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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO MESQUITA FILHO”
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS
CAMPUS DE JABOTICABAL
EXPRESSÃO DA E-CADERINA E DO FATOR DE CRESCIMENTO
DO ENDOTÉLIO VASCULAR NO CARCINOMA DE CÉLULAS
ESCAMOSAS E NO TUMOR DE CÉLULAS BASAIS DE CÃES
Carolina Franchi João
Médica Veterinária
JABOTICABAL - SÃO PAULO – BRASIL
Fevereiro de 2008
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Livros Grátis
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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO MESQUITA FILHO”
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS
CAMPUS DE JABOTICABAL
EXPRESSÃO DA E-CADERINA E DO FATOR DE CRESCIMENTO
DO ENDOTÉLIO VASCULAR NO CARCINOMA DE CÉLULAS
ESCAMOSAS E NO TUMOR DE CÉLULAS BASAIS DE CÃES
Carolina Franchi João
Orientadora: Profª. Drª. Mirela Tinucci Costa
Dissertação apresentada à Faculdade de Ciências
Agrárias e Veterinárias UNESP, Campus de
Jaboticabal, como parte das exigências para
obtenção do título de Mestre em Medicina
Veterinária (Clínica Médica).
JABOTICABAL - SÃO PAULO – BRASIL
Fevereiro de 2008
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João, Carolina Franchi
J62e Expressão da E-caderina e do fator de crescimento do endotélio
vascular no carcinoma de células escamosas e no tumor de células
basais de cães / Carolina Franchi Jo. – – Jaboticabal, 2008
xvii, 42 f. : il. ; 28 cm
Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual Paulista,
Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, 2008
Orientador: Mirela Tinucci Costa
Banca examinadora: Luiz Carlos Fazuoli, Miguel Ângelo Mutton
Bibliografia
1. carcinoma de células escamosas. 2. tumor de células basais.
3. E-caderina. 4. VEGF. I. Título. II. Jaboticabal-Faculdade de
Ciências Agrárias e Veterinárias.
CDU 619:616-006.6:636.7
Ficha catalográfica elaborada pela Seção cnica de Aquisição e Tratamento da Informação Serviço
Técnico de Biblioteca e Documentação - UNESP, Câmpus de Jaboticabal.
DADOS CURRICULARES DA AUTORA
CAROLINA FRANCHI JOÃO nascida em 28 de janeiro de 1981, em
Guaranésia, Minas Gerais. É Médica Veterinária formada pela Faculdade de Ciências
Agrárias e Veterinárias UNESP, campus de Jaboticabal em dezembro de 2003.
Durante a graduação fez Iniciação Científica, no Departamento de Patologia Veterinária,
sob orientação do Prof. Dr. Matias Pablo Juan Szabó, com o projeto “Comparação das
cepas de Rhipicephalus sanguineus do Brasil e da Argentina”. Em de fevereiro de
2004 ingressou no Programa de Aprimoramento Profissional em Medicina Veterinária, na
área de Clínica Médica de Pequenos Animais junto ao Hospital Veterinário “Governador
Laudo Natel” da Universidade Estadual Paulista UNESP Campus de Jaboticabal, o
que concluiu em 31 de janeiro de 2006, sob orientação da Profª. Drª. Mirela Tinucci
Costa. Em de março de 2006, após concurso de seleção, iniciou o programa de pós-
graduação em Medicina Veterinária, área de concentração em Clínica Médica, curso de
Mestrado, junto a FCAV, UNESP, campus de Jaboticabal, sob a orientação da Profª. Drª.
Mirela Tinucci Costa.
iv
“Os ventos e as ondas são sempre favoráveis
aos marinheirosbeis.”
v
DEDICO...
... ao meu pai Jorge e a minha mãe Maria Regina, por tudo que fizeram
por mim até hoje, por sempre acreditarem em mim, também são
responsáveis por essa conquista!!!
... aos meus irmãos Marina e Jorge Filho por serem meus melhores
amigos em todos os momentos!!!!
... ao meu namorado
Diogo
por sempre estar ao meu lado, me ajudando e
incentivando em todos os momentos!!!!
(por ter me ensinado a escrever nos gráficos e tentar fazer o abstract!!rsrs)
Amo todos vocês!!!!
vi
OFEREÇO...
...ao meu querido avô Ítalo,
que foi um grande exemplo de força e perseverança na minha vida...
vii
AGRADEÇO...
...à Deus, por permitir tudo isso,
...à minha vó Delfina por todo amor,
...à Zanza, Lela, tia Rita, tio Pedro, tio Fernando, tia Isa por todo
incentivo,
...a todos tios, tias e primos pelo apoio,
...ao Seu Tutu e D. Marilza por sempre me acolherem tão bem,
...à professora Mirela, por além de ser uma orientadora sempre presente, é
uma amiga para todos os momentos. E por ter me mostrado esse mundo
incrível e intrigante da imunopatologia,
...aos professores Rose e Alessi da Unesp de Jaboticabal, Reneé, da Unesp
de Botucatu e Gisele da Unesp de Araçatuba, por toda contribuição na
realização deste trabalho,
...aos professores Danízio e Barboza pela imensa contribuição na
estatística,
...às funcionárias Lia da Patologia e Marilde do nosso laboratório de
Imunoistoquímica por sempre estarem dispostas a ajudar, foram
imprescindíveis neste trabalho,
...à residente Geórgia da Patologia por toda paciência e dedicação em me
ajudar a “relembrar” a histopatologia,
...à Fapesp e a Capes pelo auxílio financeiro e bolsa concedidos,
viii
...aos meus amigos Joice e Wanderson por estarem sempre presentes,
dispostos a ajudar em todos os momentos, além de serem ótimos
companheiros,
...aos meus amigos Valeska, Puff e Patrícia por todo companheirismo e
por nossas divertidas caminhadas,
...a todos os amigos do Hospital Veterinário, em especial Thiago, Sabrina
Costa, Sabrina Calazans, Sofia, Jane, Daniel, Ana Cláudia e Giovane por
todo apoio,
...aos meus ex-colegas de residência Tatiana, Alexandre, João Paulo,
Thiago e Sabrina por toda aprendizagem,
...à Unesp de Jaboticabal por ter me acolhido desde 1999,
...a todos os cães, em especial a Susi, Liz, Baruc e Dorinha por serem o
motivo de tudo isso,
...a todos os colegas da pós-graduação pela boa convivência,
...a todos os professores da FCAV- Jaboticabal pela grande importância
na minha formação profissional,
...a todos os funcionários do Hospital Veterinário pelo bom convívio,
...a todos que não foram citados, mas de alguma maneira foram
importantes para esse trabalho.
ix
SUMÁRIO
Página
LISTA DE ABREVIATURAS.................................................................................... xi
LISTA DE FIGURAS.................................................................................................
xii
LISTA DE TABELAS................................................................................................
xiv
RESUMO.................................................................................................................. xv
ABSTACT.................................................................................................................
xvii
1- INTRODUÇÃO…………………………………………………………………….....
1
2- REVISÃO DE LITERATURA.................................................................................
2
2.1- Carcinoma de células escamosas........................................................
2
2.2- Tumor de células basais........................................................................
3
2.3- Moléculas de adesão.............................................................................
5
2.3.1- Caderinas.............................................................................................
6
2.4- Fator de Crescimento do Endotélio Vascular (VEGF)........................
9
3- OBJETIVOS..........................................................................................................
11
4- MATERIAL E MÉTODOS......................................................................................
12
4.1- Obtenção das amostras.........................................................................
12
4.2- Histopatologia........................................................................................
12
4.3- Reação de imunoistoquímica................................................................
14
4.4- Análise estatística..................................................................................
16
5- RESULTADOS......................................................................................................
17
5.1- Diagnóstico histopatológico e dados dos animais.............................
17
5.2- Expressão de E-caderina.......................................................................
20
5.3- Expressão do VEGF...............................................................................
24
5.4- Correlação entre a E-caderina e o VEGF no CCE...............................
27
x
5.5- Correlação entre a E-caderina e o VEGF no TCB...............................
28
6- DISCUSSÃO........................................................................................................
30
7- CONCLUSÃO........................................................................................................
35
6- REFERÊNCIAS.....................................................................................................
36
xi
LISTA DE ABREVIATURAS
CCE Carcinoma de células escamosas
CCEQ Carcinoma de células escamosas queratinizado
CCENQ Carcinoma de células escamosas não queratinizado
DAB Diaminobenzidine
E-caderina Epithelial-caderina
EDTA Ácido etilenodiaminotetracético
FCAV Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias
HE Hematoxilina-Eosina
LSAB Sistema de Detecção Ultra Estreptavidina Universal
MAC Molécula de adesão celular
N- caderina Neural-caderina
PBS Solução salina tamponada com fosfato
P-caderina Placental-caderina
SRD Sem raça definida
TCB Tumor de células basais
UNESP Universidade Estadual Paulista
VEGF Fator de crescimento do endotélio vascular
xii
LISTA DE FIGURAS
Página
Figura 1- Fotomicrografia dos tumores caninos empregados neste estudo: (A)
Tumor de células basais do tipo medusóide (x200); (B) Tumor de células
basais do tipo sólido (x400); (C) Tumor de células basais do tipo
adenóide (x200); (D) Carcinoma de células escamosas não queratinizado
(x400). (E e F) Carcinoma de células escamosas queratinizado (x200);
Coloração pela Hematoxilina & Eosina........................................................
13
Figura 2- Freqüência dos carcinomas de células escamosas, distribuídas
conforme a raça e sexo dos cães acometidos. UNESP - Jaboticabal, SP,
2007
.......................................................................................................................
18
Figura 3- Freqüência dos tumores de células basais, distribuídas conforme a
raça e sexo dos cães acometidos. UNESP - Jaboticabal, SP, 2007...........
19
Figura 4- Porcentagem de cães machos e fêmeas com carcinoma com células
escamosas e com tumor de células basais. UNESP Jaboticabal, SP,
2007.............................................................................................................
19
Figura 5- Representação gráfica da porcentagem de amostras de CCE e de TCB
mostrando a expressão normal e reduzida da molécula E-caderina.
UNESP – Jaboticabal, SP, 2007.................................................................
20
Figura 6- Fotomicrografia de preparação imunoistoquímica mostrando um campo
considerado de expressão normal de E-caderina, com mais de 75% de
células neoplásicas marcadas com coloração intensa no CCE
queratinizado (x400). (método ABC, contracorado pela hematoxilina de
Harris) UNESP – Jaboticabal, SP, 2007.....................................................
21
Figura 7- Fotomicrografia de preparação imunoistoquímica mostrando um campo
considerado de expressão reduzida de E-caderina, com menos de 75%
de células neoplásicas marcadas no TCB do tipo adenóide (x400).
(método ABC, contracorado pela hematoxilina de Harris) UNESP
Jaboticabal, SP, 2007..................................................................................
22
Figura 8- Fotomicrografia de preparação imunoistoquímica de um CCEQ.
Observar a marcação intensa pelo anticorpo anti-E-caderina nas
glândulas sebáceas, que serviram como controle positivo no próprio
corte. (x400). (método ABC, contracorado pela hematoxilina de Harris)
UNESP – Jaboticabal, SP, 2007..................................................................
.
22
xiii
Figura 9- Fotomicrografia de preparação imunoistoquímica mostrando um campo
com diferentes tipos de marcação pelo anticorpo anti E-caderina das
células neoplásicas, onde as células mais diferenciadas apresentaram
coloração mais intensa.CCEQ (x400). (método ABC, contracorado pela
hematoxilina de Harris) UNESP – Jaboticabal, SP, 2007...........................
23
Figura 10- Representação gfica da porcentagem de amostras de CCE e de
TCB mostrando a expressão positiva e negativa do VEGF. UNESP
Jaboticabal, SP, 2007..................................................................................
24
Figura 11- Fotomicrografia de preparação imunoistoquímica mostrando um
campo considerado de expressão positiva para o VEGF, com mais de
25% de células neoplásicas marcadas com coloração intensa no CCE
queratinizado (x100). (método ABC, contracorado pela hematoxilina de
Harris) UNESP – Jaboticabal, SP, 2007.....................................................
25
Figura 12- Fotomicrografia de preparação imunoistoquímica mostrando um
campo considerado de expressão negativa para o VEGF no CCE
queratinizado (x400). (método ABC, contracorado pela hematoxilina de
Harris) UNESP – Jaboticabal, SP, 2007.....................................................
25
Figura 13- Fotomicrografia de preparação imunoistoquímica de um CCEQ.
Observar a marcação intensa pelo anticorpo VEGF nas células
endoteliais, que serviram como controle positivo no próprio corte. (x400).
(método ABC, contracorado pela hematoxilina de Harris) UNESP
Jaboticabal, SP, 2007..................................................................................
26
Figura 14- Representação gfica da porcentagem de amostras de CCE
comparando a expressão normal/positiva e reduzida/negativa das
moléculas E-caderina e VEGF. UNESP – Jaboticabal, SP, 2007................
27
Figura 15- Representação gráfica da porcentagem de amostras de TCB
comparando a expressão normal/positiva e reduzida/negativa das
moléculas E-caderina e VEGF. UNESP – Jaboticabal, SP, 2007................
29
xiv
LISTA DE TABELAS
Página
Tabela 1 - Anticorpos primários, diluição e recuperações antigênicas
empregadas.................................................................................................
14
Tabela 2- Classificação histopatológica dos carcinomas de células escamosas,
informando as raças, idades e sexo dos animais acometidos. UNESP -
Jaboticabal, SP, 2007..................................................................................
17
Tabela 3- Classificação histopatológica dos tumores de células basais,
informando as raças, idades e sexo dos animais acometidos. UNESP -
Jaboticabal, SP, 2007..................................................................................
18
Tabela 4- Comparação pelo teste de Fisher da expressão da E-caderina no CCE
e no TCB......................................................................................................
21
Tabela 5- Comparação pelo teste de Fisher da expressão do VEGF no CCE e no
TCB.............................................................................................................
24
Tabela 6- Comparão pelo teste de Fisher da expressão da E-caderina e do
VEGF no CCE..............................................................................................
27
Tabela 7- Comparão pelo teste de Fisher da expressão da E-caderina e do
VEGF no TCB..............................................................................................
28
Tabela 8- Número e porcentagem de amostras do CCE e do TCB que
apresentaram expressão reduzida/negativa e normal/positiva das
moléculas E-caderina e VEGF....................................................................
28
xv
Expressão da E-caderina e do fator de crescimento do endotélio vascular no
carcinoma de células escamosas e no tumor de células basais de cães
RESUMO - O carcinoma de células escamosas é uma neoplasia maligna que
emerge dos queratinócitos e corresponde a aproximadamente 5% dos tumores cutâneos
dos cães. Os tumores de células basais são compostos quase exclusivamente por
células basais e apresentam uma incidência de 4 a 12% entre as neoplasias cutâneas
caninas. O carcinoma de células escamosas e o tumor de células basais são neoplasias
comumente registradas na clínica de pequenos animais. As caderinas compreendem
uma classe de moléculas de adesão celular expressas na superfície de todas as
camadas epidérmicas. A E-caderina é a principal caderina envolvida na adesão celular
epitelial. A redução de sua expressão está envolvida com a progressão de alguns tipos
de câncer, principalmente os carcinomas, seu poder metastático, e ainda na definição do
prognóstico. Não muitos estudos na veterinária com relação à expressão dessas
moléculas em tumores. O fator de crescimento do endotélio vascular (VEGF) é um
potente mitógeno para células endoteliais e sua expressão tem sido relacionada com o
aumento da angiogênese tumoral. O VEGF além de estimular a angiogênese, produz
colagenase e outras enzimas degradativas que facilitam a saída das lulas neoplásicas
para a circulação, além de estimularem o crescimento das células tumorais. O objetivo
desse estudo foi avaliar a expressão da E-caderina e do fator de crescimento do
endotélio vascular (VEGF) em tecidos caninos histologicamente classificados como
carcinoma de células escamosas e tumor de células basais, buscando-se uma
correlação com o grau histológico desses tumores. A expressão normal e reduzida da E-
caderina apresentou diferenças significativas comparando-se o tumor de células basais
com o carcinoma de células escamosas quando avaliada pelo teste de Fisher
(P=0,0039). Também foi observado em algumas amostras que no mesmo campo,
existiam células neoplásicas mais diferenciadas com coloração mais intensa que células
menos diferenciadas. A expressão positiva e negativa do VEGF também apresentou
diferença significativa quando avaliada pelo teste de Fisher (P=0,0287). Houve
correlação entre as expressões das duas moléculas dentro do grupo do CCE e do TCB
(p<0,05). Em conclusão, o resultado deste estudo é condizente com o comportamento
xvi
biológico do CCE e TCB, e que estas duas moléculas podem servir como marcadores de
prognóstico para estes tumores.
Palavras-chave: cães, carcinoma de células escamosas, E-caderina, imunoistoquímica,
neoplasia, tumor de células basais, VEGF
xvii
E-cadherin and vascular endothelial growth factor expression in squamous cell
carcinoma and in basal cell tumors in dogs.
ABSTRACT The squamous cell carcinoma (SCC) is a malignant epithelial neoplasm of
keratinocytes and accounts for about 5% of the canine skin neoplasms The basal cells
tumors (BCT) are made up almost entirely of basal cells and accounts for 4 to 12% of the
canine skin neoplasms. Squamous cell carcinoma and basal cell tumor are neoplasms
commonly seen in the Small Animal Practice. The cadherins are a group of cellular
adhesion molecules that are expressed on the surface of all epidermic layer. The E-
cadherin is the main cadherin involved in epithelial cellular adhesion; the decrease in its
expression is related to the progression of some types of cancer, specially carcinomas, to
its metastatic characteristics, and to the prognosis. There are few studies in Veterinary
Medicine researching the expression of this molecule in canine tumors. The vascular
endothelial growth factor (VEGF) is a potent mitogen to endothelial cells and its
expression has been correlated with increased tumoral angiogenesis. Besides stimulating
angiogenesis, VEGF produces colagenase and other enzymes thus helping neoplastic
cells scape into the vascular system and stimulating tumoral cell growth. The goal of this
study was to evaluate E-cadherin’s and vascular endothelial growth factor expression in
canine tissues that were classified as squamous cell carcinoma or basal cell tumor, and
to find a correlation with the histological grade of the tumors. Both normal and decreased
expression of E-cadherin had significant differences when comparing squamous cell
carcinoma to basal cell tumor using the Fisher test (P=0,0039). Also, in some samples
the more differentiated neoplastic cells had a higher intensity of color than the less
differentiated ones. The positive and negative expression of VEGF also had a significant
difference when evaluated by the Fisher test (P=0,0287). There was a correlation among
the two molecules’ expression with SCC and BCT (p<0,05). In conclusion, this study
shows that the results correspond with the biological behavior of SCC and BCC and these
molecules may have prognostic value for these neoplasms.
Keywords: dogs, squamous cell carcinoma, E-cadherin, immunohistochemistry,
neoplasia, basal cell tumor, VEGF.
1
1- INTRODUÇÃO
A incidência de tumores em cães vem crescendo consideravelmente, e acredita-
se ter várias razões, entre elas está o aumento da longevidade observada nestes
animais. Hoje, os tumores são uma das principais causas de morte em cães e, por isso,
têm assumido uma importância excepcional na nossa sociedade.
A pele é a maior barreira entre o organismo animal e o ambiente em que ele vive.
Assim, ela fica exposta a um grande número de agentes carcinogênicos, o que se
reflete numa variedade de tumores cuneos primários, visto que a pele é um dos
principais sítios de tumores nos animais.
Tumores em humanos e animais são temas de muitos estudos. Apesar disso, o
tratamento deles ainda é um grande desafio para médicos e veterinários.
Estudos que enfoquem os mecanismos envolvidos na instalação,
desenvolvimento e definição de prognóstico dos tumores se tornam muito importantes
nessa luta.
A definição do prognóstico de um paciente depende do tipo de tumor, de seu
grau histológico, de moléculas expressas por ele, entre outros. Várias dessas moléculas
expressas pelo tumor são alvo de terapia. É cada vez mais freqüente o uso de
diferentes terapias no combate ao câncer, graças a pouca eficiência ou aos efeitos
adversos causados por terapias convencionais, como quimioterapia e radioterapia.
Dessa maneira, conhecer a expressão de algumas moléculas nas células de um
tumor pode ser útil, não para o estabelecimento de um prognóstico, como para a
escolha do melhor tratamento. Também pode-se vislumbrar terapias por meio de
produção de anticorpos específicos, destinados a neutralizar a expressão dessas
moléculas.
2
2- REVISÃO DE LITERATURA
2.1- Carcinoma de células escamosas
O carcinoma de células escamosas é uma neoplasia maligna que emerge dos
queratinócitos (SCOTT et al., 1996) e corresponde a aproximadamente 5% dos tumores
cutâneos dos cães (THOMAS & FOX, 1998).
Animais velhos são os mais acometidos, com a média de idade variando de 8 a
10 anos, embora também haja relatos em animais jovens, de 2 aos 5 meses de idade
(THOMAS & FOX, 1998). Não há predilão sexual (SCOTT et al., 1996; VAIL &
WITHROW, 1996) e as raças mais acometidas são o terrier escocês, pequinês, boxer,
poodle, elkhound norueguês e o teckel (SCOTT et al., 1996; THOMAS & FOX, 1998).
Cães de raças de pêlo curto e pele branca ou albina apresentam incidência mais
elevada de carcinoma de células escamosas induzido pela luz solar. Estes cães
geralmente passam muitas horas deitados ao sol (SCOTT et al., 1996).
Há evidências que viroses possam participar do desenvolvimento de alguns
casos de carcinoma de células escamosas. Foram demonstrados antígenos estruturais
de papiloma vírus (ZAUGG et al., 2005), entretanto, a etiologia desses tumores não
está clara em todos os casos e acredita-se que fatores ambientais e características do
próprio animal possam também estar envolvidos (THOMAS & FOX, 1998).
As lesões proliferativas ou ulcerativas ocorrem mais comumente em tronco,
membros, dedos, escroto, lábios, nariz, pálpebras e pavilhão auricular (SCOTT et al.,
1996; THOMAS & FOX, 1998). As proliferativas são massas papilares de tamanhos
variados, com aspecto de couve-flor ou de cornos cutâneos na superfície da lesão, que
freqüentemente é ulcerada e sangra facilmente. As ulcerativas se iniciam como úlceras
pouco profundas e crostosas e se tornam profundas e crateriformes (PULLEY &
STANNARD, 1990; SCOTT et al., 1996; THOMAS & FOX, 1998). Este tipo de tumor
normalmente é único, mas pode ser múltiplo no tronco de animais que se expõe ao sol,
ou em leito ungueal de animais de porte grande (SCOTT et al., 1996).
3
Os carcinomas de células escamosas são tumores, geralmente, invasivos
localmente, mas de crescimento lento para gerar metástases (PULLEY & STANNARD,
1990; SCOTT et al., 1996). Lesões do leito ungueal parecem ser mais agressivas (cerca
de 70% invadem o tecido ósseo da terceira falange) e se metastizam mais
freqüentemente (cerca de 22% para o linfonodo regional) (SCOTT et al., 1996).
Histologicamente, os carcinomas de células escamosas são formados por
massas irregulares de células escamosas, cuja origem são os queratinócitos que
proliferam e invadem a derme e o subcutâneo. A presença de queratina é um achado
comum nestes tumores, e sua quantidade depende do grau de maturação das lulas
neoplásicas. Um grande número de pérolas córneas está presente em tumores bem
diferenciados. Elas são compostas por camadas de células escamosas que vão
aumentando gradualmente sua queratinização em direção ao centro. Em tumores
pouco diferenciados, isoladas células queratinizadas podem ser vistas. As células são
grandes e arredondadas, possuem citoplasma abundante e eosinofílico e núcleo
picnótico. Pontes intercelulares podem ser encontradas facilmente (PULLEY &
STANNARD, 1990). Figuras miticas são normalmente numerosas e estão
relacionadas com o grau de anaplasia. Quanto maior o grau de anaplasia dessas
células, maior a variação no tamanho nuclear, menor a massa citoplasmática com
aumento da basofilia destas células e o desaparecimento das pontes intercelulares
(YAGER & SCOTT, 1985).
O tratamento pode ser por excisão cirúrgica, criocirurgia, eletrocirurgia,
hipertermia e radioterapia. O prognóstico é melhor para tumores bem diferenciados.
Tumores com alto grau de invasão e margens pobremente definidas apresentam um
mau prognóstico, com recurrência do tumor após tratamento (SCOTT et al., 1996).
2.2- Tumor de células basais
Os tumores de células basais o compostos quase exclusivamente por células
basais. Não exibem evidências de diferenciações de glândulas sebáceas, sudoríparas e
de folículos pilosos. Tumor basalóide, epitelioma de células basais e carcinoma de
células basais o termos usados para descrever este tumor. Apresentam uma
4
incidência de 4 a 12% entre as neoplasias cutâneas caninas (PULLEY & STANNARD,
1990; SCOTT et al., 1996).
Acometem, principalmente, animais com idade média entre 6 e 10 anos. Pulley &
Stannard (1990) afirmam que animais machos têm uma maior predisposição, enquanto
que Scott et al. (1996) e Vail & Withrow (1996) acreditam não haver predisposição
sexual. As raças mais acometidas são o coocker spaniel, kerry blue terrier, shetland
sheepdog, huskie siberiano, springer spaniel inglês, poodle e o bichon friesé (SCOTT et
al., 1996; VAIL & WITHROW, 1996; THOMAS & FOX, 1998). Em humanos, a incidência
desse tumor está relacionada com a exposição crônica à luz ultravioleta (SCOTT et al.,
1996; THOMAS & FOX, 1998).
Geralmente estes tumores são solitários, envolvem a derme e o subcutâneo
(PULLEY & STANNARD, 1990); ocorrem principalmente na cabeça, pescoço ou tórax,
sendo, usualmente circunscritos, firmes, císticos, arredondados, medindo de 0,5 a 10cm
de diâmetro e normalmente são alopécicos, ulcerados e pigmentados (SCOTT et al.,
1996; VAIL & WITHROW, 1996).
O tumor de células basais apresenta células com núcleo oval proeminente e
citoplasma relativamente pequeno, ocasionalmente podem conter células basais com
formato fusiforme e núcleo alongado. Estas células são normalmente pequenas e
uniformes, apresentam o núcleo hipercromático e se parecem bastante com as células
basais da epiderme. A diferea está no fato que as células desses tumores não
possuem pontes intercelulares, como as da epiderme. Os limites celulares são pouco
definidos, dando a impressão que os núcleos estejam embebidos em uma massa
citoplasmática. Figuras mitóticas e melanina podem ser observadas e estarem em
grande quantidade em alguns tumores (PULLEY & STANNARD, 1990).
Os tumores de células basais podem ser classificados histologicamente como
sólidos, císticos, adenóides ou medusóides. Os tumores sólidos são compostos por
células de tamanhos variados. O núcleo da camada periférica dessa massa celular é
freqüentemente em paliçada, perpendicular ao tecido conjuntivo adjacente, no entanto,
alguns núcleos podem ser arranjados ao acaso. Os tumores císticos diferem dos
tumores sólidos apenas pela presença de espaços císticos no centro dos aglomerados
de células tumorais. No tumor tipo adenóide, as células são arranjadas na forma de
5
cordões entrelaçados. Os cordões consistem de uma, duas ou três filas de células em
paliçadas. O estroma entre os cordões de células pode sofrer degeneração mucinosa,
dando uma aparência glandular bem definida ao tumor. O tumor medusóide é formado
por ilhas sólidas de células basais com cordões de células basais projetados para fora,
semelhante a tentáculos de um polvo. As células basais no centro destas ilhas são
sempre alongadas e arranjadas de forma paralela. Esta classificação dos tumores pode
mudar consideravelmente e observar-se vários padrões no mesmo tumor (PULLEY &
STANNARD, 1990).
Os tumores de células basais apresentam crescimento lento (VAIL & WITHROW,
1996; THOMAS & FOX, 1998) e a incidência de recidivas e metástases é muito baixa
(SCOTT et al., 1996; VAIL & WITHROW, 1996; THOMAS & FOX, 1998).
O tratamento pode ser por excisão cirúrgica, eletrocirurgia, criocirurgia (SCOTT
et al., 1996), radioterapia e quimioterapia. A excisão cirúrgica é, normalmente, curativa
(THOMAS & FOX, 1998).
2.3- Moléculas de adesão
As moléculas de adesão celular (MACs) são glicoproteínas de membrana, cujas
funções compreendem o reconhecimento e a adesão celular e possuem enorme
importância em múltiplos processos biológicos, tanto normais como patológicos. São
descritas cinco famílias de moléculas de adesão: a superfamília das imunoglobulinas,
as selectinas, caderinas, integrinas e as proteínas da matriz extracelular (ELANGBAM
et al., 1997).
As MACs são receptores celulares que se encontram na superfície celular e na
matriz extracelular, por meio dos quais efetuam-se as interões específicas célula-
célula e lula-matriz (ELANGBAM et al., 1997). A adesão celular determina a
organização das células em órgãos e tecidos; tamm é importante nos processos de
migração e diferenciação celular. Participa de fenômenos como a embriogênese,
reparação tissular, inflamação, hemostasia, processos linfoproliferativos e neoplásicos.
As MACs unem-se a contra-receptores específicos encontrados em outras células ou
na matriz extracelular, facilitando as interações celulares e a migração delas por
6
diferentes tecidos. Transportam sinais reguladores da transcrição celular depois da
interação com seus ligantes. As moléculas de adesão mediam um diálogo, transferindo
informação em duas direções, através da membrana celular (COHEN et al., 1997).
Também as MACs estão envolvidas na interação entre células e entre células e
matriz celular em tumores malignos e benignos (DENTON et al., 1992). Desempenham
um papel importante na progressão do câncer, no seu desenvolvimento, invasão e
geração de metástases (OKEGAWA et al., 2004). A expressão de moléculas de adesão
e seus ligantes nos tumores podem estar relacionados com seu grau de malignidade e
seu poder de gerar metástases (WITZ, 2006).
2.3.1- Caderinas
As caderinas representam uma classe de moléculas de adesão. Elas ainda são
divididas em subfamílias: clássicas ou caderinas tipo I, atípicas ou caderinas tipo II,
desmocolinas, desmogleinas, protocaderinas e caderinas Flamingo (FOTY &
STEINBERG, 2004). As caderinas clássicas compreendem a E (epithelial)-caderina, N
(neural)-caderina, P (placental)-caderina, entre outras (FURUKAWA et al., 1997; FOTY
& STEINBERG, 2004). Elas são polipeptídios que conectam uma célula a outra através
de uma ligação homofílica dependente do íon cálcio. Se associam a um grupo de
proteínas intracelulares chamadas cateninas, as quais as ligam a microfilamentos
actínicos do citoesqueleto e mediam mecanismos transdutores de sinais que regulam o
crescimento celular e sua diferenciação. Existem ts tipos de cateninas: , e γ
(OZAWA & KEMLER, 1998).
A manutenção da arquitetura do tecido adulto depende grandemente da
integridade funcional e estrutural das caderinas (ELANGBAM et al., 1997). São
consideradas importantes reguladoras da morfogênese em vários órgãos, incluindo a
pele. Elas estão envolvidas não somente na manutenção do arranjo destas células,
como na condensação dérmica (HIRAI et al., 1989). Além disso, também são
importantes na embriogênese (FURUKAWA et al., 1997).
Na pele humana, a E-caderina é expressa na superfície celular de todas as
camadas epidérmicas, incluindo os apêndices cutâneos, enquanto a P-caderina é
7
expressa somente nas células da camada basal (FUJITA et al., 1992). Ultra-
estruturalmente, a E-caderina é distribuída pela membrana plasmática dos
queratinócitos, mas não na superfície dérmica das células basais. Depósitos densos de
E-caderina o encontrados no espaço intercelular dos desmossomos (HORIGUCHI et
al., 1994).
Uma disfunção das caderinas pode estar envolvida com várias desordens
cutâneas, como doenças bolhosas e comportamento invasivo e metastático dos
tumores (FURUKAWA et al., 1997).
A função deficiente das caderinas tem sido associada com câncer de pele em
humanos e o aparecimento de metástases. Estudos sugerem que a perda da E-
caderina pode estar associada com a progressão do tumor, sendo sua principal ação a
supressão da habilidade de invasão (BEHRENS et al., 1989; NAVARRO et al., 1991;
BIRCHMEIER et al., 1993). A perda funcional da E-caderina pode ocorrer por vários
mecanismos, mas é freqüentemente envolvida com deleção ou mutação do gene
CDH1. Alguns estudos mostram que aberrações neste gene são suficientes para
predispor ao desenvolvimento de tumores malignos. Além disso, mudanças na
expressão de proteínas que fazem parte do complexo de adesão da E-caderina
também podem prejudicar sua função. A reorganização da cromatina, a hipermetilação
e a perda do fator de transcrição coincidem com a supressão da E-caderina em
carcinomas (SEMB & CHRISTOFORI, 1998). De qualquer maneira, a integridade do
tecido é destruída e a célula tumoral fica livre para gerar metástases (GOODSELL,
2002).
Em humanos, a expressão de E-caderina é preservada em tumores de células
basais dos tipos superficial e nodular (PIZARRO et al., 1994; SHIRAHAMA et al, 1996)
e é reduzida no tumor infiltrativo, sugerindo que ela pode estar relacionada com o
padrão de crescimento e com o comportamento agressivo desse tumor (PIZARRO et
al., 1994). Contrariamente, Tada e colaboradores (1996) relatam que a expressão da E-
caderina foi preservada nos casos de tumor de células basais e reduzida nos casos de
carcinoma de células escamosas.
As expressões de E e P-caderina também foram relacionadas com o grau de
diferenciação do carcinoma de células escamosas, e redução marcante de E-caderina
8
foi associada com o aparecimento de metástases em linfonodos (FURUKAWA et al.,
1994; SHIRAHAMA et al, 1996). Um estudo de Schipper (1991) mostrou que a
expressão de E-caderina em tumores epiteliais humanos bem diferenciados é similar a
do epitélio normal e, em carcinomas moderadamente diferenciados, a expressão é
intermediária. em tumores pobremente diferenciados não expressão de
caderinas. Os autores sugerem que estes achados podem ter implicação no
prognóstico dos tumores.
O grau de malignidade de outros tipos de tumores humanos também está
correlacionado com a expressão da E-caderina. Em tumor de mama, a perda parcial ou
completa da expressão da E-caderina está diretamente ligada ao grau histológico do
tumor (MOLL et al., 1993) e ao prognóstico desfavorável (SIITONEN et al., 1996). Em
carcinoma de bexiga (SYRIGOS et al., 1995), carcinoma gástrico (JAWHARI et al.,
1997) e carcinoma prostático (RICHMOND et al., 1997), a perda da expressão de E-
caderina também foi relacionada com alto grau histológico, estágio avançado e
prognóstico pobre. Também, a baixa expressão da E-caderina em carcinoma oral de
células escamosas foi correlacionada com mau prognóstico (BÁNKFALVI et al., 2002).
Outro estudo avaliou a expressão da E-caderina no epitélio oral normal, na displasia
oral leve ou moderada, no carcinoma oral in situ, no carcinoma oral microinvasivo e no
carcinoma oral de células escamosas. A perda da expressão da E-caderina foi maior
quanto maior o grau de displasia da lesão (GARCIA et al., 2006).
Em cães, a expressão de P-caderina foi avaliada em tecidos mamários (normais,
hiperplásicos, com tumores benignos e malignos), e neste estudo foram encontradas
marcações aberrantes nos tecidos neoplásicos, com correlação positiva entre a
intensidade da expressão da P-caderina e o tipo histológico nos tumores malignos
(PAREDES et al., 2004). Outro estudo com a marcação de E-caderina em tumores
mamários caninos associou a redução da sua expressão com o caráter invasivo do
tumor, a presea de vasos, tamanho, ulceração, metástases em linfonodos, necrose,
mas não houve correlação com o grau histológico do tumor (MATOS et al., 2006).
9
2.4- Fator de Crescimento do Endotélio Vascular (VEGF)
Angiogênese é um processo pelo qual novos vasos sangüíneos se desenvolvem
a partir do endotélio de uma vasculatura p-existente (FOLKMAN & SHING, 1992).
Folkman (1990) demonstrou que a angiogênese foi essencial para o crescimento de
tumores sólidos e suas metástases em humanos. Ela é um importante componente
para o crescimento tumoral e, provavelmente, toma lugar na cascata de eventos
biológicos envolvidos na formação de metástase tumoral. Estudos mostram que
tumores mais vascularizados estão associados com o aumento de risco de metástases
e prognóstico menos favorável (TAKAHASHI et al., 1995).
O VEGF além de estimular a angiogênese, produz colagenase e outras enzimas
degradativas que facilitam a saída da célula neoplásica para a circulação
(MOSCATELLI et al., 1981), e também estimula o crescimento das células tumorais
(WEIDNER, 1998). Ele é um potente mitógeno para células e o aumento de sua
expressão tem sido correlacionado com o aumento de angiogênese tumoral (CRESSEY
et al., 2005). O VEGF é uma glicoproteína dimétrica de 46kDa que estimula a
proliferação endotelial in vitro e a angiogênese in vivo (LEUNG et al., 1989) e aumenta
a permeabilidade vascular (DVORAK et al., 1995). Pouco se sabe sobre o real papel do
VEGF nos tumores dos animais.
Maiolino e colaboradores (2000) observaram a expressão do VEGF no
carcinoma de células escamosas e basais em cães. Constataram que todas as
amostras de carcinoma de células escamosas foram marcadas e a marcação foi
praticamente nula no carcinoma de células basais. Os autores correlacionaram a alta
expressão do VEGF no carcinoma de células escamosas ao seu comportamento
invasivo, quando comparado com o comportamento menos agressivo do carcinoma de
células basais, e concluíram que este pode ser um critério de avaliação da malignidade
e do potencial de crescimento para estes tipos de tumores.
Restucci e colaboradores (2002) desenvolveram um estudo comparativo da
expressão do VEGF entre diversos tumores mamários caninos benignos e de
malignidade graus 1, 2 e 3. O resultado mostrou um aumento progressivo da expressão
do VEGF concordante com o aumento do grau de malignidade desses tumores.
10
Também mostrou que a densidade da microvasculatura nesses tumores teve o mesmo
comportamento da expressão do VEGF, concluindo que a malignidade e a angiogênese
aumentam juntas.
Outro trabalho dos mesmos autores correlaciona o aumento da expressão do
VEGF com o aumento do seu receptor específico (Flk-1) nos tumores mamários
caninos, mostrando também aumento progressivo, de acordo com a malignidade do
tumor, o que sugere a ação local do VEGF estimulando o crescimento do tumor
(RESTUCCI et al., 2004). Restucci e colaboradores (2003) também quantificaram a
expressão do VEGF correlacionando-a com a densidade da microvasculatura em cortes
de testículos normais comparando-os com seminomas de cães. Observaram aumento
da expressão de VEGF e da densidade da microvasculatura nos tecidos neoplásicos,
quando comparados com o normal. Os seminomas difusos ainda apresentavam
aumento significativamente maior que os seminomas intratubulares, mostrando que
nesses tumores testiculares, o uso destes parâmetros pode ser útil como critério de
avaliação da malignidade.
A expressão do VEGF em meningiomas de cães foi estudada por Platt e
colaboradores (2006). A alta expressão desta molécula foi relacionada com um
pequeno tempo de sobrevivência do animal, o que pode significar um parâmetro auxiliar
no prognóstico.
11
3- OBJETIVOS
Sabendo-se que o carcinoma de células escamosas tem um comportamento
mais agressivo que o tumor de células basais, buscou-se com este estudo:
Relacionar o tipo de tumor com os dados do animal (idade, raça, sexo);
Relacionar a expressão da E-caderina e do VEGF com o tipo histológico
do tumor, grau de diferenciação e comportamento biológico;
Avaliar se a expressão da E-caderina e do VEGF poderiam auxiliar na
definição de um prognóstico para o animal.
12
4- MATERIAL E MÉTODOS
As amostras de tumor de células basais e de carcinoma de células escamosas
foram submetidas ao método de imunoistoquímica para detecção da molécula de
adesão E-caderina e do fator de crescimento do endotélio vascular.
4.1- Obtenção das amostras
Foram empregados 35 espécimes de tecidos tumorais caninos, incluídos em
parafina e previamente classificados histologicamente como carcinoma de células
escamosas (n=20) e tumor de células basais (n=15). Os espécimes foram obtidos dos
arquivos dos Departamentos de Patologia Veterinária da Faculdade de Ciências
Agrárias e Veterinárias da UNESP, campus de Jaboticabal, cedidos pelo Prof. Dr.
Antônio Carlos Alessi; da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da UNESP,
campus de Botucatu, pela Profª Drª Reneé L. Amorim e da Faculdade de Odontologia
da UNESP, campus de Araçatuba, pelo Profª Drª Gisele F. Machado.
4.2- Histopatologia
Os espécimes neoplásicos foram submetidos aos procedimentos de rotina de
fixação e inclusão em parafina do Departamento de Patologia Veterinária da FCAV
UNESP Campus de Jaboticabal, SP. Cortes de cinco micrômetros de espessura,
corados pela Hematoxilina-Eosina, foram confeccionados e examinados (Figura 1), o
que permitiu confirmar o diagnóstico e classificá-los segundo os critérios de PULLEY &
STANNARD (1990).
13
Figura 1- Fotomicrografia dos tumores caninos empregados neste estudo: (A) TCB do
tipo medusóide (x200); (B) TCB do tipo sólido (x400); (C) TCB do tipo adenóide
(x200); (D) CCE não queratinizado (x400). (E e F) CCE queratinizado (x200);
Coloração pela Hematoxilina & Eosina.
E
D
A
B
C
F
14
3.3- Reação de imunoistoquímica
O método de imunoistoquímica usado foi o complexo streptoavidina biotina
(ABC) desenvolvido por HSU et al. (1981).
Cortes de 3m de espessura foram montados em lâminas pré-tratadas com Poly-
L-Lisina (cód. P4832 Sigma Chemical Co., St. Louis, MO EUA). No momento da
reação, as lâminas foram deixadas em estufa a 37ºC por 1,5 hora. A desparafinização e
a reidratação foram feitas em baterias de xilóis e álcoois em concentrações
decrescentes. Após lavagem em água destilada, receberam tratamento com solução de
metanol e peróxido de hidrogênio (2,4%) para bloqueio da peroxidase endógena, uma
vez durante 10 minutos, especificamente para o anticorpo anti-E-caderina (E-caderina)
e quatro vezes para o anticorpo anti-VEGF (VEGF).
Para a recuperação antigênica, os espécimes receberam tratamento em banho-
maria por 40 minutos em solução pré-aquecida a 92ºC, de tampão citrato (pH 6) para a
reação com a E-caderina e em tampão tris EDTA (pH 9) para a reação com o VEGF.
Depois de resfriados, foram incubados com Protein Block (DakoCytomation, Ref.
X0909) para bloqueio de reações inespecíficas por 30 minutos. Em seguida, foram
incubados durante a noite a C com o anticorpo primário em câmara úmida e cobertos
com parafilme. Os anticorpos primários utilizados foram o anticorpo monoclonal anti-E-
caderina (camundongo anti-humano) e o anticorpo monoclonal anti-VEGF (camundongo
anti-humano) (Tabela 1).
Tabela 1 - Anticorpos primários, diluição e recuperações antigênicas empregadas.
ANTICORPOS
PRIMÁRIOS
DILUIÇÃO
RECUPERAÇÃO ANTIGÊNICA E
TAMPÃO EMPREGADO
Anti-VEGF
a
1/10
calor (banho-maria)
tampão Tris EDTA (pH 9)
Anti-E-Caderina
b
1/100
calor (banho-maria)
tampão citrato (pH 6)
a -
Sigma-Aldrich Co - clone 26503.11; b – Zymed Laboratories Inc.,clone 4A2C7
15
Para detecção da -E-caderina foi utilizado o kit LSAB (Sistema de Detecção Ultra
Estreptavidina Universal, DakoCytomation, Ref. K0690), por 30 minutos; e para o
anticorpo anti-VEFG foi utilizado o kit Envision (Dual Link System, DakoCytomation,
Ref. K4061), por uma hora. As reações foram reveladas pelo substrato cromogênico 3,3
diaminobenzidina (Cód. SK-4100 - DAB Vector Laboratóries, Burlingame, CA, EUA), e
contracorados pela hematoxilina de Harris por um minuto, e então lavados em água
corrente.
Após cada um dos tratamentos recebidos, as lâminas foram lavadas em solução
salina tamponada com fosfato (PBS), pH 7,2, três vezes por cinco minutos cada,
excetuando-se a etapa entre o bloqueio das proteínas inespecíficas e a incubação com
o anticorpo primário.
A desidratação dos cortes foi feita em gradiente crescente de álcoois e xilóis,
seguidas pela montagem em lamínula em meio permanente bálsamo do Canadá.
Como controle negativo, os anticorpos primários anti-E-caderina e anti-VEGF
foram substituídos por tampão PBS ou imunoglobulina G de camundongo.
Na reação com a E-caderina, como controle positivo, além das áreas de epitélio
normal dos próprios cortes, foram utilizados cortes de útero canino, que sabidamente
expressam a E-caderina em sua camada epitelial. Para o VEGF, foram utilizados
hemangiossarcomas caninos.
Para avaliação dos resultados foram consideradas expressões normais de E-
caderina as marcações de coloração moderada a intensa em mais de 75% das células
neoplásicas e expreso reduzida as demais, seguindo os critérios empregados por
Brunetti et al. (2005). E para o anticorpo anti-VEGF, foram consideradas positivas
marcações de coloração moderada a intensa em mais de 25% das células neoplásicas
e negativas as demais (KYZAS et al., 2005).
As observações foram feitas em microscópio óptico comum por dois
observadores, e os resultados foram então estabelecidos.
16
4.3- Análise estatística
O teste exato de Fisher foi utilizado para comparar a expressão da E-caderina e
do VEGF entre os tecidos caninos classificados histologicamente como carcinoma de
células escamosas e tumor de células basais e o teste de correlação de Spearman para
correlacionar a expressão da E-caderina com a expressão do VEGF, através do
programa SAS (SAS 9.1, SAS Institute, Cary, NC, USA).
17
5- RESULTADOS
5.1- Diagnóstico histopatológico e dados dos animais
A classificação histopatológica dos tumores, juntamente com as raças, sexo e
idades dos cães acometidos estão expostos nas Tabelas 2 e 3.
Dos 20 cães que receberam o diagnóstico de carcinoma de células escamosas
(CCE), nove (45%) eram SRD (sem raça definida), quatro (20%) boxer, dois (10%)
rottweiler e um exemplar (5%) das demais raças (weimaraner, dog alemão, basset
hound, fila brasileiro e dálmata). A média das idades foi de 7,45 anos, variando de dois
a 18 anos. A porcentagem de cães machos foi de 55% (11) e de 45% (nove) de fêmeas.
Quinze cães apresentaram o CCE do tipo queratinizado (CCEQ) e cinco não
queratinizado (CCENQ). Estes dados estão representados nas Figuras 2 e 4.
Tabela 2- Classificação histopatológica dos carcinomas de lulas escamosas, informando as
raças, idades e sexo dos animais acometidos. UNESP - Jaboticabal, SP, 2007.
RAÇA SEXO IDADE CLASSIFICAÇÃO HISTOPATOLÓGICA
1 SRD* macho 6 anos CCE queratinizado
2 boxer macho 8 anos CCE não queratinizado
3 SRD macho 3 anos CCE queratinizado
4 weimaraner macho 5 anos CCE não queratinizado
5 dog alemão macho 9 anos CCE queratinizado
6 basset hound fêmea 7 anos CCE queratinizado
7 rottweiler fêmea 5 anos CCE bem queratinizado
8 boxer fêmea 2 anos CCE queratinizado
9 fila brasileiro macho 6 anos CCE queratinizado
10
SRD fêmea 14 anos
CCE não queratinizado
11
SRD macho 9 anos CCE queratinizado
12
rottweiler macho 6 anos CCE queratinizado
13
SRD fêmea 9 anos CCE queratinizado
14
boxer macho 7 anos CCE não queratinizado
15
SRD fêmea 18 anos
CCE queratinizado
16
SRD macho 8 anos CCE queratinizado
17
boxer fêmea 7 anos CCE não queratinizado
18
dálmata fêmea 3 anos CCE queratinizado
19
SRD macho 5 anos CCE queratinizado
20
SRD fêmea 12 anos
CCE queratinizado
*SRD = sem raça definida
18
.
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
S
R
D
b
o
x
e
r
w
e
i
m
a
ra
n
e
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r
f
i
l
a
b
r
a
s
i
l
e
i
ro
d
á
l
m
a
t
a
raças
nº de casos
fêmea
macho
Figura 2- Freqüência dos carcinomas de células escamosas, distribuídas conforme a raça e
sexo dos cães acometidos. UNESP - Jaboticabal, SP, 2007.
Dos 15 cães com tumor de células basais (TCB), seis (40%) eram da raça
poodle, dois (13,3%) pastor alemão e um exemplar (6,7%) das demais raças (husky
siberiano, coocker spaniel, bichon frisé, old english sheepdog, yorkshire, SRD e setter
irlandês). A média de idade dos animais acometidos por tumor de células basais foi de
sete anos, variando de dois a 15. A porcentagem de cães machos foi 53,3% (8) e a de
fêmeas 46,7% (7). Quatro (26,7%) dos tumores de células basais foram do tipo sólido,
três (20%) do tipo medusóide e oito (53,3%) do tipo adenóide. Os dados estão
representados nas Figuras 3 e 4.
Tabela 3- Classificação histopatológica dos tumores de células basais, informando as raças,
idades e sexo dos animais acometidos. UNESP - Jaboticabal, SP, 2007.
RAÇA SEXO IDADE CLASSIFICAÇÃO HISTOPATOLÓGICA
1 pastor alemão fêmea 5 anos TCB do tipo medusóide
2 poodle fêmea 9 anos TCB do tipo adenóide
3 husky siberiano fêmea 6 anos TCB do tipo sólido
4 coocker macho 8 anos TCB do tipo adenóide
5 bichon frisé macho 9 anos TCB do tipo adenóide
6 poodle macho 8 anos TCB do tipo medusóide
7 poodle fêmea 12 anos TCB do tipo sólido
8 poodle macho 2 anos TCB do tipo adenóide
9 poodle fêmea 5 anos TCB do tipo sólido
10 sheepdog macho 4 anos TCB do tipo adenóide
11 yorkshire macho 4 anos TCB do tipo adenóide
12 poodle macho 4 anos TCB do tipo adenóide
13 SRD* macho 15 anos TCB do tipo sólido
14 pastor alemão fêmea 7 anos TCB do tipo adenóide
15 setter irlandês fêmea 5 anos TCB do tipo medusóide
* SRD = sem raça definida
19
0
1
2
3
4
5
6
7
past
or
al
em
ao
po
od
le
cocker
bichon frisé
h
u
s
ky s
i
beriano
set
t
er
i
r
la
ndês
yorkshi
r
e
sheepdog
SR
D
raças
de casos
fêmea
macho
Figura 3- Freqüência dos tumores de células basais, distribuídas conforme a raça e sexo dos
cães acometidos. UNESP - Jaboticabal, SP, 2007.
0
10
20
30
40
50
60
% de casos
carcinoma de células escamosas tumor de células basais
machos
fêmeas
Figura 4- Porcentagem de cães machos e fêmeas com carcinoma de células escamosas e com
tumor de células basais. UNESP – Jaboticabal, SP, 2007.
20
5.2- Expressão de E-caderina
Considerando a expressão normal de E-caderina em uma porcentagem maior
que 75% das células neoplásicas marcadas e uma porcentagem inferior a isso como
expressão reduzida da molécula, das 20 amostras de CCE, 14 (70%) apresentaram
redução de expressão e seis (30%) expressão normal da molécula. O inverso foi visto
no TCB, em três (20%) amostras a expressão estava reduzida e em 12 (80%), a
expressão foi preservada. Os dados estão apresentados na Figura 5. diferença
significativa entre o CCE e o TCB na expressão dessa molécula quando comparada
pelo teste de Fisher (P=0,0039) a 1% de significância (Tabela 4). Exemplos de
marcação normal, reduzida e controle positivo do próprio corte estão representadas nas
Figuras de 6 a 8.
Foi observado que em algumas amostras, a expressão da E-caderina apresentou
diferentes padrões de coloração de acordo com o grau de diferenciação das células
neoplásicas. Onde células mais diferenciadas apresentavam marcação mais intensa
que as menos diferenciadas (Figura 9).
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
% das amostras
CCE TCB
reduzido
normal
n=14
n=6
n=3
n=12
Figura 5- Representação gráfica da porcentagem de amostras de CCE e de TCB mostrando a
expressão normal e reduzida da molécula E-caderina. UNESP – Jaboticabal, SP,
2007.
21
Tabela 4- Comparação pelo teste de Fisher da expressão da E-caderina no CCE e no TCB.
reduzida
normal
total
freqüência 14 6 20
CCE
expectativa 9,7143 10,286
porcentagem 40,00 17,14 57,14
freqüência 3 12 15
TCB
expectativa 7,2857 7,7143
porcentagem 8,57 34,29 42,86
Total
freqüência 17 18 35
porcentagem 48,57 51,43 100,00
P=0,0039 (p<0,01)
Figura 6- Fotomicrografia de preparação imunoistoquímica mostrando um campo considerado
de expressão normal de E-caderina, com mais de 75% de células neoplásicas
marcadas com coloração intensa no CCE queratinizado (x400). (método ABC,
contracorado pela hematoxilina de Harris) UNESP – Jaboticabal, SP, 2007.
22
Figura 7-
Fotomicrografia de preparação imunoistoquímica mostrando um campo considerado
de expressão negativa de E-caderina, com menos de 75% de células neoplásicas
marcadas no TCB do tipo adenóide (x400). (método ABC, contracorado pela
hematoxilina de Harris) UNESP – Jaboticabal, SP, 2007.
Figura 8- Fotomicrografia de preparação imunoistoquímica de um CCEQ. Observar a marcação
intensa pelo anticorpo anti-E-caderina nas glândulas sebáceas, que serviram como
controle positivo no próprio corte. (x400). (método ABC, contracorado pela
hematoxilina de Harris) UNESP – Jaboticabal, SP, 2007.
23
Figura 9-
Fotomicrografia de preparação imunoistoquímica mostrando um campo com
diferentes tipos de marcação pelo anticorpo anti E-caderina das células neoplásicas,
onde as células mais diferenciadas apresentaram coloração mais intensa.CCEQ
(x400). (método ABC, contracorado pela hematoxilina de Harris) UNESP
Jaboticabal, SP, 2007.
24
5.3- Expressão do VEGF
Considerando como expressão positiva do VEGF tumores com uma
porcentagem de células marcadas maiores do que 25% e negativa, porcentagens
menores que esta; 14 (70%) amostras de CCE e cinco (33,33%) de TCB mostraram
expressão positiva. A expressão foi negativa em seis (30%) dos CCE e em 10 (66,67%)
dos TCB. Houve diferença significativa (P=0,0287) na expressão do VEGF entre os
tumores (Tabela 5). Os dados de expressão do VEGF estão expostos na Figura 10.
Exemplos de marcação positiva, negativa e controle positivo do VEGF estão
representados na Figuras de 11 a 13.
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
% das amostras
CCE TCB
negativo
positivo
n=6
n=14
n=10
n=5
Figura 10- Representação gráfica da porcentagem de amostras de CCE e de TCB mostrando a
expressão positiva e negativa do VEGF. UNESP – Jaboticabal, SP, 2007.
Tabela 5- Comparação pelo teste de Fisher da expressão do VEGF no CCE e no TCB.
negativo positivo total
freqüência 6 14 20
CCE
expectativa 9,1429 10,857
porcentagem 17,14 40,00 57,14
freqüência 10 5 15
TCB
expectativa 6,8571 8,1429
porcentagem 28,57 14,29 42,86
Total
freqüência 16 19 35
porcentagem 45,71 54,29 100
P = 0,0287(p<0,05)
25
Figura 11- Fotomicrografia de preparação imunoistoquímica mostrando um campo considerado
de expressão positiva para o VEGF, com mais de 25% de células neoplásicas
marcadas com coloração intensa no CCE queratinizado (x100). (método ABC,
contracorado pela hematoxilina de Harris) UNESP – Jaboticabal, SP, 2007.
Figura 12- Fotomicrografia de preparação imunoistoquímica mostrando um campo considerado
de expressão negativa para o VEGF no CCE queratinizado (x400). (método ABC,
contracorado pela hematoxilina de Harris) UNESP – Jaboticabal, SP, 2007.
26
Figura 13- Fotomicrografia de preparação imunoistoquímica de um CCEQ. Observar a
marcação intensa pelo anticorpo VEGF nas células endoteliais, que serviram como
controle positivo no próprio corte. (x400). (método ABC, contracorado pela
hematoxilina de Harris) UNESP – Jaboticabal, SP, 2007.
27
5.4- Correlação entre a E-caderina e o VEGF no CCE
No CCE verificou-se correlação de Spearman significativa de 0,4 (p<0,05) entre
os grupos E-caderina e VEGF (Tabela 6). Este resultado foi alcançado em função de
uma maior quantidade de valores concordantes em relação aos discordantes. Os
valores concordantes são aqueles negativos para E-caderina e positivos para o VEGF.
Isto significa que no CCE, maior número de amostras apresentou expressão reduzida
da E-caderina e positiva para o VEGF (Tabela 8 e Figura 14).
Tabela 6- Comparação pelo teste de Fisher da expressão da E-caderina e do VEGF no CCE.
reduzido / negativo
normal / positivo
total
freqüência 14 6 20
E-caderina
expectativa 10 10
porcentagem
35,00 15,00 50,00
freqüência 6 14 20
VEGF
expectativa 10 10
porcentagem
15,00 35,00 50,00
Total
freqüência 20 20 40
porcentagem
50,00 50,00 100,00
P = 0,0109 (p<0,05)
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
% das amostras
reduzido / negativo normal / positivo
E-caderina
VEGF
n=14
n=6
n=6
n=14
Figura 14- Representação gráfica da porcentagem de amostras de CCE comparando a
expressão normal/positiva e reduzida/negativa das moléculas E-caderina e VEGF.
UNESP – Jaboticabal, SP, 2007.
28
5.5- Correlação entre a E-caderina e o VEGF no TCB
No TCB verificou-se a correlação de Spearman significativa de -0,47 (p<0,05)
entre os grupos E-caderina e VEGF (Tabela 7). Este resultado foi alcançado em função
de um menor número de valores concordantes em relação aos discordantes. Os valores
concordantes são aqueles negativos para a E-caderina e positivos para o VEGF. No
TCB, o maior número de amostras apresentou expressão normal para a E-caderina e
negativa para o VEGF e o menor número, expressão reduzida para E-caderina e
positiva para o VEGF (Tabela 8 e Figura 15).
Tabela 7- Comparação pelo teste de Fisher da expressão da E-caderina e do VEGF no TCB.
reduzido / negativo normal / positivo total
freqüência 3 12 15
E-caderina
expectativa 6,5 8,5
porcentagem 10,00 40,00 50,00
freqüência 10 5 15
VEGF
expectativa 6,5 8,5
porcentagem 33,33 16,67 50,00
Total
freqüência 13 17 30
porcentagem 43,33 56,67 100,00
P = 0,0114 (p<0,05)
Tabela 8- Número e porcentagem de amostras do CCE e do TCB que apresentaram expressão
reduzida/negativa e normal/positiva das moléculas E-caderina e VEGF
.
tumor anticorpo reduzido / negativo normal / positivo total
CCE E-caderina
14 (70%) 6 (30%) 20 (100%)
VEGF
6 (30%) 14 (70%) 20 (100%)
TCB E-caderina
3 (20%) 12 (80%) 15 (100%)
VEGF
10 (66,67%) 5 (33,33%) 15 (100%)
29
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
% das amostras
reduzido / negativo normal / positivo
E-caderina
VEGF
n=3
n=10
n=12
n=5
Figura 15- Representação gráfica da porcentagem de amostras de TCB comparando a
expressão normal/positiva e reduzida/negativa das moléculas E-caderina e VEGF.
UNESP – Jaboticabal, SP, 2007.
30
6- DISCUSSÃO
O CCE e o TCB são neoplasias epiteliais que apresentam alta incidência
entre os cães. Neste estudo, os cães mais afetados pelo CCE foram os sem raça
definida (SRD), seguidos pelos boxers, embora a literatura cite esta última como a mais
predisposta (SCOTT et al., 1996; THOMAS & FOX, 1998). No caso dos TCBs, os
poodles, seguidos pelos pastores alemães foram os mais acometidos, condizente com
o referido na literatura (SCOTT et al.,1996; VAIL & WITHROW, 1996; THOMAS & FOX,
1998).
A média de idade dos cães com CCE foi de 7,45 anos e com TCB de sete
anos, ambas dentro da faixa etária citada como a de maior incidência (THOMAS &
FOX, 1998). Em ambos os tumores, a proporção entre machos e fêmeas foi
semelhante, discordante do que sugerem Pulley & Stannard (1990), que citam os
machos como mais predispostos para o TBC; e concordante com outros autores que
não observaram predisposição sexual (SCOTT et al., 1996; VAIL & WITHROW, 1996).
Muito embora sejam citadas predisposições para o desenvolvimento de
tumores relacionadas à raça, idade e sexo dos animais, vários fatores ambientais e
características individuais estão envolvidos na etiologia desses tumores. Um dos
principais fatores é a luz solar; animais que ficam expostos ao sol por tempo prolongado
têm maior predisposição de apresentarem um tumor epitelial induzido pelos raios
ultravioleta (SCOTT et al., 1996). Dados sobre os animais, como cor da pele,
comprimento de pêlos, hábitos, alimentação, entre outros, o necessários para se
estabelecer alguma relação entre o tipo tumoral e uma possível etiologia. Contudo, não
há essas informações sobre os cães portadores dos tumores empregados neste estudo.
Por se tratar de um estudo realizado com material arquivado, a possibilidade de se
investigar esses dados torna-se impossível, o que impede o estabelecimento de
qualquer comparação.
31
A expressão da E-caderina nos tumores caninos ainda não está bem
estabelecida. Vários estudos mostram que a redução de sua expressão em tumores
epiteliais humanos (SCHIPPER, 1991; FURUKAWA et al., 1997) e tumores mamários
caninos (RESTUCCI et al., 2002; MATOS et al., 2006) está relacionada com o poder
invasivo e metastático desses tumores.
Neste estudo, o grupo de CCE mostrou redução da expressão em 70% dos
casos, ao passo que no TCB, 20% desses mostraram redução e 80% tiveram
preservada a expressão da E-caderina. Em cães, não foram encontrados estudos
prévios dessa molécula em tumores cutâneos epiteliais. Brunetti e colaboradores (2005)
correlacionaram a diminuição da expressão da E-caderina em tumores mamários
caninos com o aumento do seu poder de invasão, concordante com o estudo de Matos
et al. (2006). No qual, os pesquisadores verificaram que todos os carcinomas mamários
de maior malignidade apresentaram redução significativa da expressão de E-caderina,
enquanto que todos os carcinomas com menor grau de malignidade apresentaram
expressão normal dessa molécula. Estes autores relacionaram a redução de expressão
com aumento de tamanho, presença de ulceração, metástases em linfonodos, necrose
e comportamento infiltrativo do tumor, sem contudo associarem ao grau histológico.
Piekarz (2007) também correlaciona em tumores mamários caninos de maior grau de
malignidade a diminuição da expressão de E-caderina, concordando com o presente
estudo em tumores cutâneos epiteliais. Embora os trabalhos mencionados o tenham
sido conduzidos com tumores cutâneos epiteliais, pôde-se depreender com eles que
tumores mais agressivos, em comparação a tumores menos agressivos, apresentam
diferentes expressões de E-caderina. Essas referências corroboram com as
encontradas nesse trabalho e reforçam o postulado de que os CCEs são de
comportamento mais agressivo que os TBCs.
Em função do pequeno número de amostras de CCE não queratinizado e
aos diferentes tipos de TCB (sólido, adenóide e medusóide) deste estudo, não foi
possível relacionar o grau histológico dos tumores com as diferentes expressões.
Apesar disso, foi algumas vezes observado que numa mesma amostra, em que havia
diferentes graus de diferenciação celular, o padrão de expressão diferia. Células mais
32
diferenciadas apresentavam marcação com coloração mais intensa que células menos
diferenciadas, o que sugere que a expressão da E-caderina possa estar relacionada
com o grau histológico desses tumores cutâneos epiteliais (Figura 9).
Os resultados deste estudo se assemelham aos do estudo de Tada e
colaboradores (1996), que relatam nos TCBs humanos preservada expressão de E-
caderina e em todos os CCEs, expressão reduzida.
A E-caderina é uma molécula de adesão celular responsável pela
manutenção da integridade do tecido. É também responsável por suprimir a habilidade
de invasão das células tumorais (BEHRENS et al., 1989; NAVARRO et al., 1991;
BIRCHMEIER et al., 1993). Sendo assim, a perda dessa molécula no tecido neoplásico
poderia interferir diretamente na liberação de células tumorais, aumentando o poder de
invasão e a chance de formação de metástases.
Neste estudo, o grupo de CCE apresentou redução da expressão na maioria
das amostras (70%), em comparação com o TCB (20%), onde na maioria a expressão
estava preservada. Estes resultados vão de encontro ao citado anteriormente sobre o
comportamento biológico desses tumores.
O VEGF é um importante indutor da angiogênese, além de produzir
colagenase e outras enzimas degradativas que facilitam a saída da célula neoplásica
para a circulação (MOSCATELLI et al., 1981). Ele também estimula o crescimento das
células tumorais (WEIDNER, 1998). é um potente mitógeno e o aumento de sua
expressão tem correlação direta com o aumento da angiogênese tumoral (CRESSEY et
al., 2005). Neste estudo, a expressão do VEGF estava presente na maioria das
amostras de CCEs e na minoria de TCBs. Em estudo semelhante, Maiolino et al. (2000)
observaram que 100% (15) das amostras de CCE apresentaram marcação do VEGF,
enquanto no TCB em apenas 15% (3) das amostras foram marcadas. Os autores
acrescentaram ainda que somente os TCBs do tipo sólido expressaram o VEGF,
diferentemente deste estudo, em que não se registrou padrões de marcação
diferenciados entre os grupos de TCB.
33
Concordantes com o presente estudo, em humanos também foi observada
expressão aumentada de VEGF em todos os CCE, e ausente ou leve nos TCBs
(WENINGER et al., 1996). Outros autores (UEHARA et al., 2004; KYZAS et al, 2005)
correlacionam a expressão do VEGF no CCE a pacientes com pior prognóstico,
enquanto pacientes com melhor prognóstico, foram aqueles que o tumor não
apresentava a expressão dessa molécula. O aumento da expressão no grupo dos CCE
é condizente com o comportamento mais agressivo desse tumor, quando comparado
com o grupo de TCB.
Também em um estudo de Restucci et al. (2003) foi observado aumento da
expressão de VEGF e da microvasculatura em seminomas caninos, quando
comparados a testículos normais. Entretanto, não houve correlação estatística entre a
expressão do VEGF e o aumento da microvasculatura. Yonemaru e colaboradores
(2006) compararam a expressão do VEGF nos tumores hemangiossarcoma e
hemangioma, sendo que os hemangiossarcomas apresentaram expressão forte do
VEGF na maioria das amostras, diferente do hemangioma. Estes autores relacionaram
a expressão do VEGF com o comportamento maligno e invasivo do tumor. Concordante
com o presente trabalho, estes autores também relacionaram a expressão do VEGF
com o comportamento biológico dos tumores.
As células tumorais necessitam de nutrientes e oxigênio para se manterem
vivas e proliferarem. Sendo assim, a angiogênese parece ser essencial para contribuir
com o poder invasivo e metastático de tumores (FOLKMAN, 1990). O VEGF estando
diretamente envolvido na angiogênese pode ser muito útil como marcador de
prognóstico em pacientes portadores de tumor, além de ser um possível alvo de
terapias.
Quando se correlaciona a expressão da E-caderina com a do VEGF dentro
de cada grupo de tumor, se observa que os padrões de expressão são inversos. No
CCE, há uma menor expressão da E-caderina e uma maior expressão do VEGF,
enquanto no TCB acontece o oposto, uma maior expressão de E-caderina e menor
do VEGF. Esta correlação reforça a hipótese de que podemos usar estas duas
moléculas como marcadores de prognóstico. Apesar de não se conhecer o prognóstico
34
desses animais (pois não houve acompanhamento dos pacientes) baseado nos
resultados deste estudo, associado ao postulado sobre o comportamento mais
agressivo, com maior poder de invasão e maior chance de formação de metástases do
CCE, pode-se inferir a importância dessas moléculas na definição de um prognóstico.
35
7- CONCLUSÃO
Com base nos resultados obtidos neste estudo, podemos concluir que:
1. O perfil dos cães deste estudo acometidos pelo CCE e pelo TCB se
assemelha aos descritos na literatura para parâmetros como raça, idade e sexo
predispostos.
2. O padrão da expressão dos anticorpos nos dois tipos de tumores cutâneos
epiteliais (CCE e TCB) estudados condiz com o comportamento mais agressivo do CCE
em comparação com o TCB.
3. A expressão do VEGF e da E-caderina nos CCEs e nos TCBs são úteis
em estabelecer o prognóstico em cães.
36
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