a eliminação do agente (WILLS et al., 1987). De fato, segundo sugerem estes autores,
a vacina é capaz de controlar a doença clínica, mas não a infecção. Ainda conforme
estes autores, a explicação mais plausível de tal ocorrência é o fato da doença ocular
aguda ser causada primariamente pelo aumento nos produtos clamidiais tóxicos
solúveis na conjuntiva, e, de uma forma secundária, pelos efeitos citopáticos diretos na
replicação da bactéria na mucosa conjuntival. As vacinas contra a clamidiose felina
atualmente em uso induzem a produção de anticorpos neutralizantes destas toxinas,
contudo, tais anticorpos não têm efeito sobre a infectividade e replicação clamidial.
A maioria dos estudos sobre a detecção direta de C.felis, por meio da PCR em
gatos domésticos, foi realizado em animais com sinais clínicos de doenças do trato
respiratório superior e/ou conjuntivite. Quando avaliados somente os animais com sinais
clínicos de clamidiose no momento da colheita de material, a prevalência de 6%,
encontrada em nosso estudo, passou para 13,8% (4/29), dados bem similares aos
resultados obtidos em outros países, nos quais a prevalência foi bastante variada.
Assim, na Austrália, a prevalência variou de 11,5 a 14,3% (SYKES et al., 1997; SYKES
et al., 1999b; SYKES et al., 2001), na Suíça foi de 11,5% (VON BOMHARD et al.,
2003), no Reino Unido foi de 6,7% e 18% (MCDONALDS et al., 1998; HELPS et al.,
2001, respectivamente), no Japão 4,5% e 26,9% (IWAMOTO et al., 2001; MOCHIZUKI
et al., 2000, respectivamente) e 59,1% em gatos provenientes de abrigos municipais
para animais (CAI et al., 2001) e, na Itália, de uma população de 40 gatos avaliados,
em 22,5% foram detectados DNA de C.felis (MARSÍLIO et al., 2004).
Quando analisado os suabes de conjuntiva colhidos de gatos clinicamente
sadios, a prevalência de 4,1% obtida (Tabela 8 e 13), foi muito próxima daquela
encontrada por VON BOMHARD et al., (2003), na qual 3% (1/30) dos gatos
apresentaram DNA clamidial neste mesmo tipo de amostra.
No que diz respeito aos grupos experimentais estudados, não houve diferença
significativa entre os números de animais positivos na PCR; em síntese, a prevalência
entre cada grupo é bastante similar, ou seja, nenhum grupo apresentou predisposição
maior à infecção do que outro.