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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO
Flávia Cappello Donabela
“Sexagem fetal a partir de plasma materno”
Ribeirão Preto
2008
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Flávia Cappello Donabela
“Sexagem fetal a partir de plasma materno”
“Fetal sexing in maternal plasma”
Dissertação apresentada ao Departamento de
Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina
de Ribeirão Preto como pré-requisito para obtenção
do Título de Mestre em Biologia da Reprodução.
Área de Concentração: Ginecologia e Obstetrícia
Orientadora: Profa. Dra. Ester Silveira Ramos
Ribeirão Preto
2008
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Donabela, Flávia Cappello.
Sexagem Fetal a partir de plasma materno / Flávia Cappello Donabela;
Orientadora Profa Dra Ester Silveira Ramos. Ribeirão Preto, 2008.
98p. il.; 30cm
Dissertação (Mestrado Programa de Pós-graduação em Biologia da
Reprodução), Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de o
Paulo.
Orientadora: Ramos, Ester Silveira
Título em inglês: Fetal sexing in maternal plasma
1- Sexagem fetal, 2- TSPY, 3 – DNA livre fetal.
Folha de aprovação
Flávia Cappello Donabela
Sexagem fetal a partir de plasma materno.
Dissertação apresentada à Faculdade de
Medicina de Ribeirão Preto da Universidade
de São Paulo para obtenção do Título de
Mestre.
Área de Concentração: Ginecologia e
Obstetrícia
Aprovada em ____/____/_____
Banca examinadora
Prof.Dr.________________________________________________
Instituição_________________Assinatura_____________________
Prof.Dr.________________________________________________
Instituição_________________Assinatura_____________________
Prof.Dr.________________________________________________
Instituição_________________Assinatura_____________________
Dedico àqueles que sem eles eu não estaria
aqui:
meus pais ,Antonismar e Romana
meu irmão, Mazinho
Aqueles que mesmo longe nunca estiveram tão
perto:
meus avôs: Amadeu e Valdemar
minhas avós: Adélia, Aurora e Ercília
E ao meu grande amigo e marido Neto
AGRADEÇO
Primeiramente a DEUS,
DEUS, DEUS,
DEUS, pois Ele é tudo.
Aos meus pais por serem quem são e terem me ensinado tudo de mais
bonito e precioso que eu poderia aprender: o respeito, a verdade, a
sinceridade e a educação. Ao meu irmão Mazinho que apesar das
brigas sempre torceu e acreditou em mim. Obrigada por existirem, por
serem sempre tudo na minha vida, me apoiarem e acreditarem sempre
que eu conseguiria vencer, amo vocês!!!
Ao meu amigo, irmão, companheiro, confidente, professor e marido,
Neto obrigada por estar ao meu lado sendo meu porto seguro de
confiança, carinho, atenção e otimismo, em todos os momentos, eu te
amo!!!
À Profa. Dra. Ester Silveira Ramos, pela paciência, carinho,
ensinamentos, conselhos e orientação. Muito obrigada!!!
Ao Prof. Dr. Rui Alberto Ferriani pela amizade, carinho, confiança e
ensinamentos.
Ao Prof. Dr. Raysildo Barbosa Lôbo e à Profa. Dra. Lucia Regina
Martelli pela convivência e ensinamentos.
Aos membros da banca que me ajudaram nesta “reta final” agradeço a
atenção.
Aos demais professores do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia
da FMRP-USP pelos ensinamentos e carinho demonstrado durante o
mestrado.
Aos amigos do Bloco C do Departamento de Genética da FMRP-USP
pela convivência e ajuda no desenvolvimento do trabalho, tornando
agradável o ambiente de trabalho.
As “florzinhas” Fernanda, Lisandra, Francielle, Adriane, Juliana
Meola, Luciana, Jaqueline, Hélida, Mariana, Christina, Cristiana,
Juliana e Rita que foram minhas amigas, irmãs, “mãezinhas”,
companheiras e me ajudaram em todos os momentos difíceis e de
descontração.
A minha querida amiga e irmã Paulinha pela paciência, pelas
caronas, e pelas bolachinhas na hora do cafezinho acompanhadas de
muitas conversas e risadas.
Aos meninos Murilo, Marquinhos, Álvaro e Jair pela amizade,
sugestões, conselhos e ajuda.
Ao Athos e ao Marcelo pelos conselhos, pelas conversas, pela amizade e
carinho.
Aos técnicos do Bloco C, Marli A. V. Galerani, Reginaldo A. Vila,
Sílvio A. dos Santos, Luís A. F. Bezerra e Sebastião Paulo F. Bezerra,
pelos ensinamentos, ajuda e fundamental colaboração para a
realização deste trabalho.
À Dona Júlia pelo carinho, à Dona Elizete e à Adriana pela
convivência agradável e pelos chazinhos nas horas de estresse.
Ao Jefferson pelas análises estatísticas e pela paciência.
Às secretárias da pós-graduação do Departamento de Ginecologia e
Obstetrícia da FMRP-USP, Ilza Mazzocato por sua atenção “materna”
e pelo carinho e amizade e à Taísa Abade pela ajuda e paciência.
Obrigada por tudo!!!
Aos demais funcionários do Departamento de Ginecologia e
Obstertícia da FMRP-USP que colaboraram direta ou idiretamente
para a realização deste trabalho.
Às funcionárias e amigas do Laboratório de Reprodução: Sandra,
Auxiliadora, Albina, Roberta, Cristina, Cidinha e Marilda, pessoas
importantes que agradeço a ajuda, atenção e força para conseguir
realizar deste trabalho.
A todas as pacientes, pois sem elas eu não teria conseguido chegar até
aqui. Muito obrigada!!!!
A todos os amigos da pós-grduação da Ginecologia e Obstetrícia, em
especial Carol Sales, Elisa, Lauriane, Liana, Luciana Abreu,
Alessandra Vireque, Conrado, Janaina, Mali, Ionara pela força, apoio,
companheirismo nestes anos.
Aos funcionários do Serviço de Arquivo Médico (SAME) e do Arquivo
Semi-ativo (ASA) pelo auxílio no levantamento dos prontuários das
pacientes.
Aos meus amigos de Rio Pardo, em especial Maria Rosângela, que
apesar da distância sempre torceram por mim e me ajudaram com
palavras de afeto.
Aos meus amigos de Ribeirão em especial aos meus “compadres”
Natália e Alison, e seus filhos Mateus e “meu bonequinho” Henry; e
também os casais: Fernanda e Richard, e Claudinha e César obrigada
por estarem ao meu lado e serem meus amigos!!!
As minhas amigas Regina e Rosângela pela ajuda, conversas,
conselhos e apoio em todas as horas, obrigada!!!!
A minha família de sangue: Letícia, Leticinha e Lenita, e minha
família de coração: Tia Rosana, Tio Carvalhaes, Guilherme, Henrique,
Lígia e Léo que sempre me apoiaram e torceram por mim.
A minha “nova” família: Dona Ilza, Sr. Carlinhos, Cristina,
Emerson,”Vó” Nena, “Vô” Alcides, a todos os tios, tias, primos e ao
“meu anjinho Raul” obrigada pelas palavras doces sempre que precisei
e por me acolherem com tanto amor.
A todos que participaram de uma forma ou de outra na realização
deste trabalho, contribuindo para o meu crescimento profissional e
pessoal.
Apoio Financeiro:
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP),
bolsa mestrado processo n° 05/52365-6, e projeto regular de pesquisa
processo n° 2005/00616-5;
Fundação de Amparo ao Ensino, Pesquisa e Assistência do HCFMRP-
USP (FAEPA);
Conselho Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento Científico (CNPq)
(processo n° 408856/2006-8).
“A razão comanda meus atos, mas o
amor comanda minha vida...”
(Ghandi)
SUMÁRIO
SUMÁRIOSUMÁRIO
SUMÁRIO
I – INTRODUÇÃO..............................................................................................23
I.1. A importância do diagnóstico pré-natal.....................................................24
I.2. Célula fetal em circulação materna...........................................................25
I.2.1. Permanência de células fetais na circulação materna...........................26
I.3. DNA livre fetal em circulação materna......................................................27
I.3.1. Clearance...............................................................................................28
I.4. Aplicações da detecção de DNA fetal através de sangue materno..........29
I.4.1. Hiperplasia Adrenal Congênita...............................................................30
I.4.2. Pré-eclâmpsia.........................................................................................31
I.5. Sexagem fetal através de sequências Y-específicas................................32
I.5.1. Gene TSPY............................................................................................34
II – OBJETIVOS...................................................................................................38
III - CASUÍSTICA, METODOLOGIA..............................................................40
III.1. Pacientes.................................................................................................41
III.2. Material e métodos..................................................................................42
III.2.1. Análise molecular.................................................................................42
III.2.2. Extração de DNA de amostras de sangue...........................................42
III.2.3. Reação em Cadeia da Polimerase (PCR)............................................43
III.2.4. Análise estatística.................................................................................46
IV – RESULTADOS............................................................................................51
V – DISCUSSÃO..................................................................................................65
VI – CONCLUSÃO...............................................................................................72
VII – BIBLIOGRAFIA.......................................................................................74
ANEXOS...............................................................................................................91
Anexo 1- aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos do
HCFMRP-USP.................................................................................................92
APÊNDICES.......................................................................................................93
Apêndice A – Termo de consentimento Livre e Esclarecido...........................94
Apêndice B – Questionário..............................................................................95
Apêndice C – Tabela 12..................................................................................96
Apêndice D – Tabela 13..................................................................................97
Apêndice E – Tabela 14..................................................................................98
RESUMO
RESUMORESUMO
RESUMO
DONABELA, F.C.Sexagem fetal a partir de plasma materno. 2008. 98f. Disertação
(Mestrado) – Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto,
2008.
A determinação do sexo fetal a partir do plasma materno vem sendo muito
pesquisada devido a estudos que provaram a superioridade prática da detecção de
DNA livre fetal em relação às preparações de células fetais isoladas em sangue
materno. relato da permanecência das células fetais na circulação materna por
até 27 anos após o parto, enquanto o DNA livre fetal desaparece em
aproximadamente 48 horas após o nascimento. Por se tratar de técnica não invasiva
para o feto, representa maior vantagem sobre outros todos de diagnóstico pré-
natal como a amniocentese e a biópsia de vilosidade coriônica. Os objetivos deste
trabalho foram: (1) Sexagem fetal a partir de plasma materno por meio do gene
TSPY (Tests-Specific Protein, Y-encoded), utilizando a Reação em Cadeia da
Polimerase; (2) Verificar a especificidade e sensibilidade da sexagem fetal com o
gene TSPY correlacionando com o sexo fenotípico fetal verificado pela
ultrassonografia e/ou pelo exame físico do recém-nascido; (3) Correlacionar a
sensibilidade da sexagem com a idade gestacional e com o sexo fenotípico. Foram
selecionadas 102 gestantes (idade gestacional entre duas e 40 semanas). Após a
coleta do sangue periférico e da separação do plasma, realizou-se a extração de
DNA e utilizou-se a técnica de Nested-Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) para
amplificação de seqüência do gene TSPY. Foi utilizada seqüência do gene da β-
globina como controle. Foram detectadas 40 (39,21%) gestações com resultados
positivos para o cromossomo Y e 62 (60,78%) negativos. Em 67 casos, onde foi
possível comparar os resultados do exame com sexo fetal através da
ultrassonografia ou exame físico do recém-nascido, 36 (59,21%) casos resultaram
em positivos para TSPY, 29 (38,16%) resultaram em negativos e dois (2,63%)
resultados foram falso-negativos. Através da análise estatística (tabela de matriz de
confusão), foi encontrada uma confiabilidade positiva de 88,89% e confiabilidade
negativa de 100%, para gestações com menos de sete semanas e confiabilidade
positiva de 100% e confiabilidade negativa de 100% para gestações com mais de
sete semanas. Esses resultados confirmam a boa sensibilidade e especificidade do
método, o qual poderia ser utilizado na rotina médica para auxiliar nos casos onde a
sexagem fetal é necessária para tratamento fetal e/ou diminuição da ansiedade
materna. No presente estudo foi escolhido, o gene TSPY, envolvendo sexagem fetal
a partir de sangue periférico em humanos, e foi possível detectar o sexo fetal a partir
da 2ª semana de gestação. Portanto, o diagnóstico do sexo fetal a partir da
semana de gestação pela técnica de Nested PCR apresentou 88,9% de
sensibilidade e 100% de especificidade.
