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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE
CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA
VETERINÁRIA DE PEQUENOS RUMINANTES
CARACTERÍSTICAS FÍSICO-QUÍMICA E PESQUISA DE
RESÍDUOS DE ANTIBIÓTICOS NO LEITE DE CABRA
CRU NAS MINI-USINAS DO CARIRI PARAIBANO.
IARA NUNES DE SIQUEIRA
PATOS/PB
2007
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Iara Nunes de Siqueira
CARACTERÍSTICAS FÍSICO-QUÍMICAS E PESQUISA DE RESÍDUOS DE
ANTIBIÓTICOS NO LEITE DE CABRA CRU EM MINI-USINAS DO CARIRI
PARAIBANO
Dissertação apresentada ao Curso de Pós
Graduação em Medicina
Veterinária de Pequenos Ruminantes para
obtenção do título de mestre junto à
Universidade Federal de Campina Grande.
Linha de Pesquisa: Inspeção de Produtos de Origem Animal
Orientadora: Profª. Dra. Maria das Graças X. de Carvalho
Patos /Pb
2007
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DEDICATÓRIA
À DEUS por me amar
À DEUS por me amar À DEUS por me amar
À DEUS por me amar
incondicionalmente.
incondicionalmente.incondicionalmente.
incondicionalmente.
AGRADECIMENTOS
À minha Mãe, por não desistir de mim e participar sempre dos meus objetivos.
A meu Amor Waldisley (NENA) em que muitas vezes estive ausente no nosso
relacionamento, mas teve a paciência e a compreensão para que eu realizasse esse
trabalho.
A minha orientadora Maria das Graças Xavier de Carvalho pelos ensinamentos e
paciência nas minhas ausências e ao professor Morais pelo apoio dado.
A minha irmãzinha Luciana que foi a maior incentivadora, a você Lú, meu MUITO
OBRIGADA.
À você Elisângela e sua Mãe que me acolheu muitas vezes em sua casa, agradeço a
DEUS pela dádiva de sua amizade.
Às minhas irmãs Jordânia e Isabelly e a minha amiga Edna pela sua amizade fiel
estando presente em momentos difíceis da minha vida.
Aos amigos Vinícius, Emely, Maysa e Valeska que me apoiaram no laboratório e ao
motorista Antonio a Dona Francinete, a Marta e Suely pelo apoio dado em muitas
situações.
Aos amigos da prefeitura de Itapetim Jean Carlos, Bruno, Ernane, Alcides,
Ramom, Dimas e outros mais que contribuíram por demais para a realização desse
trabalho.
A Ligiane que acompanhou minha luta e a Júlia que me ajudou incansavelmente nas
atividades do laboratório..
As mini-usinas pela receptividade e ao SEBRAE pelo apoio financeiro do projeto de
pesquisas..
LISTA DE QUADROS
Página
QUADRO 01: Persistência da eliminação de antibiótico pelo leite em 27
função das vias de administração utilizados no animal.
QUADRO02: Duração mínima da eliminação de antimicrobianos no leite 28
aplicados pela via intramamária.
LISTA DE TABELAS
Página
TABELA 01: Valores médios das características físico-químicas do leite de
cabra cru colhido em sete mini-usinas do Cariri paraibano, no
período de dezembro de 2004 a março de 2006 referente as três
etapas.
42
TABELA 02: Valores médios das características físico-químicas do leite de
cabra cru colhido em sete mini-usinas do Cariri paraibano, no
período de dezembro de 2004 a março de 2006 referente a
primeira etapa.
42
TABELA 03: Valores médios das características físico-químicas do leite de
cabra cru colhido em sete mini-usinas do Cariri paraibano, no
período de dezembro de 2004 a março de 2006 referente a
segunda etapa.
43
TABELA 04: Valores médios das características físico-químicas do leite de
cabra cru colhido em sete mini-usinas do Cariri paraibano, no
período de dezembro de 2004 a março de 2006 referente a
terceira etapa.
43
TABELA 05: Resultado das análises físico-químicas, fora dos padrões legais*,
das amostras de leite de cabra cru, das três etapas, Colhidos em
sete mini-usinas do Cariri paraibano, no período de dezembro de
2004 a março de 2006.
44
TABELA 06: Resultado das análises físico-químicas, fora dos padrões legais*,
das amostras de leite de cabra cru, da primeira etapa. Colhidos
em sete mini-usinas do Cariri paraibano, no período de
dezembro de 2004 a março de 2006.
45
TABELA 07: Resultado das análises físico-químicas, fora dos padrões legais*,
das amostras de leite de cabra cru, da segunda etapa. Colhidos
em sete mini-usinas do Cariri paraibano, no período de dezembro
de 2004 a março de 2006.
46
TABELA 08: Resultado das análises físico-químicas, fora dos padrões legais*, das
amostras de leite de cabra cru, da terceira etapa. Colhidos em sete
mini-usinas do Cariri paraibano, no período de dezembro de 2004 a
março de 2006.
47
TABELA 09: Valores relativos a presença de resíduos de antibióticos do leite de
cabra cru, colhidos nas três etapas das análises das sete mini-usinas
do Cariri paraibano, no período de dezembro de 2004 a março de
2006.
72
TABELA 10: Valores relativos da primeira etapa quanto a presença de resíduos de
antibióticos do leite de cabra cru, fornecido as mini-usinas do Cariri
paraibano, no período de dezembro de 2004 a março de 2006.
73
TABELA 11: Valores relativos da segunda etapa quanto a presença de resíduos
de antibióticos do leite de cabra cru, fornecido as mini-usinas do
Cariri paraibano, no período de dezembro de 2004 a março de
2006.
73
TABELA 12: Valores relativos da terceira etapa quanto a presença de resíduos de
antibióticos do leite de cabra cru, fornecido as mini-usinas do Cariri
paraibano, no período de dezembro de 2004 a março de 2006.
74
LISTA DE GRÁFICOS
PÁGINA
GRÁFICO 01: Valores médios da acidez em graus Dornic (°D) do leite de
cabra cru colhido em sete mini-usinas do Cariri paraibano,
no período de dezembro de 2004 a março de 2006 referente
as três etapas.
48
GRÁFICO 02: Valores médios da densidade a 15°C para o leite de cabra
cru colhido em sete mini-usinas do Cariri paraibano, no
período de dezembro de 2004 a março de 2006 referente as
três etapas.
48
GRÁFICO 03: Valores médios de gordura (%), para o leite de cabra cru
colhido em sete mini-usinas do Cariri paraibano, no
período de dezembro de 2004 a março de 2006 referente as
três etapas.
49
GRÁFICO 04: Valores médios do Extrato Seco Total (%), para o leite de
cabra cru colhido em sete mini-usinas do Cariri paraibano,
no período de dezembro de 2004 a março de 2006 referente
as três etapas.
49
GRÁFICO 05: Valores médios do Extrato Seco Desengordurado (%), para
o leite de cabra cru colhido em sete mini-usinas do Cariri
paraibano, no período de dezembro de 2004 a março de 2006
referente as três etapas.
50
PÁGINA
GRÁFICO 06: Percentagens de amostras fora dos padrões legais quanto a
acidez, para o leite de cabra cru colhido em sete mini-usinas
do Cariri paraibano, no período de dezembro de 2004 a
março de 2006 referente as três etapas.
50
GRÁFICO 07: Percentagens de amostras fora dos padrões legais quanto a
densidade, para o leite de cabra colhido em sete mini-usinas
do Cariri paraibano, no período de dezembro de 2004 a
março de 2006 referente as três etapas.
51
GRÁFICO 08: Percentagens de amostras fora dos padrões legais quanto a
gordura, para o leite de cabra colhido em sete mini-usinas
do Cariri paraibano, no período de dezembro de 2004 a
março de 2006 referente as três etapas.
51
GRÁFICO 09: Percentagens de amostras fora dos padrões legais quanto ao
Extrato Seco Total, para o leite de cabra colhido em sete
mini-usinas do Cariri paraibano, no período de dezembro de
2004 a março de 2006 referente as três etapas.
52
GRÁFICO 10: Percentagens de amostras fora dos padrões legais quanto ao
Extrato Seco desengordurado, para o leite de cabra colhido
em sete mini-usinas do Cariri paraibano, no período de
dezembro de 2004 a março de 2006 referente as três etapas.
52
GRÁFICO 11:Número de amostras positivas referentes a presença de
resíduos de antibióticos no leite de cabra nas três etapas das
mini-usinas do Cariri paraibano durante o período de
dezembro de 2004 a março de 2006.
74
GRÁFICO 12: Percentagens de amostras positivas referentes a presença de
resíduos de antibióticos no leite de cabra cru nas três etapas
nas mini-usinas do Cariri paraibano, durante o período de
dezembro de 2004 a arco de 2006.
51
FOLHA DE AVALIAÇÃO
IARA NUNES DE SIQUEIRA
Título: Características físico-químicas e presença de resíduos de antibióticos no leite de
cabra cru nas mini-usinas do Cariri Paraibano.
Data:_____/______/_____
Dissertação apresentada ao programa de
Pós-graduação em Medicina Veterinária
de Pequenos Ruminantes para obtenção
do título de mestre junto à Universidade
Federal de Campina Grande.
BANCA EXAMINADORA
Profª. Dra. Maria das Graças X. de Carvalho
Universidade Federal de Campina Grande
(Orientadora)
Prof. Dr. José Morais Pereira Filho
Universidade Federal de Campina Grande
(Examinador)
______________________________________________________________________
Prof. Dr. Patrício Marques Souza
Universidade Federal de Campina Grande
(Examinador)
SIQUEIRA, I. N. de. Características físico-químicas e pesquisa de resíduos de
antibióticos no leite de cabra cru em mini-usinas do Cariri paraibano. Dissertação
(Mestrado). Universidade Federal de Campina Grande. Patos-PB, 2006.
RESUMO
O leite de cabra está sendo largamente utilizado na alimentação, devido as suas
características terapêuticas e dietéticas. Neste trabalho avaliou as características físico-
química do leite cru e a presença de resíduos de antibióticos do grupo β-lactâmicos em
três etapas nas mini-usinas localizadas no Cariri paraibano. As análises físico-químicas
realizadas foram: acidez em graus Dornic, Densidade a 15°C, teor de gordura (%),
extrato seco total (%) e extrato seco desengordurado (%). A pesquisa de antibióticos
utilizou-se o teste imunoenzimático da IDEXX. Com base nos resultados obtidos,
observou-se que a acidez teve uma média de 16,98°D. Na primeira etapa observou-se
que das 246 amostras analisadas, 20,33%, na segunda etapa 10,69% e na terceira etapa
25,37% estavam fora dos padrões quanto a acidez. Para a densidade obteve uma média
de 30,50°D. Na primeira encontrou 8,13%, 2,79% e 7,46% para a primeira, segunda e
terceira etapa respectivamente. Quanto a gordura teve uma média 3,90% com 50,4%,
na primeira etapa, 6,51%, na segunda etapa e 7,46% na terceira etapa de amostras fora
dos padrões legais. Na análise do extrato seco total obteve uma média de 12,78% com
13,41%, 9,76% e 9,95% de amostras fora dos padrões na primeira, segunda e terceira
etapa respectivamente. No extrato seco desengordurado encontrou-se uma média de
8,61 com 10,10%, 9,30% e 12,40% de amostras fora dos padrões na primeira, segunda
e terceira etapa respectivamente. Na primeira etapa da pesquisa de resíduos de
antibióticos 17,48% das amostras analisadas estavam positivas para antibióticos. Na
segunda e terceira etapa 18,60% e 34,83% respectivamente estavam positivas quanto a
presença de resíduos de antibióticos. Conclui-se que houve um aumento significativo de
amostras fora dos padrões na terceira etapa, para as características físico-químicas
quanto para a presença de resíduos de antibióticos que não era o esperado que os
proprietários receberam orientações sobre a qualidade do leite. De acordo com esses
resultados, fica claro a necessidade de um monitoramento constante, do leite que é
fornecido pelas mini-usinas para a população.
Palavras-chave: Leite de cabra, mini-usinas, antibióticos, físico-químicas.
SIQUEIRA, I. N. of. Physiochemical characteristics and research of residues of
antibiotics in the raw goat milk in mini-plants of the Cariri paraibano. Dissertation
(Master's degree). Federal University of Campina Grande. Duck-PB, 2006.
SUMMARY
The goat milk is being used broadly in the feeding, due their therapeutic and dietary
characteristics. In this work it did evaluate the characteristics physiochemical of the raw
milk and the presence of residues of antibiotics of the group - lactâmicos in three stages
in the located mini-plants in the Cariri paraibano. The accomplished physiochemical
analyses were: acidity in degrees Dornic, Density to 15°C, fat tenor (%), total dry
extract (%) and degreased dry extract (%). THE research of antibiotics the test
imunoenzimático of IDEXX was used. With base in the obtained results, it was
observed that the acidity had an average of 16,98°D. In the first stage it was observed
that of the 246 analyzed samples, 20,33%, in the second stage 10,69% and in the third
stage 25,37% they were out of the patterns as the acidity. For the density he/she
obtained an average of 30,50°D. In the first he/she found 8,13%, 2,79% and 7,46% for
the first, Monday and third stage respectively. As the fat had an average 3,90% with
50,4%, in the first stage, 6,51%, in the second stage and 7,46% in the third stage of
samples out of the legal patterns. In the analysis of the total dry extract he/she obtained
an average of 12,78% with 13,41%, 9,76% and 9,95% of samples out of the patterns in
the first, Monday and third stage respectively. In the degreased dry extract he/she was
an average of 8,61 with 10,10%, 9,30% and 12,40% of samples out of the patterns in the
first, Monday and third stage respectively. In the first stage of the research of residues
of antibiotics 17,48% of the analyzed samples they were positive for antibiotics. In
Monday and third stage 18,60% and 34,83% respectively were positive as the presence
of residues of antibiotics. It is ended that there was a significant increase of samples out
of the patterns in the third stage, for the physiochemical characteristics as for the
presence of residues of antibiotics that was not the expected since the proprietors
received orientations about the quality of the milk. In agreement with those results, it is
clear the need of a constant monitoramento, of the milk that is supplied by the mini-
plants for the population.
