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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA – MESTRADO
ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: DENTÍSTICA RESTAURADORA
ANA PAULA GEBERT DE OLIVEIRA FRANCO
ANÁLISE NÃO-LINEAR DO MECANISMO DE CIMENTAÇÃO DE PINOS INTRA-
RADICULARES UTILIZANDO O MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS
PONTA GROSSA
2008
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ANA PAULA GEBERT DE OLIVEIRA FRANCO
ANÁLISE NÃO-LINEAR DO MECANISMO DE CIMENTAÇÃO DE PINOS INTRA-
RADICULARES UTILIZANDO O MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS
Dissertação apresentada como pré-requisito para
obtenção do título de mestre na Universidade
Estadual de Ponta Grossa, no Curso de Mestrado
em Odontologia – Área de Concentração em
Dentística Restauradora.
Orientadora: Profª. Drª. Osnara Maria Mongruel
Gomes.
Co-orientadora: Profª. Drª. Mildred Ballin Hecke.
PONTA GROSSA
2008
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Ficha Catalográfica Elaborada pelo Setor de Processos Técnicos BICEN/UEPG
Franco, Ana Paula Gebert de Oliveira
F825a Análise não-linear do mecanismo de cimentação de pinos
intra-radiculares utilizando o método dos elementos finitos. / Ana
Paula Gebert de Oliveira Franco. Ponta Grossa, 2008.
160 f.
Dissertação ( Mestrado em Odontologia - área de concentração
em Dentística Restauradora ) - Universidade Estadual de Ponta
Grossa.
Orientadora: Profa. Dra. Osnara Maria Mongruel Gomes
Co-orientadora : Profa. Dra. Mildred Ballin Hecke
1. Cimentos dentários. 2. Cimentos de resina. 3. Pinos
dentários. 4. Pinos de retenção dentária. 5. Análise de elemento
finito.
CDD: 617.675
DADOS CURRICULARES
Ana Paula Gebert de Oliveira Franco
NASCIMENTO 17.10.1977 Curitiba – Paraná
FILIAÇÃO Kleyde de Oliveira Gebert
Gerson Gebert
1995 2000 Curso de Graduação
Universidade Tuiuti do Paraná
(UTP). Curitiba – Paraná.
2000 Curso de Aperfeiçoamento em
Prótese Fixa e Oclusão
Associação Brasileira de Odontologia
Regional São José dos Pinhais –
Paraná.
2002 Curso de Aperfeiçoamento em
Dentística Restauradora, Cosmética
e Estética - Associação Brasileira de
Odontologia Regional São José dos
Pinhais – Paraná.
2003 - 2007 Membro do Grupo de Pesquisa de
Bioengenharia do Centro de Estudos
de Engenharia Civil da Universidade
Federal do Paraná (UFPR).
Curso de Pós-Graduação em
Odontologia. Área de Concentração –
Dentística Restauradora, Nível
Mestrado, Universidade Estadual de
Ponta Grossa (UEPG).
ANA PAULA GEBERT DE OLIVEIRA FRANCO
ANÁLISE NÃO-LINEAR DO MECANISMO DE CIMENTAÇÃO DE PINOS
INTRA-RADICULARES UTILIZANDO O MÉTODO DOS ELEMENTOS
FINITOS
Dissertação apresentada como pré-requisito para obtenção do título de mestre na
Universidade Estadual de Ponta Grossa, no Curso de Mestrado em Odontologia –
Área de Concentração em Dentística Restauradora
.
Ponta Grossa, 26 de fevereiro de 2008.
______________________________________________
Profa. Dra. Osnara Maria Mongruel Gomes – Orientadora
Universidade Estadual de Ponta Grossa - UEPG
______________________________________________
Prof. Dr. João Carlos Gomes
Universidade Estadual de Ponta Grossa - UEPG
______________________________________________
Prof. Dr. Roberto Dalledone Machado
Universidade Federal do Paraná – UFPR
Dedico este Trabalho
...À minha família,
Ao meu esposo José Gustavo,
Aos meus irmãos Andréa, Adriana e Fabiano
pelo apoio, incentivo, amor e carinho durante o meu curso de pós-
graduação entendendo minha ausência pela dedicação a este trabalho.
À minha mãe
Kleyde
por seu exemplo de coragem, companheirismo, dedicação e amor.
Ao meu pai
Gerson
por seu exemplo de vida, apoio e carinho.
À
Elenir, Ezenir, Erlene e Carmem
pelo apoio, suporte e carinho.
Agradecimentos Especiais
À Deus pela vida, pelo caminho de oportunidades que tem me
possibilitado.
À minha Orientadora Profª. Drª. Osnara Maria Mongruel
Gomes, por sua compreensão, paciência, por repartir seu relevante
conhecimento e acima de tudo pela amizade.
À minha Co-Orientadora Profª. Drª. Mildred Ballin Hecke por ter
proporcionado excelentes oportunidades, por acreditar em meu potencial, por sua
qualidade multidisciplinar, carinho, amizade e dedicação.
Ao
Prof. Dr. João Carlos Gomes por acreditar e lutar na
comunidade científica, por sua dedicação ao Curso de Pós-Graduação em
Odontologia e por abrir as portas do Mestrado para mim.
À vocês devo dizer muito obrigado!
Agradecimentos
À Universidade Estadual de Ponta Grossa – UEPG, nas pessoas de seu
Reitor Prof. Dr. João Carlos Gomes e Vice-Reitor Prof. Dr. Luciano Santana Vargas
pela oportunidade a mim outorgada.
À Coordenação do Aperfeiçoamento do Pessoal de Nível Superior (CAPES),
pela concessão de bolsa de estudos.
À coordenação do Curso de Pós-Graduação em Odontologia Profª. Drª.
Osnara Maria Mongruel Gomes por sua competência, dedicação e amizade.
Aos Professores do Curso de Pós-Graduação em Odontologia – UEPG, pela
clareza de idéias, pela politização, pelos conhecimentos compartilhados e amizade.
Ao Prof. Dr. Gilson Blitzcow Sydnei pelo apoio, pela dedicação e amizade.
Ao Prof. Fábio André dos Santos pelos ensinamentos estatísticos, por sua
experiência, competência e amizade.
À Morgana das Graças Procz dos Santos por sua dedicação, competência e
amizade.
À empresa Angelus por possibilitar o desenvolvimento deste trabalho por
meio da doação de materiais utilizados na parte experimental da dissertação.
Ao CEPOBRAS pela doação de dentes que possibilitou a realização dos
experimentos mecânicos e computacionais.
Ao laboratório de Engenharia dos Materiais (UEPG) pela possibilidade de
realização de ensaios mecânicos.
Ao laboratório Lactec da UFPR e ao Prof. Dr. Sérgio Hencke pela
oportunidade de realização de alguns ensaios mecânicos.
Ao CESEC – UFPR pelo apoio computacional e de pessoal qualificado.
Aos amigos e companheiros do Grupo de Pesquisa de Bioengenharia da
Universidade Federal do Paraná Felipe Hecka, Diogo Henrique de Bem e Roberta
Novaes por seu importante auxílio no desenvolvimento computacional desta
dissertação.
Aos técnicos de Laboratório Milton e Douglas (UEPG) e Sérgio (Lactec -
UFPR) pelo apoio fundamental na parte experimental deste trabalho.
Aos todos os meus amigos e companheiros de mestrado que compartilharam
de momentos difíceis e alegres, pelo apoio, cooperação, convívio e amizade.
À Eloísa de Paula Godoy pelo suporte emocional, por compartilhar seu dia-a-
dia comigo e pela amizade.
Ao amigo Eugênio José García por sua criatividade, inteligência, bom humor e
amizade.
À Gislaine Martins pela especial amizade durante esse período.
... À todos que direta ou indiretamente contribuíram para o desenvolvimento deste
trabalho.
RESUMO
ANÁLISE NÃO-LINEAR DO MECANISMO DE CIMENTAÇÃO DE PINOS INTRA-
RADICULARES UTILIZANDO O MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS
O objetivo é analisar de forma não-linear o mecanismo de cimentação de
pinos intra-radiculares considerando a existência das fendas nas interfaces dentina-
cimento-pino analisando a correspondência do ensaio mecânico e modelo
computacional. Foram selecionados 15 pré-molares inferiores, para receber pinos
intra-radiculares Exacto (Angelus®/Londrina - Brasil) fixados com cimento resinoso
autopolimerizável Cement-Post (Angelus®/Londrina - Brasil). Os dentes foram
termociclados, radiografados e cortados obtendo-se discos cervicais, médios e
apicais das raízes. Esses discos foram tratados e moldados com silicone de adição
e obtidas réplicas de resina epoxi antes e após o ensaio de compressão (220 N-0,2
mm/min). As réplicas foram analisadas em MEV para observar a formação de fendas
nas interfaces nas faces superiores dos espécimes, as quais foram medidas no
programa Image Tool. Para análise estatística da comparação entre as medidas de
fendas (μm) na interface foi utilizado o teste Wilcoxon que demonstrou que houve
diferenças estatísticas entre os grupos (p < 0,0001). Na comparação entre as
medidas de fendas da mesma interface dos discos cervical, médio e apical antes e
depois do ensaio de compressão, não houve diferenças significantes
estatisticamente (p = 0,4304) e (p = 0,7766), respectivamente. Na interface cimento-
pino observou-se ausência de fendas na maior parte dos espécimes. Os discos de
dentina foram fotografados e a partir de suas imagens obtidos modelos tri-
dimensionais analisados simulando-se o ensaio de compressão por meio do Método
dos Elementos Finitos, considerando material elástico-linear com valores de módulo
de elasticidade e Coeficiente de Poisson e, obtidos de ensaios mecânicos de
resistência à tração, compressão e flexão realizados no pino e/ou no cimento.
Observou-se o efeito Poisson e que houve uma concentração leve de tensões nas
interfaces dentina-cimento e cimento-pino promovidas pela forma de aplicação da
força, geometria e propriedades dos materiais. Na avaliação da correspondência do
ensaio mecânico com o modelo computacional, encontrou-se uma diferença devido
à consideração de adesão perfeita no modelo computacional dos discos cervicais e
médios, o que não ocorre clinicamente, visto que houve formação de fendas em
algumas regiões radiculares dos discos de dentina. Os discos apicais foram
modelados de maneira não-linear, considerando-se uma superfície de contato entre
as faces.
Palavras-chave: Cimentos dentários. Cimentos de resina. Pinos dentários. Pinos de
retenção dentária. Análise de elemento finito.
.
ABSTRACT
NO-LINEAR ANALYSIS OF CEMENTATION MECHANISM IN ROOT POSTS USING
THE FINITES ELEMENTS METHOD
The aim is to analyze a non-linear mechanism of the cementation of root posts
considering the existence of gaps in cement-dentin and cement-post interfaces
analyzing the correlation of mechanical test and computational model. Were selected
15 mandibular pre-molars, to receive root posts Exacto (Angelus®/Londrina - Brazil)
fixed with chemical resin cement Cement-Post (Angelus®/Londrina - Brazil). The
teeth were termocycled, radiographed and cuted themselves getting cervical, middle
and apical discs of roots. These discs were treated and molded with addition of
silicone and epoxy resin replics was obtained before and after the compression test
(220 N-0, 2 mm / min). The replics were analyzed in MEV to observe the formation of
gaps at the interfaces on the upper surfaces of the specimens, which were measured
in the Image Tool program. For statistical analysis of the comparison between the
mensures of gaps (μm) in the interface was used in the Wilcoxon test which showed
that there were statistical differences between groups (p <0.0001). In the comparison
between the mensures of gaps in the same interface of the cervical, middle and
apical discs before and after the compression test, there was no statistically
significant difference (p = 0.4304) and (p = 0.7766), respectively. In cement-post
interface there was no gaps in most specimens. The dentin discs were photographed
and their images obtained from three-dimensional models simulating the
compression test using the Finite Elements Method, considering linear-elastic
material with values of module of elasticity and Poisson's coefficient, and obtained in
the mechanical test of the traction, compression and bending resistance in the post
and/or the cement. There was the Poisson's effect and a low stress concentration in
dentin-cement and cement-post interfaces promoted by the force application,
geometry and materials properties. In assessing the match of the mechanical test
with the computational model, met a difference because of the consideration of
perfect adhesion in computational model of the cervical and middle discs, which does
not occur clinically, as there was formation of gaps in some root regions of the dentin
discs. The apical discs were modeled like non-linear and it was considered an area
of contact between the faces.
Keywords: Dental cements. Resin cements. Dental posts. Dental retention posts.
Finite Element analysis.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 - Pino Exacto .......................................................................................... 88
Figura 2 - Agente Silano....................................................................................... 89
Figura 3 - Sistema Adesivo Multilink®................................................................... 89
Figura 4 - Cimento Resinoso Químico Cement-Post............................................ 89
Figura 5 - Máquina de Termociclagem ................................................................ 90
Figura 6 - Máquina de Corte Isomet (Buehler)...................................................... 91
Figura 7 - Esquema do Corte dos Discos............................................................. 92
Figura 8 - Dente Cortado....................................................................................... 92
Figura 9 - Discos de Dentina (Cervical-C, Médio- M e Apical-A).......................... 92
Figura 10 - Moldagem do Disco.............................................................................. 93
Figura 11 - Molde do Disco..................................................................................... 93
Figura 12 - Réplicas do Disco................................................................................. 93
Figura 13 - Disco de Dentina Posicionado para o Ensaio de Compressão............ 94
Figura 14 - Máquina de Metalização....................................................................... 94
Figura 15 - Réplicas Metalizadas............................................................................ 95
Figura 16 - Microscópio Eletrônico de Varredura (MEV)......................................... 95
Figura 17 - Máquina de Ensaios Universal AG-I Shimadzu Autograph com
Célula de Carga de 10 KN………………………………………………… 96
Figura 18 - Mensuração do Comprimento dos Pinos com Paquímetro............... 97
Figura 19 - Mensuração do Diâmetro dos Pinos com Paquímetro...................... 97
Figura 20 - Corpo-de-prova posicionado para o Ensaio de Resistência
Flexural................................................................................................. 97
Figura 21 - Vio Aproximada do Dispositivo para o Teste de Resistência
Flexural dos Pinos............................................................................... 97
Figura 22 - Matriz de Nylon Cilíndrica para o Ensaio de Compressão do Cimento
Resinoso............................................................................................... 98
Figura 23 - Sobreposição de Placas de Vidro após Isolamento da Matriz e o
Preenchimento da Matriz com Cimento Resinoso……...…………….. 98
Figura 24 - Obtenção dos Corpos-de-prova Cilíndricos de Cimento Resinoso...... 98
Figura 25 - Máquina de Ensaios Universal AG-I Shimadzu Autograph…………… 98
Figura 26 - quina de Ensaios Universal Instron................................................ 100
Figura 27 - Corpo-de-prova do Cimento Resinoso................................................. 100
Figura 28 - Corpo-de-prova posicionado para o Ensaio de Tração do Cimento
Resinoso......................................................................................... 100
Figura 29 - Ruptura do Corpo-de-prova submetido à Tração........................... 101
Figura 30 - Matriz Metálica Bipartida para Confecção do Corpo-de-prova......... 102
Figura 31 - Matriz Preenchida com Cimento Resinoso e Coberta com Lâmina
de Vidro.......................................................................................... 102
Figura 32 - Corpo-de-prova de Cimento Resinoso............................................. 102
Figura 33 - Corpo-de-prova posicionado para Ensaio de Resistência Flexural...... 102
Figura 34 - Fotografia das Porções Superiores dos Discos de Dentina................. 105
Figura 35 - Fotomicrografia (20X) da Porção Superior do Disco de Dentina
Cervical................................................................................................. 105
Figura 36 - Fotomicrografia (20X) da Porção Superior do Disco de Dentina
Médio.................................................................................................... 105
Figura 37 - Fotomicrografia (20X) da Porção Superior do Disco de Dentina
Apical.................................................................................................... 105
Figura 38 - Modelos Planos sendo Confeccionados sobre as Imagens
Fotográficas dos Discos de Dentina no Programa Auto-CAD 2007..... 106
Figura 39 - Modelos Planos Confeccionados no Programa Auto-CAD 2007......... 106
Figura 40 Modelo SólidoTri-dimensional do Disco Cervical e seus
componentes ....................................................................................... 106
Figura 41 Modelo Sólido Tri-dimensional do Disco Médio e seus componentes . 107
Figura 42 - Modelo Sólido Tri-dimensional do Disco Apical e seus componentes . 107
Figura 43 Malha do Disco Cervical com 50.526 Elementos Hexaédricos Tri-
dimensionais, Lineares de 8 Nós.......................................................... 107
Figura 44 Malha do Disco Médio com 48.832 Elementos Hexaédricos Tri-
dimensionais, Lineares de 8 Nós.......................................................... 108
Figura 45 Malha do Disco Apical com 31.800 Elementos Hexaédricos Tri-
dimensionais, Lineares de 8 Nós.......................................................... 108
Figura 46 - Ausência de Fenda............................................................................... 113
Figura 47 - Presença de Fenda............................................................................... 113
Figura 48 - Fotomicrografia (1000X) demonstrando Ausência de Fenda antes
do Ensaio de Compressão.................................................................... 114
Figura 49 - Fotomicrografia (1000X) representando Abertura de Fenda após o
Ensaio de Compressão......................................................................... 114
Figura 50 - Fotomicrografia (1000X) demonstrando Ausência de Fenda antes do
Ensaio de Compressão......................................................................... 114
Figura 51 - Fotomicrografia (1000X) representando Não Abertura de Fenda após
o Ensaio de Compressão...................................................................... 114
Figura 52 - Fotomicrografia (800X) demonstrando a Presença de Fenda antes
do Ensaio de Compressão.................................................................... 114
Figura 53 - Fotomicrografia (800X) demonstrando a Abertura da Fenda Pré-
existente após o Ensaio de Compressão............................................. 114
Figura 54 - Presença de Fenda na Interface Cimento-Pino.................................... 115
Figura 55 - Presença de Fenda na Interface Cimento-Pino.................................... 116
Figura 56 - Ausência de Fenda na Interface Cimento-Pino.................................... 116
Figura 57 - Ausência de Fenda na Interface Cimento-Pino.................................... 116
Figura 58 - Fotomicrografia (20X) do Dente 8 da Porção Superior do Disco
Cervical antes do Ensaio de Compressão............................................ 119
Figura 59 - Fotomicrografia (20X) do Dente 8 da Porção Superior do Disco
Cervical após o Ensaio de Compressão..............................................
119
Figura 60 - Fotomicrografia (1000X) da face lingual do dente 8 (disco cervical)
antes do ensaio de compressão.......................................................... 119
Figura 61 - Fotomicrografia (1000X) da Face Lingual do Dente 8 (disco cervical)
após o Ensaio de Compressão......................................................... 119
Figura 62 - Fotomicrografia (1000X) da Face Mesial do Dente 8 (disco cervical)
antes do Ensaio de Compressão......................................................... 120
Figura 63 - Fotomicrografia (1000X) da Face Mesial do Dente 8 (disco cervical)
após o Ensaio de Compressão............................................................ 120
Figura 64 - Fotomicrografia (1000X) da Face Vestibular do Dente 8 (disco
cervical) antes do Ensaio de Compressão.......................................... 120
Figura 65 - Fotomicrografia (1000X) da Face Vestibular do Dente 8 (disco
cervical) após o Ensaio de Compressão.............................................. 120
Figura 66 - Fotomicrografia (1000X) da Face Distal do Dente 8 (disco cervical
antes do Ensaio de Compressão ........................................................ 120
Figura 67 - Fotomicrografia (1000X) da Face Distal do Dente 8 (disco cervical)
após o Ensaio de Compressão........................................................... 120
Figura 68 - Fotomicrografia (45X) do dente 8 (disco cervical) após o Ensaio de
Compressão......................................................................................... 121
Figura 69 - Fotomicrografia (20X) do Disco Médio do Dente 8 antes do Ensaio
de Compressão..................................................................................... 121
Figura 70 - Fotomicrografia (20X) do Disco Médio do Dente 8 após o Ensaio de
Compressão.......................................................................................... 121
Figura 71 - Fotomicrografia (1000X) da Face Lingual do Dente 8 (disco médio)
antes do Ensaio de Compressão......................................................... 121
Figura 72 - Fotomicrografia (1000X) da Face Lingual do Dente 8 (disco médio)
após o Ensaio de Compressão............................................................ 121
Figura 73 - Fotomicrografia (1000X) da Face Mesial do Dente 8 (disco médio)
antes do Ensaio de Compressão......................................................... 122
Figura 74 - Fotomicrografia (1000X) da Face Mesial do Dente 8 (disco médio)
após do Ensaio de Compressão......................................................... 122
Figura 75 - Fotomicrografia (1000X) da Face Vestibular (disco médio) do Dente
8 antes do Ensaio de Compressão...................................................... 122
Figura 76 - Fotomicrografia (1000X) da Face Vestibular (disco médio) do Dente
8 após o Ensaio de Compressão......................................................... 122
Figura 77 - Fotomicrografia (1000X) da Face Distal (disco médio) do Dente 8
antes o Ensaio de Compressão........................................................... 122
Figura 78 - Fotomicrografia (1000X) da Face Distal (disco médio) do Dente 8
após o Ensaio de Compressão............................................................ 122
Figura 79 - Fotomicrografia (45X) do Disco Médio do Dente 8 após o Ensaio de
Compressão......................................................................................... 123
Figura 80 - Fotomicrografia (20X) do Disco Apical do Dente 8 antes do Ensaio
de Compressão....................................................................................
123
Figura 81 - Fotomicrografia (20X) do Disco Apical do Dente 8 após o Ensaio de
Compressão.........................................................................................
123
Figura 82 - Fotomicrografia (1000X) da Face Lingual (disco apical) do Dente 8
antes do Ensaio de Compressão.........................................................
124
Figura 83 - Fotomicrografia (1000X) da Face Lingual (disco apical) do Dente 8
após o Ensaio de Compressão............................................................
124
Figura 84 - Fotomicrografia (1000X) da Face Mesial (disco apical) do Dente 8
antes do Ensaio de Compressão.........................................................
124
Figura 85 - Fotomicrografia (1000X) da Face Mesial (disco apical) do Dente 8
após o Ensaio de Compressão............................................................
124
Figura 86 - Fotomicrografia (1000X) da Face Vestibular (disco apical) do Dente
8 antes do Ensaio de Compressão.....................................................
124
Figura 87 - Fotomicrografia (1000X) da Face Vestibular (disco apical) do Dente
8 após o Ensaio de Compressão.........................................................
124
Figura 88 - Fotomicrografia (1000X) da Face Distal (disco apical) do Dente 8
antes do Ensaio de Compressão.........................................................
125
Figura 89 - Fotomicrografia (1000X) da Face Distal (disco apical) do Dente 8
após o Ensaio de Compressão............................................................
125
Figura 90 - Fotomicrografia (45X) do Disco Apical do Dente 8 após o Ensaio de
Compressão.........................................................................................
125
Figura 91 - Direções dos eixos X, Y e Z do Disco Cervical no Programa de
Simulações Numéricas.........................................................................
126
Figura 92 - Deformações do Modelo do Disco Cervical........................................ 127
Figura 93 - Resultado das Tensões no Eixo X do Disco Cervical......................... 127
Figura 94 - Resultado da Tensões no Eixo Y do Disco Cervical............................. 128
Figura 95 - Resultado das Tensões no Eixo Z do Disco Cervical.......................... 128
Figura 96 - Resultado das Primeiras Tensões Principais (1st stress) do Disco
Cervical.................................................................................................
129
Figura 97 - Resultado das Primeiras Tensões Principais (1st stress) no Cimento
do Disco Cervical.................................................................................
129
Figura 98 - Resultado das Segundas Tensões Principais (2nd stress) do Disco
Cervical................................................................................................
130
Figura 99 - Resultado das Segundas Tensões Principais (2nd stress) no
Cimento do Disco Cervical...................................................................
130
Figura 100 - Resultado das Terceiras Tensões Principais (3rd stress) do Disco
Cervical ...........................................................................................................
131
Figura 101 - Resultado das Terceiras Tensões Principais (3rd stress) no Cimento
do Disco Cervical .................................................................................
131
Figura 102 - Deformações do Disco Médio .............................................................. 132
Figura 103 - Resultado das Primeiras Tensões Principais (1st stress) do Disco
Médio....................................................................................................
132
Figura 104 - Resultado das Primeiras Tensões Principais (1st stress) no Cimento
do Disco Médio....................................................................................
133
Figura 105 - Resultado das Segundas Tensões Principais (2nd stress) do Disco
Médio....................................................................................................
133
Figura 106 - Resultado das Segundas Tensões Principais (2nd stress) no
Cimento do Disco Médio.......................................................................
134
Figura 107 - Resultado das Terceiras Tensões Principais (3rd stress)do Disco
Médio....................................................................................................
134
Figura 108 - Resultado das Terceiras Tensões Principais (3rd stress) no Cimento
do Disco Médio.....................................................................................
135
Figura 109 - Deformações do Disco Apical.............................................................. 135
Figura 110 - Resultado das Primeiras Tensões Principais (1st stress) do Disco
Apical....................................................................................................
136
Figura 111 - Resultado das Segundas Tensões Principais (2nd stress) do Disco
Apical....................................................................................................
136
Figura 112 - Resultado das Terceiras Tensões Principais (3rd stress) do Disco
Apical....................................................................................................
137
Gráfico 1 -
Percentual (%) da Presença ou Ausência de Fenda Previamente ao
Ensaio Mecânico de Compressão dos Discos nas Faces Mesial,
Distal, Vestibular e Lingual das Regiões Radiculares Cervical, Média
e Apical.................................................................................................
112
Gráfico 2 -
Percentual (%) da Presença ou Ausência de Abertura de Fenda na
Interface Dentina-cimento depois do Ensaio Mecânico de
Compressão dos Discos Cervical, Médio e Apical nas Faces Mesial,
Distal, Vestibular e Lingual...................................................................
113
Gráfico 3 - Resultados do Percentual (%) da Presença ou Ausência de Fenda
na Interface Cimento-Pino para as Regiões Cervical, Média e Apical
da Raiz..................................................................................................
115
Gráfico 4 - Média (Erro Padrão) dos Valores de Fenda na Interface Dentina-
cimento antes e depois do Ensaio de Compressão dos Discos de
Dentina (cervical, médio e apical).........................................................
117
Gráfico 5 - Média (Erro Padrão) dos Valores de Fenda na Interface Dentina-
cimento Comparando os Discos Cervical, Médio e Apical antes do
Ensaio de Compressão......................................................................... 117
Gráfico 6 - Média (Erro Padrão) dos Valores de Fenda na Interface Dentina-
cimento Comparando os Discos Cervical, Médio e Apical depois do
Ensaio de Compressão......................................................................... 118
Quadro 1 - Especificações do Fabricante do Pino de Fibra de Vidro Cônico
Exacto (Angelus®)................................................................................ 88
Quadro 2 - Materiais Utilizados, Fabricantes e Composição.................................. 89
Quadro 3 - Valores em μm da Amplitude das Fendas na Interface Dentina-
Cimento para os Discos Cervical, Médio e Apical na Região
Vestibular dos Canais Radiculares.......................................................
152
Quadro 4 - Valores em μm da Amplitude das Fendas na Interface Dentina-
Cimento para os Discos Cervical, Médio e Apical na Região Lingual
dos Canais Radiculares........................................................................
152
Quadro 5 - Valores em μm da Amplitude das Fendas na Interface Dentina-
Cimento para os Discos Cervical, Médio e Apical na Região Mesial
dos Canais Radiculares........................................................................
153
Quadro 6 - Valores em μm da Amplitude das Fendas na Interface Dentina-
Cimento para os Discos Cervical, Médio e Apical na Região Distal
dos Canais Radiculares........................................................................
153
Quadro 7 - Valores de Média, Mediana, Mínimo e Máximo determinados por
meio de Estatística Descritiva das Medidas das Fendas (μm) para os
Grupos Experimentais antes e depois o Ensaio de Compressão dos
Discos de Dentina (cervical, médio e apical)........................................
154
Quadro 8 - Resultados da Presença de Fenda na Interface Cimento-Pino depois
do Ensaio Mecânico em Cada Disco de Dentina (cervical, médio e
apical)...................................................................................................
155
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Módulo de Elasticidade do Pino Exacto (Angelus®).......................... 109
Tabela 2 - Tensão de Ruptura à Compressão do Cimento Resinoso Químico
Cement-Post (Angelus®)....................................................................
109
Tabela 3 - Tensão de Ruptura à Tração do Cimento Resinoso Químico
Cement-Post
(Angelus®)..................................................................................
110
Tabela 4 - Módulo de Elasticidade Flexural do Cimento Resinoso Químico
Cement-Post (Angelus®)...................................................................
110
Tabela 5 - Propriedades dos Materiais Utilizados nas Simulações Numéricas... 111
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ASTM Sociedade Americana para Materiais e Testes
ANSYS Aided engineering technology and engineering design analysis
software
Análise de software de engenharia assistida por tecnologia
computacional e design
BHT Di-terc-butil metil fenol (Butylated hidroxytoluene)
Bis-GMA Bisfenol A glicidil metacrilato (Bisphenol Glycidyl methacrylate)
CAD Desenho analisado por computador (Computer Aided Design)
CP Corpo-de-prova
EDTA Ácido etilenediaminetetraacético (Ethylenediaminetetraacetic acid)
HCl Ácido clorídrico
h Horas
HV Dureza Vickers
ISO Organização Internacional para Padronização (International
Organization for Standartization)
MARC Mechanical Analysis Research Corporation
MEV Microscópio Eletrônico de Varredura
MEF Método de Elementos Finitos
MOD Mésio-ocluso-distal
MSC/Nastran MacNeal-Scwendler Corporation
n Número amostral
NaOCl Hipoclorito de sódio
Nº Número
PVC Poli cloreto de vinila
RFC Compósito reforçado com fibra
TEGDMA Trietilenoglicol dimetacrilato (Triethyleneglycol dimethacrylate)
LISTA DE SÍMBOLOS
ºC Grau Célsius
% Porcentagem
< Menor
Menor ou igual
> Maior
Maior ou igual
X Aumento de lente óptico
# Número
± Mais ou menos
= Igual
& E
P Significância
® Registrado
TM
Marca registrada
cm Centímetro
GPa Gigapascal
Kv quilo volts
Kgf quilograma força
Kp Quilopond
m Metro
mA Miliamper
M Mol
mm Milímetro
mm
2
Milímetro quadrado
mm/min Milímetro por minuto
MPa Megapascal
N Newton
N/mm Newton por milímetro
μm Micrômetro
μm/s Micrômetro por segundo
SUMÁRIO
1
INTRODUÇÃO.............................................................................................. 20
2
REVISÃO DE LITERATURA........................................................................ 23
3
PROPOSIÇÃO.............................................................................................. 86
4
MATERIAL E MÉTODOS............................................................................. 87
4.1 SELEÇÃO DOS DENTES............................................................................. 87
4.2 PREPARO DOS DENTES............................................................................ 87
4.2.1 Tratamento Endodôntico............................................................................... 87
4.2.2 Preparo do Canal Radicular.......................................................................... 88
4.2.3 Cimentação dos Pinos.................................................................................. 89
4.2.4 Termociclagem dos Dentes........................................................................... 90
4.3 RADIOGRAFIA............................................................................................. 91
4.4 PREPARO DAS AMOSTRAS....................................................................... 91
4.4.1 Ensaio Mecânico........................................................................................... 92
4.4.2 Microscopia Eletrônica de Varredura............................................................ 94
4.5 ENSAIOS MECÂNICOS PARA O MODELO NUMÉRICO DE
ELEMENTOS FINITOS................................................................................. 96
4.5.1 Ensaio de Resistência Flexural do Pino em Fibra de Vidro.......................... 96
4.5.2 Ensaio de Compressão do Cimento Resinoso............................................. 97
4.5.3 Ensaio de Tração do Cimento Resinoso...................................................... 99
4.5.4 Ensaio de Resistência Flexural do Cimento Resinoso.................................. 101
4.6 SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL............................................................ 103
4.7 PLANEJAMENTO ESTATÍSTICO DOS TESTES PRELIMINARES............. 108
4.7.1 Ensaio de Resistência Flexural do Pino de Fibra de Vidro........................... 108
4.7.2 Ensaio de Compressão do Cimento Resinoso.............................................. 109
4.7.3 Ensaio de Tração do Cimento Resinoso ...................................................... 109
4.7.4 Ensaio de Resistência Flexural do Cimento Resinoso ................................. 110
4.8 ANÁLISES ESTATÍSTICAS.......................................................................... 111
5
RESULTADOS.............................................................................................. 112
5.1 ENSAIO MECÂNICO DOS DISCOS DE DENTINA...................................... 112
5.1.1 Análise Qualitativa......................................................................................... 112
5.1.1.1
Interface Dentina-Cimento............................................................................ 112
5.1.1.2
Interface Cimento-Pino................................................................................. 115
5.1.2
Análise Quantitativa...................................................................................... 116
5.1.3 Análise dos Discos Obtidos de Dentina do Elemento Dentário selecionado
para Simulação Computacional
119
5.2 SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL................................................................. 126
6
DISCUSSÃO................................................................................................. 139
7
CONCLUSÕES............................................................................................. 144
REFERÊNCIAS....................................................................................................... 145
APÊNDICE A - QUADROS DE DADOS................................................................. 151
ANEXO A - DECLARAÇÃO DE DOAÇÃO DE DENTES DO CENTRO DE
ENSINO E PESQUISA ODONTOLÓGICA DO BRASIL CEPOBRAS
157
ANEXO B - APROVAÇÃO DO PROJETO PELA COMISSÃO DE ÉTICA EM
PESQUISA DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA
COEP – UEPG....................................................................................
159
1 INTRODUÇÃO
Lesões cariosas extensas, amplas restaurações e fraturas dentais podem
levar à necessidade de tratamento endodôntico. Segundo Assif e Gorfil
1
(1994),
dentes tratados endodonticamente se tornam mais frágeis devido à perda de
estrutura após a remoção da lesão cariosa ou da regularização da fratura e da
instrumentação do canal radicular. Além disso, suas estruturas se apresentam
desidratadas devido à falta de irrigação sangüínea que antes era promovida pelo
órgão pulpar. Ainda relataram que a desidratação das estruturas dentais pode tornar
os dentes mais susceptíveis a fraturas.
Por esses motivos, foram desenvolvidos pinos intra-radiculares com o intuito
de reter o material restaurador, seja ele direto ou indireto, e propiciar uma
distribuição de tensões mais homogênea nas estruturas dentárias.
As características ideais que um pino deve possuir são: ser biocompatível, ser
de fácil utilização, preservar dentina radicular, evitar tensões demasiadas à raiz,
promover boa união químico-mecânica, ser resistente à corrosão, ser estético,
possuir boa relação custo-benefício (Duret, Reynaud, Duret
2
, 1990, Baratieri
3
, 2001).
Os pinos estéticos podem ser divididos em: pinos fundidos, ou seja,
confeccionados indiretamente no laboratório protético que podem ser constituídos de
cerâmica ou resinas reforçadas com fibras; e pinos pré-fabricados (diretos)
constituídos de fibras de vidro, fibras de carbono, híbridos (fibras de carbono mais
fibras de vidro), cerâmicos (Berger, Cavina
4
, 2004).
