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UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E APLICADAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO
ADRIAN DAMBROWSKI
AS QUESTÕES AMBIENTAIS NO ENSINO DE ADMINISTRAÇÃO NAS
INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR DE BLUMENAU, SC.
BLUMENAU
2006
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2
ADRIAN DAMBROWSKI
AS QUESTÕES AMBIENTAIS NO ENSINO DE ADMINISTRAÇÃO NAS
INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR DE BLUMENAU, SC.
Dissertação de mestrado apresentada ao
Programa de Pós-graduação em Administração
do Centro de Ciências Sociais e Aplicadas da
Universidade Regional de Blumenau, como
requisito parcial para a obtenção do grau de
mestre em administração.
Prof. Marialva Tomio Dreher, Dra. – Orientadora
BLUMENAU
2006
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3
AS QUESTÕES AMBIENTAIS NO ENSINO DE ADMINISTRAÇÃO NAS
INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR DE BLUMENAU, SC.
Por
ADRIAN DAMBROWSKI
Dissertação de mestrado aprovada para obtenção
do grau de mestre em administração, pela Banca
examinadora formada por:
_________________________________________________
Presidente: Prof
a
. Marialva Tomio Dreher, Dra. - Orientadora, FURB
_________________________________________________
Membro: Prof
a
. Maria José Carvalho de Souza Domingues, Dra.
_________________________________________________
Membro: Prof. Nelson Colossi, Dr.
Blumenau, 25 de setembro de 2006
4
"Depois da última árvore sem frutos e do último
rio envenenado, o homem perceberá que dinheiro
não se come."
Autor desconhecido.
5
RESUMO
O pensamento que vigorava até alguns anos atrás, era de que os recursos naturais seriam
infinitos, o que levou o ser humano a não se preocupar com as questões ambientais,
contribuindo assim para a deterioração do meio ambiente. pouco tempo, começou a
perceber que ecossistema em que habita possui recursos limitados e que a manutenção destes
é fundamental para a sobrevivência das espécies, dentre elas, a sua. Essa situação pode ser
analisada dentro do contexto da responsabilidade social e empresarial, pois o desempenho de
uma organização abrange, além dos aspectos econômicos e sociais, os ambientais, que podem
ser tema de discussão na formação acadêmica dos administradores, visto que esta é a forma
científica de se formar um gestor dos processos empresariais. Assim, este trabalho procurou
investigar a temática da gestão ambiental no contexto da responsabilidade social no ensino
superior de administração em Blumenau, SC, fundamentado em uma pesquisa realizada junto
aos alunos matriculados na última fase desses cursos, fazendo uso de um questionário do tipo
survey, aplicado junto aos mesmos. A pesquisa foi de caráter exploratório, de natureza
quantitativa e qualitativa, e permitiu maior envolvimento com o problema tornando-o mais
claro, apurando-se o perfil dos alunos pesquisados, bem como a existência de disciplinas,
específicas ou não, que tratem da gestão ambiental, identificando o conhecimento e a
importância, atribuída pelos respondentes, ao tema em questão, além da análise dessa temática
sob o enfoque das necessidades profissionais do administrador.
Palavras-chave: Gestão. Ambiente. Ensino Superior de Administração.
6
ABSTRACT
The thought that invigorated behind until some years, was of that the natural resources would
be infinite, what took the human being if not to worry about the ambient questions, thus
contributing for the deterioration of the environment. Some time ago, it started to perceive
that ecosystem where it inhabits possesss limited resources and that the maintenance of these
is basic for the survival of the species, amongst them, its. This situation can inside be
analyzed of the context of the social and enterprise responsibility, therefore the performance
of an organization encloses, beyond the economic and social aspects, the ambient ones, that
they can be subject of quarrel in the academic formation of the administrators, since this is the
scientific form of if forming a manager of the enterprise processes. Thus, this work looked for
to investigate thematic of the ambient management in the context of the social responsibility
in the superior education of administration in Blumenau, SC, based on a research carried
through next to the pupils registered the last phase of these courses, being made use of a
questionnaire of the type survey, applied next to the same ones. The research was of
exploratório character, quantitative and qualitative nature, and allowed to greater envolvement
with the problem more clearly becoming it, selecting the profile of the searched pupils, as
well as the existence of disciplines, specific or not, that they deal with the ambient
management, identifying to the knowledge and the importance, attributed for the respondents,
to the subject in question, beyond the analysis of this thematic one under the approach of the
professional necessities of the administrator.
Keywords: Management. Ambient. Management education in the university.
7
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................10
1.1 PROBLEMA DE PESQUISA...................................................................................12
1.2 OBJETIVOS..............................................................................................................13
1.2.1 Objetivo Geral ...........................................................................................................13
1.2.2 Objetivos Específicos................................................................................................13
1.3 PRESSUPOSTOS......................................................................................................14
1.5 JUSTIFICATIVA......................................................................................................14
1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO..............................................................................15
2 REVISÃO DE LITERATURA...............................................................................16
2.1 RESPONSABILIDADE SOCIAL ............................................................................17
2.1.1 Responsabilidade Social Empresarial........................................................................19
2.2 GESTÃO AMBIENTAL...........................................................................................30
2.2.1 Sistema de Gerenciamento Ambiental - SGA...........................................................34
2.2.2 Normas ambientais....................................................................................................38
2.3 ENSINO SUPERIOR DE ADMINISTRAÇÃO .......................................................40
2.3.1 Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Administração.........44
2.3.2 A Gestão Ambiental nas Diretrizes Curriculares ......................................................46
2.4 ENSINO DA GESTÃO AMBIENTAL ....................................................................48
2.4.1 Ensino da Gestão Ambiental nas Instituições de Ensino Superior............................49
2.4.2 Ensino da Gestão Ambiental nas Empresas ..............................................................52
3 MÉTODO DE PESQUISA .....................................................................................55
3.1 POPULAÇÃO...........................................................................................................56
3.3 PROCEDIMENTOS E ANÁLISE DE DADOS.......................................................58
3.4 LIMITAÇÕES DA PESQUISA................................................................................58
4 RESULTADO DA PESQUISA ..............................................................................60
5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES .............................................................70
REFERÊNCIAS .....................................................................................................................74
APÊNDICE A - FORMULÁRIO DE PESQUISA..............................................................80
8
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Paradigma cartesiano versus paradigma da sustentabilidade........................... 18
Figura 2 – Os cinco princípios do sistema de gestão ambiental (SGA)............................ 36
Figura 3 – Vantagens do sistema de gestão ambiental (SGA).......................................... 37
Figura 4 – Instituições de ensino superior em administração em Blumenau, SC............. 56
Figura 5 – População e amostra......................................................................................... 57
Figura 6 – Conceito de meio ambiente e gestão ambiental............................................... 67
9
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Instituições de ensino superior de administração em Blumenau, SC,
população e amostra...................................................................................... 60
Tabela 2 – Faixa etária dos alunos matriculados no último período dos cursos
de ensino superior de administração em Blumenau, SC............................... 60
Tabela 3 – Setores em que atuam os alunos matriculados no último período dos
cursos de ensino superior de administração em Blumenau, SC.................... 61
Tabela 4 – Como moram os alunos matriculados no último período dos cursos de ensino
superior de administração em Blumenau, SC............................................... 62
Tabela 5 – Importância atribuída ao racionamento dos recursos pelos alunos
matriculados no último período dos cursos de ensino superior de
administração em Blumenau, SC, e prática................................................... 63
Tabela 6 – Importância atribuída à separação do lixo pelos alunos matriculados
no último período dos cursos de ensino superior de administração em
Blumenau, SC, e prática................................................................................ 64
Tabela 7 – Outras atividades desempenhadas pelos alunos matriculados no último
período dos cursos de ensino superior de administração em Blumenau,
SC, que colaboram com a conservação ambiental......................................... 64
Tabela 8 – Existência de disciplina específica que trata da gestão ambiental nos
cursos de ensino superior de administração em Blumenau, SC.................... 65
Tabela 9 – Formas de Abordagem da Gestão Ambiental nos cursos de ensino
superior de administração em Blumenau, SC................................................ 66
Tabela 10 – Avaliação dos alunos matriculados no último período dos cursos de
ensino superior de administração em Blumenau, SC, a respeito do seu
entendimento quanto ao conceito de ambiente.............................................. 67
Tabela 11 – Avaliação dos alunos matriculados no último período dos cursos de
ensino superior de administração em Blumenau, SC, a respeito do seu
entendimento quanto ao conceito de gestão ambiental................................. 68
Tabela 12 – Avaliação por parte dos alunos matriculados no último período dos cursos
de ensino superior de administração em Blumenau, SC, a respeito da
importância das questões ambientais na formação do administrador.......... 68
Tabela 13 – Interesse dos alunos matriculados no último período dos cursos de ensino
superior de administração em Blumenau, SC, a respeito do resultado da
pesquisa que trata da Gestão Ambiental........................................................ 69
10
INTRODUÇÃO
O desenvolvimento da sociedade ao longo da história ficou marcado pelas tentativas
do ser humano em dominar a natureza, servindo-se dessa para produzir alimentos e expandir
as cidades, diante do crescente aumento populacional (CAPRA, 1995). Porém, atualmente a
sociedade tem vivido em um meio onde o cotidiano espelha certa complexidade que se
originou da diversidade de relações do indivíduo (não mais restrito aos círculos familiares e
comunitários), visto como parte de um ambiente social, cultural, econômico e político que
exige sua participação. Em função da evolução dos meios de comunicação e das novas facetas
da sociedade, surge uma sensibilidade geral em torno das questões sociais e ecológicas, dentre
outras (DONAIRE, 1995). A atuação social passa a ser vista como pretexto e conseqüência de
relacionamentos. O campo de confluência entre os ideais e os bens é a solidariedade social,
caracterizada como o fato de participar de um sistema simbólico (BOURDIEU, 2001).
Nesse contexto, observa-se que a atenção às questões ambientais (relações
conflitantes entre a atividade humana e o ecossistema), vem conquistando espaço nas
organizações, uma vez que o incremento da consciência ecológica em distintos setores da
sociedade envolve também o setor empresarial. Porém, não é possível afirmar que todos os
setores empresariais estão conscientizados da importância da utilização responsável dos
recursos naturais.
Nesse contexto, encontra-se a gestão ambiental, com atenção aos problemas
ambientais, desenvolvendo soluções e alternativas com base no conhecimento científico e
tecnológico, essenciais para os processos de decisões relacionadas às questões ambientais, que
despertam a partir da percepção de ameaça à vida humana diante da visível deterioração dos
recursos naturais, do aquecimento da temperatura global decorrente da emissão de efluentes
atmosféricos (efeito estufa), além da extinção de diversas espécies da fauna e da flora, dentre
outros.
Muitos países criaram leis ambientais ou restringiram as existentes, regulando
assim as atividades industriais, no que tange aos seus impactos sobre o solo, a água e o ar.
Para assegurar o cumprimento dessas leis, surgiram órgãos ambientais nos diversos níveis
governamentais. Por exemplo: nacional Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), estadual Fundação Estadual do Meio Ambiente
de Santa Catarina (FATMA) e municipal – Fundação Municipal de Meio Ambiente de
11
Blumenau (FAEMA). Observa-se também um aumento significativo na quantidade de
organizações não-governamentais (ONGs), agindo de modo crítico em relação às atividades
empresariais e governamentais, e um aumento no nível de conscientização em função da
evolução dos meios de comunicação. O próximo passo dessa evolução trata do surgimento
das normas de qualidade ambiental. Nesse contexto, muitas instituições pretendem atender
estas normas, e as empresas precisam de administradores capacitados para tal.
Deste modo, a atenção em buscar respostas aos problemas que são enfrentados não
pode ignorar a importância de questionar. Os avanços na tecnologia da informação promovem
o acesso a grandes quantidades de informações, com poder para atender aos mais diferentes e
complicados problemas. Com isso, o papel do administrador deixa de ser o de dar respostas, e
passa a ser o de questionar as equipes que devem estar capacitadas e com acesso às bases de
dados e de informações (DONAIRE, 1995).
Capra (1987), afirma que a sociedade está atingindo um ponto de mutação, onde os
paradigmas dominantes requerem uma transformação para que a evolução possa ter sua
continuidade, diante do risco da espécie humana provocar sua própria extinção. A forma de se
ver o mundo, indicada pela física moderna, é incompatível com a nossa sociedade atual, que
não apresenta um estado harmonioso de inter-relacionamento com a natureza. Para se alcançar
esse estado de equilíbrio dinâmico, sugere a necessidade de uma estrutura social e econômica
diferente, partindo de uma revolução cultural. Para o autor, a sobrevivência da nossa
civilização depende da capacidade de realizar tal mudança.
A seriedade das questões ambientais apresenta-se nas relações entra elementos que
impulsionam o desenvolvimento equilibrado da vida em todas as suas formas. A humanidade
está vivendo um momento em que os modelos influenciadores demandam uma mudança
radical, que permita a seqüência do desenvolvimento humano, criando um cenário em que a
difícil tarefa de educar indivíduos, futuros líderes e administradores, se torna, a cada dia, mais
complexa e menos previsível. Nesse sentido, a presente pesquisa visualiza a importância do
estudo das questões ambientais no contexto da responsabilidade social no ensino superior de
administração, e como resultado, buscou evidenciar a realidade nos cursos de ensino superior
de administração no município de Blumenau, SC, propondo a inserção desse tema no ensino
superior da administração.
12
1.1 PROBLEMA DE PESQUISA
A cada dia que passa, são maiores os problemas oriundos de impactos ambientais,
criando situações críticas para os recursos naturais. Nesse contexto, o termo impacto
ambiental deve ser compreendido como um desequilíbrio incitado por uma ação anti-
ecológica, fruto da ação humana sobre o meio ambiente. Como afirma Cruz (1998), os
impactos e problemas ambientais de toda ordem são simplesmente a materialização, no
espaço, das distorções e contradições presentes nas relações sociais.
Ao afirmar que o ser humano é quem provoca esse tipo de desequilíbrio, refere-se
tanto ao aparelho produtivo formado no decorrer da história da humanidade, quanto às ações
individuais de cada integrante desta. Nesse cenário, a sociedade absorve um importante papel
no acompanhamento desses processos, participando de atividades que busquem suavizar a
depredação, ações corretivas ou desenvolvimentos de sistemas de práticas preventivas
apropriados para dar maior qualidade de vida a si mesma.
Assim surge a discussão acerca das práticas sociais em um meio caracterizado pela
intensa degradação do meio ambiente, o que sugere a necessidade de se articular a promoção
e desenvolvimento da educação ambiental, chamando a atenção para o envolvimento da
capacitação profissional no meio universitário sob o ponto de vista da interdisciplinaridade
desenvolvendo a educação ambiental.
Nesse contexto, o problema dessa pesquisa consistiu em buscar argumentos teóricos
acerca da importância das práticas de gestão ambiental como forma de conservação do meio
ambiente e de como isso tem sido trabalhado no ensino de administração em Blumenau, SC,
de forma que possa ser compreendido como parte da responsabilidade social dos
administradores e das empresas. Diante dessa problemática, este estudo buscou responder a
questionamentos acerca da existência de conteúdos, em disciplinas específicas ou não, que
tratem da gestão ambiental nos cursos de administração das Instituições de Ensino Superior
dessa cidade, bem como do conhecimento e entendimento desse tema pelos formandos em
administração dessas instituições (alunos matriculados na ultima fase de seus respectivos
cursos), seja este oriundo ou não da prática do estudo acadêmico.
13
1.2 OBJETIVOS
1.2.1 Objetivo Geral
Investigar a temática da gestão ambiental no contexto da responsabilidade social no
ensino superior de administração de Blumenau, SC.
1.2.2 Objetivos Específicos
Os objetivos específicos traçados para esse trabalho são:
a) levantar o perfil dos alunos formandos em administração das Instituições de
Ensino Superior de Blumenau, SC;
b) levantar, nos cursos de administração, a existência de disciplinas específicas
acerca da gestão ambiental nas grades curriculares das Instituições de Ensino
Superior de Blumenau, SC;
c) verificar a presença de conteúdos que tratem da gestão ambiental nos planos de
ensino de outras disciplinas das grades curriculares das Instituições de Ensino
Superior de administração de Blumenau SC;
d) identificar o conhecimento sobre a gestão ambiental por parte dos alunos
formandos em administração das Instituições de Ensino Superior de Blumenau,
SC;
e) apurar a importância atribuída pelos alunos formandos em administração das
Instituições de Ensino Superior de Blumenau, SC, acerca da gestão ambiental na
formação do administrador;
f) analisar a temática da gestão ambiental nos cursos de administração nas
Instituições de Ensino Superior de Blumenau, SC, comparando às necessidades
profissionais do administrador.
14
1.3 PRESSUPOSTOS
Pressupõe-se que a prática da administração é desenvolvida, estudada e ensinada de
forma acadêmica, na educação superior, por meio das faculdades de administração, e que a
atenção às questões ambientais não estão sendo devidamente discutidas nessas escolas em
Blumenau, SC.
Pressupõe-se também que a inserção desse tema no meio acadêmico, nas faculdades
de administração, pode vir a contribuir para a promoção de uma gestão ambiental mais
adequada por parte dos futuros administradores, uma vez que o profissional em administração
é conceituado como aquele que cursou essa escola, e nela aprendeu o ofício de administrar.
1.5 JUSTIFICATIVA
A sociedade deseja que a utilização do ambiente seja eficaz e que os problemas
ambientais sejam enfrentados e fundamentados com responsabilidade. A responsabilidade
social e ambiental resume-se no conceito de efetividade como a capacidade de se atingir as
metas do desenvolvimento econômico-social. Dessa forma, a efetividade está relacionada à
satisfação das pessoas em relação ao atendimento das demandas sociais, econômicas, naturais
e culturais (DREHER, 2005).
Nesse cenário, a atitude de uma organização diante da responsabilidade social com
enfoque na gestão ambiental (relações com o ambiente) a cada dia está mais associada a sua
imagem. Portanto, a organização precisa atender as aspirações das partes interessadas
(funcionários, acionistas, investidores, fornecedores, clientes e a sociedade), uma vez que são
estes que viabilizam o crescimento e o desenvolvimento da mesma.
As forças externas que tratam da proteção do meio ambiente e do anseio pelo
desenvolvimento sustentável têm criado a necessidade de transformações na gestão das
organizações. Os responsáveis pela mudança no modo de gestão dessas organizações, são os
seus atuais ou futuros administradores, que quando profissionais especializados, passaram
pelas cadeiras universitárias dos cursos de graduação em administração. Assim, o tema desta
dissertação enfoca as discussões acerca da gestão ambiental sob o viés da responsabilidade
nos cursos de graduação em administração, que visa contribuir para uma nova percepção
15
desse mote, uma vez que a gestão ambiental está ligada de forma bastante estreita à
administração. Não como separar a qualidade de vida da qualidade ambiental, e um futuro
que não seja provido desses dois itens não é útil para a administração.
O administrador com conhecimento da gestão ambiental é um profissional dotado de
um diferencial para a visão de processos e ações estratégicas, promotores intrínsecos do
sucesso em administração, até porque não existe futuro para organizações desprovidas de
conscientização ambiental, seja pela variável da sustentabilidade, seja pela conscientização da
população.
As atenções ao meio ambiente estão inseridas no contexto de todas as
organizações, e essa pesquisa permitirá a discussão da gestão ambiental nas instituições de
ensino superior de administração, contribuindo para a comunidade onde estão inseridas.
Diante deste cenário, justifica-se a importância teórica e prática para o referido estudo, pois
somente a partir da pesquisa e constatação do nível de interesse e entendimento por parte dos
futuros administradores acerca das relações com o meio ambiente, que são inerentes às
atividades profissionais destes, é que se pode sugerir uma proposta de mudança e inserção,
caso as necessitem, das questões que tangem a gestão ambiental na formação do profissional
em administração.
1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO
O primeiro capítulo compreende a introdução, apresentando o problema da pesquisa
com suas questões e objetivos, partindo de um pressuposto e justificando a importância do
estudo da responsabilidade social com enfoque na gestão ambiental nos cursos de
administração em Blumenau, SC.
A revisão bibliográfica apresentada no segundo capítulo compreende uma coletânea
de discussões de diversos autores acerca da responsabilidade social e gestão ambiental no
ensino de administração no Brasil.
O terceiro capítulo apresenta o método da pesquisa, determinando a população e a
amostra que será utilizada, a forma de coleta e procedimentos para análise dos dados e as
limitações que cabem à referida pesquisa. O quarto capítulo apresenta os resultados da
pesquisa, o que orientou o estudo às conclusões dispostas no capítulo cinco.
16
2 REVISÃO DE LITERATURA
Nos últimos tempos, é percebida, uma crescente preocupação das entidades
governamentais, organizações e indivíduos a respeito do meio ambiente, saúde e segurança do
ecossistema que habitamos. Essa atenção, desprendida ao tema, resultou em uma tendência
que vem orientar as decisões a longo prazo tanto no setor privado quanto no público. Surge
então, novos valores ambientais e sociais em âmbito mundial, incluindo uma preocupação
global a respeito do futuro do planeta no que se refere aos seus recursos. Trata-se de um
considerável aumento no senso de responsabilidade social de cada indivíduo, baseando-se em
novas diretrizes de prudência e controle da poluição, além de intensificação da divulgação de
assuntos pertinentes ao meio ambiente, e a atuação ambiental das organizações empresariais e
industriais (DONAIRE, 1995).
Estes valores representam uma nova ética que ultrapassa o conceito de mera
conformidade com leis e regulamentações. São valores que exigem o desenvolvimento de
implantação de um sistema que considere os assuntos primordiais em meio ambiente (tais
como o gerenciamento da poluição), e também absorva estas novas preocupações
(CAJAZEIRA, 1998).
Os homens sempre coordenaram e cooperaram entre si para alcançar seus objetivos
de forma mais fácil e eficiente. O desenvolvimento tecnológico, unido à complexidade das
organizações, fizeram ser necessário desempenho mais especializado e para atender a esta
necessidade, foi preciso a utilização de princípios de administração, criando espaço para um
profissional que atenda essas exigências, e dentre elas a atenção às questões ambientais sobre
a óptica da responsabilidade social no desenvolvimento do profissional de administração
(TACHIZAWA, 2002).
Segundo Katz (1996, p. 67), “ao reconhecer relacionamentos e tomar conhecimento
dos elementos importantes em cada situação. O administrador deve, então ter condições de
agir de maneira a promover o bem estar geral de toda organização.” Porém, sabe-se que o
profissional de administração tem por tarefas a tomada de decisões e por meio de seus atos ele
precisa atingir os resultados com eficácia e eficiência, garantindo assim a efetividade na
organização.
17
2.1 RESPONSABILIDADE SOCIAL
Na forma habitual de se ver uma empresa, como instituição somente econômica, sua
responsabilidade se consolida nos esforços em aumentar os lucros e ao mesmo tempo reduzir
os custos. Esse cenário que predominava no passado, e ainda muitas vezes é exigido por
alguns setores empresariais mais conservadores, encontra posição em um ambiente estável e
que pode ser previsto (DONAIRE, 1995).
As organizações nos países ocidentais são decorrência da Revolução Industrial;
nesses países, apareceram os três grandes representantes da Escola Clássica, que
adotaram uma abordagem semelhante: como criar uma organização que, de forma
eficiente, atingisse seus objetivos. Taylor concentrou-se na análise do trabalho,
Fayol estabeleceu reflexões sobre a administração e controle e Weber analisou o
contexto social e os princípios que fundamentam as organizações (TACHIZAWA,
2002, p. 41).
As idéias desses três grandes pensadores não traçam linhas isoladas de estudo ou
conduta. Elas se complementam, resultando em diretrizes, que mesmo com o passar dos anos
não deixaram de ser referência para as empresas. Inicialmente esses paradigmas foram
imaginados somente para a atividade industrial, porém logo foram usados nas atividades
administrativas e adequados para empresas de serviços. Depois dessa explosão industrial,
seguida das inovações científicas e tecnológicas, surgiram os primeiros estudos acerca dos
resultados da poluição, abordados primeiramente sob a faceta da saúde dos trabalhadores
(TACHIZAWA, 2002).
Conseqüentemente, o desenvolvimento tecnológico obriga-se a atingir metas de
equilíbrio com a natureza, incrementando a sua capacidade de inovação, produzindo mais
riquezas com benefício social eqüitativo ao equilíbrio ecológico. Para esta visão, o conceito
de desenvolvimento sustentável vem apresentar pontos básicos que devem ser considerados,
de modo harmônico: o crescimento econômico, maior percepção com os resultados sociais
decorrentes e o equilíbrio ambiental na utilização dos recursos naturais (MEYER, 2000).
Callenbach (1993), afirma que é possível imaginar que os investidores e acionistas
façam cada vez mais o uso da sustentabilidade ecológica, substituindo o limitado critério
rentabilidade, como método para considerar o posicionamento estratégico de longo prazo das
empresas.
Neste novo modelo, Almeida (2002) salienta que o conceito é de integração e
interação, propondo uma nova forma de se ver e transformar o mundo. Essa forma nova é
baseada na comunicação entre diversos conhecimentos. No novo panorama sustentável
18
visualizado, uma atividade qualquer não pode ser pensada ou praticada separadamente, pois
tudo está inter-relacionado, em constante contato. Na figura 1, observam-se claramente
diferenças entre o velho e o novo paradigma.
CARTESIANO SUSTENTÁVEL
Reducionista, mecanicista, tecnocêntrico Orgânico, holístico, participativo
Fatos e valores não relacionados Fatos e valores fortemente relacionados
Preceitos éticos desconectados das práticas
cotidianas
Ética integrada ao cotidiano
Separação entre o objetivo e o subjetivo Interação entre o objetivo e o subjetivo
Seres humanos e ecossistemas separados,
em uma relação de dominação
Seres humanos inseparáveis dos ecossistemas,
em uma relação de sinergia
Conhecimento compartimentado e empírico Conhecimento indivisível, empírico e
intuitivo
Relação linear de causa e efeito Relação não’linear de causa e efeito
Natureza entendida como descontínua, o
todo formado pela soma das partes
Natureza entendida como um conjunto de
sistemas inter-relacionados, o todo maior que
a soma das partes
Bem-estar avaliado por relação de poder
(dinheiro, influência, recursos)
Bem-estar avaliado pela qualidade das inter-
relações entre os sistemas ambientais e sociais
Ênfase na quantidade (renda per capita) Ênfase na qualidade (qualidade de vida)
Análise Síntese
Centralização de poder Descentralização de poder
Especialização Transdisciplinaridade
Ênfase na competição Ênfase na cooperação
Pouco ou nenhum limite tecnológico Limite tecnológico definido pela
sustentabilidade
Figura 1 – Paradigma cartesiano versus paradigma da sustentabilidade.
Fonte: Almeida (2002).
É nesse ambiente que se torna possível o aparecimento de uma nova visão das
organizações, conhecida como Escola das Relações Humanas. Nela, defendia-se o
pressuposto de que as organizações não poderiam ser as máquinas conforme
definidas pela Escola Clássica. Todavia, não existia uma quebra total com os
princípios clássicos, e é nessa época que surge a preocupação com a
responsabilidade social no contexto das organizações (TACHIZAWA, 2002, p. 42).
O sistema capitalista, que tem sido mais freqüentemente encontrado na maioria das
nações, tem sofrido grandes e consideráveis mudanças. Percebe-se que o Estado está
assumindo a tarefa de regular os mercados e prestar os serviços essenciais (educação e saúde)
para os grupos mais desprovidos de recursos. Em contra-partida, percebe-se também que as
ações comunitárias por parte das organizações estão atuando em áreas que eram preenchidos
pelo Estado, pois os interesses corporativos estão começando a dominar, mesmo trazendo
prejuízos aos interesses particulares dos capitalistas. Dessa forma, o terceiro setor começa a se
instalar, composto por organizações sem fins lucrativos praticando ações sociais (OLIVEIRA,
2002).
19
Na década de setenta, o conceito de responsabilidade social, medido apenas dentro
da especificação legal, começou a ser reorientado dentro das organizações e resultou
em maior percepção e consciência do que está ocorrendo no ambiente dos negócios
em que a organização opera. Esse novo enfoque foi denominado consciência social e
tem-se consolidado cada vez mais no interior das organizações (DONAIRE, 1995, p.
23).
No Brasil, a Responsabilidade Social começou a ganhar destaque somente na década
de 70, após a criação da Associação dos Dirigentes Cristãos de Empresa (ADCE), juntamente
com o enfraquecimento do Estado do Bem-Estar Social. Porém, o entendimento do conceito
de responsabilidade social consolidou-se somente no final da década de 80. Muitos fatores
influenciaram esta consolidação, dentre eles: a campanha contra a fome, de Betinho; o
fortalecimento dos movimentos sociais; o aumento das condições de pobreza e da degradação
ambiental, que culminou com os movimentos impactantes da ECO
1
, dentre outros
(SILVEIRA, 2004).
Conscientização social é como se chama a disposição e habilidade de uma empresa
atender as expectativas e/ou pressões impostas pela sociedade. Esse conceito ultrapassa a
consistência do conceito de responsabilidade social antes discutido, que é aferido por meio de
valores morais de subordinação aos preceitos da lei. A conscientização social assume uma
posição mais abrangente, pois trata também o levantamento e a antecipação dos meios e
ferramentas para entender às questões sociais (DONAIRE, 1995).
A maneira de se conceituar a responsabilidade social é bastante genérica, e menciona
a ética como instrumento de direção das atividades e envolvimentos com as pessoas que
interagem com a empresa. Assim, as empresas conquistam o respeito das pessoas e das
comunidades que sofrem os impactos de suas atividades, à medida que assumem um caráter
ético e socialmente responsável (OLIVEIRA, 2002).
A expressão responsabilidade social suscita uma série de interpretações. Para alguns,
representa a idéia e responsabilidade ou obrigação legal; para outros, é um dever
fiduciário, que impõe às empresas padrões mais altos de comportamento que os do
cidadão médio. os que traduzem, de acordo com o avanço das discussões, como
prática social, papel social e função social. Outros a vêem associada ao
comportamento eticamente responsável ou a uma contribuição caridosa. Há ainda os
que acham que seu significado transmitido é ser responsável por ou socialmente
consciente e os que a associam a um simples sinônimo de legitimidade ou a um
antônimo de socialmente irresponsável ou não responsável (ASHLEY, 2003, p. 5).
2.1.1 Responsabilidade Social Empresarial
1
Conferência das Nações unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento
20
“A responsabilidade social das organizações diz respeito às expectativas econômicas,
legais, éticas, e sociais que a sociedade espera que as empresas atendam, num determinado
período de tempo” (DONAIRE, 1995, p. 20).
Um dos itens de atenção da responsabilidade social diz respeito às questões
ambientais inseridas no seu contexto e que, segundo Tachizawa (2002), sintetiza-se na
efetividade ao se alcançar os objetivos do desenvolvimento econômico social. A organização
pode ser considerada efetiva à medida que sustenta o seu caráter socialmente responsável. A
efetividade está diretamente ligada ao contentamento da sociedade, quanto à contemplação
das suas expectativas sociais, econômicas e culturais. Sabendo que as organizações existem
para atender necessidades sociais, e que para se desenvolver precisam manter bom
relacionamento com a sociedade, fica possível entender a seriedade da inclusão desse
indicador de desempenho nas organizações.
Uma outra definição de responsabilidade social trata do compromisso que uma
empresa deve assumir junto à comunidade, podendo ser representado por ações que a afetem
de modo amplamente positivo, ou especificamente a uma comunidade com ações coerentes e
proativas no que se refere ao seu papel especifico na sociedade. Ou seja, pode-se definir esse
tema como qualquer esforço ou ação em prol do progresso da qualidade de vida da sociedade
(ASHLEY, 2003).
A maneira como atualmente uma empresa é vista em relação ao seu ambiente tornou-
se mais complexa, que hoje ela é percebida como uma instituição sociopolítica. Essa nova
percepção é fruto da mudança conceitual de enfoque que vem acontecendo na sociedade e
trocando o enfoque do ponto de vista econômico para o social. Assim sendo, a maioria das
decisões internas da nova organização exigem que se leve em conta as expectativas oriundas
do ambiente externo, acrescentando às tradicionais considerações econômicas, disciplinas de
aspecto social e político (DONAIRE, 1995).
O empresariado tem interpretado a responsabilidade social como uma nova tática
para maximizar os lucros, potencializando o seu desenvolvimento. Essas inovações não tratam
um novo tema, mas sim um tema antigo (responsabilidade social), e que somente nos
últimos anos vem sido observado com a devida e crescente importância (ASHLEY, 2003).
Além disso, a sociedade está mais atenta ao comportamento ético das empresas, bem
como sobre a atuação de seu corpo de executivos, o que tem resultado em novas leis e
regulamentos que tentam melhorar o padrão ético das corporações provocando assim o
21
surgimento de novas posturas estratégicas. Os veículos de comunicação têm enfatizado sua
vigilância aos comportamentos não éticos das corporações, sejam públicas ou privadas, o que,
por um lado, tem sujeitado as empresas a um maior comprometimento e responsabilidade
social em sua atuação e, por outro lado, dificultando um aprimoramento em sua performance
econômica (DONAIRE, 1995, p. 16).
A responsabilidade social procura incitar o desenvolvimento e provocar a cidadania,
seja individual ou coletiva. A organização acumula ganhos sociais quando suas ações sociais
internas apresentam bons resultados, e externamente, vem acumular ganhos sociais como
reflexo de suas ações, promovendo assim credibilidade e confiança por parte de seus clientes.
Essa percepção dos clientes junto à empresa vem refletir em incremento nas vendas de seus
produtos e serviços (MELO NETO; FROES, 2001).
Nesse sentido, a responsabilidade social, integra-se ao desenvolvimento da
comunidade em que a organização está inserida, objetivando, inclusive, o bem-estar dos seus
colaboradores. Existem pesquisas que demonstram que a responsabilidade social está se
tornando um elemento decisivo para a evolução das empresas, e que faz parte do dia-a-dia
nas sociedades. Ou seja, a responsabilidade social transformou-se em uma nova ferramenta
para a vantagem competitiva das organizações. Atualmente, observa-se que está sendo
questionado tudo o que foi estudado, principalmente nas ciências sociais e aplicadas, pois o
conceito de responsabilidade social empresarial, que se torna mais emergente a cada dia que
passa, está sendo visto como uma demanda que as empresas que buscam sobreviver e se
desenvolver terão que atender para permanecer nesse meio cada vez mais globalizado. Os
governos estão diminuindo em tamanho, e abrindo a possibilidade das empresas cumprirem
uma importante função no desenvolvimento da sociedade. Nesse cenário, a filantropia tornou-
se uma aliada para a conquista de vantagem competitiva que atenda as organizações e seus
gestores (OLIVEIRA, 2002).
Responsabilidade social é um modo de conduzir os negócios da empresa de tal
maneira que a torne parceira e co-responsável pelo desenvolvimento social. A empresa
socialmente responsável é aquela que possui a capacidade de ouvir os interesses das diferentes
partes (acionistas, funcionários, prestadores de serviço, fornecedores, consumidores,
comunidade, governo e meio-ambiente) e consegue agrega-los ao planejamento de suas
atividades, buscando atender às demandas de todos e não apenas dos acionistas ou diretores.
Analisando esta definição, temos que responsabilidade social não é filantropia, pois,
historicamente, filantropia refere-se a ações individuais de apoio direto aos necessitados, ou
22
apoio financeiro às instituições de atendimento da população, e, no presente, encontramos
designações relacionadas com direitos, ações sociais, ações civis, cidadania, voluntariado,
terceiro setor e setor solidário (FRITZ, 1999).
Na prática, o Terceiro Setor representa muito mais do que organizações não
governamentais ou entidades de atividades filantrópicas. Este pode agregar ao seu escopo
também empresas, institutos e fundações que são responsáveis pelo chamado investimento
social privado (BUENO, 2003).
O amadurecimento da perspectiva e da vivência de que negócios e responsabilidade
social são compatíveis, necessários e possíveis, pode levar aos seguintes cenários: em curto
prazo, a crescente conscientização de que somos responsáveis pelo tipo de sociedade em que
vivemos e que, seja no papel de indivíduos, seja no papel de empresas, temos o poder de
escolher as prioridades sociais, ambientais e relacionais que desejamos concretizar; em médio
prazo, a viabilização de resultados em áreas críticas para o bem estar da coletividade,
suavizando os sintomas e formando novas lideranças com capacidade de enfrentar as causas
estruturais da desigualdade social e; em longo prazo, a formação de alianças entre empresas
públicas, privadas e não-governamentais para ações efetivas de cidadania e a transformação
de mentalidades vigentes (MAKRAY, 2000, p. 115-116).
Para os próximos tempos, considera-se essencial, para as organizações que
pretendam demonstrar diferencial, a participação das empresas em ações conjuntas em prol da
comunidade. Uma maneira de divulgar a sua ação social é por meio da publicação do balanço
social, a ser realizado juntamente com a publicação do balanço financeiro. O seu conteúdo
está representado por meio de seus indicadores. Indicadores sociais internos discorrem dos
gastos da relação entre a empresa e seus colaboradores, comparados com a folha de
pagamento bruta, ao passo que os indicadores externos de contribuição tratam apenas os
tributos pagos pela empresa juntamente com as ações relativas ao bem estar da comunidade,
comparando-os com o resultado operacional. Os indicadores referentes ao corpo funcional
relacionam dados sociais do departamento de recursos humanos da empresa. Já os indicadores
ambientais discutem os investimentos para prevenir de impactos no meio-ambiente e
recuperação de eventuais desgastes ambientais fazendo relação com o resultado operacional,
ao passo que os indicadores de responsabilidade social tratam do incentivo que a empresa
ao voluntariado entre seus colaboradores, e da escolha de fornecedores que assumam postura
que apure compromisso com valores éticos (OLIVEIRA, 2002).
23
Essa prática de cidadania por parte das empresas acaba refletindo no meio externo à
organização, por meio do aumento do reconhecimento da empresa por parte da comunidade.
Vale também acrescentar, que o reconhecimento interno (por parte dos colaboradores) é mais
importante que o externo, pois com o desenvolvimento de bem-estar pessoal fica mais fácil
para a organização atingir a efetividade em seu meio (OLIVEIRA, 2002).
Quando se trata do tema responsabilidade social, os tópicos ultrapassam os campos
do material e do racional. A opção de uma empresa (pessoa jurídica) pela atuação social pode
ser motivada por fatores que vão desde o interesse de negócios pura e simplesmente às
situações de solidariedade pura e simplesmente (NEVES, 1998).
Seja qual for o interesse, trata-se de aspectos psicológicos que envolvem tanto a
pessoa jurídica (benfeitor), como a pessoa física (público-alvo), que também opta por uma
empresa-cidadã, socialmente responsável e de natureza semelhante às suas motivações
(MACHADO, 1995).
As organizações e seus variados públicos encontram-se hoje em um contexto que é
sucessivamente afetado por uma dinâmica de mercado inovador, que exige, dentre outras
ações sociais, novas posturas diante das questões que tratam dos assuntos relacionados a
sustentabilidade do meio ambiente ecológico no qual o ser humano está diretamente inserido
(FERRARI, 2003). Donaire (1995, p. 20), acrescenta que o debate sobre a responsabilidade
social das organizações tem adeptos e adversários, reflete dimensões éticas e morais que
excedem os limites da organização, e acabam espelhando o comportamento e os valores da
própria sociedade em que essas organizações estão inseridas.
Responsabilidade Social Empresarial é a forma de gestão que se define pela relação
ética e transparente da empresa com todos os públicos com os quais se relacionam e
pelo estabelecimento de metas empresariais compatíveis com o desenvolvimento
sustentável da sociedade, preservando recursos ambientais e culturais para gerações
futuras, respeitando a diversidade e promovendo a redução das desigualdades sociais
(MORETTI, 2003, p. 8).
Os termos que orientam a prática de responsabilidade social não são permanentes:
eles mudam com o tempo. Hoje está claro que os termos do acordo moral existente entre as
organizações e a sociedade estão de fato sofrendo substanciais e importantes modificações. Os
novos termos desse acordo baseiam-se na visão de que as empresas, que tem finalidade
unicamente econômica, acabam acarretando alguns efeitos à sociedade ou à parte dela, que
representam um custo social para todos. Nesse sentido, o crescimento econômico não está
ligado, como antigamente se apregoava, ao progresso social. Em muitos casos, o crescimento
está afeto à deterioração física do ambiente, a condições insalubres de trabalho, exposição a
24
substâncias tóxicas, discriminação a certos grupos sociais, deterioração urbana e outros
problemas sociais. Esse novo conceito não elimina os anteriores. Na verdade o que ocorre é
que são inclusos novos termos a esse contrato entre sociedade e organizações. Esses termos
dizem respeito à redução dos custos sociais e a responsabilidade das organizações em
promover o desenvolvimento econômico, sem esquecer das melhorias sociais. Ou seja, a
responsabilidade social deve ser interpretada como um conceito ético provendo melhorias nas
condições de bem-estar social, associada às atividades produtivas e seu relacionamento com a
qualidade de vida na sociedade (DONAIRE, 1995).
Para Melo Neto; Froes (2001, p. 26), a “responsabilidade social é um estágio mais
avançado no exercício da cidadania corporativa.” E ainda para Melo Neto; Froes (2001, p.
29), “o exercício da responsabilidade social tem dois focos distintos: os projetos sociais e as
ações comunitárias.” Os projetos sociais são iniciativas desenvolvidas para encontrar as
soluções para os problemas sociais observados em grandes grupos sociais ou em situações de
alto risco. as ações comunitárias estão ligadas à participação da organização em promoções
sociais desenvolvidas pelo governo, entidades filantrópicas e comunitárias, ou pela união
dessas partes.
A empresa socialmente responsável assume uma postura proativa, ou seja, considera
responsabilidade sua buscar e implementar soluções para os problemas sociais.
Cultiva e praticam um conjunto de valores que podem ser explicitados em um
código de ética, formando a própria cultura interna e funcionando como referência
de ação para todos os dirigentes em suas transações (MARTINELLI apud ASHLEY,
2003, p. 11).
As organizações, por serem dotadas de grande capacidade de criação e geração de
recursos, são hoje consideradas agentes importantes para alavancar o desenvolvimento
econômico e o avanço tecnológico. Estão assim, desenvolvendo a prática da responsabilidade
social, objetivando atender essas necessidades, comprometendo-se com um padrão ético no
seu comportamento, que contribua para o desenvolvimento econômico. Dessa forma, a
empresa que passa a se preocupar com as suas ações, que inferem na sociedade, atuar também
como agente social no processo de desenvolvimento (OLIVEIRA, 2002).
A justificativa para o sentido de responsabilidade social por parte da empresa
fundamenta-se na liberdade que a sociedade concede à empresa para existir.
Podemos considerar a existência de um contrato social. Uma empresa, como outras
organizações legítimas, tem a liberdade de existir e trabalhar por um objetivo
legítimo. O pagamento dessa liberdade é a contribuição da empresa para com a
sociedade (DONAIRE, 1995, p. 20).
De acordo com Bacellar (2000), uma empresa assume responsabilidades que vão
além da geração de riquezas para seus acionistas, investidores e dirigentes, pois se agrega o
desenvolvimento social. Sua colaboração ao bem público não se restringe somente a geração
25
de empregos e pagamento de impostos - necessita comprometimento com a sociedade através
de ações duradouras que levem em conta o bem-estar da comunidade em que está inserida,
contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa.
A responsabilidade da empresa parte de um diagnóstico levantando a importância e o
poder da empresa na comunidade inserida. Essas empresas estão se tornando mais
dependentes das pessoas a cada dia que passa, e seu sucesso ou não, estão intimamente
atrelados à atuação das pessoas (consumidores, cidadãos, colaboradores, fornecedores, dentre
outros), que reagem de acordo com o modo que são tratadas (GRAJEW, 2000).
Esse novo ambiente empresarial estará a exigir dos gestores, um novo conceito de
responsabilidade em relação aos membros do corpo funcional da organização, cujas
expectativas incluem receber tratamento justo, ter participação no processo
decisório, além de ter instrumental apropriado para executar suas funções e poder
trabalhar em equipe (TACHIZAWA, 2002, p. 73).
Na verdade a responsabilidade social conceitua uma nova maneira de administrar os
negócios, e não deve ser tratada como uma atividade separada ou extraordinária à gestão do
empreendimento. A responsabilidade social se tornou indispensável para uma organização
que almeja sucesso (ou até sobrevivência), integrando os processos empresariais, e já se
alocando na sua infra-estrutura. A decisão de promover ações com responsabilidade já integra
um processo sistêmico, e sem retorno. É essa a alternativa levantada para a sobrevivência das
organizações e elemento essencial para o seu crescimento (GRAJEW, 2000).
A responsabilidade social intenta criar um sentimento de obrigação e compromisso
para com a sociedade. As empresas estão percebendo que não foram constituídas apenas para
produzirem bens ou serviços, e essa idéia orienta um comportamento que tem crescido
demasiadamente nos últimos tempos, com o intuito de acompanhar a evolução e mutação dos
valores da sociedade (DONAIRE, 1995).
Nesse contexto, a responsabilidade social pode assumir outras características,
envolvendo o público interno e externo, além do investimento na preservação ambiental, mas
não necessariamente criando privilégios para uma categoria em particular (ASHLEY, 2003).
A cada dia que passa as empresas (negócios) estão mais entrosados com seus clientes
e com o mercado financeiro. As empresas estão em contínuo aprendizado, buscando novos
conhecimentos, parceiros e tecnologias, assim como inovações nos métodos de gestão. Ou
seja, o empresariado tem poder para iniciar consideráveis transformações na sociedade
buscando oportunidades lucrativas para suas empresas, juntando fatores como criatividade,
persistência e sinergia com outros empreendedores. A responsabilidade social está se
26
desenvolvendo, por gestores de empresas de todos os portes, que conseguiram perceber que
através de seus atos, ocupam na sociedade, uma posição de responsáveis pela construção de
um mundo melhor (MAKRAY, 2000).
A responsabilidade social está se tornando parâmetro e referencial de excelência para
o meio empresarial. Para uma empresa ser socialmente responsável, precisa reconhecer e
tratar suas responsabilidades perante a sociedade, mediante estágios de evolução que vão
desde o nascimento da responsabilidade até a maturidade da mesma. No primeiro estágio, a
empresa ainda não assume a responsabilidade perante a sociedade e assim acaba não
promovendo o exercício da cidadania. No segundo percebe os impactos que seus produtos
ou processos provocam no meio em que operam e iniciam algumas ações no intuito de reduzir
seus impactos. No terceiro estágio a empresa desenvolve a sistematização de um processo de
avaliação dos impactos de suas ações, assumindo algumas questões de interesse da
comunidade. No quarto estágio, a organização adota uma postura ética, e percebe-se o
envolvimento das pessoas em esforços de desenvolvimento social. E por fim, no quinto, e
último estágio, o processo de avaliação de impactos está sistematizado, e a empresa tenta
visualizar e antecipar as problemáticas, liderando tanto ações de interesse da sociedade quanto
às do seu setor. Observa-se um estímulo às pessoas em trabalhos de desenvolvimento social
sistematizado, e percebe-se a existência de formas de avaliação implementadas para medir a
atuação da empresa no exercício da cidadania e no tratamento de suas responsabilidades
sociais (TACHIZAWA, 2002).
O quinto estágio - o mais avançado - pode ser considerado a meta que a organização
intenta atingir. A exemplo da ISO 9000 (qualidade), e da ISO 14000 (meio ambiente),
surgiram nos Estados Unidos às certificações sociais. Essas certificações têm a finalidade de
provar que a empresa não só adota procedimentos internos corretos, como também investe em
ações não lucrativas, que podem ser em áreas diferentes do seu segmento de atuação. Em
1997 foi criada a certificação AS 8000, pelo
The Council Economic Priorities Accreditation
Agency (Cepaa) Essa certificação atesta a não ocorrência de ações anti-sociais no ciclo de
produção da empresa. Após dois anos foi criada a AA 1000, pelo Institute of Social and
Ethical Accountability, procurando aumentar o universo a ser avaliado, monitorando interação
empresa-comunidade. Não ainda no Brasil, instituições credenciadas para as certificações
AS 8000 e AA 1000, porém temos organizações realizando auditorias e premiando empresas
que promovem atos de cidadania. Um delas é o Instituto Ethos, que inspirado no sistema ISO,
27
desenvolve indicadores sociais, segmentando-os em temas sociais envolvendo desde valores e
transparência até a relação governo/sociedade (TACHIZAWA, 2002).
A norma SA 8000 surgiu da fusão entre as convenções OIT (Organização
Internacional do Trabalho) e da ONU (Organização das Nações Unidas), com os sistemas de
gestão do sistema ISO 9001 (qualidade) e ISO 14001 (meio ambiente) Porém a norma SA
8000 difere das demais nos seus sistemas de gestão, objetivando minimizar os impactos da
globalização (OLIVEIRA, 2002).
Segundo Tachizawa (2002), os indicadores do Instituto Ethos são bastante parecidos
com os utilizados nos processos de certificação social AS 8000 e AA 1000, concentrando suas
avaliações em três áreas das empresas: os processos produtivos, as relações com a
comunidade e as relações com seus colaboradores. As avaliações relacionadas aos processos
produtivos prevêem itens que vão desde o respeito aos direitos humanos até a natureza do
produto ou serviço gerado pela empresa. as relações com a comunidade estudam a
integração das empresas com os problemas sociais, e suas ações para a solução dos mesmos.
E ainda as relações com os empregados, que prevêem todas as relações do colaborador com a
empresa, observando os benefícios, a qualidade de vida no trabalho e ações por parte da
empresa para o aumento da empregabilidade.
Os adeptos à prática de responsabilidade social chamam a atenção para o fato de que
se as expectativas da sociedade estão mudando, as organizações precisam se adaptar para
satisfazê-la. Assim, o aumento dos lucros não pode ser visto em um contexto de curto prazo.
No curto prazo, essa atenção com a responsabilidade social pode resultar em um lucro menor,
porém, tende a se converter em maior garantia de continuidade da lucratividade e
sobrevivência da organização (DONAIRE, 1995).
Para uma empresa ser socialmente responsável deve produzir artigos de qualidade,
respeitando sempre o consumidor, pois se estima que se souberem que a empresa promove
atos de cidadania (investimentos na comunidade, respeito ao meio ambiente, desenvolvimento
da honestidade e transparência), estes vão orientar suas escolhas considerando essas
qualidades observadas (GRAJEW, 2000).
Atualmente, serviços e produtos de qualidade, preços de padrão mundial e marketing
inteligente deixaram de ser diferenciais competitivos. É necessário que as empresas
possuam todas essas características e ainda façam com que as pessoas se
identifiquem com a sua marca e tenham satisfação em se relacionar com a
organização ou trabalhar no seu negócio (OLIVEIRA, 2002, p. 7).
28
A função das organizações tem se desenvolvido assumindo maior cobertura e
valorização das problemáticas sociopolíticas, tornando mais complexas as tarefas dos
administradores. Toda essa preocupação da influência do ambiente já é um fato antigo.
Muitos autores e pesquisadores tem estudado os processos e as reações percebidas no
ambiente, com o intuito de classificar a natureza e as características do ambiente que rodeia a
organização. E conforme esses autores, comparando empresas em diferentes mercados, se
percebe dois problemas organizacionais básicos. Trata-se da diferenciação e da integração
empresarial. A diferenciação representa a segmentação da organização, dividindo-a em
subsistemas, áreas funcionais ou departamentos. Cada uma dessas partes desempenha uma
tarefa especializada dentro de um contexto ambiental que por sua vez também é
especializado. Esses subsistemas necessitam dirigir-se a um ponto comum para atingir os
objetivos empresariais especificados, resultando no processo de integração. Dessa forma,
concentrando-se nesses dois itens (diferenciação e integração), as organizações vão se
aproximando do perfil exigido pelo ambiente, aumentando também a sua capacidade de
sobreviver às mudanças de expectativas da sociedade perante as mesmas (DONAIRE, 1995).
A responsabilidade social, quando interpretada como uma estratégia, possibilita o
desenvolvimento de uma nova cultura interna na empresa, podendo ser integrada na gestão
das atividades cotidianas. Esse excesso de definições para a responsabilidade social vem nos
provar que as idéias, conceitos e práticas sobre esse tema ainda estão em desenvolvimento e
aprimoramento, emergindo freqüentemente como tema para polêmicas discussões (ASHLEY,
2003).
Não existem regras e receitas prontas para os gestores adotarem um novo contexto
organizacional. Da mesma forma, a existência de múltiplas dimensões de mudança
exigirá um reposicionamento dos profissionais de administração ao novo paradigma
da era pós-industrial (TACHIZAWA, 2002, p. 77).
O maior desafio mercadológico que será enfrentado nos próximos anos é a
conciliação harmônica entre três aspectos que, mesmo sendo muitas vezes conflitantes, não
são excludentes. São esses aspectos: a obtenção de lucros para as empresas; a satisfação do
consumidor e; a preservação do interesse público (KOTLER, 1996).
Certamente, para atender essas expectativas, as empresas sofrerão impactos nos seus
objetivos econômicos, porém, se a sociedade considera importantes essas expectativas, as
instituições não encontrarão outro caminho a seguir, diferente de se munir de recursos que
lhes sustentem no atendimento dessas exigências. Todas essas mudanças com enfoque social e
político no meio empresarial, agregado ao resultado do impacto que criou na administração
29
das empresas, acabou por mudar a maneira dos gestores administrarem seus
empreendimentos, redefinindo o padrão comportamental que a sociedade espera dos
administradores no exercício da gestão de seus negócios (DONAIRE, 1995).
Para Donaire (1995), é evidente que muitos empresários não aceitam essa forma de
pensar (e agir), discordando da idéia que o ambiente político-social afeta o desempenho das
empresas. Porém, percebe-se que essa mudança tem afetado o modo de gerir das
organizações, visto que os gestores dessas corporações terão que desenvolver, no que tange a
tarefa de administrar, novas habilidades para compreender e se adaptar à conjuntura social e
política do ambiente externo.
Quando uma empresa adota a prática do comportamento social, acaba descobrindo
que não existe um modelo padronizado para ser seguido, pois cada organização é donatária de
um conjunto de variáveis com características próprias e com inúmeros campos de ação. O
início se por uma decisão individual ou de um grupo de pessoas, que optam por agir pela
coletividade, assumindo um desafio social tentando compreendê-lo para assim minimizá-lo.
Acreditam essas pessoas, ou grupos, que essa ação é mais frutífera do que esperar que o
governo ou qualquer outro órgão social tome as devidas providências. Assim que se adota
essa postura, a ação passa a ser participativa, pois surgem pessoas (de dentro ou de fora da
empresa, diretamente ligadas a ela ou não) que também querem compartilhar desse processo,
surgindo assim equipes de esforços sinérgicos resultando idéias inovadoras e complementares
para as soluções efetivas (MAKRAY, 2000).
Nesse contexto, define-se a inclusão na cultura e nos processos da empresa, como a
parte mais relevante, vista dentro de um contexto interno de valores e atitudes, que refletem a
visão de cidadania empresarial adotada pela empresa. Com essa perspectiva, se determina
como os clientes (internos ou externos) se comportarão ao trabalhar e projetar a identidade da
organização na comunidade. Não para copiar ou adaptar essa linha de valores e atitudes de
outras empresas. É preciso refletir o quanto está desenvolvida a consciência dos colaboradores
da empresa e a intenção de aprimorar suas atitudes no dia-a-dia da empresa, sob o enfoque da
responsabilidade social (MAKRAY, 2000).
O outro ponto importante levantado e que merece atenção é o fato de que quando as
empresas assumem essa posição, conseguem conquistar boa imagem institucional, o que pode
trazer consigo, dentre outros benefícios, mais clientes, aumentando as vendas, conquistando
melhores colaboradores e fornecedores, além de facilitar o acesso ao mercado de capitais. O
motivo pelo qual as organizações devem contribuir para a solução das questões sociais, não é
30
apenas o fato dela poder ter sido a criadora das mesmas. Elas devem assumir essa postura,
também porque são dotadas de talento gerencial, especializações técnicas e disponibilidade de
recursos e de materiais, considerados elementos de grande valia na administração desses
problemas. Concluindo, esse comprometimento das empresas com as questões sociais pode
vir a resultar em oportunidades de negócios. Esse posicionamento impõe à Alta
Administração a obrigatoriedade de direcionar as ações essenciais no campo social, que se
devem originar no topo das organizações (TACHIZAWA, 2002)
A responsabilidade social é um importante fator de mudança nas empresas. E por
meio da mudança do comportamento empresarial podemos promover mudanças
sociais que levarão o nosso país a uma prosperidade econômica social e justa. O
impacto que uma empresa exerce sobre a sociedade pode ser percebido não apenas
quando ela abre uma nova planta industrial, modificando o espaço urbano e o meio
ambiente, gerando mais empregos ou pagando impostos, que se revertem em
benefícios sociais. A publicidade de seus produtos ou serviços influencia as pessoas
porque eles são condutores de valores e de padrões de consumo (GRAJEW, 2000, p.
46).
Desta maneira, a responsabilidade social corporativa representa o comprometimento
constante dos empresários em seguir um comportamento ético, contribuindo para o
desenvolvimento econômico, e ao mesmo tempo melhorando a qualidade de vida de seus
empregados, suas famílias, a comunidade local e da sociedade como um todo (ALMEIDA,
2000).
2.2 GESTÃO AMBIENTAL
Conforme o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE),
as micro e pequenas empresas estão conscientes da importância de se trabalhar dentro de
um modelo ambientalmente mais saudável. Assim, além de gerar maiores lucros financeiros,
também cria uma boa imagem no mercado, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida
e a saúde de seus funcionários e da população em geral. Nesse contexto, um sistema de gestão
ambiental é usado como ferramenta que possibilite à empresa controlar constantemente os
efeitos ambientais de todo o seu processo de produção, desde a escolha da matéria-prima até o
destino final do produto e dos efluentes líquidos, sólidos e gasosos, fazendo com que ela tenha
sua operação do modo mais sustentável possível (SEBRAE, 2006)
O estudo da gestão ambiental é uma atividade muito recente. Antes de desenvolver
regulamentações ambientais, as questões do meio ambiente eram preocupações de gerentes
ambientais especializados, engenheiros e pessoal técnico, com uma série de antecedentes
31
profissionais e gamas de responsabilidade. As cobranças nos termos da lei no campo
ambiental eram muito restritas, e as regulamentações destinadas à aquisição de licenças e
cumprimento de rotinas de monitoração eram relativamente limitadas em seu desígnio
(TIBOR, 1996).
A gestão ambiental empresarial aplica-se a empresas e instituições, podendo ser
definida como um conjunto de políticas, programas e práticas administrativas e operacionais
que consideram a saúde e a segurança das pessoas, e o amparo ao meio ambiente por meio da
extinção ou redução de choques e avarias ambientais, advindo do adequado manejamento em
empreendimentos ou práticas empresariais, considerando todas as etapas do ciclo de vida do
produto (QUEZADA,1998).
E complementando, como encontrado em Fundação Estadual de Engenharia do Meio
Ambiente (FEEMA), de maneira mais específica, a gestão ambiental é definida como uma
tentativa de avaliar valores e limites das perturbações e alterações que quando em excesso
retardam a recuperação do meio ambiente, de forma a maximizar a recuperação dos recursos
do ecossistema natural para o homem, garantindo assim sua produtividade prolongada e de
longo prazo (FEEMA, 1991).
Viterbo Júnior (1998) define a gestão ambiental como sendo o modo que uma
organização administra as relações entre as suas atividades e o meio ambiente que as acolhe,
com atenção nas expectativas das partes interessadas, ou seja, é a parte da gestão pela
qualidade total. Nessa situação, o foco da gestão ambiental não é o meio ambiente, mas sim a
empresa, exigindo uma mudança em seus produtos, processos e serviços no intuito de se
buscar a redução nos impactos ambientais por eles causados.
Para Souza (2000), a gestão ambiental pode ser definida como um conjunto de
premissas que busca harmonizar o desenvolvimento e a qualidade ambiental, por meio do
estudo e acompanhamento da capacidade suporte do ambiente e das necessidades
determinadas pela sociedade como imprescindíveis à sua sobrevivência. Torna-se então
necessário o uso de recursos e ferramentas desenvolvidas pela legislação e ditados pela
política ambiental, além dos instrumentos próprios e ações da sociedade, todos esses capazes
de ressaltar a sua verdadeira importância.
Lanna (1995) afirma que a gestão ambiental é um processo de articulação das ações
dos diferentes agentes sociais que interagem em um determinado local, objetivando, com base
em princípios e diretrizes previamente definidos, assegurar às especificações do meio
32
ambiente a adequação dos meios de exploração dos recursos naturais, econômicos e
socioculturais.
Para Barbieri (2004), a gestão ambiental reporta-se às diretrizes e atividades, tanto
administrativas quanto operacionais, tais como, planejamento, direção, controle, alocação de
recursos e outras atividades desempenhadas com o objetivo de se obter resultados positivos
sobre o meio ambiente reduzindo ou eliminando os impactos causados pelas ações humanas
e/ou evitando que estes venham a surgir.
Segundo Valle (1996) a gestão ambiental vem representar um conjunto de medidas e
procedimentos (ações individuais ou coletivas) bem definidos e que adequadamente aplicados
assumem o objetivo de minimizar e controlar os impactos introduzidos por um
empreendimento sobre o meio ambiente (ecológico). E para Tibor (1996), uma razão pela
qual a gestão ambiental está se tornando mais sistêmica se deve ao custo geral da produção
ambiental. Existem custos relacionados à conformidade, às regulamentações e a um passivo
associado com problemas ambientais, como multas e sanções criminais.
Schenini (2005) afirma que os aspectos ambientais são elementos das atividades
organizacionais (produtos ou serviços), que podem interatuar com o meio ambiente, gerando
impactos no ar, água, solo, fauna, flora, ou até mesmo ao próprio ser humano suas inter-
relações com a comunidade. Assim, o levantamento dos aspectos ambientais pode ser
desenvolvido por meio de três regimes operacionais:
a) normal – as atividades ou equipamentos estão em operação rotineira para a
atividade fim;
b) anormal – as atividades ou equipamentos estão fora da operação para a atividade
fim (paradas, partidas, manutenções e reformas);
c) de risco as atividades ou equipamentos estão em situação de risco, não
programada, com potencial para gerar acidentes e danos ao meio ambiente.
Valle (1996, p. 41) cita que “a Gestão Ambiental requer, como premissa, um
comprometimento da alta direção da empresa e de seus acionistas com o estabelecimento de
uma Política Ambiental clara e definida que irá nortear as atividades da organização com
relação ao meio ambiente.” A Política Ambiental da organização precisa transmitir o seu
comprometimento com o meio ambiente de maneira formal, assumindo compromisso com a
sociedade, deixando claras suas intenções e princípios em relação a seu desempenho
ambiental (VALLE, 1996).
33
A gestão ambiental é vista como um contínuo processo de adaptação através do qual
as organizações definem seus objetivos e metas quanto à proteção do meio ambiente com
olhos na saúde de seus colaboradores, clientes e comunidade. É por meio dela que escolhe
estratégias e meios para alcançar seus objetivos em um determinado período através de uma
constante avaliação de sua interação com o meio ambiente. Dessa forma, a abordagem
conceitual vem envolver uma visão holística deste processo (SEIFFERT, 2005).
De acordo com Tibor (1996) empresas proativas têm liderado o estabelecimento de
um novo paradigma para a gestão ambiental, mudando-o de uma função complementar para
uma que seja parte do planejamento estratégico e das operações de uma empresa. O sistema
de gestão ambiental está se tornando menos voltado para a conformidade aos regulamentos e
mais voltado para a estratégia.
Contando ainda com Valle (1996), o ciclo de atuação da Gestão Ambiental, para que
seja eficaz, deve cobrir, portanto, desde a fase de concepção do projeto até a eliminação
efetiva dos resíduos gerados pelo empreendimento depois de implantado, durante toda sua
vida útil. Deve também assegurar a melhoria contínua das condições de segurança, higiene e
saúde ocupacional de todos os seus empregados e um relacionamento sadio com os segmentos
da sociedade que interagem com esse empreendimento e a empresa. Conforme SEBRAE
(2006) não existem incompatibilidades entre um empreendimento rentável e uma gestão
ambiental adequada. A prática tem demonstrado que empresas mais bem controladas têm seus
custos reduzidos devida a alguns fatores:
a) Utilizam menos matéria prima;
b) Consomem menos energia;
c) Consomem menos água,
d) Reduzem a produção de resíduos e;
e) Reutilizam, reciclam ou vendem resíduos.
Em uma empresa, o resultado da gestão ambiental é a melhoria do desempenho da
mesma. Sua utilidade é muito abrangente, capaz de conter, dentre outros, os seguintes pontos:
impedir o desperdício, diminuir, reciclar, reutilizar e aprimorar os elementos encontrados no
meio ambiente (água, energia, matéria prima, insumos, solo, etc) obtendo assim melhor
otimização tanto econômica quanto ambiental (DONAIRE, 1995).
34
A gestão ambiental é um processo que não pode sofrer solução de continuidade, pois
ações isoladas e esporádicas não formam um processo. O planejamento é um recurso utilizado
na gestão ambiental e nesse contexto, as questões ambientais devem fazer parte do
planejamento estratégico das organizações. As ações isoladas não resolvem os impactos
ambientais provocados pelas indústrias (COIMBRA, 2002).
Poluição é desperdício, ou seja, é decorrente de aspectos críticos ou falhos em seus
processos produtivos. Assim, os custos de controle da poluição podem ser compensados com
o aumento da produtividade pelo uso correto dos recursos. Eliminando esses pontos críticos, a
empresa pode vir a obter ganhos no incremento da produtividade, dos recursos e de sua
imagem, e agregar assim vantagem competitiva (conforme figura 3) por assumir maior
participação no mercado (vantagem competitiva). Segundo o autor, a empresa estaria gerando
economia ao eliminar os gastos oriundos da eliminação dos resíduos de seu processo
produtivo (PORTER, 1998).
O termo impacto ambiental ficou definido, segundo a ISO 14001, como “qualquer
modificação do meio ambiente, adversa ou benéfica, quer resulte, no todo ou em parte, dos
aspectos ambientais da organização” NBR ISO (2004).
2.2.1 Sistema de Gerenciamento Ambiental - SGA
Um Sistema de Gerenciamento Ambiental (SGA), pode ser definido como um
conjunto de procedimentos para gerir ou administrar uma organização, de forma a obter o
melhor relacionamento com o meio ambiente. Segundo Almeida (2000), existem cinco
princípios num SGA, conforme ilustrado na figura 2.
A identificação dos impactos ambientais é uma etapa de muita importância no
processo de implantação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA), que pode ser definido
como um conjunto formado pela estrutura organizacional, responsabilidades, práticas,
procedimentos, processos e recursos necessários para implantar e manter o gerenciamento
ambiental (NAHUZ, 1995).
Um sistema de gestão ambiental corresponde à parte de um sistema integral de
gestão que fornece o ordenamento e a consistência para que as organizações abordem suas
preocupações ambientais, por meio da alocação de recursos, definição de responsabilidade e
35
avaliação contínua de práticas, procedimentos e processos, destinados a desenvolver,
implementar, atingir, analisar criticamente e manter a política ambiental estabelecida pela
empresa. Trata-se de uma estrutura organizacional que deve ser periodicamente monitorada e
analisada criticamente, para que as atividades ambientais da organização possam ser dirigidas
com eficácia, respondendo às mudanças de fatores internos e externos (NBR ISO 14001).
Segundo Hemenway (1995), um Sistema de Gerenciamento Ambiental, é aquele
aspecto da estrutura administrativa global da organização que endereça o impacto imediato e
em longo prazo de seus produtos, serviços e processos no meio ambiente. Fornecem ordem e
consistência nas metodologias organizacionais através da alocação de recursos, definição de
responsabilidades e avaliação contínua de práticas, procedimentos e processos.
Moura (2004), afirma que um dos primeiros passos que uma organização deve tomar,
antes de iniciar a implantação de um SGA consiste em avaliar a atual situação da mesma no
que se refere ao seu desempenho ambiental, realizando um levantamento e descrição da
situação, pois conhecer os aspectos ambientais da empresa vem responder a questão de onde
ela se encontra nesse contexto.
Para o encaminhamento adequado de um sistema de gestão ambiental, todo o quadro
de colaboradores da empresa precisa ter em mente uma série de tarefas e atribuições, sendo
algumas de cunho geral e outras específico. Quezada (1998) apresenta algumas das tarefas e
atribuições da gestão ambiental empresarial.
a) Definição da política ambiental;
b) Determinação dos objetivos e metas;
c) Definição da estrutura funcional
d) Alocação dos recursos qualificados;
e) Organização do banco de dados ambientais;
f) Estruturar o sistema de coleta de dados ambientais;
g) Medir e registrar os dados ambientais coletados;
h) Redigir relatórios para as áreas críticas;
i) Levantar as leis, normas e regulamentações ambientais;
j) Realizar vistorias em unidades críticas;
k) Desenvolver e implantar programas de gerenciamento ambiental;
36
l) Treinar e conscientizar os colaboradores;
m) Divulgar informações e resultados para mídia;
n) Reavaliar os impactos ambientais nos termos legais para implantação, operação,
ampliação ou desativação;
o) Redigir relatórios de desempenho;
p) Promover ações corretivas;
q) Realizar auditorias ambientais.
OS CINCO PRINCÍPIOS DO SGA
1. Conheça o que deve ser feito. Assegure o comprometimento da empresa e defina sua política de meio
ambiente.
2. Elabore o Plano de Ação para atender aos requisitos de sua política ambiental.
3. Assegure condições para o cumprimento dos objetivos e metas ambientais e implemente as ferramentas
de sustentação necessárias.
4. Realize avaliações qualiquantitativas periódicas do desempenho ambiental da empresa.
5. Revise e aperfeiçoe a política de meio ambiente, os objetivos e metas ambientais e as ações
implementadas para assegurar a melhoria contínua do desempenho ambiental da empresa.
Figura 2 – Os cinco princípios do SGA.
Fonte: Almeida (2000).
Nesse caso, um Sistema de Gestão Ambiental pode ser visto como uma estrutura de
organização, a ser continuamente monitorada e renovada, visando fornecer orientação efetiva
para as atividades ambientais de uma organização, em resposta a fatores internos e externos
em alteração (AMBIENTEBRASIL, 2004).
Para DYLLICK et al (2000, p.24), a idéia central embutida em um SGA é simples: as
organizações devem estar em condições de controlar os efeitos ambientais de suas próprias
atividades e reduzir sistematicamente os impactos ambientais causados.
Essa é a única maneira de impedir altos gastos com recuperação ambiental ou com
ações urgentes no intuito de adaptar-se às exigências dos órgãos públicos, clientes ou até
mesmo da sociedade. Um pré-requisito para isso, não para a área ambiental, é o uso de um
sistema de gestão apropriado, que contribua na atividade de identificar os problemas
ambientais e agir com as medidas necessárias para superá-los (DYLLICK et al., 2000).
Afirma Almeida (2000), que o SGA, muitas vezes, ajuda a gerenciar os resíduos
de uma melhor forma. Ter um SGA não significa que a empresa não irá poluir, pois muitos
37
continuam gerando resíduos e efluentes. Para Abreu (1997), são necessária as seguintes etapas
para a implementação de um SGA:
a) Política ambiental (na qual se define a política ambiental da empresa);
b) Planejamento (na qual se estabelece, a partir da identificação dos impactos
ambientais da empresa, e um plano de gestão ambiental);
c) Implementação e operação (na qual se implementa e se operacionaliza o plano de
gestão ambiental definido anteriormente);
d) Verificação e ação corretiva (na qual se mede, monitora e avalia o desempenho
ambiental da empresa);
e) Análise crítica do SGA pela administração (na qual se avalia criticamente o
SGA, visando identificar novos caminhos para a empresa atingir uma melhoria
contínua do seu desempenho ambiental).
VANTAGENS DO SGA
DIFERENCIAL COMPETITIVO
Melhoria da imagem.
Aumento da produtividade.
Conquista de novos mercados.
MINIMIZAÇÃO DE CUSTOS
Eliminação dos desperdícios.
Conquista da conformidade ao menor custo.
Racionalização da alocação dos recursos
humanos, físicos e financeiros.
MELHORIA ORGANIZACIONAL
Gestão ambiental sistematizada.
Integração da qualidade ambiental à gestão
dos negócios da empresa.
Conscientização ambiental dos funcionários.
Relacionamento da parceria com a
comunidade.
MINIMIZAÇÃO DOS RISCOS
Segurança legal.
Segurança das informações.
Minimização dos acidentes e passivos
ambientais.
Minimização dos riscos dos produtos.
Identificação das vulnerabilidades.
Figura 3 – Vantagens do Sistema de Gestão Ambiental (SGA).
Fonte: Almeida (2000).
Para Valle (1996, p. 41), “a partir de sua Política Ambiental, expressa por diretrizes e
normas internas que deverão ser de conhecimento de todos os seus empregados diretos,
prestadores de serviço e colaboradores em geral, a empresa deve estabelecer seu planejamento
ambiental”. Este autor apresenta algumas ações necessárias ao planejamento:
a) Manter um sistema de gestão ambiental que garanta que suas atividades estejam
em conformidade com a legislação vigente e padrões determinados pela empresa
(na ausência de uma legislação específica, a empresa deverá pautar-se pelas
melhores práticas de proteção ambiental disponíveis);
38
b) Estabelecer e manter um comunicação permanente com seus colaboradores e
comunidade, objetivando o aperfeiçoamento de ações ambientais conjuntas;
c) Educar e treinar seus colaboradores para que sempre ajam de forma
ambientalmente correta;
d) Exigir que seus fornecedores tenham produtos e componentes com qualidade
ambiental compatível com a de seus próprios produtos;
e) Desenvolver pesquisas e apoiar a adoção de novas tecnologias que minimizem
os impactos ambientais contribuindo para a redução do consumo de recursos e;
f) Garantir que seus efluentes estejam sendo transportados corretamente, e em
segurança até o destino estabelecido, de acordo com as boas práticas e leis
ambientais.
2.2.2 Normas ambientais
Para a certificação ambiental de uma empresa, é necessário o cumprimento da norma
ISO 14001. O conceito da melhoria contínua encontrado nessa norma objetiva estimular o
aperfeiçoamento contínuo do Sistema de Gestão Ambiental, após assegurar que esteja
inteiramente implantado (VALLE, 1996).
A
International Organization for Standardization (Organização Internacional de
Normatização) é uma federação mundial, composta por órgãos membros de vários paises, que
objetiva orientar a criação de normas internacionais, que atenda a todos os setores. No Brasil,
a representante da ISO é a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). A ISO 14000
trata de normas genéricas em permanente desenvolvimento, criadas para oferecer uma
estrutura para gerenciar os impactos ambientais oriundos da suas atividades. Essas normas são
de dois tipos: diretriz e especificação. Com exceção da ISO 14001, todas as normas da série
são de diretriz. Ou seja, ao tratar-se da ISO 14001, reporta-se a documentos descritivos,
diferentemente das demais que tratam de requisitos prescritivos. As empresas registram-se na
ISO 14001, por ser a norma de especificação que oferece um modelo de Sistema de
Gerenciamento Ambiental. A ISO 14001 - Especificação do Sistema de Gerenciamento
Ambiental, é a norma utilizada para avaliar os sistemas de gerenciamento ambiental nas
39
empresas. Essa é a norma pela qual os sistemas de gerenciamento ambientais serão julgado
(HEMENWAY, 1995).
O termo meio ambiente segundo a ISO 14001, ficou entendido como as cercanias na
qual uma organização opera (incluindo ar, água, terra, recursos naturais, flora, fauna, seres
humanos e suas inter-relações). Ou seja, o meio ambiente compreende desde o microambiente
da organização até o sistema global (macroambiente) (TIBOR, 1996).
A
International Organization for Standardization (ISO) oficializou em 1996, as
primeiras normas da série ISO 14000. Esta série se baseia na BS-7750 e tem o objetivo de
formar diretrizes para a implementação de sistemas de gestão ambiental, em qualquer atividade
econômica que possa inferir no meio ambiente, e para a avaliação e certificação destes sistemas,
com metodologias aceitas internacionalmente (AVIGNON, 1995).
Para Dyllick et al., (2000), a norma ISO 14001 apresenta princípios comuns à série
ISO 9000 com relação ao sistema de gestão. Uma comparação entre os elementos de ambos
os sistemas de gestão mostra que, para o cumprimento das exigências, são requeridos, muitas
vezes, os mesmos tipos de procedimentos. Porém por causa dos objetivos e organizações
divergentes de ambos os sistemas, resultam diferentes exigências de conteúdo na constituição
do sistema.
