quando comparados aos outros dentifrícios, apresentam uma
redução estatisticamente significante no índice de placa bacteriana. Quintanilha et
al.
98
(1989), também alcançaram resultados positivos ao utilizarem um dentifrício
contendo eritrosina, reduzindo a quantidade de placa remanescente em comparação
aos outros métodos. Também constataram que a incorporação de um corante ao
dentifrício fez com que o tempo médio de escovação fosse o dobro em relação ao
dentifrício comum. Os resultados observados acima, também diferem daqueles
encontrados por Rodrigues et al.
6
(1994), pelo fato deste estudo ter sido realizado
em crianças na faixa etária de 6 a 12 anos, e como se sabe, nesta faixa etária as
crianças ainda não desenvolveram totalmente sua coordenação psicomotora para
realizar uma higiene bucal satisfatória. Entretanto, apesar de não haver diferenças
estatísticas significantes entre os métodos utilizados neste trabalho, as crianças
relataram à pesquisadora que o dentifrício contendo a eritrosina foi o método de
assimilação mais fácil de evidenciação. De acordo com a pesquisa de Silva et al.
97
(2004), seus achados também diferem da nossa pesquisa, devido o fato que muitos
86
fatores limitaram a finalização deste estudo, assim, encobrindo as respostas dos
protocolos testados.
Despertou a atenção neste trabalho, os altos valores do índice de placa final
quando do uso do dentifrício com clorexidina (G2), estando em desacordo com os
achados de Storhaug
80
(1977), Russel e Bay
81
(1991), Jenkins et al.
78
(1993), Yates
et al.
14
(1993) Gugushe et al.
83
(1994), Sanz et al.
84
(1994), quando índices
menores foram observados, pois todos estes trabalhos, demonstraram que os
dentifrícios que continham clorexidina em sua composição apresentaram melhor
eficácia no controle do biofilme dental se comparados com grupo placebo. Storhaug
80
(1977), Jenkins et al.
78
(1993), Yates et al.
14
(1993) Gugushe et al.
83
(1994) ao
avaliarem dentifrícios contendo clorexidina sobre a formação do biofilme dental,
obtiveram como resultado que os dentifrícios contendo clorexidina apresentaram o
desenvolvimento do biofilme dental significantemente menor. Esses resultados
estariam em desacordo com os achados do presente trabalho, mas se justifica pelo
dentifrício contendo clorexidina ser comparado a dentifrícios placebo em ambos os
trabalhos.
É possível afirmar que as maiores reduções nos índices de placa ocorreram
com o uso do protocolo G4, todavia não se observou diferenças estatisticamente
significativas na comparação com o protocolo G3 que utilizou o dentifrício com
clorexidina mais evidenciador de placa, sendo notável que a redução da quantidade
de biofilme dental nestes pacientes portadores de necessidades especiais, se deu
pelo fato que a presença da eritrosina facilitou com que os pais e/ou responsáveis
visualizassem o biofilme dental, principalmente nos locais aonde há maior
dificuldade de remoção durante a escovação (Duarte et al.
96
1990, Quintanilha,
Bastos
95
1998, Silva et al.
99
2003), motivando-os durante a escovação (Cristiano,
Bignelli
90
1995, Toassi, Petry
89
2002, Valentin, Long
35
2007).
A condição gengival foi avaliada pela ausência ou presença de sangramento
gengival marginal à sondagem (índice de Ainamo, Bay
163
1975), critério empregado
também nos trabalhos de Kalaga et al.
132
(1989) e Chibinski et al.
133
(2004) A opção
por este índice além de ser pela praticidade e rapidez, devido a amostra desta
pesquisa ser composta por crianças com Síndrome de Down , deve-se ao fato da
avaliação não se basear em mudanças qualitativas do tecido gengival, muitas vezes
de difícil definição no periodonto em maturação, e sim num achado clínico objetivo,
que é o sangramento marginal. É relevante lembrar que o sangramento não deve
87
ser encarado como sinal patognomônico de doença periodontal ou único meio de
diagnóstico, mas um do sinais de gengivite incipiente.
Os dados observados no gráfico 2 mostram que na comparação intra-grupo
(Teste de McNemar), que todos os dentifrícios experimentais o sangramento
gengival foi reduzido, isto é, apresentaram diferenças significativa entre IGi e IGf
(p<0,001).
No protocolo G1, os sítios com sangramento foram reduzidos de 654 (45%)
para 537 (37%) após a utilização do dentifrício fluoretado, nos momentos pré e pós-
tratamento.
No protocolo G2, o número de sítios com sangramento passou de 661 (46%)
para 366 (25%) após a utilização do dentifrício com clorexidina. Redução
equivalente foi alcançada com o emprego do dentifrício com evidenciador de placa
bacteriana (protocolo G4). Antes do tratamento, registraram-se 647 (45%) sítios com
sangramento à sondagem; pós-tratamento, esse número caiu para 384 (27%).
No protocolo G3, o número de sítios com sangramento passou de 626 (44%)
para 84 (6%) , após a utilização do dentifrício com clorexidina mais evidenciador de
placa, nos momentos pré e pós-tratamento.
Na presente pesquisa, a redução do índice de sangramento gengival em
relação a condição gengival após utilização do protocolo G2 foi de 21%. De maneira
semelhante, reduções significativas nos índices gengivais foram observadas por
Jenkins et al.
78
(1993) 23%, Russel e Bay
81
(1981) 20%, Yates et al.
14
(1993) 17%,
Sanz et al.
84
(1994) 17%. Nossos resultados, divergem dos estudos de Storhaug
(1977), Dolles e Gjermo
82
(1980) e de Gugushe et al.
83
(1994), que observaram que
não houve diferenças significativas para o grupo que utilizou o dentifrício com
clorexidina quando comparado com o grupo controle.
No decorrer do período experimental, o dentifrício fluoretado mostrou-se
pouco efetivo na redução dos sinais clínicos da condição gengival (8%); o dentifrício
com evidenciador de placa apresentou uma diminuição da inflamação gengival muito
semelhante ao dentifrício com clorexidina (18%) e o dentifrício com clorexidina mais
evidenciador de placa mostrou uma redução nos valores dos índices clínicos
avaliados em 38%, ao final do experimento.
Por meio dos dados obtidos no gráfico 2 é possível observar as freqüências
relativas dos escores finais do índice de sangramento gengival nos quatro protocolos
estudados (G1, G2, G3 e G4). No teste estatístico de Cochran, comparando o IGf
88
entre os quatro grupos, foram observadas diferenças estatisticamente significativas
entre todos os protocolos (p<0,001). Para verificar aonde se situavam as diferenças,
foram feitas comparações dois a dois com o Teste de Mc Nemar e tanto o G2
(dentifrício com clorexidina) e o G4 (dentifrício com evidenciador de placa)
mostraram resultados semelhantes, porém com diferenças significativas em relação
ao G1 e G3.
Os nossos resultados demonstram que apesar da clorexidina ser uma grande
aliada da Odontologia, sua ação química não foi efetiva no controle das inflamações
gengivais, pois o dentifrício contendo o evidenciador de placa apresentou uma
redução muito semelhante com o dentifrício contendo a clorexidina na sua
formulação. Entretanto , o dentifrício com clorexidina mais o evidenciador de placa,
mostrou-se mais eficaz e benéfico à saúde gengival, podendo ser visto como uma
alternativa promissora no controle do biofilme dental, gengivite e sangramento.
Para este trabalho, a inclusão da clorexidina e da eritrosina num mesmo
dentifrício comprovou a efetividade da associação destas substâncias, contribuindo
para a confirmação da hipótese de que o padrão de escovação dentária em crianças
portadoras de necessidades especiais é deficitário e incompatível com a
manutenção da saúde bucal, sendo que quando este procedimento é realizado pelos
pais ou responsáveis, a eritrosina teve papel fundamental na motivação. Daí a
grande importância da associação entre controle mecânico e químico do biofilme
dental nesta população específica.
Durante a execução deste trabalho, o desejo dos pais e/ou responsáveis em
realizar mais em prol da saúde bucal de seus filhos foi notável. As 40 crianças
portadoras da Síndrome de Down que fizeram parte da amostragem, além de
comportarem-se satisfatoriamente quanto à aceitação dos quatro protocolos
propostos, colaboraram ativamente, a ponto de não haver uma única desistência no
período de oitenta e cinco dias de duração da pesquisa.
Acredita-se que esse fato seja reflexo dos contatos freqüentes com a criança
e seu cuidador, da facilidade de acesso aos profissionais envolvidos na pesquisa e
principalmente, do processo educativo e motivacional desenvolvido, que excluiu a
desinformação do cotidiano das famílias e lhes deu a oportunidade de reagir frente a
situação-problema há muito tempo estabelecida.
Este trabalho dá indícios claros de que é possível promover e manter uma
higiene bucal satisfatória em pacientes portadores de necessidades especiais com a
89
incorporação de agentes evidenciador de placa e químico, que ofereçam uma
segurança farmacológica, assim auxiliando no controle mecânico do biofilme dental.
Tal fato poderia, então justificar a indicação do uso de dentifrícios com múltipla ação
comprovadamente eficientes, para aqueles indivíduos que apresentarem
dificuldades em manter um padrão de higiene bucal compatível com a saúde dos
tecidos bucais.
90
7 CONCLUSÕES
Nesta pesquisa verificou-se que:
1. Os dentifrícios desenvolvidos nesta pesquisa foram satisfatórios quanto aos
aspectos organolépticos, físico-químicos, microbiológicos e testes de
condição de armazenagem.
2. A associação de fármacos no mesmo dentifrício (clorexidina, flúor e
eritrosina), pode ser vista como uma forma simples e eficaz de
administração de agentes terapêuticos e evidenciador de placa bacteriana,
visto que não interfere na rotina de higienização do paciente portador de
alterações neuropsicomotoras, principalmente nos pacientes com
Síndrome de Down ao ser aplicada nos momentos da escovação dentária,
favorecendo o controle do biofilme dental e inflamação gengival.
3. Os dentifrícios contendo o evidenciador de placa associado ou não a
clorexidina apresentaram uma redução mais acentuada em relação ao
índice de placa final, quando comparados aos outros dentifrícios.
Observou-se que o dentifrício com evidenciador de placa e o dentifrício
com clorexidina nos escores finais do índice de sangramento gengival
mostraram resultados semelhantes, sendo que o dentifrício com
clorexidina mais evidenciador de placa apresentou melhores resultados ao
final do experimento
91
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GLOSSÁRIO
Trissomia
simples
a mais comum, aonde são observados três cromossomos no par 21 em
todas as células do indivíduo, ou seja, a pessoa tem de fato 47
cromossomos, ao invés de 46 que é normal.
Mosaicismo
apresenta dois tipos de células, um com número normal de
cromossomos (46) e outro com 47 cromossomos devido à trissomia do
cromossomo 21. A causa principal do mosaicismo é a não disjunção do
cromossomo 21 durante o processo da mitose (divisão das células
somáticas) no embrião. Quando a não disjunção do cromossomo 21
ocorre numa célula, as células derivadas desta serão trissômicas. O
resultado final será uma proporção entre células normais e trissômicas.
Quanto menor o número de células trissômicas, menor é o
envolvimento fenotipico.
Translocação
nem todos os cromossomos trissômicos estão no par 21, às vezes, o
cromossomo extra se apresenta em outros pares, no 22 ou no 14 por
exemplo.
ATPase
constitui uma família de enzimas que catalisam a hidrólise do ATP
(adenosina trifosfato) para originar ADP (adenosina difosfato) e fosfato
inorgânico, com libertação de energia.
