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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE DARCY
RIBEIRO – UENF
BRUNO FAGUNDES
ADIÇÃO DE AMINOÁCIDOS E INSULINA AO MEIO CRIOPROTETOR
SEMINAL DE GARANHÕES DA RAÇA MANGALARGA MARCHADOR
Campos dos Goytacazes – RJ
2008
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BRUNO FAGUNDES
ADIÇÃO DE AMINOÁCIDOS E INSULINA AO MEIO CRIOPROTETOR
SEMINAL DE GARANHÕES DA RAÇA MANGALARGA MARCHADOR
Tese apresentada ao Centro de
Ciências e Tecnologias
Agropecuárias da Universidade
Estadual do Norte Fluminense
Darcy Ribeiro, como requisito
parcial para obtenção do grau de
Doutor em Produção Animal na
Área de Concentração de
Biotecnologia da Reprodução
ORIENTADOR: Prof. José Frederico Straggiotti Silva
Campos dos Goytacazes – RJ
2008
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BRUNO FAGUNDES
ADIÇÃO DE AMINOÁCIDOS E INSULINA AO MEIO CRIOPROTETOR
SEMINAL DE GARANHÕES DA RAÇA MANGALARGA MARCHADOR
Tese apresentada ao Centro de Ciências e
Tecnologias Agropecuárias da Universidade
Estadual do Norte Fluminense Darcy
Ribeiro, como requisito parcial das
exigências para obtenção do grau de Doutor
em Produção Animal, na Área de
Concentração de Biotecnologia da
Reprodução
Aprovada em 04 de março de 2008
BANCA EXAMINADORA
_____________________________________________________________
Prof
a
Isabel Candia
Nunes da Cunha (Doutora, Medicina Veterinária) - UENF
_____________________________________________________________
Prof. Cláudio Andres Retamal Martines (Doutor, Biociências e Biotecnologia) -
UENF
_____________________________________________________________
Prof. Deiler Sampaio Costa (Doutor, Ciência Animal) – UFMS
_____________________________________________________________
Prof. José Frederico Straggiotti Silva (Ph.D, Medicina Veterinária) – UENF
(Orientador)
Ao meu filho, Matheus, pela compreensão
de que o papai precisa trabalhar.
DEDICO
ii
AGRADECIMENTOS
A Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF) e ao Centro de
Ciências e Tecnologias Agropecuárias (CCTA), pelo oferecimento deste curso e pela
concessão de bolsa de estudo;
À comissão de s-graduação em produção animal, pelas ações empregadas
visando um melhor conceito do curso, pela simplificação de formulários burocráticos
e divulgação de informações essenciais ao pós-graduando de forma moderna e
prática, às secretárias Etiene e Jovana pela paciência e disponibilidade em resolver
qualquer tipo de problema;
Aos amigos, Adriana, Alemão, Alessa, Alexandre, Amanda, Ana Bárbara, Ana
Paula, André, Ângela, Antônio, Argemiro, Bethânia, Beth, Bianca, Boquinha, Bruna,
Bruno, Cacau, Cadum, Cambaíba, Camila, Carlinhos, Carla, Carol, Cris, Daniel,
Daniele, David, Dona Janete, Edinho, Edmundo, Elton, Estevão, Fabio, Face,
Fausto, Francimara, Francisco, Ginnie, Giulliano, Hugo, Ieda, Isaac, Isabel, Israel,
João Paulo, Jhonny, Jorge, José Antônio, José Renato, Josias, Juca, Juliana, Kellen,
Lara, Léo, Lério, Letícia, Lineu, Lívia, Lúcio, Luciano, Márcia, Marcos, Marcus,
Marília, Marina, Marinho, Mario Jorge, Marcela, Marcele, Marcelo, Mariane, Matheus,
Orélo, Orlando, Paulinho, Priscila, Queijinho, Rafael, Raquel, Reinaldo, Renata,
Ricardo, Roberto, Rose, Saulo, Sérgio, Thiago, Tiaguinho, Thomaz, Tobá, Vânia,
Vidal, Vitor, Vitinho, Viviane, Xaropinho, Zé e os demais não recordados neste
instante por todos os momentos compartilhados;
iii
Aos amigos, Guilherme Valente de Souza, Maurício Fraga van Tilburg,
Marcus Antônio Pessanha Barreto e Vinicius Motta Ferreira pelas colaborações
prestadas ao trabalho apresentado e também pelos momentos compartilhados;
Ao Laboratório de Química e Funções de Proteínas e Peptídeos (LQFPP), em
especial à Prof
a
. Olga Tavares Lima e à doutoranda Viviane pela atenção e
disponibilidade de equipamentos para execução de parte deste trabalho;
Ao Prof. Aldo Shimoya pela extrema dedicação empregada não somente nas
análises estatísticas, mas também pelas dicas de formatação do trabalho aqui
apresentado. Tenho certeza de que iremos desenvolver outros trabalhos em
parceria;
Ao Haras LUGAVI, em especial ao proprietário, Sr. Washinton pela gentileza
em disponibilizar animais e espaço sico para execução de diversos trabalhos na
área de reprodução eqüina no qual este se inclui;
Ao meu orientador, Prof. Dr. José Frederico Straggiotti Silva, modelo de
integridade humana e profissional nesta instituição, por estar ao meu lado durante
toda minha jornada acadêmica acompanhando e participando de momentos felizes e
conturbados;
Aos demais membros da banca examinadora pela contribuição ao presente
trabalho, em especial ao membro externo Prof. Dr. Deiler Sampaio Costa pela
disponibilidade em enfrentar a longa distância entre Campo Grande-MS e Campos
dos Goytacazes-RJ, o que me faz valorizar ainda mais a sua participação;
À minha esposa pelo amor e dedicação;
Aos meus pais pelo exemplo no qual procuro me espelhar;
Aos demais parentes que mesmo a distância transmite uma força positiva que
sempre me faz crescer;
Àqueles que contribuíram direta ou indiretamente para a realização deste
trabalho;
A Deus, pela finalização de mais uma etapa em minha vida e por sempre
estar comigo para superar as dificuldades encontradas.
iv
“Eu tenho uma história repleta de
falhas e fracassos. E é exatamente
por isso que sou um sucesso”
(Michael Jordan, melhor jogador de
basquete de todos os tempos).
v
BIOGRAFIA
BRUNO FAGUNDES, filho de Darlis Fagundes de Resende e Vania Lúcia
Fagundes, nasceu em 4 de março de 1978, na cidade de Teresópolis – RJ.
Em março de 1996, iniciou o curso de Medicina Veterinária na Universidade
Estadual do Norte Fluminense (UENF), em Campos dos Goytacazes RJ, onde se
formou em março de 2001.
Foi selecionado em março de 2001 para o Curso de Pós-Graduação em
Produção Animal, em nível de Mestrado, na área de Biotecnologia da Reprodução,
da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, em Campos dos
Goytacazes – RJ, concluindo o curso em março de 2003.
Também em março de 2003, deu início ao Curso de Pós-Graduação em
Produção Animal, em nível de Doutorado, na área de Biotecnologia da Reprodução,
da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, em Campos dos
Goytacazes – RJ, submetendo-se à defesa de tese para conclusão do curso em 4 de
março de 2008.
vi
RESUMO
FAGUNDES,BRUNO, Msc., Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy
Ribeiro. Março de 2008. Adição de aminoácidos e insulina ao meio crioprotetor
seminal de garanhões da raça Mangalarga Marchador. Professor Orientador: José
Frederico Straggiotti Silva. Professor conselheiro: Isabel Candia Nunes da Cunha.
Neste trabalho foi verificado o efeito da adição de: 0,1U/mL, 1U/mL e 10U/mL
de insulina (Experimento 1) e de 40mM de alanina; 40mM de glicina; 60 mM de
glutamina; 7mM de alanina + 7mM de glicina + 20mM de glutamina; 40mM de
alanina + 40mM de glicina + 60mM de glutamina (Experimento 2) ao diluente de
congelamento de sêmen de garanhões da raça Mangalarga Marchador através da
análise computadorizada das características da motilidade espermática (CASA),
funcionalidade da membrana plasmática através de teste hiposmótico e integridade
de membrana acrossomal externa através do teste FITC-PSA. Os resultados do
experimento 1 mostraram que o tratamento que utilizou 10U/mL de insulina reduziu
os parâmetros de motilidade e cinemática espermática, enquanto que os demais
tratamentos não diferiram estatisticamente do diluente controle. Os resultados do
experimento 2 mostraram que o tratamento que utilizou 40mM de alanina + 40mM
de glicina + 60mM de glutamina foi o que apresentou a pior qualidade seminal em
todos os testes realizados. Os melhores valores apresentados na motilidade total e
progressiva, velocidade do trajeto (VAP), velocidade progressiva (VSL) e velocidade
curvilinear (VCL) foram apresentados pelo tratamento controle, 40mM de alanina,
40mM de glicina e 7mM de alanina + 7mM de glicina + 20mM de glutamina.
Contudo, apesar de não ter ocorrido uma melhora nos parâmetros de motilidade
espermática em relação ao tratamento controle, todos estes tratamentos foram
superiores ao tratamento controle na análise de integridade de membrana
acrossomal.
Palavras-chave: Aminoácido, congelamento, insulina, mangalarga marchador,
sêmen.
vii
ABSTRACT
This work verified the effect of the addition of: 0.1 U / mL, 1U/mL and 10U/mL insulin
(Experiment 1) and 40mM of alanine, 40mM of glycine, 60mM glutamine; 7mM of
alanine + 7mM of glycine + 20mM glutamine; 40mM, alanine, glycine 40mM + +
60mM glutamine (Experiment 2) to the Mangalarga breed frozen semen extender
using Compute-assisted assessment of sperm motility (CASA), functionality of
plasma membrane using hypoosmotic swelling testing (HOST,) acrossomal
membrane integrity using FITC-PSA probe. Results of experiment 1 showed that the
treatment which used 10U/mL insulin reduce the parameters of kinematics and
sperm motility while other treatments did not differ statistically from control extender.
According to results of experiment 2 the treatment that used 40mM of alanine +
40mM glycine + 60 mM glutamine showed the worst seminal quality in all trials. The
best values in total and progressive motility, average-path velocity (VAP), straigh-line
velocity (VSL) and curvilinear velocity (VCL) were presented by control, 40mM of
alanine, 40mM of glycine, 7mM of alanine + 7mM of glycine + 20mM glutamine.
Although aminoacids treatments didn’t improve the parameters of motility sperm in
compare to control, all of these treatments were higher than control treatment in
analyses of acrossomal membrane integrity.
Keywords: Seminal plasma, spermatozoa, freezing, thawing, equine
viii
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO.............................................................................................. 11
2 REVISÃO DE LITERATURA...................................................................... 13
2.1 Criopreservação de sêmen eqüino.............................................................. 13
2.2 Membrana plasmática do espermatozóide................................................. 17
2.3 Regulação da insulina no metabolismo espermático................................ 19
2.4 Utilização de aminoácidos para crioproteção............................................. 22
2.5 Proteção espermática pela ação do plasma seminal................................. 23
2.6 Análise computadorizada da motilidade espermática................................26
3. MATERIAIS E MÉTODOS......................................................................... 28
3.1 Delineamento experimental.......................................................................... 28
3.2 Animais........................................................................................................... 28
3.3 Obtenção do sêmen....................................................................................... 29
3.4 Processamento para congelamento............................................................ 29
3.4.1 Experimento 1............................................................................................. 30
3.4.2 Experimento 2............................................................................................. 30
3.4.2.1 Determinação da composição em aminoácidos................................... 30
3.5 Avaliação da funcionalidade da membrana espermática através do
teste hiposmótico................................................................................................ 31
3.6 Avaliação da integridade acrossomal......................................................... 31
3.7 Descongelamento.......................................................................................... 32
3.8 Análise computadorizada dos parâmetros da motilidade espermática... 32
3.9 Análise Estatística........................................................................................ 34
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO .............................................................. 35
5. CONCLUSÕES............................................................................................. 56
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................... 57
7. ANEXOS......................................................................................................... 67
11
1. INTRODUÇÃO
O enorme interesse na utilização de sêmen eqüino congelado é bem
conhecido. Porém, dentre as restrições que limitam a sua utilização comercial, os
parâmetros espermáticos de fertilidade pós-descongelamento abaixo do necessário,
tais como motilidade e funcionalidade de membrana plasmática são os principais
fatores responsáveis. Este fato leva a um menor potencial fertilizante do sêmen
congelado, o que gera a necessidade de reduzir o intervalo entre a ovulação e a
inseminação, resultando em maiores custos com sincronização do cio e controle
folicular da égua.
A utilização rotineira de indutores da ovulação na reprodução eqüina é um
fator que contribui para a utilização do sêmen congelado, pois permite que a
inseminação seja efetuada no momento de maior possibilidade de ocorrer a
ovulação. Um outro fator que colabora para o uso do sêmen congelado é a
inseminação artificial através de histeroscopia, através da qual pode-se utilizar
apenas um por cento da dose inseminante convencional (MORRIS et al., 2003), isto
se deve ao local de deposição do sêmen ser mais próximo à tuba ipsilateral ao
ovário em que deve ocorrer a ovulação. Deste modo, se a fertilidade do sêmen
congelado do garanhão for comprovada, o seu uso pode substituir o sêmen resfriado
na maioria dos programas de inseminação artificial, já que permite o armazenamento
por um período indeterminado, tornando possível a obtenção de prenhez na
ausência do garanhão. Este fato corresponde a uma das grandes vantagens do uso
do sêmen congelado no melhoramento e na difusão da genética nas raças atuais.
12
O crescente uso de sêmen congelado eqüino se deve aos avanços na
pesquisa desta técnica. A descoberta de novos crioprotetores que apresentam
menor toxicidade do que o glicerol melhorou a congelabilidade de sêmen de
garanhões, inclusive os da raça Mangalarga Marchador.
O aprimoramento desta técnica consiste em elevar não a fertilidade, mas
também a proteção do espermatozóide no trato reprodutivo da égua tornando-o apto
para a fertilização no momento correto. Para que ocorra uma concepção bem
sucedida, o espermatozóide fertilizante deve ter membranas funcionais
competentes, organelas e o genoma haplóide intactos.
A insulina é um hormônio polipeptídico que atua no metabolismo de açúcares,
lipídeos e proteínas regulando diversas funções celulares vitais. Recentemente
AQUILA et al. (2005) demonstraram que espermatozóides humanos são capazes de
expressar e secretar insulina, o que sugere uma regulação autócrina do seu
metabolismo. A função de capturar aminoácidos para síntese protéica também é
controlada pela insulina (CUNNINGHAM, 1997), o que leva a suspeitar de algum
efeito benéfico indireto à criopreservação celular. Isto se deve à comprovação do
efeito crioprotetor de alguns aminoácidos, tais como a alanina, glicina e glutamina
sobre espermatozóides de diversas espécies (SANCHEZ-PARTIDA et al., 1992;
RENARD et al., 1996; TRIMECHE et al.,1999: KUNDU et al., 2001; HE e WOODS
2003, 2004a e 2004b).
Este trabalho foi dividido em dois experimentos, onde o primeiro objetivo foi
verificar o efeito da adição de insulina em concentrações de 0,1UI/mL, 1UI/mL e
10UI/mL ao diluente de congelamento que vem sendo utilizado com sucesso no
congelamento de sêmen de garanhões da raça Mangalarga Marchador contendo
glicerol e dimetilformamida. No segundo experimento o objetivo foi verificar o efeito
crioprotetor através da adição de alanina, glicina e glutamina em concentrações pré-
determinadas através de consulta literária em ovinos sendo adaptada para o diluente
de congelamento eqüino. O efeito da adição destes aminoácidos foi verificado
separadamente e através de duas associações entre eles; reduzindo a concentração
estipulada e associando estas concentrações pré-determinadas.
