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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA
LYZ DOS SANTOS VIANNA
CÁRIE E OSTEOPOROSE EM MULHERES PÓS-MENOPAUSADAS
FEIRA DE SANTANA – BA
2008
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA
LYZ DOS SANTOS VIANNA
CÁRIE E OSTEOPOROSE EM MULHERES PÓS-MENOPAUSADAS
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Saúde Coletiva, como exigência
para obtenção do grau de mestre pela
Universidade Estadual de Feira de Santana.
Área de concentração: Epidemiologia
Orientadora: Profª Drª. Denise Cerqueira Oliveira
FEIRA DE SANTANA – BA
2008
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Ficha catalográfica: Biblioteca Central Julieta Carteado
Vianna, Lyz dos Santos
V671c Cárie e osteoporose em mulheres pós - menopausadas
/ Lyz dos Santos Vianna. – Feira de Santana, 2008.
110 f. : il.
Orientadora: Denise Cerqueira Oliveira
Dissertação (Mestrado em Saúde Coletiva)– Programa de
Pós-Graduação Saúde Coletiva, Universidade Estadual de
Feira de Santana, 2008.
1. Cárie dentária – Mulheres – Pós-menopausa. 2.
Osteoporose – Mulheres - Pós-menopausa. I. Oliveira, Denise
Cerqueira. II. Universidade Estadual de Feira de Santana. III.
Título.
CDU: 616.314-002+616.71.234-055.15
LYZ DOS SANTOS VIANNA
CÁRIE E OSTEOPOROSE EM MULHERES PÓS-MENOPAUSADAS
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Saúde Coletiva, como exigência
para obtenção do grau de mestre pela
Universidade Estadual de Feira de Santana.
Feira de Santana, 25 de fevereiro de 2008
________________________________________________
Profª Drª. Denise Cerqueira Oliveira
(Universidade Estadual de Feira de Santana)
________________________________________________
Profª Drª. Acássia Batista Dias
(Universidade Estadual de Feira de Santana)
________________________________________________
Profª Drª. Mariângela Silva de Matos
(Universidade Federal da Bahia)
Dedico este trabalho a todas as mulheres,
especialmente, aquelas participantes desta
pesquisa, pela imensa contribuição na
construção desse saber sobre um período que
sempre será parte de nossas vidas: a
menopausa.
Muito obrigada.
AGRADECIMENTOS
A Deus, pela presença constante em minha vida e pelas palavras de conforto que me mostrou nos momentos
de angústia.
Ao meu amado marido Alexandre, por ser muito mais que um companheiro e um amigo: você um exemplo e
uma inspiração na minha vida.
A meus pais, Josué e May, e a meu irmão Joshu, por serem a base sólida da minha formação pessoal e pelo
incentivo constante na minha carreira.
Aos meus queridos tios-pais, Stella e Raimudo, por terem novamente me acolhido em seu lar em Feira de
Santana e terem dividido comigo, mais uma vez, todos os meus momentos de estresse e de felicidade.
A minha querida avó Edith, pelos seus sorrisos constantes e por ilustrar brilhantemente este trabalho. Você
é linda.
A toda família Protásio Vianna, em especial a Dona Angélica, pela sua disposição em sempre ajudar os
outros e por ter me recebido todos esses anos em sua casa como a uma filha.
A minha querida orientadora e amiga, professora Denise Cerqueira Oliveira, por ter sido muito mais que a
segunda mão deste trabalho. Você é um exemplo que não é preciso abdicar da vida pessoal para construir
conhecimento.
Aos meus grandes colegas, companheiros e eternos amigos, Cristina Borges e Davi Félix, por todo apoio em
cada etapa que percorri neste mestrado. Serei sempre grata!
A todos inesquecíveis colegas do mestrado, Rogério, Gilmar, Andréia, Márcia, Leonor, Deise, Elaine,
Tatiana, Wernner, Luciane, Carla, Marla, Analy, Mônica, Marcus e Patrícia, pelos momentos que passamos
juntos, pelo cuidado recíproco, pelo imenso conhecimento construído nesses dois anos de mistura teórica
quali-quanti.
A professora Maria Ângela Nascimento, pelo incentivo ao meu ingresso neste mestrado.
A querida Ana Luiza Villas Boas, coordenadora da residência multiprofissional em Saúde Coletiva do
Instituto de Saúde Coletiva- UFBA e aos eternos amigos da residência, Cris, Jimmi, Sydia e Lu por terem
sido pessoas fundamentais na minha formação neste longo caminho da Saúde Coletiva.
Aos professores do mestrado pela contribuição na minha formação.
As professoras Dr
as
. Mariângela Silva de Matos e Acássia Batista Dias, pelas preciosas contribuições
acolhidas nos momentos decisivos deste trabalho.
Ao NUPPIIM: todos os bolsistas, voluntários e, especialmente, ao professor Isaac Suzart, a colega Johelle
e a dupla, Graziella e Juliana: sem vocês este trabalho não existiria.
Ao NEPI por ter sido meu refúgio de apoio e pela disponibilidade de todos seus componentes em sempre me
ajudar.
Aos meus amigos e parentes que permaneceram ao meu lado, mesmo distantes, sendo fonte inesgotável de
alegria. Obrigada pela paciência na minha ausência.
A Goreth, a Siomara, Rosane e Jorge, funcionários do mestrado, pelo apoio e pela atenção com que sempre
me atenderam.
A Fátima, funcionária do Comitê em Pesquisa com Seres Humanos (CEP/UEFS), pela receptividade e
atenção dispensada.
A nova amiga Julie, nunca esquecerei do seu sorriso e da frase: ”E hoje nos lembramos sem nenhuma tristeza
dos foras que a vida nos deu!”
A Secretaria de Saúde do Estado da Bahia - SESAB, principalmente, a todos do setor da Atenção Básica,
pela inspiração constante da Educação Permanente e pelo apoio nos momentos em que eu mais precisei.
A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia - FAPESB, pelo apoio financeiro concedido através
da bolsa de mestrado.
A Lupe, Régis, Jamile, Érica, Daiana e Ricardo, pela amizade, pelo apoio constante e incentivo na
conclusão deste trabalho.
A Raimunda Maria, pelo exemplo e pelas contribuições na correção de cada vírgula nesta dissertação.
MENSAGEM
“ Eu piso forte neste chão de amor
às vezes caio mas eu me levanto
com tua força dentro em mim senhor
eu nunca paro, eu não calo, eu não canso.
(...)
E pra aprender tem que chorar
E pra aprender tem que sofrer
E pra aprender a gente luta, a gente apanha,
A vida ensina as manhas pra gente se defender.”
Nizan Guanais e Maria Célia
Nizan Guanais e Maria CéliaNizan Guanais e Maria Célia
Nizan Guanais e Maria Célia
RESUMO
A cárie dentária e a osteoporose constituem-se em morbidades que acometem
mulheres na pós-menopausa e são considerados agravos importantes na Saúde
Coletiva. O conhecimento acerca desse período de vida da mulher, principalmente
os dados concretos sobre sua saúde, pode auxiliar no planejamento de ações
direcionadas a melhorias na qualidade de vida deste grupo, diminuindo gastos
públicos envolvidos no tratamento das seqüelas dessas doenças. Este estudo
descritivo de corte-transversal teve como objetivo principal: descrever a prevalência
de cárie e osteoporose, em mulheres pós-menopausadas, acima de 50 anos,
atendidas numa clínica de diagnóstico por imagem, da cidade de Feira de Santana,
Bahia, no ano de 2006. Determinaram-se ainda como objetivos específicos: 1)
Descrever o perfil sócio-demográfico da amostra; 2) Identificar o tipo de lesão de
cárie (radicular ou coronária) mais prevalente na amostra e 3) Verificar o uso e a
necessidade de prótese dentária, por arcada, nessas mulheres. A amostra constitui-
se de 107 mulheres pós-menopausadas, com idade superior a 50 anos, atendidas
na Clínica de Extensão da Disciplina Diagnóstico Oral I da Universidade Estadual de
Feira de Santana, Bahia, convidadas a participar do estudo. Dados relativos ao
diagnóstico de osteoporose, às condições sócio-demográficas, características
comportamentais e serviços de saúde por elas procurados foram obtidos do banco
de dados da pesquisa “Osteoporose e doença periodontal em mulheres pós-
menopausadas”, realizada em 2006. Os demais dados foram obtidos através de
exame clínico realizado por um único cirurgião-dentista, seguindo critérios utilizados
pelo Ministério da Saúde no Levantamento Epidemiológico de Saúde Bucal realizado
em 2003. As mulheres avaliadas apresentaram em média 59,6 anos de idade; baixo
nível sócio-demográfico; a maioria (80,4%) era portadora de osteopenia, e possuía
condições precárias de saúde bucal. Todas as participantes necessitariam de
prótese dentária pela ausência de 78,9% dos dentes. O índice CPO-D foi em média
de 20,6. A cárie radicular foi menos prevalente que a cárie coronária. Quanto às
características comportamentais, a maioria fazia uso de medicação para doenças
sistêmicas e não fazia uso de TRH, apesar de ter usado anticoncepcional no
passado. A anamnese revelou ainda que faziam pelo menos três refeições diárias,
não eram tabagistas, não consumiam bebidas alcoólicas, ingeriam muito café e
açúcar e não consumiam refrigerantes ou adoçantes. A atividade física não foi
praticada ou restringiu-se a exercícios aeróbicos. Espera-se, que os achados
encontrados neste estudo contribuam para o planejamento dos serviços de saúde
prestados à mulher, em Feira de Santana, incluindo desde a educação em saúde até
a garantia de acesso destas mulheres a estes serviços de saúde.
Palavras-chave: mulher, pós-menopausa, cárie, osteoporose.
ABSTRACT
Caries and osteoporosis constitute diseases that attack women during the post-
menopause stage and are important in the Collective Health. The knowledge of this
period of women’s life, mainly factual data of their health, can help the planning of
actions destined to improve quality’s life of this group, reducing public expenses
involved on the treatment of these diseases consequences. The main aim of this
sectional’s descriptive study was to: describe the prevalence of caries and
osteoporosis in a women’s postmenopausal group, aged over 50 years, that
participated in the study “Osteoporosis and periodontal disease in postmenopausal
women” realized in 2006. Secondary aims were: 1) Describe social-demographics’
characteristics, 2) Identify the most prevalent lesion of caries (root or crown), 3)
Verify the use or needs of dental prothesis rehabilitation in both dental arcades. The
sample was 107 post-menopausal women aged over 50 years, attended at the The
Diagnostic Oral I subject clinic from State University of Feira de Santana, Bahia. The
data related to osteoporosis diagnostic, socio-demographics conditions, behaviour
characteristics and the health services used by them, were obtained from the data
base of the research “Osteoporosis and periodontal disease in post-menopausal
women” done in 2006. The other data were obtained from clinical exams made by an
only dentist under criteria used by the Health Ministery during epidemiological study
of dental health done in 2003. The postmenopausal women studied showed: mean
age of 59,6 years; low social-demographics level; most of them had osteopenia; and
bad health mouth conditions. The mean of the DMFT index was 20,6. Crown caries
occurred more than root caries. About behaviour characteristics, the most part of the
group used medicine to treat systemic diseases, didn’t use HRT, even having used in
the past ant conception drugs. The anamnesis reveled that they have at least 3 feed
meals, didn’t smoke, didn’t use alcohol, consumed a lot of coffee and sugar but didn´t
use soft drinks or sweeter. The physical activities were not usual in the group or were
restricted to aerobic exercises. It’s hopefully that these study findings can help in the
planning of heath services directioned to women, in Feira de Santana, Bahia, Brazil,
including health education and the guaranteed access of these women to these
services.
Keywords: woman, postmenopausal, caries, osteoporosis.
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Distribuição das características sócio-demográficas entre mulheres
pós-menopausadas, atendidas em uma clínica de diagnóstico por
imagem, Feira de Santana, Bahia, 2006...........................................
58
Tabela 2 Distribuição das características biológicas gerais: idade, peso,
altura, idade da menarca e idade da menopausa, em mulheres
pós-menopausadas, atendidas em uma clínica de diagnóstico por
imagem, Feira de Santana, Bahia, 2006............................................
60
Tabela 3 Características biológicas gerais: cor, idade, menarca e
menopausa, em mulheres pós-menopausadas, atendidas em uma
clínica de diagnóstico por imagem, Feira de Santana, Bahia,
2006...................................................................................................
60
Tabela 4 Características biológicas gerais em mulheres pós-menopausadas,
atendidas em uma clínica de diagnóstico por imagem, Feira de
Santana, Bahia, 2006.........................................................................
63
Tabela 5 Distribuição das características biológicas de saúde bucal: dentes
presentes na boca, índice CPO-D e raízes examinadas em
mulheres pós-menopausadas, atendidas em uma clínica de
diagnóstico por imagem, Feira de Santana, Bahia,
2006....................................................................................................
65
Tabela 6 Distribuição prevalência de cárie medida pelo CPO-D, segundo
critérios da OMS, classificação pelo SB Brasil e categorizado em
mulheres pós-menopausadas, atendidas em uma clínica de
diagnóstico por imagem, Feira de Santana, Bahia,
2006....................................................................................................
68
Tabela 7 Edentulismo, uso e necessidade de prótese dentária, em mulheres
pós-menopausadas, atendidas em uma clínica de diagnóstico por
imagem, Feira de Santana, Bahia, 2006............................................
69
Tabela 8 Características comportamentais em mulheres pós-
menopausadas, atendidas em uma clínica de diagnóstico por
imagem, Feira de Santana, Bahia, 2006............................................
74
Tabela 9 Prevalência de Cárie em mulheres pós-menopausadas, atendidas
em uma clínica de diagnóstico por imagem, Feira de Santana,
Bahia, 2006........................................................................................
76
Tabela 10 Prevalência de Osteopenia em mulheres pós-menopausadas,
atendidas em uma clínica de diagnóstico por imagem, Feira de
Santana, Bahia, 2006.........................................................................
77
Tabela 11 Assistência médica / odontológica e informações de saúde em
mulheres pós-menopausadas, atendidas em uma clínica de
diagnóstico por imagem, Feira de Santana, Bahia, 2006 .................
82
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Diferenciação Gonadal........................................................................... 22
Figura 2 Ovulação.................................................................................................
23
Figura 3 Menopausa............................................................................................. 24
Figura 4 Determinantes do processo carioso....................................................... 32
Figura 5 Amostra.................................................................................................. 48
Figura 6 Necessidade de prótese – ilustração......................................................
50
Figura 7 Sonda CPI.............................................................................................. 51
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 Critérios diagnósticos da Organização Mundial de Saúde para
interpretação de medidas de massa óssea em mulheres da raça
branca.......................................................................................................
41
Quadro 2 Resumo dos Códigos para Avaliação de Cárie Dentária e Necessidade
de Prótese Dentária..................................................................................
50
Quadro 3 A utilização das diversas nomenclaturas para o mesmo índice CPO-D...
52
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 Distribuição percentual de coroas e raízes hígidos, cariados,
obturados e excluídos, em relação ao total de dentes e raízes
examinadas das mulheres pós-menopausadas, atendidas em uma
clínica de diagnóstico por imagem, Feira de Santana, Bahia,
2006......................................................................................................
65
Gráfico 2 Distribuição percentual de dentes cariados, perdidos e obturados na
composição do índice CPO-D, nas mulheres s-menopausadas,
atendidas em uma clínica de diagnóstico por imagem, Feira de
Santana, Bahia, 2006............................................................................
66
Gráfico 3 Distribuição percentual de dentes obturados/cariados e cariados
apenas no total de dentes cariados das mulheres pós-
menopausadas, atendidas em uma clínica de diagnóstico por
imagem, Feira de Santana, Bahia, 2006...............................................
67
Gráfico 4 Distribuição percentual de mulheres pós-menopausadas atendidas
em uma clínica de diagnóstico por imagem, que possuíam 20 ou
mais dentes presentes na boca, Feira de Santana, Bahia, 2006........
68
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
CEP
Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos
CEPARH
Centro de Pesquisa e Assistência à Reprodução Humana
CEO
Centro de Especialidade Odontológica
CPI
Periodontal Comunitary Index
CPO
Cariados Perdidos e Obturados
CPO-D
Dentes Cariados, Perdidos e Obturados
DCV
Doença Cardiovascular
DMO
Densidade Mineral Óssea
DMFT
Decayed, Missing and Filled Teeth
FAPESB
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia
FDI
Federação Dentária Internacional
FSH
Hormônio de Estimulação Folicular
GnRH
Hormônio Liberador de Gonadotrofina
HRT
Hormone Replacement Therapy
LH
Hormônio Luteinizante
MS
Ministério da Saúde
NEPI
Núcleo de Epiemiologia
NUPPIM
Núcleo de Pesquisa, Prática Integrada e Investigação Multidisciplinar
OMS
Organização Mundial de Saúde
SBDens
Sociedade Brasileira de Densitometria Clínica
SESAB
Secretaria de Saúde do Estado da Bahia
SPSS
Statical Package for Social Sciences
TCLE
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
TDF
Fator Determinante do Testículo
TRH
Terapia de reposição Hormonal
UEFS
Universidade Estadual de Feira de Santana
UFBA
Universidade Federal da Bahia
WHI
Women’s Health Initiative
WHO
World Health Organization
15
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO......................................................................................................16
2 OBJETIVOS..........................................................................................................19
2.1 OBJETIVO GERAL .............................................................................................19
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS...............................................................................19
3 REVISÃO DE LITERATURA.................................................................................21
3.1 MENOPAUSA E PÓS-MENOPAUSA: conhecendo um pouco deste universo
feminino ..............................................................................................................21
3.2 CÁRIE: Etiologia, determinantes da doença e distribuição na população
adulta e idosa......................................................................................................30
3.3 OSTEOPOROSE: Definição, patogênese e prevalência da doença
osteoporose ........................................................................................................38
4 MATERIAIS E MÉTODOS.....................................................................................46
4.1 TIPO DE ESTUDO...............................................................................................46
4.2 CAMPO DE ESTUDO .........................................................................................46
4.3 POPULAÇÃO DE ESTUDO.................................................................................47
4.4 AMOSTRA ...........................................................................................................48
4.5 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS .......................................................49
4.6 VARIÁVEIS DE ESTUDO ....................................................................................51
4.7 ANÁLISE DOS DADOS .......................................................................................53
4.8 CONSIDERAÇÕES ÉTICAS ...............................................................................54
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................56
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................................85
REFERÊNCIAS.........................................................................................................87
APÊNDICE................................................................................................................96
APÊNDICE A - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO.............97
APÊNDICE B - FICHA DE EXAME DE CÁRIE DENTÁRIA ......................................98
APÊNDICE C - CÓDIGOS E CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO .............................99
ANEXO ....................................................................................................................100
ANEXO A - FORMULÁRIO DE PESQUISA.............................................................102
ANEXO B - LAUDO DENSITOMÉTRICO ...............................................................107
ANEXO C - APROVAÇÃO NO CEP/UEFS .............................................................108
ANEXO D - VOVÓ EDITH .......................................................................................109
16
1 INTRODUÇÃO
O sexo feminino é biologicamente diferenciado do masculino. Diferente do
homem, que após a chegada na puberdade e na vida adulta sofre alterações
específicas do amadurecimento e envelhecimento, a mulher, durante toda a vida,
passa por diversas mudanças fisiológicas que acontecem no seu corpo, sempre
relacionadas a alterações hormonais.
Na menarca, o corpo da mulher prepara-se para dar início a ciclos
mensais menstruais que irão acompanhá-la por quase 1/3 de sua vida, exceto no
período da gestação, onde a mulher fica cerca de 9 meses sem menstruar. Por fim,
por volta dos 50 anos de idade, ocorre mais uma grande mudança na vida e corpo
da mulher: a chegada da menopausa.
A menopausa é o período que finda o ciclo reprodutivo da mulher e, mais
uma vez, diversas alterações hormonais geram no seu corpo diferenciações
específicas. Contudo, este período da vida feminina é cercado de tabus e, muitas
vezes, é visto de maneira negativa principalmente na sociedade ocidental, devido
aos sintomas característicos deste período e que muitas pessoas associam
diretamente ao envelhecimento.
No período denominado pós-menopausa, a mulher costuma apresentar
diversos sintomas e doenças crônicas devido à diminuição dos hormônios femininos.
Dentre os sintomas é comum o aparecimento de fogachos, sudorese, ressecamento
da pele, redução do fluxo salivar e secura vaginal. Além disso, fatores
socioeconômicos e estilo de vida podem atuar de forma indireta sobre a saúde
dessas pessoas, influenciando doenças relacionadas ao período como, por exemplo,
osteoporose e cárie dentária.
Apesar de existirem estudos relacionando a pós-menopausa com
problemas específicos como osteoporose, doenças bucais, freqüência da atividade
sexual, entre outros, o tema ainda instiga bastante o meio acadêmico. Diversas
especificidades envolvem este mundo feminino após a menopausa.
O Brasil tem tido mudanças no padrão de morbi-mortalidade, com a
expectativa de ter um aumento significativo do número de idosos. Atualmente no
país existem cerca de 29.796.081 pessoas com idade acima de 50 anos, sendo
15.977.736 mulheres em 2007 (BRASIL, 2007). na Bahia, neste mesmo ano, a
17
população estimada de pessoas acima de 50 anos chega a 2.070.703 pessoas, e as
mulheres, nesta faixa etária, representam 53,48% deste total. Considerando a
população total de mulheres no estado da Bahia, que é cerca de 7.126.732 pessoas,
as mulheres acima de 50 anos representam 15,54%. Ainda em 2007, em Feira de
Santana, estima-se que existem cerca de 40.341 mulheres acima de 50 anos,
representando 7,41% da população total de Feira de Santana e 14,19% do total de
mulheres deste município (BRASIL, 2007).
A heterogeneidade do país quanto aos aspectos culturais, de estilo de
vida e sócio-econômicos podem influenciar de maneira diferenciada o padrão de
desenvolvimento das doenças. Conhecer uma determinada população é importante
para planejar ações de saúde específicas, auxiliando o gerenciamento do sistema de
saúde e melhorando a qualidade de vida da população atendida, afirmam Costa et
al. (2004).
Assim, este estudo busca descrever a situação de saúde de mulheres na
pós-menopausa, especificamente sobre as doenças cárie e osteoporose, incluindo
determinantes socioeconômicos e de estilo de vida. Esses dados poderão auxiliar o
planejamento de ações para estas mulheres no município de Feira de Santana,
Bahia.
Objetivos
19
2. OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
Descrever a prevalência de cárie e osteoporose em mulheres pós-menopausadas,
acima de 50 anos, atendidas em clínica de diagnóstico por imagem em Feira de
Santana, Bahia, 2006.
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Descrever o perfil sócio-demográfico das mulheres pós-menopausadas, acima de
50 anos, atendidas em clínica de diagnóstico por imagem em Feira de Santana,
Bahia, 2006.
Identificar o tipo de lesão de cárie (radicular ou coronária) mais prevalente nas
mulheres pós-menopausadas, acima de 50 anos, atendidas em clínica de
diagnóstico por imagem em Feira de Santana, Bahia, 2006.
Descrever o uso e necessidade de prótese dentária, por arcada, nas mulheres
pós-menopausadas, acima de 50 anos, atendidas em clínica de diagnóstico por
imagem em Feira de Santana, Bahia, 2006.
Revisão de
Literatura
21
3. REVISÃO DE LITERATURA
3.1 MENOPAUSA E PÓS-MENOPAUSA: conhecendo um pouco deste universo
feminino
A menopausa é um evento que ocorre por volta dos 50 anos de idade
(BRASIL, 2004), representando, em média, o início do terço final de vida das
mulheres. Por isso, antes de descrever a menopausa e todos os eventos que fazem
parte dela, faz-se necessário compreender o que acontece com as mulheres antes
deste período.
Ainda nas primeiras semanas de vida intra-uterina, não existe
diferenciação entre os sexos. As gônadas primitivas podem se transformar, em
testículos ou ovários, devido à presença ou ausência do fator determinante do
testículo (TDF), sendo esta a diferenciação inicial entre os sexos. O produto
hormonal do testículo, a testosterona, ou a sua ausência, irá controlar as próximas
etapas do desenvolvimento, com a formação de genitálias masculinas e femininas,
respectivamente (FREITAS et al., 2001a).
O processo de diferenciação do óvulo na mulher difere bastante da
diferenciação dos espermatozóides no homem. Os óvulos são mantidos imaturos,
entre os 12 até 50 anos. Desde a diferenciação em menina, ainda no ventre
materno, até a menarca (primeira menstruação), ocorre uma atresia dos óvulos e
estes, que eram cerca de 5 milhões ainda na oitava semana de gestação, passam a
500.000. Todavia, durante toda a vida reprodutiva, a mulher utiliza cerca de 500
óvulos, entrando os outros, também, em atresia (FREITAS et al., 2001a;
FRIEDLANDER, 2002). Após a menarca, tem-se início os ciclos mensais menstruais,
que se seguem até a menopausa ou o interrompidos por cerca de nove meses, a
cada gestação.
22
FIGURA 1 Diferenciação Gonadal
Fonte: FREITAS et al, 2001a, p. 375
O ciclo menstrual normal varia de 21 a 35 dias, sendo a média de 28 dias.
Aproximadamente a cada 28 dias, o hipotálamo secreta o fator de liberação de
hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH), que estimula a glândula pituitária a
secretar o hormônio de estimulação folicular (FSH). O FSH promove o crescimento
da vesícula folicular, que, quando madura, produz estrógeno. O estrógeno e FSH
geram a maturação do óvulo e o espessamento das paredes do útero. A glândula
pituitária anterior secreta o hormônio luteinizante (LH), que auxilia na maturação do
óvulo e na migração deste, do folículo para a trompa de falópio. O folículo, agora
sem o óvulo, aumenta de tamanho e se transforma no corpo lúteo. A progesterona,
secretada por esse corpo lúteo, promoverá o espessamento e aumento da
vascularização do endométrio, deixando-o capaz de receber o óvulo se a concepção
acontecer. Caso não ocorra, o corpo lúteo involui e pára de produzir estrógeno e
progesterona. As paredes mais externas do útero descamam e são eliminadas
através da menstruação (FRIEDLANDER, 2002; CORLETA e FREITAS, 2001).
23
FIGURA 2 Ovulação. Fonte: SILVA (2007)
A pré-menopausa é período que se inicia, em geral, no final da quarta ou
no curso da quinta década de vida da mulher, mesmo havendo diferenças
individuais. Sob o ponto de vista endócrino, a alteração mais evidente é a elevação
gradual dos níveis séricos de hormônio folículo estimulante (FSH) (FERNANDES et
al., 2007a).
A perimenopausa é caracterizada pelas mesmas modificações
observadas na fase anterior, todavia de forma mais intensa. Compreende o período
que vai desde os primeiros sintomas indicativos da aproximação da menopausa até
12 meses depois da última menstruação. É importante a existência de um período
de latência de um ano para que a última menstruação seja considerada como a
menopausa. Um dos principais sinais do início da perimenopausa é a alteração dos
ciclos menstruais, que podem se apresentar mais curtos ou mais longos. Nesta fase,
a deficiência estrogênica pode, em algumas mulheres, acarretar os sintomas picos
do período, a exemplo das ondas de calor, dos transtornos de humor e dos
distúrbios do sono (FERNANDES et al., 2007a).
Definir que uma mulher encontra-se no período da perimenopausa
depende de um diagnóstico clínico. Faz-se importante ouvir a paciente e obter uma
história detalhada, pois os marcadores hormonais desta etapa variam muito neste
período, não sendo, portanto, muito confiáveis. (FERNANDES et al., 2007a).
A menopausa, que acontece por volta dos 50 anos de idade e
corresponde ao último período menstrual, somente é reconhecida após passados 12
meses da sua ocorrência (FERNANDES et al., 2007a; BRASIL, 2004a). O climatério
24
seria uma fase de transição entre o período reprodutivo e o não reprodutivo da
mulher, durando cerca de 10 anos e estendendo-se até aproximadamente os 65
anos de idade. (BRASIL, 2004a; FREITAS et al., 2001b; LORENZI et al., 2005 e
REIS, 2002). Essa é uma revolução hormonal na vida de uma mulher, assim como a
chegada na puberdade, os ciclos menstruais mensais e a gravidez (SIMÕES e
BARACAT, 1999).
FIGURA 3 Menopausa (adaptada de FERNANDES et al., 2007a)
A menopausa ocasiona uma redução importante na produção hormonal
feminina. Existem receptores estrogênicos em diferentes concentrações, em rios
locais do organismo: pele, vasos, coração, ossos, cérebro, mama, útero, vagina,
uretra (FREITAS et al., 2001b). Uma vez suprimida a função hormonal ovariana,
esses receptores percebem a carência hormonal, podendo produzir de maneira
variada, os sinais e sintomas no quadro clínico da menopausa, que serão descritos
posteriormente. Os estrogênios circulantes na mulher menopáusica provêm, em sua
maior parte, da conversão de androgênios em estrona nos tecidos: gorduroso,
hepático e muscular (FREITAS et al., 2001b).
Após a ocorrência da última menstruação espontânea, segue-se o
período da pós-menopausa. Nele, ocorre um aumento dos sintomas decorrentes da
diminuição dos níveis de estrógeno e da elevação dos níveis de FSH (FERNANDES
et al., 2007a).
Os sinais e sintomas decorrentes da menopausa são: ondas de calor
(sintomas vasomotores ou ‘fogachos’), ou seja, sensação de calor intenso na face,
Pré
-
m
enopausa
P
ós
-
m
enopausa
Pe
rimenopausa
Climatér
io
MENOPAUSA
50
40
45
51
6
5
70
Idade (anos)
25
pescoço, parte superior do tronco e braços, enrubescimento da pele, seguido de
sudorese profusa. Acrescenta-se ainda, insônia, irritabilidade, palpitações, vertigens
e alterações de humor, depressão, além da atrofia urogenital que pode trazer uma
série de sintomas como, por exemplo, o ressecamento vaginal. As queixas sexuais
são muito freqüentes no período (FERNANDES et al., 2007a; FREITAS et al., 2001b;
MORI e COELHO, 2004; VAISMAN, 2001).
No ano de 2002, no Ambulatório de Climatério da Universidade de Caxias
do Sul, foram avaliados os sintomas climatéricos de 254 mulheres com idade entre
45 e 60 anos. Foram excluídas do estudo as histerectomizadas ou sob TRH. As
sintomalogias mais referidas foram: irritabilidade (87,1%), artralgias/mialgias (77,5%)
e melancolia/tristeza (73,2%). Ondas de calor, irritabilidade e insônia também foram
citados. O estudo concluiu que esses sintomas foram influenciados tanto por fatores
psicossociais e atividade física, quanto pelo hipoestrogenismo (LORENZI et al.,
2005).
Em um estudo descritivo de corte transversal de base populacional
realizado com 456 mulheres climatéricas residentes em Campinas, São Paulo, que
não utilizavam Terapia de Reposição Hormonal (TRH), Santos Sá et al (2004)
observaram, após análise bivariada, que as mulheres na pós-menopausa ou
histerectomizadas apresentaram chance maior de ocorrência de ondas de calor.
Possivelmente os sintomas climatéricos decorram da interação entre a
carência estrogênica e fatores culturais, sociodemográficos e psicológicos (BRASIL
2004a e LORENZI et al, 2005). Diante das diversas questões biológicas e
socioculturais implicadas, acrescentam Mori e Coelho (2004), é possível entender o
mal-estar psíquico gerado pela menopausa, e porque muitas vezes ela é confundida
com sintomas depressivos.
A auto-imagem, o papel e as relações sociais, as expectativas e projetos
de vida contribuem para o aparecimento e a intensidade dos sintomas (BRASIL,
2004a). São muitas as mudanças que acontecem na vida da mulher por volta dos 50
anos de idade: menopausa, envelhecimento dos pais - que demandam cuidados,
aposentadoria, viuvez ou divórcio, saída dos filhos de casa e, por exemplo, a
chegada dos netos.
Em 2002, Reis entrevistou 15 mulheres entre 45 e 55 anos pertencentes à
classe média na cidade de Salvador. Ela observou que, as mulheres entrevistadas,
diferente do que é dito sobre a menopausa, relatam sentir ainda desejo sexual.
26
Um estudo com 206 mulheres pós-menopáusicas entre 45 e 60 anos de
idade, verificou que a maioria delas referiu diminuição da atividade sexual após a
menopausa e, apesar disso, essa redução da atividade sexual foi atribuída, entre as
pesquisadas, à impotência sexual do parceiro, dificuldades no relacionamento
conjugal, falta de um companheiro fixo, entre outros. Esse estudo ocorreu em um
serviço universitário da região Sul do Brasil, entre junho e outubro de 2002 e
concluiu que a sexualidade da mulher climatérica é influenciada tanto pelo
hipoestrogenismo quanto por fatores psicossociais e culturais associados ao
envelhecimento (LORENZI e SACILOTO, 2006).
As diferentes formas de lidar com a menopausa, sejam elas culturais ou
individuais, irão implicar nas diferentes formas de vivenciá-la. Nas culturas que
valorizam a juventude e desvalorizam a velhice e o idoso, como a ocidental, as
reações frente à menopausa são muito mais negativas (MORI e COELHO, 2004).
Talvez o fato do evento menopausa ser caracterizado por uma
sintomatologia própria, induza os profissionais de saúde a associá-la como uma
doença e não como uma etapa natural do ciclo de vida feminino, afirmam Mori e
Coelho (2004). Persistem controvérsias se estes sintomas são decorrentes somente
da carência estrogênica ou de fatores psicossociais, em especial, a percepção do
envelhecimento.
Os efeitos da carência estrogênica são diferentes para cada mulher, e as
necessidades preventivas ou terapêuticas podem se modificar ao longo do tempo,
das condições de saúde e de bem estar individuais. Portanto, com o intuito de evitar
ou reduzir a intensidade dos sintomas e agravos na menopausa, tem sido sugerido o
uso de Terapia de Reposição Hormonal (TRH), entretanto, não existe consenso na
literatura sobre brasileira sobre o assunto.
Vigeta e Brêtas (2004) citam que o primeiro estudo brasileiro sobre
menopausa foi realizado no Município de Campinas, Estado de São Paulo, no ano
de 2002, e caracterizou as usuárias de terapia de reposição hormonal (TRH),
através de um inquérito populacional domiciliar. As mulheres estavam na
perimenopausa e apresentavam sintomas climatéricos, mais especificamente, as
ondas de calor, além de se submeteram TRH. Constatou-se que elas apresentaram
estilo de vida mais saudável, melhor classe social, melhor nível educacional, além de
utilizarem serviços médicos preventivos.
27
Contudo, a segurança da TRH para as mulheres ficou abalada após a
publicação parcial e interrupção do estudo americano multicêntrico, duplocego,
randomizado, controlado com placebo, realizado por pesquisadores do Women’s
Health Initiative (WHI) (VIGETA e BRÊTAS, 2004). Os riscos excediam os
benefícios. Apesar do decréscimo do risco de câncer de cólon e do risco total de
fraturas, houve um aumento significativo do risco de doença arterial coronariana, de
acidente vascular cerebral, de trombo-embolismo-venoso, acrescentam as autoras.
As feministas americanas são, em geral, contra o tratamento de reposição
hormonal e argumentam que os médicos querem, assim, manter as mulheres em
lugar de objeto para o desejo dos homens, refere Azerêdo (2004). as francesas,
tendem a reivindicar o direito a esse tratamento, quer dizer, o direito de manter
ainda, durante certo tempo, o que elas acreditam ser um estado maior de
feminilidade devido ao uso da medicação (AZERÊDO, 2004). Posicionar-se em
relação a um tratamento cujos resultados são ainda tão incertos e, certamente,
relacionados ao lucro no mercado farmacêutico, chega a ser constrangedor
(AZERÊDO, 2004).
Todavia, da perspectiva biomédica, os benefícios da terapia de reposição
hormonal não se restringem a atenuar os problemas de saúde e entre as
conseqüências positivas estão: alterações da elasticidade da pele com a diminuição
das rugas e da flacidez (REIS, 2002). A TRH atuaria melhorando a auto-estima
feminina, gerando uma maior afirmação da sua sexualidade, além de outros
benefícios como a prevenção ou desaceleração da osteoporose, prevenindo
doenças cardíacas e até prevenindo a doença de Alzheimer (VAISMAN, 2001).
Vigeta e Brêtas (2004) afirmam que o princípio de que o uso da TRH
deveria ser considerado em toda mulher na perimenopausa e pós-menopausa,
precisa ser abatido. Para as autoras, é preciso uma análise cuidadosa individual dos
riscos e benefícios, esclarecendo a mulher sobre a terapia a que vai se submeter.
Além dos impedimentos de ordem médica, importa avaliar as situações que contra-
indicam o uso da TRH como o baixo nível de colaboração, dificuldade intelectual,
social ou econômica, além da resistência por parte da mulher: algumas acreditam
ser a terapia a ‘constatação’ do evento menopausa.
Quando se planeja o tratamento das mulheres no período climatérico é
compreensível que se considere como primeira opção a TRH. Deve-se, no entanto,
lembrar, que este tratamento, apesar de importante, não encerra o elenco de
28
medidas terapêuticas a ser adotado neste período da vida. Uma vida saudável, com
mudança dos bitos prejudiciais à saúde, prática regular de exercícios e
alimentação apropriada, devem ser considerados como primeiros objetivos
tratamento destas pacientes (FERNANDES et al., 2007a).
Por falta de consenso na literatura sobre a terapia de
reposição hormonal (TRH), recomenda-se que alguns
cuidados sejam observados na prescrição desses
medicamentos, mesmo nas mulheres consideradas
saudáveis: limitar o uso de hormônios àquelas mulheres que
apresentam sintomas resistentes a tratamentos mais
inofensivos; realizar exame das mamas e região pélvica
antes e durante de qualquer tratamento hormonal; o
adotar a TRH para mulheres que tenham tendência a
problemas de coagulação, trombose, hipertensão arterial,
doenças do coração e taxas elevadas de colesterol. Não se
recomenda também a TRH por um longo período, para
prevenir o envelhecimento, como é prescrita comumente no
nosso meio (BRASIL, 2004a, p. 44).
Duas patologias principais se relacionam diretamente com o período
climatérico: doença cardiovascular e osteoporose (FREITAS et al., 2001b).
Friedlander (2002) acrescenta ainda doença de Alzheimer e doenças orais como
doença periodontal e doença cárie. Fernandes et al. (2007a) citam o diabetes
mellitus e o hipotireiodismo como relacionadas, também, ao período do climatério.
A incidência da doença cardiovascular (DCV) nas mulheres aumenta
significantemente após a menopausa, sendo a principal causa de morte entre as
mulheres no período. Já a osteoporose é responsável pela redução da massa óssea
e alterações da microestrutura óssea, levando a uma fragilidade deste tecido e
tendência a traumatismos (FREITAS et al., 2001b; FRIEDLANDER, 2002).
A redução no fluxo salivar pode ser responsável pelo aumento de cáries e
por alterações no paladar. A diminuição da DMO pode aumentar o problema
periodontal e gerar uma maior reabsorção óssea dificultando até a colocação de
próteses convencionais ou a colocação de implantes (FRIEDLANDER, 2002).
As mulheres pós-menopausadas ficam cerca de uma década no período
denominado climatério. A presença de sinais e sintomas característicos e provável
associação com outras doenças como osteoporose e doenças bucais, deixa essa
fase na vida da mulher cheia de anseios e dúvidas. Um estudo descritivo que
busque conhecer melhor esta população poderá subsidiar o planejamento de ações
específicas. Porquanto a realidade da mulher brasileira é multifacetada e essa
29
complexidade deve ser considerada na formulação de políticas públicas (BRASIL,
2004a).
30
3.2 RIE: Etiologia, determinantes da doença e distribuição na população adulta e
idosa
A cárie é uma doença muito antiga que possui pelo menos 500.000 anos
de idade (NARVAI, 2000; PINTO, 2000), e que tem uma característica peculiar de
ser uma doença de baixíssima ou nenhuma letalidade (RONCALLI, 2004). Segundo
Narvai (2000) e Weyne (1995), a doença cárie é infecto-contagiosa, caracterizada
pela destruição localizada (desmineralização) dos tecidos dentais através da ação
dos ácidos das bactérias. Fejerskov (2004) criticou esta definição. Para o autor,
assim como a maioria das doenças crônicas, não existe um único fator que seja
exclusivamente responsável por uma doença.
A maioria das doenças são multifatoriais, assim como a cárie; entretanto,
nem todos os fatores estão presentes e operando em toda pessoa com lesões de
cáries. A placa bacteriana é fator necessário para a lesão de cárie ocorrer, mas ela
não irá se desenvolver até que os fatores adicionais estejam presentes (BAELUM e
FEJERSKOV, 2005).
Esse é um processo dinâmico que se inicia com a perda do esmalte,
prossegue com a perda de substância dental e formação de cavidade, chegando a
destruição total do dente (BAELUM e FEJERSKOV, 2005; FREITAS, 2005; NARVAI,
2000; PINTO, 2000.).
O dente, imediatamente antes da sua erupção, possui um esmalte com
composição de 95% de mineral e 5% de material orgânico e água. O mineral do
esmalte, a apatita (Ca
5
(PO
4
)
3
OH), é constituída por 37% de cálcio, 52% de fosfato e
3% de hidroxila (CURY, 1995). Quando a desmineralização ocorre de forma
predominante ao longo do tempo, resulta-se na formação da lesão de cárie,
conseqüência da perda gradual de mineral da estrutura dental (FREITAS, 2005).
Toda mínima flutuação de pH altera o equilíbrio entre o esmalte e o fluido
da placa, e, portanto, cada mínima flutuação de pH poderá ocasionar: perda de
minerais do dente, se o pH está baixando, ou ganho de minerais, quando o pH está
aumentando (BAELUM e FEJERSKOV, 2005).
A doença rie é, deste modo, conseqüência de um desequilíbrio entre
fatores de desmineralização e remineralização, visto que, em condições normais,
existe um equilíbrio e manutenção da estrutura dental ao longo da vida (BAELUM e
FEJERSKOV, 2005; CURY, 1995).
31
Alguns fatores estão associados a um potencial de desenvolvimento da
cárie dental: dieta rica em carboidratos, inadequada higiene bucal, freqüência
alimentar, fluxo salivar e fatores de retenção do biofilme dental (TODESCAN e
TODESCAN, 1996).
Em um estudo sobre a motivação no controle do biofilme dental e
sangramento gengival, Toassi e Petry (2002) citaram o biofilme dental como agente
determinante de cárie dentária, e para o combate eficaz deste biofilme podem ser
utilizados, principalmente, os procedimentos de natureza mecânica como escova e
fio dental.
Contudo, existem autores que afirmam não ser o biofilme microbiano fator
definitivo para o desenvolvimento da cárie. Para eles, apesar do biofilme ser
essencial para existir a doença, a presença deste não necessariamente resulta
numa lesão cariosa (BAELUM e FEJERSKOV, 2005).
No interior de um biofilme localizado na superfície dentária (a placa
dental), existem constantes atividades metabólicas, gerando numerosas e
minúsculas flutuações do pH, na interface entre a superfície dentária e os depósitos
microbianos. Dessa forma, no nível de superfície dentária, a cárie pode ser
entendida como um processo que reflete a atividade metabólica que está ocorrendo
no interior da placa dental (BAELUM e FEJERSKOV, 2005).
Ao longo do tempo, o resultado é um distúrbio do equilíbrio entre a
superfície mineral e os fluidos circundantes, havendo, então, a perda de substância
dentária, resultando na formação de lesão cariosa (BAELUM e FEJERSKOV, 2005;
PITTS, FEJERSKOV e FEHR, 2005).
Apesar da importância do biofilme dental, Baelum e Fejerskov (2005)
explicam que, até o momento, nenhum fator isoladamente foi identificado como
grande causador da cárie dentária. Os autores justificam que uma grande
quantidade de fatores tem sido proposta para explicar o processo da doença cárie.
Roncalli, Lima e Costa (2004), citam o biofilme dentário como fator
etiológico primário; a dieta cariogênica e o complexo saliva-esmalte, como fatores
condicionantes e, fatores socioeconômicos, como determinantes da doença.
A cárie dentaria é, portanto, uma interação de processos biológicos
desfavoráveis localizados, determinados por ambiente e fatores sociais que podem
mudar os processos biológicos (BAELUM e FEJERSKOV, 2005; UNFER e SALIBA,
32
2000). Tem sido demonstrado que fatores sociais, econômicos e ambientais têm
impacto na saúde oral (NEWTON e BOWER, 2005).
FIGURA 4 Determinantes do processo carioso
1
(adaptado de BAELUM e
FEJERSKOV, 2005).
Sendo a cárie dentária resultado de um processo extremamente
complexo, é difícil interpretar dados de associação. Além disso, medidas de controle
da cárie irão funcionar em algumas populações e indivíduos e em outros não
(FEJERSKOV, 2004; SHEIHAM e FEJERSKOV, 2005).
A cárie é um problema de saúde pública (SHEIHAM e FEJERSKOV,
2005), e por ser uma doença social, as condições que afetam as bactérias orais
estão relacionadas com fatores socioeconômicos que influenciam, também, a dieta
(SHEIHAM e FEJERSKOV, 2005).
Watt (2002) enfatiza a importância de estudar os determinantes sociais da
doença e adotar modos complementares de intervenção que promovam a saúde e
reconheçam a importância dos determinantes sociais e ambientais sobre a saúde.
1
Os determinantes que agem diretamente na cavidade oral e superfície dentária estão nos círculos brancos; os
determinantes que agem diretamente nos indivíduos e populações estão no círculo verde.
33
Newton e Bower (2005) acrescentam que o processo social, contribuinte para as
doenças orais, varia através dos grupos e sociedades.
Estudos da cada de 70 classificavam a cárie dentária como uma
doença “democrática”, por atingir indivíduos de todas as classes sociais,
indistintamente (MALTZ e SILVA, 2001). Para esses autores, o diferencial estava na
composição do índice de dentes cariados, perdidos e obturados (CPOD
2
). Nas
camadas sociais menos favorecidas, predominavam os componentes relativos à
necessidade de tratamento, enquanto que, na população de nível de renda mais
alto, observava-se uma predominância de tratamento executado.
Apesar da imensa redução da cárie nos últimos 20 anos, as iniqüidades
em saúde oral ainda são encontradas (WATT e SHEIHAM, 1999). Segundo Moreira,
Nations e Alves (2007) existem relações entre condições bucais precárias e pobreza.
Almeida e Souza (2006) afirmam que a boca é um espelho que refletiria,
na velhice, as condições que as pessoas viveram, trabalharam, cuidaram-se e foram
cuidadas. De tal modo, acrescentam Unfer et al. (2006), é importante evidenciar a
dimensão social das doenças e o papel do Estado como provedor da saúde. A perda
de unidades dentárias envolveria, portanto, desde dimensões individuais como
higiene, alimentação e condições de vida, quanto coletivas, como acesso a serviços
de saúde e políticas públicas. Perder um dente é um saldo negativo, quando
observado o balanço final sobre a atenção à saúde oral daquele indivíduo.
É extremamente cruel que ocorra a mutilação através da perda dentária
devido à falta de condições econômicas para pagamento de um tratamento ou pela
falta de um serviço público resolutivo (VARGAS e PAIXÃO, 2005).
Avalund et al. (2003) avaliaram a condição oral de 129 idosos acima de
80 anos, em Kungsholmen (Suécia) e observaram que as relações sociais estão
relacionadas com a saúde oral dos idosos.
Diehnelt e Kiyak (2001) ao investigar a associação entre despesas de
cuidado de saúde, fatores socioeconômicos e níveis de cárie, em 109 paises,
observaram correlações entre CPOD e despesas públicas, consumo de açúcar, e
urbanização.
2
A cárie dentária tem sido registrada através de variações do índice CPO, desenvolvido por Klein e Palmer na
década de 30 (RONCALLI, 2004; PITTS, FEJERSKOV e FEHR, 2005). Apesar das limitações, o fato de estar
em uso a mais de 60 anos indica seu sucesso e as dificuldades no desenvolvimento de um índice com aceitação
alternativo (PITTS, FEJERSKOV e FEHR, 2005).
34
Segundo, Peres, Narvai e Calvo (1997), a cárie dentária é a doença de
grande prevalência na cavidade bucal, gerando graves conseqüências econômicas e
sociais. Para esses autores estudos de prevalência de cárie dentária devem ser
realizados periodicamente para o adequado planejamento das ações e serviços de
saúde bucal.
No Brasil, existem poucos estudos a respeito de cárie em pessoas com
idade adulta, se comparado com a imensa quantidade de estudos realizados em
crianças (PETRY, VICTORA e SANTOS, 2000). Adultos e idosos são susceptíveis
ao desenvolvimento de novas lesões, tanto quanto as crianças. A característica
principal é o desenvolvimento de condições mais severas, nos grupos de idade mais
avançadas. (PITTS, FEJERSKOV e FEHR, 2005).
Um grupo de idosos brasileiros de origem japonesa citou como principal
fator etiológico para a perda dentária, a doença cárie (HIRAMATSU, TOMITA e
FRANCO, 2007).
No reino Unido, Watt e Sheiham (1999) observaram através de dados
epidemiológicos coletados de pesquisas nos últimos 30 anos sobre crianças e
adultos, que as diferenças nas perdas dentais são menos desiguais em adultos e
idosos, do que nas crianças. Todavia, acrescentam os autores, existe um grande
marcador de iniqüidade social que é o edentulismo. Eles verificaram classes sociais
mais baixas com 18 ou mais dentes cariados e não tratados e, as classes mais altas,
com 39% mais dentes obturados do que as classes mais baixas. As mulheres
adultas eram mais edêntulas que os homens: 25% das mulheres comparados com
16% dos homens adultos (WATT e SHEIHAM, 1999).
A população mundial tem sofrido numerosas alterações e seu
envelhecimento tem ocorrido não só nos países desenvolvidos, mas também,
naqueles ditos de terceiro mundo. A mudança na expectativa de vida da população
americana e de outros países desenvolvidos tem sido seguida por um aumento do
número de dentes (WATANABE, 2003).
Países, como a Inglaterra e os países nórdicos, possuem dados sobre
cárie dentária desde as primeiras décadas do século XX, enquanto, no Brasil o
primeiro levantamento de saúde bucal de base nacional só foi realizado em 1986
(BRASIL, 2006). Ocorreram ainda, outros levantamentos de nível nacional, em 1996
e em 2003 (BRASIL, 2006).
35
O aumento da expectativa de vida da população brasileira, registrado nos
últimos anos, tem trazido para o país uma nova situação: uma porcentagem cada
vez maior de pessoas, com cárie, nas faixas etárias de maior idade (MENEGHIM,
PEREIRA e SILVA, 2002). Houve uma mudança no padrão de cárie da população
mais velha brasileira, deixando de ter uma maioria de edêntulos para possuir uma
população adulta com dentes e, muitas vezes, com necessidades de tratamento
odontológico (BRASIL, 2004; MENEGHIM, PEREIRA e SILVA, 2002; SHINKAI e
CURY, 2000).
A casuística brasileira sobre a saúde bucal do idoso ainda é escassa,
afirmam Shinkai e Cury (2000). Os autores relataram que os trabalhos
epidemiológicos brasileiros realizados em idosos observaram um nível bastante
precário de saúde bucal nas populações estudadas. Os dados de edentulismo em
idosos e adultos ainda são preocupantes, pois a média de dentes extraídos na
população brasileira de 65 a 74 anos é 25,8 dentes e a proporção de indivíduos que
usam prótese total nessa idade é de quase 60% (RONCALLI, LIMA e COSTA,
2004).
Em 1980, Pinto (1983) verificou entre pessoas com idade de 50 a 59
anos, um CPO-D de 26,49. No ano de 1986, os dados sobre a população brasileira
de 50 a 59 anos, demonstraram que mais de 72% da população urbana analisada, já
havia extraído todos os dentes em pelo menos um maxilar. A média do índice CPOD
foi de 27,21 dentes, com 85,97% dos dentes perdidos (BRASIL, 2006).
Ao estudar as condições de saúde bucal no grupo populacional com 60
anos ou mais, na cidade de São Paulo em 1989, Rosa et al. (1992) afirmaram que,
com base em dados referentes à cárie dental, doenças periodontais, necessidade e
uso de prótese e prevalência de alterações em tecidos duros e moles, este grupo
apresenta um nível muito precário de saúde bucal.
Em 1998, foram estudados 337 idosos, acima de 60 anos, funcionalmente
independentes que freqüentavam um centro de saúde em Araraquara e verificou-se,
através de exame clínico, que 40,4% eram desdentados (SILVA, 1998). Ainda neste
mesmo ano, ao estudar 101 idosos, Silva, Sousa e Wada (2004), constataram que o
CPO-D variou de 16 a 32, sendo a média 31,09. Os dentes perdidos representaram
cerca de 92,64% do CPO-D.
Utilizando dados secundários do ‘Levantamento das Condições de Saúde
Bucal para o Estado de São Paulo’, realizado em 1998, Rihs, Sousa e Wada (2005)
36
verificaram uma baixa ocorrência de cárie radicular. Todavia, o número médio de
dentes por pessoa, principalmente entre os idosos foi reduzido: 9,6 dentes no grupo
de 65-74 anos.
Em 2003, no município de Paulínia, realizou-se um estudo de prevalência
de cárie dentária em diversas faixas etárias, utilizando os critérios definidos pela
OMS. Na faixa etária de 65-74 anos, observou-se um CPO-D médio de 29,5
(GOMES et al., 2004).
O projeto denominado ‘SB Brasil 2003: Condições de Saúde Bucal da
População Brasileira’ demonstrou um alto índice CPO-D no Brasil, quando se
observa faixas etárias mais altas. A média de dentes cariados, perdidos e obturados
na faixa de 35 a 44 anos é de 20,13 dentes, enquanto na faixa etária de 65 a 74
anos essa média eleva para 27,79 dentes (BRASIL, 2004b).
Em Campinas, um estudo avaliou o estado de saúde bucal e as
condições de saúde de idosos com idade entre 60 a 75 anos, funcionalmente
independentes, bem como a percepção e a satisfação com a vida. Os resultados
mostraram que a maioria dos idosos tinha entre 60 e 69 anos, eram casados, tinham
baixo nível de escolaridade e baixa renda, no entanto, respondiam pelo sustento da
família. As doenças relatadas estavam relacionadas aos sistemas: circulatório,
osteomuscular e endócrino. As mulheres se descreveram como mais doentes do que
os homens e avaliaram menos positivamente a saúde do que eles. O edentulismo
correspondeu a 30,5% da amostra e entre os dentados observou-se uma média de
17 dentes perdidos, 6,6 de obturados e 3,6 de cariados (TORRES, 2003).
Em seu estudo que buscou avaliar a saúde bucal de mulheres na pós-
menopausa e verificar se existe relação entre o índice de dentes cariados, perdidos,
obturados (CPO-D) e a condição periodontal alterada com a densidade mineral
óssea (DMO), Henriques (2005), comparou as médias do índice CPO-D e seus
componentes em mulheres com DMO normal e alterada, e não se observou
diferença estatisticamente significativa. A média da idade das mulheres foi de 57,4 e
a média do índice CPO-D foi de 26,7, esses dados se assemelham ao encontrado
no Projeto SB Brasil (BRASIL, 2004b).
No ano de 2005, foi realizado em Londrina um estudo de corte transversal
que avaliou a condição de saúde bucal de 267 idosos (idade entre 60 a 74 anos).
Verificou-se a idade média de 66,5 anos e uma média de CPO-D de 27,9. As
37
mulheres apresentaram mais dentes perdidos e, para elas, o componente perdido
representou 89,3% do CPO-D (MESAS, ANDRADE e CABRERA, 2006)
Devido às mudanças verificadas na distribuição etária nas últimas
décadas no Brasil, com conseqüente aumento da expectativa de vida e percentual
de grupo de pessoas nesta faixa etária de 65-74 anos, os dados para esse grupo
são de extrema importância para verificação de necessidades de tratamento e de
controle dos efeitos gerais dos cuidados odontológicos prestados a essa população.
(PEREIRA, 2003).
Para entender o processo da doença e como a cárie se apresenta em
diferentes grupos na sociedade, a necessidade de conhecê-la nas várias
‘populações’ e comunidades, opondo-se à mera abordagem individual, a qual
normalmente se restringe à visão do clínico no cuidado da saúde bucal. O perfil de
saúde dos pacientes examinados variará de acordo com a área de abrangência da
prática do profissional, com os fatores socioeconômicos associados aos cuidados de
acesso às práticas das políticas públicas. (PITTS, FEJERSKOV e FEHR, 2005)
Levantamentos epidemiológicos o importantes para conhecimento da
prevalência e tipologia das doenças bucais, podendo-se, a partir de dados
coletados, planejar, executar e avaliar ações de saúde (OLIVEIRA et al., 1998). A
perda dentária, por exemplo, gera desde conseqüências financeiras até
psicológicas. A perda dentária trás impactos negativos para a qualidade de vida
(SOUZA e SILVA et al., 2007).
Assim, com base na literatura, pode-se afirmar que a cárie dental é um
problema de saúde pública também na população adulta e idosa. Como foi visto
nos capítulos anteriores, a população de mulheres na pós-menopausa necessita
ainda de mais estudos devido à complexidade dos processos físicos, psicológicos e
sociais que acompanham as alterações fisiológicas do período. Logo, estudar o grau
de severidade da cárie especificamente nestas mulheres irá ampliar o conhecimento
sobre esta doença e enriquecer a caracterização sobre a mulher na pós-menopausa.
Os dados provenientes desta pesquisa poderão contribuir extremamente
para o planejamento de ações de saúde do grupo de mulheres na pós-menopausa,
em Feira de Santana, auxiliando, portanto na melhoria da qualidade de vida destas
mulheres.
38
3.3 OSTEOPOROSE: Definição, patogênese e prevalência da doença osteoporose
Neste capítulo será feita uma breve descrição sobre a doença
osteoporose, desde a sua definição até as implicações para a saúde, principalmente
das mulheres pós-menopausadas, e para os cofres públicos, uma vez que esta
doença gera seqüelas graves como fraturas ósseas.
A osteoporose é uma doença esquelética sistêmica, ou seja, um distúrbio
osteometabólico, caracterizada por diminuição da densidade mineral óssea (DMO) e
deterioração microarquitetural do tecido ósseo, conduzindo à fragilidade do osso e
ao aumento do risco de fratura (CONSENSUS DEVELOPMENT CONFERENCE,
1993; FERNANDES et al., 2007b; LANZILLOTTI et al., 2003; PINTO NETO et al.,
2002). A osteoporose, a mais comum das doenças ósseas metabólicas, é uma
importante causa de morbidade no indivíduo idoso e, principalmente, nas mulheres
(AMADEI et al, 2006; FERNANDES et al, 2007b; KRANE e HOLICK, 1988).
Osteoporose é um problema de saúde pública (FERNANDES et al.,
2007b; HAWKER, 1996). Os EUA, por exemplo, anualmente gastam cerca de 10
bilhões de dólares, pois a osteoporose afeta mais de 25 milhões de americanos e
predispõe 1,3 milhões deles a fratura óssea (CONSENSUS DEVELOPMENT
CONFERENCE, 1993). O tratamento de fraturas, também resulta em um grande
custo para o Brasil (MIYAUCHI, 2004).
A osteoporose é uma enfermidade crônica, muito relacionada ao
envelhecimento (COSTA-PAIVA et al., 2003). Histologicamente, o distúrbio é
caracterizado pela redução da espessura cortical e do número e tamanho das
trabéculas do osso esponjoso (KRANE e HOLICK, 1988), formando sítios onde
podem ocorrer as fraturas.
Fraturas e suas complicações são manifestações clínicas da osteoporose
(CONSENSUS DEVELOPMENT CONFERENCE, 1993; MIYAUCHI, 2004). Cerca de
12 a 20% das pessoas que tiveram fratura de quadril terão complicações
decorrentes desta fratura como: imobilização em cama, infecções, pneumonia e
tromboflebite (HAWKER, 1996).
A fratura no quadril é a pior manifestação da osteoporose (COSTA-PAIVA
et al, 2003) e cerca de 85% dela ocorre em mulheres (FERNANDES et al., 2007b).
Mais de 50% das pessoas que sofrerem fratura de quadril irão ficar incapacitados,
39
na sua maioria, permanentemente (CONSENSUS DEVELOPMENT CONFERENCE,
1993; COSTA-PAIVA et al, 2003) e, aproximadamente, 5 a 20% das vítimas de
fratura de quadril irão morrer após 1 ano do evento (CONSENSUS DEVELOPMENT
CONFERENCE, 1993).
As mais comuns são fraturas no quadril, vértebras, fêmur e punho
(COSTA-PAIVA et al., 2003). Na ausência de qualquer procedimento de prevenção
ou tratamento, uma em cada duas mulheres aos 70 anos apresentará fraturas de
fêmur, e aos 80 anos, duas em cada três sofrerão o mesmo problema (COSTA-
PAIVA et al., 2003).
Estima-se que, nos próximos anos, cerca de 200 milhões de pessoas no
mundo sejam atingidas pela osteoporose, que afeta não somente os idosos, mas
também as mulheres de meia-idade. Pode haver um agravamento desta situação
também pela maior expectativa de vida em praticamente todo o mundo (AMADEI et
al., 2006).
“A prevalência de osteoporose e incidência de fraturas variam de acordo
com o sexo e a raça (PINTO NETO et al., 2002, p. 344)”.
Osteoporose é uma doença sem fronteiras, pois, segundo, ela ocorre em
toda população e em toda área geográfica estudada até hoje (CONSENSUS
DEVELOPMENT CONFERENCE, 1993). Todavia, é a incidência de fraturas irá
variar uma vez que elas acometem mais brancos e asiáticos e menos em negros. As
fratura de quadris ocorrem mais na Escandinávia, Nova Zelândia, e EUA, de forma
intermediária no sul da Europa e países asiáticos e menos intensa no sul da África.
Existe um aumento significativo na incidência das fraturas em pessoas acima de 50
anos, citada por muitos países, atingindo mais habitantes da zona urbana do que em
habitantes da zona rural (CONSENSUS DEVELOPMENT CONFERENCE, 1993).
O esqueleto não é uma estrutura sem atividade. Ele sofre um continuado
processo de remodelagem, onde a reabsorção está acoplada da formação óssea e o
equilíbrio normal entre formação e reabsorção óssea mantém a massa do esqueleto
(FERNANDES et al., 2007b). Esse mecanismo acontece até a idade adulta e, a
menos que a formação compense a reabsorção, a massa óssea passa a diminuir.
Aproximadamente na época da menopausa, nas mulheres, a perda acelerada do
osso cortical se superpõe à perda relacionada com a idade, gerando uma perda de
substância óssea que pode não resistir às forças normais a que era submetido,
podendo gerar uma fratura (KRANE e HOLICK, 1988; MELLO, 2003).
40
Nas mulheres a perda óssea é mais abrupta na primeira década após a
menopausa, seguida de uma perda mais gradual nos anos seguintes (FERNANDES
et al., 2007b; HAWKER, 1996). As mulheres pós-menopausadas o mais
vulneráveis devido à progressiva redução da função ovariana e, conseqüente
redução da produção de seus hormônios, contribuindo à redução progressiva de
massa óssea (AMADEI et al., 2006; MONTILLA, ALDRIGHI e MARUCCI, 2004).
Montilla, Aldrighi e Marucci (2004) relatam que este processo inicia-se a
partir dos 35 anos, quando a mulher apresenta redução lenta de massa óssea
acentuando-se após os 50 anos, momento em que, comumente, ocorre a
menopausa. Na menopausa aumenta a renovação e diminui a formação óssea em
cada unidade de remodelação, o que conduz a uma perda de massa óssea
(LANZILLOTTI et al., 2003).
A proporção de indivíduos que são susceptíveis à osteoporose e às suas
seqüelas tem aumentado em todo mundo, principalmente, devido ao maior número
de idosos (HAWKER, 1996). O aumento da expectativa de vida sozinha pode
triplicar a incidência de fraturas nos próximos 60 anos e estima-se que 4,5 milhões
de fraturas de quadril ocorrerão mundialmente (CONSENSUS DEVELOPMENT
CONFERENCE, 1993).
Uma em cada 4 mulheres acima de 50 anos terá osteoporose, ao passo
que um em cada 8 homens da mesma idade terá a doença. Nas mulheres, as
fraturas nas vértebras, que inicialmente são associadas à menopausa, são seguidas
com freqüência de fraturas no punho e quadris, que são relacionadas à osteoporose
senil. Cerca de 1/3 das mulheres terá uma fratura de quadril até os 85 anos de idade
(HAWKER, 1996). Segundo dados de 2004, no grupo etário de 50 anos, verificam-se
cinco mulheres acometidas por osteoporose para cada homem. (MONTILLA,
ALDRIGHI e MARUCCI, 2004).
É importante ressaltar que nem todas as fraturas devem ser associadas a
osteoporose: o uso de psicotrópicos em idosos e antihipertensivos pode contribuir
para as quedas e fraturas (HAWKER, 1996).
A Organização Mundial de Saúde (1994) definiu critérios de classificação
da osteoporose de acordo com a avaliação densitométrica, que mede o grau de
perda da massa óssea, observando também o quadro de normalidade. Esses
critérios o adotados pela Sociedade Brasileira de Densitometria Clínica (SBDens,
41
2006) e podem ser classificados em: normal, ostopenia, osteoporose e osteoporose
grave, severa ou estabelecida.
NORMAL
DMO até -1,0 desvios-padrões (DP)
OSTEOPENIA (massa óssea baixa)
DMO entre -1,1 e -2,5 DP
OSTEOPOROSE
DMO abaixo de -2,5 DP
OSTEOPOROSE SEVERA
DMO abaixo de -2,5 DP e presença de fraturas.
QUADRO 1: Critérios diagnósticos da Organização Mundial de Saúde para interpretação de
medidas de massa óssea em mulheres da raça branca. FONTE: OMS (1994).
Essa classificação está bem estabelecida para mulheres na pós-
menopausa, não existindo consenso sobre esses critérios em outras situações
clínicas como jovens e homens (PINTO NETO et al., 2002).
A osteoporose pode ser classificada em primária (idiopática) ou
secundária. A primária é classificada em tipo I e tipo II (MELLO, 2003). Na
osteoporose primária do tipo I, conhecida como pós-menopausa, ocorre uma rápida
reabsorção óssea e atinge, em geral, o osso trabecular; acomete mulheres entre 51
e 75 anos de idade (HAWKER, 1996; KRANE e HOLICK, 1998; MELLO, 2003). A
osteoporose tipo I, pós-menopausa, é a forma mais habitual de osteoporose
(FERNANDES et al., 2007b; LEITE, 1999).
A tipo II, ou senil, está relacionada ao envelhecimento e aparece por
deficiência crônica de cálcio, aumento de atividade do paratornio e diminuição da
formação óssea, atingindo mulheres e homens acima de 70 anos (FERNANDES et
al., 2007b; HAWKER, 1996; KRANE e HOLICK, 1998; MELLO, 2003).
A osteoporose do tipo secundária decorre de processos inflamatórios,
alterações endócrinas como hipertiroidismo e desordens adrenais, e por uso de
drogas como heparina, álcool, vitamina A e corticóides (HAWKER, 1996; MELLO,
2003).
42
Krane e Holick (1998) relatam que é importante fazer um diagnóstico
diferencial para não classificar outras enfermidades como osteoporose: mieloma
múltiplo, linfoma, leucemia e carcinoma metastático. Esses agravos resultam em
perda óssea difusa, sobretudo do osso trabecular da coluna vertebral, mesmo na
ausência de hipercalcemia. Na presença de dor, é importante estabelecer a
presença ou ausência de causas conhecidas da osteoporose para, então, realizar o
diagnóstico diferencial (KRANE e HOLICK, 1988).
O risco de osteoporose depende tanto da massa óssea máxima
alcançada nos anos da idade adulta jovem, quanto do índice de perda da massa nas
épocas posteriores (LANZILLOTTI et al., 2003). Cerca de 70% das osteoporoses são
predisposição genética e demonstram como cada indivíduo responde aos fatores
estressores externos, os outros 30%, são gerados por fatores ambientais (HAWKER,
1996). Fatores genéticos contribuem com cerca de 46% a 62% da DMO e, portanto,
38% a 54% podem ser afetados por fatores relacionados a estilo de vida (PINTO
NETO et al, 2002).
Um grande risco para osteoporose é: ser mulher branca, asiática, baixa,
magra e com história familiar da doença. Fumo (cigarros), alta ingestão de álcool e
café, sedentarismo e consumir pouco cálcio são considerados fatores de estilo de
vida que aumentam a probabilidade de osteoporose. Fortes evidências demonstram
que genética e estilo de vida são fatores importantes para determinar o pico de
massa óssea. Deficiência de vitamina D pode aumentar o risco de fratura na velhice.
Menopausa precoce (cirúrgica ou não) acelera o aparecimento de osteoporose
(CONSENSUS DEVELOPMENT CONFERENCE, 1993; FERNANDES et al, 2007b;
HAWKER, 1996).
Obesidade tem sido colocada como fator de proteção devido à conversão
de andrógeno em estrógeno no tecido adiposo (HAWKER, 1996). Essa afirmação é
citada também por outros autores, como Fernandes et al. (2007b)
Deficiências de estrógeno causadas, por exemplo, por anorexia nervosa,
excesso de exercícios e hiperprolactnemia induzem à perda óssea e podem reduzir
o pico de massa óssea (CONSENSUS DEVELOPMENT CONFERENCE, 1993),
induzindo, assim, a um processo de reabsorção óssea.
O diagnóstico da osteoporose acontece através de resultados de exames.
Contudo, a avaliação de fatores de risco é muito importante para identificar mulheres
de elevado risco para fraturas, aumentar a conscientização sobre osteoporose e
43
desenvolver estratégias sociais para prevenção de fraturas e tratamento da
osteoporose (PINTO NETO el al, 2002). Atualmente existem exames laboratoriais
como os marcadores de remodelação e formação óssea (fosfatase alcalina sérica
ósseo específica, osteocalcina e peptídeo procolágeno I), as ultra-sonografias e o
exame de densitometria óssea, que auxiliam no diagnóstico da osteoporose. O
exame de densitometria óssea é o mais amplamente utilizado para este fim
(FERNANDES et al, 2007b).
Os fatores de risco para baixa massa óssea, ou seja, para a osteoporose,
não são sensíveis o suficiente para diagnosticar ou excluir a doença. É muito
importante identificar as medidas de densidade mineral óssea e a densitometria é
hoje o exame de referência para o diagnóstico da osteoporose (PINTO NETO et al,
2002). Os autores acrescentam que a densitometria óssea deve ser realizada em
algumas situações, dentre elas, em mulheres na peri e pós-menopausa.
O principal tratamento da osteoporose é a prevenção uma vez que o
existem métodos efetivos de restaurar com qualidade os ossos de esqueletos com
osteoporose (CONSENSUS DEVELOPMENT CONFERENCE, 1993; FERNANDES
et al, 2007b; KRANE e HOLICK, 1988; LEITE, 1999; MELLO, 2003). A prevenção
inclui maximizar o pico de massa óssea e reduzir a associação da idade e pós-
menopausa com a perda óssea (CONSENSUS DEVELOPMENT CONFERENCE,
1993).
Dieta balanceada, suplementação de cálcio e vitamina D quando
necessário, exposição adequada ao sol (para sintetização da vitamina D sob
catalização dos raios solares) e exercícios físicos, principalmente com carga no caso
de idosos, são medidas de prevenção que auxiliam o pico de formação de massa
óssea até idade adulta e minimizam a perda de massa óssea nos idosos, evitando
fraturas (PINTO NETO et al., 2002).
A prevenção de quedas relatam Pinto Neto et al. (2002), evitaria 90% das
fraturas por osteoporose. Eles acrescentam o uso de coxins em quadril, boa
iluminação dos quartos e proximidade destes do banheiro, o uso de piso anti-
derrapantes e barras de apoio como algumas medidas que auxiliam na prevenção
de quedas.
Os fármacos que atuam no osso são classificados de anti-reabsortivos ou
agentes estimulantes de formação óssea. Cálcio, estrogênios/progestogênios,
calcitonina e bifosfanatos são agentes anti-reabsortivos, enquanto o fluoreto de
44
sódio, esteróides anabólicos, vitamina D e exercícios físicos são agentes
estimulantes da formação óssea (FERNANDES et al., 2007b).
Elementos importantes para fortalecimento da massa óssea e diminuição
da reabsorção pós-menopausa são necessários para o controle desta doença.
Podem ser usados: cálcio, vitamina D, reposição hormonal (calcitonina, bifosfanatos)
(KRANE e HOLICK, 1988; LEITE, 1999, MELLO, 2003), o fluoreto de sódio (KRANE
e HOLICK, 1988; MELLO, 2003), entre outros, como SERM (moduladores seletivos
de receptores de estrógeno), que apresentam, semelhante aos estrogênios, efeitos
favoráveis sobre a massa óssea (FERNANDES et al., 2007b; PINTO NETO et al,
2002).
Doses pequenas de flúor têm efeito benéfico para a massa óssea,
todavia, mais estudos são indicados (CONSENSUS DEVELOPMENT
CONFERENCE, 1993). Apesar de haver respostas terapêuticas individuais,
Fernandes et al (2007) acrescentam que controvérsias quanto a sua eficácia,
sendo questionada a qualidade do osso formado e a redução na incidência de
fraturas
“A primeira opção terapêutica no tratamento da osteoporose pós-
menopausal é a reposição hormonal associada a medidas gerais como adequada
ingestão de cálcio (1000-1500 mg de cálcio/dia) e atividade sica (LEITE, 1999, p.
442)”. A reposição hormonal tem lugar na prevenção e tratamento da osteoporose
estabelecida (FERNANDES et al., 2007b).
Sendo a osteoporose uma doença de grande importância para saúde
pública brasileira, mais estudos são necessários para um maior esclarecimento
sobre essa doença de abrangência nacional, principalmente no grupo de mulheres
pós-menopausadas, que é aquele mais afetado pela doença. Essas pesquisas
podem propiciar ações de saúde que auxiliem na melhoria da qualidade de vida da
população idosa.
Materiais e
Métodos
46
4 MATERIAIS E MÉTODOS
O presente estudo utilizou informações secundárias coletadas na
pesquisa “Osteoporose e doença periodontal em mulheres pós-menopausadas”,
realizada pelo Núcleo de Pesquisa, Prática Integrada e Investigação Multidisciplinar
(NUPPIIM) da UEFS Universidade de Feira de Santana (UEFS), no ano de 2006.
Essas informações são referentes aos dados sócio-demográficos, características
comportamentais e ao diagnóstico de osteoporose, que estão presentes no banco
de dados da pesquisa.
Foram coletados os dados referentes à prevalência de cárie, radicular e
coronária, e ao uso e necessidade de prótese dentária. Esses dados foram
adicionados ao banco de dados da pesquisa anterior, através do número de
identificação, para posteriormente serem analisados.
4.1 TIPO DE ESTUDO
Essa pesquisa é um estudo epidemiológico de corte transversal ou de
prevalência, de caráter descritivo. Os estudos transversais são importantes, pois
auxiliam na investigação da situação de saúde atual de determinada população
(PEREIRA, 2005). A abordagem descritiva objetiva desvelar os problemas de
saúde-doença na coletividade (ROUQUAYROL e BARRETO, 2003). “A
epidemiologia, portanto, na sua fase descritiva, abre caminhos ao surgimento de
novos conhecimentos acerca da distribuição das doenças e dos fatores que as
determinam (ROUQUAYROL e BARRETO, 2003, p.84).”
4.2 CAMPO DE ESTUDO
O campo de estudo utilizado abrangeu o Centro de Pesquisa e
Assistência à Reprodução Humana (CEPARH) e a Clínica 16 de Junho, da UEFS,
onde funciona a Clínica de Extensão em Periodontia da Disciplina Diagnóstico Oral I
da UEFS, ambos localizados na cidade de Feira de Santana, Bahia e prestam
atendimento, sem fins lucrativos, a pessoas do município.
47
4.3 POPULAÇÃO DE ESTUDO
Essas mulheres pós-menopausadas, com idade mínima de 50 anos,
participaram da pesquisa “Osteoporose e doença periodontal em mulheres pós-
menopausadas”, no segundo semestre de 2006.
No CEPARH- Feira de Santana, as mulheres que estavam presentes
no local eram convidadas para fazer a avaliação da condição bucal e tratamento
odontológico na Clínica de Extensão em Periodontia da Disciplina Diagnóstico Oral I,
que funciona na Clínica 16 de Junho.
Aquelas mulheres que aceitavam o convite eram agendas e
encaminhadas para a Clínica de Extensão em Periodontia da Disciplina Diagnóstico
Oral I, onde recebiam informações sobre o protocolo do estudo e o objetivo da
pesquisa “Osteoporose e doença periodontal em mulheres pós-menopausadas”.
Caso aceitassem, elas assinavam o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
autorizando sua inclusão na pesquisa. Foram critérios de inclusão da pesquisa: ter
idade mínima de 50 anos, com laudo densitométrico realizado a menos de 6 meses,
na fase pós-menopausal pelo menos 1 ano e ter pelo menos 4 dentes presentes
na boca no momento do exame periodontal, totalizando uma população de 139
mulheres.
Essa população da pesquisa “Osteoporose e doença periodontal em
mulheres pós-menopausadas”, e mais aquelas mulheres que foram excluídas desta
pesquisa por possuírem menos de 4 dentes, eram convidadas a participar do estudo
“Cárie e Osteoporose em mulheres pós-menopausadas”. Se aceitassem, assinavam
o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido autorizando sua inclusão na
pesquisa. É importante salientar que a pesquisa “Osteoporose e doença periodontal
em mulheres pós-menopausadas” teve início alguns meses antes da pesquisa
“Cárie e Osteoporose em mulheres pós-menopausadas”, por isso, algumas mulheres
desta população não foram convidadas.
48
4.4 AMOSTRA
Essas mulheres pós-menopausadas constituíram uma amostra de
conveniência. Elas vieram originalmente de uma clínica de diagnóstico de imagem, o
CEPARH - Feira de Santana, após a realização de exame densitométrico, e, a
maioria, participava do grupo que estuda a relação entre osteoporose e doença
periodontal.
Esse tipo de amostra, segundo Pereira (2005), é também denominada de
não-aleatória ou o-probabilística. O autor acrescenta que esse tipo de amostra é
útil para verificar se um problema existe, no universo que está inserido, contudo,
deve-se atentar, pois os resultados obtidos não produzem as freqüências realmente
existentes na população. Apesar da desvantagem citada anteriormente, as
vantagens do uso deste tipo de amostra são apreciáveis por conta das facilidades
operacionais e custo reduzidos, ou seja, para o conhecimento preliminar de um
problema (PEREIRA, 2005).
As mulheres participantes deste estudo, “Cárie e Osteoporose em
mulheres pós-menopausadas”, constituíram um único grupo.
FIGURA 5 Amostra
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N
C
C
I
I
A
A
49
4.5 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS
A coleta de dados ocorreu após a aprovação no Comitê de Ética em
Pesquisa da UEFS e seguiu o fluxo conforme descrito no item 4.4.
4.5.1 Instrumentos de Coleta de Dados
Na Clínica 16 de Junho, após a assinatura do consentimento livre e
esclarecido das participantes, foi utilizada uma ficha de exame clínico (APÊNDICE
B) como instrumento para coleta dos dados relativos à doença cárie e à necessidade
de prótese. Os dados sócio-demográficos e biológicos foram obtidos através de um
formulário (ANEXO A), utilizado na pesquisa “Osteoporose e doença periodontal em
mulheres pós-menopausadas”. O terceiro instrumento de coleta de dados foi
disponibilizado pelas participantes do estudo e constitui-se no laudo densitométrico
emitido pelo CEPARH (ANEXO B), que possuía, além do laudo referente à
densidade mineral óssea (g/cm
2
) e t-score, outros dados como peso e altura.
Foram utilizados do formulário os dados referentes a: idade, cor, paridade,
história médica, medicamentos utilizados, escolaridade, renda, hábitos alimentares,
hábitos de higiene bucal e assistência médica / odontológica. Considerou-se para a
variável cor da pele a definição dada pelo entrevistado (cor auto-referida).
A ficha de exame (APÊNDICE B) para coleta de dados sobre a condição
dentária e necessidade de prótese seguiu o mesmo padrão da utilizada pelo
Ministério da Saúde em 2003 para o levantamento epidemiológico das condições de
saúde bucal da população brasileira no país. Os códigos e critérios de classificação
da doença rie e da necessidade de prótese dentária estão baseados nos
parâmetros adotados pelo Ministério da Saúde e descritos detalhadamente no
APÊNDICE C (BRASIL, 2001).
50
QUADRO 2: Resumo dos Códigos para Avaliação de Cárie Dentária e Necessidade de Prótese
Dentária
FIGURA 6 Necessidade de prótese – ilustração. Fonte: BRASIL, 2001.
CÓDIGO
Dentes Permanentes
Coroa Raiz
CONDIÇÃO/ESTADO
0 0 Hígido
1 1 Cariado
2 2 Restaurado COM cárie
3 3 Restaurado SEM cárie
4
-
Perdido por Cárie
5 - Perdido por outras razões
6 - Apresenta selante
7 7 Apoio de ponte ou coroa
8 8 Não Erupcionado
T - Trauma (Fratura)
9
9
Dente excluído
Necessidade de
prótese dentária
NECESSIDADE
1
Substituir 1 elemento: UMA Prótese
fixa ou removível
2
Substituição 1 e/ou + elemento: UMA
Prótese fixa ou removível
3
Substituição 1 e/ou + elemento:
combinação de próteses, fixas ou
removíveis
4 Necessita de Prótese dentária total
8 NÃO SE APLICA
51
O diagnóstico de osteoporose foi verificado através de laudos
densitométricos apresentados pelas participantes do estudo. Os laudos
densitométricos foram anotados no banco de dados e os critérios que definiram o
diagnóstico da doença osteoporose, seguiram os estabelecidos pela Organização
Mundial de Saúde em 1994 (QUADRO 1).
4.5.2 Procedimento de Exame e Biossegurança
A esterilização dos instrumentais acontecia previamente na estufa (dia
anterior), por uma pessoa treinada para este fim, utilizando 170º por 1 hora. Os
exames foram realizados com sonda CPI, sonda para exame periodontal, com
esfera de 0,5 mm na ponta e área anelada em preto situada entre 3,5 mm e 5,5 mm
da ponta, conforme descrito por Brasil (2001) e ilustrado na Figura 7, além do auxílio
de refletor de luz e espelho bucal plano. Todas as normas de biossegurança foram
utilizadas.
FIGURA 7 Sonda CPI. Fonte: BRASIL, 2001.
4.6 VARIÁVEIS DE ESTUDO
Este estudo foi exploratório, com o intuito de descrever prevalência de
cárie e osteoporose em mulheres pós-menopausadas, além da necessidade de
prótese dentária, características sócio-demográficas, características
52
comportamentais e dados sobre assistência médica / odontológica, portanto, não
foram consideradas variáveis para testar hipóteses de associação.
O índice CPO-D foi utilizado para descrever a condição dentária, assim
como no levantamento epidemiológico de 2003 (BRASIL, 2004b). O valor do índice
relata Narvai (2000), é obtido num indivíduo, pela soma do número de dentes
permanentes cariados, perdidos e obturados, podendo variar, portanto, de 0 a 32. O
autor acrescenta que os componentes “C”, “P” e “O” referem-se, respectivamente,
aos dentes que no momento do exame, apresentam-se cariados, perdidos e
obturados e, em uma população, o valor do índice corresponde à média do grupo. A
utilização da nomenclatura em relação a este índice varia bastante na literatura,
conforme demonstrado no Quadro abaixo, sendo que índice CPO-D, CPO e CPOD
são usados como sinônimos. Neste trabalho, optou-se por utilizar a denominação
índice CPO-D.
CPO-D
ROSA et al (1992); PERES, NARVAI e CALVO (1997); OLIVEIRA et al (1998);
NARVAI (2000); TORRES (2003); BRASIL (2004); SILVA, SOUSA e WADA (2004);
RONCALLI (2005); HENRIQUES (2005); PEREIRA et al (2005).
CPO
ROSA et al (1992); PERES, NARVAI e CALVO (1997); OLIVEIRA et al (1998);
NARVAI (2000); MALTZ e SILVA (2001); BRASIL (2004); GOMES et al (2004);
RONCALLI (2005); PITTS, FEJERRSKOV e FHER (2005); MESAS, ANDRADE e
CABRERA (2006).
CPOD
PERES, NARVAI e CALVO (1997); DIEHNELT e KIYAK (2001); MALTZ e SILVA
(2001); GOMES et al (2004); SILVA, SOUSA e WADA (2004); PITTS, FEJERRSKOV
e FHER (2005); MESAS, ANDRADE e CABRERA (2006).
Quadro 3: A utilização das diversas nomenclaturas para o mesmo índice CPO-D.
Variáveis analisadas:
Características sócio-demográficas: escolaridade, renda, trabalho,
número de moradores na casa, número de filhos, situação conjugal.
Características biológicas gerais: idade, peso, altura, cor da pele, idade
da menarca e da menopausa, presença de doenças sistêmicas,
classificação de osteoporose, história anterior de fratura.
Características biológicas de saúde bucal: índice CPO-D, avaliação da
condição radicular, necessidade de prótese dentária, edentulismo.
53
Características comportamentais: uso de medicação, uso de TRH, uso
de anticoncepcional no passado, tabagismo, consumo de bebidas
alcoólicas, consumo de: café, refrigerante, açúcar e adoçante, exposição
ao sol, atividade física, freqüência diária de escovação e número de
refeições.
Assistência médica / odontológica: última visita ao ginecologista, última
visita ao dentista, tipo de menopausa, conhecimento sobre osteoporose,
tipo de assistência odontológica, orientação recebida sobre higiene bucal,
sobre uso de fio dental e sobre consumo de açúcar.
4.7 ANÁLISE DOS DADOS
Os dados coletados foram armazenados no banco de dados utilizado na
pesquisa “Osteoporose e doença periodontal em mulheres pós-menopausadas”,
usado no programa estatístico SPSS (Statical Package for Social Sciences), na
versão 1.0. Para análise e processamento dos dados, além do SPSS, utilizou-se
também o “R” The R Foundation for Statistical Computing versão 2.2.1.
O banco de dados da pesquisa “Osteoporose e doença periodontal em
mulheres pós-menopausadas” havia sido validado. Assim, após a incorporação
dos dados referentes à pesquisa Cárie e osteoporose em mulheres pós-
menopausadas”, procedeu-se a análise da qualidade do banco de dados através da
listagem das freqüências simples de todas as variáveis, a fim de observar a
qualidade da digitação e corrigir os erros encontrados.
Foi realizada, então, a análise descritiva e exploratória da população
estudada segundo: características sócio-demográficas, características biológicas
gerais e de saúde bucal, características comportamentais e assistência médica /
odontológica.
Apesar de não ser o objetivo deste estudo, posteriormente, fez-se uma
análise univariada para examinar possíveis associações das variáveis gerais, tendo
como variáveis dependentes a cárie (CPO-D) e o diagnóstico de osteoporose.
54
4.8 CONSIDERAÇÕES ÉTICAS
Essa pesquisa utilizou como referência sobre os aspectos éticos a
Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde, observando os referenciais
básicos da bioética (BRASIL, 1996).
As participantes do estudo assinaram voluntariamente um Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido (APÊNDICE A), em duas vias, que constou:
justificativa, objetivos e procedimentos utilizados; possíveis desconfortos e
benefícios da pesquisa; garantia de sigilo, privacidade e anonimato; formas de
ressarcimento das despesas decorrentes da participação na pesquisa, além das
formas de indenização diante de eventuais danos decorrentes da pesquisa. As
participantes podiam abandonar o estudo a qualquer momento, sem perda do direito
ao tratamento odontológico que era oferecido gratuitamente através da Clínica de
extensão em Periodontia da Disciplina Diagnóstico Oral I da UEFS.
Este trabalho foi aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa da UEFS
conforme pode ser verificado no anexo C, através do ofício CEP-UEFS n
o
. 303/2006
de 18 de setembro de 2006.
Resultados e
discussão
56
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1 LIMITAÇÕES DO ESTUDO
Este estudo apresentou limitações peculiares a estudos de corte
transversal e ao tipo de amostra utilizada (amostra de conveniência). É possível ter
havido um viés de seleção, visto que foram envolvidas apenas mulheres que
freqüentaram um determinado serviço de saúde (centro de diagnóstico de imagem).
Portanto, o fato de não ter encontrado nenhum caso de osteoporose pode ser em
decorrência dessas mulheres terem maior cuidado com a própria saúde,
freqüentarem mais os Centros de Saúde e, por isso, adoecerem menos. Em relação
à cárie dentária, a amostra e o tipo de estudo permitiram alcançar os objetivos da
pesquisa de caráter descritivo.
Quando testadas as variáveis relativas a ambas as doenças, não se
encontrou significância estatística, reforçando a limitação deste desenho de estudo
para análises mais aprofundadas.
5.2 CARACTERÍSTICAS SÓCIO-DEMOGRÁFICAS
As características sócio-demográficas descritas abaixo estão
especificadas na TABELA 1.
A baixa escolaridade foi marcante: 64,5% (n=69) das participantes
estudaram somente, até o ensino fundamental e 10,3% relataram ser analfabetas
(n=11). Somente 1,9% (n=2) relataram ter alcançado o nível superior, contudo,
nenhuma delas completou o curso. Em relação à situação conjugal, elas se dividem
em: casada/união livre, viúva, solteira e separada/divorciada.
A maioria (74,80%, n=80) possuía renda própria. A fonte de renda foi
dividida em: trabalho (formal/informal) representando apenas 23,4% (n=25) do total
das participantes e aposentadoria/pensão verificado em 51,4% dos casos (n=55).
Quando questionadas em relação ao trabalho, 22,6% (n=24) das mulheres
pós-menopausadas referiram nunca ter trabalhado fora de casa, ou seja, sempre
exerceram trabalho doméstico. Em relação à ocupação atual, 74,3% não possuía
ocupação no período da pesquisa (não trabalhava) e as demais atuavam como:
57
comerciante (6,7%, n=7), costureira (5,7%, n=6), agricultora (3,8%, n=4), serviços
gerais (3,8%, n=4), doméstica (1,9%, n=2), agente comunitária (1,0%, n=1), artesã
(1,0%, n=1), auxiliar de enfermagem (1,0%, n=1) e cozinheira (1,0%, n=1).
Quanto à moradia, poucas moravam sozinhas (9,4%, n=10). A maioria das
mulheres pós-menopausadas estudadas dividia a casa com até 03 pessoas (62,3%,
n=66). O número médio de moradores nas casas foi de 3,63 variando de 01 (quando
a entrevistada relatou morar sozinha) a 12 pessoas.
A renda familiar situou-se, em geral, entre 1 e 3 salários mínimos (86,9%,
n=93), todavia, algumas possuíam renda familiar abaixo de 1 salário mínimo (6,5%,
n=7).
A maioria do grupo teve mais do que 5 filhos ( 54,3%, n=57).
58
TABELA 1 Distribuição das características sócio-demográficas entre mulheres pós-
menopausadas, atendidas em uma clínica de diagnóstico por imagem, Feira de
Santana, Bahia, 2006.
Características sócio-demográficas
n
Freqüência %
Escolaridade
Analfabeto
11
10,3
ensino fundamental 69
64,5
ensino médio
25
23,4
ensino superior
2
1,9
Total
107
100,0
Fonte de renda
trabalho (formal/informal)
25
23,4
aposentadoria/pensão 55
51,4
sem renda própria
27
25,2
Total 107
107
Trabalho
trabalha
28
26,4
nunca trabalhou
24
22,6
Desempregada
22
20,8
Aposentada 32
30,2
total (*1 dado perdido) 106*
100,0
Ocupação atual
Agente comunitário
1
1,0
Agricultora
4
3,8
Artesã
1
1,0
Comerciante/autônoma 7
6,7
Auxliar de enfermagem
1
1,0
Costureira
6
5,7
Cozinheira
1
1,0
Doméstica
2
1,9
Serviços gerais
4
3,8
não trabalha
78
74,3
total (**2 dados perdidos) 105**
100,0
Renda familiar
< que 1 salário minimo
7
6,5
1 a 3 salários minimos 93
86,9
> 3 salários minimos
7
6,5
Total 107
100,0
Número de moradores na casa
mora sozinha
10
9,4
divide a casa com até 3 pessoas 66
62,3
divide a casa com > 4 pessoas
30
28,3
total (*1 dado perdido)l 106*
100,0
Número de filhos
Nulípera (sem filhos)
6
5,7
< 5 filhos
42
40,0
> ou igual a 5 filhos 57
54,3
total (**2 dados perdidos) 105**
100,0
Situação conjugal
Solteira
10
9,3
casada/uniao livre
50
46,7
separada/divorciada
7
6,5
Viúva
40
37,4
Total 107
100,0
59
A caracterização sócio-demográfica das mulheres pós-menopausadas em
Feira de Santana, permite compreender um pouco a situação de vida que muitas
outras mulheres podem estar vivendo atualmente. Os resultados deste estudo
restringem-se a este grupo, logo, os achados não podem ser extrapolados para a
população. Apesar da amostra ter sido de conveniência, os resultados quanto à
baixa escolaridade são semelhantes aos encontrados em estudos por autores como
Costa-Paiva et al. (2003);Henriques (2005); Lorenzi et al. (2005) e Lorenzi e
Saciloto (2006). O baixo número de mulheres com alguma ocupação remunerada
(trabsalho) encontrado neste estudo (26,4%), confirma os achados do estudo de
Lorenzi e Saciloto (2006) no qual apenas 29,9% apresentaram alguma ocupação
remunerada.
Fatores como: o ter renda própria; estar desempregada; dividir a casa
com mais de 4 pessoas ou ter como renda familiar menos de um salário mínimo,
auxiliaram na caracterização do baixo nível sócio-demográfico encontrado neste
estudo.
A mulher por volta da meia-idade é direcionada a assumir funções que a
sobrecarregam, como por exemplo, a aposentadoria, que afeta a sua identidade, e
pais idosos que demandam cuidados (MORI, COELHO e ESTRELLA, 2006).
Avalund et al. (2003) falam da importância das relações sociais em idades mais
avançadas, todavia, faz-se necessário avaliar a singularidade de cada mulher:
conviver sob o mesmo teto com netos, genros e noras por necessidade pode não ser
prazeroso para ela. Baixos níveis sócio-demográficos associados a fatores como
cuidar dos netos, ter aposentadoria como a única fonte de renda da família, entre
outros podem consternar a vida da mulher nesta fase da vida.
5.3 CARACTERÍSTICAS BIOLÓGICAS GERAIS
O grupo estudado teve em média 59,6 anos, variando de 50 a 81 anos. O
peso dessas mulheres foi em média 64,3 Kg e a altura dia 1,6 m. A menarca
aconteceu, em média, aos 13,4 anos de idade e a menopausa ocorreu por volta de
46 anos. As mulheres estudadas estão sem menstruar a cerca de 13 anos, sendo
que esse dado variou de 1 a 45 anos (Tabela 2).
60
Tabela 2 Distribuição das características biológicas gerais: idade, peso, altura, idade da
menarca e idade da menopausa, em mulheres pós-menopausadas, atendidas em
uma clínica de diagnóstico por imagem, Feira de Santana, Bahia, 2006.
A maioria do grupo estudado auto-referiu a cor da pele como negra (76,6%,
n=82,), possui idade menor que 65 anos (79,4%, n=85), teve a menarca aos 13 anos
ou mais (65,7%, n=69), e a menopausa com mais de 46 anos (59,4%, n=63),
conforme descrito na Tabela 3.
Tabela 3 Características biológicas gerais: cor, idade, menarca e menopausa, em
mulheres pós-menopausadas, atendidas em uma clínica de diagnóstico
por imagem, Feira de Santana, Bahia, 2006.
Este estudo com mulheres pós-menopausadas contou com um demilitador
de exclusão para idade inferior a 50 anos ou menos, o que difere da literatura onde o
Média Mediana
Desvio-
padrão Moda Variância Mínimo Máximo
Características biológicas
Idade (anos)
59,6 58,0
6,97
múltiplas 48,5 50
81
Peso (Kg)**
64,3 62,0
11,72
65,0 137,3 44
100
Altura (m)**
1,6 1,6
0,05
1,61 0,0 1,46
1,71
Idade menarca**
13,4 13,0
1,7
13 2,9 10
17
Idade menopausa*
46,4 48,0
5,6
50 31,8 29
61
Tempo sem menstruar
13,1 12,0
8,2
12 66,6 1
45
**2 dados perdidos /*1 dado perdido
Características biológicas
n
Freqüência %
Frequência
acumulativa %
Cor
Negra (preto+pardo)
82
76,6 76,6
Branca
25
23,4 100,0
Total 107
100,0
Idade dicotomizada
< 65 anos
85
79,4 79,4
>ou igual 65 anos
22
20,6 100,0
Total
107
100,0
Menarca dicotomizada
< 13 anos
36
34,3 34,3
> ou igual 13 anos
69
65,7 100,0
total (**2 dados perdidos)
105**
107
Menopausa dicotomizada
< 46 anos
43
40,6 40,6
> ou igual 46 anos
63
59,4 100,0
total (*1 dado perdido)
106*
100,0
61
principal fator de inclusão nos estudos foi apenas estar na menopausa, ou seja,
amenorréia pelo menos 1 ano (COSTA-PAIVA et al., 2003; LANZILLOTTI et al.,
2003; SANTOS-SÁ et a.l, 2004). Talvez por isso, a média de idade (59,63 anos) e a
mediana (58 anos) tenham sido diferentes do encontrado em outros estudos com
mulheres pós-menopausadas: média de 54 anos (COSTA-PAIVA et al., 2003;
LORENZI et al., 2005, LORENZI e SACILOTO, 2006) e mediana 51 anos (SANTOS-
et al., 2004). Henriques (2005), além da amenorréia pelo menos um ano,
também delimitou a idade inicial em 40 anos, e a média da idade encontrada pelo
autor entre as mulheres estudadas foi de 57,4 anos.
A média de idade da menopausa encontrada foi de 46,4 anos, muito
próximo ao encontrado por Costa-paiva et al. (2003), 45,9 anos, Henriques (2005),
44,8 anos,Lorenzi et al. (2005), 47,7 anos, Lorenzi e Saciloto (2006), 47,9 anos. A
idade média da menarca encontrada no grupo estudado foi de, 13,4 anos, sendo
semelhante ao relatado por esses mesmos autores.
O número médio de gestações (6,4), de filhos nascidos (5,7) e de abortos
(2,0) foi diferente do observado por Costa-Paiva et al. (2003): 2,6 (gestações), 2,5
(partos) e 1,6 (abortos). Lorenzi e Saciloto (2006), semelhante ao resultado
verificado nesta pesquisa, relataram que 5,7% das mulheres pós-menopausadas
nunca engravidaram.
Amadei et al. (2006) relatam que a osteoporose atinge uma em cada
quatro mulheres na menopausa e que aos 65 anos, uma em cada três apresentará
osteoporose. Apesar de autores como Costa-paiva et al. (2003) e Henriques (2005)
terem observado prevalência de osteoporose e osteopenia em mulheres pós-
menopausadas, não foi encontrado neste estudo nenhum caso de osteoporose.
Todavia, a prevalência de osteopenia foi alta, 80,4%, confirmando a literatura que
cita a perda do volume ósseo neste período (CONSENSUS DEVELOPMENT
CONFERECE, 1993; FERNANDES et al., 2007b; HAWKER, 1996). Como já foi
descrito anteriormente, esse pode ter sido um viés de seleção visto que a amostra
estudada foi proveniente de uma clínica de diagnóstico por imagem.
Nenhuma das pesquisadas apresentava osteoporose, de acordo com o
laudo densitométrico emitido pela clínica de diagnóstico por imagem e segundo
classificação referida pela OMS (1994). Por isso, as participantes deste estudo foram
classificadas apenas em normais (19,6%, n=21) ou com osteopenia (80,4%, n=86).
62
Quanto à presença de doenças sistêmicas, as participantes referiram:
diabetes (6,5%, n=7), cardiopatias (7,5%, n=8), hipertensão (66,4%, n=71), alteração
na tireóide (2,8%, n=3), problemas gastrintestinais (19,6%, n=21), doença renal
(1,9%, n=2), artrite (13,1%, n=14), câncer (0,9%, n=1) e outras (18,7%, n=20). As
mulheres que referiram outras doenças (18,7%, n=20), citaram: artrose (9,3%,
n=10), doença de chagas (1,9% n=2), anemia falciforme (0,9% n=1), labirintite (3,7%
n=4), sinusite (1,9%, n=2), HTLV (0,9%, n=1).
Pode-se verificar ainda na Tabela 4 que muitas das participantes
queixavam-se de dores de coluna (83,2%, n=89). Apenas 17% (n=18) relataram a
ocorrência de fraturas, sendo que, conforme descrito nos formulários da pesquisa,
77,8% (n=14) das fraturas ocorreram por quedas e 22,2% (n=4) por acidentes, como
por exemplo, acidentes automobilísticos. As fraturas ocorreram nos seguintes locais:
(33,3%, n=6), punho (22,2%, n=3,7), braço (16,7%, n=3), joelho e mão (11,11%,
n=2), costela (5,6%, n=1), quadril (5,6%, n=1) e dedos (5,6%, n=1).
Quando questionadas sobre algum caso de osteoporose na família, 35,5%
(n=38) relataram ter havido algum caso na família. Na Tabela 4 está também
detalhado o grau de parentesco destes familiares.
63
Tabela 4 Características biológicas gerais em mulheres pós-menopausadas, atendidas em uma
clínica de diagnóstico por imagem, Feira de Santana, Bahia, 2006.
Características biológicas
n
Freqüência %
Doenças
Hipertensão
sim 71
66,4
não
36
33,6
Diabetes
sim
7
6,5
não 100
93,5
Cardiopatias
sim
8
7,5
não 99
92,5
Alteração na Tireóide
sim
3
2,8
não 104
97,2
Câncer
sim
1
0,9
não 106
99,1
Alterações
Gastrointestinais
sim
21
19,6
não 86
80,4
Alteração Renal
sim
2
1,9
não 105
98,1
Artrite
sim
14
13,1
não 93
86,9
Outras Doenças
sim
20
18,7
não 87
81,3
Total 107
100,0
Classificação Osteoporose segundo OMS
Normal
21
19,6
Osteopenia 86
80,4
Osteoporose
0
100,0
Total 107
História de fratura
Sim
18
17,0
Não
88
83,0
total (*1 dado perdido) 106
Região da fratura
Braço
3
16,7
6
33,3
Dedo
1
5,6
joelho e mão
2
11,1
Punho
4
22,2
Quadril
1
5,6
Costela
1
5,6
total(excluídos aquelas sem história de fratura = 88) 18
100,0
Dores de coluna
Sim 89
83,2
Não
18
16,8
Total 107
Caso de osteoporose na família
Sim
38
35,5
Não
69
64,5
Total 107
100,0
Grau de parentesco
mãe/pai
21
52,5
Irmãos
13
32,5
tios/primos
3
7,5
Avós
3
7,5
total (excluídas aquelas sem caso na família = 67) 40
100,0
64
A ocorrência de fraturas é bastante comum (CONSENSUS DEVELOPMENT
CONFERECE, 1993), diferindo do que foi observado no grupo, onde apenas 17%
das participantes relataram história de fratura. Fatores genéticos são fatores de risco
para osteoporose, principalmente história materna de fratura de colo femural e/ou
osteoporose (KRANE e HOLICK, 1988; PINTO NETO et al., 2002). No grupo
estudado, houve baixo percentual de história familiar de osteoporose (35,5%) e esse
achado pode estar relacionado com a ausência de casos de osteoporose. Nas
mulheres, a pida ascensão de fraturas nas vértebras, que inicialmente o
associadas à menopausa, são seguidas, com freqüência, por fraturas de punho e
quadril, as quais estão mais relacionadas com a idade avançada (HAWKER, 1996).
A fratura de quadril na osteoporose pode ocorrer em 90% dos casos devido a
quedas (PINTO NETO et al., 2002). No presente estudo, é provável que o baixo
índice de fraturas, esteja associado à ausência de osteoporose entre as mulheres
estudadas. Assim, seria conveniente a continuidade do acompanhamento destas
mulheres para verificar se esses casos de osteopenia evoluirão para osteoporose,
com o avançar da idade.
5.4 CARACTERÍSTICAS BIOLÓGICAS DE SAÚDE BUCAL
A Tabela 5 demonstra a situação de saúde bucal em relação a dentes
3
e
raízes examinadas e ao índice CPO-D
4
. A média de dentes presentes em boca na
hora do exame foi de 12,8 dentes, sendo este valor muito próximo da mediana
(12,0), o que indica consistência dos dados. Quanto às raízes examinadas, verificou-
se que a média e a mediana também foram bem próximas, 5,8 e 5,0,
respectivamente. A distribuição de cárie, quando medida através do CPO-D,
demonstra uma realidade muito precária: cerca de 20,6 dentes, em média foram
acometidos pela doença cárie.
3
Ao dizer dente(s), considerou-se a avaliação da(s) coroa(s) como determina o índice CPO-D (APÊNDICE C).
4
Excluiu-se da análise todos os dentes perdidos por outras razões.
65
Tabela 5 Distribuição das características biológicas de saúde bucal: dentes presentes na boca,
índice CPO-D e raízes examinadas em mulheres pós-menopausadas, atendidas em
uma clínica de diagnóstico por imagem, Feira de Santana, Bahia, 2006.
O gráfico 01 caracteriza a situação das coroas (dentes) e raízes quanto à
história de cárie nestas mulheres. Pode-se observar que o percentual acometido
por cárie foi maior entre as coroas do que entre as raízes. Verificou-se que 21,20%
das coroas estavam obturadas, enquanto apenas 5,46% das raízes estavam-se
neste estado. A situação de cárie atual também apresentou grande diferença:
12,87% das coroas contra apenas 3, 69% das raízes. Pode-se, portanto, afirmar
que a prevalência de cárie foi maior entre as coroas do que entre as raízes
examinadas.
82,66%
63,30%
3,69%
12,87%
5,46%
21,20%
8,19%
2,63%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Dentes Raízes
excluídos
obturados
cariados
gidos
Gráfico 1 Distribuição percentual de dentes e raízes hígidos, cariados, obturados e excluídos,
em relação ao total de coroas e raízes examinadas das mulheres pós-
menopausadas, atendidas em uma clínica de diagnóstico por imagem, Feira de
Santana, Bahia, 2006.
Média Mediana
Desvio-
padrão Moda Variância Mínimo Máximo
Saúde Bucal
Dentes presentes na boca
12,8
12,00 7,20
12 51,9
0
29
CPO-D
20,6
23,00 8,83
múltiplas
77,9
0
32
Raízes examinadas
5,8
5,00 3,99
múltiplas
15,9
0
23
Coroas
66
O Gráfico 2, retrata a história de rie nestas mulheres, observando
apenas os dentes que compõem o índice CPO-D. A ausência de dentes, ou seja,
perdidos, representou quase 79% da composição do índice, caracterizando não só a
história passada da doença cárie, mas revelando um histórico de prática mutiladora
da Odontologia sofrido por estas mulheres. Neste estudo, pode-se afirmar que os
dentes perdidos ocorreram por causa da cárie, pois durante o exame clínico era
questionada a causa da perda da unidade dentária. As mulheres pós-menopausadas
estudadas citaram, por exemplo, a perda por cárie como: “apodrecimento”, “dente
furado”, “estragado” e a perda dentária por doença periodontal como: “dente mole”,
“piorréia”, “aquela doença que destrói a raiz do dente e ele cai”. Portanto, para
análise do componente perdido do CPO-D, excluiu-se os dentes perdidos por outras
razões. Os dentes obturados com cárie ativa (obturados/cariados) representaram
25% do total de dentes cariados (Gráfico 3)
7,96% (n=176)
78,90%
(n=1743)
13,12%
(n=290)
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
TOTAL dentes CPO
OBTURADOS
PERDIDOS
CARIADOS
Gráfico 2 Distribuição percentual de dentes cariados, perdidos e obturados na composição do
índice CPO-D, nas mulheres pós-menopausadas, atendidas em uma clínica de
diagnóstico por imagem, Feira de Santana, Bahia, 2006.
67
75%
25%
cariados apenas obturados/cariados
Gráfico 3 Distribuição percentual de dentes obturados/cariados e cariados apenas no
total de dentes cariados das mulheres pós-menopausadas, atendidas em uma
clínica de diagnóstico por imagem, Feira de Santana, Bahia, 2006.
A meta da OMS para 2010 é que pelo menos 50% das pessoas de 65 a
74 anos tenham pelo menos 20 dentes funcionais na boca. No presente estudo,
apenas 20% do grupo de mulheres pós-menopausadas alcançou essa meta (Gráfico
4).
A OMS não especifica uma classificação para o CPO-D no grupo etário
de 50 a 64 anos nas análises epidemiológicas, todavia, neste estudo, foram feitas
três categorizações. A primeira categoria envolveu todas as mulheres estudadas, de
acordo com a classificação da OMS para o grupo de 64 a 75 anos, segundo a qual,
50% das pessoas nesta faixa etária deverão ter pelo menos 20 dentes funcionais
presentes na boca no ano de 2010. No presente estudo, verificou-se que 80,0% das
mulheres não atingiram esta meta. A segunda categorizou o índice CPO-D
encontrado pelos valores semelhantes ao preconizado pela OMS para o grupo de 35
a 44 anos segundo a qual são considerados altos, os índices CPO-D acima de 13,9.
O percentual de mulheres pós-menopausadas estudadas com CPO-D acima de
13,9, foi de 80,4%. Na terceira categoria, foram feitas comparações com o SB Brasil
(BRASIL, 2004b) tendo sido o grupo estudado dividido em: CPO-D igual a zero e
CPO-D maior que zero. Esses dados estão expostos na Tabela 6.
Apenas 11,07% da população de 64 a 75 anos da região nordeste
alcançou a meta da OMS(BRASIL, 2004b). Mesas, Andrade e Cabrera (2006),
verificaram no grupo estudado, que apenas 8,8% das mulheres idosas possuíam 20
dentes ou mais. Fica evidente que estes valores são muito distantes da meta da
68
OMS para 2010, que é 50%. A falta de dentes trás impactos negativos tanto para a
auto-estima das pessoas quanto dificulta a alimentação, principalmente em idosos.
80%
20%
POSSUÍA 20 OU + DENTES
POSSUÍA MENOS DE 20 DENTES PRESENTES
Gráfico 4 Distribuição percentual de mulheres pós-menopausadas atendidas em uma
clínica de diagnóstico por imagem, que possuíam 20 ou mais dentes
presentes na boca, Feira de Santana, Bahia, 2006.
Tabela 6 Distribuição prevalência de cárie medida pelo CPO-D, segundo critérios da
OMS, classificação pelo SB Brasil e categorizado em mulheres pós-
menopausadas, atendidas em uma clínica de diagnóstico por imagem,
Feira de Santana, Bahia, 2006.
Nesta pesquisa, apenas 3,7% das mulheres possuía CPO-D igual a zero
(Tabela 6), diferente do encontrado na região nordeste, em 2003, na idade 64 a 75
anos apenas 0,35% da população apresentava este CPO-D (BRASIL, 2004b).
Saúde Bucal
n
Freqüência %
Meta OMS (50% população idade > = 65 com 20 ou +
dentes funcionais)
<20 dentes funcionais 86
80,0
> ou igual a 20 dentes funcionais
21
20,0
Total
107
100,0
CPO-D pelo SB Brasil (2004)
CPO-D = 0
4
3,7
CPO-D > 0 103
96,3
Total 107
100,0
CPO-D categorizado
muito baixo (< 5)
8
7,5
baixo (5-8,9)
6
5,6
moderado (9-13,9)
7
6,5
Alto( > 13,9) 86
80,4
Total
107
100,0
POSSUIA 20 OU + DENTES
PRESENTES
POSSUIA MENOS DE 20 DENTES PRESENTES
69
A condição de saúde bucal dessas mulheres pós menopausadas não é
favorável. Dentre elas, 100% necessita de prótese em pelo menos uma das arcadas
e 34,6% delas não utiliza nenhum tipo de prótese para substituir os elementos
perdidos. A distribuição do uso e necessidade de prótese dentária está descrita na
Tabela 7. Foi observado que 35,5% destas mulheres possuem pelo menos uma
arcada edêntula, ou seja, sem dentes presentes e a arcada superior foi a mais
prevalente, constituindo 84,2% do total de arcadas edêntulas (Tabela 7).
Tabela 7 Edentulismo, uso e necessidade de prótese dentária, em mulheres pós-
menopausadas, atendidas em uma clínica de diagnóstico por imagem,
Feira de Santana, Bahia, 2006.
Saúde Bucal n
Freqüência %
Necessidade de Prótese
Sim 107 100,0
Não
0
0,0
Total
107 100,0
Necessidade de prótese por arcada
Apenas na Superior
3
2,8
Apenas na Inferior
4
3,7
Superior e inferior 100 93,5
Total 107 100,0
Necessidade de prótese (arcada superior)
01 PF ou PPR ( 01 elemento)
3
2,9
01 PF ou PPR (+ de 01 elemento)
7
6,8
COMBINAÇÃO de próteses
(+ de 01 elemento)
56 54,4
PRÓTESE TOTAL
37 35,9
total *
( excluídos os que não necessitam na superior = 4)
103* 100,0
Necessidade de prótese ( arcada inferior)
01 PF ou PPR ( 01 elemento)
3
2,9
01 PF ou PPR (+ de 01 elemento)
4
3,8
COMBINAÇÃO de próteses
(+ de 01 elemento)
90 86,5
PRÓTESE TOTAL
7
6,7
total **
(excluídos os que não necessitam na inferior = 3)
104** 100,0
Uso de prótese
Sim 70 65,4
Não
37 34,6
Total 107 100,0
Uso de prótese por arcada
Apenas Superior 46 65,7
Apenas Inferior
3
4,3
Superior e inferior
21 30,0
total *** (excluídos os que não usam= 37) 70*** 100,0
Edentulismo
Sim
38 35,5
Não 69 64,5
Total 107 100,0
Edentulismo por arcada
Superior 32 84,2
Inferior
3
7,9
Superior e inferior
3
7,9
total (**** excluídos os não edêntulos =69) 38**** 100,0
70
O edentulismo está associado, principalmente, aos baixos níveis sócio-
demográficos (PERTERSEN e YAMAMOTO, 2005). Watt e Sheiham (1999), afirmam
que no Reino Unido o edentulismo é um grande marcador de iniqüidade social.
“Dificuldades de acesso à assistência odontológica e a naturalização da
perda dentária constituem fatores sociais e culturais fortemente imbricados que
resultam em edentulismo precoce (HIRAMATSU, TOMITA e FRANCO, 2007, p.
1051)”.
No grupo avaliado, o percentual de edentulismo foi considerado alto
(35,5%), semelhante ao relatado por autores como: Watt e Sheiham, (1999) 25%,
Torres, (2003) 30,5%. Valores mais altos foram relatados por Mesas, Andrade e
Cabrera, (2006), 43,1% de edentulismo no grupo estudado. Rosa et al., (1992)
verificaram que 65% dos idosos domiciliados e 84% dos idosos de instituições
estavam nesta condição de edentulismo.
Considerando o percentual de edentulismo por arcada, Mesas, Andrade e
Cabrera (2006), observaram que a arcada superior foi mais prevalente, com 64,%,
enquanto que na arcada inferior, foi de 45,3%. No grupo de mulheres pós-
menopausadas estudadas, a arcada superior também foi mais prevalente,
apresentando o percentual de edentulismo de 84,2% contra 7,9% na arcada inferior.
Ainda neste grupo de mulheres, verificou-se que o edentulismo em ambas as
arcadas aconteceu em 7,9% dos casos.
A situação de saúde bucal encontrada no grupo de mulheres pós-
menopausadas acima de 50 anos foi preocupante, mas não muito diferente do
encontrado, na literatura brasileira, sobre adultos e idosos. Os achados deste estudo
reiteram a afirmação de Peres, Narvai e Calvo (1997) que diz ser a cárie dentária
uma doença de grande prevalência na cavidade bucal.
O perfil de saúde de pacientes examinados em relação à cárie varia de
acordo com: área de abrangência da prática profissional, fatores socioeconômicos e
cuidados para acesso às práticas das políticas públicas. (PITTS, FEJERSKOV e
FEHR, 2005).
É importante ressaltar que alguns estudos utilizados nesta discussão,
quanto ao índice CPO-D, não categorizam por sexo, portanto, algumas comparações
serão feitas somente em relação aos grupos etários.
71
Em relação à média de CPO-D, encontrou-se nesta pesquisa em
mulheres pós-menopausadas o valor de 20,6. Apesar de terem sido encontrados
valores semelhantes em outros trabalhos, comparações devem ser evitadas, pois
não existe padronização quanto à faixa etária.
Em 1980, na cidade de são Paulo, a média CPO-D de pessoas entre 50-
59 anos foi de 26,49 dentes (PINTO, 1983). Em 1986, segundo Brasil (2006) ocorreu
o primeiro levantamento epidemiológico da área de saúde bucal com abrangência
nacional, embora restrito à zona urbana, tendo sido encontrado, na faixa dos 50 aos
59 anos a media CPO-D de 27,21 dentes.
Rosa et al. (1992) estudaram as condições de saúde bucal no grupo
populacional com 60 anos ou mais, na cidade de São Paulo em 1989 e observaram
CPO-D de 29,03 para os idosos examinados no domicílio e, entre idosos
examinados nas instituições, CPO-D de 30,97.
Em 2000, o grupo de idosos com idade entre 65-74 anos apresentou
CPO-D médio de 29,5 (GOMES et al., 2004).
Em 2003, nas pessoas examinadas pelo projeto SB Brasil (BRASIL,
2004b), a média do CPO-D foi de 27,8 dentes entre o grupo de 65 a 74 anos. Ainda
em 2003, verificou-se entre pessoas de 65-74 anos, uma média CPO-D de 31,09
(SILVA, SOUZA e WADA, 2004).
Em 2005, Henriques (2005) avaliou a condição de saúde bucal de
mulheres pós-menopausadas e verificou uma média do índice CPO-D de
26,7dentes. Ainda neste ano, um grupo de idosos entre 60 a 74 anos de Londrina,
apresentou índice CPO-D médio de 27,9 (MESAS, ANDRADE e CABRERA, 2006).
Pertersen e Yamamoto (2005), afirmam que mundialmente a saúde oral
inadequada da população idosa está refletida em altos índices de CPO-D, incluindo
o componente perdido. No grupo de mulheres pós-menopausadas estudadas, o
componente perdido representou 78,90% do índice. Esse alto percentual do
componente perdido, também é verificado na literatura por outros autores: 89,3% em
mulheres de 60 a 74 anos (MESAS, ANDRADE e CABRERA, 2006); 91,79%
considerando a faixa etária de 65-74 anos, em cidades com mais de 100.000
habitantes (BRASIL, 2004); 92,64% (SILVA, SOUZA e WADA, 2004); 93,5% para
idosos domiciliados e 96,1% para idosos asilados (ROSA et al., 1992); 93%
(GOMES et al., 2004); 89,58% (PINTO, 1983).
72
Todas as mulheres examinadas necessitavam de prótese dentária para
reposição de um ou mais elementos dentários perdidos. Destas, apenas 65,4%
utilizava prótese. Silva, Sousa e Wada (2004) que relatam que, em seu estudo com
62 idosos, 52,48% utilizava prótese total.
No arco superior, 54,4%, das mulheres estudadas necessita de uma
combinação de próteses e 35,9% delas, necessita de próteses totais. No arco
inferior, 86,5% das mulheres necessitam de uma combinação de próteses; enquanto
6,7%, necessita de próteses totais para repor mais de um elemento perdido. Estes
achados opõem-se aos dados relatados por Brasil (2004b) que verificou a
necessidade de combinação de próteses em apenas 15,66% dos casos e de 21,28%
de próteses totais, para o arco superior e, para o arco inferior, 24,62% de
combinação de próteses e 26,77% próteses totais. Silva, Souza e Wada (2004)
observaram a necessidade de 48,51% de próteses totais, no arco superior e, 35,64%
no arco inferior.
Identificou-se ainda que 34,6% das mulheres necessitavam de prótese e
não utilizavam. Esses achados podem ser bons indicadores para nortear o
planejamento de ações nos Centros de Especialidades Odontológicas (CEOs) para a
saúde bucal destas mulheres.
Moreira, Nations e Alves (2007) descrevem sobre a relação entre
condições bucais e desigualdades sociais. Para estes autores, a dentição reflete, em
sua maioria, a capacidade e oportunidade que a pessoa tem, ou não, em superar as
dificuldades sociais. Eles ainda acrescentam que ser pobre e ter aparência bucal
precária amplifica as desigualdades existentes, contribuindo para continuar o ciclo
vicioso do estigma, discriminação e exclusão social.
Os impactos negativos de perdas dentárias e do uso de próteses
inadequadas geram conseqüências negativas na qualidade de vida, como estresse
emocional e vergonha (SOUZA E SILVA et al., 2007). Almeida e Souza (2006)
afirmam que a perda dentária deve ser discutida em seu caráter cultural, uma vez
que o edentulismo não é conseqüência natural do envelhecimento como acreditava-
se no passado.
Unfer et al. (2006) citam que a perda dos dentes, associada a redução
salivar em idosos, diminui a capacidade de mastigar e deglutir adequadamente o
alimento. Os autores acrescentam que a perda destas unidades dentárias pode levar
73
a danos psíquicos, além de implicações estéticas e problemas de saúde devido ao
prejuízo na mastigação.
Na pesquisa sobre ‘perda dentária e seu significado na qualidade de vida
de adultos’, ocorrida em Belo Horizonte, Vargas e Paixão (2005) mencionam que os
problemas gerados pela perda dentária são tanto funcionais quanto psicossociais.
Eles referem, por exemplo, desde dificuldade em falar, mastigar, mudança no
comportamento, insatisfação com a aparência, prejuízo na aceitação social, até
dificuldade de acesso ao mercado de trabalho.
5.5 CARACTERÍSTICAS COMPORTAMENTAIS
Quando questionadas sobre seus hábitos e estilo de vida, as mulheres
pós-menopausadas relataram em sua maioria: não fumar (72,9%, n=78), não
consumir álcool (72,9%, n=78) e não realizar atividade física (70,2%, n=73),
conforme especificado nos formulários preenchidos da pesquisa. Consumir café
diariamente (92,5%, n=99), não consumir refrigerante (80,4%, n=86), consumir
açúcar (80,2%, n=86) e não usar adoçante (67,9%, n=72) (Tabela 8) foram relatos
das participantes do estudo.
Quanto a atividade física, 31 mulheres pós-menopausadas relatou praticar
alguma atividade física. Destas 31 mulheres, a maioria, 96,67% (n=30), realizava
algum tipo de atividade aeróbica, sendo que o preconizado para prevenção da
osteoporose é a prática de musculação.
O uso medicações foi relatado por 80,4% (n=86) das participantes do
estudo. Ainda considerando o total da amostra, 23,4% delas (n=25) fazia tratamento
hormonal para prevenção de osteoporose. O uso de anticoncepcional no passado foi
referido pela maioria das participantes (60,7%, n=65).
Elas relataram ainda, escovar os dentes duas ou mais vezes ao dia
(92,5%, n=99) (Tabela 9).
74
Tabela 8 Características comportamentais em mulheres pós-menopausadas, atendidas
em uma clínica de diagnóstico por imagem, Feira de Santana, Bahia, 2006.
Características comportamentais n
Freqüência %
Uso de medicação
Sim 86
80,4
Não
21
19,6
Total
107
100,0
Uso de TRH
Sim
25
23,4
Não 82
76,6
Total 107
100,0
Uso de anticoncepcional no passado
Sim 65
60,7
Não
42
39,3
Total 107
100,0
Tabagismo
Sim
29
27,1
Não 78
72,9
Total 107
100,0
Consumo de bebidas alcoólicas
Sim
29
27,1
Não 78
72,9
Total 107
100,0
Consumo de café diário
Sim 99
92,5
Não
8
7,5
total (*** 03 dados perdidos) 104***
100,0
Quantidade de café
até uma xícara diariamente
39
39,4
+ de uma xícara diariamente 60
60,6
total (**** 08 dados perdidos) 99****
100,0
Consumo de refrigerante
Sim
21
19,6
Não 86
80,4
Total 107
100,0
Consumo de açúcar
Sim 86
80,2
Não
21
19,8
total (* 1 dado perdido) 106*
100,0
Consumo de adoçante
Sim
34
32,1
Não 72
67,9
total (* 1 dado perdido) 106*
100,0
Exposição ao sol
Sim 53
50,0
Não 53
50,0
total (* 1 dado perdido) 106*
100,0
Atividade física
Sim
31
29,8
Não 73
70,2
total (*** 3 dados perdidos) 104***
100,0
75
Conforme relatado anteriormente, nenhuma das mulheres avaliadas
apresentava osteoporose, mas a osteopenia foi verificada em 80,4% delas.
Entretanto, na literatura, não são encontrados fatores predisponentes à osteopenia
mas sim para a osteoporose (CONSENSUS DEVELOPMENT CONFERENCE,1993;
FERNANDES 2007b; HAWKER, 1996; LANZILLOTTI et a.l, 2003; PINTO-NETO,
2002). Objetivando uma interpretação mais aprofundada dos dados e apesar de não
ser o objetivo do estudo, utilizou-se da análise estatística univariada para verificar a
existência de alguma correlação entre fatores predisponentes à osteoporose e
fatores predisponentes à cárie. Não foi encontrado nenhum valor estatisticamente
significante (TABELAS 9 e 10).
76
Tabela 9 Prevalência de Cárie em mulheres pós-menopausadas, atendidas em uma clínica de
diagnóstico por imagem, Feira de Santana, Bahia, 2006.
Não alcançou meta OMS
( < 20 dentes em condições funcionais presentes na boca)
Variáveis
N n % RP IC (95%) Valor de p
Orientação sobre higiene bucal
Não
67 54 80,6 0.95 (0,79-1,12) 0,56
Sim
40 34 85,0 * * *
Total 107 88 82,24
Freqüência escovação
menos de 2 vezes ao dia
8 8 100,0 1.24 (1,12-1,36) 0,34
duas ou + vezes ao dia
99 80 80,8 * * *
Total
107 88 82,2
Número de refeições diárias
mais de 3 refeições diárias
87 74 85,0 0.82 (0,60-1,11) 0,11
até 3 refeições diárias
20 14 70,0 * * *
Total
107 88 82,2
Assistência Odontológica
posto saúde
34 30 88,2 1.11 (0,93-1,31) 0,41
particular/plano
73 58 79,4 * * *
Total
107 88 82,2
Idade
> 65 anos
22 19 86,3 1.06 (0,87-1,29) 0,75
< 65 anos
85 69 81,1 * * *
Total 107 88 82,2
Escolaridade
até fundamental
80 64 80,0 0.90 (0,75-1,06) 0,39
médio/superior
27 24 88,8 * * *
Total 107 88 82,2
Renda familiar
até 1 salário mínimo
7 6 85,7 1,04 (0,76-1,43) 1
+ de 1 salário mínimo
100 82 82,0 * * *
Total
107 88 82,2
Filhos
ter filhos
99 81 81,8 0.93 (0,70-1,23) 1
não ter filhos
8 7 87,5 * * *
Total
107 88 82,2
77
Tabela 10 Prevalência de Osteopenia em mulheres pós-menopausadas, atendidas em uma
clínica de diagnóstico por imagem, Feira de Santana, Bahia, 2006.
Osteopenia
Variáveis
N n % RP IC (95%) Valor de p
Escolaridade
até fundamental
80 64 80,0 0.98 (0,79-1,21) 0,98
médio/superior
27 22 81,5 * * *
Total 107 86 80,4
Renda familiar
até 1 salário mínimo
7 5 71,4 0,88 (0,54-1,42) 0,62
+ de 1 salário mínimo
100 81 100,0 * * *
Total
107 86 80,4
Conhecimento sobre osteoporose
Não
5 5 100,0 1.26 (1,14-1,39) 0,58
Sim
102 81 79,4 * * *
Total
107 86 80,4
Uso de TRH
Não
82 66 80,5 1,00 (0,80-1,25) 0,95
Sim
25 20 80,0 * * *
Total
107 86 80,4
Atividade física
Não
73 61 83,6 1.18 (0,91-1,50) 0,14
Sim
31 22 71,0 * * *
total*** 3 dados perdidos 104 83 79,8
Tabagismo
Sim
29 27 93,1 1.23 (1,04-1,44) 0,05
Não
78 59 75,6 * * *
Total 107 86 80,4
Consumo de bebidas alcoólicas
Sim
29 23 79,3 0.9819 (0,79-1,21) 0,86
Não
88 63 71,6 * * *
Total
107 86 80,4
Consumo de café
+ de uma xícara/dia
60 47 78,3 0.93 (0,76-1,11) 0,44
até 1 xícara/dia
39 33 84,6 * * *
Total **** 8 dados perdidos
99 80 80,8
Exposição ao sol
Não
53 44 83,0 1.05 (0,87-1,25) 0,62
Sim
53 42 79,2 * * *
total * 1 dado perdido
106 86 81,10
Última visita ao ginecologista
mais de um ano
39 32 82,10 1,03 (0,85-1,24) 0,74
menos de um ano
68 54 79,4 * * *
Total
107 86 80,4
Ocorrência de fratura
Sim
18 16 88,90 1.13 (0,93-1,38) 0,51
Não
88 69 78,40 * * *
total * 1 dado perdido
106 85 80,2
Cor
Branca
25 20 80,0 0.99 (0,79-1,24) 0,95
negra (branco+pardo)
72 66 91,7 * * *
Total
107 21 19,6
78
Apesar de Newton e Bower, (2005) terem demonstrado que fatores sócio-
ambientais têm impacto na saúde oral e Diehnelt e Kiyak (2001) terem relatado
correlações entre CPOD e consumo de açúcar, neste estudo não foi observada
nenhuma associação destes fatores com a cárie dentária na análise bivariada
(Tabela 9). Autores como Fejerskov (2004); Sheiham e Fejerskov, 2005 afirmam que
a cárie dentária é resultado de um processo extremamente complexo, portanto, difícil
interpretar dados de associação.
Dentre os fatores de risco para a Osteoporose descritos na literatura,
pode-se citar: ser branca (FERNANDES, 2007b; HAWKER, 1996), tabagismo
(CONSENSUS DEVELOPMENT CONFERENCE,1993; FERNANDES 2007b;
HAWKER, 1996; PINTO-NETO et al., 2002), consumo de bebidas alcóolicas
(CONSENSUS DEVELOPMENT CONFERENCE,1993; FERNANDES 2007b;
HAWKER, 1996; LANZILLOTTI et al, 2003; PINTO-NETO et al., 2002), ter idade
avançada e estar na menopausa (CONSENSUS DEVELOPMENT
CONFERENCE,1993; PINTO-NETO et al., 2002), ingerir café (FERNANDES et al.,
2007b; HAWKER, 1996), falta de exposição diária ao sol (LANZILLOTTI et al., 2003),
ausência de prática regulares de exercícios físicos (FERNANDES et al., 2007b;
LANZILLOTTI et al., 2003; PINTO-NETO et al., 2002), além do histórico familiar de
osteoporose (CONSENSUS DEVELOPMENT CONFERENCE,1993; LANZILLOTTI
et al., 2003; PINTO-NETO et al., 2002).
O tabagismo foi pouco prevalente (27,1%) entre as mulheres estudadas,
assim como verificado por Lorenzi e Saciloto ( 2006), que foi 21,7%. Henriques
(2005) verificou um percentual ainda menor de fumantes (11%).
A análise univariada não demonstrou associação entre os fatores de risco
para osteoporose descritos na literatura e a osteopenia. Semelhante ao que foi
verificado neste estudo, Costa Paiva et al. (2003) também não verificaram valores
significantemente estatísticos quando analisaram as variáveis tabagismo e cor, em
associação com osteoporose/osteopenia. Todavia, Costa-Paiva et al. (2003)
observaram que mulheres com baixa escolaridade apresentam mais osteoporose ou
osteopenia, quando comparadas com as com maior escolaridade.
O uso de TRH como preventivo para osteoporose é muito divulgado na
literatura (FERNANDEZ et al., 2007b; LEITE, 1999). Assim como neste estudo,
Costa-Paiva et al. (2003) não encontraram relação entre TRH e redução da DMO.
Os autores sugerem que tais achados podem ser decorrentes do pouco tempo de
79
uso do medicamento pelas participantes ou viés de memória. Lanzillotti et al.
(2003) afirmaram que a ausência de TRH é fator de risco para osteoporose. Diante
do exposto, verifica-se que não consenso na literatura sobre o assunto. Do total
de participantes desta pesquisa, apenas 23,4% fazia uso de TRH, todavia, 60,7% fez
uso de anticoncepcional no passado. Cabe salientar que não foi verificado nenhum
caso de osteoporose no grupo estudado. Estes dados sugerem que o uso de TRH
pode não ser fator preventivo para osteoporose. Lorenzi e Saciloto (2006)
encontraram o uso de TRH em 22,9% dos casos avaliados, o que assemelha-se aos
achados desta pesquisa. Nas amostras avaliadas por Costa-Paiva et al. (2003) e
Henriques (2005) verificou-se quase o dobro de mulheres utilizando TRH, 64% e
56%, respectivamente. Mais estudos são necessários para verificar a real
legitimidade desse tipo de tratamento para prevenção de osteoporose.
Apenas 17% do grupo estudado relatou fraturas anteriores. As fraturas e
suas complicações são manifestações clínicas comuns em mulheres portadoras de
osteoporose (CONSENSUS DEVELOPMENT CONFERENCE, 1993; MIYAUCHI,
2004).
Segundo Costa-Paiva et al. (2003) e Fernandes et al.(2007b) são mais
comuns as fraturas de quadril, vértebras e punho, sendo, segundo Costa-Paiva et al.
(2003) a fratura de quadril a pior manifestação da osteoporose. No grupo de
mulheres estudado, a fratura mais freqüentemente relatada ocorreu no (33,3%),
seguida do punho (22,2%). Fratura de quadril ocorreu em apenas 5,6% deste grupo.
5.6 ASSISTÊNCIA MÉDICA E ODONTOLÓGICA.
Os dados referentes a assistência médica e odontológica estão descritos na
Tabela 11. A última visita ao ginecologista ocorreu a menos de um ano, em 63,6%
dos casos (n=68), entre 1-2 anos em 28% (n=30) e mais de 02 anos em 8,4%
(n=9). A menopausa cirúrgica foi relatada por 61,7% (n= 66) do grupo.
A maioria das entrevistadas relatou conhecer sobre a osteoporose (95,3%,
n=102). Quando questionadas sobre onde receberam a informação sobre a doença,
foi relatado: meios de comunicação (35,1%, n=34), médico (32%, n=31),
amigos/conhecidos/familiares (24,7%, n=24) e serviços de saúde/campanhas (8,2%,
n=8).
80
Quanto ao tipo de assistência odontológica, as participantes do estudo
relataram utilizar: particular (50,5%, n=54), postos de saúde (31,8%, n=34) e planos
de saúde (17,8%, n=19).
O tipo de orientação sobre higiene bucal recebida nesses locais foi também
questionado. Dentre elas, 62,6% (n=67) relatou nunca ter recebido orientação sobre
higiene bucal, sobre como escovar os dentes (66%, n=70), quando escovar os
dentes (70,8%, n=75), sobre o uso de fio dental (70,8%, n=75) ou sobre o consumo
de açúcar (82,1%, n=87).
Em relação à última visita ao dentista, esta ocorreu há mais de dois anos para
50,0% delas (n=53). A maioria das mulheres afirmou não realizar consultas
periódicas com o dentista (86%, n=92).
A maneira diferente que mulheres e homens adoecem, em função de
diferenças biológicas e também através da organização social das relações de
gênero fez surgir no Brasil um movimento de luta das mulheres para inclusão de
questões específicas da mulher nos serviços de saúde (BRASIL, 2004a).
Inicialmente, nas primeiras décadas do século XX, esse serviço foi limitado às
demandas relativas à gravidez e ao parto. Com o PAISM, Programa de Assistência
Integral à Saúde da Mulher, em 1984, ampliou-se a assistência, incluindo ações
educativas, preventivas, de diagnóstico, tratamento e recuperação, englobando a
assistência à mulher em clínica ginecológica, no pré-natal, parto e puerpério, no
climatério, em planejamento familiar, DST, câncer de colo de útero e de mama, além
de outras necessidades identificadas a partir do perfil populacional das mulheres
(BRASIL, 2004a). Desde então, o Ministério da Saúde tem buscado incorporar nas
ações da sua rede, serviços que incluam a atenção integral à mulher.
A busca das mulheres pelos serviços de ginecologia foi mais freqüente do
que quando observados, especificamente, os serviços de odontologia. A visita ao
ginecologista no último ano (63,6%) foi maior que ao dentista (17,9%) no grupo
estudado. Muitas podem ser as razões para essa maior procura ao médico, como
medo do dentista (essa população que hoje tem 50 anos ou mais conviveu com uma
odontologia que realizava muitas extrações dentárias), valorização do profissional
médico, maior acesso aos serviços médicos, entre outros.
Apesar da existência do Sistema Único de Saúde (SUS) que garantiu à
população brasileira um sistema de saúde universal, gratuito e que ofereça
81
assistência integral aos brasileiros (BRASIL, 1988), muitos brasileiros ainda não tem
tido acesso aos serviços de odontologia.
Apenas em 2000 o Ministério da Saúde incluiu o cirurgião-dentista na
Estratégia de Saúde da Família (BRASIL, 2000). Em 2004, ampliou a capacidade de
oferta de serviços alta complexidade através do Programa Brasil Sorridente,
abrangendo a confecção de próteses dentárias, e através dos CEOs, com
procedimentos especializados de periodontia, endodontia, ortodontia, além de
atendimento a pacientes especiais (BRASIL, 2006).
Assim, teoricamente o acesso aos serviços de saúde, especificamente de
odontologia estaria ampliado. Todavia, a maioria das mulheres pós-menopausadas
do grupo estudado, em Feira de Santana, referiu utilizar o serviço de saúde privado
(68,2%) quando fizeram referência ao serviço odontológico. Diversos fatores podem
estar levando a essa maior procura ao serviço privado de odontologia: um passado
de realizações, apenas de exodontias no serviço publico, desconhecimento da
população sobre os serviços oferecidos no Sistema Único de Saúde, baixa cobertura
destes serviços no município de Feira de Santana, entre outros. Entretanto, não foi o
objetivo deste estudo estudar o acesso destas mulheres ao serviço de odontologia
no SUS.
82
Tabela 11 Assistência médica / odontológica e informações de saúde em mulheres
pós-menopausadas, atendidas em uma clínica de diagnóstico por imagem,
Feira de Santana, Bahia, 2006.
Assistência médica / odontológica
informações de saúde n
Freqüência %
Última visita ao ginecologista
menos de um ano 68
63,6
mais de um ano
39
36,4
Total
107
100,0
Última visita ao dentista
menos de um ano
19
17,9
mais de um ano 87
82,1
total (* 1 dado perdido) 106*
107
Conhecimento sobre osteoporose
Sim 102
95,3
Não
5
4,7
Total 107
100,0
Tipo de menopausa
Ciúrgica
66
61,7
Natural
41
38,3
Total 107
100,0
Modo de informação sobre osteoporose
amigos/conhecidos/família
24
24,7
serviços de saúde/campanhas
8
8,2
Médico
31
32,0
meios de comunicação
34
35,1
total (**** 10 dados perdidos)
97****
100,0
Assistência Odontológica
particular/plano 73
68,2
posto saúde
34
31,8
Total 107
100,0
Orientação sobre higiene bucal
Sim
40
37,4
Não 67
62,6
Total 107
Sim
31
29,2
Não 75
70,8
Total (* 1 dado perdido) 106*
100,0
Orientação sobre uso de fio dental
Sim
31
29,2
Não 75
70,8
total (* 1 dado perdido) 106*
100,0
Orientação sobre consumo de açúcar
Sim
19
17,9
Não 87
82,1
total (* 1 dado perdido) 106*
100,0
Visita periódica ao dentista
Sim
15
14,0
Não 92
86,0
Total 107
100,0
83
É importante que os serviços de saúde que atendem as mulheres sigam o
que preconiza o SUS: uma assistência integral, universal e equânime. Além disso, o
atendimento por uma equipe multiprofissional e a inclusão de educação em saúde
nestes serviços prestados à mulher propiciam uma melhor qualidade no
atendimento.
Além da garantia de acesso destas mulheres a estes serviços, a melhoria
da situação de saúde bucal nestas mulheres, com o restabelecimento dos dentes
através de próteses dentárias pode contribuir positivamente com a auto-estima,
auxiliando na melhoria da qualidade de vida deste grupo. Programas de exercícios
físicos também o importantes para prevenção de outras doenças como
hipertensão arterial, que foi muito prevalente neste grupo.
84
Considerações
finais
85
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
As mulheres pós-menopausadas apresentaram baixo nível sócio-
demográfico. A maioria delas cursou até o ensino fundamental, não trabalhava,
possuía renda familiar até 3 salários mínimos, dividia a casa com até 3 pessoas,
teve mais de cinco filhos e era casada.
O grupo estudado possuía menos de 65 anos, teve a menarca com mais
de 13 anos e entrou na menopausa com idade superior a 46 anos. No período do
estudo, a maioria era portadora de osteopenia, hipertensão arterial e sofria de dores
de coluna.
Não foi encontrado nenhum caso de osteoporose na amostra estudada,
apesar dos resultados indicarem uma alta prevalência de osteopenia.
A higiene oral restringiu-se, basicamente, à escovação duas vezes ao dia.
A maioria afirmou nunca ter recebido orientação sobre higiene oral, uso de fio dental
ou escovação. A cárie coronária foi mais prevalente que a cárie radicular e todas as
mulheres necessitavam de prótese para repor ao menos uma unidade dentária
perdida, sendo que a maioria delas necessitava de uma combinação de próteses em
ambas as arcadas.
Os resultados deste trabalho poderão auxiliar o planejamento de ações
direcionadas às mulheres acima de 50 anos, em Feira de Santana. A ausência de
muitas unidades dentárias e o alto percentual de osteopenia no grupo estudado
suscita a necessidade de estudos posteriores, tanto para acompanhar a evolução
dos agravos cárie e osteopenia, quanto para aprofundar as causas e conseqüências
destes nestas mulheres. Outros questionamentos surgiram: por que o médico é mais
procurado que o dentista? Como está o acesso aos serviços de odontologia no
município de Feira de Santana? O CEO de Feira de Santana consegue cumprir seu
papel de centro de referência?
Assim, é importante a continuidade do acompanhamento destas mulheres
bem como novos estudos se fazem necessários para responder aos
questionamentos que surgiram com a realização desta pesquisa.
86
Referências
87
REFERÊNCIAS
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APÊNDICE
97
APÊNDICE A – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Essa pesquisa vai ser feita em mulheres que tiveram a menopausa (não menstruam mais) convidadas a tratar os
problemas da boca na Clínica de Extensão da Disciplina Diagnóstico Oral I e na Clínica da Disciplina Clínica
Odontológica I da Universidade Estadual de Feira de Santana, Bahia, 2006. Independente de aceitar ou não em
participar dessa pesquisa será oferecido tratamento dos dentes (tratamento restaurador) e da gengiva (tratamento
periodontal) para essas mulheres que aceitarem o convite para tratamento odontológico nas clínicas acima
mencionadas. Cada participante da pesquisa trará resultado do exame dos ossos (densiometria óssea), responderá de
livre e espontânea vontade a perguntas sobre seus hábitos de vida e permitirá que sejam realizados exames na sua
boca, avaliando a saúde bucal. As perguntas serão feitas através de um questionário e o exame da boca será feito pela
dentista (pesquisadora participante): Lyz dos Santos Vianna. O exame da boca vai observar a condição dos dentes
(coroa e raiz) e vai ser usado o espelho bucal e um instrumento de metal com a ponta arredondada (sonda periodontal)
para facilitar a visualização de alguma lesão de cárie (cavitação, buraco) nos dentes presentes na boca. Esse exame
será feito em cadeira de dentista (odontológica), com uma luz para melhorar a visão no local, seguindo todos os
cuidados necessários (normas de biossegurança). Apesar de todos os cuidados você poderá sentir algum desconforto
durante o exame odontológico (dos dentes) realizado pelo dentista, ou até mesmo ao responder questões pessoais do
questionário. O resultado do exame dos ossos (densiometria óssea) que você vai trazer ajudará a observar se existe
alguma relação da condição de saúde da boca com essa doença (osteoporose). Os resultados dos exames ficarão
sobre responsabilidade dos profissionais envolvidos na pesquisa e, quando os resultados forem publicados, as
participantes não serão identificadas (ficando em segredo). O resultado da pesquisa será enviado para a Secretaria
Municipal de Saúde para ser usado na elaboração de políticas sociais e de saúde que venham ajudar na melhoria da
saúde das mulheres pós-menopausadas. Qualquer gasto para participar nesta pesquisa (transporte e tratamento
dentário) ou dano causado pela pesquisa será pago pelos pesquisadores, conforme previsto na lei e sem custos
adicionais para você. Caso não queira participar do estudo poderá recusar, sem qualquer problema.
Portanto, sua participação é voluntária. Em caso de dúvida quanto aos seus direitos, escreva para o Comitê de
Ética em Pesquisa da UEFS, no endereço: Av. Universitária, s/n, Km 03 da Br 116, Campus Universitário, NUPPIN,
Feira de Santana, Bahia. As pesquisadoras responsáveis por essa pesquisa também estão disponíveis para maiores
esclarecimentos. Duas vias serão assinadas e uma via ficará com a participante (Sujeito) da pesquisa.
Feira de Santana, Bahia, ______/________/_______.
______________________________________
Assinatura do Sujeito da pesquisa (voluntária)
______________________________________ ___________________________________
Pesquisadora Responsável Pesquisadora Participante
Pesquisadora Responsável: Denise Cerqueira Oliveira (075) 9198 1505
Endereço profissional Universidade Estadual de Feira de Santana, Departamento de Sde,
Odontologia. BR116-Km03, s/n CampusUniversitário. CEP 44100-000 - Feira de Santana, BA - Brasil
Telefone: (75) 2248089 Fax: (75) 2248088
Pesquisadora Participante: Lyz dos Santos Vianna (071) 9114 7312
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA
Autorizada pelo Decreto Federal n
o
. 77.498 de 27/04/76
Reconhecida pela Portaria Ministerial n
o
. 874/86 de 19 /12/86
Proje
to:
C
árie Osteoporose em mulheres pós
-
menopausadas
98
APÊNDICE B – Ficha de Exame de Cárie Dentária
FICHA DE EXAME DE CÁRIE DENTÁRIA Número:_________ Data:_____/_____/_____
18 17 16 15 14 13 12 11 21 22 23 24 25 26 27 28
COROA
*
RAIZ
*
48 47 46 45 44 43 42 41 31 32 33 34 35 36 37 38
COROA
*
RAIZ
*
USO PRÓTESE? NÃO SIM S I
NECESSIDADE DE PRÓTESE: S I
VARIÁVEIS:
CÓDIGO
Dentes Permanentes
Coroa Raiz
CONDIÇÃO/ESTADO
0 0 Hígido
1 1 Cariado
2 2 Restaurado COM cárie
3 3 Restaurado SEM cárie
4
-
Perdido por Cárie
5 - Perdido por outras razões
6 - Apresenta selante
7 7 Apoio de ponte ou coroa
8 8 Não Erupcionado
T - Trauma (Fratura)
9
9
Dente excluído
Necessidade de prótese
dentária
NECESSIDADE
1
Substituir 1 elemento: UMA Prótese fixa
ou removível
2
Substituição 1 e/ou + elemento: UMA
Prótese fixa ou removível
3
Substituição 1 e/ou + elemento:
combinação de próteses, fixas ou
removíveis
4 Necessita de Prótese dentária total
8 NÃO SE APLICA
HÍGIDOS
CARIADOS
PERDIDOS
OBTURADOS
EXCLUÍDO
MÉDIA
CPO-D
COROA
RAIZ
Necessita de Prótese? 0 SIM 1 NÃO
NPROTESE
Qual arcada necessita de prótese?
1 SUPERIOR 2 INFERIOR 3 SUPERIOR e INFERIOR
8 NÃO SE
APLICA
ARCADAPROTESE
Qual tipo de prótese para arcada superior?
NPROSUP
Qual tipo de prótese para arcada inferior?
NPROINF
Usa prótese? 0 SIM 1 NÃO
USOPROT
Qual arcada usa prótese?
1 SUPERIOR 2 INFERIOR 3 SUPERIOR e INFERIOR 8 não se aplica
ARCUSOPROT
Total de dentes presentes na boca no momento do exame
EXAMDENT
Total coroa/dentes hígidos
HIGIDO
Total coroa/dentes cariados
CARIADO
Total coroa/dentes obturados (restaurados)
OBTURADO
Total coroa/dentes perdidos por cárie
PERDIDO
Média CPOD
CPO-D
Total coroa/dentes obturados (restaurados) e cariados
OBTUCAR
não erupcionado
NAOERUP
Total coroa/dentes excluídos
EXCLUÍDO
Motivo de exclusão 5 perdido outras
razões
6 trauma
(fratura)
7 apoio de
ponte ou coroa
8 não se aplica 9 excluído
MOTEXCLU
Total raizes examinadas
REXAME
Total raizes hígidas
RHIGIDO
Total raizes cariadas
RCARIADO
Total raizes obturadas (restauradas)
ROBTURADO
Total raiz excluída
REXCLUÍDO
Motivo de exclusão da raiz? 5 perdido
outras razões
6 trauma
(fratura)
7 apoio de
ponte ou coroa
8 não se aplica 9 excluído
RMOTEXCLU
Desdentado? 0 SIM 1 NÃO
DESDENTADO
Qual arcada é desdentado?
1 SUPERIOR 2 INFERIOR 3 SUPERIOR e INFERIOR 8 não se aplica
ARCDESDEN
99
APÊNDICE C: Códigos e critérios de classificação da doença cárie e da necessidade de
prótese dentária segundo parâmetros adotados pelo Ministério da Saúde (BRASIL, 2001).
Códigos e Critérios para classificação da Cárie Dentária:
0 - Coroa hígida. Não evidência de cárie. Estágios iniciais da doença não são levados em
consideração. Os seguintes sinais devem ser codificados como hígidos: manchas esbranquiçadas;
descolorações ou manchas rugosas resistentes à pressão da sonda CPI; os sulcos e fissuras do
esmalte socavado ou amolecimento das paredes detectáveis com a sonda CPI; áreas escuras,
brilhantes, duras e fissuradas do esmalte de um dente com fluorose moderada ou severa e as lesões
que, com base na sua distribuição ou história ou exame táctil/visual resultem de abrasão.
Raiz Hígida. A raiz está exposta e não evidência de cárie ou de restauração (raízes não expostas
são codificadas como 8).
Nota: Todas as lesões questionáveis serão codificadas como dente hígido.
1 - Coroa cariada. Sulco, fissura ou superfície lisa apresenta cavidade evidente, ou tecido
amolecido na base ou descoloração do esmalte ou de parede ou uma restauração temporária. A
sonda CPI deve ser empregada para confirmar evidências visuais de cárie nas superfícies oclusal,
vestibular e lingual. Na dúvida, considerar o dente hígido.
Raiz Cariada. Lesão pode ser detectada com sonda CPI. Se comprometimento radicular discreto,
produzido por lesão proveniente da coroa, a raiz é considerada cariada se necessidade de
tratamento radicular em separado.
Nota: Quando a coroa está completamente destruída pela cárie, restando apenas a raiz, será colocado o
código 1 correspondendo a coroa e o código 9 correspondendo a raiz.
2 Coroa restaurada mas cariada. uma ou mais restaurações e ao mesmo tempo uma ou
mais áreas estão cariadas. Não há distinção entre cáries primárias e secundárias, ou seja, se as
lesões estão ou não em associação física com a(s) restauração (ões).
Raiz Restaurada mas Cariada. Idem coroa restaurada mas cariada. Em situações onde coroa e raiz
estão envolvidas, a localização mais provável da lesão é registrada como restaurada mas cariada.
Quando não é possível avaliar essa probabilidade, tanto a coroa quanto a raiz são registradas como
restauradas mas com cárie.
3 Coroa Restaurada e sem rie. uma ou mais restaurações definitivas e inexiste cárie
primária ou recorrente. Um dente com coroa colocada devido à cárie inclui-se nessa categoria. Se a
coroa resulta de outras causas como suporte de prótese, é codificada como 7.
Raiz Restaurada e sem Cárie. Idem coroa restaurada e sem cárie. Em situações onde coroa e raiz
estão envolvidas a localização mais provável da lesão primária é registrada como restaurada. Quando
não é possível avaliar essa probabilidade, tanto a coroa quanto a raiz são registradas como
restauradas.
4 Dente perdido devido à Cárie. Um dente que foi extraído por causa de cárie e não por
outras razões. Esse dado é registrado na coroa. Em relação a raiz classifica como 7 ou 9.
100
5 – Permanente perdido por outra razão. Ausência se deve a razões ortodônticas, periodontais,
traumáticas ou congênitas.
6 Selante. selante na fissura ou a fissura oclusal foi alargada para receber um compósito.
Se o dente possui selante e está cariado, prevalece o código 1.
7 - Apoio de Ponte ou Coroa. Dente é parte de uma prótese fixa. Esse código é usado também
em coroas instaladas por outras razões que não cárie como facetas estéticas. Dentes extraídos e
substituídos por elemento de prótese fixa são codificados como 4 ou 5 na coroa e 9 na raiz.
8 – Coroa Não Erupcionada. Restrito a dente permanente por inexistência deste no espaço livre.
Raiz não Exposta. Não há exposição radicular nem retração gengival.
T Trauma (fratura). Parte da superfície coronária foi perdida por trauma e não evidência de
cárie.
9 Dente Excluído. Aplicado a qualquer dente permanente que não possa ser examinado
(bandas ortodônticas, hipoplasias severas). Braquetes não inviabilizam o exame e, quando há 5 ou
mais dentes com bandas, o portador(a) será excluído(a) da amostra.
Em relação à necessidade de prótese, também serão utilizados os critérios descritos em
Brasil (2001).
Códigos e Critérios para classificação da necessidade de prótese dentária:
0 – Não necessita de prótese dentária.
1 – Necessita uma prótese, fixa ou removível, para a substituição de um elemento.
2 – Necessita uma prótese, fixa ou removível, para a substituição de mais de um elemento.
3 Necessita de uma combinação de próteses, fixas ou removíveis, para a substituição de um
e/ou mais de um elemento.
4 – Necessita de prótese dentária total.
9 – Sem informação.
101
ANEXO
102
ANEXO A – Formulário de pesquisa
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA
NÚCLEO DE PESQUISA EM PERIODONTIA, IMPLANTODONTIA E IMAGINOLOGIA
QUESTIONÁRIO
Data: ___/___/___ N°_________
103
104
105
106
107
ANEXO B - laudo densitométrico emitido pelo CEPARH
108
ANEXOC – Aprovação no CEP/UEFS
109
ANEXO D - Vovó Edith (in memoriam) * 21/03/1915 +06/02/2008
92 anos, pós-menopausada e edêntula. Utilizava prótese total em ambas as arcadas, escovava
os “dentes” duas vezes as dia. Não praticava atividade física, não fumava, não consumia bebidas
alcoólicas e não bebia café. Consumia muito açúcar e refrigerantes. Não era portadora de nenhuma
doença sistêmica, além da osteopenia. Caiu em 2007 e fraturou o braço esquerdo. Era viúva, possuía
como única fonte de renda pensão do marido e dividia a casa com um filho. Utilizava serviços
médicos e odontológicos de plano de saúde. Fez sua última consulta com o ginecologista a menos de
um ano. O dentista não freqüenta há anos. Teve 6 gestações, 6 filhos e nenhum aborto.
Faleceu de insuficiência respiratória.
Infelizmente não conseguiu ver a conclusão deste trabalho.
Obrigada por ter nos iluminado sempre com seu sorriso....
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