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a fluir pelo mesmo sentido. Quando começou a sair do mainframe e foi para a mesa das
pessoas ele começou a funcionar com características específicas.
CELSO FIGUEIREDO – Não sou do tipo deslumbrado. Acho que em 10 anos
teremos a publicidade tradicional muito parecida com o que vemos hoje, só que mais
segmentada, melhor pesquisada. Na Net creio que tem duas grandes estradas. Uma é
pelos games. É algo incrível, os caras ficam horas dentro desses ambientes, como o
Second Life. A outra é por meio desses mecanismos de comunhão. O viral entra aí, mas
tem muita coisa junto. Veja por exemplo esses filminhos que tem nas orelhas do MSN.
Nos sites tem filmes, jogos, desafios, promoções. (Pergunto se seria o universo da
marca criado na Internet). – Não diria isso, a não ser que seja de uma marca que só
existe no virtual, senão seria mais uma extensão da marca que existe no real para o
virtual. (Comento que quando eu crio todo um ambiente para uma marca na Internet,
com jogos, desafios etc. estou criando um ambiente próprio para receber meus prospects
ou clientes). – Sim, mas se ele não tiver conexão com os ambientes da marca no mundo
real, a marca fica esquizofrênica. Não dá pra ser duas coisas diferentes.
CLÁUDIA LASSANCE – Totalmente diferente dos dias atuais, com muitas inovações
tanto no conteúdo como na maneira de veicular. Quem não se adaptar às novas
tendências será naturalmente expulso do mercado.
DAN ZECCHINELLI – Cada vez com menos cara de publicidade, com muita
produção de conteúdo, e campanhas que visem não só a aquisição de produtos, mas a
mudança de comportamento e a adesão a uma “filosofia de marca”.
DANI BENOIT – Totalmente fragmentada. Eu acredito muito em mobile, acho que os
celulares vão ficar maiores, e vão convergir todas as mídias, TV, Internet, vai tudo pro
celular. Eu posso ser meio ingênua, mas acho que o jornal vai morrer ou vai ficar bem
fraquinho. Eu acho que ele vai desaparecer pelo seguinte. Se você pensar, daqui a 50
anos a minha filha não vai conhecer jornal. Jornal pra ela é aquilo que ela vai usar pra
embrulhar mudança. Acho que eu nem preciso ir muito longe. Minha irmã de 12 anos
não vai conhecer jornal, ela já não conhece jornal. Até eu que sou da geração do jornal...
eu leio Terra.. eu não pego jornal por nada na vida. Acho que a publicidade vai ter que
se tornar um serviço, ou alguma coisa assim.
Por exemplo, quando eu fui comprar uma TV de LCD. Primeiro eu não sabia se ia
comprar LCD ou plasma, segundo eu não sabia o que precisa ter pra essa historia de
HDTV, nem sabia o que era. Depois eu não sabia qual era a diferença entre todos eles,
um monte de coisa que vinha escrita na especificação, pra que servia aquilo tudo.
Quando a publicidade te ensinar a escolher isso, vai conquistar mais o público. Acho
que é mais ou menos essa a tendência (Citei uma afirmação de Walter Longo, dando
conta de que a publicidade está voltando às origens, onde predominava a informação
sobre a persuasão). O site Buscapé pra mim, por exemplo, é um serviço maravilhoso, eu
uso pra tudo, pra todas as minhas compras. Eu vou te dar um exemplo prático, eu ia
comprar uma máquina de lavar roupa, e aí você vê 200 maquinas, você não sabe nem
que peso você precisa, e aí você vai pela beleza. Algumas possuem facilidades que nem
lembro o nome, outras gastam menos energia, enfim, eu achei que queria comprar uma
GE. Aí eu fiz uma busca no Buscapé, olhei a GE mais barata na loja mais barata, mas
antes resolvi olhar as críticas de cada uma das máquinas. E ai eu comecei a ver o que
era importante pra cada usuário e vi que todos que compraram GE estavam insatisfeitos
e o Buscapé derrubou a GE da minha cabeça. E descobri que a Brastemp ainda é uma