Download PDF
ads:
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
“JÚLIO DE MESQUITA FILHO”
INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS
UNESP BOTUCATU
AVALIAÇÃO DO COMPORTAMENTO DE
AGRESSIVIDADE EM RATOS EXPOSTOS AO CÁDMIO
E SUBMETIDOS AO ESTRESSE POR IMOBILIZAÇÃO
Simone Galbiati Terçariol
BOTUCATU – SP
2008
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
“JÚLIO DE MESQUITA FILHO”
INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS
UNESP BOTUCATU
AVALIAÇÃO DO COMPORTAMENTO DE
AGRESSIVIDADE EM RATOS EXPOSTOS AO CÁDMIO
E SUBMETIDOS AO ESTRESSE POR IMOBILIZAÇÃO
Aluna: Simone Galbiati Terçariol
Orientador: Prof. Dr. José Ricardo de Arruda Miranda
Co-orientador: Dr. Antonio Francisco Godinho
BOTUCATU – SP
2008
Dissertação apresentada ao Instituto de
Biociências, Campus de Botucatu, UNESP,
para obtenção do título de Mestre no
Programa de Pós Graduação em Biologia
Geral e Aplicada.
ads:
FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA SEÇÃO TÉCNICA DE AQUISIÇÃO E TRATAMENTO
DA INFORMAÇÃO
DIVISÃO TÉCNICA DE BIBLIOTECA E DOCUMENTAÇÃO - CAMPUS DE BOTUCATU - UNESP
BIBLIOTECÁRIA RESPONSÁVEL: Selma Maria de Jesus
Terçariol, Simone Galbiati.
Avaliação do comportamento de agressividade em ratos expostos ao cádmio
e submetidos ao estresse por imobilização / Simone Galbiati Terçariol. –
Botucatu : [s.n.], 2008.
Dissertação (mestrado) – Universidade Estadual Paulista, Instituto de
Biociências, Botucatu, 2008.
Orientador: José Ricardo de Arruda Miranda
Co-orientador: Antonio Francisco Godinho
Assunto CAPES: 21007004
1. Toxicologia 2. Metais pesados - Toxicologia
CDD 615.9
Palavras-chave: Agressividade; Cádmio; Estresse; Neurocomportamento;
Rato.
COMISSÃO EXAMINADORA
Prof. Dr. Antonio Francisco Godinho
Presidente e Co-orientador: Titular 1
Centro de Assistência Toxicológica – CEATOX
Instituto de Biociências – UNESP – Botucatu
Prof. Dra. Ethel Lourenzi Barbosa Novelli
Membro: Titular 2
Departamento de Química e Bioquímica
Instituto de Biociências – UNESP – Botucatu
Prof. Dr. João Lauro Viana de Camargo
Membro: Titular 3
Departamento de Patologia - TOXICAN
Faculdade de Medicina – UNESP - Botucatu
Data da Defesa: 26/08/08
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho
À Deus,
à Nossa Senhora Aparecida e aos
meus pais Vitório e Raquel, pela
proteção e por me darem forças
para continuar a estudar e superar
as dificuldades ocorridas nestes
dois anos.
Aos meus pais Vitório e Raquel,
Pelo intenso apoio, amor e paciência, em todos os momentos de
minha vida.
meus irmãos Paula e Vinicius,
Pela amizade, carinho, compreensão e incentivo.
Uli, Mini e Luna
Amo vocês!
AGRADECIMENTOS
Agradecimento especial
Ao Prof. Dr. Antonio Francisco Godinho
Obrigada pela oportunidade, paciência, confiança, dedicação e
ensinamentos, pois orientar uma pós-graduação como a minha não
é fácil!
Ao Prof. Dr. José Ricardo de Arruda Miranda
Pela oportunidade e confiança.
“Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma
soma de pequenas realizações”.
Vincent Van Gogh
Agradecimentos
Aos meus amigos de trabalho, pessoas queridas, em especial a
Coordenadora Carla Komatsu Machado e ao Vice-Diretor André
Luis Ornellas, por terem acreditado e depositado sua confiança em
mim, possibilitando a realização deste Mestrado.
A Marisa e Gilberto pelo empréstimo da câmera, muito obrigada,
pois sem ela não conseguiria analisar o experimento.
A Lívia, Érica pela amizade, carinho e hospedagem.
Aos funcionários do CEATOX – Centro de Assistência Toxicológica,
Alaor, Amauri, Aninha, Denise, Rita e Pardal pela amizade e apoio.
Ao IBB – Unesp Botucatu pela oportunidade de realização deste
mestrado.
Aos funcionários da Pós-Graduação por toda ajuda, compreensão e
paciência dispensada.
A todas as pessoas que direta ou indiretamente foram fundamentais
para a elaboração deste trabalho,
Muito Obrigada!
L
L
I
I
S
S
T
T
A
A
D
D
E
E
T
T
A
A
B
B
E
E
L
L
A
A
S
S
Tabela 1 -
SAIS DE CÁDMIO E A TOXICIDADE DOS SEUS
PRINCIPAIS COMPOSTOS
13
SUMÁRIO
I – INTRODUÇÃO..............................................................................................11
II – CAPÍTULO I – REVISÃO DE LITERATURA...........................................13
1 Identificação e fontes de emissão do cádmio................................................13
2 Contaminação Ambiental pelo cádmio.........................................................15
2.1 Ar ..........................................................................................................15
2.2 Água......................................................................................................15
2.3 Solo.......................................................................................................15
2.4 Alimento ...............................................................................................16
3 Toxicocinética................................................................................................16
3.1 Absorção..............................................................................................16
3.2 Distribuição .........................................................................................17
3.3 Metabolização......................................................................................18
3.4 Excreção ..............................................................................................18
4 Cádmio como agente cancerígeno e teratogênico..........................................18
5 Cádmio e Sistema Nervoso Central...............................................................19
6 Estresse...........................................................................................................20
7 Comportamento de Agressividade.................................................................21
8 Cádmio e Estresse Oxidativo.........................................................................22
9 Justificativa e objetivos.................................................................................24
10 Referências....................................................................................................26
III – CAPÍTULO II - ARTIGO ............................................................................34
Título..............................................................................................................34
Resumo...........................................................................................................35
Abstract..........................................................................................................36
Introdução ......................................................................................................37
Material e Métodos ........................................................................................39
Resultados......................................................................................................42
Discussão .......................................................................................................45
Referências.....................................................................................................50
11
INTRODUÇÃO
Estudos recentes mostram que o metal pesado cádmio (Cd) é um agente
cancerígeno para humanos. O cádmio é usado na fabricação de baterias de veículos,
pastas de limpeza, pisos, como componente em metalúrgicas, em pigmentos,
acabamentos de peças, plásticos e vidros, além de ser encontrado como contaminante
dos fertilizantes fosfatados (IARC, 1993).
Como resultado das emissões industriais e por causa da contaminação dos
fertilizantes utilizados nas plantações, no século XX tem aumentado bastante a
concentração do cádmio no solo, implicando em uma maior retenção pelos vegetais
(SATARUG et al., 2003), que serão utilizados pelos animais e/ou homem, inclusive
como alimentos. Em regiões de alta concentração, a contaminação de alimentos e água
provavelmente causou as primeiras intoxicações (GOODMAN e GILMAN, 2001).
Além destas exposições, fumantes ativos e passivos também estão expostos a
altas concentrações de cádmio presente na fumaça do tabaco (LEWIS, 1972; JARUP et
al., 1998), sendo um dos componentes importantes para os efeitos tóxicos do cigarro no
organismo.
Os metais pesados produzem seus efeitos tóxicos combinando-se com um ou
mais grupos reativos essenciais às funções fisiológicas normais.
O cádmio em especial, fica no mesmo patamar do chumbo e do mercúrio como
metais importantes no ponto de vista toxicológico. O cádmio ocorre na natureza em
combinação com o zinco e chumbo, causando contaminação ambiental. Como menos de
5% desses metais são reciclados, a poluição ambiental é uma preocupação importante.
A meia-vida do cádmio no organismo é de 10-30 anos, por isso, se a exposição
ambiental for contínua, as concentrações desse metal nos tecidos aumentam durante
toda vida de forma cumulativa (GOERING e KLAASSEN, 1984). Dado sua taxa atual
de liberação no ambiente, é provável que o cádmio no corpo humano aumente
progressivamente no futuro. Em conseqüência poderia provocar uma incidência mais
alta de doenças.
Fígado e rim são os órgãos principais atingidos pela toxicidade por cádmio
(SATARUG et al., 2003). Porém, estudos recentes indicam que exposições crônicas a
12
baixas doses de cádmio podem causar problemas neurocomportamentais em humanos e
animais, até mesmo quando nenhum dano renal for descoberto (LERET et al., 2003;
VIAENE et al., 2000). Em trabalhadores expostos ocupacionalmente dificulta a
funcionalidade visual motora, promove alterações de equilíbrio emocional e prejudica a
concentração (VIAENE et al., 2000). Experimentalmente, exposição pré e neonatal
resultou em hiperatividade (ALI et al., 1990) enquanto que em ratos adultos demonstrou
diminuição da atividade locomotora espontânea (ALI et al., 1990; LUKAWSKI et al.,
2005).
Pesquisas de Leret et al., (2003) comprovaram a ação do cádmio no sistema
nervoso central, pois em estudos feitos com animais foram constatados hiperatividade
motora, aumento do comportamento agressivo e prejuízo dos mecanismos de memória
social. O comportamento de agressividade é comum na sociedade animal, e é
considerada essencial quanto à sobrevivência do indivíduo ou da espécie (HALLER e
KRUK, 2006).
Outro aspecto importante da intoxicação por cádmio é a sua ação mutagênica a
qual parece ser provocado tanto por inibição do reparo do DNA, quanto por indução das
espécies reativas de oxigênio (ERO) (GIAGINIS et al., 2006). Evidências experimentais
sugerem que exposição a baixa concentração de cádmio do meio ambiente, induz
mutação e dano no DNA, o que diminui a estabilidade genética inibindo o reparo
endógeno e exógeno das lesões no DNA o que, em conseqüência, aumenta a
probabilidade de mutações e, por conseguinte, a iniciação do câncer (FILIPIC et al.,
2006).
O estilo de vida moderno da sociedade humana hoje, conduz os indivíduos à
situações que culminam em estresse. Este por sua vez pode provocar alterações
neuroendócrinas e fisiológicas.
Nos animais, o acúmulo de ansiedade gerado no estresse parece ser importante
para garantir a perpetuação da espécie (BAÚ, 2002; MENDES, 2008), porém, o estresse
pode provocar alterações no comportamento que se tornam permanentes, como por
exemplo, a agressividade (TEICHER, 2000; NEWPORT et al.; 2002)
13
CAPÍTULO I - REVISÃO DE LITERATURA
1 IDENTIFICAÇÃO E FONTES DE EMISSÃO DO CÁDMIO
O cádmio é um elemento químico, que ocupa, juntamente com o zinco e o
mercúrio, o grupo IIb da Tabela Periódica; foi descoberto em 1817, por Friedrich
Strohmeyer, professor de metalurgia em Goettingen, na Alemanha (AZEVEDO e
CHASIN, 2003).
O cádmio apresenta várias propriedades físicas e químicas semelhantes ao zinco, o que
explica a ocorrência dos dois metais juntos na natureza. É um elemento relativamente
raro e não é encontrado na natureza em estado puro. Sua principal fonte mineral é a
greenockita, rica em sulfeto de cádmio (CdS), que ocorre associada a sulfeto de zinco.
O cádmio está associado principalmente a sulfitos em minérios de zinco, chumbo e
cobre (CHASIN e CARDOSO, 2003).
Na tabela abaixo (Tabela 1) podem ser observadas as diferentes toxicidades dos sais de
cádmio.
Tabela 1: Sais de cádmio e a toxicidade dos seus principais compostos.