13
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Criopreservação de sêmen eqüino
Protocolos de criopreservação de espermatozóides eqüinos não estão
padronizados e o sucesso desta técnica varia substancialmente. Em geral, as taxas
de sucesso são mais baixas do que nas demais espécies domésticas. Um dos pré-
requisitos para a eficácia da preservação do sêmen do garanhão é a alta qualidade
inicial (SAMPER e MORRIS, 1998).
Existe uma grande diferença na congelabilidade do sêmen eqüino entre
garanhões e entre ejaculados de um mesmo garanhão (PICKETT e AMANN, 1993;
KLUG, 1992). Estima-se que 25% a 30% dos garanhões produzem sêmen com boa
congelabilidade, 30% a 50% dos garanhões produzem sêmen com moderada
congelabilidade e 25% a 40% dos garanhões produzem sêmen com reduzida
congelabilidade. Além disso, alguns ejaculados do mesmo garanhão podem
apresentar diferenças na habilidade de resistir ao congelamento (PICKETT e
AMANN, 1993). Sabe-se que esta diferença também ocorre entre raças, sendo que
a grande maioria dos garanhões da raça Mangalarga Marchador é classificada como
maus congeladores quando se utiliza apenas o glicerol como crioprotetor, pois
apresentam motilidade menor do que 30% (GOMES et al. 2002). ALVARENGA et al.
(1996) compararam a congelabilidade do sêmen de garanhões da raça Mangalarga
Marchador com garanhões de raça de salto (Hanoveriano, Holsteiner e Trackenner)
14
e garanhões da raça Quarto de Milha, sendo que os da raça Mangalarga Marchador
foram os que apresentaram os piores resultados.
DROBINSKI et al. (1995) verificaram que espermatozóides congelados se
ligam com uma menor intensidade às células do epitélio do oviduto do que os
espermatozóides in natura, sendo isto um aspecto positivo, porém eles têm uma
menor habilidade em se ligarem à zona pelúcida do que os mantidos à temperatura
ambiente. Esta ligação reduzida entre o espermatozóide e o epitélio do oviduto e
com a zona pelúcida é conseqüência da crioinjúria, causada possivelmente pelos
danos estruturais nos receptores da membrana espermática ou pelo acoplamento
incompleto destes receptores. Isto pode explicar o fato da inseminação artificial com
sêmen congelado eqüino não ser, no momento, uma metodologia confiável com
relação a bons índices de prenhez, porém apresenta possibilidades de uma
utilização mais intensa (KLUG et al., 1992; SAMPER e MORRIS, 1998) com o
aprimoramento dos protocolos de criopreservação baseado na diminuição da
crioinjúria espermática (WOELDERS, 1997).
Os espermatozóides à temperatura corporal apresentam seu metabolismo
máximo, e os produtos do seu metabolismo (ácido lático e/ou CO
2
) podem aumentar
a acidez do sêmen, causando danos celulares permanentes, resultando em lesões
na membrana e, em geral, da própria célula. Todo este processo irá causar a morte
dos espermatozóides dentro de 12 a 24 horas (BAUMGARTL 1980 citado por
BARRETO, 2002).
O grande desafio das células no processo de congelamento e
descongelamento não é a capacidade de resistir à temperatura de armazenamento
de –196°C, mas o de suportar as mudanças ocorridas durante a zona intermediária
de temperatura (-15°C a -60°C), pela qual irão passar duas vezes, primeiro durante
o congelamento e depois durante o descongelamento (MAZUR, 1984). Quando uma
solução com crioprotetor alcança uma temperatura entre -5°C a -15°C começa a
formação de cristais de gelo no diluente, que resulta no aumento da concentração
de solutos no fluido remanescente fora do espermatozóide. Esta alta concentração
de solutos faz com que a água se mova de dentro do espermatozóide para o meio
extracelular, permitindo que este se desidrate (MAZUR, 1984). A curva de
congelamento mais utilizada é a de -60°C/min (curva rápida), obtida quando se
coloca palhetas horizontalmente a 3-5 cm acima do nível de nitrogênio líquido
(PICKETT e AMANN 1993).
15
Segundo GRAHAM (1996), a congelabilidade ruim dos espermatozóides de
alguns garanhões pode ser melhorada pela alteração de alguma(s) etapa(s) do
“protocolo principal” de criopreservação.
A avaliação de crioprotetores alternativos ao glicerol para preservação de
espermatozóide eqüino tornou-se uma área de extensa investigação nos últimos
anos. As amidas são componentes de menor peso molecular do que o glicerol e
deve penetrar a membrana plasmática mais rapidamente (SQUIRES 2005).
VIDAMENT et al. (2002) reportaram que a combinação de dimetilformamida com
glicerol foi mais efetiva do que o uso destes crioprotetores separadamente.
SQUIRES et al. (2004) demonstraram que a metilformamida, dimetilformamida ou o
etilenoglicol a 0,9M foram tão eficazes quanto o glicerol na proteção ao
espermatozóide eqüino. HENRY et al. (2002) concluíram que o etilenoglicol é uma
alternativa de crioprotetor de sêmen eqüino, podendo ser utilizado sozinho ou
associado ao glicerol, assim como a acetamida associada à trealose e metilcelulose
também correspondem à uma alternativa eficaz de crioproteção. MEDEIROS et al.
(2002) constataram que a dimetilformamida e a metilformamida melhoraram a
congelabilidade do sêmen eqüino, enquanto GOMES et al. (2002) constataram este
mesmo resultado em estudo utilizando garanhões da raça Mangalarga Marchador.
A maioria dos crioprotetores penetrantes, tais como o glicerol, etilenoglicol e
amidas, funciona como solvente e como soluto. O glicerol altera a pressão osmótica
do diluidor e do espermatozóide. Crioprotetores solúveis, como o glicerol, funcionam
como solvente com ponto de congelamento inferior ao da água e permitem a
formação de canais de diluidor descongelados, nos quais residem os
espermatozóides (revisado por COTTORELLO e HENRY 2002). O glicerol é nocivo
ao espermatozóide mesmo na ausência do congelamento. Os efeitos tóxicos
causados pelo glicerol incluem estresse osmótico, mudanças na organização, fluidez
e permeabilidade da membrana celular, assim como mudanças na sua composição
lipídica (WATSON 1995).
Os diluentes de congelamento devem conter algum tipo de lipídio ou
lipoproteína para proteger o espermatozóide dos danos causados pelo choque
térmico, geralmente este componente é obtido na gema de ovo. Pelo menos um
crioprotetor penetrante deve ser incluído no diluente, porém na maioria das
formulações utiliza-se o glicerol associado a um açúcar (crioprotetor não penetrante).
16
Outros componentes podem incluir EDTA, detergente, tampão e antibióticos. O
EDTA liga-se aos íons cálcio impedindo que o cálcio extracelular penetre no
espermatozóide e danifique a célula durante o choque térmico. Os detergentes
solubilizam os lipídeos da gema de ovo e as lipoproteínas, intensificando as
interações entre estes componentes e a membrana plasmática do espermatozóide.
Os tampões ajudam a manter o pH neutro enquanto que os antibióticos controlam o
crescimento microbiano (revisado por COTTORELLO e HENRY 2002).
MELO et al. (2007) observaram que é possível realizar o congelamento de
sêmen eqüino resfriado por 24 horas sem perda da sua qualidade. KATILA et al.
(2001) revisaram as diferentes técnicas disponíveis para determinar a qualidade do
sêmen eqüino após o descongelamento e concluíram que os melhores parâmetros
são a motilidade e a viabilidade espermática. BRINSKO et al. (2005) mostraram que
a suplementação nutricional de ácido docosahexaenoico (DHA docosahexaenoic
acid) melhorou as motilidades total e progressiva de espermatozóides de garanhões
que apresentavam baixos valores destes parâmetros.
Métodos de congelamento de espermatozóide, composição de diluentes
necessária para preservar a integridade e a funcionalidade do sêmen, o momento da
inseminação, o local da inseminação e a dose inseminante ideal são fatores que
contribuem na variabilidade da taxa de prenhez com sêmen congelado
(COLENBRANDER et al. 2003).
Segundo SQUIRES (2005), é improvável que a adição de um único
ingrediente ao meio de congelamento possa melhorar drasticamente a motilidade e
a fertilidade pós-descongelamento. Contudo, parece razoável que a adição de
antioxidantes, aminoácidos e, talvez, o uso de crioprotetores alternativos possa
melhorar a congelabilidade do sêmen de alguns garanhões.
O sucesso na criopreservação do espermatozóide eqüino depende de
interações entre diluente, crioprotetor e curvas de resfriamento e reaquecimento,
visando minimizar danos causados por choque térmico, formação de cristais de gelo
e desidratação celular (JASKO, 1994).
17
2.2 Membrana plasmática do espermatozóide
A membrana plasmática não é apenas a borda da célula espermática, mas
parece ser uma estrutura extremamente dinâmica (FRESCH e GADELLA 2000). Ela
é heterogênea e consiste em cinco domínios específicos: pré-equatorial
(acrossoma), segmento equatorial, pós-equatorial (região basal), região da peça
intermediária e a cauda. As diferenças nestas regiões estão relacionadas às suas
diferentes funções (LADHA, 1998).
Na espermatogênese, o volume celular da espermátide reduz a 25% do seu
volume original devido à perda do citoplasma que contém grande parte de RNA e
organelas, tais como complexo de Golgi, retículo endoplasmático, lisossomos e
peroxissomos que passam a formar o corpo residual (FRESCH e GADELLA 2000).
Durante a passagem do espermatozóide pelo epidídimo ocorre liberação,
modificação e adsorção de proteínas e lipídeos em sua membrana plasmática.
Apesar de algumas proteínas adsorvidas neste trajeto estarem envolvidas na ligação
entre o espermatozóide e o ovócito, as funções destas alterações na membrana do
espermatozóide ainda não estão completamente esclarecidas. Na maioria das
espécies mamíferas as células espermáticas estão completamente maduras ao
alcançarem o final da cauda do epidídimo (EDDY e O`BRIAN, 1994).
Estas mudanças na membrana plasmática espermática que incluem a
integração e desintegração de proteínas, integração de lipídeos, alteração no grau
de saturação de ácidos graxos e, no caso de garanhões, a perda de colesterol que
resulta na diminuição marcante na taxa de colesterol/fosfolipídios (GADELLA et al.
2001) ocorrem não apenas antes da ejaculação, mas também após este ato durante
seu trajeto no trato reprodutivo feminino. Mudanças fisiológicas na membrana
plasmática após a ejaculação estão associadas com a aquisição da capacidade
fecundante da célula espermática que resulta em uma hipermotilidade celular. Tal
evento é denominado capacitação espermática.
Em garanhões, o plasma seminal pode bloquear o efluxo de colesterol da
membrana plasmática espermática pela formação de vesículas ricas em colesterol
originárias da próstata denominadas prostassomas (MINELLI et al. 1998). ZAHN et
al. (2002) estudaram o efeito da incorporação de colesterol à membrana do
espermatozóide eqüino pós-descongelamento e verificaram que apesar de ter sido
comprovada a maior integridade de membrana no grupo que incorporou o colesterol
18
(avaliação por sondas fluorescentes -Iodeto de propídeo/ Diacetato de
carboxifluoresceína) e menor reação acrossômica (avaliação pelo teste FITC-PNA
associado com iodeto de propídeo), apenas 25% das éguas inseminadas com
sêmen que incorporou colesterol tornaram-se prenhas enquanto que 75% das éguas
inseminadas com sêmen sem incorporação de colesterol emprenharam.
Para que ocorra uma concepção bem sucedida, o espermatozóide fertilizante
deve ter membranas funcionais competentes, organelas e o genoma haplóide
intactos (SILVA e GADELLA, 2006). Quando são utilizadas tecnologias reprodutivas
assistidas, como a inseminação artificial, as etapas do processamento podem gerar
danos ao DNA, membranas e organelas dos espermatozóides (SILVA e GADELLA,
2006). Deste modo, se a membrana plasmática do espermatozóide não estiver
funcionalmente intacta, o espermatozóide torna-se deteriorado, sendo incapaz de
fertilizar “in vivo”. (AURICH 2005; SILVA e GADELLA, 2006).
Estas lesões à membrana plasmática do espermatozóide resultam em perda
irreversível das suas funções (AURICH, 2005). Devido ao alto teor de ácidos graxos
insaturados na membrana plasmática, espermatozóides de mamíferos são sensíveis
ao estresse oxidativo. Enquanto uma peroxidação suave parece promover a
capacitação do espermatozóide, uma peroxidação excessiva vai lesionar a
membrana espermática resultando em perda da motilidade e da fertilidade (AITKEN.
1994). Desta maneira, a avaliação da funcionalidade da membrana plasmática do
espermatozóide é um método de extrema importância a ser utilizado em programas
de inseminação artificial.
Na avaliação da funcionalidade da membrana plasmática do espermatozóide
pelo teste hiposmótico ocorre um influxo de água no espermatozóide
bioquimicamente ativo, resultando em um aumento esférico no volume celular da
cauda espermática, o que leva a mesma a se enrolar (revisado por COTTORELLO e
HENRY, 2002).
A membrana plasmática envolve toda a célula espermática, mantendo juntos
as suas organelas e seus componentes intracelulares e por sua característica
semipermeável mantém o gradiente químico de íons e outros componentes solúveis.
Proteínas específicas da membrana plasmática facilitam o transporte de glicose e
frutose do meio extracelular para dentro do espermatozóide (ANGULO et al.1998).
Estes transportadores são substratos de fonte de energia indispensáveis, que no
espermatozóide maduro cerca de 90% do ATP é produzido por glicólise
19
(anaeróbico), indicando a importância destes monossacarídeos como substratos
para produção de ATP (MUKAI e OKUNO, 2004; MARIN et al.,2003).
2.3 Regulação da insulina no metabolismo espermático
A insulina é um hormônio polipeptídico essencial para o metabolismo normal
e regulação do crescimento mediante ligação com seu respectivo receptor
transmembrana ou com receptores de IGFs (fator de crescimento semelhante à
insulina) na superfície da célula alvo, sendo que a ligação entre peptídeo e receptor
homólogo tem afinidade de 100 a 1000 vezes maior que com peptídeos heterólogos
(DUPONT et al., 2001). Ela tem efeitos importantes no metabolismo de carboidratos,
gorduras e proteínas. No metabolismo de carboidratos, a insulina tem duas ações
principais: aumento da taxa de captação de glicose nas células do fígado, músculo e
do tecido adiposo e estímulo da glicogênese. No metabolismo dos lipídeos, a
insulina estimula a lipogênese no fígado e no tecido adiposo. Enquanto que no
metabolismo das proteínas, a insulina estimula a captação de aminoácidos no fígado
e nos músculos e a incorporação de aminoácidos em proteína (RANDALL et al.
(2000).
