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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA – MESTRADO
ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: CLÍNICA INTEGRADA
ADRIANA POSTIGLIONE BÜHRER SAMRA
AVALIAÇÃO ESPECTROFOTOMÉTRICA DA ESTABILIDADE DE COR DE
MATERIAIS RESTAURADORES ESTÉTICOS
PONTA GROSSA
2004
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1
ADRIANA POSTIGLIONE BÜHRER SAMRA
AVALIAÇÃO ESPECTROFOTOMÉTRICA DA ESTABILIDADE DE COR DE
MATERIAIS RESTAURADORES ESTÉTICOS
PONTA GROSSA
2004
Dissertação apresentada à Universidade
Estadual de Ponta Grossa – UEPG, como parte
dos requisitos para obtenção do grau de Mestre
no curso de Mestrado em Odontologia - Área de
concentração em Clínica Integrada
Orientadora: Profa. Dra. Stella Kossatz Pereira
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2
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Central
Samra, Adriana Postiglione Bührer
S192 Avaliação espectrofotométrica da estabilidade de
cor de materiais restauradores estéticos/ Adriana
Postiglione Bührer Samra. Ponta Grossa, 2004.
147p.; il.
Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual
de Ponta Grossa.
Orientadora: Profa. Dra. Stella Kossatz Pereira.
1-Resina composta. 2-Porcelana dental. 3-Cor; 4-
Pigmentação. I. T.
CDD – 617.675
3
TERMO DE APROVAÇÃO
ADRIANA POSTIGLIONE BÜHRER SAMRA
AVALIAÇÃO ESPECTROFOTOMÉTRICA DA ESTABILIDADE DE COR DE
MATERIAIS RESTAURADORES ESTÉTICOS
Dissertação apresentada à Universidade Estadual de Ponta Grossa – UEPG, como parte dos
requisitos para obtenção do grau de Mestre no curso de Mestrado em Odontologia - Área de
concentração em Clínica Integrada.
Ponta Grossa, 22 de julho de 2004.
________________________________________
Profa. Dra. Stella Kossatz Pereira – Orientadora
Universidade Estadual de Ponta Grossa
_________________________________________
Prof. Dr. Márcio Grama Hoeppner
Universidade Paranaense (UNIPAR)
_________________________________________
Profa. Dra. Osnara Mongruel Gomes
Universidade Estadual de Ponta Grossa
4
Aos meus pais, que desde sempre me ensinaram a
valorizar o conhecimento e acreditaram na minha
capacidade de participar do processo de
conhecimento.
Aos meus filhos, Lucas e Letícia, e marido Honri,
por todos os momentos que não passamos juntos.
5
AGRADECIMENTOS ESPECIAIS
À Deus por tudo.
À minha orientadora Profa. Dra. Stella Kossatz Pereira, por ter me ensinado a
aprender.
Aos professores João Carlos e Osnara Gomes e Abraham Lincoln Calixto
pelas contribuições valiosas ao meu trabalho.
À Profa. Dra. Christiane Phillipini Borges, por ter me acompanhado em todas
as medições.
6
AGRADECIMENTOS
Ao professor Paulo Godoy, magnífico reitor da Universidade Estadual de
Ponta Grossa pela oportunidade de realizar um mestrado de reconhecimento
científico nacional.
Aos meus colegas Adriana Oliveira, Ana Claudia, Andréa, Ariadne, Alfredo,
Douglas, Flávia, João Paulo, Leyla, Meister, Milko, Pelissari e Protázio pelo
companheirismo de tantos momentos que virou amizade sempre.
Ao professor Fernando Fernandes pela amizade e profissionalismo
.À Fundação Araucária pelo apoio à pesquisa.
Aos professores doutores Sidney Pianaro e Sandra Masetto Antunes, pelo
acesso ao Laboratório Interdisciplinar de Materiais Cerâmicos (LIMAC), da
Universidade Estadual de Ponta Grossa.
Ao professor doutor Roberto Artoni, pelo acesso ao Laboratório de Cito-
Genética da Universidade Estadual de Ponta Grossa.
Aos professores doutores Gibson Pilatti e Fabio André dos Santos pela
realização da análise estatística.
À funcionária Morgana pela sua colaboração em todos os momentos.
À bibliotecária Maria Luzia pela paciente correção das normas.
Aos laboratórios de prótese Romanini, Calgaro e Pedro Antunes, pela
confecção dos corpos-de-prova.
Aos representantes dos fabricantes Ivoclar/Vivadent, Wilcos e Kerr pelo apoio
à pesquisa.
7
RESUMO
A estabilidade de cor é indispensável para a durabilidade do tratamento
restaurador estético. O objetivo deste trabalho é verificar a estabilidade de cor de
cinco materiais restauradores submetidos a meio corante de café e a eficácia da
profilaxia em reduzir a pigmentação decorrente do meio corante. Foram
confeccionados 71 corpos-de-prova, divididos em cinco grupos (G1- resina
composta Tetric Ceram® – Ivoclar/Vivadent , G2, G3 e G4- resinas laboratoriais de
segunda geração, respectivamente Targis – Ivoclar/Vivadent; Resilab Máster –
Wilcos; belleGlass™ HP – Kerr e G5- porcelana IPS Empress® 2 – Ivoclar/vivadent)
, com 17 mm de diâmetro por 1 mm de espessura. Os corpos-de-prova foram
mantidos imersos em solução de café por 15 dias, em estufa com temperatura
controlada de 37º± 1 C ao abrigo da luz. Na seqüência, foram submetidos a
profilaxia com bicarbonato de sódio. As avaliações foram realizadas depois de 1, 7 e
15 dias e após profilaxia, por espectrofotometria de reflectância. A variável E foi
avaliada em relação aos fatores período experimental e tempo, utilizando-se teste
ANOVA a dois critérios (p<0,001). Ao se proceder aos testes pot-hoc constatou-se
diferenças significativas entre G1 e G3 e os demais, entre G2 e G4 e os demais e
entre G5 e todos os restantes. Concluiu-se que G1 e G3 apresentaram as maiores
alterações de cor, enquanto que G2 e G4, postos intermediários e G5, apresentou a
menor alteração, que foi mais intensa nos períodos de 1 dia e 7 dias para todos os
materiais. A profilaxia foi eficiente para reduzir a alteração de cor.
Unitermos: Resina composta; porcelana dental; cor; pigmentação.
8
ABSTRACT
Color match is one of the most important characteristics of the aesthetics
restorative materials. Color stability is a demanding characteristic of the restorative
material as though as it indicates its chemical stability. The purpose of this research
is to verify the color stability of five aesthetic restorative materials when immersed in
coffee solution and the efficiency of professional prophylaxis on pigmentation
reduction after the staining. There were built 71 specimens, divided in five groups,
made of one direct composite resin (Tetric Ceram® – Ivoclar/Vivadent – G1), three
indirect composite resins (Targis – Ivoclar/Vivadent – G2; Resilab Master – Wilcos –
G3; belleGlass™ HP – Kerr – G4) and one porcelain (IPS Empress® 2 –
Ivoclar/Vivadent – G5), with the dimensions of 17 mm x 1mm. The specimens were
immersed in staining media of coffee for 15 days, stored in controlled temperature of
37±1˚C at dark. In the sequency, they received a professional prophylaxis with
sodium bicarbonate. The evaluations were made after 1, 7 e 15 days and after the
prophylaxis, by means of reflectance spectrophotometry. Data were submitted to
two-way ANOVA (p<0,001) and post-hoc tests with estathistical difference between
G1 / G3 and the other groups; G2 / G4 and the other groups; and G5 and all the
others. It was concluded that G1 e G3 showed the greatest color changes, lollowed
by G2 and G4 and G5 showed the smallest changes. Professional prophylaxis was
efficient to reduce the staining for all the materials tested.
Key- Words: composite resin; dental porcelain; color; pigmentation.
9
LISTA DE FIGURAS
Figura 1
-
Fotografia das matrizes metálicas utilizadas para a padro-
nização das dimensões dos corpos-de-prova...........................
82
Figura 2 - Fotografia do compartimento de amostra do espectrofotômetro
com corpo-de-prova colocado em posição para realização da
leitura da cor...................................................................
82
Figura 3 - Matriz metálica colocada sobre placa de vidro e tira ma-
triz de poliéster, com a interposição do fio dental, pronta
para receber o material restaurador............................................
83
Figura 4 - Resina Composta Tetric Ceram® (Ivoclar/Vivadent), utilizado
na confecção do Grupo 1...........................................................
83
Figura 5 - Unidade Polimerizadora Optilux (Demetron Research
Corporation), responsável pela polimerização da resina
Composta do Grupo 1................................................................
84
Figura 6 - Resina Laboratorial de Segunda Geração Targis
(Ivoclar/Vivadent) selecionada para a elaboração do Grupo
2..................................................................................................
85
Figura 7 - Unidade Polimerizadora Targis Quick (Ivoclar/Vivadent) onde
se realizou a polimerização inicial dos corpos-de-prova do
Grupo 2.......................................................................................
85
Figura 8 - Unidade Polimerizadora Targis Power (Ivoclar/Vivadent), que
utiliza luz e calor, responsável pela polimerização final dos
corpos-de-prova do Grupo 2.....................................................
85
Figura 9 - Resina Laboratorial de Segunda Geração Resilab Master
(Wilcos) utilizada na confecção dos corpos-de-prova
do Grupo 3..................................................................................
86
Figura 10 - Fotografia da Unidade de Polimerização PowerLux 4,
utilizada na polimerização complementar da Resina
Laboratorial Resilab Master (Wilcos),em ciclo de luz por 6 mi-
nutos...........................................................................................
87
Figura 11 - Material restaurador belleGlass™ HP (Kerr) utilizado na
confecção do Grupo 4.................................................................
88
Figura 12 - Unidade de polimerização UniXS (Heraeus-Kulzer),
onde se realizou a polimerização inicial dos corpos-
de-prova do Grupo 4...................................................................
88
Figura 13 - Curing Unit (Kerr), unidade polimerizadora específica
do material restaurador belleGlass™HP (Kerr), que combina
calor, pressão e presença de nitrogênio.....................................
88
Figura 14 - Ilustração da matriz de silicone obtida pela duplicação
da matriz metálica.......................................................................
89
Figura 15 - Embalagem do pó da porcelana IPS-Empress® 2 (Ivoclar/
Vivadent), utilizada na confecção dos corpos-de-prova do
Grupo 5.........................
89
Figura 16 - Forno P80 onde se realizou a cocção e o glazeamento
dos corpos-de-prova do Grupo 5, confeccionados em
porcelana IPS-Empress® 2 (Ivoclar/Vivadent)............................
90
Figura 17 - Espectrofotômetro Varian-Cary 100 onde foram realiza-
10
das as análises de cor................................................................ 93
Figura 18 - Padrão branco fornecido pelo fabricante para correção
de linha de base.........................................................................
93
Figura 19 - Representação do Espaço de Cor CIE-Lab através de
sólido geométrico, expressando os eixos L*, a* e b*..................
94
Figura 20 - Monitor do computador no momento de registro da cor............. 95
Figura 21 - Aspecto inicial dos corpos-de-prova, imediatamente antes de
serem submetidos ao tratamento experimental (1 hora)............
96
Figura 22 - Alteração de cor ocorrida no período de 24 horas...................... 96
Figura 23 - Alteração de cor ocorrida no período de 7 dias......................... 96
Figura 24 - Alteração de cor ocorrida no período de 15 dias....................... 96
Figura 25 - Fotografia dos corpos-de-prova após 15 dias de imersão em
solução de café...........................................................................
98
Figura 26 - Fotografia dos corpos-de-prova após 15 dias de imersão em
solução de café, seguida de profilaxia........................................
98
11
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1
- Representação gráfica dos valores de média e desvio padrão
para a variável dependente L* para o Grupo 1 (Resina Com-
posta Direta – Tetric© Ceram - Ivoclar/Vivadent), nos
diferentes períodos experimentais.............................................
102
Gráfico 2
- Representação gráfica dos valores de média e desvio padrão
para a variável dependente a* para o Grupo 1 (Resina Com-
posta Direta – Tetric© Ceram - Ivoclar/Vivadent), nos
diferentes períodos experimentais.............................................
102
Gráfico 3
- Representação gráfica dos valores de média e desvio padrão
para a variável dependente b* para o Grupo 1 (Resina Com-
posta Direta – Tetric© Ceram - Ivoclar/Vivadent), nos
diferentes períodos experimentais.............................................
103
Gráfico 4
- Representação gráfica dos valores de média e desvio padrão
para a variável dependente L* para o Grupo 2 (Resina Labo-
ratorial Targis – Ivoclar/Vivadent), nos diferentes períodos
experimentais..............................................................................
104
Gráfico 5
- Representação gráfica dos valores de média e desvio padrão
para a variável dependente a* para o Grupo 2 (Resina Labo-
ratorial Targis – Ivoclar/Vivadent), nos diferentes períodos
experimentais.............................................................................
105
Gráfico 6
- Representação gráfica dos valores de média e desvio padrão
para a variável dependente b* para o Grupo 2 (Resina Labo-
ratorial Targis – Ivoclar/Vivadent), nos diferentes períodos
experimentais..............................................................................
105
Gráfico 7
- Representação gráfica dos valores de média e desvio padrão
para a variável dependente L* para o Grupo 3 (Resina Labo-
ratorial Resilab Master– Wilcos), nos diferentes períodos
experimentais..............................................................................
106
Gráfico 8
- Representação gráfica dos valores de média e desvio padrão
para a variável dependente a* para o Grupo 3 (Resina Labo-
ratorial Resilab Master – Wilcos), nos diferentes períodos
experimentais..............................................................................
107
Gráfico 9
- Representação gráfica dos valores de média e desvio padrão
para a variável dependente b* para o Grupo 3 (Resina Labo-
ratorial Resilab Master– Wilcos), nos diferentes períodos
experimentais..............................................................................
107
Gráfico 10
- Representação gráfica dos valores de média e desvio padrão
para a variável dependente L* para o Grupo 4 (Resina Labo-
ratorial belleGlass™ HP – Kerr), nos diferentes períodos
experimentais..............................................................................
109
Gráfico 11
- Representação gráfica dos valores de média e desvio padrão
para a variável dependente a* para o Grupo 4 (Resina Labo-
ratorial belleGlass™ HP – Kerr), nos diferentes períodos
109
12
experimentais..............................................................................
Gráfico 12
- Representação gráfica dos valores de média e desvio padrão
para a variável dependente b* para o Grupo 4 (Resina Labo-
ratorial belleGlass™HP – Kerr), nos diferentes períodos
experimentais..............................................................................
110
Gráfico 13
- Representação gráfica dos valores de média e desvio padrão
para a variável dependente L* para o Grupo 5 (Porcelana IPS-
Empress® 2 –Ivoclar/Vivadent), nos diferentes períodos expe-
rimentais.....................................................................................
111
Gráfico 14
- Representação gráfica dos valores de média e desvio padrão
para a variável dependente a* para o Grupo 5 (Porcelana IPS-
Empress® 2 - Ivoclar/Vivadent), nos diferentes períodos
experimentais..............................................................................
111
Gráfico 15
- Representação gráfica dos valores de média e desvio padrão
para a variável dependente b* para o Grupo 5 (Porcelana
IPS-Empress® 2 - Ivoclar/Vivadent), nos diferentes períodos
experimentais.............................................................................
112
Gráfico 16 -
Representação gráfica dos valores de média de delta L* para
os grupos experimentais, nos diferentes períodos de tempo...
114
Gráfico 17 -
Representação gráfica dos valores de média de delta a* para
os grupos experimentais, nos diferentes períodos de tempo...
115
Gráfico 18 -
Representação gráfica dos valores de média de delta b* para
os grupos experimentais, nos diferentes períodos de tempo...
116
Gráfico 19 -
Representação gráfica dos valores de média de delta E em
relação ao período anterior para os grupos experimentais,
nos diferentes períodos de tempo..............................................
118
Gráfico 20 -
Representação gráfica dos valores de média de delta E em
relação ao inicial para os grupos experimentais, nos diferentes
períodos de tempo......................................................................
120
13
LISTA DE TABELAS
Tabela 1
- Média e desvio padrão para os valores de L*, a* e b* para o
Grupo 1 (Resina Composta Direta – Tetric© Ceram -
Ivoclar/Vivadent) nos diferentes períodos experimentais.............. 101
Tabela 2
- Média e desvio padrão para os valores de L*, a* e b* para o
Grupo 2 (Resina Laboratorial Targis – Ivoclar/Vivadent) nos
diferentes períodos experimentais................................................ 104
Tabela 3
- Média e desvio padrão para os valores de L*, a* e b* para o
Grupo 3 (Resina Laboratorial Resilab Master – Wilcos) nos
diferentes períodos experimentais................................................ 106
Tabela 4
- Média e desvio padrão para os valores de L*, a* e b* para o
Grupo 4 (Resina Laboratorial belleGlass™HP – Kerr) nos
diferentes períodos experimentais................................................ 108
Tabela 5
- Média e desvio padrão para os valores de L*, a* e b* para
o Grupo 5 (Porcelana IPS-Empress® 2 – Ivoclar/Vivadent) nos
diferentes períodos experimentais.............................................. 110
Tabela 6
- Média e desvio padrão para os valores delta L*, delta a e
delta b* para os grupos experimentais, nos diferentes perío-
dos de tempo avaliados................................................................. 113
Tabela 7
- Média e desvio padrão para os valores delta E* em relação
ao período anterior para os grupos experimentais, nos dife-
rentes períodos de tempo avaliados............................................. 117
Tabela 8
- Média e desvio padrão para os valores delta E* em relação
ao inicial para os grupos experimentais, nos diferentes
períodos de tempo avaliados....................................................... 119
14
SUMÁRIO
1
INTRODUÇÃO.......................................................................................... 15
2
REVISÃO DE LITERATURA.................................................................... 20
3
PROPOSIÇÃO........................................................................................... 79
4
MATERIAL E MÉTODOS.......................................................................... 80
4.1 Materiais Restauradores........................................................................... 80
4.1.1 Confecção dos Corpos-de-Prova.............................................................. 81
4.2 Armazenamento........................................................................................ 91
4.3 Tratamento Experimental.......................................................................... 92
4.4 Medição da Alteração de Cor.................................................................... 92
4.5 Profilaxia e Medição Final......................................................................... 98
4.6 Análise Estatística..................................................................................... 99
5
RESULTADOS.......................................................................................... 101
6 DISCUSSÃO.............................................................................................. 121
7
CONCLUSÕES...........................................................................................
139
REFERÊNCIAS.................................................................................................... 141
1 INTRODUÇÃO
A odontologia, inserida no contexto global de desenvolvimento das
últimas décadas, teve alguns de seus conceitos revolucionados, especialmente
deixando de atuar de forma pontual, restaurando dentes, e passando a atuar de
forma integral, visualizando o paciente como um todo, reconhecendo que suas
prioridades devem ser consideradas na elaboração do plano de tratamento. A
estética se faz presente como uma solicitação indispensável neste contexto e que
deve ser respeitada nos procedimentos odontológicos.
A cor, a forma e a textura de superfície se destacam na estética, de
forma a caracterizar e personalizar o sorriso. Citando Garber (2003): “Os olhos são
a janela da alma e o sorriso é a janela do coração”, constata-se o valor estético do
sorriso na realização pessoal. Observa-se que apesar da estética ser uma das áreas
da odontologia mais requisitada pelos pacientes, perdendo apenas para tratamentos
relacionados à dor, o domínio da cor pelo profissional da odontologia não
acompanhou esta evolução (MENDES; PAULA; BONFANTE, 1998).
É interessante decifrar a cor. Pensa-se na cor como uma sensação.
A odontologia exige mais, demanda uma perspectiva científica. A cor é um
fenômeno físico determinado pela interpretação visual da combinação de reflexão e
absorção da luz. Portanto depende do tipo e quantidade de luz do ambiente, do
ângulo com que a luz incide no objeto, da percepção visual do observador. Porém
além de envolver cones e bastonetes, envolve a interpretação dos estímulos
luminosos pelo cérebro, acionando um mecanismo complexo de objetividade e
subjetividade, que os profissionais da odontologia devem dominar e aplicar nos
procedimentos restauradores.
Introdução_____________________________________________________________________
16
Ao definirmos a estética como “a arte do imperceptível” (MENDES,;
PAULA; BONFANTE, 1998), verificamos a importância dos procedimentos
odontológicos terem sob controle as propriedades ópticas dos materiais
restauradores. A evolução dos materiais odontológicos buscou a possibilidade de
reunir propriedades mecânicas e estéticas similares às das estruturas dentais em um
único material. Estes conceitos sustentam a pesquisa odontológica que se tem
realizado ao longo dos anos a respeito de materiais restauradores.
A adequação da cor é importante no momento de elaboração da
reabilitação bucal, porém sua manutenção ao longo do período em que permanece
em função pode ser o diferencial entre o sucesso ou fracasso do tratamento. Burke
e Qualtrough (1993) mostraram que trinta e oito por cento (38%) das pessoas
direcionam sua insatisfação em relação a problemas odontológicos à cor.
Estudos sobre a estabilidade de cor iniciaram-se antes da década de
80, em conseqüência da alteração da cor verificada em restaurações estéticas.
Powers; Dennison e Koran (1978) avaliaram a estabilidade de cor de sete marcas
comerciais de resinas compostas, uma resina sem carga e três glazes, concluindo
que todas, com apenas uma exceção tiveram alteração na cor, após processo de
aceleração de envelhecimento.
A alteração de cor das resinas compostas é multifatorial,
abrangendo fatores como descoloração interna e manchamento externo por
bebidas, cosméticos, fumaça de cigarro, bem como textura de superfície rugosa e
procedimentos de acabamento inadequados (WILTSHIRE; LABUSCHAGNE, 1990).
Porém, estabeleceu-se uma correlação entre a alteração de cor e o grau de
conversão, com as resinas compostas incompletamente polimerizadas apresentando
Introdução_____________________________________________________________________
17
propriedades mecânicas reduzidas, com maior suscetibilidade ao manchamento
(MINELLI; CHAVES; SILVA., 1988ab).
As resinas compostas evoluíram em busca de maior grau de
conversão e, conseqüentemente melhor estabilidade química. O processo de
evolução produziu as resinas laboratoriais de segunda geração, que tiveram suas
propriedades mecânicas pesquisadas em ensaios clínicos (GIVAN; O´NEAL;
SUZUKI, 2000; MONACO; BALDISSARA; SCOTTI, 2000), porém ainda despertam
dúvidas em relação à estabilidade química. A manutenção da cor está intimamente
relacionada a este fator (GIORDANO, 2000). Sabe-se que as resinas laboratoriais
apresentam muitas vantagens, como resistência flexural adequada (esmalte
dentário: 80-90MPa, resinas laboratoriais: 89-160MPa), resistência ao desgaste
semelhante ao do esmalte dentário (belleGlass™: 1,2 μm por ano), coeficiente de
expansão térmica próximo ao da estrutura dental (esmalte: 12 ppm/˚C, dentina: 11,4
ppm/˚C, belleGlass™: 13,1 ppm/˚C), possibilidade de cimentação adesiva e de
prescindir da associação com metal (FREILICH et al., 2003 ; GIORDANO, 2000).
Entretanto, como característica inerente do material, que permanece como uma
resina composta, apresenta incertezas quanto à estabilidade de cor.
As resinas laboratoriais de segunda geração apresentam diferenças
significativas entre si, existindo inclusive uma classificação de acordo com a técnica
de polimerização, que se desdobra em diferenças nas propriedades mecânicas e
nas indicações clínicas (GARONE NETTO; BURGER, 1998; GOMES; GOMES,
2001). Isto desperta ao questionamento: a estabilidade de cor é influenciada pelas
características diferenciadas das resinas laboratoriais? É interessante investigar a
Introdução_____________________________________________________________________
18
relação entre a eficiência da polimerização e o grau de conversão e,
conseqüentemente, melhoria de propriedades mecânicas e estéticas do material.
Por outro lado, observa-se em resinas compostas expostas ao
envelhecimento em condições climáticas variadas que a alteração de cor é mais
suave que o esperado, fazendo supor que os fatores da dieta são a causa mais
provável da alteração de cor do material (BURROW ; MACKINSON, 1991). Isto é, as
resinas compostas apresentariam maior suscetibilidade à alteração de cor extrínseca
do que intrínseca. Como a estabilidade química proposta para resinas laboratoriais
de segunda geração é maior, questiona-se sua suscetibilidade ao manchamento.
Considerando as substâncias presentes na dieta cotidiana, vários estudos foram
realizados para definir qual a solução com maior potencial corante (DINELLI et al.,
1994 ; MINELLI; CHAVES; SILVA, 1988ab ; PEREIRA et al., 2003 ; VIEIRA;
GARONE FILHO, 1993; WILTSHIRE; LABUSCHAGNE, 1990). Não há unanimidade
na escolha, todavia há estudos (MINELLI; CHAVES; SILVA, 1988ab ; POWERS;
FAN; RAPTIS,1980) que apontam o café com o resultado mais significativo, embora
todas (DINELLI et al., 1994 ; MINELLI; CHAVES; SILVA, 1988ab; PEREIRA et al.,
2003 ; VIEIRA; GARONE FILHO, 1993; WILTSHIRE; LABUSCHAGNE, 1990) as
pesquisas desenvolvidas comprovem o potencial pigmentante da solução. A solução
de café tem um interesse particularmente importante para os brasileiros, desde que
o hábito da ingestão de café está arraigado à nossa cultura.
A avaliação das modificações ocorridas na cor é mais eficiente se
registrada através de espectrofotometria de reflectância, que fornece dados
matemáticos e, portanto, precisos e imparciais, precisando os resultados e
elucidando a natureza das modificações. A cor é observada como o somatório de
Introdução_____________________________________________________________________
19
propriedades ópticas, qualquer mudança na reflexão de luz irá alterar o resultado da
leitura. Pode-se optar pela utilização do espaço de cor CIE-Lab (Comission
Internationale de l’Eclairage), que expressa a cor através de coordenadas
matemáticas, que localizam a cor em relação às tonalidades de verde à vermelho,
azul à amarelo e branco à preto. As alterações de cor registradas no sistema CIE-
Lab estão em estreita concordância com as alterações percebidas visualmente,
trazendo validação interna à pesquisa e justificando sua utilização.
Porém é imprescindível que seja citada a imprecisão da correlação
entre pesquisas realizadas in vitro e in vivo, já que as resinas compostas nunca
estão sujeitas a contato tão longo com meios pigmentantes e que o meio oral
dificilmente pode ser reproduzido em laboratório (WILTSHIRE; LABUSCHAGNE,
1990).
Entretanto, restaurações com alteração de cor marginal
apresentaram 3,8 vezes mais falhas após dois anos de estudo, colocando a
alteração de cor do bordo cavo-marginal como fator predizente de falha do material
restaurador estético (HAYASHI ; WILSON, 2003), e embora outros fatores estejam
envolvidos neste mecanismo, como por exemplo, falhas na adesão ou na
manipulação do material, pode-se dizer que a alteração de cor também se relaciona
à função.
Portanto, estas considerações demonstram a importância da
estabilidade de cor para a durabilidade do tratamento restaurador, validando o
objetivo desta pesquisa em avaliar o efeito do café sobre a estabilidade de cor de
diferentes tipos de materiais restauradores estéticos.
2 REVISÃO DE LITERATURA
A preocupação em relação à estabilidade de cor provém de
décadas. Powers; Dennison e Koran (1978), analisaram a alteração de cor de sete
marcas comerciais de resinas compostas, uma resina sem carga e três tipos de
glazes, empregando processo de aceleração de envelhecimento, através de
simulação da deterioração de cor em conseqüência das condições climáticas.
Utilizaram uma câmara de envelhecimento
1
combinando irradiação contínua de luz
de xenônio com intensidade de 2500W, com jatos intermitentes de água por 18
minutos a cada 102 minutos, mantendo 90% de umidade e 43ºC de temperatura. O
tratamento foi mantido por 900 horas, sendo que o fabricante
2
estima que 300 horas
de tratamento equivalham a 1 ano de uso clínico. As avaliações foram feitas após
10, 20, 50, 100, 300 e 900 horas de exposição por avaliação visual e
espectrofotométrica. A avaliação espectrofotométrica utilizou espectrofotômetro de
feixe duplo emitindo luz nos espectros ultravioleta e visível, no intervalo de 405 a
700 nm, com esfera integradora. Os autores concluíram que após 10 horas de
tratamento as mudanças de cor eram semelhantes a 300 horas de tratamento, com
alteração significativa em quatro resinas compostas e 2 tipos de glaze. Porém, após
900 horas, todos os materiais, com exceção de apenas uma resina composta,
mostraram mudanças expressivas na cor em relação à condição inicial, e as
mudanças ocorreram de forma imprevisível em relação aos resultados obtidos
anteriormente em períodos mais curtos de envelhecimento.
Crispin e Caputo (1979) analisaram a estabilidade de cor de resinas
acrílicas utilizadas para restaurações temporárias, avaliando-as quanto à lisura de
1
Weather-Ometer 25-WR.
2
Atlas Eletric Devices Co., Chicago, Illinois, 60613.
