mais maduros. Quanto a vendas, nossa principal atenção era fazer com ele
entendesse a importância da venda bem feita, com qualidade, quais os
instrumentos que ele poderia utilizar para persuadir os clientes e que
estivesse preparado para as objeções mais comuns, afirmou a Entrevistada
1 em sua entrevista.
Este pesquisador teve acesso ao material de treinamento oferecido pela
terceirizada e constatou que o módulo de produto era de fato extenso e que o de
vendas, buscava reforçar as informações prontas, o discurso modelado e o contorno
de objeções a partir de frases pré definidas.
Ao mapear e monitorar os contatos, a consultora contratada pela
Administradora de Cartões de Crédito X, a Entrevistada 2, notou que boa parte das
dificuldades encontradas pelos operadores no momento da venda residia
principalmente na questão do relacionamento com o cliente, na comunicação que
este operador utilizava com o prospect, que tornava o contato muito mecânico e
homogêneo. Na entrevista feita com a Entrevistada 2, foi desta forma que ela tratou
das dificuldades dos operadores:
Monitorei quase todos os operadores, divididos por performance e
nota da qualidade. Acredito que exista a necessidade de reforçar os
conhecimentos de produto, mas o que está mais evidente para mim é a
dificuldade de comunicação que estes operadores têm com os clientes.
Parece que todos os prospects são iguais, têm necessidades iguais, e que
não é preciso afinar a comunicação para tratar das diferenças destes
prospects, e nós sabemos que isso não é verdade. As monitorias revelam
que os operadores não têm qualquer preocupação em se aproximar do
cliente, para entender suas necessidades e discorrer sobre as
características que façam sentido para estes clientes. Posso afirmar que o
foco da mensagem transmitida para o cliente esta na mensagem em si, e
não no receptor, em suas necessidades. Quando o operador estabelece o
contato com o prospect, identifica sua renda e sabe qual produto deverá ser
ofertado, todo o foco de sua comunicação recai sobre o produto; este
operador acredita que precisa falar a maior quantidade de características do
produto quanto possível, como se a função dele fosse falar tudo para
convencer o cliente. É este foco na mensagem, no produto, e um conjunto
de argumentos prontos que torna os contatos mecanizados, indiferentes.
A consultora havia identificado uma dificuldade na comunicação dos
operadores, que acreditavam precisar falar mais do que o prospect, que precisavam
passar todas as informações sobre o produto, buscando não deixar dúvidas, para
que o único trabalho do outro, do futuro cliente, fosse apenas dizer sim. Pouco se
buscava de informação do prospect que pudesse auxiliar a transformar
características do produto em benefícios para o cliente. E quando o cliente ao final