Word-key: Goat milk, mini-plants, antibiotics, physiochemical.
SUMÁRIO
Página
Introdução
14
Capítulo 1-Revisão de Literatura
18
1 Caprinocultura
18
2 Leite de Cabra
20
3 Características físico-químicas do leite de cabra
22
4 Resíduos de antibióticos no leite de cabra
26
5-Referências Bibliográficas
29
Capítulo II- Características físico-químicas do leite de cabra cru das
mini-usinas do Cariri paraibano.
1 Introdução
38
2 Material e Métodos
39
2.1.1 Local de execução
40
2.1.2 Equipamentos
40
2.1.3 Amostragem
41
2.2 Métodos
41
2.2.1 Análises físico-químicas
41
2.2.2 Método Estatístico
41
3 Resultados
42
4 Discussão
53
5 Conclusão
62
6 Referências Bibliográficas
63
Página
Capítulo III Pesquisa de resíduos de antibióticos no leite de cabra cru nas
mini-usinas do Cariri paraibano.
1 Introdução
68
2 material e Métodos
70
3 Equipamentos
71
4 Amostragem
71
5 Resultados
72
6 Discussão
76
7 Conclusão
79
8 Referências Bibliográficas
80
INTRODUÇÃO
A participação da caprinocultura no cenário agropecuário brasileiro tem aumentado
muito nos últimos anos. O mercado de produtos de origem caprina apresenta
características peculiares, com importantes variações regionais. Como empreendimento
o leite e seus derivados têm se mostrado um dos produtos com melhores perspectivas de
retorno, com importante contribuição do leite de cabra para uso terapêutico.
O bom leite de cabra é de cor branca, apresentando sabor e odor próprio, pórem
agradáveis. É um alimento que se recomenda principalmente pelo alto valor nutritivo e
fácil digestão, aspectos resultantes de sua riqueza em extrato seco, especialmente em
gordura. Sua alta digestibilidade é conseqüência do reduzido tamanho e grande
dispersão dos glóbulos graxos e aos caracteres próprios de sua caseína que forma
coágulos de grande granulação (JARDIM, 1964).
A composição do leite de cabra varia de acordo com a raça, as condições ambientais,
o estágio de lactação, a alimentação, os cuidados dispensados ao animal, o ciclo estral, o
estado de saúde, a idade, a quantidade de leite produzido e a fisiologia de cada animal,
possuindo em média 3,7% de gordura, 3,3% de proteína, 4,4% de lactose, 0,7% de
cinzas, 12,4% de extrato seco total (EST), e 8,2% de extrato seco desengordurado
(ESD) (DOMINGO, et al., 2006).
Pesquisas para avaliar a composição do leite de cabra têm sido realizadas em várias
partes do mundo. Entretanto, o escassas as informações sobre a qualidade do leite
produzido e sua composição em regiões tropicais e mais raras ainda nas suas
microrregiões, sobre a influência dos múltiplos fatores como raça, mestiçagem, fatores
ambientais e período de lactação (MORGAM et al., 2003).
O rebanho caprino paraibano ocupa o quinto lugar do rebanho nacional, sendo que a
região do Cariri paraibano destaca-se na exploração da caprinocultura, onde se encontra
a melhor área de mercado do país pela sua localização geográfica, pela sua maior
densidade de caprinos e ovinos do continente e principalmente por possuir o melhor
material genético tanto para leite como para carne, além de um rico acervo tecnológico
gerado ao longo das duas últimas décadas na fazenda experimental de Pendência,
pertencentes a EMEPA (RODRIGUES, 2003).
Com a crescente produção leiteira, observa-se o aumento da prevalência e severidade
de mamites e outras doenças do úbere que ocasionam prejuízo ao criador e riscos para a
saúde pública. Sabendo que a qualidade do leite de cabra é influenciada principalmente
pelo estado sanitário do rebanho e manejo e, que a demanda pela qualidade vem
aumentando a cada dia, é necessário que medidas práticas de higiene sejam adotadas
para a obtenção do mesmo, assim como, que métodos laboratoriais avaliem
objetivamente essa qualidade (SOUSA et al., 2003).
No primeiro capítulo apresenta uma revisão sobre a caprinocultura, leite de cabra,
características físico-química e resíduos de antibióticos no leite de cabra. No segundo
capítulo um estudo sobre as características físico-químicas do leite de cabra e no
terceiro capítulo refere-se a pesquisa de resíduos de antibióticos no leite de cabra cru.
CAPÍTULO I
REVISÃO DE LITERATURA
REVISÃO DE LITERATURA
CAPRINOCULTURA
A espécie caprina encontra-se difundida em todo o mundo, exceto nas regiões polares,
com 74% dos rebanhos distribuídos nas regiões tropicais e áridas. Constitui-se como
espécie de expressiva econômica graças à sua rusticidade, que permite uma melhor
adaptação às adversidades do meio, contribuindo para o desenvolvimento das zonas
rurais, proporcionando renda direta pela comercialização de seus produtos para a
alimentação e vestuário (DUBEUF et al., 2003).
Por muitos anos, até cerca dos anos 70, a nutrição, a fisiologia, tecnologia de produto
e manejo de caprinos foram considerados semelhantes a ovinos e bovinos. A literatura
em ensino animal da época publicava apenas estudos com bovinos, ovinos, eqüinos e
aves, declaravam muito pouco sobre caprinos, não considerava estes como sendo
animais de produção, alegando serem animais que destroem o ambiente e que não
mereciam tratamento científico (HAENLEIN, 2001).
O rebanho caprino mundial atinge aproximadamente 743,3 milhões de cabeças, dos
quais o Brasil está representado por 9,5 milhões, considerando o décimo primeiro do
efetivo mundial (FAOSTAT, 2003). Segundo dados da FNP –Anualpec, (2003), estima-
se que 94% do efetivo caprino brasileiro está localizado na região Nordeste. A
caprinocultura leiteira brasileira apesar de numericamente expressiva, contribui apenas
com 1,3% da produção de leite mundial, portanto, com níveis reduzidos de
desempenho (128,000 Mt/ano), principalmente quando são comparados a países da
Europa, a exemplo da França e Espanha, que, produzem, respectivamente, 525 e 350
mil toneladas anuais, dispondo de um efetivo caprino de 1,2 e 3,1 milhões de cabeças
(FAOSTAT, 2003). A Paraíba ocupa o quinto em ordem decrescente da seguinte forma:
Borborema (48,4%), Brejo-Agreste (29,0%), Sertão (17,5% e Zona da Mata (4,2%)
(FIBGE, 1995).
O rebanho caprino do Nordeste é constituído por raças nativas, do grupo Sem Raça
Definida) resultante de cruzamentos indiscriminados e por animais da raça Saanen,
Alpina, Anglo Nubiana e mestiços (GUIDO et al., 1998). A raça Saanen, mesmo
originária do Vale do Saanen (Suíça), apresenta a maior expansão geográfica do
mundo, sendo encontrado em todos os continentes. Estes animais de aptidão leiteira
têm-se adaptado muito bem as condições brasileiras, estima-se que no Brasil existam
70,000 exemplares de animais mestiços e 5,000 animais puros (THOLON, 2000;
SANTOS, 2003).
A caprinocultura apresenta-se como atividade pecuária em expansão no contexto atual
de desenvolvimento econômico brasileiro, desempenhando uma relevante função
socioeconômica nas regiões semi-áridas, por gerar renda direta, além de representar
uma excelente fonte alimentar (QUEIROGA, 2004).
Segundo Pimenta Filho & Almeida (1995), a caprinocultura praticada, no Nordeste do
Brasil tem evoluído de atividade extrativista, baseado no sistema de criação extensivo,
para procedimentos racionalizados. Este avanço, apesar de lento, tem demonstrado que
a exploração caprina é viável na região, não apenas nos grandes centros, como também
nas zonas semi-áridas.
O leite é o principal produto da caprinocultura no Centro-Sul, mas mesmo no
Nordeste, onde a grande maioria do rebanho é explorada para carne e pele, a
caprinocultura leiteira vem se desenvolvendo. O produto que mais tem sido procurado e
que tem alavancado esse processo é o leite para uso terapêutico, mas, paralelamente,
vem se criando um mercado para queijos e outros derivados de grande importância para
uma evolução consistente da atividade (RIBEIRO, 1997).
Silva e Medeiros (2003) concluem que o ecossistema Caatinga possui potencial
forrageiro que pode ser bem utilizado; entretanto, necessita ser conhecido e estudado
como alternativa que venha aumentar a produção animal.
Rodrigues (1998), estudando as características da produção de leite de cabra Parda
Alemã, Anglo Nubiana e Sem Raça Definida, no Cariri Paraibano, observou que a
região semi-árida do Nordeste apresentava condições viáveis para exploração de
animais com potencial para a produção de leite.
Segundo Silva (1998), com o surgimento de novas formas organizacionais na região
Nordeste, a caprinocultura leiteira no Brasil poderá alcançar números jamais vistos, pois
esta região possui vantagens comparativas que propiciam a construção de atividades
competitivas, o que tornará o Nordeste, um grande exportador de leite e derivados, não
só para outras regiões, como também para outros países.
LEITE DE CABRA
O leite é considerado o alimento mais perfeito da natureza. Apresenta uma
composição rica em proteínas, vitaminas, gordura, carboidratos e sais minerais
(principalmente cálcio) sendo fonte essencial a saúde do homem (COSTA, 2006). É o
melhor alimento natural porque contém quantidades relativamente de uns 55 nutrientes
essenciais. No entanto apresenta-se deficiente em vitamina D e ferro (AMIOT, 1991).
Segundo Brasil, 2000 o leite de cabra é o produto oriundo da ordenha, completa,
ininterrupta, em condições de higiene, de animais da espécie caprina sadios, bem
alimentados e descansados.
Até pouco tempo, o leite de cabra era analisado segundo a legislação para leite de
vaca, ou, especificamente em alguns estados onde existe legislação própria para leite de
cabra. Desde novembro de 2000 (Instrução Normativa 37 de 31 de outubro de 2000)
entrou em vigor a legislação federal própria para leite de cabra, envolvendo aspectos
desde a produção até a sua saída da indústria, obedecendo aos padrões estabelecidos
pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA), o qual determina
padrões físico-químicos e microbiológicos para o leite de cabra cru, pasteurizado e
esterilizado (BRASIL, 2000).
O leite caprino é largamente utilizado na alimentação humana, na forma natural, ou
transformado em queijo. Em épocas passadas seu predomínio sobre o leite de vaca era
regra, mas a intensificação e a industrialização agropecuária tem alterado
progressivamente este perfil. De maneira alguns pode afirmar que isto se deve a fatores
nutricionais; são indiscutíveis os valores nutricionais e a digestibilidade do leite de
cabra. Sua produção leiteira é proporcionalmente maior por quilo de peso corporal que a
de vaca (SÁ, 1978).
Cabras de boa qualidade devem produzir de 450 a 1000 Kg de leite por ano, seis a oito
cabras poderão ser mantidas com alimentos necessários a uma vaca (PARAHYN,
1969).
Existe um grande interesse na produção de leite de cabra, em virtude do seu alto valor
nutritivo, nível de qualidade dietética, despertando a iniciativa governamental para a
criação de programas que objetivem elevar o nível nutricional da dieta familiar da
população de baixa renda e proporcione, a formação de mercados consumidores de leite
e seus derivados nas área urbanas (MEDEIROS et al., 1994).
O leite de cabra destaca-se do leite de vaca devido a sua maior digestibilidade e por
ser um ótimo substituto para as pessoas que apresentam quadro de reação alérgica a
ingestão de leite de vaca, por isso, vem aumentando a sua aceitabilidade e procura
(MENDES, 1993). Entre os 40 a 100% dos pacientes alérgicos a proteínas do leite de
vaca observa-se que os mesmos toleram leite de cabra. Crianças que sofrem de alergias
gastrointestinais e enteropatias crônica devido ao leite de vaca estavam sendo curadas
através da terapia com leite de cabra (PARK, 1994).
Segundo Lê Jaquen (1991), a produção mundial de leite caprino situa-se em terceiro
lugar, depois do leite caprino e bubalino com uma produção estimada em 7,3 milhões de
toneladas/ano. Somente na França a produção alcança a cifra de 450,000 toneladas/ano,
com o produto da lactação de 1.000,000 de cabras, ocupando o segundo lugar em
termos de produção leiteira. Dos países o rebanho caprino mais importante, com 4
milhões de cabeças e uma produção leiteira de 414,000 toneladas, seguido da Espanha
com 2,2 milhões de cabeças e uma produção de 302,000 toneladas.