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superfície e quanto à influência da técnica de polimerização. Foram confeccionados
corpos-de-prova com configuração de discos em matrizes de silicone. Em cada um
deles, inseriu-se uma tira de fio dental favorecendo a manutenção de sua posição
vertical e evitando contato com o fundo do recipiente. Os discos foram imersos em
soluções manchadoras de chá, café e uva, e em água (controle). As medições foram
feitas utilizando espectrofotometria de reflectância, em intervalos de 14, 30 e 60 dias.
Antes de cada registro, realizaram-se escovações prévias com escova macia,
seguidas de enxágüe em água e de secagem espontânea. Os corpos-de-prova
mantidos em água apresentaram apenas pequena alteração de cor, em média –
0,043, enquanto que as soluções corantes apresentaram alterações significativas,
maiores no primeiro mês para a solução combinada chá-café, enquanto que no
segundo mês os resultados foram piores para a solução de uva. Os autores
concluíram que os corpos-de-prova rugosos mancharam mais que os de superfície
polida, enquanto que a técnica de polimerização não teve influência no
manchamento. Também a composição do material foi significativa no resultado, com
os materiais a base de metil-metacrilato proporcionando maior estabilidade de cor do
que os à base de etil-metil-metacrilato, vinil-etil-metacrilato e epimina, relacionados
em ordem decrescente de pigmentação.
Kuehni e Marcus (1979) compararam dados obtidos em avaliações
visuais com obtidos de fórmulas de quatro micro-espaços de cor para determinar
diferenças entre julgamentos diferenciando percepção visual e aceitabilidade do uso
do material. Os autores utilizaram em especial os espaços de cor CIE-L*a*b* e
CIELUV. O espaço de cor CIE-L*a*b* foi utilizado através de medições com
espectrofotômetro de reflectância com ângulo do observador de 10º e iluminante
D65. Os resultados mostraram que os corpos-de-prova em amarelo, roxo e azul
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apresentaram coeficiente de correlação similar para todas as fórmulas, enquanto
que para os em laranja os espaços CIELUV e FMC-2 e para os em azul e cinza o
espaço FMC-2 apresentaram os piores resultados. Os autores observaram que a
percepção visual foi muito próxima da aceitabilidade, enquanto que 50% da
aceitabilidade para a diferença de cor situou-se em uma unidade de CIE-L*a*b*. Os
autores concluíram que, embora houvesse necessidade de fórmula melhorada para
avaliar pequenas diferenças de cor, os dados obtidos em experimentos seguindo
esta metodologia são úteis e consistentes.
O potencial pigmentante de quatro tipos de alimentos considerados
corantes foi avaliado por Chan; Fuller e Hormati (1980), através de comparação do
grau de manchamento em duas marcas comerciais de resina composta. Os autores
utilizaram 40 dentes recentemente extraídos com cavidades preparadas de forma
padronizada nas faces vestibular e lingual, restauradas com duas marcas comerciais
de resina composta. Em seguida, os espécimes foram imersos em soluções
corantes de café, chá, refrigerante tipo cola, molho de soja e água destilada como
controle, em estufa com temperatura controlada em 37ºC. A análise de alteração de
cor foi visual, realizada em intervalos de sete dias durante seis semanas. Decorrido
este período, metade da amostra foi removida das soluções corantes, escovada por
dois minutos, enxaguada com água e seca com ar, e comparada com a metade
análoga que permaneceu sem escovação. Os espécimes sem escovação foram
seccionados longitudinalmente, de forma a serem examinados em microscópio para
verificar a profundidade de penetração do manchamento. Embora se tenha
determinado escala com escores de 0 a 10 para avaliar a alteração de cor, os
resultados variaram apenas entre 0 e 4, sendo que o café e o molho de soja
causaram maior manchamento que o chá ou o refrigerante tipo cola. Não houve
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alteração de cor nos dentes imersos em água destilada. Os autores observaram que
o maior grau de manchamento se deu na primeira semana, estendendo-se para a
segunda semana. A escovação reduziu o nível de manchamento para todas as
soluções, mas nenhuma de forma significativa. Concluíram que, apesar da
penetração do manchamento na resina composta ter sido pequena, estimada entre 3
a 5 μm, em situações clínicas, não seria possível a restauração da cor original.
Com o advento de novos sistemas de resinas compostas, com
novos iniciadores, novas composições de matrizes resinosas e partículas de carga,
Powers; Fan e Raptis (1980), conduziram um estudo para avaliar in vitro a
estabilidade de cor de três compósitos convencionais e quatro de micropartículas.
Os autores confeccionaram 3 corpos-de-prova para cada material com auxílio de
matriz metálica, armazenando-os em seguida em estufa com temperatura controlada
em 37ºC por 24 horas, antes da avaliação inicial. Os corpos-de-prova foram
submetidos a aceleração de envelhecimento pela luz, variação de temperatura e
umidade, em câmara 25-WR
3
com medições após 300, 600 e 900 horas de
tratamento. As medições foram realizadas por espectrofotometria de reflectância, na
faixa de espectro visível e ultravioleta, com comprimento de onda emitido entre 405
e 700 nm, através de espectrofotômetro de feixe duplo e esfera integradora. Os
autores observaram que durante o envelhecimento inicial todos os materiais
tornaram-se mais escuros, mais cromáticos e mais opacos. Porém, na continuidade,
as resinas compostas convencionais foram afetadas pela erosão da matriz com
conseqüente exposição das partículas de carga, enquanto que as resinas
compostas de micropartículas apresentaram melhor estabilidade de cor,
aparentemente não afetadas pela erosão, levando-os a concluir que a alteração de
3
Atlas Eletric Devices Co., Chicago, Illinois, IL 60613
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cor ocorreu de maneira e quantidade diferentes de acordo com o tipo das resinas
compostas estudadas. Pareceu-lhes que as mudanças de cor nas resinas
compostas de micropartículas, após período longo de envelhecimento, deviam-se a
contínua formação de produtos de degradação coloridos.
Asmussen (1981) pesquisou o teste de aceleração de
envelhecimento através de imersão em água desmineralizada em diferentes
temperaturas com objetivo de torná-lo clinicamente relevante. O autor testou quinze
marcas comerciais de resinas compostas, sob forma de corpos-de-prova com 15 mm
de diâmetro e 2 mm de espessura, polimerizados de acordo com o fabricante,
polidos com lixa de papel de carborundum número 1000 e armazenados em água a
37
o
C por seis dias. Realizou-se medição inicial com calorímetro Hunterlab D-25,
utilizando iluminante C e obtendo valores nas coordenadas L*, a* e b*. Os corpos-
de-prova foram imersos em água desmineralizada em temperaturas de 37
o
C, 50
o
C,
60
o
C e 70
o
C, com livre acesso de ar através de um furo nos containeres e sem
exposição a luz. Uma vez ao mês, os corpos-de-prova foram removidos da água,
escovados com escova macia para remover quaisquer bactérias ou fungos
presentes, secados e tiveram sua cor medida. A alteração de cor foi calculada pela
fórmula ΔE = (ΔL*)
2
+ (Δa*)
2
+ (Δb*)
2
, na qual ΔL*, Δa* e Δb* representam a
mudança no eixo L , a e b respectivamente. Como regra, os espécimes ficaram mais
escuros, mais vermelhos e mais amarelos. Os resultados de alteração de cor
obtidos pelo armazenamento em água com temperatura de 37
o
C após doze meses
foi correlato ao armazenamento em água 50
o
C por dois meses ou ao
armazenamento em água 60
o
C ou 70
o
C por 1 mês. O maior coeficiente de
correlação foi obtido com armazenamento por um mês em água desmineralizada em
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25
temperatura controlada de 60
o
C ±1
o
C, podendo ser considerado clinicamente
relevante para teste de estabilidade de cor de resinas compostas restauradoras.
Miyagawa; Powers e O´brien (1981) calcularam algebricamente as
constantes ópticas de quatro resinas compostas e uma resina sem carga a partir de
dados obtidos pela espectrofotometria de reflectância. Os corpos-de-prova foram
confeccionados com auxílio de matriz metálica em três diferentes espessuras 1,3
mm, 2,6 mm e 3,9 mm, e armazenados por 24 horas antes do teste. Foram
realizadas medições com espectrofotômetro de feixe duplo, emitindo luz na faixa de
ultravioleta e visível, com intervalo de comprimento de onda entre 405 a 700 nm,
com reflectância combinada, especular e difusa, sob duas condições, contra fundo
branco e contra fundo negro. As constantes ópticas estudadas foram a reflectividade
luminosa (light reflectivity), o coeficiente de difusão (scattering coefficient),
coeficiente de absorção (absorption coefficient) e taxa de contraste (contrast ratio),
esta última relacionada à opacidade do material. Os autores observaram que a cor
dos materiais restauradores estudados dependia da cor do fundo e da espessura da
restauração. Nos materiais estudados, as espessuras menores que 4,19 a 6,70 mm,
dependendo do material, se mostraram translúcidas e, portanto, o acerto na escolha
da cor nas restaurações anteriores típicas, dependeria do fundo e da tonalidade do
material. Os autores sugeriram que as cores das resinas compostas passassem a
ser descritas também pelas constantes ópticas, tais como a opacidade do material.
Os autores concluíram que a cor do material restaurador in vitro dependeria da
tonalidade (shade), da espessura e da cor do fundo.
Preocupando-se com o manchamento descrito em conseqüência do
uso de clorexidina, Nordbö; Attramadal e Eriksen (1983) estudaram a influência do
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pré-tratamento com clorexidina ou ácido tânico na habilidade de manchamento do
ferro na placa dental formada na superfície da resina acrílica. Os autores aplicaram
agentes oxidantes, redutores e quelantes em alguns experimentos como tentativas
de remover os depósitos de manchamento. Os autores citaram que em presença de
solução aquosa de ácido tânico há descoloração em tonalidade marrom da película
dental in vivo e que há evidências que bebidas como café, chá e vinho aumentam
consideravelmente o manchamento após o uso de clorexidina, sendo que estas
bebidas contêm derivados do ácido tânico. Também afirmaram que a combinação de
ingestão de ferro aliado a grande consumo de chá causa severo manchamento em
restaurações acrílicas. Atentaram para a presença de grande quantidade de ferro no
biofilme manchado por clorexidina, enquanto que o biofilme sem manchamento
contém ferro em quantidade muito menor. O experimento foi dividido em testes in
vitro e in vivo. Inicialmente, permitiu-se a formação de placa por cinco dias in vivo,
seguida de exposições seqüenciais de 5 minutos a soluções aquosas de digluconato
de clorexidina de 0,2% a 0,4%, ácido tânico a 0,2% e 20 mM citrato de amônio
férrico (pH 7,1) ou cloreto férrico (pH 2). As últimas soluções foram utilizadas em
grupos diferentes, observando o efeito da variação do pH. Utilizaram agentes
quelantes que apresentam grande afinidade ao ferro, na tentativa de remover o
manchamento. Também agentes redutores e oxidantes foram adicionados às
superfícies manchadas, desde que o estado de oxidação dos elementos pode afetar
sua cromogenicidade. De maneira semelhante, a habilidade de diferentes agentes
em causar pigmentos com diversas combinações com ou sem saliva foi testada in
vitro. As amostras foram incubadas de dois a seis dias a 37ºC. A avaliação foi visual
e através de fotografias. Os autores concluíram que nem clorexidina nem ácido
tânico foram capazes de produzir manchamento individualmente, porém quando
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utilizados de forma combinada, ou ainda a combinação de citrato de amônio férrico e
clorexidina desencadeou manchamento particularmente marcado Aparentemente
houve necessidade de desnaturação da placa por um destes componentes
previamente ao manchamento. O forte agente oxidante utilizado clareou totalmente
as superfícies em meia hora, provavelmente devido à conversão do sulfeto férrico,
escuro, em sulfato ferroso, mais claro. Grandes quantidades de ferro foram
encontradas nas amostras de placa dental manchada, enquanto que apenas
pequenas concentrações foram encontradas no material sem manchamento. Os
autores afirmaram, em caráter especulativo, que a presença de enxofre no biofilme
manchado pode apoiar a idéia de que também o sulfeto pode ser um componente
envolvido na pigmentação.
Os fatores que governam a estabilidade de cor de resinas
restauradoras foram estudados em bases quantitativas por Asmussen (1983). O
autor utilizou metodologia de sua autoria, com imersão de corpos-de-prova em forma
de disco em água deionizada com temperatura de 60ºC por um mês na presença de
oxigênio, estabelecendo a correlação entre um mês de armazenamento em água
deionizada com temperatura de 60
o
C equivalendo a um ano de armazenamento em
água com temperatura de 37
o
C . O autor testou o efeito do tipo e quantidade de
amina, quantidade de peróxido de benzoíla (BPO), quantidade de inibidor, pH e
oxigênio, e efeito da irradiação ultravioleta na alteração de cor em dezessete
marcas comerciais de resinas compostas. Concluiu-se que a alteração de cor
independe da quantidade absoluta de amina, entretanto depende da proporção
amina/BPO e da quantidade de inibidor, que deve ser totalmente consumido na
reação de polimerização para não interferir na cor. A diferença de resultado entre as
marcas comerciais poderia ser explicado pelas diferenças de proporção de BisGMA,
Revisão de literatura_____________________________________________________________
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aminas e BPO. Quanto ao oxigênio, houve grande redução da alteração de cor na
ausência de oxigênio, demonstrando a natureza oxidante do processo de formação
de cor. Finalmente, a diferença de cor foi muito maior no armazenamento em água
do que na irradiação com ultravioleta, comprovando a reduzida confiabilidade desta
metodologia. O autor afirmou que a presença de absorvedores de irradiação
ultravioleta, presentes na composição das resinas compostas, faria com que a
alteração de cor obtida nestes testes fosse discreta, enquanto que, em situações
clínicas, a alteração de cor seria pronunciada.
A estabilidade de cor de três materiais fotopolimerizados e três
autopolimerizados com polimerização adicional por calor, que eram utilizados para
restaurações indiretas, foi comparada por Ruyter; Nilner e Moller (1987).Os materiais
foram submetidos a processo de aceleração de envelhecimento ou mantidos em
água destilada em temperatura de 37ºC por dois meses. As medições de cor foram
realizadas em espectrofotômetro com obtenção das coordenadas L*, a* e b*, com
alteração de cor aceitável abaixo de 3,3 unidades. Os autores consideraram a
diferença entre perceptibilidade e aceitabilidade na dependência da aplicação clínica
do material. Os materiais fotopolimerizados apresentaram resultados superiores de
estabilidade de cor aos autopolimerizados, provavelmente como reflexo de diferente
composição entre os materiais.
O efeito de chá, café e Coca-cola® sobre o cimento de silicato foi
estudado por Vieira e Steagall (1988) através de análise espectrofotométrica. Após a
confecção, os corpos-de-prova foram mantidos em estufa à 37ºC por 45 minutos e
levados a leitura inicial da cor. Em seguida, foram imersos nas soluções corantes por
quatro semanas. As leituras foram feitas 1 hora, 24 horas, 7 dias, 14 dias, 21 dias e
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28 dias após a imersão através de curva de reflectância obtendo valores no espaço
de cor CIE-Lab. Os autores observaram que o tempo apresentou efeito cumulativo
na alteração de cor até a segunda semana, sendo que aparentemente há uma
saturação após a primeira semana. O manchamento mais severo ocorreu após
exposição ao chá, embora todos os meios tenham causado manchamento nos
corpos-de-prova.
O espaço de cor CIE-Lab foi definido pela Comission Internacional
Eclairage, em 1976, para expressar a cor. (PRECISE COLOR COMUNICATION...,
[2000?]). A cor é expressa em coordenadas matemáticas representadas pelas letras
L*, a* e b*. A coordenada L* representa a luminosidade do objeto e assume valores
de 0 a 100, e as coordenadas a* e b* expressam a cromaticidade, indicando a
direção da cor. A coordenada a* representa eixo que se estende de verde(-a*) a
vermelho (+a*) e a coordenada b* compreende eixo de azul (-b*) a amarelo (+b*). O
centro é acromático, à medida que os valores de a* e b* se afastam do centro, a
saturação da cor aumenta. O espaço de cor CIE-Lab poderia ser representado por
uma esfera, em que o eixo Y representaria a coordenada L*, e os eixos X e Z
representariam as coordenadas a* e b*. Este espaço de cor vêm sendo utilizado
largamente em todos os campos para expressar cor, com a vantagem de iguais
diferenças entre X e Y no diagrama de cromaticidade corresponderem a iguais
diferenças na percepção visual.
Ainda quanto ao efeito de soluções corantes, Minelli; Chaves e Silva
(1988a) estudaram o efeito de café, chá e vinho tinto sobre a alteração de cor de
quatro marcas comerciais de resinas compostas. Os autores confeccionaram
corpos-de-prova com 10 mm de diâmetro por 1,2 mm de espessura com auxílio de
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30
matriz metálica interposta entre duas lâminas de microscopia. Após 48 horas os
corpos-de-prova foram removidos da matriz e imersos em soluções de café, chá,
vinho tinto e água. Diariamente os corpos-de-prova eram removidos dos meios,
lavados por cinco minutos em água corrente, secados e avaliados visualmente. As
soluções eram trocadas a cada dois dias. Os resultados mostraram que algumas
resinas compostas têm maior propensão à pigmentação e que o vinho tinto causou o
maior manchamento, seguido da solução de café e posteriormente o chá. Os autores
atribuíram o maior manchamento do vinho tinto à sua coloração e efeito
fermentativo, produzindo ácidos capazes de amolecer a superfície da resina,
alterando a resistência à abrasão e a suscetibilidade ao manchamento superficial.
Na seqüência, Minelli; Chaves e Silva (1988b) estudaram a alteração
de cor de duas resinas compostas convencionais, duas resinas de micropartículas e
uma resina acrílica em função de diferentes tratamentos de superfície quando em
contato com solução de café. Foram confeccionados 90 corpos-de-prova com
dimensões de 10 mm de diâmetro por 1,2 mm de espessura, com a resina interposta
no interior de matriz metálica colocada entre duas lâminas de microscopia. Após 48
horas os corpos-de-prova foram removidos da matriz e divididos em três tipos de
tratamento de superfície, lisa, rugosa e glazeada. A superfície lisa foi mantida
conforme obtida pelo contato com a lâmina de vidro. A superfície rugosa obtida pelo
desgaste da superfície lisa com lixa número 150, utilizando equipamento Struers. A
superfície glazeada foi obtida a partir do glazeamento da superfície rugosa. Os
corpos-de-prova foram imersos em solução de café e mantidos por 10 dias, à
temperatura ambiente e ao abrigo da luz. As soluções foram trocadas a cada 2 dias.
Realizou-se análise visual, antes da qual os corpos-de-prova eram lavados por cinco
minutos em água corrente e secados. Os resultados mostraram que as superfícies
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rugosas mancharam menos que as superfícies lisas e glazeadas, e que as
superfícies glazeadas apresentaram o maior grau de manchamento. Os autores
relacionaram o maior grau de conversão à maior estabilidade de cor e a maior
quantidade de fase orgânica à maior suscetibilidade de pigmentação, pois a resina
composta glazeada que recebeu camada superficial de glaze, constituída apenas de
resina sem carga, apresentou o maior manchamento.
Com a introdução de resinas compostas indiretas, Peutzfeldt e
Asmussen (1990) avaliaram a estabilidade de cor de três marcas comerciais por
meio de irradiação com luz ultravioleta e armazenamento em água. Os autores
testaram a marca comercial Estilux Posterior C VS (Kulzer), polimerizada apenas
por luz; a resina composta Brilliant (Coltène) polimerizada por luz, com polimerização
complementar por luz e calor; e o material SR-Isosit (Ivoclar), que utilizou
polimerização em sistema hidropneumático. Confeccionaram-se corpos-de-prova
com auxílio de matrizes, com dimensão padronizada em 15 mm de diâmetro e 2 mm
de espessura. Após a polimerização, os corpos-de-prova foram polidos com lixa de
papel carborundum número 1000 até atingirem espessura entre 1,80 a 1,85 mm.
Procedeu-se medição inicial de cor para todos, seguida da exposição à luz
ultravioleta ou à água deionizada. Os corpos-de-prova em geral ficaram mais
escuros, mais vermelhos e mais amarelos, com resultados piores para os
submetidos ao armazenamento em água em relação aos expostos à luz ultravioleta.
A mudança de cor foi moderada, com a resina fotopolimerizável apresentando cor
mais estável que a resina composta autopolimerizável. Os autores discutiram qual
seria a diferença de cor perceptível e a aceitável clinicamente, lembrando que
estudos laboratoriais apresentam resultados diferentes das situações clínicas, onde
há interferência de vários fatores. Entretanto resultados de diferença de cor abaixo
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de 2 unidades foram considerados relativamente estáveis em situações clínicas,
enquanto que valores acima de 7 unidades mostrariam notável descoloração na
boca. Houve diferença entre as marcas comerciais, com a resina composta Estilux
Posterior C VS (Kulzer) apresentando os melhores resultados, seguida das marcas
comerciais Brilliant (Coltène) e SR-Isosit (Ivoclar). Os autores justificaram as
diferenças entre elas pela quantidade de polímero, de BisGMA e de inibidor
presentes em cada uma.
Wiltshire e Labuschagne (1990) avaliaram o potencial de
manchamento de resinas fotopolimerizáveis anteriores e posteriores, quando
submetidas a meios corantes. Os autores utilizaram resinas posteriores híbridas,
anteriores híbridas e microparticuladas, com corpos-de-prova confeccionados com
auxílio de matriz, polimerizados de maneira padronizada e armazenados em
temperatura controlada a 37ºC por 72 horas. Os corpos-de-prova foram submetidos
a soluções corantes de Coca-cola®, café e vinho tinto, com água destilada como
controle, por uma semana. As análises foram feitas visualmente em dois tempos, 24
horas e uma semana. Previamente os corpos-de-prova foram removidos das
soluções, lavados em água corrente e secados. É interessante notar a observação
feita pelos autores impossibilitando correlação exata entre testes in vitro e situações
in vivo, desde que clinicamente as resinas compostas nunca estão sujeitas a contato
tão longo com meios manchadores e o meio oral não pode ser reproduzido em
laboratório. Os autores concluíram que a resina híbrida posterior é mais resistente
ao manchamento, possivelmente devido a quantidade de partículas de carga
aumentada e sorção de água reduzida. Todos os materiais foram manchados pelo
vinho tinto e pelo café, enquanto que a Coca-cola® não manchou nenhum. Os
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autores observaram que a maior parte do manchamento ocorre nas primeiras 24
horas de imersão no meio.
Burrow e Mackinson (1991) avaliaram o efeito da aceleração de
envelhecimento de dezesseis marcas comerciais de resinas compostas fotoativadas
quando expostas à luz do dia, em água ou secas, e com mudanças de temperatura
dioturnas. Os corpos-de-prova foram confeccionados com auxílio de matriz em
resina acrílica e divididos em três grupos. O primeiro grupo foi submetido a
diferentes variações climáticas, o segundo grupo continha corpos-de-prova de 16
cores, e foi testado de maneira a expor apenas a metade da superfície à luz do sol,
e o terceiro grupo testou a influência da espessura na alteração de cor. A análise foi
feita através de fotografias iniciais, uma semana, três meses e seis meses após. As
mudanças tenderam a ocorrer após três meses, provavelmente imperceptíveis
clinicamente, e independentes do tratamento e da cor e sim, relacionadas a
mudanças químicas da resina durante o tempo. Os autores destacaram que nas
condições severas em que foi realizado o teste, os resultados de mudança de cor
foram muito suaves, com apenas três exceções, fazendo supor que a principal causa
de alteração de cor deva ser de origem da dieta.
Um e Ruyter (1991) avaliaram a estabilidade de cor de cinco resinas
compostas para restaurações indiretas, através de contato com meios corantes de
café fervido, café filtrado ou chá na temperatura de 50ºC, ou através da imersão em
água destilada a 37ºC, por 4 meses.Foram utilizados dois materiais
fotopolimerizados e três materiais termopolimerizados, sendo que uma das resinas
fotopolimerizadas apresentou descoloração intrínseca durante o período
experimental. Dois dos materiais sofreram alteração de cor decorrente do contato
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com o café, devido a adsorção e absorção de pigmentos, provavelmente pela
compatibilidade da fase polimérica com os corantes amarelos do produto. Os
autores concluíram que a alteração de cor dos outros materiais pelo chá foi
decorrente especialmente de adsorção de corante.
Verificando a ausência de referências bibliográficas a respeito de
resinas compostas indiretas, Khokhar; Razzoog e Yaman (1991) avaliaram a
estabilidade de cor de quatro marcas comerciais expostas aos fluidos comuns da
dieta e a agentes químicos comumente utilizados para higiene oral caseira. Os
autores selecionaram as resinas compostas indiretas Dentacolor (Kulzer), de
micropartículas, com 72% de carga em peso e polimerização com luz
estroboscópica; Visio-Gem (Espe), micropartículas, 42% de carga em peso e
polimerização por luz e vácuo; Brilliant D.I. (Coltène), híbrida, quantidade de carga
de 78,5% em peso, com polimerização por luz e calor; e Concept (Williams Dental
Co.), micropartículas homogêneas, com 75% em peso de carga, e polimerização
adicional por calor e pressão. Os corpos-de-prova foram testados em meios de
digluconato de clorexidina a 0,12%, café e chá, em dispositivo Tuccillo-Nielson, com
imersões de 15 segundos e interrupções de 45 segundos. As medições foram
efetuadas através de espectrofotometria de reflectância, utilizando o espaço de cor
CIE-Lab e iluminante D65, que reproduz a luz do dia. As medições foram repetidas
depois de 6, 12, 24 e 48 horas, e após profilaxia final com pasta profilática e taça de
borracha. Com as limitações do estudo, os autores concluíram que os fatores da
dieta mancharam os materiais testados, com o chá apresentando resultados piores
que o café. A adição de clorexidina e saliva aumentou o manchamento quando
utilizada com chá e, em menor intensidade, com o café. A maior parte do
manchamento foi superficial, passível de ser removido com procedimentos de
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higiene oral regular. Entretanto, manchamento residual pelo efeito cumulativo foi
registrado. Entre as resinas compostas estudadas, Brilliant D.I.(Coltène) apresentou
o maior manchamento, enquanto que Concept (Williams Dental Co.) apresentou a
maior estabilidade de cor, provavelmente devido a presença de uretano
dimetacrilato, que oferece menor viscosidade, menor sorção de água, maior dureza
e maior suscetibilidade à luz visível.
O efeito do álcool no manchamento das resinas compostas
combinado ao contato com café foi estudado por Vieira e Garone Filho (1993).
Foram utilizadas duas marcas comerciais de resinas compostas de micropartículas e
duas híbridas para confecção de corpos-de-prova de 10 mm de diâmetro e 2 mm de
espessura. Os corpos-de-prova foram mantidos por 24 horas em água destilada, em
estufa com temperatura controlada de 37ºC, antes de se proceder a medição inicial
da cor. A seguir, os corpos-de-prova foram divididos em dois grupos, recebendo
tratamentos diferentes. O primeiro grupo foi imerso em uísque (Black and White®)
por quinze minutos, escovado com escova macia, seguido de imersão em café a
50ºC por dois minutos, novamente escovado e mantido na estufa a 37ºC em água
destilada. O tratamento foi repetido quatro vezes ao dia por quinze dias. O segundo
grupo recebeu o mesmo tratamento, excetuando a imersão no álcool. A leitura de
cor foi realizada com espectrofotômetro de reflexão, utilizando iluminante D65 (luz do
dia), com intervalos de leitura de 20 nm, obtendo valores no espaço de cor CIE-Lab.
O efeito do álcool provavelmente se deu pela alteração na estrutura da superfície,
funcionando como um solvente, facilitando a penetração de corantes na resina
composta. Os autores concluíram que o álcool torna as resinas compostas mais
suscetíveis ao manchamento pelo café e que as resinas compostas híbridas
apresentaram menor alteração de cor em relação às de micropartículas. A alteração
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de cor se deu às custas da luminosidade, tornando os corpos-de-prova mais
escuros.
Dinelli et al. (1994) avaliaram as propriedades ópticas das resinas
segundo as suas cores e verificaram a diferença de opacidade e translucidez entre
as indicadas para esmalte e dentina. Os autores confeccionaram corpos-de-prova de
duas marcas comerciais em dez cores, com 10 mm de diâmetro e 1 mm de
espessura, com auxílio de matriz, interposta entre duas placas de vidro. Os corpos-
de-prova foram mantidos por uma hora em estufa com temperatura controlada de
37ºC, antes da medição inicial. Em seguida, os corpos-de-prova foram imersos em
água deionizada por sete dias, com medição intermediária após duas horas de
imersão. Os resultados mostraram que existe diferença no percentual de
translucidez entre os materiais indicados para restaurar esmalte e dentina, sendo
que os materiais indicados para restaurar esmalte apresentaram níveis de
translucidez maiores que os indicados para restaurar dentina, mais opacos.
Percebeu-se semelhança no percentual de translucidez e proximidade em relação às
suas cores para todos os materiais testados.