A NBR ISO 14.001 apresenta os requisitos de um sistema, ou seja, o que a empresa
deve fazer para assegurar estar protegendo o meio ambiente, entretanto, a maneira de
implementar esses requisitos (o como), é uma escolha da empresa (SEBRAE , 2006).
Tibor (1996), salienta que um aspecto ambiental é definido na ISO 14001 como um
elemento das atividades, produtos e/ou serviços de uma organização que possam interagir
com o meio ambiente. Uma observação a essa definição define um aspecto ambiental
significativo como um aspecto ambiental que tenha ou possa ter um impacto ambiental
significativo. Fica a cargo da organização identificar os aspectos ambientais de seus produtos,
processos e serviços ao estabelecer um sistema de gestão ambiental.
Nesse contexto, o ensino superior tem importante, porém muitas vezes esquecido,
papel na construção da visão de um futuro sustentável como realidade, pois são nas
instituições de ensino superior que a maioria dos profissionais que desenvolvem, dirigem,
gerenciam, ensinam, trabalham e influenciam as organizações da sociedade, deveriam ter
dado início ao processo de conscientização ecológica (SECONDNATURE, 2006).
40
2.3 ENSINO SUPERIOR DE ADMINISTRAÇÃO
A história comprova que as grandes nações de hoje tiveram no ensino superior o
alicerce para o seu desenvolvimento. O século XXI será o século do conhecimento, e o
cérebro das pessoas passará a valer mais do que o que elas tem abaixo de seus pés
(ROSSATO, 1998).
Para Domingues (2003), nas décadas de 50 e 60 surgiram os primeiros cursos de
graduação em Administração no Brasil, e ficaram marcados em função da influência de
profissionais de nível superior que até aquele momento eram escolhidos para funções
gerenciais. A experiência profissional foi o fundamento das generalizações ensinadas sob a
forma de princípios, que representavam a primeira tradição no ensino de administração,
denominada tradição profissional. no começo da década de 70, essa tradição começou a ser
vista como algo ultrapassado, pois o padrão passou a ser ditado pelas traduções da literatura
especializada americana, que se baseava em pesquisas acadêmicas, orientadas de forma
científica. Assim surge uma nova fase assinalada pelo intercâmbio entre pesquisadores de
universidades americanas e alunos brasileiros de pós-graduação, formando assim uma
segunda tradição no ensino de administração, desta vez denominada tradição acadêmica.
A discussão acerca o ensino superior no Brasil vem sendo objeto de inúmeras
pesquisas destacando-se, no âmbito dessas análises, a expansão desse nível de ensino,
principalmente na segunda metade da década de sessenta. A política de criação de cursos
isolados que foi implementada no país a partir de 1808, com a instalação dos primeiros cursos
superiores no Rio de Janeiro, sofreu influência ideológico-cultural francesa de orientação
positivista, o que certamente contribuiu para o atraso na criação de universidades. Assim, a
primeira universidade no Brasil ocorreu em 1920, criada pelo governo federal. Trata-se da
Universidade do Rio de Janeiro (DOURADO, 2001).
Na década de cinqüenta foram criadas a Escola Brasileira de Administração Pública,
a Escola Brasileira de Administração de Empresa de São Paulo e a Fundação Getulio Vargas
que realiza seu primeiro curso intensivo formando sua primeira turma em 1958. A ampliação
dos cursos de graduação em administração está vinculada a uma idéia de desenvolvimento
econômico relacionado com o contexto histórico que se insere na contradição entre um
projeto nacional e a formação monopolista do capital (COVRE, 1991).
41
Mesmo no campo da Administração, quando analisada a evolução do pensamento
administrativo, os conhecimentos mais aproveitados pelas organizações são aqueles que
nasceram após a introdução da ciência nos estudos administrativos (CHIAVENATO, 1993).
A evolução dos cursos de administração pode ser vista como um agente de mudança
e desenvolvimento na formação social brasileira. Assim, é preciso buscar condições e
motivações para a criação dos mesmos. Essas motivações estão inseridas no caráter de
especialização e na crescente utilização das técnicas, tornando indispensável formação de
profissionais para as diferentes funções de controlar, analisar e planejar as atividades
empresariais. Com isso, para tornar-se um bom profissional, o administrador deve ter plenos
conhecimentos de disciplinas das diversas áreas como: economia, direito, sociologia,
marketing, relações humanas, administração financeira, contabilidade, entre outras, além de
participar de vários projetos de pesquisa e extensão (COVRE, 1991).
Para Andrade (2001), o contexto para a formação do administrador no Brasil
começou a obter delineamento mais claro na década de quarenta, pois a partir desse período,
acentua-se a mão-de-obra qualificada e, por conseqüência, a profissionalização do ensino de
administração. O autor afirma que:
“O desenvolvimento de uma sociedade, até então, basicamente agrária que passava
gradativamente a ter seu pólo dinâmico na industrialização, colocou como problema
à formação de pessoal especializado para analisar e planificar as mudanças
econômicas que estavam ocorrendo, assim como incentivar a criação de centros de
investigação vinculados à análise de temas econômicos e administrativos.”
(ANDRADE, 2001, p. 13).
De acordo com Andrade (2001), a Fundação Getúlio Vargas (FGV) representa a
primeira e mais importante instituição que desenvolveu o ensino de administração.
Atualmente, de acordo com o MEC/INEP a maior parte dos alunos egressos de Cursos de
Administração provém de Instituições particulares e o total de matriculados representa a
significativa parcela de 12,5% do total de alunos em cursos superiores no País.
Covre (1991), salienta que a evolução desses cursos se apresenta como um aspecto
do desenvolvimento do espírito modernizante, ou seja, na mudança e desenvolvimento da
formação social brasileira é que se deve buscar as condições e as motivações para a criação
desses cursos. Essas motivações estão relacionadas com o caráter de especialização e com o
crescente uso da técnica, tornando imperativa a necessidade de profissionais para as distintas
funções de controlar, analisar e planejar as atividades empresariais.
Com as mudanças econômicas, um novo acontecimento acentuou a tendência à
profissionalização do administrador. Andrade (2001) indica que a regulamentação dessa
42
atividade ocorreu na metade da década de sessenta, pela Lei Nº. 4.769, de 09 de setembro de
1965. No Art. 2º diz: A atividade profissional de Administrador será exercida, como profissão
liberal ou não, mediante: a) pareceres, relatórios, planos, projetos, arbitragens, laudos,
assessoria em geral, chefia intermediária, direção superior; b) pesquisas, estudos, análise,
interpretação, planejamento, implantação, coordenação e controle dos trabalhos nos campos
da Administração, como administração e seleção de pessoal, organização e métodos,
orçamentos, administração de material, administração financeira, administração
mercadológica, administração de produção, relações industriais, bem como outros campos em
que esses desdobrem ou aos quais sejam conexos. O Art. 3º, afirma que o mercado do
profissional seria privativo dos bacharéis em Administração, diplomados no Brasil. Isso veio
ampliar um vasto campo de trabalho para a profissão do administrador.
Entende-se que o perfil do administrador de hoje, é o de um eterno aprendiz, capaz
de levar o seu aprendizado para o ambiente das organizações. Para sobreviver às mudanças
contínuas que ocorrem no ambiente empresarial, é necessária a mudança do perfil do
administrador que, além de uma formação técnico-científica, necessita ter uma formação
humanística, interdisciplinar e sistêmica, levando a aprendizagem para todos os níveis
organizacionais, através de novas Tecnologias de Informação, introduzindo, portanto, uma
nova concepção de administração nas organizações (KATZ, 1990).
A história dos cursos de administração no Brasil data de um tempo muito recente,
principalmente ao ser comparada com a história desses cursos nos Estados Unidos, pois lá,
esse tipo de curso teve seu início no final do século XIX, mais precisamente em 1881 com a
criação da
Wharton School. Anos após, em 1941, iniciou-se o ensino de administração no
Brasil, mas em contrapartida, os EUA já estavam formando cerca de 50 mil bacharéis por ano
em administração, sem contar os quatro mil mestres e 100 doutores, que também se
graduavam anualmente nessa área (ANDRADE; AMBONI, 2002).
Andrade (2001) indica que a regulamentação dessa atividade ocorreu na metade da
década de sessenta, pela Lei Nº. 4.769, de 09 de setembro de 1965, determina em seu Art.
que a atividade profissional de Administrador será exercida, como profissão liberal ou não,
mediante: a) pareceres, relatórios, planos, projetos, arbitragens, laudos, assessoria em geral,
chefia intermediária, direção superior; b) pesquisas, estudos, análise, interpretação,
planejamento, implantação, coordenação e controle dos trabalhos nos campos da
Administração, como administração e seleção de pessoal, organização e métodos, orçamentos,
administração de material, administração financeira, administração mercadológica,
43
administração de produção, relações industriais, bem como outros campos em que esses
desdobrem ou aos quais sejam conexos. Nesse contexto, o artigo da Lei 4.769/65, que
regulamentou a profissão de administrador, definiu os campos que devem ser privativos do
Administrador. São eles:
a) Administração Financeira;
b) Administração de Material;
c) Administração de Marketing;
d) Administração Orçamentária;
e) Administração da Produção;
f) Administração de Recursos Humanos e;
g) Analise de processos empresariais (organizações e métodos).
Covre (1991) cita que o ensino da administração está relacionado ao processo de
desenvolvimento do país, intensificando-se após a década de sessenta, com a expansão do
ensino superior, onde o ensino da administração está inserido. Este processo de
desenvolvimento foi marcado por dois momentos históricos distintos: O primeiro, pelos
governos de Getúlio Vargas, por meio de projeto de caráter nacionalista; e o segundo, pelo
governo de Juscelino Kubitschek, através de um projeto de desenvolvimento associado,
caracterizado pelo tipo de abertura econômica de caráter internacionalista. Este último
apresentou-se como um ensaio do modelo de desenvolvimento adotado após 1964. Neste
período, o processo de industrialização acentuou-se, sobretudo devido à importação de
tecnologia norte-americana.
O crescimento do ensino superior, em especial o de administração, é decorrente da
relação que existe, entre esta expansão e o tipo de desenvolvimento econômico adotado após
1964, apoiado na tendência para a grande empresa. Neste contexto, tais empresas, equipadas
com tecnologia complexa, com um crescente grau de burocratização, sentiram a necessidade
de profissionais de nível superior para trabalhar com essa nova realidade que emergia
(ANDRADE; AMBONI, 2002). A década de 70 ficou marcada pela expansão dos cursos do
ensino superior, e a faculdade de administração ocupou lugar de destaque nesse processo, pois
se caracteriza em um dos cursos que mais se desenvolveu nesse período. O modelo de
desenvolvimento daquele contexto apontou a necessidade do administrador profissional,
gestor do capital (COVRE, 1991).
44
A crescente expansão do ensino superior que ocorreu após 1964, se efetivou pelo
incremento no setor privado e pelo número de vagas das instituições de ensino superior
federais e particularmente, pela ampliação das fundações de natureza pública e privada, o que
deu a essa política um caráter de massificação do ensino em contraposição à sua
democratização. No âmbito das iniciativas de natureza pública, ressalta-se o período
compreendido entre 1964 e o final da década de setenta, uma expansão contida, resultado da
política educacional da liberação de vagas e contenção de despesas. Nesse meio, o ensino
privado se multiplicou em dois níveis: universidades e faculdades isoladas (DOURADO,
2001).
Para Andrade; Amboni (2002), o surgimento da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e a
criação da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (USP)
marcaram o ensino e a pesquisa de temas econômicos e administrativos no Brasil,
colaborando com o processo de desenvolvimento econômico do país. Essas instituições
dominaram o segmento de instituições de ensino de administração e em seguida foram
tomadas como referência para o desenvolvimento desses cursos. Tinham como objetivo a
formação do profissional de administração a partir do sistema escolar. Este processo ficou
ainda mais acentuado com a regulamentação da profissão, ocorrida na metade dos anos
sessenta (1965), quando o acesso ao mercado profissional tornou-se exclusivo aos portadores
de títulos expedidos pelo sistema universitário.
O ensino de Administração está cada vez mais sendo solicitado, quando se observam
pré-requisitos para o sucesso profissional e das organizações, tais como competitividade,
qualidade e parcerias. Para Arantes (1998), a principal tarefa do administrador é ter idéias que
contribuam para os resultados da empresa e aplicá-las, inovando e mudando, assumindo riscos
e responsabilidades intrínsecas a essas inovações e mudanças, assumindo compromisso e
responsabilidade pela contribuição de sua área de responsabilidade para os objetivos
empresariais. Por ser o administrador um tomador de decisões, atualmente, além de todas as
exigências, é preciso que o mesmo desenvolva a noção de responsabilidade social, pois é ele
que detém uma visão holística da empresa e sabe exatamente onde, quando e como agir,
focado em resultados, garantindo a sobrevivência e permanência da organização no mercado.
2.3.1 Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Administração
45
As Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Administração
apresentam as medidas que devem ser observadas pelas Instituições de Ensino Superior em
sua organização curricular, representada pelo seu projeto pedagógico, que além da clara
concepção do curso de graduação em Administração, com suas peculiaridades, no seu
currículo pleno e sua operacionalização, abrangerá elementos estruturais tais como os
objetivos do curso, as cargas horárias das atividades, os modos de se realizar a
interdisciplinaridade e a integração entre teoria e prática, além das formas de avaliação, dentre
outros (BRASIL, 1996).
Para as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Administração,
o referido curso deve promover a capacitação e a aptidão do formando, para que o mesmo
compreenda as questões científicas, técnicas, sociais e econômicas da produção e de seu
gerenciamento. Esses itens devem ser analisados nos níveis graduais do processo de tomada
de decisão, para o desenvolvimento de um gerenciamento qualitativo e adequado, que revele a
absorção de novas informações, propiciando flexibilidade intelectual e adaptabilidade
contextualizada na lida com situações diversas nos vários segmentos do campo de atuação do
administrador (BRASIL, 1996).
Segundo as Diretrizes Curriculares dos Cursos de Graduação em Administração,
emitida pela
Câmara de Educação Superior, o curso de graduação em administração deve criar
condições para a formação de um profissional que apresente algumas competências e
habilidades, tais como (BRASIL, 1996):
a) Distinguir e definir problemas;
b) Equacionar soluções;
c) Analisar e agir estrategicamente;
d) Agir de forma preventiva;
e) Compartilhar conhecimentos;
f) Desempenhar o processo da tomada de decisão e;
g) Desenvolver capacidade para elaborar, implementar e consolidar projetos, dentre
outros.
Dessa forma, os cursos de graduação em Administração terão a obrigação de
considerar conteúdos que demonstrem inter-relações com a realidade em seus projetos
pedagógicos e em sua organização curricular, de acordo com uma perspectiva histórica e
46
contextualizada de sua aplicabilidade no campo das organizações por meio da utilização de
tecnologias inovadoras que, conforme as Diretrizes Curriculares dos Cursos de Graduação em
Administração, atendam aos seguintes campos interligados de formação (BRASIL, 1996):
a) Conteúdos de formação básica;
b) Conteúdos de formação profissional;
c) Conteúdos de estudos quantitativos e suas tecnologias e;
d) Conteúdos de formação complementar.
Essa diretriz especifica que o estágio curricular supervisionado é um item do
currículo voltado à concretização da atuação profissional desejada, essencial ao perfil do
formando em administração. Esse estágio pode ser realizado na própria instituição de ensino,
por meio de laboratórios que agrupem as diversas ordens práticas correspondentes aos
diferentes pensamentos das ciências da administração (BRASIL, 1996).
Assim,
as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Administração,
de acordo com a LDB (Lei de Diretrizes e Bases), procuram assegurar uma organização
curricular concatenando com o projeto político-pedagógico, assegurando flexibilidade para
formar profissionais aptos a atuarem no mercado de trabalho
(BRASIL, 2005).
2.3.2 A Gestão Ambiental nas Diretrizes Curriculares
Analisando-se a questão ambiental nas Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de
Graduação em Administração, observou-se que as orientações para o desenvolvimento da
aprendizagem não determina a discussão da interdependência entre o homem e o ambiente em
disciplinas isoladas, ou seja, não qualquer inferência direta acerca da gestão ambiental em
seu escopo. Porém existem artigos e parágrafos que incitam questões sociais, permitindo que
sejam explorados conceitos de valores e ética em caráter de interdisciplinalidade, que
aceitariam a compreensão do conceito de gestão ambiental, permitindo sua abordagem
curricular.
Essas diretrizes determinam que o conteúdo deve compreender cinco áreas de
estudos interdependentes: a) sociais, artísticos e de investigação científica; b) administrativos,
47
gerenciais, organizacionais e estratégicos; c) econômicos, financeiros, mercadológicos e de
relações internacionais; d) quantitativos; e e) transversais – tratando de motes que despertem a
consciência do administrador em relação ao grupo e o meio social em que está inserido
(SOUZA; DREHER; DOMINGUES).
As referidas diretrizes sugerem a contemplação de projetos pedagógicos em
organização curricular que revelem inter-relações com a realidade, de acordo com um enfoque
histórico e contextualizado de sua capacidade de aplicação na esfera das organizações e do
meio fazendo uso de tecnologias inovadoras e que consigam atender aos conteúdos de
formação básica, profissional, estudos quantitativos e suas tecnologias ligadas à administração
e de formação complementar, que trata de estudos opcionais de caráter transversal e
interdisciplinar para a construção de um melhor perfil do formando em administração. E nesse
contexto, a gestão ambiental, nada mais é do que um tema transversal aos tópicos estudados
no referido curso. Trata-se de um tema importante à qualquer cadeira que discorra acerca de
estudos, como os de empreendedorismo, por exemplo, pois é algo aplicável e necessário a
qualquer organização, contextualizando sua aplicabilidade junto a preocupação mundial
voltada às relações do homem com o meio ambiente (BRASIL, 1996).
Outro item citado discorre em seu contexto, da necessidade de conteúdos que
tratem das ciências jurídicas. Normalmente apresentam-se em disciplinas tais como
Instituições de Direito, Direito comercial, empresarial e internacional, dentre outras. Esse item
pode ser contemplado com a presença de uma cadeira que estude a legislação ambiental,
conhecimento indispensável à qualquer empreendedor ou gestor organizacional (BRASIL,
1996).
A referida diretriz discorre também de que o curso de graduação em administração
precisa propiciar uma formação profissional que revele uma série de competências e
habilidades. Dentre elas, “reconhecer e definir problemas, equacionar soluções, pensar
estrategicamente, introduzir modificações no processo produtivo, atuar preventivamente,
transferir e generalizar conhecimentos e exercer, em diferentes graus de complexidade, o
processo da tomada de decisão”. A diretriz orienta que o aluno de administração deve
aprender a pensar e agir de forma crítica sobre o campo da produção, entendendo sua posição
e função na estrutura produtiva sob seu domínio e gestão. Esse item engloba algumas das
disciplinas que comumente são ministradas nos cursos de administração e que podem
discorrer de temas transversais que atendam aos quesitos da gestão ambiental,tais como: ética,
48
gestão da produção, planejamento estratégico, processo decisório, dentre outras (BRASIL,
1996).
Vale salientar, que houve uma recente resolução impondo uma reformulação dos
cursos de administração, referente à forma, concepção filosófica, metodologia e definição do
que fazer e de como fazer no curso. Esses princípios apresenta-se como referência de
orientação para realizar as adequações necessárias (BRASIL, 2005).
A autonomia e a liberdade para ensinar e aprender estão mais acessíveis a partir das
propostas consagradas pela LDB, em especial no que trata dos temas transversais
concretizando os fundamentos para uma docência com liberdade de expressão de idéias e
ideais, ensinando e aprendendo a arte, o saber, a cultura, o pensamento, o pluralismo de idéias
e as diferentes e divergentes concepções pedagógicas, permeando o processo educativo no
ensino das ciências (BRASIL, 1996).
2.4 ENSINO DA GESTÃO AMBIENTAL
Conforme a Lei 9.795, de 27 de abril de 1999, que dispõe sobre a educação
ambiental, conceitua-se educação ambiental os processos através dos quais o indivíduo e a
coletividade determinam valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências
com vistas à conservação do meio ambiente e do uso comum do povo, essencial à boa
qualidade de vida e sua sustentabilidade (BRASIL, 1999).
Nesse contexto, a educação ambiental é vista como elemento fundamental e
permanente da educação nacional, devendo estar presente de forma articulada, em todos os
níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não-formal, objetivando o
desenvolvimento de uma compreensão integrada do meio ambiente em suas múltiplas e
complexas relações, envolvendo aspectos ecológicos, psicológicos, legais, políticos, sociais,
econômicos, científicos, culturais e éticos (BRASIL 1999).
49
2.4.1 Ensino da Gestão Ambiental nas Instituições de Ensino Superior
A tensão ambiental tornou-se um complexo desafio para a sociedade. Além de
soluções técnicas, para o confronto desse desafio, faz-se necessário também a adoção de
soluções em níveis educacionais, que tragam mudanças de hábitos, valores e ações. Portanto,
as discussões acerca do meio ambiente podem ser um espaço de luta política e social pela
emancipação, pela superação do estado de exploração, invisibilidade e marginalização em que
vive a maior parte da sociedade (Leroy et al., 2002).
Santos; Sato (2001) afirmam que a formação de diversos profissionais é um fator-
chave para vencer a crise planetária. Dessa forma, a necessidade da formação ambiental dos
profissionais que, por sua atividade, interferem de alguma maneira na qualidade do meio
ambiente é urgente, pois a qualidade do meio ambiente assegura a qualidade de vida em uma
sociedade. Nesse contexto, ao abordar conteúdos de forma fragmentada e isolada de um
contexto sistêmico, a universidade, perde a capacidade de pensar os problemas concretos se
afastando cada vez mais da realidade que está em processo constante de mutação.
De acordo com Bursztyn (2001) o mote meio ambiente, acatado como apoio para se
afrontar o desafio do desenvolvimento sustentável, atinge à universidade a partir de contextos
departamentalizados. O adjetivo ambiental surge atrelado a distintas disciplinas, tais como:
engenharia ambiental, direito ambiental, educação ambiental, sociologia ambiental, etc
A educação ambiental deve permear todas as disciplinas do currículo e atividades
educacionais, respeitando os diferentes contextos e não descartando, experiências diversas.
Inicialmente essa disciplina poderia envolver a elaboração/coordenação de projetos
inter/multidisciplinares, em forma de cooperativa (LEONARDI, 1997). A Lei 9.795 sobre
educação ambiental diz que os docentes precisam receber formação complementar em suas
áreas de atuação, para atender adequadamente ao cumprimento dos princípios e objetivos da
Política Nacional de Educação Ambiental (BRASIL, 1999).
Certamente, a educação, por si só, não resolve os problemas ambientais. Esta, em
médio prazo, representa a estratégia principal na constituição e prática, tanto dos princípios da
sustentabilidade, quanto da direção da construção das sociedades sustentáveis. Segundo
Santos e Sato (2001), muitos debates ocorreram para debater o papel da universidade,
buscando ligações epistemológicas que permitissem a inclusão da educação ambiental no
50
ensino superior. Esses estudos demonstram que toda visão de desenvolvimento que não apóie
seus anseios nas condições sociais, econômicas, ou culturais, não atingirá seus objetivos.
A nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), Lei 9.394, que
trata das finalidades do ensino superior, dentre outros, enumera oito incisos como sendo as
finalidades da educação superior, porém nenhum trata da questão ambiental. Contudo, revela
que a educação superior tem por desígnio formar diplomados nas diferentes áreas de
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no
desenvolvimento da sociedade brasileira.
Castro (2000), diz que a universidade é o local mais indicado para contribuir com a
mudança da realidade ambiental. Por ser um espaço institucional de muita importância para a
produção do conhecimento, deveria estar à frente das transformações. Porém, esta evolui
vagarosamente, não desempenhando todo o seu papel no sentido de permitir a mudança da
realidade ambiental. A universidade deve incorporar a busca de soluções ambientais em suas
pesquisas, pois o atraso da produção do conhecimento e da transmissão desse conhecimento,
pode prejudicar as novas gerações, tornando-se mais comprometedor quando existem cursos
para formação de professores que serão difusores dos conhecimentos adquiridos.
Diante desta situação, surge a necessidade de se consolidar as políticas ambientais
que devem conduzir para um programa de desenvolvimento total. E que este atenda aos
objetivos da sociedade incorporando a dimensão ambiental nos processos de formação dos
homens desde cedo por meio dos diversos modos, formas e níveis educacionais inserido em
uma ampla concepção de educação contínua e permanente. E é nesse cenário que a
universidade absorve uma importante função (SORRENTINO, 1995).
Novo (1999), chama a atenção para o fato de que a universidade, por ser formadora
de profissionais, e que estes virão a ter uma incidência sobre os modelos de desenvolvimento,
deveria ter maior participação na busca de soluções para os problemas ambientais. Diz o
autor, que a universidade deve assumir a responsabilidade em formar cidadãos capazes de
interpretar os problemas socioambientais e contribuir com respostas pertinentes a eles. Dessa
forma precisaria ser mais do que um lugar para a simples aquisição de conhecimento, indo
além de uma simples atividade acadêmica. Destaca ainda que a universidade objetiva, dentre
outros, a formação de pessoas capazes de idealizar fins e de atuar de forma coerente acerca da
realidade, e entre esses fins, certamente, encontra-se a sustentabilidade.
51
Entretanto, para que se possa interpretar esses problemas e encontrar as respostas,
torna-se necessário que a educação em todos os seus níveis esteja em sintonia com esses
problemas. Segundo Leff (1999), a educação para o desenvolvimento sustentável requer
novas orientações, conteúdos e práticas pedagógicas, onde se cruzem as relações de produção
do saber e os processos de circulação, transmissão e disseminação do conhecimento
ambiental. Surge então a necessidade de serem incorporados os valores ambientais e os novos
paradigmas do conhecimento na formação de docentes quanto à educação ambiental e
desenvolvimento sustentável.
Leonardi (1997) afirma que a universidade absorve um importante papel na formação
ambiental dos profissionais que está inserindo no mercado, precisando incorporar a dimensão
ambiental nos seus objetivos, conteúdos e metodologias. Espera-se que os profissionais que a
universidade está formando sejam capazes de atuar em grupos multidisciplinares e em ações
interdisciplinares através de uma visão mais abrangente da realidade.
Segundo Giordan; Souchon (1997), existem vários meios de colocar em prática a
interdisciplinaridade. Um modo seria a reformulação dos conteúdos disciplinares, onde
ocorreria uma revisão dos conteúdos, onde o docente identificaria, inicialmente, os conceitos
chaves de sua disciplina mais importantes em relação aos problemas de gestão dos recursos. A
segunda forma seria a convergência disciplinar onde os docentes estabelecem uma
complementaridade entre as suas disciplinas, de modo que um tema iniciado por uma
disciplina viria a ser retomado em outra. a terceira forma é denomidada pedagogia
transdisciplinar, onde supõe-se romper por completo a compartimentalização disciplinar
tradicional, pois, todas as disciplinas se põem a serviço de um projeto comum, funcionando
como uma unidade de integração. Uma forma de se trabalhar de modo interdisciplinar seria
inserir o mote ecologia em todas as disciplinas, abrindo espaços nos currículos para a temática
ambiental, em seguida criar vínculos informais e formais com outras disciplinas e
completando, provocar a reformulação das disciplinas.
Nos cursos de ensino fundamental e médio fica fácil seguir as sugestões dos autores
antes citados, porém, na universidade as disciplinas sob a tutela de especialistas, não mantém
ligações entre si, tornando assim mais complexo esse processo. De acordo com Morin (2001),
a reforma do pensamento requer uma reforma na universidade, que incluiria uma
reorganização geral para a formação de faculdades, departamentos ou institutos destinados às
ciências que fazem uso de uma união multidisciplinar em torno de um núcleo organizador
sistêmico, assim como a ecologia, por tratar-se efetivamente de uma ciência que têm por
52
objeto não uma área ou setor, mas sim um sistema complexo: o ecossistema e, mais
amplamente, a biosfera.
Muitas vezes a educação ambiental (vista como uma teoria com boas intenções e más
estratégias), se encontra em um dilema, pois é desejada por todos, mas não está
institucionalizada. Para Leonardi (1997), a educação ambiental deve sair do discurso,
aprofundar sua ação e arrebanhar novos aliados sem perder o foco em seus objetivos. Para
Layrargues (2000), diante da ineficácia desta prática educativa, surge o desafio de incorporar
à educação ambiental novos conceitos que venham a tratar das novas realidades.
Calvo; Franquesa (1998) dizem que a forma humana de viver é insustentável.
Acreditam que devamos caminhar em outras direções, trabalhando com propostas abertas em
um processo de experimentação em que há a necessidade da participação ativa e a imaginação
criadora de todos e de cada indivíduo.
A universidade é um local privilegiado, e que pode colaborar com a geração de uma
cultura que incentive práticas favoráveis em relação ao ambiente. Assim, Garcia; Vergara
(2000) propõem critérios para introduzir e trabalhar o conceito de sustentabilidade no ensino
fundamental, médio e superior. Esses critérios podem ser aplicados em qualquer modelo
didático que o docente utilize em aula, porém, modelos de origem construtivistas são mais
adequados para o ensino de temas que devem ser trabalhados em seus aspectos de atitudes e
procedimentos mais do que os conceituais.
Sorrentino (1995), propõe uma reforma curricular, onde seria desejável que se
estabelecesse uma política universitária a respeito da questão ambiental, objetivando
estabelecer estratégias que interfiram na organização acadêmica e nos currículos, e
contribuam para mudanças nas relações ensino-aprendizagem, nas relações com a sociedade,
nas pesquisas e acima de tudo nos valores individuais e grupais, tornando-os mais receptivos e
dispostos ao trabalho interdisciplinar, interativo, critico, holístico e voltado à solução de
problemas.
2.4.2 Ensino da Gestão Ambiental nas Empresas
As empresas no Brasil vêm tomando caráter mais responsável em relação ao meio
ambiente. Esta transformação no comportamento das organizações veio em função das
53
exigências da legislação ambiental seguida pelas pressões e influências internacionais que
condicionam financiamentos de projetos a seu potencial de impacto ambiental. Então, pode-se
afirmar que grande parte das organizações estão agindo em função de pressões externas
(MAIMON, 1994).
De acordo com a Lei n
o
6.938, que regulamenta a Política Nacional de Meio
Ambiente, define-se meio ambiente como “o conjunto de condições, leis, influências e
interações de ordem física, química e biológica, que permita, abriga e rege a vida em todas as
suas formas.” O Art. 9º dessa lei cita os Instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente,
dentre eles, destacam-se: o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental; a avaliação de
impactos ambientais; e o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente
poluidoras (BRASIL, 1981).
alguns anos, quando se falava na questão ambiental, a preocupação era com a
extinção dos animais, mais tarde com a derrubada das florestas, com a poluição do ar, com a
poluição industrial e agrícola e também com a poluição gerada nos países em
desenvolvimento, pela falta de infra-estrutura urbana. Passou-se então a contar com
organizações especializadas na questão ambiental, comprometidas com a preservação do meio
ambiente. O que resultou numa conscientização ambiental coletiva, que crescia transformando
culturas e quebrando velhos paradigmas. O setor empresarial passou também a se integrar
nesta luta, pois estava sendo movido pela exigência de seus consumidores, que estavam
dispostos a pagar mais por produtos ambientalmente corretos e deixar de comprar os que
degradam o Planeta. Estas pressões também afetaram os governos que começaram a
estabelecer legislações ambientais mais rígidas, fazendo com que empresas mudassem seus
processos industriais, utilizando-se de tecnologias mais limpas (WEBER, 2000).
Segundo Donaire (1995), na verdade existem várias maneiras pelas quais uma
organização pode incorporar a questão ambiental. Uma primeira possibilidade seria
verificando o posicionamento da empresa em Relação ao Desafio Ambiental para certificar
em quais variáveis a empresa teve baixa avaliação. Outra abordagem seria aquela que, sob o
aspecto ambiental, envolve a identificação das ameaças e oportunidades. A discussão da
situação da empresa e o desenvolvimento de cenários futuros resultarão em novos
direcionamentos e planos que permitirão tirar vantagens das oportunidades possíveis, prevenir
as ameaças potenciais, manter os pontos fortes e minimizar ou eliminar os pontos fracos.
A ansiedade mundial no que diz respeito às questões ecológicas foi transferida para
as organizações sob diversas formas de pressão: financeiras - bancos e outras instituições
54
financeiras não investem capital em negócios com perfil ambiental polêmico ou inadequado;
seguros - seguradoras aceitam apólices contra danos ambientais em negócios em que for
comprovada a competência em gestão do meio ambiente; legislação - crescente aumento das
restrições aos efluentes industriais pelos órgãos ambientais. Entretanto a pressão dos
consumidores, o que se observa com mais rigor nos países mais desenvolvidos, denota uma
preferência por produtos ecologicamente corretos, estabelecendo o que se chama de
consciência verde ao redor do mundo (porém muitas vezes apoiada em fatos irreais e
incorretos) (CAJAZEIRA, 1998).
Porter (1995) afirma que o desenvolvimento de uma estratégia competitiva é na
verdade o desenvolvimento de uma fórmula ampla para o modo como uma empresa irá
competir: quais deveriam ser as suas metas e quais serão as políticas necessárias para atingir a
meta estabelecida. Assim, na atualidade, a questão ambiental passa a oferecer uma
oportunidade estratégica para a empresa que deseja agregar valor à sua imagem, criando um
diferencial perante os seus competidores.
Maimon (1994), a capacidade de resposta das empresas frente às necessidades de
proteção ambiental e de desenvolvimento de produtos e processos menos poluidores tem
muito a ver com a estratégia adotada pelas empresas, pois a sua política ambiental vai ser
resultante da interação entre os atores externos e internos à mesma. Portanto, a resposta das
empresas a essas pressões internas e externas assume basicamente três linhas de ação:
a) adaptação à regulamentação ou exigência do mercado, incorporando
equipamento de controle de poluição nas saídas, sem modificar a estrutura
produtiva e o produto;
b) adaptação à regulamentação ou exigência do mercado, modificando os processos
e/ou produtos (inclusive embalagem). O princípio é de prevenir a poluição,
selecionando matérias-primas, desenvolvendo novos processos e/ou produtos;
c) antecipação aos problemas ambientais futuros, ou seja, adoção de um
comportamento pró-ativo e de excelência ambiental. O princípio é de integrar a
função ambiental ao planejamento estratégico da empresa.
55
3 MÉTODO DE PESQUISA
Segundo Silveira et al (2004 p. 42), a pesquisa científica “é a atividade de
investigação que adota um método científico e está voltada para a solução de problemas,
produzindo um conhecimento novo ou complementar ao estudo de um determinado assunto
ou tema.
Dentro da pesquisa científica, encontra-se a pesquisa exploratória, que segundo Gil
(2002, p. 41), “têm como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com
vistas a torná-lo mais explícito ou a constituir hipóteses.” Complementando, Vergara (1997,
p. 45), afirma que “a investigação exploratória é realizada em área na qual pouco
conhecimento acumulado e sistematizado.”
Esse tipo de pesquisa (exploratória), tem como objetivo principal o aprimoramento
de idéias ou a descobertas de intuições. Seu planejamento é muito flexível, permitindo a
consideração dos mais variados aspectos relativos ao fato estudado. Normalmente essas
pesquisas envolvem: levantamento bibliográfico; entrevistas com pessoas que tiveram
experiências práticas com o problema pesquisado; e análise de exemplos que estimulem a
compreensão (GIL, 2002).
Na prática, os diferentes tipos de estudos, nem sempre são claramente distinguíveis,
permitindo que alguma pesquisa contenha características de um ou mais tipo de estudo.
Contudo, essa pesquisa caracterizou-se, quanto aos objetivos, como exploratória e descritiva.
Exploratória por criar familiaridade com um fenômeno e descritiva por apresentar
precisamente as características de uma situação com o sem hipótese específicas a respeito da
natureza de tais características e verificar a freqüência com que algo ocorra ou o
relacionamento com outro objeto (SELLTIZ, 1987).
Ainda assim, quanto a sua natureza, a presente pesquisa pode ser classificada como
qualitativa e quantitativa. Para Silveira et al. (2004), as pesquisas qualitativas realizadas
através de relatos fazem entender as situações onde ocorrem os fatos, todavia, os métodos
qualitativos e quantitativos empregados paralelamente, permitem melhor controle de vieses,
enriquecimento das constatações obtidas e a validação dos resultados pelo uso de técnicas
diferenciadas.
Os aspectos básicos da pesquisa qualitativa podem ser descritos como sendo o
ambiente natural (fonte direta de dados) e o pesquisador (instrumento fundamental). A
56
preocupação do pesquisador é todo o processo, e não somente o resultado, acreditando que
não é possível entender o comportamento humano sem a compreensão o meio onde esse
comportamento ocorre. Por meio de um enfoque indutivo na análise dos dados, as abstrações
são construídas a partir dos dados, sendo que o quadro teórico é construído na medida em que
acontece a coleta dos dados. Os dados qualitativos são descrições detalhadas de situações,
eventos, pessoas, interações e citações literais do que as pessoas falam sobre suas experiências
(ALVES-MAZZOTTI; GEWANDSZNAJDER, 2000).
3.1 POPULAÇÃO
A população é formada pelos alunos do ensino superior, que se formarão em
administração, no segundo semestre de 2006, oferecidos no município de Blumenau, SC, com
o objetivo de investigar a temática da gestão ambiental no contexto da responsabilidade social
no ensino superior de administração de Blumenau, SC.
Em relação à população pesquisada, existe em Blumenau, SC, cinco instituições de
ensino superior que oferecem cursos de graduação em administração, porém somente quatro
destas (caracterizadas na figura 4), apresentam estudantes em fase de conclusão:
Centro de Ensino Superior em Administração (CESBLU);
Instituto Blumenauense de Ensino Superior (IBES);
Universidade Leonardo Da Vinci (UNIASSELVI) e;
Universidade Regional de Blumenau (FURB).
IES ENDEREÇO SITE
CESBLU
Rua Capitão Santos, 145 - Garcia - 89020 060 - Blumenau -
SC - Fone (47) 3222-1980
www.cesblu.br
FURB
Rua Antônio da Veiga, 140 - Victor Konder - 89012-900 -
Blumenau - SC - Fone: (47) 3321-0200
www.furb.br
IBES
Rua Pandiá Calógeras, 272 - Bom Retiro - 89012-900 -
Blumenau - SC - Fone (47) 3222-2919
www.ibes.com.br
UNIASSELVI
Rua Dr. Pedro Zimmerman, 385 - Salto do Norte - 89065-000
- Blumenau - SC - Fone: (47) 3321-9000
www.asselvi.com.br
Figura 4 – Instituições de Ensino Superior em Administração em Blumenau, SC.
57
A população, levantada mediante contatos com essas instituições, foi composta pelos
397 alunos matriculados no último período desses cursos. Para a determinação da amostra, o
pesquisador deparou-se com o problema da imprecisão e inacessibilidade a toda população.
Devido às restrições de acesso à população, optou-se por uma amostra não-probabilística
caracterizada por conveniência, em outras palavras, foram considerados para a pesquisa
apenas os questionários respondidos e retornados pelos respondentes, conforme indicado na
Figura 5.
INSTITUIÇÕES EM ENSINO SUPERIOR DE ADMINISTRAÇÃO EM BLUMENAU
47
78
34
238
42
76
31
204
0
50
100
150
200
250
IES - A IES - B IES - C IES - D
INSTITUIÇÕES PESQUISADAS
Alunos matriculados
Respostas obtidas
Figura 5 – População e Amostra.
Para essa pesquisa, não se fez distinção entre as diferentes habilitações (Gestão
Empresarial, Comercio Exterior, Finanças, Marketing, Recursos Humanos, etc), uma vez que
segundo as diretrizes curriculares nacionais do curso de graduação em administração, em seu
artigo segundo, terceiro parágrafo diz que “as linhas de formação específicas nas diversas
áreas da administração não constituem uma extensão ao nome do curso, como também não se
caracterizam como uma habilitação, devendo as mesmas constar apenas no Projeto
Pedagógico” (BRASIL, 1996).
3.2 COLETA DE DADOS
A coleta de dados para o desenvolvimento da fundamentação teórica foi
desenvolvida por meio de pesquisas em periódicos, livros, e sites na internet.
58
Os dados primários, que ainda não sofreram estudo e análise, foram coletados por
meio de um questionário estruturado (apêndice A) com questões abertas e fechadas, que
atendem alguns dos objetivos específicos, questionando a população pesquisada quanto a
instituição em que estuda, o seu perfil, a abordagem do tema durante o curso, o seu
conhecimento, sugestões e críticas quanto ao questionário e o interesse quanto aos resultados
da pesquisa.
A técnica de coleta de dados foi o da presença do pesquisador nas salas de aula e
aplicação dos questionários com os presentes, exceto em uma das Instituições de Ensino
Superior onde não foi permitida a entrada em sala de aula, ficando assim a cargo dos líderes
de classe aplicar a pesquisa com os membros da turma.
3.3 PROCEDIMENTOS E ANÁLISE DE DADOS
No desenvolvimento da análise dos dados tabulados, comparados e confrontados
com o objetivo de averiguar a veridicidade das hipóteses apresentadas, apresentou-se as
rejeições e confirmações, fazendo ligação entre estes e o conhecimento existente. A busca dos
resultados deseja responder as questões da pesquisa, atendendo assim os seus objetivos.
O objetivo da análise é sumariar as observações, de modo que estas permitam
responder às questões da pesquisa. O objetivo da interpretação é a busca do sentido mais
amplo das respostas, fazendo ligação com outros conhecimentos obtidos. A interpretação é
a etapa de apresentação dos resultados obtidos na pesquisa e analisa-los segundo os objetivos.
A apresentação dos dados é a evidência das conclusões e a interpretação consiste no
contrabalanço dos dados com a teoria (RAUEN, 1999).
3.4 LIMITAÇÕES DA PESQUISA
Dentro do contexto da responsabilidade social, somente será abordado o enfoque da
gestão ambiental, ou seja, o tema responsabilidade social não será tão amplamente discutido
no decorrer da pesquisa.
59
Em função dos objetivos da pesquisa, a mesma limita-se à percepção dos formandos,
não sendo abordada a opinião dos professores.
Pesquisando os formandos pode-se crer que estes passaram por todas as cadeiras
do seu curso, podendo assim responder questões sobre o mesmo. Porém, corre-se o risco de
ocorrer mudança de grade no decorrer desses anos letivos, e não se apurar se as turmas
posteriores tiveram a mesma percepção. Ou seja, a IES não poderá ser amplamente julgada
pelos resultados dessa pesquisa.
60
4 RESULTADO DA PESQUISA
Responderam o formulário dessa pesquisa, 353 alunos matriculados no último
período dos cursos de administração de Blumenau, SC, totalizando 88,92% dessa população.
Os 11,08% dos alunos que não responderam a referida pesquisa formam um grupo que não
estava em sala de aula nos dias em que se buscou a obtenção do preenchimento do
questionário além dos que o entregaram em branco ou se recusaram a responder, conforme
indicado na tabela 1.
Tabela 1 – Instituições de Ensino Superior de Administração em Blumenau, SC,
População e Amostra.
INSTITUIÇÃO ALUNOS RESPOSTAS OBTIDAS
IES – A
47 11,84% 42 89,36%
IES – B
78 19,65% 76 97,44%
IES – C
34 8,56% 31 91,18%
IES – D
238 59,95% 204 85,71%
TOTAL 397
100,00%
353 88,92%
A tabela 2, que apresenta o resultado apurado na tabulação das respostas obtidas na
segunda questão do formulário de pesquisa, caracteriza o perfil dos formandos em
administração nas Instituições de Ensino Superior de Blumenau, SC, atendendo ao primeiro
objetivo específico da pesquisa, em relação a sua faixa etária, onde se apurou que desses
alunos, 74,22% são jovens com idade compreendida entre 20 e 30 anos, e que assim sendo,
apenas 25,78% desses possuem idade superior, conforme observado na tabela 2.
Tabela 2 – Faixa etária dos alunos matriculados no último período dos cursos de ensino
superior de administração em Blumenau, SC.
IES/IDADE de 20 à 30 anos de 30 à 40 anos de 40 à 50 anos TOTAL
IES – A 25
59,52%
13
30,95%
4
9,52%
42
100,00%
IES – B 71
93,42%
4
5,26%
1
1,32%
76
100,00%
IES – C 22
70,97%
5
16,13%
4
12,90%
31
100,00%
IES – D 144
70,59%
39
19,12%
21
10,29%
204
100,00%
TOTAL 262 74,22% 61 17,28% 30 8,50% 353 100,00%
61
Esta maioria forma um perfil de pessoas que nasceram em um meio onde as
questões ambientais eram percebidas, e que, portanto, espera-se ser munidas de maior
conhecimento para as práticas de um relacionamento mais colaborativo entre si e o meio
ambiente. Trata-se da segunda metade da década de setenta e a primeira da década de oitenta.
Nesse período, mais precisamente em 1.983, no Brasil, foi criado o Decreto nº 88.351/83, que
regulamentou a Lei 6.938, de 31 de agosto de 1.981, dispondo acerca da Política Nacional
do Meio Ambiente (BRASIL, 1983). Esse mesmo decreto, regulamentou o parecer n.º 226/87,
do conselheiro Arnaldo Niskier, que determinando a necessidade de inclusão da Educação
Ambiental nos currículos escolares de 1º e 2º graus (AMBIENTEBRASIL, 2006). Esse
parecer sugere que sejam incorporados temas ambientais da realidade local, e que estes
estejam de acordo com o desenvolvimento social, promovendo a integração entre as escolas e
as comunidades como forma de aprendizagem.
Ainda acerca do primeiro objetivo específico, a terceira questão do formulário de
pesquisa procurou-se verificar os setores de atuação profissional dos respondentes apurando
que a enorme maioria dos alunos trabalha no setor de comércio/serviços e industrial,
representando 89,24% dos mesmos, conforme apresentado na Tabela 3. Desses, 31,16% (110
alunos) trabalham na indústria, setor maior responsável pela degradação ambiental, porém
somente 67,14% dos industriários pesquisados afirmaram praticar as mais simples e
corriqueiras ações ambientais (racionamento de recursos e separação de lixo), e um número
menor ainda, representado por 22,95% dos mesmos alegaram promover alguma outra
atividade que colabore com a preservação ambiental.
Tabela 3 – Setores em que atuam os alunos matriculados no último período dos cursos
de ensino superior de administração em Blumenau, SC.
IES/SETOR PÚBLICO COM/SERV INDÚSTRIA DESEMP TOTAL
IES – A 4
9,52%
18
42,86%
17
40,48%
3
7,14%
42
100,00%
IES – B 7
9,21%
42
55,26%
25
32,89%
2
2,63%
76
100,00%
IES – C 1
3,23%
19
61,29%
8
25,81%
3
9,68%
31
100,00%
IES – D 6
2,94%
126
61,76%
60
29,41%
12
5,88%
204
100,00%
TOTAL 18
5,10%
205
58,07%
110
31,16%
20
5,67%
353 100,00%
Segundo Reigotta (1998), tempos, escola tem sido o espaço mais indicado para
discussão e aprendizado de temas emergentes, como resultado da sua importância na
formação dos cidadãos. Dias (2003) levanta a importância da educação ambiental no meio
62
escolar, dizendo que a educação ambiental é um processo pelo qual os indivíduos aprendem o
funcionamento do ambiente, como dependem dele, como afetam e como o seres humanos
promovem a sua sustentabilidade.
Porém, das 336 pessoas que consideram as questões ambientais importantes na
formação do administrador, somente 7,15 % souberam definir ambiente e gestão ambiental
corretamente. Ainda houve 6,52% de respondentes que souberam definir parcialmente esses
conceitos, e 35,98% destes souberam definir somente um dos dois itens. Dentre os 353
respondentes dessa questão, 4,25% não tem opinião formada a respeito do assunto, e destes,
15 alunos, 80,00% não souberam definir nenhuma das duas questões citadas.
Tabela 4 – Como moram os alunos matriculados no último período dos cursos de ensino
superior de administração em Blumenau, SC.
IES/MORADIA PRÓPRIA ALUGUEL PARENTES OUTROS TOTAL
IES – A 32
76,19%
8
19,05%
1
2,38%
1
2,38%
42
100,00%
IES – B 40
52,63%
13
17,11%
22
28,95%
1
1,32%
76
100,00%
IES – C 23
74,19%
2
6,45%
6
19,35%
-
-
31
100,00%
IES – D 151
74,02%
31
15,20%
19
9,31%
3
1,47%
204
100,00%
TOTAL 246 69,69% 54 15,30% 48 13,60% 5 1,42% 353 100,00%
Outro item pesquisado, levantado na questão quatro, para atender ao primeiro
objetivo específico diz respeito à moradia dos alunos, onde foi apurado na tabulação do
questionário que 69,69% dos pesquisados habitam em casa própria, e que somados aos
15,30% que vivem em regime de aluguel resultam em 84,99% de respondentes que teriam
plenas condições de interagir de maneira correta com o meio ambiente por não serem
dependentes do proprietário do local onde vivem. Observa-se na Tabela 4 que apenas 15,01%
dos respondentes teriam algum motivo para não agir da forma correta, por não serem
responsáveis diretos quanto ao local onde moram, seja com os pais, hotel, pensão, ou outro.
A quinta questão que se referia à importância e a prática do racionamento de
recursos, os respondentes demonstraram que, na sua grande maioria (96,32%), consideram a
ação importante, porém observa-se na tabela 5 que somente 79,89% destes praticam essa
ação.
63
Tabela 5 – Importância atribuída ao racionamento dos recursos pelos alunos
matriculados no último período dos cursos de ensino superior de administração em
Blumenau, SC, e prática.
IES/QUESTÃO
Considera importante
racionar recursos?
Pratica o racioname
nto
de recursos?
TOTAL
IES – A 42
100,00%
35
83,33%
42
100,00%
IES – B 75
98,68%
64
84,21%
76
100,00%
IES – C 31
100,00%
25
80,65%
31
100,00%
IES – D 192
94,12%
158
77,45%
204
100,00%
TOTAL 340 96,32% 282 79,89% 353 100,00%
A sexta pergunta do questionário referente à prática e importância atribuída a
separação de lixo, os números demonstram certa antologia perante o item anterior, pois, como
se observa na Tabela 6, a quantidade de respondentes que consideram esta uma ação
importante apresentou-se maior, atingindo 100,00% dos pesquisados, porém a prática da
mesma demonstra um número menor, onde somente 70,54% praticam a separação do lixo
para a coleta seletiva, no seu dia-a-dia.
Além das práticas citadas, existem outras ações humanas que podem colaborar com a
conservação ambiental. Dessa forma, conforme questão sete do instrumento e demonstrado na
Tabela 7, 48% dos pesquisados informaram fazer uso de outras práticas diferente das
levantadas no formulário de pesquisa, e que consideram importantes. Descreveram ações tais
como o plantio de árvores frutíferas, a manutenção da limpeza das vias públicas – não
atirando lixo ao chão, reciclagem e reaproveitamento de dejetos, economia de combustível
buscando formas alternativas de deslocamento (a pé, bicicleta ou de ônibus coletivo) aliado ao
uso do gás natural veicular como medidas de prevenção à poluição atmosférica, preservação
da mata nativa em suas propriedades rurais ou naturais, oferecimento de palestras gratuitas
com orientação para a prática de bons modos com o meio ambiente e orientação pessoal a
membros da família, funcionários ou colegas de trabalho e, por fim, na hora da compra, a
seleção de produtos que não agridam o meio ambiente.
Os respondentes que afirmam reconhecer a importância das práticas descritas nas
Tabelas 5 e 6, porém não fazem uso das mesmas, disseram que não o fazem por motivos tais
como preguiça, falta de hábito, desconhecimento de como proceder, carência de tempo e
incentivos por parte dos governos e a ausência da coleta seletiva onde mora (na cidade, bairro,
rua ou condomínio).
64
Tabela 6 – Importância atribuída à separação do lixo pelos alunos matriculados no
último período dos cursos de ensino superior de administração em Blumenau, SC, e
prática.
IES/QUESTÃO
Consideram importante
separar o lixo
Praticam separação
de lixo
TOTAL
IES – A 42
100,00%
36
85,71%
42
100,00%
IES – B 76
100,00%
51
67,11%
76
100,00%
IES – C 31
100,00%
25
80,65%
31
100,00%
IES – D 204
100,00%
137
67,16%
204
100,00%
TOTAL 353 100,00% 249 70,54% 353 100,00%
Utilizando referencias cruzadas, no que diz respeito à importância e prática de se
racionar recursos, bem como da separação para a coleta de lixo, apenas 24,08% consideram
importantes essas ações e fazem uso das mesmas, justificando-se principalmente por uma
questão de conservação do meio ambiente e economia pessoal. Ainda 17,00% destes alegaram
que além das práticas citadas, promovem também outras atividades que colaboram com a
conservação do ambiente. Dentre os respondentes que se encontram nesse perfil, descobriu-se
que 54,11% desses trabalham no setor comercial ou de serviços, 32,86% na indústria, 5,95%
no serviço público e 7,08% não estão em atividade profissional.
Tabela 7 – Outras atividades desempenhadas pelos alunos matriculados no último
período dos cursos de ensino superior de administração em Blumenau, SC, que
colaboram com a conservação ambiental.
IES/QUESTÃO
Pratica outra atividade
que colabora com a
conservação
ambiental?
TOTAL
IES – A 10
23,81%
42
100,00%
IES – B 28
36,84%
76
100,00%
IES – C 8
25,81%
31
100,00%
IES – D 123
60,29%
204
100,00%
TOTAL 169 47,88% 353 100,00%
E novamente cruzando informações, apurou-se que 7,08% do total de respondentes
consideram importantes tais práticas (racionamento de recursos e separação de lixo), porém
não conseguem praticar nenhuma das mesmas. Apurou-se também que 66,01% desses
respondentes (que consideram importante o racionamento de recursos e separação de lixo,
65
porém não os praticam) moram em casa própria e que assim teriam domínio sobre as ações
em suas respectivas moradas e que 11,05% apesar de não possuírem casa própria, vivendo
em estado de locação, ainda poderiam assim dominar as ações em suas casas agindo de forma
ecologicamente correta. Somente 5,38% destes vivem com parentes, onde existe a
possibilidade de não ter condições de fazer uso das corretas e boas maneiras de se interagir
com o meio ambiente.
A questão número 10 se referia à existência de uma disciplina específica que tratasse
da gestão ambiental no decorrer do curso. Constatou-se que uma das Instituições de Ensino
Superior pesquisadas dispõe de uma disciplina chamada Ecologia e Meio Ambiente,
ocupando duas horas/aulas semanais, no quarto período do curso, conforme apurado na
pesquisa e demonstrado na Tabela 8.
Essa disciplina apresenta como ementa:
Conceitos, metodologia e políticas de planejamento estratégico de Gestão
Ambiental. Diagnósticos. Projetos e planos ambientais. Implementação e desafios
empresariais. Eficiência, eficácia e efetividade. Avaliação e controle. Análise de
resultados. Planejamento estratégico ambiental e o processo decisório na gestão de
negócios ambientais (INSTITUTO BLUMENAUENSE DE ENSINO SUPERIOR,
2006).
A bibliografia básica indicada para a referida cadeira resume-se em apenas uma obra,
que por sinal foi amplamente explorada na fundamentação teórica desse trabalho. Trata-se do
livro Gestão Ambiental na Empresa, (DONAIRE, D. Gestão Ambiental na Empresa. São
Paulo: Atlas, 1999.). O plano de ensino indica ainda uma bibliografia complementar
denominada Marketing Verde ( OTTMAN, J.A. Marketing Verde. São Paulo: Makron
Books,1994.), além da legislação ambiental.
Tabela 8 – Existência de disciplina específica que trata da gestão ambiental nos cursos
de ensino superior de administração em Blumenau, SC.
IES/TEMA NÃO LEMBRA NÃO SIM TOTAL
IES – A 15
35,71%
27
64,29%
-
-
42
100,00%
IES – B 24
31,58%
52
68,42%
-
-
76
100,00%
IES – C -
-
-
-
31
100,00%
31
100,00%
IES – D 78
38,24%
126
61,76%
-
-
204
100,00%
TOTAL 117 33,14% 205 58,07% 31 8,78% 353 100,00%
Perguntou-se também aos pesquisados, na questão 11 do instrumento de coleta de
dados, se o tema Gestão Ambiental foi abordado de alguma outra forma no decorrer do curso
66
que freqüentaram. Conforme exposto na Tabela 9, indicaram que a forma mais utilizada para
a abordagem do assunto foram comentários por parte de professores de distintas disciplinas,
seguido de tópicos em outras disciplinas. Na IES – C, houve uma manifestação de outra forma
de abordagem, onde o respondente afirmou estar desenvolvendo o seu estágio curricular sobre
o tema Gestão Ambiental. E na IES C, três alunos citaram que houve inferência do assunto
em um trabalho integrado entre disciplinas e consultas na internet para a contemplação do
tópico na referida atividade curricular dessa instituição.
Tabela 9 – Formas de Abordagem da Gestão Ambiental nos cursos de ensino superior de
administração em Blumenau, SC.
IES/ABORDAGEM IES – A IES – B IES – C IES – D TOTAL
TÓPICOS 6
14,29%
10
13,16%
20
64,52%
36
17,65%
72 20,40%
PALESTRAS -
-
5
6,58%
8
25,81%
6
2,94%
19 5,38%
COMENTÁRIOS 18
42,86%
33
43,42%
11
35,48%
66
32,35%
128 36,26%
DEBATES 2
4,76%
8
10,53%
5
16,13%
30
14,71%
45 12,75%
DISCUSSÕES 5
11,90%
14
18,42%
7
22,58%
18
8,82%
44 12,46%
LEITURAS 1
2,38%
3
3,95%
4
12,90%
9
4,41%
17 4,82%
OUTRO -
-
-
-
1
3,23%
3
1,47%
4 1,13%
TOTAL 42
100,00%
76
100,00%
31
100,00%
204
100,00%
353 100,00%
Ainda para a confirmação dessa questão, realizou-se uma busca desses tópicos
(referentes às questões ambientais), nas ementas de todas as disciplinas das grades
curriculares dos cursos em questão, com o propósito de averiguar a existência desses
conteúdos.
Nas Instituições de Ensino Superior A e D não foram encontradas inserções do tema
Gestão Ambiental nas disciplinas do curso. nas Instituições de Ensino Superior B e C,
observa-se a presença desse assunto na ementa de outras disciplinas. Na IES B, encontrou-
se uma disciplina que trata da gestão da qualidade, assumindo a responsabilidade sobre o
tópico ferramentas de qualidade, onde se estuda as normas ISO, e dentre elas, a ISO 14000,
discutida na fundamentação teórica da pesquisa. Na IES C, além da disciplina específica
que trata desse tema (Ecologia e Meio Ambiente), foram encontrados outros tratamentos para
o assunto em uma disciplina denominada Tópicos Avançados de Administração II, que aborda
o assunto Sistemas de Gerenciamento, e dentre eles, o Sistema de Gerenciamento Ambiental,
também discutido no decorrer da fundamentação teórica deste trabalho.
67
No formulário de pesquisa haviam também duas questões abertas (números 12 e 13)
para apurar o que conhecem os alunos formandos de administração das Instituições de Ensino
Superior de Blumenau, SC, acerca da gestão ambiental. Essas questões pediam ao
respondente, em outras palavras, que conceituassem ambiente e gestão ambiental.
Quanto à questão 12, que procurou conceituar o ambiente, somente 33,43% das
respostas foram consideradas completamente corretas como pode ser observado na Tabela 10.
na Tabela 11, fica demonstrado, antologicamente, que a IES C, que antes se sobressaíra
sobre os outros, dessa vez não obteve o melhor índice de acertos.
Tabela 10 – Avaliação dos alunos matriculados no último período dos cursos de ensino
superior de administração em Blumenau, SC, a respeito do seu entendimento quanto ao
conceito de ambiente.
IES/AVALIAÇÃO CORRETO
PARC.
CORRETO
INCORRETO
SEM
RESPOSTA
TOTAL
IES – A 20
47,62%
8
19,05%
11
26,19%
3
7,14%
42
100,00%
IES – B 36
47,37%
9
11,84%
23
30,26%
8
10,53%
76
100,00%
IES – C 17
54,84%
3
9,68%
9
29,03%
2
6,45%
31
100,00%
IES – D 45
22,06%
15
7,35%
51
25,00%
93
45,59%
204
100,00%
TOTAL 118 33,43% 35 9,92% 94 26,63% 106 30,03% 353 100,00%
na Tabela 11, fica demonstrado, antologicamente, que a IES - C, que antes se
sobressaíra sobre os outros, dessa vez não obteve o melhor índice de acertos. Na Figura 10
pode-se perceber que 33,43% dos respondentes acertaram o conceito de ambiente, e que
9,63% destes provaram conhecer o conceito de gestão ambiental. Porém, apenas 6,80% dos
alunos conseguiram explicar ambos os conceitos.
Figura 6 – Conceito de meio ambiente e gestão ambiental.
68
A IES A, obteve 28,57% de acerto, contra menos de 1,47% da IES D, que
novamente obteve o maior índice de pesquisas sem resposta para essa questão (52,49%).
Tabela 11 – Avaliação dos alunos matriculados no último período dos cursos de ensino
superior de administração em Blumenau, SC, a respeito do seu entendimento quanto ao
conceito de Gestão Ambiental.
IES/AVALIAÇÃO CORRETO
PARC.
CORRETO
INCORRETO
SEM
RESPOSTA
TOTAL
IES – A 12
28,57%
16
38,10%
8
19,05%
6
14,29%
42
100,00%
IES – B 13
17,11%
42
55,26%
15
19,74%
6
7,89%
76
100,00%
IES – C 6
19,35%
18
58,06%
5
16,13%
2
6,45%
31
100,00%
IES – D 3
1,47%
57
27,94%
36
17,65%
108
52,94%
204
100,00%
TOTAL 34 9,63% 133 37,68% 64 18,13% 122 34,56% 353 100,00%
Ao serem abordados a respeito de como avaliam a importância das questões
ambientais na formação do administrador, observou-se, assim como apresentado na Tabela
12, que 95,18% dos pesquisados consideram o tema muito importante ou importante na
formação desse profissional. Para justificar a resposta, afirmam que um administrador deve
ter consciência de preservação e estar preparado para gerenciar as relações com o ambiente
em que está inserido, assimilando conhecimentos que lhe dêem suporte nas tomadas de
decisões.
Afirmam também que as organizações são avaliadas pela sociedade pelo modo que
interagem com o meio ambiente, e que, quando se trabalha com manufatura, faz-se necessário
conhecimento para evitar a produção de danos ao meio em que se está inserido.
Tabela 12 – Avaliação por parte dos alunos matriculados no último período dos cursos
de ensino superior de administração em Blumenau, SC, a respeito da importância das
questões ambientais na formação do administrador.
IES/IMPORT.
MUITO
IMPORT. IMPORT.
POUCO
IMPORT. SEM OPINIÃO
TOTAL
IES – A 24
57,14%
16
38,10%
-
-
2
4,76%
42
100,00%
IES – B 40
52,63%
30
39,47%
2
2,63%
4
5,26%
76
100,00%
IES – C 9
29,03%
22
70,97%
-
-
-
-
31
100,00%
IES – D 109
53,43%
86
42,16%
-
-
9
4,41%
204
100,00%
TOTAL 182 51,56% 154 43,63% 2 0,57% 15 4,25% 353 100,00%
69
Outra resposta interessante encontrada, e repetida, insiste no fato de que o curso de
administração forma empreendedores, e que estes necessitam conhecer os meios de trabalho
que colaborem com a preservação ambiental. Para eles, o homem, ao agredir o ambiente, não
está agredindo uma área fora de seu contexto. A preocupação deve ser consigo mesmo, pois o
ambiente que ele agride é o mesmo ambiente onde vivem com seus filhos e viverão suas
próximas gerações.
A última questão do formulário de pesquisa indaga sobre o interesse em receber o
resultado dessa pesquisa. Essa questão que foi instituída como uma cortesia aos alunos que
gentilmente ajudaram na pesquisa respondendo ao questionário, tornou-se uma excelente
forma de se medir o interesse dos pesquisados quanto às questões ambientais. Conforme se
pode observar na Tabela 13, quase a metade dos respondentes se interessaram em conhecer os
resultados da pesquisa.
Tabela 13 – Interesse dos alunos matriculados no último período dos cursos de ensino
superior de administração em Blumenau, SC, a respeito do resultado da pesquisa que
trata da Gestão Ambiental.
IES/QUESTÃO
INTERESSE NO
RESULTADO
TOTAL
IES – A 20
47,62%
42
100,00%
IES – B 41
53,95%
76
100,00%
IES – C 17
54,84%
31
100,00%
IES – D 87
42,65%
204
100,00%
TOTAL 165 46,74% 353 100,00%
Nessa questão, percebeu-se certa paridade entre as quatro instituições pesquisadas
demonstrando que, independentemente da faculdade em que estudam, existe interesse nas
questões ambientais dentro do contexto da formação do profissional de administração.
70
5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
Pode-se perceber que nos últimos tempos surgiu uma preocupação muito grande a
respeito do meio habitado pelo ser humano. Dessa forma, a evolução tecnológica precisa estar
em harmonia com o meio natural, ou seja, voltar suas atenções a mais um item chamado
responsabilidade social. O conceito de responsabilidade social é muito abrangente, e levanta a
ética como guia para as atividades da organização. Em sua trajetória evolutiva, a
responsabilidade social abriu-se para um enfoque à consciência social, que tem ligação com a
disposição e habilidade de uma organização em atender as expectativas da comunidade onde
está inserida. Uma dessas expectativas atenta para as questões ambientais, que são
compreendidas no contexto da gestão ambiental.
O estudo da gestão ambiental é uma atividade recente. Trata-se de um processo de
articulação das ações dos agentes sociais que interagem em certo local, com o objetivo de
assegurar a adequação dos meios de exploração dos recursos naturais, econômicos e
socioculturais, que quando se forma em um conjunto de procedimentos administrativos de
uma organização para a obtenção de um melhor relacionamento com o meio ambiente, passa a
ser visto como um Sistema de Gerenciamento Ambiental (SGA). A idéia deste, prevê que as
organizações precisam ter o controle dos efeitos ambientais das suas atividades empresariais e
reduzir os impactos ambientais por ela provocados.
Com essa evolução da sociedade, voltando as atenções para as questões ambientais,
surge a colocação do tema em questão no contexto do ensino da prática administrativa nas
escolas de ensino superior. Assim, vê-se a evolução dos cursos de administração, como um
agente de mudança e desenvolvimento na formação social do país. No mundo atual, o perfil
do administrador, requer que esteja em constante aprendizado, e que seja capaz de levar esse
aprendizado para dentro das organizações. Porém as diretrizes curriculares nacionais do curso
de graduação em administração, não apresentam qualquer inferência direta acerca da gestão
ambiental, apresentando apenas alguns chamados para as questões sociais, onde poderiam
conter conteúdos que tratassem das questões ambientais.
A tensão ambiental se tornou um desafio social, e a formação profissional é vista
como um fator-chave para a solução dos problemas criados. Assim, a educação ambiental
precisa permear todas as disciplinas do currículo e atividades educacionais, porém, o tema
meio ambiente, emerge nas universidades a partir de contextos distintos.
71
A liderança assumida pelas Instituições de Ensino Superior, na luta contra os efeitos
do processo de desenvolvimento tecnológico, preparando profissionais ao muni-los com
informação e conhecimento, pode dar a partida para a criação de uma sociedade mais
sustentável. A universidade assume uma função muito importante na formação ambiental dos
profissionais. Surge daí a necessidade de se incorporar a questão ambiental nos seus objetivos,
conteúdos e metodologias. Ou seja, para que esses problemas sejam resolvidos, faz-se
necessário que a educação esteja em sintonia com os mesmos, introduzindo os princípios e
práticas da sustentabilidade em seu escopo, permitindo que, ao final do curso, os
administradores possam levar consigo o conhecimento, as habilidades e os valores acerca da
sustentabilidade, tanto para o seu local de trabalho quanto para suas decisões pessoais de
consumo, promovendo assim a melhoria das comunidades em que vive.
Para investigar a inclusão da temática da gestão ambiental no contexto da
responsabilidade social no ensino superior de administração de Blumenau, SC, realizou-se
primeiramente uma pesquisa bibliográfica para o conhecimento e explanação do tema. Em
seguida desenvolveu-se um formulário de pesquisa com questões que se fizesse conhecer a
Instituição de Ensino Superior em que o pesquisado estuda, seu perfil (que pudesse ser
cruzado com outras informações tentando justificar as respostas), se houve ou não a
abordagem do tema gestão ambiental e o seu conhecimento a respeito do mesmo.
A pesquisa, que usou do caráter exploratório, foi eficiente, pois proporcionou maior
conhecimento do fato do tema gestão ambiental não estar plenamente inserido nos currículos
dos cursos superiores de graduação em administração, ajudando a aprimorar as idéias acerca
do mesmo. Seu planejamento foi maleável e possibilitou a consideração de diferentes aspectos
relativos ao fato estudado.
Permitiu assim, com um formulário de pesquisa do tipo
survey, que fosse apurado o
perfil dos pesquisados e a existência de disciplinas específicas acerca da gestão ambiental, nos
cursos de administração das Instituições de Ensino Superior de Blumenau, SC. Permitiu
também que fosse verificada a presença de conteúdos que tratem da gestão ambiental em
outras disciplinas das suas grades, além da identificação do conhecimento que os pesquisados
tem a respeito da gestão ambiental, bem como seu interesse e julgamento quanto à
importância desse tema na formação profissional do administrador.
A pesquisa e seu método permitiram ainda a análise da temática da gestão ambiental
nos cursos de administração pesquisados, comparando às necessidades profissionais do
72
administrador, conforme levantado em estudos bibliográficos apresentados na fundamentação
teórica da presente dissertação.
Ao investigar a inclusão da temática da gestão ambiental no contexto da
responsabilidade social no ensino superior de administração de Blumenau, SC, inicialmente
fazendo um levantamento das disciplinas oferecidas nos cursos em suas diferentes Instituições
de Ensino Superior, buscando averiguar a existência de disciplinas específicas acerca da
gestão ambiental, apurou-se que apenas uma das instituições apresenta em seu escopo uma
disciplina específica que trata das questões ambientais. Em uma das instituições pesquisadas,
existe uma disciplina denominada Ecologia e Meio Ambiente, ministrada no quarto semestre
letivo do curso. Pode-se dizer então que apenas 8,8% dos alunos formandos em administração
no município de Blumenau tiveram, no decorrer da sua formação acadêmica, uma disciplina
que discorresse especificamente das relações humanas com o ambiente.
A pesquisa apontou ainda a presença de conteúdos que tratam da gestão ambiental
em outras disciplinas das grades curriculares das instituições pesquisadas, em forma de
tópicos em disciplinas distintas, onde se constatou que, além dessa forma, a abordagem do
tema ocorreu ainda de outras maneiras tais como palestras, comentários por parte dos
professores, debates, discussões, leituras recomendadas pelos docentes de outras cadeiras,
estágio curricular, trabalhos interdisciplinares e pesquisas na internet.
O conhecimento sobre a gestão ambiental por parte dos alunos pesquisados é muito
pequeno. Ficou provado que estes conhecem muito pouco a respeito do tema, mesmo
considerando-o na sua grande maioria, um tema importante ou até mesmo muito importante
na formação profissional do administrador.
A discussão da temática da gestão ambiental nos cursos de administração nas
Instituições de Ensino Superior de Blumenau, SC, contribuiria para a formação de um
administrador preparado para lidar com as questões sócio-econômicas, biológicas e de manejo
dos recursos naturais, por receber informações acerca da fauna, flora, conservação da natureza
e ecologia. Estariam assim preparados para administrar atividades de manejo dos ambientes,
uma vez que conheceriam, dentre outros, os problemas relacionados à poluição e ao uso de
recursos podendo atuar em projetos urbanos, rurais e industriais. Poderiam então, ser
considerados profissionais habilitados para atuar junto às organizações diversas, com as
questões ambientais, pois também conheceriam os conceitos e práticas da gestão ambiental,
sabendo diagnosticar situações problemáticas no ambiente além de elaborar e implementar e
controlar projetos ambientais.
73
Nesse contexto, as atividades de educação ambienta, segundo Dias (2003), objetiva,
a promoção de novos padrões, formando novos valores, ativando a percepção do ser humano
em várias direções, a responsabilidade do custo da recuperação ambiental e dos seus valores
estéticos e sua própria sobrevivência. Permite ainda a compreensão da natureza, a
complexidade do meio ambiente e a interpretação da interdependência entre os diversos
elementos que conformam o ambiente, com vistas à utilização racional dos recursos naturais,
da satisfação material da sociedade, no presente e no futuro.
Estudado o tema, percebeu-se uma infinidade de estudos paralelos que podem ser
desenvolvidos acerca do tema tratado nessa dissertação. Com base no observado durante o
processo de aprendizagem que ocorreu no decorrer dessa pesquisa, sugere-se novos estudos a
seguir:
a) O que o mercado consumidor (empregadores) do produto de uma faculdade de
administração (bacharéis em administração) espera de um profissional de
administração com relação ao seu conhecimento dos métodos e técnicas de lidar
com o meio ambiente?
b) No que reflete a discussão acadêmica da temática gestão ambiental nas práticas
no dia-a-dia dos administradores formados em cursos que apresentam cadeiras
específicas para o tratamento dessas questões?
c) Qual a compreensão dos docentes ministrantes das cadeiras de
empreendedorismo nas faculdades de administração acerca da gestão ambiental,
e quais desses conhecimentos procuram repassar aos seus alunos na formação
acadêmica de futuros empreendedores?
d) Como desenvolver a contabilidade social medindo a responsabilidade social e
agregando valor às práticas ambientais em uma organização inserida em um
sistema capitalista de concorrência acirrada?
e) Como fazer uso de tecnologias limpas revertendo este custo em benefícios
capazes de gerar competitividade para a organização?
74
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2000.
80
APÊNDICE A - FORMULÁRIO DE PESQUISA
UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO
Pesquisa sobre conceito, prática, conhecimento e interesse dos formandos dos cursos de
Administração em Blumenau, SC a respeito da gestão ambiental (ecológica).
I – INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR
1) Instituição em que estuda
( ) CESBLU
( ) IBES
( ) FURB
( ) UNIASSELVI
II - PERFIL
2) Idade
( ) Menos de 20 anos
( ) Entre 20 e 30 anos
( ) Entre 30 e 40 anos
( ) Entre 40 e 50 anos
( ) Entre 50 e 60 anos
( ) Acima de 60 anos
3) Setor em que trabalha
( ) Serviço público
( ) Serviço/Comércio
( ) Indústria
( ) Desempregado
( ) Aposentado
4) Moradia
( ) Própria
( ) Alugada
( ) Com parentes
( ) Outros
5) Considera importante racionar recursos naturais?
( ) Sim ( ) Não
Por quê?
___________________________________________________________________________
6) Pratica o racionamento recursos naturais?
( ) Sim ( ) Não
Por quê?
___________________________________________________________________________
7) Considera importante a separação de lixo?
( ) Sim ( ) Não
Por quê?
___________________________________________________________________________
8) Pratica a separação de lixo?
( ) Sim ( ) Não
Por quê?
___________________________________________________________________________
9) Promove outras atividades que possam colaborar com a conservação ambiental?
( ) Não ( ) Sim
Qual?______________________________________________________________________
81
III - ABORDAGEM
10) O tema Gestão Ambiental foi abordado em uma disciplina específica no decorrer do seu
curso?
( ) Não me recordo ( ) Não
( ) Sim, Qual? ___________________________________________________________
11) O tema Gestão Ambiental foi abordado de alguma outra maneira no decorrer do se
curso?
( ) Não ocorreu
( ) Sim, tópicos em disciplinas distintas
( ) Sim, palestras
( ) Sim, comentários por parte dos professores
( ) Sim, debates
( ) Sim, discussões
( ) Sim, leituras recomendadas
( ) Sim, de outra forma
Qual?
___________________________________________________________________________
IV - CONHECIMENTO
12) Qual o seu entendimento sobre ambiente?
___________________________________________________________________________
13) O que entende por gestão ambiental?
___________________________________________________________________________
IV - INTERESSE
14) Como avalia a importância das questões ambientais (ecológicas) na formação do
administrador?
( ) Muito importante;
( ) Importante;
( ) Pouco Importante;
( ) Sem Importância;
( ) Não tem opinião formada.
Por quê? ____________________________________________________________________
V - SUGESTÕES OU CRÍTICAS
15) Alguma sugestão ou crítica?
___________________________________________________________________________
VI - RESULTADOS
16) Gostaria de obter os resultados dessa pesquisa?
( ) Não
( ) Sim, favor enviar para o e-mail: ___________________________________________
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