Obscuração
escassez ou ausência de luz
Teoria de
Franhöfe de
Mie
para a adequação da medida na elaboração das curvas de distribuição
granulométrica podem ser utilizados dois princípios de medida
denominados: Mie e Fraunhofer. A teoria de Mie descreve a medida de
tamanho de partícula por esferas homogêneas de tamanho arbitrário.
Para partículas não esféricas, a teoria de Mie considera o diâmetro
esférico equivalente por volume-peso. É necessário que se saiba o
índice de refração da partícula. Essa teoria não tem limitação quanto ao
tamanho de partícula a ser medido. Assim sendo, atualmente, essa
teoria é a mais rigorosa, gerando resultados bem próximos à realidade.
A teoria de Fraunhofer, por ser uma aproximação, não leva em
consideração o índice de refração do material. Essa teoria tem uma
grande limitação, pois para partículas muito pequenas, ou seja, com
tamanho muito inferior ao comprimento de onda do feixe a ser utilizado,
o resultado apresenta maior erro. Além disso, partículas planas ou
transparentes não podem ser medidas através dessa teoria.
Espectofotô
metro
é um instrumentos de análise que permite: selecionar o comprimento
de onda da radiação adequado à análise de um determinado
componente; medir a intensidade do feixe emergente que corresponde
a um determinado feixe incidente, convertendo o sinal recebido no
detector em medida de absorvância para o comprimento de onda da
análise e determinar a concentração de uma espécie em solução a
partir do gráfico da variação de absorvância (ou transmitância) em
função da concentração de várias soluções-padrão.
107
Absorbância
também chamada de absorvância, é a capacidade intrínseca dos
materiais em emitir radiações em frequência modulada.
Curva de
calibração
é a relação entre a concentração e a absorbância da solução padrão e
o resultado desse estudo é uma linha reta que passa pela origem ,
onde também se pode verificar que as absorbâncias são linearmente
proporcionais às concentrações.
Equação da
reta por
regressão
linear
o termo regressão é usado para designar a expressão de um variável
dependente (Y) em função de outra (X), considerada independente.
Diz-se regressão de Y sobre X. Se a relação funcional entre elas é
expressa por uma equação, cuja a representação geométrica é uma
linha reta, a regressão é dita linear. Postulada a existência de uma
relação linear entre duas variáveis, pode-se representar aquele
conjunto de pontos pela equação da reta: y
i
= α + βx
i
, que expressa o
valor de Y em função de X.
Y é a variável dependente ou regredida, ou resposta
X é a variável independente, ou regressora ou explanatória
α e β são constantes, α é o intercepto e expressa o valor de y quando
x é zero e β é o coeficiente de regressão, coeficiente angular ou
inclinação da reta.
Coeficiente
de
correlação
este coeficiente, normalmente representado pela letra "r" assume
apenas valores entre -1 e 1: aonde, r= 1 Significa uma correlação
perfeita positiva entre as duas variáveis; r= -1 Significa uma correlação
negativa perfeita entre as duas variáveis - Isto é, se uma aumenta, a
outra sempre diminui; r= 0 Significa que as duas variáveis não
dependem linearmente uma da outra. No entanto, pode existir uma
outra dependência que seja "não linear". Assim, o resultado r=0 deve
ser investigado por outros meios. Sendo que o ideal é que o valor de r
seje o mais próximo de 1.
Análise
eletrométrica
(potenciomé
trica)
é utilizado na calibração do aparelho com soluções ou reagentes de
referência. A medição é feita basicamente com a imersão do eletrodo
na solução a ser analisada. Em seguida, o operador analisa a diferença
de potencial entre as placas condutoras do eletrodo e, dessa forma, se
determina a quantidade de flúor presente do meio.
Aparelho
CLAE
é uma técnica cromatográfica que utiliza como fase móvel um líquido e
equipamentos sofisticados para separar os componentes de uma
amostra, pela interação destes com a fase estacionária e fase móvel.
Esta técnica faz análises mais rápidas do que a cromatografia clássica,
com alta resolução e eficiência. Dependendo do detector pode atingir
sensibilidade a nível de parte por bilhão ou trilhão (ppb ou ppt).
108
APÊNDICE A
Autorização para realização de exames nos escolares da instituição
109
Prezado (a) Senhor(a) Diretor(a),
A pesquisa intitulada “AVALIAÇÃO DO CONTROLE MECÂNICO E QUÍMICO
DO BIOFILME DENTAL EM PACIENTES PORTADORES DE SÍNDROME DE
DOWN”, estará sob a responsabilidade da cirurgião-dentista ANA PAULA
TEITELBAUM (CRO 13505) mestrando em Odontologia pela Universidade Estadual
de Ponta Grossa (UEPG) e tendo como orientadora a Profª. Drª. GISLAINE DENISE
CZLUSNIAK, professora do Departamento de Odontologia desta instituição
A partir do cadastro dos matriculados, algumas crianças portadores da
Síndrome de Down irão compor a amostra do estudo. Por isso, solicitamos sua
compreensão e colaboração, autorizando abaixo, a participação do estabelecimento
na pesquisa. Asseguramos que a participação dos alunos somente ocorrerá
mediante prévia autorização dos pais ou responsáveis sendo decorrente de livre
decisão após receber as informações necessárias. Todas as informações advindas
da pesquisa como dados e fotografias, somente poderão ser divulgados no meio
científico se o anonimato do escolar for preservado.
Na possibilidade da participação ser autorizada, para que o processo de
seleção das crianças seja efetuado com segurança e fidelidade, solicitamos sua
colaboração, fornecendo a relação dos escolares contendo o nome completo e
idade.
Apresentando qualquer dúvida ou necessite de mais algum esclarecimento
sobre a pesquisa entre em contato com o pesquisador responsável.
Desde já agradecido por sua compreensão,
Ponta Grossa, ______de _____________2007.
Nome do diretor: _________________________________________________
Assinatura do diretor: ______________________________________________
Pesquisador: ____________________________________________________
ANA PAULA TEITELBAUM
Orientador: _____________________________________________________
GISLAINE DENISE CZLUSNIAK
110
APÊNDICE B
Carta de Informação
111
CARTA DE INFORMAÇÃO
Esta pesquisa tem como objetivo analisar a ação de diferentes dentifrícios na
saúde bucal em pacientes portadores da Síndrome de Down. Estes dentifrícios terão
em sua composição flúor; clorexidina e flúor; evidenciador de placa e flúor; e
clorexidina, flúor e evidenciador de placa, que são produtos comunente utilizados na
Odontologia. Durante a pesquisa será fornecido aos participantes da pesquisa os
produtos para que realizem a escovação dentária em suas casas. Durante este
período, os participantes não poderão utilizar outros produtos químicos para sua
higiene bucal. Serão agendados os dias para realização de exames bucais nos
participantes da pesquisa que terão sua identidade mantida em segredo. É
importante informar que os produtos indicados nesta pesquisa são eficazes para
melhorar a saúde bucal e que, os produtos com clorexidina podem causar manchas
nos dentes e isto será resolvido com uma limpeza realizada pelo C.D.. Em qualquer
momento o participante pode se recusar a continuar na pesquisa, sem sofrer algum
dano ou discriminação.
Pesquisador: ANA PAULA TEITELBAUM
Telefone: (42) 3236-0172
Orientador: GISLAINE DENISE CZLUSNIAK
Telefone: (42) 3222-5777
112
APÊNDICE C
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
113
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Eu, _______________________________________________________, portador
do RG nº ___________________, após leitura minuciosa da CARTA DE
INFORMAÇÃO, devidamente explicada pelo pesquisador em seus mínimos
detalhes, ciente os quais seu (sua) filho(a)
________________________________________, será submetido(a), não
restando quaisquer dúvidas a respeito do lido e explicado, firma seu
CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO autorizando(a) de livre e espontânea
vontade, que ele(a) participe da pesquisa intitulada “AVALIAÇÃO DO CONTROLE
MECÂNICO E QUÍMICO DO BIOFILME DENTAL EM PACIENTES PORTADORES
DE SÍNDROME DE DOWN”, sob a responsabilidade da cirurgião-dentista ANA
PAULA TEITELBAUM (CRO 13505) mestrando em Odontologia pela Universidade
Estadual de Ponta Grossa (UEPG) e tendo como orientadora a Dra. GISLAINE
DENISE CZLUSNIAK , professora do Departamento de Odontologia desta
instituição.
Fica claro que o sujeito da pesquisa ou representante legal, pode retirar seu
CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO e deixar de participar desta pesquisa
e ciente de que todas as informações prestadas tornam-se confidenciais e
guardadas por força do seu sigilo profissional ( Art. 9° no Código de Ética
Odontológica).
Todas as informações do trabalho como dados e fotografias, somente poderão ser
divulgados no meio científico se o anonimato (criança não será identificada) for
preservado e sob responsabilidade ética do pesquisador. Sei que se de alguma
forma eu precisar de informações adicionais, posso entrar em contato com o
pesquisador responsável. Este termo foi entendido por mim, o qual assino abaixo.
Desde já agradecido por sua
atenção,
Ponta Grossa, ______de ____________2007.
Assinatura do responsável: _________________________________________
Pesquisador:__________________________
Orientador:_______________________
ANA PAULA TEITELBAUM GISLAINE DENISE CZLUSNIAK
Telefone: (42) 3236-0172 Telefone: (42) 3222-5777
114
APÊNDICE D
Controle de Qualidade dos quatro dentifrícios experimentais
115
CONTROLE DE QUALIDADE DAS DOS DENTIFRÍCIOS
A Tabela1 demonstra os resultados referentes aos ensaios organolépticos
(aspecto, cor, odor e sabor) dos quatro dentifrícios, observados durante 15-30-60-90
dias em diferentes temperaturas. Verifica-se que todos os quatro dentifrícios
experimentais foram classificados como normal, sem alteração em relação as
propriedades organolépticas.
Tabela 1 – Análise dos ensaios organolépticos para os quatro dentifrícios em
diferentes temperaturas e períodos
Geladeira
Leitura 15dias 30 dias 60 dias 90 dias
Aspecto Gel Gel Gel Gel
Cor Característica Característica Característica Característica
Odor Característico Característico Característico Característico
Sabor Característico Característico Característico Característico
Ambiente
Aspecto Gel Gel Gel Gel
Cor Característica Característica Característica Característica
Odor Característico Característico Característico Característico
Sabor Característico Característico Característico Característico
Luz Solar
Aspecto Gel Gel Gel Gel
Cor Característica Característica Característica Característica
Odor Característico Característico Característico Característico
Sabor Característico Característico Característico Característico
Estufa 50ºC
Aspecto Gel Gel Gel Gel
Cor Característica Característica Característica Característica
Odor Característico Característico Característico Característico
Sabor Característico Característico Característico Característico
116
A Tabela 2 resume os resultados encontrados nos ensaios físico-químicos de
pH, em diferentes tempos (15-30-60-90 dias), desenvolvidos para os quatro
dentifrícios. Observa-se que o pH é uma das características mais importante dos
dentifrícios e, de acordo com a norma internacional utilizada, ele deve estar dentro
de uma faixa, considerada de segurança, que vai de 4,5 a 10,5. O ideal é que o pH
seja ácido ou próximo do neutro, pois estes valores oferecem melhores resultados
em relação a ação e a estabilidade do flúor no dentifrício.
Tabela 2 – Análise de pH para os quatro dentifrícios, em diferentes períodos
Dentifrícios
Tempo
(dias)
pH
15 30 60 90
1 6.70 6.77 6.80 6.91
2 6.74 6.80 6.73 6.92
3 7.04 6.92 6.77 6.98
4 6.86 6.93 6.61 6.91
A Tabela 3 resume os resultados encontrados nos ensaios físico-químicos de
consistência e densidade desenvolvidos para os quatro dentifrícios. Nota-se em
relação a consistência, que quanto menor o diâmetro do halo formado, menor o
escoamento e mais viscoso se encontra o dentifrício. A densidade, por sua vez, é
um fator relevante à medida que o dentifrício apresenta na sua composição, flúor
e/ou outros princípios ativos e, como tal, dependentes de uma determinada dose
para o desempenho de sua função terapêutica, sendo que quanto menor o valor de
densidade, melhor, pois menos abrasivo é o dentifrício.
Tabela 3 – Média dos valores de consistência e densidade para os quatro
dentifrícios experimentais
Dentifrício Consistência (Valores médios) Densidade (Valores médios)
1 2.70 1.27 g/mL
2 2.93 1.43 g/mL
3 3.00 1.37 g/mL
4 2.70 1.42 g/mL
A tabela 4 resume os resultados encontrados no ensaio para determinar os
materiais voláteis e o resíduo seco nos quatro dentifrícios. A perda de peso é um
117
ensaio importante, pois este teste avalia a quantidade de água presente na
composição do dentifrício, o que pode influir na sua consistência, mesmo sabendo-
se que muitas essências de sabor e odor podem também volatizar-se juntamente
com a água durante o aquecimento, ainda assim, o ensaio apresenta validade, pois
os resultados podem se aproximar do valor real empregado na formulação
Tabela 4 – Proporção de materiais voláteis e resíduo seco para os quatro
dentifrícios.
Dentifrício Materiais Voláteis (%) Resíduo Seco (%)
1 40 60
2 35 65
3 38 62
4 43 57
Os resultados obtidos no teste para a determinação da granulometria estão
apresentados no figura 11. A análise do tamanho das partículas foi elaborada sobre
a base do dentifrício, ou seja, sem os componentes eritrosina,e clorexidina.
A diferenciação do tamanho das partículas foi elaborada por difração a laser e
os resultados evidenciam uma distribuição homogênea das partículas de sílica, com
um tamanho de 3,7 µm e com um desvio padrão de ± 2,5 µm, constituindo um
exemplo de partículas extremamente finas e não abrasivas, pois quanto menor o
tamanho das partículas menos abrasivo é o dentifrício, sendo que se o dentifrício for
muito abrasivo desgasta o esmalte dental.
118
Figura 11 – Valores do teste para determinação do tamanho das partículas.
Em relação aos resultados referentes aos testes da centrífuga, observou-se
visualmente que nenhumas das amostras apresentaram alguma alteração. A
concentração da eritrosina foi determinada nos dentifrícios 3 e 4 de acordo com a
equação encontrada no item 4.2.2.2, sendo que este valor corresponde 0,5 g.
A tabela 5 expressa as concentrações da forma solúvel de flúor presente nos
quatro dentifrícios experimentais. De acordo com a Divisão Nacional de Vigilância
Sanitária de Cosméticos a concentração inicial do flúor deve ser, no mínimo, 1000
ppm e, no máximo, de 1500 ppm, e concentração mínima de 600 ppm até o final do
seu prazo de validade, pois o flúor tende a deteriorizar em função do tempo, da
temperatura e dos demais componentes do dentifrício.
119
Tabela 5 – Concentração de flúor solúvel nos quatro dentifrícios experimentais
Dentifrício ppm F
1 1001
2 1008
3 1006
4 1004
Em relação aos resultados referentes aos estudos microbiológicos, em
nenhum dos meios de cultura utilizados observou-se crescimento bacteriano ou
fúngico, para todos os quatro dentifrícios experimentais, após os períodos
delimitados pelo fabricante do Kit para averiguação desse tipo de crescimento
microbiológico.
120
APÊNDICE E
Modelo de ficha utilizada para registro dos índices nos
diferentes momentos de avaliação
121
PACIENTE N°: _______________ AVALIAÇÃO: ( ) inicial ( ) final
DENTIFRÍCIO ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4
ÍNDICE DE PLACA
Green e Vermillion Simplificado
0 - não há depósito de placa
1 - até 1/3 da superfície
2- depósitos cobrem mais que 1/3 da superfície
3 - cobrem mais que 2/3 da superfície
ÍNDICE GENGIVAL
0 - ausência de sangramento gengival marginal à sondagem
1 - presença de sangramento gengival marginal à sondagem
11
(V)
31
(V)
16
(V)
26
(V)
36
(L)
46
(L)
0
1
2
3
11 31 16 26 36 46
MV
V
DV
ML
L
DL
122
APÊNDICE F
Testes estatísticos
123
Statistics
a
Paciente
1440
0
Valid
Missing
N
Grupo = 1
a.
Paciente
a
36 2.5 2.5 2.5
36 2.5 2.5 5.0
36 2.5 2.5 7.5
36 2.5 2.5 10.0
36 2.5 2.5 12.5
36 2.5 2.5 15.0
36 2.5 2.5 17.5
36 2.5 2.5 20.0
36 2.5 2.5 22.5
36 2.5 2.5 25.0
36 2.5 2.5 27.5
36 2.5 2.5 30.0
36 2.5 2.5 32.5
36 2.5 2.5 35.0
36 2.5 2.5 37.5
36 2.5 2.5 40.0
36 2.5 2.5 42.5
36 2.5 2.5 45.0
36 2.5 2.5 47.5
36 2.5 2.5 50.0
36 2.5 2.5 52.5
36 2.5 2.5 55.0
36 2.5 2.5 57.5
36 2.5 2.5 60.0
36 2.5 2.5 62.5
36 2.5 2.5 65.0
36 2.5 2.5 67.5
36 2.5 2.5 70.0
36 2.5 2.5 72.5
36 2.5 2.5 75.0
36 2.5 2.5 77.5
36 2.5 2.5 80.0
36 2.5 2.5 82.5
36 2.5 2.5 85.0
36 2.5 2.5 87.5
36 2.5 2.5 90.0
36 2.5 2.5 92.5
36 2.5 2.5 95.0
36 2.5 2.5 97.5
36 2.5 2.5 100.0
1440 100.0 100.0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40
Total
Valid
Frequency Percent Valid Percent
Cumulative
Percent
Grupo = 1
a.
