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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA – MESTRADO
ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: CLÍNICA INTEGRADA
SÉRGIO PAULO HILGENBERG
AVALIAÇÃO DAS ALTERAÇÕES NO ESMALTE APÓS APLICAÇÃO DE UM
AGENTE CLAREADOR E ESCOVAÇÃO COM DENTIFRÍCIOS CLAREADORES
PONTA GROSSA
2008
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SÉRGIO PAULO HILGENBERG
AVALIAÇÃO DAS ALTERAÇÕES NO ESMALTE APÓS APLICAÇÃO DE UM
AGENTE CLAREADOR E ESCOVAÇÃO COM DENTIFRÍCIOS CLAREADORES
Dissertação apresentada como pré-requisito para
Qualificação ao título de Mestre em Odontologia, na
Universidade Estadual de Ponta Grossa, no curso de
Mestrado em Odontologia – Área de concentração
em Clínica Integrada.
Orientadora: Profa. Dra. Denise Stadler Wambier
PONTA GROSSA
2008
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Ficha Catalográfica Elaborada pelo Setor de Processos Técnicos BICEN/UEPG
Hilgenberg, Sérgio Paulo
H644a Avaliação das alterações no esmalte após aplicação de um agente
clareador e escovação com dentifrícios clareadores. / Sérgio Paulo
Hilgenberg. Ponta Grossa, 2008.
78 f.
Dissertação ( Mestrado em Odontologia - área de concentração
em Clínica Integrada ) - Universidade Estadual
de Ponta Grossa.
Orientadora: Profa. Dra. Denise Stadler Wambier
1. Dentifrícios. 2. Escovação dentária. 3. Clareamento
dental. I. Wambier, Denise Stadler . II. T
CDD: 617.6
DADOS CURRICULARES
SÉRGIO PAULO HILGENBERG
NASCIMENTO 11/03/1982 – Ponta Grossa – Paraná
FILIAÇÃO Clair Hilgenberg
Osny Angélica Hilgenberg
2000 – 2004 Graduação em Odontologia pela Universidade
Estadual de Ponta Grossa.
2006 Aperfeiçoamento em Ortodontia Fixa em Typodont
– Técnica Edgewise Simplificada, pela Associação
Brasileira de Odontologia – Regional de Ponta
Grossa – ABO-PG.
2007 Aperfeiçoamento em Cefalometria pela Associação
Brasileira de Odontologia – Regional de Ponta
Grossa – ABO-PG.
2007 Curso de Escultura Dental com Resinas
Compostas pelo Instituto Latino Americano de
Pesquisa e Ensino Odontológico – ILAPEO –
Curitiba – Paraná.
2006-2008 Mestrado Acadêmico em Odontologia, Área de
Concentração: Clínica Integrada, linha de
pesquisa: Prevenção em Odontologia, pela
Universidade Estadual de Ponta Grossa – UEPG.
DEDICATÓRIA
À Deus, presença constante na minha vida e que me deu, além da
vida, uma família maravilhosa.
Aos meus pais, Clair Hilgenberg e Osny Angélica Hilgenberg,
que além de me darem a vida, me criaram de forma que eu conseguisse chegar até
aqui. Sem o esforço deles nada seria possível.
Aos meus irmãos, Silvana e Cleverson, que foram exemplos de
pessoas que fiz questão de seguir.
À minha cunhada Ludmila, que me acompanhou e incentivou na
minha caminhada, além de nos presentear com minha sobrinha Anna Beatriz, que
trouxe alegria à família.
AGRADECIMENTOS
À Prof. Dra. Denise Stadler Wambier exemplo na docência e na
pesquisa, e que me orientou nessa etapa, sempre demonstrando interesse,
amizade, confiança e responsabilidade.
À Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), na pessoa de
seu reitor João Carlos Gomes e vice-reitor Luciano Sant’ana Vargas, pela
possibilidade de cursar a pós-graduação numa instituição pública, gratuita e de
qualidade.
À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior (CAPES), do Ministério da Educação, pela concessão da bolsa de estudos
que possibilitou a realização deste trabalho.
À Coordenadora do curso de Mestrado em Odontologia, Prof
a
. Dr
a
.
Osnara Maria Mongruel Gomes, e demais docentes do curso: Prof. Dr. Abraham
Lincoln Calixto, Profª. Drª. Alessandra Reis, Prof. Dr. Alessandro Dourado
Loguércio, Prof
a
. Dr
a
. Beatriz Nadal, Prof. Dr. Benjamim de Melo Carvalho,
Profª. Drª. Denise Stadler Wambier, Profª. Drª. Gislaine Denise Czlusniak, Profª.
Drª. Elizabete Brasil dos Santos, Prof. Dr. Fábio André dos Santos, Prof. Dr.
Gibson Luiz Pilatti, Prof. Dr. João Carlos Gomes, Profª. Drª. Leide Mara
Schmidt, Profª. Drª. Nara Hellen Campanha, Profª. Drª. Stella Kossatz Pereira,
Prof. Dr. Ulisses Coelho, Prof. Dr. .Vitoldo Antônio Kozlowski Júnior , pelos
conhecimentos transmitidos, por acreditarem no potencial dos alunos do curso e por
incentivar de todas as formas a evolução pessoal de cada um.
Ao Prof. Dr. Fábio André dos Santos pela ajuda e
desprendimento na troca de conhecimentos sobre estatística e pela ajuda no
delineamento do projeto inicial.
Ao Prof. Msc. Paulo Vitor Farago, do curso de Farmácia desta
instituição, pelo auxílio no delineamento e abertura de seu laboratório para
realização dos experimentos farmacotécnicos.
Ao Prof. Msc. Péricles Cancian e à Universidade Tecnológica
Federal do Paraná (UtFPR) pelo empréstimo do rugosímetro e pronto atendimento,
inclusive no período noturno.
Ao Prof. Dr. Ulisses Coelho, pela orientação durante a iniciação
científica, sem a qual não conseguiria ter o mesmo rendimento durante a realização
deste mestrado, como também pela amizade e demonstração de confiança na
realização dos trabalhos em equipe.
Ao Prof. Emigdio Enrique Orellana Jimenez, professor durante a
graduação e amigo durante a pós-graduação, pelas horas incontáveis de conversas,
ensinamentos, experiências, com quem muito aprendi e por quem tenho muito
respeito, gratidão e amizade.
Aos companheiros de mestrado: Alfonso Sanchez Ayala, Ana
Paula Gebert de Oliveira Franco, Ana Paula Teitelbaum, Beatriz Elena Arana
Correa, Camila Maggi Maia Silveira, Chigueyuki Jitumori, Christiana Zander
Grande, Cristian Higashi, Eloísa de Paula Godoy, Emígdio Enrique Orellana
Jimenez, Eugênio José García, Flávia Maris Muller, Gislaine Cristine Martins,
Manoela Hass Dolinski Tomassewski, Michele Elias Contin Mansur, Roberto
César do Amaral, Rodrigo Stanislawzuk Grande, Shelon Cristina Souza Pinto,
Wilmer Fabian Sepulveda Navarro, pelas horas convividas, aulas compartilhadas,
conhecimentos trocados e cumplicidade durante esses dois anos.
À família do mestrado que construí durante esse dois anos: Beatriz,
pelo exemplo de amizade, companheirismo e cumplicidade ao vivenciar durante dois
anos a vida no Brasil; Cristian, pelo exemplo de humildade, dedicação,
companheirismo, troca de conhecimentos e horas fotografando casos clínicos e
ensinando-os muitos “macetes”; Jimenez, pelas diversas horas de riso,
compreensão, ensino, atitudes e exemplos que marcaram não só a mim como os
outros; Eugênio, pela amizade, risos, conversas e ajuda durante o curso, além dos
fatos mais engraçados vivenciados terem acontecido com ele; Roberto, pelos
estudos e montagem de aulas alimentadas com macarrão, cachorro-quente e
demais acompanhamentos; Zuk, pelo companheirismo nas viagens, amizade, troca
de conhecimentos e discussões sobre os mais variados temas; Shelon, pela
indispensável ajuda na parte experimental do trabalho, além da amizade,
cumplicidade, conversas e risos; Wilmer, pelo exemplo de humildade a indagar a
todos sobre os mais diferenciados temas com o propósito de aprender não só sobre
Odontologia, mas tudo que fosse possível, durante esses 2 anos no Brasil.
Aos técnicos de laboratório da UEPG, Julia Folmer e João, pela
ajuda, disponibilidade e pronto atendimento durante a realização da pesquisa.
Ao Técnico Dr. Milton Domingues Michel pelo pronto
atendimento, ajuda, e desprendimento no auxílio e na operação do microscópio
eletrônico de varredura.
À Morgana das Graças Procz dos Santos, pelo auxílio em todos
os momentos necessários, sempre disposta a ajudar e resolver os problemas que
encontramos no decorrer do curso.
Às bibliotecárias da UEPG, Maria Luzia Fernandes Bertholino
dos Santos, pela revisão e correção do trabalho, e à Ivani da Silva, pelo pronto
atendimento e auxílio na busca pelos artigos utilizados.
À empresa Newprov, pela doação dos kits que possibilitaram a
realização da parte microbiológica do estudo.
A todos que auxiliaram neste trabalho, que por falha minha ou
esquecimento, não foram citados.
“Creio em mim mesmo. Creio nos que trabalham comigo, creio nos meus amigos e
creio na minha família. Creio que Deus me emprestará tudo que necessito para
triunfar, contanto que eu me esforce para alcançar com meios lícitos e honestos.
Creio nas orações e nunca fecharei meus olhos para dormir, sem pedir antes a
devida orientação afim de ser paciente com os outros e tolerante com os que
não acreditam no que eu acredito. Creio que o triunfo é resultado de esforço
inteligente, que não depende da sorte, da magia, de amigos, companheiros duvidosos
ou de meu chefe. Creio que tirarei da vida exatamente o que nela colocar. Serei
cauteloso quando tratar os outros, como quero que eles sejam comigo. Não caluniarei
aqueles que não gosto. Não diminuirei meu trabalho por ver que os outros o fazem.
Prestarei o melhor serviço de que sou capaz, porque jurei a mim mesmo triunfar na
vida, e sei que o triunfo é sempre resultado do esforço consciente e eficaz.
Finalmente, perdoarei os que me ofendem, porque compreendo que às vezes ofendo
os outros e necessito de perdão.”
Mahatma Gandhi
Hilgenberg SP. Avaliação das alterações no esmalte após aplicação de um agente
clareador e escovação com dentifrícios clareadores. Ponta Grossa, 2008. 78 p.
RESUMO
O objetivo deste trabalho foi avaliar as características físico-químicas e
microbiológicas de 3 dentifrícios clareadores: Close-Up Whitening- G1; Sorriso
Branqueador- G2; Sensodyne Branqueador- G3, como também, a ação dos mesmos
sobre o esmalte dental, quando utilizados sozinhos ou, posteriormente à aplicação
de peróxido de carbamida 16%. Primeiramente, realizaram-se as análises físico-
químicas e microbiológicas. Teste químico: Análise do pH: dispersou-se 5g de
dentifrício em 15mL de água destilada, após 24h a solução foi analisada em
pHmetro. Testes físicos: 1- Perda por dessecação: foi pesado 5g de dentifrício,
submetido ao aquecimento (105ºC/24h) e avaliada a massa, após peso constante. 2-
Teor de cinzas: 2g de dentifrício foram calcinados (500ºC/30min). 3- Análise em
MEV e EDX das cinzas. Teste microbiológico: uso do kit Newplus, empregado para
controle microbiológico de cosméticos. Para a avaliação do efeito sobre a
rugosidade do esmalte, foram confeccionados 30 corpos-de-prova, com três
segmentos de esmalte (4 x 4 mm), obtidos por meio de seccionamento com disco
diamantado. Um rugosímetro foi utilizado para determinar os valores de rugosidade
média (Ra), rugosidade total (Rt) e Ry, iniciais e após a aplicação do agente
clareador e escovação com dentifrícios clareadores. O clareamento foi realizado na
superfície dos fragmentos por 10 horas, e a escovação foi realizada em máquina de
escovação. Foi aplicado em um dos segmentos, após o agente clareador, flúor
tópico, afim de observar o efeito protetor do mesmo. Encontraram-se diferenças
significativas nos parâmetros físico-químicos avaliados (p<0,05 – ANOVA, pós teste
de Bonferroni). Teste de pH: G1=7,9±0,1; G2=10,1±0,1 e G3=9,1±0,1. Perda por
dessecação: G1=44,7±1,1%, G2=65,8±2,2% e G3=39,9±1,1%. Teor de cinzas:
G1=17,6±1,2%, G2=36,6±2,0% e G3=16,0±3,1%. EDX encontrou os elementos
químicos indicados pelos fabricantes na formulação. MEV demonstrou diferenças na
morfologia dos abrasivos. O teste microbiológico não detectou contaminação
bacteriana ou fúngica. Os dados iniciais e finais dos três parâmetros de rugosidade
(Ra, Rt e Ry) foram submetidos ao teste t-Student pareado, que demonstrou haver
diferenças entre os tratamentos aplicados ao esmalte e a interação com o dentifrício:
para G1 – todos os parâmetros de rugosidade foram alterados quando a escovação
foi precedida de agente clareador e, para G2, o uso do dentifrício sobre o esmalte,
alterou o parâmetro de rugosidade média. Desta forma conclui-se que existem
diferenças nas propriedades físico-químicas dos dentifrícios testados (resíduo sólido,
teor de cinzas e pH) levando a potencial abrasivo distinto e possivelmente a funções
terapêuticas diferentes; não houve contaminação microbiana em nenhum dentifrício
analisado, demonstrando um bom controle de qualidade na fabricação dos mesmos;
existem diferenças na morfologia e composição nos agentes abrasivos dos
dentifrícios estudados, levando a potencial abrasivo distinto; o parâmetro de
rugosidade média foi alterado apenas para o uso do dentifrício Sorriso Branqueador
®
sobre o esmalte dental; o uso de agente clareador previamente à escovação com
dentifrício abrasivo foi fator que determinou alteração nos três parâmetros de
rugosidade para o grupo Close-Up Whitening
®
e, uso de flúor tópico por um minuto
após a exposição a agentes clareadores foi efetivo para evitar alteração nos
parâmetros de rugosidade no grupo Close-Up Whitening
®
.
