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UNIVERSIDADE METODISTA DE PIRACICABA – UNIMEP
FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE – FACIS
CURSO DE MESTRADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA
ANÁLISE COMPARATIVA DA APTIDÃO FÍSICA DE
GRADUANDOS EM EDUCAÇÃO FÍSICA NO INÍCIO E NO FINAL
DO CURSO
RAFAEL FARIA CORRÊA
PIRACICABA – SP
2008
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2
UNIVERSIDADE METODISTA DE PIRACICABA – UNIMEP
FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE – FACIS
CURSO DE MESTRADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA
ANÁLISE COMPARATIVA DA APTIDÃO FÍSICA DE
GRADUANDOS EM EDUCAÇÃO FÍSICA NO INÍCIO E NO FINAL
DO CURSO
Dissertação apresentada ao núcleo de
Performance Humana da Universidade
Metodista de Piracicaba, como requisito
final para obtenção de título de mestre em
Educação Física.
RAFAEL FARIA CORRÊA
Orientador: Prof. Dr. Marcelo de Castro Cesar
PIRACICABA – SP
2008
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3
DEDICATÓRIA
Aos meus pais, Ovídio Joaquim Corrêa e
Neide Regina Faria Corrêa (em memória),
por me ensinarem valores e princípios, não
medindo esforços para que me tornasse
uma pessoa melhor e mais humana.
Dedico esta obra a DEUS, pois sem sua
presença na minha vida, nada disso seria
possível.
4
AGRADECIMENTOS
Primeiramente agradeço a Deus, por ter me dado forças quando eu mais precisei,
quando pensava em muitas vezes em desistir, mas com sua graça e sabedoria não
permitiu que isso acontecesse proporcionado mais essa vitória. Meu muito obrigado
meu DEUS por sempre me mostrar o melhor caminho.
Ao meu pai Ovídio Joaquim Corrêa, por me ensinar que a única “coisa” em que o
homem não nos pode roubar é o estudo e a dignidade. Agradeço também pela
confiança depositada em mim, não medindo esforços para que eu viajasse
semanalmente para o Município de Piracicaba –SP., não importando-se com os custos
e me incentivando a não desistir.
Aos meus Irmãos Milena Faria Corrêa do Amaral e Leonardo Faria Corrêa, por me
sempre me incentivarem e me apoiar nas decisões mais difíceis da minha. A vocês
meus muito obrigado.
Aos docentes das Faculdades Integradas de Fátima do Sul – FIFASUL, representados
pelos professores João Emídio, Carlo Henrique Golin, Manuel Pacheco, pelos
ensinamentos prestados, em especial a Dra. Ively Monteiro (in memória), pelo exemplo
de vida deixado.
Aos professores Doutores do Mestrado em Educação Física da Universidade Metodista
de Piracicaba – UNIMEP (Marcelo de Castro Cesar, Ídico Luiz Pellegrinotti, Wagner
Wey Moreira, João Paulo Borin...), pelos ensinamentos e questionamentos.
Ao orientador Dr. Marcelo de Castro Cesar, pelo apoio, compreensão e dedicação, na
medindo esforços para me auxiliar neste trabalho, com informações riquíssimas. Dr.
Marcelo, Muito Obrigado.
Agradeço também a Profa. Ms. Ida Carneiro Martins, pelas informações valiosas,
contribuindo para a elaboração deste trabalho e a Profa. Dra. Maria Imaculada de Lima
Montebelo, pela análise estatística.
Ao pessoal do Laboratório de Antropometria e Esforço Físico da UNIMEP – SP, em
especial a Pamela Roberta Gomes Gonelli e o Thiago Mattos Frota de Souza, que
sempre me auxiliaram com seus conhecimentos e experiência profissional, deixando
muitas vezes seus afazeres para atender um amigo.
Aos alunos do 7º período Diurno e Noturno do curso de Educação Física da UNIMEP–
SP do ano de 2007, pela imensa colaboração no presente trabalho, sem os quais esta
pesquisa seria impossível de se realizar.
Aos colegas de mestrado que me deram forças e ânimo para caminhar na direção
certa, com os quais pude aprender através das discussões acadêmicas (em sala) e
informais (nos corredores), agradeço a oportunidade da convivência.
5
BANCA EXAMINADORA
Dr. Marcelo de Castro Cesar
Orientador: Universidade Metodista de Piracicaba – UNIMEP
Dr. Ademir de Marco
Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP
Dra. Rute Estanislava Tolocka
Universidade Metodista de Piracicaba – UNIMEP
6
RESUMO
Este estudo teve como objetivo analisar a aptidão física relacionada à saúde em
graduandos em Educação Física dos sexos masculino e feminino da Universidade
Metodista de Piracicaba, no início e no final do curso. Participaram 49 graduandos (19
homens e 30 mulheres) que foram agrupados de acordo com o sexo e submetidos, no
1º e no 7º semestre do curso, ao seguinte protocolo: antropometria (peso, índice de
massa corporal, percentual de gordura, gordura corporal e massa magra), flexibilidade
(teste de sentar-e-alcançar), resistência muscular (flexões de braços e de contrações
abdominais) e consumo máximo de oxigênio (teste de vai-e-vem de 15 metros). Para
testar a normalidade foi utilizado o teste de Shapiro-Wilks, para comparação das
variáveis (no 1º e no 7º semestre) foi realizado o teste t para dados pareados ou o teste
de Wilcoxon. Os resultados dos alunos indicaram diferença no peso, índice de massa
corporal e flexões de braços, os resultados das alunas indicaram diferença no peso e
massa magra, não ocorrendo diferenças significativas nas outras variáveis. Os alunos
apresentaram em média sobrepeso e percentual de gordura acima do recomendado e
as alunas estavam eutróficas e com percentual de gordura dentro do recomendado. Em
todos os testes de esforço físico os voluntários apresentaram a classificação entre
regular e bom. Pode-se considerar que, com a única exceção do excesso de gordura
corporal dos alunos, a média dos voluntários revelou aptidão física adequados para o
sexo e a faixa etária.
Palavras-chaves: aptidão física, composição corporal, exercício.
7
ABSTRACT
The aim of this study was to analyze the health-related physical fitness males and
females Physical Education students of Methodist University of Piracicaba, in the start
and at the end of the course. Participated 49 voluntaries (19 mens and 30 womens)
separated in males and females that were submitted, in the 1
st
and 7
th
semester of the
course, to the following protocol: anthropometry (weight, body mass index, percent body
fat, lean mass and body fat), flexibility (sit and reach test), resistance (arm flexions and
abdominal contraction tests) and maximal oxygen uptake (multi-stage shuttle test). To
test the normality was used the Shapiro-Wilks test, and it was realized a paired t-test or
a Wilcoxon test to compare the variables in the 1
st
and the 7
th
semester. The males had
difference in weight, body mass index and arm flexions, and the females had difference
in weight and lean mass, without significance differences in the other variables. The
average of the males had overweight and excess of fat, and the females were eutrofic
and the percent body fat was fit. In the all performance tests of the voluntaries were
regular or good. It can be concluded that, except the excess of the fat in the males, the
average of the voluntaries had a physical fitness appropriate for the sex and age of the
population investigated.
Key words: physical fitness, body composition, exercise.
8
LISTA DE TABELAS
Tabela 1- Resultados (valores de P) do teste de Shapiro-Wilks das
diferenças em 2004 e 2007, dos voluntários dos sexos
masculino e feminino--------------------------------------------------------
44
9
LISTA DE FIGURAS
Figura 1- Foto da medida da dobra cutânea triciptal do sexo masculino---- 38
Figura 2- Foto da medida da dobra cutânea supra – ilíaca do sexo
feminino-------------------------------------------------------------------------
39
Figura 3- Foto do teste de sentar-e-alcançar--------------------------------------- 40
Figura 4- Foto de flexão de braço para o sexo masculino---------------------- 40
Figura 5- Foto de flexão de braço para o sexo feminino------------------------ 41
Figura 6- Foto da posição inicial da contração abdominal---------------------- 41
Figura 7- Foto da posição final da contração abdominal------------------------ 42
Figura 8- Foto do teste de aptidão cardiorrespiratória--------------------------- 43
Figura 9- Resultados da massa magra (kg) dos alunos do sexo
masculino em 2004 e 2007-------------------------------------------------
45
Figura 10- Resultados do número de flexão de braço do sexo masculino
em 2004 e 2007---------------------------------------------------------------
45
Figura 11- Resultados da flexibilidade (cm) do sexo masculino em 2004 e
2007------------------------------------------------------------------------------
46
Figura 12- Resultados do consumo máximo de oxigênio (ml/kg/min) do
sexo masculino----------------------------------------------------------------
46
Figura 13- Resultados do peso corporal (kg) do sexo masculino em 2004 e
2007------------------------------------------------------------------------------
47
Figura 14- Resultados do índice de massa corporal (kg) do sexo
masculino em 2004 e 2007-------------------------------------------------
48
Figura 15- Resultados do percentual de gordura (%) do sexo masculino
em 2004 e 2007---------------------------------------------------------------
48
Figura 16- Resultados da gordura corporal (kg) do sexo masculino em
2004 e 2007--------------------------------------------------------------------
49
Figura 17- Resultados do número de contrações abdominais do sexo
masculino em 2004 e 2007-------------------------------------------------
49
Figura18- Resultados do percentual de gordura (%) do sexo feminino em
2004 e 2007--------------------------------------------------------------------
50
Figura 19- Resultados da massa magra (kg) do sexo feminino em 2004 e
10
2007------------------------------------------------------------------------------ 51
Figura 20- Resultados do número de flexões de braços do sexo feminino
em 2004 e 2007---------------------------------------------------------------
51
Figura 21- Resultados do número de contrações abdominais do sexo
feminino em 2004 e 2007---------------------------------------------------
52
Figura 22- Resultados da flexibilidade (cm) do sexo feminino em 2004 e
2007------------------------------------------------------------------------------
52
Figura 23- Resultados do consumo máximo de oxigênio (ml/kg/min) do
sexo feminino em 2004 e 2007--------------------------------------------
53
Figura 24- Resultados do peso corporal (kg) do sexo feminino em 2004 e
2007------------------------------------------------------------------------------
54
Figura 25- Resultados do índice de massa corporal (kg) do sexo feminino
em 2004 e 2007---------------------------------------------------------------
54
Figura 26- Resultados da gordura corporal (kg) do sexo feminino em 2004
e 2007---------------------------------------------------------------------------
55
11
LISTA DE QUADROS
Quadro 1- Classificação do estado nutricional pelo índice de massa
corporal--------------------------------------------------------------------------
71
Quadro 2- Classificação da Flexibilidade para Indivíduos do Sexo
Masculino-----------------------------------------------------------------------
72
Quadro 3- Classificação da Flexibilidade para Indivíduos do Sexo
Feminino------------------------------------------------------------------------
72
Quadro 4- Classificação para os Resultados Obtidos no teste de Flexões
de Braços para Indivíduos do Sexo Masculino------------------------
73
Quadro 5- Classificação para os Resultados Obtidos no teste de Flexões
de Braço para Indivíduos do Sexo Feminino--------------------------
73
Quadro 6- Classificação para os Resultados Obtidos no teste de
Contração dos Abdominais para Indivíduos do Sexo Masculino-
74
Quadro 7- Classificação para os Resultados Obtidos no teste de
Contração dos Abdominais para Indivíduos do Sexo Feminino--
74
Quadro 8- Classificação da Potência Aeróbia – Consumo Máximo de
Oxigênio (VO2 max ml/kg/min) – Homens-----------------------------
75
Quadro 9- Classificação da Potência Aeróbia – Consumo Máximo de
Oxigênio (VO2 max ml/kg/min) – Mulheres----------------------------
75
12
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ------------------------------------------------------------------------------
2. OBJETIVOS --------------------------------------------------------------------------------
2.1. Objetivo Geral-----------------------------------------------------------------------------
2.2.Objetivo Específico------------------------------------------------------------------------
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA----------------------------------------------------------
3.1. Aptidão Física------------------------------------------------------------------------------
3.2. Aptidão Física Relacionada à Saúde------------------------------------------------
3.2.1. Aptidão Cardiorrespiratória----------------------------------------------------------
3.2.2. Composição Corporal-----------------------------------------------------------------
3.2.3 Aptidão Músculo - esquelética-------------------------------------------------------
3.2.3.1. Força e Resistência Muscular----------------------------------------------------
3.2.3.2 Flexibilidade----------------------------------------------------------------------------
4. MÉTODOS -----------------------------------------------------------------------------------
4.1. Instrumentos de avaliação--------------------------------------------------------------
4.1.1. Peso corporal, estatura e Índice de massa corporal--------------------------
4.1.1.2. Dobras cutâneas---------------------------------------------------------------------
4.1.2. Teste de flexibilidade------------------------------------------------------------------
4.1.3. Teste de força muscular localizada------------------------------------------------
4.1.4. Teste abdominal------------------------------------------------------------------------
4.1.5 Teste de aptidão cardiorrespiratória------------------------------------------------
4.2. Análise estatística dos resultados----------------------------------------------------
5. RESULTADOS ------------------------------------------------------------------------------
6. DISCUSSÃO ---------------------------------------------------------------------------------
6.1. Avaliação da composição corporal---------------------------------------------------
6.2. Avaliação do esforço físico-------------------------------------------------------------
6.3 Avaliação geral dos resultados---------------------------------------------------------
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS--------------------------------------------------------------
REFERÊNCIAS --------------------------------------------------------------------------------
ANEXOS -----------------------------------------------------------------------------------------
13
17
17
17
18
19
20
21
23
26
27
31
36
37
37
37
39
40
41
42
43
44
56
56
57
57
60
61
67
13
1. INTRODUÇÃO
O mundo moderno vem passando por transformações de diversas ordens e
aspectos, dentre as quais ocorridas no século XX, ressalta-se o modo de vida dos
indivíduos na sociedade como sendo um dos aspectos que mais sofreram modificações
significativas ao longo do tempo, foi o modo de vida das pessoas, tanto no âmbito
biológico como no psicológico e no social (LIMA, 2005).
A mecanização da indústria, a revolução tecnológica e a informatização dos
serviços, resultaram nas diversas facilidades da chamada vida moderna e refletiram
diretamente na vida das pessoas, modificando assim seu comportamento, tornando-os
cada vez mais sedentários devido à inatividade física, acarretando em doenças
cardiovasculares, osteomusculares, entre outras (LIMA, 2005).
O estilo de vida atual, estresse, alimentação rica em gordura e pobre em fibras,
violência na rua, televisão e videogames, são alguns dos fatores que estão
transformando a obesidade numa verdadeira epidemia (VIUNISKI, 2000).
O sedentarismo é um comportamento estreitamente relacionado ao
aparecimento de uma soma de distúrbios crônico degenerativos. A prática de exercícios
físicos regulares é fundamental para a formação de um estilo de vida ativa, saudável e
contra diversos fatores de risco à saúde de crianças e adultos, beneficiando o
desenvolvimento e a manutenção de aptidões físicas e cardiovasculares, alterando a
composição corporal dos indivíduos e reduzindo o acúmulo de gordura (AMERICAN
COLLEGE OF SPORTS MEDICINE, 2000).
Nos últimos anos, o reconhecimento das vantagens da prática dos exercícios
físicos regulares na melhoria da qualidade de vida, vêem despertando enorme atenção
quanto à complexa relação recíproca entre os níveis de prática de exercícios físicos, os
índices da chamada aptidão física e o estado de saúde das pessoas (GUEDES;
GUEDES, 1995). O senso comum julga que a relação entre essas variáveis é positiva e
linear, embora isso não seja provavelmente verdadeiro, pois é possível que a
associação entre elas dependa da população, da faixa etária e do nível de aptidão física
(ARAÚJO; ARAÚJO, 2002). De acordo com este raciocínio, Guedes e Guedes (1995)
relatam que os aspectos voltados à hereditariedade, ao estilo de vida, às condições
14
ambientais e aos atributos pessoais, podem afetar essa inter-relação entre atividade
física, aptidão física e saúde.
Os fatores de risco não devem ser considerados isoladamente, sendo que todos
os esforços devam propor mudança de comportamento, ou seja, a adoção de estilo de
vida comprometido com a saúde, entendida no sentido mais amplo (MAITINO, 2000). O
autor relata ainda que o comportamento relacionado à saúde esteja invariavelmente
atrelado ao estilo de vida geral da comunidade, o que por sua vez, envolve aspectos
culturais, atitudes e valores, além da situação ambiental e sócio-econômica.
Chammé (1997) argumenta que ações e programas de saúde pública carecem
de melhores condições formativas ou educativas, sendo que, os existentes atualmente
limitam-se ao plano informativo. A desejável operacionalização de medidas preventivas
não depende apenas da ação de especialistas (ROUQUAYROL, 1994).
Visando à formação de hábitos saudáveis, como a prática de exercícios físicos, é
necessário que a escola assuma a incumbência de promover, de forma educativa, os
conhecimentos de valores das atividades físicas e dos esportes para uma vida ativa
sendo de responsabilidade do processo educacional a transmissão dos conhecimentos
científicos que são produzidos nas universidades e nos centros de pesquisa relativos à
melhoria e à superação das condições sociais, biológicas e psicológicas das pessoas
envolvidas com a sistematização das práticas de exercícios físicos (CESAR et al.,
2006).
O The United States Departament Of Health na década de 80, estabeleceu que
crianças e adolescentes na faixa etária de 10 a 17 anos, que participassem
regularmente de programas apropriados de exercício físicos, visando à aptidão
cardiorrespiratória, teriam uma aderência de 90,0% maior na fase adulta (MAITINO,
2000).
O autor relata que persuadir pessoas adultas a alterar costumes estabelecidos
durante anos é muito difícil, razão pela quais inúmeros países operacionalizam medidas
educativas junto às crianças em idade escolar durante as aulas de educação física, na
tentativa de levar o conhecimento da escola para a família.
Há muitos anos a relação da atividade física com a saúde é estudada, porém
apenas nas últimas décadas com a realização de estudos epidemiológicos pode-se
15
verificar realmente a importância da atividade física para a manutenção e promoção da
saúde (US DEPARTAMENT OF HEALTH AND HUMAN SERVICES, 1996).
A atividade física é definida como qualquer movimento voluntário que resulte em
gasto energético, assim o exercício seria um tipo específico de atividade física que deve
necessariamente envolver regularidade e planejamento, tendo assim freqüência,
duração e intensidade definidas, objetivando a melhora da aptidão física (CASPERSEN,
1989). Matsudo (1992) cita que a atividade física é a capacidade que um indivíduo tem
de desempenhar as funções diárias necessárias, sem que haja desequilíbrio de sua
integridade biopsicossocial.
Os componentes da aptidão física dividem-se: componentes relacionados à
saúde, o que inclui aptidão cardiorrespiratória, composição corporal, flexibilidade e
aptidão muscular, e os componentes relacionada com as capacidades atléticas, o que
envolve equilíbrio, tempo de reação, coordenação, agilidade, velocidade e potência
anaeróbia (ACSM, 2006). Nielman (1999) cita que as capacidades atléticas apresentam
pouca relação com a saúde e com a prevenção de doenças.
Em síntese, não se advoga atividade física e esporte como uma cura simplista de
doenças, mas sim, inserindo o ser humano no universo da atividade física e do esporte
(PELLEGRINOTTI, 2003).
Ghilardi (1998) relata que o bom profissional de Educação Física não é aquele
que pratica e sabe executar determinada tarefa motora, mas sim, é aquele que
consegue compreender as necessidades dos seus alunos, respeitando suas limitações,
já que seu conhecimento permite detectar o nível de aprendizagem e capacidades,
sendo capaz de despertar nos indivíduos a consciência de que a exercício físico é um
excelente modo para proporcionar um nível de excelência em sua qualidade de vida.
O profissional de Educação Física é um dos integrantes na composição dos
Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF) no modelo de integralidade da atenção
como diretriz do Sistema Único de Saúde do Brasil, que dispõe sobre ações de saúde
para garantir condições de bem estar físico, mental e social aos indivíduos e à
coletividade (TEMPORÃO, 2008).
16
Hernandes Jr. (2002) afirma que o professor de Educação Física deva ter um
físico saudável, mas não necessariamente implica em ter uma musculatura exagerada,
e sim, estar com o peso corporal nos níveis padronizados de saúde.
Portanto, o professor de Educação Física é um profissional da área da saúde,
existindo assim necessidade de investigar os componentes da aptidão física
relacionada à saúde em estudantes de Educação Física.
17
2. OBJETIVOS
2.1 Objetivo Geral.
Analisar a aptidão física relacionada à saúde em graduandos de educação física
do sexo masculino e feminino comparando os alunos no início e no final do curso de
licenciatura plena em Educação Física.
2.2 Objetivo específico
Realizar análise da composição corporal dos alunos.
Efetuar análise da aptidão cardiorrespiratória e músculo - esquelética dos
graduandos.
18
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Estudos epidemiológicos têm demonstrado que a inatividade física aumenta com
a idade e que também está associada à mortalidade precoce e a redução da
independência e da qualidade de vida (PATE, 1995).
Medidas não-farmacológicas como o exercício físico, vêm sendo recomendadas
para a prevenção e tratamento de doenças crônicas não transmissíveis (GUTTIERRES;
MARINS, 2008). Nahas (2003) afirma que a atividade física e aptidão física têm sido
associadas ao bem estar, à saúde e à qualidade de vida das pessoas em todas as
idades.
Diferentes programas de exercício físicos, incluindo treinamento de força
muscular, treinamento aeróbio e de flexibilidade, são colaboradores na obtenção dos
benefícios físicos, podendo ser citados, por exemplo: maior capacitação máxima de
oxigênio em virtude de adaptações tanto central como periféricas; freqüência cardíaca e
pressão arterial mais baixa para determinada intensidade submáxima; limiar do
exercício mais alto para o inicio dos sinais ou sintomas de doenças; maiores níveis
séricos de colesterol lipoprotéico de alta densidade e menores níveis séricos dos
triglicerídios; gordura corporal total reduzida entre outras (ACSM, 2003).
De acordo com a Castro et al. (2005) programas de reabilitação cardíaca foram
desenvolvidos com o propósito de trazer os pacientes acometidos de infarto do
miocárdio de volta as suas atividades diárias habituais, com ênfase na prática do
exercício físico.
Segundo Nieman (1999), indivíduos que praticam exercício físico regular para
desenvolver a resistência cardiorrespiratória, a aptidão músculo-esquelética e níveis
ideais de gordura corporal, melhoram seus níveis energéticos básicos e se colocam no
grupo com menor risco de apresentar doenças crônicas, como doença cardíaca,
câncer, diabetes, osteoporose, entre outras.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) define saúde não apenas como a
ausência de doença, mas como a situação de perfeito bem-estar físico, mental e social.
19
Com essa posição, a dicotomia “saúde e doença” passaram a sofrer profundas
alterações no que se refere à idéia tradicional, ou seja, de que não é preciso
necessariamente estar doente para não se ter saúde, apontando uma visão mais
abrangente em que essas duas noções antagônicas devam ser analisadas como
fenômenos de um processo multifatorial e contínuo (GUEDES; GUEDES, 1995).
Nieman (1999) cita que a prática de exercício físico voltado para a saúde, passa
pela tríade na vida das pessoas, ou seja, pelos aspectos biológicos, psicológicos e
sociais, ficando bem próximo ao conceito da Organização Mundial da Saúde (OMS),
que definiu saúde como sendo o bem-estar físico, psíquico e social do indivíduo.
Para o ACSM (2000), a avaliação da saúde dos praticantes de exercícios físicos
é necessária para garantir o máximo de segurança e uma prescrição de exercícios bem
fundamentada e eficaz, tanto em indivíduos aparentemente saudáveis, quanto para os
portadores de doenças crônicas.
De acordo com o ACSM (2003) o conhecimento dos benefícios adicionais de
saúde e aptidão associados a maiores quantidades e intensidades de atividade física é
combinado com o fato de que a lista de doenças crônicas afetadas favoravelmente
pelos exercícios continua crescendo, torna-se ainda mais clara a necessidade de
programas de prevenção e reabilitação com exercícios alicerçados em uma sólida base
médica e cientifica.
3.1 Aptidão Física
De acordo com o ACSM (2006), “aptidão física é a capacidade de executar níveis
moderados a vigorosos de atividade física sem fadiga excessiva e a capacidade de
manter essa habilidade por toda a vida”. Na concepção de Weineck (2003), a aptidão
física significa de uma forma geral, a capacidade e o estado e rendimento do ser
humano, assim como a disposição atual para uma determinada área de atuação.
20
Indivíduos fisicamente treinados podem realizar tarefas comuns do dia-dia com
menor fadiga, acumulando energia de reserva para os exercícios nos momentos de
lazer ou em emergências inesperadas (NIEMAN, 1999).
Aptidão física e saúde são qualidades positivas que estão relacionadas com a
prevenção da maioria das doenças, pois quando as pessoas se exercitam regularmente
de modo a manter seu coração, pulmões e músculos esqueléticos em ordem e
mantendo-se em forma, a maioria das autoridades relaciona essas situações à aptidão
física (NEIMAN, 1999).
Barbosa (2003) relatou que a proposta da atividade física para a promoção de
saúde não poderá estar centrada no espetáculo ou no rendimento, mas sim deve
apontar uma nova perspectiva de vida, uma vida com promoção da saúde e,
conseqüentemente com mais qualidade de vida, já que as capacidades atléticas,
apresentam pouca relação com a saúde e com a prevenção de doenças.
A aptidão física apresenta duas dimensões: uma relacionada ao desempenho
desportivo e outra à saúde. Com o aumento da expectativa de vida tem havido
interesse maior sobre essa última dimensão em relação à desportiva, motivado pelo
reconhecimento crescente do papel do exercício físico regular na promoção e na
manutenção da saúde, por este motivo, nos ateremos para a aptidão relacionada à
saúde e seus componentes.
3.2 Aptidão Física Relacionada À Saúde
A aptidão física relacionada à saúde abriga aqueles atributos biológicos que
oferecem alguma proteção ao aparecimento de distúrbios orgânicos provocados pelo
estilo de vida sedentário, tornando-se extremamente sensível ao nível da prática de
atividade física (GUEDES; GUEDES, 1995).
Conceitualmente os componentes voltados para a aptidão física relacionada à
saúde, são considerados aqueles com dimensões morfológicas, funcional-motora,
fisiológica e comportamental (GUEDES; GUEDES, 1995). De acordo com o ACSM
(1998), um programa de atividade física deve influenciar na composição corporal,
21
reduzindo a gordura e aumentando a massa magra, incluindo treinamentos de aptidão
cardiorrespiratória, força e flexibilidade.
Para o ACSM (2006), esses componentes relacionados à saúde contribuem
igualmente, ou estão em equilíbrio para a totalidade da aptidão física relacionada à
saúde. A importância relativa de cada um destes componentes pode variar dependendo
do genótipo, da idade e dos hábitos de vida das pessoas, entretanto, todos demonstram
relação bastante estreita com o melhor estado de saúde.
A Aptidão Física divide-se em dois aspectos, os relacionados à saúde, o que
inclui aptidão cardiorrespiratória, composição corporal, flexibilidade e aptidão muscular,
e os componentes relacionados com as capacidades atléticas, o que envolve equilíbrio,
tempo de reação, coordenação, agilidade, velocidade e potência anaeróbia (ACSM,
2006).
3.2.1 Aptidão Cardiorrespiratória
O exercício físico constitui um estresse fisiológico para o organismo em função
do grande aumento da demanda energética em relação ao repouso, provocando grande
liberação de calor e intensa modificação do ambiente químico muscular e sistêmico,
conseqüentemente, a exposição regular ao exercício ao longo do tempo promove um
conjunto de adaptações morfológicas e funcionais que conferem maior capacidade ao
organismo para responder ao estresse do exercício (CASTRO et al., 2005).
Os exercícios físicos, principalmente os de caráter aeróbio, têm um papel
marcante na prevenção de e tratamento de doenças cardiovasculares degenerativas,
ajudando no controle do colesterol, da pressão arterial, contribuindo para a redução do
peso corporal, entre outros fatores de risco secundários (NAHAS, 2001).
A aptidão cardiorrespiratória é considerada o componente da aptidão física
relacionado à saúde que descreve a capacidade dos sistemas cardiovascular e
respiratório em fornecer oxigênio durante uma atividade física contínua (BOUCHARD,
1994). O risco de morbi-mortalidade por doenças crônico-degenerativas, entre elas,
doença arterial coronariana, hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus e alguns
22
tipos de câncer, têm sido associados aos baixos níveis de aptidão cardiorrespiratória e
atividade física.
A aptidão cardiorrespiratória de acordo com o ACSM (2003) é a capacidade de
realizar um exercício dinâmico de intensidade moderada, a alta com grandes grupos
musculares por longos períodos de tempo, onde a realização depende do estado
funcional dos sistemas respiratório, cardiovascular e músculo-esquelético. Nieman
(1999), a define como sendo a capacidade de continuar ou persistir em tarefas
extenuantes envolvendo grandes grupos musculares por períodos de tempo
prolongados.
Para Fernandes Filho (2003), a aptidão cardiorrespiratória de qualquer indivíduo
refere-se à capacidade funcional de seus sistemas de absorção, transporte, entrega e
utilização de oxigênio pelos tecidos durante os exercícios físicos. A resistência
cardiorrespiratória está relacionada com a saúde, pois essa aptidão em baixos níveis
pode ser associa com um risco marcadamente acentuado de morte prematura dentre as
principais causas de morte (NIEMAN, 1999).
Weineck (2003) relata os efeitos de um treinamento de resistência aeróbia, tais
como: aumento da condição física em geral; manutenção da capacidade de
desempenho físico; ativação geral do metabolismo; diminuição do sobrepeso;
prevenção das doenças degenerativas cardiovasculares; fortificação do sistema
imunológico, entre outros.
Para assegurar a melhor relação risco/benefício a prática regular de exercícios
deve obedecer a determinados fundamentos, tais como modalidade, duração,
freqüência, intensidade e modo de progressão são os principais parâmetros a serem
observados (LEITÃO et al, 2000).
Os autores comentam que resultados expressivos dos benefícios da prática
regular de exercício físico, podem ser atingidos tanto por meio de atividades
programadas como caminhar, nadar, pedalar, fazer aulas de hidroginástica, como
também por atividades do cotidiano e de lazer, como subir escadas, cuidar de afazeres
domésticos, do jardim, dançar, e que um programa ideal deve ser realizado na maior
parte dos dias da semana, com a duração das sessões variando entre 30 e 90 minutos,
23
de forma contínua ou não, tornando-se que o hábito de se exercitar se transforme em
algo tão natural como, por exemplo, cuidar da própria higiene.
Segundo Nieman (1999), a aptidão cardiorrespiratória aumenta quando grandes
grupos musculares estão envolvidas numa atividade física contínua e rítmica por pelo
menos 3-5 sessões de exercícios por semana, 20-60 minutos por sessão, numa
intensidade de 50-85 por cento do consumo máximo de oxigênio (VO
2
max), ou 60-90
por cento da freqüência cardíaca máxima.
A adoção de hábito preventivo, usufruindo da prática regular de exercícios
físicos, promove um funcionamento muito mais eficiente do sistema cardiorrespiratório e
reduzem os riscos de doenças cardiovasculares (NAHAS, 2001).
Os exercícios físicos que visam à melhoria da condição cardiorrespiratória, vêm
sendo prescritos para aqueles indivíduos que apresentam sintomas coronarianos, ou
que apresentaram infarto do miocárdio (POLLOCK; WILMORE, 1993), já que o
exercício físico pode aumentar a capacidade cardiovascular e reduzir a demanda de
oxigênio pelo miocárdio para um dado nível de exercício, contribuindo também, para
proteger contra o desenvolvimento da doença coronariana, podendo melhorar a
probabilidade de sobrevida após um ataque cardíaco (AMERICAN HEART
ASSOCIATION, 1981).
3.2.2 Composição Corporal
Nos últimos anos, tem sido observadas alterações nos padrões alimentares dos
indivíduos, decorrentes de modificações na estrutura econômica, social, demográfica e
de saúde, fenômeno esse definido como “transição nutricional” de modo que,
atualmente a obesidade é a patologia nutricional que mais tem crescido em prevalência,
não apenas nos paises ricos, mas também nos paises em desenvolvimento
(FERREIRA, 2000), representando uma doença complexa de fatores relacionados com
o comportamento, o meio ambiente e também fatores genéticos, os quais podem
24
influenciar as respostas individuais relativas à dieta e à prática de atividade física
(CAVAGLIERI et al. 2006).
Viuniski (2000) aponta que a inatividade física, o sedentarismo, o uso
inadequado dos alimentos, o “comer” noturno, uso de medicamentos, estresse, entre
outros vários fatores, contribuem para o aumento da obesidade. Corroborando com
esta afirmação, Salve (2006) argumenta que os fatores promotores da obesidade são
de causas genéticas, nutricionais, endócrinas, hipotalâmicos, farmacológicas e o
sedentarismo, estando também relacionada à administração de insulina e de
glicocorticóides.
Este processo leva ao aumento das células adiposas e também aumento do
número dessas células. Assim o tamanho final dos depósitos adiposos dependeria da
interação entre a carga genética, fatores ambientais e hormonais que influenciariam o
número e o tamanho de tais reservas. O sedentarismo e o excesso de peso são
problemas interdependentes e que podem ser reduzidos com um estilo de vida ativo
fisicamente (SALVE, 2006).
Em relação à composição corporal, devem-se relembrar alguns conceitos
básicos, a respeito do sobrepeso e da obesidade, pois os mesmos, não devem ser
usados como sinônimos. De acordo com o ACSM (2006), sobrepeso é definido como
um desvio no peso corporal de algum padrão ou “peso” ideal em relação à altura, não
refletindo a obesidade. Pollock e Wilmore (1993) definem o sobrepeso como sendo
aquela condição onde o peso do indivíduo excede ao da média da população,
determinada segundo o sexo, a altura e o tipo de compleição física.
A obesidade pode ser definida como excesso de tecido adiposo, resultado de
uma ingesta energética excessiva em relação ao dispêndio de energia (ACSM, 2006).
Para Guedes e Guedes (2003), a obesidade refere-se especialmente ao aumento na
quantidade generalizada ou localizada de gordura em relação ao peso corporal.
Para Ciolac e Guimarães (2004), a obesidade é classificada como uma
desordem conseqüente de uma alta ingestão calórica, proveniente de um desequilíbrio
entre a alta ingestão e baixo gasto energético, resultando em um balanço energético
positivo. McArdle et al. (2003) citam basicamente três maneiras para que ocorra
redução ponderal: diminuição da alimentação para níveis abaixo da necessidade diária,
25
aumento da atividade física para além da demanda diária, ou então mantendo a
combinação de ambos os métodos.
De acordo com o ASCM (2006) o peso excessivo está relacionado a um maior
risco de mortalidade e morbidez, incluindo doença aterosclerótica, coronariana,
hipertensão, diabetes não insulino-dependente e outras enfermidades.
Grande parte da população teme a obesidade apenas por achá-la fora dos
padrões de beleza, desconhecendo os problemas relacionados com a saúde. Já para
as pessoas que a consideram como uma doença, a procura por consultórios de
cardiologia, reumatologia, gastro-hepatologia, ortopedia entre outros é muito mais
freqüente (COSSENZA; CONTURSI, 2000).
A composição corporal é um importante biomarcador do estado fisiológico, tendo
em vista que as quantidades dos diferentes componentes corporais sofrem alterações
durante toda a vida dos indivíduos (COSTA, 2001).
O exercício físico promove vários benefícios à saúde, dentre os quais podemos
citar a composição corporal, pois com o aumento da massa magra e diminuição da
gordura corporal, aumenta a eficiência de trabalho, melhora a aparência física, menor
incidência de problemas doenças relacionados à obesidade, entre outros (COSTA,
2001). Após o exercício, o consumo de oxigênio permanece acima dos níveis de
repouso por um determinado período de tempo, denotando maior gasto energético
durante este período (MEIRELLES; GOMES, 2004), acarretando em um aumento no
gasto calórico diário (GUEDES Jr., 2003).
A composição corporal é considerada, um componente da saúde, sendo definida
como a proporção relativa entre gordura corporal, e tecido isento de gordura no corpo
(ACSM, 2006). Guedes (1994) a define como o fracionamento de peso corporal,
distingüindo-se basicamente em quatros principais componentes, como gordura
corporal, ossos, músculos e resíduos. Para Costa (2001), composição corporal é a
proporção entre diferentes componentes corporais e a massa corporal total, sendo
normalmente expressa pelo percentual de gordura e massa magra. Nieman (1999)
definiu a composição corporal como sendo a proporção de gordura em relação ao peso
corporal magro.
26
A obesidade pode ser classificada pelo Índice de Massa Corporal (IMC) 30
Kg/m², sendo definida funcionalmente como o percentual de gordura corporal no qual
aumenta o risco de doenças. Guedes e Guedes (2003) estabeleceram que os níveis
ideais para a população brasileira, em estudo com graduandos de Educação física, em
indivíduos com idade entre 18 a 30 anos, seriam para o sexo masculino, de 12% a 15%
de gordura corpórea, já para o sexo feminino, esses valores seriam de 22% a 25% de
gordura corpórea.
O aumento da obesidade no Brasil torna-se relevante ao verificar-se que este
aumento apesar de estar distribuído em todas as regiões do país e nos diferentes
estratos socioeconômicos da população, é proporcionalmente mais elevado entre as
famílias de baixa renda (PINHEIRO, 2004). Isso pode ser explicado pelo fato de que os
alimentos que apresentam maiores teores de gorduras são mais baratos (MORETTI,
2000). Outro motivo segundo Mendonça e Anjos (2004) é o fato de que a maioria dos
supermercados das cidades brasileiras é possível adquirir alimentos resfriados,
congelados, temperados, preparados, empanados, recheados, em forma de
hambúrguer, almôndegas entre outros, e a maior parte dos produtos tem como
indicação de cozimento, a fritura, aumentando a concentração energética, devido os
recheios, molhos, temperos acrescentados aos produtos e pelo modo de preparo.
Guedes e Guedes (2003) comentam que somente mediante programas
envolvendo os aspectos alimentares e a prática de exercício físico integrados na
educação para a saúde, evitará que a situação da obesidade se agrave.
3.2.3 Aptidão Músculo - Esquelética
Aptidão músculo-esquelética é um termo cunhado para inferir a força, resistência
e flexibilidade muscular (NIEMAN, 1999). Para a aptidão física relacionada à saúde
tornam-se evidente a importância desses três componentes, já que os mesmos
contribuem para o aumento da taxa metabólica de repouso e da massa isenta de
gordura, manutenção da massa óssea, aprimoramentos moderados da aptidão
27
cardiovascular e maior capacidade de realizar as atividades da vida diária (ACSM,
2006).
Para as condições fisiológicas e de saúde ideais, é essencial a existência de
uma função músculo-esquelética sadia, considerando que um número significativo de
indivíduos sofre de problemas lombares crônicos e de redução de massa muscular, por
decorrência de falta de força muscular e de flexibilidade (POLLOCK; WILMORRE,
1993). Segundo o mesmo autor, à medida que o corpo perde tecido magro, observa-se
uma redução nos níveis metabólicos basais e de repouso deste indivíduo.
Freqüentemente a ingesta alimentar não se reduz na mesma proporção em que o gasto
metabólico diminui, resultando em um aumento nos depósitos de gordura.
3.2.3.1 Força e Resistência Muscular
Conceitualmente, a força muscular é a força máxima que pode ser gerada por
um músculo ou grupo específico, onde a velocidade de contração e a articulação
envolvida estão sendo testadas (ACSM, 2006). Nahas (2003) define como sendo uma
capacidade derivada da contração muscular que nos permite mover o corpo, levantar
objetos, empurrar, puxar, resistir a pressões ou suportar cargas, sendo um fator
importante para a saúde, uma boa condição muscular promove maior capacidade para
realizar as atividades da vida diária, com mais eficiência e menos fadiga,
proporcionando também, um melhor desempenho e menor risco de lesões nas
atividades esportivas. Para Nieman (1999), força muscular é a força máxima num só
esforço que pode ser exercida contra uma resistência.
O treinamento de força, ou treinamento contra resistência, vem sendo
reconhecido como importante componente do programa de condicionamento físico
devido à promoção de diversos benefícios à saúde (GUTIERRES; MARINS, 2008). As
pessoas necessitam de para força aumentar a capacidade de trabalho, diminuir o risco
de prejuízo, para prevenir dores lombares, corrigir postura e para aumentar o
desempenho atlético (CORBIN; LINDSEY, 1997). Para Weineck (1999), força
28
manifesta-se de várias maneiras sendo elas: força máxima, força explosiva e força de
resistência.
Resistência muscular refere-se à capacidade de um grupo muscular executar
contrações repetidas durante um período de tempo suficiente para acarretar fadiga
muscular, ou manter um percentual específico da contração voluntária máxima por um
período tempo prolongado (ASCM, 2006). Nieman (1999) a define como a capacidade
dos músculos de suprir uma força submáxima repetidamente.
Para indivíduos iniciantes, as cargas de treinamento devem corresponder a uma
intensidade de 8-12 repetições máximas (RM), já os indivíduos intermediários e
avançados a variação de repetições é maior de 1-12 RM de forma periodizada, sendo
enfatizadas 1-6 RM, com descanso médio de 3 minutos com velocidades moderadas de
contração. Em relação a freqüência do treinamento para iniciantes e intermediários
deve ser de 2-3 vezes e para avançados de 4-5 vezes semanais com um dia de
descanso no meio da semana (ACSM, 2003).
De acordo com o ACSM (2001) o treinamento de força com duas sessões
semanais, de 8-10 exercícios envolvendo grupamentos musculares grandes, de no
mínimo uma série de 10-15 repetições perto da fadiga, com intensidade entre 60 e
100% de 1 RM solicita mudanças estruturais funcionais e metabólicas nos músculos, e
maiores intensidades provocam maiores adaptações (DUNSTAN, 2002).
A unidade funcional do músculo esquelético estriado é o sarcômero, que é
composto de filamentos espessos e finos. Os sarcômeros em série formam as
miofibrilas, cujo conjunto em paralelo forma a célula muscular. Os filamentos são
constituídos de proteínas (DIJK et al, 2002).
A miosina e a actina promovem a contração muscular. A troponina e a
tropomiosina são proteínas reguladoras que, mediante bloqueio de sítios ativos
presentes na molécula de actina, impedem a interação actina-miosina no músculo em
repouso (DIJK et al, 2002).
De acordo com McArdle et al (2003), existem três tipos de fibras musculares
esqueléticas, as fibras tipo I, tipo IIa e IIb:
Fibra de tipo I, são denominadas fibras de contração lenta, possui como
característica atividade relativamente lenta de miosina ATPase; melhor capacidade de
29
manipulação do cálcio e velocidade de encurtamento mais lenta; capacidade glicolítica
menos bem desenvolvida que das fibras de contração rápida e numerosas mitocôndrias
relativamente grandes. Essas características tornam as fibras de contração lenta,
altamente resistentes à fadiga e perfeitamente apropriadas para o exercício prolongado.
As fibras do tipo II são denominadas fibras de contração rápida, e esta se
subdivide em fibras do tipo IIa, IIb, IIc. A fibra do tipo IIa intermediária exibe uma alta
velocidade de encurtamento e uma capacidade moderadamente bem desenvolvida
para a transferência de energia das fontes tanto aeróbicas quanto anaeróbicas. A fibra
do tipo llb, possui o maior potencial anaeróbico e a velocidade de encurtamento mais
rápida. A última subdivisão é o da fibra tipo llc, normalmente raro e indiferenciado,
podendo contribuir para a reinervação e a transformação da unidade motora.
Segundo Kimaid et al (2002), a variação, a força e o tipo de movimentos
musculares são determinados pelas diferenças na interação das unidades motoras. A
unidade funcional motora do sistema nervoso é chamada motoneurônio. O estímulo
elétrico proveniente do mesmo é necessário para desencadear a contração da fibra
muscular esquelética. Sob esses estímulos, ocorrem modificações na difusão de cálcio
no citoplasma da célula muscular. Os eventos subseqüentes decorrem da excitação da
membrana sarcoplasmática e conseqüente contração da fibra muscular
(SORRENTINO; GERLI, 2003). Além do cálcio, o sódio e a acetilcolina participam do
fenômeno de contração muscular (RUFF, 2003).
Quando o axônio de um motoneurônio chega a um músculo divide-se em
terminais de número variável, cada qual terminando numa só fibra muscular. Esse
conjunto é denominado unidade motora. A unidade motora constitui a via final comum e
funcional de toda a atividade motora, onde a mesma é o componente básico da
atividade muscular e refere-se ao conjunto do corpo celular do motoneurônio e das
fibras musculares esqueléticas inervadas pelo mesmo (DOUGLAS, 2006). O local exato
de intersecção do terminal nervoso com a célula muscular é chamado placa motora.
Portanto, a unidade motora é constituída de várias placas motoras.
O impulso nervoso produz um potencial na placa motora da fibra muscular. Ao
atingir o limiar do mesmo, desencadeia um potencial de ação que se propaga ao longo
da fibra, provocando a contração muscular (KOENEN et al, 2005). A capacidade do
30
músculo em executar uma função determinada deve-se à soma das capacidades das
unidades motoras que o compõem. Quanto menor a fibra muscular, menor a
quantidade de unidades motoras.
Músculos com pequena quantidade de unidades motoras são específicos para
movimentos finos e delicados, já aqueles com grande quantidade de unidades motoras
respondem pelos grandes esforços musculares (KONDEV et al, 2004).
Os benefícios da força e da resistência muscular para a saúde, incluem o
aumento de massa óssea, do volume muscular, da força do tecido conjuntivo e auto-
estima, destacando-se entre os 30 e 70 anos de idade, o volume e a força diminuem
em grande parte devido à inatividade (Nieman, 1999). Já para McArdle et al. (2003), é
por volta dos 20 a 30 anos de idade que a força muscular alcança seu nível máximo e
após essa fase ocorre uma diminuição progressiva.
Segundo Naguib et al (2002) ocorre redução total das fibras musculares no
envelhecimento, havendo atrofia seletiva substancial das fibras musculares tipo II. As
fibras tipo II teriam capacidade de regeneração reduzida em comparação com as fibras
tipo I. O envelhecimento provoca a diminuição numérica das unidades motoras na
junção neuromuscular. O prejuízo da função muscular no idoso está relacionado às
modificações das proteínas musculares específicas (NAGUIB et al 2002).
A melhoria desta capacidade motora envolve adaptações nos sistemas
pulmonar, cardiovascular e neuromuscular (BARBANTI et al., 2004).
31
3.2.3.2 Flexibilidade
Desde a antiguidade, o alongamento e o desenvolvimento da flexibilidade têm
sido utilizados para atingir vários objetivos, dos quais, destacam-se para a melhora do
bem-estar do indivíduo, como nas danças, acrobacias, lutas e jogos (ALTER, 1999).
A flexibilidade é definida como capacidade funcional das articulações de se
movimentarem (ACSM, 2006).
Alter (1999) relata que a flexibilidade é a extensibilidade dos tecidos
periarticulares para permitir movimento normal ou fisiológico de uma articulação ou
membro. Araújo (1983) e Dantas (1999) a definem como a qualidade física responsável
pela execução de movimentos voluntários de amplitudes máximas dentro dos limites
morfológicos, depende tanto da elasticidade muscular quanto da mobilidade articular,
concordando ainda que, a flexibilidade é necessária para a perfeita execução de
atividades físicas, minimizando assim os riscos de lesões, ressaltando que a mesma é
necessária e essencial para o desenvolvimento de atividades da vida diária de
qualidade, proporcionando ao indivíduo liberdade e movimentos mais harmônicos.
A magnitude dos seus indicadores sofre influência de diversos fatores, podendo
relacionar-se às características intrínsecas do indivíduo, ou a alguns aspectos
ambientais, cujo padrão de resposta nesta qualidade física pode refletir desde um grau
de capacidade funcional indicando autonomia motora, até um nível de excelência no
desempenho de uma determinada modalidade desportiva (ALTER, 1999).
Estudo realizado por Achour (1999), revela que o treinamento da flexibilidade
pode melhorar o movimento em sua amplitude músculo - articular, diminuindo as
resistências dos tecidos musculares e conjuntivos, deformando o mesmo de forma
elástica ou plástica.
Apesar serem muitas vezes confundidos ou usados como sinônimos, os termos
flexibilidade e alongamento, possuem significados diferentes, enquanto flexibilidade
está relacionada com a amplitude de movimento da articulação, o alongamento refere-
se à elasticidade muscular, assim sendo, uma flexibilidade normal, que permita a
realização de movimentos sem restrição articular e sem compensações de outros
32
segmentos corporais, depende de um bom grau de alongamento dos tecidos moles
circundantes.
Os músculos esqueléticos constituem-se de milhares de fibras contráteis
individuais cilíndricas, denominadas fibras musculares. As fibras são células longas,
finas e multinucleadas e possui uma membrana conhecida como sarcolema (DANTAS,
1999), onde cada fibra muscular é composta por várias miofibrilas e cada miofibrila é
composta de vários sarcômeros (unidade funcional do músculo) ligados em série.
O sarcômero representa a zona que vai de uma linha denominada Z até a outra
linha Z. As miofibrilas são compostas por pequenas estruturas chamadas miofilamentos
protéicos de actina e miosina dentro do sarcômero. Há ainda um terceiro ligamento
conectivo extremamente elástico conhecido como titina (Alter 1999).
A titina também conhecida como conectina é uma proteína elástica
extremamente longa que percorre paralelamente ao arranjo ordenado dos
miofilamentos e se estende da linha Z para a linha M no centro do filamento da miosina
e mantém o sarcômero no centro durante contração e relaxamento.
Presume-se que a miosina associada ao segmento da titina não se alongue.
Quando o sarcômero é alongado, a região da molécula de titina encontrada na banda
A, geralmente comporta-se como se ela fosse rigidamente ligada aos filamentos
grossos e impede o alongamento. Provavelmente pela interação dos filamentos grossos
e outras proteínas relacionadas. A resistência passiva quando o músculo é alongado
origina-se da banda I, e a parte da titina que se encontra na linha Z é complascente ao
alongamento. Parece bem estabelecido que a banda I da titina estende durante o
alongamento do sarcômero (ACHOUR Jr, 1996).
O tecido conjuntivo possui propriedades viscoelásticas. O componente viscoso
permite um estiramento plástico que resulta em alongamento permanente do tecido
depois que a carga é removida. Inversamente, o componente elástico torna possível o
estiramento elástico que é o alongamento temporário, com o tecido retornando ao seu
comprimento anterior depois que o estresse é removido. As técnicas de exercício de
movimento devem ser elaboradas principalmente de forma a produzir a deformação
plástica (ANDREWS et al, 2000).
33
Devem-se ressaltar ainda os componentes inextensíveis, que são aqueles que
não trabalham quando submetidos à ação de forças longitudinais, ou seja, por mais
intensas que essas forças sejam não provocam deformações, estruturalmente, são os
ossos e os tendões (DANTAS, 1999).
Além da participação mecânica dos componentes plásticos, elásticos e
inextensíveis como a cápsula articular, o alongamento é grandemente influenciado pelo
mecanismo de propriocepção. Segundo Lehmkuhl e Smith (1989) cada músculo no
corpo contém vários tipos de proprioceptores, os quais, se estimulados, informam ao
sistema nervoso central o que está acontecendo com o músculo. Os receptores mais
importantes envolvidos no alongamento muscular são: o fuso muscular e o órgão
tendinoso de Golgi (OTG). O fuso muscular monitora a velocidade e duração do
alongamento e detecta as alterações no comprimento do músculo. As fibras do fuso são
sensíveis à rapidez com a qual um músculo é alongado (KISNER; COLBY, 1998).
Diferente dos fusos musculares, que ficam paralelos às fibras musculares
extrafusais, os OTG estão conectados em série com até vinte e cinco fibras extrafusais.
Esses receptores sensoriais também estão localizados nas articulações e são
responsáveis principalmente pela identificação das diferenças de tensão muscular
(CATTELAN, 2002).
Esses receptores devem ser levados em conta no processo de seleção de
qualquer procedimento de alongamento. O fuso muscular responde ao alongamento
rápido desencadeando uma contração reflexa do músculo que está sendo alongado. Se
um estiramento (alongamento) é mantido por um período suficientemente longo (de
pelo menos seis segundos), o mecanismo protetor poderá ser anulado pela ação do
OTG, que pode sobrepujar os impulsos provenientes do fuso muscular (PRENTICE e
VOIGHT, 2003).
Reflexo de alongamento miotático impede que o músculo alongue demais e com
rapidez demasiada, protegendo a articulação contra lesões. É mediado pelo fuso
muscular, através de impulsos sensoriais da medula espinhal, fazendo com que o
músculo se contraia, resistindo ao alongamento evitando o estiramento da articulação
(PRENTICE; VOIGHT, 2003).
34
De acordo com Prentice e Voight (2003), são as três técnicas de alongamento
que se baseiam em um fenômeno neurofisiológico que envolve o reflexo do
estiramento, onde são importantes o fuso muscular e o OTG. São eles, o reflexo de
alongamento inverso (inibição autogênica) é o disparo do OTG com o objetivo de inibir
ou relaxar um músculo, quando uma contração máxima é realizada; eles monitoram a
quantidade de tensão exercida sobre o tendão. Essa é a base para a teoria do
relaxamento pós-isométrico, que postula que um músculo está neurologicamente
relaxado e, portanto, é mais facilmente alongado após uma contração isométrica
máxima (McATEE, 1998).
Inervação recíproca (inibição recíproca) é mediada pelo fuso muscular, faz com
que um músculo relaxe quando seu antagonista contrai. Isso permite que ocorra
movimento em torno de uma articulação (McATEE, 1998).
Segundo Weineck (2003), a flexibilidade é aquele fator que por um lado se
perde rapidamente por falta de treinamento, mas por outro lado pode ser mantido por
uma vida inteira em um alto nível, através de um treinamento adequado.
A mobilidade de uma articulação depende diretamente das estruturas que a
compõem e circundam como ossos, cápsula articular, tendões, ligamentos, músculos,
gordura e pele (PRENTICE; VOIGHT, 2003).
Segundo Blanke (1997), os fatores endógenos influenciadores dos graus de
flexibilidade são: idade, sexo, somatotipo, individualidade biológica, condição física,
respiração e concentração, e os exógenos são a temperatura ambiente e a hora do dia.
Alguns estudos, relacionando idade e flexibilidade, preconizam que os melhores
resultados no treinamento de flexibilidade ocorrem entre 10 e 16 anos de idade, apesar
da melhor mobilidade de algumas articulações corresponderem a uma idade mais
avançada (CONTURSI,1986). Dentre os fatores que mais favorecem a redução dos
níveis de amplitude articular, destaca-se o envelhecimento, devido às mudanças
músculo - esqueléticas e fisiológicas relacionadas à idade.
Os benefícios que bons índices de flexibilidade podem gerar a saúde incluem
dentre outros uma boa mobilidade articular; aumento da resistência a lesões e às dores
musculares; diminuição dos riscos de lombalgia e outras dores na coluna, melhoria da
postura, melhoria da aparência pessoal e auto-imagem, melhor desenvolvimento na
35
prática esportiva, alívio do sofrimento muscular, relaxamento muscular, autodisciplina,
melhora na aptidão corporal, postura e simetria, alívio de cãibras musculares diminuição
da tensão e estresse (ACHOUR Jr, 1999; ALTER, 1999; NIEMAN, 1999; RIKLI; JONES,
1999).
A flexibilidade é fundamental para facilitar os movimentos nas diversas atividades
profissionais e nas tarefas diárias. Uma flexibilidade adequada permitirá a realização de
determinados gestos e movimentos com maior eficiência mecânica (ACHOUR Jr, 1999;
DANTAS, 1998).
Considerando que o professor de Educação Física é um profissional que atua na
área da saúde, torna-se relevante a investigar a Composição Corporal e a Aptidão
Física dos alunos ingressantes e concluintes do curso de licenciatura em Educação
Física da Universidade Metodista de Piracicaba.
36
4. MÉTODOS
Participaram da amostra 49 graduandos em licenciatura plena em 2004 e 2007,
do curso de Educação Física dos períodos noturno e diurno de ambos os sexos da
Universidade Metodista de Piracicaba / UNIMEP – SP.
Os voluntários foram agrupados de acordo com o sexo e submetidos aos testes
no 1º semestre do curso em 2004 e no 7º semestre do curso em 2007. Dezenove
voluntários eram do sexo masculino (idade de 21,5 ± 4,78 anos em 2004) e trinta do
sexo feminino (idade de 19,9 ± 3,96 anos em 2004).
Todos os voluntários foram submetidos ao seguinte protocolo: medidas de
dobras cutâneas, segundo o preconizado por Guedes e Guedes (2003), teste de
flexibilidade (teste de sentar-e-alcançar), de resistência muscular localizada (flexão de
braço e de contrações abdominais) preconizados por Pollock e Wilmore (1993) e de
aptidão cardiorrespiratória segundo Camarda et al. (2005).
Após a explicação do projeto, os voluntários assinaram o termo de
consentimento livre e esclarecido (Anexo A). Este estudo fez parte do projeto –
temático: “Avaliação e treinamento físico de participantes do Centro de Qualidade de
Vida da Universidade Metodista de Piracicaba”, aprovado pelo Comitê de Ética em
Pesquisa da Universidade Metodista de Piracicaba sob o protocolo número 83/03
(Anexo B).
37
4.1 INTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO
4.1.1
Teste da composição corporal.
4.1.1.1 Peso corporal, Estatura e Índice de Massa Corporal.
As medidas antropométricas de massa corporal e de estatura foram obtidas,
respectivamente, por meio de uma balança Filizola mecânica (precisão de 100 gramas)
e estadiômetro de madeira (em centímetros). Tais medidas possibilitaram o cálculo do
índice de massa corporal (IMC), que consiste no peso relativo à estatura e é calculado
dividindo-se peso corporal em quilogramas por estatura em metros quadrados
(Peso/E
2
). São utilizados os pontos de corte para o Índice de Massa Corpórea
considerando-se a idade (adultos) de acordo com a WHO (1997) (Anexo C).
4.1.1.2 Dobras cutâneas.
Todas as medidas foram tomadas do lado direito do corpo do voluntário. A leitura
foi realizada em até 4 segundos após a pressão ter sido aplicada. Realizaram-se três
medidas consecutivas e foi considerada a média (Figuras 1 e 2).
Para o sexo masculino foram utilizadas as seguintes dobras cutâneas segundo a
proposta de Guedes e Guedes (2003):
Dobra triciptal: paralelamente ao eixo longitudinal do braço, na face posterior
sendo seu ponto exato de reparo a distância média entre a borda súpero-lateral do
acrômio e o olécrano.
Supra-íliaca: o avaliado afastou levemente o braço direito para trás procurando
não influenciar a medida. Esta dobra subcutânea foi individualizada no sentido oblíquo,
acima da crista-ilíaca ântero superior, na altura do prolongamento da linha axilar
anterior.
Abdominal: foi determinada no sentido paralelo ao eixo longitudinal do corpo,
aproximadamente a 2 cm à direita da borda lateral da cicatriz umbilical.
38
Para o sexo feminino foram utilizadas as seguintes dobras cutâneas segundo a
proposta de Guedes e Guedes (2003):
Dobra subscapular: obtida obliquamente ao eixo longitudinal, seguindo a
orientação dos arcos costais, sendo localizada a 2 cm abaixo do ângulo inferior da
escápula.
Supraíliaca: a espessura da dobra cutânea é localizada e medida de forma
idêntica à observada nos homens.
Coxa 1/3 proximal: a perna direita é deslocada ligeiramente à frente e o peso
corporal é sustentado quase que totalmente sobre a perna esquerda. A dobra cutânea
foi destacada no sentido paralelo ao eixo longitudinal da perna, sobre o músculo reto
femoral, no terço superior da distância entre o ligamento inguinal e a borda superior da
patela.
Para a classificação do percentual de gordura (%) utilizou-se os valores
preconizados por Guedes e Guedes (2003), que listam valores percentual de gordura
adequado 12 a 15% para o sexo masculino e 22 a 25% para o sexo feminino.
Figura 1. Foto da medida da dobra cutânea triciptal do sexo masculino.
39
Figura 2. Foto da medida da dobra cutânea supra – ilíaca do sexo feminino.
4.1.2 Teste de flexibilidade
O voluntário permaneceu sentado, com as pernas estendidas à frente,
flexionando o tronco anteriormente com os braços estendidos. Registrou-se o valor
maior que as mãos estendidas alcançaram após três tentativas. Se por ventura, o
voluntário atingisse a maior marca na terceira tentativa, duas novas tentativas foram
realizadas, ficando assim com a maior marca registrada. Os pés dos voluntários
permaneceram encostados em uma prancha, onde a mesma é dotada de uma régua,
cuja marcação correspondente a 30 cm, no ponto em que o pé entra em contato com
bloco. Os joelhos permaneceram todo tempo em contato com solo, e foi orientado para
que os voluntários realizassem movimentos contínuos, evitando “solavancos” com o
tronco. Foi orientado também que ao final do movimento, permanecessem por um breve
momento na posição estática, evitando que a régua fosse empurrada, alterando assim
a medição. Foi realizado um breve aquecimento das articulações antes do início do
teste (Figura 3).
Os resultados foram registrados e comparados com a tabela preconizada por
Pollock e Wilmore (1993), que listam valores padronizados no Brasil para homens e
mulheres, em função da idade (Anexo C).
40
Figura 3. Foto do teste de sentar-e-alcançar.
4.1.3 Teste de força muscular localizada
O avaliado apoiou-se sobre as duas mãos e os dois pés, o corpo em extensão e
cotovelos estendidos. Foi realizada a flexão de cotovelos até que estes ficassem ao
nível dos ombros, voltando à posição inicial, realizando a extensão dos cotovelos.
Para o sexo feminino esse teste sofreu adaptação na posição inicial, onde as
voluntárias tiveram como apoio, os joelhos em vez de se apoiarem nos pés.
Para a classificação da resistência muscular localizada, foi utilizada a proposta
preconizada por Pollock e Wilmore (1993) que estabelece valores para a avaliação
desse teste em homens e mulheres, em função da faixa etária, registrando o número
máximo de repetições corretas (Anexo C).
Figura 4. Foto de flexão de braço para o sexo masculino.
41
Figura 5. Foto da flexão de baço para o sexo feminino.
4.1.4 Teste abdominal
Os voluntários ficaram em decúbito dorsal, joelhos flexionados e os pés apoiados
nos chão. Os calcanhares permaneceram a uma distância de 30 a 46 cm das nádegas.
As mãos foram cruzadas atrás do pescoço. O avaliador apoiava os pés do voluntário,
fixando-os no solo.
Os voluntários realizaram a flexão da coluna até encostar os cotovelos nos
joelhos e, voltava-se à posição inicial até que as escápulas tocassem o solo. O número
de repetições máximas corretas realizadas em um período de 60 segundos foi
registrado e comparado com a tabela preconizada por Pollock e Wimore (1993), que
listam valores padronizados para homens e mulheres, em função da faixa etária (Anexo
C).
Figura 6. Foto da posição inicial da contração abdominal.
42
Figura 7. Foto da posição final da contração abdominal.
4.1.5 Teste de aptidão cardiorrespiratória
Foi realizado o teste indireto de aptidão cardiorrespiratória de vai-e-vem de 15
metros (CAMARDA et al., 2005). O avaliado percorreu distâncias consecutivas de 15
metros, em um recinto fechado, indo e vindo com velocidade inicial de 3,0 km/h, e a
cada 54 segundos foi incrementada uma carga de 1,0 km/h até a exaustão.
O percurso de 15 metros foi demarcado por fitas adesivas no comprimento e na
largura, e a velocidade do indivíduo foi ajustada por um aviso sonoro (bip) gravado em
um “cd” acoplado a um “cd player”, de forma que os mesmos alcançassem a marca
determinada exatamente no tempo do sinal, com isso evitaram-se interferências por
parte do avaliador. Nos três minutos iniciais, o avaliador acompanhou os voluntários
com a intenção de ajudá-los a encontrar o ritmo apropriado para o teste. No início e no
momento do incremento de carga, foi dado um triplo bip e a velocidade foi aumentada,
começando um novo estágio.
Foi considerado um turno completo quando a marca determinada foi atingida (15
metros) com o toque de um dos pés na mesma. Em seguida o indivíduo voltou para o
primeiro marcador que deveria ser alcançado no tempo do próximo sinal. Se o percurso
fosse feito muito rápido, o avaliado deveria esperar no marcador até o próximo sinal
sonoro e, se fossem muito lentos, deveriam aumentar sua velocidade durante o
percurso. A interrupção foi dada quando o avaliado não conseguiu a marca de 15
43
metros por duas vezes consecutivas. A distância final percorrida, correspondeu ao
último marcador alcançado.
O consumo máximo de oxigênio (VO
2
max), em foi predito por meio da seguinte
equação: VO
2
max (ml/kg/min) = 15,658 + 0,030 x (distância – 150)
O consumo máximo do oxigênio foi classificado de acordo com as tabelas de
classificação propostas pela American Heart Association (1972) (Anexo C).
Figura 8. Foto do teste de aptidão cardiorrespiratória.
4.2 Análise estatística dos resultados
Os resultados foram expressos em média e desvio-padrão (DP). Para testar a
normalidade foi utilizado o teste de Shapiro-Wilks. Para comparação das variáveis, em
2004 e 2007, foi realizado o teste t para dados pareados, quando foi atendida a
normalidade. Quando não foi possível, foi utilizado o teste não paramétrico de
Wilcoxon. O nível de significância adotado foi p< 0,05. Foi utilizado o software SPSS.
44
5. RESULTADOS
As variáveis peso, IMC, percentual de gordura, gordura corporal e números de
contrações abdominais para os alunos do sexo masculino, peso, IMC, gordura corporal
e massa magra para o sexo feminino não apresentaram distribuição normal, sendo
utilizado o teste de Wilcoxon. As demais variáveis apresentaram distribuição normal e
foi realizado o teste t para dados pareados (Tabela 1).
Tabela 1. Resultados (valores de P) do teste de Shapiro-Wilks das diferenças em
2004 e 2007, dos voluntários dos sexo masculino e feminino.
Variável Masculino Feminino
2004 2007 2004 2007
Peso corporal 0,01 0,38 0,03 0,46
Índice de massa corporal 0,02 0,42
0,03 0,08
Percentual de gordura 0,55 0,04
0,47 0,89
Gordura corporal 0,01 0,75 0,01 0,11
Massa Magra 0,39 0,66 0,15 0,02
Flexibilidade 0,17 0,51
0,48 0,45
Flexões Braços 0,08 0,49
0,52 0,07
Contrações Abdominais 0,59 0,01
0,91 0,29
Consumo máximo de oxigênio 0,32 0,91 0,16 0,26
Os resultados dos alunos do sexo masculino indicaram diferença significativa na
variável flexões de braços, não havendo diferenças significativas nas variáveis massa
magra, flexibilidade e consumo máximo de oxigênio no ano de 2007 em relação a 2004,
conforme as Figuras de 9 a 12.
45
Figura 9. Resultados da massa magra (kg) dos alunos do sexo masculino em 2004 e
2007. P > 0,05.
Figura 10. Resultados do número de flexão de braço do sexo masculino em 2004 e
2007. *P < 0,05.
1919 N =
MMAG_07MMAG_04
90
80
70
60
50
4
18
63,6 ± 5,2
64,7 ± 5,6
1919 N =
FLBRÇ_07FLBRÇ_04
70
60
50
40
30
20
10
0
22
,
1 ± 11
,
8 28
,
6 ± 12
1
*
46
Figura 11. Resultados da flexibilidade (cm) do sexo masculino em 2004 e 2007. P >
0,05.
Figura 12. Resultados do consumo máximo de oxigênio (ml/kg/min) do sexo masculino.
P > 0,05.
1919 N =
FLEX_07FLEX_04
50
40
30
20
10
28,0 ± 9,7 29,4 ± 9,9
1919 N =
VO2MX_07VO2MX_04
60
50
40
30
46,3 ± 5,3 44,8 ± 5,4
47
Os resultados dos alunos do sexo masculino mostram diferenças significativas
nas variáveis peso e IMC, não havendo diferenças significativas nas variáveis
percentual de gordura, gordura corporal e no número de contrações abdominais no ano
de 2007 em relação a 2004, conforme as Figuras de 13 a 17 .
Figura 13. Resultados do peso corporal (kg) do sexo masculino em 2004 e 2007. *P <
0,05.
1919N =
PESO_07PESO_04
110
100
90
80
70
60
4
18
76,8 81,7
*
48
Figura 14. Resultados do índice de massa corporal (kg) do sexo masculino em 2004 e
2007. *P < 0,05.
Figura 15. Resultados do percentual de gordura (%) do sexo masculino em 2004 e
2007. P > 0,05.
1919 N =
IMC_07IMC_04
34
32
30
28
26
24
22
20
4
18
25,3 26,1
*
1919 N =
PGOR_07PGOR_04
30
20
10
0
7
18
13
,
6 18
,
8
49
Figura 16. Resultados da gordura corporal (kg) do sexo masculino em 2004 e 2007. P >
0,05.
Figura 17. Resultados do número de contrações abdominais do sexo masculino em
2004 e 2007. P > 0,05.
1919 N =
GCORP_07GCORP_04
30
20
10
0
7
4
18
13
,
6
18
,
8
1919 N =
A
BDOM_07
A
BDOM_04
70
60
50
40
30
20
10
2
9
11
30,0
33,0
50
Os resultados do sexo feminino mostram diferença significativa na variável
massa magra, não havendo diferenças significativas nas variáveis percentual de
gordura, número de flexões de braços, números de contrações abdominais, flexibilidade
e consumo máximo de oxigênio do ano de 2007 em relação a 2004, conforme as
Figuras de 18 a 23.
Figura 18. Resultados do percentual de gordura (%) do sexo feminino em 2004 e 2007.
P > 0,05.
3030 N =
PGOR_07PGOR_04
40
30
20
10
8
5
17
24,2 ± 2,4 23,3 ± 4,2
51
Figura 19. Resultados da massa magra (kg) do sexo feminino em 2004 e 2007. *P <
0,05.
Figura 20. Resultados do número de flexões de braços do sexo feminino em 2004 e
2007. P > 0,05
3030 N =
FLBRÇ_07FLBRÇ_04
60
50
40
30
20
10
-0
21,4 ±10,1 23,5 ±12,8
3030 N =
MMAG_07MMAG_04
70
60
50
40
30
1
44
,
5 ± 6
,
2
46
,
9 ± 5
,
3
*
52
Figura 21. Resultados do número de contrações abdominais do sexo feminino em 2004
e 2007. P > 0,05.
Figura 22. Resultados da flexibilidade (cm) do sexo feminino em 2004 e 2007. P > 0,05.
3030 N =
FLEX_07FLEX_04
60
50
40
30
20
10
25
35
,
1 ±7
,
2
35,8 ± 7,4
3030 N =
A
BDOM_07
A
BDOM_04
60
50
40
30
20
10
0
11
29
,
5 ±10
,
2
31
,
3 ± 8
,
2
53
Figura 23. Resultados do consumo máximo de oxigênio (ml/kg/min) do sexo feminino
em 2004 e 2007. P > 0,05.
Os resultados do sexo feminino mostraram diferença significativa na variável
peso, não havendo diferença significante nas variáveis peso, IMC e gordura corporal no
ano de 2007 em relação a 2004, conforme as Figuras de 24 a 26.
3030 N =
VO2MX_07VO2MX_04
60
50
40
30
20
10
39
,
4 ± 5
,
0 37
,
09 ± 5
,
6
54
Figura 24. Resultados do peso corporal (kg) do sexo feminino em 2004 e 2007. *P <
0,05.
Figura 25. Resultados do índice de massa corporal (kg) do sexo feminino em 2004 e
2007. P > 0,05.
3030 N =
IMC_07IMC_04
30
28
26
24
22
20
18
16
9
24
29
8
30
1
22,4
22
,
7
3030 N =
PESO_07PESO_04
90
80
70
60
50
40
60,9
8
1
56,9
*
55
Figura 26. Resultados da gordura corporal (kg) do sexo feminino em 2004 e 2007. P >
0,05.
3030 N =
GCORP_07GCORP_04
30
20
10
0
8
8
1
17
13
,
6 14
,
3
56
6. DISCUSSÃO
6.1 Avaliação da composição corporal
Os resultados obtidos mostram que os indivíduos do sexo masculino
apresentaram aumento do peso e IMC. As diferenças foram significativas, entretanto os
indivíduos estavam em média com sobrepeso no IMC, e percentual de gordura acima
da média em 2004 e permaneceram em 2007 quando comparados aos valores de
referência da OMS e do protocolo de Guedes e Guedes (2003), sendo que não foram
observadas mudanças de classificação da composição corporal destes alunos. Estes
resultados, indicando que os estudantes com sobrepeso estavam com percentual de
gordura elevado, estão de acordo com Guedes e Rechenchosky (2008) que
encontraram em 431 alunos universitários sendo 257 do sexo masculino e 174 do sexo
feminino, satisfatória capacidade de concordância entre o percentual de gordura
estimado por dobras cutâneas e IMC. Estes dados são preocupantes, pois se trata de
indivíduos jovens que apresentam valores da composição corporal acima do
recomendado. Sendo um risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares e
metabólicas.
Para o sexo feminino, os resultados mostram aumento no peso e massa magra.
As diferenças foram significativas, entretanto o IMC estava eutrófico e o percentual de
gordura estava normal em 2004 e permaneceram em 2007 quando comparados aos
valores de referência da OMS e do protocolo de Guedes e Guedes (2003), não sendo
observadas mudanças na classificação da composição corporal destes alunos. Estes
dados, indicando que as estudantes eutróficas apresentavam valores de percentual de
gordura dentro do recomendado também são concordantes com o estudo de Guedes e
Rechenchosky (2008) que encontraram satisfatória capacidade de concordância entre o
percentual de gordura estimado por dobras cutâneas e IMC.
Os valores médios encontrados sugeriram que os universitários do sexo
feminino, encontravam-se eutróficos. Estes dados demonstram que as alunas estavam
57
com composição corporal dentro dos valores e recomendados ao ingressarem e
mantiveram este perfil no final do curso.
6.2 Avaliação do esforço físico
Os resultados obtidos mostraram que os indivíduos do sexo masculino não
apresentaram muitas mudanças do início ao final do curso, pois estavam acima da
média na flexão de braço e de flexibilidade quando comparados aos valores do
protocolo de Pollock e Wilmore (1993), e o consumo máximo do oxigênio foi classificado
como bom em 2004, de acordo com a American Heart Association (1972). Entretanto,
as contrações abdominais do sexo masculino apresentavam-se acima da média em
2004 e na média em 2007, sendo que foi observada uma piora neste item da
resistência muscular localizada.
As voluntárias do sexo feminino não apresentaram alterações significativas nas
variáveis analisadas. Os resultados estavam acima da média na flexão de braço e
contração abdominal, na média em relação à flexibilidade quando classificadas de
acordo com Pollock e Wilmore (1993), e bom no consumo máximo de oxigênio
classificado de acordo American Heart Association (1972), em 2004 e permaneceram
em 2007, sendo que não foram observadas mudanças de aptidão física destas alunas.
6.3 Avaliação geral dos resultados
Os resultados dos alunos do sexo masculino demonstraram que a média estava
com sobrepeso. Esse excesso de massa corporal poderia ser devido a muita massa
muscular, o que seria esperado em indivíduos que praticam exercícios de força, pois,
sobrepeso é definido como um desvio no peso corporal de algum padrão ou “peso
ideal” em relação à altura, não refletindo a obesidade (ACSM, 2006). Entretanto, a
análise da composição corporal, por meio de um protocolo específico para indivíduos
brasileiros jovens (GUEDES; GUEDES, 2003) evidenciou que estes jovens
58
apresentavam um percentual de gordura acima do recomendado, evidenciado que o
sobrepeso era devido a excesso de gordura corporal e não de massa magra, o que
ocorreu no ingresso do curso e permaneceu no final. Trata-se de um resultado
preocupante, por o professor de Educação Física é um dos profissionais que atua com
a promoção da saúde (TEMPORÃO, 2008) e a obesidade está relacionada a um maior
risco de mortalidade e morbidez, incluindo doença aterosclerótica, coronariana,
hipertensão, diabetes não insulino-dependente e outras enfermidades (ACSM, 2006).
Por outro lado, a média das alunas apresentou IMC revelando eutrofia e os
valores de percentual de gordura dentro dos padrões recomendados para saúde, tanto
no ingresso quando ao final do curso. Uma hipótese para estes dados contrastantes
entre os alunos a alunas é a pressão social que os indivíduos do sexo feminino sofrem
por padrões estéticos, pois o excesso de peso é mais tolerado nos homens que em
mulheres (CREDIDIO, 2006). Estes dados estão de acordo com Loch et al (2006) que,
em estudo com 438 estudantes universitários, sendo 249 homens e 189 mulheres com
idade entre 17 e 29 anos
encontraram maior prevalência de excesso de peso entre os
homens em relação às mulheres.
Em relação aos testes de esforço físico, os resultados encontrados nos testes de
força muscular (flexões de barco e contrações abdominais), capacidade
cardiorrespiratória (teste de vai-e-vem de 15 metros) e flexibilidade (teste de sentar-e-
alcançar) revelaram que a média dos alunos e alunas apresentavam valores regulares
ou bons de aptidão física, tanto no início quanto no final do curso, o que pode ser
considerado muito positivo, pois em todas as variáveis estudadas a maioria dos
voluntários apresentava resultados, no mínimo, na média esperada para o sexo e a
idade. Loch et al (2006) encontraram em estudantes universitários valores médios
obtidos com as tabelas de referência, observou-se, com relação ao IMC, que a média
em ambos os sexos, ficou dentro da faixa de peso considerada recomendável. Quanto
à flexibilidade de tronco, os homens ficaram na zona limítrofe entre a baixa aptidão e a
faixa recomendável, enquanto as mulheres foram classificadas como tendo baixa
aptidão. Nas variáveis relacionadas à resistência/força muscular, observou-se que nos
dois indicadores (flexão e extensão dos braços e força abdominal), ambos os sexos, em
média, estavam na faixa recomendável. Com relação à média de VO
2
max, verificou-se
59
que os homens estavam na faixa recomendável, enquanto que as mulheres se
encontravam na faixa de condição de risco, o que reforça os resultados satisfatórios
nos testes de esforço físico obtidos pelos alunos do presente estudo.
Para promoção da saúde o profissional deve desenvolver atividades físicas junto
à comunidade e incentivar a atividade física regular o esporte e o lazer (TEMPORÃO,
2008) e os resultados obtidos no presente estudo indicam que a média dos alunos
ingressantes e concluintes do curso de licenciatura plena em Educação Física da
UNIMEP encontravam-se com um nível de aptidão física compatível para o sexo e a
faixa etária da população investigada.
60
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A aptidão física dos alunos do sexo masculino e feminino manteve-se
semelhante no início e no fim do curso, ocorrendo poucas diferenças que não
modificaram a classificação.
A média dos alunos apresentou uma composição corporal revelando sobrepeso
e excesso de gordura corporal, mas as alunas apresentaram valores da composição
corporal dentro do recomendado.
Os indivíduos do sexo masculino e feminino, em média, revelaram níveis de
flexibilidade, força muscular e aptidão cardiorrespiratória dentro dos valores
recomendados para o sexo e a idade, compatíveis com o sexo e a faixa etária da
população investigada.
.
61
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<http://www.saude.sc.br/PSF/PORTARIAS/PORTARIA%20gm%20N154.PDF
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67
ANEXOS
68
Anexo A
UNIVERSIDADE METODISTA DE PIRACICABA – UNIMEP
FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE – FACIS
CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
Pesquisador Responsável – Prof. Dr. Marcelo de Castro Cesar
CRM 71389
AVALIAÇÃO E TREINAMENTO FÍSICO DE PARTICIPANTES DO CENTRO DE
QUALIDADE DE VIDA DA UNIVERSIDADE METODISTA DE PIRACICABA
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
“Essas informações estão sendo fornecidas para sua participação voluntária
neste estudo, que visa determinar a capacidade de fazer exercícios físicos, a avaliação
das características corporais e oferecer um programa de atividade física.
Você fará testes para medir as características do seu corpo e sua capacidade de
fazer exercícios físicos. Se você quiser, poderá participar de um programa de
treinamento com exercícios físicos.
Inicialmente, você fará uma consulta médica. No entanto, no exercício físico
existe um risco mínimo de complicações, como cansaço, dor nos músculos, tontura e
distúrbios cardiovasculares. Para minimizar este risco, os testes serão todos
supervisionados por um médico apto a atendimento de emergência em um laboratório
na Universidade Metodista de Piracicaba, que contém todos os equipamentos e
medicamentos necessários para atendimento de qualquer situação durante os exames.
Você terá os resultados dos testes, sendo que estes testes são muito úteis para
elaboração de um programa de treinamento físico. Se houver qualquer dúvida em
relação aos resultados dos exames, deve procurar o Dr. Marcelo de Castro Cesar, no
Laboratório de Avaliação Antropométrica e do Esforço Físico, na Universidade
Metodista de Piracicaba, Campus Taquaral, Rodovia do Açúcar km 156, Piracicaba –
SP, Telefone: (19)3124-1586.
Para curso ou reclamações, você pode telefonar para o Comitê de Ética em
Pesquisa da Universidade Metodista de Piracicaba, Telefone (19) 3124-1741.
Você pode desistir de participar deste estudo a qualquer momento, sem qualquer
prejuízo de seu tratamento nesta Instituição. As informações obtidas serão analisadas
em conjunto com as dos outros indivíduos avaliados nesta pesquisa, não sendo
divulgada a sua identificação.
Caso você tenha interesse nos resultados da pesquisa, os mesmos lhe serão
fornecidos pelo Dr. Marcelo de Castro Cesar.
Não há despesas pessoais de sua parte para participação neste estudo, assim
como não há compensação financeira.
Se houver algum dano para você, causado diretamente pelos procedimentos
deste estudo (nexo causal comprovado), você tem direito a tratamento médico na
Instituição, bem como às indenizações legalmente estabelecidas.
69
Todos os dados e resultados deste estudo serão utilizados somente para
pesquisa”.
Acredito ter sido suficientemente informado a respeito das informações que
foram lidas para mim, descrevendo o estudo “AVALIAÇÃO E TREINAMENTO FÍSICO
DE PARTICIPANTES DO CENTRO DE QUALIDADE DE VIDA DA UNIVERSIDADE
METODISTA DE PIRACICABA”.
Eu discuti com o Dr. Marcelo de Castro Cesar sobre minha decisão em participar
nesse estudo. Ficaram claros para mim quais são os propósitos do estudo, seus
desconfortos e riscos, as garantias de confidencialidade e de esclarecimentos
permanentes. Ficou claro também que minha participação é isenta de despesas e que
tenho garantia do acesso a tratamento hospitalar quando necessário. Concordo
voluntariamente em participar deste estudo e posso retirar meu consentimento a
qualquer momento, antes ou durante o mesmo, sem penalidades ou prejuízo ou perda
de qualquer benefício que eu possa ter adquirido neste Serviço.
-------------------------------------------------------------------
Assinatura do voluntário
Data / /
-------------------------------------------------------------------
Assinatura da testemunha
Data / /
Declaro que obtive de forma apropriada e voluntária o Consentimento Livre e
Esclarecido deste voluntário para a participação neste estudo.
-------------------------------------------------------------------
Prof. Dr. Marcelo de Castro Cesar
Data / /
70
Apêndice B
Piracicaba, 28 de janeiro de 2004
Para: Prof. Marcelo de Castro Cesar – FACIS
De: Coordenação do Comitê de Ética em Pesquisa – CEP-U
NIMEP
Ref.: Aprovação do protocolo de pesquisa nº 83/03 e indicação de formas
de acompanhamento do mesmo pelo CEP-U
NIMEP
Vimos através desta informar que o Comitê de Ética em Pesquisa da U
NIMEP,
após análise, APROVOU o Protocolo de Pesquisa nº 83/03, com o título “Avaliação e
treinamento físico de participantes do Centro de Qualidade de Vida da
Universidade Metodista de Piracicaba” sob sua responsabilidade.
O CEP-U
NIMEP, conforme as resoluções do Conselho Nacional de Saúde é
responsável pela avaliação e acompanhamento dos aspectos éticos de todas as
pesquisas envolvendo seres humanos promovidas nesta Universidade.
Portanto, conforme a Resolução do CNS 196/96, é atribuição do CEP
“acompanhar o desenvolvimento dos projetos através de relatórios anuais dos
pesquisadores” (VII.13.d). Por isso o/a pesquisador/a responsável deverá encaminhar
para o CEP-U
NIMEP um relatório anual de seu projeto, até 30 dias após completar 12
meses de atividade, acompanhados de uma declaração de identidade de conteúdo do
mesmo com o relatório encaminhado à agência de fomento correspondente.
Agradecemos a atenção e colocamo-nos à disposição para outros esclarecimentos.
Atenciosamente,
Gabriele Cornelli
COORDENADOR
Universidade Metodista de Piracicaba – Comitê de Ética em Pesquisa– CEP-UNIMEP
Rodovia do Açúcar, km 156 – Caixa Postal 68 – CEP: 13400-901 – Piracicaba/SP
Homepage: www.unimep.br/cepesquisa. E
-
mail: samlemos@unimep.br
Comitê de Ética em Pesquisa
71
Anexo C. Quadros de classificação do Índice de Massa Corporal, Flexibilidade, Flexões
de Braços, Contração Abdominal e Potência aeróbia para os sexos masculino e
feminino.
Quadro 1. Classificação do estado nutricional pelo índice de massa corporal (IMC).
< 18,5 kg/m
2
Baixo peso
18,5 – 24,9 kg/m
2
Eutrofia
25 – 29,9 kg/m
2
Sobrepeso
30,0 – 34,9 Obesidade grau 1
34,9 – 39,9 kg/m
2
Obesidade grau 2
40 kg/m
2
Obesidade grau 3
72
Quadro 2.
Classificação da Flexibilidade para Indivíduos do Sexo Masculino
(POLLOCK; WILMORE, 1993).
Idade (anos) Excelente Acima da
média
Médio Abaixo da
média
Ruim
15 – 19
39
34 – 38 29 – 33 24 – 28
23
20 – 29
40
34 – 39 30 – 33 25 – 29
24
30 – 39
38
33 – 37 28 – 32 23 – 27
22
40 – 49
35
29 – 34 24 – 28 18 – 23
17
50 – 59
35
28 – 34 24 – 27 16 – 23
15
60 – 69
33
25 – 32 20 - 24 15 - 19
14
Quatro 3. Classificação da Flexibilidade para Indivíduos do Sexo Feminino (POLLOCK;
WILMORE, 1993).
Idade (anos) Excelente Acima da
média
Médio Abaixo da
média
Ruim
15 – 19
43
38 – 42 34 – 37 29 – 33
28
20 – 29
41
37 – 40 33 – 36 28 – 32
27
30 – 39
41
36 – 40 32 – 35 27 – 31
26
40 – 49
38
34 – 37 30 – 33 25 – 29
24
50 – 59
39
33 – 38 30 – 32 25 – 29
24
60 – 69
35
31 – 34 27 - 30 23 - 26
23
73
Quadro 4. Classificação para os Resultados Obtidos no teste de Flexões de Braços
para Indivíduos do Sexo Masculino (POLLOCK; WILMORE, 1993).
Idade (anos)
Excelente Acima da
média
Médio Abaixo da
média
Ruim
15 – 19
39
29 –38 23 – 28 18 – 22
17
20 – 29
36
29 – 35 22 – 28 17 – 21
16
30 – 39
30
22 – 29 17 – 21 12 – 16
11
40 – 49
22
17 – 21 13 – 16 10 – 12
09
50 – 59
21
13 – 20 10 – 12 07 – 09
06
60 – 69
18
11 – 17 08 - 10 05 - 07
04
Quadro 5. Classificação para os Resultados Obtidos no teste de Flexões de Braços
para Indivíduos do Sexo Feminino (POLLOCK; WILMORE, 1993).
Idade (anos) Excelente Acima da
média
Médio Abaixo da
média
Ruim
15 – 19
33
25 – 32 18 – 24 12 –17
11
20 – 29
30
21 – 29 15 – 20 10 – 14
09
30 – 39
27
20 – 26 13 – 19 08 – 12
07
40 – 49
24
15 – 23 11 – 14 05 – 10
04
50 – 59
21
11 – 20 07 – 10 02 – 06
01
60 – 69
17
12 – 16 05 - 11 02 - 04
01
74
Quadro 6. Classificação para os Resultados Obtidos no teste de Contração dos
Abdominais para Indivíduos do Sexo Masculino (POLLOCK; WILMORE, 1993).
Idade (anos) Excelente Acima da
média
Médio Abaixo da
média
Ruim
15 – 19
48
42 – 47 38 – 41 33 – 37
32
20 – 29
43
37 – 42 33 – 36 29 – 32
28
30 – 39
36
31 – 35 27 – 30 22 – 26
21
40 – 49
31
26 – 30 22 – 25 17 – 21
16
50 – 59
26
22 – 25 18 – 21 13 – 17
12
60 – 69
23
17 – 22 12 – 16 7 – 11
6
Quadro 7. Classificação para os Resultados Obtidos no teste de Contração dos
Abdominais para Indivíduos do Sexo Feminino (POLLOCK; WILMORE, 1993).
Idade (anos) Excelente Acima da
média
Médio Abaixo da
média
Ruim
15 – 19
42
36 – 41 32 – 35 27 - 31
26
20 – 29
36
31 – 35 25 – 30 21 – 24
20
30 – 39
29
24 – 28 20 – 23 15 – 19
14
40 – 49
25
20 – 24 15 – 19 7 – 14
6
50 – 59
19
12 – 18 5 – 11 3 – 4
2
60 – 69
16
12 – 15 4 - 11 2 – 3
1
75
Quadro 8. Classificação da Potência Aeróbia - American Heart Association (1972)
Consumo Máximo de Oxigênio (VO
2
max ml/kg/min) – Homens.
Classificação 20 a 29
anos
30 a 39
anos
40 a 49
anos
50 a 59
anos
60 a 69
anos
Muito baixa < 25 < 23 < 20 < 18 < 16
Baixa 25 – 33 23 – 30 20 – 26 18 – 24 16 – 22
Regular ( média ) 34 – 42 31 – 38 27 – 35 25 – 33 23 – 30
Boa 43 – 52 39 – 48 36 – 44 34 – 42 31 – 40
Alta > 53 > 49 > 45 > 43 > 41
Quadro 9. Classificação da Potência Aeróbia - American Heart Association (1972)
Consumo Máximo de Oxigênio (VO
2
max ml/kg/min) – Mulheres.
Classificação 20 a 29
anos
30 a 39
anos
40 a 49
anos
50 a 59
anos
60 a 69
anos
Muito baixa < 24 < 20 < 17 < 15 < 13
Baixa 24 – 30 20 – 27 17 – 23 15 – 20 13 – 17
Regular ( média ) 31 – 37 28 – 33 24 – 30 21 – 27 18 – 23
Boa 38 – 48 34 – 44 31 – 41 28 – 37 24 – 34
Alta > 49 > 45 > 42 > 38 > 35
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