Dietschi et al. (1994) avaliaram a estabilidade de cor de dez marcas
comerciais de resinas compostas quando submetidas a contato com substâncias
corantes ou ainda imersas em solução salina, termocicladas, polidas e
polimerizadas adicionalmente. Os autores verificaram que o café e a eritrosina
resultaram em maior alteração de cor, enquanto que o polimento foi o procedimento
mais efetivo na redução de pigmentação. Os autores observaram que a sorção de
água é influente na alteração de cor, sugerindo que inicialmente as restaurações em
resina composta deveriam se manter sem mudanças bruscas de temperatura e sem
Revisão de literatura_____________________________________________________________
37
contato com substâncias corantes. Os autores sugeriram a utilização de resinas
compostas micro-híbridas, com superfície perfeitamente polida.
No ano seguinte, Dinelli et al. (1995) investigaram a influência da
retenção de corantes na translucidez das resinas compostas Herculite XR (Kerr) e
Silux Plus (3M- Dental Products) para esmalte e dentina. Os autores confeccionaram
corpos-de-prova com dimensões de 10 mm de diâmetro por 1 mm de espessura,
com auxílio de matriz metálica interposta entre duas lâminas de vidro revestidas por
poliéster. Antes da medição inicial, o conjunto foi levado a estufa com temperatura
controlada em ± 37ºC por uma hora. Em seguida, os corpos-de-prova foram levados
aos meios teste de Coca-cola®, café, vinho e solução de nicotina, onde
permaneceram por dois meses, obtendo registros 2 horas após a imersão, 24 horas
após e, a partir daí, semanalmente, até completar o tempo. O café propiciou maior
manchamento, seguido das soluções de nicotina e vinho, em condições de
igualdade e intermediários em relação ao manchamento. Os materiais apresentaram
diferenças de resultado, com o material Herculite XR (Kerr) apresentando o maior
valor de translucidez. Independente do tratamento, a porcentagem de translucidez
apresentou-se decrescente em função do tempo, com os maiores valores de
alteração apresentados nas primeiras vinte e quatro horas até uma semana.
Touati (1996) descreveu uma nova classe de materiais
restauradores, os quais apresentou como resinas laboratoriais de segunda geração,
como um aperfeiçoamento das resinas compostas, porém, com características
específicas. Para que fosse considerada resina laboratorial de segunda geração o
material deveria apresentar: facilidade de confecção (fotopolimerização e
polimerização complementar); resistência flexural elevada: entre 120 e 160 MPa;
Revisão de literatura_____________________________________________________________
38
resiliência para absorver pequenos impactos; resistência à fratura; altas taxas de
partículas de carga minerais, que deveriam variar entre 60 e 70% em volume; forte
adesão ao substrato; possibilidade de variações nos desenhos dos preparos;
possibilidade de reparo intraoral; pouco ou nenhum desgaste nos dentes
antagonistas; reduzida possibilidade de fratura da peça durante a prova e
cimentação; alto grau de polimento e acabamento pós-cimentação. O autor concluiu
que este material preenchia a maioria dos requisitos necessários ao material
restaurador, embora pesquisas e experiências clinicas de longo prazo fossem
indicadas para confirmação destas propriedades.
Inokoshi et al. (1996) avaliaram a opacidade intrínseca e mudanças
de cor de três tipos de materiais restauradores utilizando teste proposto por
Asmussen (1981), com imersão em água deionizada por um mês com temperatura
controlada de 60
o
C. Os autores observaram que o manchamento superficial e
marginal extrínseco pode ser minimizado pela limpeza regular dos dentes e pelo uso
de um bom sistema adesivo, enquanto que a descoloração intrínseca é dependente
do material e de difícil controle pelo cirurgião-dentista clínico. Corpos-de-prova foram
confeccionados com auxílio de matriz acrílica, com dimensões de 6 mm de diâmetro
por 1 mm de espessura. Realizou-se medições semanais, por colorímetro utilizando
iluminante C e obtendo dados no sistema CIE-Lab. Os autores explanaram sobre o
sistema CIE-Lab, definido como um espaço tridimensional de cor, com a cor
expressa como um ponto no espaço, o qual reúne três coordenadas matemáticas L*,
a* e b*; e sobre a diferença de cor (ΔE), cujo valor representa a alteração de cor
após um determinado período e foi definida como a distância entre dois pontos no
espaço, referentes a cor inicial e final. Os autores concluíram que as alterações de
cor, de maneira geral, ocorreram às expensas de diminuição de L*, leve aumento de
Revisão de literatura_____________________________________________________________
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a* e pequeno a moderado aumento de b*. As resinas compostas fotopolimerizáveis
apresentaram o menor valor de alteração de cor, que foi considerado insignificante
clinicamente, menor que 3,3 unidades, ao contrário dos demais materiais que
apresentaram valores bem superiores. Os autores afirmaram que a alteração de cor
é fruto da combinação de manchamento extrínseco e descoloração interna, que
depende do tipo de material restaurador, da manipulação clínica do material, da
dieta e da higiene oral dos pacientes.
A estabilidade de cor atuou como parâmetro de eficiência de
polimerização de resina composta de micropartículas em estudo conduzido por
Salles et al. (1997). Os autores confeccionaram corpos-de-prova padronizados e
polimerizaram-nos de maneiras diferentes, com objetivo de avaliar a correlação entre
a distância da ponta fotopolimerizadora da superfície da resina composta e a
intensidade de luz de duas unidades polimerizadoras no grau de polimerização. As
unidades polimerizadoras utilizadas foram Fibralux (Dabi-Atlante), com intensidade
de ±150 mW /cm
2
e Ultralux (Dabi-Atlante), com intensidade de ±450 mW /cm
2
e
com distância de 0,5 e 10 mm da superfície da resina. Após a confecção os corpos-
de-prova foram mantidos em saliva artificial por 37ºC por 24 horas, e, em seguida
receberam acabamento e polimento com discos SofLex (3M Dental Products) em
granulação decrescente e seqüencial. Os corpos-de-prova foram divididos em dois
grupos, um deles permanecendo imerso em saliva artificial e o outro imerso em
solução de café, por dez dias. Os resultados demonstraram que os corpos-de-prova
polimerizados pelo aparelho com menor intensidade de luz, mesmo que imersos
apenas em saliva, apresentaram manchamento. Os autores concluíram que o
aparelho com maior intensidade de luz apresentou melhor desempenho, mesmo
com a variável maior distância e que novas pesquisas relacionadas ao
Revisão de literatura_____________________________________________________________
40
manchamento de resinas compostas devem ser realizadas, considerando as
variáveis propostas.
Yap; Tan e Bhole (1997) compararam as propriedades estéticas de
cor e translucidez de materiais restauradores com cores baseadas na escala Vita
(Vita Zahnfabrik), utilizando uma resina composta de micropartículas (Durafill VS /
Kulzer), uma resina composta híbrida (Z100 / 3M Dental Products), um compômero
(Dyract / Dentsply), um cimento de ionômero de vidro de dupla polimerização (Fuji II
LC / GC) e um cimento de ionômero de vidro de polimerização tripla (Vitremer / 3M
Dental Products). Corpos-de-prova das cores mais clara, mais escura e intermediária
de todos os materiais foram testados, utilizando inserção de resina no interior de
matriz interposta entre duas placas de vidro, seguida de polimerização, acabamento
com lixa de papel abrasivo número 1000, armazenamento em água destilada por 48
horas e, posteriormente avaliados. A avaliação visual foi realizada por 10 estudantes
de odontologia em final de curso, 10 técnicos dentais, 10 cirurgiões-dentistas clínicos
gerais e 10 protesistas, perfazendo um total de 40 examinadores, orientados a
comparar a cor obtida com o terço central do padrão da escala Vita, observando
matiz, croma, valor e translucidez. Os resultados foram diferentes para cores claras,
médias e escuras, mostrando que a combinação de cor entre o material e a tabela
Vita não é dependente do material e sim da cor para todas as propriedades ópticas,
matiz, croma, valor e translucidez. Os autores concluíram que nenhum dos materiais
coincidiu com a escala Vita e que as resinas compostas apresentaram os melhores
resultados.
Fruits; Duncanson Júnior e Miranda (1997) compararam o efeito da
aceleração de envelhecimento nas propriedades de cor de três tipos de materiais
Revisão de literatura_____________________________________________________________
41
restauradores estéticos. Os autores testaram uma resina composta de partículas
pequenas (Prisma-Fil – LD Caulk), uma resina híbrida (A.P.H. – LD Caulk) e um
cimento de ionômero de vidro modificado por resina (VariGlass – LD Caulk), em
corpos-de-prova confeccionados com auxílio de anéis de borracha emoldurados por
duas placas de vidro, polimerizados de acordo com instruções do fabricante e
levados ao espectrofotômetro para medição inicial da cor. Em seguida, os corpos-
de-prova foram submetidos a ciclos alternados de condensação por 4 horas em
temperatura de 55 ºC, e ciclos de luz ultravioleta por 8 horas em temperatura de
66ºC, com umidade constante de 100%, em dispositivo de teste (Accelerated
Weathering Tester – Q-Panel Company) por 400 horas. As avaliações foram feitas
após 100, 200, 300 e 400 horas em espectrofotômetro de reflectância com feixe
duplo, e intervalos de medições de 10 nm obtendo dados no sistema CIE-Lab. Os
autores definiram diferença total de cor (ΔE) como a distância entre o ponto inicial e
o ponto final da cor. As resinas compostas apresentaram melhores resultados, com
a resina híbrida apresentando menor ΔE, seguida da resina de micropartículas. A
diferença total de cor foi considerada “perceptível visualmente de imediato”.
O efeito da tonalidade (shade) da resina composta na degradação
da cor foi avaliado por Uchida et al. (1998). Os autores utilizaram cinco cores e duas
marcas comerciais de resina composta, ambas com partículas de carga compostas
de boro-silicato de bário, porém matrizes orgânicas contendo monômeros diferentes.
Foram selecionadas as marcas comerciais Conquest Direct Fill (Jeneric/Pentron)
contendo uretano dimetacrilato (UDMA), policarbonato dimetacrilato (PCDMA) e
trietileno glicol dimetacrilato (TEGDMA), nas cores: amarelo claro (LY), amarelo
escuro (DY), universal (U), verde claro (LG) e verde escuro(DG); e Pentra Fill II
(Jeneric/Pentron) contendo BisGMA e TEGDMA, nas cores: universal (U), marrom
Revisão de literatura_____________________________________________________________
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(B) , amarelo claro (LY), amarelo escuro (DY) e cinza (G). Confeccionaram-se
corpos-de-prova com 20 mm de diâmetro por 1 mm de espessura, que em seguida
foram armazenados em estufa com temperatura de ± 37
o
C por 24 horas e tiveram
leitura inicial da cor registrada em colorímetro. Os corpos-de-prova foram
submetidos a aceleração de envelhecimento, através de exposição à luz ultravioleta
com 275 W em temperatura de 37
o
C por 24 horas, e a alteração de cor foi avaliada.
Os autores utilizaram o espaço de cor CIE-Lab, citando a proximidade deste sistema
à sensibilidade visual humana e a proporcionalidade entre a distância neste sistema
e a diferença de cor percebida. As resinas compostas apresentaram diferença de
resultados entre as cores, mas não quando se avaliou a diferença de cor total. Os
resultados mostraram que a mudança na coordenada b* foi maior, levando ao
aumento de amarelo; e que a descoloração foi fortemente influenciada pela cor. As
cores mais claras apresentaram maior tendência à alteração na cor, provavelmente
devido à quebra do polímero pelas condições ambientais levando a liberação de
monômero e a efeitos ambientais na retenção e/ou estabilidade de pigmentos e
outros aditivos da formulação de polímeros.
Rosentritt et al. (1998) compararam, in vivo, a performance de cor de
vários tipos de facetas laminadas indiretas e dentes artificiais confeccionados em
resina acrílica. Os autores selecionaram 62 facetas laminadas confeccionadas em
resina laboratorial, 20 utilizando a marca comercial VisioGem (ESPE), 6 com a
marca comercial VitaZeta (Vita) e 36 com o material Dentacolor (Kulzer) e 32 dentes
contíguos em resina acrílica Vitapan (Vita). O estudo foi randomizado e cada
paciente utilizou apenas uma resina laboratorial, com medições realizadas por
fotômetro espectral em quatro tempos e por sete vezes: 24 horas de uso,
considerada medição inicial; seis meses, 12 meses e 24 meses de uso e, em cada
Revisão de literatura_____________________________________________________________
43
um destes tempos, a medição foi repetida após profilaxia. Em geral, todas as facetas
laminadas apresentaram-se mais escuras e mais amarelas após o período de teste,
enquanto que a alteração de cor mostrou-se menor para os dentes em resina
acrílica, que apresentam maior taxa de conversão e menor conteúdo de reagentes
adicionais. Não foi possível estabelecer correlação entre os hábitos de consumo e
de higiene do paciente na alteração de cor, desde que o manchamento superficial foi
removido aos seis, 12 e 18 meses, de forma que a descoloração exógena foi
reduzida. Apesar do polimento repetido, um aumento na mudança de cor foi
detectado, indicando que reações internas do material afetariam a descoloração. Os
autores observaram que diversas variáveis podem afetar a estabilidade de cor, como
as diferenças químicas entre os componentes resinosos, o tipo de carga e sua
concentração, além da observação imprecisa do tempo de polimerização durante a
polimerização complementar pelo calor. Afirmaram, ainda que a taxa de estabilidade
de cor não pode ser adquirida por medidas absolutas da cor e, sim por medidas
relativas, antes e depois, de mudanças de cor. Os autores concluíram que todos os
materiais testados apresentaram boa performance de cor pelo período de uso.
O efeito de diversos tipos de corantes sobre a translucidez de
resinas compostas micro-híbridas e de micropartículas foi avaliado em estudo
conduzido por Campos et al. (1999). Foram testadas as marcas comerciais
Charisma (Heraeus-Kulzer), micro-híbrida, e Durafill (Heraeus-Kulzer),
micropartículas, na cor A2 da escala Vita (Vita Zahnfabrik) através de corpos-de-
prova confeccionados com matriz metálica interposta entre duas placas de vidro,
polimerizados e armazenados por 24 horas em saliva artificial em estufa com
temperatura de ± 37ºC antes da leitura inicial de translucidez. Os corpos-de-prova
foram imersos em meios corantes de Coca-cola®, vinho tinto, café e Listerine®, que
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foram renovadas a cada sete dias. As leituras foram realizadas por aparelho de
eletroforese de Jouan (Jouan, Paris, série 021A
/10), nos períodos de 24 horas, dez
dias, 31 dias e 90 dias de imersão. Observou-se que a translucidez inicial era maior
para a resina de micropartícula, enquanto que com a passagem do tempo o
resultado se inverteu. Os autores afirmaram que a maior quantidade de matriz
orgânica na resina de micropartícula permitiu maior passagem de luz inicialmente,
porém possibilitou a maior absorção de pigmentos dos meios corantes. Também
relacionaram a translucidez com a composição de cada um dos materiais,
especificamente com o tipo, quantidade e tamanho das partículas de carga, do
número e tamanho de bolhas internas e do índice de refração dos componentes.
Quanto ao fator meio de imersão, a translucidez foi maior para o Listerine®, seguido
da Coca-cola®, do café e do vinho tinto.
Vislumbrando melhora no grau de conversão, Urabe et al. (1999)
examinaram a polimerização em microondas para restaurações tipo inlay de resina
composta e o efeito da concentração do iniciador na polimerização. Os autores
confeccionaram corpos-de-prova com 5 combinações, utilizando BisGMA (bisfenol
glicidil metacrilato) e TEGDMA (trietileno glicol dimetacrilato) como monômeros em
proporção de 6:4 e acrescentando BPO (peróxido de benzoíla) como iniciador em
cinco proporções diferentes. As resinas foram inseridas em matrizes de teflon
interpostas por placas de vidro e levadas ao forno microondas convencional com
freqüência de oscilação de 2450 MHz por cinco minutos, na continuidade aguardou-
se 30 minutos em temperatura ambiente para desinserção da matriz e 24 horas para
o início do teste. Observou-se que o grau de conversão aumentou
proporcionalmente com o aumento de BPO até a proporção de 0,5% em peso,
atingindo média de 75,7 ± 4,2%. A quantidade de monômero residual foi menor para
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o TEGDMA em relação ao BisGMA, que apresentou maior flexibilidade na cadeia
alifática e movimento molecular mais fácil durante a irradiação do forno microondas.
O aumento no grau de conversão se refletiu nas propriedades mecânicas testadas,
com aumento nos valores de força de compressão, força de tensão diametral e
microdureza Knoop.
Menezes; Namem e Gallan Junior (1999) avaliaram
topograficamente as superfícies das restaurações de resinas compostas híbridas
após serem submetidas ao tratamento com diferentes tipos de polimento e
acabamento, quanto ao manchamento por corantes, bem como microscopicamente,
quanto a textura e formação de porosidades. Os autores selecionaram a resina
composta APH Spectrum (Dentsply), na cor A3, utilizada em restaurações de
cavidades de classe V vestibulares e linguais padronizadas, em dentes pré-molares
recentemente extraídos. Os dentes foram armazenados em estufa a 37
o
C por 24
horas e receberam quatro tipos de acabamento e polimento: brocas diamantadas
série dourada (KG Sorensen), kit de borracha para acabamento (KG Sorensen), kit
de acabamento Dentsply (taça de borracha e pontas Enhance) e pontas Enhance
(Dentsply). Em seguida, foram imersos em dois tipos de soluções corantes, vinho ou
café, por 72 horas, lavados em água destilada e avaliados por dois examinadores
trabalhando na condição de duplo cego. Finalmente, os corpos-de-prova foram
desidratados em estufa e metalizados com liga de ouro-paládio e examinados em
microscópio eletrônico de varredura para análise de textura de superfície com
aumento de 50,500 e 2000 vezes. Os autores concluíram que nenhum tipo de
acabamento foi capaz de proporcionar lisura ideal para a resina composta, com os
melhores resultados apresentados pelo sistema Enhance (Dentsply), seguido pelo kit
de borracha para acabamento (KG-Sorensen), e pelo kit Dentsply e com os piores
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resultados apresentados pelas brocas da série dourada. Os dentes restaurados
imersos em vinho apresentaram maior manchamento do que os submetidos ao café.
A influência da intensidade de luz de três diferentes unidades de
fotopolimerização no manchamento de resinas compostas quando expostas a meios
corantes foi avaliada por Veronezi et al. (1999). Os corpos-de-prova foram
polimerizados pelas unidades polimerizadoras Heliomat II (Vigodent), Optilux
(Demetron Res. Corp.), ou Curing Light XL1500 (3M), com 1000, 750 e 600 mW/cm
2
de intensidade de luz respectivamente. Os autores utilizaram a marca comercial
Herculite XRV (Kerr), com 40 corpos-de-prova imersos em três meios corantes, de
café, chá, Coca-cola® e água, como controle, por quinze dias. Os corpos-de-prova
não foram manchados pela Coca-cola®, enquanto que o café e o chá coloriram
significativamente a resina composta e foram influenciados pela intensidade da
unidade fotopolimerizadora. Os corpos-de-prova polimerizados pela unidade Optilux
(Demetron Res. Corp.) apresentaram maior resistência ao manchamento, seguidos
pela unidade Heliomat II e pela Curing Light XL1500.
Com a disseminação do clareamento dental vital, levantaram-se
questões a respeito do efeito de agentes clareadores em materiais restauradores.
Fay; Servos e Powers (1999) investigaram o efeito do agente clareador peróxido de
carbamida a 10% na remoção de manchas de três materiais restauradores, um
compômero (Dyract – Dentsply / Caulk), um cimento de ionômero de vidro híbrido
(Fuji II LC – GC América) e uma resina composta (TPH Spectrum – Dentsply /
Caulk). Confeccionaram-se corpos-de-prova com inserção de material no interior de
matrizes interpostas por placas de vidro, efetuou-se polimerização por 40 segundos,
seguida de acabamento com lixas de papel de silicone e carbide (silicon carbide
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paper 600 grit) granulação 600 e armazenamento por 24 horas em estufa com
temperatura controlada de ± 37ºC, previamente a medição inicial. Os corpos-de-
prova foram submetidos a soluções corantes de suco/chá de framboesa ou de
clorexidina, ou à solução de água, utilizada como controle, por 120 horas. Decorrido
este período, os corpos-de-prova foram gentilmente enxaguados, secos com ar e
tiveram sua cor registrada. Em seguida, os materiais foram tratados com 0,5 cc de
pasta Platinum Tooth Whitening System (Colgate), contendo ingrediente ativo
peróxido de carbamida a 10% ou sem o ingrediente ativo, por duas horas,
armazenados em estufa a 37 ±1ºC e umidade relativa de 100%, enxaguados em
água por um minuto, secos e novamente medidos. O processo de clareamento foi
repetido na seqüência completando quatro horas de tratamento. As medições foram
realizadas por espectrofotometria de reflectância com iluminante A (luz
incandescente) e expressas no sistema CIE-Lab. A água e a clorexidina não foram
capazes de alterar visivelmente a cor dos corpos-de-prova, embora todos os
materiais tivessem sua cor alterada pela solução suco/chá de framboesa, com o pior
resultado apresentado pelo cimento de ionômero de vidro modificado. Após o
clareamento, a resina composta teve seu manchamento reduzido, não havendo
diferença visível entre a cor final e a inicial utilizando ou não o ingrediente ativo. O
cimento de ionômero de vidro híbrido obteve retorno da cor após o tratamento de
clareamento, porém o manchamento persistiu no grupo que não utilizou o
ingrediente ativo. Quanto ao compômero, a alteração de cor ainda foi perceptível
após o tratamento clareador, com ou sem ingrediente ativo.
Figueiredo (1999) investigou a estabilidade de cor de duas marcas
comerciais de resina composta direta Z100 (3M- ESPE) e Solitaire (Heraeus-Kulzer),
uma resina laboratorial Solidex (Shofu) e uma porcelana Vita VMK (Vita Zahnfabrik),
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confeccionando corpos-de-prova cilíndricos, polimerizados de acordo com as
instruções dos fabricantes e polidos de forma padronizada. Os corpos-de-prova
foram submetidos a solução corante de café por período de duas semanas. Utilizou-
se análise espectrofotométrica de reflectância, com períodos de medição de uma
hora, 48 horas, uma e duas semanas. Concluiu-se que a cerâmica Vita VMK e a
resina composta Z100 obtiveram maior resistência ao manchamento após duas
semanas de contato com o café, enquanto que as resinas Solitaire e Solidex
apresentaram alterações significantes de cor nos intervalos de uma hora, 48 horas,
uma e duas semanas de tratamento. Quando avaliado o período de 48 horas, não
houve diferença significativa entre as médias das cores das três resinas compostas,
com apenas a cerâmica Vita VMK apresentando diferença de cor menor do que as
apresentadas pelas resinas compostas.
Givan; O´neal e Suzuki (2000) avaliaram a performance clínica de
uma marca comercial de resina laboratorial de segunda geração quanto à cor, o
manchamento marginal, integridade marginal, textura de superfície, presença de
cáries secundárias, sensibilidade pós-operatória e oclusão. Confeccionaram-se 20
restaurações tipo inlay, 20 restaurações tipo onlay e 20 facetas laminadas em
belleGlass™ HP (Kerr), entretanto após oito anos, somente 50% dos pacientes
compareceram para avaliação, das quais 16 haviam sido substituídas. As
restaurações perdidas foram predominantemente devido a trauma ou a cáries
secundárias. A performance clínica foi considerada excelente, embora os autores
tenham ressaltado que as restaurações perdidas possam ter sido prejudicadas pelo
desempenho do sistema adesivo de geração ultrapassada.
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Já Monaco; Baldissara e Scotti (2000) avaliaram o comportamento
clínico de outra marca comercial de resina laboratorial de segunda geração, Targis
(Ivoclar), utilizada em restaurações posteriores tipo inlay ou onlay por treze meses.
Quarenta e três restaurações foram instaladas, sendo 30 em molares e 13 em pré-
molares, enquanto que 16 foram instaladas em dentes mandibulares e 27 em dentes
maxilares e avaliadas em seis critérios. Os resultados mostraram escore alfa, que
corresponde a clinicamente aceitável, e indistinguível dos dentes vizinhos, para 75%
das restaurações em estabilidade de cor, 96% para descoloração marginal, 100%
para cáries secundárias, 90% para forma anatômica, 88% para adaptação marginal
e 100% para sensibilidade pós-operatória.
A avaliação clínica de restaurações tipo inlay em resina laboratorial
Targis (Ivoclar) foi investigada por Yilmaz e Gemalmaz (2000). Os autores
confeccionaram 19 restaurações em pré-molares e 16 em molares, perfazendo um
total de 35 restaurações, todas em dentes vitais e cimentadas adesivamente e em
oclusão com cimento dual Variolink I I (Vivadent) de alta viscosidade associado a
sistema adesivo e isolamento absoluto pelo mesmo operador. As restaurações foram
avaliadas seis meses depois por dois examinadores nos seguintes parâmetros:
forma anatômica, adaptação marginal, descoloração marginal, adequação de cor,
acabamento superficial, índice gengival e cáries secundárias. A sensibilidade pós-
operatória foi determinada pelo questionamento direto ao paciente. Todas as
restaurações receberam escores alfa ou bravo para todos os itens, com a
adequação de cor recebendo 77% e 33% de escores alfa e bravo, respectivamente,
no período inicial, e 71,5% e 28,5% de escores alfa e bravo, respectivamente, após
seis meses. A descoloração marginal recebeu 100% de escore alfa no período
inicial, e 91,55% após seis meses; e o acabamento superficial recebeu escore alfa
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em 68,6% no período inicial e 65,7% após seis meses. Todas as restaurações
permaneceram na cavidade oral e o material pareceu promissor aos autores, com
base nos resultados deste estudo.
Comparando clinicamente restaurações adesivas do tipo inlay,
Neuerer et al. (2000) confeccionaram 29 restaurações de resina composta para uso
direto utilizando as marcas comerciais Tetric Ceram (Ivoclar) e TPH Spectrum
(Dentsply) e 18 restaurações em cerâmica de vidro, utilizando a marca comercial IPS
Empress (Ivoclar/Vivadent).Todas as restaurações foram confeccionadas por
estudantes sob a supervisão de cirurgiões-dentistas experientes e cimentadas
adesivamente. Fizeram-se avaliações inicial, após uma semana de inserção, e
depois de dois anos de uso, utilizando exame clínico e microscopia eletrônica de
varredura (aumento de 200 vezes) do modelo de gesso obtido através de moldagem
com poliéter (Impregum – 3M-ESPE) para avaliação marginal. Após dois anos,
houve predomínio do escore alfa para os seguintes critérios quando as resinas
compostas foram avaliadas: adequação de cor (51,7%), integridade do dente
(79,3%), integridade da restauração (89,7%), oclusão (62,1%), e teste de
sensibilidade e sintomas pós-operatórios (ambos com 100%). Entretanto, para
avaliação da cerâmica houve predomínio de escore alfa para textura de superfície
(77,8%), adequação de cor (55,6%), anatomia de superfície (55,6%), descoloração
marginal (61,1%), integridade do dente (88,9%), integridade da restauração (100%),
oclusão (55,6%), teste de sensibilidade (100%) e sintomas pós-operatórios (88,9%).
Duas restaurações de resina composta foram consideradas delta (inaceitáveis)
devido a cáries secundárias e fratura e uma considerada charlie (indicada para
substituição preventiva) por fenda marginal. As restaurações em cerâmica
mostraram-se superiores às de resina composta nos critérios textura de superfície
Revisão de literatura_____________________________________________________________
51
(p=0,02) e descoloração marginal (p=0,04), apresentando menos formação de
fendas marginais. Concluiu-se que todas as restaurações cerâmicas e 90% das
restaurações em resina composta apresentaram performance clínica entre excelente
e aceitável.
A resistência à fratura foi mais uma propriedade mecânica testada
para as resinas laboratoriais reforçadas por fibras. Dyer e Sorensen (2000)
compararam a resistência à fratura de próteses adesivas em resina laboratorial
reforçada por fibra de vidro ou de polietileno e próteses metalocerâmicas. Utilizaram
preparo padronizado com redução axial de 1,5mm e redução oclusal de 2 mm. Os
espécimes preparados foram armazenados por uma semana em temperatura
controlada de 37ºC em água e submetidos a teste de fratura. Os resultados
demonstraram não haver diferença estatística entre todos os grupos para fratura
inicial, enquanto que para fratura final dois grupos de fibra de vidro alcançaram os
mesmos valores estatísticos.
Também investigando as resinas compostas reforçadas por fibras,
Göhring; Peters e Lutz (2000) avaliaram a longevidade, a qualidade clínica e a
adaptação marginal de próteses fixas adesivas confeccionadas com a marca
comercial Targis/ Vectris (Ivoclar/Vivadent). Os dentes pilares receberam preparos
tipo inlay, observando o critério de preservação máxima da estrutura dental.
Quarenta e cinco próteses adesivas foram avaliadas após um ano, e vinte e cinco,
após dois anos por dois examinadores calibrados e através de microscopia
eletrônica de varredura de modelo de gesso, obtido a partir de réplica da prótese.
Também foram realizadas imagens de raio-X. A vitalidade dos pilares foi testada,
com todos permanecendo vitais. Após um ano, nenhuma fratura de pônticos ou
Revisão de literatura_____________________________________________________________
52
marginal e nenhuma cárie secundária foi detectada. Apenas uma superfície marginal
e duas oclusais foram classificadas como beta (clinicamente aceitáveis),
comparando com os dentes controle, nenhuma diferença significativa foi observada
pela microscopia eletrônica de varredura nas interfaces. Na avaliação de dois anos,
detectou-se o descolamento de um retentor e a desfolhação parcial de uma estrutura
de resina composta reforçada por fibras. Comparado à avaliação de um ano, houve,
também duas descolorações marginais classificadas como beta, porém a
microscopia eletrônica de varredura não detectou alterações significativas na
qualidade marginal. Em conclusão, as próteses adesivas confeccionadas com
resinas compostas reforçadas por fibras demonstraram apenas pequena perda de
qualidade clínica e adaptação marginal nas restaurações retentoras tipo inlay após
um e dois anos em função.
A estabilidade de cor de resinas compostas condensáveis foi
avaliada por Ngo; Fay e Powers (2000). Os autores testaram as marcas comerciais
Alert (Jeneric/Pentron), Filtek P60 (3M-ESPE), Prodigy Condensável (Kerr), Pyramid
dentina e esmalte (Bisco), R30, Sculpt-it (Jeneric/Pentron), Synergy Compact
(Colténe Whaledent), e TPH Spectrum (Dentsply) após manchamento por agentes
corantes e aceleração de envelhecimento. Os corpos-de-prova foram expostos a
meios corantes de Coca-cola®, suco/chá de framboesa e água como controle por
24, 48, 72 e 96 horas; ou a aceleração de envelhecimento por 150, 300 e 450 KJ/
m². As medições foram realizadas com espectrofotômetro de reflectância e
expressas em valores CIE-Lab. Consideraram-se 3,3 unidades como o limite de
alteração de cor aceitável visualmente. Os autores concluíram que nenhuma das
resinas compostas testadas apresentou manchamento em contato com as soluções
de Coca-cola® ou água, porém as marcas comerciais Synergy Compact, Sculpt-it,
Revisão de literatura_____________________________________________________________
53
R30 e TPH Spectrum apresentaram alteração de cor perceptível em contato com
solução suco/chá de framboesa após 96 horas de imersão. Entretanto, as marcas
comerciais Prodigy Condensável, Pyramid Esmalte e Sculpt-it mostraram alteração
de cor após serem submetidas a aceleração de envelhecimento.
A estabilidade de cor de reparos de resinas acrílicas foi investigada
por Rached et al. (2000). Utilizaram-se quatro resinas acrílicas, duas
autopolimerizáveis (Lucitone FasPour – Dentsply e Acron MC/R – GC)), uma resina
polimerizada por calor e pressão (Lucitone 199 – Dentsply) e uma resina
polimerizada por microondas (Acron MC – GC) submetidas a aceleração de
envelhecimento. As resinas autopolimerizáveis foram polimerizadas sob duas
condições, ou com temperatura de 23ºC e pressão ambiente ou com temperatura de
45ºC e pressão de 2 bar por quinze minutos. A resina Acron MC foi polimerizada em
matriz de gesso ou de silicone. Os corpos-de-prova foram incubados por 48 horas
antes da medição inicial de cor e submetidos a processo de aceleração de
envelhecimento por 450 KJ/m², com medições realizadas a cada 150 KJ/m², por
espectrofotômetro de reflectância com iluminante A e valores expressos no sistema
CIE-Lab. A aceleração de envelhecimento afetou todas as resinas, porém a marca
comercial Lucitone 199 apresentou valores de alteração de cor abaixo do valor
aceitável 3,3 para todos os tempos; seguida da marca comercial Acron MC/R, com
valores menores que 3,3 para a primeira medição. A resina Acron MC/R apresentou
diferença significativa de alteração de cor em relação a forma de polimerização.
Hofmann et al. (2000) estudaram a estabilidade de cor de diferentes
tonalidades de resina composta, utilizando processo de aceleração de
envelhecimento e imersão em soluções corantes. Os autores selecionaram a resina
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composta Tetric Ceram (Ivoclar), nas seguintes cores: A1, A2, A4, D3 e cores para
dentes clareados I, L e XL dividindo-os em grupos de acordo com o tratamento a
que foram submetidos: imersão em solução de café ou vinho por dez dias ou
processo de aceleração de envelhecimento por irradiação ultravioleta por 24 e 72
horas. Os corpos-de-prova foram avaliados em espectrofotômetro de reflectância
obtendo dados no sistema CIE-Lab. Os resultados mostraram que irradiação
ultravioleta não gerou alteração de cor acima do limite do aceitável para nenhuma
cor, enquanto que o manchamento foi parcialmente visível em contato com soluções
corantes. Observou-se que a descoloração in vitro foi dependente da cor da resina
composta, com as tonalidades indicadas para dentes pós-clareamento sofrendo
alteração de cor significativamente maior que as cores convencionais após 24 horas
de irradiação com ultravioleta e imersão em café.
Também a estabilidade de cor dos compômeros foi avaliada por
Abu-Bakr et al. (2000) após imersão em componentes da dieta, porém com a
inclusão de um grupo experimental de resina composta. Os autores confeccionaram
corpos-de-prova em matriz plástica cilíndrica com 9mm de diâmetro por 1 mm de
espessura, polimerizados por 40 segundos e polidos com objetivo de simular
situação clínica. Foram testados três compômeros, um cimento de ionômero de vidro
modificado por resina e uma resina composta e quatro meios de imersão: suco de
laranja puro, uísque, Coca-cola® e água deionizada como controle. Os materiais
foram imersos diariamente nos meios corantes por três horas e transferidos para
água deionizada, permanecendo este tratamento por 60 dias. A cor foi medida com
colorímetro Minolta Croma Meter CR321 (Minolta), utilizando o espaço de cor CIE-
Lab em 4 tempos: 1, 7, 30 e 60 dias. Os resultados mostraram descoloração maior
para o uísque e nenhuma alteração de cor visível para água. Os compômeros e o
Revisão de literatura_____________________________________________________________
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cimento de ionômero de vidro mostraram suscetibilidade à descoloração, enquanto
que a resina composta mostrou alteração de cor mínima perceptível.
Por outro lado, aspectos da sorção de água para materiais
resinosos com carga foram estudados por Musanje e Darvell (2000). Dois tipos de
resinas compostas foram selecionados, Heliomolar (Ivoclar Vivadent) e Tetric Ceram
(Ivoclar). Os corpos-de-prova foram divididos em três grupos e expostos a vapor
d’água, água deionizada ou a saliva artificial a 37ºC. Os espécimes expostos ao
vapor d’água foram expostos a água deionizada após equilíbrio de massa. Os
líquidos foram repostos a cada 5 dias. Para a saliva artificial e para a água
deionizada houve um rápido ganho, com pico em sete dias, seguido de perda
gradual de massa. O pico do ganho de massa para o material Heliomolar foi 0,90% e
0,95% e para a resina composta Tetric Ceram foi de 0,50% e 0,51%,
respectivamente para imersão em saliva artificial e água deionizada. Para os corpos-
de-prova imersos em vapor d’água o equilíbrio de ganho de massa foi atingido em
25 dias, com o ganho em massa foi de 0,76% para o Heliomolar e 0,47% para o
Tetric Ceram. Este pico manteve estável enquanto os espécimes foram mantidos no
vapor d’água, porém imersos em água deionizada sofreram pequeno ganho de
massa, seguido de gradual, mas contínua perda de massa. Os autores concluíram
que a perda de água ocorrida com os corpos-de-prova expostos ao vapor d’água e,
posteriormente, a água deionizada só pode ser atribuída a perda de solúveis das
resinas compostas, e que esta perda é um processo contínuo que deve começar
imediatamente após o contato com saliva ou água.
Os agentes clareadores também tiveram seu efeito na alteração de
cor de materiais restauradores estudado por Saito; Toko e Hisamitsu (2000). Os
Revisão de literatura_____________________________________________________________
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autores testaram os agentes clareadores peróxido de carbamida a 10%, marca
comercial Nite-White (Discus Dental) e peróxido de hidrogênio a 35%, marca
comercial Hi-Lite (Shofu ) em duas marcas comerciais (Clearfil / Kuraray e Estelite
/Tokunayama) de resinas compostas e uma marca comercial de cimento de
ionômero de vidro modificado por resina composta (Vitremer / 3M ESPE).
Confeccionaram-se corpos-de-prova, polimerizados de maneira padronizada em
matriz de teflon e polidos com tiras de papel Carborundun número 1200. Metade dos
corpos-de-prova foi armazenada por um ano enquanto que a outra metade foi
confeccionada e, logo após a medição inicial de cor, submetida ao teste. O agente
clareador foi aplicado de acordo com as instruções do fabricante, com o produto Hi-
Lite sendo aplicado na superfície do corpo-de-prova e irradiado por 180 segundos
com lâmpada halógena ( Wite-Life / Takara) e o Nite-White em gel colocado em
contato com o corpo-de-prova por 72 horas em temperatura ambiente. A alteração
de cor foi avaliada com o sistema CIE-Lab. Houve alteração de cor em todos os
materiais, embora para o material Vitremer os valores tenham sido mais expressivos.
Entre os materiais recém confeccionados e os armazenados há um ano houve
diferença no resultado, com a alteração de cor sendo mais pronunciada para os
materiais novos, entretanto sem diferença significante.
A estabilidade de cor de resinas laboratoriais de segunda geração foi
avaliada por Oyafuso et al. (2000). Os autores selecionaram as marcas comerciais
Targis (Ivoclar/Vivadent) e Artglass (Heraeus-Kulzer) e confeccionaram quinze
corpos-de-prova para cada material com 8 mm de diâmetro por 1 mm de espessura
com auxílio de matriz metálica interposta entre duas placas de vidro. Os materiais
foram polimerizados de acordo com as instruções dos fabricantes e removidos das
matrizes. A lisura superficial foi padronizada pelo contato com as placas de vidro. Os
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espécimes tiveram sua cor registrada por colorímetro X Rite 404 e foram divididos
em três grupos. O primeiro grupo permaneceu armazenado em água destilada em
temperatura controlada de 37ºC, o segundo grupo foi termociclado com variação
térmica de 5ºC e 55ºC com tempo previamente calculado de dois minutos e quarenta
segundos para cada banho em água destilada, e o terceiro grupo foi termociclado
com a mesma variação térmica, porém em solução de café. Após finalizarem os
respectivos tratamentos, os corpos-de-prova receberam um jato de água e ar
proveniente de seringa tríplice por dez segundos, tiveram o excesso de água
removido com papel absorvente, foram secados com jato de ar comprimido e
levados a nova medição. Os dados obtidos foram convertidos em coordenadas do
sistema CIE-Lab e calculou-se a diferença total de cor (ΔE). Observou-se que a
água não desencadeou mudança de cor significativa. O material Targis (Ivoclar) foi
mais suscetível a alteração de cor, apresentando valor médio de ΔE de 3,87,
contrapondo-se ao ΔE médio do material Artglass (Heraeus-Kulzer) que foi 2,05. O
grupo termociclado em café foi o único a apresentar diferença significativa entre o
próprio grupo, e as médias de ΔE da resina Artglass foi de 4,55, e a da resina Targis
igual a 8,76.
Prado Júnior (2000) estudou a estabilidade de cor, em termos de
translucidez, de uma marca de resina composta (Charisma – Heraeus-Kulzer)
fotopolimerizada de maneira convencional, fotopolimerizada seguida de
polimerização complementar na unidade polimerizadora Lightbox® (Kulzer) e uma
marca comercial de resina composta laboratorial Artglass (Heraeus-Kulzer)
polimerizada na unidade de fotopolimerização xenon-estroboscópica UniXS®, de
acordo com orientação do fabricante. Os corpos-de-prova foram submetidos, de
maneira intercalada, à solução de café e solução desmineralizadora-
Revisão de literatura_____________________________________________________________
58
remineralizadora (DES-RE) por 21 dias, sempre mantidos em temperatura
controlada de 37ºC. Os corpos-de-prova foram medidos pelo aparelho de
eletroforese de Jouan, antes da imersão e após 7, 14 e 21 dias de tratamento e os
resultados, avaliados por análise de variância e pelo teste de Tukey. Os materiais
apresentaram valores de translucidez reduzidos significativamente após o contato
com a solução de café, com o material Artglass apresentando maior suscetibilidade
ao manchamento que a resina composta Charisma, independente da técnica de
polimerização. O autor justificou o comportamento da resina Artglass pela textura de
superfície mais rugosa, o que aumentou a reflexão aleatória da luz, bem como a
maior incorporação de pigmentos do café. O tempo de uma semana apresentou a
maior redução nos valores de translucidez, entretanto a diminuição dos valores de
translucidez permaneceu, de forma lenta, até o fim do experimento.
A estabilidade de cor das resinas laboratoriais de segunda geração
foi avaliada também através de aceleração de envelhecimento por Douglas (2000).
O autor selecionou quatro marcas comerciais de resinas laboratoriais de segunda
geração: Artglass (Heraeus-Kulzer), Zeta (Vita), Targis (Ivoclar) e belleGlass™ HP
(Belle StClaire/ Kerr); uma resina composta para uso direto: Herculite XRV (Kerr) e
uma marca comercial de porcelana: Omega 900 (Vita). Confeccionaram-se corpos-
de-prova utilizando matrizes circulares interpostas entre duas placas de vidro e
polimerizadas de acordo com o fabricante. A porcelana dental utilizada foi de dentina
queimada apenas uma vez, sem receber glaze, apenas acabamento utilizando
seqüência de discos abrasivos de óxido de alumínio. O processo de aceleração de
envelhecimento foi realizado através da câmara Weather-Ometer (Atlas Electronic
Devices), com ciclos alternados de luz e escuridão, alteração de temperatura e de
umidade relativa, por 150 e 300 horas, em um total de exposição 389,2 KJ/m² . As
Revisão de literatura_____________________________________________________________
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avaliações de cor foram realizadas em colorímetro utilizando iluminante D65 e
expressando a cor em coordenadas CIE-Lab. A menor alteração de cor ocorreu no
grupo da porcelana, embora as resinas laboratoriais Zeta e Artglass demonstraram
pequenas diferenças na cor, e não significativamente diferente do grupo controle de
porcelana, situadas entre 0,62 a 3,4 unidades. As marcas comerciais Targis e
belleGlass™ HP mostraram maior alteração no eixo b*, tornando-se mais amarelos
após o envelhecimento, entretanto o material Targis mostrou-se mais estável nos
outros dois parâmetros. A resina composta direta Herculite XRV apresentou os
piores resultados no eixo L*. Todos os materiais testados apresentaram alteração de
cor em nível igual ou abaixo do considerado aceitável após 300 horas de aceleração
de envelhecimento. As alterações de cor ocorreram preferencialmente por alterações
no croma de que na luminosidade.
A estabilidade de cor de seis materiais que liberam flúor foi testada
por Iazzetti et al. (2000). Os autores avaliaram uma marca comercial de cimento de
ionômero de vidro (Fuji IX - GC), uma marca comercial de cimento de ionômero
modificado por resina (Photac-Fil – 3M/ESPE), duas marcas de compômeros (F
2000 – 3M/ESPE e Dyract AP - Dentsply) e duas marcas comerciais de resina
composta para uso direto (Tetric Ceram / Ivoclar e Solitaire /Heraeus-Kulzer). Os
materiais foram preparados em corpos-de-prova através da inserção de material em
matrizes de teflon interpostas entre duas placas de vidro, polimerizados segundo
recomendações dos fabricantes e polidos com discos Sof-Lex (3M). A seguir,
realizou-se medição inicial (baseline) em colorímetro Chroma Meter CS-100
(Minolta), obtendo valores de coordenadas L*, a* e b*. Os corpos-de-prova
receberam tratamento combinado de irradiação ultravioleta por 24 horas e imersão
em solução corante por uma semana, cada grupo em ordem diferente e com
Revisão de literatura_____________________________________________________________
60
medições após cada tratamento. A solução corante utilizada foi café instantâneo
combinado a chá solúvel e suco de framboesa. Antes das medições relacionadas à
solução corante, os corpos-de-prova foram lavados em água corrente e secados
naturalmente. Observou-se que a menor alteração de cor ocorreu com os corpos-de-
prova submetidos apenas a irradiação ultravioleta, enquanto que os outros
tratamentos (uma semana de imersão em solução corante, 24 horas de irradiação
ultravioleta seguida de uma semana de imersão em solução corante, uma semana
de imersão em solução corante seguida de 24 horas de irradiação ultra-violeta) não
apresentaram resultados significativamente diferentes entre si. Houve diferença
substancial entre os materiais, com o cimento de ionômero de vidro Fuji IX
apresentando a menor estabilidade de cor e a resina composta Tetric Ceram
apresentando a maior resistência ao manchamento. Embora seja resina composta, o
material Solitaire apresentou pequena resistência ao manchamento, talvez devido a
sua carga porosa. Os autores afirmaram, ainda, que a cor A3 diferiu
significantemente entre as marcas comerciais.
Stober; Gilde e Lenz (2001) estudaram a estabilidade de cor de
resinas compostas utilizadas para facetas com grande quantidade de carga
inorgânica. Os autores selecionaram oito tipos de resinas laboratoriais de segunda
geração, confeccionaram corpos-de-prova em matriz metálica, polimerizados
respeitando os ciclos de polimerização complementar, polidos com discos de papel
abrasivo até granulação 1000 e armazenados por 24 horas em água deionizada em
temperatura de 37ºC. As resinas laboratoriais utilizadas foram Columbus Dentine
A3,5 (DMG), polimerizada por luz; Artglass Dentine A3,5(Kulzer), polimerizada por
luz ; Sinfony Dentine A3,5 (Espe), polimerizada por luz na ausência de oxigênio;
Targis Dentine 220 (Ivoclar), polimerizada por luz e calor; Zeta LC Dentine A3,5 (Vita
Revisão de literatura_____________________________________________________________
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Zahnfabrik), polimerizada pela luz; Zeta HC Dentine A3,5 (Vita Zahnfabrik),
polimerizada por luz, calor e pressão; belleGlass™ HP Dentine A3,5 (Kerr),
polimerizada pela luz; e belleGlass™ HP Enamel light (Kerr), polimerizada por calor,
pressão e ausência de oxigênio. Os materiais foram submetidos a processo de
aceleração de envelhecimento, através de alternância entre irradiação semelhante à
luz do dia com lâmpada de xenônio e imersão em água deionizada a 37ºC por 24, 96
e 168 horas, ou a imersão em soluções corantes. As soluções corantes testadas
foram enxaguatório bucal (Meridol), chá, café, vinho tinto, curcuma e água
deionizada como controle, renovadas semanalmente e mantidas em temperatura
controlada de 37ºC, e os resultados avaliados após quatro e oito semanas. Os testes
de cor foram realizados através do sistema CIE-Lab, com dados obtidos a partir de
colorímetro Castor, com espectro de luz emitida entre 380 e 780 nm, com medição
de reflectância. Antes das medições, os corpos-de-prova foram lavados em ultra-
som por cinco minutos e secados com celulose. Os resultados para o tratamento
com irradiação de luz ultravioleta mostraram as marcas comerciais Columbus,
Artglass, Sinfony, Targis e Zeta LC com alteração de cor acima de 3,3 unidades,
portanto clinicamente inaceitáveis, enquanto que o material Zeta HC mostrou
alteração abaixo de 1 unidade, portanto, invisível e o material Sinfony alteração
abaixo de 3,3 unidades e, portanto, visível, mas clinicamente aceitável. Quando se
avaliaram as soluções corantes, os piores resultados foram apresentados em
relação ao vinho tinto e a curcuma, com todas as marcas comerciais apresentando
manchamento severo, acima de 10 unidades para a curcuma e todas as marcas
apresentando-se clinicamente inaceitáveis ou com manchamento severo para o
vinho tinto. O café resultou em manchamento clinicamente inaceitável, acima de 3,3
unidades, para as marcas comerciais Zeta LC, Zeta HC e belleGlass™ HP Enamel;
Revisão de literatura_____________________________________________________________
62
alteração de cor visível, mas aceitável, abaixo de 3,3, para as marcas Columbus,
Artglass, e belleGlass™ HP Dentine e nenhuma alteração de cor visível para Sinfony
e Targis. Já o chá mostrou-se clinicamente inaceitável para todas as marcas
comerciais, com exceção para belleGlass™ HP Enamel, que apresentou
manchamento severo. Quanto ao enxaguatório bucal, verificou-se alteração
inaceitável clinicamente para o material Columbus; alteração visível, mas
clinicamente aceitável, abaixo de 3,3 para as marcas comerciais Artglass e Targis e
nenhuma alteração visível para Sinfony, Zeta LC, Zeta HC, belleGlass™ HP Dentine
e belleGlass™ HP Enamel. Os autores destacaram a alteração de cor ocorrida em
relação à água, em que após quatro semanas de armazenamento e na ausência de
luz, houve alteração visível, mas clinicamente aceitável para as marcas comerciais
Columbus, Artglass, belleGlass™HP Dentine e belleGlass™ HP Enamel. Afirmaram,
ainda, que como as alterações provocadas pelas soluções corantes foram muito
maiores que as causadas pela luz ultravioleta, os agentes corantes da alimentação
contribuem para a descoloração das facetas confeccionadas em resina laboratorial,
embora a relevância clínica seja incerta pela ausência de longo tempo de
permanência de agentes corantes na cavidade oral. Os autores confirmaram o déficit
de estabilidade de cor das resinas laboratoriais, mesmo as de segunda geração,
estabelecendo as facetas em porcelana como primeira opção clínica.
A influência do tratamento de superfície e da saliva na cor de duas
porcelanas foi avaliada por Vieira et al. (2001). Foram testadas duas marcas
comerciais de porcelana feldspática: VMK 95 Metall Keramik (Vita Zahnfabrik) e IPS
Empress (Ivoclar), na cor A3. As porcelanas foram preparadas sobre lâmina de
platina, com uma camada de opaco de 0,5 mm de espessura e duas camadas de
porcelana de dentina encobrindo-o, e receberam os seguintes tratamentos: glaze de
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63
acordo com temperatura recomendada pelo fabricante; contorno e acabamento com
pontas diamantadas da série F e acabamento com pedras montadas Dura Green
(Shofu); polimento da superfície com pontas de silicone Ceramité (Shofu) e glaze
com pasta diamantada KG Sorensen aplicada com discos de feltro; overglaze
(aumento do tempo de permanência na temperatura final de glaze); e todos os
tratamentos acrescidos de saliva. Os corpos-de-prova foram avaliados por
espectrofotometria de reflectância, com espectro de luz entre 380 e 780 nm, com
esfera integradora, considerando o ângulo do observador 10 º e iluminante D65 e
estabelecendo a medida porcelana com glaze como medida inicial. Os autores
estabeleceram como diferença de cor (ΔE) aceitável menor ou igual a 3,3 unidades,
e 1 unidade como a menor diferença de cor perceptível para um observador
habilidoso. Os resultados mostraram que o processo de desgaste de superfície
alterou a cor, porém o recobrimento com a saliva devolveu o aspecto inicial. O glaze
à frio não alterou a cor da porcelana, independentemente da presença de saliva ou
não, enquanto que o overglaze, alterou de forma significativa a cor, dando aos
corpos-de-prova mais luminosidade e menor quantidade de amarelo e vermelho. Os
autores destacaram as características do glaze, fornecendo a porcelana superfície
extremamente compacta e lisa a nível microscópico, mesmo que a superfície seja
irregular, enquanto que para a resina composta a lisura de superfície corresponde à
macro-extensão. Porém, o desgaste na superfície da resina composta não altera sua
cor, pois a camada subsuperficial devolve a reflectância inicial, com os resultados
mostrando que na porcelana a superfície desgastada é crítica para a cor final. Os
autores concluíram que ao se desgastar a superfície da porcelana, faz-se necessário
levá-la ao forno para novo glazeamento, e, se isto não for possível, o polimento
adequado da superfície recuperaria a cor da superfície glazeada.
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O comportamento da resina composta Z 250 (3M-ESPE) em relação
à alteração de cor quando em contato imediato com gêneros alimentícios
potencialmente corantes foi avaliado por Maixner e Susin (2001). Foram
confeccionados corpos-de-prova pela técnica de inserção em camada única em
matriz, com polimerização realizada através de lâminas de vidro para microscopia
com unidade fotopolimerizadora com intensidade de luz aferida em 400 mW/cm
2
.
Os corpos-de-prova foram imersos imediatamente em soluções corantes de café,
vinho tinto, erva-mate e água destilada, enquanto que um quinto grupo foi mantido
24 horas em água destilada e posteriormente imerso em café. Os materiais foram
avaliados após 1, 18 e 72 horas, com avaliação final realizada após uma semana.
Observou-se que a descoloração mais severa para o café ocorreu 18 horas após a
imersão, enquanto que para o vinho a descoloração foi mais intensa ao fim do
período, possivelmente pela capacidade do álcool em degradar a superfície.
Concluiu-se que o armazenamento prévio em água não torna a resina composta
menos suscetível ao manchamento, já que ao final do período a descoloração foi
semelhante à dos corpos-de-prova imersos diretamente no café.
O efeito do tratamento superficial no grau de manchamento das
resinas compostas foi avaliado por Domingues et al. (2001). Os autores prepararam
corpos-de-prova padronizados com resina composta Herculite XRV (Kerr) na cor A1,
com acabamento superficial realizado com lixas d’água de granulação 400, 600 e
1200 e dividiram-nos em quatro grupos conforme o tratamento superficial: sem
aplicação de selante de superfície (Grupo 1), com aplicação de selante Fortify
(Bisco) (Grupo 2), Optiguard (Kerr) (Grupo 3) ou Protect-it (Jeneric/Pentron) (Grupo
4). Todos os grupos foram imersos em solução de café, suco de uva e água
destilada por quinze dias, em temperatura controlada 37
o
C e submetidos a leitura de
Revisão de literatura_____________________________________________________________
65
absorbância no comprimento de onda de 460nm em espectrofotômetro Jenway
6300. Os selantes se comportaram de forma diferente entre si, com o selante Fortify
favorecendo o manchamento superficial da resina composta, para as soluções de
café e suco de uva, entretanto concluiu-se que os selantes de superfície não
preveniram o manchamento.
O efeito da tonalidade/cor (shade) na estabilidade de cor de
cimentos de ionômero de vidro modificados por resina foi avaliado por Yap; Tan e
Bhole (2001). Foram selecionadas cinco cores de cimento de ionômero de vidro
modificado por resina, marca comercial Fuji II LC (GC), com as quais
confeccionaram-se corpos-de-prova de maneira padronizada. A cor foi avaliada um
dia (baseline), uma semana, um mês, três meses e seis meses após, em colorímetro
de reflectância, utilizando iluminante D65, com calibração antes de cada medição
com padrão branco. Os resultados foram expressos no espaço de cor CIE-Lab. Os
efeitos do tempo nos parâmetros de cor (valores de L*, a* e b*) foram dependentes
da tonalidade inicial (shade). Todas as cores apresentaram decréscimo significativo
nos valores de L* após seis meses, com exceção de B3. Para as cores A2 e A3, a
alteração significante foi registrada já na primeira semana. O parâmetro a*
apresentou variação significativa para todas as cores, exceto A4; enquanto que o
parâmetro b* apresentou pequena variação, tendendo ao azul, porém não
significativa. Para todas as cores, a maior variação ocorreu entre um dia e uma
semana, embora a única cor que apresentou alteração de cor (ΔE) maior que o
clinicamente aceitável (ΔE3,3), foi A2.
Lee e Powers (2001) investigaram a cor e as propriedades ópticas
de resinas compostas utilizadas para dentes clareados após polimerização e
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envelhecimento acelerado, e compararam-nas às das resinas compostas de cores
convencionais. Os autores selecionaram quatro cores para dentes clareados e duas
cores convencionais (A2 e A3) e duas marcas comerciais (Vitalescence / Vita Zahn
Fabrik e Synergy / Coltène Whaledent), confeccionaram corpos-de-prova e levaram-
nos ao espectrofotômetro de reflectância para medição de cor. Os corpos-de-prova
foram polimerizados e submetidos a processo de aceleração de envelhecimento por
150 KJ/m
2
. Após a polimerização, a alteração de cor das cores para dentes
clareados não foi significativamente maior que a das cores convencionais; porém
após processo de aceleração de envelhecimento, a alteração de cor foi 2,4 e 5,8
para as resinas para dentes clareados e 1,7 e 2,9 para resinas compostas
convencionais, conforme a marca comercial.