Palavras-chave: Dentifrícios. Escovação Dentária. Clareamento de dente.
Hilgenberg SP. Evaluation of the alterations in enamel after application of a whitening
agent and brushing with whitening toothpastes. Ponta Grossa, 2008. 78 p.
ABSTRACT
The aim of this study was to evaluate the physical-chemical and microbiology
characteristics of 3 whitening toothpastes: Close-up Whitening
®
- G1; Sorriso
Branqueador
®
- G2; Sensodyne Branqueador
®
- G3, as well as, the action of the
same ones on the dental enamel, when used alone or, after to the application of 16%
carbamide peroxide. Firstly, they took place the physical-chemical and microbiologic
analyses. Test chemical: Analysis of the pH: was dispersed 5g of toothpaste in 15mL
of distilled water, after 24 hours the solution was analyzed in pHmeter. Physical tests:
1 – residue analysis: it was weighed 5g of toothpaste, submitted to the heating
(105ºC/24h) and appraised the mass, after constant weight. 2 - Tenor of ashes: 2g of
toothpaste were roasted (500ºC/30min). 3 - Analysis in MEV and EDX of the ashes.
Test microbiologic: was used the kit Newplus, usually employed for microbiologic
control of cosmetics. For the evaluation of the effect on the roughness of the enamel,
were made 30 specimens, with three enamel segments (4 x 4 mm), obtained using a
diamond disk. A perfilometer was used to determine the values of roughness
average (Ra), total roughness (Rt) and Ry, initials and after the application of the
bleaching agent and brushing with whitening toothpastes. The bleaching was
accomplished in the surface of the fragments by 10 hours, and the brushing was
accomplished in brushing machine. It was applied in one of the segments, after the
bleaching agent, topical fluoride. Significant differences was found in the
physiochemical parameters (p <0.05 - ANOVA, pos-test of Bonferroni). pH Test:
G1=7.9±0.1; G2=10.1±0.1 and G3=9.1±0.1. Residue analysis: G1=44.7±1.1%,
G2=65.8±2.2% and G3=39.9±1.1%. Tenor of ashes: G1=17.6±1.2%, G2=36.6±2.0%
and G3=16.0±3.1%. The EDX test found chemical elements indicated by
manufacturers in the formulation. The SEM demonstrated differences in the
morphology of the abrasives. The microbiological test no detected bacterial or fungus
contamination. The data initials and final of the three roughness parameters (Ra, Rt
and Ry) were submitted to the t-Student test, that demonstrated there to be
differences among the applied treatments to the enamel and the interaction with the
toothpaste: for G1 - all of the roughness parameters were altered when the brushing
was preceded of bleaching agent and, for G2, the use of the toothpaste on the
enamel, altered the parameter of roughness average. It was concluded that
differences exist in the physical-chemical properties of the tested toothpastes (solid
residue, tenor of ashes and pH) taking to different abrasive potential and possibly to
different therapeutic functions; there was not microbial contamination in any analyzed
toothpaste, demonstrating a good quality control in the production of the same ones;
differences exist in the morphology and composition in the abrasive agents of the
studied toothpastes, taking to different abrasive potential; the parameter of
roughness average was just altered for when Sorriso Branqueador
®
was used on the
dental enamel; the use of bleaching agent previously to the brushing with abrasive
toothpaste was factor that determined alteration in the three roughness parameters
for the group Close-up Whitening
®
and, use of topical fluoride for one minute after the
exhibition to bleaching agents went effective to avoid alteration in the roughness
parameters in the group Close-up Whitening
®
.
Keywords: Dentifrices. Toothbrushing. Tooth bleaching.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1. (a) – Pesagem do dentifrício (5g) realizada em uma balança de
precisão Shimadzu AW 220; (b) Amostras mantidas em estufa a
105ºC, pesadas diariamente até a estabilização do
peso.................................................................................................
38
Figura 2. Dentifrício teste (1,00 g) adicionado ao caldo Letheen submetido
a um agitador durante 15 min. para completa
diluição.............................................................................................
38
Figura 3. Forno a 600ºC para obtenção das cinzas a serem avaliadas em
MEV e EDX......................................................................................
38
Figura 4. a e b) Dente Bovino inserido em base de alumínio com cera
pegajosa para cortes seriados. c) Obtenção dos fragmentos de 4
x 4mm..............................................................................................
40
Figura 5. a) Fragmentos posicionados em lâmina de cera para
estabilização e envoltos pelo tubo de PVC. b) Inserção de resina
acrílica autopolimerizável no interior do tubo. c) Corpo-de-prova
obtido...............................................................................................
41
Figura 6. Gráfico obtido por meio do rugosímetro onde observa-se os
parâmetros Ra, Rt e Ry.
42
Figura 7. Percentual de perda por dessecação (média±desvio padrão) dos
dentifrícios com agentes clareadores (G1 - Close-Up Whitening
®
;
G2- Sorriso Branqueador
®
; G3 – Sensodyne Branqueador
®
).
Diferenças estatisticamente significativas entre os grupos
(p<0,001 –ANOVA e Pós-teste de Bonferroni)................................
46
Figura 8. Percentual de teor de cinzas (média±desvio padrão) dos
dentifrícios (G1 - Close-Up Whitening
®
; G2 – Sorriso
Branqueador
®
; G3 – Sensodyne Branqueador
®
). (*) Diferenças
estatisticamente significativas entre os grupos (p<0,001 –ANOVA
e Pós-teste de Bonferroni) ..............................................................
46
Figura 9. Valores de pH (média±desvio padrão) dos dentifrícios (G1 -
Close-Up Whitening
®
; G2- Sorriso Branqueador
®
; G3 –
Sensodyne Branqueador
®
) (*) e (**) Diferenças estatisticamente
significativas entre os grupos (p<0,001 –ANOVA e Pos teste de
Bonferroni).......................................................................................
47
Figura 10. Observação em MEV das cinzas obtidas do dentifrício G1 -
Close-Up Whitening
®
. Nota-se aglomerado se substâncias
inorgânicas, pontiagudas e sem forma definida..............................
47
Figura 11. Observação em MEV das cinzas obtidas do dentifrício G2 –
Sorriso Branqueador
®
. Nota-se aglomerado de substâncias
inorgânicas redondas ou ovaladas e uniformes .............................
47
Figura 12. Observação em MEV das cinzas obtidas do dentifrício G3 –
Sensodyne Branqueador
®
. As partículas inorgânicas se fundiram
durante o processo de calcinação, porém observa-se partículas
irregulares e sem forma definida.....................................................
48
Figura 13. Resultado da análise de EDX para o G1. Percentual (%) em peso
dos componentes: Na – 3.85; Si – 89.92; Al – 2.71; P – 3.50.........
48
Figura 14. Resultado da análise de EDX para o G2. Percentual (%) em peso
dos componentes dos dentifrícios: Al- 9.783; Si - 2.198; P - 3.243;
Ca - 74.776......................................................................................
49
Figura 15. Resultado da análise de EDX para o G3. . Percentual (%) em
peso dos componentes dos dentifrícios: C - 25.264; N - 40.844;
Na - 2.209; Si - 12.811; P - 6.973; Cl - 1.228; K - 9.339; Ti -
1.101. ..............................................................................................
49
Figura 16. Valores de Rugosidade Média (Ra - µm) (média±desvio padrão)
dos dentifrícios (D1 - Close-Up Whitening
®
; D2- Sorriso
Branqueador
®
; D3 – Sensodyne Branqueador
®
) Valores sem
diferenças estatísticas significantes entre os grupos (p>0,05 –
ANOVA)...........................................................................................
50
Figura 17. Valores de Rugosidade Total (Rt - µm) (média±desvio padrão)
dos dentifrícios (D1 - Close-Up Whitening
®
; D2- Sorriso
Branqueador
®
; D3 – Sensodyne Branqueador
®
) Valores sem
diferenças estatísticas significantes entre os grupos (p>0,05 –
ANOVA)...........................................................................................
50
Figura 18. Valores de Rugosidade (Ry - µm) (média±desvio padrão) dos
dentifrícios (D1 - Close-Up Whitening
®
; D2- Sorriso
Branqueador
®
; D3 – Sensodyne Branqueador
®
) Valores sem
diferenças estatísticas significantes entre os grupos (p>0,05 –
ANOVA)...........................................................................................
50
Figura 19. Valores de Rugosidade (Ra - µm) (média±erro padrão) dos
dentifrícios (D1 - Close-Up Whitening
®
; D2- Sorriso
Branqueador
®
; D3 – Sensodyne Branqueador
®
).............................
51
Figura 20. Valores de Rugosidade (Rt - µm) (média±erro padrão) dos
dentifrícios (D1 - Close-Up Whitening
®
; D2- Sorriso
Branqueador
®
; D3 – Sensodyne Branqueador
®
).............................
52
Figura 21. Valores de Rugosidade (Ry - µm) (média±erro padrão) dos
dentifrícios (D1 - Close-Up Whitening
®
; D2- Sorriso
Branqueador
®
; D3 – Sensodyne Branqueador
®
).............................
52
Quadro 1. Grupos experimentais de dentifrícios com as formulações
indicadas pelos fabricantes.............................................................
35
Tabela 1. Resultados do teste t-Student para os grupos. S – valores
significativos; NS - Valores não significativos ao considerar o
parâmetro inicial x final....................................................................
51
LISTA DE SIGLAS
cm
Centímetro
EDX
Energia de Dispersão de Raios-X
g
Grama
ºC
Grau Celsius
µm
Micrômetro
MEV
Microscópio Eletrônico de Varredura
mL
Mililitro
mm
Milímetro
mm/s
Milímetro por segundo
%
Porcentagem
pH
Potencial Hidrogênio-Iônico
rpm
Rotações por minuto
s
Segundo
KOH
Solução Potássica
TiF
4
Tetrafluoreto de Titânio
SUMÁRIO
1
INTRODUÇÃO…………………………………………………....................
16
2
REVISÃO DA LITERATURA..................................................................
18
2.1 DENTIFRÍCIOS.......................................................................................
18
2.2 AGENTES CLAREADORES...................................................................
26
2.3 INTERAÇÃO ENTRE AGENTES CLAREADORES E DENTIFRÍCIOS..
30
3
PROPOSIÇÃO…………………………………………………………….....
33
4
MATERIAL E MÉTODOS…………………………………………………...
34
4.1 PRIMEIRA ETAPA DA PESQUISA: ANÁLISE DOS DENTIFRÍCIOS....
34
4.1.1 Teste de perda por dessecação e análise de resíduo............................
34
4.1.2 Análise de pH..........................................................................................
36
4.1.3 Avaliação microbiológica dos dentifrícios….........………………………...
37
4.1.4 Análise em MEV e EDX..........................................................................
37
4.2 SEGUNDA ETAPA DA PESQUISA: ANÁLISE DE RUGOSIDADE DO
ESMALTE BOVINO.................................................................................
39
4.2.1 Delineamento experimental.....................................................................
39
4.2.2 Obtenção dos corpos de prova...............................................................
39
4.2.3 Leitura de rugosidade antes e após tratamento.....................................
41
4.2.4 Tratamento dos corpos de prova e teste de escovação .......................
42
4.3 ANÁLISE ESTATÍSTICA.........................................................................
44
5
RESULTADOS………………………..……………………………………
45
6
DISCUSSÃO...........................................................................................
53
7
CONCLUSÃO..……………………………………………………………….
58
REFERÊNCIAS...................................................................................................
59
APÊNDICE A – Resultados para o teste de perda por dessecação...................
65
APÊNDICE B – Resultados para o teste de teor de cinzas................................
67
APÊNDICE C – Resultados para o teste de pH..................................................
69
APÊNDICE D – Resultados para o teste de rugosidade inicial e final, para G1.
71
APÊNDICE E – Resultados para o teste de rugosidade inicial e final, para G2.
73
APÊNDICE F – Resultados para o teste de rugosidade inicial e final, para G3.
75
1 INTRODUÇÃO
O controle das doenças cárie e periodontal têm sido a meta
principal a ser alcançada pela Odontologia. O uso da escova, fio dental e dentifrícios
são componentes básicos da higiene bucal, os quais permitem um desarranjo na
matriz intermicrobiana removendo o biofilme, agente etiológico fundamental no
desenvolvimento dessas doenças. Na realidade, uma higiene bucal bem realizada
deveria ser suficiente para evitar as doenças mencionadas, contudo a falta de
orientação, treinamento para o auto cuidado, e ainda a dificuldade de acesso aos
produtos de higiene bucal, colocam em risco a saúde bucal dos indivíduos.
