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CENTRO UNIVERSITÁRIO DA FEI
LUIZ GUSTAVO PEREIRA MARTINS
ESTUDO DE TRANSISTORES SOI MOS DE PERFIL TRAPEZOIDAL
ATRAVÉS DE SIMULAÇÃO NUMÉRICA TRIDIMENSIONAL
São Bernardo do Campo
2008
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Luiz Gustavo Pereira Martins
ESTUDO DE TRANSISTORES SOI MOS DE PERFIL TRAPEZOIDAL
ATRAVÉS DE SIMULAÇÃO NUMÉRICA TRIDIMENSIONAL
Dissertação apresentada ao Centro
Universitário da FEI como parte dos requisitos
necessários para a obtenção do título de
Mestre em Engenharia Elétrica, orientado pelo
Prof. Dr. Renato Giacomini.
São Bernardo do Campo
2008
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Martins, Luiz Gustavo Pereira
Estudo de transistores SOI MOS de perfil trapezoidal através de
simulação numérica tridimensional./ Luiz Gustavo Pereira Martins –
São Bernardo do Campo, 2008.
110f.: Il.
Trabalho de Conclusão de Curso – Centro Universitário da FEI.
Orientador: Prof. Dr. Renato Giacomini
1. SOI. 2. FinFET. 3. Porta Dupla. 4. Porta Tripla. I. Giacomini,
Renato. II Título.
Dedico este trabalho aos meus pais Luiz
Antônio e Rute, ao meu irmão Guilherme e
minha noiva Márcia por todo o incentivo e
apoio concedidos ao longo de toda jornada.
AGRADECIMENTOS
Ao Prof. Dr. Renato Camargo Giacomini, por mais uma vez ter aceitado ser meu
orientador, despendendo total atenção e dedicação ao meu trabalho. Obrigado por ser muito
mais do que meu orientador, mas um grande amigo.
Aos professores, Dr. Marcelo Antonio Pavanello, Dr. Marcello Bellodi, Dr. João
Antonio Martino e Dr. Salvador Pinillos Gimenez pelos ensinamentos em sala de aula e
contribuições na concepção desta dissertação.
Aos meus pais Luiz Antonio Pio Martins e Rute Pereira Martins, ao meu irmão
Guilherme Pereira Martins por todo carinho, apoio e estrutura em todos os momentos da
minha vida.
A minha futura esposa Márcia Gouveia da Cunha por todo amor, incentivo e paciência
ao longo destes dois anos e seis meses de mestrado.
A todos os meus colegas de turma, principalmente Ana, Almir e Wellington que
contribuíram bastante no desenvolvimento deste trabalho.
A todas as pessoas que, de certa forma, auxiliaram na concepção deste trabalho e por
ventura foram aqui omitidas.
Por fim, e o mais importante, eu agradeço a Deus por todas as oportunidades que tem
dado a mim. Principalmente pela minha vida, repleta de saúde e cercada de pessoas que
auxiliam no crescimento da minha pessoa.
Faça as coisas o mais simples que você
puder, porém não se restrinja às mais simples.
Albert Einstein
RESUMO
Martins, L. G. P. Estudo de transistores SOI MOS de perfil trapezoidal através de
simulação numérica tridimensional. 2008. Dissertação (Mestrado) Centro Universitário
da FEI, São Bernardo do Campo, 2008.
Os dispositivos SOI MOS de múltiplas portas estão entre os transistores o planares
de melhor desempenho, uma vez que, ao possuir o canal envolvido por mais de uma porta é
maior o controle sobre as cargas no interior do canal, minimizando os efeitos causados pela
redução das dimensões (escalamento). No processo de fabricação destes dispositivos podem
ocorrer variações geométricas que eventualmente influenciam seu funcionamento elétrico.
Neste trabalho é apresentado um estudo das características elétricas de dispositivos de
portas triplas, não planares, construídos sobre substratos SOI, quando submetidos a variações
geométricas de inclinação das paredes laterais e da variação de concentração de dopantes na
região ativa.
Foi executada uma série de simulações numéricas tridimensionais com o intuito de
levantar as curvas características de corrente versus tensão dos dispositivos. A partir das
curvas resultantes, foram determinadas as tensões de limiar (V
Th
), inclinações de sublimiar
(S), transcondutâncias (gm) e condutâncias de dreno (gd). Os resultados obtidos mostraram
que tanto o ângulo de inclinação das paredes laterais, como a concentração de dopantes no
silício influem diretamente no desempenho dos transistores.
Além da análise dos parâmetros elétricos obtidos através de simulações numéricas,
também é apresentada uma extensão do modelo analítico tradicional de corrente de dreno,
aplicável diretamente a transistores de paredes inclinadas. Trata-se de uma expressão fechada
da corrente em função do ângulo e da polarização, para a região de saturação. O modelo é
verificado comparando-se sua saída com dados de simulação.
Palavras-chave: SOI. FinFET. Porta Dupla. Porta Tripla.
ABSTRACT
Martins, L. G. P. Study of trapezoidal SOI transistors through three-dimensional
numeric simulation. 2008. Dissertation (Master) Centro Universitário da FEI, São
Bernardo do Campo, 2008.
The Multiple-gates SOI devices are high performance non-planar transistors. The
inversion and depletion charge control is improved because more than one gate surrounds the
channel, minimizing the effects caused by scalling. Some geometrical variations that may
affect their electric behavior can occur during the manufacturing process.
This work presents a three-dimensional numeric simulation study of SOI non-planar
triple-gate devices, considering variations on sidewall inclination angles and doping
concentrations.
In order to evaluate the voltage-current characteristics, a set of three-dimensional
simulations was run. The threshold voltages (V
Th
), subthreshold slopes (S), transconductances
(gm) and drain conductances (gd) were calculated. The obtained results show that both
sidewall inclination and doping concentrations have influence on the transistors performance.
It’s also presented an extension of the traditional analytical drain current model,
directly applicable on inclined sidewalls transistors. It is a restricted expression of the current
in function of the inclination angle and the saturation region bias. The model is verified
comparing its exit with numeric simulation.
Key words: SOI, FinFET, double gate, triple gate
LISTA DE FIGURAS
Fig 2.1– Comparação da resistência à radiação entre os dispositivos MOS convencional (A) e
SOI (B) [24]................................................................................................................. 22
Fig 2.2 – Perfil de transistores de canal N nas tecnologias: MOS convencional (A) e SOI (B).
..................................................................................................................................... 23
Fig 2.3 – Diagrama de faixas de energia de um dispositivo SOI PD. .................................... 24
Fig 2.4 – Diagrama de faixas de energia de um dispositivo SOI FD. .................................... 25
Fig 2.5 – Distribuição das cargas de depleção em dispositivos MOS convencional (A) e FD
SOI (B), de canais compridos (esquerda) e curtos (direita). Qd1 é a carga de depleção
controlada pela porta. ................................................................................................... 28
Fig 2.6 – Curva mologoratímica I
DS
xV
GS
de um dispositivo nMOS...................................... 29
Fig 3.1– Perspectiva e seção transversal de um dispositivo de Porta Tripla........................... 35
Fig 3.2 – Perspectiva e seção longitudinal do dispositivo GAA. ........................................... 36
Fig 3.3 – Perspectiva e seção transversal do dispositivo Cynthia. ......................................... 36
Fig 3.4– Perspectiva e seção transversal de: (A) dispositivo de Porta π (B) dispositivo de Porta
.................................................................................................................................. 37
Fig 3.5 – Perspectiva de um dispositivo FinFET................................................................... 38
Fig 3.6 – Estrutura múltiplos dedos...................................................................................... 39
Fig 3.7 – Inversão de Volume em um MOSFET de porta dupla; a) V
G
<V
Th
; b) V
G
>V
Th
. [24]
..................................................................................................................................... 43
Fig 4.1 – Exemplo de Grade balanceada............................................................................... 48
Fig 4.2 – Visão 2D do dispositivo de porta dupla utilizado no estudo dos modelos físicos do
ATLAS. ....................................................................................................................... 52
Fig 4.3 – Concentração de elétrons no dispositivo de largura de canal (W) 30 nm e dopagem
10
15
cm
-3
. ...................................................................................................................... 52
Fig 4.4 – Concentração de elétrons no dispositivo de largura de canal (W) 30 nm e dopagem
10
16
cm
-3
. ...................................................................................................................... 53
Fig 4.5 – Concentração de elétrons no dispositivo de largura de canal (W) 30 nm e dopagem
10
17
cm
-3
. ...................................................................................................................... 53
Fig 4.6 – Concentração de elétrons no dispositivo de largura de canal (W) 40 nm e dopagem
10
15
cm
-3
. ...................................................................................................................... 54
Fig 4.7 – Concentração de elétrons no dispositivo de largura de canal (W) 40 nm e dopagem
10
16
cm
-3
. ...................................................................................................................... 54
Fig 4.8 – Concentração de elétrons no dispositivo de largura de canal (W) 40 nm e dopagem
10
17
cm
-3
. ...................................................................................................................... 55
Fig 4.9 – Concentração de elétrons no dispositivo de largura de canal (W) 50 nm e dopagem
10
15
cm
-3
. ...................................................................................................................... 55
Fig 4.10 – Concentração de elétrons no dispositivo de largura de canal (W) 50nm e dopagem
10
16
cm
-3
. ...................................................................................................................... 56
Fig 4.11 – Concentração de elétrons no dispositivo de largura de canal (W) 50 nm e dopagem
10
17
cm
-3
. ...................................................................................................................... 56
Fig 4.12 – Concentração de elétrons no dispositivo de largura de canal (W) 60 nm e dopagem
10
15
cm
-3
. ...................................................................................................................... 57
Fig 4.13 – Concentração de elétrons no dispositivo de largura de (W) canal 60 nm e dopagem
10
16
cm
-3
. ...................................................................................................................... 57
Fig 4.14 – Concentração de elétrons no dispositivo de largura de canal (W) 60 nm e dopagem
10
17
cm
-3
. ...................................................................................................................... 58
Fig 4.15 – Concentração de elétrons no dispositivo de largura de canal (W) 70 nm e dopagem
10
15
cm
-3
. ...................................................................................................................... 58
Fig 4.16 – Concentração de elétrons no dispositivo de largura de canal (W) 70 nm e dopagem
10
16
cm
-3
. ...................................................................................................................... 59
Fig 4.17 – Concentração de elétrons no dispositivo de largura de canal (W) 70 nm e dopagem
10
17
cm
-3
. ...................................................................................................................... 59
Fig 5.1 – Corte transversal e perspectiva do dispositivo FinFET de porta dupla simulado: (A)
paralelo; (B) trapezoidal............................................................................................... 62
Fig 5.2 – Corte transversal e perspectiva do dispositivo FinFET de porta tripla simulado..... 62
Fig 5.3– Detalhamento da grade utilizada nas simulações em: (A) corte transversal do
dispositivo, (B) corte longitudinal do FinFET de porta tripla. ....................................... 63
Fig 5.4– Exemplo de extração de S em dispositivo de largura de canal superior (W
Fintop
) 30
nm e concentração de dopantes 10
15
cm
-3
. .................................................................... 65
Fig 6.1 – Curvas I
DS
xV
GS
em dispositivos com concentração de dopantes 10
15
cm
-3
............. 66
Fig 6.2 – Curvas I
DS
xV
GS
em dispositivos com concentração de dopantes 10
16
cm
-3
............. 67
Fig 6.3 – Curvas I
DS
xV
GS
em dispositivos com concentração de dopantes 10
17
cm
-3
............. 67
Fig 6.4 – Extração de V
Th
em dispositivo de largura de canal superior (W
Fintop
) 30 nm e
concentração de dopantes 10
15
cm
-3
.............................................................................. 68
Fig 6.5 – Inclinação de sublimiar em função da largura de canal superior dos dispositivos... 71
Fig 6.6 – S em função da largura superior de canal superior dos dispositivos. ...................... 72
Fig 6.7 – Concentração de elétrons (A) e densidade de corrente (B) em dispositivos com
dopagem 10
15
cm
-3
e situação de limiar (V
GS
=V
Th
)....................................................... 74
Fig 6.8 – Concentração de elétrons (A) e densidade de corrente (B) em dispositivos com
dopagem 10
16
cm
-3
e situação de limiar (V
GS
=V
Th
)....................................................... 75
Fig 6.9 – Concentração de elétrons (A) e densidade de corrente (B) em dispositivos com
dopagem 10
17
cm
-3
e situação de limiar (V
GS
=V
Th
)....................................................... 75
Fig 6.10 – Máximo da concentração de elétrons em função da largura de canal superior dos
dispositivos. ................................................................................................................. 77
Fig 6.11 – Máximo da densidade de corrente em função da largura de canal superior dos
dispositivos. ................................................................................................................. 77
Fig 6.12 – Curvas I
DS
xV
DS
em dispositivos com concentração de dopantes 10
15
cm
-3
........... 78
Fig 6.13– Curvas I
DS
xV
DS
em dispositivos com concentração de dopantes 10
16
cm
-3
............ 79
Fig 6.14 – Curvas I
DS
xV
DS
em dispositivos com concentração de dopantes 10
17
cm
-3
........... 79
Fig 6.15 – Curvas gdxV
DS
em dispositivos com concentração de dopantes 10
15
cm
-3
............ 80
Fig 6.16 – Curvas gdxV
DS
em dispositivos com concentração de dopantes 10
16
cm
-3
............ 81
Fig 6.17 – Curvas gdxV
DS
em dispositivos com concentração de dopantes 10
17
cm
-3
............ 81
Fig 7.1 – Perspectiva de um dispositivo FinFET trapezoidal de porta dupla.......................... 85
Fig 7.2 – Aproximação linear da curva V
Th
xt
Si
obtida de simulação tridimensional comparada
com a aproximação linear da curva V
Th
xt
Si
obtida através do modelo de Francis, para
dispositivos FinFET de porta dupla, com t
Si
variando de 15 a 30 nm. ........................... 86
Fig 7.3 – (A) Corte transversal do dispositivo FinFET trapezoidal – dispositivo dividido em
diversas lâminas (dispositivos independentes) de largura e espessura t
Si
(y); (B) Linhas de
campo elétrico referentes ao dispositivo. ...................................................................... 87
Fig 7.4 – Comparação entre as curvas I
DS
xV
DS
obtidas em simulação tridimensional ATLAS e
curvas I
DS
xV
DS
calculadas, para dispositivos FinFETs de porta dupla........................... 89
Fig 7.5 – Curvas I
DS
xV
DS
obtidas em simulação tridimensional ATLAS comparadas com
curvas I
DS
xV
DS
obtidas através de novo corte proposto para ângulo de inclinação das
paredes laterais verticais: (A) φ= 81, e (B) φ= 84,1°. ................................................ 90
LISTA DE TABELAS
Tabela 4.1 – Cálculo do erro quadrático médio do modelo BQP em relação ao modelo
Clássico........................................................................................................................ 60
Tabela 6.1– Tensão de Limiar (V
Th
) obtida para todos os dispositivos simulados (V
DS
= 50
mV).............................................................................................................................. 69
Tabela 6.2 – Inclinação de sublimiar (S) obtida para todos os dispositivos simulados (V
DS
= 50
mV).............................................................................................................................. 71
Tabela 6.3 – Inclinação de sublimiar (S) obtida para novos comprimentos de canal (L)........ 72
Tabela 6.4 – Transcondutância máxima (gm
máx
) obtida para todos os dispositivos simulados
(V
DS
= 50 mV). ............................................................................................................. 73
Tabela 6.5 – Pico máximo de concentração de elétrons em situação de limiar (V
GS
= V
Th
).... 76
Tabela 6.6 – Pico máximo de densidade de corrente em situação de limiar (V
GS
= V
Th
). ....... 76
Tabela 6.7 – Extração da condutância média de dreno.......................................................... 82
LISTA DE SÍMBOLOS
ξ
Ox
Permissividade do óxido (F/cm)
ξ
Si
Permissividade do silício (F/cm)
Φ
MS1
Função trabalho da 1
a
interface (V)
Φ
MS2
Função trabalho da 2
a
interface (V)
Φ
F
Potencial de Fermi (V)
Φ
S1
Potencial de superfície na 1
a
interface do óxido de silício (V)
Φ
S2
Potencial de superfície na 2
a
interface do óxido de silício (V)
γ Constante de efeito de corpo (V
1/2
)
λ Comprimento de canal natural (cm)
µ Mobilidade efetiva no canal (V
-1
)
µ
n
Mobilidade de elétrons na camada de silício (cm
2
/V.s)
C
Ox1
Capacitância do Óxido de porta (F/cm
2
)
C
Ox2
Capacitância do Óxido enterrado (F/cm
2
)
C
Si
Capacitância da camada de silício (F/cm
2
)
g
D
Condutância de dreno (
-1
)
gm Transcondutância (
-1
)
I
D0
Corrente de dreno de um dispositivo planar, porta simples, largura unitária (A)
I
DS
Corrente de dreno (A)
K Constante de Boltzman (1,38x10
-23
J/K)
L
Fin
Comprimento do canal do dispositivo FinFET (nm)
N
A
Concentração de dopantes no substrato (cm
-3
)
Ni Concentração intrínseca de dopantes (1,45x10
10
cm
-3
)
P Passo entre os dedos de um transistor (µm)
q Carga elementar do elétron (q= 1,6x10
-19
C)
Q
DEPL
Carga de depleção na camada de silício (C/cm
2
)
Q
INV1
Carga de inversão na 1ª interface (C/cm
2
)
Q
Ox1
Densidade de cargas no óxido de porta (C/cm
2
)
Q
Ox2
Densidade de carga fixa no óxido enterrado (C/cm
2
)
Q
S2
Carga de inversão ou acumulação na 2ª interface (C/cm
2
)
S Inclinação da região de sublimiar (mV/década de corrente)
t
Ox1
Espessura da camada de óxido de porta da 1ª interface (nm)
t
Ox2
Espessura da camada de óxido de porta da 2ª interface (nm)
t
Si
Espessura da camada de silício (nm)
T Temperatura absoluta (K)
V
IN
Amplitude do sinal de entrada senoidal aplicada ao transistor (V)
V
OUT
Amplitude do sinal de saída senoidal aplicada ao transistor (V)
V
DS
Tensão aplicada ao dreno do transistor (V)
V
EA
Tensão Early (V)
V
FB
Tensão de faixa plana (V)
V
GS
Potencial de porta (V)
V
G1
Potencial de porta na 1a interface (V)
V
G2
Potencial de porta na 2a interface (V)
V
Th
Tensão de limiar (V)
W Largura do canal do dispositivo (nm)
W
Eff
Largura efetiva do canal do dispositivo (nm)
W
Fin
Largura do canal do dispositivo FinFET (nm)
W
Finbottom
Largura inferior do canal do dispositivo FinFET (nm)
W
Fintop
Largura superior do canal do dispositivo FinFET (nm)
x
dmáx
Máxima largura de depleção (µm)
LISTA DE ABREVIATURAS
AA Adjacent Average Smoothing (Suavização pela Média Adjacente)
AC Tensão Alternada
BQP Bohm Quantum Potential (Potencial Quântico de Bohm)
DC Tensão Contínua
DELTA Fully Depleted Lean-Channel Transistor (Transistor Totalmente
Depletado de Canal Vertical)
DIBL Drain Induced Barrier Lowering (Redução da Barreira Induzida pelo
Dreno)
DG Double Gate (Transistor de Porta Dupla)
FD Fully Depleted (Totalmente Depletado)
FET Field –Effect Transistor (Transistor de Efeito de Campo)
GAA Gate-All-Around (Porta Circundante)
GC Graded-Channel (Canal Gradual)
JFET Junction Gate Field –Effect Transistor (Transistor de Efeito de Campo)
MOS Metal-Oxide-Semiconductor (Metal-Óxido-Semicondutor)
MQOS Mecânica Quântica Ondulatória de Schrödinger
MUGFET Multiple Gate Field – Effect Transistor (Transistor de Efeito de Campo de
Múltiplas Portas)
MTC Maximum Transconductance Change (Mudança na Transcondutância
Máxima)
OTA Operational Transconductance Amplifier (Amplificador Operacional de
Transcondutância)
PD Partially Depleted (Parcialmente Depletado)
PN Junção Positivo-Negativo
SG Single Gate (Transistor de Porta Simples)
SiO
2
Gás Dióxido de Silício
SOI Silicon-on-Insulator (Silício sobre Isolante)
VLSI Very Large Scale of Integration (Escala muito grande de intregação)
2D Plano Bidimensional
3D Plano Tridimensional
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................... 18
1.1 Histórico............................................................................................................... 18
1.2 Escopo do Trabalho.............................................................................................. 20
2 CONCEITOS FUNDAMENTAIS ............................................................................. 22
2.1 Apresentação da tecnologia SOI ........................................................................... 22
2.2 Classificação dos dispositivos SOI........................................................................ 24
2.3 Parâmetros elétricos dos dispositivos SOI............................................................. 25
2.3.1 Tensão de Limiar.......................................................................................... 25
2.3.2 Efeito de canal curto ..................................................................................... 27
2.3.3 Inclinação de Sublimiar ................................................................................ 28
2.3.4 As características de tensão x corrente .......................................................... 31
2.3.5 Transcondutância.......................................................................................... 32
3 TRANSISTORES SOI DE MÚLTIPLAS PORTAS................................................. 34
3.1 Transistores SOI de porta dupla............................................................................ 34
3.2 Transistores SOI de porta tripla, porta circundante e porta semicircundante.......... 35
3.3 Transistores FinFET ............................................................................................. 38
3.4 Características elétricas ........................................................................................ 39
4 SIMULAÇÃO TRIDIMENSIONAL DE DISPOSITIVOS ...................................... 44
4.1 O simulador numérico .......................................................................................... 44
4.2 Ferramentas interativas do simulador ATLAS ...................................................... 45
4.3 Modelos para Representação Física no Simulador................................................. 46
4.4 Avaliação da necessidade de uso de modelos de confinamento quântico............... 48
4.4.1 Modelo acoplado Schrödinger-Poisson ......................................................... 49
4.4.2 Modelo de Potencial Quântico de Bohm (BQP) ............................................ 50
4.4.3 O processo de calibração............................................................................... 51
5 DISPOSITIVOS ESTUDADOS................................................................................. 61
5.1 Definição das características físicas ...................................................................... 61
5.1.1 FinFET de porta dupla .................................................................................. 61
5.1.2 FinFET de porta tripla................................................................................... 62
5.2 Definição da grade (matriz de pontos) .................................................................. 63
5.3 Definição dos perfis de dopantes .......................................................................... 64
5.4 Métodos de obtenção de parâmetros ..................................................................... 64
6 RESULTADOS DE SIMULAÇÃO ........................................................................... 66
6.1 Curvas I
DS
xV
GS
.................................................................................................... 66
6.2 Tensão de Limiar.................................................................................................. 68
6.3 Inclinação de Sublimiar ........................................................................................ 70
6.4 Transcondutância.................................................................................................. 73
6.5 Concentração de elétrons e densidade de corrente................................................. 74
6.6 Curvas I
DS
xV
DS
e condutância de dreno................................................................ 78
6.7 Análise dos resultados de simulação ..................................................................... 82
7 MODELAGEM DA CORRENTE DE SATURAÇÃO EM FINFETS
TRAPEZOIDAIS............................................................................................................... 84
7.1 Introdução ............................................................................................................ 84
7.2 Tensão de limiar................................................................................................... 84
7.3 Modelagem da corrente de saturação .................................................................... 86
7.4 Ajuste dos parâmetros de ganho para paredes paralelas......................................... 88
7.5 Simulação dos dispositivos FinFETs trapezoidais................................................. 89
8 CONCLUSÕES.......................................................................................................... 91
9 APÊNDICE 1 – ARQUIVOS DE SIMULAÇÃO ATLAS........................................ 97
10 APÊNDICE 2 – ARTIGO SBMICRO 2008 ............................................................ 106
18
1 INTRODUÇÃO
1.1 Histórico
A microeletrônica, ao longo de toda sua história, vem demonstrando a constante
necessidade de inovações e ampliação dos conhecimentos científicos aplicados ao
desenvolvimento de novas tecnologias.