ABSTRACT
ABSTRACTABSTRACT
ABSTRACT
DONABELA, F.C. Fetal sexing in maternal plasma. 2007.98 p. Dissertation (Master's
degree) - University of Medicine, University of São Paulo, Ribeirão Preto, 2008
The determination of fetal sex from maternal plasma has been very searched
because of studies that proved the superiority practice of detection of free fetal DNA
in relation to the preparations of isolated fetal cells in maternal blood. There are
reports of persist of fetal cells in maternal circulation for up to 27 years after the birth,
while the free fetal DNA disappears within 48 hours after birth. This is noninvasive
technique to the fetus, represents major advantage over other methods of prenatal
diagnosis such as amniocentesis and chorionic villus biopsy. The objectives of this
work were: (1) fetal sexing from maternal blood through gene TSPY (Tests-Specific
Protein, Y-encoded), using the Chain Reaction in the polymerase, (2) To assess the
specificity and sensitivity of fetal sexing correlating with the gene TSPY with the
phenotypic fetal sex verified by ultrasound and / or physical examination of the
newborn, (3) correlate with the sensitivity of sexing gestational age and with the
phenotypic sex. We selected 102 pregnant (gestational age between two and 40
weeks). After collecting the peripheral blood and the separation of the plasma, was
held on extraction of DNA and used to the technique of Nested Chain Reaction in the
polymerase (PCR) to amplify the sequence of the gene TSPY. Was used sequence
of the β-globin gene as a control. We detected 40 (39.21%) pregnancies with positive
results for the Y chromosome in 62 (60.78%) were negative. In 67 cases where it
was possible to compare the results of the examination with fetal gender by
ultrasound or physical examination of the newborn, 36 (59.21%) cases resulted in
positive for TSPY, 29 (38.16%) resulted in negative and two (2.63%) were false-
negative results. Through statistical analysis (table the matrix of confusion) was
seeking a reliability of 88.89% positive and negative reliability of 100% for
pregnancies with less than seven weeks and reliability of 100% positive and negative
reliability of 100% for pregnancies with more than seven weeks. These results
confirm the good sensitivity and specificity of the method, which could be used in
routine medical to assist in cases where fetal sexing is necessary for fetal treatment
and / or reduction of maternal anxiety. In the present study was chosen the gene
TSPY involving fetal sexing from peripheral blood in humans, and it was possible to
detect the fetal sex on the 2 nd week of pregnancy. Therefore, the diagnosis of fetal
sex on the 2 nd week of pregnancy by the technique of Nested PCR showed 88.9%
sensitivity and 100% specificity.
Lista de figuras
Lista de figurasLista de figuras
Lista de figuras
Figura 1 Representação esquemática do cromossomo Y humano mostrando o
mapeamento de alguns dos genes
Figura 2 Esquema do cromossomo Y humano mostrando a localização do gene
TSPY
Figura 3 – Esquema dos resultados da Nested PCR para o gene TSPY
Figura 4 Foto do resultado da eletroforese em gel de agarose 2% da Nested PCR
para o gene TSPY
Figura 5 - Foto do resultado da eletroforese em gel de agarose 2% da PCR para o
gene da β-globina
Lista de Tabelas
Lista de TabelasLista de Tabelas
Lista de Tabelas
Tabela 1 Seqüências dos primers internos (TSPY SENSE1 e TSPY ANTI-
SENSE1) e externos (TSPY SENSE2 e TSPY ANTI-SENSE2) do gene TSPY, e
seqüências dos primers do gene da β-globina
Tabela 2 - Tabela da matriz de confusão utilizada para a realização da análise
estatística
Tabela 3 - Resultados da amplificação dos genes TSPY e β-globina, comparado com
o resultado da ultrassonografia pré-natal e/ou exame físico do recém-nascido em
gestações de feto único apresentando a idade gestacional, o número de filhos
anteriores e o sexo destas crianças/fetos.
Tabela 4 - Resultados da amplificação dos genes TSPY e β-globina, comparado com
o resultado da ultrassonografia pré-natal e/ou exame físico do recém-nascido em
gestações múltiplas apresentando a idade gestacional, o número de filhos anteriores
e o sexo destas crianças/fetos.
Tabela 5 - Resultados parciais da amplificação dos genes TSPY e β-globina, em
gestações que resultaram em aborto apresentando a idade gestacional, o número de
filhos anteriores e o sexo destas crianças/fetos.
Tabela 6 - Resultados da amplificação dos genes TSPY e β-globina, em gestações
para as quais ainda não a confirmação do sexo fenotipico do recém-nascido
apresentando a idade gestacional, o número de filhos anteriores e o sexo destas
crianças/fetos.
Tabela 7 Resultados da amplificação dos genes TSPY e β-globina, em gestações
com menos de sete semanas de gestação com sexo fenotípico confirmado
apresentando a idade gestacional, o número de filhos anteriores e o sexo destas
crianças/fetos.
Tabela 8 - Resultados da amplificação dos genes TSPY e β-globina, em gestações
com idade gestacional maior ou igual a sete semanas de gestação com sexo
fenotípico confirmado apresentando a idade gestacional, o número de filhos
anteriores e o sexo destas crianças/fetos.
Tabela 9: Análise estatística mostrando a sensibilidade, especificidade, falso positivo
e falso negativo geral (76 casos confirmados sexo) e das subdivisões (31 casos com
menos de sete semanas e 34 casos com mais de sete semanas)
Tabela 10: Análise estatística mostrando a sensibilidade, especificidade, valor
predito positivo e valor predito negativo do sexo masculino e feminino
Tabela 11: Autores, todos de sexagem utilizados, sequências Y-específicas,
número de pacientes, idade gestacional em semanas e índice de acerto dos
trabalhos utilizados como referências
Tabela 12: Análise estatística do grupo total de pacientes confirmados os resultados
através de ultrassonografia e/ou exame físico do recém-nascido
Tabela 13: Análise estatística do grupo de pacientes com idade gestacional menor
que sete semanas de gestação.
Tabela 14: Análise estatística do grupo de pacientes com idade gestacional maior
que sete semanas de gestação
Lista de abreviaturas
Lista de abreviaturasLista de abreviaturas
Lista de abreviaturas
AMGY – do inglês Amelogenin Y gene
BD – do inglês Beckton-Dickinson
CONEP - Comitê Nacional de Ética em Pesquisa
DNA - ácido deseoxiribonucleico
dNTP - desoxinucleotídeo trifosfato
DYS-14 – região Y específica
EDTA – ácido etilenodiaminotetraacético
FIV – Fertilização in vitro
HAC – Hiperplasia Adrenal Congênita
HCFMRP- Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto
ICSI – Injeção Intra Citoplasmática de Espermatozóide
IGs – idades gestacionais
MgCl2 – cloreto de magnésio
NaCl – cloreto de sódio
NAP – do inglês nucleosome assembly protein
pb – pares de bases
PCR – do inglês Polymerase Chain Reaction (Reação em Cadeia da
Polimerase)
PPT – do inglês Plasma Preparation Tube
RA – reprodução assistida
RNA – ácido ribonucléico
rpm – rotações por minuto
SRY – do ingles Sex-Determining Region of the Y chromosome
TSPY – do inglês Testis-especfic Protein, Y-encoded
US - ultrassonografia
USP - Universidade de São Paulo
Yp – braço curto do cromossomo Y
Yq – braço longo do cromossomo Y
ZFY – do inglês Azoospermia Factor
Lista de símbolos
Lista de símbolosLista de símbolos
Lista de símbolos
o
C – graus Celsius
mmHg – milímetro de mercúrio
µg – micrograma
mg – miligrama
µL – microlitro
mL – mililitro
M – molar
mM – milimolar
% - porcentagem
U - unidade
I – INTRODUÇÃO
24
I.1.A importância do diagnóstico pré-natal
Toda gestante possui um risco de apresentar um feto com uma anomalia,
inclusive cromossômica. Estas anomalias podem ocorrer devido a erros na formação
dos gametas ou mesmo no desenvolvimento embrionário, podendo ser de origem
exclusivamente genética ou estarem sujeitas a fatores ambientais (Dennery, 2007).
O diagnóstico precoce de algumas alterações permite a prevenção de determinadas
doenças e/ou o tratamento das mesmas, o que torna os exames pré-natais
essenciais (Thapar et al., 2007). Devido a isso deve sempre verificar a idade
materna, realizar a ultrassonografia morfológica fetal e os testes bioquímicos em
sangue materno (Cícero et al., 2003).
A observação de determinados fenótipos no feto e a suspeita de anomalias
cromossômicas levam à indicação de exames invasivos tais como a amniocentese
ou a biópsia de vilosidade coriônica, ambos com risco de perda fetal (Stewart, 2004).
Segundo Seeds (2004) o risco fetal devido à amniocentese encontra-se entre 0,5 e
1%. Em outro estudo, Cavallotti et al. (2004) encontraram uma incidência de perdas
de 1% para biópsia de vilosidade coriônica e 1,7% para amniocentese.
Visando anular tais riscos de morte fetal, diversas pesquisas têm buscado a
utilização de novas tecnologias para o diagnóstico pré-natal (Levi et al., 2003). A
descoberta de DNA fetal em circulação materna abriu um novo horizonte para
investigação de técnicas não invasivas de diagnóstico p- natal (Gerovassili et al.,
2007).
A definição do sexo fetal pode ser muito útil para diagnóstico de doenças
genéticas ligadas ao cromossomo X como, por exemplo, a distrofia muscular de
Duchenne. A detecção precoce do sexo fetal pode ajudar especialmente em relação
à ansiedade dos pais que apresentam o risco de transmitir essas doenças ligadas ao
25
X. Assim, a possibilidade de sexagem do feto durante as primeiras semanas de
gestação, e este sendo do sexo feminino, pode ser de grande utilidade. Do mesmo
modo, o exame pode ser uma ferramenta valiosa para reprodução assistida em
clínicas que realizam sexagem embrionária quando existe um risco de herdar uma
doença ligada ao X (Martinhago et al., 2006).
Recentemente, alguns investigadores demonstraram ser possível a detecção
de RNA fetal, além de DNA, em plasma materno (Lo, 2005; Chiu et al., 2006; Chiu,
2007). Esta descoberta pode representar um grande avanço para o estudo da
expressão gênica fetal relacionada à diferentes fases da vida intra-uterina, ou seja, o
estudo de certos tipos de genes que são expressos e silenciados de acordo com a
idade gestacional (Martinhago et al., 2006).
I.2. Célula fetal em circulação materna
Bianchi (2004) afirmou que as complicações na gestação pelas técnicas
tradicionais, como a amniocentese e a biópsia de vilosidade coriônica, podem ser
evitadas pela utilização de células fetais intactas e DNA livre fetal que circulam na
corrente sangüínea da gestante. Como alternativa a tais metodologias, amostras de
células fetais têm sido intensamente pesquisadas nas últimas décadas através de
técnicas não invasivas (Walknowska et al., 1969).
