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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
FACULDADE DE MEDICINA
DEPARTAMENTO DE FISIOLOGIA E FARMACOLOGIA
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FARMACOLOGIA
AÇÃO DE DROGAS AGONISTAS E ANTAGONISTAS DOS
SISTEMAS COLINÉRGICO E DOPAMINÉRGICO:
ESTUDO COMPORTAMENTAL E NEUROQUÍMICO EM CORPO
ESTRIADO DE RATO
EMMANUELLE COELHO NORONHA
Fortaleza-CE
2005
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ii
EMMANUELLE COELHO NORONHA
AÇÃO DE DROGAS AGONISTAS E ANTAGONISTAS DOS
SISTEMAS COLINÉRGICO E DOPAMINÉRGICO:
ESTUDO COMPORTAMENTAL E NEUROQUÍMICO EM CORPO
ESTRIADO DE RATO
Dissertação apresentada à Universidade
Federal do Ceará, como parte das
exigências do programa de Pós-
Graduação em Farmacologia, para
obtenção do título de Mestre.
Orientação:
Profa. Dra. Francisca Cléa Florenço de
Sousa.
Fortaleza-CE
2005
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EMMANUELLE COELHO NORONHA
AÇÃO DE DROGAS AGONISTAS E ANTAGONISTAS DOS SISTEMAS
COLINÉRGICO E DOPAMINÉRGICO: ESTUDO COMPORTAMENTAL
E NEUROQUÍMICO EM CORPO ESTRIADO DE RATO
Dissertação apresentada à Universidade Federal do Ceará,
como parte das exigências do programa de Pós-Graduação em
Farmacologia, para obtenção do título de Mestre.
Dissertação aprovada com louvor em 26 de setembro de 2005
BANCA EXAMINADORA
Profa. Dra. Francisca Cléa Florenço de Sousa (Orientadora)
Universidade Federal do Ceará - UFC
Profa. Dra. Silvânia Maria Mendes Vasconcelos
Universidade Federal do Ceará - UFC
Prof. Dr. Carlos Maurício Castro e Costa
Universidade Federal do Ceará - UFC
iv
À Deus porque me concedeu “ falar a seu contento e formular conceitos à
altura de seus dons; pois ele não mostra apenas o caminho da sabedoria mas orienta
os sábios. Estamos nas suas mãos, nós e nossas palavras, todo entendimento e
perícia do agir. Ele me deu a ciência exata do que é, que me fez conhecer a
estrutura do universo e a atividade dos elementos, a natureza dos animais, o poder
dos espíritos e os pensamentos humanos. Em uma palavra: o que há de oculto e
manifesto eu o conheci; e foi a artesã de todas as coisas, a sabedoria que me
ensinou”!
Sabedoria 7; 15-21
v
Aos meus pais, por que a mim dedicaram parte de suas vidas a fim de que eu
adquirisse uma instrução sadia, ensinando-me a amar aos livros, o trabalho, a
justiça e a disciplina. A eles coube a tarefa de mostrar-me a lei da vida enchendo o
meu coração de sabedoria.
vi
Ao filho amado e tão desejado João Pedro, que trago no meu ventre como sinal de
novos e felizes tempos.
Ao meu esposo Juvenal pela descoberta da união.
vii
Aos meus irmãos, ao meu sobrinho Carlinhos e a minha amiga-irmã “Paticinha”
pela dedicação solidária e carinhosa nos momentos mais estressantes que surgiram
durante a confecção deste trabalho, sem os quais teria sido impossível a conclusão
do mesmo.
viii
AGRADECIMENTOS ESPECIAIS
À Profa. Dra. Francisca Cléa Florenço de Sousa, minha orientadora e por quem
tenho enorme admiração e carinho. Muito obrigada pela compreensão, confiança,
apoio, incentivo e amizade com que me acolheu desde o primeiro dia que cheguei ao
laboratório até hoje.
À Profa. Dra. Silvânia Maria Mendes Vasconcelos o meu sincero
agradecimento pelo período de convivência, em que esteve sempre disposta a ajudar
com o que preciso fosse e por, prontamente, ter aceito o convite para participar da
minha banca examinadora.
Ao Prof. Dr. Carlo Maurício Castro e Costa, por ter gentilmente aceitado fazer
parte da minha banca examinadora.
À Profa. Dra. Glauce Socorro de Barros Viana, por quem tenho grande
admiração, pela sua colaboração preciosa e pela acolhida no laboratório de
Neurofarmacologia.
À minha amiga de todas as horas Patrícia Bezerra Gomes, a quem considero
mais que uma amiga, considero uma irmã. Deus colocou anjos na terra para nos guiar e
certamente você é um desses anjos. Essa dissertação é minha e sua também, MUITO
OBRIGADA MINHA “PATICINHA”.
ix
À minha amiga Adriana Rolim Campos por estar sempre presente em todos os
momentos não só durante a realização desse trabalho, mas durante toda a vida. Valeu
amiga!!!
À turma do laboratório de Neurofarmacologia e aos amigos e professores do
Departamento de Fisiologia e Farmacologia, em especial: Lissiana, Carlos Renato,
Irisandro, Danielle, Cícero, João Paulo, Mirele, Flávio, Aline, Viviane, Vera pela ajuda
direta ou indireta, e pela amizade.
Às técnicas e patrimônio do laboratório Vilani e Jaqueline, que me ajudaram em
vários momentos desse trabalho.
O meu sincero agradecimento à Coordenação do curso de Pós-Graduação e
aos demais colegas de pós-graduação que me acompanharam durante esse período de
realização do curso de Mestrado.
Aos meus eternos amigos: Renata, Julio César, Márcia Maria, Márcia Andréa,
Marília e Lucílha, por estarem presente em tantos momentos, bons e difíceis, tornando
minha vida mais feliz!!
Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq),
pelo apoio financeiro, essencial para a realização desse trabalho.
x
SUMÁRIO
LISTA DE QUADROS xiii
LISTA DE FIGURAS xiv
LISTA DE TABELAS xvii
LISTA DE ABREVIATURAS xix
RESUMO xxi
ABSTRACT xxii
1- INTRODUÇÃO 24
1.1- SISTEMA COLINÉRGICO MUSCARÍNICO
24
1.1.1- Regulação colinérgica
25
1.1.2- Vias colinérgicas
27
1.1.3- Receptores muscarínicos
29
1.1.4- Localização dos receptores muscarínicos
30
1.1.5- Mecanismo de transdução do sinal
33
1.2- SISTEMA DOPAMINÉRGICO
36
1.2.1- Regulação dopaminérgica
37
1.2.2- Vias dopaminérgicas
39
1.2.3- Receptores dopaminérgicos
40
1.3- INTERAÇÃO DOPAMINA-ACETILCOLINA
45
2- OBJETIVOS 50
2.1. OBJETIVO GERAL
50
2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS
50
3- MATERIAL E MÉTODOS 53
3.1- ANIMAIS
53
3.2- PREPARO DAS DROGAS
53
3.2.1- Mazindol, pimozida e clozapina
53
3.2.2- Apomorfina, atropina, carbacol, pilocarpina, pirenzepina e SCH
23390
54
3.3- TRATAMENTO DOS GRUPOS EXPERIMENTAIS
54
3.3.1- Protocolo I: Tratamento crônico
54
3.3.2- Protocolo II: Tratamento agudo
57
3.4- MATERIAL UTILIZADO
60
xi
3.5- DISSECAÇÃO DAS ÁREAS CEREBRAIS
61
3.6- DETERMINAÇÃO DA DENSIDADE DE RECEPTORES
MUSCARÍNICOS
63
3.6.1- Método
63
3.6.2- Procedimento experimental
64
3.7- DETERMINAÇÃO DA DENSIDADE DE RECEPTORES
DOPAMINÉRGICOS
65
3.7.1- Método
65
3.7.2- Procedimento experimental
66
3.8- DOSAGEM DE PROTEÍNA
67
3.8.1- Método
67
3.9- SOLUÇÕES REAGENTES UTILIZADAS
68
3.10- TESTES COMPORTAMENTAIS
70
3.10.1-Teste da catalepsia
70
3.10.2- Teste do campo aberto
70
3.11- ANÁLISE ESTATÍSTICA
71
4- RESULTADOS 73
4.1- PROTOCOLO I: TRATAMENTO CRÔNICO
73
4.1.1- Efeitos da interação dopaminérgica e colinérgica no
comportamento (campo aberto e catalepsia) em rato.
73
4.1.2- Efeitos da interação dopamina-acetilcolina sobre os receptores
muscarínicos e dopaminérgicos em corpo estriado de rato.
83
4.2- PROTOCOLO II: TRATAMENTO AGUDO
103
4.2.1- Efeitos dos sistemas colinérgico e dopaminérgico na resposta
cataléptica em rato.
103
4.2.2- Efeitos dos sistemas colinérgico e dopaminérgico na atividade
locomotora em rato.
114
5- DISCUSSÃO 121
5.1- PROTOCOLO I: TRATAMENTO CRÔNICO
121
5.1.1- Efeitos da interação dopaminérgica e colinérgica no
comportamento (campo aberto e catalepsia) em rato.
121
5.1.2- Efeitos da interação dopamina-acetilcolina sobre os receptores
muscarínicos e dopaminérgico em corpo estriado em rato.
124
xii
5.2- PROTOCOLO II: TRATAMENTO AGUDO
129
5.2.1- Efeitos dos sistemas colinérgico e dopaminérgico na resposta
cataléptica em rato.
129
5.2.2- Efeitos dos sistemas colinérgico e dopaminérgico na atividade
locomotora em rato.
133
6- CONCLUSÕES 138
6.1- PROTOCOLO I: TRATAMENTO CRÔNICO
138
6.1.1- Efeitos da interação dopaminérgica e colinérgica no
comportamento (campo aberto e catalepsia) em rato.
138
6.1.2- Efeitos da interação dopamina-acetilcolina sobre os receptores
muscarínicos e dopaminérgico em corpo estriado em rato.
139
6.2- PROTOCOLO II: TRATAMENTO AGUDO
140
6.2.1- Efeitos dos sistemas colinérgico e dopaminérgico na resposta
cataléptica em rato.
140
6.2.2- Efeitos dos sistemas colinérgico e dopaminérgico na atividade
locomotora em rato.
141
6.3- CONCLUSÃO GERAL
142
7- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 144
xiii
LISTA DE QUADROS
QUADRO 01.
Localização dos subtipos de receptores muscarínicos.
32
QUADRO 02.
Receptores dopaminérgicos: segundos mensageiros,
localização no cérebro e afinidade pela dopamina.
44
QUADRO 03.
Drogas utilizadas com as respectivas doses e vias de
administração.
55
QUADRO 04.
Drogas utilizadas em associação.
56
QUADRO 05.
Drogas cataleptogênicas utilizadas com as respectivas
doses e vias de administração.
57
QUADRO 06.
Drogas utilizadas com as respectivas doses, vias de
administração e agente cataleptogênico associado.
58
QUADRO 07.
Tratamento agudo com pimozida ou SCH 23390.
59
QUADRO 08.
Tratamento agudo com pilocarpina.
59
xiv
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 01.
Estrutura da acetilcolina.
24
FIGURA 02.
Ilustração esquemática da sinapse colinérgica.
25
FIGURA 03.
Vias colinérgicas no SNC.
28
FIGURA 04.
Diagrama esquemático do mecanismo de transdução de sinal
dos receptores colinérgicos M1 e M3.
34
FIGURA 05.
Diagrama esquemático geral de receptores acoplados à proteín
a
G.
35
FIGURA 06.
Estrutura química da dopamina.
36
FIGURA 07.
Esquema da síntese geral das catecolaminas, enzimas
metabolizadoras e metabólitos envolvidos.
37
FIGURA 08.
Síntese, armazenamento e liberação de dopamina.
38
FIGURA 09.
Vias dopaminérgicas no SNC.
40
FIGURA 10.
Ação de drogas antipsicóticas no receptor dopaminérgico.
43
FIGURA 11.
Dissecação cerebral mostrando a retirada do encéfalo.
61
FIGURA 12.
Dissecação cerebral mostrando a retirada do corpo estriado.
62
FIGURA 13.
Efeitos do carbacol (cbc) na atividade locomotora de rato.
75
FIGURA 14.
Efeitos do carbacol (cbc) na catalepsia de rato.
76
FIGURA 15.
Efeitos do mazindol (maz) na atividade locomotora de rato.
81
FIGURA 16.
Efeitos do mazindol (maz) na catalepsia de rato.
82
FIGURA 17.
Efeitos da atropina (atr) e mazindol (maz), em diferentes doses,
sobre os receptores dopaminérgicos (D1-símile) em corpo
estriado de ratos.
87
FIGURA 18.
Efeitos do carbacol (cbc) e pimozida (pim), em diferentes
doses, sobre os receptores dopaminérgicos (D1-símile) em
corpo estriado de ratos.
88
FIGURA 19.
Efeitos da associação do antagonista muscarínico (atr) e do
agonista dopaminérgico (maz) sobre os receptores
dopaminérgicos (D1-símile) em corpo estriado de ratos.
89
xv
FIGURA 20.
Efeitos da associação do agonista muscarínico (cbc) e do
antagonista dopaminérgico (pim) sobre os receptores
dopaminérgicos (D1-símile) em corpo estriado de ratos.
90
FIGURA 21.
Efeitos da atropina (atr) e mazindol (maz), em diferentes doses,
sobre os receptores dopaminérgicos (D2-símile) em corpo
estriado de ratos.
94
FIGURA 22.
Efeitos do carbacol (cbc) e pimozida (pim), em diferentes
doses, sobre os receptores dopaminérgicos (D2-símile) em
corpo estriado de ratos.
95
FIGURA 23.
Efeitos da associação do antagonista muscarínico (atr) e do
agonista dopaminérgico (maz) sobre os receptores
dopaminérgicos (D2-símile) em corpo estriado de ratos.
96
FIGURA 24.
Efeitos da associação do agonista muscarínico (cbc) e do
antagonista dopaminérgico (pim) sobre os receptores
dopaminérgicos (D2-símile) em corpo estriado de ratos.
97
FIGURA 25.
Efeitos da atropina (atr) e mazindol (maz), em diferentes
doses, sobre os receptores colinérgicos (M1+M2-símile) em
corpo estriado de ratos.
99
FIGURA 26.
Efeitos do carbacol (cbc) e pimozida (pim), em diferentes
doses, sobre os receptores colinérgicos (M1+M2-símile) em
corpo estriado de ratos.
100
FIGURA 27.
Efeitos da associação do antagonista muscarínico (atr) e do
agonista dopaminérgico (maz) sobre os receptores
colinérgicos (M1+M2-símile) em corpo estriado de ratos.
101
FIGURA 28.
Efeitos da associação do agonista muscarínico (cbc) e do
antagonista dopaminérgico (pim) sobre os receptores
colinérgicos (M1+M2-símile) em corpo estriado de ratos.
102
FIGURA 29.
Efeitos da pilocarpina (pilo) na catalepsia induzida por
pimozida em rato.
105
FIGURA 30.
Efeitos da pilocarpina (pilo) na catalepsia induzida por SCH
23390 em rato.
106
FIGURA 31.
Efeitos da pirenzepina (pz) na catalepsia induzida por pimozida
em rato.
109
xvi
FIGURA 32.
Efeitos da pirenzepina (pz) na catalepsia induzida por SCH
23390 em rato.
110
FIGURA 33.
Efeitos do mazindol (maz) na catalepsia induzida por
pilocarpina em rato.
113
xvii
LISTA DE TABELAS
TABELA 01.
Efeitos do antagonista dopaminérgico (pim) e do agonista
colinérgico (cbc), sozinhos ou associados, sobre a atividade
locomotora e catalepsia de rato.
74
TABELA 02.
Efeitos do antagonista dopaminérgico (pim) e do antagonista
colinérgico (atr), sozinhos ou associados, sobre a atividade
locomotora e catalepsia de rato.
78
TABELA 03.
Efeitos do antagonista colinérgico (atr) e do agonista
dopaminérgico (maz), sozinhos ou associados, sobre a
atividade locomotora e catalepsia de rato.
80
TABELA 04.
Efeitos do antagonista colinérgico (atr) e do agonista
dopaminérgico (maz), sozinhos ou associados, sobre os
receptores dopaminérgicos (D1-símile) em corpo estriado de
ratos.
85
TABELA 05.
Efeitos do agonista colinérgico (cbc) e do antagonista
dopaminérgico (pim), sozinhos ou associados, sobre os
receptores dopaminérgicos (D1-símile) em corpo estriado de
ratos.
86
TABELA 06.
Efeitos do antagonista colinérgico (atr) e do agonista
dopaminérgico (maz), sozinhos ou associados, sobre os
receptores dopaminérgicos (D2-símile) em corpo estriado de
ratos.
92
TABELA 07.
Efeitos do agonista colinérgico (cbc) e do antagonista
dopaminérgico (pim), sozinhos ou associados, sobre os
receptores dopaminérgicos (D2-símile) em corpo estriado de
ratos.
93
TABELA 08.
Efeitos de agonistas colinérgicos na catalepsia induzida por
pimozida ou SCH 23390 em rato.
104
TABELA 09.
Efeitos de antagonistas colinérgicos na catalepsia induzida
por pimozida ou SCH 23390 em rato.
108
TABELA 10.
Efeitos de drogas dopaminérgicas na catalepsia induzida por
pilocarpina em rato.
112
xviii
TABELA 11.
Efeitos de agonistas colinérgicos, sozinhos ou associados, a
antagonistas dopaminérgicos na atividade locomotora de
rato.
115
TABELA 12.
Efeitos de antagonistas colinérgicos, sozinhos ou
associados, a antagonistas dopaminérgicos na atividade
locomotora de rato.
117
TABELA 13.
Efeitos de agonistas dopaminérgicos, sozinhos ou
associados, a um agonista colinérgico na atividade
locomotora de rato.
119
xix
LISTA DE ABREVIATURAS
4-DAMP:
metil-iodeto de 4-difenilacetoxi-N-metilpiridina
3
H-NMS:
3
H-N-metilescopolamina
3
H:
Hidrogênio tritiado
7-OH-DPAT:
7-hidroxi-2(di-N-propilamino) tetralina
acetil-CoA:
acetil coenzima A
AChE:
acetilcolinesterase
AF-DX 116:
11-[2-(dietilamino)-metil-1-piperidinil]acetil-5,11-dihidro-6H-
pirido[(2,3b)1,4benzodiazepine-6]
AMPc:
3’,5’-monofosfato de adenosina cíclico
ANOVA:
Análise de Variância
atr:
atropina
ATV:
área tegmentar ventral
BDB:
banda diagonal de broca
BSA:
albumina sérica bovina
CAT:
colina acetiltransferase
cbc:
carbacol
Complexo Gi:
proteínas G inibitórias
Complexo Gs:
proteínas G estimulatórias
COMT:
catecol-O-metil transferase
DA:
dopamina
DOPA:
diidroxifenilalanina
EDTA:
ácido etilenodiaminotetracético
GMPc:
3’,5’-monofosfato de guanosina cíclico
xx
HHSiD:
hexagidrosiladifenidol
i.p.:
via intraperitoneal
MAO:
monoamino oxidase
maz:
mazindol
pilo:
pilocarpina
pim:
pimozida
PKC:
proteína cinase C
Proteína G:
proteína transdutora do sinal ligada ao GTP
pz:
pirenzepina
SCH 23390:
7-cloro-2,3,4,5-tetrahidro-3-metil-5-fenil-1H-3benzazepina-7-ol
SKF 38393:
2, 3, 4, 5- tetrahidro - 7, 8 - dihidroxi -1- fenil - 1 H -3-cloridrato de
benzapezina
SNC:
sistema nervoso central
SNc:
substância negra compacta
TDA:
transportador de dopamina
TO:
tubérculo olfatório
v.o.:
via oral
xxi
RESUMO
Ação de drogas agonistas e antagonistas dos sistemas colinérgico e
dopaminérgico: estudo comportamental e neuroquímico em corpo estriado de
rato. EMMANUELLE COELHO NORONHA. Orientadora: Profa. Dra. Francisca
Cléa Florenço de Sousa. Dissertação de Mestrado. Curso de Pós-graduação
em Farmacologia. Departamento de Fisiologia e Farmacologia, UFC, 2005.
No presente trabalho, foi avaliado a interação entre os sistemas
dopaminérgico e colinérgico através do estudo dos efeitos comportamentais (campo
aberto e catalepsia) e neuroquímicos (densidade de receptores dopaminérgicos (D1
e D2-símile) e muscarínicos (M1+M2-símile) em corpo estriado de rato. As seguintes
drogas foram utilizadas: mazindol (agonista dopaminérgico indireto), apomorfina
(agonista dopaminérgico D1-símile e D2-símile), pimozida (antagonista
dopaminérgico D2-símile), SCH 23390 (antagonista dopaminérgico D1-símile),
pilocarpina (agonista muscarínico M1-símile), carbacol (agonista muscarínico M2-
símile), pirenzepina (antagonista muscarínico M1-símile), atropina (antagonista
muscarínico M1 e M2 não seletivo), clozapina (neuroléptico atípico). Os resultados
mostraram que a pimozida e o carbacol, sozinhos ou associados, causaram um
aumento da resposta cataléptica e uma diminuição da atividade locomotora. O
mazindol também aumentou a atividade locomotora. Carbacol, nas menores doses,
e o mazindol aumentaram a densidade de receptores D1-símile. A pimozida e a
atropina, isoladamente, aumentaram a densidade de receptores D1-símile no corpo
estriado enquanto que a atropina causou uma diminuição dos receptores D2-símile e
uma upregulation dos receptores muscarínicos. O mazindol aumentou o binding de
3
H-NMS no corpo estriado. O presente trabalho sugere, de maneira geral, que existe
uma relação entre os receptores muscarínicos M1 e M2 com os receptores
dopaminérgicos D1 e D2, sendo que esta relação pode ocorrer de maneira positiva
ou negativa, dependendo da seletividade e da dose das drogas utilizadas.
Palavras-chave: Comportamento; Dopamina; Acetilcolina
xxii
ABSTRACT
The action of the agonists and antagonists drugs of cholinergic and
dopaminergic systems: behavioral and neurochemical study in striatum of rats.
EMMANUELLE COELHO NORONHA. Supervisor: Profa. Dra. Francisca Cléa
Florenço de Sousa. Master Dissertation. Course of Post-graduation in
Pharmacology. Department of Physiology and Pharmacology, UFC, 2005.
In the study, the interaction between the dopaminergic and cholinergic
systems through the study of behavioral (open field and catalepsy) and
neurochemical (density of dopaminergic receptor (D1 and D2-like) and muscarinic
(M1+M2-like)) effect in striatum rat was evaluated. The following drugs were used:
mazindol (indirect dopaminergic agonist), apomorphine (D1-like and D2-like
dopaminergic agonist), pilocarpine (M1-like muscarnic aginist), carbachol (M-2like
agonist muscarinc), pirenzepine (M1-like antagonist muscarinic), atropine (non-
selective M1 and M2 antagonist muscarinic), clozapina(non-typical neuroleptic). The
results showed that the pimozida and carbachol, alone or associated, caused
increase in the cataleptic response and reduction in the motor activity. The mazindol
also increased the motor activity. In small dosage, the carbachol and mazindol
increased the density of D1-like receptors. Isolated, the pimozida and atropine
increased the density of the D1-like receptors in striatum whereas the atropine
caused a reduction of D2-like receptors and upregulation of muscarinic receptors.