Com o objetivo de maximizar a redução do biofilme e melhorar a
resistência do esmalte dental ao ataque cariogênico, inicialmente, foram
acrescentados aos dentifrícios os fluoretos que tiveram parcela considerável de
responsabilidade pela redução da doença cárie. Na seqüência, outras substâncias
passaram a ser incorporadas, procurando aperfeiçoar as propriedades dos cremes
dentais, entre elas, substâncias abrasivas e com ação clareadora (Lara et al.
1
1993,
Cury
2
2002).
Na parcela da população beneficiada com a redução da doença
cárie, outro interesse começou a surgir, a presença de dentes mais brancos,
exigência estética da sociedade moderna. Para atender o anseio desse público,
foram lançados no comércio uma série de produtos com diferentes composições e
apelos comerciais, tais como: “extra branqueamento”, “branqueamento progressivo”,
alguns incluindo até uma escala de cores, com a promessa de clareamento dos
dentes, após semanas de uso contínuo. Assim, o consumidor tem hoje à sua
disposição uma imensa oferta de dentifrícios para sua higiene bucal, dificultando a
escolha adequada.
A velocidade de produção comercial parece superar as pesquisas
elaboradas para testar esses novos produtos. Não se pode perder de vista que a
adição de alguns componentes aos dentifrícios não indica que os mesmos sejam
efetivos. Para isto ocorrer, eles devem possuir características físico-químicas (Brasil
3
2007) que permitam sua ação terapêutica sem produzir danos aos tecidos bucais.
17
O fluoreto, elemento solúvel presente nos dentifrícios, é capaz de
se combinar aos agentes abrasivos, tornando-se insolúvel, e incapaz de exercer sua
propriedade remineralizadora (Tabchoury, Cury
4
1994).
Os abrasivos na formulação de cremes e géis dentais possuem
papel importante na limpeza dos dentes, são formados por micropartículas,
removem bactérias e manchas extrínsicas da superfície dentária. Contudo, deve
haver controle de sua abrasividade, que é influenciada pela dureza, tamanho, forma
das partículas e pH do dentifrício. No mercado brasileiro, o carbonato de cálcio e a
sílica são os abrasivos mais usados, embora outros possam estar presentes.
Quantidade alta de abrasivos nos dentifrícios pode prejudicar tecidos duros, tecidos
moles e restaurações dentárias, ocasionando retração gengival, abrasão cervical e
também hipersensibilidade dentinária (Kodaka et al.
5
2001, Menezes et al.
6
2004).
Frente à vasta oferta e benefícios a que se dispõe um dentifrício,
desde a realizar uma simples higiene bucal até o tratamento estético dos dentes,
várias considerações devem ser feitas no seu uso cotidiano: alta concentração de
abrasivos, após o consumo de bebidas ácidas, pode aumentar o desgaste do
esmalte e dentina (Hooper et al.
7
2003); agentes abrasivos, detergentes ou
combinações de formulações, podem produzir graus variados de abrasão (Moore,
Addy
8
2005); existe relato de que o uso concomitante de dentifrícios abrasivos
durante o procedimento de clareamento caseiro produz aumento na rugosidade do
esmalte dental (Worschech et al.
9
2006); o dentifrício ideal deveria promover limpeza
da superfície dental com o mínimo de abrasão (Consani et al.
10
1995); a acidez do
dentifrício pode aumentar significativamente a erosão do esmalte e da dentina
(Kielbassa et al.
11
2005); os dentifrícios “clareadores” vêm sendo utilizados
rotineiramente pela população, sendo indicados pelos fabricantes como tratamento
de manutenção da coloração após clareamento dental; a indicação de um produto
de higiene bucal, por parte do profissional, deve basear-se na real necessidade de
cada paciente.
Sendo assim, é fundamental que estudos sejam realizados para
verificar as características físico-químicas dos dentifrícios e seu potencial abrasivo,
principalmente quando usados após clareamento dental.
18
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 DENTIFRÍCIOS
Devido às escassas informações que haviam sobre os dentifrícios
comercializados, Stookey e Muhler
12
(1968), conduziram um estudo para avaliar a
abrasão de 43 dentifrícios sobre o esmalte e a dentina. Utilizaram uma máquina que
produziu 1000 movimentos de escovação sobre superfícies de esmalte e dentina
humanos, os quais foram observados por meio de reflectômetro (para observar o
polimento), por meio de EDX (para observar a composição dos agentes abrasivos) e
por meio da mensuração de perda de massa (para avaliar o grau abrasivo). Os
autores verificaram grandes variações sobre as mesmas condições experimentais
para dentifrícios com os mesmos abrasivos, o que leva à discussão do efeito
benéfico do dentifrício relacionado ao dano que os mesmos podem causar às
estruturas dentais.
Manly et al.
13
(1974) desenvolveram um método para testar a
abrasividade dos dentifrícios, baseado no uso de escovas comerciais elétricas que
eram providas de vários tipos de cabeças. O teste foi realizado com um ou dois tufos
de cerdas e aplicação de dentifrício sobre um disco de dentina, com as escovas
posicionadas em um suporte mantendo a altura e posicionamento padrão para
escovação. Essa máquina desenvolvida possuía controle de tempo e força para a
escovação e foi o primeiro instrumento, mesmo rudimentar, chamado de máquina de
escovação. Concluíram que o desgaste proporcionado por dois dentifrícios
comerciais diferentes dependeu da força empregada na escovação como também
da concentração do dentifrício.
Harte e Manly
14
(1976) estudaram quatro variáveis que afetam o
potencial abrasivo de um dentifrício. Selecionaram dois, um contendo pirofosfato de
cálcio e o outro sílica. Utilizaram para esse teste o dispositivo para escovação que
haviam desenvolvido em 1974. Analisaram a concentração dos abrasivos em 20 e
40% de peso, misturados com carboximetilcelulose ou glicerina, escovados com
diferentes escovas dentais, na temperatura ambiente e a 37ºC. A abrasividade do
dentifrício diluído em glicerina foi menor, segundo os autores, isto ocorreu devido à
19
viscosidade. Na temperatura de 37ºC foi menor a abrasividade em comparação com
os testes realizados em temperatura ambiente. Como também foi diferente a
abrasividade segundo a concentração do abrasivo. Desta forma os autores
concluíram que a abrasividade do dentifrício depende das condições do teste e não
somente uma única condição pode identificar o dentifrício como abrasivo.
Em um estudo in situ, Kuroiwa et al.
15
(1993) avaliaram as
mudanças microestruturais da superfície do esmalte dental, durante a escovação
com dentifrício abrasivo ou escovação sem dentifrício. Foram preparados blocos de
resina acrílica contendo a superfície vestibular de molares humanos, que foram
polidos inicialmente e, então, colocados em dispositivos para serem usados por 3
indivíduos, durante 8 semanas, sendo removidos apenas para escovação e
alimentação. As superfícies do esmalte foram marcadas levemente por meio de
indentações, para orientar a escovação. Decorrido o tempo de uso dos dispositivos,
os fragmentos de esmalte foram avaliados em MEV. A escovação com dentifrício fez
com que as indentações desaparecessem e, em alguns casos, ocorreu exposição
dos prismas de esmalte. Na escovação sem dentifrício, as indentações foram
protegidas por uma película orgânica com depósitos minerais. Os resultados
indicaram que o uso de escovação sem dentifrício induziu à formação de uma
película sobre a superfície do esmalte. Entretanto, a utilização de dentifrício abrasivo
causou uma leve abrasão e aparecimento de ondulações na superfície, levando,
segundo os autores, a uma possível contribuição para a posterior formação de placa
sobre o esmalte.
Whitehead et al.
16
(1996) estudaram as modificações na textura
superficial de uma resina composta (Silux Plus) escovada com dentifrícios
clareadores, incluindo as marcas: Rembrandt, Pearl Drops, Clinomyn, Colgate
Regular e, como controle água. A resina foi escovada manualmente por 1 minuto
durante 5 dias, com intervalo de uma hora entre cada escovação. Utilizaram para
mensuração da rugosidade um rugosímetro calibrado para detectar parâmetros
como Ra (rugosidade média) e Rt (rugosidade total). Os resultados demonstraram
diferença estatística significante entre Pearl Drops e Clinomyn quando comparados
com os outros dois dentifrícios e, a observação em MEV demonstrou mudanças na
20
superfície, levando os autores a concluírem que todos os dentifrícios promoveram
modificações na superfície da resina composta.
Wülknitz
17
(1997) avaliou o poder de limpeza e abrasividade de 41
dentifrícios comercializados na Europa. O teste seguiu as recomendações de
pesquisa laboratorial para avaliação de dentifrícios que consiste em utilizar
fragmentos de esmalte bovino com escovação mecânica. Verificou que dentifrícios
com os mesmos tipos de abrasivos mostraram valores diferentes de abrasividade no
esmalte levando o autor a supor que é a inclusão de alguns componentes extras que
aumenta o poder abrasivo dos dentifrícios e não somente o abrasivo em si.
Ao testar a abrasividade de 15 dentifrícios (CloseUP
®
, Colgate
Antitártaro
®
, Oral B Dentes e Gengivas
®
, Sensodyne F
®
, Colgate Ação Total
®
,
Kolynos Ação Total
®
, Sensodyne Original
®
, Parodontax
®
, Emofom
®
, Kolynos com
bicarbonato
®
, Colgate com bicarbonato
®
, Kolynos Super Branco
®
, Colgate M.F.P.
com cálcio
®
, Gessy com flúor
®
, Signal com flúor
®
), Andrade Junior et al.
18
1998,
verificaram também propriedades como pH e teor de sólidos. A abrasidade dos
dentifrícios foi estudada por meio de aparelho Einlehner AT-1000. Os resultados
mostraram grande variação na abrasividade dos dentifrícios entre as marcas
testadas. O teor de sólidos apresentou uma média alta, porém, uma quantidade
maior desses não implicou, necessariamente, no aumento da abrasividade; o pH
diferiu entre os dentifrícios, com três deles apresentando pH abaixo de 7 (CloseUp,
Oral B Dentes e Gengivas e Kolynos Ação Total) e alta abrasividade. Os sete
dentifrícios que foram menos abrasivos continham em sua composição carbonato de
cálcio como agente de polimento.
Devido à adição de cristais de hidroxiapatita em dentifrícios do
mercado japonês, Kodaka et al.
19
(1999) realizaram um estudo para observar a
abrasão que este tipo de dentifrício ocasionaria ao esmalte humano. A proposta foi
baseada na possibilidade desses cristais serem absorvidos pelo esmalte humano
em lesões iniciais de cárie. O estudo consistiu na obtenção de fragmentos da
superfície vestibular de dentes pré-molares humanos, que foram polidos, incluídos
em resina acrílica e então escovados em máquina de escovação. Esses fragmentos
foram analisados em microscópio confocal. Além disso, observaram o dentifrício
21
seco em MEV (microscópio eletrônico de varredura) e em EDX (energia de
dispersão de Raios X). Os fragmentos de esmalte apresentaram rugosidades
demarcando a ação das cerdas das escovas. Os autores concluíram que, embora os
cristais de hidroxiapatita sejam componentes ativos do dentifrício, eles
provavelmente são tão abrasivos quantos outros abrasivos presentes na maioria dos
dentifrícios.
Joiner et al.
20
(2002) compararam um dentifrício clareador (perlita
como agente abrasivo) com um dentifrício padrão (sílica). Os produtos foram
avaliados quanto ao poder de limpeza e prevenção de novo manchamento por um
período de quatro semanas em um modelo in situ. Pacientes de ambos os gêneros
realizaram o experimento com os dentifrícios. O estudo previu a escovação, por no
mínimo um minuto, duas vezes ao dia, durante quatro semanas. Após esse período
o manchamento externo dos dentes foi avaliado pelos pesquisadores, como
também. O dentifrício clareador foi mais efetivo na remoção de manchas e
prevenção de novas quando comparado com o dentifrício padrão sem ocasionar
aumento visível no desgaste do esmalte dental.
Hooper et al.
7
(2003) utilizando dentifrícios de diferentes
abrasividades, investigaram a erosão e abrasão provocadas em esmalte e dentina
humanos. Confeccionaram dispositivos de acrílico com fragmentos dentários, os
quais foram encaixados no palato de voluntários. Esses foram divididos
aleatoriamente em cinco grupos que deveriam seguir instruções diferentes: G1 –
beber água mineral e escovar o dispositivo com dentifrício fluoretado A (mais
abrasivo); G2 – beber água mineral e escovar o dispositivo com dentifrício fluoretado
B (menos abrasivo); G3 – beber suco de laranja; G4 – beber suco de laranja e
escovar o dispositivo com dentifrício fluoretado A; G5 - beber suco de laranja e
escovar o dispositivo com dentifrício fluoretado B. Os fragmentos dentários foram
então submetidos à análise em perfilômetro para verificar se havia perda de
estrutura superficial. A análise estatística sugeriu que houve diferença significante
entre os regimes aplicados, tanto para esmalte como para dentina, demonstrando
que os efeitos da erosão foram mais evidentes no grupo que utilizou suco de laranja
em comparação com o grupo que usou água. O dentifrício A provocou maior
abrasão do que o dentifrício B. Os autores concluíram que o desgaste da dentina é
22
aumentado pela combinação de bebida ácida e escovação e, que o esmalte parece
ser tão resistente à abrasão quanto a dentina, entretanto mais resistente à erosão
que a dentina.