Statistics
a
Paciente
1440
0
Valid
Missing
N
Grupo = 2
a.
Paciente
a
36 2.5 2.5 2.5
36 2.5 2.5 5.0
36 2.5 2.5 7.5
36 2.5 2.5 10.0
36 2.5 2.5 12.5
36 2.5 2.5 15.0
36 2.5 2.5 17.5
36 2.5 2.5 20.0
36 2.5 2.5 22.5
36 2.5 2.5 25.0
36 2.5 2.5 27.5
36 2.5 2.5 30.0
36 2.5 2.5 32.5
36 2.5 2.5 35.0
36 2.5 2.5 37.5
36 2.5 2.5 40.0
36 2.5 2.5 42.5
36 2.5 2.5 45.0
36 2.5 2.5 47.5
36 2.5 2.5 50.0
36 2.5 2.5 52.5
36 2.5 2.5 55.0
36 2.5 2.5 57.5
36 2.5 2.5 60.0
36 2.5 2.5 62.5
36 2.5 2.5 65.0
36 2.5 2.5 67.5
36 2.5 2.5 70.0
36 2.5 2.5 72.5
36 2.5 2.5 75.0
36 2.5 2.5 77.5
36 2.5 2.5 80.0
36 2.5 2.5 82.5
36 2.5 2.5 85.0
36 2.5 2.5 87.5
36 2.5 2.5 90.0
36 2.5 2.5 92.5
36 2.5 2.5 95.0
36 2.5 2.5 97.5
36 2.5 2.5 100.0
1440 100.0 100.0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40
Total
Valid
Frequency Percent Valid Percent
Cumulative
Percent
Grupo = 2
a.
124
Quadro 3 - Descrição da amostra (Grupo 1: dentifrício fluoretado; Grupo 2: dentifrício com clorexidina;
Grupo 3: dentifrício com clorexidina mais evidenciador de placa e Grupo 4: dentifrício com
evidenciador de placa: Freqüências (Dados obtidos com o SPSS)
Statistics
a
Paciente
1440
0
Valid
Missing
N
Grupo = 3
a.
Paciente
a
36 2.5 2.5 2.5
36 2.5 2.5 5.0
36 2.5 2.5 7.5
36 2.5 2.5 10.0
36 2.5 2.5 12.5
36 2.5 2.5 15.0
36 2.5 2.5 17.5
36 2.5 2.5 20.0
36 2.5 2.5 22.5
36 2.5 2.5 25.0
36 2.5 2.5 27.5
36 2.5 2.5 30.0
36 2.5 2.5 32.5
36 2.5 2.5 35.0
36 2.5 2.5 37.5
36 2.5 2.5 40.0
36 2.5 2.5 42.5
36 2.5 2.5 45.0
36 2.5 2.5 47.5
36 2.5 2.5 50.0
36 2.5 2.5 52.5
36 2.5 2.5 55.0
36 2.5 2.5 57.5
36 2.5 2.5 60.0
36 2.5 2.5 62.5
36 2.5 2.5 65.0
36 2.5 2.5 67.5
36 2.5 2.5 70.0
36 2.5 2.5 72.5
36 2.5 2.5 75.0
36 2.5 2.5 77.5
36 2.5 2.5 80.0
36 2.5 2.5 82.5
36 2.5 2.5 85.0
36 2.5 2.5 87.5
36 2.5 2.5 90.0
36 2.5 2.5 92.5
36 2.5 2.5 95.0
36 2.5 2.5 97.5
36 2.5 2.5 100.0
1440 100.0 100.0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40
Total
Valid
Frequency Percent Valid Percent
Cumulative
Percent
Grupo = 3
a.
Statistics
a
Paciente
1440
0
Valid
Missing
N
Grupo = 4
a.
Paciente
a
36 2.5 2.5 2.5
36 2.5 2.5 5.0
36 2.5 2.5 7.5
36 2.5 2.5 10.0
36 2.5 2.5 12.5
36 2.5 2.5 15.0
36 2.5 2.5 17.5
36 2.5 2.5 20.0
36 2.5 2.5 22.5
36 2.5 2.5 25.0
36 2.5 2.5 27.5
36 2.5 2.5 30.0
36 2.5 2.5 32.5
36 2.5 2.5 35.0
36 2.5 2.5 37.5
36 2.5 2.5 40.0
36 2.5 2.5 42.5
36 2.5 2.5 45.0
36 2.5 2.5 47.5
36 2.5 2.5 50.0
36 2.5 2.5 52.5
36 2.5 2.5 55.0
36 2.5 2.5 57.5
36 2.5 2.5 60.0
36 2.5 2.5 62.5
36 2.5 2.5 65.0
36 2.5 2.5 67.5
36 2.5 2.5 70.0
36 2.5 2.5 72.5
36 2.5 2.5 75.0
36 2.5 2.5 77.5
36 2.5 2.5 80.0
36 2.5 2.5 82.5
36 2.5 2.5 85.0
36 2.5 2.5 87.5
36 2.5 2.5 90.0
36 2.5 2.5 92.5
36 2.5 2.5 95.0
36 2.5 2.5 97.5
36 2.5 2.5 100.0
1440 100.0 100.0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40
Total
Valid
Frequency Percent Valid Percent
Cumulative
Percent
Grupo = 4
a.
