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CENTRO UNIVERSITÁRIO DA FEI
LEANDRO POLONI DANTAS
Estudo da Distorção Harmônica em Transistores de
Porta Circular Usando Tecnologia SOI CMOS Sub-
Micrométrica de 0,13 µm
São Bernardo do Campo
2008
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LEANDRO POLONI DANTAS
Estudo da Distorção Harmônica em Transistores de
Porta Circular Usando Tecnologia SOI CMOS Sub-
Micrométrica de 0,13 µm
Dissertação apresentada ao Centro
Universitário da FEI para obtenção do título
de Mestre em Engenharia Elétrica.
Orientador: Prof. Dr. Salvador Pinillos
Gimenez
São Bernardo do Campo
2008
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Dantas, Leandro Poloni
Estudo da distorção harmônica em transistores de porta circular
usando tecnologia SOI CMOS sub-micrométrica de 0,13 µm /
Leandro Poloni Dantas . - São Bernardo do Campo, 2008.
145 f. : il.
Dissertação de Mestrado - Centro Universitário da FEI.
Orientador: Salvador Pinillos Gimenez
1. Distorção harmônica. 2. Linearidade. 3. SOI - Porta Circular.
I. Gimenez, Salvador Pinillos, orient. II.Título.
CDU 621.382
Leandro Poloni Dantas
Estudo da Distorção Harmônica em Transistores de Porta Circular
Usando Tecnologia SOI CMOS Sub-Micrométrica de 0,13 µm
Dissertação de mestrado – Centro Universitário da FEI
Comissão julgadora
Salvador Pinillos Gimenez
Orientador e Presidente
Marcello Bellodi
Examinador (1)
Jose Alexandre Diniz
Examinador (2)
São Bernardo do Campo
Dedico esse trabalho a minha noiva Priscila
pelo seu amor incondicional, apoio,
compreensão e por me fazer um homem
muito feliz.
AGRADECIMENTOS
Ao meu orientador, Prof. Dr. Salvador Pinillos Gimenez, pela imensa dedicação
despendida a mim e a minha pesquisa. Por ter se mostrado muito mais que um parceiro de
jornada, se tornando um grande amigo e merecedor da minha admiração.
Aos professores Dr. Marcello Bellodi, Dr. Marcelo Antonio Pavanello, Dr. Renato
Camargo Giacomini e Dr. João Antonio Martino pelos ensinamentos passados durante o
período de aulas e as contribuições dadas durante essa pesquisa e preparo da dissertação.
A toda diretoria da BeSafer Intelligence por compreender meu desejo de cursar um
mestrado e me oferecer além de apoio financeiro, totais condições para que eu pudesse tirar o
maior proveito desse passo tão importante de minha vida.
Aos meus pais Antonio Augusto Aparecido Dantas e Yara Poloni Dantas, ao meu
irmão Leonardo Poloni Dantas e minha avó Olga Rodrigues Poloni por todo carinho, orações
e amparo dado durante esse período.
A minha noiva e amada Priscila Pinas Feletti por todo amor, paciência e muito, muito,
muito apoio oferecidos durante esses dois anos e dois meses.
Aos colegas de turma e das turmas anterior e posterior pela contribuição direta e
indireta na minha pesquisa e desenrolar desse trabalho.
A toda equipa da FEI que participou nos bastidores me oferecendo total conforto,
infra-estrutura e materiais adequados.
Ao Sr. Cor Claeys do IMEC por ceder as amostrar de transistores utilizados e ao Sr.
Antonio Cerdeira do CINVESTAV-IPN por fornecer o programa IFM.
A todos aqueles involuntariamente esquecidos, mas que contribuíram de alguma forma
ou que se interessaram por essa causa tão importante para mim.
Por último, porém o mais importante, agradeço a Deus pela vida cheia de saúde e por
permitir que tantas pessoas boas estivessem a minha volta contribuindo para a realização
desse sonho.
Quando surge uma dificuldade não
devemos pensar que ela veio para nos
atormentar. Se assim pensarmos, a
dificuldade se tornará maior ainda e o
sofrimento mais profundo. A dificuldade
vem, não para atormentar o homem, mas
para polir a alma. Vem para despertar a
capacidade latente e avivar a força total do
homem; não para fazê-lo sofrer.
Masaharu Taniguchi
RESUMO
Dantas, L. P. Estudo da Distorção Harmônica em Transistores de Porta Circular Usando
Tecnologia SOI CMOS Sub-Micrométrica de 0,13 µm. 2008. 145 f., Dissertação
(Mestrado) – Centro Universitário da FEI, São Bernardo do Campo, 2008.
Neste trabalho é apresentado o estudo comparativo de distorção harmônica entre transistores
SOI nMOSFETs parcialmente depletados de porta de geometria circular e convencional,
operando na região de saturação e em temperatura ambiente. Para tanto, são utilizados
transistores com comprimento médio de canal igual a 1 μm e óxido de porta igual a 2,5 nm. O
transistor de porta circular apresenta assimetria entre as regiões de dreno e fonte, podendo
assim ser polarizado de duas formas diferentes, denominadas de configuração de dreno
externo e dreno interno. Uma outra característica do transistor circular, que não é observada
nos transistores convencionais, é a ocorrência da corrente de dreno na direção radial. Para este
trabalho foram executadas medidas experimentais e simulações numéricas tridimensionais
para determinação das curvas características dos transistores [corrente de dreno em função da
tensão de porta (I
DS
x V
GS
) e corrente de dreno em função da tensão de dreno (I
DS
x V
DS
)].
Toda análise da distorção harmônica foi feita aplicando-se o método da Função Integral
(IFM), que permite a determinação de distorção harmônica total (THD) e da distorção do
segundo (HD2) e terceiro (HD3) harmônicos, usando-se apenas as curvas características de
corrente contínua (DC) dos dispositivos. Essa análise mostrou, através da figura de mérito
mais importante gerada por este trabalho, que a distorção harmônica total efetiva [THD
dividido pelo ganho em malha aberta (A
V
)] em função da razão da transcondutância (g
m
)
sobre I
DS
do SOI nMOSFET de porta de geometria circular operando em configuração de
dreno externo é menor do que na configuração de dreno interno e também que a configuração
convencional do SOI nMOSFET. Isso faz com que o SOI nMOSFET de porta de geometria
circular operando em configuração de dreno externo seja uma excelente alternativa em
aplicações de circuitos integrados analógicos.
Palavras-chave: SOI, porta circular, linearidade, distorção harmônica
ABSTRACT
Dantas, L. P. Study of Harmonic Distortion in Transistors with Circular Gate Using SOI
CMOS Sub-Micrometric Technology of 0.13 µm. 2008. 145 p., Dissertation (Master) –
Centro Universitário da FEI, São Bernardo do Campo, 2008.
This work presents a comparative study of harmonic distortion between circular and
conventional gate partially-depleted SOI nMOSFETs, operating in saturation region and room
temperature. Transistors with canal length of 1 μm and gate oxide thickness equal to 2.5 nm
are used in this. The drain and source regions of circular gate transistor are asymmetric, and
they can be biased of two different ways, called external drain or internal drain configuration.
Another characteristic of circular transistor that is not observed in conventional transistors is
that drain current occurs in all directions of channel. In this work are performed experimental
measurements and numerical tri-dimensional simulations for determination of fundamental
transistor curves [drain current as a function of gate voltage (I
DS
x V
GS
) e drain current as a
function of drain voltage (I
DS
x V
DS
)]. The whole analysis of distortion is made using the
Integral Function Method (IFM) that permits the determination of total harmonic distortion
(THD), second (HD2) and third (HD3) harmonic distortions only by using the direct current
(DC) characteristic curves. The analysis showed, based on the most import merit figure
produced in this work, that the effective total harmonic distortion [THD over the open loop
gain (A
V
)] as a function of transconductance (g
m
) over I
DS
of the circular gate SOI nMOSFET
with external drain configuration is lower than internal drain configuration and the
conventional SOI nMOSFET too. It makes the circular gate SOI nMOSFET with external
drain configuration an excellent option for analog integrated circuit applications.
Keywords: SOI, circular gate, linearity, harmonic distortion
LISTA DE FIGURAS
Figura 1.1 – (a) Seção transversal de um inversor CMOS convencional com a representação
das capacitâncias parasitas e do tiristor PNPN parasitário. (b) Seção transversal de um
inversor SOI CMOS e suas capacitâncias parasitas. ................................................................24
Figura 2.1 – Leiaute de SOI MOSFETs circulares, onde a região interna circular pode operar
ou como fonte (a) ou como dreno (b).......................................................................................27
Figura 2.2 – Vista superior e seção transversal dos SOI nMOSFETs convencional (a), circular
operando em configuração de dreno externo (b) e de dreno interno (c), contendo a indicação
do sentido da corrente ao longo do canal. ................................................................................28
Figura 2.3 – Representação gráfica do comprimento efetivo de canal dos SOI MOSFETs
convencional e circular operando em configurações de dreno externo e interno.....................29
Figura 2.4 – Gráfico teórico da determinação de V
TH
pelo método da derivada da
transcondutância.......................................................................................................................31
Figura 2.5 – Exemplo de uma curva teórica de R
SD
x V
GS
, usada para realizar a extração da
resistência série de um MOSFET.............................................................................................32
Figura 2.6 – Exemplo de uma curva de g
m
/I
DS
x I
DS
/(W/L) obtida experimentalmente de um
SOI nMOSFET circular operando na configuração de dreno externo. ....................................34
Figura 2.7 – Transistor bipolar parasitário no SOI MOSFET. .................................................36
Figura 2.8 – Representação do “single-transistor latchup”. Inclinação de sublimiar normal (a),
inclinação infinita de sublimiar e histerese (b), e “latchup” do dispositivo (c)........................36
Figura 2.9 – Método para determinação da tensão Early. ........................................................37
Figura 2.10 - Amplificador de transcondutância de um único transistor. ................................38
Figura 2.11 – Características da distorção harmônica de circuitos lineares (a) e não-lineares
(b). ............................................................................................................................................41
Figura 2.12 – Circuito usado para medir a distorção harmônica (a) e a distorção na corrente de
dreno causada pela não linearidade na curva I
DS
-V
GS
(b).........................................................42
Figura 2.13 – Processo de normalização da curva DC entrada-saída através do método IFM.44
Figura 2.14 – Representação das duas áreas presentes no quadrado dividido pela curva
normalizada entrada-saída y(x). ...............................................................................................45
Figura 2.15 – Característica da curva normalizada que intercepta a bissetriz em um ponto
qualquer e a correção feita pela função ys(x)...........................................................................46
Figura 2.16 – Saída normalizada da função yr(x). ...................................................................47
Figura 2.17 – Saída normalizada simétrica da diferença yr(x)-x e seu módulo |yr(x)-x|. O caso
mais comum de múltiplos cruzamentos da bissetriz. ...............................................................48
Figura 2.18 – Esquema gráfico para obtenção de (THD/A
V
) x (g
m
/I
DS.
)..................................50
Figura 3.1 – Curvas da segunda derivada de I
DS
x V
GS
experimental dos transistores SOI
nMOSFET convencional (a) e circular (b)...............................................................................53
Figura 3.2 – Corrente de dreno normalizada em função da razão de aspecto em função da
sobretensão de porta dos transistores SOI nMOSFETs convencional e circular operando em
configuração de dreno externo e interno para diferentes valores de V
DS
[0,4 V (a), 0,6 V (b),
0,8 V (c) e 1 V (d)]. ..................................................................................................................54
Figura 3.3 – Resistência normalizada entre dreno e fonte dos SOI nMOSFETs convencional e
circular operando em configuração de dreno externo e interno para polarização de dreno igual
a 100 mV. .................................................................................................................................57
Figura 3.4 – Desenho ilustrativo da resistência da região interna e externa de uma parte de um
transistor circular (a), representação do transistor circular operando em configuração de dreno
externo (b) e interno (c), considerando a resistência série. ......................................................58
Figura 3.5 – Curva experimental I
DS
/(W/L) x V
GT
mostrando a ocorrência do efeito single-
transistor latchup no transistor circular operando em configuração de dreno interno na região
de sublimiar. .............................................................................................................................59
Figura 3.6 – Transcondutância normalizada em função da razão de aspecto em função da
sobretensão de porta dos SOI nMOSFETs convencional e circular, operando em configuração
de dreno externo e interno para polarização de dreno igual a 0,4 V (a) e 0,5 V (b).................60
Figura 3.7 – Conjunto de curvas g
m
x V
GS
experimentais para diferentes valores de V
DS
do
transistor circular operando com dreno interno, com destaque para o primeiro pico de cada
curva. ........................................................................................................................................62
Figura 3.8 – Curvas experimentais de g
m
/I
DS
em função da tensão de porta (V
GT
), para V
DS
igual a 0,11 V (a) e 0,8 V (b)....................................................................................................63
Figura 3.9 – Curva experimental da relação g
m
/I
DS
em função da corrente de dreno
normalizada [I
DS
/(W/L)] e polarização de dreno igual a 110 mV............................................64
Figura 3.10 – Curva experimental da relação g
m
/I
DS
em função da corrente de dreno
normalizada [I
DS
/(W/L)] e polarização de dreno igual a 0,8 V, com destaque para a região de
inversão forte............................................................................................................................65
Figura 3.11 – Medidas experimentais da corrente de dreno normalizada em função da razão de
aspecto em função da tensão de dreno dos SOI nMOSFETs convencional e circular operando
em configuração de dreno externo e interno, para diferentes valores de sobretensão de porta.
..................................................................................................................................................66
Figura 3.12 – Tensão Early em função da sobretensão de porta (V
GT
) experimental dos
transistores SOI nMOSFETs. ...................................................................................................68
Figura 3.13 – Representação do ganho de saída em função do ponto de polarização V
GS
dos
SOI nMOSFETs convencional e circular operando em configuração de dreno externo e
interno.......................................................................................................................................69
Figura 3.14 – Distorção harmônica total em função do ponto de polarização V
GT
experimental
dos SOI nMOSFETs convencional e circular operando em configuração de dreno externo e
interno para V
a
igual a 30 mV(a) e 200 mV (b). ......................................................................70
Figura 3.15 – Distorção harmônica de terceira ordem em função do ponto de polarização V
GT
dos SOI nMOSFETs convencional e circular operando em configuração de dreno externo e
interno para V
a
igual a 30 mV (a) e 200 mV (b). .....................................................................72
Figura 3.16 – THD/A
V
em função do ponto de polarização V
GT
experimental dos SOI
nMOSFETs convencional e circular operando em configuração de dreno externo e interno
para V
a
igual a 30 mV e 200 mV.............................................................................................73
Figura 3.17 – THD/A
V
em função da relação g
m
/I
DS
experimental dos SOI nMOSFETs
convencional e circular operando em configuração de dreno externo e interno para V
a
igual a
30 mV e 200 mV. ....................................................................................................................74
Figura 3.18 – THD/A
V
em função de V
a
dos SOI nMOSFETs convencional e circular
operando em configuração de dreno externo e interno para g
m
/I
DS
igual a 4,6 V
-1
..................75
Figura 3.19 – HD3/A
V
em função de V
a
experimental dos SOI nMOSFETs convencional e
circular operando em configuração de dreno externo e interno para g
m
/I
DS
igual a 4,6 V
-1
.....77
Figura 4.1 – Representação tridimensional da estrutura do SOI nMOSFET convencional
simulada....................................................................................................................................80
Figura 4.2 – Representação tridimensional da estrutura do SOI nMOSFET circular simulada.
..................................................................................................................................................80
Figura 4.3 – Seção transversal das estruturas simuladas..........................................................81
Figura 4.4 – Curvas da segunda derivada de I
DS
x V
GS
dos SOI nMOSFET convencional (a),
circular em configurações de dreno externo (b) e interno (c)...................................................83
Figura 4.5 – Corrente de dreno em função da sobretensão de porta dos SOI nMOSFETs
convencional e circular operando em configuração de dreno externo e interno para V
DS
= 0,8
V. ..............................................................................................................................................84
Figura 4.6 – Resistência normalizada entre dreno e fonte dos SOI nMOSFETs convencional e
circular operando em configuração de dreno externo e interno para polarização de dreno igual
a 100 mV. .................................................................................................................................85
Figura 4.7 – Seção transversal do SOI nMOSFET convencional destacando-se as regiões de
interface metal/óxido de isolação do contato externo (a) e interno (b) em função da densidade
de corrente elétrica....................................................................................................................86
Figura 4.8 – Seção transversal do SOI nMOSFET circular operando em configuração de
dreno externo destacando-se as regiões de interface metal/óxido de isolação do contato
externo (a) e interno (b) em função da densidade de corrente elétrica.....................................87
Figura 4.9 – Seção transversal do SOI nMOSFET circular operando em configuração de
dreno interno destacando-se as regiões de interface metal/óxido de isolação do contato
externo (a) e interno (b) em função da densidade de corrente elétrica.....................................88
Figura 4.10 – Transcondutância normalizada em função da razão de aspecto em função da
sobretensão de porta dos SOI nMOSFETs convencional e circular, operando em configuração
de dreno externo e interno para polarização de dreno igual a 0,8 V. .......................................89
Figura 4.11 – g
m
/I
DS
em função da sobretensão de porta (V
GT
) dos SOI nMOSFETs
convencional e circular para V
DS
igual a 0,8 V........................................................................90
Figura 4.12 – g
m
/I
DS
em função da corrente de dreno normalizada [I
DS
/(W/L)]......................91
Figura 4.13 – Corrente de dreno normalizada em função da razão de aspecto em função da
tensão de dreno dos SOI nMOSFETs convencional e circular operando em configuração de
dreno externo e interno, para V
GT
= 400 mV e 500 mV (a) e 600 mV e 700 mV (b)..............92
Figura 4.14 – Tensão Early em função do ponto de polarização (V
GT
) dos transistores SOI
nMOSFETs...............................................................................................................................95
Figura 4.15 – Representação do ganho de tensão em função de V
GT
dos SOI nMOSFETs
convencional e circular operando em configuração de dreno externo e interno,
respectivamente. .......................................................................................................................96
Figura 4.16 – Distorção harmônica total em função do ponto de polarização V
GT
dos SOI
nMOSFETs convencional e circular operando em configuração de dreno externo e interno
para V
a
igual a 30 mV(a) e 200 mV (b)....................................................................................97
Figura 4.17 – Distorção harmônica de terceira ordem em função do ponto de polarização V
GT
dos SOI nMOSFETs convencional e circular operando em configuração de dreno externo e
interno para V
a
igual a 30 mV (a) e 200 mV (b). .....................................................................99
Figura 4.18 – THD/A
V
em função do ponto de polarização V
GT
dos SOI nMOSFETs
convencional e circular operando em configuração de dreno externo e interno para V
a
igual a
30 mV e 200 mV. ..................................................................................................................101
Figura 4.19 – THD/A
V
em função da relação g
m
/I
DS
dos SOI nMOSFETs convencional e
circular operando em configuração de dreno externo e interno para V
a
igual a 30 mV e 200
mV. .........................................................................................................................................103
Figura 4.20 – THD/A
V
em função de V
a
dos SOI nMOSFETs convencional e circular
operando em configuração de dreno externo e interno para g
m
/I
DS
igual a 2,6 V
-1
................104
Figura 4.21 – HD3/A
V
em função de V
a
dos SOI nMOSFETs convencional e circular
operando em configuração de dreno externo e interno para g
m
/I
DS
igual a 2,6 V
-1
................106
Figura A.1 – Representação 3D da região do canal de um SOI MOSFET de porta de
geometria circular...................................................................................................................115
LISTA DE TABELAS
Tabela 3.1 – Tensão Early em função do ponto de polarização (V
GT
) dos transistores SOI
nMOSFETs convencional e circular operando em configuração de dreno externo e interno..67
Tabela 3.2 – Ganho de tensão em função do ponto de polarização (V
GT
) dos transistores SOI
nMOSFETs convencional e circular operando em configuração de dreno externo e interno,
para V
DS
= 0,8 V.......................................................................................................................68
Tabela 3.3 – THD/A
V
x V
a
dos SOI nMOSFETs convencional e circular operando em
configuração de dreno externo e interno para g
m
/I
DS
igual a 4,6 V
-1
........................................76
Tabela 3.4 – Resumo das medidas experimentais dos SOI nMOSFETs convencional e circular
operando em configuração de dreno externo e interno.............................................................78
Tabela 4.1 – Tensão Early em função do ponto de polarização (V
GT
) dos transistores SOI
nMOSFETs convencional e circular operando em configuração de dreno externo e interno..94
Tabela 4.2 – Ganho de tensão em função do ponto de polarização (V
GT
) dos transistores SOI
nMOSFETs convencional e circular operando em configuração de dreno externo e interno,
para V
DS
= 0,8 V.......................................................................................................................95
Tabela 4.3 – THD/A
V
x V
a
dos SOI nMOSFETs convencional e circular operando em
configuração de dreno externo e interno para g
m
/I
DS
igual a 2,6 V
-1
......................................105
LISTA DE SÍMBOLOS
I
DS
Variação infinitesimal na corrente entre dreno e fonte (A)
I
DS
Variação na corrente entre dreno e fonte (A)
L
DE
Distância entre a região de estrangulamento e a região de dreno do SOI
MOSFET circular operando em configuração de dreno externo (nm)
L
DI
Distância entre a região de estrangulamento e a região de dreno do SOI
MOSFET circular operando em configuração de dreno interno (nm)
L
Q
Distância entre a região de estrangulamento e a região de dreno do SOI
MOSFET convencional (nm)
V
DS
Variação na tensão entre dreno e fonte (V)
V
GS
Variação infinitesimal na tensão entre porta e fonte (V)
V
GS
Variação na tensão entre porta e fonte (V)
V
in
Variação na tensão de entrada de um amplificador de transcondutância SOI
nMOSFET (V)
V
out
Variação na tensão de saída de um amplificador de transcondutância SOI
nMOSFET (V)
ε
0
Permissividade do vácuo (8,854 x 10
-14
F/cm)
ε
si
Permissividade do silício (F/cm)
μ
n
Mobilidade dos elétrons na camada de inversão [cm
2
/(V.s)]
Φ Ângulo de defasagem da função de entrada do dispositivo na análise por
Taylor
Φ
F
Potencial de Fermi (V)
Φ
S
Potencial de superfície (V)
ξ Freqüência do sinal de entrada (Hz)
ω Freqüência angular do sinal de entrada (Hz)
ω
0
Freqüência angular fundamental (Hz)
a
0
Amplitude do nível DC para a série de Fourier e Taylor (V)
a
1
Ganho linear para a série Taylor
a
2
Coeficientes de distorção do segundo harmônico para a série de Fourier e
Taylor
a
3
Coeficientes de distorção do terceiro harmônico para a série de Fourier e
Taylor
a
n
Amplitude do enésimo termo da série de Fourier em função do cosseno de ξ
A Amplitude da função aplicada na entrada do dispositivo
A
DE
Área da região de interface dreno/canal do SOI nMOSFET circular operando
em configuração de dreno externo
A
DI
Área da região de interface dreno/canal do SOI nMOSFET circular operando
em configuração de dreno interno
A
Q
Área da região de interface dreno/canal do SOI nMOSFET convencional
ÁREA 1 Área acima da curva normalizada para a aplicação do IFM
ÁREA 2 Área abaixo da curva normalizada para a aplicação do IFM
A
V
Ganho de tensão em malha aberta para baixas freqüências
A
V_DE
Ganho de tensão do SOI nMOSFET circular operando em configuração de
dreno externo (dB)
A
V_DI
Ganho de tensão do SOI nMOSFET circular operando em configuração de
dreno interno (dB)
A
V_Q
Ganho de tensão do SOI nMOSFET convencional (dB)
b
n
Amplitude do enésimo termo da série de Fourier em função do seno de ξ
C
0
Coeficiente de Fourier correspondente à amplitude do nível DC do sinal de
saída
C
1
Coeficiente de Fourier correspondente à amplitude do sinal de freqüência
fundamental na saída
C
3
Coeficiente de Fourier correspondente à amplitude do terceiro harmônico no
sinal de saída
C
L
Capacitância de saída de um amplificador de transcondutância SOI nMOSFET
C
n
Coeficiente de Fourier correspondente à amplitude do harmônico de ordem n
no sinal de saída
C
oxf
Capacitância do óxido de porta por unidade de área (F/cm
2
)
D Primeira função integral para o cálculo da distorção harmônica
Ds Segunda função integral para o cálculo da distorção harmônica
Dr Terceira função integral para o cálculo da distorção harmônica
Drs Quarta função integral para o cálculo da distorção harmônica
f
g
Fator Geométrico que define a relação entre as dimensões dos transistores
retangulares e circulares
f
T
freqüência de ganho unitário (Hz)
g
DLS
Condutância de dreno (S)
g
m
Transcondutância (S)
g
m_máx
Transcondutância máxima (S)
HD0 Distorção harmônica correspondente à parcela DC do sinal de entrada
HD2 Distorção harmônica referente ao harmônico de segunda ordem
HD3 Distorção harmônica referente ao harmônico de terceira ordem
HDn Distorção harmônica referente ao harmônico de enésima ordem
I Corrente (A)
I
ch
Corrente do canal (A)
I
DS
Corrente de dreno (A)
I
DS_DE
Corrente de dreno do SOI nMOSFET circular operando em configuração de
dreno externo (A)
I
DS_DI
Corrente de dreno do SOI nMOSFET circular operando em configuração de
dreno interno (A)
I
DS_Q
Corrente de dreno do SOI nMOSFET convencional (A)
I
DSsat
Corrente de dreno de saturação (A)
I
DSsat_DI
Corrente de dreno de saturação do SOI MOSFET circular operando em
configuração de dreno interno (A)
E
J
Densidade de campo elétrico
k Constante de Boltzmann (1,38 x 10
-23
J/K)
L Comprimento de máscara do canal do dispositivo (μm)
L
eff
Comprimento efetivo do canal do dispositivo (μm)
L
eff_DE
Comprimento efetivo do canal do SOI MOSFET circular operando em
configuração de dreno externo (μm)
L
effDI
Comprimento efetivo do canal do SOI MOSFET circular operando em
configuração de dreno interno (μm)
L
effQ
Comprimento efetivo do canal do SOI MOSFET convencional (μm)
M Fator multiplicativo TBJ parasitário
N
A
Concentração de dopantes no canal (cm
-3
)
N
Dreno/Fonte
Concentração de dopantes no dreno e fonte (cm
-3
)
P
1
Potência da freqüência fundamental no sinal de saída
P
2
Potência do segundo harmônico presente no sinal de saída
P
3
Potência do terceiro harmônico presente no sinal de saída
P
4
Potência do quarto harmônico presente no sinal de saída.
P
n
Potência do enésimo harmônico presente no sinal de saída
q Carga elementar do elétron (q = 1,6 x 10
-19
C)
R1 Raio interno da coroa que define o início do canal do transistor circular
R2 Raio externo da coroa que define o final do canal do transistor circular
R3 Raio do transistor circular
R
CH
Resistência do canal ()
R
S
Resistência série ()
R
SD
Resistência total entre fonte e dreno ()
R
SEXT
Resistência série da região externa do SOI nMOSFET circular
R
SINT
Resistência série da região interna do SOI nMOSFET circular
R
Snorm
Resistência série normalizada ()
S Inclinação de sub-limiar (mV/década)
t
oxb
Espessura da camada de óxido enterrado (nm)
t
oxf
Espessura da camada de óxido de porta (nm)
t
Si
Espessura da camada de silício (nm)
T Temperatura absoluta (K)
THD Distorção harmônica total (dB)
THD
0
Distorção harmônica total acrescida do nível DC (dB)
(THD/A
V
)
DE
Distorção harmônica total efetiva do SOI nMOSFET circular operando em
configuração de dreno externo (dB)
(THD/A
V
)
DI
Distorção harmônica total efetiva do SOI nMOSFET circular operando em
configuração de dreno interno (dB)
(THD/A
V
)
Q
Distorção harmônica total efetiva do SOI nMOSFET convencional (dB)
V Tensão (V)
V
0
Nível de tensão DC entre porta e fonte (V)
V
1
Amplitude da freqüência fundamental no sinal de saída
V
2
Amplitude do segundo harmônico no sinal de saída
V
3
Amplitude do terceiro harmônico no sinal de saída
V
4
Amplitude do quarto harmônico no sinal de saída
V
a
Amplitude máxima do sinal de entrada senoidal (V)
V
a_DE
Amplitude máxima do sinal de entrada senoidal do SOI nMOSFET circular
operando em configuração de dreno externo (V)
V
a_DI
Amplitude máxima do sinal de entrada senoidal do SOI nMOSFET circular
operando em configuração de dreno interno (V)
V
a_Q
Amplitude máxima do sinal de entrada senoidal do SOI nMOSFET
convencional (V)
V
n
Amplitude do enésimo harmônico no sinal de saída
V
B
Potencial de substrato (V)
V
BS
Tensão aplicada ao substrato (V)
V
D
Potencial de dreno (V)
V
DD
Tensão de alimentação (V)
V
DG
Diferença de potencial entre dreno e porta (V)
V
DS
Tensão aplicada ao dreno do transistor (V)
V
DSsat
Tensão de dreno de saturação (V)
V
EA
Tensão Early (V)
V
FB
Tensão de faixa plana (V)
V
G
Potencial de porta (V)
V
GS
Tensão aplicada à porta do transistor (V)
V
GT
Sobretensão de porta (V)
V
IN
Tensão de entrada (V)
V
OUT
Tensão de saída (V)
V
S
Potencial de fonte (V)
V
GS_DE
Tensões efetivas entre porta e fonte do SOI nMOSFET circular operando em
configuração de dreno externo (V)
V
GS_DI
Tensões efetivas entre porta e fonte do SOI nMOSFET circular operando em
configuração de dreno interno (V)
V
TH
Tensão de limiar (V)
W Largura do canal do dispositivo (μm)
W
médio
Largura médio do canal do SOI nMOSFET circular (μm)
X
0
Ponto de polarização do dispositivo na análise pelo IFM
X
dmax
Espessura máxima da camada de depleção
LISTA DE ABREVIATURAS
AC Corrente Alternada
CF Coeficientes de Fourier
CGT Circular Gate Transistor (Transistor de Canal Circular)
CGT
DE
Transistor de Canal Circular Operando em Configuração de Dreno Externo
CGT
DI
Transistor de Canal Circular Operando em Configuração de Dreno Interno
DC Corrente Contínua
ED External Drain (Dreno Externo)
FET Field Effect Transistor (Transistor de Efeito de Campo)
HD Harmonic Distortion (Distorção Harmônica)
ID Internal Drain (Dreno Interno)
IFM Integral Function Method (Método da Função Integral)
IMD Intermodulation Distortion (Distorção de Intermodulação)
LPLV Low-Power Low-Voltage (Baixa-Potência Baixa-Tensão)
MOS Metal-Oxide-Semiconductor (Metal-Óxido-Semicondutor)
OTA Operational Transconductance Amplifier (Amplificador Operacional de
Transcondutância)
SOI Silicon-on-Insulator (Silício sobre Isolante)
THD Total Harmonic Distortion (Distorção Harmônica Total)
HD Harmonic Distortion (Distorção Harmônica)
HD2 Second Order Harmonic Distortion (Distorção de Segundo Harmônico)
HD3 Third Order Harmonic Distortion (Distorção de Terceiro Harmônico)
VIP Voltage Interception Point (Ponto de Interceptação da Tensão)
VLSI Very Large Scale of Integration (Muito grande escala de integração)
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO................................................................................................................23
2 CONCEITOS FUNDAMENTAIS ...................................................................................27
2.1 SOI
MOSFET DE PORTA DE GEOMETRIA CIRCULAR..................................................27
2.1.1 O
RIENTAÇÃO DA CORRENTE ELÉTRICA..............................................................28
2.2 R
EGIÃO DE ESTRANGULAMENTO (PINCH-OFF) E COMPRIMENTO EFETIVO DE CANAL
(L
EFF
) ..................................................................................................................................29
2.3 T
ENSÃO DE LIMIAR ....................................................................................................30
2.4 R
ESISTÊNCIA SÉRIE....................................................................................................32
2.5 T
RANSCONDUTÂNCIA ................................................................................................33
2.6 R
AZÃO G
M
/I
DS
............................................................................................................33
2.7 E
FEITO PARASITÁRIO DEVIDO AO CORPO FLUTUANTE ................................................35
2.8 T
ENSÃO EARLY (V
EA
) E CONDUTÂNCIA DE DRENO (G
DS
)...........................................37
2.9 G
ANHO DE TENSÃO DE UM AMPLIFICADOR DE TRANSCONDUTÂNCIA DE UM ÚNICO
TRANSISTOR
...........................................................................................................................38
2.10 N
ÃO-LINEARIDADE OU DISTORÇÃO HARMÔNICA .......................................................40
2.10.1 M
ÉTODOS PARA DETERMINAÇÃO DA NÃO-LINEARIDADE...................................42
2.10.2 D
ISTORÇÃO HARMÔNICA TOTAL EFETIVA (THD/A
V
) ........................................50
3 MEDIDAS EXPERIMENTAIS – RESULTADOS .........................................................52
3.1 M
EDIDAS ...................................................................................................................52
3.2 T
ENSÃO DE LIMIAR (V
TH
) ..........................................................................................53
3.3 C
ARACTERÍSTICAS [I
DS
/(W/L)] X V
GT
.......................................................................54
3.4 R
ESISTÊNCIA SÉRIE NORMALIZADA ...........................................................................57
3.5 T
RANSISTOR PARASITÁRIO DEVIDO AO CORPO FLUTUANTE (SINGLE-TRANSISTOR
LATCHUP
)...............................................................................................................................59
3.6 T
RANSCONDUTÂNCIA NORMALIZADA [G
M
/(W/L)].....................................................60
3.7 R
AZÃO G
M
/I
DS
EM FUNÇÃO DA SOBRETENSÃO DE PORTA ...........................................62
3.8 R
AZÃO G
M
/I
DS
EM FUNÇÃO DA CORRENTE DE DRENO NORMALIZADA EM FUNÇÃO DA
RAZÃO DE ASPECTO
...............................................................................................................64
3.9 C
ARACTERÍSTICA I
DS
X V
DS
.......................................................................................66
3.10 T
ENSÃO EARLY (V
EA
) E GANHO DE TENSÃO EM MALHA ABERTA (A
V
)......................67
3.11 DISTORÇÃO HARMÔNICA PARA DISPOSITIVOS OPERANDO EM SATURAÇÃO ................69
3.11.1 D
ISTORÇÃO HARMÔNICA TOTAL (THD) ............................................................70
3.11.2 D
ISTORÇÃO DO HARMÔNICO DE TERCEIRA ORDEM (HD3).................................72
3.11.3 D
ISTORÇÃO HARMÔNICA TOTAL EFETIVA ..........................................................73
3.11.4 D
ISTORÇÃO HARMÔNICA EM FUNÇÃO DA AMPLITUDE DA ENTRADA SENOIDAL
(V
A
) ..........................................................................................................................75
3.12 R
ESUMO DAS MEDIDAS EXPERIMENTAIS ....................................................................77
4 SIMULAÇÕES NUMÉRICAS – RESULTADOS ..........................................................79
4.1 S
IMULADOR ATLAS ...................................................................................................79
4.2 M
ODELOS UTILIZADOS NO SIMULADOR ATLAS..........................................................81
4.3 T
ENSÃO DE LIMIAR (V
TH
) ..........................................................................................83
4.4 C
ARACTERÍSTICAS I
DS
X V
GT
.....................................................................................84
4.5 R
ESISTÊNCIA SÉRIE NORMALIZADA ...........................................................................85
4.6 T
RANSCONDUTÂNCIA NORMALIZADA [G
M
/(W/L)].....................................................89
4.7 R
AZÃO G
M
/I
DS
EM FUNÇÃO DA SOBRETENSÃO DE PORTA ...........................................90
4.8 R
AZÃO G
M
/I
DS
EM FUNÇÃO DA CORRENTE DE DRENO NORMALIZADA EM FUNÇÃO DA
RAZÃO DE ASPECTO
...............................................................................................................91
4.9 C
ARACTERÍSTICA I
DS
X V
DS
.......................................................................................92
4.10 T
ENSÃO EARLY (V
EA
) E GANHO DE TENSÃO EM MALHA ABERTA (A
V
) ......................94
4.11 D
ISTORÇÃO HARMÔNICA PARA DISPOSITIVOS OPERANDO EM SATURAÇÃO ................96
4.11.1 D
ISTORÇÃO HARMÔNICA TOTAL (THD) ............................................................97
4.11.2 D
ISTORÇÃO DO HARMÔNICO DE TERCEIRA ORDEM (HD3).................................98
4.11.3 D
ISTORÇÃO HARMÔNICA TOTAL EFETIVA ........................................................100
4.11.4 D
ISTORÇÃO HARMÔNICA EM FUNÇÃO DA AMPLITUDE DA ENTRADA SENOIDAL
(V
A
) ........................................................................................................................104
5 CONCLUSÕES E SEQÜÊNCIA DO TRABALHO .....................................................107
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................................110
APÊNDICE
A DEDUÇÃO FATOR GEOMÉTRICO ....................................................................114
APÊNDICE
B SIMULAÇÃO ATLAS ......................................................................................117
APÊNDICE
C RESUMO SEMINATEC 2007 .......................................................................123
APÊNDICE
D ARTIGO SFORUM2007 ...............................................................................125
APÊNDICE
E ARTIGO ECS MEETING .................................................................................132
23
1 INTRODUÇÃO
O transistor de efeito de campo do tipo metal-óxido-semicondutor (MOSFET) é um
dispositivo capaz de controlar o fluxo de corrente entre seus terminais de saída (dreno e fonte)
através do potencial aplicado ao terminal de porta, que é isolado da estrutura por meio de um
óxido fino (óxido de porta) [1].
Apesar de ser conhecido desde 1926, quando foi patenteado por Lilienfield, apenas em
1960 tornou-se uma realidade comercial, principalmente por permitir uma escala de
miniaturização muito maior que os transistores bipolares (TBJ) e por possuir um processo de
fabricação relativamente simples. Diferentemente dos bipolares, os MOSFETs permitem a
condução de corrente por apenas um tipo de portador (elétrons ou lacunas), isso lhe rendeu a
denominação de transistor unipolar [1],[2].
Quase ao mesmo tempo em que os transistores MOS tradicionais entravam em escala
de produção, surgiu o conceito tecnológico de dispositivos Silício-Sobre-Isolante (SOI),
objetivando circuitos com alta densidade de integração [3].
Inicialmente, a tecnologia SOI tinha como principal aplicação, a fabricação de
circuitos resistentes à radiação, mas ela ficou adormecida por décadas, já que a tecnologia
MOSFET convencional não dava sinais que se tornaria obsoleta. As previsões iniciais
apontavam um limite tecnológico na ordem de 1 micrometro, porém isso foi revisto
posteriormente para 0,5 micrometro e depois para um quarto de micrometro [3]. Isso fez com
que os dispositivos SOI demorassem ainda mais para chegar ao mercado em escala industrial.
Na medida em que as dimensões foram reduzidas e a dopagem do substrato
aumentada, as capacitâncias parasitas aumentaram, pois apenas 1
μm dos atuais 800 μm de
espessura da lâmina de silício era efetivamente usado. Outro efeito bastante indesejável que se
tornou muito comum, foi o disparo do tiristor PNPN inerente a todas as estruturas CMOS
convencionais [4] [Figura 1.1(a)].
24
Figura 1.1 – (a) Seção transversal de um inversor CMOS convencional com a representação das capacitâncias
parasitas e do tiristor PNPN parasitário. (b) Seção transversal de um inversor SOI CMOS e suas capacitâncias
parasitas.
Fonte: “adaptado de” Colinge, J-. P., Silicon-On-Insulator Technology, 2004, 3 ed., p. 3.
Por sua vez, um dispositivo SOI fabricado a partir de um filme fino de silício, e
mecanicamente suportado por um isolante [Figura 1.1(b)] é considerado um dispositivo
MOSFET quase ideal. Isso se justifica pelos seguintes aspectos [3]:
a)
Isolação dielétrica: circuitos com SOI MOSFETs são constituídos em ilhas
contendo apenas um componente e ficam dieletricamente isolados entre si e
também do substrato, por intermédio do óxido enterrado. Isso elimina
totalmente a possibilidade da formação das indesejáveis junções PNPN;
b)
Projeto de circuitos e procedimentos: a seqüência de fabricação de circuitos
com SOI MOSFETs em lâminas SOI, é mais simples que a convencional, pois
a ausência de poços e das barreiras entre componentes, reduzem o número de
passos no processo de fabricação e oferecem uma maior liberdade de projeto.
Além disso, é possível aumentar a densidade de componentes por unidade de
área e minimizar as interconexões entre os componentes;
TIRISTOR
PARASITÁRIO
(a)
(b)
25
c) Efeitos de canal curto: os dispositivos SOI são mais imunes aos efeitos de
canal curto, basicamente porque as extensões da região de depleção de fonte e
dreno estão restritas ao tamanho da junção e ao controle do potencial de
superfície pelas duas portas (via porta superior e pelo substrato de silício);
d)
Confiabilidade: a motivação primária para o desenvolvimento da tecnologia
SOI MOSFET, foi sua excelente tolerância à radiação.
A constante demanda por dispositivos mais eficazes, capazes de drenar maior corrente
de dreno, mais imunes aos efeitos de canal curto, e que sejam capazes de reproduzir com
maior fidelidade os sinais analógicos, resultou no desenvolvimento de novos dispositivos
(Canal-Gradual (GC), Dupla Porta SOI MOSFET, etc) [5],[6],[7] e novas técnicas de leiaute e
de arranjo de dispositivos que acarretaram no aumento da área e das capacitâncias parasitárias
dos circuitos integrados. Uma outra possibilidade é estudar a influência da forma geométrica
da porta dos transistores, considerando-se a mesma tecnologia. O SOI nMOSFET com porta
de geometria circular (CGT) é uma opção [8].
Considerando-se esta opção, este trabalho objetiva investigar comparativamente a
distorção harmônica (linearidade) [8],[9] entre os SOI nMOSFETs convencional (porta em
formato retangular) e com porta de geometria circular implementados com tecnologia sub-
micrométrica de 0,13
μm. O estudo leva em consideração os efeitos da assimetria entre fonte
e dreno do transistor de porta circular operando em configuração de dreno interno e dreno
externo. As comparações entre a linearidade do transistor de porta circular e retangular são
realizadas considerando a mesma razão de aspecto (W/L). Justificativas físicas são propostas
e são suportadas por resultados experimentais e por simulações numéricas tridimensionais.
Para tanto, este trabalho é dividido em quatro capítulos, além deste breve capítulo
introdutório.
No segundo capítulo são estudados os conceitos fundamentais que servem de base
para o desenvolvimento deste trabalho. Neste capítulo também é apresentado o método da
função integral (IFM) [10],[11],[12] que usa apenas a característica em corrente contínua
(DC) do dispositivo para calcular a distorção harmônica.
O terceiro capítulo é todo dedicado à apresentação dos resultados das medidas
experimentais da distorção harmônica em SOI nMOSFETs convencional e de canal circular,
operando na região de saturação como amplificadores de sinais.
O quarto capítulo repete a análise realizada no capítulo três, porém agora baseada em
resultados de simulações numéricas tridimensionais.
26
Por fim, no quinto capítulo são apresentadas as principais conclusões obtidas por esse
estudo. Também são sugeridas possíveis seqüências de trabalho que podem ser realizadas a
partir deste.
27
2 CONCEITOS FUNDAMENTAIS
Neste capítulo são apresentados os conceitos fundamentais que suportam o estudo da
distorção harmônica em SOI nMOSFETs com porta convencional e circular.
2.1 SOI MOSFET de porta de geometria circular
Os MOSFETs, implementados com tecnologia SOI, de porta de geometria circular
[4],[8] são dispositivos assimétricos, pois as dimensões de fonte e dreno são diferentes
(Figura 2.1). A corrente circula na direção radial do canal, ou seja, ela pode existir da região
externa para interna, operando na configuração de dreno externo, abreviado como CGT
DE
[Figura 2.1(a)] ou pode ocorrer da região interna para externa, operando na configuração de
dreno interno, abreviado como CGT
DI
[Figura 2.1(b)].
Figura 2.1 – Leiaute de SOI MOSFETs circulares, onde a região interna circular pode operar ou como fonte (a)
ou como dreno (b).
Na Figura 2.1, R1 é o raio que define o início da região de porta, R2 é o raio que
define o final da região de porta, L é o comprimento do canal (R2-R1) e R3 é o raio externo
que define o final da região de fonte/dreno.
A relação entre as razões de aspecto (f
g
) dos transistores convencional e circular é
dada pela equação (2.1).
Fonte
Porta
Dreno
R1
L
Dreno
Porta
Fonte
R1
L
R2 R2
R3
R3
(b) (a)
28
()
Circular
alConvencion
g
R1
R2
ln
2π
L
W
f
=
=
(2.1)
onde W é a largura do canal. Detalhes sobre a dedução desta expressão são apresentados no
Apêndice A.
2.1.1
Orientação da corrente elétrica
A Figura 2.2 apresenta a vista superior e a seção transversal dos SOI nMOSFETs
convencional [Figura 2.2(a)], circular operando em configuração de dreno externo [Figura
2.2(b)] e de dreno interno [Figura 2.2(c)], onde é indicado o sentido da corrente de dreno ao
longo do canal dos transistores.
Figura 2.2 – Vista superior e seção transversal dos SOI nMOSFETs convencional (a), circular operando em
configuração de dreno externo (b) e de dreno interno (c), contendo a indicação do sentido da corrente ao longo
do canal.
Diferentemente do transistor convencional, o transistor circular apresenta orientação
radial da corrente que circula pelo canal. Essa corrente pode ser definida como convergente
nos transistores polarizados com dreno externo, ou divergente na polarização de dreno
interno.
Dreno Canal Fonte
Convencional
Circula
N+ N+
Óxido
Substrato
P
Porta
(a)
I
Dreno
Fonte
Canal
N+ N+
N+
Óxido
Substrato
P
P
(b)
I
Fonte
Dreno
Canal
N+ N+ N+
Óxido
Substrato
P P
(c)
I
PortaPorta PortaPorta
29
2.2 Região de estrangulamento (Pinch-off) e comprimento efetivo de canal (L
eff
)
Quando os dispositivos estão operando nas mesmas condições de polarização, o ponto
de estrangulamento se dá de forma diferenciada para cada uma das estruturas. A Figura 2.3
mostra o comportamento da região de estrangulamento do SOI MOSFET convencional e do
circular operando em ambas as configurações estudadas (estes são representados em apenas
uma parte do dispositivo).
Figura 2.3 – Representação gráfica do comprimento efetivo de canal dos SOI MOSFETs convencional e circular
operando em configurações de dreno externo e interno.
Convenciona
CGT
DE
CGT
DI
Y
Dreno Canal Fonte
L
effDE
L
DE
R1
R2
W [(R1+R2)/2]
Região de
Estrangulamento
L
W
Y
L
effQ
L
Q
Dreno Canal Fonte
W [(R1+R2)/2]
Y
L
effDI
L
DI
R1
R2
Dreno Canal Fonte
30
Na Figura 2.3, L
Q
, L
DE
e L
DI
são as distâncias entre a região de estrangulamento e
a região de dreno, e L
eff_Q
, L
eff_DE
e L
eff_DI
são os comprimentos efetivos de canal dos SOI
nMOSFETs convencional e circular operando em configuração de dreno externo e interno,
respectivamente. Note que o comprimento efetivo de canal (L
eff
) é dado pela diferença entre o
comprimento de canal de máscara (L) e a distância entre as regiões de estrangulamento e o
dreno (L).
Como L
DE
é menor que L
Q
que por sua vez é menor que L
DI
, tem-se que L
eff_DE
é
maior que L
eff_Q
que por sua vez é maior que L
eff_DI
. Isso ocorre porque a área da região de
interface dreno/canal do CGT
DE
é maior que área do SOI nMOSFET convencional que por
sua vez é maior que a área do CGT
DI
, fazendo com que a densidades de campo elétrico (
E
J
)
próxima a região de interface dreno/canal seja menor no CGT
DE
em relação ao SOI
nMOSFET convencional que por sua vez é menor que o CGT
DI
. De acordo com a referência
[8], para as mesmas condições de polarização, o transistor circular operando na configuração
de dreno interno possui o menor comprimento efetivo de canal, seguido do transistor
convencional e por fim do transistor circular operando na configuração de dreno externo.
Mesmo que as variações de comprimento de canal sejam relativamente pequenas (na ordem
de nanômetros) frente ao comprimento de canal utilizado neste estudo (1 μm), elas
contribuem para que ocorra uma diferença entre as correntes que fluem nos dispositivos.
Como a corrente de dreno é inversamente proporcional ao comprimento do canal, tem-se que
I
DS_DI
é maior que I
DS_Q
que por sua vez é maior que I
DS_DE
,
onde I
DS_DI
e I
DS_DE
são as
correntes de dreno do transistor circular operando na configuração de dreno interno e externo,
respectivamente e I
DS_Q
é a corrente dreno do transistor convencional.
2.3 Tensão de limiar
A tensão de limiar (V
TH
) de um nMOSFET convencional é definida como a tensão de
porta, que é capaz de criar uma camada de inversão na superfície do canal (interface SiO
2
e
Si), povoando-a com elétrons livres (portadores minoritários), que são capazes de conduzir
corrente elétrica ao longo do canal [2].
Sabe-se que a espessura da camada de silício (t
si
) do SOI nMOSFET parcialmente
depletado, é pelo menos duas vezes maior que a soma das larguras máximas das camadas de
depleção (x
dmax
) das interfaces Si-SiO
2
(silício-óxido de porta e silício-óxido enterrado) (t
si
>
2·x
dmax
). Essa característica garante que sempre há uma região tipo p entre as camadas de
31
depleção. Isso faz com que o SOI nMOSFET parcialmente depletado apresente a mesma
tensão de limiar que um transistor nMOSFET convencional, e é dada pela equação (2.2)
[4],[13]:
oxf
dA
FFBTH
C
xqN
VV
max
2 +Φ+=
(2.2)
onde V
FB
é a tensão de faixa plana (flatband), Φ
F
é o potencial de Fermi, q é a carga do
elétron, N
A
é a concentração de dopantes no canal e C
oxf
é a capacitância do óxido de porta.
Neste trabalho utiliza-se o método da segunda derivada da corrente de dreno em
função da tensão de porta (V
GS
), que também pode ser chamado de método da
transcondutância [13],[14], para determinação de V
TH
. Esse método tem origem na premissa
que para tensões inferiores a V
TH
, I
DS
igual a zero e para V
GS
maior ou igual a V
TH
, I
DS
tem
relação linear com V
GS
. Assim, a primeira derivada de I
DS
x V
GS
gera uma função degrau em
V
GS
igual a V
TH
e a segunda derivada resulta em um pulso infinito em V
GS
igual a V
TH
. Na
prática isso não ocorre, porém um pulso relativamente estreito pode ser identificado e seu
ponto de máximo fornece o valor V
TH
(Figura 2.4) [13].
Figura 2.4 – Gráfico teórico da determinação de V
TH
pelo método da derivada da transcondutância.
A vantagem deste método sobre os demais métodos descritos na literatura, é que ele
não é afetado pelos efeitos da resistência série e pela degradação da mobilidade [13].
32
2.4 Resistência série
A resistência série (R
S
) de um MOSFET é o valor da resistência intrínseca das regiões
de dreno e fonte do dispositivo; ela interfere diretamente no valor da corrente de dreno (I
DS
).
Considerando-se uma curva característica I
DS
x V
GS
, para um valor de V
DS
constante, e
dividindo-se V
DS
por I
DS
, determina-se a resistência total entre dreno e fonte do dispositivo
(R
SD
), equação (2.3).
SCH
DS
DS
RR
I
V
+==
SD
R
(2.3)
onde R
CH
é a resistência do canal.
Para baixos valores de V
DS
e altos valores de V
GS
, o valor de R
CH
cai drasticamente,
pois a interface entre o canal e o óxido de porta apresenta-se totalmente invertida, fazendo
com que R
SD
se torne praticamente igual a R
S
.
A Figura 2.5 apresenta um exemplo gráfico da resistência total de um dispositivo em
função da tensão V
GS
. Uma curva exponencial de primeira ordem pode ser ajustada sobre os
dados experimentais e prolongada até alcançar um patamar plano [15].
Figura 2.5 – Exemplo de uma curva teórica de R
SD
x V
GS
, usada para realizar a extração da resistência série de
um MOSFET.
Patamar plano
R
S
= 1k
V
DS
= 100 mV
Experimental
Modelo
33
O valor da resistência no patamar plano da Figura 2.5, representa a resistência série do
dispositivo, que neste caso é de 1k .
2.5 Transcondutância
A transcondutância (g
m
) de um MOSFET é a medida da efetividade do controle da
corrente entre dreno e fonte pela tensão de porta e fonte e é dada pela equação (2.4) [4].
GS
DS
GS
DS
V
I
V
I
=
Δ
Δ
=
m
g
(2.4)
onde I
DS
é a variação de corrente entre fonte e dreno, V
GS
é a variação de tensão entre porta
e fonte, e I
DS
/V
GS
é a derivada da corrente de dreno em função das variações de tensão de
porta.
A transcondutância de um SOI nMOSFET convencional de camada fina operando na
região de saturação é dada pela equação (2.5).
)(
)1(
g
m THGS
oxfn
VV
L
W
C
+
=
α
μ
(2.5)
onde μ
n
é a mobilidade dos elétrons na camada de inversão do canal e α é o fator de
acoplamento, dado pela equação (2.6).
oxfd
si
Cx
max
ε
α
=
(2.6)
onde ε
si
é a permissividade do silício e x
dmax
é a espessura máxima da camada de depleção.
2.6 Razão g
m
/I
DS
A referência [16] apresenta uma metodologia de desenvolvimento de projetos de
circuitos integrados analógicos baseada num tratamento unificado para todas as regiões de
operação do MOSFET. Essa metodologia aplica-se principalmente aos circuitos analógicos
CMOS de baixa tensão e baixa potência (
low power-low voltage), onde a região de inversão
34
moderada geralmente é usada para implementar circuitos analógicos com um bom
compromisso entre ganho de tensão de malha aberta, velocidade (resposta em altas
freqüências ou altos valores de freqüência de ganho unitário, f
T
) e consumo de potência
elétrica. O procedimento de síntese está baseado na característica g
m
/I
DS
x I
DS
/(W/L) que não
depende das dimensões dos dispositivos. Sua característica é universal (única) para todos os
MOSFETs do tipo n ou p, referente a um mesmo processo de fabricação, desde que os efeitos
de canal curto sejam evitados. A universalidade desta curva pode então ser explorada durante
a fase de projeto, quando as razões W/L dos dispositivos não são conhecidas. Uma vez
escolhido o par de valores g
m
/I
DS
e I
DS
/(W/L), e adotando-se uma corrente de polarização I
DS
,
a razão W/L do transistor pode ser exatamente determinada. Para isso, adota-se o valor de L,
de tal forma que defina uma tensão Early, que por sua vez define o ganho de tensão de malha
aberta desejado. Isto feito, ajusta-se W de forma a satisfazer a relação I
DS
/(W/L). Note que o
gráfico de g
m
/I
DS
x I
DS
/(W/L) fornece as regiões de operação dos dispositivos [16], onde o
limite entre as regiões de inversão fraca e moderada é determinado pelo valor de g
m
/I
DS
máximo subtraído de 10% da diferença entre seu valor máximo e mínimo, esses mesmos 10%
são somados ao valor mínimo para a determinação da do limite entre a região de inversão
moderada e forte.
A Figura 2.6 apresenta um exemplo de um gráfico de g
m
/I
DS
x I
DS
/(W/L) obtido
experimentalmente de um SOI nMOSFET circular operando na configuração de dreno
externo.
1E-9 1E-8 1E-7 1E-6 1E-5 1E-4
0
10
20
30
40
Inversão
Forte
Inversão
Moderada
g
m
/I
DS
[V
-1
]
I
DS
/(W/L) [A]
Inversão
Fraca
V
DS
= 0,8 V
Regiação Sub-limiar
Reg. Sturação
90%
10%
Figura 2.6 – Exemplo de uma curva de g
m
/I
DS
x I
DS
/(W/L) obtida experimentalmente de um SOI nMOSFET
circular operando na configuração de dreno externo.
35
Observa-se através da Figura 2.6, que maiores valores da razão g
m
/I
DS
são alcançados,
quanto mais próximo da região de inversão fraca o transistor é polarizado.
2.7 Efeito parasitário devido ao corpo flutuante
O potencial da camada de silício dos SOI MOSFETs parcialmente depletados
apresenta-se flutuando, pois a camada de silício não está ligada diretamente a nenhum
eletrodo. Esse potencial é determinado pelas correntes que entram e saem pelo corpo do
dispositivo, bem como pelo acoplamento capacitivo entre ele e os 4 terminais disponíveis
nesses transistores (dreno, fonte, porta e substrato). Uma vez que o potencial do corpo está
diretamente relacionado à tensão de limiar, transientes neste potencial resultam em alterações
de tensão de limiar e instabilidades na corrente de dreno [4].
A geração de portadores majoritários no canal (neste caso lacunas) devido à ionização
por impacto, próximo à região de dreno, aumenta o potencial de corpo, isso faz com que a
tensão de limiar diminua. Esse fenômeno não se restringe aos transistores operando em
saturação ou triodo. Quando a tensão de porta ainda é inferior à tensão de limiar, a ionização
por impacto pode ocorrer, se a tensão de dreno for elevada suficiente, mesmo que a corrente
seja muito baixa. O aumento no potencial de porta se reflete na redução da tensão de limiar.
Finalmente, é possível notar um deslocamento para esquerda da curva I
DS
x V
GS
, o resultado
disso é uma inclinação de sublimiar menor que o limite teórico (60 mV/década) [4],[17],[18].
Quando o tempo de vida dos portadores minoritários é alto suficiente, o transistor
bipolar (TBJ) parasita NPN que se forma na estrutura do nMOSFET, amplifica a corrente de
base, que por sua vez aumenta a corrente de dreno (Figura 2.7), o que caracteriza uma
realimentação positiva de corrente. Isso faz com que haja um aumento brusco na corrente de
dreno e leva a inclinação de sublimiar a praticamente 0 mV/década. Esse fenômeno é
conhecido como “
single-transistor latchup” (Figura 2.8) [4].
36
Figura 2.7 – Transistor bipolar parasitário no SOI MOSFET.
Fonte: “adaptado de” Colinge, J-. P., Silicon-On-Insulator Technology, 2004, 3 ed., p. 210.
Na Figura 2.7, I
ch
é a corrente do canal, M é o fator multiplicativo e β é o ganho de
corrente do TBJ.
Figura 2.8 – Representação do “single-transistor latchup”. Inclinação de sublimiar normal (a), inclinação infinita
de sublimiar e histerese (b), e “latchup” do dispositivo (c).
Fonte: “adaptado de” Colinge, J-. P., Silicon-On-Insulator Technology, 2004, 3 ed., p. 211.
A Figura 2.8 apresenta três possibilidades de operação de um transistor na região de
sublimiar. Para baixos valores de V
DS
, verifica-se um comportamento normal da inclinação de
sublimiar [Figura 2.8(a)]. À medida que V
DS
é incrementado, a realimentação positiva de
corrente faz com que a tensão de limiar reduza e a ionização por impacto aumente, e dessa
forma, a corrente aumenta repentinamente [Figura 2.8(b)]. À medida que a tensão de porta é
Dreno
Corpo
Flutuante
Porta
Fonte
I
ch
I
ch
β
(
M-1
)
I
ch
(
M-1
)
(a)
(b)
(c)
Aumento na
tensão de dreno
(V
DS
)
37
reduzida, a ionização por impacto se opõe a redução da corrente, criando um efeito de
histerese [Figura 2.8(b)]. Quando a polarização de dreno é suficientemente alta e o dispositivo
dispara, ele não pode ser mais desligado devido à realimentação positiva [Figura 2.8(c)].
2.8 Tensão Early (V
EA
) e condutância de dreno (g
DS
)
A tensão Early é um parâmetro que mede a dependência da corrente de dreno de
saturação (I
DSsat
) em relação à variação da tensão de dreno, para uma determinada sobretensão
de porta (V
GT
= V
GS
– V
DS
). Quanto maior for seu valor, menor será a dependência da
corrente de dreno em relação à tensão de dreno. Esse efeito se deve a modulação do
comprimento de canal, ou seja, assim que V
DS
é maior do que a tensão de dreno de saturação
(V
DSsat
), o comprimento de canal efetivo se altera por causa do deslocamento da região de
estrangulamento na direção da fonte. O comprimento efetivo de canal torna-se menor e resulta
numa maior corrente de dreno para uma determinada sobretensão de porta.
Para determinação da tensão Early, utiliza-se o método do prolongamento do trecho
plano da região de saturação da curva I
DS
x V
DS
até o encontro com o eixo V
DS
, para
diferentes valores de sobretensão de porta (V
GT
) [1]. O ponto de encontro dessas retas com o
eixo das tensões é definido como tensão Early (Figura 2.9).
Figura 2.9 – Método para determinação da tensão Early.
Na Figura 2.9, V
GS3
, V
GS2
e V
GS1
são as tensões aplicadas à porta, Y é a variação da
corrente de dreno I
DSsat
em função de X, que é a variação da tensão de corrente de dreno
V
DS
V
EA
I
DS
V
DSsat
I
DSsat
θ
V
DSsat
+ V
DSsat
X = V
DSsat
I
DSsat
+ I
DSsat
Y = I
DSsat
θ
Triodo Saturação
V
GS1
- V
TH
V
GS3
- V
TH
V
GS2
- V
TH
Δ
2
Δ
1
38
V
DSsat
, θ é o ângulo de inclinação do triângulo Δ
1
formado por I
DSsat
e V
DSsat
, e Δ
2
é o
triângulo equivalente a Δ
1
formado a partir de V
EA
.
A condutância de dreno (g
DS
) é determinada pela variação da corrente dreno (I
DS
) em
função da variação da tensão de dreno (V
DS
), para uma determinada tensão de porta, equação
(2.7).
constanteV
V
I
g
GS
DS
DS
DS
=
=
(2.7)
Para determinar a condutância de dreno utiliza-se o método da semelhança de
triângulos, como é observado na Figura 2.9, entre os triângulos Δ
1
e Δ
2
, e é dada pela equação
(2.8).
EA
Dsat
DSsatEA
DSsat
DSsat
DSsat
DS
V
I
VV
I
V
I
X
Y
g
+
Δ
Δ
===
θ
tan
(2.8)
considerando V
EA
>> V
DSsat
.
Na prática, g
DS
nunca é zero, uma vez que V
EA
é um valor finito [1].
2.9 Ganho de tensão de um amplificador de transcondutância de um único transistor
Considere um amplificador de transcondutância de um único transistor ligado a uma
carga capacitiva C
L
, como indicado na Figura 2.10, onde V
DD
é a tensão de alimentação, V
IN
é
a tensão de entrada e V
OUT
é a tensão de saída.
Figura 2.10 - Amplificador de transcondutância de um único transistor.
I
DS
V
GS =
V
IN
V
DD
C
L
V
DS =
V
OUT
39
O ganho de tensão (A
V
) desse amplificador é dado pela equação (2.9) [4].
EA
DS
m
DS
m
GS
GSm
DSGS
DSSD
GS
DS
in
out
V
.V
I
g
g
g
ΔV
1
.ΔVg
g
1
ΔV
1
.IR
ΔV
ΔV
ΔV
ΔV
A ======
(2.9)
onde V
out
é a variação da tensão de saída, V
in
é a variação da tensão de entrada, V
DS
é a
variação da tensão entre dreno e fonte (V
DS
= R
SD
.I
DS
), onde R
SD
é a resistência de saída
entre fonte e dreno que é inversamente proporcional à condutância de saída entre dreno e
fonte (g
DS
= I
DS
/V
EA
).
Maiores ganhos de tensão são alcançados quanto maiores forem os valores de g
m
/I
DS
e
V
EA
. Maiores valores de g
m
/I
DS
ocorrem no regime de inversão fraca para o MOSFET [19],
onde g
m
/I
DS
é praticamente constante e é inversamente proporcional a inclinação de sublimiar
(S), e é dado pela equação (2.10).
nkT
q
kT
q
SVI
I
I
g
GSDS
DS
DS
m
=
+
==
=
)1(
)10ln(
α
(2.10)
onde n é o fator de corpo (n = 1 + α), k é a constante de Boltzmann e T é a temperatura
absoluta em Kelvin.
Na inversão forte g
m
/I
DS
apresenta um comportamento hiperbólico em função da
corrente entre dreno e fonte, e é dado pela equação (2.11) [20].
DS
oxfn
DS
m
nI
L
W
C
I
g
)(2
μ
=
(2.11)
onde μ
n
é a mobilidade dos elétrons e C
oxf
é a capacitância do óxido de porta.
Para uma dada tecnologia, podem-se alcançar maiores valores de V
EA
, usando-se
dispositivos de comprimentos longos de canal e isentos de efeitos de canal curto [4].
40
2.10 Não-linearidade ou distorção harmônica
O estudo de distorção harmônica em transistores é de extrema importância para o
projeto de circuitos integrados analógicos ou mistos, onde os transistores podem estar
operando na região de triodo como resistores lineares em filtros e
mixers ou na região de
saturação como amplificadores de transcondutância [12].
Qualquer deformação na forma de onda de um sinal de saída em relação à forma de
onda do sinal de entrada, a menos do ganho de tensão, é chamada de distorção [21]. Ela pode
ser de dois tipos:
Distorção Linear: ocorre em sistemas lineares, onde a amplitude do sinal de saída em
função da freqüência do sinal é alterada pelos elementos reativos (capacitores e
indutores). O espectro de freqüência de saída varia conforme o sinal de entrada. Um
exemplo típico desses sistemas são os filtros. Neste caso, não há formação de novos
harmônicos no sinal de saída, apenas ocorre a supressão de algumas faixas de
freqüência [Figura 2.11(a)];
Distorção Não-Linear: ocorre em sistemas não-lineares, onde a forma do sinal de saída
depende do ponto de operação e da amplitude do sinal de entrada. Circuitos com
diodos retificadores e transistores são exemplos típicos de sistemas não lineares. A
distorção não-linear está presente num dado sistema, se esse possuir um sinal de
entrada senoidal, com freqüência fundamental f, apresentar uma amplitude A
IN
e na
saída o sinal possuir uma amplitude diferente A
OUT
, com um espectro de freqüências
(harmônicos) composto por múltiplos inteiros da freqüência fundamental 2f, 3f,.... É
por isso que a distorção não-linear é também chamada de distorção harmônica [Figura
2.11(b)].
41
Figura 2.11 – Características da distorção harmônica de circuitos lineares (a) e não-lineares (b).
Para medir a distorção em um transistor, é necessário aplicar um sinal variável na
porta do transistor (V
GS
) e medir a corrente de dreno (I
DS
), para um determinado valor de
tensão de dreno (V
DS
).
Considere uma entrada senoidal dada pela equação (2.12).
)...2(
0
tfsenVVV
aGS
π
+
=
(2.12)
onde, V
0
é o nível de tensão DC entre a porta e a fonte, V
a
é a amplitude máxima do sinal
senoidal, f é a freqüência do sinal senoidal e t é o tempo.
A Distorção Harmônica Total (THD) do sinal de saída de um dispositivo ou circuito é
definida como a soma de todas as potências das freqüências harmônicas, acima da
fundamental, dividido pela potência da fundamental e é normalmente expressada em dB
[equação (2.13)].
1
...
432
_.__
cos__
P
n
PPPP
lfundamentafreqdapotência
harmônidospotência
THD
++++
=
=
(2.13)
Circuito Linear
V
entrada
f
V
saída
f
Circuito Não-Linear
V
entrada
f
V
saída
f
(a)
(b)
DC
f
DC f 2f 3f 4f 5
f
DC f 2
f
3
f
4f 5
f
DC f 2f 3
f
Sinal de Entrada
Sinal de Saída
entrada
saída
entrada
saída
42
onde P
1
é a potência da freqüência fundamental e P
2
, P
3
, P
4
e P
n
são as potências das
componentes diferentes da fundamental, presentes no sinal de saída.
Na Figura 2.12(a) é representado o circuito usado para medir a distorção harmônica de
um transistor, e a Figura 2.12(b) ilustra a distorção na corrente de dreno em função de V
GS
causada pela não linearidade na curva de transferência I
DS
x V
GS
, para um determinado V
DS
.
Figura 2.12 – Circuito usado para medir a distorção harmônica (a) e a distorção na corrente de dreno causada
pela não linearidade na curva I
DS
-V
GS
(b).
2.10.1
Métodos para determinação da não-linearidade
Existem diversas formas para o cálculo da não-linearidade ou distorção harmônica em
sinais elétricos. Destacam-se três métodos bastante utilizados e com características bem
distintas, como é descrito a seguir:
I.
Método da Série de Fourier [22],[23]: para aplicá-lo é necessário realizar a
caracterização elétrica dos dispositivos em corrente alternada (AC), onde o sinal
V
GS
I
DS
V
0
V
a
Distorção no
sinal I
DS
Não-linearidade
V
a
V
0
I
DS =
I
SAÍDA
V
GS
V
DD
(a)
(b)
V
DS
= constante
Variação do
sinal de entrada
43
de saída do dispositivo, que normalmente é visualizado no domínio do tempo, é
transformado no domínio da freqüência, gerando uma distribuição espectral.
Além disso, possui difícil implementação numérica.
II.
Série de Taylor [21],[22]: não mais necessita da caracterização elétrica em
corrente alternada, sendo apenas necessária a escolha de uma ponto de
polarização e o conhecimento de sua função de transferência. A desvantagem
deste método é a necessidade da realização de sucessivos cálculos de derivadas
de ordem superior da função de transferência. Isso torna o sistema muito
suscetível a ruídos e a análise torna-se muito complicada.
III.
Método da Função Integral (IFM): no início desta década, um novo método
bastante revolucionário foi apresentado, ele considera apenas a característica de
transferência DC e pode ser aplicado aos circuitos ou aos dispositivos isolados
de qualquer tecnologia. Uma análise geométrica na forma da curva de
transferência, determina a não linearidade do objeto em estudo sob diversos
aspectos [9],[10],[11],[12],[24],[25]. Esse é o método utilizado neste trabalho.
O método IFM se diferencia dos demais por não necessitar de informações (medidas
experimentais ou simulações) em regime alternado para caracterizar a distorção do
componente ou do circuito. O método permite o cálculo direto da THD, distorção harmônica
de segunda ordem (HD2) e terceira ordem (HD3). Outra vantagem deste método é sua maior
imunidade aos ruídos quando se está processando dados experimentais [10],[11],[12].
Para um transistor MOSFET operando como amplificador, ou seja, polarizado na
região de saturação, a característica DC de entrada-saída utilizada é a curva que relaciona a
corrente entre dreno e fonte (I
DS
) com a tensão aplicada entre porta e fonte (V
GS
). Já para o
transistor operando como resistor linear, a região de polarização é a triodo e a figura de mérito
utilizada é I
DS
x V
DS
. Considere que o sinal de entrada senoidal é dado pela equação (2.14).
)(
0
ξ
senAXX
+
=
(2.14)
onde X é o sinal de entrada, X
0
é o ponto de polarização DC, A é a amplitude do sinal de
entrada e ξ é igual ao produto ω.t, onde ω é a velocidade angular dada por 2π.f, f é a
freqüência do sinal e t é o tempo.
O sinal de saída é expresso por uma função não linear f(X), dada pela equação (2.15).
44
)(XfY
=
(2.15)
onde X e Y podem ser tensão ou corrente.
A primeira etapa importante do método é a normalização de ambas as magnitudes em
um intervalo que vai de 0 a 1, para isso utilizam-se as equações (2.16),(2.17) e (2.18):
A
AXX
AXAX
AXX
x
2
)(
)()(
)(
0
00
0
=
+
=
(2.16)
)()(
)()(
00
0
AXYAXY
AXYXY
y
+
=
(2.17)
)12(
0
+
=
xAXX
(2.18)
Considere uma curva Y = f(t) onde se aplica um sinal em torno de X
0
e com amplitude
de A. As magnitudes normalizadas x e y irão variar de 0 a 1, como mostrado na Figura 2.13.
Figura 2.13 – Processo de normalização da curva DC entrada-saída através do método IFM.
2A
Y
X
0
y
x
X
0 1
1
45
Substituindo a equação (2.18) em (2.17), obtém-se a característica de saída
normalizada em função do ponto de polarização e da amplitude, equação (2.19):
)()(
)())12((
)(
00
00
AXYAXY
AXYxAXY
xy
+
+
=
(2.19)
Na Figura 2.14 é apresentado em detalhes o quadrado de área igual a 1 dividido em
duas ÁREAS pela curva y(x). Se a função y(x) fosse totalmente linear a ÁREA 1 seria igual a
ÁREA 2 e y(x) = x. A área cinza na figura dá uma idéia da não-linearidade da curva, esta é a
idéia principal do método. A distorção harmônica está relacionada com a diferença entre as
áreas acima (ÁREA 2) e abaixo (ÁREA 1) da função y(x).
Figura 2.14 – Representação das duas áreas presentes no quadrado dividido pela curva normalizada entrada-saída
y(x).
O efeito da componente DC do sinal de saída (C
0
), chamado de deslocamento DC
(
shift DC), no estudo da THD, é definido através da equação (2.20).
2
1
2
0
2
1
2
2
0
||
||
||
||
C
C
C
C
THD
n
n
+=
=
(2.20)
onde C
1
é a amplitude da freqüência fundamental e C
n
são as amplitudes das freqüências
harmônicas de ordem n.
46
Define-se a função D, que corresponde a diferença entre as ÁREAS 1 e 2, que pode
ser positiva ou negativa, através da equação (2.21).
===
1
0
1
0
1
0
1)(2)()(21 dxxydyyxdxxyÁREAÁREAD
(2.21)
A função D está diretamente relacionada com THD
0
, e apresenta uma relação
praticamente constante, THD
0
1,06D [10].
Quando a curva da função y(x) não se apresenta totalmente acima ou abaixo da
bissetriz da curva DC normalizada [y(x) = x], como ilustrado na Figura 2.15, a função D não
mais condiz com a real distorção, isso porque as áreas superior e inferior se complementam
dando uma falsa idéia da linearidade. Para corrigir esse problema introduz-se uma nova
função chamada de ys(x), equação (2.22), que substitui a função y(x), agora toda a curva fica
acima da bissetriz.
xxxyxys += )()(
(2.22)
Figura 2.15 – Característica da curva normalizada que intercepta a bissetriz em um ponto qualquer e a correção
feita pela função ys(x).
Por conseqüência deste ajuste, uma nova função Ds é definida, de acordo com a
equação (2.23).
47
=
1
0
1)(2 dxxysDs
(2.23)
O uso da função Ds, evita a necessidade de se calcular o ponto de interseção entre a
função y(x) e a bissetriz como era feito em [24]. A função y(x) era dividida em duas partes
que eram integradas separadamente e depois seus módulos eram somados.
Em muitos casos o valor de HD3 tem ordem de grandeza muito inferior a THD, porém
em circuitos balanceados (amplificadores diferenciais, operacionais, etc.), as harmônicas de
ordem par são suprimidas fazendo com que HD3 se torne bastante representativo em THD. A
supressão das harmônicas pares é matematicamente representada pela equação (2.24).
)()(
00
ξ
ξ
AsenXYAsenXYYr
+
=
(2.24)
Normalizando-se a função Yr [equação (2.24)], o que é feito da mesma forma
apresentada nas equações (2.16), (2.17) e (2.18), obtém-se a função yr [equação (2.25)].
)()(
)())12((
)(
00
00
AXYrAXYr
AXYrxAXYr
xyr
+
+
=
(2.25)
A Figura 2.16 apresenta o resultado da função yr(x), onde é praticamente impossível
identificar o comportamento da não-linearidade, pois HD3 é muito pequena, nesse exemplo.
Figura 2.16 – Saída normalizada da função yr(x).
48
Representando-se o gráfico da diferença [yr(x)-x] em função de x, pode-se perceber
que a supressão das harmônicas pares produz um resultado totalmente simétrico. O caso mais
comum é representado na Figura 2.17, onde a curva cruza a bissetriz uma vez antes de x = 0,5
e outra vez em x = 0,5, o comportamento se repete na outra metade, espelhado nos eixos x e
y.
Figura 2.17 – Saída normalizada simétrica da diferença yr(x)-x e seu módulo |yr(x)-x|. O caso mais comum de
múltiplos cruzamentos da bissetriz.
A análise da Figura 2.17 gera uma integral definida entre x igual a 0 e 0,5 e que deve
ser multiplicada por 2, gerando a função Dr [equação (2.26)].
2
5,0
0
5,0)(22 =
dxxyrDr
(2.26)
O último caso a ser considerado é quando a função normalizada apresenta múltiplos
cruzamentos com a bissetriz, no intervalo de x = 0 e x = 0,5, e se deseja considerar o efeito de
todos os harmônicos impares, não só HD3. Assim é definida a função yrs [equação (2.27)].
xxxyrxyrs += )()(
(2.27)
Que por sua vez determina Drs através da equação (2.28).
49
=
1
0
1)(2 dxxyrsDrs
(2.28)
De posse do todas essas informações, sabendo-se que, de acordo com a literatura, os
harmônicos de segunda e terceira ordens são considerados predominantes e que o
deslocamento DC, agora definido como HD0, é praticamente igual a distorção harmônica de
segunda ordem (HD2), pode-se definir THD
0
e a distorção harmônica total (THD) como
descrito pelas equações (2.29) e (2.30).
...320
222
0
+++= HDHDHDTHD
DsHDHD =++ 06,1...322
22
(2.29)
...32
22
++= HDHDTHD
(2.30)
A partir das equações (2.29) e (2.30), e baseando-se na definição da função Drs, THD
pode ser escrito de acordo com a equação (2.31).
22
)06,1(
22
DrsDs
THD +=
(2.31)
Da mesma forma HD2 é definido de acordo com a equação (2.32).
22
)06,1(
2
22
DrsDs
HD =
(2.32)
Analogamente, a distorção harmônica de terceira ordem (HD3), pode ser definida pela
equação (2.33).
DrHD
=
3
(2.33)
50
Essas são as três figuras de mérito mais importantes para o estudo da distorção
harmônica. Todo detalhamento matemático para elaboração do método está descrito na
referência [25].
2.10.2
Distorção harmônica total efetiva (THD/A
V
)
Como os transistores apresentam diferentes valores de V
EA
e
conseqüentemente
diferentes A
V
, para uma mesma tensão de polarização V
DS
, define-se a chamada Distorção
Harmônica Total Efetiva que nada mais é que a normalização de THD em função de A
V
[7],[26]. Ela permite a comparação de transistores polarizados como amplificadores de ganho
unitário, e pode ser representada em função da sobretensão de porta (THD/A
V
x V
GT
) ou da
razão g
m
/I
DS
(THD/A
V
x g
m
/I
DS
).
A Figura 2.18 descreve um procedimento ilustrativo para a obtenção das figuras de
mérito THD/A
V
x V
GT
e THD/A
V
x g
m
/I
DS
.
Figura 2.18 – Esquema gráfico para obtenção de (THD/A
V
) x (g
m
/I
DS.
).
g
m
V
GT
I
DS
V
GT
g
m
/I
DS
V
GT
+ =
V
EA
V
GT
I
DS
V
DS
(g
m
/I
DS
)*V
EA
= A
V
V
GT
=>
THD/A
V
V
GT
THD
V
GT
THD/A
V
g
m
/I
DS
V
GT3
V
GT2
V
GT1
V
EA3
V
EA2
V
EA1
(a)
(i) (h)
(g)
(f) (e)
(d)
(c) (b)
51
Procedimento seguindo a ilustração da Figura 2.18:
I.
A partir da curva característica I
DS
x V
GT
[Figura 2.18(a)] deriva-se I
DS
em
função de V
GT
, a fim de obter a curva da transcondutância em função de V
GT
[Figura 2.18(b)];
II.
Divide-se o valor de g
m
de [Figura 2.18(b) pelo respectivo valor de I
DS
de
[Figura 2.18(a)], considerando os mesmos valores de V
GT
, com isso tem-se
g
m
/I
DS
em função de V
GT
[Figura 2.18(c)];
III.
A partir de uma família de curvas I
DS
x V
DS
, com diferentes valores de V
GT
,
calcula-se o valor de tensão Early (V
EA
) para cada curva, através do método do
prolongamento do trecho plano da região de saturação [Figura 2.18(d)];
IV.
Os valores de V
EA
obtidos são organizados em uma curva de V
EA
em função de
V
GT
[Figura 2.18(e)];
V.
Multiplica-se o valor de g
m
/I
DS
[Figura 2.18(c)] pelo respectivo valor de V
EA
[Figura 2.18(e)], considerando os mesmos valores de V
GT
, com isso tem-se
(g
m
/I
DS
).V
EA
em função de V
GT
, que é equivalente ao ganho de tensão (A
V
) em
função de V
GT
[Figura 2.18(f)];
VI.
A partir do valor de THD em função de V
GT
[Figura 2.18(g)], extraído por um
dos métodos apresentados anteriormente, divide-se THD pelo respectivo valor de
A
V
[Figura 2.18(f)], considerando os mesmos valores de V
GT
. O resultado dessa
operação matemática é a primeira figura de mérito procurada, THD/A
V
em
função de V
GT
[Figura 2.18(h)];
VII.
Para a obtenção da segunda figura de mérito, relacionam-se os valores de
THD/A
V
da curva [Figura 2.18(h)] com os valores de g
m
/I
DS
da curva [Figura
2.18(c)] por intermédio de V
GT
. Para cada valor de V
GT
, há um valor
correspondente de THD/A
V
e g
m
/I
DS
. Desta forma, obtém-se THD/A
V
em função
de g
m
/I
DS
[Figura 2.18(i)].
Esta última figura de mérito tem significado especial por ser muito importante no
momento do projeto de circuitos analógicos, onde o valor de g
m
/I
DS
guiará o projetista sobre o
modo de inversão que os transistores deverão estar polarizados para definir se o circuito terá
característica de alto ganho e baixa resposta em freqüência (modo de inversão fraca), de
ganho de tensão e resposta em freqüência moderados (modo de inversão moderada) ou de
baixo ganho de tensão e de alta resposta em freqüência (modo de inversão forte), conforme
mostra a Figura 2.6. A relação THD/A
V
indicará ao projetista quanta distorção harmônica o
seu circuito integrado apresentará.
52
3 MEDIDAS EXPERIMENTAIS – RESULTADOS
Neste capítulo são apresentados os resultados experimentais da distorção harmônica
dos SOI nMOSFETs convencionais e circulares. O estudo comparativo entre a distorção
harmônica desses dispositivos também é apresentado neste capítulo.
3.1 Medidas
Todas as medidas foram realizadas à temperatura ambiente, com o auxílio do
caracterizador de dispositivos Keithley 4200. Os circuitos integrados utilizados foram
fabricados no IMEC, Bélgica, utilizando tecnologia SOI CMOS parcialmente depletados de
0,13 µm.
Os parâmetros tecnológicos dos SOI nMOSFETs são: espessura do óxido de porta
(t
oxf
) igual a 2,5 nm, espessura do óxido enterrado (t
oxb
) igual a 400 nm, espessura da camada
de silício (t
si
) igual a 100 nm, concentração do canal (N
A
) igual a 5,5x10
17
cm
-3
e
concentração de dreno e fonte (N
Dreno/Fonte
) igual a 1x10
20
cm
-3
.
As dimensões dos SOI nMOSFETs com canal de geometria circular (CGT) utilizados
para fazer as medidas experimentais são: R1 igual a 15,5 μm, R2 igual a 16,5 μm,
comprimento do canal (L) igual 1 μm, que de acordo com a equação (2.1), corresponde a uma
largura de canal (W) igual a 100 μm, resultando uma razão de aspecto de 100. As dimensões
do SOI nMOSFET convencional são: comprimento do canal (L) igual a 1 μm e uma largura
do canal (W) igual a 10 μm, resultando em uma relação de aspecto de 10.
Nota-se que existe uma diferença de 10 vezes entre as relações W/L do transistor
circular e convencional. Essa diferença ocasiona grande variação entre as correntes de dreno
desses transistores. Para suprimir essas diferenças e permitir a comparação entre ambos, será
considerado a corrente entre dreno e fonte normalizada em função da razão de aspecto dos
transistores [I
DS
/(W/L)]. Esses dispositivos não apresentam efeito de canal curto.
Como apresentado no capítulo anterior, o transistor circular pode ser polarizado de
duas formas distintas, operando com dreno externo ou interno. Os estudos efetuados
apresentam comparações entre o circular operando com dreno interno/externo e o
convencional.
53
3.2 Tensão de limiar (V
TH
)
Calcula-se a tensão de limiar, com o objetivo comparar o comportamento dos
dispositivos estudados no mesmo ponto de sobretensão de porta (V
GT
= V
GS
-V
TH
).
A Figura 3.1 apresenta como foi feita a extração da tensão de limiar para o transistor
convencional [Figura 3.1(a)] e para o circular [Figura 3.1(b)] através das curvas da segunda
derivada da corrente de dreno em função de V
GS
para V
DS
= 100 mV. Apesar de haver apenas
um gráfico para o circular, neste caso, a configuração com dreno externo, ambas as
configurações de dreno resultaram numa mesma tensão de limiar.
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0
0
50
100
150
V
GS
[V]
SOI Convencional, V
DS
= 100 mV
I
DS
/(W/L) [μA]
Primeira Derivada [S]
Segunda Derivada [A.V
-2
]
V
TH
= 0,33 V
(a)
0,00,20,40,60,81,0
-50
0
50
100
150
200
V
TH
= 0,31 V
SOI Circular com Dreno Externo
V
DS
= 100 mV
I
DS
/(W/L) [μA]
Primeira Derivada [S]
Segunda Derivada [A.V
-2
]
V
GS
[V]
(b)
Figura 3.1 – Curvas da segunda derivada de I
DS
x V
GS
experimental dos transistores SOI nMOSFET
convencional (a) e circular (b).
54
Observa-se que a tensão de limiar extraída do transistor convencional é igual a 0,33 V
e do circular é igual a 0,31 V. Isso representa uma superioridade de 20 mV na tensão do
transistor convencional em relação ao circular.
3.3 Características [I
DS
/(W/L)] x V
GT
A representação da corrente de dreno normalizada em relação à razão de aspecto
[I
DS
/(W/L)] em função da sobretensão de porta (V
GT
= V
GS
-V
TH
) é sem dúvida uma das curvas
mais importantes deste estudo, pois ela é a base para o cálculo da distorção harmônica total do
sinal de saída na região de saturação.
A Figura 3.2 apresenta as curvas experimentais I
DS
/(W/L) em função de V
GT
do SOI
nMOSFET circular operando em configuração de dreno externo e interno e do SOI
nMOSFET convencional, para quatro valores de V
DS
[0,4 V (a), 0,6 V (b), 0,8 V (c) e 1 V
(d)].
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0
0
20
40
60
80
100
Região de Triodo
I
DS
/(W/L) [μA]
V
GT
[V]
(a)
SOI nMOSFET
V
DS
= 0,4 V, L = 1 μm
Porta Retangular
Porta Circular
Dreno Externo
Dreno Interno
Região de Saturação
V
DSsat
= V
GT
Figura 3.2 – Corrente de dreno normalizada em função da razão de aspecto em função da sobretensão de porta
dos transistores SOI nMOSFETs convencional e circular operando em configuração de dreno externo e interno
para diferentes valores de V
DS
[0,4 V (a), 0,6 V (b), 0,8 V (c) e 1 V (d)].
55
-0,2 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0
0
20
40
60
80
100
120
V
DSsat
= V
GT
I
DS
/(W/L) [μA]
V
GT
[V]
(b)
SOI nMOSFET
V
DS
= 0,6 V, L = 1 μm
Porta Retangular
Porta Circular
Dreno Externo
Dreno Interno
Região de Saturação
Região de
Triodo
-0,2 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0
0
20
40
60
80
100
120
140
V
DSsat
= V
GT
I
DS
/(W/L) [μA]
V
GT
[V]
(c)
SOI nMOSFET
V
DS
= 0,8 V, L = 1 μm
Porta Retangular
Porta Circular
Dreno Externo
Dreno Interno
Região de Saturação
Região
de
Trido
Figura 3.2 – (continuação.)
56
-0,2 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0
0
20
40
60
80
100
120
140
V
DSsat
= V
GT
I
DS
/(W/L) [μA]
V
GT
[V]
(d)
SOI nMOSFET
V
DS
= 1 V, L = 1 μm
Porta Retangular
Porta Circular
Dreno Externo
Dreno Interno
Região de Saturação
Figura 3.2 – (continuação.)
Observando a Figura 3.2, nota-se que, para V
DS
igual ou superior a 0,6 V, a corrente
de dreno do transistor circular operando em configuração de dreno interno é maior que a do
convencional, enquanto polarizado na região de saturação, pois a área de sua região de
interface dreno/canal é menor que a do transistor convencional e que a do circular operando
em configuração de dreno externo, resultando numa maior densidade de campo elétrico (
E
J
)
próximo ao dreno, consequentemente maior intensidade de ionização por impacto e
deslocamento da região de estrangulamento (pinch-off) da região de dreno (ΔL) [8]. Dessa
forma, o comprimento efetivo do canal (L
eff
) é menor, resultando numa maior corrente de
dreno. Observe também que a corrente do transistor circular operando em configuração de
dreno externo se comporta de forma muito semelhante ao convencional para todas as
condições de polarização de V
DS
, enquanto polarizado na região de saturação. Isso pode ser
justificado pelo fato que o deslocamento da região de estrangulamento em direção a fonte,
ocorre de forma semelhante nesses dispositivos, para esses níveis de polarização.
57
3.4 Resistência série normalizada
A Figura 3.3 apresenta a curva da resistência entre dreno e fonte em função de V
GS
dos
SOI nMOSFETs convencional e circular, através da qual foi extraída a resistência série
normalizada (R
Snorm
) dos dispositivos, utilizando o método descrito no item 2.4.
12345
3000
4000
5000
6000
7000
8000
9000
10000
Patamar transistor
circular
R
Snorm
= 4,15 kΩ
Patamar transistor
convencional
R
Snorm
= 3,75 kΩ
Porta Retangular
Porta Circular
Dreno Externo
Dreno Interno
SOI nMOSFET
V
DS
= 100 mV, L = 1 μm
Região de Triodo
R
DS
.(W/L) [Ω]
V
GT
[V]
Figura 3.3 – Resistência normalizada entre dreno e fonte dos SOI nMOSFETs convencional e circular operando
em configuração de dreno externo e interno para polarização de dreno igual a 100 mV.
Note que o transistor circular operando em ambas as configurações apresenta R
Snorm
superior ao convencional (4,15k contra 3,75k ).
Apesar da resistência série total (R
S
) do transistor circular ser a mesma na
configuração de dreno interno e externo, a resistência da região interna é diferente da
resistência da região externa, como é mostrado na Figura 3.4(a). Isso ocorre devido à
assimetria entre as regiões de dreno e fonte, onde a região interna apresenta menor área de
interface com o canal do que a região externa, fazendo com que a região interna apresente
maior resistência série que a externa (R
SINT
> R
SEXT
).
A Figura 3.4 ilustra uma proposta de circuito equivalente do SOI nMOSFET circular
operando em configuração de dreno externo (CGT
DE
) e dreno interno (CGT
DI
), com suas
respectivas resistências série de fonte e dreno.
58
Figura 3.4 – Desenho ilustrativo da resistência da região interna e externa de uma parte de um transistor circular
(a), representação do transistor circular operando em configuração de dreno externo (b) e interno (c),
considerando a resistência série.
Na Figura 3.4, R
SEXT
é a resistência da região externa, R
SINT
é a resistência da região
interna do transistor circular independentemente do seu modo de operação. V
GS_DE
’, V
GS_DI
’,
I
DS_DE
e I
DS_DI
são as tensões efetivas entre porta e fonte e as correntes de dreno do SOI
nMOSFET circular operando em configuração de dreno externo e interno, respectivamente.
As equações (3.1) e (3.2) representam a tensão efetiva entre porta e fonte no transistor
circular operando em ambas as configurações, considerando a queda de tensão na região de
fonte devido a sua resistência série.
SINTDEDSGSDEGS
RIVV
=
__
'
(3.1)
SEXTDIDSGSDIGS
RIVV
=
__
'
(3.2)
Porta
Dreno
Fonte
R
SINT
R
SEXT
V
GS
V
GS_DI
I
DS_DI
V
DD
CGT
DI
Porta
Dreno
Fonte
R
SEXT
R
SINT
V
GS
V
GS_DE
I
DS_DE
V
DD
CGT
DE
(a)
(b) (c)
R
SINT
> R
SEXT
R
SEXT
R
SINT
59
Como a área da região interna, por onde circula a corrente I
DS
, é menor do que a área
da região externa, a resistência série da região interna é maior do que a resistência série da
região externa (R
SINT
> R
SEXT
), logo a tensão efetiva entre porta e fonte do CGT
DI
é maior que
a tensão efetiva do CGT
DE
(V
GS_DI
’ > V
GS_DE
’), isso faz como que a corrente de dreno do
CGT
DI
seja maior que a corrente de dreno do CGT
DE
(I
DS_DI
> I
DS_DE
).
3.5 Transistor parasitário devido ao corpo flutuante (single-transistor latchup)
O comportamento de transistor bipolar parasitário ocorre no SOI nMOSFET circular
em configuração dreno interno. Esse fenômeno é conhecido como single-transistor latchup
[27],[28] e pode ser observado na Figura 3.5.
-0,20 -0,15 -0,10 -0,05 0,00 0,05
0,01
0,1
1
10
I
DS
/(W/L) [μA]
V
GT
[V]
Porta Retangular
Porta Circular
Dreno Externo
Dreno Interno
SOI nMOSFET
V
DS
= 0,8 V, L = 1
μm
single-transistor latchup
Figura 3.5 – Curva experimental I
DS
/(W/L) x V
GT
mostrando a ocorrência do efeito single-transistor latchup no
transistor circular operando em configuração de dreno interno na região de sublimiar.
Note que os SOI nMOSFETs convencional e circular em configuração dreno externo
não apresentam aumento abrupto na corrente, devido ao transistor parasitário, pois a
densidade de campo elétrico (
E
J
) nas suas regiões de dreno não é tão intensa quanto no
transistor circular em configuração dreno interno, pois possuem maior área de interface
dreno/canal, e dessa forma a densidade de campo elétrico não é capaz de aumentar a
ionização por impacto a ponto de fazer com que o efeito aconteça [4].
60
3.6 Transcondutância normalizada [g
m
/(W/L)]
A Figura 3.6 apresenta as curvas de transcondutância normalizada pela razão de
aspecto para duas condições de polarização de dreno [0,4 V (a) e 0,5 V (b)].
-0,2 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0
0
20
40
60
80
100
120
140
SATURAÇÃO
0.25 V
SOI nMOSFET
V
DS
= 0,4 V
L = 1
μm
Porta Retangular
Porta Circular
Dreno Externo
Dreno Interno
g
m
/(W/L)
[μS]
V
GT
[V]
Tunelamento
(a)
Single-Transistor Latchup
V
DSsat
= V
GT
TRIODO
-0,2 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
0,36 V
V
DSsat
= V
GT
Single-Transistor Latchup
SATURAÇÃO
TRIODO
Porta Retangular
Porta Circular
Dreno Externo
Dreno Interno
SOI nMOSFET
V
DS
= 0,5 V
L = 1
μm
g
m
/(W/L) [μS]
V
GT
[V]
Tunelamento
(b)
Figura 3.6 – Transcondutância normalizada em função da razão de aspecto em função da sobretensão de porta
dos SOI nMOSFETs convencional e circular, operando em configuração de dreno externo e interno para
polarização de dreno igual a 0,4 V (a) e 0,5 V (b).
61
Pode-se observar através da Figura 3.6(a) que a transcondutância do SOI MOSFET de
canal circular operando em configuração de dreno externo é um pouco maior ( 2%) que a do
convencional na região de saturação (V
GT
0,5 V). Para valores maiores que 0,5V (região de
triodo), observa-se uma acentuada degradação da transcondutância do transistor circular em
relação ao convencional devido a sua maior resistência série (R
S
), para ambas as
configurações (dreno interno e externo). Repare também que a transcondutância do transistor
circular operando em configuração de dreno interno é menor que os demais para V
GT
0,25 V
e maior entre 0,25 V e 0,45 V. Comportamento similar é observado para V
DS
= 0,5 V [Figura
3.6(b)] e também outros valores estudados nesse trabalho.
Note também na Figura 3.6, que existe um pico na transcondutância do transistor
circular operando em configuração de dreno interno (g
m_máxDI
). Esse pico de g
m
no CGT
DI
está
posicionado exatamente na interface das regiões de saturação e triodo. Ele é gerado quando a
região de estrangulamento no canal deixa de existir, devido a diminuição da ionização por
impacto decorrente do aumento na sobretensão de porta, que provoca a redução da corrente de
base que polariza o transistor bipolar parasitário inerente a essa estrutura e portanto, forçando
esse transistor a ir para a região de corte. Esse fenômeno sugere um novo método para
extração da tensão de limiar, que aqui será intitulado de “Pico de g
m
x V
GS
do CGT
DI
”.
A Figura 3.7 apresenta um conjunto de curvas de g
m
em função de V
GS
do transistor
circular em operação de dreno interno, para diferentes valores da tensão de dreno (V
DS
).
62
0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2
0,000
0,005
0,010
0,015
0,020
V
GS
=1,16 V
V
GS
=1,05 V
V
GS
=0,93 V
V
GS
=0,82 V
V
GS
=0,71 V
SOI nMOSFET
Porta Circular Dreno Interno
L = 1
μm
g
m
[S]
V
GS
[V]
V
DS
= 100 mV
V
DS
= 200 mV
V
DS
= 300 mV
V
DS
= 400 mV
V
DS
= 500 mV
V
DS
= 600 mV
V
DS
= 700 mV
V
DS
= 800 mV
V
GS
=0,6 V
Figura 3.7 – Conjunto de curvas g
m
x V
GS
experimentais para diferentes valores de V
DS
do transistor circular
operando com dreno interno, com destaque para o primeiro pico de cada curva.
Para a faixa de valores de V
DS
entre 0,3 V e 0,5 V, onde a corrente de tunelamento não
interfere no primeiro pico da transcondutância, pode-se extrair a tensão de limiar com maior
precisão a partir dos valores de V
DS
e V
GS
obtidos no gráfico de g
m
x V
GS
da Figura 3.7, pois o
primeiro pico de g
m
aparece bem no limite das regiões de saturação e triodo (V
DSsat
), e sabe-se
que V
DSsat
= V
GS
- V
TH
. Para ilustrar, considere a curva g
m
x V
GS
para V
DS
= 0,4 V, o pico da
transcondutância ocorre em V
GS
= 0,71V, logo V
TH
= 0,71 – 0,4 = 0,31 V. Esse valor é
idêntico ao valor de V
TH
obtido pelo método da segunda derivada.
3.7 Razão g
m
/I
DS
em função da sobretensão de porta
A Figura 3.8 apresenta a característica g
m
/I
DS
em função de V
GT,
para V
DS
igual a 0,11
V (a) e 0,8 V (b).
63
-0,2 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8
0
5
10
15
20
25
30
35
40
Porta Retangular
Porta Circular
Dreno Externo
Dreno Interno
SOI nMOSFET
V
DS
= 110 mV
L = 1
μm
g
m
/I
DS
[V
-1
]
V
GT
[V]
Região de Saturação
Região de Triodo
(a)
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
Região de
Triodo
g
m
/I
DS
[V
-1
]
V
GT
[V]
SOI nMOSFET
V
DS
= 0,8 V
L = 1
μm
Região de Saturação
Porta Retangular
Porta Circular
Dreno Externo
Dreno Interno
0.23 V
(b)
Figura 3.8 – Curvas experimentais de g
m
/I
DS
em função da tensão de porta (V
GT
), para V
DS
igual a 0,11 V (a) e
0,8 V (b).
Para ambas as polarizações de dreno [Figura 3.8(a) e Figura 3.8(b)], o SOI nMOSFET
circular operando em configuração de dreno externo apresenta maior g
m
/I
DS
que o
convencional, para polarização de porta desde a região de sublimiar até valores intermediários
na região de saturação [V
GT
= 0,23 V, Figura 3.8(b)]. Após esse ponto, ambos apresentam
praticamente o mesmo valor de g
m
/I
DS
. Isso ocorre porque o SOI nMOSFET circular
operando em configuração de dreno externo é mais imune a variações no comprimento efetivo
de canal e apresenta maior inclinação de sublimiar que o convencional, como pode ser visto
na Figura 3.5.
64
Na região de triodo, o canal se apresenta totalmente invertido (os portadores
minoritários se tornam majoritários), isso faz com que não haja o efeito de modulação do
comprimento de canal, tornando assim as três configurações de SOI nMOSFET equivalentes.
O SOI nMOSFET circular operando em configuração de dreno interno, quando
polarizado com baixos valores de V
GT
[Figura 3.8(a)], não sofre com o efeito de single-
transistor latchup e apresenta o comportamento idêntico ao dreno externo. Para V
DS
superior
a 0,4 V, o efeito de single-transistor latchup faz com que haja um brusco aumento na corrente
de dreno na região de sublimiar e diminuição na inclinação da curva I
DS
/(W/L) x V
GT
quando
o dispositivo começa a operar na região de saturação. Esse efeito faz com que a
transcondutância diminua apesar de uma corrente equivalente aos demais dispositivos, como
pode ser percebido na Figura 3.8(b).
3.8 Razão g
m
/I
DS
em função da corrente de dreno normalizada em função da razão de
aspecto
A Figura 3.9 apresenta a curva g
m
/I
DS
x I
DS
/(W/L) dos SOI nMOSFETs convencional e
circular operando em configuração de dreno externo e interno.
1E-10 1E-9 1E-8 1E-7 1E-6 1E-5 1E-4
0
10
20
30
40
3,2 V
-1
Inversão
Forte
Inversão
Moderada
Porta Retangular
Porta Circular
Dreno Externo
Dreno Interno
SOI nMOSFET
V
DS
= 110 mV
L = 1
μm
g
m
/I
DS
[V
-1
]
I
DS
/(W/L) [A]
Inversão
Fraca
Figura 3.9 – Curva experimental da relação g
m
/I
DS
em função da corrente de dreno normalizada [I
DS
/(W/L)] e
polarização de dreno igual a 110 mV.
65
A Figura 3.9 mostra que o SOI nMOSFET de porta circular possui o mesmo
comportamento para ambas as formas de operação (dreno interno e externo). O valor da sua
relação g
m
/I
DS
é superior ao convencional, quando operando nas regiões de inversão fraca e
moderada. No final da inversão fraca e início da moderada a diferença entre eles é de
aproximadamente 3,2 V
-1
, isso ocorre devido à transcondutância do transistor de porta circular
ser maior a do transistor convencional na região de sublimiar e, além disso, o transistor
convencional apresenta maior corrente de dreno que o transistor de porta circular para valores
de V
GT
inferiores a -0,1 V, detalhes na Figura 3.5.
Esse mesmo comportamento é observado para valores de V
DS
maiores que 110 mV,
porém na região de inversão forte, os dispositivos SOI nMOSFETs de porta circular operando
em configuração de dreno externo e o convencional apresentam praticamente os mesmos
valores de g
m
/I
DS
. Enquanto que o SOI nMOSFETs de porta circular operando em
configuração de dreno interno, apresenta uma menor relação g
m
/I
DS
decorrente de sua menor
transcondutância (diretamente afetada pelo efeito single-transistor latchup) e maior
degradação da mobilidade a medida que se aproxima da região de triodo.
A Figura 3.10 destaca essa região para uma polarização de dreno igual a 0,8 V.
1E-5 1E-4
1
2
3
4
5
6
7
8
9
Inversão Forte
SOI nMOSFET
V
DS
= 0,8 V
L = 1
μm
Porta Retangular
Porta Circular
Dreno Externo
Dreno Interno
g
m
/I
DS
[V
-1
]
I
DS
/(W/L) [A]
Inversão Moderada
0,7 V
-1
Figura 3.10 – Curva experimental da relação g
m
/I
DS
em função da corrente de dreno normalizada [I
DS
/(W/L)] e
polarização de dreno igual a 0,8 V, com destaque para a região de inversão forte.
66
3.9 Característica I
DS
x V
DS
A Figura 3.11 apresenta a corrente de dreno normalizada [I
DS
/(W/L)] em função da
tensão de dreno (V
DS
) dos SOI nMOSFETs convencional e circular nas duas configurações de
dreno possíveis. Cada conjunto de curvas considera uma mesma sobretensão de porta (V
GT
).
Neste caso, a corrente de dreno normalizada em função da razão de aspecto é usada para
eliminar os efeitos relativos às diferentes dimensões de canal dos dispositivos e V
GT
é usado
para eliminar a diferença entre as tensões de limiar (V
TH
).
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0
0
10
20
30
40
50
60
70
R
sérieQ
< R
sérieDI
I
DSQ
> I
DSDI
I
DSQ
< I
DSDI
V
GT
= 0,69 V
I
DS
/(W/L) [μA]
V
DS
[V]
Porta Retangular
Porta Circular
Dreno Externo
Dreno Interno
SOI nMOSFET
L = 1
μm
V
GT
= 0,59 V
V
GT
= 0,49 V
V
GT
= 0,19 V
TRIODO SATURAÇÃO
I
DSQ
= I
DSDI
Figura 3.11 – Medidas experimentais da corrente de dreno normalizada em função da razão de aspecto em
função da tensão de dreno dos SOI nMOSFETs convencional e circular operando em configuração de dreno
externo e interno, para diferentes valores de sobretensão de porta.
Observando a Figura 3.11, percebe-se que para baixos valores de V
GT
, as correntes de
dreno dos SOI nMOSFETs convencional e circular têm praticamente o mesmo
comportamento, pois os deslocamentos das regiões de estrangulamento em relação ao dreno
(L), são similares, que resulta em comprimentos efetivos de canal similares (L
eff
) e
67
conseqüentemente não há praticamente diferença entre as correntes de dreno. À medida que
V
GT
aumenta, a corrente do transistor circular operando em configuração de dreno interno se
torna maior que a do convencional e que a do circular operando em configuração de dreno
externo. Isso ocorre porque a área da interface dreno/canal do circular operando com dreno
interno (A
DI
) é menor que a do convencional (A
Q
), que por sua vez é menor que a do circular
operando com dreno externo (A
DE
), além disso, como descrito no item 3.4, o CGT
DI
apresenta
naturalmente maior tensão efetiva entre porta e fonte que o CGT
DE
e o SOI nMOSFET
convencional. Complementarmente maiores valores de V
GT
permitem a formação de um canal
com perfil de cargas mais uniforme e implica em aumento da ionização por impacto próximo
do ponto de estrangulamento do canal.
3.10 Tensão Early (V
EA
) e ganho de Tensão em malha aberta (A
V
)
Como mencionado no capítulo 2, utiliza-se o método do prolongamento do trecho
plano da região de saturação da curva I
DS
/(W/L) x V
DS
, para cada valor de V
GT
, a fim de fazer
a determinação de V
EA
. As curvas I
DS
/(W/L) x V
DS
são as mesmas apresentadas no item
anterior e através delas são coletados 6 valores de V
EA
para cada transistor, os quais são
apresentados na Tabela 3.1.
Tabela 3.1 – Tensão Early em função do ponto de polarização (V
GT
) dos transistores SOI nMOSFETs
convencional e circular operando em configuração de dreno externo e interno.
V
GT
[V]
Convencional
[V
EA_Q
(V)]
Circular dreno
externo
[V
EA_DE
(V)]
Circular dreno
interno
[V
EA_DI
(V)]
0,19 12,8 46,0 22,3
0,29 20,9 77,7 46,4
0,39 25,5 77,5 65,4
0,49 86,3 115,4 95,9
0,59 81,7 85,4 84,5
0,69 99,9 113,5 116,9
Observando a Tabela 3.1, à medida que se aumenta V
GT
, maiores são os valores de
V
EA
para todos os dispositivos estudados, repare que V
EA_DE
é maior que V
EA_DI
que por sua
vez é maior que V
EA_Q
para valor de V
GT
menor ou igual a 0,59 V, e para valores maiores,
V
EA_DI
é maior que os demais devido ao grande aumento de I
DSsat_DI
.
A Figura 3.12 apresenta a tensão Early em função do ponto de polarização (V
GT
) para
os SOI nMOSFETs estudados.
68
0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7
0
20
40
60
80
100
120
SOI nMOSFET
L = 1
μm
Convencional
Canal Circular
Dreno Externo
Dreno Interno
V
EA
[V]
V
GT
[V]
Figura 3.12 – Tensão Early em função da sobretensão de porta (V
GT
) experimental dos transistores SOI
nMOSFETs.
A equação (2.9) relaciona os valores de V
EA
com os valores de g
m
apresentados no
item 3.6, dessa forma é possível determinar o ganho de tensão para cada SOI nMOSFET
(Tabela 3.2).
Tabela 3.2 – Ganho de tensão em função do ponto de polarização (V
GT
) dos transistores SOI nMOSFETs
convencional e circular operando em configuração de dreno externo e interno, para V
DS
= 0,8 V.
V
GT
[V]
Convencional
[A
V_Q
(dB)]
Circular dreno
externo
[A
V_DE
(dB)]
Circular dreno
interno
[A
V_DI
(dB)]
0,19 40,8 51,4 42,9
0,29 42,2 53,2 46,7
0,39 41,6 50,9 47,3
0,49 50,4 52,4 48,4
0,59 47,6 48,0 45,4
0,69 48,5 48,9 47,1
A Figura 3.13 apresenta as curvas do ganho de tensão dos SOI nMOSFETs
convencional e circular em função da sobretensão de porta.
69
0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7
40
42
44
46
48
50
52
54
SOI nMOSFET
V
DS
= 0,8 V, L = 1 μm
Porta Retangular
Porta Circular
Dreno Externo
Dreno Interno
A
V
[dB]
V
GT
[V]
0,46V
Figura 3.13 – Representação do ganho de saída em função do ponto de polarização V
GS
dos SOI nMOSFETs
convencional e circular operando em configuração de dreno externo e interno.
Verificando-se a Figura 3.13, nota-se que o ganho de tensão do SOI nMOSFET
circular operando em configuração de dreno externo é maior que o do circular operando em
configuração de dreno interno e que o do convencional em toda a faixa de sobretensão de
porta estudada, devido a maiores valores de tensão Early e g
m
/I
DS
.
O transistor de porta circular operando em configuração de dreno interno apresenta
ganho de tensão de malha aberta superior ao SOI nMOSFET convencional para valores de
V
GT
menores ou iguais que 0,46 V, pois apresenta tensão Early
consideravelmente maior que
o do convencional. Para valores de V
GT
maiores que 0,46 V, o seu ganho de tensão é menor,
pois a sua pior relação g
m
/I
DS
em relação ao convencional, e a redução na diferença entre os
valores de tensão Early
,
permitem que o SOI nMOSFET convencional apresente maior ganho
de tensão em relação ao transistor de porta circular operando em configuração de dreno
interno.
3.11 Distorção harmônica para dispositivos operando em saturação
A distorção harmônica total (THD) e distorção da terceira harmônica (HD3) dos SOI
nMOSFETs convencional e circular operando em configuração de dreno externo e interno são
analisadas com a utilização do Método da Função Integral (IFM), suportado pela ferramenta
matemática programa Mathcad [29].
70
A distorção harmônica de segunda ordem (HD2) não é estudada, pois se objetiva
aplicação em amplificadores operacionais, onde a presença de pares diferenciais suprime os
harmônicos de ordem par [10],[12].
3.11.1
Distorção harmônica total (THD)
A partir da curva característica experimental I
DS
/(W/L) x V
GT
, foi extraída a distorção
harmônica total para dois valores diferentes de amplitude do sinal de entrada (V
a
), 30 mV
[Figura 3.14(a)] e 200 mV [Figura 3.14(b)], considerando V
DS
= 0,8 V e variando seu nível
DC da entrada de V
TH
até V
TH
+ 1 V, assim V
GT
está entre 0 V e 1 V.
0,00,20,40,60,81,0
-60
-50
-40
-30
-20
Região de Saturação
THD [dB]
V
GT
[V]
16,3 dB
4,2 dB
(a)
Região de Saturação
Reg.
de Triodo
SOI nMOSFET
V
DS
= 0,8 V, L = 1 μm, V
a
= 30 mV
Porta Retangular
Porta Circular
Dreno Externo
Dreno Interno
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0
-35
-30
-25
-20
-15
-10
-5
THD [dB]
V
GT
[V]
9,3 dB
4,3 dB
(b)
Região de Saturação
Região
de Triodo
SOI nMOSFET
V
DS
= 0,8 V, L = 1 μm, V
a
= 200 mV
Porta Retangular
Porta Circular
Dreno Externo
Dreno Interno
Figura 3.14 – Distorção harmônica total em função do ponto de polarização V
GT
experimental dos SOI
nMOSFETs convencional e circular operando em configuração de dreno externo e interno para V
a
igual a 30
mV(a) e 200 mV (b).
71
Analisando a Figura 3.14(a), observa-se que o comportamento da THD dos
transistores convencional e circular operando em configuração de dreno externo, é
praticamente o mesmo para valores de sobretensão de porta inferiores a 0,4 V. Para valores de
V
GT
maiores que 0,4 V, o transistor circular operando em configuração de dreno externo
apresenta menor THD que o convencional, pois a distância da região de estrangulamento em
relação ao dreno (ΔL
DE
) é menor que a do convencional (ΔL
Q
), devido a maior área de sua
região de interface dreno/canal (A
DE
) em relação aos demais dispositivos, o que faz com que a
inclinação de sua curva I
DS
/(W/L) x V
GS
varie menos que a dos demais dispositivos (é mais
linear), ou seja, ΔL
DE
, L
eff_DE
e I
DS_DE
são menos susceptíveis as variações de V
GS
. Quando
V
GT
= 0,8 V (limite entre as regiões de triodo e saturação, V
GT
= V
DS
) a linearidade do
transistor circular em configuração de dreno externo é aproximadamente 4,2 dB melhor que o
convencional.
A THD do transistor circular operando em configuração dreno interno é menor que os
demais para valores de V
GT
menores que 0,6 V. A maior diferença da THD em relação ao
transistor convencional é de 16,3 dB, quando V
GT
vale aproximadamente 0,5 V e V
a
é igual a
30 mV. Essa expressiva melhora na linearidade se deve a menor variação da corrente de dreno
do CGT operando em configuração de dreno interno em relação aos demais. Isso é possível
devido a presença do efeito de single-transistor latchup na região de sublimiar, responsável
por uma maior corrente de dreno, que vai se aproximando das demais à medida que V
GT
aumenta e o perfil da concentração de elétrons no canal se torna mais uniforme, diminuindo-
se a ionização por impacto (I.I.) e fazendo com que o comprimento efetivo do canal (L
eff
) se
aproxime do valor de máscara (L). Para valores de V
GT
maiores que 0,6 V, a THD do CGT
operando em configuração com dreno interno é maior que a do transistor convencional e que a
do CGT operando em configuração com dreno externo, esse comportamento se mantém até
pelo menos o final da região de saturação. Isso ocorre devido a maior resistência série dos
transistores circulares em relação ao convencional e a brusca variação na transcondutância,
decorrente da diminuição da influência do efeito de single-transistor latchup na corrente de
dreno.
Praticamente o mesmo comportamento de THD é observado para V
a
= 200 mV
[Figura 3.14(b)]. Neste caso, a diferença máxima de THD do transistor circular operando em
configuração de dreno interno em relação ao convencional é 9,3 dB.
72
3.11.2
Distorção do harmônico de terceira ordem (HD3)
A Figura 3.15 apresenta o comportamento de HD3 em função de V
GT
para dois valores
de V
a
, 30 mV [Figura 3.15(a)] e 200 mV [Figura 3.15(b)].
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0
-120
-110
-100
-90
-80
-70
-60
-50
-40
HD3 [dB]
V
GT
[V]
(a)
Região de Saturação
Região de
Triodo
Porta Retangular
Porta Circular
Dreno Externo
Dreno Interno
SOI nMOSFET
V
DS
= 0,8 V, L = 1 μm
V
a
= 30 mV
0,00,20,40,60,81,0
-120
-100
-80
-60
-40
-20
0
HD3 [dB]
V
GT
[V]
(b)
Região de
Saturação
Região de
Triodo
SOI nMOSFET
V
DS
= 0,8 V, L = 1 μm
V
a
= 200 mV
Porta Retangular
Porta Circular
Dreno Externo
Dreno Interno
Figura 3.15 – Distorção harmônica de terceira ordem em função do ponto de polarização V
GT
dos SOI
nMOSFETs convencional e circular operando em configuração de dreno externo e interno para V
a
igual a 30 mV
(a) e 200 mV (b).
Analisando as Figura 3.15, nota-se que para V
GT
menor do que 0,18 V, o SOI
nMOSFET de canal circular operando em configuração de dreno interno apresenta menor
73
influência da HD3 que o transistor com dreno externo e o convencional. Porém, para valores
superiores a esse e principalmente após V
GT
igual a 0,5 V, o transistor circular operando em
configuração de dreno interno é mais influenciado que os demais, isso se deve aos mesmo
motivos descritos no item 3.11.1. Além disso, o SOI nMOSFET circular operando em
configuração de dreno externo possui comportamento similar ao transistor convencional
(principalmente enquanto V
GT
é menor do que 0,7 V). Esse comportamento se deve a
semelhança entre suas curvas I
DS
/(W/L) x V
GT
, que começam a se diferenciar à medida que
aproxima da região de triodo, quando a resistência série se torna mais significativa no
comportamento dos dispositivos. A menor resistência série do CGT
DE
em relação ao
convencional permite uma menor variação na corrente de dreno e consequentemente maior
linearidade.
O mesmo comportamento de HD3 desses dispositivos foi observado para outros
valores de V
DS
.
3.11.3
Distorção harmônica total efetiva
A Figura 3.16 apresenta a distorção harmônica total sobre o ganho de tensão de saída
(THD/Av) em função de V
GT
.
0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7
-110
-100
-90
-80
-70
-60
-50
14,9 dB
Porta Retangular
Porta Circular
Dreno Externo
Dreno Interno
THD/A
V
[dB]
V
GT
[V]
(THD/A
V
)
DI
< (THD/A
V
)
DE
7, 6 dB
Região de
Saturação
SOI nMOSFET, V
DS
= 0,8 V, L = 1 μm
V
a
= 200 mV
V
a
= 30 mV
Figura 3.16 – THD/A
V
em função do ponto de polarização V
GT
experimental dos SOI nMOSFETs convencional
e circular operando em configuração de dreno externo e interno para V
a
igual a 30 mV e 200 mV.
74
Analisando a Figura 3.16, pode-se notar que a distorção harmônica total normalizada
em função do ganho de tensão (THD/A
V
) do transistor de canal circular operando em
configuração de dreno externo é menor que o SOI nMOSFET convencional para todas os
valores de V
GT
estudados. Isto pode ser justificado, porque os transistores circulares operando
em configuração de dreno externo apresentam maiores valores da razão transcondutância
sobre corrente de dreno (g
m
/I
DS
) e de tensão Early (V
EA
), até valores de V
GT
próximos da
transcondutância máxima (g
m_max
) [11], resultando em um maior ganho de tensão A
V
[=
(g
m
/I
DS
).V
EA
], considerando as mesmas condições de polarização. O mesmo comportamento é
observado para o transistor circular operando em configuração de dreno interno, mas apenas
para V
GT
menor ou igual a 0,6 V. Na faixa de V
GT
entre 0,32 V e 0,58 V, o transistor circular
operando em configuração de dreno interno apresenta linearidade superior à configuração de
dreno externo, isso porque nesse faixa de valores ele apresenta sua melhor linearidade e
possui menor resistência série de fonte, como demonstrado no item 3.4, o que permite uma
corrente de dreno maior e valores de tensão Early próximos dos obtidos na configuração de
dreno externo.
A mais importante figura de mérito gerada por este trabalho que pode ser usada em
projetos de circuitos integrados analógicos é a razão da distorção harmônica total sobre o
ganho de tensão saída (THD/A
V
) em função da transcondutância sobre a corrente de
polarização de dreno (g
m
/I
DS
), considerando dois valores diferentes de amplitude máxima do
sinal de entrada senoidal (V
a
), como indicado na Figura 3.17.
123456789
-105
-100
-95
-90
-85
-80
-75
-70
-65
-60
-55
-50
Inversão Moderada
Inversão Forte
V
a
= 200 mV
V
a
= 30 mV
Porta Retangular
Porta Circular
Dreno Externo
Dreno Interno
THD/A
V
[dB]
g
m
/I
DS
[V
-1
]
SOI nMOSFET
V
DS
= 0,8 V
L = 1 μm
Figura 3.17 – THD/A
V
em função da relação g
m
/I
DS
experimental dos SOI nMOSFETs convencional e circular
operando em configuração de dreno externo e interno para V
a
igual a 30 mV e 200 mV.
75
Para valores de g
m
/I
DS
entre 2,5 V
-1
e 3,5 V
-1
, note que (THD/A
V
)
DI
é menor que
(THD/A
V
)
DE
que por sua vez é menor que (THD/A
V
)
Q
, isso ocorre porque essa faixa de
valores coincide com a região de maior linearidade e V
EA
do CGT
DI
, isso é observado através
da Figura 3.12 e da Figura 3.14.
Para valores de g
m
/I
DS
superiores a 3,5 V
-1
, o CGT
DI
sofre uma grande perda de
linearidade devido a aproximação da região de inversão moderada, onde apresenta uma menor
transcondutância em relação aos demais, isso representa um menor ganho em malha aberta.
Nessa faixa de valores, o CGT
DE
apresenta tensão Early e g
m
/I
DS
superior a do CGT
DI
e do
SOI nMOSFET convencional.
Assim, mais uma vez é melhor utilizar o SOI nMOSFET circular operando em
configuração de dreno externo ao invés do SOI nMOSFET convencional, a fim de melhorar a
linearidade considerando as regiões de inversão forte e moderada, para aplicações analógicas,
como OTAs operando em alta freqüência.
3.11.4
Distorção harmônica em função da amplitude da entrada senoidal (V
a
)
Com o objetivo de verificar o comportamento da linearidade em função da amplitude
de um sinal senoidal de entrada (V
a
), focando OTAs operando em alta freqüência, o valor de
g
m
/I
DS
foi fixado em 4,6 V
-1
. Na Figura 3.18 é mostrado THD/A
V
em função de V
a
para os
SOI nMOSFETs convencional e circular operando em ambas as configurações.
0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0
-90
-80
-70
-60
-50
THD/A
V
[dB]
V
a
[V]
Porta Retangular
Porta Circular
Dreno Externo
Dreno Interno
SOI nMOSFET
L = 1
μm
V
DS
= 800 mV
g
m
/I
DS
= 4,6 V
-1
Figura 3.18 – THD/A
V
em função de V
a
dos SOI nMOSFETs convencional e circular operando em configuração
de dreno externo e interno para g
m
/I
DS
igual a 4,6 V
-1
.
76
Observa-se na Figura 3.18, que THD/A
V
do transistor circular operando em
configuração de dreno externo apresenta uma melhor linearidade ( 6 dB) em relação ao
convencional SOI nMOSFET para todos os valores de V
a
em ambas as regiões de operação
(saturação e triodo).
O mesmo comportamento é observado no circular em configuração de dreno interno
para valor de V
GT
menor do que 0,7 V. Depois deste valor ocorre uma brusca piora na
linearidade devido à sua maior resistência série, pois I
DS_DI
é menor do que I
DS_Q
(passa a
operar na região de triodo).
Considerando a Figura 3.18, pode-se extrair a máxima amplitude do sinal senoidal de
entrada para uma determinada distorção harmônica efetiva, como apresentado na Tabela 3.3.
Tabela 3.3 – THD/A
V
x V
a
dos SOI nMOSFETs convencional e circular operando em configuração de
dreno externo e interno para g
m
/I
DS
igual a 4,6 V
-1
.
THD/A
V
(dB)
Convencional
[V
a_Q
(V)]
Circular dreno
externo
[V
a_DE
(V)]
Circular dreno
interno
[V
a_DI
(V)]
-80 0,02 0,04 0,05
-75 0,03 0,07 0,08
-70 0,06 0,12 0,15
-65 0,11 0,22 0,25
-60 0,2 0,42 0,44
-55 0,36 0,96 0,69
Analisando a Tabela 3.3, para uma mesma distorção harmônica total efetiva
(THD/A
V
), pode-se verificar que o SOI nMOSFET circular operando em ambas as
configurações, pode amplificar sinais senoidais com amplitudes pelo menos duas vezes
maiores que as suportadas pelo transistor convencional.
Na Figura 3.19 é apresentada HD3/A
V
em função de V
a
para os transistores
convencional e circular operando em ambas as configurações.
77
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0
-160
-140
-120
-100
-80
-60
-40
-20
0
Porta Retangular
Porta Circular
Dreno Externo
Dreno Interno
SOI nMOSFET
L = 1
μm
V
DS
= 800 mV
g
m
/I
DS
= 4,6 V
-1
HD3/A
V
[dB]
V
a
[V]
Figura 3.19 – HD3/A
V
em função de V
a
experimental dos SOI nMOSFETs convencional e circular operando em
configuração de dreno externo e interno para g
m
/I
DS
igual a 4,6 V
-1
.
Como observado, a HD3/A
V
é muito menor que a THD/A
V
para todos os transistores
estudados, porém THD/A
V
do SOI nMOSFET circular operando em configuração de dreno
interno é mais afetada pela HD3/A
V
que o SOI nMOSFET convencional. Já o SOI nMOSFET
circular operando em configuração dreno externo apresenta menor HD3/A
V
que as demais
configurações em praticamente toda a faixa de amplitude de V
a
estudada, com destaque para
valores de V
a
superiores a 0,6 V.
3.12 Resumo das medidas experimentais
A Tabela 3.4 apresenta um breve resumo dos principais resultados obtidos através das
medidas experimentais dos dispositivos SOI nMOSFETs estudos neste capítulo.
78
Tabela 3.4 – Resumo das medidas experimentais dos SOI nMOSFETs convencional e circular operando nas
configurações de dreno externo e interno.
Características Resultados Experimentais Observações
CGT
DE
Convencional
0,6 V V
DS
1,0 V
Região de saturação
I
DS
x V
GT
CGT
DI
maior corrente
Influenciado pelo efeito de
single latchup (indesejável)
Resistência série Convencional < CGTs
CGT
DE
Convencional Região de saturação
g
m
/(W/L) x V
GT
CGT
DI
pico na interface sat./triodo
CGT
DI
sugere método para
extração de V
TH
CGTs > Convencional
V
DS
= 110 mV
Inversão fraca e moderada
g
m
/(W/L) x I
DS
/(W/L)
CGT
DE
> Conv. > CGT
DI
V
DS
= 0,8 V
Inversão moderada
Tensão Early (V
EA
) CGT
DE
> CGT
DI
> Conv. 0,19 V V
GT
0,69 V
CGT
DE
> CGT
DI
> Conv V
GT
< 0,5 V
Ganho de tensão (A
V
)
CGT
DE
> Conv > CGT
DI
V
GT
0,5 V
CGT
DE
Convencional
V
DS
= 0,8 V
V
a
= 30 mV e 200 mV
0 V V
GT
1 V
THD x V
GT
CGT
DI
<< CGT
DE
e Convencional
Influenciado pelo efeito de
single latchup (indesejável)
THD/A
V
x V
GT
CGT
DE
< Convencional
V
DS
= 0,8 V
V
a
= 30 mV e 200 mV
0,2 V V
GT
< 0,7 V
THD/A
V
x g
m
/I
DS
CGT
DE
< Convencional
V
DS
= 0,8 V
V
a
= 30 mV e 200 mV
Inversão moderada e forte
THD/A
V
x V
a
CGT
DE
< Convencional
V
DS
= 0,8 V
g
m
/I
DS
= 4,6 V
-1
0 V < V
a
< 1 V
Analisando a Tabela 3.4, podemos concluir que o SOI nMOSFET de porta em formato
de anel circular, operando em configuração de dreno externo, apresenta menor distorção
harmônica e pode amplificar sinais alternados com maiores amplitudes que o SOI nMOSFET
convencional, quando operando na região de saturação. SOI nMOSFET de porta em formato
de anel circular operando em configuração de dreno interno apresenta picos de linearidade
muito superiores aos demais dispositivos, porém essa maior linearidade é decorrente da
presença do efeito parasitário de single-transistor latchup, o que é extremamente indesejável.
79
4 SIMULAÇÕES NUMÉRICAS – RESULTADOS
Neste capítulo são apresentados os resultados do estudo da distorção harmônica em
SOI nMOSFETs convencional e de porta de geometria circular, obtidos por meio de
simulações numéricas tridimensionais, executadas através do programa simulador de
dispositivos Atlas [30]. O estudo comparativo entre a distorção harmônica desses dispositivos
também é apresentado. Cabe aqui ressaltar que o objetivo deste capítulo é verificar as
tendências que foram observadas experimentalmente, ou seja, é realizado um estudo
comparativo qualitativo de linearidade.
4.1 Simulador Atlas
Atlas é um programa simulador de dispositivos, desenvolvido pela Silvaco, que se
baseia em modelos físicos para prever o comportamento elétrico de dispositivos
semicondutores para uma dada condição de polarização.
As simulações baseadas nas características físicas têm se tornado muito importantes
por duas razões. A primeira razão por serem muito mais rápidas e baratas que a realização de
medidas experimentais, e a segunda é porque fornecem informações que são difíceis ou
impossíveis de se extrair com precisão.
As simulações Atlas normalmente utilizam dois arquivos de entrada. O primeiro é um
arquivo de texto que contém os comandos do simulador, onde são declarados os modelos
físicos e procedimentos numéricos (chamados de métodos) que devem ser adotados para
resolver as equações associadas e se alcançar a solução desejada. O segundo arquivo de
entrada define o dispositivo semicondutor a ser estudado.
Todas as simulações Atlas realizadas neste estudo foram preparadas e executadas no
programa DeckBuild [31], também da Silvaco, que nada mais é do que um ambiente de
simulação.
As estruturas dos transistores foram desenvolvidas no programa DevEdit3D [31], que
é outra uma ferramenta iterativa da Silvaco, para edição dos dispositivos semicondutores e
grades. Neste caso foram desenvolvidos dois SOI nMOSFETs similares com o mesmo
comprimento de canal de 1 μm. Um deles é o transistor de porta circular representado por
apenas uma fatia de 10º, que equivale a uma largura de canal de 2,8 μm e o outro é o
transistor convencional desenvolvido com largura de canal de 1 μm. Em função dessas
80
diferenças geométricas, a corrente de dreno dos dispositivos é apresentada normalizada em
função da razão de aspecto (W/L). As Figuras 4.1 e 4.2 apresentam os SOI nMOSFETs
simulados e a Figura 4.3 a seção transversal desses dispositivos.
Figura 4.1 – Representação tridimensional da estrutura do SOI nMOSFET convencional simulada.
Figura 4.2 – Representação tridimensional da estrutura do SOI nMOSFET circular simulada.
L = 1 μm
W = 1
μ
m
Alumínio
SiO
2
Silício
Silício Poli
Materiais:
Re
g
ião interna de fonte/dreno
Região externa de dreno/fonte
W
médio
= 2,8
μ
m
L = 1 μm
Alumínio
SiO
2
Silício
Silício Poli
Materiais:
Região interna de fonte/dreno
Região externa de dreno/fonte
10
o
81
Figura 4.3 – Seção transversal das estruturas simuladas.
Os dispositivos simulados além de respeitarem as mesmas dimensões geométricas dos
dispositivos medidos experimentalmente, apresentam as mesmas concentrações de dopantes
no canal (N
A
= 5,5x10
17
cm
-3
) e nas regiões de dreno e fonte (N
Dreno/Fonte
= 1x10
20
cm
-3
).
4.2 Modelos utilizados no simulador Atlas
As simulações Atlas utilizam modelos matemáticos que descrevem os fenômenos
físicos relevantes, tais como modelos que descrevem o comportamento de cargas estáticas,
mobilidade dos portadores entre outros. Na seqüência apresentamos uma pequena descrição
de cada um dos modelos utilizados [30] e no Apêndice B encontram-se dois dos arquivos de
simulação numéricas tridimensionais utilizados neste trabalho.
KLA (Klaassen Model): modelo para baixos campos elétricos que fornece uma
descrição unificada da mobilidade dos portadores majoritários e minoritários.
Considera a distribuição das impurezas e das cargas ao longo da estrutura e
mede os efeitos do agrupamento de impurezas em regiões de alta concentração.
t
oxf
= 2,5 nm
L = 1 μm
t
oxb
= 400 nm
t
si
= 100 nm
Alumínio
SiO
2
Silício
Silício Poli
Materiais:
82
Este modelo é recomendado tanto para dispositivos MOS quanto para
bipolares. Mais detalhes sobre esse modelo estão descritos nas referências [32]
e [33].
SHI (Shirahata Model): modelo de mobilidade que leva em conta a degradação
da mobilidade dentro das camadas de inversão, causada pelo campo elétrico
vertical (ideal para transistores com óxido fino de porta) [34].
FLDMOB (Parallel Electric Field Dependence): modelo de degradação da
mobilidade, baseado na intensidade do campo elétrico vertical. É utilizado em
dispositivos de silício e arseneto de gálio, para modelagem de efeitos
relacionados à velocidade de saturação dos portadores.
SRH (Shockley-Read-Hall): modelo de recombinação dos pares elétrons-
lacunas gerados por distúrbios no equilíbrio da estrutura [35],[36]. Trabalha
com tempo de vida fixo de portadores e leva em conta a temperatura.
AUGER: modelo de recombinação que ocorre através da transição do estado
de uma partícula, na qual um portador livre pode ser capturado ou emitido do
material [37]. Este é um modelo importante em dispositivos com alta
concentração de corrente.
BGN (Bandgap Norrowing): modelo para cargas estáticas que descreve a
dependência da distância entre as faixas de energia e a concentração de
dopantes [38]. Importante em regiões altamente dopadas (> 10
18
cm
-3
).
IMPACT SELB (Selberherr’s Model): modelo de ionização por impacto com
dependência da temperatura [39], é uma variação do modelo clássico de
Chynoweth [40]. A temperatura dos portadores é utilizada para calcular o
campo elétrico efetivo baseado em uma relação homogênea entre temperatura e
campo. É um modelo considerado local, por apresentar dependência direta com
o campo em cada ponto da estrutura.
É importante salientar, que as simulações Atlas realizadas neste capítulo, usam na
maioria dos parâmetros dos modelos utilizados, valores iniciais definidos pelo próprio
simulador (valores default), pois como foi dito no início deste capítulo, o objetivo principal é
verificar as tendências observadas experimentalmente, sem o comprometimento de realizar a
otimização de todos os parâmetros dos modelos Atlas, a fim de obter resultados de simulações
exatamente iguais aos resultados experimentais obtidos no capítulo anterior.
83
4.3 Tensão de limiar (V
TH
)
As tensão de limiar desses transistores é calculada com o objetivo comparar seus
comportamentos, garantindo-se que tenham sempre a mesma sobretensão de porta (V
GT
=
V
GS
-V
TH
).
A Figura 4.4 apresenta como foi feita a extração da tensão de limiar para o SOI
nMOSFET convencional (a) e para o circular (b) e (c), através das curvas da segunda derivada
da corrente de dreno em função de V
GS
, para V
DS
igual a 10 mV.
0,00,10,20,30,40,50,60,7
-20
0
20
40
60
80
100
V
GS
[V]
SOI nMOSFET Convencional
V
DS
= 10 mV
I
DS
[μ A]
Primeira Derivada [S]
Segunda Derivada [A.V
-2
]
V
TH
= 0,23 V
(a)
0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8
-20
0
20
40
60
80
100
V
GS
[V]
SOI nMOSFET Circular com Dreno Externo
V
DS
= 10 mV
I
DS
[μA]
Primeira Derivada [S]
Segunda Derivada [A.V
-2
]
V
TH
= 0,23 V
(b)
0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7
-20
0
20
40
60
80
100
V
GS
[V]
SOI nMOSFET Circular com Dreno Interno
V
DS
= 10 mV
I
DS
[μA]
Primeira Derivada [S]
Segunda Derivada [A.V
-2
]
V
TH
= 0,23 V
(c)
Figura 4.4 – Curvas da segunda derivada de I
DS
x V
GS
dos SOI nMOSFET convencional (a), circular em
configurações de dreno externo (b) e interno (c).
84
Observa-se que a tensão de limiar é a mesma para todos os dispositivos estudados.
Mesmo assim, todas as curvas características são apresentadas em função de V
GT
, para
facilitar a comparação com os resultados experimentais.
4.4 Características I
DS
x V
GT
A Figura 4.5 apresenta as curvas de I
DS
em função de V
GT
do transistor convencional e
circular operando em configuração de dreno externo e interno, para V
DS
igual a 0,8 V.
-0,2 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0
0
30
60
90
120
150
180
I
DS
/(W/L) [μA]
V
GT
[V]
SOI nMOSFET
V
DS
= 0,8 V, L = 1 μm
Porta Retangular
Porta Circular
Dreno Externo
Dreno Interno
V
DSsat
= V
GT
Região de Saturação
Reg. de
Triodo
Figura 4.5 – Corrente de dreno em função da sobretensão de porta dos SOI nMOSFETs convencional e circular
operando em configuração de dreno externo e interno para V
DS
= 0,8 V.
Através a Figura 4.5, observa-se que para valores de V
GT
de até 0,5 V, as três
configurações de transistor estudadas apresentam praticamente o mesmo comportamento.
Para valores superiores, os SOI nMOSFETs circulares passam a apresentar patamares de
corrente de dreno superior ao transistor convencional. Ainda assim, o CGT
DE
tende a
apresentar um comportamento mais similar ao SOI nMOSFET convencional do que o CGT
DI
.
Esse mesmo comportamento foi observado para simulações com tensão de dreno de 0,5 V.
85
4.5 Resistência série normalizada
A Figura 4.6 apresenta a curva da resistência série total entre dreno e fonte em função
de V
GS
dos SOI nMOSFETs convencional e circular, através da qual foi extraída a resistência
série normalizada (R
Snorm
) dos dispositivos, utilizando o método descrito no item 2.4.
1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0
2300
2400
2500
2600
2700
2800
2900
3000
Patamar transistor
circular
R
Snorm
= 2400 Ω
Patamar transistor
convencional
R
Snorm
= 2450 Ω
Porta Retangular
Porta Circular
Dreno Externo
Dreno Interno
SOI nMOSFET
V
DS
= 100 mV, L = 1 μm
Região de Triodo
R
DS
.(W/L) [Ω]
V
GT
[V]
Figura 4.6 – Resistência normalizada entre dreno e fonte dos SOI nMOSFETs convencional e circular operando
em configuração de dreno externo e interno para polarização de dreno igual a 100 mV.
Nota-se, que diferentemente das medidas experimentais, a resistência série do
dispositivo circular é inferior à resistência do dispositivo convencional. Para altos valores de
polarização a resistência do canal se torna desprezível frente a resistência das regiões de dreno
e fonte. Essa resistência está diretamente ligada à resistência de contato entre o silício e o
metal condutor, neste caso alumínio. Quanto maior a área de contato menor a resistência. As
estruturas simuladas possuem grandes áreas de contato entre o metal e o silício das regiões de
dreno e fonte. Se considerado apenas isso, o SOI nMOSFET convencional apresentaria uma
resistência série muito inferior ao SOI nMOSFET de porta de geometria circular, uma vez que
sua área de contato é de aproximadamente 15,5 μm
2
contra apenas 7,86 μm
2
do SOI
nMOSFET de porta de geometria circular. Porém quando se considera apenas a região por
onde a corrente circula de forma significativa, o resultado é bem diferente. As Figuras 4.7, 4.8
e 4.9 apresentam o estudo feito sobre a seção transversal dos dispositivos, considerando-se as
áreas próximas da interface metal/óxido de isolação do contato interno e externo dos SOI
nMOSFETs convencional e de porta de geometria circular operando em configuração de
86
dreno externo e interno em função da densidade de corrente elétrica (A/cm
2
), para
polarizações de dreno igual a 100 mV e de porta igual a 5 V.
Figura 4.7 – Seção transversal do SOI nMOSFET convencional destacando-se as regiões de interface
metal/óxido de isolação do contato externo (a) e interno (b) em função da densidade de corrente elétrica.
7,75 nm
SOI nMOSFET Convencional
Contato Interno
Den. de corrente (A/cm
2
)
Óxido
(a)
6,9 nm
Contato Externo
Den. de corrente (A/cm
2
)
Óxido
SOI nMOSFET Convencional
(b)
87
Figura 4.8 – Seção transversal do SOI nMOSFET circular operando em configuração de dreno externo
destacando-se as regiões de interface metal/óxido de isolação do contato externo (a) e interno (b) em função da
densidade de corrente elétrica.
8,0 nm
SOI nMOSFET Circular
Dreno Externo
Contato Interno
Den. de corrente (A/cm
2
)
Óxido
Den. de corrente (A/cm
2
)
(a)
6,9 nm
Contato Externo
Den. de corrente (A/cm
2
)
Óxido
SOI nMOSFET Circular
Dreno Externo
(b)
88
Figura 4.9 – Seção transversal do SOI nMOSFET circular operando em configuração de dreno interno
destacando-se as regiões de interface metal/óxido de isolação do contato externo (a) e interno (b) em função da
densidade de corrente elétrica.
Considerando-se a área de contato útil dos dispositivos, para valores que apresentam
densidades de corrente elétrica iguais ou superiores a 1x10
5
A/cm
2
e tomando-se como base
8,1 nm
Contato Interno
Óxido
SOI nMOSFET Circular
Dreno Interno
Den. de corrente (A/cm
2
)
(a)
7,3 nm
Contato Externo
Den. de corrente (A/cm
2
)
Óxido
SOI nMOSFET Circular
Dreno Interno
(b)
89
os comprimentos anotados nas Figuras 4.7, 4.8 e 4.9, depois de calculada a área de contato
dos dispositivos e aplicada a devida normalização, observa-se que o SOI nMOSFET circular
operando em configuração de dreno interno tem maior área de contato útil que a configuração
de dreno externo que por sua vez é maior que o SOI nMOSFET convencional. Esse resultado
está de acordo com o observado na Figura 4.6.
Vale lembrar que diferentes comprimentos do óxido de isolação entre os contatos de
porta e fonte/dreno, podem provocar variações nas áreas úteis de contato dos dispositivos,
sobretudo nos dispositivos circulares, devido sua assimetria entre dreno e fonte.
4.6 Transcondutância normalizada [g
m
/(W/L)]
A Figura 4.10 apresenta as curvas de transcondutância normalizada pela razão de
aspecto para polarização de dreno igual a 0,8 V.
-0,2 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0
0
40
80
120
160
200
240
g
m
/(W/L) [μS]
V
GT
[V]
SOI nMOSFET
V
DS
= 0,8 V, L = 1 μm
Porta Retangular
Porta Circular
Dreno Externo
Dreno Interno
Pico de g
m
no CGT
DI
Região de Saturação
Reg. de
Triodo
V
GT
= 0,25 V
Figura 4.10 – Transcondutância normalizada em função da razão de aspecto em função da sobretensão de porta
dos SOI nMOSFETs convencional e circular, operando em configuração de dreno externo e interno para
polarização de dreno igual a 0,8 V.
Pode-se observar através da Figura 4.10 que a transcondutância dos SOI nMOSFETs
de canal circular é superior a do transistor convencional para valores de V
GT
superiores a 0,25
V. Observe que o CGT
DI
apresenta maior transcondutância que o CGT
DE
e o SOI nMOSFET
convencional para a faixa de V
GT
entre 0,57 V a 1,0 V. Novamente o comportamento do
CGT
DE
é mais próximo do comportamento do SOI nMOSFET convencional do que o CGT
DI
,
seguindo as mesmas tendências que foram observadas nos resultados experimentais da seção
90
3.6. A superioridade de g
m
/(W/L) dos SOI nMOSFETs de canal circular em relação ao
convencional na região de triodo, é conseqüência da menor resistência série obtida nas
estruturas simuladas.
Uma característica bastante interessante do SOI nMOSFET circular operando em
configuração de dreno interno, observada também por medidas experimentais, é que seu pico
de transcondutância ocorre na interface entre as regiões de saturação e triodo, podendo ser
utilizado para extrair a tensão de limiar (sugere um novo método de extração de tensão de
limiar, confirmado por resultados de simulações numéricas tridimensionais).
4.7 Razão g
m
/I
DS
em função da sobretensão de porta
A Figura 4.11 apresenta a característica g
m
/I
DS
em função de V
GT,
para V
DS
igual a 0,8
V.
-0,2 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0
0
5
10
15
20
25
30
Reg. de
Triodo
g
m
/I
DS
[V
-1
]
SOI nMOSFET
V
DS
= 0,8 V, L = 1 μm
Porta Retangular
Porta Circular
Dreno Externo
Dreno Interno
Região de Saturação
Reg. de
Sub-limiar
0,18 0,19 0,20 0,21 0,22 0,23 0,24 0,25
4,6
4,8
5,0
5,2
5,4
5,6
g
m
/I
DS
[V
-1
]
V
GT
[V]
Figura 4.11 – g
m
/I
DS
em função da sobretensão de porta (V
GT
) dos SOI nMOSFETs convencional e circular para
V
DS
igual a 0,8 V.
91
Através da Figura 4.11, é possível verificar a superioridade da relação g
m
/I
DS
dos SOI
nMOSFETs circulares em relação ao convencional. Esse comportamento não pode ser
observado durante as medidas experimentais no CGT
DI
, vide Figura 3.8. Essa restrição se deu
justamente em função do efeito parasitário de single-transistor latchup, descrito no item 3.5,
que provocou acentuada degradação em sua relação g
m
/I
DS
. Já o CGT
DE
, apresenta o mesmo
comportamento observado experimentalmente, ou seja, uma pequena superioridade g
m
/I
DS
em
relação ao SOI nMOSFET convencional.
4.8 Razão g
m
/I
DS
em função da corrente de dreno normalizada em função da razão de
aspecto
A Figura 4.12 apresenta a curva g
m
/I
DS
x I
DS
/(W/L) dos SOI nMOSFETs convencional
e circular operando em configuração de dreno externo e interno.
10
-8
10
-7
10
-6
10
-5
10
-4
0
5
10
15
20
25
30
35
40
Inversão
Forte
Inversão Fraca
Inversão Moderada
I
DS
/(W/L) [A]
g
m
/I
DS
[V
-1
]
g
m
/I
DS
[V
-1
]
5x10
-7
5,5x10
-7
6x10
-7
24,6
24,8
25,0
25,2
25,4
SOI nMOSFET
V
DS
= 0,8 V, L = 1 μm
Porta Retangular
Porta Circular
Dreno Externo
Dreno Interno
Figura 4.12 – g
m
/I
DS
em função da corrente de dreno normalizada [I
DS
/(W/L)].
92
A Figura 3.9 mostra um comportamento muito semelhante entre os SOI nMOSFETs
convencional e circular, porém assim como ocorre no item 4.7, o SOI nMOSFET circular
apresenta uma pequena superioridade em relação ao convencional quando operando na região
de inversão moderada e forte.
4.9 Característica I
DS
x V
DS
A Figura 4.13 apresenta a corrente de dreno normalizada [I
DS
/(W/L)] em função da
tensão de dreno (V
DS
) dos SOI nMOSFETs convencional e circular nas duas configurações de
dreno possíveis. Cada conjunto de curvas considera uma mesma sobretensão de porta (V
GT
).
Neste caso, a corrente de dreno normalizada em função da razão de aspecto é usada para
eliminar os feitos relativos às diferenças na largura de canal dos dispositivos.
0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2
20
30
40
50
60
70
80
(a)
V
GT
= 500mV
V
GT
= 400mV
Porta Retanular
Porta Circular
Dreno Externo
Dreno Interno
SOI nMOSFET
L = 1
μm
I
DS
/(W/L) [μA]
V
DS
[V]
Figura 4.13 – Corrente de dreno normalizada em função da razão de aspecto em função da tensão de dreno dos
SOI nMOSFETs convencional e circular operando em configuração de dreno externo e interno, para V
GT
= 400
mV e 500 mV (a) e 600 mV e 700 mV (b).
93
0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2
20
40
60
80
100
120
SOI nMOSFET
L = 1
μm
Porta Retanular
Porta Circular
Dreno Externo
Dreno Interno
I
DS
/(W/L) [μA]
V
DS
[V]
V
GT
= 700mV
V
GT
= 600mV
(b)
Figura 4.13 – (continuação.)
Através da Figura 4.13, percebe-se que para baixos valores de V
GT
as correntes de
dreno dos SOI nMOSFETs circulares não apresentam diferenças significativas entre si e
tendem a se aproximar dos valores de corrente do SOI nMOSFET convencional. Esse efeito
também foi observado através de medidas experimentais como demonstrado no item 3.9.
À medida que se aumenta o potencial de porta, os dispositivos passam a apresentar
patamares de corrente com níveis cada vez mais separados. Onde o SOI nMOSFET circular
operando em configuração de dreno interno possui corrente superior a configuração de dreno
externo, que por sua vez é superior ao SOI nMOSFET convencional. Uma característica
particular do SOI nMOSFET circular operando em configuração de dreno interno é que a
medida que V
GT
aumenta, além dele apresentar maior corrente que os demais, seu patamar se
torna menos inclinado, isso favorece um maior aumento na tensão Early. Esse efeito é
conseqüência da maior ionização por impacto, causada pela menor área de interface
dreno/canal e pela maior densidade de campo elétrico horizontal próximo da região de
estrangulamento do canal. Além disso, como descrito no item 3.4, o CGT
DI
apresenta
naturalmente maior tensão efetiva entre porta e fonte que o CGT
DE
e o SOI nMOSFET
convencional, devido a sua maior área de interface canal/fonte que resulta em menor
resistência série da região de fonte.
94
4.10 Tensão Early (V
EA
) e ganho de tensão em malha aberta (A
V
)
O método de prolongamento do trecho plano da região de saturação da curva
I
DS
/(W/L) x V
DS
para diferentes valores de V
GT
, foi utilizado para a determinação de V
EA
. As
curvas I
DS
/(W/L) x V
DS
são as mesmas apresentadas no item anterior complementadas por
curvas com valores de V
GT
inferiores a 400 mV. Através delas são coletados 7 valores de V
EA
para cada transistor, os quais são apresentados na Tabela 4.1.
Tabela 4.1 – Tensão Early em função do ponto de polarização (V
GT
) dos transistores SOI nMOSFETs
convencional e circular operando em configuração de dreno externo e interno.
V
GT
[V]
Convencional
[V
EA_Q
(V)]
Circular dreno
externo
[V
EA
_
DE
(V)]
Circular dreno
interno
[V
EA
_
DI
(V)]
0,1 0,98 1,04 0,91
0,2 1,24 1,31 1,18
0,3 1,48 1,56 1,45
0,4 1,71 1,79 1,71
0,5 1,94 2,03 2,01
0,6 2,19 2,29 2,42
0,7 2,5 2,59 3,02
Observando a Tabela 4.1, à medida que se aumentam os valores de V
GT
, maiores são
os valores de V
EA
para todos os dispositivos estudados. Nota-se que V
EA_DE
é maior que
V
EA_DI
que por sua vez é maior que V
EA_Q
para valor de V
GT
menor ou igual a 0,5 V, e para
maiores valores de V
GT
, V
EA_DI
é maior que os demais devido ao aumento de I
DSsat_DI
, causado
pela menor área de interface dreno/canal e maior densidade de campo elétrico horizontal
próximo ao ponto do estrangulamento do canal, que resultam em aumento da ionização por
impacto.
A Figura 4.14 apresenta a tensão Early em função do ponto de polarização (V
GT
) para
os SOI nMOSFETs estudados.
95
0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7
0,8
1,0
1,2
1,4
1,6
1,8
2,0
2,2
2,4
2,6
2,8
3,0
3,2
SOI nMOSFET
V
DS
= 0,8 V, L = 1 μm
Porta Retangular
Porta Circular
Dreno Externo
Dreno Interno
V
EA
[V]
V
GT
[V]
Figura 4.14 – Tensão Early em função do ponto de polarização (V
GT
) dos transistores SOI nMOSFETs.
Pode-se notar que as curvas da Figura 4.14 apresentam um comportamento similar ao
observado experimentalmente, onde o SOI nMOSFET circular operando em configuração de
dreno externo apresenta valores de tensão Early sempre superiores ao convencional, e para
valores de V
GT
superiores a 0,6 V o CGT
DI
tem a maior tensão Early entre os dispositivos
estudados.
Aplicando-se a equação (2.9) que leva em consideração os valores de g
m
, I
DS
e V
EA
,
apresentados nos itens 4.4, 4.6 e 4.10, pode-se determinar o ganho de tensão para cada SOI
nMOSFET, como é mostrado na Tabela 4.2.
Tabela 4.2 – Ganho de tensão em função do ponto de polarização (V
GT
) dos transistores SOI nMOSFETs
convencional e circular operando em configuração de dreno externo e interno, para V
DS
= 0,8 V.
V
GT
[V]
Convencional
[A
V_Q
(dB)]
Circular dreno
externo
[A
V_DE
(dB)]
Circular dreno
interno
[A
V_DI
(dB)]
0,1 17,2 17,8 16,6
0,2 16,3 16,9 16,0
0,3 15,5 16,0 15,4
0,4 14,6 15,2 14,7
0,5 13,9 14,5 14,4
0,6 13,6 14,2 14,9
0,7 13,9 14,2 16,0
A Figura 4.15 apresenta as curvas do ganho de tensão dos SOI nMOSFETs
convencional e circular em função da sobretensão de porta.
96
0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7
13,5
14,0
14,5
15,0
15,5
16,0
16,5
17,0
17,5
18,0
SOI nMOSFET
V
DS
= 0,8 V, L = 1 μm
Porta Retangular
Porta Circular
Dreno Externo
Dreno Interno
A
V
[dB]
V
GT
[V]
Figura 4.15 – Representação do ganho de tensão em função de V
GT
dos SOI nMOSFETs convencional e circular
operando em configuração de dreno externo e interno, respectivamente.
Verificando-se a Figura 4.15, nota-se que o ganho de tensão do SOI nMOSFET
circular operando em configuração de dreno externo é maior que o do circular operando em
configuração de dreno interno e que o do convencional para V
GT
menor ou igual a 0,5 V.
Após esse ponto o SOI nMOSFET circular operando em configuração de dreno interno passa
a apresentar ganho expressivamente maior que os demais (> 1,5 dB). Isso é decorrência de
sua maior tensão Early e g
m
/I
DS
, seguindo as mesmas tendências observadas nos resultados
experimentais.
4.11 Distorção harmônica para dispositivos operando em saturação
A distorção harmônica total (THD) e de terceira harmônica (HD3) dos SOI
nMOSFETs convencional e circular operando em configuração de dreno externo e interno são
analisadas com a utilização do Método da Função Integral (IFM), suportado pela ferramenta
matemática programa Mathcad [29].
A distorção harmônica de segunda ordem (HD2) não é estudada, pois se objetiva
aplicação em amplificadores operacionais, onde a presença de pares diferenciais suprime os
harmônicos de ordem par [10],[12].
97
4.11.1 Distorção harmônica total (THD)
Assim como no capítulo 3, a distorção harmônica total foi extraída para dois valores
diferentes de amplitude do sinal de entrada (V
a
), 30 mV [Figura 4.16(a)] e 200 mV, [Figura
4.16(b)], considerando V
DS
= 0,8 V e variando seu nível DC da entrada de V
TH
até V
TH
+ 1 V.
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0
-70
-60
-50
-40
-30
-20
THD [dB]
V
GT
[V]
SOI nMOSFET
V
DS
= 0,8 V, L = 1 μm, V
a
= 30 mV
Porta Retangular
Porta Circular
Dreno Externo
Dreno Interno
Região de Saturação
Reg.
de Triodo
(a)
1
2
3
1,05 dB
2,0 dB
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0
-40
-35
-30
-25
-20
-15
-10
Reg.
de Triodo
THD [dB]
V
GT
[V]
SOI nMOSFET
V
DS
= 0,8 V, L = 1 μm, V
a
= 200 mV
Porta Retangular
Porta Circular
Dreno Externo
Dreno Interno
Região de Saturação
(b)
Figura 4.16 – Distorção harmônica total em função do ponto de polarização V
GT
dos SOI nMOSFETs
convencional e circular operando em configuração de dreno externo e interno para V
a
igual a 30 mV(a) e 200
mV (b).
98
Analisando a Figura 4.16(a), observa-se que o comportamento da THD dos
transistores convencional e circular operando em configuração de dreno externo na região de
saturação, pode ser dividido em três regiões, na primeira para valores de sobretensão de porta
inferiores a 0,2 V, onde eles apresentam praticamente a mesma distorção. A segunda região se
caracteriza por uma maior linearidade do transistor convencional, onde a maior diferença é de
1,05 dB para V
GT
aproximadamente igual a 0,4 V. A terceira região apresenta maior
linearidade do transistor circular operando em configuração de dreno externo, essa região se
estende de V
GT
igual a 0,5 V até o final da região de saturação. Essa melhor linearidade do
CGT
DE
, quando operando na inversão forte e próximo da região de triodo, foi observada nas
medidas experimentais de forma mais intensa, item 3.11.1. Ela é atribuída ao menor efeito de
modulação de comprimento de canal devido a sua maior área de interface dreno/canal e
também a menor ionização por impacto, uma vez que o fluxo de elétrons se distribui por uma
área maior antes de atingir a região de dreno.
O SOI nMOSFET circular operando em configuração de dreno interno, apresenta
comportamento semelhante ao SOI nMOSFET convencional enquanto V
GT
é menor que 0,3
V, após esse valor sua linearidade é inferior aos demais dispositivos estudados. Esse
comportamento é antagônico ao observado nas medidas experimentais, naquele momento o
efeito de single-transistor latchup favoreceu intensamente uma melhora em sua linearidade.
Dessa forma o resultado da simulação apresentado é interpretado como a possível resposta do
dispositivo na ausência do efeito parasitário.
A mesma análise baseada na Figura 4.16(a) pode ser estendida para a Figura 4.16(b),
onde o mesmo comportamento foi observado, porém com níveis de THD maiores.
4.11.2
Distorção do harmônico de terceira ordem (HD3)
A Figura 4.17 apresenta o comportamento de HD3 em função de V
GT
para dois valores
de V
a
, 30 mV [Figura 4.17(a)] e 200 mV [Figura 4.17(b)].
99
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0
-180
-160
-140
-120
-100
-80
-60
HD3 [dB]
V
GT
[V]
SOI nMOSFET
V
DS
= 0,8 V, L = 1 μm
V
a
= 30 mV
Porta Retangular
Porta Circular
Dreno Externo
Dreno Interno
Região de Saturação
Reg. de
Triodo
(a)
1
2
3
24,3 dB
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0
-100
-80
-60
-40
-20
HD3 [dB]
V
GT
[V]
SOI nMOSFET
V
DS
= 0,8 V, L = 1 μm
V
a
= 200 mV
Porta Retangular
Porta Circular
Dreno Externo
Dreno Interno
Região de Saturação
Reg. de
Triodo
(b)
Figura 4.17 – Distorção harmônica de terceira ordem em função do ponto de polarização V
GT
dos SOI
nMOSFETs convencional e circular operando em configuração de dreno externo e interno para V
a
igual a 30 mV
(a) e 200 mV (b).
Assim como feito na análise da distorção harmônica total, a análise da distorção
harmônica de terceira ordem foi dividida em três regiões distintas. A primeira região se
estende desde o início da saturação até V
GT
aproximadamente igual a 0,36 V e se caracteriza
pela menor HD3 do SOI nMOSFET circular operando em configuração de dreno externo em
100
relação o convencional. Na segunda região, que vai até V
GT
igual a 0,47 V, o comportamento
dos dispositivos se inverte e o SOI nMOSFET convencional passa a apresentar menor HD3.
A terceira região é semelhante à primeira, porém se destaca pela expressiva diferença entre os
níveis dos dois dispositivos. A máxima diferença ocorre em V
GT
igual a 0,5 V com valor de
24,3 dB.
O fato do SOI nMOSFET circular operando em configuração de dreno externo
apresentar regiões com expressiva redução de HD3 em relação ao convencional, pode refletir
intensamente em uma melhora da linearidade total do dispositivo, quando esses dispositivos
pertencem ao par diferencial de circuitos amplificadores operacionais. Neste caso os
harmônicos de ordem par são suprimidos e a THD se torna intensamente influenciada por
HD3.
Apesar do SOI nMOSFET circular operando em configuração de dreno interno
apresentar regiões de menor HD3 em relação aos demais dispositivos simulados (150 mV), na
maior parte da região de saturação (650 mV), apresenta um maior valor de HD3 que o SOI
nMOSFET convencional.
As mesmas tendências podem ser observadas através da Figura 4.17(b), porém com
maiores valores de HD3, na ordem de 50 dB.
4.11.3
Distorção harmônica total efetiva
A Figura 4.18 apresenta a distorção harmônica total sobre o ganho de tensão de saída
(THD/Av) em função de V
GT
.
101
0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7
-60
-55
-50
-45
-40
-35
-30
(THD/A
V
)
DE
> (THD/A
V
)
Q
SOI nMOSFET
V
DS
= 0,8 V, L = 1 μm
Porta Retangular
Porta Circular
Dreno Externo
Dreno Interno
Va = 200 mV
THD/A
V
[dB]
V
GT
[V]
Va = 30 mV
1,2 dB
(THD/A
V
)
DE
> (THD/A
V
)
Q
Figura 4.18 – THD/A
V
em função do ponto de polarização V
GT
dos SOI nMOSFETs convencional e circular
operando em configuração de dreno externo e interno para V
a
igual a 30 mV e 200 mV.
Analisando a Figura 4.18, pode-se notar que a distorção harmônica total normalizada
em função do ganho de tensão (THD/A
V
) do SOI nMOSFET de canal circular operando em
configuração de dreno externo é menor que o SOI nMOSFET convencional para valores de
V
GT
inferiores a 0,2 V e superiores a 0,45 V. A máxima diferença (1,2 dB) é observada
quando V
GT
é igual a 0,6 V. Por outro lado, na faixa intermediária de valores (linhas
pontilhadas da Figura 4.18), o CGT
DE
apresenta maior distorção efetiva que o SOI nMOSFET
102
convencional ( 0,5 dB), a diferença no entanto diminui a medida que se aumenta a amplitude
V
a
, quando V
a
= 200 mV a diferença é praticamente nula.
A maior linearidade do CGT
DE
pode ser justificada por ele apresentar maiores valores
da razão transcondutância sobre corrente de dreno (g
m
/I
DS
) e de tensão Early (V
EA
), resultando
em um maior ganho de tensão A
V
[= (g
m
/I
DS
).V
EA
], considerando as mesmas condições de
polarização. Essa mesma justificativa foi apresentada durante as medidas experimentais (item
3.11.3), onde se observou uma maior linearidade do CGT
DE
em toda a faixa de valores de
sobretensão de porta estudada.
Diferentemente das medidas experimentais, quando o CGT
DI
apresentou regiões com
distorção harmônica efetiva muito inferior aos demais dispositivos (vide Figura 3.16), as
simulações mostraram que na ausência do efeito de single-transistor latchup, o CGT
DI
tende a
apresentar maior distorção que os demais enquanto V
GT
é menor do que 0,65 V. A partir desse
valor a sua maior relação g
m
/I
DS
e tensão Early propiciam um ganho de malha aberta (A
V
) até
2 dB maior que o SOI nMOSFET convencional. Esse ganho compensa sua menor linearidade,
e faz com que ele seja o dispositivo com menor THD/A
V
para V
GT
= 0,7 V.
A mais importante figura de mérito para as aplicações analógicas é o comportamento
da razão THD/A
V
em função da transcondutância sobre a corrente de polarização de dreno
(g
m
/I
DS
), ela é apresentada na Figura 4.19 considerando dois diferentes valores de amplitude
máxima do sinal de entrada senoidal (V
a
).
103
2345678
-60
-55
-50
-45
-40
-35
-30
(THD/A
V
)
DE
> (THD/A
V
)
Q
(THD/A
V
)
DE
> (THD/A
V
)
Q
THD/A
V
[dB]
g
m
/I
DS
[V
-1
]
SOI nMOSFET
V
DS
= 0,8 V, L = 1 μm
Porta Retangular
Porta Circular
Dreno Externo
Dreno Interno
Va = 200 mV
Va = 30 mV
Inversão Forte
Inversão Moderada
Região de Saturação
Figura 4.19 – THD/A
V
em função da relação g
m
/I
DS
dos SOI nMOSFETs convencional e circular operando em
configuração de dreno externo e interno para V
a
igual a 30 mV e 200 mV.
Através da Figura 4.19, percebe-se que o SOI nMOSFET circular operando em
configuração de dreno externo apresenta linearidade superior ao CGT
DI
e ao convencional em
praticamente todos os pontos estudados. Esse comportamento se inicia na região de inversão
forte e se estende à região de inversão moderada, onde os valores de distorção efetiva
apresentados indicam uma tendência de molhara na linearidade. A mesma tendência é
constatada nos resultados experimentais, onde a diferença entre de THD/A
V
do CGT
DE
e do
SOI nMOSFET convencional chega a 10 dB, para ambas as amplitudes V
a
estudadas.
A ausência do efeito de single-transistor latchup no CGT
DI
durante as simulações, se
reflete na Figura 4.19, como uma maior THD/A
V
em relação aos demais dispositivos, para
quase toda a amplitude de g
m
/I
DS
estudada. Apenas em uma pequena parte da região de
104
inversão forte, esse dispositivo apresenta melhora na relação THD/A
V
, em decorrência da
maior tensão Early.
4.11.4
Distorção harmônica em função da amplitude da entrada senoidal (V
a
)
Com o objetivo de verificar o comportamento da linearidade em função da amplitude
de um sinal senoidal de entrada, focando OTAs operando em alta freqüência (região de
inversão forte), o valor de g
m
/I
DS
foi fixado em 2,6 V
-1
. Na Figura 4.20 são mostradas as
curvas de (THD/A
V
) em função de V
a
para os SOI nMOSFETs convencional e circular
operando em ambas as configurações.
0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8
-55
-50
-45
-40
-35
-30
-25
-20
Porta Retangular
Porta Circular
Dreno Externo
Dreno Interno
SOI nMOSFET
L = 1
μm
V
DS
= 800 mV
g
m
/I
DS
= 2,6 V
-1
THD/A
V
[dB]
V
a
[V]
Figura 4.20 – THD/A
V
em função de V
a
dos SOI nMOSFETs convencional e circular operando em configuração
de dreno externo e interno para g
m
/I
DS
igual a 2,6 V
-1
.
Observa-se na Figura 4.20, que a THD/A
V
do transistor circular operando em
configuração de dreno externo apresenta uma melhor linearidade ( 0,5 dB) em relação ao
convencional SOI nMOSFET para todos os valores de V
a
estudados.
Por outro lado, o SOI nMOSFET circular operando em configuração de dreno interno
apresenta maior distorção harmônica efetiva que os demais dispositivos, enquanto V
a
é menor
do que 0,5 V. Após esse valor seu comportamento se torna idêntico ao do SOI nMOSFET
convencional.
Esse mesmo comportamento é identificado na região de inversão moderada com
g
m
/I
DS
fixado em 8 V
-1
.
105
Considerando a Figura 4.20, pode-se extrair a máxima amplitude do sinal senoidal de
entrada para uma determinada distorção harmônica efetiva, como apresentado na Tabela 4.3.
Tabela 4.3 – THD/A
V
x V
a
dos SOI nMOSFETs convencional e circular operando em configuração de
dreno externo e interno para g
m
/I
DS
igual a 2,6 V
-1
.
THD/A
V
(dB)
Convencional
[V
a_Q
(V)]
Circular dreno
externo
[V
a_DE
(V)]
Circular dreno
interno
[V
a_DI
(V)]
-50 0,070 0,075 0,060
-45 0,120 0,135 0,100
-40 0,210 0,230 0,190
-35 0,360 0,380 0,340
-30 0,680 0,700 0,680
-25 0,770 0,780 0,770
Analisando a Tabela 4.3, para uma mesma distorção harmônica total efetiva, pode-se
verificar que o SOI nMOSFET circular operando em configuração de dreno externo pode
amplificar sinais senoidais com amplitudes no mínimo 10 mV superior às suportadas pelo
transistor convencional. Já o CGT
DI
não é capaz de amplificar sinais com amplitudes maiores
ou iguais que as do SOI nMOSFET convencional, enquanto o limite de distorção é inferior a -
35 dB. Para valores superiores, ambos apresentam os mesmo limites de amplitude V
a
.
As mesmas tendências foram observadas nos resultados experimentais para o CGT
DE
e
o SOI nMOSFET convencional. Por outro lado, a ausência do efeito parasitário mostrou que o
CGT
DI
não tende a apresentar melhora de desempenho em relação ao SOI nMOSFET
convencional.
Na Figura 3.19 é apresentada HD3/A
V
em função de V
a
para os transistores
convencional e circular operando em ambas as configurações.
106
0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8
-140
-120
-100
-80
-60
-40
-20
Porta Retangular
Porta Circular
Dreno Externo
Dreno Interno
SOI nMOSFET
L = 1
μm
V
DS
= 800 mV
g
m
/I
DS
= 2,6 V
-1
HD3/A
V
[dB]
V
a
[V]
1
2
Figura 4.21 – HD3/A
V
em função de V
a
dos SOI nMOSFETs convencional e circular operando em configuração
de dreno externo e interno para g
m
/I
DS
igual a 2,6 V
-1
.
Como observado na Figura 4.21, a HD3/A
V
é muito menor que a THD/A
V
para todos
os transistores estudados, porém destacam-se duas regiões. A primeira ocorre quando as
amplitudes de Va variam de aproximadamente 0,45 V a 0,8 V. Nesta região o CDT
DE
, o
CGT
DI
e o SOI nMOSFET convencional apresentam praticamente o mesmo comportamento.
A segunda região se caracteriza pela acentuada redução na HD3/A
V
do CGT
DE
para
valor de V
GT
menor do que 0,25 V, onde se verifica um pico de linearidade em V
GT
igual a
0,1 V, neste ponto a diferença entre a HD3/A
V
do SOI nMOSFET convencional e o CGT
DE
atinge a marca de 60 dB.
107
5 CONCLUSÕES E SEQÜÊNCIA DO
TRABALHO
Este trabalho teve por objetivo estudar a distorção harmônica (linearidade) através de
resultados experimentais e simulações numéricas tridimensionais nos SOI nMOSFETs de
porta de geometria circular. Adicionalmente, foi feito o estudo comparativo com o SOI
nMOSFET convencional (porta de geometria retangular).
A técnica utilizada para o cálculo da distorção harmônica foi o IFM (método da função
integral), que se baseia em analisar apenas as curvas características do regime de corrente
contínua (DC) dos dispositivos.
Dois SOI nMOSFETs foram medidos durante o estudo experimental (um
convencional e outro com porta em anel circular). Eles apresentam comprimento de canal (L)
de 1 μm, largura do canal (W) de 10 μm para o convencional e de 100 μm para o circular.
As simulações numéricas tridimensionais foram realizadas usando dois SOI
nMOSFETs. A estrutura para o transistor de geometria retangular apresenta W igual a 1 μm, e
a estrutura para o transistor com porta em anel circular corresponde a uma fração de 10º, o
que corresponde a uma largura de canal de 2,8 μm. Ambas possuem comprimento de canal de
1 μm.
A curva característica I
DS
/(W/L) x V
GT
obtida experimentalmente mostra que o SOI
nMOSFET de porta circular operando com dreno externo possui praticamente o mesmo
comportamento que o SOI nMOSFET convencional, durante toda a região de saturação. Na
região de triodo, o dispositivo com canal circular apresentou menor corrente de dreno que o
convencional, devido a sua maior resistência série. Um efeito parasitário, conhecido como
single-transistor latchup, foi identificado no SOI nMOSFET de canal circular operando com
dreno interno. Quanto maior a polarização de dreno utilizada, mais evidente era o incremento
abrupto na corrente de dreno (10 vezes para V
DS
= 0,8V), com o dispositivo operando na
região de sublimiar, devido ao disparo do transistor parasitário bipolar existente no corpo do
transistor.
Como não foi possível identificar esse efeito parasitário nas simulações numéricas,
elas serviram de ferramenta para comparação do comportamento do CGT
DI
com e sem esse
efeito.
A primeira análise de distorção harmônica foi feita em função da sobretensão de porta
(V
GT
), para V
DS
= 0,8 V, onde a amplitude de sinal analógico (V
a
) foi fixada e variou-se V
GT
108
de 0 V a 1 V. Percebeu-se, com base em resultados experimentais, que o SOI nMOSFET de
porta circular operando em configuração de dreno externo, apresenta distorção harmônica
total (THD) inferior ao SOI nMOSFET convencional, alcançando uma diferença máxima de
aproximadamente 4,2 dB quando V
GT
= 0,8 V. As simulações comprovaram esses resultados
para baixos e altos valores de V
GT
, porém identificou-se uma região de menor linearidade do
CGT
DE
em relação ao SOI nMOSFET convencional para valores de V
GT
entre 0,2 V e 0,5 V.
A configuração de dreno interno mostra dois resultados totalmente antagônicos
decorrentes da presença ou não do efeito parasitário single-transistor latchup. Enquanto as
medidas experimentais apontam valores de THD até 16,3 dB inferiores ao convencional, para
V
a
igual a 30 mV, as simulações mostram um comportamento equivalente ao convencional
para valores de V
GT
inferiores a 0,2 V e uma menor linearidade para valores maiores que 0,2
V (até +2 dB).
A análise da distorção de terceiro harmônico, baseada em resultados experimentais e
de simulações, mostrou que o SOI nMOSFET de porta circular operando em configuração de
dreno interno apresenta grandes regiões com níveis de distorção superiores ao dispositivo
convencional. Por outro lado, SOI nMOSFET de porta circular operando em configuração de
dreno externo apresenta comportamento equivalente ou predominantemente mais linear que o
convencional. Destacam-se pontos de polarização onde a diferença atingida é superior a 20
dB, ideal para operação em pares diferenciais de amplificadores operacionais. Isso permitiria
uma excelente linearidade dos dispositivos, já que nesse tipo de circuito (par diferencial), os
harmônicos de ordem par são suprimidos e a THD tende a HD3.
Quando analisada a distorção harmônica total efetiva (THD/A
V
) em função da relação
g
m
/I
DS
(figura de mérito mais importante para o projeto de um circuito integrado analógico),
os resultados experimentais e simulados apontaram para uma mesma tendência, onde SOI
nMOSFET de porta circular operando em configuração de dreno externo apresenta
linearidade superior a configuração de dreno interno e convencional. Isso foi observado nas
regiões de inversão forte com -3 dB em relação ao convencional e início da inversão
moderada. Essa tendência deve se estender ao longo da região de inversão moderada, uma vez
que a máxima diferença entre o CGT
DE
e o SOI nMOSFET convencional ( 10 dB) foi
medida entre os últimos pontos na região de inversão moderada.
Com esse trabalho, o projetista de circuitos integrados analógicos poderá além de
determinar as dimensões dos transistores, através da curva g
m
/I
DS
x I
DS
/(W/L), como também
poderá saber o quanto de distorção harmônica efetiva um determinado circuito integrado
analógico pode gerar, através da curva THD/A
V
x g
m
/I
DS
.
109
A última figura de mérito estudada, está diretamente relacionada à capacidade de
amplificação de sinais dos dispositivos, onde se mediu a distorção harmônica total efetiva em
função da amplitude de um sinal senoidal aplicado a porta (V
a
), para uma tensão de dreno
igual a 0,8 V e uma tensão de porta equivalente a g
m
/I
DS
igual a 4,6 V
-1
para a medida
experimental e 2,6 V
-1
para a simulação, ambos correspondem à região de inversão forte, ideal
para OTAs operando em alta freqüência. O SOI nMOSFET de porta circular operando em
configuração de dreno externo se mostrou mais linear em ambos os casos com destaque para
as medidas experimentais onde a superioridade em relação ao convencional se manteve
praticamente constante em 6 dB. Isso lhe permite trabalhar com amplitudes do sinal de
entrada duas vezes maiores que o convencional, mantendo o mesmo nível de distorção
harmônica total efetiva.
Todas as constatações oriundas deste trabalho provam que o SOI nMOSFET de porta
em formato de anel circular, operando com dreno externo, apresenta uma menor distorção
harmônica que o SOI nMOSFET convencional. Dessa forma, pode-se concluir que esse
dispositivo é extremamente atrativo para aplicação em circuitos integrados analógicos, tais
como amplificadores.
Um outro aspecto a se destacar, que foi identificado no SOI nMOSFET de porta em
formato de anel circular operando em configuração de dreno interno, é a presença de um pico
na curva da transcondutância na interface entre as regiões de saturação e de triodo, que sugere
um novo método para a extração da tensão de limiar, quando condições de polarização
específicas são respeitadas.
Como seqüência para este trabalho, seria muito interessante a realização de um estudo
comparativo da linearidade em SOI MOSFETs convencionais e de porta em formato de anel
circular para diferentes valores de L com W fixo e vice-versa. Outro estudo seria a verificação
do comportamento da linearidade em baixas e altas temperaturas.
110
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Capítulo 1:
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114
APÊNDICE A – DEDUÇÃO FATOR
GEOMÉTRICO
Dedução do fator geométrico que relaciona um transistor de canal circular com um de
canal retangular ou convencional:
()
Circular
alConvencion
g
R1
R2
ln
2π
L
W
f
=
=
(A.1)
De acordo com a Figura 2.1, R1 é o raio interno da coroa que define o início do canal,
R2 é o raio externo da coroa que define o final do canal, L é o comprimento do canal (R2-R1).
Se considerarmos um transistor convencional, podemos representar a resistência do
canal por meio da segunda lei de Ohm.
Wx
L
R
alconvencion
=
ρ
(A.2)
onde
ρ é resistividade da região do canal, L é o comprimento do canal, x é a espessura do
canal e
W é a largura do canal. Sendo assim, x · W = área da seção transversal.
Já para determinação da resistência do canal do transistor circular é necessário resolver
uma equação diferencial também baseada na segunda lei de Ohm.
yx
y
R
circular
=
π
ρ
2
(A.3)
onde
y é uma fração infinitesimal de L e 2π · y é o perímetro da circunferência de raio y, isso
equivale ao
W do transistor convencional ao longo do canal. Vide Figura A.1.
115
Figura A.1 – Representação 3D da região do canal de um SOI MOSFET de porta de geometria circular.
O próximo passo é integrarmos a função dos dois lados:
=
yx
y
R
circular
π
ρ
2
(A.4)
y
yx
R
circular
=
1
2
π
ρ
(A.5)
.
.
)ln(
2
máx
mín
y
y
circular
y
x
R
=
π
ρ
(A.6)
Se y
máx.
= R2 e y
mín.
= R1, ficamos com:
()
)1ln()2ln(
2
RR
x
R
circular
=
π
ρ
(A.7)
Lembrando que subtração entre logaritmos de mesma base pode ser expressa como o
logaritmo da divisão entre os fatores:
(
)
x
R
R
R
circular
=
π
ρ
2
1
2
ln
(A.8)
x
y
y
mín.
y
máx.
y
R2
R1
116
Finalmente igualando (A.2) e (A.8) ficamos com:
()
Circular
alConvencion
R1
R2
ln
2π
L
W
=
(A.9)
117
APÊNDICE B – SIMULAÇÃO ATLAS
Abaixo segue um dos arquivos Atlas utilizado para extração da tensão de limiar no
transistor circular em configuração de dreno externo.
##################################################################
# Simulacao de um transistor 3D com L=1um e W=100um #
# Espessura da camada de silicio: tSi=100nm #
# Espessura do oxido de porta: toxf=25nm #
# Espessura do oxido enterrado: toxb=400nm #
# #
# PARA CDE E QUA: #
# Subs=1, Dreno=2, Porta=3, Fonte=4 #
# PARA CDI: #
# Subs=1, Dreno=4, Porta=3, Fonte=2 #
# #
# Nome dos contatos #
# 1=ContSubs, 2=ContDreno, 3=ContPorta, 4=ContFonte #
##################################################################
go atlas
#########################################
# A malha foi especificada no devedit3d #
#########################################
MESH infile = Circ-10g-270208.str
############################################################################
DOPING UNIFORM CONCENTRATION=1E20 N.TYPE REGION=3
DOPING UNIFORM CONCENTRATION=5.5E17 P.TYPE REGION=4
DOPING UNIFORM CONCENTRATION=1E20 N.TYPE REGION=5
############################################################################
CONTACT NAME=ContPorta N.POLY
CONTACT NAME=ContSubs WORKFUNCTION=4.95
############################################################################
# ESPECIFICAÇÃO DOS MODELOS FÍSICOS
############################################################################
#srh - modelo de recombinação
#auger - modelo de recombinação
#kla shi - modelo de mobilidade
#bgn - modelo decargas
#fldmob - modelo de mobilidade
models srh auger bgn kla shi fldmob print temp=300
method gummel newton autonr trap maxtrap=10 carriers=1 electron
#!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
#-->> Curva: Ids x Vgs, para Vds=800mV <<--
#!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
#############################################################################
# Polarizacao da porta: Vsubs=0V, Vdreno=0.8V, Vporta varia de
# 0.1 a 1.5V, Vfonte=0V.
#############################################################################
solve init
#solve prev
solve v1=0
solve v4=0
118
solve v2=0
solve v3=0
# Subindo a tensao do dreno ate 0.1 V
solve v2=1e-6
solve v2=1e-5
solve v2=1e-4
solve v2=1e-3
solve v2=1e-2
solve v2=1e-1
# Subindo a tensão de porta até 0.01V
solve v3=1e-9
solve v3=1e-6
solve v3=1e-5
solve v3=1e-4
solve v3=1e-3
solve v3=1e-2
############################################################################
# ESPECIFICAÇÃO DOS MODELOS FÍSICOS PARA SOLUÇÃO
############################################################################
impact selb AN1=7.03E3 AN2=7.03E3 AP1=6.71E3 AP2=6.71E3
method gummel newton carriers=2 autonr trap maxtrap=10
############################################################################
# SE HOUVER ALGUMA SOLUÇÃO ANTERIOR COLOCAR O ARQUIVO AQUI
############################################################################
#Quando usar, retirar todas soluções intermediárias!!!
#LOAD INFILE=<nome do arquivo> MASTER
#MASTER ---não é necessária após o infile quando for a primeira continuação
# Labels
SET data=060308
SET tipo=CDE
#SET tipo=CDI
#SET tipo=QUA
# Nome do arquivo de solução
log outf=IdsVgs-Vds800mV-$"tipo"-$"data".log
#Início da solução
solve v3=0.01 vstep=0.01 vfinal=0.2 name=ContPorta outfile=$"tipo"02 master onefileonly
solve v3=0.21 vstep=0.01 vfinal=0.3 name=ContPorta outfile=$"tipo"03 master onefileonly
solve v3=0.31 vstep=0.01 vfinal=0.4 name=ContPorta outfile=$"tipo"04 master onefileonly
solve v3=0.41 vstep=0.01 vfinal=0.5 name=ContPorta outfile=$"tipo"05 master onefileonly
solve v3=0.51 vstep=0.01 vfinal=0.6 name=ContPorta outfile=$"tipo"06 master onefileonly
solve v3=0.61 vstep=0.01 vfinal=0.7 name=ContPorta outfile=$"tipo"07 master onefileonly
solve v3=0.71 vstep=0.01 vfinal=0.8 name=ContPorta outfile=$"tipo"08 master onefileonly
solve v3=0.81 vstep=0.01 vfinal=0.9 name=ContPorta outfile=$"tipo"09 master onefileonly
solve v3=0.91 vstep=0.01 vfinal=1.0 name=ContPorta outfile=$"tipo"10 master onefileonly
solve v3=1.01 vstep=0.01 vfinal=1.1 name=ContPorta outfile=$"tipo"11 master onefileonly
solve v3=1.11 vstep=0.01 vfinal=1.2 name=ContPorta outfile=$"tipo"12 master onefileonly
output
save outf=IdsVgs-Vds800mV-$"tipo"-$"data".str
#Fim da solução
quit
#
119
Abaixo segue um dos arquivos Atlas utilizado para extração da tensão Early no
transistor circular em configuração de dreno externo.
##################################################################
# Simulacao de um transistor 3D com L=1um e W=100um #
# Espessura da camada de silicio: tSi=100nm #
# Espessura do oxido de porta: toxf=25nm #
# Espessura do oxido enterrado: toxb=400nm #
# #
# PARA CDE E QUA: #
# Subs=1, Dreno=2, Porta=3, Fonte=4 #
# PARA CDI: #
# Subs=1, Dreno=4, Porta=3, Fonte=2 #
# #
# Nome dos contatos #
# 1=ContSubs, 2=ContDreno, 3=ContPorta, 4=ContFonte #
##################################################################
go atlas
#########################################
# A malha foi especificada no devedit3d #
#########################################
MESH infile = C:\Alunos\Leandro\Simula050308\Circ-10g-270208.str
############################################################################
DOPING UNIFORM CONCENTRATION=1E20 N.TYPE REGION=3
DOPING UNIFORM CONCENTRATION=5.5E17 P.TYPE REGION=4
DOPING UNIFORM CONCENTRATION=1E20 N.TYPE REGION=5
############################################################################
CONTACT NAME=ContPorta N.POLY
CONTACT NAME=ContSubs WORKFUNCTION=4.95
# Labels
SET data=060308
SET tipo=CDE
#SET tipo=CDI
#SET tipo=QUA
SET vth=0.23
SET vgs=$"vth"+0.1
SET vgs2=$"vth"+0.2
SET vgs3=$"vth"+0.3
SET vgs4=$"vth"+0.4
SET vgs5=$"vth"+0.5
SET vgs6=$"vth"+0.6
SET vgs7=$"vth"+0.7
############################################################################
# ESPECIFICAÇÃO DOS MODELOS FÍSICOS
############################################################################
#srh - modelo de recombinação
#auger - modelo de recombinação
#kla shi - modelo de mobilidade
#bgn - modelo decargas
#fldmob - modelo de mobilidade
models srh auger bgn kla shi fldmob print temp=300
method gummel newton autonr trap maxtrap=10 carriers=1 electron
#!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
#-->> Curva: Ids x Vds, para Vgt variável <<--
120
#!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
#############################################################################
# Polarizacao da porta: Vsubs=0V, Vdreno varia de 0.1 a 1.2V,
# (Vporta - Vth) varia de 0.1 a 0.7V, Vfonte=0V.
#############################################################################
solve init
#solve prev
solve v1=0
solve v4=0
solve v2=0
solve v3=0
# Subindo a tensão de porta até Vgt = 930mV
#solve v3=1e-13
#solve v3=1e-12
#solve v3=1e-11
#solve v3=1e-10
solve v3=1e-9
solve v3=1e-8
solve v3=1e-7
solve v3=1e-6
solve v3=1e-5
solve v3=1e-4
solve v3=1e-3
solve v3=1e-2
solve v3=0.23 vstep=0.05 vfinal=$"vgs7" name=ContPorta
# Subindo a tensao do dreno ate 100mV
solve v2=1e-6
solve v2=1e-5
solve v2=1e-4
solve v2=1e-3
solve v2=1e-2
solve v2=1e-1
output
save outf=IdsVds-Start-$"tipo"-$"data".str
############################################################################
# ESPECIFICAÇÃO DOS MODELOS FÍSICOS PARA SOLUÇÃO
############################################################################
impact selb AN1=7.03E3 AN2=7.03E3 AP1=6.71E3 AP2=6.71E3
method gummel newton carriers=2 autonr trap maxtrap=10
############################################################################
# SE HOUVER ALGUMA SOLUÇÃO ANTERIOR COLOCAR O ARQUIVO AQUI
############################################################################
#Quando usar, retirar todas soluções intermediárias!!!
#LOAD INFILE=<nome do arquivo> MASTER
#MASTER --- é necessário para uso do TONYPLOT
#777777777777777777777777777777777777777777777777777777777777777777777777777
# SÉTIMA CURVA VGT = 700mV
#solve v3=$"vgs7" vstep=0.01 vfinal=$"vgs7" name=ContPorta
# Nome do arquivo de solução
log outf=IdsVds-Vgt700mV-$"tipo"-$"data".log
#Início da solução
121
solve v2=0.10 vstep=0.01 vfinal=0.4 name=ContDreno outfile=$"tipo"700-04 master onefileonly
solve v2=0.41 vstep=0.01 vfinal=0.8 name=ContDreno outfile=$"tipo"700-08 master onefileonly
solve v2=0.81 vstep=0.01 vfinal=0.9 name=ContDreno outfile=$"tipo"700-09 master onefileonly
solve v2=0.91 vstep=0.01 vfinal=1.0 name=ContDreno outfile=$"tipo"700-10 master onefileonly
solve v2=1.01 vstep=0.01 vfinal=1.1 name=ContDreno outfile=$"tipo"700-11 master onefileonly
solve v2=1.11 vstep=0.01 vfinal=1.2 name=ContDreno
output
save outf=IdsVds-Vgt700mV-$"tipo"-$"data".str
#666666666666666666666666666666666666666666666666666666666666666666666666666
# SEXTA CURVA VGT = 600mV
solve v3=$"vgs7" vstep=-0.01 vfinal=$"vgs6" name=ContPorta
# Nome do arquivo de solução
log outf=IdsVds-Vgt600mV-$"tipo"-$"data".log
#Início da solução
solve v2=1.2 vstep=-0.01 vfinal=1.11 name=ContDreno outfile=$"tipo"600-11 master onefileonly
solve v2=1.1 vstep=-0.01 vfinal=1.01 name=ContDreno outfile=$"tipo"600-10 master onefileonly
solve v2=1.0 vstep=-0.01 vfinal=0.91 name=ContDreno outfile=$"tipo"600-09 master onefileonly
solve v2=0.9 vstep=-0.01 vfinal=0.81 name=ContDreno outfile=$"tipo"600-08 master onefileonly
solve v2=0.8 vstep=-0.01 vfinal=0.41 name=ContDreno outfile=$"tipo"600-04 master onefileonly
solve v2=0.4 vstep=-0.01 vfinal=0.1 name=ContDreno outfile=$"tipo"600-01 master onefileonly
output
save outf=IdsVds-Vgt600mV-$"tipo"-$"data".str
#555555555555555555555555555555555555555555555555555555555555555555555555555
# QUINTA CURVA VGT = 500mV
solve v3=$"vgs6" vstep=0.01 vfinal=$"vgs5" name=ContPorta
# Nome do arquivo de solução
log outf=IdsVds-Vgt500mV-$"tipo"-$"data".log
#Início da solução
solve v2=0.10 vstep=0.01 vfinal=0.4 name=ContDreno outfile=$"tipo"500-04 master onefileonly
solve v2=0.41 vstep=0.01 vfinal=0.8 name=ContDreno outfile=$"tipo"500-08 master onefileonly
solve v2=0.81 vstep=0.01 vfinal=0.9 name=ContDreno outfile=$"tipo"500-09 master onefileonly
solve v2=0.91 vstep=0.01 vfinal=1.0 name=ContDreno outfile=$"tipo"500-10 master onefileonly
solve v2=1.01 vstep=0.01 vfinal=1.1 name=ContDreno outfile=$"tipo"500-11 master onefileonly
solve v2=1.11 vstep=0.01 vfinal=1.2 name=ContDreno
output
save outf=IdsVds-Vgt500mV-$"tipo"-$"data".str
#444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444
#QUARTA CURVA VGT = 400mV
solve v3=$"vgs5" vstep=-0.01 vfinal=$"vgs4" name=ContPorta
# Nome do arquivo de solução
log outf=IdsVds-Vgt400mV-$"tipo"-$"data".log
#Início da solução
solve v2=1.2 vstep=-0.01 vfinal=1.11 name=ContDreno outfile=$"tipo"400-11 master onefileonly
solve v2=1.1 vstep=-0.01 vfinal=1.01 name=ContDreno outfile=$"tipo"400-10 master onefileonly
solve v2=1.0 vstep=-0.01 vfinal=0.91 name=ContDreno outfile=$"tipo"400-09 master onefileonly
solve v2=0.9 vstep=-0.01 vfinal=0.81 name=ContDreno outfile=$"tipo"400-08 master onefileonly
solve v2=0.8 vstep=-0.01 vfinal=0.41 name=ContDreno outfile=$"tipo"400-04 master onefileonly
solve v2=0.4 vstep=-0.01 vfinal=0.1 name=ContDreno outfile=$"tipo"400-01 master onefileonly
output
save outf=IdsVds-Vgt400mV-$"tipo"-$"data".str
122
#333333333333333333333333333333333333333333333333333333333333333333333333333
#TERCEIRA CURVA VGT = 300mV
solve v3=$"vgs4" vstep=0.01 vfinal=$"vgs3" name=ContPorta
# Nome do arquivo de solução
log outf=IdsVds-Vgt300mV-$"tipo"-$"data".log
#Início da solução
solve v2=0.10 vstep=0.01 vfinal=0.4 name=ContDreno outfile=$"tipo"300-04 master onefileonly
solve v2=0.41 vstep=0.01 vfinal=0.8 name=ContDreno outfile=$"tipo"300-08 master onefileonly
solve v2=0.81 vstep=0.01 vfinal=0.9 name=ContDreno outfile=$"tipo"300-09 master onefileonly
solve v2=0.91 vstep=0.01 vfinal=1.0 name=ContDreno outfile=$"tipo"300-10 master onefileonly
solve v2=1.01 vstep=0.01 vfinal=1.1 name=ContDreno outfile=$"tipo"300-11 master onefileonly
solve v2=1.11 vstep=0.01 vfinal=1.2 name=ContDreno
output
save outf=IdsVds-Vgt300mV-$"tipo"-$"data".str
#222222222222222222222222222222222222222222222222222222222222222222222222222
# SEGUNDA CURVA VGT = 200mV
solve v3=$"vgs3" vstep=-0.01 vfinal=$"vgs2" name=ContPorta
# Nome do arquivo de solução
log outf=IdsVds-Vgt200mV-$"tipo"-$"data".log
#Início da solução
solve v2=1.2 vstep=-0.01 vfinal=1.11 name=ContDreno outfile=$"tipo"200-11 master onefileonly
solve v2=1.1 vstep=-0.01 vfinal=1.01 name=ContDreno outfile=$"tipo"200-10 master onefileonly
solve v2=1.0 vstep=-0.01 vfinal=0.91 name=ContDreno outfile=$"tipo"200-09 master onefileonly
solve v2=0.9 vstep=-0.01 vfinal=0.81 name=ContDreno outfile=$"tipo"200-08 master onefileonly
solve v2=0.8 vstep=-0.01 vfinal=0.41 name=ContDreno outfile=$"tipo"200-04 master onefileonly
solve v2=0.4 vstep=-0.01 vfinal=0.1 name=ContDreno outfile=$"tipo"200-01 master onefileonly
output
save outf=IdsVds-Vgt200mV-$"tipo"-$"data".str
#111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111
# SÉTIMA CURVA VGT = 100mV
solve v3=$"vgs2" vstep=0.01 vfinal=$"vgs1" name=ContPorta
# Nome do arquivo de solução
log outf=IdsVds-Vgt100mV-$"tipo"-$"data".log
#Início da solução
solve v2=0.10 vstep=0.01 vfinal=0.4 name=ContDreno outfile=$"tipo"100-04 master onefileonly
solve v2=0.41 vstep=0.01 vfinal=0.8 name=ContDreno outfile=$"tipo"100-08 master onefileonly
solve v2=0.81 vstep=0.01 vfinal=0.9 name=ContDreno outfile=$"tipo"100-09 master onefileonly
solve v2=0.91 vstep=0.01 vfinal=1.0 name=ContDreno outfile=$"tipo"100-10 master onefileonly
solve v2=1.01 vstep=0.01 vfinal=1.1 name=ContDreno outfile=$"tipo"100-11 master onefileonly
solve v2=1.11 vstep=0.01 vfinal=1.2 name=ContDreno
output
save outf=IdsVds-Vgt100mV-$"tipo"-$"data".str
#Fim da solução
quit
#
123
APÊNDICE C – RESUMO SEMINATEC 2007
Neste apêndice consta a resume aceito para o SEMINATEC 2007 - Workshop sobre
Semicondutores; Micro & Nano Tecnologia. Aqui estão os resultados das primeiras medidas
executadas.
124
Study of Harmonic Distortion in Circular Gate SOI nMOSFET using 0.13 µm Partially-
Depleted SOI CMOS technology
Leandro Poloni Dantas and Salvador Pinillos Gimenez
Centro Universitário da FEI
Harmonic distortion is an important merit figure for low-power, low-voltage analog
integrated circuits applications, OTAs for example. This work studies the Harmonic
Distortion (Linearity) in Circular Gate SOI nMOSFET (Figure 1.A), using 0.13 µm Partially-
Depleted SOI CMOS technology for analog applications. The drain/source asymmetric effects
are considered in terms of drain current as a function of the gate and drain voltages. Circular
gate SOI nMOSFET Harmonic Distortion comparisons with rectangular gate partially-
depleted SOI nMOSFET are performed, regarding the same effective channel length and
width. Experimental results and three-dimensional simulations are used to qualify these
results.
Integral Function Method (IFM) is used to determine the total harmonic distortion
(THD), second order (HD2) and third order harmonic distortion (HD3) in order to perform
this work.
It is observed that circular gate presents improved harmonic distortion as compared with
rectangular gate SOI nMOSFETs, regarding same channel length (L) and width (W),
operating in saturation region and for V
GT
(=V
GS
-V
TH
) less than 0,4 V (figure 1.B and 1.C).
Figure 1: Circular gate SOI nMOSFET layout, where the internal contact can be used either as a source or
as drain (1.A), THDxV
GT
(1.B) and THDxVa (1.C), where Va is the amplitude of applied sinusoidal signal.
R1
R2
R3
Internal
Gate
External
B
0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5
-60
-50
-40
-30
-20
THD (dB)
V
GT
(V)
SOI nMOSFET
V
DS
=110 mV , Va = 30 mV
Rectangular Gate
Circular Gate
External Drain
Internal Drain
0.00.10.20.30.40.5
-40
-35
-30
-25
-20
-15
-10
-5
THD (dB)
Va (V)
SOI nMOSFET
V
DS
=110 mV , V
GT
= 100 mV
Rectangular Gate
Circular Gate
External Drain
Internal Drain
C
A
125
APÊNDICE D – ARTIGO SFORUM2007
Neste apêndice segue o artigo aceito para o
7
th
Microeletronics Students Fórum –
SFORUM2007, onde são abordados os conceitos fundamentais sobre distorção harmônica em
transistores SOI operando na região de saturação.
126
HARMONIC DISTORTION COMPARISON BETWEEN CIRCULAR GATE AND
CONVENTIONAL SOI NMOSFET USING 0.13 µM PARTIALLY-DEPLETED SOI
CMOS TECHNOLOGY
Leandro Poloni Dantas
1
and Salvador Pinillos Gimenez
1,2
1
Centro Universitário da FEI
Av. Humberto de Alencar Castelo Branco, 3972, SBC - SP - 09850-901 - Brazil
2
Laboratório de Sistemas Integráveis da Universidade de São Paulo
Av. Prof. Luciano Gualberto, trav. 3, n. 158, SP - SP - 05508-900 - Brazil
ABSTRACT
The Harmonic Distortion or Linearity is an important merit figure for low-power, low-
voltage analog integrated circuits applications. This paper studies the Harmonic Distortion in
Circular Gate SOI nMOSFET, using 0.13 µm Partially-Depleted SOI CMOS technology for
analog applications. The drain/source asymmetric effects are considered in terms of the drain
current as a function of the gate and of the drain voltage. The circular gate SOI nMOSFET
Harmonic Distortion comparisons with the conventional (rectangular gate) partially-depleted
SOI nMOSFET are performed, regarding the same effective channel length and width. This
paper is based on experimental results. The Integral Function Method (IFM) is used to
determine the total harmonic distortion (THD) and the third order harmonic distortion (HD3)
in order to perform this work. It is observed that circular gate presents improved harmonic
distortion as compared with the rectangular gate SOI nMOSFETs, for the same effective
channel length and width, operating in the saturation region.
1. INTRODUCTION
The harmonic distortion is an important merit figure for low-power low-voltage analog
integrated circuit applications, as for the Operational Transconductance Amplifiers (OTAs),
one of the main basic analog built blocks. When a signal is applied to the transistor gate, the
harmonic distortion occurs due to the I
DS
-V
GS
non-linearity characteristic in the saturation
region, as indicated in figure 1.
To measure the harmonic distortion, it is necessary to apply a signal in the transistor gate
(V
GS
) and to measure the output signal. The device linearity can be obtained considering an
input sinusoidal signal given by the equation (1).
)sin(
0
tVVV
aGS
ω
+=
(1)
where V
0
is the DC gate to the source bias and V
a
is the maximum amplitude value of the
sinusoidal signal.
127
Figure 1 – Drain current distortion caused by non-linearity in I
DS
versus V
GS
curve.
The Total Harmonic Distortion (THD) of a signal is defined as a sum of all harmonic
frequency powers above the fundamental one over the fundamental frequency power and it is
usually expressed in dB [equation (2)] [2].
P1
Pn...P4P3P2
werl_freq._pofundamenta
owersharmonic_p
THD
++++
==
(2)
where P1 is the power level of the fundamental frequency harmonic and P2, P3, P4 and Pn are
the power levels of the harmonic components presented in the output signal.
The Integral Function Method (IFM) is used to determine the total and the third order
harmonic distortions [1, 2]. This method uses only the device DC electrical characteristic (I
DS
-
V
GS
), instead of Fourier-based methods, which require complicated AC characterization.
New devices [Graded-Channel (GC), Double Gate SOI nMOSFEI, etc] and new techniques
(circuit layouts that degrade the die area and the parasitic capacitances) can be used to
improve harmonic distortion [3-5]. Another possibility is to study the influence of the gate
geometrical form in Linearity, for the same technology. The circular gate transistor (CGT)
[6], presented in figure 2, is an option.
Figure 2 - Circular gate SOI nMOSFET layout.
In figure 2, L is the channel length (= R2 – R1), and R1 and R2 are internal and external radii
of the channel. Note that CGT presents drain and source asymmetric dimensions. The internal
contact can operate either as a drain or as a source. This device can be biased in two different
ways: the internal and the external drain configurations.
The geometric factor (f
r
) of the conventional (rectangular gate) transistor and the CGT is
given by the equation (3) [7].
R1
R2
Internal
Contact
Gate
External Contact
L
R1
R2
Internal
Contact
Gate
External Contact
L
V
GS
I
DS
V
0
V
a
Distortion on
I
DS
signal
Non-linearity
128
()
Circular
rRectangula
r
R1
R2
ln
2π
L
W
f
=
=
(3)
The objective of this paper is to study the Total Harmonic Distortion and the Third Order
Harmonic Distortion behaviors in the circular gate SOI nMOSFETs taking into account the
drain/source asymmetric effects, base on experimental results. The comparisons between the
conventional and the circular gates SOI nMOSFETs are also performed, considering the same
effective channel length and width.
2. PROCESS AND ELECTRICAL CHARACTERISTICS
The devices were fabricated at IMEC, Belgium, using the 0.13 µm Partially-Depleted SOI
CMOS technology. The technologic parameters of the SOI nMOSFETs are: t
oxf
= 2.5 nm
(gate oxide thickness), t
oxb
= 400 nm (burred oxide thickness), t
si
= 100 nm (silicon thickness),
N
A
= 5.5x10
17
cm
-3
(channel concentration), N
Drain/Source
= 1x10
20
cm
-3
(Drain/Source
concentration). The CGT dimensions are L = 1
μm (channel length) and W = 100 μm (the
average channel width). In order to obtain W/L = 100, using the expression (3), R1 and R2
values of the circular gate transistor are 15.5
μm and 16.5 μm, respectively. The conventional
transistor dimensions are L = 1
μm and W = 10 μm, resulting W/L = 10.
The CGT and the conventional threshold voltages (V
TH
) are extracted by using the second
derivative method and their values are 0.31 V and 0.33 V, respectively.
The figure 3 presents experimental normalized drain current [I
DS
/(W/L)] as a function of drain
to source voltage (V
DS
) of CGT with the internal and external drain configurations and the
conventional SOI nMOSFETs, for different gate to source voltages (V
GS
). The normalized
drain current [I
DS
/(W/L)] is used to eliminate the dimensions effects in linearity comparative
study between the CGT and the rectangular gate SOI nMOSFETs.
0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0
0
10
20
30
40
50
60
70
80
V
GS
= 0.5 V
V
GS
= 0.6 V
V
GS
= 0.7 V
V
GS
= 0.8 V
V
GS
= 0.9 V
V
GS
= 1 V
Rectagular Gate
Circular Gate
External Drain
Internal Drain
SOI nMOSFET
L = 1
μm
I
DS
/(W/L) [μA]
V
DS
[V]
Figure 3 – I
DS
/(W/L) versus V
DS
of rectangular and circular gate SOI nMOSFETs.
The drain current of the CGT operating with the internal drain configuration is higher than
operating with the external drain and the conventional SOI nMOSFET, due to the pinch-off
point of the CGT with the internal drain configuration is more distant from the drain than the
external drain configuration [6] and consequently the effective channel length of the CGT
with the internal drain configuration is smaller than the external drain configuration, resulting
in higher drain current. Besides, as the gate voltage increases, bigger are the drain current
129
differences between the internal and the external configurations and also the conventional
device.
-0.2 0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0
0
20
40
60
80
100
120
140
I
DS
/(W/L) [μA]
V
GT
[V]
SOI nMOSFET
V
DS
= 1 V, L = 1 μm
Rectangular Gate
Circular Gate
External Drain
Internal Drain
Figure 4 – I
DS
/(W/L) versus V
GT
of rectangular and circular gate SOI nMOSFETs.
To eliminate the threshold voltage differences between the CGT and the conventional one,
figure 4 is plotted normalized drain current as a function of V
GT
, where V
GT
is given by V
GS
V
TH
.
Observing figure 4, for the same V
GT
, drain current with the internal drain configuration is
higher than the external drain configuration, because of the pinch-off point behavior in the
CGT as explained before. Besides, the CGT with the external drain configuration presents
similar behavior of the rectangular gate transistor. For V
GT
> 0.75 V, the CGT drain current
with both configurations is smaller than the conventional one, due to the mobility degradation
in the CGT, because the drain current occurs in all directions in contrast to the conventional
transistor (the mobility depends on the crystallography orientation). These characteristics are
observed for different V
DS
values (0.1 V V
DS
1 V).
3. HARMONIC DISTORTION ANALYSIS
The linearity study is performed in the saturation region (V
GT
V
DS
) and figure 5 presents the
CGT and the conventional SOI nMOSFETs THD-V
GT
curves for different values of V
a.
They
are extracted applying the IFM method.
0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0
-80
-70
-60
-50
-40
-30
-20
-10
0
38.4 dB
V
a
= 50 mV
THD [dB]
V
GT
[V]
SOI nMOSFET
V
DS
= 1 V, L = 1 μm
Rectangular Gate
Circular Gate
External Drain
Internal Drain
V
a
= 200 mV
32.5 dB
Figure 5 – THD versus V
GT
of rectangular and circular gate SOI nMOSFETs for V
a
equal to
50 mV and 200 mV.
130
The THD behavior is similar for all devices when V
GT
< 0.25 V. When V
GT
is higher than
0.25 V, the CGTs (mainly the internal drain) present lower THD than the rectangular gate.
For V
a
= 200 mV and V
GT
= 0.85 V, the THD of the CGT with the internal drain
configuration is lower than the external drain configuration and the rectangular gate for about
32.5 dB and 31.9 dB, respectively. The same THD behavior is observed considering V
a
= 50
mV and V
GT
= 0.72 V. Additionally, for V
GT
> 0.9 V, it can be seen that the THD of the CGT
with the internal drain configuration increases strongly due to the mobility degradation.
Figure 6 shows the CGT and the conventional HD3 behaviors for V
a
= 200 mV.
Analysing it, we conclude that the HD3
CGT
is dominant when V
GT
is smaller than 0.25 V (A
region) and V
GT
is higher than 0.68 V (C region), respectively. While the HD3
Rectangular Gate
is
dominant into the interval given by 0.25 V < V
GT
< 0.68 V (B region). The same HD3
behavior is observed for all transistors, with different V
a
values.
0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0
-100
-80
-60
-40
-20
0
region
region
C
B
SOI nMOSFET
V
DS
=1 V, L=1 μm
V
a
=200 mV
HD3 [dB]
V
GT
[V]
Rectangular Gate
Circular Gate
External Drain
Internal Drain
A
region
Figure 6 – HD3 versus V
GT
of rectangular and circular gate SOI nMOSFETs for V
a
= 200
mV.
4. CONCLUSIONS
It is observed that the circular gate transistor presents lower Harmonic Distortion or higher
linearity than the conventional SOI nMOSFET in the saturation region. Besides, the CGT
linearity behavior with external drain configuration is a little better than the conventional one.
The CGT linearity behavior with the internal drain configuration is extremely superior than
the conventional SOI nMOSFET for V
GT
> 0.5 V. Knowing that high frequency amplifiers
operate in strong inversion, the CGT with internal drain configuration can be used instead of
the conventional one to improve extremely the Harmonic Distortion in analog applications.
The HD3
CGT
is dominant when V
GT
is lower than 0.25 V (in direction of the weak inversion
region) and when V
GT
is higher than 0.68 V (in direction of the strong inversion region), when
Va = 200 mV.
5. ACKNOWLEDGEMENTS
The authors would like to thank João Antonio Martino from LSI/EPUSP and Cor Claeys from
IMEC for supplying the devices and Antonio Cerdeira from CINVESTAV-IPN and Marcelo
Antonio Pavanello from Centro Universitário da FEI for supplying IFM software.
131
6. REFERENCES
[1] A. Cerdeira, M. Estrada, R. Quintero, D. Flandre, A. Ortiz-Conde and F. J. García-
Sánchez, “New method for determination of harmonic distortion in SOI FD transistors,”
Solid
State Electron
., vol. 46, pp. 103-108, 2002.
[2] A. Cerdeira, M. A. Alemán, M. Estrada and D. Flandre, “Integral function method for
determination of nonlinear harmonic distortion,”
Solid State Electron., vol. 48, no. 12, pp.
2225-2234, 2004.
[3] M. A. Pavanello, A. Cerdeira, J. A. Martino, J. P. Raskin and D. Flandre, “Impact of
Asymetric Channel Configuration on the Linearity of Double-Gate SOI MOSFETs,”
6
TH
International Caribbean Conf.in Devices, Circuits and Systems
, Mexico, Apr. 26-28, 2006.
[4] A. Cerdeira, M. A. Alemán, M. A. Pavanello, J. A. Martino and D. Flandre, “Advantages
of the Graded-Channel SOI FD MOSFET for Applications as a Quasi-Linear Resistor,”
IEEE
Transactions on Electron Devices, Circuits and Systems
, vol. 52, no. 5, pp. 967-972, May
2005.
[5] M. de Souza, M. A. Pavanello, A. Cerdeira and D. Flandre, “Graded-Channel SOI
nMOSFET Model Valid for Harmonic Distortion Evaluation,” Proc. 25
TH
International
Conference on Microelectronics (Miel 2006), Belgrade, Serbia and Montenegro, 14-17 May
2006.
[6] S. P. Gimenez, R. M. G. Ferreira and J. A. Martino, “Early Voltage Behavior in Circular
Gate SOI nMOSFET Using 0.13 µM Partially-Depleted SOI CMOS Technology,”
SBMicro
2006
, vol. 4, pp. 319-328, 2006.
[7] J. P. Collinge,
Silicon-On-Insulator Technology: Materials to VLSI, Kluwer Academic
Publishers, United States of America, 2004.
132
APÊNDICE E – ARTIGO ECS MEETING
Neste apêndice segue o artigo aceito para o
212
th
ECS Meeting, onde é apresentado
boa parte do estudo realizado neste trabalho.
133
Comparison between Harmonic Distortion in Circular Gate and Conventional SOI
NMOSFET Using 0.13 µm Partially-Depleted SOI CMOS Technology
L. P. Dantas
a*
and S. P. Gimenez
a,b
a
Centro Universitário da FEI,
Av. Humberto de Alencar Castelo Branco, 3972, 09850-901,
São Bernardo do Campo, Brazil
*
b
LSI – Universidade de São Paulo,
Av. Prof. Luciano Gualberto, trav.3 n.158, 05508-900, São Paulo, Brazil
Harmonic distortion or Linearity is an important merit figure for low-
power, low-voltage analog integrated circuit applications. This paper
studies the Harmonic Distortion in Circular Gate SOI nMOSFET, using
0.13 µm Partially-Depleted SOI CMOS technology for analog
applications. The drain/source asymmetric effects are considered in
terms of drain current as a function of the gate and drain voltages.
Circular gate SOI nMOSFET Harmonic Distortion comparisons with
conventional (rectangular gate) partially-depleted SOI nMOSFET are
performed, regarding the same effective channel length and width. This
paper is based on experimental results. Integral Function Method (IFM)
is used to determine the total harmonic distortion (THD) and third
order harmonic distortion (HD3) in order to perform this work. It is
observed that circular gate presents improved harmonic distortion as
compared with rectangular gate SOI nMOSFETs, for the same effective
channel length and width.
Introduction
Harmonic distortion is an important merit figure for low-power low-voltage analog
integrated circuit applications, as the Operational Transconductance Amplifiers (OTAs), one
of the main basic analog build blocks. When a signal is applied into the transistor gate, the
harmonic distortion occurs in the output signal (drain node) due to I
DS
x V
GS
non-linearity
characteristics in the saturation region, as indicated in the figure 1.
In order to measure the harmonic distortion, it is necessary to apply a signal into the
transistor gate (V
GS
) and measure the output signal. Regarding an input sinusoidal signal
given by the equation [1], it can obtain the device linearity.
)t.f..2sin(VVV
a0GS
π
+
=
[1]
In equation [1], V
0
is the DC gate to source voltage, V
a
is the maximum amplitude value
of sinusoidal signal, f is the frequency of sinusoidal signal and t is the time.
134
Figure 1. Drain current distortion caused by non-linearity in I
DS
x V
GS
curve.
The Total Harmonic Distortion (THD) of a signal is defined as the sum of all harmonic
frequency powers above the fundamental one over the fundamental frequency power and is
usually expressed in dB (equation [2]) (1).
1
...432
_._
_
P
PnPPP
powerfreqlfundamenta
powersharmonic
THD
++
+
+
=
=
[2]
where P1 is the power level of the fundamental frequency and P2, P3, P4 and Pn are the
power levels of the harmonic components presented in the output signal.
The Integral Function Method (IFM) is used to determine the total and third order
harmonic distortion (1, 2). This method uses only the device DC electrical characteristics
(I
DS
xV
GS
), in contrast of the Fourier-based methods, which require complicated AC
characterization.
New devices (Graded-Channel (GC), Double Gate SOI nMOSFEI, etc) and new
techniques, as circuits’ arrangements with increased area and parasitic capacitances, have
been used in order to improve the harmonic distortion (3-5). Other possibility is to study the
influence of other gate geometrical form in the linearity regarding the same technology. The
circular gate transistor (CGT) (6), presented in figure 2, is an option.
Figure 2. Circular gate SOI nMOSFET layout.
In the figure 2, L is the channel length (= R2 – R1), and R1 and R2 are internal and
external radii of the channel. Note that CGT presents drain and source asymmetric
R1
R2
Internal
Contact
Gate
External Contact
L
V
GS
I
DS
V
0
V
a
Distortion on
I
DS
signal
Non-linearity
V
a
V
0
V
DS
= V
output
I
DS
V
GS =
V
input
135
dimensions. The internal contact can operate either as a drain or as a source (internal and
external drain configurations).
The geometric factor (f
r
) of a conventional transistor (rectangular gate) and CGT is given
by equation [3] (7).
()
Circular
alConvention
r
1R
2R
ln
2
L
W
f
π
=
=
[3]
The objective of this paper is study the Total Harmonic Distortion and Third Order
Harmonic Distortion behavior in circular gate SOI nMOSFETs taking into account the
drain/source asymmetric effects, regarding experimental results. Comparisons between
conventional and circular gates SOI nMOSFETs are also performed, considering the same
effective channel length and width.
Process and Electrical Characteristics
The devices were fabricated at IMEC, Belgium, using 0.13 µm Partially-Depleted SOI
CMOS technology. The technologic parameters of the SOI nMOSFETs are: t
oxf
= 2.5 nm
(gate oxide thickness), t
oxb
= 400 nm (buried oxide thickness), t
si
= 100 nm (silicon thickness),
N
A
= 5.5x10
17
cm
-3
(channel concentration), N
Drain/Source
= 1x10
20
cm
-3
(Drain/Source
concentration). The CGTs dimensions are L = 1
μm (channel length) and W = 100 μm
(average channel width). In order to obtain W/L = 100, using the expression [3], R1 and R2
values of the circular gate transistor are 15.5
μm and 16.5 μm, respectively. The conventional
transistor dimensions are L = 1
μm and W = 10 μm, resulting W/L = 10.
Threshold voltage (V
TH
) of CGTs with both drain configurations and conventional one are
extracted by using the second derivative method (8, 9) and their values are 0.31 V for internal
and external drain configurations and 0.33 V, respectively.
The figure 3 presents experimental normalized drain current [I
DS
/(W/L)] as a function of
drain to source voltage (V
DS
) of CGT with internal and external drain configurations and
conventional SOI nMOSFET, regarding different gate to source voltages (V
GS
). Normalized
drain current [I
DS
/(W/L)] is used in order to eliminate the dimension effects in the linearity
comparison study between CGT and rectangular gate SOI nMOSFET.
136
0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0
0
10
20
30
40
50
60
70
80
V
GS
= 0.5 V
V
GS
= 0.6 V
V
GS
= 0.7 V
V
GS
= 0.8 V
V
GS
= 0.9 V
V
GS
= 1 V
Rectagular Gate
Circular Gate
External Drain
Internal Drain
SOI nMOSFET
L = 1
μm
I
DS
/(W/L) [mA]
V
DS
[V]
Figure 3. I
DS
/(W/L) versus V
DS
of the rectangular and CGT with both drain configurations
SOI nMOSFETs.
Observing figure 3, the drain current of CGT operating with internal drain configuration is
larger than operating with external drain and conventional SOI nMOSFET, due the pinch-off
point of CGT with internal drain configuration is more distant from the drain than the external
drain configuration (6) and consequently the effective channel length of CGT with internal
drain configuration is smaller than the external drain configuration, resulting in higher drain
current. Besides, when the gate voltage increases, larger are the drain current differences
between internal and external configurations and also the conventional device (6).
In figure 4 is plotted normalized drain current as a function of V
GT
, where V
GT
is equal to
V
GS
– V
TH
, in order to eliminate the threshold voltage differences between CGTs and
conventional one.
0.00.20.40.60.81.0
0
20
40
60
80
100
120
SOI nMOSFET
V
DS
= 0.5 V, L = 1 μm
Rectangular Gate
Circular Gate
External Drain
Internal Drain
I
DS
/(W/L) [μA]
V
GT
[V]
Figure 4. I
DS
/(W/L) versus V
GT
of the rectangular and circular gate SOI nMOSFETs.
Observing figure 4, the CGT drain current with both configurations is higher than
conventional transistor, mainly for the internal drain configuration, because the pinch-off
137
point in CGT as explained before. For V
GT
> 0.72 V, the CGT with both configurations is
smaller than conventional one, due to mobility degradation in CGT, because the drain current
occurs in all directions in contrast to conventional transistor (mobility depends of
crystallography orientation). The same drain current behavior is observed for I
DS
x V
GT
curves, with 0.1 V V
DS
1 V.
Figure 5 presents the transconductance as a function of V
GT
for CGT and conventional
transistor.
0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0
0
20
40
60
80
100
120
140
SOI nMOSFET
V
DS
= 0.4 V
L = 1
μm
Rectangular Gate
Circular Gate
External Drain
Internal Drain
g
m
[S]
V
GT
[V]
Tunneling
Figure 5. g
m
versus V
GT
of the rectangular and circular gate SOI nMOSFETs.
It can be observed that CGT with external drain and conventional transistor present
practically the same behavior for V
GT
< 0.5 V. Besides, the transconductance of CGT with
external drain configuration is a little bit higher than conventional one for V
GT
0.5 V, where
occurs the maximum transconductances (g
m_max
) of the devices. For V
GT
> 0.5 V, it can be
seen that transconductance degradations of CGT with both configurations in comparison of
conventional SOI nMOSFET, due to mobility degradation, as explained before. Additionally,
the g
m
of GCT with internal drain configuration is smaller than with external drain
configuration and rectangular gate for V
GT
0.25 V and higher transconductance for 0.25 V
V
GT
0.5 V. This effect is observed for all ranges of V
DS
values measured and can be justified
because of drain/source dimensions differences.
138
Harmonic Distortion Analysis
Total harmonic distortion (THD) and third order harmonic distortion (HD3) are extracted
applying Integral Function Method (IFM) (1, 2) regarding the I
DS
x V
GT
curves of devices.
Total Harmonic Distortion (THD)
Figures 6 and 7 present THD of CGT with both configurations and conventional SOI
nMOSFET as a function of DC bias voltage (V
0
), that is equal to V
GT
, for two different values
of V
a
(30 mV and 200 mV) and V
DS
= 0.8 V.
0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0
-60
-50
-40
-30
-20
THD [dB]
V
GT
[V]
SOI nMOSFET
V
DS
= 0.8 V, L = 1 μm, V
a
= 30 mV
Rectangular Gate
Circular Gate
External Drain
Internal Drain
16.3 dB
4.2 dB
Figure 6. THD versus V
GT
of the conventional and CGT with both configurations for V
a
equal to 30 mV.
0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0
-35
-30
-25
-20
-15
-10
-5
SOI nMOSFET
V
DS
= 0.8 V, L = 1 μm, V
a
= 200 mV
Rectangular Gate
Circular Gate
External Drain
Internal Drain
THD [dB]
V
GT
[V]
9.3 dB
4.3 dB
Figure 7. THD versus V
GT
of conventional and CGT with both configurations for V
a
equal to
200 mV.
139
Analyzing figures 6 and 7, it we can observe that THD behavior of CGT with external
drain configuration and conventional one are practically the same for V
GT
< 0.4 V for both V
a
.
When V
GT
is higher than 0.4 V, CGT with external drain configuration presents a THD
improved than rectangular gate. For V
GT
= 0.8 V (edge of triode and saturation regions) and
V
a
varying from 30 mV up to 200 mV, THD of CGT with external drain configuration is
approximately 4.2-4.3 dB. Besides, THD of CGT with internal drain configuration is smaller
than the external drain configuration and conventional one for V
GT
0.6 V (weak and
moderate inversion and beginning of strong inversion), the THD biggest differences are 16.3
dB and 9.3 dB for V
a
= 30 mV and for V
a
= 200 mV, respectively. For V
GT
> 0.6 V, the THD
of CGT with internal drain configuration is higher than with external drain configuration.
Additionally, for V
GT
> 0.85 V, it can be seen that THD of CGT with internal drain
configuration strongly increases due to mobility degradation observed in device
transconductance as a function of V
GT
curves. So, in order to improve THD in analog
applications, it is recommended using CGT with internal drain configurations for V
GT
0.6 V,
and to use GCT with external drain configuration for V
GT
> 0.6 V instead of conventional SOI
nMOSFET for this technology.
Third Order Harmonic Distortion (HD3)
In the order to verify the influence of the Third Order Harmonic Distortion in the Total
Harmonic Distortion in the output signal, figures 8 and 9 present HD3 of CGT and
conventional SOI nMOSFET as function of bias voltage (V
GT
) for two different values of V
a
and V
DS
= 0.8 V.
0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0
-120
-110
-100
-90
-80
-70
-60
-50
-40
SOI nMOSFET
V
DS
= 0.8 V, L = 1 μm
V
a
= 30 mV
Rectangular Gate
Circular Gate
External Drain
Internal Drain
HD3 [dB]
V
GT
[V]
Figure 8. HD3 versus V
GT
of conventional and CGT with both configurations for V
a
equal to
30 mV.
140
0.00.20.40.60.81.0
-120
-100
-80
-60
-40
-20
0
Rectangular Gate
Circular Gate
External Drain
Internal Drain
SOI nMOSFET
V
DS
= 0.8 V, L = 1 μm
V
a
= 200 mV
HD3 [dB]
V
GT
[V]
Figure 9. HD3 versus V
GT
of conventional and CGT with both configurations for V
a
equal to
200 mV.
Analisando as figures 8 e 9, para os dois valores de V
a
, nota-se que na região de inversão
fraca, o transistor de canal circular com dreno interno apresenta menor influência da HD3 que
o transistor com dreno externo e o convencional nMOSFET. Porém, na região de inversão
moderada e principalmente na inversão forte o transistor circular com dreno interno é mais
influenciado que os demais. Além disso,
Analyzing figures 8 and 9, for two V
a
values, we note that in weak inversion, CGT with
internal drain configuration presents less influence of HD3 than with external drain
configuration and conventional nMOSFET. But in moderate and mainly in strong inversion
regions it is more influenced by HD3 than the others. Besides, the CGT with external drain
configuration has a similar behavior of conventional SOI transistor (mainly in weak and
moderate regions).
The Effective Total Harmonic Distortion (THD/A
V
)
In order to eliminate the influence of voltage gain of these devices, in figure 10 is
presented the total harmonic distortion over voltage gain (A
V
) as function of V
GT
.
141
0.10.20.30.40.50.60.7
-110
-100
-90
-80
-70
-60
-50
SOI nMOSFET, V
DS
= 0.8 V, L = 1 μm
Rectangular Gate
Circular Gate
External Drain
Internal Drain
V
a
= 30 mV
V
a
= 200 mV
THD/A
V
[dB]
V
GT
[V]
Figure 10. THD/A
V
versus V
GT
of conventional and CGT with both configurations for V
a
equal to 30 mV and 200 mV.
Analyzing figure 10, we note that Total Harmonic Distortion normalized as function of
voltage gain (THD/A
V
) of CGTs with external drain configuration is smaller than
conventional SOI nMOSFET for all ranges of V
GT
values. It can be justified because CGT
with external drain configuration presents a little higher g
m
up to V
GT
values near to g
m_max
and larger Early voltage (V
EA
) (6), resulting in superior voltage gain A
V
(= g
m
/I
DS
x V
EA
),
considering the same channel length and bias conditions. The same behavior is observed for
the CGT with internal drain configuration, but only for V
GT
0.6 V. The linearity degradation
in CGT with internal drain configuration for V
GT
> 0.6 V occurs because the mobility
degradation and consequently g
m
decreases when V
GT
increases above of this value.
Other important merit figure for analog applications is the effective Total Harmonic
Distortion over voltage gain ratio (THD/A
V
) behavior as a function of transconductance over
DC bias drain current ratio (g
m
/I
DS
) for all transistor operation regions, regarding two different
values of maximum amplitudes of input sinusoidal signal (V
a
), as indicated in figure 11.
142
3456789
-105
-100
-95
-90
-85
-80
-75
-70
-65
-60
-55
-50
V
a
= 200 mV
V
a
= 30 mV
SOI nMOSFET
V
DS
= 0.8 V
L = 1
μm
Rectangular Gate
Circular Gate
External Drain
Internal Drain
THD/A
V
[dB]
g
m
/[I
DS
/(W/L)] [V
-1
]
Figure 11. THD/A
V
versus g
m
/I
DS
/(W/L) of the conventional and CGT with both
configurations SOI nMOSFETs for V
a
equal to 30 mV and 200 mV.
Verifying figure 11, it can be observed that increasing g
m
/I
DS
(from strong inversion to
weak inversion regions direction) the THD/A
V
of CGT with external drain configuration is
smaller than CGT with internal drain configuration and conventional transistor. Note that,
increasing g
m
/[IDS/(W/L)] the CGT with internal drain configuration degrades the effective
Total Distortion normalized as a function of voltage gain. So, again it is better to use CGT
with external drain configuration instead conventional SOI nMOSFET in order to improve the
linearity regarding strong and moderate inversion regions for analog applications, as OTAs
operating at high frequency.
THD as Function of Sinusoidal Signal Amplitude (V
a
), Fixing the g
m
/[I
DS
(W/L)]
In order to verify the linearity behavior as a function of the input sinusoidal signal
amplitude in strong inversion, focusing OTAs operating in high frequency, (g
m
/[I
DS
/(W/L)], in
figure 12 is shown THD/A
V
x V
a
for CGT with both configurations and conventional SOI
nMOSFET.
143
0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0
-100
-80
-60
-40
-20
0
Rectagular Gate
Circular Gate
External Drain
Internal Drain
SOI nMOSFET
L = 1
μm
V
DS
= 800 mV
g
m
/[I
DS
/(W/L)] = 4.6 V
-1
THD/A
V
[dB]
V
a
[V]
Figure 12 – THD/A
V
versus V
a
of the conventional and CGT with both configurations SOI
nMOSFETs for g
m
/I
DS
/(W/L) equal to 4.6 V
-1
.
Observing figure 12, we note that THD/A
V
of CGTs with external drain configuration
presents improved linearity (
6 dB) than with internal drain configuration and conventional
SOI nMOSFET for all values of V
a
. The same behavior is noted for CGT with internal drain
configuration up to V
a
< 0.7 V. After this value occurs the linearity degradation because
mobility degradation. Besides, THD/A
V
of CGT with internal drain configuration present a
little improvement over external drain configuration for V
a
< 0.6 V.
Regarding figure 12, it can extract the maximum amplitude of input sinusoidal signal for a
determined effective harmonic distortion, as presented in the Table I.
TABLE I. THD/A
V
x V
a
of the devices.
V
a
[V] THD/A
V
[dB]
Conventional Ext. Drain CGT Int. Drain CGT
-80 0.02 0.04 0.05
-75 0.03 0.07 0.08
-70 0.06 0.12 0.15
-65 0.11 0.22 0.25
-60 0.2 0.42 0.44
-55 0.36 0.96 0.69
Analyzing table I, regarding the same effective Total Harmonic Distortion over the
voltage gain ratio, it can be seen that CGT with both drain configurations get to amplify input
sinusoidal signal with higher amplitudes. So, it is possible to amplify sinusoidal signals with
higher amplitudes in order to generate the same linearity by using CGTs instead of
conventional transistor, mainly for CGT with external drain configuration.
144
In the figure 13 is presented HD3/A
V
x V
a
for CGT with both configurations and
conventional transistor.
0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0
-160
-140
-120
-100
-80
-60
-40
-20
0
SOI nMOSFET
L = 1
μm
V
DS
= 800 mV
g
m
/I
DS
/(W/L) = 4.6 V
-1
Rectagular Gate
Circular Gate
External Drain
Internal Drain
HD3/A
V
[dB]
V
a
[V]
Figure 13 – HD3/A
V
versus V
a
of the rectangular and circular gate SOI nMOSFETs for
g
m
/I
DS
/(W/L) equal to 4.6 V
-1
.
THD/A
V
of CGT with internal drain is more strongly affected by HD3 than CGT with
external drain configuration and conventional transistor for practically all values of V
a
.
As observed before, HD3/A
V
is much smaller than THD/A
V
for all devices, but THD/A
V
of CGT with internal drain is more strongly affected by HD3 than CGT with external drain
configuration and rectangular gate transistor for all values of V
a
.
Conclusions
This work gives an experimental comparative study of Harmonic distortion or Linearity
between circular gate transistor operating with external and internal configurations and
conventional SOI nMOSFETs, using 0.13 µm Partially-Depleted SOI CMOS technology.
The Integral Function Method (IFM) is used to determine the total harmonic distortion
(THD) and third order harmonic distortion (HD3) in order to perform this study.
Regarding the drain/source asymmetric dimensions effects, it is observed that circular gate
transistor operating with external drain configuration presents higher linearity than with
internal drain configuration and conventional SOI nMOSFET for all device operation regions,
mainly in moderate and strong inversion, due to improved Early voltage.
In the strong inversion region, circular gate transistor operating with external drain
configuration can amplify sinusoidal signals with higher amplitudes in order to produce the
same harmonic distortion than with internal drain configuration and conventional transistor.
145
So, for high frequency analog applications where the transistor is biased in strong
inversion, the use of circular gate transistor operating with internal drain configuration instead
conventional SOI nMOSFET in order to have improved linearity.
Acknowledgements
The authors would like to thank João Antonio Martino from LSI/EPUSP and Cor Claeys
from IMEC for supplying the devices, Antonio Cerdeira from CINVESTAV-IPN and
Marcelo Antonio Pavanello from Centro Universitário da FEI for supplying IFM software and
BeSafer Intelligence directors for financial support.
References
1.
A. Cerdeira, M. A. Alemán, M. Estrada and D. Flandre, Solid State Electronics, vol.
48, no. 12, p. 2225, 2004.
2.
A. Cerdeira, M. Estrada, R. Quintero, D. Flandre, A. Ortiz-Conde and F. J. García-
Sánchez,
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