Pode-se dizer que a evolução da microeletrônica começou com as pesquisas sobre a
modulação da condutividade pelo campo elétrico. Em 1946, a Bell Labs criou seu grupo de
pesquisa em estado sólido sob liderança de William Shockley, concentrando esforços na
pesquisa dos semicondutores Ge e Si e de transistores bipolares [1–9].
Com a persistência na pesquisa do transistor, no final de 1947, foi descoberto o efeito
de transistor bipolar [10]. Em 1952, I. Ross e G. Dacey demonstraram o primeiro transistor
tipo JFET (Junction Gate Field Effect Transistor), onde a porta era constituída por uma
junção PN que controlava a passagem de corrente pelo canal [11].
No ano de 1958, a Texas Instruments construiu o primeiro circuito integrado,
constituído por um circuito formado por um transistor, um capacitor e um resistor, montados
sobre um único bloco de silício. Paralelamente, a Fairchild desenvolveu o processo planar de
fabricação de transistores [5].
Em 1952, C. Fuller da Bell Labs publicou o estudo sobre difusão de dopantes
doadores e aceitadores no Si [12]. No ano de 1955, Frosch e Derick usaram camadas de SiO
2
para delimitar as áreas de difusão [13,14]. Neste mesmo ano, Andrus e Bond desenvolveram
os fotorresistes (materiais sensíveis à luz) para a gravação de padrões em filmes de SiO
2
[15,16]. O estudo e desenvolvimento dos processos de oxidação de Si permitiram o
desenvolvimento do transistor de efeito de campo com porta isolada, o MOSFET ou
simplesmente MOS (Metal–Óxido–Semicondutor). Desde então, os dispositivos MOS têm
sido amplamente utilizados em circuitos analógicos e digitais. Porém, a sua utilização em
altíssima escala de integração (Very Large Scale Integration VLSI) tem necessitado
constantemente de inovações tecnológicas para a miniaturização dos dispositivos [17–20].
Esta miniaturização é responsável por uma série de efeitos indesejados, especialmente
aqueles decorrentes da redução do comprimento de canal dos transistores, denominados de
efeitos de canal curto. Estes efeitos presentes nos dispositivos MOSFETs incentivaram o
19
desenvolvimento de dispositivos em tecnologias mais avançadas, que apresentassem melhores
resultados, prolongando assim a utilização da tecnologia MOSFET.
Os dispositivos da tecnologia Silício sobre Isolante SOI (Silicon-on-Isulator) tem
sido, desde então, os que mais se destacam na indústria da microeletrônica. A principal
diferença apresentada pela tecnologia SOI em relação à MOS convencional consiste na
presença de uma camada de isolante (óxido enterrado) entre a região ativa da lâmina e seu
substrato [21–23].
O isolamento proporcionado pela camada de óxido enterrado diminui sensívelmente os
efeitos de canal curto e reduzem as capacitâncias de junção, visto que fonte e dreno são
separados do substrato através da camada de óxido [24].
Além dos transistores planares de porta simples, semelhantes aos implementados na
tecnologia MOS convencional, na tecnologia SOI são desenvolvidos dispositivos dos mais
diversos formatos, sendo alguns com múltiplas portas (MUGFETs Multiple Gate Field
Effect Transistor), sempre em busca de melhorias, tais como melhor resposta frente ao efeito
de canal curto e maior corrente de condução.
Neste trabalho, são estudados transistores não planares de porta dupla (Double gate) e
porta tripla (Triple gate), de corpo fino (aleta). A corrente de dreno, nos transitores de porta
dupla, flui próxima às superfícies laterais e, em transistores de porta tripla, também na
superfície de topo.
Estes dispositivos são considerados um dos mais promissores transistores não
planares, visto que, ao possuirem seus respectivos canais envolvidos por óxido e material de
porta, a região de atuação do campo elétrico relativo à porta aumenta, tornando maior o
controle da porta sobre as cargas no interior do canal e minimizando os efeitos causados pela
redução das dimensões.
Devido a algumas limitações durante o processo da fabricação (tais como corrosões
anisotrópicas não ideais) alguns FinFETs (Fin Shaped FET - transistor de estrutura vertical de
canal no formato de aleta) apresentam superfícies inclinadas, resultando em seções
transversais trapezoidais em vez de seções retangulares. Esta alteração geométrica acarreta
algumas conseqüências ao dispositivo, como a modificação da distribuição dos portadores e
alterações na tensão de limiar.
Este trabalho apresenta a análise das características de tensão e corrente do dispositivo
de porta tripla submetido à variação de angulação das paredes laterais e variação da
concentração de dopantes. Para isto, são levantadas as curvas corrente de dreno em função da
tensão aplicada na porta (I
DS
xV
GS
) para análise das tensões de limiar (V
Th
) e inclinações de
20
sublimiar (S) como função da largura de canal (W
Fintop
), e levantadas as curvas de corrente de
dreno em função da tensão aplicada ao dreno (I
DS
xV
DS
) para análise das condutâncias de
dreno (gd).
Na seqüência, são levantadas e estudadas as concentrações de elétrons e densidades de
corrente na situação de limiar, (tensão aplicada à porta igual à tensão de limiar (V
GS
= V
Th
), e
analisado o comportamento destes parâmetros frente à variação da angulação das paredes
laterais e da variação da concentração de dopantes (N
A
) do transistor.
Por último, é estudada uma extensão do modelo analítico da corrente de dreno,
aplicável diretamente a transistores de paredes inclinadas, em função do ângulo e da
polarização, para a região de saturação. Este modelo é verificado comparando sua saída com
dados de simulação.
1.2 Escopo do Trabalho
Este trabalho tem como objetivo apresentar o estudo dos parâmetros elétricos: tensão
de limiar, inclinação de sublimiar, transcondutância e condutância de dreno; além de uma
nova modelagem da corrente de saturação (I
DSsat
) dos dispositivos de portas dupla e tripla
(FinFETs) submicrométricos, submetidos a variações angulares das paredes laterais de suas
portas.
O estudo desenvolvido é baseado no comportamento das curvas de corrente de dreno
(I
DS
) em função das polarizações da porta (V
GS
) e dreno (V
DS
) e da variação da concentração
de dopantes (N
A
).
Para a elaboração deste trabalho, foram realizadas simulações numéricas
tridimensionais através do simulador de dispositivos ATLAS, versão 2.6.0.R.
O Trabalho está dividido em sete capítulos além do presente, cujo conteúdo es
descrito a seguir:
Capítulo 2: Conceitos Fundamentais resumo dos conceitos teóricos da
tecnologia SOI e benefícios em relação à tecnologia MOS convencional.
Capítulo 3: Transistores SOI de Múltiplas Portas apresentação dos
dispositivos de múltiplas portas e suas respectivas características elétricas.
21
Capítulo 4: Simulação Tridimensional de Dispositivos breve descrição do
simulador de dispositivos utilizado bem como a descrição dos modelos
considerados nos arquivos de simulação. São apresentados os resultados das
simulações tridimensionais dos dispositivos e descritas às deficiências e
possibilidades do simulador.
Capítulo 5: Dispositivos Estudados descrição das características dos
dispositivos FinFET trapezoidais de porta tripla estudados (dimensões físicas,
concentração de dopantes, condições de polarização).
Capítulo 6: Resultados de Simulação apresentação e análise dos resultados das
simulações tridimensionais dos dispositivos trapezoidais submetidos à variação da
largura superior de canal (W
Fintop
) e variação da concentração de dopantes (N
A
) no
silício.
Capítulo 7: Modelagem da Corrente de Saturação em FinFET trapezoidal
estudo de modelagem da corrente de saturação (I
DSsat
) em dispositivos FinFET,
através do estudo da geometria deste dispositivo.
Capítulo 8: Conclusões conclusões dos resultados obtidos, embasados nos
conceitos teóricos externados nos capítulos anteriores. Apresentação da pespectiva
futura de trabalho visando à continuidade dos estudos.
22
2 CONCEITOS FUNDAMENTAIS
Este capítulo apresenta um resumo dos conceitos teóricos da tecnologia SOI,
demonstra os principais parâmetros elétricos e relata os benefícios da tecnologia SOI em
relação à tecnologia MOS convencional.
2.1 Apresentação da tecnologia SOI
As primeiras estruturas SOI (Silício sobre Isolante) foram introduzidas há 30 anos para
uma aplicação específica relacionada com sua resistência à radiação. As estruturas SOI
surgiram da idéia de separar ou isolar a região ativa do dispositivo das influências prejudiciais
causadas, no substrato de silício, por radiação ionizante [24,25]. Observando-se a figura 2.1,
onde está representada a trajetória de uma partícula ionizante através de uma lâmina comum e
de uma lâmina SOI, pode-se notar que, no caso do SOI, grande parte da ionização e da
desestruturação do cristal fica isolada, minimizando seus efeitos sobre os dispositivos.
Fig 2.1– Comparação da resistência à radiação entre os dispositivos MOS convencional (A) e SOI (B) [24].
Fonte: Colinge, J.P., 2004, p. 305.
Uma das limitações críticas dos dispositivos MOS convencionais para a maioria dos
circuitos VLSI (Very Large Scale Integration) vem da proximidade inerente das regiões
difundidas pertencentes aos componentes. Sofisticados processos de isolação o necessários
nos dispositivos MOS a fim de evitar a ativação involuntária de dispositivos parasitários
causados por esta proximidade. Na tecnologia SOI, este efeito é praticamente eliminado
23
[24,25], uma vez que todos os dispositivos podem ser isolados uns dos outros por óxido de
silício.
Nos transistores SOI, as regiões de fonte e dreno se estendem até o isolante (óxido
enterrado), e somente suas paredes “verticais” servem como junções, conforme demonstrado
na figura 2.2. A superfície da junção vertical é muito menor do que nos dispositivos MOS.
Esta superfície menor resulta em uma redução substancial no efeito de capacitância parasitária
(diminuição de atraso em comutação e menor dissipação de potência), ou seja, circuitos mais
rápidos e eficazes podem ser implementados nas lâminas SOI [24–26].
Fig 2.2 – Perfil de transistores de canal N nas tecnologias: MOS convencional (A) e SOI (B).
Nos dispositivos MOS convencionais, a região de depleção se estende desde a
interface Si-SiO
2
até a máxima largura de depleção, x
dmáx
, dada pela seguinte equação [27]:
A
FSi
dmáx
qN
x
φξ
4
= (2.1)
Onde ξ
Si
é a permissividade do silício, q é a carga elementar do elétron e Φ
F
é o
potencial de Fermi, o qual é aproximadamente igual a [24,25,28]:
=
ni
N
q
kT
A
F
ln
φ
(2.2)
Sendo k a constante de Boltzman, T a temperatura absoluta e ni a concentração
intrínseca.
Antes da apresentação dos principais parâmetros elétricos dos dispositivos SOI, vale
ressaltar que a física destes dispositivos é altamente dependente da espessura da camada de
silício sobre o isolante, da concentração de dopantes na camada de silício e da temperatura
[24,25]. Diante deste fato, surgem dois tipos de dispositivos: dispositivos onde a espessura da
24
camada de silício na região de canal nunca está totalmente depletada (PD Partially
Depleted) e dispositivos onde a espessura da camada de silício pode estar totalmente
depletada (FD – Fully Depleted).
2.2 Classificação dos dispositivos SOI
Nos dispositivos SOI PD, a espessura da camada de silício, t
Si
, é duas vezes mais larga
do que o valor de x
dmáx
, ou seja, não interação entre as regiões de depleção da primeira e
segunda interface, existindo assim uma região neutra entre as regiões de depleção. Esta região
neutra faz com que o dispositivo funcione como um dispositivo MOS (caso a região neutra
seja conectada ao eletrodo de terra através de um contato de corpo) ou apresente o efeito Kink
(caso o corpo, ou zona neutra, seja deixada eletricamente flutuando).
A figura 2.3 mostra o diagrama de faixas de energia de um transistor SOI PD, onde t
Si
é a espessura da camada de silício, x
d1
e x
d2
são as espessuras da região de depleção,
provenientes da primeira e da segunda interfaces, respectivamente.
Fig 2.3 – Diagrama de faixas de energia de um dispositivo SOI PD.
Já nos dispositivos SOI FD, a espessura da camada de silício, t
Si
, é mais estreita do que
x
dmáx
, ou seja, a camada de silício está totalmente depletada no limiar, independente da
polarização aplicada à segunda porta (substrato). Os dispositivos SOI FD com a segunda
interface depletada são os que apresentam propriedades mais atrativas, tais como baixo campo
elétrico, alta transcondutância, excelente comportamento frente ao efeito de canal curto e
característica quase ideal da inclinação de sublimiar [24].
25
Na figura 2.4 é mostrado o diagrama de faixas de energia de um dispositivo SOI FD,
onde t
Si
é a espessura da camada de silício, x
d1
e x
d2
são as espessuras da região de depleção,
provenientes da primeira e da segunda interface, respectivamente.
Fig 2.4 – Diagrama de faixas de energia de um dispositivo SOI FD.
2.3 Parâmetros elétricos dos dispositivos SOI
2.3.1 Tensão de Limiar
Tensão de Limiar (V
Th
) é a tensão pela qual todo incremento de tensão acima desta
será utilizado para a formação da camada de inversão (grande quantidade de portadores livres)
[24]. Nos dispositivos MOS, a tensão de limiar é dada por [24–26]:
(
)
Ox
dmáxA
FFBTh
C
xqN
VV ++=
φ
2
(2.3)
Onde V
FB
é a tensão de faixa plana, expressa por:
Ox
Ox
MSFB
C
Q
V =
φ
(2.4)
Das equações (2.3) e (2.4), Φ
F
é o potencial de Fermi, x
dmáx
é a máxima largura da
região de depleção, Φ
MS
é a diferença de função trabalho entre metal de porta e o silício; C
Ox
a
capacitância do óxido de porta por unidade de área e, Q
Ox
é a densidade de cargas fixas no
óxido por unidade de área.
26
Em um dispositivo SOI PD, pode não haver a interação entre a região de depleção da
e interface porque t
si
>2x
dmáx
. Nesse caso, a tensão de limiar é a mesma que em um
transistor MOS, conforme descrito na equação (2.3). Em dispositivos SOI FD, onde existe o
contato entre as regiões de depleção, a tensão de limiar pode ser obtida através do modelo de
Lim & Fossum [24]. Esse modelo é descrito pela relação entre as tensões aplicadas à porta
(V
G1
) e ao substrato (V
G2
) e os potenciais de superfície da primeira (Φ
S1
) e segunda interface
(Φ
S2
), que pode ser determinada, respectivamente, pelas equações (2.5) e (2.6).
1
1
2
1
1
11
1
11
5,0
1
Ox
INVDEPL
S
Ox
Si
S
Ox
Si
Ox
Ox
MSG
C
QQ
C
C
C
C
C
Q
V
+
++=
φφφ
(2.5)
2Ox
2SDEPL
2S
2Ox
Si
1S
2Ox
Si
2Ox
2Ox
2MS2G
C
QQ50
C
C
1
C
C
C
Q
V
+
++=
,
φφφ
(2.6)
Nas equações (2.5) e (2.6), Φ
MS1
é a diferença de função trabalho entre o metal de
porta e a camada de silício, Φ
MS2
é a diferença de função trabalho entre o substrato e a camada
de silício, C
Si
é a capacitância da camada de silício por unidade de área, C
Ox1
e C
Ox2
são
respectivamente as capacitância do Óxido de porta e Óxido enterrado por unidade de área,
Q
INV1
é a carga de inversão por unidade de área na primeira interface; Q
S2
é a carga de
inversão por unidade de área (Q
S2
<0), ou a carga de acumulação (Q
S2
>0), na segunda
interface e; Q
DEPL
é a carga total de depleção na camada de silício por unidade de área.
As equações (2.5) e (2.6) formam a base para a descrição do casamento de cargas
entre a 1ª e 2ª interfaces em um dispositivo SOI [24] e a partir das mesmas obtêm-se
diferentes expressões de tensão de limiar da primeira interface em função da polarização do
substrato e da condição de polarização da segunda interface:
Quando a segunda interface estiver acumulada, tem-se que: Φ
S1
= 2Φ
F
, Φ
S2
= 0 e
Q
INV1
= 0, a tensão de limiar é determinada pela equação (2.7).
111
1
22,1
2
21
Ox
DEPL
F
Ox
Si
Ox
Ox
MSaccTh
C
Q
C
C
C
Q
V
++=
φφ
(2.7)
Quando a segunda interface estiver invertida, tem-se que: Φ
S1
= 2Φ
F
, Φ
S2
= 2Φ
F
e
Q
INV1
= 0, a tensão de limiar é determinada pela equação (2.8).
27
11
1
12,1
2
Ox
DEPL
F
Ox
Ox
MSinvTh
C
Q
C
Q
V +=
φφ
(2.8)
Quando a segunda interface estiver em depleção, tem-se que: 0< Φ
S2
< 2Φ
F
e Q
S2
=
0, a tensão de limiar é determinada pela equação (2.9).
( )
( )
2,22
21
2
2,12,1 accGG
OxSiOx
OxSi
accThdeplTh
VV
CCC
CC
VV
+
=
(2.9)
O valor de V
G2,acc2
é determinado por:
F
Ox
Si
Ox
SiA
Ox
Ox
MSaccG
C
C
C
tqN
C
Q
V
φφ
2
2
222
2
22,2
+= (2.10)
As equações (2.7), (2.8) e (2.9), são válidas para o cálculo da tensão de limiar,
somente quando as espessuras das camadas de inversão e acumulação forem bem menores
que a espessura da camada de silício, ou seja, não são aplicadas em dispositivos de camada de
silício finas, pois estes são influênciados pelos efeitos quânticos [29].
2.3.2 Efeito de canal curto
O efeito de canal curto (SCE Short Channel Effect) ocorre devido a uma redução no
comprimento do canal dos transistores, fazendo com que as cargas da região de depleção no
interior do canal, que são normalmente controladas pela porta, passam a ser, também,
controladas pelas regiões de depleção de fonte e dreno. A figura (2.5) ilustra como o efeito de
canal curto afeta os transistores MOS convencionais e SOI. Vários efeitos são causados em
função da redução de canal [30–32], entre eles a redução da tensão de limiar.
Nos transistores MOS, a carga de depleção controlada pela porta é expressa pela
equação (2.11).
dmáxADEPL
xqNQ
=
(2.11)
28
Para os transistores MOS de canal curto, a carga de depleção controlada pela porta é
determinada pela equação (2.9) [24], onde rj é a profundidade da junção de fonte e dreno:
+= 1
2
111
rj
x
L
rj
QQd
dmáx
DEPL
(2.12)
Nos dispositivos SOI FD, a carga de depleção efetiva (Q
d1
) controlada pela porta é
uma fração da carga de depleção no canal (Q
DEPL
), a qual é determinada por:
=
L
d
QQd
DEPL
11
(2.13)
Onde,
SiADEPL
tqNQ
=
e d é a distância apresentada na figura 2.5 (B).