As diferenças de cor e translucidez após polimerização em resinas
compostas para dentes clareados foram analisadas por Paravina; Ontiveros e
Powers (2002). Os autores afirmaram que a alteração de cor após polimerização é
dependente da cor e não do material. Selecionaram-se trinta cores de resinas para
dentes clareados micro-híbridas e de micropartículas, confeccionaram-se corpos-de-
prova através de matrizes cilíndricas e polimerizaram-nos por 60 segundos. A cor foi
medida antes e depois da polimerização em espectrofotômetro de reflectância com
esfera integradora e intervalo de espectro entre 360 e 750 nm, com iluminante D65,
ângulo do observador 10
o
e reflexão especular incluída (SCI). As coordenadas de
cor foram registradas no espaço de cor CIE-Lab e as diferenças de cor (ΔE ) foram
calculadas. Observou-se que as mudanças de cor dependentes da polimerização
variaram de 3,7 a 12 unidades de ΔE, enquanto que o parâmetro de translucidez
variou de 2,0 a 7,1. A fotopolimerização ocasionou aumento nos valores de
translucidez para as resinas micro-híbridas, e diminuição nas resinas de
Revisão de literatura_____________________________________________________________
67
micropartículas. Portanto, as resinas micro-híbridas tornaram-se mais escuras,
enquanto que as resinas de micropartículas tornaram-se mais claras. Os autores
discutiram a interpretação da diferença de cor, referindo-se a classificação de
diferença de cor perceptível, aceitável e inaceitável clinicamente. Concluiu-se que as
alterações de cor e de translucidez variaram muito, e foram dependentes da cor, do
material, do fundo e da polimerização.
A profundidade de polimerização e o grau de pigmentação foram
relacionados em estudo realizado por Vieira e Carreira (2002). Os autores
confeccionaram corpos-de-prova em resina composta tipo ormocer (Definite /
Degussa), com auxílio de matriz dividida. A resina composta foi inserida em
incremento único, coberta com tira matriz, e polimerizada por 40 segundos
mantendo a ponta do aparelho fotopolimerizador em contato com a matriz. Após a
desinserção da matriz, demarcou-se a face do corpo-de-prova em contato com a luz
e com auxílio de um instrumento Hollenback 3S perfurou-se a parte central da face
oposta até encontrar material polimerizado. Mediu-se a profundidade de
polimerização com um espessímetro. Os corpos-de-prova foram armazenados em
água, por uma hora, em temperatura ambiente e, logo após, imersos em solução de
café por sete dias ao abrigo da luz. Os espécimes foram avaliados diariamente por
profissionais experientes, dividindo-os em terço superior, médio e inferior em relação
à incidência de luz no fotopolimerizador, atribuindo valor de 1 a 5 às alterações de
cor. A profundidade de polimerização variou de 5,9 mm a 6,3 mm, obtendo média de
6,19 mm. A pigmentação recebeu escores de 1,05 no terço superior, 1,5 no terço
médio e 2,05 no terço inferior no primeiro dia de imersão no café; elevando-se para 2
para o terço superior, 3,25 no terço médio e 4,25 no terço inferior após o período de
uma semana. Apesar da obtenção de profundidade de polimerização na ordem de
Revisão de literatura_____________________________________________________________
68
98,25%,em média, este estudo mostrou que o terço mais distante da fonte de luz
obteve grau de manchamento maior quando comparado ao terço mais próximo, o
que demonstrou que a resina nas porções mais profundas não obteve polimerização
efetiva, apesar de endurecida ao toque. O grau de manchamento aumentou no
decorrer do período de avaliação, independente do terço avaliado.
A influência da polimerização adicional nas propriedades mecânicas
das resinas compostas foi avaliada por Fonseca et al. (2002). Os autores
selecionaram duas marcas comerciais de resina composta híbrida (TPH Spectrum /
Dentsply e Filtek P60 / 3M ESPE) e uma resina composta indireta (Solidex / Shofu)
polimerizadas com luz convencional associada a vários métodos adicionais: unidade
laboratorial por sete minutos, microondas por cinco minutos a 500W, estufa por
quinze minutos a 100
o
C, autoclave por quinze minutos a 100
o
C, unidade laboratorial
por três minutos e polimerização adicional por sete minutos. Os resultados
mostraram que os métodos de polimerização adicional aumentaram a microdureza
Knoop e a resistência à tração diametral, embora sem diferença estatisticamente
significante entre eles. As resinas diretas apresentaram comportamento melhor que
a resina indireta.
As mudanças na translucidez e cor de resinas compostas
laboratoriais de segunda geração foram examinadas por Nakamura et al. (2002).
Oito tipos de material, sendo seis tipos de resina laboratorial (Artglass –
Heraeus/Kulzer; belleGlass™ HP – Kerr; Estênia – Kuraray; Gradia – GC América; e
Targis – Ivoclar; Solidex - Shofu), uma resina composta direta (Herculite XRV – Kerr)
e uma porcelana (IPS-Empress – Ivoclar) foram preparados em corpos-de-prova
com 1 mm de espessura e imersos em água destilada em temperatura controlada
Revisão de literatura_____________________________________________________________
69
de 60
o
C por 8 semanas. Medições de cor foram realizadas antes e após a imersão e
as diferenças de cor (ΔE) e de translucidez foram calculadas. Após o
envelhecimento, as marcas comerciais Targis e Solidex mostraram diminuição na
translucidez e aumento de proporção de contraste (contrast ratio). Quanto a
diferença de cor, os materiais Targis, Gradia e Solidex mostraram ΔE>2,0,
considerada visualmente perceptível, porém o valor máximo encontrado foi 3,0,
considerado clinicamente aceitável.
A estabilidade de cor de resinas laboratoriais de segunda geração foi
avaliada por Ghulman e Nathanson (2003) através de aceleração de
envelhecimento. Os autores testaram as marcas comerciais Gradia (GC América),
Sinfony (3M - ESPE), Sculpture (Jeneric/Pentron) e Tescera (Bisco), e uma marca
comercial de resina composta para uso direto Z100 (3M – ESPE) como controle.
Dez corpos-de-prova foram preparados para cada marca comercial, com 15 mm de
diâmetro e 2 mm de espessura. Os materiais foram submetidos a processo de
imersão em água deionizada em temperatura controlada de 60
o
C por 1, 3, 8, 12 ou
18 semanas. Em cada período, realizou-se leitura espectrofotométrica com dados
expressos em coordenadas do sistema CIE-Lab. Os resultados obtidos
comprovaram alteração de cor significante para todas as resinas testadas, embora
todas apresentassem diferença de cor total (ΔE) menor que 4 unidades em todo o
período. A resina composta Z100 apresentou 7,17 unidades de diferença de cor
total, enquanto que a marca comercial Sinfony exibiu ΔE significantemente menor
que as outras marcas. Nenhum material apresentou alterações significativas após a
medição de doze semanas.
Revisão de literatura_____________________________________________________________
70
Lee et al. (2003) determinaram diferenças de cor e translucidez de
resinas laboratoriais e materiais totalmente cerâmicos e compararam as mudanças
nas propriedades ópticas após termociclagem. Foram testadas as marcas
comerciais de resina laboratorial de segunda geração Artglass (Heraeus- Kulzer) e
Tescera (Bisco) e a porcelana IPS-Empress® 2 (Ivoclar/Vivadent), e três cores de
esmalte para cada marca, com corpos-de-prova em três espessuras diferentes (0,8;
1,3 e 1,8 mm). A cor e a translucidez foram medidas antes e após termociclagem por
espectrofotômetro de reflectância e expressando valores no espaço de cor CIE-Lab.
Observou-se que quando os valores CIE-Lab aumentaram, o parâmetro de
translucidez aumentou e a proporção de contraste (contrast ratio) diminuiu. Os
valores de translucidez do material Artglass foram menores que os dos outros
materiais antes e depois da termociclagem. A termociclagem não alterou
significativamente a translucidez para a marca comercial Tescera, embora para
Artglass e IPS-Empress® 2 o parâmetro de translucidez tenha diminuído em
algumas cores. Os corpos-de-prova com espessura de 1,8 mm não apresentaram
alteração significativa na proporção de contraste após termociclagem.
Engel (2003) avaliou a estabilidade de cor de 5 materiais
fotopolimerizados utilizados para restaurações indiretas (Compoplus, Artglass,
Targis, Dentacolor and Solidex) através da imersão em soluções corantes presentes
na dieta cotidiana (café filtrado, café fervido, chá preto, clorexidina, óleo de sésamo
e vinho tinto). O autor confeccionou corpos-de-prova de 10mm de diâmetro por 2
mm de espessura e imergiu-os em meios corantes em temperatura controlada de
35ºC, com avaliações realizadas após 24 horas, 1, 2 e 4 semanas, através de
análise espectrofotométrica obtendo valores em coordenadas CIE-L*a*b*. O autor
observa que clinicamente a avaliação visual é significativa, mas que neste tipo de
Revisão de literatura_____________________________________________________________
71
teste experimental seria interessante que fossem registradas pequenas diferenças
de cor, justificando o tipo de avaliação. A maior alteração de cor ocorreu com
Solidex, seguido das marcas comerciais Compoplus e Artglass. As maiores
alterações ocorreram nos meios corantes café filtrado e fervido, seguido do chá
preto e vinho tinto.
Pereira et al. (2003) avaliaram a alteração de cor de resinas
compostas em contato com soluções potencialmente corantes. Os autores
selecionaram três tipos de resina composta Charisma (Heraeus–Kulzer), Durafill VS
(Heraeus–Kulzer) e Fill Magic Condensável (Vigodent), que foram utilizadas para a
confecção de 25 corpos-de-prova de cada uma, na cor B2. A resina composta foi
inserida no interior de matriz metálica dividida, interposta entre duas placas de vidro
e tiras de poliéster, polimerizada por aparelho Optilux 401 (Demetron Res. Corp.) por
40 segundos e imersa em soluções corantes. As soluções utilizadas foram café,
vinho tinto, chá preto, Coca-cola® e água destilada (controle) em períodos de
observação de 1, 24, 72 e 168 horas. A análise foi realizada visualmente e com
auxílio de fotografias coloridas com iluminação e fundo padronizado. Os resultados
possibilitaram concluir que a resina composta Fill Magic Condensável apresentou a
menor pigmentação em relação às outras, e que a solução de café apresentou o
maior potencial de pigmentação, seguida da solução de vinho tinto e da de Coca-
cola®, que apresentou os menores escores de manchamento.
Kakaboura et al. (2003) avaliaram várias características de duas
resinas compostas laboratoriais de segunda geração. Os autores selecionaram as
marcas comerciais belleGlass™ HP (Kerr) e Sinfony (3M – ESPE) e testaram as
propriedades de grau de conversão, microdureza, lisura de superfície, resistência
Revisão de literatura_____________________________________________________________
72
flexural biaxial e expansão/contração de polimerização. Os espécimes foram
polimerizados de acordo com as instruções do fabricante em dois ciclos, submetidos
à análise espectrofotométrica de reflectância de infravermelho (FTIR) imediatamente
após o segundo ciclo para análise do grau de conversão. Verificou-se que o
segundo ciclo de polimerização aumentou significativamente o grau de conversão de
ambos os materiais, porém a marca comercial belleGlass™ HP exibiu
significativamente maior grau de conversão, microdureza de superfície, lisura de
superfície, resistência flexural biaxial e rigidez que a marca comercial Sinfony. Os
autores observaram que existem muitas diferenças entre os materiais, apesar de
ambos se destinaram a mesma aplicação clínica.
Samra; Pereira e Virgens Filho (2003) avaliaram o manchamento de
resinas compostas para dentes clareados frente a diversas soluções presentes na
dieta cotidiana. Os autores selecionaram uma marca comercial de resina composta
para dentes clareados (Charisma SL – Heraeus – Kulzer), confeccionaram corpos-
de-prova, imergiram-nos por 1 hora em água destilada em temperatura controlada
de 37
o
C, e submeteram-nos a contato com soluções de vinho tinto, café, chá e água
destilada como controle. Os corpos-de-prova permaneceram nas soluções por sete
dias, com avaliações visuais realizadas 1, 24 e 168 horas de tratamento por dois
examinadores calibrados intra e inter-examinador. Concluiu-se que a alteração de
cor foi maior para o vinho e o café, que não diferiram estatisticamente entre si,
enquanto que o período de 168 horas foi o que apresentou a maior alteração de cor.
Schulze et al. (2003a) analisaram a microdureza e a estabilidade de
cor de resinas compostas após aceleração de envelhecimento. Foram selecionadas
cinco marcas comerciais de resinas compostas autopolimerizáveis e cinco
Revisão de literatura_____________________________________________________________
73
fotopolimerizáveis. A alteração de cor foi avaliada após exposição em câmara
Weather-Ometer com total de energia radiante de 150 KJ/m
2
por 122 horas em
espectrofotômetro de reflectância em 3 corpos-de-prova para cada material
expressando a diferença total de cor no sistema CIE-Lab. Verificou-se aumento
significativo nos valores de microdureza e alteração perceptível de cor para todos os
materiais, embora uma correlação entre eles não tenha sido possível. Observou-se
que os materiais polimerizados por luz apresentaram diferença de cor após processo
de envelhecimento por água e luz menor que os quimicamente ativados.
Schulze et al. (2003b) em outro estudo, avaliaram as mudanças na
cor e na química da superfície de duas resinas compostas reforçadas por fibras e
uma resina composta avançada, em função de processo de envelhecimento por
água e exposição à luz. Os autores utilizaram três cores das resinas Artglass
(Heraeus-Kulzer), Targis (Ivoclar) e Conquest/Sculpture (Jeneric/Pentron) e
submeteram-nas a análise espectrofotométrica de reflectância, com espectro de luz
emitido na faixa de ultravioleta, visível e infravermelho próximo. Todos os espécimes
foram submetidos a aceleração de envelhecimento por 122 horas, com irradiação
controlada de arco de xenônio de 0,55 W/m
2
/nm medida em 340 nm e as análises
repetidas. Os resultados mostraram variações entre os materiais, com o material
Artglass apresentando diferença de cor (ΔE) perceptível, entre 1,8 e 2,7, enquanto
que a resina laboratorial Conquest/Sculpture apresentou em todas as cores
diferença de cor visualmente perceptível, entre 5 e 9 unidades, e o material Targis
diferença de cor que variou de apenas perceptíveis a visualmente perceptível. Todos
os materiais mostraram diminuição de bário e silício e aumento de carbono, com a
produção de superfície rica em matriz orgânica, pela combinação de remoção de
partículas de carga e rearranjo de moléculas de polímero através de difusão. A
Revisão de literatura_____________________________________________________________
74
diferença de cor apresentada pelas marcas comerciais Artglass e Targis foram em
direção ao vermelho/ branco e ao amarelo, respectivamente.
Haywood (2003) relatou as considerações consensuais do Simpósio
de Medição de Cor 2003, onde foram discutidas técnicas, áreas de preocupação e
novas direções na medição de cor dental relacionada a procedimentos de
clareamento. O moderador afirmou que todos os métodos utilizados para avaliação
de cor buscam coincidir com a percepção visual humana e deveriam ser passíveis
de reprodução científica. As medições de cor por escala de cores e instrumentação
não podem ser avaliadas por intervalo de escala, pela natureza não-linear de matiz,
croma e saturação, enquanto que os padrões universalmente aceitos que embasam
as medições por aparelhos ainda não foram estabelecidos, fazendo com que
diferenças estatisticamente significantes não sejam perceptíveis visualmente. Estas
deficiências, de acordo com os autores, justificariam a continuidade de pesquisas na
busca de metodologias mais acuradas, reproduzíveis e clinicamente relevantes. O
moderador acrescentou recomendações adicionais sugerindo considerações quanto
ao uso de valores L*c*h* substituindo os valores L*a*b*, bem como a correção de
valores de alteração de cor através de equações de cor, tais como CIEDED 2000,
finalizando com a recomendação para que as escalas de cor tornem mais
representativas as cores de dentes naturais e clareados, facilitando a comunicação
com o paciente e correspondendo melhor a necessidade da pesquisa clínica.
Já Westland (2003) realizou revisão do uso do Sistema de
Colorimetria CIE e seu uso em dentística. O autor revisou os conceitos e os
mecanismos de interpretação de cor. Também relatou o desenvolvimento do espaço
de cor x(λ) y (λ) z(λ), em que as três cores primárias foram representadas, a
Revisão de literatura_____________________________________________________________
75
definição de iluminante, como tabela de distribuição de espectro, e do ângulo de
visão, representando a reprodução da visão da retina utilizando ângulos de 2º ou 10º
, destacando que os cones não estão localizados uniformemente na porção central
da retina e, portanto com um ângulo maior, a reprodutiblidade seria melhor. Em
seguida, o autor relatou a introdução do sistema CIE-L*a*b*, apresentando como
vantagens a reprodução do que se acredita que seja o mecanismo da visão humana,
com as diferenças de cor perceptíveis pelo sistema semelhantes às perceptíveis
visualmente, porém não eficiente para predições de diferença de cor. O autor
esclareceu que diferenças nas coordenadas a* ou b* eram mais visíveis em
determinadas partes do espaço de cor de que em outras. O autor recomendou a
nova fórmula CIEDED (2000), que pode ser aplicada para os experimentos que
utilizarem CIE, possibilitando cálculo mais eficiente, embora mais complexo, da
diferença de cor para dentes clareados.
O mecanismo de avaliação da alteração de cor dental decorrente da
utilização de produtos para clareamento foi avaliado por Chu (2003). O autor
relacionou a cor à impressão digital, referindo-se ao padrão de comprimento de onda
único para cada cor, e a condição de reprodutibilidade deste padrão único com
acurácia pelo espectrofotômetro. O autor comparou espectrofotômetro e colorímetro,
destacando que o espectrofotômetro mede a luz refletida dentro de todo o espectro
do visível, enquanto que o colorímetro mede a luz refletida em apenas três
comprimentos de onda (vermelho, verde e azul). O autor afirmou que a medição de
cor por espectrofotômetro apresentou vantagens sobre escalas ou tabelas de cor,
capturando imagens precisas e relativamente fáceis, com menos subjetividade que o
sistema visual humano. O autor conclui que o uso de espectrofotômetro possibilitou
comparações de cor de maneira objetiva.
Revisão de literatura_____________________________________________________________
76
Vichi; Ferrari e Davidson (2004) estudaram a estabilidade de cor de
três materiais restauradores e seis cores diferentes. Foram confeccionados corpos-
de-prova das resinas compostas Tetric Ceram (Ivoclar/Vivadent), TPH Spectrum
(Dentsply) e Z100 (3M-ESPE), com 1 mm de espessura e submetidos a aceleração
de envelhecimento através de imersão em água deionizada em temperatura de 60
o
C
por um mês. Os dados foram colhidos por espectrofotômetro de reflectância com
esfera integradora antes e depois do tratamento. Os resultados demonstraram que a
marca comercial TPH Spectrum sofreu alteração de cor significativamente maior do
que as outras duas, que não diferiram estatisticamente entre si, embora a resina
composta Tetric Ceram tenha apresentado melhor comportamento. Quanto às cores,
não foi possível estabelecer uma correlação entre as cores mais claras ou escuras,
ou mesmo as de matiz A ou B, e a estabilidade de cor. Os autores apontaram a
distribuição e tamanho das partículas de carga, bem como a composição da matriz
orgânica como responsáveis pela suscetibilidade ao manchamento. Estabeleceu-se
que quanto menor a partícula de carga, menor a sorção de água e,
conseqüentemente, menor manchamento.
A influência do acabamento superficial na descoloração de resina composta micro-
híbrida foi avaliada por Park et al. (2004). Os autores selecionaram três marcas
comerciais de resina composta (Z100 - 3M-ESPE; TPH Spectrum - Dentsply e
Aelitefil - Bisco) e submeteram-nas a três tipos de acabamento superficial: tira de
celulóide (Grupo 1), polimento convencional (Grupo 2) ou tira de celulóide em
ambiente com eliminação de gás nitrogênio. Os corpos-de-prova foram imersos em
água destilada com temperatura de 37
o
C por 24 horas e, em seguida, em solução de
eritrosina a 0,2% por sete dias ao abrigo da luz. Utilizou-se espectrofotometria de
reflectância para obter as coordenadas L*, a* e b*, antes e depois do tratamento.
Revisão de literatura_____________________________________________________________
77
Observou-se que os resultados de alteração de cor foram estatisticamente
semelhantes para os grupos com acabamento com tira de celulóide e com
polimento. Porém, para o grupo submetido ao acabamento na eliminação de gás
nitrogênio, a alteração de cor foi menor para as marcas comerciais TPH Spectrum e
Aelitefil, embora para a resina composta Z100, não tenha havido diferença
estatística entre os três tipos de acabamento. Os autores concluíram que a
eliminação do gás nitrogênio durante o processo de polimerização, com o uso da tira
de celulóide, pode ser utilizado para reduzir a alteração de cor de resinas compostas
micro-híbridas.
Proposição_______________________________________________________________________
3 PROPOSIÇÃO
Com respeito às propriedades ópticas dos materiais restauradores estéticos,
esta pesquisa se propõe a:
1. Avaliar a estabilidade de cor de uma resina composta para uso direto, três
marcas comerciais de resinas laboratoriais de segunda geração e uma
porcelana, quando submetidas a imersão em corante de café;
2. Avaliar a influência do período de exposição ao café na alteração de cor;
3. Após o término do período experimental, avaliar a influência da realização de
profilaxia nos valores de alteração de cor..
4 MATERIAL E MÉTODOS
4.1 Materiais Restauradores
Para a realização desta pesquisa foram selecionados um tipo de
resina composta micro-híbrida direta, três tipos de resinas laboratoriais de segunda
geração e um tipo de porcelana, ilustrados no Quadro 1.
Marca Comercial Fabricante Material Cor Lote de fabricação
Tetric® Ceram Ivoclar/
Vivadent
Resina Composta micro-hibrida
para uso direto
A2 esmalte F9519
Targis Ivoclar/
Vivadent
Resina Composta Laboratorial de
Segunda Geração
Cor 130,
dentina
N54820
Resilab Master Wilcos Resina Composta Laboratorial de
Segunda Geração
E-11
esmalte
019/03
belleGlass™ HP Kerr Resina Composta Laboratorial de
Segunda Geração
Cor A2,
dentina
204D32
IPS-Empress® 2 Ivoclar/
Vivadent
Porcelana de Revestimento 130 dentina N553946
Quadro 1: Relação de Materiais utilizados na pesquisa
Selecionou-se a cor A2 da escala Vita Lumin (Vita ZahnFabrik Bad
Sackinger) ou cores correspondentes em outras escalas, para que os corpos-de-
prova tivessem a cor inicial padronizada. Optou-se pela cor A2 pela freqüência com
que é selecionada e pela maior suscetibilidade ao manchamento demonstrada em
estudos anteriores ao se utilizar cores mais claras (HOFMANN et al., 2000; UCHIDA
et al., 1998; YAP; TAN; BHOLE, 2001). O matiz “A” corresponde na terminologia do
fabricante da escala à “vermelho-amarronzado”, enquanto que o “2” se refere à
pouca saturação e valor relativamente alto. A escala Vita foi considerada por Miller
(1987) como a de melhor arranjo e lógica, em comparação espectrofotométrica com
outras escalas, porém os materiais restauradores não possuem correlação excelente
com os padrões de cor Vita (YAP; TAN; BHOLE, 1997), o que propicia diferenças
Material e métodos_______________________________________________________________
80
entre as leituras iniciais de cor para os diferentes materiais. Os materiais foram
selecionados de maneira a apresentarem ciclos de polimerização, quantidade de
partículas de carga e monômeros diferentes entre si.
4.1.1 Confecção dos Corpos-de-Prova
Foram confeccionados 71 (setenta e um) corpos-de-prova, divididos em 5
(cinco) grupos,conforme relacionado a seguir, no Quadro 2.
Quadro 2 - Relação dos Grupos experimentais
a) Grupo 1: Resina composta micro-híbrida para restaurações diretas Tetric®
Ceram (Ivoclar/Vivadent)
O material Tetric® Ceram constitui-se de resina micro-híbrida com
60% de partículas de carga. O tamanho das partículas de carga é entre 0,04 e 3
µm, com oitenta por cento delas maiores que 1,5 µm. Quarenta por cento da matriz
Grupo Marca
Comercial
Tipo de
partículas
de carga
Conteúdo
de carga
em peso
Tipo de
monômero
Polimerização Numero
de
corpos-
de-
prova
Grupo1 Tetric®
Ceram
Micro-
híbrida
60% 40% de UTDMA
Bis-GMA,
TEGDMA
Luz/ Intra-oral 15
Grupo 2 Targis Sub-micro-
híbrida
75 a 85% Bis-GMA
TEGDMA
UDMA
Luz e Calor
15
Grupo 3 Resilab
Master
Hibrida de
partículas
finas
53% UDMA
TEGDMA
BIGEMA
Bis-GMA
Luz/ Extra-oral 15
Grupo 4 belleGlass™
HP
Sub-micro-
híbrida
78,7% UDMA
TEGDMA
Oligômeros de
dimetacrilatos
alifaticos
Luz, Calor
(140
o
C),
Pressão e
Nitrogênio
15
Grupo 5 IPS-
Empress® 2
Porcelana
de vidro
ceramizado
____ ____ ____ 11
Material e métodos_______________________________________________________________
81
é formado por UTDMA, que apresenta menor sorção de água que os outros
monômeros (VICHI; FERRARI; DAVIDSON, 2004).
b) Grupo 2: Resina Laboratorial de Segunda Geração Targis (Ivoclar/Vivadent )
As partículas de carga da resina laboratorial Targis são constituídas
de bário silanizado e dióxido de sílica (STOBER; GILDE; LENZ, 2001). A
polimerização inicial é ativada pela luz, na unidade polimerizadora Power Quick
(Ivoclar/Vivadent) e complementada pela luz e calor, na unidade Targis Power
(Ivoclar/Vivadent).
c) Grupo 3: Resina Laboratorial de Segunda Geração Resilab Master (Wilcos)
Resilab Master é resina híbrida de partículas finas, em média 0,05
mm, com alta carga cerâmica, constituída de bário-alumínio-borosilicato e ácido
silício de alta dispersão (Resilab Master informativo).
d) Grupo 4: Resina Laboratorial de Segunda Geração belleGlass® HP (Kerr)
As particulas de carga do material belleGlass® HP são constituídas
por vidro de bário. A polimerização deste material é feita sob 550kPa de pressão,
em 140
o
C de temperatura e na presença de nitrogênio (STOBER; GILDE; LENZ,
2001).
e) Grupo 5: Porcelana de Vidro Ceramizado IPS-Empress 2® (Ivoclar/Vivadent)
O sistema IPS-Empress® 2 é composto por pastilha de cerâmica
vítrea injetada, utilizada para infra-estruturas, e pó de cerâmica vítrea sinterizada,
utilizada para recobrimento (PROBSTER, 1997). O material é composto de vidro
ceramizado, com a adição de alta quantidade de cristais de dissilicato de lítio, em
torno de 60% (CHAIN; AREARA; LOPES, 2000) e da inclusão da fluorapatita na
Material e métodos_______________________________________________________________
82
cerâmica de revestimento (PROBSTER, 1997). Neste experimento foi utilizada a
cerâmica de revestimento, utilizada na técnica de estratificação.
Cada grupo foi formado por 15 corpos-de-prova, com exceção do
Grupo 5, formado por 11 corpos-de-prova. O tamanho da amostra foi determinado
por teste-piloto, considerando o desvio padrão (S) de cada material, validando
variações de cor a partir de 1 unidade.
O corpo-de-prova foi padronizado através de matriz metálica, com
dimensões de 17 mm de diâmetro por 1 mm de espessura, ilustrada na Figura 1, de
acordo com o tamanho do compartimento da amostra do espectrofotômetro (Figura
2) e da norma ISO 7491:2000 (Dental Materials – Determination of Colour Stability,
Second Edition, 2000).
Os corpos-de-prova foram confeccionados de acordo com as
instruções dos fabricantes dos materiais em teste, especificadas a seguir:
Figura 2 - Fotografia do compartimento de
amostra do espectrofotômetro com corpo-de-
prova colocado em posição para realização
da leitura da cor.
Figura 1 - Fotografia das matrizes metálicas
utilizadas para a padronização das dimensões dos
corpos-de-prova
.
Material e métodos_______________________________________________________________
83
a) Grupo1:
A matriz metálica foi colocada sobre uma tira de poliéster e esta
sobre uma placa de vidro. Um fio dental foi colocado sob a matriz para possibilitar a
sua incorporação no corpo-de-prova, conforme ilustrado na Figura 3. A resina
composta Tetric® Ceram (Ivoclar/Vivadent), ilustrada na Figura 4, foi inserida com
espátula Thompson TD4x em incremento único, alisada com pincel Cosmedent
número #2 e fotopolimerizada por 40 segundos por três vezes, de forma que a ponta
ativa contatasse com toda a superfície do corpo-de-prova de maneira uniforme, com
a unidade polimerizadora Optilux (Demetron Research Corporation), ilustrada na
Figura 5. A intensidade de luz foi aferida com radiômetro Cure-Rite (EFOS), obtendo
valores médios de 420 mW/cm
2
. Os corpos-de-prova receberam acabamento com a
seqüência de granulação decrescente de discos Diamond Pro (FGM) e Diamond
Flex (FGM), utilizando-se cada disco por 30 segundos. Ao término do polimento, o
corpo-de-prova foi removido da matriz metálica. Utilizou-se a cor A2 / esmalte.
Figura 3 - Matriz metálica colocada sobre
placa de vidro e tira matriz de poliéster, com
a interposição do fio dental, pronta para
receber o material.