This work suggests a relationship, between muscarinc receptors M1 and M2 and
dopaminergic receptors D1 and D2, and that this relationship can occur in a positive
and negative manner, depending on the selectivity and the dose of the used drug.
Key-words: Beravioral; Dopamine; Acetylcholine
23
INTRODUÇÃO
24
O sistema colinérgico possui um importante papel nos processos de memória
e aprendizado (OHNO et al., 1993).
A descoberta da ação farmacológica da acetilcolina derivou do trabalho
efetuado com glândulas supra-renais. Sabia-se que os extratos supra-renais
provocavam elevação da pressão arterial por causa de seu conteúdo de adrenalina.
Em 1900, Reid Hunt constatou que, após remoção de adrenalina desses extratos,
estes provocavam a queda da pressão arterial, ao invés de elevá-la, como era
observado antes. Atribuiu a queda da pressão ao conteúdo de colina; entretanto,
concluiu posteriormente que um derivado mais potente da colina deveria ser o fator
responsável. Hunt testou vários derivados de colina e descobriu que a acetilcolina
era 100.000 vezes mais potente do que a colina na redução da pressão arterial de
coelhos (RANG & DALE, 2004).
No interior do cérebro, o papel da acetilcolina é menos claro, embora ela
provavelmente desempenhe funções essenciais na aprendizagem e na vigília. As
drogas que bloqueiam a acetilcolina podem produzir déficits de cognição e em doses
tóxicas produzem sintomas psicóticos. Esses efeitos podem ser encontrados em
alguns psicotrópicos, como os antidepressivos tricíclicos, bem como em uma série
de drogas não-psiquiátricas (TAYLOR & BROWN, 1999).
1- INTRODUÇÃO
1.1- Sistema colinérgico muscarínico
FIGURA 1- Estrutura da acetilcolina
A acetilcolina (Figura 1) é o
neurotransmissor responsável pela
transferência de impulsos dos neurônios
colinérgicos para células nervosas
colinoceptivas e para células de tecido
inervados (TUCEK et al., 1993).
25
1.1.1- Regulação colinérgica
Um resumo da síntese, armazenamento e liberação da acetilcolina pode se
visualizado na Figura 2.
A acetilcolina é sintetizada no citoplasma a partir de acetil-CoA e colina pela
ação catalítica da colina acetiltransferase (CAT). A acetil-CoA é sintetizada nas
mitocôndrias, que estão presentes nas terminações nervosas em grande número. A
colina é transportada do líquido extracelular para o terminal neuronal por um
transportador dependente de sódio. Após ser sintetizada, a acetilcolina é
transportada do citoplasma às vesículas por um antiportador que remove prótons. O
armazenamento da acetilcolina é feito pelo agrupamento de “quanta” de moléculas
de acetilcolina (ANDERSON et al., 1995).
FIGURA 2- Ilustração esquemática da sinapse colinérgica.
Fonte: http://med.javeriana.edu.co/fisiologia/nguias/sna.htm
JUNÇÃO
SINÁPTICA
Canal de Ca
2+
Canal de Na
+
Neurônio
colinérgico
Acetato +
colina
colina
acetato
Célula pós-
sináptica
Receptor pós-
sináptico
Receptor
pré-
sináptico
AcCoA+Colina
CAT
Vesícula em
forma
ç
ão
Vesícula
madura
26
A liberação do transmissor depende do cálcio extracelular e ocorre quando
um potencial de ação chega ao terminal e desencadeia um influxo de cálcio. Há uma
fusão das membranas vesiculares com a membrana terminal, com expulsão
exocitótica do neurotransmissor (BROSE et al., 1982).
O processo de limitação da velocidade da síntese de acetilcolina parece ser o
transporte de colina.
27
1.1.2- Vias colinérgicas
As vias colinérgicas são filogeneticamente antigas. Sua presença é
identificada por marcadores tais como acetilcolinesterase (AChE), receptores
muscarínicos e nicotínicos e colina acetiltransferase (CAT) (MESULAM, 1995).
Os neurônios colinérgicos são bem distribuídos em todo o sistema nervoso
central (SNC) de mamíferos e existem como projeções de neurônios e
interneurônios (SOUSA, 1997).
Há oito maiores grupos celulares que se projetam para estruturas do SNC. A
nomenclatura Ch1-Ch8 é usada para classificar os neurônios colinérgicos nestes
oito grupos celulares (MESULAM, 1995).
Os núcleos da base apresentam ampla inervação colinérgica. A inervação
colinérgica no corpo estriado é mais intrínseca, vindo de interneurônios colinérgicos.
O corpo estriado também apresenta uma inervação colinérgica de menor extensão
de Ch4 e Ch5-Ch6. A inervação colinérgica de alguns componentes dos núcleos da
base como, o globo pálido, o núcleo subtalâmico e a substância pars compacta da
substância negra é exclusivamente extrínseca, provavelmente se originando em
grande extensão de Ch5-Ch6 (MESULAM, 1995).
Ainda há incertezas sobre as áreas cerebrais onde as drogas colinérgicas
produzem seu efeito cataleptogênico. Por um lado, há o sinergismo entre o efeito
cataleptogênico de neurolépticos e drogas colinérgicas e o antagonismo do efeito
cataleptogênico de neurolépticos por drogas anticolinérgicas (BARTOHOLINI &
LLOYD, 1980; COSTALL & NAYLOR, 1973), que sugerem a existência de um loci
no estriado para a ação de drogas colinérgicas. Por outro lado, lesões elétricas no
caudado-putâmen e palidum de ratos, não previnem e até aumentam, a catalepsia
induzida por drogas colinérgicas (COSTALL & OLLEY, 1971a, b; COSTALL &
NAYLOR, 1974; TURSKI et al., 1982). Além disso, injeções diretas de arecolina, um
agonista muscarínico, no estriado e no palidum não induzem catalepsia (COSTALL
et al., 1972). Isso pode sugerir a existência de uma área extra estriatal onde ocorre a
produção de catalepsia por drogas colinérgicas.
28
As diversas vias da acetilcolina são mostradas na Figura 3. A primeira via
principal (1), origina-se na área tegmentar dorsal e projeta-se para o tálamo. Essa
via é parte do “sistema de ativação reticular”, a gama de estímulos do tronco
cerebral para o tálamo e o córtex que comandam o nível de excitação e vigília. A
segunda via da acetilcolina começa no núcleo septal (2) e envia seus axônios
através do fórnix para chegar ao hipocampo (a). Esses estímulos de acetilcolina do
núcleo septal são críticos na regulação do ritmo dos disparos do hipocampo. Do
estriado ventral ao núcleo septal, há um grupo de neurônios colinérgicos que juntos,
são chamados complexo frontocerebral colinérgico (3). Esses são: o membro vertical
da banda diagonal de Broca (b), o membro horizontal da banda diagonal de Broca
(c) e o núcleo basal de Meynert (d). Esses neurônios projetam-se para o córtex e
também para o corpo amigdalóide. Os neurônios colinérgicos seguem ainda para o
bulbo olfatório (4) e para o nervo vestibulococlear, importante no equilíbrio (5)
(TAYLOR & BROWN, 1999).
29
FIGURA 3- Vias colinérgicas no SNC. Grupos celulares colinérgicos são
encontrados no núcleo septal (a), banda diagonal de Broca (b, c), núcleo
basal de Meynert (d) e pequenos interneurônios (SUNDBERG, 1994).
30
1.1.3- Receptores muscarínicos
Há 91 anos atrás, Dale (1914) dividiu as ações da acetilcolina em nicotínicas
e muscarínicas. Estes efeitos, sabe-se agora, são mediados por duas classes
completamente distintas de receptores, que se mostram pouco semelhantes, exceto
por sua habilidade de se ligar à acetilcolina (EHLERT et al., 2000).
A classe muscarínica de receptores de acetilcolina é distribuída extensamente
por todo o corpo e desempenham diversas funções vitais no cérebro e no sistema
nervoso autônomo (LEFKOWITZ et al., 1996).
A ativação de receptores muscarínicos na periferia do corpo causa uma
redução da frequência cardíaca e do débito cardíaco, contração da musculatura lisa,
constrição das vias aéreas, aumento da atividade do trato gastrointestinal, aumento
na secreção lacrimal, contração da pupila (miose) e do músculo ciliar do olho. No
cérebro, os receptores muscarínicos são essenciais na aprendizagem, memória,
controle da postura (EHLERT et al., 2000), na fisiopatologia de doenças afetivas
(JANOWSKY et al., 1972; JANOWSKY et al., 1973; SAFER & ALLEN, 1971) e na
esquizofrenia (DAVIS et al., 1975; KARSON et al., 1991; TANDON et al., 1991;
TANDON et al., 1992). Devido ao seu possível papel na função cognitiva, os
receptores muscarínicos são alvo de pesquisa no caso da doença de Alzheimer
(RICHELSON, 1995).
Até 1980, os receptores muscarínicos representavam uma classe
razoavelmente homogênea de receptores, embora evidências farmacológicas
mostrando o contrário, já existissem desde 1950. A heterogeneidade dos receptores
muscarínicos foi divulgada no final de 1980. Assim cinco subtipos de receptores
muscarínicos foram identificados usando técnicas de biologia molecular (BONNER et
al., 1987; KUBO et al., 1986; LIAO et al., 1989; PERALTA et al., 1987a; PERALTA et
al., 1987b). Este resultado foi um avanço, pois até aquele momento, somente três
subtipos de receptores muscarínicos poderiam ser identificados usando antagonistas
muscarínicos seletivos (EHLERT et al., 2000).
31
1.1.4- Localização dos receptores muscarínicos
A primeira evidência farmacológica forte para a existência de subtipos do
receptor muscarínico foi em 1980 quando as propriedades da pirenzepina, um
antagonista muscarínico seletivo, foram descritas. Este composto estava sendo
usado na Europa como uma droga antiulcerosa e ao contrário de outros
antagonistas muscarínicos, obstruiu a secreção gástrica em doses que praticamente
não afetaram a motilidade intestinal, secreção salivar, e a freqüência cardíaca.
Mostrou-se que a pirenzepina inibe com eficácia uma das subclasses do receptor
muscarínico que era abundante no cérebro e nos gânglios periféricos (EHLERT et
al., 2000).
Uma variedade de experiências farmacológicas posteriores, demonstraram
que a pirenzepina podia ser usada para dividir os receptores muscarínicos em três
classes primárias (EHLERT et al., 2000):
M1: subtipo principal no cérebro e nos gânglios periféricos (afinidade
elevada para a pirenzepina);
M2: subtipo cardíaco (baixa afinidade para a pirenzepina);
M3: subtipo nas glândulas exócrinas (afinidade intermediária para a
pirenzepina).
Outros antagonistas muscarínicos e estudos utilizando técnicas de clonagem
molecular foram úteis na classificação dos 5 subtipos do receptor muscarínico
(GOMEZA et al., 1998).
Alguns compostos, tais como o 4-DAMP e o HHSiD antagonizam, de maneira
mais eficiente, as contrações mediadas pelo receptor M3 no músculo liso intestinal
do que as respostas cardíacas mediadas pelo receptor M2, revelando-se assim,
como um antagonista M3-seletivo (KASHIHARA et al., 1992; PEDDER et al., 1991).
Um outro grupo de compostos inclui a galamina e o AF-DX 116 que têm alta
afinidade pelos receptores M2 e afinidade baixa para os outros subtipos
(KASHIHARA et al., 1992). A galamina tem uma afinidade elevada por um sítio
32
alostérico secundário do receptor M2, já o AF-DX 116 exibe uma afinidade elevada
por um sítio primário onde a acetilcolina, a atropina e outros agentes se ligam
(EHLERT et al., 2000).
Os receptores M4 e M5 também têm alta afinidade por 4-DAMP e HHSiD
(KASHIHARA et al., 1992). O receptor M4 representa o principal receptor
muscarínico no pulmão de coelhos (LAZARENO et al., 1990), mas não em seres
humanos e ratos (FRYER & EL-FAKAHANY, 1990). Também está presente de forma
abundante em várias regiões cerebrais, particularmente no corpo estriado e no
tubérculo olfatório (YASUDA et al., 1992).
O receptor M5 não se expressa significativamente em tecidos periféricos, e
representa menos de 2% da densidade total de receptores muscarínicos em várias
regiões do cérebro (YASUDA et al., 1992).
De maneira geral podemos dizer que os membros da família de receptores
muscarínicos (M1-M5) estão presentes largamente no sistema nervoso central e na
periferia do corpo. Sendo que, os receptores muscarínicos centrais estão envolvidos
na memória e aprendizagem como na regulação de muitos processos sensoriais e
motores. Na periferia do corpo, os receptores muscarínicos medeiam atividades
colinérgicas dos nervos parassimpáticos (GOMEZA et al., 1999).
A localização dos subtipos de receptores muscarínicos está representada de
forma resumida no Quadro 1.
33
QUADRO 1- Localização dos subtipos de receptores muscarínicos.
SUBTIPO DO RECEPTOR
LOCALIZAÇÃO
M1
Cérebro (hipocampo e córtex fronto-
parietal);
Gânglios periféricos.
M2
Coração;
Nervos;
Músculo liso.
M3
Glândulas exócrinas;
Músculo liso;
Endotélio.
M4
Cérebro (corpo estriado e tubérculo
olfatório).
M5
Não se expressa em tecidos periféricos;
<2% em várias regiões do cérebro.
34
1.1.5- Mecanismos de transdução do sinal
Análises preliminares das seqüências dos subtipos de receptores
muscarínicos mostram que estes são membros da superfamília de receptores
acoplados à proteínas G (EHLERT et al., 2000). Os receptores M1, M3 e M5 são
ligados preferencialmente ao subtipo Gs (estimulatória) enquanto os receptores M2
e M4 são acoplados ao subtipo Gi (inibitória) da superfamília da proteína G
(GERBER, et al., 2001).
A família dos receptores acoplados à proteína G se caracteriza pela presença
de sete regiões hidrofóbicas. Os segmentos transmembrana do receptor
muscarínico representam as regiões homólogas entre subtipos diferentes e de
outros membros desta grande família (EHLERT et al., 2000).
Se as seqüências dos cinco subtipos do receptor muscarínicos fossem
alinhadas, observar-se-ia que as diferenças destas estão no grupamento amino
terminal extracelular, no grupamento carboxi terminal intracelular e na terceira alça
citoplasmática longa. Uma comparação das seqüências mostra que os subtipos M1,
M3, e M5 apresentam homologia máxima e os subtipos M2 e M4 constituem um
grupo homologo separado (EHLERT et al., 2000).
Pelo menos em termos gerais, os receptores muscarínicos podem ser
divididos em duas categorias dependendo do efeito produzido: inibição (Gi) da
adenilato ciclase (M2 e M4) ou estimulação (Gs) da hidrólise de fosfoinositídeos (M1,
M3 e M5) (Sousa, 1997). Os receptores M1, M3 e M5 estimulam o aumento de cálcio
intracelular e aumentam a excitabilidade neuronal (GERBER et al., 2001).
Essa divisão dos receptores parece correta mesmo que diversas observações
empíricas mostrem-se contrárias a este esquema. Por exemplo, foi observado que
os receptores M2 e M4 estimulam a hidrólise de fosfoinositídeos; entretanto a
magnitude desta resposta é fraca, e somente ocorre nas células que expressam
densidades elevadas destes receptores (PERALTA et al., 1988) ao contrário da
resposta dos receptores M1, M3, e M5 à hidrólise de fosfoinositídeos. Alguns
estudos também mostraram que receptores M1, M3, M5 estimulam o acúmulo de
35
AMPc em células intactas (LAI et al., 1992). Alguns pesquisadores sugeriram que
este acúmulo de AMPc seja mediado por mecanismos envolvendo GMPc ou PKC
(proteína cinase C) bem como cálcio (JANSSON et al., 1991; TATEISHI et al., 1992;
WARHUST et al., 1994; WATSON et al., 1990).
Na Figura 4, evidencia-se um diagrama esquemático do mecanismo de
transdução de sinal dos receptores M1 e M3.
FIGURA 4- Diagrama esquemático do mecanismo de transdução de sinal dos
receptores colinérgicos M1 e M3.
Fonte: http://html.rincondelvago.com
A
cetilcolina
Receptor
M1/M3
Proteína
Cinase C
Fosfolipase C
Ca
2+
armazenado
Ca
2+
livre
Proteína Cinase ativada
GDP
GTP
Proteína Cinase
dependente de Ca
2+
PK-C
ativada
36
Na Figura 5, temos um diagrama esquemático geral de receptores acoplados
à proteína G.
FIGURA 5- Diagrama esquemático geral de receptores acoplados à proteína G. As
diferenças dos receptores estão no grupamento amino terminal extracelular, carboxi
terminal intracelular e na terceira alça citoplasmática longa (EHLERT et al., 2000).
37
1.2- Sistema dopaminérgico
Noradrenalina: substância transmissora liberada por neurônios pós-
ganglionares;
Adrenalina: hormônio secretado, juntamente com a noradrenalina, pela
supra-renal;
Dopamina: precursor da noradrenalina e da adrenalina (Figura 6);
Isoprenalina: derivado sintético da noradrenalina que não é encontrado no
corpo (RANG & DALE, 2004).
Um resumo da síntese das catecolaminas, enzimas metabolizadoras bem
como metabólitos envolvidos estão representados esquematicamente na Figura 7.
A dopamina é um dos principais neurotransmissores de modulação no
cérebro (JONES & PILOWSKY, 2002). Evidências mostram que a dopamina tem um
papel bem estabelecido na regulação da atividade motora, emoção, motivação e
cognição. Um desequilíbrio do sistema dopaminérgico é a base etiológica de
doenças como a esquizofrenia, doença de Parkinson e discinesia tardia
(SPIELEWOY et al., 2000).
Estudos sobre a influência de agonistas dopaminérgicos no comportamento
social são especialmente importante na psiquiatria em relação a esquizofrenia
(ARAKAWA, 1991). Este neurotransmissor também está envolvido no modo de ação
das drogas antipsicóticas (GRACE, 1993). Devido a esses fatos, o sistema
dopaminérgico passou a ser alvo de estudo de vários pesquisadores que buscam
melhor entendê-lo e assim tentar manipulá-lo da melhor maneira possível.
As catecolaminas são compostos que
contêm um núcleo catecol e uma cadeia lateral
contendo amina. Do ponto de vista
farmacológico, as catecolaminas mais
importantes são:
FIGURA 6- Estrutura química da
dopamina
38
FIGURA 7- Esquema da síntese geral das catecolaminas, enzimas
metabolizadoras e metabólitos envolvidos. Fonte:
http://sameens.dia.uned.es/.../imagenes/
1.2.1- Regulação dopaminérgica
A síntese da dopamina começa com a L-tirosina, um aminoácido aromático
presentes nos líquidos orgânicos, que é captado pelos neurônios adrenérgicos. A
tirosina hidroxilase, enzima que catalisa a conversão de tirosina em
diidroxifenilalanina (DOPA), é encontrada apenas nas células que contêm
catecolaminas, provavelmente sob a forma livre no citosol. A etapa seguinte, que
consiste na conversão da DOPA em dopamina, é catalisada pela DOPA
descorboxilase, uma enzima citosólica, que não se limita às células que sintetizam
catecolaminas (RANG & DALE, 2004).
A dopamina sintetizada pode atuar nos receptores dopaminérgicos, ser
recaptada sem sofrer nenhuma transformação, ser metabolizada pelas enzimas
monoamina oxidase (MAO) e catecol-O-metil transferase (COMT) em produtos
inativos ou pode ser convertida em noradrenalina pela dopamina β-hidroxilase nas
terminações nervosas (RANG & DALE, 2004).
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Enzima tirosina hidroxilase
Enzima dopa descarboxilase
Enzima dopamina-beta-hidroxilase
39
A Figura 8 mostra, de maneira mais resumida, a síntese, armazenamento e
liberação da dopamina.
FIGURA 8- Síntese, armazenamento e liberação de dopamina.
Fonte:http://sites.uol.com.br/gballone/cursos/farmaco4.html
A neutransmissão dopaminérgica é controlada por mecanismos envolvendo
receptores pós-sinápticos e transdução de sinais, bem como regulação pré-sináptica
do neurotransmissor dopamina. O Controle pré-sináptico da concentração de
dopamina sináptica envolve a regulação da síntese e liberação de dopamina e a
atividade do transportador de dopamina (TDA) (SOUSA et al., 1997).
O TDA é membro da família de proteínas transportadoras de membrana que
são dependentes de sódio, apresentam um transporte de alta afinidade e são
substrato-específicos (AMARA & KUHAR, 1993; UHL, 1992). O principal mecanismo
de controle da concentração de dopamina é a recaptação do neurotransmissor pelo
TDA. Com exceção de suas funções fisiológicas, o TDA é alvo para
psicoestimulantes como a cocaína sendo também um alvo para neurotoxinas como
a 6-hidroxidopamina (ELWAN & SAKURAGAWA, 2000).
Vesículas com
transmissor
do
p
amina
sinapse
40
1.2.2- Vias dopaminérgicas
O sistema dopaminérgico está presente em quase todo sistema nervoso
central e apresenta duas vias primárias: área tegmentar ventral e substância negra,
que têm projeções para as regiões mesolímbica, mesocortical e estriada do cérebro.
Uma via separada tuberoinfundibular vai dos neurônios hipotalâmicos para a
glândula pituitária (JONES & PILOWSKY, 2002). As diversas vias da dopamina
estão resumidas na Figura 9.
A primeira via é a substância negra pars compacta (SNc). Os axônios dessa
via estão direcionados para o estriado; essa via é denominada “via nigroestriatal”. A
doença de Parkinson está relacionada com a deterioração dos neurônios da SNc. A
segunda maior via é a área tegmentar ventral (ATV). Os axônios dessa seguem o
feixe frontocerebral mediano e depois se espalham para inervar duas regiões: o
córtex pré-frontal e o estriado ventral, sendo denominadas de vias mesolímbica e
mesocortical dopaminérgicas, respectivamente (KUHAR et al., 1999).
Nos primatas (incluindo os humanos), as projeções de dopamina são bem
distribuídas. As projeções mais densas de dopamina são para o córtex motor
primário, embora as outras áreas frontais também sejam fortemente inervadas.
Praticamente nenhuma dopamina é encontrada no córtex somatossensorial primário
(onde a Noradrenalina tem densidade máxima) e muito pouca é encontrada no
córtex occipital (LEWIS, 2001).
A menor via de dopamina é a tuberoinfundibular. Os axônios destes neurônios
liberam dopamina na hipófise, onde ela inibe a liberação do hormônio prolactina.
Nas fêmeas, a prolactina promove o desenvolvimento dos seios e nos machos, o
seu papel não é claro. As drogas antipsicóticas mais antigas bloqueiam os
receptores de dopamina na hipófise, levando a um aumento da prolactina. Às vezes,
nas mulheres tratadas com essas drogas, pode ocorrer à produção indesejada de
leite (galactorréia) (KUHAR et al., 1999).
41
FIGURA 9- Vias dopaminérgicas no SNC. Grupos celulares dopaminérgicos se
projetam da substância negra (SN) para o corpo estriado. Corpos celulares próximos
à substância negra na área tegmentar ventral (ATV) projetam axônios para o
septum, córtex límbico (incluindo córtex frontal e cingulato), amídala, núcleo
accumbens e tubérculo olfatório (TO) (SUNDBERG, 1994).