Desde o século XIX, quando se observou pela primeira vez a presença de
células fetais em parênquima pulmonar materno associada à eclâmpsia (Schmorl,
1893), a detecção das mesmas em sangue periférico materno permanece como
objeto de intensas pesquisas. Vários estudos foram desenvolvidos com o objetivo de
26
comprovar a passagem de trofoblastos, eritrócitos e leucócitos fetais para a
circulação materna (Mueller et al., 1990).
Em 1989, Lo et al. demonstraram a presença dessas células fetais na
circulação materna por meio de técnica de amplificação de seqüências específicas
do material genético, uma metodologia de biologia molecular conhecida como
Reação em Cadeia de Polimerase (PCR). Porém, o isolamento de lulas fetais da
circulação materna é tecnicamente bastante complexo, sendo ainda hoje pouco
realizado (Bianchi, 1998).
As células fetais aparecem na circulação materna precocemente no primeiro
trimestre e continuam presentes através da gestação (Thomas et al., 1995). Durante
a gravidez, essa concentração aumenta gradualmente, acentuando-se antes do
nascimento (Rijnders et al., 2003), podendo ser utilizadas para o diagnóstico pré-
natal precoce de aneuploidias e doenças genéticas (Thomas et al., 1995).
I.2.1. Permanência de células fetais na circulação materna
As células fetais nucleadas podem estar presentes no sangue materno numa
proporção igual ou inferior a 1:100.000 células maternas (Lo et al., 1998).
Atualmente o diagnóstico pré-natal não invasivo pelo isolamento e pela análise
genética destas células vem procurando evidenciar a persistência destas lulas
fetais na circulação materna, através de amostras de sangue de mulheres com
gestações anteriores. O DNA nuclear, amplificado por PCR para seqüências de
cromossomo Y em mulheres, longo tempo após uma gravidez do sexo masculino, foi
considerado como uma evidência de células fetais masculinas persistentes. Há
27
relatos da presença de DNA de células de feto masculino em sangue de mulher que
teve seu último filho 27 anos antes do estudo (Bianchi et al., 1996).
I.3. DNA livre fetal em circulação materna
Estudos que demonstraram a existência de DNA tumoral livre (cell-free) no
plasma de pacientes (Chen et al., 1996), levaram à pesquisa de DNA fetal no
plasma de mulheres grávidas realizada primeiramente por Lo et al. (1997). A análise
quantitativa do DNA fetal presente no plasma demonstrou que este pode compor até
3-4% do DNA total, devido a isso existe uma superioridade do DNA fetal em relação
às células fetais que estão presentes numa proporção muito pequena no sangue
materno (Lo et al., 1998). A detecção de células fetais na circulação materna tem
mostrado implicações em doenças autoimunes e seu potencial como fonte de célula-
tronco para as es. No entanto, a metodologia disponível para pesquisar estas
células é cara e complexa, devido à permanência de células fetais na circulação
materna após a gravidez e sua escassez (Ramos, 2006).
Rijnders et al (2003) sugerem que o DNA livre fetal de uma gravidez anterior
não pode ser detectado em soro materno, mesmo usando uma técnica altamente
sensível. A partir destes resultados, outros estudos evidenciaram a superioridade
prática do DNA fetal plasmático em relação às preparações de células fetais
isoladas do sangue materno. Além disso, o isolamento do DNA fetal a partir do
plasma materno é relativamente cil, barato e permite o processamento simultâneo
de muitas amostras (Blazer et al., 2004; Ramos, 2006).
28
A maior parte dos grupos de pesquisa utiliza, como marcador de DNA fetal,
seqüências do cromossomo Y em grávidas de fetos masculinos. Outros alvos estão
sendo pesquisados, dentre eles o genótipo Rh(D) (Lo et al., 1998), a α-talassemia
(Chiu et al., 2002), a acondroplasia (Saito et al., 2000), e até mesmo a síndrome de
Down (Lo et al., 1999).
Métodos mais recentes utilizam equipamentos de detecção em tempo real
(real-time PCR), possibilitando com isso menor risco de contaminação e a obtenção
de níveis mais altos de sensibilidade (Bischoff et al., 2002; Bianchi, 2004). A
utilização dessas cnicas como diagnóstico pré-natal não invasivo está crescendo,
mas ainda é tratada com cuidado (Boon et al., 2007).
Quantificações anormais de amostras de DNA de lulas fetais livres
correlacionam-se com um elevado número de alterações da placenta. Segundo
Bianchi (2004) a implantação de DNA fetal como marcador pode ser incrementada
por pesquisas de polimorfismos, marcadores epigenéticos ou de RNAm.
I.3.1. Clearance
Do mesmo modo que é crescente a quantidade de DNA livre fetal no plasma
materno durante a evolução da gravidez, este decresce logo após o nascimento.
Segundo Kolialexi et al., (2004) foi encontrada uma taxa de apoptose de 12,5% (9,2-
14,7%) entre a 37 e 38 semanas de gestação. Trinta minutos após o parto, a taxa
era de 25,1% (16,8-28,5%), em 12 horas de 12,5% (10,9-14,1%), em 24 horas de
6,1% (4,8-7,1%), e em 48 horas de 2,3% (1,3-3,0%). As células fetais sofrem
apoptose no plasma materno em até 48 horas após o nascimento. A apoptose
29
explica em parte o desaparecimento do DNA livre fetal da circulação materna logo
após o nascimento, porque é uma reação rápida terminada dentro de 2-3 horas.
Estes achados confirmam que o DNA livre fetal no plasma materno é um instrumento
adequado para o diagnóstico pré - natal não invasivo.
I.4. Aplicações da detecção de DNA livre fetal através de sangue materno
A natureza o invasiva desta técnica, recentemente muito pesquisada,
representa a maior vantagem sobre os métodos convencionais de diagnóstico pré-
natal. Além da utilização do DNA livre fetal para a sexagem do embrião e/ou feto,
muitas doenças genéticas causadas por mutações que resultam em diferenças sutis
entre as seqüências de DNA materno e fetal, como a acondroplasia, a doença de
Huntington, a fibrose cística e a presença de Hemoglobina E, também poderiam ser
diagnosticadas, significando a detecção ou exclusão do alelo mutante paterno no
plasma materno (Ding et al., 2004). Em outras doenças, nas quais a quantidade de
DNA fetal na circulação materna é elevada, a quantificação do mesmo pode ser um
dos primeiros indícios de que algo está errado na gestação (Bianchi et al., 2004;
Zhong et al., 2001).
30
I.4.1. A Hiperplasia Adrenal Congênita
De origem genética, com padrão de herança autossômico recessivo, a
Hiperplasia Adrenal Congênita (HAC) é causada pela deficiência total ou parcial de
enzimas envolvidas na via metabólica do colesterol e na síntese de corticóides pela
glândula adrenal (ou supra-renal) (New et al., 1989)(Figura 1). O defeito mais
comum na HAC é a deficiência da enzima 21-hidroxilase, embora qualquer uma das
várias etapas enzimáticas possa ser defeituosa (Friães et al., 2003).
Tradicionalmente é classificada em duas formas clínicas: clássica, que inclui
os subgrupos perdedora de sal e virilizante simples; e o clássica, que inclui os
subgrupos sintomática e assintomática (ou críptica). A forma virilizante simples
caracteriza-se por graus variados de virilização pré-natal da genitália externa no
sexo feminino e virilização pós-natal em ambos os sexos, com aumento do clitóris ou
pênis, pubarca precoce e avanço da idade óssea com prejuízo na estatura final. A
forma perdedora de sal, além da hiperprodução androgênica da forma anterior,
apresenta deficiência mais severa na produção de aldosterona levando à
desidratação com hiponatremia e hiperpotassemia nos primeiros 30 dias de vida
que, se não tratada, resulta em choque e óbito
(Miller e Levine, 1987). Numa época
posterior da infância, em ambos os sexos, um rápido crescimento e maturação
esquelética acelerada (New et al., 1989).
Em casos de risco da HAC acometer o feto da gestação atual, pode-se aplicar
a terapia pré-natal com corticóides que poderia diminuir a masculinização dos fetos
femininos. Com o objetivo de minimizar os efeitos colaterais, tem sido preconizada a
interrupção da terapia no caso de fetos masculinos (afetados ou normais) e de
31
femininos normais. Neste caso, é necessária a sexagem no início da gravidez, a
qual, normalmente, é realizada por métodos invasivos (Bartha et al., 2003).
I.4.2. Pré-eclâmpsia
A pré-eclâmpsia caracterizada por um aumento na pressão arterial e
proteinúria após 20 semanas de gravidez. Suas potenciais complicações, tais como
eclâmpsia, representam um dos mais sérios problemas de saúde materna e fetais
(Bischoff et al., 2005).
No Brasil, as síndromes hipertensivas gestacionais associadas, contribuem
com 20 a 30% das causas de mortes maternas. Na América Latina e no Caribe elas
representam a maior causa de óbito materno (Khan et al., 2006). As síndromes
hipertensivas gestacionais, hipertensão gestacional e a pré-eclâmpsia/eclâmpsia,
contribuem significantemente para a mortalidade e a morbidade neonatais e
natimortos (ACOG, 1996).
Lo et al. (1997) constataram um aumento de DNA fetal circulando na mulher
com pré-eclâmpsia quando comparado com o grupo controle. Zhong et al. (2001)
observaram que o aumento nos níveis de DNA fetal e materno circulante
correspondia ao grau de severidade da doença, podendo o nível de DNA fetal
circulante servir como sinalizador do prognóstico da gravidade do quadro clínico.
32
I.5. Sexagem fetal através de sequências Y-específicas
Segundo Lo (2000), vários autores têm se voltado para tentativas de sexagem
embrionária e fetal não invasivas através de sangue materno utilizando PCR e
amplificação de seqüências Y-específicas. O cromossomo Y, na maioria das
espécies, é o menor do genoma com aproximadamente 1% do conteúdo do genoma
humano (60 x 10
6
pb), sendo constituído por três tipos de DNA com propriedades
distintas.
O primeiro grupo é composto pelo DNA das regiões pseudo-autossômicas
localizadas nos extremos dos braços curto (Yp) e longo (Yq) do cromossomo Y (Liu
et al., 2002; Willard, 2003). Os genes das regiões pseudo-autossômicas apresentam
um padrão de herança semelhante ao dos cromossomos autossômicos (Burgoyne,
1982; Simmler et al., 1985). Nas regiões pseudo-autossômicas terminais durante a
meiose masculina, pode ocorrer o crossing-over. Uma troca obrigatória em PAR1
(região pseudo-autossômica 1),em Xp/Yp, região pseudo-autossômica de 2,6 Mb,
criando um macho-específico com a recombinação “hot domain”, com uma taxa de
recombinação aproximadamente 20 vezes superior que a média do genoma.(Royer
et al., 1986; Page et al., 1987; Rappold, 1993; May et al., 2002). A região pseudo-
autossômica 2 (PAR2) é utilizada para explorar as características e as relações
internas da epigenética e os circuitos envolvidos neste fenômeno (D’Esposito et al.,
1996; Heard, 2005).
O segundo é formado por seqüências repetitivas de DNA satélite, sem função
aparente, cobrindo 50% a 70% de Yq, estando sua maior parte na heterocromatina
(Georges et al., 1995; Ma et al., 1996; Kappes et al., 1997). As seqüências
repetitivas de DNA satélite são utilizadas na medicina forense, pois os padrões
33
estabelecidos entre estas permitem a aplicação destes marcadores em teste de
paternidade (Lesing et al., 2005).
O terceiro é formado por genes específicos do cromossomo Y, localizado no
limite proximal da região pseudoautossômica de Yp indo até o centrômero e deste
até a região heterocromática de Yq (Figura 2) (Haqq e Donahoe, 1998; Liu et al.,
2002; Willard, 2003). Na maioria das vezes para a sexagem são utilizadas
seqüências altamente repetitivas ou os genes SRY (Sex-Determining Region of the
Y chromosome), AMGY (Amelogenin Y Gene) e ZFY (Azoospermia Factor)
(Levinson et al., 1992, Rijnders et al., 2004, Malcov et al., 2004).
O gene SRY foi descoberto através da análise de pequenos fragmentos do
cromossomo Y que tinham sido translocados para o cromossomo X em genomas de
homens XX e no hermafroditismo verdadeiro (Sinclair et al., 1990).
Apesar de ser um gene de cópia única, tradicionalmente o gene SRY tem sido
mais utilizado para a sexagem fetal pelo plasma materno por se tratar de um Fator
Determinante de Testículo mais importante mapeado no cromossomo Y (Poulat et
al., 1997; Maron et al.,2007; Liu et al.,2007).
Dados obtidos por Martinhago, et al. (2006) utilizando a região Y específica
DSY 14, coincidem com os relatos da literatura que mostram que a precisão da
técnica, PCR em tempo-real, é superior a 97% quando a análise é realizada a partir
da sétima semana de gravidez. A razão para não detectar o cromossomo Y em
alguns casos estudados por estes autores o é clara. Neste mesmo estudo,
detectou-se o sexo fetal com cinco e seis semanas de gravidez, com uma ampla
margem de confiança e a subseqüente quantificação de DNA masculino no plasma
materno.
34
Sabe-se que a concentração de DNA fetal no sangue materno aumenta com a
idade gestacional (Lo et al., 1998), e, portanto, quanto maior a idade gestacional,
mais fácil a sexagem fetal.
Figura 1: Representação esquemática do cromossomo Y humano mostrando o
mapeamento de alguns dos genes (modificado de Malcov et al., 2004).
I.5.1. Gene TSPY
O TSPY (Testis-especfic Protein, Y-encoded) é um dos genes Y-específicos
(Arnemann et al., 1991; Affara et al., 1996) e, na espécie humana, é repetitivo com
cerca de 30 a 60 cópias por cromossomo Y (Arnemann et al., 1987; Jakubiczka et
al., 1993; Manz et al., 1993). TSPY é parte de uma família de genes repetitivos
heterogêneos descrita na parte proximal do Yp humano, com 20-40 cópias
estimadas de seqüências relacionadas. As cópias adicionais foram mapeadas no
35
braço longo do cromossomo Y (Yq11.23) (Ratti et al., 2000) (Figura 3). Este gene é
quase que exclusivamente expresso em espermatogônia e mais raramente em
espermatócitos primários, sugerindo um papel do produto do gene na
espermatogênese (Schnieders et al., 1996); atuando, de fato, como um dos
principais fatores de fertilidade do homem (Vogt, 1997).
Os genes da família de TSPY são organizados em clusters ao longo do
cromossomo Y de várias espécies de mamíferos (Vogel e Schmidtke, 1998), e
diversos estudos evidenciaram a existência de homólogos desse gene em várias
espécies, dentre elas estão as bovinas, eqüinas e humanas (Jakubiczka et al., 1993;
Schempp et al., 1995; Vogel et al., 1997).
O transcrito principal, denominado TSPY-S, previamente TSPYmajor, é
expresso exclusivamente no testículo e a proteína localiza-se, predominatemente,
na espermatogônia, e em menor grau, no espermatócito primário (Schnieders et al.,
1996). A proteína TSPY é um membro de uma superfamília, que inclui os fatores
ativadores do processo de replicação SET e NAP, assim como as proteínas ligantes
de ciclina B (Lardone et al., 2007).
O TSPY é um gene candidato para o locus do gonadoblastoma no
cromossomo Y (GBY), que predisporia as gônadas disgenéticas de pacientes com
distúrbios da determinação e da diferenciação sexuais ao desenvolvimento do
gonadoblastoma (Page, 1997). O gene é expresso em níveis elevados no
gonadoblastoma, indicando sua possível função oncogênica neste tipo de tumor das
células germinativas (Oram et al., 2006).
Estudos demonstraram que o gene TSPY está expresso abundantemente em
outros tumores gonadais como os seminomas, concomitantemente a marcadores
tumorais estabelecidos na literatura (fosfatase alcalina semelhante à placentária,
36
c-KIT e OCT4) e a marcadores proliferativos (Ki-67 e ciclina B1). A expressão
ectópica de TSPY em cultura de células promove a regulação positiva de genes pró-
crescimento, incluindo genes freqüentemente amplificados em células germinativas
de tumores testiculares. O TSPY, em combinação com outros marcadores, pode ser
um marcador importante para o diagnóstico e a classificação destes tumores, bem
como para confirmar seu papel na patogenia de tumores gonadais (Li et al., 2007).
O gene TSPY o qual está presente na forma de múltiplas cópias no genoma
masculino, também foi utilizado para detecção do cromossomo Y em pequenas
amostras de DNA em substituição ao gene SRY (cópia única) em pesquisas com
blastocisto único humano (Kenneth et al., 2000), para a sexagem fetal em sangue de
bovinos (Lemos, 2004) e em pesquisas com a síndrome de Turner,(Bartmann et al.,
2004).
Figura 2: Esquema do cromossomo Y humano mostrando a localização do gene
TSPY (modificado de Mysid, 2007).
37
A sexagem fetal vem sendo descrita por muitos autores de diferentes países,
com resultados relativamente precisos (Costa et al.,2001; Boon et al.,2007). Para
sexagem fetal pelo plasma materno, diversos marcadores moleculares têm sido
utilizados dentre eles pode-se destacar: o gene SRY e a região Y específica DYS-
14.
No presente estudo foi escolhido, pela primeira vez na literatura envolvendo
sexagem fetal a partir de sangue periférico em humanos, o gene TSPY, pois se trata
de um gene Y-específico de múltiplas cópias o que permite, após a reação de PCR,
melhor visualização do sinal em gel de agarose, em contraste com o SRY que
possui cópia única na espécie humana (Kenneth et al., 2000, Bartmann et al., 2004).
II – OBJETIVOS
39
1. Sexagem fetal a partir de plasma materno por meio do gene TSPY,
utilizando a Reação em Cadeia da Polimerase;
2. Verificar a especificidade e sensibilidade da sexagem fetal com o gene
TSPY correlacionando com o sexo fenotípico fetal verificado pela ultrassonografia
e/ou pelo exame físico do recém-nascido;
3. Correlacionar a sensibilidade da sexagem com a idade gestacional e
com o sexo fenotípico.
III - CASUÍSTICA E
METODOLOGIA
41
III.1. Pacientes
Foram incluídas, para as pesquisas transversal e longitudinal, mulheres
grávidas, hígidas, em diferentes idades gestacionais (IG) e excluídas mulheres não
grávidas ou sem os requisitos de inclusão. Dados adicionais sobre as pacientes
foram coletados através de entrevista e revisão dos prontuários médicos.
Como controles foram incluídos duas pacientes grávidas de feto masculino
confirmado, um homem normal com fertilidade comprovada, uma paciente grávida
de feto feminino sem gravidez prévia e uma mulher normal nulípara.
As pacientes foram atendidas pelos médicos do Departamento de Ginecologia
e Obstetrícia do HCFMRP-USP. O sexo fetal foi confirmado através de
ultrassonografia e o dos recém-nascidos pelo exame físico. Nos casos em que as
crianças não nasceram no serviço, foram solicitados aos pais os resultados da
Declaração de Nascidos Vivos, onde constava o sexo observado pelo médico
responsável.
Foi explicado para os casais que se tratava de técnica em fase experimental
de implantação e, como tal, sujeita a erros. Os resultados foram comunicados às
pacientes que o desejaram durante o pré-natal.
O trabalho foi iniciado após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa em
Seres Humanos do HCFMRP-USP, Processo HCRP 6147/2005 (Anexo 1) e da
Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP) do Ministério da Saúde. Antes
da coleta do exame, as pacientes assinaram o termo de consentimento livre e
esclarecido (Apêndice A), e responderam a um questionário informativo (Apêndice
B), durante consulta no Departamento de Ginecologia e Obstetrícia do HCFMRP-
USP.
42
III.2. Material e Métodos
III.2.1. Análise Molecular
III.2.2. Extração de DNA de amostras de sangue
Foram coletadas, após a assinatura do termo de consentimento livre e
esclarecido, amostras de sangue materno por punção venosa em tubos PPT
(Plasma Preparation Tube) da marca Beckton-Dickinson (BD) e K3 EDTA da marca
Vacutainer. Esse material foi imediatamente centrifugado e separado em tubos de
1,5µl no Laboratório de Reprodução Humana do Departamento de Ginecologia e
Obstetrícia HCFMRP-USP e levado refrigerado para o Laboratório de Epigenética e
Reprodução da FMPR – USP, onde foi realizada a análise genética.
O DNA foi extraído em duplicata seguindo o protocolo do Kit Qiagen:
QIAamp® Blood Mini Kit da Qiagen (Chattlesworth, CA, EUA): utilizando 20 µl de
enzima protease, 200 µl de amostra de plasma, 200 µl de buffer AL, mistura no
pulso-vortex por 15 segundos, incuba a 56ºC por 10 minutos, adiciona 200 µl de
etanol absoluto, mistura no pulso-vortex por 15 segundos, aplica a mistura na coluna
montada do kit, cetrifuga por 1 minuto a 8000 rpm, despreza o filtrado trocando de
tubo, adiciona 500 µl de buffer AW1, centrifuga por 1 minuto a 8000 rpm, descarta o
filtrado trocando o tubo, adiciona 500 µl da buffer AW2 centrifuga por 3 minutos a
14000 rpm, adiciona 200 µl e buffer AE, incuba à temperatura ambiente por 5
minutos, centrifuga por 1 minuto a 8000 rpm e armazena o produto da extração em
tubo de 1,5 µl.
43
III.2.3. Reação em Cadeia da Polimerase (PCR)
Foram pesquisados os genes Tests-Specific Protein, Y-encoded (TSPY) e da
β-globina, utilizado para verificar a presença de DNA na reação por estar presente
no genoma de ambos os sexos, mapeados nos cromossomos Y e 11,
respectivamente.
Foi realizada Nested PCR para o gene TSPY (uma primeira PCR, que
amplificava um segmento maior, e uma segunda PCR onde os primers eram
mapeados internamente à seqüência amplificada na primeira PCR), e uma PCR
simples para o gene controle (Figura 4). As reações de amplificação foram
realizadas em aparelho termociclador modelo Stratagene® - Robo Cycler 40,
seguindo os protocolos da referida empresa e de Innis et al. (1990), em tubos de
200µL. A primeira reação foi constituída de volume de 10µL, contendo 7,02µL de
água miliQ, 1,0µL de solução tampão (constituída de 20mM Tris-HCl, 0,1mM EDTA,
1mMDTT, 50% glicerol, estabilizadores), 0,3µL de MgCl
²
, 0,2µL de dNTP (bases
púricas e pirimídicas diluídas em água ultra pura), 0,2µL de cada um dos primers
externos (SENSE1 e ANTI-SENSE1) (Tabela 1), 0,08µL de Taq Polimerase e 1µL de
DNA. A segunda reação foi constituída de um volume de 10µL, contendo 6,42µL de
água, 1,0µL de solução tampão (constituída de 20mM Tris-HCl, 0,1mM EDTA,
1mMDTT, 50% glicerol, estabilizadores), 0,3µL de MgCl
²
, 0,2µL de dNTP, 0,5µL de
cada um dos primers internos (SENSE2 e ANTI-SENSE2) (Tabela 1), 0,08µL de Taq
Polimerase e 1µL do resultado da primeira reação. Em todas as reações foi incluído
um controle negativo de amplificação contendo todos os reagentes e substituindo o
DNA por água ultrapura.
Os produtos das amplificações foram aplicados em géis de agarose a 2%,
44
contendo 8µL de brometo de etídio. A eletroforese foi realizada utilizando tampão
Tris-Borato-EDTA a 1%. Após a eletroforese, os fragmentos foram visualizados e
fotografados sob luz ultravioleta e as fotos, digitalizadas.
Foram consideradas positivas para o sexo masculino as amostras que
apresentaram fragmento de tamanho 236pb, correspondente à seqüência do gene
TSPY estudada e amostras negativas para TSPY (feminina) as que não
apresentaram o fragmento correspondente à seqüência do gene TSPY, mas que
apresentaram a amplificação de fragmento de 619pb, correspondente à seqüência
do gene da β-globina, a qual indica a presença de DNA na reação.
A análise molecular foi realizada pelo menos três vezes (triplicata) para cada
uma das coletas do estudo, utilizando em todas elas três controles positivos (dois de
DNA extraído de duas pacientes grávidas de 40 semanas de feto masculino e um de
DNA extraído de plasma masculino), dois controles negativos (um de DNA extraído
de paciente grávida de feto feminino e outro de DNA extraído de plasma feminino),
além de um controle negativo (sem DNA) para a reação.
45
1-Primers externos;
2-Primers internos.
Figura 3: Esquema dos resultados da Nested PCR para o gene TSPY
Tabela 1: Seqüências dos primers internos (TSPY SENSE1 e TSPY ANTI-SENSE1)
e externos (TSPY SENSE2 e TSPY ANTI-SENSE2) do gene TSPY, e seqüências
dos primers do gene da β-globina
Gene
Seqüência dos
primers
5’
-
3’
TSPY SENSE1
GTGGAAGAAGAGAAGCATCC
TSPY ANTI-SENSE1 GAGTGGAATGAGAAGCCCTG
TSPY SENSE2 CTGACGAAGATGAAGTCATGC
TSPY ANT-SENSE2 AGTCCCCTGACGTCTCTGTT
β –GLOBINA SENSE
β -GLOBINA ANTI-SENSE
CCTGAGAGCTTGCTAGTGATT
TAGTCCCACTGTGGACTACTT
46
III.2.4. Análise estatística
A matriz de confusão apresenta uma medida efetiva do modelo de
classificação, mostrando classificações corretas versus classificações preditas para
cada classe, num conjunto de exemplos (Monard, Baranauskas, 2003).
Numa matriz de confusão com apenas duas classes, denominadas como
classe observada e classe predita, elas podem ser rotuladas como, positiva e
negativa. Na classe observada foram utilizados métodos diagnósticos consagrados
como a ultrassonografia e o exame físico do recém-nascido. Na classe predita foi
considerado o método de diagnóstico em teste, ou seja, a sexagem fetal.
Foram construídas duas matrizes de confusão considerando as pacientes
com menos de sete semanas de gestação e com mais de setes semanas (tabela 2).
Os valores observados dentro da tabela de confusão são denominados como:
1- Verdadeiro Positivo (TP): número de exemplos positivos classificados
corretamente;
2- Verdadeiro Negativo (TN): número de exemplos negativos classificados
corretamente;
3- Falso Positivo (FP): número de exemplos positivos classificados
erroneamente pela classe predita;
4- Falso Negativo (FN): número de exemplos negativos classificados
erroneamente pela classe predita;
5- Total Preditos Positivos (l): total de exemplos classificados como positivos
pela classe predita;
6- Total Preditos Negativos (
_
l
): total de exemplos classificados como
negativos pela classe predita;
47
7- Total Observados Positivos (r): total de exemplos classificados como
positivos pela classe observada;
8- Total Observados Negativos (
_
r
): total de exemplos classificados como
negativos pela classe observada;
9- Total (n): número total e exemplos.
Na matriz de confusão podem ser calculadas taxas de erros (Monard,
Baranauskas, 2003), que avaliam a capacidade preditiva do método diagnóstico, a
sexagem fetal:
1- Taxa de Erro para Falso Negativo (
FN
TP
FN
FNErr
+
=)(
): mensura a
porcentagem do erro falso negativo, em relação à classe observada positiva;
2- Taxa de Erro para Falso Positivo (
TN
FP
FP
PErr
+
=)(
): mensura a porcentagem
do erro falso positivo, em relação à classe observada negativa;
3- Taxa de Erro Total (
n
FNFP
totalErr
+
=)(
): mensura a porcentagem de ambos
os erros em relação ao número total de exemplos.
Várias medidas podem ser derivadas a partir da matriz de confusão (Weiss,
Kulikowski, 1991; Piatetsky-Shapiro, 1991), capazes de descrever o comportamento
da classe predita em relação à classe observada:
1- Confiabilidade Positiva (
FN
TP
FN
el
+
=Pr
): relaciona a capacidade do método
diagnóstico classificar como verdadeiros positivos em relação ao total de
preditos positivos. Uma alta confiabilidade positiva indica que o resultado
positivo para TSPY resultará alta probabilidade do feto ser do sexo masculino;
48
2- Confiabilidade Negativa (
TN
FP
FP
Nrel
+
=
): relaciona a capacidade do método
diagnóstico classificar como verdadeiros negativos em relação ao total de
preditos negativos. Uma alta confiabilidade negativa indica que o resultado
negativo para TSPY resultará alta probabilidade do feto ser do sexo feminino;
3- Suporte (
n
TP
Sup =
): quantifica a incidência de verdadeiros positivos em
relação ao número total de exemplos. Valores de suporte próximos a 50%
indicam bom desempenho do método diagnóstico, dado que, são esperados
numa amostra, metade de fetos de sexo masculino e outra metade de sexo
feminino;
4-
Sensibilidade (
FN
TP
TP
Sens
+
=
): mensura a porcentagem de verdadeiros
positivos em relação à classe observada positiva. O método diagnóstico será
considerado sensível quando o TSPY positivo estiver relacionado ao feto do
sexo masculino
;
5- Especificidade (
FP
TN
TN
Stec
+
=
): mensura a porcentagem de verdadeiros
negativos em relação à classe observada negativa. Otodo diagnóstico será
considerado específico quando o TSPY negativo estiver relacionado ao feto do
sexo feminino;
6- Precisão Total (
n
TNTP
Tacc
+
=
): mensura a porcentagem de verdadeiros
positivos e verdadeiros negativos. O método diagnóstico será considerado
preciso quando classificar corretamente o sexo fetal;
7- Novidade (
2
n
rl
n
TP
Nov
×
=
): a novidade é definida verificando se verdadeiros
positivos são independentes do total de preditos positivos e o total de
49
observados positivos. Quanto mais o valor observado diferir do esperado
maior a probabilidade de existir uma associação verdadeira e inesperada entre
o total preditos positivos e o total observados positivos. A novidade é um valor
que varia no intervalo Nov=[-25%;+25%]. Valores próximos a +25% indicam
forte associação entre total preditos positivos e total observados positivos, ou
seja, existem poucos fatores inesperados que fariam com que o TSPY positivo
fosse para o feto do sexo feminino. Valores próximos a -25% indicam forte
associação entre total preditos positivos e total observados negativos, ou seja,
existem muitos fatores inesperados que fariam com que o TSPY positivo fosse
para o feto do sexo feminino.
8- Satisfação (
_
1
r
l
FNn
Sat
×
×
=
): indica o aumento relativo na precisão entre as
regras se total preditos positivos então “verdade” e se total preditos positivos
então total observados negativos. Altos valores de satisfação indicam que o
método diagnóstico classifica como positivo quando realmente é observado
um feto do sexo masculino.
50
Tabela 2: Tabela da matriz de confusão utilizada para a realização da análise
estatística
Classe Observada
(US_EF)
Classe Predita (TSPY)
Total
Positivo Negativo
Masculino (Positivo)
Feminino (Negativo)
Total
Medida Sigla Fórmula Resultado
Verdadeiro Positivo TP
Verdadeiro Negativo TN
Falso Positivo FP
Falso Negativo FN
Total Preditos
Positivos
l
Total Preditos
Negativos
lt(traço)
Total Observados
Positivos
R
Total Observados
Negativos
rt(traço)
Total N
Taxa de Erro para FN
Err(FN) FN/(TP+FN)
Taxa de Erro para FP
Err(FP) FP/(FP+TN)
Taxa de Erro Total Err(total) (FP+FN)/n
Confiabilidade
Positiva
Prel TP/(TP+FP)
Confiabilidade
Negativa
Nrel TN/(TN+FN)
Suporte Sup TP/n
Sensibilidade Sens TP/(TP+FN)
Especificidade Spec TN/(TN+FP)
Precisão Total Tacc (TP+TN)/n
Novidade Nov (TP/N)-(l*r)/(n^2)
Satisfação Sat 1-(n*FN)/(l*rt)
IV – RESULTADOS
52
De 132 mulheres entrevistadas para a pesquisa, 102 pacientes aceitaram
participar do projeto. O trabalho foi realizado de forma transversal (apenas um
exame/paciente) em 94 gestantes de idades gestacionais (IGs) diferentes (entre
duas e 40 semanas) e em oito gestantes de forma longitudinal (seguimento com
exames realizados em diferentes IGs da mesma paciente). Destas 102 pacientes, 63
eram de gestação natural, sendo deste grupo as gestantes que aceitaram coleta
longitudinal, e 39 gestantes do programa de fertilização in vitro (FIV) e injeção intra-
citoplasmática de espermatozóide (ICSI) do laboratório de Reprodução Humana do
Departamento de Ginecologia e Obstetrícia HCFMRP-USP.
Foi observado um melhor desempenho na reação de PCR ao utilizar a
amostra de DNA conservado a -20°C por pelo menos 24hs após a finalização da
técnica de extração, quando comparado com o uso deste DNA logo após a
finalização da técnica de extração
Na figura 4 é apresentado um gel de agarose corado com brometo de etídio
onde pode ser visualizado fragmentos de comprimento de 236pb, correspondente à
seqüência do gene TSPY sendo o resultado do exame considerado positivo para o
sexo masculino, e amostras que não apresentaram o fragmento, portanto
consideradas como negativas para presença do gene TSPY e, conseqüentemente ,
de fetos femininos. Na figura 4 foi apresentado outro gel onde pode ser visualizada a
banda correspondente a seqüência correspondente ao gene da β-globina, a qual
indica a presença de DNA na reação (controle da amplificação).
53
M B P 1 2 3 4 5
Figura 4: Foto do resultado da eletroforese em gel de agarose 2% da
Nested PCR para o gene TSPY. (M) Marcador de 100bp; (B) branco;
(P) Controle de DNA extraído de plasma de um homem normal; (1)
DNA extraído de plasma de gestante de feto masculino; (2) DNA
extraído de plasma de gestante de feto masculino; (3) DNA extraído de
plasma de gestante de feto feminino; (4) DNA extraído de plasma de
gestante de feto masculino; (5) DNA extraído de plasma de gestante de
feto feminino.
M B P 1 2 3
Figura 5: Foto do resultado da eletroforese em gel de agarose 2% da
PCR para o gene da β-globina. (M) Marcador de 100bp; (B) branco; (P)
Controle de DNA extraído de plasma de um homem normal; (1) DNA
extraído de plasma de gestante de feto masculino; (2) DNA extraído de
plasma de gestante de feto masculino; (3) DNA extraído de plasma de
gestante de feto feminino.
54
Através da análise das amostras submetidas à Nested PCR, foram detectadas
40 (39,2%) gestações com resultados positivos para o cromossomo Y e 62 (60,8%)
negativos. Em 102 pacientes tivemos 67 casos onde foi possível comparar os
resultados do exame com sexo fetal através da ultrassonografia ou exame físico do
recém-nascido, 36 (59,2%) resultaram em positivos para TSPY, 29 (38,2%)
resultaram em negativos e dois (2,6%) resultados foram falso-negativos. Nas tabelas
3, 4, 5, 6, 7 foram subdivididos os resultados relativos às 102 pacientes.
Na tabela 3 são apresentados os resultados de 54 das pacientes de feto único
com idades gestacionais variáveis (de duas a 40 semanas) provenientes de
gestação natural (38) e reprodução assistida (16); os quais foram confirmados por
exame físico do recém-nascido ou ultrassonografia. Observaram-se dois resultados
falso-negativos, sendo um deles de duas semanas pós-transferência do embrião
(ICSI), e outro com cinco semanas (gestação natural).
Na tabela 4 são apresentadas onze pacientes gestantes de fetos múltiplos,
cujo sexo foi confirmado também por exame físico do recém-nascido ou
ultrassonografia.
Onze gestações resultaram em aborto, em idades gestacionais variadas, e,
nesses casos, o sexo fetal de dois casos em que o resultado positivo para o gene
TSPY foi confirmado através de exames anátomo-patológico fetal ou
ultrassonografia, apresentados na tabela 5.
Em 26 pacientes apresentadas na tabela 6 os fenótipos não foram
confirmados, alguns devido à perda de contato com a paciente (14 casos) e outros
devido à gestação em andamento até o momento (12 casos).
Na tabela 7 mostra 31 casos com menos de sete semanas de gestação cujo
sexo foi confirmado por exame físico do recém-nascido ou ultrassonografia. A
55
análise estatística dos casos onde mostrou que a confiabilidade positiva foi de
88,89%, a confiabilidade negativa foi de 100%, o suporte de 48,48%, especificidade
88,24%, precisão 93,04% e novidade de 22,04% para gestações com menos de sete
semanas (Tabela 13 em apêndice).
Na tabela 8 são apresentados 34 pacientes com idade gestacional maior ou
igual a sete semanas de gestação cujo sexo fenotípico foi confirmado por exame
físico do recém-nascido ou ultrassonografia. A análise estatística dos casos onde
mostrou que a confiabilidade positiva foi de 100% com mais de sete semanas o que
mostra que e a confiabilidade positiva foi de 100%, a confiabilidade negativa foi de
100%, o suporte de 50%, especificidade 100%, precisão 100% e novidade de 25%
para gestações com idade gestacional maior ou igual a sete semanas (Tabela 14 em
apêndice)
Em nenhum dos casos em que foi possível a confirmação do sexo fetal e/ou
do recém-nascido foi encontrado resultado falso-positivo, o que demonstra boa
especificidade da técnica.
Dos oito casos que foram realizados o estudo longitudinal, três apresentaram
resultados positivos para TSPY e quatro apresentaram resultados negativos para
TSPY desde a primeira coleta, e estes resultados não se modificaram com a
evolução da gestação.
56
Tabela 3: Resultados da amplificação dos genes TSPY e β-globina, comparado com
o resultado da ultrassonografia pré-natal e/ou exame físico do recém-nascido em
gestações de feto único apresentando a idade gestacional, o número de filhos
anteriores e o sexo destas crianças/fetos.
Caso
banco
DNA
TSPY
Β-
globina
US/Ex.
físico
Falso
neg
Tipo de
gestação
I.G.
(semanas)
Nº e sexo
filhos
anteriores
1 350 - + F FIV 6
2 353 - + F ICSI 5 2F 1M
3 355 - + F FIV 7
4 358 - + F ICSI 2
5 361 - + F ICSI 6
6 362 - + F FIV 5
7 364 + + M ICSI 6
8 379 + + M FIV 2
9 380 - + F FIV 2
10 385 + + M NAT 17
11 395 + + M NAT 40 4F 1M 1A
12 396 + + M NAT 40 1F 1M
13 397 + + M NAT 10
14 398 + + M NAT 20 1F 1M 1A
15 399 + + M NAT 13 1F 1M
16 403 - + F NAT 30
17 404 - + F ICSI 2 1A
18 457 - + M * ICSI 2
19 459 + + M ICSI 2
20 463 - + F NAT 13
21 464 - + F NAT 8
22 465 - + F ICSI 2
23 466 + + M ICSI 4
24 467 - + F NAT 31
25 469 + + M NAT 10 3F 2M
26 470 + + M NAT 13 1F 1M
27 471 + + M NAT 25
28 605 - + F NAT 15
29 606 - + F NAT 11
30 607 - + F NAT 10 1F
31 643 - + F NAT 10;16;18 1F 1A
32 648 - + F NAT 7 1M
33 650 - + F NAT 13 1A
34 654 + + M NAT 6;11;20
35 664 - + F NAT 20
36 665 - + F FIV 2 1A
37 666 - + F NAT 17
57
Caso
banco
DNA
TSPY
Β-
globina
US/Ex.
físico
Falso
neg
Tipo de
gestação
I.G.
(semanas)
Nº e sexo
filhos
anteriores
38 669 - + F ICSI 2 1A
39 663 - + F NAT 9
40 671 - + F NAT 4,12,20 1F 1A
41 712 + + M NAT 17
42 714 - + F NAT 16 2F 3M
43 715 + + M NAT 14
44 716 + + M NAT 14,26
45 717 + + M NAT 21 1M 1A
46 718 + + M NAT 9
47 722 - + F NAT 16 1A
48 723 + + M NAT 10,16
49 748 + + M NAT 6
50 752 + + M NAT 6
51 766 - + F NAT 16,29
52 835 - + M * NAT 5
53 836 - + F NAT 4,12
54 882 - + F NAT 11,2 1A
(DNA) número do registro do DNA; (-) Negativo; (+) Positivo; (F) Feminino; (M)
Masculino; (A) Aborto; (*) Falso negativo; (I.G.) Idade Gestacional em semanas;
(FIV) Fertilização in vitro; (ICSI) Injeção Intra Citoplasmática de Espermatozóide;
(NAT) Natural; em negrito estão destacados os casos falsos negativos
58
Tabela 4: Resultados da amplificação dos genes TSPY e β-globina, comparado com
o resultado da ultrassonografia pré-natal e/ou exame físico do recém-nascido em
gestações múltiplas apresentando a idade gestacional, o número de filhos anteriores
e o sexo destas crianças/fetos.
Caso
Nº no
banco
de
DNA
TSPY
β-
globina
US/
Ex.
físico
Falso
Negativo
Tipo de
gestação
I.G.
(semanas)
Número e
sexo de
filhos
anteriores
1 351 + + M/M/F
FIV 6
2 352 + + M/F ICSI 5 1A
3 354 + + M/F FIV 2 1A
4 359 + + M/M FIV 2
5 360 + + M/F/F
FIV 6
6 363 + + M/M ICSI 5
7 377 + + M/M ICSI 2 2A
8 458 + + M/M FIV 2
9 460 + + M/M NAT 21 1M
10 642 - + F/F ICSI 2
11 668 + + F/M FIV 2
(DNA) número do registro do DNA; (-) Negativo; (+) Positivo; (F) Feminino; (M)
Masculino; (A) Aborto; (*) Falso negativo; (I.G.) Idade Gestacional em semanas;
(FIV) Fertilização in vitro; (ICSI) Injeção Intra Citoplasmática de Espermatozóide;
(NAT) Natural
59
Tabela 5: Resultados parciais da amplificação dos genes TSPY e β-globina, em
gestações que resultaram em aborto apresentando a idade gestacional, o número de
filhos anteriores e o sexo destas crianças/fetos.
Caso
banco
de
DNA
TSPY
β -
globina
US/
Ex.
físico
Falso
Negativo
Tipo de
gestação
I.G.
(semanas)
Número e
sexo de
filhos
anteriores
1 356 - + A ICSI 2
2 357 - + A MIV 2 1A
3 378 - + A ICSI 4
4 462 - + A ICSI 6
5 641 - + A FIV 2 1A
6 660 - + A NAT 3
7 667 - + A FIV 2 1F
8 670 - + A ICSI 2
9 662 - + A ICSI 2 3A
10 713 + + A NAT 9
11 749 + + A NAT 16
(DNA) número do registro do DNA; (-) Negativo; (+) Positivo; (A) Aborto; (I.G.) Idade
Gestacional em semanas; (FIV) Fertilização in vitro; (ICSI) Injeção Intra
Citoplasmática de Espermatozóide; (NAT) Natural; em negrito estão destacados os
casos falsos negativos
60
Tabela 6: Resultados da amplificação dos genes TSPY e β-globina, em
gestações para as quais ainda não a confirmação do sexo fenotipico do recém-
nascido apresentando a idade gestacional, o número de filhos anteriores e o sexo
destas crianças/fetos.
Caso
banco
de
DNA
TSPY
β -
globina
US/
Ex.
físico
Falso
Negativo
Tipo de
gestação
I.G.
(semanas)
Número e
sexo de
filhos
anteriores
1 461 - + NAT 11 1F
2 468 - + NAT 31 2F 1M 1A
3 649 - + NAT 11 1F
4 719 + + NAT 6
5 750 + + NAT 11 2F 1M 1A
6 751 - + ICSI 2
7 88 - + NAT 7
8 764 - + FIV 6
9 765 - + FIV 6
10 817 - + NAT 10
11 820 - + NAT 12
12 821 - + NAT 13 1M
13 822 - + NAT 12 1M
14 823 - + NAT 13 1M
15 827 - + FIV 4 1A
16 828 + + NAT 12
17 829 - + NAT 13
18 830 + + NAT 13 2F 2M
19 831 - + NAT 7
20 832 + + NAT 7
21 833 - + NAT 7
22 834 + + ICSI 6
23 837 - + NAT 6
24 883 - + NAT 7
25 966 - + NAT 10
26 967 - + NAT 7
(DNA) número do registro do DNA; (-) Negativo; (+) Positivo; (M) Masculino; (F)
Feminino; (A) Aborto; (I.G.) Idade Gestacional em semanas; (FIV) Fertilização in
vitro; (ICSI) Injeção Intra Citoplasmática de Espermatozóide; (NAT) Natural.
61
Tabela 7: Resultados da amplificação dos genes TSPY e β-globina, em gestações
com menos de sete semanas de gestação com sexo fenotípico confirmado
apresentando a idade gestacional, o número de filhos anteriores e o sexo destas
crianças/fetos.
Caso
Nº no
banco
de
DNA
TSPY
β-
globina
US/
Ex.
físico
Falso
Negativo
Tipo de
gestação
I.G.
(semanas)
Número e
sexo de
filhos
anteriores
1 350 - + F FIV 6
2 353 - + F ICSI 5
3 358 - + F ICSI 2
4 361 - + F ICSI 6
5 362 - + F FIV 5
6 364 + + M ICSI 6
7 379 + + M FIV 2
8 380 - + F FIV 2
9 404 - + F ICSI 2
10 457 - + M * ICSI 2
11 459 + + M ICSI 2
12 465 - + F ICSI 2 1A
13 466 + + M ICSI 4
14 654 + + M NAT 6;11;20
15 665 - + F FIV 2
16 669 - + F ICSI 2 1A
17 671 - + F NAT 4,12,20 1F 1A
18 748 + + M NAT 6
19 752 + + M NAT 6
20 835 - + M * NAT 5
21 836 - + F NAT 4,12
22 351 + + M/M/F
FIV 6
23 352 + + M/F ICSI 5
24 354 + + M/F FIV 2 1A
25 359 + + M/M FIV 2
26 360 + + M/F/F
FIV 6
27 363 + + M/M ICSI 5
28 377 + + M/M ICSI 2 2A
29 458 + + M/M FIV 2
30 642 - + F/F ICSI 2
31 668 + + F/M FIV 2
(DNA) número do registro do DNA; (-) Negativo; (+) Positivo; (F) Feminino; (M)
Masculino; (A) Aborto; (I.G.) Idade Gestacional em semanas; (FIV) Fertilização in
vitro; (ICSI) Injeção Intra Citoplasmática de Espermatozóide; (NAT) Natural; em
negrito estão destacados os casos falsos negativos
62
Tabela 8: Resultados da amplificação dos genes TSPY e β-globina, em gestações
com idade gestacional maior ou igual a sete semanas de gestação com sexo
fenotípico confirmado apresentando a idade gestacional, o número de filhos
anteriores e o sexo destas crianças/fetos.
Caso
Nº no
banco
de
DNA
TSPY
β-
globina
US/
Ex.
físico
Falso
Negativo
Tipo de
gestação
I.G.
(semanas)
Número e
sexo de
filhos
anteriores
1 355 - + F FIV 7
2 385 + + M NAT 17
3 395 + + M NAT 40
4 396 + + M NAT 40
5 397 + + M NAT 10
6 398 + + M NAT 20
7 399 + + M NAT 13
8 403 - + F NAT 30
9 463 - + F NAT 13
10 464 - + F NAT 8
11 467 - + F NAT 31
12 469 + + M NAT 10 3F 2M
13 470 + + M NAT 13
14 471 + + M NAT 25
15 605 - + F NAT 15
16 606 - + F NAT 11
17 607 - + F NAT 10 1F 1M
18 643 - + F NAT 10;16;18 1F 1A
19 648 - + F NAT 7 1M
20 650 - + F NAT 13 1A
21 664 - + F NAT 20
22 666 - + F NAT 17
23 663 - + F NAT 9
24 712 + + M NAT 17
25 714 - + F NAT 16
26 715 + + M NAT 14
27 716 + + M NAT 14,26
28 717 + + M NAT 21 1M 1A
29 718 + + M NAT 9
30 722 - + F NAT 16 1A
31 723 + + M NAT 10,16
32 766 - + F NAT 16,29
33 882 - + F NAT 11,15 1A
34 460 + + M/M NAT 21 1M
(DNA) número do registro do DNA; (-) Negativo; (+) Positivo; (F) Feminino; (M)
Masculino; (A) Aborto; (I.G.) Idade Gestacional em semanas; (FIV) Fertilização in
vitro; (ICSI) Injeção Intra Citoplasmática de Espermatozóide; (NAT) Natural.
63
Tabela 9: Análise estatística mostrando a sensibilidade, especificidade, falso positivo
e falso negativo geral (76 casos confirmados o sexo) e das subdivisões (31 casos
com menos de sete semanas e 34 casos com idade gestacional maior ou igual a
sete semanas)
IG Sensibilidade
Especificidade
Falso Positivo
Falso Negativo
IG menor
que 7
semanas 88,20% 100% 0 6,10%
IG maior ou
igual a 7
semanas 100% 100% 0 0
Geral
93,70% 100% 0 3,70%
(IG) Idade Gestacional em semanas; (Geral) total de pacientes confirmado o sexo
através de ultrassonografia e/ou exame físico do recém-nascido
Tabela 10: Análise estatística mostrando a sensibilidade, especificidade, valor
predito positivo e valor predito negativo do sexo masculino e feminino
Sexo Sensibilidade Especificidade
Valor Predito
Positivo
Valor Predito
Negativo
Masculino 93,7% 100% 36 31
Feminino - - - -
(-) por se tratar de um exame onde se pesquisa a presença do cromossomo Y este
não é um exame para detecção de fetos/crianças do sexo feminino, este último é
deduzido por exclusão do sexo masculino.
V - DISCUSSÃO
65
A descoberta da presença de DNA livre fetal no plasma materno de gestantes
trouxe uma grande evolução nas técnicas de diagnóstico pré-natal não invasivo para
o feto (Lo et al., 1997; Lo e Chiu, 2007). Existem alguns estudos mostrando a
sensibilidade e especificidade do método de determinação do sexo fetal pelo plasma
materno (Lo et al., 1998; Johnson, et al., 2004).
O método de PCR por ser relativamente simples, rápido, relativamente barato
e de grande sensibilidade, que deriva da amplificação exponencial de um fragmento
de DNA ao longo dos ciclos da reação, trouxe grandes contribuições à pesquisa. A
grande sensibilidade da PCR permite detectar pequenas quantidades de DNA fetal
presente no plasma materno. Conforme a evolução da gravidez aumenta a
quantidade de DNA fetal no plasma materno que provém de diferentes tipos de
células fetais (Lo et al.,1998). Por não ser possível separar o DNA fetal do DNA
materno igualmente presente no plasma, mas em maiores quantidades, o
diagnóstico do genótipo fetal é possível quando este apresentar seqüência de
bases diferentes do materno. No caso da sexagem fetal, o filho difere da mãe em
relação à presença do cromossomo Y (Zhong, et al., 2000).
Neste trabalho foi possível detectar o sexo fetal a partir da 2ª semana de
gestação, embora outros estudos descritos estabelecessem a 5ª e semana como
o tempo mínimo para a determinação do sexo fetal, devido a uma melhor
confiabilidade dos resultados.
Segundo relatos da literatura trata-se de técnica sujeita a variações, parte
destas derivadas dos métodos de coleta e preparo do DNA (Chiu et al., 2001), da
escolha dos primers de PCR, da metodologia de PCR propriamente dita e da idade
gestacional (Jhonson et al., 2004).
66
Apesar da sensibilidade e especificidade da PCR em tempo real ter sido
demonstrada em outros trabalhos (Alberry et al., 2007; Boon et al., 2007; Martinhago
et al. 2007), com a utilização da Nested PCR foi atingida sensibilidade e
especificidade que permitem sua utilização em rotina hospitalar, com um custo
relativamente reduzido. Isso pode contribuir para a implantação desta metodologia
no Sistema Único de Saúde (SUS).
Na maioria dos trabalhos realizados foram encontrados resultados falso-
negativos variando entre 2 a 5% (Sezikawa et al. 2001; Rijnders et al., 2003;
Martinhago et al., 2007; Alberry et al., 2007; Boon et al., 2007). No presente trabalho
falso-negativos também foram encontrados numa proporção de 2,63%. No entanto,
deve ser lembrado que nos dois casos onde isto ocorreu, as coletadas de plasma
foram realizadas com IGs precoces (2 e 5 semanas de gestação) enquanto que nos
outros trabalhos citados anteriormente estes resultados foram detectados em
amostras coletadas em idades gestacionais mais avançadas mostrando uma maior
sensibilidade do teste utilizando seqüência do gene TSPY em relação a outros
marcadores.
Sezikawa et al. (2001) avaliaram 302 gestantes com idade gestacional entre 7
e 16 semanas, utilizando a seqüência genômica DYS-14. Foi encontrado índice de
acerto para o sexo masculino de 97,2% (139 de 143 gestantes). O motivo pelo qual
não se detectou o fragmento do cromossomo Y no plasma das quatro gestantes que
apresentaram resultado falso-negativo não foi esclarecido pelos autores.
Foi avaliado por Rijnders et al. (2003) a presença do gene SRY em 72
gestantes no primeiro trimestre utilizando PCR em tempo real. Em dois casos com
cinco semanas de gestação obtiveram 50% de acerto no sexo fetal, e em quatro
casos com IGs acima de sete semanas obtiveram 100% de acerto.
67
Jhonson, et al. (2004) avaliaram 20 gestantes de IGs entre 10 e 20
semanas,em cinco laboratórios diferentes através do todo de PCR em tempo real
utilizando o gene SRY e obtiveram uma especificidade do método entre 31% a 97%.
Foi pesquisada por Alberry et al. (2007) a região Y específica DYS-14 em 15
gestantes de 11 semanas através do método da PCR em tempo real e obtiveram
100% de sensibilidade e especificidade.
Boon et al. (2007) utilizaram o SRY para sexagem fetal em 58 mulheres
grávidas com média da IG de 11,2 semanas (+-3,3 semanas) através da PCR em
tempo real, obtendo 18 resultados positivos e 25 negativos para SRY com 100% de
sensibilidade e 97,7% de especificidade.
Foram avaliadas por Martinhago et al. (2007) 52 gestantes a partir da
semana de gestação com 92,6% de acerto em relação ao sexo fetal, utilizando como
marcador o DYS-14.
Outro fato é que muitas gestantes que participaram deste estudo
engravidaram por meio de fertilização in vitro (FIV) o qual confere maior precisão na
determinação da idade gestacional. Além disso, sabe-se que as pacientes que
engravidam naturalmente ou por FIV apresentam a mesma concentração de DNA
fetal circulante no plasma (Pan et al., 2005).
Entre os casos em que não houve concordância do resultado do exame com
o sexo fetal, o plasma havia sido coletado com idade gestacional precoce (2ª e 5ª
semanas), o que nos leva a crer que a quantidade de DNA fetal circulante no sangue
materno, nesses dois casos era insuficiente para a detecção. Também deve ser
lembrado que a paciente com IG de duas semanas fazia parte do grupo de
pacientes da Reprodução Assistida, mas a de cinco semanas, do grupo de gestação
68
concebida naturalmente, caso em que poderia haver erro na IG, a qual poderia ser
menor que a referida.
Tabela 11: Autores, todos de sexagem utilizados, sequências Y-específicas,
número de pacientes, idade gestacional em semanas e índice de acerto dos
trabalhos utilizados como referências
Referência
Método
utilizado
Material
utilizado
Sequência
Y-específica
amostras
IG
(semanas)
Índice de
acerto
Sezikawa et
al., 2001
PCR tempo
real
Plasma
DYS-14
302 7 a 16 97,20%
Rijnders et al.,
2003
PCR tempo
real
Plasma
SRY
72
trimestre
50% a
100%
Jhonson et al.,
2004
PCR tempo
real
Plasma
SRY
20 10 a 20
31% a
97%
Alberry et al.,
2007
PCR tempo
real
Plasma
DYS-14
15 11 100%
Boon et al.,
2007
PCR tempo
real
Plasma
SRY
58 11 97,70%
Martinhago et
al., 2007
PCR tempo
real
Plasma
DYS-14
52 5 92,60%
Presente
trabalho
Nested
PCR
Plasma
TSPY
102 2 a 40 97,01%
Foram encontradas dificuldades na adesão das pacientes ao estudo
longitudinal, pois o sangue deveria ser coletado em diferentes fases da gravidez, o
que nem sempre era possível devido à necessidade de retornos freqüentes ao
69
serviço.
Outra questão foi à quantidade de pacientes da Reprodução Assistida que foi
relativamente pequena em relação às gestações naturais, devido à quantidade de
transferência de embriões que resultaram em gestações, pois quando não se
obtinha um resultado positivo de gravidez, as pacientes que haviam concordado em
participar da pesquisa acabavam sendo excluídas da mesma.
Embora não se tenha o resultado final do sexo fenotípico de todos os
fetos/recém-nascidos, a especificidade do método foi a desejada, o que demonstra a
falta de contaminação por DNA de gestações anteriores de fetos do sexo masculino.
A sexagem fetal em plasma materno pôde ser realizada tanto em primigestas como
em multíparas tendo sendo precisa em IGs diferentes.
