Teitelbaum AP. Avaliação do controle mecânico e químico do biofilme dental em
pacientes portadores de Síndrome de Down [Dissertação de Mestrado]. Ponta
Grossa: Univerdade Estadual de Ponta Grossa UEPG; 2008.
RESUMO
As crianças portadoras de necessidades especiais apresentam pobres níveis de
higiene bucal, com presença constante de gengivite e grande acúmulo de biofilme
dental, em razão da limitação mecânica e falta de habilidade psicomotora. Desta
forma, o objetivo do trabalho foi avaliar o controle mecânico e químico do biofilme
dental em pacientes portadores de Síndrome de Down, utilizando quatro diferentes
dentifrícios experimentais, especialmente indicados para pacientes com dificuldades
motoras e/ou mentais, verificando os efeitos de sua utilização na redução do biofilme
dental, gengivite e sangramento gengival. A pesquisa foi realizada em 40 pacientes
portadores da Síndrome de Down, freqüentadores da Escola de Educação Especial
Professora Maria de Lourdes Canziani vinculada à Associação de Pais e Amigos dos
Excepcionais (APAE) de Ponta Grossa, com idades entre 7 e 13 anos em período de
dentadura mista, que usaram quatro diferentes dentifrícios experimentais, sendo
eles: dentifrício fluoretado (protocolo G1) ; dentifrício fluoretado + clorexidina
(protocolo G2); dentifrício fluoretado + clorexidina + evidenciador de placa (protocolo
G3) e dentifrício fluoretado + evidenciador de placa (protocolo G4). O estudo foi
desenvolvido no modelo cruzado e duplo-cego, com quatro etapas experimentais
(dez dias), separadas entre si por três períodos de washout (quinze dias). Os
pacientes foram avaliados no início e logo após as etapas experimentais, por um
examinador calibrado, por meio do índice de placa de Greene e Vermillion
simplificado e presença ou ausência de sangramento gengival marginal à sondagem
do índice de Ainamo e Bay. Condições clínicas semelhantes estiveram presentes no
início de todos os períodos experimentais para o índice de placa e sangramento
gengival. Verificou-se diferenças estatísticas, para as condições clínicas avaliadas,
na comparação dos índices pós-tratamento, aonde os dentifrícios contendo o
evidenciador de placa associado ou não a clorexidina apresentaram uma redução
mais acentuada em relação ao índice de placa final, quando comparados aos outros
dentifrícios. Observou-se que o dentifrício com evidenciador de placa e o dentifrício
com clorexidina nos escores finais do índice de sangramento gengival mostraram
resultados semelhantes, sendo que o dentifrício com clorexidina mais evidenciador
de placa apresentou melhores resultados ao final do experimento. Conclui-se que a
motivação dos cuidadores foi a chave do sucesso para se conseguir uma higiene
bucal satisfatória nos pacientes portadores de necessidades especiais e que a
associação de fármacos no mesmo dentifrício (clorexidina, flúor e eritrosina), pode
ser vista como uma forma simples e eficaz de administração de agentes terapêuticos
e evidenciador de placa bacteriana, visto que não interfere na rotina destes
indivíduos por ser aplicada nos momentos de higienização dentária, favorecendo o
controle do biofilme dental e inflamação gengival.
Palavras-chave: Síndrome de Down. Dentifrícios. Placa dentária. Clorexidina.
Eritrosina.