Menezes et al.
6
(2004) avaliaram a rugosidade superficial e o
desgaste promovidos por diferentes dentifrícios na dentina radicular previamente
exposta a alterações erosivas. Foram confeccionados 150 blocos de dentina
radicular que foram recortados e polidos. Esses espécimes foram submetidos a
cinco eventos erosivos/abrasivos, cada um composto por: exposição a Sprite Diet ou
água destilada por cinco minutos, então a uma solução remineralizante por um
minuto e, simulação de 5000 movimentos de escovação. Foram utilizados quatro
dentifrícios: regular, bicarbonato de sódio, clareador, controle de tártaro e, água
destilada (controle). A rugosidade inicial e final foi mensurada em rugosímetro e as
escovações foram realizadas em máquina de escovação universal. Os resultados
demonstraram que o dentifrício clareador, bicarbonato de sódio e controle de tártaro
produziram rugosidade, significantemente maior em comparação ao controle e
dentifrício regular, sendo que esses dois últimos não diferiram. Com isto os autores
concluíram que a mudança na rugosidade superficial e desgaste abrasivo da dentina
radicular dependeram do dentifrício utilizado e não foram influenciados pelos
eventos erosivos prévios.
Vieira et al.
21
(2005) relataram o efeito do gel de tetrafluoreto de
titânio (1% e 4%), amino fluoreto (1% e 0.25%) e verniz fluoretado na prevenção da
erosão dental em esmalte bovino. Utilizaram dois grupos como controle: um sem
pré-tratamento do esmalte e outro com pré-tratamento com verniz sem flúor. Os
fragmentos de esmalte foram submetidos a ciclos alternados de exposição ao acido
cítrico e remineralização em saliva artificial. A perda de cálcio dos espécimes foi
quantificada por meio de espectroscopia de absorção atômica e profundidade das
erosões. Além disso, observaram as amostras em microscópio confocal.
Encontraram um efeito protetor estatisticamente significante no grupo pré-tratado
com verniz fluoretado, indicando que essa a aplicação determinou efeito protetor na
erosão dental.
23
Kielbassa et al.
22
(2005) estudaram o efeito abrasivo de dentifrícios
e gel ácido de flúor sobre o esmalte hígido e desmineralizado. Utilizaram incisivos
bovinos, que foram cortados em fragmentos, incluídos em resina acrílica e polidos.
Para a desmineralização do esmalte utilizaram solução desmineralizante contendo
cloreto de cálcio, fosfato diidrogenado de potássio, ácido lático, hidróxido de
potássio, metil-hidroxi-difosfato e timol, com pH 5.1 à 37ºC, que foi suspensa a partir
do momento que o esmalte perdeu 80-90µm. Os blocos de esmalte foram
escovados (16000 movimentos) e divididos em seis grupos: 1- água (controle); 2 –
Gel livre de flúor; 3 – Elmex Gelée; 4 – Aronal; 5 – Odol-med-3; 6 – Settima. Os
resultados in vitro demonstraram que as lesões incipientes de cárie foram
abrasionadas mais que o esmalte hígido, levando os autores a concluírem que em
casos de lesões iniciais de cárie é preferível o uso de dentifrícios com baixa
abrasividade.
Moore e Addy
8
(2005) mensuraram a abrasão in vitro provocada por
dentifrícios abrasivos e detergentes sozinhos e combinados. Os detergentes
utilizados foram o “tego betain”, lauril sulfato de sódio, adinol e pluronic. Os
abrasivos testados foram três sílicas (tixosil 73 e 123 e Zeodent 113) e carbonato de
cálcio. Discos de dentina humana foram escovados (20.000 movimentos) com
soluções aquosas dos detergentes, pastas abrasivas, detergentes combinados com
abrasivos e água destilada. A perda de dentina foi mensurada por meio de
perfilômetro e a distribuição do tamanho das partículas por meio de deflexão a laser.
Os resultados demonstraram que a perda de dentina ocorreu com todos os
detergentes, abrasivos e combinações de detergentes e abrasivos. O abrasivo que
realmente causou perda foi o carbonato de cálcio. Diferentes detergentes
modularam a ação dos abrasivos positiva ou negativamente, levando os autores a
concluírem que os detergentes podem produzir desgaste superficial; os abrasivos
variam consideravelmente no desgaste sobre condições similares; os detergentes
modularam o efeito abrasivo devido ao fato de refletirem as propriedades reológicas
(comportamento mecânico) da mistura.
Em um estudo in situ, Rios et al.
23
(2006) avaliaram o quanto a
estimulação salivar por meio de goma de mascar pode prevenir ou reduzir o
24
desgaste (analisado por meio de um perfilômetro) e a porcentagem de mudança na
microdureza de esmalte bovino e humano submetidos à erosão e posteriormente
escovação imediatamente e uma hora após erosão. Durante duas fases, de sete
dias cada, nove voluntários utilizaram dispositivos no palato com doze fragmentos
de esmalte (seis humanos e seis bovinos). Na primeira fase o dispositivo foi imerso
por cinco minutos em 150 mL de refrigerante (Coca-Cola
®
), 4 vezes ao dia.
Imediatamente após a imersão, quatro espécimes não sofreram nenhuma abrasão;
quatro foram escovados com dentifrício fluoretado e o dispositivo recolocado na
boca. Decorridos 60 minutos os quatro fragmentos restantes foram escovados. Na
segunda fase, os procedimentos foram repetidos, porém, após as imersões os
voluntários estimularam a produção salivar com goma de mascar livre de açúcar por
30 minutos. Os resultados demonstraram que o uso da goma de mascar promoveu
menor desgaste e alteração na microdureza dos fragmentos de esmalte. Assim,
concluíram que a estimulação salivar após um ataque erosivo ou erosivo/abrasivo
pode reduzir o desgaste dental e a microdureza de superfície.
O estudo realizado por Siqueira et al.
24
(2006) avaliou o tamanho, a
forma e a composição das partículas abrasivas de quatro dentifrícios clareadores:
Colgate Branqueador
®
, Colgate Herbal Branqueador
®
, Confident
®
e Sorriso
Branqueador
®
. Esses dentifrícios foram analisados em MEV e também em EDX. As
imagens foram capturadas no aumento de 1000x e de 10.000x. A conversão do
comprimento de cada partícula abrasiva foi possível com o uso de uma régua (em
micrômetros), disposto pelo programa computacional Image Tool
®
. Os resultados
demonstraram que o EDX encontrou os elementos predominantes dos dentifrícios e
a análise de imagens demonstrou que há variação no tamanho, forma e composição
das partículas abrasivas dos dentifrícios. Os autores verificaram que: o dentifrício
Sorriso Branqueador apresentou partículas de tamanho maior em relação aos outros
apesar de não existirem diferenças estatisticamente significantes quanto ao tamanho
destas partículas à dos demais dentifrícios; não houve uma grande variação quanto
à forma das partículas das pastas estudadas, exceto a pasta Confident
®
, que
apresentou uma grande heterogeneidade morfológica; em relação ao constituinte
químico das partículas o Colgate Herbal Branqueador
®
e Sorriso Branqueador
®
eram
constituídos predominantemente pelo cálcio, o Colgate Branqueador
®
por cálcio e
alumínio e o dentifrício Confident
®
pelo silício.
25
Tachibana et al.
25
(2006) estudaram a ação de dentifrícios sobre a
estrutura dental após a imersão em bebida ácida. Utilizaram segmentos radiculares
de dentes bovinos que foram analisados em rugosímetro antes e após os testes. Os
segmentos foram escovados em máquina de escovação universal, após serem
imersos em suco de laranja por noventa segundos. A cada 1000 ciclos, eram
novamente mergulhados em suco de laranja, totalizando 7000 ciclos e 450
segundos de imersão. Foram incluídas nove marcas comerciais de dentifrícios:
Grupo 1-Creme Dental Sensodyne; Grupo 2 - Controle (água destilada); Grupo 3 -
Creme Dental Sorriso Dentes Brancos (Kolynos do Brasil Ltda); Grupo 4 - Creme
Dental Colgate Ação Total (Colgate-Palmolive); Grupo 5 - Creme Dental Close-up
Micro Partículas (Colgate-Palmolive); Grupo 6 - Creme Dental Close-up Liqui Fresh;
Grupo 7 - Creme Dental Phillips; Grupo 8 - Creme Dental Colgate Controle do
Tártaro (Colgate-Palmolive); Grupo 9 - Creme Dental Confident; Grupo 10 - Creme
Dental Tandy Tutti-Frutti. Todos os corpos-de-prova perderam peso após simulação
da escovação. O grupo 10 (Tandy), foi o que apresentou maior variação de peso
(0,0378g) e o grupo 4 (Colgate Ação Total), o que apresentou a menor alteração de
peso (0,0061g). Apesar de terem sido constatadas alterações de peso em todos os
grupos, os dados não apresentaram diferenças estatisticamente significantes entre
si. Todos os corpos-de-prova escovados com dentifrício tiveram perda de estrutura,
porém o grupo controle teve sua estrutura aumentada. Os grupos G3 (Sorriso
Dentes Brancos), G6 (Close up Liqui Fresh), G7 (Phillips) e G10 (Tandy)
apresentaram maior perda de estrutura (0,087mm; 0,108mm, 0,085mm e 0,101mm
respectivamente), e estatisticamente significante em relação aos demais grupos que
não apresentaram diferença entre eles. A média de pH destes dentifrícios esteve
muito próximo da neutralidade (pH=7) ou levemente alcalina (pH=9,25 e 9,41). Não
há relação entre a maior perda de estrutura e o abrasivo do dentifrício. Desta forma
os autores concluíram que a imersão em suco de laranja seguida de escovação
conduz à perda de estrutura dentinária e, as variações na composição do dentifrício
podem determinar o desgaste da dentina em diferentes intensidades.
Levando em consideração que os fluoretos tópicos foram propostos
para prevenir o desgaste erosivo dental, Vieira et al.
26
(2006) investigaram in vitro o
efeito da aplicação do tetrafluoreto de titânio 4%, amino fluoreto 1% e verniz de
difluorsilano 0,1%, durante procedimento de escovação abrasiva e erosão.
26
Utilizaram fragmentos de dentes bovinos (incisivos superiores) que foram incluídos
em resina acrílica e posteriormente polidos. Foram aplicados topicamente sobre
esses fragmentos os agentes acima descritos, deixados em saliva artificial por uma
noite e, então, submetidos às condições de erosão com uso de substância
desmineralizante composta por ácido cítrico, cloreto de cálcio e fosfato de potássio.
Após a ação do agente desmineralizante e escovação as superfícies foram
analisadas em um perfilômetro, comparando os resultados obtidos com os dados
iniciais conseguidos após o polimento dos espécimes. Além disso, observaram em
MEV as alterações ocorridas. Os autores concluíram que uma aplicação dos
vernizes difluorsilano e amino fluoreto protegeram o esmalte bovino contra a erosão,
seguida de escovação abrasiva. Foi observado que o verniz de difluorsilano também
demonstrou um efeito protetor quando o esmalte foi submetido apenas à erosão.
Em um estudo in situ, Magalhães et al.
27
(2007) avaliaram o efeito
do dentifrício fluoretado na escovação abrasiva do esmalte humano. Dez voluntários
utilizaram dispositivos de acrílico no palato com três blocos de esmalte. Os
voluntários fizeram a escovação em uma fase com dentifrício contendo flúor e na
outra, com dentifrício sem flúor. A erosão era realizada pela imersão dos dispositivos
em refrigerante de cola, por cinco minutos, quatro vezes ao dia. Então os
dispositivos eram escovados e recolocados na cavidade bucal. Para observar as
alterações ocorridas no esmalte, utilizaram perfilômetro e microdureza de superfície.
Os autores concluíram com este estudo que o dentifrício fluoretado teve um efeito
protetor no esmalte submetido à escovação abrasiva.
2.2 AGENTES CLAREADORES
Bitter
28
(1992) conduziu um estudo em microscopia eletrônica de
varredura para avaliar os efeitos dos agentes clareadores (Rembrandt Lighten; Ultra
White e Natural White - possuindo como agente clareador o peróxido de carbamida
10%) na superfície do esmalte. A comparação entre os fragmentos de esmalte
tratados com estes agentes com os não tratados, revelou que o tratamento
determinou alterações na superfície e na porosidade dos prismas de esmalte, após o
contato do esmalte por 30 horas com o agente clareador. O grau de alteração do
27
esmalte não foi uniforme e foi influenciado pela limpeza (para simular a higiene
bucal) do esmalte tratado e pela variação na superfície do mesmo. Com isso
concluiu que o grau de alteração é provavelmente o efeito cumulativo da aplicação
contínua desses agentes na superfície do esmalte. Em adição, o efeito da
escovação com esses agentes deve ser considerado durante o seu uso.
Ernest et al.
29
(1996) avaliaram, por meio de MEV, os efeitos do
peróxido de hidrogênio, na concentração de 30%, associado com uso prévio de
ácido fosfórico, nas mudanças morfológicas do esmalte. Fragmentos de esmalte
obtidos de dentes extraídos foram submetidos à ação dos agentes clareadores:
Opalescence (peróxido de carbamida 10%) e HiLite (peróxido de hidrogênio 30%).
Cada fragmento recebeu em uma metade a aplicação prévia de ácido fosfórico por
30 segundos e, após isso o fragmento inteiro era coberto com o agente clareador, no
tempo recomendado pelo fabricante. A comparação do grupo não tratado com ácido
fosfórico com as superfícies do esmalte tratadas revelaram que o esmalte exposto
aos agentes clareadores teve leves alterações em contraste com o esmalte tratado
com ácido fosfórico que demonstrou alterações severas na morfologia.
Com o objetivo de mensurar a quantidade de cálcio perdido pelo
esmalte dental exposto à solução de peróxido de carbamida à 10%, McCracken e
Haywoot
30
(1996) desenvolveram um estudo in vitro com dentes humanos que foram
submetidos à ação desse agente clareador durante seis horas. O grupo controle foi
exposto à água. A concentração de cálcio foi mensurada com espectofotômetro de
absorção atômica. Os resultados demonstraram que o grupo teste perdeu cálcio em
quantidade estatisticamente significante quando comparado com o controle, levando
os autores a concluir que o esmalte exposto ao peróxido de carbamida perde cálcio,
porém, essa quantidade é pequena e pode não ser clinicamente significante, pois a
saliva pode ter a capacidade de remineralizar a superfície.
Para avaliar o potencial de remineralização de diferentes
tratamentos com fluoretos, Attin et al.
31
(1997) realizaram um estudo que consistiu
na obtenção de fragmentos vestibulares de incisivos bovinos, incluídos em resina
acrílica e polidos. Os fragmentos foram submetidos às seguintes condições: Grupo A
– os espécimes foram cobertos com Duraphat
®
durante 1 hora e mergulhados em
28
saliva. Após isso foi removido o verniz, e o fragmento continuou 7 horas na saliva
para então, ser submetido ao agente clareador peróxido de carbamida 10%
(Opalescence
®
) durante 12 horas; Grupo B - os espécimes foram armazenados em
uma solução de fluoreto de sódio por um minuto antes do período de
remineralização em saliva (8 horas) e então submetidos ao agente clareador
peróxido de carbamida 10% (Opalescence
®
) durante 12 horas; Grupo C – Foi
realizado o clareamento (12 horas) e a remineralização em saliva (8 horas); Grupo D
– os espécimes não foram clareados e durante o período de clareamento dos outros
grupos ficaram armazenados em água destilada. O processo foi repetido quatro
vezes para todos os grupos. Os espécimes foram então submetidos ao teste de
microdureza de superfície e comparados com o valor inicial. Os autores concluíram
que o clareamento causou uma significante perda na microdureza da superfície do
esmalte, demonstrando que o peróxido de carbamida determina alteração superficial
e que a aplicação de verniz fluoretado, ou solução fluoretada, é recomendada após
a exposição dos dentes ao tratamento clareador afim de aumentar a remineralização
(aumento da microdureza) do esmalte que foi observado nos grupos testados.
Gultz et al.
32
(1999) relataram o efeito de agentes clareadores sobre
a superfície de esmalte. Doze dentes humanos foram utilizados no estudo que
receberam nas suas superfícies os agentes clareadores de diferentes marcas
(Opalescence Quick e Opalescence Xtra) e ácido fosfórico 35% (Ultra-Etch). Os
produtos foram aplicados seguindo as recomendações dos fabricantes. O ácido
fosfórico a 35% foi aplicado por 20 segundos, lavado e seco. As fotografias do MEV
demonstraram que apenas os espécimes que tiveram suas superfícies
condicionadas com ácido fosfórico, demonstraram superfícies irregulares, não
havendo diferenças na morfologia do esmalte no grupo não tratado com gel
clareador e os demais.
Objetivando verificar in vitro as alterações que o esmalte dentário
sofre ao ser submetido à ação de agente clareador peróxido de carbamida 10%,
Novais e Toledo
33
(2000), utilizaram 22 pré-molares humanos divididos em dois
grupos. Um grupo foi exposto ao agente clareador durante 21 dias por 12 horas (três
semanas), intercalados com 12 horas de imersão em soro fisiológico. O segundo
grupo recebeu o agente clareador por 42 dias por 12 horas (seis semanas). Após
29
isso os dentes foram analisados em microscópio de luz polarizada, comparando as
imagens com dentes que não sofreram nenhuma intervenção. Os resultados não
demonstraram alterações no esmalte do primeiro grupo, que apresentou aspecto
semelhante ao controle. Porém, no segundo grupo, o esmalte mostrou um aspecto
morfológico atípico e sugestivo de alteração estrutural, levando os autores a
concluírem que esta alteração possa estar relacionada à imersão em soro
fisiológico, pois provavelmente tenha sido ele o responsável pela ausência de
alterações no período mais curto, ou seja, três semanas.
Basting et al.
34
(2001) relataram, em um estudo in situ, as
alterações na microdureza do esmalte e da dentina (hígidos e desmineralizados)
submetidos ao tratamento com peróxido de carbamida a 10% por três semanas.
Duzentos e quarenta fragmentos (60 de esmalte e 60 de dentina hígidos; 60 de
esmalte e 60 de dentina desmineralizados) foram fixados na superfície vestibular
dos primeiros e segundos pré-molares superiores de 30 voluntários que receberam o
tratamento clareador (grupo teste) ou apenas agente placebo (grupo controle). Os
resultados obtidos sugeriram que o clareamento com peróxido de carbamida à 10%
por três semanas alterou a microdureza do esmalte, entretanto não alterou a
microdureza dentinária, pois o gel não tem capacidade de alterar os compostos
inorgânicos e organicos da dentina, porém afeta os compostos minerais do esmalte.
A microdureza do esmalte foi avaliada por Rodrigues et al.
35
(2001)
após clareamento com peróxido de carbamida 10%. Utilizaram fragmentos de
esmalte submetidos à saliva (controle) e aos agentes clareadores: Opalescence
(G1) e Rembrandt (G2). O teste de microdureza foi realizado nos intervalos de 1, 7,
14, 21, 28, 35 e 42 dias. Os resultados demonstraram diferenças entre o sétimo e
42º dia. No G1 houve aumento na microdureza do primeiro ao 21º dia enquanto que
no G2 houve diminuição na microdureza levando os autores a concluírem que
diferentes agentes clareadores com a mesma concentração de peróxido de
carbamida possuem diferentes efeitos sobre o esmalte dental.
30
2.3 INTERAÇÃO ENTRE AGENTES CLAREADORES E DENTIFRÍCIOS
No intuito de avaliar o desgaste superficial do esmalte escovado
com dentifrícios e submetido à ação de agentes clareadores, Menezes et al.
36
(2003)
desenvolveram um estudo valendo-se da superfície vestibular de incisivos bovinos.
Estas superfícies de esmalte foram submetidas à simulação de condições clinicas
durante o tratamento clareador. Os dentes foram seccionados no sentido cérvico-
oclusal, obtendo-se duas metades de cada dente (mesial e distal). Estes fragmentos
foram incluídos em resina acrílica e mensurados por meio de rugosímetro digital.
Nas metades mesiais os dentes receberam o agente clareador peróxido de
carbamida à 10% por um período de 12 horas. Na metade distal foi colocada saliva
artificial (controle). Ambas as metades foram escovadas três vezes ao dia com
intervalos de quatro horas, por dois minutos, durante 10 dias. Os dentifrícios
utilizados foram: Sorriso Branqueador
®
(Grupo A), Sorriso
®
(Grupo B) e CloseUp
com micropartículas
®
(Grupo C). Previamente a uma das escovações diárias os
segmentos de esmalte foram submetidos à ação de saliva artificial com pH 5,5
durante cinco minutos para simular o “desafio ácido” que ocorre após uma refeição.
Os resultados demonstraram que o grupo Sorriso Branqueador
®
foi diferente
estatisticamente do grupo Sorriso
®
enquanto o grupo CloseUp com micropartículas
®
não diferiu dos demais. A perda superficial de esmalte foi semelhante em ambas as
situações: com e sem agente clareador. Contudo, essa perda diferiu entre os
dentifrícios testados. O dentifrício Sorriso Branqueador
®
levou às maiores perdas
superficiais de esmalte em relação aos outros dois dentifrícios. A utilização de
agente clareador não influenciou na perda superficial de esmalte quando comparado
cada dentifrício separadamente.
Worschech et al.
37
(2003) relataram as alterações do esmalte dental
humano clareado com peróxido de carbamida à 35% e submetido à escovação com
dentifrícios abrasivos. Os fragmentos de molares humanos foram divididos em 4
grupos: G1 – não escovado; G2 – escovado com dentifrício abrasivo fluoretado; G3
– escovado com dentifrício abrasivo não fluoretado e, G4 – escovado sem
dentifrício, e submetidos à analise em rugosímetro digital para avaliar valores de Ra
(rugosidade média) antes e após o tratamento. O clareamento foi realizado na
31
superfície dos fragmentos por uma hora semanalmente e as escovações por 3
minutos diariamente. Os resultados demonstraram que G1 e G4 não alteraram a
rugosidade superficial do esmalte enquanto que G2 e G3 demonstraram um
aumento estatisticamente significativo de rugosidade, o que levou os autores a
concluírem que o clareamento com peróxido de carbamida à 35% não determina
alterações no esmalte humano, mas, quando associado ao tratamento superficial
com dentifrícios, ocorre aumento significante na rugosidade superficial.
Dando continuidade aos seus estudos, Worschech et al.
9
(2006)
investigaram, in vitro, as alterações na rugosidade superficial do esmalte humano
exposto ao agente clareador peróxido de carbamida à 10% em diferentes tempos
períodos (baseline, 7, 14, 21, 28, 35, 42, 49 e 56 dias) e submetidos à quatro
tratamentos distintos de limpeza superficial. Os fragmentos de esmalte, depois de
incluídos e polidos, foram divididos em grupos: G1 – não escovado; G2 – escovado
com dentifrício abrasivo fluoretado; G3 – escovado com dentifrício abrasivo não
fluoretado e, G4 – escovado sem dentifrício. Os fragmentos ficaram expostos ao
agente clareador durante seis horas, em um período de 28 dias. Os fragmentos
foram escovados diariamente em máquina de escovação, com 250 movimentos por
escovação, durante 56 dias. Os fragmentos foram analisados em rugosímetro,
analisando o fator Ra, antes e após o tratamento. Os resultados demonstraram que
G1 e G4 não aumentaram significantemente a rugosidade superficial, porém, G2 e
G3 mostraram um aumento significativo nos valores de rugosidade. Os autores
concluíram que somente o uso de peróxido de carbamida à 10% não alterou a
rugosidade superficial do esmalte, porém, o emprego de dentifrícios e escovação
contribuiu para um aumento significativo da rugosidade superficial do esmalte.
A literatura científica consultada demonstrou que poucas
informações são fornecidas sobre as características físico-químicas dos dentifrícios.
Os três estudos apresentados neste último tópico demonstraram que o emprego de
dentifrícios abrasivos contribuiu para o aumento da rugosidade superficial do
esmalte. Este fato sinaliza para a necessidade de pesquisas que orientem os
clínicos sobre a correta indicação desses produtos para que eles exerçam sua ação
principal de remoção do biofilme, sem causar danos aos tecidos bucais. Além disto,
32
as propriedades diferenciais apontadas nos diferentes dentifrícios e sua real ação
sobre o esmalte dental necessitam ser melhor elucidadas.
33
3 PROPOSIÇÃO
Este trabalho tem o objetivo de:
- Verificar as propriedades físico-químicas e microbiológicas dos
dentifrícios clareadores testados;
- Analisar se a composição e morfologia dos abrasivos desses
dentifrícios determinam alterações distintas na rugosidade do esmalte bovino;
- Avaliar possíveis alterações no esmalte bovino, produzidas pela
ação do peróxido de carbamida à 16% e escovação com cada um dos dentifrícios,
comparando-os;
- Testar se aplicações tópicas de fluoreto após o uso do agente
clareador interferem na rugosidade do esmalte.
34
4 MATERIAL E MÉTODOS
Esta pesquisa foi realizada em esmalte de dentes bovinos,
submetidos à ação de um agente clareador (peróxido de carbamida à 16%), e
escovação com três diferentes marcas de dentifrícios comercializados com a função
de clareamento dos dentes.
Na primeira etapa deste estudo, os dentifrícios passaram pelos
testes de análise de resíduo, por meio do teste de perda por dessecação, verificação
de pH e avaliação microbiológica para conhecimento de suas propriedades físico-
químicas. Microscopia eletrônica de varredura (MEV) e energia por dispersão de
raios X (EDX) foram os testes aplicados para análise do potencial abrasivo desses
dentifrícios.
Na segunda etapa, foram confeccionados corpos de prova com
fragmentos de esmalte bovino, os quais foram expostos ao agente clareador e
escovação com os dentifrícios já testados. A rugosidade produzida nos fragmentos
de esmalte foi verificada com auxílio de um rugosímetro digital.
4.1 PRIMEIRA ETAPA DA PESQUISA: ANÁLISE DOS DENTIFRÍCIOS
Entre as várias marcas de dentifrícios disponíveis no mercado
nacional, optou-se por três, com diferentes composições (Quadro 1), contendo sílica,
carbonato de cálcio e bicarbonato de sódio como agentes abrasivos. Esses
dentifrícios foram adquiridos do mesmo local e todos pertenciam ao mesmo lote.
Todas as análises foram realizadas em quintuplicata e os
dentifrícios testados foram alocados nos grupos G1, G2 e G3.
35
Grupo Dentifrício Fabricante Composição Lote
G1
Close-UP
Whitening
®
Unilever
Água, Sorbitol, Sílica,
Perlita, PEG-32, Lauril
Sulfato de Sódio, Goma
de Celulose, Fluoreto de
sódio (1500 ppm),
sacarina sódica, dióxido
de titânio e formaldeído.
4212
G2
Sorriso
Branqueador
®
Colgate-
Palmolive
Flúor (1500 ppm),
Sorbitol, Alumina,
Carbonato de Cálcio,
Carboximetilcelulose,
Lauril Sulfato de Sódio,
Metilparabeno, Silicato de
Sódio e Água.
102005AW
G3
Sensodyne
Branqueador
®
GlaxoSmithKline
Nitrato de Potássio 5%,
Fluoreto de Sódio (1050
ppm), água, goma de
celulose, cocoamidopropil
betaina, glicerina,
sacarina sódica, sílica,
bicarbonato de sódio,
dióxido de titânio,
pirofosfato tetrapotássio,
aromatizante.
701129
Quadro1 – Descrição das formulações dos dentifrícios indicadas pelos fabricantes.
4.1.1 Teste de perda por dessecação e análise de resíduo
Este teste seguiu as exigências recomendadas pela Farmacopéia
Brasileira
38
(1988) e The United States Pharmacopeial
39
(2005).
O dentifrício foi pesado em uma placa de Petri, previamente limpa
com solução potássica (KOH), para remoção de compostos orgânicos. Essa placa
foi manipulada com auxílio de pinça para essa finalidade, com o objetivo de evitar
contaminação por lipídeos cutâneos e interferência no peso das amostras. Foram
obtidas 5 gramas de dentifrício, repetindo-se esse procedimento cinco vezes para
cada produto comercial a ser testado.
Depois de pesadas, as placas de Petri preenchidas com os
dentifrícios foram aquecidas em estufa à 105ºC, durante 24 horas (Figura 1a e 1b).
Decorrido esse tempo de aquecimento, foram novamente pesadas, sendo esse
processo repetido até a obtenção de mesmo peso em aferições consecutivas
(Panzeri et al.
40
1978). A perda por dessecação foi calculada pela diferença entre
36
peso inicial e final. O percentual de resíduo sólido foi avaliado considerando o peso
inicial e final aplicando-se a fórmula abaixo, sendo que Rs representa o resíduo
inicial, P
f
o peso final e P
i
o peso inicial:
4.1.2 Análise de pH:
Os valores de pH foram verificados com um potenciômetro digital
DMPH-2 (Digimed
®
, São Paulo, Brasil) previamente calibrado, utilizando eletrodo de
vidro próton seletivo, conforme descrito nos métodos gerais da Farmacopéia
Brasileira
38
(1988).
Seguiu-se o procedimento operacional padrão para calibrar o
pHmetro que inclui os seguintes passos: em um Becker com solução tampão fosfato
pH 6,86 foi inserido o eletrodo do phmetro e agitado; a sensibilidade do aparelho foi
ajustada para 95% e a calibração até aferir 6,86; o eletrodo foi removido, lavado com
água destilada, seco, e inserido em um outro Becker com solução tampão pH 4.00; o
procedimento de calibração foi repetido, desta vez até aferir o valor 4.00. Após esta
calibração o pHmetro estava pronto para uso.
A calibração acima descrita deve ser realizada toda vez que se liga
o aparelho. As soluções utilizadas para essa calibração são soluções previamente
preparadas e que possuem o pH conhecido.
Os testes de pH foram realizados uma única vez para cada uma
das 5 amostras de cada dentifrício, a partir da diluição de 5 gramas suspensa em
três partes de água destilada (15 mL), como descrito por Panzeri et al.
40
(1978).
Rs =
P
f
. 100
P
i
Rs =
P
f
. 100
P
i
37
4.1.3 Avaliação microbiológica dos dentifrícios
Para esta análise foi utilizado o kit Newplus I (Newprov
®
, Pinhais,
Brasil), comumente empregado para o controle microbiológico de medicamentos e
cosméticos.
O dentifrício-teste (1,00 g) foi transferido, com o auxílio de espátula
plástica estéril, para o caldo Letheen (9,00 mL), que contém em sua composição
lecitina e polissorbato 80, para inativar o sistema conservante (Figura 2). Em
seguida, com pipeta de vidro esterilizada, foi semeado 1,00 mL da solução
(dentifrício diluído no caldo) nos meios Ágar Letheen, Mac Conkey e Ágar
Sabouraud dextrose.
O Ágar Letheen é um meio altamente nutritivo, contendo agentes
neutralizantes da atividade bactericida de compostos quaternários de amônio. O
Ágar Mac Conkey é seletivo e diferencial, que inibe o crescimento de bactérias Gram
positivas, possibilitando assim, um melhor desenvolvimento das bactérias Gram
negativas, especialmente as enterobactérias. O Ágar Sabouraud dextrose é um meio
utilizado para o isolamento de fungos, sejam eles leveduriformes ou não.
As placas contendo os meios Ágar Letheen e Ágar Mac Conkey
foram incubadas em estufa à temperatura de 37±2 ºC, por 24 e 48 horas. As placas
com o meio Ágar Sabouraud dextrose foram mantidas em temperatura ambiente por
10 dias. Após esses períodos, foi avaliado o crescimento bacteriano e fúngico de
forma dicotômica (presente/ausente).
4.1.4 Análise em MEV e EDX
A análise em MEV seguiu as recomendações descritas por Souza
41
(1998). Depois de dessecados, os dentifrícios foram colocados em cadinhos de
porcelana e levados ao forno com temperatura de 650ºC (Figura 3) para obtenção
das cinzas, as quais foram analisadas posteriormente em MEV e EDX.
38
1a 1b
Figura 1 – (a) Pesagem do dentifrício (5g) realizada em uma balança de precisão Shimadzu AW
220; (b) Amostras mantidas em estufa a 105ºC, pesadas diariamente até a
estabilização do peso.
Figura 3 - Forno a 650ºC para obtenção das cinzas a
serem avaliadas em MEV e EDX.
1a 1b
Figura 2 – Dentifrício teste (1,00
g) adicionado ao caldo
Letheen submetido a
um agitador durante 15
min. para completa
diluição.
39
4.2 SEGUNDA ETAPA DA PESQUISA: ANÁLISE DE RUGOSIDADE DO ESMALTE
BOVINO
4.2.1 Delineamento experimental
Esta pesquisa foi realizada com dentes bovinos, onde os corpos de
prova foram confeccionados para testar a ação do peróxido de carbamida à 16% e
escovação, verificando se ocorrem alterações na superfície de esmalte frente a essa
associação. As variáveis estudadas foram os três dentifrícios com composições
distintas e a aplicação tópica de fluoreto após uso do agente clareador.
O experimento foi realizado procurando simular as condições a que
são submetidos os dentes no meio bucal, tais como presença de saliva, desafio
cariogênico e temperatura bucal.
4.2.2 Obtenção dos corpos de prova
Os corpos de prova foram preparados utilizando-se fragmentos de
esmalte dental bovino, retirados das superfícies vestibulares de incisivos centrais.
As coroas foram separadas de suas raízes e em seguida, a porção vestibular da
coroa dental foi seccionada nos sentidos vertical e horizontal (três e quatro vezes,
respectivamente) obtendo-se fragmentos no tamanho de 4 x 4 mm. Esses cortes
foram realizados em máquina de corte universal (Isomet 1000, Buehler, EUA), a uma
velocidade de rotação de 350 rpm, utilizando-se um disco diamantado de 0,3 mm de
espessura e 10 cm de diâmetro. Para os cortes, os dentes foram incluídos em base
de alumínio com cera pegajosa (Figura 4). Foram obtidos, em média, seis
fragmentos de esmalte de cada dente bovino. Esses foram visualizados em uma
lupa esteromicroscópica com aumento de 40x (Nikon), observando se os mesmos
não possuíam irregularidades severas (depressões profundas ou trincas) nas suas
superfícies. Após seleção dos fragmentos foram confeccionados os corpos de prova
com três unidades em cada um. Os pedaços de esmalte foram incluídos em resina
acrílica autopolimerizável (Vipi Mold Marfim – Pirassununga, SP, Brasil) mantendo-
40
se a superfície vestibular de esmalte exposta (Figura 5). Foram preparados 30
corpos de prova, sendo dez para cada dentifrício a ser testado.
Após devidamente incluídas, as superfícies vestibulares dos três
fragmentos foram planificadas em máquina de polimento (Aropol E) para se obter
superfícies homogêneas, conforme a seguinte seqüência:
a- cada corpo-de-prova foi polido durante 1 minuto com pedra-
pomes, água deionizada e taça de borracha montada em contra-ângulo em
baixa rotação;
b- foram levados à máquina Politriz AROTEC para serem polidos
com lixas de granulação 600 e 1200 (30 segundos para cada corpo-de-prova
à 300 rpm) sob refrigeração à água;
c- em cuba ultra-sônica com água destilada/deionizada por 10
minutos, uma vez entre cada polimento, foi realizada a limpeza dos corpos de
prova;
d- o acabamento final foi conseguido com disco de papel feltro
TEXMET 1000 (Buehler Polishing Cloth) (1 minuto) e suspensão de diamante
1 micron a base de água (Arotec) na máquina de polimento (Politriz
AROTEC).
Figura 4 - a e b) Dente Bovino inserido em base de alumínio com cera pegajosa para possibilitar os
cortes seriados. c) Fragmentos de 4 x 4mm.
a
b
c
41
a
b
c
Figura 5 - a) Fragmentos posicionados em lâmina de cera para estabilização e envoltos pelo tubo de
PVC. b) Inserção de resina acrílica autopolimerizável no interior do tubo. c) Corpo-de-prova
4.2.3 Leitura de rugosidade antes e após tratamento
Concluído o polimento, os corpos-de-prova foram levados para a
leitura inicial de suas superfícies em rugosímetro digital (Mitutoyo surftest-301. N
o
de
série 15700438 Japão) e um sensor (831-798) com um diâmetro de 2 µm. Os testes
de rugosidade foram aplicados antes (leitura inicial) e após tratamento com o agente
clareador e dentifrícios.
Dois pontos em cada fragmento de esmalte foram mensurados a
fim de obter os valores iniciais da rugosidade (RI) da superfície do esmalte. Essa
mensuração foi realizada no sentido transversal ao qual o fragmento seria escovado.
O rugosímetro foi regulado para uma superfície de amostragem de 1,25mm, com
valores de corte de 0,25mm (cut-off- λc) em uma velocidade de 0,1mm/s (ISO 4228).
Utilizou-se o filtro CR (circuito com capacitores e resistores) para
separar os componentes da superfície, pois alta freqüência corresponderia à sua
rugosidade e, baixa freqüência às ondulações presentes na superfície.
Assim, foram obtidas as rugosidades média (Ra), total (Rt) e Ry.
A rugosidade média corresponde à distância média de um perfil
desde sua linha média, sobre o comprimento medido; a rugosidade total (Rt) é a
distância vertical entre o pico mais elevado e o vale mais baixo no percurso de
medição; Ry é a soma da máxima altura e da máxima profundidade de rugosidade
(Novaski
42
1994). (Figura 6)
Ra representa um parâmetro de rugosidade média e não é
suficiente para distinguir superfícies que diferem em forma ou espaço. Sendo assim,
é necessário calcular outros parâmetros da superfície que mensure picos e vales
42
(rugosidade total) como Ry e Rt. Antes do experimento o rugosímetro foi calibrado
contra um dispositivo padrão. Os valores obtidos foram analisados separadamente.
Após tratamento dos corpos de prova, seguindo o mesmo
procedimento, a rugosidade foi novamente avaliada.
Figura 6. Gráfico obtido por meio do rugosímetro onde se observa os parâmetros Ra, Rt e Ry.
4.2.4 Tratamento dos corpos de prova e teste de escovação
O primeiro segmento de esmalte, de todos os corpos-de-prova,
recebeu o agente clareador peróxido de carbamida à 16% (Whiteness Perfect –
FGM – Joinvile, SC, Brasil), por um período de 10 horas, simulando o tratamento
clareador noturno. Esta concentração e período utilizado são os mais
frequentemente utilizados na técnica do clareamento caseiro. O segundo segmento
de todos os corpo-de-prova recebeu esse mesmo agente clareador pelo mesmo
tempo e também aplicação tópica de flúor neutro por 1 minuto (Flugel – DFL –
Jacarepaguá, RJ, Brasil). O terceiro segmento de esmalte recebeu apenas saliva
artificial sobre sua superfície representando o grupo controle.
A saliva utilizada neste estudo foi manipulada pela Eficácia
Farmácia de Manipulação e Homeopatia, tendo na formulação: Cloreto de Sódio
0,084%; Cloreto de Potássio 0,12%, Cloreto de Cálcio 0,015%; Cloreto de Magnésio
0,005%; Metilparabeno 0,18%, CMC 1%; Água Destilada (qsp) 1000 mL.
Antes de serem levados à máquina de escovação, os corpos de
prova (blocos de resina acrílica contendo os três fragmentos de esmalte) foram
incluídos em bases de alumínio circulares lisas e uniformes, previamente usinadas
em torno mecânico de precisão. Esta inclusão em base metálica foi necessária para
que não houvesse qualquer alteração da posição dos fragmentos de esmalte
durante o subseqüente procedimento de escovação (Diagrama 1).
43
Diagrama 1 – Fragmentos de esmalte incluídos em resina acrílica e tratamentos a que foram
submetidos antes da escovação.
A escovação foi realizada com uma carga de 200g em máquina de
escovação universal (MSEt – 1500W – Marcelo Nucci ME – São Carlos – Brasil),
utilizando-se escovas de cerdas de nylon (cabeça 25 e 32 mm por 8 e 11 mm de
largura; tufos com 3x6,3x8 fileiras; cerdas artificiais de nylon macias com pontas
arredondadas - Kolynos do Brasil). A cada 400 ciclos (movimentos de vai e vem),
que representam o valor de uma semana de escovação, esta era interrompida e os
corpos-de-prova imersos novamente em saliva artificial.
Entre as escovações, que eram executadas durante o período
diurno, os grupos ficavam imersos em saliva artificial, a 37 ± 1° C (estufa). As
escovações e aplicação do agente clareador e flúor foram realizadas 4 vezes.
Previamente às escovações diárias, os segmentos de esmalte eram submetidos à
ação de saliva artificial com pH 5,5 durante 5 minutos para simular o “desafio ácido”
que ocorre após uma refeição. Durante as 10 horas nas quais os segmentos de
esmalte de cada grupo recebiam o agente clareador, estes foram armazenados em
cuba umidificadora a 37 ± 1° C. Estas condições foram criadas no intuito de
representar as situações as quais o esmalte dental é submetido quando no meio
bucal.
Os dentifrícios foram diluídos em água destilada na proporção de
1:2 em peso (Asenjo Martinez
43
2004), sendo incluídos em seringas e levados à
máquina de escovação. A máquina foi regulada para que fossem injetados 2 mL do
dentifrício diluído a cada 10 segundos em uma velocidade de 4,5 ciclos/s. O pH do
dentifrício foi monitorado durante os ciclos de escovação (Asenjo Martinez
43
2004;
Wang
44
2001), porém não houve alteração no mesmo.
44
A temperatura de escovação foi mantida em 37ºC e a amplitude de
excursão dos movimentos em 20 mm (Martinez
43
, 2004).
O Grupo 1 foi escovado com o dentifrício Close-UP Whitening®
(Unilever do Brasil); o grupo 2 com Sorriso Branqueador® (Colgate - Palmolive do
Brasil Ltda) e o Grupo 3 com Sensodyne Branqueador® (GlaxoSmithKline do Brasil
Ltda).
4.3. ANÁLISE ESTATÍSTICA
Análise de variância de um critério (ANOVA one-way) e pós-teste
de Bonferroni foram empregados para verificar os dados obtidos nos testes de perda
por dessecação, teor de cinzas e pH;
Análise quantitativa (estatística analítica) foi aplicada para estudo
dos parâmetros de rugosidade (Ra, Rt e Ry). As comparações entre os parâmetros
de rugosidade iniciais e finais encontrados nos 3 parâmetros de rugosidade (Ra, Rt
e Ry), para cada grupo, foram submetidos ao teste t-Student pareado;
Análise de variância de dois critérios (ANOVA two way) e pós-teste
de Bonferroni, considerando como fatores fixos: dentifrícios e tratamento da amostra
(agente clareador, aplicação de flúor e saliva).
A distribuição dos dados foi testada com o teste de D’Agostino &
Pearson (p>0,05). Caso não fosse obtida distribuição normal dos dados os mesmos
seriam transformados em logaritmo. A equivalência das variâncias foi conduzida com
o Teste de Bartlett.
O nível de significância adotado em todas as análises foi de 5% e
todos os cálculos foram realizados utilizando-se o programa GraphPad Prism 5.0 for
Windows (GraphPad Software, Inc. San Diego- USA).
45
5 RESULTADOS
5.1 ANÁLISE DOS DENTIFRÍCIOS
5.1.1 Os resultados do teste de perda por dessecação mostraram
diferenças estatisticamente significantes entre os grupos (p<0,05), com menor perda
para o Sorriso Branqueador e a maior para o Sensodyne Branqueador, como
ilustrado na figura 6.
5.1.2 Dos 5 gramas de cada dentifrício, após aquecimento,
restaram os seguintes valores (em gramas) de resíduo sólido: 2,76 ± 0,05 para G1;
3,00 ± 0,05 para G2 e 1,70 ± 0,11 para G3.
5.1.3 Quanto ao teor de cinzas as diferenças foram significativas
(p<0,05). Os maiores valores foram obtidos para o Sorriso Branqueador
®
e os
menores para o Sensodyne Branqueador
®
(Figura 7).
5.1.4 Os três dentifrícios apresentaram pH aceitável para os
parâmetros avaliados, sendo que o maior valor foi obtido para o Sorriso
Branqueador
®
e o menor para o Close-Up Whitening
®
(Figura 8).
5.1.5 Verificou-se ausência de contaminação por microorganismos
nos dentifrícios testados, evidenciando um bom controle de qualidade na fabricação
dos mesmos.
5.1.6 Na avaliação em MEV, os dentifrícios Close-Up Whitening
®
e
Sensodyne Branqueador
®
mostraram aglomerados de partículas irregulares,
pontiagudas e sem forma definida enquanto que, o dentifrício Sorriso Branqueador
®
apresentou partículas arredondadas e melhor definidas (Figuras 9, 10 e 11).
5.1.7 A análise em EDX confirmou a presença dos elementos
descritos pelos fabricantes como componentes dos dentifrícios. Os gráficos obtidos
à partir dessa análise estão ilustrados nas figuras 12, 13 e 14, como também o
percentual em peso de cada componente.
46
Figura 7 – Percentual de perda por dessecação (média±desvio padrão) dos dentifrícios (G1 - Close-
Up Whitening
®
; G2- Sorriso Branqueador
®
; G3 – Sensodyne Branqueador
®
). Diferenças
estatisticamente significativas entre os grupos (p<0,001 –ANOVA e Pos teste de
Bonferroni).
Figura 8 – Percentual de teor de cinzas (média±desvio padrão) dos dentifrícios (G1 - Close-Up
Whitening
®
; G2 – Sorriso Branqueador
®
; G3 – Sensodyne Branqueador
®
). (*) Diferenças
estatisticamente significativas entre os grupos (p<0,001 –ANOVA e Pos teste de
Bonferroni).
G1 G2 G3
0
10
20
30
40
*
Grupos
Teor de Cinzas (%)
G1 G2 G3
0
10
20
30
40
50
60
70
*
**
Grupos
Perda por Dessecação (%)
Média ± Desvio padrão
G1: 44,7% ± 1,12
G2: 39,9% ± 1,11
G3: 65,8% ± 2,20
Média ± Desvio padrão
G1: 17,63% ± 1,23
G2: 36,65% ± 1,97
G3: 16,00% ± 3,09
47
G1 G2 G3
7.0
7.3
7.6
7.9
8.2
8.5
8.8
9.1
9.4
9.7
10.0
10.3
10.6
Grupos
pH
Figura 9 - Valores de pH (média±desvio padrão) dos dentifrícios (G1 - Close-Up Whitening
®
; G2-
Sorriso Branqueador
®
; G3 – Sensodyne Branqueador
®
). Diferenças estatisticamente
significativas entre os grupos (p<0,001 –ANOVA e Pos teste de Bonferroni).
Figura 10 – Imagens obtidas em MEV das cinzas do dentifrício - Close-Up Whitening
®
.
Nota-se aglomerado de substâncias inorgânicas, pontiagudas e sem forma definida.
Figura 11 – Imagens obtidas em MEV das cinzas do dentifrício – Sorriso Branqueador
®
.
Nota-se aglomerado de substancias inorgânicas redondas ou ovaladas e uniformes.
Média ± Desvio padrão
G1: 7,87 ± 0,07
G2: 10,09 ± 0,14
G3: 9,11 ± 0,15
48
Figura 12 – Imagens obtidas em MEV das cinzas do dentifrício – Sensodyne Branqueador
®
.
As partículas inorgânicas se fundiram durante o processo de calcinação, mesmo assim,
observa-se partículas irregulares e sem forma definida.
Figura 13 – Resultado da análise de EDX para o G1. Percentual (%) em peso dos componentes dos
dentifrícios: Na – 3.85; Si – 89.92; Al – 2.71; P – 3.50.
49
Figura 14 – Resultado da análise de EDX para o G2. Percentual (%) em peso dos componentes dos
dentifrícios: Al- 9.783; Si - 2.198; P - 3.243; Ca - 74.776.
Figura 15 – Resultado da análise de EDX para o G3. Percentual (%) em peso dos componentes dos
dentifrícios: C - 25.264; N - 40.844; Na - 2.209; Si - 12.811; P - 6.973; Cl - 1.228; K -
9.339; Ti - 1.101.
5.2 ANÁLISE DA RUGOSIDADE DO ESMALTE
Os resultados das leituras de rugosidades, foram transformados em
logaritmos. Desta forma, confirmou-se a normalidade dos dados por meio do teste
de D’Agostino e Pearson (p>0,05).
Aplicou-se o teste ANOVA 1 critério para os valores de Ra, Rt e Ry
iniciais, os quais não apresentaram diferenças estatísticas significantes (p>0,05),
como pode ser observado nas figuras 15, 16 e 17.
50
Inicial
G1-Ra G2-Ra G3-Ra
0.00
0.25
0.50
0.75
1.00
1.25
1.50
1.75
Grupos
Rugosidade (
µ
m)
Figura 16 - Rugosidade Media (Ra - µm) (média±desvio padrão) dos dentifrícios (G1 - Close-Up
Whitening
®
; G2- Sorriso Branqueador
®
; G3 – Sensodyne Branqueador
®
) Valores
estatísticamente não significantes entre os grupos (p>0,05 – ANOVA).
Inicial
G1-Rt G2-Rt G3-Rt
0.0
2.5
5.0
7.5
10.0
Grupos
Rugosidade (
µ
m)
Figura 17 - Rugosidade Total (Rt - µm) (média±desvio padrão) dos dentifrícios (G1 - Close-Up
Whitening
®
; G2- Sorriso Branqueador
®
; G3 – Sensodyne Branqueador
®
) Valores
estatísticamente não significantes entre os grupos (p>0,05 – ANOVA).
Inicial
G1-Ry G2-Ry G3-Ry
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
Grupos
Rugosidade (
µ
m)
Figura 18 - Rugosidade Y (Ry - µm) (média±desvio padrão) dos dentifrícios (G1- lose-Up Whitening
®
;
G2- Sorriso Branqueador
®
; G3 – Sensodyne Branqueador
®
). Valores estatísticamente
não significantes entre os grupos (p>0,05 – ANOVA).
51
Os dados iniciais e finais dos três parâmetros de rugosidade (Ra, Rt
e Ry) foram submetidos ao teste t-Student pareado, que demonstrou haver
diferenças entre os tratamentos aplicados ao esmalte e a interação com o dentifrício
(tabela 1). As figuras 18,19 e 20 ilustram os resultados obtidos.
Tabela 1 - Resultados do teste t-Student para os grupos. S – valores significativos; NS - Valores não
significativos, ao considerar os parâmetros inicial x final.
Dentifrícios Tratamentos
Parâmetros
Ra (p) Rt (p) Ry (p)
Close-Up
Whitening
Clareador + Dentifrício
Clareador + Flúor +Dentifrício
Saliva + Dentifrício
S (0.0242)
NS (0.0583)
NS (0.0643)
S (0.0133)
NS (0.0645)
NS (0.1012)
S (0.0120)
NS (0.0706)
NS (0.0695)
Sorriso
Branqueador
Clareador + Dentifrício
Clareador + Flúor +Dentifrício
Saliva + Dentifrício
S (0.0012)
S (<0.0001)
S (0.0269)
NS (0.5491)
S (<0.0001)
NS (0.0805)
NS (0.5207)
S (0.0004)
NS (0.0572)
Sensodyne
Branqueador
Clareador + Dentifrício
Clareador + Flúor +Dentifrício
Saliva + Dentifrício
NS (0.6071)
NS (0.8967)
NS (0.1457)
NS (0.9061)
NS (0.9340)
NS (0.0612)
NS (0.7376)
NS (0.9104)
NS (0.0873)
Ra
Close-Up Sorriso Sensodyne
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
2.5
Clareador
Clareador + Flúor
Saliva
Dentifrícios
Rugosidade (
µ
m)
Figura 19 - Valores de Rugosidade (Ra - µm) (média±erro padrão) dos dentifrícios (D1 - Close-Up
Whitening
®
; D2- SorrisoBranqueador
®
; D3 – Sensodyne Branqueador
®
).
52
Rt
Close-Up Sorriso Sensodyne
0
10
20
30
Clareador
Clareador + Flúor
Saliva
Dentifrícios
Rugosidade (
µ
m)
Figura 20 - Valores de Rugosidade (Rt - µm) (média±erro padrão) dos dentifrícios (D1 - Close-Up
Whitening
®
; D2- SorrisoBranqueador
®
; D3 – Sensodyne Branqueador
®
).
Ry
Close-Up Sorriso Sensodyne
0
10
20
30
Clareador
Clareador + Flúor
Saliva
Dentifrícios
Rugosidade (
µ
m)
Figura 21 - Valores de Rugosidade (Ry - µm) (média±erro padrão) dos dentifrícios (D1 - Close-Up
Whitening
®
; D2- SorrisoBranqueador
®
; D3 – Sensodyne Branqueador
®
).
53
6 DISCUSSÃO
Na literatura consultada, alguns trabalhos avaliaram a relação entre
o poder abrasivo dos dentifrícios e as alterações produzidas no esmalte (Stookey,
Muhler
12
1968, Kuroiwa
15
1993, Wülknitz
17
1997, Kodaka et al.
19
1999, Joiner et al.
20
2002, Hooper et al.
7
2003, Kielbassa et al.
11
2005, Tachibana et al.
25
2006); nos
materiais restauradores (Whitehead et al.
16
1996); as alterações no esmalte após a
aplicação de agentes clareadores (Bitter
28
1992, Ernest et al.
29
1996, McCracken,
Haywoot
30
1996, Attin et al.
31
1997, Gultz et al.
32
1999, Novais, Toledo
33
2000,
Basting et al.
34
2001, Rodrigues et al.
35
2001) e as características dos dentifrícios
(Manly et al.
13
1974, Harte, Manly
14
1976, Andrade Junior et al.
18
1998, Siqueira et
al.
24
2006). Contudo, o efeito da aplicação de agentes clareadores seguido de
escovação com dentifrícios abrasivos (Menezes et al.
36
2003, Worschech et al.
37
2003, Worschech et al.
9
2006) foi pouco avaliado.
O método pelo qual o dentifrício é fabricado pode ter um
significante impacto na efetividade do produto (Ellwood, Fejerskov
48
2005), assim,
neste trabalho buscou-se relacionar as características físico-químicas de três
dentifrícios com o seu potencial abrasivo, analisando se existem fatores ou
componentes influenciando a abrasividade, pois os artigos consultados não
forneceram essas informações. Com o objetivo de estudar os dentifrícios foram
utilizados os parâmetros físico-químicos, que são operações técnicas que consistem
em determinar uma ou mais características de um produto, processo ou serviço, de
acordo com um procedimento especificado (Brasil
3
, 2007).
O teste de perda por dessecação apresentou valores
estatisticamente significantes entre os grupos, com os resultados ficando próximos
aos relatados anteriormente por Andrade Junior et al.
18
(1998). Mesmo com essa
variação no teor de sólidos, não foi possível estabelecer uma ligação entre a
quantidade de abrasivo na formulação e o grau de abrasividade dos cremes
utilizados, visto que o dentifrício Sorriso Branqueador
®
apresentou o menor valor de
perda por dessecação, porém, foi o único que alterou o parâmetro de rugosidade
média (Ra) do esmalte na condição experimental escovação com dentifrício. Ao se
avaliar os resultados dos testes de teor de cinzas e resíduo sólido, que indicariam a
quantidade de partículas, ou substâncias abrasivas na composição do dentifrício, o
54
resultado demonstrou que o dentifrício Sorriso Branqueador
®
foi o que apresentou os
maiores valores. Desta forma, ao se constatar que esse dentifrício aplicado sozinho
sobre a superfície de esmalte consegue alterar o parâmetro de rugosidade média
(Ra), pode-se deduzir que os parâmetros teor de cinzas e resíduo sólido possuem
relação com o potencial abrasivo do dentifrício, pois valores maiores determinaram
alterações na rugosidade.
Em relação ao teste de pH, ocorreu diferença estatística
significativa entre os grupos, porém para os três dentifrícios o pH esteve acima de 7
(neutro). Na literatura é relatado que pH alcalino tem uma tendência a ser menos
abrasivo (Andrade Junior et al.
18
, 1998), enquanto que dentifrícios com pH mais
baixo apresentam maior abrasividade. Neste estudo não foi encontrado pH abaixo
do neutro e mesmo com pH básico, o dentifrício Sorriso Branqueador
®
demonstrou
potencial para abrasionar a superfície de esmalte. Este fato sugere que o pH pode
ser importante na abrasão do esmalte em valores abaixo de 7, como já relatado no
trabalho de Andrade Junior et al.
18
(1998), contudo não se constitui no único fator a
ser considerado. O grupo Close-Up Whitening
®
apresentou o pH mais próximo de 7,
e mostrou efeito abrasivo potencializado pela aplicação prévia de agente clareador,
resultado que pode levar a uma interpretação de que o pH tenha efeito combinado
erosivo e abrasivo, como já relatado também por Andrade Junior et al.
18
(1998).
O teste microbiológico empregado neste estudo é utilizado
rotineiramente no controle de cosméticos. Como era esperado, nenhum dentifrício
apresentou contaminação microbiológica em sua composição, fato este importante
de ser mencionado, pois leva a uma valorização do controle de qualidade
empregado pelos fabricantes.
O teste de EDX demonstrou a predominância dos íons
mencionados pelos fabricantes na fabricação dos dentifrícios, dado que foi
confirmado pelo estudo de Siqueira et al.
24
(2006), que também analisou em EDX
alguns dentifrícios. A análise em MEV das cinzas dos dentifrícios Close-Up
Whitening
®
e Sensodyne Branqueador
®
demonstrou um aglomerado de partículas,
de limites irregulares, pontiagudos e muitas vezes sem forma definida, o que vem de
encontro aos achados de Siqueira et al.
24
(2006). O dentifrício Sorriso Branqueador
®
apresentou partículas aglomeradas, arredondadas e com forma esférica, dado
verificado no estudo de Siqueira et al.
24
(2006), que também evidenciou a presença
55
de partículas maiores para esse dentifrício. Desta forma, verifica-se que o tamanho
das partículas também influencia na abrasividade dos dentifrícios.
Nesta pesquisa utilizou-se o parâmetro Ra, que limita-se à leitura
horizontal (Leitão, Hegdhal
46
1981, Whitehead et al.
47
1996), assim, superfícies
diferentes podem apresentar o mesmo valor de rugosidade, sendo um método
questionável. Porém, como este parâmetro é utilizado rotineiramente (Kuroiwa
15
1993, Kodaka et al.
19
1999, Joiner et al.
20
2002, Hooper et al.
7
2003, Menezes et al.
36
2003, Worschech et al.
37
2003, Kielbassa et al.
11
2005, Worschech et al.
9
2006) ele
foi escolhido de modo a facilitar uma comparação com os estudos anteriores. Por
isso, optou-se nesta pesquisa a utilizar também os parâmetros de rugosidade total
(Rt), como também, o parâmetro Ry, que são parâmetros que referenciam a
disposição de picos e vales na superfície da amostra de modo a observar se as
alterações no esmalte ocorreriam nos três parâmetros, sendo assim mais confiáveis,
pois para alguns autores (Leitão, Hegdhal
46
1981, Whitehead et al.
47
1996) é muito
importante se escolher parâmetros adequados para a medida da rugosidade
superficial.
Neste estudo, o Sorriso Branqueador foi o único a possuir
carbonato de cálcio em sua composição. No trabalho de Andrade Junior et al.
18
(1998) foi verificado que os dentifrícios com esta composição apresentaram menor
abrasividade. Porém, neste estudo, o dentifrício Sorriso Branqueador
®
não
demonstrou esta propriedade. No presente estudo os dentifrícios Close-Up
Whitening
®
e Sensodyne Branqueador
®
possuem sílica em sua composição, e este
componente não se mostrou como fator específico de abrasão, discordando de
Redmalm
45
(1986) que comprovou que diferentes tipos de sílica apresentavam
grande propriedade abrasiva Somente no grupo Close-Up Whitening
®
, as alterações
na rugosidade do esmalte foram potencializadas pela aplicação prévia de agente
clareador.
A aplicação do agente clareador sobre a estrutura do esmalte por si
só é fator de alteração nas características de superfície, como relatado pelos
trabalhos de Bitter
28
(1992), McCracken e Haywood
30
(1996), Novais e Toledo
33
(2000), Basting et al.
34
(2001). O trabalho de Gultz et al.
32
(1999) demonstrou que
não há alteração do esmalte após a aplicação de agente clareador, e isto ocorre
apenas quando esta aplicação é precedida de condicionamento com ácido fosfórico.
A pesquisa de Rodrigues et al.
35
(2001), demonstrou que diferentes agentes
56
clareadores com a mesma concentração de peróxido de carbamida possuem
diferentes efeitos no esmalte. Desta forma, ao considerar que a concentração do gel
clareador ainda é um ponto a ser discutido, optou-se neste trabalho pelo uso de
apenas uma concentração de peróxido de carbamida (16%), pois na literatura não
haviam trabalhos com esta concentração.
Como foi colocado no experimento apenas um agente clareador, as
diferentes marcas de dentifrícios abrasivos aplicados após o clareamento, foi o fator
diferencial deste estudo, uma vez que os trabalhos de Kuroiwa et al.
15
(1993),
Whitehead et al.
16
(1996), Wülknitz
17
(1997), Kodaka et al.
19
(1999), Joiner et al.
20
(2002), Hooper et al.
7
(2003), Menezes et al.
6
(2004), Moore e Ady
8
(2005),
demonstraram que os dentifrícios abrasivos por eles mesmos podem promover
alterações tanto no esmalte como na dentina.
Neste estudo, para o grupo Close-Up Whitening
®
a interação entre
as variáveis uso de agente clareador e escovação, potencializou o efeito abrasivo,
alterando todos os parâmetros de rugosidade estudados. Entretanto, após a
aplicação por um minuto de flúor tópico, esses valores não sofreram alteração,
indicando um poder protetor do flúor frente à abrasão. Este fato já foi demonstrado
nos trabalhos de Vieira et al.
21
(2005), Vieira et al.
26
(2006), Magalhães et al.
27
(2007). Esses autores explicaram que o flúor teria o poder de formar uma película
protetora sobre a superfície do esmalte.
A razão para a escolha dos cremes dentais, difere entre
consumidores leigos e dentistas. Embora os profissionais da saúde acreditem que
seus pacientes deveriam usar os dentifrícios para alcançar os benefícios de boca
saudável, essa não é a razão pela qual a maioria dos consumidores os usa. Em
todas as idades, a motivação mais poderosa para limpar os dentes tem sido os
benefícios cosméticos relacionados à limpeza, remoção de manchas, brancura dos
dentes e proteção contra mau-hálito (Ellwood, Fejerskov
48
2005). Com base nessa
realidade, freqüente apelo comercial para o consumo de produtos com ação
clareadora e sua ampla disponibilidade, neste trabalho, buscou-se conhecer três
dentifrícios com essas características para verificar a ação deles sobre o esmalte
dental. Ressalta-se ainda, que novos produtos são lançados freqüentemente no
mercado antes de relevantes pesquisas serem publicadas, os cirurgiões-dentistas
ficam confusos com as composições, propriedades e desempenho clínico. Em
concordância com Ellwood, Fejerskov
48
(2005), o entendimento apropriado da
57
composição e das propriedades dos dentifrícios é fundamental para a correta
indicação dos diferentes produtos comercializados. A real necessidade dos
pacientes deve ser atendida, proporcionando o melhor benefício sem quaisquer
prejuízos aos tecidos bucais.
58
7 CONCLUSÃO
Com a metodologia empregada no estudo, é lícito concluir que:
1. Existem diferenças nas propriedades físico-químicas dos
dentifrícios testados (resíduo sólido, teor de cinzas e pH) levando a potencial
abrasivo distinto e possivelmente a funções terapêuticas diferentes; e não houve
contaminação microbiana em nenhum dentifrício analisado, demonstrando um bom
controle de qualidade na fabricação dos mesmos.
2. Existem diferenças na morfologia e composição dos agentes
abrasivos dos dentifrícios estudados, levando a potencial abrasivo distinto.
3. O parâmetro de rugosidade média foi alterado apenas para o uso
do dentifrício Sorriso Branqueador
®
sobre o esmalte dental; O uso de agente
clareador previamente à escovação com dentifrício abrasivo foi fator que determinou
alteração nos três parâmetros de rugosidade para o grupo Close-Up Whitening
®
;
4. O uso de flúor tópico por um minuto após a exposição a agentes
clareadores foi efetivo para evitar alteração nos parâmetros de rugosidade no grupo
Close-Up Whitening
®
.
5. O dentifrício Sensodyne Branqueador
®
foi o único que não
alterou nenhum parâmetro de rugosidade estudado.
59
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207-209.
64
APÊNDICE A
Resultados para o teste de perda por dessecação
65
66
APÊNDICE B
Resultados para o teste de teor de cinzas
67
68
APÊNDICE C
Resultados para o teste de pH
69
70
APÊNDICE D
Resultados para o teste de rugosidade inicial e final, para G1.
71
72
APÊNDICE E
Resultados para o teste de rugosidade inicial e final, para G2.
73
74
APÊNDICE F
Resultados para o teste de rugosidade inicial e final, para G3.
75
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