De acordo com a análise estatística tivemos Confiabilidade Positiva de
88,89%, nos casos de menos de sete semanas, e 100% nos casos com mais de
sete semanas o que indicou que o resultado positivo para TSPY resultou em alta
probabilidade de o feto ser do sexo masculino. A Confiabilidade Negativa de 100%
em todas as IGs indicou que o resultado negativo para TSPY resultou em alta
probabilidade do feto ser do sexo feminino. O Suporte de 48,48% e 50% indicaram
um bom desempenho do método diagnóstico, dado que eram esperados, numa
amostra, metade de fetos de sexo masculino e outra metade de sexo feminino. A
Sensibilidade de 100% em ambos os grupos de IGs indicou que o método
diagnóstico foi considerado sensível quando o TSPY positivo estivesse relacionado
ao feto do sexo masculino. A Especificidade de 88,24% e 100% indicou que o
método diagnóstico foi considerado específico quando o TSPY negativo estava
relacionado ao feto do sexo feminino. A Precisão Total de 93,94% e 100%
mensurava a porcentagem de verdadeiros positivos e verdadeiros negativos.
70
Portanto, o método diagnóstico foi considerado preciso quando classificou
corretamente o sexo fetal. A Novidade de 22,04% e 25% mostrou que valores
próximos a +25% indicam que existem poucos fatores inesperados que fariam com
que o TSPY positivo fosse para o feto do sexo feminino. A Satisfação de 100%
indicou que o método diagnóstico classificou como positivo quando realmente era
observado um feto do sexo masculino. Portanto, o diagnóstico do sexo fetal a partir
da 2ª semana de gestação pela técnica de Nested PCR apresentou sensibilidade de
88,9% e especificidade de 100%.
A sexagem fetal precoce pode auxiliar principalmente na ansiedade dos pais
que estão sob um risco genético reprodutivo, e também pode ser muito útil para o
manejo das doenças genéticas ligadas ao cromossomo X. Podendo-se confirmar o
sexo fetal precocemente não há a necessidade da realização de exames invasivos e
mais tardios (coleta de vilosidade coriônica ou líquido amniótico).
Na recorrência da hiperplasia adrenal congênita, a sexagem fetal precoce
seria de grande utilidade devido ao esquema terapêutico profilático logo no inicio da
gestação para prevenir a possível virilização dos fetos femininos afetados. Em fetos
do sexo masculino, como não necessidade de tratamento intra-útero, a parada
precoce da medicação evitaria efeitos colaterais para a gestante (Rijnders et al.,
2004).
Com a utilização de metodologias ainda mais rápidas e sensíveis, como a
PCR em tempo real, devem-se obter índices de acerto ainda maiores, inclusive em
fases precoces da gravidez. No entanto, a utilização da Nested PCR permite que,
mesmo centros sem grandes recursos possam implantar a técnica, aumentando a
abrangência da população que pode ser beneficiada pela mesma. Além disso, os
resultados das pesquisas em curso no momento permitirão sem dúvida, no futuro
71
próximo, a descoberta de novos marcadores e a utilização da técnica de diagnóstico
pré-natal em plasma materno para várias doenças.
VI – CONCLUSÃO
73
A sexagem fetal a partir de plasma materno utilizando a PCR para
amplificação do gene TSPY se mostrou eficaz e de boa qualidade;
A especificidade da sexagem fetal pelo gene TSPY comparado com o
fenótipo do feto foi de 100%;
A sensibilidade da sexagem fetal com o gene TSPY foi de 88,9% abaixo de
sete semanas e de 100% para as com idade gestacional igual ou superior a sete
semanas de gestação.
VII – BIBLIOGRAFIA
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ANEXOS
92
Anexo 1- aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa em
Seres Humanos do HCFMRP-USP
APÊNDICES
94
Apêndice A – Termo de consentimento Livre e Esclarecido
HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE DE MEDICINA
DE RIBEIRÃO PRETO DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
CEP. 14048-900
RIBEIRÃO PRETO - S.P.
B R A S I L
CAMPUS UNIVERSITÁRIO - MONTE ALEGRE
FONE: 602-1000 - FAX (016) 633-1144
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
1. NOME DA PESQUISA: “Sexagem Fetal a partir de Sangue Materno”
2. PESQUISADORES RESPONSÁVEIS: Flavia C. Donabela
Profa. Dra. Ester S. Ramos
3. PROMOTOR DA PESQUISA: Hospital das Clínicas da FMRP-USP
4. ESCLARECIMENTOS: O diagnóstico pré-natal é muito importante para o seguimento da gravidez.
Algumas doenças podem ser tratadas com o bebê ainda dentro do útero da mãe e outras logo após o
nascimento. Algumas doenças comuns em certas famílias são conhecidas como de causa genética e
podem afetar apenas bebês do sexo masculino ou feminino Nesta pesquisa, através dos resultados de
alguns exames que não afetam a saúde do bebê, poderemos conhecer o sexo de seu filho ou filha e se
saberá que grávidas precisarão de tratamento. Além disso, poderá ser dada depois uma melhor
orientação para você e seus parentes. O estudo não trará nenhuma despesa para você. Você pode
auxiliar neste trabalho através de um pouco de sangue (colhidos como qualquer exame de rotina).
Todo esse material será usado para estudar a constituição genética do seu nenê através do DNA (mas
não será utilizado para outros fins, que não esta pesquisa, sem um novo consentimento).
5. Informações adicionais: você receberá resposta a qualquer pergunta ou esclarecimento de qualquer
dúvida a respeito dos procedimentos, riscos, benefícios e de outras situações relacionadas com a
pesquisa. Você tem a liberdade de retirar o seu consentimento e de deixar de participar do estudo, a
qualquer momento, sem que isso traga prejuízo à continuidade do seu tratamento. A segurança de que
não será identificada e que será mantido o caráter confidencial da informação relacionada à sua
privacidade. O compromisso de que será prestada informação atualizada durante o estudo, ainda que
esta possa afetar a sua vontade de continuar dele participando. O compromisso de que você será
devidamente acompanhada e assistida durante todo o período de sua participação no projeto, bem
como de que será garantida a continuidade do seu tratamento, após a conclusão dos trabalhos da
pesquisa.
Eu______________________________________________________________RG
n
o
_______________, abaixo assinado, concordo com as condições que me foram apresentadas e que,
livremente, manifesto a minha vontade em participar do projeto de pesquisa Sexagem Fetal a partir
de Sangue Materno”
Ribeirão Preto, ____de _____________de _____
______________________________ ________________________________
Assinatura dos pesquisadores Assinatura da paciente
95
Apêndice B – Questionário
Ficha de Paciente
Nome:___________________________________________
Reg. HC:_________________________Data:____________
Nasc. Paciente:________________Nasc. Marido:_________
Endereço:_________________________________________
Telefone:_____________________
Tipo Sanguíneo:________________
G___P___A___C___
Filhos:____Idade e sexo:_____________________________
Datas dos abortos:___________
Pré-eclâmpsia/eclâmpsia ou hipertensão?____Quando:_____
Historia na família?__________________________________
Tentativas de R.A.__________________________________
Gestação atual
Natural___Hiperovulação___FIV___ICSI___Outras________
Data T.E.________________
D.U.M.__________________
Idade Gestacional (US)______________________________
OBS.:
96
Apêndice C – Tabela
Tabela 12: Análise estatística do grupo total de pacientes confirmados os resultados
através de ultrassonografia e/ou exame físico do recém-nascido
Classe Observada
(US_EF)
Classe Predita (TSPY)
Total
Positivo Negativo
Masculino (Positivo) 36 2 38
Feminino (Negativo) 0 29 29
Total 36 31 67
Medida Sigla Fórmula Resultado
Verdadeiro Positivo TP 36
Verdadeiro Negativo TN 29
Falso Positivo FP 2
Falso Negativo FN 0
Total Preditos
Positivos
l 36
Total Preditos
Negativos
lt(traço) 31
Total Observados
Positivos
r 38
Total Observados
Negativos
rt(traço) 29
Total n 67
Taxa de Erro para FN
Err(FN) FN/(TP+FN) 0,00%
Taxa de Erro para FP
Err(FP) FP/(FP+TN) 6,45%
Taxa de Erro Total Err(total) (FP+FN)/n 2,99%
Confiabilidade
Positiva
Prel TP/(TP+FP) 94,74%
Confiabilidade
Negativa
Nrel TN/(TN+FN) 100,00%
Suporte Sup TP/n 53,73%
Sensibilidade Sens TP/(TP+FN) 100,00%
Especificidade Spec TN/(TN+FP) 93,55%
Precisão Total Tacc (TP+TN)/n 97,01%
Cobertura Cov (TP+FP)/n 56,72%
Novidade Nov (TP/N)-(l*r)/(n^2) 23,26%
Satisfação Sat 1-(n*FN)/(l*rt) 100,00%
97
Apêndice D – Tabela
Tabela 13: Análise estatística do grupo de pacientes com idade gestacional menor
que sete semanas de gestação.
Classe Observada
(US_EF)
Classe Predita (TSPY)
Total
Positivo Negativo
Masculino (Positivo) 16 2 18
Feminino (Negativo) 0 15 15
Total 16 17 33
Medida Sigla Fórmula Resultado
Verdadeiro Positivo TP 16
Verdadeiro Negativo TN 15
Falso Positivo FP 2
Falso Negativo FN 0
Total Preditos
Positivos
l 16
Total Preditos
Negativos
lt(traço) 17
Total Observados
Positivos
r 18
Total Observados
Negativos
rt(traço) 15
Total n 33
Taxa de Erro para FN
Err(FN) FN/(TP+FN) 0,00%
Taxa de Erro para FP
Err(FP) FP/(FP+TN) 11,76%
Taxa de Erro Total Err(total) (FP+FN)/n 6,06%
Confiabilidade
Positiva
Prel TP/(TP+FP) 88,89%
Confiabilidade
Negativa
Nrel TN/(TN+FN) 100,00%
Suporte Sup TP/n 48,48%
Sensibilidade Sens TP/(TP+FN) 100,00%
Especificidade Spec TN/(TN+FP) 88,24%
Precisão Total Tacc (TP+TN)/n 93,94%
Cobertura Cov (TP+FP)/n 54,55%
Novidade Nov (TP/N)-(l*r)/(n^2) 22,04%
Satisfação Sat 1-(n*FN)/(l*rt) 100,00%
98
Apêndice E – Tabela
Tabela 14: Análise estatística do grupo de pacientes com idade gestacional maior
que sete semanas de gestação.
Classe Observada
(US_EF)
Classe Predita (TSPY)
Total
Positivo Negativo
Masculino (Positivo) 17 0 17
Feminino (Negativo) 0 17 17
Total 17 17 34
Medida Sigla Fórmula Resultado
Verdadeiro Positivo TP 17
Verdadeiro Negativo TN 17
Falso Positivo FP 0
Falso Negativo FN 0
Total Preditos
Positivos
l 17
Total Preditos
Negativos
lt(traço) 17
Total Observados
Positivos
r 17
Total Observados
Negativos
rt(traço) 17
Total n 34
Taxa de Erro para FN
Err(FN) FN/(TP+FN) 0,00%
Taxa de Erro para FP
Err(FP) FP/(FP+TN) 0,00%
Taxa de Erro Total Err(total) (FP+FN)/n 0,00%
Confiabilidade
Positiva
Prel TP/(TP+FP) 100,00%
Confiabilidade
Negativa
Nrel TN/(TN+FN) 100,00%
Suporte Sup TP/n 50,00%
Sensibilidade Sens TP/(TP+FN) 100,00%
Especificidade Spec TN/(TN+FP) 100,00%
Precisão Total Tacc (TP+TN)/n 100,00%
Cobertura Cov (TP+FP)/n 50,00%
Novidade Nov (TP/N)-(l*r)/(n^2) 25,00%
Satisfação Sat 1-(n*FN)/(l*rt) 100,00%
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