SAIS DE CÁDMIO (Cd) FÓRMULA MOLECULAR TOXICIDADE DL50
(rato)
ACETATO DE Cd
Cd(C2H3O2)2. 2(H2O) i.p: 14mg/kg
v.o: 360mg/kg
BROMETO DE Cd
CdBr2.4(H2O) -----
CÁDMIO METÁLICO
Cd v.o: 255mg/kg
CARBONATO DE Cd
CdCO3 -----
CLORETO DE Cd
CdCl2; CdCl2H2O v.o: 250mg/L; 88mg/kg
FLUORBORATO DE Cd
CDf2; Cd(bf4)2-H2O v.o: 250mg/kg
NITRATO DE Cd
Cd(NO3)2.4H2O i.p: 14mg/kg
v.o: 300mg/kg
ÓXIDO DE Cd
CdO v.o: 72mg/kg
SELENETO DE Cd
CdSe ------
SULFATO DE Cd
CdSO4 v.o: 225mg/kg
14
SULFETO DE Cd
CdS ------
SULFITO DE Cd
CdS v.o: 225mg/kg
FONTES – GALVÃO e COREY, 1987; WHO, 1992; ATSDR, 1997; CARDOSO e CHASIN, 2001; AZEVEDO
e CHASIN, 2003; CETESB, 2008.
Numerosas atividades humanas resultam em lançamentos de significativa
quantidade de Cd ao meio ambiente. As fontes individuais de Cd também variam
consideravelmente entre países. A emissão de Cd tem origem em duas grandes
categorias:
FONTES NATURAIS
O cádmio se origina de rochas sedimentares, rochas fosfáticas de origem
marítima, que podem chegar a concentrações de até 500 ppm (WHO, 1992). Condições
climáticas e a erosão dessas rochas resultam no transporte, via água dos rios. A
atividade vulcânica é considerada a maior fonte natural de lançamento de cádmio para a
atmosfera e se estima que seja em torno de 820 toneladas/ano (CADMIUM
ASSOCIATION, 2008).
FONTES ANTROPOGÊNICAS
As maiores fontes antropogênicas de cádmio podem ser divididas em duas
categorias: a primeira é relativa às atividades envolvendo mineração, produção,
consumo e disposição de produtos que utilizam cádmio (baterias de Ni-Cd, pigmentos,
estabilizadores de produtos de policloreto de vinila - PVC, recobrimento de produtos
ferrosos e não ferrosos, ligas de cádmio e componentes eletrônicos); a segunda
categoria consiste de fontes “inadvertidas” na qual o cádmio é um constituinte natural
do material que está sendo processado ou consumido (metais não ferrosos, ligas de
zinco, chumbo e cobre, emissões de indústrias de ferro e aço, combustíveis fósseis -
carvão, óleo, gás e madeira, cimento e fertilizantes fosfatados) (ATSDR, 1997;
CARDOSO e CHASIN, 2001; AZEVEDO e CHASIN, 2003).
Mesmo que os níveis de Cd no solo não alcancem valores alarmantes, o
metal permanecerá em uma forma potencialmente disponível, por muitos anos. A
estimativa de meia-vida do Cd nos solos varia entre 15 e 1.100 anos. Portanto, há
15
necessidade de monitorar o comportamento do Cd e outros metais, por um período mais
longo (OLIVEIRA, 2003).
2 CONTAMINAÇÃO AMBIENTAL PELO CÁDMIO
2.1 AR
As concentrações de cádmio no ar a que estão sujeitas as populações são,
geralmente, menores que 5x10
-6
mg/m
3
, porém concentrações de até 5x10
-4
mg/m
3
foram
detectadas no ar de áreas próximas a atividades emissoras. Vários autores avaliaram as
concentrações de cádmio em áreas remotas, rurais e urbanas (AZEVEDO e CHASIN,
2003).
2.2 ÁGUA
Os níveis de valores de cádmio em águas não poluídas variam
significativamente. Há referências de que as concentrações em mar aberto variam de
0,01 a 0,1 ug/L, e em águas profundas as concentrações são maiores que nas superfícies
devido à captação do metal pelos organismos. Há referências de valores tão altos
quantos 1mg/L ou ainda maiores em águas oriundas de locais nas vizinhanças de
depósitos de minerais (ATSDR, 1997).
2.3 SOLO
As concentrações do cádmio em solos não-poluídos são variáveis,
dependendo das fontes minerais e do material orgânico. Em solo não-vulcânico, as
concentrações de cádmio variam de 0,1 a 1 ppm, enquanto naqueles de origem
vulcânica atinge-se concentrações de 4,5 ppm. A contaminação dos solos podem se dar
a partir de resíduos sólidos (CHASIN e CARDOSO, 2003).
No Brasil não existem estatísticas da extensão da contaminação dos solos,
mas é possível encontrar substâncias tóxicas em todo o território nacional. No estado de
São Paulo já existem aproximadamente 2000 locais potencialmente contaminados com
substâncias orgânicas e inorgânicas (ALLOWAY, 1990).
16
2.4 ALIMENTOS
As concentrações de cádmio em diferentes alimentos variam muito com a
origem do mesmo, com as concentrações deste no solo e com a disponibilidade do metal
no meio em condições de ser incorporado pela planta.
A contaminação dos alimentos se dá através da contaminação do solo, que,
por sua vez, pode ser contaminado através das águas de irrigação, de deposição
originária da poluição atmosférica e de adubações através de fertilizantes fosfatados ou
fertilizantes de origem de esgotos (VAZ e LIMA, 2003).
3 TOXICOCINÉTICA
3.1 ABSORÇÃO
DÉRMICA
Os estudos sobre absorção dérmica sugerem que, embora a absorção por
esta via seja lenta, pode atingir proporções relevantes nas situações onde soluções
concentradas de cádmio estejam em contato com a pele por várias horas (CARDOSO e
CHASIN, 2001).
RESPIRATÓRIA
Dados oriundos de animais de experimentação atestam que a absorção
pulmonar é maior que a absorção gastrointestinal e que é dependente da especiação
química (tamanho e da solubilidade da partícula) (AZEVEDO e CHASIN, 2003).
Investigações demonstram que o hábito de fumar pode aumentar
consideravelmente a retenção e a assimilação pulmonar do cádmio. Um cigarro contém,
em média, 1,4 ug de cádmio, sendo que desta quantidade de 0,1 ug pode ser inalado,
representando para um fumante de 20 cigarros diários uma entrada de 2 a 3 ug/dia
(LARINI, 1987).
17
GASTROINTESTINAL
A exposição oral assume importantes proporções devido à bioacumulação
do cádmio na cadeia alimentar (CARDOSO e CHASIN, 2001; VAZ e LIMA, 2003).
A nível gastrointestinal existe substanciais evidências de que os níveis de
absorção de cádmio estão em torno de 5%. Esta absorção é influenciada pelo tipo de
dieta e pelas condições nutricionais (LARINI, 1987; WAALKES et al., 1992).
A absorção intestinal parece ocorrer em duas fases: do lúmem para mucosa
e transferência para a circulação. Dentre os fatores que afetam a absorção do cádmio
estão as interações metal-metal (ex: ferro, cálcio, cromo, magnésio) e metal-proteína
(metalotionina, glutationa) presentes tantos nos alimentos como no organismo
(CARDOSO e CHASIN, 2001).
Dietas com baixos níveis de cálcio e proteínas aumentam aproximadamente
três vezes a absorção de cádmio no trato gastrointestinal. Animais deficientes de ferro,
assim como o homem, absorvem mais cádmio (OGA, 2003).
3.2 DISTRIBUIÇÃO
Qualquer que seja a via de absorção, o Cd se deposita principalmente no
fígado e nos rins, onde mais da metade da carga corpórea se armazena e também no
músculo, pulmão, pâncreas e sistema nervoso.
Aproximadamente, 80 a 90% da quantidade de cádmio do organismo estão
ligados à metalotionina. Isto faz com que os níveis de cádmio circulante diminuam,
afetando, consequentemente, a sua biodisponibilidade. O cádmio no sangue ocorre
principalmente nos eritrócitos, e as concentrações plasmáticas são muito baixas (WHO,
1992).
O cádmio é altamente cumulativo. A sua concentração no organismo cresce
rapidamente nos primeiros anos de vida, mesmo após cessar a exposição ao metal, ele
continua acumulando no organismo, sendo eliminado muito lentamente (LARINI, 1987;
HART et al., 1989).
18
3.3 METABOLIZAÇÃO
Após a absorção, o cádmio transportado para o fígado é ligado à
metalotioninas, forma na qual volta à circulação (CHASIN e CARDOSO, 2003).
3.4 EXCREÇÃO
A excreção é normalmente lenta e se dá igualmente pela urina e fezes.
Grande parte do cádmio ingerido é excretado pelas fezes, devido a não absorção pelo
trato gastrointestinal (ATSDR, 1997; WHO, 1992; AZEVEDO e CHASIN, 2003). A
excreção urinária do cádmio torna-se significativa apenas depois que tiver ocorrido
nefrotoxicidade significativa (KLAASSEN, 2001).
4 CÁDMIO COMO AGENTE CANCERÍGENO E TERATOGÊNICO
Vários agentes reguladores concluem por evidências de que o cádmio possa
ser um cancerígeno humano. Apesar disto a evidência de carcinogenicidade do Cd em
humanos ainda é fraca, porém consistente em estudos com animais. A controvérsia
sobre os dados provenientes dos estudos epidemiológicos se reflete na classificação de
carcinogenicidade observada nas diversas agências.
A Agência de Proteção Ambiental Americana (EPA) classificou o cádmio
como provável cancerígeno para o homem, por inalação, com base no que considerou
“limitada evidência em humanos, mas suficientes evidências em animais”. O “Programa
Nacional de Toxicologia Americano – NTP” classificou-o como carcinogênico baseado
em evidência limitada de câncer em humanos. Em contraposição, a “Agência Nacional
de Pesquisa de Câncer – IARC” classificou o cádmio como sendo um agente
carcinogênico pertencente ao grupo 1, ou seja, dentre aqueles que, comprovadamente
provocam o aparecimento de câncer em animais de experimentação e em humanos
(WHO, 1992; IARC, 1993; ATSDR, 1997).
Muitos metais cancerígenos podem produzir espécies reativas de oxigênio,
tais como, níquel e cromio, os quais podem tornar-se fonte indireta de genotoxicidade
após ataque sobre o DNA. Entretanto, o cádmio, diferentemente de outros metais
cancerígenos, não participa nas reações químicas tipo Fenton, as quais produzem
19
espécies reativas de oxigênio capazes de atacar o DNA, porém, induz estresse oxidativo,
incluindo peroxidação lipídica (YANG et al., 1997; KASPRZAK, 2002; WAALKES,
2002).
Pesquisas de Waalkes (2003) indicam que células epiteliais da próstata
podem ser transformadas malignamente com cádmio in vitro, sugerindo que o epitélio
prostático pode direcionar o alvo dos efeitos oncogênicos do metal.
Recentemente, evidências experimentais sugerem que a exposição à baixa
concentração de cádmio do meio ambiente, induz mutação e dano no DNA, o que
diminui a estabilidade genética inibindo o reparo endógeno e exógeno das lesões no
DNA levando, em conseqüência, ao aumento da probabilidade de mutações e, por
conseguinte a iniciação do câncer (FILIPIC et al., 2006).
Com relação à exposição ocupacional, os dados para o cádmio indicam uma
probabilidade muito alta de associação entre o metal e o câncer de pulmão, de próstata,
pâncreas e rins (VALKO et al., 2006).
Apesar das pesquisas apontarem que o cádmio pode potencializar todos os
efeitos de vários estágios do processo de carcinogênese, incluindo iniciação, promoção
e progressão (WAALKES, 2003), os mecanismos considerados para a ação molecular
da carcinogênese por cádmio excluem um efeito direto sobre o DNA e incluem inibição
do sistema de reparo do DNA, interação com regulação de proto-oncogenes e indução
de necrose celular e apoptose (NZENGUE et al., 2008)
O cádmio é teratogênico, tendo sido comprovado o aparecimento de
exencefalia, hidrocefalia, fenda palatal e labial, microfltalmia e outras malformações
congênitas em animais de experimentação. O efeito teratogênico foi observado com
doses próximas à DL50 (WHO, 1992).