FIGURA 4 - Material restaurador Tetric
Ceram (Ivoclar), utilizado na confecção do
grupo 1.
Figura 4 - Resina Composta Tetric® Ceram
(Ivoclar/Vivadent), utilizado na confecção do
Grupo 1.
Material e métodos_______________________________________________________________
84
b) Grupo 2:
Colocou-se uma tira de poliéster sobre uma placa de vidro e, sobre o
conjunto posicionou-se um pedaço de fio dental e a matriz metálica. A resina
laboratorial Targis (Ivoclar/Vivadent), ilustrada na Figura 6, foi inserida em
incremento único e pré-polimerizada pela unidade de polimerização Targis Quick
(Ivoclar/Vivadent) por 20 segundos, que aparece na Figura 7. O corpo-de-prova foi
removido da matriz metálica e inserido na unidade de polimerização Targis Power
(Ivoclar/Vivadent), registrada na Figura 8, para ciclo de polimerização complementar
por 25 minutos por luz e calor. Após a polimerização, o corpo-de-prova recebeu
acabamento com ponta diamantada cilíndrica para peça reta com espessura de 1cm
(KG/Sorensen), seguido de borracha diamantada de acabamento (EVE), e pasta de
polimento Targis Polish Blue (Ivoclar/Vivadent) acompanhada por escova Robinson
branca de pelo de cabra (Renfort). Os corpos-de-prova foram colocados em ultra-
som Thornton com detergente neutro. Finalmente utilizou-se disco de feltro (Renfort)
Figura 5 - Unidade polimerizadora Optilux
(Demetron Research Corp), responsável
pela polimerização da Resina Composta
Tetric® Ceram (Ivoclar/Vivadent).
Material e métodos_______________________________________________________________
85
para acabamento final. Todos os procedimentos de acabamento foram realizados
de forma padronizada. A cor utilizada foi 130/ Dentina na escala Chromascop
(Ivoclar/Vivadent).
Figura 6 - Embalagem da Resina Laboratorial de
Segunda Geração Targis (Ivoclar/Vivadent)
selecionada para a elaboração do Grupo 2.
Figura 7 - Unidade Polimerizadora Targis
Quick (Ivoclar/Vivadent) onde se realizou a
polimerização inicial dos corpos-de-prova do
Grupo 2.
Figura 8 - Unidade Polimerizadora Targis
Power (Ivoclar/Vivadent), que utiliza luz e
calor, responsável pela polimerização final
dos corpos-de-prova do Grupo 2.
Material e métodos_______________________________________________________________
86
c) Grupo 3:
Posicionou-se uma tira matriz de poliéster sobre uma placa de vidro,
com a colocação subseqüente de fio dental e matriz metálica sobre o conjunto. A
seguir, a resina laboratorial Resilab Master (Wilcos), registrada na Figura 9, foi
inserida em incremento único e fotopolimerizada pela unidade Optilux (Demetron
Research Corporation), já registrada na Figura 5, por 40 segundos, por 3 vezes, de
maneira semelhante ao Grupo 1,com a intensidade de luz média de 420mW/cm
2
aferida por radiômetro Cure-Rite (EFOS). Realizou-se polimerização complementar
na unidade PowerLux 4x1(EDG), ilustrada na Figura 10, com ciclo de 6 minutos
apenas de fotopolimerização. Após a polimerização, os corpos-de-prova receberam
acabamento inicial com tira de lixa de papel número 280, seguida de disco de
borracha diamantada cinza (Dedeco), ponta diamantada cinza (Dedeco) e disco de
silicone cinza (Dedeco). Os corpos-de-prova foram polidos com disco de feltro de
pelúcia (KG) e pasta de brilho (Kota). Os procedimentos de acabamento e polimento
foram realizados de maneira padronizada. A cor utilizada foi E-11/ esmalte.
Figura 9 - Resina Laboratorial de Segunda
Geração Resilab Master (Wilcos), utilizada na
confecção dos corpos-de-prova do Grupo 3.
Material e métodos_______________________________________________________________
87
d) Grupo 4:
Inseriu-se a resina laboratorial belleGlass® HP (Kerr), ilustrada na
Figura 11, no interior de matriz metálica posicionada sobre placa de vidro revestida
de tira de poliéster, e com a interposição do fio dental em incremento único. Os
corpos-de-prova foram pré-polimerizados com a unidade de fotopolimerização UniXs
(Heraeus-Kulzer), ilustrada na Figura 12, por 90 segundos, e em seguida removidos
das matrizes metálicas e inseridos na unidade de polimerização Curing Unit (Kerr),
conforme Figura 13, que utiliza temperatura de cerca de 140°C, sob pressão de 550
KPa
e presença de nitrogênio. Os corpos-de-prova foram polidos com o Kit de
acabamento fornecido pelo fabricante com a utilização de ponta diamantada
cilíndrica número 665, seguida de discos de borracha diamantados na ordem
decrescente de granulação branco, preto e rosa. Em seguida, utilizou-se disco de
feltro de tecido com pasta de polimento Diamond Polishing Paste (Ivoclar/Vivadent),
finalizando o polimento com disco de feltro. A cor utilizada foi A2/dentina.
Figura 10- Fotografia da Unidade de Polimerização
PowerLux 4x1 (EDG), utilizada na polimerização
complementar da Resina Laboratorial Resilab Master
(Wilcos), em ciclo de luz por 6 minutos.
Material e métodos_______________________________________________________________
88
e) Grupo 5:
Devido às características de confecção da porcelana, a matriz
metálica foi duplicada, gerando matriz de silicone, ilustrada na Figura 14, que foi
preenchida com pó e líquido de porcelana IPS-Empress® 2, registrada na Figura 15,
com a incorporação do mínimo de líquido e levada ao forno P80, que aparece na
Figura 16, à temperatura 920ºC para cocção. O processo levou aproximadamente 25
Figura 11 - Material restaurador belleGlass™ HP utilizado na
confecção do Grupo 4.
Figura 12 - Unidade de polimerização
UniXS (Heraeus- Kulzer), onde se realizou
a polimerização inicial dos corpos-de-prova
do Grupo 4.
Figura 13 - Curing Unit (Kerr), unidade
polimerizadora específica do material restaurador
belleGlass HP (Kerr), que combina calor,
pressão e presença de nitrogênio.
Material e métodos_______________________________________________________________
89
minutos. Após resfriamento, os corpos-de-prova receberam acabamento com disco
diamantado flexível dupla face 22 mm (KG/ Sorensen), seguido de pedra montada
G22 (Pró-doctor Ind e Com - Imp e Exp de Produtos Odontológicos), utilizou-se
ainda seqüência de discos de borracha cinza e rosa (EVE), disco de feltro e
encerrando com escova Robinson branca de pelo de cabra (Renfort). A seguir, os
corpos-de-prova foram submetidos a glazeamento no forno P80 à temperatura de
800ºC. A cor utilizada foi 130/ dentina.
Figura 14- Ilustração da matriz de silicone
obtida pela duplicação da matriz metálica.
Figura 15- Embalagem do pó da porcelana
IPS-Empress® 2, utilizada na confecção dos
corpos-de-prova do Grupo 5.
Material e métodos_______________________________________________________________
90
Os corpos-de-prova dos Grupos 2, 3 e 4 foram confeccionados em
laboratórios recomendados pelos fabricantes, utilizando unidades polimerizadoras
específicas para cada material, respeitando o ciclo de polimerização indicado para
cada resina laboratorial de segunda geração.
4.2 Armazenamento
Os corpos-de-prova foram armazenados simultanenamente por uma
hora em água destilada, ao abrigo da luz em estufa 37º C ± 1º C (DINELLI et al.,
1994; DINELLI et al., 1995), utilizando o fio dental para mantê-los suspensos sem
contato com o fundo do recipiente, porém imersos totalmente na solução corante
(CRISPIN; CAPUTO, 1979; PRADO JUNIOR, 2000).
Figura 16- Forno P80 onde se realizou a
cocção e o glazeamento dos corpos-de-
prova do Grupo 5, confeccionados em
porcelana IPS-Empress® 2.
Material e métodos_______________________________________________________________
91
4.3 Tratamento Experimental
Decorrido este tempo, os corpos-de-prova foram removidos da água,
secos e posicionados no compartimento de amostra do espectrofotômetro (Varian-
Cary 100) para leitura inicial da cor.
Após a leitura, os corpos-de-prova foram inseridos em solução de
café (Café Lontrinha®), de maneira que o fio dental impedisse o contato das
amostras com o fundo do recipiente, e mantido em temperatura controlada a 37º C ±
1º C (FIGUEIREDO, 1999 ; PEREIRA et al., 2003 ; STOBER; GILDE; LENZ, 2001).
A solução de café foi preparada na proporção de 25 gramas de pó para 250 ml de
água, de maneira padronizada e trocada a cada 2 dias (FIGUEIREDO,1999 ;
MINELLI; CHAVES; SILVA, 1988ab ; OYAFUSO et al., 2001).
Os corpos-de-prova foram avaliados 1 hora de imersão em água
destilada, 24 horas, 7 dias e 15 dias após imersão em solução corante, conforme
demonstram as Figuras 21, 22, 23 e 24 respectivamente.
Antes de se proceder cada leitura, os corpos-de-prova foram lavados
em água corrente por 1 minuto e escovados com escovas dentais macias novas
(Kollynos®). Utilizou-se uma escova dental nova para cada grupo e a cada
escovação, sendo a escovação padronizada em 5 movimentos circulares para cada
corpo-de-prova e realizada pelo mesmo operador trabalhando sem conhecimento
dos grupos (cegamento) (VIEIRA; GARONE FILHO, 1993).
4.4 Medição da Alteração de Cor
Material e métodos_______________________________________________________________
92
Utilizou-se espectrofotometria de reflectância (Espectrofotômetro
Varian-Cary 100, ilustrado na Figura 17) com esfera integradora (MIYAGAWA;
POWERS; O´BRIEN, 1981), selecionando-se iluminante D-65 (KHOKHAR;
RAZZOOG; YAMAN, 1991; PARAVINA; ONTIVEROS; POWERS, 2002), com
espectro entre 360 e 720 nm, espaço de cor CIE-Lab, com ângulo de observador de
10º (PARAVINA; ONTIVEROS; POWERS, 2002). Optou-se por registros de cor
através da espectrofotometria pela precisão dos resultados, observando que a
percepção de cor varia de pessoa a pessoa, bem como para uma mesma pessoa
sob diferentes condições, e, ainda, pode haver uma variação para o grau desta
diferença (AL-WAHADNI et al., 2002). Fez-se leitura de padrão branco (Certified
Reflectance Standard / Labsphere), registrado na Figura 18, para correção de linha
de base. A leitura inicial foi registrada em coordenadas matemáticas referentes ao
espaço internacional de cor CIE-Lab (Commission Internacional de l’Eclairage
L*a*b*). O espaço de cor CIE-Lab é expressado pela coordenada L*, que representa
a luminosidade da cor variando de branco a preto; e coordenadas a* e b* que
representam a cromaticidade da cor, com eixos variando de verde à vermelho e azul
à amarelo, respectivamente. Este espaço é representado por uma esfera, em que o
eixo Y representa a coordenada L*, o eixo X representa a coordenada b* e o eixo Z,
representa a coordenada a*, conforme demonstrado na Figura 19. A combinação
destas coordenadas resulta em uma posição espacial que expressa a cor.
Material e métodos_______________________________________________________________
93
Figura 17 - Espectrofotômetro Varian- Cary 100 onde foram realizadas as análises de cor.
Figura 18 - Padrão branco fornecido pelo fabricante
para correção de linha de base.
Material e métodos_______________________________________________________________
94
Figura 19 - Representação do Espaço de Cor CIE-Lab através de
sólido geométrico, expressando os eixos L*, a* e b*. Observa-se que
o eixo a* dirige-se do verde (negativo) para o vermelho (positivo), o
eixo b* dirige-se do azul (negativo) para o amarelo (positivo) e o eixo
L* varia do branco (100) ao preto (0).
Material e métodos_______________________________________________________________
95
A cada tempo novas medições foram realizadas, utilizando os
mesmos parâmetros de espectrofotometria. O corpo-de-prova foi medido sempre
com a face que recebeu acabamento e polimento voltada para o aparelho e
mantendo a mesma posição.
Figura 20 - Nesta figura, observa-se o monitor do computador no momento de registro da cor.
No lado esquerdo da tela visualiza-se o gráfico que expressa reflectância X comprimento de
onda e no lado direito, o ponto espacial que expressa a cor do corpo-de-prova.
Material e métodos_______________________________________________________________
96
Figura 21 – Aspecto inicial dos corpos-de-prova
imediatamente antes de serem submetidos ao
tratamento experimental (1 hora)
Figura 22 - Alteração de cor ocorrida no período
de 24 horas.
Figura 23 - Alteração de cor ocorrida no período
de 7dias.
Figura 24 - Alteração de cor ocorrida no período
de 15 dias.
1
3
2
4
5
2
1
5
4
3
2
1
3
4
5
1
2
5
4
3
Material e métodos_______________________________________________________________
97
A diferença entre a posição espacial inicial, referente à combinação
inicial das coordenadas L*a*b* iniciais e a obtida em cada medição, referente à
combinação atual das coordenadas L*a*b* consiste na alteração de cor sofrida pelo
corpo-de-prova e é chamada ΔE. A alteração de cor pode ser expressa
matematicamente como:
ΔE = (L*
f
– L*
o
)
2
+ ( a*
f
- a*
o
)
2
+ (b*
f
- b*
o
)
2
L*
f
– Luminosidade final
L*
o
– Luminosidade inicial
a*
f
– Posição final no eixo a*
a*
o
– Posição inicial no eixo a*
b*
f
- Posição final no eixo b*
b*
o
– Posição inicial no eixo b*
A alteração de cor foi calculada para cada intervalo em relação à cor
inicial e em relação à cor anterior.
Utilizou-se escala para avaliação da diferença de cor. Esta escala
considera imperceptível a diferença de cor (ΔE) menor ou igual a 1 unidade, entre
1 e 2 visualmente perceptível para o examinador experiente sob determinadas
condições e o limite entre o aceitável e o inaceitável clinicamente situa-se em 3,3
unidades. Os materiais testados foram avaliados segundo estes critérios.
Material e métodos_______________________________________________________________
98
4.5. Profilaxia e Medição Final
Ao término do período experimental, procedeu-se profilaxia dos
corpos-de-prova com jato de bicarbonato de sódio (Profident / Dabi Atlante). A
profilaxia foi realizada pelo mesmo operador com tempo padronizado em 30
segundos para cada face e 10 segundos para região lateral. Em seguida, procedeu-
se a medição final. Esta medição permitiu registrar a alteração de cor promovida
pela penetração de corantes na estrutura do material, bem como a remoção de
pigmentos apenas adsorvidos na superfície. Desta maneira, foi possível reproduzir
situação de uso clínico do material, em que a profilaxia pode ser realizada
periodicamente. As imagens dos corpos-de-prova antes e após a profilaxia estão
registradas nas Figuras 25 e 26.
5
3
2
1
1
4
Figura 26 - Fotografia dos corpos-de-
prova após 15 dias de imersão em solução
de café, seguida de profilaxia
.
Figura 25 - Fotografia dos corpos-de-prova
após 15 dias de imersão em solução de café.
2
3
4
5
Material e métodos_______________________________________________________________
99
4.6 Análise Estatística
Inicialmente, as variáveis dependentes valor de L*, valor de a* e
valor de b* foram analisadas separadamente, dentro de cada grupo experimental,
levando-se em conta a variável independente tempo ( inicial, 24 horas, 7 dias, 15
dias e profilaxia após 15 dias) utilizando-se o teste estatístico de Análise de
Variância para medições repetidas (Repeated Measures ANOVA). Se p>0,05, a
hipótese de nulidade (Ho), pela qual não há diferença entre os períodos de tempo
para as variáveis dependentes analisadas, foi aceita. Caso p0,05, rejeitou-se Ho,
procedendo-se à comparação entre os períodos de tempo, dois a dois, utilizando-se
o teste de Tukey.
As variáveis delta L*, delta a* e delta b* foram avaliadas
separadamente levando-se em conta as variáveis independentes grupo
experimental (Grupo 1 - RC Direta Tetric® Ceram – Ivoclar/Vivadent; Grupo 2 -
Resina Laboratorial Targis – Ivoclar/Vivadent; Grupo 3 - Resina Laboratorial Resilab
Master – Wilcos; Grupo 4 - Resina Laboratorial belleGlass™ HP – Kerr; e Grupo 5 -
Porcelana IPS-Empress® 2 – Ivoclar/Vivadent) e tempo (24 horas, 7 dias, 15 dias,
sempre em relação ao inicial; e entre 15 dias e profilaxia após 15 dias) empregando-
se o teste estatístico Análise de Variância a dois critérios (two-way ANOVA). Se
p>0,05, a hipótese de nulidade (Ho), pela qual não há diferenças entre as médias
das variáveis dependentes estudadas entre os grupos experimentais, entre os
períodos de tempo, ou ausência de interação entre estes dois fatores, foi aceita. Se
p0,05, rejeitou-se Ho, procedendo-se à análise da cada fator separadamente
(grupo experimental e tempo) por meio de teste de Tukey.
Material e métodos_______________________________________________________________
100
A variável dependente delta E (E) foi avaliada levando-se em conta
as variáveis independentes grupo experimental (Grupo 1 - RC Direta Tetric®
Ceram – Ivoclar/Vivadent; Grupo 2 - Resina Laboratorial Targis – Ivoclar/Vivadent;
Gupo 3 - Resina Laboratorial Resilab Master – Wilcos; Gupo 4 - Resina Laboratorial
belleGlass™ HP – Kerr; e Grupo 5 - Porcelana IPS-Empress® 2 – Ivoclar/Vivadent)
e tempo (em relação ao inicial, bem como em relação ao período de tempo anterior)
empregando-se o teste estatístico Análise de Variância a dois critérios (two-way
ANOVA). Se p>0,05, a hipótese de nulidade (Ho), pela qual não há diferenças entre
as médias da variável delta E entre os grupos experimentais, entre os períodos de
tempo, ou ausência de interação entre estes dois fatores, foi aceita. Se p0,05,
rejeitou-se Ho, e procedeu-se à análise da cada fator separadamente (grupo
experimental e tempo) utilizando-se o teste de Tukey. Para todos os testes adotou-
se como nível de significância o valor de 5%.
5 RESULTADOS
Na Tabela 1 encontram-se expressos a média e desvio padrão para
os valores de L*, a* e b* para o Grupo 1 (Resina Composta Direta – Tetric Ceram ®
Ivoclar/Vivadent) nos diferentes períodos experimentais. Para o valor de L*,
constatou-se uma redução na média ao longo do tempo, aumentando-se a média do
período profilaxia após 15 dias, porém sem retornar ao valor encontrado no período
inicial. Observou-se uma diferença estatisticamente significante dos períodos de 24
horas e de profilaxia após 15 dias em relação aos demais períodos avaliados.
Para as médias dos valores de a* observou-se um aumento
progressivo destes valores ao longo do tempo, havendo uma redução na média
para o período profilaxia após 15 dias. Não houve diferenças estatisticamente
significantes entre os períodos de 24 horas e profilaxia após 15 dias. Constataram-
se diferenças estatisticamente significantes entre os demais períodos de tempo
avaliados.
Para os valores de b*, houve um aumento estatisticamente
significante na média do período inicial para os demais períodos avaliados.
Tabela 1 – Média e desvio padrão para os valores de L*, a* e b* para o Grupo 1 (Resina Composta
Direta – Tetric® Ceram Ivoclar/Vivadent) nos diferentes períodos experimentais.
Tempo Valor L* Valor a* Valor b*
Inicial 66,362 (1,072) a -0,691 (0,361)a 9,321 (1,213)a
24 horas 63,311 (1,222) b 0,560 (0,376)b 11,459 (0,861) b
7 dias 60,870 (1,072)c 1,357 (0,397)c 11,846 (0,787) b
15 dias 58,940 (1,226)d 1,816 (0,443)d 11,913 (0,943) b
Após profilaxia 62,687 (1,572) b 0,704 (0,412)b 11,812 (0,932) b
* diferenças estatisticamente significantes entre períodos de tempo seguidos de letras distintas
A representação gráfica dos valores de L*, a* e b* para o Grupo 1
(Resina Composta Direta – Tetric® Ceram Ivoclar/Vivadent), nos diferentes períodos
experimentais, pode ser observada nos Gráficos 1, 2 e 3, respectivamente.
Resultados_____________________________________________________________________
102
Mean and Standard Deviation
Column
A B C D E
65
60
55
50
45
40
35
30
25
20
15
10
5
0
Gráfico 1 – Representação gráfica dos valores de média e desvio padrão para a variável dependente
L*, para o Grupo 1 (Resina Composta Direta – Tetric® Ceram Ivoclar/ Vivadent), nos
diferentes períodos experimentais.
Mean and Standard Deviation
Column
A B C D E
2
1
0
-1
Gráfico 2 – Representação gráfica dos valores de média e desvio padrão para a variável dependente
a*, para o Grupo 1 (Resina Composta Direta – Tetric® Ceram Ivoclar/ Vivadent), nos
diferentes períodos experimentais.
Inicial 24 horas 7 dias 15 dias após profilaxia
Valor de L*
Inicial 24 horas 7 dias 15 dias a
p
ós
p
rofilaxia
Valor de a*
Média e desvio padrão
Média e desvio padrão
Resultados_____________________________________________________________________
103
Mean and Standard Deviation
Column
A B C D E
12
11
10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
0
Gráfico 3 – Representação gráfica dos valores de média e desvio padrão para a variável dependente
b*, para o Grupo 1 (Resina Composta Direta – Tetric® Ceram- Ivoclar/ Vivadent ), nos
diferentes períodos experimentais.
Na Tabela 2 pode-se observar a média e desvio padrão para os
valores de L*, a* e b* para o Grupo 2 (Resina Laboratorial Targis – Ivoclar/ Vivadent)
nos diferentes períodos experimentais. Para os valores de L*, nota-se uma redução
ao longo do tempo, elevando-se novamente a média no período profilaxia após 15
dias. Houve diferença estatisticamente significante entre o período inicial e os
demais períodos, assim como entre 24 horas e 7 dias, 24 horas e 15 dias, 7 dias e
profilaxia após 15 dias, e finalmente entre 15 dias e profilaxia após 15 dias. Quanto
aos valores de a*, constatou-se que houve diferença estatisticamente significante do
período inicial e profilaxia após 15 dias em relação aos demais períodos avaliados.
Para o valor de b*, no entanto, não houve diferenças estatisticamente significantes
entre os períodos avaliados.
Inicial 24 horas 7 dias 15 dias após profilaxia
Valor de b*
Média e desvio
p
adrão
Resultados_____________________________________________________________________
104
Tabela 2 – Média e desvio padrão para os valores de L*, a* e b* para o Grupo 2 (Resina Laboratorial
Targis – Ivoclar/ Vivadent) nos diferentes períodos experimentais.
Tempo Valor L* Valor a* Valor b*
Inicial 70,659 (0,391) a -0,358 (0,140)a 11,092 (0,482) a
24 horas 69,130 (0,904) b 0,173 (0,125)b 10,780 (0,804)a
7 dias 67,622 (1,345)c 0,145 (0,287)b 10,634( 1,187) a
15 dias 67,068 (1,063)c 0,085 (0,376)b 10,884 (1,345) a
Após profilaxia 69,274 (0,788)b -0,166 (0,089)a 10,750 (0,768) a
* diferenças estatisticamente significantes entre períodos de tempo seguidos de letras distintas
Nos Gráficos 4, 5 e 6 encontra-se a representação gráfica dos
valores de média e desvio padrão para as variáveis dependentes L* , a* e b*
respectivamente, para o Grupo 2 (Resina Laboratorial Targis – Ivoclar/ Vivadent),
nos diferentes períodos experimentais.
Mean and Standard Deviation
Column
A B C D E
70
65
60
55
50
45
40
35
30
25
20
15
10
5
0
Gráfico 4 - Representação gráfica dos valores de média e desvio padrão para a variável dependente
L*, para o Grupo 2 (Resina Laboratorial Targis – Ivoclar/ Vivadent), nos diferentes
períodos experimentais.
Inicial 24 horas 7 dias 15 dias após profilaxia
Valor de L*
Média e desvio padrão
Resultados_____________________________________________________________________
105
Mean and Standard Deviation
Column
A C E G I
0.41
0.328
0.246
0.164
0.082
0
-0.082
-0.164
-0.246
-0.328
-0.41
-0.492
Gráfico 5 - Representação gráfica dos valores de média e desvio padrão para a variável dependente
a*, para o Grupo 2 (Resina Laboratorial Targis – Ivoclar/ Vivadent), nos diferentes
períodos experimentais.
Mean and Standard Deviation
Column
B D F H J
12
11
10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
0
Gráfico 6 - Representação gráfica dos valores de média e desvio padrão para a variável dependente
b*, para o Grupo 2 (Resina Laboratorial Targis – Ivoclar/ Vivadent), nos diferentes
períodos experimentais.
Os valores de média e desvio padrão de L*, a* e de b* para o Grupo
3 (Resina Laboratorial Resilab Master - Wilcos) nos diferentes períodos
experimentais podem ser vistos na Tabela 3. Observa-se que houve uma diferença
estatisticamente significante entre as médias dos valores de L* e de a* entre todos
os períodos de tempo avaliados. O mesmo ocorreu para as médias dos valores de
Inicial 24 horas 7 dias 15 dias após profilaxia
Inicial 24 horas 7 dias 15 dias após profilaxia
Valor de a*
Valor de b*
Média e desvio padrão
Média e desvio padrão
Resultados_____________________________________________________________________
106
b*, exceto entre os períodos de tempo de 7 dias e profilaxia após 15 dias, onde não
houve diferenças estatisticamente significantes.
Tabela 3 – Média e desvio padrão para os valores de L*, a* e b* para o Grupo 3 (Resina Laboratorial
Resilab Master - Wilcos) nos diferentes períodos experimentais.
Tempo Valor L* Valor a* Valor b*
Inicial 69,106 (0,537) a -2,551 (0,083)a -2,709 (0,520)a
24 horas 67,543 (0,766) b -2,181 (0,195)b 1,015 (0,647)b
7 dias 65,087 (1,300) d -1,600 (0,251)d 3,196 (0,882)c
15 dias 63,810 (0,994) e -1,251 (0,229)e 4,230 (1,094)d
Após profilaxia 66,255 (0,973)c -1,875 (0,180)c 2,852 (0,928)c
* diferenças estatisticamente significantes entre períodos de tempo seguidos de letras distintas
Nos Gráficos 7, 8 e 9 observa-se a representação gráfica dos
valores de média e desvio padrão para as variáveis dependentes L*, a* e b*
respectivamente, para o Grupo 3 (Resina Laboratorial Resilab Master - Wilcos), nos
diferentes períodos experimentais.
Mean and Standard Deviation
Column
A E H L P
65
60
55
50
45
40
35
30
25
20
15
10
5
0
Gráfico 7 - Representação gráfica dos valores de média e desvio padrão para a variável dependente
L*, para o Grupo 3 (Resina Laboratorial Resilab Master - Wilcos), nos diferentes períodos
experimentais.
Inicial 24 horas 7 dias 15 dias profilaxia após
15 dias
Valor de L*
Média e desvio
p
adrão
Resultados_____________________________________________________________________
107
Mean and Standard Deviation
Column
B F I M Q
0
-1
-2
Gráfico 8 - Representação gráfica dos valores de média e desvio padrão para a variável dependente
a*, para o Grupo 3 (Resina Laboratorial Resilab Master - Wilcos), nos diferentes períodos
experimentais.
Mean and Standard Deviation
Column
C G J N R
5
4
3
2
1
0
-1
-2
-3
Gráfico 9 - Representação gráfica dos valores de média e desvio padrão para a variável dependente
b*, para o Grupo 3 (Resina Laboratorial Resilab Master - Wilcos), nos diferentes períodos
experimentais.
Na Tabela 4 encontram-se expressos a média e desvio padrão para
os valores de L*, a* e b* para o Grupo 4 (Resina Laboratorial belleGlass™ HP - Kerr)
nos diferentes períodos experimentais. Quanto aos valores de L*, houve diferenças
estatisticamente significantes entre o período inicial e os períodos 24 horas, 7 dias e
15 dias. Também foi detectada diferença entre os períodos de 24 horas e 7 dias, 24
Inicial 24 horas 7 dias 15 dias após profilaxia
Inicial 24 horas 7 dias 15 dias após profilaxia
Valor de a* Valor de b*
Média e desvio padrão
Média e desvio padrão
Resultados_____________________________________________________________________
108
horas e 15 dias, bem como dos períodos 7 dias e 15 dias em comparação ao
período profilaxia após 15 dias.
Para os valores de a* observou-se diferenças estatisticamente
significantes entre os períodos de tempo avaliados, exceto entre os períodos de 24
horas e 7 dias. Com respeito aos valores de b* houve diferença estatisticamente
significante entre o período de tempo inicial e os demais períodos, exceto o período
profilaxia após 15 dias. O período de tempo 24 horas apresentou média para valor
de b* estatisticamente superior aos demais períodos. Não houve diferença
estatisticamente significante entre os períodos de 7 dias e 15 dias, bem como entre
o período de 7 dias e profilaxia após 15 dias.
Tabela 4 – Média e desvio padrão para os valores de L*, a* e b* para o Grupo 4 (Resina Laboratorial
belleGlass HP- Kerr) nos diferentes períodos experimentais.
Tempo Valor L* Valor a* Valor b*
Inicial 70,076 (0,665)a -0,404 (0,285)a 10,271 (0,671) a
24 horas 69,029 (0,727) b 0,457 (0,367)c 11,914 (1,075) d
7 dias 67,555 (0,954)c 0,558 (0,305)c 10,980 (0,833) bc
15 dias 67,118 (0,788)c 0,777 (0,260)d 11,143 (0,759)c
Após profilaxia 69,541 (0,603) ab 0,093 (0,204)b 10,542 (0,600) ab
* diferenças estatisticamente significantes entre períodos de tempo seguidos de letras distintas
Nos Gráficos 10, 11 e 12 observa-se a representação gráfica dos
valores de média e desvio padrão para as variáveis dependentes L*, a* e b*
respectivamente, para o Grupo 4 (Resina Laboratorial belleGlass HP - Kerr), nos
diferentes períodos experimentais.
Resultados_____________________________________________________________________
109
Mean and Standard Deviation
Column
A E H L P
70
65
60
55
50
45
40
35
30
25
20
15
10
5
0
Gráfico 10 - Representação gráfica dos valores de média e desvio padrão para a variável
dependente L*, para o Grupo 4 (Resina Laboratorial belleGlass™ HP - Kerr), nos
diferentes períodos experimentais.
Mean and Standard Deviation
Column
B F I M Q
1
0
Gráfico 11 - Representação gráfica dos valores de média e desvio padrão para a variável dependente
a*, para o Grupo 4 (Resina Laboratorial belleGlass™ HP - Kerr), nos diferentes períodos
experimentais.
Inicial 24 horas 7 dias 15 dias após profilaxia
Inicial 24 horas 7 dias 15 dias após profilaxia
Valor de L* Valor de a*
Média e desvio padrão
Média e desvio
p
adrão
Resultados_____________________________________________________________________
110
Mean and Standard Deviation
Column
C G J N R
13
12
11
10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
0
Gráfico 12 - Representação gráfica dos valores de média e desvio padrão para a variável dependente
b*, para o Grupo 4 (Resina Laboratorial belleGlass™ HP - Kerr), nos diferentes períodos
experimentais.
Os valores de média e desvio padrão de L*, a* e b*para o Grupo 5
(Porcelana IPS- Empress® 2), nos diferentes períodos experimentais, podem ser
vistos na Tabela 5. Para os valores de L* não houve diferenças estatisticamente
significantes entre os períodos de tempo avaliados. Quanto às médias dos valores
de a*, observa-se que a média para o período inicial foi estatisticamente inferior aos
períodos de 24 horas e de 15 dias. Para os valores de b* houve diferenças
estatisticamente significantes entre os períodos de 24 horas e 7 dias, 24 horas e 15
dias, e entre 24 horas e profilaxia após 15 dias.
Tabela 5 – Média e desvio padrão para os valores de L*, a* e b* para o Grupo 5 (Porcelana IPS-
Empress® 2 Ivoclar/Vivadent) nos diferentes períodos experimentais.
Tempo Valor L* Valor a* Valor b*
Inicial 70,632 (1,007) a 0,503 (0,225)a 10,022 (0,831) ab
24 horas 70,456 (0,755) a 0,627 (0,181)b 10,345 (0,748) a
7 dias 70,361 (1,150) a 0,592 (0,193)ab 9,706 (0,869)b
15 dias 70,334 (1,323) a 0,636 (0,190)b 9,759 (0,808)b
Após profilaxia 70,536 (0,644) a 0,512 (0,193)ab 9,575 (0,946)b
* diferenças estatisticamente significantes entre períodos de tempo seguidos de letras distintas
Inicial 24 horas 7 dias 15 dias após profilaxia
Valor de b*
Média e desvio
p
adrão
Resultados_____________________________________________________________________
111
A representação gráfica dos valores de L*, a* e b* para o Grupo 5
(Porcelana IPS-Empress® 2 Ivoclar/Vivadent), nos diferentes períodos
experimentais, pode ser observada nos Gráficos 13, 14 e 15, respectivamente.
Mean and Standard Deviation
Column
A E H L P
70
65
60
55
50
45
40
35
30
25
20
15
10
5
0
Gráfico 13 - Representação gráfica dos valores de média e desvio padrão para a variável dependente
L*, para o Grupo 5 (Porcelana IPS-Empress® 2 Ivoclar/Vivadent), nos diferentes
períodos experimentais.
Mean and Standard Deviation
Column
B F I M Q
0.819
0.737
0.655
0.573
0.492
0.41
0.328
0.246
0.164
0.082
0
Gráfico 14 - Representação gráfica dos valores de média e desvio padrão para a variável dependente
a*, para o Grupo 5 (Porcelana IPS-Empress® 2 Ivoclar/Vivadent), nos diferentes
períodos experimentais.
Valor de L*
Inicial 24 horas 7 dias 15 dias após profilaxia
Inicial 24 hora 7 dias 15 dias após profilaxia
Valor de L*
Média e desvio padrão
Média e desvio
p
adrão
Resultados_____________________________________________________________________
112
Mean and Standard Deviation
Column
C G J N R
11
10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
0
Gráfico 15 - Representação gráfica dos valores de média e desvio padrão para a variável dependente
b*, para o Grupo 5 (Porcelana IPS-Empress® 2 Ivoclar/Vivadent), nos diferentes
períodos experimentais.
As variáveis dependentes delta L*, delta a* e delta b* foram
avaliadas separadamente em relação aos fatores grupo experimental e tempo
utilizando-se o teste de Análise de Variância a dois critérios (two-way ANOVA),
resultando em um valor de p<0,001 para os fatores grupo experimental e período de
tempo, bem como para a interação entre estes dois fatores, para as três variáveis
dependentes analisadas.
Na Tabela 6 pode-se observar a média e desvio padrão para os
valores de delta L*, delta a* e delta b* para os cinco grupos experimentais, nos
diferentes períodos de tempo avaliados.
Inicial 24 horas 7 dias 15 dias após profilaxia
Valor de b*
Média e desvio padrão
Resultados_____________________________________________________________________
113
Tabela 6 - Média e desvio padrão para os valores de Delta L*, Delta a* e Delta b* para os grupos
experimentais, nos diferentes períodos de tempo avaliados.
Grupo
Experimental/
Tempo
Tetric® Ceram
Ivoclar/
Vivadent
Targis
Ivoclar/
Vivadent
Resilab Master
Wilcos
belleGlass HP
Kerr
IPS-Empress®2
Ivoclar/
Vivadent
ΔL* 24h
-3,05 (1,16) -1,53 (0,70) -1,56 (0,46) -1,04 (0,99) -0,17 (0,80)
ΔL*7 dias
-5,49 (1,23) -3,03 (1,19) -4,01 (1,20) -2,52 (1,16) -0,27 (1,07)
ΔL* 15 dias
-7,44 (1,31) -3,59 (0,92) -5,29 (0,83) -2,59 (0,81) -0,29 (1,24)
ΔL*profilaxia
após 15 dias
-3,67 (1,44) -1,38 (0,74) -2,85 (0,60) -0,53 (0,62) -0,09 (0,78)
Δa* 24h
1,25 (0,15) 0,53 (0,18) 0,36 (0,19) 0,86 (0,34) 0,12 (0,11)
Δa* 7 dias
2,04 (0,25) 0,50 (0,32) 0,95 (0,25) 0,96 (0,37) 0,08 (0,14)
Δa* 15 dias
2,50 (0,30) 0,44 (0,38) 1,30 (0,24) 1,18 (0,28) 0,13 (0,19)
Δa*profilaxia
após 15 dias
1,39 (0,44) 0,19 (0,18) 0,67 (0,19) 0,49 (0,26) 0,009 (0,16)
Δb* 24h
2,13 (0,70) -0,31 (0,80) 3,72 (0,67) 0,64 (0,96) 0,32 (0,53)
Δb* 7 dias
2,52 (1,06) -0,45 (1,15) 5,90 (0,79) 0,70 (0,44) -0,31 (0,63)
Δb* 15 dias
2,60 (1,08) -0,20 (1,26) 6,94 (0,88) 0,87 (0,57) -0,26 (0,74)
Δb*profilaxia
após 15 dias
2,49 (1,08) -0,34 (0,80) 5,56 (0,78) 0,27 (0,43) -0,44 (0,50)
Nos Gráficos 16, 17 e 18 encontram-se representados os valores de
média de delta L*, delta a* e delta b*, respectivamente, para os cinco grupos
experimentais, nos diferentes períodos de tempo, bem como o resultado da
comparação entre os grupos em nota ao final dos gráficos.
Resultados_____________________________________________________________________
114
-8
-6
-4
-2
0
2
4
24h 7 dias 15 dias prof após
15 dias
após prof-
sem prof
Tetric Ceram
Targis
Resilab
belleGlass HP
Empress 2
Gráfico 16 – Representação gráfica dos valores de média de delta L* para os grupos
experimentais, nos diferentes períodos de tempo.
* diferença estatisticamente significante nos valores de delta L* entre o grupo RC
Direta Tetric® Ceram- Ivoclar/Vivadent e belleGlass HP – Kerr (p<0,001), RC Direta
Tetric® Ceram e Targis – Ivoclar/ Vivadent (p=0,001), RC Direta Tetric® Ceram e
IPS-Empress® 2 (p<0,001), Targis – Ivoclar/ Vivadent e IPS-Empress® 2 (p=0,037),
Resilab Master – Wilcos e belleGlass HP – Kerr (p=0,016), Resilab Master – Wilcos
e IPS-Empress® 2 – Ivoclar/Vivadent(p<0,001).
** diferença estatisticamente significante nos valores de delta L* entre o período de
24 horas e 7 dias (p<0,001), entre 24 horas e 15 dias (p<0,001), 7 dias e os demais
(p<0,02), entre 15 dias e demais (p<0,02), entre 7 dias e profilaxia após 15 dias
(p<0,001), entre 15 dias e profilaxia após 15 dias (p<0,001), e entre 15 semanas-
profilaxia após 15 dias e demais (p<0,001).
Resultados_____________________________________________________________________
115
-2
-1
-1
0
1
1
2
2
3
24h 7 dias 15 dias prof após
15 dias
após prof-
sem prof
Tetric Ceram
Targis
Resilab
belleGlass HP
Empress 2
Gráfico 17 – Representação gráfica dos valores de média de delta a* para os grupos
experimentais, nos diferentes períodos de tempo.
* diferença estatisticamente significante nos valores de delta a* entre o Grupo RC
Direta Tetric® Ceram -Ivoclar/ Vivadent e os demais grupos (p<0,001), entre o Grupo
IPS-Empress® 2 - Ivoclar/ Vivadent e o Grupo Resilab Master - Wilcos (p<0,004), e
entre o Grupo IPS-Empress® 2 – Ivoclar/Vivadent e o Grupo belleGlass™ HP - Kerr
(p<0,002).
** diferença estatisticamente significante nos valores de delta a* entre os períodos:
24h e 7 dias (p=0,02), 24h e 15 dias (p<0,001), 7 dias e profilaxia após 15 dias
(p=0,002), 15 dias e profilaxia após 15 dias ( p<0,001), bem como entre 15 dias-
profilaxia após 15 dias e os demais períodos (p<0,001)
Resultados_____________________________________________________________________
116
-2
-1
0
1
2
3
4
5
6
7
24h 7dias 15 dias prof após
15 dias
após prof-
sem prof
Tetric Ceram
Targis
Resilab
belleGlass HP
Empress 2
Gráfico 18 – Representação gráfica dos valores de média de delta b* para os grupos
experimentais, nos diferentes períodos de tempo.
* diferença estatisticamente significante nos valores de delta b* entre o Grupo
Resilab Master – Wilcos e demais grupos (p<0,001), RC Direta Tetric® Ceram -
Ivoclar/ Vivadent e os demais grupos (p<0,001), e entre os Grupos Targis – Ivoclar/
Vivadent e belleGlass™ HP – Kerr (p=0,02).
** diferença estatisticamente significante nos valores de delta b* entre o período 15
dias -profilaxia após 15 dias e os demais períodos (p<0,001).
A variável dependente delta E em relação ao período anterior foi avaliada em
relação aos fatores grupo experimental e tempo utilizando-se o teste de Análise de
Variância a dois critérios (two-way ANOVA), resultando em um valor de p<0,001
para os fatores grupo experimental e período de tempo, bem como para a interação
entre estes dois fatores. Procedendo-se aos testes post hoc, constatou-se que não
houve diferenças estatisticamente significantes entre os Grupos Targis-Ivoclar/
Vivadent, belleGlass HP-Kerr e IPS-Empress 2 – Ivoclar/Vivadent, assim como entre
os Grupos RC Direta Tetric® Ceram – Ivoclar/Vivadent e Resilab Master-Wilcos,
Resultados_____________________________________________________________________
117
sendo que estes grupos apresentaram a média dos valores de delta E*
estatisticamente superiores às médias daqueles grupos (p<0,001). Assim, os Grupos
RC Direta Tetric® Ceram – Ivoclar/Vivadent e Resilab Master-Wilcos foram os que
apresentaram maiores valores de delta E* dentre os materiais avaliados.
Com relação ao fator tempo, o período correspondente ao intervalo 7- 15 dias
apresentou diferença estatisticamente significante em relação aos demais períodos
(p<0,002), com uma menor média para os valores de delta E*. Desta forma, os
maiores valores de delta E foram observados nos períodos correspondentes aos
intervalos entre inicial-24 horas, 24 horas-7 dias, e entre 15 dias-profilaxia após 15
dias. A média e desvio padrão para os valores de delta E* em relação ao período
anterior para os grupos experimentais, nos diferentes períodos de tempo avaliados,
podem ser vistos na Tabela 7.
Tabela 7 - Média e desvio padrão para os valores de delta E em relação ao período anterior para
os grupos experimentais, nos diferentes períodos de tempo avaliados.
Grupo Inicial-24 hs 24h-7 dias 7 dias- 15 dias 15 dias prof- sem
profilaxia
Tetric Ceram
Ivoclar/Vivadent
4,042 (0,964) 2,734 (1,394) 2,156 (0,571) 4,015 (1,497)
Targis-
Ivoclar/Vivadent
1,863 (0,609) 1,823 (0,865) 0,795 (0,226) 2,409 (0,888)
Resilab Master-
Wilcos
4,087 (0,671) 3,461 (0,955) 2,162 (0,822) 2,911 (0,976)
belleGlass HP-
Kerr
2,368 (0,936) 1,972 (1,052) 1,116 (0,781) 2,612 (0,555)
IPS-Empress 2®
Ivoclar/Vivadent
0,934 (0,398) 1,329 (0,635) 0,951 (0,624) 2,062 (2,027)
No Gráfico 19 observa-se a representação gráfica dos valores de
média de delta E* em relação ao período anterior para os grupos experimentais, nos
diferentes períodos de tempo, bem como o resultado da comparação entre os
grupos em nota ao final do gráfico.
Resultados_____________________________________________________________________
118
0
1
2
3
4
5
6
7
8
inicial-
24 hs
24 hs-
7 dias
7 dias-
15 dias
15
dias-
após
prof.
Tetric Ceram
Targis
Resilab
belleGlass HP
Empress 2
Gráfico 19 – Representação gráfica dos valores de média de delta E* em relação ao período
anterior para os grupos experimentais, nos diferentes períodos de tempo.
* diferença estatisticamente significante nos valores de delta E dos grupos RC Direta
Tetric® Ceram – Ivoclar/Vivadent e Resilab Master-Wilcos, em comparação aos
grupos Targis-Ivoclar/Vivadent, belleGlass HP-Kerr e IPS-Empress® 2-
Ivoclar/Vivadent (p<0,001).
** diferença estatisticamente significante do período correspondente ao intervalo 1-
quinze dias em relação aos demais períodos (p<0,002).
A variável dependente delta E* em relação ao inicial também foi
avaliada em relação aos fatores grupo experimental e tempo utilizando-se o teste de
Análise de Variância a dois critérios (two-way ANOVA), resultando em um valor de
p<0,001 para os fatores grupo experimental e período de tempo, bem como para a
interação entre estes dois fatores. Procedendo-se aos testes post hoc, constatou-se
que houve diferenças estatisticamente significantes nos valores de delta E dos
grupos RC Direta Tetric® Ceram – Ivoclar/Vivadent e Resilab Master-Wilcos, em
comparação aos grupos Targis-Ivoclar/Vivadent, belleGlass™ HP-Kerr (p<0,001),
Resultados_____________________________________________________________________
119
bem como entre o grupo IPS-Empress® - 2 Ivoclar/Vivadent e os demais grupos
(p=0,002).
Com relação ao fator tempo, constatou-se diferenças
estatisticamente significantes entre o período inicial-24 horas e inicial-7 dias
(p<0,001), inicial-24 horas e inicial-15 dias (p<0,001), inicial-7 dias e inicial- profilaxia
(p<0,001), e entre inicial-2 semanas e inicial-profilaxia (p<0,001). Não houve, no
entanto, diferenças estatisticamente significantes entre os tempos inicial-7 dias e
inicial-15 dias (p>0,05), indicando que as alterações de cor ocorridas nos corpos de
prova foram mais intensas até o período de 7 dias.
Na Tabela 8 observa-se a média e desvio padrão para os valores de
delta E* em relação ao inicial para os cinco grupos experimentais, nos diferentes
períodos de tempo avaliados. Na Figura 20, a além da média, visualiza-se o
resultado da comparação entre os grupos em nota ao final da figura.
Tabela 8 - Média e desvio padrão para os valores de delta E em relação ao inicial para os grupos
experimentais, nos diferentes períodos de tempo avaliados.
Grupo Inicial -24h Inicial -7 dias Inicial - 15 dias Inicial –profilaxia
Tetric Ceram
Ivoclar/Vivadent
4,04 (0,96) 7,45 (1,28) 8,34 (1,23) 4,75 (1,58)
Targis-
Ivoclar/Vivadent
1,86 (0,60) 3,33 (1,15) 3,85 (0,87) 1,64 (0,76)
Resilab Master-
Wilcos
4,08 (0,67) 7,29 (0,92) 8,86 (0,94) 6,31 (0,78)
belleGlass HP-
Kerr
2,36 (0,93) 2,93 (0,91) 3,40 (0,58) 1,02 (0,43)
IPS-Empress® 2
Ivoclar/Vivadent
0,93 (0,39) 1,15 (0,56) 1,28 (0,73) 0,92 (0,42)
Resultados_____________________________________________________________________
120
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
iicial-
24hs
inicial-7
dias
inicial- 15
dias
inicial-
profilaxia
Tetric Ceram
Targis
Resilab
belleGlassHP
Empress 2
Gráfico 20 – Representação gráfica dos valores de média de delta E em relação ao período
inicial para os grupos experimentais, nos diferentes períodos de tempo.
*
diferença estatisticamente significante nos valores de delta E dos grupos RC Direta
Tetric® Ceram – Ivoclar/Vivadent e Resilab Master-Wilcos, em comparação aos
grupos Targis-Ivoclar/Vivadent, belleGlass™ HP HP-Kerr (p<0,001), bem como entre
o grupo IPS-Empress® 2 – Ivoclar/Vivadent e os demais grupos (p=0,002).
** diferença estatisticamente significante entre o período inicial-24 horas e inicial-7
dias (p<0,001), inicial-24 horas e inicial-15 dias (p<0,001), inicial-7 dias e inicial-
profilaxia (p<0,001), e entre inicial-quinze dias e inicial-profilaxia (p<0,001).
6 DISCUSSÃO
A preocupação com a estabilidade de cor de materiais restauradores estéticos
envolve diferentes metodologias de aceleração de envelhecimento. Em 1978, Powers et
al. reproduziram in vitro processo de aceleração de envelhecimento utilizado em
materiais submetidos a ambientes externos (ao ar livre), com alternância entre
alterações de temperatura e umidade relativa e irradiação contínua de luz de xenônio.
Este processo foi utilizado em vários estudos (ASMUSSEN, 1983; BURROW;
MACKINSON, 1991; DOUGLAS, 2000; FRUITS; DUNCANSON JUNIOR; MIRANDA,
1997; HOFMANN et al.; 2000; LEE; POWERS, 2001; NGO; FAY; POWERS, 2000;
PEUDZFELDT; ASMUSSEN, 1990; POWERS; DENNISON; KORAN, 1978; RACHED et
al., 2000; SCHULZE et al., 2003a; SCHULZE et al., 2003b; STOBER; GILDE; LENZ,
2001; UCHIDA et al., 1998). A aplicação deste processo por 300 horas equivale a um
ano de uso clínico do material restaurador (POWERS; DENNISON; KORAN, 1978).
Powers et al. (1980) apontaram as causas para alteração de cor in vivo como formação
de produtos de degradação coloridos, mudanças na morfologia da superfície pelo uso e
manchamento extrínseco, observando que apenas as duas primeiras causas podem ser
monitoradas pelo processo de envelhecimento utilizado. Porém alguns estudos
sugerem que a alteração de cor decorrente desta metodologia não é tão significativa
porque desconsidera a principal causa de pigmentação, proveniente de fatores da dieta
(BURROW; MACKINSON, 1991).
Portanto, vários estudos foram conduzidos com objetivo de testar a estabilidade
de cor de materiais restauradores estéticos através de contato com meios corantes
presentes na dieta (ABU-BAKR et al., 2000; CAMPOS et al. 1999; CASTRO FILHO et
Discussão_________________________________________________________________________
122
al., 2002; CHAN; FULLER; HORMATI, 1980; CRISPIN; CAPUTO, 1979; FAY; SERVOS;
POWERS, 1999; FIGUEIREDO, 1999; KHOKHAR; RAZZOOG; YAMAN, 1991;
MAIXNER; SUSIN, 2001; MENEZES; NAMEN; GALLAN JUNIOR, 1999; MINELLI;
CHAVES; SILVA, 1988ab; NGO; FAY; POWERS, 2000; NORDBÖ; ATTARAMADAL;
ERIKSEN, 1983; OYAFUSO et al., 2000; PARK et al., 2004; PEREIRA et al., 2003;
PRADO JÚNIOR, 2000; SALLES et al., 1996; ; SAMRA; PEREIRA; VIRGENS FILHO,
2003; VERONEZI et al., 1999; VIEIRA; GARONE FILHO, 1983; VIEIRA; STEAGALL,
1988; WILTSHIRE; LABUSCHAGNE, 1990; DOMINGUES et al., 2001, VIEIRA;
CARREIRA, 2002). Alguns estudos utilizaram as duas metodologias, observando que,
em geral, a alteração de cor foi maior para os corpos-de-prova em contato com
substâncias corantes (NGO; FAY; POWERS, 2000; STOBER; GILDE; LENZ, 2001),
validando a escolha desta metodologia para este estudo.
Relata-se a metodologia desenvolvida por Asmussen (1981), ainda que a
imersão em água deionizada em temperatura controlada de 60˚C apresente a mesma
limitação do processo de aceleração de envelhecimento, ou seja, exclua o
manchamento extrínseco do teste. Porém, observa-se que a presença de oxigênio,
permitindo reações de oxidação, necessárias no processo de alteração de cor
(ASMUSSEN, 1981), ocorre na metodologia proposta neste estudo.
Destaca-se a impossibilidade de estabelecer a correlação exata entre testes in
vitro e situações in vivo, utilizando-se aceleração de envelhecimento ou metodologia de
imersão em substâncias corantes, desde que o meio oral não pode ser reproduzido em
laboratório, e que, clinicamente, os materiais restauradores nunca estão sujeitos a
contato tão longo com meios manchadores (STOBER; GILDE; LENZ, 2001;
WILTSHIRE; LABUSCHAGNE, 1990;).
Discussão_________________________________________________________________________
123
O poder corante da solução de café foi verificado em diversos estudos (CAMPOS
et al., 1999; CASTRO FILHO, 2002; CHAN; FULLER; HORMATI, 1980; CRISPIN;
CAPUTO, 1979; DOMINGUES et al., 2001; FIGUEIREDO, 1999; HOFMANN et al.,
2000; IAZZETTI et al., 2000; KHOKHAR; RAZZOOG; YAMAN, 1991; MAIXNER;
SUSIN, 2001; MENEZES; NAMEN; GALLAN JUNIOR, 1999; MINELLI; CHAVES;
SILVA, 1988ab; NORDBÖ et al., 1983; OYAFUSO et al., 2000; PEREIRA et al., 2003;
PRADO JÚNIOR, 2000; SALLES et al., 1997; SAMRA; PEREIRA; VIRGENS FILHO,
2003; STOBER; GILDE; LENZ, 2001; VERONEZI et al., 1999; VIEIRA; CARREIRA,
2002; VIEIRA; GARONE FILHO, 1993; VIEIRA; STEAGALL, 1988; WILTSHIRE;
LABUSCHAGNE, 1990). Todos estes estudos comprovaram o poder pigmentante do
café, embora outras substâncias, como o chá, o vinho tinto e a curcuma tenham
apresentado alterações maiores em algumas circunstâncias. Percebe-se que a
associação de substâncias, tais como clorexidina e café ou clorexidina e chá
(KHOKHAR; RAZZOOG; YAMAN, 1991; NORDBÖ; ATTRAMADAL; ERIKSEN, 1983),
ou ainda café e álcool (VIEIRA; GARONE FILHO, 1993) tenha potencializado a
alteração de cor. Também se observa que o efeito corante do café ocorre em tempo
menor, em relação a soluções de vinho tinto (CRISPIN; CAPUTO, 1979; MAIXNER;
SUSIN, 2001; SAMRA; PEREIRA; VIRGENS FILHO, 2003; STOBER; GILDE; LENZ,
2001), provavelmente pela capacidade do álcool em degradar a superfície quando em
contato por períodos prolongados (MAIXNER; SUSIN, 2001; VIEIRA; GARONE FILHO,
1993;), tornando o café o corante de eleição para este trabalho.
A confecção dos corpos-de-prova seguiu metodologia amplamente relatada na
literatura, com dimensões compatíveis com o aparelho utilizado (FIGUEIREDO, 1999) e
espessura de acordo com a norma ISO-6491(Dental Materials – Determination of
Discussão_________________________________________________________________________
124
Colour Stability), já utilizada em trabalhos anteriores (ABU-BAKR et al., 2000; DINELLI
et al., 1994; DINELLI et al., 1995; NAKAMURA et al., 2002; OYAFUSO et al., 2000;
UCHIDA et al., 1998; VICHI; FERRARI; DAVIDSON, 2004).
Destacam-se as afirmações integrando a cor às propriedades ópticas dos
materiais restauradores, observando que a espessura do material e a cor do fundo têm
influência na cor final (MIYAGAWA; POWERS; O´BRIEN, 1981; PARAVINA;
ONTIVEROS; POWERS., 2002), todos os materiais apresentando-se translúcidos na
espessura de 1 mm (MIYAGAWA; POWERS; O´BRIEN, 1981). É interessante registrar
que a cor inicial, embora padronizada para todos os grupos, apresentou-se com valores
diferentes para cada material, ratificando a relação da cor com o tipo de material (YAP;
SIM; LOGANATHAN, 2001), e comprovando a ausência de coincidência dos valores de
cor e sua denominação na escala Vita ou similar (INOKOSHI et al., 1996; YAP; TAN;
BHOLE, 1997). Esta observação estabelece a necessidade de testes de cor se
basearem em valores relativos (diferença de cor final - inicial) e não absolutos
(ROSENTRITT et al., 1998).
As medições de cor foram realizadas em espectrofotômetro e expressadas em
coordenadas CIE-Lab, objetivando a exatidão dos resultados (KHOKHAR; RAZZOOG;
YAMAN, 1991; INOKOSHI et al., 1996; POWERS; DENNISON; KORAN, 1978;
POWERS; FAN; RAPTIS, 1980). A metodologia está de acordo com inúmeros estudos,
que descrevem a concordância dos resultados obtidos com a percepção visual humana
(CHU, 2003; PRECISE COLOR COMUNICATION, 2000?; UCHIDA et al., 1998;
WESTLAND, 2003). Destacam também a percepção de pequenas alterações de cor,
com escala descrita na literatura (ENGEL, 2003; NGO; FAY; POWERS, 2000;
PARAVINA; ONTIVEROS; POWERS, 2002; RACHED et al., 2000; RUYTER; NILNER;
Discussão_________________________________________________________________________
125
MOLLER, 1987;) permitindo classificação objetiva dos resultados. Por outro lado, os
resultados obtidos através de análise visual, embora tenham significância clínica, não
são totalmente objetivos, pois dependem da habilidade visual do avaliador, do ângulo
de visão do dente, da fonte luminosa, cor da parede, quantidade de luz solar e até
mesmo do traje e maquilagem do paciente. (AL-WAHADNI et al. 2002; MENDES;
PAULA; BONFANTE, 1998).
A escala de cores utilizada encontra amplo respaldo na literatura (DOUGLAS,
2000; FIGUEIREDO, 1999; GHULMAN; NATHANSON, 2003; KUEHNI; MARCUS,
1979; LEE; POWERS, 2001; NAKAMURA et al., 2003; PRADO JÚNIOR, 2000;
RUYTER; NILNER; MOLLER, 1987; SHADAD; WASSEL; MCCABE, 2003; SCHULZE et
al., 2003ab; VIEIRA; CARREIRA, 2001; YAP; TAN; BHOLE, 2001) e cada unidade se
refere a mínima percepção visual. Relata-se que a alteração de cor aceitável
clinicamente situa-se em valores até E = 3,3, embora este valor não devesse ser
rígido, desde que a aceitabilidade depende da aplicação clínica. O critério de 3,3
unidades equivale ao termo fair (correto) no procedimento avaliador da Associação
Americana de Químicos e Coloristas Têxteis para alteração de cor de materiais têxteis
(RUYTER; NILNER; MOLLER, 1987) e, portanto, não se originou a partir da
aplicabilidade na odontologia. Entretanto segundo os critérios da USPHS (Serviço de
Saúde Pública Americana), o escore alfa corresponde a E entre 2,2 e 4,4, ampliando
os limites da aceitabilidade clínica (DIETSCHI et al.,1994). Torna-se interessante
destacar que os estudos são realizados in vitro com aplicabilidade in vivo. Peutsfeldt e
Asmussen (1990) estabeleceram paralelo entre as duas situações afirmando que
alterações de cor com valores acima de E=7 significariam manchamento marcado em
situações clinicas, enquanto que materiais que apresentassem alterações de cor
Discussão_________________________________________________________________________
126
menores que E=2, aparentemente se manteriam estáveis em situações clínicas,
embora os autores registrem a presença de vários fatores desempenhando
importantes papéis nas situações clínicas podendo alterar significativamente os
resultados.
O acabamento superficial desempenha papel fundamental no manchamento. De
acordo com Minelli; Chaves e Silva (1988ab), as superfícies rugosas apresentar-se-iam
com os melhores resultados para estabilidade de cor, seguidas pelas superfícies lisas e,
finalmente, as superfícies glazeadas. Porém, o acabamento proposto pelos autores,
neste estudo (MINELLI; CHAVES; SILVA, 1988ab), estabelecia como rugosa, a
superfície previamente lisa, obtida pelo contato com tira matriz e em seguida,
desgastada pela lixa número 150, de maneira padronizada, ou seja, com a remoção da
camada superficial rica em matriz resinosa (DIETSCHI et al., 1994). Todavia, para a
realização da fase experimental, as superfícies dos corpos-de-prova foram polidas,
reproduzindo as condições clínicas (OYAFUSO et al., 2000) e, discordando de Minelli;
Chaves e Silva (1988ab), diminuindo a retenção de pigmentos de acordo com os
resultados obtidos em vários estudos. (DOMINGUES et al., 2001; MENEZES; NAMEN;
GALLAN JÚNIOR, 1999; PARK et al., 2004; STOBER; GILDE; LENZ, 2001). Ressalta-
se, ainda, que a textura de superfície das resinas compostas pode se modificar com o
uso, expondo a camada sub-superficial ao contato com o meio oral, favorecendo a
retenção de corantes (IAZZETTI et al., 2000). A camada sub-superficial da resina
composta é capaz de devolver a reflectância ideal, enquanto para a porcelana, este
desgaste é crítico para a cor (VIEIRA et al., 2001). O glaze é responsável por uma das
qualidades mais interessantes da porcelana, que é propiciar textura superficial
extremamente compacta e lisa a nível microscópico, sendo importante na capacidade
Discussão_________________________________________________________________________
127
de reflectância, se removido através de desgaste, deve-se propiciar polimento
adequado, para que a reflectância retorne a valores próximos aos iniciais (VIEIRA et al.,
2001).
A alteração de cor em materiais restauradores estéticos pode ter origem
extrínseca ou intrínseca. Os fatores intrínsecos se relacionam a alterações internas do
material, relacionadas à interface da matriz, à própria matriz ou sua carga (IAZZETTI et
al., 2000; PEUTZFELDT; ASMUSSEN, 1990), ou ainda à oxidação de monômeros
residuais (ASMUSSEN, 1983; FRUITS; DUNCANSON JUNIOR; MIRANDA, 1997;
INOKOSHI et al., 1996; POWERS et al., 1978; UCHIDA et al., 1998). Observa–se a
influência do tipo e tamanho de carga, do iniciador, a quantidade e tipo de monômeros
e a eficiência da polimerização na estabilidade de cor dos materiais restauradores à
base de resina composta. Materiais à base de UDMA mostraram-se mais resistentes a
alteração de cor que à base de Bis-GMA (ASMUSSEN, 1983; ; IAZZETTI et al., 2000;
KHOKHAR; RAZZOOG; YAMAN, 1991), enquanto que comparando-se materiais à base
de TEGDMA e Bis-GMA, utilizando-se o mesmo iniciador, a quantidade de monômero
residual foi menor para o TEGDMA (URABE et al., 1999), vislumbrando uma maior
estabilidade de cor para este tipo de material. Em relação ao tipo de carga, os
materiais resinosos testados apresentaram-se classificados como micro-híbrida, híbrida
de partículas finas, e submicrohíbridas, com composição semelhante e diferenças
apenas quanto à quantidade, que tem influência maior nas propriedades mecânicas
(TOUATI, 1996). Quanto à cor, a maior quantidade de partículas de carga resulta em
alto índice de refração de luz, entretanto a situação clínica mantém-se constante tanto
durante o uso clínico quanto nas condições in vitro em que foi realizado o teste e,
portanto, as diferenças entre os resultados não poderiam ser explicadas por este
Discussão_________________________________________________________________________
128
mecanismo. Porém, à medida que a quantidade de partículas de carga aumenta, a
quantidade de matriz diminui, diminuindo a sorção de água, favorecendo a estabilidade
de cor. O mecanismo de sorção de água pode explicar a penetração de corantes,
especialmente na interface resina / partícula de carga, resultando em melhores valores
para materiais hidrofóbicos. A resina composta Tetric® Ceram (Ivoclar/Vivadent)
apresenta baixos valores de sorção de água em relação às resinas compostas para uso
direto (MUSANJE; DARVELL, 2000), grande quantidade de partículas de carga e
monômeros à base de UDMA, sendo um dos fatores para a seleção deste material para
este experimento. Entretanto, discordando dos resultados obtidos por Vichi; Ferrari e
Davidson (2004), a resina composta Tetric® Ceram apresentou valores altos de
alteração de cor, conforme ilustrado na Tabela 1 e nos Gráficos 1, 2 e 3.
A polimerização pode ter influência significativa na alteração de cor, desde que
quanto maior o grau de conversão, menor a quantidade de monômeros residuais
disponíveis para a formação de produtos de degradação coloridos. A polimerização
complementar realizada através de luz e calor para a resina laboratorial Targis
(Ivoclar/Vivadent) e através de calor, pressão e presença de nitrogênio para resina
laboratorial belleGlass HP (Kerr), aumenta significativamente o grau de conversão dos
dois materiais, respectivamente 80% e 99,5%, segundo dados dos fabricantes. Alguns
estudos (FONSECA et al., 2002; KAKABOURA et al., 2003) apontam para um aumento
significativo do grau de conversão, da microdureza, da lisura de superfície, da
resistência flexural e, conseqüentemente, da estabilidade de cor com a realização do
segundo ciclo de polimerização. Já Figueiredo (1999) e Prado Júnior (2000) discorrem
sobre as melhorias de propriedades físicas, incluindo a estabilidade de cor, ao se
incorporar o calor na polimerização adicional das resinas compostas. A polimerização
Discussão_________________________________________________________________________
129
adicional pelo calor pode promover relaxamento do estresse presente na interface
matriz/carga, responsável pela degradação da sub-superfície das resinas compostas,
facilitando o desenvolvimento de defeitos tais como microcracks ou fendas na interface
que agem como entrada preferencial para o manchamento (DIETSCHI et al., 1994).
Touati (1996) se refere ao calor, a pressão e ausência de oxigênio como fatores que
contribuem para a eficiência da polimerização. Os resultados obtidos com as resinas
laboratoriais Targis (Ivoclar/Vivadent) e belleGlass™ (Kerr) demonstram alteração de
cor significantemente menor que os resultados obtidos para a resina composta de uso
direto Tetric Ceram® (Ivoclar/Vivadent) e pela resina laboratorial Resilab Master
(Wilcos), que não utilizam outro fator, além da luz, para polimerização complementar,
conforme demonstrado nos Gráficos 16, 17, 18, 19 e 20 e nas Tabelas 6, 7 e 8. Por
outro lado, os estudos conduzidos por Diestchi et al. (1994) e Fonseca et al. (2002)
demonstraram que a polimerização adicional não é eficiente para todos os materiais e
pode ser compensada pela continuidade de reações cruzadas de polimerização até
uma semana após a fotopolimerização inicial.
Também a adição de monômeros multifuncionais pode modificar a reação de
polimerização, aumentando a reatividade da cadeia nas resinas laboratoriais de
segunda geração.
Os fatores extrínsecos incluem adsorção e absorção de pigmentos
(ROSENTRITT et al., 1998; IAZZETTI et al., 2000). A alteração de cor ocorrida
decorrente do contato com a solução de café, tem origem em sua maioria do
manchamento extrínseco, porém a descoloração interna do material pode estar
presente. A pigmentação pelo café é decorrente de ambos os mecanismos de adsorção
de corantes na superfície e absorção na camada sub-superficial (DIETSCHI et al.,
Discussão_________________________________________________________________________
130
1994), provavelmente devido à compatibilidade da fase polimérica das resinas
compostas com os corantes amarelos do café (UM; RUYTER, 1991). De acordo com
Khokhar; Razzoog e Yaman (1991), a maioria do manchamento decorrente de testes
utilizando metodologia de contato com substâncias corantes, é superficial, porém
apresenta valor residual cumulativo. Esta afirmação é concordante com resultados
obtidos por Chan, et al. (1980), estabelecendo valores para a penetração de corantes
na resina composta de cerca de 3 a 5 μm, de remoção clínica total impossível apenas
através de procedimentos de higiene oral regular.
Os resultados apresentaram diferenças significativas entre os materiais. Quando
se observa o comportamento da resina laboratorial Resilab Master (Wilcos) (Grupo 3),
verifica-se que a alteração de cor ocorreu nas três coordenadas, com variações maiores
para a coordenada b*, seguida da coordenada L* e da coordenada a*, posicionando o
material como o mais suscetível ao manchamento dos materiais testados, conforme
ilustrado na Tabela 3 e nos Gráficos 7, 8 e 9. Os corpos-de-prova tornaram-se mais
amarelos, menos verdes e mais escuros.
Logo em seguida aparece a resina composta para uso direto Tetric® Ceram
(Ivoclar/Vivadent) (Grupo 1), com a alteração de cor ocorrido preferencialmente às
expensas do eixo L*, seguida do eixo a* e com valores menores no eixo b*, conforme
observamos na Tabela 1 e nos Gráficos 1, 2 e 3. Neste grupo, os corpos-de-prova
tornaram-se mais escuros, porém com alteração cromática ligeiramente menor,
ocorrendo mais em direção ao vermelho (eixo a*) e menor em direção ao amarelo (eixo
b*). Da mesma forma, para a resina laboratorial Targis (Ivoclar/Vivadent) (Grupo 2) as
alterações ocorreram especialmente no eixo L*, seguido do eixo a*, e com o eixo b*
mantendo-se estável, porém as alterações ocorreram com valores bem menores,
Discussão_________________________________________________________________________
131
demonstradas nas Tabelas 2 e nos Gráficos 4, 5 e 6. O fato das duas resinas
compostas pertencerem ao mesmo fabricante faz supor que a composição de ambas
seja parecida e interfira de maneira semelhante nos dois materiais, embora com
bastante diferença em termos de quantidade, favorecendo a opção clínica pelas resinas
laboratoriais de segunda geração.
O Grupo 4 (belleGlass™HP - Kerr) apresentou alteração de cor estatisticamente
significante para todas as coordenadas, com valores mais expressivos para a* e b*
(coordenadas de cromaticidade) nas primeiras 24 horas e para L*, no período entre 24
horas e 7 dias. Destaca-se a alteração do eixo b*, em direção ao amarelo,
comprovando os resultados obtidos por Um e Ruyter (2001) demonstrando a adsorção
e absorção do corante amarelo presente no café. Todavia, as alterações se
processaram em pequenas quantidades.
Em relação ao Grupo 5, da porcelana IPS-Empress® 2 (Ivoclar/Vivadent), a
alteração de cor ocorreu discretamente e, somente nos eixos a* e b*, com a
coordenada L* mantendo-se estatisticamente estável, conforme observamos na Tabela
5 e Gráficos 13, 14 e 15. É interessante notar que a alteração ocorreu em direção ao
vermelho, como nos grupos anteriores, e com leve diminuição de amarelo, ao contrário
dos outros grupos.
A alteração mais significativa ocorreu na coordenada L* para todos os grupos
com exceção do Grupo 5 e do Grupo 3. Como a coordenada L* representa a
luminosidade, ela torna-se bastante importante devido a maior percepção visual desta
característica da cor, desde que a quantidade de células (bastonetes) responsáveis
pela interpretação da visão branco e preto é bem maior em relação aos cones,
responsáveis pela visão colorida. Portanto a perda de luminosidade é crítica para a
Discussão_________________________________________________________________________
132
manutenção da adequação de cor. As alterações ocorreram para os Grupos 1, 2, 3 e 4
no mesmo sentido, tornando os corpos-de-prova mais escuros (diminuição de L*), mais
vermelhos (aumento dos valores de a*) e mais amarelos (aumento dos valores de b*).
Os resultados obtidos são concordantes com Schulze et al.(2003), em que as
alterações ocorreram nos mesmos sentidos.
Ao considerar a alteração de cor total, percebe-se que as resinas Resilab Master
(Wilcos) e Tetric® Ceram (Ivoclar/Vivadent) não diferiram estatisticamente entre si,
apresentando os maiores valores de alteração de cor, concordando com a afirmação de
que quanto menor a partícula de carga, menor a sorção de água e maior estabilidade
de cor (VICHI; FERRARI; DAVIDSON, 2004). É relevante citar que a resina Resilab
Máster (híbrida de partículas pequenas) apresenta o maior tamanho de partículas,
seguida da resina Tetric® Ceram (microhíbridas), e finalmente as resinas Targis e
belleGlass HP (sub-microhíbridas). Entretanto a resina Tetric® Ceram havia
apresentado o melhor comportamento em relação à cor em pesquisas anteriores em
que foi comparada a outros materiais restauradores de uso direto (IAZZETTI et al.,
2000; VICHI; FERRARI; DAVIDSON, 2004), o que demonstra a superioridade de
resinas laboratoriais de segunda geração, concordando com resultados de Douglas
(2000), Ghulman e Nathanson (2003). Entretanto, outras pesquisas demonstraram
maior alteração de cor de resinas laboratoriais em relação às resinas compostas para
uso direto (FIGUEIREDO, 1999; PRADO JÚNIOR, 2000).
Porém, as resinas laboratoriais apresentaram comportamento diferenciado entre
si, não podendo haver generalização quanto à estabilidade de cor, o que forneceria
explicação para resultados contraditórios em estudos anteriores, possibilidade já
levantada por Douglas (2000). Percebe-se que as duas resinas sub-microhíbridas, com
Discussão_________________________________________________________________________
133
alta porcentagem de carga, entre 75% e 85%, com polimerização com adição de outros
fatores: Targis (Ivoclar /Vivadent) e bellleGlass™HP (Kerr) apresentaram melhores
resultados, de maneira semelhante entre si. Entretanto a resina laboratorial Resilab
Master (Wilcos), híbrida de partículas finas e que apresenta polimerização apenas por
luz, obteve alteração de cor superior a todos os outros materiais, inclusive a resina
composta para uso direto, conforme ilustrado na Tabela 6 e nos Gráficos 16, 17 e 18.
Os valores apresentados de alteração de cor total tornariam as resinas Tetric®
Ceram (E=8,34) e Resilab Master (E=8,86) inaceitáveis clinicamente, bastante
superiores ao limite máximo E=4, 4 (DIETSCHI et al., 1994), ou ainda, E=3,7
(DOUGLAS, 2000), ou ainda mais comumente aceito E=3,3 (RUYTER et al., 1991).
Já quanto as resinas laboratoriais Targis (E=3,85) e belleGlass™HP (E=3,40), a
aceitabilidade clínica torna-se interessante, por situar-se além dos limites comumente
referenciados na literatura, porém aquém do limite máximo relacionado por Dietschi et
al. (1994), após 15 dias de tratamento experimental.
Estes resultados são discordantes de Stober et al., 2001, em que a alteração de
cor das marcas comerciais Targis (E sem alteração de cor visível) e belleGlass™HP
(E inaceitável clinicamente para belleGlass™HP Enamel) ocorreu de maneira diferente
entre si quando imersos em solução de café. Ressalta-se que os ciclos de
polimerização podem ser desrespeitados, desencadeando manchamento maior, como
por exemplo na resina belleGlass™HP Dentin, polimerizada apenas por luz (Unidade
PolimerizadoraTeklite - Belle St Claire/Kerr) neste estudo.
Os resultados discordam ainda de Douglas (2000), Nakamura et al. (2002),
Schulze et al.(2003b) em que todas as marcas comerciais de resinas laboratoriais de
Discussão_________________________________________________________________________
134
segunda geração testadas mostraram alteração de cor total menor que 3 unidades,
embora todas as metodologias utilizassem aceleração de envelhecimento.
Por outro lado, os resultados coincidem com os resultados obtidos por Oyafuso
et al. (2000), em que o material testado Targis obteve E=3,87, muito próximo do obtido
neste estudo, com a metodologia utilizando solução corante de café preparada na
mesma proporção deste experimento. Estes resultados comprovam a maior
suscetibilidade de manchamento deste material para a metodologia de imersão em
solução corante em relação a aceleração de envelhecimento, demonstrando maior
poder de penetração de corantes em relação a degradação interna do material. Discute-
se a estabilidade química das resinas compostas de segunda geração com alto grau de
conversão, que apresentam menor alteração de cor quando se investiga a alteração
interna do material (através de metodologia de aceleração de envelhecimento) e maior
alteração decorrente do poder de penetração dos corantes (com metodologia de
imersão em soluções corantes).
Observa-se ainda que a solução corante de café proporcionada na metodologia
dos estudos brasileiros apresenta confecção diferente e pode resultar em maior poder
de pigmentação. O café brasileiro apresenta proporção maior de pó em relação ao
utilizado em pesquisas americanas, além de ser preparado e filtrado para ser utilizado
nos Estados Unidos.
Em relação à porcelana IPS-Empress® 2 (Ivoclar/Vivadent) a alteração de cor
total situou-se como visualmente perceptível, logo além de 1 unidade, concordando
com resultados obtidos por Figueiredo (1999), Heidecke et al. (2001) e Lee e Powers
(2003); e discordando de Douglas (2000), que obteve valores abaixo de 1 unidade.
Discussão_________________________________________________________________________
135
Todavia, todas as pesquisas estabelecem alteração de cor aceitável para a porcelana,
ratificando sua posição de material de primeira opção neste quesito.
Quanto ao fator tempo de exposição à solução corante, a maior alteração de cor
ocorreu nas primeiras 24 horas para todos os materiais restauradores. Os materiais
restauradores Tetric Ceram® (Ivoclar/Vivadent) e Resilab Master (Wilcos) apresentaram
alteração de cor acima dos valores aceitáveis clinicamente desde a primeira avaliação
(24 horas), conforme ilustrado na Tabela 7 e no Gráfico 19. A alteração de cor mais
significativa ocorreu no período de até 7 dias, e, deste período, as primeiras 24 horas
são as de maior valor de E concordando com pesquisas anteriores (DINELLI et al.,
1995; FIGUEIREDO,1999; NGO; FAY; POWERS, 2000; PRADO JÚNIOR, 2000;
VERONEZI et al., 1999; VIEIRA; CARREIRA, 2002; VIEIRA; GARONE FILHO, 1993;
VIEIRA; STEAGALL, 1988; WILTSHIRE; LABUSCHAGNE, 1990). A alteração de cor
mais significativa no período inicial pode ser explicada pela sorção de água sofrida
pelas resinas compostas, mecanismo que permite a penetração de corantes na camada
superficial. Porém, em estudo conduzido por Maixner e Susin (2001) a imersão prévia
dos corpos-de-prova em água destilada, evitando o contato imediato com soluções
corantes não foi influente na prevenção do manchamento final. Os autores suspeitaram
que a alteração de cor tenha ocorrido devido a penetração de corantes na matriz
orgânica com degradação do agente silano de união carga/matriz, o que explicaria a
coloração dos espécimes de acordo com a cor do respectivo corante. Todavia, há
autores que recomendam evitar contato com substâncias corantes nas primeiras 24
horas (VIEIRA; GARONE FILHO, 1993).
Embora a E tenha diminuído para todos os materiais avaliados no período entre
7 a 15 dias, a diminuição foi sensível para as resinas laboratoriais Targis
Discussão_________________________________________________________________________
136
(Ivoclar/Vivadent) e belleGlass™ HP (Kerr) e para a porcelana IPS-Empress® 2
(Ivoclar/Vivadent), porém manteve-se ainda em patamares altos para a resina
laboratorial Resilab Master (Wilcos) e para a resina para uso direto Tetric® Ceram
(Ivoclar/Vivadent).
Aparentemente há uma saturação do corante após o período de quinze dias,
estabelecendo este período como ideal para testes de manchamento (DINELLI et al.,
1995; FIGUEIREDO, 1999; PRADO JÚNIOR, 2000). Por outro lado, Stober; Gilde; Lenz
(2001) encontraram diferenças significativas entre o manchamento ocorrido em até 8
semanas, verificando que há efeito menor, porém cumulativo em todo o período.
É importante que se destaque que o comportamento dos materiais foi
semelhante em função do tempo, embora as resinas laboratoriais belleGlass™HP
(E=2,93) e Targis (E=3,33) tenham se mantido dentro do limite convencional de
aceitabilidade 3,3 até o período de 7 dias, enquanto a porcelana IPS-Empress® 2
(E=1,15) tenha apresentado até este período resultado muito próximo do final,
conforme registrado na Tabela 8.
Há que se destacar a relevância destes valores clinicamente. Convencionou-se o
estabelecimento dos termos “visualmente imperceptível” para alterações de cor abaixo
de 1 unidade, ” visualmente perceptível” para valores entre 1 e 2 unidades, “aceitável
clinicamente” abaixo de 3,3 unidades, e “inaceitável clinicamente “acima deste valor,
mas, todas as medições são realizadas in vitro e em condições diferentes das
condições clínicas. Portanto, os valores devem ser avaliados considerando as
restrições relacionadas à metodologia, ou seja, mesmo que os valores de alteração de
cor ultrapassem os limites clinicamente aceitáveis, isto não significa que o material
deva ser contra-indicado, porém, é importante que se conheça suas limitações. É
Discussão_________________________________________________________________________
137
interessante que se compare a alteração de cor entre os materiais, estabelecendo, por
exemplo, a semelhança de comportamento entre a resina laboratorial Resilab Master e
a resina composta para uso direto Tetric® Ceram, ou ainda entre as resinas
laboratoriais Targis e belleGlass HP, relacionando-as às suas aplicações clínicas.
Desde que o teste realizado monitorou o manchamento extrínseco, a realização
de profilaxia torna-se interessante, porque verifica a reversibilidade da pigmentação,
além de reproduzir o acompanhamento realizado no consultório odontológico e avaliar
sua eficiência na remoção de pigmentos adsorvidos na superfície do material e
absorvidos pela camada superficial, reduzindo o manchamento extrínseco. A profilaxia
realizada verificou o poder de penetração dos pigmentos nos materiais restauradores e
estabeleceu parâmetros de redução de valores de alteração de cor. Observou-se em
todos os materiais, significativa redução dos valores de alteração de cor após profilaxia,
concordando com os resultados obtidos por Khokhar; Razzoog e Yaman (1991) e
Rosentritt et al. (1998). Observa-se na Tabela 6 e nos Gráficos 16, 17 e 18, que a
redução na alteração de cor ocorreu às expensas de modificações nas três
coordenadas para todos os grupos, porém, as maiores alterações ocorreram na
coordenada L* para a resina composta para uso direto Tetric Ceram® (Ivoclar/Vivadent)
e para as resinas laboratoriais de segunda geração Targis (Ivoclar/Vivadent) e
beleGlass™HP (Kerr), enquanto que para a resina laboratorial Resilab Master (Wilcos),
embora a alteração no eixo L* tenha sido elevada, a maior alteração ocorreu na
coordenada b*, com grande redução de amarelo. O grupo da porcelana IPS-Empress®
2 (Ivoclar/Vivadent) mostrou as menores alterações pós-profilaxia em coordenadas L*,
a* e b*, ilustradas na Tabela 5, demonstrando comportamento diferente em relação às
resinas compostas.
Discussão_________________________________________________________________________
138
De acordo com os resultados, há recuperação parcial da luminosidade dos
corpos-de-prova pós-profilaxia, com aumento de valores de L*, e diminuição de
vermelho e amarelo, com a diminuição de valores de a* e b*, em relação ao período de
15 dias, conforme ilustrado nos Gráficos 16, 17 e 18.
Em relação à alteração total de cor, as médias apresentadas na Tabela 7,
demonstram que, com exceção da resina composta para uso direto Tetric Ceram®
(Ivoclar/Vivadent), todos os outros materiais apresentaram os maiores valores para este
período, embora estatisticamente não haja diferença entre este período e os períodos
inicial/24 horas e 24 horas/7 dias.
Os valores finais de alteração de cor obtidos após a realização de profilaxia,
mantêm a característica de “inaceitabilidade clínica” para a resina composta para uso
direto Tetric Ceram® (Ivoclar/Vivadent) (E=4,75) e para a resina laboratorial Resilab
Master (Wilcos) (E=6,31), porém posiciona as resinas laboratoriais Targis
(Ivoclar/Vivadent) (E=1,64) como apenas “visualmente perceptível” e belleGlass™HP
(Kerr) (E=1,02) no limite entre o “visualmente perceptível” e o “não perceptível”. A
porcelana IPS-Empress® 2 (Ivoclar/Vivadent) (E=0,92) estabelece-se como “não
perceptível”, com valores de média próximos aos da resina laboratorial belleGlass™HP
(Kerr) (E=1,02), embora estatisticamente diferentes. Estes valores encontram-se na
Tabela 8 e no Gráfico 20.
A profilaxia demonstrou ser eficiente na redução de valores de alteração de cor
in vitro, embora se observe efeito residual, indicando que reações internas do material
afetam a descoloração, concordando com resultados obtidos por Rosentritt et al. (1998)
in vivo.
Discussão_________________________________________________________________________
139
Todavia, o procedimento deve ser recomendado com objetivo de aumentar o
tempo de permanência da restauração/prótese em função com sucesso, desde que se
mostrou capaz de evitar acúmulo de descoloração exógena.
Finalizando, estabelece-se a necessidade de conhecer a composição do material
restaurador, bem como respeitar seu ciclo de polimerização, e promover adequado
acabamento de superfície, de maneira a selecionar o material restaurador condizente
com a aplicação clínica, e utilizá-lo de forma competente, de maneira a obter suas
melhores propriedades, objetivando a permanência do tratamento restaurador com
sucesso e durabilidade.
Destaca-se que a cor, conforme sua definição, incorpora conceitos de reflexão
de luz, e, portanto, engloba ângulo de incidência e quantidade de luz, textura e forma
da superfície, profundidade da restauração, sendo muito maior que o simples conceito
de matiz, exigindo que o profissional da odontologia estética domine os conceitos
físicos e os processos biológicos que envolvem a interpretação da cor.
Sugere-se que novos estudos sejam realizados para que se estabeleça
correlação entre a metodologia de imersão em soluções corantes e o uso clínico,
ampliando a validação da pesquisa.
7 CONCLUSÕES
Considerando a limitação imposta pela metodologia utilizada, este
estudo permite estabelecer algumas conclusões:
1. Os materiais estéticos comportaram-se de maneira diferente entre
si. A resina composta para uso direto Tetric Ceram® - G1
(Ivoclar/Vivadent) e a resina laboratorial de segunda geração
Resilab Master – G3 (Wilcos) apresentaram os maiores valores de
alteração de cor, seguidas pelas resinas laboratoriais Targis – G2
(Ivoclar/Vivadent) e belleGlass™HP – G4 (Kerr) com valores
intermediários, enquanto que a porcelana IPS-Empress® 2 – G5
(Ivoclar/vivadent) apresentou os menores valores ao término do
período experimental.
2. O período de exposição ao café foi influente. As alterações
ocorreram com maior intensidade nos períodos de 24 horas e 7
dias, porém de forma continuada até o término do período
experimental.
3. A profilaxia foi eficiente na redução dos valores de alteração de cor.
A alteração de cor pós-profilaxia registrou valores próximos aos
valores obtidos no período de 24 horas para todos os materiais
testados.
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