125
Tabela 6 - A estatística de Friedman para os escores do IPLi nos quatro protocolos
testados
G1-IPLi G2-IPLi G3-IPLi G4-IPLi
Number of values 240 240 240 240
Minimum 0.0 0.0 0.0 0.0
25% Percentile 1.000 1.000 1.000 1.000
Median 2.000 2.000 2.000 2.000
75% Percentile 3.000 2.000 2.000 2.000
Maximum 3.000 3.000 3.000 3.000
10% Percentile 1.000 1.000 1.000 1.000
90% Percentile 3.000 3.000 3.000 3.000
Mean 1.963 1.854 1.833 1.883
Std. Deviation 0.7834 0.7485 0.7299 0.7508
Std. Error 0.05057 0.04831 0.04712 0.04847
Lower 95% CI of mean 1.863 1.759 1.741 1.788
Upper 95% CI of mean 2.062 1.949 1.926 1.979
Coefficient of variation 39.92% 40.37% 39.81% 39.87%
Sum 471.0 445.0 440.0 452.0
Grupo * Igi Crosstabulation
786 654 1440
54.6% 45.4% 100.0%
779 661 1440
54.1% 45.9% 100.0%
814 626 1440
56.5% 43.5% 100.0%
793 647 1440
55.1% 44.9% 100.0%
3172 2588 5760
55.1% 44.9% 100.0%
Count
% within Grupo
Count
% within Grupo
Count
% within Grupo
Count
% within Grupo
Count
% within Grupo
1
2
3
4
Grupo
Total
0 1
Igi
Total
Quadro 4 – Frequüências dos escores de IGi em cada protocolo testado e percentual em relação
amostra total
126
Tabela 7 – Estatística de Wilcoxon para os escores de IPLi e IPLf no G1
Table Analyzed DADOS IPL- SÍTOS
Column A G1-IPLi
vs vs
Column B G1-IPLf
Wilcoxon signed rank test
P value P<0.0001
Exact or approximate P value? Gaussian Approximation
P value summary ***
Are medians signif. different? (P < 0.05) Yes
One- or two-tailed P value? Two-tailed
Sum of positive, negative ranks 3318 , -252.0
Sum of signed ranks (W) 3066
How effective was the pairing?
Rs (Spearman, Approximation) 0.8028
P Value (one tailed) P<0.0001
P value summary ***
Was the pairing significantly effective? Yes
Tabela 8 – Estatística de Wilcoxon para os escores de IPLi e IPLf no G2
Table Analyzed DADOS IPL- SÍTOS
Column C G2-IPLi
vs vs
Column D G2-IPLf
Wilcoxon signed rank test
P value P<0.0001
Exact or approximate P value? Gaussian Approximation
P value summary ***
Are medians signif. different? (P < 0.05) Yes
One- or two-tailed P value? Two-tailed
Sum of positive, negative ranks 1352 , -26.50
Sum of signed ranks (W) 1325
How effective was the pairing?
rs (Spearman, Approximation) 0.8456
P Value (one tailed) P<0.0001
P value summary ***
Was the pairing significantly effective? Yes
127
Tabela 9 – Estatística de Wilcoxon para os escores de IPLi e IPLf no G3
Table Analyzed DADOS IPL- SÍTOS
Column E G3-IPLi
vs vs
Column F G3-IPLf
Wilcoxon signed rank test
P value P<0.0001
Exact or approximate P value? Gaussian Approximation
P value summary ***
Are medians signif. different? (P < 0.05) Yes
One- or two-tailed P value? Two-tailed
Sum of positive, negative ranks 22300 , -71.00
Sum of signed ranks (W) 22220
How effective was the pairing?
rs (Spearman, Approximation) 0.5398
P Value (one tailed) P<0.0001
P value summary ***
Was the pairing significantly effective? Yes
Tabela 10 – Estatística de Wilcoxon para os escores de IPLi e IPLf no G4
Table Analyzed DADOS IPL- SÍTOS
Column G G4-IPLi
vs vs
Column H G4-IPLf
Wilcoxon signed rank test
P value P<0.0001
Exact or approximate P value? Gaussian Approximation
P value summary ***
Are medians signif. different? (P < 0.05) Yes
One- or two-tailed P value? Two-tailed
Sum of positive, negative ranks 23870 , 0.0000
Sum of signed ranks (W) 23870
How effective was the pairing?
rs (Spearman, Approximation) 0.6196
P Value (one tailed) P<0.0001
P value summary ***
Was the pairing significantly effective? Yes
128
Tabela 11 - A estatística de Friedman para os escores do IPLf nos quatro protocolos
testados
G1-IPLf G2-IPLf G3-IPLf G4-IPLf
Number of values 240 240 240 240
Minimum 0.0 0.0 0.0 0.0
25% Percentile 1.000 1.000 0.0 0.0
Median 2.000 2.000 1.000 1.000
75% Percentile 2.000 2.000 1.000 1.000
Maximum 3.000 3.000 2.000 2.000
10% Percentile 1.000 1.000 0.0 0.0
90% Percentile 3.000 2.000 1.000 1.000
Mean 1.658 1.646 0.6625 0.6667
Std. Deviation 0.8384 0.6367 0.5552 0.4983
Std. Error 0.05412 0.04110 0.03584 0.03216
Lower 95% CI of mean 1.552 1.565 0.5919 0.6033
Upper 95% CI of mean 1.765 1.727 0.7331 0.7300
Coefficient of variation 50.55% 38.69% 83.80% 74.74%
Sum 398.0 395.0 159.0 160.0
Tabela 12 - A estatística de Friedman para os escores do IPLf nos quatro protocolos
testados
Table Analyzed DADOS IPL- SÍTOS
Friedman test
P value P<0.0001
Exact or approximate P value? Gaussian Approximation
P value summary ***
Are means signif. Different? (P < 0.05) Yes
Number of groups 4
Friedman statistic 484.9
129
Tabela 13 – Teste de comparações múltiplas de Dunn para os escores do IPLf nos
quatro protocolos testados
Dunn's Multiple Comparison Test Difference in rank sum Significant? P < 0.05? Summary
G1-IPLf vs G2-IPLf -22.00 No ns
G1-IPLf vs G3-IPLf 363.0 Yes ***
G1-IPLf vs G4-IPLf 369.0 Yes ***
G2-IPLf vs G3-IPLf 385.0 Yes ***
G2-IPLf vs G4-IPLf 391.0 Yes ***
G3-IPLf vs G4-IPLf 6.000 No ns
Igi * Igf Crosstabulation
a
765 21 786
97.3% 2.7% 100.0%
84.7% 3.9% 54.6%
53.1% 1.5% 54.6%
138 516 654
21.1% 78.9% 100.0%
15.3% 96.1% 45.4%
9.6% 35.8% 45.4%
903 537 1440
62.7% 37.3% 100.0%
100.0% 100.0% 100.0%
62.7% 37.3% 100.0%
Count
% within Igi
% within Igf
% of Total
Count
% within Igi
% within Igf
% of Total
Count
% within Igi
% within Igf
% of Total
0
1
Igi
Total
0 1
Igf
Total
Grupo = 1
a.
Chi-Square Tests
b
.000
a
1440
McNemar Test
N of Valid Cases
Value
Exact Sig.
(2-sided)
Binomial distribution used.
a.
Grupo = 1
b.
Quadro 5 – Freqüência dos escores de IGi e IGf no G1
130
Igi * Igf Crosstabulation
a
774 5 779
99.4% .6% 100.0%
72.1% 1.4% 54.1%
53.8% .3% 54.1%
300 361 661
45.4% 54.6% 100.0%
27.9% 98.6% 45.9%
20.8% 25.1% 45.9%
1074 366 1440
74.6% 25.4% 100.0%
100.0% 100.0% 100.0%
74.6% 25.4% 100.0%
Count
% within Igi
% within Igf
% of Total
Count
% within Igi
% within Igf
% of Total
Count
% within Igi
% within Igf
% of Total
0
1
Igi
Total
0 1
Igf
Total
Grupo = 2
a.
Chi-Square Tests
b
.000
a
1440
McNemar Test
N of Valid Cases
Value
Exact Sig.
(2-sided)
Binomial distribution used.
a.
Grupo = 2
b.
Quadro 6 – Freqüência dos escores de IGi e IGf no G2
Igi * Igf Crosstabulation
a
812 2 814
99.8% .2% 100.0%
59.9% 2.4% 56.5%
56.4% .1% 56.5%
544 82 626
86.9% 13.1% 100.0%
40.1% 97.6% 43.5%
37.8% 5.7% 43.5%
1356 84 1440
94.2% 5.8% 100.0%
100.0% 100.0% 100.0%
94.2% 5.8% 100.0%
Count
% within Igi
% within Igf
% of Total
Count
% within Igi
% within Igf
% of Total
Count
% within Igi
% within Igf
% of Total
0
1
Igi
Total
0 1
Igf
Total
Grupo = 3
a.
Chi-Square Tests
b
.000
a
1440
McNemar Test
N of Valid Cases
Value
Exact Sig.
(2-sided)
Binomial distribution used.
a.
Grupo = 3
b.
Quadro 7 – Freqüência dos escores de IGi e IGf no G3
131
Igi * Igf Crosstabulation
a
790 3 793
99.6% .4% 100.0%
74.8% .8% 55.1%
54.9% .2% 55.1%
266 381 647
41.1% 58.9% 100.0%
25.2% 99.2% 44.9%
18.5% 26.5% 44.9%
1056 384 1440
73.3% 26.7% 100.0%
100.0% 100.0% 100.0%
73.3% 26.7% 100.0%
Count
% within Igi
% within Igf
% of Total
Count
% within Igi
% within Igf
% of Total
Count
% within Igi
% within Igf
% of Total
0
1
Igi
Total
0 1
Igf
Total
Grupo = 4
a.
Chi-Square Tests
b
.000
a
1440
McNemar Test
N of Valid Cases
Value
Exact Sig.
(2-sided)
Binomial distribution used.
a.
Grupo = 4
b.
Quadro 8 – Freqüência dos escores de IGi e IGf no G4
Grupo * Igf Crosstabulation
903 537 1440
62.7% 37.3% 100.0%
1074 366 1440
74.6% 25.4% 100.0%
1356 84 1440
94.2% 5.8% 100.0%
1056 384 1440
73.3% 26.7% 100.0%
4389 1371 5760
76.2% 23.8% 100.0%
Count
% within Grupo
Count
% within Grupo
Count
% within Grupo
Count
% within Grupo
Count
% within Grupo
1
2
3
4
Grupo
Total
0 1
Igf
Total
Quadro 9 – Freqüência dos escores do IGf em cada protocolo e percentual em relação amostra total
132
Test Statistics
b
1440 1440 1440 1440 1440 1440
78.747 416.098 84.630 235.003 1.129 193.603
.000 .000 .000 .000 .288 .000
N
Chi-Square
a
Asymp. Sig.
G1-Igf &
G2-Igf
G1-Igf &
G3-Igf
G1-Igf &
G4-Igf
G2-Igf &
G3-Igf
G2-Igf &
G4-Igf
G3-Igi &
G4-Igf
Continuity Corrected
a.
McNemar Test
b.
Quadro 10 – Teste de Mc Nemar para os escores do IPLf nos quatro protocolos testados
133
ANEXO A
Parecer da Comissão de Ética em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da
Universidade Estadual de Ponta Grossa (COEP – UEPG)
134
Livros Grátis
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