1.2.3- Receptores dopaminérgicos
A família de receptores da dopamina pode ser dividida em dois grupos
principais: D1-símile (D1 e D5) e D2-símile (D2, D3, D4) que estão distribuídos pelo
cérebro. Essa divisão foi devido a existência de diferentes seqüências de
aminoácido no DNA. Os receptores D1 e D2 encontram-se predominantemente no
neoestriado, enquanto os receptores D3 estão presentes principalmente no
tubérculo olfatório, núcleo accumbens e no hipotálamo (ANANTH et al., 2001;
JONES & PILOWSKY, 2002). Os receptores D3 são os mais sensíveis, requerendo
menos dopamina para serem disparados do que os outros. O receptor D4 apresenta
níveis elevados no córtex pré-frontal (ANANTH et al., 2001) e o D5 no hipotálamo e
no hipocampo (JONES & PILOWSKY, 2002)
Os receptores D1-símile são acoplados à proteína Gs levando a uma
estimulação da síntese de AMPc. Os receptores D2-símile são acoplados a proteína
Gi, provocando uma inibição da atividade da adenilato ciclase com uma diminuição
corpo estriado
Córtex frontal
TO
ATV
septum
SN
Vias da dopamina
Ganglios basais
42
no nível de AMPc intracelular. Os receptores D2 são acoplados também à ativação
de canais de potássio através das subunidades βγ da proteína G (ADAMS et al.,
1997).
A dopamina está envolvida em uma grande variedade de funções motoras e
não motoras, incluindo a memória e percepção emocional e sensorial. Entretanto a
contribuição da família de receptores D1-símile, em diferentes estruturas do cérebro,
na regulação de vários processos comportamentais, ainda não esta totalmente clara.
Estudos recentes mostram que a contribuição do receptor D1 para a regulação dos
processos emocionais, independe de mudanças na atividade motora
(SIEMIATKOWSKI et al., 2000).
Através da clonagem de receptores foi identificado duas isoformas do
receptor D2 (D2 curto e D2 longo), que são localizados em diferentes áreas do
cérebro. A anatomia neuroquímica difere para a dopamina em regiões: cortical e
estriatal, e a densidade do subtipo do receptor D2-símile varia extremamente entre
regiões estriatal e extra-estriatal (LIDOW et al., 1998).
As drogas antipsicóticas agem nos receptores D2 e são consideradas
eficazes quando apresentam algum grau de antagonismo destes receptores. A
afinidade das drogas antipsicóticas pelo receptor D2 e a dose média diária destas
para controlar os sintomas clínicos da doença foram correlacionadas diretamente
(PEROUTKA & SNYDER, 1980). Destes estudos viram que o receptor D2 era o
principal local de ação dessas drogas (CREESE et al., 1976).
Destes achados relacionados com a prática fica evidente que o bloqueio do
receptor D2 é a melhor teoria para explicar o aparecimento de efeitos colaterais
concomitantes tais como a desordem de movimento (secundária ao bloqueio do
receptor D2 estriatal) e a hiperprolactinemia (secundária ao bloqueio do receptor D2
na glândula pituitária) (SIEMIATKOWSKI, 2000).
A eficácia do haloperidol, um protótipo de droga antipsicótica, no tratamento
dos sintomas da esquizofrenia é devido, ao menos em parte, a sua capacidade de
se ligar e antagonizar os receptores D2-símile (CRESSE et al., 1976) levando a um
aumento de AMPc (ADAMS et al., 1997).
43
Embora a relação entre o bloqueio do receptor D2 e o potencial das drogas
antipsicóticas esteja bem estabelecido, a relação não é linear. Estudos in vitro
mostram que o bloqueio de 80% destes receptores produz sintomas extra-piramidais
afetando a eficiência relativa dessas drogas (SEDVALL, 1996; ANANTH et al.,
2001). Já uma ocupação menor que 80% desses receptores produz características
atípicas, com uma diminuição dos sintomas extra-piramidais (KAPUR, 1996).
Em estudos com pacientes que não apresentavam sintomas extra-piramidais,
usando uma tomografia de emissão de fóton simples (SPET), a olanzapina, um
ligante do receptor D2, se assemelhou ao nível de ligação no cérebro do haloperidol
e clozapina. No corpo estriado a olanzapina foi similar aos resultados clozapina
(PILOWSKY et al., 1996). Esses resultados mostram que um antagonismo
moderado do receptor D2 está associado com uma diminuição dos sintomas extra-
piramidais. Essa diminuição parece diferenciar-se quando se refere às drogas
antipsicóticas típicas e atípicas. As drogas típicas se ligam fortemente ao receptor
D2, enquanto que, as drogas atípicas se ligam mais fracamente ao receptor não
induzido os sintomas extra-piramidais (ANANTH et al., 2001).
Na Figura 10 observamos a ação de drogas antipsicóticas no receptor
dopaminérgico de maneira esquemática.
O quinpirole, um antagonista com afinidades semelhantes para os receptores
D3 e D4, induz uma diminuição significativa na expressão da c-fos induzida pela
clozapina no córtex pré-frontal e núcleo accumbens. Por outro lado, o agonista 7-
OH-DPAT (LEVESQUE et al., 1992), mais seletivo do receptor D3 reduziu
significativamente aumentos na expressão de c-fos induzida pela clozapina no
núcleo accumbens, e não teve efeito no córtex pré-frontal. Estes dados sugerem que
os receptores D3 promovem efeitos no núcleo accumbens, e os receptores D4 no
córtex pré-frontal (ANANTH et al., 2001).
44
FIGURA 10- Ação de drogas antipsicóticas no receptor dopaminérgico.
Os receptores da dopamina mais conhecidos são o D1 e o D2 (ambos
pós-sinápticos). A atividade terapêutica dos antipsicóticos parece estar
relacionada, principalmente, com o bloqueio da dopamina nos
receptores pós-sinápticos do tipo D2 (KRAMER et al., 1998).
45
No Quadro 2 é apresentado um resumo dos subtipos de receptores
dopaminérgicos com seus sistemas de segundos mensageiros, principais
localizações cerebrais e afinidade pela dopamina.
QUADRO 2- Receptores dopaminérgicos: segundos mensageiros, localização no
cérebro e afinidade pela dopamina.
Característica
Receptor
D1
D2
D3
D4
D5
Sistema de 2
o
mensageiro
Ativa
adenilato
ciclase
Inibe a
adenilato
ciclase
Inibe a
adenilato
ciclase
Inibe a
adenilato
ciclase
Ativa
adenilato
ciclase
Localização no
cérebro
Corpo
estriado e
núcleo
accumbens
Corpo
estriado,
núcleo
accumbens,
substância
negra, área
tegmentar
ventral
Núcleo
accumbens,
substância
negra, área
tegmentar
ventral,
hipocampo
Córtex
frontal,
hipocampo,
cerebelo
Corpo
estriado e
núcleo
accumbens
Afinidade pela
dopamina
2000
2000
30
450
250
46
1.3- Interação dopamina-acetilcolina
Os sistemas de neurotransmissores não trabalham isolados. Eles são
integrados anatomicamente e funcionalmente como uma rede de maneira direta
(HATTORI et al., 1976) ou indireta (BUNNEY & AGHAJANIAN, 1976) através de
junções sinápticas (TSUKADA et al., 2000).
Evidências clínicas e experimentais mostram que, o sistema dopaminérgico
modula o sistema colinérgico em diferentes ares do cérebro. Assim, a hipótese do
balanço entre os sistemas dopaminérgico e colinérgico (LLOYD et al., 1973) tem
sido usado para explicar a etiologia de várias desordens neuropsiquiátricas (UNDIE
& FRIEDMAN, 1988).
Embora as doenças neuropsiquiátricas e neurodegenerativas fossem
atribuídas ao déficit de um único sistema de neurotransmissor, a progressão da
doença pôde ser relacionada ao déficit do sistema de neurotransmissor afetado
inicialmente ou ser modulada por outros neurotransmissores. O sistema extra-
piramidal motor, por exemplo, depende do balanço entre a dopamina e a
acetilcolina, e um desequilíbrio nesse balanço causa anormalidades motoras
(TSUKADA et al., 2000). Nos roedores, a atividade locomotora espontânea é
parcialmente mediada pela via dopaminérgica mesolímbica (AHLENIUS &
HILLEGAART, 1986).
O núcleo accumbens é o maior componente do estriado ventral. Suas
inervações colinérgicas, como no resto do estriado, é intrínseca e se origina de um
pequeno número de neurônios. O núcleo accumbens e o estriado dorsal são
inervados principalmente por neurônios dopaminérgicos, originados na área
tegmentar ventral e da substância negra (CONSOLO et al., 1999).
No estriado dorsal, um controle inibitório sobre os neurônios colinérgicos pela
dopamina, atuando via receptores D2, é extensamente documentado in vitro. Vários
estudos mostram que a dopamina também estimula acetilcolina estriatal produzida
por ação do receptor dopaminérgico D1 (AJIMA et al., 1990; BERTORELLI &
CONSOLO, 1990; DAMSMA et al., 1990; ZAHM & HEIMER, 1988). Foi verificado
47
que a dopamina estimula a liberação de acetilcolina nas duas áreas do núcleo
accumbens (shell e core). Essa ação é mediada por receptores D1 (CONSOLO et
al., 1999).
Receptores muscarínicos pré-sinápticos estão presentes nas terminações
dopaminérgicas do córtex frontal e corpo estriado de ratos (HOSS & ELLIS, 1985;
MARCHI & RAITERI, 1985; SCHOFFELMER & MULDER, 1986). Esses receptores,
chamados heteroreceptores, parecem modular a atividade dopaminérgica
(BHATTACHARUA & SEM, 1991).
Estudos mostram que a dopamina e acetilcolina atuam no hipotálamo lateral
em vias opostas, sugerindo uma interação desses neurotransmissores nesta região.
Por exemplo, a administração local de agonistas dopaminérgicos ou antagonistas
colinérgicos reduzem a fome e sede (LEIBOWITZ, 1975; LEIBOWITZ & BROWN,
1980), enquanto que, agonistas colinérgicos ou antagonista dopaminérgicos
promovem fome e sede (GROSSMAN, 1960; PARADA et al., 1988; SCIORELLI et
al., 1972). Estudos usando a técnica de microdiálise mostram que o nível de
dopamina aumenta enquanto que, o nível de acetilcolina diminui no hipotálamo,
indicando que esses neurotransmissores atuam em direções opostas durante o
desenvolvimento da sede (PUIG DE PARADA et al., 1999).
Os terminais dopaminérgicos no hipotálamo lateral estão ligados às projeções
de dopamina do mesencéfalo ou hipotálamo, sendo que, a dopamina exerce suas
funções principalmente através dos receptores D2. A existência de células
colinérgicas nessa área tem sido associada com a termoregulação e locomoção
(PUIG DE PARADA et al., 1999).
A interação entre os sistemas dopaminérgico e colinérgico regula certas
funções motoras e comportamentais. O estriado, região envolvida no controle motor
extra-piramidal, possui uma alta concentração de acetilcolina. O receptor
muscarínico M4 e outros subtipos de receptores muscarínicos estão co-expressados
com receptores dopaminérgicos D1 e D2 (GOMEZA et al., 1999; ZHAN-GUO et al.,
1997) nessa região.
48
Estudos bioquímicos revelam que a administração aguda de agonista
dopaminérgico D2 inibe diretamente a liberação de acetilcolina no estriado,
enquanto que, a administração de agonistas D1 aumenta essa liberação. A
administração de infusões contínuas de agonista D2 diminui os efeitos agudos desse
agente e aumentam os efeitos agudos dos agonistas D1 na liberação de acetilcolina.
Com o advento de técnicas de biologia molecular observou-se que 80% dos
neurônios colinérgicos no estriado apresentam níveis detectáveis de receptores
dopaminérgicos D2 (BERTORELLI & CONSOLO, 1990; ZHAN-GUO et al., 1997).
Evidências mostram que as interações entre estes sistemas de
neurotransmissores são essenciais para o controle motor (BROWN & TAYLOR,
1996). Assim, os severos problemas motores observados nos pacientes que sofrem
da doença de Parkinson e outras desordens extra-piramidais podem ser devido a um
desequilíbrio colinérgico e dopaminérgico no estriado (BROWN & TAYLOR, 1996;
GOMEZA et al., 1999).
Agonistas colinérgicos podem inibir a estereotipia causada pela dopamina,
logo, agentes anticolinérgicos e drogas antipsicóticas com propriedades
anticolinérgicas inibem os efeitos semelhantes aos extra-piramidais causado por
antagonistas dopaminérgicos (ZHAN-GUO et al., 1997).
Uma hiperatividade do hipocampo esta envolvida nas desordens
neuropsiquiátricas, como a esquizofrenia (BAST et al., 2001). A estimulação do
hipocampo ventral por infusão de N-metil-D-aspartato (NMDA) ou carbacol
aumentou a atividade locomotora de ratos.
Em 1987, Yang e Mogenson sugeriram que a via dopaminérgica D2 no núcleo
accubens poderia exercer um efeito inibitório na estimulação da atividade
locomotora no hipocampo ventral. Observou-se depois que essa resposta
locomotora no hipocampo ventral dependia das projeções dopaminérgicas estarem
intactas no meso-accumbens, sendo inibida por um aumento de dopamina no núcleo
accumbens e bloqueada por aplicações sistêmicas de antagonistas D2, como o
haloperidol (LEGEAULT & WISE, 1999; WU & BRUDZYNSKI, 1995). Esses
resultados mostram que, um aumento na atividade locomotora em resposta ao
49
estímulo do hipocampo ventral depende do aumento da atividade dopaminérgica
com uma estimulação concomitante dos receptores dopaminérgicos no núcleo
accumbens (BAST et al., 2001).
A catalepsia é um efeito comportamental comum causado por neurolépticos.
Esta é descrita como uma relativa imobilidade dos animais quando colocados em
posições anormais (MUKVAD et al., 1968; ZETLER, 1968; UNDIE & FRIEDMAN,
1988).
O corpo estriado foi apontado como a principal área cerebral relacionada com
a catalepsia induzida por drogas neurolépticas (HARTGRAVES & KELLY, 1984).
Sugeriu-se também que a via dopaminérgica mesolímbica seria o sítio alvo para
ação de seus efeitos antipsicóticos (ELLENBROEK et al., 1991; POTTER &
HOLLISTER, 1998).
Essa capacidade de vários neurolépticos causarem catalepsia tem sido
associada com a capacidade, dessas drogas, de melhorar os sintomas das doenças
neuropsiquiátricas, e sua ação antipsicótica esta correlacionada com a afinidade
desses agentes pelos receptores D2 (CREESE et al., 1976; EZRIN-WATERS et al.,
1976; OWEN et al., 1978; SEEMAN, 1981). Assim, a catalepsia é um fenômeno
mediado por receptores D2. Entretanto, o SCH 23390 um antagonista D1 seletivo,
induz catalepsia em animais (CHRISTENSEN et al., 1984; MAILMAN et al., 1984).
Essa ação do SCH 23390 é mediada pela inibição do receptor D1, não havendo
nenhuma indicação da contribuição do receptor D2 pela ação do próprio SCH 23390
ou por algum possível metabólito seu (HYTTEL, 1984; MELLER et al., 1985), além
disso, a ação de SCH 23390 é fortemente inibida pela estimulação concomitante do
receptor D2.
Estes dados concordam com outros resultados comportamentais e
bioquímicos que conduziram à opinião atual que os receptores dopaminérgicos D1 e
D2 são entidades bioquímicas diferentes que funcionam de maneira interativa uns
com os outros, bem como com o sistema colinérgico. Assim é possível que uma
interação central dos subtipos de receptores dopaminérgicos dependa da interação
entre a dopamina e acetilcolina (UNDIE & FRIEDMAN, 1988).
50
OBJETIVOS
51
2- OBJETIVOS
Considerando as evidências da relação existente entre a neurotransmissão
dopaminérgica e colinérgica e tentando esclarecer alguns efeitos resultantes das
interações destes sistemas de neurotransmissores foram utilizadas neste trabalho
um agonista dopaminérgico (mazindol) que atua indiretamente inibindo a recaptação
de dopamina neuronal, um agonista dopaminérgico não seletivo que age
diretamente nos receptores D1 e D2, agindo preferencialmente no receptor D2
(apomorfina), um antagonista dopaminérgico D2 (pimozida), um antagonista
dopaminérgico D1 (SCH 23390), um agonista muscarínico M1 (pilocarpina), um
agonista muscarínico M2 (carbacol), um antagonista muscarínico M1 (pirenzepina),
um antagonista muscarínico M1 e M2 não seletivo (atropina), um neroléptico atípico
(clozapina) e verificados seus efeitos em ambos os sistemas.
2.1- OBJETIVO GERAL
Avaliar os efeitos da interação dopaminérgica e colinérgica através de
estudos comportamentais e neuroquímicos.
2.2- OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Do ponto de vista experimental, o presente trabalho foi dividido em 2
protocolos experimentais (crônico e agudo) que foram subdivididos em tópicos para
melhor compreensão:
Protocolo I- Tratamento crônico:
Estudar os efeitos de agonistas e antagonistas muscarínicos e
dopaminérgicos sozinhos ou associados, nos modelos de campo aberto e catalepsia
em ratos;
Estudar os efeitos de agonistas e antagonistas muscarínicos e
dopaminérgicos sozinhos ou associados, sobre a densidade de receptores
muscarínicos (M1 + M2-símile) e dopaminérgicos (D1 e D2-símile) de ratos.
52
Protocolo II- Tratamento agudo:
Estudar os efeitos de agonistas e antagonistas muscarínicos e
dopaminérgicos sozinhos ou associados a um agente cataleptogênico, sobre a
resposta cataléptica de ratos;
Estudar os efeitos de agonistas e antagonistas muscarínicos e
dopaminérgicos sozinhos ou associados a um agente cataleptogênico, sobre a
atividade locomotora de ratos.
53
MATERIAL E MÉTODOS
54
3- MATERIAL E MÉTODOS
3.1- Animais
Foram utilizadas ratas Wistar, adultas-jovens, virgens, 2-4 meses, com peso
variando entre 180-200 g provenientes do Biotério Central da Universidade Federal
do Ceará.
Durante todos os experimentos os animais foram mantidos em gaiolas com no
máximo 6 animais, em condições ambientais semelhantes, com ciclos de alternância
claro/escuro de 12 horas, recebendo ração padrão tipo Purina e água ad libitum.
3.2- Preparo das drogas
3.2.1- Mazindol, pimozida e clozapina
Comprimidos de Mazindol (Fagolipo
®
2 mg, Libbs), pimozida (Orap
®
4 mg,
Janssen-Cilag) e clozapina (Leponex
®
25 mg, Novartis) foram macerados e
suspensos em água bidestilada, obtendo-se as seguintes concentrações finais:
DROGAS
CONCENTRAÇÃO FINAL
Mazindol 5, 10, e 20 mg/mL
Pimozida 1, 5, 10 e 20 mg/mL
Clozapina 1, 5 e 10 mg/mL
55
3.2.2- Apomorfina, atropina, carbacol, pilocarpina, pirenzepina e SCH
23390
Apomorfina (Cloridrato de apomorfina, Sigma, USA), Atropina (sulfato de
atropina, Sigma, USA), carbacol (Cloridrato de carbamicolina, Sigma, USA),
Pilocarpina (cloridrato de pilocarpina, Sigma, USA), Pirenzepina (Sigma, USA) e
SCH 23390 (Sigma, USA) foram dissolvidas em água bidestilada, obtendo-se as
seguintes concentrações finais:
DROGAS
CONCENTRAÇÃO FINAL
Apomorfina 1, 5 e 10 mg/mL
Atropina 1, 5 e 10 mg/mL
Carbacol 1, 5 e 10 mg/mL
Pilocarpina 1, 5, 10 e 80 mg/mL
Pirenzepina 1, 5 e 10 mg/mL
SCH 23390 0,3 mg/mL
3.3- Tratamento dos grupos experimentais
3.3.1- Protocolo I: Tratamento crônico
Os animais foram tratados com mazindol, pimozida, atropina e carbacol,
durante um período de sete dias, utilizando-se uma cânula intragástrica de
polietileno. Vinte e quatro horas após a última administração, os animais foram
sacrificados, seus cérebros removidos e a área cerebral de interesse dissecada
sobre gelo. Os animais controles foram tratados com salina 0,9%.
O Quadro 3 sumariza as drogas com suas respectivas doses e vias de
administração:
56
QUADRO 3- Drogas utilizadas com as respectivas doses e vias de administração.
DROGAS
DOSE
VIA DE
ADMINISTRAÇÃO
ABREVIATURA
Atropina
1 mg/kg
5 mg/kg
10 mg/kg
Oral
atr 1
atr 5
atr 10
Carbacol
1 mg/kg
5 mg/kg
10 mg/kg
Oral
cbc 1
cbc 5
cbc10
Mazindol
5 mg/kg
10 mg/kg
20 mg/kg
Oral
maz 5
maz 10
maz 20
Pimozida
1 mg/kg
5 mg/kg
10 mg/kg
20 mg/kg
Oral
pim 1
pim 5
pim 10
pim 20
Quando as drogas foram administradas em associação havia um intervalo de
30 minutos entre a primeira e a segunda droga. As associações utilizadas estão
sumarizadas no Quadro 4.
57
QUADRO 4- Drogas utilizadas em associação.
ASSOCIAÇÃO
ABREVIATURA
atropina 1 + mazindol 5 atr 1 + maz 5
atropina 5 + mazindol 10 atr 5 + maz 10
atropina 10 + mazindol 20 atr 10 + maz 20
pimozida 1 + atropina 1 pim 1 + atr 1
pimozida 1 + carbacol 10 pim 1 + cbc 10
pimozida 5 + carbacol 10 pim 5 + cbc 10
pimozida 10 + atropina 1 pim 10 + atr 1
pimozida 10 + carbacol 1 pim 10 + cbc 1
pimozida 10 + carbacol 5 pim 10 + cbc 5
pimozida 10 + carbacol 10 pim 10 + cbc 10
pimozida 20 + carbacol 1 pim 20 + cbc 1
pimozida 20 + carbacol 5 pim 20 + cbc 5
pimozida 20 + carbacol 10 pim 20 + cbc 10
58
3.3.2- Protocolo II: Tratamento agudo
Para observar um efeito cataleptogênico, foi utilizado pimozida, pilocarpina e
SCH 23390, em doses que causam catalepsia. O Quadro 5 sumariza as drogas
cataleptogênicas, suas doses e vias de administração.
QUADRO 5- Drogas cataleptogênicas utilizadas com as respectivas doses e vias de
administração.
DROGA
DOSE
VIA DE
ADMINISTRAÇÃO
ABREVIATURA
Pilocarpina 80 mg/kg Intraperitoneal pilo 80
Pimozida 20 mg/kg Oral pim 20
SCH 23390 0,3 mg/kg Intraperitoneal SCH 0,3
Os animais receberam atropina, carbacol, pilocarpina e pirenzepina 30
minutos antes de serem tratados com pimozida ou SCH 23390. Os animais que
receberam apomorfina, clozapina e mazindol foram tratados 30 minutos antes da
dose de pilocarpina como agente cataleptogênico que foi administrada 60 minutos
após um pré-tratamento com atropina na dose de 5 mg/kg, via intraperitoneal. Os
controles receberam salina 0,9%.