5 CÁDMIO E SISTEMA NERVOSO CENTRAL
Experimentalmente, exposição pré e neonatal resultou em hiperatividade,
enquanto que em ratos adultos demonstrou uma diminuição da atividade locomotora
espontânea (ALI et al., 1990). Em trabalhadores expostos ocupacionalmente dificulta a
funcionalidade visual motora, promove alterações de equilíbrio emocional e prejudica a
concentração (VIAENE et al., 2000).
Estudos recentes indicam que exposições crônicas a baixas doses de cádmio
podem causar problemas neurocomportamentais em humanos e animais, até mesmo
20
quando nenhum dano renal for descoberto (VIAENE et al., 2000; LERET et al., 2003).
Pesquisas de Leret et al. (2003) comprovaram a ação do cádmio no sistema nervoso
central, pois em estudos feitos com animais que foram expostos no período perinatal
foram constatados aumento do comportamento agressivo, hiperatividade motora e
prejuízo dos mecanismos de memória social.
6 ESTRESSE
A primeira teoria capaz de fornecer os elementos necessários à compreensão
do estresse surgiu na década de 1930, nos trabalhos do fisiologista austríaco Hans Selye,
que publicou uma teoria, onde propôs que estresse é a resposta não específica do
organismo frente a agentes ameaçadores de sua integridade. Selye introduziu e
popularizou o termo “estresse” na literatura científica e médica, embora, tivesse
declarado, posteriormente, a interpretação errônea que fez do termo físico stress, que
significa pressão (SELYE, 1946; 1956).
O estresse é o acúmulo de ansiedade que gera os mais variados sintomas,
mas não é considerado uma doença em si, por isso é difícil de ser diagnosticado,
causando assim, várias doenças (BAÚ, 2002). A reação de estresse existe para garantir a
sobrevivência e a perpetuação da espécie (MENDES, 2008).
Chrousos e Gold (1992) redefiniram estresse como o estado de desarmonia
ou ameaça a homeostasia, promovendo adaptação fisiológica e comportamental,
podendo ser específica para determinado estressor ou generalizada e inespecífica.
Somente quando a ameaça a homeostasia excede o limiar, ocorre a síndrome não
específica do estresse. Selye (1956), também introduziu o termo “Síndrome Geral de
Adaptação” (SGA), que se desenvolve em três fases: fase de alerta, fase de resistência e
de exaustão. A primeira fase representa a resposta inicial do organismo frente a
qualquer situação ameaçadora. O cérebro identifica a ameaça e produz uma substância
denominada fator de produção no córtex. Essa substância, por sua vez aciona a hipófise
para que ela produza o hormônio adrenocorticotrófico. Todo esse mecanismo
neuroendócrino age na fase de alerta e se caracteriza por aumento das capacidades
orgânicas em responder ao estressor, com resposta fisiológica dos órgãos e sistemas a
elevação da concentração plasmática das catecolaminas e dos glicocorticóides.
Em seguida, mantido o estímulo, ocorreria a fase de resistência,
caracterizada pela ativação de mecanismos adaptativos. Caso a adaptação não seja
21
possível, instala-se a fase de exaustão, caracterizada por um esgotamento generalizado
que diminui as defesas orgânicas podendo desenvolver patologias (SELYE, 1936; 1946;
MEERSON, 1984; GRIFFIN, 1989; VAN DER KAR et al., 1991; FRANKS, 1994).
O estresse pode ser dividido em dois tipos: o negativo (distresse), e o
positivo (eustresse). O distresse pode ser definido como o estresse causado pelas
frustrações e situações diárias que fogem ao controle e são percebidas como ameaça. Os
sinais e sintomas do distresse incluem: distúrbios do sono; irritação; agressividade;
agitação; aumento da freqüência cardíaca e respiratória (MENDES, 2008).
Pesquisas de estresse em humanos reconhecem o fato de que o estresse é
uma patologia mal difundida. Recentemente, pesquisas em animais experimentais têm
ligado o estresse a variações do sistema neuroendócrino e ao comportamento
(KOOLHAS et al., 2007).
Várias técnicas podem ser utilizadas para provocar estresse em animais,
destas a imobilização é uma das mais usadas para induzir estresse em ratos (BAJKOVA,
1988; BHARIHOKE et al., 2000; ALMEIDA et al., 2000; RAI et al., 2003).
Assim sendo, é de muito interesse o conhecimento dos efeitos adversos
provocados pelo estresse, especialmente em relação ao comportamento (BELTRAME et
al., 2006).
7 COMPORTAMENTO DE AGRESSIVIDADE
Atualmente, há um aumento na prevalência de agressividade, violência e
terrorismo na sociedade humana, constituindo-se esta no principal problema social e de
saúde. Agressividade é o sintoma chave de um grande número de desordens
psiquiátricas, incluindo desordens de humor (depressão, desordens de estresse pós-
traumático) e desordens de personalidade (conduta anti-social, desordem de
personalidade) (HALLER e KRUK, 2006). O maior desafio na clínica e pré-clínica da
agressividade é identificar qual o mecanismo neural que está por trás (VEENEMA e
NEUMANN, 2007).
O cérebro do “mamífero inferior” é caracterizado pelo sistema límbico
(córtex límbico, hipocampo, hipotálamo e amígdala). Esta zona de fronteira entre o
córtex e as estruturas subcorticais configura um aparelho neuroendócrino envolvido na
regulação do comportamento de acordo com as exigências do ambiente. Na literatura,
não há homogeneidade quanto às estruturas que compõem o sistema límbico.
22
Entretanto, existe consenso a respeito dos componentes principais: hipotálamo,
hipocampo, córtex límbico e amígdala.
Os efeitos da estimulação da amígdala, por exemplo, causa no animal e no
homem: defecação, micção, dilatação da pupila e piloereção (GUYTON e HALL,
2002).
A relação entre a amígdala e o hipotálamo na organização neural do
comportamento agressivo, tem sido bastante investigada. Como a amígdala recebe
informações corticais através do lobo temporal, tem sido postulado que estas estruturas
funcionam como entrada para o sistema límbico, no qual um estímulo potencialmente
gerador de agressão será avaliado. Em termos neuroquímicos, a depleção de serotonina
e GABA, bem como o aumento de catecolaminas, facilita o comportamento agressivo
(KAPEZINSKI e DRACTU, 1996).
O comportamento de agressividade é comum na sociedade animal, e é
considerada essencial quando está em jogo a sobrevivência do indivíduo ou da espécie
(HALLER e KRUK, 2006).
Estudos em animais indicam que perturbações, durante período de cuidados
maternos com a ninhada, produzem impactos deletérios e persistentes no
comportamento da prole. Fatores estressantes, incluindo separação materna, produzem
no animal comportamento característico de ansiedade e de desordem afetiva. Segundo
NEWPORT et al. (2002), esses resultados são notavelmente similares aos observados
nas doenças relacionadas ao estresse em seres humanos. Crianças que sofreram estresse
durante a infância, devido a alterações no comportamento dos pais, demonstram
alterações permanentes no comportamento (TEICHER, 2000).
8 CÁDMIO E ESTRESSE OXIDATIVO
O desequilíbrio entre a produção de ERO e sua remoção pelos sistemas de
defesa antioxidantes é denominado estresse oxidativo (DRÖGE, 2002). Portanto,
estresse oxidativo seria um desequilíbrio celular no qual os oxidantes predominariam
sobre os antioxidantes, ocasionando um potencial dano oxidativo (AUGUSTO, 2006).
O estresse oxidativo é uma condição celular ou fisiológica de elevada
concentração de ERO que causa danos moleculares às estruturas celulares, com
conseqüente alteração funcional e prejuízo das funções vitais, em diversos tecidos e
órgãos, tais como músculo, fígado, tecido adiposo, vascular e cerebral. No entanto, o
23
efeito deletério do estresse oxidativo varia consideravelmente de um ser vivo para o
outro, de acordo com a idade, o estado fisiológico e a dieta (DRÖGE, 2002).
Um grande número de condições clínicas tem sido relacionado ao estresse
oxidativo. A geração de espécies oxidantes é a causa ou conseqüência de uma
determinada doença. Existem evidências de que, em alguns casos, as espécies reativas é
a causa primária da lesão. Em relação aos tumores, foi demonstrado que as lesões em
DNA por radicais livres são importantes na fase de iniciação da carcinogênese, embora
se considere que as espécies reativas de oxigênio possam ser importantes também na
fase de promoção tumoral (ABDALLA, 2003).
Apesar do número de estudos que sugerem danos oxidativos envolvido pelo
cádmio induzindo citotoxidade, genotoxicidade e carcinogenicidade, o mecanismo não
está totalmente elucidado. É proposto que o cádmio inicia o dano oxidativo direto de
duas formas: 1) depleção de antioxidantes tal como glutationa e proteína do grupo
sulfidril e, 2) aumento da produção de ERO (YANG et al., 1997).
As alterações induzidas por cádmio sobre a homeostase celular dos
segundos mensageiros tais como as ERO e Ca
2+
resultando em expressão aumentada da
proto-oncogênese, pode representar um maior mecanismo epigenético para
transformação celular e geração de tumores induzidos por cádmio. Isto explica o alto
potencial carcinogênico do cádmio apesar de sua fraca força genotóxica (JOSEPH et al.,
2001).
Experimentos de Poliandri et al. (2006) demonstraram que o óxido nítrico
(um radical livre com muitas funções biológicas, exercendo tanto função citoprotetora
quanto citotóxica) protege a cadeia de elétron transporte mitocondrial por diminuir a
geração de ERO e também outras células por reduzir o estresse oxidativo gerado pelo
cádmio.
O zinco é um antioxidante que nas células diminui a formação de ERO por
interagir com elementos essenciais como o ferro e o cobre, diminuindo seu conteúdo
nos tecidos e retardando o processo oxidativo. Muitos efeitos tóxicos do cádmio
resultam da interação com elementos essenciais como o zinco, em vários estágios
(absorção, distribuição e excreção), bem como afetando a função biológica destes
elementos (JEMAI et al., 2007). Estudos destes autores observaram que o Cd diminui a
atividade de Zn/Cu-superóxido dismutase (SOD) e catalase em células vermelhas, bem
como aumentou a concentração de peróxidos lipídicos (TBARS) no plasma, sem afetar
a atividade da glutationa peroxidase. Quando o cádmio foi administrado a animais com
24
dieta suplementada de zinco, este protege a atividade da SOD, mas não da catalase e
diminui TBARS no plasma. Jemai e colaboradores concluíram que o Cd causou estresse
oxidativo e a suplementação pelo zinco protege desse efeito danoso.
López et al. (2006) demonstraram em cultura de neurônios corticais que o
cádmio induziu morte celular de duas formas: morte apoptótica, mediada por estresse
oxidativo, através da formação de ERO a qual poderia ser induzida por disfunção da
membrana mitocondrial e, morte necrótica, mediada por peroxidação lipídica induzida
pelo Cd, indiretamente, através de formação aumentada de ERO. Observaram ainda que
o Cd diminuiu os níveis de glutationa e induziu ativação de catalase e superóxido
dismutase nas células sobreviventes do experimento.
Muito recentemente Nzengue et al. (2008) estudando o efeito do cádmio em
uma linhagem de queratinócitos humanos observaram que o radical hidroxil é o maior
radical envolvido no estresse oxidativo gerado pelo metal e, que a glutationa possui um
papel importante na citotoxicidade do cádmio.
O sistema nervoso central, por possuir poucas defesas antioxidantes além de
ser rico em lipídeos facilmente oxidáveis e de conter alto teor de metais de transição
envolvidos na formação de radicais livres (TORRES et al., 2007), é um local que pode
ser seriamente afetado pelo cádmio. Apesar disto, poucos estudos tem relatado
toxicidade por cádmio neste tecido.
9 JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS
Nos últimos anos exposição a metais pesados como o cádmio, devido à
poluição industrial e ambiental, tem sido reconhecida como um importante fator para o
aparecimento e o agravamento de doenças. Outros fatores, como por exemplo, o
estresse parece ser importante e também podem contribuir para agravar este problema.
Estudos recentes indicam que a exposições crônicas a baixas doses de
cádmio podem causar problemas neurocomportamentais em humanos e animais, até
mesmo quando nenhum dano renal for descoberto (VIAENE et al., 2000; LERET et al.,
2003). Recentemente, pesquisas de Leret et al. (2003) comprovaram a ação do cádmio
no sistema nervoso central, pois em estudos feitos com animais foram constatados
aumento do comportamento agressivo, hiperatividade motora e prejuízo dos
mecanismos de memória social.
25
Possivelmente, as conseqüências dos problemas comportamentais provocados
pelo cádmio incluindo o aumento da agressividade, podem ser mais graves se a
exposição for ainda associada ao estresse.
Considerando a ausência de estudos em longo prazo das conseqüências tóxicas
ao organismo humano, da exposição a esse agente químico simultaneamente ao estresse,
tornam-se necessários estudos para verificar possíveis efeitos de interação entre ambos.
O presente trabalho teve como objetivos:
Geral - avaliar aspectos da neurotoxicidade do cádmio em ratos estudando a
agressividade.
Específicos - avaliar, em animais expostos ao cádmio e submetidos
concomitantemente ao estresse por imobilização, os seguintes parâmetros:
- Agressividade, baseada no paradigma do animal Intruso/Residente;
- Curva de crescimento;
- Ingestão de líquido (para efetuar cálculo de dose);
- Níveis teciduais de cádmio (sangue e cérebro).
26
10 REFERÊNCIAS
ABDALLA, D.S.P. Radicais livres e Antioxidantes. In: OGA, S. Fundamentos de
Toxicologia. São Paulo: Atheneu, 2003. cap. 14, p. 38-55.
AGENCY FOR TOXIC SUBSTANCES AND DISEASE REGISTRY – ATSDR.
Toxicological profile for cadmium. Atlanta: ATSDR, 1997. 347 p.
ALI, M. M.; MATHUR, N.; CHANDRA, S. V. Effect of chronic cadmium exposure on
locomotor behaviour of rats. Indian Journal of Experimental Biology, v. 28, p. 653,
1990.
ALMEIDA, A.S.; KEMPINAS, W.G.; LAMANO-CARVALHO, T.L. Sexual and
fertility of male rats submitted to prolonged immobilization-induced stress. Brazilian
Journal of Medical and Biological Research, v.33, p.1105-1109, 2000.
ALLOWAY, B. J. Heavy metals in soils. New York: John Wiley & Sons, 1990. p.
339.
AUGUSTO, O. Conceito de estresse oxidativo. In: _________ Radicais livres bons,
ruins e naturais. São Paulo: Oficina de Textos, 2006. p. 60-61.
AZEVEDO, F. A; CHASIN, A. A. M. Metais: gerenciamento da toxicidade. São
Paulo: Atheneu, 2003, 554 p.
BAJKOVA, O.V. Cyto-Physiologic indicators of the status of the reproductive organs
of male rats after 7-days of immobilization stress and 7-days of hypokinesia.
Kosmicheskaia Biologiia I Aviaakosmicheskaia Meditsina, v.22, p.55-59, 1988.
BAÚ, L.M. Patologias do trabalho. In : ______ Fisioterapia do trabalho. Curitiba : Clã
dos Silva, 2002. cap.6, p. 209-218.
27
BELTRAME, F.L.; MESQUITA, S.F.P.; CAMARGO, I.C.C. Análise
histomorfométrica e estereológica de testículos em ratos pré-púberes submetidos ao
estresse induzido por imobilização. Revista Brasileira de Zoociências, v.8, p.139-146,
2006
BHARIHOKE, V.; GUPTA, M.; GOHIL, H. Bronchopulmonary changes after repeated
exposure to cold & restraint stress. Journal of the Anatomical Society of Índia, v.49,
p.49-51, 2000.
CADMIUM ASSOCIATION. All the information on Cadmium. Disponível em:<
http://www.cadmium.org>. Acesso em: 08 jan. 2008.
CARDOSO, L. M. N.; CHASIN, A. A. M. Ecotoxicologia do cádmio e seus
compostos. Salvador: Centro de Recursos Ambientais, 2001, v. 6, p. 121 (Cadernos de
referência Ambiental).
CETESB. Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental. Disponível em:
http://www.cetesb.sp.gov.br. Aceso em: 16 jun. 2008.
CHASIN, A.A.M.; CARDOSO, L.M.N. Cádmio. In: AZEVEDO, F.A.; CHASIN,
A.A.M. Metais: gerenciamento da toxicidade. São Paulo: Atheneu, 2003. cap.10, p.
263-298.
CHROUSOS, G.P.; GOLD, P.W. The concepts of stress and stress system disorders.
Overviewof physical and behavioral homeostasis. JAMA, v.267, p.1244–1252, 1992.
DRÖGE, W. Free radicals in the physiological control of cell function. Physiological
Reviews, v. 82, p. 47-95, 2002.
FILIPIC, M.; FATUR, T.; VUDRAG, M. Molecular mechanisms of cadmium induced
mutagenicity. Humam and Experimental Toxicology, v. 25, p. 67-77, 2006.
FRANKS, B. D. What is stress? Quest, v. 46, p. 1-7, 1994.
28
GALVÃO, L.A.C.; COREY, G. CÁDMIO. Série Vigilância Sanitária. México: Centro
Panamericano de Ecologia Humana y Salud, 1987.
GIAGINIS, C.; GATZIDOU, E.; TEOCHARIS, S. DNA repair systems as targets of
cadmium toxicity. Toxicology Applied Pharmacology, v.213, p.282-290, 2006.
GOERING, P.L.; WAALKES, M.P.; KLAASSEN, C.D. Toxicology of cadmium. In:
GOYER, R.A.; CHERIAN, M.G. (Eds.), handbook of experimental pharmacology:
Toxicology of metals, biochemical effects. New York: Springer-Verlag, 1994. p.189-
214.
GOODMAN & GILMAN; WILSON, J. D. As Bases farmacológicas da terapêutica.
In: __________KLAASSEN, C. D. (Eds.). Metais pesados e Antagonistas dos metais
pesados. Rio de Janeiro: Mc Graw Hill, 2001. p. 1389-1407.
GRIFFIN, J.F.T. Stress and immunity: an unifying concept. Veterinary Immunology
Immunopathology, v.20, p. 263-312, 1989.
GUYTON, A.C.; HALL, J.E. Mecanismos comportamentais e motivacionais do cérebro
– o sistema límbico e o hipotálamo. In: _________ Tratado de Fisiologia Médica. Rio
de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002. p. 632-641.
HALLER, J,; KRUK, M.R. Normal and abnormal aggression: human disorders and
novel laboratory models. Neuroscience & Biobehavioral Reviews, v. 30, p. 292-303,
2006.
HART, R.P.; ROSE, C.S.; HAMEER, R.M. Neuropsychological effects of occupational
exposure to cadmium. Journal of Clinical and Experimental Neuropsychology, v.11,
p. 933-943, 1989.
29
INTERNATIONAL AGENCY FOR RSEARCH ON CANCER – IARC. Monographs
on the Evaluation of the Carcinogenic Risk of Chemicals to Man. Berylium,
Cadmium, Mercury, and Exposures in the Glass Manufacturing Industry. Lyon:
IARC, 1993. v.58, 444p.
JARUP, P.; BERGLUND, J.; ELINDER, C.G; NORDBERG, G.; VAHTER, M. Health
effects of cadmium exposure – A review of the literature and a risk estimate. Environ.
Health, v.24, p.1- 51, 1998.
JEMAI, H.; MESSAOUDIB, I.; CHAOUCHC, A; KERKENI, A. Protective effect of
zinc supplementation on blood antioxidant defense system in rats exposed to cadmium.
Journal Trace Elements Medical Biology, v.21, p. 269-273, 2007.
JOSEPH, P.; MUCHNOK, T. K.; KLISHIS, M. L.; ROBERTS, J. R.; ANTONINI, J.
M.; WHONG, W. Z.; ONG, T. M. Cadmium-induced cell transformation and
tumorigenesis are associated with transcriptional activation of c-fos, c-jun, and c-myc
Proto-Oncogenes: role of cellular calcium and reactive oxygen species. Toxicological
Sciences, v. 61, p. 295-303, 2001.
KAPEZINSKI, F.; DRACTU, L. Aspectos do funcionamento do Sistema Nervoso
Central. In: Manual de Psiquiatria. ALMEIDA, O.P.; DRACTU, L.; LARANJEIRA,
R. (Eds.) Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1996. cap.3, p.32-42.
KASPRZAK, K. S. Oxidative DNA and protein damage in metal-induced toxicity and
carcinogenesis. Free Radical Biological Medicine, v. 32, p. 958-967, 2002.
KLAASSEN, C. D. Metais pesados e antagonistas dos metais pesados. In: GOODMAN
& GILMAN. As bases farmacológicas da terapêutica. MOLINOFF, P.B. and
RUDDON, R.W. (Eds.) Rio de Janeiro: Mc Graw Hill, 2001. cap. 67, p. 1389-1407.
KOOLHAAS, J.M.; BOER, S.F.; BUWALDA, B.; REENEN, K.V. Individual variation
in coping with stress: a multidimensional approach of ultimate and proximate
mechanisms. Brain, Behavior and Evolution, v. 70, p. 218-226, 2007.
30
LARINI, L. Toxicologia. São Paulo: Manole, 1987. 142-143 p.
LERET, M. L.; MILLÁN, J. A. S.; ANTONIO, M. T. Perinatal exposure to lead and
cadmium affects anxiety-like behaviour. Toxicology, v. 186, p. 125-130, 2003.
LEWIS, G.P.; COUGHLIN, L.L.; JUSKO, W.L.; HARTZ, S. Contribuition of cigarret
smoking to cadmium accumulation in man. The Lancet, v.299, p.291-2, 1972 .
LÓPEZ, E.; ARCE, C.; OSET-GASQUE, M.J.; CAÑADAS, S.; GONZÁLEZ, M.P.
Cadmium induces reactive oxygen species generation and lipid peroxidation in cortical
neurons in culture. Free Radical Biology Medicine, v.40, p.940-951, 2006.
LUKAWSKI, K.; NIERADKO, B.; SIEKLUCKA-DZIUBA, M. Effects of cadmium
on memory processes in mice exposed to transient cerebral oligemia. Neurotoxicol.
Teratol., v.27, p.575-584, 2005.
MEERSON, F. Z. Adaptation, stress and prophylaxis. Metabolism Clinical North
America, v.30, p.695–728, 1984.
MENDES, R.A.; LEITE, N. Ginástica Laboral. Princípios e Aplicações práticas.
2ºed. Barueri: Manole, 2008. p.122.
NEWPORT, J.D.; STOWED, Z.N.; NEMEROF, C.B. Parental depression: animal
models of an adverse live event. Am. J. Psychiatry, v.159, p.1265-83, 2002.
NZENGUE, Y.; STEIMAN, R.; GARREL, C.; LEF`EBVRE, E.; GUIRAUD, G.
Oxidative stress and DNA damage induced by cadmium in the human keratinocyte
HaCat cell line: Role of glutathione in the resistance to cadmium. Toxicology, v.243,
p.193-206, 2008.
OGA, S. Fundamentos de Toxicologia. 2ed. São Paulo: Atheneu, 2003. p. 416.
31
OLIVEIRA, R. C. Avaliação do movimento de cádmio, chumbo e zinco em solo
tratado com resíduo-calcário. Lavras, 2003. 13 f. Dissertação (Mestrado em
Agronomia) – Programa de Pós-Graduação em Agronomia – PPGA, Universidade
Federal de Lavras, 2003.
POLIANDRI, A.H.B.; MACHIAVELLI, L.I.; QUINTEROS, A.F.; CABILLA, J.P.;
DUVILANSKI, B.H. Nitric oxide protects the mitochondria of anterior pituitary cells
and prevents cadmium-induced cell death by reducing oxidative stress. Free Radical
Biology Medicine, v.40, p.679-688, 2006.
RAI, J.; PANDEY, S.N.; SRIVASTAV, R.K. Effect of immobilization stress on
spermatogenesis of albino rats. Journal of the Anatomical Society of Índia, v.52,
p.55-57, 2003.
SATARUG, S.; BAKER, J. R.; URBENJAPOL, S.; HASWELL-ELKINS, M.;
REILLY, P.; WILLIAMS, D. J.; MOORE, M. R. A global perspective on cadmium
pollution and toxicity in non-ocupationally exposed population. Toxicology Letters, v.
137, p. 65-83; 2003.
SELYE, H. The general adaptive syndrome and disease of adaptation. Journal Clinical
Endocrinoloy, v.6, p.117-230, 1946.
SELYE, H. The stress of life. New York: McGraw-Hill Books Inc., 1956. 324 p.
TEICHER, M. H. Wounds that time won’t heal: the neurobiology of child abuse.
Cerebrum, v. 2, p. 50-67, 2000.
TORRES, L. H. L.; MOREIRA, W. L.; ANNONI, R.; MAUAD, T.; MARCOURAKIS,
T. Efeitos da inalação da fumaça do cigarro sobre o estresse oxidativo no Sistema
Nervoso Central (SNC) de camundongos jovens. Revista Brasileira de Toxicologia.
São Paulo: XV Congresso Brasileiro de Toxicologia, v. 20, n.3, p. 318. nov. 2007.
32
VALKO, M.; RHODES, C. J.; MONCOL, J.; IZAKOVIC, M.; MAZUR, M. Free
radicals, metals and antioxidants in oxidative stress-induced cancer. Chemico-
Biological Interactions, v. 160, p.1-40, 2006.
VAN DE KAR, L. D.; RICHARDSON-MORTON, K. D.; RITTENHOUSE, P. A.
Stress: neuroendocrine and pharmacological mechanisms. Methods Archives
Experiment Pathology, v.14, p. 133-173, 1991.
VAZ, A. J.; LIMA, I. V. Imunotoxicologia dos Metais. In: AZEVEDO, F.A.;
CHASIN, A.A.M. Metais: gerenciamento da toxicidade. São Paulo: Atheneu, 2003.
cap. 13, p. 407.
VEENEMA, A.H.; NEUMANN, I.D. Neurobiological mechanisms of aggression and
stress coping: a comparative study in mouse and rat selection lines. Brain, Behavior
and Evolution, v. 70, p. 274-285, 2007.
VIAENE, M. K.; MASSACHELEIN, R.; LEENDERS, L.; DE GROOF, M.; SWERTS,
L. J.; ROELS, H. A. Neurobehavioural effects of occupational exposure to cadmium: a
cross sectional epidemiological study. Occupational Environmental Medicine, v. 57,
p. 19-27, 2000.
WAALKES, M.P.; WAHBA, Z.Z.; RODRIGUEZ, R.E. Cadmiun. In: Hazardous
Materials Toxicology – Clinical Principles of Environmental Health. Sullivan, Jr,
J.B.; Krieger, G.R. (Eds.). Baltmore. Willians & Wilkins, 845-852, 1992.
WAALKES, M. P. Metal carcinogenesis. In: SARKAR, B. (Ed.). Handbook of heavy
metals in the environment. New York: Marcel Dekker, 2002. p. 121-146.
WAALKES, M. P. Cadmium carcinogenesis. Review. Mutation Research, v. 533, p.
107-120, 2003.
WORLD HEALTH ORGANIZATION-WHO. Cadmium. Geneva: WHO, 1992.
(Environmental Health Criteria, 134).
33
YANG, C. F.; SHEN, H. M.; SHEN, Y.; ZHUANG, Z. X.; ONG, C. N. Cadmium-
induced oxidative cellular damage in human fetal lung fibroblasts (MRC-5 cells).
Environmental Health Perspectives, v.105, p.712-716, 1997.
34
CAPÍTULO II – ARTIGO
Este artigo está escrito segundo as normas do periódico Life Sciences, ao qual será
submetido para publicação.
Immobilization stress enhance aggression in cadmium exposed rats.
Simone Galbiati Terçariol
1
; José Ricardo de Arruda Miranda²; Antônio Francisco
Godinho
1
.
1
Universidade Estadual Paulista – UNESP, Campus Botucatu/ Instituto de Biociências/
Centro de Assistência Toxicológica (CEATOX), CEP 18618-000, Distrito de Rubião
Júnior, s/n, Botucatu – SP.
2
Universidade Estadual Paulista – UNESP, Campus Botucatu/ Instituto de Biociências/
Departamento de Física e Biofísica, CEP 18618-000, Distrito de Rubião Júnior, s/n,
Botucatu – SP.
Enviar correspondência para: Dr. Antônio Francisco Godinho, Universidade Estadual
Paulista – UNESP, Campus Botucatu/ Instituto de Biociências/ Centro de Assistência
Toxicológica (CEATOX), CEP 18618-000, Distrito de Rubião Júnior, s/n, Botucatu –
SP. telefone/fax: +55 14 38154340, E-mail: [email protected]
35
Resumo
O objetivo do presente trabalho foi avaliar a agressividade de ratos expostos
concomitantemente ao cádmio (Cd) e ao estresse por imobilização (EI). Ratos Wistar,
machos, provenientes do Biotério Central da Unesp, foram divididos em 2 grupos
experimentais: A- animais intrusos (sem tratamento) e B- animais residentes, os quais
receberam um dos seguintes tratamentos: acetato de sódio (controle); acetato de cádmio
(solução a 50 ppm de Cd na água de beber); submetidos ao estresse por imobilização
(30 minutos, 3 vezes ao dia, 5 dias por semana, durante 4 semanas); expostos ao Cd e
concomitantemente submetidos ao estresse por imobilização. O comportamento de
agressividade dos animais residentes foi avaliado ao final da última semana do
experimento, baseando-se no paradigma do animal intruso/residente, segundo os
seguintes parâmetros: número total de ataques (NTA), tempo de latência para a 1º
mordida (TLM), tempo total de manifestações de ataques (TTMA) e escore de agressão
composta (EAC). Após a avaliação do comportamento de agressividade, o sangue e o
cérebro dos animais foram coletados para dosagem de Cd por espectrometria de
absorção atômica. O nível de cádmio no sangue não se alterou, mas no cérebro foi
aumentado. Observou-se que exposição ao Cd ou estresse por imobilização sozinhos,
não modificaram o NTA, TLM, TTMA ou EAC, porém, exposição ao Cd e EI
concomitantemente aumentou significantemente o NTA, TTMA e o EAC. Esses
resultados sugerem que exposição dos ratos à baixa dose de Cd associado ao estresse
por imobilização pode causar interação e provocar aumento da agressividade dos
animais. Um possível papel da serotonina (5-HT) e nível aumentado de cádmio no
cérebro, como mecanismos responsáveis pela agressividade anormal observada, é
discutido.
Palavras-Chave: Agressividade; Cádmio; Estresse; Neurocomportamento; Rato.
36
Abstract
The aim of this study was to assess the aggressiveness in rats concomitantly exposed to
cadmium (Cd) and stress by immobilization (EI). Male Wistar rats, 70 days old, from
the Biotério Central – UNESP, Botucatu - SP, were allocated into 2 experimental
groups: A-intruder animals (without treatment) and B-resident animals, which received
one of the following treatments: sodium acetate (control); Cadmium acetate (50 ppm Cd
in drinking water); stress by immobilization (30 min, three times per day, five days per
week, during four weeks); Cd exposure and concomitant stress by immobilization. The
aggressive behavior of resident rats was evaluated at the end of the last experimental
week based on the intruder/resident animal paradigm, according to the following
parameters: total number of attacks (TNA), latent time for the first bite (LTB), total
time of attack manifestations (TTAM), and composed aggression score (CAS). After
aggressive behavior assessement, blood and brains were collected to determine Cd
through atomic absorption spectrometry. Cd level was not altered in the blood but
increased in the brain. Cd exposure or EI, alone, did not modify TNA, LTB, TTAM or
CAS but Cd exposure and EI, concomitantly, increased significantly TNA, TTAM and
CAS. These results suggest that rat exposure to low Cd level associated with stress by
immobilization may lead to interaction with consequent increased animal
aggressiveness. A possible paper of serotonin (5-HT) and increased brain Cd levels as
responsible mechanisms by the observed abnormal aggressiveness is discussed.
Keywords: Aggressiveness; Cadmium; Stress; Neurobehavior; Rat.
37
Introdução
Cádmio é um metal tóxico que vem recebendo atenção aumentada pelos cientistas
interessados em delinear os riscos de saúde associados com riscos ambientais. Em
adição aos problemas documentados no setor industrial (Winter, 1982), a toxicidade ao
cádmio é um assunto importante para a sub-população de usuários do tabaco que inclui
milhões de pessoas por todo o mundo. Cádmio se acumula nas folhas de tabaco e
mesmo fumando um único cigarro diário o indivíduo pode incrementar sua carga
corporal do toxicante (Klaassen, 1990; Yve, 1992; Kalcher et al., 1993).
Dado que a meia vida biológica do Cd é medida em décadas nos sistemas dos
mamíferos (Klaassen, 1990; Winter, 1982), uma extensiva agenda de pesquisa
focalizando-se sobre o potencial de perigo deste contaminante xenobiótico parece ser
justificada.
Cádmio é tóxico para vários órgãos; após exposição aguda, produz apoptose e necrose
em fígado (Dudley et al., 1982: Habeebu et al., 1998), edema nos pulmões (Bus et al.,
1978) e necrose hemorrágica nos testículos (Chiquoine and Suntzeff, 1965). Exposição
crônica ao Cd prejudica primariamente os rins (Kotsonis and Klaassen, 1978), mas é
também tóxico ao fígado (Habeebu et al., 2000a), ossos (Habeebu et al., 2000b) e
sistema hematopoiético (Liu et al., 1999). Cádmio também é teratogênico (Holt and
Werb, 1987; Nayak et al., 1989) e carcinogênico (Waalkes, 2000).
Menos satisfatoriamente descritos são os efeitos neurotóxicos do Cd (Cary et al., 1997).
Dos riscos associados com exposição ao cádmio, desordens do sistema nervoso central
(SNC) têm sido relatadas no caso da doença Itai-Itai e em vários estudos clínicos sobre
crianças e trabalhadores expostos ocupacionalmente (Shukla and Singhal, 1984).
Sintomas de efeitos sobre o SNC tais como dores de cabeça e vertigens têm sido
observados também em trabalhadores expostos ao Cd (Shukla and Singhal, 1984).
38
Exposição crônica ao Cd em humanos tem sido relacionada a anosmia (Friberg, 1950;
Kilburn and McKinley, 1996), prejuízos ao sistema nervoso autonômico (Bjorklund et
al., 1981) e neuropatia periférica (Sato et al., 1978; Blum, et al., 1989; Viaene et al.,
1999), incluindo perda da percepção de vibração, temperatura e da discriminação ao
toque de uma agulha afiada-rombuda.
Vários estudos têm demonstrado uma correlação negativa entre níveis de cádmio em
cabelos, inteligência e o desempenho escolar de crianças (Pihl and Parkes, 1977;
Marlowe et al., 1983). Além disso, exposição ocupacional ao cádmio em adultos e
exposição iatrogênica em crianças levam a efeitos neurocomportamentais (Gilberg et
al., 1982), incluindo diminuição da capacidade de cognição (atenção e memória) e
função psicomotora (Hart et al., 1989), da velocidade visualmotora e habilidade de
concentração, e tempo de reação aumentado (Viaene et al., 2000).
Em estudos com animais, formas de comportamento anormal foram observadas em
peixes expostos ao Cd através da água (Cearley and Coleman, 1974). Interessantemente,
a via de exposição ao Cd na população em geral é por ingestão de água e alimentos
contaminados. Pfisher et al. (1978), relataram que o comportamento de ratos é alterado
por uma única injeção intraperitoneal de cádmio, porém não encontraram nenhuma
alteração comportamental em ratos expostos cronicamente por 3-12 meses. Exposição
crônica ao cádmio causou alterações comportamentais em ratos recém–nascidos
expostos perinatalmente (Baranski, 1984; Ali et al., 1986; 1990), em ratos juvenis
(Holloway and Thor, 1988) e em ratos adultos (Arito et al., 1981; Nagymajtenyi et al.,
1997), incluindo o comportamento de agressividade.
Entre os efeitos de neurotoxicidade provocados pelo Cd, um ainda bem pouco estudado
é o de aumentar a agressividade. Porém, poucos estudos em animais têm sido feito neste
39
sentido e quase nada ainda foi descoberto em humanos expostos de modo acidental ou
ocupacional (Viaene, et al., 2000).
Além da exposição a fatores ambientais químicos como o cádmio, o estilo moderno de
vida atual da população em geral faz com que os indivíduos estejam sujeitos a grande
número de outros fatores, como por exemplo, os sócio-econômicos os quais são
geradores de estresse. O estresse geralmente é acompanhado de alterações
neuroendócrinas as quais podem contribuir para o aumento da ansiedade e da
agressividade humana em geral (Veenema and Neumann, 2007).
Neste trabalho foi avaliada a agressividade de ratos expostos concomitantemente ao
cádmio e ao estresse por imobilização, utilizando-se o paradigma do animal
residente/intruso.
Materiais e métodos
Animais
Foram utilizados 64 ratos Wistar, machos, 70 dias de idade, provenientes do
Biotério Central da UNESP, Campus de Botucatu, mantidos sob condições controladas
de temperatura (22 ± 2
o
C), umidade relativa (55 ± 10%), ciclo de luz de 12 horas
claro/escuro, exaustão contínua, recebendo água e ração ad libitum. Todos os
procedimentos foram seguidos de acordo com as normas institucionais para animais de
experimentação.
Protocolo Experimental
Os animais foram distribuídos em dois grupos experimentais: um grupo de animais
denominados intrusos (N=32) e outro de residentes (N=32). Os animais intrusos foram
mantidos agrupados, no máximo quatro animais por gaiola. Os animais residentes foram
40
mantidos individualizados (um animal por gaiola) e divididos aleatoriamente em quatro
grupos:
a) Grupo controle (N = 8): animais que receberam acetato de sódio na mesma
concentração molar que o acetato de cádmio;
b) Grupo cádmio (N = 8): animais que receberam acetato de cádmio, solução a 50 ppm
de cádmio, pela água de beber;
c) Grupo submetido ao estresse por imobilização (N = 8): animais que foram colocados
em caixas acrílicas medindo 21 x 7,5 x 6,5 cm, por de meia hora, três vezes ao dia, com
um intervalo de no mínimo 3 horas, 5 dias por semana, durante 4 semanas;
d) Grupo cádmio mais estresse por imobilização (N = 8): animais que foram expostos
ao cádmio e simultaneamente submetidos ao estresse por imobilização.
Avaliação do comportamento de agressividade
Este teste comportamental foi descrito por Long et al. (1996) para se avaliar o
comportamento agressivo em ratos expostos a agentes químicos e é baseado no
paradigma do animal intruso/residente. Este método permite a observação da interação
social e do comportamento ofensivo do animal residente, bem como os elementos
defensivos por parte do intruso refletindo a agressão intra-específica (Koolhaas and
Bohus, 1991). O paradigma intruso/residente é um bom teste preditivo para validar a
agressão humana (Oliver and Young, 2002). Este modelo tem a vantagem de detectar
agressividade moderada envolvendo injúria mínima ao animal. Para o desenvolvimento
do teste, os animais residentes foram colocados individualmente nas gaiolas e assim
permaneceram por todo o período de tratamento e avaliações. Os animais intrusos
foram colocados naturalmente agrupados nas gaiolas, não recebendo nenhum
41
tratamento; foram utilizados uma única vez ao dia para os testes e nunca voltaram ao
mesmo animal residente. O período de isolamento dos residentes e duração dos
experimentos foi de 4 semanas. Neste período, as gaiolas dos animais residentes não
foram lavadas nem trocadas e, na última semana de experimento, a forração da gaiola
não foi trocada. Para a avaliação da agressividade, um animal intruso foi colocado na
gaiola de um residente e durante 15 minutos foram observados: tempo de latência para a
primeira mordida, número total de ataques, tempo total de manifestações de ataque
(compreendendo desde a piloereção, explosões de mordida, ameaças laterais e limpeza
mais intensa). Um escore de agressão composta foi construído a partir de: NTA + 0,2 x
TLM + 0,2 x TTMA. Durante o teste, o encontro entre os pares de animais foi filmado
para posterior avaliação.
Curva de crescimento
O ganho de peso corporal dos animais foi avaliado através de pesagem semanal (em dia
prefixado - último dia da semana) durante o período de tratamento.
Ingestão de líquido
Para permitir o cálculo da dosagem de Cd recebida por cada animal, foi medido uma
vez por semana o volume de líquido ingerido pelos animais durante um período de 24
horas (solução de acetato de sódio ou de cádmio), em dia pré-fixado (último dia de cada
semana, concomitantemente com pesagem dos animais).
Dosagem tecidual do cádmio
Após a avaliação comportamental, 5 animais residentes pertencentes a cada grupo de
tratamento foram anestesiados com pentobarbital sódico para a coleta de sangue por
punção cardíaca e em seguida eutanasiados em guilhotina. O cérebro total foi retirado,
42
pesado e utilizado para a dosagem de cádmio tecidual. A dosagem de cádmio foi feita
utilizando-se espectrometria de absorção atômica, através de espectrofotômetro E.A.A.
– GBC 932 AA (Athanasopoulos, 1994).
Drogas
Acetato de sódio (Synth) e acetato de cádmio (Synth).
Análise estatística dos resultados
Os resultados experimentais obtidos em cada grupo de tratamento foram comparados
utilizando teste t de Student’s e análise de variância (ANOVA). Resultados foram
considerados significantes ao nível de 5% (p<0,05) (Snedecor and Cochram, 1980).
Resultados
Concentração tecidual de cádmio no sangue e cérebro.
Na Tabela 1 pode-se observar que não houve variação nos níveis sanguíneos de cádmio
entre os grupos Cd e Cd+EI, porém, a concentração de cádmio no cérebro dos animais
expostos simultaneamente ao Cd e ao EI foi significantemente maior que a dos animais
expostos somente ao Cd (p<0,021), sugerindo que o estresse por imobilização pode ter
alterado a cinética do metal pelo organismo dos animais favorecendo um acúmulo no
cérebro.
Volume de líquido ingerido
Figura 1 mostra o volume de líquido ingerido (solução de acetato de sódio ou de
cádmio) pelos animais, durante um período de 24 horas, medido uma vez por semana.
Observa-se que houve uma diminuição significativa do volume de líquido ingerido, pelo
43
grupo Cd (p<0,05), na 4ª semana e pelo grupo EI (p<0,01), na 3ª semana, em relação ao
grupo Ct. Com relação aos animais do grupo Cd+EI, a figura 1 mostra que houve uma
diminuição significativa, do volume de líquido ingerido em todas as quatro semanas do
experimento, em relação ao grupo Ct (p<0,05 na 1ª., 2ª. e 4ª. semanas e p<0,001 na 3ª.
semana) e na primeira semana, em relação ao grupo Cd (p<0,05). Estes resultados
parecem reforçar a sugestão de que o estresse por imobilização pode ter alterado a
cinética do cádmio no organismo dos ratos favorecendo um acúmulo no cérebro, uma
vez que, mesmo ingerindo uma quantidade menor de solução contendo Cd, os animais
apresentaram maior quantidade do metal no tecido cerebral (tabela 1).
Dose média calculada de cádmio recebida pelos animais
A dose média de Cd, recebida pelos animais dos grupos Cd e Cd+EI é mostrada na
figura 2. Observa-se que a dose média de Cd recebida pelos animais do grupo exposto
simultaneamente ao Cd e ao EI foi menor que a recebida pelo grupo de animais
expostos somente ao Cd (p<0,077).
Efeitos do cádmio sobre o NTA
Os efeitos do Cd, EI e Cd+EI sobre o número total de ataques estão apresentados na
tabela 2. Cádmio ou EI sozinhos não modificaram significativamente o NTA; Cd+EI
causou um aumento estatisticamente significante do NTA, em relação ao controle
(p<0,05) e também em relação ao (p<0,05) Cd e ao EI sozinhos.
44
Efeitos do cádmio sobre o TLM
Na tabela 2 observa-se que Cd, EI e Cd+EI não modificaram significativamente o
tempo de latência para a 1
a
mordida em relação ao grupo de animais que receberam
solução de acetato de sódio.
Efeitos do cádmio sobre o TTMA
Os efeitos do Cd, EI e Cd+EI sobre o tempo total de manifestações de ataques são
apresentados na tabela 2. Observa-se que cádmio ou estresse por imobilização sozinhos
não modificaram o TTMA; Cd+EI causou um aumento estatisticamente significante do
TTMA em relação ao controle (p<0,05) e também em relação ao EI (p<0,05) sozinhos.
Efeitos do cádmio sobre o EAC
Os efeitos do Cd, EI e Cd+EI sobre o escore de agressão composta são apresentados na
tabela 2. Observa-se que cádmio ou estresse por imobilização sozinhos não modificaram
o EAC; animais expostos simultaneamente ao Cd e ao EI tiveram um aumento
significativo do EAC em relação ao grupo de animais controle (p<0,05) e também em
relação ao grupo recebendo EI (p<0,05).
Curva de crescimento
Durante o experimento, os animais de todo os grupos (Ct, Cd, EI e Cd+EI), não
apresentaram variações no ganho de peso corporal (dados não mostrados).
45
Discussão
O presente estudo examinou o comportamento agressivo de ratos submetidos
concomitantemente ao estresse por imobilização e exposição ao cádmio.
Efeitos neurocomportamentais por metais pesados têm sido mostrados em humanos
expostos e em animais experimentais e, durante o passar de vários anos, tem havido um
renovado interesse pelos mecanismos através dos quais estes agentes desorganizam a
função cerebral.
O comportamento de agressividade por si só nunca tem sido considerado como algo
anormal na sociedade animal, uma vez que este comportamento está ligado ao
desenvolvimento e à sobrevivência do indivíduo e da espécie (Haller and Kruk, 2006).
Em humanos, a maioria dos problemas ocorre quando a agressividade está associada a
desordens psicológicas (Moran, 1999; Ohayon and Shapiro, 2000). Além disso, povos
sofrendo de diferentes desordens se tornam agressivos de diferentes maneiras e, por
isso, os estudos experimentais sobre agressividade anormal deveriam ser baseados em
dois passos principais: (1) mimetizar as condições humanas que estão associadas com
formas anormais de comportamentos agressivos e, (2) estudar os aspectos anormais da
resposta comportamental e os mecanismos envolvidos (Haller and Kruk, 2006).
Um bem estabelecido e etiologicamente válido modelo de agressão ofensiva usado
rotineiramente para testar o comportamento agressivo em ratos é o paradigma do animal
intruso/residente (Oliver and Young, 2002). Sob este paradigma, o presente trabalho
apresenta evidências de que baixa dose de cádmio ingerido cronicamente por ratos
através da água de beber não tem influência sobre o nível de agressividade animal.
Embora alguns trabalhos existentes apontem o cádmio como um agente capaz de
provocar agressividade anormal, os dados ainda são insuficientes e os mecanismos
permanecem não identificados. Arito et al. (1981) encontraram aumento do
46
comportamento agressivo de ratos pela administração repetida de cádmio; Baranski
(1984), Holloway and Thor, (1988) e Leret (2003) observaram agressividade em ratos
juvenis; Desi et al. (1998) observaram agressividade em ratos em desenvolvimento.
Um circuito neural composto de várias regiões do córtex pré-frontal, amígdala,
hipocampo, área pré-óptica medial, hipotálamo, córtex anterior cingulado, córtex
insular, estriado ventral e outras estruturas interconectadas parecem ser implicadas na
regulação da emoção (Davidson, 2000). Recentemente, estudos farmacológicos e
genéticos têm expandido dramaticamente a lista de neurotransmissores, hormônios,
citocinas, enzimas, fatores de crescimento, e moléculas sinalizantes que influenciam a
agressão. Apesar desta expansão, serotonina (5-HT) permanece como o determinante
primário na agressão entre machos enquanto que as outras moléculas parecem agir
indiretamente através desta via (Nelson and Chiavegatto, 2001).
Toxicantes ambientais como metais pesados podem interagir organicamente, afetando
negativamente a molécula sinalizante 5-HT (Leret et al., 2003). Considerando que
ligeiras modulações dos níveis, turnover ou metabolismo de 5-HT, ou na ativação,
densidade e afinidade de ligação ao receptor pode, por sua vez, afetar a agressividade
por diferentes formas (Kruk, 1991), este poderia ser um mecanismo molecular através
do qual o Cd influenciaria o comportamento de agressividade. Uma explicação para o
fato do cádmio sozinho não ter modificado a agressividade dos animais no presente
experimento, seria que como somente cerca de 5% do Cd ingerido é absorvido por via
gastrintestinal (Waalkes et al., 1992), talvez o baixíssimo nível de dose de Cd recebido
pelos ratos tenha sido insuficiente para alterar os mecanismos neurofisiológicos
controladores da 5-HT.
Chiavegatto et al. (2001) ainda propõem uma ligação entre a molécula sinalizante óxido
nítrico (NO) e a função da 5-HT em áreas cerebrais relacionadas à agressão, de tal
47
forma que um aumento do NO diminuiria os níveis de 5-HT e aumentaria a agressão.
Não é possível afirmar com certeza que nossos resultados mostrando nenhum efeito do
cádmio sozinho sobre a agressividade poderiam contrariar esta hipótese uma vez que o
Cd, além de inibir enzimas responsáveis pela detoxificação de radicais livres (Jemai et
al., 2007.), está implicado na geração de ERO incluindo o óxido nítrico (Galan et
al.,2001; Lopez et al., 2006).
Adicionalmente, um número de estudos recentes, direcionados para alterações
específicas quanto ao local ou quanto à atividade do receptor envolvido, lançam dúvida
sobre o efeito regulatório inibitório da 5-HT sobre a agressão (de Almeida et al., 2005;
de Boer and Koolhaas, 2005; Summers and Winberg, 2006; Veenema and Neumann,
2007). Isto sugere que ainda existe conflito entre os resultados que procuram explicar os
mecanismos neurais envolvidos na agressão anormal.
De acordo com Koolhaas et al., 2007 os sinais e sintomas do estresse incluem distúrbios
do sono, irritação, aumento da freqüência cardíaca e respiratória, agitação e
agressividade. Em humanos, o estresse também provoca ansiedade a qual está associada
às pessoas com desordens de personalidade agressiva anti-social (Sareen et al., 2004).
Em nossos experimentos, animais recebendo apenas estresse por imobilização não
tiveram agressividade aumentada, sugerindo uma ineficácia do estresse em provocar
agressividade anormal. Por outro lado, animais recebendo Cd cronicamente e que foram
expostos ao EI, tiveram um aumentado nível de agressividade. Como é sabido que o Cd
afeta negativamente a molécula da 5-HT (Leret et al, 2003) e o estresse reduz
fortemente o turnover de 5-HT na região do hipocampo e córtex dorsal de ratos
(Konstandi et al., 2000), ambos podendo levar ao aumento da agressão, os resultados
obtidos no presente experimento com exposição simultânea ao Cd e ao estresse por
imobilização, sugerem ocorrência de efeito aditivo dos dois tratamentos, levando à
48
expressão de agressividade anormal nos animais. Estes achados por sua vez reforçam a
hipótese serotoninérgica na agressividade anormal, defendida por Nelson e Chiavegatto
(2001).
Uma das manifestações neuroendócrinas do estresse é o aumento do nível de
glicocorticóides o qual parece favorecer a agressão normal. Entretanto, já foi
demonstrada uma consistente associação entre agressividade e baixo nível plasmático de
glicocorticóides em crianças com desordens de conduta (Haller and Kruk, 2006) e
também várias formas de agressão violenta exibidas por ratos deficientes em
glicocorticoides (Halasz et al., 2002). Adicionalmente, estresse repetido ou crônico
aplicado durante a puberdade acelerou a progressão do desenvolvimento de
comportamento agressivo em hamsters machos (Delville et al., 2003) acompanhada de
alterações neuroendócrinas em regiões cerebrais semelhantes à amígdala medial, que
são ativas em ambos, estresse e agressão (Wommack et al., 2004).
Nossos resultados mostrando que o cérebro dos animais recebendo cádmio e submetidos
ao EI contêm mais Cd que o dos animais que foram expostos somente ao cádmio,
reforçam achados prévios (Clark et al., 1985; Murphy, 1997; Viaene et al., 2000)
sugerindo que na exposição crônica o Cd é capaz de provocar alterações na barreira
hemato-cerebral e se acumular no cérebro. Neste mesmo sentido, dados de Esposito et
al., (2001) demonstraram que uma ativação dos mastócitos do cérebro devido ao
estresse aumenta a permeabilidade da barreira hemato-cerebral.
Como no presente experimento, nos animais expostos simultaneamente ao Cd e ao EI o
estresse pode ter favorecido de um modo importante a toxocinética do metal,
provocando distribuição e acumulação característica, um aumento da concentração do
Cd em áreas importantes facilitadoras da agressão poderia ser o responsável pelo efeito
de interação observado, com conseqüente aumento do comportamento de agressividade.
49
Em conclusão, baixa dose de cádmio oral ou estresse por imobilização sozinhos não
alteram a agressividade em ratos, mas quando associados podem provocar
agressividade aumentada. Este efeito aditivo pode ser provocado pelo aumento dos
níveis de Cd no cérebro e estar relacionado com modificações do turnover da 5-HT ou
de sua ação em receptores cerebrais específicos.
A extrapolação destes dados para o homem deve suscitar importantes questões para o
tratamento psiquiátrico, das desordens caracterizadas pelo comportamento agressivo e
impulsivo, as quais podem estar associadas a doenças, fatores ambientais e as várias
formas de estresse a que os indivíduos estão submetidos.
Agradecimento
Os autores agradecem ao Dr. Alaor Aparecido Almeida do Centro de Assistência
Toxicológica (CEATOX) pelas dosagens de cádmio.
50
Referências
Ali, M. M.; Mathur, N.; Chandra, S. V., 1986. Developmental and long-term
neurobehavioral toxicity of low levels in uterus cadmium exposure in rats.
Neurobehavior Toxicology Teratology 8, 463-468.
Ali, M. M.; Mathur, N.; Chandra, S. V., 1990. Effect of chronic cadmium exposure on
locomotor behaviour of rats. Indian Journal of Experimental Biology 28, 653.
Arito, H.; Sudo, A.; Suzuki, Y., 1981. Aggressive behavior of the rat induced by
repeated administration of cadmium. Toxicology Letters 7, 457-461.
Athanasopoulos, N., 1994. Flame methods: Manual GBC for atomic absortion. Victoria,
Australia, 1-11.
Baranski, B., 1984. Behavioural alterations in offsping of female rats repeatedly
exposed to cadmium oxide by inhalation. Toxicology Letters 22, 53-61.
Bjorklund, H.; Hoffer, B.; Olson, L.; Seiger, A., 1981. Differential morphological
changes in sympathetic nerve fibers elicited by lead, cadmium, and mercury.
Environmental Research 26, 69-80.
Blum, L.W.; Mandel, S.; Duckett, S., 1989. Peripheral neuropathy and cadmium
toxicity. Pa. Medicine 92, 54-56.
Bus, J.S.; Vinegar, A.; Brooks, S.M., 1978. Biochemical and physiologic changes in
lungs of rats exposed to a cadmium chloride aerosol. American Review Respiratory
Disease 118, 573-580.
Cary, R., Clarke, S., Delic, J., 1997. Effects of combined exposure to noise and toxic
substances – Critical review of the literature. The Annals of Occupational Hygiene 41,
455-465.
51
Cearley, J.E.; Coleman, R.L., 1974. Cadmium toxicity and bioconcentration in large
month bass an bluegill. Bulletin Environmental Toxicology 11, 146-151.
Chiavegatto, S.; Dawson, V.L.; Mamounas, L.A.; Koliatsos, V.E.; Dawson, T.M.;
Nelson, R.J., 2001. Brain serotonin dysfunction accounts for aggression in male mice
lacking neuronal niric oxide synthase. PNAS 98, 1277-1281.
Chiquoine, A.D.; Suntzeff, V., 1965. Sensitivty of mammals to cadmium necrosis of
the testis. Journal of Reproduction Fertilization 10, 455-457.
Clark, D.E.; Nation, J.R.; Bourgeois, A.J., 1985. The regional distribuition of cadmium
in the brains of orally exposed adult rats. Neurotoxicology 6, 109-114.
Davidson, R.J., 2000. Dysfunction in the neural circuitry of emotion regulation a
possible prelude to violence. Science 289, 591-594.
De Almeida, R.M.; Ferrari, P.F.; Parmigiani, S.; Miczek, K.A., 2005. Escalated
aggressive behavior: dopamine, serotonin and GABA. European Journal Pharmacology
526, 51-64.
De Boer, S.F.; Koolhaas, J.M., 2005. 5-HT
1A
and 5-HT
1B
receptor agonists and
aggression: a pharmacological challenge of the serotonin deficiency hypothesis.
European Journal Pharmacology 526, 125-139.
Delville, Y.; David, J.T.; Taravosh-Lahn, K.; Wommack, J.C., 2003. Stress and the
development of agonistic behavior in golden hamsters. Hormonal Behavior 44, 263-
270.
Desi, I.; Nagyrnajtenyi, L.; Schulz, H., 1998. Behavioural and neurotoxicological
changes caused by cadmium treatment of rats during development. Journal of Applied
Toxicology 18, 63-70.
52
Dudley, R.E.; Svoboda, D.L.; Klaassen, C.D., 1982. Acute exposure to cadmium causes
severe liver injury in rats. Toxicology Applied Pharmacology 65, 302-312.
Esposito, P.; Gheorghe, D.; Kandere, K.; Pang, X.; Connolly, R.; Jacobson, S.;
Theoharides, T.C., 2001. Acute stress increase permeability of the blood-brain-barrier
through activation of brain mast cells. Brain Research 888, 117-127.
Friberg, L., 1950. Health hazards in the manufacture of accumulators with special
reference to chronic cadmium poisoning. Acta Medicine Scandinavica Supplement 138,
240.
Galan, A.; Garcia-Bermejo, L.; Troyano, A.; Vilaboa, N.E.; Fernandez, C.; de Blas E.;
Aller, P., 2001. The role of intracellular oxidation in death induction (apoptosis and
necrosis) in human promonocytic cells treated with stress inducers (cadmium, heat, X-
rays). European Journal of Cell Biology, v.80, p.312-320.
Gilberg, C.; Noren, J.G.; Wahlstrom, J.; Rasmussen, P., 1982. Heavy metals and
neuropsychiatric disorders in six-year-old children. Aspects of dental lead and
cadmium. Acta Paedopsychiatric 48, 253-263.
Habeebu, S.S.; Liu, J.; Klaassen, C.D., 1998. Cadmium-induced apoptosis in mouse
liver. Toxicology Applied Pharmacology 149, 203-209.
Habeebu, S.S.; Liu, J.; Liu, Y.; Klaassen, C.D., 2000a. Metallothionein-null mice are
more sensitive than wild-type mice to liver injury induced by repeated exposure to
cadmium. Toxicology Sciences 55, 223-232.
Habeebu, S.S.; Liu, J.; Liu, Y.; Klaassen, C.D., 2000b. Metallothionein-null mice are
more susceptible than wild-type mice to chronic CdCl2 – induced bone injury.
Toxicology Sciences 56, 211-219.
53
Halasz, J.; Liposits, Z.; Kruk, M.R.; Haller, J., 2002. Neural background of
glucocorticoid dysfunction-induced abnormal aggression in rats: involvement of far-
and stress-related structures. European Journal of Neurosciences 15, 561-569.
Haller, J.; Kruk, M.R., 2006. Normal and abnormal aggression: human disorders and
novel laboratory models. Neuroscience & Biobehavioral Reviews 30, 292-303.
Hart, R.P.; Rose, C.S.; Hameer, R.M., 1989. Neuropsychological effects of occupational
exposure to cadmium. Journal of Clinical and Experimental Neuropsychology 11, 933-
943.
Holloway, W.R.; Thor, D.H., 1988. Cadmium exposure in infancy affects activity and
social behaviour of juvenile rats. Neurotoxicology Teratology 10, 135-142.
Holt, D.; Werb, M., 1987. Teratogenicity of ionic cadmium in the wistar rat. Archive
Toxicology 59, 443-447.
Jemai, H.; Messaoudib, I.; Chaouchc, A; Kerkeni, A., 2007. Protective effect of zinc
supplementation on blood antioxidant defense system in rats exposed to cadmium.
Journal Trace Elements Medical Biology 21, 269-273.
Kalcher, K.; Kern, W.; Pietsch, R., 1993. Cadmium and lead in the smoke of a filter
cigarette. Science Total Environmental 128, 21-35.
Kilburn, K.H.; McKinley, K.L., 1996. Persistent neurotoxicity from a battery fire: Is a
cadmium the culprit? Journal Southern Medicine 89, 693-698.
Klaassen, C.D., 1990. Heavy metals and heavy metal antagonists. In: Goodman, A.
(Eds.), The pharmacology basis of therapeutics. Elms-ford: New York/Pergamon,
1592-1614.
54
Konstandi, M.; Johnson, E.; Lang, M.A.; Malamas, M.; Marselos, M., 2000.
Noradrenaline, dopamine, serotonin: different effects of psychological stress on brain
biogenic amines in mice and rats. Pharmacological Research 41 (3), 341-346.
Koolhaas, J.M.; Boer, S.F.; Buwalda, B.; Reenen, K.V., 2007. Individual variation in
coping with stress: a multidimensional approach of ultimate and proximate mechanisms.
Brain, Behavior and Evolution 70, 218-226.
Koolhaas, J.M., Bohus, B., 1991. Animal models of human aggression. In: Animal
models in Psychiatry II, Alan A. Boulton, et al. (Eds.), p.249-271, Humana Press,
Clifton, New Jersey.
Kotsonis, F.N.; Klassen, C.D., 1978. The relationship of metallothionein to the toxicity
of cadmium after prolonged oral administration to rats. Toxicology Applied
Pharmacology 46, 39-54.
Kruk, M.R., 1991. Ethology and pharmacology of hypothalamic aggression in the rat.
Neuroscience Biobehavior Review 15, 527-538.
Leret, M.L.; Millan, J.A.S.; Antonio, M.T., 2003. Perinatal exposure to lead and
cadmium affects anxiety-like behaviour. Toxicology 186, 125-130.
Liu, J.; Liu, Y.; Habeebus, S.S.; Klaassen, C.D., 1999. Metallothionein-null mice are
highly susceptible to the hematotoxic and immunotoxic effects of chronic CdCl2
exposure. Toxicology Applied Pharmacology 159, 98-108.
Long, S.F.; Wilson, M.C.; Sufka, K.J.; Davis, W.M., 1996. The effects of cocaine and
nandrolone co-administration on aggression in male rats. Progress in Neuro-
Psychopharmacology and Biological Psychiatry 20, 839-856.
Lopez, E.; Arce, C.; Oset-Gasque, M.J.; Cañadas, S.; Gonzáles, M.P., 2006. Cadmium
induces reactive oxygen species generation and lipid peroxidation in cortical neurons in
culture. Free Radical Biology & Medicine 40, 940-951.
55
Marlowe, M.; Errera, J.; Jacobs, J., 1983. Increased lead and cadmium burdens among
mentally retarded children and children with borderline intelligence. American Journal
Mental Deficient 87, 477-483.
Moran, P., 1999. The epidemiology of antisocial personality disorder. Society
Psychiatric Epidemiology 34, 231-242.
Murphy, V.A. Cadmium: acute and chronic neurological disorders. In: Yasui, M.;
Strong, M.J.; Ota, K. (Eds.) Mineral and metal: neurotoxicology. Boca Raton: CRC,
1997: 229-240.
Nagymajtenyi, L.; Schulz, H.; Desi, L., 1997. Behavioural and functional
neurotoxicological changes caused by cadmium in a three-generational study in rats.
Human Experimental Toxicology 16, 691-699.
Nayak, B.N.; Ray, M.; Persaud, T.V.; Nigli, M., 1989. Embryotoxicity and in vivo
cytogenetic changes following maternal exposure to cadmium chloride in mice.
Experimental Pathology 36, 75-80.
Nelson, R.J.; Chiavegatto, S., 2001. Molecular basis of aggression. Neurosciences 24,
713-719.
Ohayon, M.M.; Shapiro, C.M., 2000. Sleep disturbances and psychiatric disorders
associated with posttraumatic stress disorder in the general population. Comprehensive
Psychiatry 41, 469-478.
Oliver, B.; Yong, L.J., 2002. Animal models of agression. In: Davis, K.L.; Charney, D.;
Coyle, J.T.; Nemeroff, C. Neuropsychopharmacology: the fifth generation of progress.
USA: Lippincott Williams & Wilkins (LWW), cap. 118, 1699-1708.
Pfisher, W.R.; Pelligrino, L.J.; Yim, G.K.W., 1978. Behavioral aspects of cadmium
toxicity in rats. Federation of American Societies for Experimental Biology 37, 395.
56
Pihl, R.O.; Parkes, M., 1977. Hair element content in learning disable children. Science
198, 204-206.
Sareen, J.; Stein, M.B.; Cox, B.J.; Hassard, S.T., 2004. Understanding comorbidity of
anxiety disorders with antisocial behavior: findings from two large comorbidity surveys.
Journal Nervous Mental Disorders 192, 178-186.
Sato, K.; Iwamasa, T.; Tsutu, T.; Takeuchi, T., 1978. Na ultrastructural study of chronic
cadmium choride-induced neuropathy. Acta Neuropathology 41, 185-190.
Shukla, G.S.; Singhal, R.L., 1984. The present status of biological effects of toxic
metals in the environment: lead, cadmium and manganese, can. Journal Physiological
Pharmacology 62, 1015-1031.
Snedecor, G.W.; Cochran, W.G., 1980. Statistical Methods. 7
ª
ed. Iowa: Iowa State
University Pres, 593.
Summers, C.H.; Winberg, S., 2006. Interactions between the neural regulation of stress
and aggression. The journal of Experimental Biology 209, 4581-4589.
Veenema, A.H.; Neumann, I.D., 2007. Neurobiological mechanisms of aggression and
stress coping: a comparative study in mouse and rat selection lines. Brain, Behavior and
Evolution 70, 274-285.
Viaene, M. K.; Roels, H.A.; Leenders, J.; De Groof, M.; Swerts, L. J.; Lison, D.;
Masschelein, R., 1999. Cadmium: a possible etiological factor in peripheral
polyneuropathy. Neurotoxicology 20, 7-16.
Viaene, M. K.; Massachelein, R.; Leenders, L.; De Groof, M.; Swerts, L. J.; Roels, H.
A., 2000. Neurobehavioural effects of occupational exposure to cadmium: a cross
sectional epidemiological study. Occupational Environmental Medicine 57, 19-27.
57
Waalkes, M.P.; Wahba, Z.Z.; Rodriguez, R.E., 1992. Cadmium. In: Hazardous
Materials Toxicology – Clinical Principles of Environmental Health. Sullivan, Jr., J.B.;
Krieger, G.R. (Eds.). Baltmore. Willians & Wilkins, 845-852.
Waalkes, M. P., 2000. Cadmium carcinogenesis in review. Journal of Inorganic
Biochemistry 79, 241-244.
Winter, H., 1982. The hazards of cadmium in man and animals. Journal Applied
Toxicology 2, 61-67.
Wommack, J.C.; Salinas, A.; Melloni, R.H.; Jr and Delville, Y., 2004. Behavioural and
neuroendocrine adaptations to repeated stresse during puberty in male golden hamsters.
Journal Neuroendocrinology 16, 767-775.
Yve, L., 1992. Cadmium in tobacco. Biomedicine Environmental Science 5, 53-56.
58
Tabela 1 – Concentração tecidual de cádmio (sangue e cérebro) em animais controle,
expostos ao cádmio, submetidos ao estresse por imobilização e expostos ao cádmio e
submetidos ao estresse por imobilização.
Tratamentos
Sangue total
(µg/dl)
Cérebro total
(µg/g)
Ct
ND ND
Cd
28,87±0,97 45,50±4,30
EI
ND ND
Cd + EI
31,00±3,37
59,75±3,37
a
Os valores representam a média ± E.P.M. (N = 8 animais).
a
p<0,021 de Cd (ANOVA).
Ct=controle; Cd=cádmio; EI=estresse por imobilização. ND= Não detectado (limite de
detecção do aparelho = 0,009ppm).
59
Tabela 2 – Avaliação do comportamento de agressividade de ratos expostos ao cádmio e
submetidos ao estresse por imobilização.
Avaliações CT Cd EI Cd + EI
NTA
70,25
±2,28
79,62
±2,18
74,00
±2,69
93,5 ª
,b,c
±3,71
TLM
29,29
±1,91
35,87
±3,50
36,15
±2,01
32,43
±1,41
TTMA
244,14
±13,72
257,37
±13,21
221,00
±15,60
299,75
d,e
±12,36
EAC
131,79
±3,36
138,25
±5,65
125,42
±3,64
154,90
f,g
±5,74
Os valores representam a média ± E.P.M. (N = 8 animais).
a
p<0,001 de Ct
b
p<0,01 de
Cd
c
p<0,001 de EI
d
p<0,05 de Ct
e
p<0,01 de EI
f
p<0,01 de Ct
g
p<0,001 de EI
(ANOVA). Ct=controle; Cd=cádmio; EI=estresse por imobilização; NTA=número total
de ataques; TLM=tempo de latência para a primeira mordida; TTMA=tempo total de
manifestações de ataque; EAC=escore de agressão composta.
60
Figura 1: Quantidade do volume de líquido ingerido por animais expostos ao cádmio e
submetidos ao estresse por imobilização.
Ct Cd EI Cd + EI
0
30
60
90
.Semana
.semana
.semana
.semana
ac
a
a
d
a
b
Volume (ml)
Os valores representam a média ± E.P.M. (N=8 animais).
a
p<0,05 de Ct
b
p<0,05 de Cd
c
p<0,01 de Ct
d
p<0,001 de Cd (ANOVA). Ct=controle; Cd=cádmio; EI=estresse por
imobilização.
61
Figura 2: Dose média calculada de cádmio recebida pelos animais expostos ao cádmio e
expostos ao cádmio e submetidos ao estresse por imobilização.
Cd Cd + EI
0.0
2.5
5.0
7.5
10.0
12.5
Dose (mg/kg)
Os valores representam a média ± E.P.M. (N = 8 animais). Comparação utilizou teste t
de Student´s. Cd=cádmio; EI=estresse por imobilização.
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo