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ORO, T. Composição nutricional, compostos bioativos e vida de prateleira de noz e óleo
prensado a frio de noz-pecã [Carya illinoinensis (Wangenh.) K. Koch]. 2007. 80 f.
Dissertação (Mestrado em Ciência dos Alimentos), Programa de Pós-Graduação em Ciência dos
Alimentos, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis – SC.
RESUMO
A noz-pecã é um alimento bastante apreciado devido às suas características sensoriais agradáveis
e aos compostos bioativos presentes e, por isso, seu consumo vem aumentando nos últimos anos.
A noz-pecã também é uma excelente fonte de óleo e assim, o acompanhamento das reações
oxidativas que ocorrem com este tipo de alimento é muito importante. No presente trabalho
foram monitoradas as alterações de qualidade de nozes-pecã armazenadas em potes plásticos de
polipropileno e em filmes plásticos de nylon-polietileno sob vácuo e do óleo extra-virgem de
noz-pecã armazenado em frascos âmbar, mantidos à temperatura ambiente durante 150 dias. As
nozes foram caracterizadas de acordo com a metodologia da AOAC, apresentando 9,9 % de
proteínas, 3,7 % de umidade, 69,4 % de lipídios totais, 1,4 % de minerais, 7,8 % de fibras totais,
0,5 % de fibras solúveis, 7,3 % de fibras insolúveis e 7,8 % de carboidratos. O valor calórico
calculado foi de 726,7 kcal/100g. Para a torta foram obtidos 22,1 % de proteínas, 7,9 % de
umidade, 36,2 % de lipídios totais, 3,2 % de minerais, 14,3 % de fibra total, 1,7 % de fibra
solúvel, 12,6 % de fibra insolúvel e 16,3 % de carboidratos. O valor calórico foi de 536,4
kcal/100g. O óleo foi caracterizado de acordo com a metodologia oficial da AOCS, apresentando
índice de peróxido de 0,548 meq O
2
/kg de óleo, índice de acidez de 0,133 mg KOH/g, 0,050 %
de umidade, índice de Iodo de 98,4, índice de refração 1,469, índice de saponificação 184,29
g/100g, matéria insaponificável 2,0 g/100g, cor Lovibond 20,0 A/ 3,0V e estabilidade oxidativa
de 9,8h. O óleo de noz-pecã apresentou 91,5 % de ácidos graxos insaturados, sendo 62,55 % de
ácido oléico e 27,49 % de ácido linoléico, além de 30,0 mg/100g de tocoferóis. Para acompanhar
as alterações na qualidade das nozes e do óleo durante o armazenamento, quinzenalmente foram
utilizados os seguintes parâmetros de acordo com a metodologia da AOCS: índice de peróxido,
extinção específica, índice de acidez e umidade e compostos voláteis. Além disso, mensalmente
foi realizada análise sensorial para as nozes e para o óleo e análise de cor e análises
microbiológicas para as nozes dos dois tipos de embalagens utilizadas. Após 150 dias de
armazenamento puderam ser percebidas alterações significativas no índice de peróxido das nozes
(1,04 – 4,67 meq O
2
/kg) e na extinção específica (0,956 – 2,160 a 232 nm e 0,038 - 0,330 a 270
nm). O teor de umidade das nozes não sofreu alteração significativa (0,040 – 0,065 %) e o índice
de acidez alterou-se significativamente ao longo do tempo (0,165 – 0,568 mg KOH/g). Na análise
de cor das nozes houve variações importantes no índice de escurecimento (75,00 – 97,09). A nota
sensorial atingiu o valor de corte (≤ 6,0) após 120 dias, sendo este determinado como o seu
período de vida útil e a qualidade microbiológica das nozes manteve-se adequada por todo o
período (ausência de Salmonella sp em 25g, contagens de Coliformes a 45°C < 3 NMP/g, e
contagem de bolores e leveduras ≤ 3,0 x 10
2
). Através da análise de contrastes não foi possível
observar diferenças significativas entre os tratamentos em relação a nenhum dos parâmetros
utilizados. O índice de peróxido do óleo de noz-pecã (0,548 – 2,435 meq O
2
/kg) obedeceu aos