A síntese de insulina se inicia no citoplasma com a tradução de uma
seqüência hidrofóbica de aminoácidos chamada seqüência sinal. Esta seqüência é
reconhecida pela partícula reconhecedora do sinal que interrompe a sua síntese no
citoplasma, fazendo com que o complexo formado pelo ribossomo, RNAm e
seqüência sinal associada à esta partícula seja encaminhado à superfície da
membrana do retículo endoplasmático rugoso. Após a associação entre uma
proteína ancorada na membrana do retículo com a partícula reconhecedora do sinal
e após a associação entre a seqüência sinal à superfície interna da proteína
translocon, a síntese protéica se reinicia no lúmen do retículo formando, desta
maneira, um polipeptídeo linear chamado pré-pró-insulina. Em seguida ocorre a
remoção da seqüência sinal pela ação de uma peptidade para formar a pró-insulina
(DE ROBERTIS e HIB, 2006). A pró-insulina é espiralada, e os fragmentos finais são
unidos por pontes dissulfeto. A pró-insulina é transferida para o aparelho de Golgi,
onde é posteriormente processada e armazenada dentro de grânulos
citoplasmáticos. O principal fator de liberação da secreção de insulina é a
concentração de glicose. (CUNNINGHAM, 1997)
20
Existe uma grande semelhança entre as insulinas humana, suína, bovina e
eqüina, sendo que a diferença estrutural ocorre entre um a três aminoácidos em
suas cadeias. Esta diferença não afeta a eficácia da insulina entre espécies, sendo
comum a utilização de insulina heteróloga no tratamento padrão para o diabetes
mellitus (MURRAY et al. 2002).
HICKS et al. (1972) observaram que a concentração de insulina no plasma
seminal humano é quase que três vezes maior do que no sangue, o que sugere
alguma função seminal. Neste mesmo trabalho foi evidenciada a influência definitiva
da insulina no metabolismo glicolítico do espermatozóide humano e no aumento da
atividade da piruvato desidrogenase. KREMER (1965) (revisado por HICKS et al.
1972) observou que quando se utiliza glicose ou piruvato como substrato, a adição
de insulina produz um aumento significativo na motilidade de espermatozóides
humanos, o que não ocorreu quando se utilizou frutose.
AITKEN et al. (1994) relataram que hormônios, citosinas e fatores de
crescimento presentes no plasma seminal afetam a motilidade espermática e a
fertilização.
AQUILA et al. (2005) mostraram que espermatozóides humanos são capazes
de expressar e secretar insulina. A insulina secretada pelo espermatozóide sugere
uma regulação autócrina do metabolismo da glicose, a qual é provida ao
espermatozóide pelo plasma seminal, pelo fluido do trato reprodutivo da fêmea in
vivo (KOCH, 1980 citado por AQUILA et al., 2005) ou pelo meio de cultura in vitro
(TRAVIS et al., 2004). A capacidade autônoma do espermatozóide em secretar
insulina sugere que ela pode promover o recrutamento de substrato energético
através de um sistema autócrino de acordo com a necessidade metabólica do
espermatozóide. Isto ocorre independentemente pela regulação sistêmica e pode
representar um mecanismo protetor que preserva a capacidade fertilizante de algum
efeito deletério produzido por longa restrição calórica ou por alterações que ocorrem
na homeostase energética em nível sistêmico (ANDÒ e AQUILA, 2005). BACCETTI
et al. (2002) mostraram que em homens afetados por diabetes dependente de
insulina os espermatozóides apresentam vários defeitos estruturais e menor
motilidade.
MACPHERSON et al. (2002) compararam as concentrações de IGF-1
presentes no plasma seminal eqüino e observaram que em garanhões sexualmente
ativos, a motilidade espermática total foi maior nos garanhões com altas
21
concentrações de IGF-1 do que nos que apresentavam baixas concentrações deste
fator de crescimento, assim como as taxas de prenhez também foram superiores em
cavalos com altas concentrações de IGF-1 no plasma seminal, que é sugestivo do
efeito da IGF-1 na função espermática.
Sabe-se que a insulina exerce um papel central na regulação da função das
gônadas, porém a sua importância na fertilidade masculina não está completamente
elucidada. NAKAYAMA et al. (1999) reportaram que tanto a insulina quanto a IGF-1
e IGF-2 favorecem a diferenciação das espermatogônias para espermatócitos
primários por ligação com receptores de IGF-1. A membrana plasmática do
espermatozóide e o acrossoma são alvos citológicos para a insulina (SILVESTRONI
et al., 1992 citado por AQUILA et al., 2005).
VAN TILBURG (2006) verificou a ação da insulina em diversas concentrações
(0,003 U/mL, 0,03 U/mL, 0,3 U/mL e 3 U/mL) em espermatozóides de ovinos,
constatando uma proteção à integridade de acrossoma e uma pequena melhora na
motilidade após o teste de termo-resistência lento após o descongelamento, sendo
que a maior diferença estatística ocorreu favoravelmente aos tratamentos que
utilizaram insulina ao sêmen resfriado após 24 a 96 horas.
No metabolismo protéico, a insulina promove a captura de aminoácidos pela
maioria dos tecidos, promovendo a síntese de proteínas e inibindo a sua degradação
(CUNNINGHAM, 1997).
Segundo ABDELMONEIN et al., (1998), a insulina pode melhorar a
sobrevivência espermática após o congelamento, pois estimula a síntese de DNA,
RNA, proteínas, e de lipídeos, além de aumentar as funções intracelulares e da
membrana plasmática. Neste trabalho foi verificado o efeito da insulina transferrina
selênio (ITS) na motilidade e integridade de membrana de espermatozóides de
chimpanzé após o congelamento. Nas concentrações de 1 e 10 µg/ml de ITS
ocorreu diminuição da velocidade e da motilidade progressiva, o que pode ter
gerado uma pequena citotoxidade. Porém, na concentração de 100 µg/ml de ITS
protegeu o espermatozóide durante o estresse térmico decorrente do congelamento
e descongelamento.
22
2.4 Utilização de aminoácidos para crioproteção.
Sabe-se que uma grande variedade de plantas acumula o aminoácido prolina
em resposta a baixas temperaturas, e alguns aminoácidos protegem vários tipos de
células animais contra hipotermia. Estes aminoácidos previnem danos à estrutura
celular durante o estresse causado pelo congelamento (revisado por TRIMECHE et
al.,1999). Fibroblastos de hamsters chineses foram congelados e descongelados
para verificar a ação crioprotetora de certos aminoácidos, sendo comprovada a
eficácia da glutamina e da prolina promovendo a melhor proteção na concentração
de 10 a 40mM (KRUUV e GLOFCHESKI, 1992). KUNDU et al. (2001)
criopreservaram espermatozóides caprinos utilizando aminoácidos com diferentes
concentrações em um meio definido (sem gema de ovo ou leite) sem a adição de
qualquer outro crioprotetor, obtendo uma crioproteção máxima com a l-alanina na
concentração de 135mM. Porém, a glutamina, prolina e a glicina também obtiveram
êxito nas concentrações de 100mM, 130mM e 150mM, respectivamente, enquanto
que l-arginina, l-lisina e l-histidina ofereceram pouca ou nenhuma crioproteção. Na
mesma publicação, KUNDU et al. (2001) demonstraram que a associação destes
aminoácidos com glicerol e glicerol com dimetilsulfóxido (DMSO) conferem um
melhor resultado, porém, em uma concentração menor tanto na associação com o
glicerol (Alanina: 40mM, Prolina: 20mM, Glicina 40mM e Glutamina 70mM) quanto
com o glicerol e DMSO (Alanina: 40mM, Prolina: 20 mM, Glicina 40mM e Glutamina
60mM). A associação de aminoácido com glicerol e DMSO gerou os melhores
resultados deste trabalho com uma elevada eficácia crioprotetora obtida. Deste
modo, os autores sugerem que esta mistura de crioprotetores possa ser benéfica
para a criopreservação de sêmen de várias espécies.
HE e WOODS (2003) verificaram a concentração de 75mM para alanina ou
de 50mM de glicina usando 5% de DMSO para obter a melhor motilidade pós-
descongelamento de espermatozóides do peixe “baixo listrado” (Morone saxatilis). A
glicina tem sido usada com sucesso como crioprotetor não-penetrante para
criopreservar espermatozóides, e aumentar a motilidade pós-descongelamento
(KUNDU et al., 2001; HE e WOODS 2003). HE e WOODS (2004) observaram que a
glicina protege a mitocôndria e seu conteúdo de ATP, mas não protege a integridade
da membrana plasmática espermática no pós-descongelamento. Este mecanismo de
ação da glicina é desconhecido. KHLIFAOUI et al. (2005) verificaram que a adição
23
de 50mM de glutamina mais 2,5% de glicerol aumentou a motilidade espermática de
garanhões quando comparado a outros diluentes de congelamento contendo apenas
glicerol.
Apesar de ter sido verificado o efeito crioprotetor sobre espermatozóides em
diversas espécies (SANCHEZ-PARTIDA et al., 1992; RENARD et al., 1996;
TRIMECHE et al.,1999: KUNDU et al., 2001; HE e WOODS 2003, 2004a e 2004b),
os mecanismos de crioproteção espermática por aminoácido, assim como a função
de aminoácidos livres na fisiologia do espermatozóide ainda não foram esclarecidos.
KUNDU et al., 2001 especularam ser possível que os aminoácidos possam interagir
eletrostaticamente com grupos fosfato de fosfolipídeos na membrana plasmática do
espermatozóide, deste modo, formando uma camada na superfície espermática.
Todavia, tem sido descrito a toxicidade de altas concentrações de
aminoácidos durante o processo de congelamento e descongelamento para
espermatozóides de carneiros (SANCHEZ-PARTIDA et al., 1992), jumentos
(TRIMECHE et al.,1996), cavalos (TRIMECHE et al.,1999) e de humanos (RENARD
et al., 1996). Alguns autores explicam a toxidade da alta concentração de
aminoácidos pelo efeito osmótico (KRUUV et al., 1988; TRIMECHE et al.,1999;
FAHY et al., 1990), porém, a hipótese de toxicidade bioquímica não pode ser
descartada (TRIMECHE et al.,1996), podendo, também, ambas hipóteses atuarem
em conjunto (FAHY et al., 1990).
2.5 Proteção espermática pela ação do plasma seminal
É bem conhecido que o plasma seminal exerce muitas funções sobre o
metabolismo e fertilidade espermática: ativação de espermatozóides imóveis, ação
bactericida, neutralização de metabólitos espermáticos, nutrição do espermatozóide
ejaculado na fêmea e proteção do epitélio e do espermatozóide contra acrosina por
inibidores de proteinase (PESCH et al. 2006).
A composição do plasma seminal, que contém moléculas inorgânicas,
aminoácidos, peptídeos e proteínas de alta massa molecular, varia de acordo com
as espécies, com os intervalos entre ejaculações e com a saúde do animal (CATT,
1997). Apesar dos efeitos osmóticos benéficos de diluentes, a diluição do sêmen
também remove proteínas adsorvidas, antioxidantes naturais, e outros componentes
benéficos presentes no plasma seminal requeridos para manutenção da integridade
24
de membrana e para a ação do espermatozóide (CATT, 1997). A remoção destes
componentes pela diluição pode também criar diferenças de cargas entre
espermatozóides, resultando em aglutinação “cabeça com cabeça”, um problema
que pode ser reduzido pela adição de proteínas, como por exemplo, a albumina
sérica bovina (BSA), ou plasma seminal ao meio (MAXWELL e JOHNSON 1999). O
plasma seminal pode não conter fatores extremamente essenciais para a
fecundação, mas as secreções podem proporcionar condições para a motilidade,
sobrevivência e transporte dos espermatozóides, tanto no trato reprodutivo
masculino, quanto no feminino (EWING e CHANG,1986).
O plasma seminal tem sido descrito como um fator importante na
manutenção da motilidade espermática em bovinos (BAAS et al., 1983) e ovinos
(GRAHAN et al., 1994), promovendo viabilidade espermática (ASHWORTH, 1994;
MAXWELL, 1997) e aumentando a resistência do espermatozóide ao choque
térmico (PURSEL et al.,1973; BERGER, 1985).
Os diversos estudos que analisaram a função do plasma seminal na
fertilidade do espermatozóide são contraditórios. Em camundongos e coelhos, a
fertilidade melhorou após a adição de componentes do plasma seminal (GAUR e
TALWAR citado por MAXWELL e JOHNSON, 1999), assim como em ratos (CURRY
e ATHERTHON, 1990). Após a remoção das glândulas acessórias, ocorreram
mudanças na composição do plasma seminal que prejudicaram a fertilidade em
ratos (PURSEL e JOHNSON, 1975), hamsters (CHOW e PANG, 1986 ) e
camundongo (PANG e CHOW, 1979). Por outro lado, alguns estudos mostraram a
redução da fertilidade após exposição do espermatozóide ao plasma seminal em
bovinos, caprinos, ovinos (DOTT e HARRISON, 1979), suínos (IWAMOTO et al.,
1992) e em humanos (IWAMOTO e GAGNON, 1988). Variações na presença,
ausência ou na concentração crítica de certos componentes, possivelmente
proteínas, no plasma seminal devem ser a causa da variabilidade desses efeitos na
fertilidade do espermatozóide. No entanto, o fato da maior parte do plasma seminal
não acompanhar o espermatozóide durante a sua ascensão ao local da fertilização
no trato reprodutivo feminino, sugere que a sua remoção é necessária para a
aquisição da capacidade fertilizante, e deve ser um fator importante no processo de
capacitação.
Os fatores presentes no plasma seminal ligados às células espermáticas
responsáveis pela modulação da capacitação para que esta ocorra somente próxima
25
ao local em que ocorre a fertilização são, possivelmente, proteínas da família das
espermadesinas ligadas à heparina, as quais têm sido descritas por alguns
pesquisadores (CALVETE, 1996). A adição de plasma seminal à suspensão de
espermatozóides previamente capacitados parece decapacitar as células, porque
reduz a sua capacidade de fertilizar ovócitos “in vivo” (CHANG, 1957, citado por
MAXWELL e JOHNSON, 1999). A adsorção de grande quantidade de proteínas do
plasma seminal em espermatozóides suínos tem sido confirmada por METZ et al.
(1990), e mudanças no espermatozóide de touro, carneiro e varrão, devido a
interações com proteínas do plasma seminal também têm sido descritas. BARRIOS
et al. (2000) observaram que a aquisição de proteínas do plasma seminal reverte o
efeito prejudicial do choque térmico sobre a membrana espermática de carneiro.
MORTIMER e MAXWELL (2004) observaram que a alteração do meio após o
descongelamento de sêmen ovino para um meio que contenha 20% de plasma
seminal diminui a capacitação espermática.
Vários estudos sugerem que o plasma seminal contém fatores que podem
influenciar a fertilidade nos machos. Alguns fatores têm sido isolados, tais como
íons, proteínas e lipídeos. Dentre estes, as proteínas são os principais alvos de
estudos. A presença, ausência ou a concentração de proteína no plasma seminal
são responsáveis pelos efeitos deste fluido na fertilidade espermática (HENAULT e
KILLIAN, 1996).
Proteínas do plasma seminal são ativas na proteção e eliminação do
espermatozóide no útero. A inclusão de plasma seminal ou de proteínas específicas
do plasma seminal em doses de inseminação artificial pode ser importante para o
transporte normal e eliminação do espermatozóide quando as éguas são
inseminadas mais do que uma vez, onde a segunda dose inseminante atuará em
um meio uterino inflamado (TROEDSSON et al. 2006).
Os constituintes do plasma seminal que interagem com o espermatozóide,
uma vez depositado sobre as células, são difíceis de retirar, mesmo através de
lavagem (MANN et al., 1981). Além disso, sob certas circunstâncias, a presença do
plasma seminal aumenta a resistência dos espermatozóides ao choque térmico e a
sua capacidade de sobreviver após congelamento e descongelamento (PURSEL e
JONHSON, 1975). A remoção das proteínas acrossomais, que ocorre tipicamente no
espermatozóide bovino após choque térmico, foi acentuadamente reduzida no
congelamento do espermatozóide realizado na presença de plasma seminal
26
(CHURCH e GRAVES, 1976). O espermatozóide congelado de carneiro também
aumenta a sua penetração no muco cervical, aumentando a porcentagem de
ovelhas prenhes após inseminação cervical na presença de plasma seminal. A
interação de proteínas do plasma seminal com o espermatozóide deve influenciar na
sua capacidade fertilizante e na proteção da membrana espermática de choques
térmicos (BARRIOS, 2000).
FAGUNDES (2003) constatou que a adição de proteínas acima de 10 kDa do
plasma seminal autólogo dez vezes concentradas tiveram um efeito benéfico não só
à motilidade do espermatozóide eqüino congelado mas também à sua integridade de
membrana acrossomal.
O sêmen congelado provoca uma forte resposta de polimorfonucleares,
devido à alta concentração espermática e devido à falta de plasma seminal, isso
deve apressar a remoção dos espermatozóides congelados. Uma supressão do
influxo de polimorfonucleares pelo plasma seminal deve proteger temporariamente
os espermatozóides da fagocitose (TROEDSSON et al., 1999).
2.6 Análise computadorizada da motilidade espermática
A padronização e o maior detalhamento das avaliações de motilidade pelo
computador é uma ferramenta importante na pesquisa científica, que aumenta a
confiabilidade dos dados e a capacidade de determinar o tipo de movimento e a
velocidade do espermatozóide em um determinado trajeto. Parâmetros da análise
computadorizada da motilidade espermática (CASA) tais como velocidade curvilinear
(VCL), velocidade média do trajeto (VAP), velocidade em linha reta (VSL) e medidas
de retidão do trajeto do espermatozóide (linearidade (LIN) e retidão (STR)) foram
usados para detectar efeitos sutis de agentes toxicológicos em espermatozóides de
roedores (PERREAULT e CANCEL, 2001). Esses parâmetros também foram
utilizados para caracterizar espermatozóides de ratos com motilidade hiperativada, o
que é um indicativo de capacitação espermática (CANCEL et al., 2000). A transição
de motilidade progressiva para motilidade hiperativada foi caracterizada em ratos
pelo aumento na VCL e VAP com um decréscimo correspondente na VSL, STR e
LIN (PERREAULT e CANCEL, 2001; CANCEL et al., 2000). RATHI et al. (2001)
postularam que a amplitude lateral da cabeça (ALH) e a VCL aumentam em
espermatozóides eqüinos hiperativados em meio contendo agentes capacitantes,
27
tais como: bicarbonato e Ca
2+
ionóforo. Estes autores concluíram que
espermatozóides eqüinos hiperativados apresentam VCL 180 e ALH 12.
Foi observado que apenas espermatozóides que apresentam boa motilidade
progressiva e alto deslocamento lateral da cabeça são capazes de penetrar no muco
cervical de ovinos (revisado por MORTIMER e MAXWELL, 2004).
KATHIRAVAN et al. (2008) observaram uma diferença altamente significativa
entre touros nos parâmetros de CASA analisados, sendo esta diferença a maior
fonte de variação destas medidas e segundo esses autores existe uma correlação
positiva dos parâmetros de motilidade espermática analisados por CASA com a taxa
de penetração em zona pelúcida de ovócitos de hamster. As correlações positivas
altamente significativas entre motilidade progressiva e os parâmetros de velocidade
indicam que o espermatozóide com um trajeto linear progressivo e reto vai percorrer
uma distância maior em um curto espaço de tempo. Ocorreu uma correlação
fortemente negativa neste mesmo estudo entre retidão e linearidade com amplitude
lateral de cabeça, que estes parâmetros são parecidos e medem a partida da
linha de conduta e o trajeto da célula em uma linha reta. A retidão e a linearidade
quase não tiveram correlação com a fertilidade. A Linearidade (LIN) é um parâmetro
variável na análise entre diluentes (ARRUDA et al. 2003), porém, JANUSKAUSKAS
et al. (2003) também não encontraram correlação de LIN com fertilidade.
A velocidade do trajeto (VAP) e a velocidade progressiva (VSL) possuem uma
forte correlação positiva com a fertilidade (KATHIRAVAN et al. 2008; SUKCHAROEN
et al. 1998) podendo, desta maneira, ser utilizada para se estimar a fertilidade de
amostras seminais.
MORTIMER (1997) reportou que o aumento na viscosidade do diluente
resulta em uma diminuição da amplitude da onda flagelar. Geralmente a amplitude
lateral de cabeça (ALH) elevada não é desejável porque afeta a progressão celular,
deste modo valores mais elevados de ALH denotam uma menor qualidade da
amostra seminal (ARRUDA et al. 2003).
28
3. MATERIAIS E MÉTODOS
3.1 Delineamento experimental
O delineamento experimental utilizado foi o de blocos ao acaso. Os
tratamentos, número de coletas e de garanhões estão descritos abaixo.
Inicialmente, foram realizadas cinco coletas de sêmen de cada garanhão com
intervalo de 2 dias, a fim de eliminar células espermáticas armazenadas por um
longo período. Em seguida, foram coletados três ejaculados de cada animal para a
realização de cada experimento (itens 3.4.1 e 3.4.2).
3.2 Animais
Foram utilizados cinco garanhões em idade reprodutiva da raça Mangalarga
Marchador provenientes do Haras LUGAVI, localizado às margens da BR 101 no
município de Campos dos Goytacazes – RJ, distando dez quilômetros do laboratório
de reprodução e melhoramento genético animal na UENF, local onde foi realizado o
congelamento do sêmen.
29
3.3 Obtenção do sêmen.
O sêmen foi obtido com o auxílio de uma vagina artificial modelo Hannover,
sendo ajustada a temperatura a uma variação entre 42°C e 45°C, de acordo com a
libido do animal e a pressão interna da vagina que foi ajustada de acordo com o
tamanho do pênis do garanhão. As coletas foram realizadas utilizando-se uma égua
em cio como manequim para estimular o garanhão a realizar a monta.
3.4 Processamento para congelamento
Após a obtenção do sêmen, a porção gelatinosa, proveniente das vesículas
seminais foi removida ao ficar retida no filtro de coleta. Para análise da concentração
espermática, uma amostra do sêmen foi diluída em uma proporção de 1:200 de
solução formol citrato, preparada com 2,94g de Citrato de Sódio em 100 mL de água
destilada, onde foi removido 4 mL desta solução e adicionado 4 mL de Formaldeído
(Merck). O restante do ejaculado foi diluído em meio de resfriamento contendo 10 g
de leite desnatado Molico (Nestlé) e 0,4g de AGROVET
(Novartis) diluídos em 100
mL de água destilada q.s.p (Souza et al. 2001) em uma proporção de uma parte de
sêmen para duas de diluente, sendo mantido à uma temperatura de
aproximadamente 15°C em uma caixa térmica para o transporte do sêmen (Max-
sêmen).
No laboratório, a concentração espermática foi determinada com auxílio de
uma câmara de Newbauer e em seguida o sêmen foi centrifugado no meio de
resfriamento a 600 G, durante 10 minutos, à temperatura ambiente. Foi mantido no
tubo para congelamento cerca de 10 a 20% do diluente de resfriamento com o
plasma seminal para resuspender com o diluente de congelamento.
O diluente de congelamento utilizado foi o proposto por VIDAMENT et.al.
(2002) com modificações contendo 50 mL de lactose 11%; 25 mL de glicose-EDTA
(12g de glicose; 0,240g de carbonato de sódio; 0,740g de EDTA; 0,750 g de Citrato
de sódio 2 H
2
O; 0,8 g de AGROVET
(Novartis); 200 mL de água destilada q.s.p); 20
mL de gema de ovo in natura; 3 mL de glicerol; 2 mL de dimetilformamida; 0,5 mL de
Equex
- Farmacia, Orvus et paste. Todos os demais reagentes descritos acima
foram obtidos pela empresa VETEC
.
30
3.4.1 Experimento 1
Foi avaliada a adição de insulina (Iolin® mista bovina e suína altamente
purificada com concentração de 100 U/mL) ao diluente de congelamento da
seguinte maneira: Tratamento 1 (T1), controle; Tratamento 2 (T2), 0,1U/mL;
Tratamento 3 (T3), 1U/mL; Tratamento 4 (T4), 10U/mL. Foram avaliados os
parâmetros de motilidade e cinemática espermática utilizando o programa Ceros
versão 10.8 da Hamilton Thorn Research (HTM-CEROS), de funcionalidade de
membrana plasmática pelo teste hiposmótico (DELL’AQUA JÚNIOR, 2000) e de
integridade acrossomal pelo teste FITC-PSA (item 3.6).
Foi feita a resuspensão do sedimento de espermatozóides acrescentando-se
o diluente de congelamento de acordo com os tratamentos, de forma a se obter uma
concentração de 100 X 10
6
células/mL.
O envase do sêmen foi feito em palhetas de 0,5 mL previamente identificadas,
sendo em seguida vedadas com álcool polivinílico. As palhetas ficaram em repouso
por 20 minutos à temperatura de ±4 °C e em seguida foram colocadas no vapor de
nitrogênio líquido (N
2
), ficando a 4 cm acima do nível deste criogênio por 10 minutos,
para, posteriormente, serem imersas no mesmo para armazenamento.
3.4.2 Experimento 2
Foi avaliada a adição de aminoácidos (obtidos pela Sigma-Aldrich) ao diluente
de congelamento da seguinte maneira: Tratamento 1, controle; Tratamento 2, 40mM
de l-alanina; Tratamento 3, 40mM de l-glicina; Tratamento 4, 60mM de l-glutamina;
Tratamento 5, 7mM de l-alanina + 7mM de l-glicina + 20mM de l-glutamina e
Tratamento 6, 40mM de l-alanina + 40mM de l-glicina + 60mM de l-glutamina. Os
parâmetros analisados e o método de processamento do sêmen para congelamento
são o mesmo descrito no experimento 1.
3.4.2.1 Determinação da composição em aminoácidos
A determinação da composição em aminoácidos foi realizada no Laboratório
de Química e Funções de Proteínas e Peptídeos da Universidade Estadual do Norte
Fluminense.
31
Inicialmente foi realizada uma diluição de dez vezes do diluente controle e de
duzentas vezes do diluente do tratamento 5. Uma amostra de 20µL de cada diluente
previamente diluído foi aplicada em coluna de troca iônica (Amino-Na) utilizando o
analisador de aminoácidos “Shimadzu High-Performance Liquid Chromatograph
(HPLC) Amino Acids Analysis System”. Após fracionamento os aminoácidos
sofreram uma derivatização pós-coluna, ou seja, reagiram com OPA (o-
phthalaldehyde) para a formação de um composto fluorescente. Foi utilizado um
comprimento de onda de 348nm na excitação de 450nm na emissão.
3.5 Avaliação da funcionalidade da membrana espermática através do teste
hiposmótico
A integridade funcional da membrana espermática foi avaliada através do
choque hiposmótico utilizando a técnica desenvolvida por DELL’AQUA JÚNIOR
(2000) modificada. Em um tubo foi adicionado 190µl de água bidestilada a 38°C e 10
µl do sêmen descongelado. A amostra foi incubada por 5 minutos em banho-maria a
38°C. Em seguida foi colocada uma gota sobre a lâmina recobrindo-a com uma
lamínula para análise em microscópio de contraste de fase com aumento de 400X.
Foram contadas 200 células espermáticas, considerando-se as células com
membrana funcional aquelas que apresentaram a cauda enrolada e não funcionais
aquelas que permaneceram com a cauda esticada.
3.6 Avaliação da integridade acrossomal
A integridade do acrossoma foi avaliada utilizando a fluoresceina isotiocianato
conjugada com a lectina Pisum sativum aglutinina (FITC-PSA), a qual se liga a
glicoconjugados da matriz acrossomal (BEDFORD et al. 2000) em associação com o
Iodeto de Propídeo (corante nuclear).
Após a análise da funcionalidade da membrana, motilidade e cinemática
espermática, o sêmen descongelado foi submetido à centrifugação a 200 G por 2
minutos para remoção do diluente de congelamento e adição de PBS. Em seguida,
foram preparados esfregaços das amostras que foram secas à temperatura
ambiente e mergulhadas em metanol resfriado a – 10ºC no congelador por 30
segundos e novamente secas à temperatura ambiente. Foi colocado sobre cada
32
lâmina 60 a 90µL de FITC-PSA sob proteção de luminosidade e em seguida foram
cobertas com um pedaço de transparência para retroprojeção e incubadas por 20
minutos. Em seguida foi adicionado 60 a 90µL de iodeto de propídio em cada
lâmina e novamente ela foi coberta com um filme de poliéster e incubada por 10
minutos. Foi removido o filme de poliéster para que as lâminas fossem lavadas com
PBS e cobertas com lamínula para serem observadas em microscopia de
fluorescência com aumento de 1000X. Foram contadas 200 células por lâmina e
classificadas como acrossoma integro (verde uniforme), parcialmente reagido
(“balloonou danificado) e reagido (vermelho). O comprimento de onda utilizado na
observação foi de 540nm. Todos os reagentes utilizados foram obtidos pela Sigma-
Aldrich.
3.7 Descongelamento:
As palhetas foram descongeladas a 37º C por 30 segundos.
3.8 Análise computadorizada dos parâmetros da motilidade espermática
Os parâmetros da motilidade espermática analisados foram:
Motilidade total (Total Motility,%);
Corresponde à taxa de células móveis em relação à concentração total
de células analisadas.
Motilidade progressiva (Progressive Motility,%);
São utilizados os seguintes parâmetros para classificação da
velocidade de uma célula móvel: MVV (Medium VAP Cut Off), LVV
(Low VAP Cut Off) e LVS (Low VSL Cut Off). Células rápidas
apresentam VAP>MVV, de velocidade média quando LVV<VAP<MVV
e lentas quando VAP<LVV e/ou VSL<LVS. A célula é definida com
motilidade progressiva se a retidão for maior do que o limite inferior
para índice retilíneo (Threshold Straightness) e a velocidade do trajeto
(VAP) for maior do que o corte de velocidade média do trajeto (MVV).
Velocidade média do trajeto (VAP, Path velocity, µm/s);
33
É a velocidade média ininterrupta do caminho da célula. Representa a
distância total ao longo do trajeto médio para cada espermatozóide
dividido pelo tempo utilizado.
Velocidade progressiva (em linha reta) (VSL, Progressive velocity, µm/s);
É a velocidade média percorrida em linha reta entre o início e o fim do
trajeto.
Velocidade curvilinear (VCL, Track speed, µm/s);
É a velocidade média de cada ponto atual do trajeto seguido por cada
célula. É definida pela distância total entre cada posição do centro de
brilho do espermatozóide durante a aquisição da imagem, dividida pelo
tempo gasto.
Amplitude do deslocamento lateral de cabeça (ALH, Lateral amplitude, µm);
Corresponde a largura média da oscilação da cabeça do
espermatozóide de acordo com o seu movimento.
Freqüência de batimentos (BCF, Beat cross frequency, Hz);
É a freqüência que a cabeça do espermatozóide se move para cima e
para baixo durante um trajeto.
Retidão (STR, Straightness, %)
É o valor médio da proporção entre VSL/VAP. Determina a partida da
linha de conduta da célula de uma linha reta.
Linearidade (LIN, Linearity, %)
É o valor médio da proporção entre VSL/VCL. Determina a partida do
trajeto da célula em uma linha reta.
Estes parâmetros foram determinados através de uma avaliação
computadorizada utilizando o programa Ceros versão 10.8 da Hamilton Thorne
Research (HTM-CEROS, 1999), sendo que tais definições foram obtidas no seu
manual de operação de onde podem obter maiores detalhes. Os parâmetros de
ajuste (set up) do aparelho são os seguintes: Número de imagens adquiridas
(Frames Acquired) – 30; Taxa de aquisição das imagens (Frame rate) – 60Hz;
Contraste mínimo (Minimum Contrast) - 80; Tamanho mínimo da célula (Minimum
Cell Size) - 3 pixels; Contraste para células imóveis (Non-motile Cell Contrast) 30;
Limite inferior para índice retilíneo (Threshold Straightness) 70%; Referência de
VAP de células lentas (Low VAP Cut-Off) - 5,0 µm/s; Referência de VAP de células
34
médias (Medium VAP Cut-Off) - 25,0 µm/s; Referência de VSL para células lentas
(Low VSL Cut-Off) - 11,0 µm/s; Tamanho de cabeça parada (Non-Motile Head Size)
- 6 pixels; Intensidade da cabeça parada (Non-Motile Head Intensity) 160; Limites
de tamanho estático (Static Size Limits) 0,32 a 2,50; Limites de intensidade
estática (Static Intensity Limits) – 0,10 a 1,12; Limites de alongamento estático
(Static Elongation Limits) 12 a 90; Opção não marcada para contar células lentas
como motilidade (Count Slow as Motile).
Uma câmara de contagem de 20 µL (Hamilton Thorne Research) pré-
aquecida pela placa de platina aquecedora (±37
o
C) foi utilizada para observação da
amostra seminal através do microscópio óptico com um aumento de 100X acoplado
ao computador. A intensidade da fonte de luz foi ajustada para que as imagens dos
espermatozóides fossem capturadas e digitalizadas para análise pelo programa.
Foram escolhidos quatro campos que apresentavam melhor motilidade aparente na
amostra para submissão à análise, sendo a média destes valores anotada e salva
pelo programa para análise estatística.
O programa Ceros analisa cada trajeto espermático separadamente. Isto se
deve à sua indicação da posição média do brilho da cabeça do espermatozóide, ou
seja, o centro de brilho para cada imagem captada. Após cada avaliação realizada
pelo programa foi realizado um controle de qualidade de cada análise para
comprovar a marcação de todas as células através da tecla Playback.
3.9 Análise Estatística
Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância e os tratamentos
comparados pelo teste F. As médias dos tratamentos foram comparadas pelo teste
de Tukey em nível de 5% de probabilidade. As análises estatísticas foram realizadas
utilizando o programa computacional Genes (CRUZ, 2006). Foi determinado o efeito
dos tratamentos, dos garanhões e das coletas de sêmen.
35
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os valores relativos à variação no pH e osmolaridade (mOsm) entre os
diluentes utilizados nos experimentos 1 e 2 estão apresentados na tabela 1.
Tabela 1: Valores de pH e osmolaridade dos diluentes utilizados.
Tratamento pH Osmolaridade sem
crioprotetor (mOsm)
Osmolaridade com
crioprotetor (mOsm)
Controle 6,45 358 1254
Insulina 1 UI/mL 6,47 373 1301
Insulina 10 UI/mL 6,48 371 1276
Insulina 100 UI/mL 6,52 375 1193
Alanina (40mM) 6,49 428 1351
Glicina (40mM) 6,5 414 1305
Glutamina (60mM) 6,47 447 1364
7mM de Alanina e Glicina e 20
mM de Glutamina
6,5 413 1296
40mM de Alanina e Glicina e 60
mM de Glutamina
6,44 581 1767
De acordo com os dados da tabela 1 não houve variação significativa no pH
entre os diluentes (variou de 6,44 a 6,52), o que se deve ao uso de tampão na
formulação do diluente. Contudo, a maior variação na osmolaridade ocorreu entre o
tratamento com 40mM de Alanina e de Glicina e 60 mM de Glutamina com os
demais tratamentos. O aumento da pressão osmótica ao se adicionar os
crioprotetores penetrantes está de acordo com a revisão realizada por
COTTORELLO e HENRY (2002), sendo que este efeito é uma das causas de
36
toxicidade ao espermatozóide que foi verificada por Watson (1995) mesmo na
ausência do congelamento. O diluente que apresentou os maiores valores de
osmolaridade (40mM de Alanina e Glicina e 60 mM de Glutamina) foi o que resultou
na menor qualidade seminal após o descongelamento, conforme mostrado nas
tabelas do experimento 2.
37
Figura 1: Análise de aminoácidos: (A) padrão de 1nM, (B) diluente controle
(tratamento 1), (C) diluente tratamento controle comparado com
tratamento 5 do experimento 1 (em vermelho)
38
Na figura 1A observa-se os padrões de aminoácidos na concentração de
1nM/mL utilizados para análise e comparação com o diluente controle (Figura 1B). A
figura 1C mostra uma comparação gráfica entre o diluente controle e o tratamento 5
(20mM de glutamina, 7mM de alanina e glicina), onde o maior pico mostrado nesta
figura (após aproximadamente 7,5 minutos de corrida) corresponde à glutamina que
neste caso está associada à treonina e os picos seguintes correspondem à glicina
(após aproximadamente 12,5 minutos) e alanina (após aproximadamente 13,5
minutos). A tabela 2 mostra a concentração dos aminoácidos analisados pelo
analisador “Shimadzu High-Performance Liquid Chromatograph (HPLC) – Amino
Acids Analysis System” no diluente controle, o qual utiliza 20% de gema de ovo.
Tabela 2. Composição de aminoácidos encontrados no diluente MARTIN et.al.
(1979) modificado.
Aminoácidos Concentração (mM)
Ácido aspártico 0,0981
Glutamina+Treonina
0,4614
Serina 0,2486
Ácido Glutâmico 0,1655
Prolina 0,1545
Glicina 0,0635
Alanina 0,1052
Valina 0,1557
Metionina 0,0435
Isoleucina 0,1534
Leucina 0,1917
Tirosina 0,0686
Fenilalanina 0,1288
Histidina 0,3131
Lisina 0,1900
Arginina 0,1661
39
EXPERIMENTO 1: Adição de insulina ao diluente crioprotetor eqüino
O resumo da análise de variância das variáveis motilidade, funcionalidade de
membrana através do teste hiposmótico (HIPO), integridade acrossomal e das
variáveis de cinemática espermática obtido dos dados dos tratamentos deste
experimento são mostrados nos anexos A e B. Pelo teste F houve diferença
estatística (P<0,01) entre os tratamentos na análise de motilidade total e motilidade
progressiva, enquanto que os tratamentos não se diferiram na análise de integridade
funcional de membrana plasmática pelo teste hiposmótico e nem na integridade
acrossomal pelo teste FITC-PSA. De acordo com estas análises, a adição de
insulina afetou apenas os parâmetros de motilidade. Também ocorreu uma diferença
estatística entre os tratamentos na análise de freqüência de batimentos (BCF)
(P<0,01) e na análise de amplitude lateral de cabeça (ALH) (P<0,05), sendo
semelhante o efeito dos tratamentos nos demais parâmetros cinemáticos analisados.
Deste modo, a adição de insulina afetou apenas os parâmetros ALH e BCF de
cinemática espermática.
O resumo da análise de variância das variáveis motilidade, funcionalidade de
membrana através do teste hiposmótico (HIPO), integridade acrossomal e das
variáveis de cinemática espermática obtido dos dados dos garanhões do
experimento 1 estão apresentados nos anexos C e D, enquanto que nos anexos E e
F estão os resumos destas mesmas variáveis obtido dos dados das coletas neste
experimento. Pelo teste F houve diferença estatística entre os garanhões (P<0,01)
na análise de motilidade total, motilidade progressiva, integridade funcional de
membrana plasmática pelo teste hiposmótico, integridade acrossomal pelo teste
FICT-PSA para íntegros e lesados e para semilesados (P<0,05), além de todos os
parâmetros cinemáticos analisados (P<0,01).
Com exceção do grupo com membrana acrossomal semilesada (PSA-SL) houve
diferença estatística (P<0,01) entre as coletas dos garanhões na análise de
motilidade total, motilidade progressiva, integridade funcional de membrana
plasmática pelo teste hiposmótico e integridade acrossomal pelo teste FITC-PSA.
Do mesmo modo ocorreram diferenças entre as coletas na análise de velocidade do
trajeto (VAP), velocidade progressiva (VSL), velocidade curvilinear (VCL), amplitude
lateral de cabeça (ALH) e freqüência de batimentos (BCF) (P<0,01) e na análise de
retidão (STR) e linearidade (LIN) (P<0,05), de acordo com os anexos E e F.
40
Os valores relacionados às médias das variáveis de motilidade, funcionalidade
de membrana pelo teste hiposmótico (HIPO), Integridade da membrana acrossomal
pelo teste do FITC-PSA e das variáveis de cinemática espermática obtidas dos
dados dos tratamentos no experimento 1 encontram-se apresentados nas tabelas 3
e 4.
Tabela 3. Médias das variáveis motilidade total (MOT), motilidade progressiva
(PROG), teste hiposmótico (HIPO), Integridade da membrana acrossomal pelo teste
do FITC-PSA: íntegros (PSA-I), semilesados (PSA-SL) e lesados (PSA-L), obtidas
dos dados dos tratamentos no experimento 1(adição de insulina) verificados
imediatamente após o descongelamento.
Tratamentos
MOT PROG HIPO
Controle 31,6 ± 18,0 a 19,8 ± 12,0 a 30,1 ± 11,2 a
0,1U/mL 32,5 ± 17,9 a 20,8 ± 12,3 a 31,4 ± 12,9 a
1 U/mL 31,6 ± 18,5 a 20,8 ± 13,3 a 30,9 ± 13,9 a
10 U/mL 24,5 ± 15,9 b 15,7 ± 10,5 b 32,2 ± 13,8 a
Média geral 30,0 19,3 31,2
Tratamentos
PSA-I PSA-SL PSA-L
Controle 68,2 ± 15,5 a 6,0 ± 3,7 a 25,8 ± 14,1 a
0,1U/mL 71,7 ± 15,2 a 4,9 ± 2,9 a 23,4 ± 14,4 a
1 U/mL 71,6 ± 17,1 a 5,0 ± 3,0 a 23,4 ± 17,1 a
10 U/mL 73,3 ± 14,6 a 5,4 ± 3,7 a 21,3 ± 12,8 a
Média geral 71,2 5,3 23,5
Médias seguidas pela mesma letra nas colunas não diferem entre si pelo teste de
Tukey em 5% de probabilidade.
Verifica-se na tabela 3 que os tratamentos controle, 0,1U/mL e 1 U/mL não
diferiram em relação à motilidade total e progressiva e nem com relação a
funcionalidade de membrana plasmática e integridade de membrana acrossomal.
Apesar de a insulina aumentar o transporte de glicose para dentro da célula
espermática, como descrito por HICKS et al., (1972) e AQUILA et al., (2005), com
isso proporcionar uma disponibilidade maior de energia promovendo a síntese de
proteínas e lipídeos e por aumentar as funções intracelulares e da membrana
plasmática, os resultados da adição de insulina neste experimento não
demonstraram melhora na motilidade espermática. VAN TILBURG (2006) também
não observou melhora na motilidade total e progressiva na análise imediata após o
descongelamento de sêmen ovino, porém nossos resultados são contraditórios
pelo
41
fato de que um dos tratamentos (10U/mL) apresentou valores de motilidade total e
progressiva estatisticamente inferiores e não houve melhora na funcionalidade de
membrana e integridade acrossomal, enquanto que no trabalho com ovinos não
ocorreu perda de motilidade em nenhum dos tratamentos e houve uma melhora na
integridade acrossomal com a adição de insulina. Isto pode ser explicado pelo fato
das concentrações de insulina utilizadas também terem sido diferentes, onde a
variação na concentração no trabalho com ovinos foi de 0,003 a 3 U/mL, enquanto
que neste trabalho esta variação foi de 0,1 a 10 U/mL e o tratamento que diferiu
negativamente foi justamente o de maior concentração empregada. Outra
justificativa pode estar na metodologia de congelamento, pois em ovinos não se
retira parte do plasma seminal, como ocorre em eqüinos, e este componente seminal
tem efeito direto na proteção espermática (PESCH et al. 2006; TROEDSSON et al.
2006; BARRIOS et al. 2000; CATT, 1997; MAXWELL e JOHNSON 1999), inclusive
na proteção contra o choque térmico (PURSEL et al.,1973; BERGER, 1985), o que
justifica os menores valores de motilidade pós-descongelamento encontrados neste
trabalho em comparação ao trabalho com ovinos. Possivelmente a associação da
insulina com proteínas do plasma seminal possa ter elevado esta proteção ao
espermatozóide ovino, o que não ocorreu neste trabalho devido à remoção de
grande parte do plasma seminal.
É importante ressaltar que a insulina atua no metabolismo na ativação e
inibição de vias metabólicas que desencadeiam eventos que necessitam de certo
tempo para apresentar resultados. Deste modo, estes resultados na análise imediata
após o descongelamento podem ter ocorrido pelo curto tempo para ativação das
vias metabólicas envolvidas pela insulina.
42
Tabela 4. Médias das variáveis de cinemática espermática: velocidade do trajeto
(VAP), velocidade progressiva (VSL), velocidade curvilínea (VCL),
amplitude lateral de cabeça (ALH), freqüência de batimentos (BCF),
retidão (STR) e linearidade (LIN), obtidas dos dados dos tratamentos no
experimento 1 (adição de insulina) verificados imediatamente após o
descongelamento.
Tratamentos
VAP VSL VCL
Controle 55,9 ± 11,1 a 44,3 ± 9,4 a 92,0 ± 27,5 a
0,1U/mL 55,8 ± 11,9 a 45,0 ± 10,5 a 96,9 ± 18,9 a
1 U/mL 55,0 ± 11,5 a 43,7 ± 10,0 a 95,9 ± 20,3 a
10 U/mL 52,0 ± 12,3 a 42,2 ± 11,0 a 92,4 ± 19,7 a
Média geral 54,7 43,8 94,3
Tratamentos
ALH BCF STR LIN
Controle 5,2 ± 0,6 a 22,3 ± 6,4 b 78,3 ± 3,6 a 45,2 ± 3,7 a
0,1U/mL 5,1 ± 0,7 a 23,2 ± 6,7 ab 79,3 ± 3,2 a 46,7 ± 4,4 a
1 U/mL 5,0 ± 0,9 ab 23,3 ± 7,9 ab 78,9 ± 4,0 a 46,5 ± 4,3 a
10 U/mL 4,8 ± 1,0 b 25,4 ± 7,0 a 80,0 ± 6,0 a 45,7 ± 5,3 a
Média geral 5,0 23,6 79,1 46,0
Médias seguidas pela mesma letra nas colunas não diferem entre si pelo teste de
Tukey em 5% de probabilidade.
Observa-se que o tratamento que utilizou 10 U/mL de insulina além de
apresentar resultados inferiores de motilidade total e progressiva também
apresentou menor amplitude lateral de cabeça do que os tratamentos controle e 0,1
U/mL e maior freqüência de batimentos do que o tratamento controle, como mostra
a tabela 4. Este menor valor de ALH corrobora com a revisão de MORTIMER e
MAXWELL (2004) de que a penetração no muco cervical estaria prejudicada por
estes espermatozóides que também não apresentaram boa motilidade. Apesar de
ter apresentado um baixo valor de ALH, as características de velocidade (VAP, VCL
e VSL) deste tratamento não se mostraram superiores aos demais tratamentos.
Deste modo, isto mostra que apesar da ALH elevada não ser desejável por afetar a
progressão celular e com isso denotar uma menor qualidade da amostra seminal
(ARRUDA et al. 2003), uma ALH baixa não caracteriza uma boa qualidade da
amostra seminal de acordo com os resultados.
Os valores relacionados às médias entre as variáveis de motilidade,
funcionalidade de membrana pelo teste hiposmótico (HIPO), Integridade da
membrana acrossomal pelo teste do FITC-PSA e das variáveis de cinemática
43
espermática obtidas dos dados dos garanhões no experimento 1 encontram-se
apresentados nas tabelas 5 e 6.
Tabela 5. Médias das variáveis motilidade total (MOT), motilidade progressiva
(PROG), teste hiposmótico (HIPO), Integridade da membrana
acrossomal pelo teste do FITC-PSA: íntegros (PSA-I), semilesados
(PSA-SL) e lesados (PSA-L), obtidas dos dados dos garanhões no
experimento 1 (adição de insulina) verificados imediatamente após o
descongelamento.
Garanhões MOT PROG HIPO
1 38,4 ± 16,3 a 25,5 ± 10,5 a 38,3 ± 12,2 a
2 43,7 ± 15,9 a 27,9 ± 12,5 a 33,8 ± 9,1 a
3 19,7 ± 8,9 b 12,9 ± 6,7 b 22,8 ± 8,7 b
4 36,1 ± 13,4 a 22,6 ± 8,6 a 36,8 ± 12,3 a
5 12,4 ± 10,2b 7,3 ± 7,1 b 24,2 ± 13,4 b
Média geral 30,0 19,3 31,2
Garanhões PSA-I PSA-SL PSA-L
1 83,1 ± 7,4 a 3,9 ± 2,8 b 12,9 ± 6,4 b
2 77,1 ± 13,8 a 4,8 ± 3,2 ab 18,1 ± 13,1 b
3 58,0 ± 9,3 b 6,2 ± 2,9a 35,9 ± 8,4 a
4 77,2 ± 7,6 a 5,8 ± 3,4 ab 17,0 ± 6,0 b
5 60,8 ± 18,5 b 5,8 ± 3,8 ab 33,4 ± 18,2 a
Média geral 71,2 5,3 23,5
Médias seguidas pela mesma letra nas colunas não diferem entre si pelo teste de
Tukey em 5% de probabilidade.
44
Tabela 6. Médias das variáveis de cinemática espermática: velocidade do trajeto
(VAP), velocidade progressiva (VSL), velocidade curvilínea (VCL),
amplitude lateral de cabeça (ALH), freqüência de batimentos (BCF),
retidão (STR) e linearidade (LIN), obtidas dos dados dos garanhões no
experimento 1 (adição de insulina) verificados imediatamente após o
descongelamento.
Garanhões VAP VSL VCL
1 66,5 ± 9,3 a 53,1 ± 8,3 a 111,4 ± 17,2 a
2 54,4 ± 10,5 b 45,2 ± 9,6b 93,0 ± 19,1 b
3 51,1 ± 9,4 b 41,4 ± 8,6 bc 89,0 ± 15,6 b
4 49,4 ± 9,3 b 39,0 ± 8,4 c 84,4 ± 14,6 b
5 52,0 ± 11,7 b 40,3 ± 9,5 c 93,9 ± 29,7 b
Média geral 54,7 43,8 94,3
Garanhões ALH BCF STR LIN
1 5,5 ± 0,7 a 22,8 ± 8,9 b 79,0 ± 5,0 bc 47,6 ± 4,2 a
2 4,6 ± 0,3 b 28,8 ± 7,0 a 82,1 ± 2,9 a 47,3 ± 4,0 a
3 4,9 ± 0,5 b 21,3 ± 4,8 b 79,8 ± 2,8 ab 46,7 ± 3,1 a
4 4,7 ± 0,6 b 22,3 ± 5,9 b 78,0 ± 4,4 bc 46,8 ± 4,2 a
5 5,4 ± 1,3 a 22,5 ± 5,6 b 76,9 ± 4,4 c 41,8 ± 4,1 b
Média geral 5,0 23,6 79,1 46,0
Médias seguidas pela mesma letra nas colunas não diferem entre si pelo
teste de Tukey em 5% de probabilidade.
Observa-se que os garanhões 3 e 5 apresentaram menor motilidade total e
progressiva, além de mostrar menor funcionalidade de membrana plasmática e
menor integridade acrossomal (tabela 5). Na análise das variáveis de cinemática o
garanhão 1 apresentou maior velocidade de trajeto (VAP), velocidade progressiva
(VSL) e velocidade curvilinear (VCL) do que os demais garanhões e o garanhão 2
apresentou maior VSL do que os garanhões 4 e 5. A amplitude lateral de cabeça foi
maior nos espermatozóides dos garanhões 1 e 5, enquanto que a freqüência de
batimentos foi maior nos espermatozóides do garanhão 2. O garanhão 2 também
apresentou maior retidão espermática do que os garanhões 1, 4 e 5, enquanto que o
garanhão 3 apresentou maior retidão espermática do que o garanhão 5. O garanhão
5 também apresentou a menor linearidade do que os demais garanhões, de acordo
com o teste Tukey (P<0,05) (tabela 6). Estes resultados estão de acordo com
PICKETT e AMANN (1993) e KLUG (1992), já que verificaram a grande diferença na
congelabilidade de sêmen entre garanhões e com GOMES et al.(2002) na raça
Mangalarga Marchador. Esta variação individual também ocorre em outras espécies
45
(KATIVARAN et al. 2008). É valido ressaltar que não foi realizado nenhum estudo
prévio de congelabilidade entre os garanhões utilizados, sendo que a péssima
congelabilidade do sêmen dos garanhões 3 e 5 influenciou negativamente na média
geral de cada parâmetro analisado pelos tratamentos nas tabelas 3 e 4.
Os valores das médias das variáveis de motilidade, funcionalidade de membrana
pelo teste hiposmótico (HIPO), Integridade da membrana acrossomal pelo teste do
FITC-PSA e das variáveis de cinemática espermática obtidas dos dados de coletas
no experimento 1 encontram-se apresentados nas tabelas 7 e 8.
Tabela 7. Médias das variáveis motilidade total (MOT), motilidade progressiva
(PROG), teste hiposmótico (HIPO), Integridade da membrana
acrossomal pelo teste do FITC-PSA: íntegros (PSA-I), semilesados
(PSA-SL) e lesados (PSA-L), obtidas dos dados das coletas no
experimento 1 (adição de insulina) verificados imediatamente após o
descongelamento.
Coletas MOT PROG HIPO
1 35,0 ± 15,6 a 22,7 ± 10,5 a 37,8 ± 11,0 a
2 32,6 ± 20,3 a 21,0 ± 14,4 a 30,1 ± 13,3 b
3 22,6 ± 14,7 b 14,0 ± 9,3 b 25,6 ± 11,3 b
Média geral
30,0 19,3 31,2
Coletas PSA-I PSA-SL PSA-L
1 73,7 ± 12,7 a 4,9 ± 3,2 a 21,4 ± 11,5 b
2 73,5 ± 14,0 a 5,0 ± 3,6 a 21,5 ± 12,7 b
3 66,5 ± 18,6 b 6,0 ± 3,1 a 27,5 ± 18,3 a
Média geral
71,2 5,3 23,5
Médias seguidas pela mesma letra nas colunas não diferem entre si pelo teste de
Tukey em 5% de probabilidade.
46
Tabela 8. Médias das variáveis de cinemática espermática: velocidade do trajeto
(VAP), velocidade progressiva (VSL), velocidade curvilínea (VCL),
amplitude lateral de cabeça (ALH), freqüência de batimentos (BCF),
retidão (STR) e linearidade (LIN), obtidas das coletas no experimento 1
(adição de insulina) verificados imediatamente após o descongelamento.
Coletas VAP VSL VCL
1 61,3 ± 10,7 a 49,5 ± 9,4 a 105,7 ± 24,3 a
2 54,8 ± 9,4 b 43,9 ± 8,3 b 92,6 ± 18,3 b
3 48,0 ± 11,0 c 37,9 ± 9,4 c 84,6 ± 17,0 c
Média geral 54,7 43,8 94,3
Coletas ALH BCF STR LIN
1 5,3 ± 0,8 a 27,1 ± 6,8 a 80,1 ± 4,5 a 46,0 ± 3,7 ab
2 4,9 ± 0,7 b 22,3 ± 7,6 b 79,2 ± 4,5 ab 47,1 ± 5,2 a
3 4,9 ± 1,0 b 21,2 ± 5,2 b 78,1 ± 3,8 b 45,0 ± 4,1 b
Média geral 5,0 23,6 79,1 46,0
Médias seguidas pela mesma letra nas colunas não diferem entre si pelo teste de
Tukey em 5% de probabilidade.
Na tabela 7 observa-se que a coleta 1 dos garanhões apresentou maior
funcionalidade de membrana plasmática, enquanto que a coleta 3 apresentou menor
motilidade total e progressiva, além de mostrar menor integridade de membrana
acrossomal. Esta coleta também apresentou menor VAP, VSL e VCL do que as
demais. A coleta 1 apresentou os maiores valores de VAP, VSL, VCL, ALH e BCF
em relação às demais coletas. A coleta 3 também apresentou menor retidão do que
a coleta 1 e menor linearidade do que a coleta 2 (tabela 8).
Esta grande diferença na congelabilidade do sêmen eqüino entre as coletas
de cada garanhão corrobora com PICKETT e AMANN (1993) e KLUG (1992).
EXPERIMENTO 2: Adição de aminoácidos ao diluente crioprotetor de sêmen eqüino
O resumo da análise de variância das variáveis motilidade, funcionalidade de
membrana através do teste hiposmótico (HIPO), integridade acrossomal e das
variáveis de cinemática espermática obtido dos dados dos tratamentos do
experimento 2 estão apresentados nos anexos G e H. Foi verificada a diferença
estatística pelo teste F (P<0,01) entre os tratamentos que adicionaram aminoácidos
na análise de motilidade total, motilidade progressiva, integridade funcional de
47
membrana plasmática pelo teste hiposmótico e integridade acrossomal pelo teste
FITC-PSA, com exceção do grupo que apresentou lesão parcial na membrana
acrossomal (PSA-SL) e entre todos os tratamentos na análise de todos os
parâmetros de cinemática analisados.
O resumo da análise de variância das variáveis motilidade, funcionalidade de
membrana através do teste hiposmótico (HIPO), integridade acrossomal e das
variáveis de cinemática espermática obtido dos dados dos garanhões do
experimento 2 está apresentado nos anexos I e J, enquanto que os anexos K e L
apresentam o resumo destas mesmas variáveis obtido dos dados das coletas neste
experimento. Ocorreu diferença estatística (P<0,01) entre os garanhões na análise
de motilidade total, motilidade progressiva, integridade funcional de membrana
plasmática pelo teste hiposmótico e integridade acrossomal pelo teste FITC-PSA e
em todos os parâmetros cinemáticos analisados. A influência do garanhão sobre as
características espermáticas também foram descritas por PICKETT e AMANN (1993)
e KLUG (1992) e por GOMES et al.(2002) na raça Mangalarga Marchador.
As coletas dos garanhões diferiram (P<0,01) na análise de motilidade total,
motilidade progressiva, integridade funcional de membrana plasmática pelo teste
hiposmótico e integridade acrossomal pelo teste FITC-PSA e na análise de
velocidade do trajeto (VAP), velocidade progressiva (VSL) e velocidade curvilinear
(VCL). Também houve diferença (P<0,05) entre as coletas na análise de amplitude
lateral de cabeça (ALH), sendo que a análise entre as coletas de freqüência de
batimentos (BCF), retidão (STR) e linearidade (LIN) não se diferiram. A diferença
entre ejaculados de um mesmo garanhão sobre as características espermáticas
também foi descrita por PICKETT e AMANN (1993) e KLUG (1992).
Os valores das médias das variáveis de motilidade, funcionalidade de membrana
pelo teste hiposmótico (HIPO), Integridade da membrana acrossomal pelo teste do
FITC-PSA e das variáveis de cinemática espermática, obtidas dos dados dos
tratamentos no experimento 2 estão apresentados nas tabelas 9 e 10.
48
Tabela 9. Médias das variáveis motilidade total (MOT), motilidade progressiva
(PROG), teste hiposmótico (HIPO), Integridade da membrana
acrossomal pelo teste do FITC-PSA: íntegros (PSA-I), semilesados
(PSA-SL) e lesados (PSA-L), obtidas dos dados dos tratamentos:
Controle; 40mM de Alanina (40mM Ala); 40mM de Glicina (40mM Gli);
60mM de Glutamina (60mM Glut); 7mM de Alanina e Glicina e 20mM de
Glutamina (7AlaGli20Glut); 40 mM de Alanina e Glicina e 60 mM de
Glutamina(40AlaGli60Glut) no experimento 2 (adição de aminoácidos)
verificados imediatamente após o descongelamento.
Tratamentos MOT PROG HIPO
Controle 31,6 ± 18,0 ab 19,8 ± 12,0 a 30,1 ± 11,2 a
40mM Ala 32,5 ± 16,6 a 17,8 ± 10,8 ab 29,5 ± 10,4 a
40mM Gli 31,9 ± 16,7 a 18,2 ± 11,2 ab 31,3 ± 11,0 a
60mM Glut 26,0 ± 16,3 b 13,9 ± 11,1 b 26,2 ± 12,5 a
7AlaGli20Glut 34,8 ± 21,1 a 20,2 ± 14,4 a 28,8 ± 11,2 a
40AlaGli60Glut
7,4 ± 7,5 c 2,8 ± 3,8 c 18,6 ± 10,6 b
Média geral 27,4 15,5 27,4
Tratamentos PSA-I PSA-SL PSA-L
Controle 68,2 ± 15,5 d 6,0 ± 3,7 a 25,8 ± 14,1 a
40mM Ala 78,6 ± 13,6 a 5,7 ± 4,7 a 15,7 ± 10,7 d
40mM Gli 74,7 ± 19,6 abc 6,1 ± 7,4 a 19,2 ± 14,8 bcd
60mM Glut 73,3 ± 14,9 bc 6,7 ± 5,8 a 20,0 ± 11,6 bc
7AlaGli20Glut 76,8 ± 17,5 ab 6,3 ± 6,6 a 16,7 ± 13,6 cd
40AlaGli60Glut
69,6 ± 19,0 cd 7,2 ± 8,8 a 23,1 ± 13,7 ab
Média geral 73,5 6,3 20,1
Médias seguidas pela mesma letra nas colunas não diferem entre si pelo teste de
Tukey em 5% de probabilidade.
49
Tabela 10. Médias das variáveis de cinemática espermática: velocidade do trajeto
(VAP), velocidade progressiva (VSL), velocidade curvilínea (VCL),
amplitude lateral de cabeça (ALH), freqüência de batimentos (BCF),
retidão (STR) e linearidade (LIN), obtidas dos dados dos tratamentos:
Controle; 40mM de Alanina (40mM Ala); 40mM de Glicina (40mM Gli);
60mM de Glutamina (60mM Glut); 7mM de Alanina e Glicina e 20mM de
Glutamina (7AlaGli20Glut); 40 mM de Alanina e Glicina e 60 mM de
Glutamina(40AlaGli60Glut) no experimento 2 (adição de aminoácidos)
verificados imediatamente após o descongelamento.
Tratamentos VAP VSL VCL
Controle 55,9 ± 11,1 a 44,3 ± 9,4 a 92,0 ± 27,5 a
40mM Ala 52,6 ± 7,9 a 40,4± 7,2 a 92,3 ± 12,8 a
40mM Gli 53,2 ± 11,4 a 41,2 ± 9,9 a 92,1 ± 18,0 a
60mM Glut 47,2 ± 12,1 b 35,2 ± 10,1 b 83,6 ± 21,5 a
7AlaGli20Glut 52,9 ± 10,3 a 40,8 ± 8,4 a 93,6 ± 17,2 a
40AlaGli60Glut
39,6 ± 12,9 c 28,1 ± 11,5 c 67,8 ± 23,0 b
Média geral 50,2 38,3 86,9
Tratamentos ALH BCF STR LIN
Controle 5,2 ± 0,6 a 22,3 ± 6,4 a 78,3 ± 3,6 a 45,2 ± 3,7 a
40mM Ala 5,4 ± 0,7 a 20,1 ± 6,8 a 76,2 ± 4,6 a 44,7 ± 3,9 a
40mM Gli 5,4 ± 0,8 a 19,6 ± 6,3 a 76,6 ± 4,6 a 45,2 ± 4,2 a
60mM Glut 4,8 ± 1,5 a 20,2 ± 7,3 a 74,0 ± 4,4 a 43,0 ± 4,2 ab
7AlaGli20Glut 5,3 ± 0,7 a 21,1 ± 6,2 a 76,4 ± 4,7 a 44,6 ± 4,1 a
40AlaGli60Glut
4,0 ± 1,8 b 15,8 ± 6,3 b 67,6 ± 16,2 b 40,1 ± 10,8 b
Média geral 5,0 19,9 74,9 43,8
Médias seguidas pela mesma letra nas colunas não diferem entre si pelo teste de
Tukey em 5% de probabilidade.
De acordo com a tabela 9, os tratamentos que utilizaram 40mM de alanina
(40mM Ala), 40mM de glicina (40mM Gli) e 20mM de Glutamina + 7mM de alanina +
7mM de glicina (7AlaGli20Glut) apresentaram motilidade total superior aos
tratamentos que utilizaram 60 mM de glutamina (60mM Glut) e 60 mM de glutamina
+ 40mM de alanina + 40mM de glicina (40AlaGli60Glut). O tratamento controle e o
tratamento 60mM Glut apresentaram motilidade total superior ao tratamento
40AlaGli60Glut. A motilidade progressiva dos tratamentos controle e 7AlaGli20Glut
foram superiores ao tratamento 60mM Glut e 40AlaGli60Glut, sendo que este
apresentou-se com os piores valores entre os demais tratamentos na motilidade
progressiva e na funcionalidade de membrana plasmática pelo teste hiposmótico, de
50
acordo com o teste Tukey (P<0,05). Este fato pode ter ocorrido devido à elevada
osmolaridade encontrada no meio deste tratamento (Tabela 1), o que corrobora com
os achados de TRIMECHE et al. (1999) em cavalos, de SANCHEZ-PARTIDA et al.,
(1992) em carneiros, TRIMECHE et al.,(1996) em jumentos e RENARD et al., (1996)
em humanos, sem descartar a hipótese de toxidade bioquímica (TRIMECHE et
al.,1996). Foi observado que, nestas concentrações utilizadas, nenhum tratamento
com aminoácidos melhorou a motilidade em relação ao controle. Este fato diverge
dos resultados de KHLIFAOUI et al. (2005) que adicionaram 50mM de glutamina e
2,5% de glicerol, observando melhora na motilidade pós-descongelamento de
espermatozóides eqüinos. Neste experimento a concentração de glutamina foi
superior (60mM) e, além disso, foi adicionado um outro tipo de crioprotetor (2% de
dimetilformamida) além do glicerol estar em uma concentração superior à utilizada
por KHLIFAOUI et al. (2005). Este fato gerou um ligeiro aumento da osmolaridade do
meio 60mM Glut em relação ao controle (Tabela 1), que pode ter contribuído para os
menores valores de motilidade apresentados em relação ao tratamento controle. Os
resultados deste trabalho também contradizem os estudos em carneiros (KUNDU et
al., 2001) e em peixes (HE E WOODS 2003), o que também pode se justificar pelas
diferenças na metodologia de congelamento e necessidades nutricionais e
crioprotetoras específicas entre estas espécies, como por exemplo o uso de DMSO
nestes trabalhos, enquanto que no apresentado foi utilizado a dimetilformamida. O
fato de utilizar a associação de glicerol com dimetilformamida ocorreu devido aos
resultados de MEDEIROS et al. (2002), VIDAMENT et al. (2002) e GOMES et al.
(2002), sendo constatada esta verificação em um pré-experimento com os
garanhões da raça Mangalarga Marchador utilizados neste experimento. A adição de
aminoácidos aumentou ligeiramente a osmolaridade do meio e talvez se ocorresse
uma redução proporcional da concentração de glicerol e dimetilformamida baseados
na osmolaridade final do meio possivelmente obteria um êxito maior na motilidade
destes espermatozóides analisados. O tratamento 40mM Ala apresentou maior
integridade acrossomal do que os tratamentos controle, 60mM Glut e
40AlaGli60Glut, enquanto que os tratamentos 40mM Gli, 40mM Glut e 7AlaGli20Glut
apresentaram maior integridade acrossomal do que os tratamentos controle e
40AlaGli60Glut (tabela 21). O fato do tratamento 40AlaGli60Glut não ter superado o
tratamento controle se justifica pelo possível estresse osmótico e/ou bioquímico
discutido previamente. HE e WOODS (2004) observaram que a glicina protege a
51
mitocôndria e seu conteúdo de ATP, mas não protege a integridade da membrana
plasmática espermática no pós-descongelamento. Apesar de não ter tido melhora na
funcionalidade da membrana plasmática, os tratamentos que utilizaram 40mM de
glicina, além dos tratamentos 40mM Ala e 7AlaGli20Glut apresentarem maior
integridade acrossomal (tabela 2), o que indica um efeito protetor destes
aminoácidos nestas concentrações utilizadas. O tratamento 40AlaGli60Glut
apresentou a menor velocidade do trajeto (VAP), velocidade progressiva (VSL),
velocidade curvilinear (VCL), amplitude lateral da cabeça (ALH), freqüência de
batimentos (BCF) e retidão (STR) em relação aos demais tratamentos, enquanto que
o tratamento 60mM Glut apresentou VAP e VSL maior do que o tratamento
40AlaGli60Glut, porém menor do que os tratamentos controle, 40mM Ala, 40mM Gli
e 7AlaGli20Glut que mostraram os maiores resultados nestes parâmetros
analisados. Os tratamentos controle, 40mM Ala, 40mM Gli e 7AlaGli20Glut também
apresentaram maiores valores de linearidade do que o tratamento 40AlaGli60Glut
(Tabela 10). Estes dados de cinemática espermática mostram que o menor valor de
ALH apresentado pelo tratamento 40AlaGli60Glut corrobora com a revisão de
MORTIMER e MAXWELL (2004) de que a penetração no muco cervical estaria
prejudicada por estes espermatozóides que também não apresentaram boa
motilidade. Mas apesar de ter apresentado um baixo valor de ALH, as características
de velocidade (VAP, VCL e VSL) deste tratamento também se mostraram inferiores
aos demais tratamentos. Deste modo, isto mostra que apesar da ALH elevada não
ser desejável por afetar a progressão celular e com isso denotar uma menor
qualidade da amostra seminal (ARRUDA et al. 2003), uma ALH baixa não
caracteriza uma boa qualidade da amostra seminal, de acordo com os resultados, o
que corrobora com o experimento 1.
As tabelas 11 e 12 apresentam as médias das variáveis de motilidade,
funcionalidade de membrana pelo teste hiposmótico (HIPO), Integridade da
membrana acrossomal pelo teste do FITC-PSA e das variáveis de cinemática
espermática, obtidas dos dados dos garanhões no experimento 2.
52
Tabela 11. Médias das variáveis motilidade total (MOT), motilidade progressiva
(PROG), teste hiposmótico (HIPO), Integridade da membrana
acrossomal pelo teste do FITC-PSA: íntegros (PSA-I), semilesados
(PSA-SL) e lesados (PSA-L), obtidas dos dados dos garanhões no
experimento 2 (adição de aminoácidos) verificados imediatamente após
o descongelamento.
Garanhões MOT PROG HIPO
1 39,0 ± 20,1 a 22,7 ± 13,2 a 30,6 ± 12,9 a
2 39,5 ± 16,4 a 24,0 ± 12,7 a 28,7 ± 9,2 a
3 15,0 ± 9,2 c 8,3 ± 5,6 b 21,4 ± 7,8 b
4 31,2 ± 15,3 b 16,3 ± 10,5 a 32,9 ± 13,1 a
5 12,1 ± 11,2 c 6,0 ± 6,3 b 23,4 ± 11,5 b
Média geral 27,4 15,5 27,4
Garanhões PSA-I PSA-SL PSA-L
1 85,9 ± 9,0 a 3,9 ± 3,3 b 10,2 ± 7,3 b
2 80,6 ± 10,5 a 5,9 ± 4,4 b 13,6 ± 8,2 b
3 63,1 ± 9,9 b 6,1 ± 3,7 b 30,7 ± 8,1 a
4 80,9 ± 7,5 a 5,4 ± 3,5 b 13,8 ± 5,5 b
5 57,3 ± 22,2 b 10,3 ± 11,2 a 32,2 ± 16,2 a
Média geral 73,5 6,3 20,1
Médias seguidas pela mesma letra nas colunas não diferem entre si pelo teste de
Tukey em 5% de probabilidade.
53
Tabela 12. Médias das variáveis de cinemática espermática: velocidade do trajeto
(VAP), velocidade progressiva (VSL), velocidade curvilínea (VCL),
amplitude lateral de cabeça (ALH), freqüência de batimentos (BCF),
retidão (STR) e linearidade (LIN), obtidas dos dados dos garanhões no
experimento 2 (adição de aminoácidos) verificados imediatamente após
o descongelamento.
Garanhões VAP VSL VCL
1 61,1 ± 11,6 a 46,9 ± 9,9 a 102,5 ± 24,3 a
2 50,6 ± 9,7 b 40,5 ± 9,6 b 88,2 ± 17,6b
3 46,4 ± 9,2 bc 35,3 ± 8,6 cd 83,0 ± 15,8 bc
4 49,0 ± 9,2 b 36,6 ± 9,2 bc 84,7 ± 14,6 bc
5 44,0 ± 13,6 c 32,3 ± 10,9 d 76,2 ± 28,0 c
Média geral 50,2 38,3 86,9
Garanhões ALH BCF STR LIN
1 5,5 ± 0,9 a 18,7 ± 6,2 b 76,3 ± 3,4 ab 46,2 ± 3,4 a
2 4,8 ± 0,5 b 25,8 ± 6,5 a 78,8 ± 5,2 a 45,2 ± 4,5ab
3 5,1 ± 1,1 ab 18,6 ± 4,5 b 74,9 ± 4,9 b 43,1 ± 3,9 bc
4 5,0 ± 1,1 ab 18,6 ± 4,8 b 74,1 ± 5,5bc 44,0 ± 4,9 ab
5 4,6 ± 1,9 b 17,7 ± 8,0 b 70,3 ± 15,0 c 40,5 ± 9,5 c
Média geral 5,0 19,9 74,9 43,8
Médias seguidas pela mesma letra nas colunas não diferem entre si pelo teste de
Tukey em 5% de probabilidade.
Os garanhões 1 e 2 apresentaram os maiores valores de motilidade total pós-
descongelamento, sendo que o garanhão 4 foi superior aos garanhões 3 e 5 neste
parâmetro analisado. A motilidade progressiva, a funcionalidade de membrana pelo
teste hiposmótico e a integridade acrossomal foram superiores nos
descongelamentos do sêmen dos garanhões 1, 2 e 4 em relação aos dos garanhões
3 e 5 (tabela 11). Estes dados corroboram com PICKETT e AMANN (1993) e KLUG
(1992) que estimaram a congelabilidade dos garanhões em grupos de boa,
moderada e baixa congelabilidade. Os maiores valores de VAP, VSL e VCL foram
obtidos na análise pós-descongelamento do sêmen do garanhão 1, porém os
garanhões 2 e 4 apresentaram valores de VAP e VSL superiores ao do garanhão 5 e
o garanhão 2 apresentou VCL maior do que o garanhão 5. A ALH do garanhão 1 foi
superior aos garanhões 2 e 5, enquanto o BCF do garanhão 2 foi superior aos
demais garanhões. A retidão dos espermatozóides do garanhão 2 foi superior aos
dos garanhões 3, 4 e 5, enquanto que a retidão dos espermatozóides dos garanhões
1 e 3 foram superiores ao dos garanhão 5. A linearidade dos espermatozóides do
garanhão 1 foi maior do que a dos espermatozóides do garanhão 3 e 5, enquanto
54
que a linearidade dos espermatozóides dos garanhões 2 e 4 foram superiores à dos
espermatozóides do garanhão 5 (tabela 12). Esta enorme variação nos parâmetros
espermáticos que ocorreu entre os garanhões está de acordo com os dados de
PICKETT e AMANN (1993) e KLUG (1992).
As tabelas 13 e 14 apresentam as médias das variáveis de motilidade,
funcionalidade de membrana pelo teste hiposmótico (HIPO), Integridade da
membrana acrossomal pelo teste do FITC-PSA e das variáveis de cinemática
espermática, obtidas dos dados de coletas no experimento 2.
Tabela 13. Médias das variáveis motilidade total (MOT), motilidade progressiva
(PROG), teste hiposmótico (HIPO), Integridade da membrana
acrossomal pelo teste do FITC-PSA: íntegros (PSA-I), semilesados
(PSA-SL) e lesados (PSA-L), obtidas dos dados das coletas no
experimento 2 (adição de aminoácidos) verificados imediatamente após
o descongelamento.
Coletas MOT PROG HIPO
1 32,1 ± 17,7 a 18,0 ± 11,5 a 32,5 ± 12,0 a
2 27,3 ± 21,2 b 15,9 ± 14,7 a 25,7 ± 10,8 b
3 22,7 ± 16,5 c 12,4 ± 10,3 b 24,0 ± 11,1 b
Média geral
27,4 15,5 27,4
Coletas PSA-I PSA-SL PSA-L
1 77,4 ± 11,3 a 4,9 ± 4,0 b 17,8 ± 9,6 b
2 76,1 ± 13,4 a 5,5 ± 3,7 b 18,4 ± 11,9 b
3 67,1 ± 22,6 b 8,7 ± 9,2 a 24,1 ± 17,2 a
Média geral
73,5 6,3 20,1
Médias seguidas pela mesma letra nas colunas não diferem entre si pelo teste de
Tukey em 5% de probabilidade.
55
Tabela 14. Médias das variáveis de cinemática espermática: velocidade do trajeto
(VAP), velocidade progressiva (VSL), velocidade curvilínea (VCL),
amplitude lateral de cabeça (ALH), freqüência de batimentos (BCF),
retidão (STR) e linearidade (LIN), obtidas dos dados das coletas no
experimento 2 (adição de aminoácidos) verificados imediatamente após
o descongelamento.
Coletas VAP VSL VCL
1 54,15 ± 11,3 a 40,9 ± 10,5 a 92,9 ± 23,5 a
2 47,9 ± 9,7 b 36,4 ± 8,5 b 82,5 ± 17,7 b
3 48,6 ± 14,4 b 37,7 ± 12,7 b 85,2 ± 24,2 b
Média geral 50,2 38,3 86,9
Coletas ALH BCF STR LIN
1 5,1 ± 1,0 a 20,3 ± 7,1 a 74,9 ± 5,2 a 43,4 ± 4,5 a
2 4,8 ± 1,0 b 18,9 ± 6,7 a 75,1 ± 5,1 a 44,2 ± 4,2 a
3 5,1 ± 1,5 ab 20,5 ± 6,5 a 74,6 ± 12,7 a 43,8 ± 8,3 a
Média geral 5,0 19,9 74,9 43,8
Médias seguidas pela mesma letra nas colunas não diferem entre si pelo teste de
Tukey em 5% de probabilidade.
Na tabela 13 observa-se que a coleta 1 do sêmen dos garanhões apresentou
os melhores resultados de motilidade total, sendo que a coleta 2 foi superior à coleta
3. A coleta 3 apresentou resultados inferiores de motilidade progressiva e
integridade acrossomal às demais coletas e a coleta 1 apresentou melhor
funcionalidade de membrana pelo teste hiposmótico de acordo com o teste tukey
(P<0,05). Os valores de VAP, VSL e VCL também foram superiores na coleta 1,
enquanto que a ALH foi maior na coleta 1, em relação à coleta 2 (tabela 14). A
variação nos parâmetros espermáticos que ocorreu entre as coletas dos garanhões
está de acordo com os dados de PICKETT e AMANN (1993) e KLUG (1992).
56
5. CONCLUSÕES
O experimento 1 apresentou as seguintes conclusões:
1. A adição de 10 U/mL insulina reduziu os parâmetros de motilidade e cinemática
espermática, enquanto que os demais tratamentos não diferiram estatisticamente do
diluente controle na análise imediata após o descongelamento;
2. Apenas o baixo valor de amplitude lateral de cabeça (ALH) não caracteriza uma
boa qualidade da amostra seminal.
O experimento 2 apresentou as seguintes conclusões:
1. No meio crioprotetor seminal utilizando 3% de Glicerol e 2% de Dimetilformamida,
a adição de aminoácidos não melhorou os parâmetros de motilidade e cinemática
espermática em garanhões da raça Mangalarga Marchador, sendo que a adição de
60mM de glutamina + 40mM de glicina + 40mM de alanina afetou negativamente
estes valores;
2. A adição de 60mM de glutamina + 40mM de glicina e 40mM de alanina diminuiu a
funcionalidade de membrana plasmática;
3. A adição de 60mM de glutamina ou 40mM de glicina ou 40mM de alanina ou 20
mM de glutamina + 7mM de glicina + 7 mM de alanina aumentou a proteção da
membrana acrossomal dos espermatozóides de garanhões da raça Mangalarga
Marchador;
4. Apenas o baixo valor de amplitude lateral de cabeça (ALH) não caracteriza uma
boa qualidade da amostra seminal.
57
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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67
7. ANEXOS
ANEXO A
Resumo da análise de variância das variáveis motilidade total (MOT), motilidade
progressiva (PROG), teste hiposmótico (HIPO), Integridade da membrana
acrossomal pelo teste do FITC-PSA: íntegros (PSA-I), semilesados (PSA-SL) e
lesados (PSA-L), obtidos dos dados dos tratamentos no experimento 1.
Fonte de QM
Variação GL MOT PROG HIPO
Blocos 44 980,116919 468,658586 388,539268
Tratamentos
3 630,548148** 263,516667** 35,916204
ns
Resíduo 132 86,445875 37,978788 95,537416
CV (%) 30,9 32,0 31,4
Fonte de QM
Variação GL PSA-I PSA-SL PSA-L
Blocos 44 710,111616 17,006818 647,210227
Tratamentos
3 204,716667
ns
10,805093
ns
147,797685
ns
Resíduo 132 88,171212 9,056986 72,415109
CV (%) 13,2 56,5 36,3
**, ns
Significativo em 1% e não-significativo, respectivamente, pelo teste F.
68
ANEXO B
Resumo da análise de variância das variáveis de cinemática espermática:
velocidade do trajeto (VAP), velocidade progressiva (VSL), velocidade curvilínea
(VCL), amplitude lateral de cabeça (ALH), freqüência de batimentos (BCF), retidão
(STR) e linearidade (LIN), obtidos dos dados dos tratamentos no experimento 1.
Fonte de QM
Variação GL VAP VSL VCL
Blocos 44 356,163359 255,441636 1003,865795
Tratamentos
3 148,565537
ns
63,315630
ns
268,916204
ns
Resíduo 132 63,286295 53,845781 304,163136
CV (%) 14,5 16,8 18,5
Fonte de QM
Variação GL ALH BCF STR LIN
Blocos 44 1,574818 112,780033 32,516919 38,313636
Tratamentos
3 1,446278** 77,156222* 22,940741
ns
21,962963
ns
Resíduo 132 0,378020 28,223305 13,929377 13,697811
CV (%) 12,3 22,6 4,7 8,0
**, *, ns
Significativo em 1%, 5% e não-significativo, respectivamente, pelo teste F.
69
ANEXO C
Resumo da análise de variância das variáveis motilidade total (MOT), motilidade
progressiva (PROG), teste hiposmótico (HIPO), Integridade da membrana
acrossomal pelo teste do FITC-PSA: íntegros (PSA-I), semilesados (PSA-SL) e
lesados (PSA-L), obtidos dos dados dos garanhões no experimento 1.
Fonte de QM
Variação GL MOT PROG HIPO
Blocos 35 281,966984 130,477937 201,980437
Garanhões 4 6385,355556** 2783,105556** 1877,522222**
Resíduo 140 150,124127 76,611270 108,821508
CV (%) 40,8 45,4 33,5
Fonte de QM
Variação GL PSA-I PSA-SL PSA-L
Blocos 35 143,327460 11,286786 106,761071
Garanhões 4 4472,297222** 30,484722* 3914,215278**
Resíduo 140 147,085794 10,423294 136,328135
CV (%) 17,0 60,6 49,8
**, *
Significativo em 1% e 5% de probabilidade, respectivamente, pelo teste F.
70
ANEXO D
Resumo da análise de variância das variáveis de cinemática espermática:
velocidade do trajeto (VAP), velocidade progressiva (VSL), velocidade curvilínea
(VCL), amplitude lateral de cabeça (ALH), freqüência de batimentos (BCF), retidão
(STR) e linearidade (LIN), obtidos dos dados dos garanhões no experimento 1.
Fonte de QM
Variação GL VAP VSL VCL
Blocos 35 233,688551 190,748857 695,877986
Tratamentos
4 1683,358472** 1172,535083** 3784,600417**
Resíduo 140 68,272444 51,219084 325,944616
CV (%) 15,1 16,3 19,1
Fonte de QM
Variação GL ALH BCF STR LIN
Blocos 35 0,613757 72,218127 24,326984 21,571429
Tratamentos
4 6,074667** 320,781472**
137,755556**
206,102778**
Resíduo 140 0,555352 36,489329 13,826984 14,145635
CV (%) 14,8 25,6 4,7 8,2
**
Significativo em 1% de probabilidade pelo teste F.
71
ANEXO E
Resumo da análise de variância das variáveis motilidade total (MOT), motilidade
progressiva (PROG), teste hiposmótico (HIPO), Integridade da membrana
acrossomal pelo teste do FITC-PSA: íntegros (PSA-I), semilesados (PSA-SL) e
lesados (PSA-L), obtidos dos dados das coletas no experimento 1.
Fonte de QM
Variação GL MOT PROG HIPO
Blocos 59 538,762335 233,006685 210,967491
Coletas 2 2607,538889** 1262,022222** 2268,309722**
Resíduo 118 164,623635 86,044821 108,734864
CV (%) 42,7 48,2 33,5
Fonte de QM
Variação GL PSA-I PSA-SL PSA-L
Blocos 59 389,982957 8,967302 336,699506
Coletas 2 1013,538889** 22,629167
ns
729,204167**
Resíduo 118 156,454143 11,880580 145,387783
CV (%) 17,6 64,7 51,4
**, ns
Significativo em 1% e não-significativo, respectivamente, pelo teste F.
72
ANEXO F
Resumo da análise de variância das variáveis de cinemática espermática:
velocidade do trajeto (VAP), velocidade progressiva (VSL), velocidade curvilínea
(VCL), amplitude lateral de cabeça (ALH), freqüência de batimentos (BCF), retidão
(STR) e linearidade (LIN), obtidos dos dados das coletas no experimento 1.
Fonte de QM
Variação GL VAP VSL VCL
Blocos 59 165,045909 117,265571 569,936229
Coletas 2 2659,420222** 2032,665167** 6830,565167**
Resíduo 118 79,780731 64,008669 320,669574
CV (%) 16,3 18,3 19,0
Fonte de QM
Variação GL ALH BCF STR LIN
Blocos 59 0,955867 49,263838 24,094539 26,595480
Coletas 2 2,875167** 583,366722**
67,272222*
66,350000*
Resíduo 118 0,520195 41,067514 15,102731 15,745480
CV (%) 14,4 27,2 4,9 8,6
**, *
Significativo em 1% e 5% de probabilidade, respectivamente, pelo teste F.
73
ANEXO G
Resumo da análise de variância das variáveis motilidade total (MOT), motilidade
progressiva (PROG), teste hiposmótico (HIPO), Integridade da membrana
acrossomal pelo teste do FITC-PSA: íntegros (PSA-I), semilesados (PSA-SL) e
lesados (PSA-L), obtidos dos dados dos tratamentos no experimento 2.
Fonte de QM
Variação GL MOT PROG HIPO
Blocos 44 1169,554714 471,724242 317,240530
Tratamentos
5 4690,039259** 1942,737778** 976,041667**
Resíduo 220 94,986229 52,007475 86,109470
CV (%) 35,6 46,6 33,8
Fonte de QM
Variação GL PSA-I PSA-SL PSA-L
Blocos 44 1345,139394 124,238552 827,777441
Tratamentos
5 726,940000** 13,817037
ns
654,654815**
Resíduo 220 70,573333 24,121582 43,112391
CV (%) 11,4 77,5 32,7
**, ns
Significativo em 1% e não-significativo, respectivamente, pelo teste F.
74
ANEXO H
Resumo da análise de variância das variáveis de cinemática espermática:
velocidade do trajeto (VAP), velocidade progressiva (VSL), velocidade curvilínea
(VCL), amplitude lateral de cabeça (ALH), freqüência de batimentos (BCF), retidão
(STR) e linearidade (LIN), obtidos dos dados dos tratamentos no experimento2.
Fonte de QM
Variação GL VAP VSL VCL
Blocos 44 373,613153 244,727379 905,096638
Tratamentos
5 1587,335593** 1521,684622** 4524,864215**
Resíduo 220 72,274123 59,892850 326,816775
CV (%) 16,9 20,1 20,8
Fonte de QM
Variação GL ALH BCF STR LIN
Blocos 44 1,894845 101,581894 68,696128 39,173906
Tratamentos 5 13,76741**
217,67384**
654,56370** 176,39704**
Resíduo 220 1,140536 31,147587 57,831886 31,647037
CV (%) 21,4 28,1 10,2 12,8
**
Significativo em 1% pelo teste F.
75
ANEXO I
Resumo da análise de variância das variáveis motilidade total (MOT), motilidade
progressiva (PROG), teste hiposmótico (HIPO), Integridade da membrana
acrossomal pelo teste do FITC-PSA: íntegros (PSA-I), semilesados (PSA-SL) e
lesados (PSA-L), obtidos dos dados dos garanhões no experimento 2.
Fonte de QM
Variação GL MOT PROG HIPO
Blocos 53 856,595737 250,437736 218,486321
Garanhões 4 9181,703704** 3621,050000** 1275,451389**
Resíduo 212 132,033892 66,763208 99,534408
CV (%) 42,0 52,8 36,4
Fonte de QM
Variação GL PSA-I PSA-SL PSA-L
Blocos 53 231,240881 40,081691 137,166177
Garanhões 4 8467,125926** 309,411111** 5942,246296**
Resíduo 212 151,993850 35,284696 85,572711
CV (%) 16,8 93,7 46,1
**
Significativo em 1% de probabilidade pelo teste F.
76
ANEXO J
Resumo da análise de variância das variáveis de cinemática espermática:
velocidade do trajeto (VAP), velocidade progressiva (VSL), velocidade curvilínea
(VCL), amplitude lateral de cabeça (ALH), freqüência de batimentos (BCF), retidão
(STR) e linearidade (LIN), obtidos dos dados dos garanhões no experimento 2.
Fonte de QM
Variação GL VAP VSL VCL
Blocos 53 251,675542 211,882541 783,855995
Garanhões 4 2343,606537** 1710,617648** 5132,564222**
Resíduo 212 82,843084 63,587780 340,913392
CV (%) 18,1 20,8 21,2
Fonte de QM
Variação GL ALH BCF STR LIN
Blocos 53 2,174570 41,765390 96,144584 45,471419
Garanhões 4 6,81867**
594,632315** 525,046296** 260,690741**
Resíduo 212 1,229251 36,878994 55,767051 28,845458
CV (%) 22,2 30,6 10,0 12,3
**
Significativo em 1% de probabilidade pelo teste F.
77
ANEXO K
Resumo da análise de variância das variáveis motilidade total (MOT), motilidade
progressiva (PROG), teste hiposmótico (HIPO), Integridade da membrana
acrossomal pelo teste do FITC-PSA: íntegros (PSA-I), semilesados (PSA-SL) e
lesados (PSA-L), obtidos dos dados das coletas no experimento 2.
Fonte de QM
Variação GL MOT PROG HIPO
Blocos 89 760,736787 316,979775 202,964888
Coletas 2 1979,337037** 714,711111** 1808,819444**
Resíduo 178 135,636663 68,935830 90,457085
CV (%) 42,6 53,7 34,7
Fonte de QM
Variação GL PSA-I PSA-SL PSA-L
Blocos 89 483,082022 38,745277 339,433042
Coletas 2 2800,900000** 381,159259** 1076,381481**
Resíduo 178 167,139700 37,256638 94,482605
CV (%) 17,6 96,3 48,4
**
Significativo em 1% de probabilidade pelo teste F.
78
ANEXO L
Resumo da análise de variância das variáveis de cinemática espermática:
velocidade do trajeto (VAP), velocidade progressiva (VSL), velocidade curvilínea
(VCL), amplitude lateral de cabeça (ALH), freqüência de batimentos (BCF), retidão
(STR) e linearidade (LIN), obtidos dos dados das coletas no experimento 2.
Fonte de QM
Variação GL VAP VSL VCL
Blocos 89 265,358094 220,803835 803,762364
Coletas 2 1084,939593** 487,051444** 2631,044148**
Resíduo 178 81,804574 61,388823 323,322051
CV (%) 18,0 20,4 20,7
Fonte de QM
Variação GL ALH BCF STR LIN
Blocos 89 2,498744 71,078296 109,915314 46,913691
Coletas 2 3,315148* 70,419000
ns
4,670370
ns
14,581481
ns
Resíduo 178
0,978144 33,391210 51,835164 30,132043
CV (%) 19,8 29,1 9,6 12,5
**, *, ns
Significativo em 1%, 5% e não-significativo, respectivamente, pelo teste F.
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