Os pinos em fibras de vidro têm sido amplamente estudados e alguns
trabalhos (Ribeiro
5
, 2004, Ulbrich
6
, 2005) relatam que esses pinos possuem um
módulo de elasticidade semelhante ao da dentina, o que promove uma melhor
distribuição das cargas mastigatórias quando comparados aos pinos metálicos.
Recentemente foram lançados no mercado odontológico pinos de fibra de vidro com
filamento metálico de aço em seu interior para facilitar a visualização radiográfica.
Os pinos intra-radiculares estéticos são fixados à dentina radicular por meio
de cimentos resinosos odontológicos.
Segundo Rosenstiel, Land e Fujimoto
7
(2006), os cimentos resinosos devem
ser biocompatíveis, devem possuir adesividade às estruturas de contato, pequena
espessura de película (25 μm – especificação da ADA 1997), baixa solubilidade, alto
escoamento, presa rápida quando ativados, tempo de trabalho adequado, devem
21
possuir alta resistência mecânica aos esforços mastigatórios (tração, compressão e
cisalhamento), ser insolúveis em meio bucal, de fácil manipulação, compatíveis com
os sistemas adesivos atuais e proporcionarem um bom selamento marginal.
Os cimentos resinosos são indicados para a cimentação de facetas, coroas
metalocerâmicas, coroas de cerâmica pura, coroas de cerômeros, inlays e onlays
estéticas, pinos e núcleos.
Os cimentos mais indicados para a cimentação de pinos são os
autopolimerizáveis, pois a reação de presa ocorre por meio de um processo químico
entre as pastas base e catalisadora, e, portanto é mais segura nesses casos onde
existem áreas profundas, que não são acessíveis.
A cimentação adesiva ocorre por meio de dois processos: adesão química
determinada pela silanização do pino e do adesivo ao substrato dentinário e adesão
micromecânica pelo condicionamento ácido das estruturas dentárias (Souza Junior
et al.
8
, 2001).
Como todo processo adesivo, o sucesso da fixação de pinos estéticos está
sujeito à qualidade de união pino-cimento-dentina, proporcionada pelos agentes
adesivos intermediários.
Vários trabalhos sobre a adesão no tecido dentinário relatam que um dos
principais desafios é o controle da umidade, pois os adesivos mais comumente
utilizados são hidrofílicos. No caso da adesão à dentina intra-radicular, torna-se mais
difícil controlar esse fator devido à falta de acesso às regiões profundas. Existe
também a influência das características anatômicas dos túbulos dentinários no
interior dos canais radiculares, que são diferentes para os terços cervical, médio e
apical, isto é, o número e a densidade dos túbulos dentinários diminui de cervical
para apical, o que causa diferenças na adesão entre essas regiões. Além disso,
outro desafio para a odontologia é o fator configuração (fator-C), ou seja, a razão
entre superfícies aderidas e superfícies livres. A contração de polimerização gera
tensões nas interfaces adesivas, podendo causar ruptura das uniões cimento-
dentina e cimento-pino (Assif, Gorfil
1
,1994, Miranda
9
, 1999, Ferrari et al.
10
, 2000,
Maia, Vieira
11
, 2003, Lanza et al.
12
, 2005, Tay et al.
13
, 2005).
A função dos cimentos é selar a interface entre o pino e a dentina radicular,
auxiliar em sua retenção, porém é necessário ter o conhecimento do material, da
técnica de cimentação e de suas indicações.
22
Pesquisas odontológicas envolvendo análises biomecânicas sempre
despertam o interesse dos pesquisadores por estarem envolvidas em qualquer
tratamento reabilitador.
Com o intuito de satisfazer os interesses da pesquisa odontológica é que a
Metodologia dos Elementos Finitos (MEF) passou a ser aplicada mais
freqüentemente, pois se trata de ferramentas numéricas que quantificam e
qualificam as reações que ocorrem no meio bucal frente à aplicação de cargas que
simulam a condição mastigatória, fisiologicamente ou parafuncionalmente. Essa
tecnologia possibilita um melhor entendimento do Cirurgião-dentista da mecânica do
sistema mastigatório.
Lanza et al.
12
(2005) avaliando diferentes pinos por meio do MEF, observaram
a concentração de tensões na interface pino-dentina, isto é, na região onde se
localiza o cimento de fixação do pino no conduto radicular.
A realização de estudos sobre o comportamento dos cimentos resinosos e
das interfaces adesivas entre pino-cimento-dentina radicular é fundamental para se
obter uma adesão segura e para o desenvolvimento de futuros materiais.
O objetivo desse estudo foi avaliar o mecanismo de cimentação, as interfaces
cimento-dentina e cimento-pino por meio de dois métodos: ensaio mecânico e
ensaio computacional por meio do Método dos Elementos Finitos.
2 REVISÃO DE LITERATURA
Duret, Reynaud e Duret
2
(1990) apresentaram os pinos de fibra de
carbono revestidos com uma matriz de Bis-GMA, relatando que eles possuem um
módulo de elasticidade mais próximo ao da dentina, o que determinam ser ideal para
que ele promova uma distribuição mais homogênea de cargas mastigatórias. Além
disso, citaram como outras vantagens, a capacidade de aderir-se ao substrato
dentário e aos materiais de preenchimento, além de serem de fácil remoção do canal
radicular em casos de necessidade de retratamento endodôntico. Compararam as
características desses pinos com os metálicos relatando que estes são muito
resistentes, podendo causar fraturas radiculares irreversíveis. Ainda salientaram que
seria importante que os pinos possuíssem um formato mais relacionado às
características anatômicas dos canais radiculares.
Ko et al.
14
(1992) analisaram a distribuição das tensões em dois incisivos
centrais superiores restaurados, um com pino intra-radicular em ouro e outro com
resina composta como preenchimento para avaliar o papel dos pinos na redução das
tensões dentinárias em dentes despolpados. No programa de elementos finitos
ANSYS foram confeccionados os modelos, determinadas as propriedades dos
materiais e aplicadas três cargas diferentes, uma funcional a 45º com a superfície
palatina, outra traumática perpendicular ao longo eixo do dente e uma terceira
aplicada verticalmente ao longo eixo do dente na borda incisal, todas com magnitude
de 1 N. Foram determinadas as propriedades dos materiais, construídas malhas com
elementos quadrangulares e realizadas ancoragens limitando os graus de liberdade
de movimento dos modelos. Realizaram dois modelos baseados no Estado Plano de
Deformações em corte vestíbulo-lingual do incisivo central superior no plano, o que
mostrou que o pino de liga de ouro reduziu em 30% as tensões dentinárias, porém a
integridade da dentina foi comprometida e os efeitos dos pinos foram exagerados.
Posteriormente, confeccionaram modelos baseados no estado de plano de tensões
axisimétrico, onde observaram que os pinos intra-radiculares reduziram de 3 a 8%
das tensões dentinárias às cargas funcional e traumática e que a tensão máxima
produzida foi de 20%, onde a carga foi aplicada verticalmente. Porém, normalmente
os incisivos não são submetidos a cargas verticais. Os autores concluíram que o
efeito de reforço dos pinos às estruturas dentárias parece ser duvidoso.
24
Assif e Gorfil
1
(1994) realizaram uma revisão de literatura onde enfatizaram as
considerações biomecânicas na restauração de dentes tratados endodonticamente.
Relataram que o tratamento endodôntico gera numerosos problemas devido à
destruição coronária por cáries dentais, fraturas e restaurações prévias ao
tratamento endodôntico. Isso resulta em perda de estrutura dentária e redução da
capacidade de resistência dentária a forças intra-orais. Além disso, dentes tratados
endodonticamente tornam-se mais enfraquecidos pela desidratação que era
anteriormente suplementada pela polpa e, pela perda de dentina intra-radicular
devido ao procedimento de instrumentação do canal. Afirmam que quando os pinos
e núcleos foram introduzidos na odontologia, a filosofia inicial era reforçar as
estruturas dentárias para prevenir futuras fraturas e que existem três filosofias
básicas: a de reforço do dente contra cargas oclusais; a que se opõe ao uso de
pinos nos canais devido a esses enfraquecerem os dentes; e a que acredita que
existe uma melhora apreciável da resistência dos dentes às cargas oclusais. Porém,
os autores criticam a teoria de utilização dos pinos para reforço das estruturas
dentárias e defendem o uso de pinos somente em casos onde se tem pouco
remanescente coronário e há a necessidade de sustentar uma restauração
definitiva, pois segundo a observação biomecânica de um elemento dentário, sabe-
se que o eixo rotacional está localizado na crista alveolar, e quando a força incide na
superfície lingual de um dente, essa é a região de fulcro e são geradas tensões de
tração e compressão e no centro do dente, no sentido longitudinal, localiza-se a área
neutra, ou seja, onde é introduzido o pino. Dessa forma os autores questionam a
necessidade da utilização de pinos, pois acreditam que ele não reforça o dente
porque eles absorvem o mínimo de forças, mas enfatizam que o importante é não
enfraquecê-lo, defendendo técnicas restauradoras conservadoras.
Kamposiora et al.
15
(1994), realizaram um estudo para analisar os efeitos da
configuração de coroas veneer, tipo de cimento e a espessura do cimento nos níveis
de estresse nas camadas de cimento durante cargas oclusais funcionais normais,
utilizando o método dos elementos finitos simulando cargas de fadiga de 1.000.000
ciclos para avaliar os níveis de estresse, a distribuição dos mesmos, a deformação e
a resistência à fratura por fadiga por meio de modelos computacionais de dentes
pré-molares inferiores restaurados com coroas artificiais. Foram realizados modelos
2D dos pré-molares com dois tipos de preparo, sendo um com margem em
chanfrado e outro com margem em ombro e variando nos modelos as suas
25
espessuras (25 µm – ideal, e 100 µm – real) sendo utilizados 4 tipos de cimentos:
fosfato de zinco, policarboxilato, cimento ionômero de vidro e cimento resinoso. No
modelo de Elementos Finitos foram empregadas as características dos materiais
(módulo de elasticidade, coeficiente de Poisson e resistência à compressão) e a
carga de 10 MPa. Em cada modelo foram determinadas as áreas de interesse (4
áreas): na mesial e na distal das margens da coroa, nos ângulos áxio-gengivais de
ambos os lados, no ponto médio das cavidades axiais, na superfície oclusal do
preparo dental para serem analisadas, somando um total de 16 modelos.
Posteriormente, foram analisados os resultados, onde observaram que não houve
diferença significativa da distribuição das cargas para os dois tipos de preparos
dentais, aumentando-se a espessura do cimento as tensões são reduzidas e entre
os tipos de cimentos, o cimento fosfato de zinco apresentou maiores concentrações
de tensões que os demais cimentos. Os autores concluíram que o Método dos
Elementos Finitos possibilitou simulações computadorizadas de ensaios de fadiga
em curto tempo, porém enfatizam a importância de serem realizados estudos
clínicos e laboratoriais para determinar a longevidade desses materiais.
Versluis et al.
16
(1996) compararam as distribuições de tensões em uma
cavidade mésio-ocluso-distal (MOD) de um pré-molar superior restaurado pelas
técnicas de preenchimento em massa e incremental com uma resina composta por
meio de uma análise de elementos finitos (Programa MARC). Foi realizado um
modelo bi-dimensional de um pré-molar superior com uma cavidade MOD em uma
vista vestíbulo-lingual. Foram utilizadas malhas individuais e de diferentes
densidades e o dente foi restringido de movimentos horizontais e verticais. Foi
utilizado o estado plano de deformações com elementos lineares, de 4 nós,
isoparamétrico, quadrilátero arbitrário e simuladas as seguintes técnicas de
preenchimento: em massa, incremental vestíbulo-lingual, gengivo-oclusal, oblíquo e
em U associado ao oblíquo. Para simular o fenômeno da contração de polimerização
foi utilizada uma analogia com a expansão térmica, pois a contração de
polimerização é basicamente uma alteração de volume. Portanto, as propriedades
utilizadas para cada material foram: o módulo de elasticidade, o coeficiente de
Poisson e o coeficiente linear de dilatação térmica. Foi também realizado um estudo
sensível onde foram variados os módulos elásticos do esmalte e da dentina.
Também simulada uma adesão perfeita e consideradas as tensões residuais
imediatamente após a polimerização, pois representam as maiores tensões de
26
contração, apesar de saber que ocorre um relaxamento das tensões por meio da
sorpção tardia de água pela resina composta. Os resultados demonstraram que o
tipo de técnica incremental afeta claramente a quantidade de material restaurador
aplicado, e, entretanto também a deformação cuspídea. Observaram que houve uma
maior concentração de tensões de tração nas interfaces nas técnicas incrementais
oblíquas que nas outras técnicas. Portanto, esse estudo mostrou claramente que
preenchimento incremental provocou maiores efeitos da contração de polimerização
e maiores concentrações de tensões de tração na interface esmalte-restauração que
a técnica de preenchimento em massa da cavidade. Os autores concluíram que
existem muitos fatores envolvidos durante o processo de polimerização, os quais
devem afetar as tensões de contração resultantes e seu impacto sobre a integridade
do complexo dente-restauração.
Tênis et al.
17
(1997) realizaram uma revisão de literatura para avaliar pinos
pré-fabricados intra-radiculares, suas possíveis falhas e a clareza de sua utilização,
bem como os sistemas mais utilizados no mercado. Relataram que os pinos pré-
fabricados são uma excelente opção para dentes tratados endodonticamente, por
apresentarem fácil manipulação, utilização imediata, sem a necessidade de etapa
laboratorial e possibilitarem uma redução do tempo clínico. Os pinos podem ser
classificados quanto a sua forma em: cônicos e paralelos. Os pinos cimentados
paralelos trazem um aumento na capacidade de retenção associada a uma melhor
distribuição de tensões durante a sua função que os demais. Citam que os pinos de
fibras são mais resilientes e podem ser utilizados como substitutos dos pinos
metálicos por serem adequadamente resilientes, resistentes à fratura e à corrosão, e
devido à facilidade de sua remoção do interior do canal radicular. Estes pinos podem
ser fixados no interior dos canais radiculares por meio de cimentos resinosos, cuja
forma de aplicação é crítica, pois há a possibilidade da ocorrência de bolhas nas
interfaces pino-cimento-dentina. A aplicação do cimento resinoso pode ser realizada
com uma broca Lentulo ou com uma seringa Centrix. Os autores confirmam que a
utilização da broca Lentulo promoveu um aumento de 25% na capacidade de
retenção destes pinos (resistência à tração). Os autores concluíram que o fracasso
na utilização de pinos pré-fabricados está diretamente relacionado à resistência do
dente e não à falha do material de constituição dos pinos e que os pinos pré-
fabricados possuem resistência igual ou maior que os núcleos fundidos, pois não
possuem as imperfeições da fundição.
27
Versluis et al.
18
(1997) investigaram qual falha coesiva na dentina é indicativa
de uma perfeita adesão e/ou implica na redução das propriedades mecânicas da
dentina, e observaram adequadamente a direção dos caminhos das tensões e o
crescimento das falhas sob uma distribuição de tensões interfacial que muda durante
a progressão da falha. Foi utilizado um modelo bi-dimensional de resina composta
aderida ao substrato dentinário por meio de uma película de sistema adesivo. A
espessura da camada de adesivo foi variada de T=12.5, 25, 50 e 100 μm. A base da
dentina foi fixada. A carga aplicada foi distribuída a 0,2 mm de amplitude sobre a
área, simulando a distribuição de tensões obtida pelo braço do instrumento usado
para o ensaio de cisalhamento. Duas forças aplicadas em locais diferentes (com
distâncias medidas da interface adesiva) foram investigadas (L=0 e 500 μm).
Durante o processo da falha, ambos os tipos de falhas (coesivas e adesivas) foram
modeladas. Os valores de resistência adesiva individuais foram considerados por
tipo de interface. Nesse caso resina-adesivo e adesivo-dentina. Foi determinado que
as perfeitas adesões seriam iguais a 100%, e nenhuma adesão seria igual a 0% de
resistência coesiva. As propriedades dos materiais foram consideradas a serem
isotrópicas, homogêneas, lineares-elásticas, e frágeis. Os elementos em uma malha
de elementos finitos foram interconectados por meio de nós. Falhas localizadas
foram realizadas pelo desacoplamento dos nós. Esses desacoplamentos dos nós
são conhecidos como falhas nucleares. As falhas nucleares foram determinadas de
acordo com o critério de tensões de von Mises modificado. Para investigar os
padrões de acúmulo de falhas para diferentes resistências adesivas, foi variada a
resistência adesiva da dentina (50, 75, 90 e 100% da resistência coesiva do
material). A resistência adesiva resina-adesivo foi estabelecida como 90% em todas
as simulações. Para validar as simulações computacionais, modelaram o ensaio
experimental de resistência adesiva ao cisalhamento, onde realizaram a adesão de
cilindros de resina composta P-50 (3M Co., St. Paul, MN, USA) em dentina bovina
por meio do adesivo dentinário Scotchbond Multi Purpose (3M Co., St Paul, MN,
USA). O condicionamento ácido foi realizado com ácido maléico e fosfórico. Foram
utilizados 10 espécimes para cada condição. Os espécimes foram submetidos ao
teste de cisalhamento em uma máquina de testes MTS (Modelo 810, MTS Systems
Co., Éden Prairie, MN, USA) a duas velocidades diferentes: 0,5 e 1,2 mm/min até a
flaha ocorrer. Posteriormente, as superfícies fraturadas foram avaliadas em MEV
para verificar os modos de falha e medidas por meio de um “software” de imagens.
28
Os resultados de simulação das falhas superficiais demonstraram que houve uma
tendência de provocar o início da falha na dentina devido ao aumento da resistência
adesiva e da diminuição do número de falhas nucleares e da espessura da camada
de adesivo. Maiores valores de compensação de força L determinaram início de
falha precoce na dentina. Os resultados experimentais demonstraram uma maior
freqüência de falhas adesivas na interface adesivo-dentina, coesivas na resina
composta, na dentina e na camada de adesivo. O aumento da compensação de
força L também gerou falhas coesivas em pequenos segmentos da dentina, dispersa
na interface adesiva. O condicionamento com ácido maléico resultou em
aproximadamente 30% de resistência adesiva mais elevada ao cisalhamento que o
ácido fosfórico. Os espécimes condicionados com ácido maléico mostraram uma
redução geral na área de falha adesiva, e um aumento na fratura coesiva da dentina.
Concluiu-se que os resultados computacionais corresponderam bem aos
experimentais.
Nash
19
(1998) em seu artigo clínico utilizou pino de fibra de vidro para realizar
a restauração coronária de um incisivo central superior. Relatou que os pinos de
fibra de vidro possuem um módulo de elasticidade semelhante ao da dentina,
portanto as cargas funcionais são distribuídas mais uniformemente em sua estrutura.
Destacou a vantagem estética desse pino, pois possui coloração branca. Ainda
descreveu a seqüência de cimentação adesiva, priorizando a prova do pino, limpeza
do pino com álcool, a aplicação de silano no pino, o condicionamento e a secagem
do canal radicular, a manipulação do cimento e sua introdução no canal radicular.
Concluiu que os pinos de fibra de vidro retêm a restauração coronária, possuindo
uma maior flexibilidade e um menor risco de fraturas radiculares.
Asmussen et al.
20
(1999) avaliaram a dureza, o limite elástico e a resistência
de quatro pinos intra-radiculares sendo eles: dois de zircônia Biopost e Cerapost, um
pino de titânio PCR com tratamento especial para aderência da resina composta
utilizada para confecção do núcleo de preenchimento, e pino em fibras de carbono
Composipost. Foram confeccionados canais radiculares artificiais em um bloco de
metal com diâmetros correspondentes aos dos pinos. Os pinos foram cimentados
com Panavia 21 (Kuraray). Após o endurecimento do agente cimentante por 24 hs a
37º C, os espécimes foram posicionados em uma Máquina Universal de Ensaios
(Instron) e carregados a uma velocidade de 5 mm/min para produzir uma curva de
força X deformação, determinando a dureza, o limite elástico e a resistência dos
29
pinos. Os valores dos desvios padrões foram calculados e os dados foram
analisados pelo significado da análise de variância e teste-t Student a um nível de
significância de p = 0.05. Os valores de dureza, limite elástico e resistência se
distribuíram de forma crescente da seguinte forma: Composipost < PCR < Cerapost
< Biopost respectivamente. Os autores concluíram que existem diferenças
consideráveis no que se refere às propriedades mecânicas dos pinos estudados. Os
pinos mais rígidos são o metálico e o de zircônia e essa rigidez pode dificultar uma
futura remoção necessária do pino por falha da restauração. Os autores também
relatam que os pinos em fibras de carbono possuem um módulo de elasticidade
menor o que sugere uma distribuição mais uniforme das cargas na estrutura dentária
quando comparados aos metálicos, porém necessita-se de mais estudos para
suportar esses resultados.
Manocci et al.
21
(1999) avaliaram microscopicamente a estrutura dos pinos de
fibra de carbono, quartzo e titânio e compararam suas interfaces. Foram
selecionados 42 pré-molares extraídos por razões periodontais, suas coroas foram
removidas e divididos em 7 grupos de 6 dentes cada. Em 5 dos grupos foram
utilizados diferentes tipos de pinos de fibras de carbono (RTD/Bisco), quartzo (RTD)
e titânio (XT titanium/Whaledent) cimentados com o adesivo dental All Bond 2
(Bisco) e o cimento resinoso C&B (Bisco). Nos dois grupos restantes foram utilizados
dois tipos de pinos de fibras de carbono: RTD (Bisco) e Tech 2000 (Caronno
Pertusella) cimentados com adesivo dental Panavia 21 (Kuraray) e cimento resinoso
Panavia 21. Uma pequena amostra de resina composta dual Bis Core (Bisco) foi
posicionada ao redor do acesso do canal para permitir reação de presa anaeróbica
do cimento resinoso Panavia 21. Após a reconstrução coronária as raízes foram
armazenadas em solução salina por 3 semanas. Os dentes foram seccionados
paralelo ao longo eixo usando uma máquina de corte Isomet (Buehler) a baixa
velocidade e com irrigação. Foram determinados três locais de avaliação do padrão
das interfaces a 2, 5 e 8 mm apicalmente à junção cemento-esmalte. Foram
realizadas observações no microscópio óptico e no MEV das interfaces dentina-
resina-pino das áreas apicais e coronárias imediatamente, sendo observadas seis
áreas de cada metade de raiz. Na microscopia óptica foi observado o comprimento
da interface e da zona de interdifusão resina-dentina. No MEV foram avaliados: o
diâmetro e a orientação das fibras e o aspecto da matriz de resina dos diferentes
pinos, a formação da zona de interdifusão dos agentes de união dentinários, a
30
presença ou ausência de fendas (no interior da camada de adesivo, entre o adesivo
e o cimento resinoso, no interior da camada de cimento resinoso, entre o adesivo e a
resina composta do núcleo, no interior da resina composta do núcleo de
preenchimento, entre o adesivo e o pino, no interior da estrutura do pino) e a
presença de bolhas nas interfaces pino-resina-dentina. Na microscopia óptica, as
interfaces dos dentes restaurados com All Bond 2 mostraram maior porcentagem de
zona de interdifusão resina-dentina que aquelas tratadas com Panavia 21. Nenhuma
diferença estatisticamente significante foi encontrada entre os grupos dos pinos
tratados com o mesmo adesivo. Os tags de resina das raízes tratadas com All Bond
2 foram mais longos que os espécimes tratados com Panavia 21. Foram observadas
fendas nas interfaces correspondentes ao local da zona de interdifusão resina-
dentina de todos os espécimes. O tamanho e a estrutura dos pinos foram
semelhantes para todos os pinos observados. Foram detectadas algumas bolhas no
interior da matriz de resina epóxica da estrutura dos pinos, elas também estavam
presentes nas camadas de cimento resinoso de todos os grupos, porém ausentes da
interface cimento resinoso-adesivo e no interior dos núcleos de preenchimento de
resina composta. Na porção mais apical de muitas secções de todos os grupos, foi
observado somente o adesivo dental, enquanto o cimento resinoso estava ausente.
A camada de cimento resinoso mostrou algumas fraturas no grupo dos pinos de
titânio. A camada de cimento foi substancialmente semelhante nos espécimes dos
grupos do All Bond 2 e do Panavia 21. Os autores concluíram que os sistemas
resinosos de três passos podem ser fortemente recomendados para obtenção de
uma boa união entre o cimento resinoso, a resina composta do núcleo de
preenchimento e os canais radiculares.
Stockton
22
(1999) realizou uma revisão de literatura sobre os fatores que
afetam a retenção dos sistemas de pinos. Enfatizou a importância do comprimento
do pino que deve ser maior que a coroa do dente, isto é 2/3 do comprimento do
dente, sem impedir o bom selamento apical, ou seja, mantendo de 3 a 4 mm da
endodontia a nível apical. Também relatou que o diâmetro do pino é um fator
importante para a retenção do mesmo, porém que o aumento de seu diâmetro
promove o aumento de sua retenção podendo enfraquecer a estrutura radicular e
reduzir a resistência à fratura do dente, sugeriu então, que os pinos não ultrapassem
1/3 do diâmetro do radicular. Além disso, recomenda que a ponta do pino não
exceda a 1 mm de diâmetro para evitar de que ocorram perfurações. Quanto ao
31
desenho dos pinos afirmou que os pinos paralelos são mais retentivos que os
cônicos, porém que os serrilhados possuem uma maior área superficial, o que
proporciona um aumento da retenção quando comparados aos de superficies lisas.
Os pinos cônicos produzem maiores tensões nas porções coronárias e os paralelos
nas porções apicais do preparo do canal. Pinos paralelos resistem a forças de
tração, cisalhamento e torque melhor que os pinos cônicos e distribuem as tensões
mais uniformemente ao longo de seus comprimentos durante o ato mastigatório
funcional. Além disso, os pinos rosqueáveis geram tensões elevadas devido ao
movimento de inserção de 1/4 de volta, o que pode gerar fissuras nas estruturas
dentárias. Quanto aos pinos de fibra, relatou que distribuem de forma mais
homogênea as tensões mecânicas devido a esses pinos possuírem módulos de
elasticidades aproximados aos dos dentes naturais, e que promovem boa retenção
que é proporcionada pela união química e micromecânica ao dente. Porém, o fator
adesão ainda é duvidoso pelo fato dos cimentos resinosos possuírem técnica
sensível devido a seu curto tempo de trabalho e pelo formato do canal radicular
gerando maior fator-C. A forma do canal também pode influenciar na retenção do
pino, pois os canais têm formato ovóide, enquanto os pinos têm formato circular,
assim os pinos não se adaptam adequadamente às paredes do canal, sem,
entretanto, possuírem uma boa intimidade, fazendo com que os cimentos não
preencham totalmente a interface. A posição do dente no arco é de suma
importância porque essa condição pode alterar as formas de atuações das cargas
mastigatórias. O autor concluiu que o diagnóstico radiográfico é essencial para
avaliar a raiz e determinar individualmente as características do pino e do cimento a
serem utilizados. Ainda enfatizou que a obtenção da retenção de pinos intra-
radiculares é um fator importante, porém ela está diretamente relacionada à
remoção de estrutura dentária, o que conseqüentemente, reduz a resistência do
dente à fratura. Portanto, quando da avaliação de um dente, deve-se selecionar o
sistema de pinos que associe uma boa retenção, à obtenção máxima de resistência
à fratura.
Batista e Sydney
23
(2000) investigaram os tipos de movimentos empregados
em instrumentos endodônticos nas diferentes manobras estudadas e no
conhecimento da anatomia dos canais radiculares curvos. Relatam a importância
das fases de acesso, onde se enquadram as formas de contorno e de conveniência,
a limpeza dos canais por meio da exploração (movimento de limagem associado à
32
rotação alternada à direita e à esquerda até a determinação do comprimento de
trabalho), esvaziamento (movimento de limagem pura) e aplicação abundante da
solução de hipoclorito de sódio. Ressaltam que as fases de exploração e
esvaziamento são fundamentais para o conhecimento da anatomia dos canais,
curvaturas, entraves, etc. Depois segue a fase de acesso radicular, ou seja, a
utilização de instrumentos rotatórios (Gates-Glidden ou Alargadores para Contra-
Ângulo) auxiliando o preparo da entrada e do terço cervical. Posteriormente, realiza-
se o alargamento reverso, utilizando primeiramente limas de maior diâmetro com
movimentos oscilatórios de ¼ de volta à direita e à esquerda com suave pressão
apical. Segue-se o mesmo procedimento com limas menores até chegar à fase de
odontometria, ajustando a medida de trabalho a 1 mm aquém do vértice radiográfico.
Por fim realiza-se o preparo apical com limas menores e uma associação de
movimentos realizados na fase anterior do preparo a movimentos de viés em
anticurvatura. Ressaltam que as finalidades da técnica de alargamento reverso são
iniciar o preparo do corpo radicular com movimentos de rotação alternada, que
levam o instrumento à luz do canal e limitar a atuação do instrumento em uma
pequena área de 1 a 2 mm de sua ponta, permitindo confeccionar uma matriz apical,
conter o material obturador e promover desinfecção de maneira adequada. Os
autores concluíram que existem diversas técnicas para a realização do preparo de
canais curvos, porém é fundamental selecionar a técnica que melhor se ajusta ao
caso em particular e ao profissional.
Cimini Junior et al.
24
(2000) realizaram uma revisão de literatura sobre
os valores de cargas atuantes em dentes, os quais são capazes de absorver
ou transferir esforços eficientemente por meio de seus diferentes materiais
constituintes, cada um com suas características mecânicas específicas para
a tarefa que lhe cabe. Observaram os diferentes valores das cargas de
mordida, mastigação e parafunção. A literatura estudada indicou que cargas
atuantes em dentes humanos podem variar significativamente, como por
exemplo em pré-molares foi observada uma variação de 222 (carga funcional)
a 445N (carga parafuncional). Os autores concluíram que as medidas
dependem de alguns fatores como a resistência de fechamento da
mandíbula, o estado dos dentes, a dor que o voluntário sente nos testes, o
grau de abertura da mandíbula, o comprimento do músculo, a idade, o sexo,
a forma e o conforto do transdutor, bem como sua posição na boca.
33
Ferrari et al.
10
(2000) estudaram a morfologia dos túbulos dentinários localizados
no interior dos canais radiculares, avaliaram o aumento da área superficial disponível
para o procedimento de adesão após a realização do condicionamento ácido, a
influência da densidade dos túbulos dentinários na formação da camada híbrida e
identificaram as áreas, onde problemas relacionados à união podem ser esperados.
Em seu estudo, foram selecionados 30 dentes anteriores hígidos extraídos por
razões periodontais, os quais foram divididos randomicamente em 3 grupos de 10
amostras cada. Os canais das amostras do Grupo 1 foram irrigados com NaOCl 2%
para remoção da smear layer e posteriormente foram utilizadas para estudar a
morfologia dos túbulos dentinários em MEV. Os canais dos Grupos 2 e 3 foram
obturados com guta-percha. Os espécimes dos Grupos 2 e 3 sofreram esvaziamento
parcial dos canais com brocas de baixa rotação e posteriormente esses foram
condicionados com ácido fosfórico a 32%, sendo que os do Grupo 2 somente
observados em MEV e os dos Grupo 3 tratadas com sistema adesivo, pinos de fibras
cimentados com um cimento resinoso C&B (Bisco), realizada a reconstrução
coronária com resina composta Bis-Core (Bisco) e submetidos à MEV para avaliação
da camada híbrida e de tags de resina nos túbulos dentinários. As observações
foram realizadas de acordo com a região intra-radicular (terços cervical, médio e
apical), verificando o diâmetro dos túbulos, suas diferenças de densidade e o
aumento da área superficial disponível para a adesão. Observaram que o diâmetro
dos túbulos foi diminuindo gradualmente em direção à apical. O diâmetro dos túbulos
foi de 2.5 μm nos terços coronário e médio antes do condicionamento ácido e 3.5 μm
após o condicionamento ácido. No terço apical o diâmetro dos túbulos aumentou de
2.0 μm para 3.0 μm após o condicionamento ácido. Houve diferenças significativas
no que se refere á densidade dos túbulos dentinários entre as diferentes regiões
intra-radiculares, isto é, no terço cervical a densidade dos túbulos foi
significativamente maior que aquelas observadas nos terços médio e apical. A área
superficial disponível para adesão teve um aumento em todas as regiões após a
realização do condicionamento ácido, sendo de 202% no terço cervical, 156% no
terço médio e 113% no terço apical da dentina intra-radicular. As amostras do Grupo
3 demonstraram que quanto maior a densidade dos túbulos dentinários, mais
espessa a camada híbrida. Os autores concluíram que a maior densidade dos
túbulos dentinários e sua ampliação após o condicionamento ácido podem melhorar
a chance de se obter uma adesão mais segura e que o aumento das áreas
34
superficiais das dentinas intertubular e peritubular são responsáveis pela resistência
adesiva após o condicionamento ácido da dentina.
Santis et al.
25
(2000), avaliaram a estabilidade mecânica da interface pino-
cimento e a distribuição das tensões por meio de uma simulação de um teste de pull-
out no Programa de Elementos Finitos (Ansys 5.3). Foram realizados modelos de
discos de dentina de 2,4 mm de diâmetro com pinos em fibras de carbono com
diâmetro de 2,0 mm cimentados com cimento resinoso com 0,2 mm de espessura.
Também foi realizado um desenho de um braço de aço inoxidável simulando uma
máquina Instron 4204. Foi aplicada uma carga que aumentava lentamente com a
velocidade de 2,0 mm/min. O mesmo experimento foi realizado mecanicamente com
20 espécimes e posteriormente, analisadas a resistência adesiva e a distribuição da
carga na estrutura em ambos os métodos. A carga máxima encontrada foi de 340 N.
No teste de pull-out a carga aumentou linearmente, porém quando houve a falha da
interface, ocorreu uma grande queda da resistência adesiva. O método dos
elementos finitos demonstrou que não houve uma distribuição uniforme da carga,
apresentando valores máximos na interface entre o pino e o cimento. As
observações ao MEV dos espécimes, antes e após o teste, sugeriram que a fratura
ocorreu na interface entre o cimento e a superfície do pino e parcialmente entre as
fibras de carbono e a matriz resinosa epóxica do pino. Os autores concluíram que o
método dos elementos finitos apresentou informações corretas sobre os valores
reais de resistência adesiva entre o pino em fibras de carbono e o cimento resinoso,
portanto seus resultados puderam ser comparados com os resultados dos testes
mecânicos. Os resultados demonstraram que a falha ocorre na interface pino-
cimento e é direcionada para o interior do cimento pela diferença de rigidez relativa
que se apresentou maior entre o pino e o cimento que entre o cimento e o substrato
dentinário.
Ferrari et al.
