Download PDF
ads:
1
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO
AVALIAÇÃO MOLECULAR DO GENE SUPRESSOR
DE TUMOR PTEN EM TUMORES DO SISTEMA
NERVOSO
ALINE CADURIN CUSTÓDIO
Dissertação apresentada junto ao
Departamento de Genética da Faculdade de
Medicina de Ribeirão Preto, Universidade
de São Paulo para a obtenção do grau de
Mestre.
Área de concentração: Genética
Orientadora: Profª. Drª. Cacilda Casartelli
Ribeirão Preto
2006
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
2
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus pelo dom da vida, pela oportunidade que
reservou para mim e pela capacidade que me foi concebida para executá-lo.
Agradeço aos meus pais que sempre me apoiaram, a todos meus familiares que
acreditaram em mim, pelo apoio e incentivo.
À Profa. Dra. Cacilda Casartelli pela orientação e por ter me confiado a realização
deste trabalho. Também à Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP e ao
Departamento de Genética.
Aos amigos do Laboratório de Oncogenética pelo apoio, pelas sugestões dadas,
pelos momentos de descontração, Juliana, Nacibe, Marise, Leo e Giovanny.
À minha grande amiga Luciana, a qual nunca vou esquecer, por sempre estar ao
meu lado me ajudando, apoiando, pela sua confiança, companherismo e pela sua amizade
sincera.
Agradeço aos técnicos do Laboratório de Oncogenética Márcio e Vanderci (Cuca)
pela dedicação e zelo na preparação do material, pelo incentivo e momentos de
descontração e à Dona Francisca, responsável pela limpeza dentro do laboratório.
Ao Sidney por ser um grande amigo e ter me ajudado em vários momentos de
minha vida e na realização deste trabalho.
Às minhas duas lindas sobrinhas que amo tanto quanto fossem minhas filhas, que
em muitas ocasiões me fizeram esquecer os problemas.
À CAPES, FAPESP, CNPq e FAEPA pelo apoio financeiro.A todos vocês, e
aqueles que direta ou indiretamente colaboraram para a realização deste trabalho.
MUITO OBRIGADA!
ads:
3
RESUMO
CUSTÓDIO, A.C. Avaliação Molecular Do Gene Supressor De Tumor PTEN Em Tumores
Do Sistema Nervoso. Dissertação de Mestrado – Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto,
Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2005.
O câncer é uma doença potencialmente letal. Os tumores se desenvolvem em células que
estão se dividindo. Sua iniciação ou progressão está associada com o acúmulo de alterações
genéticas. Essas alterações podem ser aberrações cromossômicas, mutações, polimorfismos
e modificações epigenéticas. O câncer se desenvolve quando mecanismos de defesa do
organismo sofrem alterações. Os tumores do sistema nervoso representam
aproximadamente 2% de todos os tipos de câncer. O papel central do sistema nervoso e as
conseqüências funcionais da perda de neurônios podem explicar a severidade dos tumores
cerebrais. A formação dos tumores do cérebro humano é um processo complexo,
envolvendo um acúmulo de alterações genéticas. Os genes supressores de tumor estão
envolvidos na formação de tumores. Sua perda, inativação ou disfunção leva a célula a se
dividir desordenadamente, surgindo assim tumores e neoplasias no local onde elas ocorrem.
O objetivo deste trabalho foi fazer uma triagem de ocorrência de polimorfismos
conformacionais no gene supressor de tumor PTEN em 50 amostras de tumores de Sistema
Nervoso. Nenhuma alteração mutacional foi encontrada. Nossos resultados se assemelham
aos da literatura em relação à ausência de alterações no gene PTEN em tumores benignos;
em relação aos glioblastomas, a literatura cita uma alta freqüência de alterações no gene
PTEN, mas não encontramos nenhuma alteração nas 9 amostras estudadas. Outro
mecanismo como por exemplo a metilação da região promotora, poderia estar envolvido na
inativação desse gene nos tumores analisados.
4
ABSTRACT
CUSTÓDIO. A. C. Molecular Evaluation Of The Tumor Suppresor Gene PTEN In Tumors
Of The Nervous System. Dissertação de Mestrado - College of Medicine of Ribeirão Preto,
University of São Paulo, Ribeirão Preto, 2005.
Cancer is a potentially lethal illness. Tumors develop in cells that are dividing. Its
initiation or progression is associated with the accumulation of genetic alterations. These
alterations can be chromosome aberrations, mutations, polimorphisms and epigenetic
modifications. The cancer develops when mechanisms of defence of the organism are
altered. The tumors of the nervous system represent approximately 2% of all the types of
cancer. The central role of the nervous system and the functional consequences of the loss
of neurons can explain the severity of the cerebral tumors. The formation of the tumors of
the human brain is a complex process, involving an accumulation of genetic alterations.
The tumor suppressor genes are involved in the formation of tumors. If there is a loss,
inactivation or disfunction, the cell will divide disorderly, and tumors and other neoplasias
will appear in the place where they occur. The objective of this work was to make a
selection of the occurrence of conformacional polymorphisms in the tumor suppresor gene
PTEN in 50 samples of tumors of Nervous System. No mutacional alteration was found.
Our results if are similar to the ones of the literature in relation to the absence of alterations
in gene PTEN in benign tumors; in relation to glioblastomas, literature cites a high
frequency of alterations in gene PTEN, but we did not find any alteration in the 9 studied
samples. Another mechanism as, for example, the metilation of the promoterl region, could
be involved in the inativação of this gene in the analyzed tumors.
5
Lista de abreviaturas, símbolos e siglas
AKT Serine/Threonine Kinase
EDTA Ethylenediaminetetraacetic Acid
EGFR Epidermal Growth Factor Receptor
FAK Focal Adhesions Kinase
FISH In Situ Fluorescence Hybridization (hibridização in situ -
fluorescência)
Kd Kilodalton
LOH Loss of Heterozygosity (perda de heterozigose)
MDM2 Murine double Minute 2
MMAC1 Mutated in Multiple Advanced Cancers
NF1 Neurofibromatose 1
NF2 Neurofibromatose 2
Ng Nanograma
PCR Polymerase Chain Reaction (reação em cadeia da polimerase)
PDGFRA Plated-Derived Growth- Factor Receptor
PI3K Phosphatidylinositol 3´- Kinase
PIP2 Phosphatidylinositol 3, 4 Biphosphate
PIP3 Phosphatidylinositol 3, 4, 5 triphosphate
Shc SH2 domain containing transforming protein
SNC Sistema Nervoso Central
SSCP Single-Stranted Conformation Polymorphism (polimorfismo
conformacional de fita simples)
6
TEP1 Transforming growth factor [TGF]- Regulated and Ephitelial cell
enriched
VHL Von Hippel-Lindau
7
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO
01
GENES SUPRESSORES DE TUMOR
03
TUMORES DO SISTEMA NERVOSO HUMANO
05
TUMORES ASTROCÍTICOS
09
Astrocitoma de Baixo Grau (I – II) 10
Astrocitoma de Alto Grau (III - IV) 11
TUMORES DAS MENINGES
13
Meningiomas 13
Hemangioblastomas 14
Rabdomiossarcoma 15
TUMORES DE NERVOS PERIFÉRICOS
15
Schwanoma 15
TUMORES DA REGIÃO SELAR
17
Craneofaringeoma 17
TUMORES EMBRIONÁRIOS
17
Meduloblastoma 17
GENE PTEN
18
2. OBJETIVOS
22
3. MATERIAIS E MÉTODOS
23
Extração de DNA
25
Reação em cadeia da Polimerase (PCR)
25
Ánalise de polimorfismo conformacional de fita simples (SSCP)
28
4. RESULTADOS
29
8
5. DISCUSSÃO
30
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
34
9
1. INTRODUÇÃO
O câncer é uma doença potencialmente letal em mamíferos. Os tumores se
desenvolvem em células que estão se dividindo (Campisi, 2005). Sua iniciação ou
progressão está associada com o acúmulo de alterações genéticas. Essas alterações podem
ser aberrações cromossômicas, mutações, polimorfismos e modificações epigenéticas
(Albertson et al., 2003). O câncer se desenvolve quando mecanismos de defesa do
organismo sofrem alterações (Campisi, 2005).
As células cancerosas invadem o tecido vizinho ao local em que elas se
originaram. Essa invasão permite que as células penetrem na corrente sanguínea ou vasos
linfáticos, formando tumores secundários, ou metástases, em outros locais do corpo
(Thiery, 2002; Mareel and Leroy, 2003; Ministério da Saúde, 2005).
A formação de um tumor geralmente é lenta, podendo levar alguns anos para que
uma célula prolifere e dê origem a um tumor palpável. Esse processo é composto por vários
estágios como: iniciação, em que os genes sofrem ação de fatores cancerígenos; promoção,
quando os agentes onco-promotores atuam na célula já alterada; e progressão, caracterizado
pela multiplicação descontrolada e irreversível da célula (Ministério da Saúde, 2005).
A perda do controle da proliferação celular é uma característica das células
tumorais, ocasionando assim a displasia e às vezes, a anaplasia. Alguns dos fatores
principais relacionados a esse fenômeno são mutações com perda de função dos genes
supressores de tumor e ativação dos proto-oncogenes. Mutações que potencializam as
atividades dos proto-oncogenes, convertendo-os em oncogenes, induzem um crescimento
celular anormal. Inversamente, mutações genéticas que inativam genes supressores liberam
as células da repressão imposta por estes genes, permitindo o crescimento irrestrito de
células cancerígenas (Weinberg, 1991, Campisi, 2005). A imortalidade celular é também
10
uma das características das células tumorais, comum a quase todas as neoplasias malignas
(Harley, 2002). As células somáticas normais apresentam uma capacidade replicativa
limitada (Hayflick and Moorhead, 1961), enquanto que as células tumorais podem se
replicar infinitamente in vitro e in vivo (Harley et al., 1994; Harley, 2002). Essas células
resultam de mutações em genes que mantém a estabilidade genética de células normais. Sua
transformação em um tumor maligno ocorrerá através do acúmulo de mutações em classes
específicas de genes que, de alguma forma, estão envolvidos na regulação da proliferação
celular (Nowell, 1974; Loeb et al., 2003; Campisi, 2005).
Podemos considerar que uma célula cancerosa é aquela que perdeu a capacidade
de controlar seu crescimento e divisão. Essas células possuem características marcantes
como: desrespeito aos sinais de parada de proliferação celular, diferenciação celular,
capacidade de sustentar a proliferação celular, fuga da apoptose, capacidade de proliferação
e angiogênese (Hanahan and Weinberg, 2000).
O câncer também pode ser considerado um evento epigenético. Mudanças
epigenéticas como a metilação do DNA são excelentes candidatos para explicar como
certos fatores ambientais podem aumentar o risco de câncer. Os eventos de metilação
podem levar à instabilidade cromossômica, ativação de seqüências parasitas endógenas,
perda do imprinting, formação de aneuploidias e mutações, podendo contribuir para o
silenciamento transcricional de genes supressores tumorais (Esteller and Herman, 2002;
Campisi, 2005).
11
GENES SUPRESSORES DE TUMOR
A perda, a inativação ou disfunção de genes supressores de tumor leva a célula a
se dividir desordenadamente, surgindo assim tumores e neoplasias no local onde elas
ocorrem (Payne et al., 2005). Os supressores de tumor são detectados por deleções,
mutação, inativação em células primordiais ou em células somáticas, levando ao
surgimento de um tumor (Louro et al., 2002; Payne et al., 2005).
Os genes supressores de tumor apresentam um padrão hereditário autossômico
recessivo, pois a inativação de apenas uma das cópias do alelo não é suficiente para levar a
célula ao desenvolvimento de um tumor (Diamandis, 1997; Michor et al., 2004; Payne et al.,
2005). Estudos moleculares em cânceres hereditários identificaram e definiram a natureza
recessiva dos genes supressores tumorais (Scherr, 2004). Knudson (1971), utilizando o
retinoblastoma (RB1) como modelo, postulou que ele é desencadeado por duas lesões
sucessivas (tais eventos seriam mutações, embora um evento epigenético não possa ser
descartado) no genoma celular. No retinoblastoma familial, o indivíduo herdaria de seus
progenitores uma das duas mutações e a outra ocorreria como um evento somático. No
retinoblastoma esporádico, ambas as lesões ocorreriam na linhagem de células da retina
como mutações somáticas ocorrendo de novo, mas longos períodos após a concepção.
Knudson (1971, 1983, 1985, 1987, 1991, 1993), descreveu como a inativação de genes
supressores de tumor poderia levar ao desenvolvimento de tumores: primeiro, mutações em
células germinativas de apenas um único alelo predispõem à formação de tumores e
segundo, mutações ou inativações em células somáticas no outro alelo, que ocorrem
durante a vida do indivíduo, resultam na formação de um tumor.
Os genes supressores atuam em uma ampla cadeia de atividades em uma célula
normal. Apesar de sua função normal não garantir a proteção contra o câncer, seu
12
envolvimento em cascatas sinalizadoras, processo de degradação protéica, “checkpoints”,
detecção e reparo de danos no DNA, diferenciação e migração, angiogênese e outras
respostas ao estresse ilustram o amplo espectro de processos celulares nos quais esses genes
participam e que podem ser desregulados nas células cancerígenas (Sherr, 2004).
Os produtos dos genes supressores de tumores são importantes componentes de
sinalização intercelular permitindo que a célula receba e processe sinais inibidores ao seu
redor. A perda de componentes críticos para esta sinalização leva a célula a perder a
capacidade de responder a certos sinais inibidores de proliferação, mesmo que estes sinais
ainda estejam presentes no meio ambiente intracelular (Weinberg, 1991, 1994; Michor et
al., 2004; Payne et al., 2005).
13
TUMORES DO SISTEMA NERVOSO HUMANO
Os tumores do sistema nervoso representam aproximadamente 2% de todos os
tipos de câncer (Kleihues et al., 2002). A cada ano, cerca de 127.000 novos casos de câncer
de cérebro e do sistema nervoso central são diagnosticados no mundo (Brandes 2003). Em
crianças, os tumores de sistema nervoso central são a segunda causa de morte devido a
câncer, perdendo apenas para leucemia (Kaatsch et al., 2001; Muñoz et al., 2000; Rickert,
2003). Em adultos, a incidência de tumores do sistema nervoso aumenta com o avanço da
idade (Kleihues et al., 2002).
O papel do sistema nervoso e as conseqüências funcionais da perda de neurônios
podem explicar a severidade dos tumores cerebrais, mesmo que primários. Apesar do
pequeno número de tumores cerebrais em comparação a outros mais freqüentes como
tumores de colón, pulmão e mama, a mortalidade que causam é altamente significativa.
Esses tumores, mesmo que benignos, podem ser letais devido às suas propriedades
infiltrantes e à sua tendência em malignizar com o passar do tempo (Behin et al.,2003). A
formação dos tumores do cérebro humano é um processo complexo, envolvendo um
acúmulo de alterações genéticas.
No Brasil, os casos de tumores de Sistema Nervoso Central (SNC), representados
pelo câncer de encéfalo, constituem 2,4% do total de casos ocorridos, sendo que a
mortalidade entre homens varia de 0,31 a 4,22 e entre as mulheres 0,41 a 3,19 para cada
100.000 homens e 100.000 mulheres entre os anos 1995 a 1999 (Ministério da Saúde,
2005).
Nas neoplasias do Sistema Nervoso Central, as classificações histopatológicas são
extensas e embasadas primariamente na morfologia descritiva. Como a histogênese desses
14
tumores é muito heterogênea e peculiar, existe uma grande dificuldade na caracterização
dos diversos subgrupos (Gilbertson, 2002).
Uma das classificações mais aceitas é a da Organização Mundial de Saúde
(Kleihues et al., 2002) (quadro 1), baseada na premissa de que cada tipo de tumor se origina
de um tipo celular específico e os tumores são classificados em graus de malignidade com
implicações terapêuticas e prognósticas. Através da citogenética e biologia molecular os
pesquisadores incorporaram alterações em cromossomos e/ou em genes na classificação
tumoral.
A classificação molecular está se mostrando muito útil, tanto para o diagnóstico,
como para a orientação terapêutica e prevenção. As informações adquiridas com o auxílio
da Biologia Molecular poderão ser utilizadas em novas abordagens terapêuticas, como na
imunoterapia e na terapia gênica.
Quadro 1: Nova Classificação dos tumores que afetam o SNC de acordo com a Organização Mundial de
Saúde (WHO) (Kleihues et al., 2002).
T
UMORES DE TECIDO NEUROEPITELIAL
TUMORES ASTROCITÁRIOS
Astrocitoma Difuso 9400/3
1
Fibrilar
Protoplasmático
Gemistocístico
9420/3
9410/3
9411/3
Astrocitoma anaplásico 9401/3
Glioblastoma 9440/3
Glioblastoma de células gigantes
Gliossarcoma
9441/3
9442/3
Astrocitoma pilocítico 9421/1
Xantoastrocitoma pleomórfico 9424/3
Astrocitoma de células gigantes subependimário 9384/1
T
UMORES OLIGODENDROGLIAIS
Oligodendroglioma 9450/3
Oligodendroglioma anaplásico 9451/3
TUMORES EPENDIMÁRIOS
Ependimoma 9391/3
Celular
Papilar
Tanicitico
De células claras
9391/3
9393/3
9391/3
9391/3
15
Ependimoma anaplásico 9392/3
Ependimoma mixopapilar 9394/1
Subependimoma 9383/1
G
LIOMAS MISTOS
Oligoastrocitoma 9382/3
Oligoastrocitoma anaplásico 9382/3
T
UMORES DO PLEXO CORÓIDE
Papiloma do plexo coróide 9390/0
Carcinoma do plexo coróide 9390/3
T
UMORES NEUROEPITELIAIS DE ORIGEM INCERTA
Astroblastoma 9430/3
Glioma coróide do 3
o
Ventrículo 9444/1
Gliomatose cerebral 9381/3
T
UMORES NEURONAIS E NEURONAIS-GLIAIS MISTOS
Gangliocitoma 9492/0
Gangliocitoma displásico do cerebelo (Lhermitte-Duclos) 9493/0
Gangliocitoma infantil desmoplásico 9412/1
Tumor neuroepitelial disembrioplásico 9413/0
Ganglioglioma 9505/1
Ganglioglioma anaplásico 9505/3
Neurocitoma central 9506/1
Paraganglioma do filum terminale 8680/1
Liponeurocitoma cerebelar 9506/1
T
UMORES NEUROBLÁSTICOS
Neuroblastoma olfatório (Aestesioneuroblastoma) 9522/3
Neuroepitelioma olfatório 9523/3
Neuroblastoma da glândula adrenal e do sistema do nervo simpático 9500/3
T
UMORES PARENQUIMAIS PINEAIS
Pineocitoma 9361/1
Pineoblastoma 9362/3
Tumor parenquimal pineal de diferenciação intermediária 9362/3
T
UMORES EMBRIONÁRIOS
Meduloepitelioma 9501/3
Ependimoblastoma 9392/3
Tumores neuroectodérmicos supratentoriais primitivos (PNET) 9473
Neuroblastoma 9500/3
Ganglioneuroblastoma 9490/3
Meduloblastoma 9470/3
Meduloblastoma desmoplásico
Meduloblastoma de Células Largas
Medulomioblastoma
Meduloblastoma melanocítico
9471/3
9474/3
9472/3
9470/3
Tumores teratóide/rabdóides atipicos 9508/3
T
UMORES DOS NERVOS PERIFÉRICOS
S
CHWANNOMA (NEURINOMA, NEURILEMOMA) 9560/0
Celular
Plexiforme
Melanocítico
9560/0
9560/0
9560/0
N
EUROFIBROMA 9540/0
Plexiforme 9550/0
P
ERINEURIOMA 9571/0
Perineurioma Intraneural 9571/0
Perineurioma de tecido mole 9571/0
T
UMORES DA BAINHA DO NERVO PERIFÉRICO MALIGNOS (MPNST) 9540/3
Epitelióide
MPNST com diferenciação epitelial e/ou mesenquimal
9540/3
9540/3
16
Melanocítico
Melanocítico Psamomatoso
9540/3
9540/3
T
UMORES DAS MENINGES
T
UMORES DAS CÉLULAS MENINGOTELIAIS
Meningioma 9530/0
Meningotelial
Fibroso (fibroblástico)
Transicional (misto)
Psamomatoso
Angiomatoso
Microcístico
Secretório
Linfoplasmocitário rico
Metaplásico
De células claras
Cordóide
Atípico
Papilar
Rabtoide
Meningioma Anaplásico
9531/0
9532/0
9537/0
9533/0
9534/0
9530/0
9530/0
9530/0
9530/0
9538/1
9538/1
9539/1
9538/3
9538/3
9530/3
T
UMORES NÃO-MENINGOTELIAIS, MESENQUIMAIS
Lipoma 8850/0
Angiolipoma 8861/0
Hibernoma 8880/0
Liposarcoma (intracranial) 8850/3
Tumor fibroso solitário 8815/0
Fibrosarcoma 8810/3
Histiocitoma fibroso maligno 8830/3
Leiomioma 8890/0
Leiomiosarcoma 8890/3
Rabdomioma 8900/0
Rabdomiossarcoma 8900/3
Condroma 9220/0
Condrossarcoma 9220/3
Osteoma 9180/0
Osteosarcoma 9180/3
Osteocondroma 9210/0
Hemangioma 9120/0
Hemangioendotelioma epitelióide 9133/1
Hemangiopericitoma 9150/1
Angiosarcoma 9120/3
Sarcoma de Kaposi 9140/3
L
ESÕES MELANOCÍTICAS PRIMÁRIAS
Melanocitose difusa 8728/0
Melanocitoma 8728/1
Melanoma maligno 8720/3
Melanomatose meníngea 8728/3
T
UMORES DE HISTOGÊNESE INCERTA
Hemangioblastoma 9161/1
L
INFOMAS E NEOPLASIAS HEMATOPOIÉTICAS
Linfomas malignos 9590/3
Plasmocitoma 9731/3
Sarcoma granulocitário 9930/3
T
UMORES DE CÉLULAS GERMINATIVAS
Germinoma 9064/3
Carcinoma embrionário 9070/3
17
Tumor do saco vitelino 9071/3
Coriocarcinoma 9100/3
Teratoma 9080/1
Imaturo 9080/3
Maduro 9080/0
Teratoma com transformação maligna 9084/3
Tumores mistos de células germinativas 9085/3
T
UMORES DA REGIÃO SELAR
Craniofaringioma 9350/1
Adamantinomatoso 9351/1
Papilar 9352/1
Tumor de célula granular 9582/0
T
UMORES METASTÁTICOS
1
Código morfológico da Classificação internacional de doenças para oncologia (ICD-O) e nomenclatura
médica sistematizada (SNOMED). Código para o comportamento: /0 para tumores benignos, /1 para tumores
de baixo ou potencial maligno incerto ou para malignidade de borda, /2 para lesões in situ, /3 para tumores
malignos.
TUMORES ASTROCÍTICOS
Segundo a Organização Mundial de Saúde (Kleihues et al., 1993) os tumores
astrocíticos estão divididos em: astrocitomas de baixo grau (I – II) e astrocitomas de alto
grau (III – IV). Os tumores astrocíticos compreendem uma variedade de neoplasias que
diferem quanto à sua localização no SNC, idade e distribuição por sexo, extensão e
potencial invasivo, características morfológicas, tendência para progressão e curso clínico.
A formação de tumores astrocíticos é um processo complexo que ocorre pelo acúmulo de
alterações gênicas, envolvendo principalmente dois grupos de genes (oncogenes e genes
supressores de tumor), implicados na regulação da proliferação celular em vias distintas da
tumorigênese (Louro et al., 2002). Astrocitomas se desenvolvem em diversas regiões do
sistema nervoso, mais freqüentemente em regiões do cerebelo (Walker and Kaye, 2003;
Collins, 2004).
18
Astrocitomas de Baixo Grau (I –II)
Os astrocitomas pilocíticos (grau I), ocorrem mais freqüentemente em crianças,
sendo que sua diferenciação dos astrocitomas fibrilares difusos é de extrema importância,
devido ao diagnóstico favorável associado à falta de infiltração tumoral ao parênquima
cerebral e ao seu crescimento lento (Kleihues et al., 1993; Collins, 2004). São considerados
os únicos astrocitomas benignos. Porém, mesmo assim, possuem em alguns casos potencial
de transformação maligna, tornando-se agressivos. Isso ocorre em até 1% dos casos.
Localizam-se na maioria dos casos no cerebelo, podendo apresentar-se em regiões
profundas do cérebro como o tálamo e hipotálamo (Collins, 2004; Instituto de Neurologia
de Curitiba, 2005). Estudos moleculares em astrocitomas pilocíticos têm revelado perdas
alélicas em 17p e 17q incluindo os genes TP53 e NF1 (Patt et al., 1996; Collins, 2004;
Ichimura et al.,2004).
Os astrocitomas difusos (II) são divididos em subgrupos classificados
morfologicamente. O astrocitoma fibrilar caracteriza a variante mais freqüente e o
astrocitoma protoplásmico a variante mais rara; o astrocitoma gemistocítico tem certa
possibilidade de progredir para graus maiores. A característica principal entre todos é a
presença de células apresentando atipia nuclear, sendo que as mitoses são raras e anaplasia
e necrose estão ausentes (Walker and Kaye, 2003; Ichimura et al., 2004). Sua
sintomatologia ocorre mais freqüentemente entre os 25 e os 50 anos. Sintomas comuns são
cefaléia e crises convulsivas. Mais de 80% dos pacientes sobrevivem mais de 5 anos
levando vida normal. Entretanto, existem casos em que a progressão do tumor para padrões
mais agressivos leva à piora clínica ou ao retorno de lesões previamente operadas (Ichimura
et al., 2004; Instituto de Neurologia de Curitiba, 2005;).
19
Análises clínicas e moleculares relataram hipóteses de que esses tumores podem se
desenvolver por mutações em diferentes genes, afetando várias linhagens celulares,
podendo progredir para tumores de alto grau (Collins, 2004). Cerca de 60% dos
astrocitomas difusos apresentam perdas alélicas em 17p, incluindo o gene TP53 (James et
al., 1989; Rasheed et al., 1994; Ichimura et al., 2004). Os genes MDM2 e P14ARF foram
estudados e apresentaram anormalidades nestes tipos de tumores. A perda alélica dos
cromossomos 6q, 13q e 22q pode ocorrer em astrocitomas. A hipermetilação de regiões
promotoras também desenvolve um importante papel no silenciamento de alguns genes que
estão envolvidos na formação de astrocitomas (Collins, 2004).
Astrocitomas de Alto Grau (III - IV)
Os astrocitomas anaplásicos (grau III) surgem devido a uma progressão dos
astrocitomas de baixo grau que possuem alterações, como mutação de TP53 em cerca de
60% dos casos (Collins, 2004) e superexpressão de PDGFRA. Nos astrocitomas
anaplásicos, além destas alterações, podemos encontrar a perda de heterozigosidade do
cromossomo 19 (19q) (Louro et al., 2002; Collins, 2004).
Análises citogenéticas e técnicas de genética molecular demonstraram perda
alélica dos cromossomos 6q, 13q, 17p e 22q ocorrendo em alta freqüência neste tipo de
tumor (Collins, 2004). A perda de heterozigosidade no cromossomo 10 ocorre em
aproximadamente em 40% dos astrocitomas anaplásicos (Rasheed et al., 1995; Sonoda et
al., 1996; Maier et al., 1997; Voesten et al., 1997; Ichimura et al., 1996; Fujisawa et al.,
1999; Muñoz et al., 2000; Xiao et al., 2005).
Estes tumores possuem um maior potencial de agressividade, com suas células
progredindo mais rapidamente (Collins, 2004). Isso leva a um crescimento rápido de
20
massas tumorais e freqüentemente há um aumento da pressão intracraniana e sintomas
como cefaléia e vômitos, assim como deficiências motoras de um lado ou de outro do corpo
e problemas com a fala. Pacientes com esses tumores apresentam uma menor sobrevida
comparada com os dois anteriores, chegando a uma média de 3 a 4 anos em 70% dos casos
(Instituto de Neurologia de Curitiba, 2005).
Os glioblastomas (grau IV) constituem o tipo de neoplasia mais freqüente e
maligno do grupo de tumores cerebrais (Godard et al., 2003; Instituto de Neurologia de
Curitiba, 2005; Martinez et al., 2005; Ohgaki, 2005). Eles apresentam regiões de necrose,
hemorragias e proliferação microvascular. Em termos geneticos, apresentam várias
deleções, amplificações e mutações de ponto (Holland, 2000; Ohgaki, 2005; Rick et al.,
2005). Existem duas formas de glioblastomas: primários ou de novo, que se desenvolvem
em pacientes mais velhos em um curto prazo de tempo e com rápida história clínica e
glioblastomas secundários, que ocorrem em pacientes mais novos e se desenvolvem
mediante progressão tumoral a partir de astrocitomas de baixo grau (Wesseling et al., 1994;
Kleihues et al., 1997, 1999; Instituto de Neurologia de Curitiba, 2005; Ohgaki,2005).
São tumores histologicamente heterogêneos, representando um contínuo biológico
com vários graus de pleomorfismo celular e nuclear, atividade mitótica e proliferação
vascular (Schmitt, 1983; Wesseling et al., 1994; Yang et al., 2002; Graça et al., 2003;
Korshunov et al., 2005).
A perda de heterozigosidade (LOH) do cromossomo 10 é a mais freqüente
alteração em glioblastomas, ocorrendo em 60% a 80% dos casos (Ohgaki, 2005). Os
glioblastomas primários se caracterizam pela presença da amplificação do gene EGFR
(36%), mutações em PTEN (25%), deleções em P16 (31%), amplificação de MDM2 (10%),
mutações em TP53 (28%) enquanto que nos glioblastomas secundários, que se
21
desenvolvem a partir de astrocitomas anaplásicos, a alteração mais comum é mutação em
TP53 (65%), podendo ocorrer também amplificações de EGFR (8%), deleção de P16 (19%)
e mutação em PTEN (4%) (Ohgaki, 2005).
Alterações no gene P14 podem levar ao desenvolvimento de glioblastomas
(Collins, 2004), assim como a metilação do gene PTEN (Ohgaki, 2005).
TUMORES DAS MENINGES
Meningiomas
Os meningiomas são os tumores primários mais comuns do sistema nervoso e
abrangem 25% de todas neoplasias primárias intracranianas, ocorrendo principalmente em
pacientes mais idosos (Kleihues and Cavenee, 2000; Lopes, 2003; Collins, 2004; Lusis et
al., 2005). A maioria dos tumores é de crescimento lento, de massas bem encapsuladas e
altamente vascularizadas (De Monte et al., 2001; Lopes, 2003). Embora a maioria desses
tumores seja histologicamente benigna, alguns meningiomas apresentam sinais de
malignidade como vascularização, perda da organização estrutural, pleomorfismo nuclear,
alguns locais de necroses e infiltrações para tecidos vizinhos (Perry et al., 1997; Lopez-
Gines et al., 2004).
Segundo a Organização Mundial de Saúde, os meningiomas podem ser
classificados histologicamente em três graus: grau I (benigno) representando cerca de 80%
dos casos; grau II (atípico), representa um subgrupo distinto histologicamente e está
associado a um maior risco de recorrência, ocorrendo em 20% dos casos; grau III
(anaplásico) apresenta características de malignidade, ocorrendo em 2% dos casos, podendo
levar o paciente a uma sobrevida de 2 anos (Kleihues et al., 2000; Lopez-Gines et al., 2004;
Collins, 2004; Lusis et al., 2005).
22
A principal alteração cromossômica encontrada em todos os tipos histológicos de
meningiomas é a monossomia total ou parcial do cromossomo 22 , estando esta relacionada
com a perda de heterozigosidade e constituindo o evento primário na gênese desse tumor
(Al Saadi et al., 1987; Dumanski et al., 1987; Casartelli et al., 1989; Rogatto and Casartelli,
1988; Lopez-Ginez et al., 2004, Collins 2004; Lusis et al., 2005).
A perda de 22q é encontrada em 40 a 70% dos casos de meningiomas, estando
associada com mutações, deleções ou perda de expressão do gene NF2, indicando que sua
inativação representa um importante evento inicial no desenvolvimento do meningioma
(Ueki et al., 1999; Lopez-Ginez et al., 2004; Rieske et al., 2005).
Além da monossomia do cromossomo 22, estudos genéticos moleculares
sugestionam que a perda alélica de 1p, 9q, 10q e 14q podem estar associadas com a
progressão dos meningiomas (Simon et al., 1995; Lamszus et al., 1999; Leone et al., 1999;
Lopez-Ginez et al., 2004; Lusis et al., 2005).
Hemangioblastomas
Os hemangioblastomas são tumores benignos e representam aproximadamente 2%
de todos os tumores intracraniais. Esses tumores podem ser múltiplos e podem ocorrer em
células tronco. Os hemangioblastomas podem ocorrer como tumores esporádicos ou em
famílias com doença de Von Hippel-Lindau, uma doença autossômica dominante.
Hemangioblastomas cerebrais desenvolvem-se na terceira década de vida, causando
aumento intracranial e desequilíbrio (Michael et al., 2004; Pietro et al., 2005).
A inativação bialélica do gene supressor de tumor VHL, localizado no
cromossomo 3p, está envolvida na formação dos hemangioblastomas. Os eventos que
podem levar a esta inativação podem ser eventos de recombinação mitótica, mutações
23
intragênicas e hipermetilação da região promotora (Latif et al., 1993; Glasker et al., 2001;
Pietro et al., 2005).
Rabdomiossarcomas
Rabdomiossarcomas são tumores malignos que se desenvolvem na musculatura
esquelética ou em tecidos fibrosos e podem afetar qualquer área do corpo. Constituem 60%
de todos tumores malignos de partes moles em crianças e adolescentes (Durve et al., 2004;
Stuart et al., 2004; Breitfeld et al., 2005; Dausse et al., 2005). As regiões mais comuns
afetadas são cabeça e pescoço. Os rabdomiossarcomas se dividem em dois grupos; os
embriomários, que constituem cerca de 75% dos casos e os alveolares. Os
rabdomiossarcomas embrionários possuem uma incidência maior em crianças até os quatro
anos. Uma alta incidência deste tumor é encontrada em crianças com a Síndrome de Li-
Fraumeni e em crianças com familiares que possuem neurofibromatose (Stuart et al., 2004).
As alterações genéticas mais comuns neste tipo de tumor são a inativação do gene
supressor de tumor P53 e a translocação 12q13 (Stuart et al., 2004).
TUMORES DE NERVOS PERIFÉRICOS
Schwanomas
São tumores benignos, de crescimento lento, que surgem da bainha das células de
Schwann de nervos motores, sensitivos ou cranianos (Minami et al., 2005). Constituem
cerca de 8% dos tumores intracraniais primários (Mawrin et al., 2002; Rekha et al., 2004).
Cerca de 65% destes tumores ocorrem no sistema nervoso central, sendo a maioria no VIII
par craniano (Palva et al., 1975; Melo, 2004; Rekha et al., 2004). A taxa de incidência em
cabeça e pescoço varia de 25 a 37%. A região lateral do pescoço é o sítio mais comum de
24
sua ocorrência, originando-se a partir das raízes nervosas cervicais e da cadeia simpática
cervical (Melo, 2004). A degeneração maligna destes tumores é extremamente rara
(Delozier, 1982; Melo, 2004).
Os schwanomas, também chamados neurilemomas e neurinomas, são lesões
esporádicas solitárias, podendo ocasionalmente ser múltiplas ou aparecer em conjunto com
a neurofibromatose tipo1 (Rekha et al., 2004). Neurinomas do acústico são, na maioria dos
casos, tumores benignos que se originam dos nervos vestibulares. O tumor pode aparecer
em todas as idades, com um pico de incidência entre a quarta e a sexta décadas. Existe uma
predileção pelo sexo feminino com uma taxa de 2:1 sobre o sexo masculino (Minami et al.,
2005). Schwannomas do vestibular podem aparecer de forma isolada ou podem estar
associados à neurofibromatose tipo 2 (NF2) (Chen et al., 2005). Estudos genéticos têm
demonstrado alterações no cromossomo 22 em casos esporádicos de pacientes com
schwannomas vestibulares sem NF2 (Instituto de Neurologia de Curitiba, 2005).
A principal alteração encontrada em schwanomas é a perda do cromossomo 22;
estudos moleculares demonstraram que na região 22q12 está localizado o gene NF2. A
inativação por mutações no gene NF2 ocorre em aproximadamente 60% dos schwannomas
(Lusis et al., 2005). Outros eventos genéticos também estão envolvidos na formação de
schwannomas, como a perda de heterozigosidade do gene supressor de tumor TP53. A
perda do cromossomo 1 também pode levar ao desenvolvimento de uma pequena classe de
schwannomas (Mawrin et al., 2002).
25
TUMORES DA REGIÃO SELAR
Craniofaringeomas
Craniofaringeoma é uma neoplasia epitelial da região pituitária e hipotalâmica
(Honegger et al., 1997), com incidência infantil de 6 a 9% de todos os tumores do sistema
nervoso central (Strother et al., 2002; Kalapurakal, 2005). De acordo com Honegger et al
(1997) e Raghavan et al (2000), os fatores de predisposição à recorrência tumoral são:
extensão e ressecção tumoral, idade ao diagnóstico e hidrocefalia grave.
Nos últimos anos, houve um enfoque maior nos estudos sobre os mecanismos
genéticos envolvidos na gênese e progressão dos craniofaringeomas, na tentativa de
diminuir a morbidade decorrente dos procedimentos cirúrgicos. Assim, marcadores
genéticos que possam auxiliar no prognóstico e no tratamento dos pacientes são de extrema
utilidade (Honegger et al., 1997; Harder et al., 2000; Raghavan et al., 2000; Savas et al.,
2000; Sarubi et al., 2001; Sekine et al., 2002; Xin et al., 2002).
TUMORES EMBRIONÁRIOS
Meduloblastomas
Os meduloblastomas são tumores embrionários do Sistema Nervoso Central,
constituindo o maior subgrupo de neoplasias de origem neuro-epitelial presentes na
infância (40%); seu pico de incidência é dos 9 aos 13 anos (Collins, 2004; Sarkar et al.,
2005).
A alteração genética mais comum em meduloblastoma é a deleção do
cromossomo 17, presente em 30 a 50% dos tumores primários. Essa deleção pode ocorrer
mais freqüentemente pela formação do isocromossomo 17q (Biegel, 1997; Nicholson et al,
2000; Fruhwald et al., 2001; Collins, 2004; Sarkar et al., 2005). Com a perda de certas
26
regiões do cromossomo 17, vários genes supressores de tumor como ABR, LIS1 e TP53
são deletados nesses tumores; dessas alterações, 15% ocorrem no gene TP53 (Ohgaki et
al., 1991; Saylors et al., 1991; Brata et al., 1995; Orellana et al., 1998; Collins, 2004;
Sarkar et al., 2005). A amplificação do gene MYC ocorre em 5 a 10% dos casos, podendo
ser um evento importante, que está associado a um fenótipo anaplásico e a um
comportamento biológico mais agressivo (Collins, 2004; Sarkar et al., 2005).
A perda da região 1q e 10q ocorre em aproximadamente em 20 a 40% dos casos
(Sarkar et al., 2005), mas os autores não encontraram alterações no gene PTEN.
Outras alterações cromossômicas também foram descritas, como ganho do
cromossomo 7 e das regiões 8q, 9p, 18q, assim como perdas de 8p, 9q, 10q, 16q, 22q e do
cromossomo 11 (Lescop et al., 1999; Eberhart et al., 2002; Gilbertson, 2002; Michiels et
al., 2002; Yin et al., 2002; Sarkar et al., 2005).
GENE PTEN
O gene PTEN/MMAC1/TEP1 (phosphatase, tensin homologue deleted from
chromosome ten/ mutated in multiple advanced cancers/ regulated and epithelial cell-
enriched phosphatase) foi descrito pela primeira vez em 1997 por três grupos de
pesquisadores, sendo que sua inativação faz parte da formação de vários tipos de tumores
malignos (Li et al., 1997; Steck et al., 1997; Sheng et al., 2002; Hlobilková et al., 2003;
Chu et al., 2004; Di Vizio et al., 2005; Liu et al., 2005).
O gene PTEN é um supressor de tumor localizado no cromossomo 10, no locus
10q23 e codifica uma proteína com 403 aminoácidos e 47kd (Li and Sun, 1997; Li et al.,
1997; Sheng et al., 2002; Chu et al., 2004; Di Vizio et al., 2005). Contém nove exons e oito
introns, apresentando em sua região N - terminal uma alta homologia com tensina, uma
27
proteína do citoesqueleto e com auxilina, uma proteína envolvida no transporte da vesícula
sináptica (Li and Sun, 1997; Li et al., 1997; Steck et al., 1997; Tamur et al., 1998; Lauge et
al., 1999; Chu et al., 2004; Liu et al., 2005).
A molécula de PTEN pode ser dividida em 2 domínios: um domínio fosfatase,
localizado na região N-terminal (resíduo 1 ao 185) e um domínio C-terminal (Chu et al.,
2004). A região C-terminal, onde ocorrem 43% das mutações desse gene, é composta por
dois subdomínios. Primeiro, um domínio C2 (resíduo 186 ao 351) que é associado com
regiões de ligação fosfolipidica, que tem afinidade por fosfolipídios de membrana.
Outra característica é a presença de um sítio de ligação PDZ, o qual reage
fortemente com o domínio fosfatase e compreende uma região de interação proteína-
proteína. A eliminação de PDZ reduz a capacidade de PTEN de inibir substrato AKT,
sugerindo que essa região é importante na atividade de PTEN. Esta região C-terminal
possui vários sítios de fosforilação localizados nos últimos 50 aminoácidos, que exercem
função de estabilidade protéica (Figura 1). Este gene sofre mutações, não apenas no
domínio fosfatase (região N-terminal, com aproximadamente 31% de mutações), mas
também ao longo de toda a molécula, sugerindo que outras regiões da proteína são críticas
para a função de supressão do crescimento celular (Simpson and Parsons, 2001; Goberdhan
and Wilson, 2003; Chu et al., 2004).
Figura 1. Regiões do gene PTEN (Goberdhan and Wilson, 2003)
28
O gene PTEN induz supressão de crescimento através da parada do ciclo celular
e/ou indução de apoptose e inibe adesão e migração celular (Furnari et al., 1998; Myers et
al., 1998; Stambolic et al., 1998; Ramaswany et al., 1999; Sun et al., 1999; Marino et al.,
2002; Chu et al., 2004; Liu et al., 2005). PTEN possui o papel de atuar como uma fosfatase
com especificidade dupla, capaz de defosforilar resíduos tanto de tirosina fosfato quanto de
serina/treonina fosfato (Li and Sun, 1997; Meyer et al., 1997; Furnari et al., 1998;
Maehama and Dixon, 1998; Myers et al., 1998; Stambolic et al., 1998; Ali et al., 1999;
Maehama and Dixon, 1999; Maehama et al., 2001; Mayo et al., 2002; Sheng et al., 2002;
Chu et al., 2004).
O gene PTEN atua como um fator inibidor da via fosfoinositídeo 3-quinase
(PI3K), que possui a função de transferir um grupo fosfato para fosfatidilinositol 4-5
bifosfato (PIP2), gerando fosfatidilinositol 3,4,5 trifosfato (PIP3). Fosfatidilinositol 3,4,5
trifosfato (PIP3), junto com outros fatores, transmite sinais para ativar a via do proto-
oncogene PKB/AkT, que leva a célula à proliferação celular e à inibição de apoptose. O
gene PTEN remove o terceiro anel de fosfatidilinositol 3,4,5 trifosfato (PIP3),
transformando este em fosfatidilinositol 3-4 bifosfato (PIP2), inativando assim os sinais
para a via PKB/AkT (Sansal and Sellers, 2004; Chu et al 2004). A figura 2 (A e B) mostra a
função de PTEN na via PKB/AKT).
29
Figura 2A: Função de PTEN na célula quando ativo (Coffee Break, 2003). Figura 2B: PTEN inativo (Coffee
Break, 2003)
PTEN também pode atuar na via FAK (Focal Adesion Kinase) e Shc
(fosfotirosina que contém um domínio SH2), defosforilando as moléculas de transdução de
sinal, potencialmente inibindo migração celular e adesão. FAK é uma quinase que promove
a migração, adesão celular e extensiva reorganização de actina citoesqueleto e Shc induz
migração. O receptor FAK liga-se a integrinas através da interação de sua extremidade C-
terminal com proteínas associadas à integrina, tais como paxilina e talina. Portanto, a perda
do gene PTEN pode promover migração celular e uma grande tendência de sofrer
metástase, característcas marcantes na progressão tumoral (Gunther et al., 2003; Chu et al.,
2004).
30
2. OBJETIVOS
O objetivo deste trabalho foi realizar uma análise molecular do gene supressor de
tumor PTEN, utilizando como ferramenta as técnicas de PCR-SSCP, tanto em neoplasias
como em outros processos proliferativos do sistema nervoso, na tentativa de gerar mais
conhecimentos a respeito da participação deste gene na formação e progressão dos tumores
de sistema nervoso.
31
3. MATERIAIS E MÉTODOS
Patologias provenientes de tecidos removidos através de biopsia ou cirurgia,
realizadas em pacientes não tratados, foram coletadas para estudos moleculares e
histopatológicos. As amostras foram coletadas em recipientes estéreis, contendo 1ml de
meio de cultura HAM F-10. As amostras foram fornecidas pelo Hospital do Câncer de
Barretos.
Foram obtidas 50 amostras de tumores do sistema nervoso coletadas no período
de 2003 a 2004, sendo 20 gliomas (11 astrocitomas e 9 glioblastomas), 6 tumores de nervos
periféricos (schwannomas), 7 tumores de meninges (5 meningiomas, 1 rabdomiossarcoma
e 1 hemangioblastoma), 2 tumores embrionários (meduloblastomas), 1 tumor de região
selar (craniofaringeoma), 2 adenomas de hipófise e 11 tumores cerebrais metastáticos. O
quadro 2 mostra o número do paciente, o sexo, idade e tipo de tumor, sendo que 62% dos
casos são pacientes do sexo masculino, com idade entre 14 a 77 anos (média de 41,61anos)
e 38% são do sexo feminino, com idade entre 15 a 66 anos (média de 44,26 anos).
32
Quadro 2: Número do paciente, Sexo/Idade e Tipo de tumor dos pacientes estudados. 0bs: O paciente de
número 20 foi cancelado.
NÚMERO DO
PACIENTE
SEXO/IDADE TIPO DE TUMOR
01 M/62 Astrocitoma Fibrilar Grau II
02 M/66 Adenocarcinoma Metastático
03 M/63 Carcinoma indiferenciado
04 F/62 Glioblastoma
05 M/56 Schwanoma
06 M/52 Neoplasia Fusocelular Benigna
07 F/39 Adenoma Hipofisário
08 M/22 Astrocitoma Grau II
09 F/36 Schwanoma
10 M/44 Schwanoma
11 F/58 Adenocarcinoma Metastático
12 M/22 Astrocitoma Grau II
13 M/32 Astrocitoma Grau II
14 F/69 Adenoma Hipofisário
15 M/46 Hemangioblastoma
16 M/18 Meduloblastoma
17 F/54 Glioblastoma Multiforme
18 M/17 Cisto Epidermóide
19 M/14 Meduloblastoma
21 F/62 Glioblastoma Multiforme
22 F/31 Glioblasroma Multiforme
23 M/51 Adenocarcinoma Grau II
24 M/22 Astrocitoma De Baixo Grau
25 F/35 Hemangioblastoma
26 F/46 Meningioma
27 M/77 Adenocarcinoma Metastático
28 F/59 Astrocitoma Grau II
29 M/61 Meningioma
30 M/16 Glioblastoma Multiforme
31 M/19 Tumor De Clivus: Cordoma
32 F/37 Meningioma
33 M/69 Metastáse De Carcinoma Espino-Celular
34 M/22 Astrocitoma De Baixo Grau
35 M/70 Astrocitoma Fibrilar Grau II
36 F/66 Meningioma Meningotelial
37 F/15 Craniofaringeoma
38 M/42 Schwanoma
39 M/28 Rabdomiossarcoma
40 F/15 Oligodendroglioma/Glioblastoma Anaplásico
41 M/53 Glioblastoma Multiforme
42 M/44 Glioblastoma Multiforme
43 F/38 Schwanoma
44 F/54 Carcinoma Espinocelular
45 M/29 Schwanoma
46 F/28 Astrocitoma Grau III
47 F/47 Glioblastoma Multiforme
48 M/38 Meningioma Psamomatoso
49 M/58 Glioblastoma Multiforme
50 M/28 Astrocitoma Grau II
51 M/49 Astrocitoma Anaplásico
1
Extração de DNA
Para extrair o DNA de tecido neoplásico, a amostra tumoral foi macerada em
nitrogênio líquido até a obtenção de um pulverizado e transferida para um tubo de
centrífuga ao qual se acrescentou 5ml de tampão de extração (Tris 1M; EDTA 0,5 M; NaCl
5 M), 50 µl de proteinase K (10 mg/ml) e 0,5 ml de SDS 20%. As amostras foram
misturadas por inversão e incubadas em banho-maria a 37ºC overnight. Foram adicionados
5ml de fenol/clorofórmio/álcool isoamílico (25:24:1), com inversão suave durante 5
minutos, para homogeneização. Centrifugou-se a 3000rpm durante 10 minutos. O
sobrenadante foi transferido para outro tubo de centrífuga e foram adicionados 3 ml de
clorofórmio/álcool isoamílico (24:1), homogeneizando-se por inversão suave durante 5
minutos. Em seguida, o sobrenadante foi transferido para um tubo de centrífuga maior, o
volume da amostra foi medido e acrescentou-se metade deste volume de acetato de amônio
7.5M e 2 a 3 volumes de etanol absoluto gelado. Após a precipitação do DNA, as amostras
foram centrifugadas, o material foi lavado com etanol 70% e novamente centrifugado. O
etanol foi retirado e o material colocado para secar a 37ºC durante uma hora. Em seguida,
foram adicionados 500 a 700μl de tampão de extração (TE) e o material guardado em
geladeira até sua completa dissolução.
Reação em cadeia da polimerase (PCR)
A técnica de PCR consiste na amplificação de seqüências específicas de DNA por
uma reação de polimerização em cadeia, através de síntese da enzima DNA polimerase,
associada ao uso de duas seqüências de oligonucleotídeos (primers), que hibridizam as fitas
opostas e flanqueiam a região de interesse do DNA alvo. As amostras passam por uma
2
série de ciclos repetidos que envolvem desnaturação da dupla fita, anelamento dos primers
e extensão dos primers anelados pela DNA polimerase, resultando no acúmulo exponencial
de fragmentos específicos (Erlich, 1992).
Para a reação de PCR foi preparada uma mistura (Mix) com 200ng de DNA
genômico, 50 mol de cada primer, tampão da Taq polimerase e MgCl
2
1,5 mM, 50μM de
cada desoxinucleotídeo trifosfatado e 1,25 unidades da Taq polimerase. As amplificações
foram realizadas com ciclador térmico PTC-100 (MJ Research, INC). Os primers utilizados
na amplificação dos 9 exons do gene PTEN encontram-se no quadro 3 e suas temperaturas
de amplificação no quadro 4.
3
Quadro 3: Relação dos primers utilizados para a amplificação dos éxons do gene estudado. As seqüências
estão escritas no sentido 5’-3’. AS: Anti-Sense, S: Sense; TEM (ºC) (temperatura de amplificação);
TAMANHO (tamanho do fragmento a ser amplificado); LO (primers desenhados no Laboratório de
Oncogenética, Depto. de Genética, FMRP, USP).
EXON SEQUÊNCIA (F, R) DOS PRIMERS
PB
TEM
(ºC)
TAMANHO
(PB)
REFERÊNCIA
1
S:TCTGCCATCTCTCTCCTCCT
AS:CCGCAGAAATGGATACAGGT
20
20
60º ~141 Holway et al., 2000
2
S:TGACCACCTTTTATTACTCCA
AS:AGTATCTTTTTCTGTGGC
21
18
53º ~313 Liu et al., 2000
3
S: TGTTAATGGTGGCTTTTTG
AS:GCAAGCATACAAATAAGAAAAC
19
22
55º ~114 Dicuonzo et al.,2001
4
S: CCTAAGTTCAAAAGATAAC
AS: TACAGTCTATCGGGTTTA
19
18
50º ~145 Dicuonzo et al.,2001
5a
S: TTCTTATTCTGAGGTTATC
AS: GCACATATCATTACACCAG
19
19
48º
~188
Dicuonzo et al.,2001
Davies et al., 1999
5b
S:GCTGGAAAGGGACGAACTGG
AS:GAAGAGGAAAGGAAAAACATC
20
21
60º ~152 LO
Dicuonzo et al.,2001
6
S:CTTCTCTTTTTTTTCTGTCCACC
AS:AGCACTTACTGCAAGTTCCGCCAC
23
24
60º ~176 LO
7
S: ATCGTTTTTGACAGTTTG
AS:CTCCCAATGAAAGTAAAG
18
18
50º ~263 Holway et al., 2000
8a
S: CAGATAACTCAGATTGCC
AS:TTTCTACTTTTTCTGAGG
18
18
48º ~261 LO
8b
S: CCAGGACCAGACCAAACC
AS:ACATCACATACATACAAGTC
18
20
53º ~219 Cohn et al., 2000
Perren et al., 2000
9
S:GTCATATTTGTGGGTTTTC
AS: GGTGTTTTATCCCTCTTG
19
18
53º ~258 LO
Dicuonzo et al.,2001
Quadro 4: DI- denaturação inicial; CR - ciclo da reação, correspondendo respectivamente às seguintes fases
da reação: denaturação, anelamento e fase de extensão; EF- extensão final.
EXONS DI CR EF
1, 5B e 6 95ºC/ 5’ 95ºC/30”, 60ºC/45”, 72ºC/1’30”(35X) 72ºC/30’
2, 8B e 9 95ºC/ 5’ 95ºC/30”, 53ºC/45”, 72ºC/1’30”(35X) 72ºC/30’
3 95ºC/ 5’ 95ºC/30”, 55ºC/45”, 72ºC/1’30”(35X) 72ºC/30’
4 e 7 95ºC/ 5’ 95ºC/30”, 50ºC/45”, 72ºC/1’30”(35X) 72ºC/30’
5
A
e 8A 95ºC/ 5’ 95ºC/30”, 48ºC/45”, 72ºC/1’30”(35X) 72ºC/30’
4
Análise de Polimorfismo Conformacional de Fita Simples (SSCP)
A técnica de PCR-SSCP é amplamente utilizada para a detecção de mutações devido à
sua simplicidade e versatilidade. Neste método, a região de interesse no genoma é
amplificada por PCR e desnaturada para formar fitas simples que posteriormente são
analisadas por eletroforese em gel de poliacrilamida (Orita et al., 1989). As alterações são
detectadas como diferenças na migração das fitas de DNA entre as amostras controle e
testadas. As amostras testadas apresentam uma conformação diferente se houver alguma
alteração na seqüência, provocando mudanças em seu padrão de migração (Kukita et al.,
1997).
O produto final da PCR foi preparado com uma solução corante (azul de
bromofenol 0,025%, xilenocianol 0,025%, EDTA 10mM e formamida 98%) e submetido à
desnaturação a 95ºC durante 10 minutos, transferido imediatamente para uma cuba com
gelo e aplicado rapidamente nos poços do gel. A corrida eletroforética foi realizada em gel
de poliacrilamida (concentração a 12% a partir de uma solução de acrilamida 30% [29g de
acrilamida e 1g de bisacrilamida] contendo glicerol [5 ou 10%]), tampão BTE 10x,
persulfato de amônia e Temed, a 4ºC, durante aproximadamente 5 horas (dependendo do
tamanho do fragmento). Após a corrida, os géis foram corados com nitrato de prata (2%) e
revelados em meio básico com soluções de NaOH (9%) e formaldeído (0,3%).
5
4. RESULTADOS
Nas 50 amostras de tumores de sistema nervoso que foram estudadas através da
técnica de PCR-SSCP, nenhuma alteração foi encontrada no gene PTEN.
6
5. DISCUSSÃO
O papel central do sistema nervoso e as conseqüências funcionais da perda de
neurônios podem explicar a severidade dos tumores cerebrais, mesmo que primários. Esses
tumores podem ser diagnosticados como benignos, mas comumente são letais devido às
suas propriedades infiltrantes e sua tendência em malignizar com o passar do tempo (Behin
et al., 2003).
A formação dos tumores do cérebro humano é um processo complexo,
envolvendo um acúmulo de alterações genéticas; essas alterações têm se revelado
específicas para cada tipo de tumor. O conceito das diferentes vias genéticas que
direcionam cada tumor é hoje amplamente aceito. Assim, a informação genética obtida dos
tumores removidos cirurgicamente apresenta-se como uma ferramenta diagnóstica de
imenso valor (Hashimoto et al., 2003).
As alterações genéticas podem afetar genes que são críticos na formação e
progressão de muitos tumores. Muitos desses genes estão envolvidos em papéis centrais
como modulação transcricional e regulação do ciclo celular e estão freqüentemente
mutados em muitos cânceres humanos. A inativação do gene supressor de tumor
PTEN/MMAC1 tem sido descrita em uma variedade de tumores humanos, incluindo
tumores cerebrais (Ali et al., 1999).
Em gliomas, o gene PTEN está freqüentemente mutado (Malmer et al., 2001,
Ohgaki, 2005). As mutações ocorrem mais em glioblastomas multiformes que em
astrocitomas (Rasheed et al., 1997; Davies et al., 1999; Fujisawa et al., 1999; 2001; Walker
et al., 2001; Xiao et al., 2005), indicando que em diversos casos, mutações em PTEN
contribuem para a evolução neoplásica dos gliomas (Nozaki et al., 1999; Ohgaki, 2005).
7
A perda de função de PTEN pode ocorrer por diversos mecanismos, incluindo
mutações, perda de heterozigosidade do lócus PTEN no cromossomo 10q23 e
silenciamento epigenético da expressão de PTEN (Baeza et al., 2003; Xiao et al., 2005).
Nosso grupo amostral é pequeno (apenas 9 amostras) em relação ao número de
glioblastomas multiformes que a literatura cita como o tumor cerebral com mais alterações
no gene PTEN. Em um total de 674 casos de gliomas malignos que a literatura descreve,
apenas 159 (24%) apresentavam mutações em PTEN (Ali et al., 1999).
Em 1997, Rasheed et al (1997) analisaram, por PCR-SSCP, todos os exons do gene
PTEN em 123 amostras de tumores cerebrais, que incluiam: 50 glioblastomas multiformes,
15 astrocitomas anaplásicos, 22 meduloblastomas, 7 astrocytomas, 14 oligodendrogliomas,
12 astrocitomas pilocíticos, 1 tumor neuroectodérmico supratentorial primitivo (PNET), 1
ependimoblastoma e 1 ganglioma. Em seu estudo encontraram mutações em 13
glioblastomas multiformes, 3 astrocitomas anaplásicos e 1 meduloblastoma. Os autores
sugerem que o gene PTEN encontra-se alterado em tumores malignos cerebrais, mas não
em tumores benignos.
Em um estudo realizado por Brat et al., (1999) 9 tumores, incluindo adenoma
pituritário, rhabdomiossarcoma, craniofaringeoma e tumores malignos linfoblásticos,
sofreram radiações evoluindo para astrocitomas. Todos os exons do gene PTEN foram
analisados e nenhuma mutação ou deleção foi encontrada.
Mizoguchi et al (2004) analisaram a perda de heterozigosidade (LOH) para a
região do gene PTEN com dois marcadores de microssatélite em 30 glioblastomas; 10
(34%) glioblastomas apresentaram perda alélica para a região de PTEN.
8
Korshunov et al (2005) estudaram 189 glioblastomas, que foram obtidos de
pacientes com até 50 anos de idade, utilizado a técnica de FISH. A deleção da região
10q23, onde se encontra o gene PTEN, foi encontrada em 111 amostras (59%).
Em estudo realizado por Brostom et al (1998) foram analisadas alterações do
cromossomo 10 na região do gene PTEN, como mutações e deleções em 36 amostras de
glioblastomas e 34 amostras de meningiomas. Foram detectadas 9 mutações e 1 deleção
deste gene em glioblastomas. Nos meningiomas, nenhuma alteração foi encontrada.
O gene PTEN, em casos de meningiomas, foi examinado em poucos estudos.
Apenas uma mutação foi encontrada em um meningioma de grau III (Peters et al., 1998).
Joachim et al. (2001) encontraram alterações em dois casos de meningiomas, uma
em um meningioma esporádico de grau III, que correspondeu a uma mutação somática e a
outra mutação ocorreu em um meningioma induzido por radiação, correspondendo a um
raro polimorfismo. Mutações em meningiomas de grau III podem suportar a hipótese de
que PTEN esteja envolvido na progressão maligna dos meningiomas (Joachim et al., 2001).
Apenas cinco meningiomas compreendem nosso grupo amostral, e os resultados obtidos
corroboram os encontrados na literatura.
Na literatura encontra-se apenas um trabalho realizado com o estudo de alterações
do gene PTEN em schwannomas. Mawrin et al. (2002) estudaram o gene PTEN em 30
amostras de schwannomas benignos, através da técnica de PCR-SSCP e não detectaram
nenhuma alteração conformacional. O gene PTEN não desempenha um papel dominante na
tumorigênese dos schwannomas, e nem em outros tumores benignos. Nosso estudo possuiu
um grupo amostral de 6 schwannomas, nos quais os resultados obtidos estão de acordo com
os encontrados por Mawrin et al.(2002).
9
Há poucos estudos na literatura em relação ao gene PTEN e meduloblastomas.
Inda et al (2004) analisaram os exons 2 e 6 do gene PTEN em 23 meduloblastomas. Um
total de 7 tumores apresentou alterações; 4 casos apresentaram deleção no exon 2 e 7 casos
apresentaram alteração no exon 6, sendo que 4 tumores tinham alterações nos dois exons.
Araújo (2005) estudou alterações no gene PTEN pela técnica de PCR-SSCP em 50
tumores de sistema nervoso: 24 gliomas, 13 tumores de meninges, 5 tumores de nervos
periféricos, 5 tumores cerebrais metastáticos e 1 tumor de célula germinativa. Em suas
amostras nenhuma alteração foi encontrada.
O gene supressor de tumor PTEN encontra-se mutado principalmente em tumores
malignos como os glioblastomas multiformes. Nossa amostra é constituída principalmente
de tumores benignos; não foram encontradas alterações no gene PTEN, corroborando os
dados da literatura (Brostom et al., 1998; Mawrin et al., 2002).
Os resultados obtidos com esse estudo se assemelham à literatura em relação à
ausência de alterações no gene PTEN em tumores benignos; no entanto há uma diferença,
no que se refere aos glioblastomas, pois há trabalhos que citam uma alta freqüência de
alterações em PTEN nesses tumores, mas não encontramos nenhuma alteração nas 9
amostras analisadas. Essa falta de alterações poderia estar relacionada com o tamanho da
nossa amostra ou com a metilação da região promotora do gene PTEN, sendo esse um outro
mecanismo pelo qual o gene PTEN pode ser inativado.
10
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Albertson, D. G., Collins, C., Mccormick, F., Gray, J. W. Chromosome aberrations in solid
tumors. Nature Genetics, 34(4): 369-376, 2003.
Ali, I. U., Schreml, L. M., Dean, M. Mutational spectra of PTEN/MMAC1 gene: a tumor
suppressor with lipid phosphatase activity. J Natl Cancer Inst, 91(22): 1922-
1932. Review, 1999.
Al Saadi, A., Latimer, F., Madercic, M., Robbins, T. Cytogenetic studies of human brain
tumors and their clinical significance. II Meningioma. Cancer Genet Cytogenet,
26: 127-141, 1987.
Araújo, J. J. Orientação: Casartelli, C. Estudos Citogenético e Molecular de Tumores
Humanos do Sistema Nervoso. Dissertação de Mestrado apresentada junto ao
Departamento de Genética, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP,
2005.
Baeza, N., Weller, M., Yonekawa, Y., Kleihues, P., Ohgaki, H. Pten methylation and
expression in glioblastomas. Acta Neuropathol, 106:479-485, 2003.
Behin, A., Hoang-Xuan, K., Carpentier, A. F., Delattre, J. Y. Primary brain tumours in
adults. Lancet, 361(9354): 323-331, 2003.
Biegel, J. A. Genetics of pediatric central nervous system tumors. J Pediatr Hematol
Oncol, 19: 492-501, 1997.
Brandes, A. A. Introduction: Future trends in the treatment of brain tumors. Semin Oncol,
30(6), Suppl 19, 4-9, 2003.
11
Brat, D. J., James, D., Jedlicka, A. E., Connolly, D. C., Chang, E., Castellani, R. J., Schmid,
M., Schiller, M., Carson, D. A., Burger, P. C. Molecular genetic alterations in
radiation-induced astrocytomas. American journal of Pathology, 154(5): 1431-
1438, 1999.
Brata, S, K., McLendon, R. E., Koo, J. S., Castelino-Prabhu, S., Fuchs, H. E., Krischer, J.
P., Friedman, H. S., Bigner, D.D., Bigner, S. H. Prognostic implications of
chromosome 17p deletions in human medulloblastomas. J Neurooncol, 24: 39-
45, 1995.
Breitfeld, P., Meyer, W. H. Rhabdomyosarcoma: New windows of opportunity. The
Oncologist, 10: 518-527, 2005.
Brostom, J., Cobbers, J. M., Wolter, M., Tabatabai, G., Weber, R, G., Lichter, P., Collins,
V. P., Reifenberg G. Mutation of the PTEN (MMAC1) tumor suppressor gene in a
sub-set of gliomas, but not in meningiomas with loss of chromosome arm 10q.
Cancer Res, 58: 29-33, 1998.
Campisi J. Suppressing cancer: The importance of being senescent. Science, 309 (5736):
886-887, 2005.
Casartelli, C., Rogatto, S. R., Barbieri Neto, J. Karyotypic evolution of human
meningioma. Progression throug malignancy. Cancer Genet Cytogenet, 40: 33-45,
1989.
Chen, J. C., Tseng, S. H., Chen, Y., Tzeng, J. E., Lin, S. M. Cervical dumbbell meningioma
and thoracic dumbbell schwannoma in a patient with neurofibromatosis. Clinical
Neurology and Neurosurgery, 107: 253-257, 2005.
Chu, E. C., Tarnawskj, A. S. Pten regulatory functions in tumor supression and cell
biology. Med Sci Monit, 10(10): 235-241, 2004.
12
Coffee Break. Pten and the tumor suppressor balancing act: Pten turns out to be the first
tumor suppressor to have phosphatase activity. National Library of Medicine,
2003.
Collins, V. P. Brain tumors: Classification and genes. Journal of Neurology,
Neurosurgery and Psychiatry, 75: ii2, 2004.
Cohn, D. E.; Basil, J. B.; Venegoni, A. R.; Mutch, D. G.; Rader, J. S.; Herzog, T. J.;
Gersell, D. J.; Goodfellow, P. J. Absence of PTEN repeat tract mutation in
endometrial cancers with microsatellite instability. Gynecol Oncol, v.79, n.1, Oct,
p.101-6. 2000.
Dausse, F., Balu-Maestro, C., Chapellier, C., Leblanc-talent, P. Rhabdomyosarcoma of the
breast. Journal of Clinical Imaging, 29: 337-341, 2005.
Davies, M. P., Gibbs, F. E., Halliwell, N., Joyce, K.A., Roebuck, M.M., Rossi, M. L.,
Salisbury, J., Sibson, D. R., Tacconi, L., Walker, C. Mutation in the
PTEN/MMAC1 gene in archival low grade and high grade gliomas. Br J Cancer,
79(9-10): 1542-1548, 1999.
Delozier, H, L. Intrinsic malignant schwannoma of the larynx: a case report. Ann Otol
Rhinol Laryngol, 91: 336-338, 1982.
De Monte, F., Marmor, E., Al-Mefty, O. Meningiomas. In: Brain Tumors: 719-750. Kaye
AH, Lowea ER Jr, editors, Churcell Livingstone. 2001.
Di Vizio, D., Cito, L., Boccia, A., Chieffi, P., Insabato, L., Pettinato, G., Motti, M. L.,
Schepis, F., D`Amico, W., Fabiani, F., Tavernise, B., Venuta, A., Fusco, A.,
Viglietto, G. Loss of the tumor suppressor gene PTEN marks the transition from
intratubular germ cell neoplasias (ITGCN) to invasive germ cell tumors.
Oncogene, 24(11): 1882-1894, 2005.
13
Diamandis, E. P. Clinical applications of tumor supressor genes and oncogenes in cancer.
Clinica Chimica Acta, 257: 157-180, 1997.
Dicuonzo, G., Angeletti, S., Garcia-Foncillas, J., Brugarolas, A., Okrouzhnov, Y., Santini,
D., Tonini, G., Lorino, G., De Cesaris, M., Bald, I. A. Colorectal carcinomas and
PTEN/MMAC1 gene mutations. Clin Cancer Res, 7(12), 4049-4053, 2001.
Dumanski, J. P.,Carlbom, E., Collins, V.P., Nordenskjold, M. Deletion mapping of a locus
on human chromosome 22 involved in the oncogenesis of meningioma. Proc
Natl Acad Sci USA, 84(24), 9275-9279, 1987.
Durve, D. V., Kanegaonkar, R. G., Albert, D., Levitt, G. Paediatric rhabdomyosarcoma of
the ear and temporal bone. Clin Otolaryngol, 29: 32-37, 2004.
Eberhart, C. G., Kratz, J. E., Schuster, A.m Goldthwaite, P., Cohen, K. J., Perlman, E. J.,
Burger, P. C. Comparative genomic hybridization detects an increased number of
chromosomal alterations in large cell/anaplastic medulloblastomas. Brain
Pathology, 12: 36-44, 2002.
Erlich, H. A. PCR Technology: Principles and Applications for DNA Amplification. New
York: W.H. Freeman and Company, 1992.
Esteller, M., Herman, J. G. Cancer as an epigenetic disease: DNA methylation and
chromatin alterations in human tumours. Journal of Pathology, 196: 1-7. 2002.
Fruhwald, M. C., o´Dorisio, M. S., Daí, Z., Rush, L. J., Krahe, R., Smiraglia, D. J., Pietsch,
T., Elsea, S. H., Plass, C. Aberrant hypermethylation of the major breakpoint
cluster region in 17p11.2 in medulloblastomas but not supratentorial PNETs.
Genes Chromosomes Cancer, 30: 38-47, 2001.
14
Fujisawa, H., Kurrer, M., Reis, R. M., Yonekawa, Y., Kleihues, P., Ohgaki, H. Acquisition
of the glioblastoma phenotype during astrocytoma progression is associated with
loss of heterozygosity on 10q25-qter. Am J Pathol, 155: 387-394, 1999.
Furnari, F. B., Huang, H. J., Cavenee, W. K. The phospoinositol phosphatase activity of
PTEN mediates a serum-sensitive G1 growth arrest in glioma cells. Cancer Res,
58(22): 5002-5008, 1998.
Gilbertson R. Paedriatric embryonic brain tumours: biological and clinical relevance of
molecular genetic abnormalities. Eur J Cancer, 38: 675-685, 2002.
Glasker, S., Bender, B. U., Apel, T. W., Velthoven von, V., Mulligan, L. M., Zentner, J.,
Neumann, H. P. H. Reconsideration of biallelic inativation of the VHL tumor
supressor gene in hemangioblastomas of the central nervous system. Neurosurg
Pychiatry, 70: 644-648, 2001.
Graça, J., Palma, T., Pereira, P., Medina, P., Ribeiro, C., Evangelista, P. Avaliação dos
gliomas cerebrais por técnicas avançadas de ressonância magnética. Acta Médica
Portuguesa, 16: 117-123, 2003.
Goberdhan, D. C. I., Wilson, C. PTEN tumour suppressor, multifunctional growth regulator
and more. Human Molecular Genetics, 12(2): 239-248, 2003.
Godard, S., Getz, G., Delorenzi, M., Farmer, P., Kobayashi, H., Desbaillets, I., Nozaki, M.,
Diserens, A. C., Hamou, M. F., Dietrich, P. Y., Regli, L., Janzer, R. C., Bucher,
P., Stupp, R., Tribolet, N., Domany, E., and Hegi, M. E. Classification of human
astrocytic gliomas on the basis of gene expression: A correlated group of genes
with angiogenic activity emerges as a strong predictor of subtypes. Cancer
Research, 63: 6613-6625, 2003.
15
Gunther, W., Staftnesmo, K. O., Arnold, H., Terzis, A. J. A. Molecular approaches to brain
tumour invasion. Acta Neurochir (Wien) 145: 1029-1036, 2003.
Hanahan ,D., Weinberg, R.A. The hallmarks of cancer. Cell., 100 (1): 57-70, 2000.
Harder, W. J., Steinbok, P., Hukin, J., Fryer, C. Intratumoral therapy with bleomycin for
cystic craniopharyngiomas in children. Pediatr Neurosurg, 33: 211-218, 2000.
Harley, C. B., Kim, N. W., Prowse, K. R., Weinrich, S. L., Hirsch, K. S., West, M. D.,
Bachetti, S., Hirte, H. W., Counter, C. M., Greider, C. W. et al. Telomerase, cell
immortality, and cancer. Cold Spring Harb Symp Quant Biol, 59: 307-315,
1994.
Harley, C. B. Telomerase is not an oncogene. Oncogene, 21: 494-502, 2002
Hayflick, L., Moorhead, P. S. The serial cultivation of human diploid strains. Exp Cell
Res, 25: 585-621, 1961.
Hashimoto, N., Murakami, M., Takahashi, Y., Fujimoto, M., Inazawa, K., Mineura, K.
Correlation between genetic alteration and long-term clinical outcome of patientes
with oligodendoglial tumors, with identification of a consistent region of deletion
on chromosome arm 1p. Cancer, 97(9): 2254-2261, 2003.
Hlobilková, A., Knillová, J., Bártek, J., Lukás, J., Kolár., Z. The mecanism of action of the
tumor suppressor gene Pten. Biomed Papers, 14(1), 19-25, 2003.
Holland, E. C. Glioblastoma multiforme: The terminator. Proceedings of the National
Academy of Sciences, 97(12): 6242-6244, 2000.
Holway, A. H., Rieger-Christ, K. M., Miner, W. R., Cain, J. W., Dugan, J. M., Pezza, J. A.,
Silverman, M. L., Shapter, A., McLellan, R., Summerhayes, I. C. Somatic
mutation of PTEN in vulvar cancer. Clin Cancer Res, 6(8): 3228-3235, 2000.
16
Honegger, J., Renner, C., Fahlbush, R., Adams, E. F. Progesterone receptor gene
expression in craniopharyngiomas and evidence for biological activity.
Neurosurgery, 41: 1359-1364, 1997.
Ichimura, K., Schmidt, E. E., Myakawa, A., Goike, H. M., Collins, V. P. Distinct patterns
of deletion on 10p and 10q suggest involvement of astrocytic gliomas of different
malignancy grades. Genes - Chromosome 10 in human glioma. Jpn J Cancer
Res, 87: 363-367, 1996.
Ichimura, K., Ohgaki, H., Kleihues, P., Collins, P. Molecular pathogenesis of astrocytic
tumours. Journal of Neuro-Oncology, 70: 137-160, 2004.
Inda, M. D. M., Mercapide, J., Munõz, J., Coullin, P., Danglot, G., Tuñon, T., Martinez-
Peñuela, J. M., Rivera, J. M., Burgos, J. J., Bernheim, A., Castresana, J. S. PTEN
and DMBT1 homozygous deletion and expression in medulloblastomas and
supratentorial primitive neuroectodermal tumors. Oncology Reports, 12: 1341-
1347, 2004.
Instituto de Neurologia de Curitiba. Os dados desta publicação estão disponíveis no site
<www.Inc-neuro.com.br/paciente_doenças.htm>. Acesso em 20/09/2005.
James, C. D., Carlbom, E., Nordenskjold, M., Collins, V. P., Cavenee, W. K. Mitotic
recombination of chromosome 17 in astrocytomas. Proc Natl Acad Sci USA,
86(8): 2858-2862, 1989.
Joachim, T., Ram, Z., Rappaport, Z. H., Simon, M., Schramm, J., Wiestler, O. D., Von
Deimling, A. Comparative analysis of the NF2, TP53, PTEN, KRAS, NRAS and
HRAS genes in sporadic and radiation-induced human meningiomas. Int J
Cancer, 94(2): 218-221, 2001.
17
Kaatsch, P., Rickert, C. H., Kuhl, J., Schuz, J., Michaelis, J. Population–based
epidemiology data of brain tumors in German children. Cancer, 92: 3155-3164,
2001.
Kalapurakal, J. A. Radiation therapy in the management of pediatric craniopharyngiomas –
a review. Childs Nerv Syst, 21:808-816, 2005.
Kleihues, P., Burger, P. C., Sheithauer, B. W., eds. Histological typing of tumours of the
central nervous system. World Health Organization International Histological
Classification of Tumours, 2nd Ed. Berlim, Heidelberg: Springer Verlag, 1993.
Kleihues, P., Ohgaki, H. Genetics of glioma progression and the definition of primary and
secondary glioblastoma. Brain Pathol, 7: 1131-1136, 1997.
Kleihues. P., Ohgaki, H. Primary and secondary glioblastoma - from concept to clinical
diagnosis. Neuro - Oncology, 1: 44-51, 1999.
Kleihues, P., and Cavenee, W. K. Pathology and genetics. Tumors of the Nervous System.
World Health Organization Classification of tumours. IARC Press, Lyon, 314 pp,
2000.
Kleihues, P., Louis, D. N., Scheithauer, B. W., Roeke, L. B., Reinfenberger, G., Burger, P.
C., Cavenee, W. K. The WHO classification of tumors of the nervous system, J
Neuropathol Exp Neurol, 61(3): 215-225, 2002.
Knudson, A. G. Jr. Mutation and cancer: statistical study of retinoblastoma. Proc Nat Acad
Sci USA, 68 (4): 820-823, 1971.
Knudson, A. G. Jr. Hereditary cancers of man. Cancer Invest, 1: 187-193, 1983.
Knudson, A.G. Jr. Hereditary cancer, oncogenes, and antioncogenes. Cancer Res, 45:
1437-1443, 1985.
18
Knudson, A. G. Jr. A two – mutation model for human cancer. In: Advances in Viral
Oncology, 7 (Klein, G., ed.) Raven Press, New York, pp. 1-17, 1987.
Knudson, A. G. Jr. Overview: genes that predispose to cancers. Mut Res, 247: 185-190,
1991.
Knudson ,A. G: Antioncogenes and human cancer. Proc Natl Acad Sci USA, 90: 10914-
10921, 1993.
Korshunov, A., Sycheva, R., Golanov, A. The prognostic relevance of molecular alterations
in glioblastomas for patients age <50 years. Cancer, 104: 825-832, 2005.
Kukita, Y., Tahira, T., Sommer, S. S., Hayashi, K. SSCP analysis of long DNA fragments
in low pH gel. Human Mutation, 10: 100-107, 1997.
Lamszus, K., Kluwe L., Matschke, J., Meissner, H., Laas, R., Westphal, M. Allelic losses at
1p, 9q, 10q, 14q, and 22q in the progression of aggressive meningiomas and
undifferentiated meningeal sarcomas. Cancer Genet Cytogenet, 110: 103-110,
1999.
Lauge, A., Lefebvre, C., Laurent-Puig, P., Caux, V., Gad, S., Eng, C., Longy, M., and
Stoppa-Lyonnet, D. Int J Cancer (Pred Oncol), 84: 216-219, 1999.
Leone, P., E., Bello, M. J., De Campos, J. M., Vaquero, J., Sarasa, J. L., Pestana, A., Rey, J.
A. NF2 gene mutations and allelic status of 1p, 14q and 22q in sporadic
meningiomas. Oncogene, 18: 2231-2239, 1999.
Lescop, S., Lellouch-Tubiana, A., Vassal, G., Besnard-Guerin, C. Molecular genetic studies
of chromosome 11 and chromossome 22q DNA sequences in pediatric
medulloblastomas. J Neuroocol, 44: 119-127, 1999.
19
Li, D. M., Sun, H. TEP1, encoded by a candidate tumor suppressor locus, is a novel protein
tyrosine phosphatase regulated by transforming growth factor beta. Cancer Res,
57: 2124-2129, 1997.
Li, J., Yen, C., Liaw, D., Podypanina, K., Bose, S., Wang, S. I., Puc, J., Miliaresis, C.,
Rodgers, L., Mc Combie, R., Bigner, S. H., Giovanella, B. C., Ittman, M., Tycko,
B., Hiesbshoosh, H., Wigler, M. H., Parsons, R. PTEN, a putative protein
tyrosine phosphatase gene mutated in human brain, breast, and prostate cancer.
Science, 275: 1943-1947, 1997.
Liu, J., Babaian, D. C., Liebert, M., Steck, P. A., Kagan, J. Inactivation of MMAC1 in
bladder transitional-cell carcinoma cell lines and specimens. Mol Carcinog,
29(3): 143-150, 2000.
Liu, F., Wagner, S., Campbell, R. B., Nickerson, A. A., Schiffer, C. A., Ross, A. H. Pten
enters the nucleus by diffusion. Journal of Cellular Biochemistry, 96: 221-234,
2005.
Loeb, L. A., Loeb, K. R., Anderson, J. P. Multiple mutations and cancer. Proc Natl Acad
USA, 4: 100(3): 776-781, 2003.
Lopez-Gines, C., Cerda-Nicolas, M., Gil-Benso, R., Callaghan, R., Collado, M., Roldan, P.,
Llombart-Bosch, A. Association of loss of 1p and alterations of chromosome 14
in meningioma progression. Cancer Genetics and Cytogenetics, 148:123-128,
2004.
Lopes, M. B. S. Angiogenesis in brain tumors. Microscopy Research and Technique, 60:
225- 230, 2003.
Louro, D. I., Llerena, Jr. J., Melo, M. S. V., Ashton-Prolla, P., Conforti-Froes, N. Genética
Molecular do Câncer. MSG Produção Editoral. 2º Edição, 2002.
20
Lusis, E. A., Watson, M. A. Chicoine, M. R., Lyman, M., Roerig, P., Reifenberger, G.,
Gutmann, D. H., Perry, A. Integrative genomic analysis identifies NDRG2 as a
candidate tumor suppressor gene frequently inactivad in clinically agressive
meningioma. Cancer Research, 65: 7121-7126, 2005.
Maehama, T., Dixon, J. E. The tumor suppressor PTEN/MMAC1, dephosphorylates the
lipid second messenger, phosphatidylinositol 3,4,5- thisphosphate. J Biol Chem,
273: 13375-13378, 1998.
Maehama, T., Dixon, J. E. PTEN: a tumour suppressor that functions as a phospholipid
phosphatase. Trends Cell Biol, 9(4): 125-128, 1999.
Maehama, T., Taylor, G. S., Dixon, J. E. PTEN and myotubularin: novel phosphoinositide
phosphatases. Annu Rev Biochem, 70: 247-279, 2001.
Maier, D., Comparone, D., Taylor, E., Zhang, Z., Gratze, O., Van Meir, E. G., Scott, R. J.,
Merlo, A. New deletion in low-grade oligodendroglioma at the glioblastoma
suppressor locus on chromosome 10q25-26. Oncogene, 15: 997-1000, 1997.
Malmer, B., Gronberg, H., Andersson, U., Jonsson, B. A., Henriksson, R. Microsatellite
instability, PTEN and p53 germline mutations in glioma families. Acta Oncol,
40(5): 633-637, 2001.
Mareel, M., and Leroy, A. Clinical, cellular, and molecular aspects of cancer invasion.
Physiol Rev, 83: 337-376, 2003.
Marino, S., Krimpenfort, P., Leung, C., Van der Korput, H. A. G. M., Trapman, J.,
Camenisch, I., Berns, A., and Brandner, S. PTEN is essential for cell migration
but not fate determination and tumorigenesis in the cerebellum. Development,
129: 3513- 3522, 2002.
21
Martinez, R., Schackert, H. K., Appelt, H., Plaschke, J., Baretton, G., Schackert, G. Low-
level microsatellite instability phenotype in sporadic glioblastoma multiforme. J
Cancer Res Clin Oncol, 131: 87-93, 2005.
Mawrin, C., Kirches, E., Boltze, C., Dietzmann, K. PTEN is not altered in sporadic
vestibular schwannomas. Histopathology, 40: 526-530, 2002.
Mayo, L. D., Dixon, J. E., Durden, D. L., Tonks, N. K., and Donner, D. B. PTEN protects
P53 from MDM2 and sensitizes cancer cells to chemotherapy. The Journal of
Biological Chemistry, 277(7): 5484-5489, 2002.
Melo, M. E. C., Suzano, L. R. T., Brasi, O. O. Schwannoma of the larynx: case report. Rev.
Bras. Otorrinolaringol, 70(2): 268-271, 2004.
Meyer, M. P., Stolarov, J.P., Eng, C., Li, J., Wang, S.I., Wigler, M.H., Parson, R. and
Tonks, N. K. PTEN, the tumor suppressor from human chromosome 10q23, is a
dual specificity phosphatase. Proc Natl Acad Sci USA, 94: 9052-9057, 1997.
Michael, M., Vanecek, T., Sima, R., Mukensnabl, P., Boudova, L., Brouckova, M.,
Koudepa., K. Primary capilary hemangioblastoma of peripheral soft tissues. Am J
Surg Pathol, 28: 926-966, 2004.
Michiels, E. M., Weiss, M. M., Hoovers, J. M., Baak, J. P., Voute, P. A., Baas, F.,
Hermsen, M. A. Genetic alterations in childhood medulloblastoma analyzed by
comparative genomic hybridization. J Pediatr Hematol Oncol, 24: 205-210,
2002.
Michor, F., Iwasa, Y and Nowark, M., A. Dynamics of cancer progression. Nat. Rev., v. 4,
p. 197-205, 2004.
Minami, S., Kazuya, O., Matsuo, M., Hayasbi, T., Kamematsu, T. Benign mesenteric
schwannoma. Journal of Gastrointestinal Surgery, 9(7): 1006-1008, 2005.
22
Ministério da Saúde. Secretaria Nacional de Assistência à Saúde.Instituto Nacional de
Câncer (INCA). Coordenação de Prevenção a Vigilância (Conprev) (2002). Atlas
de mortalidade por câncer no Brasil 1979-1999. – Rio de Janeiro: INCA, 412p.
Os dados desta publicação estão disponíveis no site do INCA <
http://www.inca.gov.br >. Acesso em 29/08/2005.
Mizoguchi, M., Nutt, C. L., Mohapatra, G., Louis, D. N. Genetic alterations of
phosphoinositide 3-kinase subnit genes in human glioblastomas. Brain Pathol,
14(4): 372-377, 2004.
Muñoz, J., Fan, X., Inda, M. M., Castresana, S. J. Molecular genetics of astrocytomas. An
Sist Sanit Navar, 23(2): 265-278, 2000.
Myers, M. P., Pass, I., Batty, I. H., Van der Kaay, J., Stolarav, J. P., Hemmings, B. A.,
Wigler, M. H., Dowens, C. P., Tonks, N. K. The lipid phosphatase activity of
PTEN is critical for its tumor suppressor function. Proc Natl Acad Sci USA, 95
(23): 13513-1358, 1998.
Nicholson, J., Wickramasinghe, C., Ross, F., Crolla, J., Ellison, D. Imbalances of
chromosome 17 in medulloblastomas determined by comparative genomic
hybridization and fluorescence in situ hybridization. J Clin Pathol, 53: 313-319,
2000.
Nowell, P. C. The clonal evolution of tumor cell proliferation. Science, 194: 23-28, 1974.
Nozaki, M., Tada, M., Kobayashi, H., Zhang, C. L., Sawamura, Y., Abe, H., Ishii, N., Van
Meir, E. G. Roles of the functional loss of p53 and other genes in astrocytoma
tumorigenesis and progression. Neuro-oncol, 1(2): 124-137, Review. 1999.
23
Ohgaki, H., Eibl, R. H., Wiestler, O. D., Yasargil, M. G., Newcomb, E. W., Kleihues, P.
p53 mutations in nonastrocytic human brain tumors. Cancer Res, 51: 6202-6205,
1991.
Ohgaki, K. Genetic pathways to glioblastomas. Neuropathology, 25: 1-7, 2005.
Orellana, C., Hernandez-Marti, M., Martinez, F., Millan, J. M., Alvarez-Garijo, J. A.,
Prieto, F., Badia, L. Pediatric brain tumors: loss of heterozygosity at 17p and
TP53 gene mutations. Cancer Genet Cytogenet, 102: 93-99, 1998.
Orita, M., Suzuki, Y., Sekita, T., Hayashi, K. Rapid and sensitive detection of point
mutations and DNA polymorphisms using the polymerase chain reaction.
Genomics, 5: 874-879, 1989.
Palva, T., Jokinem, K., Karja, J. Neurilemmoma (schwannoma) of the larynx. J Laryngol
Otol, 89: 203-207, 1975.
Payne, S. R., Kemp. C. J. Tumor Suppressor Genetics. Cancinogenesis, 2005.
Perry, A., Stafford, S. L., Scheithauer, B. W., Suman, V. J., Loshe, C. M. Meningioma
grading: an analysis of histologic parameters. Am J Surg Pathol, 21: 1455-1465,
1997.
Patt, S., Gries, H., Giraldo, M., Cervos-Navarro, J., Martin, H., Janisch, W., Brockmoller, J.
p53 gene mutations in human astrocytic brain tumors including pilocytic
astrocytomas. Human Pathol, 27(6): 586-589, 1996.
Pietro, R., Roda, J. M. Hemangioblastoma of the lateral ventricle: case report and review of
the literature. Neurocirurgia, 16: 58-62, 2005.
24
Peters, N., Wellenreuther, R., Rollbrocher, B., Hayashi, Y., Meyer-Puttlitz, B., Duerr, E.
M., Lenartzt, D., Marsh, D. J., Schramms, J., Wiestler, O. D., Eng, C., and Von
Deimling, A. Analysis of the Pten gene in human meningiomas. Neuropathology
and Applied Neurobiology, 24: 3-8, 1998.
Perren, A., Komminoth, P., Saremaslani, P., Matter, C., Feurer, S., Lees, J. A., Heitz, P. U.,
Eng, C. Mutation and expression analyses reveal differential subcellular
compartmentalization of PTEN in endocrine pancreatic tumors compared to
normal islet cells. Am J Pathol, 157(4):1097-1103, 2000.
Raghavan, R., Willian, Jr. T. D., Margaf, L. R., White, C. L., Coimbra, C., Hynan, L. S.,
Rushing, E. J. Proliferative activity in craniopharyngiomas: clinicopathological
correlations in adults and children. Surg Neurol, 54: 241-248, 2000
Ramaswany, S., Nakamura, N., Vazquez, F., Batt, D. B., Pereira, S., Roberts, T. M.,
Sellers, W. R. Regulation of G1 progression by the PTEN tumor supressor protein
is linked to inhibition of the phosphatidylinositol 3-kinase/AKT pathway. Proc
Natl Acad Sci USA, 96(5): 2110-2115, 1999.
Rasheed, B. K., McLendon, R. E., Herndon, J. E., Friedman, H. S., Friedman, A. H.,
Bigner, D. D., Bigner, S. H. Alterations of the TP53 gene in human gliomas.
Cancer Res, 54(5): 1324-1330, 1994.
Rasheed, B. K. A, Mc Lendon, R. E., Friedman, H. S., Friedman, A. H., Fuchs, H. E.,
Bigner, D. D., and Bigner, S. H. Chromosome 10 deletion region in 10q25.
Oncogene, 10: 2243-2246, 1995.
Rasheed, B. K., Stenzel, T. T., Mc Lendon, R. E., Parsons, R., Friendman, H. S., Bigner, D.
D., Bigner, S. H. PTEN gene mutations are seen in high-grade but not in low-
grade gliomas: Cancer Res, 57: 4187-4190, 1997.
25
Rekha, A., Ravi, A. Sciatic Nerve Schwannoma. Lower Extremity Wounds, 3(3): 165-
167, 2004.
Rick, J. N., Hans, C., Jones, B., Iversen, E. S., McLendon, R. E., Rasheed, B. K. A., Dobra,
A., Dressman, H. K., Bigner, D. D., Nevins, J. R., West, M. Gene expression
profiling and genetic markers in glioblastoma survival. Cancer Res, 65(10):
4051-4058, 2005.
Rickert, C. H. Extraneural metastases of paediatric brain tumours. Acta Neuropathol, 105:
309-327, 2003.
Rieske, P., Zakrzewska, M., Biernat, W., Bartkowiak, J., Zimmermann, A., Liberski, P. P.
Atypical molecular background of glioblastoma and meningioma developed in a
patient with Li-Fraumeni syndrome. Journal Of Neuro-Oncology, 71: 27-30,
2005.
Rogatto, S. R., Casartelli, C. Cytogenetic analysis of human meningiomas. Rev Bras
Genet, 11: 729-744, 1988.
Sarubi, J. C., Bei, H., Adams, E. F., Bóson, W. L., Friedman, E., Brandão, K.,
Kalapothakis, E., Miranda, D., Valle, F. L., Sarquis, M. S., De Marco, L. Clonal
composition of human adamantinomatous craniopharyngiomas and somatic
mutation analyses of the patched (PTCH), Gsα and Gi2α genes. Neuroscience
Letters, 310: 5-8, 2001.
Savas, A., Erdem, A., Tun, K., Kanpolat, Y. Fatal toxic effect of bleomycin on brain tissue
after intracystic chemotherapy for a craniopharyngioma: case report.
Neurosurgery, 46: 213-217, 2000.
Sansal, I., Sellers, W. R. The biology and clinical relevance of the Pten tumor suppressor
pathway. Journal of Clinical Oncology, 22 (14):2955-2963, 2004.
26
Sarkar, C., Deb, P., Sharma, M. C. Recent advances in embryonal tumour of the central
nervous system. Childs Nerv Syst, 21: 272-293, 2005.
Saylors, R. L., Sidransky, D., Friedman, H. S., Bigner, S. H., Bigner, D. D., Vogelstein, B.,
Brodeur, G. M. Infrequent p53 gene mutations in medulloblastomas. Cancer Res,
51: 4721-4723, 1991.
Schmitt, H. P. Rapid anaplastic transformation in gliomas of adulthood: selection in neuro
oncogenesis. Pathol Res Pract, 176: 313-323, 1983.
Sekine, S., Shibata, T., Kokubu, A., Morishita, Y., Noguchi, Y., Sakamoto, M., Hirohashi,
S. Craniopharyngioma of adamantinomatous type harbor β-catenin gene
mutations. Am J Pathol, 161: 1997-2001, 2002
Sheng, X., Koul, D., Liu, J. L., Liu, T. J., and Yung, W. K. A. Promoter analysis of tumor
suppressor gene Pten: Identification of minimum promoter region. Biochemical
and Biophysical Research Communications, 292: 422-426, 2002.
Scherr, C., J. Principles of tumor suppression. Cell, v. 116, p. 235-246, 2004.
Shiraishi, T., and Tabuchi, K. Genetic alterations of human brain tumors as molecular
prognostic factors. Neuropathology, 23: 95-108, 2003.
Simon, M., Von Deimling, A., Larson, J. J., Wellenreuther, R., Kaskel, P., Waha, A.,
Warnick, R. E., Tew, J. M., Menon, A. G. Allelic losses on chromosomes 14, 10
and 1 in atypical and malignant meningiomas: a genetic model of meningiomas
progression. Cancer Res, 55: 4696-4701, 1995.
Simpson, L., Parsons, R. PTEN: Life as a tumor suppressor. Experimental Cell Research;
264: 29-41, 2001.
27
Sonoda, Y., Murakami, Y., Tominga, T., Kayama, T., Yoshimoto, T., Sikya, T. Deletion
mapping of chromosome 10 in human glioma. Jpn J Cancer Res, 87: 363-367,
1996.
Stambolic, V., Suzuki, A., De La Pompa, J. L., Brothers, G. M., Mirtsos, C., Sasaki, T.,
Ruland, J., Penninger, J. M., Sidirovski, D. P., Mak, T. W. Negative regulation of
PKB/AKT – dependent cell survival by the tumor suppressor gene PTEN. Cell,
95: 29-39, 1998.
Steck, P. A., Pershouse, M. A., Jasser, S. A., Yung, W. K., Li, H., Ligon, A. H., Langfoid,
L. A., Baumgard, M. L., Hatter, T., Davis, T., Frye, C., Hu, R., Swedlund, B.,
Teng, D. H., Taotigian, S. V. Identification of a candidate tumour suppressor
gene, MMAC1, at chromosome 10q23.2 that is mutated in multiple advanced
cancers. Nature Genet, 15: 356-362, 1997.
Stuart, A., Radhakrishnan, J. Rhabdomyosarcoma. Indian J Pediatr, 71(4): 331-337, 2004.
Strother, D. R., Pollach, I. F., Fisher, P. G., Hunter, J. V., Woo, S. Y., Pomeroy S. L.,
Rorke, L. B. Tumors of the central nervous system. In: Pizzo P. A., Pollach, D. G.
Principles and practice of pediatric oncology. Philadelphia: Lippincot-Raven,
751-833, 2002.
Sun, H., Lische, R., Li, D. M., Liliental, J., Zerang, H., Gao, J., Gavilova, N., Mueller, B.,
Liu, X., Wu, H. PTEN modulates cell cycle progression and cell survival by
regulating phosphatidylinositol 3,4,5- thrisphosphate and AKT/ protein Kinase B
signaling pathway. Proc Natl Acad Sci USA, 96(11): 6199-6204, 1999.
Tamur, A. M., Gu, J., Matsumoto, K., Aota, S. J., Parsons, R., and Yamada, K. M.
Inhibition of cell migration, spreading and focal adhesions by tumor suppressor
PTEN. Science, 280: 1614-1617, 1998.
28
Thiery, J. P. Ephitelial-mesenchymal transitions in tumour progression. Nat Rev, 2: 442-
454, 2002.
Ueki, K., Wen-Bin, C., Narita, Y., Asai, A., Kirino, T. Tight association of loss of merlin
expression with loss of heterozygosity at chromossome 22q in sporadic
meningiomas. Cancer Res, 59: 5995-5998, 1999.
Voesten, A. M. J., Byleved, E. H., Westerveld, A., Hulselvos, T. J. M. Fine mapping of a
region of common deletion on chromosome arm 10p in human glioma. Genes
Chromosomes Cancer, 20: 167-172, 1997.
Walker, C., Joyce, K. A., Thompson-Hehir, J., Davies, M. P., Gibbs, F. E., Halliwell, N.,
Lloyd, B. H., Machell, Y., Roebuck, M. M. Salisbury, J., Sibson, D. R., Du
Plessis, D., Broome, J., Rossi, M. L. Characterization of molecular alterations in
microdissected archival gliomas. Acta neuropathol, (Berl), 101(4): 321-333,
2001.
Walker, D. G., Kaye, A. H. Low grade glial neoplasms. Jornal of Câncer Neorocience,
10(1): 1-13, 2003.
Weinberg, R .A. Tumor suppressor genes. Science, 254: 1138-1146, 1991.
Weinberg, R .A. Oncogenes and tumor suppressor genes. Cancer J Clin, 44: 160-170,
1994.
29
Wesseling, P., Van der Laak, J. A. W. M., De Leeuw, H., Reuter, D. J., Burger, P. C.
Quantitative immunohistological analysis of the microvasculature in untreated
human glioblastoma multiforme. J Neurosurg, 81: 902-909, 1994.
Westenmark, B., Nister, M. Molecular genetics of human glioma. Curr Opin Oncol, 7:
220-225, 1995.
Xiao, A., Yin, C., Yang, C., Di Cristofano, A., Pandolfi, P. P., Dyke, T. V. Somatic
induction of Pten loss in a preclinical astrocytoma model reveals major roles in
disease progresion and avenues for target discovery and validation. Cancer Res,
65(12): 5172-5180, 2005.
Xin, W., Rubin, M. A., McKeever, P. E. Differencial expression of cytokeratins 8 and 20
distinguishes craniopharyngioma from Rathke cleft cyst. Arch Pathol Lav Med,
126: 1174-1178, 2002.
Yang, D., Korogi, Y., Sugahara, T., Kitajima, M., Shigematsu, Y., Liang, L., Ushio, Y.,
Takahashi, M. Cerebral gliomas: prospective comparison of multivoxel 2D
chemical shift imaging proton MR spectroscopy, echoplanar perfusion and
diffusion-weighted MRI. Neuroradiology, 44: 656-666, 2002.
Yin, X. L., Pang, J. C., Ng, H. K. Identification of a region of homozygous deletion on
8p22-23.1 in medulloblastomas. Oncogene, 21: 1461-1468, 2002.
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo