Hilgenberg SP. Avaliação das alterações no esmalte após aplicação de um agente
clareador e escovação com dentifrícios clareadores. Ponta Grossa, 2008. 78 p.
RESUMO
O objetivo deste trabalho foi avaliar as características físico-químicas e
microbiológicas de 3 dentifrícios clareadores: Close-Up Whitening- G1; Sorriso
Branqueador- G2; Sensodyne Branqueador- G3, como também, a ação dos mesmos
sobre o esmalte dental, quando utilizados sozinhos ou, posteriormente à aplicação
de peróxido de carbamida 16%. Primeiramente, realizaram-se as análises físico-
químicas e microbiológicas. Teste químico: Análise do pH: dispersou-se 5g de
dentifrício em 15mL de água destilada, após 24h a solução foi analisada em
pHmetro. Testes físicos: 1- Perda por dessecação: foi pesado 5g de dentifrício,
submetido ao aquecimento (105ºC/24h) e avaliada a massa, após peso constante. 2-
Teor de cinzas: 2g de dentifrício foram calcinados (500ºC/30min). 3- Análise em
MEV e EDX das cinzas. Teste microbiológico: uso do kit Newplus, empregado para
controle microbiológico de cosméticos. Para a avaliação do efeito sobre a
rugosidade do esmalte, foram confeccionados 30 corpos-de-prova, com três
segmentos de esmalte (4 x 4 mm), obtidos por meio de seccionamento com disco
diamantado. Um rugosímetro foi utilizado para determinar os valores de rugosidade
média (Ra), rugosidade total (Rt) e Ry, iniciais e após a aplicação do agente
clareador e escovação com dentifrícios clareadores. O clareamento foi realizado na
superfície dos fragmentos por 10 horas, e a escovação foi realizada em máquina de
escovação. Foi aplicado em um dos segmentos, após o agente clareador, flúor
tópico, afim de observar o efeito protetor do mesmo. Encontraram-se diferenças
significativas nos parâmetros físico-químicos avaliados (p<0,05 – ANOVA, pós teste
de Bonferroni). Teste de pH: G1=7,9±0,1; G2=10,1±0,1 e G3=9,1±0,1. Perda por
dessecação: G1=44,7±1,1%, G2=65,8±2,2% e G3=39,9±1,1%. Teor de cinzas:
G1=17,6±1,2%, G2=36,6±2,0% e G3=16,0±3,1%. EDX encontrou os elementos
químicos indicados pelos fabricantes na formulação. MEV demonstrou diferenças na
morfologia dos abrasivos. O teste microbiológico não detectou contaminação
bacteriana ou fúngica. Os dados iniciais e finais dos três parâmetros de rugosidade
(Ra, Rt e Ry) foram submetidos ao teste t-Student pareado, que demonstrou haver
diferenças entre os tratamentos aplicados ao esmalte e a interação com o dentifrício:
para G1 – todos os parâmetros de rugosidade foram alterados quando a escovação
foi precedida de agente clareador e, para G2, o uso do dentifrício sobre o esmalte,
alterou o parâmetro de rugosidade média. Desta forma conclui-se que existem
diferenças nas propriedades físico-químicas dos dentifrícios testados (resíduo sólido,
teor de cinzas e pH) levando a potencial abrasivo distinto e possivelmente a funções
terapêuticas diferentes; não houve contaminação microbiana em nenhum dentifrício
analisado, demonstrando um bom controle de qualidade na fabricação dos mesmos;
existem diferenças na morfologia e composição nos agentes abrasivos dos
dentifrícios estudados, levando a potencial abrasivo distinto; o parâmetro de
rugosidade média foi alterado apenas para o uso do dentifrício Sorriso Branqueador
®
sobre o esmalte dental; o uso de agente clareador previamente à escovação com
dentifrício abrasivo foi fator que determinou alteração nos três parâmetros de
rugosidade para o grupo Close-Up Whitening
®
e, uso de flúor tópico por um minuto
após a exposição a agentes clareadores foi efetivo para evitar alteração nos
parâmetros de rugosidade no grupo Close-Up Whitening
®
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Palavras-chave: Dentifrícios. Escovação Dentária. Clareamento de dente.