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internas e das propriedades do escoamento e do fluido, expressas através do número de
Reynolds (Re) (SCHIOZER, 1996).
Para túneis escavados em rocha, alguns estudos foram realizados buscando a
determinação do coeficiente de atrito.
RHAM (1958) realizou, na Suécia, um estudo sobre a perda de carga linear em
túneis escavados em rocha, escolhendo treze túneis com escoamento sob pressão. No
Quadro 1 encontram-se algumas características destes túneis que fazem parte de
circuitos hidráulicos de usinas hidrelétricas.
Quadro 1 - Características dos túneis utilizados no estudo de RAHM (1958).
Túnel Comp. Área Diâm. Hid. Tipo de Rocha f
(m) (m
2
) (m)
Alfta (A) 3025 33,8 6,16 Granito-gnaisse 0,086
Blåsjön (B) 5620 57,1 8,16 Gnaisse-mica-xisto 0,047
Dönje (D) 4700 141,3 12,84 Gnaisse 0,7
Harsprånget (H) 2430 204,0 15,4 Granito 0,052
Järpströmmen (J) 4520 114,3 11,52 Ardósia siluriana 0,048
Krokströmmen (K) 2196 101,6 10,88 Granito 0,048
Nissaström (N) 1465 36,6 6,52 Granito-gnaisse 0,101
Porjus I (PI) 1194 57,4 8,63 Granito-gnaisse 0,073
Porjus II (PII) 1032 61,5 8,64 Granito-gnaisse 0,055
Selsfors (Se) 629 80,5 9,68
Ardósia negra com
intrusão de granito
0,114
Sillre (Si) 1829 6,6 2,84 Gnaisse 0,102
Sunnerstaholm (Su) 330 35,9 6,48 Granito-gnaisse 0,104
Tåsan (T) 6698 17,2 4,48 Gnaisse 0,081
Obs: Os túneis das hidrelétricas de Dönje e Nissaström estão providos de grossos arcos
de reforço, os quais se estendem sobre uma considerável parte do comprimento do túnel. A base
do túnel da usina de Blåsjön é asfaltada.
As perdas de carga foram determinadas pela medição da diferença de nível
d’água entre os extremos de montante e jusante dos túneis e as vazões, de forma
gráfica, pelo diagrama de operação das turbinas.
Através de seus dados, RAHM (1958) encontrou uma relação que mostra que a
perda de carga é proporcional ao quadrado da vazão (Figura 15), o que implica que todas
as suas observações, que estão dentro da faixa de operação das usinas, foram em
escoamento turbulento hidraulicamente rugoso, sendo desta forma f independente do
número de Reynolds (Re) e dependente somente da rugosidade das paredes (e).
Os escoamentos se dividem em laminar, transicional e turbulento. O escoamento
turbulento, em especial, pode ser separado em três tipos: (PORTO, 2001)