Mais do que qualquer outro animal de criação em fazenda, a cabra é o provedor
principal de produtos como o leite e a carne para pessoas rurais. Um dos três aspectos
da demanda do leite de cabra é o consumo de casa. Está demanda está aumentando por
causa das populações crescentes e também por causa da velha declaração “a cabra é a
vaca das pessoas pobres”. O segundo aspecto da demanda de leite de cabra é o interesse
em conhecer os produtos de leite de cabra, especialmente queijos e iogurte. Esta
demanda está crescendo por causa dos níveis crescentes de rendas disponíveis. O
terceiro aspecto da demanda do leite de cabra deriva das pessoas com alergias a leite de
vaca e outras doenças gastrointestinais. Esta demanda também está crescente por causa
da consciência mais larga de problemas como tratamentos médicos tradicionais,
especialmente em países desenvolvidos (HAENLEIN, 2003).
As pequenas produções individuais e as dificuldades de transporte e beneficiamento
no Brasil, afetam a oferta do leite de cabra in natura, restando apenas como opção o
congelamento, a esterilização e mais recentemente a transformação do leite em
(FURTADO, 1981). Tendo um papel na sobrevivência de milhares de pessoa como
sendo mais uma alternativa de produção (HAENLEIN, 2001).
Segundo Cordeiro (1998), o destino do leite caprino nos países em desenvolvimento
se quase que totalmente para o consumo de subsistência, enquanto nos países mais
desenvolvidos, essa produção está voltada para a fabricação de queijos e outros
derivados.
O leite de cabra aos poucos vai gerando emprego e renda nas propriedades rurais. O
mercado está subdividido em venda de leite fluido (93%), venda de leite em (4%) e
venda de queijos, doces e iogurtes (3%) (COSTA, 2004).
O leite de cabra hoje no Brasil é uma realidade, entretanto, a baixa qualidade dele e
seus derivados,comprometem o produto final. A produção e o beneficiamento exigem
cuidados higiênico-sanitários e de manejo para reduzir ao máximo, a contaminação
microbiana e química (ALVES, 2004).
CARACTERÍSTICAS FÍSICO-QUÍMICAS DO LEITE DE CABRA
O leite de cabra é largamente utilizado na Europa e Ásia, como rotina alimentar
(STEHLING & SOUZA, 1987). A nível mundial de acordo com os dados da
International Dairy Federation de 1973, citado por Damásio et al., (1987), verifica-se
que a metade da população do mundo consome leite de cabra.
O Decreto 9.525, de 15 de dezembro de 86 denomina leite de cabra o produto
normal, fresco, integral, oriundo da ordenha completa e ininterrupta de cabras sadias e
estabelece que esse produto deverá apresentar caracteres normais; Teor de gordura
mínimo de 3%, acidez em graus Dornic entre 13 e 20, extrato seco total mínimo de
11,7%, densidade a 15°C, entre 1.028 a 1.031 g/l. Assim, uma análise do leite de cabra,
seja qual for o fim a que se destine, abrangerá os caracteres organolépticos (cor, cheiro,
sabor, e aspecto) e as provas de rotina (temperatura, lactofiltração, densidade, acidez
titulável, teor de gordura, extrato seco total e desengordurado e provas complementares
de cocção ou alizarol) (BRASIL, 1986).
A regulamentação de um produto é de fundamental importância para a sua comercial
(BRASIL, 1980). No entanto, para a elaboração de normas regulamentares faz-se
necessário o conhecimento da composição do leite nas diferentes regiões
(WOLFSCHOON-POMBO & FURTADO, 1978).
A composição do leite de cabra varia de acordo como a raça, as condições
ambientais, o estágio de lactação, a alimentação, os cuidados dispensados ao animal, o
ciclo estral, o estado de saúde, a idade, a quantidade de leite produzida e a fisiologia de
cada animal (DOMINGO et al., 2006).
As características e propriedades físico-químicas são importantes na avaliação da
idoneidade e integridade do leite (PRATA et al., 1998).
A composição do leite caprino apesar de ter sido relatado por muitos pesquisadores de
várias partes do mundo (MENDES et al., 1988) pouco ou nada se sabe a respeito da
composição do leite em regiões tropicais, segundo Devendra (1972).
ACIDEZ
A acidez se expressa em graus Dornic ( um grau equivale a 0,1g de ácido láctico por
litro de leite ) e no momento da ordenha seu valor oscila entre 12 e 14° D. esta acidez
natural é função do período de lactação, que a concentração de caseínas varia em
distintas etapas. A acidez natural depende do conteúdo de caseínas, sais minerais e íons.
Ao final da lactação, a acidez associada a riqueza do leite em caseínas, e de 16 a 18°D
(LUQUET, 1991).
A acidez, expressando a porcentagem de ácido láctico, pode variar de 0,10 a 0,20%,
embora a grande maioria situe-se numa faixa mais estreita de 0,14 a 0,17% ou de 14 a
18° D. Além do ácido ctico outros componentes naturais contribuem para a acidez do
leite :fosfatos (0,09%), caseínas (0,05 a 0,08%), demais proteínas (0,01% ) (PRATA,
1998).
Quanto ao teor de acidez, de acordo com Furtado (1981), o leite de cabra, quando
comparado com o leite de vaca, apresenta-se mais ácido devido às diferenças entre os
grupos carboxílicos das duas espécies, podendo este índice ser utilizado como
indicador do seu estado de conservação.
Os elevados índices de acidez titulável encontrados por vários autores tanto no leite de
cabra como no leite de vaca, podem ser resultantes do desdobramento da lactose em
ácidos, ocasionado pela multiplicação da flora bacteriana, à medida que se dilata o
período da ordenha até a determinação da acidez, que de acordo com Madsen et al.,
(1965) denomina-se acidez titulável adquirida e serve de base para avaliar o estado de
conservação do leite.
DENSIDADE
A densidade média do leite a 15°C é de 1,032 podendo variar de 1,028 a 1,035,
resultando de uma densidade intrínseca de cada um de seus componentes (AMIOT,
1991).
A densidade tem importância tecnológica quando se pretende calcular o peso do leite
requerido, quando se investiga uma possível adulteração no leite e na hora de
normalizar automaticamente o teor de gordura (SPRESER, 1991). O Serviço de
Inspeção Municipal de juiz de Fora estabelece para a densidade entre 1,026 a 1,034 g/l
(BRASIL, 1995).
De acordo com Luquet (1991), a medida da densidade pode servir de base para uma
detecção sumária e bastante pida de fraude por adição de água. É preciso, no entanto,
ter em mente que a densidade do leite de uma espécie dada tem um valor constante.
Existem causas de variações normais da densidade, não afetando a qualidade, como por
exemplo, a composição do leite em relação ao teor de gordura, valor protéico e a
temperatura no momento da determinação. Dentre as causas anormais de variação da
densidade, podemos destacar a adição de água, o que leva a uma diminuição na
densidade do leite e por outro lado o desnate e a adição de amido que aumentam a
densidade, justificando o fato de ser uma fraude econômica (AGNESE, 2002).
Queiroz et al., (2005) trabalhando com as propriedades termofísicas do leite de cabra
observa-se que há um decréscimo da densidade com o aumento da temperatura, segundo
a mesma autora quando o leite passa por tratamento térmico, algumas de suas
propriedades termofísicas sofrem alterações com a variação da temperatura. Estas
alterações sendo estudadas e bem definidas podem ser utilizados pelas indústrias
lácteas, facilitando o processamento dimensionamento de equipamento, garantindo
assim a qualidade do leite e de seus derivados (CARVALHO, 2004).
GORDURA
Com base em diversos estudos efetuados, observa-se que o leite de cabra é mais rico
em gordura do que o leite de vaca, no entanto, difere no tamanho dos glóbulos, onde
28,0% dos glóbulos de gordura do leite de cabra apresentam diâmetro igual ou inferior a
1,5 µm. Verificam-se também diferenças nos ácidos graxos que compõem a gordura do
leite de cabra, onde 18% deste são de cadeia curta, representados pelos ácidos capróico,
caprílico e cáprico. Outra característica importante da gordura do leite de cabra é a
ausência em caroteno, justificando a cor branca do leite de cabra e seus derivados
(SCHOLZ, 1997).
Pesquisas demonstram que os teores de proteína e lipídeos são os principais
constituintes que sofrem influência do efeito racial. Queiroga (1995), Ferreira (1996),
Brito (1999) e Dantas (1999) observaram diferenças significativas na composição
química entre raças e grupos raciais.
De acordo com Jardim (1982), algumas raças de caprinos produzem pouco leite com
teor de gordura elevado, como a Anglo Nubiana; elevada quantidade de leite com baixa
quantidade de gordura (Saanen); pobre produtoras de leite com baixo teor de gordura
(Anglo-Nubiana). Outro fator que pode afetar a quantidade de gordura do leite é a
individualidade do animal que é percebido quando se analisa leite de um animal apenas
(MENDES, 1993).
EXTRATO SECO TOTAL E DESENGORDURADO
Na elaboração de produtos lácteos como leite de cabra, queijos, doces, iogurtes e
bebidas, deve-se conhecer os teores de gordura, de proteína, de extrato seco total e
desengordurado além do percentual de lactose para direcionar a fabricação dos produtos
mencionados (LAGUMA et al., 1998).
Segundo Behmer (1984), denomina-se matéria seca, ou extrato seco, o conjunto de
todos os componentes, com exceção da água. A percentagem da matéria seca é
indispensável para se julgar a integridade de um leite. Admite-se em um leite normal
um mínimo de 11,41% da matéria seca e 8,2% da matéria desengordurada. A
composição da matéria seca pode ser considerada em conjunto com a matéria gorda ou
sem ela.
O ESD do leite compreende todos os seus componentes, exceto a água e a gordura,
por isso está altamente correlacionado com as percentagens de gordura e de EST
(MENDES, 1993).
Silva et al., (1993), observando a composição da interação tipo de leite e período de
coleta, revelou que as médias de gordura e extrato seco total do leite de cabra são
superiores às médias em períodos distintos de coleta podem ser explicados pelo fato de
que os maiores teores alcançados foram encontrados na fase final do estágio de
lactação.
Ferreira, (2003), observou um aumento da concentração de extrato seco total no leite
de cabra, durante 195 dias de lactação. Nessa mesma pesquisa os valores de EST
variaram de 11,95 a 13,80% e 12,38 a 14,86%, no leite das ordenhas do turno da manhã
e da tarde.
RESÍDUOS DE ANTIBIÓTICOS NO LEITE DE CABRA
O leite é um alimento quase perfeito que forma parte da dieta diária dos indivíduos,
principalmente crianças e jovens. Por isso, é indispensável que esse produto reúna
condições sanitárias adequadas e que esteja livre de contaminação de qualquer espécie,
que possa causar problemas de saúde (COVA, 1984).
O controle higiênico e sanitário constitui-se em fator preponderante para a evolução
técnica e social da indústria alimentar. Sua importância abrange, por conseguinte,
seríssimas questões de natureza social, econômica, política e de saúde pública,
chegando mesmo a representar assunto de segurança nacional, pela significância dos
alimentos no intricado mundo atual (PANETTA, 1984).
A presença de resíduos de antibióticos no leite tem sido, nos últimos anos, um dos
maiores desafios imposto a indústria de alimentos no mundo, pois eles interferem na
manufatura de alguns produtos lácteos, podem causar hipersensibilidade em humanos,
além da resistência à antibioticoterapia, e são considerados indesejáveis pelos
consumidores (JOHNSON, 1993). Os riscos à saúde impostos pela presença de
resíduos de antibióticos nos alimentos podem ser classificados em três categorias:
farmacológicos e toxicológicos: microbiológicos (favorecimento de resistência de
microrganismos patogênicos na flora intestinal); e riscos imunopatológicos, como
alergias (HARDING, 1993).
Antibióticos são agentes antibacterianos específicos, produzidos por organismos
vivos, bem como seus análagos estruturais obtidos por síntese ou semi-síntese, capazes
de inibir processos vitais de uma ou mais espécies de microrganismos, podendo agir
mesmo em baixas concentrações (KOROLKOVAS, 1982; KOROLKOVAS, 1997). De
acordo com Oliveira (1974), um agente antimicrobiano é geralmente um produto
químico que mata ou inibe o crescimento de microrganismos. Segundo Waksman
citado por Vilela (1980), antibiótico é todo componente químico produzido por um
microrganismo possuindo a propriedade, em solução diluída, de inibir o crescimento de
outros microrganismos ou mesmo de destruir. nos Estados Unidos, quase uma
centena de quimioterápicos, com predomínio de antibióticos, são utilizados na
produção animal, principalmente em aves. No Brasil esse número não é muito menor
(MÍDIO, 2000).
Os antibióticos β-lactâmicos são representados pelas penicilinas e cefalosporinas.
Apresentam estrutura β-lactâmico condensada, grupo carboxílico livre e um ou mais
grupo amino substituído na cadeia lateral. São os antibióticos mais utilizados em
veterinária e de grande em prego na quimioterapia humana (MÍDIO, 2000).
Sob o ponto de vista de segurança alimentar, é importante salientar que para
determinados antimicrobianos, a ingestão diária admissível (IDA) é relativamente
elevada, de maneira que a concentração encontrada em produtos de origem animal, na
maioria dos casos, esta abaixo dela. Portanto, a toxicidade destes resíduos é relativa,
sendo mais importante os problemas microbiológicos que podem produzir. Quanto aos
antimicrobianos, que podem causar efeitos tóxicos graves na população, como
nitrofuranos, possíveis mutagênicos ou o cloranfenicol, causador de anemias graves, e
que tem seu uso proibido em animais destinados à produção de alimentos, inclusive no
Brasil (Portaria ministerial n° 448, de 10/09/1998) e seus resíduos são inaceitáveis sob o
ponto de vista toxicológico (CANABRAVA; GÓMEZ; LARREA, 2002).
A persistência da eliminação e a duração mínima de excreção de antibióticos pelo
leite variam segundo vários fatores que incluem a via de aplicação, tipo de produto e o
veículo utilizado (Quadro01).
Quadro 01- Persistência da eliminação de antibiótico pelo leite em função das vias de
administração utilizados no animal.
Vias de Administração Tempo de Persistência (horas)
Oral 86
Intramuscular 72-96
Intravenosa 44
Intra-uterina 31
Intramamária 48-144
Fonte: Souza e Carneiro (2000)
O processo inflamatório envolve uma série de alterações fisiológicas que podem
exercer influência sobre a farmacocinética e farmacodinâmica de medicamentos de uso
intramamário utilizados na terapêutica da mastite e, daqueles administrados por via
sistêmica, para tratamento desta ou de outra afecções (COSTA, 1996). Assim, o
processo inflamatório associado ou não, às práticas de antibioticoterapia inadequadas,
aumenta o risco da presença de resíduos de antibióticos no leite podendo, inclusive,
determinar períodos de eliminação além daqueles estabelecidos nas bulas dos
medicamentos (RAIA, 1999).
A persistência da eliminação e a duração mínima de excreção de antibiótico pelo leite
variam segundo rios fatores que incluem a via de aplicação, tipo de produto e o
veículo utilizado (Quadro 02).
Quadro 02 - Duração mínima da eliminação de antimicrobianos no leite aplicados pela
via intramamária.
Antimicrobiano Período mínimo de eliminação (dias)
Penicilina٭ 2
Clortetraciclina 6
Oxitetraciclina 4
Cloranfenicol 3
Estreptomicina 4
٭Depende do veículo usado
Fonte: Souza e Carneiro (2000).
Tanto a legislação internacional quanto a brasileira estabelecem padrões de resíduos
de antibióticos no leite, baseando-se nos Limites Máximos de Resíduos (LMRs). Estes
limites definidos com a concentração máximo de resíduo legalmente aceitável no
alimento, são expressos em ppm ou ppb e são fixados pelo Codex Alimentarius e por
outras fontes com as fixadas pelo FDA (limites de tolerância) e União Européia
(Quadro 02 ). Os LMRs são calculados baseando-se na concentração aceitável de
ingestão diária da droga (ou dose aceitável, ADI). A ADI é a dose diária, que, se
ingerida durante toda a vida do indivíduo não oferece risco aceitável à saúde, com base
nos conhecimentos disponíveis no momento (BRITO, 2003).
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SILVA, M. R.; COELHO, D. T.; CHAVES, J. B. P.; GOMES, J. C.; determinação
comparativa das características físico-química do leite de cabra e do leite de vaca.
Revista do Instituto de Laticínios Cândido Tostes, v.48, n. 285, p.3-9, 1993.
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Produção e conservação. In: Simpósio Internacional de caprinos de Corte, 2, Simpósio
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Anais... João Pessoa/PB, p.571-582, 2003.
SPREER, E. Lactologia Industrial. 2 ed Zaragoza. Acribia, p.54, 1991.
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3-11, nov/dez, 1978.
CAPÍTULO II
CARACTERÍSTICAS FÍSICO-QUÍMICAS DO
LEITE DE CABRA CRU NAS MINI-USINAS DO
CARIRI PARAIBANO
CARACTERÍSTICAS FÍSICO-QUÍMICAS DO LEITE DE CABRA CRU NAS
MINI-USINAS DO CARIRI PARAIBANO
INTRODUÇÃO
A participação da caprinocultura no cenário agropecuário brasileiro tem aumentado
muito nos últimos anos.O mercado de produtos de origem caprina apresenta
características peculiares, como importantes variações regionais. Como
empreendimento, o leite e seus derivados têm se mostrado um dos produtos com
melhores perspectivas de retorno, como importante contribuição do leite de cabra para
uso terapêutico (PEREIRA et al., 2006).
O leite de cabra é um importante alimento bastante conhecido e a cada dia conquista
mais espaço na mesa das famílias brasileiras. É considerado por nutricionistas e
médicos um produto de alto valor nutritivo destacando-se dos outros tipos de leite,
justamente por possuir uma composição nutricional superior (DOMINGO et al., 2006).
Do ponto de vista físico-químico, o leite é um produto muito completo. Para
compreender as transformações que se produzem nos produtos lácteos durante os
diversos tratamentos industriais, é imprescindível um profundo conhecimento de sua
estrutura (AMIOT, 1991).
São muitos os fatores que afetam a composição e a produção do leite, tais como
manejo, meio ambiente, alimentação e outros inerentes ao indivíduo (ANDRADE,
2000). No que concerne aos constituintes do leite de cabra, estudos realizados por
diversos pesquisadores, relatam a influência significativa de vários fatores na sua
composição, dentre eles, a raça, o período de lactação, alimentação, turno de ordenha,
clima e manejo (FURTADO, WOLFSCHOON-POMBO, 1978). Fatores como tempo
de lactação, raça dos animais, período de ordenha e clima afeta a composição do leite
caprino. Se houver planejamento da produção e industrialização do leite caprino, os
produtores e indústrias poderão obter maior rendimento econômico, consequentemente,
os consumidores serão também beneficiados (DIAS et al., 1995).
Alguns estados já possuem lei estadual específica para o leite de cabra, a qual
autoriza a comercialização do leite pasteurizado por processo lento, além da
comercialização dos produtos congelados. Contudo, a maioria dos estados ainda
convive com a ausência de legislação específica, como é o caso de Minas gerais. Além
disso, existe a necessidade do estabelecimento de padrões para o leite caprino, visando
promover a melhoria da qualidade deste que, sem isso, enfrenta nas plataformas de
recepção de leite os parâmetros determinados para o leite de vaca (RIBEIRO, et al.,
1997).
A produção do leite de cabra no Estado de Pernambuco é incipiente e aliado às
dificuldades concernentes ao beneficiamento industrial e transporte a rede de
distribuição, torna-se anti-econômico a oferta diária do produto in natura”, sendo
portanto, comercializado sob a forma congelada, depois de ser submetido ao
envasamento e pasteurização artesanal, subseqüente (MENDES, 1993).
No Brasil, Damásio et al., (1987), compararam as características físico-químicas do
leite de vacas das raças Jersey e Dinamarquesa com o leite de cabras das raças Saanen e
Parda Alemã, mestiças com animais Sem Raça Definida. Entre outros aspectos,
evidenciaram que as cabras de maior produtividade apresentaram maior teor de
constituintes sólidos que o leite de vaca.
Bonasse, Martins & Roça (1997), analisaram a composição química e as propriedades
físico-químicas do leite obtido de rebanho misto.
Tanto a literatura nacional como a internacional evidenciaram que a composição
físico-química do leite de cabra esta sujeita a variações raciais, nutricionais, ecológicas
e geográficas, sendo necessário a realização de pesquisas em tal sentido nas regiões
onde existem as explorações caprinas (LAGUNA, 1998).
Tendo em vista essa questões, a expansão da caprinocultura leiteira, com a
viabilização de produtos de qualidade, poderá resultar em um aumento do vel de
aceitabilidade, como conseqüente ampliação da agroindústria regional, contribuindo,
desta forma, para a melhoria do nível de vida e fixação do homem ao meio rural e,
sobretudo, influenciando positivamente na Segurança Alimentar e Nutricional da
população (QUEIROGA, 2006).
Considerando todas essas variáveis em que o leite de cabra está submetido e a
escassez de trabalhos com o leite de cabra na Paraíba e em particular na região do cariri
paraibano o objetivo deste trabalho foi avaliar as características físico-química do leite
de cabra nas mini-usinas do Cariri paraibano.
2-MATERIAL E MÉTODOS
2.1-MATERIAL
2.2-LOCAL DE EXECUÇÃO
As análises foram realizadas no Laboratório de Tecnologia e Inspeção de Leite,
localizado Na Unidade Acadêmica de Medicina Veterinária da UFCG, município de
Patos-PB, situado a uma distância de aproximadamente 300Km da capital de Estado,
com área de 508,7 Km², população de 86,036 (oitenta e seis mil e trinta e seis)
habitantes, temperatura média de 28°C, umidade relativa do ar de 55%, precipitação
pluviométrica média anual de 700mm e altitude média de 242m acima do nível do mar.
As mini-usinas de processamento de leite de cabra registradas no Serviço de Inspeção
Sanitária Estadual (SIE), vinculados a Secretária de Agricultura e Abastecimento do
Estado da Paraíba e Serviço de Inspeção Federal (SIF), ligados ao Ministério da
Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA) e localizadas no Cariri Ocidental
Paraibano, foram escolhidas para a finalidade de colheita de amostras.
Foram escolhidas essas mini-usinas de leite de cabra da região do Cariri paraibana
pela importância que as mesmas desempenham já que são fornecedoras de leite para o
Programa Fome Zero em conjunto com o Programa Leite da Paraíba.
Foi realizada em três etapas de analise avaliando toda matéria prima que chega nas
mini usinas de leite de cabra do Cariri paraibano. Na primeira e segunda etapa foram
feitas duas coletas de amostras de 500 ml dos 300 produtores que fornecem leite de
cabra para as mini-usinas do Cariri paraibano, foi feito uma avaliação e uma orientação
sobre os pontos negativos encontrados, finalizando o projeto com mais uma seqüência
aleatória de coletas para uma avaliação final, totalizando 662 amostras.
O projeto será avaliado ao término da terceira fase através de reuniões para avaliação
dos resultados e orientação com os produtores envolvidos.
As usinas contempladas foram da cidade de Sumé, Prata, Amparo, São Sebastião do
Umbuzeiro, Cabaceiras, Monteiro e Zabelê que serão identificadas como A, B, C, D, E,
F e G.
21.22 EQUIPAMENTOS
Os equipamentos que foram utilizados foram:
*Disco calculador automático de Ackemen;
*Termolactodensímetro;
*Butirômetro de Gerber para leite;
*Centrífuga Gerber para leite;
*Caixas de isopor;
*Acidímetro de Dornic;
*Refrigerador;
*Vidrarias de laboratório.
2.1.3-REAGENTES
Os reagentes que foram utilizados nas análises físico-químicas foram: soda Dornic
(NAOH N/9) e fenoftaleína, ácido sulfúrico, densidade 1.815-1.825, álcool isso-amílico
densidade 0,815.
2.1.4-AMOSTRAGEM
Foram coletadas 662 amostras de leite cru de todos os estabelecimentos. Na primeira
etapa coletou-se 246, na segunda etapa 215 e na terceira etapa 201 amostras. Todas as
amostras foram encaminhadas ao laboratório para análise. Estas amostras foram
mantidas refrigeradas em banho de gelo até o momento da análise, obedecendo todas as
normas prescritas para coleta e envio de amostra para as análises físico-químicas pelo
Laboratório Nacional de Referência Animal-LANARA (BRASIL, 1981).
2.2 MÉTODOS
2.2.1 ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS
Foram realizadas as seguintes análises físico-químicas de acordo com a metodologia
recomendada pelo Laboratório Nacional de Referência Animal-LANARA (BRASIL,
1981);
-Acidez Titulável, pelo método Dornic NAOH N/9;
-Teor de gordura, pelo método do butirômetro de Gerber;
-Densidade a 15°C, pelo método do termolactodensímetro;
-Extrato Seco Total (EST), pelo disco automático de Ackermann;
-Extrato Seco Desengordurado (ESD), pela subtração do EST encontrado e da % de
gordura encontrada (EST-Gordura).
2.2.2-MÉTODO ESTATÍSTICO
Os resultados das análises físico-químicas foram analisados utilizando a estatística
descritiva, comparando-se os resultados encontrados com a legislação em vigor
(VIEIRA, 1992).
3-RESULTADOS
TABELA 01: Valores médios das características físico-químicas, obtidos de amostras
de leite de cabra cru colhido em sete mini-usinas do Cariri paraibano,
no período de dezembro de 2004 a março de 2006, referente as três
etapas.
Análises A B C D E F G Média
Acidez (°D)
16,34 16,80 16,90 17,31 16,07 17,56 17,92
16,98
Densidade a 15°C
30,68 30,47 31,22 29,40 29,71 31,23 30,80
30,50
Gordura (%)
4,11 3,37 3,69 4,32 4,08 3,82 3,91
3,90
EST (%)
12,92 12,18 13,65 12,97 12,53 12,63 12,61
12,78
ESD (%)
8,75 8,70 8,48 8,38 8,44 8,81 8,72
8,61
TABELA 02: Valores médios das características físico-químicas do leite de cabra cru
colhido em sete mini-usinas do cariri paraibano, no período de
dezembro de 2004 a março de 2006 referente a primeira etapa.
Análises A B C D E F G Média
Acidez (°D)
16,34 16,57 16,70 17,91 16,14 17,10 18,04
16,97
Densidade a 15°C
31,74 30,88 32,43 30,50 30,19 33,60 31,53
31,55
Gordura (%)
4,13 3,19 3,80 4,81 3,58 3,65 3,79
3,85
EST (%)
13,18 12,04 12,70 12,65 12,10 13,01 12,70
12,63
ESD (%)
9,04 8,84 8,76 8,41 8,50 9,36 8,90
8,83
TABELA 03: Valores médios das características físico-químicas do leite de cabra cru
colhido em sete mini-usinas do cariri paraibano, no período de
dezembro de 2004 a março de 2006 referente a segunda etapa.
Análises A B C D E F G Média
Acidez (°D)
16,68 17,20 17,16 15,78 16,59 17,30 17,06
16,82
Densidade a 15°C
30,21 30,89 30,84 29,60 30,11 30,60 30,18
30,34
Gordura (%)
4,58 3,48 3,96 3,70 4,58 3,81 3,79
3,98
EST (%)
13,31 12,18 16,41 13,05 13,13 12,48 12,23
13,25
ESD (%)
8,73 8,67 8,55 8,53 8,55 8,67 8,53
8,60
TABELA 04: Valores médios as características físico-químicas do leite de cabra cru
colhido em sete mini-usinas do cariri paraibano, no período de
dezembro de 2004 a março de 2006 referente a terceira etapa.
Análises A B C D E F G Média
Acidez (°D)
16,00 16,63 16,86 18,50 15,50 18,28 18,66
17,20
Densidade a 15°C
30,10 29,65 30,40 28,10 28,85 29,50 30,69
29,61
Gordura (%)
3,62 3,45 3,31 4,45 4,10 4,02 4,17
3,87
EST (%)
12,27 12,32 11,84 13,20 12,37 12,42 12,92
12,47
ESD (%)
8,48 8,59 8,14 8,18 8,27 8,40 8,75
8,40
TABELA 05: Resultado das análises físico-químicas, fora dos padrões legais *, das
amostras de leite de cabra cru, das três etapas. Colhido em sete mini-
usinas do Cariri paraibano, no período de dezembro de 2004 a março de
2006.
*BRASIL, Regulamento Técnico de Produção, Identidade e Qualidade do leite de cabra,
2000.
TABELA 06: Resultado das análises físico-químicas, fora dos padrões legais *, das
amostras de leite de cabra cru, da primeira etapa.Colhido em sete mini-
usinas do Cariri paraibano, no período de dezembro de 2004 a março de
2006.
*BRASIL, Regulamento Técnico de Produção, Identidade e Qualidade do leite de cabra,
2000.
Análises
físico-
químicas
A
N %
B
N %
C
N %
D
N %
E
N %
F
N %
N %
Acidez (°D)
15 10,20 11 11,82 11 13,25 10 26,31 01 1,69 07 17,95
69 33,99
Densidade 15 °
04 2,72 02 2,15 05 6,02 13 34,21 06 10,17 05 12,82
06 2,
Gordura (%)
10 6,80 25 26,88 10 12,05 01 2,63 04 6,78 00 00
09 4,43
EST (%)
12 8,16 25 26,88 13 15,66 06 15,79 08 13,56 02 5,13
08 3,94
ESD (%)
10 6,80 10 10,75 10 12,05 06 15,79 19 32,60 02 5,13
13 6,40
Análises
físico-químicas
A
N %
B
N %
C
N %
D
N %
E
N %
F
N %
G
N %
Acidez (°D)
9 15,51 3 9,09 9 29,03 3 25,00 0 00 1 10,00 25 30,86
Densidade 15 °
1 1,72 2 6,06 2 6,45 4 33,33 2 9,52 4 40,00 5 6,17
Gordura (%)
6 10,34 11 33,33 4 12,90 1 8,33 4 19,04 0 00 4 4,94
EST (%)
5 8,62 11 33,33 4 12,90 3 25,00 7 33,33 0 00 3 3,29
ESD (%)
1 1,72 2 6,06 6 19,35 3 25,00 8 38,09 0 00 5 6,17
TABELA 07: Resultado das análises físico-químicas, fora dos padrões legais *, das
amostras de leite de cabra cru, da segunda etapa. Colhido em sete mini-
usinas do Cariri paraibano, no período de dezembro de 2004 a março de
2006.
*BRASIL, Regulamento Técnico de Produção, Identidade e Qualidade do leite de cabra,
2000.
TABELA 08: Resultado das análises físico-químicas, fora dos padrões legais *, das
amostras de leite de cabra cru, da terceira etapa. Colhido em sete mini-
usinas do Cariri paraibano, no período de dezembro de 2004 a março de
2006.
BRASIL, Regulamento Técnico de Produção, Identidade e Qualidade do leite de cabra,
2000.
Análises
físico-químicas
A
N %
B
N %
C
N %
D
N %
E
N %
F
N %
G
N %
Acidez (°D)
3 7,31 5 16,66 1 3,33 0 0 0 00 0 00 14 22,22
Densidade 15 °
1 2,44 0 00 3 10,00 1 7,14 0 00 0 00 1 15,87
Gordura (%)
0 00 8 26,66 1 3,33 0 00 0 00 0 00 5 7,94
EST (%)
1 4,44 8 26,66 4 13,33 3 21,43 0 00 1 6,66 4 6,35
ESD (%)
2 4,88 3 10,00 3 10,00 3 21,43 3 13,64 0 00 6 9,52
Análises
físico-químicas
A
N %
B
N %
C
N %
D
N %
E
N %
F
N %
G
N %
Acidez (°D)
3 6,25 3 10,00 1 4,54 7 58,33 1 6,25 6 42,86 30 50,85
Densidade 15 °
2 6,25 0 00 0 00 8 66,66 4 25,00 1 7,14 0 00
Gordura (%)
2 4,16 6 20,00 5 22,73 0 00 0 00 0 00 0 00
EST (%)
6 12,50 6 20,00 5 22,73 0 00 1 6,25 1 7,14 1 1,69
ESD (%)
7 14,58 5 16,66 1 4,55 0 00 8 50,00 2 14,29 2 3,39
0
5
10
15
20
A B C D E F G
Mini-usinas
Acidez (°D)
Primeira etapa
Segunda etapa
Terceira etapa
GRÁFICO 01: Valores médios da acidez em graus Dornic (°D) do leite de cabra cru
colhido em sete mini-usinas do Cariri paraibano, no período de
dezembro de 2004 a março de 2006 referente as três etapas.
24
26
28
30
32
34
36
A B C D E F G
Mini-usinas
Densidade a 15C
Primeira etapa
Segunda etapa
Terceira etapa
GRÁFICO 02: Valores médios da densidade a 15°C para o leite de cabra cru colhido
em sete mini-usinas do Cariri paraibano, no período de dezembro de
2004 a março de 2006 referente as três etapas.
0
1
2
3
4
5
6
A B C D E F G
Mini-usinas
Gordura (%)
Primeira etapa
Segunda etapa
Terceira etapa
GRÁFICO 03: Valores médios de gordura (%), para o leite de cabra cru colhido em
sete mini-usinas do Cariri paraibano, no período de dezembro de 2004
a março de 2006 referente as três etapas.
0
5
10
15
20
A B C D E F G
Mini-usinas
Extrato Seco Total (%)
Primeira etapa
Segunda etapa
Terceira etapa
GRÁFICO 04: Valores médios do extrato seco total (%), para o leite de cabra cru
colhido em sete mini-usinas do Cariri paraibano, no período de
dezembro de 2004 a março de 2006 referente as três etapas.
7,5
8
8,5
9
9,5
A B C D E F G
Mini-usinas
Extrato Seco
desengordurado (%)
primeira etapa
Segunda etapa
Terceira etapa
GRÁFICO 05: Valores médios do extrato seco desengordurado (%), para o leite de
cabra cru colhido em sete mini-usinas do Cariri paraibano, no período de
dezembro de 2004 a março de 2006 referente as três etapas.
0
10
20
30
40
50
60
70
A B C D E F G
Mini-usinas
Acidez (%)
Primeira etapa
Segunda etapa
Terceira etapa
GRÁFICO 06: Percentagens de amostras fora dos padrões legais quanto a acidez, para
o leite de cabra cru colhido em sete mini-usinas do Cariri paraibano, no
período de dezembro de 2004 a março de 2006 referente as três etapas.
0
10
20
30
40
50
60
70
A B C D E F G
Mini-usinas
Densidade (%)
Primeira etapa
Segunda etapa
Terceira etapa
GRÁFICO 07-Percentagens de amostras fora dos padrões legais quanto a densidade,
para o leite de cabra cru colhido em sete mini-usinas do Cariri paraibano,
no período de dezembro de 2004 a março de 2006 referente as três
etapas.
0
1
2
3
4
5
6
A B C D E F G
Mini-usinas
Gordura (%)
Primeira etapa
Segunda etapa
Terceira etapa
GRÁFICO 08: Percentagens de amostras fora dos padrões legais quanto a gordura,
para o leite de cabra cru colhido em sete mini-usinas do Cariri paraibano,
no período de dezembro de 2004 a março de 2006 referente as três
etapas.
0
5
10
15
20
25
30
35
A B C D E F G
Mini-usinas
Extrato Seco Total (%)
Primeira etapa
Segunda etapa
Terceira etapa
GRÁFICO 09-Percentagens de amostras fora dos padrões legais quanto ao Extrato
Seco Total, para o leite de cabra cru colhido em sete mini-usinas do
Cariri paraibano, no período de dezembro de 2004 a março de 2006
referente as três etapas.
0
10
20
30
40
50
60
A B C D E F G
Mini-usinas
Extrato Seco
Desengordurado (%)
Primeira etapa
Segunda etapa
Terceira etapa
GRÁFICO 10-Percentagens de amostras fora dos padrões legais quanto ao Extrato
Seco Desengordurado, para o leite de cabra cru colhido em sete mini-
usinas do Cariri paraibano, no período de dezembro de 2004 a março de
2006 referente as três etapas.
DISCUSSÃO
ACIDEZ
Conforme foi apresentado na tabela 01 os valores médios encontrados para a acidez
do leite de cabra nas sete mini-usinas estudadas variaram de 16,07 a 17,92 °D com uma
média de 16,98, onde situaram-se dentro dos limites estabelecidos pela legislação
vigente (BRASIL, 2000).
Porém, como observado na tabela 06 e gráfico 06 verificou-se que na primeira etapa a
usina de A de nove (15,51%), B três (9,09%), C nove (29,03), D três (25,00%), F um
(10,00%) e G vinte e cinco (30,86%) encontrava-se fora dos padrões legais que
representa 20,33% de 246 amostras analisadas. Nesta primeira etapa apenas a usina de E
apresentou-se normal.
Na segunda etapa a usina de A apresentou três (7,31%), B cinco (16,66), C um
(3,33%) e G catorze (22,22%) das amostras estavam fora dos padrões que representa
10,69% de 215 amostras analisadas. Nesta segunda etapa F, D e E encontrava-se com
100% de todas as amostras normais conforme apresentado na tabela 07 e gráfico 06.
Como se pode observar na tabela 08 e gráfico 06 da terceira etapa a usina A três
(6,25%), B três (10,00%), C um (4,54%), D sete (58,33%), E seis (42,86%), F um
(6,25%) e G trinta (50,85%) com 25,37% fora dos padrões de 201 amostras analisadas.
Esses altos índices de amostras fora dos padrões quanto a acidez é resultado do
desdobramento da lactose em ácido láctico resultante da multiplicação da flora
microbiana que pode ter diversas origens como mau higiene do animal, do ordenhador,
dos equipamentos e do ambiente onde é feito a ordenha no qual agrava-se pelo tempo
decorrido entre a retirada do leite e a sua entrega na usina ou a refrigeração
ultrapassando muitas vezes limite estabelecido pela legislação que é de duas horas para
que não ocorra a multiplicação dos microrganismos presentes no leite.
Os dados de acidez citados na literatura vão de encontro ao relatado por Furtado
(1978), de que a acidez do leite de cabra, quando comparada com a do leite de vaca,
situa-se numa faixa ligeiramente inferior, devido as diferenças entre os grupos
carboxílicos das proteínas dos leites das duas espécies.
Lima et al., (2005), ao pesquisar as características físico-químicas do leite de cabra
cru nas mesmas mini-usinas verificou uma acidez de 15,10 a 18,20°D estando de
acordo com os resultados encontrados neste experimento que foi de 16,07 a 17,92°D.
Das seis mini-usinas estudadas pela referida autora 18,33% do total estavam fora dos
padrões, um índice um pouco a abaixo do encontrado neste trabalho.
Domingo et al., (2006) verificou que 100% das amostras analisadas para acidez
estavam dentro dos padrões legais, numa faixa que variou de 14 a 14°D. O autor não
explica em que situações foram feito esse trabalho que a acidez pode ser alterada por
diversos fatores, o que poderia explicar essas diferenças.
Mendes (1993), trabalhando com as características físico e químicas do leite de cabra
sob os efeitos de duas estações do ano no Estado de Pernambuco, encontrou valores de
acidez de 15,222 estando de acordo com esta pesquisa. O mesmo autor trabalhando sob
os efeitos da estação do ano verificou que no verão foi de 14,972 e no inverno de 15,361
estando abaixo dos valores encontrados nesta pesquisa que foi de 16,77. Essas
diferenças podem ser em conseqüência das condições climáticas do local do
experimento.
Ferreira (2003), avaliando a composição química do leite de cabras puras do
Curimatáu paraibano durante o período de lactação de diferentes raças observou uma
acidez de 17, 14 e 17°D para as raças Anglo-Nubiana, Parda Alemã, e British Alpine
respectivamente no turno da manhã. Neste experimento não foi trabalhado a raça dos
animais.
Prata et al., (1998), em um experimento realizado com 179 amostras de leite caprino,
encontrou valores de acidez de 14 a 17,9°D, com 75% dos resultados até 16,5°D e
média de 16,11. Estes valores encontram-se próximo dos encontrados nas três etapas
deste experimento.
DENSIDADE
Os valores das densidades no leite de cabra cru encontram-se com uma média de
1.030,50 nas sete mini-usinas do Cariri paraibano que pode ser observado na tabela 01 e
gráfico 02 estando dentro dos padrões legais estabelecidos pela legislação vigente
(1.028-1.034).
Na primeira etapa encontrou uma média de 1.031,55, na segunda etapa encontrou de
1.030,34 e na terceira etapa de 1.029,61. Observa-se uma diminuição da densidade na
terceira etapa. Muitos fatores podem está envolvido já que a densidade varia em função
do período de lactação, estação do ano, tipo de alimentação, raça e etc.
Na primeira etapa a usina A uma (1,72%), B dois (6,06%), C duas (6,45%), D quatro
(33,3%), E quatro (40,00%), F dois (9,52%) e G cinco (6,17%) encontrava-se fora dos
padrões legais que representa 8,13% de 246 amostras analisadas.
Na segunda etapa a mini-usina A apresentou uma (2,44 %), C três (10,00%), G uma
(1,58%), D uma (7,14%) das amostras estavam fora dos padrões que representa 2,79%
de 215 amostras analisadas.Nesta etapa B, E e F estavam todas dentro dos padrões
legais.
Na terceira etapa a usina A duas (6,25%), D oito (66,66%), E quatro (25,00%) e F
uma (7,14%) com 7,46% fora dos padrões de 201 amostras analisadas. Nesta etapa a
usina B, C e G apresentaram todas as amostras dentro dos padrões estabelecidos.
Na primeira etapa encontrou valores de 1.030,19 a 1.033,60 com uma média de
1.031,55. Na segunda etapa encontrou valores de 1.029,60-1.030,89 com uma média de
1.030,34. Na terceira etapa 1.028,10 a 1.030,69 com uma média de 1.029,61. observa-se
uma diminuição da densidade na terceira etapa. Muitos fatores podem está envolvido
que a densidade varia em função de muitos fatores como período de lactação, estação do
ano, tipo de alimentação, raça e etc.
Lima et al., (2005), trabalhando com leite de cabra cru nesta mesma região encontrou
valores semelhantes ao encontrado nesta pesquisa com valores de 1.031. Destas seis
mini-usinas estudadas apenas duas usinas (B e E) apresentou amostras fora dos padrões
1.035 que estava acima dos resultados encontrado nesta pesquisa.
Domingos et al., (2006), avaliando as propriedades físico-química do leite de cabra
de acordo com as condições higiênicas-sanitárias e de alimentação encontrou em torno
de 80% das amostras apresentaram valor de 1.031, 10% de 1.030 e 10% de 1.028
valores bastante semelhantes ao encontrado nesta pesquisa.
Mendes (1993), trabalhando com o leite de cabra não encontrou diferenças
significativas quanto as estações do ano, a região e a temperatura na qual o leite foi
submetido.
Nunes (2003), pesquisando a influência do estágio de lactação e ordem de parição
encontrou valor de 1.030,07 g/l para densidade. Em relação aos diferentes estágios da
lactação encontrou valores de 1.030,84 e 1.031,60 da primeira e décima semana de
lactação respectivamente. Este autor trabalhou com os diferentes estágios de lactação do
animal fator este que não foi trabalhado neste experimento.
Prata et al., (1998) encontrou valores de 1.028,20 a 1.030,50, com média de 1.032,44,
estando bem próximo dos valores encontrados nesta pesquisa.
Bonasse et al., (1997), visando contribuir para o conhecimento das características
físico-químicas do leite de cabra, realizaram pesquisa com um total de 122 análises para
cada características, encontrando densidade a 15°C de 1.031,05g/l valores próximos ao
encontrado nesta pesquisa.
Almeida et al., (1993), em trabalhos comparando o leite de cabra com o leite de vaca
em dois períodos distintos do ano encontraram os seguintes valores médios de
densidade de 1.031 g/l para o mês de junho/julho e 1.031 g/l para o s de
setembro/outubro. Como o experimento foi realizado em um período muito longo do
ano estes valores próximos ao encontrado nesta pesquisa podem ser decorrente de vários
fatores que a densidade é um dos parâmetros físicos que é influenciado pela
alimentação, época do ano estágio de lactação e a quantidade de extrato seco
desengordurado (ESD).
Existem vários fatores que podem interferir na densidade do leite, como a sua
composição, que aumenta com o aumento do ESD e diminui com o aumento do teor de
gordura (MADSEN et al., 1965 citado por MENDES, 1993).
Parkash e Jeness (1968) discriminam valores com média de 1.029 a 1.036. Estes
autores citam que a maioria dos trabalhos sobre densidade do leite de cabra dão pouca
informações sobre o método de determinação em alguns casos a temperatura não foi
especificada.
GORDURA
Os teores de gordura encontrado no leite de cabra cru das sete mini-usinas estudadas
foi de 3,37 o mínimo e o valor máximo de 4,32 com uma média de 3,90 estando dentro
dos padrões normais estabelecidos pela legislação vigente, que é de no mínimo 3% que
pode ser observado na tabela 01.
Porém como observado na tabela 06 e gráfico 08 verificou-se que na primeira etapa a
usina A seis (10,34%), B onze (33,33%), C quatro (12,90%), D um (8,33%), E quatro
(19,04%) e G quatro (4,94%) encontrava-se fora dos padrões legais que representa
50,4% de 246 amostras analisadas. Nesta etapa apenas a usina F apresentou-se com
100% das amostras dentro dos padrões
Na segunda etapa a usina de B oito (26,6%), C um (3,33%), e G cinco (7,94%) das
amostras estavam fora dos padrões como apresentado na tabela 07 e gráfico 08 que
representa 6,51% de 215 amostras analisadas. Nesta segunda etapa A, D, E e F
encontrava-se com 100% de todas as amostras normais.
Na terceira etapa a usina de A 2 (4,16%), B seis (20,00%), C cinco (22,73%), em um
total de 7,46% fora dos padrões de 201 amostras analisadas. Nesta terceira etapa D, E, F
e G estavam com 100% das amostras dentro dos padrões legais.
As análises foram feitas em um período muito longo o que permitiu uma variação na
porcentagem de gordura pois a mesma é influenciada pela época do ano no qual a
alimentação de boa qualidade poderá ou não está disponível para os animais.
Mendes (1993), estudando as diferenças nas proporções dos ácidos graxos entre as
duas estações do ano verificou uma diferença pequena, apenas apresentando-se um
pouco mais elevado os percentuais referentes ao período do inverno, talvez pela
influência da alimentação A fibra mais digestível pode estimular o consumo, pelo
aumento na taxa de passagem, criando espaço para uma outra refeição um dos
propósitos de se acessar a fibra efetiva de uma deita é permitir que ela possa ser
elaborada com o máximo possível de carboidratos de digestão facilitada, na tentativa de
maximizar a produção de leite, ao mesmo tempo, garantir a manutenção da saúde do
animal e do teor de gordura do leite. Essa observação quanto as estações do ano não foi
avaliado nesse experimento não podendo fazer comparações mais claras. Santos (1970),
citado por Mendes (1993), a composição em ácidos graxos na gordura do leite pode
variar devido a inúmeras causas, destacando a espécie, a raça, dieta, esquema de
nutrição, estágio de lactação, estação do ano, clima e liberdade de movimento do animal
como principais causas pois esses fatores alteram significativamente na quantidade de
gordura do leite. O tipo de alimentação talvez seja um dos principais fatores que
influencia a quantidade de gordura pois o consumo adequado de volumoso também
garante um teor normal de gordura no leite, pois com a fermentação da fibra do rúmen
são produzidos os ácidos acético e butírico, dos quais é formado no úbere 50% da
gordura no leite.
Na atividade leiteira, a nutrição é o principal fator da eficiência do sistema de
produção, pois é a maior responsável pelo nível de produção e pode representar até 70%
dos custos de produção. Portanto, pode-se afirmar que quanto mais eficiente for a
nutrição de um rebanho, mais eficiente será o sistema de produção deste rebanho
(MARCELO KNORR, 2002).
Lima et al., (2005), encontrou valores mínimo de 3,3% e no máximo de 7,6%
estando próximo dos resultados encontrados nesta pesquisa, talvez pelo fato dos
experimentos não terem sido realizado nas mesmas condições. A autora não cita se estes
valores são referentes ao leite cru ou pasteurizado.
Mendes (1993), cita que o teor de gordura do leite de cabra é afetado pela
temperatura o qual é exposto, mostrando-se aumentado logo após o seu aquecimento e
diminuído após o seu descongelamento. Entre outros componentes do leite, a gordura
apresenta-se 0,25% mais elevadas nos leites pasteurizados.
Laguna (1998), avaliando as características físico-químicas do leite de cabra cru três
rebanhos mestiços verificou que no rebanho tricross ( um quarto moxotó + um quarto
parda alpina + um meio anglo nubiana), apresentaram teores superiores de gordura aos
outros rebanhos, teores estes importantes no rendimento e qualidade na fabricação dos
produtos lácteos.
Ferreira (2003), encontrou valores de 3,10 a 5,10% e 4,0 a 6,5% para os leite
ordenhado da manhã e da tarde, nas raças British Alpine e Anglo Nubiana,
respectivamente, evidenciado aumento significativo de lipídios no leite ordenhado no
turno da tarde. Segundo o mesmo autor os lipídios sofreram influência da raça, período
de lactação, turno da ordenha com o avanço do período de lactação pois a quantidade
de gordura do leite é inversalmente proporcional a quantidade de leite produzido.
Segundo Dias et al., (1995) o não esgotamento total do úbere na ordenha da manhã,
favorece o acúmulo de gordura e, com isso, promove aumento de suas taxas obtido na
segunda ordenha.
Ribeiro et al., (1997) encontrou 3,84% com um maior teor no início da lactação,
posterior queda até aproximadamente a décima primeira semana, voltando, então, a
aumentar até o fim da lactação valor semelhante ao encontrado nesta pesquisa.
EXTRATO SECO TOTAL
Os valores médios encontrados para o extrato seco total foi de 12,18% o mínimo e
13,65% o máximo com uma média de 12,78% de todas as usinas estudadas, como se
pode observar na tabela 01 todas as usinas tiveram uma média que estão dentro dos
padrões legais que é de no mínimo 11,2%.
Na primeira etapa a usina de A apresentou cinco (8,62%), B onze (33,,33%), C quatro
(12,90%), D três ( 25,00%), E sete (33,33%) e G três (3,29%) fora dos padrões
estabelecidos conforme apresentado na tabela 06 e gráfico 09 com um percentual de
13,41% de 246 amostras analisadas. Apenas a mini-usina F encontrava-se com todas
suas amostras dentro dos padrões.
Na tabela 07 e gráfico 09 da segunda etapa a mini-usina A apresentou uma (4,44%),
B oito (26,66%), C quatro (13,33%), D três (21,43%), F um (6,66%) e G quatro (6,35%)
com 9,76% de 215 amostras analisadas com 9,95% em 201 amostras analisadas. Nesta
etapa apenas E apresentou-se com todas as amostras dentro dos padrões.
Na terceira etapa A seis (12,50%), B seis (20,00%), C cinco (22,73%), E um (6,25%),
F um (7,14%) e G um (1,69%) com 9,95% em 201 amostras analisadas. Apenas a usina
D apresentou-se com todas as amostras normais.
Nunes (2003), trabalhando com as características físico-químicas do leite de cabra
encontraram 11,07%. O mesmo autor estudou os diferentes estágios de lactação e
encontrou 11,44 e 12,42% para a primeira e décima semana de lactação
respectivamente. Este valor maior no final da lactação pode ser em conseqüência do
conteúdo de gordura que encontram-se maior no final da lactação pois uma
diminuição na produção de leite com um aumento no teor de gordura
Lima et al., (2005), encontrou valor máximo igual a 17,63%, acima do encontrado
nesta pesquisa. Segundo a autora este valor pode ser decorrente do alto teor de gordura
encontrado na amostra da mesma usina, que foi de 7,6% de gordura. O extrato seco total
é correlacionado com o teor de gordura e a densidade do leite, uma vez que estes
resultados é que fornecem o percentual de extrato seco total.
Ferreira (2003), encontrou valores de 13,15 e 12,73% em diferentes raças durante o
período de lactação. Estes valores estão próximos do encontrado neste experimento.
Prata (1998), trabalhando com 179 amostras de leite caprino da raça Saanen encontrou
valores de 10,60 a 15,30%, com 75% dos resultados até 13,85% e média de 12,445.
Almeida et al., (2000), pesquisaram a qualidade do leite de cabra comercializado na
cidade de Juiz de Fora (MG) encontrou valores de EST de 9,28 a 13,29%. Nesta
pesquisa os autores encontraram 16,67% das amostras fora dos padrões. Quanto a
quantidade de amostras fora dos padrões este valor está bastante acima do encontrado
neste experimento.
EXTRATO SECO DESENGORDURADO
Os valores médios encontram-se na tabela 01 como pode-se observar todos estão
dentro dos padrões normais. Os valores variaram de 8,38 a 8,81% com uma média de
8,61%.
Como se pode observar na tabela 06 e gráfico 10 da primeira etapa a mini-usina A
apresentou um (1,72%), B dois (6,06%), C seis (19,35%), D três (25,00%), E oito
(38,09%) e G cinco (6,17%) das amostras fora dos padrões legais estabelecidos, com
um percentual de 10,1% de 246 amostras analisadas. Nesta etapa apenas a mini-usina F
estava com todas as amostras normais.
Na segunda etapa a mini-usina A dois (4,88%), B três (10,00%), C três (10,00%), D
três (21,43%), E três ( 13,64%) e G seis (9,52%) com amostras fora dos padrões legais
com um percentual de 9,30% de 215 amostras analisadas. Apenas a mini-usina F
encontrou-se com todas as amostras dentro dos padrões, como se pode observar na
tabela 07 e gráfico 10.
Como se pode observar na tabela 08 e gráfico 10 da terceira etapa A sete (14,58%), B
cinco (16,66%), C um (4,55%), E oito (50,00%), F dois (14,29%) e G dois (3,39%)
fora dos padrões legais com um percentual de 12,4% em um total de 201 amostras
analisadas. Nesta etapa apenas a usina D encontrou-se com todas as amostras dentro dos
padrões legais.
Lima et al., (2005), trabalhando com o leite de cabra cru encontraram todas as
amostras dentro dos padrões legais que é de no mínimo 8,2% onde os valores variaram
de 8,48 10,03% valores bem próximos aos encontrados nesta pesquisa. Estes resultados
estão próximos dos encontrados por Bonassi et al., (1997) que trabalhou com 122
análises para cada característica e encontraram 8,71% de extrato seco desengordurado.
Nunes e Isepon (2003), analisando quanto aos diferentes estágios de lactação
encontrou 8,55% a 8,93% na primeira e décima semana de lactação concluindo que o
fator estágio de lactação foi estatisticamente significativo para o extrato seco
desengordurado.
Mendes (1993), encontrou valores de 8,535, 8,474, 8,626, 8,572 e 8,528 para o leite
de cabra cru, no inverno e no verão e quanto as regiões respectivamente. Neste trabalho
podemos observar que o extrato seco desengordurado teve uma diferença significativa
apenas em relação as estações do ano.
Domingos et al., (2006), encontrou todas as amostras dentro dos padrões legais
estando de acordo com os dados encontrados nesta pesquisa.
CONCLUSÃO
Pode-se concluir que quanto as características físico-química do leite de cabra das
sete mini-usinas do Cariri paraibano apresentou valores dentro dos padrões
estabelecidos pela legislação em vigor em todas as etapas com exceção da acidez que
apresentou valores acima dos permitidos pela legislação na terceira etapa.
Houve uma diminuição da acidez na segunda etapa com uma posterior aumento na
terceira etapa, esta variação na acidez pode-se atribuir ao fato deste experimento ter sido
realizado em períodos muito longo do ano. Quanto a densidade houve uma queda
durantes as três etapas isso pode pelo período do ano, estágio de lactação, raça e
principalmente alimentação do animal no qual foram submetidos durante todo o
experimento. Na gordura houve um aumento e uma diminuição não significativa. Em
relação ao extrato seco total que está relacionado com a gordura houve um aumento e
uma diminuição do extrato seco total e quanto ao extrato seco desengordurado manteve-
se praticamente estável durante o experimento com variações apenas significativas da
primeira para a terceira etapa.
Em relação as análises físico-químicas fora dos padrões legais verifica-se que houve
uma diminuição de amostras negativas na segunda etapa com um posterior aumento
bastante significativo na terceira primeira etapa para a acidez e densidade. Na gordura e
no extrato seco total houve uma diminuição bastante significativa durante as três etapas.
Quanto ao extrato seco desengordurado houve uma diminuição e um aumento de
amostras fora dos padrões.
Como se pode observar houve uma melhora na qualidade do leite durante a segunda
etapa talvez pelo fato dos produtores terem sido capacitados e conscientizados quanto
aos cuidados que se deve te com o leite que é fornecido a população. Em contrapartida
verifica-se que na terceira etapa houve uma queda na qualidade desse leite
permanecendo apenas a gordura e o extrato seco total com valores pequenos de
amostras fora dos padrões. Esperava-se uma diminuição de análises fora dos padrões na
terceira etapa que os produtores foram orientados quanto ao perigo em que um leite
de má qualidade pode oferecer risco a saúde do consumidor.
De acordo com esses resultados verifica-se uma real necessidade de uma vigilância
constante e permanente por parte dos órgãos responsáveis nas usinas de beneficiamento
do leite de cabra no Cariri paraibano..
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CAPÍTULO III
RESÍDUOS DE ANTIBIÓTICOS NO LEITE DE
CABRA CRU NAS MINI-USINAS DO CARIRI
PARAIBANO.
PESQUISA DE RESÍDUOS DE ANTIBIÓTICOS NO LEITE DE CABRA CRU
NAS MINI-USINAS DO CARIRI PARAIBANO.
INTRODUÇÃO
De todos os produtos de origem animal, o leite é considerado o alimento que contém
praticamente todos os nutrientes necessários para o organismo humano, tornando-se um
dos mais comuns encontrado na mesa do consumidor, utilizados por todas as classes
sociais e faixas etárias. Seu uso torna-se imprescindível para crianças, idosos e
convalescentes pois é um alimento completo.
Com o avanço da caprinocultura no Brasil, no Nordeste e em particular na Paraíba, o
leite de cabra desempenha um importante papel social, tornando-se fonte de renda e de
nutrientes para as famílias mais carentes. A pouco tempo atrás, o leite de cabra era tido
apenas para uso terapêutico, hoje essa realidade está sendo mudada, além de seu uso
medicinal ele possui características como alta digestibilidade devido ao tamanho dos
seus glóbulos de gordura e é um substituto adequado para pessoas com algum tipo de
alergias ao leite de vaca, sendo muito comum a recomendação por parte dos médicos
para crianças com deficiência nutricional.
Com o avanço tecnológico da caprinocultura, tornou-se comum também a presença de
substâncias estranhas no leite que podem ter efeitos nocivos na saúde humana. Por ele
pode ser veiculado conservantes, adulterantes e substâncias estranhas entre elas os
antimicrobianos,que são utilizados para o tratamento de diversos tipos de infecções nos
animais, entre elas a mastite, comum em animais produtores de leite.
Sabendo que a qualidade do leite de cabra é influenciada principalmente pelo estado
sanitário do rebanho e manejo e, que a demanda pela qualidade vem aumentando a cada
dia, é necessário que medidas práticas de higiene sejam adotadas para a obtenção do
mesmo, assim como, que métodos laboratoriais avaliem objetivamente essa qualidade
(SOUZA, 2003).
Antibióticos são administrados por infusão, injeção ou oralmente. Infelizmente
todas as três vias podem permitir ao antibiótico alcançar o leite de abastecimento e desta
maneira criar problemas para o produtor processador e consumidor. O uso
indiscriminado de antimicrobianos e a não obediência ao tempo de carência indicado,
após a última aplicação do medicamento do animal, para utilização do leite para
consumo, tem sido relatado décadas por diferentes pesquisadores (KOSIKOWSKI,
1960; MELLO FILHO, 1969, COOK et al., 1976).
No Brasil, não uma política de longo prazo de organizar, e principalmente, manter
a estrutura adequada para o controle do uso de medicamentos veterinários (MINIUSSI;
1992). Segundo Brito et al., (1997), o sucesso desses programas depende de mudanças
de atitude e de manejo, em que o produtor e os funcionários desempenham um papel
primordial.
Temas relacionados aos níveis de segurança e tolerância a serem estabelecidos,
métodos oficiais de monitoramento, níveis de sensibilidade dos testes rápidos de
detecção disponíveis no mercado, destino do leite contaminado, tipo de incentivo ou
penalidade a ser instituída para se atingir metas de qualidade, credibilidade das
informações relacionadas ao período de descarte do leite contidas nas bulas de
medicamentos, vêm sendo muito discutidas. A legislação brasileira que trata
especificamente do assunto leite e seus derivados passou por um recente processo de
modernização para acompanhar as tendências mundiais e trazer melhorias para o setor
nocional como um todo (COSTA, 2006).
Atualmente existem vários métodos utilizados para detecção de resíduos de
antibióticos em leite, incluindo testes inibidores de crescimento microbiano, testes
imunológicos, enzimáticos e alguns métodos especiais (BRITO, 1998; MITCHELE et
al., 1998; PHILPOT, 2000). A maioria dos testes de detecção de β-lactâmicos
(penicilinas e cefalosporinas), pois esse é o grupo de antibiótico mais usado no
tratamento das mastites (CARLSSON, 1993).
Nos testes baseados na inibição de crescimento bacteriano a amostra é colocada em
contato com um microrganismo sensível. Adicionam-se nutrientes e, após um período
de incubação, se houver a presença de resíduos na amostra, observa-se a ausência do
crescimento bacteriano. Na ausência de resíduo, o crescimento bacteriano é evidenciado
pela produção de ácido, pela redução de corantes ou pela formação de uma camada
visível de crescimento na superfície de agar (CARRARO, 2000). As principais
vantagens destes testes são de baixo custo, a facilidade de execução e a possibilidade de
diversas amostras poderem ser analisadas simultaneamente como desvantagem os testes
microbiológicos apresentam um elevado tempo de incubação, além de poderem ser
afetados por inibidores naturais (MITCHELL et al., 1998 citado por CARRARO, 2000).
Os testes microbiológicos são baseados na reação do antibiótico (antígeno) com um
anticorpo específico. Os testes que utilizam este princípio empregam substâncias
radioativas, ou empregam enzimas, na técnica conhecida como ELISA (BRITO, 1998:
MITCHELL et al., 1998).
Os testes receptores e enzimas empregam anticorpos específicos para detectar um
antimicrobiano particular, alguns testes usam receptores específicos que detectam várias
classes de substâncias antimicrobianas (BRITO, 1998: MITCHELL et al., 1998). Como
exemplo pode ser citado o SNAP, que é um teste enzimático, com receptor específico
no qual β-lactâmico são capturados por uma proteína em um suporte plástico
(CARRARO, 2000).
Os métodos especiais incluem: cromatografia gasosa, em camada delgada,
eletroforese, ELISA, bioradiografia, outros métodos enzimáticos e alguns métodos
microbiológicos. Eles o são usados como rotina, mas para propósitos especiais, como
por exemplo, em casos que necessitam confirmação (CARRARO, 2000).
O efeito do acúmulo desses antibióticos no nosso organismo podem causar resistência
aos antibióticos, podem ter efeitos mutagênicos e/ou teratogênicos quando utilizados
por gestantes. Quanto aos derivados do leite podem causar prejuízos econômicos
relevantes, na fabricação de iogurtes e outros derivados.
Na nossa região ainda é escassa na literatura a respeito da presença de resíduos de
antibióticos no leite de cabra o que torna uma pesquisa emergente já que esse leite é
destinada para crianças e pessoas carentes.
Diante do exposto o objetivo desse trabalho, foi avaliar a presença de resíduos de
antibióticos no leite de cabra fornecido as mini-usinas do Cariri paraibano do Programa
Fome Zero e leite da Paraíba.
2- MATERIAL E MÉTODOS
2.1-MATERIAL
21.1-LOCAL DE EXECUÇÃO
As análises foram realizadas no Laboratório de Tecnologia e Inspeção de leite,
localizado na Unidade Acadêmica de Medicina Veterinária da UFCG, município de
Patos-PB, situado a uma distância de aproximadamente 300Km da capital de Estado,
com área de 508,7 Km², população de 86,036 (oitenta e seis mil e trinta e seis)
habitantes, temperatura média de 28°C, umidade relativa do ar de 55%, precipitação
pluviométrica média anual de 700mm e altitude média de 242m acima do nível do mar.
As mini-usinas de processamento de leite de cabra registradas no Serviço de Inspeção
Sanitária Estadual (SIE), vinculados a Secretária de Agricultura e Abastecimento do
Estado da Paraíba e Serviço de Inspeção Federal (SIF), ligados ao Ministério da
Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA) e localizadas no Cariri Ocidental
Paraibano, foram escolhidas para a finalidade de colheita de amostras. Todas as
propriedades selecionadas, pelas suas características eram mini-usinas, não existindo
micro-usinas de leite de cabra na área delimitada.
Foram escolhidas essas mini-usinas de leite de cabra da região do cariri pela
importância que as mesmas desempenham que são fornecedoras de leite para o
Programa Fome Zero em conjunto com o Programa Leite da Paraíba.
Será realizada a principio em três etapas de analise avaliando toda matéria prima que
chega as mini-usinas de leite de cabra do Cariri paraibano. Na primeira etapa serão
feitas duas coletas de amostras de 500 ml de leite dos 300 produtores que fornecem leite
de cabra para as mini-usinas do cariri paraibano, será feito uma avaliação e uma
orientação sobre os pontos negativos encontrados, finalizando o projeto com mais uma
seqüência aleatória de coletas para uma avaliação final, totalizando 662 amostras.
O projeto será avaliado ao término da primeira e da terceira fase através de reuniões
para avaliação dos resultados e orientação com os produtores envolvidos.
As usinas contempladas foram da cidade de Sumé, Prata, Amparo, São Sebastião do
Umbuzeiro, Cabaceiras, Monteiro e Zabelê que serão identificadas como A, B, C, D, E,
F e G.
2.1.2-EQUIPAMENTOS
Os equipamentos que foram utilizados:
٭Kit para antibiótico do grupo β-lactâmico
*Placa aquecedora para o SNAPP
*Caixa de isopor
2.1.3-AMOSTRAGEM
Foram coletadas 662 amostras de leite de cabra sendo 246 na primeira etapa, 215 na
segunda etapa e 201 na terceira etapa de todas as mini-usinas. As amostras de leite
foram encaminhadas ao laboratório para análise. Estas foram mantidas resfriadas em
banho de gelo até o momento da análise obedecendo todas as normas prescritas para
detecção de resíduos de antibióticos.
2.2- MÉTODOS
2.2.1- PESQUISA DE ANTIBIÓTICOS
Utilizou-se o teste imunoenzimático da IDEXX para pesquisa de antibióticos do
grupo β-lactâmicos (Licença 030302,, desempenhado e testado para A.O.A.C.),
realizado pelo método SNAP-β-Laxctâmico (penicilina G, ampicilina, amoxicilina,
cefapirina, ceftioflur) recomendado pelos órgãos responsáveis pela implantação do
APPCC no Brasil.
2.3 MÉTODO ESTATÍSTICO
Os resultados das análises de pesquisa de resíduos de antibióticos foram analisadas
utilizando a estatística descritiva (VIEIRA, 1992).
3-RESULTADOS
Tabela 09: Valores relativos a presença de resíduos de antibióticos do leite de cabra
cru, nas três etapas das análises das sete do Cariri paraibano, no período de
dezembro de 2004 a março de 2006, Patos-PB-2006.
MINI-USINAS POSITIVOS
N %
NEGATIVOS
N %
TOTAL
A
B
C
D
E
F
G
28 19,05
18 19,40
04 4,82
07 18,42
21 53,85
06 10,17
71 34,98
119 80,95
75 80,64
79 95,18
31 81,58
18 46,15
53 89,83
132 65,02
147
93
83
38
39
59
203
TOTAL 155 23,41 507 76,59 662
Tabela 10: Valores relativos da primeira etapa quanto a presença de resíduos de
antibióticos no leite de cabra cru fornecido as mini-usinas do Cariri
paraibano no período de dezembro de 2004 a março de 2007, Patos –PB
2006.
MINI-USINAS POSITIVOS
N %
NEGATIVOS
N %
TOTAL
A
B
C
D
E
F
G
14 24,14
05 15,15
03 9,67
03 25,00
03 30,00
01 4,76
14 17,28
44 75,86
28 84,85
28 90,33
09 75,00
07 70,00
20 95,24
67 82,72
58
33
31
12
10
21
81
TOTAL 43 17,48 203 82,52 246
Tabela 11: Valores relativos da segunda etapa quanto a presença de resíduos de
antibióticos no leite de cabra cru fornecido as mini-usinas do Cariri
paraibano no período de dezembro de 2004 a março de 2007, Patos –PB
2006.
MINI-USINAS POSITIVOS
N %
NEGATIVOS
N %
TOTAL
A
B
C
D
E
F
G
02 4,88
05 16,67
01 3,33
00 100,00
06 40,00
02 9,10
24 38,10
39 95,12
25 83,33
29 96,67
14 100,00
09 60,00
20 90,90
39 61,90
41
30
30
14
15
22
63
TOTAL 40 18,60 175 81,40 215
Tabela 12: Valores relativos da terceira etapa quanto a presença de resíduos de
antibióticos no leite de cabra cru fornecido as mini-usinas do Cariri
paraibano no período de dezembro de 2004 a março de 2006, Patos –PB
2006.
MINI-
USINAS
POSITIVOS
N %
NEGATIVOS
N %
TOTAL
A
B
C
D
E
F
G
12 25,00
06 20,00
00 100,00
04 33,33
12 85,71
03 18,75
33 55,93
36 75,00
24 80,00
22 100,00
08 66,67
02 14,59
13 81,25
26 44,07
48
30
22
12
14
16
59
TOTAL 70 34,83 131 65,17 201
0
20
40
60
80
1 2 3
Etapas
N° de amostras positivas
GRÁFICO 11: Número de amostras positivas referentes a presença de resíduos
antibióticos no leite de cabra nas três etapas das mini-usinas do Cariri
paraibano durante o período de dezembro de 2004 a março de2006.
0
5
10
15
20
25
30
35
A B C D E F G
Mini-usinas
Positivas (%)
Primeira etapa
Segunda etapa
Teceira etapa
GRÁFICO 12: Percentagens de amostras positivas referentes a presença de resíduos de
antibióticos no leite de cabra cru nas três etapas nas mini-usinas do
Cariri paraibano durante o período de dezembro de 2004 a março
de2006.
DISCUSSÃO
Conforme foi observado na tabela 09 os valores encontrado para resíduo de
antibiótico no leite de cabra cru foi 155 amostras positivas (23,41%) e 507 amostras
negativas (76,59%) no total de 662 amostras analisadas com uma porcentagem.
Como se pode observar na tabela 09 a mini-usina A de 147 amostras 28 foram
positivas (19,05%), B de 93 amostras 18 encontram-se positivas (19,40%), C de 83
amostras analisadas 04 foram positivas (4,82%), D de 38 amostras 07 estavam positivas
(18,42%), E de 39 amostras analisadas, 21 foram positivas (53,85), F de 59 amostras
analisadas 06 foram positivas (10,17%) e G de 203 amostras analisadas 71 estavam
positivas (34,98%).
Ao estudar o percentual de amostras positivas para antibióticos na primeira etapa
foram analisadas 246 amostras em todas as mini-usinas com um total de 43 amostras
positivas (17,48%), conforme apresentado na tabela10. A mini-usina A apresentou
14(24,14%), B 05 (15,15%), C 03 (9,67%), D 03 (25,00%), E 03 (30,00%), F 01
(4,76%) e G com 14 (17,28%). Nesta etapa podemos verificar que em termos
percentuais a mini-usina E foi a que apresentou o maior índice de amostras positivas.
Na tabela 11 da segunda etapa foram analisadas 215, com 40 amostras positivas
(18,60%). A mini-usina A apresentou02 (4,88%), B 05 (16,67%), C 01 (3,33%), E 06
(40,00%), F 02 (9,10%) e G 24 (38,10%). Nesta etapa apenas a mini-usina D apresentou
todas as amostras negativas.
Na terceira etapa 201 amostras analisadas 70 amostras estavam positivas (34,83%).
A mini-usina A com 12 (25,00%), B 06 (20,00%), D 04 (33,33%), E 12 (85,71%), F 03
(18,75%) e G 33 (55,93%). Nesta última etapa a mini-usina C apresentou todas as
amostras negativas para resíduo de antibiótico.
Este experimento foi realizado em um período muito longo com variações climáticas
bastante acentuadas o que pode ter favorecido o grande aumento de amostras positivas
que a condições climáticas afeta fundamentalmente no manejo dos animais pois os a
incidência de algumas enfermidades são mais freqüentes em épocas de chuvas entre
essas enfermidades podemos citar a mastite que é uma das principais causas para o uso
indiscriminado de antibióticos. Esta avaliação quanto ao período do ano em que este
leite foi coletado não foi estudado neste experimento.
Foram feitas orientações com os produtores entre as etapas das fases sobre o perigo
que os resíduos de antimicrobianos podem causar a saúde dos consumidores e esperava-
se uma diminuição da presença de resíduos, mas não foi verificado isso na terceira etapa
com um aumento bastante significativo de amostras contendo resíduos de antibióticos.
Os elevados índices da presença de resíduos de antibióticos no leite de cabra decorre
do tratamento de diversas afecções do animal e em particular a mastite que tem caráter
econômico relevante pelos prejuízos causados ao produtor e a saúde do animal. A não
obediência no tempo entre a aplicação e a utilização do leite para consumo é outro fator
preponderante na contaminação do leite que Segundo Veisseyre, 1972 apud Meller et
al., 1974 a utilização dos antibióticos na luta contra as infecções possibilita a presença
dos mesmos como contaminantes do leite. Dentre esses antibióticos merecem destaque
especial as penicilinas e tetraciclinas, face a alta sensibilidade dos microrganismos
causadores de infecções.
Em um estudo feito por Lopes et al., (2002) com vacas leiteiras no período de janeiro
a maio de 2001 observou que os antimicrobianos mais utilizado foi a penicilina
associada.
Silva, et al., (2005) ao pesquisar resíduo de antibiótico do grupo β-lactâmicos na
mesma região do cariri paraibano observou 17,70% das amostras coletadas com
presença de antibióticos e 82,30% com ausência. Analisando por mini-usinas, observou-
se na A 25% das amostras apresentaram resíduos de β-lactâmicos na B 89,4%, na C
20%, na D 9,7%, na E 7,5% e na F 72,7%. Observou-se um aumento bastante
significativo nessa pesquisa da presença de resíduos de antibiótico em relação ao estudo
realizado por Silva et al., (2005) e ambas foram realizados nas mesmas usinas.
Em um estudo realizado por Nardelle (2006), na mesma região e em uma das usinas
que foi trabalhada, das 118 amostras analisadas, foi observado um índice de freqüência
de resíduos de 15,25% com 18 amostras de leite positivas para resíduos de antibióticos
do grupo β-lactâmicos. Esse estudo foi realizado em períodos diferentes do ano sendo
os meses de outubro de 2005 e fevereiro de 2006 os que apresentaram maior
porcentagem. Segundo o mesmo autor uma hipótese sugerida para explicar estes
resultados seria a presença de chuvas, caídas na região, aproximadamente 60 dias antes,
em agosto 30,5mm e dezembro 50,5mm. Neste período os animais estavam
provavelmente em um sistema de confinamento mais intensivo, pois eram períodos de
poucos recursos forrageiros nativos. Essas diferenças climáticas associadas a falta de
uma alimentação adequada talvez tenha contribuído para esse índice bastante alto de
resíduos de antibióticos estando de acordo com Porto et al., (2002) pesquisando
resíduos de antibióticos
β-lactâmicos no leite cru do total de amostras analisada 121
(1,16%) apresentaram resultados positivos para resíduos de antibióticos β-Lactâmicos.
Os meses em que os índices foram maiores foi o mês de maio (2,82%), agosto (1,60%)
e julho (1,97%) das amostras positivas, setembro foi o mês em que apresentou o menor
índice com 0,44%. O autor considera que os rigores climáticos que afetam os animais,
os quais estão sujeitos as enfermidades, que é agravado pelas carências alimentares em
estabelecimento onde os produtores não fazem reservas de alimento para o período
desfavorável.
Santos et al., (2005), pesquisando nesta mesma região no período de janeiro a
dezembro de 2004, encontrou 31,66% de amostras positivas.
Carvalho (1998), trabalhando com mini-usinas da região de São Paulo, encontrou
resultados inferiores 11,11%, porém de caráter preocupante.
Lopes et al., (2002), encontrou resíduos de antibióticos em 75% das propriedades
pesquisadas. Em 25,6% das 320 amostras analisadas houve presença de resíduos de
antimicrobianos. Segundo o mesmo autor a incidência de resíduos antimicrobianos não
apresentou diferença significativa em relação ao volume produzido. Apesar desse
trabalho ter sido realizado com leite de vaca observa-se um alto índice de antibióticos
no leite destinado ao consumo humano seja ele de qualquer espécie.
Barreira et al., (2005) trabalhando em uma Cooperativa regional observou que dos
199 dos tanques que forneceram leite durante a pesquisa, 15 tanques apresentaram
resultado positivo (7,54%), enquanto que 184 tanques apresentaram resultado negativo
(92,46%). Com relação aos 15 tanques positivos, que eram particulares (10,59%) e 6
coletivos (5,26%). Segundo o autor essa diferença se deve provavelmente pelo fato dos
produtores de tanques coletivos possuírem uma preocupação em adicionar ao tanque um
leite de melhor qualidade. Albuquerque et al., (1996) que observaram 69,7% das
amostras contendo substâncias antimicrobianas.
CONCLUSÃO
Ao analisar o leite de cabra cru quanto aos resíduos de antibióticos das mini-usinas
do cariri paraibano pode-se concluir que, grande parte dos produtores fornecem leite
contendo resíduos de antibióticos do grupo β-lactâmicos em todas as mini-usinas
pesquisadas.
Quando analisamos por mini-usina verifica-se uma diminuição de amostras positivas
na mini-usina A, B , C, F e G da primeira para a terceira etapa. a mini-usinas E e D
permaneceram com os seus índices aumentados durante as três etapas. Na segunda etapa
e na terceira etapa a mini-usina D e C apresentaram-se com 100,00% de amostras
negativas.
Esperava-se uma diminuição na quantidade de leite contaminado na terceira etapa do
projeto uma vez que os produtores foram orientados e conscientizados dos riscos para a
saúde pública, infringindo dessa forma o Regulamento de Inspeção de Produtos de
Origem Animal na qual regulamenta a proibição de qualquer substância estranha no
leite.
Esse trabalho demonstra a importância e a necessidade de um monitoramento
constante por parte dos órgãos responsáveis e por instituições de pesquisa quanto a
qualidade e a integridade do leite que é fornecido a população, buscando cada vez mais
fiscalização de substâncias estranhas em especial os antimicrobianos.
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