26
(2001) avaliaram a eficiência dos novos sistemas de união na
formação de tags de resina, prolongamentos laterais de adesivo e camada híbrida
quando utilizados em combinação com um pino de fibras experimental. Foram
selecionados trinta dentes anteriores extraídos, tratados endodonticamente divididos
em 3 grupos de 10 amostras cada. Os canais das amostras do Grupo 1 foram
condicionados com ácido fosfórico 37%, aplicado o adesivo Excite, o cimento
resinoso dual Variolink II(Vivadent) e o pino de fibras Postec foi posicionado e
fotoativado por 40 segundos. Os canais do Grupo 2 foram condicionados com ácido
35
fosfórico 37%, aplicado o sistema adesivo Excite e o cimento resinoso Multilink
autopolimerizável e o pino foi posicionado. Os canais do Grupo 3 foram tratados com
sistema adesivo de passo único, aplicado o cimento resinoso dual Dual Link (Bisco)
e inserido o pino de fibras EndoAesthetic (RTD) sendo fotoativado por 40 segundos.
Posteriormente, foram realizadas reconstruções coronárias com resina composta
Tetric Ceram (Vivadent) e as amostras armazenadas em água à temperatura
ambiente durante uma semana. Em seguida, as raízes foram seccionadas no longo
eixo dos dentes com uma máquina de corte Isomet (Buehler). Para observação da
zona de interdifusão resina-dentina, metade das amostras seccionadas foram
descalcificadas com ácido fosfórico 32% por 30 segundos, lavadas, secas com jatos
de ar, desproteinizadas com solução de NaOCl 2% por 120 segundos, lavadas com
água, secas e metalizadas com ouro para observação em MEV. Para a avaliação da
formação de tags de resina a outra metade das amostras foi armazenada em HCl
30% por 24 horas para dissolver o substrato dental e detectar os tags de resina e a
formação dos prolongamentos laterais de adesivo, em seguida, lavadas, secas e
metalizadas com ouro para serem visualizadas em MEV (500 X). Não foram
observadas bolhas na interface entre os pinos translúcidos e os cimentos resinosos
em nenhuma das amostras, a interface adesivo-cimento também apresentou-se
quase livre de bolhas, somente uma das amostras de cada grupo apresentou bolhas
e no que se refere à presença de bolhas no interior do cimento, somente 20% das
amostras do Grupo 2 e 40% das amostras dos Grupos 1 e 3 apresentaram bolhas. A
camada de cimento foi semelhante para todos os grupos, variando sua espessura de
acordo com a anatomia dos canais dos dentes. O MEV revelou que as interfaces
restauradas do Grupo 2 apresentaram maior zona de interdifusão resina-dentina que
as amostras dos Grupos 1 e 3. Os espécimes do Grupo 2, nos terços médio e apical
mostraram maior formação de tags de resina que os outros dois grupos e estes,
juntamente com os prolongamentos laterais de adesivo, se mostraram mais
uniformes que os demais. Os autores concluíram que os sistemas adesivos de
polimerização dual e autopolimerizáveis formaram tags de resina mais uniformes e
uma zona de interdifusão resina-dentina ao longo dos canais quando comparados
com os sistemas fotoativados.
Gaston et al.
27
(2001) avaliaram a resistência adesiva regional (terços cervical,
médio e apical) de dois cimentos resinosos à dentina intra-radicular de dentes
humanos. Foram preparados 20 caninos extraídos, cujos canais foram tratados. As
36
raízes preparadas foram divididas randomicamente em dois grupos de cimentos
(C&B Metabond e Panavia 21), cada um contendo 10 raízes. Foram seguidas as
instruções dos fabricantes para todos os materiais. Após introduzir o cimento nos
canais radiculares, as raízes foram cortadas numa máquina Isomet na forma de
palitos de 2 mm de espessura, sendo 3 palitos de cada terço. Os palitos foram
montados em garras de microtração com adesivo de cianoacrilato (Zapit). O conjunto
foi posicionado em uma Máquina de Testes Vitrodyne (V1000) para aplicar a força
de tração a uma velocidade de 0.6 mm/min até ocorrer a falha. Foram obtidos os
resultados dos valores de resistência adesiva e avaliados os modos de falha, os
quais foram classificados em: adesiva se >75% de falha de união quando ocorreu
entre a dentina e o cimento; coesiva em cimento se >75% da falha de união quando
ocorreu em cimento; falha mista, quando parcialmente adesiva e parcialmente
coesiva. Os resultados demonstraram que não houve diferenças significativas entre
as regiões em um mesmo material de cimentação, porém, com cimentos diferentes
(C&B Metabond e Panavia 21), os valores de resistência adesiva tenderam a
aumentar quando comparados às dentinas cervical, média e apical,
respectivamente, isto é, a resistência adesiva na dentina apical apresentou-se
significativamente maior que nas dentinas cervical e média (p<0.05). Os autores
concluíram que a resistência adesiva está mais relacionada à área de dentina sólida
que à densidade dos túbulos. Os altos valores de resistência adesiva encontrados
no terço apical utilizando sistemas adesivos que indicam a realização do
condicionamento ácido para remoção da smear layer como o C & B Metabond,
sugerem que maior resistência adesiva na região apical depende tanto da estrutura
intrínseca da dentina (quantidade de túbulos dentinários) como da presença ou não
de smear layer. Os resultados ainda demonstraram que houve menor variabilidade
nos resultados quando se utilizou o cimento C & B Metabond.
Hofmann et al.
28
(2001) avaliaram a eficácia dos cimentos resinosos de
ativação química e dual comparados com os fotoativados. Para tal, foram realizados
testes de resistência flexural, módulo de elasticidade e dureza Vickers. Também
determinaram a influência da irradiação através de uma camada de porcelana de 2,5
mm com cimentos resinosos fotoativados e de ativação dual. Foram utilizados quatro
cimentos duais e quimicamente ativados Cerec Vita DuoCement, Nexus, Variolink II
e SonoCem e o cimento Panavia 21 foi utilizado como controle. A polimerização foi
realizada da seguinte forma: (i) polimerização química pela mistura das pastas base
37
e catalisadora, sem irradiação; (ii) polimerização dual pela mistura das pastas base e
catalisadora com irradiação direta; (iii) polimerização dual através da porcelana de
espessura 2,5 mm; (iv) fotoativação das pastas base com irradiação direta; (v)
fotopolimerização através da porcelana de 2,5 mm de espessura. Foram preparados
espécimes de 2 X 2 X 25 mm dos cimentos resinosos, polimerizados de acordo com
o protocolo estabelecido anteriormente. Em seguida, armazenados em água
desmineralizada a 37ºC evitando-se a luz ambiente até o teste ser realizado. Os
espécimes foram submetidos a um teste de resistência flexural de três pontos a uma
velocidade de 0,75 mm/min após 24 horas do início da polimerização. Para
avaliação da dureza superficial foram preparados espécimes de 5 X 5 mm com a
polimerização correspondendo ao protocolo anteriormente relatado. Os espécimes
foram armazenados em água desmineralizada a 37ºC até serem testados. A dureza
Vickers foi medida 24 horas após a polimerização usando um identador aplicando
uma força de 4.950 N (0.5 Kp) por 30 segundos. Para todos os materiais os de
polimerização dual produziram maiores valores (de 100 VHN) que os fotoativados
quando a irradiação foi realizada através da porcelana (de 40 a 60 VHN). Para os
materiais quimicamente ativados a resistência flexural foi de 68.9 – 85.9%, o módulo
de 59.2 – 94.5 % e a dureza Vickers de 86.1 – 101.4% dos valores correspondentes
obtidos pela polimerização dual com irradiação direta. A fotoativação através da
porcelana apresentou menores valores dos experimentos quando comparada com a
irradiação direta. Os autores concluíram que os materiais de polimerização dual
produziram melhores propriedades mecânicas que os fotoativados.
Irie e Suzuki
29
(2001) avaliaram o efeito da termocicalgem na formação de
fendas marginais em inlays de resina composta em diferentes tipos de cimentos e
suas propriedades mecânicas. Para o estudo utilizaram os cimentos Compolute
(cimento resinoso), PermaCem (compônero), Fuji Plus (ionômero de vidro) e o
Panavia 21 (cimento resinoso químico ) como controle. Para avaliar a formação de
fendas marginais foram selecionados pré-molares extraídos, nos quais foram
confeccionadas cavidades inlays e reconstruídos com inlays de resina composta (Z
100 – 3M ESPE), as quais foram cimentadas com os cimentos mencionados
anteriormente. Posteriormente, as margens das restaurações foram inspecionadas
com um microscópio óptico (X 400) para avaliar a presença, localização e extensão
das fendas marginais. As medições das fendas foram realizadas antes e após a
termociclagem. Foi também avaliado o grau de contração de polimerização antes e
38
após a termociclagem por meio da utilização de moldes de teflon preenchidos com
cimento sobre placas de vidro. O grau de expansão higroscópica durante os 10.000
ciclos, o diâmetro e o peso de cada cimento foi medido com um eletromicrômetro e
com uma balança elétrica antes e após a termociclagem, cujos valores foram
expressos em porcentagens. Foram também realizados os testes de resistência ao
cisalhamento e de resistência flexural em uma máquina de ensaios (Instron) a
velocidade de 0,5 mm/min para ambos os testes. Os cimentos Compolute e Panavia
21 antes da termociclagem apresentaram fendas de 10 μm e após a termociclagem
de 40-70 μm, os cimentos PermaCem e Fuji Plus apresentaram antes da
termocilagem fendas de 60-110 μm e após a termociclagem de 10-60 μm. A média
das fendas dos cimentos foi de 50-100 μm. Observando os resultados de grau de
contração de polimerização dos cimentos, o Fuji Plus apresentou o maior grau e o
Panavia 21 o menor grau. No que se refere à expansão higroscópica, o Fuji Plus
apresentou a maior de todas e os outros cimentos apresentaram menor expansão
higroscópica, porém semelhantes entre si. Não foram encontradas diferenças
significativas para resistência adesiva ao cisalhamento entre os diferentes cimentos
na interface cimento-dentina e entre as diferentes condições antes e após a
termociclagem. Antes e após a termociclagem, a maior resistência adesiva e o
menor coeficiente de variação foram obtidos com o Compolute. Em todos os grupos,
não foi observada nenhuma diferença significativa para o modo de fratura antes e
após a termociclagem. No teste de resistência flexural e módulo de elasticidade,
quando os espécimes foram submetidos às tensões térmicas, houve um aumento
nos valores após a termociclagem, sendo os valores de resistência flexural mais
elevados antes da termociclagem apresentados pelo Compolute (74,53 MPa) e os
menores valores pelo Fuji Plus (23,79 MPa) e após a termociclagem os maiores
valores foram apresentados pelo Panavia 21 (71,17 MPa) e os menores valores pelo
Fuji Plus (27,06 MPa). Os valores do módulo flexural também foram aumentados
significativamente para todos os materiais se comparado antes da termociclagem.
Antes da termociclagem, o Compolute mostrou os maiores valores (2,91 GPa) e o
PermaCem os menores valores (0,80 GPa). Após a termociclagem, o Panavia 21
mostrou os maiores valores (8,71 GPa) e o Fuji Plus os menores valores (4,18 GPa).
Os autores concluíram que as propriedades mecânicas dos cimentos foram
relacionadas com a formação de fendas marginais e que o grau de contração de
39
polimerização e a expansão higroscópica influenciaram no comportamento do
cimento.
Seymour et al.
30
(2001) investigaram por meio de uma análise de elementos
finitos as tensões nas margens cervicais vestibulares de facetas de porcelana
veneers e no interior do cimento simulando preparos cervicais em chanfrado, ombro
e lâmina de faca e com preparo incisal e vestibular ou envelope. Foi realizado um
modelo bi-dimensional de um corte vestíbulo-lingual de um incisivo central superior.
Foram construídos 6 modelos variando-se o término cervical e a borda incisal de
acordo com o que foi descrito anteriormente, foram determinadas as propriedades
dos materiais, foi realizada a restrição do movimento do ligamento periodontal, os
materiais foram considerados bem aderidos, foram aplicadas cargas de 200 N a 45º
na superfície palatina simulando uma carga funcional oclusal nos preparos incisais
em envelope e de 200 N horizontalmente á superfície vestibular simulando uma
carga traumática, confeccionada malha de triângulos eqüiláteros e plotados os
resultados de tensões principais na tração e na compressão em MPa. Os resultados
demonstraram maiores tensões de tração no término em ombro com preparo incisal
e vestibular e as menores tensões de tração para o término cervical em lâmina de
faca e preparo incisal e vestibular. As maiores tensões de compressão foram
apresentadas para término em ombro com preparo incisal e vestibular, e as menores
para o término em lâmina de faca com preparo incisal envelope. Os autores
concluíram que tanto com a carga vestibular como com a palatina, os términos em
lâmina de faca apresentaram menores tensões de tração no interior da porcelana e
do cimento que os términos em ombro e em chanfrado. Também relataram que a
associação do preparo incisal em envelope com término em lâmina de faca
apresentaram um comportamento adequado quando submetidos às cargas oclusais
sem, portanto, apresentarem fraturas.
Hagge et al.
31
(2002) avaliaram o efeito de três seladores intra-canais na
resistência à retenção de um pino endodôntico pré-fabricado cimentado com um
cimento resinoso. Foram selecionados 64 dentes unirradiculares, os quais tiveram
suas coroas removidas na junção cemento-esmalte, tratados endodonticamente e
divididos em 4 grupos de 16 raízes cada. O Grupo 1 (controle) as raízes não foram
obturadas, o Grupo 2 as raízes foram obturadas com guta-percha e cimento
endodôntico à base de eugenol (Kerr), o Grupo 3 as raízes foram obturadas com
guta-percha e cimento endodôntico resinoso (AH-26) e o Grupo 4 as raízes foram
40
obturadas com guta-percha e cimento endodôntico à base de hidróxido de cálcio
(Sealapex). Depois de obturadas, foram armazenadas a 100% de umidade por 7
dias. Em seguida, os canais foram preparados e limpos e o cimento Panavia 21
introduzido nos canais com seringa Centrix e os pinos Parapost (tamanho 5) foram
posicionados no centro para manter uma espessura uniforme de cimento
circunferencialmente. As amostras foram armazenadas em 100% de umidade por 48
horas a temperatura ambiente e incluídas com resina acrílica em um tubo de PVC.
Posteriormente, as amostras foram montadas em uma Máquina Universal de Ensaio
(Instron) onde foi realizado o teste de tração dos pinos a uma velocidade de 1
mm/min. Os resultados demonstraram que as amostras do grupo controle não
obturadas apresentaram um valor mais alto de resistência de união que os grupos
com seladores contendo eugenol (P=0.017). Não existiram diferenças significativas
entre os outros grupos. Os modos de falha variaram entre os grupos, ocorreram
poucas falhas coesivas do pino, cimento e dente e mais falhas adesivas. As falhas
adesivas mais representativas foram na interface cimento-dente e em menor
representatividade entre o pino e o cimento. Os autores concluíram que a
composição dos cimentos endodônticos formulados (eugenol, resina, hidróxido de
cálcio) não teve influência significativa nos valores de resistência de união dos pinos
intra-radiculares com cimento resinoso.
Irie et al.
32
(2002) investigaram três tipos de materiais restauradores
fotoativados e avaliaram a inter-relação da adaptação marginal imediata (formação
de fenda), com a força de contração de polimerização por meio de dois diferentes
métodos, a contração de polimerização diametral e a resistência adesiva ao
cisalhamento imediata ao esmalte e à dentina. Foram utilizados 10 materiais
restauradores como: cimentos ionômeros de vidro modificados por resina Fuji II LC,
Vitremer e Photac-Fil, compômeros VariGlass VLC, Geristore e Dyract e resinas
compostas Silux Plus, Herculite XRV, Prisma TPH e Estio LC. Foram utilizados 100
dentes extraídos, nos quais foram preparadas cavidades com profundidade de 1,5
mm e diâmetro de 3,5 mm nas suas superfícies coronárias mesiais. As cavidades
foram preenchidas com os materiais restauradores sendo fotoativados por 40
segundos. As margens das restaurações e as amplitudes das fendas foram
observadas em microscópio óptico após 3 minutos da fotoativação. Foram
preparados 10 espécimes para cada material. A contração de polimerização foi
avaliada por meio da confecção de 10 espécimes cilíndricos (altura 1,5 mm e
41
diâmetro 3,5 mm) em um molde de teflon, que foram posicionados em um
microscópio eletrônico a laser com grande sensibilidade. A medida de contração de
polimerização foi obtida pela diferença entre as medidas antes e após a
fotopolimerização de 40 segundos expressa em micrômetros e dividida pelo
diâmetro original do espécime expressa em porcentagem. A resistência adesiva ao
cisalhamento dos materiais aderidos às superfícies expostas de esmalte e dentina
foram medidas em uma máquina de testes (Autograph DSC-2000) com uma força de
cisalhamento aplicada a 90º, a uma velocidade de 0,5 mm/min. Os resultados
demonstraram que o VariGlass VLC e o Vitremer mostraram fendas marginais mais
amplas que os outros produtos. Todas as resinas compostas mostraram fendas
menores que os demais materiais. Os materiais restauradores que apresentaram
fendas menores nas cavidades dentárias, também apresentaram fendas menores
nas cavidades de teflon. As três resinas compostas (Estio LC, Silux Plus e Prisma
TPH) e um ionômero de vidro (Photac-Fil) apresentaram menores valores de
contração diametral. Nas cavidades de teflon, os materiais que apresentaram fendas
menores, demostraram menor contração diametral. Essa relação não ocorreu para
as cavidades dentárias. As resinas compostas Herculite XRV, Prisma TPH e Estio
LC apresentaram resistência adesiva ao esmalte maiores que dos outros materiais e
os ionômeros de vidro apresentaram as menores resistências adesivas. A
resistência adesiva à dentina, os maiores valores foram expressos pelas resinas
compostas Herculite XRV e Estio LC e o compômero Dyract e os menores valores
pelos ionômeros Geristone e Prisma TPH. Não foi observada nenhuma relação entre
fenda marginal na cavidade dentária e resistência adesiva ao cisalhamento ao
esmalte. Os autores concluíram que a contração de polimerização, medida pela
amplitude das fendas marginais nas cavidades de teflon, tiveram uma maior
correlação com a amplitude das fendas marginais nas cavidades dentárias que os
valores de força de contração diametral ou resistência adesiva ao esmalte e à
dentina.
Pegoretti et al.
33
(2002) avaliaram o comportamento biomecânico de incisivos
centrais superiores restaurados com diferentes pinos. Primeiramente, realizaram o
teste de resistência flexural três pontos em uma máquina Instron com uma célula de
carga de 100 N a uma velocidade de 1 mm/min em cinco espécimes para obter a
medida do módulo de elasticidade do pino de fibra de vidro cilíndrico com
extremidade cônica de 1,7 ± 0,1 mm. Posteriormente, foi realizada a análise por
42
meio do método dos elementos finitos (Programa MARC). Para essa análise foram
realizados quatro modelos bi-dimensionais de incisivos centrais superiores em uma
vista vestíbulo-lingual. O modelo A foi de um dente natural; o modelo B foi de um
dente despolpado restaurado com núcleo metálico fundido em liga de ouro e coroa
cerâmica; o modelo C foi de um dente despolpado restaurado com pino em fibra de
carbono Composipost, núcleo de resina composta e coroa cerâmica; o modelo D foi
de um dente despolpado restaurado com pino de fibra de vidro, núcleo de resina
composta e coroa cerâmica. O pino do modelo B foi cimentado com cimento fosfato
de zinco 30 μm e dos modelos C e D com cimento resinoso 200 μm. Todos os
materiais foram considerados homogênios, isotrópicos, lineares e elásticos, porém
os pinos de fibra foram considerados lineares elásticos ortotrópicos e
transversalmente isotrópicos. As malhas foram determinadas de elementos com 4
nós quadrilaterais e algumas delas foram triangulares por razões geométricas.
Foram aplicadas cargas verticais de 100 N, oblíquas de 50 N e horizontais de 10 N.
Os resultados demonstraram que os núcleos metálicos fundidos em liga de ouro
apresentaram as maiores concentrações de tensões na interface pino-dentina. Os
pinos de fibra apresentaram tensões elevadas na região cervical devido à sua
flexibilidade e à presença de um material de núcleo de preenchimento menos rígido.
O pino de fibra de vidro mostrou menores picos de tensões no interior da raiz,
porque possui um módulo de elasticidade semelhante ao da dentina. Portanto, estes
apresentaram uma distribuição de tensões semelhante à do dente natural, exceto na
margem cervical. As tensões na margem cervical do núcleo metálico fundido podem
permitir a ocorrência de fraturas e nos pinos de fibra pode permitir a ocorrência de
fendas marginais e microinfiltração. As tensões na margem cervical poderiam ser
reduzidas utilizando materiais coronários com menor rigidez. Os autores concluíram
que o pino de fibra de vidro apresentou um comportamento biomecânico semelhante
ao do dente natural.
Pest et al.
34
(2002) compararam o comportamento dos cimentos resinosos
com as resinas compostas (auto e fotopolimerizáveis) utilizados para cimentação de
pinos endodônticos por meio de testes de resistência adesiva e observações em
MEV. Para o preparo dos espécimes utilizados nos testes de push-out foram
selecionados 5 dentes unirradiculares extraídos sem irregularidades nos canais
radiculares. As coroas dos dentes foram removidas na junção cemento-esmalte com
um disco de diamante (Isomet, Buehler Ltda, Lake Bluff, NY, USA), posteriormente
43
os dentes foram tratados endodonticamente, e sendo realizado o procedimento
adesivo de acordo com as instruções dos fabricantes. Os materiais de união
aplicados no interior dos canais com um dispositivo de ponta fina metálica. As raízes
foram seccionadas transversalmente e quatro secções de 2 mm de espessura foram
obtidas. Os espécimes foram armazenados em água destilada por 24 horas antes do
teste. Os testes de push-out foram realizados a uma velocidade de 0,5 mm/min
usando uma máquina universal de testes (Acquati, Varese, Italy). Foram registradas
as tensões máximas em MPa. Para realização dos testes estatísticos foi utilizada
ANOVA um critério. Todas as amostras apresentaram altos valores de resistência
adesiva (entre 26 e 30 MPa), embora os valores obtidos pela combinação do Tech
2000 ou Tech 21 com Panavia F ou Liner Bond 2V foram significativamente maiores
(p < 0. 05). Em seguida, os espécimes foram preparados para observações em
MEV, utilizando 30 elementos dentários extraídos com canais únicos e estreitos e
foram realizadas as combinações dos diferentes tipos de pinos com os diferentes
tipos de agentes de união. Suas coroas foram removidas na junção cemento-
esmalte. Após o tratamento endodôntico, foi realizada a aplicação do sistema
adesivo e dos pinos de acordo com as instruções dos fabricantes. Dispositivos de
pontas metálicas finas foram utilizados para inserir a resina composta no interior dos
canais enquanto cimentos resinosos tradicionais foram levados e o pino
propriamente dito. As amostras foram seccionadas longitudinalmente com um disco
diamantado com irrigação de água. Metade de cada amostra foi metalizada com
ouro e a outra metade recebeu um pré-tratamento com HCl por 20 segundos e
NaOCl 1% por 10 minutos para remover os componentes orgânicos e minerais da
dentina apenas da camada híbrida e analisar melhor a formação dos tags de resina.
Existe uma diferença significativa entre o grupo do cimento resinoso e o grupo do
adesivo/resina composta. Nos grupos que receberam pré-tratamento com Primer ED
houve uma formação não homogênea de uma camada de dentina hibridizada e a
formação de tags de resina irregulares. Para os grupos que utilizaram sistema
adesivo autocondicionante (Clearfil Liner Bond 2V) apresentaram algumas amostras
com formação de muitos tags e outras sem formação de tags. Para os grupos que
utilizaram o sistema adesivo All Bond 2 houve a formação de numerosos tags de
resina. Na avaliação realizada nas interfaces pino-material de união para os
cimentos resinosos somente uma amostra apresentou a formação de bolhas e de
espaços vazios, o que não ocorreu para as resinas compostas. Os melhores
44
resultados foram obtidos com a combinação de um pino translúcido com a resina
composta fotopolimerizável e autopolimerizável, pois não apresentaram a formação
de bolhas e nem de espaços vazios em nenhuma das amostras, mostrando-se
adaptadas perfeitamente à superfície do pino. Os autores concluíram que a técnica
de utilização de resinas compostas para cimentação de pinos pode ser considerada
uma alternativa viável e é vantajosa pelo fato de se utilizar o mesmo material para a
reconstrução coronária, tendo assim, uma boa união química, porém relatam haver a
necessidade de se desenvolver futuros estudos para avaliar o grau de conversão
das resinas fotopolimerizáveis em diferentes profundidades dos canais radiculares.
Ramos
35
(2002) verificou a distribuição de tensões em próteses de quadril
com o objetivo de compreender os mecanismos de transferência de forças e como
esses podem ser afetados pelos diferentes modelos de próteses, além de
desenvolver uma nova componente femoral de prótese de quadril. Foi utilizado um
modelo numérico simplificado de uma prótese de quadril, para reconstrução de um
fêmur. Considerou-se uma espessura de cimento de 2 mm capaz de garantir uma
transferência de cargas uniformes entre implante e osso, a haste com 100 mm de
comprimento, com seção geométrica constante. Foram analisadas 12 secções
transversais de implantes por meio do método dos elementos finitos, obtendo-se as
tensões de von Mises da camada de cimento e as tensões principais máximas e
mínimas nas interfaces implante-cimento e cimento-osso por meio do software CAE
CosmosWorks®6. usando malhas tetraédricas lineares de 4 nós, carregamento
estático e materiais isotrópicos lineares e elásticos com restrição na porção distal do
osso. As intensidades de forças foram obtidas da literatura. Não foram levados em
conta os atritos nas interfaces. Nessas secções foram consideradas áreas de
contato aproximadamente iguais entre o implante e o osso. Foram comparadas
diferentes geometrias da região proximal da haste e simuladas combinações das
geometrias nas zonas proximal e distal. No estudo das interfaces observou-se que
as geometrias mais orgânicas provocam menores níveis de tensões que as rígidas,
ou seja, que a geometria influenciou as tensões desenvolvidas nas interfaces
implante-osso e cimento-osso. Posteriormente, o autor desenvolveu novas
geometrias com base nos melhores resultados apresentados anteriormente, isto é,
por meio da combinação de duas geometrias onde se verificou em cada região os
melhores resultados na interface prótese cimento, pois se a prótese for deslocada, é
nessa região que ocorrerão os deslocamentos. Os resultados das novas geometrias
45
nas interfaces osso-implante e cimento-osso demonstraram que essas permitiram
gerar tensões inferiores às convencionais que anteriormente apresentaram melhor
desempenho. Ainda selecionou três melhores geometrias e realizou a combinação
de ambas desenvolvendo duas novas geometrias para observar se promovem
menores níveis de tensões. As novas geometrias revelaram bons resultados na
interface implante-cimento, e cimento-osso, pois apresentaram tensões inferiores às
geometrias anteriores na região posterior, observando que foi possível determinar
que a geometria do implante pode influenciar no campo das tensões e que foi
possível inovar o desenvolvimento de uma nova prótese o de quadril, porém deve-se
levar em conta as limitações do estudo por ter sido realizado com um modelo
simplificado. Foram também estudados os diversos modelos de prótese de forma
linear, com interfaces totalmente unidas e não linear, considerando-se a existência
de atrito nas interfaces e observou-se que o comportamento da transferência de
carga é diferente, pois no modelo com atrito não existe transferência de tensões de
tração na interface, o que ocorre para o linear e também pela diferença de rigidez
das estruturas presentes nas interfaces. Apesar das transferências de tensões se
apresentarem de formas diferentes, no geral os comportamentos qualitativos são
semelhantes e, portanto que o modelo linear é mais fácil de ser realizado. O autor
relatou sobre a controvérsia existente no que se refere à interface mais susceptível a
fraturas, pois alguns autores acreditam ser a interface implante-cimento devido à
falta de adesão entre a estrutura metálica do implante com o cimento, porém outros
autores relatam que é a interface entre cimento e osso devido às porosidades
existentes no osso e por ele ser uma estrutura friável e então passível de fraturas.
Amarante
36
(2003) analisou a distribuição de tensões na dentina radicular
restaurada com pinos intra-radiculares. Os retentores utilizados foram núcleos
fundidos de ouro e zircônio, pinos de fibra de vidro e carbono. Foram construídos
modelos bi-dimensionais de um incisivo central superior e suas estruturas de suporte
no programa Auto CAD 2000. A simulação foi realizada no software ANSYS 7.0,
onde atribuiu as propriedades dos materiais, aplicou uma carga fisiológica de 100 N
nas angulações de 45º e 180º em relação ao longo eixo do dente e construiu malhas
de elementos quadráticos. Os resultados demonstraram que a geometria do modelo
e propriedades dos materiais influenciaram diretamente o padrão de distribuição de
tensões e que a porção apical dos retentores foi uma região crítica de concentração
de tensões. Os núcleos fundidos, principalmente o de zircônio, apresentaram
46
maiores níveis de tensões, sendo mais susceptíveis que os pinos de fibra de
carbono e vidro. O carregamento de 180º promoveu concentrações de tensões na
interface do pino intra-radicular com a obturação endodôntica. Concluiu-se que
núcleos fundidos são indicados para raízes desgastadas, enquanto que os pinos
pré-fabricados são bem indicados para dentes com estrutura radicular conservada,
por apresentarem uma distribuição de tensões mais uniforme e semelhante ao dente
hígido.
Attar et al.
37
(2003) compararam a resistência flexural, o módulo de
elasticidade, a radiopacidade e o pH de diferentes agentes de cimentação. Os
agentes de cimentação utilizados foram: cimento fosfato de zinco (Flecks, Keystone),
cimento ionômero de vidro Fuji I, cimento ionômero de vidro modificado por resina
RelyX Vitremer, cimento resinoso dual Calibra, cimento resinoso dual RelyX e
cimento resinoso autopolimerizável Crown & Bridge. Para a realização do teste de
resistência flexural foram utilizados espécimes retangulares de 25 X 2 X 2 mm
confeccionados por meio de moldes de politetrafluoretileno entre placas de vidro. Os
espécimes foram retirados dos moldes e armazenados em água destilada a 37ºC no
escuro por um período de 24 horas e 3 meses. Posteriormente, foram medidos os
comprimentos e as larguras dos espécimes, e esses submetidos ao teste de
resistência flexural de três pontos em uma máquina universal de ensaios (Instron) a
uma velocidade de 0.75 mm/min. Os resultados do módulo de elasticidade de cada
material foram obtidos por meio do cálculo de dados revelados pelo teste de
resistência flexural. Para o teste de radiopacidade, foram confeccionados espécimes
em forma de discos de cimento de 1 ± 0.01 mm de espessura por meio de moldes
de elastômero entre duas placas de vidro. Foram também preparados espécimes de
esmalte e dentina provenientes de molares permanentes humanos extraídos. Os
espécimes foram armazenados 24 horas a 37ºC, posicionados em um filme
radiográfico oclusal com a uma barra de alumínio, com 1 mm de espessura, o filme
foi exposto aos raios-X por 0.37 microsegundos a 70 kV e 10 mA a uma distância de
400 mm do filme, depois o filme foi revelado em um processador automático e foram
medidas as densidades ópticas dos materiais por meio das médias da transmissão
no densitômetro (4 leituras) e foi plotada a curva de densidade óptica em função da
espessura do alumínio para observar a interpolação linear da mesma. No teste do
pH os materiais foram manipulados e a medição foi realizada por meio de um
eletrodo em íntimo contato com os materiais. As medidas foram obtidas ao final da
47
mistura a 1, 5, 15 e 30 minutos e a 1, 2, 4, 6 e 24 horas. Os cimentos resinosos
apresentaram os maiores valores de resistência flexural, sendo que os
fotopolimerizados foram mais resistentes que os não-polimerizados. O cimento de
ionômero de vidro modificado por resina apresentou maior resistência flexural que o
convencional após 24 horas. Não houve diferença significativa entre os tempos de
24 horas e três meses. Os cimentos resinosos autopolimerizáveis foram os mais
radiolúcidos, o fosfato de zinco foi o cimento mais radiopaco e mais rígido e o
mesmo em conjunto com o cimento de ionômero de vidro convencional foram os
mais ácidos logo após a manipulação e os menos ácidos após 24 horas. Os
cimentos resinosos duais e o cimento de ionômero de vidro convencional
apresentaram radiopacidade semelhante à do esmalte, enquanto que os resinosos
autopolimerizáveis semelhantes à dentina. Todos os cimentos testados, exceto os
cimentos resinosos autopolimerizáveis promoveram radiopacidade suficientemente
maior que da dentina para permitir um diagnóstico eficiente. O cimento de ionômero
de vidro modificado por resina apresentou menores valores de módulo elástico. Não
houve diferença significativa no módulo de elasticidade entre os diferentes tempos
de 24 horas e 3 meses para os grupos do cimento fosfato de zinco e para os
cimentos resinosos, o que não ocorreu para ambos os grupos dos cimentos de
ionômeros de vidro convencional e modificado por resina onde houve um aumento
ao maior tempo de armazenamento. Concluiu-se que os materiais que apresentaram
melhores propriedades físicas e mecânicas foram os cimentos resinosos duais.
Bouillaguet et al.
38
(2003), avaliaram a resistência adesiva à microtração de
diferentes cimentos resinosos (incluindo adesivo e cimento ionômero de vidro
modificado) a cortes de dentina radicular e a canais radiculares intactos, além de
analisarem a diferença de resistência adesiva no terço apical. Nesse estudo,
também avaliaram, a influência do fator-C, do tipo de polimerização e do tipo de
material de união. Quarenta e oito caninos e pré-molares sem excessivas curvaturas
extraídos foram selecionados para esse estudo. Suas coroas foram seccionadas na
junção cemento-esmalte para obter 12 mm de comprimento radicular e então, foram
preparadas endodonticamente. Após 24hs, as raízes foram preparadas para a
inserção dos pinos. Os espécimes foram divididos em 2 grupos: raízes intactas e
cortes de raízes. Pinos endodônticos pré-fabricados foram cimentados nos
espécimes com os diferentes cimentos (Single Bond/Rely X ARC, ED
Primer/Panavia F, Metabond C&B, ou Fuji Plus) de acordo com as instruções dos
48
respectivos fabricantes e cobertos com resina composta Z100. Uma hora após a
cimentação, todos os espécimes foram seccionados perpendicularmente ao longo
eixo do dente na forma de discos com espessura de 0,6 mm. Cada disco recebeu
dois cortes laterais com brocas diamantadas com água. Esse procedimento foi
desenvolvido para a microscopia, para expor o pino resinoso nos lados mesial e
distal. A superfície de união foi aproximadamente de 1 mm
2
. Os espécimes cortados
foram unidos a matrizes com cianoacrilato e estressados à falha a uma velocidade
de 1 mm/min em uma máquina de testes universal. A resistência à tração de cada
corte foi calculada. Todos os cimentos apresentaram valores de resistência adesiva
maiores para os espécimes de cortes de dentina que para os espécimes de canais
radiculares intactos, segundo os autores, esses resultados ocorreram devido à
dificuldade de acesso ao canal radicular e aos maiores valores de fator-C
encontrados para os espécimes de canais intactos. O Single Bond/Rely X ARC e o
ED Primer/Panavia F não apresentaram diferenças significativas de resistência
adesiva entre si (p > 0.05), mas foram significativamente menores que as
resistências adesivas produzidas pelos cimentos Metabond C&B e Fuji Plus (p
0.05), os quais não apresentaram diferenças significativas entre si. Foram
desenvolvidas análises dos escores de regressão para determinar se poderia existir
uma relação entre resistência adesiva e distância do ápice da raiz. Para o Single
Bond/Rely X ARC, houve uma redução significativa na resistência adesiva
observada na dentina mais próxima do ápice radicular (R
2
= 0.65, p < 0.012). Uma
relação semelhante foi observada para o cimento Fuji Plus (R
2
= 0.87, p < 0.0001).
