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EXIST
ˆ
ENCIA, UNICIDADE E DECAIMENTO DE
SOLUC¸
˜
OES DE UMA EQUAC¸
˜
AO DE ONDA COM
DISSIPAC¸
˜
AO LINEAR LOCALIZADA
por
ROG
´
ERIO LUIZ QUINTINO DE OLIVEIRA J
´
UNIOR
Orientadora: Angela assia Biazutti
IM-UFRJ
RIO DE JANEIRO
2005
2
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Existˆencia, Unicidade e Decaimento de Solu¸oes de
uma Equa¸ao de Onda com Dissipa¸ao Linear
Localizada
por
Rog´erio Luiz Quintino de Oliveira J´unior
Disserta¸ao submetida ao Corpo Docente do Instituto de Matem´atica da
Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necess´arios
para a obten¸ao do grau de Mestre em Ciˆencias.
´
Area de concentra¸ao : Matem´atica
Aprovada por:
Angela assia Biazutti
IM-UFRJ (Presidente)
Lu´ıs Adauto da Justa Medeiros
IM-UFRJ
Lu´ıs Pe dro San Gil Jutuca
UNI-RIO
Helv´ecio Rubens Crippa
IM-UFRJ
Aos meus pais.
ii
Agradecimentos
Agrade¸co, principalmente, `a minha orientadora
ˆ
Angela, pelo seu carinho, sua paciˆencia e
dedica¸ao. Agrade¸co, tamb´em, `a minha ae pelo incentivo, `a C APES pelo apoio financeiro,
aos funcion´arios da biblioteca do IM-UFRJ e a todos os colegas e professores de mestrado do
IM-UFRJ que muito contribu´ıram para o meu crescimento profissional e pessoal. Finalmente,
gostaria de agradecer a Marcelo e Val´eria C avalcanti pela ajuda na confec¸ao das figuras
utilizadas.
iii
Resumo
Neste trabalho, estudamos a existˆencia, unicidade e o decaimento polinomial de solu¸oes
fortes para a equa¸ao de ondas com uma dissipa¸ao linear localizada
2
u
t
2
u + a(x)
u
t
= 0 , x , t > 0
u(x, t) = 0 , x Γ , t > 0
u(x, 0) = u
0
(x) ,
u
t
(x, 0) = u
1
(x) , x ,
onde ´e um aberto limitado de IR
N
com fronteira bem regular Γ e a(x) uma fun¸ao de
C
0
( ), ao-negativa e que satisfaz uma hip´otese adicional.
iv
Abstract
In this work, we study the existence, uniqueness and polinomial decay of strong solutions
for the wave equation with a linear localized dissipation
2
u
t
2
u + a(x)
u
t
= 0 , x , t > 0
u(x, t) = 0 , x Γ , t > 0
u(x, 0) = u
0
(x) ,
u
t
(x, 0) = u
1
(x) , x ,
where is an open bounded subset of IR
N
with a smooth boundary Γ and a(x) is a non-
negative function of C
0
( ) that satisfies an aditional hypothesis.
v
Sum´ario
Introdu¸c˜ao 1
1 Preliminares 4
1.1 Espa¸cos Funcionais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1.2 Resultados asicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
1.3 Resultados da teoria de Semigrupos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
2 Existˆencia e Unicidade de Solu¸oes Fortes 19
2.1 Existˆencia de Solu¸oes utilizando o m´etodo de Faedo-Galerkin . . . . . . . . 19
2.2 Existˆencia de Solu¸oes utilizando resultados da teoria de Semigrupos . . . . 34
2.3 Unicidade de Solu¸oes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
3 Decaimento das Solu¸oes Fortes 41
3.1 Resultados Auxiliares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
3.2 Teorema de Decaimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
Bibliografia 66
vi
Introdu¸ao
O objetivo principal deste trabalho ´e apresentar uma estimativa precisa do decaimento da
energia do seguinte problema de valor inicial e de fronteira
(P)
2
u
t
2
u + a(x)
u
t
= 0 , x , t > 0
u(x, t) = 0 , x Γ , t > 0
u(x, 0) = u
0
(x) ,
u
t
(x, 0) = u
1
(x) , x ,
onde ´e um aberto limitado de IR
N
com fronteira bem regular Γ. Ao longo do trabalho,
faremos uso das seguintes nota¸oes. Denotamos por ν o vetor normal unit´ario apontando
para o exterior de Ω. Fixado x
0
IR
N
e definindo o vetor m(x) = x x
0
, temos
R = sup{|m(x)| , x }, Γ
+
= {x Γ ; m(x)(x) > 0} e Γ
= Γ \ Γ
+
,
onde o produto interno acima ´e o usual de IR
N
. Denotamos por ω a interse¸ao de com
uma vizinhan¸ca de Γ
+
. Abaixo, mostramos um exemplo de tal ω.
Γ
+
Γ
ω \ω x
0
x x
0
ν(x)
x x
0
ν(x)
Figura 1
1
Consideraremos a = a(x) uma fun¸ao de C
0
(Ω), ao-negativa e que satisfaz
ω
dx
a
p
< ,
para algum p positivo. Neste caso, dizemos que o termo a(x)
u
t
no problema (P) ´e uma
dissipa¸ao local degenerada. Denotamos por |a
1
|
p
a quantidade
ω
dx
a
p
.
O resultado de decaimento da energia do problema (P) pode ser obtido por aproxima¸ao
de semigrupos, an´alise microlocal ou desigualdades diferenciais (veja Zuazua [29]). Aqui,
apresentamos uma aproxima¸ao alternativa baseada em algumas desigualdades integrais de-
vidas a Haraux [10]; a vantagem ´e que obteremos uma prova direta sem usar a teoria de
aproxima¸ao de semigrupos ou um resultado de continua¸ao ´unica. O m´etodo essencial-
mente recai na ecnica dos multiplicadores (veja Lions [14], Komornick [13]). Al´em disso,
para nos livrarmos de termos de ordem menor, introduzimos um problema el´ıptico cuja
solu¸ao ´e usada como multiplicador. Essa id´eia foi usada por Conrad e Rao [7] no estudo da
estabiliza¸ao de uma equa¸ao da onda com condi¸ao de fronteira ao-linear.
Seguindo o artigo de T´ebou [28], provaremos que a energia associada ao problema (P) decai
polinomialmente com o tempo. Neste artigo, ele tamem apresenta um resultado de decai-
mento exponencial no caso em que a(x) satisfaz outras hip´oteses. A id´eia, para ambos os
casos, recai na t´ecnica dos multiplicadores a citada.
Em suas disserta¸oes de mestrado, Carvalho [5] e Pereira [25] estudaram precisamente o
caso de decaimento exponencial da energia, baseadas no artigo de ebou [27] e no de Assila
[1], respectivamente. Carvalho [5] estudou uma dissipa¸ao localizada da forma a(x)g
u
t
,
onde a(x) satisfaz hip´oteses dife rentes das nossas, e Pereira [25], uma dissipa¸ao da forma
g
u
t
. Outros resultados de decaimento da energia associada a problemas relacionados ao
estudado nesta disserta¸ao podem ser encontrados em Cavalcanti [6].
O nosso trabalho ´e dividido em trˆes partes. Na primeira, estabelecemos algumas nota¸oes e
resultados asicos. Tamem provamos alguns resultados auxiliares que ser˜ao utilizados nas
se¸oes posteriores. A existˆencia e a unicidade de solu¸oes para o problema (P) ao estudadas
2
na segunda parte. A unicidade ´e feita pelo e todo da Energia, e a existˆencia ´e estudada de
duas formas diferentes: uma pelo etodo de Faedo-Galerkin e outra utilizando resultados
da teoria de Semigrupos. Finalmente, dedicamos a terceira parte ao estudo do decaimento
da energia, que, neste caso, provamos ser polinomial. Para isto, faremos uso da ecnica dos
multiplicadores e introduziremos a solu¸ao de um problema el´ıptico para majorarmos termos
de ordem menor.
3
Cap´ıtulo 1
Preliminares
Destinamos este cap´ıtulo `a fixa¸ao da terminologia e apresentamos resultados que utilizare-
mos nos cap´ıtulos seguintes, de monstrando aqueles que ao ao facilmente encontrados na
literatura.
1.1 Espa¸cos Funcionais
Considere um aberto conexo e limitado de IR
N
cuja fronteira Γ = ´e bem regular. Se
1 p < , denotamos por L
p
(Ω) o espa¸co de Banach
L
p
(Ω) = {u : IR ; u mensur´avel ,
|u(x)|
p
dx < ∞}
com a norma definida por
|u|
p
=
|u(x)|
p
dx
1/p
,
e denotamos por L
(Ω) o espa¸co de Banach
L
(Ω) = {u : IR ; u mensur´avel ,
supess
x
|u(x)| < ∞}
com a norma
|u|
=
supess
x
|u(x)|,
onde as integrais ao de Lebesgue.
No caso em que p = 2, temos o espa¸co de Hilbert L
2
(Ω) com o produto interno
(u, v) =
u(x)v(x) dx.
4
Tomando α = (α
1
, α
2
, ..., α
N
) IN
N
e x = (x
1
, x
2
, ..., x
N
) IR
N
, definimos |α| =
N
i=1
α
i
e
por D
α
representamos o operador de derivao de ordem |α|, definido por
D
α
=
|α|
x
α
1
1
x
α
2
2
...∂x
α
N
N
.
Quando α = (0, 0, ..., 0), definimos D
0
= I.
Representamos por D(Ω) o espa¸co das fun¸oes testes em Ω, formado por todas as fun¸oes in-
finitamente diferenci´aveis em e com suporte compacto em (C
0
(Ω)), munido da seguinte
no¸ao de convergˆencia: {ϕ
n
}
nIN
em D(Ω) converge para ϕ quando
(i) Para todo n IN, supp(ϕ
n
ϕ) K, onde K ´e um compacto fixo de Ω, e
(ii) para cada α IN
N
, a sequˆencia {D
α
(ϕ
n
ϕ)}
nIN
converge uniformemente para zero em
Ω.
Representamos por D
(Ω) o espa¸co das distribui¸oes sobre Ω, ou seja, o espa¸co vetorial for-
mado por todas as aplica¸oes lineares e cont´ınuas (no sentido da convergˆencia definida sobre
D(Ω)) que ao de D(Ω) em IR.
Para todo m IN, p [1, ), definimos o espa¸co de Sobolev W
m,p
(Ω) como sendo o espa¸co
de Banach de todas as fun¸oes u L
p
(Ω) tais que, para todo |α| m, D
α
u L
p
(Ω), sendo
D
α
u a derivada de u no sentido das distribui¸oes. Consideraremos a norma em W
m,p
(Ω)
definida por
||u||
m.p
=
|α|≤m
|D
α
u(x)|
p
dx
1/p
.
Definimos o espa¸co W
m,p
0
(Ω) como sendo o fecho de D(Ω) em W
m,p
(Ω). Para p = 2, deno-
tamos W
m,2
(Ω) = H
m
(Ω). Quando m = 0, H
0
(Ω) ´e identificado com L
2
(Ω). Temos que
H
m
(Ω) ´e um espa¸co de Hilbert com o produto interno
((u, v))
m
=
|α|≤m
D
α
u(x)D
α
v(x) dx .
Por H
m
0
(Ω) representamos o fecho de D(Ω) em H
m
(Ω). O dual topol´ogico de H
m
0
(Ω) ´e
representado por H
m
(Ω). Definimos, para todo s > 0, o espa¸co
H
s
(IR
N
) = {u L
2
(Ω) ; (1 + |ξ|
2
)
s/2
ˆu L
2
(IR
N
)},
munido da norma
||u||
2
H
s
(IR
N
)
=
(1 + |ξ|
2
)
s
|u(ξ)|
2
,
onde ˆu representa a transformada de Fourier de u.
5
Verifica-se que este espa¸co coincide com o espa¸co H
m
(IR
N
) quando s ´e um n´umero inteiro
m. No caso em que ´e um aberto de classe C
m
, define-se, para cada s < m, os espa¸cos
fracion´arios
H
s
(Ω) =
v|
; v H
s
(IR
N
)
munidos da norma
||u||
H
s
(Ω)
= inf
||v||
H
s
(IR
N
)
; v = u em
.
Os espa¸cos acima ao espa¸cos de Hilbert e
H
s
(Ω) =
H
m
(Ω), H
0
(Ω)
θ
para cada s = (1 θ)m, m ZZ, 0 θ 1.
Dados X um espa¸co de Banach, T > 0 um n´umero real e 1 p < , representamos
por L
p
(0, T ; X) o espa¸co de Banach das fun¸oes u : (0, T ) X tais que u ´e mensur´avel e
||u(t)||
X
L
p
(0, T ), equipado com a norma
||u(t)||
L
p
(0,T ;X)
=
T
0
||u(t)||
p
X
dt
1/p
.
Temos que L
p
(0, T ; X), 1 < p < , ´e reflexivo se X for reflexivo, e indicamos por L
p
(0, T ; X
)
seu dual topol´ogico, sendo X
o dual de X e p
o conjugado de p. Quando p = 2 e X ´e um
espa¸co de Hilbert, o espa¸co L
2
(0, T ; X) ´e um espa¸co de Hilbert, munido do produto interno
(u, v)
L
2
(0,T ;X)
=
T
0
(u(t), v(t))
X
dt .
Quando p = , temos o espa¸co de Banach L
(0, T ; X), formado pelas fun¸oes u : (0, T )
X mensur´aveis e essencialmente limitadas, isto ´e, aquelas tais que
supess
t (0, T )
||u(t)||
X
<
munido da norma
||u(t)||
L
(0,T ;X)
=
supess
t (0, T )
||u(t)||
X
.
Indicamos por D
(0, T ; X) o espa¸co das distribui¸oes vetoriais s obre (0, T ), com valores em
X, isto ´e, o espa¸co das aplica¸oes lineares e cont´ınuas de D(0, T ) em X.
6
Se u ´e um vetor de L
p
(0, T ; X), 1 p < , ent˜ao associamos a u a distribui¸ao T
u
definida
por
T
u
, ϕ =
T
0
u(s)ϕ(s) ds , ϕ D(0, T ).
Temos que T
u
´e univocamente definida por u. Logo, identificando u com T
u
, podemos dizer
que
L
p
(0, T ; X) D
(0, T ; X).
Dada uma distribui¸ao vetorial u D
(0, T ; X), definimos a derivada (no sentido das dis-
tribui¸oes) de ordem m de u como sendo a distribui¸ao
m
u
t
m
= u
(m)
definida por
u
(m)
, ϕ
= (1)
m
T
0
u(t)
m
ϕ(t)
t
m
dt , ϕ D(0, T ).
1.2 Resultados asicos
Teorema 1.1 (Teorema Espectral para Operadores Compactos Auto-adjuntos em
Espa¸cos de Hilbert)
Sejam H um espco de Hilbert real e A L(H) tais que dim H = + e A seja compacto e
auto-adjunto. Ent˜ao
(i) 0 σ(A) ;
(ii) σ(A) \ { 0} = VP (A) \ {0} ;
(iii) σ(A)\{0} = VP (A)\{0} ´e finito ou no aximo enumer´avel. Se σ(A)\{0} = {λ
n
}
nIN
,
ent˜ao |λ
n
| |λ
n+1
|, n IN, e λ
n
0 quando n ;
(iv) λ
1
= max{|m|, |M |}, onde m = inf
||u||=1 , uH
{(Au, u)} e M = max
||u||=1 , uH
{(Au, u)} ;
(v) os vetores pr´oprios correspondentes aos λ
n
s, {w
n
}
nIN
H, formam uma seq ¨uˆencia
ortonormal em H ;
(vi) para cada v H, temos que
Av =
n=1
(Av, w
n
)w
n
=
n=1
λ
n
(v, w
n
)w
n
;
(vi) para cada u H, temos u = u
0
+
n=1
(u, w
n
)w
n
, onde u
0
ker(A).
Corol´ario 1.1 Sejam H espco de Hilbert separ´avel real com dimH = +, e B : D(B)
/ H H, B linear, auto-adjunto, (Bu, u) 0, u D(B), B bijetivo, D(B) = H, B
operador ao-limitado de H. Suponha que D(B) est´a imerso compactamente em H. Suponha
7
que D(B) ´e um espco de Banach com a norma do gr´afico u
D(B)
= (u
2
H
+ Bu
2
H
)
1/2
.
Ent˜ao:
(i) u
1
= Bu
H
´e tamb´em uma norma em D(B) equivalente `a norma do gr´afico;
(ii) B
1
: H H satisfaz as hip´oteses do Teorema Espectral;
(iii) Existe seuˆencia {w
n
}
n
D(B) no aximo enumer´avel e seq¨encia {µ
n
}
n
IR,
0 < µ
1
µ
2
... com µ
n
tal que Bw
n
= µ
n
w
n
, n IN;
(iv) os w
n
’s formam uma base Hilbertiana para H;
(v) D (B) ´e um espco de Hilbert com rela¸ao aos produtos internos induzidos pelas normas
.
D(B)
e .
1
;
(vi) (z
n
)
n
=
w
n
µ
n
n
´e base Hilbertiana para (D(B), .
1
). Em particular, para todo
v D(B), tem-se v =
n=1
(v, z
n
)z
n
.
Proposi¸ao 1.1 O operador : H
1
0
(Ω) H
2
(Ω) L
2
(Ω) L
2
(Ω) satizfaz as hip´oteses
do corol´ario do teorema espectral.
As demonstra¸oes dos resultados anteriores podem ser encontradas em Milla [22].
Defini¸ao 1.1 Sejam D um subconjunto de IR
N+1
e f : D IR
N
. Dizemos que f satisfaz
as condi¸oes de Carath´eodory se
(a) f(x, t) ´e mensur´avel em t, para cada x fixo ;
(b) f(x, t) ´e cont´ınua em x, para cada t fixo ;
(b) para cada compacto U em D, existe uma fun¸ao real integr´avel m
U
(t) tal que
|f(x, t)| m
U
(t) , (t, x) U.
Teorema 1.2 (Carath´eodory)
Seja f : D IR
N
uma fun¸ao que satisfa¸ca as condi¸oes de Carath´eodory apresentadas na
defini¸ao 1.1. Ent˜ao, existe uma solu¸ao x(t) do problema
dx
dt
= f (t, x)
x(t
0
) = x
0
sobre algum intervalo |t t
0
| β, onde β > 0.
Demonstra¸ao: Ver Medeiros-Rivera [21].
8
Teorema 1.3 (Prolongamento de Solu¸oes)
Sejam D = [0, T ] ×B, com 0 < T < e B = {x IR
N
; |x| b , b > 0}, e f satisfazendo
as duas primeiras condi¸oes de Carath´eodory. Seja ϕ(t) uma solu¸ao de
dx
dt
= f (t, x)
x(0) = x
0
, |x
0
| b
Suponhamos que em qualquer intervalo I onde ϕ(t) esteja definida, se tenha |ϕ(t)| M ,
t I, M independente de I e M < b. Ent˜ao ϕ tem um prolongamento at´e [0, T ].
Demonstra¸ao: Ver Medeiros-Rivera [21].
Lema 1.1 (Desigualdade de Gronwall)
Sejam ϕ L
(0, T ), β L
1
(0, T ), com β(t) > 0 e ϕ(t) 0, e K 0 uma constante. Se
ϕ(t) K +
t
0
β(s)ϕ(s) ds, t [0, T ], ent˜ao, temos que
ϕ(t) Ke
t
0
β(s) ds
, t (0, T ).
Demonstra¸ao: Ver Carroll [4].
Consideremos os autovetores {w
j
}
jIN
e os respectivos autovalores {λ
j
}
jIN
do operador
com dom´ınio H
1
0
(Ω) H
2
(Ω) e valores em L
2
(Ω). Como conseq¨uˆencia da proposi¸ao (1.1),
temos que {w
j
}
jIN
e
w
j
λ
j
jIN
formam bases Hilbertianas de L
2
(Ω) e H
1
0
(Ω), respectiva-
mente.
Seja V
m
o supespa¸co de H
1
0
(Ω) H
2
(Ω) gerado pelos m primeiros vetores w
1
, w
2
, ..., w
m
. A
proje¸ao de L
2
(Ω) sobre V
m
´e o operador
P
m
: L
2
(Ω) V
m
L
2
(Ω).
Temos o seguinte resultado
Proposi¸ao 1.2 Sendo P
m
o operador proje¸ao,
(i) |P
m
u|
2
=
m
j=1
|(u, w
j
)|
2
|u|
2
, u L
2
(Ω) ;
(ii) |P
m
w
k
| = 1 , k = 1, 2, ..., m ;
(iii) P
m
´e auto-adjunto.
Demonstra¸ao: Ver Brezis [2].
9
Lema 1.2 Seja E um espco de Banach separ´avel e seja {f
n
}
nIN
uma seuˆencia limitada
em E
. Ent˜ao, ex iste uma subseencia {f
n
k
}
kIN
tal que
f
n
k
f em E
.
Demonstra¸ao: Ver Brezis [2].
Proposi¸ao 1.3 Se u L
(Ω), com subconjunto aberto limitado de IR
N
, ent˜ao u
L
p
(Ω), p 1.
Demonstra¸ao: Ver Brezis [2].
Proposi¸ao 1.4 Temos que L
2
(0, T ; L
2
(Ω)) L
2
(Q), onde Q = [0, T ] × .
Demonstra¸ao: Ver Brezis-Cazenave [3]
Teorema 1.4 (Teorema de Rellich-Kondrachov)
Seja um subconjunto aberto limitado de classe C
1
do IR
N
. Ent˜ao
H
1
(Ω) L
2
(Ω) com imers˜ao compacta.
Demonstra¸ao: Ver Brezis [2].
Corol´ario 1.2 Seja como no teorema anterior. Ent˜ao
H
m+1
(Ω) H
m
(Ω) com imers˜ao compacta, m IN.
Demonstra¸ao: Ver Brezis [2].
Lema 1.3 Sejam V e H espcos de Hilbert tais que V H. Se u L
1
(0, T ; V ) e u
L
1
(0, T ; H), onde T > 0, ent˜ao u C
0
([0, T ]; H).
Demonstra¸ao: Ver Temam [26].
Teorema 1.5 (Teorema Fundamental do alculo Generalizado)
Sejam (a, b) IR limitado, u L
p
(a, b), 1 p e u
L
p
(a, b). Ent˜ao
x
a
u
(t) dt = u(x) u(a) , x (a, b).
Demonstra¸ao: Ver Kesavan [11] e Medeiros-Mello [17].
10
Lema 1.4 Se u L
1
(0, T ; X), onde X ´e um espco de Banach real, e
T
0
u(t)θ(t) dt = 0,
θ(t) D(0, T ), ent˜ao u(t) = 0 q.s. em (0, T ).
Demonstra¸ao: Ver Brezis-Cazenave [3].
Lema 1.5 (Temam)
Sejam V e H espcos de Hilbert, com produtos internos e normas dados, repectivamente,
por || . ||, (( . )) e | . |, ( . ), com V H imers˜ao cont´ınua e densa. Seja A L(V, V
)
isomorfismo, A : D(A) H H, A auto-adjunto, Au, v = a(u, v), u, v V , sendo
a uma forma bilinear, cont´ınua e coerciva. Sejam T > 0 e w uma fun¸ao vetorial tal que
w L
2
(0, T ; V ), w
L
2
(0, T ; H) e w

+ Aw L
2
(0, T ; H). Ent˜ao,
(i) (w

(t) + Aw(t), w
(t)) =
1
2
d
dt
|w
(t)|
2
+ ||w(t)||
2
, em D
(0, T ) ;
(ii) w C
0
([0, T ]; V ), w
C
0
([0, T ]; H).
Demonstra¸ao: Ver Temam [26].
Corol´ario 1.3 Considere V , H e A como no lema anterior, A tamb´em satisfazendo |Au|
H
=
|u|
D(A)
, u D(A), e u uma fun¸ao vetorial tal que u L
(0, T ; D(A)), u
L
(0, T ; V ),
u

L
(0, T ; H), u

+ Au = g C
0
([0, T ]; H) e g
L
2
(0, T ; H). Ent˜ao, temos que
u C
0
([0, T ]; D(A)) , u
C
0
([0, T ]; V ) e u

C
0
([0, T ]; H).
Demonstra¸ao: Tome w = u
. Enao w L
(0, T ; V ) e w
L
(0, T ; H), o que implica,
pois [0, T ] ´e finito, que ω L
2
(0, T ; V ) e w
L
2
(0, T ; H). Al´em disso, temos que
w

+ Aw = u

+ Au
=
d
dt
[u

+ Au] =
d
dt
g L
2
(0, T ; H).
Temos, ent˜ao, do lema de Temam, que u
C
0
([0, T ]; V ) e u

C
0
([0, T ]; H).
Como g C
0
([0, T ]; H), u

C
0
([0, T ]; H) e u

+ Au = g, temos que Au C
0
([0, T ]; H),
o que implica que |Au|
H
C([0, T ]), donde |u|
D(A)
C([0, T ]), pois |Au|
H
= |u|
D(A)
. Logo,
u C
0
([0, T ]; D(A)).
Teorema 1.6 (Teorema de Gauss) Se u = (u
i
) (H
1
(Ω))
N
, temos que
div u dx =
Γ
u.ν dΓ
Demonstra¸ao: Ver Kesavan [11].
11
Teorema 1.7 (Identidade de Green)
Se u H
2
(Ω) e v H
1
(Ω), ent˜ao
u.v dx =
(∆u)v dx +
Γ
v
u
ν
dΓ
Demonstra¸ao: Ver Kesavan [11].
Por abuso de nota¸ao, escrevemos v no lugar de γ
0
v e
u
ν
no lugar de γ
1
u nos teoremas
(1.6) e (1.7), ao integrarmos em Γ.
Teorema 1.8 (Derivao do produto)
Sejam IR
N
um conjunto aberto e 1 p . Sejam u, v W
1,p
(Ω) L
(Ω). Ent˜ao
uv W
1,p
(Ω) L
(Ω) e, para 1 i N ,
x
i
(uv) =
u
x
i
v + u
v
x
i
Demonstra¸ao: Ver Brezis [2].
Teorema 1.9 (Imers˜ao de Sobolev)
Se for aberto, limitado e bem regular do IR
N
, m IN e 1 p < , temos que
(i) W
m,p
(Ω) L
(Ω), se
1
p
m
N
< 0 ;
(ii) W
m,p
(Ω) L
q
(Ω), q 1, se
1
p
m
N
= 0 ;
(iii) W
m,p
(Ω) L
q
(Ω), q tal que 1 q
Np
N mp
, se
1
p
m
N
> 0 .
Demonstra¸ao: Ver Brezis [2].
Teorema 1.10 (Agmon-Douglis-Nirenberg)
Suponha que ´e um aberto do IR
N
de classe C
2
com fronteira Γ limitada. Seja 1 < p < .
Ent˜ao, para toda f L
p
(Ω), existe u W
2,p
(Ω) W
1,p
0
(Ω) ´unica solu¸ao da equa¸ao
u + u = f em .
Al´em disso, se ´e de classe C
m+2
e se f W
m,p
(Ω) (m inteiro 1), ent˜ao
u W
m+2,p
(Ω) e ||u||
W
m+2,p
C||f ||
W
m,p
.
Demonstra¸ao: Ver Brezis [2].
12
Teorema 1.11 (Teorema do Tra¸co)
Seja IR
N
um conjunto aberto, limitado e com fronteira Γ de classe C
m+1
. Ent˜ao existe
uma aplicao trco γ = (γ
0
, γ
1
, ..., γ
m1
) de H
m
(Ω) em (L
2
(Ω))
m
tal que
(i) Se v C
(Ω), ent˜ao γ
0
(v) = v|
Γ
, γ
1
(v) =
v
ν
Γ
, ... , γ
m1
(v) =
m1
ν
m1
(v)
Γ
, onde ν ´e
o normal unit´ario exterior `a fronteira Γ ;
(ii) A imagem de γ ´e o espco
m1
j=0
H
mj
1
2
(Γ) ;
(iii) O ucleo de γ ´e H
m
0
(Ω).
Demonstra¸ao: Ver Kesavan [11].
Teorema 1.12 Seja F : IR IR uma fun¸ao lipschitz-cont´ınua tal que F (0) = 0, e seja
p [1, ]. Se u W
1,p
(Ω), ent˜ao F (u) W
1,p
(Ω) e F (u) = F
(u)u q.s. em . Mais
ainda, se p < , ent˜ao a aplicao u → F (u) ´e cont´ınua de W
1,p
(Ω) em W
1,p
(Ω).
Demonstra¸ao: Ver Brezis-Cazenave [3].
Lema 1.6 (Gagliardo-Nirenberg)
Sejam 1 q s , 1 r s, 0 k < m < , (k e m inteiros ao-negativos) e
δ [0, 1]. Seja v W
m,q
(Ω) L
r
(Ω), onde ´e um subconjunto limitado de IR
N
. Suponha
que
k
N
s
δ
m
N
q
N(1 δ)
r
.
Ent˜ao v W
k,s
(Ω) e existe uma constante C tal que
||v||
W
k,s
(Ω)
C||v||
δ
W
m,q
(Ω)
|v|
1δ
r
.
Demonstra¸ao: Ver Nirenberg [23].
Lema 1.7 Seja φ : [0, [ [0, [ uma fun¸ao localmente absolutamente cont´ınua e ao-
crescente tal que existem constantes ao-negativas β e A com
S
φ(t)
β+1
dt A φ(S) , S 0 .
Ent˜ao, t emos que
φ(t)
φ(0)e
1
t
A
, t 0 se β = 0 ,
A
1 +
1
β

1
β
t
1
β
, t > 0 se β > 0 .
Demonstra¸ao: Ver Komornick [13].
13
Lema 1.8 Seja um aberto limitado de IR
N
com fronteira bem regular. Ent˜ao, existe uma
fun¸ao h (W
1,
(Ω))
N
tal que
h = ν em Γ
+
, h.ν 0 em Γ , h = 0 em \
ω ,
onde, considerando x
0
um ponto fixo de IR
N
, Γ
+
= {x Γ ; (xx
0
)(x) > 0}, Γ
= Γ\Γ
+
,
ω a interse¸ao de com uma vizinhan¸ca de Γ
+
e
ω ´e uma outra interse¸ao de com uma
vizinhan¸ca de Γ
+
,
ω estando estritamente contido em ω (Veja figura 2).
Demonstra¸ao: Ver Lions [14].
Γ
+
Γ
ω
ˆω \ω
h · ν = 1
h · ν 0
h · ν 0
h = 0
h = 0
x
0
Figura 2
Lema 1.9 Seja um aberto limitado de IR
N
com fronteira bem regular. Ent˜ao, existe uma
fun¸ao η W
1,
(Ω) tal que
0 η 1 , η = 1 em
ω , η = 0 em \ ω .
Demonstra¸ao: Ver Lions [14].
Proposi¸ao 1.5 Seja um aberto limitado de IR
N
com fronteira de classe C
2
. Se y
H
1
0
(Ω) H
2
(Ω), ent˜ao temos que
y
ν
ν = y em Γ ,
onde ν ´e o vetor normal unit´ario exterior a , e , por abuso de nota¸ao,
y
ν
e y repre-
sentam γ
1
y e γ
0
(y), respectivamente.
Demonstra¸ao:
1
o
caso: Considere y C
(Ω) tal que y|
Γ
= 0.
14
Nesse caso, temos o seguinte resultado:
y
ν
= ν.y .
Se, para todo (x
1
, x
2
, ..., x
N
) Γ temos que
y
x
i
(x
1
, x
2
, ..., x
N
) = 0, i = 1, 2, ..., N , ent˜ao
y =
0 , o que implica que
y
ν
= 0, donde
y
ν
ν = y.
Suponha, agora, que exista um (x
1
, x
2
, ..., x
N
) tal que
y
x
i
(x
1
, x
2
, ..., x
N
) = 0, para algum i
entre 1 e N. Enao, pelo Teorema da Fun¸ao Impl´ıcita, x
i
= f (x
1
, ..., x
i1
, x
i+1
, ..., x
N
) e
f
x
j
=
f
x
j
=
y
x
j
y
x
i
, 1 j N , j = i .
Como y(x
1
, ..., x
N
) = 0 determina uma superf´ıcie S em IR
N
, pelo mesmo teorema, podemos
parametrizar esta superf´ıcie S por
σ(x
1
, ..., x
i1
, x
i+1
, ..., x
N
) =
x
1
= x
1
x
2
= x
2
.
.
.
x
i
= f (x
1
, ..., x
i1
, x
i+1
, ..., x
N
)
.
.
.
x
n
= x
n
Uma base para o plano tangente a S no ponto (x
1
, x
2
, ..., x
N
) ´e formada pelos vetores
σ
x
1
= (1, 0, ..., 0, f
x
1
, 0, ..., 0)
σ
x
2
= (0, 1, ..., 0, f
x
2
, 0, ..., 0)
.
.
.
σ
x
i1
= (0, 0, ..., 1, f
x
i1
, 0, ..., 0)
σ
x
i+1
= (0, 0, ..., 0, f
x
i+1
, 1, ..., 0)
.
.
.
σ
x
N
= (0, 0, ..., 0, f
x
N
, 0, ..., 1)
Como y =
y
x
1
, ...,
y
x
i
, ...,
y
x
N
, temos, para todo 1 j N, j = i, que
y .
σ
x
j
=
y
x
j
.1 +
y
x
i
.f
x
j
= 0 .
15
Logo, y ´e paralelo a ν, isto ´e, y = kν, k uma constante, e, como
y
ν
= ν.y, temos que
y
ν
= kν . ν, o que implica que k =
y
ν
, donde
y
ν
ν = y.
2
o
caso: Considere y H
1
0
(Ω) H
2
(Ω).
Temos que existe seq¨encia {y
k
}
k
em C
(Ω), com y
k
|
Γ
= 0, tal que y
k
y em H
1
0
(Ω)
H
2
(Ω). Como o tra¸co ´e uma fun¸ao cont´ınua, temos que
γ
0
y
k
γ
0
y em H
3/2
(Γ) e γ
1
y
k
γ
1
y em H
1/2
(Γ) .
Tamem, temos que
y
k
x
i
y
x
i
em H
1
(Ω), o que implica que
γ
0
y
k
x
i
γ
0
y
x
i
em H
1/2
(Γ).
Observando que γ
0
y
k
= y
k
em Γ, γ
1
y
k
=
y
k
ν
em Γ e γ
0
y
k
x
i
=
y
k
x
i
em Γ, conclu´ımos que
y
k
γ
0
y em H
3/2
(Γ) (1.1)
y
k
x
i
γ
0
y
x
i
em H
1/2
(Γ) , i = 1, 2, ..., N (1.2)
y
k
ν
γ
1
y em H
1/2
(Ω) . (1.3)
Como H
3/2
(Γ) L
2
(Γ) e H
1/2
(Γ) L
2
(Γ), as convergˆencias acima tamb´em ocorrem em
L
2
(Γ).
Sendo o tra¸co uma fun¸ao linear, temos de (1.2) que
y
k
|
Γ
γ
0
y
k
x
1
, ..., γ
0
y
k
x
N
= γ
0
[y] em [L
2
(Γ)]
N
. (1.4)
Como a fronteira Γ ´e de classe C
2
, temos que ν [L
(Γ)]
N
. Logo,
y
k
ν
ν (γ
1
y)ν
2
[L
2
(Γ)]
N
=
N
i=1
Γ
y
k
ν
ν
i
(γ
1
y)ν
i
2
dΓ =
N
i=1
Γ
y
k
ν
γ
1
y
2
ν
2
i
dΓ =
=
Γ
y
k
ν
γ
1
y
2
| ν|
2
dΓ |ν|
2
Γ
y
k
ν
γ
1
y
2
dΓ = |ν|
2
y
k
ν
γ
1
y
2
L
2
(Γ)
,
donde
y
k
ν
ν (γ
1
y)ν
[L
2
(Γ)]
N
|ν|
y
k
ν
γ
1
y
L
2
(Γ)
.
16
De (1.3), vemos que
y
k
ν
ν (γ
1
y)ν em [L
2
(Γ)]
N
(1.5)
Como y
k
|
Γ
=
y
k
ν
ν pelo primeiro caso a demonstrado, segue-se de (1.4) e (1.5),
utilizando a unicidade do limite, que
γ
0
[y] = (γ
1
y)ν , isto ´e,
y
ν
ν = y , em Γ .
Uma outra demonstra¸ao para este resultado , utilizando o Teorema de Gauss, pode ser
encontrada em [20].
1.3 Resultados da teoria de Semigrupos
Nesta se¸ao, X sempre representar´a um espa¸co de Banach e S : IR
+
L(X) um semigrupo
de operadores lineares limitados de X.
Proposi¸ao 1.6 Seja S um semigrupo de classe C
0
com gerador infinitesimal A. Ent˜ao, se
x D(A), temos que S(t)x D(A), t 0, e
d
dt
S(t)x = AS(t)x = S(t)Ax .
Demonstra¸ao: Ver Pazy [24].
Defini¸ao 1.2 Sejam S um semigrupo de classe C
0
e A seu gerador infinitesimal. Defi-
namos A
0
= I, A
1
= A e, supondo que A
n1
esteja definido, vamos definir A
n
por:
D(A
n
) = {x ; x D(A
n1
) e A
n1
x D(A)}
A
n
x = A(A
n1
x) , x D(A
n
) .
Defini¸ao 1.3 Seja A um operador linear fechado do espco de Banach X. Definindo,
para cada x D(A
k
), |x|
k
=
k
j=0
||A
j
x||
X
, temos que | . |
k
´e uma norma em D(A
k
), dita
norma do gr´afico, munido da qual D(A
k
) ´e um espco de Banach, que ser´a representado por
[D(A
k
)].
Proposi¸ao 1.7 Se A ´e o gerador infinitesimal de um semigrupo S de classe C
0
, ent˜ao,
para todo x D(A
n
),
S(t)x C
nk
[0, ) ; [D(A
k
)]
, k = 0, 1, ..., n.
Demonstra¸ao: Ver Gomes [9].
17
Defini¸ao 1.4 Vamos escrever A G(M, w) para exprimir que A ´e o gerador infinitesimal
de um semigrupo de operadores lineares limitados de classe C
0
, S, que satisfaz a condi¸ao
||S(t)||
X
M e
wt
, t 0.
Teorema 1.13 (Lumer-Phillips)
A G(1, 0) se e somente se A ´e m-dissipativo e D(A) = X.
Demonstra¸ao: Ver Gomes [9].
Teorema 1.14 Se A G(1, 0), B ´e um operador linear dissipativo com D(B) D(A) e
existem constantes a e b tais que 0 a < 1, b > 0 e
||Bx||
X
a||Ax||
X
+ b||x||
X
, x D(A) ,
ent˜ao A + B G(1, 0).
Demonstra¸ao: Ver Gomes [9].
18
Cap´ıtulo 2
Existˆencia e Unicidade de Solu¸oes
Fortes
Neste cap´ıtulo, estudamos a existˆencia de solu¸oes fortes do problema (P) de duas formas
distintas: uma pelo etodo de Faedo-Galerkin e outra utilizando resultados da teoria de
semigrupos. A unicidade ´e obtida utilizando o M´etodo da Energia. Os passos da demons-
tra¸ao de existˆencia foram apresentados na forma mais geral poss´ıvel de modo que a prova
possa ser facilmente estendida para o problema com dissipa¸ao ao linear a(x)g(u
).
2.1 Existˆencia de Solu¸oes utilizando o m´etodo de Faedo-
Galerkin
Teorema 2.1 Sejam u
0
H
1
0
(Ω) H
2
(Ω), u
1
H
1
0
(Ω) e a = a(x) C
0
(
¯
Ω), a(x) 0
em , um aberto limitado de IR
n
com fronteira bem regular. Ent˜ao existe uma fun¸ao
u : × [0, T ] IR, T > 0, tal que
u L
(0, T ; H
1
0
(Ω) H
2
(Ω)); (2.1)
u
L
(0, T ; H
1
0
(Ω)); (2.2)
u

L
(0, T ; L
2
(Ω)); (2.3)
u

u + au
= 0 q.s. em Q = × [0, T ]; (2.4)
u(0) = u
0
, u
(0) = u
1
. (2.5)
19
Demonstra¸ao
(i) Problema Aproximado
Consideremos V = H
1
0
(Ω) H
2
(Ω). Denotaremos por W = H
1
0
(Ω) e H = L
2
(Ω). Temos
que V ´e um espa¸co de Hilbert com o produto interno ((u, v))
V
= (∆u, v)
L
2
(Ω)
, u, v
V . Al´em disso, para u V e v W temos que ((u, v))
W
= (u, v)
H
. Denotaremos, por
(( . , . )) e || . || e por ( . , . ) e | . | o produto interno e a norma em W e H, respectivamente.
Identificaremos H ao se u dual H
, obtendo, ent˜ao, o seguinte esquema: V W H W
,
onde W
= H
1
(Ω).
Os autovetores do operador (isto ´e, as fun¸oes w
j
V , j=1,2,..., tais que w
j
= λ
j
w
j
)
formam uma base ortogonal de W e ortonormal de H. Tamb´em formam uma base ortogonal
de V , pois
((w
i
, w
j
))
V
= (∆w
i
, w
j
) = (w
i
, w
j
) = (λ
i
w
i
, λ
j
w
j
) = λ
i
λ
j
(w
i
, w
j
) =
=
0, se i = j;
λ
i
λ
j
, se i = j.
Logo,
w
j
λ
j
n
e
w
j
λ
j
n
formam bases Hilbertianas para W e V , respectivamente.
Tomemos V
m
= [w
1
, ..., w
m
] o subespa¸co de V gerado pelos m primeiros vetores w
j
. O
problema aproximado consiste em determinar u
m
(t) =
m
j=1
g
jm
(t)w
j
V
m
tal que
(u

m
(t), v) + ((u
m
(t), v)) + (a(x)u
m
(t), v) = 0, v V
m
u
m
(0) = u
0m
u
0
forte em V
u
m
(0) = u
1m
u
1
forte em W
(2.6)
Substituindo u
m
(t) e tomando v = w
r
, 1 r m, em (2.6), temos:
m
j=1
g

jm
(t)w
j
, w
r
+
m
j=1
g
jm
(t)w
j
, w
r
+
m
j=1
a(x)g
jm
(t)w
j
, w
r
= 0, 1 r m
Como (w
j
)
j
´e ortonormal em H e ((u, v)) = (u, v), u V e v W , temos
g

rm
(t) +
m
j=1
g
jm
(t)w
j
, w
r
+
m
j=1
g
jm
(t)(a(x)w
j
, w
r
) = 0 ,
20
o que implica
g

rm
(t) +
m
j=1
g
jm
(t)(w
j
) , w
r
+
m
j=1
g
jm
(t)(a(x)w
j
, w
r
) = 0 ,
donde
g

rm
(t) +
m
j=1
g
jm
(t)λ
j
w
j
, w
r
+
m
j=1
g
jm
(t)(a(x)w
j
, w
r
) = 0 ,
e, portanto,
g

rm
(t) +
m
j=1
(a(x)w
j
, w
r
)g
jm
(t) + λ
r
g
rm
(t) = 0. (2.7)
Das condi¸oes iniciais em (2.6) e do Teorema Espectral, temos que
m
j=1
g
jm
(0)w
j
= u
m
(0) = u
0m
=
m
j=1
u
0
,
w
j
λ
j
V
w
j
λ
j
=
m
j=1
(u
0
, w
j
)w
j
e
m
j=1
g
jm
(0)w
j
= u
m
(0) = u
1m
=
m
j=1
u
1
,
w
j
λ
j
W
w
j
λ
j
=
m
j=1
(u
1
, w
j
)w
j
Logo, podemos tomar
g
jm
(0) = (u
0
, w
j
) , 1 j m (2.8)
e
g
jm
(0) = (u
1
, w
j
) , 1 j m (2.9)
Definindo q
rm
(t) = g
rm
(t), obtemos de (2.7) o sistema
g
rm
(t) = q
rm
(t)
q
rm
(t) =
m
j=1
(a(x)w
j
, w
r
)q
jm
(t) λ
r
g
rm
(t)
(2.10)
com 1 r m.
O sistema (2.10) pode ser escrito na forma matricial
g
1m
(t)
.
.
.
g
mm
(t)
q
1m
(t)
.
.
.
q
mm
(t)
=
q
1m
(t)
.
.
.
q
mm
(t)
g
1m
(t)λ
1
.
.
.
g
mm
(t)λ
m
+
0
.
.
.
0
q
1m
(t)(aw
1
, w
1
) ... q
mm
(t)(aw
m
, w
1
)
.
.
.
q
1m
(t)(aw
1
, w
m
) ... q
mm
(t)(aw
m
, w
m
)
21
que ´e o mesmo que
g
1m
(t)
.
.
.
g
mm
(t)
q
1m
(t)
.
.
.
q
mm
(t)
=
0 ··· 0 1 ··· 0
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
0 ··· 0 0 ··· 1
λ
1
··· 0 (aw
1
, w
1
) ··· (aw
m
, w
1
)
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
0 ··· λ
m
(aw
1
, w
m
) ··· (aw
m
, w
m
)
g
1m
(t)
.
.
.
g
mm
(t)
q
1m
(t)
.
.
.
q
mm
(t)
(2.11)
Definindo
Y
m
(t) =
g
1m
(t)
.
.
.
g
mm
(t)
q
1m
(t)
.
.
.
q
mm
(t)
e A =
0 ··· 0 1 ··· 0
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
0 ··· 0 0 ··· 1
λ
1
··· 0 (aw
1
, w
1
) ··· (aw
m
, w
1
)
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
0 ··· λ
m
(aw
1
, w
m
) ··· (aw
m
, w
m
)
(2.12)
segue-se de (2.11) que
Y
m
(t) = AY
m
(t). (2.13)
Agora, de (2.8) e (2.9), obtemos
Y
m
(0) =
g
1m
(0)
.
.
.
g
mm
(0)
q
1m
(0)
.
.
.
q
mm
(0)
=
(u
0
, w
1
)
.
.
.
(u
0
, w
m
)
(u
1
, w
1
)
.
.
.
(u
1
, w
m
)
= Y
0m
(2.14)
22
Enao, de (2.13) e de (2.14), temos o sistema equivalente
Y
m
(t) = AY
m
(t)
Y
m
(0) = Y
0m
Se tomarmos H
m
(t, Y
m
(t)) = AY
m
(t) : IR ×IR
2m
IR
2m
, ent˜ao podemos escrever o sistema
acima como
Y
m
(t) = H
m
(t, Y
m
(t))
Y
m
(0) = Y
0m
(2.15)
Considere D = [T, T ] × B
b
, onde B
b
= {x IR
2m
; Y
0m
B
b
e |x| b, b > 0}. Enao
H
m
´e cont´ınua em rela¸ao a Y
m
, para cada t fixo:
De fato, fixado t, tome > 0 qualquer. Seja δ =
A
(note que A < ). Ent˜ao, se Y
1
m
, Y
2
m
B
b
e |Y
1
m
Y
2
m
| < δ, temos que
|H
m
(t, Y
1
m
(t)) H
m
(t, Y
2
m
(t))| = |AY
1
m
(t) AY
2
m
(t)| A|Y
1
m
Y
2
m
| < Aδ = ;
H
m
´e cont´ınua em rela¸ao a t, para cada Y
m
fixo:
Fixado Y
m
(t), temos que H
m
ao depende de t, isto ´e, H
m
´e uma constante e, portanto,
cont´ınua;
|H
m
(t, Y
m
(t))| A|Y
m
(t)| Ab < , se Y
m
(t) B
b
.
Portanto, das considera¸oes acima, segue-se pelo Teorema de Caratheodory que existe uma
solu¸ao Y
m
(t) em (t
m
, t
m
), t
m
< T , de (2.15). Restringindo esta solu¸ao a t positivo, vemos
que existem, para todo m, fun¸oes g
1m
(t), ..., g
mm
(t) que satisfazem (2.7), t [0, t
m
), donde,
para todo m, existe u
m
(t), t [0, t
m
), t
m
< T , solu¸ao do problema aproximado (2.6). Pode-
mos notar que, dada a regularidade de H
m
, a existˆencia da solu¸ao Y
m
(t) tamb´em pode ser
obtida aplicando-se o Teorema de Peano; inclusive a solu¸ao pode ser determinada explici-
tamente, porque o problema ´e linear.
(ii) Estimativas a Priori
Primeira estimativa (Permitir´a prolongar a solu¸ao aproximada u
m
(t) V
m
, definida
para todo t [0, t
m
), t
m
< T , a todo intervalo [0, T ].)
23
Tomando v = 2u
m
(t) V
m
em (2.6), temos, t [0, t
m
),
2(u

m
(t), u
m
(t)) + 2((u
m
(t), u
m
(t))) + 2(a(x)u
m
(t), u
m
(t)) = 0 (2.16)
o que implica que
d
dt
|u
m
(t)|
2
+ ||u
m
(t)||
2
+ 2
a(x)|u
m
(t)|
2
dx = 0.
Como, por hip´otese, a(x) ´e uma fun¸ao limitada e ao-negativa, vemos que
d
dt
|u
m
(t)|
2
+ ||u
m
(t)||
2
0. (2.17)
Integrando-se a inequa¸ao acima de 0 a t, com t [0, t
m
), obtemos
|u
m
(t)|
2
+ ||u
m
(t)||
2
|u
1m
|
2
+ ||u
0m
||
2
(2.18)
Por outro lado, do problema aproximado (2.6), temos que u
0m
u
0
forte em W e u
1m
u
1
forte em H. Logo, existem constantes c
1
e c
2
, independentes de m, t, e T , tais que
|u
1m
|
2
c
1
e ||u
0m
||
2
c
2
. Segue-se, ent˜ao, de (2.18), que
|u
m
(t)|
2
+ ||u
m
(t)||
2
c
1
+ c
2
= k
1
, t [0, t
m
) ,
logo,
|u
m
(t)|
2
k
1
e ||u
m
(t)||
2
k
1
, t [0, t
m
). (2.19)
Substituindo a express˜ao de u
m
(t) em (2.19) e comparando com (2.12), temos que
|Y
m
(t)|
¯
k
1
, t [0, t
m
),
o que implica, pelo Teorema de Prolongamento de Solu¸oes, que Y
m
(t) pode ser prolongada
a todo [0, T ], T > 0. Logo, u
m
(t) pode ser prolongada a todo [0, T ].
Retornando a (2.16), (2.17) e (2.18), mas agora com t [0, T ], temos que (2.19) ´e alida
para todo t entre 0 e T e para todo m. Portanto,
(u
m
)
m
´e limitada em L
(0, T ; W ) (2.20)
e
(u
m
)
m
´e limitada em L
(0, T ; H). (2.21)
24
Segunda estimativa (limita¸ao para (u

m
)
m
)
Como Y
m
(t) ´e a solu¸ao de (2.15), segue-se que Y
m
(t) C
1
([0, T ]). Al´em disso, dado que a
EDO ´e
Y
m
= AY
m
Y
m
(0) = Y
0m
,
a solu¸ao Y
m
pode se explicitada da forma Y
m
(t) = Y
0m
e
At
. Como Y
m
(t) C
1
([0, T ]) e
Y
m
= AY
m
, temos que Y
m
C
1
([0, T ]), o que implica que Y

m
existe e pertence a C
0
([0, T ]).
Logo, vemos que g

im
e g

im
C
0
([0, T ]). Portanto, conclu´ımos que u
m
(t) C
3
([0, T ]).
Podemos, ent˜ao, de rivar a equa¸ao aproximada (2.6) diretamente em rela¸ao a t e obter
(u

m
(t), v) + ((u
m
(t), v)) + (a(x)u

m
(t), v) = 0, v V
m
.
Substituindo v = u

m
(t) na equa¸ao anterior, temos
1
2
d
dt
|u

m
(t)|
2
+
1
2
d
dt
||u
m
(t)||
2
+
a(x)|u

m
(t)|
2
dx = 0.
Integrando a ´ultima igualdade de 0 a t, t [0, T ], obtemos
|u

m
(t)|
2
+ ||u
m
(t)||
2
|u

m
(0)|
2
||u
m
(0)||
2
+ 2
t
0
a(x)|u

m
(s)|
2
dxds = 0 ,
o que implica que
|u

m
(t)|
2
+ ||u
m
(t)||
2
|u

m
(0)|
2
+ ||u
m
(0)||
2
+ 2
t
0
|a(x)|.|u

m
(s)|
2
dxds ,
donde, considerando max
x
|a(x)| = |a(x)|
max
|u

m
(t)|
2
+ ||u
m
(t)||
2
|u

m
(0)|
2
+ ||u
1m
||
2
+ 2|a(x)|
max
t
0
|u

m
(s)|
2
ds (2.22)
Por outro lado, se considerarmos t = 0 e tomarmos v = u

m
(0) na equa¸ao aproximada (2.6),
obteremos
(u

m
(0), u

m
(0)) + ((u
m
(0), u

m
(0) )) + (a(x)u
m
(0), u

m
(0)) = 0,
o que implica
|u

m
(0)|
2
= (u
m
(0), u

m
(0)) (a(x)u
m
(0), u

m
(0)),
25
donde
|u

m
(0)|
2
|(∆u
m
(0), u

m
(0))(a(x)u
m
(0), u

m
(0))| |(∆u
m
(0), u

m
(0))|+|(a(x)u
m
(0), u

m
(0))|
|u
m
(0)|.|u

m
(0)| + |a(x)u
m
(0)|.|u

m
(0)| |u

m
(0)|(|u
m
(0)| + |a(x)|
max
|u
m
(0)|).
Portanto,
|u

m
(0)| |u
0m
| + |a(x)|
max
|u
1m
| = ||u
0m
||
V
+ |a(x)|
max
|u
1m
|.
(2.23)
Das convergˆencias de (u
0m
)
m
e (u
1m
)
m
em (2.6), temos que existem constantes c
3
e c
4
,
independentes de t e m, tais que
|u

m
(0)| c
3
+ c
4
|a(x)|
max
(2.24)
Logo, de (2.22) e (2.24), com k
2
= c
3
+ c
4
|a(x)|
max
+ c
4
, temos que
|u

m
(t)|
2
+ ||u
m
(t)||
2
k
2
+ 2|a(x)|
max
t
0
|u

m
(s)|
2
ds (2.25)
e
|u

m
(t)|
2
k
2
+
t
0
2|a(x)|
max
|u

m
(s)|
2
ds (2.26)
Pela des igualdade de Gronwall, segue-se, de (2.26), que
|u

m
(t)|
2
k
2
exp
t
0
2|a(x)|
max
ds
= k
2
e
2t|a(x)|
max
, t [0, T ] ,
donde
|u

m
(t)|
2
k
2
e
2T |a(x)|
max
. (2.27)
Logo, de (2.25) e (2.27), temos
|u

m
(t)|
2
+ ||u
m
(t)||
2
k
2
+ 2|a(x)|
max
k
2
e
2T |a(x)|
max
.t , t [0, T ]
k
2
+ 2|a(x)|
max
T k
2
e
2T |a(x)|
max
= k
4
,
o que implica que
|u

m
(t)|
2
+ ||u
m
(t)||
2
k
4
, (2.28)
onde k
4
´e independente de m e t. Conclu´ımos, ent˜ao, que
(u
m
(t))
m
´e limitada em L
(0, T ; W ) (2.29)
e
(u

m
(t))
m
´e limitada em L
(0, T ; H) (2.30)
26
Terceira estimativa (limita¸ao para (∆u
m
)
m
)
Da equa¸ao aproximada (2.6), temos
(u

m
(t), w
j
) + (u
m
(t), w
j
) + (a(x)u
m
(t), w
j
) , j = 1, 2, ..., m (2.31)
Seja
h
m
(t) = u

m
(t) u
m
(t) + a(x)u
m
(t).
Como a base (w
j
)
j
´e formada pelos autovetores de ∆, tem-se que u
m
(t) V
m
, o que
implica que u
m
(t) H. Al´em disso, como a(x) L
(Ω), temos que a(x)u
m
(t) H.
Conclu´ımos, enao, que h
m
(t) H.
Consideremos o operador proje¸ao
P
m
: H V
m
v − P
m
v =
m
i=1
(v, w
i
)w
i
Como o operador P
m
´e auto-adjunto, obt´em-se
(P
m
h
m
(t), w
j
) = (h
m
(t), P
m
w
j
) =
h
m
(t),
m
i=1
(w
j
, w
i
)w
i
= (h
m
(t), w
j
).
Como, por (2.31), temos que (h
m
(t), w
j
) = 0, j = 1, 2, ..., m, conclu´ımos que
(P
m
h
m
(t), w
j
) = 0 , j = 1, 2, ..., m
o que implica que (P
m
h
m
(t), v) = 0 em V
m
, donde P
m
h
m
(t) 0 em V
m
. Assim,
P
m
u

m
(t) P
m
u
m
(t) + P
m
(a(x)u
m
(t)) = 0.
Como u

m
(t) e u
m
(t) pertencem a V
m
, P
m
L(H) e ||P
m
|| 1, temos que
u

m
(t) u
m
(t) + P
m
(a(x)u
m
(t)) = 0 ,
donde
|u
m
(t)| |u

m
(t)| + |P
m
(a(x)u
m
(t))| |u

m
(t)| + ||P
m
||.|a(x)u
m
(t)|
|u

m
(t)| + |a(x)u
m
(t)| |u

m
(t)| + |a(x)|
max
|u
m
(t)|.
27
De (2.21) e (2.30), temos que (u
m
)
m
e (u

m
)
m
ao limitadas em L
(0, T ; H); logo, existe
constante k
5
, independente de m e t, t [0, T ], tal que
|u
m
(t)| k
5
.
Logo, observando que |u
m
(t)| = ||u
m
||
V
, temos que
(∆u
m
)
m
´e limitada em L
(0, T ; H) (2.32)
(u
m
)
m
´e limitada em L
(0, T ; V ) (2.33)
(iii) Passagem ao limite
De (2.29) e (2.33), temos que existe subseq¨encia de (u
m
)
m
, denotada da mesma forma,
tal que
u
m
¯u em L
(0, T ; W ) (2.34)
e
u
m
u em L
(0, T ; V ) , (2.35)
pois L
1
(0, T ; W
) e L
1
(0, T ; V
) ao separ´aveis e [L
1
(0, T ; W
)]
= L
(0, T ; W ) e [L
1
(0, T ; V
)]
=
L
(0, T ; V ), pois V e W ao reflexivos e separ´aveis.
Provaremos que ¯u = u
:
Como V W H, temos de (2.35) que
u
m
u em L
(0, T ; H).
Como (0, T ) ´e limitado, temos que L
(0, T ; H) L
2
(0, T ; H). Desde que L
2
(0, T ; H)
L
2
(Q) ´e reflexivo, obtemos
u
m
u em L
2
(Q),
onde Q = [0, T ] × Ω.
Como a convergˆencia fraca em L
2
(Q) implic a na convergˆencia no sentido das distribui¸oes,
temos que
u
m
u em D
(Q).
28
Logo, sendo a derivao uma opera¸ao cont´ınua em D
(Q), segue-se que
u
m
u
em D
(Q). (2.36)
Por outro lado, de (2.34), obtemos, a que L
(0, T ; W ) L
2
(0, T ; H) L
2
(Q), pois (0, T )
´e limitado e W H,
u
m
¯u em L
2
(Q)
pois L
2
(Q) ´e reflexivo. Portanto, de modo an´alogo ao caso anterior, temos que
u
m
¯u em D
(Q). (2.37)
De (2.36) e (2.37), temos, pela unicidade do limite fraco, que ¯u = u
em L
2
(Q). Portanto,
u
m
u
em L
(0, T ; W ). (2.38)
Agora, de (2.30), existe ¯y L
(0, T ; H) e subseq¨encia de (u

m
)
m
, ainda denotada da mesma
forma, tais que
u

m
¯y em L
(0, T ; H).
Da mesma forma, conclu´ımos que ¯y = u

e , portanto, que
u

m
u

em L
(0, T ; H). (2.39)
Por ´ultimo, como u
m
u em D
(Q), temos que u
m
u em D
(Q). Mas, de (2.32),
como L
(0, T ; H) = (L
1
(0, T ; H
))
, isto ´e, dual de um espa¸co de Banach separ´avel, existe
subseq¨uˆencia de (∆u
m
)
m
, ainda denotada da mesma forma, e z L
(0, T ; H) tais que
u
m
z em L
(0, T ; H).
Conclu´ımos de maneira an´aloga que z = u e que
u
m
u em L
(0, T ; H). (2.40)
De (2.35), (2.38) e (2.39), temos que a fun¸ao u satisfaz as condi¸oes (2.1), (2.2) e (2.3) do
Teorema 2.1. Verificaremos agora que ela satisfaz (2.4):
Como u
m
u
em L
(0, T ; W ) e L
(0, T ; W ) L
2
(0, T ; H), o qual ´e Banach reflexivo,
temos que
u
m
u
em L
2
(0, T ; H).
29
Logo,
T
0
(f(t), u
m
(t)) dt
T
0
(f(t), u
(t)) dt , f L
2
(0, T ; H).
Em particular, se f = a(x)w, com a C
0
(Ω) e w L
2
(0, T ; H), temos que
T
0
(a(x)w, u
m
) dt
T
0
(a(x)w, u
) dt , w L
2
(0, T ; H) ,
o que implica
T
0
a(x)wu
m
dxdt
T
0
a(x)wu
dxdt , w L
2
(0, T ; H) ,
donde
T
0
(a(x)u
m
, w) dt
T
0
(a(x)u
, w) dt , w L
2
(0, T ; H). (2.41)
Sejam θ(t) L
2
(0, T ) e v H. Ent˜ao, w = vθ(t) L
2
(0, T ; H). Logo, de (2.41) temos que
T
0
(a(x)u
m
, v)θ(t) dt
T
0
(a(x)u
, v)θ(t) dt , v L
2
(Ω), θ L
2
(0, T ). (2.42)
Analogamente, obtemos de (2.39) que
T
0
(u

m
, v)θ(t) dt
T
0
(u

, v)θ(t) dt , v L
2
(Ω), θ L
2
(0, T ). (2.43)
e, de (2.40) que
T
0
(u
m
, v)θ(t) dt
T
0
(u, v)θ(t) dt , v L
2
(Ω), θ L
2
(0, T ). (2.44)
Multiplicando a equa¸ao aproximada (2.6) por θ(t) L
2
(0, T ) e integrando de 0 a T , obtemos
(como ((u, v)) = (u, v), se u V e v W )
T
0
(u

m
, v)θ(t) dt+
T
0
(u
m
, v)θ(t) dt+
T
0
(a(x)u
m
, v)θ(t) dt = 0 , v V
m
0
, θ L
2
(0, T ),
(2.45)
onde m
0
< m fixo e arbitr´ario.
Tomando o limite em (2.45) quando m , mantendo V
m
0
fixo e arbitr´ario e utilizando
(2.42), (2.43) e (2.44), temos que
T
0
(u

, v)θ(t) dt +
T
0
(u, v)θ(t) dt +
T
0
(a(x)u
, v)θ(t) dt = 0 , v V
m
0
, θ L
2
(0, T ),
(2.46)
30
Como [w
1
, w
2
, ...] ´e denso em H e (2.46) ´e valida para toda v V
m
0
com m
0
< arbitr´ario,
segue-se que (2.46) ´e alida para todo v H. Al´em disso, o conjunto {vθ ; θ L
2
(0, T ), v
L
2
(Ω)} ´e denso em L
2
(Q). Logo, conclu´ımos que
T
0
(u

, v) dt +
T
0
(u, v) dt +
T
0
(a(x)u
, v) dt = 0 , v L
2
(Q) .
Portanto,
(u

u + a(x)u
, v) = 0 , v L
2
(Q) ,
de onde conclu´ımos que
u

u + a(x)u
= 0 em L
2
(Q) ,
o que prova que u satisfaz (2.4).
(iv) Verifica¸ao dos Dados Iniciais
Primeiramente, note que faz sentido calcularmos u(0) e u
(0). De fato, como u L
(0, T ; V ),
u
L
(0, T ; W ) e u

L
(0, T ; H) e [0, T ] ´e limitado, temos que u L
1
(0, T ; V ),
u
L
1
(0, T ; W ) e u

L
1
(0, T ; H); al´em disso, sendo as imers˜oes V W H cont´ınuas,
temos, pelo lema 1.3, que u C
0
([0, T ]; W ) e u
C
0
([0, T ]; H).
Verifiquemos que u(0) = u
0
.
De (2.35) e como L
(0, T ; V ) L
(0, T ; H), temos que
u
m
u em L
(0, T ; H),
donde, identificando H ao seu dual, temos
T
0
(u
m
(t), w(t)) dt
T
0
(u(t), w(t)) dt , w L
1
(0, T ; H). (2.47)
Analogamente, de (2.38), temos que
T
0
(u
m
(t), w(t)) dt
T
0
(u
(t), w(t)) dt , w L
1
(0, T ; H). (2.48)
Seja θ C
1
([0, T ]) com θ(0) = 1 e θ(T ) = 0 e seja v H. Ent˜ao, θ e θ
C
0
([0, T ]), o que
implica θ e θ
L
2
(0, T ), donde ¯w(t) = vθ
(t) L
1
(0, T ; H) e w(t) = vθ(t) L
1
(0, T ; H).
31
Substituindo w em (2.48) e ¯w em (2.47), obtemos
T
0
(u
m
(t), v)θ
(t) dt
T
0
(u(t), v)θ
(t) dt
e
T
0
(u
m
(t), v)θ(t) dt
T
0
(u
(t), v)θ(t) dt .
Somando as duas express˜oes `a esquerda, obtemos
T
0
d
dt
{(u
m
(t), v)θ(t)}dt
T
0
d
dt
{(u(t), v)θ(t)}dt. (2.49)
Notemos que, como u C([0, T ], H) e v H, temos que (u(t), v) C
0
([0, T ]) e como
θ(t) C
0
([0, T ]), temos tame m que (u(t), v)θ(t) C
0
([0, T ]). Al´em disso,
d
dt
(u(t), v)θ(t) = (u
(t), v)θ(t) + (u(t), v)θ
(t) L
1
(0, T ).
Logo, pelo Teorema Fundamental do alculo Generalizado,
T
0
d
dt
{(u(t), v)θ(t)}dt = (u(T ), v)θ(T ) (u(0), v)θ(0). (2.50)
Analogamente,
T
0
d
dt
{(u
m
(t), v)θ(t)}dt = (u
m
(T ), v)θ(T ) (u
m
(0), v)θ(0). (2.51)
Segue-se, enao, de (2.49), utilizando (2.50) e (2.51), que
(u
m
(T ), v)θ(T ) (u
m
(0), v)θ(0) (u(T ), v)θ(T ) (u(0), v)θ(0).
Mas, como θ(0) = 1 e θ(T ) = 0, esta ´ultima convergˆencia implica que
(u
m
(0), v) (u(0), v) , v H,
donde,
u
0m
u(0) em H.
Por outro lado, do problema aproximado (2.6), sabemos que u
0m
u
0
forte em W, o que
implica que u
0m
u
0
forte em H, donde u
0m
u
0
fraco em H. Segue-se da unicidade do
limite fraco que
u(0) = u
0
em H.
Verifiquemos que u
(0) = u
1
.
Seja θ C
1
([0, T ]) com θ(0) = 1 e θ(T ) = 0 e seja v H. Ent˜ao, θ e θ
C
0
([0, T ]), o que
32
implica θ e θ
L
2
(0, T ), donde w(t) = vθ
(t) L
1
(0, T ; H). Logo, substituindo w em (2.48)
temos
T
0
(u
m
(t), v)θ
(t) dt
T
0
(u
(t), v)θ
(t) dt (2.52)
Agora, de (2.43), temos, utilizando θ e v acima, que
T
0
(u

m
(t), v)θ(t) dt
T
0
(u

(t), v)θ(t) dt (2.53)
Somando-se (2.52) e (2.53), obtemos
T
0
d
dt
{(u
m
(t), v)θ(t)}dt
T
0
d
dt
{(u
(t), v)θ(t)}dt. (2.54)
Procedendo de forma an´aloga ao caso anterior, mostramos via Teorema Fundamental do
alculo Generalizado que
u
m
(0) = u
1m
u
(0) em H.
Por outro lado, do problema aproximado, u
1m
u
1
forte em H, o que implica que u
1m
u
(0) fraco em H. Segue-se da unicidade do limite fraco que
u
(0) = u
1
em H.
Portanto, a solu¸ao u verifica os dados iniciais (2.5).
Corol´ario 2.1 Sob as mesmas hip´oteses do teorema 2.1, temos que a solu¸ao u satisfaz
u C([0, T ]; V ) C
1
([0, T ]; W ) C
2
([0, T ]; H).
Demonstra¸ao
Como a imers˜ao de W em H ´e cont´ınua e densa, : V H H satisfaz L(W, W
),
| u| = ||u||
V
, u V , e < u, v >
W
×W
= (u, v), u V, v W e, al´em disso,
u

u = a(x)u
C([0, T ]; H) e
d
dt
[a(x)u
] = a(x)u

L
2
(0, T ; H), temos, pelo corol´ario
do lema de Temam, que
u C([0, T ]; V ) C
1
([0, T ]; W ) C
2
([0, T ]; H).
33
2.2 Existˆencia de Solu¸oes utilizando resultados da teo-
ria de Semigrupos
Primeiramente, provaremos o teorema de existˆencia e unicidade de solu¸oes para a equa¸ao
de onda sem dissipa¸ao. Em seguida, como corol´ario deste teorema, provaremos a existˆencia
de solu¸ao para o nosso problema utilizando a teoria de perturba¸ao de semigrupos.
Teorema 2.2 Sejam u
0
H
2
(Ω) H
1
0
(Ω) e u
1
H
1
0
(Ω), com aberto de IR
N
limitado e
com fronteira bem regular. Ent˜ao, existe uma ´unica fun¸ao u : × [0, ) IR tal que
u C([0, T ]; H
2
(Ω) H
1
0
(Ω)) C
1
([0, T ]; H
1
0
(Ω)) C
2
([0, T ]; L
2
(Ω))
u

u = 0 q.s. em Q = × (0, ); (2.55)
u(x, 0) = u
0
(x) , u
(x, 0) = u
1
(x). em (2.56)
Demonstra¸ao
Continuaremos com a seguinte nota¸ao: V = H
2
(Ω) H
1
0
(Ω), W = H
1
0
(Ω) e H = L
2
(Ω).
(i) Redu¸ao de ordem
Seja v = u
. Enao, de (2.55), temos que v
= u. Logo,
u
v
=
0 I
0
u
v
Tomando U =
u
v
, A =
0 I
0
e U
0
=
u
0
(x)
u
1
(x)
, o problema inicial nos leva a
dU
dt
= AU
U(0) = U
0
.
(2.57)
Consideremos X = W × H e A : D(A) X X, com
||U||
2
X
= ||u||
2
W
+ |v|
2
H
e ||U||
2
D(A)
= ||Au||
2
H
+ ||v||
2
W
(2.58)
(ii) Caracteriza¸ao de D(A)
Temos que D(A) = {U X ; AU X}, isto ´e,
D(A) = {U = (u, v) ; u W, v W e u H}.
34
Pelo teorema de Agmon-Douglis-Nuremberg, temos que {u W ; u H} = V . Logo,
conclu´ımos que
D(A) = V × W.
Al´em disso, note que D(A) = X. De fato, Como D(Ω) V W e D(Ω) = W , temos que
V = W . Tamem temos que W = H. Assim, conclu´ımos que D(A) = V ×W = V × W =
W × H = X.
(iii) A ´e um operador dissipativo
Notemos que
Re < AU, U >=< AU, U >= (AU, U)
X
=
v
u
,
u
v
X
=
((v, u)) + (∆u, v) = ((u, v)) ((u, v)) = 0 , U D(A) ,
pois X ´e um espa¸co de Hilbert real. Logo, temos que A ´e dissipativo.
(iv) A ´e maximal
Seja F =
f
g
X. Vamos mostrar que existe U =
u
v
D(A) tal que (I A)U = F ,
isto ´e, que
u
v
v
u
=
f
g
, o que ´e o mesmo que mostrar que
u v = f
v u = g
.
Fazendo v = u f no ´ultimo sistema, temos que
u u = f + g (2.59)
Se u V ´e solu¸ao de (2.59), ent˜ao, fazendo o produto interno em H desta equa¸ao por
ϕ W , temos que
(u, ϕ) + (u, ϕ) = (f + g, ϕ) , ϕ W ,
o que implica
(u, ϕ) + ((u, ϕ)) = (f + g, ϕ) , ϕ W ,
isto ´e,
dx +
uϕ dx =
(f + g)ϕ dx. (2.60)
35
Mostraremos que (2.60) tem uma ´unica solu¸ao. Sejam a : W × W IR e T : W IR
definidas por
a(u, ϕ) =
dx +
uϕ dx
e
< T, ϕ >=
(f + g)ϕ dx.
a ´e cont´ınua.
De fato, pelas desigualdades de older e de Poincar´e, temos que
|a(u, ϕ)|
|u||ϕ| dx +
|∇u||∇ϕ| dx |u||ϕ| + |∇u||∇ϕ|
c
p
|∇u||∇ϕ| + |∇u||∇ϕ| = (c
p
+ 1)|∇u||∇ϕ| = (c
p
+ 1)||u|| ||ϕ|| ,
para todo u W, ϕ W .
a ´e coerciva.
a(u, u) =
u
2
dx +
|∇u|
2
dx
|∇u|
2
dx = ||u||
2
, u W.
T ´e cont´ınua.
Novamente, pelas desigualdades de older e de Poincar´e, temos
| < T, ϕ > |
|f + g| |ϕ| dx |f + g| |ϕ|
c
p
|f + g||∇ϕ| = c
p
|f + g| ||ϕ||.
Claramente, T ´e linear e a ´e bilinear. Ent˜ao, pelo lema de Lax-Milgram, existe uma ´unica
u W tal que
a(u, ϕ) =< T, ϕ > , ϕ W ,
de onde obtemos (2.60). Em particular, tomando ϕ D(Ω) em (2.60), vemos que
< u , ϕ > + < u, ϕ >=< f + g, ϕ > , ϕ D(Ω) ,
o que implica, derivando no se ntido das distribui¸oes, que
< u , ϕ > < u, ϕ >=< f + g, ϕ > , ϕ D(Ω) ,
36
e portanto,
u u = f + g em D
(Ω).
Como f + g H e u W , temos pela equa¸ao acima que u H, o que implica, pelo
teorema de Agmon-Douglis-Nuremberg, que u V . Logo, v = u f pertence a W . Ent˜ao
existe uma ´unica U =
u
v
D(A) que satisfaz (2.59), ou seja, que satisfaz (I A)U = F .
portanto, A ´e maximal.
Como A : D(A) X X ´e m-dissipativo e densamente definido, temos pelo teorema
de Lumer-Phillips que A ´e gerador infinitesimal de um semigrupo S de classe C
0
tal que
||S(t)||
X
1 , t 0.
Agora, seja U(t) = S(t)U
0
. Enao, U(0) = S(0)U
0
= U
0
e
d
dt
U(t) =
d
dt
S(t)U
0
= AS(t)U
0
= AU.
Logo, U =
u
v
satisfaz (2.57), e portanto, u satisfaz (2.55) q.s. em Q e s atisfaz (2.56).
Al´em disso, pela proposi¸ao 1.7, temos que
U(t) = S(t)U
0
C
0
([0, ); D(A)) C
1
([0, ); X)
o que implica que
u C([0, ); V ) C
1
([0, ); W ) C
2
([0, ); H).
Corol´ario 2.2 Nas mesmas condi¸oes do teorema 2.2, e considerando a = a(x) C(Ω)
uma fun¸ao ao-negativa, ent˜ao existe u : × [0, ) IR tal que
u C([0, ); V ) C
1
([0, ); W ) C
2
([0, ); H) (2.61)
u

u + a(x)u
= 0 q.s. em × (0, ) (2.62)
u(0) = u
0
; u
(0) = u
1
em (2.63)
37
Demonstra¸ao
Fazendo v = u
, temos de (2.62) que
u
v
=
0 I
0
u
v
+
0 0
0 a(x)
u
v
.
Tomando A =
0 I
0
, B =
0 0
0 a(x)
e U =
u
v
, temos que a equa¸ao acima
pode ser escrita como
dU
dt
= AU + BU. (2.64)
Pela demonstra¸ao do teorema 2.2, temos que A G(1, 0). Considere B : X X, onde
X = W × H. Enao,
B ´e dissipativo.
Como X ´e um espa¸co de Hilbert real, temos, para todo U X,
Re < BU, U >= (BU, U)
X
=
0
a(x)v
,
u
v
X
= (a(x)v, v) =
a(x)v
2
dx 0 ,
pois a(x) 0 em Ω.
Denotemos por |a(x)|
max
= max
x
|a(x)|. Enao
B L(X), com ||BU ||
X
|a(x)|
max
||U||
X
, U X.
De fato, por (2.58)
||BU||
2
X
= | a(x)v|
2
|a(x)|
2
max
|v|
2
|a(x)|
2
max
(||u||
2
+ |v|
2
) = |a(x)|
2
max
||U||
2
X
.
D(B) D(A).
Logo, pelo teorema 1.14, temos que A + B G(1, 0). Procedendo da mesma forma como na
demonstra¸ao do teorema 2.2, temos que U(t) = S(t)U
0
=
u
v
satisfaz (2.64) , onde S ´e
38
o semigrupo cujo gerador infinitesimal ´e A + B e U
0
=
u
0
u
1
e que u satisfaz (2.61), (2.62)
e (2.63).
Corol´ario 2.3 Temos que a solu¸ao u encontrada no corol´ario anterior satisfaz
|u(t)|
2
+ ||u
(t)||
2
|u
0
|
2
+ ||u
1
||
2
, q.s. em (0, ).
Demonstra¸ao
Como o semigrupo A + B G(1, 0) pela demonstra¸ao do corol´ario anterior, temos que
||S(t)||
X
1 , t 0. Logo
||U(t)||
D(A)
= ||S(t)U
0
||
D(A)
||S(t)||
X
||U
0
||
D(A)
||U
0
||
D(A)
.
Temos, ent˜ao, de (2.58),
|u(t)|
2
+ ||u
(t)||
2
|u
0
|
2
+ ||u
1
||
2
.
2.3 Unicidade de Solu¸oes
Provaremos, agora, que a solu¸ao encontrada no corol´ario 2.2 ´e ´unica utilizando o etodo
da Energia.
Teorema 2.3 Temos que a solu¸ao u encontrada no corol´ario 2.2 ´e ´unica.
Demonstra¸ao
Sejam u e v duas solu¸oes dentro das condi¸oes do Corol´ario 2.2. Se tomarmos w = u v,
enao w satisfar´a
w C([0, ); V ) C
1
([0, ); W ) C
2
([0, ); H) (2.65)
w

w + aw
= 0 q.s. em × (0, ); (2.66)
w(0) = 0 = w
(0). (2.67)
39
Multiplicando a equa¸ao (2.66) por w
(t) e integrando e m Ω, obtemos
w

(t)w
(t) dx
w(t)w
(t) dx +
a(x)(w
(t))
2
dx = 0,
donde
1
2
d
dt
{|w
(t)|
2
+ ||w(t)||
2
} =
a(x)(w
(t))
2
dx.
Integrando-se a igualdade acima de 0 a t, com t [0, ), temos que
1
2
{|w
(t)|
2
+ ||w(t)||
2
|w
(0)|
2
||w(0)||
2
} =
t
0
a(x)(w
(x, t))
2
dxdt
Como a(x) C(Ω) e ´e ao-negativa, temos que o lado direito da igualdade acima ´e menor
que zero. Al´em disso, considerando (2.67), conclu´ımos que
|w
(t)|
2
+ ||w(t)||
2
0, t [0, ),
o que implica que ||w(t)|| = 0, t [0, ), donde u(t) v(t) em V , t [0, ).
Portanto, a solu¸ao do corol´ario 2.2 ´e ´unica.
40
Cap´ıtulo 3
Decaimento das Solu¸oes Fortes
Este cap´ıtulo ser´a dedicado ao estudo do decaimento da energia associada ao problema
u

u + a(x)u
= 0 , q.s em × (0, )
u(x, t) = 0 , em Γ × (0, )
u(0) = u
0
, u
(0) = u
1
em ,
(3.1)
onde ´e um aberto de IR
N
limitado e com fronteira bem regular e a(x) C
0
(Ω) uma fun¸ao
ao-negativa tal que existe p > 0 que satisfaz
ω
1
a
p
dx < , onde ω ´e a interse¸ao de com
uma vizinhan¸ca de Γ
+
(Veja figura 1 da agina 1).
Do corol´ario 2.2 e do teorema 2.3, temos que (3.1) possui uma ´unica solu¸ao u satisfazendo
u C
0
([0, ); V ) C
1
([0, ); W ) C
2
([0, ); H) , (3.2)
onde V = H
1
0
(Ω) H
2
(Ω), W = H
1
0
(Ω) e H = L
2
(Ω).
A energia associada ao problema (3.1) ´e
E(t) =
1
2
|u
(x, t)|
2
+ |∇u(x, t)|
2
dx , t 0. (3.3)
Podemos observar, devido a (3.2), que E(t) C
1
([0, ]).
Multiplicando a equa¸ao em (3.1) por u
e integrando em Ω, temos
u

(x, t)u
(x, t) dx
u(x, t) u
(x, t) dx +
a(x)u
(x, t)
2
dx = 0 ,
donde
d
dt
1
2
|u
(x, t)|
2
+ |∇u(x, t)|
2
dx
=
a(x)|u
(x, t)|
2
dx .
41
Logo, vemos que E ´e uma fun¸ao ao-crescente com o tempo e
E
(t) =
a(x)|u
(x, t)|
2
dx . (3.4)
Provaremos que E decresce polinomialmente com o tempo. Para isso, provaremos, primeira-
mente, alguns resultados.
3.1 Resultados Auxiliares
De agora em diante, denotaremos por S e T dois n´umeros reais tais que 0 S < T < e
escreveremos E ao inv´es de E(t). Al´em disso, u sempre denotar´a a solu¸ao forte de (3.1) e
c denotar´a constantes positivas diferentes que ao dependem dos dados iniciais.
Lema 3.1 Sejam µ 0, q (W
1,
(Ω))
N
, α IR e ξ W
1,
(Ω). Ent˜ao, temos as
seguintes igualdades
u
{2q.u + αu}dx E
µ
T
S
+
×]S,T [
(div(q) α)
|u
|
2
|∇u|
2
E
µ
dxdt
µ
×]S,T [
E
µ1
E
u
{2q.u + αu} dxdt + 2
×]S,T [
E
µ
N
i,j=1
q
j
x
i
u
x
i
u
x
j
dxdt+
+
×]S,T [
a(x)u
{2q.u + αu}E
µ
dxdt =
Γ×]S,T [
E
µ
(q)
u
ν
2
dΓdt
(3.5)
e
u
ξu dx E
µ
T
S
×]S,T [
ξ
|u
|
2
|∇u|
2
E
µ
dxdt
µ
×]S,T [
E
µ1
E
u
dxdt +
×]S,T [
uu.ξ E
µ
dxdt+
×]S,T [
a(x)u
ξuE
µ
dxdt = 0 .
(3.6)
Demonstra¸ao: Multiplicando a equa¸ao u

u + a(x)u
= 0 por {2q.u + αu}E
µ
e
integrando em ×]S, T [ , temos
×]S,T [
a(x)u
{2q.u + αu}E
µ
dxdt =
=
T
S
u

{2q.u + αu}E
µ
dtdx
T
S
u{2q.u + αu}E
µ
dxdt .
42
Integrando por partes o primeiro termo do segundo membro desta ´ultima equa¸ao, vemos
que
×]S,T [
a(x)u
{2q.u + αu}E
µ
dxdt =
u
{2q.u + αu}dx E
µ
T
S
T
S
E
µ
q.(u
)
2
dxdt
T
S
αE
µ
(u
)
2
dxdt
µ
T
S
E
µ1
E
u
{2q.u + αu} dxdt
T
S
E
µ
u{2q.u} dxdt
T
S
E
µ
u{αu} dxdt .
(3.7)
Observemos que, pela Identidade de Green e pela proposi¸ao 1.5,
T
S
E
µ
u{2q.u} dxdt =
T
S
E
µ
u∇{2q.u} dx
Γ
{2q.u}
u
ν
dΓ
dt =
=
T
S
E
µ
2
N
i=1
u
x
i
x
i
N
j=1
q
j
u
x
j
dx
Γ
2q.
u
ν
ν
u
ν
dΓ
dt =
=
T
S
E
µ
2
N
i,j=1
u
x
i
q
j
x
i
u
x
j
+ q
j
u
x
i
2
u
x
i
x
j
dxdt 2
T
S
Γ
E
µ
(q)
u
ν
2
dΓdt =
=
T
S
E
µ
2
N
i,j=1
q
j
x
i
u
x
i
u
x
j
+
1
2
q
j
x
j
u
x
i
2
dxdt 2
T
S
Γ
E
µ
(q)
u
ν
2
dΓdt =
= 2
T
S
E
µ
N
i,j=1
q
j
x
i
u
x
i
u
x
j
dxdt +
T
S
E
µ
N
j=1
q
j
x
j
N
i=1
u
x
i
2
dxdt
2
T
S
Γ
E
µ
(q)
u
ν
2
dΓdt ,
ou seja,
T
S
E
µ
u{2q.u} dxdt =
= 2
T
S
E
µ
N
i,j=1
q
j
x
i
u
x
i
u
x
j
dxdt +
T
S
E
µ
N
j=1
q
j
x
j
|∇u|
2
dxdt
2
T
S
Γ
E
µ
(q)
u
ν
2
dΓdt .
(3.8)
Agora, se
F =
q
1
|∇u|
2
, ..., q
N
|∇u|
2
, pelo teorema 1.12, temos que
F
H
1
(Ω)
N
, para
cada t fixo. Logo,
div
F =
N
i=1
q
i
x
i
|∇u|
2
+ q
i
x
i
|∇u|
2
= |∇u|
2
div(q) +
N
i=1
q
i
x
i
|∇u|
2
,
43
o que implica, pelo Teorema de Gauss,
T
S
E
µ
N
j=1
q
j
x
j
|∇u|
2
dxdt =
T
S
E
µ
div(q)|∇u|
2
dxdt +
T
S
E
µ
div
F dxdt =
=
T
S
E
µ
div(q)|∇u|
2
dxdt +
T
S
Γ
E
µ
|∇u|
2
(q) dΓdt ,
donde, pela proposi¸ao 1.5,
T
S
E
µ
N
j=1
q
j
x
j
|∇u|
2
dxdt =
T
S
E
µ
div(q)|∇u|
2
dxdt +
T
S
Γ
E
µ
(q)
u
ν
2
dΓdt .
(3.9)
Portanto, de (3.8) e (3.9), vemos que
T
S
E
µ
u{2q.u} dxdt = 2
×]S,T [
E
µ
N
i,j=1
q
j
x
i
u
x
i
u
x
j
dxdt
×]S,T [
E
µ
div(q)|∇u|
2
dxdt
Γ×]S,T [
E
µ
(q)
u
ν
2
dΓdt .
(3.10)
Agora, pela Identidade de Green,
T
S
E
µ
u{αu} dxdt =
×]S,T [
E
µ
α|∇u|
2
dxdt . (3.11)
Por ´ultimo, se tomarmos
F =
q
1
(u
)
2
, ..., q
N
(u
)
2
, novamente pelo teorema 1.12, temos
que
F
H
1
(Ω)
N
, para cada t fixo. Enao
div
F =
N
i=1
q
i
x
i
(u
)
2
+
N
i=1
q
i
x
i
(u
)
2
= div(q)(u
)
2
+ q.(u
)
2
,
o que implica, pelo Teorema de Gauss,
T
S
E
µ
q.(u
)
2
dxdt =
T
S
E
µ
div(q)(u
)
2
dx
div
F dx
dt =
=
×]S,T [
E
µ
div(q)(u
)
2
dxdt ,
(3.12)
pois u
W , para cada t fixo.
Juntando (3.7), (3.10), (3.11) e (3.12), temos a igualdade (3.5). Provemos, enao, (3.6).
Multiplicando a equa¸ao u

u + a(x)u
= 0 por ξuE
µ
e integrando em ×]S, T [, temos
que
T
S
u

ξuE
µ
dtdx
T
S
uE
µ
dxdt +
×]S,T [
a(x)u
ξuE
µ
dxdt = 0 .
44
Integrando por partes o primeiro termo da ´ultima igualdade e utilizando a Identidade de
Green, temos que
u
ξu dx E
µ
T
S
×]S,T [
u
ξu
E
µ
dxdt
×]S,T [
u
ξuµE
µ1
E
dxdt+
+
T
S
u.(ξuE
µ
) dxdt +
×]S,T [
a(x)u
ξuE
µ
dxdt = 0 ,
(3.13)
pois u W , para cada t fixo.
Observando que
T
S
u.(ξuE
µ
) dxdt =
T
S
E
µ
u.(uξ + ξu) dxdt =
×]S,T [
E
µ
uu.ξ dxdt +
×]S,T [
E
µ
ξ|∇u|
2
dxdt ,
obtemos de (3.13) a segunda igualdade do lema.
Corol´ario 3.1 Considerando q = m(x) = x x
0
e α = N 1 em (3.5), onde x
0
´e um ponto
fixo de IR
N
, temos que
2
T
S
E
µ+1
dt =
u
{2m(x).u + (N 1)u} dx E
µ
T
S
+
+µ
×]S,T [
E
µ1
E
u
{2m(x).u + (N 1)u} dxdt
×]S,T [
a(x)u
{2m(x)u + (N 1)u} E
µ
dxdt+
+
Γ×]S,T [
E
µ
(m(x))
u
ν
2
dΓdt .
(3.14)
Demonstra¸ao: Como div (q) = N , temos que
×]S,T [
(div (q) α)
|u
|
2
|∇u|
2
E
µ
dxdt =
=
×]S,T [
E
µ
|u
|
2
|∇u|
2
dxdt =
T
S
E
µ
|u
|
2
+ |∇u|
2
dx 2
|∇u|
2
dx
dt =
= 2
T
S
E
µ+1
dt 2
×]S,T [
E
µ
|∇u|
2
dxdt .
(3.15)
Tamem, temos que
2
×]S,T [
E
µ
N
i,j=1
q
j
x
i
u
x
i
u
x
j
dxdt = 2
×]S,T [
E
µ
N
i=1
u
x
i
2
dxdt =
= 2
×]S,T [
E
µ
|∇u|
2
dxdt .
(3.16)
Temos, ent˜ao, de (3.5), (3.15) e (3.16) a tese do corol´ario.
45
Corol´ario 3.2 Seja h a fun¸ao do lema 1.8. Considerando q = h e α = 0 em (3.5) e
multiplicando a igualdade obtida por R = sup{|m(x)| , x }, onde m(x) = x x
0
,
x
0
IR
N
fixo, temos que
R
Γ
+
×]S,T [
E
µ
u
ν
2
dΓdt c
0
ω×]S,T [
|u
|
2
+ |∇u|
2
E
µ
dxdt+
+2R
u
h.u dxdt E
µ
T
S
2µR
×]S,T [
E
µ1
E
h.u dxdt+
+2R
×]S,T [
a(x)u
h.u E
µ
dxdt ,
(3.17)
onde c
0
´e uma constante que o depende de ω.
Demonstra¸ao: Substituindo q e α como acima em (3.5) e multiplicando a equa¸ao obtida
por R, temos que
R
Γ×]S,T [
E
µ
(h.ν)
u
ν
2
dΓdt = R
u
{2h.u} dx E
µ
T
S
+
+R
ω×]S,T [
div (h)
|u
|
2
|∇u|
2
E
µ
dxdt
×]S,T [
E
µ1
E
u
{2h.u} dxdt+
+2R
×]S,T [
E
µ
N
i,j=1
h
j
x
i
u
x
i
u
x
j
dxdt + R
×]S,T [
a(x)u
{2h.u}E
µ
dxdt ,
(3.18)
a que div (h) = 0 em \
ω.
Como h (W
1,
(Ω))
N
, temos que div (h) L
(Ω). Logo, existe constante c
1
0 tal que
div (h) c
1
. Temos, ent˜ao, de (3.18) que (pois h = ν em Γ
+
e h.ν 0 em Γ)
R
Γ
+
×]S,T [
E
µ
u
ν
2
dΓdt = R
Γ
+
×]S,T [
E
µ
(h.ν)
u
ν
2
dΓdt
R
Γ
×
]S,T [
E
µ
(h.ν)
u
ν
2
dΓdt Rc
1
ω×]S,T [
|u
|
2
+ |∇u|
2
E
µ
dxdt+
+2R
u
h.u dx E
µ
T
S
2Rµ
×]S,T [
E
µ1
E
u
h.u dxdt+
+2R
×]S,T [
E
µ
N
i,j=1
h
j
x
i
u
x
i
u
x
j
dxdt + 2R
×]S,T [
a(x)u
h.uE
µ
dxdt .
(3.19)
Observe que, como h (W
1,
(Ω))
N
e h = 0 e m \
ω, existe constante c
2
0 tal que
46
2R
×]S,T [
E
µ
N
i,j=1
h
j
x
i
u
x
i
u
x
j
dxdt
2Rc
2
T
S
E
µ
ω
N
i,j=1
u
x
i
u
x
j
dx dt
2Rc
2
T
S
E
µ
N
i=1
ω
u
x
i
2
dx
1/2
N
j=1
ω
u
x
j
2
dx
1/2
=
= 2Rc
2
T
S
E
µ
N
i=1
ω
u
x
i
2
dx
dt = 2Rc
2
ω×]S,T [
E
µ
|∇u|
2
dxdt , donde
2R
×]S,T [
E
µ
N
i,j=1
h
j
x
i
u
x
i
u
x
j
dxdt 2Rc
2
ω×]S,T [
E
µ
|u
|
2
+ |∇u|
2
dxdt .
(3.20)
Tomando c
0
= 2 max{Rc
1
, 2Rc
2
} e juntando (3.19) e (3.20), obtemos (3.17).
Corol´ario 3.3 Seja η a fun¸ao do lema 1.9. Considerando ξ = η
2
em (3.6), temos que
×]S,T [
η
2
|∇u|
2
E
µ
dxdt =
u
η
2
u dx E
µ
T
S
+
×]S,T [
η
2
|u
|
2
E
µ
dxdt+
+µ
×]S,T [
E
µ1
E
u
u η
2
dxdt 2
×]S,T [
ηuu.η E
µ
dxdt
×]S,T [
a(x)u
η
2
uE
µ
dxdt .
(3.21)
Demonstra¸ao: Aplicando (3.6) com ξ = η
2
temos que
u
η
2
u dx E
µ
T
S
×]S,T [
η
2
|u
|
2
E
µ
η
2
|∇u|
2
E
µ
dxdt
µ
×]S,T [
E
µ1
E
u
u η
2
dxdt +
×]S,T [
uu.η
2
E
µ
dxdt+
+
×]S,T [
a(x)u
η
2
uE
µ
dxdt = 0 ,
o que implica (3.21).
Lema 3.2 Sendo m(x) = x x
0
, R = sup{|m(x)| , x } e µ 0, onde x
0
´e um ponto
fixo de IR
N
, temos que
u
{2m.u + (N 1)u} dx E
µ
T
S
4RE(0)
µ
E(S) (3.22)
e
µ
×]S,T [
E
µ1
E
u
{2m.u + (N 1)u} dxdt
2µRE(0)
µ
E(S) . (3.23)
47
Demonstra¸ao: Vamos provar inicialmente que
(2m.u + (N 1)u)
2
dx
(2m.u)
2
dx . (3.24)
De fato, notemos que
(2m.u + (N 1)u)
2
dx
(2m.u)
2
dx =
=
(2m.u)
2
+ 4m.u(N 1)u + (N 1)
2
u
2
dx
(2m.u)
2
dx =
= 4(N 1)
(m.u)u dx + (N
2
2N + 1)
u
2
dx .
(3.25)
Mas
(m.u)u =
(x
1
x
1
0
)
u
x
1
+ ... + (x
N
x
N
0
)
u
x
N
u
e, para todo 1 i N , temos que
1
2
x
i
(x
i
x
i
0
)u
2
1
2
u
2
= (x
i
x
i
0
)u
u
x
i
,
onde x
0
= (x
1
0
, ..., x
N
0
).
Portanto,
1
2
div
(x
1
x
1
0
)u
2
, ..., (x
N
x
N
0
)u
2
N
2
u
2
= (m .u)u ,
o que implica, pelo Teorema de Gauss e pelo teorema 1.12, que
(m.u)u dx =
1
2
div
(x
1
x
1
0
)u
2
, ..., (x
N
x
N
0
)u
2
dx
N
2
u
2
dx =
=
1
2
Γ
(x
1
x
1
0
)u
2
, ..., (x
N
x
N
0
)u
2
dΓ
N
2
u
2
dx =
=
1
2
Γ
u
2
(m.ν) dΓ
N
2
u
2
dx ,
donde
4(N 1)
(m.u)u dx = 2(N 1)N
u
2
dx , (3.26)
pois u
2
W .
Juntando (3.25) e (3.26), obtemos (3.24), pois 1 N
2
0.
Utilizando (3.24), temos que
u
(2m.u + (N 1)u) dx
|u
|
L
2
|2m.u + (N 1)u|
L
2
48
|u
|
L
2
|2m.u|
L
2
2R|u
|
L
2
|∇u|
L
2
R (|u
|
L
2
| + u|
L
2
) = 2RE ,
ou seja,
u
(2m.u + (N 1)u) dx
2RE . (3.27)
Portanto,
u
{2m.u + (N 1)u} dx E
µ
T
S
=
u
{2m.u + (N 1)u} dx
T
S
E
µ
]
T
S
(2RE(T ) + 2RE(S)) |E
µ
(T ) E
µ
(S)| 4RE(S)E(0)
µ
,
o que prova (3.22).
Finalmente, temos, de (3.27), que
µ
×]S,T [
E
µ1
E
u
{2m.u + (N 1)u} dxdt
µ
T
S
E
µ1
|E
|2RE dt = 2µR
T
S
E
µ
|E
| dt
2µRE(0)
µ
T
S
|E
| dt 2µRE(0)
µ
E(S) ,
o que prova prova (3.23).
Lema 3.3 Seja u solu¸ao do problema (3.1). Para cada t 0, existe uma ´unica z(t)
H
2
(Ω) H
1
0
(Ω) solu¸ao de
z = χ(ω)u em
z = 0 em Γ .
(3.28)
Al´em disso, z C
0
([0, ) ; H
2
(Ω) H
1
0
(Ω)), z
existe, pertence a C
0
([0, ) ; H
2
(Ω) H
1
0
(Ω))
e satisfaz
z
= χ(ω)u
em
z
= 0 em Γ .
(3.29)
Tamb´em, temos que
z.u dx =
ω
|u|
2
dx , (3.30)
|∇z|
2
dx c
ω
|u|
2
dx (3.31)
e
|∇z
|
2
dx c
ω
|u
|
2
dx . (3.32)
Demonstra¸ao: Seja t 0 fixo. Como u(t) H e χ(ω) L
Ω, temos que χ(ω)u(t) H.
49
Enao, pelo Teorema de Agmon-Douglis-Niremberg existe uma ´unica z(t) H
2
(Ω) H
1
0
(Ω)
solu¸ao de
z = χ(ω)u em . (3.33)
Como isso ´e alido para todo t 0, tomando z(t) e z(t + h) respectivas solu¸oes de (3.33)
em t e t + h, h > 0, temos que
| z(t + h) + z(t)|
H
= | χ(ω)[u(t + h) u(t)] |
H
,
o que implica que
||z(t + h) z(t)||
V
= | χ(ω)[u(t + h) u(t)] |
H
,
donde
||z(t + h) z(t)||
V
|u(t + h) u(t)|
H
0 quando h 0
+
,
pois u C
0
([0, ) ; H).
Analogamente, ||z(t h) z(t)||
V
0 quando h 0
+
. Portanto, temos que z
C
0
([0, ) ; V ) e satisfaz (3.28).
Logo, temos que z
D
(0, ; V ) e z
D
(0, ; H).
Derivando a equa¸ao em (3.28) no sentido das distribui¸oes, temos que
z
= χ(ω)u
em D
(0, ; H) .
Como u
C
0
([0, ) ; W ), temos que z
L
((0, ) ; H). Por outro lado,
supess
0 t <
||z
(t)||
W
=
supess
0 t <
sup
ϕW
, ||ϕ||
W
1
|ϕ, z
(t)
W
×W
| .
Como L(W, W
) e ´e isomorfismo, temos que existe v W tal que ϕ = v. Enao,
como tamb´em ´e auto-adjunto,
supess
0 t <
||z
(t)||
W
=
supess
0 t <
sup
vW , ||v||
W
1
|−v, z
(t)
W
×W
| =
=
supess
0 t <
sup
vW , ||v||
W
1
|(v, z
(t))
H
|
supess
0 t <
| z
(t)|
H
sup
vW , ||v||
W
1
|v|
H
c
supess
0 t <
| z
(t)|
H
sup
vW , ||v||
W
1
||v||
W
c
supess
0 t <
| z
(t)|
H
< ,
pois z
L
((0, ) ; H).
50
Portanto z
L
((0, ) ; W ), o que implica que z
(t) W q.s. em (0, ) e z
(t) =
χ(ω)u
(t) H. Novamente pelo Teorema de Agmon-Douglis-Niremberg, temos que z
(t)
V .
Analogamente ao que fizemos anteriormente, provamos que z
C
0
([0, ) ; V ) e satisfaz
(3.29).
Agora, pela Identidade de Green,
z.u dx =
uz dx =
χ(ω)u
2
dx =
ω
|u|
2
dx ,
o que prova (3.30).
Temem pela Identidade de Green, e observando que λ
1
|u|
2
L
2
(ω)
||u||
2
H
1
0
(ω)
para todo
u H
1
0
(ω), vemos que
|∇z|
2
dx =
zz dx =
χ(ω)uz dx =
ω
uz dx
ω
u
2
dx
1/2
ω
z
2
dx
1/2
1
λ
1
ω
u
2
dx
1/2
ω
|∇z|
2
dx
1/2
1
λ
1
ω
u
2
dx
1/2
|∇z|
2
dx
1/2
,
donde
|∇z|
2
dx
1/2
1
λ
1
ω
u
2
dx
1/2
,
o que prova (3.31) com c =
1
λ
1
.
A prova de (3.32) ´e an´aloga.
Corol´ario 3.4 Sejam z a fun¸ao do lema 3.3 e µ 0. Ent˜ao,
ω×]S,T [
|u|
2
E
µ
dxdt =
u
z dx E
µ
T
S
+
×]S,T [
E
µ
u
z
dxdt+
+µ
×]S,T [
E
µ1
E
u
z dxdt
×]S,T [
a(x)u
zE
µ
dxdt .
(3.34)
Demonstra¸ao: Multiplicando a equa¸ao u

u + a(x)u
= 0 por zE
µ
e integrando em
×]S, T [, temos que
T
S
u

zE
µ
dtdx
T
S
E
µ
z u dxdt +
×]S,T [
a(x)u
zE
µ
dxdt = 0 .
Integrando por partes o primeiro termo e usando a Identidade de Green no segundo, temos
u
zE
µ
]
T
S
T
S
u
z
E
µ
dt
T
S
u
zµE
µ1
E
dt
dx +
T
S
E
µ
u.z dx
dt+
+
×]S,T [
a(x)u
zE
µ
dxdt = 0 ,
51
o que implica que
u
z dx E
µ
T
S
×]S,T [
E
µ
u
z
dxdt µ
×]S,T [
E
µ1
E
u
z dxdt +
ω×]S,T [
|u|
2
E
µ
dxdt+
+
×]S,T [
a(x)u
zE
µ
dxdt = 0 ,
donde (3.34).
De agora em diante, consideraremos ω
1
= {x ω ; a(x) 1} e ω
2
= {x ω ; a(x) > 1}.
Lema 3.4 Seja F
1
=
|u
0
|
2
H
+ ||u
1
||
2
W
1/2
, onde u
0
e u
1
ao as condi¸oes iniciais do pro-
blema (3.1). Suponha que a C
0
(Ω) satisfaz |a
1
|
p
p
=
ω
dx
a
p
< para algum p > 0 tal que
0 < p < se N = 1, 2
p N 2 se N 3 .
Ent˜ao, para N = 1,
ω
|u
|
2
dx |E
| + c|a
1
|
p
p+1
F
1
p+1
1
E
1
2(p+1)
|E
|
p
p+1
(3.35)
e para N 2, temos
ω
|u
|
2
dx |E
| + c|a
1
|
p
p+1
p
F
N
p+1
1
E
p(N2)
2(p+1)
|E
|
p
2p+2
. (3.36)
Demonstra¸ao: Como ω ´e a interse¸ao de uma vizinhan¸ca de Γ
+
com Ω, temos que, para
todo N 1,
ω
2
|u
|
2
dx
ω
2
a(x)|u
|
2
dx
a(x)|u
|
2
dx ,
o que implica que
ω
2
|u
|
2
dx |E
| . (3.37)
1
o
caso: N = 1
Utilizando a desigualdade de older e o Teorema de Imers˜ao de Sobolev, temos que
ω
1
|u
|
2
dx =
ω
1
1
a
p
p+1
a
p
p+1
|u
|
2
dx
ω
1
1
a
p
p+1
p+1
dx
1
p+1
ω
1
a
p
p+1
|u
|
2
p+1
p
dx
p
p+1
=
=
ω
1
dx
a
p
1
p+1
ω
1
a|u
|
2+
2
p
dx
p
p+1
ω
dx
a
p
1
p
p
p+1
ω
1
a|u
|
2+
2
p
dx
p
p+1
52
|a
1
|
p
p+1
p
ω
1
a|u
|
2
|u
|
2
p
dx
p
p+1
|a
1
|
p
p+1
p
|u
|
2/p
a|u
|
2
dx
p
p+1
= |a
1
|
p
p+1
p
|u
|
2
p+1
|E
|
p
p+1
,
ou seja,
ω
1
|u
|
2
dx |a
1
|
p
p+1
p
|u
|
2
p+1
|E
|
p
p+1
, (3.38)
onde |u
|
L
(Ω)
= |u
|
.
Tomando q = r = 2, s = , k = 0, δ =
1
2
e m = 1 no lema de Gagliardo-Niremberg, temos
que, para toda ϕ H
1
(Ω), existe constante positiva c tal que
|ϕ|
c ||ϕ||
1/2
H
1
(Ω)
|ϕ|
1/2
H
. (3.39)
Por outro lado, pelo corol´ario 2.3, temos que
||u
||
W
F
1
, onde F
1
=
|u
0
|
2
H
+ ||u
1
||
2
W
1/2
. (3.40)
Como as normas em H
1
(Ω) e em H
1
0
(Ω) ao equivalentes para ϕ H
1
0
(Ω), temos, de (3.40),
que existe c
5
tal que
||u
||
H
1
(Ω)
c
5
F
1
. (3.41)
De (3.39) temos que
|u
|
2
p+1
c
2
p+1
||u
||
1
p+1
H
1
(Ω)
|u
|
1
p+1
H
= c
6
|u
|
2
dx
1
2
1
p+1
||u
||
1
p+1
H
1
(Ω)
,
o que implica que, utilizando (3.41),
|u
|
2
p+1
c
7
E
1
2(p+1)
F
1
p+1
1
. (3.42)
Portanto, temos de (3.38) e (3.42) que
ω
1
|u
|
2
dx c
7
|a
1
|
p
p+1
p
E
1
2(p+1)
|E
|
p
p+1
F
1
p+1
1
. (3.43)
Finalmente, juntando (3.37) e (3.43), obtemos (3.35).
2
o
caso: N 2
Voltando ao primeiro caso, vemos que
ω
1
|u
|
2
dx |a
1
|
p
p+1
p
ω
1
a|u
|
2+
2
p
dx
p
p+1
. (3.44)
Por outro lado, notemos que u
L
2p+4
p
(Ω). De fato, se N = 2, como u
H
1
0
(Ω) H
1
(Ω),
utilizando o teorema de Imers˜ao de Sobolev com m = 1, p = 2 e q = 2 +
4
p
, temos que
53
u
H
1
(Ω) L
2p+4
p
(Ω). Agora, se N > 2, por hip´otese temos que p N 2. Utilizando
novamente o teorema de Imers˜ao, mas com q =
Np
N mp
, temos que H
1
(Ω) L
2p+4
p
(Ω).
Portanto, temos da defini¸ao de ω
1
e da desigualdade de older que
ω
1
a|u
|
2+
2
p
dx
p
p+1
=
ω
1
a|u
||u
|
p+2
p
dx
p
p+1
ω
1
|u
|
p+2
p
2
dx
1
2
ω
1
a
2
|u
|
2
dx
1
2
p
p+1
=
=
ω
1
|u
|
2p+4
p
dx
p
2p+4
p+2
p+1
ω
1
a
2
|u
|
2
dx
p
2p+2
ω
1
|u
|
2p+4
p
dx
p
2p+4
p+2
p+1
ω
1
a|u
|
2
dx
p
2p+2
|u
|
2p+4
p
dx
p
2p+4
p+2
p+1
a|u
|
2
dx
p
2p+2
,
o que implica que
ω
1
a|u
|
2+
2
p
dx
p
p+1
||u
||
p+2
p+1
L
2p+4
p
(Ω)
|E
|
p
2p+2
. (3.45)
Juntando (3.44) e (3.45) temos que
ω
1
|u
|
2
dx |a
1
|
p
p+1
p
||u
||
p+2
p+1
L
2p+4
p
(Ω)
|E
|
p
2p+2
. (3.46)
Agora, tomando q = r = 2, s =
2p + 4
p
, k = 0, m = 1 e δ =
N
p + 2
no lema de Gagliardo-
Niremberg, e utilizando a hip´otese sobre p, temos que, para toda ϕ H
1
(Ω) existe constante
positiva c tal que
||ϕ||
L
2p+4
p
(Ω)
c ||ϕ||
N
p+2
H
1
(Ω)
|ϕ|
p+2N
p+2
H
.
Logo, de (3.46) temos que
ω
1
|u
|
2
dx c
8
|a
1
|
p
p+1
p
||u
||
N
p+1
H
1
(Ω)
|u
|
p+2N
p+1
H
|E
|
p
2p+2
. (3.47)
Juntando (3.41) e (3.47), temos que
ω
1
|u
|
2
dx c
9
|a
1
|
p
p+1
p
F
N
p+1
1
|u
|
2
dx
p+2N
2p+2
|E
|
p
2p+2
,
donde
ω
1
|u
|
2
dx c
10
|a
1
|
p
p+1
p
F
N
p+1
1
E
p+2N
2p+2
|E
|
p
2p+2
. (3.48)
Portanto, de (3.37) e (3.48) obtemos (3.36), o que conclui a demonstra¸ao.
54
3.2 Teorema de Decaimento
Finalmente, provaremos que a solu¸ao forte do problema (3.1) decai polinomialmente com o
tempo. A demonstra¸ao ´e longa e ser´a dividida em arios passos.
Teorema 3.1 (Decaimento)
Suponha que a C
0
(Ω) satisfaz |a
1
|
p
p
=
ω
dx
a
p
< para algum p > 0 tal que
0 < p < se N = 1, 2
p N 2 se N 3 .
Ent˜ao, para N = 1,
E(t) k
0
|a
1
|
p
F
1
p
1
+ E(0)
1
2p
2p
t
2p
, t > 0 , (3.49)
e, para N 2, temos que
E(t) k
1
|a
1
|
2
p
F
2N
p
1
+ E(0)
N
p
p
N
t
p
N
, t > 0 , (3.50)
onde k
0
e k
1
ao constantes positivas independentes dos dados iniciais do problema (3.1).
Demonstra¸ao:
Passo 1.
Considere m(x) = x x
0
, onde x
0
´e um ponto fixo de IR
N
. Utilizando as desigualdades de
older, de Poincar´e e de Young, temos que
×]S,T [
au
{2m(x).u + (N 1)u}E
µ
dxdt
×]S,T [
au
2m(x).u E
µ
dxdt
+
×]S,T [
au
(N 1)u E
µ
dxdt
2
×]S,T [
a|u
||m(x)||∇u| E
µ
dxdt + (N 1)
×]S,T [
a|u
||u| E
µ
dxdt
c
11
T
S
E
µ
a
1/2
|u
|a
1/2
|∇u| dx
dt + (N 1)
T
S
E
µ
a
1/2
|u
|a
1/2
|u| dx
dt
c
11
T
S
E
µ
a|u
|
2
dx
1
2
a|∇u|
2
dx
1
2
dt+
+(N 1)
T
S
E
µ
a|u
|
2
dx
1
2
a|u|
2
dx
1
2
dt
55
c
12
T
S
E
µ
|E
|
1
2
|∇u|
2
dx
1
2
dt + c
13
T
S
E
µ
|E
|
1
2
|u|
2
dx
1
2
dt
c
12
T
S
E
µ
|E
|
1
2
|∇u|
2
dx
1
2
dt + c
14
T
S
E
µ
|E
|
1
2
|∇u|
2
dx
1
2
dt =
= c
15
T
S
E
µ
|E
|
1
2
|∇u|
2
dx
1
2
dt c
16
T
S
E
µ
|E
|
1
2
E
1
2
dt =
=
T
S
2 E
µ+1
2
c
16
2
(E
µ
|E
|)
1
2
dt
1
2
T
S
2E
µ+1
+
c
2
16
2
E
µ
|E
|
dt
T
S
E
µ+1
dt + c
17
E(0)
µ
T
S
|E
| dt =
T
S
E
µ+1
dt + c
17
E(0)
µ
S
T
E
dt
T
S
E
µ+1
dt + c
17
E(0)
µ
E(S) ,
ou seja,
×]S,T [
au
{2m(x)u + (N 1)u}E
µ
dxdt
T
S
E
µ+1
dt + c
17
E(0)
µ
E(S) . (3.51)
Logo, juntando (3.14), (3.22), (3.23) e (3.51), observando tamb´em que m(x) > 0 e m Γ
+
,
temos que
2
T
S
E
µ+1
dt 4RE(0)
µ
E(S) + 2µRE(0)
µ
E(S) +
T
S
E
µ+1
dt + c
17
E(0)
µ
E(S)+
+
Γ
+
×]S,T [
E
µ
(m(x))
u
ν
2
dΓdt
c
18
E(0)
µ
E(S) +
T
S
E
µ+1
dt +
Γ
+
×]S,T [
E
µ
(m(x))
u
ν
2
dΓdt
c
18
E(0)
µ
E(S) +
T
S
E
µ+1
dt + R
Γ
+
×]S,T [
E
µ
u
ν
2
dΓdt ,
donde
T
S
E
µ+1
dt c
18
E(0)
µ
E(S) + R
Γ
+
×]S,T [
E
µ
u
ν
2
dΓdt . (3.52)
Passo 2.
Sejam h (W
1,
(Ω))
N
a fun¸ao do lema 1.8 e R = sup
x
|m(x)|. Enao, utilizando a
desigualdade de Young, temos que
2R
u
h(x).u dx E
µ
T
S
=
56
= 2R
E(T )
µ
u
(x, T )h(x).u(x, T ) dx E(S)
µ
u
(x, S)h(x).u(x, S) dx
c
19
E(T )
µ
|u
(x, T )||∇u(x, T )| dx + c
19
E(S)
µ
|u
(x, S)||∇u(x, S)| dx
c
20
E(T )
µ
|u
(x, T )|
2
+ |∇u(x, T )|
2
dx + c
20
E(S)
µ
|u
(x, S)|
2
+ |∇u(x, S)|
2
dx =
= c
21
E(T )
µ+1
+ c
21
E(S)
µ+1
c
22
E(0)
µ
E(S) ,
ou seja
2R
u
h(x).u dx E
µ
T
S
c
22
E(0)
µ
E(S) , (3.53)
e tamem, temos que
2µR
×]S,T [
E
µ1
E
u
h(x).u dxdt
2µR
×]S,T [
E
µ1
|E
| |u
| |h(x)| |∇u| dxdt
c
23
T
S
E
µ1
|E
|
|u
| |∇u| dx
dt c
23
T
S
E
µ1
|E
|
1
2
|u
|
2
+ |∇u|
2
dx
dt =
= c
23
T
S
E
µ
|E
| dt c
23
E(0)
µ
S
T
E
dt c
23
E(0)
µ
E(S) ,
isto ´e
2µR
×]S,T [
E
µ1
E
u
h(x).u dxdt
c
23
E(0)
µ
E(S) . (3.54)
Por outro lado, utilizando as desigualdades de older e de Young, vemos que
2R
×]S,T [
a(x)u
h(x).u E
µ
dxdt
2R
×]S,T [
a(x)|u
| |h(x)| |∇u| E
µ
dxdt
c
24
T
S
E
µ
a
1
2
|u
|a
1
2
|∇u| dx
dt c
24
T
S
E
µ
a|u
|
2
dx
1
2
a|∇u|
2
dx
1
2
dt
c
25
T
S
E
µ
|E
|
1
2
|∇u|
2
dx
1
2
dt c
26
T
S
E
µ+
1
2
|E
|
1
2
dt =
T
S
E
µ+1
2
c
26
E
µ
2
|E
|
1
2
dt
1
2
T
S
E
µ+1
+ c
27
E
µ
|E
|
dt
1
2
T
S
E
µ+1
dt + c
28
E(0)
µ
S
T
E
dt
1
2
T
S
E
µ+1
dt + c
28
E(0)
µ
E(S) ,
ou seja,
2R
×]S,T [
a(x)u
h(x).u E
µ
dxdt
1
2
T
S
E
µ+1
dt + c
28
E(0)
µ
E(S) . (3.55)
57
Combinando, ent˜ao, (3.17), (3.53), (3.54) e (3.55) temos que
R
Γ
+
×]S,T [
E
µ
u
ν
2
c
0
ω×]S,T [
|u
|
2
+ |∇u|
2
E
µ
dxdt +
1
2
T
S
E
µ+1
dt + c
29
E(0)
µ
E(S) .
(3.56)
Finalmente, de (3.52) e (3.56) temos que
T
S
E
µ+1
dt c
30
E(0)
µ
E(S) + c
31
ω×]S,T [
|u
|
2
+ |∇u|
2
E
µ
dxdt , (3.57)
onde c
31
´e uma constante positiva. (Esta observao ser´a necess´aria mais adiante.)
Passo 3.
Consideremos a fun¸ao η W
1,
(Ω) do lema 1.9. Utilizando as desigualdades de Young e
de Poincar´e, temos que
u
(x, t)η(x)
2
u(x, t) dx E
µ
T
S
=
=
E(S)
µ
u
(x, S)η(x)
2
u(x, S) dx E(T )
µ
u
(x, T )η(x)
2
u(x, T ) dx
E(S)
µ
|u
(x, S)| |u(x, S)| dx + E(T )
µ
|u
(x, T )| |u(x, T )| dx
1
2
E(S)
µ
|u
(x, S)|
2
+ |u(x, S)|
2
dx +
1
2
E(T )
µ
|u
(x, T )|
2
+ |u(x, T )|
2
dx
c
32
2
E(S)
µ
|u
(x, S)|
2
+ |∇u(x, S)|
2
dx +
c
33
2
E(T )
µ
|u
(x, T )|
2
+ |∇u(x, T )|
2
dx =
= c
32
E(S)
µ
E(S) + c
33
E(T )
µ
E(T ) c
34
E(S)
µ
E(S) c
34
E(0)
µ
E(S) ,
isto ´e,
u
(x, t)η(x)
2
u(x, t) dx E
µ
T
S
c
34
E(0)
µ
E(S) , (3.58)
e tamem, temos que
µ
×]S,T [
E
µ1
E
u
u η
2
dxdt
µ
T
S
E
µ1
|E
|
|u
| |u| dx
dt
µ
T
S
E
µ1
|E
|
1
2
|u
|
2
+ |u|
2
dx
dt c
35
T
S
E
µ1
|E
|
1
2
|u
|
2
+ |∇u|
2
dx
dt =
= c
35
T
S
E
µ
|E
| dt c
35
E(0)
µ
S
T
E
dt c
35
E(0)
µ
E(S) ,
58
ou seja
µ
×]S,T [
E
µ1
E
u
u η
2
dxdt
c
35
E(0)
µ
E(S) . (3.59)
Tamem pela desigualdade de Young, vemos que
2
×]S,T [
η uu.η E
µ
dxdt
T
S
E
µ
|η| |∇u| 2 |u| |∇η| dx
dt
1
2
T
S
E
µ
|η
2
||∇u|
2
+ 4|u|
2
|∇η|
2
dx
dt =
=
1
2
×]S,T [
η
2
|∇u|
2
E
µ
dxdt + 2
×]S,T [
|u|
2
|∇η|
2
E
µ
dxdt
1
2
×]S,T [
η
2
|∇u|
2
E
µ
dxdt + c
36
ω×]S,T [
|u|
2
E
µ
dxdt ,
isto ´e,
2
×]S,T [
η uu.η E
µ
dxdt
1
2
×]S,T [
η
2
|∇u|
2
E
µ
dxdt + c
36
ω×]S,T [
|u|
2
E
µ
dxdt .
(3.60)
Por ´ultimo, notemos que, pelas desigualdades de older, Poincar´e e de Young, temos
2c
31
×]S,T [
a(x)u
η
2
u E
µ
dxdt
c
37
T
S
E
µ
a(x)|u
| |u| dx
dt =
= c
37
T
S
E
µ
a
1
2
|u
|a
1
2
|u| dx
dt c
37
T
S
E
µ
a|u
|
2
dx
1
2
a|u|
2
dx
1
2
dt
c
38
T
S
E
µ
|E
|
1
2
|∇u|
2
dx
1
2
dt c
39
T
S
E
µ+
1
2
|E
|
1
2
dt =
T
S
E
µ+1
2
c
39
|E
|
1
2
E
µ
2
dt
1
2
T
S
E
µ+1
dt + c
40
S
T
E
µ
E
dt
1
2
T
S
E
µ+1
dt + c
40
E(0)
µ
E(S) ,
isto ´e,
2c
31
×]S,T [
a(x)u
η
2
u E
µ
dxdt
1
2
T
S
E
µ+1
dt + c
40
E(0)
µ
E(S) . (3.61)
Temos, ent˜ao, de (3.21), (3.58), (3.59), (3.60) e (3.61), observando tamb´em que c
31
> 0, que
×]S,T [
η
2
|∇u|
2
E
µ
dxdt c
41
E(0)
µ
E(S) +
1
2
×]S,T [
η
2
|∇u|
2
E
µ
dxdt+
+c
36
ω×]S,T [
|u|
2
E
µ
dxdt +
1
4c
31
T
S
E
µ+1
dt +
+
×]S,T [
η
2
|u
|
2
E
µ
dxdt ,
59
o que implica que
1
2
×]S,T [
η
2
|∇u|
2
E
µ
dxdt c
41
E(0)
µ
E(S) + c
36
ω×]S,T [
|u|
2
E
µ
dxdt +
+
1
4c
31
T
S
E
µ+1
dt +
ω×]S,T [
|u
|
2
E
µ
dxdt ,
donde, multiplicando por 2c
31
,
c
31
×]S,T [
η
2
|∇u|
2
E
µ
dxdt c
42
E(0)
µ
E(S) + c
43
ω×]S,T [
|u|
2
E
µ
dxdt +
+
1
2
T
S
E
µ+1
dt + c
44
ω×]S,T [
|u
|
2
E
µ
dxdt .
(3.62)
Finalmente, combinando (3.57) e (3.62) temos que
T
S
E
µ+1
dt c
30
E(0)
µ
E(S) + c
31
ω×]S,T [
|u
|
2
E
µ
dxdt + c
31
ω×]S,T [
η
2
|∇u|
2
E
µ
dxdt
c
30
E(0)
µ
E(S) + c
31
ω×]S,T [
|u
|
2
E
µ
dxdt + c
31
×]S,T [
η
2
|∇u|
2
E
µ
dxdt
c
45
E(0)
µ
E(S) + c
46
ω×]S,T [
|u
|
2
E
µ
dxdt + c
43
ω×]S,T [
|u|
2
E
µ
dxdt +
1
2
T
S
E
µ+1
dt ,
donde
T
S
E
µ+1
dt c
47
E(0)
µ
E(S) + c
48
ω×]S,T [
|u|
2
E
µ
dxdt + c
49
ω×]S,T [
|u
|
2
E
µ
dxdt , (3.63)
o que conclui o passo 3.
Passo 4.
Seja z a fun¸ao do lema 3.3. Notemos que, pelas desigualdades de older, Poincar´e e de
Young e pelo lema 3.3 (desigualdade ( 3.31) ), temos
u
z dx E
µ
T
S
=
E(S)
µ
u
(x, S)z(x, S) dx E(T )
µ
u
(x, T )z(x, T ) dx
E(S)
µ
|u
(x, S)| |z(x, S)| dx + E(T )
µ
|u
(x, T )| |z(x, T )| dx
E(0)
µ
|u
(x, S)|
2
dx
1
2
|z(x, S)|
2
dx
1
2
+E(0)
µ
|u
(x, T )|
2
dx
1
2
|z(x, T )|
2
dx
1
2
c
50
E(0)
µ
|u
(x, S)|
2
dx
1
2
|∇z(x, S)|
2
dx
1
2
+
60
+c
50
E(0)
µ
|u
(x, T )|
2
dx
1
2
|∇z(x, T )|
2
dx
1
2
c
51
E(0)
µ
|u
(x, S)|
2
dx
1
2
|u(x, S)|
2
dx
1
2
+
+c
51
E(0)
µ
|u
(x, T )|
2
dx
1
2
|u(x, T )|
2
dx
1
2
c
52
E(0)
µ
|u
(x, S)|
2
dx
1
2
|∇u(x, S)|
2
dx
1
2
+
+c
52
E(0)
µ
|u
(x, T )|
2
dx
1
2
|∇u(x, T )|
2
dx
1
2
c
52
E(0)
µ
1
2
|u
(x, S)|
2
+ |∇u(x, S)|
2
dx + c
52
E(0)
µ
1
2
|u
(x, T )|
2
+ |∇u(x, T )|
2
dx =
= c
52
E(0)
µ
E(S) + c
52
E(0)
µ
E(T ) c
53
E(0)
µ
E(S) ,
ou seja
u
z dx E
µ
T
S
c
53
E(0)
µ
E(S) ,
(3.64)
e, tamem, pelas mesmas desigualdades,
µ
×]S,T [
E
µ1
E
u
z dxdt
µ
T
S
E
µ1
|E
|
|u
| |z| dx
dt
µ
T
S
E
µ1
|E
|
|u
|
2
dx
1
2
|z|
2
dx
1
2
dt
c
54
T
S
E
µ1
|E
|
|u
|
2
dx
1
2
|∇z|
2
dx
1
2
dt
c
55
T
S
E
µ1
|E
|
|u
|
2
dx
1
2
|u|
2
dx
1
2
dt
c
56
T
S
E
µ1
|E
|
|u
|
2
dx
1
2
|∇u|
2
dx
1
2
dt
c
56
T
S
E
µ1
|E
|
1
2
|u
|
2
+ |∇u|
2
dx
dt = c
56
S
T
E
µ
E
dt c
56
E(0)
µ
E(S) ,
isto ´e
µ
×]S,T [
E
µ1
E
u
z dxdt
c
56
E(0)
µ
E(S) . (3.65)
Finalmente, observemos que, pelas me smas desigualdades e pelo lema 3.3,
c
48
×]S,T [
a(x)u
z E
µ
dxdt
c
48
T
S
E
µ
a(x)|u
| |z| dx
dt =
61
= c
48
T
S
E
µ
a
1
2
|u
|a
1
2
|z| dx
dt c
48
T
S
E
µ
a|u
|
2
dx
1
2
a|z|
2
dx
1
2
dt
c
57
T
S
E
µ
a|u
|
2
dx
1
2
|∇z|
2
dx
1
2
dt
c
58
T
S
E
µ
|E
|
1
2
|u|
2
dx
1
2
dt c
59
T
S
E
µ
|E
|
1
2
|∇u|
2
dx
1
2
dt
c
60
T
S
E
µ+
1
2
|E
|
1
2
dt =
T
S
1
2
E
µ+1
2
2 c
60
|E
|
1
2
E
µ
2
dt
1
4
T
S
E
µ+1
dt + c
61
S
T
E
µ
E
dt
1
4
T
S
E
µ+1
dt + c
61
E(0)
µ
E(S) ,
ou seja,
c
48
×]S,T [
a(x)u
z E
µ
dxdt
1
4
T
S
E
µ+1
dt + c
61
E(0)
µ
E(S) , (3.66)
e, tamb´em, notemos que, utilizando novamente as desigualdades de older e de Poincar´e e
o lema 3.3 (desigualdade (3.32)), encontramos
c
48
×]S,T [
E
µ
u
z
dxdt
c
48
T
S
E
µ
|u
| |z
| dx
dt
c
48
T
S
E
µ
|u
|
2
dx
1
2
|z
|
2
dx
1
2
dt c
62
T
S
E
µ
|u
|
2
dx
1
2
|∇z
|
2
dx
1
2
dt
c
63
T
S
E
µ
|u
|
2
dx
1
2
ω
|u
|
2
dx
1
2
dt c
64
T
S
E
µ+
1
2
ω
|u
|
2
dx
1
2
dt =
=
T
S
1
2
E
µ+1
2
2 c
64
E
µ
2
ω
|u
|
2
dx
1
2
dt
1
4
T
S
E
µ+1
dt + c
65
ω×]S,T [
E
µ
|u
|
2
dxdt ,
isto ´e,
c
48
×]S,T [
E
µ
u
z
dxdt
1
4
T
S
E
µ+1
dt + c
65
ω×]S,T [
E
µ
|u
|
2
dxdt . (3.67)
Logo, substituindo (3.64)-(3.67) em (3.34), vemos que
c
48
ω×]S,T [
|u|
2
E
µ
dxdt c
66
E(0)
µ
E(S) +
1
2
T
S
E
µ+1
dt + c
65
ω×]S,T [
E
µ
|u
|
2
dxdt . (3.68)
Combinando, ent˜ao, (3.63) e (3.68), temos
T
S
E
µ+1
dt c
67
E(0)
µ
E(S) +
1
2
T
S
E
µ+1
dt + c
68
ω×]S,T [
E
µ
|u
|
2
dxdt ,
donde
T
S
E
µ+1
dt c
69
E(0)
µ
E(S) + c
70
ω×]S,T [
E
µ
|u
|
2
dxdt . (3.69)
62
Passo 5.
Neste ´ultimo passo, provaremos a tese do teorema. As demonstra¸oes de (3.49) e (3.50) ao
distintas, neces sitando para is so, valores diferentes de µ.
1
o
caso (N = 1): Multiplicando (3.35) por c
70
E
1
2p
, integrando de S a T , e utilizando a
desigualdade de Young, obtemos
c
70
T
S
E
1
2p
ω
|u
|
2
dxdt
dt c
70
T
S
E
1
2p
|E
| + c|a
1
|
p
p+1
p
F
1
p+1
1
E
1
2(p+1)
|E
|
p
p+1
dt
c
70
E(0)
1
2p
S
T
E
dt + c
71
T
S
E
1
2p
|a
1
|
p
p+1
p
F
1
p+1
1
E
1
2(p+1)
|E
|
p
p+1
dt
c
70
E(0)
1
2p
E(S) +
T
S
E
2p+1
2p(p+1)
c
71
|E
|
p
p+1
|a
1
|
p
p+1
p
F
1
p+1
1
dt
c
70
E(0)
1
2p
E(S) +
T
S
1
p + 1
E
2p+1
2p(p+1)
p+1
+
p
p + 1
c
71
|E
|
p
p+1
|a
1
|
p
p+1
p
F
1
p+1
1
p+1
p
dt =
= c
70
E(0)
1
2p
E(S) +
1
p + 1
T
S
E
1+
1
2p
dt + c
72
|a
1
|
p
F
1
p
1
T
S
|E
| dt
c
70
E(0)
1
2p
E(S) +
1
p + 1
T
S
E
1+
1
2p
dt + c
72
|a
1
|
p
F
1
p
1
E(S) ,
isto ´e,
c
70
T
S
E
1
2p
ω
|u
|
2
dxdt
dt c
70
E(0)
1
2p
E(S) +
1
p + 1
T
S
E
1+
1
2p
dt + c
72
|a
1
|
p
F
1
p
1
E(S) .
(3.70)
Logo, de (3.69) com µ =
1
2p
e de (3.70), temos que
T
S
E
1+
1
2p
dt c
73
E(0)
1
2p
E(S) +
1
p + 1
T
S
E
1+
1
2p
dt + c
72
|a
1
|
p
F
1
p
1
E(S) ,
o que implica que
T
S
E
1+
1
2p
dt c
74
E(0)
1
2p
E(S) + c
75
|a
1
|
p
F
1
p
1
E(S) ,
donde
T
S
E
1+
1
2p
dt c
76
|a
1
|
p
F
1
p
1
+ E(0)
1
2p
E(S) . (3.71)
Tomando o limite em (3.71) quando T , temos que
S
E
1+
1
2p
dt c
76
|a
1
|
p
F
1
p
1
+ E(0)
1
2p
E(S) ,
63
donde, pelo lema 1.7, como
1
2p
> 0 e S 0 ´e arbitr´ario,
E(t)
c
76
|a
1
|
p
F
1
p
1
+ E(0)
1
2p
(1 + 2p)
2p
t
2p
, t > 0 ,
o que nos leva a (3.49).
2
o
caso (N > 1): Multiplicando (3.36) por c
70
E
N
p
, integrando de S a T , e utilizando a
desigualdade de Young, obtemos
c
70
T
S
E
N
p
ω
|u
|
2
dx
dt c
70
T
S
E
N
p
|E
| + c|a
1
|
p
p+1
p
F
N
p+1
1
E
p(N2)
2(p+1)
|E
|
p
2p+2
dt
c
70
E(0)
N
p
E(S) +
T
S
E
Np+2N+p
2
+2p
2p(p+1)
c
77
|a
1
|
p
p+1
p
F
N
p+1
1
|E
|
p
2p+2
dt
c
70
E(0)
N
p
E(S) +
T
S
p + 2
2(p + 1)
E
(N+p)(p+2)
2p(p+1)
2(p+1)
p+2
+
+
p
2(p + 1)
c
77
|a
1
|
p
p+1
p
F
N
p+1
1
|E
|
p
2p+2
2(p+1)
p
dt =
= c
70
E(0)
N
p
E(S) +
p + 2
2(p + 1)
T
S
E
1+
N
p
dt + c
78
|a
1
|
2
p
F
2N
p
1
T
S
|E
| dt
c
70
E(0)
N
p
E(S) +
p + 2
2(p + 1)
T
S
E
1+
N
p
dt + c
78
|a
1
|
2
p
F
2N
p
1
E(S) ,
ou seja
c
70
T
S
E
N
p
ω
|u
|
2
dx
dt c
70
E(0)
N
p
E(S) +
p + 2
2(p + 1)
T
S
E
1+
N
p
dt + c
78
|a
1
|
2
p
F
2N
p
1
E(S) .
(3.72)
Portanto, de (3.69), com µ =
N
p
, e de (3.72), temos
T
S
E
1+
N
p
dt c
79
E(0)
N
p
E(S) +
p + 2
2(p + 1)
T
S
E
1+
N
p
dt + c
78
|a
1
|
2
p
F
2N
p
1
E(S) ,
o que implica que
T
S
E
1+
N
p
dt c
80
E(0)
N
p
E(S) + c
81
|a
1
|
2
p
F
2N
p
1
E(S) ,
donde
T
S
E
1+
N
p
dt c
82
|a
1
|
2
p
F
2N
p
1
+ E(0)
N
p
E(S) . (3.73)
64
Tomando o limite em (3.73) quando T , temos que
S
E
1+
N
p
dt c
82
|a
1
|
2
p
F
2N
p
1
+ E(0)
N
p
E(S) ,
donde, pelo lema 1.7, como
N
p
> 0 e S ´e arbitr´ario,
E(t)
c
82
|a
1
|
2
p
F
2N
p
1
+ E(0)
N
p
1 +
N
p

N
p
t
p
N
, t 0 ,
o que nos leva a (3.50), finalizando, assim, a demonstra¸ao do teorema.
65
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68
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