Download PDF
ads:
0
ANÁLISE DA QUALIDADE DE VIDA, DEPRESSÃO E SAÚDE ORAL EM
PACIENTES DIABÉTICOS IDOSOS
CARLOS CLAYTON TÔRRES AGUIAR
Fortaleza-CE
2007
FUNDAÇÃO EDSON QUEIROZ
UNIVERSIDADE DE FORTALEZA – UNIFOR
Centro de Ciências da Saúde
Mestrado em Saúde Coletiva
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
1
CARLOS CLAYTON TÔRRES AGUIAR
ANÁLISE DA QUALIDADE DE VIDA, DEPRESSÃO E SAÚDE ORAL EM
PACIENTES DIABÉTICOS IDOSOS
Dissertação apresentada à Coordenação do Programa
de Mestrado em Saúde Coletiva da Universidade de
Fortaleza, como parte dos requisitos exigidos para
obtenção do título de Mestre.
Linha de Pesquisa: Análise da Situação de Saúde.
Projeto de Pesquisa: Análise da Qualidade de Vida
no Idoso
Orientadora: Prof
a
. Dr
a
. Anya Pimentel Gomes Fernandes Vieira
Co-Orientador: Prof. Dr. Renan Magalhães Montenegro Junior
Fortaleza-CE
2007
ads:
2
ANÁLISE DA QUALIDADE DE VIDA, DEPRESSÃO E SAÚDE ORAL EM
PACIENTES DIABÉTICOS IDOSOS
Dissertação aprovada em: 25 / 09 / 2007.
BANCA EXAMINADORA
___________________________________________________________________________
Prof
a
.
Dr
a
.
Anya Pimentel Gomes Fernandes Vieira - UNIFOR
PRESIDENTE
___________________________________________________________________________
Prof. Dr. Paulo César de Almeida - UECE/UFC
1º MEMBRO EFETIVO
___________________________________________________________________________
Prof. Dr. André Férrer Carvalho – UFC
2º MEMBRO EFETIVO
___________________________________________________________________________
Prof
a
. Dr
a
. Maria Teresa Moreno Valdés – UNIFOR
MEMBRO SUPLENTE
3
A Isabella e João Vicente.
4
AGRADECIMENTOS
A Deus, por sempre me guiar, proteger e ensinar.
Aos meus pais e meus irmãos, pelo amor, carinho e confiança que sempre me foram
oferecidos.
À minha orientadora, por sua disponibilidade, ensinamentos e principalmente por sua
paciência, credibilidade e confiança em mim depositada.
Ao meu co-orientador, pela força, apoio, presteza, incentivo, dedicação, por acreditar nessa
proposta desde o início e principalmente pela amizade.
As bolsistas Camila, Gislany, Kallyne, Lívia, e Samanth, por toda dedicação, entusiasmo,
energia, compromisso, disponibilidade, generosidade, alegria e principalmente pela amizade.
Ao Mário por sua dedicação, profissionalismo e disponibilidade sempre presentes durante as
avaliações odontológicas, essenciais para a concretização deste trabalho.
A todos os meus professores, pelos conhecimentos adquiridos e pela amizade.
Aos funcionários do mestrado, obrigado por tudo.
Aos profissionais de saúde do Ambulatório de Diabetes do Hospital Universitário da UFC,
pela receptividade e carinho.
Aos pacientes que participaram, pois sem a colaboração e disposição deles, não teríamos
conseguido concretizar este estudo.
Em especial, ao meu querido e estimado amigo Marcelo Caracas Linhares (in memoriam), por
ter estado sempre do meu lado, com uma amizade incondicional, zelo e acompanhamento
diário, passo a passo deste projeto.
5
RESUMO
Por longo período, foi consenso a noção de que o impacto das doenças em termos de saúde
pública fosse medido pelos índices de mortalidade. Nas patologias crônicas, entretanto, outras
perspectivas de avaliação dos resultados estão sendo pesquisadas, levando em conta não
somente a dimensão médica de redução da morbi-mortalidade. Objetivo O escopo deste
estudo foi investigar a Qualidade de Vida Relacionada à Saúde (QVRS), Depressão e Saúde
Oral em pacientes idosos com Diabetes Mellitus (DM) e a relação entre essas variáveis. A
população deste estudo foi composta de 127 pacientes (idade 60-80 anos) consecutivos,
regularmente atendidos no Ambulatório de Diabetes do Hospital Universitário Walter
Cantídio da Universidade Federal do Ceará. A QVRS foi avaliada por meio do Medical
Outcome Study Health Survey 36-Item Short Form (SF-36) e da Escala Analógica Visual
(EAV), e a depressão foi investigada pela Escala Geriátrica de Depressão de 15 itens (EGD-
15). O diagnóstico de depressão foi estabelecido pela entrevista semi-estruturada, de acordo
com os critérios do DSM-III-R (SCID). A saúde oral foi avaliada pelo índice de Dentes
Cariados, Obturados e Perdidos (CPO-D) e a necessidade de próteses e sua adaptação. Outros
parâmetros clínicos e laboratoriais relevantes foram obtidos via de entrevista ou revisão de
prontuário. Resultados Os participantes eram principalmente mulheres (79.5%) e na auto-
avaliação de saúde oral, 68,8% de pacientes acreditavam que sua saúde oral era boa ou
excelente. Mais do que 67% apresentaram um índice de CPOD de 32 e o número médio de
dentes foi de 3.4 por idoso. A média do CPO-D foi de 29.6 e as médias do número de dentes
cariados (C) alcançou 0.2, obturado (O) 0.9 e perdidos (P) com 28.4. O uso de prótese era
necessário em 98.4% dos pacientes, mas 24.8% precisavam de prótese superior, mas o as
usavam, e 49.6% precisavam de prótese inferior, mas também não a usavam. O valor médio
do EAV foi de 75.5 mm [95% CI 71.6-79.4]. A média do EAV dos pacientes que precisavam
de prótese inferior, mas não usavam, foi menor quando comparado com os pacientes que
precisavam e as usavam. Nenhuma correlação foi observada entre QVRS (SF-36) e CPO-D.
A prevalência de depressão encontrada foi de 31.5% pelo SCID e de 52% quando utilizada
EGD-15. Os pacientes sem depressão apresentavam escores mais elevados de todos os
domínios do SF-36, quando comparados com os pacientes deprimidos. O valor médio do
EAV estava associado negativamente com o diagnóstico de depressão realizado mediante o
SCID (p< 0.001) e/ou pelo EGD-15 (p<0.011). Conclusões A condição de saúde oral dos
pacientes era precária, com elevada incidência de edentulismo (66%) e 98.4% dos pacientes
precisando usar algum tipo de prótese dentária. A prevalência de depressão foi alta, com 52%
e 31.5% utilizando a EGD-15 e a SCID, respectivamente. A auto-avaliação de QVRS (EAV)
foi associada de forma negativa a pacientes que necessitavam de prótese inferior, mas não as
usavam, quando comparada com aqueles que estavam usando a prótese inferior. A presença
de depressão afetou negativamente a QVRS (SF-36 e EAV).
Palavras-chave: Qualidade de Vida; Saúde Bucal; Geriatria; Diabetes Mellitus.
6
ABSTRACT
Objective: For a long period, it was consensus the notion that the impact of the diseases in
terms of public health was measured by the mortality rate. In the chronic pathologies,
however, other perspectives of evaluation are being researched, not only the medical
dimension of reduction of the morbi-mortality The objective was to investigate the quality of
life and its relationship with depression, and oral health in population of type
2 diabetic
patients. Research Design and Procedures: The study population was composed
of 127
consecutive patients (age 60-80 years) regularly attending a diabetes clinic
at the University
Hospital of the Federal University of Ceará.
The subjects’ quality of life was assessed by The
Medical Outcomes Study
36-item short form (SF-36)
and Visual Analog Scale (VAS), and
depression
was investigated by the 15-item geriatric depression scale (GDS-15). The
diagnosis of depression was established by a semi-structured interview, according to the
DSM-III-R criteria (SCID). The oral health was evaluated by Decayed, Missing or Filled
Teeth (DMF-T) and the need of prosthesis. Other relevant clinical
and laboratory parameters
were obtained by interview and chart
review. Results: The participants were mostly female
(79.5%) and self-evaluation of oral health, 68.8% of patients believed that their oral health
were good or excellent. More than 67% presented DMF-T of 32. Mean DMFT index was 29.6
and the decayed component (D) reached 0.2, mean filled (F) teeth 0.9, and missing
component (M) with 28.4. Mean total number of teeth was 3.4 and incidence of edentulous
was 66%. The use of prosthesis was necessary in 98.4%, but 24.8% of patients were not using
the superior prosthesis, and 49.6% needed inferior prosthesis, but were not using it. The mean
score for VAS was 75.5 mm [95% CI 71.6-79.4]. The patients who were not using inferior
prosthesis had lower VAS mean value than patients who were using then. No correlation was
observed between HRQoL(SF-36) and DMF-T. Depression was found in 31.5% and 52% of
patients by SCID and GDS-15 respectively. Patients without diagnostic of depression
presented better scores of all SF-36 sub-scales, Physical Composite Score (PCS) and Mental
Composite Score (MCS) than depressed patients. The VAS mean of depressed patients was
lower than score for patients without diagnostic of depression by of depressed patients was
less than without diagnostic of MDD by SCID (P< 0.001) and/or GDS-15 (P< 0.011).
Conclusions—Oral health condition of patient was poor, with elevated incidence of
endentolus (66%) and 98.4% of patients needed to use of prosthesis. The prevalence of
depression was high, with 52% by GDS-15 and 31.5% by SCID. The self perceived HRQoL
(VAS) was negatively associated with patients in need of inferior prosthesis, but were not
using it, when compared with those who were wearing it. The presence of depression
negatively affected quality of life in these patients.
Keywords: Quality of Life; Oral Health; Geriatrics; Diabetes Mellitus.
7
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.............................................................................................................
08
2 OBJETIVOS..................................................................................................................
15
3 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO............................................................................
16
4 ARTIGOS.......................................................................................................................
4.1 ARTIGO 1: Instrumentos de avaliação de qualidade de vida relacionada à
saúde no Diabetes Mellitus...............................................................................................
4.2 ARTIGO 2: Qualidade de Vida e Condição de Saúde Oral em Idosos
diabéticos do Tipo 2..........................................................................................................
21
21
39
4.3 ARTIGO 3: Health-Related Quality of Life and Depression in Type 2 Diabetes
elder population................................................................................................................
55
4.4 ARTIGO 4: Fatores associados à qualidade de vida em uma amostra de
pacientes idosos diabéticos...............................................................................................
73
5 CONCLUSÃO............................................................................................................... 95
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................... 97
REFERÊNCIAS............................................................................................................... 98
APÊNDICES.....................................................................................................................
101
ANEXOS........................................................................................................................... 107
8
1 INTRODUÇÃO
1.1 Diabetes mellitus
O diabetes mellitus (DM) constitui um grupo de desordens metabólicas
caracterizadas por veis sangüíneos elevados de glicose (hiperglicemia), que resultam de
defeitos na secreção de insulina e/ou da ação deste hormônio nos tecidos-alvo (REPORT,
2003). A insulina produzida pelas células beta do pâncreas, controla o vel de glicose no
sangue ao regular a sua produção e armazenamento. A hiperglicemia resultante leva aos
sintomas da doença (poliúria, polidipsia, polifagia, perda de peso, turvação visual, parestesias
etc) e pode causar complicações metabólicas agudas, como a cetoacidose diabética a síndrome
hiperglicêmica hiperosmolar não cetótica e complicações crônicas. Os efeitos em longo prazo
desta alteração metabólica contribuem para o surgimento de complicações macrovasculares
(doenças coronariana, doença vascular cerebral e doença vascular periférica), complicações
microvasculares (doenças renal e ocular) e complicações neuropáticas (comprometimento dos
nervos) (TORQUATO; MONTENEGRO; VIANA, 1999).
As duas formas mais freqüentes de DM são o diabetes mellitus tipo 1 (DM1), e o
diabetes mellitus tipo 2 (DM2), que correspondem a 5-10% e 85-90% dos casos de DM
conhecidos. A primeira forma é caracterizada por uma deficiência severa de insulina e
acomete predominantemente a criança e o adolescente. O DM2 está relacionado a
anormalidades na ação da insulina associada à deficiência absoluta ou relativa de secreção
desse hormônio. Habitualmente, são os pacientes com essa condição tratados com medidas
conservadoras (dieta e exercícios físicos regulares) associados a drogas anti-diabéticas orais,
mas em condições de estresse, e, com o decorrer dos anos, a administração de insulina tende a
ser necessária. São considerados indivíduos de alto risco para desenvolvimento de DM2
9
aqueles com idade superior a 45 anos, obesos, sedentários, com histórico obstétrico de
perimortalidade ou abortamentos de repetição, presença de doença vascular aterosclerótica
anterior aos 50 anos ou doença vascular ou doença coronariana, dislipêmicos, usuários de
medicações hiperglicemiantes (corticosteróides, betabloqueadores, tiazídicos) e portadores de
hipertensão arterial sistêmica (HAS) (GROSS et al., 2002).
O DM está sendo considerado uma pandemia, e constitui grave problema de
saúde pública em todo o mundo, pelo número de pessoas afetadas e pelas implicações
econômicas envolvidas no controle e tratamento desta enfermidade e suas complicações
(SELLI et al., 2005). DM é uma situação clínica freqüente, acometendo cerca de 7,6% da
população adulta entre 30 e 69 anos (MALERBI; FRANCO, 1992). Este dado pode estar
sendo subestimado, pois 50% dos casos não são diagnosticados e, portanto, o recebem
tratamento (GONZALEZ-CLEMENTE et al., 2003).
Além de representar um fator de elevada morbidade e de piora na qualidade de
vida, as complicações do diabetes representam importante fator de mortalidade, cuja causa
principal corresponde aos episódios circulatórios agudos. De acordo com dados da OMS, as
doenças cardiovasculares aparecem como a segunda causa de morte no mundo. O diabetes
mellitus tipo 2 (DM2), juntamente com a hipertensão arterial, a dislipidemia e a obesidade
(central), caracterizam a chamada síndrome metabólica, condição fortemente associada à
doença aterosclerótica (MARCHESINI et al., 2004). O aparecimento destas complicações
está diretamente relacionado ao grau de controle metabólico, ou seja, pacientes bem
controlados apresentam risco menor de complicações em relação àqueles pacientes mal
controlados (TURNER; HOLMAN, 1996).
Medidas de prevenção, detecção e tratamento adequado nos vários níveis de
atenção à saúde são extremamente importantes, uma vez que podem contribuir para a redução
da mortalidade, das diversas complicações observadas no DM e das morbidades associadas à
10
condição (MONTENEGRO JR., 2003). Uma destas medidas é certamente, a avaliação dos
aspectos emocionais, como a depressão, por exemplo.
1.2 Depressão
A depressão é uma condição médica muito comum, crônica e recorrente. Está
freqüentemente associada à incapacidade funcional e comprometimento da saúde física. A
prevalência anual na população em geral varia entre 3% e 11% (FLECK et al., 2003). Em
populações com doenças clínicas, a incidência varia entre 5% e 10% nos pacientes
ambulatoriais e entre 9% e 16% nos internados (KATON, 2003). Em estudo de metanálise, a
prevalência de depressão em pacientes diabéticos variou entre 11% a 31% (ANDERSON et
al., 2001). Apesar da alta prevalência, a depressão ainda é subdiagnosticada e, quando
corretamente diagnosticada, é muitas vezes tratada de forma inadequada, com subdoses de
medicamentos e manutenção de sintomas residuais, comprometendo a evolução clínica dos
pacientes. Apenas 35% dos doentes são diagnosticados e tratados adequadamente
(HIRSCHFELD et al., 1997).
Como síndrome, a depressão inclui não apenas alterações do humor (tristeza,
irritabilidade, incapacidade de sentir prazer, apatia), mas também vários outros aspectos,
incluindo alterações cognitivas, psicomotoras e vegetativas (sono, apetite etc). Como doença,
é classificada de várias formas. Entre os quadros mencionados na literatura atual, encontram-
se os episódios depressivo maior, a melancolia, a distimia, a depressão integrante do
transtorno bipolar etc (MOREIRA et al., 2003).
11
1.2.1 Depressão na população idosa
A população idosa está aumentando no mundo todo, inclusive nos países em
desenvolvimento. Isso faz com que o estudo do envelhecimento e da velhice, como processos
do ciclo vital, seja atualmente um dos principais pontos de atenção dos agentes sociais e
governamentais, bem como da Medicina em geral (LAKS, 1995). Dentre os diversos
transtornos que afetam idosos, a depressão merece especial atenção, uma vez que apresenta
freqüência elevada e conseqüências negativas para a qualidade de vida dos indivíduos
acometidos (GAZALLE et al., 2004). Apesar de existir controvérsia sobre qual é a
prevalência de episódio depressivo maior (EDM), um dos principais tipos de depressão, entre
pessoas de mais de 65 anos residentes na comunidade, existem suficientes evidências
epidemiológicas para estimar uma taxa entre 2% e 5% para os idosos (XAVIER et al., 2001).
Outro estudo, pesquisando três faixas etárias de idosos, observou que de fato a prevalência da
depressão aumenta com a idade. Enquanto a prevalência em pacientes com 75 e 80 anos de
idade era, respectivamente, de 1% e de 4%, na coorte de 85 anos saltava para 13%
(VALVANNE et al., 1996).
A presença de depressão piora diversos fatores relacionados à saúde em pacientes
clínicos, provocando incremento nos sintomas somáticos. Estudo descreveu maior morbi-
mortalidade associada a sintomas depressivos em pacientes idosos com doenças crônicas
(COOPER; HARRIS; MCGREADY, 2002). Pacientes com doenças clínicas e depressão têm
maior risco de não aderirem às recomendações médicas, apresentando maior prejuízo
funcional e pior qualidade de vida se comparado a pacientes com outras doenças crônicas
(DIMATTEO; HARRIS; MCGREADY, 2000).
12
1.3 Saúde oral e diabetes mellitus
A saúde oral, componente essencial para a higidez do indivíduo, tem sido relegada ao
esquecimento. No caso brasileiro, quando se discutem as condições de saúde da população
idosa (ROSA et al., 1992), as doenças periodontais se destacam entre as principais patologias
na região oral. Estas podem se manifestar desde a forma de uma gengivite até a modalidade
de periodontites severas com conseqüente mobilidade e a perda do elemento dentário podendo
levar ao uso e necessidade de próteses e depreciação da qualidade de vida do idoso.
A associação da DM com distúrbios bucais tem sido demonstrada (EMRICH;
SHLOSSMAN; GENCO, 1991; GHEZZI; SHIP 2000). Existe relação bidirecional entre a
periodontite e a DM, uma influenciando a outra. Ambas podem estimular cronicamente
processos inflamatórios que causam efeitos deletérios no tecido periodontal (MEALEY;
RETHMAN, 2003). A importância que deve receber a condição periodontal do individuo com
DM é clara quando foi comprovado que a doença periodontal é forte fator de predição de
mortalidade (cardio-renal combinada) e nefropatia diabética em indivíduos com DM2
(SAREMI et al., 2005). O individuo que têm bons hábitos de saúde oral apresentam
correlação positiva com aderência ao tratamento da DM (SYRJALA et al., 2004). A doença
periodontal crônica é negligenciada na saúde pública, tendendo a receber a devida atenção
apenas em clínica privadas, principalmente quando a doença periodontal é um fator
importante na perda de dentes (DENTAL, 2005).
A cárie dentária é uma doença infecciosa e transmissível associada, com dor,
desconforto e perda dentária. A carie dentária é muito estudada em todo o mundo, mas a
maioria dos estudos foi realizada em crianças, com escassos estudos de cárie em adultos. E,
nas poucas pesquisas, a população era composta de adultos jovens e foram desenvolvidas em
países desenvolvidos (GONÇALVES; PERES; MARCENES, 2002). O edentulismo é
13
associado a problemas na mastigação, sendo resultante de extrações em série, a cárie dentária
e doença periodontal, ensejando um grande número de indivíduos que usam ou necessitam de
próteses totais (SILVA; SOUSA; WADA, 2004). No Nordeste brasileiro, a prevalência de
edentulismo na população idosa em geral é elevada (CALDAS JR. et al., 2002).
Apesar destes dados, em recente publicação do Projeto Saúde Bucal 2003 – Condições
de Saúde Bucal da População Brasileira 2002-2003, a autopercepção do idoso sobre sua saúde
bucal revelou que 80,05% consideram como regular, boa ou ótima, contudo que somente
7,89% eram considerados sadios em relação à condição periodontal (BRASIL, 2004). No
Nordeste do Brasil poucos estudos são direcionados para as condições da saúde oral de idosos
diabéticos.
1.4 Qualidade de vida
Apesar de a Organização Mundial da Saúde definir saúde como um estado de
bem-estar físico, mental e social e não meramente a ausência de doença (WHO, 1946), as
diferentes áreas da Medicina sempre priorizaram o estudo da doença e das formas de avaliar
sua freqüência e intensidade. Foi consenso por um longo período a noção de que o impacto
das doenças em termos de saúde pública fosse medido pelos índices de mortalidade. Nas
patologias crônicas, entretanto, outras perspectivas de avaliação dos resultados estão sendo
pesquisadas, levando em conta não somente a dimensão médica de redução da morbi-
mortalidade. Assim recentemente busca-se desenvolver instrumentos que avaliem bem-estar e
qualidade de vida, foi definida pela Organização Mundial de Saúde como "a percepção do
indivíduo de sua posição na vida no contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele
vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações" (THE WHOQOL
14
GROUP, 1995). Nesta definição, fica implícita a idéia de que o conceito de qualidade de vida
é subjetivo, multidimensional e inclui elementos de avaliação tanto positivos como negativos.
O número de pesquisas sobre o tema cresce desde década de 1970 (EFFICACE et
al., 2003) pela utilização dos resultados obtidos na Qualidade de Vida Relacionada à Saúde
(QVRS), não só para descrever o fenômeno saúde/doença, mas também para ajudar os
clínicos e gestores em saúde a melhor avaliarem o impacto das terapêuticas e políticas de
saúde (MAIA FILHO; GOMES, 2004).
O número de instrumentos é enorme, porém poucos especificamente elaborados
para idosos (PASCHOAL, 2000). No Brasil, os estudos expandiram-se desde 1992 e,
ultimamente, observaram-se trabalhos mais consistentes, como tradução, adaptação
transcultural e validação de questionários estrangeiros. Como exemplo de um instrumento
validado para o Brasil (CICONELLI, 1997), pode-se mencionar o instrumento genérico SF-36
(The Medical Outcomes Study 36-item Short-Form Health Survey) (WARE JR.;
SHERBOURNE, 1992). O SF-36 é um questionário multidimensional de fácil aplicação e
compreensão, composto por 11 questões e 36 itens, em 08 domínios: capacidade funcional
(10 itens), aspectos físicos (4 itens), dor (2 itens), estado geral de saúde (5 itens), vitalidade (4
itens), aspectos sociais (2 itens), aspectos emocionais (3 itens), saúde mental (5 itens). Para
cada domínio o valor varia de zero a 100, onde zero corresponde ao pior e 100 ao melhor
estado de saúde.
15
2 OBJETIVOS
2.1 Objetivo geral
Analisar qualidade de vida, depressão e saúde oral em idosos diabéticos do tipo 2,
e a relação entre estas variáveis.
2.2 Objetivos específicos
Descrever as definições de qualidade de vida relacionada à saúde.
Revisar instrumentos para avaliação da qualidade de vida na população diabética.
Analisar a prevalência de depressão em pacientes idosos diabéticos do tipo 2.
Pesquisar a condição de saúde oral em pacientes idosos diabéticos do tipo 2.
Examinar a qualidade de vida em pacientes idosos diabéticos do tipo 2.
Estudar a relação da condição de saúde oral na qualidade de vida de pacientes idosos
diabéticos do tipo 2.
Pesquisar a relação da depressão na qualidade de vida de pacientes idosos diabéticos
do tipo 2.
Investigar a relação da depressão e da saúde oral na qualidade de vida de pacientes
idosos diabéticos do tipo 2.
16
3 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO
Para cumprir os objetivos desta pesquisa, vários instrumentos foram utilizados,
enquanto os detalhes de cada um destes instrumentos serão discutidos nos artigos produzidos.
Uma descrição geral sobre os materiais e métodos como também o objetivo de cada um dos
artigos serão apresentados neste capítulo.
3.1 Descrição sobre material e métodos
Trata-se de um estudo de abordagem quantitativa, descritivo e transversal. Foi
realizado no Ambulatório de Diabetes do Adulto do Serviço de Endocrinologia e Diabetes, do
Hospital Universitário Walter Cantídio, da Faculdade de Medicina, da Universidade Federal
do Ceará-Brasil, Fortaleza-Ceará. Esse ambulatório é uma unidade de referência terciária para
atendimento de diabetes mellitus de todo Estado do Ceará, região Nordeste do Brasil.
Os aspectos legais desta pesquisa obedecem a Resolução 196/96 da CONEP
(Comissão Nacional de Ética em Pesquisas de 1996), de acordo com parecer nº. 110/06, e
obteve o consentimento dos participantes por meio de assinatura do Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido.
3.1.1 Casuística
Pacientes (n=127) portadores de diabetes mellitus do tipo 2, entre 60 e 80 anos de
idade (com o objetivo de ter uma população homogênea em relação a faixa etária), de ambos
os sexos. O diagnóstico do diabetes mellitus foi estabelecido por critérios clínico-
17
laboratoriais, de acordo com os recomendados pela Sociedade Brasileira de Diabetes (GROSS
et al., 2002).
3.1.2 Coleta de dados
A equipe de pesquisa foi composta por um médico psiquiatra, um dentista e
quatro bolsistas do último semestre do Curso de Enfermagem. Toda a equipe participou de
processo prévio de capacitação e calibração para os instrumentos utilizados. Cada um dos
indivíduos foi convidado a fazer parte do estudo durante a pré-consulta de enfermagem. Nesta
ocasião foi esclarecido como a pesquisa seria conduzida. As avaliações foram realizadas de
forma sistematizada e padronizadas (por capacitação prévia dos avaliadores).
Inicialmente dados clínicos e laboratoriais foram coletados para determinação da
elegibilidade dos participantes. Em seguida, recolheram-se dados referentes à idade, condição
social, escolaridade, tempo de doença, controle metabólico, presença de complicações e co-
morbidades, orientações prévias (aspectos educativos), adesão e tipo de tratamento, estes
complementados com a análise dos seus prontuários e registrados em uma ficha pré-
estruturada. A avaliação foi complementada com os parâmetros antropométricos: peso,
estatura e Índice de Massa Corporal (IMC); e medidas da circunferência abdominal e de
quadril e de pressão arterial (PA). Os resultados dos exames laboratoriais foram coletados no
prontuário do paciente. Por fim foi feita a avaliação da qualidade de vida, da saúde oral e da
presença de depressão utilizando instrumentos e avaliações específicas.
18
3.1.3 Instrumentos e avaliações específicos
Para a avaliação da qualidade de vida, foi utilizado o Medical Outcomes Study 36
- Item Short-Form Health Survey (SF-36) (WARE JR.; SHERBOURNE, 1992), e a Escala
Analógica Visual (EAV). O SF-36 foi traduzido para a língua portuguesa e validado para uso
no Brasil (CICONELLI, 1997). A Escala Analógica Visual (EAV) é um instrumento de auto-
avaliação, no qual a pessoa deve assinalar seu estado subjetivo em uma linha reta contínua
que supostamente representa toda a gama daquela situação. A auto-avaliação da qualidade de
vida utilizou uma escala analógica visual de 100mm, ancorada em dois pontos, “a pior que eu
possa imaginar” e “a melhor que eu possa imaginar”.
Um exame completo das condições de saúde oral dos idosos foi realizado por um
único examinador (dentista), selecionado em razão da sua significante experiência prévia. Os
indivíduos foram sentados em cadeiras comuns sob luz artificial e utilizando material
odontológico necessário para a realização do exame, o mesmo foi realizado. A condição de
saúde oral foi avaliada de três formas: critérios da Organização Mundial de Saúde para Dentes
Cariados, Perdidos e Obturados (CPO-D) (WHO, 1997), necessidade e adaptação da prótese
superior e/ou inferior e uma auto-avaliação do idoso sobre seu estado de saúde oral, que era
graduada em cinco níveis, de precária até excelente.
Os participantes foram submetidos à aplicação dos instrumentos para o
rastreamento e diagnóstico de depressão. Para o rastreamento de depressão foi utilizada a
Escala Geriátrica de Depressão com 15 itens (YESAVAGE et al., 1982), traduzida para a
língua portuguesa e validada para utilização no Brasil (CASTELO, 2004). Para confirmação
do diagnóstico, foi utilizada a Entrevista Clínica Estruturada para Transtornos do Eixo I do
DSM-II-R (SCID-I) (WILLIAMS et al., 1992). Todas as avaliações foram realizadas no
mesmo dia, com duração média de duas horas.
19
3.2 Explicação sobre os artigos
Esta dissertação está sendo apresentada no formato de artigos. Cada artigo busca
responder determinados objetivos da pesquisa. A seguir, uma descrição sumária de cada
manuscrito com os seus respectivos objetivos.
Artigo nº1
Este artigo buscou descrever as definições de qualidade de vida relacionada à
saúde e revisar instrumentos para avaliação da qualidade de vida na população diabética, no
intuito de identificar qual o instrumento mais apropriado para ser utilizado na população
diabética brasileira.
Artigo nº2
Este texto analisou a Qualidade de Vida Relacionada à Saúde (QVRS) e as
condições de saúde oral em pacientes idosos diabéticos do tipo 2, investigando também a
existência de associação e/ou correlação entre condição de saúde oral e qualidade de vida
nestes pacientes.
Artigo nº3
O artigo examinou a Qualidade de Vida Relacionada à Saúde (QVRS) e a
prevalência de depressão em pacientes idosos diabéticos do tipo 2, após o que, investigou a
influência da depressão na qualidade de vida de pacientes idosos diabéticos do tipo 2.
20
Artigo nº4
O experimento fez uma análise multivariada das condições que podem influenciar
a QVRS da população estudada, analisando a influência da depressão, da condição de saúde
oral e do controle da diabetes na qualidade de vida de pacientes idosos diabéticos do tipo 2.
21
4 ARTIGOS
4.1 ARTIGO 1: Instrumentos de avaliação de qualidade de vida relacionada à saúde no
Diabetes Mellitus
Este artigo será submetido à Revista da Associação Médica Brasileira para publicação. ISSN 1806-9282
versão on-line.
22
INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO DE QUALIDADE DE VIDA RELACIONADA À
SAÚDE NO DIABETES MELLITUS
Instruments for Assessment of Health-Related Quality of Life in Diabetes Mellitus
Seção: Artigo de Revisão
23
INTRODUÇÃO
O avanço tecnológico desde o início século XX criou a expectativa de que a cura
das doenças ou tratamentos eficientes e definitivos seria uma realidade, porém, apesar dos
progressos da Medicina, torna-se claro que algumas doenças não são passíveis de cura
1
. Entre
estas, pode-se mencionar Diabetes Mellitus (DM), uma patologia com evolução crônica,
causando efeitos danosos a longo prazo para o organismo, resultando em complicações e
prejuízos multidimensionais na vida dos pacientes
2
. Pelo número de pessoas afetadas e pelas
implicações econômicas envolvidas no seu controle e tratamento, a DM constitui um grave
problema de saúde pública em todo o mundo
3
. Foi consenso por um longo período a noção de
que o impacto das doenças em termos de saúde pública fosse medido pelos índices de
mortalidade. Nas patologias crônicas, entretanto, outras perspectivas de avaliação dos
resultados estão sendo pesquisadas, levando em conta não somente a dimensão médica de
redução da morbi-mortalidade
4
. A avaliação da qualidade de vida (QV) do paciente é
reconhecida como importante área do conhecimento científico, em razão do conceito de QV
se interpor ao de saúde: satisfação e o bem-estar nos âmbitos físico, psíquico, socioeconômico
e cultural
5
. A utilização de instrumentos de avaliação da qualidade de vida permite uma
avaliação mais objetiva e clara do impacto global das doenças crônicas, como o DM na vida
dos pacientes. Tal avaliação tem a vantagem de incluir aspectos subjetivos, de ordinário o
abordados por outros critérios de avaliação.
O presente ensaio objetiva elaborar breve histórico das definições de QV e revisar
instrumentos para avaliação da QV na população diabética.
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA QUALIDADE DE VIDA
A Organização Mundial da Saúde (OMS), em 1948, definiu saúde como um
completo estado de bem-estar físico, mental e social e não meramente a ausência de doença
6
.
A expressão QV, antes tradicionalmente utilizada por filósofos e poetas, passou a ser
aplicada por médicos e pesquisadores interessados em avaliar a percepção dos pacientes sobre
a doença e o seu respectivo tratamento
7
. O número de pesquisas sobre o tema vem em
crescimento desde década de 1970
8
pela utilização dos resultados obtidos na Qualidade de
Vida Relacionada à Saúde (QVRS), o para descrever o fenômeno saúde/doença, mas
também para ajudar os clínicos e gestores em saúde a melhor avaliarem o impacto das
terapêuticas e políticas de saúde
9
.
24
O crescimento do número de pesquisas e artigos na área fez com que, em 1977, a
dicção ”qualidade de vida” fosse criada como expressão-chave no Medical Subject Heading
(MeSH) da US National Libray of Medicine (MEDLINE). O interesse pela QV nos últimos
tempos pode ser demonstrado pelo número crescente de artigos. Em pesquisa realizada no
MEDLINE para o período entre os anos de 1966 e 1974, foram encontradas 140 referências, e
cerca de 4.605 referências entre 1966 e 1986. Nos últimos dez anos, mais de 62 mil
referências sobre QV.
Inicialmente na década de 1970, os pesquisadores se concentraram na construção
e desenvolvimento de instrumentos que buscavam quantificar a QV
10
. Em 1973, todavia, o
Quality of Well Being Scale (QWBS) ampliou as funções dos instrumentos de avaliação,
incorporando julgamentos de valor na avaliação do status de saúde ou resultados do
tratamento
11,12
, e o Sickness Impact Profile (SIP)
13
foi elaborado para ser utilizado na
avaliação dos cuidados de saúde (Health care). Com o continuo e crescente interesse na área,
inúmeros instrumentos foram instituídos na década seguinte.
É interessante saber que os instrumentos de avaliação de QV geralmente são
construídos em países de língua inglesa, para posteriormente serem traduzidos e aplicados em
diferentes culturas. A utilização desses questionários em culturas diversas recebe muitas
críticas em decorrência das peculiaridades de determinadas populações
14
. Outra crítica, por
exemplo, é que muitos desses questionários não foram submetidos a estudos de validação
adequados antes de serem utilizados em pesquisas epidemiológicas. A carência de uma
ferramenta que avaliasse qualidade de vida dentro de uma perspectiva transcultural motivou a
Organização Mundial da Saúde a elaborar o WHOQOL-100 no inicio da cada de 1990
15
.
Esse processo iniciou-se com a criação de um grupo multicêntrico de estudo sobre qualidade
de vida, que definiu QV como: “a percepção do indivíduo de sua posição na vida, no contexto
da cultura e sistemas de valores nos quais vive e em relação aos seus objetivos, expectativas,
padrões e preocupações”
16
, entendimento que continua hoje sendo utilizado por alguns
pesquisadores da área.
DIABETES MELLITUS E QUALIDADE DE VIDA
Sabe-se, contudo que um número enorme de variáveis (tipo de DM, uso de
insulina, idade, co-morbidades, complicações, vel social, fatores psicológicos, etnias,
educação, conhecimento sobre a doença, tipo de assistência etc.) podem influenciar a QV em
pacientes diabéticos. A correlação da DM com a QV até o momento continua indefinida.
25
Apesar disso, existe um consenso: o Diabetes mellitus (DM) impacta na QV
17
. Estudos
demonstram que pacientes com DM tem um nível de QV menor do que os pacientes sem esta
patologia
18
. Apesar do possível impacto negativo da DM sobre a QV, os aspectos que
normalmente estão envolvidos ainda não são claramente conhecidos
19
.
Existem vários estudos com dados conflitantes em relação à influência da insulina
na QV. O uso da insulinoterapia em algumas pesquisas está associado a valores baixos de
QV
20, 21
; em outras pesquisas, o uso da insulina pode melhorar a QV
22-24
, ou até mesmo não
influencia-lá
25
. A avaliação de QV em pacientes diabéticos é bem mais complexa e inter-
relacionada e a insulinoterapia pode levar a um melhor controle glicêmico, mas também pode
aumentar o risco de hipoglicemia em pacientes com DM.
A presença de complicações clínicas decorrentes da DM tem um impacto
potencialmente significante na QV, sendo que, quanto maior o numero de complicações, pior
é a QV do paciente
26
. O aumento da prevalência da obesidade e sua associação com a DM
do tipo 2 é cada vez mais pesquisada, incluindo a elaboração de instrumento específico de
avaliação de QV
27
. Pacientes obesos com DM do tipo II apresentam melhora na QV após
perda peso
28
.
Dessa forma, a avaliação da QV é constantemente incorporada a estudos clínico-
epidemiológicos envolvendo pacientes com DM. Tal desfecho tem o potencial de refletir de
maneira mais global o estado de saúde e o bem-estar desse grupo heterogêneo de pacientes.
Um fator importante nesta é a escolha do instrumento que deve ser utilizado.
INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO DE QUALIDADE DE VIDA
As escalas de avaliação de QV podem ser divididas em genéricas e específicas.
As escalas genéricas de avaliação de QV são multidimensionais e foram
desenvolvidas com o objetivo de avaliar o impacto causado por uma doença, avaliando vários
aspectos (capacidade funcional; aspectos físicos; dor; estado geral de saúde; vitalidade;
aspectos sociais; aspectos emocionais e saúde mental). Estas escalas também podem ser
utilizadas para avaliar a eficácia de políticas e programas de saúde, como a alocação de
recursos a serem utilizados, ou para comparar duas patologias distintas (paciente com DM
comparado com pacientes com artrite reumatóide). O QWBS e o SIP são exemplos destas
escalas.
As escalas específicas, geralmente, também são multidimensionais e avaliam
ainda a percepção geral da QV, embora a ênfase habitualmente seja sobre sintomas,
26
incapacidades ou limitações relacionados a uma determinada enfermidade. Elas m a
vantagem de analisar mais detalhadamente alterações na QV em determinadas situações
(patologias). Avaliam de maneira específica e profunda aspectos de QV, como dor,
capacidade funcional e status emocional. Alguns exemplos de questionários específicos,
validados para uso no Brasil, e utilizados são: Kidney Disease and Quality-of-Life Short-Form
(KDQOL-SFTM), específico para doença renal crônica terminal, auto-aplicável, com 80 itens
29-31
, e o Acromegaly Quality of Life questionnaire (ACROQOL), questionário unidimensional
e contendo 22 itens divididos em 02 domínios: um que avalia aspectos físicos (oito itens) e
outro que afere aspectos psicológicos de pacientes com acromegalia (14 itens). Este último
também é dividido em duas subdivisões: uma delas avalia aparência física e a outra mede o
impacto da doença nas relações pessoais do paciente (07 itens cada)
32, 33
.
QUAL ESCALA ESCOLHER: GENÉRICA OU ESPECÍFICA ?
O uso de um instrumento genérico de avaliar QV em pacientes diabéticos tem a
capacidade de diferenciar o controle metabólico entre ruim e satisfatório
34
, no entanto recebe
críticas, pois não avaliam com profundidade as alterações na QV de determinada patologia. A
utilização de instrumentos mais específicos é defendida como forma de melhor identificar as
características relacionadas a um determinado distúrbio
35
. É questionada, no entanto, por ser
uma abordagem restrita aos sintomas e às disfunções especificas, contribuindo pouco para
uma visão mais ampla da QV
36
. Outra limitação do uso de instrumentos específicos é a
impossibilidade de comparação entre duas patologias distintas, por exemplo, artrite com
enfisema. Não existe consenso sobre qual tipo de instrumento é melhor. As revisões
37
demonstraram vantagens e desvantagens da utilização de instrumentos genéricos e/ou
específicos.
INSTRUMENTOS GENÉRICOS UTILIZADOS EM DM
O EuroQol (EQ-5D)
38
é um instrumento genérico, multidimensional, que avalia o
estado de saúde. O EQ-5D enseja cinco domínios: mobilidade, cuidados próprios, atividade
habitual, dor/desconforto e ansiedade/depressão. Para cada item, existe uma gradação de 1 até
3 (sem problemas, algum problema e problema grave)
39
. Ele também inclui uma Escala
Analógica Visual (EAV) em que o paciente gradua seu estado geral de saúde de 0 (pior
imaginável) a 100 (melhor imaginável).
27
O Quality of Well-Being Scale (QWB)
40
é um instrumento que afere o bem-estar
em indivíduos baseado em três domínios: mobilidade, atividade física e atividade social.
Além disso, inclui uma lista de sintomas e problemas que podem interferir na QV. Sua
pontuação varia de 0 a 1. Faz uma avaliação referente aos seis últimos dias. O QWB é
relativamente longo e complexo e requer um entrevistador treinado. Em 1996 foi lançada a
versão auto-respondida (Quality of Well-Being scale Self-Administered)
41
.
Em 1992, o SF-36 (The Medical Outcomes Study 36-item Short-Form Health
Survey) foi elaborado como instrumento genérico
42
. O SF-36 é um questionário
multidimensional de fácil aplicação e entendimento. É composto por 11 questões e 36 itens,
em 08 domínios: capacidade funcional (10 itens), aspectos físicos (4 itens), dor (2 itens),
estado geral de saúde (5 itens), vitalidade (4 itens), aspectos sociais (2 itens), aspectos
emocionais (3 itens), saúde mental (5 itens). Para cada domínio o valor varia de zero a 100,
onde zero corresponde ao pior e 100 ao melhor estado de saúde. O questionário já foi
traduzido para o português e validado no Brasil
7
. Em estudo sobre a produção científica
acerca da temática qualidade de vida, produzida pelas universidades públicas do Estado de
São Paulo, o SF-36 foi o instrumento mais utilizado, estando presente em 18 estudos,
representando 33.9% do total estudado. Em 08 estudos, foi o único instrumento a ser
utilizado; nos outros 10 experimentos esteve associado a um instrumento do tipo
específico
43
.
INSTRUMENTOS ESPECÍFICOS PARA DIABETES MELLITUS
A confiabilidade de um instrumento é um termo genérico que se refere ao quanto
uma medida pode ser reaplicada repetidamente nos mesmos indivíduos, obtendo resultados
semelhantes (em diferentes intervalos de tempo e por variados entrevistadores). Desta forma,
avalia-se a quantidade de erros randomizados, como também os sistemáticos próprios do
instrumento. Para se comprovar isto, avalia-se um mesmo individuo que não foi alvo de
alteração clínica em 02 ocasiões (momentos) diferentes e espera-se que o resultado não seja
alterado, isto é, que o resultado permaneça o mesmo, portanto, a confiabilidade é medida por
sua reprodutibilidade teste/reteste, além da reprodutibilidade inter-observador.
Estatisticamente, uma das formas de se avaliar é o coeficiente alfa de Cronbach
44
, que deve
apresentar índice de confiabilidade (consistência interna) de no mínimo 0.7, quando o
instrumento é pretendido para uso em grupos, e de 0.9 quando se pretende utilizar em
indivíduos.
28
Diabetes Care Profile (DCP)
45
avalia fatores psicológicos e sociais associados à
doença e ao tratamento, mediante 234 questões auto-administradas. O DCP pode ser aplicado
em qualquer raça ou faixa etária. Possui uma consistência interna (alfa de Cronbach) variando
entre 0,60 até 0,95
46
.
Diabetes Quality of Life Measure (DQOL)
47
, com 46 perguntas, foi criado para
ser aplicado em um estudo clínico, multicêntrico, randomizado, com o objetivo de avaliar os
efeitos de um tratamento intensivo em pacientes com DM do tipo 1. Deve ser utilizado para
pacientes com DM em uso de insulina
48
. Seu emprego foi aprovado para adultos e
adolescentes, mas não foi adequado para pacientes com DM do tipo 2, nem para idosos
49
.
Sua confiabilidade obteve uma consistência interna (alfa de Cronbach) variando entre 0,67 até
0,92
46
.
Diabetes-Specific Quality-of-life Scale (DSQOLS)
50
são 64 questões em 03
domínios (objetivos individuais do tratamento, satisfação com o sucesso do tratamento e
sofrimento relacionado ao DM). A idade do paciente e a duração da doença estiveram
significantemente associadas a queixas físicas e flexibilidade de tempo para o lazer. Foi
desenvolvido para ser utilizado em pacientes com DM do tipo 1, e tem consistência interna
(alfa de Cronbach) variando entre 0,70 até 0,88
46
.
Diabetes Health Profile (DHP-1 and DHP-18) o DHP-1
51
foi desenvolvido
especificamente para DM do tipo 1, com 32 questões em três domínios (barreiras para
atividade, alimentação desinibida e perturbação psicológica). O DHP-18
52
é uma adaptação
do DHP-1 para ser utilizado em pacientes com DM do tipo 2, com 18 itens, em razão da
retirada de alguns itens que não se aplicavam na DM do tipo 2. A organização dos domínios
permaneceu a mesma. A consistência interna (alfa de Cronbach) variou entre 0,77 até 0,88
para o DHP-1 e 0,71 até 0,88 para DHP-18
46
.
Diabetes Impact Measurement Scales (DIMS)
53
foi desenvolvido na Universidade
da Califórnia, com 44 questões, e abrange 4 domínios: sintomas específicos da DM, sintomas
não específicos, bem-estar, moral relacionada ao DM e desempenho do papel social. Pode ser
utilizado em pacientes com DM do tipo 1 ou 2. Possui consistência interna (alfa de Cronbach)
variando entre 0,60 até 0,85
46
.
Appraisal of Diabetes Scale (ADS)
54
, questionário auto-administrado com 07
itens (controle de medidas, superação pessoal, influência do diabetes nos objetivos de vida,
incerteza, grau de sofrimento causado pelo diabetes e visão profética do diabetes), pode ser
utilizado tanto para o DM tipo 1 quanto tipo 2. Não até o momento estudos sobre a
29
adequação deste instrumento para pacientes idosos ou crianças
55
. Detém uma consistência
interna (alfa de Cronbach) de 0,73
46
.
Audit of Diabetes-Dependent Quality of Life (ADDQoL)
36
é um questionário de
13 itens, avaliando a percepção do individuo sobre: funcionalidade física, bem-estar
psicológico, bem-estar social, atividades funcionais e crescimento pessoal. Em cada questão é
feito um questionamento sobre como seria a vida do pesquisado (em cada domínio), se este
não tivesse DM. Cada item utiliza uma escala que varia de -3 a +3 e o paciente deve indicar
qual o peso que ele atribui à questão (de 0 a 3). Sua consistência interna (alfa de Cronbach)
foi de 0,84
46
.
Questionnaire on Stress in Patients with Diabetes-Revised (QSD-R)
56
é uma
revisão do Questionnaire on Stress in Patients with Diabetes (QSD)
57
. Esta versão revisada é
mais curta e contém 45 questões (a versão original foi desenvolvida na Alemanha com 90
itens e possui uma consistência interna que oscila entre 0,63 até 0,88
58
) sobre estresse
psicológico associado com problemas da vida diária em pacientes com DM. Com 8 domínios
(tempo de lazer, depressão ou medo do futuro, hipoglicemia, regime alimentar, reclamações
físicas, trabalho, companheiro e relacionamento médico-paciente), cada item recebe uma
pontuação que reflete a intensidade do problema (01 indica um pequeno problema e 05 aponta
um problema muito grande). Observou-se uma consistência interna (alfa de Cronbach)
variando entre 0,69 até 0,81
46
.
Well-Being Enquiry for Diabetics (WED)
49
são 50 questões, utilizando uma
escala de 5 pontos, em 04 domínios (sintomas, desconforto, serenidade e impacto). O WED
pode ser aplicado tanto para pacientes com DM do tipo 1 quanto do tipo 2. Possui
consistência interna (alfa de Cronbach) variando entre 0,81 até 0,84
46
.
Diabetes 39 (D-39)
58
são 39 questões, abrangendo 05 dimensões (energia e
mobilidade, controle do diabetes, ansiedade e preocupação, impacto social e funcionamento
sexual). Pode ser utilizado em toda a população de pacientes com DM, independentemente
das variáveis demográficas sexo, idade, nível de educação, nível de saúde ou raça. A validade
do instrumento foi avaliada para a população idosa. Foi relatada uma consistência interna
(alfa de Cronbach) variando entre 0,81 até 0,93
46
.
Problems Areas in Diabetes (PAID)
59
é um questionário de 20 itens, focado nos
aspectos emocionais negativos do paciente viver com DM. Cada item pode ser pontuado de
01 (que significa “nenhum problema”) até 06 (correspondendo a um “problema serio”). O
escore é transformado em uma escala que varia de 00 até 100; pontuação elevada indica maior
prejuizo. existe versão traduzida para o português e validada para uso no Brasil
60
.
30
Demonstrou uma associação positiva com os níveis de hemoglobina glicada e como um
preditor de baixa aderência ao tratamento
61
. Sua consistência interna (alfa de Cronbach)
estudada foi de 0,95
62
.
também outras escalas mais específicas, como a escala para o uso de insulina
(Diabetes Fear of Injecting and Self-testing Questionnaire, Insulin Treatment Satisfaction
Questionnaire, e a Patient Satisfaction with Insulin Therapy questionnaire), para crianças e
jovens (Impact of Child Illness scale, e a Diabetes Quality of Life for Youth scale), questões
psicossociais (Diabetes Attitude Scale, Diabetes Knowledge Test, Diabetes Empowerment
Scale, e a Diabetes Family Behavior Scale), e complicações da DM (Diabetic Foot Ulcer
Scale, Hypoglycemia Fear Survey, Michigan Neuropathy Screening Instrument, e a Norfolk
Quality of Life Questionnaire - Diabetic Neuropathy)
63
.
O quadro apresenta um resumo dos instrumentos específicos mais utilizados para
Diabetes mellitus.
Quadro -Descrição dos instrumentos específicos para Diabetes mellitus
Instrumento DM tipo I DM tipo II Alfa de Cronbach
Número
de itens
Auto-
administrado
WED X X 0.81-0.84 50 X
D-39 X X 0.81-0.93 39 X
PAID** X X 0.95 20 X
DCP X 0.60-0.95 234 X
DQOL X 0.67-0.92 46 X
DSQOLS X 0.70-0.88 64 X
DHP-1 X 0.77-0.88 32 X
DHP-18 X 0.71-0.88 18 X
QSD-R X X 0.69-0.81 45 X
ADDQoL* X X 0.84 13 X
DIMS X X 0.60-0.85 44 X
ADS X X 0.73 7 X
*instrumentos com versão traduzida para língua portuguesa.
**instrumentos com versão traduzida e validada para nosso meio.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A utilização de instrumentos de avaliação de QVRS em pacientes com DM
continua crescendo. Em decorrência do elevado número de escalas específicas e genéricas
utilizadas, há grande dificuldade em comparar a QV em pacientes diabéticos de grupos
31
diferentes, principalmente quando considerados seus fatores determinantes. Os domínios
utilizados e parâmetros diferentes prejudicam a comparação de dois grupos de pacientes com
DM, avaliados com escalas diferentes.
Em artigo de revisão sobre os instrumentos de avaliação de QV em pacientes com
DM, Garrrat et al. fazem uma critica ao DQOL, WED e DIMS, questionando a falta de apoio
empírico para dimensões que eles pretendem medir. O DQOL e o DIMS têm evidência mais
fraca para confiabilidade, enquanto ADDQOL, DHP-1/18, DSQOLS, D-39 e QSD-R
apresentam estimativas de confiabilidade aceitáveis para comparações clínicas de grupo
55
.
Entre os instrumentos genéricos, os mais utilizados na literatura são o NHP, o SIP
e o SF-36. O NHP e o SIP, no entanto, possuem respostas tendenciosas para saúde positiva
em pacientes diabéticos, possivelmente em razão das limitações dos instrumentos, tornando-
os inadequados para uso em DM
64
.
O SF-36 é o instrumento genérico de avaliação de QV mais utilizado na pesquisa
médica em saúde
65
. A validade e a confiabilidade do SF-36 por meio de seus domínios são
demonstradas em indivíduos com várias condições médicas, incluindo o DM
66
. Observou-se
uma consistência interna (alfa de Cronbach) acima 0,80 para todos os 08 domínios
67
. Quando
comparado com instrumentos específicos para DM, o SF-36 foi considerado também
adequado para avaliar pacientes com DM
35
. Outros investigadores, contudo, sugerem o uso
de instrumentos específicos, associados ou isoladamente, para melhor avaliação desta
população, por terem observado que a utilização isolada do SF-36 pode não demonstrar
alteração na QV, a despeito da melhora clínica real
68
.
Considerando as diferenças entre as duas formas mais prevalentes de DM, a o-
especificidade dos instrumentos para avaliar QV no DM é discutida, uma vez que em sua
maioria, os instrumentos foram desenhados para ter aplicação tanto em pacientes com DM do
tipo 1 como do tipo 2, com exceções do DHP-1/18, que tem versões específicas para cada
tipo de DM, e dos DQOL e DSQOLS, específicos para pacientes com DM do tipo 1.
Walkins & Connel
46
sugerem que o D-39, DIMS, QSD-R e o PAID são os
instrumentos mais apropriados para o uso em qualquer população portadora de DM; o DCP e
o DHP são mais relevantes em relação a DM do tipo 2; enquanto isso, DQOL, DSQOLS e
WED são claramente direcionados para DM do tipo 1.
Em estudos longitudinais, o impacto psicossocial do DM es relacionado
fortemente com a predição de mortalidade ou morbidade em pacientes com DM, inclusive
sendo maior do que vários parâmetros clínicos e fisiológicos (impacto social da DM, idade,
32
função renal, complexidade do regime dietético e história de fumo o os cinco maiores
fatores associados com o risco de mortalidade)
69
.
No Brasil, o SF-36 é um dos poucos instrumentos que passou por um processo
formal de validação. Em artigo publicado em 2006, Pagani & Pagani Jr.
70
verificaram por
meio de revisão bibliográfica e pesquisa junto ao Lilacs e Scielo, em busca de publicações nos
últimos seis anos referentes à validação de questionários de QVRS, a existência de dez
publicações descrevendo validações de questionários de QVRS; e nenhum dos referidos
questionários era específico para DM. Existem traduções para o português do PAID e
ADDQoL
63
, mas, em pesquisa realizada em maio de 2007, junto a Lilacs, Scielo e Pubmed,
somente o PAID se encontrava validado para o meio brasileiro, em artigo publicado em
2007
60
. Outros instrumentos que também passaram pelo processo de validação foram o
Diabetes Knowledge Scale (DKN-A) e o Diabetes Attitudes Questionnaires (ATT-19),
específicos para avaliação do conhecimento e atitudes de pacientes com DM e não de QV
71
.
Enquanto o DKN-A é um questionário que mede o conhecimento do paciente sobre DM, o
ATT-19 avalia os aspectos psicológicos e emocionais sobre a DM. Sua principal aplicação foi
associada à avaliação da intervenção educacional
71
.
Existem instrumentos com capacidade de aferir a QV em pacientes com DM, mas
nenhum deles tem a capacidade superior em relação ao outro. Alguns instrumentos são
específicos para determinados tipos de DM. Portanto, uma compreensão melhor do que
determina a QVRS em pacientes com DM é necessária para se ter à noção do grande número
de variáveis que estão envolvidas e que podem influenciar positiva ou negativamente a QV. A
utilização de único instrumento para avaliação não deve ser recomendada. A análise prévia de
qual população será estudada ajuda na escolha destes instrumentos. Outro ponto importante é
a utilização de instrumentos validados para o nosso meio, pois a tradução isolada para o
português não é suficiente para assegurar as propriedades psicométricas de determinado
instrumento.
Assim sendo, o uso combinado do SF-36, instrumento genérico traduzido e
validado para uso no Brasil e amplamente utilizado em nosso meio, juntamente com o
PAID, instrumento específico para DM que possui alto alfa de Cronbach (0.95) e foi
traduzido e validado para uso no Brasil parece ser a forma, neste momento, mais adequada de
avaliar a qualidade de vida em pacientes diabéticos no Brasil.
33
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. Ramos ATC, Crepaldi AL. Qualidade de vida em doenças pulmonares crônicas: aspectos
conceituais e metodológicos. J. Pneumologia 2000; 26:207-13.
2. Alberti KG, Zimmet PZ. Definition, diagnosis and classification of diabetes mellitus and its
complications. Part 1: diagnosis and classification of diabetes mellitus provisional report of a
WHO consultation. Diabet Med 1998; 15(7):539-53.
3. Selli L, Papaleo LK, Meneghel SN, Torneros JZ. Educational techniques in diabetes
treatment. Cad Saude Publica 2005; 21(5):1366-72.
4. Favarato MECDS, Favarato D, Hueb WA, Aldrighi JM. Qualidade de vida em portadores
de doença arterial coronária: comparação entre gêneros. Rev. Ass. Méd. Bras. 2006; 52:236-
41.
5. Santos AMB, Assumpção A, Matsutani LA, Pereira CAB, Lage LV, Marques AP.
Depressão e qualidade de vida em pacientes com fibromialgia. Rev. Bras. Fisioter. 2006;
10:317-24.
6. WHO (World Health Organization). Constitution of the World Health Organization.
Genebra: WHO; 1946.
7. Ciconelli RM. Tradução para o português e validação do questionário genérico de avaliação
de qualidade de vida "Medical Outcomes Study 36-Item Short-Form Health Survey (SF-36)"
[tese de doutorado] São Paulo: Universidade Federal de São Paulo; 1997.
8. Efficace F, Bottomley A, Osoba D, Gotay C, Flechtner H, D'haese S et al. Beyond the
Development of Health-Related Quality-of-Life (HRQOL) Measures: A Checklist for
Evaluating HRQOL Outcomes in Cancer Clinical Trials - Does HRQOL Evaluation in
Prostate Cancer Research Inform Clinical Decision Making? JCO 2003; 21(18):3502-11.
9. Maia Filho HS, Gomes MM. Análise Crítica dos Instrumentos de Avaliação da Qualidade
de Vida na Epilepsia Infantil. J Epilepsy Clin Neurophysiol 2004; 10(3):147-53.
10. Wood-Dauphinee S. Assessing quality of life in clinical research: from where have we
come and where are we going? J Clin Epidemiol 1999; 52(4):355-63.
11. Patrick DL, Bush JW, Chen MM. Toward an operational definition of health. J Health Soc
Behav 1973; 14(1):6-23.
12. Patrick DL, Bush JW, Chen MM. Methods for measuring levels of well-being for a health
status index. Health Serv Res 1973; 8(3):228-45.
13. Bergner M, Bobbitt RA, Pollard WE, Martin DP, Gilson BS. The sickness impact profile:
validation of a health status measure. Med Care 1976; 14(1):57-67.
34
14. Gill TM, Feinstein AR. A critical appraisal of the quality of quality-of-life measurements.
JAMA 1994; 272(8):619-26.
15. Fleck MPA, Lousada S, Xavier M, Chachamovich E, Vieira G, Santos L et al. Aplicação
da versão em português do instrumento de avaliação de qualidade de vida da Organização
Mundial da Saúde (WHOQOL-100). Revista de Saúde Pública 1999; 33:198-205.
16. The WHOQOL Group. The World Health Organization quality of life assessment
(WHOQOL): position paper from the World Health Organization. Social Science and
Medicine 1995; 10:1403-9.
17. Eiser C, Tooke JE. Quality-of-life evaluation in diabetes. Pharmacoeconomics 1993;
4(2):85-91.
18. Edelman D, Olsen MK, Dudley TK, Harris AC, Oddone EZ. Impact of diabetes screening
on quality of life. Diabetes Care 2002; 25(6):1022-6.
19. Talley NJ, Young L, Bytzer P, Hammer J, Leemon M, Jones M et al. Impact of chronic
gastrointestinal symptoms in diabetes mellitus on health-related quality of life. Am J
Gastroenterol 2001; 96(1):71-6.
20. Mata CM, Roset GM, Badia L, X, Antonanzas VF, Ragel AJ. Effect of type-2 diabetes
mellitus on the quality of life of patients treated at primary care consultations in Spain. Aten
Primaria 2003; 31(8):493-9.
21. Hill-Briggs F, Gary TL, Hill MN, Bone LR, Brancati FL. Health-related quality of life in
urban African Americans with type 2 diabetes. J Gen Intern Med 2002; 17(6):412-9.
22. Beck-Nielsen H, Richelsen B, Schwartz SN, Hother NO. Insulin pump treatment: effect
on glucose homeostasis, metabolites, hormones, insulin antibodies and quality of life.
Diabetes Res 1985; 2(1):37-43.
23. Bott U, Ebrahim S, Hirschberger S, Skovlund SE. Effect of the rapid-acting insulin
analogue insulin aspart on quality of life and treatment satisfaction in patients with Type 1
diabetes. Diabet Med 2003; 20(8):626-34.
24. Pibernik-Okanovic M, Szabo S, Metelko Z. Quality of life following a change in therapy
for diabetes mellitus. Pharmacoeconomics 1998; 14(2):201-7.
25. Quality of life in type 2 diabetic patients is affected by complications but not by intensive
policies to improve blood glucose or blood pressure control (UKPDS 37). U.K. Prospective
Diabetes Study Group. Diabetes Care 1999; 22(7):1125-36.
26. Lloyd A, Sawyer W, Hopkinson P. Impact of long-term complications on quality of life in
patients with type 2 diabetes not using insulin. Value Health 2001; 4(5):392-400.
35
27. Kolotkin RL, Crosby RD, Williams GR. Assessing weight-related quality of life in obese
persons with type 2 diabetes. Diabetes Res Clin Pract 2003; 61(2):125-32.
28. Kaukua JK, Pekkarinen TA, Rissanen AM. Health-related quality of life in a randomised
placebo-controlled trial of sibutramine in obese patients with type II diabetes. Int J Obes Relat
Metab Disord 2004; 28(4):600-5.
29. Edgell ET, Coons SJ, Carter WB, Kallich JD, Mapes D, Damush TM et al. A review of
health-related quality-of-life measures used in end-stage renal disease. Clin Ther 1996;
18(5):887-938.
30. Hays RD, Kallich JD, Mapes DL, Coons SJ, Carter WB. Development of the kidney
disease quality of life (KDQOL) instrument. Qual Life Res 1994; 3(5):329-38.
31. Duarte PS, Miyazaki MCOS, Ciconelli RM, Sesso R. Tradução e adaptação cultural do
instrumento de avaliação de qualidade de vida para pacientes renais crônicos (KDQOL-SF
TM). Rev Assoc Med Bras 2003; 49(4):375-81.
32. Webb SM, Prieto L, Badia X, Albareda M, Catala M, Gaztambide S et al. Acromegaly
Quality of Life Questionnaire (ACROQOL) a new health-related quality of life questionnaire
for patients with acromegaly: development and psychometric properties. Clin Endocrinol
(Oxf) 2002; 57(2):251-8.
33. Trepp R, Everts R, Stettler C, Fischli S, Allemann S, Webb SM et al. Assessment of
quality of life in patients with uncontrolled vs. controlled acromegaly using the Acromegaly
Quality of Life Questionnaire (AcroQoL). Clin Endocrinol (Oxf) 2005; 63(1):103-10.
34. Pibernik-Okanovic M. Psychometric properties of the World Health Organisation quality
of life questionnaire (WHOQOL-100) in diabetic patients in Croatia. Diabetes Res Clin Pract
2001; 51(2):133-43.
35. Anderson RM, Fitzgerald JT, Wisdom K, Davis WK, Hiss RG. A comparison of global
versus disease-specific quality-of-life measures in patients with NIDDM. Diabetes Care 1997;
20(3):299-305.
36. Bradley C, Todd C, Gorton T, Symonds E, Martin A, Plowright R. The development of an
individualized questionnaire measure of perceived impact of diabetes on quality of life: the
ADDQoL. Qual Life Res 1999; 8(1-2):79-91.
37. Nanda U, Andresen EM. Health-related quality of life. A guide for the health professional.
Eval Health Prof 1998; 21(2):179-215.
38. EuroQol--a new facility for the measurement of health-related quality of life. The EuroQol
Group. Health Policy 1990; 16(3):199-208.
36
39. Clarke P, Gray A, Holman R. Estimating utility values for health states of type 2 diabetic
patients using the EQ-5D (UKPDS 62). Med Decis Making 2002; 22(4):340-9.
40. Kaplan RM, Bush JW, Berry CC. Health status: types of validity and the index of well-
being. Health Serv Res 1976; 11(4):478-507.
41. Kaplan RM, Ganiats TG, Sieber WJ. The Quality of Well-Being scale, Self-Administered.
Copyrighted material; 1996.
42. Ware JE, Jr., Sherbourne CD. The MOS 36-item short-form health survey (SF-36). I.
Conceptual framework and item selection. Med Care 1992; 30(6):473-83.
43. Dantas RA, Sawada NO, Malerbo MB. Research on quality of life: review of the scientific
production of public universities from the state of Sao Paulo. Rev Lat Am Enfermagem 2003;
11(4):532-8.
44. Duarte PS, Ciconelli RM. Instrumentos para a avaliação da qualidade de vida: Genéricos e
específicos. In: Schor N. Qualidade de vida. São Paulo: Manole; 2006.
45. Fitzgerald JT, Davis WK, Connell CM, Hess GE, Funnell MM, Hiss RG. Development
and validation of the Diabetes Care Profile. Eval Health Prof 1996; 19(2):208-30.
46. Watkins K, Connell CM. Measurement of health-related QOL in diabetes mellitus.
Pharmacoeconomics 2004; 22(17):1109-26.
47. Reliability and validity of a diabetes quality-of-life measure for the diabetes control and
complications trial (DCCT). The DCCT Research Group. Diabetes Care 1988; 11(9):725-32.
48. Eiser C, Flynn M, Green E, Havermans T, Kirby R, Sandeman D et al. Quality of life in
young adults with type 1 diabetes in relation to demographic and disease variables. Diabet
Med 1992; 9(4):375-8.
49. Mannucci E, V.Ricca, G.Bardini, C.M.Rotella. Well-being enquiry for diabetics: A new
measure of diabetes-related quality of life. Diab Nutr Metab 1996; 9(2):89-102.
50. Bott U, Muhlhauser I, Overmann H, Berger M. Validation of a diabetes-specific quality-
of-life scale for patients with type 1 diabetes. Diabetes Care 1998; 21(5):757-69.
51. Meadows K, Steen N, McColl E, Eccles M, Shiels C, Hewison J et al. The Diabetes
Health Profile (DHP): a new instrument for assessing the psychosocial profile of insulin
requiring patients--development and psychometric evaluation. Qual Life Res 1996; 5(2):242-
54.
52. Meadows KA, Abrams C, Sandbaek A. Adaptation of the Diabetes Health Profile (DHP-
1) for use with patients with Type 2 diabetes mellitus: psychometric evaluation and cross-
cultural comparison. Diabet Med 2000; 17(8):572-80.
37
53. Hammond GS, Aoki TT. Measurement of health status in diabetic patients. Diabetes
impact measurement scales. Diabetes Care 1992; 15(4):469-77.
54. Carey MP, Jorgensen RS, Weinstock RS, Sprafkin RP, Lantinga LJ, Carnrike CL, Jr. et al.
Reliability and validity of the appraisal of diabetes scale. J Behav Med 1991; 14(1):43-51.
55. Garratt AM, Schmidt L, Fitzpatrick R. Patient-assessed health outcome measures for
diabetes: a structured review. Diabet Med 2002; 19(1):1-11.
56. Herschbach P, Duran G, Waadt S, Zettler A, Amm C, Marten-Mittag B. Psychometric
properties of the Questionnaire on Stress in Patients with Diabetes--Revised (QSD-R). Health
Psychol 1997; 16(2):171-4.
57. Duran G, Herschbach P, Waadt S, Strian F, Zettler A. Assessing daily problems with
diabetes: a subject-oriented approach to compliance. Psychol Rep 1995; 76(2):515-21.
58. Boyer JG, Earp JA. The development of an instrument for assessing the quality of life of
people with diabetes. Diabetes-39. Med Care 1997; 35(5):440-53.
59. Polonsky WH, Anderson BJ, Lohrer PA, Welch G, Jacobson AM, Aponte JE et al.
Assessment of diabetes-related distress. Diabetes Care 1995; 18(6):754-60.
60. Gross CC, Scain SF, Scheffel R, Gross JL, Hutz CS. Brazilian version of the Problem
Areas in Diabetes Scale (B-PAID): Validation and identification of individuals at high risk for
emotional distress. Diabetes Research and Clinical Practice 2007; 76(3):455-9.
61. Snoek FJ, Pouwer F, Welch GW, Polonsky WH. Diabetes-related emotional distress in
Dutch and U.S. diabetic patients: cross-cultural validity of the problem areas in diabetes scale.
Diabetes Care 2000; 23(9):1305-9.
62. Welch GW, Jacobson AM, Polonsky WH. The Problem Areas in Diabetes Scale. An
evaluation of its clinical utility. Diabetes Care 1997; 20(5):760-6.
63. Mapi Research Institute. QOLID The quality of life instruments database. 2007.
64. Bardsley MJ, Astell S, McCallum A, Home PD. The performance of three measures of
health status in an outpatient diabetes population. Diabet Med 1993; 10(7):619-26.
65. Hill-Briggs F, Gary TL, Baptiste-Roberts K, Brancati FL. Thirty-six-item short-form
outcomes following a randomized controlled trial in type 2 diabetes. Diabetes Care 2005;
28(2):443-4.
66. Ware Jr. JE, Gandek B. Methods for testing data quality, scaling assumptions, and
reliability: the IQOLA Project approach. International Quality of Life Assessment. J Clin
Epidemiol 1998; 51(11):945-52.
67. Ware Jr. JE, Kosinski M, Bayliss MS, McHorney CA, Rogers WH, Raczek A.
Comparison of methods for the scoring and statistical analysis of SF-36 health profile and
38
summary measures: summary of results from the Medical Outcomes Study. Med Care 1995;
33(4):264-79.
68. Hill-Briggs F, Gary TL, Baptiste-Roberts K, Brancati FL. Thirty-six-item short-form
outcomes following a randomized controlled trial in type 2 diabetes. Diabetes Care 2005;
28(2):443-4.
69. Davis WK, Hess GE, Hiss RG. Psychosocial correlates of survival in diabetes. Diabetes
Care 1988; 11(7):538-45.
70. Pagani TCS, Pagani Jr CR. Instrumentos de avaliação de qualidade de vida relacionada à
saúde. Rev. Ciências Bio 2005; 32-7.
71. Torres HC, Virginia A, Schall VT. Validação dos questionários de conhecimento (DKN-
A) e atitude (ATT-19) de Diabetes Mellitus. Rev. de Saúde Públ. 2005; 39:906-11.
39
4.2 ARTIGO 2: Qualidade de Vida e Condição de Saúde Oral em Idosos diabéticos do Tipo
2
Este artigo será submetido ao Brazilian Oral Research (BOR) para publicação. ISSN 1807-3107 versão on-
line.
40
COMMUNITY DENTISTRY
Original Articles
HEALTH-RELATED QUALITY OF LIFE AND ORAL HEALTH CONDITION IN
TYPE 2 DIABETES ELDER POPULATION
Qualidade de Vida e Condição de Saúde Oral em Idosos diabéticos do Tipo 2
41
ABSTRACT
Diabetes Mellitus (DM) is a chronic disease associated with several complications.
Poor oral health is associated with bad control of DM. The aim of this study was to
investigate the impact of oral health condition on the diabetic outpatients' Health-
Related Quality of Life (HRQoL). The population was composed
of 127 patients (age
60-80) attending a diabetes clinic.
The subjects’ quality of life was assessed by the
Medical Outcome Study Health Survey 36-Item Short Form (SF-36) and the Visual
Analog Scale (VAS), while Decayed, Missing or Filled Teeth (DMF-T) and the need
of prosthesis were used to evaluate oral health. The participants were mostly female
(79.5%). More than 67% presented DMF-T of 32 and the mean number of teeth was
3.4. Mean DMFT index was 29.6, while the decayed component (D) reached 0.2,
filled (F) teeth 0.9, and missing component (M) 28.4. The use of prosthesis was
necessary in 98.4% of the population, but 24.8% of the patients were not using
superior prosthesis, and 49.6% needed inferior prosthesis, but were not using it. The
patients who were not using inferior prosthesis had lower VAS mean value than
patients who were using then. It was conclude that the oral health condition was poor
in studied elder diabetic population. No correlation was observed between SF-36 and
DMF-T. The self perceived HRQoL (VAS) was negatively associated with patients in
need of inferior prosthesis, but were not using it, when compared with those who
were wearing it.
Descriptors: Quality of life; Oral health; Diabetes.
42
RESUMO
Diabetes Mellitus (DM) é uma doença crônica associada com várias complicações. A
saúde oral precária esta associada com um controle ruim do DM. O objetivo deste
estudo foi investigar o impacto da condição de saúde oral na Qualidade de Vida
Relacionada à Saúde (QVRS) em pacientes idosos com DM. A população deste
estudo estava composta de 127 pacientes (idade 60-80 anos) atendidos no
ambulatório de DM. A QVRS foi avaliada através do Medical Outcome Study Health
Survey 36-Item Short Form (SF-36) e da Visual Analog Scale (VAS), enquanto que
Dentes Cariados, Obturados e Perdidos (CPO-D) e a necessidade de próteses e sua
adaptação foram utilizados para avaliar ao condição da saúde oral. Os participantes
eram na sua maioria mulheres (79.5%). Mais que 67% apresentou um índice de
CPOD de 32 e o número médio de dentes foi de 3.4. A média do CPO-D foi de 29.6
e as médias do número de dentes cariados alcançou 0.2, obturados 0.9, e perdidos
28.4. O uso de prótese era necessário em 98.4% dos pacientes, mas 24.8%
pacientes precisavam de prótese superior, mas não as usavam, e 49.6% precisavam
de prótese inferior, mas também não usavam-na. O valor médio do VAS dos
pacientes que precisavam de prótese inferior, mas não usavam-nas foi menor
quando comparado com os pacientes que precisavam e as usavam. Conclui-se que
a condição de saúde oral encontrada na população idosa diabética estudada foi
precária. Não foi observada correlação entre QVRS (SF-36) e CPO-D. A auto-
avaliação de QVRS (VAS) foi associada de forma negativa com pacientes que
necessitavam de prótese inferior, mas não as usavam, quando comparada com
aqueles que estavam usando a prótese inferior.
Palavras-chave: Qualidade de Vida; Saúde oral; Diabetes.
43
Introduction
Diabetes Mellitus (DM) is a chronic disease characterized by defect in
insulin action, insulin secretion, or both, resulting hyperglycemia. Type 1 DM results
from ß-cell destruction and Type 2 DM results from a progressive
insulin secretory
defect on the insulin resistance. The DM is a serious public health problem, and DM
has become a major public health problem around the world
1
. The prevalence of
DM is about 7,6% in Brazil
2
. The DM affects several system of the body, presenting
elevated comorbidity and complications (cardiovascular disease, neuropathy,
nephropathy, ulcer foot, periodontal disease, eyes complications) and higher
mortality than other chronic diseases. DM treatment is complex and requires many
actions, beyond adherence treatment and
glycemic control
3
.
The periodontal disease is a chronic inflammatory disease characterized
by destruction of soft tissue and bone. DM has been demonstrated to be an
important factor in the progression of periodontal disease
4
. In patients with DM,
periodontal disease is more prevalent and
more severe, and many factors such as
oral hygiene (poor oral hygiene), duration of diabetes (long history
of diabetes), age
(greater age) and metabolic control of DM (poor metabolic control) may contribute to
severity periodontal disease
5
.
The Periodontitis, as well as dental decay, is one of the major causes of
tooth loss in adults with diabetes
6
, but other studies have also shown that several
non-disease factors play important roles in tooth loss
7
. Level of edentulism
(complete
absence of natural teeth) could be considerate a indicator of a
populations' oral health
8
. The World Health Organization (WHO) considers
edentulism a poor public health outcome that
affects oral and general health status,
as well
as quality of life
9
and recommend for good mastication a minimal 20 teeth
10
.
The decrease of lethality and increasing prevalence of chronic disease
has led to an increased interest on the emotional and social well-being of patients as
well as their physical well-being, referred to as health-related quality of life
(HRQoL)
11
. The Medical Outcomes Study
36-item short form (SF-36)
is a brief
generic instrument with greater applicability,
both in daily care and in clinical research
and its validity and
reliability have been established in many conditions
12
. The aim of
this study was to evaluate HRQoL and oral health condition in type 2 patients with
44
more than 60 years of age as well as evaluate the correlation between oral health
and HRQoL in these patients.
Material and Methods
Patients
Type 2 DM patients (age range 60–80 years) from the outpatient clinic of
the University Federal of Ceará were consecutively enrolled to participate on this
research. The diagnosis of DM for these patients was made based on clinical
findings according to the American Diabetes Association criteria for diabetes
diagnosis
3
. Exclusion criteria were: patients with DM in use of medications or in
transitory situations that commit glucose tolerance; patients with thyroid illnesses,
hiper or hypocalcemia, uremia, hepatic insufficiency, infections etc; patients that did
not present mental or physical conditions to participate in the applied tests, as
previous history of cerebral vascular accident etc.; patient with other psychiatric
disturbances, as such psychosis, alcoholism, chemical dependence, schizophrenia,
etc; patient that didn't accept to participate in the study.
Data Collection
After identifying eligible subjects, questionnaires were administered by
face-to-face interviews, due to the fact that a great number of patients were illiterate.
A standardized structured interview using a pre-tested data collection forms was
used to collect information on demographics, socio-economic status (e.g. age,
gender, education level, marital status and occupation), and clinical variables
(Preprandial capillary plasma glucose, Blood pressure, HbA
1c
). Additionally, health
problems were measured using a list of common diabetics’ health problems such as
weight loss, pains, frequent urination, excessive thirst, extreme hunger, increased
fatigue, irritability and blurry vision.
Patient’s quality of life was assessed by two standardized, internationally
and nationally validated instruments: The Medical Outcomes Study
36-item short
form (SF-36) and the visual analog scale (VAS). The SF-36 is a brief generic
instrument with greater applicability,
both in daily care and in clinical research and it
45
validity and
reliability have been established in many conditions
13
. The SF-36
continue to be extensively used to
measure HRQoL in medical research
14
. The SF-
36 consists of 36 items scored in eight scales: general health perceptions (5 items),
physical functioning (10 items), role limitations due to physical functioning (4 items),
bodily pain (2 items), general mental health (5 items), role limitations due to
emotional problems (3 items), vitality (4 items), and social functioning (2 items). Two
summary scores, a Physical Component Summary (PCS), and a Mental Component
Summary (MCS), are standardized to a mean of 50, with a score above 50
representing better than average function and below 50 worse than average function.
The physical functioning (PF), role limitation due to physical function (RP), bodily
pain (BP), and general health (GH) scales form the basis for the PCS. The MCS is
formed by ratings of the general mental health (MH), role limitations due to emotional
problems (RE), social functioning (SF) and vitality (VT). The SF-36 was scored by
coding raw scores for each question, and recalibrating, summing, and transforming
them into a scale from 0 (worst possible HRQoL) to 100 (best possible HRQoL),
following the standard SF-36 scoring algorithms
15
. The VAS is widely used in human
clinical and psychological research to assess subjective states, such as evaluate the
patients' sense of well-being. The measurement consists of a line on a page with
clearly defined endpoints. The most preferred health state is placed at one end of the
line and the least preferred at the other end. In this study, VAS was a horizontal 100
mm long line (100 mm= 100%) illustrating the patients' sense of the well-being at the
moment. Patients were asked to mark on the line how they felt about their well-being.
The higher the number was, stronger was the sense of well-being.
A complete clinical oral exam was performed by one single examiner, the
researcher-dentist was selected due to his significant previous experience. The
individuals were seated on common chairs under artificial light, using a flat-surface
mouth
mirror, gauze, and sponges. The oral health was assessed by three methods:
The WHO caries diagnostic criteria for decayed, missing, and
filled teeth and
surfaces (DMF-T)
16
. The need and adaptation of prosthesis and the patients' self-
reported state of oral health, which was described with a five-point scale,
representing health states from great to precarious.
46
Statistics
The SF-36 questionnaire was completely answered and analyzed
according to the published scoring algorithm
15
. Demographic and health
characteristics and DMF-T scores were summarized using counts and percentages.
The VAS score was treated as a continuous variable. The need and adaptation of
prosthesis were categorized as yes or no. Differences between groups were
assessed using Mann-Whitney U test. Coefficients of correlation were calculated
using Spearman's correlation analysis. All hypothesis tests were two-tailed with
statistical significance assessed at the p value < 0.05 level with 95% confidence
intervals. The data were expressed as the mean ± SD. Statistical computations were
calculated using SPSS 13.0 for windows software (SPSS Inc, Chicago, IL, USA).
Results
The mean age of the 127 participants was 68.3 years (SD = 5.8), 79.5%
were female, and 52% were married at the time of data collection. The mean years of
diabetes duration was 12.1 years (SD=8). The mean years of education was 3.09
(SD = 2.9). 55.1% used insulin, and 72.4% took oral hypoglycemic. 92.9 % of the
patients received orientation about diet, but only 52% had adhered to it. Physical
activity was related by 48% of patients. The common comorbidities
were nephropathy
(14,2%), peripheral neuropathy (29,1%), visual disorders (68,5%), foot ulcer (11%),
coronaries complications (25,2%), obesity (33,9%), elevated cholesterol (50,4%),
dyslipidemia (34,6%), and arterial hypertension (76,4%). In the laboratorial
parameters, plasma glucose was 169.92 mg/dl (SD= 84.4), HbA
1c
was 7.88%
(SD=2.4). The mean of systolic blood pressure was 149.72 mmHg (SD=22.2), and
diastolic blood pressure was 82.6 mmHg (SD=12.3).
Mean DMFT index was 29.6 (SD= 4.63), with the decayed component (D)
reaching 0.21 (SD=0.67), the filled (F) teeth component 0.9 (SD=2.52), and the
missing component (M) 28.5 (SD=6.8). Mean total number of teeth was 3.4 (SD=6.7),
in this study 94.5% of patients had less than 20 teeth in their mouth.
The need of prosthesis was high. Only 1.6% of the patients didn’t need
prosthesis. 24.8% patients didn’t have but needed superior prosthesis while 49.6%
needed inferior prosthesis. Regarding prosthesis adaptation: 78% and 55.1% of the
47
prosthesis were not properly adapted superior and inferior arches respectively. The
evaluation of Patients' Self-Reported State of Oral Health (PSRSOH) revealed that
their perceived oral health condition were excellent in 7.9%, good in 59.8%, regular
in 26%, bad in 5.5%, and precarious in 0.8% of the patients.
The mean domains of SF-36 were physical functioning (PF) 55.1 (SD=
26), role limitation due to physical function (RP) 49.6 (SD=43.1), bodily pain (BP)
53.7 (SD=30.7), general health (GH) 61.3 (SD=21.6), mental health (MH) 65.2
(SD=22.4), role limitations due to emotional problems (RE) 62.7 (SD=44.4), social
functioning (SF) 66.6 (SD=27.2), and vitality (VT) 58.3 (SD=21.6). The result of
summaries scales were Physical Component Summary (PCS) 41.5 (SD=9) and
Mental Component Summary (MCS) 47.02 (SD=11.8). VAS mean value was 75.5
mm (SD=22.2).
Associations
The associations between SF-36 scale and subscale scores and oral
health status (DMF-T) showed no significant differences. When gender was
considered, Mann-Whitney test revealed statistically significant differences between
gender on the PCS, but no significant differences for MCS and VAS. (see Table 1).
Table 1 Comparison between HRQoL at gender (Mann-Whitney test)
MALE FEMALE
p
PCS 45.5 + 8.4 (CI 42.1-48.9) 40.6 + 8.8 (CI 38.8-42.3) 0.014
MCS
49.3 + 11.2 (CI 44.7-53.8)
46.2 + 11.8 (CI 43.9-48.6)
0.301
VAS 80.3 + 15.9 (CI 73.8-86.7)
74.4 +23.4 (CI 69.7-79.0) 0.415
Results of the nonparametric test when use of prothesis was considered,
Mann-Whitney test revealed statistically significant differences only between use of
inferior prothesis and VAS, but no significant differences for MCS and PCS. The use
of superior prothesis not revelead differences for VAS, PCS or MCS (see Table 2).
48
Table 2 Comparison between HRQoL at use of prosthesis superior/inferior (Mann-
Whitney test)
Superior prosthesis
YES
NO
p
PCS 41.2 + 8.9 (CI 39.4-43.0)
42.4 + 9.4 (CI 39.0-45.8)
0.293
MCS 46.2 + 11.8 (CI 43.7-48.7)
47.8 + 11.2 (CI 43.8-51.9)
0.556
VAS 76.0 + 22.3 (CI 71.4-80.6)
74.4 + 22.9 (CI 66.2-82.7)
0.591
Inferior prosthesis YES
NO
p
PCS 41.7 + 8.9 (CI 39.4-43.9)
41.4 + 9.2 (CI 39.0-43.7)
0.304
MCS 47.6 + 11.9 (CI 44.6-50.6)
45.7 + 11.4 (CI 42.8-48.6)
0.898
VAS* 80.0 + 19.9 (CI 74.9-85.1)
71.2 + 24.0 (CI 65.1-77.3)
0.023
* Association was significant at the 0.05 level (2-tailed).
PCS Correlations:
The demographic characteristics which present correlation with PCS score
were gender (Spearman r = -O.220, p < 0.014), familial hyperlipidemia (Spearman r =
O.221, p < 0.012) and age (Spearman r = -O.246, p < 0.005). The comorbidities
ophthalmopathy (Spearman r = O.264, p < 0.003) and hypertension (Spearman r =
O.256, p < 0.004) also presented correlation with PCS.
MCS correlations :
The demographic characteristics which correlated with MCS score were
time of diabetes duration (Spearman r = O.210, p < 0.019), oriented diet (Spearman r
= -O.184, p < 0.038) and time of insulin used (Spearman r = O.362, p < 0.002). None
of the comorbidities presented significant correlation with MCS.
VAS correlation:
The demographic characteristics which correlated was diastolic arterial
pressure (Spearman r = -O.195, p < 0.029). None of the comorbidities presented
any significant correlation with VAS.
Discussion
The present study was conducted to assess the oral health conditions and
HRQol among elder type 2 diabetic patients. It was found that their oral health was
very poor. The percentage of edentulous subjects was very high (66%), only 1.6% of
the patients not was in need of prosthesis. The results are similar to that of other
studies realized in Brazil, and demonstrate that situation of oral health in the Brazilian
49
elder population is precarious and add the absence of the programs of oral health for
this group
17
. Tomita et al.
18
found a percentage of 45.9% edentulous in the general
population aged 40 to 79 years, and values of 58.4% for diabetics patients in Bauru,
Brazil. With the objective of examined oral health conditions in institutionalized
elderly people in the city of São Paulo, Brazil, Carneiro et al.
19
found DMF-T of 30.8
and edentulism in 68.3% of subjects. Beltrán-Aguilar et al.
20
described study in
noninstitutionalized U.S. population that the edentulism increased with age, range of
lees than 1% among adults aged 20--39 years to 24.9% among those aged >60
years and other factors associated were lower family incomes, years of education
and smoking. To present study possessed all this variables.
Among the edentulous subjects, 25.2% patients didn’t have but needed
superior prosthesis while 48% needed inferior prosthesis. There was a high
percentage of maladjusted, being of: 78% the inferior, and 55.1% the superior
prothesis not properly adapted. Biazevic et al.
21
showed 50.3% of the population
surveyed use total prosthesis, and that 34.4% were not using mandibular prosthesis
in elderly people in Joaçaba - SC, in Southern Brazil. This situation is common in
developing countries, Pankaj et al assessed the oral health practices, status and
treatment needs of the rural elderly in national capital territory of Delhi, India found
92.59% edentulous subjects were not having any oral prosthesis in upper arch and
92.50% in their lower arch. In Nigeria, Esan et al.
7
revealed a significant relationship
between socio-demographic variables and edentulism with age, educational level
and socio-economic status playing vital roles in edentulism and denture demand.
Tubert-Jeannin et al.
22
describe that economically disadvantaged adults although of
69% reported poor oral health, and 79% perceived a need for care, used dental
services infrequently and had poor knowledge of available services.
The caries prevalence was apparently very low in the present study with
mean decayed component score (D) of 0.2 (SD=0.7), however if only patients with
teeth were analyzed (n=42), 38% of patients had active caries. Chuang et al.
23
reported that subjects with DM exhibited significantly higher prevalence of caries than
the subjects without DM. Other studies conducted among diabetics patients reported
that Type 1 diabetics were found to have a significantly higher number of filled teeth
than Type 2 diabetics, but these, in turn had a significantly higher number of
extracted teeth than Type 1 diabetics
24
.
50
Two measurements were self-reported: the patients' sense of well-being
evaluated by VAS and self-reported state of oral health. Interestingly, the mean
values for these measuments were elevated, which presents a discrepancy between
the self-reported and clinically observed results. The patients' self-reported state of
oral health demonstrated that that the majority of the patients (67.7%) believed that
their oral health condition were good or excellent, however the HRQoL (VAS score)
was worse in the patients who were not using inferior prothesis than patients who
were using it. Hugo et al.
25
has demonstrate that edentulous subjects perceived the
need for dental treatment less frequently. These results may also point out the
perception of the elder population that bad oral health is normal, that is natural to
have lost several teeth by the time they reach 60 years of age.
This study confirms the results of other studies, which showed the HRQoL
is worse in Type 2 diabetic patients when compared the general population
26
. Clarke
et al.
27
evaluated the correlation between quality-of-life and visual acuity in type 2
diabetes. He found scores of SF-36 better than this study. The socioeconomic
differences, gender (65% were male), short period of diabetes duration (mean 6
years range 3-11), age (mean 61.8 range 40-75), and Ethnicity (Caucasian 90%)
may explain the difference in the result. Graham et al.
28
assessed differences in
health related quality of life between older Mexican Americans with and without
diabetes. The diabetic group had characteristics comparable with the present study,
such as aged, 59.6% female, and the mean years of education (5.15 + 3.8). The
results were more closer to the present study, however the mean value of two
domains (GH and PF) and PCS results were higher in the present study.
The Northeast part of Brazil has been recognized as area of low
socioeconomic level. A high proportion of the studied population was illiterate (18%
analphabet, and 74.8% with four or less years of study) and lived in a neighborhood
with poor economic indicators. Hill-Briggs et al.
29
evaluated 186 African Americans
with type 2 diabetes living in poverty (90%). His study found mean HRQoL scores
closer to the present study. Interestingly, he also found a relationship between
socioeconomic and familial barriers to care and HRQL.
There was no relationship between HRQoL and DMF-T, but patients who
were not using inferior prosthesis had lower HRQol than patients who were using
then. The results obtained revealed no difference in DMFT between the demographic
factors (e.g., gender) and health factors (e.g., presence of chronic conditions).
51
Additionally, no correlation was found between the mean numbers of teeth with MCS,
PCS and subscales of SF-36. These finding seen to Confirm, that these parameters
have little influence in HRQoL this type of population. However, another explanation
is also possible because oral health condition and diabetes clinical control were so
poor that the correlation between these factors and quality of life, which may exist,
could not be demonstrated their HRQoL measures were similar the other studies.
Conclusion
In summary, elder type 2 diabetics demonstrated bad measured HRQoL
(SF-36) and good self-perceived (VAS) HRQoL. Poor oral health and high
prevalence of edentulism was also noted in this population. No correlation
(Sperman’s test) was noted between HRQoL (VAS or SF-36) and DMF-T. However,
there was a negative association between self-perceived HRQoL (VAS) and the use
of inferior prosthesis.
52
Reference List
1. Ahmann AJ. Guidelines and performance measures for diabetes. Am J Manag
Care 2007; 13(2):41-6.
2. Malerbi DA, Franco LJ. Multicenter study of the prevalence of diabetes mellitus
and impaired glucose tolerance in the urban Brazilian population aged 30-69 yr. The
Brazilian Cooperative Group on the Study of Diabetes Prevalence. Diabetes Care
1992; 15(11):1509-16.
3. American Diabetes Association. Standards of Medical Care in Diabetes-2007.
Diabetes Care 2007; 30(1):4-41.
4. Nelson RG, Shlossman M, Budding LM et al. Periodontal disease and NIDDM in
Pima Indians. Diabetes Care 1990; 13(8):836-40.
5. Katz PP, Wirthlin MR, Szpunar SM, Selby JV, Sepe SJ, Showstack JA.
Epidemiology and prevention of periodontal disease in individuals with diabetes.
Diabetes Care 1991; 14(5):375-85.
6. Phipps KR, Stevens VJ. Relative contribution of caries and periodontal disease in
adult tooth loss for an HMO dental population. J Public Health Dent 1995; 55(4):250-
2.
7. Esan TA, Olusile AO, Akeredolu PA, Esan AO. Socio-demographic factors and
edentulism: The Nigerian experience. BMC Oral Health 2004; 4(3):1-6.
8. Brodeur JM, Benigeri M, Naccache H, Olivier M, Payette M. Trends in the level of
edentulism in Quebec between 1980 and 1993. J Can Dent Assoc. 1996; 62(2):159-
66.
9. Medina-Solis CE, Perez-Nunez R, Maupome G, Casanova-Rosado JF. Edentulism
Among Mexican Adults Aged 35 Years and Older and Associated Factors. Am J
Public Health 2006; 96(9):1578-81.
10. Petersen PE, Kwan S. Evaluation of Community-based Oral Health Promotion
and Oral Disease Prevention: WHO Recommendations for Improved Evidence in
Public Health Practice. World Dental Press; 2004.
53
11. Gutteling JJ, de Man RA, Busschbach JJ, Darlington AS. Overview of research
on health-related quality of life in patients with chronic liver disease. Neth J Med
2007; 65(7):227-34.
12. Ware JE, Jr., Sherbourne CD. The MOS 36-item short-form health survey (SF-
36). I Conceptual framework and item selection. Med Care 1992; 30(6):473-83.
13. Martinez TY, Pereira CAC, Santos ML, Ciconelli RM, Guimaraes SM, Martinez
JAB. Evaluation of the Short-Form 36-Item Questionnaire to Measure Health-Related
Quality of Life in Patients With Idiopathic Pulmonary Fibrosis. Chest 2000; 117(6):
1627-32.
14. Hill-Briggs F, Gary TL, Baptiste-Roberts K, Brancati FL. Thirty-Six-Item Short-
Form Outcomes Following a Randomized Controlled Trial in Type 2 Diabetes.
Diabetes Care 2005; 28(2):443-4.
15. Ware Jr. JE, Kosinski M. SF-36 Physical & Mental Health Summary Scales: A
Manual for Users of Version 1. 2. 2001. Lincoln,RI, QualityMetric Incorporated.
16. World Health Organization. Dentition status and treatment needs. Oral health
surveys: basic methods. 4th ed. Geneva: World Health Organization; 1997.
17. Silva SR, Castellanos FRA. Autopercepção das condições de saúde bucal por
idosos. Revista de Saúde Pública 2001; 35:349-55.
18. Tomita NE, Chinelatto LEM, Franco RJ, Iunes M, Freitas JAS, Lopes ES.
Condições de saúde bucal e diabetes mellitus na população nipo-brasileira de
Bauru-SP. J Appl Oral Sci 2003; 11(1):15-20.
19. Carneiro RMV, Silva DD, Sousa MLR, Wada RS. Saúde bucal de idosos
institucionalizados, zona leste de São Paulo, Brasil. Cad saúde pública/Rep public
health 2005; 21(6):1709-16.
20. Beltran-Aguilar ED, Barker LK, Canto MT et al. Surveillance for dental caries,
dental sealants, tooth retention, edentulism, and enamel fluorosis-United States,
1988-1994 and 1999-2002. Morbidity and Mortality Weekly Report 2005; 54(3):1-44.
21. Biazevic MGH, Michel-Crosato E, Iagher F, Pooter CE, Correa SL, Grasel CE.
Impact of oral health on quality of life among the elderly population of Joaçaaba,
Santa Catarina, Brazil. Brazilian Oral Research 2004; 18:85-91.
54
22. Tubert-Jeannin S, Riordan PJ, Morel-Papernot A, Roland M. Dental status and
oral health quality of life in economically disadvantaged French adults. Spec Care
Dentist 2004; 24(5):264-9.
23. Chuang SF, Sung JM, Kuo SC, Huang JJ, Lee SY. Oral and dental
manifestations in diabetic and nondiabetic uremic patients receiving hemodialysis.
Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod 2005; 99(6):689-95.
24. Bacic M, Ciglar I, Granic M, Plancak D, Sutalo J. Dental status in a group of adult
diabetic patients. Community Dent Oral Epidemiol 1989; 17(6):313-6.
25. Hugo FN, Hilgert JB, Sousa MLR, Silva DD, Pucca GA. Correlates of partial tooth
loss and edentulism in the Brazilian elderly. Community Dentistry and Oral
Epidemiology 2007; 35(3):224-32.
26. Ware JE, Kosinski M. Interpreting SF-36 summary health measures: a response.
Qual Life Res 2001; 10(5):405-13.
27. Clarke PM, Simon J, Cull CA, Holman RR. Assessing the impact of visual acuity
on quality of life in individuals with type 2 diabetes using the short form-36. Diabetes
Care 2006; 29(7):1506-11.
28. Graham JE, Stoebner-May DG, Ostir GV et al. Health related quality of life in
older Mexican Americans with diabetes: A cross-sectional study. Health and Quality
of Life Outcomes 2007; 5(1):39.
29. Hill-Briggs F, Gary TL, Hill MN, Bone LR, Brancati FL. Health-related quality of
life in urban African Americans with type 2 diabetes. J Gen Intern Med 2002;
17(6):412-9.
55
4.3 ARTIGO 3: Health-Related Quality of Life and Depression in Type 2 Diabetes elder
population
Este artigo será submetido a Diabetes Care para publicação. ISSN 1935-5548 – versão on-line.
56
Epidemiology/Health Services/Psychosocial Research
Original Article
HEALTH-RELATED QUALITY OF LIFE AND DEPRESSION IN TYPE 2
DIABETES ELDER POPULATION
Título resumido: Quality of Life and Depression in Diabetes
57
RESUMO
Objetivo Investigar a Depressão e a Qualidade de Vida Relacionada à Saúde (QVRS) em
pacientes idosos com Diabetes Mellitus (DM) e a relação entre essas variáveis. A população
deste estudo foi composta de 127 pacientes (idade 60-80 anos) consecutivos, regularmente
atendidos no Ambulatório de Diabetes do Hospital Universitário Walter Cantídio da
Universidade Federal do Ceará. A QVRS foi avaliada por meio do Medical Outcome Study
Health Survey 36-Item Short Form (SF-36) e da Escala Analógica Visual (EAV), e a
depressão foi investigada pela Escala Geriátrica de Depressão de 15 itens (EGD-15). O
diagnóstico de depressão foi estabelecido pela entrevista semi-estruturada, de acordo com os
critérios do DSM-III-R (SCID). Outros parâmetros clínicos e laboratoriais relevantes foram
obtidos via de entrevista ou revisão de prontuário. Resultados Os participantes eram
principalmente mulheres (79.5%). O valor médio do EAV foi de 75.5 mm [95% CI 71.6-
79.4]. A prevalência de depressão encontrada foi de 31.5% pelo SCID e de 52% quando
utilizada EGD-15. Os pacientes sem depressão apresentavam escores mais elevados de todos
os domínios do SF-36, quando comparados com os pacientes deprimidos. O valor médio do
EAV estava associado negativamente com o diagnóstico de depressão realizado mediante o
SCID (p< 0.001) e/ou pelo EGD-15 (p<0.011). Conclusões A prevalência de depressão foi
elevada em pacientes idosos diabético do tipo 2, e afetou negativamente a QVRS (SF-36 e
EAV).
58
ABSTRACT
Objective: The objective was to investigate the presence of depression and quality of life and
their relationship in a population of type
2 diabetic patients elder population. Research
Design and Procedures: The study population was composed
of 127 consecutive patients
(age 60-80 years) regularly attending a diabetes clinic
at the University Hospital of the
Federal University of Ceará.
The subjects’ quality of life was assessed by The Medical
Outcomes Study
36-item short form (SF-36)
and Visual Analog Scale (VAS), and depression
was evaluated by the 15-item geriatric depression scale (GDS-15). The diagnosis of
depression was established by a semi-structured interview, according to the DSM-III-R
criteria (SCID). Other relevant clinical
and laboratory parameters were obtained by interview
and chart
review.
Results: Depression was found in 31.5% of patients by SCID. Patients
without the diagnosis of depression presented better scores in all SF-36 sub-scales, Physical
Composite Score (PCS) and Mental Composite Score (MCS) than depressed patients. The
mean score for VAS was 75.5 mm [95% CI 71.6-79.4], and the VAS mean value of depressed
patients was lower than score for patients without diagnostic of depression by of depressed
patients was less than without diagnostic of MDD by SCID (P< 0.001) and/or GDS-15 (P<
0.011).
Conclusions: The prevalence of depression was elevated in type 2 diabetic patients
and negatively affects quality of life in these patients.
59
Introduction
Diabetes Mellitus (DM) is a chronic condition with serious consequences for
morbidity and mortality. In the world, it is possible that the number of people with diabetes
double between 2000 and 2030 (1). In Brazil, the prevalence of DM is 7.6% for diabetes in
the 30-69-yr age-group and 17.4% in the 60-69-yr age-group. Diabetes is more prevalent
among less educated people (2). The prolonged expectation of life in developed countries has
brought the realization that longevity should be accompanied with improvements in health-
related quality of life (HRQoL) (3). Type 2 Diabetes Mellitus (DM2) affects patient’s
general
health and well-being, in various ways, such as dietary restriction and the need of oral
medications or insulin. Furthermore, the long-term
complications of diabetes as retinopathy,
nephropathy, neuropathy,
heart disease, and stroke are known to negatively impact quality of
life(4).
The HRQoL instruments may be designed to assess overall quality of
life, or only
those aspects directly related to a particular
disease. The Medical Outcomes Study
36-item
short form (SF-36)
is a brief generic instrument with greater applicability,
both in daily care
and in clinical research and its validity and
reliability have been established in many
conditions (5). The SF-36
continue to be the extensively used to measure HRQoL in medical
research (6).
Depression is common among diabetics. The prevalence of depression
in diabetes
patients is 8.5 to 27.3% (7;8). It is important to note that depressed patients with a chronic
illness are less likely to follow a recommended health or medication regimen (9-11).
Depressive symptoms are associated with a perception of more impaired physical health,
diabetes symptoms and variety of diabetes complications (diabetic retinopathy, nephropathy,
neuropathy, macrovascular complications, and sexual dysfunction) (12-15). Poor glucose
control is associated with depression (16) and effective treatment of depression may improve
diabetes control (16;17). Depression is associated with diminished
quality of life, increased
health care utilization and expenditures, and disability (12;13;18). Patients with diabetes,
depression are strongly associated with increased mortality (19).
However, despite the recognition of the link between type 2 diabetes and
depression, very little is known about HRQL in individuals with these comorbid conditions in
the Northeast part of Brazil, which is recognized as a region of low socioeconomic level,
where a high proportion of the population is illiterate, and lives in areas with poor economic
indicators. The objective of this study was to assess the HRQL and the prevalence of
60
depression in elder individuals with type 2 diabetics living in the Ceará state. Additionally,
the relation between depression and HRQoL was analyzed.
Research Methods and Procedures
Participants
For this study, 127 patients who had type 2 diabetes, aged between 60 and 80
years were enrolled consecutively at the Outpatient Diabetes Clinic of the Federal University
of Ceará (northeast of Brazil). The diagnosis of DM was established on clinical basis
according to the American Diabetes Association criteria for diagnosis of diabetes (20).
Exclusion criteria were: patients with DM in use of medications or in transitory situations that
commit the tolerance to the glucose; patients with thyroid ilnesses, hiper or hypocalcemia,
uremia, hepatic insufficiency, infections etc; patients that did not present conditions of
participating in the applied tests, as previous history of cerebral vascular accident; patient
with other psychiatric disturbances: psychosis, alcoholism, chemical dependence,
schizophrenia, etc.
Financial compensation was not provided for any subject. The
study
protocol was approved by the local research ethics committee,
and written informed consent
was obtained in all cases.
This was a cross-sectional study of patients with a clinical
diagnosis of type 2
diabetes. Demographic and clinical data
were recorded using a closed-question data collection
instrument.
All patients were studied when they were in a stable clinical
condition;
specifically, they showed no presence of any infectious,
traumatic, or other acute
complications in the 3 months prior
to the study, as assessed by their history and a review of
their
medical records. After identifying eligible subjects, questionnaires were administered by
face-to-face interviews, due to the fact that a great number of patients were illiterate. A
standardized structured interview using a pre-tested data collection forms was used to collect
information on demographics, socio-economic status (e.g. age, gender, education level,
marital status and occupation), and clinical variables (Preprandial capillary plasma glucose,
blood pressure, HbA
1c
). Additionally, health problems were measured using a list of common
diabetics problems such as weight loss, pain, frequent urination, excessive thirst, extreme
hunger, increased fatigue, irritability and blurry vision. Psychiatry examinations described
were performed
by one (CCTA) of the investigators. All variables were measured
concurrently.
61
Patient evaluation
Measures of HRQL: The patient’s quality of life was assessed by two
standardized, internationally and nationally validated questionnaires: The Medical Outcomes
Study
36-item short form (SF-36) (21) and the visual analog scale (VAS). The SF-36 is a brief
generic instrument with greater applicability,
both in daily care and in clinical research and it
validity and
reliability have been established in many conditions, incluinding for use in Brazil
(22). The SF-36 consists of 36 items scored in eight scales: General Health perceptions (GH),
Physical Functioning (PF), Role limitations due to physical functioning (4 items), Bodily Pain
(BP), Mental Health (MH), Role limitations due to Emotional problems (RE), Vitality (VT),
and Social Functioning (SF). Two summary scores, a Physical Component Summary (PCS),
and a Mental Component Summary (MCS), are standardized to a mean of 50, with a score
above 50 representing better than average function and below 50 worse than average function.
The physical functioning (PF), role limitation due to physical function (RP), bodily pain (BP),
and general health (GH) scales form the basis for the PCS. The MCS is formed by ratings of
the general mental health (MH), role limitations due to emotional problems (RE), social
functioning (SF) and vitality (VT). The SF-36 was scored by coding raw scores for each
question, and recalibrating, summing, and transforming them into a scale from 0 (worst
possible HRQoL) to 100 (best possible HRQoL), following the standard SF-36 scoring
algorithms (23). The VAS is widely used in human clinical and psychological research to
assess subjective states, such as evaluate the patients' sense of well-being. The VAS has been
validated for use in older subjects (24). The measurement consists of a line on a page with
clearly defined endpoints. The most preferred health state is placed at one end of the line and
the least preferred at the other end. In this study, VAS was a horizontal 100 mm long line
(100 mm= 100%) illustrating the patients' sense of well-being at the moment. Patients were
asked to mark on the line how they felt about their well-being. The higher the number was,
stronger was the sense of well-being.
Measures of depression: Patient’s level of depression was measured using the
15-item geriatric depression scale (GDS-15), which is a self-report scale consisting of 15
items (25). The scale has often been used in the assessment of mood in old people, and it has
been validated in many studies (26-28). When a score of 4/5 is used as the cut-off point, it is
sensitive in detecting depression in epidemiological studies of persons over sixty years of age
(29). The GDS has been validated previously in
a Brazilian population (30;31). The
Structured Clinical Interview for DSM-III-R Axis I Disorders (SCID) was utilized to confirm
62
diagnostic of depression. SCID is a semi-structured interview for making the major DSM-II-R
Axis I diagnoses (32). The reliability and validity of the SCID for DSM-III-R has been
reported in several studies and the SCID has been most frequently used as a research tool
(33;34). The SCID diagnosis of depression by trained research interviewers
used as the "gold
standard"(35;36). Where the gold standard test is the diagnostic test that is regarded as
definitive in determining whether an individual has a disease process.
Complications of DM and control: Complications of DM and its control
included HbA
1c
, plasma glucose, cholesterol, triglycerides, duration
of diabetes, type of
treatment, number of physical symptoms,
comorbidities, and BMI (weight in kilograms
divided by height in
meters squared; above 18.5, underweight; 18.5 to 24.9, normal weight;
25.0 to 29.9, overweight; 30.0 to 34.9, Class
I; 35.0 to 39.9, Class II; 40 or more, class III).
HbA
1c,
glucose plasma (which is related to the diabetic’s control) and other laboratories
measures were determined from a baseline blood test, whereas duration
of diabetes, disease
severity, the number of physical symptoms,
and the presence of various comorbidities were
based on
self-reported information. The duration of diabetes was recorded in years, whereas
type of treatment was determined by classifying participants into one
of three categories: no
diabetes-related drugs, oral diabetes drugs but no insulin,
and insulin use with or without oral
diabetes drugs. The measure
of physical symptoms consisted of a simple frequency count of
12 different physical symptoms. These included: Frequent urination, polyphagia, polyuria,
polydipsia, weight loss, asthenia, blurry vision, foot ulcers, sexual impotence, “foamy urine”,
vaginal pruritus and others.
Statistical Analyses
The SF-36 questionnaire was completely answered and analyzed according to the
published scoring algorithm(23). Demographic and health characteristics and GDS-15 scores
were summarized using counts and percentages. The VAS score was treated as a continuous
variable. Continuous data were expressed as the mean ± SD. The diagnostic of depression was
categorized as yes or no. Differences between groups were assessed using Mann-Whitney U
test for continuous variables. Coefficients of correlation were calculated using Spearman's
correlation analysis. All hypothesis tests were two-tailed with statistical significance assessed
at the p value < 0.05 level with 95% confidence intervals. Statistical computations were
calculated using SPSS 13.0 for windows software (SPSS Inc, Chicago, IL, USA).
63
Results
Demographic/Health Data
The mean age of the 127 participants was 68.3 years (SD = 5.8), 79.5% were
female, and 52% were married at the time of data collection. The mean years of diabetes
duration was 12.1 (SD=8) years. The mean years of education was 3.09 (SD = 2.9). The use
of insulin was present in 55.1%, and 72.4% took oral hypoglycemic. 92.9 % of patients
received orientation about diet, but only 52% adhered to it. The physical activity was related
by 48% of patients. Common comorbidities
were nephropathy (14,2%), peripheral
neuropathy (29,1%), visual disorders (68,5%), foot ulcer (11%), coronaries complications
(25,2%), obesity (33,9%), elevated cholesterol (50,4%), dyslipidemia (34,6%), arterial
hypertension (76,4%) (Table 2). Subjects
with a BMI >25 were considered to be overweight
(40.9%) and those with a BMI >30 as obese (26%). Plasma glucose levels were 159.9 ± 84.6
g/dl [95% CI 135.8-184];
Cholesterol levels were 195.2 ± 47.6 mg/dl [95% CI 181.7-208.8];
HbA
1c
was 7.9 ± 2.4% (range 4.3–17.2)
in the 58 patients assessed. 72% of subjects were
using oral antihyperglycemic medications and 55% using insulin. The time of insulin use was
5.51 + 5.71. The mean value GDS-15 was 5.08 (SD=2.99) and the prevalence of depression
was 52% based in GDS-15. The diagnostic made by SCID confirmed the prevalence of
depression in 31.5% of patients.
Measures of HRQL
Mean +SD (range) SF-36 sub-scales and composite scores were: Physical
Functioning (PF) 55.1 + 26.1 (0-100); Role-Physical (RP) 49.6 + 43.1 (0-100); Bodily Pain
(BP) 53.7 + 30.7 (0-100); General Health (GH) 61.3 + 22.6 (0-100); Vitality (VT) 58.3 + 21.6
(10-100); Social Functioning (SF) 66.6 + 27.2 (0-100); Role-Emotional (RE) 62.7 + 44.4 (0-
100); Mental Health (MH) 65.2 + 22.4 (4-100); and 41.5 + 9 (10.7-62.3) for the
Physical
Composite Score (PCS); and 47.0 + 11.8 (17.3-68.6) for the Mental Composite Score (MCS).
The mean VAS scores were 75.5 mm + 22.2 (08-100), indicating that patients
reported
relatively high subjective health status.
64
HRQL Measures and depression
Mann-Whitney test revealed statistically significant differences between
depressed patients (diagnosed categorically by SCID) and without depression. The depressed
patients showed
poorer Physical Composite Score (PCS) (p < 0.010), Mental Composite
Score (MCS) (p < 0.001), Physical Functioning (PF) (p < 0.004), Role-Physical (RP)
(p <
0.000), Bodily Pain (BP) (p < 0.017), General Health (GH)
(p < 0.001), Vitality (VT) (p <
0.001), Social Functioning (SF) (p < 0.015), Role-Emotional (RE) (p < 0.001), Mental Health
(MH) (p < 0.001) and VAS (p < 0.001) on the HRQoL evaluation (Table 1).
Table 1 Comparison between HRQoL at diagnostic of depression by SCID
(Mann-Whitney test)
Diagnostic of depression
(SCID)
positive negative P
PCS 38.5 + 8.7 42.9 + 8.8 <
0.010
MCS 39 + 12.2 50.7 + 9.6 <
0.001
VAS 58.27 +
28.4
83.16 +
12.16
<
0.001
Acording to Mann-Whitney test, the patients with depression by GDS-15 (score of
4/5 is used as the cut-off point) SCID showed
poorer MCS (p < 0.001), PF (p < 0.001), RP
(p
< 0.004), GH
(p < 0.027), VT (p < 0.002), SF (p < 0.017), RE (p < 0.001), MH (p < 0.001),
and VAS (p <0.002) on the HRQoL evaluation (Table 3), with exception of BP (p< 0.017)
and PCS (P < 0.067), described in table 2.
65
Table 2 Comparison between HRQoL at diagnostic of depression by GDS-15
(Mann-Whitney test)
5< 5>= p
PCS 43.1 40.1 0.067
MCS 51.0 43.4 0.000
PF 64.5 46.6 0.000
RP 61.3 39.2 0.004
BP 52.8 54.6 0.749
GH 66.0 57.2 0.027
VT 64.3 52.8 0.002
SF 72.6 61.2 0.017
RE 76.7 50.3 0.001
MH 72.6 58.6 0.000
VAS 7.0 8.2 0.002
Other associations
When comparing male and females, the male’s mean PCS (p<0.014), PF
(p<0.002), and RE (p<0.046) were higher than female. The MH mean value was higher in
patients with diet adherence (p<0.021). VT (p<0.007) and SF (p<0.037) mean values were
higher in patients who were practicing physical activities. VT (p=0.041) and SF (p=0.022)
mean values were higher in patients using oral antihyperglycemic medications, but were not
significant different regarding the use of insulin. The Mean of RP was the only domain of SF-
36 with statistical difference in control clinic based in HbA
1c
level (p=0.032). The PCS
presented a negative correlation with age (Spearman r= -0.246, p<0.005).
Discussion
This is the first study to evaluate depression and HRQoL in the elder Brazilian
Northeastern population with diabetes mellitus type 2. It found, results of SF-36 scores were
similar with U.S norms and data reported on people with
type 2 diabetes PCS 41.52 (+11.27)
MCS 51.9 (+9.55) (23). The group studied did not have a good clinical control of DM based
on HbA
1c
level with low adherence to oriented diet and physical activity. Patients who were
practicing physical activities had higher mean values of vitality and social functioning.
Kaplan et al. (37) has demonstrated that the combination of dietary change and physical
conditioning benefits diabetics patients, and improvement a quality of life measure.
66
The prevalence of depression has been reported to be significantly higher in
diabetic women than in diabetic
men, and to be less common in older than younger adults
(38). The present study found high prevalence of depression, 52% according GDS-15 and
31.5% according SCID. This difference is possible because self-report questionnaires, as
GDS-15, identify Major Depressive Disorder (MDD), and other clinically presentations, such
dysthymic disorder, or subsyndromal depression, or depressive symptoms, decreasing
specifity for MDD. Kogan et al. (39) found that depressive symptoms were present in 30% of
rural African American adults with type 2 diabetes mellitus, but Bell et al. (40) found only
15.8% of prevalence of depression in older rural adults
with diabetes. In previous studies,
Egede
and Zheng (41) using data from the 1999 National Health Interview
Survey (NHIS),
showed much lower rates of depression (4.5%)
among old adults (>65 years) with diabetes in
U. S.. Maraldi et al. (42) found prevalence between 19 and 23.5% based in diagnostic
instrument Center for Epidemiological Studies Depression (CES-D) scale in U. S. population
(aged 70 to 79 years) (43). Black et al. (44) showed a prevalence of
13.1% among older
Mexican Americans. Interestingly, despite the high prevalence of depression in the present
study, a large part of the population did not know of its current depressed status and was
consequently without treatment. Knowing that depressed subject are less likeky to treat
themselves adequately (45), this way partially explain the HbA
1c
values, which indicate bad
clinical control of DM.
Of particular interest were the analyses of the
SF-36 and GDS-15 data showing
statistically significant
interactions between MDD and HRQoL. It was found that poor
HRQoL
negatively association with the presence of depression (Mann-Whitney test).
McCollum et al. (46) found that the comorbid diabetes mellitus (DM) with minor depression
was associated with poorer levels of MCS ad PCS. Paschalides et al. (47) also demonstrated
that depression negatively influence PCS and MCS in diabetic patients in UK. Goldney et al
(47;8) found that depression is an important comorbidity that brings on severe impact on
quality of life in DM patient’s and that careful management is necessary. MDD is a disabling
and uncomfortable process that may interfere
with HRQol and clinic control of DM patient.
Treatment with
antidepressant agents have been reported to improve somatic
glycemic control
as well as mood (48;49). The treatment of MDD has been demonstrated to improve HRQol
(50). The enhance mental health assessment and mental health services provided by social
workers in primary care settings has the potential to improve patient mental quality of life
(51). However, the researched patient of the current study did not had opportunity for
treatment and consequently improvement as they were not aware of their diagnose.
67
The study found high prevalence of depression in older diabetic patients. The
majority of patients were without diagnostic and treatment. Depression can be related to
multiple forms and not was perceived.
In summary, elder type 2 diabetics demonstrated bad clinical control of DM,
HRQoL (SF-36) similarity with other studies, good self-perceived (VAS) HRQoL. The high
prevalence of depression was also noted in this population. The presence of depression was a
negative association HRQoL (VAS or SF-36).
68
Reference List
(1) Wild S, Roglic G, Green A, Sicree R, King H. Global prevalence of diabetes: estimates for
the year 2000 and projections for 2030. Diabetes Care. 2004;27:1047-53.
(2) Malerbi DA, Franco LJ. Multicenter study of the prevalence of diabetes mellitus and
impaired glucose tolerance in the urban Brazilian population aged 30-69 yr. The Brazilian
Cooperative Group on the Study of Diabetes Prevalence. Diabetes Care. 1992;15:1509-16.
(3) Manuel DG, Schultz SE. Health-Related Quality of Life and Health-Adjusted Life
Expectancy of People With Diabetes in Ontario, Canada, 1996-1997. Diabetes Care.
2004;27:407-14.
(4) Redekop WK, Koopmanschap MA, Stolk RP, Rutten GEHM, Wolffenbuttel BHR,
Niessen LW. Health-Related Quality of Life and Treatment Satisfaction in Dutch Patients
With Type 2 Diabetes. Diabetes Care. 2002;25:458-63.
(5) Martinez TY, Pereira CAC, dos Santos ML, Ciconelli RM, Guimaraes SM, Martinez JAB.
Evaluation of the Short-Form 36-Item Questionnaire to Measure Health-Related Quality of
Life in Patients With Idiopathic Pulmonary Fibrosis. Chest. 2000;117:1627-32.
(6) Hill-Briggs F, Gary TL, Baptiste-Roberts K, Brancati FL. Thirty-Six-Item Short-Form
Outcomes Following a Randomized Controlled Trial in Type 2 Diabetes. Diabetes Care.
2005;28:443-44.
(7) Gavard JA, Lustman PJ, Clouse RE. Prevalence of depression in adults with diabetes. An
epidemiological evaluation. Diabetes Care. 1993;16:1167-78.
(8) Goldney RD, Phillips PJ, Fisher LJ, Wilson DH. Diabetes, depression, and quality of life:
a population study. Diabetes Care. 2004;27:1066-70.
(9) Chao J, Nau DP, Aikens JE, Taylor SD. The mediating role of health beliefs in the
relationship between depressive symptoms and medication adherence in persons with
diabetes. Res Social Adm Pharm. 2005;1:508-25.
(10) Nau DP, Chao J, Aikens JE. The relationship of guideline-concordant depression
treatment and patient adherence to oral diabetes medications. Res Social Adm Pharm.
2005;1:378-88.
(11) Kalsekar ID, Madhavan SS, Amonkar MM, Makela EH, Scott VG, Douglas SM et al.
Depression in patients with type 2 diabetes: impact on adherence to oral hypoglycemic agents.
69
Ann Pharmacother. 2006;40:605-11.
(12) Luscombe FA. Health-related quality of life measurement in type 2 diabetes. Value
Health. 2000;3(1):15-28.
(13) Wandell PE. Quality of life of patients with diabetes mellitus. An overview of research in
primary health care in the Nordic countries. Scand J Prim Health Care. 2005;23:68-74.
(14) Gaynes BN, Burns BJ, Tweed DL, Erickson P. Depression and health-related quality of
life. J Nerv Ment Dis. 2002;190:799-806.
(15) Groot M, Anderson R, Freedland KE, Clouse RE, Lustman PJ. Association of depression
and diabetes complications: a meta-analysis. Psychosom Med. 2001;63:619-30.
(16) Lustman PJ, Anderson RJ, Freedland KE, Groot M, Carney RM, Clouse RE. Depression
and poor glycemic control: a meta-analytic review of the literature. Diabetes Care.
2000;23:934-42.
(17) Lustman PJ, Griffith LS, Gavard JA, Clouse RE. Depression in adults with diabetes.
Diabetes Care. 1992;15:1631-9.
(18) Horn EK, van Benthem TB, Hakkaart-van RL, van Marwijk HW, Beekman AT, Rutten
FF et al. Cost-effectiveness of collaborative care for chronically ill patients with comorbid
depressive disorder in the general hospital setting, a randomised controlled trial. BMC Health
Serv Res. 2007;7:28.
(19) Katon WJ, Rutter C, Simon G, Lin EH, Ludman E, Ciechanowski P et al. The association
of comorbid depression with mortality in patients with type 2 diabetes. Diabetes Care.
2005;28:2668-72.
(20) American Diabetes Association. Standards of Medical Care in Diabetes--2007. Diabetes
Care. 2007;30:34-41.
(21) Ware JE, Jr., Sherbourne CD. The MOS 36-item short-form health survey (SF-36). I.
Conceptual framework and item selection. Med Care. 1992;30:473-83.
(22) Ciconelli RM. Translation and validation to the Portuguese of the Medical Outcomes
Study 36-Item Short-Form Health Survey (SF-36) [tese]. São Paulo: Federal University of
São Paulo; 1997.
(23) Ware Jr JE, Kosinski M. SF-36 Physical & Mental Health Summary Scales: A Manual
for Users of Version 1. 2. Lincoln: Quality Metric Incorporated; 2001.
70
(24) Tiplady B, Jackson SHD, Maskrey VM, Swift CG. Validity and sensitivity of visual
analogue scales in young and older healthy subjects. Age and Ageing. 1998;27:63.
(25) Yesavage JA, Brink TL, Rose TL, Lum O, Huang V, Adey M et al. Development and
validation of a geriatric depression screening scale: a preliminary report.
(26) Guilar-Navarro SG, Fuentes-Cantu A, vila-Funes JA, Garcia-Mayo EJ. Validity and
reliability of the screening questionnaire for geriatric depression used in the Mexican Health
and Age Study. Salud Publica Mex. 2007;49:256-62.
(27) Wancata J, Alexandrowicz R, Marquart B, Weiss M, Friedrich F. The criterion validity
of the Geriatric Depression Scale: a systematic review. Acta Psychiatr Scand. 2006;114:398-
410.
(28) Korner A, Lauritzen L, Abelskov K, Gulmann N, Marie BA, Wedervang-Jensen T et al.
The Geriatric Depression Scale and the Cornell Scale for Depression in Dementia. A validity
study. Nord J Psychiatry. 2006;60:360-4.
(29) Craen AJM, Heeren TJ, Gussekloo J. Accuracy of the 15-item geriatric depression
scale(GDS-15) in a community sample of the oldest old. International Journal of Geriatric
Psychiatry 2003;18:63-6.
(30) Almeida OP, Almeida SA. Confiabilidade da versão brasileira da Escala de Depressão
em Geriatria (GDS): Versão reduzida. Arquivos de Neuropsiquiatria 1999; 57: 421-6.
(31) Paradela EMP, Lourenço RA, Veras RP. Validação da escala de depressão geriátrica em
um ambulatório geral. Revista de Sa·de P·blica. 2005;39:918-23.
(32) First MB, Spitzer RL, Gibbon M, Williams JBM. Structured clinical interview diagnostic
(SCID) for DSM-IV axis I disorders-clinician version (SCID-CV). 1997.
(33) Spitzer RL, Williams JB, Gibbon M, First MB. The Structured Clinical Interview for
DSM-III-R (SCID). I: History, rationale, and description. ArchGenPsychiatry. 1992;49:624-9.
(34) Williams JB, Gibbon M, First MB, Spitzer RL, Davies M, Borus J et al. The Structured
Clinical Interview for DSM-III-R (SCID). II. Multisite test-retest reliability. Arch Gen
Psychiatry. 1992;49:630-6.
(35) Basco MR, Bostic JQ, Davies D, Rush AJ, Witte B, Hendrickse W et al. Methods to
Improve Diagnostic Accuracy in a Community Mental Health Setting. Am J Psychiatry.
2000;157:1599-605.
71
(36) Hirschfeld RMA, Holzer C, Calabrese JR, Weissman M, Reed M, Davies M et al.
Validity of the Mood Disorder Questionnaire: A General Population Study. Am J Psychiatry.
2003;160:178-80.
(37) Kaplan RM, Hartwell SL, Wilson DK, Wallace JP. Effects of diet and exercise
interventions on control and quality of life in non-insulin-dependent diabetes mellitus. J Gen
Intern Med. 1987;2:220-8.
(38) Anderson RJ, Freedland KE, Clouse RE, Lustman PJ. The prevalence of comorbid
depression in adults with diabetes: a meta-analysis. Diabetes Care. 2001;24:1069-78.
(39) Kogan SM, Brody GH, Crawley C, Logan P, Murry VM. Correlates of elevated
depressive symptoms among rural African American adults with type 2 diabetes. Ethn Dis.
2007;17:106-12.
(40) Bell RA, Smith SL, Arcury TA, Snively BM, Stafford JM, Quandt SA. Prevalence and
correlates of depressive symptoms among rural older African Americans, Native Americans,
and whites with diabetes. Diabetes Care. 2005;28:823-9.
(41) Egede LE, Zheng D. Independent factors associated with major depressive disorder in a
national sample of individuals with diabetes. Diabetes Care. 2003;26:104-11.
(42) Maraldi C, Volpato S, Penninx BW, Yaffe K, Simonsick EM, Strotmeyer ES et al.
Diabetes mellitus, glycemic control, and incident depressive symptoms among 70- to 79-year-
old persons: the health, aging, and body composition study. Arch Intern Med. 2007;167:1137-
44.
(43) Beekman AT, Deeg DJ, Van Limbeek J, Braam AW, Vries MZ, Van Tilburg W.
Criterion validity of the Center for Epidemiologic Studies Depression scale (CES-D): results
from a community-based sample of older subjects in The Netherlands. Psychol Med.
1997;27:231-5.
(44) Black SA, Markides KS, Ray LA. Depression predicts increased incidence of adverse
health outcomes in older Mexican Americans with type 2 diabetes. Diabetes Care.
2003;26:2822-8.
(45) Chowdhury S. Depression and diabetes: a risky comorbidity. J Indian Med Assoc.
2004;102:554-6.
(46) McCollum M, Ellis SL, Regensteiner JG, Zhang W, Sullivan PW. Minor depression and
health status among US adults with diabetes mellitus. Am J Manag Care. 2007;13:65-72.
72
(47) Paschalides C, Wearden AJ, Dunkerley R, Bundy C, Davies R, Dickens CM. The
associations of anxiety, depression and personal illness representations with glycaemic
control and health-related quality of life in patients with type 2 diabetes mellitus. J
Psychosom Res. 2004;57:557-64.
(48) Carnethon MR, Kinder LS, Fair JM, Stafford RS, Fortmann SP. Symptoms of depression
as a risk factor for incident diabetes: findings from the National Health and Nutrition
Examination Epidemiologic Follow-up Study, 1971-1992. Am J Epidemiol. 2003;158:416-23.
(49) Williams JW, Jr., Katon W, Lin EH, Noel PH, Worchel J, Cornell J et al. The
effectiveness of depression care management on diabetes-related outcomes in older patients.
Ann Intern Med. 2004;140:1015-24.
(50) Simon GE, Von KM, Lin E. Clinical and functional outcomes of depression treatment in
patients with and without chronic medical illness. Psychol Med. 2005;35:271-9.
(51) Claiborne N, Massaro E. Mental quality of life: an indicator of unmet needs in patients
with diabetes. Soc Work Health Care. 2000;32:25-43.
73
4.4 ARTIGO 4: Fatores associados à qualidade de vida em uma amostra de pacientes idosos
diabéticos
Este artigo será submetido ao Caderno de Saúde Pública para publicação. ISSN 1678-4464 – versão on-line.
74
FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA EM UMA AMOSTRA DE
PACIENTES IDOSOS DIABÉTICOS
Factors associated with quality of life in a sample of old-age diabetic patients
75
RESUMO
OBJETIVO Investigar os fatores associados à qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS)
em uma mostra brasileira de pacientes idosos com diabetes mellitus do tipo 2. MÉTODOS
Estudo transversal englobando uma amostra de conveniência composta de 127 pacientes
consecutivos com idade entre 60 e 80 anos atendidos regularmente no Ambulatório de
Diabetes do Hospital Universitário Walter Cantídio na cidade de Fortaleza, CE. A coleta
ocorreu entre agosto de 2006 e fevereiro de 2007. A associação de várias variáveis clínicas,
sócio-demográficas e psicossociais com a QVRS foram avaliadas. As variáveis que
apresentaram no valor de P<0,20 na análise univariada foram posteriormente analisadas
através de modelos de regresão linear múltipla. A QVRS foi avaliada separadamente para os
dois componentes da SF-36 (PCS e MCS) e pela Escala Analógica Visual (EAV).
RESULTADOS Após ajustes multivariados, a sintomatologia depressiva aferida por escala
de depressão geriátrica de 15 itens (EGD-15) estava negativamente associada à QVRS nas
três medidas utilizadas (p 0,002). O número de co-morbidades médicas (p= 0,002), a idade
(p= 0,005) e a glicemia em jejum (p= 0,007) também estavam associados à QVRS, de acordo
com o sumário de componentes físicos do SF-36 (PCS). O tempo em anos de doença
diagnosticada (p= 0,01) também estava associado com o sumário de componentes mentais do
SF-36 (MCS). E na VAS, além do escore da EGD-15, a função cognitiva global aferida pelo
Mini-Exame do Estado Mental (MEEM) estava associada à QVRS (p= 0,001).
CONCLUSÕES A sintomatologia depressiva tem impacto significativo na QVRS auto-
referida e nos componentes físicos e mentais avaliados do SF-36.
Descritores: diabetes, qualidade de vida, depressão, cognição, análise multivariada, idoso.
76
ABSTRACT
OBJECTIVE: To investigate the factors associated with health-related quality of life
(HRQoL) in a sample of elder brazilian patients with type 2 diabetes mellitus. METHODS:
A cross-sectional study in which a convenience sample of 127 consecutive patients (age: 60-
80 years old) regularly attending the diabetes clinics of the Walter Cantídio University
Hospital in the city of Fortaleza, CE was observed.
The data was obtained between August,
2006 and February, 2007. The association of various clinical, socio-demographical and
psychosocial variables with HRQoL was evaluated. Variables with p-value <0.20 in bivariate
analyses were subsequently analyzed through multiple linear regression models. The HRQoL
was measured separately with the two components (PCS and MCS) of SF-36 instrument and
the Visual Analog Scale (VAS). RESULTS: After multivariate corrections, depressive
symptoms measured through the 15-item geriatric depression scale (GDS-15) was negatively
associated with HRQL in the three measures (p 0.002). The number of medical co-
morbidities (p = 0.002), age (p = 0.005) and fasting glucose (p = 0.007) was also associated
with HRQL according to the physical component summary (PCS) of the SF-36 questionnaire.
Years with diabetes (p=0.01) was also associated with the mental component summary
(MCS) of the SF-36 instrument. In the VAS, besides the GDS-15 score, global cognitive
function assessed with the mini mental state examination (MMSE) was also associated with
HRQoL (p=0.001). CONCLUSIONS: Depressive symptoms influence self-assessed HRQoL
as well as mental and physical SF-36 component
Keywords: diabetes, quality of life, depression, cognition, multivariate analysis, aged.
77
INTRODUÇÃO
Diabetes Mellitus (DM) é descrita como uma doença crônica com alta morbidade
e mortalidade
1;2
. O aumento da prevalência da DM do tipo 2 é alarmante em todo o mundo,
tanto em paises centrais como nas nações periféricas. O número de casos de DM
provavelmente irá dobrar nos próximos 30 anos. Isto representa um aumento de 27% da
prevalência desta doença
3
. No Brasil, a prevalência estimada é de 7.6%
4
. O DM apresenta
diversas complicações clínicas, como: nefropatia, retinopatia, neuropatia e distúrbios
cardiovasculares. DM também esta associada com várias co-morbidades, e o aumento da
incidência de outras enfermidades crônicas, entre as quais a doença coronariana
5
.
As alterações das condições de saúde oral nos pacientes diabéticos são comuns e
freqüentes. A cárie, infecção, inflamação, perda de sensibilidade e lesões na mucosa oral e
língua são alguns exemplos
6
. A doença periodontal é descrita como a sexta complicação da
DM
7
. O controle glicêmico precário acelera a progressão da periodontite. A doença
periodontal, por sua vez, piora o controle metabólico. O tratamento da periodontite, contudo,
melhora o perfil metabólico
8
. Periodontite, juntamente com a cárie dental é uma das
principais causas de perda dentária em adultos
9
. O edentulismo provoca uma mastigação
deficiente e dificulta a adesão do paciente à sua dieta, causando prejuízo na qualidade de
vida
10
.
A depressão está relacionada com o DM. A prevalência de depressão é maior
entre pessoas com DM quando comparada à população não diabética
11
. A presença de
depressão em pacientes diabéticos acarreta pior controle glicêmico, além de crescimento no
risco de complicações
12;13
. A DM do tipo 2 afeta negativamente o bem-estar e a QVRS de
seus portadores, de várias formas. Por exemplo, a restrição dietética, complicações clinicas e
uso diário e continuo de medicações são fatores passiveis de afetar a QVRS nessa população
78
de pacientes
14
. A presença e o número de co-morbidades têm grande impacto negativo na
QVRS
15-17
.
O aumento de expectativa de vida, pela diminuição das taxas de mortalidade de
várias doenças, junto com o crescimento da prevalência de patologias crônicas, conduz a uma
mudança dos conceitos de saúde e indicando quais são os objetivos dos tratamentos; ou seja,
longevidade deve também estar associada a bem-estar. Neste contexto, a Qualidade de Vida
Relacionada à Saúde (QVRS) torna-se cada vez mais um parâmetro para avaliar inclusive
políticas publicas de saúde
18
.
A QVRS está associada negativamente a inúmeros fatores, entre os quais, o tempo
de duração da doença, sexo, idade e a severidade da DM
19
. Existe, porém, pouca informação
sobre quais são os principais fatores, ou se determinadas doenças, como a depressão e as más
condições de saúde oral na população, causam impacto na QVRS em paises periféricos, pois a
maioria dos estudos se realizou em paises desenvolvidos. Adicionalmente, diferenças nas
metodologias dos estudos dificultam a generalização dos achados.
Assim, o presente estudo objetiva analisar a influência da depressão, condições
de saúde oral, variáveis demográficas, co-morbidades, cognição, vaiáveis clínicas e o controle
clínico da DM na QVRS de pacientes idosos diabéticos do tipo 2.
MÉTODOS
Amostra
A população deste estudo foi composta por 127 pacientes portadores de diabetes
mellitus do tipo 2, de idade superior a 60 anos, e inferior a 80 anos (com o objetivo de ter uma
população homogênea em relação à faixa etária), de ambos os sexos. A coleta de dados
ocorreu entre Agosto de 2006 e Fevereiro de 2007. Os pacientes eram regularmente atendidos
79
no Ambulatório de Diabetes do Hospital Universitário Walter Cantídio da Universidade
Federal do Ceará (HUWC/UFC).
O diagnóstico do diabetes mellitus foi estabelecido por critérios clínico-
laboratoriais, consoante é recomendado pela Sociedade Brasileira de Diabetes
20
. Pacientes
em uso de medicação ou situação transitória que alterasse a tolerância à glicose e aqueles com
tireoidopatias, hiper ou hipocalcemia, uremia, insuficiência hepática, infecções, além de
pacientes que não apresentavam condições físicas ou mentais/cognitivas de participar dos
testes aplicados foram excluídos do estudo.
O protocolo da presente pesquisa foi submetido e aprovado pelo Comide Ética
em Pesquisa do HUWC/UFC. O estudo era cuidadosamente explicado aos pacientes que
assinavam um termo de consentimento livre e esclarecido antes de serem submetidos ao
protocolo de pesquisa. Aqueles queo aceitaram participar do estudo eram automaticamente
excluídos e não sofreram prejuízos no seu atendimento ambulatorial.
A equipe de pesquisa foi composta por um médico psiquiatra, um dentista e
quatro bolsistas do último semestre do curso de enfermagem. Toda a equipe participou de
processo prévio de capacitação, treinamento e calibração para os instrumentos que foram
utilizados e para o protocolo e objetivos do estudo, totalizando 10 horas-aula.
Coleta de dados
As avaliações e entrevistas foram realizadas frente a frente com o paciente de
maneira individualizada. Em razão do alto índice de analfabetismo na amostra estudada, todos
os questionários utilizados na pesquisa foram aplicados somente pelos pesquisadores, apesar
de alguns instrumentos terem sido auto-administrados. Inicialmente dados clínicos e
laboratoriais foram coletados. Em seguida, indicadores referentes a idade, condição social,
escolaridade, tempo de doença, controle metabólico, presença de complicações e co-
morbidades, orientações prévias (aspectos educativos), adesão e tipo de tratamento foram
80
obtidos e complementados com a análise dos seus prontuários e registrados em uma ficha pré-
codificada. A avaliação foi complementada por parâmetros antropométricos- peso, estatura e
Índice de Massa Corporal (IMC); e medidas da circunferência abdominal e de quadril, além
de mensuração da pressão arterial (PA). Os resultados dos exames laboratoriais foram
coletados no prontuário do paciente.
Medidas de avaliação de funções cognitivas
O Mini-Exame do Estado Mental (MEEM) foi utilizado como teste de detecção
para demência e outras disfunções cognitivas
21
. O MEEM inclui questões especificas da
cognição: atenção, orientação, memória, cálculo e linguagem. O MEEM é validado em
amostras brasileiras
22-24
.
Medidas de avaliação de QVRS
A QVRS do paciente foi avaliada por dois instrumentos padronizados, nacional e
internacionalmente validados: o Medical Outcomes Study 36 - Item Short-Form Health
Survey (SF-36)
25
e a Escala Analógica Visual (EAV). O SF-36 é um instrumento genérico de
com grande aplicabilidade, traduzido para a língua portuguesa e validado para uso no Brasil
26
,
tanto para o acompanhamento clínico como para pesquisa clínica, e sua validade e
confiabilidade é estabelecida para diversas condições e patologias
27
. O SF-36 é um dos
instrumentos mais utilizados na pesquisa envolvendo QVRS
28
. O SF-36 consiste em um
questionário auto-administrado com 36 itens. O escore global do SF-36 pode ser decomposto
em duas medidas: resumo dos componentes da saúde física (Physical Component Score–PCS)
e resumo dos componentes da saúde mental (Mental Component Summary-MCS). No
presente estudo, o SF-36 e seus respectivos componentes foram pontuados de acordo com as
normas de seu manual de aplicação
29
.
A EAV é amplamente utilizada em pesquisas clinicas para avaliar o estado
subjetivo de bem-estar. A EAV já foi validada para uso na população idosa
30
. A EAV é uma
81
escala de auto-avaliação na qual a pessoa deve assinalar seu estado subjetivo em uma linha
reta contínua de 100mm que, ancorada em dois pontos, “a pior que eu possa imaginar” (0mm)
e “melhor que eu possa imaginar” (100mm).
Avaliação da sintomatologia depressiva
A avaliação dos sintomas depressivos foi realizada pela Escala Geriátrica de
Depressão de 15 itens (GDS-15), qual consiste em uma escala auto-administrada
31
. Este
instrumento é freqüentemente utilizado para investigar o humor de pessoas idosas, e foi
validada em diversos estudos
32-34
. Quando se utiliza o ponto de corte de 4/5, ela é
considerada sensível o bastante para detectar depressão em estudos epidemiológicos de
pessoas com idade acima de 60 anos
35
. O GDS-15 foi validada previamente para
população brasileira
36;37
.
Avaliação das condições de saúde oral
Um exame completo das condições de saúde oral dos idosos foi realizado por
único examinador (dentista) com experiência prévia. Os indivíduos foram sentados em
cadeiras comuns sob luz artificial, tendo sido utilizado material odontológico necessário para
a realização do exame. A condição de saúde oral foi avaliada de três formas: critérios da
Organização Mundial de Saúde para Dentes Cariados, Perdidos e Obturados (CPO-D)
38
;
necessidade e adaptação da prótese superior e/ou inferior; e a auto-avaliação do idoso sobre
seu estado de saúde oral, que era graduado em cinco níveis, de precário até excelente.
Análise estatística
Inicialmente, foram realizadas análises estatísticas bivariadas de cada variável
preditora em relação a cada medida de QVRS (PCS, MCS e EAV). Aquelas análises com p-
valor menor do que 0,20 poderiam ser incorporadas a modelos multivariados. A normalidade
do PCS, MCS e EAV foi testada por inspeção gráfica e pelo teste de Kolmogorov-Smirnov. A
homocedasticidade foi verificada pelo teste de Levene. Os dados da EAV foram
82
transformados como raiz quadrada e passaram a apresentar distribuição normal. As análises
bivariadas foram realizadas por meio do teste de correlação linear de Pearson. Todas as
análises foram realizadas por intermédio do pacote estatístico SPSS versão 13.0 para
Windows (SPSS Inc. Chicago, IL, USA).
Análise de Regressão Múltipla
A Análise de Regressão Múltipla é uma técnica estatística geral usada para analisar a
relação entre uma única variável dependente (desfecho) e diversas variáveis independentes
(preditoras). O Objetivo dessa análise é usar as variáveis independentes, cujos valores são
conhecidos, para prever os valores da variável dependente. Sua formulação sica pode ser
escrita:
Onde Y
i
(PCS, MCS ou EAV) é a resposta no i-ésimo ensaio, X
i1
e X
i2
são os valores
das duas variáveis preditoras no i-ésimo ensaio. Os parâmetros do modelo são β
0
, β
1
, β
2
e o
termo do erro é ε
i
.
Modelos de Regressão Linear Múltipla do PCS, MCS e EAV como variáveis
dependentes foram realizados para investigar as relações entre os valores de QVRS com
variáveis demográficas, sintomas depressivos, condições de saúde oral, co-morbidades,
cognição, número de complicações, tempo de duração da doença, variáveis clínicas e o
controle clinico da DM. Associações foram consideradas estatisticamente significante
quando o valor do p0,05.
O estudo foi desenhado para estudar a influência de 14 variáveis contínuas na
QVRS. Advoga-se a necessidade de 5-10 sujeitos por variável. Sendo assim, para analisar-se
14 variáveis, são necessários 70-140 indivíduos.
...
1,122110 ipipiii
XXXY
ε
β
β
β
β
+
+
+
+
+
=
83
RESULTADOS
Quatorze variáveis contínuas estudadas em relação a sua associação/influência na
Qualidade de Vida Relacionada à Saúde (QVRS), sendo esta auto-referida (EAV) ou medidas
por meio de instrumentos validados (SF36), que é dividido em resumo dos componentes da
saúde mental e física (MCS e PCS). As variáveis o Tempo de anos em que a Doença foi
Diagnosticada (TDD), Tempo de Uso de Insulina (TUI), Índice de Massa Corporal (IMC),
cintura abdominal, glicemia em jejum, Hemoglobina Glicada (HbA
1c
), Número de Sintomas
Depressivos (NSD), MEEM, Anos de Estudo (AE), auto-avaliação da saúde oral, CPO-D,
número de dentes, idade e o Numero de Co-morbidades (NC).
Análise em relação ao resumo dos componentes da saúde física (PCS)
Após a análise estatística bivariada de cada variável preditora em relação ao PCS,
restaram seis variáveis com p<0,20: NSD (p=0,002), NC (p=0,002), idade (p=0,005),
glicemia em jejum (p=0,007), MEEM (p=0,129) e auto-avaliação da saúde oral (p=0,149).
Com o modelo ENTER de regressão multivariada, entrou-se inicialmente a
variável NSD de maior significância, seguida das demais, em ordem decrescente. Apenas
quatro variáveis demonstraram influência no resumo dos componentes da saúde física (PCS)
do SF-36, sendo estas: NSD (p=0,002), NC (p=0,002), idade (p=0,005) e glicemia em jejum
(p=0,007). Com coeficiente de determinação do modelo r
2
=0,251, sendo ajustado para o
número de variáveis r
2
ajustado
=0,226. O modelo preditor foi estatisticamente significante
(ANOVA; F= 10,223 e p= 0,000).
Portanto o modelo de regressão ficou:
PCS = 81,4 – 0,683NSD – 1,07NC – 0,414Idade – 0,024Glicemia em jejum.
A equação acima demonstra que quanto maior o número de sintomas depressivos,
número de co-morbidades, idade e glicemia em jejum, maior é o impacto negativo na QVRS,
84
medido como PCS. Assim. o NSD, NC, idade e glicemia em jejum causam impacto negativo
na PCS.
Análise em relação ao resumo dos componentes da saúde mental (MCS)
Após a análise estatística bivariada de cada variável preditora em relação ao MCS,
restaram seis variáveis com p<0.20: NSD (p=0,000), TDD (p=0,010), TUI (p=0,010), MEEM
(p=0,021), AE (p=0,074) e HbA
1c
(p=0,185).
Com o modelo ENTER de regressão multivariada, entrou-se com a variável NSD
de maior significância, seguida das demais em ordem decrescente. houve significância
para 02 variáveis: NSD (p=0,000) e TDD (p=0,010). O coeficiente de determinação do
modelo foi r
2
=0,193, após ajuste para o número de variáveis r
2
ajustado
=0,180. O modelo foi
estatisticamente significante (ANOVA;F= 14,575 e p= 0,000). O modelo de regressão então
ficou:
MCS = 50,85 – 1,473NSD – 0,305TDD
Esta equação demonstra que quanto maior o número de sintomas depressivos e o
tempo em anos do diagnóstico da doença, maior é o impacto negativo na QVRS, medido
como MCS. O NSD e o TDD causam impacto negativo na MCS.
Análise em relação a escala analógica visual (EAV)
Após a análise estatística bivariada de cada variável preditora em relação ao EAV,
restaram três variáveis com p<0.20: NSD (p=0,000), MEEM (p=0,001) e glicemia em jejum
(p=0,124).
Com o modelo ENTER, entrou-se com a variável NSD de maior significância,
seguida das demais em ordem decrescente. houve significância para o NSD (p=0,000) e o
MEEM (p=0,001). Com coeficiente de determinação do modelo igual r
2
=0,313, após ajuste
para o número de variáveis r
2
ajustado
=0,302. O modelo preditor foi estatisticamente significante
(ANOVA;F= 27,997 e p= 0,000). O modelo de regressão ficou, então:
85
O modelo de regressão então ficou:
EAV = 8,377 – 0,362NSD + 0,062MEEM
Quanto maior o número de sintomas depressivos, maior é o impacto negativo na
QVRS, aferido como EAV. O MEEM demonstrou um efeito positivo, ou seja, quanto mais
alto o escore do MEEM (funcionamento cognitivo) melhor sea QVRS avaliada pela EAV.
O NSD causa um impacto negativo na EAV e o MEEM um efeito positivo
Em resumo, o número de sintomas depressivos estava negativamente associado à
QVRS nas três medidas utilizadas (p 0,002). O número de co-morbidades médicas (p=
0,002), a idade (p= 0,005) e a glicemia em jejum (p= 0,007) influenciavam à QVRS, de
acordo com o sumário de componentes físicos (PCS) do SF-36. O tempo em anos de doença
diagnosticada (p= 0,01) também estava associado com o sumário de componentes mentais
(MCS) do SF-36. E, na EAV, além do número de sintomas depressivos que estava associado
negativamente, o MEEM estava associado, mas de forma positiva, com a QVRS (p= 0,001).
DISCUSSÃO
Este estudo avaliou, mediante da análise multivariada, os possíveis fatores
preditores da QVRS em idosos diabéticos do tipo 2, vivendo no Nordeste brasileiro. A
sintomatologia depressiva foi o principal fator encontrado, causando impacto negativo no SF-
36, tanto no componente sico como no mental. A sintomatologia depressiva também afetou
a auto-avaliação da QVRS aferida pela EAV. Quanto maior a quantidade de sintomas
depressivos verificados pela EGD-15, maior é o impacto negativo na QVRS.
O controle glicêmico e a idade estavam associados negativamente com o
componente físico (PCS) da QVRS. O tempo em que o idoso era portador de DM foi
associado negativamente ao componente mental (MCS) do QVRS (MCS). Enquanto o
86
MEEM foi associado com o EAV, quanto maior o MEEM, melhor é o EAV. Estes resultados
foram compatíveis com estudos prévios, em que a QVRS estava associada negativamente
com a depressão
39-40
, duração da DM
41
, idade
42;43
, número de co-morbidades
44
funcionamento cognitivo
45
e controle glicêmico
46;47
.
Embora a relação entre a depressão e a DM esteja bem estabelecida,
frequentemente a depressão não é detectada
48
. Bell et al.
49
demonstraram uma prevalência de
sintomas depressivos na ordem de 15.8% entre idosos que viviam em comunidades rurais,
enquanto Amato et al. encontraram 13.6% de sintomas depressivos entre idosos diabéticos
na Itália. Egede et al.
50
demonstraram uma prevalência de depressão de 9.3% em um estudo
americano de amostra nacional de indivíduos com DM. Com o objetivo de avaliar a
prevalência de depressão e diabetes e a relação entre elas com a QVRS, Goldney et al.
51
relataram 24% de prevalência de depressão. Thomas et al.
52
encontraram 13 % de depressão
em adultos de baixa renda com DM do tipo 2.
A quantidade de sintomas depressivos encontrados neste estudo foi muito
elevada
53
. Utilizando a GDS-15 com um ponto de corte de 5 (válido no contexto brasileiro)
54
,
para rastreamento de depressão, a prevalência encontrada foi 52%. Outro dado importante
confirma o fato de que a maioria dos idosos não estava sendo tratada para o episódio
depressivo, principalmente quando demonstrado que a depressão prejudica o controle
glicêmico
55
, e que o tratamento da depressão melhora o controle metabólico e a QVRS do
paciente
40;56
.
Outro fato importante é o acompanhamento das funções cognitivas. A DM afeta a
função cerebral, podendo causar declínio cognitivo, demência e acidente vascular cerebral
57
O controle da DM diminui o risco destas complicações. O empobrecimento das funções
cognitivas está relacionado com evolução de complicações da DM e depressão
58;59
. O
desempenho das funções cognitivas pode influenciar a QVRS de pacientes com DM
60-62
.
87
A condição da saúde oral dos idosos se encontrava muito precária
63
indicado
resultados baixíssimos. Isto pode ter afetado a análise da influência da condição de saúde oral,
em virtude do pequeno poder discriminatório da análise estatística. Por exemplo, mais de 95%
da população estudada apresentava um CPO-D de 20 ou mais, e 94.5% dos idosos estudados
tinha menos de 20 dentes (número mínimo recomendado pela OMS)
38
.
Um bom acompanhamento clínico melhora a QVRS
64
. A depressão tem ação
direta na QVRS dos pacientes
51
. A inclusão de instrumentos de rastreamento diagnóstico para
depressão poderia ser uma alternativa para uma detecção mais precoce dos quadros
depressivos, e aumentar a possibilidade de tratamento para esses pacientes, o que melhoraria a
QVRS destes.
CONCLUSÃO
A sintomatologia depressiva é um forte preditor negativo na QVRS (EAV,
sumário de componentes físicos e mentais do SF-36) destes pacientes. O número de co-
morbidades, a idade e a glicemia em jejum também influenciam negativamente o sumário de
componentes físicos (PCS) do SF-36, enquanto que o tempo de diagnóstico da doença
influencia negativamente o sumário de componentes mentais (MCS) do SF-36. Quando
avaliada a QVRS auto-referenciada (EAV), a variável número de sintomas depressivos
influenciava negativamente a EAV e o MEEM influenciava positivamente a EAV.
88
REFERÊNCIAS
(1) Strategies for reducing morbidity and mortality from diabetes through health-care system
interventions and diabetes self-management education in community settings. A report on
recommendations of the Task Force on Community Preventive Services. MMWR Recomm
Rep 2001; 50(16):1-15.
(2) Bruce SG. The impact of diabetes mellitus among the Metis of western Canada. Ethn
Health 2000; 5(1):47-57.
(3) King H, Aubert RE, Herman WH. Global burden of diabetes, 1995-2025: prevalence,
numerical estimates, and projections. Diabetes Care 1998; 21(9):1414-31.
(4) Malerbi DA, Franco LJ. Multicenter study of the prevalence of diabetes mellitus and
impaired glucose tolerance in the urban Brazilian population aged 30-69 yr. The Brazilian
Cooperative Group on the Study of Diabetes Prevalence. Diabetes Care 1992;15(11):1509-16.
(5) Haffner SM, Lehto S, Ronnemaa T, Pyorala K, Laakso M. Mortality from Coronary Heart
Disease in Subjects with Type 2 Diabetes and in Nondiabetic Subjects with and without Prior
Myocardial Infarction. N Engl J Med 1998; 339(4):229-34.
(6) Lalla RV, D'Ambrosio JA. Dental management considerations for the patient with
diabetes mellitus. J Am Dent Assoc 2001; 132(10):1425-32.
(7) Loe H. Periodontal disease. The sixth complication of diabetes mellitus. Diabetes Care
1993; 16(1):329-34.
(8) Grossi SG, Skrepcinski FB, DeCaro T, Robertson DC, Ho AW, Dunford RG et al.
Treatment of periodontal disease in diabetics reduces glycated hemoglobin. J Periodontol
1997; 68(8):713-719.
(9) Phipps KR, Stevens VJ. Relative contribution of caries and periodontal disease in adult
tooth loss for an HMO dental population. J Public Health Dent 1995; 55(4):250-2.
89
(10) Lalla E, Park DB, Papapanou PN, Lamster IB. Oral Disease Burden in Northern
Manhattan Patients With Diabetes Mellitus. Am J Public Health 2004; 94(5):755-8.
(11) Anderson RJ, Freedland KE, Clouse RE, Lustman PJ. The prevalence of comorbid
depression in adults with diabetes: a meta-analysis. Diabetes Care 2001; 24(6):1069-78.
(12) Groot M, Anderson R, Freedland KE, Clouse RE, Lustman PJ. Association of depression
and diabetes complications: a meta-analysis. Psychosom Med 2001; 63(4):619-30.
(13) Black SA, Markides KS, Ray LA. Depression predicts increased incidence of adverse
health outcomes in older Mexican Americans with type 2 diabetes. Diabetes Care 2003;
26(10):2822-8.
(14) Redekop WK, Koopmanschap MA, Stolk RP, Rutten GEHM, Wolffenbuttel BHR,
Niessen LW. Health-Related Quality of Life and Treatment Satisfaction in Dutch Patients
With Type 2 Diabetes. Diabetes Care 2002; 25(3):458-63.
(15) Quality of life in type 2 diabetic patients is affected by complications but not by intensive
policies to improve blood glucose or blood pressure control (UKPDS 37). U.K. Prospective
Diabetes Study Group. Diabetes Care 1999; 22(7):1125-36.
(16) Camacho F, Anderson RT, Bell RA, Goff DC, Jr., Duren-Winfield V, Doss DD et al.
Investigating correlates of health related quality of life in a low-income sample of patients
with diabetes. Qual Life Res 2002; 11(8):783-96.
(17) Lloyd A, Sawyer W, Hopkinson P. Impact of long-term complications on quality of life
in patients with type 2 diabetes not using insulin. Value Health 2001; 4(5):392-400.
(18) Wood-Dauphinee S. Assessing quality of life in clinical research: from where have we
come and where are we going? J Clin Epidemiol 1999; 52(4):355-63.
(19) Papadopoulos AA, Kontodimopoulos N, Frydas A, Ikonomakis E, Niakas D. Predictors
of health-related quality of life in type II diabetic patients in Greece. BMC Public Health
2007; 7(1):186.
90
(20) Gross JL, Silveiro SP, Camargo JL, Reichelt AJ, Azevedo MJ. Diabetes melito:
diagnóstico, classificação e avaliação do controle glicêmico. Arq Bras Endocrinol Metab
2002; 46(1):16-26.
(21) Folstein MF, Folstein SE, McHugh PR. "Mini-mental state". A practical method for
grading the cognitive state of patients for the clinician. J Psychiatr Res 1975; 12(3):189-98.
(22) Laks J, Baptista EM, Contino AL, de Paula EO, Engelhardt E. Mini-Mental State
Examination norms in a community-dwelling sample of elderly with low schooling in Brazil.
Cad Saude Publica 2007; 23(2):315-19.
(23) Brito-Marques PR, Cabral-Filho JE. The role of education in mini-mental state
examination: a study in Northeast Brazil. Arq Neuropsiquiatr 2004; 62(2):206-11.
(24) Almeida OP. Mini mental state examination and the diagnosis of dementia in Brazil. Arq
Neuropsiquiatr 1998; 56(3):605-12.
(25) Ware Jr. JE, Sherbourne CD. The MOS 36-item short-form health survey (SF-36). I.
Conceptual framework and item selection. Med Care 1992; 30(6):473-83.
(26) Ciconelli, R. M. Tradução para o português e validação do questionário genérico de
avaliação de qualidade de vida "Medical Outcomes Study 36-Item Short-Form Health Survey
(SF-36)" [tese de doutorado]. São Paulo: Universidade Federal de São Paulo; 1997.
(27) Martinez TY, Pereira CAC, Santos ML, Ciconelli RM, Guimaraes SM, Martinez JAB.
Evaluation of the Short-Form 36-Item Questionnaire to Measure Health-Related Quality of
Life in Patients With Idiopathic Pulmonary Fibrosis. Chest 2000; 117(6):1627-32.
(28) Hill-Briggs F, Gary TL, Baptiste-Roberts K, Brancati FL. Thirty-Six-Item Short-Form
Outcomes Following a Randomized Controlled Trial in Type 2 Diabetes. Diabetes Care 2005;
28(2):443-4.
(29) Ware JE, Jr., Kosinski M. SF-36 Physical & Mental Health Summary Scales: A Manual
for Users of Version 1. 2. Lincoln: Quality Metric Incorporated; 2001.
91
(30) Tiplady B, Jackson SHD, Maskrey VM, Swift CG. Validity and sensitivity of visual
analogue scales in young and older healthy subjects. Age and Ageing 1998; 27(1):63.
(31) Yesavage JA, Brink TL, Rose TL, Lum O, Huang V, Adey M et al. Development and
validation of a geriatric depression screening scale: a preliminary report. Psychiat Res.
1983;17(1):37-49.
(32) Aguilar-Navarro SG, Fuentes-Cantu A, vila-Funes JA, Garcia-Mayo EJ. Validity and
reliability of the screening questionnaire for geriatric depression used in the Mexican Health
and Age Study. Salud Publica Mex 2007; 49(4):256-62.
(33) Wancata J, Alexandrowicz R, Marquart B, Weiss M, Friedrich F. The criterion validity
of the Geriatric Depression Scale: a systematic review. Acta Psychiatr Scand 2006;
114(6):398-410.
(34) Korner A, Lauritzen L, Abelskov K, Gulmann N, Marie BA, Wedervang-Jensen T et al.
The Geriatric Depression Scale and the Cornell Scale for Depression in Dementia. A validity
study. Nord J Psychiatry 2006; 60(5):360-4.
(35) Craen AJM, Heeren TJ, Gussekloo J. Accuracy of the 15-item geriatric depression
scale(GDS-15) in a community sample of the oldest old. International Journal of Geriatric
Psychiatry 2003; 18(1):63-6.
(36) Almeida OP, Almeida SA. Confiabilidade da versão brasileira da Escala de Depressão
em Geriatria (GDS): Versão reduzida. Arquivos de Neuropsiquiatria 1999; 57:421-6.
(37) Paradela EMP, Lourenço RA, Veras RP. Validação da escala de depressão geriátrica em
um ambulatório geral. Revista de Sa·de P·blica 2005; 39:918-923.
(38) World Health Organization. Dentition status and treatment needs. Oral health surveys:
basic methods. 4th ed ed. Geneva: World Health Organization; 1997.
92
(39) Brown GC, Brown MM, Sharma S, Brown H, Gozum M, Denton P. Quality of life
associated with diabetes mellitus in an adult population. J Diabetes Complications 2000;
14(1):18-24.
(40) Jacobson AM, de GM, Samson JA. The effects of psychiatric disorders and symptoms on
quality of life in patients with type I and type II diabetes mellitus. Qual Life Res 1997;
6(1):11-20.
(41) Lopez-Carmona JM, Rodriguez-Moctezuma R. Adaptation and validation of quality of
life instrument Diabetes 39 for Mexican patients with type 2 diabetes mellitus. Salud Publica
Mex 2006; 48(3):200-11.
(42) Eljedi A, Mikolajczyk RT, Kraemer A, Laaser U. Health-related quality of life in
diabetic patients and controls without diabetes in refugee camps in the Gaza strip: a cross-
sectional study. BMC Public Health 2006; 6:268.
(43) Brown DW, Balluz LS, Giles WH, Beckles GL, Moriarty DG, Ford ES et al. Diabetes
mellitus and health-related quality of life among older adults. Findings from the behavioral
risk factor surveillance system (BRFSS). Diabetes Res Clin Pract 2004; 65(2):105-15.
(44) Glasgow RE, Ruggiero L, Eakin EG, Dryfoos J, Chobanian L. Quality of life and
associated characteristics in a large national sample of adults with diabetes. Diabetes Care
1997; 20(4):562-7.
(45) Bent N, Rabbitt P, Metcalfe D. Diabetes mellitus and the rate of cognitive ageing. Br J
Clin Psychol 2000; 399(4):349-62.
(46) Mena FJM, Martin Escudero JC, Simal BF, Bellido CJ, Carretero Ares JL. Type 2
diabetes mellitus and health-related quality of life: results from the Hortega Study. An Med
Interna 2006; 23(8):357-60.
(47) Hanestad BR, Albrektsen G. Quality of life, perceived difficulties in adherence to a
diabetes regimen, and blood glucose control. Diabet Med 1991; 8(8):759-64.
93
(48) Borowsky SJ, Rubenstein LV, Meredith LS, Camp P, Jackson-Triche M, Wells KB. Who
is at risk of nondetection of mental health problems in primary care? J Gen Intern Med 2000;
15(6):381-8.
(49) Bell RA, Smith SL, Arcury TA, Snively BM, Stafford JM, Quandt SA. Prevalence and
correlates of depressive symptoms among rural older African Americans, Native Americans,
and whites with diabetes. Diabetes Care 2005; 28(4):823-9.
(50) Egede LE, Zheng D. Independent factors associated with major depressive disorder in a
national sample of individuals with diabetes. Diabetes Care 2003; 26(1):104-11.
(51) Goldney RD, Phillips PJ, Fisher LJ, Wilson DH. Diabetes, depression, and quality of life:
a population study. Diabetes Care 2004; 27(5):1066-70.
(52) Thomas J, Jones G, Scarinci I, Brantley P. A descriptive and comparative study of the
prevalence of depressive and anxiety disorders in low-income adults with type 2 diabetes and
other chronic illnesses. Diabetes Care 2003; 26(8): 2311-7.
(53) Aguiar CCT, Vieira APGF, Montenegro Jr RM Health-Related Quality of Life and
Depression in Type 2 Diabetes Elder Population. Diabetes Care; A ser submetido em 2007.
(54) Castelo, MS. Validade da "escala de depressão geriátrica" em unidades primárias de
saúde na cidade de Fortaleza, Ceará [dissertação]. Fortaleza: Universidade Federal do Ceará;
2004.
(55) Hassan K, Loar R, Anderson BJ, Heptulla RA. The role of socioeconomic status,
depression, quality of life, and glycemic control in type 1 diabetes mellitus. J Pediatr 2006;
149(4):526-31.
(56) Wexler DJ, Grant RW, Wittenberg E, Bosch JL, Cagliero E, Delahanty L et al.
Correlates of health-related quality of life in type 2 diabetes. Diabetologia 2006; 49(7):1489-
97.
94
(57) Bauduceau B, Bourdel-Marchasson I, Brocker P, Taillia H. The brain of the elderly
diabetic patient. Diabetes Metab 2005; 31(2):92-7.
(58) Rotkiewicz-Piorun AM, Al SS, Raji MA, Kuo YF, Markides KS. Cognitive decline in
older Mexican Americans with diabetes. J Natl Med Assoc 2006; 98(11):1840-7.
(59) Bruce DG, Casey GP, Grange V, Clarnette RC, Almeida OP, Foster JK et al. Cognitive
impairment, physical disability and depressive symptoms in older diabetic patients: the
Fremantle Cognition in Diabetes Study. Diabetes Res Clin Pract 2003; 61(1):59-67.
(60) Trento M, Passera P, Borgo E, Tomalino M, Bajardi M, Cavallo F et al. A 5-year
randomized controlled study of learning, problem solving ability, and quality of life
modifications in people with type 2 diabetes managed by group care. Diabetes Care 2004;
27(3):670-5.
(61) Mo F, Morrison H, Choi BC, Vardy L. Evaluation and measurement of health-related
quality of life for individuals with diabetes mellitus by Health Utilities Index Mark 3 (HUI3)
system. ScientificWorldJournal 2006; 6:1412-23.
(62) Hornquist JO, Wikby A, Stenstrom U, Andersson PO, Akerlind I. Type II diabetes and
quality of life: a review of the literature. Pharmacoeconomics 1995; 1(8):12-6.
(63) Aguiar CCT, Vieira APGF, Montenegro Jr RM Health-Related Quality of Life and Oral
Health Condition in Type 2 Diabetes Elder Population. Brazilian Oral Research. A ser
submetido 2007.
(64) Hanninen J, Takala J, Keinanen-Kiukaanniemi S. Good continuity of care may improve
quality of life in Type 2 diabetes. Diabetes Res Clin Pract 2001; 51(1):21-7.
95
5 CONCLUSÃO
Com base nos resultados encontrados, visando a análise da qualidade de vida,
depressão e saúde oral de idosos portadores de diabetes tipo 2, é possível estabelecer as
seguintes conclusões:
necessidade do uso concomitante de instrumentos genéricos e específicos para
avaliar mais adequadamente portadores de diabetes mellitus;
existem poucos instrumentos de avaliação da QVRS traduzidos e validados para
nossa população;
a maioria dos pacientes relatou por intermédio da Escala Analógica Visual (EAV)
uma boa qualidade de vida;
os índices de qualidade de vida medidos pelo SF-36 estiveram dentro dos limites
encontrados em outros estudos com pacientes diabéticos. Os valores médios do
PCS, que mede os componentes físicos da qualidade vida foram menores do que o
MCS, que avalia os componentes mentais;
a maioria dos indivíduos apresentou sintomas depressivos e 52% dos idosos
apresentaram um rastreamento positivo, utilizando ponto de corte de 5 pela Escala
Geriátrica de Depressão com 15 itens (EGD-15) para depressão;
a prevalência de depressão foi de 31.5% , mediante entrevista estruturada (SCID);
os idosos diabéticos apresentaram baixo nível de condições de saúde oral, com um
índice de CPO-D elevado, sendo na sua maioria por dentes perdidos;
verificou-se alta percentagem dos idosos que necessitavam de algum tipo de
prótese dentária;
grande quantidade de pacientes, mesmo necessitando, não utiliza prótese superior
e/ou inferior;
96
a auto-percepção da saúde oral demonstrou que apesar das precárias condições
encontradas, os idosos acreditavam que sua saúde oral se encontrava em boa ou
excelente condição;
o IMC dos idosos evidenciou elevada freqüência de sobrepeso e obesidade;
o controle glicêmico, usando como referência a hemoglobina glicosilada e a
glicemia de jejum, pode ser considerado precário na maioria dos idosos;
as complicações do diabetes tiveram alta freqüência; foram detectados casos de
nefropatia, neuropatia, retinopatia ou hipertensão arterial entre os diabéticos
estudados;
a depressão não havia sido diagnosticada e, conseqüentemente, tratada na maior
parte dos pacientes;
os idosos que apesar de precisarem, não utilizam prótese inferior apresentaram um
nível mais baixo de qualidade de vida (avaliado pelo EAV) quando comparados
aos idosos que precisavam e utilizavam à prótese inferior;
o diagnóstico de depressão causa um impacto negativo na qualidade de vida dos
idosos diabéticos do tipo 2; e
análise multivariada revelou que a depressão foi o principal fator preditor da
QVRS, o impacto negativo foi diretamente proporcional ao número de sintomas
depressivos.
97
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conclui-se que o baixo grau de saúde oral nos indivíduos avaliados,
possivelmente, reflete a necessidade da implementação de programas de educação e atenção
primária de saúde que realmente sejam eficazes na prevenção das diversos agravos à saúde
oral. A elevada prevalência de depressão demonstra ser necessária à inclusão de instrumentos
de rastreamento e diagnóstico, principalmente de depressão, nas consultas realizadas pelas
equipes de saúde dos vários níveis de atenção, como parte de ações voltadas para a promoção
e a Educação em Saúde desta população específica. Também é necessária uma abordagem
mais eficaz no controle glicêmico dos diabéticos, como forma de prevenção das graves
complicações inerentes a sua doença. A Qualidade de Vida é um elemento importante o
somente como instrumento para mensurar tratamentos e politicas de atenção à saúde, mas
como objetivo de todo atendimento prestado ao idoso, de preferência, a utilização conjunta de
instrumentos específicos e genéricos para uma avaliação mais adequada.
98
REFERÊNCIAS
ANDERSON, R.J. et al. The prevalence of comorbid depression in adults with diabetes: a
meta-analysis. Diabetes Care, v. 24, p.1069-1078, 2001.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção
Básica. Brasil 2003: condições de saúde bucal da população brasileira 2002-2003: resultados
principais. Brasília: Ministério da Saúde, 2004.
CALDAS JR., A.F. et al. Prevalência de cárie e edentulismo em idosos de Recife-
Pernambuco-Brasil/Prevalence of dental caries and edentulism in aged people in the city of
Recife-Pernambuco-Brazil. Rev. Bras. Ciênc. Saúde, v.6, p.113-122, 2002.
CICONELLI, R.M. Tradução para o português e validação do questionário genérico de
avaliação de qualidade de vida "Medical Outcomes Study 36-Item Short-Form Health
Survey (SF-36)". 1997. Tese, Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, 1997.
COOPER, J.K.; HARRIS, Y.; MCGREADY, J. Sadness predicts death in older people. J
Aging Health, v.14, p.509-526, 2002.
DENTAL visits among dentate adults with diabetes--United States, 1999 and 2004. MMWR
Morb. Mortal. Wkly. Rep., v.54, p.1181-1183, 2005.
DIMATTEO, M.R.; LEPPER, H.S.; CROGHAN, T.W. Depression is a risk factor for
noncompliance with medical treatment: meta-analysis of the effects of anxiety and depression
on patient adherence. Arch Intern. Med, v.160, p. 2101-2107, 2000.
EFFICACE, F. et al. Beyond the Development of Health-Related Quality-of-Life (HRQOL)
Measures: A Checklist for Evaluating HRQOL Outcomes in Cancer Clinical Trials-Does
HRQOL Evaluation in Prostate Cancer Research Inform Clinical Decision Making? Journal
of Clinical Oncology, v.21, p.3502-3511, 2003.
EMRICH, L.J.; SHLOSSMAN, M.; GENCO, R.J. Periodontal disease in non-insulin-
dependent diabetes mellitus. J Periodontol., v.62, p.123-131, 1991.
FLECK, M.P.A. et al. Diretrizes da Associação Médica Brasileira para o tratamento da
depressão (versão integral). Rev. Bras. Psiq. v.25, p.114-122, 2003.
GAZALLE, F.K.; LIMA, M.S.; TAVARES, B.F.; HALLAL, P.C. Depressive symptoms and
associated factors in an elderly population in southern Brazil. Rev Saúde Publica, v.38,
p.365-371, 2004.
GHEZZI, E.M.; SHIP, J.A. Systemic diseases and their treatments in the elderly: impact on
oral health. J. Public Health Dent., v.60, p.289-296, 2000.
GONÇALVES, E.R.; PERES, M.A.; MARCENES, W. Cárie dentária e condições sócio-
econômicas: um estudo transversal com jovens de 18 anos de Florianópolis, Santa Catarina,
Brasil. Cadernos de Saúde Pública, v.18, p.699-706, 2002.
99
GONZALEZ-CLEMENTE, J. M. et al. Translation of the recommendations for the diagnosis
of diabetes mellitus into daily clinical practice in a primary health care setting. Diabetes
Res.Clin.Pract., v.62, p.123-129, 2003.
GROSS, J.L. et al. Diabetes melito: diagnóstico, classificação e avaliação do controle
glicêmico. Arq Bras Endocrinol Metab, v.46, p.16-26, 2002.
MAIA FILHO H.S.; GOMES M.G. Análise Crítica dos Instrumentos de Avaliação da
Qualidade de Vida na Epilepsia Infantil. J Epilepsy Clin Neurophysiol, v.10, p.147-153,
2004.
HIRSCHFELD, R.M. et al. The National Depressive and Manic-Depressive Association
consensus statement on the undertreatment of depression. JAMA, v.277, p.333-340, 1997.
KATON, W.J. Clinical and health services relationships between major depression,
depressive symptoms, and general medical illness. Biol. Psychiatry, v.54, p.216-226, 2003.
LAKS, J. O que há de tão especial em ter 65 anos? J Bras Psiquiatr, p.341-343, 1995.
MALERBI, D.A.; FRANCO, L.J. Multicenter study of the prevalence of diabetes mellitus
and impaired glucose tolerance in the urban Brazilian population aged 30-69 yr. The Brazilian
Cooperative Group on the Study of Diabetes Prevalence. Diabetes Care, v.15, p.1509-1516,
1992.
MARCHESINI, G. et al. WHO and ATPIII proposals for the definition of the metabolic
syndrome in patients with Type 2 diabetes. Diabet.Med, v.21, p.383-387, 2004.
MEALEY, B.L.; RETHMAN, M.P. Periodontal disease and diabetes mellitus. Bidirectional
relationship. Dent Today, v.22, p.107-113, 2003.
CASTELO, M.S. Validade da "escala de depressão geriátrica" em unidades primárias de
saúde na cidade de Fortaleza, Ceará. 2004. Dissertação, Fortaleza, Universidade Federal do
Ceará, 2004.
MONTENEGRO JR., R.M. Insulinoterapia no diabetes do tipo 2. In: BANDEIRA, F. et al.
Endocrinologia - diagnóstico & tratamento. São Paulo: Medsi, 2003.
MOREIRA, R. O et al. Diabetes mellitus e depressão: uma revisão sistemática. Arquivos
Brasileiros de Endocrinologia & Metabologia, v.47, p.19-29, 2003.
PASCHOAL, S. Qualidade de vida no idoso: elaboração de um instrumento que privilegia
sua opinião. São Paulo, Faculdade de medicina - Universidade de São Paulo, 2000.
REPORT of the expert committee on the diagnosis and classification of diabetes mellitus.
Diabetes Care, v.26, n.1, p.5-20, 2003.
ROSA, A.G.F. et al. Condições de saúde bucal em pessoas de 60 anos ou mais no Município
de São Paulo (Brasil). Rev Saúde Pública, v.26, p.155-160, 1992.
100
SAREMI, A. et al. Periodontal Disease and Mortality in Type 2 Diabetes. Diabetes Care,
v.28, p.27-32, 2005.
SELLI, L. et al. Educational techniques in diabetes treatment. Cadernos de Saúde Publica,
v.21, p.1366-1372, 2005.
SILVA, D.D.D.; SOUSA, M.D.L.R.D.; WADA, R.S. Saúde bucal em adultos e idosos na
cidade de Rio Claro, São Paulo, Brasil. Cadernos de Saúde Pública, v.20, p.626-631, 2004.
SYRJALA, A.M. et al. Relation of different measures of psychological characteristics to oral
health habits, diabetes adherence and related clinical variables among diabetic patients.
European Journal of Oral Sciences, v.112, p.109-114, 2004.
The WHOQOL Group. The World Health Organization quality of life assessment
(WHOQOL): position paper from the World Health Organization. Social Science and
Medicine, v.10, p.1403-1409. 1995.
TORQUATO, M., MONTENEGRO, R.M.; VIANA, R. Estudo de prevalência do diabetes
melito e intolerância à glicose na população urbana de 30 a 69, no município de Ribeirão
Preto. Arq Bras Endocrinol Metab, v.43, 1999.
TURNER, R.C.; HOLMAN, R.R. The UK Prospective Diabetes Study. UK Prospective
Diabetes Study Group. Ann.Med., v.28, p.439-444, 1996.
VALVANNE, J. et al. Major depression in the elderly: a population study in Helsinki. Int.
Psychogeriatr., v.8, p.437-443, 1996.
WARE Jr., J.E.; SHERBOURNE, C.D. The MOS 36-item short-form health survey (SF-36).
I. Conceptual framework and item selection. Med. Care, v.30, p.473-483, 1992.
WHO (World Health Organization). Constitution of the World Health Organization.
WHO, 1946.
______. Dentition status and treatment needs. In: Oral health surveys: basic methods p. 40-
47. World Health Organization, Geneva, 1997.
WILLIAMS, J.B. et al. The Structured Clinical Interview for DSM-III-R (SCID). II. Multisite
test-retest reliability. Arch Gen Psychiatry, v.49, p.630-636, 1992.
XAVIER, F.M.F. et al. Episódio depressivo maior, prevalência e impacto sobre qualidade de
vida, sono e cognição em octogenários. Rev Bras Psiquiatr, v.23, p.62-70, 2001.
YESAVAGE, J.A. et al. Development and validation of a geriatric depression screening scale:
a preliminary report. J Psychiatr.Res, v.17, p.37-49, 1982.
101
APÊNDICE
102
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Você está sendo convidado(a) para participar, como voluntário, em uma pesquisa.
Após ser esclarecido(a) sobre as informações a seguir, no caso de aceitar fazer parte do
estudo, assine ao final deste documento, que está em duas vias. Uma delas é sua e a outra é do
pesquisador responsável. Em caso de recusa você não será penalizado(a) de forma alguma.
Em caso de dúvida você pode procurar o Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade
Federal do Ceará pelo telefone 3366-8589 ou 4011-8213.
Pesquisa: Análise da qualidade de vida, depressão e saúde oral em pacientes diabéticos
idosos.
Pesquisador Responsável: Carlos Clayton Torres Aguiar.
Telefone para contato (inclusive ligações a cobrar): 85-3234-6229.
Esta pesquisa busca obter informações sobre a qualidade de vida do diabético tipo
2 e sua relação com a depressão, disfunções cognitivas e saúde oral. Precisamos que você
autorize e/ou participe:
De uma revisão ao seu prontuário para obter dados e resultados de exames laboratoriais
(sangue, urina);
De um exame bucal realizado por um dentista para avaliar com esta sua gengiva e seus
dentes;
Exames laboratoriais (sangue, urina), caso estes não estejam em seu prontuário;
Questionários que serão aplicados sobre sua qualidade de vida, sintomas de depressão e
avaliação da memória e das funções cognitivas (pensamento, raciocínio, atenção). São
questionários breve e simples;
Entrevista abordando questões sobre aspectos da sua doença e dos tratamentos
recomendados e utilizados por você;
103
Lembramos que:
A pesquisa será realizada em um dia em que tiver atendimento agendado no referido
ambulatório. As informações coletadas somente serão utilizadas para os objetivos da
pesquisa.
As informações ficarão em sigilo e seu anonimato será preservado.
Sua participação neste projeto é voluntária. Você tem a liberdade de desistir a qualquer
momento de participar da pesquisa, sem que isso prejudique o seu atendimento nesse
ambulatório.
Não haverá nenhum risco ou desconforto para as pessoas envolvidas.
Carlos Clayton Torres Aguiar _______________________________________
CONSENTIMENTO DA PARTICIPAÇÃO DA PESSOA COMO SUJEITO
Eu, _____________________________________, RG:__________,n.º de
prontuário: ______________________________, abaixo assinado, concordo em participar do
estudo Análise da qualidade de vida, depressão e saúde oral em pacientes diabéticos idosos,
como sujeito. Fui devidamente informado e esclarecido pelo pesquisador Carlos Clayton
Torres Aguiar sobre a pesquisa, os procedimentos nela envolvidos, assim como os possíveis
riscos e benefícios decorrentes de minha participação. Foi-me garantido que posso retirar meu
consentimento a qualquer momento, sem que isto leve à qualquer penalidade ou interrupção
de meu acompanhamento/ assistência/tratamento.
Local e data _______________________________________________________________
Nome e Assinatura do sujeito ou responsável: ____________________________________
104
FICHA DE COLETA DE DADOS
Preenchido por:_________________ Em: / /
NOME:
REGISTRO HC:
NASC: / / . SEXO: RAÇA:
PROFISSÃO:
PROCEDÊNCIA: CONTATO:
Diagnóstico Clínico: ( ) DM2 ( ) SM ( ) CONTROLE
Ano ou Idade do Diagnóstico de ___________________________________
ANTECEDENTES FAMILIARES: PARENTE ACOMETIDOS
DM / INTOLERÂNCIA À GLICOSE ( ) SIM ( ) NÃO( ) NC_______________
OBESIDADE ( ) SIM ( ) NÃO( ) NC_______________
DISLIPIDEMIAS( ) SIM ( ) NÃO( ) NC_______________
HAS ( ) SIM ( ) NÃO( ) NC_______________
CORONARIOPATIA( ) SIM ( ) NÃO ( ) NC_______________
OUTRO(S)__________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
TRATAMENTOS UTILIZADOS:
DIETA:
( ) Orientada pelo médico( ) Orientada pela nutricionista ( ) NC
( ) Adere( ) Não adere ( ) NC
ATIVIDADE FÍSICA:( ) Mencionado alguma vez pelo médico( ) NC ( ) Faz
Qual_____________________________________________ ( ) NC
DROGAS ORAIS QUE FAZ USO:
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
INSULINOTERAPIA:
Quando iniciou:_________________________________________________
Esquema inicial: ________________________________________________________
Esquemas utilizados: (numerar em ordem cronológica de utilização)
105
( ) Bedtime
____________________________________________________________________
( ) Convencional NPH (dose única café ou jantar)
( ) Convencional NPH (dose café e jantar)
( ) Convencional NPH+regular (dose única manhã)
( ) Convencional NPH+regular (dose café e jantar)
( ) Intensivo
__________________________________________________________________________
PESO:______Kg; ESTATURA: _____cm; IMC:_____ kg/m
2
PA: _____ x_____ mmHg; Cintura abd.: cm
EXAME Resultado
Data
Ref. lab
EXAME Data Resultado Referência
laboratório
Glicemia de jejum
TGO
Glicemia pós-
prandial
TGP
Glicemia capilar
(Dx)
γ-GT
Hb glicosilada
Fosf.
Alcalina
Colesterol Total
Bilirrub.
tot/Dir.
LDL- colesterol
Albumina
HDL-colesterol
T.
Protrombina
Triglicérides
Ácido úrico
Proteinúria 24 hs
TSH
Microalbuminuria
Cálcio
sérico
Creatinina
Na
K
106
DIAGNÓSTICOS / ANTECEDENTES PESSOAIS:
(Apresenta ou apresentou anteriormente): OBSERVAÇÕES
NEUROPATIA (*qual tipo)( ) SIM ( ) NÃO( ) NC_______________
NEFROPATIA (*qual tipo) ( ) SIM ( ) NÃO( ) NC_______________
OFTALMOPATIA (*qual tipo)( ) SIM ( ) NÃO( ) NC______________
ÚLCERA EM EXTREMIDADE( ) SIM ( ) NÃO( ) NC_______________
ARTERIAL PERIF OU NO SNC*( ) SIM ( ) NÃO ( ) NC_______________
CORONARIOPATIA( ) SIM ( ) NÃO ( ) NC_______________
OBESIDADE ( ) SIM ( ) NÃO( ) NC_______________
HIPERCOLESTEROLEMIA( ) SIM ( ) NÃO( ) NC_______________
HIPERTRIGLICERIDEMIA( ) SIM ( ) NÃO( ) NC_______________
HDL BAIXO( ) SIM ( ) NÃO( ) NC_______________
HAS ( ) SIM ( ) NÃO( ) NC_______________
ALCOOL ( ) SIM ( ) NÃO( ) NC_______________
FUMANTE( ) SIM ( ) NÃO( ) NC_______________
AVALIAÇÃO ATUAL (do último ano):
SINAIS E SINTOMAS SIM OBS
Assintomático
Poliúria
Polidipsia
Polifagia
Perda de peso
Astenia
Parestesias
Turvação visual
“Urina espumosa”
Prurido vaginal
Úlceras em extremidades
Impotência sexual
Outros:
107
ANEXO
108
ESCALA DE DEPRESSÃO GERIÁTRICA
Sim
Não
1. De maneira geral, o senhor está satisfeito com a vida? (não)
2. O senhor abandonou muitas das coisas que fazia ou gostava de fazer?
(sim)
3. O senhor acha sua vida sem sentido atualmente? (sim)
4. O senhor está geralmente aborrecido? (sim)
5. O senhor está de bom humor a maior parte do tempo? (não)
6. O senhor se sente inseguro achando que alguma coisa de ruim vai lhe
acontecer? (sim)
7. De maneira geral, o senhor costuma se sentir feliz? (não)
8. O senhor costuma se sentir desamparado? (sim)
9.O senhor prefere ficar em casa ao invés de sair e fazer alguma outra
coisa? (sim)
10. O senhor tem mais dificuldades para lembrar das coisas do que a
maioria das pessoas? (sim)
11. O senhor acha que vale à pena estar vivo hoje? (não)
12. O senhor costuma se sentir menos útil com a idade que tem hoje?
(sim)
13. O senhor se sente bem disposto? (não)
14. O senhor acha que sua situação não pode ser melhorada? (sim)
15. O senhor acha que a maioria das pessoas está em melhores
condições que o senhor? (sim)
Escore da GDS 15: 0 a 4 pontos – eutímicos
5 a 10 pontos – depressão leve ou moderada
11 a 15 pontos – depressão grave ou severa
Fonte: (RIBEIRO et al., 1994).
109
MINI-EXAME DO ESTADO MENTAL (MMSE)
Questões Pontos
1. Qual é: Ano? Estação (Metade do ano)? Data?
Dia? Mês?
5
2. Onde estamos: Estado? País? Cidade? Bairro ou
hospital? Andar?
5
3. Nomeie três objetos (carro, vaso, janela) levando 1
segundo para cada. Depois, peça ao paciente que
os repita para você. Repita as respostas até o
indivíduo aprender as 3 palavras (5 tentativas).
3
4. 7s seriados: Subtraia 7 de 100. Subtraia 7 desse
número, etc.
5
Interrompa após 5 respostas.
Alternativa: Soletre "MUNDO" de trás para frente.
5. Peça ao paciente que nomeie os 3 objetos
aprendidos em 3.
3
6. Mostre uma caneta e um relógio. Peça ao paciente
que os nomeie conforme você os mostra.
2
7. Peça ao paciente que repita "nem aqui, nem ali,
nem lá".
1
8 Peça ao paciente que obedeça sua instrução:
"Pegue o papel com sua mão direita. Dobre-o ao
meio com as duas mãos. Coloque o papel no chão".
3
9. Peça ao paciente para ler e obedecer ao seguinte:
"Feche os olhos".
1
10. Peça ao paciente que escreva uma frase de sua
escolha.
1
11. Peça ao paciente que copie o seguinte desenho:
1
Escore total: (máximo de 30) ______
Fonte: Folstein et al., 1975; Bertolucci et al., 1994
110
PARECER DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA
111
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo