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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE DARCY RIBEIRO
RACHEL INGRID JULIBONI COSENDEY
CRIPTOSPORIDIOSE EM OVINOS DA RAÇA SANTA INÊS NA REGIÃO NORTE
FLUMINENSE-RJ: DIAGNÓSTICO E IMPORTÂNCIA DO MANEJO DA INFECÇÃO
NATURAL
Campos dos Goytacazes
2008
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RACHEL INGRID JULIBONI COSENDEY
CRIPTOSPORIDIOSE EM OVINOS DA RAÇA SANTA INÊS NA REGIÃO NORTE
FLUMINENSE-RJ: DIAGNÓSTICO E IMPORTÂNCIA DO MANEJO DA INFECÇÃO
NATURAL
Orientador: Prof. Francisco Carlos Rodrigues de Oliveira
Campos dos Goytacazes
2008
Dissertação apresentada ao
Centro de Ciências e Tecnologias
Agropecuárias da Universidade
Estadual do Norte Fluminense
Darcy Ribeiro
,
como requisito
parcial para obtenção do grau de
Mestre em Produção Animal, na
Área de Concentração de
Sanidade Animal.
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RACHEL INGRID JULIBONI COSENDEY
CRIPTOSPORIDIOSE EM OVINOS DA RAÇA SANTA INÊS NA REGIÃO NORTE
FLUMINENSE-RJ: DIAGNÓSTICO E IMPORTÂNCIA DO MANEJO DA INFECÇÃO
NATURAL
Aprovada em 22 de fevereiro de 2008
BANCA EXAMINADORA
_________________________________________________
Prof. Carlos Wilson Gomes Lopes - PhD - UFRRJ
__________________________________________________
Prof. Walter Flausino - PhD - UFRRJ
__________________________________________________
Prof. Leonardo Serafim da Silveira - PhD - UENF
Prof. Francisco Carlos Rodrigues de Oliveira - PhD - UENF
Orientador
Dissertação apresentada ao
Centro de Ciências e Tecnologias
Agropecuárias da Universidade
Estadual do Norte Fluminense
Darcy Ribeiro
,
como requisito
parcial para obtenção do grau de
Mestre em Produção Animal, na
Área de Concentração de
Sanidade Animal.
Aos meus pais,
José Expedito Cosendey e Tereza Cristina Venancio Juliboni Cosendey
DEDICO
AGRADECIMENTOS
Agradeço, primeiramente, a Deus, que sempre me guia e ilumina na estrada
da minha vida;
A Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro pela
possibilidade de desenvolvimento e formação profissional;
Aos meus pais, José Expedito Cosendey e Tereza Cristina Venâncio Juliboni
Cosendey, por serem raízes profundas de amor, dedicação e incentivo ao longo
dos anos;
Aos meus irmãos, João Paulo Juliboni Cosendey e José Victor Juliboni
Cosendey, pelos laços intocáveis de carinho, amor e união;
À minha avó, Maria Nair Venancio Juliboni, pelo carinho e importante
exemplo para a formação do meu caráter;
Às minhas tias, em especial, Thelma Cosendey, Moema Cosendey e Maria
Theresa da Silva Venancio, pela constante torcida;
À minha prima, Márcia de Cássia Cosendey, pelo carinho e amizade;
Às minhas amigas, LíviaTavares, Aline Coelho de Freitas e Fernanda de
Queirós Costa, por compartilharem de muitas alegrias nestes últimos anos;
Ao meu grande amigo Vagner Ricardo da Silva Fiuza, pelo imenso carinho e
amizade nestes últimos 7 anos;
Ao Rodrigo Leite, por completar meu sorriso;
Aos meus amigos de Laboratório de Sanidade Animal, pelas horas infindas
de brincadeiras e muito trabalho;
Aos novos amigos, Sílvio Pinto Neto, Lourenço Almeida, Roney Barbosa
Leal, Carla Christina Batista e Enoc, por todos os momentos de ajuda, conselhos e
incentivos;
Àqueles professores que, com maestria, souberam passar conhecimentos e
vivências, muito importantes para minha formação acadêmica, profissional e
pessoal;
Em especial, ao Prof. Doutor Francisco Carlos Rodrigues de Oliveira, que
além da orientação, confiança e incentivo, soube ser um grande amigo em todas as
horas.
melhor tentar e falhar que preocupar-se e ver a vida
passar. É melhor tentar, ainda que em vão, que sentar-se
fazendo nada até o final. Eu prefiro na chuva caminhar,
que em dias tristes em casa me esconder. Prefiro ser
feliz, embora louco, que em conformidade viver."
(Martin Luther King)
RESUMO
Cosendey, Rachel Ingrid Juliboni; UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE
FLUMINENSE DARCY RIBEIRO. Fevereiro 2008. Criptosporidiose em ovinos da
raça Santa Inês na região Norte Fluminense-RJ: diagnóstico e importância do
manejo da infecção natural: Prof. Francisco Carlos Rodrigues de Oliveira.
Visitas foram realizadas em dez propriedades de criação de ovinos no Norte
Fluminense, durante o ano de 2007, para a identificação de Cryptosporidium spp.,
um importante parasito que leva a perdas econômicas para a criação de pequenos
ruminantes. Durante as visitas, foram coletadas amostras fecais, obtendo um total
de 130 amostras para análise através das técnicas de Ziehl-Neelsen modificada e
microscopia de contraste de fase. O diagnóstico pela técnica de Ziehl-Neelsen foi
mais prevalente do que através do contraste de fase, observando pela primeira
técnica pelo teste de
χ
2
que 40,77% dos animais se apresentavam infectados pelo
protozoário em estudo, contra 23,08% pela segunda técnica. Não se observou
diferença significativa com relação à idade e ao sexo dos animais em ambas as
técnicas. Foram verificados também distintos tamanhos e formas dos oocistos,
concluindo-se que, provavelmente, existam espécies distintas de Cryptosporidium
spp. parasitando estes ovinos.
Dentre os fatores de risco, a higiene foi considerada
a principal fonte de infecção para oocistos de Cryptosporidium spp.
PALAVRAS-CHAVE: Cryptosporidium spp.; ovino; Ziehl-Neelsen modificada;
coccidio.
ABSTRACT
Cosendey, Rachel Ingrid Juliboni; UNIVERSIDADE ESTADUAL DO
NORTE FLUMINENSE DARCY RIBEIRO. February 2008. . Criptosporidiosis in
ovine of the breed Santa Inês in Fluminense North -RJ: diagnostic and
importance of the handle in the natural infection: Prof. Francisco Carlos
Rodrigues de Oliveira. Visits were carried out in ten sheep farms in North State of
Rio de Janeiro, during 2007, for Cryptosporidium spp. Identification, which is an
important parasite that causes economic lost for small ruminants breeding. During
the visits, 130 fecal samples were collected and analyzed using the Ziehl–Neelsen
technique and phase contrast microscopy. The diagnosis with Ziehl–Neelsen
technique was better, which allowed to detect 40.77% animals infected with
Cryptosporidium spp. against 23.08% using the phase contrast microscopy
technique. The sex and the age didn’t have significant difference in both techniques.
Different sizes and shapes were detected allowing to conclude for the probable
existence of different species of Cryptosporidium in these animals.
The hygiene was
the most important risk factor for Cryptosporidium infection in ovine.
KEYWORDS: Cryptosporidium spp.; ovine; Ziehl-Neelsen modified; coccidia.
LISTA DE TABELAS
Tabela 1
Espécies do gênero Cryptosporidium descritas na literatura,
com seus respectivos hospedeiros.
18
Tabela 2
Características das propriedades avaliadas quanto à
presença de Cryptosporidium spp. nos plantéis de ovinos
nos municípios de Carapebus (A, B, C, E, F e G), São
Francisco de Itabapoana (I e J) e São João da Barra (D e H)
Estado do Rio de Janeiro.
34
Tabela 3
Aspectos comparativos das técnicas empregadas no
diagnóstico da presença de oocistos de Cryptosporidium
spp. em ovinos da raça Santa Inês nos municípios de
Carapebus, São João da Barra e São Francisco do
Itabapoana, Estado do Rio de Janeiro.
38
Tabela 4
Distribuição dos oocistos de Cryptosporidium spp. em fezes
de ovinos da raça Santa Inês analisadas pela Técnica de
Ziehl-Neelsen modificada nos municípios de Carapebus (A,
B, C, E, F, G), São João da Barra (D e H) e São Francisco
do Itabapoana (I e J), Estado do Rio de Janeiro.
39
Tabela 5
Resultado comparativo pela Técnica de Ziehl-Neelsen
modificada no diagnóstico da presença de oocistos de
Cryptosporidium spp. em relação ao sexo de ovinos da raça
Santa Inês nos municípios de Carapebus, São João da
Barra e São Francisco do Itabapoana no Estado do Rio de
Janeiro.
40
Tabela 6
Resultado comparativo pela Técnica de Ziehl-Neelsen
modificada no diagnóstico da presença de oocistos de
Cryptosporidium spp. em relação à idade dos machos
ovinos da raça Santa Inês nos municípios de Carapebus,
São João da Barra e São Francisco do Itabapoana no
Estado do Rio de Janeiro.
41
Tabela 7
Resultado comparativo pela Técnica de Ziehl-Neelsen
modificada no diagnóstico da presença de oocistos de
Cryptosporidium spp. em relação à idade das fêmeas de
ovinos da raça Santa Inês nos municípios de Carapebus,
São João da Barra e São Francisco do Itabapoana no
Estado do Rio de Janeiro.
42
Tabela 8
Distribuição dos oocistos de Cryptosporidium spp. em fezes
de ovinos da raça Santa Inês analisadas por Microscopia de
Contraste de Fase nos municípios de Carapebus (A, B, C,
E, F, G), São João da Barra (D e H) e São Francisco do
Itabapoana (I e J), Estado do Rio de Janeiro.
44
Tabela 9
Resultado comparativo por Microscopia de Contraste de
Fase no diagnóstico da presença de oocistos de
Cryptosporidium spp. em relação ao sexo de ovinos da raça
Santa Inês nos municípios de Carapebus, São João da
Barra e São Francisco do Itabapoana no Estado do Rio de
45
Janeiro.
Tabela 10
Resultado comparativo através de microscopia de Contraste
de Fase no diagnóstico da presença de oocistos de
Cryptosporidium spp. em relação à idade dos machos
ovinos da raça Santa Inês nos municípios de Carapebus,
São João da Barra e São Francisco do Itabapoana no
Estado do Rio de Janeiro.
45
Tabe
la 11
Resultado comparativo através de microscopia de Contraste
de Fase no diagnóstico da presença de oocistos de
Cryptosporidium spp. em relação à
idade das fêmeas de
ovinos da raça Santa Inês nos municípios de Carapebus,
São João da Barra e São Francisco do Itabapoana no
Estado do Rio de Janeiro.
46
Tabela 12
Estatística das medidas de oocistos de Cryptosporidium
spp. em fezes de ovinos da raça Santa Inês observados em
microscópio óptico pelo Teste t de Student.
46
Tabela 13
Medidas do diâmetro maior e menor de oocistos de
Cryptosporidium spp. em fezes de ovinos da raça Santa
Inês.
47
Tabela 14
Participação do sistema de criação na presença de oocistos
do gênero Cryptosporidium nas fezes de ovinos da raça
Santa Inês procedentes da microrregião de Campos dos
Goytacazes, Estado do Rio de Janeiro, pela técnica de
Ziehl-Neelsen modificada.
49
Tabela 15
Participação do sistema de criação na presença de oocistos
do
gênero Cryptosporidium nas fezes de ovinos da raça
Santa Inês procedentes da microrregião de Campos dos
Goytacazes, Estado do Rio de Janeiro, pela técnica de
centrífugo-flutuação em microscopia de contraste de fase.
50
Tabela 16
Participação da Assistência Veterinária na presença de
oocistos do gênero Cryptosporidium nas fezes de ovinos da
raça Santa Inês procedentes da microrregião de Campos
dos Goytacazes, Estado do Rio de Janeiro, pela técnica de
Ziehl-Neelsen modificada.
51
Tabela 17
Participação da Assistência Veterinária na presença de
oocistos do gênero Cryptosporidium nas fezes de ovinos da
raça Santa Inês procedentes da microrregião de Campos
dos Goytacazes, Estado do Rio de Janeiro, pela técnica de
centrífugo-flutuação em microscopia de contraste de fase.
51
Tabela 18
Participação da Higiene na presença de oocistos do gênero
Cryptosporidium nas fezes de ovinos da raça Santa Inês
procedentes da microrregião de Campos dos Goytacazes,
Estado do Rio de Janeiro, pela técnica de Ziehl-Neelsen
modificada.
52
Tabela 19
Participação da Higiene na presença de oocistos do gênero
Cryptosporidium nas fezes de ovinos da raça Santa Inês
procedentes da microrregião de Campos dos Goytacazes,
Estado do Rio de Janeiro, pela técnica de centrífugo-
flutuação em microscopia de contraste de fase.
52
Tabela 20
Participação das Alterações clínicas (apatia, anorexia e 53
diarréia) na presença de oocistos do gênero
Cryptosporidium nas fezes de ovinos da raça Santa Inês
procedentes da microrregião de Campos dos Goytacazes,
Estado do Rio de Janeiro, pela técnica de Ziehl-Neelsen
modificada.
Tabela 21
Participação das Alterações clínicas (apatia, anorexia e
diarréia) na presença de oocistos do gênero
Cryptosporidium nas fezes de ovinos da raça Santa Inês
procedentes da microrregião de Campos dos Goytacazes,
Estado do Rio de Janeiro, pela técnica de centrífugo-
flutuação em microscopia de contraste de fase.
53
Tabela 22
Participação da Fonte de água na presença de oocistos do
gênero Cryptosporidium nas fezes de ovinos da raça Santa
Inês procedentes da microrregião de Campos dos
Goytacazes, Estado do Rio de Janeiro, pela técnica de
Ziehl-Neelsen modificada.
54
Tabela 23
Participação da Fonte de água na presença de oocistos do
gênero Cryptosporidium nas fezes de ovinos da raça Santa
Inês procedentes da microrregião de Campos dos
Goytacazes, Estado do Rio de Janeiro, pela técnica de
centrífugo-flutuação em microscopia de contraste de fase.
55
LISTA DE FIGURAS
Localização das propriedades avaliadas quanto à presença
de Cryptosporidium spp. em ovinos no município de
Carapebus, estado do Rio de Janeiro.
35
Localização das propriedades avaliadas quanto à presença
de Cryptosporidium spp. em ovinos no município de São
João da Barra, estado do Rio de Janeiro.
35
Localização das propriedades avaliadas quanto à presença
de Cryptosporidium spp. em ovinos no município de São
Francisco de Itabapoana, estado do Rio de Janeiro.
36
Oocistos de Cryptosporidium spp. isolados de fezes de
ovinos da raça santa Inês. Em A e B, coloração pela técnica
de Ziehl-Neelsen modificada, onde as setas destacam a
parede do oocisto e esporozoítas realçado pela fuccina,
respectivamente. Em C e D, microscopia de contraste de
fase, após centrifugo-flutuação em solução saturada de
sacarose, onde as setas destacam a parede do oocisto e
núcleo do esporozoíta, respectivamente.
37
Regressão linear do diâmetro maior sobre o diâmetro menor
para 177 oocistos de Cryptosporidium spp. diagnosticados
através da Técnica de Ziehl-Neelsen modificada e
microscopia óptica. Considerado extremamente significativo
(P<0,0001), onde Y= 0,5153 + 0,7406X, R
2
= 0,7378 e
r=0,8590.
48
Regressão linear do diâmetro maior sobre o diâmetro menor
para 73 oocistos de Cryptosporidium spp. diagnosticados
através de microscopia direta com contraste de fase.
Considerado extremamente significativo (P<0,0001), onde
Y= -0,0346 + 0,8658X, R
2
= 0,8085 e r=0,8991.
48
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 16
2 REVISÃO DE LITERATURA 17
2.1. HISTÓRICO 17
2.2. TAXIONOMIA 17
2.3.
O GÊNERO Cryptosporidium
18
2.4. CICLO BIOLÓGICO 19
2.5. TRANSMISSÃO 19
2.6. PATOGENIA 21
2.7. CRIPTOSPORIDIOSE 21
2.7.1. Em ovinos 22
2.7.2. Em outros animais 22
2.8. IMPORTÂNCIA EM SAÚDE PÚBLICA 23
2.9. RESISTÊNCIA DOS OOCISTOS 24
2.10. PERDAS ECONÔMICAS 25
2.11. EPIDEMIOLOGIA 25
2.12. DIAGNÓSTICO 26
2.12.1. Observação direta e concentração 26
2.12.2. Técnica de coloração 27
2.12.3. Biologia molecular 27
2.12.4. Outras técnicas 28
2.13. TRATAMENTO, PREVENÇÃO E CONTROLE 28
3 MATERIAL E MÉTODOS 30
3.1. LOCALIZAÇÃO E CARACTERÍSTICAS DOS CRIATÓRIOS 30
3.2. QUESTIONÁRIO 30
3.3. ANIMAIS DE ESTUDO 30
3.4. COLETA DAS AMOSTRAS 31
3.5. EXAMES LABORATORIAIS 31
3.5.1. Concentração de oocistos de Cryptosporidium 31
3.5.2. Técnica colorimétrica - Técnica de Ritchie (1948) modificada
por Allen e Ridley (1970)
32
3.5.3. Morfometria 33
3.6. ANÁLISE ESTATÍSTICA 33
4 RESULTADO 34
4.1. CARACTERÍSTICA DAS PROPRIEDADES 34
4.2. TÉCNICAS DE DIAGNÓSTICO 36
4.2.1. Diagnóstico pela técnica de Ziehl-Neelsen modificada 38
4.2.1.1.
Segundo o sexo 40
4.2.1.2.
Segundo idade dos machos 40
4.2.1.3.
Segundo idade de fêmeas 41
4.2.2. Diagnóstico pela microscopia de contraste de fase 42
4.2.2.1.
Segundo o sexo 42
4.2.2.2.
Segundo idade dos machos 43
4.2.2.3.
Segundo idade de fêmeas 45
4.3. MORFOMETRIA 46
4.4. FATORES DE RISCO 49
4.4.1. Sistema de criação 49
4.4.2. Assistência veterinária 50
4.4.3. Higiene 51
4.4.4. Alterações clínicas 53
4.4.5. Fonte de água 54
5 DISCUSSÃO 56
5.1. ZIEHL-NEELSEN X CONTRASTE DE FASE 56
5.1.1. Fases de criação 56
5.1.2. Morfometria 57
5.2. FATORES DE RISCO 58
5.2.1. Sistema de criação 58
5.2.2. Assistência veterinária 59
5.2.3. Higiene 60
5.2.4. Alterações clínicas 60
5.2.5. Fonte de água 61
6 CONCLUSÃO 62
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 63
APÊNDICE 77
16
1. INTRODUÇÃO
Os protozoários do gênero Cryptosporidium são parasitos oportunistas, de
localização intracelular obrigatória, que completam seu ciclo biológico na superfície
de células epiteliais dos tratos respiratório e gastrintestinal em animais domésticos,
silvestres e no homem. A doença provocada por este coccídio ocorre com maior
gravidade em indivíduos neonatos e em imunocomprometidos. No trato
gastrintestinal é observado parasitismo nas bordas das microvilosidades dos
intestinos delgado e grosso. Em conseqüência uma diarréia é observada, como
principal sinal clínico em animais, com perda de peso, baixa produtividade e morte
dos animais acometidos, causando elevados prejuízos econômicos. Estes parasitas
não são espécie-específicos, logo pode haver transmissão de diferentes espécies de
animais para humanos diretamente através da via fecal-oral. Outra forma de
infecção é através da ingestão de água e alimentos contaminados com oocistos
oriundos de fezes eliminadas por hospedeiros infectados. O intenso contato de
humanos com ovinos em áreas rurais é um fator importante na manutenção de
fontes de infecção de espécies deste gênero.
O Norte Fluminense se destaca como pólo de criação de ovinos no Estado do
Rio de Janeiro, no entanto, não existe nenhum estudo sobre as espécies de
coccídios do gênero Cryptosporidium e nem sobre sua ocorrência nos animais desta
região. Justifica-se, portanto, um trabalho que demonstre a presença deste parasita
em fezes de ovinos que seria de elevada importância, uma vez que possui uma alta
capacidade de infectar animais e humanos, refletindo em um grave problema em
saúde pública. Este trabalho teve como objetivos verificar a ocorrência de coccídios
do gênero Cryptosporidium em diferentes categorias de criação e nos diferentes
estágios da cadeia produtiva de ovinoculturas, analisando morfologicamente e
morfometricamente os oocistos e, conseqüentemente, a distribuição do parasitismo
nos municípios de Carapebus, São João da Barra e São Francisco do Itabapoana,
na microrregião de Campos dos Goytacazes, no estado do Rio de Janeiro.
17
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1. HISTÓRICO
O primeiro relato de infecção por parasita do gênero Cryptosporidium foi feito
por Ernest Edward Tyzzer, em 1907. Este descreveu o parasitismo em glândulas
gástricas de camundongos, denominando-o Cryptosporidium muris. Em 1911, foi
diagnosticado o C. parvum também em ratos de laboratório e no ano de 1955, foi
descrito pela primeira vez C. meleagridis em fezes diarréicas de aves. Em 1971, o
primeiro caso de criptosporidiose em bovinos foi descrito, com relato de diarréia
severa (STERLING e ARROWOOD, 1992).
Em ovinos, a infecção por Cryptosporidium foi primeiramente descrita na
Austrália em animais de uma a três semanas de idade que apresentavam diarréia
(BARKER e CARBONELL, 1974). Seu papel como um agente etiológico primário foi
confirmado em experimentos realizados no início da década de 80 (ANGUS et al.,
1982; SNODGRASS et al., 1984). Desde então, o parasita tem representado
importante papel na Síndrome da Diarréia Neonatal em espécies domésticas e é
atualmente associada a altos níveis de morbidade. Dependendo das condições
ambientais e da presença de outros agentes enteropatogênicos pode haver alta
mortalidade (ANGUS, 1990; MATOS-FERNANDEZ et al., 1994; MUNOZ-
FERNANDEZ et al., 1996).
As espécies de Cryptosporidium encontradas em ovinos até o presente
momento foram o genótipo suíno tipo II, genótipo marsupial, C. suis, C. andersoni, C.
parvum, C. bovis-simile, C. muris, C. bovis; C. cervine 1 e 2 (RYAN, 2005; SANTIN
et al, 2007).
2.2. TAXIONOMIA
Parasitas do gênero Cryptosporidium pertencem ao Reino Protista, Filo
Apicomplexa, Classe Sporozoa, Ordem Eucoccidiorida e Família Cryptosporidiidae.
Após a primeira descrição de Tyzzer, muitas espécies foram identificadas em aves,
18
répteis, peixes e mamíferos. Na década de 80, aproximadamente 20 espécies foram
identificadas (FAYER e UNGAR, 1986), porém estudos posteriores de morfologia e
transmissão cruzada invalidaram muitas destas (EDERLI, 2006).
Tabela 1 Espécies do gênero Cryptosporidium descritas na literatura, com seus
respectivos hospedeiros.
Espécies Hospedeiro
C. andersoni
Ruminantes
C. baileyi
Aves
C. bovis
Bovinos
C. canis
Cães
C. felis
Gatos
C. galli
Aves
C. hominis
Homem
C. meleagridis
Aves
C. molnari
Peixes
C. muris
Mamíferos
C. nasorum
Peixes
C. parvum
Mamíferos
C. saurophilum
Répteis
C. scophthalmi
Peixes
C. serpentis
Répteis
C. suis
Suínos
C. wrairi
cobaias
Fonte: MORGAN et al., 1999; FAYER et al., 2000; XIAO et al., 2002; THOMPSON, 2002; EGYED et
al., 2003; ALMEIDA, 2004; RYAN et al., 2004; CACCIÒ et al, 2005.
2.3. O GÊNERO Cryptosporidium
Em oocistos de parasitos do gênero Cryptosporidium o se observa
esporocistos e sim quatro esporozoítas, sem esporocistos, diferentemente de outros
coccídios que contêm esporozoítas dentro de esporocistos (STERLING e
ARROWOOD, 1992). Estes possuem grande capacidade de reprodução e
disseminação, que são eliminados no ambiente com poder infectante, e como não
são hospedeiros específicos são conhecidas várias espécies do protozoário
infectando diferentes espécies de animais (GRAAF et al., 1999). Dentro deste
gênero Cryptosporidium existem espécies que possuem características morfológicas
semelhantes, entretanto algumas apresentam variações morfométricas em relação
ao diâmetro dos oocistos, permitindo sua diferenciação.
19
2.4. CICLO BIOLÓGICO
Segundo Fayer et al. (1990), o gênero Cryptosporidium apresenta ciclo
biológico monoxeno, no qual inclui uma fase assexuada e outra fase sexuada onde,
resumidamente, o ciclo decorre em seis fases: excistamento, merogonia,
gametogonia, fertilização, formação do oocisto e esporogonia.
Os oocistos esporulados, que contêm quatro esporozoítos, são excretados
pelo hospedeiro infectado juntamente com as fezes e a transmissão destes oocistos
ocorre por via fecal-oral. Depois da ingestão, ocorre o excistamento no trato
intestinal liberando os quatro esporozoítos. Estes se implantam nas microvilosidades
da célula epitelial do intestino delgado, formando um vacúolo parasitóforo, envolvido
por membranas das células hospedeiras e do próprio parasita. Esporozoítos e todos
os estágios subseqüentes endógenos, assexual e sexual, ocorrem no vacúolo
parasitóforo o qual é intracelular, mas extracitoplasmático (SMITH e ROSE, 1998).
Os esporozoítos, através da divisão assexuada (merogonia) resultam na formação
de merontes e, após, ocorre a infecção de novas células da superfície luminal do
epitélio pelos merontes liberado de células infectadas após seu rompimento. O
estágio sexual, comum nos protozoários (gametogonia), ocorre após a diferenciação
de merontes em macrogametócitos e microgametócitos, resultando em oocistos com
parede espessa que são eliminados nas fezes com capacidade infectante para
outros hospedeiros, visto que a esporulação (esporogonia) ocorre na luz ou então
oocistos de parede mais fina que permanece no interior do hospedeiro fazendo a
auto-infecção. Estes oocistos ainda na luz intestinal podem também reinfectar o
mesmo hospedeiro sem a necessidade de serem ingeridos. A dose infectante de
oocistos é muito pequena, em torno de 10 elementos, o que facilita a transmissão
(FAYER et al., 1990).
2.5. TRANSMISSÃO
A disseminação dos oocistos é determinada por diferentes fatores e o risco da
infecção depende do número (dose) e da virulência ou infectividade dos oocistos
20
ingeridos, assim como da susceptibilidade do hospedeiro. A transmissão pode
ocorrer através do contato direto de pessoa para pessoa, animal para pessoa,
pessoa para animal, animal para animal, ou através da ingestão de alimentos e água
contaminada por oocistos esporulados e pode ocorrer também a infecção
respiratória, através de aerossóis (BONNIN et al., 1996; CACCIÒ et al, 2005). A
transmissão ocorre via fecal-oral, onde oocistos de tamanho reduzido (4 a 6 µm) são
eliminados juntamente com as fezes. Alguns animais podem eliminar milhões de
oocistos esporulados em um grama de fezes, contaminando o ambiente. Oocistos
eliminados por humanos têm capacidade de infectar alguns animais, como os
bovinos, ovinos, caprinos, felinos e caninos (MAKUCH, 1996). Este mesmo autor cita
que felinos, bezerros e suínos eliminam oocistos que aparentemente podem ser
infecciosos para humanos. Os ruminantes, em particular bezerros, são reservatórios
importantes de oocistos de Cryptosporidium (WIDMER et al., 1998).
A eliminação diária de oocistos por ovelhas infectadas pode exceder 2x10
9
e
mais de 10
10
oocistos são eliminados durante o período patente (ORTEGA-MORA e
WRIGHT, 1994; HILL et al., 1990). A infecção ocorre principalmente pela ingestão de
oocistos previamente eliminados com as fezes de neonatos ou adultos
assintomáticos carreadores (XIAO et al., 1993).
Diversos autores descreveram infecções por Cryptosporidium spp. em
crianças e adultos após contato com animais de produção, como bovinos e ovinos,
bem como com animais de companhia, como cães e gatos (CURRENT, 1986;
CASEMORE, 1990; DAWSON et al., 1995; FAYER, 1997). Alguns trabalhos relatam
a importância da transmissão direta entre profissionais da área veterinária, uma vez
que foram notificados casos da doença nestes indivíduos e pessoas ligadas a estes
(LEVINE et al., 1988).
A resistência do oocisto ao cloro e ácidos, seu tamanho reduzido, sua baixa
dose de infecção, sua natureza esporulada infecciosa logo após eliminação e seu
potencial zoonótico são os cinco importantes fatores na disseminação do coccídio
que podem ser citados (ALMEIDA, 2004).
Alguns grupos de insetos, como as baratas, moscas domésticas e alguns
tipos de bezouros, foram incriminados como vetores mecânicos (FAYER et al.,
2000).
21
2.6. PATOGENIA
Quando os oocistos se rompem (devido exposição às enzimas e à bile),
ocorre a liberação dos esporozoítos no intestino, que se aderem aos enterócitos do
hospedeiro (este processo também é descrito para as células da árvore biliar, da
conjuntiva e do trato respiratório). Logo após esta adesão, uma invaginação da
membrana celular, que envolve o esporozoíto formando um vacúolo extracelular
(STERLING e ARROWOOD, 1992). Este vacúolo determinará a atrofia das
microvilosidades, o que poderá ser uma porta de entrada para outras infecções
entéricas (MODOLO et al., 1988). Todo o processo de invasão de células
hospedeiras e desenvolvimento do parasita resulta em branda a moderada fusão
das vilosidades, mudanças na superfície do epitélio (GRAAF et al., 1999), como
metaplasia ou degeneração (ENEMARK et al., 2002), podendo ocasionar o aumento
dos linfonodos, eosinofilia da lâmina própria (ENEMARK et al., 2003). A infecção
concentra-se principalmente na parte distal do intestino delgado, mas também
podem ser encontradas lesões no ceco, cólon e duodeno (GRAAF et al., 1999). Os
protozoários do gênero Cryptosporidium causam lesões entéricas que diminuem as
atividades enzimáticas intracelulares da mucosa intestinal e alteram o metabolismo
corpóreo (MODOLO et al., 1988).
2.7. CRIPTOSPORIDIOSE
A criptosporidiose é conhecida mundialmente como uma doença nova e
emergente, de distribuição cosmopolita e que afeta uma grande variedade de
vertebrados. É capaz de causar apatia leve à moderada, febre, diarréia aquosa e
desidratação (ANDERSON e BULGIN, 1981). Os sinais clínicos mais graves têm
sido associados a animais comprometidos imunologicamente, ou portadores de
outras viroses, malnutridos, consumidores de medicamentos imunossupressores e
provavelmente fêmeas prenhes (UNGAR et al. apud por FAYER et al., 1998).
22
2.7.1. Em Ovinos
Cryptosporidium parvum é considerado um dos patógenos mais importantes
em pequenos ruminantes, pois causa enterites graves que estão associadas com
diarréia e morte tanto em animais experimentalmente quanto em naturalmente
infectados (GOMA et al., 2007).
O período pré-patente em ovelhas é em torno de 2-7 dias (TZIPORI et al.,
1981) e cerca de 4 dias em filhotes (KOUDELA e JIRI, 1997). Normalmente, os
animais entre uma e cinco semanas de idade demonstram os sinais clínicos entre
cinco dias e duas semanas (CASTRO-HERMIDA et al, 2007). Este período é
inversamente proporcional à dose do agente infectante e diretamente proporcional à
idade do animal (ORTEGA-MORA e WRIGHT, 1994). As fezes estão geralmente
amarelas, de consistência líquida ou pastosa e exalam um odor forte e desagradável
(ANDERSON, 1982; ANGUS et al., 1982). Em infecções experimentais com ovelhas,
o peso seco das fezes caiu de 24% para 10% (ORTEGA-MORA e WRIGHT, 1994).
Em casos mais brandos, os animais apresentam diarréia por três a cinco dias e em
casos mais severos de uma a duas semanas. A diarréia geralmente coincide com o
período de liberação de oocistos e a duração da eliminação de oocistos depende de
fatores como idade ou estado imune dos animais (KOUDELA e JIRI, 1997;
ORTEGA-MORA e WRIGHT, 1994; HILL et al., 1990).
Sobre o desenvolvimento das lesões durante o período de incubação e
progressão clínica da doença, sabe-se que neste intervalo de tempo o parasita se
prolifera principalmente no jejuno e íleo. Após o início da eliminação de oocistos, as
lesões podem se espalhar a outras partes dos intestinos delgado e grosso
(SNODGRASS et al., 1984; KOUDELA e JIRI, 1997).
2.7.2. Em outros animais
O espectro de hospedeiros das espécies do gênero Cryptosporidium é
considerado amplo, com a infecção demonstrada em uma grande variedade de
vertebrados, inclusive aves, anfíbios, répteis, mamíferos domésticos, animais
23
silvestres (TZIPORI, 1985; TAYLOR et al., 1999) e peixes (DUBEY et al.1990;
CAMUS e LOPES, 1996). foram relatadas através de diferentes técnicas, 152
espécies de mamíferos capazes de ser infectados por C. parvum ou por organismos
semelhantes a esta espécie. Estes mesmos autores citam que dentre os animais
susceptíveis, pode-se citar os gatos domésticos, ratos, cobaios, aves domésticas,
peixes e lagartos. Estudos moleculares indicam que os cães podem transmitir o
genótipo bovino de Cryptosporidium, o qual é patogênico para a espécie humana
(ABE et al., 2002).
2.8. IMPORTÂNCIA EM SAÚDE PÚBLICA
Segundo Capuano et al. (2001), parasitas do gênero Cryptosporidium podem
infectar humanos, e numerosos casos têm sido descritos em todo o mundo,
ocorrendo inclusive em formas de surtos, desde a década de 70 com o advento da
SIDA. Em 1976, foram relatados os primeiros casos de criptosporidiose em humanos
(FRANZEN, 1999; FRANCO et al, 2001; LABERGE, 1996). Em 1993, o interesse
pelo estudo cresceu dramaticamente após um surto de criptosporidiose associado à
ingestão de água na cidade de Milwaukee (EUA), que atingiu cerca de 403.000
pessoas e dessas, 4.400 foram hospitalizadas, havendo 1000 óbitos, 69 em
pacientes HIV-positivos (Fayer et al., 2000).
Humanos de todas as idades podem ser afetados, apesar de a doença ser
mais comum em crianças, portadores da SIDA, pessoas sob quimioterapia ou sob
terapia com altas doses de esteróides, ou após transplante de órgãos (CLARK,
1999). Em pessoas saudáveis, a patogenia é caracterizada por enterocolite aguda e
autolimitada, ou seja, que se cura espontaneamente (LIMA, 1995) e em
imunocomprometidos, como os portadores da SIDA, ela se torna importante, visto
que as diarréias provocadas pelo parasito tornam-se freqüentes e volumosas,
causando considerável perda de peso, podendo ser fatal (PETERSON, 1992).
Cefaléia, fraqueza generalizada, fadiga, mialgia e inapetência são observadas com
menor freqüência (BARALDI et al, 1999; CARLI et al, 1991). Há casos de portadores
de coccídeos do gênero Cryptosporidium assintomáticos, embora isso seja menos
freqüente em portadores da SIDA.
24
Estudos relatam que sete espécies (Cryptosporidium hominis, C. parvum, C.
meleagridis, C. felis, C. canis, C. suis e C. muris) e dois genótipos (macaco e
cervine) estão associados com a criptosporidiose em humanos, sendo que as mais
comuns são C. parvum e C. hominis (CACCIÒ et al, 2005).
Nos últimos anos, houve uma maior preocupação com relação ao risco
potencial de contaminação dos reservatórios de água de consumo por C. parvum.
Dietz et al. (2000) afirmaram que a contaminação por C. parvum, nos Estados
Unidos, em seres humanos, está associada à ingestão de água e de comida
contaminados, contato com animais e atendimento a crianças doentes.
A criptosporidiose é considerada uma doença de importância em Saúde
Pública por: afetar a qualidade de vida das pessoas infectadas pelo protozoário
(MONIS e THOMPSON, 2003); existir cada vez mais, maior número de pessoas em
terapia com imunossupressores e por haver um aumento do número de portadores
da SIDA (FARTHING, 2000); não existir nenhuma droga eficaz (HEIGES et al.,
2006); não haver nenhuma forma de remoção eficaz do oocisto esporulado em água
e alimentos contaminados por fezes de animais (JOACHIM, 2004).
2.9. RESISTÊNCIA DOS OOCISTOS
Os oocistos são resistentes a vários desinfetantes, inclusive ao hipoclorito de
sódio a 10% (cloro comercial), bem como à secagem e ao congelamento (QUIGLEY,
2001). Importante salientar que a cloração é o método utilizado na desinfecção da
água nos reservatórios públicos, os quais o contaminados eventualmente por
fezes de animais domésticos que se encontram próximos às fontes de água
(FERREIRA e BORGES, 2002). Devido ao seu tamanho reduzido, o oocisto é capaz
de passar através de filtros (como os filtros de sistemas de tratamento de água),
atingindo as residências (QUIGLEY, 2001). Segundo Gallaher et al (1989), os
oocistos são inviáveis a 65°C por 30 minutos, logo se preconiza a fervura da água
para consumo humano na ocorrência de casos de diarréia na população. Também
Fujino et al (2002) observaram que os oocistos perdiam a infectividade quando
expostos a 60°C por 15 segundos ou a 70°C por 5 segundos, concluindo que o
25
sistema de aquecimento da água pode ser útil para desinfecção de abrigos de
animais, como currais e galinheiros.
2.10. PERDAS ECONÔMICAS
A criptosporidiose gera perdas econômicas para criação de pequenos
ruminantes, devido à ocorrência de diarréia, desidratação, perda de peso, retardo no
crescimento e, em casos graves, leva à morte. A diarréia exige alguns cuidados
especiais como reposição eletrolítica, fluidoterapia, administração de medicamentos,
entre outros, os quais são dispendiosos e trabalhosos (SANFORD et al., 1982)
citados por GRAAF et al. (1999). Em relação às perdas econômicas, C. parvum é a
espécie considerada como a mais importante do gênero (ENEMARK et al., 2002)
para os pequenos ruminantes.
2.11. EPIDEMIOLOGIA
Em ovinos, a primeira infecção causada por Cryptosporidium foi descrita na
Austrália em animais de uma a três semanas de idade que apresentavam diarréia
(BARKER e CARBONELL, 1974). Na Espanha, utilizaram 2204 ovinos nos quais
detectou-se a prevalência de Cryptosporidium em 15% destes animais (MATOS-
FERNANDEZ et al, 1993). No Canadá, realizou-se um trabalho em 89 ovinos
obtendo a prevalência de 24% (21 animais) com Cryptosporidium spp. (OLSON,
1997). Na Polônia, um estudo foi realizado para verificar a presença de espécies de
Cryptosporidium em 159 ovinos, onde foi observado em 16 destes animais através
da técnica de Ziel-Neelsen modificada (MAJEWSKA, 2000).
Um trabalho realizado com 31 ovinos em Maryland, EUA, foi verificado a
prevalência de C. parvum em 77,4% destes animais através da técnica de PCR
(SANTÍN et al, 2007).
Desta forma, são poucos os estudos com criptosporiose em pequenos
ruminantes no mundo e no Brasil. No entanto, em bezerros, o variados os
26
trabalhos com este protozoário, como exemplo, o estudo conduzido nos EUA, que foi
observado um índice de positividade de 92,85% nas propriedades e de 41% em
bezerros entre um e dois anos de idade (FAYER et al., 2006). Em um trabalho
realizado com bezerros bovinos, a prevalência do gênero Cryptosporidium foi
determinada, cuja positividade foi de 41,2% em trabalho desenvolvido na Corea do
Sul (PARK et al., 2006).
Um trabalho, também em bezerros, realizado na microrregião de Campos dos
Goytacazes, no estado do Rio de Janeiro, onde foi demonstrado que 96% das 27
propriedades analisadas foram positivas, sendo que, das 211 amostras coletadas de
bezerros, 43,6% foram positivas para Cryptosporidium spp. (EDERLI, 2002). Um
outro trabalho realizado na mesma região com bezerros bovinos em 13 propriedades
onde 100% destas foram positivas para presença de Cryptosporidium. Das 100
amostras coletadas, 61% foram positivas pela técnica de Ziehl-Neelsen modificada e
através da técnica de PCR, C. parvum foi diagnosticado em 84,61% das
propriedades e em 45% dos bezerros bovinos examinados (ALMEIDA, 2006).
2.12. DIAGNÓSTICO
Para detecção de parasitos do gênero Cryptosporidium são utilizados vários
métodos de diagnóstico que estão descritos a seguir.
2.12.1. Observação direta e concentração
O método de observação direta é utilizado pela visualização microscópica dos
oocistos entre lâmina e lamínula a fresco, sendo observados em microscópio óptico
com objetiva de imersão (DeCARLI, 1994). Com o objetivo de aumentar a
sensibilidade do exame e de diminuir os artefatos fecais, este pesquisador cita a
técnica de centrifugo-sedimentação pelo formaldeido-eter (técnica de Richie
modificada).
27
2.12.2. Técnica de coloração
A coloração de Giemsa, de Ziehl-Neelsen e de Heine são técnicas
colorimétricas utilizadas para detecção de Cryptosporidium (DeCARLI, 1994). A
técnica de safranina-azul de metileno é considerada rápida, simples e eficaz para
detecção de oocistos (BAXBY et al., 1984). Estas técnicas são empregadas após
concentração pela técnica de Richie modificada.
2.12.3. Biologia molecular
Através de técnicas morfometricas não se pode dizer ao certo as espécies do
gênero Cryptosporidium (PÉREZ-CORDOM et al., 2005). Devido à dificuldade de
diagnóstico pelas outras metodologias, a técnica da PCR mostra ser altamente
sensível e específica e capaz de fazer o diagnóstico em amostras contendo apenas
um oocisto. No entanto, a utilidade desta técnica pode variar dependendo de vários
fatores, onde o iniciador é o fator principal. Apesar de vários iniciadores de PCR
serem utilizados para detectar Cryptosporidium, a sensibilidade e a especificidade
parece variar entre os diferentes iniciadores (MORGAN e THOMPSON, 1998).
Metodologias moleculares, como por exemplo, a Reação da Cadeia de
Polimerase (PCR) têm sido desenvolvidas e apresentado uma sensibilidade maior
em estudos preliminares, porém ainda não são freqüentemente utilizadas em rotina
para diagnóstico. A biologia molecular pode fornecer aos epidemiologistas
informações muito além das oferecidas pela microscopia tradicional, pela cultura e
imunologia, auxiliando na vigilância de agentes infecciosos e na determinação das
fontes de infecção (MORGAN et al., 2000).
28
2.12.4. Outras técnicas
A imunoglobulina específica contra o Cryptosporidium pode ser detectada por
imunofluorescência no soro, tanto em indivíduos imunocompetentes quanto
imunodeprimidos, porém o diagnóstico sorológico não é útil para o diagnóstico da
doença aguda, pois o anticorpo permanece detectável por longos períodos, tendo
utilidade somente em inquéritos soroepidemiológicos (ANDRADE NETO e ASSEF,
1996).
O Ensaio ImunoEnzimático (ELISA) investiga a resposta imunológica do
organismo à infecção através do reconhecimento de imunoglobulinas específicas
contidas no soro (QUÍLEZ et al., 2002). O método de “Western blotting” tem sido
desenvolvido para a detecção de anticorpos antígenos-específicos para este
parasito (ARES-MAZÁS et al., 1999). Técnicas que envolvem detecção de
anticorpos são questionáveis, pois, apesar de a parede dos oocistos conter
antígenos capazes de estimular a resposta imunológica, e podendo-se detectar
estes anticorpos, muitos antígenos da parede dos oocistos são os mesmos em
várias espécies. Conseqüentemente, não existem anticorpos que diferenciem as
espécies de Cryptosporidium de uma forma confiável (FAYER et al., 2000).
O fator limitante é que todos os métodos citados requerem uma grande
quantidade de oocistos para sua detecção positiva. Portanto, métodos moleculares
mais sensíveis são requeridos para detecção de pequeno número de oocistos
(EDERLI, 2006).
2.13. TRATAMENTO, PREVENÇÃO E CONTROLE
Depois de muitos anos procurando tratamento para criptosporidiose não
foram encontrados produtos com efeitos consistentes para animais e humanos.
Alguns reduzem a multiplicação do parasito, outros se mostram eficazes em
modelos de animais de laboratórios e ainda outros não demonstram nenhuma ação
sobre tal parasito (FAYER, 2004). Segundo BARTA e THOMPSON (2006), os
oocistos são completamente insensíveis a drogas anticoccídias. o existe,
29
portanto, nenhuma quimio ou imunoterapia disponível totalmente eficaz contra a
criptosporidiose (HEIGES et al., 2006).
Na União Européia, halofuginona é viável para controle da criptosporidiose
em caprinos jovens, no entanto, para se ter efeito, deve ser administrado bem no
início da infecção. Este tratamento melhora o estado clínico do animal, mas este
continua eliminando os oocistos nas fezes (JOACHIM et al, 2003).
Em humanos, a paromicina e nitazoxanida são comumente usados para o
tratamento da criptosporidiose, e mais recentemente alguns macrolideos, como
espiramicina, azitromicina e claritromicina, tem se mostrado efetivos (FARTHING,
2000); porém a eliminação do parasito é extremamente difícil e a recorrência é
freqüente (BLAGBURN e SOAVE, 1997). Imunoterapia (colostro hiperimune bovino)
pode ser efetivo, mas não é vantajoso comercialmente (FARTHING, 2000).
O tratamento que é utilizado é o de suporte com reposição de eletrólitos. A
recuperação espontânea ocorre em duas semanas em animais imunocompetentes.
A transmissão de oocistos das fezes de animais para água e alimentos que
serão consumidos por humanos o é fácil de ser previnida. A desinfecção dos
ambientes e fômites é muito difícil, que os oocistos são resistentes aos
desinfetantes (FAYER, 2004).
Devido à limitada disponibilidade de drogas e a pouca eficácia destas contra a
criptosporidiose, medidas higiênico-sanitárias e um manejo adequado são as
melhores formas de combate à doença (GRAAF et al., 1999).
30
3. MATERIAL E MÉTODOS
3.1. LOCALIZAÇÃO E CARACTERÍSTICAS DOS CRIATÓRIOS
O estudo foi realizado em propriedades particulares, localizadas nos
municípios de Carapebus, São João da Barra e São Francisco do Itabapuana, na
microrregião de Campos dos Goytacazes, Estado do Rio de Janeiro.
As propriedades foram selecionadas por conveniência considerando-se que a
criação era de finalidade comercial. As coordenadas foram obtidas por um aparelho
de Sistema de Posicionamento Global – GPS (etrexGARMIN®).
3.2. QUESTIONÁRIO
Os proprietários ou responsáveis pelas propriedades foram entrevistados,
através de questionário (apêndice), com intuito de se avaliar, por exemplo, o tipo de
produção e criação, e a ocorrência de enfermidades.
3.3. ANIMAIS DO ESTUDO
Foram utilizados 130 ovinos da raça Santa Inês, de ambos os sexos e idades
variadas, incluindo animais jovens em amamentação a adultos. Os animais
selecionados de cada propriedade foram divididos em jovens até 175 dias de idade;
fêmeas secas (não lactentes ou impúberes); fêmeas gestantes; fêmeas lactentes e
machos reprodutores acima de 175 dias. As amostras foram colhidas por
conveniência.
31
3.4. COLETA DAS AMOSTRAS
No período compreendido entre janeiro e dezembro de 2007 foram realizadas
coletas de fezes, diretamente da ampola retal dos animais que, após acondicionadas
em sacos plásticos individualmente identificados, foram levadas ao laboratório sob
refrigeração em caixa isotérmica e mantidos em geladeira até o momento da análise.
3.5. EXAMES LABORATORIAIS
As análises foram processadas no Hospital Veterinário da UENF (HV-UENF),
no Laboratório de Sanidade Animal (LSA) no setor de Clínica Médica dos Grandes
Animais Domésticos do Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias (CCTA).
3.5.1. Concentração de oocistos de Cryptosporidium (SHEATHER, 1923)
De cada amostra foram diluídos 15 gramas de fezes em 50 ml de água
destilada deionizada. Esta solução foi filtrada em camada dupla de gaze e
posteriormente em tamis com 325 malhas de aço por polegada, e o filtrado foi
centrifugado em seguida por 10 minutos a 250g em tubos cônicos de 50 ml. Após
esta etapa o sobrenadante foi descartado, e o sedimento ressuspendido em água
destilada deionizada até alcançar um volume de 25 ml; logo após foram adicionados
25 ml de solução de sacarose (1,1g/ml) e depois de realizada a homogeneização da
solução, os tubos foram novamente centrifugados a 250g por 20 minutos.
Foram aspirados 4 ml do sobrenadante e pipetados em tubos cônicos para
centrífuga, onde foi adicionada água destilada deionizada para que se obtivesse o
volume final de 15 ml em cada tubo; esta solução foi centrifugada a 250g por 10
minutos e o sobrenadante, descartado logo em seguida. O sedimento foi então
ressuspendido em 500
µl de água destilada deionizada, do qual foi extraída uma
gota que foi examinada entre lâmina e lamínula, em microscópio de contraste de
32
fase para a análise morfométrica dos oocistos.
3.5.2. Técnica colorimétrica - Técnica de Ritchie (1948) modificada por Allen e
Ridley (1970)
A técnica de Ziehl-Neelsen modificada foi a técnica colorimétrica utilizada
para detecção de oocistos do gênero Cryptosporidium sp. Foram separadas cerca
de 3g de cada amostra para fixação em solução de formol a 10% em tubos nicos
individualmente identificados para posterior fixação e coloração. As amostras foram
filtradas em camada dupla de gaze e cerca de 7 a 8ml de cada solução foi
transferida para tubos cônicos. Foram adicionados 4ml de éter etílico e esta solução
foi homogeneizada em agitador. As amostras foram centrifugadas a 500g por 10
minutos. Após esta etapa foram visualizadas quatro diferentes fases. Todo o
sobrenadante foi descartado. Os esfregaços em lâminas foram feitos a partir dos
sedimentos restantes, com o auxílio da parte romba de palitos de madeira,
executando-se movimentos circulares. As lâminas foram secas em temperatura
ambiente por aproximadamente 2 hrs, fixadas com metanol absoluto por 5 minutos,
e foram deixadas secar, inclinadas, por 15 minutos em temperatura ambiente. Foi
colocada por sobre todas as lâminas, solução de fucsina, por 5 minutos. As lâminas
foram lavadas com álcool etílico a 50% e depois em água corrente e submersas em
álcool ácido e posteriormente, lavadas em água corrente. Foi colocada solução de
azul de metileno por sobre as lâminas por 3 minutos, novamente lavadas em água
corrente, e secas à temperatura ambiente. As lâminas coradas e secas foram
montadas com cerca de duas gotas de bálsamo e lamínula. Após secagem
completa, as lâminas foram observadas em microscópio óptico comum, em objetiva
de 100X (imersão). Os oocistos presentes nas laminas positivas foram submetidos à
análise morfométrica.
33
3.5.3. Morfometria
A análise morfométrica dos oocistos foi feita utilizando-se o microscópio digital
marca OPTON®, modelo TNB-OGD® e Microscopy Image Processing System-DN®
para Windows®. Foram realizadas as mensurações do diâmetro maior (DM) e
diâmetro menor (dm) dos oocistos tanto em microscopia de contraste de fase,
quanto os oocistos corados pela técnica de Ziehl-Neelsen modificada.
3.6. ANÁLISE ESTATÍSTICA
As medidas médias e os índices morfométricos dos oocistos foram
submetidos à análise descritiva e as médias comparadas em relação à idade dos
ovinos através do teste do Qui-quadrado e para verificar a associação entre as
variáveis e os fatores de risco foram utilizados o teste estatístico do Qui-quadrado e
o Teste de Fisher (Fisher Exact Test), com correção de Yates e intervalo de
confiança de 95% (PIMENTEL GOMES, 2000).
34
4. RESULTADO
4.1. CARACTERÍSTICA DAS PROPRIEDADES
Todas as propriedades visitadas eram de característica comercial, seis com
criação semi-intensiva e quatro intensivas. A localização geográfica dentro dos
municípios e as características de cada uma destas podem ser vistas na tabela 2 e
figuras 1, 2 e 3.
Tabela 2 Características das propriedades avaliadas quanto à presença de
Cryptosporidium spp. nas fezes de ovinos nos municípios de Carapebus
(A, B, C, E, F e G), São Francisco de Itabapoana (I e J) e São João da
Barra (D e H), Estado do Rio de Janeiro.
Propriedade Tipo de Criação
Veterinário
1
Higiene
2
Coordenadas Semi-intensiva
Intensiva
Sim Não
Sim Não
A
22
o
09’44.1 S
41
o
36’12.1 O
X
X
X
B
22
o
07’43.2 S
41
o
40’50.5 O
X
X
X
C
22
o
11’30.1 S
41
o
40’26.4 O
X
X
X
D
21
o
43’05.4 S
41
o
05’11.4 O
X
X
X
E
22
o
12’48.8 S
41
o
39’21.2 O
X
X
X
F
22
o
16’47.1 S
41
o
41’57.0 O
X
X
X
G
21
o
43’04.0 S
41
o
03’33.5 O
X
X
X
H
22
o
11’30.1 S
41
o
40’26.4 O
X
X
X
I
21
o
19’11.7 S
41
o
15’29.9 O
X
X
X
J
21
o
18’51.2 S
41
o
14’50.2 O
X
X
X
TOTAL 6 4
4 6
4 6
1
Propriedades com assistência veterinária regular.
2
Considerando a limpeza das instalações.
35
Figura 1 - Localização das propriedades avaliadas quanto à presença
de oocistos de Cryptosporidium spp. em ovinos no município
de Carapebus, estado do Rio de Janeiro.
Figura 2 - Localização das propriedades avaliadas quanto à presença
de oocistos de Cryptosporidium spp. em ovinos no município
de São João da Barra, estado do Rio de Janeiro.
36
Figura 3 - Localização das propriedades avaliadas quanto à presença
de oocistos de Cryptosporidium spp. em ovinos no município
de São Francisco de Itabapoana, estado do Rio de Janeiro.
4.2. TÉCNICAS DE DIAGNÓSTICO
As técnicas utilizadas no diagnóstico da presença de oocistos de
Cryptosporidium spp. (Figura 4) nas fezes de ovinos da raça Santa Inês de
propriedades dos municípios de Carapebus, São João da Barra e o Francisco do
Itabapoana tiveram resultados extremamente diferentes quando comparadas pelo
teste do χ
2
(Tabela 3).
37
Figura 4 Oocistos de Cryptosporidium spp. () isolados de fezes de ovinos da
raça Santa Inês. Em A e B, coloração pela técnica de Ziehl-Neelsen
modificada, onde as setas destacam a parede do oocisto e esporozoítas
realçado pela fuccina, respectivamente. Em C e D, microscopia de
contraste de fase, após centrifugo-flutuação em solução saturada de
sacarose, onde as setas destacam a parede do oocisto e núcleo do
esporozoíta, respectivamente.
A B
C D
A B
C D
38
Tabela 3 - Aspectos comparativos das técnicas empregadas no diagnóstico da
presença de oocistos de Cryptosporidium spp. em ovinos da raça Santa
Inês nos municípios de Carapebus, São João da Barra e São Francisco
do Itabapoana, Estado do Rio de Janeiro.
Variáveis
Criação
χ
χχ
χ
2 a
Valor de
P
Risco
relativo
(Rr)
In
tervalo de
confiança
(95%)
b
Positiva Negativa
Ziehl-
Neelsen
53 77
8,566
0,0034 0,77 0,6490-0,9135
Contraste
de fase
30 100
a
Com correção de Yates.
b
Com aproximação de Katz.
4.2.1. Diagnóstico pela Técnica de Ziehl-Neelsen modificada
Não foram observadas diferenças significativas quanto à presença de
Cryptosporidium spp. nas fezes de ovinos raça Santa Inês em diversas fases de
criação nas propriedades dos municípios de Carapebus, São João da Barra e São
Francisco do Itabapoana (Tabela 4).
39
Tabela 4 Distribuição dos oocistos de Cryptosporidium spp. em fezes de ovinos da raça Santa Inês analisadas pela
Técnica de Ziehl Neelsen modificada nos municípios de Carapebus (A, B, C, E, F, G), São João da Barra (D
e H) e São Francisco do Itabapoana (I e J), Estado do Rio de Janeiro.
Machos
Fêmeas
Propriedades
Reprodutor
Borregos
Gestante Amamentando
Secas Borregas Totais
(+/) (+/)
(+/) (+/) (+/) (+/) (+/)
A 1/0 2/1
- - - 4/2 7/3
B 0/1 3/0
1/0 - 2/1 1/1 7/3
C 1/0 0/3
- - 4/1 0/1 5/5
D 0/1 0/6
- 0/1 0/7 3/2 3/17
E 1/0 0/1
1/1 - 2/4 - 4/6
F 0/1 -
- - 7/1 1/0 8/2
G 1/0 0/2
- 1/0 0/3 0/3 2/8
H 0/1 0/3
0/1 1/6 1/6 1/0 3/17
I 0/2 3/3
2/3 - 1/0 1/0 7/8
J 0/1 0/1
- 4/5 3/1 - 7/8
Total 4/7 8/20
4/5 6/12 20/24 11/9 53/77
Teste de χ
2
(P=0,4997) para avaliação entre colunas e intervalo de confiança de 95%.
40
4.2.1.1. Segundo o Sexo
Não foram observadas diferenças significativas entre machos e fêmeas
para a presença de Cryptosporidium spp. nas fezes de ovinos raça Santa Inês
das propriedades dos municípios de Carapebus, São João da Barra e São
Francisco do Itabapoana (Tabela 5).
Tabela 5 Resultado comparativo pela Técnica de Ziehl-Neelsen modificada no
diagnóstico da presença de oocistos de Cryptosporidium spp. em
relação ao sexo de ovinos da raça Santa Inês nos municípios de
Carapebus, São João da Barra e São Francisco do Itabapoana, no
Estado do Rio de Janeiro.
Variáveis
Criação
χ
χχ
χ
2
Valor de
P
Risco
relativo
(Rr)
Intervalo de
confiança
(95%)
a
Positiva Negativa
Fêmea 41 50
- 0,1728 0,7937 0,5998-1,050
Macho
12 27
a
Com aproximação de Katz.
4.2.1.2. Segundo idade dos machos
Não foram observadas diferenças significativas entre reprodutor e borrego
para a presença de Cryptosporidium spp. nas fezes de ovinos raça Santa Inês
das propriedades dos municípios de Carapebus, São João da Barra e São
Francisco do Itabapoana (Tabela 6).
41
Tabela 6 Resultado comparativo pela Técnica de Ziehl-Neelsen modificada no
diagnóstico da presença de oocistos de Cryptosporidium spp. em
relação à idade dos machos ovinos da raça Santa Inês nos
municípios de Carapebus, São João da Barra e São Francisco do
Itabapoana, no Estado do Rio de Janeiro.
Variáveis
Criação
χ
χχ
χ
2
Valor de
P
Risco
relativo
(Rr)
Intervalo de
confiança
(95%)
a
Positiva Negativa
Reprodutor
4 7
- 0,7086 0,8909 0,5379-1,476
Borrego
8 20
a
Com aproximação de Katz.
4.2.1.3. Segundo idade de fêmeas
Não foram observadas diferenças significativas entre idades de fêmeas
para a presença de Cryptosporidium spp. nas fezes de ovinos raça Santa Inês
das propriedades dos municípios de Carapebus, São João da Barra e São
Francisco do Itabapoana (Tabela 7).
42
Tabela 7 Resultado comparativo pela Técnica de Ziehl-Neelsen modificada no
diagnóstico da presença de oocistos de Cryptosporidium spp. em
relação à idade das fêmeas de ovinos da raça Santa Inês nos
municípios de Carapebus, São João da Barra e São Francisco do
Itabapoana, no Estado do Rio de Janeiro.
Variáveis
Criação
χ
χχ
χ
2
Valor de
P
Risco
relativo
(Rr)
Intervalo de
confiança
(95%)
a
Positiva Negativa
Periparto 10 17
- 0,3627 1,221 0,8398-1,776
Solteira
31 33
a
Com aproximação de Katz.
4.2.2. Diagnóstico pela Microscopia de Contraste de Fase
Não foram observadas diferenças significativas quanto à presença de
Cryptosporidium spp. nas fezes de ovinos raça Santa Inês em diversas fases de
criação nas propriedades dos municípios de Carapebus, São João da Barra e
São Francisco do Itabapoana (Tabela 8).
4.2.2.1. Segundo o Sexo
Não foram observadas diferenças significativas entre machos e fêmeas
para a presença de Cryptosporidium spp. em fezes de ovinos raça Santa Inês
das propriedades dos municípios de Carapebus, São João da Barra e São
Francisco do Itabapoana (Tabela 9).
43
4.2.2.2. Segundo a idade dos machos
Não foram observadas diferenças significativas entre borregos e
reprodutores para a presença de Cryptosporidium spp. nas fezes de ovinos raça
Santa Inês das propriedades dos municípios de Carapebus, São João da Barra e
São Francisco do Itabapoana (Tabela 10).
44
Tabela 8 Distribuição dos oocistos de Cryptosporidium spp. em fezes de ovinos da raça Santa Inês analisadas por
Microscopia de Contraste de Fase nos municípios de Carapebus (A, B, C, E, F, G), São João da Barra (D e
H) e São Francisco do Itabapoana (I e J), Estado do Rio de Janeiro.
Machos
Fêmeas
Propriedades
Reprodutor
Borregos
Gestante Amamentando
Secas Borregas Totais
(+/) (+/)
(+/) (+/) (+/) (+/) (+/)
A 1/0 1/2
- - - 1/5 3/7
B 0/1 0/3
0/1 - 0/3 0/2 0/10
C 0/1 2/1
- - 3/2 1/0 6/4
D 0/1 1/5
- 0/1 1/6 2/3 4/16
E 0/1 0/1
0/2 - 1/5 - 1/9
F 1/0 -
- - 3/5 1/0 5/5
G 0/1 0/2
- 1/0 0/3 0/3 1/9
H 0/1 0/3
0/1 2/5 1/6 0/1 3/17
I 0/2 0/6
2/3 - 1/0 1/0 4/11
J 0/1 0/1
- 2/7 1/3 - 3/12
Total 2/9 4/24
2/7 5/13 11/33 6/14 30/100
Teste de
χ
2
(P=0,8169) para avaliação entre colunas e intervalo de confiança de 95%.
45
Tabela 9 Resultado comparativo através de microscopia de Contraste de Fase
no diagnóstico da presença de oocistos de Cryptosporidium spp. em
relação ao sexo de ovinos da raça Santa Inês nos municípios de
Carapebus, São João da Barra e São Francisco do Itabapoana, no
Estado do Rio de Janeiro.
Variáveis
Criação
χ
χχ
χ
2
Valor de
P
Risco
relativo
(Rr)
Intervalo de
confiança
(95%)
a
Positiva Negativa
Fêmea 24 67
- 0,2556 0,8701 0,7255-1,044
Macho
6 33
a
Com aproximação de Katz.
Tabela 10 Resultado comparativo através de microscopia de Contraste de Fase
no diagnóstico da presença de oocistos de Cryptosporidium spp. em
relação à idade dos machos ovinos da raça Santa Inês nos municípios
de Carapebus, São João da Barra e São Francisco do Itabapoana, no
Estado do Rio de Janeiro.
Variáveis
Criação
χ
χχ
χ
2
Valor de
P
Risco
relativo
(Rr)
Intervalo de
confiança
(95%)
a
Positiva Negativa
reprodutor 2 9
- 1,000 0,9545 0,6952-1,311
borrego
4 24
a
Com aproximação de Katz.
4.2.2.3. Segundo a idade das fêmeas
Não foram observadas diferenças significativas entre fêmeas no periparto e
solteiras para a presença de Cryptosporidium spp. nas fezes de ovinos raça Santa
Inês das propriedades dos municípios de Carapebus, São João da Barra e São
Francisco do Itabapoana (Tabela 11).
46
Tabela 11Resultado comparativo através de microscopia de Contraste de Fase
no diagnóstico da presença de oocistos de Cryptosporidium spp. em
relação à idade das fêmeas de ovinos da raça Santa Inês nos
municípios de Carapebus, São João da Barra e São Francisco do
Itabapoana, no Estado do Rio de Janeiro.
Variáveis
Criação
χ
χχ
χ
2
Valor de
P
Risco
relativo
(Rr)
Intervalo de
confiança
(95%)
a
Positiva Negativa
Periparto 7 20
- 1,000 1,009 0,7719-1,318
Solteira
17 47
a
Com aproximação de Katz.
4.3. MORFOMETRIA
As medidas dos oocistos diferiram significativamente quando oocistos
foram corados pela Técnica de Ziehl-Neelsen modificada e visualizados
diretamente pelo contraste de fase, após centrifugo-flutuação em solução saturada
de sacarose (Tabela12).
Tabela 12 Estatística das medidas de oocistos de Cryptosporidium spp. em
fezes de ovinos da raça Santa Inês.
Medidas (µm)
Técnicas de diagnóstico Valor de
N
a
Ziehl-Neelsen
n Contraste de fase
P
b
Diâmetro maior
177
4,48±0,82
(6,88-3,02)
73
5,12±0,90
(7,18-3,17)
< 0,0001
Diâmetro menor
177
3,84±0,71
(6,41-2,80)
73
4,40±0,86
(6,38-3,02)
< 0,0001
Índice morfométrico
177
1,18±0,12
(1,60-1,00)
73
1,17±0,11
(1,50-1,01)
0,8593
a
número de amostras analisadas
b
Valor de P pelo Teste t de Student
c
Valores entre parênteses são as medidas máximas e mínimas observadas.
47
A forma principal dos oocistos foi verificada através da comparação do
diâmetro maior e menor em ambas as técnicas de diagnóstico (Tabela 13) e
através da regressão linear da razão do diâmetro maior sobre o menor (Figuras 2
e 3).
Tabela 13 –Medidas do diâmetro maior e menor de oocistos de Cryptosporidium
spp. em fezes de ovinos da raça Santa Inês.
Medidas (µm)
Medidas dos Diâmetros (µm)
Valor de
n Maior
menor P
a
Ziehl-Neelsen
177
4,48±0,82
(6,88-3,02)
3,84±0,71
(6,41-2,80)
< 0,0001
Contraste de fase
73
5,12±0,90
(7,18-3,17)
4,40±0,86
(6,38-3,02)
< 0,0001
Valores entre parênteses são as medidas máximas e mínimas observadas.
a
Teste t de Student
48
Figura 5 - Regressão linear do diâmetro maior sobre o diâmetro menor para 177
oocistos de Cryptosporidium spp. diagnosticados através da Técnica de
Ziehl-Neelsen modificada e microscopia óptica. Considerado
extremamente significativo (P<0,0001), onde Y= 0,5153 + 0,7406X, R
2
= 0,7378 e r=0,8590.
Figura 6 - Regressão linear do diâmetro maior sobre o diâmetro menor para 73
oocistos de Cryptosporidium spp. diagnosticados através de
microscopia direta com contraste de fase. Considerado extremamente
significativo (P<0,0001), onde Y= -0,0346 + 0,8658X, R
2
= 0,8085 e
r=0,8991.
DIÂMETRO MAIOR
D
i
â
m
e
t
r
o
m
e
n
o
r
DIÂMETRO MAIOR
D
i
â
m
e
t
r
o
m
e
n
o
r
DIÂMETRO MAIOR
D
i
â
m
e
t
r
o
m
e
n
o
r
DIÂMETRO MAIOR
D
i
â
m
e
t
r
o
m
e
n
o
r
49
4.4. FATORES DE RISCO
4.4.1. Sistema de Criação
Foi observada diferença extremamente significativa quanto ao sistema de
criação para a Técnica de Ziehl-Neelsen modificada onde os ovinos que são
criados em regime intensivo apresentaram mais risco de infecção por
Cryptosporidium spp. (Tabela 14).
Tabela 14 Participação do sistema de criação na presença de oocistos do
gênero Cryptosporidium nas fezes de ovinos da raça Santa Inês,
procedentes da microrregião de Campos dos Goytacazes, Estado do
Rio de Janeiro, pela técnica de Ziehl-Neelsen modificada.
Variáveis
Criação
χ
χχ
χ
2
Valor de
P
Risco
relativo
(Rr)
Intervalo de
confiança
(95%)
a
Positiva Negativa
Intensiva 24 16
- 0,0038 0,5902 0,3934-0,8853
Semi-
intensiva
29 61
a
Com aproximação de Katz.
Através do diagnóstico de Cryptosporidium spp. em microscopia de
contraste de fase não se observou diferença significativa entre os sistemas
Intensivo e semi-intensivo de criação de ovinos (Tabela 15).
50
Tabela 15 Participação do sistema de criação na presença de oocistos do
gênero Cryptosporidium nas fezes de ovinos da raça Santa Inês,
procedentes da microrregião de Campos dos Goytacazes, Estado do
Rio de Janeiro, pela técnica de centrífugo-flutuação em microscopia
de contraste de fase.
Variáveis
Criação
χ
χχ
χ
2
Valor de
P
Risco
relativo
(Rr)
Intervalo de
confiança
(95%)
a
Positiva Negativa
Intensiva 12 28
- 0,2603 0,8750 0,6968-1,099
Semi-
intensiva
18 72
a
Com aproximação de Katz.
4.4.2. Assistência Veterinária
Foram observados risco relativo extremamente significativo e não
significativo para a ausência de assistência veterinária regular nas criações de
ovinos, quando diagnosticou-se a presença de Cryptosporidium spp. através da
Técnica de Ziehl-Neelsen modificada e contraste de fase em microscopia óptica,
respectivamente (Tabelas 16 e 17).
51
Tabela 16 - Participação da Assistência Veterinária na presença de oocistos do
gênero Cryptosporidium nas fezes de ovinos da raça Santa Inês,
procedentes da microrregião de Campos dos Goytacazes, Estado do
Rio de Janeiro, pela técnica de Ziehl-Neelsen modificada.
Variáveis
Criação
χ
χχ
χ
2 a
Valor de
P
Risco
relativo
(Rr)
Intervalo de
confiança
(95%)
b
Positiva Negativa
Sim 20 50
8,282
0,004 1,587 1,157-2,179
Não
33 27
a
Com correção de Yates.
b
Com aproximação de Katz.
Tabela 17 - Participação da Assistência Veterinária na presença de oocistos do
gênero Cryptosporidium nas fezes de ovinos da raça Santa Inês,
procedentes da microrregião de Campos dos Goytacazes, Estado do
Rio de Janeiro, pela técnica de centrífugo-flutuação em microscopia
de contraste de fase.
Variáveis
Criação
χ
χχ
χ
2 a
Valor
de P
Risco
relativo
(Rr)
Intervalo de
confiança
(95%)
b
Positiva Negativa
Sim 14 56
0,4769
0,4898 1,091 0,9000-1,322
Não
16 44
a
Com correção de Yates.
b
Com aproximação de Katz.
4.4.3. Higiene
A deficiência na limpeza das instalações foi considerada como fator de risco
para a presença de Cryptosporidium spp. em fezes de ovinos em criações da
região Norte Fluminense. Estes resultados foram iguais tanto para o diagnóstico
52
por Ziehl-Neelsen modificado como para microscopia em contraste de fase
(Tabelas 18 e 19).
Tabela 18 - Participação da Higiene na presença de oocistos do gênero
Cryptosporidium nas fezes de ovinos da raça Santa Inês,
procedentes da microrregião de Campos dos Goytacazes, Estado do
Rio de Janeiro, pela técnica de Ziehl-Neelsen modificada.
Variáveis
Criação
χ
χχ
χ
2 a
Valor de
P
Risco
relativo
(Rr)
Intervalo de
confiança
(95%)
b
Positiva Negativa
Sim 12 48
18,34
<0,0001 1,931 1,422-2,622
Não
41 29
a
Com correção de Yates.
b
Com aproximação de Katz.
Tabela 19 - Participação da Higiene na presença de oocistos do gênero
Cryptosporidium nas fezes de ovinos da raça Santa Inês,
procedentes da microrregião de Campos dos Goytacazes, Estado do
Rio de Janeiro, pela técnica de centrífugo-flutuação em microscopia
de contraste de fase.
Variáveis
Criação
χ
χχ
χ
2
Valor de
P
Risco
relativo
(Rr)
Intervalo de
confiança
(95%)
a
Positiva Negativa
Sim 8 52
- 0,0209 1,264 1,048-1,524
Não
22 48
a
Com aproximação de Katz.
53
4.4.4. Alterações Clínicas
Alterações clínicas como apatia, anorexia e diarréia não foram
consideradas como fator de importância quanto à presença de Cryptosporidium
spp. nas fezes dos ovinos avaliadas em ambas as técnicas de diagnóstico deste
trabalho de pesquisa (Tabelas 20 e 21).
Tabela 20 - Participação das Alterações clínicas (apatia, anorexia e diarréia) na
presença de oocistos do gênero Cryptosporidium nas fezes de ovinos
da raça Santa Inês, procedentes da microrregião de Campos dos
Goytacazes, Estado do Rio de Janeiro, pela técnica de Ziehl-Neelsen
modificada.
Variáveis
Criação
χ
χχ
χ
2
Valor de
P
Risco
relativo
(Rr)
Intervalo de
confiança
(95%)
a
Positiva Negativa
Sim 31 39
- 0,4742 0,8797 0,6621-1,169
Não
22 38
a
Com aproximação de Katz.
Tabela 21 - Participação das Alterações clínicas (apatia, anorexia e diarréia) na
presença de oocistos do gênero Cryptosporidium nas fezes de
ovinos da raça Santa Inês, procedentes da microrregião de Campos
dos Goytacazes, Estado do Rio de Janeiro, pela técnica de
centrífugo-flutuação em microscopia de contraste de fase.
Variáveis
Criação
χ
χχ
χ
2 a
Valor de
P
Risco
relativo
(Rr)
Intervalo de
confiança
(95%)
b
Positiva Negativa
Sim 19 51
0,959
8
0,3272 0,8921 0,7402-1,075
Não
11 49
a
Com correção de Yates.
b
Com aproximação de Katz.
54
4.4.5. Fonte de água
Ovinos avaliados quanto à presença de Cryptosporidium spp. em suas
fezes tiveram mais risco quando consumiam água sem tratamento para
diagnóstico através da Técnica de Ziehl-Neelsen modificada (Tabela 22).
Tabela 22 - Participação da Fonte de água na presença de oocistos do gênero
Cryptosporidium nas fezes de ovinos da raça Santa Inês,
procedentes da microrregião de Campos dos Goytacazes, Estado do
Rio de Janeiro, pela técnica de Ziehl-Neelsen modificada.
Variáveis
Criação
χ
χχ
χ
2 a
Valor de
P
Risco
relativo
(Rr)
Intervalo de
confiança
(95%)
b
Positiva Negativa
Tratada 25 50
3,364
0,0666 1,358 0,9929-1,857
Sem
tratamento
28 27
a
Com correção de Yates.
b
Com aproximação de Katz.
O consumo de água tratada e sem tratamento não diferiu significativamente
para a presença de Cryptosporidium spp. em fezes de ovinos avaliadas pelo
contraste de fase (Tabela 23).
55
Tabela 23 - Participação da Fonte de água na presença de oocistos do gênero
Cryptosporidium nas fezes de ovinos da raça Santa Inês, procedentes da
microrregião de Campos dos Goytacazes, Estado do Rio de Janeiro, pela técnica
de centrífugo-flutuação em microscopia de contraste de fase.
Variáveis
Criação
χ
χχ
χ
2 a
Valor de
P
Risco
relativo
(Rr)
Intervalo de
confiança
(95%)
b
Positiva Negativa
Tratada 17 58
0,016
81
0,8968 1,013 0,8363-1,226
Sem
tratamento
13 42
a
Com correção de Yates.
b
Com aproximação de Katz.
56
5. DISCUSSÃO
5.1. ZIEHL-NEELSEN x CONTRASTE DE FASE
O diagnóstico da presença de Cryptosporidium spp. nas fezes dos ovinos
desta pesquisa (Figura 1), pela técnica de Ziehl-Neelsen modifocada, foi mais
prevalente comparado à microscopia de contraste de fase (Tabela 3). Em estudo
realizado em humano nos Estados Unidos, a técnica de Ziehl-Neelsen modificada
foi considerada o melhor método de diagnóstico para oocistos de Cryptosporidium
spp. quando comparado à microscopia de contraste de fase, segundo Garcia et al.
(1983). Este resultado contradiz aos observados por DeCARLI (1994), onde
observou que as técnicas de concentração por centrifugo-flutuação em soluções
saturadas o mais efetivas que as de concentração por sedimentação. Este fato
pode ser explicado pela grande contaminação de bactérias e leveduras
observadas no contraste de fase acarretando dificuldade na observação da
morfologia do oocisto para o efetivo diagnóstico, fato não ocorrido nos esfregaços
corados (Ziehl-Neelsen) que, além de ser uma técnica seletiva a organismos
álcool-ácido resistentes, evidenciam os oocistos facilitando o diagnóstico. Esta
técnica, embora seja menos efetiva, é mais seletiva, o que determinou sua maior
prevalência em amostras com grande número de microorganismos como
contaminante.
5.1.1. Fases de Criação
Não observaram diferenças significativas com relação à idade dos animais
desta pesquisa em relação à presença de Cryptosporidim spp., tanto pela técnica
de Ziehl-Neelsen modificada, quanto pela microscopia de contraste de fase após
57
concentração em solução de sacarose. Da mesma forma, Alonso-Fresán et al.
(2005) não observaram correlação entre a prevalência do protozoário e a idade
dos ovinos. No Chile, Valenzuela et al. (1991) e Gorman et al. (1990) acharam as
prevalências de 3,5% e 7,9%, respectivamente, em ovinos sem diferença
estatística entre as categorias, concordando também com os resultados do
presente trabalho. Em contrapartida outras pesquisas descrevem animais jovens
como mais susceptíveis à parasitose em pauta, como no trabalho realizado por
Majewska et al. (2000), que verificaram, através da técnica de Ziehl-Neelsen
modificada, que os ovinos jovens apresentavam-se mais parasitados do que os
adultos. Mais recentemente, estudo de Castro-Hermida et al (2007) foi observado
que os ovinos jovens foram estatisticamente mais parasitados do que os adultos.
Também o trabalho de Santin et al. (2007) realizado em Maryland através de
coletas de amostras em 32 ovelhas do primeiro ao terceiro dia pós-parto e 31
ovinos jovens, obteve-se, após análises de PCR, uma maior prevalência de
Cryptosporidium spp. em jovens (77,4%) do que nas ovelhas adultas (25%).
As divergências de resultados podem ser atribuídas a períodos de coletas,
diferenças topográficas e climáticas que influenciam sazonalmente a ocorrência do
parasita. Outro fator também foi ressaltado no trabalho de Santin et al. (2007),
onde foi observado que a prevalência de Cryptosporidium pode ser subestimada
nas técnicas de microscopia e molecular, onde somente uma amostra de fezes é
coletada por animal. Desta forma, coletas durante períodos diferentes e com
repetições podem melhor avaliar a presença de Cryptosporidium nas fezes de
ovinos em diferentes fases de criação.
5.1.2. Morfometria
Foi observado que os oocistos diminuem de tamanho quando
diagnosticados pela Técnica de Ziehl-Neelsen, visto pela extrema diferença (P<
0,0001) do DM x dm, mas, em ambas as técnicas, a forma dos oocistos se
58
mantém, uma vez que o IM não diferiu estatisticamente (Tabela 12). Da mesma
maneira, no trabalho realizado por Cardozo (2005), os oocistos isolados em
frangos de C. baileyi também tiveram alteração somente no tamanho através das
técnicas de Ziehl-Neelsen e centrifugo-flutuação em observação em campo
brilhante. A diminuição dos oocistos, quando submetidos à técnica de coloração
(Ziehl-Neelsen) desta pesquisa pode ser explicada pela fixação do material fecal
em formol a 10%, mas esta hipótese precisa ser confirmada.
A forma elipsoidal foi a mais diagnosticada tanto quando os oocistos de
Cryptosporidium spp. em ovinos foram observados pela Técnica de Ziehl-Neelsen,
bem como em contraste de fase e confirmados, através do IM (Tabela 12) e pelo
valor de “r” dados pela regressão linear (Figuras 5 e 6). Segundo Oliveira et al.
(2002), a inclinação de regressão dada pelo valor de “r” é melhor parâmetro para
avaliar a forma dos oocistos. Esta também serve para identificar a projeção linear
da distribuição dos oocistos (Figuras 5 e 6) e assim diferenciar oocistos dentro de
uma mesma espécie e em espécies pertencentes ao mesmo gênero.
Logo, observando os distintos tamanhos (Tabela 12) e formas dos oocistos
diagnosticados nesta pesquisa, dados pela distribuição dos mesmos sobre a reta
de regressão, pode-se inferir que os ovinos estão parasitados por distintas
espécies e que dentro de uma mesma espécie os oocistos podem ter variado de
tamanho, mas permanecem com o formato característico da espécie (P< 0,0001)
para ambas as técnicas de diagnóstico (Figuras 5 e 6).
5.2. FATORES DE RISCO
5.2.1. Sistema de Criação
Foi observado aumento no risco da infecção por espécies do gênero
Cryptosporidium em ovinos submetidos ao sistema intensivo de criação, quando o
59
diagnóstico foi feito através da técnica de Ziehl-Neelsen modificada. No entanto,
no exame de microscopia de contraste de fase, os sistemas intensivo e semi-
intensivo não apresentaram diferença significativa com relação ao risco à infecção.
Como nesta pesquisa os resultados pelo esfregaço corado foram mais fidedignos
(ver discussão da página 55), pode-se dizer que pelo fato dos animais ficarem
mais tempo nas instalações, eles tornam-se mais infectados porque estas não são
limpas freqüentemente, onde se tornam um ambiente sujo e úmido, o que
favorece a presença do protozoário, concordando com a maioria dos trabalhos
publicados (MOHAMMED et al., 1999; CAUSAPÉ et al., 2002; BOMFIM et al.,
2005). Assim, pode-se inferir que os ovinos criados intensivamente correm mais
riscos de infecção por espécies do gênero Cryptosporidium.
5.2.2. Assistência Veterinária
A assistência técnica especializada é um fator importante, visto que a
ausência de veterinário regularmente na propriedade foi fator de risco para a
presença de Cryptosporidium spp. nos ovinos examinados pela técnica de Ziehl-
Neelsen (Tabela 16) . Segundo Almeida (2006), a presença ou ausência de
veterinário não contribui para presença do parasito, discordando dos resultados
pelo Ziehl-Neelsen, mas corroborando com os resultados obtidos em microscopia
de contraste de fase (Tabela 17). A explicação dada por Almeida (2006) é que os
oocistos de Cryptosporidium spp. são resistentes, o que facilita sua manutenção
no ambiente e conseqüente circulação entre os animais, mesmo possuindo
assistência técnica e com esforços para manutenção e condições de manejo a
infecção. Embora serem estas afirmações interessantes e vistas também em
outros trabalhos com outros agentes patógenos (MAINAR-JAIME e VÁZQUEZ-
BOLAND, 1999), não se pode descartar a influência da infecção por falta de
assistência.
60
5.2.3. Higiene
Ocorreram diferenças significativas em ambas as técnicas de diagnóstico
da presença de Cryptosporidium spp. nos animais avaliados nesta pesquisa em
relação à higiene das instalações. Da mesma maneira, no trabalho de Majewska
et al. (2000) desenvolvido na Polônia, as más condições de higiene aumentavam a
influência de exposição dos animais à infecção por Cryptosporidium spp., assim
como os trabalhos realizados por Mohammed et al. (1999) em bovinos e Causapé
et al. (2002) em ovinos. Outros trabalhos relatam que as condições desfavoráveis,
como a alta umidade e temperaturas inferiores a 20
o
C (CAREY et al., 2004),
contribuem para a sobrevivência dos oocistos de C. parvum no ambiente por seis
meses (FAYER et al., 1998).
5.2.4. Alterações Clínicas
Com relação às alterações clinicas apresentadas por alguns animais, não
houve diferença estatística para aqueles que apresentavam ou não sintomas tanto
pelas técnicas de Ziehl-Neelsen modificada, quanto pela microscopia de contraste
de fase, demonstrando assim que a presença de anorexia, apatia e diarréia não
está diretamente atribuída à presença de oocistos de Cryptosporidium spp. nas
fezes de ovinos.
As principais manifestações clinicas observadas pela criptosporidiose são
apatia, anorexia, dores abdominais e diarréia (SNODGRASS et al., 1984;
KOUDELA et al., 1997; ORTEGA-MORA et al., 1994; ANDERSON, 1982; ANGUS
et al., 1982). Segundo Majewska et al. (2000), tanto ovinos jovens quanto adultos
parasitados mostravam-se assintomáticos, justificando-se a importância destes
animais na cadeia epidemiológica. Na Espanha, Causapé et al. (2002) acharam a
prevalência de Cryptosporidium spp. de 7,8% e 59% em ovinos assintomáticos
61
adultos e jovens, respectivamente. Segundo Ortega-Mora et al. (1999), os adultos
são reservatórios subclínicos de Cryptosporidium spp., e os jovens aparentemente
sadios podem ser fontes de infecção para os outros animais (NASSIF et al., 2002).
Através de estudos realizados por Ryan et al. (2005) na Austrália, foi verificado
que não houve diferença significativa entre diarréia e a presença de
Cryptosporidium spp. nas fezes de ovinos.
5.2.5. Fonte de água
Foi observado risco relativo para ovinos que bebiam água sem tratamento,
visto pela diferença estatística em relação às fontes de água e a presença de
Cryptosporidium spp., quando o diagnóstico foi feito pelo Ziehl-Neelsen, ao
contrário do que se observou em contraste de fase. A ocorrência de oocistos do
gênero Cryptosporidium no ambiente aquático tem sido verificada em vários
países. Vários surtos da doença foram atribuídos ao consumo de água
contaminada, sejam elas submetidas ou não ao tratamento por cloro ou outros
processos tais como coagulação, sedimentação e filtração em areia (CETESB,
2000), uma vez que os oocistos são resistentes a vários desinfetantes bem como
a secagem e ao congelamento (QUIGLEY, 2001). Na Costa Rica, 14 amostras de
águas superficiais foram analisadas, sendo sete de água não tratada e sete de
água tratada sem cloração, e verificou-se que o parasito estava presente em
85,7% das amostras de água não-tratada e em 57% das amostras de água tratada
(LUNA et al., 2002).
No Brasil, dados obtidos por Gamba et al. (2000) e Franco et al. (2001)
mostraram a presença de oocistos em poços localizados na cidade de
Itaquaquecetuba (SP) e nas águas superficiais do rio Atibaia em Campinas (SP).
Estes dados levam a hipótese de haver contaminação em ambos os tipos de
fontes de água pelo protozoário em pauta, embora os resultados de Ziehl-Neelsen
contradizem este fato.
62
6. CONCLUSÃO
Após análise dos resultados da presença de oocistos de Cryptosporidium
spp. em fezes de ovinos em sistemas intensivo e semi-intensivo de criação da
microrregião de Campos dos Goytacazes, pelas técnicas de Ziehl-Neelsen
modificada e centrífugo-flutuação em microscopia de contraste de fase, pode-se
concluir que:
1. Oocistos estão presentes de forma enzoótica nas criações de ovinos;
2. A técnica de Ziehl-Neelsen foi mais efetiva para análise do fator de
risco no processo de contaminação do rebanho;
3. A importância do manejo na criação de ovinos independe do sistema
de criação e é responsável por manter a contaminação no rebanho
estudado;
4. Provavelmente, existam espécies distintas de Cryptosporidium spp.
parasitando os ovinos;
5. A falta de higiene das instalações foi o mais importante fator de risco
para a infecção por espécies do gênero Cryptosporidium em ovinos.
63
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77
APÊNDICE
Nº____
QUESTIONÁRIO EPIDEMIOLÓGICO PARA DETECÇÃO DE
CRIPTOSPORIDIOSE EM OVINOS
Data:
Nome:
Raça:
Local:
Nº de animais: Nº de amostras coletadas:
Localização em coordenadas:
1. INSTALAÇÕES
Água:
( ) Torneira ( ) rio
( ) Filtrada ( )poço
( ) Bebedouro ( )outro
Tipo de piso:
Banheiros
( ) Fossa
( ) Céu aberto
Além dos tratadores, há acesso de outras pessoas?
( ) Sim
( ) Não
78
Existe outros animais no mesmo ambiente?
( ) Sim Quais?
( ) Não
Os animais têm contato com a alimentação dos ovinos?
( ) Sim
Quais?_________________________________________________
( ) Não
Os animais têm contato com a fonte de água dos ovinos?
( ) Sim
Quais?_________________________________________________
( ) Não
Histórico de ratos?
( ) Sim Qual
frequência?_________________________________________
( ) Não
- limpeza das instalações( lavadas, raspadas...)
- depósito das fezes (esterqueiras, fossa, rio...)
-residência próxima?
-presença de crianças?
2. MANEJO
Possui veterinário responsável?
( ) Sim
( ) Não
Sistema de produção:
( ) Empresarial
( ) Pré-empresarial
79
( ) Familiar
Sistema de manejo:
( ) Intensivo
( ) Semi-intensivo
( ) Extensivo
Alimentação:
( ) Pastagem ( ) Cana picada ( ) Feno
( ) Silagem ( ) Concentrado
Como é o manejo dos animais?
( ) Excelente ( ) Satisfatório
( ) Bom ( ) Ruim
Como são as condições higiênico-sanitárias?
( ) Excelentes ( ) Satisfatórias
( ) Boas ( ) Ruins
3. SANIDADE
Vacinação?
( ) Sim
Quais:_______________________________________________
( ) Não
Everminação?
( ) Sim Quais medicamentos
administrados?________________________ ( ) Não
Outros medicamentos administrados?
( ) Sim Quais medicamentos
administrados?________________________ ( ) Não
Quadros esporádicos de:
( ) Diarréia
80
( ) Vômito
Exame parasitológico?
( ) Sim Quais:
_________________________________________________
Resultados:
_____________________________________________
( ) Não
Presença de ectoparasitos?
( ) Sim
Quais:_________________________________________________
( ) Não
Estado geral:
( ) Saudáveis
( ) Bom
( ) Regular
Achados clínicos gerais:
( ) Febre ( ) Anorexia ( ) Diarréia
( ) Vômito ( ) Lesões de pele ( ) Prostração
( ) Alterações no SNC ( ) Desidratação ( ) Outros
( ) Pêlo
( ) Coloração de mucosa
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