Fig 2.5 – Distribuição das cargas de depleção em dispositivos MOS convencional (A) e FD SOI (B), de canais
compridos (esquerda) e curtos (direita). Qd1 é a carga de depleção controlada pela porta.
Os dispositivos SOI MOSFETs totalmente depletados sofrem menor efeito de canal
curto em relação à redução do comprimento do canal se comparados aos dispositivos MOS
[33,34].
2.3.3 Inclinação de Sublimiar
A inclinação de sublimiar (S) é definida como sendo o inverso da inclinação da curva
log(I
DS
)xV
GS
[24,25,28], sendo determinada através da equação (2.14).
( )
[ ]
DS
G
Id
dV
S
log
=
(2.14)
29
Fig 2.6 – Curva mologoratímica I
DS
xV
GS
de um dispositivo nMOS.
A corrente de sublimiar de um dispositivo MOS é independente da tensão de dreno, o
que indica que o dispositivo responde ao mecanismo de difusão [35,36] e pode ser
determinada através da seguinte equação:
(
)
(
)
L
Lnn
qAD
dy
dn
qADI
nnDS
==
0
(2.15)
Na equação (2.15), A é a área da camada de inversão, Dn é o coeficiente de difusão
dos elétrons, n(0) e n(L) são respectivamente as concentrações de elétrons do lado de fonte e
de dreno.
Através da equação (2.15), após algumas simplificações e desprezando as armadilhas
de interface, obtém-se a expressão geral de S:
( )
α
+= 1ln
q
kT
S
(2.16)
Da equação (2.16), α é o coeficiente de acoplamento dado pela relação de
capacitâncias entre o canal, a porta e o substrato do dispositivo. O seu valor pode ser
determinado pelas seguintes equações, em função do modo de funcionamento do transistor
[24]:
30
Transistores MOS ou SOI PD, com a segunda interface depletada:
1Ox
D
MOS
C
C
==
αα
(2.17)
Para transistores FD, com a segunda interface acumulada:
1Ox
Si
acc
C
C
==
αα
(2.18)
Para transistores FD, com a segunda interface depletada:
( )
21
2
OxSiOx
OxSi
depl
CCC
CC
+
==
αα
(2.19)
Portanto, pode-se notar que, os valores de α variam de acordo com a condição de
polarização da segunda interface, estando na seqüência:
accMOSdepl
α
α
α
<
<
e fazendo com
que
accMOSdepl
SSS <<
.
Quanto menor o valor da inclinação de sublimiar, mais eficiente e rápido é o
chaveamento (corte e condução) do dispositivo. Pesquisas [37] indicam que a inclinação de
sublimiar é menor nos dispositivos FD (próxima a 60 mV/ década), maior nos dispositivos
MOS convencional e ainda maior nos dispositivos SOI FD com a segunda interface em
acumulação (da ordem de 120 mV/ década) [24].
31
2.3.4 As características de tensão x corrente
As características de tensão versus corrente de um dispositivo SOI PD com o corpo
aterrado são idênticas às de um transistor MOS convencional, uma vez que não interação
entre as duas interfaces Si-SiO
2
, e cada uma delas funciona como um dispositivo
independente, com substrato aterrado. Se o corpo não estiver aterrado, uma série de efeitos
denominados “efeitos de corpo flutuante” aparecem. Já para um dispositivo SOI FD, as
características de corrente são baseadas em um modelo de aproximação de canal gradual,
onde a mobilidade dos elétrons é considerada função do comprimento do canal (L), da
dopagem uniforme da camada de silício na região do canal, além de desconsiderar as
correntes de difusão. Este modelo foi apresentado por H.K. Lim e J.G. Fossum em 1984 [38].
O modelo Lim & Fossum utiliza a lei de Ohm em uma determinada sessão da inversão
do canal, relacionando a largura do canal (W) do dispositivo e a mobilidade dos elétrons na
camada de inversão (
µ
n) a fim de obter a densidade de cargas e o potencial de superfície.
Com base nesta relação, são extraídas as equações de tensão e corrente de saturação para os
dispositivos SOI MOSFET.
A equação geral da corrente de saturação (I
DSsat
), pode ser expressa pela equação
(2.20) [39].
( )
( )
2
1
1
12
TG
Oxn
DSsat
VV
nL
CW
I
+
µ
(2.20)
Onde n é o coeficiente de efeito de corpo, sendo que:
Para dispositivos SOI FD com a segunda interface em acumulação:
1
11
Ox
Si
C
C
n +=+=
α
(2.21)
Para dispositivos SOI FD com a segunda interface em depleção:
( )
21
2
11
OxSiOx
OxSi
CCC
CC
n
+
+=+=
α
(2.22)
32
De acordo com o modelo, a corrente de saturação é maior nos dispositivos SOI FD,
menor nos dispositivos MOS convencional e menor ainda nos dispositivos SOI com a 2
a
interface acumulada [24].
O baixo valor do coeficiente de efeito de corpo (n) em um dispositivo SOI MOSFET
totalmente depletado influencia o aumento da corrente de condução (comparando com os
dispositivos MOS convencional), contribuindo assim para o excelente desempenho na
resposta dos circuitos SOI CMOS (FD).
2.3.5 Transcondutância
A transcondutância (gm) indica a eficácia do controle da corrente de dreno pela tensão
de porta. Pode ser determinada através da equação (2.23) [24].
GS
DS
dV
dI
gm =
(2.23)
Através das equações (2.23), (2.20), (2.21) e (2.22), conclui-se que a transcondutância
também varia de acordo com a polarização da segunda interface, assim como a corrente de
saturação, logo a transcondutância é maior nos dispositivos SOI FD, menor nos dispositivos
MOS convencional e ainda menor nos dispositivos SOI com a 2
a
interface acumulada.
Devido ao acoplamento eletrostático entre as portas da 1
a
e 2
a
interface, a variação da
transcondutância, em um dispositivo SOI FD, com a porta da 1
a
interface pode ser diferente
daquela apresentada em um dispositivo MOS convencional. Como a corrente depende tanto
da polarização da porta da 1
a
interface (V
G1
) como da tensão de porta da 2
a
interface (V
G2
), é
possível traçar curvas gm em função de V
G1
para diversos valores de V
G2
.
Através da transcondutância e da condutância de saída é possível calcular o ganho em
tensão de um MOSFET, o qual é dado pela expressão:
DS
DS
GF
DS
dI
dV
dV
dI
gd
gm
.=
(2.24)
EA
DIN
IN
IN
D
IN
OUT
V
V
I
gm
gd
gm
V
1
gd
gmV
V
1
gd
I
V
V
A =====
..
(2.25)
33
Sendo gd a Condutância de saída, V
IN
a amplitude do sinal de entrada senoidal
aplicada ao transistor, V
OUT
a amplitude do sinal de saída senoidal aplicada ao transistor, I
D
a
corrente de polarização do dispositivo e V
EA
a Tensão Early.
A condutância de saída de um transistor SOI FD pode ser melhorada (no caso,
diminuída) através da variação da concentração de dopantes no canal desde a fonte a o
dreno (MOSFET GC) [40,41].
34
3 TRANSISTORES SOI DE MÚLTIPLAS PORTAS
Apesar dos dispositivos SOI de porta única ainda serem os dispositivos mais usados, a
possibilidade de processar substratos SOI de boa qualidade, a isolação dielétrica total e a
possibilidade de utilizar uma porta na interface vêm propiciando pesquisas no campo dos
dispositivos SOI. Diversas estruturas têm sido propostas, tais como dispositivos bipolares
MOS, transistores bipolares verticais com porta da interface induzida, dispositivos de alta
tensão lateral e de múltiplas portas [24].
O termo “múltiplas portas” não se refere a um conjunto de portas independentes, mas
à presença de eletrodos de porta em dois ou mais lados do corpo do dispositivo semicondutor.
A seguir são descritos alguns destes dispositivos SOI de múltiplas portas, comentadas
suas respectivas características elétricas e apresentada uma análise comparativa entre estes
dispositivos.
3.1 Transistores SOI de porta dupla
As primeiras publicações a respeito do transistor MOS Double-Gate (porta dupla ou
simplesmente DG) datam de 1984, e mostram que se pode obter a redução significativa de
efeitos de canal curto em um dispositivo. Denominado XMOS [24], onde o controle do
potencial na camada de silício é conseguido utilizando portas na 1ª e interfaces do
dispositivo. Utilizando esta configuração, se consegue um melhor controle da região de
depleção do canal, em relação a um SOI MOSFET normal e os efeitos exercidos pela
influência das regiões de depleção de fonte e dreno são reduzidas.
Os efeitos de canal curto são reduzidos, impedindo que as linhas de campo das regiões
de fonte e dreno alcancem a região do canal. Simulações têm mostrado que os dispositivos de
silício SOI MOSFET mais recentes apresentam porta dupla com um comprimento de canal de
30 nm, uma espessura do óxido de 3 nm, e uma espessura da camada de silício de 5 a 20 nm.
Tais dispositivos (simulados) não sofrem efeito de canal curto para comprimento de porta
maior do que 70 nm, além de apresentar valores da transcondutância de até 2300 mS/mm
[24]. O primeiro SOI MOSFET DG fabricado foi o transistor de canal estreito totalmente
depletado (DELTA, 1989) [24].
A inversão de volume, descoberta em 1987 a partir do estudo de dispositivos de
múltiplas portas, corresponde ao aumento da concentração de elétrons no interior da camada
35
de Si, diferentemente do que ocorre em transistores de porta simples, onde a inversão ocorre
apenas nas proximidades das interfaces Si-SiO
2
de porta. O mecanismo de inversão de
volume é mais intenso em dispositivos levemente dopados. Assim que aumenta o nível de
dopagem, as concentrações de portadores e de elétrons crescem perto da superfície do óxido
de silício e diminuem no centro do dispositivo. Em uma situação extrema, o dispositivo
poderia então se aproximar da depleção parcial. Neste caso, o perfil de potencial seria quase
parabólico e a expressão da tensão de limiar seria dominada por um termo diretamente
proporcional à largura da aleta [24].
A utilização de camadas muito finas de silício é quesito para dispositivos planares de
canais curtos. Entretanto, vários efeitos de redução da mobilidade foram descobertos nos
dispositivos SOI ultrafinos [24,44]. Além disso, a utilização de camadas ultrafinas levanta a
possibilidade da elevada resistência para as regiões de fonte e dreno.
3.2 Transistores SOI de porta tripla, porta circundante e porta semicircundante
Os dispositivos SOI MOSFETS de porta tripla apresentam uma fina camada de silício
com a porta em seus três lados. O avanço no desenvolvimento de transistores SOI de portas
triplas inclui o MOSFET de fio quântico, que é um dispositivo semicondutor muito fino, de
canal estreito, que confina o movimento dos elétrons em uma única direção, semelhante a um
fio de condução elétrico [45]. A figura 3.1 apresenta a perspectiva e seção transversal de um
dispositivo SOI de porta tripla.
Fig 3.1– Perspectiva e seção transversal de um dispositivo de Porta Tripla.
Nos transistores SOI de porta circundante [46,47], o eletrodo e o óxido de porta
envolvem a região ativa do canal. Nenhum outro isolante (óxido de campo ou óxido
enterrado) fica em contato com a região ativa do dispositivo. Os dispositivos de porta
circundante oferecem um melhor controle do canal pela porta, apresentam elevada
36
transcondutância (até 4 vezes superior a de um transistor SOI) e inclinação de sublimiar bem
próxima ao ideal [48].
A figura 3.2 apresenta a perspectiva e seção transversal do dispositivo SOI de porta
circundante GAA (Gate-all- around).
Fig 3.2 – Perspectiva e seção longitudinal do dispositivo GAA.
Tais dispositivos podem ser fabricados usando uma coluna vertical de silício (canal
vertical). A estrutura pode ser cilíndrica e a porta circular [24]. A figura 3.3 apresenta a
perspectiva e seção transversal do dispositivo Cynthia de porta circundante. A fonte e o dreno
estão situados em diferentes profundidades na camada de silício. No entanto, é possível
projetar e fabricar MOSFETS de porta semicircundantes usando um processo similar ao
utilizado para fabricar SOI MOSFETS de porta tripla.
Fig 3.3 – Perspectiva e seção transversal do dispositivo Cynthia.
Estes dispositivos são chamados MOSFETS da porta π [49,50] ou de porta [51] e
são basicamente dispositivos de porta tripla com o eletrodo de porta estendido abaixo da ilha
de silício. Esta geometria aumenta a corrente e atenua o efeito de canal curto. A extensão de
porta é formada por corrosão do óxido enterrado durante a etapa de modelagem do silício.
Esta extensão de porta forma um campo virtual induzido pelo eletrodo de porta debaixo do
dispositivo, bloqueando assim as linhas de campo elétrico do dreno, na região do canal, no
fundo da região ativa do silício. A figura 3.4 (A) apresenta a perspectiva e seção transversal
37
do dispositivo de porta e a. figura 3.4 (B) apresenta a perspectiva e seção transversal do
dispositivo de porta π.
Fig 3.4– Perspectiva e seção transversal de: (A) dispositivo de Porta π (B) dispositivo de Porta .
Tais dispositivos podem ser chamados de dispositivos de “porta tripla +” devido às
suas características estar entre aquelas dos dispositivos de porta triplas e quádruplas.
O controle da região, sob a ilha de silício, pelo potencial de porta, aumenta claramente
com a extensão da profundidade de porta. No dispositivo com uma extensão de profundidade
de 20 nm e largura de canal de 30 nm, o potencial está próximo ao valor de V
G
, na região logo
abaixo à ilha de silício. Assim, é criado um campo virtual, induzido pela porta da 2ª interface.
Em dispositivos mais largos (W= 50 nm), a distância entre as duas extensões de porta é
demasiada grande para que este efeito ocorra, e o fundo da ilha de silício não é controlado
pelo potencial de porta [24].
Pesquisas [49] revelam também que a eficiência das estruturas MUGFETs depende
diretamente de suas dimensões físicas, por exemplo: a eficiência das portas laterais de um
dispositivo de porta tripla piora com o aumento da largura de canal e o controle de porta nos
dispositivos de porta dupla piora quando aumenta a espessura da camada de silício.
38
3.3 Transistores FinFET
O termo “FinFET” foi concebido pela Universidade da Califórnia. Pesquisadores de
Berkeley desenvolveram um transistor DG não planar, construído sob um substrato SOI [52],
baseado no projeto do transistor DELTA. A característica [53] que difere o FinFET dos
demais transistores é de ter o seu canal de condução em forma de aleta envolvida por óxido e
sobrepassada por silício policristalino, formando assim a porta do dispositivo. Esta aleta pode
ser fina o suficiente para que as duas portas possam controlar em conjunto o canal totalmente
depletado. Além disso, o processo de fabricação do FinFET é semelhante ao MOSFET planar.
A figura 3.5 apresenta a perspectiva de um dispositivo FinFET.
Fig 3.5 – Perspectiva de um dispositivo FinFET.
Os FinFETs podem também ser implementados como dispositivos de porta tripla, uma
vez que o óxido no topo pode ser fino o suficiente para atuar como um óxido de porta. Os
dispositivos FinFETs de porta tripla diferem dos FinFETs de porta dupla em vários aspectos.
Um destes aspectos é a diferença de mobilidade de elétrons entre a superfície da porta
superior com as superfícies das portas laterais, possivelmente causada pela diferença de
orientação cristalina entre estas superfícies (porta superior e das portas laterais). Além disso,
durante a fabricação, grandes taxas de oxidação causam óxido de porta mais espessos.
Outro fenômeno causado pela presença da terceira porta (porta superior) é o efeito de
canto [54,55]. O efeito de canto caracteriza-se pelo aumento da inversão de cargas nas
proximidades dos cantos do dispositivo, influenciando na distribuição da densidade de
corrente ao longo da seção transversal da aleta.
39
3.4 Características elétricas
Corrente de dreno
A corrente de dreno nos dispositivos de múltiplas portas é essencialmente
proporcional a largura total da porta, ou seja, a corrente de dreno em um dispositivo de porta
dupla é maior que o dobro da corrente de um transistor de porta simples, com comprimento e
largura de canais idênticos [24]. Muitas vezes, para aumentar a capacidade de corrente sem
aumentar a largura dos dispositivos, que é limitada pelos aspectos construtivos, são
implementados arranjos de transistores paralelos. Nestas estruturas de porta dupla e porta
tripla com múltiplos dispositivos, todos os dispositivos devem possuir as mesmas espessuras e
larguras para apresentarem a mesma tensão de limiar e outras propriedades elétricas.
Para valores de correntes grandes, devem-se usar dispositivos do tipo “múltiplos
dedos”, conforme figura 3.6. O valor da corrente em um dispositivo MOSFET de múltiplos
dedos é igual ao valor da corrente em um dispositivo simples multiplicado pela quantidade de
aletas (também conhecido como “dedos”).
Fig 3.6 – Estrutura múltiplos dedos.
Considerando o passo entre os dedos, P, e assumindo que a mobilidade dos portadores
é idêntica em todas as interfaces Si-SiO
2
, a corrente do dispositivo por unidade de largura é
dada pela equação (3.1) [24].
(
)
P
H2W
II
FinFin
0DDS
+
= (3.1)
40
Onde I
D0
é a corrente de um dispositivo planar, de porta simples, de largura unitária, e
W
Fin
é a largura de um dedo, H
Fin
é a altura da camada de silício, e P é o passo entre dedos.
Os dispositivos de porta dupla conseguem grandes correntes de dreno através do uso
de camada de silício relativamente espessa. Nesse dispositivo não fluxo de corrente no
topo da ilha de silício. Deste modo, a expressão da corrente de dreno pode ser escrita da
seguinte forma [24]:
P
H
II
Fin
DDS
2
0
=
(3.2)
nos dispositivos de porta tripla onde o H
Fin
= W
Fin
, o passo de dedo deve ser menor
do que 3W
Fin
, a fim de obter um fluxo de corrente maior do que no dispositivo planar, de uma
porta.
Efeito de Canal Curto
Conforme já descrito, o controle de cargas na região do canal melhora com o aumento
do número de portas do dispositivo. Para dispositivos de canais extremamente curtos, este
efeito não é eliminado somente com a presença de portas extras. Desta forma, faz-se
necessário o cálculo do efeito de canal curto inerente à estrutura (comprimento natural da
estrutura) [24].
A equação (3.3) define o comprimento natural para transistores de porta dupla, onde o
parâmetro λ é denominado de “comprimento natural” do dispositivo e mede o efeito de canal
curto inerente à estrutura do dispositivo. λ indica a distância da penetração das linhas do
campo elétrico do dreno no corpo do dispositivo ou o controle que a região de dreno exerce
sobre a zona de depleção do canal.
SiOx
Ox
Si
tt
ξ
ξ
λ
2
=
(3.3)
Sendo ξ
Si
a permissividade do silício, ξ
Ox
a permissividade do óxido, t
Ox
a espessura do
óxido de porta e t
Si
a espessura da camada de silício.
Simulações indicam que para o dispositivo estar praticamente livre dos efeitos de
canal curto, λ deve ser de 5 a 10 vezes menor do que o comprimento de porta [24,56].
41
Um alongamento adicional é obtido usando uma estrutura de porta circundante, onde o
diâmetro/ largura e a espessura da camada de silício podem ser tão grandes quanto o
comprimento da porta. As exigências da espessura do filme para dispositivos de porta tripla, π
e estão situadas entre aqueles para os dispositivos de porta dupla e circundante.
Tensão de Limiar
A definição mais comum para tensão de limiar de um dispositivo MOSFET é a tensão
pela qual todo incremento de tensão acima desta será utilizado para a formação da camada de
inversão (grande quantidade de portadores livres) [24]. Esta definição não se aplica aos
dispositivos de múltiplas portas, camada fina, onde a corrente circula com a presença da
inversão fraca. Além disso, os dispositivos de múltiplas portas podem atingir a inversão nas
diversas partes da região de canal sob diferentes tensões de porta.
Um novo equacionamento da tensão de limiar para transistores SOI de porta dupla foi
desenvolvido por Francis [57–60]. Este modelo faz uso do método da derivada de segunda
ordem para obtenção de V
Th
[61]. Utilizando esta condição, o potencial de superfície é obtido
através da equação (3.4) [24]:
+=
α
δφφ
e
q
KT
FS
1
1
ln2'
(3.4)
Onde α e δ são parâmetros de ajuste do transistor dados pelas expressões:
Si
D
C
Q
KT
q
8
.=
α
(3.5)
Si
Ox
C
C
4
=
δ
(3.6)
O último termo do potencial de superfície no limiar é negativo, tanto que Φ
S
é menor
do que 2Φ
F
pelo valor de 10 a 90 mV. A Tensão de limiar é obtida através da equação (3.7)
[24].
δ
α
δ
α
φ
+++= 1.'
q
KT
VV
FBSTh
(3.7)
42
A diferença entre o potencial de superfície na inversão e 2Φ
F
depende da espessura do
filme de silício, da espessura do óxido de porta e da dopagem.
Transistores de camada fina, porta dupla possuem tensão de limiar pequena (V
Th
0V) quando a dopagem do canal tipo P é pequena e as portas da 1ª e interface são feitas de
silício policristalino tipo N+. A fim de obter uma tensão de limiar maior, faz-se o uso de
silício policristalino P+ em ambas as portas. Neste caso é obtida uma tensão de limiar por
volta de 1 V. Uma solução intermediária consiste no uso de materiais do tipo midgap ou
silício policristalino do tipo dual (uma porta é dopada com N+ e a outra com P+). Outra
solução é utilizar duas portas de silício policristalino N+ e aumentar a tensão de limiar
aumentando o nível de dopagem do canal. Esta solução apresenta desvantagens na diminuição
da mobilidade através do aumento da concentração de impurezas.