O Quadro 6 sumariza as drogas utilizadas com suas respectivas doses, vias
de administração e agente cataleptogênico associado.
59
QUADRO 6- Drogas utilizadas com as respectivas doses, vias de administração e
agente cataleptogênico associado.
DROGAS
DOSE
VIA DE
ADMINISTRAÇÃO
ABREVIATURA
AGENTE
CATALEPTOGÊNICO
Apomorfina
1 mg/kg
5 mg/kg
10 mg/kg
Intraperitoneal
apo 1
apo 5
apo 10
pilo 80
Atropina
1 mg/kg
5 mg/kg
10 mg/kg
Oral
atr 1
atr 5
atr 10
pim 20
ou
SCH 23390
Carbacol
1 mg/kg
5 mg/kg
10 mg/kg
Oral
cbc 1
cbc 5
cbc10
pim 20
ou
SCH 23390
Clozapina
1 mg/kg
5 mg/kg
10 mg/kg
Oral
cloz 1
cloz 5
cloz 10
pilo 80
Mazindol
5 mg/kg
10 mg/kg
20 mg/kg
Oral
maz 5
maz 10
maz 20
pilo 80
Pilocarpina
1 mg/kg
5 mg/kg
10 mg/kg
Intraperitoneal
pilo 1
pilo 5
pilo 10
pim 20
ou
SCH 23390
Pirenzepina
1 mg/kg
5 mg/kg
10 mg/kg
Intraperitoneal
pz 1
pz 5
pz 10
pim 20
ou
SCH 23390
60
Para melhor compreensão o tratamento do protocolo II está esquematizado
abaixo (Quadro 7 e 8):
QUADRO 7- Tratamento agudo com pimozida ou SCH 23390.
QUADRO 8- Tratamento agudo com pilocarpina.
Drogas teste
30 min.
Pimozida 20mg/kg, v. o.
ou SCH 23390 0,3 mg/kg, i.p.
60 min.(pimozida)
e
30 min.
(
SCH 23390
)
Comportamento (campo aberto/catalepsia)
atropina
carbacol
pilocarpina
pirenzepina
Droga teste
30 min.
Pilocarpina 80 mg/kg, i.p.
30 min.
Comportamento (campo aberto/catalepsia)
apomorfina
clozapina
mazindol
Atropina 5 mg/kg,i.p.
30 min.
61
3.4- Material utilizado
Material Origem
Agitador de tubos Modelo 251, FANEN, SP, Brasil
Balança analítica Modelo H5, Mettler, Suíça
Banho Maria Modelo 102/1, FANEN, SP, Brasil
Contador de cintilação líquida Modelo LS 6500 ,CA, USA
Cubetas de plástico p/ leitura em espectrofotômetro Sarstedt, Alemanha
Espectrofotômetro Modelo D2804A, Super VGA, Beckman, CA, USA
Equip. de milipore p/ filtração à vácuo Milipore apparatus, Bedford, MA, USA
Estufa de secagem e esterilização Modelo 315 SE FANEN, SP, Brasil
Filtros de fibra de vidro GF/B Whatman, Maidstone, England
Frascos de vidro para contagem de cintilação Vials Beckman, Fullerton, CA, USA
Homogeneizadores Bellico, USA
Guilhotina Harvard, USA
Micropipetas H,E. Pedersen, Dinamarca
Medidor de pH Modelo B374, Micronal, SP, Brasil
62
3.5- Dissecação das áreas cerebrais
Os animais foram decapitados com uma guilhotina (Harvard, USA). Em
seguida, os encéfalos foram rapidamente retirados e colocados sobre papel alumínio
numa placa de petri com gelo para posterior dissecação da área cerebral a ser
estudada (Figura 11).
Seguindo a fissura sagital mediana, a camada cortical cerebral foi retirada
com o auxílio de uma pinça reta de microdissecação. O córtex foi exposto e rebatido
para os lados, expondo parte do corpo estriado. O corpo estriado (caudado,
putamen e globo pálido) foi isolado e sua retirada orientada pelo diâmetro da porção
tuberosa visível desses núcleos, após o rebatimento lateral do córtex (Figura 12)
(ZILLES & WREE, 1985).
Terminada a dissecação, cada área foi colocada em papel alumínio
devidamente identificado, pesada e conservada a -70
o
C para uso posterior. Quando
foi necessária a estocagem por um certo período de tempo (no máximo uma
semana) os tecidos foram considerados como tendo a mesma viabilidade para a
experimentação que os ensaiados imediatamente ou 24 h após a dissecação
(BURKE & GREENBAUN, 1987; FIELDER et al., 1987).
FIGURA 11 - Dissecação cerebral mostrando a retirada do encéfalo.
63
FIGURA 12 - Dissecação cerebral mostrando a retirada do corpo estriado.
64
3.6- Determinação da densidade de receptores muscarínicos
A densidade de receptores muscarínicos foi determinada, através de ensaios
de binding executados em homogenatos cerebrais.
ªReceptores M1 + M2-símile
Para determinação de receptores muscarínicos M1 + M2-símile foi utilizado o
ligante não específico
3
H-N-metilescopolamina (
3
H-NMS, 85 Ci/mmol- New England),
de acordo com o método previamente descrito (DOMBROWSKI et al., 1983).
3.6.1- Método
O antagonista muscarínico marcado,
3
H-N-metilescopolamina, liga-se a sítios
específicos dentre os quatro primeiros segmentos transmembrana dos receptores
muscarínicos (WHEATLY et al., 1988) que existem nos tecidos homogeneizados.
Assim, o ligante tritiado marca os receptores presentes no tecido estudado.
A atropina é um outro antagonista clássico utilizado nos “brancos” dos
experimentos para determinar a radiotividade de background ou ligações não
específicas. A atropina acrescentada em concentração muito maior do que a do
3
H-
NMS interage seletivamente com os mesmos sítios de ligação, deslocando e
deixando livre toda droga marcada, que é logo depois filtrada. A radioatividade
contida no filtro é então determinada por cintilação líquida (SOUSA, 1997).
65
3.6.2- Procedimento experimental
Terminada a dissecação da área cerebral em gelo, como foi mencionado
anteriormente, foram feitos homogenatos a 10% em tampão fosfato de sódio, 150
mM, pH 7,4.
Os homogenatos contendo 150-180 µg de proteína foram incubados em
tampão fosfato sódio contendo 2,35 de
3
H-NMS, na presença ou ausência de sulfato
de atropina 12,5 µM em um volume final de 0,2 mL.
Após incubação a 37
0
C por 30 minutos, a reação foi terminada por filtração a
vácuo através de filtros Whatman GF/B. Os filtros foram lavados três vezes com 4
mL de solução salina 0,9% gelada, secos a 60
0
C por no mínimo 2h e colocados em
frascos de vidros (vials) com 3 mL de um coquetel de cintilação líquida contendo
tolueno.
A radioatividade foi medida em um contador de cintilação líquida Beckman
LS-6500 com uma eficiência de 48%. A ligação específica foi calculada como a
ligação total menos a ligação não específica feita na presença de atropina 12,5 µM
os resultados foram expressos como fentomoles por miligrama de proteína. A
concentração de proteína foi determinada segundo o método de Lowry et al., (1951)
utilizando-se albumina sérica bovina (BSA) como padrão.
66
3.7- Determinação da densidade de receptores dopaminérgicos
A densidade de receptores dopaminérgicos foi determinada, através de
ensaios de binding executados em homogenatos cerebrais, variando os seguintes
parâmetros:
ªReceptores D1-símile
Foi utilizado o ligante específico
3
H-SCH 23390 (87,0 Ci/mmol- New England
Nuclear, USA), segundo o método previamente descrito (MELTZER et al., 1989).
ªReceptores D2-símile
Foi utilizado o ligante específico
3
H-espiroperidol (114,0 Ci/mmol-New
England Nuclear, USA), segundo uma adaptação do método previamente descrito
por Kessler et al., 1991 e Meltzer et al., 1989.
3.7.1- Método
O ligante
3
H- espiroperidol é um antagonista dopaminérgico que possui alta
afinidade pelos receptores D2-símile, possuindo também afinidade pelos receptores
serotonérgicos do tipo 5-HT
2
(KESSLER et al., 1991; TERAI et al., 1989). Para
bloquear os receptores serotonérgicos foi utilizado um antagonista seletivo, a
mianserina. O
3
H-SCH 23390 é um antagonista dopaminérgico que possui alta
afinidade pelos receptores D1-símile e não tem afinidade por receptores
serotonérgicos (SOUSA, 1997).
A dopamina foi utilizada nos “brancos” dos ensaios para determinar a
radioatividade de background ou ligações não específicas. A dopamina
acrescentada em concentração muito maior do que
3
H-SCH 23390 ou
3
H-
espiroperidol interage seletivamente com os mesmos sítios de ligação do receptor,
deslocando e deixando livre toda a droga marcada, que é logo depois filtrada. A
radioatividade contida no filtro é medida por cintilação líquida (SOUSA, 1997).
67
3.7.2- Procedimento experimental
Terminada a dissecação das áreas cerebrais em gelo, como mencionado
anteriormente, foram feitos homogenatos a 10% em tampão TRIS HCL 50 mM, pH
7,4.
Os homogenatos contendo 150-180 µg de proteína foram incubados em
tampão TRIS HCL modificado (50 mM, pH 7,4). No caso dos receptores D1-símile o
tampão continha 5,75 nM de
3
H-SCH 23390 para experimentos de pontos únicos. No
caso dos receptores D2-símile o tampão continha 10 µM de mianserina (incubada
por 30 minutos à temperatura ambiente) para bloquear os receptores serotonérgicos
e 17,3 nM de
3
H-espiroperidol para experimentos de ponto único. Em ambos os
ensaios, os respectivos ligantes eram incubados na presença ou ausência de
dopamina 100 µM (durante 10 minutos), sendo o volume final de 0,2 mL.
Após incubação a 37
0
C por 60 minutos, a reação foi terminada por filtração a
vácuo através de filtros Whatman GF/B. Os filtros foram lavados cinco vezes com 4
mL de solução salina 0,9% gelada, secos a 60
0
C por no mínimo 2h e colocados em
frascos de vidros (vials) com 3 mL de um coquetel de cintilação líquida contendo
tolueno.
A radioatividade foi medida em um contador de cintilação líquida Beckman
LS-6500 com uma eficiência de 48%. A ligação específica foi calculada como a
ligação total menos a ligação não específica feita na presença de dopamina 100 µM
os resultados foram expressos como fentomoles por miligrama de proteína. A
concentração de proteína foi determinada segundo o método de Lowry et al., (1951)
utilizando-se albumina sérica bovina (BSA) como padrão.
68
3.8- Dosagem de proteína
3.8.1- Método
A quantidade de proteína em homogenatos de cérebro foi determinada a 25
0
C utilizando albumina sérica bovina como padrão, de acordo com o método
previamente descrito (LOWRY et al., 1951), que emprega duas reações de formação
de cor para analisar a concentração protéica fotometricamente. Inicialmente é feita
uma reação biureto de baixa eficiência no qual os íons de cobre alcalino produzem
uma cor azulada na presença de ligações peptídicas. Esta cor biureto é
característica de todas as proteínas e fornece uma cor básica de fundo para a
próxima etapa do ensaio. Depois o método emprega uma mistura complexa de sais
inorgânicos, o reagente Folin-Ciocalteau que produz uma cor verde azulada intensa,
na presença de tirosina ou triptofano livres ligados a proteínas. Como a quantidade
desses dois aminoácidos é geralmente constante nas proteínas solúveis, com
poucas exceções, a cor das reações (verde-azulada) é indicativa da presença de
proteína e a intensidade da cor é proporcional à concentração. Esta coloração foi
medida em 750 nm, através de espectofotômetro Beckman DU, modelo D2804A,
Super VGA (SOUSA, 1997).
69
3.9- Soluções reagentes utilizadas
ªCoquetel de cintilação
0,5 g de p-bis-2-(5-feniloxazolil) benzeno, POPOP (Sigma, St. Louis, MO,
USA) e 4,0 g de 2,5 difeniloxasol, PPO (Sigma, St. Louis, MO, USA), em 100 mL de
tolueno (Beckeman, Fullerton, CA, USA).
ªSolução estoque de atropina
Sulfato de atropina (Sigma, St. Louis, MO, USA) em água bidestilada, para
obter uma concentração de 0,5 mM.
ªSolução estoque de
3
H-N-metilescopolamina (
3
H-NMS )
Cloridrato de
3
H-NMS (85 Ci/mmol, New England Nuclear, Boston, MA, USA)
em tampão fosfato de sódio 150mM, pH 7,4 para obter uma solução de
concentração 23,52 nM.
ªTampão fosfato de sódio
NaH
2
PO
4
(Reagen, Rio de Janeiro, Brasil) foi dissolvido em água bidestilada,
para obter uma solução 150 mM e o pH foi ajustado para 7,4 com solução de HCL
1N (Merck, rio de Janeiro, Brasil).
ª
3
H-espiroperidol ( 114Ci/mmol, Amesham Life Science, USA )
5 µL de
3
H-espiroperidol foram diluídos em tampão TRIS HCL pH 7,4, de
forma que a concentração final seria de 43,28 nM.
ª
3
H-SCH 23390 ( 87 Ci/mmol, Amesham Life Science )
5 µL de
3
H-SCH 23390l foram diluídos em tampão TRIS HCL pH 7,4, de
forma que a concentração final seria de 11,5 nM.
ªTampão TRIS HCL
6g de TRIS HCL (TRIZMA BASE, Sigma, Brasil) foram diluídos em 1000 mL
de água bidestilada, obtendo-se uma concentração final de 50 mM. O pH foi
ajustado para 7,4 com solução de HCL 1N (Merck, Rio de Janeiro,Brasil).
70
ªTampão TRIS HCL modificado
NaCL 120 mM; KCL 1 mM; CaCL
2
2 mM; MgCL
2
1 mM; NaEDTA 1 mM e
ascorbato sódico 1 mM foram dissolvidos em tampão TRIS HCL , 50 mM, pH 7,4.
ªMianserina
Comprimidos de mianserina (Tolvon 30 mg, Organon, SP, Brasil) foram
macerados e diluídos em tampão TRIS HCL obtendo-se uma concentração final de
100 µM.
ªDopamina (Cloridrato de 3-Hidroxitiramina)
Dopamina (Sigma, St. Louis, MO, USA) foi dissolvida em tampão TRIS HCL
50 mM, pH 7,4 contendo ácido ascórbico a 0,02% de forma a se obter uma
concentração final de 4000 µM.
ªReagente A:
Na
2
CO
3
(Reagen, Rio de Janeiro, RJ, Brasil) a 2% em NaOH (Reagen, Rio de
Janeiro, RJ, Brasil ) 0,1 N;
ªReagente B:
CuSO
4
.5H
2
O a 0,5% em NaKC
4
H
4
O
6
.4H
2
O (Grupo Química, Rio de Janeiro,
RJ, Brasil) a 1%;
ªReagente C:
Solução de cobre alcalino (24 mL do Reagente A com 1 mL do Reagente B,
misturados no momento de usar);
ªReagente de Follin – Ciocalteau - Fenol (Labordin, Piraquara, PR, Brasil):
1:1 em água bidestilada;
ªSolução Albumina Sérica (Sigma, St. Louis, MO, USA)
1 mg/mL em água bidestilada.
71
3.10- Testes comportamentais
3.10.1-Teste da catalepsia
Nesse teste as extremidades superiores do animal foram colocadas em uma
base rígida com 2 cm de espessura e 9 cm de altura. Os animais foram habituados
durante 1 minuto e posteriormente foi medido o tempo em que eles permaneceram
imóveis (na mesma posição) sobre a barra. O tempo de permanência era de 150
segundos. O estado cataléptico foi considerado positivo quando o animal
ultrapassava o tempo o tempo de 60 segundos nessa posição (AHLENIUS;
HILLEGAART, 1986 ; JORGENSEN et al., 1994).
O teste de catalepsia foi realizado 1 h após o tratamento com as drogas
estudadas no protocolo I. Já no protocolo II a resposta cataleptogênica foi observada
30 minutos após a administração dos agentes cataleptogênicos pilocarpina (80
mg/kg) e SCH 23390 (0,3 mg/kg) e 60 minutos após o tratamento com pimozida (20
mg/kg).
3.10.2- Teste do campo aberto
Os animais foram colocados em um campo aberto com área de 50 x 50 cm e
iluminados por uma luz vermelha. Este campo foi confeccionado com cartolina de
cor vermelha, a qual foi dividida em quatro quadrantes. Antes do teste os animais
foram habituados por 1 minuto no campo aberto. O teste foi realizado em uma sala
livre de sons. O observador colocava os animais (um por vez) nesse campo e
registrava o número de travessias de um quadrante para outro durante 3 minutos
(JORGENSEN et al.,1994).
O teste do campo aberto foi realizado 1 h após o tratamento com as drogas
estudadas no protocolo I. Já no protocolo II a atividade locomotora foi observada 30
minutos após a administração dos agentes cataleptogênicos pilocarpina (80 mg/kg)
e SCH 23390 (0,3 mg/kg) e 60 minutos após o tratamento com pimozida (20 mg/kg).
72
3.11- Análise estatística
Para comparações múltiplas foi utilizado Análise de Variância (ANOVA) e
teste de Student-Newman-Keuls como um teste post hoc. Os resultados foram
considerados significantes em p<0,05.
73
RESULTADOS
74
4- RESULTADOS
4.1- Protocolo I: Tratamento crônico
4.1.1- Efeitos da interação dopaminérgica e colinérgica no comportamento (campo
aberto e catalepsia) em rato.
A Tabela 1 mostra os efeitos do antagonista dopaminérgico (pim) e do
agonista colinérgico (cbc), sozinhos ou associados, sobre a atividade locomotora e
catalepsia de rato. O carbacol, na dose mais alta (10 mg/kg, v.o.), diminuiu a
resposta motora (2,97 ± 0,47) quando comparada ao controle (7,73 ± 0,56). Na
resposta cataléptica o carbacol 1, 5 e 10 mg/kg, v.o. provocou um aumento
significativo no tempo de permanência na barra (8,81 ± 1,83; 10,83 ± 2,75; 16,46 ±
3,13, respectivamente) se comparado ao controle (1,78 ± 0,16).
A pimozida nas doses de 1, 5 e 10 mg/kg v.o. diminuiu significativamente a
resposta motora (1,38 ± 0,50; 0,83 ± 0,32; 1,15 ± 0,36, respectivamente) quando
comparado ao controle. Na resposta cataléptica a pimozida, nas doses de 1, 5 e 10
mg/kg v.o. causou um aumento significativo do tempo de permanência na barra
(39,07 ± 1,75; 115,09 ± 10,15; 107,19 ± 8,56, respectivamente) se comparado ao
controle (Tabela 1).
Na associação pim 1 + cbc 10 ocorreu uma diminuição da atividade
locomotora (1,63 ± 0,38) se comparado ao controle. Nas demais associações o
carbacol não reverteu o efeito do pimozida. Na catalepsia a associação pim 1 + cbc
10, provocou uma diminuição do efeito cataléptico da pimozida (8,23 ± 1,66) pelo
carbacol quando comparado ao pimozida 1 mg/kg, v.o., sozinho. Nas demais
associações o carbacol não reverteu o efeito do pimozida (Tabela 1) O efeito
significativo do carbacol na atividade locomotora e na resposta cataléptica foi
demonstrado nas Figuras 13 e 14, respectivamente.
75
TABELA 1- Efeitos do antagonista dopaminérgico (pim) e do agonista colinérgico
(cbc), sozinhos ou associados, sobre a atividade locomotora e
catalepsia de rato.
GRUPO
ATIVIDADE LOCOMOTORA
(Travessia/3min)
CATALEPSIA
(s)
Controle
7,73 ± 0,56 (64)
1,78 ± 0,16 (49)
cbc 1
7,32 ± 0,85 (25)
8,81 ± 1,83 (36)*
cbc 5
6,24 ± 0,68 (21)
10,83 ± 2,75 (24)*
cbc 10
2,97 ± 0,47 (35)*
16,46 ± 3,13 (28)*
pim 1
1,38 ± 0,50 (16)*
39,07 ± 1,75 (14)*
pim 5
0,83 ± 0,32 (18)*
115,09 ± 10,15 (11)*
pim 10
1,15 ± 0,36 (26)*
107,19 ± 8,56 (21)*
pim 1 + cbc 10
1,63 ± 0,38 (19)*
8,23 ± 1,66 (13)
p
1
pim 5 + cbc 10
1,83 ± 0,38 (24)*
93,40 ± 6,61 (15)*
,c
5
,c
10
pim 10 + cbc 1
0,17 ± 0,14 (23)*
,c
1
116,00 ± 11,36 (12)*
,c
1
pim 10 + cbc 5
2,00 ± 1,16 (06)*
128,33 ± 11,74 (06)*
,c
5
pim 10 + cbc 10
0,00 ± 0,00 (06)*
129,83 ± 9,77 (06)*
,c
10
Ratos Wistar (180-200 g) foram tratados diariamente durante 7 dias. Os animais foram
tratados 1 h antes de serem submetidos aos testes comportamentais. Os valores estão
representados como média ± EPM do número de animais em parênteses. Para análise
estatística foi utilizado Análise de Variância (ANOVA) e teste de Student-Newman-Keuls
como teste post hoc. *, c
1
, c
5,
c
10
, p
1
= p< 0,05 quando comparado ao controle, carbacol 1 , 5
e 10 mg/kg e pimozida 1 mg/kg, respectivamente.
76
FIGURA 13- Efeitos do carbacol (cbc) na atividade locomotora de rato.
Os animais (6 por grupo) foram tratados com carbacol 1, 5 e 10 mg/kg, v.o. diariamente
durante 7 dias. A atividade locomotora foi observada 1 hora após a administração da droga.
Para análise estatística foi utilizado Análise de Variância (ANOVA) e teste de Student-
Newman-Keuls como teste post hoc. * = p< 0,05 quando comparado ao controle.
0
2
4
6
8
10
Travessias/min
controle
cbc 1
cbc 5
cbc 10
*
77
FIGURA 14- Efeitos do carbacol (cbc) na catalepsia de rato.
Os animais (6 por grupo) foram tratados com carbacol 1, 5 e 10 mg/kg, v.o. durante 7 dias.
A resposta cataléptica foi observada 1 hora após a administração da droga. Para análise
estatística foi utilizado Análise de Variância (ANOVA) e teste de Student-Newman-Keuls
como teste post hoc. * = p< 0,05 quando comparado ao controle.
0
5
10
15
20
Tempo na barra (s)
controle
cbc 1
cbc 5
cbc 10
7
º
dia
*
*
*
78
Os efeitos do antagonista dopaminérgico (pim) e do antagonista colinérgico
(atr), sozinhos ou associados, sobre a atividade locomotora e catalepsia de rato foi
demonstrado na Tabela 2. A atropina, sozinha, nas doses de 1, 5 e 10 mg/kg, v.o.
não alterou a atividade locomotara dos ratos tratados quando comparado ao
controle. Quando associada com a pimozida (pim 1 + atr 1; pim 10 + atr 1) observou-
se uma diminuição na atividade motora em ambas as associações (1,63 ± 0,38; 2,31
± 1,08, respectivamente) quando comparado ao controle e atropina 1 mg/kg (7,73 ±
0,56; 6,46 ± 0,80). Na resposta cataléptica a atropina, sozinha, também não causou
nenhum efeito. As associações pim 1 + atr 1 e pim 10 + atr 1 causaram um aumento
significativo no tempo de permanência na barra (50,56 ± 7,55; 91,27 ± 10,90,
respectivamente) quando comparado ao controle e atropina 1 mg/kg sozinha. A
associação pim 10 + atr 1 causou uma diminuição da resposta cataléptica se
comparado ao efeito do pimozida 10 mg/kg sozinho (91,27 ± 10,90).
79
TABELA 2- Efeitos do antagonista dopaminérgico (pim) e do antagonista
colinérgico (atr), sozinhos ou associados, sobre a atividade
locomotora e catalepsia de rato.
GRUPO
ATIVIDADE LOCOMOTORA
(Travessia/3min)
CATALEPSIA
(s)
Controle
7,73 ± 0,56 (64)
1,78 ± 0,16 (49)
atr 1
6,46 ± 0,80 (35)
3,29 ± 0,63 (35)
atr 5
7,32 ± 0,88 (28)
2,22 ± 0,35 (27)
atr 10
6,07 ± 1,19 (15)
1,27 ± 0,27 (11)
pim 1
1,38 ± 0,50 (16)*
39,07 ± 1,75 (14)*
pim 5
0,83 ± 0,32 (18)*
115,09 ± 10,15 (11)*
pim 10
1,15 ± 0,36 (26)*
107,19 ± 8,56 (21)*
pim 1 + atr 1
1,63 ± 0,38 (19)*
, a
1
50,56 ± 7,55 (09)*
,a
1
pim 10 + atr 1
2,31 ± 1,08 (13)*
a
1
91,27 ± 10,90 (11)*
, a
1
,p
10
Os experimentos foram executados como descrito na Tabela 1. Os valores estão
representados como média ± EPM do número de animais em parênteses. Para análise
estatística foi utilizado Análise de Variância (ANOVA) e teste de Student-Newman-Keuls
como teste post hoc. *, a
1
, p
10
, = p< 0,05 quando comparado ao controle, atropina 1 mg/kg
e pimozida 10 mg/kg, respectivamente.
80
Na Tabela 3 observamos os efeitos do antagonista colinérgico (atr) e do
agonista dopaminérgico (maz), sozinhos ou associados, sobre a atividade
locomotora e catalepsia de rato. Nas maiores doses, o mazindol (10 e 20 mg/kg,
v.o.) aumentou significativamente o número de travessias no teste do campo aberto
(14,72 ± 1,56; 25,00 ± 5,63) quando comparado ao controle (7,73 ± 0,56). Quando
associado a atropina observou-se que atr 1 + maz 5 causou uma diminuição da
atividade locomotora (5,33 ± 1,04) quando comparado ao controle e atr 5 + maz 10
causou uma diminuição desta resposta (8,59 ± 0,94) quando comparado ao efeito do
mazindol 10 mg/kg. Somente o mazindol 10 mg/kg, v.o causou um aumento no
tempo de permanência na barra (7,20 ± 1,83) se comparado ao controle (1,78 ±
0,16). As demais doses (5 e 20 mg/kg) não causaram efeito significativo na resposta
cataléptica. A associação atr 5 + maz 10 provocou uma diminuição significativa da
resposta cataléptica (1,46 ± 0,43) se comparado ao efeito do mazindol 10 mg/kg
sozinho. O efeito significativo do mazindol na atividade locomotora e na resposta
cataléptica foi demonstrado nas Figuras 15 e 16, respectivamente.
81
TABELA 3- Efeitos do antagonista colinérgico (atr) e do agonista dopaminérgico
(maz), sozinhos ou associados, sobre a atividade locomotora e
catalepsia de rato.
GRUPO
ATIVIDADE LOCOMOTORA
(Travessia/3min)
CATALEPSIA
(s)
Controle
7,73 ± 0,56 (64)
1,78 ± 0,16 (49)
atr 1
6,46 ± 0,80 (35)
3,29 ± 0,63 (35)
atr 5
7,32 ± 0,88 (28)
2,22 ± 0,35 (27)
atr 10
6,07 ± 1,19 (15)
1,27 ± 0,27 (11)
maz 5
8,72 ± 1,35 (18)
3,35 ± 0,87 (20)
maz 10
14,72 ± 1,56 (18)*
7,20 ± 1,83 (20)*
maz 20
25,00 ± 5,63 (06)*
0,40 ± 0,40 (06)
atr 1 + maz 5
5,33 ± 1,04 (09)*
,
1,22 ± 0,40 (09)
atr 5 + maz 10
8,59 ± 0,94 (17)
m
10
1,46 ± 0,43 (11)
m
10
Os experimentos foram executados como descrito na Tabela 1. Os valores estão
representados como média ± EPM do número de animais em parênteses. Para análise
estatística foi utilizado Análise de Variância (ANOVA) e teste de Student-Newman-Keuls
como teste post hoc.*,
m
10
= p< 0,05 quando comparado ao controle, mazindol 10 mg/kg,
respectivamente.
82
FIGURA 15- Efeitos do mazindol (maz) na atividade locomotora de rato.
Os animais (6 por grupo) foram tratados com mazindol 5, 10 e 20 mg/kg, v.o. diariamente
durante 7 dias. A atividade locomotora foi observada 1 hora após a administração da droga.
Para análise estatística foi utilizado Análise de Variância (ANOVA) e teste de Student-
Newman-Keuls como teste post hoc. * = p< 0,05 quando comparado ao controle.
0
10
20
30
Travessias/min
controle
maz 5
maz 10
maz 20
*
*
7
º
dia
83
FIGURA 16- Efeitos do mazindol (maz) na catalepsia de rato.
Os animais (6 por grupo) foram tratados com mazindol 5, 10 e 20 mg/kg, v.o. diariamente
durante 7 dias. A resposta cataléptica foi observada 1 hora após a administração da droga.
Para análise estatística foi utilizado Análise de Variância (ANOVA) e teste de Student-
Newman-Keuls como teste post hoc. * = p< 0,05 quando comparado ao controle.
0
2
4
6
8
10
Tempo na barra (s)
controle
maz 5
maz 10
maz 20
7
º
dia
*
84
4.1.2- Efeitos da interação dopamina-acetilcolina sobre os receptores muscarínicos
e dopaminérgicos em corpo estriado de rato.
A Tabela 4 mostra que a atropina nas doses de 1, 5 e 10 mg/kg, v.o.
aumentou 57%, 59% e 38% (324,39 ± 14,39; 329,08 ± 14,75; 285,89 ± 19,67
fmol/mg de proteína, respectivamente) a densidade dos receptores D1-símile
quando comparado ao controle (205,95 ± 19,70 fmol/mg de proteína). O mazindol,
sozinho, nas doses de 5 e 10 mg/kg, v.o. também causou um aumento de mais de
50% na densidade dos receptores D1-símile (333,52 ± 19,70; 314,59 ± 21,29
fmol/mg de proteína, respectivamente). Já com a maior dose de mazindol (20 mg/kg)
observou-se uma diminuição de 23% (156,83 ± 12,36 fmol/mg de proteína) nos
receptores quando comparado ao controle. Os efeitos da atropina e mazindol,
sozinhos e em diferentes doses, sobre a densidade dos receptores D1-símile foi
demonstrado na Figura 17.
Na associação destas duas drogas observou-se que a atropina, na maior
dose (10 mg/kg), e o mazindol, na maior dose (20 mg/kg), conseguiu reverter
parcialmente o efeito da atropina sozinha pois não produziu nenhuma alteração na
densidade dos receptores D1-símile (232,22 ± 25, 04 fmol/mg de proteína) quando
comparado ao controle. Nas outras associações ( atr 1 + maz 5 e atr 5 + maz 10)
ocorreu um aumento na densidade dos receptores D1-simile (356, 40 ± 11,29;
318,30 ± 25,04 fmol/mg de proteína, respectivamente) com relação ao controle
(Tabela 4 e Figura 19).
85
Na Tabela 5 observamos que o carbacol, nas doses 1 e 5 mg/kg, e a
pimozida (10 e 20 mg/kg) provocaram um aumento de mais de 50% na densidade
de receptores D1-símile (325,24 ± 20,50; 326,18 ± 21,05 fmol/mg de proteína para
carbacol 1 e 5 mg/kg, respectivamente, e 320,77 ± 12,50; 363,19 ± 17,42 fmol/mg de
proteína para pimozida 10 e 20 mg/kg, respectivamente). O carbacol na dose de 10
mg/kg causou uma diminuição do número de receptores em torno de 33% (137,43 ±
11,44 fmol/mg de proteína) quando comparado ao controle. Os efeitos do carbacol e
pimozida, sozinhos e em diferentes doses, sobre a densidade dos receptores D1-
símile foram demonstrados na Figura 18.
A associação da pimozida 10 mg/kg, v.o. e do carbacol nas doses 1 e 5
mg/kg, v.o., provocou um aumento no número de receptores D1-símile (249,21 ±
11,25; 282,46 ± 11,85; fmol/mg de proteína para, pim 10 + cbc 1 e pim 10 + cbc 5,
respectivamente) quando comparado ao controle. Já a associação pim 10 + cbc 10
causou uma redução (106,61 ± 8,26 fmol/mg de proteína) do número desses
receptores se comparado ao controle. Uma redução dos receptores D1-símile
também foi observado com as associações pim 10 + cbc 1 e pim 10 + cbc 10, se
comparado ao carbacol 1 mg/kg, v.o. (pim 10 + cbc 1) e pimozide 10 mg/kg (pim 10
+ cbc 1 e pim 10 + cbc 10) sozinhos (Tabela 5 e Figura 20).
86
TABELA 4- Efeitos do antagonista colinérgico (atr) e do agonista dopaminérgico
(maz), sozinhos ou associados, sobre os receptores dopaminérgicos
(D1-símile) em corpo estriado de ratos.
GRUPO
3H-SCH 23390
(D1-símile)
Controle
205,95 ± 19,70 (22)
atr 1
324,39 ± 14,39 (08)*
atr 5
329,08 ± 14,75 (08)*
atr 10
285,89 ± 19,67 (10)*
maz 5
333,52 ± 19,70 (11)*
maz 10
314,59 ± 21,29 (12)*
maz 20
156,83 ± 12,36 (08)
atr 1 + maz 5
356,40 ± 11,29 (08)*
atr 5 + maz 10
318,30 ± 25,04 (06)*
atr 10 + maz 20
232,22 ± 12,42 (08)
Os experimentos foram executados como descrito na Tabela 1. Os valores em fmol/mg de
proteína estão representados como média ± EPM do número de animais em parênteses.
Para análise estatística foi utilizado Análise de Variância (ANOVA) e teste de Student-
Newman-Keuls como teste post hoc. * = p< 0,05 quando comparado ao controle.
87
TABELA 5- Efeitos do agonista colinérgico (cbc) e do antagonista dopaminérgico
(pim), sozinhos ou associados, sobre os receptores dopaminérgicos
(D1-símile) em corpo estriado de ratos.
GRUPO
3H-SCH 23390
(D1-símile)
Controle
205,95 ± 19,70 (22)
cbc 1
325,24 ± 20,50 (09)*
cbc 5
326,18 ± 21,05 (09)*
cbc 10
137,43 ± 11,44 (16)*
pim 10
320,77 ± 12,50 (08)*
pim 20
363,19 ± 17,42 (10)*
pim 10 + cbc 1
249,21 ± 11,25 (12)*,
c
1
, p
10
pim 10 + cbc 5
282,46 ± 11,85 (08)*
pim 10 + cbc 10
106,61 ± 8,26 (10)*,
p
10
Os experimentos foram executados como descrito na Tabela 1. Os valores em fmol/mg de
proteína estão representados como média ± EPM do número de animais em parênteses.
Para análise estatística foi utilizado Análise de Variância (ANOVA) e teste de Student-
Newman-Keuls como teste post hoc. *,
c
1
,
p
10
= p< 0,05 quando comparado ao controle,
carbacol 1 mg/kg e pimozida 10 mg/kg, respectivamente.
88
FIGURA 17- Efeitos da atropina (atr) e mazindol (maz), em diferentes doses, sobre
os receptores dopaminérgicos (D1-símile) em corpo estriado de ratos.
Os experimentos foram executados como descrito na Tabela 1. Os valores em fmol/mg de
proteína estão representados como média ± EPM do número de animais em parênteses.
Para análise estatística foi utilizado Análise de Variância (ANOVA) e teste de Student-
Newman-Keuls como teste post hoc. * = p< 0,05 quando comparado ao controle.
0
100
200
300
400
Densidade de D1-símile
(fmoles/mg de proteína)
controle
atr 1
atr 5
atr 10
maz 5
maz 10
maz 20
*
*
*
*
*
89
FIGURA 18- Efeitos do carbacol (cbc) e pimozida (pim), em diferentes doses, sobre
os receptores dopaminérgicos (D1-símile) em corpo estriado de ratos.
Os experimentos foram executados como descrito na Tabela 1. Os valores em fmol/mg de
proteína estão representados como média ± EPM do número de animais em parênteses.
Para análise estatística foi utilizado Análise de Variância (ANOVA) e teste de Student-
Newman-Keuls como teste post hoc. * = p< 0,05 quando comparado ao controle.
0
100
200
300
400
Densidade de D1-símile
(fmoles/mg de protna)
controle
cbc 1
cbc 5
cbc 10
pim 10
pim 20
* *
*
*
*
90
FIGURA 19- Efeitos da associação do antagonista muscarínico (atr) e do agonista
dopaminérgico (maz) sobre os receptores dopaminérgicos (D1-símile)
em corpo estriado de ratos.
Os experimentos foram executados como descrito na Tabela 1. Os valores em fmol/mg de
proteína estão representados como média ± EPM do número de animais em parênteses.
Para análise estatística foi utilizado Análise de Variância (ANOVA) e teste de Student-
Newman-Keuls como teste post hoc. * = p< 0,05 quando comparado ao controle.
0
100
200
300
400
Densidade de D1-símile
(fmoles/mg de proteína)
controle
atr 1+maz 5
atr 5+maz 10
atr 10+maz 20
*
*
91
FIGURA 20- Efeitos da associação do agonista muscarínico (cbc) e do antagonista
dopaminérgico (pim) sobre os receptores dopaminérgicos (D1-símile)
em corpo estriado de ratos.
Os experimentos foram executados como descrito na Tabela 1. Os valores em fmol/mg de
proteína estão representados como média ± EPM do número de animais em parênteses.
Para análise estatística foi utilizado Análise de Variância (ANOVA) e teste de Student-
Newman-Keuls como um teste post hoc. *,c
1
,p
10
= p< 0,05 quando comparado ao controle,
carbacol 1 mg/kg e pimozida 10 mg/kg, respectivamente.
0
100
200
300
Densidade de D1-símile
(fmoles/mg de proteína)
controle
pim 10+cbc 1
pim 10+cbc 5
pim 10+cbc 10
*,c
1
,p
10
*
*,p
10
92
Sobre a densidade dos receptores D2-símile (Tabela 6) foi verificado que a
atropina (5 e 10 mg/kg v.o.) e o mazindol (5 e 10 mg/kg, v.o.) produziram uma
diminuição significativa desses receptores (136,00 ± 7,26; 135,62 ± 9,02 fmol/mg de
proteína para atropina 5 e 10 mg/kg e 119,86 ± 3,77; 126,00 ± 4,67 fmol/mg de
proteína para mazindol 5 e 10 mg/kg, respectivamente) quando comparado ao
controle (174,80 ± 13,34 fmol/mg de proteína). Os efeitos da atropina e mazindol,
sozinhos e em diferentes doses, sobre a densidade dos receptores D2-símile foi
demonstrado na Figura 21.
A associação dessas duas drogas (atr 1 + maz 5; atr 5+ maz 10 e atr 10 +
maz 20) também causou uma diminuição de 25, 29 e 65%, respectivamente ( 123,98
± 4,21; 130,31 ± 5,77; 60, 71 ± 5,44 fmol/mg de proteína), do número de receptores
D2 quando comparado ao controle. A associação atr 10 + maz 20 também causou
uma diminuição do número de receptores D2- símile quando comparado a atropina
10 mg/kg (135,62 ± 9,02 fmol/mg de proteína) e ao mazindol 20 mg/kg (164,40 ±
16,56 fmol/mg de proteína) sozinhos (Tabela 6 e Figura 23).
Na Tabela 7 observamos que a pimozida 10 mg/kg provocou um aumento de
19% (208,67 ± 12,46 fmol/mg de proteína) na densidade dos receptores D2-símile,
quando comparado ao controle, enquanto que na dose de 20 mg/kg observou-se um
efeito contrário com uma diminuição de 19% (141,19 ± 9,11 fmol/mg de proteína). O
carbacol, nas doses usadas, não apresentou nenhuma mudança na densidade dos
receptores D2-símile. Já a associação pim 10 + cbc 1; pim 10 + cbc 5) causou uma
diminuição no número de receptores (141,09 ± 6,18; 125,35 ± 5,81 fmol/mg de
proteína) quando comparado ao controle, sendo que esta diminuição é de 28% com
a associação pim 10 + cbc 5. Já as associações pim 10 + cbc 1 e pim 10 + cbc 10
(141,09 ± 6,18; 126,46 ± 7,26 fmol/mg de proteína, respectivamente) também
diminuíram o número de receptores D2-símile quando comparado ao pimozida 10
mg/kg, sozinho (Figura 24).
Os efeitos do carbacol e pimozida, sozinhos e em diferentes doses, sobre a
densidade dos receptores D2-símile foram demonstrados na Figura 22.
93
TABELA 6- Efeitos do antagonista colinérgico (atr) e do agonista dopaminérgico
(maz), sozinhos ou associados, sobre os receptores dopaminérgicos
(D2-símile) em corpo estriado de ratos.
GRUPO
3H-ESPIROPERIDOL
(D2-símile)
Controle
174,80 ± 13,34 (24)
atr 1
147,51 ± 8,01 (13)
atr 5
136,00 ± 7,26 (10)*
atr 10
135,62 ± 9,02 (11)*
maz 5
119,86 ± 3,77 (11)*
maz 10
126,00 ± 4,67 (13)*
maz 20
164,40 ± 16,56 (11)
atr 1 + maz 5
123,98 ± 4,21 (08)*
atr 5 + maz 10
130,31 ± 5,77 (09)*
atr 10 + maz 20
60,71 ± 5,44 (13)*,
a
10
,m
20
Os experimentos foram executados como descrito na Tabela 1. Os valores em fmol/mg de
proteína estão representados como média ± EPM do número de animais em parênteses.
Para análise estatística foi utilizado Análise de Variância (ANOVA) e teste de Student-
Newman-Keuls como teste post hoc. *,
a
10
, m
20
= p< 0,05 quando comparado ao controle,
atropina 10 mg/kg e mazindol 20 mg/kg, respectivamente.
94
TABELA 7- Efeitos do agonista colinérgico (cbc) e do antagonista dopaminérgico
(pim), sozinhos ou associados, sobre os receptores dopaminérgicos
(D2-símile) em corpo estriado de ratos.
GRUPO
3H-ESPIROPERIDOL
(D2-símile)
Controle
174,80 ± 13,34 (24)
cbc 1
144,92 ± 7,77 (18)
cbc 5
144,39 ± 7,81 (12)
cbc 10
154,75 ± 7,89 (12)
pim 10
208,67 ± 12,46 (16)*
pim 20
141,19 ± 9,11 (11)
p
10
pim 10 + cbc 1
141,09 ± 6,18 (13)*,
p
10
pim 10 + cbc 5
125,35 ± 5,81 (09)*
pim 10 + cbc 10
126,46 ± 7,26 (07)
p
10
Os experimentos foram executados como descrito na Tabela 1. Os valores em fmol/mg de
proteína estão representados como média ± EPM do número de animais em parênteses.
Para análise estatística foi utilizado Análise de Variância (ANOVA) e teste de Student-
Newman-Keuls como teste post hoc. *,
p
10
= p< 0,05 quando comparado ao controle e
pimozida 10 mg/kg, respectivamente.
95
FIGURA 21- Efeitos da atropina (atr) e mazindol (maz), em diferentes doses, sobre
os receptores dopaminérgicos (D2-símile) em corpo estriado de ratos.
Os experimentos foram executados como descrito na Tabela 1. Os valores em fmol/mg de
proteína estão representados como média ± EPM do número de animais em parênteses.
Para análise estatística foi utilizado Análise de Variância (ANOVA) e teste de Student-
Newman-Keuls como teste post hoc. * = p< 0,05 quando comparado ao controle.
0
50
100
150
200
Densidade de D2-mile
(fmoles/mg de proteína)
controle
atr 1
atr 5
atr 10
maz 5
maz 10
maz 20
* *
* *
96
FIGURA 22- Efeitos do carbacol (cbc) e pimozida (pim), em diferentes doses, sobre
os receptores dopaminérgicos (D2-símile) em corpo estriado de ratos.
Os experimentos foram executados como descrito na Tabela 1. Os valores em fmol/mg de
proteína estão representados como média ± EPM do número de animais em parênteses.
Para análise estatística foi utilizado Análise de Variância (ANOVA) e teste de Student-
Newman-Keuls como teste post hoc. * = p< 0,05 quando comparado ao controle.
0
50
100
150
200
250
Densidade de D2-símile
(fmoles/mg de proteína)
controle
cbc 1
cbc 5
cbc 10
pim 10
pim 20
*
97
FIGURA 23- Efeitos da associação do antagonista muscarínico (atr) e do agonista
dopaminérgico (maz) sobre os receptores dopaminérgicos (D2-símile)
em corpo estriado de ratos.
Os experimentos foram executados como descrito na Tabela 1. Os valores em fmol/mg de
proteína estão representados como média ± EPM do número de animais em parênteses.
Para análise estatística foi utilizado Análise de Variância (ANOVA) e teste de Student-
Newman-Keuls como teste post hoc. *, a
10
, m
20
= p< 0,05 quando comparado ao controle,
atropina 10 mg/kg e mazindol 20 mg/kg, respectivamente.
0
50
100
150
200
Densidade de D2-símile
(fmoles/mg de proteína)
controle
atr 1+maz 5
atr 5+maz 10
atr 10+maz 20
*
*
* a
10
,m
20
98
FIGURA 24- Efeitos da associação do agonista muscarínico (cbc) e do antagonista
dopaminérgico (pim) sobre os receptores dopaminérgicos (D2-símile)
em corpo estriado de ratos.
Os experimentos foram executados como descrito na Tabela 1. Os valores em fmol/mg de
proteína estão representados como média ± EPM do número de animais em parênteses.
Para análise estatística foi utilizado Análise de Variância (ANOVA) e teste de Student-
Newman-Keuls como teste post hoc. *,p
10
= p< 0,05 quando comparado ao controle e
pimozida 10 mg/kg, respectivamente.
0
50
100
150
200
Densidade de D2-mile
(fmoles/mg de proteína)
controle
pim 10+cbc 1
pim 10+cbc 5
pim 10+cbc 10
p
10
*, p
10
p
10
99
A Figura 25 mostra que houve um aumento dos receptores M1+M2-símile
nos animais tratados com mazindol 5, 10 e 20 mg/kg, v.o. (533,33 ± 39,70; 589,5 ±
37,50; 587,70 ± 42.50 fmol/mg de proteína) quando comparado ao controle (410,00
± 23,05 fmol/mg de proteína). Da mesma maneira a atropina nas doses 1, 5 e 10
mg/kg, v.o. promoveu um aumento de mais de 30% dos receptores muscarínicos
(560,50 ± 34.40; 563,10 ± 37,50; 531,9 ± 60.22 fmol/mg de proteína,
respectivamente). Esse aumento persistiu com a associação das duas drogas (atr 1
+ maz 5; atr 5 + maz 10; atr 10 + maz 20), elevando o número de receptores
M1+M2-símile (556,40 ± 31,30; 531,5 ± 32,07; 552,22 ± 32,42 fmol/mg de proteína,
respectivamente) quando comparado ao controle (Figura 27)
O tratamento com carbacol nas doses de 1, 5 e 10 mg/kg, v.o. não alterou
significativamente a densidade de receptores M1+M2-símile (435,80 ± 35,20; 440,40
± 36,92; 420,10 ± 46,24 fmol/mg de proteína, respectivamente) quando comparado
ao controle (Figura 26). Similarmente, quando administrado em associação com a
pimozida 10 mg/kg, v.o.(pim 10 + cbc 1; pim 10 + cbc 5 e pim 10 + cbc 10), nenhuma
alteração significativa foi observada (449,21 ± 31,85; 476,30 ± 31,26; 406,61 ± 38,25
fmol/mg de proteína, respectivamente) (Figura 28).
A pimozida na dose de 10 mg/kg não mostrou alteração no número de
receptores M1+M2-símile enquanto na dose de 20 mg/kg, mostrou uma tendência
em aumentar (20%) esses receptores muscarínicos (493,50 ± 26,85 fmol/mg de
proteína) (Figura 26).
100
FIGURA 25- Efeitos da atropina (atr) e mazindol (maz), em diferentes doses, sobre
os receptores colinérgicos (M1+M2-símile) em corpo estriado de ratos.
Os experimentos foram executados como descrito na Tabela 1. Os valores em fmol/mg de
proteína estão representados como média ± EPM do número de animais em parênteses.
Para análise estatística foi utilizado Análise de Variância (ANOVA) e teste de Student-
Newman-Keuls como teste post hoc. * = p< 0,05 quando comparado ao controle.
0
200
400
600
800
Densidade de M1+M2-símile
(fmoles/mg de proteína)
controle
atr 1
atr 5
atr 10
maz 5
maz 10
maz 20
*
*
*
*
*
101
FIGURA 26- Efeitos do carbacol (cbc) e pimozida (pim), em diferentes doses, sobre
os receptores colinérgicos (M1+M2-símile) em corpo estriado de
ratos.
Os experimentos foram executados como descrito na Tabela 1. Os valores em fmol/mg de
proteína estão representados como média ± EPM do número de animais em parênteses.
Para análise estatística foi utilizado Análise de Variância (ANOVA) e teste de Student-
Newman-Keuls como teste post hoc.
0
200
400
600
Densidade de M1+M2-símile
(fmoles/mg de proteína)
controle
cbc 1
cbc 5
cbc 10
pim 10
pim 20
102
FIGURA 27- Efeitos da associação do antagonista muscarínico (atr) e do agonista
dopaminérgico (maz) sobre os receptores colinérgicos (M1+M2-símile)
em corpo estriado de ratos.
Os experimentos foram executados como descrito na Tabela 1. Os valores em fmol/mg de
proteína estão representados como média ± EPM do número de animais em parênteses.
Para análise estatística foi utilizado Análise de Variância (ANOVA) e teste de Student-
Newman-Keuls como teste post hoc. * = p< 0,05 quando comparado ao controle.
0
200
400
600
Densidade de M1+M2-símile
(fmoles/mg de proteína)
controle
atr 1+maz 5
atr 5+maz 10
atr 10+maz 20
*
*
*
103
FIGURA 28- Efeitos da associação do agonista muscarínico (cbc) e do antagonista
dopaminérgico (pim) sobre os receptores colinérgicos (M1+M2-símile)
em corpo estriado de ratos.
Os experimentos foram executados como descrito na Tabela 1. Os valores em fmol/mg de
proteína estão representados como média ± EPM do número de animais em parênteses.
Para análise estatística foi utilizado Análise de Variância (ANOVA) e teste de Student-
Newman-Keuls como teste post hoc.
0
200
400
600
Densidade de M1+M2-símile
(fmoles/mg de proteína)
controle
pim 10+cbc 1
pim 10+cbc 5
pim 10+cbc 10
104
4.2- PROTOCOLO II: TRATAMENTO AGUDO
4.2.1- Efeitos dos sistemas colinérgico e dopaminérgico na resposta cataléptica em
rato.
A Tabela 8 mostra os efeitos de agonistas colinérgicos na resposta
cataléptica induzida por antagonistas dopaminérgicos. O carbacol 1, 5 e 10 mg/kg,
v.o. (0,93 ± 0,23; 2,75 ± 0,76; 7,39 ± 1,91, respectivamente) e a pilocarpina 1, 5 e 10
mg/kg, i.p.(2,86 ± 0,74; 2,13 ± 0,23; 2,33 ± 0,55, respectivamente) não induziram
catalepsia quando comparados ao controle (1,83 ± 0,26). Essas mesmas drogas
também não alteraram a resposta cataléptica induzida pelo agente cataleptogênico
pimozida 20 mg/kg, v.o.(129,75 ±11,99), exceto a pilocarpina 5 mg/kg/ i.p. que
reverteu parcialmente esse efeito (83,50 ± 13,44). A resposta cataléptica induzida
pelo agente cataleptogênico SCH 23390 0,3 mg/kg, i.p. (117,00 ± 13,44) foi inibida
de maneira significativa pelo carbacol 1, 5 e 10 mg/kg, v.o. (26,86 ± 5,22; 19,17 ±
3,81; 23,50 ± 2,,57, respectivamente) e quase que completamente pela pilocarpina
1, 5 e 10 mg/kg, i.p.(4,50 ± 1,00; 4,57 ± 1,13; 2,13 ± 0,61, respectivamente). O efeito
significativo da pilocarpina na resposta cataléptica induzida pela pimozida ou SCH
23390 foi demonstrado na Figura 29 e 30, respectivamente.
105
TABELA 8- Efeitos de agonistas colinérgicos na catalepsia induzida por pimozida ou
SCH 23390 em rato.
GRUPO
RESP
SALINA
(10 ml/kg,v.o.)
OSTA CATALÉPTICA (s)
PIMOZIDA
(20mg/kg,v.o.)
SCH 23390
(0,3mg/kg,i.p.)
Controle
1,83 ± 0,26 (41) 129,75 ± 11,99 (06)* 117,00 ± 13,44 (07)*
Carbacol 1
0,93 ± 0,23 (15)
P,S
114,36 ± 8,35 (14)*
,
c
1
26,86 ± 5,22 (07)*
,S,
c
1
Carbacol 5
2,75 ± 0,76 (16)
P,S
115,79 ± 9,87 (14)*
,
c
5
19,17 ± 3,81 (06)*
,S,
c
5
Carbacol 10
7,39 ± 1,91 (31)
P,S
109,25 ± 9,79 (12)*
,
c
10
23,50 ± 2,57 (06)*
,S,
c
10
Pilocarpina 1
2,86 ± 0,74 (07)
P,S
111,00 ± 14,72 (06)*
,
pl
1
4,50 ± 1,00 (08)
S
Pilocarpina 5
2,13 ± 0,23 (08)
P,S
83,50 ± 13,44 (06)*
,P, pl
5
4,57 ± 1,13 (07)
S
Pilocarpina 10
2,33 ± 0,55 (09)
P,S
126,33 ± 14,66 (06)*
, pl
10
2,13 ± 0,61 (08)
S
Ratos Wistar (180-200g) foram tratados com a droga teste 30 min antes de receberem o
agente cataleptogênico. A resposta cataléptica foi observada 60 ou 30 min após a
administração dos agentes cataleptogênicos pimozida 20 mg/kg, v.o. e SCH 23390, 0,3 mg/kg,
i.p., respectivamente. Os valores estão representados como média ± EPM do número de
animais em parênteses. Para análise estatística foi utilizado Análise de Variância (ANOVA) e
teste de Student-Newman-Keuls como teste post hoc. *, P, S, c
1
, c
5
,c
10
, pl
1
, pl
5
, pl
10
= p< 0,05
quando comparado ao controle, pimozida, SCH 23390, carbacol 1, 5 e 10 e pilocarpina 1, 5 e
10, respectivamente.
106
FIGURA 29- Efeitos da pilocarpina (pilo) na catalepsia induzida por pimozida em
rato.
Os animais (6 por grupo) foram tratados com pilocarpina 1, 5 e 10 mg/kg, i.p. A resposta
cataléptica foi observada 60 min após a administração de pimozida 20 mg/kg, v.o. Para
análise estatística foi utilizado Análise de Variância (ANOVA) e teste de Student-Newman-
Keuls como teste post hoc. *, P, pl
1
, pl
5
, pl
10
= p< 0,05 quando comparado ao controle,
pimozida 20mg/kg e pilocarpina 1, 5 e 10 mg/kg, respectivamente.
0
30
60
90
120
150
Tempo na barra (s)
Controle
pim 20
pilo 1
pilo 5
pilo 10
pilo 1+pim 20
pilo 5+pim 20
pilo 10+pim 20
*
P
P
P
*,pl
1
*,pl
10
*,P,pl
5
107
FIGURA 30- Efeitos da pilocarpina (pilo) na catalepsia induzida por SCH 23390 em
rato.
Os animais (6 por grupo) foram tratados com pilocarpina 1, 5 e 10 mg/kg, i.p.. A resposta
cataléptica foi observada 30 min após a administração de SCH 23390 0,3 mg/kg, i.p. Para
análise estatística foi utilizado Análise de Variância (ANOVA) e teste de Student-Newman-
Keuls como teste post hoc. *, S, pl
1
, pl
5
, pl
10
= p< 0,05 quando comparado ao controle, SCH
23390 e pilocarpina 1, 5 e 10 mg/kg, respectivamente.
0
30
60
90
120
150
Tempo na barra (s)
Controle
SCH 23390
pilo 1
pilo 5
pilo 10
pilo 1+SCH
pilo 5+SCH
pilo 10+SCH
S
S
S
S
S
S
*
108
O efeito de antagonistas colinérgicos na catalepsia induzida por antagonistas
colinérgicos, foi demonstrado na Tabela 9. A atropina 1, 5 e 10 mg/kg, v.o. (1,46 ±
0,27; 0,60 ± 0,16; 0,91 ± 0,39, respectivamente) e a pirenzepina 1, 5 e 10 mg/kg, v.o.
(2,00 ± 0,33; 3,13 ± 1,06; 2,00 ± 0,50, respectivamente) não causaram catalepsia
quando comparado com o controle (1,83 ± 0,26). Quando associado à pimozida 20
mg/kg, v.o (129,75 ± 11,99) tanto a atropina 1, 5 e 10 mg/kg, v.o. (21,17 ± 3,38;
27,00 ± 3,55; 19,50 ± 4,17, respectivamente)como a pirenzepina 1, 5 e 10 mg/kg,
v.o. (84,00 ± 10,35; 32,13 ± 6,37; 23,13 ± 4,99, respectivamente) conseguiram
reverter parcialmente a catalepsia induzida por esse agente cataleptogênico. Em
relação a catalepsia induzida pelo SCH 23390 0,3 mg/kg i.p. (117,00 ± 13,44) tanto a
atropina 1, 5 e 10 mg/kg, v.o. quanto a pirenzepina 1, 5 e 10 mg/kg, v.o. inibiram o
efeito do SCH 23390 na resposta cataléptica de maneira significativa (10,14 ± 1,68;
6,00 ± 1,84; 6,14 ± 1,50; 30,43 ± 4,12; 22,33 ± 3,68; 2,83 ± 1,45, respectivamente).
O efeito significativo da pirenzepina, na resposta cataléptica induzida pela pimozida
ou SCH 23390 foi demonstrado na Figura 31 e 32, respectivamente.
109
TABELA 9- Efeitos de antagonistas colinérgicos na catalepsia induzida por pimozida
ou SCH 23390 em rato.
GRUPO
RESP
SALINA
(10 ml/kg,v.o.)
OSTA CATALÉPTICA (s)
PIMOZIDA
(20mg/kg,v.o.)
SCH 23390
(0,3mg/kg,i.p.)
Controle
1,83 ± 0,26 (41) 129,75 ± 11,99 (06)* 117,00 ± 13,44 (07)*
A
tropina 1
1,46 ± 0,27 (26)
P,S
21,17 ± 3,38 (06)*
,P,
a
1
10,14 ± 1,68 (07)
S
A
tropina 5
0,60 ± 0,16 (10)
P,S
27,00 ± 3,55 (07)*
,P,
a
5
6,00 ± 1,84 (07)
S
Atropina10
0,91 ± 0,39 (11)
P,S
19,50 ± 4,17 (06) *
,P,
a
10
6,14 ± 1,50 (07)
S
Pirenzepina 1
2,00 ± 0,33 (08)
P,S
84,00 ± 10,35 (08)*
,P,
pz
1
30,43 ± 4,12 (07)*
S
Pirenzepina 5
3,13 ± 1,06 (08)
P,S
32,13 ± 6,37 (08)*
,P,
pz
5
22,33 ± 3,68 (06)*
,S
Pirenzepina 10
2,00 ± 0,50 (09)
P,S
23,13 ± 4,99 (08)*
,P,
pz
10
2,83 ± 1,45 (06)
S
Ratos Wistar (180-200g) foram tratados com a droga teste 30 min antes de receberem o
agente cataleptogênico. A resposta cataléptica foi observada 60 ou 30 min após a
administração dos agentes cataleptogênicos pimozida 20 mg/kg, v.o. e SCH 23390,0,3
mg/kg, i.p., respectivamente. Os valores estão representados como média ± EPM do número
de animais em parênteses. Para análise estatística foi utilizado Análise de Variância
(ANOVA) e teste de Student-Newman-Keuls como teste post hoc. *, P, S, a
1
, a
5
, a
10
, pz
1
, pz
5
,
pz
10
= p< 0,05 quando comparado ao controle, pimozida, SCH 23390, atropina 1, 5 e 10 e
pirenzepina 1, 5 e 10, respectivamente.
110
FIGURA 31- Efeitos da pirenzepina (pz) na catalepsia induzida por pimozida em
rato.
Os animais (6 por grupo) foram tratados com pirenzepina 1, 5 e 10 mg/kg, i.p.. A resposta
cataléptica foi observada 60 min após a administração de pimozida 20 mg/kg, v.o. Para
análise estatística foi utilizado Análise de Variância (ANOVA) e teste de Student-Newman-
Keuls como teste post hoc. *, P, pz
1
, pz
5
, pz
10
= p< 0,05 quando comparado ao controle,
pimozida 20mg/kg e pirenzepina 1, 5 e 10 mg/kg, respectivamente.
P P
0
30
60
90
120
150
Tempo na barra(s)
Controle
pim 20
pz 1
pz 5
pz 10
pz 1+ pim 20
pz 5 + pim 20
pz 10 + pim 20
*
*,pz
1
*,pz
10
*,pz
5
P
P
P
111
FIGURA 32- Efeitos da pirenzepina (pz) na catalepsia induzida por SCH 23390 em
rato.
Os animais (6 por grupo) foram tratados com pirenzepina 1, 5 e 10 mg/kg, i.p.. A resposta
cataléptica foi observada 30 min após a administração de SCH 23390 0,3 mg/kg, i.p. Para
análise estatística foi utilizado Análise de Variância (ANOVA) e teste de Student-Newman-
Keuls como teste post hoc. *, S = p< 0,05 quando comparado ao controle e SCH 23390,
respectivamente.
0
30
60
90
120
150
Tempo na barra (s)
Controle
SCH 23390
pz 1
pz 5
pz 10
pz 1 + SCH
pz 5 + SCH
pz 10 + SCH
*
S
SS
*,S
*,S
S
112
A resposta da apomorfina, clozapina e mazindol na catalepsia induzida por
um agonista colinérgico (pilocarpina 80 mg/kg, i.p.) está indicado na Tabela 10.
Essas drogas, sozinhas, não induziram catalepsia (apomorfina 1, 5 e 10 mg/kg, i.p.,
(5,86 ± 2,41; 1,75 ± 0,83; 0,50 ± 0,26); clozapina 1, 5 e 10 mg/kg, v.o.(1,25 ± 0,36;
2,57 ± 0,78; 1,68 ± 0,49); mazindol 5, 10 e 20 mg/kg, v.o.(1,43 ± 0,52; 0,75 ± 0,31;
0,62 ± 0,26) quando comparadas ao controle (1,83 ± 0,26). Entretanto, o pré-
tratamento com apomorfina 1 mg/kg, i.p. bloqueou a catalepsia (13,75 ± 3,68)
induzida pela pilocarpina 80 mg/kg, i.p. (110,90 ± 11,31). As outras doses de
apomorfina não inibiram a resposta cataléptica causada pelo agente
cataleptogênico. A clozapina, um neuroléptico atípico, nas doses de 1, 5 e 10 mg/kg,
i.p. (99,50 ± 24,91; 116,60 ± 20,72; 100,00 ± 14,81, respectivamente) não inibiram a
catalepsia induzida pela pilocarpina. As maiores doses do mazindol (10 e 20 mg/kg,
v.o.) bloquearam esse efeito (4,83 ± 1,55; 8,71 ± 2,49, respectivamente) causado
pela pilocarpina. O efeito significativo do mazindol, na resposta cataléptica induzida
pela pilocarpina foi mostrado na Figura 33.
113
TABELA 10- Efeitos de drogas dopaminérgicas na catalepsia induzida por
pilocarpina em rato.
GRUPO
RESPOSTA
SALINA
(10 ml/kg,v.o.)
CATALÉPTICA (s)
PILOCARPINA
(80mg/kg,i.p.)
Controle
1,83 ± 0,26 (41) 110,90 ± 11,31 (10)*
A
pomorfina1
5,86 ± 2,41 (07)
pl
13,75 ± 3,68 (08)
pl
A
pomorfina 5
1,75 ± 0,83 (08)
pl
116,25 ± 10,91 (08)*
,
a
5
Apomorfina 10
0,50 ± 0,26 (08)
pl
111,13 ± 6,71 (08)*
,
a
10
Clozapina 1
1,25 ± 0,36 (08)
pl
99,50 ± 24,91 (04)*
, cl
1
Clozapina 5
2,57 ± 0,78 (07)
pl
116,60 ± 20,72 (05)*
, cl
5
Clozapina 10
1,68 ± 0,49 (06)
pl
100,00 ± 14,81 (08)*
, cl
10
Mazindol 5
1,43 ± 0,52 (07)
pl
137,83 ± 6,03 (06)*
, pl, m
5
Mazindol 10
0,75 ± 0,31 (08)
pl
4,83 ± 1,55 (06)
pl
Mazindol 20
0,62 ± 0,26 (08)
pl
8,71 ± 2,49 (07)
pl
Ratos Wistar (180-200g) foram tratados com a droga teste 30 min antes de receberem o
agente cataleptogênico. A resposta cataléptica foi observada 30 min após a administração
da pilocarpina 80 mg/kg, i.p. Os valores estão representados como média ± EPM do
número de animais em parênteses. Para análise estatística foi utilizado Análise de
Variância (ANOVA) e teste de Student-Newman-Keuls como teste post hoc.*, pl, a
5
, a
10
, cl
1
,
cl
5
, cl
10
, m
5
= p< 0,05 quando comparado ao controle, pilocarpina, apomorfina 5 e 10,
clozapina 1, 5 e 10 e mazindol 5,.respectivamente.
114
FIGURA 33- Efeitos do mazindol (maz) na catalepsia induzida por pilocarpina em
rato.
Os animais (6 por grupo) foram tratados com mazindol 5, 10 e 20 mg/kg, v.o. A resposta
cataléptica foi observada 30 min após a administração de pilo 80 mg/kg, i.p. Para análise
estatística foi utilizado Análise de Variância (ANOVA) e teste de Student-Newman-Keuls
como teste post hoc. *, m
5
, pl = p< 0,05 quando comparado ao controle, mazindol 5 mg/kg
e pilocarpina 80mg/kg, respectivamente.
0
40
80
120
160
Tempo na barra (s)
Controle
pilo 80
maz 5
maz 10
maz 20
maz 5+pilo 80
maz 10+pilo 80
maz 20+ pilo 80
*
P P
*, P, m
5
P
P
P
115
4.2.2- Efeitos dos sistemas colinérgico e dopaminérgico na atividade locomotora em
rato.
A Tabela 11 mostra os efeitos de agonistas colinérgicos sozinhos ou
associados a antagonistas dopaminérgicos na atividade locomotora. O carbacol 5 e
10 mg/kg, v.o., sozinho, mostrou uma diminuição progressiva na atividade
locomotora (3,59 ± 0,69; 2,84 ± 0,43, respectivamente) e a pilocarpina nas doses de
1, 5 e 10 mg/kg, i.p. (13,88 ± 1,89; 9,75 ± 1,75; 7,33 ± 1,13, respectivamente) não
alterou este efeito quando comparado ao controle (9,86 ± 0,81). Quando associado
aos agentes cataleptogênicos pimozida 20 mg/kg, v.o. e SCH 23390 0,3 mg/kg, i.p.,
o efeito comportamental da dose mais baixa do carbacol (1 mg/kg, v.o.) foi
bloqueado (0,00 ± 0,00; 0,29 ± 0,18, respectivamente) quando comparado ao
controle ((9,86 ± 0,81) e ao carbacol 1 mg/kg, v.o.(12,88 ± 0,98). Estes antagonistas
dopaminérgicos diminuíram mais ainda o efeito do carbacol 5 mg/kg, v.o. (0,00 ±
0,00; 0,00 ± 0,00, respectivamente) e do carbacol 10 mg/kg, v.o. (0,57 ± 0,36; 0,00 ±
0,00) quando comparado ao controle. A pimozida 20 mg/kg, v.o. bloqueou,
completamente, a resposta locomotora do pilocarpina 1, 5 e 10 mg/kg, i.p. (0,00 ±
0,00; 0,00 ± 0,00; 0,00 ± 0,00, respectivamente) e o SCH 23390 diminuiu
significativamente este efeito (3,38 ± 0,94; 2,75 ± 0,56; 3,88 ± 0,55,
respectivamente).
116
TABELA 11- Efeitos de agonistas colinérgicos, sozinhos ou associados, a
antagonistas dopaminérgicos na atividade locomotora de rato.
GRUPO
ATIVIDADE
SALINA
(10 ml/kg,v.o.)
LOCOMOTORA (Traves
PIMOZIDA
(20mg/kg,v.o.)
sia/min)
SCH 23390
(0,3mg/kg,i.p.)
Controle
9,86 ± 0,81 (49) 0,00 ± 0,00 (09)* 0,50 ± 0,27 (08)*
Carbacol 1
12,88 ± 0,98 (24)
P,S
0,00 ± 0,00 (08)*
,
c
1
0,29 ± 0,18 (07)*
,
c
1
Carbacol 5
3,59 ± 0,69 (27)* 0,00 ± 0,00 (08)* 0,00 ± 0,00 (06)*
Carbacol 10
2,84 ± 0,43 (57)* 0,57 ± 0,36 (07)*
0,00 ± 0,00 (06)*
Pilocarpina 1
13,88 ± 1,89 (08)
P,S
0,00 ± 0,00 (07)*
,
pl
1
3,38 ± 0,94 (08)*
,
pl
1
Pilocarpina 5
9,75 ± 1,75 (08)
P,S
0,00 ± 0,00 (06)*
, pl
5
2,75 ± 0,56 (08)*
,
pl
5
Pilocarpina 10
7,33 ± 1,13 (09)
P,S
0,00 ± 0,00 (06)*
, pl
10
3,88 ± 0,55 (08)*
Ratos Wistar (180-200g) foram tratados com a droga teste 30 min antes de receberem o
agente cataleptogênico. A atividade locomotora foi observada 60 ou 30 min após a
administração dos agentes cataleptogênicos pimozida20 mg/kg, v.o. e SCH 23390, 0,3
mg/kg, i.p., respectivamente. Os valores estão representados como média ± EPM do número
de animais em parênteses. Para análise estatística foi utilizado Análise de Variância
(ANOVA) e teste de Student-Newman-Keuls como teste post hoc. *, P, S, c
1
, pl
1
, pl
5
,pl
10
= p<
0,05 quando comparado ao controle, pimozida, SCH 23390, carbacol 1 e pilocarpina 1, 5 e
10, respectivamente.
117
Os efeitos de antagonistas colinérgicos sozinhos ou associados com
antagonistas dopaminérgicos na atividade locomotora, foi demonstrado na Tabela
12. A atropina 1, 5 e 10 mg/kg, v.o. (10,03 ± 0,82; 11,14 ± 0,77; 9,86 ± 1,22,
respectivamente) e a pirenzepina 1, 5 e 10 mg/kg, v.o. (11,00 ± 1,44; 14,75 ± 2,31;
13,67 ± 1,78, respectivamente) não alteraram a atividade locomotora quando
comparado ao controle (9,86 ± 0,81), O pimozida 20 mg/kg, v.o., reverteu
parcialmente a resposta locomotora dos animais que receberam atropina, em todas
as doses (3,86 ± 1,71; 2,63 ± 0,59; 3,25 ± 0,88, respectivamente) e o agente
cataleptogênico SCH 23390 0,3 mg/kg, i.p. inibiu este efeito (0,71 ± 0,57; 0,29 ±
0,18; 0,43 ± 0,43, respectivamente). Os animais que receberam pirenzepina 1, 5 e
10 mg/kg, v.o. tiveram o efeito revertido parcialmente (2,63 ± 1,31; 1,25 ± 0,62; 3,75
± 0,82, respectivamente) pelo SCH 23390 e bloqueado pela pimozida (1,00 ± 0,63;
0,00 ± 0,00; 0,00 ± 0,00, respectivamente).
118
TABELA 12- Efeitos de antagonistas colinérgicos, sozinhos ou associados, a
antagonistas dopaminérgicos na atividade locomotora de rato.
GRUPO
ATIVIDADE
SALINA
(10 ml/kg,v.o.)
LOCOMOTORA (Traves
PIMOZIDA
(20mg/kg,v.o.)
sia/min)
SCH 23390
(0,3mg/kg,i.p.)
Controle
9,86 ± 0,81 (49) 0,00 ± 0,00 (09)* 0,50 ± 0,27 (08)*
A
tropina 1
10,03 ± 0,82 (31)
P,S
3,86 ± 1,71 (07)*
, a
1
0,71 ± 0,57 (07)*
, a
1
Atropina 5
11,14 ± 0,77 (22)
P,S
2,63 ± 0,59 (08)*
, a
5
0,29 ± 0,18 (07)*
, a
5
A
tropina 10
9,86 ± 1,22 (21)
P,S
3,25 ± 0,88 (08)*
,
a
10
0,43 ± 0,43 (07)*
,
a
10
Pirenzepina 1
11,00 ± 1,44 (08)
P,S
1,00 ± 0,63 (08)*
,
pz
1
2,63 ± 1,31 (08)*
,
pz
1
Pirenzepina 5
14,75 ± 2,31 (08)
P,S
0,00 ± 0,00 (08)*
,
pz
5
1,25 ± 0,62 (08)*
,
pz
5
Pirenzepina 10
13,67 ± 1,78 (09)
P,S
0,00 ± 0,00 (08)*
, pz
10
3,75 ± 0,82 (08)*
, pz
10
Ratos Wistar (180-200g) foram tratados com a droga teste 30 min antes de receberem o
agente cataleptogênico. A atividade locomotora foi observada 60 ou 30 min após a
administração dos agentes cataleptogênicos pimozida 20 mg/kg, v.o. e SCH 23390, 0,3
mg/kg, i.p., respectivamente. Os valores estão representados como média ± EPM do número
de animais em parênteses. Para análise estatística foi utilizado Análise de Variância
(ANOVA) e teste de Student-Newman-Keuls como teste post hoc. *, P, S, a
1
, a
5
, a
10
, pz
1
, pz
5
,
pz
10
= p< 0,05 quando comparado ao controle, pimozida, SCH 23390, atropina 1, 5 e 10 e
pirenzepina 1, 5 e 10, respectivamente.
119
Os efeitos da apomorfina, clozapina e mazindol na atividade locomotora,
sozinhos ou associados com a pilocarpina (80 mg/kg, i.p.), estão demonstrados na
Tabela 13. A apomorfina 1, 5 e 10 mg/kg, i.p., sozinha, diminui significativamente a
atividade locomotora (2,86 ± 0,73; 3,43 ± 1,32; 1,12 ± 0,63, respectivamente) quando
comparado ao controle (9,86 ± 0,81). Quando a apomorfina foi associada ao agente
cataleptogênico pilocarpina este efeito foi potencializado ( 0,78 ± 0,43; 0,12 ± 0,12;
0,00 ± 0,00, respectivamente).
A clozapina (5 e 10 mg/kg, v.o.), um neuroléptico atípico, sozinho, mostrou
uma diminuição progressiva na atividade locomotora (2,87 ± 0,71; 1,50 ± 0,77,
respectivamente), quando comparado ao controle (9,86 ± 0,81). A clozapina na dose
mais baixa (1mg/kg) e o mazindol (5, 10 e 20 mg/kg, v.o.) não alteraram este efeito,
em comparação ao controle. O efeito comportamental das doses mais baixas do
mazindol (5 mg/kg) e da clozapina (1mg/kg), foi revertido pela pilocarpina, que inibiu
a atividade locomotora produzida pelo este drogas (1,87 ± 0,69; 0,22 ± 0,14,
respectivamente). O efeito da clozapina 5 e 10 mg/kg, v.o. foi potencializado pela
pilocarpina 80 mg/kg, i.p. (0,43 ± 0,43; 0,12 ± 0,12, respectivamente). As doses mais
elevadas do mazindol (10 e 20 mg/kg, v.o.), associados a pilocarpina 80 mg/kg, i.p.,
não alteraram o efeito motor (10,86 ± 1,40; 9,33 ± 2,67, respectivamente) quando
comparado ao controle (Tabela 13).
120
TABELA 13- Efeitos de agonistas dopaminérgicos, sozinhos ou associados, a um
agonista colinérgico na atividade locomotora de rato.
GRUPO
ATIVIDADE
SALINA
(10 ml/kg,v.o.)
LOCOMOTORA (Travessia/min)
PILOCARPINA
(80mg/kg,i.p.)
Controle
9,86 ± 0,81 (49) 0,42 ± 0,33 (12)*
A
pomorfina1
2,86 ± 0,73 (07)* 0,78 ± 0,43(09)*
A
pomorfina 5
3,43 ± 1,32 (07)* 0,12 ± 0,12 (08)*
Apomorfina 10
1,12 ± 0,63 (08)* 0,00 ± 0,00 (08)*
Clozapina 1
9,12 ± 1,09 (08)
pl
0,22 ± 0,14 (09)*
, cl
1
Clozapina 5
2,87 ± 0,71 (08)* 0,43 ± 0,43 (07)*
Clozapina 10
1,50 ± 0,77 (08)* 0,12 ± 0,12 (08)*
Mazindol 5
9,25 ± 1,09 (08)
pl
1,87 ± 0,69 (08)*
Mazindol 10
9,37 ± 0,82 (08)
pl
10,86 ± 1,40 (07)
pl
Mazindol 20
8,50 ± 2,19 (08)
pl
9,33 ± 2,67(06)
pl
Ratos Wistar (180-200 g) foram tratados com a droga teste 30 min antes de receberem o
agente cataleptogênico. A atividade locomotora foi observada 30 min após a administração
da pilocarpina 80 mg/kg, i.p. Os valores estão representados como média ± EPM do
número de animais em parênteses. Para análise estatística foi utilizado Análise de
Variância (ANOVA) e teste de Student-Newman-Keuls como teste post hoc. *, pl, cl
1
= p<
0,05 quando comparado ao controle, pilocarpina e clozapina 1 mg/kg, respectivamente.
121
DISCUSSÃO
122
5- DISCUSSÃO
5.1- PROTOCOLO I: TRATAMENTO CRÔNICO
5.1.1- Efeitos da interação dopaminérgica e colinérgica no comportamento (campo
aberto e catalepsia) em rato.
A administração crônica de estimulantes psicomotores que atuam como
agonistas dopaminérgicos indiretos resulta em numerosas alterações
comportamentais, incluindo uma sensibilidade aumentada, ou sensibilização
comportamental (KALIVAS & STEWART, 1991; ROBINSON & BECKER, 1991).
A sensibilização comportamental em animais se assemelha à psicose
induzida por psicoestimulantes em humanos e tem merecido especial atenção como
modelo animal de esquizofrenia (POST & CONTEL, 1983; ROBINSON & BECKER,
1986). Embora seja conhecido que a sensibilização comportamental induzida por
psicoestimulantes esteja relacionada com o aumento da disponibilidade de
dopamina, várias pesquisas sugerem que os receptores dopaminérgicos D1-símile
podem desempenhar um papel crítico nesta sensibilização (HAMAMAURA et al.,
1991; STEWART & VEZINA, 1989; UJIKE et al., 1989; VEZINA & STEWART, 1989).
Existem evidências de que os receptores D1 e D2 podem interagir de um
modo sinérgico ou antagônico. Agonistas do receptor D1 e D2 não são efetivos
isoladamente, mas agem sinergisticamente estimulando a locomoção e induzindo a
estereotipia. A locomoção depende da ativação do receptor D1 (STARR & STARR,
1989) e os comportamentos estereotipados orais, tais como “lamber” e “morder”,
dependem da ativação dos receptores D2 ( ARNT et al., 1987; USHIJIMA et al.,
1988a; USHIJIMA et al., 1988b).
A catalepsia é um distúrbio motor, comumente associado com a inibição da
neurotransmissão dopaminérgica no corpo estriado, enquanto a supressão da
atividade locomotora espontânea, é pelo menos em parte, devido a transmissão
dopaminérgica no sistema límbico (AHLENIUS & HILLEGAART, 1986).
123
No teste do campo aberto foi observado que os animais tratados com
pimozida, 1, 5 e 10 mg/kg, praticamente não se locomoveram, permanecendo
imóveis, o que foi confirmado no teste da catalepsia, quando todas as doses
mostraram um aumento no tempo de permanência na barra, sendo que, nas doses
de 5 e 10 mg/kg esse período de imobilidade foi superior a 100 s. Os animais que
receberam carbacol, apresentaram um aumento no tempo de permanência na barra
e uma diminuição da atividade locomotora (cbc 10 mg/kg) quando comparado aos
controles.
Nossos resultados demonstram também que a catalepsia induzida pela
pimozida não foi alterada após a associação com o carbacol, com exceção da
associação da maior dose do carbacol (10 mg/kg) com a menor dose da pimozida (1
mg/kg), quando houve uma diminuição do tempo de permanência na barra quando
comparado ao pimozida 1 mg/kg, sozinho. Quando associado a atropina (que
sozinha não causou nenhuma mudança na atividade motora e na catalepsia) a
pimozida reverteu parcialmente o efeito da atropina na atividade locomotora e na
resposta cataléptica. Estas observações sugerem que a ação cataleptogênica é
mediada por um mecanismo dopaminérgico, provavelmente envolvendo os
receptores D2, mas que é altamente susceptível à interações com o sistema
colinérgico.
Várias evidências sugerem que anticolinérgicos podem produzir
hiperatividade através de interações diretas ou indiretas com o sistema
dopaminérgico. A alfametiltirosina inibiu a hiperatividade produzida por
anticolinérgicos tais como escopolamina, benzotropina e atropina (THORNBURG &
MOORE, 1973). Similarmente, o comportamento rotatório produzido por
escopolamina em ratos com lesão unilateral provocada por 6-hidroxi-dopamina, foi
abolido por alfametiltirosina (PYCOCK et al., 1978).
Trabalhos também mostram que a administração de mazindol e cocaína
resultam numa sensibilização comportamental evidenciada pelo aumento da
atividade locomotora. Esta sensibilização aumentada parece ser semelhante àquela
induzida por outros psicoestimulantes (ROBINSON & BECKER, 1991). Como o
efeito anorexígeno do mazindol é primariamente, embora não exclusivamente,
124
devido a uma inibição da recaptação de dopamina (JAVITCH et al., 1984; POGUN et
al., 1991), é provável que a sensibilização locomotora induzida por esta droga
também seja devido à ação da dopamina nos terminais dopaminérgicos.
Gogerty et al., (1975) relataram que os efeitos do mazindol eram 3 a 4 vezes
menos intensos do que aquelas produzidos pela d-anfetamina. Zambotti et al., 1976
demonstraram que a metanfetamina 5 mg/kg aumentava a atividade motora.
Posteriormente Mattei & Carlini (1995) também observaram que a metanfetamina
numa dose menor (2,5 mg/kg) também aumentava a atividade locomotora
semelhante ao mazindol e que o mazindol era 4 vezes menos potente do que a
metanfetamina nos seus efeitos sobre a atividade motora e movimentos
estereotipados. Estes efeitos produzidos por ambas as drogas podem ser descritos
como causados por um mecanismo similar, ou seja, uma aumentada liberação de
catecolaminas e uma inibição de sua captação pelos terminais nervosos (SEIDEN et
al., 1993; HEIKKILA et al., 1981; ROSS, 1979).
Sousa et al., (1999) demonstraram que o mazindol aumentou a atividade
locomotora em ratos, sugerindo que este efeito estimulante do mazindol pode ser
mediado por ativação dos receptores D2, pois com a presença de antagonistas D2,
como a pimozida e sulpirida, os efeitos do mazindol foram atenuados
significativamente, indicando que a ativão destes receptores é necessária para
que ocorra a resposta comportamental.
No presente trabalho os efeitos do mazindol (nas doses mais altas) sobre
atividade locomotora confirma esses dados da literatura, pois ocorre um aumento da
resposta motora. Observa-se também que os efeito do mazindol foram atenuados
pela atropina, indicando que, alguma influência do sistema colinérgico também pode
ocorrer como o bloqueio dos receptores pós-sinápticos da acetilcolina provocado
pela atropina.
Na verdade, o comportamento é uma atividade de organismos vivos e não um
transmissor passivo de efeitos de drogas. Assim, os efeitos das drogas sobre o
comportamento dos animais, sofrem influências de características peculiares de
cada droga, de sua interação com seus receptores específicos e sistemas efetores,
125
de sua interação com vários sistemas, bem como do comportamento do animal
anterior à administração da droga (SOUSA, 1997).
5.1.2- Efeitos da interação dopamina-acetilcolina sobre os receptores muscarínicos e
dopaminérgico em corpo estriado em rato.
Embora a interação entre dopamina e acetilcolina seja claramente importante
para a função normal do corpo estriado, os mecanismos envolvidos com esta
interação não são bem definidos (SOUSA, 1997).
Dados da literatura mostraram que a anfetamina aumenta a concentração de
dopamina e acetilcolina extracelular no corpo estriado. Este efeito é bloqueado pelo
SCH 23390 ou pela depleção dos estoques de dopamina (CONSOLO et al., 1992).
Estes mesmos autores observaram que o raclopride, um antagonista D2
seletivo, do mesmo modo aumentou a liberação de acetilcolina no corpo estriado e
este efeito foi bloqueado pelo antagonista D1-seletivo, SCH 23390, sugerindo que os
neurolépticos aumentam a liberação de acetilcolina através de um duplo mecanismo
(DAMSMA et al., 1991).
Até onde se sabe existe pouca informação a cerca da interação dopamina-
acetilcolina após o tratamento com drogas colinérgicas. Cubeddu et al. (1991) e
Raiteri et al. (1990) demonstraram que o carbacol, um agonista de receptores
muscarínicos, aumenta a liberação de dopamina no córtex pré-frontal e no corpo
estriado, sendo que uma maior facilitação da liberação de dopamina foi visto nos
terminais dopaminérgicos do córtex pré-frontal. Em ambas as regiões cerebrais a
atropina bloqueou o aumento da liberação de dopamina induzida pelo carbacol.
Posteriormente foi demonstrado que esse aumento da liberação de dopamina
promovido pelo carbacol poderia ter sido mediado via ativação da PKC (proteína
cinase C), sugerindo que a facilitação da transmissão dopaminérgica induzida pelo
carbacol poderia ocorrer através da estimulação da proteína cinase C (CUBEDDU et
al., 1991).
126
Hoffman e colaboradores (1996) mostraram que os efeitos dos agonistas
muscarínicos sobre a liberação de dopamina e acetilcolina eram dependentes do
subtipo de receptor ativado. Assim eles demonstraram que o receptor muscarínico
M2 inibe a liberação de dopamina, enquanto que a estimulação do receptor M1
facilita a liberação de dopamina em corpo estriado.
O aumento dos receptores D1-símile provocado pelo carbacol 1 e 5 mg/kg, no
presente trabalho sugere uma influência muscarínica na regulação dopaminérgica a
nível estriatal. De fato Hoffman et al., (1996) também demonstraram que o carbacol
aumentou a liberação de dopamina em córtex pré-frontal e corpo estriado e que este
efeito foi bloqueado pela atropina. Nossos dados mostram que o carbacol, nas
menores doses, aumentou os receptores D1-símile e não provocou alteração na
densidade dos receptores D2-símile com nenhuma dose utilizada, sugerindo o
envolvimento desta droga com os receptores D1-símile. De fato, na presença da
pimozida, comprovadamente um antagonista D2, ocorreu um aumento e uma
diminuição nos receptores D1 e D2, respectivamente confirmando o envolvimento do
receptor D1.
Porceddu et al., (1986) demonstraram que o haloperidol e a sulpirida não
alteram os valores da densidade dos receptores no binding SCH 23390. Entretanto,
no presente trabalho, a pimozida diferentes de outros antagonistas D2, aumentou a
densidade de receptores D1-símile no corpo estriado. De fato, Sousa (1997),
demonstrou que a pimozida quando associada ao mazindol, um inibidor da
recaptação de dopamina, aumentou o número de receptores D1-símile,
potencializando assim os efeitos do mazindol sozinho.
A administração crônica de neurolépticos clássicos, incluindo flufenazina é
normalmente associada com um aumento na densidade ou sensibilidade de
receptores dopaminérgicos estriatais D2-símile, enquanto a administração de
clozapina, usualmente (CREESE & SNYDER, 1980), embora nem sempre
significante (SMITH & DAVIS, 1976), é reportada não causar tais efeitos.
Outros trabalham mostram que, embora as drogas neurolépticas tenham em
comum a habilidade de antagonizar os receptores dopaminérgicos, elas também se
127
ligam a outros tipos de receptores, apresentando, portanto, algumas vezes efeitos
diversificados (ANDERSEN et al., 1992). Assim, enquanto o haloperidol aumenta os
receptores dopaminérgicos D2 marcados pelo
3
H-espiroperidol, a pimozida causa
uma diminuição destes receptores (TECOTT et al., 1986).
A literatura mostra que a escopolamina, um antagonista muscarínico, potencia
a liberação de dopamina no núcleo accumbens. Provavelmente este efeito ocorre
porque a escopolamina inibe os heteroreceptores muscarínicos pré-sinápticos que
modulam a liberação de outros neurotransmissores, além da acetilcolina, tais como
a dopamina (DURKIN et al., 1983; MAJOCHA & BALDESSARINI, 1984; RAITERI et
al., 1990).
Boyson et al., (1988) mostraram que a atropina 20 mg/kg não alterou
significativamente a densidade de receptores D2, mas causou um aumento
significativo na densidade dos receptores muscarínicos em corpo estriado de rato.
Além disso, esses autores demonstraram que em concentrações micromolares e
nanomolares, a atropina interagiu com receptores dopaminérgicos e muscarínicos
respectivamente. Na presente investigação, atropina causou um aumento
significativo nos receptores D1 e uma diminuição dos receptores D2. O fato
observado da atropina em aumentar os receptores D1-símile, confirma a sua
influência nos receptores dopaminérgicos D1-símile. De fato, na presença do
mazindol, agonista dopaminérgico indireto, este efeito sobre os receptores D1
persistiu demonstrando que a atividade antagonista muscarínica pode ter induzido a
uma upregulation ocorrida nos receptores dopaminérgicos D1 no grupo tratado pela
atropina (SOUSA, 1997).
Alburges e colaboradores (1992) mostraram que o tratamento com cocaína
(15 mg/kg, i.p. 2 vezes ao dia ) promoveu um aumento dos receptores D1-símile sem
alterar o receptor D2-símile. Do mesmo modo, foi observado no presente trabalho
que o mazindol, um inibidor da recaptação de dopamina semelhante a cocaína,
causou um aumento de D1-símile, nas menores doses entretanto, diminuiu o
número de receptores D2-símile.
128
Dados na literatura referem ocorrer uma downregulation dos receptores
dopaminérgicos após o tratamento com agonistas dopaminérgicos. Entretanto, o
mazindol, um agonista indireto, causou uma upregulation dos receptores D1. É
possível que o mazindol ao aumentar os níveis de dopamina ocasionou uma
interação desta com receptores dopaminérgicos pré-sinápticos. Entretanto, os
efeitos de agonista indiretos são controversos (SOUSA et al., 1997).
A administração crônica de antagonistas muscarínicos causa uma
upregulation dos receptores muscarínicos (BEM-BARAK & DUDAI, 1980; BERSTEIN
& HAGA; 1990; HADCOK & MALBON, 1991). Vários exemplos podem ser citados;
entre eles a upregulation de receptores muscarínicos induzida pelo uso de
antidepressisvos e escopolamina que têm propriedades antimuscarínicas (BEM-
BARAK & DUDAI, 1980; MAJOCHA & BALDESSARINI, 1984).
Os dados do presente trabalho concordam com os dados da literatura, onde
foi observado que a atropina, um antagonista muscarínico não seletivo M1/M2,
causa uma upregulation dos receptores muscarínicos, confirmando o conceito de
que a densidade dos receptores neuronais é aumentada quando sua interação com
o neurotransmissor é reduzida (PORCEDDU et al., 1986). Provavelmente, a
acetilcolina liberada pré-sinapticamente não interagiu com os receptores (SOUSA,
1997). É relevante também sugerir que a dose administrada de atropina foi efetiva.
Por outro lado, sabe-se que o tratamento com agonistas muscarínicos causa
uma downregulation de receptores muscarínicos em várias regiões cerebrais
(BERSTEIN & HAGA, 1990; HADCOK & MALBON, 1991). Agonistas colinérgicos
diminuem a ligação de 3H-acetilcolina induzida por despolarização, e este fato é
atribuído à ativação de receptores muscarínicos pré-sinápticos (JAMES &
CUBEDDU, 1983). A diminuição da liberação de acetilcolina conduz a uma
diminuição na densidade destes receptores. Sousa (1997) demonstrou que o
carbacol na dose de 20 mg/kg, induziu uma downregulation de M1+M2-símile,
confirmando os dados da literatura. Entretanto, no presente trabalho, o carbacol não
alterou o número de receptores mucarínicos. É possível que a dose utilizada não
tenha sido suficiente para induzir tal alteração.
129
Há evidências de que manipulações no sistema dopaminérgico podem afetar
as funções colinérgicas. Parece que na presença de atividade dopaminérgica
aumentada ocorre uma diminuição da liberação de acetilcolina. A apomorfina, por
exemplo, um agonista dopaminérgico, aumentou os níveis estriatais de acetilcolina,
enquanto o antagonista dopaminérgico, haloperidol diminuiu o nível de acetilcolina
estriatal, consequente a um aumento na liberação de acetilcolina (SETHY &
WENGER, 1985).
No presente trabalho o mazindol, um agonista dopaminérgico indireto,
aumentou o binding de
3
H-NMS no corpo estriado, o que foi confirmado quando
ocorreu a associação com a atropina e esse aumento persistiu, mostrando a
interação entre os sistemas dopaminérgico e colinérgico e sugerindo que as drogas
de ambos os sistemas podem interagir de maneira sinérgica, como a atropina, uma
antagonista muscarínico, com o mazindol, um agonista dopaminérgico.
Algumas das discrepâncias vista no presente trabalho quando
relacionado a outros dados na literatura, podem ser explicadas pelas diferenças na
duração do tratamento, dose e via de administração.
130
5.2- PROTOCOLO II: TRATAMENTO AGUDO
5.2.1- Efeitos dos sistemas colinérgico e dopaminérgico na resposta cataléptica em
rato.
A catalepsia em animais de laboratório é definida como uma postura anormal
por um período prolongado. Quando um animal normal é colocado em uma postura
incomun, este tem a tendência de mudar sua posição dentro de segundos. Um
animal cataléptico, por outro lado, manterá esta postura por um período de tempo
maior (SANBERG et al., 1988).
A catalepsia é de grande interesse científico devido a sua similaridade com os
sintomas de desordens neuropsiquiátricas humanas como a doença de Parkinson, a
esquizofrenia catatônica e danos cerebrais envolvendo partes dos ganglios basais
(SANBERG et al., 1988).
Estudos mostram que a ocorrência de alterações no sistema muscarínico
poderia ser um fator contribuinte para esquizofrenia (DEAN & CROOK, 1996;
CROOK ET AL, 2001; YEOMANS, 1995). Além disso, pesquisas recentes nesta área
da farmacologia revelaram que compostos com propriedades de agonistas
muscarínicos podem ter efeitos terapêuticos úteis no tratamento de doenças
psiquiátricas, como a esquizofrenia (BYMASTER et al., 1999; FELDER et al., 2001)
embora o mecanismo de ação dessas drogas não esteja totalmente esclarecido.
Um aumento na transmissão dopaminérgica subcortical também seria uma
das principais hipóteses para explicar a base molecular da esquizofrenia
(CARLSSON et al., 2001; WEINBERGER, 1987; SEEMAN, 1987).
Drogas colinomiméticas podem antagonizar alguns dos efeitos
comportamentais de agonistas dopaminérgicos e realçar os efeitos de antagonistas
dopaminérgicos (SOUSA et al., 2001).
131
Nós demonstramos na Tabela 1, que o efeito cataléptico induzido pelo
pimozida (um antagonista dopaminérgico D2), sozinho foi mantido mesmo após o
pré-tratamento com carbacol e pilocarpina, um agonista colinérgico M2 e M1,
respectivamente. Entretanto, esses resultados não foram observados após a
administração de SCH 23390, um antagonista dopaminérgico D1, mostrando assim
o envolvimento dos receptores D2.
De fato, Ushijima et al., (1997) sugeriram que a catalepsia induzida pelo SCH
23390 pode ser parcialmente mediada pelos receptores pós-sinápticos D2, enquanto
que a catalepsia induzida pelo haloperidol, antagonista do receptor D2 como a
pimozida, não envolve a ativação de receptores D1.
Ushijima et al., (1995) também mostraram que a catalepsia induzida pelo SCH
23390 era afetada por um tratamento crônico com haloperidol, mas o mesmo não
ocorria com a catalepsia induzida por haloperidol quando ocorria um tratamento
crônico com SCH 23390, sugerindo que a catalepsia induzida por SCH 23390
poderia ser mediada pelo bloqueio indireto do receptor D2 através do bloqueio do
receptor D1.
Dados na literatura mostram que a pilocarpina não possui a capacidade de
estimular o metabolismo de fosfoinositideos, mas mostra-se tão eficaz quanto a
acetilcolina na inibição da adenilato ciclase estimulada pela dopamina no cérebro de
rato. Essas diferenças farmacológicas podem ser atribuídas a ações em diferentes
subtipos de receptores. Assim, a diferença entre um subtipo do receptor colinérgico
que é ligado ao sistema dopaminérgico D1 e outro subtipo de receptor colinérgico
que é ligado o sistema dopaminérgico D2 pode constituir uma possível explicação
para a habilidade da pilocarpina de interagir de maneira diferente com o SCH 23390
e a pimozida (UNDIE & FRIEDMAN, 1993).
De fato, no presente trabalho a pilocarpina não alterou a catalepsia induzida
pela pimozida e diminuiu o efeito cataléptico do SCH 23390, um antagonista D1.
Nossos resultados mostram que a atropina, um antagonista não seletivo M1 e
M2, aboliu o efeito cataléptico do SCH 23390 e da pimozida, antagonistas
132
dopaminérgico D1 e D2, respectivamente. A pirenzepina, um antagonista colinérgico
M1, diminuiu significativamente a resposta cataléptica induzida pela pimozida e SCH
23390. A maior dose da pirenzepina (10 mg/kg) bloqueou completamente este efeito
(Tabela 2), sugerindo que a resposta dos receptores dopaminérgicos D1 e D2
podem ser mediados por receptores colinérgicos M1 e M2. Estudos anteriores sobre
os efeitos da pirenzepina na liberação estriatal da dopamina sugerem que os
receptores colinérgicos do tipo M1 podem facilitar essa transmissão dopaminérgica
estriatal (XU et al., 1989; DE KLIPPEL et al., 1993).
O efeito cataléptico induzido por antagonistas dopaminérgicos parece
envolver, predominantemente outros sistemas tais como o sistema colinérgico.
Assim, os receptores dopaminérgicos D1 e D2 podem agir independentemente
influenciando o sistema colinérgico (receptores colinérgicos M1 e M2), como os
sistemas NMDA e opióide (USHIJIMA et al., 1997).
A apomorfina, um agonista dopaminérgico não seletivo D1 e D2, tem uma
afinidade maior pelos subtipos do receptor dopaminérgico D2-símile (D2, D3, D4) do
que para os subtipos do receptor dopaminérgico D1-símile (D1, D5). Estudos
farmacológicos mostram claramente que, com o aumento das doses da apomorfina
ocorre um recrutamento de receptores dopaminérgicos com uma menor afinidade
pelos receptores dopaminérgicos D1-símile (RAMPIN et al., 2003). Baixas doses de
apomorfina ativam, preferencialmente, receptores dopaminérgicos D2 pré-sinápticos,
resultando em uma inibição da liberação de dopamina e conseqüente diminuição de
sua síntese, enquanto que doses mais elevadas desta droga estimulam os
receptores pós-sinápticos (USHIJIMA et al., 1997).
Nossos resultados mostram que a apomorfina 1mg/kg diminuiu a catalepsia
induzida pela pilocarpina, sugerindo que o efeito inibitório desta dose na resposta
cataléptica pode ser mediado pela ativação colinérgica secundária a estimulação da
transmissão dopaminérgica.
A resposta cataléptica induzida pela pilocarpina foi mantida após o pré-
tratamento com clozapina, uma droga antipsicótica recomendada para os pacientes
que não respondem às drogas tradicionais, sendo usada como droga antipsicótica
133
de primeira escolha em muitos países. A clozapina não melhora os sinais extra-
piramidais nos pacientes ou causa catalepsia nos ratos. Estes sinais extra-
piramidais são aliviados, frequentemente, por benzotropina. Isso pode ser devido a
um bloqueio (à longo prazo), dos receptores da acetilcolina pela clozapina
produzindo uma hiperatividade colinérgica, levando a um aumento dos sinais extra-
piramidais. A velocidade com que estes sinais emergem, entretanto, não foi
explicada ainda. Além disso, é possível que o pré-tratamento com clozapina possa
ter alterado as propriedades dos receptores da dopamina nos pacientes psicóticos
(WADEMBERG & SEEMAN, 1999).
Trabalhos anteriores mostram que ocorre uma rápida liberação de clozapina
radioativa dos receptores dopaminérgicos D2. O raclopride, um antagonista
dopaminérgico com alta afinidade pelos receptores D2 e muito usado para o estudo
dos efeitos crônicos e agudos do uso de bloqueadores dopaminérgicos D2 em ratos
(ERICSON et al., 1996), é muito mais potente em deslocar clozapina radioativa
destes receptores se estes forem pré-tratados com clozapina não radioativa
(WADEMBERG & SEEMAN, 1999).
No presente trabalho altas doses de mazindol (10 e 20 mg/kg), diminuíram o
efeito causado pela pilocarpina quando comparado ao controle, sugerindo que a
resposta colinérgica do receptor M1 pode ser mediada por receptores
dopaminérgicos. Dados na literatura também sugerem que a liberação de
acetilcolina é controlada pelos receptores dopaminérgicos do tipo D2 (CLOSSE et
al., 1995).
134
5.2.2- Efeitos dos sistemas colinérgico e dopaminérgico na atividade locomotora em
rato.
A acetilcolina exerce um importante papel modulatório no sistema nervoso
central. Evidências mostram que a atividade colinérgica pode modular a transmissão
dopaminérgica central, entretanto, a natureza desta interação e os receptores
envolvidos permanecem indefinidos (GEBER et al., 2001).
Estudos anteriores sugerem a existência de um complexo balanço entre os
sistemas colinérgico e dopaminérgico nos ganglios basais e o desequilíbrio deste
balanço poderia contribuir no surgimento das desordens do movimento como o
parkinsonismo. Está bem estabelecido que a sindrome extra-piramidal resulta de um
distúrbio no balanço dopamina-acetilcolina nos ganglios basais (USHIJIMA et al.,
1997).
As drogas anticolinérgicas estimulam a ativação motora e possuem efeitos de
sinergismo com os estimulantes psicomotores. Por outro lado, os agonistas
colinérgicos antagonizam os efeitos comportamentais com a ativação dos neurônios
dopaminérgicos. Os agonistas dopaminérgicos exercem ações inibitórias sobre os
neurônios colinérgicos no estriado que podem ser impedidas por antagonistas
dopaminérgicos D2 (SOUSA et al., 2001).
Sob circunstâncias normais, a dopamina, atua como o transmissor inibitório,
regulando a atividade de neurônios colinérgicos no neoestriado. Drogas
neurolépticas, como o haloperidol, reduzem o controle inibitório da dopamina na
atividade neuronal colinérgica através do bloqueio de receptores dopaminérgicos
nas células colinérgicas, causando um hiperatividade do neurônio colinérgico, que
transmitem, por sua vez, mensagens anormais ao tálamo e a outras áreas que
controlam a função motora. (USHIJIMA et al., 1997).
A dopamina pode exercer influências positivas e negativas na transmissão
colinérgica estriatal através dos receptores D1 e D2, que exercem ações
estimulatórias e inibitórias, respectivamente (GERBER et al., 2001). A estimulação
dos receptores dopaminérgicos D1 exerce um importante papel sobre o
135
comportamento, controle do movimento e na memória. Muitas destas funções
dependem do sistema dopaminérgico no estriado e do sinergismo entre os
receptores D1 e D2 (MORATALLA et al., 1996).
Os receptores dopaminérgicos foram implicados nas respostas
comportamentais geradas por drogas antipsicoticas. Tais drogas incluem os
estimulantes psicomotores, que aumentam a atividade motora e as drogas
neurolépticas, que são dadas aos pacientes com esquizofrenia para melhora dos
sintomas (MORATALLA et al., 1996).
Nós demonstramos na Tabela 4, que a atividade locomotora foi mantida após
o pré-tratamento com pilocarpina, um agonista colinérgico M1, e que esta atividade
diminuiu após a administração do carbacol (5 e 10 mg/kg), um agonista colinérgico
M2. Entretanto, este efeito do carbacol foi impedido após a administração da
pimozida, um antagonista dopaminérgico D2, ou após a administração do SCH
23390, um antagonista dopaminérgico D1. A resposta motora da pilocarpina foi
completamente bloqueada pelo pimozida e diminuída de maneira significativa pelo
SCH 23390. Como foi descrito no tópico anterior a pilocarpina pode atuar em
diferentes subtipos de receptores o que poderia constituir uma possível explicação
para a habilidade da pilocarpina de interagir de maneira diferente com o SCH e a
pimozida (UNDIE & FRIEDMAN, 1988).
Drogas anticolinérgicas, incluindo a atropina, aumentam a atividade
locomotora (SIPOS et al., 1999). Por outro lado, mostrou-se (BRUDZYNKI et al.,
1991) que injeções intracerebrais de carbacol diminuem significativamente a
atividade locomotora, e estes efeitos foram invertidos pelo pré-tratamento com
atropina mas não pela pirenzepina, sugerindo a participação predominante de
receptores muscarínicos M2. Ushijima (1997) relatou que as respostas muscarínicas
do receptor M2 podem ser mediadas por ambos os receptores dopaminérgicos D1 e
D2.
Nossos resultados mostram (Tabela 5) que a atropina, um antagonista
colinérgico não seletivo M1/M2 (dependendo da dose), e a pirenzepina, um
antagonista colinérgico M1, sozinhos, não alteram a atividade locomotora quando
136
comparado ao controle. O efeito da atropina foi parcialmente e completamente
revertido pela pimozida e SCH 23390, respectivamente, enquanto o efeito da
pirenzepina foi parcialmente e completamente revertido pelo SCH 23390 e pimozida,
respectivamente.
Sabe-se que uma ativação geral de receptores centrais dopaminérgicos, pela
apomorfina, um agonista não-seletivo D1/D2, ou L-DOPA, resulta em sedação
seguido por uma estimulação locomotora nos ratos. Este efeito bifásico é resultante
da ativação de auto-receptores inibitórios e receptores pós-sinápticos
dopaminérgicos, respectivamente. Estes efeitos são provavelmente mediados por
receptores da família D2, principalmente pelos receptores D2 e D3. Os receptores
cerebrais do tipo D1 são pós-sinapticamente localizados, e acredita-se que estes
receptores, geralmente, estão ligados à estimulação da atividade locomotora
atuando parcialmente com os receptores pós-sinápticos dopaminérgicos D2 e D3
(SALMI et al., 2000).
Com base nos dados da literatura (CARLSSON, 1975; CONSTENTIN et al.,
1974; DI CHIARA et al., 1976), verificou-se que determinados efeitos da apomorfina
como movimentos esterotipados, verticalização e rotação resultam da estimulação
dos receptores D1 e são antagonizados por determinados neurolépticos que
bloqueiam, preferencialmente, este tipo de receptor. Outros efeitos da apomorfina
como a hipoterrmia e hipomotilidade correspondem aos receptores D2 e são
antagonizados por neurolépticos que bloqueiam esse receptor (PUECH, ET AL.
1981).
Evidências indicam que a sensibilização comportamental tem uma base
neuronal. Alterações neurobiológicas foram relatadas juntamente com essa
sensibilização. A habilidade dos psicoestimulantes em aumentar a liberação de
dopamina nos terminais nervosos, tem sido bastante documentada. Este aumento
pode não ser secundário a um aumento comportamental, caso o aumento na
liberação de dopamina não seja observado em uma parte do estriado. Embora esse
aumento na liberação de dopamina não seja sempre observado, as alterações em
outras partes do sistema dopaminérgico como no transportador de dopamina (TDA),
nos autoreceptores, na enzima tirosina hidroxilase, na densidade dos receptores
137
pós-sinápticos e no transdução de sinal pós-sináptica foram relatadas (OHMORI et
al., 2000).
Nossos resultados (Tabela 6) mostraram que a apomorfina, sozinha, diminui
significativamente a atividade locomotora. Este efeito foi potencializado pela
pilocarpina, sugerindo um sinergismo entre a acetilcolina e a dopamina. A atividade
locomotora diminuiu significativamente após o pré-tratamento com clozapina (5 e 10
mg/kg) sendo potencializado pela pilocarpina. Por outro lado, a clozapina 1 mg/kg
não alterou este efeito e foi bloqueado pela pilocarpina.
Trabalhos anteriores mostraram uma rápida liberação da clozapina, na forma
radioativa, dos receptores dopaminérgicos D2 (WANDENBERG & SEEMAN, 1999).
Um tratamento crônico com neurolépticos clássicos, tal como o haloperidol, leva a
uma tolerância e hipersensibilidade à agonistas dopaminérgicos, juntamente com um
aumento no número de receptores dopaminérgicos do tipo D2. Ao contrário, os
neurolépticos atípicos, como a clozapina, produzem menos efeitos no sistema
dopaminérgico e quando esses efeitos se manifestam ocorrem de maneira seletiva
no sistema dopaminérgico mesolímbico (ERICSON et al., 1996).
O efeito comportamental das doses mais baixas do mazindol (5 mg/kg) foi
inibido pela pilocarpina. Já as doses mais elevadas deste agonista dopaminérgico
indireto, não alteram o efeito da atividade motora quando associado a pilocarpina,
sugerindo que o efeito da pilocarpina pode ser mediado pela ativação do receptor
D2.
O efeito do mazindol (5 mg/kg) pode estar relacionado com a inibição da
dopamina causada pelo pilocarpina, que provavelmente liga-se aos receptores D2. A
pilocarpina possui a capacidade de inibir a adenilato ciclase estimulada pela
dopamina, funcionando como uma droga antidopaminérgica. Entretanto, alguma
influência do sistema colinérgico também pode ocorrer como o bloqueio dos
receptores pós-sinápticos da acetilcolina provocado pela atropina, usada no pré-
tratamento (SOUSA et al., 2001).
138
CONCLUSÕES
139
6-CONCLUSÕES
6.1- PROTOCOLO I: TRATAMENTO CRÔNICO
6.1.1- Efeitos da interação dopaminérgica e colinérgica no comportamento (campo
aberto e catalepsia) em rato.
¾ A pimozida e o carbacol, sozinhos ou associados, causaram um aumento da
resposta cataléptica e uma diminuição da atividade locomotora.
¾ A atropina, sozinha, não causou nenhuma mudança na atividade motora e
catalepsia. A pimozida reverteu parcialmente o efeito da atropina.
¾ É possível que a atenuação dos efeitos do mazindol sobre atividade
locomotora pela atropina, seja devido a alguma influência do sistema
colinérgico, provavelmente devido ao bloqueio dos receptores pós-sinápticos
da acetilcolina pela atropina.
¾ De forma geral, os resultados deste protocolo sugerem que a ação
cataleptogênica é mediada por um mecanismo dopaminérgico, provavelmente
envolvendo os receptores D2, mas que é altamente susceptível à interações
com o sistema colinérgico.
140
6.1.2- Efeitos da interação dopamina-acetilcolina sobre os receptores muscarínicos e
dopaminérgico em corpo estriado em rato.
¾ O carbacol, nas menores doses, aumentou a densidade de receptores D1-
símile e não provocou alteração na densidade dos receptores D2-símile. Na
presença da pimozida este fato persistiu. Estes dados podem indicar que o
carbacol tem uma ação seletiva sobre os receptores D1-símile.
¾ A pimozida aumentou a densidade de receptores D1-símile no corpo estriado.
¾ A atropina causou um aumento nos receptores D1 e uma diminuição dos
receptores D2. Na presença do mazindol este efeito persistiu demonstrando
que a atividade antagonista muscarínica pode ter induzido a uma upregulation
ocorrida nos receptores dopaminérgicos D1 no grupo tratado pela atropina.
¾ O mazindol aumentou os receptores D1-símile podendo indicar que o
mazindol ao aumentar os níveis de dopamina ocasionou uma interação desta
com receptores dopaminérgicos pré-sinápticos.
¾ A atropina causou uma upregulation dos receptores muscarínicos,
confirmando o conceito de que a densidade dos receptores neuronais é
aumentada quando sua interação com o neurotransmissor é reduzida.
¾ O mazindol aumentou o binding de 3H-NMS no corpo estriado, confirmado
com a associação com a atropina, mostrando a interação entre os sistemas
dopaminérgico e colinérgico e sugerindo que as drogas de ambos os
sistemas podem interagir de maneira sinérgica.
141
6.2- PROTOCOLO II-TRATAMENTO AGUDO
6.2.1- Efeitos dos sistemas colinérgico e dopaminérgico na resposta cataléptica em
rato.
¾ A catalepsia induzida por SCH 23390 pode ser mediada pelo bloqueio indireto
do receptor D2 através do bloqueio do receptor D1.
¾ A atropina e a pirenzepina aboliram e diminuíram o efeito cataléptico do SCH
23390 e da pimozida, respectivamente, sugerindo que a resposta dos
receptores dopaminérgicos D1 e D2 pode ser mediada por receptores
colinérgicos M1 e M2.
¾ O efeito inibitório da apomorfina na resposta cataléptica pode ser mediado
pela ativação colinérgica secundária a estimulação da transmissão
dopaminérgica.
¾ O bloqueio dos receptores da acetilcolina pela clozapina produz uma
hiperatividade colinérgica.
142
6.2.2- Efeitos dos sistemas colinérgico e dopaminérgico na atividade locomotora em
rato.
¾ A pilocarpina pode atuar em diferentes subtipos de receptores.
¾ O efeito da pilocarpina pode ser mediado pela ativação do receptor D2.
Entretanto, alguma influência do sistema colinérgico também pode ocorrer.
¾ A diminuição da atividade locomotora causada pela apomorfina sugere um
sinergismo entre a acetilcolina e a dopamina.
143
6.3- CONCLUSÃO GERAL
¾ O presente trabalho sugere, de maneira geral, que existe uma relação entre
os receptores muscarínicos M1 e M2 com os receptores dopaminérgicos D1 e
D2.
¾ O estudo da interação de drogas entre os sistemas dopaminérgico e
colinérgico é importante para explicar a etiologia de várias doenças
neuropsiquiátricas tais como o Parkinsonismo e Alzheimer, nas quais
claramente ocorre um desequilíbrio entre esse dois sistemas. O presente
trabalho mostra que a interação entre esses sistemas pode ocorrer no mesmo
sentido ou em sentido opostos, como consequência de fatores como
seletividade da droga pelo receptor e dose utilizada.
144
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