42
2.1.1 Contemporaneidade, Abrangência e Longevidade da Teoria das Redes.
A publicação mais recente do Núcleo de Pós Graduação em
Administração (NPGA) sobre redes traz a seguinte apresentação de Almeida Filho
(2005):
Na ciência contemporânea, a noção de rede tem chamado
enormemente a atenção, em dois sentidos: como princípio
organizativo dominante para explicar como o mundo realmente
funciona e como arquitetura fundamental para os arranjos
tecnológicos, sociais e institucionais produzidos pela ação humana.
De fato, a rede, como modelo, é uma representação extremamente
poderosa de sistemas complexos. Há pesquisadores mapeando
redes em uma grande variedade de disciplinas científicas,
oferecendo novas e importantes revelações sobre o mundo
interligado que nos rodeia, assumindo que as células, os órgãos, os
ecossistemas, as corporações e as redes sociais têm mais
semelhanças que diferenças. Isto pressupõe uma visão holística da
natureza, da sociedade e da tecnologia, que oferece uma estrutura
unificada que nos permite melhor compreender questões
fundamentais, desde a vulnerabilidade do sistema econômico
internacional [vulnerabilidade ou solidez?] à disseminação de
doenças, ao efeito estufa aos fenômenos da cultura de massa. Esses
trabalhos têm resultado em um marco conceitual chamado Teoria de
Redes, com muitas aplicações em muitos campos do conhecimento,
incluindo a biologia, a informática, a engenharia, as ciências sociais,
a administração [destaque da autora] as ciências políticas, assim
como várias áreas práticas, incluindo a proteção ambiental, a ação
legal, a economia, o trabalho social e as políticas públicas.
(ALMEIDA FILHO, 2005, sem paginação)
Granovetter (1992, apud. BAIARDI, 2006, p.1) ocupa-se em compreender
as redes a partir da sua emergência, o que interessa sobremaneira em tempos de
redes induzidas e das suas possibilidades de contribuição:
[...] as redes não emergem automaticamente por pressões, são
socialmente construídas. Por este motivo, as redes são
determinantes não somente na ação coletiva, mas também exercem
um feedback em relação às instituições ajudando a redefini-las. [...]
as redes são efetivas na difusão e internalização de certas normas,
no uso de símbolos e na cristalização de valores culturais. Na
taxonomia recente dos arranjos institucionais, as redes figuram como
elementos de interface no plano horizontal e vertical entre os
mercados, o Estado e a comunidade, assumindo hierarquias
diversas.
A “ubiqüidade das redes – do cérebro ao corpo, da economia à
organização social, do meio ambiente à cultura humana –“ (ALMEIDA FILHO, 2005,