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Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Faculdade de Medicina
Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde:
Cardiologia e Ciências Cardiovasculares
AVALIAÇÃO ECOCARDIOGRÁFICA E DA CAPACIDADE
FUNCIONAL POR ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO
DOS EFEITOS AGUDOS DE DOIS MODOS DE
VENTILAÇÃO NÃO-INVASIVA NASAL NA
INSUFICIÊNCIA CARACA COMPENSADA
Lorena Contreras Mundstock
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
Porto Alegre
2008
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6
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Faculdade de Medicina
Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde:
Cardiologia e Ciências Cardiovasculares
AVALIAÇÃO ECOCARDIOGRÁFICA E DA CAPACIDADE
FUNCIONAL POR ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO
DOS EFEITOS AGUDOS DE DOIS MODOS DE
VENTILAÇÃO NÃO-INVASIVA NASAL NA
INSUFICIÊNCIA CARACA COMPENSADA
Lorena Contreras Mundstock
Prof. Orientador: Dr. Marco Antonio Rodrigues Torres
Prof. Co-orientador: Dr. Rogério Gastal Xavier
Dissertação de mestrado apresentada ao Curso de Pós-
Graduação em Cardiologia e Ciências Cardiovasculares como requisito
parcial para a obtenção do título de Mestre pela
Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Porto Alegre
2008
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7
Dedico este trabalho aos meus pais, exemplos de dedicação à pesquisa e incentivadores
dos meus estudos
8
AGRADECIMENTOS
Ao Professor e Doutor Rogério Gastal Xavier, pela amizade, apoio constante e
contribuição importante para a realização deste trabalho;
À equipe de ecocardiografistas da Unidade de Métodos Não Invasivos do Serviço de
Cardiologia do HCPA, Dora Palombini, Valéria Freitas, Leandro Becker e Roberto
Salvaro, pela ajuda incansável, paciência e contribuição intelectual e muito importante;
Às secretárias da UMNI do Serviço de Cardiologia do HCPA, Cleusa e Sandra, pela
paciência, compreensão e coleguismo durante as coletas;
Às técnicas de enfermagem da Unidade de Métodos Não Invasivos do Servo de
Cardiologia do HCPA, Simone, Dóris, Carla e Silvana, pela paciência e ajuda durante
as coletas;
À secretária do PPG Cardio, Sirlei, pela paciência, compreensão e ajuda nos momentos
mais difíceis;
Aos professores Ilmar Köhler e Luiz Claudio Danzmann, pela ajuda, pacientes e
compreensão;
Ao Sr Lourenço da Oximed pela disponiblização do aparelho modelo tal e tal de
ventilação utilizado nesta presente pesquisa;
Ao professor e orientador Marco Antônio Rodrigues Torres, pelo incentivo ao
mestrado e por ter me incentivado a buscar as soluções para os obstáculos
Ao Prof. Luiz Eduardo P. Rohde, Coordenador do Curso de Pós-Graduação em
Cardiologia e Ciências Cardiovasculares da Universidade Federal do Rio Grande do
Sul, pelo apoio prestado;
À colega de mestrado Ana Paula Corrêa, pela amizade, ajuda e coleguismo;
À minha colega e amiga Fernanda Machado Balzan, pela amizade, apoio,
compreensão, coleguismo, ajuda incansável e companheirismo desde o início do
mestrado e que foram muito importantes durante todas as etapas;
Ao meu irmão, Daniel, pelo exemplo de dedicação à pesquisa, e calma durante esta
etapa;
Aos meus pais, Claudio e Elsa, que nunca mediram esforços para minha educação, pelo
constante incentivo ao mestrado e à continuação com a pesquisa, pelos conselhos,
compreensão, companheirismo e todo o apoio intelectual prestado durante o mestrado;
A CAPES e ao FIPE, pelo incentivo financeiro prestados ao mestrado e ao projeto
9
SUMÁRIO
LISTA DE ABREVIATURAS....................................................................................10
LISTA DE FIGURAS................................................................................................. 11
LISTA DE TABELAS................................................................................................ 12
LISTA DE ANEXOS.................................................................................................. 13
RESUMO ................................................................................................................... 15
ABSTRACT ............................................................................................................... 16
CAPÍTULO I: Revisão de literatura ............................................................................ 17
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA........................................................................... 17
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES CARDÍACAS ..................................................25
AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE FUNCIONAL ............................................. 28
VENTILAÇÃO NÃO INVASIVA POR PRESSÃO POSITIVA ......................... 33
VNI EM CARDIOLOGIA .................................................................................. 36
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................... 44
CAPÍTULO II: Artigo................................................................................................. 48
INTRODUÇÃO ..................................................................................................48
MÉTODOS......................................................................................................... 50
RESULTADOS................................................................................................... 55
DISCUSSÃO ...................................................................................................... 63
CONCLUSÃO .................................................................................................... 68
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................. 69
ANEXO I: Artigo em inglês........................................................................................71
ANEXO II: TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)... 97
ANEXO III: Variáveis da Ecocardiografia ..................................................................99
10
LISTA DE ABREVIATURAS
CAPÍTULO I
IC: insuficiência cardíaca
EAP edema agudo de pulmão
iECA: inibidor da enzima conversora de angiotensina
VE: ventrículo esquerdo
RVP resistência vascular periférica
AE átrio esquerdo
VD: ventrículo direito
DC: bito cardíaco
NYHA New York Heart Association
FEVE fração de ejeção do ventrículo esquerdo
CAP cateter da artéria pulmonar
RMC ressonância magnética cardíaca
AE átrio esquerdo
Eco ecocardiografia
Eco-Doppler ecocardiografia por Doppler
DT Doppler Tissular
DTM Doppler transmitral
TCP teste cardiopulmonar
VO
2
consumo de oxigênio
VO
2
pico consumo de oxigênio de pico
VE ventilação
VCO
2
produção de dióxido de carbono
VE/VCO
2
equivalente ventilatório
Vd/Vt relação espaço morto fisiológico/volume corrente
PaCO
2
pressão parcial de dióxido de carbono
TC6min teste de caminhada de seis minutos
IAM infarto agudo do miocárdio
FC freqüência cardíaca
VNI ventilação não invasiva
PEEP pressão expiratória final positiva
11
IR insuficidência respiratória
FR freqüência respiratória
DPOC doença pulmonar obstrutiva crônica
CPAP pressão positiva contínua nas vias aéreas
BiPAP
®
pressão positiva duplo nível nas vias aéreas
IPAP pressão positiva inspiratória nas viasreas
EPAP pressão positiva expiratória nas vias aéreas
Pt pressão intratorácica
PVC pressão venosa central
PCP pressão de cunha capilar
VMI ventilação mecânica invasiva
PAM pressão arterial média
ECG eletrocardiograma
VDFVE volume diastólico final do ventrículo esquerdo
ACS apnéia central do sono
CO
2
dióxido de carbono
BNP peptídeo natriurético tipo B
CDI cardiomiopatia dilatada idiopática
CI cardiomiopatia isquêmica
VDF volume diastólico final
VSF volume sistólico final
DSFVE diâmetro sistólico final do ventrículo esquerdo
VSFVE volume sistólico final do ventrículo esquerdo
FS fração de encurtamento
SCA síndrome coronariana aguda
iVAE índice do volume do átrio esquerdo
ACFA arritmia compatível com fibrilação atrial
IMVE índice de massa do ventrículo esquerdo
TRIV tempo de relaxamento isovolumétrico
DAE diâmetro do átrio esquerdo
LISTA DE FIGURAS
12
CAPÍTULO I
Figura 1
Desempenho cardíaco............................................... 19
Figura 2
Avaliação pelo Doppler da função diastólica............ 24
CAPIÍTULO II
Figura 1
Fluxograma do estudo 50
Figura 2
Comportamento do DSFVE, antes e depois da VNI nos
grupos de pacientes com FEVE≥50% e FEVE<50%
54
Figura 3
Comportamento do TRIV nos momentos antes e depois
da VNI nos grupos de pacientes que usaram CPAP e
BiPAP
55
Figura 4
Comportamento do VSFVE nos momentos antes e
depois da VNI nos grupos de pacientes que usaram
CPAP e BiPAP, e comportamento VSFVE antes e
depois da VNI nos grupos de pacientes com
FEVE≥50% e FEVE<50%
56
Figura 5
Comportamento da FEVE antes e depois da VNI nos
grupos de pacientes com FEVE≥50% e FEVE<50%
57
Figura 6
Comportamento da FS nos momentos antes e depois da
VNI nos grupos de pacientes que usaram CPAP e
BiPAP
58
LISTA DE TABELAS
CAPÍTULO II
13
Tabela 1
Características da amostra estudada 52
Tabela 2
porcentagem de pacientes por grupo relacionada aos
medicamentos para o tratamento da IC
52
Tabela 3
valores de média ± desvio padrão para as variáveis
entre os grupos de FEVE acima e abaixo de 50%.
53
Tabela 4
valores do ecocardiograma, modo M, pré e pós VNI
nos pacientes com FEVE≥50%
58
Tabela 5
Valores pré e pós VNI nos grupos BiPAP e CPAP 59
LISTA DE ANEXOS
14
CAPÍTULO II
ANEXO I Artigo em inglês
ANEXO II Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
ANEXO II Variáveis da ecocardiografia
15
RESUMO
Objetivo: avaliar os efeitos agudos da ventilação não invasiva (VNI) em pacientes com
insuficiência cardíaca (IC) na resposta hemodinâmica da função cardíaca por
ecocardiografia com Doppler Tissular e na avaliação da capacidade funcional através do
teste de caminhada de 6 minutos (TC6min), utilizando modo continuous positive airway
pressure (CPAP) versus bilevel positive airway pressure (BiPAP). Métodos vinte e seis
pacientes portadores de insuficiência cardíaca selecionados de ambulatórios de
cardiologia de hospitais-escola de Porto Alegre. Os pacientes foram randomizados para
receber VNI pelos modos CPAP ou BiPAP durante 60 minutos. Foram realizados
TC6min e ecocardiograma antes e após o uso da VNI. No modo CPAP foi utilizada
pressão de 8 cmH
2
O, e no BiPAP foram 8 cmH
2
O de pressão inspiratória e 4 cmH
2
O de
pressão expiratória. Resultados: o tempo de relaxamento isovolumétrico (TRIV)
diminuiu após uso do CPAP (pré = 104,7±18,9 mseg versus pós = 60,48±19,2 mseg;
p<0,05) e a fração de encurtamento (FS) diminuiu em ambos os modos (pré =
25,9±1,4% versus pós = 23,15±1,02%, P < 0,05). Entre os pacientes com fração de
ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) 50%, houve aumento do diâmetro sistólico
final do VE (DSFVE) (pré = 37,27±2,84mm versus pós = 41,8±2,77mm; p<0,05) e
diminuição da FEVE (pré = 61,9±2,6% versus pós = 53,32±2,9%). A capacidade
funcional não foi alterada com o uso da VMNI. Conclusão: O CPAP alterou
significativamente o TRIV. A FEVE preservada influenciou os resultados da função
contrátil do VE. A VNI não provocou alterações significativas sobre a capacidade
funcional.
16
ABSTRACT
Objective: evaluate the acute effects of noninvasive ventilation (NIV) in patients with
heart failure (HF) in the hemodynamic response of the cardiac function through
echocardiography with Tissue Doppler and in the assessment of functional capability
through the 6-minute walk test (6MWT), using continuous positive airway pressure
(CPAP) vs. bilevel positive airway pressure (BiPAP) modes. Methods: twenty-six
patients with HF recruited from outpatient clinics of Cardiology school-hospitals in
Porto Alegre. The patients were randomized to receive NIV through CPAP or BiPAP
modes for 60 minutes. The 6MWT and echocardiogram were performed before and
after the use of NIV. In CPAP mode, 8 cmH
2
O pressure was applied and in BiPAP
mode 8 cmH
2
O inspiratory pressure and 4 cmH
2
O expiratory pressure were applied.
Results: The isovolumic relaxation time (IVRT) was reduced after the use of CPAP
(before = 104.7±18.9 msec. vs. after = 60.48±19.2 msec.; p<0.05) and the shortening
fraction was reduced in both modes (before = 25.9±1.4% vs. after = 23.15±1.02%,
p<0.05). Patients with left ventricle ejection factor (LVEF) 50% presented increased
left ventricle end systolic diameter (LVESD) (before = 37.27±2.84mm vs. after =
41.8±2.77mm; p<0.05) and reduced LVEF (before = 61.9±2.6% vs. after =
53.32±2.9%). The functional capability was not altered with the use of NIV.
Conclusion: The CPAP significantly altered the IVRT. The preserved LVEF affected
the results of LV contractile function. The NIV did not cause any significant alteration
to the functional capability.
17
CATULO I: Revisão de literatura
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA
Definição
A Insuficiência Cardíaca (IC) é uma condição progressiva que inicia com fatores
de risco para disfunção cardíaca, progride para mudanças assintomáticas na estrutura e
funções cardíacas, resultando em IC clínica, incapacidade e morte [1, 2]. Pode resultar
de qualquer distúrbio cardíaco, estrutural ou funcional, que prejudique a capacidade do
ventrículo de encher ou ejetar sangue.
Suas principais manifestações são dispnéia e fadiga, que limitam a capacidade
funcional, e a retenção de líquidos, que podem levar à congestão e ao edema pulmonar e
periférico. Com isso, a capacidade funcional e a qualidade de vida dos pacientes
acometidos pela IC fica prejudicado. No entanto, essa característica não é a principal
apresentada no quadro clínico, mas é importante [2].
Em reconhecimento à alta prevalência e incidência dessa doença, a American
Heart Association (AHA) e o American College of Cardiology (ACC) propuseram um
modelo de que classifica o estágio em que a IC se encontra: estágio A – fatores de risco
para IC; estágio B anormalidades assintomáticas da função ou estrutura cardíaca;
estágio C IC sintomática; estágio D estágio final da IC. Esse modelo enfatiza a
fisiopatologia da IC e ressalta a prevenção e detecção precoce dos da IC sintomática [1].
No Brasil, a IC é a terceira principal causa geral de internação e a primeira
cardiovascular, apresentando, ainda, alta mortalidade. Nos países desenvolvidos, por
outro lado, a IC descompensada é a principal causa de internação. Nos Estados Unidos,
são diagnosticados cerca de 400.000 novos casos por ano de IC. No Brasil, a IC
representou aproximadamente 4% de todas as internações, e 31% das internações por
18
causas cardiovasculares, em 2002. Com relação às taxas de readmissão hospitalar por IC
dentro de 90 dias, a prevalência, no Brasil, é de 36%, enquanto que nos Estados Unidos
é de 51%. Não existe um consenso sobre os principais motivos que levam os pacientes à
readmissão hospitalar por IC. No entanto, de acordo com levantamentos de diversos
estudos internacionais, algumas da causas mais freqüentes são idade avançada, co-
morbidades clínicas, ser do sexo masculino, ser da raça negra, ter tido hospitalizações
prévias freqüentes, além de baixa aderência ao tratamento e/ou tratamento inadequado
[3].
IC Crônica: Esta é a forma mais comum de IC e é freqüentemente pontuada por
exacerbações agudas. Sua definição inclui o aparecimento dos sintomas, seguida por
evidência objetiva de disfunção cardíaca (por ecocardiografia) e resposta ao tratamento
direcionado para IC [4].
Seu início é marcado por um dano miocárdico primário que gera disfunção
ventricular. Esta deflagra mecanismos adaptativos associados à alteração neuro-
humoral, levando a alterações na forma e eficiência mecânica do coração - que é o
remodelamento ventricular e também a alterações periféricas circulatórias, havendo
também danos secundários devido ao aumento do estresse oxidativo. Em situações de
IC crônica, mecanismos adaptativos podem operar por muito tempo, permitindo
acomodações de aumento de pressão hidrostática capilar e de volemia, evitando o
edema agudo de pulmão (EAP) [3].
A principal causa de IC é pressão capilar pulmonar aumentada, que desencadeia
o principal sintoma, a dispnéia aos esforços. No entanto, alguns estudos realizados
durante o exercício em pacientes com IC mostram uma fraca relação entre pressão
capilar pulmonar e o desempenho durante o exercício. Além da dispnéia, são sintomas
19
característicos de IC edema de tornozelos, cianose e extremidades frias, sinais de
congestão e fadiga [4].
Os sintomas característicos em pacientes com IC podem indicar a severidade da
doença e devem ser usados para monitorar os efeitos do tratamento. Apesar de existir
fraca correlação entre os sintomas e a severidade da doença, os primeiros podem estar
relacionados ao prognóstico, principalmente após o início do tratamento. Este consiste
em prevenir e/ou controlar doenças que levem à disfunção cardíaca; prevenir o
progresso da IC, uma vez que o diagnóstico está estabelecido; manutenção ou melhora
da qualidade de vida; melhora da sobrevida. O manejo terapêutico inclui medidas
farmacológicas e não-farmacológicas, cirurgia e meios mecânicos. As medidas não-
farmacológicas são educação do paciente e da família, controle do peso, controle da
dieta (controle do consumo de sal, álcool e quidos), evitar hábitos tabágicos e prática
de exercício. O tratamento farmacológico inclui, na maioria dos casos, o uso de
inibidores da enzima conversora de angiotensina (iECA), diuréticos, antagonistas beta-
adrenérgicos, antagonistas dos receptores de aldosterona, vasodilatadores, terapia
inotrópica positiva, agentes anti-trombóticos e anti-arrítmicos. As cirurgias cardíacas
devem ser feitas na presença de sintomas de IC e quando a doença é cirurgicamente
corrigível. As cirurgias podem ser de revascularização, de válvula mitral, de restauração
do ventrículo esquerdo (VE), marcapassos e desfibrilador cardioversor implantável.
Além destas, existem as cirurgias de reposição cardíaca, como o transplante cardíaco,
dispositivos de assistência ventricular e coração artificial, realizadas em estágio final da
doença [4].
IC Descompensada: De acordo com a Diretriz Latino-Americana para Avaliação e
Conduta na IC Descompensada, esta é definida como uma síndrome clínica na qual uma
alteração estrutural ou funcional do coração leva à incapacidade do mesmo para ejetar
20
ou acomodar sangue dentro dos valores pressóricos, causando acentuada limitação da
capacidade funcional e necessitando de intervenção terapêutica imediata. Ocorre
diminuição da contratilidade (cardiopatia isquêmica, hipertensiva ou dilatada) ou por
sobrecarga hemodinâmica, distúrbios de freqüência cardíaca ou enchimento ventricular
alterado. Os distúrbios hemodinâmicos deflagrados na IC descompensada estão
associados a alterações sistêmicas neuro-humorais, com atuação direta sobre o tecido
cardíaco, em que a atuação destes fatores leva à apoptose (morte) de mcitos e
alterações da estrutura, podendo levar a alterações funcionais, caracterizando o
remodelamento ventricular. intensa atividade inflamatória, caracterizada pelo
aumento de citocinas pró-inflamatórias, mas também intensa atividade de elementos
protetores, caracterizados pelos vasodilatadores e diuréticos. Na maioria das formas de
IC descompensada a baixa perfusão tecidual é conseqüência do débito cardíaco
inadequado [3].
A IC descompensada é clinicamente caracterizada por 3 alterações
hemodinâmicas: resistência vascular periférica (RVP) aumentada, débito cardíaco
diminuído e pressões de enchimento do VE e do ventrículo direito (VD) elevadas. A
RVP elevada acarreta aumento das pressões de enchimento, que tem efeito sobre os
sintomas associados à IC descompensada. Pressões elevadas da artéria pulmonar e de
pressão jugular, bem como terceira bulha cardíaca são características de congestão,
condição em que cada um destes sintomas têm sido identificado como preditor de
desfecho pobre a longo prazo em pacientes com IC. A redução das pressões de
enchimento, por outro lado, correlacionam com melhores desfechos. De fato, pressões
de enchimento elevadas persistentemente têm sido mostradas como preditivas de risco
aumentado de descompensação e morte súbita em pacientes hospitalizados por IC.
Entretanto, um débito cardíaco (DC) diminuído, que também caracteriza a IC, não
21
aparece como um preditor de mortalidade em IC, mesmo nos pacientes com disfunção
sistólica [5].
Existem vários mecanismos pelos quais a pressão de enchimento do VE elevada
pode desencadear desfechos em IC descompensada, além dos próprios sintomas de IC
descompensada. Pressões de enchimento do VE elevadas estão associadas com uma
elevada demanda de oxigênio do miocárdio e um gradiente para perfusão miocárdia
comprometido, levando a um risco maior de isquemia miocárdica global, que também
pode desencadear angina em pacientes com IC secundária a doença coronária. Além
disso, pressões de enchimento do VE elevadas estão fortemente correlacionadas com
resposta neurohormonal que ocorre na IC. Esta é, pelo menos em parte, devido à
distensão ventricular com ativação neuro-hormonal que conseqüentemente leva a
pressões elevadas [5].
A avaliação de dois parâmetros hemodinamicamente críticos, preses de
enchimento e taxas de perfusão, é essencial para a caracterização do paciente que
apresenta IC descompensada. Pacientes com congestão, devido a elevadas pressões de
enchimento são chamados de “úmidos”, enquanto que pacientes sem congestão o
“secos”. Perfusão inadequada pode resultar na presença de extremidades frias, levando a
esses pacientes serem classificados como “frios”, enquanto que pacientes com perfusão
adequada são chamados de “quentes”. Os pacientes com IC descompensada são
rapidamente avaliados de acordo com esses critérios e classificados entre 1 das quatro
categorias: quente e seco, quente e úmido, frio e úmido, frio e seco) [5].
O EAP ocorre por aumento súbito das pressões de enchimento por redução da
complacência ventricular ou hipervolemia, levando ao aumento da pressão hidrostática
capilar, levando ao edema pulmonar [3].
22
IC sistólica e diastólica: em termos fisiológicos, a IC ocorre quando uma anormalidade
da fuão cardíaca faz com que o coração deixe de bombear o sangue em quantidades
necessárias para metabolização dos tecidos, ou por fazê-lo com elevada pressão de
enchimento. A insuficiência cardíaca, portanto, seria causada por uma anormalidade da
função sistólica que leva a um prejuízo na expulsão de sangue. Assim, este tipo de
insuficiência seria caracterizado como insuficiência cardíaca sistólica. A insuficiência
cardíaca diastólica seria causada por uma alteração da função diastólica que causa um
prejuízo do enchimento ventricular [2].
A insuficiência cardíaca sistólica é a forma mais clássica de IC. Suas principais
manifestações clínicas resultam de um débito cardíaco insuficiente e/ou retenção de sal
e água. Os exemplos mais comuns desta manifestação clínica são pacientes com infarto
do miocárdio ou embolia pulmonar [2].
IC diastólica: Os pacientes com IC diastólica apresentam fração de ejeção do ventrículo
esquerdo (FEVE) preservada, o que não faz com que a IC diastólica seja importante que
a IC sistólica. Nesta forma ocorre prejuízo do ventrículo para receber sangue, que pode
ser causado por relaxamento ventricular lento ou incompleto. As principais
manifestações clínicas desta doença estão relacionadas com a elevação da pressão de
enchimento ventricular, levando à congestão venosa sistêmica, pulmonar ou ambas.
Além disso, a IC diastólica pode ser causada por fatores associados ao envelhecimento,
que incluem enrijecimento arterial e ventricular. Sendo assim, a IC diastólica é muito
comum nas pessoas idosas. Os principais exemplos desta manifestação são
cardiomiopatia hipertrófica ou restritiva [2].
Brutsaert [6] descreve que a IC diastólica deve ser compreendida como uma
conseência de uma disfunção sistólica importante da bomba muscular ventricular
diante do desempenho da bomba hemodinâmica preservada do ventrículo. O autor relata
23
que vários estudos destacam que tanto IC sistólica quanto IC diastólica são extremos de
um espectro de diferentes fenótipos de uma e da mesma doença: a insuficiência
cardíaca. O desempenho cardíaco pode ser visto de 3 formas: 1) um sistema hidráulico
de entrada e saída, com base nas leis Pouiseuille e Bernouillee no princípio de diluição
de Fick ; 2) uma bomba de compressão hemodinâmica; 3) uma bomba ventricular
muscular.
Figura 1: Ilustração modificada e traduzida de Brutsaert, 2006 [6]. Proposição
conceitual fisiológica para o desempenho cardíaco. Esquerda: o ventrículo é
considerado como parte de um sistema de entrada e saída, sendo o ventrículo, uma caixa
preta. Meio: o ventrículo é considerado como uma bomba (de compressão) dinâmica,
sendo os miócitos a caixa preta. Direita: o ventrículo é considerado como uma bomba
muscular, sendo os não-cardiomiócitos (células endoteliais, fibroblásticas e neuronais) a
caixa preta
SISTEMA CARDIOVASCULAR ÓRGÃO CARDÍACO
TECIDO MIOCÁRDICO
SISTEMA
HIDRODINÂMICO DE
ENTRADA E SAÍDA
BOMBA DE
COMPRESSÃO
HEMODINÂMICA
BOMBA
MUSCULAR
Lei de Poiseulle
F (DC)=(P art – Pven)/R
Lei de Bernouilli
Princípio de Diluição de Fick
Ventricular
PRESSÃO-FLUXO-VOLUME
Lei de Laplace
Miocárdio
FORÇA-VELOCIDADE-
COMPRIMENTO-TEMPO
Força-freq; intervalos de tempo
Relaxam. carga-dependente; Sucção
Função regional; não-uniformidade
24
A IC diastólica é observada em, aproximadamente, 40% de todos os pacientes
portadores de IC crônica, sendo mais predominante em mulheres, especialmente nas
mais idosas e que apresentam história de hipertensão, hipertrofia ventricular e diabetes
mellitus. Os sintomas assemelham-se aos mesmos apresentados por pacientes que têm
IC sistólica, como dispnéia aos esforços, arritmias e edema pulmonar, podendo ser tão
graves quanto em pacientes com classe funcional III ou IV de New York Heart
Association (NYHA). Dessa forma, esses pacientes o freqüentemente hospitalizados
[7].
Apesar de acreditar-se que esses pacientes m melhor expectativa de vida do
que aqueles que têm função sistólica baixa, a taxa de mortalidade é importante, mesmo
com desempenho hemodinâmico dito preservado devido à FEVE preservada [7, 8].
Embora por mecanismos diferentes, ambas as formas de insuficiência cardíaca
coexistem comumente, como no caso da insuficiência cardíaca crônica. Nesta, a
insuficiência cardíaca sistólica é causada pela perda de contratilidade do miocárdio
secundária a infarto agudo do miocárdio, enquanto que a IC diastólica é causada pela
diminuição da complacência do ventrículo, causada por substituição de tecido fibroso,
que prejudica a capacidade de distensão. Além destas, outras inúmeras características e
achados laboratoriais estão incluídas nestas duas formas de IC [2].
No estudo de Goldraich e cols [8], que verificou uma coorte de pacientes que
chegavam à emergência com IC descompensada, verificou-se que 31% dos pacientes
apresentavam FEVE preservada. Apesar disso, estes foram os pacientes que mais
apresentaram complicações intra-hospitalares.
25
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES CARDÍACAS
CATETERISMO
O cateterismo cardíaco permite informações sobre o relaxamento,
distensibilidade e enchimento do VE e rigidez diastólica. Paulus [9] e cols. consideram
que evidências da disfunção diastólica do VE, adquiridas invasivamente, ainda são
consideradas definitivas de IC diastólica.
De acordo com as Diretrizes Para o Diagnóstico e Tratamento da IC Crônica da
Sociedade Européia de Cardiologia de 2005 [9] , o uso do cateterismo cardíaco, também
conhecida como angiografia coronária deve ser considerado em pacientes com IC
descompensada e em pacientes com IC grave que não estão respondendo ao tratamento
medicamentoso. Nos casos de angina pectoris ou qualquer outra evidência de isquemia
miocárdica que não responde ao tratamento anti-isquemia, a angiografia também é
indicada.
O cateter da artéria pulmonar (CAP) permite monitoramento hemodinâmico
contínuo do paciente. É útil na avaliação de pacientes para transplante cardíaco e no
manejo de choque cardiogênico. No entanto, a relação risco-benefício para o paciente
ainda não está clara por falta de evidências consistentes. Mehra [5] relata que os estudos
ADHERE e ESCAPE aumentaram os custos, a permanência hospitalar, bem como a
mortalidade de pacientes portadores de IC monitorados com CAP.
RESSONÂNCIA MAGNÉTICA CARDÍACA (RMC)
A RMC é considerada uma técnica de imagem versátil, com alta acurácia e
reprodutibilidade para a avaliação dos volumes ventriculares, função global,
movimentação de parede, espessura miocárdica, massa miocárdica e válvulas cardíacas.
26
Este método é bem empregado para a detecção de defeitos congênitos, massas e tumores
e doenças valvares e do pericárdio [4].
A vantagem específica da RMC sobre a ecocardiografia é a aquisição de
imagens em qualquer plano ou ao longo do eixo selecionado. Essa característica faz da
RMC o padrão-ouro para volume do VE, volume do átrio esquerdo (AE) e medidas de
massa do VE. Além disso, a RMC pode ser considerada naqueles pacientes que têm
uma imagem ecocardiográfica prejudicada para obter medidas confiáveis. Paulus e cols
[9] consideram a RMC como primeira escolha se são pequenas mudanças no volume ou
na massa do VE e do AE, como no caso de progressão de uma doença ou de reação a
um tratamento. Assim, a RMC é útil na caracterização tissular, bem como na separação
diastólica do VE, que pode apenas ser avaliado por RMC.
ECOCARDIOGRAFIA
A ecocardiografia (Eco) é definida, por consenso, como o método para
documentação da disfunção cardíaca em repouso [3, 4, 9-12] relata que de acordo com o
American College of Cardiology/ American Heart Association (ACC/AHA) a
Ecocardiografia é considerada como o único e mais útil teste na avaliação de pacientes
com Insuficiência Cardíaca, por sua habilidade de proporcionar, acuradamente e não-
invasivamente, medidas da função ventricular e avaliar causas de IC estrutural.
Dos estudos publicados a respeito do tema, poucos usaram a ecocardiografia, o
método preferencial para avaliar a função sistólica e diastólica, segundo as diretrizes da
European Society of Cardiology (Sociedade Européia de Cardiologia) de 2005 [4],
como medida das funções cardíacas em pacientes com IC. Nenhum estudo encontrado
estudou as pressões de enchimento ventricular pelo Doppler Tissular (DT), a qual tem a
vantagem de ser independente da pré-carga na avaliação da função diastólica. Em
27
contraste com Doppler do Fluxo Mitral (método mais tradicional), a qual impede a
adequada diferenciação entre os diversos momentos de enchimento. Pois, este modo,
apresenta uma variação importante dos índices da onda E e da onda A e da relação das
ondas (E/A), diante das modificações da pré-carga do VE.
O uso dos parâmetros de enchimento foi fundamentado no estudo de Danzman e
cols. [12]. Neste estudo, foi verificado o comportamento dos índices diastólicos do VE
extraídos pelo DT em relação a estas mesmas medidas extraídas de Doppler transmitral
(DTM) sob a influência da sobrecarga hemodinâmica. Esta sobrecarga foi induzida pela
modificação da pré-carga através de elevação dos membros inferiores e modificação da
pós-carga através de exercício isométrico com a manobra de handgrip. Os resultados
deste estudo mostraram que o perfil de velocidade do índice do DTM E variou de
maneira significativa, mediante a elevação da pré-carga, enquanto que o índice DT E’
não apresentou variação significativa após a elevação da pré-carga. Os achados apontam
para uma independência da pré-carga, considerando-se a velocidade da onda E’. Sendo
este estudo útil para diferenciação de padrões na análise diastólica. Nos pacientes com o
padrão de ‘pseudonormalização’ na avaliação da função diastólica, cujos parâmetros são
obtidos tanto pelo Doppler mitral quanto pelo tissular, a variação dos picos das
velocidades E e E, bem como a razão E/A em relação á razão E’/A’, pode ser
empregada para se diferenciar este padrão ‘pseudonormal’ de um padrão de enchimento
normal.
28
Figura 2: ilustração modificada e traduzida de Braunwald, 2006 [13]. Representação
esquemática do fluxo mitral, Doppler tissular do anel mitral e fluxo de veias pulmonares
em situações de função diastólica normal e graus crescentes de disfunção diastólica O
fluxo mitral é bifásico e consiste em um fluxo precoce (Em) e um tardio relacionado à
contração atrial (Am). O Doppler tissular resulta num padrão semelhante das
velocidades anulares precoce e tardias (Ea e Aa), em direção oposta à do fluxo mitral.
Em pacientes normais, o fluxo das veias pulmonares é multifásico, com relativa
igualdade entre os componentes anterógrados sistólico e diastólico, e velocidade
relativamente baixa do fluxo retrógrado da onda pulmonar. Nos casos de disfunção
diastólica de grau variável, ocorrem mudanças previsíveis no fluxo mitral, velocidades
do Doppler tissular e nas velocidades das veias pulmonares, como ilustrado na figura.
AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE FUNCIONAL
De acordo com as evidências apresentadas em diversos estudos, os pacientes
com IC têm sua capacidade funcional afetada devido a sintomas de dispnéia e fadiga de
membros superiores e inferiores [14-20]. Tais sintomas ocorrem por aumento das
pressões de enchimento do VE e do VD. Esses parâmetros estão associados à função
29
diastólica do VE [19, 21]. A FEVE diminuída, medida pela função sistólica, não é
considerada como um marcador de capacidade funcional por alguns autores, pois é
considera apenas a contração radial do ventrículo esquerdo, o que não reproduz muito
bem os componentes longitudinais da função ventricular [22, 23]. No entanto, alguns
estudos m mostrado associação função sistólica com a capacidade funcional,
juntamente com a função diastólica. A associação das pressões de enchimento
ventricular e de fração de ejeção parece ter um valor preditivo maior para a capacidade
funcional de pacientes com IC do que a função diastólica isolada[19, 20, 24].
TESTE CARDIOPULMONAR
O teste cardiopulmonar (TCP), realizado em ergoespirômetro, vem sendo usada
na avaliação de pacientes com IC há, pelo menos, quatro décadas. No entanto, somente
na década de 80 foram elucidados alguns aspectos básicos da fisiopatologia da IC
durante o exercício e que o consumo de oxigênio de pico (VO
2
pico) tem valor
prognóstico em pacientes com IC [18]. O estudo de Mancini e cols. [25] foi
determinante para estabelecer o TCP como uma prática padrão em cardiologia e
estabelecer o estágio para procura de outros prognósticos indicadores obtidos no TCP.
A partir deste último estudo, rios outros confirmaram o valor prognóstico do
VO
2
pico e, além disso, foi possível estabelecer pontos de corte para estratificação de
risco em pacientes com IC com base no VO
2
pico. A chamada “zona cinza”, cujo valor
de VO
2
pico está entre 10 e 18 mL/Kg.min-1, é dita assim, pois pacientes com VO
2
pico
abaixo de 10 mL/kg.min-1 têm mau prognóstico sem transplante, enquanto que
pacientes com VO
2
pico acima de 18mL/kg.min-1 têm excelente prognóstico [26].
Além do VO
2
pico, a ventilação (VE) tem valor prognóstico importante para
pacientes com IC. Durante o exercício, a VE aumenta à medida que a produção de gás
30
carbônico aumenta (VCO
2
). Essa relação é expressa como inclinação VE/VCO
2
, que
tem sido apontada como um preditor mais forte que o VO
2
pico A vantagem dessa
relação sobre o VO
2
pico é que ela pode ser obtida sem fazer o paciente chegar ao
esforço máximo e é caracterizada pelo curso de tempo das variáveis de troca gasosa que
reflete a capacidade adaptativa da função pulmonar ao aumento de cargas. A relação
VE/VCO
2
é determinada pela razão espaço morto fisiológico volume corrente
(Vd/Vt) e pressão parcial arterial de CO
2
(PaCO
2
). Uma baixa PaCO
2
de pico ao
exercício (<35mmHg) e uma alta Vd/Vt (>0,22) são fortes preditores de mortalidade.
