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Em alguns trabalhos realizados no Estado do Ceará os resultados foram
semelhantes aos de Jaboticabal, pois a porcentagem de pessoas encaminhadas
para tratamento foi de 78,61% (MORAIS et al., 2006) e 80,5% (MORENO et al.,
2006). Mas deve-se ressaltar a grande diferença da condição epidemiológica da
raiva nesse Estado, quando comparada com à do Município de Jaboticabal. No
Ceará a raiva se mantém endêmica tanto entre os cães como em animais silvestres.
Pesquisas no exterior, como a realizada por TOMASIEWICZ et al. (2006) na
província de Lublin, Polônia, apontam apenas 14,98% dos agredidos recebendo
vacina anti-rábica; de acordo com GONZALEZ et al. (2006), apenas 3,17% dos
agredidos receberam vacina anti-rábica no Estado de Baja Califórnia, no México.
SADKOWSKA-TODYS et al. (2005) afirmou que a Polônia é um país que tem muitos
problemas com raiva principalmente em animais silvestres e que cerca de 0,02% da
população total do país recebe vacina anti-rábica em caso de agravo. Já em
Jaboticabal, durante o período estudado, 0,5% da população recebeu vacina, mesmo
que a doença não tenha sido detectada em nenhuma espécie animal, desde o ano
de 1992.
A interrupção do tratamento deve ser indicada quando necessária, mas caso
não seja, o tratamento deve ser feito até o final. Em Jaboticabal, dos tratamentos
interrompidos, apenas 4,1% foram por abandono do paciente, demonstrando que as
pessoas seguem a profilaxia prescrita; esses resultados foram semelhantes aos
encontrados por PINTO & ALLEONI, 1986; GARCIA et al., 1999; CARVALHO et al.,
2002a; MORAIS et al., 2006 e MORENO et al., 2006.
Com relação ao soro anti-rábico, foi indicado para 5,6% dos agredidos. Índice
semelhante ao encontrado em Marília, Assis e Tupã, que foi de 3,4% (PINTO &
ALLEONI, 1986), porém maior que o encontrado em Lublin, na Polônia, que foi de
0,12% (TOMASIEWICZ et al., 2006).
A conduta a ser seguida quando um indivíduo é exposto ao risco de contrair a
raiva está descrita no Manual Técnico do Instituto Pasteur para a profilaxia da raiva
humana. Após cuidadosa análise do acidente, com muito critério, pode-se chegar à
correta instituição da profilaxia. De acordo com as normas do Instituto Pasteur, deve-