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“ A Coordenação municipal deveria desenvolver ações mais integradas junto
aos Caps. Não tem acompanhamento das ações, só sabe cobrar.
Desconhecimento das rotinas do Caps. Falta recurso, capacitação,
supervisão. A coordenação deveria supervisionar e não fiscalizar. A
coordenação é muito ausente em relação ao serviço. O Caps encaminha
solicitações e nunca são atendidas (...) outra questão fundamental é o
desrespeito à questão do território e a dificuldade de articular as redes, pois
existe uma grande demanda de usuários de outros bairros distantes,
inviabilizando a continuidade do tratamento com a comunidade e a
identificação das instituições que atendem a determinado território, além da
ausência de encaminhamento para os pacientes que recebem alta,
dificultando assim a continuidade no seu tratamento”.
(Que fatores dificultam a Política de Saúde Mental no Município?)
“ O Estado não está preocupado com a qualidade do serviço oferecido, pois
várias solicitações foram feitas no sentido de adequar as condições físicas às
necessidades dos usuários e até agora não obtiveram respostas. Como
elementos internos dificultantes: a ausência de capacitação, a falta de
recursos materiais em geral e didáticos e a indisponibilidade do transporte, e
como fatores externos: a dificuldade na realização de parcerias, dificuldade
nos encaminhamentos externos, a deficiência da rede como um todo, a
ausência de locais de referência para atender os usuários, dificuldade de
vagas para inserir as crianças na escola etc. (...) Não é fácil não! eu já pensei
em deixar o serviço, por medo de adoecer, porque sendo o Serviço Social a
porta de entrada, muitas vezes eu me sinto impotente diante das dificuldades
que exigem respostas imediatas”.
(Que fatores dificultam o trabalho do Serviço Social na instituição?)
“Nós temos um sistema terrível, falho, rede é o que a gente não tem (...) essa
é uma das dificuldades para o trabalho do assistente social, porque você
busca amizade pra ver se consegue fazer algo pelo usuário, não é o direito do
usuário, ele tem o direito, mas não é atendido, respeitado (...) fica difícil de
você não fazer uma coisa dessas (...) se ele for comigo ele é atendido (...)
você tem que colocar pra ele qual o papel da família, do usuário, do
profissional, é esse encaminhamento para que ele tenha uma visão crítica,
que ele reivindique, que ele participe dos movimentos sociais, das
associações, que ele vá lá, mas o paciente de transtorno psiquiátrico tem
mais dificuldade (...) quando nós chegamos aqui tinha alguns vícios (prática
do assistente social: preencher, marcar consulta, ficha para ginecologista
etc.) e eu não aceitei fazer isso, foram seis meses muito difíceis (...) outros
fatores que dificultam é a falta de medicação e de artesão na equipe do
Caps”. (Que fatores dificultam o trabalho do Serviço Social na instituição?)
“Ausência de recursos e a falta de uma rede de atendimento e estrutura das
políticas públicas, pois existe uma ausência de instituições para onde possam
encaminhar os usuários. Também posso considerar a deficiência no
transporte e na ausência de divulgação e informações quanto ao serviço; o
Caps é pouco sinalizado e desconhecido pela população em geral”.
(Que fatores dificultam o trabalho do Serviço Social na instituição?)