Entretanto, não foi observada nenhuma correlação para o Metabond C&B ou ED
Primer/Panavia F. Segundo os autores, essa redução de resistência adesiva
demonstrada para os cimentos Single Bond /Rely X ARC e para o Fuji Plus nos
terços apicais dos canais radiculares podem ser determinadas pela dificuldade de
acesso, porém essas causas não são claramente identificadas pelos resultados
desse estudo. Por fim os autores concluíram que os valores de resistência adesiva
dos cimentos resinosos à dentina não são muito elevados no interior dos canais
intactos devido ao estresse de polimerização e às dificuldades de acesso e que o
cimento de ionômero de vidro modificado foi o melhor dentre todos os cimentos
utilizados nesse estudo.
Gomes
39
(2003) avaliou in vitro a influência de 3 sistemas de
fotopolimerização por meio do MEV, observando a amplitude das fendas axiais em
49
cavidades Classe V restauradas com resina composta. Foram selecionados 30
terceiros molares extraídos livres de trincas e alterações estruturais. Nas faces
vestibulares e linguais dos dentes foram preparadas cavidades Classe V
(profundidade de 1,8 ± 0,1 mm; extensão ocluso-cervical 2,0 ± 0,1 mm; extensão
mésio-distal de 3,0 ± 0,1 mm). Para o estudo foram utilizados: um sistema adesivo
simplificado Single Bond (3M, ESPE), uma resina composta Filtek (3M, ESPE) e três
aparelhos fotopolimerizadores – Grupo 1: Optilux/Demetron (lâmpada halógena
convencional), Grupo 2: VIP/Bisco (lâmpada halógena gradual – pulso/tardio), Grupo
3: Elipar Free Light/3M ESPE (diodo emissor de luz azul – LEDs). A resina composta
foi introduzida na cavidade com uma técnica incremental em 2 porções. Os dentes
foram polidos e submetidos à ciclagem térmica à 10 ± 2ºC e 50 ± 2ºC em água, com
um tempo de permanência de 15 segundos em cada temperatura, realizando 500
ciclos. Os dentes foram seccionados expondo-se as paredes axiais das cavidades.
Os dentes foram metalizados e observados em MEV com um aumento de 500 X. As
fotomicrografias foram reveladas e as fendas medidas com o auxílio de um
paquímetro digital em 3 pontos previamente determinados. Os resultados
demonstraram que o sistema fotopolimerizador com lâmpada halógena gradual
pulso tardio (1,128 μm) e sistema de diodo emissor de lâmpada azul (LEDs) (1,462
μm) apresentaram menores amplitudes de fendas axiais que o sistema com lâmpada
halógena convencional (3,618 μm). Nenhum dos sistemas foi capaz de eliminar a
formação de fendas axiais.
Maia e Vieira
11
(2003) realizaram uma revisão de literatura com o objetivo de
apresentar algumas das propriedades físico-mecânicas dos cimentos resinosos
disponíveis na atualidade observando uma melhora das mesmas quando
comparados aos cimentos convencionais. Debatem as características ideais que os
cimentos devem possuir como: solubilidade que deve ser reduzida em meio bucal,
alto grau de conversão de monômeros em polímeros, pequena espessura de
película, menor conteúdo de partículas, baixa viscosidade permitindo um melhor
assentamento das peças e retentores protéticos e reduzindo a possibilidade de
formação de fendas. Com relação às propriedades mecânicas, os cimentos
resinosos apresentam resistência à compressão entre 100 e 200 MPa, à tração
diametral entre 20 e 50 MPa e força de retenção de 9,4 MPa, sendo estas
propriedades superiores em relação aos cimentos tradicionais. Os autores
concluíram que é importante o conhecimento das propriedades físico-mecânicas dos
50
materiais de cimentação, pois se a manipulação e a técnica forem realizadas
inadequadamente, podem resultar em grandes alterações das mesmas,
comprometendo o desempenho clínico a longo prazo.
Mota et al.
40
(2003) avaliaram a resistência adesiva à tração de quatro
cimentos resinosos ao esmalte e à dentina bovinos. Foram selecionados 40 dentes
bovinos, divididos em dois grupos: exposição do esmalte, e exposição da dentina na
junção esmalte/dentina. Foram realizados espécimes de cone invertido de 3 mm de
base cimentados aos substratos bovinos com diferentes tipos de cimentos resinosos:
Resin Cement, Rely X ARC, Nexus e Enforce, cada um com seus respectivos
sistemas adesivos recomendados pelos fabricantes. Os espécimes foram
armazenados por 7 dias em água destilada a 37ºC e, posteriormente, submetidos ao
teste de tração a uma velocidade de 0,5 mm/min até a falha. Foram coletados os
valores médios de resistência adesiva dos cimentos resinosos e analisados seu
modo de falha. Foi concluído que os cimentos resinosos e os substratos bovinos
influenciaram nos valores de resistência adesiva obtidos. Os valores médios de
resistência adesiva ao esmalte (11,2 ± 2,5 MPa) foram maiores que os obtidos em
dentina (7,5 ± 1,6 MPa) (P<0.01). A resistência adesiva em esmalte foi semelhante
para todos os materiais: Rely X ARC (11,4 ± 3,1 MPa), Resin Cement (11,5 ± 3,0
MPa), Enforce (11,8 ± 2,8 MPa) e Nexus (10,0 ± 1,4 MPa), enquanto que o Rely X
ARC (9,6 ± 1,8 MPa), o Resin Cement (9,3 ± 0,9 MPa) e o Enforce (7,8 ± 2,9 MPa)
apresentaram maiores valores de resistência adesiva à dentina que o Nexus (3,5 ±
0,8 MPa) (P<0.05). A análise de modo de falhas demonstrou que vários espécimes
exibiram falhas coesivas no cimento resinoso, exceto o Nexus aderido à dentina,
para o qual o modo de falha predominante foi a adesiva. Ainda detectaram no
esmalte mais falhas coesivas e na denitna mais falhas adesivas.
Prisco et al.
41
(2003) avaliaram a resistência à fratura da interface de quatro
sistemas pino-cimento por meio de um teste mecânico in vitro de pull-out e,
posteriormente estudaram a distribuição das tensões na camada de cimento
utilizando o Método dos Elementos Finitos (MEF). Quarenta terceiros molares foram
selecionados e utilizados para obter 40 discos de dentina da porção média da coroa
(espessura de 2 mm). Foi realizado um orifício no centro de cada disco de dentina
(diâmetro de 2.4 mm) e quatro diferentes pinos (diâmetro de 2 mm) foram
cimentados no interior dos orifícios de acordo com as instruções dos fabricantes.
Quatro diferentes combinações pinos de fibra-cimento foram utilizadas: pino de
51
fibras de carbono (PFC) (Composipost RTD) + cimento quimicamente polimerizável
(C&B Cement, BISCO); pino híbrido (fibras de carbono recobertas com fibras de
vidro) (White Aesthetic plus RTD) + C&B; pino de fibras de vidro (Aesthetic post
RTD) + C&B e pino de fibras de vidro com matriz de resina epóxi translúcida (Light
post RTD) + cimento resinoso dual (Duo-link cement, BISCO). A escolha pelo último
sistema de cimentação foi porque o Light Post permite a transmissão da luz, então
na prática clínica, recomenda-se um sistema dual. As amostras foram fotoativadas
usando uma lâmpada halógena de 600 mW/cm
2
(Optilux, Demetron Research
Corporation) por 40 segundos. Na análise computacional, foram simulados dois tipos
de forças, uma na qual a superfície superior de dentina foi carregada, enquanto que
o cimento ficou com movimentação vertical livre durante a aplicação da força, e
outra, onde cerca de 3/4 da superfície livre do cimento foi carregada com a dentina.
Os pinos foram considerados isotrópicos e os cimentos isotrópicos elásticos. A
geometria simetricamente axial permitiu o desenvolvimento de um modelo bi-
dimensional que foi solucionado no programa Ansys 5.6 (Swanson Corp).
Posteriormente, foi realizado o teste de pull-out com uma máquina Instron 4204 a
uma velocidade de 2.0 mm/min na direção axial do pino. O deslocamento axial do
pino foi monitorado usando um extensômetro Instron 2620-601 posicionado entre o
disco de dentina e o pino. Foi calculada a média de resistência adesiva da interface
pino-cimento. Os resultados da resistência adesiva máxima para cada sistema pino-
cimento demonstraram que não houve diferenças significativas entre as amostras.
Na análise de Elementos Finitos, onde foi avaliada a distribuição de tensões nos
diferentes sistemas, observou-se que houve uma maior concentração de tensões na
interface pino-cimento que na interface cimento-substrato dentinário e, que a
distribuição das tensões ao longo da interface pino-cimento não é uniforme, tendo o
valor máximo próximo da superfície superior da camada de cimento e diminuindo
lentamente até a base. Esse valor máximo é a média das tensões de cisalhamento
para todos os sistemas pino-cimento que foram considerados. Também foi obtido na
análise por meio do Método dos Elementos Finitos que a distribuição das tensões no
cimento resinoso para os quatro sistemas pino-cimento apresentou-se de maneira
semelhante, sugerindo que não existe um relacionamento direto com o tipo de fibra
de reforço do pino. Os autores concluíram que ocorreram mais fraturas na interface
pino-cimento devido à diferença relativa de rigidez entre o cimento e o pino ser maior
que entre o cimento e a dentina, fato esse que determinou uma maior concentração
52
de tensões nas regiões de maior rigidez e que os fatores de retenção e o tipo de
fibras de reforço não influenciaram nos valores de resistência adesiva ao pull-out.
Goracci et al.
42
(2004) avaliaram a adesão de pinos intra-radiculares em fibras
de vidro à dentina radicular comparando três tipos de testes de resistência adesiva,
sendo eles: microtração com espécimes na forma de ampulheta, microtração com
espécime na forma de palitos e teste de push-out para investigar qual dos métodos
revela a existência de diferenças significativas nas condições de adesão criadas em
diferentes níveis radiculares por dois cimentos resinosos (Variolink II e Rely-X
Unicem). Trinta dentes anteriores foram tratados endodonticamente e restaurados
com pinos em fibras de vidro cilíndricos com diâmetro de 1,6 mm e resina composta.
A porção coronária de cada dente foi removida. Os espécimes foram
randomicamente divididos em 2 grupos com 15 dentes cada, dependendo dos
materiais utilizados para cimentação dos pinos. Sendo grupo A, condicionamento
com ácido fosfórico a 37%, sistema adesivo Exite DSC e Variolink II, e grupo B o
cimento resinoso autocondicionante Rely-X Unicem. Os espécimes foram então
preparados de acordo com o ensaio mecânico realizado. Para o preparo dos
espécimes em ampulheta, foram selecionadas 12 raízes, as quais foram divididas
aleatoriamente em 2 grupos. Cada raiz foi seccionada perpendicularmente ao longo
eixo do dente com espessura de 1 mm. Foram obtidos um total de 58 discos para as
raízes do grupo A e 51 para raízes do grupo B. As espessuras dos discos de dentina
variaram de 0,9 a 1,1 mm. Um segundo corte foi realizado nos espécimes, esse em
direção à interface dentina, adesivo e cimento. Posteriormente, foram aplicadas
cargas puramente de tração a uma velocidade de 0,5 mm/min até a falha ocorrer.
Para a realização dos palitos, foram selecionadas 6 raízes com menores ângulos de
curvatura, 3 para cada grupo. Foi realizado um corte ao longo eixo da raiz na
periferia do pino e um segundo corte semelhante para expor a superfície do pino no
lado oposto, para criar uma fatia de espessura uniforme com o pino no centro da
fatia. Das fatias foram feitos palitos de espessura 1 X 1 mm. Duas amostras do
grupo do Variolink II e duas do grupo do Rely-X Unicem foram observadas em MEV
e o restante dos palitos usados para o teste de resistência adesiva à microtração.
Para o teste push-out, 6 raízes foram selecionadas para cada grupo, seccionadas
horizontalmente em 5 ou 6 fatias de 1 mm de espessura, somando um total de 34
secções para o grupo A (16 coronários e 18 médio-apical) e 33 secções para o
grupo B (15 da porção coronária e 18 do nível médio-apical). Foi posicionada uma
53
ponta cilíndrica metálica tocando a maior área superficial do pino para evitar ruptura
de sua estrutura interna o que pode alterar os resultados da resistência adesiva da
interface pino-raiz. A carga foi aplicada por uma máquina de teste a uma velocidade
de 0,5 mm/min até ocorrer a falha adesiva. Para o teste de microtração com
espécime em ampulheta, houve um maior número de falhas prematuras devido ao
estresse gerado pela broca de corte, além da grande variabilidade dos resultados.
Para a técnica com espécimes em forma de palitos, também muitos falharam
enquanto eram cortados, sugerindo que a resistência adesiva era tão pequena que
não resistiu aos estresses transmitidos nas interfaces raiz-pino, particularmente
quando as secções foram feitas na periferia dos pinos. Como o número de
espécimes obtidos foi muito pequeno para esse método, os dados tiveram pouca
significância. Para o teste de push-out nenhum dos espécimes falhou
prematuramente. Comparando-se os espécimes submetidos aos testes de push-out
e de microtração com espécimes em ampulheta, ambos indicam que a adesão
obtida após o condicionamento ácido com ácido fosfórico e aplicação de sistema
adesivo Excite e Variolink II é mais forte que aquela estabelecida pelo cimento
autocondicionante Rely-X Unicem. As diferenças dos valores de resistência adesiva
com o teste de microtração não foram significativas, porém foram significativas para
o teste de push-out. Isso pode ocorrer devido ao Rely-X Unicem possuir em sua
composição ácidos fracos que possuem menor capacidade de penetração nos
túbulos dentinários que o ácido fosfórico. No que se refere aos terços radiculares, o
terço coronário apresentou melhores valores de adesão que os demais devido à
maior facilidade de acesso para a realização do procedimento adesivo. Os autores
ainda evidenciam a existência de outros fatores que podem influenciar na resistência
adesiva como a adesão não-uniforme, o fator-C e a polimerização incompleta dos
sistemas adesivos. E por fim, concluem que o teste de push-out foi o mais eficiente
dos métodos testados para obtenção da resistência adesiva dos dois sistemas de
cimentação utilizados no presente estudo.
Gradini et al.
43
(2004) avaliaram a eficácia da técnica de passo único na
formação de tags de resina, ramificações laterais do adesivo e zona de inter-difusão
resina dentina (RDIZ) quando pinos de fibras translúcidos no interior dos preparos
intra-radiculares foram armazenados em solução de timol 0.1%. Foram selecionados
40 dentes anteriores inferiores (incisivos e caninos), que foram tratados
endodonticamente com cimento endodôntico AH26 (De Trey) e randomicamente
54
divididos em 4 grupos de 10 espécimes cada. No Grupo 1 foi utilizado ácido fosfórico
32% (Bisco) por 15 segundos, quatro camadas do material primer-adesivo One Step
(Bisco), fotoativação por 20 segundos e cimento resinoso dual Duo-Link (Bisco) e
pino de fibras e fotoativação por 20 segundos, no Grupo 2 os espécimes radiculares
foram tratados como as amostras do Grupo 1, porém a solução primer-adesivo One-
step (Bisco) foi fotoativada após a inserção do cimento resinoso e do pino por 30
segundos, no Grupo 3 as raízes foram tratadas como descrito no Grupo 2, porém
fotoativação simultânea foi realizada por 60 segundos e no Grupo 4 por 90
segundos. Foram utilizados pinos Light Post de dupla conicidade (RTD) número 1 e
2 dependendo do comprimento e formato dos espécimes radiculares. Após a presa
completa do cimento, foram realizadas reconstruções coronárias com resina
composta (Biscore, Bisco). Os dentes foram armazenados em água em temperatura
ambiente por uma semana. As raízes foram seccionadas paralelas ao longo eixo dos
dentes utilizando uma máquina de corte Isomet (Buehler). Para observar a formação
da zona de inter-difusão resina dentina, uma secção de cada raiz foi levemente
descalcificada com ácido fosfórico 32% por 30 segundos, desproteinizada em
solução de hipoclorito de sódio 2% por 120 segundos, desidratados com álcool e
metalizados com ouro para serem observados em MEV a uma magnificação de
1010X. Foi então avaliada a continuidade da zona de inter-difusão resina dentina
que é a porcentagem entre o comprimento dessa zona e o comprimento total da
interface adesiva e a presença ou ausência de fendas e sua localização (no interior
da camada de adesivo, entre o adesivo e o cimento resinoso, no interior da camada
de cimento, entre o adesivo e o pino). Outra secção de cada amostra foi
armazenada em HCl 30% por 24 horas e solução de hipoclorito por 10 minutos, para
dissolver completamente o substrato dental e para detectar os tags de resina
(densidade e morfologia) e as formações das ramificações laterais de adesivo. As
amostras foram posteriormente processadas para observação em MEV. Foi
realizada uma série de fotomicrografias com magnificação de 500X a 1, 4.5 e 8 mm
do término do pino, as quais foram alinhadas. Os resultados encontrados
demonstraram que houve a presença de espaços vazios/bolhas nas camadas de
cimento em todos os grupos. Metade das amostras do grupo 2 mostrou espaços
vazios/bolhas nas camadas de adesivo e cimento. As interfaces adesivo/cimento e
cimento/pino do grupo 1 estavam substancialmente livres de bolhas, o que não
ocorreu para os grupos fotoativação simultânea do adesivo e do cimento (Grupos 2,
55
3 e 4). Além disso, vários grupos apresentaram a presença de zona de inter-difusão
resina dentina. A taxa entre o comprimento da RDIZ e o comprimento total da
interface foi significativamente maior e mais uniforme no Grupo 1 que nos outros
grupos, enquanto nos outros grupos a RDIZ foi menos representada, especialmente
no nível apical. Em algumas amostras do grupo 2, 3, e 4 houve a formação de uma
fenda descontínua entre a RDIZ e o cimento resinoso. A formação da RDIZ das
amostras do Grupo 1 foi significativamente mais evidente que nos outros 3 grupos,
entre os quais foram encontradas diferenças significantes. Com relação à avaliação
da formação de tags de resina, no Grupo 1 a formação de tags de resina e de
ramificações laterais se apresentaram mais uniformes que nos outros grupos. O
comprimento dos tags de resina foi mais evidente no terço coronário, porém a
morfologia dos tags de resina foi semelhante nos 3 terços. Nos outros grupos, os
tags se apresentaram mais curtos no terço apical que no médio e coronário e a
morfologia diferiu entre os terços. Portanto, formação de tags de resina foi diferente
significativamente entre o Grupo 1 e os outros 3 grupos. Os autores concluíram que
a técnica tradicional que utiliza condicionamento com ácido fosfórico 32 % e
fotopolimerização separada do sistema primer-adesivo e do cimento resinoso
demonstrou melhor formação de tags resinosos, da RDIZ e menor formação de
espaços vazios/bolhas se comparada á técnica de adesivo passo único e
fotopolimerização simultânea do sistema primer-adesivo e do cimento resinoso.
Irie et al.
44
(2004) investigaram os efeitos do polimento imediato ou após 24
horas de armazenamento em água destilada nas propriedades mecânicas de 3 tipos
de cimentos (cimentos resinosos, compômeros e ionômeros de vidro modificados
por resina). Os cimentos estudados foram Bistite II, Chemiace II, Compolute,
XenoCem, PermaCem, Fuji Cem e o Fuji Plus. Foram selecionados 140 pré-molares
humanos extraídos e neles realizadas 140 cavidades cilíndricas (1,5 mm com um
diâmetro de 3,5 mm de altura), as quais foram tratadas com soluções
condicionantes/primers e preenchidas com cada cimento por meio de uma seringa
Centrix. Depois foram removidos os excessos dos cimentos e realizado o polimento
imediatamente após a fotoativação ou presa e 24 horas após armazenagem em
água destilada. As margens das restaurações foram inspecionadas em microscopia
óptica quanto à presença, localização e extensão das fendas marginais e as
amplitudes máximas e mínimas das fendas foram somadas. Posteriormente, o
mesmo procedimento foi realizado em cavidades de teflon para medir o grau de
56
contração de polimerização e a amplitude das fendas marginais, os testes de
resistência adesiva ao cisalhamento e de resistência flexural dos cimentos às
superfícies de dentina e o módulo de elasticidade flexural, além de avaliarem as
alterações dimensionais e de massa após 24 horas de armazenamento em água. Foi
realizada a MEV para avaliar a interface cimento/dentina. Os resultados
demonstraram que os espécimes polidos imediatamente apresentaram fendas
marginais de 23 a 121 μm para todos os cimentos, exceto para o Compolute e para
os espécimes polidos após 24 horas de armazenamento foi de 6 a 28 μm. As
resistências adesivas ao cisalhamento, flexurais e módulos de elasticidade
aumentaram após o armazenamento dos espécimes por 24 horas, o que, juntamente
à maior efetividade de polimerização, determinou que mais da metade dos
espécimes não apresentaram fendas após esse período de armazenamento. Os
resultados sugeriram que é melhor realizar o polimento após um determinado
período de tempo.
Kumbuloglu et al.
45
(2004) avaliaram a microdureza superficial, a resistência
flexural e compressiva de quatro cimentos resinosos e compararam com o grau de
conversão das formas autopolimerizáveis e duais. Os cimentos utilizados foram:
Panavia F, Variolink 2, Rely X Unicem Applicap, Rely X ARC (cimentos resinosos) e
Durelon (cimento de policarboxilato) como grupo controle. Para o teste de resistência
flexural foram confeccionados seis espécimes prismáticos de cada grupo de
dimensões 2 mm X 2 mm X 25 mm e em uma Máquina de Ensaios Lloid LRX a uma
velocidade de 1 mm/min. Para o teste de resistência à compressão foram realizados
vinte espécimes cilíndricos de cada grupo com dimensões de 6 mm de altura e 4 mm
de diâmetro, os quais posteriormente foram testados na mesma Máquina de Ensaios
a uma velocidade de 1 mm/min. No teste de microdureza superficial (Vickers) foram
confeccionados três espécimes de cada grupo com dimensões 2 mm X 2 mm X 25
mm, os quais foram submetidos à 5 indentações em diferentes locais da superfície
por 10 segundos com uma carga de 0.1 N e posteriormente calculados os valores de
dureza Vickers pela média de 15 indentações com o sistema de Vídeo Medição
Duramin (Struers). Para medir o grau de conversão dos cimentos, foram
confeccionados seis espécimes cilíndricos de cada grupo com dimensões de 1.8 mm
de altura e 3.6 mm de diâmetro submetidos ao teste por meio da espectrometria de
Fourier. O espectro foi gravado imediatamente após a mistura para os cimentos que
foram autopolimerizados ou após 40 segundos para os fotopolimerizados
57
(polimerização dual) e repetido de 2.5 em 2.5 minutos até completar 15 minutos. O
grau de conversão foi calculado a partir de uma média das 8 observações que foram
realizadas. Para todos os ensaios, os cimentos foram manipulados e misturados
conforme as recomendações dos fabricantes e, armazenados em água destilada a
37 ±1°C por uma semana. Os maiores valores de resistência flexural foram obtidos
com o cimento resinoso Variolink 2 (90 GPa), e a menor obtida com o cimento
convencional de policarboxilato Durelon (28 GPa). O cimento resinoso auto-adesivo
Rely X Unicem mostrou altos valores de microdureza (44 HV), e o Variolink 2 os
menores valores de microdureza (32 HV). A maior resistência à compressão foi
obtida com o Rely X Unicem (145 GPa), e a menor com o Durelon (41 GPa). Quando
foram comparados os valores característicos de resistência, os dois maiores valores
encontrados foram com o Rely X Unicem (159 GPa) e Panavia F (144 GPa);
entretanto, os valores médios não apresentaram diferenças significativas. Para
ambos os grupos autopolimerizáveis ou duais, o cimento resinoso Rely X ARC
mostrou maior grau de conversão (81% e 61%, respectivamente). O Rely X Unicem
teve o menor grau de conversão (56% e 26%, respectivamente), medido 15 minutos
após a mistura. Para todos os cimentos resinosos, o material de polimerização dual
mostrou maior grau de conversão. Observou-se que os cimentos resinosos
apresentaram resistência à compressão mais alta que o cimento de policarboxilato.
A natureza tixotrópica dos cimentos de policarboxilato fez com que esses
apresentassem um comportamento diferente dos cimentos resinosos sobre pressão.
Observaram também que a resistência à compressão e a microdureza do Variolink 2
não se apresentaram tão maiores que sua resistência flexural como era esperado.
Os autores concluíram que houve diferenças nas propriedades físicas dos diferentes
cimentos resinosos de semelhante caracterização química e que o método de
polimerização influenciou no grau de conversão dos cimentos resinosos de
polimerização dual.
Lassila et al.
46
(2004) investigaram as propriedades flexurais e os valores de
carga de fratura de diferentes tipos de pinos de fibras de reforço (FRC). Também, foi
determinada a influência da ciclagem térmica nas propriedades flexurais. Sete pinos
de várias marcas e diâmetros, e compostos de fibras de vidro unidirecionais foram
testados: SnowPost, Carbopost, ParaPost FiberWhite, C-Post, C-Post serrilhado,
Glassix e EverStick. Cinco pinos de cada tipo foram submetidos à termociclagem em
água (12.000 X, 5ºC/55ºC, por um tempo de 30 segundos) sendo, em seguida
58
armazenados em água por 2 semanas antes do teste mecânico. Foi realizado o teste
de flexão de três pontos de acordo com a ISO 10477 (comprimento 10.0 mm e
velocidade 1.0 mm/min, diâmetro do corte transversal da ponta de carga de 2 mm)
para medir a resistência flexural e o módulo flexural em uma máquina de testes
(modelo LRX - Lloyd Instruments) a uma temperatura ambiente de (22 ± 1ºC).
Posteriormente, os espécimes foram metalizados com ouro e as secções
transversais dos pinos examinadas no MEV. Foi avaliado o efeito da termociclagem,
do tipo de material e diâmetro dos espécimes nos valores de resistência flexural e na
carga de fratura, o que apresentaram-se de forma significativa. A maior resistência
flexural foi obtida com o grupo controle EverStick. De modo geral, a termociclagem
diminuiu aproximadamente 10% o módulo flexural e 18% a resistência e a carga de
fratura. Porém, o SnowPost mostrou maior diminuição (aproximadamente 40%) nas
propriedades mecânicas após a termociclagem, quando comparado com os outros
pinos testados. A análise das micrografias revelou a presença de porosidades em
todos os espécimes de pinos. A porosidade do SnowPost foi mais facilmente
reconhecida que do EverStick, pois esse apresentou uma matriz sólida mais justa
sem porosidades. Os autores concluíram que a presença de porosidades no
SnowPost explica a redução das propriedades mecânicas após a termociclagem, o
que pode estar relacionada à discrepância no coeficiente de expansão térmica entre
seus materiais resinosos e, relataram que o diâmetro do pino também deve ser
levado em consideração, pois pinos de maior diâmetro apresentaram maiores
valores de resistência flexural.
Le Bell et al.
47
(2004) compararam a união dos cimentos resinosos aos pinos
de fibras de reforço contendo matriz polimérica semi-impregnada com polímero com
pinos contendo matriz polimérica trançada. Pinos de titânio com retenções
superficiais cimentados com cimentos resinosos serviram como referência. Foram
testados 3 tipos de pinos de 1.6 mm de diâmetro, um pino cilíndrico com matriz
polimérica semi-IPN com fibras de reforço E-glass contínuas e unidirecionais pré-
impregnadas com gel monômero-polímero (everStick - Stick Tech) ou com imersão
em monômero resinoso dimetacrilato fotopolimerizável (Stick + Stick Resin) por
aproximadamente 1 hora a temperatura ambiente e protegida da luz e
posteriormente, polimerizados por 40 segundos de ambos os lados antes do
procedimento de cimentação, outro de matriz polimérica trançada e um de titânio. A
composição da resina fotopolimerizável (Stick Resin) usada para impregnar as fibras
59
de reforço Stick consistia de Bis-GMA e TEG-DMA. Foram realizados discos de
resina composta Bis-Core (Bisco), com espessura de 2.2 mm ± 0.1 mm, os quais
foram cimentados no interior de moldes metálicos. Foi confeccionado no interior dos
discos um orifício de 2.0 mm de diâmetro, simulando o espaço endodôntico para o
pino. Sete tipos de variações de pinos foram cimentados com um cimento resinoso
autopolimerizável (ParaPost Cement - Coltène Whaledent) no interior dos discos de
resina composta de acordo com as instruções do fabricante (sem adesivo
dentinário). Os espécimes de pino/cimento/disco foram armazenados a temperatura
ambiente por 15 a 20 horas. Foram testados oito pinos de cada tipo (n=8) secos e
oito termociclados em água (6000X, 5°C/55°C, tempo de 30 segundos). A força de
pull-out foi medida utilizando uma máquina de testes (Lloyd LRX) a uma velocidade
de 1.0 mm/min. Posteriormente, foi realizada a avaliação das superfícies de fratura
por meio de fotomicrografias obtidas do MEV (JSM 5500). Os resultados revelaram
que ambos os tipos de pinos e a termociclagem tiveram efeitos significativos na força
necessária para romper a união entre o pino e o cimento, que os pinos de fibras de
reforço de matriz polimérica pré-impregnadas com polímero apresentaram maiores
valores de resistência ao pull-out que os pinos pré-fabricados de superfície lisa e
matriz polimérica trançada. Os maiores valores de força pull-out foram obtidos com
os pinos de titânio, pelo fato de que cimento resinoso estava bem unido à superfície
serrilhada dos pinos de titânio. Nos pinos serrilhados de fibras, observou-se que a
linha de fratura situava-se na margem da superfície serrilhada, nos pinos lisos de
fibras observou-se uma falta de adesão entre superfície do pino e cimento resinoso e
nos pinos de fibra com matriz polimérica semi-IPN (EverStick e Stick), observou-se
que o cimento estava aderido à superfície do pino, evidente especialmente nos pinos
Stick. A razão pela falta de adesão dos pinos de fibra lisos foi devido à grande
densidade de fibras trançadas na resina epóxi ou devido à matriz polimérica de
dimetacrilato dificultar a união entre pino e cimento resinoso, pois os monômeros do
cimento resinoso não podem penetrar na matriz de natureza trançada.
Loguercio et al.
48
(2004) avaliaram a contração de polimerização linear, a
resistência adesiva resina-dentina e a resistência adesiva à tração de uma resina
composta ao esmalte sob diferentes técnicas adesivas e diferentes técnicas de
preenchimento cavitário. Foram selecionados 30 incisivos bovinos, nos quais foram
confeccionadas duas cavidades (4 mm de largura, 4 mm de comprimento e 2 mm de
profundidade). Os dentes foram divididos em três grupos: Grupo I: condicionamento
60
do esmalte e da dentina com ácido fosfórico 35%; Grupo II: condicionamento
somente do esmalte com ácido fosfórico 35%, Grupo III: não recebeu
condicionamento ácido. Foi utilizado o sistema adesivo Single Bond (3M ESPE) para
aderir as resinas compostas, que foram introduzidas nas cavidades de duas formas:
técnica incremental (3 camadas) e técnica de preenchimento em massa sendo
fotoativadas por 40 segundos cada com uma intensidade de luz de 600 mW/cm
2.
Após 24 horas todas as restaurações foram seccionadas e as amplitudes das fendas
foram medidas (μm), depois 3 fatias foram seccionadas novamente para obtenção
de palitos da interface adesiva para a realização dos testes de resistência adesiva
resina-dentina e resistência à tração da resina composta. Os resultados
demonstraram que os maiores valores da contração de polimerização e de
resistência adesiva resina-dentina (1,95 %) foram obtidos pelo grupo que utilizou
condicionamento do esmalte e da dentina associado com a técnica de
preenchimento em massa e que os menores valores (1,30%) valores foram obtidos
pelo grupo que realizou condicionamento ácido do esmalte associado com a técnica
incremental. A média total de amplitude de fendas foi menor (13,9 μm) para o grupo
que recebeu condicionamento ácido do esmalte e da dentina associado à técnica de
preenchimento em massa, pois a adesão foi mais efetiva (embricamento
micromecânico ao esmalte e à dentina condicionados) e a resistência adesiva
apresentou-se superior aos demais grupos, apesar de ter obtido o maior valor de
contração de polimerização linear. Não foram encontradas diferenças significativas
nos valores de resistência à tração entre os grupos e nem entre as técnicas de
preenchimento. Os autores concluíram que a técnica de preenchimento não foi
capaz de minimizar a contração de polimerização e que é importante se obter uma
boa adesão para que essa resulte em menores amplitudes de fendas e maiores
resistências adesivas.
Ribeiro
5
(2004) analisou a distribuição de tensões em modelos de incisivo
central superior contendo ou não remanescente coronário por meio do Método de
Elementos Finitos simulando a utilização de 5 diferentes sistemas de pinos: núcleo
metálico fundido, de fibra de vidro (Reforpost - Angelus®), de fibra de carbono
(Reforpost - Angelus®), de zircônia (Cosmopost - Ivoclar) e titânio (Tenax -
Waledent). O grupo controle foi determinado pelo dente hígido. Foram construídos
dois modelos de incisivos centrais, um contendo remanescente coronário de 2 mm e
outro sem remanescente coronário num papel milimetrado e posteriormente
61
escaneado com um escaner digital Scanjet 2300c HP, transferidos para o programa
CAD. Os modelos dos pinos foram processados da mesma forma e então os
modelos foram emplementados para o programa de Elementos Finitos Ansys. Foram
consideradas as propriedades dos materiais como módulo de elasticidade,
coeficiente de Poisson, realizadas as restrições nas porções superiores dos modelos
e aplicada uma força de 100 N a 45º com o longo eixo do dente na superfície
palatina, construída uma malha quadrangular Solid 82 de oito nós, os materiais
foram considerados elásticos, isotrópicos, contínuos e os resultados foram plotados
por meio do critério de Von Mises. Os pinos de titânio, zircônia e o núcleo metálico
fundido apresentaram maiores concentrações de tensões ao longo da interface pino-
cimento-dentina na porção apical ao pino. Os pinos de fibra de carbono e fibra de
vidro apresentaram uma melhor distribuição de tensões. Os grupos que possuíam
remanescente coronário de 2 mm também apresentaram distribuições de tensões
mais uniformes que os sem remanescente coronário. O autor concluiu que a
utilização de pinos alterou a distribuição de tensões nas estruturas dentárias quando
comparados ao dente hígido e que as concentrações de tensões podem determinar
áreas de risco de fraturas.
Schwartz e Robbins
49
(2004) realizaram uma revisão de literatura onde vários
autores relataram a necessidade de reforço em dentes tratados endodonticamente
devido à perda de fluidos, desidratação das estruturas e perda de estrutura dentária
por meio de processos cariosos. Afirmaram que pinos são indicados para reter
núcleos de preenchimento e restaurações coronárias em dentes que apresentam
grandes perdas de estruturas coronárias. Evidenciaram as características de
retenção que os pinos devem ter, como comprimento ideal de 2/3 do comprimento
da raiz, deixando um remanescente de guta-percha de 3 a 5 mm para manter o
selamento apical e diâmetro adequado, sem que o preparo do canal radicular
comprometa a estrutura dentária; os tipos de materiais associados aos modos de
falha, relatando que pinos mais resilientes (de fibras), tendem a gerar falhas
restauráveis e que estes proporcionam uma melhor distribuição das tensões na raiz;
a quantidade mínima de remanescente coronário que o dente deve possuir é de 2
mm para se ter uma maior segurança do procedimento restaurador. Quanto aos
materiais de cimentação, os autores sugeriram os cimentos resinosos para pinos
não-metálicos, por esses promovem um aumento da retenção, adesividade, menor
infiltração, menor espessura de película, porém enfatizaram a presença de algumas
62
desvantagens como: sensibilidade técnica, incompatibilidade química com o eugenol
presente em alguns cimentos resinosos e com o hipoclorito de sódio utilizado para
irrigação intra-canal. Ainda relataram que os cimentos resinosos químicos são
indicados com maior segurança que os fotoativados em casos de cimentação de
pinos intra-radiculares, pois alguns autores relataram que a luz não consegue
chegar às porções mais profundas dos canais radiculares, comprometendo a
retenção dos pinos. Quanto à realização de reforço da estrutura dentária por meio
de pinos, afirmaram que estes promovem um reforço inicial que é perdido com o
tempo, pois existem estudos in vitro que demonstram que a adesão da resina à
dentina diminui com o tempo por meio de estresses químicos, térmicos e mecânicos
que ocorrem na cavidade oral. Baseados em outros estudos, ainda relataram que a
adesão à dentina intra-radicular pode ser um problema devido à sua grande
variabilidade morfológica como a redução da densidade dos túbulos dentinários, a
redução do número de túbulos dentinários de coronal para apical e à alterações no
colágeno. Concluíram que a utilização de pinos deve seguir princípios de
conservação de estrutura dentária e de retenção, além de ser fundamental o
conhecimento dos materiais e técnicas que eles abrangem.
Cardoso et al.
50
(2005) avaliaram a resistência à fratura por compressão de
dentes bovinos fragilizados que receberam diferentes reforços intra-radiculares.
Foram utilizados 60 dentes bovinos, cujas coroas foram seccionadas no terço médio.
Os preparos intra-radiculares foram realizados com brocas de Gates-Glidden e
brocas de aço (20 mm de profundidade). Os dentes foram divididos em 5 grupos: G1
– Reforpost (fibras de carbono) associado a três pinos acessórios, G2 – Reforpost
Mix (fibras de carbono revestidos com fibras de vidro) associados a três pinos
acessórios, G3 – TPH (resina composta) associada ao sistema Luminex, G4 – dente
sem reforço, G5 – dentes hígidos. Os dentes foram submetidos ao teste de
compressão, onde foi realizada aplicação de uma força em um ângulo de 45º e
velocidade de 1 mm/min em uma máquina EMIC. Os dados obtidos foram
submetidos aos testes ANOVA, Tukey teste t e Dunnet. Os dentes do G1
apresentaram maiores valores de resistência á compressão significativos quando
comparados aos outros grupos e o G4 apresentou os menores valores. Os autores
concluíram que a utilização de pinos intra-radiculares associados a pinos acessórios
ou a resinas compostas aumentaram significativamente a resistência à fratura de
dentes fragilizados submetidos a forças de compressão.
63
Carvalho Filho
51
(2005) realizou uma análise não-linear de um modelo
simulando uma restauração de resina composta aderida à estrutura dentária para
compreender o mecanismo físico de polimerização e de descolamento da resina,
identificar a ocorrência de falhas na interface dente-restauração, chegar a valores
mais reais de tensões que levem em conta o descolamento das superfícies e
identificar a técnica restauradora mais adequada e mais eficiente. Foi construído um
modelo tridimensional das estruturas de esmalte, dentina associadas a um sistema
adesivo e a uma restauração de resina composta com espessura de 0,5 mm. Foram
determinadas as propriedades dos materiais como: módulo de elasticidade e
coeficiente de Poisson. Os elementos utilizados foram o SOLID 95 (20 nós, com 3
graus de liberdade em cada nó) em todos os materiais, exceto na resina composta.
Para a resina composta foi utilizado o SOLID 65 (8 nós e 3 graus de liberdade por
nó),cuja função foi modelar a sua capacidade de ruptura. Esse sólido é capaz de
trincar quando submetido á tração e de esmagar quando submetido á compressão,
além de modelar materiais com propriedades não-lineares. Visando modelar a
contração de polimerização obteve-se o coeficiente de contração linear do material.
Os valores médios do comportamento do módulo de elasticidade e do coeficiente de
expansão térmica em diferentes temperaturas foram resultados da literatura. Foram
estudados dois tipos de modelos: um simulando que a tensão na interface não era
superior á adesão (elementos lineares do adesivo) e outro onde a tensão era maior
que a adesão, cujo resultado seria a fissuração do adesivo nesse ponto (utilizou o
SOLID 65 - não linearidade do adesivo), bem como simuladas as técnicas de
incrementos horizontais e de incremento único. Observou-se que no modelo de
incrementos horizontais, os níveis de tensões são maiores quando um novo
incremento de resina composta começa a se polimerizar e que o modelo de passo
único possui um comportamento mais gradual, ou seja, as tensões vão aumentando
á medida que a polimerização ocorre. Verificou-se que existem tensões residuais de
polimerização, que se somadas ás tensões funcionais da mastigação, podem levar á
ruptura dos materiais envolvidos. No caso onde foi simulado o processo de abertura
de fissuras, durante a polimerização as tensões foram aumentadas, e ao final, as
tensões diminuem em função do início das aberturas de fissuras, ou seja, ocorre
uma liberação de energia. Observou-se ainda que as fissurações se dão nas
paredes laterais da cavidade, que a ocorrência de fissuras no adesivo alivia a tensão
no esmalte a níveis próximos aos suportados por este material, portanto quando não
64
ocorre ruptura da interface, as tensões desenvolvidas no esmalte podem provocar
sua ruptura. As fissuras deixam de ocorrer na resina composta para ocorrer no
esmalte. O autor concluiu que a falha do adesivo é uma vantagem para evitar
tensões no esmalte superiores ao seu limite de ruptura, porém clinicamente isso
pode gerar microinfiltrações e cáries, que o caminho a ser seguido é o de reduzir a
contração da resina e, portanto, não de aumentar sua adesividade, pois se essa for
aumentada, pode gerar trincas no esmalte. Além disso, demonstrou que a técnica de
incrementos horizontais levou a um estado de tensão final menor que gerado pela
técnica de incremento único.
Goracci et al.
52
(2005) examinaram a resistência de união dos pinos em fibras,
por meio de um teste de push-out, cimentados apenas com cimento resinoso, ou em
conjunto com adesivos convencionais e autocondicionantes. Foram selecionados 36
dentes com raízes únicas, sendo que suas coroas foram removidas a 2 mm da
junção cemento-esmalte usando uma máquina de corte (Isomet) com irrigação de
água. Os dentes foram tratados endodonticamente com cimento endodôntico AH26
(Dentsply). Os dentes foram randomicamente divididos em dois grupos
experimentais, de acordo com o tipo de sistema adesivo a ser utilizado. Cada grupo
foi futuramente dividido em dois sub-grupos (N=6), de acordo com o tipo de
tratamento interno, isto é com adesivo ou sem adesivo. No Grupo I: adesivo
autocondicionante com cimento resinoso autopolimerizável; no subgrupo IA foi
empregado o cimento resinoso autopolimerizável Panavia 21 (Kuraray) sem usar o
adesivo autocondicionante e no subgrupo IB, o conduto foi tratado com ED primer
por 60 segundos e seco com pontas de papel previamente à aplicação do Panavia
21. No Grupo II: Adesivo convencional com cimento resinoso de polimerização dual;
no subgrupo IIA, o cimento resinoso de polimerização dual Variolink II (Ivoclar-
Vivadent) foi aplicado sem condicionamento ácido e sem aplicação de adesivo e no
subgrupo IIB, a dentina intra-radicular foi condicionada com ácido fosfórico 37%, e
unida com adesivo autopolimerizável Excite DSC (Ivoclar-Vivadent) previamente à
aplicação do cimento resinoso. Após armazenar os dentes em água destilada por 24
horas, cada raiz foi seccionada transversalmente em discos de 4 a 6 mm. Sete
espécimes foram utilizados, resultando em 32-37 discos para cada subgrupo. A
avaliação da resistência de união foi realizada por um avaliador que não sabia a
designação dos grupos. Uma carga compressiva foi aplicada nos discos por uma
65
ponta cilíndrica de 1 mm de diâmetro acoplada a uma máquina universal de ensaios.
A carga foi aplicada a uma velocidade de 0.5 mm/min até que o segmento do pino
se deslocasse do disco radicular. A resistência de união interfacial foi calculada pela
divisão da máxima carga de falha pela área da interface aderida. Posteriormente,
duas raízes remanescentes de cada subgrupo foram avaliadas em Microscopia
Eletrônica de Transmissão por meio da técnica de penetração de prata ao longo da
interface dentina-cimento. Os resultados de resistência ao teste de push-out em MPa
foram: Grupo I: subgrupo IA 3.37 ± 2.89; subgrupo IB 5.04± 2.81; Grupo II: subgrupo
IIA: 8.57 ± 2.50; subgrupo IIB: 10.18 ± 2.68. Os testes estatísticos demonstraram
que somente o “procedimento de cimentação” teve influência significativa nos
resultados da resistência de união (P<0.05) e que não houve diferenças
significativas da resistência de união entre os espécimes unidos somente com
cimento e com sistemas adesivos dentinários. Os autores concluíram que os
subgrupos que utilizaram a aplicação de sistemas adesivos (convencional e
autocondicionante) não apresentaram melhora na resistência ao deslocamento dos
pinos de fibras com seu respectivo cimento resinoso. Os resultados desse estudo
indicaram que não é real a criação de uma continuidade adesiva ou monobloco entre
o pino e a dentina por meio da utilização de cimentos resinosos adesivos. Para o
Panavia 21, a moderada incapacidade dos adesivos autocondicionantes de remover
totalmente a camada de smear layer promoveu uma razoável explicação para a
baixa resistência à fixação observada nos subgrupos controle e experimental. De
maneira semelhante, para o Variolink II, a aplicação dos adesivos convencionais não
promoveu melhora adicional do que com o uso somente do cimento resinoso. A
retenção da camada de smear layer e outros debris nos canais radiculares após o
condicionamento ácido pode ser prevenido pelo condicionamento ácido e pela
correta infiltração do adesivo. Segundo os autores, os cimentos resinosos têm a
capacidade de elevar a resistência adesiva quando em condições ótimas de limpeza
e fluidez, para reduzir o Fator Configuração que no caso da cimentação de pinos
intra-radiculares é elevado.
Jager et al.
53
(2005) avaliaram um modelo simplificado que ilustrasse o
procedimento de presa dos cimentos resinosos baseado na divisão do processo de
polimerização com fases líquida, visco-elástica e elástica por meio de ensaios
laboratoriais e da análise de Elementos Finitos. Foi utilizado o cimento RelyX ARC
em forma de discos de cimento de diâmetro de 9,45 mm e espessuras diferentes de
66
0,140 mm e 0,250 mm com fator-C diferentes e uniformes, isto é, 33 e 19,
respectivamente. Os discos de cimento foram polimerizados em um tensilômetro
testando a presa. Foi utilizado um extensômetro para determinar se ocorreu algum
deslocamento do disco. Não foi utilizada nenhuma unidade de lâmpada. Foram
testadas duas condições, uma que era impedida de contrair e outra na qual as
amostras ficaram livres para contraírem durante a polimerização. Na condição
impedida, coletou-se dados das tensões de contração de polimerização em função
do tempo de presa e na desimpedida da contração linear. Ambos os experimentos
permitiram analisar a relação tensão-contração de polimerização. Foram também
realizados ciclo de tração e força durante a realização do teste das amostras
impedidas para obter a tração elástica em função do tempo. No teste de presa, foi
utilizada uma velocidade de 200 μm/s para encontrar a resistência para todas as
forças registradas. Os testes foram repetidos 5 vezes em temperatura ambiente de
22 ± 1ºC. Posteriormente, os dados obtidos permitiram a realização de cálculos para
encontrar os valores dos módulos de elasticidade e a dureza. Em seguida, foi
realizado um modelo simplificado no programa do Método de Elementos Finitos com
as mesmas características do modelo experimental (duas barras de aço e o disco de
cimento entre elas). As barras de aço foram consideradas a serem homogêneas,
lineares, elásticas e isotrópicas com um módulo de Young de 190 GPa e coeficiente
de Poisson de 0,34. As camadas de cimento foram consideradas homogêneas,
elasto-plásticas e isotrópicas. Os resultados do módulo de Young, módulo de
endurecimento foram obtidos por meio dos testes laboratoriais realizados
anteriormente descritos. O coeficiente de Poisson foi encontrado na literatura como
0,27. A relação linear tensão-contração de polimerização apresentaram-se diferentes
significativamente para as camadas de cimento de espessuras 0,140 e 0,250 mm
(p<0.05). A fase visco-elástica e a fase elástica iniciaram-se aos 60 e 900 segudos,
respectivamente. Observou-se que a deformação plástica e a tração elástica se
apresentaram maiores durante os primeiros 900 segundos, fases líquida e visco-
elástica (fase fluída do cimento, onde ocorre o ralaxamento das tensões) do cimento
durante a presa. Após a fase líquida e visco-elática (após 950 segundos), a
contração de polimerização continuou, o cimento tornou-se rígido causando maiores
tensões com a mesma tração elástica. No que se refere às tensões de contração,
essas se apresentaram menores na camada de cimento de espessura mais fina
67
(0,140 mm). Conclui-se que o Método de Elementos Finitos foi capaz de simular os
experimentos laboratoriais e de predizer as distribuições de tensões nas estruturas.
Lanza et al.
12
(2005) analisaram a distribuição do estresse na interface
dentina-cimento-pino por meio do Método dos Elementos Finitos. Foi realizada a
confecção de um modelo 3D de incisivos superiores tratados endodonticamente
reforçados com pinos metálicos, em fibras de vidro e em fibras de carbono de
conicidade de 6%, com diâmetro de 1,0 mm, inseridos em cerca de 2/3 do
comprimento da raiz com agentes cimentantes: cimento fosfato de zinco e cimentos
resinosos de baixo módulo de elasticidade C&B (Bisco) e de alto módulo de
elasticidade Panavia (Kuraray). Foi realizada uma malha com oito nós e três graus
de liberdade por nó, finalmente resultando em um modelo com 13,272 elementos e
15, 152 nós. Foram definidas as diferentes propriedades dos materiais (módulo de
elasticidade e coeficiente de Poisson), a geometria dos elementos e o volume do
material (coroa de ouro, dentina radicular, núcleo de preenchimento, pino e cimento).
Foi aplicada uma carga de 10 N a um ângulo de 125º na superfície palatina do
incisivo superior. Considerou-se uma adesão completa entre pino e cimento, a
dentina um material elástico e isotrópico e restrições rígidas no nível radicular.
Observaram que em todos os casos, a tensão máxima ocorreu na face vestibular da
camada de cimento (interface entre pino e cimento), e houve um aumento das
tensões no ápice, onde o valor máximo se localizou entre a 1/2 e 2/3 da inserção
radicular, progressivamente dos pinos de carbono para os metálicos. Concluíram
que sistemas ideais de pinos intra-canais devem ser suficientemente elásticos para
acompanhar os movimentos de flexão naturais das estruturas dentárias, o que a
rigidez dos pinos metálicos não podem promover. Um pino muito rígido trabalhando
como antagonista de um dente natural cria zonas de tensões e deformações tanto
na dentina como na interface cimento e pino. Essas tensões, cujas intensidades
dependem das diferenças entre a relativa rigidez da superfície externa da raiz e do
pino cimentado, podem causar fissuras ou fraturas tanto no dente como no material
de núcleo de preenchimento. Por essa razão, presume-se clinicamente que as
fraturas podem ser geradas principalmente pela propagação de fissuras. Pinos de
carbono e de vidro, exibem altas resistências às tensões e à fadiga, e seus módulos
de elasticidade são comparáveis ao da dentina. Os pinos metálicos cimentados com
cimentos tradicionais, sendo não adesivos e mais rígidos que os pinos de carbono e
68
de vidro e que cimentos resinosos, não permitem uma distribuição homogênea de
tensões.
Le Bell et al.
54
(2005) determinaram as propriedades de união de dois tipos de
pinos em fibras, sendo eles EverStick em fibras de vidro liso; C-Post em fibras de
carbono liso e um pino de titânio ParaPost XP. Foram selecionados terceiros
molares humanos extraídos, cujas coroas foram removidas e os canais preparados
para receber os respectivos pinos cimentados. As amostras foram termocicladas em
água (6000X, 5/55 º C, durante um tempo de 30 segundos). Em seguida, foram
cortadas para o teste em discos de diferentes espessuras: 1, 2 e 4 mm e submetidas
ao teste de push-out por meio de uma Máquina Universal de Ensaios com uma
velocidade de 1,0 mm/min. A força necessária para deslocar os pinos dos discos de
dentina foi medida em N. O tipo de falha foi avaliado por meio de um
estereomicroscópio e as amostras foram divididas em grupos de acordo com o tipo
de falha: 1) falha adesiva entre pino e cimento; 2) falha coesiva dos sistemas de
pinos; 3) falha adesiva entre cimento e dentina. A MEV foi utilizada para examinar as
superfícies de fratura de cada tipo de pino após o teste de compressão. Como
resultado encontraram que a composição dos pinos e a espessura dos discos de
dentina influenciaram na força de compressão, isto é, a força de compressão
aumentou, quando se aumentou a espessura dos discos de dentina. Não houve
nenhuma diferença entre os pinos no teste de resistência à compressão, somente
em discos de dentina de espessura de 4 mm com pinos em fibras de vidro que
mostraram maior resistência à compressão quando comparados aos pinos de titânio.
Entretanto, ao contrário dos outros pinos, não demonstraram falhas adesivas (pino-
cimento), sugerindo melhor adesão interfacial do cimento a esses pinos.
Mota
55
(2005) simulou o comportamento do ligamento periodontal
investigando as opções de elemento de interface e avaliando as variações de
comportamento devido à mudança dos parâmetros físicos. Realizou um modelo bi-
dimensional de um incisivo central superior e de seus elementos de suporte, ou seja,
osso cortical, osso trabeculado e ligamento periodontal. O modelo foi confeccionado
por meio dos programas Auto-CAD R14 e do software AutoDeskDesignAssistant8 e
posteriormente exportado para o ANSYS 7.0. Os valores das propriedades dos
materiais como módulo de elasticidade e coeficiente de Poisson foram obtidos da
literatura. A espessura do ligamento periodontal foi determinada em 0,25 mm ± 50%
segundo Lindhe (1992 apud Mota
55
2005). Utilizou um modelo de estado plano de
69
deformações e elementos triangulares quadráticos (PLANE2) com seis nós com dois
graus de liberdade em cada nó. A simulação do ligamento periodontal foi
determinada por três diferentes abordagens: elemento de estado plano (PLANE2),
elemento de contato (TARGE189 e CONTA172) e elemento de mola (COMBIN40).
Foi aplicada uma carga de 100 N na face palatina do elemento dental. Por meio do
gráfico de distribuição de tensões de Von Mises, que permitiu uma avaliação
qualitativa e não quantitativa pela ausência de ensaios físicos correlacionados ao
modelo realizado, a representação mais condizente com a realidade foi a que
utilizou elementos de mola, pois gerou um gap, giro, deslizamento e penetração do
dente no alvéolo dental. Além disso, o autor concluiu que o ligamento periodontal
não é um material com constantes definidas, e sim que tem a capacidade de assumir
diferentes valores quando sob diferentes condições de cargas.
Novais et al.
56
(2005) avaliaram a resistência flexural (MPa), módulo de flexão
(MPa) e rigidez (N/mm) de diferentes pinos pré-fabricados não-metálicos e
reforçados com fibras. Foram selecionados sistemas diferentes de pinos: Reforpost
RX (fibra de vidro com filete metálico), Reforpost (fibra de vidro), Reforpost (fibra de
carbono), Fibrekor Post (fibra de vidro) e C-Post (fibra de carbono). Os pinos foram
medidos com um paquímetro digital (comprimento e diâmetro), submetidos ao
ensaio de resistência flexural de três pontos, onde uma carga mecânica compressiva
foi aplicada perpendicularmente ao longo eixo do pino em uma máquina (EMIC DL
2000) a uma velocidade de 0,5 mm/min. Para análise estatística foram utilizados os
testes ANOVA e teste de Tukey. Baseado nos resultados, os autores concluíram que
os pinos em fibras de carbono mostraram maior resistência flexural e dureza que os
pinos em fibras de vidro apesar dos pinos em fibras de carbono apresentarem
módulos de flexão variáveis, observaram que o diâmetro dos pinos influenciou nas
propriedades mecânicas e que os novos pinos Reforpost RX não apresentaram
diferenças significativas em relação às propriedades mecânicas dos pinos em fibras
de vidro convencionais.
Pirani et al.
57
(2005) testaram a possibilidade da hibridização da dentina intra-
radicular eliminar as fendas das interfaces, promovendo assim o selamento
coronário e a retenção de pinos em dentes tratados endodonticamente. Foram
empregados no estudo 40 incisivos extraídos, os quais foram submetidos à terapia
endodôntica, randomicamente divididos em quatro grupos (n = 10) de acordo com os
tipos de pinos/adesivos/cimentos empregados e de acordo com a técnica de
70
fotoativação dos sistemas adesivos. Nos grupos 1 e 2 foram empregados pinos Tech
2000 (Isasan), o adesivo Single Bond (3M ESPE) e o cimento resinoso RelyX ARC
(3M ESPE). Para ambos os grupos, os canais foram condicionados com ácido
fosfórico 35% por 15 segundos, lavados com água por 10 segundos, e secos com
pontas de papel. O adesivo foi aplicado com um microbrush no interior do canal. No
grupo 1, o adesivo não foi fotoativado antes da introdução do cimento resinoso. No
grupo 2, o adesivo foi fotoativado por 20 segundos (Visilux Command II). Para
ambos os grupos, foi realizada uma fotoativação adicional por 60 segundos após a
união do pino de fibra com o cimento resinoso. Nos Grupos 3 e 4 foram utilizados
pinos Endopost (RTD) com o adesivo All-Bond 2 (Bisco Inc.) e o cimento resinoso
Duo-Link (Bisco Inc.). A mistura do primer foi aplicada em 5 a 6 camadas com um
microbrush no interior do canal. No grupo 3, a adesivo foi misturado com o Pré-Bond
do kit do All-Bond 2 para se tornar de polimerização dual. No grupo 4, somente o
adesivo foi usado e fotoativado por 20 segundos antes da aplicação do cimento
resinoso. Para ambos os grupos, foi realizada uma fotoativação adicional por 60
segundos após a introdução e posicionamento do pino de fibra. Os dentes foram
armazenados em água a 37ºC por 1 semana, depois cada espécime foi seccionado
longitudinalmente em uma máquina de corte (REMET). As secções foram tratadas
com NaOCl 5% para dissolver as fibras colágenas que não estavam envolvidas por
resina. Foram realizadas impressões dessas interfaces usando um polivinil siloxano
de baixa viscosidade (Affinis LightBody; Coltène). Foram fabricadas réplicas de
resina epóxi a partir dessas impressões para avaliação das fendas interfacial. Os
espécimes foram fixados em glutaraldeído 4% em uma solução tampão de
cacodilato de sódio 0,2 M por 4 horas, enxaguados em uma solução tampão de
cacodilato de sódio, desidratados em séries crescentes de etanol (40-100%), secas,
metalizadas com ouro e examinadas em MEV. As réplicas de resina também foram
metalizadas com ouro e examinadas ao longo dos mesmos sítios para a ocorrência
de fendas interfaciais. Para o Tech 2000/All-Bond 2/RelyX ARC (grupos 1 e 2) e para
o Endopost/All-Bond 2/Duo-Link (grupos 3 e 4), a espessura da camada híbrida foi
independente do modo de polimerização do adesivo e da localização da dentina
intra-radicular. As camadas híbridas formadas pelo adesivo Single Bond e pelo All-
Bond 2 após a modificação laboratorial do NaOCl não demonstraram sinais que
fossem indicativos de redução da qualidade, e nem da incompleta infiltração da
resina. Para ambos os sistemas, as aberturas das fendas foram significativamente
71
influenciadas somente pela localização da dentina intra-radicular, entretanto, as
fendas das interfaces foram observados em todas as secções. Segundo os autores,
a ocorrência de fendas ao longo das interfaces das camadas híbridas ou das
interfaces pino-cimento refletem o desafio da adesão aos canais radiculares com alto
fator-C e que a retenção friccional é, provavelmente, responsável pelo sucesso
clínico das restaurações com pinos de fibra.
Tay et al.
13
(2005) avaliaram as variáveis geométricas que podem afetar na
adesão dentinária no interior dos canais radiculares, usando um modelo aproximado.
Foi realizado um modelo teórico, onde se realizou um desenho esquemático de
canal radicular com a forma de cone invertido truncado e foi calculado o fator-C por
meio da quantidade de superfícies aderidas e livres existentes nos canais
radiculares e foram simuladas variações do comprimento dos canais, da espessura
do agente selador endodôntico e o diâmetro das limas endodônticas avaliando-se a
influência desses fatores no aumento ou redução do fator-C. As correlações entre
esses fatores foram realizadas por meio de uma análise de regressão no Programa
Excel (Microsoft). Nessa avaliação, as características do substrato, tempo de
geleificação, e as porcentagens de polimerização do selador resinoso foram
consideradas constantes. Posteriormente, foram realizados procedimentos
experimentais para suplementar os resultados do modelo teórico e, para isso, foram
selecionados 5 incisivos humanos, os quais foram tratados endodonticamente. As
superfícies coronárias foram cobertas com uma fina camada de resina fluida de 2
mm (AEliteflo, Bisco) usando um primer autocondicionante (Clearfil SE Bond,
Kuraray) e um adesivo como selamento secundário. Após a armazenagem em água
destilada por 24 horas, foram obtidas 3 secções transversais de 2 mm de espessura
da porção média dos segmentos radiculares (Isomet, Buehler) com irrigação de
água. Uma secção de cada raiz foi randomicamente selecionada para observação
das fendas interfaciais com um MEV. Uma segunda secção foi colocada em
clorofórmio por 1 hora para dissolver a Resilon antes de examinar com o mesmo
microscópio a espessura do selador em seis localizações por secção. As secções
foram condicionadas com ácido fosfórico 32% por 10 segundos para induzir o
relaxamento da dentina intra-radicular antes da avaliação. A terceira secção foi
imersa em uma solução traçadora de nitrato de prata para medir 24 horas antes a
dissolução da Resilon em clorofórmio e futuramente ser observado na microscopia
eletrônica de transmissão. Os resultados obtidos de ambas as análises revelaram
72
que a diminuição da espessura do agente selador, faz com que a fluidez do selador
diminua aumentando rapidamente o fator-C. No caso do aumento do diâmetro da
lima, observou-se que há um modesto aumento do fator-C, quando comparado com
a redução da espessura dos agentes seladores resinosos. Nesse estudo foi possível
calcular também o fator-S (da geometria das tensões de contração de polimerização)
e encontrou-se que se a espessura do adesivo é reduzida, a contração volumétrica é
reduzida, o que resulta na redução da contração de polimerização. Observou-se
também que a espessura dos agentes seladores foi muito variável em um mesmo
dente. Concluiu-se que o fator-C elevado é o maior obstáculo para produzir adesões
intra-radiculares livres de fendas, pois as forças de contração podem exceder a
resistência adesiva, permitindo a desunião de um lado do selador para relaxar as
tensões, o que reduz a retenção e aumenta a infiltração. Os autores relataram que
outros fatores críticos deveriam ser levados em consideração como: a amostra de
contração volumétrica, o módulo elástico da dentina intra-radicular, o adesivo, o
selador e o material de preenchimento intra-radicular, a contribuição das bolhas de
ar no interior do selador no relaxamento das tensões, a interação dos seladores com
os túbulos dentinários, a taxa de polimerização e o tempo de geleificação dos
seladores resinosos e a expansão/contração envolvidas durante a plastificação
térmica do material de preenchimento intra-radicular, porém a influência desses
parâmetros adicionais pode ser avaliada somente por meio de uma análise de
elementos finitos.
Ulbrich
6
(2005) avaliou a distribuição de tensões em dentes incisivo central e
canino superiores utilizando pinos de fibras de vidro, pinos de fibras de carbono, de
titânio e núcleos metálicos fundidos sob cargas mastigatórias funcionais em
diferentes angulações (45º e 90º) com e sem remanescentes coronários.
Primeiramente, realizou um estudo anatômico dos dentes selecionados por meio de
186 imagens radiográficas para definição do comprimento e largura dos elementos
dentários, do tecido pulpar, do esmalte e da dentina. Posteriormente, foram
construídos modelos dos dentes, com as medidas médias encontradas, no programa
Auto-CAD 2000. Esses modelos foram transferidos para o software de Elementos
Finitos (Ansys 7.0), onde foram determinadas as demais estruturas como: pinos,
núcleos, camada de cimento, núcleo de preenchimento e coroa de cerâmica,
determinadas as propriedades dos materiais (Coeficiente de Poisson e Módulo de
Elasticidade), construídas malhas e restrições de movimento ao redor das raízes dos
73
dentes, aplicadas as cargas funcionais (100 N para o incisivo central superior e 250
N para o canino superior) nas superfícies palatinas dos dentes e plotados os
resultados de distribuição de tensões. Os resultados demonstraram que os dentes
com remanescente coronário apresentaram melhores distribuições de tensões que
os sem remanescente coronário, que as concentrações de tensões para os dentes
com remanescente foram maiores para o pino de titânio, seguido pelos pinos de
fibras de vidro e de carbono, para os dentes sem remanescente foram maiores para
o pino de titânio, seguido pelo núcleo metálico fundido, pino de fibras de vidro, pino
de fibras de carbono e núcleo de resina respectivamente, sugerindo que os pinos
intra-radiculares não metálicos geram menos estresse radicular. O segundo estudo
que realizou foi uma análise de Elementos Finitos em pinos cônicos lisos e cônicos
escalonados, com restrições de movimento nos 2/3 apicais, e aplicação de carga
funcional na porção superior com diferentes angulações ((30º, 45º, 60º e 90º), onde
foi observado que o pino de fibras de carbono apresentou um maior deslocamento,
seguido do pino de fibras de vidro e de titânio, a forma cônica lisa apresentou
valores de deslocamento três vezes menores que a escalonada e que as tensões no
interior dos pinos diminuíram com o aumento do ângulo de aplicação da carga.
Concluiu que os pinos não-metálicos apresentaram melhor comportamento
biomecânico quando submetidos a cargas funcionais e, que dentes com
remanescente coronário de pelo menos 2 mm apresentam uma melhor distribuição
de tensões que os sem remanescente coronário e os pinos escalonados são mais
resilientes que os cônicos lisos.
Arora et al.
58
(2006) avaliaram a retenção de diferentes pinos estéticos no
interior dos canais radiculares, determinando se o tipo de adesivo pode interferir
nessa retenção e a diferença de retenção dos pinos estéticos quando comparados
com os pinos metálicos convencionais. Foram selecionados incisivos centrais
superiores humanos extraídos, que sofreram remoção de suas coroas e foram
randomicamente divididos em 2 grupos: um com adesivo Prime&Bond NT e outro
com adesivo Excite; ambos os pinos foram cimentados com cimento resinoso dual
Variolink II (Ivoclar Vivadent). Posteriormente, foram divididos em 3 grupos de 15
dentes cada, sendo que o primeiro foi preparado para o pino Cosmopost (Ivoclar
Vivadent) de óxido de zircônia cilíndrico-cônico, o segundo preparado para o
Luscent Anchor (Dentatus) de fibra de vidro cônico e o terceiro para o Twin Luscent
Anchor (Dentatus) de fibra de vidro serrilhado. Como grupo controle, foram
74
cimentados 10 pinos metálicos com cimento fosfato de zinco. Os espécimes foram
posicionados em uma máquina universal de ensaios e foi aplicada uma força de
tração crescente perpendicular ao longo eixo do pino a uma velocidade de 0,5
mm/min até ocorrer o deslocamento do pino. A força necessária para deslocar o pino
foi gravada em Newtons. Os resultados demonstraram que houve diferenças
significativas entre os pinos, onde os pinos Twin Luscent Anchor apresentaram-se os
mais retentivos (272,17 MPa – Excite; 212,98 MPa – Prime&Bond NT) e os
Cosmopost os menos retentivos (106,48 MPa – Excite; 114,57 MPa – Prime&Bond
NT), o pino metálico apresentou maiores valores de retenção que os pinos estéticos,
e não houve diferenças significativas entre os grupos onde diferentes sistemas
adesivos foram utilizados. Com relação aos baixos valores apresentados pelo
Cosmopost, em inspeção visual posterior, foi verificado que não havia
remanescentes de cimento nesses pinos, o que indica que houve falha adesiva na
interface do pino com o cimento, o que tem sido relatado por outros autores que
pode haver uma adesão insuficiente entre os pinos cerâmicos e o cimento resinoso.
Os autores relataram que para realizar um experimento deve-se padronizar as
variáveis da melhor maneira possível, que pinos e núcleos são submetidos a forças
repetidas e que as falhas de deslocamentos dos pinos ocorre por fadiga do cimento
e que é difícil de reproduzir adequadamente as condições orais. Relataram ainda
que a capacidade do cimento de reter o pino influencia no prognóstico da
restauração, que os cimentos resinosos têm sido utilizados com maior freqüência
porque ao possuírem maior adesão às estruturas dentárias, mas que possuem uma
técnica sensível, que a falha de retenção do pino está mais associada com a
deformação inicial do cimento, ou seja, com as propriedades do módulo de
elasticidade e menos dependente da sua resistência à tração e à compressão.
Concluíram que a função primária dos pinos é promover retenção para o núcleo de
preenchimento que substitui o tecido dentinário perdido, e conseqüentemente a
restauração final sem comprometer o selamento endodôntico e que é importante
selecionar um sistema de pinos que promovam a máxima retenção preservando
tecido dentário.
Grande
59
(2006) avaliou a dureza superficial de dois cimentos resinosos de
ativação química e dual na cimentação de pinos de fibra de vidro em função da
profundidade de polimerização e da proximidade com sistemas adesivos. Utilizou em
seu estudo 50 incisivos bovinos inferiores. Após o tratamento endodôntico, os
75
dentes foram divididos em 5 grupos: Grupo I: utilizou ácido fosfórico 37%, adesivo
Prime&Bond 2.1, ativador de autopolimerização e cimento resinoso dual Enforce;
Grupo II: ácido fosfórico 37%, sistema adesivo Prime&Bond 2.1 e cimento resinoso
dual Enforce; Grupo III: não foi realizado o condicionamento ácido, foi utilizado ED
Primer e cimento resinoso químico Panavia 21; Grupo IV: sistema adesivo
autocondicionante Clearfil SE Bond e cimento resinoso químico Panavia 21; Grupo
V: ácido fosfórico 37%, sistema adesivo Prime&Bond 2.1 com ativador de
autopolimerização e cimento resinoso dual Enforce. Os cimentos resinosos foram
introduzidos nos canais radiculares por meio de brocas Lentulo, os pinos de fibra de
vidro Reforpost foram introduzidos nos canais e a polimerização foi realizada de
acordo com o tipo de cimento e com as instruções dos fabricantes. Posteriormente à
cimentação as raízes foram seccionadas transversalmente, obtendo-se três secções:
terço coronário, médio e apical com espessura de 3 mm. As amostras foram polidas
em lixas d’água de granulações decrescentes e armazenadas em estufa a 37ºC até
o momento da análise da microdureza 7 dias após a cimentação dos pinos. As
identações foram realizadas próximo ao pino de fibra de vidro e próxima à parede
dentinária do canal radicular (próximo ao sistema adesivo). Dessa forma avaliou a
microdureza em relação à profundidade de polimerização e com proximidades
diferentes do sistema adesivo. Os resultados demonstraram que o cimento
quimicamente ativado apresentou maiores valores de dureza superficial (Grupo III)
que cimento resinoso dual e, que foram apresentados menores valores de dureza
superficial nos terços apicais radiculares quando comparadas aos terços médios e
coronários, ou seja, a profundidade de polimerização influenciou nos valores de
dureza superficial. Também foram observados menores valores de dureza nas
proximidades dos sistemas adesivos e diferenças entre os valores de microdurezas
dos diferentes sistemas adesivos, onde o autocondicionante apresentou menor valor
que os demais e o primer do próprio cimento maior valor, demonstrando a
incompatibilidade do sistema adesivo autocondicionante com a fase química dos
cimentos resinosos devido ao seu baixo pH.
Kallan et al.
60
(2006) compararam in vitro a resistência adesiva de três
sistemas de pinos reforçados por fibras de vidro: G1 - pino em fibras de vidro opaco
(Snowpost), G2 - pino em fibras de vidro translúcido (FiberMaster) e G3 - pino em
fibras de vidro (Everstick) em três segmentos radiculares (terços cervical, médio e
apical) após 24 horas e uma semana de polimerização. Utilizaram 69 incisivos
76
centrais superiores, cujas coroas foram seccionadas na junção cemento-esmalte
com um disco diamantado (Isomet; Buehler). Os dentes foram tratados
endodonticamente e obturados com um cimento resinoso (AH Plus; Dentsply).
Posteriormente, foi aplicado um primer autocondicionante (Clearfil Liner Bond;
Kuraray) por 30 segundos e secos gentilmente com ar, em seguida um adesivo de
polimerização dual (Clearfil Liner Bond A e B; Kuraray), e um cimento resinoso
também de polimerização dual (Panavia F; Kuraray) fotoativados por 40 segundos.
Os dentes foram armazenados em caixas à prova de luz por 24 horas e uma
semana após a polimerização. Cada raiz foi cortada horizontalmente com um disco
diamantado (Buehler) para produzir 6 segmentos de 1 mm de espessura (2 apicais,
2 médios e 2 cervicais). Foi realizado o teste de push-out com uma velocidade de
1,0 mm/min até a falha ocorrer. Os autores concluíram que valores de push-out
diferiram significativamente de acordo com o sistema de pinos, isto é, os G1 e G3
exibiram maiores resistências adesivas que o G2, que os valores de resistência
adesiva ao push-out nos segmentos cervicais foram significativamente maiores que
nos segmentos médio e apical nos G2 e G3, mas no grupo G1 não houve diferenças
significantes entre os segmentos médios e cervicais e não houve diferenças
significativas nos valores de resistência ao push-out entre os tempos testados (24
horas e 1 semana) para todos os grupos.
Mazzoccato et al.
61
(2006) realizaram um estudo para medir e comparar a
resistência à flexão entre pinos pré-fabricados diretos metálicos e não-metálicos.
Foram utilizados 6 marcas comerciais de pinos pré-fabricados diretos: U.M.
Aesthetic Plus (Bisco, USA) – fibra de quartzo, Reforpost (Ângelus, BR) – fibra de
carbono, Postec (Ivoclar/Vivadent, Lie) – fibra de vidro, Fibrekor Post (Pentron, USA)
– fibra de vidro, Luscent Anchors (Dentatus, USA) – fibra de vidro, Classic (Dentatus,
USA) – aço inoxidável. Destes pinos foram utilizados 5 de cada marca comercial em
diâmetros variando de 1,1; 1,3; 1,4 e 1,5 mm. Foi realizada a confecção de uma
matriz metálica para o teste flexural de três pontos, a qual foi acoplada em uma
Máquina Universal de Ensaios Pantec 500, com uma célula de carga de 500 N a
uma velocidade de 0,5 mm/min. A partir dos resultados de força e deflexão, foi
realizado o cálculo do módulo flexural e da resistência máxima flexural. Os autores
concluíram que todos os grupos tiveram valores de módulo flexural superiores ao da
dentina, os pinos em aço inoxidável apresentaram resistência flexural inferior aos
77
pinos de quartzo, fibras de vidro e fibras de carbono e, não foram encontradas
diferenças significativas entre os grupos com relação ao módulo flexural.
Pereira et al.
62
(2006) realizaram um estudo para analisar a distribuição de
tensões em incisivo central superior restaurado com diferentes sistemas de pinos.
Foi selecionado um incisivo central superior extraído, e a partir deste elemento
dentário foi construído um modelo no Programa Mecanical Auto-CADV6,
posteriormente foi exportado para o Programa de Elementos Finitos Ansys 7.1 e
determinadas as propriedades de todas as estruturas variando-se os tipos de pinos:
fibras de vidro, fibras de carbono, aço inoxidável, titânio e zircônio. Os modelos
foram considerados lineares, elásticos e isotrópicos, foi aplicada uma carga de 100
N a 45º na região central da face palatina e os resultados foram plotados sob a
forma de gráficos de distribuição de tensões. Os autores concluíram que pinos de
constituição metálica ou de zircônio promoveram maiores níveis de concentração de
tensões nas estruturas dentais adjacentes e que pinos não-metálicos apresentaram
propriedades mecânicas semelhantes à estrutura dental promovendo um melhor
padrão de distribuição de tensões.
Perez et al.
63
(2006) avaliaram a influência da espessura de cimento na
resistência adesiva ao push-out de sistemas de pinos de fibra de reforço à dentina
intra-radicular. Foram selecionados 18 dentes humanos unirradiculares, que foram
seccionados ao nível cervical de suas coroas, padronizando espécimes de 16 mm
de comprimento. Os dentes foram tratados endodonticamente, preparados para
receber pinos de quartzo (Light Post, Bisco). Os canais radiculares foram
condicionados com ácido fosfórico por 30 segundos e utilizou-se o sistema adesivo
de condicionamento ácido total (All Bond 2, Bisco). Os espécimes foram
randomicamente divididos em 2 grupos: Grupo 1: pinos de fibra paralelos tamanho 3
cimentados com cimento resinoso dual (Duolink, Bisco) e Grupo 2: pinos de fibra
paralelos tamanho 2 cimentados com o mesmo cimento que do grupo 1. Os
espécimes foram seccionados transversalmente, obtendo-se 5 amostras com
aproximadamente 1,5 mm de espessura. As espessuras de cimento foram
observadas em microscópio óptico e medidas no software Image Tool 3.0 (Dental
Diagnostics Science). Posteriormente, os espécimes foram submetidos ao teste de
resistência adesiva ao push-out a uma velocidade de 1mm/min e os modos de falha
foram analisados por meio da observação em MEV. As falhas foram classificadas
em: tipo I: adesiva entre dentina e cimento, tipo II: adesiva entre cimento e pino, e
78
tipo III: coesiva no cimento. Os resultados demonstraram que não houve diferenças
significativas entre os Grupos 1 e 2 , porém as diferenças de espessuras de cimento
foram estatisticamente significativas (p<.0001). O modo de falha mais observado foi
do tipo II, indicando fraca adesão entre o pino e o cimento. Os autores concluíram
que o aumento da espessura do cimento não influenciou na resistência adesiva do
pino à dentina intra-radicular.
Sadek et al.
64
(2006) compararam a resistência adesiva interfacial dos pinos
de fibra imediata e tardia (24 horas após a cimentação) unidos com diferentes
cimentos resinosos e cimento fosfato de zinco. Selecionaram 25 dentes humanos
anteriores extraídos, onde as coroas dos dentes foram removidas em uma máquina
de corte Isomet (Buehler), seus canais radiculares foram tratados endodonticamente
a um comprimento de 0,5 mm aquém de seus ápices. Os espécimes foram
randomicamente divididos em 5 grupos. Um agente de união silano (Monobond-S,
Ivoclar Vivadent) foi aplicado na superfície do pino de fibra de vidro, deixado por 60
segundos, e seco levemente com jatos de ar. Os cinco grupos experimentais foram
preparados da seguinte forma: Grupo 1 – ácido fosfórico 32% + All Bond 2 (sistema
adesivo convencional de três passos) + cimento resinoso Duo Link + fotoativação
por 40 segundos; Grupo 2 – ácido fosfórico 37,5% + duas camadas do sistema
adesivo Optibond Solo Plus 2 + cimento resinoso dual Nexus 2 (Kerr Dental) +
fotoativação por 20 segundos; Grupo 3 – sistema adesivo autocondicionante e
autopolimerizável Multilink (Ivoclar-Vivadent) + cimento resinoso Multilink; Grupo 4 –
cimento resinoso dual autoadesivo RelyX Unicem (3M ESPE) + fotoativação por 20
segundos; Grupo 5 – cimento fosfato de zinco. Imediatamente após a presa dos
materiais, cada dente foi seccionado transversalmente em 4 ou 5 discos de 1 mm de
espessura usando uma máquina de corte Isomet com irrigação de água. A metade
dos discos de cada dente foram submetidos ao teste de push-out de imediato ou
após 24 horas de armazenamento em água destilada a 37ºC e depois testados para
avaliação da resistência interfacial ao push-out. O teste de push-out foi realizado a
uma velocidade de 0.5 mm/min até o descolamento do segmento do pino. Os
diferentes tipos de cimentos e tempos de teste foram afetados de forma significativa
pela resistência interfacial dos pinos de fibra unidos aos canais radiculares,
entretanto a interação entre esses dois fatores não foi significativa. O Optibond Solo
Plus/Nexus e o cimento fosfato de zinco apresentaram as maiores resistências
interfaciais. A resistência interfacial do Multilink foi comparável a dos grupos
79
mencionados e não diferiu significativamente do RelyX Unicem. O All Bond 2/Duo
Link apresentou a menor resistência interfacial, a qual não foi diferente
significativamente do Rely X Unicem. Os espécimes de todos os grupos testados
após 24 horas exibiram maior resistência interfacial que os outros obtidos
imediatamente após a adesão. Não foram encontradas diferenças para os
espécimes unidos com cimento fosfato de zinco quando testados imediatamente ou
após 24 horas. Os autores concluíram que a resistência adesiva pode aumentar
durante as primeiras 24 horas, o que deve estar relacionado à futura polimerização
do cimento resinoso, e que a resistência interfacial é predominantemente contribuída
pela retenção friccional conseqüente da expansão higroscópica.
Teles et al.
65
(2006) analisaram por meio do método dos elementos finitos a
distribuição das tensões causadas em dentes com e sem pinos intra-canais. Foi
construído um modelo bi-dimensional de um incisivo central superior seccionado no
sentido vestíbulo-lingual. No programa MSC/Nastran 4.0 os modelos foram
considerados isotrópicos, elásticos e contínuos. O modelo do grupo I foi gerado com
um incisivo central superior de 26 mm, restaurado endodonticamente, com núcleo de
resina composta, sem pino e coroa de porcelana pura; o modelo do grupo II foi
gerado com um incisivo central superior de 26 mm, restaurado endodonticamente,
com núcleo de resina composta e câmara pulpar preenchida com resina composta,
com 2 mm para dentro do canal radicular e coroa de porcelana pura. Ambos os
modelos apresentaram ligamento periodontal, osso cortical e osso esponjoso. Foram
determinadas as propriedades dos materiais (módulo de elasticidade e coeficiente
de Poisson), aplicada uma força nas superfícies palatinas de 100 N a 45º. Os
resultados demonstraram que houve tensões de tração nas superfícies palatinas e
de compressão nas superfícies vestibulares. Detectou-se uma melhor distribuição de
tensões dentro do canal do grupo I que do grupo II, mostrando que os pinos não
reforçam a estrutura dentária, pois causam elevadas tensões nas paredes do canal.
Quando avaliadas as paredes dentinárias dos canais, no grupo I houve uma
distribuição mais uniforme que no grupo II, verificando que os pinos dentro do canal
não aumentam sua resistência e podem levar à formação de fraturas iniciais ou da
parede dentinária. Os autores concluíram que os pinos intra-canais não reforçam o
elemento dental.
Bonfante
66
(2007) avaliou quantitativamente a continuidade da interface
cimento/dentina de quatro cimentos resinosos com diferentes modos de
80
polimerização após a cimentação, após a imersão em solvente e após 3 meses de
armazenamento em água por meio do MEV. Foram selecionados 40 incisivos
bovinos, as coroas dos dentes foram removidas para obtenção de raízes de 15 mm
de comprimento sendo tratadas endodonticamente. Foram realizados os preparos
intra-radiculares com brocas fornecidas pelo fabricante do pino Fibrekor (Jeneric
Pentron). As raízes foram divididas em 4 grupos: Grupo 1: cimento resinoso
autopolimerizável Multilink (Ivoclar Vivadent) + sistema adesivo Multilink (primer A e
primer B); Grupo 2: cimento resinoso dual Variolink II (Ivoclar Vivadent) + ácido
fosfórico 37% + sistema adesivo Excite DSC; Grupo 3: cimento resinoso dual
Enforce (Dentsply) + ácido fosfórico 37% + sistema adesivo Prime&Bond + Self Cure
Ativator; Grupo 4: cimento resinoso fotopolimerizável Enforce (Dentsply) + ácido
fosfórico 37% + sistema adesivo Prime&Bond + Self Cure Ativator. Os cimentos
foram introduzidos nos canais radiculares com brocas Lentulo. As raízes foram
armazenadas em recipientes plásticos escuros à temperatura de 37ºC em estufa.
Posteriormente, foram seccionadas no seu eixo longitudinal e polidas em politriz,
levadas ao ultra-som por 10 minutos, polidas com pasta de polimento e levadas
novamente ao ultra-som por 30 minutos. Os espécimes foram moldados para a
confeccão de réplicas de resina epóxi, para evitar que os vácuos criados pelo
metalizador e pela câmara do MEV produzissem falhas entre a camada adesiva e o
cimento. Os mesmos espécimes foram submetidos ao solvente Methyl Ethyl Ketone,
reidratados em água destilada por 24 h e moldados novamente para obtenção de
réplicas de resina epóxi. Para avaliação da deteriorização da interface
cimento/dentina, os mesmos espécimes foram imersos em 10 mL de água
deionizada durante três meses. Após esse período foram imersas no solvente por 20
minutos, reidratadas por 24 h, moldadas e obtidas réplicas de resina epóxi. As
réplicas foram metalizadas e foram demarcadas duas linhas dividindo os terços
cervical, médio e apical. Foi medido o perímetro total, após a cimentação, a imersão
ao solvente e ao armazenamento em água. Os resultados das observações por
meio do MEV permitiram o autor concluir que 48 h após a cimentação e a imersão
em solvente os valores de continuidade adesiva permaneceram semelhantes para
os cimentos Enforce dual e Enforce fotopolimerizável, sendo superiores aos dos
cimentos Multilink e Variolink II e que após o armazenamento em água houve uma
redução da continuidade adesiva para todos os cimentos. O autor ainda relatou ter
encontrado bolhas de água no interior da camada de cimento, principalmente no
81
terço apical, o que pode refletir a afinidade dos sistemas adesivos pela água,
permitindo a movimentação de fluidos da dentina para a camada adesiva, se
comportando, portanto como membranas permeáveis após a polimerização. Outra
evidência encontrada foi a continuidade adesiva entre cimento-pino na maioria das
réplicas, relatando assim que o elo mais fraco é a interface cimento-dentina.
Castro et al.
67
(2007) investigaram a influência do tratamento dentinário na
resistência adesiva de pinos de fibra fixados com diferentes cimentos. Selecionaram
72 raízes bovinas e realizaram o tratamento endodôntico das mesmas. Os
tratamentos dentinários aplicados foram: controle (1), EDTA 24% (2) e ácido
poliacrílico 11,5% (3). Para o procedimento de união utilizaram: cimento resinoso
químico Cement-Post (CP) associado a adesivo autocondicionante, cimento resinoso
autoadesivo Rely-X Unicem (RU) e cimento de ionômero de vidro Rely-X Luting (RL).
Posteriormente, as raízes foram seccionadas transversalmente obtendo-se 2 discos
por terço radicular com espessura de 1 mm. Foi realizado o ensaio de push-out a
uma velocidade de 0,5 mm/min e foram obtidos os valores de resistência adesiva em
função do terço radicular em MPa: RU: cervical 10,14 (4,08), médio 7,95 (3,52),
apical 7,29 (3,98); RL: cervical 5,79 (2,73), médio 4,89 (2,67) e apical 3,76 (2,89);
CP: cervical 7,67 (4,99), médio 3,76 (2,90) e apical 1,73 (1,93). Também obtiveram
os valores de resistência adesiva em função do tratamento dentinário em MPa: RU:
1 - 9,66 (4,66), 2 – 6,64 (3,05), 3 – 9,09 (3,64); RL: 1 – 4,16 (2,23), 2 – 4,36 (3,51), 3
– 5,91 (2,42); CP: 1 – 6,16 (4,90), 2 – 3,25 (3,50), 3 – 3,76 (3,84). Os autores
concluíram que o Cement-Post associado ao sistema adesivo autocondicionante não
apresentou resistência adesiva homogênea em função da profundidade intra-
radicular e que o tratamento dentinário não influenciou na resistência adesiva dos
cimentos Rely-X Unicem e Rely-X Luting.
Ceballos et al.
68
(2007) estudaram a microdureza e a interface adesiva de três
tipos de cimentos resinosos: químico, fotoativado e dual. Foram realizados moldes
metálicos de 14 mm de diâmetro e 1 mm de espessura, onde foram realizados os
espécimes de cimentos resinosos. Os cimentos utilizados foram: Multilink (Ivoclar-
Vivadent) autocondicionante e químico; Excite DSC (Ivoclar-Vivadent) dual; Variolink
II (Ivoclar-Vivadent) fotoativado; Variolink II (Ivoclar-Vivadent) dual. Também foram
cimentados pinos de fibra de vidro FRC Postec (Ivoclar-Vivadent) em dentes
unirradiculares extraídos por razões periodontais com o auxílio do sistema adesivo
autocondicionante Multilink primer A e B (Ivoclar-Vivadent) de acordo com os
82
seguintes grupos: Grupo 1 com sistema adesivo Multilink A e B e cimento Multilink e
químico; Grupo 2 com condicionamento com ácido fosfórico 35% e cimento dual
Excite DSC; Grupo 3 com cimento dual Variolink II; e Grupo 4 com cimento
fotpolimerizável Variolink II. As amostras foram incluídas em blocos de resina e
seccionadas longitudinalmente. As indentações foram realizadas nos espécimes em
forma de disco em diferentes regiões dos cimentos usados para unir os pinos. Foram
determinados os módulos de elasticidade e as durezas dos cimentos. Alguns
espécimes foram selecionados para serem observados em MEV quanto à formação
da camada híbrida e de tags de resina. De acordo com os resultados obtidos, o
cimento químico Multilink apresentou os menores valores de resistência e dureza,
embora sua capacidade de ser deformado sem dano ser superior que dos outros
cimentos. O cimento fotoativado Variolink II é o mais resistente e mais duro, porém é
frágil. O cimento dual Variolink II pareceu possuir a melhor combinação de
propriedades. O Variolink II fotoativado não obteve bons resultados na região apical,
enquanto o dual apresentou melhores valores, pois associa as propriedades dos
cimentos químicos com os fotoativados. As observações em MEV permitiram
observar que quando foi utilizado o sistema adesivo Multilink e o cimento resinoso,
houve a formação de fendas descontínuas entre o cimento e a dentina, o que não foi
observado para os outros cimentos. Nesse nível foram detectadas ausências de
formação de tags de resina e várias bolhas foram encontradas no cimento. Na
porção coronária média foram observados longos tags de resina. Quando o Excite
DSC foi utilizado, foram observados longos tags de resina, prolongamentos laterais
de adesivo, provavelmente devido à utilização do ácido fosfórico, que tem a
capacidade de desmineralizar a dentina de forma mais adequada. Nas amostras
onde se utilizou o Variolink II fotoativado, observou-se áreas de desunião na região
apical devido à luz não ter chegado nas regiões mais profundas do canal, e tags de
resina curtos, devido à sua alta viscosidade que restringiu sua fluidez no interior do
canal radicular. Os pinos unidos com Variolink II dual foram totalmente cobertos pelo
cimento e na interface dentina-cimento não foi visível o sistema adesivo por este não
ter sido polimerizado previamente à introdução do cimento resinoso. Os autores
concluíram que o ideal é obter uma fina camada de cimento e uma maior
proximidade do pino e das superfícies dentinárias, pois isso permite maiores valores
de dureza e de módulo de elasticidade, o que é bastante significativo para analisar a
presença de fendas entre o cimento, o pino e a dentina. A ocorrência desse tipo de
83
defeito pode cancelar parcialmente as tensões de contração causadas pela
polimerização.
Pasqualin et al.
69
(2007) verificaram a resistência à fratura de raízes
reforçadas com pinos metálicos fundidos e pinos de fibra de vidro. Foram
selecionados 50 incisivos centrais superiores, onde 10 receberam preparo coronário
e 40 foram tratados endodonticamente e suas coroas foram seccionadas. Os dentes
foram divididos em 5 grupos: Grupo I: controle, Grupo II: núcleo metálico fundido
cilíndrico, Grupo III: núcleo metálico fundido cônico, Grupo IV: pino de fibra de vidro
cilíndrico e Grupo V: pino de fibra de vidro cônico. Os núcleos metálicos fundidos
foram cimentados com cimento fosfato de zinco e os pinos de fibra de vidro com
Panvia F. Foi realizado o ensaio de compressão a 135º em relação ao longo eixo
das raízes. Os autores concluíram que a geometria não influenciou na resistência à
compressão dos dentes e que os pinos de fibra de vidro cilíndricos se apresentaram
estatisticamente semelhantes aos controles, apresentando assim, maiores valores
de resistência à fratura.
Pena et al.
70
(2007) avaliaram a profundidade de polimerização dos cimentos
resinosos duais: Unicem, Variolink, Ecolink, Enforce, Rely-X ARC e Panavia F e do
cimento resinoso químico Multilink. Foram confeccionadas 42 amostras e observada
a dureza Knoop em três regiões: superficial, média e profunda. Os resultados
demonstraram que todos os cimentos apresentaram menor dureza na região
profunda que na superficial, exceto o cimento Multilink que não apresentou
diferenças significativas entre as três regiões. Nas regiões superficial e média, o
cimento Unicem apresentou maiores durezas que os demais cimentos. Na região
profunda o Unicem e o Multilink apresentaram maiores durezas que o Ecolink. Os
autores concluíram que a ativação química dos cimentos duais não foi capaz de
produzir uma polimerização homogênea em toda extensão das amostras.
Perdigão et al.
71
(2007) observaram se o diâmetro do pino e se as regiões
intra-radiculares influenciaram na resistência adesiva ao push-out. Foram
selecionados 32 incisivos centrais superiores humanos, que foram tratados
endodonticamente e cujas coroas foram removidas a 2 mm da junção cemento-
esmalte. Foi realizada a remoção da guta-percha e o preparo dos canais com 8 mm
de profundidade, então os dentes foram randomicamente divididos em 4 grupos de 8
espécimes cada: Grupo 1: canais preparados com brocas DT Light Post #1; Grupo 2:
canais preparados com brocas DT Light Post #2; Grupo 3: canais preparados com
84
brocas DT Light Post #3; Grupo 4: canais preparados com brocas de Gates Glidden
#6. Todos os canais foram condicionados com ácido fosfórico 32% por 15 segundos,
aplicados o sistema adesivo One-Step (Bisco) e cimentados os pinos com o cimento
resinoso autopolimerizável Post Cement Hi-X (Bisco). Os espécimes foram
submetidos ao teste de push-out a uma velocidade de 1,0 mm/min em uma máquina
universal de ensaios Instron 4204. Os valores de resistência adesiva foram
calculados e comparados. Foram preparados dois dentes adicionais para cada
grupo e seccionados da mesma maneira, moldados em polivinilsiloxano e realizadas
réplicas de resina epóxi, desidratados, metalizados e observados em MEV (discos
de dentina e réplicas). Os valores médios encontrados no teste de push-out não
apresentaram diferenças estatísticas entre os grupos: Grupo 1: 15,7 ± 6,9 MPa;
Grupo 2: 14,7 ± 6,5 MPa; Grupo 3: 14,0 ± 5,0 MPa; Grupo 4: 14,0 ± 5,1 MPa. No que
se refere aos valores de resistência adesiva dos diferentes espaços intra-radiculares,
observou-se que o terço coronário (17,5 ± 6,0 MPa) apresentou diferenças
estatísticas do terço apical (12,3 ± 6,0 MPa), porém ambos não foram diferentes
significativamente do terço médio (14,0 ± 5,3 MPa). Para as observações em MEV
pôde-se constatar que resíduos de guta-percha presentes no interior dos canais por
dificuldades de acesso a algumas paredes pela broca em canais elípticos causaram
a formação de fendas na interface dentina-resina, houve falhas adesivas em
algumas regiões onde o adesivo não envolveu as fibras colágenas que foram
expostas ao condicionamento ácido. Todos os espécimes apresentaram bolhas em
suas camadas de cimento. Foi observada uma menor formação de tags de resina no
terço apical. Concluiu-se que os diâmetros dos pinos não afetaram a resistência
adesiva ao push-out, que a adesão do terço coronário do canal radicular foi melhor
que do terço apical e que a guta-percha residual e a deficiente hibridização da
dentina comprometem a adesão da dentina intra-radicular.
Silva et al.
72
(2007) avaliaram três agentes cimentantes: cimento ionômero de
vidro: Vitro cem (DFL), fosfato de zinco: Cimento de zinco (SS. White), fosfato de
zinco com cobre: Red Copper Zinc Phosphate Cement (Cooley e Cooley Ltd.
Houston) e cimento resinoso: Fill Magic Dual Cement (Vigodent) em relação a suas
resistências ao cisalhamento por puncionamento, à compressão e à tração
diametral. Para o ensaio de cisalhamento foram confeccionados 10 espécimes
cilíndricos de 14 mm de diâmetro por 1,5 mm de altura por meio de uma matriz de
aço em forma de disco, para os ensaios de compressão axial e de tração diametral
85
foram confeccionados 10 espécimes também cilíndricos de 6 mm de altura por 4 mm
de diâmetro por meio de uma matriz cilíndrica bipartida de politetrafluoretileno. Os
ensaios foram realizados após 1 e 24 horas. Os resultados demonstraram que o
cimento resinoso apresentou maiores resistência mecânicas aos três ensaios
quando comparado com os outros cimentos. Os valores de resistência mais baixos
foram apresentados pelo cimento de ionômero de vidro. No que se refere aos
diferentes períodos de avaliação, para o teste de cisalhamento no período de 1h, o
cimento resinoso apresentou maior valor médio e o cimento ionômero de vidro o
menor valor. No período de 24 h os materiais que apresentaram resultados
estatisticamente significativos quando realizada comparação com o período de 1h
foram o cimento resinoso e o fosfato de zinco com cobre. Para o ensaio de
compressão, o cimento resinoso e o cimento ionômero de vidro apresentaram
valores estatisticamente significantes com relação aos dois períodos. No ensaio de
tração diametral somente o cimento resinoso obteve valores significativos entre os
dois períodos analisados.
3 PROPOSIÇÃO
Este trabalho se propõe a:
1) Analisar de forma não-linear o mecanismo de cimentação de pinos
intra-radiculares utilizando o MEF;
2) Avaliar o mecanismo de cimentação pela formação de fendas nas
interfaces cimento-dentina e cimento-pino por meio de ensaio
mecânico e modelo computacional baseado no MEF;
3) Analisar a correspondência entre o ensaio mecânico e o modelo
computacional.
4 MATERIAL E MÉTODOS
4.1 SELEÇÃO DOS DENTES
Para realização deste estudo foram selecionados 15 pré-molares inferiores
hígidos extraídos por motivos ortodônticos, com comprimento radicular de ± 15 mm e
ausência de angulações radiculares muito acentuadas, obtidos por meio do Banco
de Dentes do Centro de Ensino e Pesquisa Odontológica do Brasil (CEPOBRAS) e
aprovado por meio do parecer nº 31/2006 pela Comissão de Ética em Pesquisa da
Universidade Estadual de Ponta Grossa – COEP - UEPG, tendo sido protocolado
sob o número 06054/06, cujo documento de aprovação está apresentado no anexo.
4.2 PREPARO DOS DENTES
4.2.1 Tratamento Endodôntico
Os dentes foram preparados através de técnica de Ampliação Reversa de
acordo com Batista e Sydney
66
(2000), tendo como máxima lima apical o instrumento
# 50. A solução irrigadora foi o hipoclorito de sódio – 1%, tendo ao término do
preparo, sido realizada irrigação com 10 mL de solução de EDTA – 17%, a qual
permaneceu por 5 segundos preenchendo todo o canal, precedido de irrigação final
com hipoclorito de sódio – 1%. O preparo cervical foi realizado com instrumentos
TORPAN
*
da segunda série (# 50 e # 70), para dar a conicidade necessária ao
preparo para o retentor intra-radicular. Em seguida, os canais foram secos com
pontas de papel absorvente e obturados com técnica de híbrida de Tagger
empregando cimento Endo-Fill. Com o emprego de calcadores modelo Paiva de
diferentes diâmetros aquecidos ao rubro, o material obturador foi removido em
quantidade suficiente para a colocação do retentor, deixando em média, 4 a 5 mm
de material obturador na região apical.
*
TORPAN (Dentsply-Maillefer).
88
4.2.2 Preparo do Canal Radicular
O preparo do canal radicular foi realizado para posterior fixação de um pino
intra-radicular cônico Exacto (Angelus®) nº 2, cuja composição e características
estão especificadas no Quadro 1, a seguir:
Diâmetro 1,45 mm Figura
Comprimento 17 mm
Figura 1 – Pino Exacto (Angelus®)
Composição Fibras de vidro 87%
Resina Epóxica 13%
Filamento interno (0,2
mm) aço inoxidável
Quadro 1 - Especificações do Fabricante do Pino de Fibra de Vidro Cônico Exacto (Angelus®)
O preparo foi realizado com brocas nº 2 fornecidas pelo fabricante adaptadas
em um aparelho de baixa rotação sendo alargados para adaptação do pino em fibras
de vidro nº 2
*
. Em seguida, os pinos foram posicionados, provados no interior dos
canais e cortados de acordo com o comprimento pré-determinado com auxílio de
pontas diamantadas em alta rotação, umedecendo e girando-os durante o corte.
*
Exacto Angelus (Lote nº 5398).
89
4.2.3 Cimentação dos Pinos
Para o procedimento de cimentação foram utilizados os materiais
especificados no Quadro 2, a seguir:
Figura Material/Fabricante Composição
**
Figura 2–Agente Silano
*
Silano (Angelus®)
(Londrina – Brasil)
y-metacrilosipropil-trimetho-
xisilano monofuncional
(MPS) e etanol
Figura 3– Sistema Adesivo
Multilink
®
***
Multilink (Ivoclar –
Vivadent)
(Schann/Liechtenstein)
Primer A - solução aquosa de
iniciadores
Primer B-HEMA e monôme-
ros de ácido fosfônico e de
ácido acrílico
Figura 4 – Cimento Resinoso
Químico Cement Post
(Angelus®)
****
Cement-Post (Angelus®)
(Londrina – Brasil)
Catalisador- cerâmica de
vidro de bário, sílica
pirogênica, Bis-GMA,
TEDMA, peróxido de
benzoíla e estabilizantes.
Base- cerâmica de vidro de
bário, sílica pirogênica, Bis-
GMA, TEDMA, BHT,
aceleradores de
polimerização e pigmentos.
Quadro 2 - Materiais Utilizados, Fabricantes e Composição
O procedimento de cimentação adesiva foi realizado conforme as instruções
do fabricante, isto é, o preparo do conduto incluiu as seguintes etapas: aplicação de
solução de EDTA 17% por 3 min para remoção das raspas de dentina, irrigação com
solução fisiológica, secagem com cones de papel absorvente. Em seguida,
*
Agente de união silano (Lote no. 6425).
**
Especificações do fabricante.
***
Sistema Adesivo dentinário autopolimerizável de um passo (Lote nº H22436).
****
Cimento resinoso químico – Base (Lote nº 6425).
90
aplicação do sistema adesivo autopolimerizável e autocondicionante Multilink
(Ivoclar Vivadent), misturando o primer A e B deixando agir por 15 segundos,
remoção dos excessos do sistema adesivo com cones de papel para impedir a
permanência de poças de material no final do canal. A limpeza do pino foi realizada
com álcool 70%, secando com jatos de ar, aplicando-se o silano (Angelus®) por 1
minuto, realizando a secagem com jatos de ar e aplicação do sistema adesivo
autopolimerizável Multilink (Ivoclar Vivadent) misturando e deixando agir por 15
segundos. Posteriormente, o cimento resinoso Cement-Post (Angelus®) foi
manipulado de forma a dispensar em uma placa de vidro porções iguais de pasta
base e catalisadora, as quais foram espatuladas com uma espátula plástica por 10
segundos e levadas ao interior dos canais com uma seringa Centrix, os pinos foram
posicionados e inseridos no interior dos canais de maneira mais central possível
para manter uma espesura uniforme de cimento circunferencial e mantidos sob
pressão por 3 minutos, aguardando-se o período de polimerização química de 5
minutos. Em seguida, os dentes foram transferidos e mantidos em recipiente escuro
com umidade relativa em uma estufa
*
a 37ºC por 24 horas.
4.2.4 Termociclagem dos Dentes
Posteriormente, os dentes foram submetidos à termociclagem à 5ºC ± 2ºC e
55ºC ± 2ºC em água, com tempo de permanência de 15 segundos em cada
temperatura, realizando um total de 500 ciclos.
Figura 5 – Máquina de Termociclagem
*
Estufa Bacteriológica Retilínea, modelo 002/3 nº 149.430, 220 voltz, 260 KW, Fanem Ltda, Indústria
Brasileira, S.Paulo Brasil, Patentes nº 32683, 210441.
91
4.3 RADIOGRAFIA
Foram realizadas radiografias periapicais
*
dos dentes para determinar a
localização de onde seria realizado o primeiro corte das amostras na região apical.