A inversão pode ser formada sob diversas tensões de porta nas interfaces dos cantos,
topo e nas paredes de Si-SiO
2
. O raio da curvatura do canto tem um impacto significativo nas
características elétricas do dispositivo, tais como a presença ou a ausência de tensão de limiar
nos cantos diferente da apresentada na interface planar do dispositivo. É importante dizer que
nos dispositivos SOI MOSFETS clássicos, os cantos aparecem na borda do dispositivo,
podendo aumentar as indesejáveis correntes parasitas, enquanto nos dispositivos de múltiplas
portas, os cantos fazem parte da estrutura intrínseca do transistor [24].
Inversão de Volume
A inversão de volume foi descoberta em 1987 por Balestra [62] e foi observada
inicialmente nos MOSFETs de porta dupla do tipo GAA em 1990 [63]. A inversão de volume
é um fenômeno que aparece nos dispositivos SOI MOSFET de múltiplas portas de camada
fina. Os portadores de inversão não ficam confinados perto da interface Si-SiO
2
, como ocorre
nos dispositivos clássicos, mas distribuem-se por toda espessura de Si.
Este fenômeno ocorre não apenas pela distribuição de potencial particular observada
em dispositivos de múltiplas portas, mas também pelo efeito de confinamento quântico.
Assim, uma boa avaliação da inversão de volume na simulação numérica de dispositivos deve
considerar a solução consistente das equações de Poisson e Schrödinger.
O fenômeno da inversão de volume é mais perceptível sob polarizações de porta
próximas à tensão de limiar. Aumentando a tensão aplicada à porta, a concentração de
elétrons torna-se maior nas proximidades das interfaces, embora aumente em toda a
43
profundidade do canal, mantendo assim a camada de inversão em toda a espessura do filme,
conforme demonstrado na figura 3.7, extraída de [24].
Fig 3.7 – Inversão de Volume em um MOSFET de porta dupla; a) V
G
<V
Th
; b) V
G
>V
Th
. [24]
Fonte: Colinge, J.P., 2004, p. 305.
O efeito mecânico quântico da inversão de volume foi primeiramente simulado e
medido em dispositivos SOI de porta dupla em 1994 [64,65] e tem sido, desde então,
explorado por diversos grupos de pesquisa [66,67]. O fenômeno da inversão de volume pode
ser também observado nos dispositivos SOI de porta tripla [68–70].
Nos próximos capítulos são apresentadas algumas simulações resolvendo as equações
de Poisson e Schrödinger a fim de avaliar os efeitos mecânicos quânticos e suas possíveis
conseqüências, para os dispositivos simulados neste trabalho.
44
4 SIMULAÇÃO TRIDIMENSIONAL DE DISPOSITIVOS
4.1 O simulador numérico
ATLAS, versão 2.6.0.R, é um simulador baseado na sica do dispositivo. Este tipo de
simulador calcula as características elétricas associadas à estrutura física e condições de
polarização (princípio de simulação baseado na física do dispositivo). Isto é conseguido
através da aproximação da operação do dispositivo em grades de duas ou três dimensões,
constituindo assim um número de pontos de grade denominados nós. Aplicando um grupo de
equações diferenciais, derivadas das leis de Maxwell, nesta grade, pode-se simular o
comportamento dos portadores através da estrutura. Isto significa que o desempenho de um
dispositivo pode ser modelado em regime de trabalho DC, AC ou transiente [71].
A simulação baseada na física do dispositivo é diferente da modelagem empírica. O
objetivo da modelagem empírica é obter uma fórmula analítica que aproxima os dados
existentes com alguma precisão e pouca complexidade.
A simulação baseada na física do dispositivo tem se tornado importante por dois
motivos:
é mais rápida e barata se comparada com medidas experimentais;
fornece facilmente informações de difícil medição.
Vale ressaltar que para este tipo de simulação dois aspectos são importantes, a
incorporação ao simulador de toda a sica relevante do dispositivo e a execução de todos os
procedimentos numéricos para resolver as equações associadas. No simulador de dispositivos
ATLAS estes aspectos são descritos através da [71]:
definição da estrutura física a ser simulada;
descrição dos modelos físicos;
definição das condições de polarização;
descrição das características elétricas a serem simuladas.
45
4.2 Ferramentas interativas do simulador ATLAS
DeckBuild
Plataforma utilizada na interação com os simuladores de dispositivos e de processos, o
DeckBuild fornece várias facilidades importantes. Uma interface gráfica para especificação
dos dados de entrada permite que os usuários evitem erros de sintaxe específicos ao
simulador. Depois de terminada a especificação dos dados de entrada, o DeckBuild produz
automaticamente um arquivo de entrada, o qual pode ser editado a qualquer hora pelo usuário.
O DeckBuild permite o controle preciso de simulação do arquivo de entrada, além de
fornecer o histórico da simulação, o que permite ao usuário acompanhar a simulação no
tempo de execução ou posteriormente. O DeckBuild pode também carregar outras
ferramentas de apoio do simulador ATLAS, tais como Tonyplot, DevEdit e Maskview.
O DeckBuild foi projetado para minimizar o tempo requerido na construção e
calibração do arquivo de entrada.
TonyPlot
Ferramenta de visualização que permite interação e suporta todas as maneiras usuais
de visualização de dados científicos. Permite a visualização de gráficos xy com eixos lineares
e logarítmicos, bem como as superfícies e contornos do dispositivo estudado. O TonyPlot
inclui características de animação, que permitem a visualização de uma seqüência de gráficos
a fim de mostrar soluções em função de algum parâmetro.
DevEdit
O DevEdit é uma ferramenta gráfica, interativa, para especificação e modificação de
estruturas. Inclui o módulo de matriz de pontos que suporta geração de malhas e refinamento
destas malhas. A dopagem poder ser definida e modificada através de funções analíticas. É
considerada uma poderosa ferramenta utilizada no pré-processo de simulação de dispositivos
bidimensionais. Um modo especial do DevEdit suporta a definição e a matriz de pontos para
estruturas tridimensionais.
46
4.3 Modelos para Representação Física no Simulador
O simulador de dispositivos apresenta uma gama de modelos de mobilidade, ionização
por impacto, recombinação e materiais, cada um com suas características próprias e destinado
a uma aplicação específica, podendo ou não ser combinados entre si.
Este tópico descreve características básicas de alguns destes modelos presentes no
simulador de dispositivos [71].
BGN (Estreitamento da Faixa
Plana):
modelo utilizado no cálculo da faixa
proibida, utilizado para regiões altamente
dopadas.
FERMI (Fermi-Dirac):
modelo de Fermi utilizado no lculo de
portadores com concentração reduzida.
CONMOB:
modelo de mobilidade que prevê a relação
de dependência entre a mobilidade e a
concentração de dopantes. Utilizado sempre
em temperaturas de 300K para estruturas de
silício (Si) e arseneto de gálio (GaAs).
SHI (Shirata):
modelo de mobilidade que prevê a
degradação da mobilidade que ocorre dentro
das camadas de inversão. Apresenta melhor
relação do campo elétrico perpendicular para
óxidos de porta finos.
FLDMOB (Dependência do
Campo Elétrico Longitudinal):
modelo de mobilidade utilizado em
estruturas de silício (Si) e arseneto de gálio
(GaAs). Requerido na modelagem do efeito
da velocidade de saturação.
AUGER:
modelo de recombinação que relaciona a
transição direta de três partículas, onde um
47
portador é capturado ou emitido. Utilizado
em altas densidades de correntes.
CONSRH:
Modelo de recombinação de portadores que
determina o tempo de vida dos portadores
como função da concentração de dopantes.
SRH (Shockley-Read-Hall):
modelo de recombinação, onde o tempo de
vida dos portadores minoritários é fixado.
IMPACT SELB (Selberherr):
modelo de ionização por impacto
dependente do campo elétrico horizontal em
um determinado ponto da estrutura. Inclui
parâmetros dependentes da temperatura.
Tão importante quanto a definição dos modelos (mobilidade, recombinação,
parâmetros físicos do dispositivo) é a definição da matriz de pontos essencialmente utilizada
durante o processo de simulação do dispositivo [71].
A Matriz de pontos, ou grade, é a base para todos os cálculos matemáticos utilizados
durante uma simulação. A grade pode ser simplesmente definida como um grupo de linhas
horizontais e verticais espaçadas entre si.
O ATLAS realiza uma série de cálculos vetoriais entre os pontos gerados pela
intersecção destas linhas, sendo que o resultado destes cálculos matemáticos estabelece a
diferença de potencial e/ ou fluxo de corrente pelo qual o dispositivo é submetido durante a
simulação. Por este motivo, deve-se tomar cuidado no momento de definição da grade caso
contrário, sérios problemas podem ocorrer, como a não convergência ou, pior, a geração de
falsas soluções.
É importante ter certeza de que todas as regiões e materiais requeridos para o
dispositivo estejam cobertos pela grade projetada e que haja um refinamento desta grade nos
locais mais críticos do dispositivo, tais como junções, interfaces e pontos de grande
intensidade de campo elétrico [71].
A pouca definição de pontos pode fazer com que os cálculos realizados pelo ATLAS
fiquem incorretos, gerando assim resultados errados ou pouco precisos, como a presença de
48
corrente indevida no interior do óxido de silício, causada pela definição incorreta de pontos na
grade.
A figura 4.1 apresenta um exemplo de grade balanceada utilizada durante o estudo dos
transistores SOI trapezoidais através de simulações numéricas tridimensioanais.
Fig 4.1 – Exemplo de Grade balanceada.
Maiores detalhes a respeito da descrição da grade encontram-se no Apêndice 1
Simulações Atlas, deste trabalho.
4.4 Avaliação da necessidade de uso de modelos de confinamento quântico
A tendência para implementação de dispositivos SOI cada vez menores, com óxido de
porta mais fino e concentração de dopagem maior, resulta em um maior interesse no estudo
dos efeitos de confinamento quântico, visto que tais efeitos afetam algumas características
elétricas dos dispositivos quando as dimensões físicas se aproximam de 10 nm, tais como o
deslocamento na tensão de limiar e capacitância de porta.
Este tópico descreve os principais todos utilizados em simulações visando o estudo
da influência do efeito de confinamento quântico nos dispositivos. Para os dispositivos
utilizados neste trabalho, a influência de tais efeitos não se mostrou relevante, mas nos casos
em que se queira avaliar dispositivos de menores dimensões, deve-se considerar as
alternativas aqui descritas.
49
4.4.1 Modelo acoplado Schrödinger-Poisson
O modelo acoplado de Schrödinger-Poisson permite ao ATLAS utilizar as equações
de Schrödinger, em conjunto com as equações fundamentais (para descrição de dispositivos) a
fim de modelar os efeitos de confinamento quântico. A solução das equações de Schrödinger
permite uma descrição quântica da densidade de estados na presença da variação de potencial
no confinamento quântico [71].
É possível utilizar o modelo de acoplamento de Schrödinger, ativando o parâmetro
SCHRO na declaração dos modelos de estados do simulador ATLAS. Através deste
parâmetro o simulador soluciona a equação unidimensional de Schrödinger ao longo de uma
série de partes (lâminas) no eixo y do dispositivo. Cada parte é tomada ao longo de uma série
de nós y existentes na grade projetada. Após a resolução da equação de Schrödinger, a
concentração de portadores calculada é substituída na equação de Poisson. O potencial
derivado na solução de Poisson é substituído novamente na equação de Schrödinger. Este
processo continua até haver convergência de valores, obtendo assim uma solução auto-
consistente do modelo de acoplamento de Schrödinger-Poisson.
O exemplo apresentado a seguir é um trecho de uma declaração de modelos utilizados
na etapa de calibração dos dispositivos estudados neste trabalho.
models fermi schro new.eig ox.poisson \
qy.min=-0.003 qy.max=0.033 \
qx.min=-0.015 qx.max=0.185
ox.schro fixed.fermi
Fermi
Permite as estatísticas de Fermi-Dirac;
Schro
Ativa a solução Schrödinger para elétrons;
new.eig
Especifica a forma de solução;
ox.poisson
Calcula os níveis quase-Fermi no isolante. Utilizado em
soluções de Schrödinger Poisson;
ox.schro
Leva em consideração a presença do óxido de silício na
solução de Schrödinger;
qx.min, qx.max,
qy.min, qy.max
Define a dimensão onde será aplicada a resolução da equação
de Schrödinger;
Fixed.fermi
Mantém o nível de Fermi constante.
50
A principal limitação do modelo acoplado de Schrödinger-Poisson, na implementação
do ATLAS é o fato deste modelo não suportar simulações com correntes, impossibilitando
sua utilização durante o levantamento das características de tensão/ corrente dos transistores.
Por esta razão, o simulador apresenta algumas aproximações, como segue.
4.4.2 Modelo de Potencial Quântico de Bohm (BQP)
O ATLAS possui dois modelos que levam em consideração a inclusão de alguns
efeitos de confinamento quântico no cálculo do transporte dos portadores (elétrons ou
lacunas), o modelo de densidade gradiente e o modelo de potencial quântico de Bohm (BQP).
O método de densidade gradiente relaciona a posição do portador com a energia
potencial, o modelo de potencial quântico de Bohm (BQP) relaciona a posição do portador
com a energia potencial, usando uma equação auxiliar derivada da interpretação de Bohm
para mecânica quântica. Esta energia potencial extra modifica a distribuição de elétrons ou
lacunas. Ambos os métodos são derivados da física clássica.
O método de densidade gradiente utiliza apenas um único parâmetro de ajuste, o
modelo BQP utiliza dois. Esta flexibilidade permite que os modelos aproximem diferentes
tipos de dispositivos ao comportamento quântico. É possível obter boa aproximação entre os
resultados simulados com os modelos Poisson-Schrödinger, densidade gradiente e BQP [71].
Desenvolvido pela universidade de Pisa [71], o BQP é considerado uma alternativa ao
método de densidade gradiente. Há duas vantagens em utilizar o Potencial Quântico de Bohm
(BQP) sobre o método de densidade gradiente:
apresenta melhor convergência em diversas situações;
calibração feita através de aproximação aos resultados da equação de
Schrödinger-Poisson sob condições de baixa corrente.
O processo interativo para resolução da equação não linear de BQP é o seguinte: após
obter uma solução inicial semi-clássica, a equação de BQP é resolvida a fim de obter o valor
do potencial quântico em cada nó do dispositivo. O potencial semi-clássico é modificado pelo
valor do potencial quântico em cada e a solução do conjunto de equações semi clássicas é
então convergida normalmente. Após esta etapa, a equação de BQP é convergida novamente e
51
o processo se repete aatingir a autoconsistência entre a solução da equação de BQP e a
solução do conjunto de equações semi-clássicas.
4.4.2.1 Calibração com o modelo de Schrödinger-Poisson
A fim de obter aproximação entre BQP e o modelo de Schrödinger-Poisson para
qualquer tipo de dispositivo, o Atlas possui um modelo Schrödinger-Poisson que permite
modelar o confinamento espacial em uma direção.
Para usar o modelo de BQP, deve-se especificar BQP.N (para elétrons) ou BQP.P
(para lacunas) na etapa de declaração dos modelos. Além disso, devem-se ajustar os valores
dos parâmetros α e γ e a direção da quantização (confinamento).
4.4.3 O processo de calibração
O processo de calibração no simulador de dispositivos tem como principal razão, a
comparação entre os modelos de confinamento quântico de Schrödinger (SCHRO) e a
aproximação através do Potencial Quântico de Bohm (BQP).
Para a etapa de calibração do modelo físico (BQP) do ATLAS foram simulados
dispositivos SOI MOSFET de porta dupla em geometria planar, de comprimento de canal (L)
de 200 nm, largura de canal (W) variando de 30 a 70 nm, espessura do óxido de porta (t
Ox
) de
3 nm, concentração de dopantes (N
A
) variando de 10
15
a 10
17
cm
-3
, submetidos à polarização
de porta, variando de 0 a 0,6 V, com passos de 5 mV.
A figura 4.2 apresenta o esquema do dispositivo de porta dupla em geometria planar
simulado durante a etapa de calibração dos modelos físicos do simulador ATLAS.
52
Fig 4.2 – Visão 2D do dispositivo de porta dupla utilizado no estudo dos modelos físicos do ATLAS.
Uma série de curvas de concentração de elétrons versus distância do centro do
dispositivo foi levantada, cujos resultados são apresentados nas figuras 4.3 a 4.17.
São apresentadas as curvas correspondentes do modelo de Schrödinger-Poisson,
considerada como referência (mais precisa), do modelo BQP calibrado, que aproxima a
anterior e a correspondente à física clássica, para comparação.
Fig 4.3 – Concentração de elétrons no dispositivo de largura de canal (W) 30 nm e dopagem 10
15
cm
-3
.
53
Fig 4.4 – Concentração de elétrons no dispositivo de largura de canal (W) 30 nm e dopagem 10
16
cm
-3
.
Fig 4.5 – Concentração de elétrons no dispositivo de largura de canal (W) 30 nm e dopagem 10
17
cm
-3
.
54
Fig 4.6 – Concentração de elétrons no dispositivo de largura de canal (W) 40 nm e dopagem 10
15
cm
-3
.
Fig 4.7 – Concentração de elétrons no dispositivo de largura de canal (W) 40 nm e dopagem 10
16
cm
-3
.
55
Fig 4.8 – Concentração de elétrons no dispositivo de largura de canal (W) 40 nm e dopagem 10
17
cm
-3
.
Fig 4.9 – Concentração de elétrons no dispositivo de largura de canal (W) 50 nm e dopagem 10
15
cm
-3
.
56
Fig 4.10 – Concentração de elétrons no dispositivo de largura de canal (W) 50nm e dopagem 10
16
cm
-3
.
Fig 4.11 – Concentração de elétrons no dispositivo de largura de canal (W) 50 nm e dopagem 10
17
cm
-3
.
57
Fig 4.12 – Concentração de elétrons no dispositivo de largura de canal (W) 60 nm e dopagem 10
15
cm
-3
.
Fig 4.13 – Concentração de elétrons no dispositivo de largura de (W) canal 60 nm e dopagem 10
16
cm
-3
.
58
Fig 4.14 – Concentração de elétrons no dispositivo de largura de canal (W) 60 nm e dopagem 10
17
cm
-3
.
Fig 4.15 – Concentração de elétrons no dispositivo de largura de canal (W) 70 nm e dopagem 10
15
cm
-3
.
59
Fig 4.16 – Concentração de elétrons no dispositivo de largura de canal (W) 70 nm e dopagem 10
16
cm
-3
.
Fig 4.17 – Concentração de elétrons no dispositivo de largura de canal (W) 70 nm e dopagem 10
17
cm
-3
.
60
As curvas de concentração de elétrons mostram que o modelo BQP não possui boa
aproximação em relação ao modelo de SCHRO para dispositivos grandes (acima de 30 nm).
Este efeito é percebido nos dispositivos de largura de canal de 60 nm e 70 nm.
A fim de confirmar este fato, foi calculado o erro quadrático médio entre os modelos
estudados em relação ao modelo de Schrödinger-Poisson:
( )
2
SCHROXticoMédioErroQuadrá =
(4.1)
Os parâmetros X e SCHRO representam a concentração de elétrons, simulado por
modelos diferentes, no caso X (Clássico e BQP) e SCHRO (modelo de Schrödinger-Poisson).
Os resultados obtidos através do cálculo do erro quadrático médio podem ser vistos na
tabela 4.1.
Tabela 4.1 – Cálculo do erro quadrático médio do modelo BQP em relação ao modelo Clássico.
Erro quadrático Médio – (cm
-3
)
Na=10
15
cm
-3
Na=10
16
cm
-3
Na=10
17
cm
-3
Dispositivo
Clássico BQP Clássico BQP Clássico BQP
W= 30 nm 0,0610 0,0439
0,0611 0,2746
0,0629 0,0183
W= 40 nm 0,0688 0,0470 0,0696 0,0267
0,0756 0,1678
W= 50 nm 0,0604 0,0528 0,0610 0,0181 0,0687 0,0288
W= 60 nm 0,1224 0,0290 0,0590 0,0194 3,4600 0,1542
W= 70 nm 0,0509 0,0282 0,0512 0,0489
3,6663 3,7578
Os resultados da tabela 4.1, apresentam as diferenças de erros quadráticos médios
entre os modelos de Poisson (física clássica) e BQP (aproximação utilizando as equações de
Bohm) são muito pequenas, sendo que, em alguns casos o modelo de Poisson apresenta
melhores resultados. As figuras 4.4 e 4.8 mostram casos em que as calibrações utilizando
Poisson foram melhores do que BQP (cantos assinalados), em relação ao modelo de
Schrödinger.
Outro fator crítico é a dificuldade de convergência utilizando o modelo de
aproximação de BQP em relação ao modelo conhecido de Schrödinger. Este fato está evidente
na figura 4.17, a qual mostra que não havendo convergência entre os modelos BQP e
Schrödinger, o modelo de Poisson apresentou melhor resultado em relação ao modelo BQP.
Diante dos resultados apresentados, decidiu-se desprezar o efeito de confinamento
quântico no estudo das curvas características e parâmetros elétricos dos dispositivos com as
dimensões adotadas no presente trabalho.
61
5 DISPOSITIVOS ESTUDADOS
Este capítulo apresenta as características dos dispositivos FinFET de porta dupla e
porta tripla estudados (características físicas, concentração de dopantes, condições de
polarização).
Abaixo são descritas algumas regras sicas para descrição do arquivo de entrada de
simulação de dispositivos, que podem ser seguidas, a fim de obter assim simulação precisa e
mais rápida.
5.1 Definição das características físicas
Inicialmente é criada a estrutura física de simulação. Para este trabalho, foram criadas
no ATLAS, estruturas FinFET de porta dupla e porta tripla de canal n.
5.1.1 FinFET de porta dupla
Os dispositivos paralelos simulados apresentam espessura do óxido de porta t
Ox
= 3
nm, espessura de óxido enterrado t
box
= 200 nm, altura do canal (H
Fin
) igual a 50 nm e
comprimento de canal (L) igual a 100 nm. Os dispositivos apresentam largura das paredes
laterais (t
Si
) variando de 15 a 30 nm. nos dispositivos trapezoidais simulados, o ângulo de
inclinação das paredes laterais foi conseguido fixando a largura superior de canal (t
Si
) em 15
nm e variando a largura inferior de canal (t
bottom
) de 25 a 30 nm.
As estruturas FinFET de porta dupla estudadas são apresentadas na figura 5.1.
62
Fig 5.1 – Corte transversal e perspectiva do dispositivo FinFET de porta dupla simulado: (A) paralelo; (B)
trapezoidal.
5.1.2 FinFET de porta tripla
Os transistores FinFETs de porta tripla estudados possuem comprimento de canal
(L
Fin
) igual a 200 nm, largura inferior de canal (W
Finbottom
) igual a 50 nm, espessura do óxido
de porta igual a 2 nm e espessura de porta igual a 8 nm.
Como um dos objetivos deste trabalho é o estudo da influência do ângulo de
inclinação das paredes laterais verticais nas características elétricas dos dispositivos, as
larguras superior de canal (W
Fintop
) sofreram variação de 30 nm até 70 nm.
A estrutura FinFET de porta tripla estudada é apresentada na figura 5.2.
Fig 5.2 – Corte transversal e perspectiva do dispositivo FinFET de porta tripla simulado.
63
5.2 Definição da grade (matriz de pontos)
A segunda etapa na criação do arquivo de entrada de simulação é a concepção da
grade. Como explicado no Capítulo 4, uma boa grade (matriz de pontos) é fundamental para
se obter resultados de simulação precisos. Com este objetivo, algumas precauções foram
tomadas durante a descrição do arquivo de entrada de simulação, refinando áreas-chave do
dispositivo, tais como:
regiões de junção e depleção;
regiões de inversão;
áreas de intenso campo elétrico.
A figura 5.3 mostra o detalhamento da matriz de pontos nas interfaces Si-SiO
2
, através
de corte transversal do dispositivo (A) e as regiões de fonte-dreno através de corte
longitudinal do dispositivo (B), para transistor FinFET de porta tripla.
Fig 5.3– Detalhamento da grade utilizada nas simulações em: (A) corte transversal do dispositivo, (B) corte
longitudinal do FinFET de porta tripla.
64
5.3 Definição dos perfis de dopantes
Por fim, são definidos os perfis (concentração) de dopantes no interior do dispositivo.
Para este trabalho, ambos os transistores FinFET de canal n (porta dupla e porta tripla)
simulados no ATLAS, possuem concentração de dopantes nas regiões de dreno e fonte, n+,
igual a 10
21
cm
-3
. O material de porta é o silício policristalino com função de trabalho no valor
de 4,63 eV.
Como outro objetivo deste trabalho é o estudo da influência da concentração de
dopantes nas características elétricas dos dispositivos, foram variadas as concentrações de
dopantes, tipo p, na região do corpo de: 10
16
até 5x10
17
cm
-3
nos transistores FinFET de porta
dupla e 10
15
até 10
17
cm
-3
nos transistores FinFET de porta tripla.
Vale ressaltar que foram utlizados os modelos: Fermi e bgn; fldmob; impact e selb;
srh, auger e consrh; hcte e evsatmod; para a descrição dos modelos de estatística para
portadores, mobilidade, ionização por impacto, recombinação e balanceamento de energia
utilizado pelo ATLAS durante a simulação de dispositivos.
5.4 Métodos de obtenção de parâmetros
A extração de parâmetros tais como tensão de limiar, inclinação de sublimiar, e tensão
Early é uma parte importante no processo de caracterização de dispositivos. Neste item são
descritas as técnicas de extração dos principais parâmetros utilizados na caracterização dos
dispositivos estudados.
Tensão de Limiar
O método a ser utilizado neste trabalho é o do pico da segunda derivada da
função I
DS
(V
GS
). O pico da derivada de segunda ordem da função I
DS
(V
GS
)
corresponde ao ponto de inflexão da curva, ou seja, caracteriza uma mudança de
comportamento correspondente ao limiar de condução.
O método do pico da segunda derivada pode ser também aplicado para extrair
V
Th
de dispositivos de múltiplas portas, com dopagens altas onde muitos picos podem
ser encontrados, refletindo assim a ocorrência de várias regiões de condução [72].
65
Extração da inclinação de Sublimiar
Através da curva I
DS
xV
GS
, com V
GS
<V
Th
, pode-se obter a taxa de variação da
corrente I
DS
com relação à tensão de porta V
GS
, na região de sublimiar. Nesta condição
a corrente I
DS
depende exponencialmente de V
GS
(a componente de difusão da corrente
é predominante em relação à componente de deriva), logo se pode obter o valor de S
por meio do inverso do coeficiente angular da curva monologarítmica de I
DS
xV
GS
. A
figura 5.4 apresenta a extração da inclinação de sublimiar (S).
Fig 5.4– Exemplo de extração de S em dispositivo de largura de canal superior (W
Fintop
) 30 nm e concentração de
dopantes 10
15
cm
-3
.
66
6 RESULTADOS DE SIMULAÇÃO
Neste capítulo serão apresentados os resultados obtidos na simulação dos dispositivos
FinFETs de porta tripla submetidos à variação da angulação das paredes laterais e
concentração de dopantes (N
A
).
6.1 Curvas I
DS
xV
GS
Inicialmente, foram extraídas as curvas I
DS
xV
GS
para tensão de dreno (V
DS
) igual a 50
mV e polarização de porta (V
GS
) variando de 0 a 1,5 V (passos de 2 mV), com o intuito de se
obter a tensão de limiar em cada dispositivo e observar o comportamento da corrente em
função da variação da largura de canal e aumento da concentração de dopantes (N
A
). As
curvas I
DS
xV
GS
são apresentadas nas figuras 6.1 a 6.3.
Fig 6.1 – Curvas I
DS
xV
GS
em dispositivos com concentração de dopantes 10
15
cm
-3
.
67
Fig 6.2 – Curvas I
DS
xV
GS
em dispositivos com concentração de dopantes 10
16
cm
-3
.
Fig 6.3 – Curvas I
DS
xV
GS
em dispositivos com concentração de dopantes 10
17
cm
-3
.
68
Nas curvas extraídas pode-se observar a influência da largura de canal na corrente de
dreno dos dispositivos FinFETs de porta tripla. O aumento da intensidade de corrente,
observado nas figuras 6.1 a 6.3, é diretamente proporcional ao aumento da largura superior do
canal (W
Fintop
).
6.2 Tensão de Limiar
De posse das curvas I
DS
xV
GS
, com V
DS
= 50 mV e V
GS
variando de 0 a 1,5 V (passos
de 2 mV), pode-se determinar a tensão de limiar dos dispositivos estudados de várias
maneiras. Neste estudo, foi utilizado o método do pico da segunda derivada conforme descrito
no item 3.6 e exemplificado na figura 6.4.
Fig 6.4 – Extração de V
Th
em dispositivo de largura de canal superior (W
Fintop
) 30 nm e concentração de dopantes
10
15
cm
-3
.
De acordo com o apresentado na figura 6.4, após extrair a derivada de segunda ordem
da corrente de dreno em função da tensão de porta, a curva ainda passa por um processo de
filtragem (AA Adjacent Average smotthing) onde é calculada a média de cinco pontos
consecutivos. Esta medida é tomada a fim de evitar singularidades devidas à discretização da
curva. Conforme descrito, o pico obtido desta curva média é o valor da tensão de limiar (V
Th
).
69
Os resultados obtidos para todos os dispositivos FinFET de largura superior de canal
W
Fintop
,variando de 30 a 70 nm, simulados podem ser vistos na tabela 6.1.
Tabela 6.1– Tensão de Limiar (V
Th
) obtida para todos os dispositivos simulados (V
DS
= 50 mV).
Tensão de Limiar – V
Th
(V)
FinFET
N
A
= 10
15
cm
-3
N
A
= 10
16
cm
-3
N
A
= 10
17
cm
-3
W
Fintop
= 30 nm 0,35 0,36 0,36
W
Fintop
= 40 nm 0,36 0,36 0,37
W
Fintop
= 50 nm 0,36 0,37 0,37
W
Fintop
= 60 nm 0,37 0,37 0,38
W
Fintop
= 70 nm 0,38 0,38 0,38
A tabela 6.1 mostra a influência da largura superior de canal (W
Fintop
) e da
concentração de dopantes (N
A
) na variação da tensão de limiar (V
Th
).
Em todos os casos, a tensão de limiar aumenta com o aumento da largura superior de
canal (W
Fintop
).
Para a interpretação deste resultado é necessária uma análise eletrostática. No processo
de inversão do corpo do transistor, influência de 4 (quatro) planos de potencial: 3 (três)
planos de porta e 1 (um) plano de interface com o substrato. Apesar de a inversão ocorrer
sempre muito próxima a um dos planos de porta, na interface entre o óxido de porta e o corpo
do dispositivo, ela recebe influência de todos os planos de potencial fixo, porque o transistor
está totalmente acoplado. Neste sentido, a análise da inversão e o equacionamento da tensão
de limiar devem considerar todo o sistema de planos e cargas do transistor. Até o presente
momento, não existem modelos analíticos consagrados para transistores deste tipo. Isto não
impede, no entanto que os dados sejam interpretados à luz de modelos mais restritos, como
modelos de transistores de duas portas (double-gate). Em transistores de porta dupla, a tensão
de limiar é altamente dependente da distância entre os planos de porta, como previsto pelos
modelos analíticos mais aceitos, como o modelo de Francis [57]. A autora propôs um modelo
em que assume que a densidade de cargas espaciais é composta pelas cargas de depleção (que
possuem uma concentração equivalente a concentração de impurezas N
A
) e pelos portadores
minoritários, desprezando a contribuição dos portadores majoritários à densidade total de
carga. Conseqüentemente, a equação de Poisson pode ser escrita de acordo com a equação
(6.1):
70
(
)
( )
[ ]
yxnN
q
x
yx
A
Si
,
,
2
2
+=
ξ
φ
(6.1)
Onde x é a profundidade na largura da aleta e y é a distância ao longo do canal. Deste
modo, a equação básica do modelo de Francis é:
δ
α
δ
α
φ
+++= 1.
q
KT
VV
FBSTh
(6.2)
Onde α e δ são parâmetros de ajuste do transistor dados pelas expressões:
Si
D
C
Q
KT
q
8
.=
α
(6.3)
Si
Ox
C
C
4
=
δ
(6.4)
O potencial de superfície na interface do óxido de silício (Φ
S
) é dado pela seguinte
equação:
+=
α
δφφ
e
q
KT
FS
1
1
ln2
(6.5)
Para as concentrações de dopantes utilizadas, espera-se, pelo modelo de Francis, que a
tensão de limiar dos transistores de porta dupla aumente com o aumento da distância entre as
portas. Esta interpretação é condizente com os resultados obtidos da simulação numérica para
o transistor de porta tripla.
6.3 Inclinação de Sublimiar
Conforme descrito no Capítulo 2 deste trabalho, a inclinação de sublimiar dos
transistores SOI totalmente depletados e FinFETs de porta tripla tendem a valores próximos
aos ideais, em torno de 60 mV/ década, em temperatura ambiente.
A inclinação de sublimiar de cada um dos dispositivos simulados foi obtida no
primeiro ponto do patamar da curva dada pela expressão
(
)
(
)
DSGS
IddV log/
.
71
Na tabela 6.2 são apresentados os valores de S para cada um dos transistores
simulados.
Tabela 6.2 – Inclinação de sublimiar (S) obtida para todos os dispositivos simulados (V
DS
= 50 mV).
Inclinação de Sublimiar – S (mV/ dec)
FinFET
N
A
= 10
15
cm
-3
N
A
= 10
16
cm
-3
N
A
= 10
17
cm
-3
W
Fintop
= 30 nm 62,91 62,87 62,47
W
Fintop
= 40 nm 63,08 63,06 62,56
W
Fintop
= 50 nm 63,19 63,18 62,22
W
Fintop
= 60 nm 64,99 65,06 64,07
W
Fintop
= 70 nm 65,26 65,09 64,27
Observa-se, pela tabela 6.2, que os dispositivos simulados apresentam valores para a
inclinação de sublimiar próximos ao valor ideal. A figura 6.5 apresenta as curvas médias da
inclinação de sublimiar em função da largura superior de canal dos dispositivos.
Fig 6.5 – Inclinação de sublimiar em função da largura de canal superior dos dispositivos.
A expectativa inicial era de que o valor da inclinação de sublimiar (S) diminuísse com
o aumento da largura superior de canal (W
Fintop
) do dispositivo, pois com o aumento de W
Fintop
um melhor acoplamento da porta com a região de canal e diminuição do acoplamento da
região de canal com o substrato. Ou seja, aumentando W
Fintop
a tendência seria de maior
72
controle da corrente pela porta. Porém os resultados obtidos não corresponderam a esta
expectativa. O que se notou foi um aumento de S com o aumento de W
Fintop
. Uma melhor
análise cogitou a possibilidade de estar havendo significativa influência dos potenciais de
fonte e dreno no canal. A verificação dessa possibilidade se deu a partir de um novo conjunto
de simulações, em que se variou o comprimento do canal dos dispositivos, para 500 e 1000
nm. Foram mantidas as mesmas condições de polarização dos dispositivos apresentados
anteriormente (V
DS
= 50 mV), para concentração de dopantes (N
A
) igual a 10
17
cm
-3
.
Os resultados das novas simulações são apresentados na tabela 6.3 e na figura 6.7.
Tabela 6.3 – Inclinação de sublimiar (S) obtida para novos comprimentos de canal (L).
Inclinação de Sublimiar – S (mV/ dec)
FinFET
L= 200 nm L= 500 nm L= 1000 nm
W
Fintop
= 30 nm 62,47 61,31 61,11
W
Fintop
= 50 nm 62,22 61,24 61,10
W
Fintop
= 70 nm 64,28 62,01 61,69
Fig 6.6 – S em função da largura superior de canal superior dos dispositivos.
A figura 6.6 comprova a suspeita de influência dos potenciais de dreno e fonte, uma
vez que nota-se clara dependência da proximidade entre eles na variação de S.
73
Em conclusão, para todos os transistores simulados, o aumento de W
Fintop
expõe o
corpo do transistor a uma maior influência dos planos de potencial definidos pelas junções de
dreno e fonte, gerando aumento no valor da inclinação de sublimiar.
6.4 Transcondutância
A transcondutância (gm), conforme visto no Capítulo 2, corresponde à derivada
GSDS
dVdI /
e indica o quanto eficaz é o controle exercido pela tensão de porta na corrente de
dreno. Assim, nos dispositivos FinFET de porta tripla, gm tende a ser muito maior se
comparado a um dispositivo SOI de porta única. Nos casos em que a camada de silício é
suficientemente fina, ocorre o fenômeno da inversão de volume [24] explicado no item 3.8,
resultando em uma melhora expressiva de gm decorrente da maior mobilidade dos portadores
no centro do dispositivo. Porém, nos dispositivos simulados neste trabalho não é esperada
contribuição significativa da inversão de volume para valores de V
GS
próximos à tensão de
limiar.
Foi determinada a curva característica da transcondutância em função da tensão
aplicada à porta, com o objetivo de analisar seu comportamento. Para a determinação das
características da transcondutância em todos os dispositivos, foram mantidas as mesmas
condições de polarização e simulação dos itens anteriores (V
DS
= 50 mV, V
GS
variando de 0 a
1,5V e N
A
variando de 10
15
a 10
17
cm
-3
). Visando eliminar a dependência da largura de canal,
a transcondutância foi normalizada em função da largura efetiva de canal do transistor (W
Eff
),
que corresponde ao perímetro das larguras das três portas do transistor. A tabela 6.4 apresenta
os valores máximos da transcondutância (gm
máx
).
Tabela 6.4 – Transcondutância máxima (gm
máx
) obtida para todos os dispositivos simulados (V
DS
= 50 mV).
Transcondutância Máxima - gm
máx
(S/µm)
FinFET
N
A
= 10
15
cm
-3
N
A
= 10
16
cm
-3
N
A
= 10
17
cm
-3
W
Fintop
= 30 nm 2,43x10
-7
2,44x10
-7
2,44x10
-7
W
Fintop
= 40 nm 2,67x10
-7
2,68x10
-7
2,67x10
-7
W
Fintop
= 50 nm 2,90x10
-7
2,90x10
-7
2,89x10
-7
W
Fintop
= 60 nm 3,12x10
-7
3,12x10
-7
3,11x10
-7
W
Fintop
= 70 nm 3,47x10
-7
3,48x10
-7
3,50x10
-7
Através da tabela 6.4, verifica-se que o valor máximo da transcondutância sofre mais
influência da largura superior de canal do que do nível de concentração de dopantes (N
A
),
visto que o valor ximo da transcondutância aumenta conforme aumenta a angulação das
74
paredes verticais laterais (W
Fintop
) do FinFET de porta tripla, o aumento de N
A
não tem
influência significativa no aumento de gm
máx
.
6.5 Concentração de elétrons e densidade de corrente
A fim de analisar o comportamento do transistor na situação de limiar (V
GS
= V
Th
),
foram extraídas as curvas de concentração de elétrons e densidade de corrente conforme
demonstrado nas figuras 6.7 a 6.9. As curvas de concentração de elétrons correspondem ao
valor desta grandeza ao longo de um corte horizontal, realizado na seção média do transistor.
Fig 6.7 – Concentração de elétrons (A) e densidade de corrente (B) em dispositivos com dopagem 10
15
cm
-3
e
situação de limiar (V
GS
=V
Th
).
75
Fig 6.8 – Concentração de elétrons (A) e densidade de corrente (B) em dispositivos com dopagem 10
16
cm
-3
e
situação de limiar (V
GS
=V
Th
).
Fig 6.9 – Concentração de elétrons (A) e densidade de corrente (B) em dispositivos com dopagem 10
17
cm
-3
e
situação de limiar (V
GS
=V
Th
).
Nas curvas das figuras 6.7 (A) à 6.9 (A) observa-se a influência da variação da largura
superior do canal (W
Fintop
) na distribuição de portadores dos dispositivos FinFETs de porta
tripla. Destas curvas, observa-se que para todos os níveis de dopagem a concentração de
elétrons se manteve sempre acima de 10
16
cm
-3
, e que, para dispositivos com largura de 30nm,
a concentração de elétron permaneceu sempre próxima a 10
17
cm
-3
.
76
As figuras 6.7 (B) à 6.9 (B) mostram as densidades de corrente elétrica nas seções
transversais dos FinFETs de porta tripla simulados. Nestas figuras observa-se o aumento da
densidade de corrente nas proximidades da região de canto superior, devido à sobreposição de
campos elétricos causados pelas duas portas laterais. Observa-se também que há o aumento da
densidade de corrente na região próxima ao canto inferior, causado pela influência do
potencial de substrato em conjunto com o potencial de porta.
De posse das curvas de concentração de elétrons e densidade de corrente, foram
extraídos os valores máximos de cada respectivo item, conforme apresentados nas tabelas 6.5
e 6.6, a fim de se analisar a intensidade do efeito de canto nos transistores e sua dependência
do ângulo de inclinação das paredes laterais.
Tabela 6.5 – Pico máximo de concentração de elétrons em situação de limiar (V
GS
= V
Th
).
Pico concentração de elétrons (log)
FinFET
N
A
= 10
15
cm
-3
N
A
= 10
16
cm
-3
N
A
= 10
17
cm
-3
W
Fintop
= 30 nm 17,13 17,20 17,21
W
Fintop
= 40 nm 17,21 17,25 17,24
W
Fintop
= 50 nm 17,30 17,27 17,27
W
Fintop
= 60 nm 17,40 17,40 17,31
W
Fintop
= 70 nm 17,43 17,42 17,36
Tabela 6.6 – Pico máximo de densidade de corrente em situação de limiar (V
GS
= V
Th
).
Pico densidade de corrente (A/ cm
2
)
FinFET
N
A
= 10
15
cm
-3
N
A
= 10
16
cm
-3
N
A
= 10
17
cm
-3
W
Fintop
= 30 nm 6,28 x10
4
7,46 x10
4
7,74 x10
4
W
Fintop
= 40 nm 7,74 x10
4
8,46 x10
4
8,26 x10
4
W
Fintop
= 50 nm 9,54 x10
4
8,95 x10
4
8,85 x10
4
W
Fintop
= 60 nm 1,19 x10
5
1,20 x10
5
9,91 x10
4
W
Fintop
= 70 nm 1,30 x10
5
1,27 x10
5
1,12 x10
5
Os valores das tabelas 6.5 e 6.6 são apresentados graficamente nas figuras 6.10 e 6.11.
77
Fig 6.10 – Máximo da concentração de elétrons em função da largura de canal superior dos dispositivos.
Fig 6.11 – Máximo da densidade de corrente em função da largura de canal superior dos dispositivos.
Nota-se que o efeito de concentração da corrente nos cantos, em conseqüência de uma
inversão mais forte, é mais acentuado quando o ângulo superior da seção transversal é mais
agudo. Este fato é esperado, uma vez que a soma vetorial dos campos elétricos das portas é
78
maior. Conclui-se que, ao aumentarmos a largura superior dos transistores, antecipamos a
inversão e aumentamos a concentração de portadores nos cantos, com conseqüente aumento
de corrente nessas regiões. Entre as possíveis conseqüências estão a concentração da geração
de calor e o favorecimento ao surgimento de correntes parasitas de porta.
6.6 Curvas I
DS
xV
DS
e condutância de dreno
Após a determinação da tensão de limiar (V
Th
), inclinação de sublimiar (S) e
transcondutância (gm), uma nova série de simulações no ATLAS foi executada de forma a
extrair as características I
DS
xV
DS
dos dispositivos FinFETs de porta tripla, conforme
demonstrado nas figuras 6.12 a 6.14
Fig 6.12 – Curvas I
DS
xV
DS
em dispositivos com concentração de dopantes 10
15
cm
-3
.
79
Fig 6.13– Curvas I
DS
xV
DS
em dispositivos com concentração de dopantes 10
16
cm
-3
.
Fig 6.14 – Curvas I
DS
xV
DS
em dispositivos com concentração de dopantes 10
17
cm
-3
.
80
Com base nas curvas I
DS
xV
DS
podem ser extraídos importantes parâmetros para a
caracterização dos FinFETs trapezoidais de porta tripla.
Uma destas características é a condutância de dreno (gd), a qual é obtida através da
derivada ponto a ponto de I
DS
em função de V
DS
. Nas figuras 6.15, 6.16 e 6.17 estão
apresentadas as curvas de gdxV
DS
para alguns dispositivos caracterizados, variando a largura
superior de canal (W
Fintop
) e a concentração de dopantes no silício (N
A
).
Fig 6.15 – Curvas gdxV
DS
em dispositivos com concentração de dopantes 10
15
cm
-3
.
81
Fig 6.16 – Curvas gdxV
DS
em dispositivos com concentração de dopantes 10
16
cm
-3
.
Fig 6.17 – Curvas gdxV
DS
em dispositivos com concentração de dopantes 10
17
cm
-3
.
As figuras 6.15 à 6.17 apresentam as curvas gdxV
DS
para os dispositivosW
Fintop
30 nm,
W
Fintop
50 nm e W
Fintop
70 nm, submetidos a polarizações de porta V
GT1
= V
Th
+0,1 V e V
GT2
=
82
V
Th
+0,2 V respectivamente. As figuras demonstram que a condutância de dreno aumenta em
função do aumento de W
Fintop
. Este efeito é percebido em todos os dispositivos simulados.
Para demonstrar esta influência, foram extraídas as condutâncias médias de dreno
(gm
Med
) normalizadas em função da largura efetiva de porta (W
Eff
), conforme descrito no item
6.4, para todos os dispositivos, através do método da aproximação polinomial de todas as
curvas I
DS
xV
DS
simuladas. Os resultados são apresentados na tabela 6.7.
Tabela 6.7 – Extração da condutância média de dreno.
Condutância média de dreno (gd
Med
) (S/ µm)
FinFET
N
A
= 10
15
cm
-3
N
A
= 10
16
cm
-3
N
A
= 10
17
cm
-3
W
Fintop
= 30 nm
2,68 x10
-9
3,40 x10
-9
3,84 x10
-9
W
Fintop
= 40 nm
3,66 x10
-9
4,01 x10
-9
3,57 x10
-9
W
Fintop
= 50 nm
4,53 x10
-9
4,70 x10
-9
4,65 x10
-9
W
Fintop
= 60 nm
6,26 x10
-9
6,21 x10
-9
7,12 x10
-9
W
Fintop
= 70 nm
7,16 x10
-9
7,15 x10
-9
7,14 x10
-9
Os valores da tabela 6.7 mostram a variação da condutância de dreno em relação a
variação da largura superior de canal (W
Fintop
) e concentração de dopantes (N
A
). O aumento de
gd é mais sensível ao aumento de W
Fintop
do que ao aumento de N
A
.
6.7 Análise dos resultados de simulação
Foram apresentados o comportamento da tensão de limiar (V
Th
), inclinação de
sublimiar (S), transcondutância (gm) e corrente de dreno (I
DS
) em transistores SOI
trapezoidais de porta tripla, frente a variações nas dimensões da largura superior de canal
(W
Fintop
) e nas concentrações de dopantes (N
A
) do canal do transistor.
Com o aumento de W
Fintop
foi constatado o aumento da tensão de limiar para todos os
níveis de concentração de dopantes. Este aumento é mais sentido nos dispositivos de maior
W
Fintop
(φ> 90º) por possuírem seus cantos de canal mais próximos aos planos de porta,
menor nos dispositivos de menor W
Fintop
(φ< 90º) e ainda menor nos dispositivos retos (φ=
90º).
Com relação à inclinação de sublimiar, a expectativa inicial era de que o seu valor
diminuísse com o aumento de W
Fintop
do dispositivo, pois haveria um melhor acoplamento da
porta com a região de canal e diminuição do acoplamento da região de canal com o substrato,
83
porém foi constatado que os dispositivos sofrem de influência dos potenciais de fonte e dreno
no canal.
O aumento de W
Fintop
expôs o corpo de todos os transistores simulados a uma maior
influência dos planos de potencial definidos pelas junções de dreno e fonte, acarretando em
um aumento do valor da inclinação de sublimiar.
Observou-se também que os dispositivos de maior largura superior de canal W
Fintop
(φ> 90º) apresentam melhor transcondutância frente à variação de concentração de dopantes
no interior de canal, seguidos pelos dispositivos retos (φ= 90º) e em seguida pelos
dispositivos de menor W
Fintop
(φ< 90º). Esta talvez seja a mais importante constatação dos
resultados obtidos, não apenas pela grande influência da geometria, mas também porque se
trata de um parâmetro fundamental na maioria das aplicações.
Com relação à condutância de dreno (gd), este parâmetro apresentou melhores
resultados nos dispositivos de menor largura superior de canal W
Fintop
(φ< 90º), pois a
condutância de dreno (gd) aumenta em função do aumento de W
Fintop
.
A distribuição de cargas e corrente nos cortes transverais evidenciou o aumento do
efeito de canto, com o aumento de W
Fintop
, especialmente para dopagens mais altas. Isso pode
implicar no surgimento de transistores de porta parasitas, com tensões de limiar locais mais
baixas que no restante do dispositivo.
84
7 MODELAGEM DA CORRENTE DE SATURAÇÃO EM FINFETS
TRAPEZOIDAIS
Os capítulos anteriores expuseram a influência das características físicas dos
transistores FinFETs trapezoidais em seus respectivos parâmetros etricos. Os estudos
realizados demonstram que o controle da angulação das paredes laterais verticais pode
proporcionar benefícios para o funcionamento dos transistores (controle da tensão de limiar,
inclinação de sublimiar, corrente de saturação de dreno, por exemplo).
Dando continuidade ao estudo das variações geométricas de inclinação das paredes
laterais, este capítulo apresenta a modelagem da corrente de saturação (I
DSsat
) em dispositivos
de paredes inclinadas, baseado na geometria do dispositivo.
7.1 Introdução
A arquitetura FinFET é uma alternativa de implementação utilizada tanto para
dispositivos de porta dupla como para dispositivos de porta tripla. A figura 7.1 mostra a
perspectiva de um dispositivo FinFET de porta dupla. O dispositivo de porta tripla pode ser
obtido através do aumento da largura da aleta e da redução da espessura do óxido de porta no
topo.
O óxido enterrado separa a aleta (Fin) de silício do corpo. Estão implementadas duas
portas, uma em cada lado da aleta, onde a corrente flui no sentido z. Uma vantagem dos
dispositivos FinFETs frente a outros dispositivos SOI de múltiplas portas é o seu processo de
fabricação, muito similar ao processo SOI-CMOS tradicional.
Os dispositivos FinFETs trapezoidais têm sido estudados através de simulações
tridimensionais [73] sendo que um modelo de corrente de dreno foi proposto [74]. Este
capítulo apresenta uma contribuição na modelagem da corrente de saturação frente ao modelo
mais simples, baseada na observação de algumas propriedades físicas do dispositivo.
7.2 Tensão de limiar
Estudos [44,57,73,75,76] demonstram que a tensão de limiar nos dispositivos FinFETs
são altamente dependentes da espessura da camada de silício (t
Si
, como definido na figura
85
7.1). Esta dependência é um importante item nos dispositivos FinFETs com paredes laterais
inclinadas, uma vez que a espessura da camada de silício varia ao longo da linha central
vertical. Conseqüentemente, a primeira etapa para conseguir um modelo preciso é encontrar
uma relação adequada entre a tensão de limiar e a espessura de camada de silício.
Fig 7.1 – Perspectiva de um dispositivo FinFET trapezoidal de porta dupla.
A figura 7.2 apresenta a tensão de limiar obtida através de simulações numéricas
tridimensionais comparadas com o modelo de Francis, para alguns dispositivos de paredes
laterais verticais paralelas (φ= 90
o
) com diferentes espessuras (t
Si
). A figura 7.2 apresenta
também a aproximação linear proposta por Rao [77]. Os dispositivos simulados apresentam
espessura do óxido de porta t
Ox
= 3 nm, espessura de óxido enterrado t
box
= 200 nm, largura de
canal W
Fin
variando de 15 a 30 nm, densidade de cargas 3x10
10
cm
-2
. O material de porta
utilizado tem função de trabalho de 4,63 eV. A altura do canal (H
Fin
) é 50 nm para todos os
dispositivos. O comprimento de canal L
Fin
= 100 nm. Foram simulados dois conjuntos de
curvas I
DS
xV
GS
, ambos com polarização V
DS
= 50 mV, sendo um conjunto com concentração
de dopantes no corpo N
A
= 10
16
cm
-3
e outro com N
A
= 5x10
17
cm
-3
.
Foi utilizado o simulador de dispositivos ATLAS, versão 2.6.0.R [71] e as tensões de
limiar foram extraídas diretamente das curvas I
DS
xV
GS
simuladas, através do método da
transcondutância máxima (MTC) [78].
86
Fig 7.2 – Aproximação linear da curva V
Th
xt
Si
obtida de simulação tridimensional comparada com a
aproximação linear da curva V
Th
xt
Si
obtida através do modelo de Francis, para dispositivos FinFET de porta
dupla, com t
Si
variando de 15 a 30 nm.
7.3 Modelagem da corrente de saturação
Partindo do princípio que o dispositivo trapezoidal é formado por um conjunto de
lâminas elementares, cada uma correspondendo a um dispositivo independente, o
equacionamento geral da corrente de saturação em cada lâmina é:
(
)
(
)
(
)
dyVVVyI
DSThGS
λγβ
α
+= 1..
(7.1)
Onde α, β e γ são constantes de ajuste, y é a distância entre o topo do transistor
trapezoidal e a lâmina em questão, λ é o inverso da tensão Early (λ=1/V
EA
) e dy é a largura do
transistor elementar.
A equação (7.1) implica a hipótese da independência entre os transistores elementares
(lâminas). Esta independência pode ser conseguida através de cortes em superfícies paralelas
ao campo elétrico (ortogonal à superfície isopotencial). O equacionamento preciso destas
superfícies é, por outro lado, um tanto quanto complexo. Neste capítulo é proposta uma
superfície aproximada de corte, acompanhando a inclinação das paredes laterais do
dispositivo, a fim de se obter um modelo suficientemente preciso, sem incorrer em equações
87
demasiadamente complexas. Esta superfície é definida no corte transversal por um segmento
de reta e dois arcos laterais. A figura 7.3(A) mostra as lâminas elementares obtidas na secção
transversal do dispositivo através desta superfície de corte. A figura 7.3(B) mostra as linhas
de campo elétrico correspondentes ao mesmo dispositivo.
Fig 7.3 – (A) Corte transversal do dispositivo FinFET trapezoidal – dispositivo dividido em diversas lâminas
(dispositivos independentes) de largura e espessura t
Si
(y); (B) Linhas de campo elétrico referentes ao dispositivo.
Através das figuras 7.3, pode se notar que as linhas de corte propostas se aproximam
das linhas de campo isopotenciais, principalmente perto das paredes laterais trapezoidais,
visto que as linhas devem ser paralelas às paredes nesta região.
A dependência da tensão de limiar em relação à espessura da camada de silício (t
si
) do
transistor pode ser representada pela seguinte função linear:
(
)
SiSiTh
taatV .
10
=
(7.2)
Onde t
Si
pode ser obtido pela seguinte equação:
+=
ϕ
π
2
2
0
Ytt
Si
(7.3.)
O modelo da corrente de saturação pode ser obtido substituindo as equações (7.2) e
(7.3) na equação (7.1) e integrando de 0 a H
Fin
:
88
(
)
[
]
( )
( )
DS
FinFin
DS
V
p
pHpHap
I
λ
ϕ
π
α
ϕπ
β
αα
+
+
+
=
++
1
2
.1
.
1
1
0
1
110
(7.4)
Onde: λ=1/V
EA
, p
0
=(γ.V
GS
)-a
0
+a
1
t
0
e p
1
=2a
1
.
7.4 Ajuste dos parâmetros de ganho para paredes paralelas
Antes de estudar a nova equação da corrente de saturação para transistores
trapezoidais, devem-se fazer os ajustes necessários aos parâmetros de ganho α, β e γ do
transistor de paredes paralelas. O modelo da corrente de saturação [24] se comparado à
curva I
DS
xV
DS
obtida em simulação tridimensional.
Os dispositivos simulados apresentam espessura do óxido de porta t
Ox
= 3nm,
espessura de óxido enterrado t
box
= 200 nm, densidade de cargas 3x10
10
cm
-2
. O material de
porta utilizado tem função de trabalho de 4,63 eV. Os dispositivos apresentam paredes laterais
verticais com 90
o
de inclinação, cuja largura (t
Si
) varia de 15 a 30nm. A altura do canal H
Fin
=
50 nm para todos os dispositivos e o comprimento de canal L
Fin
= 100nm. Foram simulados
dois conjuntos de curvas I
DS
xV
DS
, com polarizações V
GS
= 0,5 V; 0,7 V e 1,0 V, um conjunto
com concentração de dopantes no corpo N
A
= 10
16
cm
-3
e outro com N
A
= 5x10
17
cm
-3
. A figura
7.4 apresenta a comparação entre as curvas I
DS
xV
DS
simuladas e as curvas calculadas, através
da equação (7.1).
89
Fig 7.4 – Comparação entre as curvas I
DS
xV
DS
obtidas em simulação tridimensional ATLAS e curvas I
DS
xV
DS
calculadas, para dispositivos FinFETs de porta dupla.
7.5 Simulação dos dispositivos FinFETs trapezoidais
O modelo de corrente de saturação, obtido da superfície de corte proposta, apresentado
no item 7.3 deste Capítulo é comparado com os dados obtidos nas simulações numéricas
tridimensionais.
O ângulo de inclinação das paredes laterais dos dispositivos trapezoidais simulados foi
conseguido variando a largura inferior de canal (t
bottom
) de 25 a 30 nm, enquanto a largura
superior de canal (t
Si
) foi mantida fixa em 15 nm, conseguindo assim o ângulo de inclinação
(φ) entre 81,5
o
a 84,1
o
.
Foram simulados dois conjuntos de curvas, ambos com polarizações V
GS
= 0,50 V; 0,7
V e 1,0 V, sendo um conjunto com concentração de dopantes no corpo N
A
= 10
16
cm
-3
e outro
com N
A
= 5x10
17
cm
-3
.
A figura 7.5 permite a comparação das curvas I
DS
xV
DS
obtidas através das simulações
tridimensionais com as curvas de saturação obtidas através da equação (7.4), para certos
valores de V
GS
e de concentrações N
A
.
90
Fig 7.5 – Curvas I
DS
xV
DS
obtidas em simulação tridimensional ATLAS comparadas com curvas I
DS
xV
DS
obtidas
através de novo corte proposto para ângulo de inclinação das paredes laterais verticais: (A) φ= 81,5° e (B) φ=
84,1°.
De acordo com os gráficos I
DS
xV
DS
apresentados nas figuras 7.4 e 7.5, observa-se que
a nova equação apresenta boa aproximação da corrente de saturação (I
DSsat
) em dispositivos
trapezoidais, visto que esta leva em consideração o ângulo φ de inclinação das paredes
laterais.
A tendência é que esta nova equação apresente resultados ainda mais significativos em
dispositivos cuja angulação das paredes laterais verticais esteja abaixo de 85° [79].
A ref. [79] apresenta uma comparação entre os resultados calculados utilizando este
novo modelo da corrente de saturação (I
DSsat
), o modelo anteriormente proposto por Rao [77]
e resultados obtidos através de simulações numéricas tridimensionais.
91
8 CONCLUSÕES
Este trabalho apresentou um estudo das características elétricas de dispositivos
FinFETs trapezoidais, não planares, construídos sobre substratos SOI, quando submetidos a
variações geométricas de inclinação das paredes laterais e da variação de concentração de
dopantes na região ativa. Além disso, foi introduzida uma extensão do modelo analítico
tradicional de corrente de dreno, na região de saturação (I
DSsat
), aplicável diretamente a
transistores de paredes inclinadas.
Com o intuito de apresentar uma análise completa, o estudo foi estruturado de modo a
apresentar todos os passos da caracterização dos dispositivos estudados através do simulador
ATLAS. No primeiro momento, o documento mostrou a importância da escolha de todos os
itens de entrada do simulador, tais como escolha de parâmetros, modelos, especificação de
estruturas e regiões.
Foram abordados os modelos de confinamento quântico presentes no simulador de
dispositivos. Simulações bidimensionais em dispositivos de porta dupla foram realizadas, a
fim de analisar as calibrações utilizando os modelos de BQP (Potencial Quântico de Bohm) e
Poisson (física clássica) frente às equações de confinamento quântico de Schrödinger. Os
resultados obtidos demonstraram que o modelo BQP não apresenta bons resultados em
dispositivos cuja largura de canal (W) é maior ou igual a 30 nm, sendo superado, em algumas
simulações, pelo modelo mais simples de Poisson. Diante deste fato, resolveu-se continuar o
estudo utilizando o modelo de Poisson (física clássica).
Após apresentação dos dispositivos estudados, foram levantadas as curvas
características dos transistores através de simulações tridimensionais, com a otimização dos
parâmetros envolvidos, de forma a obter resultados precisos para uma análise qualitativa e
quantitativa.
Com base nas curvas características levantadas, foram extraídos os principais
parâmetros elétricos, tais como: tensão de limiar (V
Th
), inclinação de sublimiar (S),
transcondutância (gm) e condutância de dreno (gd), de forma que todos estes itens foram
analisados em relação às variações de angulação das paredes laterais verticais (W
Fintop
) e
concentração de dopantes no silício (N
A
).
Durante a análise efetuada, foi observado que na maior parte dos dispositivos, as
tensões de limiar mantiveram-se em torno de 0,37 V e as inclinações de sublimiar próximas
de 62 mV/dec. Foi demonstrado também que o coeficiente angular da curva V
Th
x W
Fintop
varia em função da concentração de dopantes.
92
Na inclinação de sublimiar (S), os resultados obtidos demonstraram que as junções de
fonte e dreno exercem maior influência no funcionamento do dispositivo do que a variação de
acoplamento causada pelo aumento da largura superior de canal, resultando assim no aumento
do valor de S.
A fim de comprovar este efeito, foi realizado um estudo da inclinação de sublimiar (S)
nos dispositivos, variando o comprimento de canal (L
Fin
) de 200 a 1000 nm, submetidos às
mesmas condições de polarização.
Após o estudo das características de corrente e tensão I
DS
xV
GS
, foram analisadas as
concentrações de elétrons e densidade de corrente no ponto de limiar (V
Th
). O estudo mostrou
o aumento da densidade de corrente próxima à região de canto superior, devido à
sobreposição de campos elétricos causados pelas duas portas laterais.
Foram analisadas também as curvas I
DS
xV
DS
, extraindo os valores da condutância de
dreno (g
D
), constatando a dependência deste parâmetro em relação à variação da angulação
das paredes laterais verticais dos transistores e concentração de elétrons no silício.
Finalmente, este trabalho apresentou uma proposta para a modelagem da corrente de
saturação (I
DSsat
), em dispositivos FinFETs trapezoidais. Esta modelagem se mostrou muito
simples e eficiente, se comparada com simulações tridimensionais, principalmente em
dispositivos altamente dopados (N
A
= 5x10
17
cm
-3
).
Com base nos resultados obtidos pretende-se futuramente estudar o ganho de tensão
em malha aberta de baixa freqüência (A
V
) nos dispositivos FinFETs trapezoidais, bem como
analisar o comportamento destes respectivos dispositivos trabalhando na configuração de
Amplificador Operacional de Transcondutância (OTA). Além disto, é sugerida a continuação
do estudo da modelagem da corrente de saturação (I
DSsat
), aplicado agora em dispositivos
FinFETs trapezoidais de porta tripla, analisando a influência da terceira porta (porta superior)
na modelagem da corrente de saturação.
93
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97
9 APÊNDICE 1 – ARQUIVOS DE SIMULAÇÃO ATLAS
Seguem abaixo alguns arquivos comentados de simulação ATLAS utilizados para o
estudo do dispositivo FinFET de porta tripla, durante o desenvolvimento deste trabalho.