No entanto, uma PaCO
2
pico reduzida parece ser um marcador prognóstico mais forte
que influencia o poder prognóstico do VE/VCO
2
[18].
TESTE DE CAMINHADA DE 6 MINUTOS (TC6min)
O TC6’caracteriza-se por ser um teste simples, barato e bem reproduzível, além
de refletir o status funcional dos pacientes que o realizam. O teste mede a distância que
um indivíduo pode caminhar, num ritmo acelerado, numa superfície plana durante 6
minutos, caracterizando-se por ser um teste submáximo. Ele avalia as respostas
integradas e global de todos os sistemas envolvidos no exercício, circulação sistêmica e
periférica, unidades neuromusculares e metabolismo. Este teste é fortemente indicado e
recomendado para pacientes com doença moderada a grave, de origem cardíaca ou
pulmonar. Alguns estudos indicam que o TC6min é um preditor de morbimortalidade
nestes pacientes. Apesar do uso freqüente deste teste em nas doenças previamente
citadas, não prova que este teste é clinicamente útil em determinar a capacidade
funcional, ou mudanças na mesma, após alguma intervenção [27].
O TC6’ é absolutamente contra-indicado em indivíduos que apresentam ou
apresentaram angina instável e infarto agudo do miocárdio (IAM) no mês prévio ao
31
teste. As contra-indicações relativas incluem freqüência cardíaca (FC) de repouso maior
que 120 bmp, pressão arterial sistólica maior que 180 mmHg, e pressão arterial
diastólica maior que 100 mmHg [27].
O TC6min deve ser em um corredor coberto, com superfície plana e firme, num
curso de 30m. Os pontos de volta, posicionados a 30m um do outro, devem ser
marcados com um cone [27].
De acordo com as Diretrizes da Sociedade Torácica Americana de 2002 [27] os
equipamentos necessários para o teste de caminhada incluem cronômetro, 2 cones, uma
cadeira que possa ser facilmente movida pelo corredor, alguma fonte de oxigênio,
esfigmomanômetro e escala de Borg. A oximetria de pulso é considerada opcional. O
teste deve iniciar com o paciente em repouso, e as medidas prévias ao teste (FC, pressão
arterial PA, escore pela escala de Borg, entre outros) devem ser feitas da mesma
forma. O responsável técnico pelo teste não deve caminhar com o paciente, mas deve
instruí-lo sobre a execução do teste (antes do mesmo), dizer frases de incentivo, a cada
chegada do paciente à linha de início do teste, do tipo “você está indo bem, ainda faltam
5 minutos” ou “continue assim, ainda restam 2 minutos”. Em caso de que o paciente
necessite parar antes do final do teste, o deve-se parar o cronômetro. Imediatamente
após o teste, as medidas prévias ao teste devem ser repetidas, bem como a distância
percorrida deve ser calculada e registrada.
Não existe um consenso sobre um valor de distância percorrida durante o
TC6min para pacientes saudáveis. Este valor pode variar entre as características de
peso, idade, altura, bem como a própria realização do teste. Um desempenho pobre no
TC6min não faz do mesmo inespecífico e não-diagnosticável. Outros testes podem ser
usados para complementar as informações fornecidas pelo TC6min’, como espirometria
e estado nutricional [27].
32
Em pacientes com IC, o TC6min é considerado uma ferramenta de avaliação
simples, segura e que prediz, com segurança, morbimortalidade [28-31]. Kervio e cols.
[31] relatam que a intesidade do TC6min é significantemente menor do que a de um
teste limitado por sintoma, mas, apesar disso, é bem tolerado por pacientes com IC e
confiável no uso diário. Este autor ressalta que para que o TC6min possa avaliar
corretamente o VO
2
e FC, o TC6min deve ser realizado no mesmo período do dia. A
distância percorrida no TC6min é a principal variável preditora de mortalidade em
pacientes com IC, mas diferença entre os estudos com relação ao valor mínimo que
percorrido para predizer tal desfecho. É importante destacar que nos estudos analisados,
a média FEVE das amostras era diminuída [28-31].
Apesar de a FEVE ser um importante marcador prognóstico em IC, o mesmo
não ocorreu sobre a distância percorrida no TC6min. Isso mostra que a distância
percorrida assim como a capacidade funcional o depende da função ventricular
esquerda. O desempenho no TC6min é sugerido por Olsson e cols [32] (2005), como
sendo devido ao status muscular do paciente. O TC6min seria, portanto, um reflexo dos
sintomas apresentados pelo paciente portador de IC. Além disso, o estudo de Bittner e
cols [33] mostrou que os pacientes com pior classe funcional da NYHA caminharam
menores distâncias que os outros pacientes com melhor classe funcional. Tal
correlação, no entanto, mostrou-se moderada.
CORRELAÇÃO ERGOESPIROMÉTRICA E TC6min’
A capacidade funcional pode ser mensurada de diferentes maneiras, como o
TC6min e o TCP [35, 37, 38]. Recentemente, têm-se mostrado que os padrões de
enchimento do ventrículo esquerdo, representados pelas ondas e A´, obtidas a partir
33
do Doppler tissular, apresentam uma boa relação com o VO2 de pico (obtido pelo TCP)
de pacientes com IC [19, 20, 23, 24].
Apesar dessas evidências, não foi encontrado nenhum estudo que avaliasse os
efeitos da VNI sobre os índices hemodinâmicos do Doppler tissular associado a uma
avaliação da capacidade funcional pelo TECP em pacientes com IC otimizados.
VENTILAÇÃO NÃO INVASIVA POR PRESSÃO POSITIVA
CONCEITO
A ventilação não invasiva (VNI) refere-se à distribuição de ventilação mecânica aos
pulmões usando técnicas que não requerem via aérea endotraqueal [34]. A partir da
década de 90, a VNI com o uso de pressão positiva começou a ser amplamente aceita
no tratamento de insuficiência respiratória aguda ou crônica [35]. Mehta [34] descreve
que o principal motivo do aumento do uso da VNI, no início da década de 1990, foi
evitar a intubação endotraqueal e suas complicações decorrentes. Além destes fatores, o
desenvolvimento e a melhora da qualidade das máscaras usadas em VNI também
fizeram com que seu uso aumentasse [34].
CARACTERÍSTICAS
A VNI por pressão positiva caracteriza-se pelo envio de um determinado nível de
pressão pelo ventilador a cada respiração [35].
Ventilação por pressão positiva, invasiva ou não-invasiva, auxilia a ventilação
pela entrega de gás pressurizado para as vias aéreas, pois produz aumento da pressão
transpulmonar e insuflação dos pulmões. A exalação ocorre por meio do recolhimento
elástico dos pulmões e de alguma força exercida pelos músculos expiratórios [6]. A
maior diferença entre o modo de ventilação invasivo e o-invasivo é o uso (no modo
não-inavsivo) de interfaces ou máscaras. Estes são dispositivos que conectam o tubo de
ventilação à face do paciente e facilitam a entrada do gás pressurizado nas vias aéreas,
34
mantendo uma determinada pressão enquanto fornecem adequado fluxo, de acordo com
a necessidade do paciente [6].
Um aparelho típico de VNI é constituído por um gerador de fluxo ou motor
refrigerado a ar, uma válvula unidirecional ou bolsa reservatório, uma máscara e uma
válvula de pressão expiratória positiva final ou positive end expiratory pressure (PEEP).
A maioria dos sistemas possibilita o ajuste manual de pressão na faixa de 2,5 a 30
cmH
2
O. VNI trabalha melhor se o paciente estiver relaxado e é menos efetivo no
paciente ansioso, o cooperativo, ou brigando com o ventilador. A preparação do
paciente é um fator decisivo. Máscaras selecionadas ajustadas sem excessiva pressão na
pele usando acolchoado nasal ou alternando entre diferentes tipos de máscaras podem
reduzir necrose da pele [36].
MODOS DE VNI E INDICAÇÕES
Os pacientes mais prováveis de se beneficiar da VNI são aqueles com
insuficiência respiratória (IR) aguda ou crônica com poucas contra indicações relativas.
Porém, por uma variedade de razões técnicas a VNI nem sempre é bem sucedida.
Instabilidades hemodinâmicas, deterioração do estado mental e aumento da freqüência
respiratória (FR) indicam falência. Acidose respiratória aumentada, inabilidade para
manter adequada saturação da oxiemoglobina e problemas com secreções respiratórias
podem limitar o sucesso destas técnicas. Em geral, VNI não é indicada em pacientes que
são incapazes de cooperar ou que tem prejuízo na consciência, problemas com
secreções retidas ou instabilidade hemodinâmica [35]. Goldberg e colaboradores cols
[37], estudaram 10 pacientes com doença pulmonar obstrutiva cnica (DPOC)
admitidos em uma Unidade de Cuidados Intensivos com insuficiência respiratória (IR)
aguda hipercapnica com objetivo determinar os efeitos da continuous positive airway
pressure (CPAP) nestes pacientes. A hipótese em teste era que a adição de PEEP
35
externa pelo uso do CPAP poderia aliviar a hiperinsuflação dinâmica apresentada pelos
pacientes com DPOC devido a PEEP intrínseca. Os resultados do estudo mostraram que
o esforço inspiratório reduziu com CPAP, e este também provocou melhora do padrão
respiratório nestes pacientes.
A PEEP é utilizada para recrutar e manter os alvéolos abertos e, assim, otimizar
as trocas gasosas por combater os shunts pulmonares. Rotineiramente é usada no
suporte ventilatório de pacientes para aumentar a pressão média das vias aéreas e o
volume pulmonar. Freqüentemente, são utilizados níveis de 3 a 5 cmH
2
O para a maioria
dos pacientes adultos para prevenir a atelectasia e melhorar o intercâmbio gasoso. A
válvula ideal de PEEP é um resistor de limite verdadeiro, que apresenta resistência ao
fluxo igual a zero e que gera uma pressão totalmente independente do fluxo. Nenhuma
válvula de PEEP atinge este ideal. Todas elas oferecem alguma resistência ao fluxo e,
por essa razão, podem impor uma carga adicional de trabalho expiratório ao paciente
[10].6 As contra-indicações da PEEP incluem hipotensão, pneumotórax o tratado,
pressão intracraniana elevada, pressão máxima de insuflação e pressões de sustentação
da insuflação máximas (isto é, 35cmH
2
O) excessivas [35].
O CPAP, por fornecer uma pressão constante durante a inspiração e expiração,
abre os alvéolos colapsados ou menos ventilados, diminuindo o shunt intrapulmonar
direito e esquerdo e melhorando a oxigenação [34-36, 38].
Uma variação do CPAP é a pressão positiva das vias aéreas em duplo nível.
Enquanto o CPAP utiliza um único nível de pressão, o duplo nível ou bilevel positive
airway pressure (BiPAP
®
) utiliza dois: (1) a pressão inspiratória positiva das vias aéreas
ou inspiratory positive airway pressure (IPAP) e (2) a pressão expiratória positiva das
vias aéreas ou expiratory positive airway pressure (EPAP) [35]. Em modo espontâneo,
o duplo nível responde ao fluxo do próprio paciente e cicla entre pressão mais alta
36
(inspiração) e pressão mais baixa (expiração). Quando a pressão inspiratória é
detectada, a pressão mais alta é entregue em um tempo fixo ou até a taxa de fluxo cair
abaixo de um nível limiar. O modo espontâneo de pressão duplo nível é similar à idéia
de pressão suporte. A terminologia difere, entretanto, pois na pressão duplo nível a
pressão expiratória é equivalente à PEEP e a pressão inspiratória é equivalente à soma
da PEEP e nível de pressão suporte. Então, se a pressão é ajustada à 12 cmH
2
O para
pressão inspiratória e 5cm H
2
O para pressão expiratória, isto é equivalente ao ajuste
padrão de 7cmH
2
O para pressão suporte e 5cmH
2
O para PEEP [38].
O pulmão, quando submetido à pressão positiva, apresenta aumento na pressão
intratocica, levando a mudanças no volume pulmonar. Tal variação volumétrica
acarreta alteração significativa da resistência e capacitância vascular pulmonar. Se
houver grandes variações de volume, pode ocorrer compressão do coração no
mediastino e, conseqüentemente, alterações hemodinâmicas importantes. Todos esses
efeitos podem ser descritos em processos que afetam a contratilidade e as pré e pós-
carga de VD e ventrículo esquerdo VE [39].
VNI EM CARDIOLOGIA
VNI EM EDEMA AGUDO DE PULMÃO
Pesquisadores chineses induziram EAP em cães e observaram que a Pressão
negativa intratorácica (Pt) destes tornou-se mais alta, a Pressão venosa Central (PVC) e
DC diminuíram, e a pressão de cunha capilar (PCP) aumentou. Então foi aplicado
CPAP (com pressões de 5 e 10 cmH
2
O) e, após, observou-se queda da Pt, aumento do
DC e diminuição da PCP. E ainda, após o uso de CPAP com pressão de 15 cmH
2
0, a Pt
alcançou aproximadamente à zero, houve aumento do DC e diminuição da PCP. Com
este experimento, foi verificado que os efeitos benéficos do CPAP esperados em
pacientes com EAP poderiam ser alcançados com pressões de até 10 cmH
2
O, pois o uso
37
de pressões muito altas poderiam dificultar o retorno venoso e conseqüentemente
diminuir o DC [40] . Assim, em razão da diminuição da pressão transmural ventricular
esquerda, o CPAP pode reduzir pré-carga e aumentar o DC fazendo desta uma atrativa
modalidade para terapia em edema agudo de pulmão.
O uso de pressão positiva através da ventilação mecâncica invasiva (VMI) es
associado a complicações relacionadas ao tubo orotraqueal, como a pneumonia
associada ao ventilador. O uso de máscaras, como interface entre ventilador e paciente,
demonstra que estas evitam o surgimento de pneumonias [41, 42] TC6min.
Já existe, atualmente, alto nível de evidência a favor do uso do CPAP em
pacientes com EAP, pois o uso deste mostrou diminuição nas taxas de intubação e
melhora na sobrevida destes pacientes sendo o número necessário para tratar (NNT) de
7 e 8, respectivamente [43].
Estudos que compararam a VNI com terapia padrão (O
2
e medicamentos)
demonstraram vantagem da VNI quanto à necessidade de intubação. Nava e cols [39],
em um estudo multicêntrico com 130 pacientes, comparou o CPAP à terapia padrão
para edema agudo de pulmão cardiogênico e verificou melhora dos parâmetros
respiratórios, diminuição das taxas de intubação em pacientes com hipercapnia e taxas
semelhantes de desfecho clínico (tempo de internação hospitalar). Levitt e cols [44]
randomizou pacientes com EAP cardigênico para máscara com O
2
ou VNI com pressão
positiva por duplo nível. Foi encontrado que, além de diminuir as taxas de intubação
orotraqueal, a VNI com duplo nível também reduziu a incidência de IAM nos pacientes
estudados [44].
Os estudos com BiPAP
®
apresentam resultados semelhantes quando comparados
ao CPAP em relação aos desfechos clínicos e fisiológicos [45-47]. Um estudo de
revisão sistemática analisou sete trabalhos que comparam os efeitos entre VNI por
38
BiPAP
®
e CPAP sobre a mortalidade hospitalar e necessidade de intubação orotraqueal.
Neste não foi demonstrada vantagem de um modo sobre outro e a escolha do tipo de
VNI dependeria da disponibilidade no momento do uso [46]. Outra revisão, que
avaliou 23 estudos (somente 23 preencheram os rígidos critérios de inclusão), comparou
desfechos da VNI, por CPAP ou BiPAP
®
, com terapia padrão (máscara de O
2
,
diuréticos, nitratos e outras medidas de suporte) em pacientes com IC e EAP. Este
estudo relatou que os dois modos ventilatórios reduziram a necessidade de subseqüente
intubação nestes pacientes. Quando comparados com terapia padrão, o CPAP reduziu a
mortalidade [48].
O estudo de Bendjelid e cols. [49] avaliou os efeitos do CPAP por Eco e eco-
Doppler, além de medidas de FR, FC, pressão arterial média (PAM), eletrocardiograma
(ECG) e análise dos gases sangüíneos. Houve melhora significativa nos parâmetros
ventilatórios na amostra geral. Comparando-se os grupos de pacientes considerados com
disfunção sistólica (FEVE<45%) com os pacientes com função sistólica preservada,
verificou-se diminuição do volume diastólico final do ventrículo esquerdo (VDFVE) em
ambos os grupos e aumento da FEVE somente no grupo com disfunção sistólica. Com
isso, os autores concluíram que o CPAP melhora a o quadro de EAP e que os benefícios
do CPAP são devido ao aumento da FEVE e à diminuição da pré-carga.
3.1.3 VNI EM APNÉIA DO SONO PADRÃO RESPIRATÓRIO CHEYNE-STOKES
Pacientes com IC comumente apresentam padrões respiratórios alterados durante
o sono, como padrão Cheyne-Stokes, uma forma de apnéia central do sono (ACS), que
foi descrito como ciclos repetidos de apnéias seguidos por hipopnéias e geralmente está
ligada à insuficiência cardíaca esquerda. Esses mecanismos incluem uma resposta
ventilatória aumentada ao dióxido de carbono (CO
2
), alcalose, tempo de circulação
39
prolongada e efeito do estado de sono, e esses mecanismos isolados ou em associação
podem ser utilizados para explicar esse padrão respiratório. No entanto, o sono não é
uma condição necessária para a respiração Cheyne-Stokes, visto que pode ocorrer
durante a vigília [50].
Sendo a mortalidade aumentada nestes pacientes com respiração Cheyne-Stokes
[51, 52], terapia de CPAP noturna em pacientes com crônica ICC e distúrbios relatados
de sono tem sido bastante estudada ultimamente [51, 53-56]. Sin e cols [51]
compararam o uso do CPAP noturno durante 3 (mínimo 3 horas/dia) meses em 66
pacientes com IC, que foram divididos entre os que tinham e os que não tinham ACS.
Foi encontrado que o CPAP diminui em 60% o risco relativo nas taxas de mortalidade e
transplante cardíaco nos pacientes com IC. Entretanto, somente nos pacientes com ACS
foi verificado aumento significativo da FEVE e. além disso, uma redução de 81% do
risco relativo sobre as taxas de mortalidade e transplante cardíaco. Com isso, concluiu-
se que os pacientes com IC mas sem ACS não sofreram efeitos do CPAP. Por outro
lado, um estudo que acompanhou o uso de CPAP noturno (pelo menos 6 horas diárias)
em 258 pacientes com IC e ACS concomitante durante 2 anos verificou que não houve
diferença sobre as taxas de hospitalização, qualidade de vida e níveis de peptídeo
natriurético tipo B ou B-type natriuretic peptide (BNP) entre pacientes que usaram e
que não usaram CPAP. Apesar disso, os pacientes que usaram CPAP diminuíram os
episódios de ACS e norepinefrina e aumentaram a FEVE, saturação de oxigênio, assim
como aumentaram a distância percorrida no TC6min [52].
Além dos efeitos sobre a melhora da função sistólica ventricular esquerda e
diminuição dos episódios de apnéia, medidos pelo índice de apnéia-hipopnéia (AHI),
estudos que utilizaram VNI por CPAP em pacientes com ACS também demonstraram
diminuição dos níveis de catecolamina, as quais indicam que diminuiu a atividade
40
simpática [53, 54, 56, 57]. Foi observado que a diminuição das reservas corporais de O2
está associada à presença de ACS e que o CPAP, ao aumentar a saturação de O2,
aumenta as reservas de O2 e atenua, assim, a ACS [55].
O fator de aderência ao tratamento com CPAP noturno foi medido nos estudos,
mas o tempo mínimo de utilização por dia variou de 3 a 6 horas. Os níveis de pressão do
CPAP foram incrementados na maioria dos estudos, sendo realizado um período de
adaptação ao aparelho. O tempo médio de realização destes estudos foi de dois meses.
VNI EM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CRÔNICA ESTÁVEL
Nos anos 90, surgem os primeiros estudos sobre o comportamento cardíaco
durante o uso do CPAP em pacientes com IC. Baratz e cols. [58], estudaram os efeitos
hemodinâmicos agudos do uso do CPAP com aumento de pressão incremental em treze
pacientes com IC compensada. Neste estudo foram ressaltados dois achados principais.
O primeiro foi que o DC aumentou no mínimo 400ml em sete (7) dos 13 pacientes
clinicamente estáveis com IC quando tratados com CPAP. Em contraste, seis (6)
pacientes o alteraram os parâmetros hemodinâmicos. Foi observado que os pacientes
que responderam ao CPAP tendiam a ter FC e FEVE mais baixas, que o outro grupo. O
outro achado foi que, após a descontinuação do CPAP, os parâmetros hemodinâmicos
retornaram ao nível basal nos dois grupos de pacientes, o que demonstra que as
alterações hemodinâmicas foram devido aos efeitos do CPAP, e não a outros fatores
como medicação ou variações no DC. Ainda neste estudo, os autores citaram dois
mecanismos potenciais que poderiam explicar como CPAP nasal melhorou a função do
VE: (1) o aumento do oxigênio arterial, da entrega de oxigênio para órgãos vitais e
conseente melhora da oxigenação e função inotrópica; (2) diminuição da pré-carga do
VE. Porém, não houve aumento significante do oxigênio arterial, mas sim, uma
diminuição da pré-carga com aumento do DC.
41
Bradley e cols [59], estudaram pacientes com cardiomiopatia idiopática. Foi
aplicado, nestes pacientes, 5 cmH
2
O de CPAP por máscara nasal. Durante a aplicação
do CPAP, foi realizada a medição da pressão atrial, PCP por cateter de termodiluição
por fluxo dirigido via veia jugular interna direita. A amostra foi dividida em dois grupos
de pacientes: com altas pressões (>12mmH
2
O) ou baixas pressões da PCP
(<12mmH
2
O). O primeiro grupo respondeu com 17% de aumento do DC; e o segundo
grupo teve redução de 8% na DC após CPAP. Os resultados mostraram que os pacientes
que apresentavam maior fração de ejeção e mais baixa freqüência cardíaca tinham
tendência a responder ao uso do CPAP, enquanto naqueles com FE mais baixa e mais
alta freqüência cardíaca não respondiam. Foi então colocado pelos autores que os
pacientes com FE mais alta deveriam ter um miocárdio que poderia responder à
diminuição da pré-carga por aumento do volume sistólico. Estes pacientes, com mais
baixa pressão de FE, eram menos capazes de responder a uma redução de pré-carga
causado por CPAP, pois a pressão pleural negativa gerada pelos músculos inspiratórios
destes foi considerada estar contra-balanceada pela pressão positiva do CPAP. Como
resultado, os autores propuseram que o aumento da pressão intratorácica via CPAP
nasal diminuiu o retorno venoso e não causou nenhuma alteração e até mesmo causou
queda no DC em pacientes com mais baixa FE.
Mehta e cols [60] um publicaram um estudo avaliando os efeitos agudos do
CPAP (10 cmH
2
O) por 30 minutos nos volumes ventriculares com medição por
Angiografia por radionucletídeos. A amostra foi composta por dois grupos de pacientes
com IC originada por diferentes mecanismos: cardiomiopatia dilatada idiopática (CDI)
(n=9) e cardiopatia isquêmica (CI) (n=13). Segundo os autores, a rao de comparar
estes dois grupos de pacientes foi devido a estes com CDI geralmente apresentam o VD
mais complacente que naqueles com CI, sendo sugerido, então, que existisse um
42
potencial maior para reduções agudas no volumes cardíacos em reposta ao CPAP em
pacientes com CDI. Além disso, o VD como apresenta uma parede mais fina e estrutura
mais complacente que o VE. Sendo assim, foi testado pelos autores se o CPAP poderia
causar maiores reduções nos volumes ventriculares em pacientes com IC decorrente de
CDI que naqueles com CI. E se reduções no VD em resposta ao CPAP poderiam ser
maiores que reduções causadas no volume do VE. Os resultados relatados foram os
seguintes: volume diastólico final (VDF) do VE foi maior em pacientes com CDI que
nos com CI. Nos pacientes com CDI, houve reduções não significantes nos volumes do
VE, e significantes reduções nos volumes do VD em resposta ao CPAP. Nestes
pacientes, reduções nos volumes do VD excederam reduções nos volumes do VE.
Mudanças no VDF do VE, volume sistólico final (VSF) do VE, VDF do VD e VSF do
VD induzidos pelo CPAP foram significativamente maiores nos pacientes com CDI que
naqueles com CI. Concluindo, houve uma maior diminuição dos volumes cardíacos
induzidos pelo CPAP em pacientes com CDI [60].
O estudo de Naughton e cols. [53] avaliou os efeitos do CPAP na pressão
intratocica e pressão transmural do VE, comparando indivíduos saudáveis e pacientes
com IC. Este estudo mostrou que os músculos inspiratórios de pacientes com IC crônica
geravam maior força a cada respiração e que pressão esofágica na sístole, usado para
estimar a pressão extracardíaca e calcular pico de inspiração e pressão transmural do VE
na sístole, contribui para maior pressão transmural no VE. Então, por aumentar pressão
intratocica em pacientes com IC, o uso do CPAP diminuiu o trabalho dos músculos
inspiratórios e reduziu a pré-carga do VE sem comprometer o índice cardíaco .
O uso do modo duplo nível também foi avaliado em pacientes com IC. Os 14
pacientes estudados tinham fração de ejeção do VE menor ou igual a 35%. As pressões
usadas foram de 5 cmH
2
O na fase inspiratória e 3 cmH
2
O na fase expiratória, por 1
43
(uma) hora. Os resultados foram significativos para diminuição da pressão arterial
sistólica (PAS), da FC, da FR e da resistência vascular periférica. Houve aumento
significativo do DC, FEVE e volume diastólico final do VE. Com isso, os autores
concluíram que a pressão positiva pelo modo duplo nível melhorou o desempenho da
função ventricular esquerda nestes pacientes [61] .
A partir desta revisão, verificou-se que poucos estudos realizaram análise das
funções de enchimento cardíaco após a aplicação de pressão positiva intratorácica. O
femeno de enchimento ventricular é considerado relevante para o entendimento da
interação com padrões de remodelamento atrial e ventricular esquerdo [62].
44
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48
CATULO II: Artigo
Título:
AVALIAÇÃO ECOCARDIOGRÁFICA E DA
CAPACIDADE FUNCIONAL POR ENSAIO CLÍNICO
RANDOMIZADO DOS EFEITOS AGUDOS DE DOIS MODOS
DE VENTILAÇÃO NÃO-INVASIVA NASAL NA
INSUFICIÊNCIA CARDÁCA COMPENSADA
INTRODUÇÃO
Os efeitos da ventilação não invasiva (VNI) sobre a capacidade funcional
observados a dio e a longo prazo em portadores de IC são verificados,
principalmente, em pacientes que apresentam concomitante apnéia central do sono e
padrão respiratório Cheyne-Stokes. No entanto, existem poucos estudos avaliando os
efeitos agudos da VNI nos pacientes com insuficiência cardíaca (IC) [54, 63] e os
existentes avaliaram a capacidade funcional ao exercício com o uso simultâneo da VNI.
[64, 65]. Entretanto, os efeitos agudos da capacidade funcional imediatamente após o
uso da VNI ainda não são conhecidos.
Estudos a curto, dio e longo prazo avaliaram os efeitos hemodinâmicos da
VNI por meio de cateter, ecocardiografia (eco) e ecocardiografia-Doppler (eco-Doppler)
, [62, 66-70]. A eco-Doppler é um exame não invasivo, que possibilita obter
informações hemodinâmicas tão reprodutivas quanto a quase totalidade dos exames
invasivos [11]. O método Doppler é útil para estimar as velocidades de fluxos nas
câmaras cardíacas esquerdas, o que pode indicar se houve alteração na pré-carga, por
exemplo. Alguns índices do Doppler têm sido melhor preditores de função diastólica em
relação a outros por não dependerem da pré-carga [12].
49
Estudos que avaliaram os efeitos da VNI pelo eco-Doppler mostraram
diminuição do débito cardíaco, que foi atribuída à diminuição das pressões de
enchimento e do retorno venoso [66, 68]. No mesmo sentido, Poelaert e cols [70]
encontraram que a pós-carga do ventrículo direito (VD) pode estar aumentada com o
uso da positive expiratory end pressure (PEEP) devido ao aumento de pressão da árvore
arterial pulmonar. Por outro lado, alguns estudos mostraram que não há alterações
hemodinâmicas com o uso da VNI e que variáveis, como o débito cardíaco e a pressão
da artéria pulmonar não se alteraram ou aumentaram após o uso de continuous positive
airway pressure (CPAP) e bilevel positive airway pressure (BiPAP), respectivamente
[62, 67].
Alguns índices do eco-Doppler têm sido melhor preditores de função diastólica
em relação a outros por não dependerem da pré-carga e por estimarem as velocidades de
deslocamento miocárdio, que é o caso do Doppler tissular (DT) [12]. Não foi
encontrado nenhum trabalho que tenha feito uso de novos índices diastólicos extraídos
da ecocardiografia por DT, na busca de informações sobre as pressões de enchimento.
Semelhantemente, não foi encontrado algum estudo que estabeleça a relação deste
índice com um parâmetro da capacidade funcional.
Com intuito de responder se existem modificações evolutivas nos índices de
avaliação da função de enchimento por DT e em outros parâmetros hemodinâmicos
como função contrátil, geometria ventricular e atrial esquerda, análise das câmaras
direitas e veia cava inferior e pressão arterial pulmonar, após a aplicação de pressão
positiva intratorácica pela VNI, que realizamos este estudo. O objetivo é avaliar os
efeitos agudos da VNI em pacientes com IC na resposta hemodinâmica da função
cardíaca por ecocardiografia com DT e na avaliação da capacidade funcional através do
50
este de caminhada de 6 minutos (TC6min), utilizando modo CPAP versus BiPAP,
durante 60 minutos.
MÉTODOS
DELINEAMENTO
Estudo clínico randomizado, com amostra não probabilística, realizado no
período de janeiro de 2007 até fevereiro de 2008 no Hospital de Clínicas de Porto
Alegre (HCPA), Porto Alegre-RS.
ASPECTOS ÉTICOS
O estudo foi aprovado pelo comi de ética da instituição com o número 05594.
Seleção da amostras: Foi observada uma amostra de 26 pacientes consecutivos oriundos
de clínica especializada de Cardiologia ou Insuficiência Cardíaca e de ambulatórios de
Cardiologia, de hospitais públicos de Porto Alegre. Todos apresentavam critérios de
Framingham [71] para IC, e estavam em tratamento medicamentoso contínuo para IC.
Todos os participantes aceitaram participar do estudo através da assinatura do Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Os critérios de exclusão foram: fibrilação
atrial, descompensação aguda de IC, síndrome coronariana aguda (SCA), incapacidade
de colaborar e de deambular, doenças valvares de graduação maior do que leve;
presença de próteses valvares; doença pericárdica e uso de marcapasso cardíaco
artificial.
Espirometria: Antes de entrar no estudo os pacientes realizaram espirometria, em um
aparelho portátil (Flowmate Version 2.0), para verificar a função pulmonar e excluir
obstrução grave. Cada paciente realizava ts testes espirométricos. Destes, foi obtida e
registrada a mediana.
Exame Ecocardiográfico: Os pacientes foram submetidos ao exame clínico formal e ao
ecocardiograma transtorácico uni e bidimensional com Doppler, realizados por
51
ecocardiografistas cegados aos dados clínicos, habilitado pelo Departamento de
Ecocardiografia (DEPECO) da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). O exame foi
realizado antes e depois do uso da VNI. Os equipamento utilizados foram os modelo
Vivid-3, General Electric Inc. (GE, USA) e EnVisor HD, Phillips, com transdutores de
banda multifreqüencial. As imagens foram obtidas nas vistas longitudinal e transversal
paraesternal, apicais 2-, 4-, 5- câmaras e subcostal e adquiridos os dados convencionais
de análise unidimensional e bidimensional e Doppler transmitral e tissular, segundo
critérios da American Society of Echocardiography . Foram incluídas medidas de
dimensões diastólicas e sistólicas finais pelo método de Teichholz e Simpson
modificado e então calculada a fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE), e de
velocidades das ondas E e A, tempo de desaceleração da onda E e tempo de
relaxamento isovolumétrico, relação E/A, no método transmitral. No Doppler tissular
foram medidas as velocidades das ondas Em, Am, relação Em/Am e relação E/Em. As
imagens foram armazenadas no disco rígido do aparelho, com todas as medidas obtidas
on-line e off-line.
Geometria atrioventricular: Foram utilizados o índice de volume do átrio esquerdo (AE)
(iVAE) e o diâmetro do AE (DAE). O iVAE foi obtido pelo método de Simpson por
planimetria biplanar do AE realizada no corte apical em 2 e 4-câmaras, utilizando a
convecção interna da borda do AE, definida como a borda brilhante mais interna das
deflecções ecocardiográficas, negligenciando os orifícios superior e lateral das veias
pulmonares e o apêndice atrial. O resultado da aferição do volume foi corrigido pela
superfície corporal. O diâmetro antero-posterior foi medido pelo modo-M do
ecocardiograma, eixo localizado entre as paredes posteriores da aorta e do AE. O
momento da aferição dos índices de AE foi na fase final da sístole de VE, com a valva
mitral fechada, quando o átrio atinge seu maior diâmetro (10). O peso corporal foi
52
medido em quilogramas, a altura em metros e calculado o índice de massa corporal
(IMC), através da fórmula: IMC= Peso/(altura)2 . A superfície da área corporal foi
calculada através da fórmula clássica disponível no equipamento. A avaliação
geométrica do VE (REP) foi calculada a partir da relação da espessura da parede
ventricular esquerda com o índice de massa do VE (IMVE). A REP foi definida como a
razão de duas vezes a espessura da parede posterior do VE no final da diástole dividida
pelo diâmetro do VE no final da diástole, sendo considerado aumentado quando a
medida encontrada foi 0.45. A massa ventricular esquerda foi calculada utilizando-se
a fórmula de Devereux e cols., disponível no equipamento utilizado, e normalizada para
a área de superfície corporal (IMVE, em g/m
2
), a partir dos dados da massa ventricular
mensurados e da informação registrada de peso e altura do paciente. O aumento do
IMVE foi definido como > 131g/m
2
para homens e > 100g/m
2
para mulheres. Os
padrões geométricos do VE são divididos em quatro grupos: geometria normal (N),
remodelamento concêntrico (RC), hipertrofia concêntrica (HC) e hipertrofia excêntrica
(HE). Os diâmetros e as espessuras parietais do VE pelo modo-M.
Capacidade Funcional: para avaliar a capacidade funcional pré e pós ventilação foi
realizado o TC6min em um corredor plano de 30 metros no Hospital de Clínicas de
Porto Alegre (HCPA). Antes e imediatamente após o teste, foram feitas aferições da
pressão arterial (PA), freqüência cardíaca (FC) e freqüência respiratória (FR). A
sensação subjetiva de dispnéia foi medida pela escala de Borg, que vai de 0 a 10.
Durante o teste, o era permitido correr, apenas caminhar. Era permitido ao paciente
parar, quando o tolerasse a caminhada e, mesmo parado, o cronômetro seguia
marcando o tempo.
PROTOCOLO DO ESTUDO
53
Uma vez selecionados, os pacientes realizavam as avaliações pré-ventilação, que
incluíam o exame de ecocardiografia e TC6min, no mesmo dia. Em um outro dia, cada
paciente era randomizado para receber VNI pelo modo CPAP ou BiPAP, por uma hora.
O aparelho utilizado é da marca CPAP Horizon Bi-Level Devilbiss fornecido pela
empresa Oximed® . A interface utilizada entre ventilador e paciente foi por máscara
nasal. Os pacientes que receberam CPAP iniciaram com uma pressão de 4 cmH
2
O,
passando para 8 cmH
2
O aos 15 minutos de ventilação. Os pacientes randomizados para
o modo BiPAP iniciaram com pressão expiratória de 3 cmH
2
O e pressão inspiratória de
7cmH
2
O, passando aos 15 minutos para 4 cmH
2
O e 8 cmH
2
O, respectivamente. Durante
a ventilação foi aferida a PA no início, aos 15’, 30’, 45’e 60’. A freência respiratória
foi medida aos 10’, 20’ e 40’ durante aplicação da VNI. Após a VNI, os pacientes
repetiam as avaliações iniciais. Estas eram feitas em dias diferentes, sendo que eram
realizadas sempre imediatamente após a VNI. Dessa forma, o paciente comparecia por,
pelo menos, três vezes para realizar o protocolo de estudo. O intervalo ximo entre
uma aplicação de VNI com avaliação pós-VNI era de uma semana.
54
Figura 1: fluxograma do estudo
TRATAMENTO ESTATÍSTICO
Os dados foram analisados pelo pacote estatístico SPSS versão 14.0 e o nível de
significância adotado foi P<0,05.
Após a análise descritiva, os dados foram analisados através da análise de
variância para medidas repetidas, seguido do teste de comparações múltiplas de Tukey.
Os pacientes foram categorizados pela variável FEVE dentro de cada grupo. O
delineamento usado dentro das variáveis do exame ecocardiográfico corresponde a um
modelo fatorial com dois fatores (Grupo e FEVE) com medidas repetidas (pré/pós). A
análise dos dados do TC6min corresponde a um modelo fatorial com dois fatores
(Grupo e FEVE) com medidas repetidas (pré/pós e 0/6min).
Os valores das variáveis contínuas foram apresentados como média ± desvio padrão.
32 pctes selecionados com possível
diagnóstico de IC
EXCLUÍDOS: 1 ACFA; 3
abandonos; 2 sem IC
3 paciente não completaram
26 pacientes participantes
Avaliação ecocardiográfica
Teste da caminhada 6 minutos
13 pctes randomizados para o modo
de VMNI BiPAP
CPAP
13 pctes randomizados para o modo
de VMNI CPAP
Duplo
-
nivel
Avaliação ecocardiográfica
Teste da caminhada 6 minutos
55
RESULTADOS
Um total de 32 pacientes com diagnóstico de IC cujo manejo terapêutico estava
otimizado foram avaliados. Destes, 26 foram considerados elegíveis e incluídos no
estudo. Dos pacientes excluídos, dois não tinham confirmação do diagnóstico de IC, um
tinha arritmia compatível com fibrilação atrial (ACFA) e três não completaram o
estudo. Os pacientes foram selecionados de ambulatórios de Cardiologia ou
Insuficiência Cardíaca do SUS de quatro hospitais-escola de Porto Alegre/RS.
Dos pacientes incluídos, 65,5% eram do sexo masculino. A idade dos
participantes variou entre 40 e 79 anos e a média foi de 55±11 anos. A média dos
valores de IMC foi 29,3 ± 8,9 kg/m
2
para o sexo masculino, e 29,6 ± 6,4 kg/m
2
para o
sexo feminino.
A Tabela 1 mostra as características basais dos pacientes nos grupos para os
quais eles foram randomizados: CPAP ou BiPAP.
56
Tabela 1
:
Características da amostra estudada
.
GRUPO
CPAP (n=13) BiPAP (n=13) P
Prop pactes FEVE<50% 9/13 8/13
SEXO, M:F 10:3 7:6 0,294
IDADE, anos 58±11 58±10 0,401
PESO, kg 75±21 77±16 0,07
ALTURA, cm 169,2±10,8 165,7±9,8 0,393
IMC, kg/m
2
27,28±4,3 31,14±9,9 0,210
FR, irpm 17,3±3,4 19,4±4,5 0,104
FC, bpm 75,07±10,6 68,5±9,06 0,194
PAS, mmHg 116,9±13,9 112,3±20,7 0,507
PAD, mmHg 69,5±5,8 72,4±10,9 0,420
Dist
TC6min
372,7±75,5 422,04±56,2 0,07
ÍNDICES HEMODINÂMICOS
FEVE, % 42±18 51±21 0,304
Massa VE, g 296±98 250±63 0,700
IMVE, g/m2 164±47 138±32 0,696
DDFVE, mm 66±11 65±9 0,801
DSFVE, mm 51±12 47±13 0,430
Diâm AE, mm 44±6 45±8 0,687
Diâm VD, mm 21±6 20±5 0,493
Relação E/A 1,00 1,00 0,982
Índice E/Em 13±7 18±11 0,172
Valores de média ± desvio padrão. P representa a significância da comparação entre os grupos. IMC =
índice de massa corporal; FR = freência respiratória; PAS = pressão arterial sistólica; PAD = pressão
arterial diastólica; Dist TC6min= distância percorrida no Teste de Caminhada de 6 minutos; FEVE =
fração de ejeção do ventrículo esquerdo; Massa VE = massa do ventrículo esquerdo; IMVE = índice de
massa do ventrículo esquerdo; DDFVE = diâmetro diastólico final do ventrículo esquerdo; DSFVE =
diâmetro sistólico final do ventrículo esquerdo; Diâm AE = diâmetro átrio esquerdo; Diâm VD =
diâmetro ventrículo direito;
Na tabela 2 estão demonstradas as porcentagens de pacientes, por grupo, que
fazem uso dos medicamentos para o tratamento da IC. Não houve diferença
significativa entre os grupos.
Tabela 2: porcentagem de pacientes por grupo relacionada aos medicamentos para o tratamento da IC.
GRUPO P
CPAP BiPAP
Diuréticos 100 100 1,00
Inibidores ECA 92,85 92,3 0,741
Beta-bloqueadores 28,57 23,07 0,546
Estatinas 57,14 46,15 0,568
Antagonistas Ca++ 7,14 23,07 0,269
Digitálicos 50 38,46 0,547
Na tabela 3 estão demonstradas as variáveis de Eco e teste da caminhada dos 6
minutos, por grupo de Fração de Ejeção, divididos em abaixo ou acima de 50%. Houve
diferença significativa para os diâmetros sistólico e diastólico do VE e FEVE. Para as
57
variáveis da capacidade funcional, não houve diferença significativa entre os grupos de
FEVE.
Tabela 3: valores de média ± desvio padrão para as variáveis entre os grupos de FEVE acima e abaixo de
50%.
FEVE<50% (n=17) FEVE≥50% (n=9) P
Idade, anos 54,3±9,8 61,1±9,7 0,106
Sexo M:F 11:6 6:3
Altura, cm 169,1±9,7 164,3±11,2 0,296
Peso, kg 81±15 85±30 0,637
DDFVE, mm 68,9±8,9 58,05±8,5 0,006
DSFVE, mm 56,7±8,9 36,8±7,4 0,000
Diâm AE, mm 45,6±6,7 42,6±7,1 0,292
Diâm VD, mm 23,01±3,8 20,4±6,4 0,407
FEVE, % 34,7±7,9 62,4±8,2 0,000
Fração encurt VE 18,9±7,2 33,3±6,9 0,00
Vel jato regurg tric 219,3±76,7 139,9±3,14 0,067
Diâm Aorta 30,9±5,9 33,7±2,6 0,107
Diâm VCI 16,7±7,9 17,8±14,17 0,836
DOPPLER TRANSMITRAL
Vel onda E 83,8±26,4 67,25,6 0,137
Vel onda A 68,30,4 75,6±20,3 0,483
Tempo desac E 229,5±70,8 266,5±73,6 0,244
TRIV 114,1±33,5 116,25±23,9 0,892
Relação E/A 1,23±0,7 0,93±0,3 0,242
DOPPLER TISSULAR
Vel onda E´ 5,6±1,9 5,6±0,96 0,996
Vel onda A´ 5,8±2,13 8,8±2,03 0,003
Índice E/Em 17,5±11,4 11,9±3,8 0,174
VDFVE, ml 173,4±58,5 155,1±85,8 0,557
VSFVE, ml 121,6±52,3 85,8±58,5 0,155
Vol AE, ml 83,2±58,5 66,4±53,1 0,322
FE Simpson
CAPACIDADE FUNCIONAL
Dist percorrida
TC6min
, m
403,5±54,9 385,7±94,9 0,549
FC, bpm 72,3±11,2 70,8±8,4 0,734
FR, irpm 18,2±4,4 18,6±3,6 0,813
PAS, mmHg 113,7±18,5 116,2±16,1 0,740
PAD, mmHg 69,3±5,5 74,1±12,6 0,295
IMC = índice de massa corporal; FR = freqüência respiratória; PAS = pressão arterial sistólica; PAD =
pressão arterial diastólica; Dist TC6min= distância percorrida no Teste de Caminhada de 6 minutos;
FEVE = fração de ejeção do ventrículo esquerdo; Massa VE = massa do ventrículo esquerdo; IMVE =
índice de massa do ventrículo esquerdo; DDFVE = diâmetro diastólico final do ventrículo esquerdo;
DSFVE = diâmetro sistólico final do ventrículo esquerdo; Diâm AE = diâmetro átrio esquerdo; Diâm VD
= diâmetro ventrículo direito; VCI = veia cava inferior; TRIV = tempo de relaxamento isovolumétrico do
ventrículo esquerdo; VDFVE = volume diastólico final do ventrículo esquerdo; VSFVE = volume
sistólico final do ventrículo esquerdo
No momento pré-ventilação não invasiva, o diâmetro sistólico final do VE
(DSFVE) diferiu significativamente entre os grupos, sendo que aqueles com FEVE
abaixo de 50% tinham essa variável significativamente maior em relação aos que
58
tinham FEVE preservada ou acima de 50% (FE>50% = 37,27±2,84mm versus FE<50%
= 56,61±2,06mm). No momento pós VNI, a diferença entre os grupos de pacientes
divididos por FEVE também foi significativa (FE≥50%pós = 41,8±2,77mm versus
FE<50%pós = 56,24±2,0mm). A VNI exerceu aumento significativo sobre o DSFVE
nos pacientes com FEVE preservada (pré = 37,27±2,84mm versus pós = 41,8±2,77mm).
Não houve diferença significativa do DSFVE em nenhum dos modos de VNI (Figura
2).
20,00
30,00
40,00
50,00
60,00
70,00
PRE POS
MOMENTO
DSFVE (mm)
FEVE≥50%
FEVE>50%
Figura 2: diâmetro sistólico final do VE (DSFVE) nos momentos pré e pós VNI entre os grupos de
paciente com FEVE < e 50%. ANOVA para medidas repetidas: FEVE<50% versus FEVE≥50%(p
<0,05 para FEVE e interação entre efeito da VNI e FEVE). Teste de comparações múltiplas de Tukey:
FE≥50% e FE<50% no momento pré VNI (p<0,05); FE≥50% e FE<50% no momento pós VNI (p<0,05);
pré versus pós VNI no grupo de pacientes com FEVE≥50% (p<0,05); pré versus pós VNI no grupo de
pacientes com FEVE≥50% (p<0,05).
O tempo de relaxamento isovolumétrico (TRIV) aumentou significativamente
após a VMNI nos pacientes que realizaram o modo CPAP (pré = 76,0±18,7 mseg versus
pós = 104,7±18,9 mseg). No momento pós-VNI, o valor do TRIV foi significativamente
maior entre os que receberam CPAP do que aqueles que receberam o modo BiPAP de
59
VNI (pré = 104,7±18,9 mseg versus pós = 60,48±19,2 mseg). Neste último modo, no
entanto, não houve alteração significativa após o uso da VNI (Figura 3).
40,00
60,00
80,00
100,00
120,00
140,00
160,00
PRE POS
MOMENTO
TRIV (mseg)
CPAP
BiPAP
Figura 3: tempo de relaxamento isovolumétrico do VE (TRIV) nos modos de VNI CPAP e BiPAP nos
momentos pré e pós VNI. ANOVA para medidas repetidas: CPAP versus BiPAP (p <0,05 para interação
entre momento e modo de VMNI). Teste de comparações múltiplas de Tukey: CPAP e BiPAP no
momento pós VNI (p<0,05).
O volume sistólico final do VE (VSFVE) foi significativamente maior nos
pacientes do grupo CPAP em relação ao grupo BiPAP no momento pré-VNI (CPAP =
111,2±28,1ml versus BIPAP = 60,5±28,1ml) entre aqueles pacientes com FEVE
preservada. No entanto, nenhum dos modos de VNI exerceu efeito significativo neste
grupo de pacientes.
Na comparação dentro do grupo de pacientes que usou o modo BiPAP, aqueles
com FEVE preservada apresentaram um VSFVE significativamente menor do que os
que tinham FEVE<50% no momento pré VNI (FEVE<50% = 60,5±28,1ml versus
FEVE≥50% = 128,02±25,1ml). O modo BiPAP não exerceu efeito significativo em
nenhum dos grupos de FEVE (Figura 4).
60
30,00
40,00
50,00
60,00
70,00
80,00
90,00
100,00
110,00
120,00
130,00
140,00
PRE POS
MOMENTO
VSFVE (ml)
CPAP
BiPAP
40,00
60,00
80,00
100,00
120,00
140,00
160,00
PRE POS
MOMENTO
VSFVE (ml)
FEVE≥50%
FEVE<50%
Figura 4: os valores do volume sistólico final do ventrículo esquerdo (VSFVE) nos pacientes que
usaram o modo de ventilação não invasiva (VNI) BiPAP. ANOVA para medidas repetidas: FEVE<50%
versus FEVE≥50% e CPAP versus BiPAP (p <0,05 para interação entre momento, FEVE e modo de
VNI). Teste de comparações múltiplas de Tukey: A) modo CPAP: FE≥50% e FE<50% no momento pós
VNI (p<0,05); B) modo BiPAP: FE≥50% e FE<50% no momento pré VNI (p<0,05); FE≥50% e FE<50%
no momento pós VNI (p<0,05).
A FEVE sofreu diminuição significativa após a aplicação da VNI entre os que
tinham FEVE≥50% (pré = 61,9±2,6% versus pós = 53,32±2,9%). Os valores pré VNI
foram significativamente diferentes entre os grupos de FEVE (FEVE<50%pré =
61
34,7±1,9% versus FEVE≥50%pré = 61,9±2,6%), assim como os valores pós VNI
(FEVE<50%pós = 35,5±2,1% versus FEVE≥50%pós = 53,3±2,9%) (Figura 5).
20,00
30,00
40,00
50,00
60,00
70,00
PRE POS
MOMENTO
FEVE (%)
FEVE≥50%
FEVE<50%
Figura 5: valores da FEVE (método de Teicholz) entre os grupos de FEVE < e ≥ 50%, nos momentos pré
e pós VNI. ANOVA para medidas repetidas: FEVE<50% versus FEVE≥50%(p <0,01 para FEVE e
interação entre efeito da VNI e FEVE). Teste de comparações múltiplas de Tukey: FE≥50% e FE<50%
no momento pré VNI (p<0,01); FE≥50% e FE<50% no momento pós VNI (p<0,01); pré versus pós VNI
no grupo de pacientes com FEVE≥50% (p<0,01).
A fração de encurtamento (FS) do VE sofreu alteração significativa após a VNI
(pré = 25,9±1,4% versus pós = 23,15±1,02%, P = 0,044). Houve diminuição
semelhante, de aproximadamente 3% no valor da FS tanto no grupo CPAP quanto no
BiPAP após o uso da VNI.
O teste de ANOVA para medidas repetidas não mostrou interação entre os
modos de VNI para esta variável, que apresentou valores diferentes siginificativamente
tanto no momento pré quanto pós VNI.
62
15,00
20,00
25,00
30,00
35,00
PRE POS
MOMENTO
FS (%)
CPAP
BiPAP
Figura 6: valores da fração de encurtamento do VE (%FS) entre os grupos de VNI CPAP e BiPAP, nos
momentos pré e pós VNI. ANOVA para medidas repetidas: CPAP versus BiPAP (p <0,01 para momento
e grupo de VNI). Teste de comparações múltiplas de Tukey: pré VNI e pós VNI (p<0,01).
Os pacientes com FEVE≥50% mostraram alteração significativa após o uso de
VNI, nas variáveis do modo M da ecocardiografia, tendo havido diminuição do DSFVE
e aumento da FEVE (tabela 4).
Tabela 4: valores do ecocardiograma, modo M, pré e pós VNI nos pacientes com FEVE≥50%. P expressa
diferença entre pré e pós nos pctes com FEVE≥50%.
FEVE≥50%
PRÉ PÓS P
Modo M
DDFVE 68,95±8,9 68,18±7,2 0,391
DSFVE 37,27±2,8 41,8±2,7
0,026
FEVE 61,9±2,6 53,3±2,9
0,008
FS 32,9±2,3 28,5±1,6 0,236
Distância
TC6min
385.7±94.9 373.9±85.9 0,417
Dist TC6min = distância percorrida no Teste de Caminhada de 6 minutos; FEVE = fração de ejeção do
ventrículo esquerdo; DDFVE = diâmetro diastólico final do ventrículo esquerdo; DSFVE = diâmetro
sistólico final do ventrículo esquerdo; FS = fração de encurtamento
Não foi verificada diferença quanto ao modo de VNI entre as variáveis do modo
M da Ecocardiografia. No modo Doppler da Eco, os pacientes que usaram o CPAP,
apresentaram aumento significativo do tempo de relaxamento isovolumétrico do VE
(TRIV), enquanto que os que usaram o modo BiPAP, não apresentaram diferença em
nenhuma das variáveis do Eco-Doppler (tabela 5).
63
Tabela 5: Valores pré e pós VNI nos grupos Duplo Nível e CPAP. P expressa diferença entre grupos
CPAP BiPAP P
PRÉ PÓS PRÉ S
Modo M
DDFVE 65,5±11,4 65,7±9,2 64,8±9,1 60,7±12,4 0,97
DSFVE 51,3±12,1 53,6±10,5 48,1±13,4 48,6±10,9 0,495
FEVE 45,9±2,3 41,21±2,6 50,6±2,2 47,5±2,5 0,611
Diâm AE 43,98±5,83 42,4±5,17 45,2±7,9 44,06±10,1 0,648
Diâm VD 21,43±5,9 21,86±4,6 19,92±5,6 22,36±5,3 0,756
FS 23,4±2,08 20,7±1,4 28,4±1,9 25,5±1,4 0,948
VCI 16,5±8,1 22,5±16,15 17,6±12,3 17,2±13,2 0,286
Vel Reg Tric 193,8±77,7 190,5±80,7 185,6±102,5 181,1±12,4 0,840
Aorta 31,8±5,8 31,9±5,8 31,9±4,7 32,16±4,7 0,891
Modo Bi-dimensional
VSFVE 117,06±79,4 154,5±56,07 154,5±56,04 144,6±45,2 0,339
VDFVE 117,06±62,7 98,03±51,1 112,4±53,7 89,04±41,5 0,797
Vol AE 72,03±41,9 81,5±38,5 82,03±31,27 88,2±43,1 0,715
FE Simpson 36,8±12,7 41,7±13,8 42,0±18,8 47,5±16,17 0,700
Doppler Transmitral
Vel onda E 71,36±24,3 75,5±22,6 84,7±28,5 87,2±34,5 0,786
Vel onda A 70,02±24,4 64,7±18,16 71,9±30,5 85,9±31,7
0,049
Relação E/A 1,1±0,18 1,2±0,14 1,04±0,17 1,04±0,13 0,333
T desac E 250,7±28,7 212,9±25,5 220,5±27,2 237,2±24,2 0,201
TRIV 76,0±18,7 104,7±18,9 69,4±19,08 60,4±19,2
0,044
Doppler Tissular
Vel onda E´ 6,12±1,6 5,9±1,5 5,2±1,5 5,5±1,5 0,053
Vel onda A´ 7,15±2,3 5,9±1,8 6,7±2,7 6,9±2,5 0,051
Rel E´/A´ 0,93±0,4 1,07±0,4 0,88±0,3 0,88±0,3 0,209
Rel E/E´ 12,7±6,7 13,5±5,6 18,5±11,6 17,16±8,2 0,419
Capacidade Funcional
Distância, m 372.7±75.5 369.6±85.2 422.04±56.2 414.2±62.7 0,711
TC6min = Teste de Caminhada de 6 minutos; FEVE = fração de ejeção do ventrículo esquerdo; Massa
VE = massa do ventrículo esquerdo; IMVE = índice de massa do ventrículo esquerdo; DDFVE =
diâmetro diastólico final do ventrículo esquerdo; DSFVE = diâmetro sistólico final do ventrículo
esquerdo; AE = átrio esquerdo; VD = o direito; VCI = veia cava inferior; FS = fração de encurtamento;
VSFVE = volume sistólico final do ventrículo esquerdo; VDFVE = volume diastólico final do ventrículo
esquerdo
A distância percorrida no TC6min o apresentou diferença significativa entre
os modos de VNI nem entre os grupos de FEVE. As demais variáveis do teste de
caminhada também não apresentaram diferença após a VNI.
DISCUSSÃO
No presente estudo, avaliamos os efeitos agudos hemodinâmicos e da
capacidade funcional da VNI em pacientes com IC Crônica e que eram acompanhados
ambulatoriamente para o tratamento desta doença. Tais efeitos foram avaliados por eco-
64
Doppler e TC6min. Entre os modos de VNI o TRIV aumentou significativamente nos
pacientes que usaram o modo CPAP. Para as demais variáveis não houve diferença
sobre as respostas hemodinâmicas, nem sobre os índices da capacidade funcional.
Por outro lado, os pacientes que tinha FEVE preservada (≥50%) apresentaram
alterações significativas após uso da VNI: DSFVE e diminuição da FEVE. A FS
diminuiu após a VNI em ambos os modos aplicados, bem como em pacientes com
FEVE preservada e diminuída. Na avaliação da capacidade funcional, no entanto, o
houve alteração significativa das variáveis mensuradas.
Alguns trabalhos relatam diminuição da pré-carga com o uso da VNI o que
explicaria o aumento do TRIV com o uso do CPAP. Devido à diminuição da pressão de
enchimento, o VE trabalhou a uma pressão menor, e com isso, foi possível aumentar o
TRIV, que indica uma melhora da função do VE [40, 68]. Esse efeito, no entanto não
foi verificado nos pacientes que usaram o BiPAP.
A fração de encurtamento, que é um indicador de função sistólica, diminuiu em
ambos os modos de VNI. Tal efeito é negativo, uma vez que sua diminuição pode
significar que o VE diminuiu sua produção de força para ejetar um volume de sangue
devido à diminuição do débito cardíaco provocada pela VNI. A fração de encurtamento
é medida pelo modo M entre duas paredes apenas e na porção média basal do coração.
Pode ser normal ou alta se aquelas paredes estiverem normais ao mesmo tempo em que
a fração de ejeção de todo o coração pode ser baixa se, por exemplo, um grande infarto
tiver atingido outros segmentos cardíacos [13].
Apesar de o modo CPAP ter influenciado positivamente na função diastólica do
VE, a função ventricular esquerda parece ter influenciado sobre a função sistólica do
VE. No presente estudo, os pacientes que tinham FEVE≥50% apresentaram piora da
função sistólica, com diminuição da FEVE e aumento do DSFVE. Um estudo verificou
65
que a VNI diminuiu índices da função diastólica, como o volume diastólico, do VE em
indivíduos com função ventricular normal, ao usar uma PEEP gradual variou entre 0
mmHg e terminou em 12,5 mmHg. Nestes pacientes a PEEP provocou diminuição do
retorno venoso devido ao aumento da pressão pleural, o que pode ter piorado a função
cardíaca desses indivíduos [68]. Tais resultados podem explicar os achados do presente
estudo, onde os pacientes com FEVE preservada apresentaram piora da função sistólica
do VE. Em corações com função do VE normal a PEEP diminui o débito cardíaco (DC)
por diminuição do volume de ejeção, podendo alterar a contratilidade do VE por
alteração do volume diastólico final do VE.
Um outro estudo [66], que avaliou e comparou os efeitos do BiPAP e CPAP em
pacientes com EAP e em indivíduos com função do VE normal, verificou que os
pacientes com EAP eram mais responsivos à pós-carga, que diminuiu com o aumento
da pressão intratorácica (Pt), aumentando o enchimento do VE. Os pacientes com
função do VE normal responderam à VNI com diminuição do débito cardíaco acentuada
em ambos os modos de VNI. Os pacientes com EAP foram classificados quanto à
pressão média de oclusão capilar (MPWP): <12mmHg e ≥12mmHg. Os pacientes com
MPWP<12mmHg (melhores condições hemodinâmicas) apresentaram diminuição do
débito cardíaco, provavelmente pela diminuição da FC que ocorreu nestes pacientes. No
presente estudo, nos pacientes que tinham função do VE comprometida, não ocorreu
efeito significativo após o uso da VNI. Portanto, os pacientes que responderam à VNI
foram aqueles com função normal do VE e, entre os que tinham IC, aqueles em
melhores condições hemodinâmicas. Os resultados do presente estudo, não parecem
corroborar no sentido de que os pacientes piores não respondem à VNI.
Com relação ao modo de VNI, ambos exerceram efeitos no mesmo sentido, mas
os efeitos do BiPAP podem ter sido mais acentuados sobre a melhora das pressões de
66
O
2
e CO
2
. Segundo Crane e cols. [72] essa diferença entre os modos pode estar num
menor aumento do volume expiratório pulmonar final, devido ao fato do expiratory
positive airway pressure (EPAP) ser menor que inspiratory positive airway pressure
(IPAP) no modo BiPAP.
No presente estudo o modo CPAP exerceu efeito sobre o TRIV, que aumentou.
Isso indica uma melhora da função diastólica, que pode ter sido associada a uma PEEP
constante, mantendo a diminuição do retorno venoso e do débito cardíaco, fazendo com
que o ventrículo esquerdo trabalhe com um volume menor e, possivelmente, com mais
eficiência. O BiPAP, por outro lado, exerceu diminuição sobre o TRIV, mas não
significativo.
No estudo de Acosta [62], o BiPAP foi relacionado a um grande potencial de
melhora de desempenho do VE em pacientes com IC secundária a disfunção sistólica
grave. No presente estudo, o efeito de um modo de VNI não esteve relacionado à
gravidade da função sistólica do VE. Além disso, como não foram mensuradas as
pressões gasosas no presente estudo, não é possível tirar conclusões a respeito dos
modos de VNI sobre as pressões de O
2
e CO
2
. Os estudos que comparam os modos de
VNI em IC são, em sua maioria, em edema agudo de pulmão (EAP). Nestes não um
consenso sobre as vantagens de um modo sobre outro. Ambos os modos parecem ter
efeitos similares quanto à melhora hemodinâmica, diminuição das taxas de intubação e
de mortalidade [46, 48, 65, 72].
O fato de a capacidade funcional não ter alterado após a aplicação da VNI em
nenhum dos modos de VNI, tampouco entre pacientes com FEVE preservada ou
diminuída pode advir de dois fatores: 1) a VNI foi aplicada apenas uma ou duas vezes,
sem consistir num tratamento; 2) que o TC6min foi realizado sem o uso concomitante
da VNI.
67
Um dos caminhos pelo qual pode se observar efeito benéfico da VNI sobre a
capacidade é através de seu uso prolongado. Neste caso, os pacientes mais beneficiados
são aqueles que têm apnéia central do sono, bem como aqueles que apresentam padrão
respiratório de Cheyne-Stokes [52]. Entre os estudos, o tempo mínimo que a VNI
exerceu efeito sobre a capacidade funcional foi duas semanas. O fator em comum nestes
estudos é a melhora da oxigenação e a diminuição da atividade simpática [54, 63].
Estudos demonstram efeito agudo significativo da VNI sobre a capacidade
funcional quando é aplicada durante o teste de exercício. Os principais mecanismos são
diminuição da sobrecarga sobre a musculatura respiratória e melhora da perfusão e
oxigenação sangüínea da musculatura periférica [64, 65].
Durante o exercício, o fluxo sangüíneo é aumentado na musculatura exercitada.
No TC6min, assim como em um teste ergométrico de esteira aumento de fluxo para
os membros inferiores, principalmente, e para a musculatura respiratória em função do
aumento da freqüência respiratória [65, 73, 74]. A aplicação da VNI durante um teste de
exercício diminui o trabalho respiratório (por aliviar a carga sobre a musculatura
respiratória) e, com isso, mais fluxo para os membros inferiores [65, 75]. No
presente estudo, os pacientes permaneciam sentados durante a aplicação da VNI e,
portanto, a única musculatura a ser exercitada era a respiratória. Uma vez que a VNI
diminui o débito cardíaco em pacientes com IC, isso pode ter influenciado a capacidade
funcional após seu uso: o fato de o paciente permanecer em repouso durante a aplicação
somado à diminuição do débito cardíaco pela VNI pode ter influenciado sobre a
ausência de resposta da capacidade funcional.
68
CONCLUSÃO
A comparação entre os efeitos agudos dos modos de VNI em pacientes com
insuficiência cardíaca que estavam em acompanhamento ambulatorial demonstrou que o
CPAP foi capaz de reduzir o TRIV, provavelmente pela diminuição da pré-carga. a
fração de encurtamento diminuiu em ambos os modos de VNI, que causa a diminuição
do débito cardíaco e, portanto, levou o coração a produzir menos força de contração.
A FEVE demonstrou ser um fator muito importante na resposta hemodinâmica
destes pacientes à VNI. No entanto, os pacientes que responderam aos efeitos agudos
foram aqueles que tinham FEVE preservada (>50%), comportando-se da mesma forma
que um indivíduo sem doença cardíaca. Eles pioraram sua hemodinâmica ao terem
aumentado o DSFVE e terem diminuído a FEVE. Tais efeitos são conseqüência de um
aumento da pós-carga.
A capacidade funcional, por sua vez, não sofreu alterações agudamente. Os
mecanismos pelos quais a VNI tem demonstrado exercer efeito são à longo prazo ou
concomitantemente usada durante o exercício. Mais estudos são necessários para
explicar esse resultado.
69
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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7
1
ANEXO I: Artigo em inglês
COMPARISON OF ACUTE EFFECTS OF NONINVASIVE
VENTILATION TO CONTINUOUS POSITIVE PRESSURE VERSUS
BILEVEL IN HEART FAILURE: ASSESSMENT THROUGH 6-
MINUTE WALK TEST AND ECHOCARDIOGRAPHY
INTRODUCTION
Medium and long term effects of Non-Invasive Ventilation (NIV) on the
functional capability observed in people with HF are verified mainly in patients with
central sleep apnea and Cheyne-Stokes respiratory pattern concomitantly. However,
there are few studies analyzing the acute effects of NIV on patients with HF [54, 63]
and the existing studies assessed the exercise functional capability with the
simultaneous use of NIV [64, 65]. However, the acute effects of the functional
capability immediately after the use of NIV have not been determined yet.
Short, medium and long term studies have evaluated the hemodynamic effects of
the NIMV by means of catheter, echocardiography and echo-Doppler [62, 66-70]. The
two-dimensional echocardiography with Doppler is a non-invasive exam that allows to
have hemodynamic information as reproducible as almost all invasive exams [11].
Doppler method is useful to estimate flow velocities in left cardiac chambers, which
may indicate preload alteration, for instance. Some Doppler indexes have been better
predictors of diastolic function than others, as they are not dependent on preload [12].
Studies assessing the effects of NIV by means of Doppler showed reduced heart
debit, which was considered a result of reduced filling pressure and vein return pressure
[66, 68]. In this sense, Poelaert et al. [70] found out that the RV afterload may be
72
increased with the use of PEEP (positive expiratory end pressure), due to increased
pulmonary arterial tree pressure. On the other hand, some studies showed that there are
no hemodynamic alterations with the use of NIV and that variables, such as heart debit
and pulmonary arterial pressure did not change and did not increase after the use of
CPAP (continuous positive airway pressure) and BiPAP (bilevel positive airway
pressure), respectively [62, 67].
Some Doppler indexes have been better predictors of diastolic function than
others, as they are not dependent on preload and estimate the myocardium displacement
velocities, as it occurs with Tissue Doppler (TD) [12]. No study was found that used
new diastolic indexes extracted from echocardiography through tissue Doppler, seeking
for information on filling pressures. Likewise, no study was found that established the
relation between this index and a functional capability parameter.
This study was conducted to answer if there are evolutional alterations in
assessment indexes for the filling function through TD and in other hemodynamic
parameters, such as contractile function, left atrial and ventricular geometry, analysis of
right chambers and inferior vena cava and pulmonary arterial pressure, after the
application of intrathoracic positive pressure through NIV. The purpose is to assess the
acute effects of NIV on patients with HF in the hemodynamic response of the cardiac
function through echocardiography with Tissue Doppler and in the evaluation of
functional capability through the 6-minute walk test, using CPAP versus BiPAP, for 60
minutes.
73
DESIGN
Randomized clinic study, with non-probabilistic sample, conducted between
January 2007 to February 2008 at the Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA),
Porto Alegre, RS.
ETHICAL ASPECTS
The study was approved by the institution’s Ethics Committee, listed under 05594.
METHODS
Patients: A sample of 26 consecutive patients recruited from the specialized clinic of
Cardiology or Heart Failure and outpatient clinics of Cardiology from public hospitals
of Porto Alegre was analyzed. All of them presented Framingham criteria [71] for HF
and were under continuous drug treatment for HF. All patients accepted to participate in
the study by signing the Informed Consent (IC). The exclusion criteria were: atrial
fibrillation, acute HF decompensation, acute coronary syndrome (ACS), inability to
collaborate and walk, valvular heart diseases exceeding mild level, presence of valvular
prostheses, pericardium disease and use of artificial heart pacemaker.
Spirometry: Before starting in the study, a spirometry exam was performed to all
patients, using a portable device (Flowmate Version 2.0), to verify their pulmonary
function and exclude severe obstruction. Three spirometric tests were conducted with
each patient. The median was obtained and recorded.
Echocardiographic Exam: The patients were submitted to a formal clinical exam and
one- and two-dimensional transthoracic echocardiogram with Doppler, performed by
experts blind to clinical data, qualified at the Department of Echocardiography
(DEPECO), Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). The exam was performed
before and after the use of NIV. The devices utilized were: Vivid-3, General Electric
Inc. (GE, USA) and EnVisor HD, Phillips, with multi frequency band transducers. The
74
images were obtained from longitudinal and transversal parasternal views, apical 2-, 4-,
5-chamber and subcostal views, and conventional data of one-dimensional and two-
dimensional analysis and Tissue and Transmitral Doppler were obtained, according to
criteria established by the American Society of Echocardiography. Measurements were
performed for end diastolic and systolic dimensions through modified Teicholz &
Simpson, and then the LV ejection fraction was calculated, as well as velocities of
waves E and A, wave E deceleration time and isovolumetric relaxation time, E/A ratio,
using the transmitral method. Velocities of Em and Am waves, Em/Am ratio and E/Em
ratio were calculated using the tissue Doppler. The images were recorded and stored in
the hard disc of the equipment, with all measurements obtained on-line and off-line.
Atrioventricular geometry: The LA volume index (LAVi) and the LA diameter (LAD)
were utilized. The LA volume index was obtained using the Simpson method through
biplanar planimetry of the LA performed at the 2- and 4-chamber apical cut, using the
internal convection of the LA border, defined as the innermost bright border of
echocardiographic deflections, neglecting the superior and lateral orifices of pulmonary
veins and atrial appendix. The volume measurement result was corrected using the body
surface. The anterior-posterior diameter was measured through M-mode
echocardiogram, the axis located between the posterior walls of aorta and LA. The
measurements of LA indexes were performed in the final phase of LV systole, with
closed mitral valve, when the atrium achieves its largest diameter. The body weight was
measured in kilograms, the height in meters, and the body mass index (BMI) was
calculated using the formula: MIC=Weight/(height)
2
. The body area surface was
calculated using the classic formula available on the equipment. The geometric
evaluation of LV was estimated using the left ventricular Wall Thickness Ratio (WTR)
and the LV Mass Index (LVMI). WTR was defined as the ratio of twice the posterior
75
wall thickness of the LV at the end of diastole divided by the LV diameter at the end of
diastole, and was considered increased when the measurement obtained was ≥ 0.45. The
left ventricle mass was calculated using the formula of Devereux et al., provided on the
device utilized, and normalized for the body surface area (LVMI in g/m
2
) from data
obtained in the ventricle mass measurement and information on the patient’s weight and
height. The increase in LVMI was defined as >131g/m
2
for men and >100g/m
2
for
women. The geometric patterns were divided into four groups: normal geometry (N),
hypertrophic remodeling (HR), concentric hypertrophy (CH) and eccentric hypertrophy
(EH). Diameters and parietal thicknesses of the LV were measured through M-mode.
Functional Capability: The 6-Minute Walk Test was performed to assess the functional
capability before and after ventilation on a 30-meter level ground corridor of the
Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA). The following measurements were
performed before and immediately after the test: arterial pressure (AP), heart rate (HR)
and respiratory rate (RR). The subjective sensation of dyspnea was scored 0 to 10, using
Borg scale. During the test, running was not allowed, the patient had to walk only. The
patient was allowed to stop when could not tolerate the walk and even when the patient
stopped, the timer kept operating, measuring the time.
STUDY PROTOCOL
Once they were selected, the patients went through pre-ventilation assessments, which
included echocardiography exam and the 6-Minute Walk Test (6MWT), on the same
day. On another day, each patient was randomized to receive NIV via CPAP or BiPAP
mode, for one hour. The device utilized - CPAP Horizon Bi-Level by Devilbiss - was
supplied by Oximed®. The interface utilized between the fun and the patient was a
nasal mask. The patients that received CPAP started with 4cmH
2
O pressure, and 15
minutes later, it was increased to 8 cmH
2
O. The patients randomized for BiPAP mode
76
started with 3 cmH
2
O expiratory pressure and 7cmH
2
O inspiratory pressure, and 15
minutes later, these pressures were increased to 4 cmH
2
O and 8 cmH
2
O, respectively.
During the ventilation, AP was measured in the beginning and at 15, 30, 45 and 60
minutes of the intervention. The respiratory rate was measured at 10, 20 and 40 minutes
during the application of NIV. After the NIV, the patients repeated the initial
assessments, which were made on different days, always immediately after the NIV. For
this reason, the patient had to come to the study site at least 3 times to perform the study
protocol. The maximum interval between the applications of NIV with after-NIV
assessments was one week.
FLOWCHART
32 patients selected with possible diagnosis of HFC
EXCLUDED: 1 AFCA, 3 quit, 2 without HF
3 patients did not conclude the study
26 participating patients
Echocardiographic exam
6-minute walk test
13 patients randomized for NIV mode: BiPAP 13 patients randomized for NIV mode: CPAP
Echocardiographic exam
6-minute walk test
77
STATISTICAL ANALYSIS
Data were analyzed using the statistical application SPSS, version 14.0, and the
significance level adopted was P<0.05.
After the descriptive analysis, data were evaluated using the analysis of variance
for repeated measurements, followed by Tukey multiple comparison test.
The patients were categorized according to LVEF variable within each group.
The profile determination within the variables of the echocardiographic exam
corresponds to a two-factor factorial model (Group and LVEF) with repeated
measurements (before/after). The data analysis of the 6-Minute Walk Test corresponds
to a two-factor factorial model (Group and LVEF) with repeated measurements
(before/after and 0/6min.).
The values of continuous variables were presented as mean values ± standard
deviation.
RESULTS
In total, 32 patients with HF diagnosis and optimized therapeutic treatment were
evaluated. Twenty-six of them were considered eligible and included in the study.
Amont the excluded patients, two did not have the confirmation of HF diagnosis, one
had Atrial Fibrillation-Compatible Arrhythmia (AFCA) and three did not conclude the
study. The patients were recruited from SUS (Public System) outpatient clinics of
Cardiology or Heart Failure, from four school-hospitals of Porto Alegre.
From the patients included in the study, 65.5% were males. The participants’ age
ranged from 40 to 79 years and the mean age was 55±11 years. The mean BMI was 29.3
± 8.9 kg/m2 for men and 29.6 ± 6.4 k/m2 for women.
Table 1 shows the baseline characteristics and drugs taken by the patients in the groups
for which they were randomized: CPAP or BiPAP
78
Table 1
:
Characteristics of the sample studied
GROUP
CPAP
(n=13)
BiPAP (n=13) P
Patients prop. LVEF<50% 9/13 8/13
GENDER, M:F 10:3 7:6 0.294
AGE, years 58±11 58±10 0.401
WEIGHT, kg 75±21 77±16 0.07
HEIGHT, cm 169.2±10.8 165.7±9.8 0.393
BMI, kg/m
2
27.28±4.3 31.14±9.9 0.210
RR, irpm 17.3±3.4 19.4±4.5 0.104
HR, bpm 75.07±10.6 68.5±9.06 0.194
SAP, mmHg 116.9±13.9 112.3±20.7 0.507
DAP, mmHg 69.5±5.8 72.4±10.9 0.420
6MWT Dist. 372.7±75.5 422.04±56.2 0.07
HEMODYNAMIC INDEXES
LVEF, % 42±18 51±21 0.304
LV Mass, g 296±98 250±63 0.700
LVMI, g/m2 164±47 138±32 0.696
LVEDD, mm 66±11 69 0.801
LVESD, mm 51±12 47±13 0.430
LA Dia., mm 44±6 45±8 0.687
RV Dia., mm 21±6 20±5 0.493
E/A Ratio 1.00 1.00 0.982
E/Em Ratio 13±7 18±11 0.172
Mean ± standard deviation. P represents the significance of comparison between the groups. BMI = body
mass index; RR = respiratory rate; SAP = systolic arterial pressure; DAP = diastolic arterial pressure;
6MWT Dist.= distance walked in the 6-Minute Walk Test; LVEF = left ventricle ejection fraction; LV
Mass = left ventricle mass; LVMI = left ventricle mass index; LVEDD = left ventricle end diastolic
diameter; LVESD = left ventricle end systolic diameter; LA Dia.= left atrium diameter; RV Dia. = right
ventricle diameter.
Table 2 shows the percentages of patients, per group, that take drugs for the HF
treatment. No significant difference was observed between the groups:
Table 2: % of patients per group
GROUP P
CPAP BiPAP
Diuretic drugs 100 100 1.00
Inhibiting drugs – ACE 92.85 92.3 0.741
Beta blockers 28.57 23.07 0.546
Statins 57.14 46.15 0.568
Ca++ antagonists 7.14 23.07 0.269
Digitalis drugs 50 38.46 0.547
Table 3 shows the variables for the echocardiographic exam and 6-minute walk test, per
group of Ejection Fraction, divided into below or above 50%. A significant difference
was observed for systolic and diastolic diameters of LV and LVEF. No significant
79
difference was observed for the variables of the functional capability, between the
groups of LVEF.
Table 3: Mean ± standard deviation for the variables between the groups of LVEF above and
below 50%:
LVEF<50% (n=17)
LVEF≥50% (n=9) P
Age, years
54.3±9.8 61.1±9.7 0.106
Age M:F
11:6 6:3
Height, cm
169.1±9.7 164.3±11.2 0.296
Weight, kg
81±15 85±30 0.637
LVEDD, mm
68.9±8.9 58.05±8.5 0.006
LVESD, mm
56.7±8.9 36.8±7.4 0.000
LA Dia., mm
45.6±6.7 42.6±7.1 0.292
RV Dia., mm
23.01±3.8 20.4±6.4 0.407
LVEF, %
34.7±7.9 62.4±8.2 0.000
LV shortening fraction
18.9±7.2 33.3±6.9 0.00
Vel jato regurg tric
219.3±76.7 139.9±3.14 0.067
Aorta Dia.
30.9±5.9 33.7±2.6 0.107
IVC Dia.
16.7±7.9 17.8±14.17 0.836
TRANSMITRAL DOPPLER
Velocity of wave E
83.8±26.4 67.1±25.6 0.137
Velocity of wave A
68.5±30.4 75.6±20.3 0.483
E Deceleration Time
229.5±70.8 266.5±73.6 0.244
IVRT
114.1±33.5 116.25±23.9 0.892
E/A Ratio
1.23±0.7 0.93±0.3 0.242
TISSUE DOPPLER
Velocity of wave E´
5.6±1.9 5.6±0.96 0.996
Velocity of wave A´
5.8±2.13 8.8±2.03 0.003
E/Em Ratio
17.5±11.4 11.9±3.8 0.174
LVEDV, ml
173.4±58.5 155.1±85.8 0.557
LVESV, ml
121.6±52.3 85.8±58.5 0.155
LA Vol., ml
83.2±58.5 66.4±53.1 0.322
EF Simpson
FUNCTIONAL CAPABILITY
6MWT walked dist., m
403.5±54.9 385.7±94.9 0.549
HR, bpm
72.3±11.2 70.8±8.4 0.734
RR, irpm
18.2±4.4 18.6±3.6 0.813
SAP, mmHg
113.7±18.5 116.2±16.1 0.740
DAP, mmHg
69.3±5.5 74.1±12.6 0.295
BMI = body mass index; RR = respiratory rate; SAP = systolic arterial pressure; DAP = diastolic arterial
pressure; 6MWT Dist.= distance walked in the 6-Minute Walk Test; LVEF = left ventricle ejection
fraction; LV Mass = left ventricle mass; LVMI = left ventricle mass index; LVEDD = left ventricle end
diastolic diameter; LVESD = left ventricle end systolic diameter; LA Dia.= left atrium diameter; RV Dia.
= right ventricle diameter; IVC Dia. = inferior vena cava; IVRT = isovolumic relaxation time; LVEDV =
left ventricle end diastolic volume; LVESV = left ventricle end diastolic volume.
80
At the moment of non-invasive ventilation, the groups presented a significant
difference in the left ventricle end systolic diameter (LVESD), considering those with
LVEF below 50% had this variable significantly higher than those with preserved
LVEF or above 50% (EF>50% = 37.27±2.84mm versus EF<50% = 56.61±2.06mm). At
the moment after NIV, the difference between the groups of patients divided according
the LVEF was also significant (EF≥50% after = 41.8±2.77mm versus EF<50% after =
56.24±2.0mm). NIV provoked a considerable increase of LVESD in patients with
preserved LVEF (before = 37.27±2.84mm versus after = 41.8±2.77mm).
No significant difference of LVESD was observed in either mode of NIV.
Figure 1: left ventricle end systolic diameter (LVESD) before and after NIV of the groups of patients
with LVEF < and 50%. ANOVA for repeated measurements: LVEF<50% versus LVEF≥50% (p <0.05
for LVEF and interaction between NIV effect and LVEF). Tukey multiple comparison test: EF≥50% and
EF<50% before NIV (p<0.05); EF≥50% and EF<50% after NIV (p<0.05); before NIV versus after NIMV
in the group of patients with LVEF≥50% (p<0.05); before NIV versus after NIV in the group of patients
with LVEF≥50% (p<0.05).
The isovolumetric relaxation time (IVRT) increased significantly after the NIV
in patients in CPAP mode (before = 76.0±18.7 msec. versus after = 104.7±18.9 msec.).
After the NIV, the value of IVRT was significantly higher in patients in CPAP mode
20,00
30,00
40,00
50,00
60,00
70,00
BEFORE
AFTER
MOMENT
L
VEF?50%
LVEF>50%
LVESD (mm)
81
than in patients in BiPAP mode of NIV (before = 104.7±18.9 msec. versus after =
60.48±19.2 msec.). However, the latter did not present significant alteration after the
use of NIV.
Figure 2: isovolumetric relaxation time (IVRT) of the LV in NIV modes: CPAP and BiPAP, before and
after NIV. ANOVA for repeated measurements: CPAP versus BiPAP (p <0.05 for interaction between
NIV moment and mode). Tukey multiple comparison test: CPAP and BiPAP after NIV (p<0.05).
The left ventricle end systolic volume (LVESV) was significantly higher in
patients of the CPAP group in relation to the patients in the Bilevel group before NIV
(CPAP = 111.2±28.1ml versus BIPAP = 60.5±28.1ml), considering the patients with
preserved LVEF. However, none of NIV modes caused a significant effect on this group
of patients.
In the group of patients that used the BiPAP mode, the patients with preserved
LVEF presented a significantly lower LVESV than those with LVEF<50% before NIV
(LVEF<50% = 60.5±28.1ml versus LVEF≥50% = 128.02±25.1ml). The BiPAP mode
did not provoke any significant effect on the groups of LVEF.
40,00
60,00
80,00
100,00
120,00
140,00
160,00
BEFORE
AFTER
MOMENT
CPAP
BiPAP
IRVT (mseg
)
82
Figure 3: values of the left ventricle end systolic volume (LVESV) in patients that used BiPAP non-
invasive ventilation (NIV) mode. ANOVA for repeated measurements: LVEF<50% versus LVEF≥50%
and CPAP versus BiPAP (p <0.05 for interaction among moment, LVEF and NIV mode). Tukey multiple
comparison test: A) CPAP mode: EF≥50% and EF<50% after NIV (p<0.05); B) BiPAP mode: EF≥50%
and EF<50% before NIV (p<0.05); EF≥50% and EF<50% after NIV (p<0.05).
30,00
40,00
50,00
60,00
70,00
80,00
90,00
100,00
110,00
120,00
130,00
140,00
BEFORE
AFTER
MOMENT
CPAP
BiPAP
40,00
60,00
80,00
100,00
120,00
140,00
160,00
BEFORE
AFTER
MOMENT
LVEF?50%
LVEF<50%
LVESV
(ml)
LVESV (ml)
83
The LVEF presented a significant reduction after the application of NIV in
patients who had LVEF≥50% (before = 61.9±2.6% versus after = 53.32±2.9%). The
values before NIV were significantly different when comparing the groups of LVEF
(LVEF<50% before = 34.7±1.9% versus LVEF≥50% before = 61.9±2.6%), as well as
the values after NIV (LVEF<50% after = 35.5±2.1% versus LVEF≥50% after =
53.3±2.9%).
Figure 4: values of LVEF (Teicholz method) comparing the groups of LVEF < and 50%, before and
after NIV. ANOVA for repeated measurements: LVEF<50% versus LVEF≥50% (p <0.01 for LVEF and
interaction between NIV effect and LVEF). Tukey multiple comparison test: EF≥50% and EF<50%
before NIV (p<0.01); EF≥50% and EF<50% after NIV (p<0.01); before NIV versus after NIV in the
group of patients with LVEF≥50% (p<0.01).
The shortening fraction (SF) of the LV presented a significant alteration after
NIV (before = 25.9±1.4% versus after = 23.15±1.02%, P = 0.044). A similar reduction
occurred of around 3% in the SF value in both CPAP and BiPAP groups after NIV.
20,00
30,00
40,00
50,00
60,00
70,00
BEFORE
AFTER
MOMENT
LVEF
≥50%
LVEF<50%
LVEF (%)
84
ANOVA test for repeated measurements did not show interaction between the
NIV modes for this variable, which presented significantly different values both before
and after NIV.
Figure 3: values of LV shortening fraction (%SF) comparing the NIV groups: CPAP and BiPAP, before
and after NIV. ANOVA for repeated measurements: CPAP versus BiPAP (p <0.01 for NIV moment and
group). Tukey multiple comparison test: before NIV and after NIV (p<0.01).
The patients with LVEF≥50% showed a significant alteration after the use of
NIV in the variables of the M-mode echocardiography, with reduced LVESD and
increased LVEF (Table 4).
15,00
20,00
25,00
30,00
35,00
BEFORE
AFTER
MOMENT
FS (%)
CPAP
BiPAP
85
Table 4: Values from the M-mode echocardiogram, before and after NIV in patients with LVEF≥50%. P
expresses the difference between before NIV and after NIV in patients with LVEF≥50%.
LVEF≥50%
BEFORE AFTER P
M-Mode
LVEDD 68.95±8.9 68.18±7.2 0.391
LVESD 37.27±2.8 41.8±2.7
0.026
LVEF 61.9±2.6 53.3±2.9
0.008
SF 32.9±2.3 28.5±1.6 0.236
6MWT Distance 385.7±94.9 373.9±85.9 0.417
6MWT Distance = distance walked in the 6-Minute Walk Test; LVEF = left ventricle ejection fraction;
LVEDD = left ventricle end diastolic diameter; LVESD = left ventricle end systolic diameter; SF =
shortening fraction.
No difference was observed in the NIV mode related to variables of the M-mode
echocardiography. In Echocardiography Doppler mode, the patients in the CPAP group
presented a significant increase in the isovolumetric relaxation time (IVRT) of the LV,
while the patients in the BiPAP group did not present any difference in the variables of
Echocardiography Doppler (Table 5).
86
Table 5: Values before and after NIV in Bilevel and CPAP groups. P expresses the difference between
the groups.
CPAP BiPAP P
BEFORE AFTER BEFORE AFTER
M-Mode
LVEDD 65.5±11.4 65.7±9.2 64.8±9.1 60.7±12.4 0.97
LVESD 51.3±12.1 53.6±10.5 48.1±13.4 48.6±10.9 0.495
LVEF 45.9±2.3 41.21±2.6 50.6±2.2 47.5±2.5 0.611
LA Dia. 43.98±5.83 42.4±5.17 45.2±7.9 44.06±10.1 0.648
RV Dia. 21.43±5.9 21.86±4.6 19.92±5.6 22.36±5.3 0.756
SF 23.4±2.08 20.7±1.4 28.4±1.9 25.5±1.4 0.948
IVC 16.5±8.1 22.5±16.15 17.6±12.3 17.2±13.2 0.286
Vel Reg Tric 193.8±77.7 190.5±80.7 185.6±102.5 181.1±12.4 0.840
Aorta 31.5.8 31.9±5.8 31.9±4.7 32.16±4.7 0.891
Bi-dimensional mode
LV Sis Vol 117.06±79.4 154.5±56.07 154.5±56.04 144.6±45.2 0.339
LV Diast Vol 117.06±62.7 98.03±51.1 112.4±53.7 89.04±41.5 0.797
LA Vol 72.03±41.9 81.5±38.5 82.03±31.27 88.2±43.1 0.715
EF Simpson 36.8±12.7 41.7±13.8 42.0±18.8 47.5±16.17 0.700
Transmitral Doppler
Wave E Vel 71.36±24.3 75.5±22.6 84.7±28.5 87.2±34.5 0.786
Wave A Vel 70.02±24.4 64.7±18.16 71.9±30.5 85.9±31.7
0.049
E/A Ratio 1.1±0.18 1.2±0.14 1.04±0.17 1.04±0.13 0.333
E decel. Time
250.7±28.7 212.9±25.5 220.5±27.2 237.2±24.2 0.201
IVRT 76.0±18.7 104.7±18.9 69.4±19.08 60.4±19.2
0.044
Tissue Doppler
Wave E´ Vel 6.12±1.6 5.9±1.5 5.2±1.5 5.5±1.5 0.053
Wave A´ Vel 7.15±2.3 5.9±1.8 6.7±2.7 6.9±2.5 0.051
E´/A´ Ratio 0.93±0.4 1.07±0.4 0.88±0.3 0.88±0.3 0.209
E/E´ Ratio 12.7±6.7 13.5±5.6 18.5±11.6 17.16±8.2 0.419
Functional Capability
Distance, m 372.7±75.5 369.6±85.2 422.04±56.2 414.2±62.7 0.711
6MWT Distance = distance walked in the 6-Minute Walk Test; LVEF = left ventricle ejection fraction;
LV Mass = left ventricle mass; LVMI = left ventricle mass index; LVEDD = left ventricle end diastolic
diameter; LVESD = left ventricle end systolic diameter; LA = left atrium; RV = right ventricle; IVC =
inferior vena cava; SF = shortening fraction; IVRT = isovolumic relxation time
The distance walked in the 6-Minute Walk Test did not show a significant
difference when comparing the NIV modes, nor the LVEF groups (Table 6). The other
variables of the walk test did not show any difference after NIV either.
87
DISCUSSION
In this study, we evaluated the acute hemodynamic and functional capability
effects of Non-Invasive Mechanical Ventilation (NIV) on patients with Chronic Heart
Failure (HF) who were receiving outpatient client care for the treatment of this disease.
Such effects were evaluated through Doppler echocardiography and 6-Minute Walk
Test (6MWT). Comparing the NIV modes, the isovolumetric relaxation time (IVRT) of
the LV increased significantly in patients in the CPAP mode. For the other variables, no
difference was observed in relation to hemodynamic answers, nor indexes of functional
capability.
On the other hand, the patients with preserved LV Ejection Fraction (LVEF)
(≥50%) presented significant alterations after NIV: increased LV end systolic diameter
(LVESD) and reduced LVEF. The shortening fraction (SF) was reduced after the NIV
in both modes utilized, as well as in patients with preserved and reduced LVEF.
However, no significant alteration of measured variables was observed in the functional
capability assessment.
Some studies show a reduction in preload with the application of NIV, which
would explain the increased IVRT with the utilization of CPAP. Due to the reduced
filling pressure, the LV worked with lower pressure, and for this reason, it enabled an
increase in the IVRT, which indicates improved LV function [40, 68]. However, this
effect was not observed in patients in the BiPAP group.
The shortening fraction, which is an indicator of systolic function, was reduced
in both modes of NIV. This effect is negative, since this reduction may suggest the LV
has reduced its production of power to eject blood volume as a result of the reduced
heart debit caused by the NIV. The shortening fraction is measured through the M-mode
between the two walls only, and at the basal medium portion of the heart, and it may be
88
normal or high if these walls are normal at the same time the ejection fraction of the
whole heart may be low, if, for instance, a serious infarction has affected other cardiac
segments [13].
Although the CPAP mode has shown a positive influence on the LV diastolic
function, the left ventricular function seems to have influenced the LV systolic function.
In this study, the patients with LVEF≥50% presented worse systolic function, with
reduced LVEF and increased LVESD. Another study reported that the NIV reduced LV
diastolic function indexes, such as the diastolic volume, in individuals with normal
ventricular function with the application of gradual PEEP that started with 0mmHg and
ended with 12.5mmHg. In these patients, PEEP caused a reduction in the vein return
due to increased pleural pressure, which might have worsened the cardiac function of
these individuals [68]. Such results may explain the findings of this study, where the
patients with preserved LVEF presented worse systolic function of the LV. In hearts
with normal LV function, PEEP reduced the heart debit (HD) due to a reduction of the
ejection volume, which may affect the LV contractibility due to alteration in the LV end
diastolic volume.
Another study [66], which assessed and compared the effects of BiPAP and
CPAP on patients with APE and individuals with normal LV function, observed that the
patients with APE were more responsive to afterload, which was reduced with the
increased intrathoracic pressure (ITP), causing increased LV filling. The patient with
normal LV function responded to NIV with accentuated reduction of heart debit in both
modes of NIV. The patients with APE were classified according to the maximum
permissible working pressure (MPWP): <12mmHg and ≥12mmHg. The patients with
MPWP<12mmHg (best hemodynamic conditions) presented reduced heart debit,
probably due to the reduction of CF that occurred in these patients. In this study, the
89
patients with committed LV function did not present any significant effect after the
application of NIV. Then, the patients with responses to the NIV were those with
normal LV function, and among those with HF, those with the best hemodynamic
conditions. The results of this study do not seem to confirm other results suggesting the
worse patients do not respond to the NIV.
In relation to the NIV modes, both of them had effects on the same direction, but
the effects of BiPAP could have been stronger on the improvement of O
2
and CO
2
pressures. According to Crane et al. [72], this difference between the modes may rely on
a smaller increase of the end pulmonary expiratory volume, due to the fact that EPAP
(expiratory positive airway pressure) is smaller than IPAP (inspiratory positive airway
pressure) in BiPAP mode.
In this study, the CPAP impacted the IVRT, which was increased. It indicates
improvement in the diastolic function, which might have been associated with a
constant PEEP, keeping the reduction of vein return and heart debit and making the left
ventricle work with smaller volume and possibly more efficiently. The BiPAP, on the
other hand, provoked a reduction in the IVRT, but not significant.
In the study conducted by Acosta [62], BiPAP was correlated to a great potential
of LV performance improvement in patients with HF secondary to acute systolic
dysfunction. In this study, the effect caused by a NIV mode was not related to the
severity of the LV systolic function. Besides, as the gaseous pressures were not
measured in this study, it is not possible to have conclusions related to the effects of
NIV modes on O
2
and CO
2
pressures. Studies comparing NIV modes in HF are most on
acute pulmonary edema (APE). These studies do not show a consensus on the
advantages of one mode over another. Both modes seem to have similar effects in terms
of hemodynamic improvement, reduced intubation and mortality rates [46, 48, 65, 72].
90
The fact that the functional capability did not present alterations after the
application of NIV in neither NIV mode, nor in patients with preserved or reduced
LVEF, may be due to two factors: 1) NIV was applied only once or twice, and did not
constitute a treatment; 2) the 6-minute walk test was performed without the concomitant
use of NIV.
One of the ways to observe a beneficial effect of the NIV on the capability is
through its extended use. In this case, the patients with greatest benefits are those with
central sleep apnea, as well as those with Cheyne-Stokes respiratory pattern [52]. Other
studies indicate the minimum time for NIV to produce an effect on the functional
capability was two weeks. The common factor in these studies is the improved
oxygenation and reduced sympathetic activity [54, 63].
Studies demonstrate a significant acute effect of the NIV on the functional
capability when it is applied during the exercise test. The main mechanisms are reduced
overload on respiratory musculature and improved blood perfusion and oxygenation of
peripheral musculature [64, 65].
During the exercise, the blood flow is increases in the exercised musculature. In
the 6-Minute Walk Test, as well as in a treadmill ergometer test, there is increased flow
to lower limbs and mainly to the respiratory musculature due to an increased respiratory
rate [65, 73, 74]. The application of NIV during an exercise test reduces the respiratory
work (as it alleviates the load on the respiratory musculature) and, consequently, there is
a larger flow to lower limbs [65, 75] In this study, the patients remained sitting during
the application of NIV and, therefore, the only exercised musculature was the
respiratory musculature. As the NIV reduced the heart debit in patients with HF, it
might have influenced the functional capability after its use: the fact that the patient
91
remained at rest during the application, combined with reduced heart debit provoked by
the NIMV, may have influenced the absence of response from the functional capability.
CONCLUSION
The comparison between the acute effects of the NIV modes on patients with
heart failure that were receiving outpatient clinic care demonstrated that the CPAP was
capable of reducing the IVRT, probably due to the preload reduction. The shortening
fraction was reduced in both modes of NIV, which provokes a reduction of heart debit
and, therefore, made the heart produce less contraction power.
The LVEF demonstrated to be a very important factor in the hemodynamic
response of these patients to the NIV. However, the patients who responded to the acute
effects were those with preserved LVEF (>50%), and behaved similarly to an individual
without heart disease. They had worsened hemodynamic conditions as a result of
increased LVESD and reduced LVEF. Such effects result from an increase in the
afterload.
The functional capability did not have acute alterations. The mechanisms
through which the NIV has demonstrated effects are in the long run or when
concomitantly applied during the exercise. Additional studies are required to explain
this result.
92
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England Journal of Medicine, 2003. 348: p. 1233 - 41.
57. Mansfield, D.R., et al., Controlled Trial of Continuous Positive Airway Pressure
in Obstructive Sleep Apnea and Heart Failure. American Journal of Respiratory
Critical Care Medicine, 2004. 169: p. 361-366.
58. Baratz, D.M., et al., Effect of nasal continuous positive airway pressure on
cardiac output and oxygen delivery in patients with congestive heart failure.
Chest, 1992. 102(5): p. 1397-401.
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pressure in congestive heart failure. Am Rev Respir Dis, 1992. 145(2 Pt 1): p.
377-82.
60. Mehta, S., et al., Effects of continuous positive airway pressure on cardiac
volumes in patients with ischemic and dilated cardiomyopathy. Am J Respir Crit
Care Med, 2000. 161(1): p. 128-34.
61. Wachtell, K., et al., Left ventricular filling patterns in patients with systemic
hypertension and left ventricular hypertrophy (the LIFE study). Losartan
Intervention For Endpoint. Am J Cardiol, 2000. 85(4): p. 466-72.
62. Acosta, B., et al., Hemodynamic effects of noninvasive bilevel positive airway
pressure on patients with chronic congestive heart failure with systolic
dysfunction. Chest, 2000. 118(4): p. 1004-9.
63. Maeder, M.T., et al., Continuous positive airway pressure improves exercise
capacity and heart rate recovery in obstructive sleep apnea. Int J Cardiol, 2008.
7: p. 7.
64. O'Donnell, D.E., et al., Ventilatory assistance improves exercise endurance in
stable congestive heart failure. Am J Respir Crit Care Med, 1999. 160(6): p.
1804-11.
65. Babcock, M.A., et al., Effects of respiratory muscle unloading on exercise-
induced diaphragm fatigue. J Appl Physiol, 2002. 93(1): p. 201-6.
66. Philip-Joët, F.F., et al., Hemodynamic Effects of Bilevel Nasal Positive Airway
Pressure Ventilation in Patients with Heart Failure. Respiration, 1997. 66: p.
136-143.
67. Leech, J.A. and K.J. Ascah, Hemodynamic effects of nasal CPAP examined by
Doppler echocardiography. Chest, 1991. 99(2): p. 323-326.
68. Huemer, G., et al., Influence of Positive End-Expiratory Pressure on Right and
Left Ventricular Performance Assessed by Doppler Two-Dimensional
Echocardiography Chest, 1994. 106(1): p. 67-73.
69. Lambert, P., et al., Does a positive end-expiratory pressure-induced reduction in
stroke volume indicate preload responsiveness? An experimental study. Acta
Aneaesthesiologica Scandinavica, 2007. 51: p. 415-425.
70. Poelaert, J.I., et al., Doppler Evaluating of Right Ventricular Outflow Impedance
During Positive-Pressure Ventilation. Journal of Cardiothoracic and Vascular
Anesthesia, 1994. 8(4): p. 392-397.
71. Marantz Pr Fau - Tobin, J.N., et al., The relationship between left ventricular
systolic function and congestive heart. Circulation, 1988. 77(3): p. 607-12.
72. Crane, S.D., et al., Randomised contolled comparison of continuous positive
airways pressure, bilevel non-invasive ventilation, and standard treatment in
96
emergency department patients with acute cardiogenic pulmonary oedema.
Emergency Medical Journal, 2004. 21: p. 155-161.
73. Romer, L.M., et al., Inspiratory muscles do not limit maximal incremental
exercise performance in healthy subjects. Respir Physiol Neurobiol, 2007.
156(3): p. 353-61.
74. Dall'Ago, P., et al., Inspiratory muscle training in patients with heart failure and
inspiratory muscle weakness: a randomized trial. J Am Coll Cardiol, 2006.
47(4): p. 757-63.
75. Harms, C.A., et al., Effects of respiratory muscle work on cardiac output and its
distribution during maximal exercise. J Appl Physiol, 1998. 85(2): p. 609-18.
97
ANEXO II: TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E
ESCLARECIDO (TCLE)
De um modo geral, os pacientes com doença do coração têm sua
qualidade de vida prejudicada em função dos vários fatores de funcionamento
do coração, limitando algumas atividades simples, como as realizadas em casa
ou no trabalho. Para melhorar a função do coração e aliviar sintomas, costuma-
se receitar medicamentos que de fato ajudam a melhorar a qualidade de vida
de pessoas que têm problemas no coração. Nossa pesquisa tem o objetivo
verificar, através de um equipamento de ventilação não-invasiva, se sintomas,
como a falta de ar, melhoram, bem como aspectos da função do coração. Para
isso, o (a) Senhor(a) será avaliado em 3 (três) momentos diferentes.
Inicialmente será realizada uma consulta médica, quando será realizado um
exame clínico. Após o exame clínico, o (a) Senhor(a) realizará um exame de
ecocardiografia. Após esse exame será realizada a ventilação não-invasiva por
1 (uma) hora, e em seguida será realizado novamente o exame de
ecocardiografia, para avaliar a função do coração. Em um outro momento,
será realizado um teste de caminhada, em um corredor plano deste hospital e
que tem a duração de seis (6) minutos. Nesse teste o(a) Senhor(a) caminhará
a uma intensidade que possa ser suportada durante seis (6) minutos, mas que
não provoque cansaço intenso. Em um terceiro momento, será realizada
novamente a ventilação não-invasiva e, logo as, o mesmo teste de
caminhada, para verificar se houve mudanças na resposta ao esforço.
Durante o procedimento de ventilação não invasiva o (a) Senhor(a)
permanecerá sentado, utilizando uma máscara que envia uma certa quantidade
de ar.
Durante o estudo o (a) Senhor(a) poderá sentir sensação de falta de ar
durante o teste de caminhada e algum desconforto por falta de adaptação ao
ventilador ou à máscara. Durante o teste de caminhada será permitido parar na
presença de falta de ar e/ou sensação de cansaço nas pernas. Também será
permitido interromper o uso do ventilador durante o uso do mesmo caso haja
98
desconforto. O exame que verifica a função do coração não apresenta riscos
ou desconforto, e o (a) Senhor(a) permanecerá deitado durante esse período.
As informações do exame da função do coração serão gravadas em
uma fita para serem revisadas e analisadas pelos autores desse estudo.
É permitido ao Senhor(a) desistir de participar desse estudo a qualquer
momento, sem que haja constrangimento ou prejuízo no seu tratamento. As
informações obtidas durante não identificarão o(a) Senhor(a), garantindo assim
o anonimato, e serão usadas para fins científicos.
Eu, ______________________________________, autorizo as pesquisadoras
Lorena Contreras Mundstock (fone 81382837) e Fernanda Machado Balzan
(fone 93178746), do curso de Pós Graduação em Cardiologia, a realizar o
trabalho de pesquisa intitulado “EFEITOS AGUDOS DA VENTILAÇÃO NÃO
INVASIVA NASAL COM PRESSÃO POSITIVA CONTÍNUA E DUPLO NÍVEL
SOBRE ÍNDICES HEMODINÂMICOS E SOBRE A CAPACIDADE FUNCIONAL
EM UM GRUPO DE PACIENTES OTIMIZADOS PORTADORES DE
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA ”, estando ciente dos objetivos e procedimentos a
serem realizados.
_______________________________
Assinatura do Paciente
_______________________________
Pesquisador Responsável: Marco Antônio Rodrigues Torres
Porto Alegre, ___ de _______________ de 2007.
99
ANEXO III: Variáveis da Ecocardiografia
Nome: Idade: Peso: Altura:
Parâmetros de estrutura e
função sistólica VE
Pré
Pós
DDFVE
DSFVE
ESPESSURA SEPTO
ESPESSURA PAR POST
VOLUME DFVE
A4C
A2C
VOLUME SFVE
A4C
A2C
FE SIMPSON
DIÂM AE
VOLUME AE
A4C
A2C
dP/dt VE
Motilidade das paredes
Parâmetros de estrutura e
função VD
DIÂM VD
VEL JATO REG TRIC
DIAM VCI
OSC RESP VCI
>50%
<50%
SEM ALT
100
Função diastólica -
medidas fluxo transmitral
VEL E
VEL A
RELAÇÃO E/A
TEMPO DE DESAC E
TRIV
Função diastólica -
medidas doppler tecidual
VEL MIOC Em
VEL MIOC Am
RELAÇÃO Em/Am
RELAÇÃO E/Em
Insuficiência mitral
Leve
Moderada
Severa
Área do orifício regurgitante
(se IM > que leve)
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