4.4 PREPARO DAS AMOSTRAS
Foram obtidas 45 amostras oriundas de cortes transversais dos dentes
realizados em uma máquina de cortes universal
**
(Fig.6), iniciados do ápice
radicular, eliminando-se 5 ± 0,1 mm de porção radicular onde se localizava o
remanescente de guta-percha (selamento apical), para cervical. Foram realizados 3
cortes perpendiculares ao longo eixo dos dentes de modo a obter 3 discos de
dentina com espessura de 3 ± 0,1 mm, sendo das porções apical, média e cervical
da raiz (Figs.7, 8 e 9). Em seguida, os discos foram submetidos a um aparelho ultra-
sônico próprio para limpeza durante 10 minutos e suas superficies condicionadas
com ácido fosfórico por 15 segundos, visando a remoção dos debris oriundos dos
cortes. Após foram armazenados em umidade relativa em uma estufa a 37ºC
durante 24 horas.
Figura 6 – Máquina de Corte Isomet (Buehler)
*
AGFA DENTUS M2 Comfort – Heraeus Kulzer GMBH. Lote n R40144107.
**
Isomet 1000 Precision Saw (Buehler), modelo 112180 (n° de Série 614 – IPS – 02381), freq 47-63
Hz.
92
Figura 7 - Esquema do Corte dos Discos
Figura 8 - Dente Cortado
A
M
Figura 9 – Discos de Dentina (Cervical-C, Médio- M e Apical- A)
4.4.1 ENSAIO MECÂNICO
Os discos de dentina foram moldados com silicone de adição Adhesil
*
pastas
base e leve (Fig.10) e os moldes (Fig.11) vazados em resina epóxi Fiberglass
**
para
obtenção de réplicas de resina epóxica anteriores ao ensaio mecânico. Os discos de
dentina foram levados a uma Máquina de Ensaios Universal
***
para serem
submetidos ao teste de compressão (Fig.13). Foram interpostos a uma placa circular
de aço inoxidável de 20 cm de diâmetro por 2,54 cm de espessura e um parafuso
*
Vigodent – Pasta Base (Lote nº 019/06).
- Pasta Light body (Lote nº 009/06)
**
Casa do Silicone - Resina Epóxi CMR – 028/l (Lote nº 18343).
- Endurecedor CME – 252 (Lote nº 18342).
***
AG-I Shimadzu - Modelo Autograph – Série nº 90416.
93
sestavado (92 mm de comprimento, 27 mm diâmetro do hexágono, 11,5 mm de
espessura do hexágono, 17,5 mm de diâmetro da rosca e 18 mm de diâmetro
intermediário), com uma carga de 220 N a uma velocidade de 0,2 mm/min com uma
angulação de 90º. Após o teste mecânico, os discos foram novamente levados a
uma cuba ultra-sônica durante 10 minutos e condicionados com ácido fosfórico por
15 segundos para a remoção de debris, e em seguida, novamente moldados com
silicone de adição Adhesil pastas base e leve e os moldes vazados com resina
epóxica Fiberglass para a realização das réplicas dos discos de dentina posterior ao
ensaio mecânico.
Figura 10 - Moldagem do Disco Figura 11 – Molde do Disco
Figura 12 – Réplicas do Disco
94
Figura 13 - Disco de Dentina Posicionado para o Ensaio de Compressão
4.4.2 Microscopia Eletrônica de Varredura
Todas as réplicas foram submetidas incorporação da liga áurica
*
para serem
transformadas em materiais eletricamente condutivos (Figura 14). Realizou-se uma
cobertura de liga de ouro e paládio com o intuito de tornar as amostras mais
condutivas, melhorando a emissão de elétrons secundários, que é o sinal mais
utilizado no processo de formação da imagem da superfície desses materiais (Figura
15). Posteriormente, as amostras foram observadas em Microscopia Eletrônica de
Varredura (Figura16), onde pode-se observar a formação fendas nas interfaces
dentina-cimento e cimento-pino posteriormente ao ensaio mecânico.
Figura 14 – Máquina de Metalização
*
Shimatzu – Modelo IC-50.
95
Figura 15 - Réplicas Metalizadas
Figura 16 – Microscópio Eletrônico de Varredura (MEV)
96
4.5 ENSAIOS MECÂNICOS PARA O MODELO NUMÉRICO DE ELEMENTOS
FINITOS
4.5.1 Ensaio de Resistência Flexural do Pino em Fibra de Vidro
Foram selecionados pinos em fibras de vidro Exacto (Angelus®)
*
recentemente lançados no mercado nacional e que possuem um filamento metálico
em seu interior visando permitir sua visualização radiográfica. Para o teste de
resistência flexural foram utilizados 10 pinos Exacto número 2 de diâmetro
intermediário de 1,45 mm e comprimento de 17 mm (Quadro 1). O teste foi realizado
de acordo com a ISO 10477
**
modificada. Os espécimes foram medidos com um
paquímetro digital
***
(comprimento e diâmetro) e submetidos ao teste de resistência
flexural de três pontos em uma Máquina de Ensaios Universal
****
. Os pinos foram
dispostos horizontalmente sobre os suportes de flexão e, em seguida a máquina foi
acionada com uma velocidade constante de 0,5 ± 0,1 mm/min (velocidade de
carregamento) com uma célula de carga Shimadzu de 10 KN. A porção móvel da
máquina incidiu sob o braço fixo, atingindo perpendicularmente os pinos em suas
regiões centrais até o ponto de fratura completa do corpo-de-prova.
Figura 17 – Máquina de Ensaios Universal AG-I Shimadzu Autograph com Célula de
Carga de 10 KN
*
Exacto Angelus (Lote nº 5398).
**
International – Dentistry – Polimer-based crown and bridge materials : 1992.
***
Mitutoyo Digimatic Caliper.
****
AG-I Shimadzu - Modelo Autograph – Série nº 90416, freq 60 Hz.
97
Figura 18 – Mensuração do Comprimento
dos Pinos com Paquímetro
Figura 19 – Mensuração do Diâmetro dos
Pinos com Paquímetro
Figura 20 – Corpo-de-prova posicionado
Ensaio de Resistência Flexural
Figura 21 – Visão Aproximada do
Dispositivo para Teste de
Resistência Flexural dos Pinos
4.5.2 Ensaio de Compressão do Cimento Resinoso
Foram confeccionadas 10 matrizes de nylon cilíndricas com diâmetro de 4
mm e altura de 8 mm para a obtenção dos corpos-de-prova para realização do teste
de compressão do cimento resinoso de polimerização química Cement-Post
(Angelus®)
*
. As matrizes de nylon foram posicionadas sobre uma placa de vidro,
isoladas com glicerina. As pastas base e catalisadora do cimento foram dosadas em
seringas descartáveis em porções iguais, manipuladas, aplicadas nas matrizes e
cobertas com placa de vidro também isolada, onde foram mantidas por 24 horas. Em
seguida, os cilindros de cimento resinoso foram removidos das matrizes,
armazenados em recipiente com umidade relativa, medidos suas dimensões com um
*
Cement-Post (Angelus®) – Lote nº 6425.
98
paquímetro digital
**
não sendo utilizados na pesquisa corpos-de-prova defeituosos
(falhas detectáveis a olho nu – porosidades e fraturas). Em seguida, foram testados
à compressão em uma Máquina de Ensaios Universal
***
com uma célula de carga
Shimadzu de 10 KN até falharem de acordo com a ASTM D 695-02ª
****
O teste de
compressão do cimento resinoso foi realizado para a obtenção da força de ruptura
do cimento à compressão.
Figura 23 – Sobreposição de Placas de
Vidro após Isolamento da Matriz
e o Preenchimento da Matriz
com Cimento Resinoso
Figura 22Matriz de Nylon Cilíndrica
para o Ensaio de Compressão
do Cimento Resinoso
Figura 24– Obtenção dos Corpos-de-
prova Cilíndricos de
Cimento Resinoso
Figura 25 – Máquina de Ensaios Universal
AG-I Shimadzu Autograph
**
Mitutoyo Digimatic Caliper.
***
AG-I Shimadzu - Modelo Autograph – Série nº 90416, freq 60 Hz.
****
Standard Test Method for Compressive Properties of Rigid Plastics.
99
4.5.3 Ensaio de Tração do Cimento Resinoso
Foram confeccionados 5 corpos-de-prova de cimento Cement-Post
(Angelus®)
*
com o formato de ampulheta por meio de moldes de silicone de adição
realizados a partir da moldagem de um espécime já existente de material plástico
(comprimento total da ampulheta de 77 mm; comprimento da porção central da
ampulheta de 14,50 mm; espessura de 2,05 mm; largura das extremidades da
ampulheta de 6 mm; largura do centro da ampulheta de 2 mm). Para a confecção dos
corpos-de-prova, foram manipuladas as pastas base e catalisadora dosadas em
seringas descartáveis de 3 mL e introduzidas no interior dos moldes isolados com
glicerina. As amostras foram removidas dos moldes, armazenadas em umidade
relativa por 24 horas, medidas de acordo com seu comprimento e espessura e
submetidas ao teste de resistência à tração em uma Máquina de Ensaios Universal
Instron
**
com uma célula de carga de 100N a ASTM D 638M – 96
****
a uma
velocidade de 1,0 mm/min até a falha ocorrer, com as garras do equipamento a uma
distância de 20 mm entre si.
*
Cement-Post (Lote nº 6425).
**
Instron 4467 H1960 England – freq 47/63 Hz.
****
Standard Test Method for Tensile Properties of Plastics (Metric).
100
Figura 26 – Máquina de Ensaios Universal Instron
2,05 mm
14,5 mm
77 mm
6,0 mm
Figura 27 - Corpo-de-prova do Cimento Resinoso
Figura 28 – Corpo-de-prova posicionado para o Ensaio de Tração do Cimento Resinoso
101
Figura 29 – Ruptura do Corpo-de-prova submetido à Tração
4.5.4 Ensaio de Resistência Flexural do Cimento Resinoso
Foram confeccionados 10 corpos-de-prova de cimento Cement-Post
(Angelus®)
*
a partir de matrizes metálicas retangulares de dimensões 25 X 2 X 2
mm. As matrizes foram isoladas com glicerina, porções iguais de pastas base e
catalisadora dosadas em seringas descartáveis de 3 mL foram manipuladas em
uma placa de vidro, inseridas nas matrizes e cobertas com uma lâmina de vidro.
Os espécimes de cimento foram removidos das matrizes, armazenados em
umidade relativa durante 24 horas, medidos com uma paquímetro digital
**
e
submetidos ao ensaio de resistência flexural. O ensaio foi realizado em uma
Máquina de Ensaios Universal
***
a uma velocidade de 0,5 mm/min segundo a
ISO 10477
****
.
*
Cement-Post Angelus (Lote nº 6425).
**
Mitutoyo Digimatic Caliper.
***
AG-I Shimadzu - Modelo Autograph – Série nº 90416, freq 60 Hz.
****
International – Dentistry – Polymer-based crown and bridge materials: 1992.
102
Figura 30 – Matriz Metálica Bipartida para Confecção do Corpo-de-prova
Figura 31 – Matriz Preenchida com Cimento Resinoso e Coberta com Lâmina de Vidro
Figura 32 – Corpo-de-prova de Cimento Resinoso
Figura 33 – Corpo-de-prova posicionado para Ensaio de Resistência Flexural
103
4.6 SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL
A simulação computacional foi realizada utilizando-se o Método dos
Elementos Finitos. Para a obtenção do modelo CAD, partiu-se de imagens
fotográficas (Figura 34) e de microscopia eletrônica de varredura das porções
superiores dos discos de dentina cervical (Figura 35), médio (Figura 36) e apical
(Figura 37) respectivamente, as quais foram exportadas para o Programa Auto-
CAD 2007, onde se construíram modelos bi-dimensionais dos discos de dentina
(Figuras 38 e 39) incluindo os seguintes elementos: dentina, pino e cimento. Com
o auxílio do mesmo programa foram determinadas as conicidades dos discos de
dentina e do cimento para serem realizados modelos bi-dimensionais das porções
inferiores dos discos de dentina. Posteriormente, foram encontradas as cotas dos
pontos e essas exportadas para o programa Excel, onde determinou-se a escala
real dos modelos. Os dados foram exportados para um “bloco notas” e para o
programa ANSYS® versão 10.0. No programa de Elementos Finitos foram
determinadas as linhas, áreas e volumes (Figuras 40, 41 e 42) obtendo-se os
modelos tri-dimensionais. Foram fornecidas as propriedades dos materiais de
acordo com o que se obteve neste estudo por meio dos ensaios mecânicos do
pino e do cimento resinoso químico.
As propriedades do módulo de elasticidade e coeficientes de Poisson dos
demais materiais foram obtidas de dados da literatura, e são apresentados na
Tabela 5.
Vale a pena lembrar alguns conceitos como de Módulo de elasticidade que
é a razão entre a tensão e a deformação exercidas sobre um material, ou seja, é
o grau de rigidez que um determinado material possui. Quanto maior o valor do
módulo de elasticidade, mais rígido é o material.
Coeficiente de Poisson é quando um corpo é submetido á uma força de
compressão no sentido vertical, ocorre uma redução das dimensões no sentido
vertical e um alongamento do corpo no sentido horizontal.
Foram analisados vários tipos de malhas com refinamentos em diferentes
regiões até encontrar malhas mais adequadas para a distribuição de tensões a
ser realizada. As malhas foram compostas no disco cervical com 50.526
elementos (Figura 43), no disco médio com 48.832 elementos (Figura 44) e no
disco apical com 31.800 elementos (Figura 45). Para os modelos de discos
104
cervical e médio, utilizou-se dois tipos de elementos hexaédricos tridimensionais,
lineares de oito nós: SOLID45 e SOLID65, com três graus de liberdade por nó e
propriedades isotrópicas, sendo que o segundo, foi utilizado para simular o
cimento resinoso, incorporando a possibilidade de ruptura. A superfície de ruptura
condiciona à fissuração ou ao esmagamento, nesta situação a superfície é
baseada no critério de Willam-Warnke. A fissuração ocorre quando qualquer uma
das componentes de tensão principal for de tração e atingir a superfície de
ruptura. O esmagamento será determinado também quando alguma das três
componentes das tensões principais atingir a superfície de ruptura, porém
quando esse componente for de compressão. As tensões principais atuantes
numa certa direção se anulam bruscamente assim que é atingida a superfície de
ruptura, isto é, o elemento não simula o amolecimento. O processo de fissuração
é representado por meio de fissura dispersa, e coeficientes de transferência de
tensão de cisalhamento controlam a redução de rigidez nos planos fissurados
(Ansys help topics). Para o modelo do disco apical utilizou-se apenas elementos
hexaédricos tridimensionais, lineares de oito nós: SOLID45, com três graus de
liberdade por nó e propriedades isotrópicas, pelo motivo de o cimento ter se
apresentado com uma espessura muito reduzida. Devido a essa condição, foi
realizado um modelo tri-dimensional contendo dentina, pino e contato fazendo as
vezes do cimento, possuindo um coeficiente de fricção de 0,8% entre dentina e
pino. Quanto às condições de contorno, adotou-se uma adesão perfeita entre os
materiais, restringindo-se a região central da porção inferior do modelo e sendo
aplicada uma carga compressiva uniforme distribuída sobre toda a superfície do
disco (em todos os materiais) com uma resultante de 220 N.
Para a resolução do sistema de equações não lineares utilizou-se o
algoritmo de Newton Raphson Modificado, onde a fatoração e atualização da
matriz de rigidez são realizadas a certos intervalos de interações, com o limite de
25 interações para cada sub-incremento com uma tolerância de 0,1% para o
controle de convergência, segundo normas de deslocamento. Devido à lentidão
verificada nos processos interativos, foi utilizado o acelerador de convergência
Line Search, que atua escolhendo um escalar que multiplicado pelo vetor unitário
torna mínima a energia potencial, encontrando dessa forma uma melhor
aproximação para a solução (Ansys help topics). Foram coletados os resultados
das primeiras (σ1), segundas (σ2) e terceiras (σ3) tensões principais nos discos
105
de dentina cervical, médio e apical e no cimento desses discos, das deformações,
bem como as tensões nos eixos X, Y e Z do disco cervical.
Figura 34 – Fotografia das Porções Superiores
dos Discos de Dentina
Figura 36 – Fotomicrografia (20X) da
Porção Superior do Disco
de Dentina Médio
Figura 35 – Fotomicrografia (20X) da
Porção Superior do Disco
de Dentina Cervical
Figura 37– Fotomicrografia (20X) da
Porção Superior do Disco de
Dentina Apical
106
Figura 39 – Modelos Planos Confeccionados
no Programa Auto-CAD 2007
Figura 38 – Modelos Planos sendo
Confeccionados Sobre as
Imagens Fotográficas dos Discos
de Dentina no Programa Auto-
CAD 2007
1
FEB 10 2007
16:27:15
VOLUMES
VOLU NUM
Cimento resinoso
Filamento metálico
Dentina
Pino de fibra
de vidro
Figura 40 - Modelo Sólido Tri-dimensional do Disco
Cervical e seus componentes
107
1
DENTE
FEB 10 2007
16:28:14
VOLUMES
MAT NUM
Cimento
resinoso
Filamento metálico
Dentina
Pino de fibra
de vidro
Figura 41 - Modelo Sólido Tri-dimensional do Disco
Médio e seus componentes
1
DENTE
FEB 10 2007
16:29:47
VOLUMES
VOLU NUM
Pino de fibra
de vidro
Dentina
Filamento metálico
1
FEB 10 2007
16:27:31
ELEMENTS
Figura 42 - Modelo Sólido Tri-dimensional do Disco
Apical e seus componentes
Figura 43- Malha do Disco Cervical com 50.526 Elementos
Hexaédricos Tri-dimensionais, Lineares de 8 Nós
108
1
DENTE
FEB 10 2007
16:28:36
ELEMENTS
Figura 44 - Malha do Disco Médio com 48.832 Elementos
Hexaédricos Tri-dimensionais, Lineares de 8 Nós
1
DENTE
FEB 10 2007
16:29:39
ELEMENTS
Figura 45 - Malha do Disco Apical com 31.800 Elementos
Hexaédricos Tri-dimensionais, Lineares de 8 Nós
4.7 PLANEJAMENTO ESTATÍSTICO DOS TESTES PRELIMINARES
Os dados obtidos em cada ensaio mecânico foram submetidos a análise
estatística.
109
4.7.1 Ensaio de Resistência Flexural do Pino de Fibra de Vidro
Os valores médios do módulo de elasticidade (GPa) estão descritos na
Tabela 1.
Tabela 1 - Módulo de Elasticidade do Pino Exacto (Angelus®)
Unidades Módulo de Elasticidade (GPa)
1 80.2584
2 81.5996
3 90.8056
4 84.9432
5 76.4570
6 89.7208
7 87.8607
8 86.5887
9 88.2408
10 91.7518
Média (dp) 85.822 (4,97)
O valor médio do módulo de elasticidade obtido por meio do teste de
resistência flexural foi 85,82 ± 4,97 GPa (Tabela 1).
4.7.2 Ensaio de Compressão do Cimento Resinoso
Os valores médios de tensão de ruptura à compressão (MPa) estão dispostos
na Tabela 2.
Tabela 2 – Tensão de Ruptura à Compressão do Cimento Resinoso Químico Cement-Post
(Angelus®)
Unidades Tensão de Ruptura à compressão do
cimento Cement-Post (MPa)
1 109.812
2 130.681
3 99.3823
4 155.290
5 92.3745
6 82.9993
7 162.263
8 93.7870
9 103.913
10 150.212
Média (dp) 118.071(29,11)
A média obtida das tensões de ruptura do teste de compressão foi de 118,07±
29,11 MPa (Tabela 2).
110
4.7.3 Ensaio de Tração do Cimento Resinoso
Os valores médios de tensão de ruptura à tração estão descritos na Tabela 3.
Tabela 3 – Tensão de Ruptura à Tração do Cimento Resinoso Químico Cement-Post
(Angelus®)
Unidades Tensão de Ruptura à tração do cimento
Cement-Post (MPa)
1 48.105
2 35.720
3 40.033
4 31.566
5 34.090
Média (dp) 37,902 (6,48)
Por meio desse teste foi obtida a média das tensões de ruptura à tração dos
espécimes de Cement-Post que foi de 37,90 ± 6,48 MPa (Tabela 3).
4.7.4 Ensaio de Resistência Flexural do Cimento Resinoso
Os valores médios do módulo de elasticidade flexural do cimento resinoso
químico estão descritos na Tabela 4.
Tabela 4 - Módulo de Elasticidade Flexural do Cimento Resinoso Químico Cement-Post
(Angelus®)
Tabela 4. Módulo de elasticidade flexural do cimento resinoso químico Cement-Post (Angelus®)
Unidades Módulo de Elasticidade
(GPa)
1 3.15
2 3.56
3 4.79
4 4.12
5 2.98
6 4.55
7 5.31
8 6.69
9 4.55
10 4.13
Média (dp) 4.41 (1,15)
Por meio desse ensaio foi obtido o valor médio de módulo de elasticidade do
cimento de 4,41 ± 1,15 GPa (Tabela 4).
111
Tabela 5 - Propriedades dos Materiais Utilizados nas Simulações Numéricas
Tipo de Material Módulo de
Elasticidade ou
de Young (GPa)
Coeficiente
de Poisson
Tensão
máxima de
ruptura à
tração (MPa)
Tensão máxima
de ruptura à
compressão
(MPa)
Referência
Pino 85,82 *0,33 -- -- *Nash et
al.
18
(1998)
Cimento
resinoso
4,41 *0,24 37,90 118,07 *Seymour et
al.
29
(2001)
Dentina *18,60 *0,31 -- -- *Ko et al.
14
(1992)
4.8 ANÁLISES ESTATÍSTICAS
Foi realizada uma análise estatística por meio do programa GraphPad Prism
versão 5, onde as amostras foram consideradas relacionadas pareadas, porém com
dados não condizentes com uma distribuição normal foram avaliadas comparando
os grupos experimentais antes e depois da realização do ensaio de compressão dos
discos de dentina, utilizando-se o teste não paramétrico de Wilcoxon.
Nas comparações realizadas entre as medidas das fendas (μm) nos discos
cervical, médio e apical antes do ensaio de compressão utilizou-se o teste de
Kruskal-Wallis. Optou-se por um teste não-paramétrico, pois os dados não
apresentavam distribuição normal e equivalência entre suas variâncias. Caso fosse
observada diferença significativa entre os grupos, seria aplicado o teste de múltiplas
comparações de Dunn, para identificar onde residem as diferenças.
Nas comparações entre as medidas das fendas (μm) nos discos cervical,
médio e apical depois do ensaio de compressão utilizou-se os mesmos testes das
amostras anteriormente citadas.
5 RESULTADOS
5.1 ENSAIO MECÂNICO DOS DISCOS DE DENTINA
5.1.1 Análise Qualitativa
5.1.1.1 Interface Dentina-Cimento
Para avaliação qualitativa da presença ou ausência de fendas nos discos de
dentina (cervical, médio e apical) na interface dentina-cimento das diferentes faces
(mesial, distal, vestibular e lingual) os dados foram descritos sob a forma de
porcentagens no Gráfico 1:
0
10
20
30
80
90
100
40
50
60
70
Porcentagens (%)
Presença de fendas
Ausência de fendas
Regiões Radiculares
CM CD CV CL MM MD MV ML AM AD AV AL
Gráfico 1 -Percentual (%) da Presença ou Ausência de Fenda Previamente ao Ensaio Mecânico
de Compressão dos Discos nas Faces Mesial, Distal, Vestibular e Lingual das
Regiões Radiculares Cervical, Média e Apical
Os grupos dos discos cervical face vestibular dos elementos dentários 2, 7 e
9, cervical face lingual do elemento dentário 3 e 12, médio face vestibular do
elemento dentário 2 e 7, médio face lingual dos elementos dentários 2 e 3, apical
face mesial do elemento dentário 3, apical face lingual do elemento dentário 3
apresentaram bolhas que não permitiram observar a presença ou ausência de
fendas.
Nas Figuras 46 e 47 pode-se observar a ausência e a presença de fendas
previamente à realização do ensaio mecânico de compressão em algumas regiões
radiculares.
113
Figura 46 - Ausência de Fenda
Figura 47 - Presença de Fenda
Os dados relativos á presença ou ausência de fenda na interface dentina-
cimento posterior ao ensaio de compressão das amostras estão descritos sob a
forma de porcentagens no Gráfico 2.
0
10
20
80
90
100
30
40
50
60
70
Porcentagens (%)
Presença de fenda
Ausência de fenda
Regiões Radiculares
CM CD CV CL M M MD M V ML AM AD AV AL
Gráfico 2 -Percentual (%) da Presença ou Ausência de Abertura de Fenda na Interface Dentina-
Cimento depois do Ensaio Mecânico de Compressão dos Discos Cervical, Médio e
Apical nas Faces Mesial, Distal, Vestibular e Lingual
114
Os grupos dos discos cervical face vestibular dos elementos dentários 2, 7 e
9, cervical face lingual do elemento dentário 3 e 12, médio face vestibular do
elemento dentário 2 e 7, médio face lingual dos elementos dentários 2 e 3, apical
face mesial do elemento dentário 3, apical face lingual do elemento dentário 3
apresentaram bolhas que não permitiram observar a presença ou ausência de
abertura de fendas após o ensaio de compressão.
As Figuras 48 e 49; 50 e 51; 52 e 53 ilustram o comportamento das interfaces
dentina-cimento antes e após o ensaio de compressão.
Figura 48 - Fotomicrografia (1000X)
demonstrando Ausência de
Fenda antes do Ensaio de
Compressão
Figura 49 - Fotomicrografia (1000X)
representando Abertura de
Fenda após o Ensaio de
Compressão
Figura 50- Fotomicrografia (1000X)
demonstrando Ausência
de Fenda antes do Ensaio
de Compressão
Figura 51- Fotomicrografia (1000X)
representando a Não
Abertura de Fenda após o
Ensaio de Compressão
Figura 53- Fotomicrografia (800X)
demonstrando a Abertura da
Fenda Pré-existente após o
Ensaio de Compressão
Figura 52- Fotomicrografia (800X)
demonstrando a Presença
de Fenda antes do Ensaio
de Compressão
115
5.1.1.2 Interface Cimento-Pino
Os dados obtidos qualitativamente por meio de Microscopia Eletrônica de
Varredura (MEV) da presença ou ausência de fenda na interface cimento-pino na
superfície superior de cada disco de dentina (cervical, médio e apical) após o ensaio
mecânico de compressão estão descritos no Quadro 8 e no Gráfico 6:
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Cervical Média Apical
Presença de fenda
Ausência de fenda
Regiões Radiculares
Porcentagens (%)
Gráfico 3- Resultados do Percentual (%) da Presença ou Ausência de Fenda na Interface
Cimento-Pino para as Regiões Cervical, Média e Apical da Raiz
As Figuras 54, 55, 56 e 57 representam a presença ou não de fenda na
interface cimento-pino após o ensaio mecânico de compressão.
fenda
Figura 54 - Presença de Fenda na Interface Cimento-Pino
116
fenda
Figura 55- Presença de Fenda na Interface Cimento-Pino
Figura 56 - Ausência de Fenda na Interface Cimento-Pino
Figura 57 - Ausência de Fenda na Interface Cimento-Pino
5.1.2 Análise Quantitativa
A análise realizada comparando os valores de fendas (μm) antes e depois do
ensaio de compressão dos discos de dentina utilizando-se o teste não paramétrico
de Wilcoxon está expressa no Gráfico 3:
117
Antes Depois
0
5
10
15
20
25
Fenda (
μ
m)
Gráfico 4 – Média (Erro padrão) dos Valores de Fenda na Interface Dentina-Cimento antes e
depois do Ensaio de Compressão dos Discos de Dentina (cervical, médio e apical). p
< 0.0001, Diferenças Significativas - Teste de Wilcoxon
Observou-se por meio do teste de Wilcoxon que os grupos experimentais de
fendas em discos de dentina antes e depois do ensaio de compressão apresentaram
diferenças estatísticas p< 0,0001.
Na análise estatística realizada comparando-se as medidas das fendas (μm)
nos discos cervical, médio e apical antes da realização do ensaio de compressão
estão descritos no Gráfico 4.
Cervical Médio Apical
0
5
10
15
20
Fenda (
μ
m)
Gráfico 5 – Média (Erro padrão) dos Valores de Fenda na Interface Dentina-Cimento
Comparando os Discos Cervical, Médio e Apical Antes do Ensaio de Compressão.
p
= 0,4304 - Teste de Kruskal-Wallis e Teste de Múltiplas Comparações de Dunn.
118
Observou-se por meio do teste de Kruskal-Wallis e teste de múltiplas
comparações de Dunn que os grupos experimentais de fendas em discos de dentina
cervical, médio e apical antes do ensaio de compressão não apresentaram
diferenças estatísticas p = 0,4304.
Na análise estatística realizada comparando-se as medidas das fendas (μm)
nos discos cervical, médio e apical depois da realização do ensaio de compressão
estão descritos no Gráfico 5.
Cervical Médio Apical
0
5
10
15
20
25
Fenda (
μ
m)
Gráfico 6 – Média (Erro padrão) dos Valores de Fenda na Interface Dentina-Cimento
Comparando os Discos Cervical, Médio e Apical depois do Ensaio de Compressão.
p
= 0,7766 - Teste de Kruskal-Wallis e Teste de Múltiplas Comparações de Dunn.
Observou-se por meio do teste de Kruskal-Wallis e teste de múltiplas
comparações de Dunn que os grupos experimentais de fendas em discos de dentina
cervical, médio e apical depois do ensaio de compressão não apresentaram
diferenças estatísticas p = 0,7766.
A formação de fendas foi observada por meio do Microscópio Eletrônico de
Varredura com um aumento de 1000X. Estas foram medidas na interface dentina-
cimento em pontos pré-determinados (µm). Desta maneira os resultados foram
quantitativos contínuos e medidos por meio do Programa Image Tool descritos nos
Quadros 3, 4, 5 e 6 cujos valores originais encontram-se no apêndice.
119
5.1.3 Análise dos Discos Obtidos de Dentina do Elemento Dentário selecionado
para Simulação Computacional
O elemento dentário 8, que foi selecionado para a simulação computacional
apresentou na interface dentina-cimento na região cervical da raiz fenda prévia ao
ensaio mecânico na face vestibular (Figura 64), o que não ocorreu para as faces
lingual (Figura 60) mesial (Figura 61) e distal (Figura 66). Porém houve maior
abertura de fenda na interface dentina-cimento após a realização do ensaio de
compressão de todas as faces vestibular (Figura 65), lingual (Figura 61) e distal
(Figura 67), mas não para a face mesial (Figura 63). Pode-se observar na Figura 68
que não houve formação de fenda na interface cimento-pino após o ensaio de
compressão.
Figura 58 - Fotomicrografia (20X) do
Dente 8 da Porção Superior do
Disco Cervical antes do
Ensaio de Compressão
Figura 59 - Fotomicrografia (20X) do
Dente 8 da Porção Superior
do Disco Cervical após o
Ensaio de Compressão
Figura 60- Fotomicrografia (1000X)
da Face Lingual do Dente 8
(disco cervical) antes do
Ensaio de Compressão
Figura 61- Fotomicrografia (1000X)
da Face Lingual do Dente 8
(disco cervical) após o
Ensaio de Compressão
120
Figura 62- Fotomicrografia (1000X) da
Face Mesial do Dente 8
(disco cervical) antes do
Ensaio de Compressão
Figura 63- Fotomicrografia (1000X) da
Face Mesial do Dente 8
(disco cervical) após o
Ensaio de Compressão
Figura 64 - Fotomicrografia (1000X)
da Face Vestibular do
Dente 8 (disco cervical)
antes do Ensaio de
Compressão
Figura 65- Fotomicrografia (1000X) da
Face Vestibular do Dente 8
(disco cervical) após o
Ensaio de Compressão
Figura 67 - Fotomicrografia (1000X) da
Face Distal do Dente 8
(disco cervical) após o
Ensaio de Compressão
Figura 66- Fotomicrografia (1000X)
da Face Distal do Dente
8 (disco cervical) antes
do Ensaio de
Compressão
121
Figura 68- Fotomicrografia (45X) do Dente 8
(disco cervical) após o Ensaio de
Compressão
A região média radicular do elemento dentário 8 apresentou fenda prévia ao
ensaio mecânico nas faces lingual (Figura 71) e vestibular (Figura 75), o que não
ocorreu para as faces mesial (Figura 73) e distal (Figura 77) . Porém, houve abertura
maior de fenda na interface dentina-cimento após a realização do ensaio de
compressão de todas as faces vestibular (Figura 75), lingual (Figura 72), mesial
(Figura 74) e distal (Figura 78). Pode-se observar na Figura 79 que houve abertura
maior de fenda na interface cimento-pino após o ensaio de compressão.
Figura 70- Fotomicrografia (20X)
do Disco Médio do
Dente 8 após o Ensaio
de Compressão
Figura 69 - Fotomicrografia (20X)
do Disco Médio do
Dente 8 antes do
Ensaio de Compressão
Figura 72- Fotomicrografia (1000X)
da Face Lingual do
Dente 8 (disco médio)
após o Ensaio de
Compressão
Figura 71- Fotomicrografia (1000X)
da Face Lingual do
Dente 8 (disco médio)
antes do Ensaio de
Compressão
122
Figura 73 - Fotomicrografia (1000X)
da Face Mesial do Dente
8 (disco médio) antes do
Ensaio de Compressão
Figura 74 - Fotomicrografia (1000X)
da Face Mesial do Dente
8 (disco médio) após o
Ensaio de Compressão
Figura 75- Fotomicrografia (1000X)
da Face Vestibular
(disco médio) do Dente
8 antes do Ensaio de
Compressão
Figura 76- Fotomicrografia (1000X)
da Face Vestibular
(disco médio) do Dente
8 após o Ensaio de
Compressão
Figura 77- Fotomicrografia (1000X) da
Face Distal (disco médio)
do Dente 8 antes o Ensaio
de Compressão
Figura 78- Fotomicrografia (1000X) da
Face Distal (disco médio)
do Dente 8 após o Ensaio
de Compressão
123
Figura 79- Fotomicrografia (45X) do Disco
Médio do Dente 8 após o Ensaio
de Compressão
A região apical radicular do elemento dentário 8 apresentou fenda prévia ao
ensaio mecânico nas faces mesial (Figura 84), lingual (Figura 82), o que não ocorreu
para as faces distal (Figuras 88) e vestibular (Figura 86). Porém houve abertura
maior de fenda na interface dentina-cimento após a realização do ensaio de
compressão de todas as faces vestibular (Figura 87), lingual (Figura 83), mesial
(Figura 85) e distal (Figura 89). Pode-se observar na Figura 90 que não houve
formação de fenda na interface cimento-pino após o ensaio de compressão.