Simulação FinFET w30e
17
bgn
Simulação desenvolvida no estudo de distribuição de cargas do transistor FinFET de
porta tripla para escolha dos modelos de mobilidade do simulador de dispositivo ATLAS.
Para esta simulação foi dimensionado um FinFET de porta tripla, canal n, de comprimento de
porta L
Fin
de 200 nm, corpo tipo p, dopado com 1x10
17
cm
-3
, dopagem de fonte/ dreno tipo n+
de 1x10
21
cm
-3
, espessura de óxido de porta de 2 nm.
go devedit simflags="-3d"
DevEdit version=2.6.0.R
#Larguras
set Na=17
set wfintop=30
set wsi=$"wfintop"/2000
set wox=$"wfintop"/2000 + 0.002
set wga=$"wfintop"/2000 + 0.010
work.area x1=-0.100 y1=-0.300 x2=0.100 y2=0.080
#CORPO
region reg=1 name=body mat=Silicon color=0xffcc00 pattern=0x4 z1=0.010 z2=0.210 \
polygon="-0.025,0 0.025,0 $"wsi",0.050 -$"wsi",0.050"
#
#DRENO
region reg=2 name=drain mat=Silicon color=0xffcc00 pattern=0x4 z1=0 z2=0.010 \
polygon="-0.025,0 0.025,0 $"wsi",0.050 -$"wsi",0.050"
#
#FONTE
region reg=3 name=source mat=Silicon color=0xffcc00 pattern=0x4 z1=0.210 z2=0.220 \
polygon="-0.025,0 0.025,0 $"wsi",0.050 -$"wsi",0.050"
#
#ISOLANTE DE PORTA
region reg=4 mat="Silicon Oxide" color=0xff pattern=0x2 z1=0.010 z2=0.210 \
polygon="-0.027,0 -0.025,0 -$"wsi",0.050 $"wsi",0.050 0.025,0 0.027,0 $"wox",0.052 - $"wox",0.052"
#
#PORTA
region reg=5 name=gate mat=PolySilicon elec.id=3 work.func=0 color=0xffff00 pattern=0x5 z1=0.010 z2=0.210 \
polygon="-0.035,0 -0.027,0 -$"wox",0.052 $"wox",0.052 0.027,0 0.035,0 $"wga",0.060 - $"wga",0.060"
#
#DRENO ele
region reg=6 name=drain mat=Silicon elec.id=1 work.func=0 color=0xffcc00 pattern=0x4 z1=-0.010 z2=0 \
polygon="-0.025,0 0.025,0 $"wsi",0.050 -$"wsi",0.050"
#
#FONTE ele
region reg=7 name=source mat=Silicon elec.id=2 work.func=0 color=0xffcc00 pattern=0x4 z1=0.220 z2=0.230 \
polygon="-0.025,0 0.025,0 $"wsi",0.050 -$"wsi",0.050"
#
set xcentro10=-$"wsi"+0.010
set xcontro2=-$"wsi"+0.002
constr.mesh id=1 x1=-0.030 y1=0 x2=$"xcentro10" y2=0.055 default max.height=0.0025 max.width=0.0025
Definição da concentração de dopantes e determinação
das dimensões da estrutura do dispositivo.
Cada região do
transistor está
associada a um
registro
(identificação).
(exemplo: A região de
dreno está identificada
com o número 2.
98
constr.mesh id=3 x1=0.030 y1=0 x2=-$"xcentro10" y2=0.055 default max.height=0.0025 max.width=0.0025
constr.mesh id=5 x1=$"xcentro10" y1=0.040 x2=-$"xcentro10" y2=0.055 default max.height=0.0025 max.width=0.0025
Mesh Mode=MeshBuild
z.plane z= -0.0100 spacing=0.1
z.plane z= -0.0050 spacing=0.1
z.plane z= -0.0010 spacing=0.1
z.plane z= 0.0000 spacing=0.1
z.plane z= 0.0010 spacing=0.1
z.plane z= 0.0020 spacing=0.1
z.plane z= 0.0050 spacing=0.1
z.plane z= 0.0080 spacing=0.1
z.plane z= 0.0090 spacing=0.1
z.plane z= 0.0095 spacing=0.1
z.plane z= 0.0098 spacing=0.1
z.plane z= 0.0099 spacing=0.1
z.plane z= 0.0100 spacing=0.1
z.plane z= 0.0101 spacing=0.1
z.plane z= 0.0102 spacing=0.1
z.plane z= 0.0105 spacing=0.1
z.plane z= 0.0110 spacing=0.1
z.plane z= 0.0120 spacing=0.1
z.plane z= 0.0150 spacing=0.1
z.plane z= 0.0200 spacing=0.1
z.plane z= 0.0300 spacing=0.1
z.plane z= 0.0500 spacing=0.1
z.plane z= 0.0700 spacing=0.1
z.plane z= 0.0900 spacing=0.1
z.plane z= 0.1100 spacing=0.1
z.plane z= 0.1300 spacing=0.1
z.plane z= 0.1500 spacing=0.1
z.plane z= 0.1700 spacing=0.1
z.plane z= 0.1900 spacing=0.1
z.plane z= 0.2000 spacing=0.1
z.plane z= 0.2050 spacing=0.1
z.plane z= 0.2080 spacing=0.1
z.plane z= 0.2090 spacing=0.1
z.plane z= 0.2095 spacing=0.1
z.plane z= 0.2098 spacing=0.1
z.plane z= 0.2099 spacing=0.1
z.plane z= 0.2100 spacing=0.1
z.plane z= 0.2101 spacing=0.1
z.plane z= 0.2102 spacing=0.1
z.plane z= 0.2105 spacing=0.1
z.plane z= 0.2110 spacing=0.1
z.plane z= 0.2120 spacing=0.1
z.plane z= 0.2150 spacing=0.1
z.plane z= 0.2180 spacing=0.1
z.plane z= 0.2190 spacing=0.1
z.plane z= 0.2200 spacing=0.1
z.plane z= 0.2210 spacing=0.1
z.plane z= 0.2250 spacing=0.1
z.plane z= 0.2300 spacing=0.1
z.plane max.spacing=1000000 max.ratio=1.5
structure outf=bgn0.str
go atlas
#
#*************define the doping concentration*************
#
doping uniform conc=1e$"Na" p.type reg=1
doping uniform conc=1e21 n.type reg=2
doping uniform conc=1e21 n.type reg=3
doping uniform conc=1e21 n.type reg=5
doping uniform conc=1e21 n.type reg=6
doping uniform conc=1e21 n.type reg=7
#
#set inteface charge separately on front and back oxide interfaces
interf qf=3e10 region=4
#
#set workfuntion of gate
contact name=gate tungsten
#
#select models
Definição da grade (Matriz de Pontos), tanto nos
pontos x1, x2, y1, y2, como no eixo Z. Grade
tridimensional.
Max height: distância entre as colunas (eixo Y);
Max width: distância entre as linhas (eixo X);
Spacing: distância entre as colunas (plano Z).
Definição da dopagem em cada região
do dispositivo.
Notar que cada região definida no
estado de declarações recebe uma
concentração de dopantes através de
seu número de registro. (ex: A região
de dreno recebe 10
21
[cm
-3
] através da
identificação 2.
Definição da região de óxido que
separa o canal e a porta do transistor.
Definição do material tungstênio como
contato de porta do dispositivo.
Definição dos modelos utilizados na
simulação.
Etapa de execução da simulação (ex:
polarização de dreno em 0,05V,
variação da tensão de porta em 0 a
0,8V, com passos de 0,05V. O ATLAS
traça a curva I
DS
xV
GS
.
99
models bgn print
#
solve init
#
#do IDVG characteristic
#
method newton trap
solve prev
solve vdrain=0.05
log outf=idvgbgn.log
solve vgate=0.0 vstep=0.05 name=gate vfinal=0.8
log off
save outf=bgn1.str master
quit
Simulação SCHRO200x30e
15
Simulação desenvolvida no estudo de calibração dos modelos de efeito mecânico
quântico bidimensional no simulador de dispositivo ATLAS. Para esta simulação foi
dimensionado um dispositivo de porta dupla, canal n, de comprimento de porta L= 200 nm,
corpo tipo p, dopado com 1x10
15
cm
-3
, largura de porta W= 30 nm, espessura de óxido de
porta de 2 nm.
Este arquivo de entrada apresenta uma particularidade em relação a montagem a
grade.
go atlas
mesh
x.mesh location= -0.015
x.mesh location= -0.014
x.mesh location= -0.013
x.mesh location= -0.012
x.mesh location= -0.011
x.mesh location= -0.01
x.mesh location= -0.009
x.mesh location= -0.008
x.mesh location= -0.007
x.mesh location= -0.006
x.mesh location= -0.005
x.mesh location= -0.004
x.mesh location= -0.003
x.mesh location= -0.002
x.mesh location= -0.001
x.mesh location= 0
x.mesh location= 0.001
x.mesh location= 0.002
x.mesh location= 0.003
x.mesh location= 0.004
x.mesh location= 0.005
x.mesh location= 0.006
x.mesh location= 0.007
x.mesh location= 0.008
x.mesh location= 0.009
x.mesh location= 0.01
Um dos grandes obstáculos encontrados na
simulação de efeitos mecânicos quânticos é a construção
da grade (matriz de pontos) adequada para este tipo de
simulação (tanto em simulações bidimensionais como
simulações tridimensionais). Por diversas vezes o ATLAS
apresentou erro de convergência entre a grade projetada e
o modelo de confinamento quântico de Schrodinger
(SCHRO). Foi testada uma série de alternativas para a
concepção da grade e a alternativa que apresentou
melhores resultados foi a de se estabelecer os pontos fixos
nos eixos x e y diretamente no ATLAS. Repare que o
arquivo de entrada chama inicialmente o ATLAS e
posteriormente começa a montagem da grade pelos pontos
pré-estabelecidos.
Inicialmente o programa lista as coordenadas do
eixo x e depois lista as coordenadas do eixo y.
100
x.mesh location= 0.011
x.mesh location= 0.012
x.mesh location= 0.013
x.mesh location= 0.014
x.mesh location= 0.015
x.mesh location= 0.016
x.mesh location= 0.017
x.mesh location= 0.018
x.mesh location= 0.019
x.mesh location= 0.02
x.mesh location= 0.021
x.mesh location= 0.022
x.mesh location= 0.023
x.mesh location= 0.024
x.mesh location= 0.025
x.mesh location= 0.026
x.mesh location= 0.027
x.mesh location= 0.028
x.mesh location= 0.029
x.mesh location= 0.03
x.mesh location= 0.031
x.mesh location= 0.032
x.mesh location= 0.033
x.mesh location= 0.034
x.mesh location= 0.035
x.mesh location= 0.036
x.mesh location= 0.037
x.mesh location= 0.038
x.mesh location= 0.039
x.mesh location= 0.04
x.mesh location= 0.041
x.mesh location= 0.042
x.mesh location= 0.043
x.mesh location= 0.044
x.mesh location= 0.045
x.mesh location= 0.046
x.mesh location= 0.047
x.mesh location= 0.048
x.mesh location= 0.049
x.mesh location= 0.05
x.mesh location= 0.051
x.mesh location= 0.052
x.mesh location= 0.053
x.mesh location= 0.054
x.mesh location= 0.055
x.mesh location= 0.056
x.mesh location= 0.057
x.mesh location= 0.058
x.mesh location= 0.059
x.mesh location= 0.06
x.mesh location= 0.061
x.mesh location= 0.062
x.mesh location= 0.063
x.mesh location= 0.064
x.mesh location= 0.065
x.mesh location= 0.066
x.mesh location= 0.067
x.mesh location= 0.068
x.mesh location= 0.069
x.mesh location= 0.07
x.mesh location= 0.071
x.mesh location= 0.072
x.mesh location= 0.073
x.mesh location= 0.074
x.mesh location= 0.075
x.mesh location= 0.076
x.mesh location= 0.077
x.mesh location= 0.078
x.mesh location= 0.079
x.mesh location= 0.08
x.mesh location= 0.081
x.mesh location= 0.082
x.mesh location= 0.083
x.mesh location= 0.084
x.mesh location= 0.085
x.mesh location= 0.086
101
x.mesh location= 0.087
x.mesh location= 0.088
x.mesh location= 0.089
x.mesh location= 0.09
x.mesh location= 0.091
x.mesh location= 0.092
x.mesh location= 0.093
x.mesh location= 0.094
x.mesh location= 0.095
x.mesh location= 0.096
x.mesh location= 0.097
x.mesh location= 0.098
x.mesh location= 0.099
x.mesh location= 0.1
x.mesh location= 0.101
x.mesh location= 0.102
x.mesh location= 0.103
x.mesh location= 0.104
x.mesh location= 0.105
x.mesh location= 0.106
x.mesh location= 0.107
x.mesh location= 0.108
x.mesh location= 0.109
x.mesh location= 0.11
x.mesh location= 0.111
x.mesh location= 0.112
x.mesh location= 0.113
x.mesh location= 0.114
x.mesh location= 0.115
x.mesh location= 0.116
x.mesh location= 0.117
x.mesh location= 0.118
x.mesh location= 0.119
x.mesh location= 0.12
x.mesh location= 0.121
x.mesh location= 0.122
x.mesh location= 0.123
x.mesh location= 0.124
x.mesh location= 0.125
x.mesh location= 0.126
x.mesh location= 0.127
x.mesh location= 0.128
x.mesh location= 0.129
x.mesh location= 0.13
x.mesh location= 0.131
x.mesh location= 0.132
x.mesh location= 0.133
x.mesh location= 0.134
x.mesh location= 0.135
x.mesh location= 0.136
x.mesh location= 0.137
x.mesh location= 0.138
x.mesh location= 0.139
x.mesh location= 0.14
x.mesh location= 0.141
x.mesh location= 0.142
x.mesh location= 0.143
x.mesh location= 0.144
x.mesh location= 0.145
x.mesh location= 0.146
x.mesh location= 0.147
x.mesh location= 0.148
x.mesh location= 0.149
x.mesh location= 0.15
x.mesh location= 0.151
x.mesh location= 0.152
x.mesh location= 0.153
x.mesh location= 0.154
x.mesh location= 0.155
x.mesh location= 0.156
x.mesh location= 0.157
x.mesh location= 0.158
x.mesh location= 0.159
x.mesh location= 0.16
x.mesh location= 0.161
x.mesh location= 0.162
102
x.mesh location= 0.163
x.mesh location= 0.164
x.mesh location= 0.165
x.mesh location= 0.166
x.mesh location= 0.167
x.mesh location= 0.168
x.mesh location= 0.169
x.mesh location= 0.17
x.mesh location= 0.171
x.mesh location= 0.172
x.mesh location= 0.173
x.mesh location= 0.174
x.mesh location= 0.175
x.mesh location= 0.176
x.mesh location= 0.177
x.mesh location= 0.178
x.mesh location= 0.179
x.mesh location= 0.18
x.mesh location= 0.181
x.mesh location= 0.182
x.mesh location= 0.183
x.mesh location= 0.184
x.mesh location= 0.185
y.mesh location= -0.005
y.mesh location= -0.004
y.mesh location= -0.003
y.mesh location= -0.002
y.mesh location= -0.001
y.mesh location= 0
y.mesh location= 0.001
y.mesh location= 0.002
y.mesh location= 0.003
y.mesh location= 0.004
y.mesh location= 0.005
y.mesh location= 0.006
y.mesh location= 0.007
y.mesh location= 0.008
y.mesh location= 0.009
y.mesh location= 0.01
y.mesh location= 0.011
y.mesh location= 0.012
y.mesh location= 0.013
y.mesh location= 0.014
y.mesh location= 0.015
y.mesh location= 0.016
y.mesh location= 0.017
y.mesh location= 0.018
y.mesh location= 0.019
y.mesh location= 0.02
y.mesh location= 0.021
y.mesh location= 0.022
y.mesh location= 0.023
y.mesh location= 0.024
y.mesh location= 0.025
y.mesh location= 0.026
y.mesh location= 0.027
y.mesh location= 0.028
y.mesh location= 0.029
y.mesh location= 0.03
y.mesh location= 0.031
y.mesh location= 0.032
y.mesh location= 0.033
y.mesh location= 0.034
y.mesh location= 0.035
region num=1 material=Silicon x.min=-0.015 x.max=0.185 y.min=0.0 y.max=0.03
region num=2 material=oxide x.min=-0.015 x.max=0.185 y.min=-0.003 y.max=0.0
region num=3 material=oxide x.min=-0.015 x.max=0.185 y.min=0.030 y.max=0.033
electrode name=gate x.min=-0.015 x.max=0.185 y.min=-0.005 y.max=-0.003
electrode name=gate2 x.min=-0.015 x.max=0.185 y.min=0.033 y.max=0.035
doping uniform conc=1e15 p.type reg=1
103
contact name=gate tungsten
contact name=gate2 tungsten commons=gate
models fermi schro new.eig ox.poisson qy.min=-0.003 qy.max=0.033 qx.min=-0.015 qx.max=0.185 ox.schro fixed.fermi srh
auger bgn fldmob consrh print
method carriers=0
impact selb
solve init
solve prev
# Polarização
solve vgate_1=0.0 vstep=0.05 name=gate vfinal=0.6
save outf=schro200x30e15.str
quit
Simulação 200x30e
15
_Curvas I
DS
(V
GS
)
Arquivo de entrada utilizado durante o levantamento das características analógicas dos
dispositivos FinFETs de porta tripla. Para esta simulação foi dimensionado um dispositivo de
porta tripla, canal n, de comprimento de porta L
Fin
=200 nm, corpo tipo p, dopado com 1x10
15
cm
-3
, largura de porta W
Fintop
=30 nm, espessura de óxido de porta de 2 nm.
Este arquivo de entrada resolveu o problema de desbalanceamento da grade proposta.
go devedit simflags="-3d"
DevEdit version=2.6.0.R
set Na=15
set wfintop=30
set wsi=$"wfintop"/2000
set wox=$"wfintop"/2000 + 0.002
set wga=$"wfintop"/2000 + 0.006
work.area x1=-0.100 y1=-0.300 x2=0.100 y2=0.080
#CORPO
region reg=1 name=body mat=Silicon color=0xffcc00 pattern=0x4 z1=0.010 z2=0.210 \
polygon="-0.025,0 0.025,0 $"wsi",0.050 -$"wsi",0.050"
#
#DRENO
region reg=2 name=drain mat=Silicon color=0xffcc00 pattern=0x4 z1=0 z2=0.010 \
polygon="-0.025,0 0.025,0 $"wsi",0.050 -$"wsi",0.050"
#
#FONTE
region reg=3 name=source mat=Silicon color=0xffcc00 pattern=0x4 z1=0.210 z2=0.220 \
polygon="-0.025,0 0.025,0 $"wsi",0.050 -$"wsi",0.050"
#
#ISOLANTE DE PORTA
region reg=4 mat="Silicon Oxide" color=0xff pattern=0x2 z1=0.010 z2=0.210 \
polygon="-0.027,0 -0.025,0 -$"wsi",0.050 $"wsi",0.050 0.025,0 0.027,0 $"wox",0.052 -$"wox",0.052"
#
#PORTA
region reg=5 name=gate mat=PolySilicon elec.id=3 work.func=0 color=0xffff00 pattern=0x5 z1=0.010 z2=0.210 \
polygon="-0.031,0 -0.027,0 -$"wox",0.052 $"wox",0.052 0.027,0 0.031,0 $"wga",0.056 -$"wga",0.056"
#
#DRENO ele
region reg=6 name=drain mat=Silicon elec.id=1 work.func=0 color=0xffcc00 pattern=0x4 z1=-0.010 z2=0 \
polygon="-0.025,0 0.025,0 $"wsi",0.050 -$"wsi",0.050"
#
#FONTE ele
region reg=7 name=source mat=Silicon elec.id=2 work.func=0 color=0xffcc00 pattern=0x4 z1=0.220 z2=0.230 \
polygon="-0.025,0 0.025,0 $"wsi",0.050 -$"wsi",0.050"
#
104
#SUBSTRATO
region reg=8 name=box mat="Silicon Oxide" color=0xffcccc pattern=0x4 z1=-0.010 z2=0.230 \
polygon="-0.1,0 0.1,0 0.1,-0.1 -0.1,-0.1"
#
#BULK ele
region reg=9 name=bulk mat=Silicon elec.id=4 work.func=0 color=0xffcc00 pattern=0x4 z1=-0.010 z2=0.230 \
polygon="-0.1,-0.1 0.1,-0.1 0.1,-0.120 -0.1,-0.120"
#
set xcentro10=-$"wsi"+0.002
constr.mesh id=1 x1=-0.025 y1=0 x2=0.025 y2=0.050 default max.height=0.004 max.width=0.004
constr.mesh id=2 x1=-0.027 y1=0 x2=$"xcentro10" y2=0.052 default max.height=0.0020 max.width=0.0020
constr.mesh id=3 x1=0.027 y1=0 x2=-$"xcentro10" y2=0.052 default max.height=0.0020 max.width=0.0020
constr.mesh id=5 x1=$"xcentro10" y1=0.045 x2=-$"xcentro10" y2=0.052 default max.height=0.0010 max.width=0.0010
constr.mesh id=6 x1=-0.027 y1=-0.005 x2=0.027 y2=0.005 default max.height=0.0020 max.width=0.0020
Mesh Mode=MeshBuild
z.plane z= -0.0100 spacing=0.1
z.plane z= -0.0050 spacing=0.1
z.plane z= -0.0010 spacing=0.1
z.plane z= 0.0000 spacing=0.1
z.plane z= 0.0010 spacing=0.1
z.plane z= 0.0020 spacing=0.1
z.plane z= 0.0050 spacing=0.1
z.plane z= 0.0080 spacing=0.1
z.plane z= 0.0090 spacing=0.1
z.plane z= 0.0095 spacing=0.1
z.plane z= 0.0098 spacing=0.1
z.plane z= 0.0099 spacing=0.1
z.plane z= 0.0100 spacing=0.1
z.plane z= 0.0101 spacing=0.1
z.plane z= 0.0102 spacing=0.1
z.plane z= 0.0105 spacing=0.1
z.plane z= 0.0110 spacing=0.1
z.plane z= 0.0120 spacing=0.1
z.plane z= 0.0150 spacing=0.1
z.plane z= 0.0200 spacing=0.1
z.plane z= 0.0300 spacing=0.1
z.plane z= 0.0500 spacing=0.1
z.plane z= 0.0700 spacing=0.1
z.plane z= 0.0900 spacing=0.1
z.plane z= 0.1100 spacing=0.1
z.plane z= 0.1300 spacing=0.1
z.plane z= 0.1500 spacing=0.1
z.plane z= 0.1700 spacing=0.1
z.plane z= 0.1900 spacing=0.1
z.plane z= 0.2000 spacing=0.1
z.plane z= 0.2050 spacing=0.1
z.plane z= 0.2080 spacing=0.1
z.plane z= 0.2090 spacing=0.1
z.plane z= 0.2095 spacing=0.1
z.plane z= 0.2098 spacing=0.1
z.plane z= 0.2099 spacing=0.1
z.plane z= 0.2100 spacing=0.1
z.plane z= 0.2101 spacing=0.1
z.plane z= 0.2102 spacing=0.1
z.plane z= 0.2105 spacing=0.1
z.plane z= 0.2110 spacing=0.1
z.plane z= 0.2120 spacing=0.1
z.plane z= 0.2150 spacing=0.1
z.plane z= 0.2180 spacing=0.1
z.plane z= 0.2190 spacing=0.1
z.plane z= 0.2200 spacing=0.1
z.plane z= 0.2210 spacing=0.1
z.plane z= 0.2250 spacing=0.1
z.plane z= 0.2300 spacing=0.1
z.plane max.spacing=1000000 max.ratio=1.5
structure outf=$"wfintop"$"Na".str
go atlas
#
#*********** define the doping concentrations *****
#
doping uniform conc=1e$"Na" p.type reg=1
105
doping uniform conc=1e21 n.type reg=2
doping uniform conc=1e21 n.type reg=3
doping uniform conc=1e21 n.type reg=5
doping uniform conc=1e21 n.type reg=6
doping uniform conc=1e21 n.type reg=7
doping uniform conc=1e21 n.type reg=9
#
# set interface charge separately on front and back oxide interfaces
interf qf=3e10 region=4
#
# set workfunction of gate
contact name=gate tungsten
#
# select models
model fermi srh ni.fermi hcte.el evsatmod=0 fldmob impact print auger bgn consrh
#method maxtrap=6 autonr nblockit=45 bicgst dvlimit=1.0
solve prev
log outf=$"wfintop"$"Na".log
solve vdrain=0.05
solve name=gate vgate=0.0 vfinal=0.8 vstep=0.002
log off
save outf=$"wfintop"$"Na"solve.str master
quit
106
10 APÊNDICE 2 – ARTIGO SBMICRO 2008
A seguir é reproduzido o artigo escrito para a SBMicro 2008, a respeito da modelagem
de corrente de saturação em transistores FinFET, através de novo equacionamento baseado na
geometria do dispositivo.
Your SBMicro 2008 Submission (Number 55)
Dear Mr. Gustavo Martins:
On behalf of the SBMicro 2008 Program Committee, I am delighted to inform you
that the following submission has been accepted to appear at the conference:
AN IMPROVED CURRENT MODEL FOR TRAPEZOIDAL FINFETS
The Program Committee worked very hard to thoroughly review all the submitted
papers. Please repay their efforts, by following their suggestions when you revise your paper.
Dead line for uploading your final manuscript is May 30, 2008.
Congratulations on your fine work. If you have any additional questions, please feel
free to get in touch.
Best Regards,
Jacobus W. Swart and Siegfried Selberherr
Program Chairs
SBMicro 2008
________________________________________________________________
ECS Transactions: Manuscript #SBM-0115 Receipt of New Manuscript
Dear Mr. Martins,
On May 27, 2008, we received your manuscript submission, referenced below:
AN IMPROVED CURRENT MODEL IN SATURATION FOR TRAPEZOIDAL
FINFETS
Author(s): Luiz Gustavo Martins, Renato Giacomini, and João Martino.
Issue: Microelectonics Technology and Devices SBMICRO 2008
Your manuscript has been assigned the tracking number SBM-0115.
Thank you for submitting your work to ECS Transactions - SBMICRO2008.
Sincerely,
John Lewis, Associate Director of Conference Publications
ECS - The Electrochemical Society
65 South Main Street, Pennington, NJ 08534-2839
Tel: 1.609.737.1902, ext. 120 Fax: 1.609.737.2743
107
AN IMPROVED CURRENT MODEL IN SATURATION FOR TRAPEZOIDAL
FINFETS
Gustavo Martins
1
, Renato Giacomini
1, 2
, João Antonio Martino
2
1
Centro Universitário da FEI
Av. H. de A. Castelo Branco, 3972. S. B.do Campo – SP. ZIP: 09850-901. Brazil
2
LSI/PSI/USP, University of São Paulo
Av. Prof. Luciano Gualberto Trav.3 N.158. São Paulo - SP. ZIP: 05508-900. Brazil
ABSTRACT
In order to obtain a more accurate equation for the trapezoidal FinFET
current model, some new considerations were done to improve an already-
published model. The most important is related to the device partition. The
original derivation partitioned the device into horizontal slices, each of them
considered as a double-gate elementary transistor, in parallel association
with the others. The observation of the FinFET electric potential behavior,
obtained from three-dimensional numeric simulation, leaded to a more
adequate definition of these elementary transistors, mainly at the edges, and
consequently to a new saturation current equation. The improved model was
compared to the original, through the analysis of the current-voltage
equations, for trapezium angles in the 60 to 90 degrees range, and different
doping levels. The new model showed to be more accurate than the previous
for higher doping levels and more inclined sidewalls, when both were
compared to numeric simulation results.
INTRODUCTION
The silicon-on-insulator (SOI) technology has been an extremely attractive solution
for the scalability problems of MOS devices, in terms of performance, once the short channel
effects are remarkably reduced in thin SOI films, compared to bulk silicon (1, 2). An even
improved performance can be achieved in SOI multiple-gate devices, due to the better control
of the conduction charge by the combined influence of all gates (3), (4), (5). The most usual
device configurations are double and triple-gate, which have several architecture approaches
addressing its theory and mainly its technological feasibility. The FinFET architecture is one
possible approach to double-gate devices. Figure 1 shows a perspective view of a double-gate
FinFET. The gates stand up vertically from the SOI buried oxide, constructed at both sides of
a silicon fin. The original buried oxide separates the silicon fin from the bulk. The current
flows in z direction. An advantage of FinFETs compared to other multiple-gate
implementations is that FinFET fabrication process is very similar to the traditional SOI-
CMOS process.
Because of the limitations of existing process uniformity, particularly non-ideal
anisotropic over-etch, most fabricated FinFETs have thickness variation along the vertical
108
direction (6, 7). The silicon fin sidewalls become inclined, and the device cross-section that
should be rectangular becomes trapezoidal, triangular or even irregular.
Trapezoidal FinFET devices have already been studied through three-dimensional
simulation (8) and a simple and useful current model has been published (9). This paper
proposes an improvement to this simple model, based on the observation of some physical
properties. This improvement showed to be especially useful for doped devices. The
accurateness verification is made by comparison between the model and the results from
three-dimensional numeric simulation.
THRESHOLD VOLTAGE MODEL
The FinFET threshold voltage has been studied extensively (7, 10, 11, 12, 13, 14) and
showed to be highly dependent on the silicon film thickness (t
Si
, as defined in Figure 1). This
dependence is an important issue for double-gate FinFETs with inclined sidewalls, once the
film thickness varies along the vertical axis. Consequently, the first step for achieving an
accurate current model is to find an adequate relationship between threshold voltage and
silicon film thickness.
Figure 1 - Perspective view of a trapezoidal Double-Gate FinFET
Some models have been developed for parallel gates (φ=90
o
) in several complexity
degrees. The most complete models, such as Chen’s (13) are too complex to enable easy
interpretation. Francis proposed a relative simple model that can be applied for most devices,
with some restrictions, depending on the device dimensions and doping levels (11). This
model departs from the assumption that the space charge density is composed by the depletion
charge, which has a concentration equivalent to the impurity concentration N
A
, and by the
minority carriers, omitting the contribution of the majority carriers to the total charge density.
Therefore, the Poisson equation becomes:
[1]
)],(.[
),(
2
2
yxnN
q
dx
yxd
A
Si
+=
ε
φ
109
From the Poisson equation, Francis obtained the following threshold voltage equation:
where:
All other symbols have their usual meanings. This model is restricted to the region
where δ/α≤ 1, due to some approximations done during its derivation (11).
Figure 2 shows the threshold voltages obtained for some vertical sidewall devices (φ=
90
o
) with different fin thicknesses (t
Si
) from three-dimensional numeric simulation, compared
to Francis’ model. The simulated devices present gate oxide thickness t
ox
= 3nm, buried oxide
thickness t
box
= 200 nm, silicon film width t
Si
ranging from 10 to 50nm, and interface charge
densities of 3.0 x 10
10
cm
-2
. The gate material used was a midgap material. The channel length
(L
Fin
) is 400nm. The simulator used was ATLAS device simulator version 2.6.0.R. (15). The
threshold voltage was extracted directly from the drain current (I
D
) versus gate voltage (V
G
)
curve, using the maximum transconductance change (MTC) method (16). MTC method
defines threshold voltage as the gate voltage at which d
2
I
D
/ dV
G
2
reaches a maximum (d
3
I
D
/
dV
G
3
= 0).
Rao proposed an empirical linear approximation for the dependence of the threshold
voltage on the silicon film thickness. Such proposal was used for the derivation of a current
model for trapezoidal FinFETs. It showed to be a good strategy when experimental or
simulation data for several film thicknesses are available. From figure 2, the V
th
x t
Si
slope
varies in a wide range, from -0.1V/µm, for lightly doped devices, to 7.5 V/µm, for the higher
doping levels, considering the studied devices. Francis’ model agrees with the simulation
results.
THE SATURATION CURRENT MODEL
The saturation current model is derived from the assumption that the trapezoidal
transistor is composed by a set of elemental slices, each corresponding to an independent
device. The elementary drain current in each slice is modeled by the general saturation current
equation:
(
)
dyVVVydI
DSthGS
*1)*()(
λγβ
α
+=
[1]
α
δ
δ
α
φ
+++= 1
q
KT
VV
FBSth
Si
D
C
Q
KT
q
.8
=
α
Si
ox
C
C
.4
=
δ
+=
)1(
1
ln2
α
δφφ
e
q
KT
FS
110
0 10 20 30 40 50 60 70 80
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
Francis model
Numeric Simulation
Figure 2 – Linear fit of V
Th
x t
Si
from numeric simulation and Francis’ Model, for a Double-Gate
FinFET device with tSi ranging from 15 to 80nm, and some different doping levels.
where α, β, and γ are fitting constants, y is the slice distance from the trapezoidal
transistor top, λ is the inverse of the Early voltage, and dy is the elementary transistor width.
Equation 1 has the implicit hypothesis of independence between the elementary
transistors (slices). This independence may be achieved by making the cutting surfaces locally
parallel to the electric field (orthogonal to isopotential surfaces). The exact equations of such
surfaces are, on the other hand, too complex to the purposes of the desired model.
Approximated surfaces must be used. The original Rao´s proposal considers horizontal slices
that define horizontal lines in the device cross-section, as shown in figure 3a. The present
work proposes a different cutting surface in order to obtain a more accurate model. Figure 3b
shows the lines defined in the device cross-section for the new cutting-surface proposal.
Figures 3c and 3d show the corresponding orthogonal lines respective to figures 3a and 3b. It
can be seen that the 3d orthogonal lines better approximates the isopotential lines, mainly near
the sidewalls, where they should be parallel to these walls.
As stated in the previous section, the threshold voltage dependence on the transistor
thickness is represented by a linear function:
SiSi
th taatV *10)(
=
[2]
where t
Si
is given by different equations, depending on the cutting surface:
V
th
(V)
t
Si
(nm)
N
A
=10
18
cm
-
3
N
A
=3x10
17
cm
-
3
N
A
=10
17
cm
-
3
N
A
=6x10
16
cm
-
3
N
A
=10
16
cm
-
3
>N
A
111
Figure 3 – a) Trapezoidal FinFET cross-section – the device is divided into many thin devices of width
dy and thickness t
Si
(y) ; b) The same for the present work division proposal; c) Orthogonal lines to
slicing lines of figure a; d) the same for the slicing lines of figure b (present work proposal).
1) Adopting the cutting surface of figure 3a, t
Si
is given by the top thickness t
0
plus the
two straight segments of lenght Y.cot(ϕ):
)cot(2
01
ϕ
Ytt
Si
+
=
[3a]
2) Adopting the cutting surface of figure 3b, t
Si
is given by the top thickness t
0
plus the
two arc segments of lenght Y.(π/2 - ϕ):
+=
ϕ
π
2
2
02
Ytt
Si
[3b]
The current model may be obtained by substituting equations 2 and 3 in equation 1
and integrating from 0 to H
Fin
:
112
(
)
(
)
[
]
( )
( )
DS
in
F
DS
V
p
pHpp
I
λ
ϕα
ϕ
β
αα
+
+
+
=
++
1
cot).1(
cot.
1
1
0
1
10
(for figure 3a) [4a]
(
)
[
]
( )
DS
Fin
in
F
DS
V
p
pHpHap
I
λ
ϕ
π
α
ϕπ
β
αα
+
+
+
=
++
1
2
).1(
..
1
1
0
1
110
(for figure 3b) [4b]
Where
EA
V
1
=
λ
(
)
0100
* taaVp
GS
+
=
γ
11
2ap
=
NUMERIC SIMULATION AND ANALYSIS
Before studying the results of the two cutting strategies, a gain factor for β, and best
fitting values for α and γ parameters, for rectangular-section transistors (ϕ= 90
o
, t
Si
= 15nm),
had to be found. So, the saturation current model, described in equation [1], was compared to
I
DS
xV
DS
curves obtained through three-dimensional simulation. The simulated devices present
the same characteristics as those described in the previous section. The fitting parameter
values that were found for these rectangular transistors were maintained for the trapezoidal-
device model analysis in order to concentrate this analysis in the modeling differences.
The current models obtained from the two cutting strategies were compared to
numeric three-dimensional simulation data. The simulated devices are similar to those
described in the previous section; except that angle ϕ varies from 60 to 90 degrees as the
bottom silicon width is changed. The top silicon width is fixed, assuming that it presents the
mask value.
Figure 4 shows the I
DS
xV
DS
curves obtained from numeric simulation for some V
GS
values. It also shows some calculated current values, using equations [4a] and [4b], for the
two cutting strategies. The upper plot (figure 4a) represents the curves for a lightly doped
device (N
A
= 10
16
cm
-3
), with inclination angle of 87.1 degrees. For these devices the equations
from the two modeling strategies show a good agreement to the numeric simulation results
and the new model does not seem to be better than the original. The lower plot shows the
numeric simulation output characteristics of a doped device (N
A
= 5x10
17
cm
-3
) with inclination
angle ϕ= 60
o
, as well as the output of the current equations. For this device there is a
significant difference between the original and the proposed model. The improved model is
closer to the numeric simulation result. For higher doping levels, the dependence of the
threshold voltage on the silicon thickness is higher (note the figure 2 slope dependence on the
doping level). As a consequence, it is expected a higher dependence of the drain current on
the silicon thickness, for higher doping levels. Considering that thickness is calculated by a
different equation for each of the two models (eq. [3a] and [3b]), the resulting difference
between the calculated currents must be greater for higher doping levels and more inclined
sidewalls. As the cutting strategy of the improved model better approximates the electric field
lines, the resulting output also better approximates the real current.
113
Figure 4 – a) Original cutting proposal I
DS
xV
DS
curve compared to present work proposal and three-
dimensional data for a device with doping level of 10
16
cm
-3
and inclination angle φ= 81.5°; b) Original
cutting proposal I
DS
xV
DS
curve compared to present work proposal and three-dimensional data for a
device with doping level of 5x10
17
cm
-3
and inclination angle φ=60
o
.
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1
10
20
30
40
50
60
70
80
Original Model
Improved Model
Numeric Simulation
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
Original Model
Improved Model
Numeric Simulation
N
A
=10
16
cm
-
3
N
A
=5x10
17
cm
-
3
V
GS
=1.0V
V
GS
=0.7V
V
GS
=0.5V
V
GS
=0.9V
V
GS
=0.8V
Drain Current I
DS
(µA) Drain Current I
DS
(µA)
Drain Voltage V
DS
(V)
Drain Voltage V
DS
(V)
a)
b
)
114
The doping level and inclination angle influences on the difference between the results
got from eq. [4a] (drain current from original model) and eq [4b] (drain current from modified
model) are represented in Figure 5. When the doping level is increased or the angle is
decreased, the diference between the two models also increases.
Figure 5 – Comparison between I
DS
values obtained from equations 4a and 4b for a device with top
thickness t
0
= 15nm and for several doping levels.
According to the observations based on figure 4, it can be seen in figure 5 that there is
no accuracy gain in the new current equation for lightly doped devices, once the difference
between the two models remains negligible (under 1%). However, there is a significant
improvement in accuracy for doping levels above 10
17
cm
-3
, and angles below 80 degrees. The
10% difference is achieved for 10
18
cm
-3
at 68 degrees, and for 10
17
cm
-3
at 60 degrees.
CONCLUSIONS
This work proposed some improvements to a previously developed saturation-current
model for trapezoidal FinFETs. These improvements were implemented and compared to the
original model and to three-dimensional simulation data. For undoped and lightly doped
devices both models agree to numeric simulation results, but the improved model showed to
be more accurate than the original one, especially for inclined sidewalls with angles below 80
degrees and higher doping levels.
60 65 70 75 80 85 90
0
2
4
6
8
10
12
14
Ir = 100.(I
DS4b
-I
DS4a
)/I
DS4a
Sidewall inclination angle φ
N
A
=10
18
cm
-
3
N
A
=5x10
17
cm
-
3
N
A
=10
1
7
cm
-
3
and
N
A
=10
16
cm
-3
N
A
=3x10
17
cm
-
3
115
REFERENCES
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Academic Publishers, Norwell, Massachusetts (2004).
2. S. Cristoloveanu, S. S. Li, Electrical Characterization of Silicon On Insulator Materials and
Devices. Kluwer Academic Publishers, Boston (USA), 400 p. (1995).
3. F. Balestra, S. Cristoloveanu, M. Benachir, T. Elewa, IEEE Electron Device Letters, vol. 8,
p. 410 (1987).
4. L. Ge, J. Fossum, IEEE Transaction on Electron Devices, vol. 49, no.2, p. 287-294 (2002).
5. X. Liang, Y. Taur, IEEE Transaction on Electron Devices, vol. 51, p. 1385-1391 (2004).
6. X. Wu, P. C. H. Chan, M. Chan, Proceedings of the IEEE International SOI Conference, p.
151-152 (2003).
7. R. Giacomini, J. A. Martino. Journal of the Electrochemical Society, to be printed, (2008).
8. R. Giacomini, J. A. Martino, M. A. Pavanello. Sidewall Angle Influence on the FinFET
Analog Parameters. In: 22st Symposium on Microelectronics Technology and Devices -
SBMicro2007, Rio de Janeiro. Microelectronics Technology and Devices SBMicro2007.
Pennington, NJ, EUA: The Electrochemical Society, 2007. v. 9. p. 37-45.
9. R. Rao, A. Bansal, J. Kim, K. Roy, C. T. Chuang. Accurate Modeling and Analysis of
Currents in Trapezoidal FinFET Devices. Proceedings of the IEEE International SOI
Conference, Indian Wells, CA. p. 47-48 (2007).
10. R. Giacomini, J. A. Martino. Influence of Non-vertical Sidewall on FinFET Threshold
Voltage. 21st Symposium on Microelectronics Technology and Devices - SBMicro2006,
Ouro Preto. Microelectronics Technology and Devices SBMicro2006. Pennington, NJ, EUA:
The Electrochemical Society, 2006. vol 4 no 1, pp275-281 (2006).
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41, no. 5, p. 715-720 (1994).
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13. Q. Chen, E. M. Harrell, J. D. Meindl, IEEE Transaction on Electron Devices, vol. 50,
no.7, p. 1631-1637 (2003).
14. GIACOMINI, Renato; MARTINO, J. A. Non-Vertical Sidewall Angle Influence on
Triple-Gate FinFETs Corner Effects. In: 211th Electrochemical Society Meeting, 2007,
Chicago. Silicon-On-Insulator Technology and Devices 13. Pennington, NJ: The
Electrochemical Society, 2007. v. 6. p. 381-386.
15. Atlas Device Simulator User’s Manual, v. 5.10.0.R, Silvaco Int. Santa Clara, CA (USA),
2005.
16. H. S. Wong, M. H. White, T. J. Krutsick, R. V. Booth, Solid State Electronics, vol. 30, no.
9, p.953-958, (1987).
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