Figura 80- Fotomicrografia (20X) do
Disco Apical do Dente 8
antes do Ensaio de
Compressão
Figura 81- Fotomicrografia (20X) do
Disco Apical do Dente 8
após o Ensaio de
Compressão
124
Figura 82- Fotomicrografia (1000X) da
Face Lingual (disco apical)
do Dente 8 antes do
Ensaio de Compressão
Figura 83- Fotomicrografia (1000X)
da Face Lingual (disco
apical) do Dente 8 após o
Ensaio de Compressão
Figura 84- Fotomicrografia (1000X) da
Face Mesial (disco apical) do
Dente 8 antes do Ensaio de
Compressão
Figura 85- Fotomicrografia (1000X) da
Face Mesial (disco apical) do
Dente 8 após o Ensaio de
Compressão
Figura 86- Fotomicrografia (1000X)
da Face Vestibular (disco
apical) do Dente 8 antes do
Ensaio de Compressão
Figura 87- Fotomicrografia (1000X)
da Face Vestibular (disco
apical) do Dente 8 após o
Ensaio de Compressão
125
Figura 88- Fotomicrografia (1000X) da
Face Distal (disco apical) do
Dente 8 antes do Ensaio de
Compressão
Figura 89- Fotomicrografia (1000X)
da Face Distal (disco
apical) do Dente 8 após o
Ensaio de Compressão
Figura 90- Fotomicrografia (45X) do Disco
Apical do Dente 8 após o Ensaio
de Compressão
126
5.2 SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL
Os resultados das deformações e das primeiras, segundas e terceiras
tensões principais dos discos cervical, médio e apical e nos cimentos desses discos,
assim como as tensões nos eixos X, Y e Z do disco cervical para um carregamento
de 220 N nas regiões superiores dos discos de dentina, com restrições de
movimento nas regiões inferiores desses discos estão dispostos abaixo.
z
y
x
Figura 91 - Direções dos eixos X, Y e Z do Disco Cervical no
Programa de Simulação Numérica
127
1
FEB 10 2007
15:31:58
DISPLACEMENT
STEP=1
SUB =1
TIME=1
DMX =.001995
1
MN
MX
-10.271
-7.332
-4.394
-1.456
1.482
4.421
7.359
10.297
13.236
16.174
FEB 10 2007
15:57:04
ELEMENT SOLUTION
STEP=1
SUB =1
TIME=1
SX (NOAVG)
RSYS=0
DMX =.001995
SMN =-10.271
SMX =16.174
Figura 92 - Deformações do Modelo do Disco Cervical
Figura 93 - Resultado das Tensões no Eixo X do Disco Cervical
128
1
MN
MX
-10.484
-7.726
-4.967
-2.208
.550917
3.31
6.069
8.827
11.586
14.345
FEB 10 2007
15:57:20
ELEMENT SOLUTION
STEP=1
SUB =1
TIME=1
SY (NOAVG)
RSYS=0
DMX =.001995
SMN =-10.484
SMX =14.345
Figura 94 - Resultado da Tensões no Eixo Y do Disco Cervical
1
MN
MX
-24.506
-21.687
-18.867
-16.047
-13.228
-10.408
-7.589
-4.769
-1.949
.870313
FEB 10 2007
15:58:59
ELEMENT SOLUTION
STEP=1
SUB =1
TIME=1
SZ (NOAVG)
RSYS=0
DMX =.001995
SMN =-24.506
SMX =.870313
Figura 95 - Resultado das Tensões no Eixo Z do Disco Cervical
129
1
MN
MX
-9.259
-6.417
-3.575
-.733283
2.109
4.951
7.793
10.635
13.477
16.319
FEB 10 2007
16:00:01
ELEMENT SOLUTION
STEP=1
SUB =1
TIME=1
S1 (NOAVG)
DMX =.001995
SMN =-9.259
SMX =16.319
Figura 96 - Resultado das Primeiras Tensões Principais (1st stress) do
Di
sco
C
e
rvi
ca
l
1
MN
MX
-2.168
-.730001
.707672
2.145
3.583
5.021
6.458
7.896
9.334
10.771
FEB 10 2007
16:08:46
ELEMENT SOLUTION
STEP=1
SUB =1
TIME=1
S1 (NOAVG)
DMX =.001619
SMN =-2.168
SMX =10.771
Figura 97 - Resultado das Primeiras Tensões Principais (1st stress) no Cimento
do Disco Cervical
130
1
MN
MX
-10.499
-7.736
-4.972
-2.208
.555956
3.32
6.084
8.848
11.611
14.375
FEB 10 2007
16:00:18
ELEMENT SOLUTION
STEP=1
SUB =1
TIME=1
S2 (NOAVG)
DMX =.001995
SMN =-10.499
SMX =14.375
Figura 98 - Resultado das Segundas Tensões Principais (2nd stress) do Disco
Cervical
1
MN
MX
-2.895
-2.268
-1.642
-1.016
-.389449
.236835
.863119
1.489
2.116
2.742
FEB 10 2007
16:01:41
ELEMENT SOLUTION
STEP=1
SUB =1
TIME=1
S2 (NOAVG)
DMX =.001619
SMN =-2.895
SMX =2.742
Figura 99 - Resultado das Segundas Tensões Principais (2nd stress) no Cimento do
Disco Cervical
131
1
MN
MX
-24.708
-22.087
-19.465
-16.844
-14.223
-11.602
-8.98
-6.359
-3.738
-1.116
FEB 10 2007
16:00:39
ELEMENT SOLUTION
STEP=1
SUB =1
TIME=1
S3 (NOAVG)
DMX =.001995
SMN =-24.708
SMX =-1.116
1
MN
MX
-6.691
-6.055
-5.419
-4.783
-4.148
-3.512
-2.876
-2.24
-1.604
-.96834
FEB 10 2007
16:01:57
ELEMENT SOLUTION
STEP=1
SUB =1
TIME=1
S3 (NOAVG)
DMX =.001619
SMN =-6.691
SMX =-.96834
Figura 100 - Resultado das Terceiras Tensões Principais (3rd stress) do Disco Cervical
Figura 101 - Resultado das Terceiras Tensões Principais (3rd stress) no Cimento do
Disco Cervical
132
1
3 3
3
3
3
3
3
3
3
3 3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3 3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
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3
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3
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3
3
3
3
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3
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3
3
3
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3
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3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
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3
3
3
3
3
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3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
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3
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3
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3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3 3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3 3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
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3
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3
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3
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3
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3
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3
3
3
3
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3
3
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3
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3
3
3
3
3
3
3
3
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3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
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3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
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3
3
3
3
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3
3
3
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3
3
3
3
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3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
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3
3
3
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3
3
3
3
3
3
3
3
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3
3
3
3
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3
3
3
3
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3
3
3
3
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3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
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3
3
3
3
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3
3
3
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3
3
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3
3
3
3
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3
3
3
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3
3
3
3
3
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3
3
3
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3
3
3
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3
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3
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3
3
3
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3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3 3
3
2
2
2
2 2
2 2
2 2
2
2
2
2
2
2
2
2
2
2
2
2
2
2
2
2 2
2
2
2
2
2
2
2
2
2
2
2
2
2
2
2
2
2 2
2 2
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
DENTE
FEB 10 2007
16:16:06
DISPLACEMENT
STEP=1
SUB =1
TIME=1
DMX =.002335
1
MN
MX
X
Y
Z
DENTE
-14.582
-6.417
-3.575
-.733283
2.109
4.951
10.56
15.2
20
FEB 10 2007
16:13:47
ELEMENT SOLUTION
STEP=1
SUB =1
TIME=1
S1 (NOAVG)
DMX =.002335
SMN =-14.582
SMX =19.526
Figura 102 - Deformações do Disco Médio
Figura 103 - Resultado das Primeiras Tensões Principais (1st stress) do Disco Médio
133
1
MN
MX
DENTE
-9.259
-6.417
-3.575
-.733283
2.109
4.951
10.56
15.2
20
FEB 10 2007
16:15:01
ELEMENT SOLUTION
STEP=1
SUB =1
TIME=1
S1 (NOAVG)
DMX =.001484
SMN =-1.689
SMX =19.526
Figura 104 - Resultado das Primeiras Tensões Principais (1st stress) no Cimento do Disco
Médio
1
MN
MX
X
Y
Z
DENTE
-16.054
-6.417
-3.575
-.733283
2.109
4.951
10.56
15.2
20
FEB 10 2007
16:14:02
ELEMENT SOLUTION
STEP=1
SUB =1
TIME=1
S2 (NOAVG)
DMX =.002335
SMN =-16.054
SMX =18.323
Figura 105 - Resultado das Segundas Tensões Principais (2nd stress) do Disco Médio
134
1
MN
MX
DENTE
-9.259
-6.417
-3.575
-.733283
2.109
4.951
10.56
15.2
20
FEB 10 2007
16:15:15
ELEMENT SOLUTION
STEP=1
SUB =1
TIME=1
S2 (NOAVG)
DMX =.001484
SMN =-2.611
SMX =4.617
Figura 106 - Resultado das Segundas Tensões Principais (2nd stress) no Cimento do Disco
Médio
1
MN
MX
X
Y
Z
DENTE
-33.993
-6.417
-3.575
-.733283
2.109
4.951
10.56
15.2
20
FEB 10 2007
16:14:13
ELEMENT SOLUTION
STEP=1
SUB =1
TIME=1
S3 (NOAVG)
DMX =.002335
SMN =-33.993
SMX =.38269
Figura 107 - Resultado das Terceiras Tensões Principais (3rd stress) do Disco Médio
135
1
MN
MX
DENTE
-8.582
-6.417
-3.575
-.733283
2.109
4.951
10.56
15.2
20
FEB 10 2007
16:15:26
ELEMENT SOLUTION
STEP=1
SUB =1
TIME=1
S3 (NOAVG)
DMX =.001484
SMN =-8.582
SMX =.38269
1
DENTE
FEB 10 2007
16:17:36
DISPLACEMENT
STEP=1
SUB =1
TIME=1
DMX =.002752
Figura 108 - Resultado das Terceiras Tensões Principais (3rd stress) no Cimento
do Disco Médio
Figura 109 - Deformações do Disco Apical
136
1
MN
MX
DENTE
-14.922
-12.093
-9.263
-6.433
-3.603
-.773271
2.057
4.886
7.716
10.546
FEB 10 2007
16:18:03
ELEMENT SOLUTION
STEP=1
SUB =1
TIME=1
S1 (NOAVG)
DMX =.002752
SMN =-14.922
SMX =10.546
1
MN
MX
DENTE
-16.44
-14.252
-12.063
-9.875
-7.687
-5.499
-3.311
-1.123
1.065
3.254
FEB 10 2007
16:18:14
ELEMENT SOLUTION
STEP=1
SUB =1
TIME=1
S2 (NOAVG)
DMX =.002752
SMN =-16.44
SMX =3.254
Figura 110 - Resultado das Primeiras Tensões Principais (1st stress) do Disco
Apical
Figura 111 - Resultado das Segundas Tensões Principais (2nd stress) do Disco
Apical
137
1
MN
MX
DENTE
-38.338
-34.951
-31.564
-28.177
-24.79
-21.403
-17.017
-10.5
-7
MAR 21 2007
12:51:57
ELEMENT SOLUTION
STEP=1
SUB =1
TIME=1
S3 (NOAVG)
DMX =.002752
SMN =-38.338
SMX =-7.856
Figura 112 - Resultado das Terceiras Tensões Principais (3rd stress) do Disco
Apical
Os resultados das deformações dos discos de dentina cervical, médio e apical
demonstraram compressão no sentido vertical e tração no sentido horizontal. Esse
comportamento foi devido ao efeito Poisson e das condições de contorno
consideradas. Os resultados dos gráficos de cores estão descritos em MPa na
escala automática gerada pelo programa. Pode-se observar nas tensões dos eixos X
e Y do disco cervical que houve uma prevalência de tensões de tração na dentina e
no pino e de compressão no cimento (Figuras 93 e 94). Nas tensões do eixo Z foi
verificada uma prevalência de tensões de compressão na dentina, cimento e pino e
uma concentração de tensões nas interfaces dentina-cimento e cimento-pino. Os
eixos X, Y e Z estão dispostos nas direções da Figura 97.
Observando os resultados dos discos cervical e médio, primeiras tensões
principais demonstraram compressão no cimento e na porção periférica do disco
dentina e tração no pino e na porção central do disco de dentina. As segundas
tensões principais representaram compressão na dentina e no cimento e tração no
pino. As terceiras tensões principais demonstraram compressão na dentina, cimento
138
e pino, havendo uma concentração de tensões nas interfaces dentina-cimento e
cimento-pino. No disco apical observou-se que no gráfico das primeiras tensões
principais ocorreu tração na dentina e no cimento e compressão no pino, enquanto
que no gráfico das segundas tensões principais ocorreu tração na porção central da
dentina e compressão na porção periférica da dentina e nas regiões onde foram
realizadas o contato e no pino. O gráfico das terceiras tensões principais
demonstrou compressão em todo o disco, isto é dentina, região de contato e pino.
Essas tensões foram geradas devido à forma de aplicação da força, geometria e
propriedades dos materiais.
6 DISCUSSÃO
Baseado em estudos de resistência adesiva, este estudo realizou ensaio
mecânico compressivo em discos de dentina obtidos dos terços cervical, médio e
apical das raízes de pré-molares inferiores para avaliar o comportamento das
interfaces dentina-cimento e cimento-pino, e da estrutura de cimento no que se
refere à presença de fendas nessas interfaces na estrutura de cimento.
Manocci et al.
21
(1999) avaliando a cimentação de diferentes pinos
encontraram a formação de fendas na zona de interdifusão resina-dentina, a
presença de bolhas nas camadas de cimento de todos os grupos e a porção apical
sem a presença de cimento, isto é, somente encontraram sistema adesivo nessa
região. O presente estudo concorda com a referência acima citada, pois verificou-se
a formação de fendas na interface cimento resinoso-dentina, porém nos discos de
dentina apicais foi encontrado cimento resinoso entre pino e dentina.
Grandini et al.
43
(2004) estudando a eficácia da técnica de cimentação de
pinos de fibra de vidro em dentes unirradiculares, encontraram espaços vazios nas
camadas dos grupos em que o sistema adesivo foi fotoativado de forma simultânea
com o cimento resinoso, o que não ocorreu para o grupo onde promoveram a
fotoativação do sistema adesivo previamente à do cimento resinoso, além da zona
de interdifusão resina-dentina apresentar-se de maneira mais uniforme e mais
significativa, encontrando fendas entre a dentina e o cimento resinoso. A zona de
interdifusão resina-dentina foi menos evidente no terço apical. A morfologia dos
“tags” de resina diferiu entre os terços, sendo mais curtos no terço apical.
Concluíram que a técnica de fotoativação separada do sistema adesivo e do cimento
resinoso demonstrou maior formação de “tags” de resina, melhor formação da zona
de interdifusão resina-dentina. Comparando com os nossos dados onde o sistema
adesivo bem como o cimento resinoso não foram fotoativados encontrando espaços
vazios, ou seja, foram encontradas fendas na interface dentina-cimento.
Pirani et al.
57
(2005) da mesma forma que Grandini
43
(2004) avaliaram a
influência das diferentes formas de fotoativação do sistema adesivo e a observaram
as amostras por meio do MEV permitindo concluírem que a forma de polimerização
não influenciou na formação da camada híbrida e que as aberturas de fendas
encontradas foram influenciadas pela localização da dentina intra-radicular. Ainda
relataram que a formação de fendas nas interfaces refletem o desafio de se obter
140
uma boa adesão no interior dos canais radiculares devido ao elevado fator-C
encontrado nessas condições. Afirmaram então, que a retenção friccional é
provavelmente responsável pelo sucesso clínico das restaurações com pinos de
fibra.
Ceballos et al.
68
(2007) avaliando a interface de três tipos de cimentos
resinosos (de polimerização química, fotoativados e dual) encontraram a formação
de fendas descontínuas entre cimento e dentina quando utilizaram sistema adesivo
e cimento resinoso químico concordando com este trabalho.
Perdigão et al.
71
(2007) em seu estudo com pinos de fibra de vidro de
diferentes diâmetros observaram formação de fendas na interface dentina-cimento,
falhas adesivas em algumas regiões percebendo que nessas regiões o sistema
adesivo não envolveu fibras colágenas expostas pelo condicionamento ácido e
bolhas nas camadas de cimento. Observaram também que a adesão foi melhor no
terço coronário que no apical concordando com o trabalho de Grandini et al. (2004).
Bonfante
73
(2007) estudou quatro cimentos resinosos com modos de
polimerização diferentes (autopolimerizável, polimerização dual e fotopolimerizável)
observou que apesar de os cimentos autopolimerizáveis possuírem um maior
escoamento, podendo assim minimizar a contração de polimerização dos cimentos
fotopolimerizáveis, houve maior ocorrência de falhas (regiões de descontinuidade da
interface cimento-dentina) na interface nesses cimentos, concordando com nosso
estudo onde encontrou-se a formação de fendas na mesma interface.
Ferrari et al.
10
(2000) relataram em seu estudo sobre a morfologia e
densidade dos túbulos dentinários que o diâmetro e o número dos túbulos diminui de
cervical para apical, que quanto maior a densidade dos túbulos e sua ampliação
após o condicionamento ácido, maior é a espessura da camada híbrida e maior é a
chance de se obter uma adesão mais segura.
Estando de acordo com a literatura pertinente, no presente trabalho foram
encontradas fendas na interface dentina-cimento. As regiões que apresentaram
menor número de fendas foram as faces mesiais e distais dos discos cervicais e
distais dos discos apicais, sendo que as demais regiões apresentaram uma maior
quantidade de formação de fendas. Provavelmente, a formação de fendas foi
decorrente de contração de polimerização do cimento resinoso no interior dos canais
radiculares que, segundo Bouillaguet et al.
38
(2003), Stockton
22
(1999), Goracci et
al.
42
(2004), Tay et al.
13
(2005), Pirani et al.
57
(2005) e Perdigão et al.
71
(2007) é
141
gerada pelos altos valores de Fator-C encontrados no interior dos canais radiculares.
Tay et al. (2005) realizaram um desenho esquemático de um canal radicular e
calcularam a área de superfície aderida e a área de superfície livre e encontraram
um valor muito elevado de Fator-C para uma camada de 25 μm de cimento.
Após o ensaio de compressão dos discos de dentina foi observado que houve
uma maior abertura de fenda para os espécimes que já possuíam fendas
previamente ao ensaio, abertura de fendas para alguns espécimes que não
apresentavam fenda previamente ao ensaio e a não ocorrência de abertura de fenda
em outros espécimes. A presença de fenda na interface dentina-cimento após o
ensaio de compressão dos discos de dentina foram mais representativos para as
faces distais dos discos médios, mesiais e vestibulares dos discos apicais.
Na comparação realizada quanto as regiões radiculares (cervical, médio e
apical) observou-se que, apesar dos trabalhos de resistência adesiva afirmarem que
esta diminui de cervical para apical devido à quantidade e à anatomia dos túbulos
dentinários, não houve diferenças significativas na amplitude das fendas entre essas
regiões antes e depois do ensaio de compressão.
Concordando com os resultados obtidos neste trabalho, Bonfante
73
(2007)
encontrou continuidade adesiva entre cimento-pino na maioria das réplicas de resina
epóxi confeccionadas a partir de secções longitudinais de dentes reforçados com
pinos de fibra de vidro cimentados. Diante de seus resultados afirmou que o elo mais
fraco é a interface cimento-dentina.
Para a caracterização do cimento e do pino foram realizados ensaios
mecânicos, pois havia a necessidade de serem obtidas propriedades como o módulo
de elasticidade do pino e do cimento e a tensão de ruptura do cimento à compressão
e à tração que futuramente iriam alimentar o programa de Elementos Finitos para
realizar uma simulação mais real do procedimento experimental.
Os modelos computacionais dos discos de dentina foram realizados de
maneira tri-dimensional, concordando com Mota
55
(2005) que relata que os modelos
tri-dimensionais apresentam vantagens em relação aos bi-dimensionais, apesar de
ter realizado de forma bi-dimensional o modelo de seu estudo assumindo esse como
simplificado, porém com informações suficientes a respeito das tensões nas quais o
corpo está sendo submetido. Outros autores como Amarante
36
(2003), Ribeiro
5
(2004) e Ulbrich
6
(2005) discordam dessa afirmação relatando que o custo
operacional da confecção de um modelo tri-dimensional não justifica as pequenas
142
alterações de resultados que esse modelo pode apresentar em relação ao bi-
dimensional. Neste trabalho, foram realizados modelos tri-dimensionais de maneira
simplificada dos discos de dentina, que apesar de serem mais aproximados ao
modelo real, ainda não refletem todas as características desses. No caso do modelo
apical, onde o disco de dentina real possuía uma delgada camada de cimento
podendo deformar os elementos da malha de Elementos Finitos, o que
consequentemente, pode gerar alterações nos resultados da distribuição de tensões,
foi realizada a adoção de um contato com as características do cimento, ou seja,
com um coeficiente de fricção de 0,8%.
Os modelos dos discos de dentina cervical e médio foram analisados de
forma linear e o modelo do disco apical foi analisado de maneira não-linear devido
ao contato e à maneira de caracterizar o cimento resinoso.
Os resultados das primeiras e segundas tensões principais para todos os
discos de dentina demonstraram que houve uma leve concentração de tensões nas
interfaces entre dentina-cimento e cimento-pino e os resultados das terceiras
tensões principais apresentaram leve concentração de tensões de compressão nas
mesmas interfaces citadas anteriormente. Isso ocorreu devido às características dos
materiais serem de magnitudes diferentes, à geometria dos discos, às formas de
aplicação das forças e às considerações realizadas quanto à união entre os
diferentes materiais.
Quando analisados os resultados experimentais, observou-se que os pontos
mais frágeis do procedimento adesivo são as interfaces entre a dentina-cimento e
cimento-pino.
Apesar dos resultados obtidos computacionalmente se aproximarem dos
Experimentais, observou-se que mesmo utilizando um elemento que possibilita a
ruptura das interfaces (SOLID 65) entre os materiais, concordando com o estudo de
Carvalho Filho
51
(2005), os modelos não apresentaram ruptura devido às tensões
nessas interfaces não terem chegado à magnitude que permitisse tal
comportamento. Isso ocorreu pelo fato de que a adesão entre os materiais (dentina,
cimento e pino) foi considerada perfeita, o que não ocorre no disco de dentina real,
pois verificou-se nas fotomicrografias de microscopia eletrônica de varredura a
presença de formação de fendas nas interfaces após a cimentação e antes da
aplicação da carga de compressão. Dessa forma acredita-se que futuros estudos
computacionais que considerem o processo de polimerização como realizou Versluis
143
et al.
16
(1996) por meio de um coeficiente linear de dilatação térmica ou Carvalho
Filho
51
(2005) utilizando um coeficiente de contração linear do material, a presença
de fenda nas interfaces entre dentina e cimento, ou ainda, o estudo de Versluis et
al.
18
(1997) que modelou as falhas localizadas com o desacoplamento dos nós ou
pela utilização de contato com molas que apresentem a resistência adesiva da
interface entre a dentina e o cimento como no estudo de Mota
55
(2005). Da mesma
maneira deve-se levar em consideração a presença de bolhas no cimento, pós-
polimerização. Além disso, poderá ser realizado um estudo utilizando cargas
progressivas simulando o ensaio de compressão para analisar melhor o mecanismo
de distribuição de tensões durante todo ensaio. Tais estudos envolverão uma grande
complexidade para reproduzir computacionalmente o processo de adesão pela
presença de umidade no substrato (Stockton
22
, 1999), pela anatomia interna dos
canais radiculares, pelo número e densidade dos túbulos dentinários (Ferrari et al.
10
,
2000; Schwartz, Robbins
49
, 2004), pelo elevado fator-C gerado no interior dos canais
radiculares (Bouillaguet et al.
38
, 2003; Stockton
22
, 1999; Goracci et al.
42
, 2004; Tay et
al.
13
, 2005; Pirani et al.
57
, 2005; Perdigão et al.
71
, 2007) e outros fatores.
7 CONCLUSÕES
De acordo com a metodologia proposta e com base nos resultados obtidos,
concluímos que:
Os discos de dentina obtidos cervicais, médios e apicais apresentaram
formação de fendas na interface dentina-cimento.
A maioria dos discos de dentina cervical, médio e apical não apresentaram
formação de fendas na interface cimento-pino.
A região radicular cervical, média e apical não influenciou na formação de
fendas na interface dentina-cimento.
Ocorreu um aumento da amplitude das fendas na interface dentina-cimento
de maneira significativa após o ensaio de compressão dos discos de dentina.
Os resultados do ensaio computacional demonstraram uma concentração de
tensões nas interfaces dentina-cimento e cimento-pino com valores inferiores
aos de tensão de ruptura à compressão do cimento.
Os resultados do ensaio mecânico diferiram do modelo computacional pelo
fato de que foi considerada adesão perfeita entre as interfaces dentina-
cimento e cimento-pino no modelo computacional.
O Método dos Elementos Finitos é uma tecnologia viável e promissora para
ser utilizada na simulação dos ensaios mecânicos dos materiais
odontológicos bem como em suas aplicabilidades.
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69 Pasqualin FH, Sousa-Neto MD, Souza-Gabriel AE, Souza-Filho CB, Paulino
SM, Vansan LP. Avaliação da resistência à fratura de raízes portadoras de
pinos metálicos fundidos e de fibra de vidro cilíndricos e cônicos. Braz Oral
Res. 2007; 21(Suppl. 1): 236.
70 Pena CE, Albino LGB, Sigemori RM, Amaral CM, Rodrigues JA, Reis AF.
Profundidade de polimerização de cimentos resinosos de presa dual e química
usados na cimentação de pinos pré-fabricados. Braz Oral Res, 2007, 21(Suppl.
1): 232.
71 Perdigão J, Gomes G, Augusto V. The effect of dowel space on the bond
strengths of fiber posts. J Prosthodont. 2007 May June; 16(3):154-64.
72 Silva BMAH, Freitas CA, Freitas MFA, Pereira EM. Avaliação de três agentes
cimentantes quanto às resistências ao cisalhamento por puncionamento, à
compressão axial e à tração diametral. Braz Oral Res. 2007; 21(Suppl.1):251.
APÊNDICE A – QUADROS DE DADOS
152
Vest C Antes Depois Vest M Antes Depois Vest A Antes Depois
1 196.55 204.19 1 0.00 0.00 1 0.00 8.67
2 Bolha Bolha 2 Bolha Bolha 2 29.79 38.14
3 0.00 12.46 3 22.72 65.17 3 6.35 8.73
4 4.52 13.57 4 9.38 16.11 4 8.40 8.63
5 0.00 13.46 5 0.00 0.00 5 0.00 7.85
6 0.00 13.91 6 14.60 19.22 6 6.19 18.71
7 Bolha Bolha 7 Bolha Bolha 7 12.79 19.27
8 54.18 54.62 8 4.89 6.98 8 0.00 7.28
9 Bolha Bolha 9 27.31 30.30 9 10.94 31.27
10 12.14 15.47 10 7.97 10.31 10 9.00 14.80
11 0.00 18.66 11 11.46 19.84 11 0.00 11.68
12 0.00 0.00 12 0.00 0.00 12 38.87 45.81
13 37.65 49.91 13 51.21 63.76 13 7.43 17.46
14 11.95 12.38 14 0.00 0.00 14 32.26 38.23
15 17.10 22.51 15 0.00 0.00 15 0.00 28.80
Quadro 3 -Valores em μm da Amplitude das Fendas na Interface Dentina-cimento para os
Discos Cervical, Médio e Apical na Região Vestibular dos Canais Radiculares
Ling C Antes Depois Ling M Antes Depois Ling A Antes Depois
1 87.49 94.21 1 31.11 39.03 1 0.00 0.00
2 1.21 5.31 2 Bolha Bolha 2 8.49 18.83
3 Bolha Bolha 3 Bolha Bolha 3 Bolha Bolha
4 7.03 7.47 4 0.00 12.70 4 0.00 13.55
5 10.47 18.26 5 0.00 6.45 5 0.00 0.00
6 0.00 14.97 6 5.65 11.15 6 0.00 4.36
7 6.16 6.85 7 20.63 28.41 7 5.00 10.16
8 0.00 6.43 8 5.56 8.81 8 33.53 36.46
9 13.49 37.57 9 0.00 11.77 9 0.00 39.68
10 21.29 33.06 10 0.00 3.55 10 4.67 9.22
11 6.92 13.21 11 10.15 26.81 11 5.42 13.62
12 Bolha Bolha 12 55.46 67.76 12 0.00 13.43
13 2.56 54.61 13 0.00 18.25 13 5.85 9.37
14 0.00 0.00 14 0.00 0.00 14 0.00 10.40
15 5.81 10.36 15 23.01 23.91 15 19.47 20.00
Quadro 4 -Valores em μm da Amplitude das Fendas na Interface Dentina-cimento para os
Discos Cervical, Médio e Apical na Região Lingual dos Canais Radiculares
153
Mesial
C Antes Depois
Mesial
M Antes Depois
Mesial
A Antes Depois
1 0.00 14.49 1 0.00 7.12 1 0.00 13.72
2 0.00 0.00 2 3.17 13.56 2 0.00 16.46
3 0.00 16.11 3 8.54 17.75 3 Bolha Bolha
4 5.16 30.96 4 9.94 17.17 4 6.78 17.79
5 0.00 0.00 5 0.00 6.98 5 0.00 9.15
6 0.00 13.12 6 11.54 16.99 6 0.00 13.28
7 0.00 3.65 7 9.52 21.59 7 5.56 23.33
8 0.00 0.00 8 0.00 6.39 8 11.81 13.18
9 0.00 21.42 9 9.53 13.88 9 0.00 12.74
10 7.93 18.61 10 20.49 33.64 10 8.02 17.38
11 0.00 7.58 11 3.64 10.69 11 0.00 10.14
12 0.00 0.00 12 0.00 0.00 12 0.00 7.30
13 11.95 15.16 13 5.25 17.72 13 5.81 12.60
14 0.00 0.00 14 9.45 10.13 14 28.25 31.61
15 0.00 0.00 15 0.00 0.00 15 34.92 50.96
Quadro 5 -Valores em μm da Amplitude das Fendas na Interface Dentina-cimento para os
Discos Cervical, Médio e Apical na Região Mesial dos Canais Radiculares
Distal
C Antes Depois
Distal
M Antes Depois
Distal
A Antes Depois
1 37.81 41.82 1 12.90 17.88 1 20.36 25.54
2 0.00 0.00 2 0.00 159.41 2 5.05 18.11
3 0.00 20.65 3 0.00 15.40 3 19.37 20.99
4 3.55 6.37 4 7.58 13.83 4 4.52 9.40
5 9.03 16.23 5 0.00 5.01 5 5.06 6.39
6 0.00 10.01 6 0.00 12.79 6 0.00 0.00
7 0.00 4.03 7 0.00 10.97 7 0.00 0.00
8 0.00 15.78 8 0.00 11.11 8 0.00 10.16
9 16.29 27.90 9 5.97 12.67 9 0.00 18.89
10 0.00 7.19 10 6.98 29.72 10 0.00 12.19
11 0.00 4.19 11 0.00 10.01 11 2.77 7.23
12 0.00 10.02 12 2.70 6.36 12 0.00 12.01
13 0.00 29.08 13 4.23 11.98 13 0.00 17.94
14 0.00 0.00 14 3.55 5.57 14 0.00 3.28
15 0.00 0.00 15 11.28 15.87 15 0.00 0.00
Quadro 6 -Valores em μm da Amplitude das Fendas na Interface Dentina-cimento para os
Discos Cervical, Médio e Apical na Região Distal dos Canais Radiculares
154
GRUPOS MÉDIA DESVIO
PADRÃO
ERRO
PADRÃO
MEDIANA MÍNIMO MÁXIMO N
Antes
Cervical 10,6944 29,7756 4,0149 0,0000 0,0000 196.5000 55
Médio 7,9888 11,6889 1,5620 4,5600 0,0000 55,4600 56
Apical 6,9436 10,3432 1,3581 3,6450 0,0000 38,8700 58
Depois
Cervical 19,4149 30,7668 4,1486 13,2100 0,0000 204,1900 55
Médio 18,2586 24,3413 3,2527 12,6850 0,0000 159,4100 56
Apical 15,7062 11,4708 1,5062 13,2300 0,0000 50,9600 58
Quadro 7 -Valores de Média, Mediana, Mínimo e Máximo determinados por meio de
Estatística Descritiva das Medidas das Fendas (μm) para os Grupos
Experimentais antes e depois do Ensaio de Compressão dos Discos de
Dentina (cervical, médio e apical)
155
Dente/região radicular do pré-
molar inferior
Presença de Fenda (μm) Ausência de Fenda
1
1C-CERVICAL X
1M-MÉDIA X
1A - APICAL X (63,38)
2
2C-CERVICAL X
2M-MÉDIA X
2A – APICAL X
3
3C-CERVICAL X
3M-MÉDIA X (66,34)
3A – APICAL X (27,78)
4
4C-CERVICAL X
4M-MÉDIA X
4A – APICAL X
5
5C-CERVICAL X
5M-MÉDIA X
5A – APICAL X
6
6C-CERVICAL X
6M-MÉDIA X
6A – APICAL X (11,33)
7
7C-CERVICAL X (46,91)
7M-MÉDIA X
7A – APICAL X
8
8C-CERVICAL X
8M-MÉDIA X (38,46)
8A – APICAL X
9
9C-CERVICAL X
9M-MÉDIA X
9A – APICAL X
10
10C-CERVICAL X
10M-MÉDIA X
10A – APICAL X
11
11C-CERVICAL X
11M-MÉDIA X
11A-APICAL X
12
12C-CERVICAL X
12M-MÉDIA X
12A-APICAL X
13
13C-CERVICAL X
13M-MÉDIA X
13A-APICAL X
(Continua)
156
(
Conclusão
)
Dente/região radicular do pré-
molar inferior
Presença de Fenda (μm) Ausência de Fenda
14
14C-CERVICAL X
14M-MÉDIA X
14A-APICAL X
15
15C-CERVICAL X
15M-MÉDIA X
15A-APICAL X
Quadro 8 - Resultados da Presença ou Ausência de Fenda na Interface Cimento-Pino
depois do Ensaio Mecânico em cada Disco de Dentina (cervical, médio e
apical)
ANEXO A –
DECLARAÇÃO DE DOAÇÃO DE DENTES DO CENTRO DE ENSINO E
PESQUISA ODONTOLÓGICA DO BRASIL CEPOBRAS
CENTRO DE ENSINO E PESQUISA ODONTOLÓGICA
DO BRASIL
Centro de
Pesquisa Odontológica
Goiânia-GO
Ensino e
Trabalho & Evolução
DECLARAÇÃO
Declaro para os devidos fins que o Banco de Dentes do Centro de
Ensino e Pesquisa Odontológica do Brasil (CEPOBRÁS), situado na
cidade de Goiânia-Goiás, sob coordenação do Prof. Dr. Carlos Estrela,
cedeu à Disciplina de Endodontia B da Universidade Federal do Paraná
sessenta (60) dentes pré-molares humanos extraídos, com fins didáticos
ou de pesquisa.
Atenciosamente,
_______________________________
Prof. Dr. Carlos Estrela
Coordenador do CEPOBRÁS
Prof. Titular de Endodontia da FO-UFG
ANEXO B –
APROVAÇÃO DO PROJETO PELA COMISSÃO DE ÉTICA EM PESQUISA
DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA COEP - UEPG
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
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